rompendo as cadeias das doenças espirituais

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Maldição hereditária, libertação, batalha espiritual, doenças, curas divinas, prosperidade e riquezas. O que diz a Bíblia sobre estes assuntos?Onde surgiu o movimento de maldição hereditária?Há maldições nos nomes?Existe confissão positiva?Temas abordados á luz da palavra de Deus. Autor: Rui Ferreira. Formato: 14x21.Número de páginas: 224. ISBN: 85.7459-220-6

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C a p í t u l o

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MALDIÇÃO HEREDITÁRIA

Maldição tem ocupado grande espaço de tempo nas igrejasneo-pentecostais, em algumas denominações pentecostais e inclusive,porém, com menor frequência em certas igrejas evangélicas tradicionais.Muitos livros, apostilas e compêndios, que tratam desta matéria abarro-tam estantes das livrarias, bibliotecas e igrejas evangélicas, seminários,nos lares cristãos, e em inúmeros gabinetes pastorais. Centenas deencontros e eventos foram e são realizados, reuniões em lares, semináriosem igrejas continuam acontecendo, rituais são ensinados, para o cristãover-se livre da “maldição hereditária”.

“Os chamados ‘espíritos familiares’ ou maldições hereditárias são uma

terrível realidade, mesmo após a conversão eles continuam atuando,

pois Deus trata com nosso espírito primeiro. Defendem ainda que o pro-

pósito de Deus para cada crente é que viva completamente livre de

enfermidade ou dores. Fica a critério se quer viver assim ou não. Assim

é que quando o cristão se mantêm, sofrendo com dores físicas, não tem

ninguém a culpar, senão a si mesmo” .1

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Ouvimos com frequência que é preciso quebrar as maldições queherdamos dos nossos antepassados. Argumentam que se os nossos pais,avôs, bisavôs e tataravôs, até a terceira e quarta geração, foram alcoóla-tras, viciados, doentes de pressão alta, problemas visuais, diabéticos,entre outros, esses vícios e doenças são passados para a sua descendên-cia. Pensam igualmente que, se na linhagem houver prostitutas, sua des-cendência também herdará a maldição. Ainda dizem que se os ancestraisforam homicidas, enganaram nos negócios, e deixaram dívidas a saldar,essas maldições e pecados estarão presentes na vida da pessoa e em suaposteridade até a terceira e quarta geração.

Um pregador renomado, presidente de uma denominação evan-gélica pentecostal mencionou através de um programa de rádio, que atéo timbre de voz, os cacoetes, os trejeitos dos antepassados, os vícios deludibriar as pessoas nos negócios, são herdados pelos seus descendentes,e desta forma ficarão acometidos de “maldição hereditária”, como legadodos pecados de nossos ancestrais. Agora cabe uma simples pergunta:Não será o gene da voz o biótipo que as pessoas herdam?

Em meu primeiro ano de teologia em minha sala de aula, haviaduas irmãs, e uma delas comentou em aula, com profundo sentimento deculpa que ela não conseguia dar sequência nos estudos. Sua vida nãoprosseguia para frente, porque em sua família existia uma maldição here-ditária, onde todos eram pessoas incultas e semi-alfabetizadas. Não havianinguém com curso superior, sendo assim, seria necessário quebrar estasmaldições.

Na mesma sala, outro colega, um mineiro como eu, estudava teo-logia conosco e fazia mestrado na Universidade Federal do Paraná.Quando ouviu as palavras da irmã “amaldiçoada”; questionou dizendoque, veio de longe, fazia graduação em teologia e mestrado da outra gra-duação, sendo que para isso, tivera de deixar sua terra natal, dormiatarde, acordava cedo, estudava nos feriados e fins de semanas. O que elequeria demonstrar era que ela deveria primeiramente ter a mesma dedi-cação e empenho, devia ter disciplina e persistência nos estudos e navida, para depois, se nada ocorresse, culpar a si mesma ou aos seus ante-passados pela “maldição” que havia herdado.

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O professor, diante destes questionamentos, fez uma perguntapara toda a classe: “Uma grande empresa está selecionando um profissio-nal qualificado! Apresentam-se dois candidatos. Um é cristão, homemde oração e fiel a Deus. Cheio de fé, mas que não estudou e não se prepa-rou e portando, não tem todas as qualificações que a empresa procura.A outra pessoa não é cristã, mas é estudiosa, persistente, disciplinada, epossui os requisitos necessários ao preenchimento da vaga. Qual dos doiscandidatos Deus irá aprovar para o cargo ora mencionado? A respostaquase unânime foi que seria a segunda pessoa, que se preparou, mesmonão sendo cristão praticante, e o professor concluiu: Se Deus é Justo, nãoestaria procedendo justamente permitindo que uma pessoa que não estu-dou e despreparada ocupasse aquela função, pois, se assim o permitisse,não seria justo, e a justiça é um dos seus atributos morais.

