saude emocional
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Introdução: Nove Níveis de Saúde Emocional
“Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua
vida” (Pv 4.17).
“Ame a seu próximo como a si mesmo” (Mt 22.39).
“Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho...” (At 20.28).
“Atente bem para sua própria vida e para a doutrina (1 Tm 4.16).
Numa pesquisa feita recentemente pelo MAPI de 108 líderes
denominacionais e pastores sobre o pastoreio de pastores, houve algumas
surpresas. Perguntamos em quais áreas os respondentes sentiram que os
pastores de suas denominações mais precisavam crescer. Escolhendo de uma
lista de nove itens, os respondentes indicaram três que achavam que os
pastores do seu círculo mais precisavam. As áreas mais escolhidas foram:
1) A relação consigo mesmo (saúde emocional, caráter cristão) – 62%
2) A relação com o cônjuge e filhos – 55%
3) A relação com Deus – 47%
Através dos anos, pesquisas de necessidades de pastores têm destacado
sempre a mesma área: a relação com Deus. Esta pesquisa surpreende com
dois destaques acima disso. O primeiro é um chamado claro quanto a valorizar
a formação de vida, seja no caráter ou no lado emocional. Pastores carecem
de discipulado ou mentoria quanto a formar seu caráter, como também de
aconselhamento ou ministério de restauração quanto ao lado emocional. O
segundo destaque sobre a família aparentemente está começando a ser
reconhecido como uma carência tão grande quanto à relação com Deus.
Através dos estudos a seguir, esperamos acrescentar a:
1) seu entendimento de saúde emocional
2) sua habilidade de discernir níveis de saúde em si mesmo e em
outros, e
3) caminhos para crescer em sua saúde emocional.
Falamos de sermos pastores e líderes saudáveis, igrejas saudáveis ou até
caminharmos rumo a cidades saudáveis sem ter uma definição clara do que é
saudável. Várias pessoas já sugeriram que paremos de usar a palavra
“saudável” por estar desgastada. Precisamos não apenas resgatar o
significado dessa palavra, mas aprofundar de forma prática caminhos de
crescimento nesta área tão crítica. A pesquisa acima reforça o sentido informal
que a fragmentação da família, a perda de raízes quanto à comunidade e a
desconexão relacional que caracteriza as grandes cidades levam cada vez a
uma crise maior na área de saúde emocional. Parece que nunca na história do
mundo houve mudanças tão rápidas a todos os lados e menos estrutura social
para dar estabilidade e firmeza à vida interior das pessoas.
Os Nove Níveis de Saúde Emocional O trabalho desenvolvido a seguir se baseia no modelo de personalidade
Eneagrama.[1] Adaptamos os nove níveis de saúde do trabalho deles. Os primeiros três são níveis de saúde ótima, os seguintes três são níveis normais e os últimos são níveis disfuncionais.1. Liberação (livre e libertador)2. Psicologicamente capaz3. Valor social4. Cumprindo seu papel social5. Controle interpessoal6. Supercompensação7. Violência8. Obsessão e compulsão9. Patologicamente destrutivo
A seguir explicamos os nove níveis com mais alguns detalhes.
A. Plena auto-realização e forte acréscimo para as vidas de outras pessoasLiberação (livre e libertador): a pessoa está livre de impedimentos e pesos
internos, sentindo que está fazendo o que foi criado para fazer. Tem uma capacidade grande para liberar outras pessoas para crescerem e fazerem decisões sábias.
2. Psicologicamente capaz: sensível ao seu próprio coração, seus sentimentos e motivações sem ficar amarrado. Assume responsabilidade por suas
emoções e as administra bem. Sabe quando e como expressá-las sem se impor em outras pessoas ou demandar atenção exagerada. Ajuda outras pessoas a entenderem seus corações e sentimentos. Através disso as ajuda crescerem em responsabilizar-se por suas emoções e administrá-las bem. Entende seus limites e normalmente não os ultrapassa nem deixa outras pessoas lhes invadirem.
3. Valor social: contribui às pessoas ao seu redor, acrescentando-lhes valor. Tem energia e disposição para se entregar, dando graça a sua família, igreja e colegas de estudo ou trabalho. Entende o valor de priorizar certos relacionamentos para dar e receber vida.
B. Normalidade
4. Cumprindo seu papel social: Neste nível, a pessoa é sólida em fazer sua parte nos vários papéis que tem, seja na família, na igreja ou no trabalho. As pessoas podem contar com ela. É pessoa de sua palavra. As motivações internas podem ser diversas com maior ou menor grau de saúde emocional. Maior grau é quando cumpre seus papeis porque está contente, resolvido e centrado. Outras vezes pode ser que os cumpre por necessidade de agradar, presa aos sentimentos e a aprovação de outras pessoas. Se for mais virada a tarefas, pode ser que cumpra bem seus papéis sociais, influenciada por outra raiz: o ativismo, o sentimento de necessidade de produzir ou render.
5. Controle interpessoal: Esta pessoa esforça-se para manter o controle dos seus relacionamentos, seja de forma ativa (às vezes chegando a dominar, controlar ou manipular) ou de forma passiva (assegurando que todas as pessoas gostem dela). Ela encontra dificuldades para sentir que suas necessidades são preenchidas ou às vezes até para reconhecer que são válidas. Na medida em que a pessoa focaliza sua energia em manter controle dos relacionamentos com outras pessoas, pode diminuir ou quase perder sua habilidade de ser sensível ao seu próprio coração e à saúde emocional dos outros.
