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O SUL Jornal de debate e cultura Caderno Pub. +Desporto Barreirense abandona basquetebol 14 www.semmaisjornal.com Director: Raul Tavares Sábado | 22.Setembro. 2012 semanário - edição n.º 731 5.ª série - 0,50 € região de setúbal Distribuído com o VENDA INTERDITA +Negócios Montijo retoma Feira do Porco 8 Anti-Stress “Peça para Dois” em Alcochete 15 Governo promete empurrar fileira do pinhão de Alcácer ABERTURA Numa altura em que a fileira do pinhão está a crescer de forma muito consistente, no- meadamente no concelho de Al- cácer do Sal, que é o maior pro- dutor do sector em todo o país, a tutela promete novos siste- mas de incentivo para rentabi- lizar a actividade dos produto- res. Só no nosso Litoral Alen- tejano existem cerca de 36 mil hectares, sendo que 22 mil es- tão localizados em Alcácer do Sal, o grande pulmão do sector. Segundo dados a que o Sem- mais teve acesso, durante um seminário, o porto de Setúbal exportou 25 mil to- neladas de pinha só no ano passado. +NEGÓCIOS Trata-se de uma aliança estratégica com vista à partilha de conhecimentos entre as duas entidades. Mas o protocolo pode resultar em acções mais concretas. Os responsáveis do Instituto Politécnico de Setúbal querem mesmo trazer novos investimentos para a região. IPS une-se à Aicep em nome da região PÁG.2 ACTUAL A região foi confron- tada nos três primeiros dias desta semana com crimes de grande violência, em Setúbal, na Charneca e na Costa da Ca- parica. O mais robusto cho- cou a opinião pública, envol- vendo dois casais num tiro- teio que fez duas mortes e um ferido grave.. +POLITICA Depois das acusa- ções de despesismo por par- te da concelhia do PSD em re- lação à gestão do PS na autar- quia montijense, surgem ago- ra os socialistas a afirmar que os social-democratas «são um deserto de ideias» e estão de má-fé. E lembram a obra de Amélia Antunes. Semana alucinante de crimes violentos na região Socialistas do Montijo puxam orelhas ao PSD local PÁG.4 PÁG.8 PÁG.10 Finalmente o Fórum Luísa Todi Depois de polémicas e expectativas sobe o pano pág. 7 Europeu de patinagem de Grândola já deu bronze a Portugal pág. 14 Faleceu a fundadora da ‘Casa Ermelinda Freitas’ PÁG.5 Foto: Câmara Municipal de Setúbal

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Edição 22 de Setembro

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O SULJornal de debate e cultura

Caderno

Pub.

+DesportoBarreirenseabandonabasquetebol

14www.semmaisjornal.comDirector: Raul TavaresSábado | 22.Setembro. 2012 semanário - edição n.º 731 • 5.ª série - 0,50 € • região de setúbal

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

+NegóciosMontijo retomaFeira do Porco

8

Anti-Stress“Peça para Dois” emAlcochete

15

Governo promete empurrar fileira do pinhão de Alcácer ABERTURA Numa altura em que a fileira do pinhão está a crescer de forma muito consistente, no-meadamente no concelho de Al-cácer do Sal, que é o maior pro-

dutor do sector em todo o país, a tutela promete novos siste-mas de incentivo para rentabi-lizar a actividade dos produto-res. Só no nosso Litoral Alen-

tejano existem cerca de 36 mil hectares, sendo que 22 mil es-tão localizados em Alcácer do Sal, o grande pulmão do sector. Segundo dados a que o Sem-

mais teve acesso, durante um seminário, o porto de Setúbal exportou 25 mil to-neladas de pinha só no ano passado.

+NEGÓCIOS Trata-se de uma aliança estratégica com vista à partilha de conhecimentos entre as duas entidades. Mas o protocolo pode resultar em acções mais concretas. Os responsáveis do Instituto Politécnico de Setúbal querem mesmo trazer novos investimentos para a região.

IPS une-se à Aicep em nome da região

PÁG.2

ACTUAL A região foi confron-tada nos três primeiros dias desta semana com crimes de grande violência, em Setúbal, na Charneca e na Costa da Ca-

parica. O mais robusto cho-cou a opinião pública, envol-vendo dois casais num tiro-teio que fez duas mortes e um ferido grave..

+POLITICA Depois das acusa-ções de despesismo por par-te da concelhia do PSD em re-lação à gestão do PS na autar-quia montijense, surgem ago-

ra os socialistas a afirmar que os social-democratas «são um deserto de ideias» e estão de má-fé. E lembram a obra de Amélia Antunes.

Semana alucinante de crimes violentos na região

Socialistas do Montijo puxam orelhas ao PSD local

PÁG.4

PÁG.8

PÁG.10

Finalmenteo Fórum Luísa Todi

Depois de polémicas e expectativas sobe o pano pág. 7

Europeu de patinagem de Grândola já deu bronze a Portugal pág. 14

Faleceu a fundadora da ‘Casa Ermelinda Freitas’ PÁG.5

Foto

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Abertura

Pub.

O Governo quer criar um sistema de incen-tivos que encurte

o processo de circulação económica da pinha e do pinhão, de modo a ver aumentado o valor acres-

centado da fileira, bem como as suas exportações. A reve-lação foi feita em Alcácer do Sal por João Soveral, vice-presidente do Insti-tuto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que concordou com os produtores relativamente

às insuficiências da legis-lação que regula a fileira, «criada há muito tempo».

Durante a apresentação do “Programa de Valori-zação da Fileira da Pinha/Pinhão”, da União da Floresta Mediterrânica (UNAC), João Soveral

deixou ainda no ar a possi-bilidade de monitorização sani-tária da fileira e a introdução de alte-rações ao actual período de interdição (de 1 a de Abril a 15 de Dezembro), que impede a colheita, o transporte e o armazenamento da matéria-prima. Com as alterações que se pretendem introduzir, a colheita continua a estar interditada, mas o mesmo não acontece com a comer-cialização. A tutela prevê ainda a criação de um sistema de rastreabilidade, «sem excessivos custos financeiros ou burocrá-ticos junto dos produtores».

Sector dinâmico que não pára de crescer

O presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Pedro Paredes, ficou satisfeito com as promessas e afirmou que, na actual conjuntura, «só existem dois tipos de empresários, nomeada-mente os maus, que dizem mal de tudo e todos, e os bons, que tentam contri-buir para salvar a economia». Alcácer do Sal é, actualmente, o player mais importante ao nível do pinheiro manso em todo o Alentejo Litoral. Dos cerca de 36 mil hectares de pinheiro manso da região, aproximadamente 22 mil estão em território alcacerense.

Por seu lado, António Gonçalves Ferreira, presi-dente da UNAC, lembrou

o dinamismo do sector e garantiu que

este «tem imensas condi-ções para crescer». Na mesma ocasião, António Costa da Silva, vogal execu-tivo da comissão directiva do Inalentejo, acrescentou que é fulcral os produtores de pinha e pinhão «asso-ciarem-se, de modo a ganhar escala junto de

mercados que tradicionalmente

muito agressivos».Com um investi-

mento a rondar os 114 mil euros e comparticipado em quase 80 mil por fundos comunitários, o programa de valorização da fileira da UNAC visa ainda criar emprego em zonas rurais, conservar as espécies e contribuir para combater a desertificação dos territórios, criando infraestruturas e condi-ções que melhorem a competitividade da pinha e do pinhão.

Alcácer do Sal tem 22 mil dos 36 mil hectares de pinheiro manso no Alentejo Litoral

Tutela promete sistemade incentivospara dar empurrãoà fileira da pinhae pinhãoVice-presidente do ICNF reconhece que legislação actual é insuficiente. Promessas deixam União da Floresta Mediterrânica esperançada, numa altura em que esta desenvolve esforços para gerar riqueza e combater a desertificação.

::::::::::: Bruno Cardoso ::::::::::::

Foto

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R

De acordo com os dados divulgados pela UNAC, só em 2011 foram exportadas 25 mil toneladas de pinhas através do porto de Setúbal. A maior parte do pinhão por aqui produzido teve como destino a Espanha e a Itália. Para o futuro fica o desejo de constituição da primeira Denominação

de Origem Protegida para o pinhão do Alentejo.Este é, aliás, um dos objectivos da UNAC, entidade que reúne sete associações de produtores florestais, de entre as quais a ANSUB (Associação de Produtores Florestais do Vale do Sado) e a AFLOPS (Associação de Produtores Florestais).

25 mil toneladas de pinhaexportadas por Setúbal

João Soveral, António Gonçalves Ferreira e Pedro Paredes

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No desenvolvimento do seu programa de atividades para o ano letivo 2012 / 2013 a

ENA criou um novo recurso de apoio aos professores e educadores, de seu nome Maletas Pedagógicas para a Sustentabilidade.

Esta iniciativa tem dois grandes objetivos:

1 Auxiliar os professores do 1.º ciclo do Ensino Básico e os educa-dores do pré-escolar na introdução de conceitos relacionados com a energia, os recursos naturais e o ambiente, na sua prática letiva diária.

2 Promover a adoção de hábitos mais sustentáveis de utilização dos recursos naturais e gestão de resí-duos, na escola e em casa, através do envolvimento prático e ativo das crianças e jovens, bem como das respectivas famílias.

Estão disponíveis três maletas, cada uma com tema e público-alvo específico:

1 Maleta “Separar para reciclar” (pré-escolar e 1.º ciclo do EB)

O que acontece aos resíduos depois de os entregarmos para reci-clagem? Conheça o ciclo de vida dos materiais, com recurso vídeos e a amostras dos produtos inter-médios da transformação dos mate-riais recicláveis e de objetos do quotidiano que incorporam mate-riais reciclados.

2 Maleta da Iluminação (pré-escolar e 1.º ciclo do EB)

Uma introdução ao mundo da energia, da iluminação e da efici-ência energética em linguagem muito simples.

3 Maleta da Batalha da Energia

(1.º e 2.º ciclos do EB)Aumentar a eficiência energé-

tica de nossa casa através de um jogo de computador, explorando o significado da etiqueta energé-tica e do guia EcoSave para a boa utilização dos eletrodomésticos.

As maletas contêm um manual de utilização, uma introdução ao tema da maleta em forma de apre-sentação PowerPoint, jogos lúdico-pedagógicos, entre outros mate-riais. Para saber mais sobre o conteúdo das maletas visite www.ena.com.pt, seguindo sucessiva-mente os links: “ENA vai à escola” e “Maletas pedagógicas”.

As maletas estarão disponíveis para empréstimo aos docentes e educadores interessados a partir de 15 de Setembro, através da ENA ou das Câmaras Municipais de Sesimbra, Setúbal e Palmela mediante preenchimento de uma ficha.

Esta iniciativa da ENA conta com o apoio das seguintes enti-dades: AFCAL, Ecopilhas, Embar, Ilumina, Plastval, Recipac, Renova, Sociedade Ponto Verde e Tetra Pak.

Junte a sua à nossa energia em www.ena.com.pt

3S á bado | 2 2 . S et . 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com Espaço Público

Ninguém consegue esconder que estamos a viver uma crise política provocada com a última investida de austeridade sobre a grande maioria dos portugueses.

Sempre disse que, de forma anacrónica, o elo mais fraco do Executivo - o CDS-PP - poderia ser uma espécie de fiel da balança, tendo em conta o seu histórico recente de maior sensibilidade social, o que não abona muito a favor de um PSD que deveria honrar a memória de alguns dos seus líderes fundadores, nomeadamente Sá Carneiro.

Mas este PSD é muito pouco social-democrata, como provam as suas políticas e o seu desregrado neo-liberalismo, sustentado nas teses americanas e europeias liberais que nos conduziram ao descalabro em nome de mercados especulativos.

Apesar de tudo, a posição do PP também é pouco compreensível. Participou na discussão e terá dado o seu assentimento. Mas não teve força suficiente para bloquear a TSU e não quis abrir uma crise política.

Estou de acordo. A actual situação do país não se compadece com eleições antecipadas, e a força da rua, das manifestações não partidárias que se viveram no último sábado, poderão ter sido a grande mola para evitar a paz podre do actual Governo. E serviu também para clarificar posições no seio do Governo. E fazer com que o PS se revelasse, preparando-se, aos olhos dos portugueses, como eventual alternativa.

Mas nada pode ficar como dantes. Será Passos Coelho capaz de entender a exacta medida das suas últimas decisões e recuar?E Cavaco será capaz de ser consequente com as suas posições?

A verdade é que se o Governo continuar a fazer orelhas moucas aos sinais que despontam de todos os lados, pode mesmo morrer na praia e isso não será bom para nenhum dos protagonistas e muito menos para os portugueses.

A crise política

Editorial // Raul Tavares

Nem a propósito Maletas PedagógicasValdemar

Santos*

Esta iniciativa da ENA - Agência de Energia e Ambiente da Arrábida conta com o apoio da AFCAL, Ecopilhas, Embar, Ilumina, Plastval, Recipac, Renova, Sociedade Ponto Verde, e Tetra Pak.

Mais uma grande Festa do Avante! a fazer em 2013 e este título afigura-se-nos

de novo apropriado para o relato da conhecida história das operárias de uma pequena empresa da região cujo patrão se notabilizou, antes do 25 de Abril (como depois, enquanto pôde), por uma brutal repressão. Dado que o homem caminhava apoiado sobre muletas, o que implicava fazer o percurso desde a entrada dos portões sobre a estrada até à porta do edifício propria-mente dito, de rés de chão, num tempo mais dilatado, congeminou a solução para poder apanhar de surpresa as operárias, no pressuposto, o seu, de que na sua ausência estas, falando de mais e trabalhando pouco, não justificavam o salário que recebiam. E assim mandou pintar todos os vidros das janelas de branco, o que permitia que no interior houvesse luz mini-mamente indispensável para que as mulheres laborassem, mas não a transparência que lhes facultasse o controlo da chegada e aproximação do capitalista e, consequentemente, o precipitado fingimento da sua aplicada e ininterrupta dedicação à produção da qual, em abono da verdade, se (lhes) extorquia a mais-valia.

Continua a não interessar saber se alguém ou quem foi assaltado por imagens emergentes das suas deambulações, como por exemplo o efeito na escuridão da Catedral de Castelló de Ampurias da projecção de um branco sujo homo-géneo graças à invulgar laminação ao milímetro de chapas de pedra que, recortadas bem alto nos vitrais da cúpula do altar-mor, também secundaram, na sua representação cultural secular, uma outra forma de opressão. Ou, num caldo de cultura mais próximo e contem-porâneo, pelo rememorar da aber-tura do “Ensaio sobre a Cegueira”, onde a primeira vítima do “surto epidémico” se sentiu abruptamente

“como se tivesse caído num mar de leite” - “mal branco” na linguagem do governo que, “consciente das suas responsabilidades” e “acima de quaisquer outras considerações”, encarcerou as “pessoas afectadas” e “as que com elas tiveram algum tipo de contacto”, num “acto de soli-dariedade para com o resto da comunidade nacional” (páginas 10 e 158 da edição de 2003 da Edito-rial Caminho).

É que noutra onda estava um outro militante da Quinta da Atalaia numa dessas jornadas de trabalho de há mais ou menos uma década, que na acalorada ou se se preferir temperada conversa atalhou a direito: “E ainda nos admiramos das novas tecnologias!…”, justa-mente acerca dos sofisticados meios de controle em cadeia de cada gesto das operárias e dos operários, dos trabalhadores das modernas unidades fabris (ou outras) sob o signo do alto nível de produtividade e competitivi-dade, esses conceitos que o PCP, de novo a preparar Congresso, não deixa de caracterizar (no quadro de uma apreciação sempre a desen-volver e independentemente do grau de objectividade que comportam) como sujeitos a “uma enorme mistificação ideológica”.

No romance em questão, páginas finais, cada cego que recupera a visão “vê mesmo bem, como via antes, não há vestígio de branco”. Na fabriqueta das janelas brancas, é possível imaginar que por cada passo suspenso do patrão (a sussurrar ao guarda-costas, caso o tivesse: “chiu!”) um traço fino foi sulcando em zig-zag a tinta pincelada. No imenso colec-tivo dos que lutam - tudo isto afinal a propósito - há sempre um instru-mento que serra as grossas grades das masmorras.

* Militante PCP

ficha técnicaDirector: Raul Tavares; Editor-Chefe: Joaquim Guerra; Redacção: Anabela Ventura, Bruno Cardoso, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projecto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Dinis Carrilho. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redacção: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. Email: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Tel.: 265 538 810; Fax.: 265 538 813. Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Pub.

