roteiro para auditoria técnica em içamento de cargas
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Ponte e Pórtico Rolantes
Auditoria Técnica de Segurança Operacional -ATSO
Roteiro Básico para Conferência e Procedimentos
Parte 1 – Equipamento
1 - As rodas e os caminhos de rolamento (trilhos) estão em boas condições, limpos e desobstruídos ?
2 - Existem batentes nas 4 extremidades dos trilhos ?
3 - Existem amortecedores de borracha nas 2 extremidades de cada cabeceira ?
4 - Existe sistema de travamento das rodas evitando deslocamentos acidentais do Pórtico que opera a céu aberto ?
5 - Existe alarme sonoro, e sonoro visual nas colunas dos Pórticos ?
6 - O freio do movimento de translação funciona perfeitamente ?
7 - Existe botão de emergência na botoeira ?
8 - A chave elétrica geral está posicionada estrategicamente, em numero adequado e devidamente sinalizada ?
9 - A caixa isolante da botoeira está em perfeitas condições ?
10 - Os botões de comando estão perfeitos e funcionam corretamente ?
11 - As indicações dos botões estão compatíveis com os movimentos ?
12 - A sinalização dos botões é legível ?
13 - Como está a condição da cordoalha de sustentação da botoeira ?
14 - A altura da botoeira é ergonomicamente correta ?
15 - O mecanismo de elevação das cargas funciona normalmente ?
16 - O freio de descida da carga está regulado ?
17 - Existem dispositivos limitadores de movimento (curso) para a subida e descida do gancho ?
18 - O cabo de aço é inspecionado regularmente ?
19 - Há controle rigoroso de instalação, inspeção e troca do cabo de aço ?
20 - O gancho está em perfeitas condições ?
21 - O gancho possui trava de segurança funcionando ?
22 - Há batentes nas extremidades dos trilhos do carrinho ?
23 - Há amortecedores de borracha nas cabeceiras do carrinho ?
24 - O freio do carrinho funciona perfeitamente ?
25 – Existem refletores direcionais para operações noturnas ?
26 – Existe sistema de regulação progressiva de velocidade (torque-potência) operando nos movimentos de translação do equipamento e
do seu carrinho (Trolley) ?
27 – As estruturas que suportam os equipamentos estão devidamente aterradas ?
Parte 2 – Operação
1 - É realizada inspeção diariamente, antes da primeira operação, com preenchimento de Check-List ?
2 - Antes de todas as operações são vistoriados os itens vitais de segurança ? (comandos, amarração, trajeto...)
3 - Existem normas e regras operacionais efetivamente cumpridas pelos operadores e amarradores de cargas ?
4 - As operações são realizadas mediante um planejamento prévio ?
5 - O alarme sonoro é habitualmente acionado durante as operações ?
6 - O operador e os ajudantes ficam muito próximos da carga suspensa ?
7 - O operador, ou os ajudantes, habitualmente guiam as cargas suspensas com cordas ou bastões próprios ?
8 - Existem procedimentos padronizados para a execução das operações, ou cada operador as realiza como deseja ?
9 - Existem procedimentos e recursos emergenciais devidamente divulgados em caso de falta de energia elétrica, estando a carga suspensa ?
10 – São praticados sinais convencionais gestuais corretos entre ajudantes e operadores durante as operações ?
11 – Existem corredores de deslocamento das cargas suspensas a pouca altura, assinalados no piso com faixas amarelas ?
12 – Antes do içamento definitivo, pratica-se o teste de equilíbrio da carga, bem como a conferência da acomodação da amarração nos pontos-de-pega ?
13 – São utilizados protetores de sobrecarga mecânica acoplados aos ganchos ?
(Confira as Normas para Atividades Críticas - NAC Içamento de Cargas no blog: www.tecnicossegurancatrabalho.blogspot.com.br)
Parte 3 – Operadores e Auxiliares
1 - Os operadores e ajudantes estão devida e comprovadamente capacitados, identificados e documentados ?
2 - Os operadores e ajudantes estão com os exames médicos atualizados ?
3 – Os operadores foram submetidos a exame psicotécnico PMK, Psico Diagnóstico Mio Cinético, recomendado para a função ?