6. Supercompensação: No nível 6, a pessoa não está satisfeita ou contente consigo mesmo e com sua vida. Investe grande parte de sua energia em certos relacionamentos ou empreendimentos (trabalho, ministério) para forjar uma base para sentir-se bem. É capaz de ser elogiada por ser muito boa, até excelente, nas áreas nas quais se dedica. Esta valorização pode lhe prender a continuar investindo fundo nessa(s) área(s). O sucesso desta pessoa em certas áreas pode esconder sua falta de equilíbrio. Por exemplo, pode ser bem sucedido no trabalho ou ministério e não na família. Sua auto-imagem baixa também pode esconder-se. Se seu rendimento nessa(s) área(s) ficar ameaçado ou se a pessoa perder sua utilidade nessa área, é capaz de entrar em profunda depressão ou lutar de forma exagerada para não perder seu lugar ou valor. Nesse caso fica vulnerável a passar para o nível sete, que é disfuncional.
C. Disfuncional, doentio e destrutivo
7. Violência: esta pessoa abusa a outras ou a si mesma de forma visível, podendo ser intencional ou não. Isto pode ser através de abuso emocional,
físico ou sexual. Se esta pessoa for agressiva, inspira medo, começando com o cônjuge e filhos. As pessoas mudam quando ela está presente. Ficam mais caladas, reprimidas e perdem sua voz e personalidade. Criam máscaras. A sua diversidade não é valorizada.
Se esta pessoa for passiva, denigra e abusa de si mesma ou se torna conivente de violências, deixando outros ao seu redor agirem de formas abusivas sem se erguer.
Este nível de problema normalmente precisa de cura das memórias e ministério de libertação. A pessoa tem fortalezas que precisam ser destruídas (2 Co 10.4-6).
8. Obsessão e compulsão: demonstra neurose: instabilidade mental ou emocional, cujos sintomas se demonstram por um comportamento obsessivo, tal como raiva excessiva, medo, ansiedade ou ódio sem razão aparente. Esta pessoa tem mecanismos de defesa que a levam a não ter controle sobre determinadas áreas de sua vida.
9. Patologicamente destrutivo: esta pessoa é dominada pelo desejo de roubar, matar e destruir. Seu coração endurece e sua consciência para de funcionar, pelo menos em algumas áreas. Pode chegar ao extremo de demonstrar psicose: uma perturbação fundamental mental caracterizada por perder o contato com a realidade ou ter um contato deficiente. A essa altura esta pessoa sai da realidade, não distinguindo entre fantasia e o mundo real, perdendo o controle de sua vida, podendo destruir a si ou a outros.Optamos por aprofundar este estudo pelos níveis disfuncionais porque eles envolvem raízes que se não forem discernidos e tratados, podem desmoronar alguém que esteja em níveis melhores.
Volte para a página introdutória sobre os nove níveis de saúde emocional ou veja a próxima parte do estudo: os três níveis disfuncionais (sete a nove). Para mais detalhes quanto ao estudo, continue lendo a seqüência dos links do estudo. Se quiser, pode fazer um download resumido do estudo todo em dez páginas.
[1] Esse modelo trabalha com nove tipos básicos de personalidade, indicando que sob pressão temos a tendência a mudarmos para responder de forma diferente que normalmente faríamos. O modelo é complexo e profundo. Aqui trabalhamos apenas um aspecto dele: o conceito de que existem nove níveis de saúde emocional. Cada personalidade expressa esses níveis de forma diferente, coerente com sua personalidade. Uma boa articulação disto em inglês se encontra no http://www.enneagraminstitute.com/. Em português o sitehttp://www.eneagrama.com.br/hp/ dá uma visão panorâmica dos nove tipos de personalidade. Infelizmente esse último site, como os outros que pesquisei rapidamente em português, não trata do aspecto que trabalho nesta apostila sobre os nove níveis de saúde. Se quiser sondar mais sobre este modelo de personalidade, faça uma busca na Internet com “O Eneagrama”.
1. Os três níveis disfuncionais (sete a nove)
Os Níveis Disfuncionais (Sete a Nove)
Pense em um dos pastores ou líderes da igreja que mais o feriu. Coloque a
primeira letra de seu nome aqui: ___. Na leitura a seguir, sublinhe as frases
que você sente que de alguma forma caracterizavam essa pessoa em seu trato
com outras pessoas.
“1 Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. 2 Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes,
blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios,3 sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio
próprio, cruéis, inimigos do bem, 4 traidores, precipitados, soberbos,
mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus,5 tendo aparência
de piedade, mas negando o seu poder.
Afaste-se desses também” (1 Tm 3.1-5).
Paulo fala para os líderes da igreja de Éfeso:
“Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho...
lobos ferozes penetrarão no meio de vocês e não pouparão o
rebanho.
E dentre vocês mesmos se levantarão homens que torcerão a verdade,
a fim de atrair os discípulos.
Por isso, vigiem!” (At 20.28-31)
Existe um pouco de lobo dentro de cada um de nós. Os estudantes de
psicologia abnormal sabem que é fácil se identificar com muitas das
características de pessoas com doenças mentais e emocionais porque todos
nós temos algumas tendências nessa direção.
2. Os três níveis normais (quatro a seis)
Os Três Níveis Normais (Quatro a Seis)
Ganhamos uma apreciação dos níveis disfuncionais de saúde emocional, os
níveis 7 a 9. Passemos agora, com grande alívio, para os níveis funcionais,
aqueles que são necessários para funcionarmos de forma regular ou rotineira.
Tanto os níveis ótimos acima destes (1 a 3) e os níveis disfuncionais por baixo
(7-9), chamam atenção. De forma geral, porém, não chamamos a atenção de
outras pessoas quando funcionamos nestes níveis normais. Vejamos
novamente a descrição dos três níveis (4 a 6) de saúde normal. Lembre-se
que na escala, 4 é mais saudável do que 5 ou 6. Enquanto leia, sublinhe as
frases com as quais você se identifica.