Sabemos que o homem desde datas imemoriais, que remontam aoJardim do Éden quer sempre encontrar “bode expiatório para suas derro-cadas” (Adão culpou a Eva, que culpou a serpente). As desculpas são asmais diversas, onde a ociosidade, a falta de disciplina, dedicação, traba-lho e empenho têm outro nome.

São feitos diversos rituais com o objetivo de se livrar da terrível eescravizante “maldição hereditária”. Eu mesmo e minha esposa, no iní-cio de nossa conversão, numa grande igreja, fizemos “a quebra de maldi-ção”, logicamente não conhecíamos plenamente a eficácia do sacrifíciovicário de Jesus Cristo através da Sua Palavra.

Quando procedemos na “quebra de maldição”, relatei o fato ameu irmão, hoje pastor. Ele como pessoa madura no evangelho, aler-tou-nos e orientou com algumas palavras. Emprestou-nos um livro quetratava desta matéria. Após a leitura, dúvidas ainda persistiam. Foi assimque decidi aprofundar mais sobre o assunto.

1. CONCEITO DE “MALDIÇÃO

HEREDITÁRIA”

“A maldição é a autorização dada ao diabo por alguém que exerce

autoridade sobre outrem, para causar dano à vida do amaldiçoado [...]

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A maldição é a prova mais contundente do poder que têm as palavras.

Prognósticos negativos são responsáveis por desvios sensíveis no curso

da vida de muitas pessoas, levando-as a viver completamente fora dos

propósitos de Deus [...] As pragas se cumprem”.2

Segundo o Dicionário Aurélio maldição é: “Ato ou efeito de amaldi-

çoar ou maldizer”. Maldizer: “praguejar contra; amaldiçoar”. Maldito:

“Diz-se daquele ou daquilo a que se lançou maldição”.

Maldição: “Chamamento de mal, sofrimento ou desgraça sobre

alguém”. 3

Maldição – no Hebraico Alah, “juramento”. “Palavras duras profe-

ridas com intuito de prejudicar, geralmente com a ideia que forças extraterre-

nas, demoníacas ou divinas são invocadas para tornar a maldição efetiva

[...]”.4

2. ONDE SURGIU O MOVIMENTO DA

“MALDIÇÃO HEREDITÁRIA”

Alguém fazendo trocadilho falou o seguinte: A teologia surgiu naAlemanha, foi envelhecida na Europa e falsificada nos Estados Unidos.Isto é, com Lutero na Alemanha surgiu o grande movimento da reformaprotestante, João Calvino na França e Zwinglo na Suíça expandiram estemaravilhoso movimento, e hereges como Jim Jones, entre outros, surgi-ram nos Estados Unidos.

Os nomes mais influentes e notáveis do movimento neopentecos-tal, e demais tópicos que compõe a doutrina da teologia da prosperidadesão estes:

“KENYON. Nasceu em 24.04.1867, Saratoga, Nova York, EUA,

Falecendo aos 19.03.48. Nos anos 30 e 40 desenvolveram-se os ensi-

nos de Essek Wiliam Kenyon. Segundo Pieratt (p.27), ele tinha pouco

conhecimento teológico formal. Kenyon nutria uma simpatia por Mary

Baker Eddy (Gopndim, p.44), fundadora do movimento herético

‘Ciência Cristã’, que afirma que a matéria, a doença não existem.

Tudo depende da mente. [...]. De acordo com Hanegraalf, Kenyon

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sofreu influência das seitas metafísicas como Ciência da Mente, Ciên-

cia Cristã e Novo Pensamento, que é o pai do chamado ‘Movimento da

Fé’. Esses ensinos afirmam que tudo que você pensar e disser transfor-

mará em realidade. Enfatizam o ‘Poder da Mente’”.5

3. MALDIÇÕES EM GÊNESIS

Nas narrativas mencionadas na Bíblia, a primeira maldiçãoencontra-se registrada no livro de Gênesis no seu capítulo 3, a qual foi adesobediência de nossos progenitores Adão e Eva, por terem transgre-dido à ordem divina, onde não deveriam comer do fruto da árvore doconhecimento do bem e do mal. Em consequência deste ato, a serpente, a

mulher, o homem e terra, foram amaldiçoados pelo Criador.

Vamos aprofundar um pouco mais para entender melhor quaisforam os quatro tipos de maldições que foram decretados por Deus, emdecorrência da rebelião que estes fizeram ao Senhor.

a) A serpente (literalmente) Gn 3.14: “Disse, pois, o Senhor Deus à

serpente: Porque fizeste isto, maldita és entre todos os animais domésticos, e

entre todos os animais do campo: sobre teu ventre andarás, e pó comerás todos

os dias da tua vida”.