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Actual

Tiros entre casais matam dois homens e ferem mulher numa semana alucinante

São mais três casos de violência extrema entre casais na região. Uma

mulher matou o marido, em plena rua, mesmo à porta da Conservatória de Almada onde se iam divorciar no dia 14. Quase em simultâneo, na Costa de Caparica, um outro homem morria com um tiro na cabeça enquanto perse-guia a ex-mulher. Três dias depois, um morador da Aldeia da Piedade (Sesimbra)foi ter com a ex-companheira ao seu emprego, em Vila Nogueira de Azeitão, e desferiu-lhe um tiro de caçadeira no abdómen. Está livre de perigo e a recu-perar. Mas houve mais crimes violentos a semana foi marcada por mais episódios de violência.

Leia Oliveira, uma imigrante brasileira, 33 anos, chocou Almada quando no dia 14 utilizou uma caçadeira

para matar Leomagno França, 22 anos, com um tiro no peito. O ex-companheiro recusou-se a dar-lhe o divórcio e a vingança foi servida à porta da Conser-vatória do Registo Civil, onde começaram por discutir.

A mulher ficou em prisão preventiva, tendo admitido que comprara a arma na véspera do crime, depois de ter vendido a aliança de casa-mento, porque tinha medo que o ex-companheiro lhe batesse. Entrou com a caça-deira de canos serrados na conservatória e foi detido em flagrante pela PSP.

Ainda com contornos dúbios está o episódio que decorreu quase em paralelo na Costa de Caparica, na Torre das Argolas, quando um homem corria atrás da ex-mulher, que entrou para um prédio de arma em punho e se ouviu um tiro. Porém,

quando os vizinhos abriram as portas de casa era o homem que estava morto no chão, com um tiro na cabeça. A PJ de Setúbal está a investigar.

Já na manhã de segunda-feira Sandra Silva, 36 anos, seria atingida pelo ex-marido que foi ter com ela ao local de trabalho, num condomínio em Vila Nogueira de Azeitão, sendo que na origem da tenta-tiva de homicídio, como designou a GNR, terão estado razões passionais. Quem conhece o antigo casal garantia que o homem, de 50 anos, andava «triste e estranho» e que já teria havido mais cenas de violência.

Eram cerca das 09.30 horas, quando Sandra Silva começava da pior maneira mais uma semana de trabalho, no condomínio da rua Socie-dade Filarmónica Perpétua Azeitonense, um bairro de moradias de Azeitão. Seria

surpreendida pelo ex-compa-nheiro, que lhe apontou a arma e disparou, sem que tenha havido possibilidade de diálogo entre ambos. A mulher tinha ido viver recen-temente para Almada, com a filha de oito anos, enquanto o homem continuava a residir

na estrada do Parral, na Aldeia da Piedade.

Foi aqui que se refugiou logo após o disparo, vindo a telefonar para o posto da GNR de Azeitão para se entregar aos militares que o foram deter, apreendendo também a arma.

Outros crimes na semana

»» Segunda-feira - Jovem de 17 anos rouba por esticão um fio de ouro a uma sexagenária, magoando-a , na Rua António Forjaz, em Setúbal, mas seria detido pela polícia. »»Terça-feira - Um homem assaltado, amarrado e agredido com uma paulada na cabeça, dentro da própria casa, por um trio de encapuzados, na Charneca de Caparica. »»Quarta-feira - Um bar na praia do Castelo, na Costa de Caparica, ardeu de madrugada. A PJ de Setúbal recolheu, podendo estar em causa um cenário de fogo posto no bar.

Entrada para as garagens do condomínio onde é dado o tiro

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DR

:::::::::::: Roberto Dores ::::::::::::

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Pub.

A PRODUTORA de vinhos de Fernando Pó, Ermelinda Freitas, faleceu na segunda-feira, em sua casa, aos 81 anos de idade. A região perdeu um dos nomes mais marcantes da história do vinho em Portugal e na Península de Setúbal.

O corpo esteve em câmara ardente na capela do Poceirão e o funeral realizou-se na terça-feira, pelas 17 horas, para o jazigo da família, locali-zado no cemitério daquela localidade.

José Carlos Caleiro, líder da Adega Coopera-tiva de Palmela, considera que Ermelinda Freitas foi um «marco importantís-simo na divulgação e cres-cimento da sua casa». A seu ver, tratou-se de alguém que «dinamizou a região onde se inseria e

que deu emprego a muita gente», explicou.

Ermelinda Freitas, que assumiu a direcção da sua empresa após a morte do marido, foi fundamental, juntamente com a filha Leonor, na mudança de qualidade dos vinhos produzidos na região da Península de Setúbal.

Uma dinastiade mulheres

Ermelinda Freitas deu sempre especial atenção ao vinho e a qualidade deposita nos seus produtos tem-lhe valido ao longo dos anos importantes prémios em concursos nacionais e internacionais. A Casa Ermelinda Freitas foi fundada em 1920, com Deonilde Freitas no leme, tendo sido continuada por Germana Freitas e, mais

tarde, por Ermelinda Freitas, após o desapare-cimento precoce do marido Manuel Freitas. A firma começou por comer-cializar vinhos a granel, sem marca própria e, nos dias de hoje, gaba-se de ser uma das empresas de vinho mais afamadas da região. O Terras do Pó tinto foi o primeiro vinho produzido e engarrafado pela Casa Ermelinda Freitas, em 1997.

Ermelinda Freitas, com a preciosa colaboração da filha Leonor Freitas, deu continuidade ao negócio, tendo esta reforçado a liderança feminina na

empresa, embora a sua área de formação nada tenha a ver com o sector dos vinhos. Foi com a gestão da filha Leonor Freitas que se deu a grande mudança de se criar marcas próprias. Desde então a Casa Ermelinda Freitas tem ganho vários prémios nos concursos mais prestigiados pelo mundo com marcas como Terras do Pó, Dona Erme-linda e Quinta da Mimosa, bem como o conceituado prémio de melhor tinto do mundo no concurso Vinailes Internacionales com o Syrah 2005.

O Semmais apresenta à família enlutada de Ermelinda Freitas as mais sentidas condolências pela perda de tão importante vulto ligado ao sector viti-vinícola, em especial a Leonor Freitas.

Ermelinda Freitas morre aos 81 anosA fundadora da Casa Ermelinda Freitas havia passado o testemunho à filha Leonor que fez crescer a marca

A Câmara de Setúbal, na sessão pública de quarta-feira apresentou um voto de pesar pelo desaparecimento de Ermelinda Freitas, “grande impulsionadora de uma das principais empresas vitiviní-colas da região”.O êxito na promoção dos vinhos da Península de

Setúbal é salientado no texto, que enaltece o dina-mismo de Ermelinda Freitas. “Com a filha Leonor, soube transformar uma empresa desconhecida numa empresa de excepção com uma notoriedade que vai muito para lá das fronteiras nacionais”.

Perda irreparável para os produtores

Ermelinda viveu a revolução dos negócios operadanos últimos anos

DR

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A CÂMARA Municipal da Moita vai criar uma rede de percursos pedonais e

cicláveis um pouco por todo o município. No total serão 100 quilómetros de rede, um número bem longe dos actuais 16 quilómetros e que demonstra bem a aposta do executivo lide-rado por João Lobo na mobilidade sustentável no concelho.

Em declarações ao Semmais, o autarca reafirma a importância do Programa Municipal de Percursos Pedonais e Ciclá-veis (PMPPC) e não esquece a cada vez maior utilização pela população dos percursos actualmente existentes. «Trata-se de um programa estratégico, que funcionará como alterna-tiva aos automóveis, importante numa altura em que o serviço público diminui de dia para dia e tendo em conta os graves constrangimentos econó-micos que o país atra-

vessa», assevera.A ligação pedonal e

ciclável entre o Rosário e Sarilhos Pequenos deverá avançar em primeiro lugar e será a primeira de muitas a criar no futuro. O programa, que se espera vir a contar com o apoio dos fundos comunitários, não tem data para estar concluído, pelo que vai sair do papel consoante as disponibilidades finan-ceiras municipais.

Na prática, o PMPPC da Moita visa criar uma rede de percursos em todas as freguesias do concelho, com ligação aos municí-pios limítrofes, bem como a interligação com a rede de transportes públicos, de modo a que a bicicleta funcione como alternativa de transporte nas curtas e médias distâncias e não apenas como lazer. A rede de percursos prevê ainda

ligações aos principais equipamentos desportivos, culturais e de lazer da Moita, ligando a rede escolar municipal, o patri-mónio e os valores ecoló-gicos do território.

Protocolo em nomedo uso da bicicleta

Para incentivar o uso da bicicleta, o município cele-brou recentemente um protocolo de colaboração com a Federação Portu-guesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta. O documento pretende esta-belecer parcerias, estimu-lando e desenvolvendo

projectos e acções comuns que visem o bem-estar dos munícipes, através do incentivo e melhoria das condições para a utilização das bicicletas e dos circuitos pedonais e cicláveis. «Dadas as características naturais do concelho, estão reunidas as condições para promover as deslocações a pé e a bici-cleta, quer numa vertente de recreio e lazer, quer nas deslocações quotidianas», lê-se no documento.

O PMPCC prevê a instalação de parques para bicicletas, de guias em escadarias públicas e a criação de um sistema de bicicletas municipais de uso partilhado, numa fase mais posterior do projecto. Uma equipa interdepar-tamental na câmara da Moita já foi criada para implementar o programa.

Bruno Cardoso

Moita cria mega programa parapromver uso intensivo da bicicletaPrograma municipal prevê criação de mais 84 quilómetros de circuitos pedonais e cicláveis em todo o concelho. Autarquia quer fomentar mobilidade sustentável e lidar com a crise e os problemas ambientais.

Pub.

Festas com balanço positivoAS FESTAS em Honra de

Nossa Senhora da Boa Viagem, na Moita, terminaram este ano com mais um balanço positivo. O presidente da câmara municipal, João Lobo, destaca o elevado número de visitantes nos dez dias de festa, apesar da crise que afecta o país e os bolsos das pessoas. Talvez por esse motivo, o autarca admitiu que a edili-dade «não está a pensar reduzir o número de dias» do certame, até porque a medida, a ser tomada eventualmente,

traria consequências nega-tivas para o comércio local, que sobrevive com dificul-dades durante o resto do ano.

Os pontos mais altos foram a maior feira taurina do país, a Corrida do Dia do Município e as tradicionais largadas de toiros. No campo musical, as actuações de Boss AC, Quim Barreiros e Amor Electro puxaram pelas festas, enquanto no Tejo a regata em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem e o concurso de barcos engalanados foram

os destaques. A tradicional tarde do

Fogareiro também reuniu milhares, num enorme espaço de convívio que não fugiu ao tradicional: mesas montadas, fogareiros acesos, amigos e muita animação. No primeiro domingo de festa, o destaque recaiu sobre a procissão em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem pelas ruas da vila. A tradicional Feira Comercial de Industrial teve uma vez mais lugar no Pavilhão Municipal de Exposições.

Ermelinda FreitasFaleceu a 17/09/2012

AGRADECIMENTO E PARTICIPAÇÃO

A família de Dona Ermelinda Freitas vem agradecer, penhoradamente, a todos

os que se dignaram manifestar o pesar pelo falecimento do seu ente querido

e participa que será rezada na próxima segunda-feira, 24 de Setembro, pelas 18 horas, na Igreja de Águas de Moura/Marateca, a Missa do Sétimo Dia.

DR

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ano: 2012 . nr 26 . mês: Setembro . director: António Serzedelo . preço: 0,01 €

http://jornalosul.hostzi.com

09.12 NR

26

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Car

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Mandar o agressor para onde deve ir

“Todos temos de fazer sacrifícios”, o slogan dos políticos que nos colocaram neste estado de coisas, repetido até à náusea pelos seus avençados na comunicação social, fez escola; a par de um outro que acusa quem duvida desta narrativa “de empurrar a dívida com a barriga”. Dívida, dívida… não se tem ouvido e lido outra coisa, de “Dívida Pública”, de “nós”.Todos aqueles que se atreveram “Dívida? Muito bem, façamos uma Auditoria para se saber pormenores dessa dívida, saber quem deve o quê…” foram absolutamente cilindrados, desapareceram da comu-nicação social.Só os Dupont & Dupont têm lugar para falar de “alter-nativas”. E descara-damente, sem puder, viram-se para as suas câmaras privadas e perguntam: “Alternati-vas, onde estão?” Tudo para nos convencerem da nossa “culpa”. E convenceram, muitos reproduziram-lhe o discurso, com a mesma convicção daquela mulher que apanha constantemente pancada do cobarde do marido e se con-venceu de que as nódoas negras são culpa sua. E temos vindo a pagar, sem sequer exigir que se coloque a nu quem contraiu a dívida, porquê… e quem lucrou no entretanto. E entregámos o dinheiro de um empréstimo inteiro aos bancos, aos mes-mos que andaram a “brincar” nos casinos financeiros internacionais, a distribuir dividendos pelos seus ac-cionistas e a pagar principes-camente aos seus gestores. Como se fosse normal.A proposta de aumento de 7 pontos percen-tuais da Taxa Social Única, TSU, para os tra-bal-

hadores por conta de outrem e a descida de 5,75 por cento da contribuição das empresas não representa somente um cálculo de contas mal feito – também é, conforme o estudo tornado público por investigadores das Universidades do Minho

e Coimbra -, não é um acidente de percurso motivado pelo voluntarismo, ou erro de

cálculo de quem só está habituado a fazer contas de somar, é a demonstra-

ção mais evidente da forma peculiar como os poderosos do dinheiro e

os seus peões no xadrez da so-ciedade olham para quem não

teve a oportunidade de crescer à sombra de uma juventude partidária e do emprego proporcionado por cúmplices políticos.Aos outros resta darem sinais de vida, como no passado dia

15 de Setembro. Relembrando a mulher es-

pancada, mandar o agressor para onde deve ir: à merda!

José Tavares da SilvaDeputado da Assembleia

Municipal de Setúbal,eleito pela lista do Bloco de

Esquerda

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NR

26

SET

2012

02 NA VIGIAPUBLICIDADE

Disse-o na TV depois da inter-venção desastrosa do dia 7, quan-do Passos Coelho anunciou novos impostos, TSU, e mais austeridade .

Mal acabara surgiu uma cons-telação de críticas, dos mídia à net . Percebia -se que quando passassem do virtual para a rua, originaria inesperadas rupturas sociais, UGT, e rupturas de consen-sos partidárias, PS , colocando o ambiente politico à beira de uma explosão de cidadania .

Manuela Ferreira Leite ,ex líder do PSD foi duríssima dizendo que “a receita não está a resultar, o País está a ficar destroçado, com esta falta de “bom senso”.

Depois, foi a vez de líderes do CDS, altos representantes da igreja católi-ca, centrais sindicais,responsáveis do patronato e dos partidos, da esquerda à direita, todos acompanhados de um imenso clamor de protestos e de in-sultos contra o 1º ministro, acusado de ser insensível ao sofrimento dos portugueses, e incompetente.

Formado e criado nas Jotas,com um curso acabado tarde, fraca expe-riência de gestão, salvo em empresas do seu mentor ideológico , um barão do PSD, Ângelo Correia, promovi-do por um desacreditado Relvas a quem tudo deve,não é de admirar que o Povo- país e até o PSD comecem a pôr em causa a escolha que fizeram há ano e meio.

Nunca se tinham ouvido criticas tão fortes a Passos e ao seu Ministro Gaspar, ambos bons alunos da chan-

celer Merkel, a fazer deste país um laboratório de experimentação de arriscadas teorias neo-liberais.

Enquanto a Troika anunciava um alargamento dos prazos por mais um ano, dos valores incompridos do Pib, P.Coelho resolvia endurecer a austeri-dade, e conseguiu numa alocução de 10 minutos, mudar qualitativamente o ambiente politico todo.

Veja- se o dia 15 de Setembro.Os portugueses saíram à rua em

massa, em 40 cidades do país, num total próximo de um milhão, a dizer Basta!

Não querem mais Troika, que lhes trocou as vidas.

Não querem mais impostos que não po-dem pagar,onde não há equidade, critério,justiça social . Exigem outra politica,e que as gordu-ras do Estado não sejam os trabalhadores,os re-formados ,os jovens, os desempregados , a es-cola publica, e a saúde a pagar, em nome da crise que não criaram.

De repente P. Coelho,é um homem só,isolado, a quem o líder do CDS e ministro de Estado, Paulo Portas ,de-pois de longo silêncio muito significa-tivo , se atreveu a dar uma inteligen-te e oportunista ensabuedela,numa pose de homem de Estado,que colocou a coligação PSD-CDS á beira de um ataque de nervos,ao prometer justamente, que não a poria em risco.

Agora, sabemos todos e os partidos também, que se acabaram os brandos costumes. Viu-se na noite de 15 de Setembro frente ao Parlamento.