4. Cumprindo seu papel social: Neste nível, a pessoa é sólida em fazer sua
parte nos vários papéis que tem, seja na família, na igreja ou no trabalho. As
pessoas podem contar com ela. É pessoa de sua palavra. As motivações
internas podem ser diversas com maior ou menor grau de saúde emocional.
Maior grau é quando cumpre seus papeis porque está contente, resolvido e
centrado. Outras vezes pode ser que os cumpre por necessidade de agradar,
presa aos sentimentos e à aprovação de outras pessoas. Se for mais virada a
tarefas, pode ser que cumpra bem seus papéis sociais, influenciada por outra
raiz: o ativismo, o sentimento de necessidade de produzir ou render.
5. Controle interpessoal: Esta pessoa esforça-se para manter o controle dos
relacionamentos, seja de forma ativa (às vezes chegando a dominar, controlar
ou manipular) ou de forma passiva (assegurando que todas as pessoas gostem
dela). Esta pessoa encontra dificuldades para sentir que suas necessidades
são preenchidas ou às vezes até para reconhecer que são válidas. Na medida
em que a pessoa focaliza sua energia em manter controle dos relacionamentos
com outras pessoas, pode diminuir ou quase perder sua habilidade de ser
sensível ao seu próprio coração e à saúde emocional dos outros.
6. Supercompensação: No nível 6, a pessoa não está satisfeita ou contente
consigo mesmo e com sua vida. Investe grande parte de sua energia em
certos relacionamentos ou empreendimentos (trabalho, ministério) para forjar
uma base para sentir-se bem. É capaz de ser elogiada por ser muito boa, até
excelente, nas áreas nas quais se dedica. Esta valorização pode lhe prender a
continuar investindo fundo nessa(s) área(s). O sucesso desta pessoa em
certas áreas pode esconder sua falta de equilíbrio. Por exemplo, pode ser bem
sucedido no trabalho ou ministério e não na família. Sua auto-imagem baixa
também pode esconder-se. Se seu rendimento nessa(s) área(s) ficar
ameaçado ou se a pessoa perder sua utilidade nessa área, é capaz de entrar
em profunda depressão ou lutar de forma exagerada para não perder seu lugar
ou valor. Nesse caso fica vulnerável a passar para o nível sete, que é
disfuncional.
Você se identifica mais com um ou outro nível destes três? Se assim for, qual?
Dentro destes níveis normais, uma das ameaças mais comuns a nossa
saúde emocional é a sobrecarga, ativismo ou conseqüente esgotamento.
Sintomas do esgotamento são parecidos aos da depressão. A seguir, coloco
um inventário de depressão[1] que pode servir para ajudar medir o nível de
sobrecarga ou esgotamento. A escala consiste de vinte declarações, dez
positivas e dez negativas. Ao lado das declarações há quatro colunas
intituladas: Quase nunca, Algumas vezes, Boa parte do tempo e A maior parte
do tempo. Nas perguntas negativas, a tabela dá um ponto para “Quase nunca”
e um ponto adicional para cada coluna seguinte. Nas perguntas positivas, os
pontos são concedidos inversamente. Preencha a auto-avaliação agora,
colocando um círculo no número que melhor corresponde ao seu sentimento.
Escala de Zung para Auto-avaliação da Depressão
Quase nunca
Algumas vezes
Boa parte
do tempo
A maior parte
do tempo
1. Sinto-me abatido e triste. 1 2 3 42. De manhã é quando me sinto melhor. 4 3 2 13. Tenho crises de choro ou tenho vontade
de chorar.1 2 3 4
4. Tenho dificuldades em dormir à noite. 1 2 3 4
5. Como tanto quanto comia antes. 4 3 2 16. Continuo gostando de sexo. 4 3 2 17. Percebi que estou perdendo peso. 1 2 3 48. Tenho problemas de prisão de ventre. 1 2 3 49. Meu coração bate mais depressa do
que antes.1 2 3 4
10. Fico cansado sem nenhum motivo. 1 2 3 411. Minha mente está lúcida como antes. 4 3 2 112. Acho a mesma facilidade de antes
para fazer as coisas.4 3 2 1
13. Sinto-me inquieto e não consigo ficar parado.
1 2 3 4
14. Tenho esperanças em relação ao futuro.
4 3 2 1
15. Sinto-me mais irritado do que de costume.
1 2 3 4
16. Acho fácil tomar decisões. 4 3 2 117. Sinto-me útil e necessário. 4 3 2 118. Minha vida é bastante compensadora. 4 3 2 119. Acho que seria bom para os outros se
eu morresse.1 2 3 4
20. Continuo gostando das coisas em geral como antes.
4 3 2 1
Anote suas notas na margem direita e some-as. As notas devem ser interpretadas desta forma:
20-22: Você é super saudável (ou está se enganando!).23-29: Você está sentindo algum estresse.30-39: Você está enfraquecido por um nível baixo de depressão (ou esgotamento) e
precisa de alguma ajuda ou, nocaso de esgotamento, de algumas mudanças sérias em sua vida.
40-59: Você está seriamente debilitado pela depressão (ou esgotamento) e precisa de aconselhamento e ajuda espiritual.
60-80: Você está praticamente paralisado pela depressão (ou esgotamento) e precisa de aconselhamento e ajuda espiritual urgente e profunda, provavelmente precisando de terapia profissional e/ou tratamento sério em relação à restauração.
Se terminar antes das outras pessoas, reflita de forma escrita encima do
resultado acima.
Relembrando, os três níveis de saúde normal são:
4. Cumprindo seu papel social – este é o melhor dos três níveis normais porque a
pessoa está contribuindo à sociedade, cumprindo seu papel de forma
responsável.
5. Controle interpessoal – este nível é bem normal, todos querendo ter boas
relações pessoais. Ao mesmo tempo, não é tão bom como o nível quatro
porque o foco de energia está em agradar ou controlar as pessoas as invés de
cumprir responsabilidades que servem as pessoas.
