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Diretor: P. Nuno Rosário Fernandes Ano 83 • Edição nº 4190 Domingo, 29 de novembro de 2015 Semanário • 0,40 www.vozdaverdade.org Ordenações Diaconais neste Domingo, nos Jerónimos pág.05 Serviço da Juventude propõe ‘Felizes no serviço’ | pág.07 Região de Lisboa do CNE tem novos assistentes | pág.07 Na tua Palavra pág.16 Opinião pág.05 Editorial pág.04 D. Nuno Brás Direito e Leis A. Pereira Caldas Terrorismo e bom senso P. Nuno Rosário Fernandes Rever o texto A importância da referência “masculina e feminina” O Cardeal-Patriarca de Lisboa garantiu que a Igreja em Portugal vai manter a defesa das suas convicções sobre a vida e a família, sublinhando a importância de uma referência “masculina e feminina” na educação dos fi- lhos. “Estamos convencidos de que para a formação das crianças é importante a referência masculina e fe- minina e que isto deve ser atendido em tudo o que diz respeito à vida, à família e à geração”, referiu D. Manuel Clemente, à Agência Ecclesia, a propósito da aprovação, no Parlamento, da adoção de crianças por casais do mesmo sexo. Especial COMUNICAR A CADA UM O QUE O EVANGELHO DIZ O iVangelho renova-se, mas quer continuar a traduzir, para linguagem atual, o Evangelho de cada Domingo. pág.08 Entrevista SER ‘EQUIPAS DE CASAIS EM SAÍDA’ Nos 60 anos das Equipas de Nossa Senhora (ENS) em Portugal, o Casal Responsável Internacional das ENS, Maria Berta e José Moura Soares, destacam o desejo de ter equipas de casais que partam “ao encontro das famílias feridas”. pág.02 SOBRAL E ALDEIA GALEGA RECEBERAM A VISITA PASTORAL | pág.11

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Diretor: P. Nuno Rosário FernandesAno 83 • Edição nº 4190

Domingo, 29 de novembro de 2015Semanário • 0,40€

w w w . v o z d a v e r d a d e . o r g

Ordenações Diaconais neste Domingo, nos Jerónimos pág.05

Serviço da Juventude propõe ‘Felizes no serviço’ | pág.07

Região de Lisboa do CNE tem novos assistentes | pág.07

Na tua Palavrapág.16

Opiniãopág.05

Editorialpág.04

D. Nuno Brás

Direito e LeisA. Pereira Caldas

Terrorismo e bom sensoP. Nuno Rosário Fernandes

Rever o texto

A importância da referência“masculina e feminina”O Cardeal-Patriarca de Lisboa garantiu que a Igreja em Portugal vai manter a defesa das suas convicções sobre a vida e a família, sublinhando a importância de uma referência “masculina e feminina” na educação dos fi-lhos. “Estamos convencidos de que para a formação das crianças é importante a referência masculina e fe-minina e que isto deve ser atendido em tudo o que diz respeito à vida, à família e à geração”, referiu D. Manuel Clemente, à Agência Ecclesia, a propósito da aprovação, no Parlamento, da adoção de crianças por casais do mesmo sexo.

EspecialCOMUNICAR A CADA UMO QUE O EVANGELHO DIZO iVangelho renova-se, mas quer continuar a traduzir, para linguagem atual, o Evangelho de cada Domingo. pág.08

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staSER ‘EQUIPAS DE CASAIS EM SAÍDA’

Nos 60 anos das Equipas de Nossa Senhora (ENS) em Portugal, o Casal Responsável Internacional das ENS, Maria Berta e José Moura Soares, destacam o desejo de ter equipas de casais que partam “ao encontro das famílias feridas”. pág.02

SOBRAL E ALDEIA GALEGA RECEBERAM A VISITA PASTORAL | pág.11

o2/ Entrevista

60 anos das Equipas de Nossa Senhora em Portugal

“PARTIR COM ALEGRIA PARA AS PERIFERIASAO ENCONTRO DAS FAMÍLIAS FERIDAS”O Casal Responsável Internacional das Equipas de Nossa Senhora (ENS), Maria Berta e José Moura Soares, considera ser “absolutamente necessário” que o Movimento “se preocupe e incentive a formação dos seus casais”. Em entrevista ao Jornal VOZ DA VERDADE, por ocasião do encontro em Fátima que assinalou os 60 anos de presença das ENS em Portugal, este casal sublinha que “a melhor forma de mostrar o valor do Matrimónio aos jovens é pelo testemunho”.

entrevista e fotos por Diogo Paiva Brandão

Estão a meio do mandato de seis anos (2012-2018) como Casal Responsável Internacional do Movimento das Equi-pas de Nossa Senhora. Que missão é esta e o que tem sido possível realizar?As ENS são um Movimento Internacional com cerca de 12.300 equipas, constituídas por mais de 130.000 membros, espalhadas por mais de 80 países. Cabe à Equipa Res-ponsável Internacional assumir a respon-sabilidade geral do Movimento, de forma colegial, exercendo este serviço em união estreita com os casais responsáveis das Su-pra Regiões, tendo em consideração o ca-rácter de internacionalidade do Movimen-to, com uma grande diversidade de línguas e de culturas.Os objetivos para as ENS que nos merecem especial atenção, no período de 2012/18, são: aprofundar o sacramento do casamen-to e a espiritualidade conjugal em todas as suas dimensões; dar uma resposta às neces-sidades de formação cristã de muitos casais, com a criação de uma plataforma na inter-net de programas de formação a distância a colocar à disposição de toda a Igreja; prepa-rar os casais para a missão, respondendo ao apelo de uma ‘Igreja em saída’; melhorar a formação, a comunicação e a ligação dentro das ENS; e ir ao encontro das necessidades e das preocupações dos jovens casais.

Que propostas as ENS têm para incutir uma maior experiência de vida cristã nos casais?Em 1939, o padre Henri Caffarel, funda-dor das Equipas de Nossa Senhora, com quatro casais, teve a intuição de que muito havia a fazer para que a espiritualidade em casal fosse uma realidade, constituindo en-tão a primeira equipa de casais. Casais que necessitavam que a sua fé fosse alimenta-da permanentemente. Logo a seguir à II Guerra Mundial, em 1947, foi proclama-da a Carta das Equipas de Nossa Senho-ra (CARTA Fundadora), documento que, na altura, era profundamente renovador no

que dizia respeito ao sacramento do Matri-mónio, como um caminho em casal para a santidade.A pedagogia do Movimento assenta em três meios de aperfeiçoamento fundamen-tais: Pontos Concretos de Esforço (em que se destacam, pela sua especificidade, a ora-

ção conjugal, o diálogo conjugal e a regra de vida); orientações de vida; vida de equipa (5 a 7 casais e um padre conselheiro espiritual) assente também em três pilares: comunida-de reunida em nome de Cristo; entreajuda; testemunho. Todos estes meios de aperfei-çoamento contribuem muito para o cresci-

mento de fé no casal, com consequências evidentes para a vida em família.

Em setembro passado, em Roma, durante o Encontro Internacional de Regionais, Fátima foi eleita para acolher o Encontro Internacional das ENS em 2018. Será um

Casados há 53 anos, Maria Berta (conhecida nas ENS por Tó) e José Moura Soares são o Casal Responsável Internacional das Equipas de Nossa Senhora. Têm três filhas e três netos e moram em Carcavelos, onde prestaram, “há alguns anos atrás, muitos serviços” na paróquia, “principalmente na pastoral juvenil e fa-miliar”. “Conhecemos e entrámos para o Movimento das ENS em Moçambique, em 1966 – vamos fazer 50 anos no início do próxi-mo ano –, durante uma comissão de serviço do Zé, que é oficial do Exército. Num período muito conturbado e difícil da guerra do Ultramar, com constantes mudanças de domicílio, procurá-mos sempre, nos curtos períodos que passávamos em Portugal, integrarmo-nos nas ENS, porque sabíamos que nos dava estabi-lidade e força para prosseguir em casal no caminho do Senhor. Só em 1976, com o fim da guerra colonial, assentámos e fixámo-

TÓ E JOSÉ MOURA SOARES

-nos em Carcavelos, onde ajudámos a criar uma das três primei-ras equipas (Carcavelos 1) lançadas na linha de Cascais, por ini-ciativa do saudoso padre Aleixo Cordeiro, pároco de Carcavelos”, recordam ao Jornal VOZ DA VERDADE. “A partir daqui, dissemos sempre ‘Sim’ ao Senhor, quando fomos chamados ao serviço das ENS. Fomos casal piloto, casal responsável de Sector, de Região, da Supra Região de Portugal e, a partir de 2006, membro da Equipa Responsável Internacional e, após 2012, como seu Casal Responsável”, descrevem. Hoje, não têm dúvidas em afirmar que a entrada para as ENS, quando eram recém-casados, “foi determinante” na vida conjugal e familiar: “Ajudou-nos a crescer como pessoas e principalmente como casal, percebendo que as nossas diferenças eram um dom de Deus para nos tornar mais fortes, complementando-nos”.

Domingo, 29 de novembro de 2015

Entrevista /03

FAMÍLIA: “SUJEITO IMPRESCINDÍVEL PARA A EVANGELIZAÇÃO”

“Os esposos cristãos, casados no Senhor, fazem o que Jesus Cristo faz: amam, com o verdadeiro significado do amor, que é dar a vida, e tudo oferecem a Deus”, lembrou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, que na manhã do passado Domingo, 22 de novembro, Solenidade de Cristo Rei, presidiu à Eucaristia do 60º aniversário do Movimento das Equipas de Nossa Senhora em Portugal. Na Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima, D. Manuel Clemente convidou os muitos casais presentes a “descentrarem-se de si e a porem-se constantemente nas mãos de Deus”.O Encontro Nacional das Equipas de Nossa Senhora (www.ens.pt) decorreu no fim-de-semana de 21 e 22 de novembro, em Fátima, com o tema ‘ENS – Caminho de Vida e Missão: 60 anos em Portugal’, e teve a participação de cerca de 900 casais. Após a Eucaristia, no Centro Pastoral Paulo VI o Cardeal-Patriarca refletiu sobre a colaboração das ENS na vida da Igreja, focando três números (2, 11 e 89-90) do Relatório Final do Sínodo dos Bispos sobre a família, para destacar que “as famílias de hoje são enviadas como discípulos missionários”. Nesse senti-do, “é necessário que a família se redescubra como sujeito imprescindível para a evangelização”. D. Manuel Clemente desafiou ainda os casais a mostrarem que “é possível o projeto familiar cristão”, lembrou que “a família é uma escola da mais rica humanidade, que constitui o fundamento da sociedade”, e manifestou a im-portância de “a pastoral ser organizada em chave familiar”. “Toda a comunidade cristã é o lugar da família”, garantiu o Cardeal-Patriarca.

momento especial para o Movimento em Portugal, no ano seguinte ao centenário da Aparições…Sem dúvida que a escolha de Fátima, por larga maioria dos votos dos responsáveis das ENS, vai contribuir muito para o de-senvolvimento do Movimento em Por-tugal, que neste momento já é a terceira Supra Região em número de equipas, con-tando também para este número as equipas de África Lusófona, que são cerca de 350 e estão integradas na nossa Supra Região. O Encontro Internacional vai realizar-se no mês de julho de 2018, esperando-se uma participação de cerca de 10.000 pessoas, vindas de todo o mundo, o que vai obrigar os casais das ENS de Portugal a um gran-de esforço na preparação e execução de um Encontro desta natureza e dimensão. Mas com o esforço de todos e a ajuda do Espíri-to Santo, confiamos que o manto protetor de Nossa Senhora nos ajudará a ‘pôr de pé’ tão grande desafio.

