saponinas profa dra maria teresa f bara ff/ufg. generalidades formam espuma abundante, quando...
TRANSCRIPT
Saponinas
Profa Dra Maria Teresa F BaraFF/UFG
GENERALIDADES
Formam espuma abundante, quando agitados com água, á semelhança dos sabões. São O-heterosídeos de cadeia glicídica diversa: pentoses e hexoses (glicose, galactose, ramnose, arabinose, xilose, fucose, ácidos glicurônicos)- C3
Apresentam elevada massa molecular: 600 a 2000
Aglicona e pode ser de dois tipos:
ESTERÓIDE: núcleo fundamental é CPPHF – 27 C
TRITERPENOIDE: núcleo fundamental tetracíclicos ou pentacíclico (derivado do piceno - 30 C
DISTRIBUIÇÃO e LOCALIZAÇÃO
Sap. Esteroidais: ocorrem principalmente nas monocotiledôneas: Liliaceae, Dioscoreaceae, Amaryllidaceae. Sap. Triterpênicas: predominantes nas dicotiledôneas: Caryophylaceae, Sapindaceae, Polygalaceae, Sapotaceae
PROPRIEDADES GERAIS:
Comportamento anfifílico: redução da tensão superficial da água, ação detergente e emulsificante.
Formam complexos com esteróides, proteínas e fosfolipídeos de membranas: atividade hemolítica - capacidade do heterosídeo de se combinar com moléculas de colesterol presentes na membrana do eritrócito, perturbando o equilíbrio interno-externo e promovendo a ruptura da célula, com consequente liberação da hemoglobina atividade hemolítica desaparece por hidrólise do heterosídeo.
São ictiotóxicos e moluscocidas.
São solúveis em solventes polares (álcool e água) e insolúveis em solventes apolares.
Provocam espirros em contato com a mucosa nasal (esternutatório).
FARMACOLOGIA:
Expectorantes (doses pequenas) Emético ( doses elevadas) irritantes para mucosasDiurético Aumenta o volume do fluido respiratório, hidratando a secreção brônquica, diminuição da viscosidade (atividade superficial: viscosidade, facilita a expulsão do muco)
FARMACOLOGIA:
propriedades antiinflamatórias – alcaçuz
Atividade adaptogênica (ginseng)
fitoterápicos
GINSENG (coreano)–Panax ginseng C.A.Mayer AraliaceaeFarmacógeno : raiz (pelo menos 4 anos)Saponinas triterpênicas tetracíclicas poli-hidroxiladas: 2 a 3%
14Ginsenosídeos neutros já foram descritos (Ra1, Ra2, Rb1, Rb2, Rb3, Rc, Rd – Rf, Rg2, Rh1 - Rc, Rg1, 20-g-Rf - Ro)
Farm. Port. VII – mín 0,4% de Rg1 + Rb1
Aumenta a capaciade de resistência às doenças e ao stress por ação sobre o eixo hipotálamo-hipófise-cortex supra-renal (atividade adatpogênica).
Ação antiviral e antiagregante plaquetáriaInibi a peroxidação lipídica (anti-radicalar)
Atividade cardiotônica
Uso aprovado pela Comissão E: na fadiga e debilidade e para aumentar a capacidade de trabalho e concentração
. Posologia: 200 mg do extrato seco (5:1)/ dia, 1 x /dia. Tomar pela manhã e no máx por 3 meses
A matéria-prima deve ser padronizada, pois conforme os constituintes pode haver antagonismos. Por ex: Rg1 – hipertensor e estimulante central; Rb1 é hipotensor e sedativo
Contra-indicações:
Indivíduos extremamente energéticos, nervosos, tensos, maníacos ou esquizofrênicos devem evitar o uso (Newall et al., 2002).
Precauções:
O ginseng não deve ser consumido junto com estimulantes, incluindo café, fármacos antipsicóticos ou durante terapia hormonal.
Efeitos colaterais:
Incluem efeitos cardiovasculares (hipertensão, edema), no sistema nervoso central (tontura, insônia, nervosismo, euforia, dificuldade de concentração), ação sobre o sistema endócrino (mastalgia), sobre o sistema genitourinário (hemorragia vaginal e ação estrogênica), diarréia matinal e erupções cutâneas.
A síndrome de abuso do ginseng (GAS) pode ser detectada pelos sintomas: hipertensão, insônia, nervosismo, euforia, diarréia matinal e erupções cutâneas (Simões et al., 1999).
Interações:
Pode interagir com drogas que atuam no sistema cardiovascular (glicosídeos cardioativos, antiarrítmicos, entre outras) aumentando os riscos de potencialização e de efeitos colaterais.
Ansiolíticos/inibidores da MAO, antiagregantes plaquetários. Cafeína
Hipoglicemiantes orais, insulina
Eleuterococo – Eleutherococus senticosus Maxim. - Araliaceae
Ginseng siberiano – raiz
Eleuterosídeos (0,6 a ,9%), eleuteranos, saponinas triterpênicas
Adaptogênico; imunoestimulante, atividade vasoprotetora (diminui permeabilidade capilar)
Uso aprovado pela Comissão E: tônico em caso de fadiga ou declínio da capacidade de trabalho e concentração. Período de convalescença.
Contra-indicado: hipertensão, arritimia cardíaca.
