rucula principal

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1. INTRODUÇÂO A rúcula é uma hortaliça originária da Região Mediterrânea, muito popular nas regiões de colonização italiana no Brasil, que a utilizavam na composição de suas saladas. Recentemente a rúcula adquiriu uma importância nacional com a sua utilização na maioria das saladas elaboradas pelos melhores restaurantes e na confecção de pizzas e sanduíches em todo o território. Rica em sais minerais e vitaminas A e C, é apreciada pelo sabor picante ou suave e cheiro agradável e acentuado. Pertence à família Brassicácea, a mesma da couve, couve- flor, repolho e brócolis. As hortaliças desta família possuem substâncias importantes para a manutenção da saúde, por isso inclua várias vezes por semana pelo menos uma hortaliça desta família no seu cardápio. Apesar de ter caído no gosto de grande parte da população e adquirir uma expressão absolutamente visível em relação ao mercado de sementes de hortaliças, a rúcula ficou relegada a segundo plano pela maioria das companhias fornecedoras e órgãos oficiais de pesquisa. Esta colocação e tão verdadeira que o mercado como um todo não tem idéia da maioria dos assuntos relacionados a está importante espécie (TAVARES & MIKAMI, 2005). A rúcula (Eruca sativa L.) é uma hortaliça herbácea anual, baixa, possuindo normalmente altura de 15 a 20 cm. As sementes são muito pequenas, possuindo em um grama cerca de 650 sementes. Trata-se de uma folhosa com crescente incremento de 1

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Page 1: Rucula Principal

1. INTRODUÇÂO

A rúcula é uma hortaliça originária da Região Mediterrânea, muito popular nas

regiões de colonização italiana no Brasil, que a utilizavam na composição de suas

saladas. Recentemente a rúcula adquiriu uma importância nacional com a sua

utilização na maioria das saladas elaboradas pelos melhores restaurantes e na

confecção de pizzas e sanduíches em todo o território. Rica em sais minerais e

vitaminas A e C, é apreciada pelo sabor picante ou suave e cheiro agradável e

acentuado.

Pertence à família Brassicácea, a mesma da couve, couve-flor, repolho e

brócolis. As hortaliças desta família possuem substâncias importantes para a

manutenção da saúde, por isso inclua várias vezes por semana pelo menos uma

hortaliça desta família no seu cardápio.

Apesar de ter caído no gosto de grande parte da população e adquirir uma

expressão absolutamente visível em relação ao mercado de sementes de hortaliças,

a rúcula ficou relegada a segundo plano pela maioria das companhias fornecedoras

e órgãos oficiais de pesquisa. Esta colocação e tão verdadeira que o mercado como

um todo não tem idéia da maioria dos assuntos relacionados a está importante

espécie (TAVARES & MIKAMI, 2005).

A rúcula (Eruca sativa L.) é uma hortaliça herbácea anual, baixa, possuindo

normalmente altura de 15 a 20 cm. As sementes são muito pequenas, possuindo em

um grama cerca de 650 sementes. Trata-se de uma folhosa com crescente

incremento de consumo nos últimos anos, com quantidade mensal de 16.029 dúzias

de maços de 6 kg comercializados no CEAGESP, entre 1995 – 1999 (CAMARGO

FILHO e MAZZEI, 2001).

A indústria nacional de alimentos, que produz 930 mil empregos diretos,

faturou US$54.7 bilhões no ano de 2000; as frutas e vegetais processados

representaram US$3.8 bilhões (MELO 2001).

O Brasil é um país que importa mais do que exporta hortaliças frescas e/ou

processadas. Em 1999 exportou 110 mil toneladas no valor de US$178 milhões e

importou 471 mil correspondentes a US$222 milhões (MAKISHIMA, 2000)

No Brasil, embora, haja grande disponibilidade de produtos hortícolas

acessíveis a substancial parcela da população, ocorrem perdas significativas dos

mesmos no campo e na fase pós-colheita, pela produção desorganizada e carência

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Page 2: Rucula Principal

de uso de tecnologias adequadas no cultivo, manuseio, armazenamento e

conservação. Em 1992, estimou-se a perda em US$530 milhões para hortaliças, e

em US$509 milhões para frutos (HONÓRIO, 1993). Segundo Raydon (1993), um

dos fatores que mais favorece o desperdício é o excesso de produção que no caso

de hortifrutigranjeiros, ocorre para aqueles produtos não passiveis de

processamento.

Nos últimos anos, porem, tem havido maior conscientização de produtores e

de distribuidores sobre a necessidade de suporte tecnológico, visando o melhor

aproveitamento de vegetais que não alcançam padrão para comercialização (MELO,

2001).

Uma tecnologia alternativa utilizada para redução das perdas é melhor

utilização da colheita e o processamento mínimo de frutas e hortaliças. As

perspectivas são promissoras para esses produtos que tem como publico alvo os

serviços de fornecimento de alimentos prontos e de preparo rápido (CHITARRA,

1999).

O agronegócio brasileiro esta deixando de ser um investimento para poucos e

se tornando, também, uma possibilidade de renda para o pequeno proprietário que,

por sua vez, deve investir em qualidade e em produto diferenciado. A produção de

alimentos minimamente processados é um segmento em expansão nas pequenas

propriedades, exemplo de produção diferenciada e com grande mercado consumidor

(MESQUITA, 2001)

O aumento da demanda por vegetais minimamente processados tem levado

aumento na qualidade e diversidade dos produtos disponíveis para o consumidor no

mercado. Tecnologias de preservação, principalmente a refrigeração e a atmosfera

modificada estão sendo confiadas a assegurar a qualidade desses produtos.

As temperaturas entre 0ºC e 3ºC podem ampliar a vida útil dos vegetais

minimamente processados entre 5 e18 dias, pois a degradação da qualidade é

retardada pelo decréscimo da temperatura, ocasionando uma redução na taxa

respiratória. Conseqüentemente, as perdas sensoriais podem ser reduzidas,

particularmente as provenientes de reações oxidativas nos pigmentos e lipídeos,

bem como haverá redução da velocidade das oxidações bioquímicas durante a

senescência (CHITARRA, 1999).

O sistema de embalagem, segundo CHITARRA (1998), tem influencia

fundamental na atividade metabólica dos produtos vegetais. O nível de gás nas

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Page 3: Rucula Principal

embalagens sob atmosfera modificada, geralmente se dá em função da

permeabilidade do filme escolhido e do comportamento respiratório do produto.

As tabelas de composição dos alimentos disponíveis aos pesquisadores como

as tabelas do Estudo Nacional de Despesas Familiares – ENDEF (1977), Franco

(1999) e USP (2001), trazem as informações dos nutrientes em hortaliças in natura,

embora se saiba que tanto a distribuição quanto o preparo domestico, colaboram

para a perda tanto da vitamina C.

O efeito do processamento mínimo sobre a manutenção da qualidade

nutricional ainda não foi claramente estabelecido. Têm-se, portanto necessidade de

informações sobre os efeitos do processamento mínimo, tipos de embalagem e

armazenamento sobre os teores de nutrientes nesses vegetais (CHITARRA, 1998).

Estes produtos apresentam vida útil de 6 a 7 dias e devem estar refrigerados a 10ºC.

a rotulagem nutricional segue os padrões de legislação brasileira e apresentam os

teores de valor calórico, carboidratos, proteína, gorduras totais, gorduras saturadas,

colesterol, fibra alimentar, cálcio, ferro e sódio (Agencia Nacional de Vigilância

Sanitária – ANVISA,2002).

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Page 4: Rucula Principal

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

A Rúcula cultivada, Eruca sativa, faz parte da Família das Brassicaceae e da

Tribo das Brassiceae. O gênero Eruca compreende cinco espécies conhecidas.

A Rúcula selvagem, Diplotaxis ericoides, faz parte da Família das

Brassicaceae e da Tribo das Brassiceae. O gênero Diplotaxis compreende 27

espécies conhecidas.

2.2 ESCOLHA DA ÁREA

2.2.1 Topografia

A topografia deve ser plana ou com declive suave, facilitando a movimentação

do trator e para controle de erosão. Entretanto, quando a gleba ideal não está

disponível, pratica-se olericultura até sobre areia do deserto, como ocorre em Israel,

e com bons resultados. No centro-sul, por exemplo, tem sido demonstrado que os

solos sob vegetação de cerrado prestam-se, admiravelmente, para a produção de

hortaliças, desde que adequadamente corrigidos e adubados (FILGUEIRA, 2002).