A serpente não é amiga do homem e de nenhum outro animal, elalocomove-se sobre seu ventre, isto é, não possui patas ou pernas,arrasta-se com a “barriga” no pós da terra, no chão.

No sentido figurativo a serpente é Satanás, o inimigo de Deus e dohomem. Deus entre outros atributos comunicáveis, que compartilha oudistribui com o homem, estão Amor, Justiça, Misericórdia, Poder, e ohomem é a sua imagem porque recebeu daquilo que Deus é. No verso 15desse capítulo observamos: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a

tua descendência e o seu descendente; este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o

calcanhar”. Esta é a primeira profecia a respeito de Cristo.

“O Seu descendente (Jesus) te ferirá a cabeça”. Ferir a serpente nacabeça é fatal, a víbora só morre quando é atingida nessa parte do corpo,demonstra, que Satanás foi vencido, derrotado por Jesus Cristo na Cruz

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do calvário, porém ainda não foi totalmente aniquilado, isto ocorrerá quandofor lançado no lago de fogo e enxofre para toda a eternidade (Ap 20.10).

“Tu ferirás o calcanhar”, está falando da igreja, pois esta segue ospassos (calcanhar) de Jesus, onde o diabo nos tenta todos os dias, e nostraz grandes dificuldades, objetivando nossa desistência do caminho deservir a Cristo. Aqui, diga-se de passagem, não cabe lugar para o evange-lho que pregam que o cristão não pode ter problemas, onde afirmam se éfilho de Deus “tem” de viver nas mil maravilhas.

b) A maldição para a mulher encontra-se em Gn 3.16: “À mulher

disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua gestação; em dor darás à luz

filho. O teu desejo será para o teu marido, ele te dominará”. Em consequên-cia desta maldição, no período de gestação e principalmente por ocasiãodo parto, a mulher tem inúmeras e grandes dificuldades e sofrimentos, àmedida que o parto se aproxima as dores são multiplicadas até a mulherconceber seu o filho.

“O teu desejo, será para o teu marido”, fala da dedicação que amulher faz para o homem. “E ele te dominará”, menciona da hierarquia docasal, onde o homem é a cabeça da mulher.

c) A maldição do homem Gn 3.17;19: “Ao homem disse: Porque

deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei,

dizendo: Não comerás dela, [...] em fadiga comerás dela todos os dias da tua

vida [...]. Do suor do teu rosto comerás o teu pão [...]”. “Em fadiga”, são ocansaço e lutas que travamos diariamente, pois, o homem era o provedorda família nos tempos bíblicos, hoje em função da revolução feminista, anecessidade de uma vida melhor, a alta competitividade e o consumismoexacerbado, isto foi mudado. Desta forma, homem e mulher trabalhampara a manutenção do lar e para ter acesso aos bens disponíveis, mas noprincípio não era assim.

“Do suor do teu rosto”, nos diz do esforço e empenho que travamosdiariamente para ganharmos o pão de cada dia, muitas vezes não hátranspiração no sentido literal, porém há no excesso de trabalho.

d) A maldição para a terra - Gn 3. 17;18: “[...] maldita a terra por

tua causa; ela produzirá também espinhos e abrolhos”. Espinhos e abrolhosliteralmente, e figurativamente nos falam das doenças que existem na

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terra: terremotos, maremotos, tempestades, doenças na fauna e da flora,o desequilíbrio do ecossistema, desmoronamentos, guerras, mortes, eetc.

É de extrema importância atentarmos para este texto, pois aqui

quem amaldiçoou foi o Senhor Deus, e não o homem ou mesmo oDiabo. Esta incumbência pertence somente a Deus através da sua von-tade permissiva ou diretiva, como está escrito em Isaías 45.7: “Eu formo a

luz, e crio as trevas, eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas

coisas”.

3.1. MALDIÇÕES EM ÊXODO

No livro do Êxodo, o capítulo 20 é o texto principal onde a maio-ria dos apologistas da “maldição hereditária” tem suas bases, notada-mente nos versos cinco e seis, os quais têm esta narrativa: “Não te encur-

varás a elas nem as servirás; pois eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que

visito a maldade (maldição) dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração

daqueles que me odeiam, mas faço misericórdia até mil gerações daqueles que

me amam e guardam os meus mandamentos”.