Parte 4 – Cargas
1 - Os pesos das cargas são conhecidos antecipadamente pelos operadores e ajudantes ?
2 – As cargas possuem, preferencialmente, pontos-de-pega próprios, ou possibilidade de instalação através de acessórios rosqueáveis ou soldáveis ?
3 – As cargas possuem partes com risco de queda durante a operação de içamento ?
4 – As cargas possuem o centro de massa assinalado, ou a indicação de pontos que facilitem a amarração ?
Parte 5 – Acessórios de Amarração
1 - Os acessórios são inspecionados minuciosamente por pessoa competente antes de cada amarração ?
2 - Os acessórios possuem certificados de qualidade e conformidade emitidos pelo fabricante ?
3 - Os acessórios possuem um prontuário técnico individual – PTI para a sua rastreabilidade, controle de utilização, inspeção e descarte ?
4 - Os acessórios possuem indicação legível da sua carga de trabalho – CT, além de quadros próximos para eventuais consultas desta informação ?
5 - Os acessórios são guardados corretamente, identificados e protegidos das intempéries ?
6 – Os fatores de segurança dos acessórios são compreendidos e respeitados ?
Parte 6 – Técnicas de Amarração
1 - Os operadores e ajudantes possuem conhecimento das técnicas de amarração de cargas mais seguras e recomendáveis ? 2 - Os operadores e ajudantes tem conhecimento sobre a variação da carga de trabalho (CT) de correntes, cabos de aço e cintas de
poliéster, em função das formas de laçadas utilizadas ?
3 – As operações de amarração priorizam as formas de laçadas verticais, através de balancins e travessas ?
4 – A instalação de mais de um olhal rosqueável em cargas a serem içadas, obedece ao conceito da convergência longitudinal das suas argolas para o centro de massa da carga, evitando que as mesmas fiquem posicionadas aleatoriamente e tenham a sua resistência comprometida ?
Parte 7 – Ambiente das Operações
1 - O ambiente das operações é organizado, limpo e sinalizado ?
2 - Há iluminação suficiente para operações noturnas ?
3 – O arranjo físico (Plant Layout) privilegia a mobilidade e a acessibilidade para as operações ?
Parte 8 – Manutenção
1 - O setor de manutenção trabalha a partir de um planejamento preventivo, ou apenas corretivo ?
2 – As estruturas dos equipamentos são vistoriadas no quesito cordões de solda ?
3 – Os caminhos de rolamentos são vistoriados nos quesitos perpendicularidade, paralelismo (vão), alinhamento, congruência e nivelamento.
4 – Os freios em geral são regulados com base em espaços de frenagem recomendados pelos fabricantes ?
5 – Estes espaços de frenagem são do conhecimento dos operadores, e testados diariamente antes das operações ?
6 – O nivelamento do moitão é conferido, visando evitar tensões desiguais no cabeamento ?
7 – Existe guia de enrolamento do Cabo de Aço junto ao tambor ?
8 – A substituição do Cabo de Aço é precedida da inspeção do diâmetro dos canais das polias e do tambor de enrolamento ?
9 – O Cabo de Aço é totalmente retirado do equipamento para ser rigorosamente inspecionado e receber nova lubrificação ?
10 - O diâmetro do Cabo de Aço é conferido regularmente, sobretudo nos pontos críticos em contato com polias ?
11 - A fixação das extremidades do Cabo de Aço são regularmente conferidas e obedecem as recomendações do fabricante ?
12 - Existe um plano de manutenção preditiva ?
Parte 9 - Informação
1 - Os operadores e ajudantes são devidamente informados dos riscos que estão expostos nas operações de içamento de cargas ?
2 - Os operadores e ajudantes tem acesso fácil as informações técnicas sobre o equipamento de içamento e os acessórios de amarração das cargas que utilizam respectivamente ?
Parte 10 – Sinalização
1 – Existe placa obrigatória de informação de capacidade máxima de
carga, legível e fixada no equipamento em local visível ?
2 - Os locais das operações estão devidamente sinalizados através de placas legíveis e estrategicamente posicionadas ao longo do percurso da translação ?