2.2.2 Água

A disponibilidade de água, inclusive a localização da fonte em relação ao

terreno a ser irrigado, é um dos pontos mais fundamentais no planejamento. O solo

deverá ser mantido com um teor de água útil superior a 50%. Há casos em que se

impõe a construção de uma represa, num ponto da propriedade de cota elevada,

viabilizando a irrigação no sulco e por gravidade, por exemplo. Tal medida também é

imposta se a vazão da fonte de suprimento é insuficiente ou apresenta irregularidade

ao longo das estações (FIGUEIRA, 2002).

2.2.3 Luminosidade

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Page 5: Rucula Principal

As oleráceas são altamente exigentes em luminosidade, então o terreno

selecionado deverá receber boa insolação ao longo do dia, sendo desaconselhável a

localização da cultura à sombra, mesmo no caso de produção de mudas. Também

deve ser abrigado de ventos fortes e constantes, especialmente quando se trata de

ventos frios. Quando necessário, inclusive, pode-se lançar mão do plantio de árvores

de porte alto, formando-se quebra-ventos (FILGUEIRA, 2002).

2.3 VARIEDADE

A Tecnoseed e a Danehnfeld disponibilizam no mercado brasileiro três tipos

de rúcula, que são a Cultivee, Rococó e Myway. Estas três cultivares têm

características realmente distintas em relação à morfologia ou formato do limbo

foliar, coloração, textura e sabor.

Quanto ao formato as rúculas têm apenas dois tipos de folhas: limbo lobular,

e o de margens serradas.

Assim, a rúcula Cultivee é caracterizada por possuir plantas com ciclo de 28

dias a 35 dias, vigorosas com limbo foliar de formato lobular largo, recortes mais

pronunciados, coloração verde escura, espessura mais grossa, textura fina e sabor

mais forte, mais pungente ou picante.

Já a rúcula Rococó é ligeiramente diferente da anterior, caracterizada por

possuir ciclo semelhante, plantas também vigorosas, mais eretas, limbo foliar mais

estreito e mais cheio, coloração mais verde claro e sabor nitidamente mais suave.

Especialmente para chefes de cozinha e famílias que gostam de sabores mais

refinados ou delicados.

A rúcula Myway, já é completamente diferente, com ciclo de 30 a 35 dias,

limbo foliar serrado cheio, sem lóbulos, coloração verde escura, textura fina e sabor

suave. Está variedade foi selecionada para alta adaptação ao calor.

2.4 PRODUÇÃO DE MUDAS

Modificações importantes nos sistemas de produção de hortaliças, nos

últimos anos, vêm sendo feitas na produção de mudas. Essas são produzidas de

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Page 6: Rucula Principal

formas diversas e a tendência é uma tecnificação cada vez maior, sempre

procurando aprimorar a qualidade do produto (MINAMI, 1995).

No cultivo da rúcula é necessária a formação de mudas em viveiros, já que

ela semeada diretamente a campo necessita de muita mão de obra para realizar

operações no raleio.

A produção comercial de mudas de hortaliças utiliza basicamente ambiente

protegido, irrigação, substrato, bandeja, entre outros, os quais, associados, podem

determinar o prazo e aumentar a economia na produção (TAVAREIRA, 1996.)

A produção de mudas de certas espécies, como tomate, alface, pimentão,

rúcula, tornou-se um tipo particular de exploração a partir de meados da década de

80. Há agrônomos que se dedicam a tal atividade e fornecem ao olericultor mudas

com garantia de qualidade, inclusive fitossanidade. Para quem vai iniciar uma cultura

pelo plantio de mudas, há vantagens em deixar essa fase altamente delicada sob os

cuidados de um especialista (FILGUEIRA, 2002).

2.4.1 A Bandeja

A utilização de bandejas de poliestireno expandido tem se mostrado eficiente

na produção, condução, transporte e plantios das mudas de hortaliças para o local

definitivo, já que as bandejas são leves, de fácil manuseio, comportando um número

muito grande de mudas, ocupando uma área mínima e permitindo o transplante de

mudas com torrão (MINAMI, 1995).

As células apresentam formato de tronco de pirâmide invertido, com abertura

na parte inferior. Propiciam o direcionamento das raízes e impedem o enovelamento

– defeito comum em outros sistemas de semeadura. Sem o enovelamento das

raízes, as mudas transplantadas para o campo retomarão o desenvolvimento com

maior rapidez, o que reduz o ciclo cultural. Suspensas as bandejas facilitam as

praticas culturais, além de favorecer a “poda pelo ar”, que ocorre quando a raiz

principal atinge o fundo das células e cessa o crescimento, havendo estimulo para

emissão de raízes secundarias. Propiciando-se assim, equilíbrio entre a parte aérea

e o sistema radicular. As bandejas são encaixadas sobre suportes de alumínio

fixados nos cavaletes de madeira, obtendo-se algo com um “canteiro suspenso”. O

ideal é a superfície das bandejas situar-se à altura da cintura dos operários, o que

facilita todas as operações (FILGUEIRA, 2002).

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Page 7: Rucula Principal

As funções principais do recipiente ou do contêiner para a produção de

mudas são: proporcionar um meio para suportar e nutrir as plantas; proteger as

raízes de danos mecânicos e dissecação; dar uma conformação vantajosa para as

raízes; maximizar a sobrevivência no campo e o crescimento inicial, pois o sistema

radicular não é danificado e permanece em contato íntimo com o substrato

(TAVEIRA, 1996).

Para o cultivo de mudas de rúcula se utiliza bandejas de Isopor com 288

células, as quais permanecem durante o período que pode variar de 7 a 15 dias,

sendo um ciclo maior no inverno e menor no verão, dependendo do número de

graus dias.

2.4.2 O Substrato

Um bom substrato não deve conter solo, devido à presença de fitopatogenos

e sementes de plantas daninhas e por dificultar a retirada da muda com torrão. Essa

é uma das situações, em olericultura, nas quais o solo não é o melhor suporte para

as raízes. Há substratos prontos para uso, formulados por firmas idôneas,

disponíveis no comercio. A esses substratos não devem ser adicionados fertilizantes

ou quaisquer outros materiais. É possível formular bons substratos na propriedade,

porém desconselha-se tal tentativa sem a orientação de um agrônomo (FILGUEIRA,

2002).

Os substratos mais utilizados no momento são os de Fibra de Coco e o de

Casca de Árvore.

O substrato de casca de árvore é composto por: casca de pinus moída e

compostada, vermiculita, aditivos com Macro e Micro nutrientes e composto

orgânico. O rendimento de um saco de 20 kg é de 10 a 13 bandejas de 288 células.

Já o substrato de fibra de coco é composto por: pó de casca de coco, casca

de pinus moída é composta e aditivos com Macro e Micro nutrientes. . O rendimento

de um saco de 20 kg é de 20 a 23 bandejas de 288 células.

Os substratos de fibra de coco podem ser comprados em embalagens de

saco de 20 kg- 60 litros, Big Bag-1000 litros, ou a granel.

O substrato de casca de árvore pode ser encontrado em sacos de 20 kg- 35

litros, Big Bag- 1000 litros, ou a granel.

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Page 8: Rucula Principal

Modo de utilizar os substratos em bandejas: é aconselhável umedecer o

produto, irrigar com água de boa qualidade, recomenda-se a adubação

complementar de acordo com a necessidade da cultura, e armazenar o produto em

local seco e coberto de forma a não provocar a compactação.

Em relação à escolha do substrato depende do perfil do produtor. Se ele

almeja uma muda pequena ele irá utilizar um EC (condutividade elétrica) menor, e

se almejar uma muda mais vigorosa terá que utilizar um EC maior.

Exemplo:

Casca de Árvore

Eucatex Plantimax HA EC = 1,2

Eucatex Plantimax HT EC = 2,0

Fibra de Coco

Amofnibna EC = 0,5

Amofnibna EC = 1,2

O Substrato adquirido será inserido nas células das bandejas sem a

incorporação de qualquer insumo onde após ocorrerá sua semeadura.

2.4.3 A Semeadura

Antes de se realizar a semeadura devemos abrir as covetas nas células, que

é feito com auxilio de um marcador.

Feito as covetas, são inseridas as sementes, onde se varia a quantidade das

mesmas de acordo com o perfil desejado pelo produtor, de limbo foliar largo

(aproximadamente 8 sementes por células) ou estreito (aproximadamente 15

sementes).