Os versos chaves deste texto que antecedem são de 1 ao 4, e aindaos versos que sucedem do 7 até o 21. Não é correto ler apenas um, dois,ou uma pequena porção de um texto isolado e fazer uma conclusão defi-nitiva, pois, é preciso que a Bíblia interprete a própria Bíblia, a saber,quando lermos um versículo ou parte de um texto, devemos colocaroutros versículos ou textos ao lado deste. Ou devemos verificar seusparalelos em outros textos. Todos devem estar dentro do mesmo con-texto teológico, para desta forma corroborar ou comprovar a validade doassunto, assim sendo, quando lemos apenas um versículo podemos obteruma conclusão ou doutrina. As principais doutrinas heréticas que existi-ram e as que atualmente existem, se apegam apenas em versículos outextos isolados e para agravar, totalmente fora do contexto, fazendodesta forma uma conclusão teológica simplista. “Como na teologia e na

hermenêutica sabemos que todo versículo fora do contexto gera pretexto”, ‘eeixegese’ (oposto de exegese) é introduzir no texto aquilo que o autor do texto

não tinha intenção de mencionar ou dizer”. Isto no mínimo é forçar uma

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passagem bíblica para dar respaldo as próprias teses, ou ainda ideias filo-sóficas, e que na maioria das vezes não tem nenhuma fundamentaçãobíblica.

Alguns pontos a serem considerados:

a) Após a leitura de Êxodo 20 e também dos capítulos anteriores,verificamos que o povo de Israel havia saído há pouco tempo do Egito,após viver como escravo por cerca de quatrocentos anos. O Egito era umpaís politeísta (adorava mais de um deus), isto está bem demonstrado nosversos dois e quatro.

b) Deus começa falando a Moisés sobre a idolatria de Israel adver-tindo-os deste pecado abominável, e das maldições que viriam se perma-necessem nesta iniquidade. Quando se fala em idolatria, existe umacomparação que considero muito importante para mensurarmos o quesignifica: imagine um pai, ou mãe que planeja e cria seu filho com todosos cuidados: alimentação saudável, cuidados à noite, atenção, medica-mentos quando necessários, roupas e etc. Mesmo com tudo isso, esta cri-ança cresce e depois se torna uma pessoa adulta. Já consciente de seusatos, passa a adotar e amar outro pai, dando a esta nova pessoa atenção,amor e dedicação, e não se importando, e até ignorando os seus pais legí-timos. Qual o sentimento que um pai ou mãe teria? Esta pequena ilustra-ção nos dá uma noção, e nos faz mensurar o que é a idolatria, e era istoque estava ocorrendo com o povo de Israel neste contexto do Êxodocapítulo 20. Onde eles foram tirados do Egito, pela mão poderosa e fortede Deus, quando nenhuma praga os atingiu, e principalmente não houvenenhuma morte de seus primogênitos, quando por ocasião da morte dosfilhos dos egípcios.

Posteriormente Deus instrui Moisés sobre o decálogo (dez manda-mentos) os quais constituem a lei moral de Deus, aliás, devemos mencio-nar que dos dez mandamentos, seis descrevem da relação horizontal oulongitudinal, isto é, com o nosso semelhante, e quatro na vertical ouespiral, com o Deus o criador.

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Nos capítulos seguintes, prescreve as demais leis que a nação deIsrael deveria guardar, como as leis civis, sociais, sanitárias e cerimoniais,entre outras, eximindo no capítulo 27 de Êxodo.

C) Então no verso cinco Ele diz que o povo de Israel não deveria seencurvar e nem servir as imagens de escultura, verso 5: [...] pois Eu, o

Senhor sou Deus zeloso, que visito a maldade (maldição) dos pais nos filhos até

a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam”. Êxodo 20.5 nos diz:“Não de prostarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque Eu, o Senhor,

o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até

a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam” (NVI).

A conclusão destes versos é que a maldição está nas pessoas que“odeiam” a Deus, ou daqueles que me “desprezam”. “Desprezam” ou“odeiam”, o tempo verbal, é o presente, é um ato contínuo. Isto fala doindivíduo que vive deixando Deus de lado, rejeitando-O, que não temcompromisso com Ele, que não leva Deus a sério, e que não obedece asua santa palavra, como está explicitado no verso 5, a saber, àqueles queservem a outros deuses e não o Único Deus de Israel (Javé), que não tema adoração exclusiva ao Senhor Deus criador dos céus e da terra, sobreestas pessoas a maldição, isto é, a ira de Deus permanece, enquanto elesnão aceitarem a Jesus, a saber, se crer, arrepender e converter e segui-Loexclusivamente, isto ocorrendo às maldições são quebradas e as bênçãosadvindas pela obediência os seguirão, disto o apóstolo Paulo nos asseguraem sua carta a igreja de Éfeso: “Entre eles todos nós também antes andáva-

mos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamen-

tos. E éramos (passado) por natureza filhos da ira, como também os demais”,

(Ef 2.3).

Agora o verso 6 do capítulo 20 de Êxodo é: “mas faço misericórdia

até mil gerações daqueles que me amam e guarda os meus mandamentos”.