Nesse encontro em Roma, tiveram a oportunidade de conversar e conviver com o Papa Francisco. O que mais guar-dam desse momento?Os Casais Responsáveis Regionais das ENS de todo o mundo, presentes no En-contro de Roma, tiveram a graça de serem recebidos pelo Santo Padre, que teve pa-lavras elogiosas para o nosso Movimento, frisando a sua importância pela missão que desempenhamos em relação aos casais e famílias. Exortou-nos a partir em missão, tornando-nos próximos das famílias feri-das, pedindo-nos que sejamos instrumen-tos da misericórdia de Cristo e da Igreja. Foi realmente um grande privilégio termos a possibilidade de conviver e conversar um pouco com o Papa Francisco, que demons-trou, mais uma vez, uma grande abertura e ao mesmo tempo preocupação face à situa-ção que se vive no mundo de hoje.

O recente Sínodo dos Bispos sobre a fa-mília reafirmou o sentido do valor inegá-vel do matrimónio indissolúvel. É cada vez mais um ir contra a corrente, algo que o Movimento também sente na sua mis-são na sociedade?Nós somos chamados pelo Senhor para amar mais, principalmente os irmãos mais necessitados e, como nos aconselha o Papa Francisco, devemos partir com alegria para as periferias, ao encontro das famílias feri-das, pois essa é a nossa vocação de casais cristãos. Os casais das ENS, pela sua vo-cação, devem estar preparados para ajudar casais em dificuldade, para o acompanha-mento de casais em segunda união, etc.

No movimento das ENS, de que forma é

mostrado o valor do Matrimónio aos jo-vens?A melhor forma de mostrar o valor do Ma-trimónio aos jovens é pelo testemunho, pois eles, mais do que ninguém, são muito mais sensíveis ao testemunho e às ações do que às palavras. O Movimento tem feito um esforço muito grande em chegar aos jovens,

incentivando muitos dos seus casais a tra-balharem na pastoral juvenil, nos CPM’s, etc. Por outro lado, tem-se procurado que os jovens casais entrem cedo para o Mo-vimento para poderem ser acompanhados logo no início da sua vida de casados. Para isso, têm sido tomadas em conta as suas ne-cessidades e dificuldades quotidianas, sem

se perder o espírito das ENS. A utilização das tecnologias e métodos modernos de difusão e de comunicação têm sido esco-lhidos e adaptados em função de cada caso específico. É ir um pouco contra a corrente, mas em alguns países os resultados são en-corajadores.

Na celebração dos 60 anos de presença em Portugal das ENS estiveram presen-tes em Fátima cerca de 900 casais de todo o país. Que principais desafios se colo-cam, hoje, a este Movimento de espiri-tualidade conjugal?É absolutamente necessário que o Movi-mento se preocupe e incentive a formação dos seus casais, pilar onde assenta a ponte que temos que atravessar e que nos impõe cada vez mais um compromisso assente na estabilidade do amor. Usar a força do testemunho com a criatividade que o Es-pírito nos concede – não esquecendo que testemunhar é um dom de Deus –, recriar e adaptar os meios de formação, garantin-do a fidelidade ao nosso carisma, para dar resposta aos desafios concretos dos dias de hoje, é o primeiro passo a dar. A espiritua-lidade conjugal dá-nos a força de sermos casais discípulos missionários: discípulos porque nos sentimos dispostos a enfrentar com ousadia esta aventura, compreenden-do a missão como uma vocação; missioná-rios porque devemos partir sem medo para o mundo que nos espera.As ENS devem caminhar para ser um Movimento de ‘equipas de casais em saí-da’, acompanhando o itinerário da Igreja. “O sonho missionário de chegar a todos”, como afirma o Papa Francisco na Exorta-ção Apostólica ‘Alegria do Evangelho’ – é este o lema que as Equipas de Nossa Se-nhora querem viver nos dias de hoje.

www.vozdaverdade.org

Com o início deste novo ano pastoral assumi o desafio de uma presença re-gular neste jornal, procurando olhar para a vida no dia-a-dia, a atuali-dade, os acontecimentos, a Igreja, o mundo que nos rodeia. Tem sido um desafio, embora ainda com pouco tempo, o de encontrar em cada se-mana a chave para a reflexão. O mais difícil é encontrar o mote de partida, aquele que, uma vez encontrado per-mite ‘correr a pena’ no teclado e aqui deixar algumas notas com maior ou menor descrição. Num texto, que se constrói como a vida, procuramos preencher as linhas vazias com as palavras certas, as vír-gulas no lugar, a concordância exata, o sentido mais poético ou narrati-vo, descritivo ou reflexivo, filosófico ou testemunhal. Num texto, que se constrói como a vida, precisamos de encontrar o verbo que orienta, diri-ge e nos leva para a ação ou para a contemplação no encontro com toda a gramática divina. O verbo precisa de encontrar o lugar certo no meio do texto, entre adjetivos que podem

qualificar um estilo, ou sujeitos que se deixem tocar, transformar pela ação do verbo. O verbo precisa de encontrar o lugar disponível para intervir nesse texto que sem verbo se torna monótono, sem sentido. O verbo sozinho ma-nifesta a sua intenção mas junto do sujeito, conjugado sem condições, no bom uso da liberdade que permite ao texto, mostra a dinâmica de uma re-lação com a palavra. O verbo ganha uma vida própria capaz de envolver todos aqueles que com ele se con-frontam. O verbo dá vida ao texto, mobiliza o

REVER O TEXTO

“Na nossa vida, neste texto que somos, precisamos de encontrar espaço para acolher o Verbo que é Jesus Cristo.”

texto, renova o texto. O verbo ganha uma forma própria, faz-se carne. Neste Domingo, entramos num novo tempo que é de expectativa do Verbo que há-de vir, de espera, de preparação para que o Verbo entre nesse texto que é a vida de cada um de nós. Cada período, parágrafo ou simples frase precisa da presença do Verbo. Na nossa vida, neste texto que somos, precisamos de encontrar es-paço para acolher o Verbo que é Je-sus Cristo. Façamos a revisão do tex-to e vejamos o que é preciso corrigir ou mudar para que o Verbo de Deus encontre o seu lugar em nós.

P. Nuno Rosário Fernandes,diretor

FRASES QUE MARCAM

‘Espiritualidade mariana do presbítero: experiências de vida e propostas’ foi o tema da intervenção do Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, no Congresso da Congregação para o Clero, em Roma, no passado dia 19 de novembro, que pode ser lida na íntegra no site do Patriarcado de Lisboa (www.patriarcado-lisboa.pt), na seção Documentos e depois Conferências.

EM FOCO

“Quando adoramos o Senhor Nosso Deus, temos de respeitar e adorar o Deus das pessoas, dos nossos irmãos, independentemente da sua origem, cultura, credo ou ideologia.”

D. António Francisco dos Santos, Bispo do Porto

“Todas as pessoas – verdadeiramente todas – são importantes aos olhos de Deus.”

Papa Francisco, @Pontifex_pt

“Não podemos ser indiferentes. Não podemos deixar de rezar e manifestar generosamente o nosso apoio por quem vive em situações injustas como se não tivessem direito a viver dignamente. Que todas as instituições católicas de apoio social desenvolvam e promovam asolidariedade e o bem comum.”

D. José Traquina, Bispo Auxiliar de Lisboa e membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, na Eucaristia do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa

[email protected]

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o4/ Editorial

Domingo, 29 de novembro de 2015

Leia todos os artigos de opinião em www.vozdaverdade.org Opinião /05

por A. Pereira Caldas

Terrorismo e bom senso

“Estrada da violência e do ódio não re-solve os problemas da humanidade”.Estas são palavras do Papa, proferidas poucas horas depois dos trágicos ata-ques terroristas, em Paris, que deixaram um rasto de dor e de incredibilidade no mundo. E foram as palavras certas. Francisco disse aquilo que tem de ser dito nestes momentos em que homens, levados por razões que nenhuma razão saída da consciência humana pode jus-tificar, se transformam em mensageiros da morte indiscriminada de inocen-tes. E a quente, perante a tragédia nua e crua, instala-se um perigoso espírito, ou até desejo, de vingança, que tolda o sentido da realidade, manipula a vonta-de e destrói valores e direitos – abrindo essa “estrada da violência e do ódio” de que fala o Papa, sem olhar a limites nem consequências. E não é de vingança em vingança ou fazendo da pena de Talião a justiça, que se resolvem os problemas da humanidade, como está também subja-cente às palavras de Francisco.A verdade é que, sendo o terrorismo uma espécie de guerra, não é pela guerra que deve ser combatido sob pena de se correr o risco de criar uma talvez incon-

trolável espiral de violência de resulta-dos imprevisíveis. E tudo se torna ainda mais complexo e difícil quando o fana-tismo religioso constitui o suporte ideo-lógico fundamental da cultura de morte que envolve a actividade operacional dos “jihadistas”. A crença profunda que lhes é inoculada de que a sua luta é uma guerra santa pelo seu Deus e em nome do seu Deus dá-lhes uma enorme força interior que os leva ao sacrifício da pró-pria vida, se a sua missão o exigir.Quer dizer que para combater o terro-rismo é imprescindível, mais do que a luta armada, encontrar os meios de fi-nanciamento que o alimentam, o negó-cio de armas que o sustenta, os países que, encapotadamente, o escondem e lhe dão guarida. É extremamente difícil, porque são muitos e poderosos os inte-resses económicos e políticos em jogo – e só uma forte conjugação de esforços e de vontades, a nível global, poderá ter algum êxito.Nada disto é novidade, mas o problema, o maior obstáculo, é passar das palavras aos actos. E para o conseguir, é impor-tante que palavras como as do Papa não se percam pelo caminho.

www.vozdaverdade.org

Jornada Coral de Música Sacra‘A disciplina de EMRC: desafio dos novos manuais’

No passado dia 31 de outubro, na paróquia de Linda-a-Velha, decorreu a I Jornada de Música Sacra, organizada pela Escola Diocesana de Música Sacra e pela Escola de Música de Nossa Senhora do Cabo.