As bandejas, após a semeadura, podem ser cobertas com estopa ou material

palhoso, que serão retirados por ocasião da emergência. Embora as bandejas

possam ser expostas ao tempo, os olericultores mais tecnificados preferem protege-

las dentro de túnel ou estufa de polietileno. Evita-se o indesejável impacto da chuva,

com lixiviação de nutrientes e deslocamento das sementes (FILGUEIRA, 2002).

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Page 9: Rucula Principal

2.4.4 A Irrigação das mudas

A irrigação do viveiro merece uma atenção especial, devido ao alto consumo

de água, que deve ser de boa qualidade (MACEDO, 1993).

A irrigação pode ser executada manualmente, com regadores ou mangueiras,

por aspersão e por microaspersão. O regador, quando utilizado, deve ter crivo fino

para evitar erosão dos canteiros. O sistema por microaspersão em geral é o mais

indicado, em função da economia da mão de obra e do maior controle sobre a

distribuição de água (MACEDO, 1993).

O excesso de água costuma ser mais prejudicial do que a falta. O excesso de

rega dificulta a circulação de ar no solo, impedindo o crescimento das raízes, lixívia

os nutrientes e propicia o aparecimento de doenças. É interessante ressaltar eu a

rega eficiente é obtida quando o terreno fica suficientemente umidificado, sem

apresentar sinais de encharcamento (possas ou água escorrendo) (MACEDO, 1993)

Na irrigação dos viveiros de mudas em estagio inicial de desenvolvimento, as

regas devem ser mais freqüentes do que para as mudas mais desenvolvidas. Em

geral, a irrigação deve ser executada no inicio da manha e/ou no fim da tarde. O

substrato deve ser mantido úmido, mas não encharcado (MACEDO, 1993).

A utilização a microaspersão é notória, especialmente nos estádios iniciais no

desenvolvimento das mudas, promovendo melhor germinação e emergência mais

uniforme e mais rápida das plântulas. Isso se explica pelo diminuto tamanho das

raízes.

2.4.5 A Germinação

A germinação em bandeja de mudas varia em função do lote. Devido às

sementes serem produzidas em diferentes regiões, ocorre uma diferença no poder

de germinação entre os lotes.

A legislação determina um poder de germinação mínimo de 70%.

O desbaste é a eliminação das plantinhas excedentes em cada célula,

quando se utilizou mais de uma semente. Deve ser efetuado entre 5 a 10 dias da

semeadura, dependendo da espécie. Previamente, faz-se uma irrigação farta,

trabalhando com o substrato umedecido, o que facilita o arrancamento. Há quem

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Page 10: Rucula Principal

prefira cortar as plantinhas para não abalar as raízes da muda selecionada

(FILGUEIRA, 2002).

2.5 TIPOS DE PLANTIO

Os tipos de plantio encontrados são: Cultivo Hidropônico, Ambiente

Desprotegido e Ambiente Protegido,

2.5.1 Cultivo Convencional

O plantio convencional é realizado propriamente “na terra”. Utilizam-se

adubos químicos e orgânicos. Pode ou não ser mecanizado. Podemos ter tipos de

cultivos diferentes: ambiente protegido e ambiente desprotegido.

2.5.1.1 Ambiente Desprotegido

É realizado em grandes e/ou pequenas propriedades, tem baixo custo de

implantação, devido à plantação ser a campo aberto. É dependente muito das

condições climáticas. Utiliza de muita mão de obra para realizações de operações,

devido a alta incidência de plantas daninhas.

2.5.1.2 Ambiente Protegido

Uma das vantagens do cultivo de hortaliças em ambiente protegido é propiciar

condições de produção ao longo do ano, inclusive na entressafra, com ótima

qualidade e excelente produtividade. Também favorece a precocidade das colheitas,

a proteção do solo, o controle fitossanitários e a economia de insumos, alem de

melhorar as condições microclimáticas no interior das estruturas, beneficiando o

desenvolvimento das plantas e protegendo-as das intempéries. (FILGUERA, 2000).

Uma das vantagens do cultivo de hortaliças em estufas é propiciar condições

de produção ao longo do ano, inclusive na entressafra, com ótima qualidade e

excelente produtividade. Também favorece a precocidade das colheitas, a proteção

do solo, o controle fitossanitário e a economia de insumos, além de melhorar as

condições microclimáticas no interior das estruturas, beneficiando o

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Page 11: Rucula Principal

desenvolvimento das plantas e protegendo-as das intempéries. Entretanto no Brasil,

os principais problemas tem sido o custo elevado da implantação; a instabilidade do

mercado e a desorganização na comercialização; a ausência de uma política

governamental para o setor de hortaliças; as poucas ações de marketing para o

produto; custo de produção de muitas hortaliças; e a falta de agrotecnologia mais

bem adaptada às diferentes regiões do País (FILGUEIRA, 2002).

2.5.2 Cultivo Hidropônico

Essa técnica apresenta várias vantagens, em relação ao cultivo no solo: exige

menos mão de obra; elimina varias operações agrícolas tradicionais; as plantas não

competem por nutrientes ou água; a produtividade pode triplicar, no mínimo; a

nutrição da água e dos nutrientes é maximizada; há maior precocidade na colheita; a

incidência de problemas fitossanitários é menor; há menor exigência na aplicação de

defensivos; geralmente a qualidade dos produtos é melhor; e o produto se apresenta

limpo. Entretanto, também há desvantagens, como custo inicial elevado da estrutura

e dos equipamentos; riscos de perda total, por falta de energia elétrica; exigência de

conhecimentos sobre química e nutrição de plantas; e danos severos às plantas

ocasionados pelo balanço iônico e pela condutividade elétrica da solução

inadequados (FILGUEIRA, 2002).

O cultivo é realizado todo ele dentro da água, com a inserção de nutrientes

que a planta necessita para a sua sobrevivência e completar o ciclo. Esses

nutrientes são acompanhados e completados de acordo com testes realizados

diariamente na mistura água mais nutriente.

Este cultivo é necessariamente feito em ambiente coberto.

2.6 O SOLO

O solo escolhido deve apresentar textura média, preferencialmente, evitando-

se aqueles excessivamente argilosos ou francamente arenosos, desfavoráveis. O

solo ideal deve ser, portanto, de consistência média capaz de reter água; e

apresentar bom teor de matéria orgânica, teores elevados de macro e

micronutrientes e grau de acidez na faixa de 5,5 a 6,5 (FILGUEIRA, 2002).

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Page 12: Rucula Principal

2.6.1 Conservação do Solo

Para a redução dos efeitos da erosão, devem ser utilizadas práticas de

conservação do solo, tanto nas áreas trabalhadas com uso de mecanização como

nas áreas exploradas através de sistema semi-mecanizado. As práticas

conservacionistas podem ser classificadas em práticas edáficas, mecânicas e

vegetativas (MARTINS et al, 1999).

2.6.1.1 Práticas Edáficas

Compreendem todas as atividades que consideram o solo em si como um

corpo natural, onde propriedades físicas, químicas e biológicas devem ser levadas

em conta, visando a manutenção, melhoria ou recuperação da fertilidade, quando

diminuída em virtude de mau uso. As praticas edáficas põem ser divididas em:

seleção de glebas, eliminação das queimadas, rotação de culturas, adubação verde,

de restituição e de correção e calagem (MARTINS, 1999).

2.6.1.2 Práticas Mecânicas

São práticas conservacionistas que implicam na construção de obstáculos á

livre movimentação das águas e dos ventos, utilizando equipamentos que vão desde

a mais simples enxada e nível de água ao mais sofisticado trator e nível de precisão

(HERNANI; SALTON, 1997).

2.6.2 Preparo de Solo

2.6.2.1 A Calagem

O sucesso do manejo nutricional ocorre em função da correta amostragem do

solo, sendo todas as decisões de uso de correção e fertilização baseados nos

resultados das análises químicas; ou seja, a qualidade das amostras de solo influi

diretamente no custo de produção e na produtividade da área. Portanto, é

indispensável a coleta de amostras de solo no período adequado e,

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Page 13: Rucula Principal

preferencialmente utilizando instrumentos adequados com sondas ou trados (VITTI;

TEIXEIRA; BARROS JUNIOR, 2003).