6. Supercompensação – este nível é comum e normal, mas o próprio nome indica
que existe um desequilíbrio inerente. A pessoa enfatiza algumas áreas mas,
negligencia outras áreas importantes.
3. Os três níveis ótimos (um a três)
Exemplos Bíblicos dos Três Níveis Normais de Saúde Emocional (Quatro a Seis)
1. Passemos agora a ver alguns exemplos bíblicos de cada um dos três
níveis normais, começando com o nível mais baixo de supercompensação,
nível seis. Enquanto relemos a descrição desse nível, veja quais exemplos
bíblicos vêm a sua mente.
Nível 6. Supercompensação: No nível 6, a pessoa não está satisfeita ou
contente consigo mesmo e com sua vida. Investe grande parte de sua energia
em certos relacionamentos ou empreendimentos (trabalho, ministério) para
forjar uma base para sentir-se bem. É capaz de ser elogiada por ser muito
boa, até excelente, nas áreas nas quais se dedica. Esta valorização pode lhe
prender a continuar investindo fundo nessa(s) área(s). O sucesso desta
pessoa em certas áreas pode esconder sua falta de equilíbrio. Por exemplo,
pode ser bem sucedido no trabalho ou ministério e não na família. Sua auto-
imagem baixa também pode esconder-se. Se seu rendimento nessa(s) área(s)
ficar ameaçado ou se a pessoa perder sua utilidade nessa área, é capaz de
entrar em profunda depressão ou lutar de forma exagerada para não perder
seu lugar ou valor. Nesse caso fica vulnerável a passar para o nível sete, que
é disfuncional.
2. Alguns exemplos bíblicos de supercompensação incluem:
Sansão – supercompensando na sua força física (Jz 13-16)
Moisés – supercompensando na glória do Senhor através do véu (2 Co
3.12-18).
Davi – supercompensando em seu luto por Absalão (2 Sm 13-19).
Fariseus – supercompensando em ensinar o certo minuciosamente, mas
sem viver o espírito do que ensinavam (Mt 23.1-4).
3. Pensemos agora sobre exemplos bíblicos do nível cinco: controle
interpessoal. Enquanto relemos a descrição deste nível, anote os exemplos
bíblicos que vêm a sua mente.
Nível 5. Controle interpessoal: Esta pessoa esforça-se para manter o
controle dos relacionamentos, seja de forma ativa (às vezes chegando a
dominar, controlar ou manipular) ou de forma passiva (assegurando que todas
as pessoas gostem dela). Esta pessoa encontra dificuldades para sentir que
suas necessidades são preenchidas ou às vezes até para reconhecer que são
válidas. Na medida em que a pessoa focaliza sua energia em manter controle
dos relacionamentos com outras pessoas, pode diminuir ou quase perder sua
habilidade de ser sensível ao seu próprio coração e à saúde emocional dos
outros.
4. Alguns exemplos bíblicos de controle interpessoal incluem:
Arão – criando o bezerro de oro para controlar o povo (Êx 32.21-24)
Saul – querendo controlar seus soldados (1 Sm 13.11-14; 15.24-31)
Davi – fazendo um censo dos soldados para saber em que poderia
depender (2 Sm 24)
Salomão – casamentos para controlar nações ao seu redor (1 Re 3.1;
11.1-13)
Jezebel – controlando seu marido e o país inteiro (1 Re 19.1,2; 21.1-16,
especialmente v. 25).
Fariseus – fazendo atos religiosos para serem vistos e assim manter sua
posição baseado em religiosidade (Mt 23.5).
Pilatos – agradando e controlando o povo (Mt 27.24)
5. Quais exemplos bíblicos vêm a sua mente do nível quatro: cumprindo seu
papel social?
Nível 4. Cumprindo seu papel social: Neste nível, a pessoa é sólida em
fazer sua parte nos vários papéis que tem, seja na família, na igreja ou no
trabalho. As pessoas podem contar com ela. É pessoa de sua palavra. As
motivações internas podem ser diversas com maior ou menor grau de saúde
emocional. Maior grau é quando cumpre seus papeis porque está contente,
resolvido e centrado. Outras vezes pode ser que os cumpre por necessidade
de agradar, presa aos sentimentos e à aprovação de outras pessoas. Se for
mais virada a tarefas, pode ser que cumpra bem seus papéis sociais,
influenciada por outra raiz: o ativismo, o sentimento de necessidade de produzir
ou render.
6. Alguns exemplos bíblicos de cumprir seu papel social incluem:
Papéis sociais na sociedade, contribuições sólidas (Gn 4.19-22)
Sara e Abrão com Hagar – cumprindo seu papel social (Gn 16)
Jacó com Labão: 7 anos para Lia e 7 para Raquel e 7 ganhando a vida
(Gn 29-30).
Onã, filho de Judá, com Tamar – falta de cumprir seu papel social (Gn
38.6-10)
Obedecendo autoridades – Rm 13
Servindo a nossos chefes – Ef 6.5-9
Obedecendo autoridades, chefes, até os maus – 1 Pe 2.13-21
Cumprindo seu papel num casamento difícil – 1 Pe 3.1-16
Contraste do centurião que sabia seu lugar (Mt 8.9) ou o servo (Lc 17.7-
10) com Jesus dizer que seus discípulos não eram servos e sim amigos
(Jo 15.15, 15).
7. Uma chave para cumprir bem seu papel social é conhecer e usar seus
dons. Dons, biblicamente são carismas, ou graças. O que distingue um dom,
usado no Espírito, de um talento, é que ministra graça para a outra pessoa.
