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ROLAGEM AUTOMÁTICA BOTO CAIPORA

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Page 1: ROLAGEM AUTOMÁTICA BOTO CAIPORA O sentir do nativo da floresta e do povo ribeirinho, quando dança nessa festa de “Exageros do Divino”, retira do rio

ROLAGEM AUTOMÁTICABOTO CAIPORA

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O sentir do nativo da florestae do povo ribeirinho,quando dança nessa festade “Exageros do Divino”,retira do rio e da matao encantado amazônico.

Centenas de tons de verdesalpicados por mil cores:cenário sem fome e sede. Mesa farta de saborescom a peconha, anzol e rede. Rede de sonhos e amores.

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Cobra Grande, Iara,Mapinguari, Boitatá,Boto, Vitória-Régia,Cobra Norato, Anhangá,Curupira, Caipora,Uirapuru, Tambatajá.

Assovio, Matinta Pereira,rio, Boiúna, Nave Iluminada...Imaginação nas asas da ribeira,faz a Amazônia encantada. Imaginação nas asas da ribeira,faz a Amazônia encantada.

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A seguir o texto “Encantarias Amazônicas” complementa a canção “Amazônia Encantada”.

Caso seja de interesse é só utilizar o “ratinho”.

IMAGENS:

achetudoeregiao.com.br;editorart.wordpress.com;overmundo.com.br;top40.charts.com.

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EXTENSO E DIVERSO BRASIL

São extensas e diversas as regiões geográficas e culturais deste “Gigante pela própria natureza”.

Essa diversidade pode ser justificada devido : a nossa extensão territorial; o tempo de isolamento ao que determinadas regiões geográficas ficaram condicionadas; as desigualdades no ritmo de desenvolvimento; as diferenças na contribuição étnica e cultural recebida por cada região.

A Amazônia é uma região muito extensa que permaneceu isolada por muito tempo, ficando atrasada no seu desenvolvimento e que tem, apesar da presença do negro e do branco, o índio como elemento mais forte na sua formação cultural. Esta observação fica muito clara quando observamos o Bumbódromo de Paritins e os Oloduns do Pelourinho, ou ainda os acarajés dos pés das ladeiras baianas e os tacacás espalhados pelas ruas de Belém.

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EXAGEROS DIVINOS

Além disso, é uma região onde os “exageros divinos” estão presentes ao primeiro olhar.

Exageros de sons, cores e formas numa espécie de caleidoscópio de rios e florestas.

Na cidade de Óbidos, onde o rio Amazonas é mais estreito, podemos nos aproximar dos 2km de largura, é isso mesmo dois quilômetros de largura e dos cem metros de profundidade. Na foz, sua largura máxima fica em torno de 100 km.

As florestas emolduram aproximadamente 14 mil cursos d’água que reservam surpresas, quase poemas, quando as águas quase barrentas do Amazonas encontram-se com as negras do Negro e as azuladas do Tapajós.

Em pouco mais de um de seus hectares virgens encontram-se mais espécies do que em todos os ecossistemas da Europa.

Daquele infinito “labirinto verde” emerge o nosso pico mais alto o Pico da Neblina.

Acervo incalculável de formas de vida; tesouro em flora, fauna e subsolo; e fontes de águas doces. Da Mãe Terra as florestas devem ser o útero e teus rios os seios.

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CRIATIVIDADE DOS NATIVOS

Assim esse universo de águas, florestas, planícies e serras foi palco de uma cultura diferente daquela dos grandes centros urbanos, bem como daquelas regiões com características distintas.

Os nativos da Amazônia, desse universo, são possuídos por uma espécie de admiração universal. Para poderem responder a uma infinidade de porquês, gerados por esses exageros divinos, recorrem aos mitos e lendas. Gozam também de uma liberdade, própria da Natureza, por permanecerem, ainda, a Ela ligados, bem como vivendo sob Suas Leis.

Essa ligação estreita e essa liberdade facilitam a ligação entre o consciente e o inconsciente coletivo, bem como a identificação das formas de manifestação do inconsciente. Facilitam, também e demais, a narrativa oral, na qual os fatos são deformados por uma imaginação e poesia nativas, geradas por um permanente cio amazônico.

Nesse estado de pureza, de ligação direta com a Mãe Natureza, o índio e o caboclo transformam em símbolos o seu cotidiano: a caça; a pesca; a carona dum mururé, o vai e vem das marés; a percepção das correntezas; o reconhecimento de árvores, acidentes ou outros sinais que demarcam os percursos diurnos; o companheirismo e a confiança das estrelas-guias; o cheiro do estado de cio da cunhantã; a generosidade dos rios, florestas, ventos e chuvas; e o reconhecimento do poder e senso de justiça dos defensores da Natureza.

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Nos labirintos das florestas, sob as águas dos rios, furos, lagos e igarapés estão ocultas as lendas e encantarias que transformam aquela região na Amazônia Encantada.

É um olhar e a imaginação nativa, em permanente dança com esses exageros divinos, que fazem emergir dos esconderijos, dos recantos sagrados dessa região encantada, suas lendas e encantarias, o fabulário amazônico.

Se não fosse essa dança e o compromisso de narrar, para que as linhas de conexão entre gerações fossem mantidas no decorrer dos tempos, jamais a cultura urbana poderia ter escutado e recebido como contribuição lendas e encantarias amazônicas, para a formação de uma cultura síntese do grande caldeamento racial, que tem como principal cadinho no planeta, o Brasil.

DIVERSIDADE DE MITOS E LENDAS

Lendas e encantarias desgarradas como mururés, das terras firmes da imaginação e arrastadas pelas correntezas do tempo no compromisso de narrar do povo ribeirinho.

Lendas e encantarias como folhas e caules caídos da imaginação, depositados nos labirintos da floresta para formar um sedimento de mistérios testemunhado e conservado pela narrativa dos nativos das florestas.

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Mitos que percorrem os rios da Amazônia, ajudando, aterrorizando, ou seduzindo o ribeirinho, chegando até às populações urbanas como as lendas da Cobra Grande, ou Boiúna, ou Cobra Norato, da Iara e do Boto. Iara o mito da sedução feminina e o Boto, da sedução masculina.

Lendas como a da Vitória-Régia que narra a vontade latente presente em todos nós para a transformação em luz, numa estrela no firmamento.

Assombrações perversas como o Mapinguari e lendas sobre defensores e justiceiros da flora e fauna das florestas como as narrativas sobre: Anhangá, Curupira, Caipora e Matinta Pereira.

Lendas e encantarias que narram sobre o amor como as lendas do Tamba-Tajá e do Uirapuru.

“Amazônia Encantada” é rimas desejosas de difundir a diversidade de lendas e encantarias amazônicas. Uma espécie de rimas abre alas do desfile de outras que virão para cantar cada uma dessa diversidade de lendas.

As informações sobre a Amazônia, em sua maioria, foram extraídas do livro "Cultura Amazônica" de Joâo de Jesus Paes Loureiro