Aqui está explícito que se eu amar a Deus e guardar os seus mandamen-tos, as maldições serão substituídas pelas misericórdias (perdão e graça)de Deus. E não somente eu, mas inclusive todos os meus descendentes(se fizerem o mesmo), isto é, amar a Deus e obedecer a sua santa palavra,receberão também as misericórdias e bênçãos do Senhor advindo destadecisão. Porém, se não amar a Deus e não obedecer aos seus preceitos, àmaldição (ira) de Deus permanecerá sobre àquela pessoa, e que só será

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quebrada quando reconhecer a Jesus como seu único Salvador e Senhorde suas vidas, e andar de acordo com seus preceitos.

Então, podemos observar nesta passagem bíblica, que a única con-dição para uma pessoa ser abençoada, juntamente com todos os seus des-cendentes, é tão somente amar a Deus e guardar os seus mandamentos(Sua Palavra), isto é, obedecendo a Deus, foi o que o próprio Senhor

Jesus Cristo nos ensinou: “Aquele que tem os meus mandamentos e os

guarda, esse é o que me ama”, (Jo 14.21a) Também o apóstolo Paulo

nos reafirma: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão

em Cristo Jesus, [...]. Porque a lei do espírito de vida em Cristo Jesus livrou-me

da lei do pecado e da morte”, (Rm 8.1). Aqui a Palavra não nos instrui quedevemos fazer algum ritual de quebra de maldição, quer seja nossa ou dequalquer pessoa ou mesmo de nossos antepassados. O que nos orienta étão somente que Cristo Jesus livrou-me da lei (não preciso observar a leimosaica e também estou livre das maldições contidas nela, e o livro deÊxodo, está incluso na lei), do pecado (o pecado não tem poder sobremim), e da morte (estou livre da morte eterna. Tenho a vida eterna emCristo Jesus). Estes são os principais benefícios que obtemos da decisãode aceitamos a Jesus como Salvador e Senhor de nossas vidas. Glórias aDeus por estas palavras libertadoras!

Não obstante os argumentos aqui mencionados, podemos con-cluir também lembrando que o texto em questão de Êxodo 20, faz partedo Pentateuco e da lei mosaica e portanto, está contido na Antiga Ali-ança, que era de observância única e exclusivamente da nação de Israel,e não são prescrições para nós da nova aliança e que não vivemossegundo a lei, mas de acordo com a graça de Deus em Cristo Jesus. Oapóstolo Paulo inclusive adverte os cristãos judaizantes do primeiroséculo, que diziam que deveriam servir a Cristo, mas também observar ospreceitos da lei: “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei;

da graça tens caído”, (Gl 5.4). O autor da epístola aos Hebreus tambémdescrevendo sobre a antiga e a nova aliança nos ensina: “Dizendo nova

aliança, Ele tornou antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado

e envelhecido, perto está de desaparecer”, (Hb 8.13). E foi isto que real-mente aconteceu. Com o advento do Messias, o Senhor Jesus Cristo ecom sua morte, ressurreição e ascensão, a antiga aliança firmada com a

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nação de Israel, contida no Antigo Testamento cessou, dando lugar anova aliança no sangue de Jesus, prescrita no novo testamento, a qual émuito melhor e mais “leve e suave” como disse o próprio Senhor Jesus.

Também o apóstolo Paulo escrevendo aos Gálatas faz esta impor-tante declaração: “Todo aqueles que são das obras da lei estão debaixo da

maldição, pois está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas

as coisas que estão escritas no livro da lei, para faze-las”, (Gl 3.10). AquiPaulo está citando Deuteronômio 27.26, onde é mencionado: “Maldito

aquele que não confirmar as palavras desta lei, para as cumprir. E todo o povo

dirá: Amém!”. Portando, quem quebrava a lei em não a observando,estava debaixo de maldição. Entretanto, posteriormente o apóstolo nosfaz esta declaração libertadora: “Cristo nos resgatou da maldição da lei,

fazendo-se maldição por nós, pois está escrito: Maldito todo aquele que for

pendurado no madeiro”, (Gl 3.13). Paulo sendo uma pessoa com vasto conhe-

cimento bíblico citou a narração de Deuteronômio 21.23: “O seu cadáver não

permanecerá no madeiro durante a noite. Certamente o enterraras no mesmo

dia, porque o que for pendurado é maldito de Deus [...]”.

Diante de todos estes textos os quais não são interpretativos, porém

totalmente explicativos, portanto, não deixa nenhuma margem de dúvidas, e

definitivamente demonstra a eficácia do sacrifício vicário de JesusCristo, tendo levado todos os nossos pecados e maldições, e os cravandolá naquela rude cruz do calvário, por tudo isso somos livres de toda equalquer maldição.