A demonstração, de que se perdeu o medo, e que há gente disposta à violência.

Os partidos em geral , particular-mente o PS têm de pensar muito bem nas posições que tomam,sobretudo

face ao Memoradum. Sobretudo, se quiserem evitar que a situação escorregue para uma próxima da Grega,com o centro a explodir, e os extremos a ganhar...

Com este primeiro ministro isso pode acontecer, sobretudo se não se vislumbra nenhuma alternativa à si-tuação em que vivemos, depois da Troika que não tinha outra solução, ter até alargado prazos para ajudar.

Continuamos num impasse que gera frustração,desmobilização, de-silusão e desespero.

De facto, uma crise de poder não é,talvez, agora o que mais con-venha ao país .

Consciente disso o P.R resolveu consultar o Conselho de Estado

Mantêm-se o Go-verno? A sua quebra pode ser um desastre,mas a sua manutenção também o é. O governo é remo-delado? É melhor um mau orça-mento, ou não haver orçamento nenhum? Como reagem os mer-cados? Caminha- se para novas eleições ,assunto demorado,caro,e pode não ser conclusivo,ou vai-se para um Governo de Salvação

Nacional, sem Passos Coelho,com um primeiro ministro tecnocrata apoiado, pelo menos, pelo CDS, PSD e PS?

Estamos face a uma conjuntura europeia que não é fácil, em apa-rente evolução positiva no tocante ao euro, mas o mercados contam a cima de tudo, para os juros que o país tem de pagar.

O PR tem uma alta responsa-bilidade.Tem dito que os sacrifícios devem abranger os que tem escapado à austeridade.Pode mandar o novo orçamento para o Tribunal Constitu-cional se não for alterado .Pode e deve ver, se há respeito pela equidade,o que não parece líquido.

Agora, é na rua que os Portugue-ses começam a encontrar-se.

Devem organizarem se com pa-lavras de ordem apropriadas, sem jogos partidários, solidários com os movimentos de Cidadania ,e os movimentos Alternativos,com os sin-dicatos, em nome da sobrevivência do País ,que querem ajudar a salvar, para alterar o rumo desta “barca do inferno” sem futuro,nem esperança.

António SerzedeloDirector do jornal O Sul

Passos perdido(s)MARCELO REBELO DE SOUSA, DISSE

QUE O NOSSO PRIMEIRO "NÃO

ESTÁ PREPARADO PARA O LUGAR".

“ (...) dia 15 de Setembro.Os portugueses saíram à rua em massa, em 40 cidades do país, num total próximo de um milhão, a dizer Basta!

“ Agora, é na rua que os Portugueses começam a encontrar-se.

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O nosso progresso depende de uma nova geração de crianças Saudáveis, Ativas e Motivadas. | S. Loureiro

Vivemos atualmente numa so-ciedade acostumada a que a saúde não está nas suas mãos mas é sim da responsabilidade de outrem, ou de al-gum agente externo; numa população sujeita a uma excessiva medicalização em que ninguém pretende dar tempo ao tempo para uma recuperação do equilíbrio funcional do organismo; numa época em que perdemos o con-tacto e a Consciência de nossa própria natureza e do nosso ritmo biológico. A análise crítica em relação ao que nos é prescrito é praticamente nula, sendo que diversas pessoas chegam a tomar o mesmo medicamen-to simultaneamente, em formatos diferentes, sem sequer o notar. A usual indignação do “fui ao médico e ele nem me receitou nada!”, comprova a noção de que a “saúde” parece medir-se pela quantidade de drogas medicamento-sas que se tomam.

O paradigma está tao vinculado que certos pais sentem-se culpabili-zados ao procurarem alternativas à farmacoterapia sem se aperceberem que diversos desses medicamentos possuem efeitos secundários que po-dem colocar em risco o equilíbrio fun-cional do - ainda imaturo - organismo da criança (veja-se a grande polémica à volta da Ritalina – droga medicamen-tosa psicoestimulante abusivamente receitada por certos profissionais de saúde a crianças catalogadas de hi-perativas). Neste âmbito, a estima-tiva do número de crianças sujeitas a excessiva medicalização no outro lado do oceano (E.U.A). é assustador! Mas, ainda pior, na Europa parece que estamos a importar este modelo ame-ricano. Tomando a premissa de que o nosso Futuro é determinado pelo modo como vivemos o nosso Presente,

não será esta a altura certa de Parar e Refletir sobre o futuro que estamos a criar? Com uma população idosa a tomar cerca de 10 medicamentos (no mínimo!) por dia, é esta a perspetiva que queremos oferecer às gerações vindouras? Qual a real Qualidade de Vida desta população sénior?

Como foi possível perdermos a noção de que o nosso corpo possui um poder natural de cura – a tão aclamada Vis medicatrix naturae - após poucas décadas da implementação massiva da indústria farmacêutica? Qual o papel que jogámos neste jogo e como perde-mos as Memórias não tao longínquas

dos tratamentos naturais tradicionalmente usa-dos? E se o paradigma começasse a mudar Aqui & Agora, para uma so-ciedade mais Respon-sável e Consciente de

si própria tanto a nível físico, mental como emocional? E se o paradigma mudasse de modo a que, em vez de se recorrer logo a medicamentos de síntese mais agressivos para o orga-nismo, explorássemos em primeiro lugar modos mais naturais de manter e recuperar o equilíbrio do nosso or-ganismo, recorrendo a remédios mais invasivos apenas quando o organismo já perdeu a sua capacidade natural de reação?

Estamos em tempo de Mudar e proporcionarmos aos mais pequenos um estilo de vida saudável, um modo natural de Ser e Estar, e procurar ca-minhos positivos salutares em Har-monia connosco e o que nos rodeia. Desse modo estaremos a contribuir certamente, mas muito certamente (!), para uma Nova Geração Saudável, Ativa e Motivada.

Caminhemos Gentilmente neste mundo que nos acolhe.

Sofia LoureiroTerapeuta Natural

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Em cerca de 30 países do mundo árabe e islâmico, pas-sando até pela Austrália,tem-se levantado uma enorme onda de fundamentalismo islâmi-co, motivado pela nebulosa Al Queda,dirigida contra o Ocidente.

O pretexto foi um vídeo colo-cado no youtube , propositada-mente em período eleitoral nos EUA, a 52 dias das eleições pre-sidenciais, por fundamentalistas coptas,(idênticos aos salafitas islâmicos) e legendado, não por acaso, em árabe.

Nele se insulta e troça do p r o f e t a M a o m é , c h a m a d o -l h e m u l h e r e n g o , e mentiroso,apresentado em ima-gem por um actor o que nunca

deve acontecer, segundo a tra-dição islâmica.

No início parecia que os ata-ques eram só contra os EUA,mas quando se vê que as embaixa-das da Alemanha, Inglaterra,e até Holanda são ameaçadas, percebe-se que a revolta é mais ampla.É manipulada por fundamentalistas,explorando ressentimentos anti america-nos, grupos que foram esmaga-dos pelos ditadores árabes que o Ocidente ajudou a depôr,e que agora se aproveita das liberda-des conquistadas, para atacar a cultura e a civilização democrá-tica tal como a entendemos os Ocidentais.

A primeira consequência foi

na Líbia, onde se crê que um grupo de ex apoiantes de Gada-fi ,á mistura com salafitas,num ataque preparado em Benghasi no dia 11 de Setembro, ás insta-lações diplomáticas dos EUA mataram o embaixador, e outros funcionários do con-sulado, onde se en-contravam.

Depois foi o Cairo, Tunis,Cartum,Líbano, e por aí fora, em todo o lado com mortes e feridos registados.

É uma ironia que tudo isto rebente, com o Presidente Oba-ma, o homem que pronunciou no Cairo, em 2009 ,um célebre

discurso onde anunciava uma viragem no relacionamento dos EUA com o mundo islâmico, e lhes prometia apoio no muito difícil percurso da construção

da Democracia.Obama tem ge-

rido a crise com sa-bedoria, aí marcando pontos em política externa, relativamen-te ao seu contende-dor republicano Mitt Romney.

O Presidente por um lado, tem tentado nas suas intervenções não ofender de for-ma nenhuma o Islão,ao mesmo tempo que não põe em causa os valores americanos.

Por outro, mostrando fir-meza na defesa das embaixa-das americanas sediadas nes-tes países,despachando para lá marines,recordando aos Gover-nos os seus deveres para com as embaixadas, e dizendo que os culpados serão apanhados e consequentemente julgados.

Enfim a crise ajudou a apertar laços entre Europeus e America-nos, ao mesmo tempo que Obama tenta evitar, a todo o custo,que possa ser entendida como um “choque de civilizações” como interessa ao fundamentalistas de todas as religiões.

António SerzedeloDirector do jornal O Sul

Contra o ocidente marchar marchar

“ No início parecia que os ataques eram só contra os EUA,(...) percebe-se que a revolta é mais ampla.

“ (...) o nosso corpo possui um poder natural de cura

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Saúde Natural & Crianças

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À BOLINA

Propriedade e editor: Prima Folia • Cooperativa Cultural, CRL / Morada: Rua Fran Paxeco nº 178, 2900 Setúbal

/ Telefone: 963 683 791 • 969 791 335 / NIF: 508254418 / Director: António Serzedelo / Subdirector: José Luís Neto • Leonardo da Silva / Consul-tores Especiais: Fernando Dacosta •

Raul Tavares / Conselho Editorial: Catarina Marcelino • Carlos Tavares da Silva • Daniela Silva • Hugo Silva • José Manuel Palma • Maria Madalena Fialho • Paulo Cardoso / Director Artístico:

Dinis Carrilho / Consultor Artístico: Leonardo Silva / Morada da Redacção: Rua Fran Pacheco nº 176 1ª 2900-374 Setúbal / Email: [email protected] / Registo ERC: 125830 / Deposito Legal:

305788/10 /Periocidade: Mensal / Tira-gem: 45.000 exemplares / Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA - Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 - Moralena 2715-029 - Pêro Pinheiro

É uma exposição estonteante, estas “Tarefas Infinitas” que estão no Museu Gulbenkian até 21 de Ou-tubro. Os livros de artista dialogam com objetos, obras de arte, o visitante entra e sai perplexo. Se vai à espera de ser confrontado com as técnicas e estéticas das obras de arte, desiluda-se. Há para ali um conjunto de caixas de ferro onde Rui Chafes guarda as cinzas dos textos que escreve lado a lado com um Apocalipse iluminado do século XIII, que mostra numa mi-niatura a fogueira onde padecerão os condenados Juízo Final, o que pode sugerir que há várias leituras para o fogo e as cinzas. Embrenha-se o visitante exposição adentro e as surpresas repetem-se, há para ali filmes, fotografias, es-culturas e instalações a conversar com livros iluminados medievais e livros de artistas con-temporâneos, que nem lhe passa pela cabeça. Haverá momentos em que o confuso visitante questionará se são as ousadias da arte que põe à prova o livro como bem intemporal ou se são os livros que estão predestinados a pôr à prova a arte e os seus títulos absolutos.

É uma exposição ousada, por-tanto, ao estabelecer pontes insus-peitadas, ao provocar a concepção tradicional que temos do livro. Ao que parece, o Museu e a Biblioteca de Arte da Fundação Gulbenkian queriam uma exposição sobre livros de artis-tas existentes nos respetivos espólios (e que arte magnífica não há nesses livros!), um esclarecimento sobre as intenções dos artistas quando criam

esses valores preciosos, mas o comis-sário da exposição quis fazer deste acontecimento um grande ensaio e daí esta reflexão sobre os limites que transvasam a beleza e a criatividade artística.

A organização das obras e livros de artista permitem estar com Ama-deo de Sousa-Cardozo, Vieira da Sil-va, Lurdes Castro, Filippo Marinetti, Stéphane Mallarmé, Jean-Luc Go-dard, José Escada, Christian Boltanski, entre muitos outros. A documentação distribuída faz fé de como a exposição convoca interpelações inquietantes:

de que modo a arte põe à prova o livro, e como o livro põe à prova a arte? E quando o co-missário observa que estamos perante um ensaio, ele estabelece, na perfeição, as regras de jogo que condicio-nam a perplexidade e o deslumbramento do visitante. Assim:

Somos prevenidos, no limiar da exposição, que abrir um livro é cor-rer o risco de encontrar o infinito. O livro é infinito, o que temos nas mãos,

depois de lido ou contemplado, pro-voca mudanças, um outro estado de espírito, e então o livro descentra-se, espraia a liberdade. É o começo do começo.

Entra-se no espaço do livro e cor-re-se inúmeros riscos, não podemos prever a explosão das palavras, ideias, imaginação. Entrar e sair do livro pode ser um abismo entre a ordem e o caos.

Na secção seguinte somos avisa-dos que a escrita e a leitura têm isso de comum, são tarefas inacabáveis. E há um outro problema: os auto-res contaminam-se, as personagens,

citações e ideias migram de uns li-vros para outros. O livro exige de nós tempo. Aqui começa uma história interminável. E depois partimos para um estranho labirinto onde tudo se dirige para um livro. É essa a ordem natural das coisas: o trabalho e o descanso, a dor e o prazer, a ficção e a realidade. O visitante pode estar confuso mas sente que já está em melhores condições para perceber com é vão o desejo enciclopédico da apreender todo o conhecimento do mundo.

Noutra secção lança-se uma mensagem urgente, gritam-se avisos, do género: os livros são perigosos, são temíveis, acresce que o ser humano é um mapa aberto à viagem, traz aos ombros o monte de palavras, assiste-lhe a possibilidade de ler e reler, tem sempre pela frente a biblioteca inter-minável de Babel. Agora já se perceba que estas tarefas são infinitas não se

limitam ao tempo de vida de um in-divíduo e são criação comunitária.

Há exposições que não vêm sós, arrastam filmes, conferências, catá-logos ou folhetos auxiliares para o visitante. Pede-se a atenção para as importantes conferências ao longo de Setembro e Outubro e até para as visitas orientadas. O catálogo está mesmo à altura do fulgor destas tarefas infinitas, atrevo-me a dizer que é um catálogo soberbo, irá ser disputado pelos bibliófilos. Porque um catálogo seve para conservar e rever tudo aquilo que já nos en-cheu as medidas e até os limites da compreensão: é verdade que o livro é uma casa estranha para onde somos convidados, lê-lo pode ter o mérito de abrir janelas, abrir portas, esta-belecer espaços de fronteira. O livro pode ser um laboratório artístico, um acontecimento. Há momentos em que percebemos claramente que o

livro é transbordante. É o caso dos livros bordados de Lurdes Castro, onde o direito e o avesso, e o avesso do avesso, podem induzir um livro infinito, uma tarefa infinita, a exis-tência de linhas que não se tocam ou que criam malhas.

Tanta coisa para chegar a um livro! Como se escreve no catálogo: “Num livro podemos encontrar o comum e o extraordinário, o quo-tidiano mais simples e a experiên-cia mais estranha, a banalidade e o espetacular. O livro transporta ambas com a mesma dignidade e destrona mesmo a pretensa supe-rioridade daquilo que se considera habitualmente importante”. Mas atenção o livro é também uma fron-teira instável entre a sabedoria e a loucura, por isso se vê na exposição uma pintura flamenga com uma paisagem à primeira vista bucólica onde Santo Antão, junto a uma flo-resta tem um livro aberto nas mãos, absorto, parece não dar conta de uma procissão grotesca e cómica, talvez as figuras da tentação.

Afinal, ler é mais do que ler as palavras de um livro, adverte o co-missário, ler é experimentar o mun-do de outro modo e quem não sai consolado, apaziguado, esclarecido desta exposição, não se preocupe, uma exposição que é um ensaio é obra inacabada, abre terreno para a luz de um outro princípio, se a arte e o livro se ilimitam estamos compro-vadamente sujeitos a tarefas infinitas.

Recomenda-se que não se per-ca semelhante provocação, há que vencer todos os obstáculos que, qual arame farpado, tornam difícil o acesso às artes do livro. Não se esqueçam: na Gulbenkian, até 21 de Outubro.

Beja SantosDocente Universitário

Tarefas infinitas

“ Haverá momentosem que o confuso visitante questionará se são as ousadias da arteque põe à prova o livro (...) ou se são os livros queestão predestinados a pôr à provaa arte(...)

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A CÂMARA Municipal de Setúbal devolveu à população da cidade o seu mais impor-tante espaço de cultura, inte-gralmente renovado e ampliado, o Fórum Luísa Todi. Durante a cerimónia de reabertura, que a edilidade fez coincidir com as come-morações do dia da cidade, a presidente da autarquia disse ter «cumprido» o seu dever, não conseguindo, na ocasião, conter aquela que diz ter sido uma «grande emoção». Maria das Dores Meira recordou que o percurso, iniciado em 2008, foi «longo e complexo», mas não esqueceu o apoio da liga dos Amigos do Fórum Luísa Todi e de vários artistas setu-balenses, cujas receitas dos espectáculos reverteram intei-ramente para as obras.