A aplicação do calcáreo deve ser feita a lanço sobre o solo, com antecedência

mínima de 60 a 90 dias do plantio, devendo a gleba ser molhada nesse período, por

chuva ou por irrigação. Observa-se que a cal agrícola é um corretivo de mais rápida

solubilização, que pode ser aplicado com antecedência menor, de até 30 dias. A

faixa de acidez do solo a ser atingida deve ser de pH 6 a 6,5 – mais favorável para a

maioria das culturas, inclusive por possibilitar melhor absorção da maioria dos

nutrientes. (FILGUEIRA, 2002)

2.6.2.2 A Subsolagem

A subsolagem é uma prática realizada com o objetivo de desagregar camadas

compactadas do solo, a fim de facilitar a penetração das raízes e água para maiores

profundidades. A implantação da lavoura cafeeira pode se inviabilizar, caso não seja

feita esta operação em solos com problemas de compactação. Neste caso, o

problema causado no sistema radicular tornará as plantas muito mais sensíveis à

períodos de estiagem, poderão surgir problemas de deficiência mineral, e até morte

de plantas em anos de grande safra.

           A subsolagem é realizada por equipamentos denominados subsoladores que

apresentam hastes que penetram no solo, sendo tracionados por tratores. Devido ao

fato de trabalharem a maiores profundidades, são implementos que requerem alta

potência para sua utilização. Os principais parâmetros para regulagem do

subsolador são a profundidade de trabalho e o espaçamento entre as hastes. Deve-

se regular a profundidade de modo que as hastes passem abaixo da camada que se

deseja romper. O espaçamento entre as hastes deve ser 1,2 vezes maior que a

profundidade de trabalho. Para maior eficiência, a subsolagem deve ser realizada

com baixo teor de umidade. Para solos que não apresentam camada compactada,

esta operação pode ser dispensada.

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Page 14: Rucula Principal

2.6.2.3 A Aração

           A aração é uma operação que visa diminuir a densidade do solo, aumentando

os espaços vazios. Também promove a descompactação do solo, embora não em

maiores profundidades como ocorre com a subsolagem.

É realizada por equipamentos denominados arados, que podem ser de discos

ou de aivecas. Geralmente são tracionados por tratores, embora também existam

arados (de aiveca) próprios para tração animal. Estes fazem o serviço mais

superficialmente, mas se adaptam bem aos pequenos produtores sem infra-

estrutura, além disto, conseguem trabalhar em áreas mais declivosas. A

passagem do arado sobre o solo provoca a inversão da camada de solo trabalhada.

Por causa disto, a aração também é utilizada para incorporação de calcário. A

profundidade de trabalho desta operação deve ser a maior possível (geralmente não

ultrapassa 25 cm). A aração não deve ser realizada com o solo muito úmido, nem

muito seco. Há um ponto de umidade ideal para trabalho chamado de "ponto de

sazão". Na prática este ponto é percebido com um teste simples: ao se pressionar

uma pequena porção de terra com uma das mãos, consegue-se fazer uma pequena

pelota, mas que se desmancha facilmente à pressão dos dedos.

           Para solos com boas características físicas e sem necessidade de calcário,

pode-se dispensar a aração.

2.6.2.2 A Gradagem

           A gradagem é uma operação que visa basicamente completar o serviço

executado pelo arado e pelo subsolador, no sentido de desagregar os torrões,

nivelar a superfície do solo para facilitar a operação seguinte, diminuir os espaços

vazios entre os torrões e destruir os sistema de vasos capilares que se formam na

camada superior do solo, a fim de evitar a evaporação de água das camadas mais

profundas.

           A gradagem é realizada por grades, que são implementos geralmente de

arrasto e tracionados por tratores, embora haja grades próprias para tração animal.

Pode ser de vários tipos e modelos, sendo mais comum a grade de discos tipo "off-

set".   Mesmo não sendo recomendada, há um tipo de grade muito usada para o

preparo do solo. Trata-se da grade aradora pesada, conhecida popularmente pelos

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Page 15: Rucula Principal

agricultores como grade "rome". Apresenta os discos de grande diâmetro e peso,

penetrando mais profundamente no solo. São muito usadas para substituir a aração,

pois têm grande rendimento operacional e conseguem trabalhar em terrenos com

grande infestação de plantas daninhas. Entretanto, não devem ser usadas, pois

pulverizam muito a superfície do solo e compactam a camada inferior, onde os

discos não atingem. Isto torna o solo altamente suscetível à erosão hídrica, além dos

problemas quanto à penetração das raízes.

           Para um serviço melhor, geralmente são necessárias duas gradagens

niveladoras no mesmo terreno. A fim de diminuir a pulverização da camada

superficial do solo, recomenda-se efetuar a gradagem com o solo ligeiramente

úmido.

2.7 FORMAÇÃO DO CANTEIRO

Os canteiros devem ter 0,8 a 1,4 m de largura, 15 a 30 cm de altura

dependendo do equipamento utilizado, e devem estar distanciados uns dos outros

em aproximadamente 30 cm. Em solos argilosos, no período das chuvas, a altura

deve ser maior, para facilitar a drenagem (VIEIRA & MAKISHIMA, 2000).

2.7.1 Espaçamento

Para se obter rúculas com folhas menores, deve-se fazer um plantio mais

adensado, e para obtenção de rúculas com folhas maiores, deve-se utilizar um

espaçamento menos adensado.

Para o seu cultivo, Minami e Tessarioli Neto (1998) recomendam um preparo

bem feito do canteiro, em razão de as sementes serem pequenas, com semeadura

na quantidade de 0,2 a 0,3 g por metro linear e, após a emergência, realizar o

desbaste do excesso de plantas, se necessário. Filgueira (2000) ressalta que a

semente é semeada diretamente em canteiro definitivo, em sulcos longitudinais

distanciados 20 – 30 cm, deixando-se as plantas espaçadas de 5 cm, após o

desbaste.

Por sua vez, com a semeadura direta, vários fatores estão envolvidos, de

forma que, muitas vezes, é difícil obter um estande uniforme, principalmente se

tratando de sementes pequenas como as da rúcula.

15

Page 16: Rucula Principal

O espaçamento mais utilizado é o 25x10cm (25 cm entre linhas de gotejo e 10

cm entre plantas)

2.7.2 Instalação do Sistema de Irrigação no Campo

Quando se irriga uma cultura, o teor de água útil deve atingir 100% na região

do solo onde ocorre maior concentração de raízes ativas. Esse nível não deve ser

ultrapassado, sob pena de ocorrer perda de água livre. Após a irrigação, e ao longo

do tempo, o teor de água cairá, devido a utilização pela planta e às perdas. Quando

se dispõe de instrumentos, como os tensiômetros, o teor de água útil pode ser

medido e monitorado, evidenciando a conveniência de se efetuar nova irrigação

(FILGUEIRA, 2002).

2.7.2.1 Aspersão

Uma das vantagens desse método é controlar a freqüência, a duração, a

intensidade e o tamanho das gotas. Evita a instalação da complexa rede de canais e

sulco, a qual reduz a área útil ocupada pelas plantas, dificulta a mecanização e

ocasiona, não raro, a erosão da gleba cultivada (FILGUEIRA, 2002)

Diz Filgueira (2002) que, na aspersão, a água é conduzida dentro de

tubulações, sob pressão, até os aspersores, estes são capazes de irrigar qualquer

gleba, independente do tipo de solo ou da topografia, inclusive no caso de terrenos

planos ou acidentados. A aspersão, também, permite ótimo controle da quantidade

de água a ser aplicada, alem de requerer quantidade muito menor, em relação à

rega por sulco, para obter-se resultado similar.

A desvantagem mais notória, segundo Filgueira (2002), tem sido a lavagem

provocada nos pesticidas pulverizados sobre a parte aérea, dificultando o controle

fitossanitário.

2.7.2.2 Gotejamento

Consiste em aplicar água, a gota, diretamente na zona de maior concentração

de raízes. Para isso, a água é conduzida, sob pequena pressão, dentro de

16

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tubulações plásticas flexíveis providas de simples perfurações ou de gotejadores.

Esse método foi desenvolvido em Israel, a partir do inicio da década de 60, para

propiciar o Maximo de eficiência da utilização da água. Culturas em solos arenosos,

com baixa retenção de água, e em zonas áridas, com perdas por evapotranspiração

elevadas, são mais eficientemente irrigadas por gotejamento (FILGUEIRA, 2002).

Propicia notável economia de água e aumento na eficiência da irrigação, já

que apenas repõe a água evaporada ou absorvida pela planta num volume limitado

de solo, onde se concentram as raízes. Favorece também no controle de plantas

daninhas, pois molha apenas uma pequena gleba do solo. Na fertirrigação o sistema

é favorável, pois promove alta eficiência no aproveitamento de nutrientes.

