riscos encontrados em estabelecimentos de ensino - estudo de caso
TRANSCRIPT
1
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o trabalho docente tem sido objeto de estudo de vários
segmentos. Os problemas identificados na categoria vão desde a sua origem até a
valorização social da atividade. Os profissionais desta área mobilizam suas
capacidades físicas, cognitivas e afetivas, gerando esforço e hipersolicitação de
suas funções psicofisiológicas. O professor ampliou sua prática profissional para
além da sala de aula, além de ensinar, atividades de cuidado para com o aluno e a
missão de garantir a articulação entre comunidade e escola estão entre os papéis
desenvolvidos pelo professor.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho, 1984) identificou a profissão
como de alto risco, considerando-a segunda categoria profissional em nível mundial
a portar doenças de caráter ocupacional.
Os professores estão sujeitos a doenças como a fadiga mental, stress,
sobrecarga psíquica que geram problemas físicos, como irritações e alergias
especialmente na pele e nas vias respiratórias provocadas pelo pó de giz, calos nas
cordas vocais, sobrecargas musculares e para o sistema circulatório provocadas por
excessiva permanência em posturas incômodas (muito tempo em pé ou em
assentos não ergonômicos); jornadas excessivas e outro problema que se torna
social é o excesso de alunos por classe e distúrbios osteomusculares relacionados
ao trabalho (DORT), entre inúmeras outras doenças relacionadas com seu posto de
trabalho.
No Brasil, tem o agravante das condições de trabalho que pioram a situação.
A Conferência Intergovernamental Especial sobre a situação do pessoal docente
convocada pela Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a
cultura (UNESCO), em colaboração com OIT, por exemplo, recomenda a melhoria
das condições de trabalho como elemento central para a melhor qualidade do
ensino.
Na atualidade, existem muitas práticas que podem e devem ser adotadas
para um melhor desempenho da atividade profissional, para que o trabalho não se
torne em sofrimento.
Neste estudo, foram observadas algumas salas de aula, a biblioteca e a
secretaria do Centro de Formação Profissional Presidente Costa e Silva, situado em
2
Irati-Pr. Foram analisadas fotos do local, feitas medições e observações
ergométricas dos profissionais. Com posse destes dados, foi desenvolvido,
juntamente com os alunos do Terceiro Semestre do Curso de Técnico em
Segurança do Trabalho, o Programa de Prevenção de Riscos de Ambientais
(PPRA).
Destaca-se ainda, a importância da NR9, que nos auxilia no planejamento e
execução do PPRA e a NR 17 que trata da Ergonomia no Trabalho.
1.1Objetivo Geral
Informar aos profissionais, quais são os riscos da atividade e a melhor forma
de controle ou atenuação dos mesmos.
1.2 Objetivos específicos:
� Observar os ambientes de trabalho e verificar se estão dentro das Normas
que regulamentam os limites de tolerância,
� Apresentar soluções para os riscos encontrados;
� Contribuir para a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
1.3 Justificativa
A NR 9, destaca a importância de se desenvolver o PPRA para cada
empresa, independente do número de funcionários, grau de risco ou atividade. No
PPRA, estarão descritos os riscos físicos, químicos e biológicos, os quais poderão
ser eliminados com medidas de controle destacadas no mesmo.
Para que haja um bom desempenho das atividades laborais, se faz
necessário um ambiente de qualidade, que ofereça conforto para desempenhar sua
função, para que não ocorra comprometimento com a qualidade de ensino, e
consequentemente não tenha prejuízos à saúde de todos aqueles que estão
envolvidos no ambiente.
A NR 17 trata da importância de se ter um ambiente correto para poder
desempenhar as funções estabelecidas, diminuindo os riscos de problemas
posturais e consequentemente aumentando a sua produtividade.
3
Por pensar que a educação é, com certeza, um dos fatores mais importantes
para a construção de uma sociedade desenvolvida, tem a importância de
desenvolver um trabalho que vai oferecer as condições mínimas exigidas pela
Legislação vigente.