3.2. A LEI MOSAICA PRESCREVE BASICAMENTE

QUATRO TIPOS DE MALDIÇÕES

A Torá, ou Pentateuco, ou ainda a lei mosaica, compreendendo seos escritos de Gêneses, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, aosquais todos os judeus ou israelitas deveria guardar integralmente(Lv 25.18).

Maldição da lei: As prescrições da lei mosaica eram em excesso emuito complexa, penosa e consequentemente difícil em ser cumprida.Inclusive discutindo sobre a lei mosaica na assembleia de Jerusalém, os

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apóstolos e os anciãos estavam reunidos, e Pedro que era também judeufez esta declaração: “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre o pes-

coço dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?”,

(At 15.10). O pano de fundo, o fato histórico: A igreja de Jerusalém eracomposta basicamente de cristãos judaizantes, isto é, os judeus converti-dos ao cristianismo, os quais diziam: “Então alguns que tinham descido da

Judeia ensinavam os irmãos: Se não vos circuncidardes, conforme o rito de

Moisés, não podeis ser salvos”, (At 15.1). E neste discurso, Pedro inspiradopelo Espírito Santo, vem dizer que o fardo (lei) em guardá-la era um jugoque nem (nossos pais nem nós) seus antepassados e inclusive os seus con-temporâneos não conseguiram (suportar), aguentar ou cumprir. E nosdias de hoje quantos estão ainda fundamentados na lei, e até tem a pre-tensão em obedecê-la, e inclusive tendo o sábado como o dia oficial dedescanso, e que na realidade não consegue guardá-lo. O relato bíblico ésolene: “Lembrai-vos que o Senhor vos deu o sábado, por isso Ele no sexto dia

vos dá pão para dois dias. Cada um fique no seu lugar, que ninguém saia do

seu lugar no sétimo dia”, (Ex 19.29).

“Na lei proibia que alguém se locomovesse livremente no dia de sábado,

Ex. 16.29. Os escribas fixaram o limite de 200 côvados à distância que

se poderia viajar no sábado, Baseando isso sobre Js. 3.4: “Haja, con-

tudo, distância entre vós e ela, cerca de dois mil côvados [...]”. Assumi-

ram que à distância entre o povo e o tabernáculo, no acampamento, era

a mesma de dois mil côvados e que foi permitido ao povo andar a distân-

cia necessária para assistir aos ritos no tabernáculo no sábado.

O monte das Oliveiras dista de Jerusalém tanto como a jornada de um

sábado, At. 1.12: “Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado

das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, à distância do caminho de

um sábado”.6

Neste texto percebemos que guardar a lei é impossível, imaginehoje numa sociedade pós-moderna, em que a necessidade de ir vir é pre-mente, por isso somente Jesus Cristo conseguiu cumpri-la fielmente.Para compreendermos melhor o que significa isso, por exemplo. Umapessoa que vá a igreja, a casa de um parente ou amigo, ou outro local nodia de sábado, se a distância entre sua casa e seu destino for superior a

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dois mil côvados que são 2000 x 44cm (1 côvado) = 880m (oitocentos eoitenta metros). Isso indo a pé ou de carro, ou outro meio de locomoção,o que importa é à distância e não se locomove, quem assim fizesse, estariaquebrando a lei mosaica, e desta forma estaria sujeita a penalidade cons-tante nela.

Com apenas este exemplo da lei, posicionamos e compreendemoso quando era difícil obedecer à prescrição do Antigo Testamento. Exis-tem inúmeros outros preceitos relatados na lei que poderíamos tambémmencionar aqui, no entanto mencionei apenas este, para conscientizar-mos e para sermos felizes e alegres em saber que Jesus Cristo com suaencarnação, morte, ressurreição e ascensão, nos libertou escravizante epenosa lei, a qual somente pela graça de Deus é que somos livres.

Em Jesus Cristo estamos libertos também deste penoso fardo, e detodos os demais que estão prescritos na lei mosaica, inclusive o próprioSenhor Jesus nos disse: “Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”, (Mt

11.30).

Maldição da carne: Circuncisão e holocaustos. Não estamos maisobrigados a realizá-los, estes rituais não são mais necessários. Tambémestamos livres da força do pecado. Estávamos, portanto mortos devidosos nossos delitos e pecados, e a lei não tinha condições de restabeleceresta comunhão entre nós e O Criador: “Pois o que era impossível á lei, visto

que estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da

carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça

da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o

Espírito”, (Rm 8.3). Diante disso o pecado não tem mais força e domínio sobre

nós, que andamos segundo o Espírito Santo.

