sapiens marginalis - 1º edição

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poesia esfumaçada de uma cultura rebelada Os malditos autores: 1º edição sapiens marginalis Saulo Matos Saulo Matos Cristiano Rufino Cristiano Rufino Henrique Quaresma Henrique Quaresma Vitor Oliva Vitor Oliva Lucas Carniel Lucas Carniel Artur Doria Artur Doria Greg Kooche Greg Kooche Saulo Matos Cristiano Rufino Henrique Quaresma Vitor Oliva Lucas Carniel Artur Doria Greg Kooche

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Zine do coletivo de artistas independentes Sapiens Marginalis.

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Page 1: Sapiens Marginalis - 1º Edição

poesia esfumaçadade uma cultura rebelada

Os malditos a u t o r e s :

1º edição

sapiens marginalis

Saulo MatosSaulo MatosCristiano RufinoCristiano RufinoHenrique QuaresmaHenrique QuaresmaVitor OlivaVitor OlivaLucas CarnielLucas CarnielArtur DoriaArtur DoriaGreg KoocheGreg Kooche

Saulo MatosCristiano RufinoHenrique QuaresmaVitor OlivaLucas CarnielArtur DoriaGreg Kooche

Page 2: Sapiens Marginalis - 1º Edição

Que porra é essa?

sapiens marginalis 1

O Coletivo Sapiens Marginalis é um amontoado de vagabundos iluminados cheio de talento que não sabe muito bem o que fazer com sua obra. Através da internet nos unimos e começamos a fazer com que a ideia da nossa arte compartilhada ganhasse força. E pra ganhar mais força ainda, não basta nos limitarmos a rede binária da internet, queremos as ruas, queremos tudo que nos é de direito e tudo que não é também! Essa primeira edição que você tem em mãos, reúne material de jovens poetas que não se enquadram muito bem em nenhum tipo de mercado literário mainstream, e por isso tem uma distribuição gratuita, com fundos dos próprios pobres escritores. Você pode ler essas poesias e guardar essa cópia, mas vai ser muito mais legal se além de ler essas poesias, repassasse e divulgasse o trabalho para os seus amigos que são loucos como você. Nós acreditamos na força do “Faça você mesmo.” Nos ajude a espalhar essa poesia descarada pelos cantos descarados da vida. Ah, temos também uma página no facebook, procure pela gente lá e nos de sua opinião sobre essa porra (apenas se for positiva). Coletivo Sapiens Marginalis, só precisamos da sua ajuda pra espalhar essa merda por ai!

facebook.com/sapiens.marginalis

Page 3: Sapiens Marginalis - 1º Edição

O mesmo de sempre

sapiens marginalis 2

foi-se tanto tempoperdeu-se tanta coisainfinitos beijosem delírio,diferentes lençóisencardidos.

tetos diversosdebruçado em variadoscolchões depravadose minha única constantesempre foia marca do cigarro.

as mesmas situaçõesem diferentes circunstâncias.aquela mesma sensação de solidãocom minhas amáveis e odiáveiscompanheiras anônimas.

aqueles perfumes agridocesvagabundosque amargam o paladare penetram até a alma,mas não me importopois seus pescoçoshão de gostarde minha dedicaçãopromíscua e calma.

então tudo acaba,levanto de onde quer que estejaem uma manhã qualquerde um dia qualquer,visto-me caoticamente e saio como se nada tivesse acontecido,sem beijo de adeus, nem até logo.

avisto as mesmas ruas, os mesmos carros,a mesma pressa unânime.não há salvação para nenhumde nós- que merda, começa mais um dia, tudo muda e tudo continua no mesmo lugar,inclusive eue você, por onde andas?

- Saulo Matosfacebook.com/poesiacaosfacebook.com/sapiens.marginalis

Page 4: Sapiens Marginalis - 1º Edição

Os Escafandristas

sapiens marginalis 3

até mesmo os mouros anarquistas enfeitados com folhas de louroconverteram-se em gloriosa harmoniaregadas a monumentais manguaças e arruaçasdos escafandristase antigos sambistas

eu quero entornar rios e mares de cervejacurtindo uns sambas do candeiacom a malandragem lá de higienópoliseu quero mesmo é vagabundear por aíadmirar um belo caingábem no meioda estrada pra petrópolis

escrever poesiacom a barriga cheianamorar uma sereiadeixar as aranhas arquitetarem e manufaturarem suas melhores teiasnas cadeiras do estádiocouto pereira

ir a pé ao alfarrábio com as cinzas do cigarrotingindo as calçadasda rua mariz e barros

- Cristiano Rufinofacebook.com/sapiens.marginalis

Page 5: Sapiens Marginalis - 1º Edição

(DES)Evolução

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Somos modernosEm meio a um mundo De retrocesso populacional.Somos pertencentes de habilidadesMotoras,Mas desprovidos intelectualmente.Mas entre tantoEsse tal senso cognitivoHá tempos foi descartado em Um processo seletivo desigualitário.Em um tempo curto,Longo e rápidoTornamo-nos inúteis animais.Em meio a uma maré seletivaQue selecionava Gente que mente,Tornamo-nos animais superiores.Somos animaisGerminantes Nesse pequeno e rápidoProcesso seletivo não-natural.