As desvantagens do gotejamento, comparado, aos outros metodos de

irrigação, são poucas. Uma delas é que as tubulações, contendo os gotejadores

embutidos, não podem ser tão longas quanto aquelas usadas na aspersão. Também

é imprescindível a utilização de motobomba, filtro, tubos e registros (FILGUEIRA,

2002).

2.7.3 Transplante de mudas

Define-se transplante como a operação de retirar a muda e planta-la no local

definitivo, em sulco ou cova. No caso da maioria das espécies oleráceas,

normalmente transplantadas, o ponto ideal de desenvolvimento é quando a muda

apresenta de 4 a 6 folhas definitivas de 10 a 15 cm de altura. No sistema

“speedling”, entretanto, as mudas são transplantadas com menor tamanho, mais

novas, devido à aceleração no desenvolvimento. A idade, em dias, a partir da

semeadura, é variável, dependendo da espécie e das condições agroecológicas.

Segundo Filgueira (2002), as mudas podem ser transplantadas com raiz nua,

quando produzidas em sementeiras. Aquelas desenvolvidas em viveiros, em

copinhos de viveiros de jornal, ou em bandejas, apresentam o sistema radícula

protegido por torrão. Há vantagens, em relação as mudas com raiz nua: o índice de

“pegamento” aumenta; a muda e recupera-se mais rapidamente; e a planta retoma o

desenvolvimento com mais presteza.

A poda de raízes e folhas é uma pratica tradicional em algumas regiões,

sendo prejudicial, pois as substancias sintetizadas nas folhas auxiliam nas

recuperações das raízes, havendo estreita relação de interdependência entre essas

17

Page 18: Rucula Principal

e a parte aérea. Alem de não facilitar o pegamento da muda, a poda pode retardar a

colheita. Em algumas espécies, inclusive a poda expõe a planta a penetração de

fitopatógenos. Uma alegada vantagem é que a poda das folhas reduz a perda de

água, porem é preferível irrigar com maior freqüência a muda intacta. Outra é

quando se utiliza mudas “passadas”, de tamanho excessivo; no entanto, é melhor

perder tais mudas e efetuar nova semeadura.

O sucesso na operação de transplante deve ser traduzido pela elevada

percentagem de pegamento das mudas, no local definitivo, o que é altamente

influenciada pelas condições agroecológicas e agrotecnológicas. Assim, a presteza

com que são efetuadas as primeiras irrigações é garantia desse sucesso na

ausência de chuvas. A aspersão é mais eficiente, por molhar a parte aérea da planta

e reduzir a perda por evapotranspiração. Uma pratica favorável é a irrigação do

terreno pré-plantio, transplantando-se com o solo úmido. A hora do dia mais

favorável para se efetuar o transplante é logo antes do crepúsculo, quando a

temperatura se torna amena e não há incidência de luz solar intensa e direta

(FILGUEIRA, 2002).

2.7.4 Adubação

O plantio é a ocasião mais propicia para o fornecimento de nutrientes via

sistema radicular. O nitrogênio constitui exceção, podendo ou não integrar a

adubação de plantio, já que a maior parcela da dose total programada deverá ser

aplicada em adubações em cobertura, parceladamente. A aplicação de K também

pode ser parcelada , se bem que em muitas situações, a dosagem total pode ser

aplicada no plantio ( FILGUEIRA, 2002)

É recomendada a analise de solo, e acompanhamento de um profissional

habilitado e especializado na cultura, a interpretação da análise de solo deve ser de

acordo com o manual técnico Boletim 100 do IAC.

Sugestões de adubação: segundo a media obtida das principais regiões

produtoras de rúcula. Solomax 400 g/m2 + 4-14-8 + Yoorin 100 g/m2 ou cama de

frango bem curtida 1,5 a 2 kg/m2 + 4-14-8 Boro e Zinco 150 g/m2 sendo este o mais

utilizado.

18

Page 19: Rucula Principal

2.7.4.1 Adubação de cobertura

Por ocasião do plantio deve-se na maioria das situações, aplicar a dosagem

total necessária de P, porem apenas uma parcela mínima da dosagem total de N, e

a metade ou menos, da dosagem total de K. Aplicar as doses adequadas de N é

uma arte, que depende de experiência pessoal com a cultura e o solo trabalhado. As

adubações nitrogenadas complementares também podem conter Ca, Mg e S. Note-

se que a aplicação de formulações de NPK em cobertura é menos justificável que

por ocasião do plantio, podendo se utilizar adubos simples. As doses sugeridas de N

em cobertura constam dos capítulos que abordam as culturas. Em alguns casos, a

dose total de K também deve ser parcelada, para aumentar a eficiência de sua

utilização pela planta (FILGUEIRA, 2002).

A condição para que um nutriente possa ser utilizado pelas raízes, quando

aplicado em cobertura, é que possua boa mobilidade vertical do solo. Nesse

aspecto, destaca-se N seguido por K, enquanto P apresenta pequena mobilidade

vertical. Por conseguinte, a aplicação de P em cobertura é pratica ineficiente e

antieconômica, na maioria das situações. Em outras situações, ao se aplicar P em

cobertura, parte substancial é fixada pelo solo e o restante não se move com

velocidade para atingir as raízes ativas na absorção. Inversamente, por sua elevada

mobilidade, a maior parcela da dose total planejada de N deve ser aplicada em

cobertura. Assim, o N estará disponível para as raízes, no tempo e no local mais

favorável (FILGUEIRA, 2002).

Na adubação de cobertura pode se utilizar o adubo 20-5-20 250 kg/ha

ou salitre do Chile 180 kg/ha.

2.7.4.2 Adubação foliar

Os olericultores vêm utilizando a adubação foliar com sucesso. Trata-se de

complementar a adução via solo, fornecendo pequena parcele da quantidade

necessária dos macronutrientes, ou mesmo parcela substancial, no caso dos

micronutrientes. Experimentalmente, tem sido demonstrada a capacidade de as

culturas oleraceas absorverem e utilizarem nutrientes minerais aplicados em

pulverização sobre a parte aérea. A eficiência varia conforme o nutriente

considerado, a espécie botânica e as condições agroecológicas (FILGUEIRA, 2002).

19

Page 20: Rucula Principal

Há situações em que a adubação foliar é o único meio de corrigir sintomas de

deficiência mineral, com a presteza necessária para que a planta retome o seu

desenvolvimento e produza normalmente (FILGUEIRA, 2002).

Utilizar Cab2 300ml/100 l de água, de sete em sete dias, iniciando-se cinco

dias após o transplante das mudas.

2.7.4.3 Adubação na água

2.7.4.3.1 Fertirrigação

Uma alternativa moderna para adubação em cobertura é a fertirrigação –

dissolução de certos fertilizantes na água de irrigação -, sendo a aplicação efetuada

por aspersão ou gotejamento. Entre os fertilizantes solúveis mais utilizados estão:

uréia, nitrato de amônia, nitrato de cálcio, nitrato de magnésio, fosfato de amônio e

sulfato de potássio. Também estão disponíveis formulações especificas, de alta

solubilidade, contendo a maioria dos macronutrientes. Todos os nutrientes podem

ser aplicados, embora seja mais comum a aplicação de N e de K em substituição as

adubações em cobertura. Com a generalização do uso da irrigação por pivô central

e a introdução da rega por gotejamento, a fertirrigação vem ganhando adeptos entre

os olericultores (FILGUEIRA, 2002).

2.7.4.4 Adubação orgânica

Os benefícios da adubação orgânica têm sido apontados e reconhecidos

pelos pesquisadores, ressaltando-se que a incorporação de materiais orgânicos,

como esterco animal, torna o solo um substrato mais propicio à agricultura. Assim é

que melhora algumas características que favorecem a produção agrícola,

notadamente: aumenta a capacidade de penetração e de retenção de água, melhora

a estrutura, o arejamento e a porosidade, aumenta a vida microbiana útil, inclusive

com eliminação de certos fitopatógenos, favorece a disponibilidade e a absorção de

certos nutrientes pelas raízes (FILGUEIRA, 2002).

20

Page 21: Rucula Principal

2.7.5 Aplicações de Produtos Agroquímicos

Filgueira (2002) diz que o controle fitossanitário é imprescindível na

olericultura – essa é a realidade que deve ser encarada -, já que as culturas são

suscetíveis a numerosos fitopatógenos e outros organismos deletérios. Entretanto,

pelas implicações na sanidade ambiental e saúde humana, as praticas fitossanitárias

constituem complexo campo de estudo.

