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Sector das bebidas é aposta em AngolaANGOLA está no mapa das priori-dades dos gigantes mundiais do sec-
tor de bebidas, mas as marcas locais,como a Blue e a cerveja Cuca, con-
tinuam a ocupar a liderança comcerca de 80% da quota de mercado.
Portugal não foge à regra, sendo
um dos principais países exporta-dores de vinhos, cervejas e sumos.Angola é já p primeiro destino das
exportações de vinho português
com mais de 500 milhões de litrospor ano e absorve 80% das exporta-ções das cervejeiras. Nos refrige-rantes, a Sumol+Compal aposta for-te no mercado angolano, exportan-do anualmente 50 milhões de litros.O SOL ouviu empresários angola-nos e portugueses do sector: da Cu-
ca, Refriango e 5 Sentidos; e, tam-bém, da Unicer, Central de Cervejase Sumol+Compal. » confidencial
Sectorde bebidasangolanoem forteexpansão
» ANGOLA está no mapados gigantes mundiais dosector das bebidas. Mas asmarcas locais Cuca e Bluecontinuam na liderança
» PORTUGAL é um dos
principais exportadores devinhos, cervejas e sumos
¦ PÁGS.I2EI3
Negócios Luso- Angolanos
Um mercado com razões para brindarAngola está no mapa das prioridades dos gigantes mundiais do sector das bebidas. Portugal não fogeà regra, sendo um dos principais exportadores de vinhos, cervejas e sumos
A INDÚSTRIA das bebidas édossectores que mais cresce em Ango-laPorisso, são vários os países queestão 'sedentos' deentrar neste mer-cado. Portugal não é excepção e, de
ano para ano, aumenta a sua pre-sença no país, ocupando o Top 10
em alguns sectores, como o vinho.
Angola é o primeiro destino das
exportações de vinho português,
quer em volume (24%), quer emvalor (21 % ). Segundo a ViniPortu-
gal, em 2008 foram exportados parao mercado angolano mais de 500
milhões de litros de vinho, o quecorresponde a 53 milhões de euros.
O mercado angolano tem três vir-tudes principais: «o elevado poderde compra dos consumidores an-golanos, que são sensíveis ao con-
sumo de vinho de qualidade; é
uma sociedade com um espiritofestivo que se prolonga durante
quase todo o ano; e, por último, éum pais com uma cultura de con-
sumo de vinho que tem uma ex-
plicação histórica», explicou ao
SOL Tânia Moita, directora de
Marketíng da Atlantina, importa-dor de vinhos e bebidas alcoólicas.
Actualmente a produção de vi-nho em Angola não é muito signi-ficativo, deixando a "porta aberta'
a outros países, «pelo que a prin-cipal concorrência aos vinhos
portugueses provém sobretudodo Chile, Argentina e África do
Sul», explica Miguel Oliveira Pin-
to, CEO da Sogrape.
Cuca no topo
As cervejeiras nacionais - Unicere Central de Cervejas e Bebidas -também não quiseram perder aoportunidade de 'brindar' a este
mercado. Cerca de 80% do total das
exportações das cervejeiras na-cionais são para Angola. «Devidoao clima, é dos países onde seconsome mais cerveja em todoo mundo, e obviamente que Por-
tugal não pode perder esta apos-ta», explica Francisco Gírio, pre-sidente da Associação Portuguesados Produtores de Cerveja.
Contudo, a marca local Cucacontinua a estar no topo da prefe-rência dos angolanos, tendo cercade 75% a 80% de quota.
Barreiras do sector
Quanto às dificuldades do merca-
do, todos os segmentos são unâni-mes na resposta: a distribuição, o
controlo de stocks e o mercado pa-ralelo. «As vias rodoviárias con-
Harca Cucaé líder do mercado angolanocom uma quota que variaentre os 75% e os 80%
SARA RIBEIRO
LUÍS COSTA [email protected]
dicionam o negócio de distri-buição. À nossa rede de camio-
nagem é usada para levar os
nossos produtos por todo a pais,incluindo para as províncias,para que as populações possamconsumir», sublinha FredericoIzata, director de relações Exte-riores da CUCA - CompanhiaUnião de Cervejas de Angola.
Venda de 'Janela Aberta'
Outra das características do merca-do neste sector é a venda de 'JanelaAberta'. Trata-se de estabelecimen-
tos que funcionam como retalhistas
durante o dia e como grossistas à
noite, isto é, no horário pós-laboralsão efectuadas vendas em grandes
quantidades a particulares a um
preço mais reduzido. As bebidas es-
tão em locais refrigerados (arcas ou
frigoríficos) durante essa activida-de comercial nocturna
O mercado das águas engarra-fadas está também a ganhar cadavez mais importância em Ango-la, uma vez que existe descon-
fiança relativamente à qualida-de da rede pública. As marcasimportadas têm grande expres-são no mercado, mas os produtosangolanos começam a destacar-
se, dado o investimento no con-trolo de qualidade e também naembalagem e rotulagem que está
a ser feito no país.O segmento dos sumos também
é muito forte. As temperaturas ele-
vadas acabam por convidar ao con-
sumo de refrigerantes. Coca-Cola,
Fanta, Blue e Compal são algumasdas marcas com maior impactonos consumidores angolanos.
O SOL inicia hoje uma série de trabalhossobre os Negócios Luso-Angolanos,numa lógica sectorial. Os temas serãopublicados na segunda e última semanade cada mês. A próxima análise sectorial,dedicada ao sector das telecomunicaçõese media, é publicado a 14 de Abril.
Duarte PintoSUMOL + COMPAL (CEO)
Que balanço faz da vossa
presença om Angola?Encaramos Angola como uma das
maiores prioridades estratégicas e
de consolidação do nosso negócioem mercados internacionais.