Nesse sentido os dons podem até ser uma ponte para o seguinte nível de
saúde emocional: valor social. A seguir vem um pequeno teste simples de
dons que lhe ajudará perceber se conhece e está usando seus dons.[1]
RELAÇÃO DE DONS
Eu sinto clarament
e que tenho
esse dom.
Pode ser que
tenha esse dom.
Dê uma nota de 0 a 10 quanto à medida que está usando um dom
marcado nas duas colunas com graça
Profecia (ouvir a voz de Deus)
Serviço (ou ministério)Ensino
Exortação/encorajamentoDar/Contribuir
Presidir/LiderarMisericórdia
Apóstolo (obreiro apostólico)Profeta (pregador/proclamador)
EvangelistaPastorMestre
Palavra de sabedoriaPalavra de conhecimento
FéDons de Cura
MilagresDiscernimento de Espíritos
LínguasInterpretação de línguas
AdministraçãoAjuda (ajudando alguém)
Arte/artesanato (Êx 31.1-11)Celibato/solteirismo
Exorcismo/libertaçãoHospitalidadeIntercessão
LouvorMissionário (transcultural)
Pobreza voluntáriaOutro:Outro:
Se existe um dom que você realmente gostaria de desenvolver mais, indique-o
aqui: _________________________________.
8. Para encerrar a reflexão sobre este quarto nível de cumprir seu papel
social, se estiver com um grupo, compartilhe com seu trio o que mais chama
sua atenção. Comente também o nível com o qual você mais se identifica dos
três níveis normais. Se houver tempo pode comentar se houve algum
destaque ou novidade em um dos testes nesta seção (o teste de depressão
que pode ser uma expressão do nível de esgotamento e possivelmente
sobrecarga ou o teste dos dons).
Volte para a página introdutória sobre os nove níveis de saúde ou veja a
próxima parte do estudo: Os três níveis ótimos de saúde emocional (um a três).
[1] Este gráfico é adaptado do livro de David Kornfield, Desenvolvendo Dons
Espirituais e Equipes de Ministério, Editora Sepal (esgotado). Definições dos
dons se encontram no capítulo um. O primeiro grupo de dons no gráfico vem
de Romanos 12, o segundo de Efésios 4.11, o terceiro de 1 Coríntios 12.8-10 e
o último grupo vem do final de 1 Coríntios 12 e algumas outras passagens.
4. A parábola dos quatro solos
A Parábola dos Quatro Solos[1]
Introdução: João 2.23-25
Como Jesus lhe vê hoje?
Como está seu coração?
Na parábola dos quatro solos, você se identifica mais com o duro,
pedregoso, espinhoso ou frutífero? Explique-se.
1. Solo duro: a Palavra chega, mas nem adentra.
Recebe a Palavra, mas cinco minutos depois não lembra mais (Tg 1.22-
25)
A Palavra chega, mas a pessoa não reconhece a voz de Deus (Jo 10.1-
8, 16)
Solo seco – períodos secos em nossas vidas
Coração endurecido – por feridas
Como está seu coração?
2. Solo pedregoso: superfície bonita, mas as raízes não conseguem
penetrar.
Recebe a Palavra com alegria, mas “não tem raiz em si mesmo” (Mt
13.21). Esta pessoa é parecida às de João 2.23-25.
Existem raízes que competem com a semente da voz de Deus (Hb
12.15)
-- Raiz de amargura (Hb 12.15)
-- Raiz de inferioridade – o rei Saul
-- Raiz de rejeição – José de Egito
-- Raiz de ferida paterna – o rei Davi?
-- Raiz de impureza – Salomão
Três pedras (ou raízes que competem): impureza moral, maldade e
orgulho ou egocentrismo (falta de humildade) – Tg. 1.21.
Pessoa que não é finalizadora.
Parecido a construir sobre a areia sem alicerces (veja Lc 6.46-49)
Como está seu coração?
3. Solo espinhoso – as raízes crescem bem, mas a planta acaba
sendo sufocada.
Terra boa, mas problemas acima da superfície. Vida e mente
visivelmente cheia de outras coisas.
Sufocado pelas preocupações... falta de vida simples
Sufocado pelas riquezas
Sufocado pelos prazeres desta vida
Ilustração de Salomão
Como está seu coração?
4. Solo frutífero – descrito por Lucas com seis características
(8.15).
1. Bom (grego: kalos): formoso, atraente, virtuoso em aparência ou
utilidade, harmonioso. Essa harmonia é traduzida “honesta” pela KJV e
NAS em inglês. Esta pessoa é atraente com uma vida harmoniosa. O
fruto do Espírito se manifesta naturalmente porque as fontes de água
viva fluem nela.
2. Generoso (grego: agathos): bom de dentro para fora, caráter sólido,
integridade que produz resultados, qualidade de vida que transborda.
Barnabé (At 11.24)
3. Ouvinte da Palavra: discerne a voz de Deus, tem encontros divinos,
deixa a Palavra agir de forma sobrenatural, penetrando até dividir alma e
espírito, juntas e medulas, e julgar os pensamentos e intenções do
coração (Hb 4.12). Esta pessoa é sedenta, faminta para as coisas de
Deus. Procura e reconhece a voz dele, presta atenção e modifica sua
vida segundo o que ouve.
4. Retentor da Palavra (grego: katechó): agarra, possui, se apega. Nas
palavras de Paulo, põe tudo à prova e fica com o que é bom (1 Ts 5.21).
Não abre mão.
Um diário espiritual
Esta pessoa tem uma solidez, uma profundidade que quando for
arranhada, revela-se a graça de Deus, a Palavra de Deus manifesta.
Está pessoa não apenas lê a Palavra, mas estuda, memoriza e medita
nela.
5. Frutífero: pratica o que recebe (Tg 1.22-25) e se multiplica. Uma
tradução descreve essa qualidade assim: “contando constantemente aos
outros, que também logo crêem” (BV).