Filgueira (2002) considera que somente ocorre uma doença quando há

interação de um agente fitopatogênico com condições agroecológicas

propicias,ambos atuando sobre uma planta suscetível.

2.7.5.1 Fitossanitários no Verão

Para controles fitossanitários de pragas e doenças existentes na cultura da

rúcula, pulverizações e por via fertirrigação.

É importante ressaltar que os produtos utilizados na cultura da rúcula não

possuem registros no Ministério da Agricultura e Abastecimento, pois tem um

elevado custo para as empresas de defensivos. Mas os mesmos são utilizados em

baixas dosagens para combater e prevenir doenças.

2.7.5.1.1 Doenças Fúngicas

As doenças fúngicas são causadas por fungos fitopatogênicos, que são seres

inferiores, microscópicos, que podem afetar todas as partes de uma planta ao longo

dos vários estádios de desenvolvimento, inclusive pós-colheita e pré-plantio. Na

parte aérea, os sintomas mais comuns são lesões, na forma de manchas e pintas

características. Nessas lesões desenvolvem-se as formas infectantes – os esporos -,

disseminadas por meios variados (vento, água, sementes, ferramentas, etc.).

Existem ainda outros sintomas, como murchas e podridões secas; também há

fungos que são patógenos de solo afetando, partes subterrâneas da planta

(FILGEUIRA, 2002).

O Damping off (tombamento), uma das doenças fúngicas mais corriqueiras

em mudas, ocorre em solos mal drenados, temperatura elevada e alta umidade

relativa do ar, semeadura densa, sombreamento, irrigação excessiva e uso de

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matéria orgânica não decomposta. Pode ser causado pela Rhizoctonia, Fusarium,

Pythium, Phytophthora. Esse fungo ataca o colo da planta causando o seu

tombamento (BERGAMIM FILHO; et al, 1995).

Estes agentes etiológicos vão estar situados no substrato, dessa forma a

pulverização deverá ser realizada na fertirrigação com alto volume para molhar

e atingir todo o substrato.

A pulverização fitossanitária deverá ser preventiva, sendo aplicada a cada 7

dias. Para essas doenças fúngicas temos dois tratamentos mais utilizados:

Num primeiro tratamento, temos o Ridomil (Mancozeb + Metalaxil) 200

gramas/100 litros misturado ao Orthocide (Captan) 250 gramas/100 litros.

No segundo, se utiliza Previcur (Propamocarb) N 150ml/100 litros + Derosal

500 (Carbendazin) 100ml/100 litros.

2.7.5.1.2 Doenças Bacterianas

As bacterioses são doenças cujos agentes são bactérias fitopatogenicas, que

também são seres microscópicos. São disseminados por sementes botânicas,

partes vegetativas utilizadas na propagação, mãos contaminadas entre outros. São

capazes de afetar todas as partes de uma planta, inclusive aquelas subterrâneas, já

que algumas bactérias habitam o solo. As bacterioses são caracterizadas por

podridões úmidas, murchamento da planta, manchas foliares e queima marginal nas

folhas ou pela presença de pus bacteriano (FILGUEIRA, 2002).

A principal doença bacteriana encontrada nas mudas de rúcula é a Podridão

Mole. Essa pode ser causada pela Xanthomonas, Pseudomonas, Erwinia. A

temperatura ideal para o desenvolvimento destas bactérias varia de 15 a 30ºC,

elevada umidade relativa do ar e períodos quentes e chuvosos. (BERGAMIM FILHO;

et al, 1995).

Os controles culturais usados são: rotacionamento de culturas e boa

drenagem do solo.

Neste tratamento a aplicação deverá ser feita via pulverização, pois o objetivo

é molhar bem as folhas.

Seu tratamento deverá ser feito de forma preventivo, sendo aplicado a cada 7

dias.

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Page 23: Rucula Principal

O controle dessa doença pode ser feito com Cuprozeb (Manzoceb +

Oxicloreto de Cobre) 200 g/100 litros + Kasumin (Kasugamicera) 300 ml/100 litros.

2.7.5.1.3 Pragas

As culturas oleráceas também são atacadas por numerosos animais

invertebrados, de pequeno porte, chamados popularmente de “pragas”. Tais animais

podem ser reunidos em três grandes grupos: insetos, ácaros e nematóides. Ao

contrario dos agentes fitopatogênicos, microscópicos, a maioria desses organismos

é observável sem auxilio de instrumentos óticos, o que facilita a identificação

(FILGUEIRA, 2002).

Os insetos são animais diminutos, que se alimentam das diversas partes de

uma planta, sejam aéreas ou subterrâneas. Conforme o tipo de aparelho bucal pode

ser distinguido os sugadores e os mastigadores. Assim, pulgões, tripes e mosca

branca são insetos sugadores, que formam colônias nas folhas, sugam a seiva

vegetal, depauperando a planta, e transmitem certas viroses. Lagartas, larvas e

besourinhos são insetos mastigadores, que atacam a parte aérea ou subterrânea

das plantas (FILGUEIRA, 2002).

Pulgão, Lagarta, e Tripes, são as principais pragas que causam danos nas

mudas.

O pulgão e o tripes são agentes transmissores de viroses, dessa forma

devem ser controlados com uso de Confidor (Imidacloprid) 60g/100 litros, este

produto é sistêmico via radicular utilizado junto à fertirrigação. Controlando pulgão,

vaquinha, tripes e mosca branca.

A lagarta controla-se com Piretróide + Organofosforado via pulverização.

2.7.5.2 Fitossanitários no Inverno

2.7.5.2.1 Doenças Fúngicas

O Míldio (Peronospora parasítica), ocorre com temperatura amena, ótimo

entre 8 a 16ºC, alta umidade (neblina, orvalhos matutinos, garoa).

Causa maiores prejuízos na fase de mudas, as folhas atacadas sofrem

descoloração, podendo cair.

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Page 24: Rucula Principal

O controle pode ser feito através de cultivares resistentes, ou através de

controle químico ex: Sensor 300 ml/100 litros + Ditaane NT 200 gramas/100 litros,

são aplicados em forma de pulverização para o controle do fungo.

A Ferrugem Branca (Albugo candida), ocorre com temperaturas baixas, entre

10 a 15 ºC, e, elevada umidade relativa do ar. Seus danos são notados nas folhas

com pontos brancos na parte superior da folha.

Para controlar preventivamente pulverizar com Cerconil PM 200g/100 litros ou

Ridomil 250g/100 litros.

 2.7.5.3 Controle de plantas daninhas

As plantas daninhas reduzem a produção das lavouras e aumentam seus

custos de produção, mas podem, também, causar problemas de ordem social

afetando a saúde, as residências, as áreas de recreação e a manutenção de áreas

não cutivadas. Alem desses aspectos, as plantas daninhas podem afetar a eficiência

da terra, o controle de pragas e doenças, produtos agrícolas, o manejo da água na

irrigação e a eficiência humana (ARAUJO, 2003).

A capina é a operação executada para retirar as ervas daninhas que infestam

a cultura. Deve ser realizado o quanto antes e sempre que necessária, para evitar a

concorrência por água luz e nutrientes.

A enxada é um dos implementos mais utilizados no controle de plantas

daninhas na cultura da rúcula, especialmente nos países e regiões pobres onde a

mão de obra é abundante e os custos, baixos. No uso da enxada, os aspectos mais

importantes a serem considerados são a profundidade do corte e a época da capina.

A profundidade da capina deve ser o mais superficial possível, 3 cm no maximo,

para não danificar as raízes. A limpa superficial deverá ser iniciada logo que as

plantas daninhas germinem, pois nesse estagio elas são mais susceptíveis ao

controle, não sendo necessário aprofundar a operação (ARAUJO, 2003).

2.8 COLHEITA

A colheita das folhas deve ser feita pela manhã quando a planta ainda está

túrgida e sem falta de água. As verduras de folhas merecem uma atenção especial.

O sol prejudica muito as folhas recém colhidas, então temos que levá-las

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Page 25: Rucula Principal

imediatamente para a sombra. Para manter a umidade dentro das plantas e evitar

que murchem, devemos cobrir/ envolver as caixas com panos de algodão ou juta

molhada. Além de manter a umidade nas caixas, a evaporação da água dos panos

esfria o ambiente dentro das pilhas de caixas. É o efeito do antigo filtro de água feito

de barro que fica suando água para fora, que evapora e com isso deixa a água

dentro do filtro fria. Folhas colhidas em maços devem ser colocadas com os pés na

água e cobertas com panos molhados; assim sofrem muito pouco.