O Bispo Auxiliar de Lisboa D. José Traquina sublinhou que o professor de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) é um educador cristão de cujo testemunho a sociedade carece.

Uma experiência única ao redor do canto coralO apelo ao testemunho cristão na sociedade

o6/ LisboaConcerto de Natal

Na comemoração do centenário da Associação dos Médicos Católicos Portugueses, o Concerto de Natal decorre dia 11 de dezembro, sexta-feira, às

21h30, na igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa, com entrada livre

‘Vox Laci’Boa Nova recebe cincoeventos de Natal num diaO coro ‘Vox Laci’ promove, no próximo dia 5 de dezembro, sábado, cinco eventos no Auditório da Boa Nova, na Galiza, Estoril: às 10h00, ‘Babyconcerts Natal’; às 12h00, o Workshop ‘Gospel&Natal’; às 15h00, ‘Belém’ (Musical de Natal); às 18h00, ‘Messiah para Crianças’; e final-mente às 21h00, ‘Messiah’ (integral).Criado em 1995 e tendo como maes-tro Myguel Santos e Castro, o coro ‘Vox Laci’ é “um coro amador, mas no verda-deiro sentido da palavra, ou seja, ‘aquele que ama’”, refere o site do projeto.Informações e bilhetes: www.voxlaci.com

Paróquia de Ribamar ‘Concerto para Maria’ajuda Monjas de BelémO II Concerto para Maria, que vai ter lu-gar no dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, às 15h00, com Rão Kyao, entre outros, no salão paroquial de Ribamar, Lourinhã, tem como finalidade angariar fundos para ajudar as Monjas de Belém a reerguer o seu Mosteiro no Couço (Alentejo). Esta iniciativa de beneficência tem um custo de 5 euros. “As monjas, como são de clausura, não saem. Elas rezam, mas também têm atividade laboral. Entre ou-tras, uma atividade é o artesanato. Por isso, vamos ter o espaço ‘Artesanato das Monjas de Belém’”, refere uma nota.

Comissão Nacional Justiça e PazO convite a ‘responderao mal com o bem’Perante os ataques terroristas em Paris, a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) exprimiu “a sua solidariedade para com as vítimas e seus familiares, assim como com o povo francês em geral”, salienta o comunicado ‘Responder ao mal com o bem’, apelando: “Como reposta a estes atentados e o que eles representam, para além de medidas militares e de segurança que sejam necessárias para evitar a sua repetição, importa acentuar que a resposta mais forte e duradoura é sempre a que opõe o bem ao mal e o amor ao ódio”.

Aos 53 anosD. Nuno Almeida novo Bispo Auxiliar de BragaO Papa Francisco nomeou D. Nuno Almei-da como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Braga. A ordenação episcopal será no dia 31 de janeiro, pelas 16h00, na Sé de Viseu, de onde o novo Bispo é natural. D. Nuno Manuel dos Santos Almeida mostrou--se feliz pela nomeação e prometeu o seu “contributo humilde e decidido para que se realize um dos seus votos neste Ano San-to: que cada comunidade cristã seja «oásis de Misericórdia»”. O Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, salientou que a ju-ventude do novo Bispo vai rejuvenescer o entusiasmo da arquidiocese.

‘O que move os cristãos católicos?’Esta pergunta é o título de um dos mó-dulos formativos que a Escola de Leigos do IDFC – Instituto Diocesano da Forma-ção Cristã tem ao dispor de vigararias, pa-róquias e movimentos que pretendam ter formação de curta duração a qualquer momento. São várias as perguntas que es-truturam o módulo: ‘Porque procuramos um sentido?’; ‘Jesus Cristo, quem és Tu?’; ‘O que é a fé?’; ‘O que é a Igreja?’; ‘Os Dez Mandamentos estarão ultrapassados?’. O módulo é dinamizado pelo padre Nuno Tavares, secretário do IDFC. Para mais in-formações e conhecer outros módulos for-mativos, visite o site do IDFC: http://idfc.patriarcado-lisboa.pt.texto por Sérgio Franclim

A jornada ofereceu aos participantes ati-vidade de formação vocal, litúrgica e de canto coral, centrada no tema ‘Vésperas cantadas: o canto coral nos salmos e hinos, em monodia e polifonia’. O grande objeti-vo era proporcionar aos participantes uma experiência única ao redor do canto coral. A formação vocal e a celebração litúrgica uniram-se numa experiência forte e cheia de entusiasmo espiritual.Saliente-se a excelente relação que foi estabelecida entre os participantes e os professores das escolas: Vianney Cruz e Joana Levy, na formação vocal; padre Teodoro, na área da liturgia; e padre Dia-mantino na área musical.

Numa formação para cerca de duas cen-tenas de docentes desta disciplina na Diocese de Lisboa, que decorreu no dia 14 de novembro, no Centro Pas-toral de Torres Vedras, com o tema ‘A disciplina de EMRC: desafio dos no-vos manuais’, D. José Traquina começou por agradecer o trabalho que os profes-sores de EMRC promovem em prol da educação. “Na sua acolhedora mensa-

Os quase setenta participantes fizeram uma avaliação muito positiva. A alegria no final da Jornada teve o seu momen-to alto com a oração de Vésperas I de Todos os Santos, solenemente cantada por todos.texto por padre Diamantino Faustino

gem, valorizou a missão confiada a cada docente, porque mais do que professor que transmite conhecimentos, o profes-sor de EMRC é um educador cristão de cujo testemunho a sociedade carece, pois não existe desenvolvimento huma-no sem transmissão de valores”, frisa um comunicado do Secretariado Diocesano do Ensino Religioso (SDER) de Lisboa.Relativamente aos manuais que estão a ser implementados, do 1º ao 12º ano, considerou-os “um contributo mui-to importante para aquilo que se pede aos docentes de EMRC: a “Excelência” – que se observa no trato com os alu-nos em particular e com a comunidade em geral, na atenção personalizada e no apoio mútuo”, observa a nota. Também o diretor do SDER de Lisboa, padre Pau-lo Malícia, considerou os manuais “um instrumento de trabalho facilitador do desenvolvimento da própria disciplina”.

Domingo, 29 de novembro de 2015

Jornada Coral de Música SacraEncontro de São Martinho da paróquia de Oeiras

Assim que chegou ao ponto de encontro, o Duarte arregalou os olhos e abriu os braços para os fechar à volta da cintura da Paula, a educadora da sua

antiga escola! “Também estás aqui?!” Também o João e o Bernardo ficaram admirados ao encontrar no piquenique da paróquia alguns dos companheiros

de brincadeira do pátio da escola. “Tu também és desta paróquia?”

‘O sonho missionário de chegar a todos’

A 1 de dezembroCelebrar a memória da Beata Maria ClaraA Congregação do Culto Divino, da Santa Sé, concedeu que no Patriarcado de Lisboa se celebrasse, a 1 de dezem-bro, a memória da Beata Maria Clara do Menino Jesus, nascida e batizada na diocese e fundadora da Congregação das Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC). A informação foi revelada pela Vigararia Geral do Pa-triarcado, em carta enviada aos sacerdotes, onde é referido que esta autorização surge na sequência do pedido do Cardeal--Patriarca, D. Manuel Clemente.A Beata Maria Clara do Menino Jesus foi beatificada em Lisboa, no Estádio do Restelo, no dia 21 de maio de 2011.

Juventude‘Felizes no serviço’para o AdventoO Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa propõe aos jovens da diocese a atividade ‘Felizes no serviço’. “É a nossa proposta para, neste Advento, dedicares um pouco do teu tempo a servir os que mais precisam, e a seres para todos um sinal vivo do amor de Deus! Entre os dias 11 e 13 de Dezembro, poderás optar por um ou vários tempos de serviço, conforme a tua disponi-bilidade”, refere a newsletter desta pastoral. As missões propostas passam por realizar uma volta da Comunidade Vida e Paz jun-to dos sem-abrigo, o trabalho com crianças e o trabalho com idosos.Informações: http://juventude.patriarcado-lisboa.pt

EscuteirosCNE de Lisboa comnovos assistentesO Cardeal-Patriarca de Lisboa nomeou, em decreto com data de 16 de novembro, o padre Jorge Miguel Abreu Sobreiro, de 36 anos, Assistente Regional de Lisboa do Corpo Nacional de Escutas (CNE), Escutismo Católico Português. Este sacerdote, que é pároco da Ramada, subs-titui no cargo o padre Ricardo Ferreira, pároco de Famões.Neste mesmo dia, D. Manuel Clemente nomeou também um Assistente Regio-nal Adjunto de Lisboa do CNE, tendo a escolha recaído no padre Marcos Daniel Ramos e Castro, de 30 anos, atualmente pároco da Bobadela.Informações: www.cnelisboa.org

Paróquia de CarnaxideSemana Missionária com o Cardeal-Patriarca‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ é o tema da Semana Missionária que a paróquia de São Romão de Carnaxide está a pro-mover, com a colaboração dos ANIMAG – Animadores Missionários Ad Gentes, que decorre deste sábado, 28 de novem-bro, até dia 6 de dezembro. Do programa (acessível em: https://goo.gl/3GBYfZ), destaque para a presença do Cardeal-Pa-triarca, D. Manuel Clemente, no dia 3, com Missa às 19h00, na Escola Camilo Castelo Branco, seguido de jantar. Na vés-pera, dia 2, às 21h15, no salão paroquial, o selecionador de Portugal, Fernando San-tos, fala sobre ‘A fé marca golos!’.Informações: 214246110

Campanha de Natal desafia à prática da misericórdiaO Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), em parceria com a Associação Portuguesa das Escolas Católicas (APEC), lançou a Campanha de Natal 2015, com o tema ‘Vai e faz o Bem’ (informações: http://goo.gl/PQxcei)

Lisboa /07

Imaculada ConceiçãoPatriarcado convida à bênção das grávidasO Sector da Pastoral Familiar do Patriar-cado de Lisboa propôs a toda a diocese a celebração da bênção das grávidas, suge-rindo o dia da Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, que a Igreja celebra a 8 de dezembro. No site deste departa-mento da Cúria Diocesana (http://familia.patriarcado-lisboa.pt), é possível encontrar a oração que todas as famílias são convida-das a rezar, bem como a proposta de rito de bênção das grávidas para as celebrações comunitárias.Rito de bênção das grávidas: http://goo.gl/vFeUaT (link direto)