Frutos internos do Espírito
Frutos externos de discípulos e seguidores – como nas quatro gerações
de 2 Tm 2.1, 2
6. Perseverante (grego: hupomoné): em circunstâncias adversas ou
provações, não desisti; fiel (BV). Esta pessoa estabelece projetos de
vida, tanto vocacionais como ministeriais, tanto externos como internos.
Ela começa, caminha e finaliza. Tem relacionamentos sólidos e
duradouros. Não pula de igreja em igreja. É consistente e confiável em
seus compromissos. Em diversos momentos, tem a satisfação de dizer
com Jesus, “Completei a obra que me deste para fazer” (Jo 17.4).
Como está seu coração?
Conclusão: sozinho não! O solo dificilmente fica frutífero sem
alguém que cuide dele.
1 Co 3.5-9
Você tem alguém que cuida de seu coração?
Perguntas para reflexão e discussão
1. Quais algumas conexões entre este estudo e os nove níveis de saúde
emocional?
2. Com qual dos solos você mais se identifica?
3. O que precisa fazer baseado nisso?
4. Quem pode lhe ajudar para ter um coração com solo mais frutífero?
5. Você tem discípulos? Está demonstrando os frutos externos do solo
frutífero?
Volte para a página introdutória sobre os nove níveis de saúde ou
veja a próxima parte do estudo: Fatores chaves que levam a uma
queda ou um crescimento em saúde emocional.
[1] Veja este estudo em forma de artigo.
5. Fatores chaves que levam a uma queda ou um crescimento em saúde
emocional
6. Fatores Chaves que Levam a uma Queda ou um Crescimento em Saúde Emocional
7. Antes de entrar nos fatores de queda ou de crescimento, façamos um
resumo dos nove níveis. No gráfico abaixo é possível perceber que os
níveis podem ser ilustrados no livro de Romanos. Romanos oito sobre a
vida no Espírito inclui uma seção sobre viver no Espírito ainda em
momentos de fraqueza e sofrimento (vv. 17-27). A aplicação dessa vida
no Espírito se expressa em capítulos 12-14. Romanos 7 descreve a
vida de alguém que luta entre o bem e o mal. Apesar de não ser uma
descrição totalmente adequada para os níveis normais, expressa um
pouco da tensão de desejar chegar nos níveis ótimos ao mesmo tempo
de ter receio de poder cair para níveis disfuncionais. Os primeiros
capítulos de Romanos descrevem a depravação total que em certo
sentido é refletido no lobo que existe em cada um de nós e que se
expressa nos níveis doentios ou disfuncionais.
8. As duas últimas colunas na tabela abaixo, descrevem a relação do “eu”
com as outras pessoas e a forma em que relacionamentos são chaves
em todos os níveis de saúde. Sem dúvida bons relacionamentos nos
afirmam e nos ajudam crescer em nossa saúde emocional. E o
contrário: a queda de relacionamentos ou uma expressão destrutiva de
relacionamentos nos influencia para cair em nossa saúde emocional.
Níveis Roma-
nosEu em relação aos
outrosSete
relacionamentos[1]
Ótimo1. Livre e liberando
2. Psicologicamente capaz3. Valor social
Cáp. 8, 12-14
Eu elevando os outros Dando e recebendo; se preocupando com o bem estar dos outros
Normal4. Papel social5. Controle Interpessoal6. Supercompensação
Cáp. 7?
Eu no centro, os outros ao redor
Dando e recebendo para meu bem
Disfuncional7. Violência
8. Obsessivo-Compulsivo
9. Patologicamente destrutivo
Cáp. 1-3
1. Personalidade ativa: eu encima, os outros abaixo;
2. Personalidade passiva: eu abaixo, os outros acima.
Focalizados em mim
Alistamos a seguir fatores que levam as pessoas a diminuírem em sua
saúde emocional e descer de um nível para outro. Coloque um visto onde
você é vulnerável e um ponto de exclamação onde você enxerga que esse
fator está lhe atingindo seriamente.
1. Necessidades básicas não supridas: sejam físicas, financeiras ou
materiais, sociais, emocionais ou espirituais. Por exemplo, uma pessoa
esgotada será bem vulnerável a cair em sua saúde emocional.
2. Raízes de feridas e conflitos não resolvidos.
3. Quebra de relacionamentos perdendo o sentido de ter valor, ser
amado e aceito.
4. Perda de direção ou propósito. Tal perda leva naturalmente para o
desânimo e depressão.
5. A carne: cedendo a desejos egocêntricos e destrutivos.
6. O mundo: adotando valores, mentalidade e cultura do mundo;
perdendo os valores e cultura do reino de Deus.
7. O Diabo: quando as áreas acima não são resolvidas, somos
vulneráveis a aflição demoníaca. Isto pode passar de brechas espirituais
para fortalezas espirituais (2 Co 10.4-6) que precisam de cura e libertação.
8. Acomodação ou estagnação: quando paramos de crescer, nos
tornamos vulneráveis a retroceder.
9. Tentar pular para um nível bem acima de onde nos
encontramos. Sem dúvida haverá momentos que agimos de forma bem
mais ou bem menos madura emocionalmente do que no nível no qual
“moramos”. Mas se procuramos pular níveis e ir direto para algo bem acima
de onde nos encontramos, viveremos de forma artificial nesse nível.
Acabaremos tendo uma aparência de sermos algo que não somos;
podemos chegar a ter uma vida pública e outra particular. Não vivemos
bem nem o nível no qual nos encontramos, muito menos o outro bem
acima. Isso pode nos levar a perder habilidade no nível que estamos e cair
para o nível abaixo.