A rúcula tem pequena durabilidade após a colheita, por isso compre somente o

necessário para consumo imediato. Em condição ambiente, o produto pode ser

mantido no máximo por um dia, desde que colocado em local bem fresco, com a

parte de baixo em uma vasilha com água.

Em geladeira o produto deve ser acondicionado em saco de plástico ou vasilha

tampada, e mantido por até 4 dias.

2.9 PÓS-COLHEITA

No processo Pós Colheita, buscamos manter as qualidades do produto como

cor, sabor, aroma, textura, aparência, entre outros. Para isso temos que tecnificar o

processo.

2.9.1 Recepção

Após serem colhida a rúcula é levada para o local de processamento e se

necessário armazenada em câmara fria a 10ºC e 80-90% de umidade relativa.

2.9.2 Seleção e Corte

Fazer uma seleção dos produtos colhidos, separando-os com defeitos que

tornem indesejáveis sua aceitação no mercado. Sempre que possível, enviar o

material aproveitável à indústria para o processamento.

As verduras, no momento, também já passam pela operação de toalete. Este

tratamento tem por objetivo eliminar folhas, caules e raízes indesejáveis.

2.9.3 Lavagem

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Page 26: Rucula Principal

A lavagem pode ser apenas com água, porém sua eficácia é melhorada com

a adição de sanificante, mais usualmente o cloro, acido cítrico e acido ascórbico.

Porém, se a água for reutilizada, a santificação ficará comprometida. É

recomendado a trocada solução sanificante após 2 ou 3 vezes de uso ou quando o

teor de cloro ativo for menor que 100 mg/l-1 (MORETTI, 2000). A remoção de

excesso de água adicionando durante a lavagem é feita na etapa seguinte, da

centrifugação (CHITARRA, 1998)

2.9.3.1 Sanificantes

2.9.3.1.1 Cloro

O cloro nas suas varias formas é o sanificante mais utilizado em alimentos.

Os compostos a base de cloro são bactericidas que reagem com as proteínas da

membrana da célula microbiana, interferindo no transporte de nutrientes e

promovendo a perda de componentes celulares (FREIRE, 1999).

2.9.4 Secagem

Sempre que forem lavados, os produtos devem ser secos para evitar o

crescimento de microorganismos, que podem ocasionar o apodrecimento do produto

e gerar doenças.

2.10 PRODUTO COMERCIAL

2.10.1 Embalagem

O mercado brasileiro de embalagens com atmosfera modificada tem crescido

significativamente nos últimos anos, tanto em quantidade de tipos de embalagens,

quanto em diversidade de produtos embaladas com essa tecnologia. Os avanços

mundialmente observados no desenvolvimento das embalagens flexíveis para o

acondicionamento desses alimentos, principalmente no tocante à oferta de uma

extensa gama de filmes plásticos com diferentes graus de permeabilidade gasosa,

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muito tem contribuído para aumentar o interesse por esse mercado, induzindo a uma

crescente adoção de praticas de conservação das hortaliças, em embalagens com

atmosfera modificada (JUNQUEIRA & LUENGO, 1999).

O produto final é embalado em embalagens de polietileno rígido, em bandejas

de isopor com filme plástico ou em sacos com atmosfera modificada. A alteração

da atmosfera no interior da embalagem proporciona maior durabilidade tanto na

prateleira do supermercado quanto na geladeira do consumidor. É aplicada uma

mistura de gases com concentração diferente da do ar (concentração elevada de

CO2 e baixa concentração de O2).

Inicialmente esses materiais de embalagem eram para frutas e hortaliças com

o objetivo de conter e transportar esses produtos, além do que, a sua transparência

permitia que o consumidor pudesse identificá-lo. Posteriormente, constatou-se a

grande contribuição dessas embalagens na manutenção da qualidade e no frescor

desses produtos.

As características de permeabilidade ao vapor d’água e aos gases (O2, CO2,

etc) dos filmes é que permitem o controle da qualidade de frutas e hortaliças, através

da passagem seletiva dos gases pela embalagem. Portanto, a AM tem sido aplicada

principalmente para as embalagens plásticas que contenham pequenas quantidades

de produto, podendo ser até mesmo unitárias e que se destinam ao mercado

consumidor, o qual, por diversas razões, tem aumentado a demanda por produtos

frescos, produtos de baixa caloria, nutritivos e econômicos e, conseqüentemente,

tem expandido o consumo de frutas e hortaliças, fortalecendo, assim, o crescimento

desse mercado.

2.10.2 Atmosfera Modificada

A técnica de acondicionamento em atmosferas modificadas foi descoberta por

acaso no final do século XIX. Perceberam-se benefícios ou melhorias nas carcaças

de animais transportadas da Austrália para a Europa sob refrigeração em gelo seco

(LANA & FINGER, 2000)

A conservação de produtos hortícolas em condições de atmosfera modificada

(AM), e controlada (AC) pode ser definida como o armazenamento realizado sob

condições de composição da atmosfera, diferente daquela presente normalmente no

ar atmosférico. Neste, o O2 esta presente na concentração de 21%, enquanto que o

27

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CO2 apresenta-se com concentração de 0,03%, alem de 78% de N2 e outros gases.

Tanto no armazenamento em atmosfera modificada, como controlada, a redução da

concentração de O2 e aumento do CO2. Os limites mínimos para concentração final

de O2 e máximos para a de CO2 são determinados pelo comportamento fisiológico

do produto, em condições de anaerobiose parcial, e sob injuria de CO2 durante o

armazenamento (LANA & FINGER, 2000)

A atmosfera modificada ativa é obtida através da reposição da atmosfera do

interior da embalagem por misturas gasosas, em concentração pré-estabelecida.

Promove-se o vácuo moderado na embalagem que contem produto e injeta-se a

mistura de gases desejada antes da selagem da mesma (CHITARRA, 1999).

A atmosfera modificada passiva é obtida através do controle das trocas

gasosas através da própria embalagem. O ambiente atmosférico desejado é atingido

por meio da respiração do produto e das trocas gasosas (difusão de O 2 e CO2)

através da embalagem com o meio externo (CHITARRA, 1999).

2.10.2.1 Controle de Microorganismos em Atmosfera Modificada

A atmosfera modificada é considerada, após a refrigeração, o método mais

efetivo para estender a vida útil e o frescor dos produtos minimamente processados.

É uma tecnologia inovadora e as pesquisas em andamento devem permitir a

determinação dos seus efeitos em relação ao crescimento de microorganismos

deterioradores e patógenos e a qualidade dos produtos embalados (LANA &

FINGER, 2000)

Quanto ao O2, este geralmente estimula o crescimento de bactérias

anaeróbicas e pode inibir o crescimento de bactérias estritamente anaeróbicas. Já o

N2 é um gás inerte, que apresenta pouca ou nenhuma atividade microbiana,

podendo, ao deslocar o O2 na embalagem, retardar a rancidez oxidativa e também

inibir o crescimento de microorganismos aeróbicos (LANA & FINGER, 2000)

2.10.3 Produto Minimamente Processado

Tradicionalmente, na maioria dos casos, as hortaliças são comercializadas "in

natura", diretamente pelos produtores ou por agentes revendedores. O manuseio

incorreto, a ausência de tratamento fitossanitário pós-colheita, o transporte e

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armazenamento em condições inadequadas levam à depreciação da qualidade

nutricional e mercadológica desses produtos, que chegam aos consumidores com

aspecto e sabor muitas vezes comprometidos, além de as perdas diminuírem o

volume comercializável. Os produtos deteriorados somam prejuízos aos produtores

e comerciantes, que deixam de vender parte da produção, e aos consumidores, que

compram hortaliças de qualidade duvidosa e tem que selecioná-las no momento do

preparo.

O processamento mínimo é um conjunto de práticas simples e aplicáveis à

maioria das hortaliças (como lavagem, picagem, empacotamento, etc), que têm

como objetivo: preservar a qualidade visual e nutricional dos produtos, de conservá-

los por mais tempo, de agregar valor ao produto agrícola e de facilitar a vida dos

consumidores.

O termo “frutas e hortaliças minimamente processadas” define os produtos

que contem tecidos vivos, ou aqueles que sofreram leve modificação em suas

condições iniciais, aparentando frescor e mantendo sua qualidade. Estes tecidos

não apresentam as mesmas respostas fisiológicas que o produto não tratado inteiro,

com diferentes respostas ao meio ambiente e as condições de embalagem. São

produtos in natura prontos para o consumo ou uso no preparo de outros pratos.