Foi assim o encontro de São Martinho pro-movido pela paróquia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras para o qual fo-ram convidados todos os que no dia-a-dia se encontram quer seja na catequese, nos es-cuteiros, nos infantários e centro de tempos livres. O convite foi lançado a toda a família, pais, mães, tios e avós. Aqui ninguém ficou à porta e todos saltaram à corda. Mesmo as avós, que não perderam a oportunidade de dar uma lição de vida aos netos! O Encontro de Famílias foi uma ini-ciativa pensada no âmbito do Sínodo Diocesano. Por detrás tem o desejo de deixar nesta comunidade paroquial uma semente cujo fruto só poderá ser colhi-do por todos, quando todos se sentirem parte de uma ‘caminhada’ que não quer deixar ninguém de lado. Foi uma festa de família feita por muitas famílias vindas de vários ramos de uma mesma comu-nidade. Esta será, porventura, a primeira

conquista deste encontro. Que todos per-cebam que fazemos parte da mesma comunidade e que qualquer que seja o nosso papel nesta comunidade, pais, edu-cadores, catequistas, somos os primeiros a dar o exemplo aos nossos filhos de que esta é a nossa grande família e que, por isso, ela também precisa da nossa aten-ção, do nosso tempo, do nosso empenho.Um jogo de pistas entre equipas de famí-lias e um grande almoço partilhado por todos. Uma receita simples para uma ma-

nhã feita de encontros e gargalhadas, mas também com lugar para rezar e dar Gra-ças a Deus pela comunidade que somos. Deram-se nomes a algumas das caras que se cruzavam à porta do infantário. Houve partilha de experiências porque afinal nin-guém faz uma fogueira como os chefes da alcateia e que boas que estavam as casta-nhas assadas nas latas!

texto por Márcia Carvalho, paróquia de Oeiras;

fotos por Joaquim Pedro

o8/ Especial

iVangelho apresenta novidades

INTERPRETAR E DESMISTIFICARO EVANGELHO PELA INTERNETEste Domingo I do Advento marca o relançamento do iVangelho, um ‘projeto digital de evangelização’ que nasceu na paróquia de Monte Abraão. As novidades passam pelo redesign do logótipo, as reflexões feitas por leigos e pela versão multi-idioma. Ao Jornal VOZ DA VERDADE, a equipa recorda como tudo começou e aponta os novos desafios que, potenciados pela internet, passaram a ser de âmbito mundial.

texto por Filipe Teixeira, fotos por Filipe Teixeira e iVangelho

Nasceu numa paróquia, na Diocese de Lis-boa, e hoje é visto em ‘quase’ todo o mun-do. Assim se pode sintetizar os cerca de dois anos do projeto iVangelho. Começou na ‘sala polivalente’ da paróquia de Monte Abraão, “com um lençol branco no fundo, e com as limitações próprias de falta de luz, contraste e falta de espaço”, como lembra ao Jornal VOZ DA VERDADE Pedro Jesus, coordenador do projeto. A internet aumentou-lhes a velocidade de propaga-ção da mensagem e, hoje, nem conseguem saber com exatidão a quantas pessoas che-gam os vídeos das dezenas de padres que, semanalmente, “interpretam e desmisti-ficam” o Evangelho e lançam um desafio. “A ideia que está presente desde o início é de traduzir, para linguagem atual, o Evan-gelho de cada Domingo. Começámos por tentar resolver uma dificuldade que sentia no meu grupo de catequese: fazer passar para os adolescentes, que se preparavam para o Crisma, uma interpretação semanal do Evangelho”, conta Pedro Jesus.

Novos desafiosO Domingo I do Advento marca o iní-cio de um novo ano litúrgico e, com ele, o projeto da paróquia do Monte Abraão, na Vigararia da Amadora, renova-se e preten-de responder a outros problemas e desafios que são agora mais abrangentes. “Passámos do âmbito paroquial para o ‘quase’ mundial. O público agora é um pouco diferente e

pretendemos dar uma imagem um pouco mais profissional. Não de algo ‘caseiro’, mas olhar para o que se faz lá fora e ver como podemos fazer semelhante”, aponta Pedro Jesus.Das novidades que são apresentadas, des-tacam-se a introdução de diálogos nos ví-deos, a versão multi-idioma (que chegará na Quaresma e que vai permitir chegar a novos públicos) e as reflexões apresenta-das por leigos. Segundo explica ao Jornal VOZ DA VERDADE o padre Abel Fer-reira, pároco de Monte Abraão, esta última novidade vem acentuar mais o desafio pro-posto: “Na introdução dos leigos na refle-xão, procuramos que exista alguma ligação concreta ao modo de vida de cada um, de forma a enriquecer a experiência. Esse é o

grande desafio: mostrar o que o Evangelho diz a cada um, através da sua concretização prática”. SurpresasOs resultados das métricas disponibiliza-das pelas plataformas onde estão alojados os vídeos e o site são “muito animadoras”, segundo os responsáveis pelo projeto, mas o resultado real vai ficando demonstrado em algumas surpresas que apontam para um extrapolar dos resultados. “Temos um uni-verso de pessoas a quem não sabemos que chegamos. Sabemos que existem, pelo me-nos, dois colégios em Lisboa que passam os nossos vídeos todas as semanas. Um deles, sempre que nos atrasamos na divulgação, que é feita habitualmente à quinta-feira,

avisa-nos, porque o vídeo serve de oração da manhã do dia seguinte. Mais recente-mente, soubemos até que existe uma Missa com crianças da catequese, nos Açores, que é animada com o vídeo do iVangelho. As surpresas são todos os dias!”, refere, satis-feito, Pedro Jesus, que também apresentou alguns números (ver rodapé) deste ‘projeto digital de evangelização’. “Percebemos que não é um trabalho para nós, é um trabalho para os outros. E por isso, quanto mais lon-ge pudermos chegar, melhor”, aponta.

Em equipaDesde janeiro de 2013 que este projeto se encontra a ser desenvolvido na paróquia de Monte Abraão, mas foi na Páscoa de 2014 que tomou uma dimensão extra paroquial. No primeiro episódio, no Domingo de Páscoa desse ano, o convite para a reflexão foi feito ao Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. “O nosso Patriarca é um ho-mem cheio de coragem e aceitou fazer o

ALCANCE | Os vídeos disponibilizados onli-ne (www.ivangelho.com) contam com cerca de 80.000 visualizações, somando quase 200.000 minutos. Cada vídeo tem, em média, 600 a 800 vi-sualizações, sendo que 80% dessas visualizações provém de Portugal, 10% do Brasil e a restante percentagem é dividida por mais de 20 países.

APP Missas em Lisboa com vídeos do iVangelhoNo início do próximo mês de dezem-bro, a atualização da APP ‘Missas em Lisboa’, disponível para smartpho-nes iOS e Android, terá disponível a funcionalidade de visualização dos vídeos semanais do iVangelho.

Domingo, 29 de novembro de 2015

primeiro episódio!”, lembra, sorridente, o padre Abel, que é também o responsável por formalizar o convite aos sacerdotes que fazem a reflexão semanal. “No início convi-dámos padres de Lisboa, não só diocesanos mas também religiosos, que conhecia pes-soalmente. Depois fomos convidando pa-dres de fora da diocese”, refere o sacerdote.Da equipa fazem parte, para já, sete ele-mentos (ver foto) que trabalham desde a coordenação até à montagem do estúdio e transcrição dos textos. Além do padre Abel Ferreira e de Pedro Jesus, que faz a gravação e edição dos vídeos, Tiago Ro-drigues e Ricardo Barata, na função de assistentes de produção, garantem que a sala da paróquia esteja preparada para a gravação. Pedro Cachaldora foi o res-ponsável pela construção do site (www.ivangelho.com) e gere atualmente a atua-lização dos vídeos do iVangelho na inter-net. A sua namorada, Catarina Marques, é quem faz a legendagem dos vídeos. A transcrição dos desafios e dos comentá-rios dos sacerdotes é feita pela Elisabete Figueiredo.Em equipa, no início de cada ano litúrgico, planeiam-se os cerca de 60 episódios que serão necessários gravar. Neste número, es-tão incluídos todos os Domingos, Soleni-dades, Quarta-feira de Cinzas e Quinta e Sexta-feira Santa. “Depois de tudo listado e identificadas as leituras, são listados os padres. Sempre que possível, são atribuídos quatro Evangelhos a cada sacerdote, que serão depois publicados espaçados entre eles”, explica Pedro Jesus.

Transpor o Evangelho para a vidaPouco tempo após a chegada à paróquia de Monte Abraão, em 2012, o padre Abel de-parou-se com a dificuldade que acabou por ter resposta no iVangelho. “Na cateque-se paroquial tínhamos de desmistificar, ou traduzir por linguagem atual, o Evangelho de cada Domingo. Começámos com uma gravação simples e caseira”, com a reflexão a ser feita pelo pároco, e só uns tempos mais tarde foi alargado o convite a outros padres. “Só uma pessoa a fazer isto ficava uma coi-sa muito caseira e até com pouco interesse”,

Especial/09

justifica o padre Abel, lembrando-se, com alegria, da sua “inexperiência inicial” que o levou a ter que gravar 13 vezes o primeiro vídeo de apresentação do projeto.Como catequista, Pedro Jesus sentia que os jovens que se preparavam para receber o sa-cramento da Confirmação tinham “pouco hábito de oração”. “A melhor forma de aju-dar a ultrapassar isso era começar as sessões de catequese com uma oração, que era o Evangelho desse Domingo... mas explicar o Evangelho a jovens entre os 12 e 16 anos nem sempre é fácil e há alguns Evangelhos que são mesmo difíceis de transpor para as suas vidas. É complicado explicar-lhes como é que no dia-a-dia aquele Evangelho se aplica nas suas vidas e qual a resposta de Jesus aos seus problemas”, lembra o coor-denador do iVangelho.O projeto nasceu e “foi-se espalhando por outros grupos da paróquia”, num ambien-te e estilo “muito paroquial”, categoriza Pedro Jesus. Depois surgiu a ideia de pu-blicar os vídeos no YouTube (www.youtu-

be.com/iVangelho) e o projeto “foi come-çando a desenvolver-se por aí”, recorda.