Maldição do mundo: A maldição aqui mencionada não estáfalando do mundo como “Kosmos” – “ordem”, “arranjo”, “universo”.Nem mesmo o mundo “aiõn” – “Era”, “período de tempo” ou “tempo”.Nem ainda o mundo como “oikoumene” – “a terra habitada”. Mas omundo como sistema afastado de Deus, onde as pessoas, os seres huma-nos trilham para caminhos que os conduzem para longe daquilo que oCriador estabeleceu. Esta classe de indivíduos está debaixo de maldição,e se não converterem estarão também condenados eternamente longe da

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presença de Deus, foi isto que Jesus nos disse em João 3.17,19 “Porque

Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas

para que o mundo fosse salvo por Ele. A condenação é esta: A luz (Jesus) veio

ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz porque as obras

deles eram más”, (Jo 3.17,19).

Porém para todos aqueles que seguem as pisadas de Jesus, asSagradas Escrituras mencionam inúmeras promessas grandiosas entreelas: “Sendo, pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por meio de nosso

Senhor Jesus Cristo”, (Rm 5.1). Ainda em Romanos 8.1 “Portando, agora

nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus...”, (Rm 8.1a). *

Deixei de mencionar o restante do versículo, visto que em alguns manus-critos originais, consta somente o texto ora mencionado.

Portanto, esta maldição que paira sobre a vida das pessoas semDeus, não acha lugar no verdadeiro filho de Deus, pois já é dito que éfilho de Deus, e se Deus o abençoa, quem terá poder para amaldiçoar?

Maldição da morte: Fala da morte eterna, a segunda morte, que éa separação eterna de Deus. Sobre isto o Apóstolo Paulo escrevendo aosRomanos faz esta importante declaração: “Pois o salário do pecado é a

morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus nosso

Senhor”, (Rm 6.23). A morte eterna é para aqueles que vivem na práticado pecado, vivendo os prazeres da carne, e que não reconhecem Jesuscomo Salvador e Senhor de suas vidas, vivendo a seu bel-prazer e não searrependendo de seus pecados. Mas, para os que têm uma vida retadiante de Deus, nada existe que possa condená-los.

Podemos concluir com a carta de Paulo aos Colossenses com estamaravilhosa declaração: “Havendo riscado o escrito de dívida que havia

contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, tirou-o do meio de

nós, cravando-o na cruz”, (Cl 2.14). Havia um escrito contra nós comouma nota promissória de dívida, estávamos condenados pelos nossospecados e pelas maldições advindas deles, porém, Jesus tirou-os do nossomeio, a qual era a separação que existia entre nós e Deus, e cravou-os lána cruz do calvário, ficou cravada lá no madeiro. Por isso mediante amorte e ressurreição de Jesus, estamos livres de todas as ordenanças e

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maldições prescritas na lei mosaica, por é uma imensa alegria vivermosno período da graça e sermos alcançados por ela.

3.3. MALDIÇÕES EM DEUTERONÔMIO

Deuteronômio significa “segundo livro da lei” ou “segundo pro-nunciamento da lei”. Em Êxodo, Levítico e Números as leis foram pro-mulgadas, agora, prestes a entrar na terra de Canaã, a lei estava sendorecapitulada, pois, muitos dos filhos de Israel que nasceram durante aperegrinação (saída do Egito até a terra de Canaã), e também precisavamser cientes e ter conhecimento da lei. Haviam morrido todos os que saí-ram do Egito, com exceção de Josué e Calebe. A maldição está presentenos capítulos 11. 27, 28, 29 e 30. Precisamos notar que em todas as ocor-rências, a maldição estava diretamente ligada com o tema lei, ou em obe-decendo - a teriam as bênçãos, rejeitando - às advinham às maldições,estavam sempre no condicional. Podemos observar estas orientações:“Vede, hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição; a bênção, se ouvir-

des os mandamentos do Senhor vosso Deus, que hoje vos mando; a maldição,

se não ouvirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus, e vos desviardes do

caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conheces-

tes”, (Dt 11.26-28).

Notem que são as mesmas maldições que estão contidas em Êxodo20, isto é, maldições advindas das idolatrias, caso o povo de Israel nãoobedecesse à lei de Deus. Então a obediência quebraria a maldição ounão estaria debaixo desta. Obedecendo a Jesus as maldições não nosalcançarão.

3.4. MALDIÇÕES NOS LIVROS PROFÉTICOS

Discorrendo em uma perspectiva histórica, os livros do AntigoTestamento (Josué, Juizes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas,Esdras, Neemias e Ester) relatam à história da ascensão e queda de Israel.Os livros poéticos (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares), per-tencem a era dourada do povo Judeu, onde houve obediência a Deus, etambém paz no seu território, e, portanto, não é mencionada a maldição,

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como nos demais livros ora citados. Já os livros proféticos (Isaías, Jere-mias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias,Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu Zacarias e Mala-quias) estão inseridos nos dias da queda de Israel, devido a sua desobe-diência, indo após outros deuses. Esta desobediência e idolatria resultouem cativeiro e também em miséria para a nação. Maldições lhes sobrevi-eram, visto que eles desobedeceram a Deus e andaram após outros deu-ses.