Também conhecidos como levemente processados, parcialmente processados,

processados frescos, cortados frescos ou pré-preparados (CHITARRA, 1998).

O processamento mínimo de frutas e hortaliças tem como principal vantagem

o fato de produtores rurais poderem entregar seus produtos diretamente as redes de

supermercados, restaurantes, hotéis e lanchonetes, evitando intermediários e

Centrais de abastecimento.

O consumo de hortaliças cresceu 20% na ultima década, segundo dados da

Associação brasileira de Supermercados e os pedidos para a aquisição de hortaliças

minimamente processadas, somente quando se considera a rede Carrefour,

aumentaram em 50% em 1 ano (RABELLO, 1999).

2.10.4 Efeitos do Processamento no Valor Nutritivo

Os tecidos sofrem menos ferimentos quando são cortados com facas

devidamente afiadas. Entretanto, quanto menor for o grau de ferimento, maior será a

qualidade e conseqüentemente, o valor nutritivo. Já se demonstrou que a qualidade

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de rúculas armazenadas a 5ºC foi melhor quando haviam sido cortadas com facas

afiadas (FREIRE, 1999).

Em frutas e hortaliças minimamente processadas, existem vários tipos de

reações oxidativas, nas quais os elétrons são removidos de átomos e moléculas que

passam para sua forma reduzida. Essas reações causam escurecimento,

descoloração de pigmentos endógenos, perda ou alterações do flavor dos produtos,

alterações da textura, e perda nutricional devido à parcial destruição de vitaminas A,

C, D ou E e de ácidos graxos, como acido linoléico (CUNHA, 1998)

2.11 CLASSIFICAÇÃO COMERCIAL DO PRODUTO

De acordo com a gerência da CEASA – Campinas, ainda não existe nenhum

trabalho realizado sobre a classificação da rúcula, seja no CEAGESP, ou CEASA -

Minas.

A Gerencia do CEASA – Campinas diz que a rotulagem que identifica o

produto, a sua quantidade, a sua origem e o produtor responsável são uma

exigência legal que deve ser obedecida pelos fornecedores de alimentos e de outros

produtos industrializados. Este é um direito do consumidor e é imprescindível à

garantia da segurança alimentar da população. A cadeia de produção de frutas e

hortaliças frescas é uma das únicas que ainda não se enquadravam nas exigências

legais da rotulagem.

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Exemplo de Rotulagem:

RÚCULA

NOME DO RESPONSÁVEL: Ricardo Mikami

ESTADO: São Paulo

MUNICÍPIO: Vinhedo

ENDEREÇO: Sitio Primavera, Bairro Primavera – S/n

CEP: 13280-000

INSCRIÇÂO DO PRODUTOR: P-0454.101910-119

DATA DE EMBALAMENTO: 01/01/2005

PESO LIQUIDO: 10 kg FONTE: INMETRO e IPEN

O peso líquido é exigido pelo INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, e

fiscalizado pelo IPEN – Instituto de Pesos e Medidas de cada Estado.

2.12 COMERCIALIZAÇÃO

A comercialização da rúcula é feita em engradados de madeira, contendo 20

maços por caixa, com aproximadamente 500 gramas cada maço do produtor ao

intermediário e do intermediário ao Varejo. Já do Varejo ao consumidor final a venda

é feita por maços, escolhido ao seu gosto.

A rúcula pode ser também encontrada minimamente processada pronta para

o consumo. Que é entregue do produtor direto ao varejo.

2.13 ARMAZENAMENTO

2.13.1 Efeito da temperatura na conservação do produto

Frutas e Hortaliças minimamente processadas devem ser armazenadas na

faixa de temperatura de 2ºC a 5ºC. A temperatura de refrigeração deve ser

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Page 32: Rucula Principal

estritamente controlada para limitar o crescimento de patógenos e microorganismos

deteriorantes (FREIRE, 199).

A temperatura de armazenamento, provavelmente, é o fator mais importante

que pode afetar o crescimento de microorganismos em vegetais minimamente

processados, o armazenamento recomendado é de 0ºC e 5ºC para as saladas pré-

prontas, considerando-se que abaixo desta faixa de temperatura os vegetais podem

sofre danos (FREIRE, 199).

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3. FLUXOGRAMA

3.1 CULTIVO CONVENCIONAL PROTEGIDO

Escolha da Área

Variedade Bandejas

Substrato

Produção de mudas Semeadura

Irrigação

Germinação

Subsolagem

Preparo do Solo Aração

Gradagem

Calagem

Formação dos Canteiros

Espaçamento

Irrigação Aspersão

Gotejamento

Transplante

Orgânica

Adubação Cobertura

Foliar

Fertirrigação

Pulverizações Fitossanitárias

Capinas

Colheita

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3.2 PÓS COLHEITA

Obs: de acordo com propriedades visitadas.

Cultivo Convencional Cultivo Hidropônico

Produção de Folhas Produção de Folhas Produção de Folhas

Próprio Fornecedores Próprio

Recepção Recepção

Seleção Seleção

Corte Talo Lavagem

1ª Lavagem (Cloro Liquido) Secagem

2ª Lavagem (Cloro Pó – 15min molho) Embalagem (em maço)

3ª Lavagem (Enxágüe pouco Cloro Pó) Distribuição

Secagem (Escorredores) Varejão

Embalagem

Pesagem

Inserção Gás

Lacração

Distribuição

Restaurante Shoppings Lanchonetes

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4. PROPRIEDADES VISITADAS

Durante a elaboração do trabalho foram visitadas 2 propriedades agrícolas e

um estabelecimento comercial, incluindo também a CEASA - Campinas. São elas as

propriedades:

Prolevefrut Processamento de legumes,verduras e frutas Ltda –MERodovia Campinas-Mogi Mirim, Km 11

Campinas/SP, Fone: (19)3287-5133

Proprietário: Ségio Goto

Sítio da PrimaveraRua João Ferragut, s/nº

Bairro Primavera – Vinhedo/SP Fone: (19)3876-3754

Proprietário: Ricardo Mikami

Vegetal Agro ltda.Rodovia Dom Pedro I, km 140,5 - Loja 14 Ceasa Campinas

Campinas/SP – Fone: (19)3746-1493

Proprietário: Ricardo Luiz Mikami

Site: www.vegetalagro.com.br

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5. FOTOS E ANEXOS

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6. LITERATURA CITADA

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Resolução RDC nº40, de 21 de março de 2001. www.anvisa.gov.br (30 mai. 2005).

ARAUJO, A. E.. Recomendações técnicas para o uso de herbicidas no controle de plantas daninhas na cultura do Algodoeiro no cerrado. Disponível em: <http:

www.sistemadeprodução.cnptia.embrapa.br> Data de acesso: 03 dezembro 2005.

CAMARGO FILHO, W. P.; MAZZEI, A. R. Mercado de verduras: planejamento,

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CHITARRA, M.I.F, Processamento mínimo de frutos e hortaliças. Viçosa: UFV,

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Marchini, J.S. Ciências nutricionais. São Paulo: Sarvier, 1998. cap.9, p.141-166:

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FIGUEIRA, R.F.A. Novo Manual de Olericultura: Agrotécnologia moderna na

produção e comercialização de hortaliças. Viçosa UFV, 2002.402p.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. 9.ed. São Paulo:

Atheneu, 1999. 307p.

FREIRE JUNIOR, M. Efeito da temperatura de armazenamento e influencia da atmosfera modificada na qualidade da rúcula minimamente processado.

Lavras, 1999. 120p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Lavras.

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FARFAN, J.; FARIA, J.A.F.; SALAY, E. Encontro municipal sobre o desperdício de alimentos. Campinas: Unicamp, 1993. p. 44-53.

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MINAMI, K. Produção de mudas de alta qualidade em Horticultura. São Paulo:

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<www.anvisa.gov.br/legis/portarias/157_02_2htm>

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RAYDON, B.P. Fatores econômicos que conduzem a perda de alimentos. In:

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Resolução ANVISA R RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002, D.O.U. de

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VIEIRA, J.V.; MAKISHIMA, N., Cultivo da Cenoura. Disponível em:

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UNIVERSIDADEDE SÃO PAULO – USP. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. Disponível em: <www.fcf.usp.br/tbcamenu.php> Data de acesso: 30

maio 2005.

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