Apesar de reconhecer que a morosidade da requalifi-cação gerou demasiada expectativa na cidade, a autarca recordou que a opção passou sempre por requali-ficar o edifício antigo já exis-tente, dado que o «Luísa Todi não podia perder as suas características mais puras, as

linhas mais simples e harmo-niosas que marcaram inde-levelmente o traçado do grande passeio público da cidade». «Não escolhemos o caminho da demolição, porque o novo é sempre novo e nessa novidade se evapo-rariam memorias e passados preciosos», acrescentou.

A presidente da Liga dos Amigos do Fórum Luísa Todi lembrou que esta tinha nascido para chamar a si a responsabilidade social pela reabilitação da infra-estru-tura, que haveria de passar, em 2011, para as mãos da autarquia. «O trabalho da liga foi objecto de controvérsia e de incompreensão, mas, actu-almente, o que há a destacar é que Setúbal está num grande momento de criatividade

cultural, especialmente depois do renascimento do Fórum Luísa Todi», afirmou Maria Helena Matos.

Já o director do equipa-mento gabou o facto de a cidade abrir um novo espaço deste género, numa altura em que alguns municípios têm encerrado infra-estruturas dada a conjuntura económica actual. João Pereira Bastos elogiou também a «tenaci-dade» da Câmara Municipal de Setúbal e garantiu que a programação do equipamento não cairá, «com ou sem dinheiro».

Autarquia tenta apoiospara garantir programação

Durante o discurso de reabertura, Maria da Dores

Meira disse que é «funda-mental» existirem outros apoios, que não o da câmara, para colocar de pé uma programação exigente. Ainda assim, a edilidade está a preparar para Outubro um conjunto de iniciativas com várias colectividades que vai abrir as portas da sala a toda a população. A partir de Janeiro, as programações quadrimestrais começarão a ser anunciadas.

A sala principal do Fórum Luísa Todi tem capacidade para 634 pessoas e conta com acessos a pessoas com mobi-lidade reduzida. A nova régie está acompanhada de quatro cabinas de tradução, enquanto o palco cresceu dez metros em profundidade. Um fosso

de orquestra, com capacidade para 55 músicas, foi igual-mente criado. A zona de cama-rins e salas administrativas também foi recuperada, permitindo criar num novo andar, ocupado por uma sala polivalente para espectáculos de menor dimensão, com vista panorâmica para o Sado e a Arrábida.

O projecto de remodelação de Fórum Luísa Todi ascendeu a 4,2 milhões de euros e teve uma comparticipação do Programa Operacional Regional de Lisboa em 65 por cento. A remodelação faz parte do programa de Regeneração Urbana do Centro Histórico de Setúbal (ReSet).

Bruno Cardoso

Liga dos Amigos lembrou caminho difícil de anos que gerou «controvérsia e incompreensão»

Fórum Luísa Todi devolvido à população de SetúbalPresidente não escondeu emoção e lembrou caminho difícil e expectativas na cidade. Etapa final ascendeu a 4,2 milhões de euros com apoio comunitários.

O PALÁCIO dos Duques de Aveiro, em Azeitão, foi o palco escolhido para a 3ª edição do Amarsul Eco Fashion 2012.

Com uma forte adesão da população, o desfile cuja apresentação esteve a cargo da actriz setubalense Sara Prata, contou com criações de sete novas estilistas, total-mente concebidas a partir de materiais recicláveis, tais como jornais/revistas, sacos de plástico, embalagens, entre outros materiais.

Além do desfile destaca-

se a exposição no interior do Palácio, que apresentou de forma original, mane-quins que encarnaram os modelos de uma colecção denominada “Falsos Valores”.

Para a Amarsul, o sucesso da iniciativa provou «mais uma vez, a razão pela qual o desfile foi conside-rado o melhor evento espe-cial realizado em 2011», pela Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa.

A Amarsul, que tem como missão adoptar soluções

adequadas de tratamento e valorização dos resíduos sólidos urbanos produzidos na margem sul Tejo, contri-buindo para desenvolvi-mento sustentável da região e do país e para a maximi-zação do bem-estar humano, abrange os municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal, servindo cerca de 800.000 pessoas.

Moda ecológica da Amarsul é caso de sucesso nacional

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O evento ganhou prémio em 2011

Na última reunião cama-rária, o vereador do PS, António Caracol, lamentou que o execu-tivo tivesse inaugurado o Fórum Luísa Todi sem este estar terminado. O autarca lembrou que o ar condicionado não funcionou na cerimónia de reabertura e sublinhou o facto de os bastidores não estarem visitáveis. «O atraso na empreitada do fórum não se deveu à oposição, mas sim a este executivo pela forma como conduziu o processo, com ilegali-dades desde o início», acrescentou.Dores Meira alertou o socialista e desafiou-o a provar as alegadas irre-gularidades. A edil vincou ainda o facto de esta obra ter sido inspeccionada como mais nenhuma outra no município pelo Tribunal de Contas e também pela CCDR-LVT.

PS lembra alegadas irregularidades

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A Associação de Comer-ciantes e Serviços do Distrito de Setúbal (ACSDS)

condena as novas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo de Passos Coelho, em particular o aumento da taxa social única de 11 para 18 por cento para os trabalha-dores. O presidente da ACSDS lembra que, actualmente, têm encerrado uma média de 30 empresas por dia em Portugal, situação que «agrava a taxa do desemprego, origina um decréscimo na receita fiscal e uma maior sobrecarga de impostos para aquelas que ainda laboram».

Francisco Carriço consi-

dera que a decisão gover-namental vai «suprimir» ainda mais a classe média portuguesa e pede, em alter-nativa, a eliminação total das isenções fiscais e subsidia-ções a fundações criadas por mecenas, a introdução de um novo escalão em sede de IRS que abarque os admi-nistradores públicos e a classe política, o reajusta-mento do número de depu-tados na Assembleia da República, autarquias, juntas de freguesia e outras insti-tuições públicas e o «esta-belecimento de um tecto salarial para os administra-dores das empresas e insti-tuições públicas, detentores de escandalosos ordenados».

«Isto demonstra bem o estado do país», lamenta o Francisco Carriço, que acusa ainda o Governo de «ter falta de coragem na hora de cortar nos seus próprios gastos».

Repulsa da sociedade

Numa carta aberta enviada ao primeiro-ministro, a ACSDS afirmava que o Governo devia ter o «discernimento e a coragem necessária» para tirar o país da crise, «lutando com as armas certas para defender e elevar a economia

nacional». «É preciso que haja uma renegociação da taxa de juros para valores suportáveis e relançar a economia portuguesa, o que só acontecerá através da baixa da taxa de juro bancário para valores suportáveis pelas micro, pequenas e médias empresas, pela libertação

de medidas de incen-

tivo ao investi-mento e desa-

gravamento das contribui-ções fiscais e autárquicas», lê-se, na missiva

enviada a Passos Coelho.Francisco Carriço acusa

o governante de estar a colher as reacções de «repulsa de uma sociedade

em polvorosa com a nova vaga anunciada de austeridade» e promete lutar, nas

ruas, caso o executivo não

volte atrás. «Faremos parte desta contestação

e endurecê-la-emos caso

não sejamos ouvidos», prometeu.

8 S á bado | 2 2 . S et . 2 0 1 2 www.semmaisjornal.com

+ Negócios

DEPOIS de dois anos de interregno, a Feira Nacional do Porco regressou, este ano, ao Parque de exposições do Montijo.

Considerada como um dos mais importantes eventos do país, na fileira do porco, arrancou ontem, em simultâneo, a 21.ª edição da Feira do Porco, a 19.ª Feira Nacional da Salsicharia e a 1.ª Feira das Actividades Agrícolas.

Promovida pela ALIS, Associação Livre de Suini-cultores, com o apoio da autarquia, a feira vai decorrer até domingo, oferecendo a produtores, comerciantes, industriais e público em geral, a opor-tunidade de conhecer um pouco melhor o sector

suinícola em Portugal e participar nas jornadas técnicas e conferências que decorrerão ao longo de todo o certame.

Nos encontros com especialistas serão deba-tidas algumas especifici-dades do sector, como os constrangimentos à acti-vidade e as boas práticas empresariais.

Montijo retoma Feira Nacional do Porco

A SUNERGETIC S.A., Parque Empresarial Pinhal do Forno, em Alhos Vedros, na Moita, acaba de ser distinguida como PME Líder pelo IAPMEI. Este galardão exige um mínimo de 4 exercícios de activi-dade da empresa.

«É uma satisfação adicional termos alcan-çado este desiderato justamente ao fim do nosso 4º exercício empresarial em 2011, uma vez que a empresa foi fundada a 10 de Outubro de 2008», sublinha Frederico Rosa.

Para a Sunergetic S.A., o ano de 2011 foi de extrema importância, tendo atingido patamares

que são o fruto directo do trabalho de todos os que fazem parte da equipa da empresa.

«Em Julho de 2011 passámos de uma socie-dade por quotas para uma sociedade anónima com aumento de capital social e alargamento do corpo accionista, o que nos veio fortalecer em termos de inteligência e pensamento crítico da empresa como um todo, afirma, ao recordar que a empresa foi, ainda, distinguida pelo Diário Económico, pela consul-tora Heidrick&Struggles e pelo ISCTE com o prémio Excelência no Trabalho – Evolução.

Sunergeticé líder das PME

APSS reforça eficiência energética

Tecnopoloinvestena logística

A ADMINISTRAÇÃO dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) prossegue a implementação do programa ECO.AP que tem como objectivo aumentar em 30 por cento a eficiência energética nos serviços públicos, equipamentos e organismos da adminis-tração pública, tendo como horizonte o ano de 2020.

Nesse quadro, destacam-se, já durante o ano de 2012, a substituição da iluminação dos edifícios principais por equipa-mentos de melhor eficiência e menor consumo; a adju-dicação de um sistema de minigeração (energia foto-voltaica) a instalar nas suas instalações do Trem Naval em Setúbal; a instalação de sistemas de aquecimento

solar térmico em todos os edifícios com necessidade de água quente; a dimi-nuição do consumo na rede de iluminação pública através do controlo rigo-roso dos horários de funcio-namento e substituição dos equipamentos menos eficientes; e a continuação da campanha de sensibili-zação “Não está a usar? Desligue!”, junto de todos os trabalhadores.

Comerciantes desesperamcom nova vaga de austeridadeACSDS enviou carta aberta a Passos Coelho a pedir alívio da carga fiscal. A associação propõe ainda alternativas e promete sair à rua, caso a situação se mantenha como está.

::::::::::: Bruno Cardoso ::::::::::::

O SINES Tecnopolo e a Associação Portuguesa de Logística (APLOG) esta-beleceram uma parceria que vai permitir, a partir de Outubro, ministrar a formação que dá acesso ao Certificado Europeu em Logística.

Esta formação visa o desenvolvimento de conhe-cimentos sobre a Cadeia de Abastecimento e a promoção da aplicação de soluções de optimização logística, tendo em vista a melhoria do desempenho e aumento da produtivi-dade de cada profissional na sua actividade.

Os métodos pedagógicos utilizados incluem o recurso a casos práticos resultantes da experiência profissional dos formadores. Os formandos aprovados obterão o Certificado Europeu em Logística emitido pela ECBL - Euro-pean Certification Board of Logistics, organização inde-pendente responsável pela homologação da certificação.D

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ACEITA PROPOSTAS PARA EXPLORAÇÃO COMERCIAL

Carta Convite e Caderno de Encargos

•Cafetarias dos Terminais Fluviais do Montijo e do Seixal•Bares dos navios que efetuam as ligações Montijo – Cais do Sodré e Seixal – Cais do Sodré

Estes documentos encontram-se disponíveis até ao próximo dia 3 de outubro - todos os dias úteis, entre as 09h00 e as 17h30 -, na Sede do Grupo TRANSTEJO: Terminal Fluvial do Cais do Sodré, 1º andar - sala 39

Terminal Fluvial do Cais do Sodré | Rua Cintura do Porto de Lisboa - 1249-249 LISBOA |

Tel.: 210 422 400 | Fax 210 422 499 | www.transtejo.pt

A PONTE 4 de Abril, na Catumbela, localizada na via rápida Benguela - Lobito, em Angola, com projeto da autoria de Armando Rito e Pedro Cabral, foi distinguida com o Prémio Secil de Engenharia Civil 2011, atribuído pela Secil e pela Ordem dos Engenheiros. O galardão, reconhecido como o prémio referência de enge-nharia civil, distingue, de dois em dois anos, o mais signifi-cativo projeto na área.

A referida ponte envolveu 14 900 metros cúbicos de betão, 591 mil quilos de aço de pré-esforço e 1 milhão e 700 mil quilos de aço e caracte-riza-se pela inovação das técnicas usadas e pelo plane-amento e execução dos traba-lhos em obra. As duas torres da ponte, em forma de “U”, destacam-se pela sua trans-parência devida à ausência de contraventamentos.

Pela primeira vez na história dos Prémios Secil Engenharia Civil, este galardão é atribuído a uma dupla de engenheiros. O galar-doado engenheiro Armando Rito afirma que «este é, efeti-vamente, um marco impor-tante na história dos Prémios

Secil Engenharia Civil porque, pela primeira vez, é atribuído a uma obra no continente afri-cano, exemplo da internacio-nalização da nossa engenharia e com particular significado afetivo por a mesma se loca-lizar num País da CPLP». E acrescenta que «fico muito orgulhoso por este prémio ter sido atribuído a uma obra minha e do engenheiro Pedro Cabral que muito contribuiu para a realização desta obra de inegável valor para o desenvolvimento da Província de Benguela».

O dono da obra é o Insti-tuto de Estradas de Angola, do Ministério das Obras Públicas da República de Angola, a sua construção esteve a cargo do consórcio Mota-Engil/Soares da Costa e o cimento utilizado é proveniente da fábrica Secil-Lobito, situada nas imedia-ções da obra.

O Prémio Secil de Enge-nharia Civil visa incentivar e promover o reconhecimento público de autores de soluções que tenham sido aplicadas em obra e constituam peças signi-ficativas no enriquecimento da engenharia civil.

Ponte angolana ganha prémio Secil

Aicep Global Parques e IPS unem forças em nome do futuro da regiãoEntidades assinaram protocolo de colaboração com vista ao desenvolvimento económico e sustentável da região. Documento prevê instalação de empresas star-ups do IPS no BlueBiz, estágios curriculares, prémios monetários e partilha comum de serviços.

A AICEP Global Parques e o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) iniciaram esta semana uma «aliança estra-tégica» com vista à partilha de experiências e de conhe-cimentos entre as duas enti-dades. Esta cooperação visa, em termos práticos, atrair novos investimentos no futuro para a região, gerando mais emprego e riqueza.

Durante a assinatura do protocolo de cooperação entre ambas as entidades, o presi-dente da comissão executiva da Aicep Global Parques referiu que o passo agora dado «sela a oferta conjunta relativamente àquilo que deve estar neste território». Francisco Sá não esqueceu ainda a necessidade de a região «ter elementos cada vez mais diferenciadores das

demais, que a permitam captar investimentos e projectos, tendo em linha de conta o reco-nhecimento que o IPS já detém no exterior».

O presidente do IPS alinhou com Francisco Sá na ideia de desenvolvimento económico e sustentável que se quer para a região. Armando Pires acrescntou que o docu-mento vai «potenciar a apren-

dizagem de estudantes, melho-rando a sua formação e adap-tando-os, ainda mais, ao mercado do trabalho». «É um protocolo de extrema impor-tância para o IPS porque saberes e competências serão, a partir de agora, partilhados, promovendo conhecimento e potenciando a criação de um território mais inovador», vincou.

Portas abertas para start-ups do IPS

Um dos principais objectivos do protocolo de colaboração visa a dispo-nibilização de espaços no BlueBiz – Parque Empre-sarial de Setúbal da Aicep Global Parques, para a loca-lização de empresas star-ups do IPS com condições especiais. Está igualmente prevista a possibilidade de utilização de serviços pres-tados pelo Politécnico às empresas do BlueBiz.

Paralelamente, o docu-mento prevê a atribuição de um prémio monetário ao melhor aluno de todos os cursos ministrados no IPS. O acordo abre ainda caminho à realização de estágios

curriculares dos alunos do IPS na Aicep Global Parques ou em clientes instalados

nos seus parques.

Bruno Cardoso

Mais sobre as duas entidades

A Aicep Global Parques integra o universo Aicep Portugal Global e é parceira de referência no apoio a estratégias de localização empresarial. Disponibiliza espaços infraestruturados e plataformas logísticas para localização de empresas ou de entidades não empresariais e promove a prestação de serviços de gestão integrada, contribuindo para fixar investimento.