Angola é já o principal destino das
exportações da Sumol+Compal,com um total de vendas de cerca de
50 milhões de litros anuais.
Como viam a concorrência local?
É muito dinâmica e concorrencial,uma vez que temos que competircom fortes marcas mundiais e
locais. Congratulamo-nos por os
consumidores angolanos noscontinuarem a privilegiar com asua preferência, o que permitemanter elevados e consistentes
níveis de crescimento das nossas
marcas, com especial relevo para a
Compal e a Sumol que, também em
Angola, constituem o foco das
nossas acções e investimentos.E projectos para o lutara? O planoda construção da uma fábrica
A nossa presença em Angola é
fruto de investimentos de mais de
10 anos e permitiu que a empresatenha massa crítica para poder
pensar em avançar com umprojecto de investimento, que está
a ser trabalhado.
António Piresde LimaUNICER (CEO)Como tom corrido a experiênciaem Ana ela?
Muito bem. Por ano exportamoscerca de 130 milhões de litrosde cerveja e água, o que nos dá
uma quota total do mercadode cervejas de 15% em volume
e 20% em valor.
Quais si» as principais marcasda Unicar nesta marcado?
Exportamos praticamente quasetodas as marcas, mas a principalaposta passa pela Cristal, Super Bock,
Caramulo e Carisberg. A Cristal é amais vendida, porque é uma cervejamais leve, fresca e com outro
posicionamento de preço. O planos
para o futuro passam por reforçara presença da Água das Pedras.
Como vê o marcada das cervejasam Angola?É muito forte e com marcas locais
que já têm algum peso, mas os
números mostram que a aceitação
pelas marcas nacionais está acrescer. A construção da nossa
fábrica, em 2011, vai permitirà Unicer aumentar a quota de
presença e concorrer directamente
com as grandes marcas locais,facilitando e aumentado
a distribuição no país.
Alberto da PonteCENTRAL DE CERVEJASE BEBIDAS (CEO)
Qual o balanço qaa fazda presença am Angola?A presença da Sagres no mercado
angolano tem vindo,nomeadamente no ultimo ano,a recuperar uma posição e valor.
Pretendemos ser líderes das
cervejas importadas em 2012.
A concorrência local ê forte?Está muito bem estruturada e em
crescendo, provocando um grandedinamismo entre os diversosconcorrentes. É um mercado quetem a vantagem de estar em
expansão, permitindo que as
cervejas cresçam a duplo dígito.Quanto vale o marcada angolano para a SCC?
As exportações representam entre10 a 15% do nosso volume total de
vendas, sendo que o mercado
angolano significa cerca de 50%
deste valor.
Frederico IzataCUCA (director de relaçõesexteriores)
Quais são os principaisconcorrentes da cervoja Caca?
Temos uma quota de mercado quevaria entre os 75% e os 80%. Este
domínio não significa que não
acompanhemos os produtos
importados, nomeadamente os
portugueses. Cristal, Superbock,Carlsberg e Heineken tambémestão à venda, mas longe dos
números da Cuca.
Pondera a internacionalização?Sair de Angola é, de facto, um dos
nossos objectivos. Mas, para já,queremos diversificar a oferta noterritório. Produzimos a Cuca, aEka e a Nocal, mas temos também- para os consumidores mais
exigentes - a Castel Beer e a 33
Export com um teor de álcool maiselevado. Além disso, a nossa aposta
presente passa pelo 'fino', a cervejade pressão distribuída em barril. ACuca representará, na nossa
capacidade produtiva total, cercade 50%. Ou seja, o mercado
angolano corresponde a 8 a 9
milhões de hectolitros por ano e aCuca tem uma fatia que anda pelos6 a 7 milhões de hectolitros.
A vossa capacidade de produçãoestá no limite?Nem por isso. As nossas sete
fábricas podem produzir 220 milhectolitros/mês mas, neste
momento, situamo-nos nos 190 mil.Os nossos stocks duram um dia,sendo que no Cacimbo (Inverno)esse prazo aumenta ligeiramente.
Eurico FelicianoREFRIANGO(director de marketing)
O arupo tem ama oferta bastantediversificada (sumas, aguas,bebidas energéticas e virmos)«
Quais são as próximas apostas?Estamos a preparar a entrada nomercado infantil, com o
lançamento de uma marcadireccionada ás crianças. Será uma
das grandes apostas da empresa em
2010, tendo em conta a dimensão do
mercado angolano para um targetinfantil (46% da população
angolana tem menos de 14 anos).A internacionalização está nos
vossos planos?Têm existido contactos com algunspaíses de África, sendo tambémnossa vontade poder fazer chegaro refrigerante Blue a Portugal.
António AlvesMartins5 SENTIDOS(administrador)
Qm balança aoa fazem desta anoaa activiaaao?A 5 sentidos começou em Março do
ano passado, mas o funcionamentoem pleno aconteceu apenas no
segundo semestre. Mesmo assim,fechámos o ano com vendas naordem dos 6,5 milhões de dólares,dos quais 5,5 milhões correspondema vinhos portugueses. Este anoacreditamos que vamos crescer50%, ficando entre os 10 e os 11
milhões de dólares.
Os vinhas portuguesassão responsáveis pala maioriatfw VQIHUM OS VGaMflflS»
Níe têm concorrência?Os vinhos portuguesestêm um peso
importante, mashá outros paísesprodutoresque começam a
apresentar propostasinteressantes,nomeadamente no
segmento médio.Por exemplo, o
Chile e a Áfricado Sul. Esses
vinhos, do
chamado Novo
Mundo, começama constituiruma 'ameaça'interessanterelativamenteà oferta quenos chegade Portugal.