Estar onde estão as pessoas Numa recente apresentação do projeto iVangelho ao clero da Diocese de Lisboa, que esteve reunido em Jornada Sinodal, o padre Abel apresentou este projeto como “uma ferramenta que temos disponível e ao serviço da catequese e dos grupos de jovens, que utiliza uma linguagem sim-plificada, com desafios que sejam concre-tos e que possam ser executados, fazendo sentido na vida dos mais novos”, descreve, justificando que “não se trata de uma aula de teologia”.Dos seus colegas sacerdotes e de religio-sas chegam “ecos muito positivos” e que mostram que o problema que deu origem ao iVangelho é também o problema sen-tido por muitos no seu apostolado. “Há uns dias encontrei uma religiosa, ligada ao ensino, que me veio dar os parabéns. Ela contou-me que tinha um problema que

era tentar, no seu colégio, uma solução efi-caz para que os diretores de turma expli-cassem o Evangelho às crianças. Segundo a religiosa, a partir do momento em que apareceu o iVangelho, isso ficou resolvi-do”, relata o padre Abel.Para o futuro, o padre Abel Ferreira está convencido de que a “falta de recursos fi-nanceiros” será um desafio para o proje-to que “tem sido feito com a generosida-de das pessoas envolvidas”. No entanto, está seguro de que este projeto responde aos desafios do Papa Francisco para toda a Igreja. “Estar onde estão as pessoas. É uma Igreja de portas abertas. Para os ado-lescentes e jovens, pode funcionar como um chamariz porque andam à procura de qualquer coisa... e encontram... encontram algo cujo produto final até tem bom aspe-to, tem conteúdo e pode chegar a quem está mais longe, na internet, onde toda a gente pode consultar, desfrutar e ser toca-da no coração, de forma a provocar a con-versão”, deseja o sacerdote.

O IVANGELHO COM LEIGOSA partir deste Domingo I do Advento (29 de novembro), e ao longo do ano litúrgico, o iVangelho irá apresentar um redesign do logótipo, um novo site, a introdução de diálogos nos vídeos e também as reflexões apresentadas por leigos. Na Quaresma está prevista a versão multi-idioma.

A equipa que produz o iVangelhoDa esquerda para a direita: Tiago Rodrigues, padre Abel Ferreira, Ricardo Barata, Pedro Jesus, Pedro Cachaldora, Catarina Marques e Elisabete Figueiredo.

www.vozdaverdade.org

10/ Vida Consagrada www.paulus.pt

O Ano da Vida Consagrada visa sensibi-lizar a Igreja para a realidade da vocação consagrada como carisma e dom de Deus. A vida consagrada não é um fenómeno marginal à Igreja mas está no seu cora-ção. «Trata-se de deixar tudo para seguir o Senhor. Não, não quero dizer radical. A radicalidade evangélica não é só para os religiosos: a todos se exige. Mas os religio-sos seguem o Senhor de modo especial, de modo profético. Espero de vós esse teste-munho. Os religiosos devem ser homens e mulheres capazes de despertar o mundo», como afirmou o Papa Francisco.O atual Código de Direito Canónico é bastante inovador acerca das normas so-bre a vida religiosa, comparando com o CIC 1917. A Parte III do Livro II tem por título: «Dos Institutos de Vida Con-sagrada e das Sociedades de Vida Apostó-lica» (cânones 573-746). A influência dos documentos conciliares e pós-conciliares é notória, com a sua teologia de santidade e uma eclesiologia de comunhão.O cân. 573 oferece-nos uma boa síntese da vida consagrada. Como elementos teo-lógicos, encontramos: a consagração; se-guir Jesus Cristo, sob a ação do Espírito Santo; a profissão dos conselhos; a união com a Igreja pela profissão da caridade; o significado escatológico. Como elementos jurídicos: a estabilidade da forma de vida; a ereção canónica das distintas formas; a opção livre e vocacional; os votos ou ou-tros vínculos, com os quais se vive os con-selhos evangélicos; a observância das leis

próprias de cada IVC.O termo «Instituto» dá-nos a ideia de estabilidade, de consistência. No Código significa toda a corporação, comunida-de ou sociedade de vida consagrada pela profissão dos conselhos evangélicos, seja de tipo religioso ou secular. Os primeiros estão definidos no cân. 607§§2-3; os se-gundos no cân. 710.A profissão pelos votos públicos é funda-mental e constituinte na vida de um reli-gioso. O carácter de publicidade tem a ver com o facto de serem emitidos diante de um superior eclesiástico legítimo, que os aceita em nome da Igreja. O ato da profis-são religiosa tem uma característica pes-soal, não se prometem coisas mas sim a própria pessoa, que se entrega na totalida-de a Deus e à Igreja.

O Cân 586, sobre a autonomia dos Ins-titutos, é uma norma nova, que vai além do Código de 1917, baseada na eclesiolo-gia do Concílio Vaticano II. Para melhor conservar a sua vocação e a identidade, a Igreja faculta que cada Instituto tenha as suas normas próprias. Estas devem estar contidas nas Constituições ou Estatutos. As Constituições devem incluir a referên-cia ao carisma e espiritualidade (patrimó-nio), as normas sobre o governo e a disci-plina dos membros, a sua incorporação e formação, bem como o objeto próprio dos vínculos sagrados.As Constituições são aprovadas pela San-ta Sé, se o Instituto for de direito pontifí-cio; ou pelo bispo da Diocese, quando é de direito diocesano. As outras normas serão recolhidas em diretórios, estatutos, regu-

lamentos e podem ser aprovadas ou mo-dificadas pela competente autoridade do Instituto: capítulos, superiores.O Código recomenda que nas Consti-tuições haja um equilíbrio entre a parte espiritual e a parte jurídica, e que não se multipliquem as normas sem necessidade. Esta não multiplicação é uma norma sá-bia, mas ao mesmo tempo devem abundar as normas necessárias para defender a li-berdade, a justiça e a autonomia.Novas formas e expressões de vida con-sagrada têm nestes últimos anos surgido na Igreja, suscitando reflexões ao nível do discernimento. A Santa Sé tem esta-do atenta a este fenómeno, evitando con-fusões fundamentais a fim de não causar perturbação nos Institutos e nos fiéis.A vida consagrada é um dom para a Igreja de todos os tempos. Ela só terá sentido se estiver ancorada em Jesus Cristo e por Ele se deixar revisitar. Par-tir de Cristo será sempre nos consagra-dos uma realidade fundamental da sua consagração, a referência absoluta para uma vida de testemunho e de apostola-do, centrada na vivência dos conselhos evangélicos. Que o Ano da Vida Con-sagrada seja um tempo de conversão, de testemunho e de evangelização face à vivência desta vocação na Igreja.

texto pelo Pe. Manuel Saturino da Costa Gomes, religioso dehoniano e prelado Auditor do Tribunal da Rota Romana

A Vida Consagrada e o Direito CanónicoA teologia da vida consagrada é apoiada na sua vivência pelo direito canónico a nível universal e pelo direito próprio de cada instituto de vida consagrada. Assim, ela não se apresenta de forma instável, guiada por extremos de democraticismo ou de autoritarismo.

Domingo, 29 de novembro de 2015

Visita Pastoral /11D. Nuno Brás visita Santa Casa da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana

Visita Pastoral à paróquia de Sobral de Monte Agraço

Por ocasião da Visita Pastoral à Vigararia de Alenquer, D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa, visitou a Santa Casa da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana (SCMAGM), onde celebrou Missa com o

sacramento da Unção dos Doentes.

A celebração do 35º aniversário do Agrupamento de Escuteiros 272 de Sobral de Monte Agraço foi um dos pontos altos da Visita Pastoral de D. José Traquina, Bispo Auxiliar de Lisboa, que decorreu de 17 a 22 de novembro.

O alerta para a necessidade de cuidar dos doentes

Um momento de encontro para todos

Recebido por utentes e colaboradores da instituição social, no passado dia 15 de novembro, D. Nuno Brás passou a tarde em visita às instalações desta Mi-sericórdia, onde confortou os doentes. Na visita guiada pelas diferentes valên-cias da SCMAGM, o Bispo Auxiliar do Patriarcado, acompanhado pelo pároco, presidente da Mesa da Assembleia da SCMAGM e pela provedora, tendo sido entusiasticamente acolhido por todos os utentes que o aguardavam com pequenas surpresas realizadas para o efeito.Finda a apresentação de todos os ser-viços prestados por esta Misericórdia, e ao som do coro desta instituição, D. Nuno Brás, conjuntamente com o pa-dre Jean Carlos, pároco da Merceana, e o padre João Sobreiro, pároco da Vento-sa, celebrou a Missa com de Unção dos Doentes, na igreja conventual de Santo António de Charnais. Alertando para a necessidade de cuidar dos doentes e para a importância de viver conforme Jesus nos ensinou, o Bispo Auxiliar de Lisboa relembrou, em oração, a veemência de os

Na celebração de encerramento da Visi-ta Pastoral, no Domingo de Cristo Rei, D. José Traquina “deixou várias propostas para deixar que Jesus seja o Rei do nosso coração”, informa uma nota da paróquia, salientando ainda a mensagem do Bispo Auxiliar de que “a beleza interior é o gran-de tesouro do ser humano”. Ao longo dos seis dias nesta paróquia da Vigararia de Alenquer, D. José Traqui-na conheceu de perto a realidade social da freguesia. “Estabelecimentos de ensi-no, lares, autarquias, empresas, um pouco em todas as realidades, foi muito positi-vo o acolhimento caloroso ‘daquele que

vem em nome do Senhor’. Instituições e entidades não religiosas uniram-se nos preparativos deste momento que não acontecia há cerca de 60 anos”, aponta a nota, salientando que “nenhuma periferia fechou as portas ao ‘representante dioce-sano de Cristo’, e até os mais afastados se empenharam em receber a sua visita”.Durante a Vista Pastoral, a catequese pre-parou representações de cinco parábolas do Evangelho de Jesus e o ‘Café Concer-to’ foi organizado pelos grupos de jovens da paróquia, e animado pelo grupo musi-cal ‘Anima Christi’, com a juventude a dar “testemunho das suas vivências cristãs”.

cristãos dedicarem a vida a Deus, acei-tando os desígnios que Ele tem para cada um, sem contestações.Numa localidade marcadamente rural, cuja tendência demográfica aponta para

o envelhecimento da população, a vida cristã está bastante presente na vida da comunidade. Foram por isso muitos os foram à procura de conforto nas pala-vras de D. Nuno Brás, tendo a maioria

recorrido ao sacramento da Unção dos Doentes. A celebração decorreu naquela que é uma das igrejas mais carismáticas do concelho de Alenquer e cuja fundação remonta ao século XVII.

www.fundacao-ais.pt

12/ Igreja no Mundo

China: Igreja Clandestina chora a morte do Padre Peter Wei

Semente de féSão muitos os padres, religiosas e bispos pertencentes à Igreja Clandestina, fiel a Roma, que estão detidos na China. Muitos,

simplesmente desapareceram. No início do mês, o corpo de um padre apareceu a boiar nas águas de um rio. “Suicídio”,

apressaram-se a dizer as autoridades.