Os fatores que mais levam as pessoas a crescerem em sua saúde
emocional e passar de um nível para outro são, de forma geral, os mesmos
fatores citados acima, mas de forma inversa. De novo, coloque um visto
onde você percebe que está bem nessa área e um ponto de exclamação
onde você enxerga que esse fator está realmente lhe ajudando crescer de
forma significativa.
1. Necessidades básicas supridas: seja físicas, financeiras ou materiais
como também sociais, emocionais e espirituais.
2. Cura das memórias: havendo resolvido feridas e raízes disfuncionais.
3. Ambiente de amor: algum círculo onde somos profundamente
valorizados e aceitos. Se tivermos mais que um desses círculos, somos
tremendamente abençoados. Para realmente subir nestes níveis,
especialmente os mais altos, geralmente precisamos experimentar isso
em três círculos: nossa família, nosso trabalho e nossa igreja, incluindo um
grupo familiar (ou pastoral) e uma equipe de ministério. Relacionamentos
saudáveis são fundamentais para crescermos em nossa saúde emocional.
4. Chamado e foco: precisamos conhecer nosso chamado e paixão e nos
entregar para ele. Isto implica em ter um foco para sua vida que lhe permita
canalizar sua energia e paixão. Baseado nisto, conseguimos dizer “não”
com graça para muitas oportunidades; apenas assim consigamos dizer um
“sim” enfático aos propósitos de Deus para nossas vidas. A maioria de nós
nos perdemos em cumprir os propósitos ou desejos das pessoas ao nosso
redor, não tendo um foco claro particular ou perdendo esse foco no meios
das muitas vozes que clamam para nós. Uma chave para superar isto é o
exercício do foco que é profundo o suficiente para poder ser bem trabalhado
num retiro com Deus. Sem saber claramente seu chamado e foco, é difícil
caminhar para os níveis ótimos de saúde emocional.
5. Relação com o Pai: uma das maiores forças quanto a subir nestes
níveis é uma relação resolvida e curada com nossos pais terrenos que
permite uma relação íntima e livre com o Pai celestial.
6. Relação com o Filho: outra força tremenda para subir nestes níveis é
realmente ter a identidade de filho e não apenas de servo, de santo e não
de pecador, de alguém amado e aceito a não apenas de alguém que
precisa demonstrar seu valor. A mente e coração de Cristo são
fundamentais nos níveis ótimos.
7. Relação com o Espírito Santo: outra força tremenda para subir nestes
níveis é o fruto do Espírito e o poder do Espírito expressado em dons
espirituais, cura, libertação, unção, sabedoria e discernimento dos
propósitos de Deus dentro de nós e ao nosso redor.
8. Desequilíbrio: o desequilíbrio é necessário para passar de um nível
para outro. As respostas e formas de agir de um nível se revelam
inadequadas, nos provocando para crescer ou nos decepcionar e cair. Nos
ajuda crescer quando estamos dispostos conviver com tensões criativas,
não deixando nem um extremo ou outro nos levar para uma tensão
destrutiva. Nesta fase de mudança esta pessoa tem boas perguntas e
percebe o valor delas tanto quanto ou mais que boas respostas.
9. Viver bem o nível no qual estamos e começar a crescer para o
próximo nível. Não é possível pular níveis apesar de que teremos
momentos que agimos com muita mais ou muita menos maturidade
emocional do que o nível no qual “moramos”. Crescimento sólido e que
permanece vem quando integramos bem as bases de saúde no nível no
qual nos encontramos para termos os alicerces para crescermos para o
próximo nível.
Compartilhe no seu trio os fatores onde você colocou um ponto de
exclamação.
Volte para a página introdutória sobre os nove níveis de saúde ou
veja a próxima parte do estudo: Desenvolvendo um plano de ação
para crescer em sua saúde emocional.
9.
10. [1] Estes sete relacionamentos são descritos no artigo O Líder
que Brilha. São aprofundados no livro do David Kornfield, O Líder que
Brilha – Sete relacionamentos que levam à excelência. Os
relacionamentos são 1) com Deus, 2) consigo mesmo), 3) com sua
família, 4) com um grupo pastoral, 5) com uma equipe de ministério, 6)
com um mentor e 7) com amigos íntimos. Os sete são fundamentais
tanto para aquele que quer brilhar como líder relacional como para
aquele que está lutando com problemas emocionais e relacionais.
11. Desenvolvendo um plano de ação para crescer em sua saúde
emocional
Desenvolvendo Um Plano de Ação para Crescer em sua Saúde Emocional
A parábola dos quatro solos nos alerta às dificuldades de ver mudanças
profundas, reais e duradouras em nossas vidas. Ainda quando aprendemos
a desenvolver planos ou projetos de crescimento, temos uma boa
possibilidade de apenas engavetar nossas idéias, escrever de forma
superficial ou procurar bolar um plano grande demais que trabalharemos
seriamente para uns dias ou semanas antes de desistir.
Robert Quinn é um consultor de empresas e professor na Universidade de
Michigan na sua Escola de Administração de Empresas. Escreveu um
livro, Mudanças Profundas – Descobrindo o Líder dentro de Nós[1]. O livro
é dividido em quatro partes: a necessidade de mudança, fazendo mudanças
pessoais, mudando a organização e uma seção resumida sobre visão,
riscos, excelência e conceitos parecidos. A seguir extraio algumas idéias
desse livro.
Ele diz que precisamos escolher entre mudanças profundas e morte
lenta. A dificuldade é que todos fazem parte de uma organização e
organizações resistem mudanças, valorizam estabilidade e controle.
Mudanças profundas são mudanças grandes em seus efeitos, quebrando a
continuidade com o passado e geralmente não reversíveis. Este esforço
requer uma mexida nos padrões de ação atuais e envolve riscos.