4
2.REVISÃO DE LITERATURA
As estatísticas mostram que os problemas decorrentes do sofrimento psíquico
estão crescendo a cada dia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que até
2020 a depressão será a segunda maior causa de incapacitação para o trabalho,
perdendo apenas para doenças cardíacas. No que diz respeito a problemas na voz,
os docentes têm 14,8 vezes mais chances de serem acometidos do que
trabalhadores em saúde, 3 vezes mais do que bancários e 1,5 vez a mais do que os
profissionais de rádio e tevê – todos utilizam a voz como ferramenta de trabalho.
Mesmo assim, um levantamento realizado pelo Laboratório de Saúde do
Trabalhador da Universidade de Brasília mostrou que é praticamente inexistente
entre os docentes do Rio Grande do Sul o afastamento pelo INSS decorrente de
disfunções da voz, e apenas um caso de depressão foi registrado. Essa realidade foi
publicada na reportagem Professores no Limite (Rosa, Stella. 2006)
(http://www.sinpro-rs.org.br/extraclasse/jun05/educacao.asp).
A mesma Organização definiu as condições de trabalho para os professores
ao reconhecer o lugar central que estes ocupam na sociedade, uma vez que são os
responsáveis pelo preparo do cidadão para a vida (OIT, 1984). Tais condições
buscam basicamente atingir a meta de um ensino eficaz.
Segundo Delaíde Alves Miranda Arantes (2008, p. 91): “alguns trabalhadores
estão mais expostos a riscos de doenças em razão do trabalho. Assim ocorre com
os bancários, com os professores e empregados no setor da educação. São
categorias consideradas, hoje, dentre as que mais expõem ao risco de doença
ocupacional, em razão do trabalho que executam”.
Outro agravante que se tornou objeto de estudo é a Síndrome de Burnout,
considerada um dos transtornos mais comuns entre os professores.
A síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um
distúrbio psíquico descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O
transtorno está registrado no Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).
Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse
crônico provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas
5
desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão
exige envolvimento interpessoal direto e intenso.
Maslach, Schaufeli e Leiter (2001) assim definem mais três dimensões da
síndrome: Exaustão emocional, caracterizada por uma falta ou carência de energia,
entusiasmo e um sentimento de esgotamento de recursos; despersonalização, que
se caracteriza por tratar os clientes, colegas e a organização como objetos; e
diminuição da realização pessoal no trabalho, tendência do trabalhador a se auto-
avaliar de forma negativa. As pessoas sentem-se infelizes consigo próprias e
insatisfeitas com seu desenvolvimento profissional. O processo do Burnout é
individual e sua evolução pode levar anos e até mesmo décadas (RUDOW, 1999).
Seu surgimento é paulatino, cumulativo, com incremento progressivo em severidade
(FRANÇA, 1987), não sendo percebido pelo indivíduo, que geralmente se recusa a
acreditar estar acontecendo algo de errado com ele (França, 1987; DOLAN, 1987;
RUDOW, 1999).
Maslach, Schaufeli e Leiter (2001) pontuam ainda, que nas várias definições
do Burnout, embora com algumas questões divergentes, todas encontram no
mínimo cinco elementos comuns, a saber:
1) existe a predominância de sintomas relacionados a exaustão mental e emocional,
fadiga e depressão;
2) a ênfase nos sintomas comportamentais e mentais e não nos sintomas físicos;
3) os sintomas do Burnout são relacionados ao trabalho;
4) os sintomas manifestam-se em pessoas “normais” que não sofriam de distúrbios
psicopatológicos antes do surgimento da síndrome;
5) a diminuição da efetividade e desempenho no trabalho ocorre por causa de
atitudes e comportamentos negativos.