Tinha apenas 41 anos. Todos os que o conheceram descrevem-no como uma pessoa inspiradora, incansável, sempre preocupado com os outros, especialmen-te os mais pobres, os mais vulneráveis. O Padre Peter Wei morreu. O seu cor-po apareceu a boiar no passado dia 6, no rio Fen, um afluente do rio Amarelo que passa na cidade de Taiyuan, na província de Shanxi. As autoridades apressaram-se a dizer que Peter teria cometido suicídio. Todos os que o conheceram negam essa hipótese. Peter Wei HePing pertencia à Igreja Clandestina, fiel ao Papa e ao Va-ticano, que o regime de Pequim não re-conhece nem tolera. Na verdade, o Padre Peter terá escrito a sua própria sentença de morte pela forma entusiástica como viveu o sacerdócio, como se entregou à missão de evangelização, fundando um seminário clandestino, mobilizando jo-vens, levando-os em memoráveis peregri-nações a pé, ao longo de muitos e muitos quilómetros, lançando até um “site” com notícias da Igreja Católica no mundo.

Uma ameaçaO Partido Comunista, em Pequim, co-nhecia o seu trabalho e desconfiava do seu entusiasmo. Peter era uma ameaça. Importava afastá-lo. Sobra agora a tese de suicídio das autoridades e a certeza dessa mentira entre os seus amigos. A Fundação Cardeal Kung, com sede em Stamford, nos Estados Unidos - instituição que tem como missão auxiliar a Igreja Católica perseguida na China -, exigiu de imediato “um inquérito” para se apurar o que real-mente terá ocorrido. O Padre Peter Wei incomodou o regime com a sua alegria, a sua perseverança, o seu testemunho. Nos últimos tempos, Peter Wei organizava peregrinações com os jovens.  Uma pu-blicação dos “missionários sem fronteiras” dá-nos conta da energia que este jovem sacerdote colocava em tudo o que fazia. E do atrevimento de quem ousava ir sem-

pre mais além mesmo sabendo que os seus passos estavam a ser vigiados pela polícia.

Verdadeira ousadiaSábado, 1 de Junho de 2013. As palavras foram escritas pelo Padre Wei. “Com grande alegria informamos que, com a graça abundante de Deus, fomos capazes de fazer, e pela sexta vez na China, uma peregrinação neste mês de Maio. Come-çamos a viagem na ilha de Shangchuan (Sanchoão), onde São Francisco Xavier morreu.  Cerca de 400 anos mais tarde, durante este Ano da Fé, nós, 47 pere-grinos, fizemo-nos a caminho para en-contrar a raiz da fé na China.” Foi uma verdadeira ousadia na China nos dias de hoje. Levar, pelas ruas, o nome de Jesus, sabendo que todos os que se mantêm fiéis ao Papa são severamente persegui-

O Padre Peter Wei viveu heroicamente a sua fé em Cristo e a sua fidelidade ao Papa. www.fundacao-ais.pt | 217 544 000

dos. A lista de padres e bispos que conti-nuam detidos na China é uma verdadeira infâmia nos dias de hoje.

Com os mais pobresO Padre Peter nunca se acobardou. Nas-ceu na véspera do Natal de 1974, oriundo de uma família católica na província de Shanxi. Toda a sua formação foi junto da Igreja Clandestina. Entrou para o semi-nário em 1993 e, passado uns anos, foi enviado para a Europa, para continuar os seus estudos. Formou-se com um mes-trado em Direito Canónico e foi ordena-do sacerdote clandestinamente no dia 24 de Agosto de 2004, em terras da China, por um bispo também ele da Igreja fiel ao Papa. Ultimamente estava em missão em Yunnan. “Há 3 anos comecei a visitar os católicos de Miao Yi e grupos étnicos na

província de Yunnan, perto da fronteira com o Vietname, que vivem em condi-ções de extrema pobreza, sem qualquer assistência e segurança social. Algumas destas regiões remotas não têm um sa-cerdote há mais de 40 anos, mas, ainda assim, conseguem manter a fé católica, transmitida através das tradições familia-res. Quando cheguei, fiquei surpreendido ao ver o fervor religioso destas pessoas.”

Semente de féO Padre Peter Wei, dizem os amigos que com ele privaram, estava sempre cheio de energia. Lançou um seminário clan-destino para que a China pudesse ofe-recer mais sacerdotes ao Papa, criou um “site” de notícias para todos conhecerem as posições do Vaticano sem filtros do Partido Comunista, abraçou as popula-ções esquecidas da província de Yunnan, e comoveu-se ao ver a fé intacta daque-las pessoas apesar de não terem contacto com nenhum padre há tantos anos. Sem-pre sorrindo, sempre generoso, encara-va cada dia como uma bênção. Pergun-ta agora a Fundação Cardeal Kung, que monitoriza a vida da Igreja Clandestina na China: “poderia um pastor tão zeloso e com uma fé tão forte cometer suicídio?” Nunca se saberá o que aconteceu nesse dia 6 de Novembro, mas ninguém tem dúvidas de que o Padre Peter Wei viveu heroicamente a sua fé em Cristo e a sua fidelidade ao Papa. Morreu, mas nunca mais será esquecido por todos os que o conheceram. São muitos os sacerdotes, religiosas e bispos ainda presos na China. São muitos, também, os que estão desa-parecidos, os que morreram nos cárceres do regime. São, porém, cada vez mais os que abraçam a fé em Jesus.

texto por Paulo Aido, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

Domingo, 29 de novembro de 2015

Roma /13com Aura MiguelJornalista da Rádio Renascença, à conversa com Diogo Paiva Brandão

O Papa iniciou, esta quarta-feira, no Quénia, uma viagem apostólica de seis dias ao continente africano, que passa também pelo Uganda e pela República Centro Africana. É a primeira vez que Francisco vai a África, enquanto no Vaticano se iniciou o julgamento do ‘Vatileaks II’.

Papa ruma a África pedindo “reconciliação, perdão e paz”

1. É uma viagem com grande simbolismo, sobretudo porque é a primeira vez que o Papa vai a África, que no conjunto da geo-grafia católica mundial é um dos continen-tes onde o número de batizados aumenta e a prática dominical também. A Igreja é muito viva no Quénia, no Uganda e na Re-pública Centro Africana (RCA). São três países com sérios problemas e com muitas dificuldades e muito sofrimento, onde há necessidade de paz e reconciliação, que será o fio condutor da viagem. A RCA, prati-camente em guerra civil, é um dos países mais perigosos que o Papa vai visitar. Já no Quénia, onde chegou esta quarta-feira, dia 25 de novembro, a meio do dia, a situação é de um grande país com muita pobreza. Só num bairro de lata, perto de Nairobi, vive um milhão de pessoas. O programa inclui uma visita a um destes bairros, tal como um encontro com representantes das Nações Unidas na sede da ONU, em Nairobi.Na raiz de tantos milhares e milhares de africanos que fogem das suas terras à pro-cura de melhores condições de vida está uma falta de ajuda concreta das grandes potências que olham para África com olhos de interesse económico. Por isso, o Papa co-meça a viagem por falar às autoridades do país e também aos diplomatas. Ainda no Quénia, haverá ainda encontros ecuméni-cos, porque a presença da Igreja Anglicana é muito forte e por fim um encontro com os jovens, futuro da Igreja e das nações. O Papa Francisco segue depois para o Ugan-da, nesta sexta-feira, onde permanece até este Domingo, dia em que aterra na Repú-blica Centro Africana. A viagem termina esta segunda-feira, dia 30 de novembro.

2. Antes da viagem do Papa para África, a Santa Sé divulgou, na segunda-feira, 23 de novembro, duas vídeo-mensagens que o Papa enviou para os países que iria visitar a partir de quarta-feira. Para o Quénia e para o Uganda Francisco endereçou uma men-sagem assente, sobretudo, no encorajamen-to de “reconciliação, perdão e paz”, dirigida em primeiro lugar aos católicos, mas tam-bém a todos os crentes religiosos e homens e mulheres de boa vontade.Uganda e Quénia são dois dos países mais estáveis de África, mas o Quénia, sobretu-do, tem tidos alguns episódios de violência interétnica e, ao longo dos últimos anos, tem sido alvo de atentados levados a cabo por militantes islâmicos, sobretudo do Al--Shabaab, um grupo que age a partir da Somália, que faz fronteira com o Quénia. Os atentados têm levado a uma crispação das relações, geralmente pacíficas, entre a maioria cristã no país e a minoria muçul-mana.Mais preocupante, no imediato, é a situa-ção na República Centro Africana (RCA), devastada ao longo de décadas com suces-sivos golpes e movimentos rebeldes, que nas últimas semanas tem assistido a um recrudescimento da violência. Na RCA a violência também assumiu tons de confli-to inter-religioso, entre a maioria cristã e minoria muçulmana, sobretudo desde que um dos grupos rebeldes mais recentes, maioritariamente muçulmano, conquistou a capital Bangui, favorecendo a minoria is-lâmica na cidade, o que levou a represálias por parte de milícias formadas maiorita-riamente por cristãos quando os rebeldes foram expulsos novamente. A visita do

Papa a Bangui deve incluir uma passagem pela principal mesquita da cidade e na sua mensagem Francisco diz aos centro--africanos que “o vosso querido país vive há muito tempo uma situação de violência e insegurança, da qual muitos de vocês são vítimas inocentes. O propósito da minha visita é, em primeiro lugar, trazer-vos, em nome de Jesus, o conforto da consolação e a esperança. Espero, com todo meu cora-ção que a minha visita possa contribuir, de uma forma ou de outra, para curar as feri-das e abrir um futuro mais brilhante para a República Centro Africana e todos os seus habitantes”. Francisco acrescenta que esta visita a África será a sua primeira, não só desde que foi eleito Papa, mas mesmo de toda a sua vida.

3. Na véspera, Domingo, 22 de novem-bro, durante a oração do Angelus, o Papa Francisco pediu orações pela sua viagem a África. “Na próxima quarta-feira, come-ço a minha viagem a África, visitando o Quénia, o Uganda e a República Centro Africana. Peço a todos que rezem por esta viagem, para que seja – para todos estes ca-ros irmãos e também para mim – um sinal de proximidade e de amor. Peçamos juntos a Nossa Senhora que abençoe estas terras queridas, para que ali haja paz e prosperi-dade”, apelou Francisco.