Mudanças profundas implicam em arriscar perda do controle. Isto
comumente é uma escolha amedrontadora, muitas vezes envolvendo uma
“noite escura da alma”.
Organização e mudança não são conceitos complementares. Organizar é
sistematizar, é fazer comportamentos previsíveis. Eficiência leva a rotina e
padrões rotineiros levam a organização e conseqüentemente à
estagnação.
Nós nos mantemos superocupados para nos anestesiar. Não sabemos
como enfrentar mudanças profundas, assim que nos mantemos ocupados
com o dia a dia e procuramos não perceber o que está realmente
acontecendo. Todos têm a tendência de escolher a morte lenta. Se não
estamos crescendo, estamos morrendo lentamente. A vida é um processo
continuo de mortes e nascimentos. Nas organizações hoje, muitas pessoas
estão morrendo, não fisicamente, mas psicologicamente.
A maioria de novos programas para organizações falha. Raras vezes o
líder assume responsabilidade pela falha dizendo “A mudança não
aconteceu porque eu não interiorizei a mudança dentro de mi mesmo.”
Uma chave para liderança bem sucedida é mudança pessoal contínua.
Essa mudança é um reflexo de nosso crescimento interior. Esse
crescimento requer disciplina para assumir uma perspectiva diferente, algo
que não flui naturalmente. Precisamos confrontar nosso próprio medo de
mudanças.
Ganhamos energia quando estamos aprendendo e progredindo;
começamos a morrer psicologicamente quando nos permitimos estagnar.
Quatro fatores chaves que podem ajudar nas mudanças são:
1. Relacionamentos que encorajam e estimulam mudanças.
2. Se liberar da tirania do urgente, a tirania da “caixa de entrada”, a lista
de coisas que precisamos fazer. Por exemplo, alguns líderes separam três
horas ao final de cada semana para simplesmente refletir, avaliar e
recuperar sua perspectiva do quadro maior.
3. Reconhecer e superar negação. Negação acontece quando somos
confrontados com informações dolorosas quanto a nós mesmos,
informações que indicam que precisamos de mudanças profundas. Em
negação, trabalhamos nas soluções erradas ou nem trabalhamos em
soluções. Os problemas aumentam e nos desanimamos, perdendo nossa
vitalidade. Precisamos confrontar nossa hipocrisia e covardia. Precisamos
reconhecer as mentiras que contamos para nós mesmos. Precisamos
reconhecer nossas fraquezas, avareza, insensibilidade e falta de visão e
coragem. Se fizermos isso, começaremos a entender a necessidade de
nos re-alinhar e de forma devagar, refazer nossa pessoa interior.
4. Disposição de se arriscar, tomando novas atitudes, novos caminhos
que são desconhecidos. (Aqui encerramos o repasse de idéias do Quinn)
A passar a pensar em seu plano de ação, vale a pena pensar se você quer:
a) pequenas mudanças que requerem alguns ajustes; b) mudanças médias
que requerem bastante esforço ou c) mudanças profundas que requerem
uma séria re-avaliação de sua visão, propósitos, foco e prioridades. Isso a
sua vez requererá mudanças grandes de valores e realinhamento de sua
vida. De forma inicial, sem haver pensado e orado seriamente, você tem
mais interesse em qual dos três níveis de mudanças?
__________________________
Quem se interessar em mudanças médias ou grandes, deve pensar nestes
cinco passos:
1. Identificar a área principal na qual realmente quer mudar.
2. Desenvolver uma convicção divina meditando na Palavra e ouvindo de Deus em oração.
3. Discernir impedimentos sérios, internos e externos, para essa mudança.
4. Ter um encontro divino. Orar e receber oração (uma mini-ministração).
5. Ter um plano e um companheiro, com prestação de contas.
Pesquisas mostram que 94-95% dos líderes que participam de congressos e eventos de capacitação não mudam em nada. Quase todos os 5-6% que mudam, tomam os primeiros passos dentro de quatro dias após o evento. Se não fizer isso, tem pouca possibilidade de retomar o mover do Espírito destes dias.
É muito melhor fazer algo pequeno, do que não fazer nada!
Você consegue separa um bloco de 2-4 horas para refletir de novo sobre este estudo todo, ouvir melhor a Deus e fazer um rascunho de um plano significativo? Veja se consegue indicar o dia e horário que fará isso, passando-o para sua agenda: ____________________
Veja a seguir algumas sugestões quanto a um plano de ação para dar seguimento a estes dias. Risque ou modifique o que não expressa o que você realmente gostaria de fazer. Coloque um asterisco na frente dos passos que quer implementar.
Passo Data prevista
1. Separar um bloco de tempo para avaliar como melhor integrar as idéias deste encontro em minha vida.
2. Compartilhar os pontos altos deste encontro com meu cônjuge, separando pelo menos uma hora para isso.
3. Fazer o exercício do foco.4. Fazer um retiro de um dia com Deus.5. Procurar um mentor, alguém que já está onde quero chegar, ou
pelo menos bem na minha frente no caminho, e que pode me encorajar e estimular nessa caminhada.
6. Elaborar um projeto, incorporando os passos acima.7. Compartilhar meu projeto, ainda se for simples, com um
companheiro que me ajudará continuar firme, prestando contas para ele(a) regularmente.
Anote a seguir a área na qual gostaria de mudar e algumas idéias de como fazer isso. Use o verso da página anterior se precisar de mais espaço. Encerre compartilhando o que você anotou nesta página com seu trio e orando juntos. Volte para a página introdutória sobre os nove níveis de saúde ou, um download resumido do estudo todo em 10 páginas.
[1] Deep Change – Discovering the Leader Within; Jossey-Bass, San
Francisco, USA, 1996. Apenas existe em inglês.
Ferramentas práticas para ajudar medir saúde emocional
Um download resumido do estudo todo em 10 páginas