- Henrique Quaresmafacebook.com/sapiensmarginalis

Page 6: Sapiens Marginalis - 1º Edição

Recitação do viver

sapiens marginalis 5

Viver é o sangue do sexo da mulherQue escorre com a entrada do amorViver é o cantar dos pássarosE você estirado na grama,Nu, olhando para o céuViver é uma bela cagadaViver é embriagar-se de prazerTransando com alguém bêbadoViver é olhar para o fogo atentamenteE pensar em tudo o que você não gosta

Viver é morrer por algoQualquer coisa

Viver é dormir de conchinhaCom seu cachorroViver é ser taxado de feio, pobre, loucoE ter alguém que te ameViver é meter o pé na estradaSem saber onde se vai

Viver é alcoolizar-se

Viver é músicaAprender a tocar algum instrumentoQualquer um

Viver é renascer das trevasViver é correr pelado pela ruaEm dia de chuva forteViver é uma cerveja geladaE um pão francês com manteigaViver é dormir numa praia desertaE acordar com a maréViver é pouco se importar com padrões,Vaidade, mesquinhez, conservadorismoE merdas derivadas

Viver é revoltar-seConformismo é morte

Viver é uma facada no peitoE o arder lentoSob o olhar saciado do corvoViver é escrever uma poesiaE rasgá-laA vida é poesiaRasgue-se.

- Vítor Olivafacebook.com/sapiens.marginalis

Page 7: Sapiens Marginalis - 1º Edição

Sobre como não ler poesia

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Nunca leia um poesianuma segunda-feira dizia o velho sábioenquanto dividíamosuma catuaba de pitanga. Ele se justificava: Numa segunda-feira nem o sol, as nuvens e os bem te vis gostam de labutar É um dia maldito e cinzento. Foi numa segunda-feira que caim matou abelque sansão se deixou enganar por dalila que pedro negou cristo que judas se vendeu por uns trocadosque o titanic foi a pique que começou a segunda guerra que as torres gêmeas foram reduzidas a póque israel invadiu a faixa de gazapelos muros de jericó. Pouco me importa o que dizem a bíblia, a históriae o william bonner.Leia uma poesia no fim de semana porque foi num fim de semanaque a pomba surgiu do horizonte com um ramo de oliveiraque os fuzis foram substituídos por abraços que cristo ressuscitou que os pedidos de desculpa foram aceitosque o azarão chegou em primeiro na corrida que a vida ganhou uma cor especial e atrevida.E pouco me importa o que dizem a bíblia, a história e o william bonner.

- Lucas Carnielfacebook.com/sapiens.marginalis

Page 8: Sapiens Marginalis - 1º Edição

sapiens marginalis 7

Eu quer é que se foda

Eu quero é que se fodaQue exploda. Meu coração tem dorMinha almaÉ da cor da eletricidadeE meu calorPulsa no teu feroz abraço. Vamos, vamos lá!Vagar noite adentroE dançarFeito poetas patetasE beberO suor de nossos corposE gritarO gozo de nosso desejoE fazer poesiaCom o lixo-luxo de nossos beijos. Ah, vamos deixar de dizimar o despudorÉ chegado o tempo de imoralizar esta vida.

- Artur Dóriafacebook.com/sapiens.marginalis

Page 9: Sapiens Marginalis - 1º Edição

Quanto Custa uma poesia?

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As vezes uma poesiacusta apenasuns poucos reaisde maconha,tem vezes que custa meia dúziade cervejas,outras aindacusta pouco menosde uma gramade cocaína, mas tem vezesque se consegueum descontoe entãopela barganhade uma garrafa de whiskey vagabundo,temos três ou quatroboas poesias. Mas as vezes custamenos ainda,algo como umnascer do sol, noutrastrinta minutosde prazer pago,

e em outras aindacusta uma fortuna,tipoum coração partido,preferencialmentedos outros.

Greg Koochefacebook.com/sapiens.marginalis

Page 10: Sapiens Marginalis - 1º Edição

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