seminario behaviorismo

14
Seminário de Psicologia Clarindo Gouveia Marilene Machado Silva

Upload: clarindo-gouveia

Post on 28-Dec-2015

80 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Seminário de Psicologia

Clarindo GouveiaMarilene Machado Silva

BEHAVIORISMO

O BEHAVIORISMOignora a consciência, os sentimentos e os estados mentais, não atribuindo qualquer papel ao eu ou a consciência do eu?

Um dos maiores equívocos sobre o Behaviorismo está na falsa concepção de que o mesmo

ignora os sentimentos, a consciência e os estados mentais.

Subjetividade

A subjetividade é denominada, por Skinner, de eventos privados que, além de englobar os comportamentos encobertos (acessíveis diretamente apenas ao próprio indivíduo) , inclui também os estímulos internos (condição corporal e resposta emocional).

Skinner trata a subjetividade ou eventos privados do mesmo modo que os comportamentos públicos, pois cognição, estados mentais e emoção são COMPORTAMENTOS e, como tais, são funções do ambiente – sendo ambiente entendido como tudo que ocorre no universo que é capaz de afetar o organismo.

A condição corporal (dor, frio, fome) e a resposta emocional (raiva, tristeza, alegria) são partes do universo que afetam o indivíduo. Os

estímulos internos não são autônomos, pois estão sempre atrelados a um evento externo antecedente.

O Behaviorismo recorre sempre ao ambiente externo para explicar o comportamento, rejeitando as concepções internalizadas que

recorrem ao próprio indivíduo como tentativa de explicar o comportamento.

Skinner fala da vida privada como aquela que é construída na relação do indivíduo com a comunidade verbal pertencente ao seu meio cultural.

Por isso para compreender e analisar a subjetividade é preciso investigar o contexto ao qual está relacionada.

No processo de instalação dos eventos privados no repertório comportamental do indivíduo, é preciso que ele se comporte publicamente

e que a comunidade verbal o ensine a discriminar e a nomear o evento privado.

Contudo, com palavras que designam sentimentos, o aprendizado não ocorre de maneira tão fácil, pois os comportamentos que são expressos publicamente

quase nunca coincidem com o que se passa no mundo privado do indivíduo.

Skinner mostrou que as palavras aprendidas para expressar sentimentos começaram como metáforas, como uma forma de mostrar o que se passava

internamente através de algo público que fosse semelhante.

Houve aqui uma transferência do público para o privado

Numa analise do comportamento, não precisamos utilizar os nomes que designam sentimentos se pudermos acessar diretamente os eventos públicos que causaram tais eventos privados. Ao invés de dizer que alguém está deprimido, podemos dizer que não existe nada de reforçador no ambiente desse indivíduo.

Isso não significa que o Behaviorismo não leva em consideração os sentimentos. O

que o Behaviorismo não aceita são os eventos privados como determinantes do

comportamento; eles não são aceitos como causa pois, como afirmado

anteriormente, existe sempre um evento externo antecedente.

É fácil atribuir a causa do comportamento aos sentimentos porque estes ocorrem ao mesmo tempo em que estamos nos comportando ou mesmo antes de nos comportarmos, formando um elo na cadeia comportamental.

Como a Consciência é vista pelo Behaviorismo

Skinner aborda a consciência como a capacidade que o ser humano tem de descrever seu comportamento, identificando sua relação com as

variáveis que o determinam. Ter consciência ou estar consciente refere-se então ao mesmo fenômeno – a capacidade que uma pessoa tem de falar sobre o seu comportamento. Quando isso é possível, podemos dizer que

tais atos ou comportamentos são conscientes.

Em síntese, quando nos comportamos ou quando estamos aprendendo um comportamento, não nos damos conta do processo como um todo, o que tem como conseqüência a

atribuição da função de originador do comportamento a um agente interno – o EU – referindo-se ao próprio homem como responsável pelo comportamento.

Para Skinner o conceito de EU não é essencial em uma analise do comportamento porque ele se baseia nas variáveis ambientais. Ele considera o EU um mero artifício para simplificar a relação funcional “causa e efeito”, já que trabalhar com os dados ambientais exige uma explicação de como se dá as relações entre eles.

O EU não é um agente interno ao homem e causador de uma ação, mas sim comportamentos instalados a partir da história de reforçamento do

indivíduo em interação com o meio cultural.

CONCLUSÃO

Percebemos claramente que o Behaviorismo dá grande ênfase ao ambiente, mas isso não torna as criticas dirigidas a ele pertinentes. O Behaviorismo atribui ao EU e a Subjetividade (eventos privados) o lugar de ser efeito do ambiente e dos comportamentos que ele produz, e não o de ser a causa. Os eventos privados podem fazer parte de uma cadeia de comportamento, mas não o determinam. O estimulo que produz o comportamento é sempre ambiental externo. Logo não há gravidade alguma em deixar de atribuir ao EU, ou aos eventos privados, o papel de causador do comportamento já que somos a todo momento afetados pelo ambiente.