3 - O local onde são guardados os acessórios de amarração das cargas, possui sinalização sobre a capacidade de carga de trabalho (CT) dos mesmos ?
Parte 11 – Fornecedores
1 - Os fabricantes dos acessórios de amarração utilizados estão devidamente homologados por organismos nacionais e internacionais ?
2 - Os fornecedores, representantes, ou revendedores, estão devidamente credenciados pelos fabricantes e cadastrados na empresa ?
3 - Os fornecedores, representantes, ou revendedores fornecem os certificados de qualidade e conformidade dos produtos que comercializam ?
4 – Os representantes e revendedores prestam a devida assistência técnica pós-venda ?
Sugestões de Procedimentos Pós Auditoria
Inicialmente, o SESMT deve agendar uma reunião com a presença dos profissionais abaixo relacionados, visando informá-los sobre a auditoria, os objetivos a serem alcançados, a maneira como os trabalhos serão desenvolvidos, solicitando o apoio devido e o comprometimento de todos em benefício de melhores resultados
para a empresa como um todo.
É importante que esta reunião seja do conhecimento prévio e tenha o aval da Alta Administração da empresa, pois somente desta forma todo o processo da auditoria obterá pleno êxito.
A auditoria deve ser realizada o mais minuciosamente possível e com extremo rigor, tendo como participantes fundamentais os seguintes profissionais:
– Supervisor responsável pelo setor dos equipamentos.– Supervisor responsável pela manutenção.– Engenheiro e Técnico em Segurança do Trabalho.
(Coordenadores)– Presidente da CIPA.– Operadores mais experientes.
O resultado final da auditoria deve ser avaliado, em conjunto, com todos os participantes, devendo ser definido um planejamento e um cronograma para a implementação das medidas corretivas e preventivas referentes as irregularidades diagnosticadas.
Esta reunião deve ser devidamente documentada, e todas as definições firmadas devem ser registradas em ata, contendo a assinatura de todos os participantes.Cópia desta ata, e do relatório da auditoria, devem ser apresentados pelo SESMT a Alta Administração da empresa.É importante destacar a necessidade da implantação de um Plano de Segurança para Içamentos de Cargas – PSIC, que torne-se o documento piloto para nortear todas as operações de içamento, visando a obtenção e manutenção de índices mais elevados e consistentes de segurança e confiabilidade que estas operações requerem, e que a legislação vigente exige.
Para o desenvolvimento do PSIC, é fundamental que o SESMT analise todos os riscos identificados durante o processo de auditoria, e, com base nas técnicas de Análise de Riscos e Criticidades, classifique-os de forma a priorizar as ações de correção a serem implementadas.
(Confira material RiskPoint sobre metodologia adaptada para classificação e pontuação de riscos, criticidades e prioridades no blog www.tecnicossegurancatrabalho.blogspot.com.br)
Pode-se considerar as operações de içamento de cargas seguras e confiáveis, dentro de patamares reconhecidamente elevados, se, após a análise dos riscos identificados, for comprovada a condição de, no mínimo, 90% dos riscos eliminados e controlados.
Em um plano holístico, a empresa deve caminhar, de forma convicta, e com o comprometimento de todos, para a implantação de uma Política e um Programa de Segurança do Trabalho - PPST, com enfoque na mudança do comportamento humano, e com o apoio irrestrito, moral e financeiro da Alta Administração.
Comprovadamente, este é o caminho mais integrado e eficaz para a obtenção dos melhores resultados na difícil luta contra os infortúnios laborais.
Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo deste material, dentre outras referentes ao assunto, utilize gratuitamente o nosso serviço:
Safetec - Assessoria em Gestão da Movimentação Interna de Materiais - Intralogística. [email protected]
Este material básico foi desenvolvido com o objetivo de servir de parâmetro para os profissionais de Segurança do Trabalho no planejamento para a realização de uma auditoria técnica e operacional das operações de içamento de cargas, caso as mesmas
apresentem constantes situações de risco que venham comprometer a segurança, a confiabilidade e a regularidade do fluxo de materiais na cadeia produtiva da empresa.
Eugenio RochaEspecialista em Movimentação de MateriaisSafemov ConsultingConsultor, Instrutor e [email protected]