4. Começou esta terça-feira, 24 de no-vembro, o julgamento que já é conhecido como ‘Vatileaks II’. Os cinco acusados de roubar e divulgar documentos secretos compareceram em tribunal, apesar de se ter especulado que os jornalistas Gian-

luigi Nuzzi e Emiliano Fittipaldi não o fizessem.A sessão daquela manhã começou com dois pedidos de exceção. Um por parte do advogado oficioso do padre Lucio Angel Vallejo Balda, que continua detido, pedin-do para adiar a data do processo para ter mais tempo na preparação da defesa e ou-tro, pelo advogado do jornalista Fittipaldi, invocando a nulidade da acusação basea-da na falta de dados para a incriminação. Ambos os pedidos foram recusados pelo tribunal. Fittipaldi também leu e assinou uma declaração protestando a sua presença perante uma autoridade judicial diferen-te da italiana e recordando que em Itália a liberdade de informação está consagrada na Constituição, na Convenção Europeia dos Direitos Humanos e na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Os magistrados recordaram que o julgamen-to não está a avaliar a publicação de livros, mas o modo ilícito como os documentos foram obtidos pelos jornalistas. No inter-valo da sessão, Nuzzi – que, em 2012, já tinha publicado documentos roubados ao Papa Bento XVI – afirmou: “Não somos mártires, mas jornalistas”, classificando de “absurda e kafkiana” esta ação judicial. O jornalista diz estar tranquilo, por já ter feito o que fez noutras ocasiões.Para além de Nuzzi, Fittipaldi e Vallejo, es-tão a ser julgados Nicola Maio, secretário pessoal de Vallejo e Francesca Immacola-ta Chaouqui, uma especialista em relações públicas que trabalhou juntamente com Vallejo num órgão criado pelo Papa Fran-cisco para coordenar a reforma das institui-ções financeiras da Santa Sé.

2.1. 3. 4.

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Selar a Aliança de AmorApesar de ter crescido numa família católica, a sua vivência de fé “nunca foi muito mais do que o não faltar à Mis-sa ao Domingo, não me esquecer de re-zar à noite e acreditar no poder da ora-ção de cada vez que cruzes (pequenas ou grandes) apareciam na minha vida”, como nos diz. A partir do primeiro ano de faculdade formou um “grupo de vida em Schoenstatt” e foi aí que o seu cami-nho de fé “começou a tomar forma”. “Em Schoenstatt, cresço todos os dias, através da maior educadora – Maria. Cresce a minha relação com Ela, que me conduz todos os dias ao seu Filho Jesus, cresce a minha dedicação à Sua missão e cresce o meu sim a Deus nas pequenas coisas do dia-a-dia. Essencialmente, cresce a mi-nha vontade de ser uma pequena Maria no Mundo que quer viver o ordinário de maneira extraordinária, como nos ensi-na o nosso Pai Fundador da Família de Schoenstatt, o Pe. Kentenich”, partilha. É responsável por um projeto que incentiva jovens universitários a viverem o seu se-mestre de Erasmus “de uma maneira mis-sionária e mais Santa, levando com Eles uma imagem peregrina de Nossa Senho-ra para os acompanhar e ajudar durante este caminho: o Erasmus com Ela”, como nos diz. O momento mais marcante da sua vida religiosa foi o dia 18 de Abril de 2012: “O dia em que dei um SIM eterno a ser Aliada de Nossa Senhora e por sua vez, Ela me entregou a Sua missão. Foi o dia em que selei a minha Aliança de Amor. Assim comecei um novo caminho. Eu sou a mesma, a minha vida é a mes-ma, com a pequena diferença de que sen-do agora Aliada de Maria, tenho comigo uma grande missão: a Sua missão”. Japão: o semestre da sua vida!Durante o curso teve a oportunidade de fazer Erasmus no Japão. No início ficou assustada pois “tinha 19 anos, nunca ti-nha vivido sozinha, nem estado tanto

Margarida Castro Caldas

“Viver o ordinário de maneira extraordinária!”

tempo longe de casa (e tão longe de casa)” e o Japão assustava-a “por ser tão desco-nhecido e tão diferente de Portugal e da Europa no geral”. Ainda assim, aceitou o desafio e considera que foi “o semestre da sua vida”. “Viver cinco meses no Japão foi incrível: um mundo tão diferente que em palavras é difícil descrever; uma cultura que me fascina pela ordenação, pelo res-peito uns pelos outros, pelo acolhimento, pela segurança, e pelo desenvolvimento. No entanto, o que mais marcou o meu Erasmus foi a missão que Deus me con-fiou: levar Jesus a quem não O conhece! E não é preciso ir para tão longe para en-contrar quem não O conheça. Mas no Ja-pão, dentro de um grupo de 40 estudan-tes de todos os cantos do mundo, apenas quatro eramos católicos. E pela primei-ra vez na minha vida cruzei-me com al-guém que não só não era católico como nunca tinha conhecido ninguém católico

– isso impressionou-me muito e fez-me ver que a minha missão poderia ser por ali”, diz-nos. Em breve voltará ao Japão enquanto estudante de intercâmbio de um mestrado internacional em gestão.

Ser chamada a estar e a servirEm Janeiro de 2014 foi como voluntária, durante seis meses, para S. Tomé e Prín-cipe com mais quatro pessoas na equipa MOVE (projeto que promove o desen-volvimento económico local através do empreendedorismo). Além de se dedicar aos projetos do MOVE, no tempo livre, procurava “estar ao serviço de quem pu-desse ser útil” e, entre outras atividades, acompanhou um grupo de jovens cató-licos com reuniões semanais onde con-versavam, debatiam vários temas relacio-nados com a vida cristã e rezavam. Mais recentemente, neste verão, embarcou numa nova missão: uma missão em Cal-

cutá com as Irmãs da Caridade, duran-te três semanas. Foram muitos os senti-mentos durante este tempo de missão em Calcutá, como nos diz: “Um desconforto constante, poluição, cheiros, chuva, ca-lor, doenças, o trabalho psicologicamen-te impressionante, um barulho constante que não me deixava rezar aliado à certeza de que, apesar de todas as cruzes do ca-minho, era ali que Jesus me chamava a estar e a servir. Em Calcutá, na missa diá-ria ou em cada momento de oração Je-sus diz-nos “I thirst” (tenho sede) e nós, sentindo-nos constantemente peque-ninos, impotentes e inúteis no meio de tanta pobreza, tentamos saciar a Sua sede em tarefas simples como lavar o chão, la-var a roupa, dar o almoço, lavar a louça, mudar fraldas, dobrar compressas, fazer massagens, entreter, sorrir, tentar conver-sar… sim, porque a barreira da língua em Calcutá, faz-nos aprender uma lingua-gem diferente: a linguagem do serviço, a linguagem do amor, onde um obrigado é substituído por um sorriso e um pedido de ajuda e de compaixão substituídos por um olhar. De facto, olhares e sorrisos, que são banalizados nos dias de hoje onde to-das as relações se tornaram tão impes-soais, são o maior bem e a maior conquis-ta que, ao fim de um dia de trabalho, se entrega a Jesus em Calcutá.” De regresso a Portugal, diz-nos que a missão também é no nosso próprio mundo, em Portugal e também em Lisboa e por isso, desde que entrou na universidade que partici-pa todos os anos na Missão País (projeto missionário que une estudantes universi-tários numa mesma missão de, durante uma semana, servir Portugal, oferecendo o seu tempo, esforço e alegria a uma vila/terra/cidade de Portugal) e é voluntária no projeto Just a Change (projeto que reabilita casas de pessoas carenciadas, em Lisboa).

texto por Catarina António, FEC – Fundação Fé e Cooperação

Margarida Castro Caldas é licenciada em gestão pela Universidade Nova e frequenta atualmente o mestrado em Gestão, com uma área de especialização em empreendedorismo

social na mesma instituição. Cresceu numa família católica e estudou no Externato de São José. Pertence ao Movimento de Schoenstatt – um movimento mariano, cujo

centro da sua espiritualidade se baseia numa Aliança de Amor com Maria.

14/ Missão

Domingo, 29 de novembro de 2015

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À PROCURA DA PALAVRA

DOMINGO I DO ADVENTO Ano C“Erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.”Lc 21, 28

O melhor está p’ra chegarPor estes dias, vários amigos meus, e eu com eles, atingimos aquele número re-dondo de cinquenta anos. E é curioso sentirmo-nos sem o peso de uma idade que, quando aos 20 olhávamos para o futuro, nos parecia distante e tão sinóni-mo de “princípio de velhice”. É com um misto de agradecimento, de estupefac-ção pelo tempo que passa tão depressa, e também de alguma genica para o futuro, com tantos sonhos que ainda acalenta-mos, que estamos a vivê-los. Sim, até aqui foi bom, mas “o melhor está para vir”! E ao começar o Advento, este tem-po infelizmente gasto pelo frenesim do Natal, recolho-me a ouvir, do (belíssimo) último disco da cantora Mariza, uma das músicas que se intitula “Melhor de mim”: “Hoje a semente que torna na ter-ra / E que se esconde no escuro que encerra / Amanha nascerá uma flor. / Ainda que a esperança da luz seja escassa / A chuva que molha e passa / Vai trazer numa luta amor. // Também eu estou à espera da luz / Deixou-me aqui onde a sombra seduz. /Também eu estou à espera de mim / Algo me diz que a tormenta passará.”

Tem o sabor de um hino para o Ad-vento, o tempo grande da esperança, em que refazemos os caminhos de um povo que esperava um salvador, e nos perguntamos: que esperança é possível neste tempo frágil e ameaçado que é o nosso, que sonhos maiores alimen-tar quando o peso das dificuldades nos encurva o corpo e inclina a cabeça? De novo, o ritmo da liturgia ousa propor a esperança. As forças do universo abala-das são um símbolo de algo novo que está para acontecer. E isso não é, neces-sariamente, o pior. Mesmo em grandes desgraças há mil e uma pequenas graças que nos revelam algo de bom, algo de grandioso. Como esquecer os amigos, namorados, ou desconhecidos, que se colocavam à frente das balas dos terro-ristas de Paris, para salvar os que ama-vam ou mesmo quem não conheciam? Nada justifica o mal, mas perante ele, o bem parece crescer onde não julgáva-mos existir! Jesus não quer atemorizar com as suas palavras, antes convida a “erguer a cabeça”, a “ter cuidado” con-nosco, e a não deixarmos os corações

tornarem-se pesados pela“intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida”. Quase sinto Jesus a dizer-nos: “Olhem que o melhor ainda virá!” E saboreando esta espera que o Adven-to semeia, volto à canção da Mariza: “É preciso perder para depois se ganhar / E mesmo sem ver, acreditar. / É a vida que segue e não espera pela gente / Cada passo que demos em frente / Caminhando sem medo de errar. / Creio que a noite sempre se tornará dia / E o brilho que o sol irradia / Há-de sempre me iluminar. // Sei que o melhor de mim está pr’a chegar! / Sei que o melhor de mim está por chegar. / Sei que o melhor de mim está pr’a chegar.”Também estas quatro semanas passarão depressa. Mas desejo que o tempo depois dos cinquenta ganhe um outro contorno, de sabedoria e simplicidade, de coragem para resistir à onda alucinante das coisas inúteis, e de uma serena alegria em sabo-rear o melhor que cada dia traz e que em cada dia damos. Obrigado Mariza, pelo belíssimo disco! Obrigado Jesus, por nos dares sempre futuro!mildade de um ca-minho conjunto!

pelo P. Vítor Gonçalves

SUGESTÃO CULTURAL

A História do NatalRecomendado pela Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa, o livro ‘A História do Natal’, de Sérgio Franclim (texto) e Diana de Oliveira (ilustrações) é “adaptada para os leitores mais novos, com ilustrações que farão as delícias de todos”, refere uma nota da 20|20 Editora.