O IPS, criado em 1979, integra cinco escolas superiores, desenvolvendo as suas actividades nos domínios do ensino, investigação, transferência do conhecimento e tecnologia e da prestação de serviços à comunidade, abrangendo um vasto leque de áreas do saber. Procura contribuir para o desenvolvimento da sociedade em geral e da região de Setúbal em particular.

Greve da Galp com 8,6 % de adesão

A GREVE de três dias da Galp contou com uma adesão de 8,6 por cento, mas foi na Refinação e Logística que se verificou a maior taxa de adesão, a qual atingiu 26,8 por cento.

Fonte sindical contradiz os números e refere que a greve nas refinarias de Sines e Matosinhos, teve uma adesão de cerca de 90 por cento, embora a empresa desminta esta versão.

Ao longo da greve a empresa assegurou o abastecimento do produto aos clientes, não tendo ocorrido interrup-ções de abastecimento.

O sindicato diz que a greve visou «a defesa dos direitos dos trabalha-dores», numa altura em que «a empresa quer tirar-lhes direitos, sobre-tudo aos que estão na contratação coletiva», bem como «retomar o protesto contra a atua-lização salarial de apenas um por cento», ocorrida no início do ano.

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Política

Três profissões. Um professor, um designer e uma cozinheira. Nenhum se conhecia. Mas

naquele dia desfilaram juntos sobre a avenida Luísa Todi. Quase lado a lado. Cândido Domingos, Raul Reis e

Silvéria Chaínho estavam por ali com um objectivo comum: Protestar contra o plano de austeridade. O mesmo polémico plano que levou à rua um recorde de manifestantes em todo o país e que em Setúbal juntou para cima de 4 mil pessoas. Não chegou a haver números oficiais. E já lá vão oito dias.

A esta hora até possível que os três manifestantes estejam mais opti-mistas, comparando com o estado de espírito que exibiam no sábado quando foram abordados pelo Semmais, enquanto a «marcha» seguia ao som de palavras de ordem rumo à Praça do Bocage. Afinal, o decorrer da semana deixou a espe-rança de aliviar a carteira – leia-se impostos, mesmo – aos contribuintes. Pesou o povo ter gritado «gatunos» a plenos pulmões, como se não houvesse amanhã. Nem hoje!

«Então, não havemos de lhe chamar gatunos? E já viu o que eles estão a fazer às pessoas?» questio-nava Cândido Domingos, 53 anos, o professor a quem austeridade subtrai cerca de 7 mil euros num ano. E se pudesse falar directamente para Pedro Passo Coelho, o que lhe diria?

Classe médiaa «pagar a crise»

«Que a classe média não pode continuar a pagar a crise, numa altura em que grande parte da população começa a empobrecer. Perdemos direitos, mesmo na Segurança Social. Eu trabalho há 36 anos e vou ter que trabalhar mais dez. Mas há outros que têm todas as regalias, porque são ricos», disparava revoltado o docente, para assegurar que reside aqui «o grande problema do país.»

Na mesma linha, mas em tom mais sereno, o designer Raul Reis, 38 anos, que perdeu mais de 30% da facturação desde o início da auste-ridade, reclamava mais moderação ao primeiro-ministro. «Tem que ser ponderado relativamente às medidas que está a tomar, mas também chegou a hora de ser mais exigente consigo próprio.»

Alegava o mesmo manifes-tante que só assim é que o Governo «poderá tentar impor aos portu-gueses estas medidas que não estão a agradar a ninguém, pelos motivos que são conhecidos.»

Já Silvéria Chaínho, 53 anos,

cozinheira, tinha dedicado a tarde à «luta». Ainda que longe do habi-tual fogão. Não perdoava ao Governo os 600 euros que perdeu, sem hesitar em afirmar que o país está «mergulhado num desastre». E como se evitaria a crise? «Quem governa está a tomar decisões sem querer saber de nós e isso não pode continuar. Estamos a ficar mesmo pobres e sem meios de sobrevivência, como é o meu caso», exemplificava, garantindo que até nem é pessoa de andar por aí em manifestações. «Mas hoje tive que vir para a rua, porque ganho o salário mínimo e, mesmo assim, vou sofrer cortes.»

A luta do professor, do designer e da cozinheiraUnidos na revolta, deram corpo à manifestação contra a troika e medidas de austeridade do Governo na capital do distrito. São exemplos de como a luta aquece. Foram quatro mil nas ruas de Setúbal. Contamos a história de três vidas a definhar.

Manif de Setúbal juntou quatro mil na capital do distrito

Cerca de 4 mil pessoas terão saído à rua em Setúbal, para uma marcha a pé pela avenida Luísa Todi. Ainda não foram exibidas bandeiras negras, uma tradição histórica na região em tempos de crise. Mas viam-se entre os manifestantes bandeiras Nacio-nais. «Ainda não é a hora de mostrar bandeiras negras, porque a fome que nos atingiu na década de 80 também ainda cá não chegou», garantia Vitalina Teixeira, enquanto levantava o braço e cerrava o punho para gritar uma das palavras de ordem que percorreram a tarde sadina: «Está na hora do Passos se ir embora» . Pela tarde fora surgiram muitos auto rotulados de «estreantes a manifestações», que haviam de se concentrar na Praça do Bocage durante apro-ximadamente meia hora.

Manifestaçãosem bandeiras negras

::::::::::::::::::: Roberto Dores :::::::::::::::::::

OS DEPUTADOS socialistas eleitos pelo Círculo Eleitoral de Setúbal, estão preocupados com o atraso no reembolso das verbas do QREN para a construção do lar de idosos de Alvalade, pelo que já mani-festaram intenção de perguntar ao Ministério da Solidariedade e Segu-rança Social o porquê deste cenário nada agradável.

Vieira da Silva, Eurídice Pereira, Eduardo Cabrita e Duarte Cordeiro, souberam da boca do presidente da

Casa do Povo de Alvalade, em Santiago do Cacém, durante uma reunião, que o Governo ainda não lhes pagou as verbas do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), do QREN.

A construção do lar, pela Casa do Povo de Alvalade, arrancou no passado mês de Janeiro, tendo a instituição, até à data, investido fundos próprios que ascendem a meio milhão de euros. A obra custa dois milhões de euros e é compar-

ticipada em 60 por cento por fundos comunitários.

Depois de uma visita à Feira Medieval de Alvalade, no passado fim-de-semana, onde assistiram ao cortejo medieval, os deputados deslocaram-se também às festas anuais da Moita, onde contactaram com as estruturas locais do PS.

Nos encontros com a população, os deputados registaram diversas queixas e desabafos. Todos mani-festaram sentimentos de desalento

e grande descontentamento com as novas medidas de austeridade. Aos deputados foram descritas situa-ções sociais dramáticas relacionadas com dificuldades financeiras e a incapacidade de as famílias darem cumprimento às suas obrigações. «O desemprego, a incerteza das pers-pectivas das actividades económicas na região, a crise no comércio, na restauração e na agricultura» são as queixas mais ouvidas, refere o deputado Eduardo Cabrita.

PS quer sabes das verbas do QREN para o lar de idosos de Alvalade

Foto

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PS Montijo puxa orelhas a ‘laranjas’

O PS Montijo acusa o PSD local de não apresentar propostas «cons-trutivas e fundamentadas» para o concelho. Além desse «deserto de ideias», os socialistas dizem que os ‘laranjas’ protagonizam posi-ções que demonstram «um total afastamento da realidade do concelho, insensibilidade social, impreparação política para discutir vários dossiês de interesse muni-cipal, desconhecimento da reali-dade local e má-fé através de acusa-ções sem fundamento que em nada dignificam o debate político».

«Quando todos os autarcas de todos os partidos, incluindo os do PSD em todo o País e também no Montijo, criticam as severas e desproporcionais restrições orça-mentais a que o Governo sujeitou as autarquias, colocando em causa a prestação de serviços essenciais às populações, o PSD Montijo, desconhecendo os mecanismos de funcionamento das autarquias, defende-as, porquê?», questiona o PS Montijo.

Aquela estrutura sublinha que tem «orgulho» nos seus autarcas, os quais têm vindo a demonstrar uma «prática política séria, honesta e transparente», o que muito tem contribuído para o progresso e desenvolvimento da nossa terra».

PSD Barreiro sugere ao município que adira ao PAEL

O PSD Barreiro aconselhou o município local a aderir ao Programa de Apoio à Economia Local, lançado este ano pelo Governo, o qual se compro-mete a lançar uma linha de crédito até ao montante de 2 milhões de euros, e que tem como objectivo a revitalização das economias locais.

Os ‘laranjas’ dizem que «o município tem vindo a aumentar o prazo de pagamento a fornecedores, colocando assim vários constrangimentos aos empresários, muitos deles em grave dificuldade finan-ceira», assinala o PSD local.

O PSD refere que a autar-quia é «uma das mais endivi-dadas do distrito e aquela que na região demora mais tempo a pagar».

«Ao não honrar os seus compromissos a tempo e horas, a autarquia está a criar entraves económico-finan-ceiros às pequenas e médias empresas», avisam os social-democratas.

Cândido Domingos | Professor Silvéria Chaínho | Cozinheira Raul Reis | Designer

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À BOLINA

A pintura de Onofre Manata desperta emoções. Num itinerário possível, proponho a seguinte leitu-ra, sem seguir qualquer cronologia:

Labirintos Fico particularmente fascinado

com as cidades labirínticas, tão fa-miliares e tão distantes, onde tudo acontece entre paredes e apenas se adivinha a vida das pessoas, onde, num quase voyeurismo, procuramos os detalhes, quase envergonhados, testemunhos de personagens escondidos mesmo quando estão à nossa frente. São assim as cidades labirínticas de Onofre Manata, sejam traçadas a tinta-da-china ou pintadas a cores fortes. Cidades oníricas de ângulos impossíveis, que saturam o espaço, nos tiram o fôlego, e nos dizem que naqueles territórios somos apenas turistas, que podemos visitar, ver e cheirar mas que nunca poderemos verdadeiramente habitar.

PessoasE a seguir pinta estas persona-

gens escondidas, nas esquinas, na rua, simples e cruas. Não são pesso-as especiais. Facilmente se adivinha as suas profissões, reivindicações, vícios, vidas. São pessoas verda-deiras. E toda a nossa ignorância sobre os habitantes destas cidades labirínticas se desfaz. Já não somos turistas, estas personagens são reais, habitam os nossos espaços e imagi-nários, podem ser o Sr. Lopes ou o Joaquim, a “Santinha”, a Miquelina, o “Belga” ou o “Nazaré”.

IntimidadeSó então compreendemos e

somos aceites na intimidade des-tas casas e personagens. Podemos partilhar a mesa, a vista de uma janela aberta, ou um rosto, como que numa visita a casa de um amigo. Os momentos de intimidade que partilhamos na casa dos amigos, não são coisas que se comentem, apenas desfrutamos a generosidade.

Fernando Teixeirawww.galeria.apriltrade.pt

A Prima Folia Cooperativa Cultural e o Made in Café efec-tuaram uma parceria no sentido de oferecer à cidade de Setúbal uma tela pintada com imagens em movimento junto ao Sado.

Mestres do Cinema ao Ar livre, assim se chama o resultado desta combinação de vontades, que através de filmes mudos e a preto e branco pretende arriscar as mais variadas cores em quem vier para se juntar a assistir. E assim foi, no passado dia

14 o ciclo cinematográfico arrancou com “Os Tempos Modernos” de Cha-plin, a noite era soalheira e dada a pouco movimento porque o próprio respirar era pesado, suspirava-se pelos gelados, a bebida fresca, ou com os pés de molho no rio quando o filme começou... o que de inicio po-deria ter causado alguma indiferença às amenas cavaqueiras de sexta à noite, Chaplin e sua muito querida personagem Charlot começam a des-pertar curiosidade. Primeiro nos mais

novos, a empatia pela honestidade e coração da personagem, o seu andar, a capacidade de rir e fazer rir ape-sar das circunstâncias e do seu ser atrapalhado e ainda assim descom-plexado. Depois os graúdos, conta-giados pelas crianças, deixaram-se ir com o “rolar da fita”. Ainda Charlot começava com as suas peripécias a desafiar os males nos seus tempos que corriam mais depressa que a vida das pessoas, tal como hoje em abono da verdade, com o sorriso e e

infindável esperança mesmo em ad-versidade, a comunhão concretiza-se entre todos os que se juntaram em família, sozinhos e acompanhados.

Como achamos que o cinema de autor não é só coisa de elites, fize-mos uma programação para toda a família, clássicos para ver e rever, para levar a família, amigos, filhos, avós e netos, mas, ao Ar Livre num local privilegiado como este onde o Made In Café assenta arraiais. Ha-verá Chaplin, Buster Keaton, Fritz

Lang, Méliès, Bucha e Estica, os Três Estarolas entre outros...

Desta forma convidamos todos os que quiserem a vir ao Cinema nestas Sextas de Setembro e Outu-bro, sempre às 22 horas no Parque Urbano de Albarquel. (Sempre que as condições climatéricas o per-mitirem).

Leonardo SilvaPresidente Prima folia

Cooperativa Cultural

Pintura de Onofre Manataou a Cidade e os seus habitantes

O Ar e o Cinema Livre ao Ar Livre

Uma parceria:made in cafée prima folia

Mestres do Cinema ao Ar Livre

No Parque Urbanode Albarquel em Setúbaltodas as Sextas feiras de

Setembro e Outubroàs 22h

Cinema para toda a famíliana melhor esplanada do SadoChaplin, Buster Keaton, Laurel an Hardy, Dziga Vertov, Fritz Lang, Murnau entre outros...

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Vivemos numa época de re-makes – de cansativos e incom-preensíveis remakes. Um sinal dos tempos, sem dúvida. Mas um que se explica. Primeiro, com a falta de originalidade ar-gumentativa que, salvo algumas raras excepções, não parece, actualmente, par-ticularmente gras-sar por Hollywood. S e g u n d o , c o m a a u s ê n c i a d e u m real conhecimento cinematográfico dos últimos, digamos, vinte a trinta anos (e nem se procure recuar mais ) das novas gerações de possíveis especta-dores que por aí se passeiam, e que tudo tomam por novo e maravilhoso.

Neste triste estado de coisas, Paul Verhoeven parece uma víti-ma óbvia do momento, destinado como parece estar a ver nascer novas versões de algumas das suas mais icónicas obras. É claro que relembrar Paul Verhoeven é relembrar o realizador de ori-gem holandesa que, após dar nas

vistas internacionalmente, aca-baria por viver um tempo áureo em Hollywood entre os meados dos anos 80 e os finais dos anos 90 (e retornado à sua terra na-tal viria a realizar, em 2006, o aclamado thriller de guerra “Black Book”). Será suficiente dizer que, na sua passagem pelos Estados Unidos, Verhoeven aca-baria por assinar aquilo que são, ainda hoje, algumas das mais

inteligentes obras c inematográf icas de ficção-científica. Falo naturalmente de “RoboCop” (1987), c o m u m s e m p r e muito injustamente subvalorizado Peter Weller, e de “Total Recall” (1990), com um sempre divertido Arnold Schwarzene-gger e uma sempre fatal Sharon Stone. Mas falo também de

um transgressivo “Basic Instinct” (1992) com um Michael Douglas e, daí em diante (com o seu des-cruzar e cruzar de pernas), uma lendária Sharon Stone, e de um algo controverso “Starship Tro-opers” (1997), livremente base-ado na obra homónima de 1959 do escritor Robert A. Heinlein (também ela particularmente

controversa).E este é o ponto. Ao que pa-

rece, lá para 2013, “RoboCop” será alvo de remake, com o realizador José Pa-dilha (Tropa de Elite (2007)) a liderar um elenco que, segundo os últimos rumores, promete (ao contrá-rio do argumento que, diz quem já leu, não impressiona). “Total Recall”, esse, já sofreu essa mes-míssima sina (este ano), com realização a cargo de Len Wi-seman, e com Colin Farrell e Kate Be-ckinsale nos papéis principais.

Vi a nova produção (curiosi-dade, curiosidade). Digo: vi e, no momento, relembrei Verhoeven. Tinha boas razões para isso.

É preciso dizer que a pre-missa de “Total Recall” é uma inspirada num pequeno conto de Philip K. Dick intitulado “We Can Remember It for You Who-lesale” (1966). Resumo a ideia. Um homem, Douglas Quail, pre-so a um trabalho sofrível e a uma vida sem emoção, procura aventura e, mais do que isso, um sinal da sua importância. Por razões desconhecidas sonha

com Marte. A viagem é cara e o dinheiro não abunda, razão pela qual recorre a uma empre-sa, REKAL, Inc., de modo a que

lhe sejam implanta-das memórias duma hipotética viagem como um agente se-creto em missão no planeta. No entanto, a meio do procedi-mento, algo corre mal. Aparentemente, as memórias a serem implantadas já exis-tem, escondidas, na mente de Quai l e começam nesse mo-mento a despertar: na realidade, Quail

é de facto um agente secreto a quem haviam apagado todas as memórias de uma missão em Marte.