Interação: bloqueadores dos canais de calcio (ex: nifedipino, verapamil, diltiazem), digitálicos, espironolactona, metildopa
Usar 1-3 semanas (extrato seco (5:1): 0,2 a 1g/dia
CASTANHA DA ÍNDIA – Aesculus hippocastanum L. Hippocastanaceae Partes utilizadas: cascas dos ramos e sementes. Saponinas triterpênica: (8-28%, principalmente a escina=5 a 10%), flavonóides (quercetina, canferol), heterosídeos cumarínicos (esculina e fraxina), taninos catéquicos (2%)
Propriedades Farmacológicas Sua principal ação é sobre o sistema venoso, aumentando a resistência e o tônus das veias.
Escina é antinflamatória e diminui a permeabilidade e a fragilidade capilar.
Suas propriedades antiexsudativas contribuem para a reabsorção dos edemas
Indicações
No tratamento de perturbações da circulação venosa: varizes e hemorróidas. . Uso aprovado pela Comossão E: insuficiência venosa crônica (dores e sensação de peso nas pernas)
Posologia
Uso Interno: Extrato seco (5:1): 200 a 600 mg por dia (16
a 20% escina)Tintura (1:10): 50-100 gt, 1-2 vezes ao dia
Administrar após as refeições.
Contra-indicações: pessoas que fazem uso de anticoagulantes; formas injetáveis contendo castanha-da-índia.
Precauções: Deve ser evitada durante a gravidez e lactação.
Não fazer uso prolongado (máx 6 meses)
Efeitos colaterais: desconforto estomacal (taninos).
Interações: anticoagulante; devido a capacidade de ligação a proteínas plasmáticas pode interferir com metabolismo de outras drogas.
Efeito do tratamento com extrato de castanha da índia (100 mg/dia de escina), nas alterações do volume do pé e da parte distal inferior da perna. 19 pacientes. * = p <0,05; ** = p < 0,01; *** = p < 0,001 (Rudofsky et al., 1986).
CENTELA – Centella asiatica (L.) Urban - Apiaceae
Farmacógeno : partes aéreas Saponina triterpênica: asiaticosídeo e centelosídeo
Farmacologia
Ação reepitelizante e sobre a insuficiência venosaTopicamente: cicatrizante
Usar no máximo 4 semanas
Posologia: cápsula (pó): 400-500 mg, 1 a 2 x / dia
Hera - Hedera helix L – Araliaceae
Folhas = saponinas triterpênicas – 2,5 a 6% (hederacosídeo C)
Poliacetilenos (falcarisona e falcarisol) e flavonóides (rutina, campferol)
Ação espasmolítica e expectorante
Indicação: Tosse e bronquite – Tratamento sintomático de inflamações brónquicas crônicas (Uso aprovado pela Comissão E)
Obs: bagas são muito tóxicas (alto teor de saponinas) - ingestão de 6 frutos (criança) parada respiratória
ALCAÇUZ (GLICIRRIZA) – Glycyrrhiza glabra L. - Fabaceae Farmacógeno : raiz e rizoma Het . saponínico: glicirrizina (ácido glicirrízico) ácido glicirretínico.
Ações: calmante e expectorante; edulcorante Antinflamatório (dermatologia) Contra- indicações: cardíacos e hipertensos (retenção de líquidos e sódio e provoca depleção de potássio)
Medicamentos vegetais expectorantes
Planta medicinal Tipo de saponina Obs.
Hedera helix - folha
3-6%; Bis-desmosídios neutros
Monodesmosídios
Extrato:dose diária 0,3 g Folha frescas
Primula veris - raiz
Sapon. Triterpênicas (5-10%)
Infusão ou tintura : dose diária 1 g droga
Quillaja saponaria - cortex
Sapon. Triterpênicas(10%)
D.U. 0,2 g droga = 10g decocção 20% ou
1 g tintura
Polygalae senega - raiz
6-10% de sapon. Bis-desmosídios triterpên.
D.U. 1 g droga = 20g decocção (5%) ou 2,5 g tintura (1:5)
Bibliografia recomendada-CUNHA, A.P. Plantas e produtos vegetais em fitoterapia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 2003.-CUNHA, A.P. Farmacognosia e Fitoquímica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 2005.-SIMÕES, C. M. O., SCHENKEL, E. P.; GOSMAN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETROVICK, P. R. Farmacognosia, Da Planta ao Medicamento. Editora da UFRGS/Editora da UFSC, Porto Alegre Florianópolis, 6ª ed. 2007.-ROBBERS, J. E.; SPEEDIE, M. K.; TYLER, V. E. Farmacognosia, Farmacobiotecnologia. Editorial Premier, São Paulo, 1997. -SCHULZ, V.; HANSEL, R.; TYLER, V.E. Fitoterapia Racional. 4ª edição. Ed. Manole, Barueri-SP. 2002.-NEWAL, C.A; ANDERSON, L.A.; PHILLIPSON, J.D. Fitoterapia – Guia para o profissional de Saúde. Editorial Premier, São Paulo, 2002. --ALONSO, J.R. Tratado de Fitomedicina. Bases Clínicas y Farmacológicas. Isis Ediciones SRL – Buenos Aires, 1998. FERRO, D. Fitoterapia: conceitos clínicos. São Paulo: Atheneu. 2006.