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SUGESTÃO DE CÂNTICOS PARA A LITURGIA

SIGLAS | CAC – Manuel Luís, Cânticos da Assembleia Cristã, Secretariado Nacional de Liturgia | CEC – Cânticos de Entrada e Comunhão, vol. I-II, Secretariado Nacional de Liturgia | LHC II – Liturgia das Horas. Edição para Canto. Vol. II, Secretariado Nacional de Liturgia | NCT – Novo Cantemos Todos, Editorial Missões

CÂNTICO

Exulto de alegria (Como uma esposa)

Exulto de alegria

Aleluia. Ave Maria

Quem é Aquela que surge

Antes que do nada surgissem os mundos

Ditosa Virgem sois Vós, Maria

O Senhor olhou para a sua humilde serva

Bendita sois, Virgem Maria

Tu és a glória de Jerusalém

Salve, nobre Padroeira

CÂNTICO

Ó povo de Sião

O Senhor virá no esplendor

Aleluia. Preparai o caminho do Senhor

Senhor poderoso (Abre, claro Céu)

Levanta-te, Jerusalém, sobe às alturas

Maria, fonte da esperança

COMPOSITOR

M. Luís

M. Silva

F. Santos

M. Luís

M. Luís

M. Luís

M. Luís

M. Luís

M. Luís

COMPOSITOR

M. Luís

Az. O.

F. Santos

M. Luís

F. Santos

M. Luís

FONTE

CAC 524

CEC II 210

NCT 37

CAC 537

CAC 552

CAC 522

CAC 535

CAC 519

CAC 547

FONTE

CEC I 15

CEC I 37

NCT 35

LHC II 24

CEC I 17

CAC 42

USO LITÚRGICO

Entrada

Entrada

Aclamação Evangelho

Apresentação dos Dons

Comunhão

Final

USO LITÚRGICO

Entrada

Entrada

Aclamação Evangelho

Apresentação dos Dons

Apresentação dos Dons

Comunhão

Comunhão / Pós Comunhão

Pós Comunhão

Final

Final

IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA (8 DE DEZEMBRO)DOMINGO II DO ADVENTO – ANO C (6 DE DEZEMBRO)

DEPARTAMENTO DE LITURGIA DO PATRIARCADO DE LISBOA

DOMINGO I DO ADVENTOEsta semana o P. Gonçalo Portocarrero de Almada propõe-nos preparar a vinda do Senhor, seguindo o conselho que ou-vimos no Evangelho – vigiar e orar – para que estejamos preparados também para participar depois na Sua glória.

Vídeo em: www.ivangelho.com

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Registo n.º 100277 (DGCS) - Depósito legal: 137400/99; Propriedade: Nova Terra, Empresa Editorial, Lda; Capital Social: 100.000 euros; NIF: 500881626; Editor: Nova Terra, Empresa Editorial, Lda.; Tiragem: 11.000 exemplares; Diretor: P. Nuno Rosário Fernandes ([email protected]); Site: www.vozdaverdade.org; Redação: Diogo Paiva Brandão ([email protected]), Filipe Teixeira ([email protected]); Colaboradores regulares: Aura Miguel, Clara Nogueira, D. Nuno Brás, Margarida Vaqueiro Lopes, P. Vítor Gonçalves; Fotografia: Arlindo Homem, Filipe Amorim, Luís Moreira; Opinião: António Bagão Félix, A. Pereira Caldas, Guilherme d’Oliveira Martins, Henrique Joaquim, Isilda Pegado, Padre Alexandre Palma, Padre Duarte da Cunha, Padre Gonçalo Portocarrero de Almada, Padre Manuel Barbosa, Pedro Vaz Patto; Colaboração: Departamento de Liturgia, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, FEC - Fundação Fé e Cooperação, Setor de Animação Vocacional, Setor da Pastoral Familiar, Serviço da Juventude, Comissão Justiça e Paz dos Religiosos; Design Gráfico e Paginação: Moving Wide, Lda., [email protected]; Pré-impressão e impressão: Empresa do Diário do Minho, Lda. - Rua Cidade do Porto, Complexo Industrial Grundig Lote 5 Fracção A, 4700-087 Braga - [email protected] - Tel: 253303170; Distribuição: Urgentíssimo Transportes, Lda. (Enviália) - Rua Luís Vaz Camões, s/n, Zona Industrial Arenes, 2560-684 Torres Vedras - Tel: 261323474; Direção, Administração e Redação: Mosteiro de São Vicente de Fora - Campo de Santa Clara 1100-472 Lisboa - [email protected]; Serviços Administrativos: Sara Nunes, de 2a a 6a feira, das 9h às 17h, Tel: 218810500, Fax: 218810555 - [email protected].

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Direito e LeisD. Nuno Brás

NA TUA PALAVRA

Há já muito tempo que nos tentam vender a ideia de que as leis fazem o Direito. Ou seja, que as leis, fruto da vontade do “legislador”, fazem com que um acto seja bom. Como se a dignidade do ser humano mudasse consoante as leis que estão em vigor. No entanto, creio que parece evidente que a dignidade do ser humano e o Direito que dela dimana não mu-dam consoante a vontade daqueles que fazem as leis. É mesmo independente da vontade humana, está acima dela.É claro que não podemos deixar de fazer aqui a distinção entre leis aprovadas por uma maioria representativa dos cidadãos e aquelas que são impostas por um qualquer ditador. Contudo, não devemos também esquecer a possibilidade de uma “ditadura da maioria”. É que nem sempre uma maioria parlamentar que aprova um conjunto de leis as elabora de modo a corresponderem à dignidade da pes-soa humana. O mesmo é dizer: de modo a que essas leis expressem o Direito e ajudem os seus cidadãos a praticar o bem.É que não são as leis que determinam o que é bom e o que é mau. Quando muito, estabele-cem a fronteira entre aquilo que, num deter-minado Estado, é permitido ou proibido. A dignidade humana (e o Direito que dela di-mana) está muito acima das leis (por exemplo, não é porque num país é permitido matar por

causa da religião que isso se torna numa coisa boa). As leis deveriam expressar o Direito. Mas nem sempre isso acontece. Existem leis más, que permitem aos cidadãos fazer o mal. Po-dem não ser sujeitos a multas; podem não ser olhados como tendo praticado uma ação má – mas nem por isso aquilo que fazem a coberto dessas leis é bom.O Parlamento português, com votos de todos os quadrantes políticos, apressou-se, logo no início desta legislatura, a aprovar leis más, que colocam em causa a dignidade do ser humano e das realidades primeiras que são a sua vida e a sua família, e que deveriam ser respeitadas acima de qualquer lei. Se isto for um indica-tivo do que vai ser esta legislatura, mal irá o Direito no nosso país e, com ele, a dignidade da pessoa humana.

Terça-feira, dia 115h00 – Visita Pastoral à paróquia de Alenquer, até dia 6 de dezembro – D. Nuno Brás19h00 – Eucaristia com a comunidade das Irmãzinhas de Jesus, na igreja de Santa Clara, em Lisboa – D. José Traquina21h30 – Conferência ‘Misericórdia e inquietação humana – A misericórdia no coração da humanidade’, na igreja de São Tomás de Aquino, em Lisboa – Cardeal-Patriarca

Quarta-feira, dia 210h00 – Conselho Episcopal – Cardeal--Patriarca e Bispos Auxiliares

Quinta-feira, dia 319h00 – Missa e jantar na Escola Secun-dária de Carnaxide, no âmbito da Sema-na Missionária da paróquia de Carnaxide – Cardeal-Patriarca20h00 – Reunião com o clero da Viga-raria de Lisboa I – D. Joaquim Mendes

Sexta-feira, dia 411h00 – Bênção e Missa da capela da comunidade das Irmãs do Bom Pastor de Picheligais, em Algueirão – D. Joaquim Mendes21h00 – Encontro Vicarial da Pastoral Sócio-Caritativa da Vigararia de Alen-quer, no contexto da Visita Pastoral, no Cineteatro do Sobral – Cardeal-Patriarca, D. Joaquim Mendes e D. José Traquina21h00 – Encontro com crismandos em Famões – D. Nuno Brás

Sábado, dia 510h30 – Reunião com crismandos na Lourinhã – D. José Traquina13h00 – Encontro de Advento com os docentes da Universidade Católica, na Universidade Católica em Lisboa – Car-deal-Patriarca15h00 – Reunião com crismandos em Figueiros, em Cadaval – D. José Traquina17h30 – Reunião com crismandos em Carvalhal Benfeito, Caldas da Rainha – D. José Traquina20h00 – Missa na capela do Bairro da Cova da Moura, na Buraca – D. Joaquim Mendes20h30 – Eucaristia no Estorninho, Bom-barral – D. José Traquina21h30 – Participação na noite de oração vicarial dos jovens da Vigararia de Oei-ras, em Carnaxide – D. Joaquim Mendes

Domingo, dia 611h00 – Encerramento da Visita Pasto-ral à Vigararia de Alenquer, no Pavilhão Municipal de Alenquer: Encontro de Jo-vens às 11h00, Encontro das Famílias às 15h00 e Eucaristia às 17h00 – Cardeal--Patriarca11h00 – Crisma na paróquia de Mosca-vide – D. Joaquim Mendes

AGENDA SEMANAL [30 de novembro a 6 de dezembro]

PAGAMENTOPede-se aos assinantes individuais e às paróquias que fazem o pagamento por meio de cheque ou vale postal o favor de os passar à ordem de: ‘Nova Terra, Empresa Editorial, Lda’.

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