Os livros proféticos são 17, contendo 16 autores, (Jeremias escre-veu também Lamentações). Desses 16 autores, 13 relacionam-se com operíodo de destruição da nação hebraica e 3 com a restauração damesma.

A palavra “maldição” e seus derivados, ou relacionados, ocorremem 25 capítulos dos livros proféticos. É importante notar que em todasessas referências, a maldição possui o mesmo significado que em Gênesise Deuteronômio; isto é, um estado de ausência de bênção por conse-quência da desobediência a Deus, e da idolatria do povo de Israel.

Podemos concluir com es narrativa no livro de Daniel: “Sim, todo o

Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz. Por isso

a maldição, o juramento que está escrito na lei de Moisés, servo de Deus, de

derramou sobre nós porque pecamos conta Ele” (Dn 9.11).

No contexto de Daniel, é mencionado que o povo de Israel estavasob a maldição prescrita na lei de Moisés, isto é, a nação estava na escra-vidão na Babilônia devido o pecado de idolatria, o que se constata noslivros de 1 e 2 Reis, e 1 e 2 Crônicas, e que dos 16 profetas mencionados,13 destes advertiram previamente Israel para que se arrependessem e seconvertessem, pois assim procedendo não seriam subjugado no cativeiroBabilônico (ou maldição), o que demonstra que se uma pessoa ou naçãode arrepender e se converter a Deus, a sua infinita misericórdia nãosomente perdoa, como também nos livra das consequências espirituaisadvinda deste pecado.

Desta forma, nos livros da lei, bem como nos livros já menciona-dos, as maldições estão diretamente ligadas com a transgressão à lei deDeus. Esta maldição é o estado a que se chegou o povo de Israel por

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ter-se rebelado contra o Sagrado, contra o Único Deus, O Todo Pode-roso, que os havia tirado do Egito, com mãos fortes como sabemos, pelosrelatos históricos, onde nenhuma praga os atingiu. Cruzaram o mar ver-melho pisando em terra seca, e todos os seus inimigos pereceram ali.Deus os conduziu pelo deserto e os colocou na Terra Prometida. O pró-prio Deus disse em Isaías 42.8: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome!

A minha glória a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens de escul-

tura”.

Na nova Aliança (Novo Testamento), temos grandiosas promes-sas, sendo a principal a nossa salvação eterna, no entanto a libertaçãovem junto com a salvação: “Pois o pecado não terá domínio sobre vós, por-

que não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6.14), Onde é rea-firmado na carta de Paulo aos Gálatas: “Mas, se sois guiados pelo Espírito,

não estais debaixo da lei” (Gl 5.18). Então toda pessoa que reconhece Jesuscomo Salvador e Senhor e que se deixa ser guiado, dirigido pelo Seu Espí-rito Santo, está em obediência a Cristo, estando desta forma livre detodas e quaisquer maldições relatadas não à lei.

Creio não ser mais necessário relacionar aqui outros textos bíbli-cos, para mostrar a eficácia do sacrifício vicário (substituto) de Jesusnaquela rude cruz. Com esta síntese ficou demonstrado o alcance dosacrifício de Jesus que ainda foi a nossa propiciação, redenção, justifica-ção e reconciliação com Deus pelo Seu precioso sangue e por Sua morte:“Em que temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados”

(Cl 1.14). Os relatos da lei mosaica do Antigo Testamento foram escritosestritamente para a nação de Israel, e não para nós que vivemos sob aNova Aliança em Jesus Cristo, neste ensejo, segundo a hermenêutica, oque consta no Antigo Testamento, deve também estar relatado no NovoTestamento, para que possamos obedecer, caso contrário, seria de estritaobservância da nação de Israel.

Ainda falando sobre o antigo testamento, Paulo escrevendo aosRomanos nos deixou este relato: “Pois tudo que outrora foi escrito, para o

nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras

tenhamos esperança” (Rm 15.4). O que outrora (Antigo Testamento) foiescrito, para nosso ensino (exemplo), para que com os profetas e os demaishomens de Deus, possamos tê-los como exemplo, de paciência e sermos

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consolados, e tenhamos esperança (expectativa favorável e confiante) etambém fé.

Para nós que estamos no período da graça e, portanto observamosa Nova Aliança, não vivemos debaixo da lei, mas, de acordo com os ensi-namentos de Cristo Jesus, o que é muito mais leve e fácil de ser obede-cido, foi o que o apóstolo João nos reafirmou: “Pois a lei foi dada por inter-

médio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”

(Jo 1.17).

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