Detenho-me. Não quero desvendar o desenlace surpre-endente. Especialmente porque é neste momento que o filme de Verhoeven se desprende do conto. O filme mantém-se no entanto fiel à problemática que o inspira: a natureza da realidade, o papel do desejo inconscien-te e o lugar das memórias na fundamentação da identidade pessoal, não só lhe oferecendo um outro nível de profundidade

como, para mais, acrescentando-lhe uma verdadeira história de espionagem e duplicidade, numa parábola revolucionária que opõe os muitos aos poderosos.

É claro que o remake de “To-tal Recall” acaba por não fugir grandemente a nada disto. É certo que lhe muda o universo (trocando Marte por um pla-neta Terra devastado por um holocausto químico) e é certo que troca uma Sharon Stone por uma igualmente sensual Kate Beckinsale. No entanto, e no fim, tudo acaba por saber a pouco (lamento Kate). Numa palavra, falta-lhe inteligência, falta-lhe sofisticação. Uma coisa, apesar de tudo, deve ser louvada: as pe-quenas alusões que naturalmen-te nos remetem para o filme de Verhoeven. A um remake exige-se isso: um subtil mas essencial piscar de olho à obra que lhe forneceu o material de base. É uma questão de respeito, mas também de reconhecimento. E é também, claro, regra geral, algo que pontualmente nos recorda o que estamos a perder: o tempo que poderia ser melhor gasto a ver o filme original. Este é, aliás, um caso que nisso não engana.

Tiago Apolinário [email protected]

A Obsessão e o seu DiaPaul Verhoeven

revisitado

“ (...) a falta de originalidade argumentativa que,salvo algumas raras excepções,não parece,(...) grassar por Hollywood.

“ É preciso dizer que a premissa de “Total Recall” é uma inspirada num pequeno conto de Philip K. Dick intitulado “We Can Remember It for You Wholesale” (1966)

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- Quando uso uma palavra – disse Humpty Dumpty em tom escarninho – ela significa exactamente aquilo que eu quero que ela signifique… nem mais nem menos.

- A questão - ponderou Alice – é saber se o senhor pode fazer as pala-vras dizerem coisas diferentes.

- A questão – replicou Humpty Dumpty – é saber quem manda aqui. É só isso.

Lewis Carrol

Em 2009 foi implantada no morro de Santa Marta, no Rio de Janeiro, a primeira Unidade Policial Pacificadora (UPP) brasileira. Este é um «novo» modelo de Segurança Pública que policia e «recupera» as favelas ocupadas por redes organi-zadas de tráfico. Desde aí, cerca de 25 favelas receberam UPP’s, estando hoje libertas do crime organizado, pelo menos, daquele representado pelas mais poderosas facções de tráfico ou milícias. Estudos apontam para uma queda de 75% nos crimes contra a vida, embora tenham tri-

plicado as lesões, ameaças e outros crimes relacionados com drogas. O critério linguístico aplicado pelo Estado para designar a vitória das UPP’s sobre o tráfico dita que es-tes 25 territórios deixaram de ser favelas para ser agora comunidades.

Saltando por cima das estratégias políti-cas e económicas asso-ciadas a este processo (desde o aumento da especulação imobiliá-ria até à realização dos Jogos Olímpicos em 2016), as UPP’s trou-xeram a estas favelas brasileiras mais segu-rança física e maior in-dependência popular das redes de tráfico. No entanto, estas vitórias não respondem a todas as questões: as favelas continuarão a ser bairros de lata? Irão lá construir escolas, bibliotecas e cine-teatros? Passarão a existir nas favelas hospi-tais, representações das finanças ou

centros de emprego? Como se resol-verão os problemas infra-estruturais ao nível da habitação e da recolha de lixos? Como é que estes territórios conquistarão o poder da inclusão territorial perante o resto da cidade?

A Avenida Brasil foi feita para ligar a cida-de do Rio de Janeiro ao resto do país. Abando-na a cidade rumo ao norte e inicia um tra-jecto pouco apetecível a turistas. As avenidas largas são substituídas por vielas sufocadas, onde a construção é abarracada e toda a paisagem é trancada à chave pelas fachadas cinzentas e vermelhas

do latão e do tijolo. Dezenas de fave-las surgem ao longo desta avenida, indistinguíveis umas das outras a olho nu. Todos os dias, milhares de homens e mulheres percorrem a Avenida Brasil de autocarro para construir ou limpar os edifícios cin-

tilantes de Copacabana e Ipanema. São favelados, alvo de estudo de diversos fenómenos de exclusão social, pobreza e marginalização. Agora habitantes de territórios mais seguros e livres do crime organiza-do, continuam no entanto com os mesmos problemas sócio-económi-cos. Continuam a viver num gueto.

A mítica linha física que desenha um cerco em torno deste território – e que sustenta a ideia de que não se pode entrar numa favela – acompa-nha uma linha simbólica que retira aos seus habitantes oportunidades de comunicar, de se relacionar e de participar na cidade. No entanto, a favela é indispensável à cidade do ponto de vista relacional, tal como realça o geógrafo Jailson de Souza e Silva, ao afirmar que não existe ci-dade sem favela, uma vez que ela é fundamental para garantir a própria identidade do Rio. Ainda assim, ela é silenciosa. O seu discurso é o discur-so dos outros – dos media, do Estado, da polícia militar e agora das UPP’s.

Quando Eduardo Granja Couti-nho cita Humpty Dumpty, ele fá-lo porque não importa (...) a verdade contida na fala histórica de um gru-po social subalterno, mas sim quem tem o «monopólio da fala» ou, em termos gramscianos, quem dispõe dos aparelhos de hegemonia. Em todas as pólis deste mundo existem territórios à margem dos discursos correntes, sem voz para fazer parte da construção da história e sem voz para lutar contra a forma como nela são incluídos. Essa voz, que pode ser materializada através de diversos instrumentos comunicacionais, dá a uma parte da sociedade a possibili-dade de construir e dar a conhecer a sua própria estética: o olhar dirigido a si próprio que escapa ao gueto social ao qual foi confinado e que se opõe ao olhar exterior que tem marcado a documentação social desde as suas origens.

O combate ao crime organizado

EM 2016 NÃO EXISTIRÃO FAVELAS,APENAS GUETOS

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é uma pequena parte da problemá-tica em torno das favelas. Silenciar os restantes desafios que se im-põem à cidade do Rio de Janeiro e às suas instituições é perpetuar o silêncio dos seus habitantes, cujo poder de expressão e de reivindi-cação se mantêm muito aquém daquilo que se defende no pala-vrão da Cidadania. Esses poderes precisam de ser conquistados, e às vezes roubados, aos detentores do monopólio da fala – só aí se assiste a um verdadeiro processo de de-senvolvimento urbano.

Sandra CoelhoJornalista

“ Agora habitantes de territórios mais seguros e livres do crime organizado, continuam no entanto com os mesmos problemas sócio-económicos. Continuam a viver num gueto.

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+ Região

APESAR dos «graves problemas finan-ceiros», dos «graves problemas sociais» e da legislação «que aperta o cerco», os serviços municipalizados de trans-portes são uma mais-valia.

A convicção é do vereador da Administração Geral e Patrimonial e Vogal dos Serviços Municipalizados de TCB, para quem os serviços municipalizados de trans-portes do Barreiro exercem um «papel ímpar, no concelho.

Num debate, esta semana, sobre os municí-pios com estes serviços, Carlos Moreira considerou necessário «mostrar que o transporte público é factor de coesão e é, acima de tudo,

uma forma de crescimento e desenvolvimento».

Já para o director da Transportes em Revista, José Limão, estas empresas «têm um historial longo, têm muitos anos, tem um know how acumulado e um conheci-mento acumulado que é um património».

Uma ideia defendida também pelo vereador Rui Lopo, do Planeamento e Gestão Urbana, para quem «os municípios estão confron-tados com aspectos legisla-tivos que colocam novos desafios e novos enquadra-mentos» ao desenvolvimento da actividade.

«Quando associamos este enquadramento municipal genérico à gestão de trans-portes municipais a coisa torna-se – ou tornou-se nos últimos tempos – mais complicada». Tal coloca um desafio, num sector, de uma forma geral, encarado por todos como «deficitário pela natureza do serviço que presta», concretizou.

DE 10 a 13 de Outubro avança a nona edição do OUT.FEST - Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro. Estão previstos espectáculos para diversas salas e espaços do concelho do Barreiro, tais como o Be Jazz Café, o Teatro Municipal do Barreiro, o Convento da Madre de Deus da Verderena, o Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada, a Igreja Nossa Senhora da Graça de Palhais e a Escola de Jazz do Barreiro.

O festival é produzido pela OUT.RA – Associação Cultural, em cooperação com a Câmara e com a Asso-ciação Filho Único.

U M MERCADO de rua, com novos criadores, vinis, bicicletas, produtos bioló-gicos ou de produção agrí-cola local, produtos de comércio justo de todo o mundo, vai invadir este sábado, durante todo o dia, a rua Cândido dos Reis, em Cacilhas.

Esta iniciativa está integrada na Semana Euro-peia da Mobilidade 2012 que está a ser desenvol-vida pelo município.

A animação é garantida ao longo do dia e noite, entre concertos, animação nas esplanadas, check-ups de saúde gratuitos, oficinas e exposição de bicicletas, segways para utilização livre, instalações artísticas,

actividades desportivas, passeios guiados, jogos tradicionais, performances e muito mais.

O dia termina com o espectáculo multimédia “Uma rua de histórias», seguido de uma festa dos anos 80.

O BAr Jamming, na praia do Castelo, na Costa de Capa-rica, ardeu por completo na madrugada de terça-feira. A Polícia Judiciária de Setúbal já recolheu vestígios no local para apurar as causas do sinistro e comprovar se está em causa o cenário de fogo posto.

O fogo, que teve início por volta das 4h20 e foi dado

como extinto por volta das 7h18, foi combatido por treze bombeiros da corporação de Cacilhas.

O referido bar funcio-nava há vários anos e no Verão proporcionava aos seus clientes espectáculos musicais.

Os donos do bar preferem não falar enquanto não chegam os resultados das investigações da PJ.

O CONCELHO associou-se à Semana Europeia da Mobi-lidade, pelo que hoje e amanhã, bicicletas de BTT e eléctricas, segways, pedalkarts, automóveis e motas eléctricos e ainda veículos híbridos são os meios de transporte à disposição dos munícipes.

As crianças são desafiadas para colaborar na pintura de um veículo e a S.Energia também promoverá a reali-zação do Jogo da Mobilidade e do Jogo dos Pares da Energia, bem como a Eco-Trocas, uma iniciativa através da qual o lixo reciclável pode ser trocado por bilhetes para os transportes públicos.

DEPOIS de uma pausa em Agosto, o programa Alcochet’Aventura está de volta este domingo, com um passeio pedestre no Campo de Tiro, área militar localizada em plena char-neca ribatejana.

O percurso pedestre tem uma extensão de cerca de 8 quilómetros possibi-litando aos participantes um agradável passeio e simultaneamente apreciar a mancha florestal exis-tente, constituída funda-mentadamente por sobreiros e pinheiros mansos, que abrigam uma abundante fauna cinegé-tica.

Barreiro acarinha serviços públicos de transportes

Outfest dá música alternativa

Mercado de rua invade Cacilhas

Bar da Costa da Caparica destruído pelas chamas

Alcochete adereà bicicleta

Aventurano campo de tiro

Maçã Camoesa é marca de Sesimbra

Festa solidária ajuda criança doente

O CONCELHO de Sesimbra passou a contar com mais um produto regis-tado: a Maçã Camoesa ou Férrea Azoia, Varie-dade Tradicional da Região de Sesimbra. A candidatura foi apresen-tada pela Câmara e recebeu parecer favo-rável do Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

Com esta aprovação, a autarquia passa a deter o direito exclusivo da marca, que tem um logó-tipo associado, o que impede que terceiros utilizem, sem o seu

consentimento, qualquer imagem igual ou seme-lhante.

Despertar o interesse de novos agricultores para este produto e associá-lo à região foram os principais objectivos desta acção.

E S T E sábado, o salão dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra abre portas a uma campanha a favor da pequena Inês, vítima de uma doença rara que impede o desenvolvi-mento.

A Maria Inês vai ser ajudada pelas verbas apuradas na iniciativa promovida pelo Centro

Paroquial da Corredoura e um grupo de amigos.

Este espaço terá para insufláveis; pinturas faciais; modelagem de balões; rifas; música ao vivo; bar com café, sumos e doces; pipocas; cabeleireiro infantil; tratamento e pintura de unhas. O valor cobrado será, no mínimo, de 1 euro por actividade.

Alentejo no Seixal

E S T E sábado, o Clube Recreativo do Fogueteiro recebe a 31.ª edição do Encontro de Corais Alentejanos do Concelho do Seixal.

O cante alentejano é uma tradição popular muito vincada no concelho, resul-tado da migração de centenas de pessoas do Alentejo que aqui se fixaram nos anos 70 e 80.

No evento, organizado pela Associação de Refor-mados do Fogueteiro, com o apoio da Câmara e das juntas, participam os grupos

corais alentejanos da Casa do Alentejo de Albufeira, Casa do Povo da Amareleja, das Autarquias do Seixal, Eco do Alentejo da Casa do Povo de Corroios, As Ceifeiras da Semblana, As Papoilas, da Associação de Reformados e Idosos do Fogueteiro, As Margaridas da Junta de Peroguarda, Lírio Roxo da Sociedade 5 de Outubro, Diversos do Alentejo, do Centro de Soli-dariedade Social de Pinhal dos Frades, e o Operário Alentejano do Clube Recre-ativo das Paivas.

Ecomuseus em congresso DURANTE

dois dias, o Seixal acolheu o Congresso Interna-cional Ecomuseums 2012, a primeira conferência internacional de ecomu-seus e museus de comu-nidade, que sexta e sábado juntou acadé-micos, investigadores e

museólogos no Fórum Cultural e no Núcleo da Mundet do Ecomuseu Municipal.

Por acolher o mais antigo e bem sucedido ecomuseu em Portugal, o Seixal surgiu como uma escolha natural para receber o evento.

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SEIXAL

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ALMADA

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ALCOCHETE ALCOCHETE

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Fruto ganha mais pesoTCB, exemplo de boa gestão

Animação garantida

Cante Alentejano um dos maiores patrimónios regionais

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Montijo ganha prémio Viver em Igualdade

Curso de prova vinhosno Dia do Turismo

Setúbal incentivaao uso da bicicleta

Co-produçãoeuropeia no Bando

O MUNI-CÍPIO do Montijo foi um dos quatro municípios do país a ser distinguido com o prémio “Viver em Igualdade” pela Comissão para a Cida-dania e Igualdade de Género (CIG). Os outros municípios distinguidos foram os de Abrantes, Seixal e Valongo.

A distinção visa distin-guir os municípios com boas práticas na integração da dimensão da igualdade de género, cidadania e não-discriminação, quer na sua organização e funciona-mento, quer nas actividades por si desenvolvidas.

A Câmara do Montijo iniciou, há mais de uma década, um trabalho conti-nuado e consistente no

combate às desigualdades e à discriminação com base no género, que se tem desen-volvido em várias frentes e assumido diferentes formas.

O prémio entregue tomou em consideração os projectos levados a cabo pela autarquia, ao longo dos anos, tais como o Espaço Informação Mulheres, a Rede de Apoio a Mulheres em Situação de Violência, o Plano Muni-cipal para a Igualdade de Género do Montijo e o Projecto Bola de Neve.

Segundo a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, a cerimónia de entrega do Prémio decor-rerá no dia 24 de Outubro em local a designar.

A CÂMARA MUNICIPAL do Montijo promove mais um curso de iniciação à prova de vinhos nível I, no dia 30, no Museu Agrícola da Atalaia.

A iniciativa é desenvol-vida em parceria com a Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões; a empresa Copo de Três, Consultoria em Vinhos; e o Restaurante O Ninho.

Este evento surge no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Turismo, que se celebra a 27 de Setembro.

Para assinalar esta data, para além do curso de prova de vinhos, a autar-quia junta iniciativas como

uma mostra de artesanato, a degustação de produtos locais e uma observação astronómica.

Quem queira inscrever-se pode fazê-lo através do posto de turismo instalado no mercado municipal, ou pelo e-mail [email protected]

O INCEN-TIVO ao uso da bicicleta é uma das principais mensagens do programa de atividades das comemorações do Dia Europeu Sem Carros a realizar em Setúbal este sábado.

A Avenida Luísa Todi vai estar encerrada ao trânsito no lado norte, das 8 às 18 horas, entre a rua Pereira Cão e a Avenida 22 de Dezembro.

Durante aquele período,

a faixa da Avenida Luísa Todi cortada ao trânsito rodovi-ário acolhe expositores de bicicletas, com o público a poder a experimentar diversos modelos. Há também animação de rua.

Nesta iniciativa, a Câmara vai criar para os funcionários da autarquia condições especiais de parqueamento em frente das várias instalações da edilidade.

DESDE esta semana, o concelho da Moita conta com mais uma valência ligada ao ensino pré-escolar, num investimento feito pela autarquia do comunista João Lobo que eleva para 800 as crianças beneficiadas com este serviço.

Trata-se da nova sala no Jardim-de-Infância do Carvalhinho, na Moita, alar-gando assim a oferta de ensino pré-escolar naquele estabelecimento de ensino.

A Escola do Carvalhinho,

que até à semana passada funciona apenas com ensino pré-escolar, disponibiliza, a partir deste ano lectivo, duas salas de aula com capaci-dade para cinquenta crianças.

Para o pleno funciona-mento desta nova sala, a Câmara da Moita assegurou a aquisição de mobiliário e equipamento escolar e as obras de adaptação esti-veram também a cargo da Câmara Municipal, em parceria com a Junta de

Freguesia da Moita.A oferta de Ensino Pré-

Escolar público no concelho da Moita eleva-se assim para 32 salas de aula, permi-

tindo a 800 crianças, entre os 3 anos e a idade de ingresso no ensino básico, o acesso gratuito à educação pré-escolar.

DEPOIS de passar pela Noruega, a co-produção europeia “Face Me”, desenvolvida dentro do contexto do projecto Platform 11+, passa este domingo pelo Bando, em Vale de Barris, a partir das 21h30.

Uma das partes deste evento, encenada por Miguel Moreira, passará por Palmela, antes de invadir as salas de aula no Poceirão.

Resultado do encontro de um grupo «muito hetero-géneo» de criadores interes-sados em colocar questões e em interrogar a sociedade

em conjunto com os espec-tadores mais jovens, esta criação pretende apagar as fronteiras que separam o espaço artístico do território quotidiano quando «a sala de aula se torna palco, quando invadimos as escolas, criamos a possibilidade de descobrir o mundo com um olhar renovado». No Bando, este momento teatral será precedido de uma conversa que o contextualiza e será apresentado ao ar livre.

A entrada para “Face Me”, em Vale de Barris, é livre, mas é obrigatório levar agasalho.

O MUNI-CÍPIO vai arrancar no final de Setembro, às 21 horas, com reuniões de balanço com moradores sobre as operações de requalificação em curso na Bela Vista, Manteigadas e bairros envolventes.

Em Setembro, há sessões com os moradores da Alameda das Palmeiras, dia 24, no Centro Nossa Senhora da Paz, e com os residentes do Bairro das Manteigadas, a 27, na Escola Profissional de Setúbal.

Em Outubro, os mora-dores da Quinta de S. António reúnem-se com os responsáveis autárquicos no dia 1, no centro multi-cultural, enquanto os resi-dentes do Forte da Bela Vista têm encontro marcado no dia 4, no Centro Nossa Senhora da Paz.

Para os moradores da Bela Vista há encontros, em Outubro, nos dias 15, 18, 22, 25 e 29, e, em Novembro, a 5 e 8, todos no auditório do Centro Nossa Senhora da Paz.

N O ÂMBITO da sua estratégia para a mobilidade, o muni-cípio está a promover iniciativas integradas na Semana Europeia da Mobi-lidade, uma vez que está convicto de que uma nova cultura de mobilidade só se constrói com a tomada de consciência e ação por parte dos cidadãos.

As iniciativas prolongam-se até Outubro, sendo de destacar o projecto das freguesias “Vaivém Social – Trans-porte Flexível”; benefi-ciação do corredor ciclável na Rua Infante D. Henrique, em Pinhal Novo; a “+ Mobilidade - Carbono”; que desafia as empresas a incentivarem os seus trabalhadores a utilizarem transporte alternativos; a “De Bici-

cleta para o Trabalho”, dirigida aos trabalhadores do município; um ciclo de cinema; a divulgação de uma plataforma de carpo-oling; a exposição “Mobi-lidade Sustentável”; uma “Cãominhada”, que permi-tirá levar também a passear o animal de esti-mação; e o seminário “De Bicicleta na Direção Certa”.

Autarquia sadina mostra obras da Bela Vista

Palmela aposta na mobilidade

Moita alarga rede de ensino pré-escolarContagem da água por telefone gratuíto

A CÂMARA Municipal da Moita tem já, no terreno, um novo serviço gratuito que permite o registo automá-tico de leituras de consumo de água, via telefone.

De acordo com o execu-tivo de João Lobo, este novo serviço vai ao encontro de uma «maior comodidade dos munícipes».

Para comunicar a leitura do contador de água, num serviço que não terá qual-quer custo, basta ao muní-cipe ligar 800 502 443, no período mencionado na factura (junto aos gráficos de consumo), indicando também a referência corres-pondente ao consumo.

A linha está disponível 24 horas por dia.

MONTIJO

MONTIJO

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Novos apreciadores

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O número de salas de apoio disparou nos últimos anos

O município vai realizar encontros nos bairros carenciados

Palmela incentiva bicicleta

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Livros sobre rodas

Cidadãos de Grândola por mais obra pública

Gastronomia na Docapesca

Sto. André previne cancro

ATÉ ao final deste mês, anda por montes e vales a Biblio-teca Itinerante de Grân-dola, para levar cultura aos munícipes das zonas mais isoladas do concelho.

O projecto é da autar-quia e consiste numa

carrinha totalmente equi-pada com livros, cd, revistas e jornais que são cedidos pelos técnicos camarários aos mora-dores daquelas locali-dades. Uma forma de democratizar a cultura e combater o isolamento.

A AUTARQUIA grando-lense avançou, no terreno, com o projecto A MINHA RUA que permite a todos os cida-dãos reportar as mais variadas situações rela-tivas a espaços públicos.

Com fotografia ou apenas em texto, todos os relatos são encami-nhados para a autarquia seleccionada, que lhe dará conhecimento sobre o processo e even-tual resolução do problema, que pode ir desde a iluminação, jardins, passando por veículos abandonados ou a recolha de electro-

domésticos danificados. Segundo conta o

executivo, para melhor indicar o local da ocor-rência, o munícipe pode recorrer ao mapa dispo-nível no formulário.

Para aceder ao mapa, seleccione primeiro o distrito, depois o muni-cípio e, por fim, a freguesia.

ENTROU em vigor esta semana o novo horário dos Transportes Urbanos Municipais de Sines, para o período de Inverno 2012-2013.

A medida, tomada anual-mente pela autarquia, visa adequar este serviço público à necessidade das popula-ções, nomeadamente durante o ano lectivo. O horário pode ser adquirido, gratuitamente, em qualquer edifício muni-cipal ou nos mini-bus, e está ainda disponível para descarregamento no sítio da câmara, na Internet.

O serviço de transporte

urbano na cidade de Sines, através de mini-bus, teve início em 2005 e inclui trans-portes todos os dias úteis, de hora a hora, funcionando

entre as sete da manhã e as oito da noite.

O circuito, que começa na ZIL 2, permite o acesso da população a pontos-chave na cidade e aos serviços públicos, como é o caso das piscinas municipais, cemi-tério, escolas, creches e infan-tários, mercado, zona comer-cial, câmara e centro de saúde.

O novo horário vigora até 30 de Junho de 2013, altura em que será substituído pelo horário de Verão, já que, durante esse período, o circuito sofre alterações, permitindo o acesso da popu-lação à Praia Vasco da Gama.

O JULGA-MENTO das bruxas e bruxa-rias e a maldição dos ratos brancos encerraram a 10.ª edição do Alvalade Medieval, com milhares de visitantes em arraiais e arruadas pelas ruas do burgo, numa recriação histórica da entrega do Foral Manuelino a Alvalade.

O evento Alvalade Medieval, que constitui uma das maiores iniciativas do género realizadas no Alentejo Litoral, trazendo à região milhares de visitantes, incluiu,

entre outras iniciativas, o cortejo régio, o encontro de trovadores, o torneio a cavalo e o festim sarraceno com danças mouras. A iniciativa, que terminou oficialmente na quinta-feira, dia em que Alva-lade comemora os 502 anos da entrega do Foral, serviu, ainda, para a inauguração da exposição 10 anos de Viagem num tempo Medieval, patente ao público em plena Praça D. Manuel I.

Na Igreja da Misericórdia também está patente ao

público, durante um ano, a exposição documental e etno-gráfica Posto de Culturas Regadas D. Manuel de Castello Branco – Aprender primeiro para ensinar depois.

O MERCADO Municipal de Sines recebeu ontem diversas aulas de culinária dedicadas à confecção da cavala, minis-tradas por um Chefe da Escola Profissional da Fundação de Odemira.

O evento decorreu no âmbito de uma campanha da Docapesca dedicada à promoção da cavala, onde os participantes assistiram a aulas de culinária e degus-tações gratuitas e apren-deram a confeccionar receitas inovadoras com cavala fresca e em conserva.

ATÉ dia 18 de Outubro, Vila Nova de Santo André vai acolher o Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro para mais um rastreio do cancro da mama.

A campanha é gratuita e confidencial, afirma a autar-quia, parceira deste projecto que está no terreno desde 2008, altura em que foram convi-dadas 5511 mulheres e reali-zaram-se 1242 exames. Confir-maram-se 10 casos positivos.

O EXECU-TIVO da Câmara Municipal de Alcácer do Sal começou esta semana a entregar pessoalmente os manuais escolares oferecidos a todos os alunos do 1º ciclo do ensino básico das escolas do concelho.

É o terceiro ano que a autarquia apoia desta forma as crianças deste grau de ensino e as suas famílias, o que no presente ano lectivo abrange 484 meninos e meninas.

«Apesar das actuais limi-tações financeiras munici-pais e com consciência da realidade económica do País, a câmara decidiu manter a iniciativa e, mais uma vez, de forma a não prejudicar o pequeno comércio», os manuais foram adquiridos nos esta-belecimentos locais que se dedicam à sua venda, afirma

o executivo alcacerense. O objectivo, segundo adianta a autarquia do socialista Pedro Paredes, é «garantir igualdade de acesso aos livros para todas as crianças, contribuindo, assim, para a melhoria das condições de aprendizagem».

Para além dos manuais escolares, o município ajuda

as crianças do 1º ciclo com os denominados apoios económicos directos, exten-síveis aos alunos do ensino pré-escolar e que constam de vales para aquisição de material escolar de 40 euros e 20 euros para o 1º ciclo, respectivamente para alunos no escalão A e B, e de 20 euros e 10 euros, para

os mesmos escalões mas no ensino pré-escolar.

O município assegura ainda as normais reduções em senhas de refeição para as crianças abrangidas pelos escalões de auxílios directos.

Assegura também trans-porte de crianças de todo o concelho, quer transferindo verbas para outras entidades que transportam as crianças quer contratando serviços de transporte quer com viaturas e motoristas próprios da autarquia.

A câmara assegura também as actividade extra curriculares de inglês, expressões plásticas e musicais - com a contra-tação de dez professores no presente ano lectivo -, bem como de deporto, pelos técnicos da própria autar-quia, e serviços de ATL com capacidade para uma centena de crianças.

E S T E sábado, a iniciativa Alcácer dos 5 Sentidos é dedicada à temática do vinho, pelo que os visitantes terão oportunidade de observar algumas das vinhas onde se produzem os galardo-ados néctares do concelho alcacerense. A viagem pelo vinho e pela vinha será finalizada com uma visita a uma adega.

O ponto de encontro está marcado para a Praça Pedro Nunes, prevendo-se que, mais uma vez, parti-cipem dezenas de turistas locais e de fora da região numa iniciativa integrada num programa mais vasto que decorre até ao final do ano, em torno do patri-mónio natural, arquitectó-nico e cultural do concelho alcacerense.

O Alcácer dos 5 Sentidos é uma iniciativa da Câmara

Municipal, em colaboração com o comércio e restau-ração do concelho, tendo por objectivo projectar a terra e a região do Alentejo litoral fora de portas, de modo a potenciar as capa-cidades endógenas locais ao nível do turismo e da actividade económica em torno da vinha, do vinho, da salinicultura, da gastro-nomia, turismo de lazer e de natureza e, ainda, turismo cultural.

Alcácer oferece livros escolaresa centenas de alunos do 1º ciclo

Mundo vinícolarevisitado

Sines muda horário dos autocarros

Santiago de volta à Idade Média

SANTIAGO

SANTIAGO

SINES

SINES

ALCÁCER ALCÁCER

GRÂNDOLA

GRÂNDOLA

Câmara pede sugestões

Horário de Inverno chegou

Vinha e vinho em destaque

A câmara faz questão que todos tenham manuais de estudo

Recriação de Duelo Medieval

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+ Desporto

Bike tour abre inscriçõesCerca de um milhar de participantes são esperados no 2.º Setúbal Bike Tour, passeio de cicloturismo a ter lugar no dia 7 de Outubro, num percurso urbano de descoberta do património natural.

V. Setúbal segue em frente na Taça da LigaAo empatar em casa, na quarta-feira, com o Leixões, a uma bola, o V. Setúbal passou à terceira fase da Taça da Liga, a fase de grupos. O golo dos sadinos foi apontado, em penalti, por Meyong.

Golfe para ‘nabos’ no troiaresort

Manos Rosado pedalam solidários no Brasil

Torneio de pesca à Boia

Barreirense suspende basquetebol por falta de verbas

NOS dias 29 e 30, o troiare-sort, o Casino de Tróia e Fernando A l v i m recebem 10 casais que integrarão, no troiagolf, um evento inédito em Portugal: o 1.º Torneio de Golfe para Nabos.

Além de cinco pares compostos por figuras públicas, serão apurados mais cinco casais através de um passatempo no facebook do humo-rista. A condição obrigatória e comum, entre todos, é que ninguém pode saber jogar golfe.

Através da congregação entre o humor e o desporto, nascem dois momentos distintos, que serão protagonizados, por figuras públicas e por cinco pares que, ao serem escolhidos através do passa-tempo “Prove que será um exce-lente jogador de golfe”, demons-trarão que é possível: estar apto para integrar um torneio de golfe em dois dias - as aulas iniciais prepararão o grupo de iniciados para o 1.º Torneio de Golfe para Nabos; que mesmo de bicicleta se pode estar aprimorado. O 1.º Passeio Cycle Chic provará que se pode pedalar de forma elegante na ciclovia do troiaresort.

Para participar e ganhar este fim-de-semana, os interessados deverão, até 23 de Setembro, inscrever-se na página oficial do facebook de Fernando Alvim.

Há diversos prémios para os casais vencedores deste 1.º Torneio de Golfe para Nabos.

OS BIKE Angels, equipa de BTT formada por Nelson e Sérgio Rosado, da banda Os Anjos, pelo ex-ciclista Marco Chagas e pelos atletas Paulo Quintans, Pedro Duque e Nuno Margaça, vão participar numa das provas mais duras de BTT, que tem lugar na Bahia, no Brasil, entre 23 a 27 deste mês.

Os Bike Angels aceitaram o desafio de competir no Brasil Ride 2012, uma ultramaratona de BTT com um percurso de 700 quilómetros.

Os manos Rosado, que confessam que são «apaixonados

pelo desporto», realçam que a equipa está associada ao movi-mento solidário 4Help, que tem como finalidade arranjar fundos para a Casa das Cores, a Casa dos Rapazes, a Terra dos Sonhos

e o Instituto da Imaculada Conceição. «Esta é a vertente mais importante, além da mensagem de que nada é impos-sível!», disse Nelson Rosado.

Por seu lado, o capitão Marco Chagas, afirma que a equipa está preparada para cumprir a sua missão solidária, independen-temente dos resultados alcan-çados. «Espero que tudo corra bem. A minha preparação, em particular, não foi a melhor, mas vou com muita vontade de pedalar no Brasil», disse o antigo campeão da Volta a Portugal em Bicicleta.

PORTUGAL conquistou, quarta-feira, a primeira medalha no Campe-onato da Europa de Patinagem Artís-tica, a decorrer em Grândola.

Luís Galego obteve o 3º lugar na competição de Juvenis Mascu-linos – Figuras Obrigatórias. Em competição estão cerca de 200 atletas em representação de 12 países. Alemanha, Áustria, Dinamarca, Eslo-vénia, Espanha, França, Grã-Bretanha, Holanda, Israel, Itália, Suíça e Portugal são as selecções nesta competição organizada pela Federação de Patinagem de Portugal, o município de Grândola, a Asso-

ciação de Patinagem de Setúbal e o Clube Patinagem de Grândola.

No campeonato, que termina neste fim-de-semana, são espe-radas exibições de alto nível, uma vez que Portugal está representado pelos melhores atletas: Manuel Pereira - Campeão da Europa em 2010, Diogo Silva – 2º classificado na Taça da Europa em 2011, Mariana Souto e José Souto – 3º lugar no Campeonato da Europa em 2011, Madalena Serrão – 3ª classificada na Taça da Europa em 2011 e Filipe Galego – 3º lugar na Taça da Europa em 2012.

PESCADORES federados e não federados entram em competição no torneio de pesca à boia, no dia 30, no aterro da Secil, em Setúbal.

As inscrições devem ser feitas até às 22 horas do dia 28.

Os pescadores podem participar no torneio, a realizar entre as 8h30 e as 12h30, com concentração às 7 horas no local da prova, individualmente ou em equipas com um mínimo de

quatro elementos, devendo apre-sentar licença de pesca válida.

Cada pescador só pode utilizar uma cana com o máximo de dois anzóis.

Os três melhores classificados a nível individual recebem um valor monetário e um troféu, galardão atri-buído até ao vigésimo melhor parti-cipante. Já as três melhores equipas recebem troféu.

O Futebol Clube Barrei-rense suspendeu a equipa sénior de Basquetebol

das competições profissionais na época 2012/2013, cujo orça-mento rondava os 80 mil euros. A decisão tem a ver com questões financeiras e a falta de apoios. O Barreirense competia no prin-cipal campeonato do basque-tebol português e conquistou importantes prémios de cariz nacional. O clube vai, no entanto, manter os escalões de formação, que movimentam cerca de 350 atletas.

António Martins, presidente do clube, recorda que ao tomar

posse, em Abril de 2012, a actual direcção traçou como metas «o equilíbrio financeiro da activi-dade corrente» e a interrupção da sua «delapidação patrimo-nial», devido às dívidas antigas de anteriores direcções na secção de Basquetebol.

Sem capacidade financeira para honrar as responsabili-dades da participação do Basquetebol no escalão profis-sional, o clube, 70 anos depois, vê-se obrigado a suspender uma modalidade que deu muitas alegrias aos associados. «Conse-guimos dois títulos de Campeão Nacional e seis Taças de Portugal

e, no ano passado, terminámos o campeonato em 5.º lugar. Logo que seja possível voltaremos», recorda, emocionado.

«Ninguém está contente com esta decisão, dado tratar-se de uma modalidade com pergami-nhos no clube», sublinha António Martins, que acrescenta que «não vamos assumir o que não podemos cumprir, numa altura em que lutamos pela viabilidade económica do clube». Todavia, deixa bem claro que os esca-lões de formação e minibasquete vão continuar no clube, bem

como o futebol e a ginástica. Mário Saldanha, o presidente

da Federação Portuguesa de Basquetebol, já lamentou a extinção da equipa principal do ‘histórico’ Barreirense. «É uma pena porque é um clube histó-rico. Acabar abruptamente com uma equipa de basquetebol de um campeonato principal acon-tece devido à parte das pessoas que só pensam no futebol. Acabam por investir tudo no futebol para tentarem subir de divisão e ganhar visibilidade», afirmou.

Patinagem em Grândola dá bronze a Portugal

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Momento de euforia com a vitória em casa de Luís Galego

O basquetebol volta quando houver maior disponibilidade financeira

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Anti-stress

A 20. ª Quinzena de Dança de Almada, que decorre entre 22 de Setembro

e 7 de Outubro, está orçada em cerca de 39 mil euros. A Companhia de Dança local, que organiza o certame, vai estrear “Are you There”, de Rita Galo, este sábado, às 21h30, no Teatro Municipal.

Destaque para a coreo-grafia de nu integral de Fernando Belfiore, “The Mise-rable Thing”, que sobe ao palco a 4 de Outubro, às 21h30, no Teatro de Almada. Mas também há trabalhos interes-santes de companhias da Suécia, França, Itália, Brasil, Polónia, República Checa, Países Baixos e Croácia.

A directora da companhia, Maria Franco, deposita boas expectativas na edição deste ano, sublinhando que a inicia-tiva visa desenvolver «inte-

ração entre os bailarinos contemporâneos, criadores e técnicos de diversos países e culturas». Além de apostar em espectáculos «importantes para a comunidade nacional da dança», a Quinzena propor-ciona «a mostra de novas cria-ções a diferentes públicos e a oferta de novas experiências de dança à comunidade, bem como fomentar a comuni-cação entre artistas, acadé-micos e o público em geral».

Como novidades, é de destacar a conferência inter-nacional “Corpos (Im) Perfeitos na Performance Contemporânea”, entre 27 e 30 de Setembro. «A ideia é explorar a inclusão de não-bailarinos, de corpos com alguma deficiência ou de tipos de corpos não-estereotipados, na criação da performance contemporânea e abrir novos

caminhos para a compre-ensão da dança como forma de arte acessível a todos», argumenta Maria Franco.

O município é o principal patrocinador da Quinzena, que em 2011 foi vista por cerca de 2 700 pessoas. Como acti-vidades paralelas, temos aulas abertas para várias idades e experiências em dança, bem como workshops e master classes para estudantes e profissionais da dança.

Curtas e bandasNa tela passa a curta “Gasoline”, de Júlio Barreiros e Álvaro Teixeira, seguindo-se a actuação das bandas locais Stereofux, Urbanvibsz e B-Skilla. Casa da Cultura da Quimiparque,Barreiro | 21 h.

AmareloDestinado a crianças dos 3 aos 6 anos, “Amarelo”, uma criação de Catarina Requeijo, faz descobri-las todos os segredos da cor amarela.Teatro S. João, Palmela | 16 h.

Peça para DoisA Barraca apresenta a “Peça para Dois”, que conta a história de Felice e Clare, dois actores irmãos abandonados pela sua companhia, num teatro de província. Forum Cultural de Alcochete | 21h30. Sáb. 22

Sáb. 22 Sáb. 22

+ Cartaz...

Quinzena da dança traz espectáculo de nu integral

Escolhas SadinasPor Ana Sobrinho

Temos álbuns “Vais-te apaixonar”, de Pedro Miguel para oferecer aos nossos leitores. Composto por dez temas, este registo apresenta deliciosas baladas românticas que derretem qualquer coração. Para se habilitar aos discos, ligue 918 047 918.

Temos convites para oferecer aos nossos eleitores para assistirem a sessões de cinema de qualidade do 28.º Festróia, que arrancou ontem, dia 21, e se prolonga até 30, no renovado Forum Luísa Todi, em Setúbal. O Festival, que este ano homenageia a cinematografia croata e a carreira de Alexandra Lencastre, conta na secção oficial com 14 longas-metragens, sem esquecer as secções Primeiras Obras, o Homem e a Natureza e a temática dedicada ao suspense e terror. Para se habilitar aos convites basta ligar 918 047 918 ou enviar um e-mail para: [email protected]

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CINEMADE DIA 21 A 30 DE SETEMBRO NO FORÚM MUNICIPAL LUÍSA TODI E CINEMA CHARLOT - “28.º FESTROIA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE SETÚBAL”, a Croácia é a homenageada nesta edição, marcada pelo regresso ao renovado Fórum Municipal Luísa Todi. Este ano, em que o ciclo temático é o “Thriller Europeu”, são exibidos cerca de 180 filmes de 40 países. A atriz portuguesa Alexandra Lencastre é homenageada com o Golfinho Carreira./ Preço: Bilhete normal – 4€, bilhete para cartão jovem e reformados – 3€, série de 10 bilhetes – 20€ e série de 20 bilhetes – 37,50€ /PROGRAMA: WWW.FESTROIA.PT

ARTES DE RUADIA 22/09 DURANTE TODO O DIA NO CENTRO HISTÓRICO DA CIDADE - MOVE.AR: ARTES DE RUA, uma iniciativa do Teatro do Elefante /Às 10H00 no Largo da Ribeira Velha, uma pintura de banners com a Associação Kutsemba./ ENTRE AS 10H30 E AS 12H30 E À TARDE DAS 17H30 ÀS 19H00, percorre o Centro His-tórico e a Av. Luísa Todi, “Uma Nuvem Voadora” com os “Irmãos Esferovite”./ DAS 10H30 ÀS 12H30 E DAS

15H00 ÀS 17H00, na faixa central da Avenida Luísa Todi, o ”Elefante” leva o Teatro de Feira./ ÀS 19H00 no Largo da Ribeira Velha, “Staticman” (conceituado homem estátua – António Gomes dos Santos) / ÀS 21H00 no Passo do Olival conversa sobre “Sorrir na Palestina”, seguindo-se, uma hora mais tarde, a Festa das Artes da Rua.

DESTAQUES - (LOJAS DE SETÚBAL)Esta semana o meu destaque vai para a loja, LA SPOSA/ SETÚBAL. Uma loja com mais de um quarto de século de actividade no concelho e que tem tornado ainda mais belas as noivas num dia que é sempre especial. Para além da possibilidade que dá a quem vai casar de ir efetuando pagamentos faseados, a La Sposa tem sempre um “miminho” para cada noiva. Um acessório, uma flor, uma recordação…Em pleno centro da cidade, na avenida 5 de Outubro 53 A, a loja La Sposa tem ainda fatos de cerimónia para um evento especial.

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A CDA estreia novo bailado

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Arquitectos da Noruega visitaram escola Emídio Navarro de Almada

UMA equipa de 35 arqui-tectos noruegueses da Lund + Slaatto Architects visitou quinta-feira a Escola Secun-dária de Emídio Navarro, em Almada, tendo escolhido o projecto da região entre um leque de escolas europeias, para conhecerem o modelo de requalificação de estabe-lecimentos de ensino secun-dário, que está a ser efecti-vado em Portugal pela Parque

Escolar, EPE.A Escola Secundária de

Emídio Navarro, cujo projecto de requalificação foi execu-tado pelo arquitecto José Laranjeira, pertence à segunda fase do Programa de Moder-nização das Escolas do Ensino Secundário, tendo ficado concluída em Janeiro de 2011.

Os edifícios escolares foram reorganizados, recor-rendo a ações profundas do

ponto de vista construtivo e funcional. A escola requali-ficada tem 43 salas de aula, com capacidade para 885 alunos e conta com laborató-rios, oficinas, auditório, biblio-teca, ginásios, campo de jogos coberto, bar e refeitório, espaços para convívio e trabalho para professores e alunos.

Roberto Dores

Suspensão de obras na A26 deixa Alentejo Litoral em polvorosa

O ANÚNCIO da suspensão da construção de alguns lanços da futura A26, que ligaria Sines a Beja, caiu que nem uma bomba no Litoral Alentejano. Os autarcas de Grândola, Santiago do Cacém e Sines não se conformam com a decisão e pedem ao Governo para dar justificações cabais ao país.

Em declarações ao Semmais, o presidente da Câmara Muni-cipal de Grândola, Carlos Beato, considerou que a decisão, tomada ao abrigo da renego-ciação da subconcessão do Baixo Alentejo, «põe em causa a estra-tégia de desenvolvimento em que a região está envolvida e até o próprio Governo, que insiste em promover o porto sineense e depois adia o investimento em acessibilidades». «Vai parecer uma terra de ninguém», desabafa.

À agência Lusa, Vítor Proença, que lidera a autarquia de Santiago do Cacém, afirmou que «esta história está muito mal contada» e considerou as medidas «redu-toras». «É uma decisão extraor-dinariamente negativa para o

desenvolvimento económico e regional e provoca o estran-

gulamento da circulação»,

acrescentou. À mesma agência, o autarca lembrou que há «contra-dições» no anúncio feito recen-temente pela Estradas de Portugal (EP) e recordou as obras já no terreno, como terraplanagens e viadutos, bem como as expro-priações em curso.

«Não vemos uma preocupação do Governo em definir prioridades para dinamizar a economia», subli-nhava, por outro lado, o presi-dente da câmara de Sines. Manuel Coelho admitiu estar «surpreso e preocupado» com a decisão e lamentou que, «mais uma vez, a decisão tenha sido tomada nas costas dos autarcas».

Ainda antes de esta ser conhe-cida, a Comunidade Intermuni-cipal do Alentejo (CIMAL), sabe o Semmais, enviou um ofício ao Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, com conheci-mento de Cavaco Silva e do secre-tário de Estado que tutela a área a dar conta da preocupação e dos argumentos da região. «Disseram que o assunto estava a ser anali-sado, pelo que estranhámos saber destas decisões esta semana pela comunicação social», reitera Carlos Beato, que também acumula a presidência da CIMAL.

Poupanças estimadasem 338 milhões

Em comunicado, a EP anuncia a suspensão dos traba-lhos de construção do lanços entre Relvas Verdes e Grândola, entre Santa Margarida do Sado e Beja e entre o nó de Monte de Pinheiros e nó do Ramal. Os trabalhos de duplicação do IP8 entre Relvas Verdes e Roncão também foram, igualmente, suspensos. A empresa garante que serão concluídas as liga-ções entre Sines e Santo André e entre Sines e Santiago do Cacém em perfil de autoestrada.

O memorando de entendi-mento entre a EP e a SPER, subconcessionária do Baixo Alen-tejo, permite uma poupança de 338 milhões de euros, dos quais 199 milhões serão de investi-mentos em capital fixo. Este é o quinto acordo celebrado no âmbito da renegociação das subconcessões e surge na sequência dos já alcançados com as subconcessionárias do Pinhal Interior, Autoestrada Transmon-tana, Litoral Oeste e Baixo Tejo.

Bruno Cardoso

Nova carreira para o Marquês

A TST- Transportes Sul do Tejo dá início no próximo dia 26 à carreira 169 que faz a ligação entre Santa Marta do Pinhal (Seixal) e a rotunda do Marquês de Pombal, em Lisboa. Dispo-nível todos os dias, esta nova carreira permite fazer a ligação directa entre a margem sul, mais concretamente, a zona de Corroios, e o centro da cidade de Lisboa.

Para dar a conhecer esta nova carreira e incentivar a sua utilização, a TST disponibiliza o serviço gratui-tamente no período de 26 a 30 de Setembro. Esta acção tem como obje-tivo não só dar a conhecer a nova carreira e o seu trajecto, como também permitir aos passageiros TST avaliar se esta carreira se adequa às suas necessidades, antes de adquirirem o título mensal do mês seguinte.

Entretanto, a TST vai, a título exper imental , iniciar uma campanha de promoção do t r a n s p o r t e público, até 31 de Dezembro, Com uma redução de 32 por cento no preço, o bilhete de bordo nas carreiras 112, 113, 121, 184 e 195 passa a custar 1,50 euros, em vez dos actuais 2,20 euros.

Simarsul e investigadores discutem Pré-História na PassadeiraA IMPORTÂNCIA estratégica

do sítio Pré-Histórico da Ponta da Passadeira será o assunto em debate com especialistas que nos dias 28 e 29 se reúnem no audi-tório da ETAR Barreiro/Moita, no âmbito das Jornadas Europeias do Património.

Promovida pela Simarsul, com a colaboração do IGESPAR, que promove estas jornadas a

nível nacional, e a colaboração especializada do Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, a iniciativa vai decorrer no auditório da ETAR, que se localiza precisa-mente na restinga da desembo-cadura do esteiro da Moita.

No encontro de dia 28, os convidados visitarão o sítio arqueológico e vão visionar um

filme sobre a ETAR. No dia seguinte, será realizada uma palestra sobre o sítio pré-histó-rico da Ponta da Passadeira, “a exploração do sal e o seu enqua-dramento na Pré-História euro-peia das zonas ribeirinhas”, pela arqueóloga Joaquina Soares.

A ocupação humana mais antiga Ponta da Passadeira ocorreu durante o Paleolítico

médio (base da C.5), há cerca de 35000-30000 anos.

A paisagem da Ponta da Passa-deira era muito diferente da actual. O rio corria encaixado, pois o nível médio das águas do mar estaria 60m abaixo do actual. O clima era frio.

Os caçadores Neandertais que viveram na Península de Setúbal alternavam a sua estada em grutas

e abrigos da Arrábida, com a frequentação de praias fluviais. Eram motivados pela qualidade e quantidade de matérias-primas líticas (seixos bem rolados,

em geral de quartzito), desti-nadas à execução dos seus instru-mentos e pela riqueza cinegética dessas planícies litorais, onde caçavam provavelmente rinoce-rontes, cavalos, auroques e veados.

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