Muitos estudos têm se preocupado em identificar as causas do Burnout
especificamente na população de professores. Farber (1991) parte do pressuposto
de que suas causas são uma combinação de fatores individuais, organizacionais e
sociais, sendo que esta interação produziria uma percepção de baixa valorização
profissional, tendo como resultado o Burnout. O autor, ao se referir aos fatores de
personalidade, diz que a literatura considera professores idealistas e entusiasmados
com sua profissão mais vulneráveis, pois sentem que têm alguma coisa a perder.
6
Estes professores são comprometidos com o trabalho e envolvem-se intensamente
com suas atividades, sentindo-se desapontados quando não recompensados por
seus esforços. Idealizações em relação ao trabalho e à organização propiciam o
surgimento do Burnout (MASLACH & JACKSON, 1984b).
2.1Ergonomia
Laville (1977) define a ergonomia como uma disciplina científica que pesquisa o
funcionamento do homem em atividade profissional. Ela tem um lugar específico em
relação à Fisiologia e a Psicologia, por estudar o funcionamento do homem dentro
das condições constrangedoras dos meios de trabalho, de duração, de ambiente e
ao que se opõe aos seus ritmos biológicos, não se reduzindo apenas a adição de
atividades físicas, sensórias e mentais. O homem na organização do trabalho é
considerado indivíduo e participante do grupo de trabalho interagindo com seus
colegas, supervisores, chefe e sua família, com suas habilidades, capacidades e
limitações.
De acordo com Silvany Neto et al (1998, p.117), um estudo desenvolvido pelo
Sindicato dos Professores no Estado da Bahia, em parceria com o Departamento de
Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia,
denominado: “Investigação das Condições de Saúde e Trabalho dos Professores da
Rede Particular de Ensino”, revelou que as queixas mais freqüentes a respeito das
condições de trabalho foram o esforço físico (trabalho em pé, escrita no quadro
negro, subir e descer escadas), bem como a exposição ao pó do giz, ritmo acelerado
de trabalho, ambiente intranquilo e estressante. Entre os problemas de saúde
assinalados pelos professores, na pesquisa feita pelos autores, destacaram-se os
ligados às repercussões da atividade profissional no funcionamento psicoemocional
(cansaço mental, nervosismo, irritabilidade, rebaixamento da autoestima), ao uso
contínuo da voz (dor de garganta, rouquidão, calos nas cordas vocais), e à postura
corporal (varizes, dores nas pernas, nas costas, na coluna).
Em 2009, o Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisa de Saúde e
dos Ambientes de Trabalho – DIESAT, o Sindicato dos Professores do Estado do
Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), realizou-se uma pesquisa e notificou várias
Instituições de Ensino no Rio Grande do Sul para verificar se estas direcionavam
sua atenção para um meio ambiente de trabalho saudável aos professores. Os
7
resultados da pesquisa apontaram uma série de dados preocupantes: 10% dos
entrevistados usavam medicamentos para memória e 59% tiveram dificuldades para
dormir nos últimos seis meses anteriores ao questionário. Entre os problemas
relacionados ao meio ambiente de trabalho, 59% apresentaram doenças físicas ou
mentais, destes, 38% tiveram de se ausentar em virtude destes problemas pelo
menos uma vez e 89% dos professores sentem dores frequente. O esgotamento
laboral foi apontado por 78% dos entrevistados, sendo que 41% sentem-se
frequentemente irritados no trabalho.
A legislação trabalhista brasileira criou mecanismos para conter ou minimizar
problemas relacionados ao exercício do trabalho. É direito constitucional e de
proteção internacional a manutenção de um meio ambiente saudável. O Grupo de
Trabalho denominado “Seguridad en el medio ambiente de trabajo”, formado pela
Organização Internacional do Trabalho – OIT –atribui ao meio ambiente laboral que
faça contenção de danos à saúde do trabalhador os tatus de direito fundamental:
“[...] o direito à segurança e à higiene no trabalho é também, num
sentido amplo, um direito humano, tal como prevê o Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais das
Nações Unidas, pois corresponde ao direito à vida e à integridade
física das pessoas.”
Algumas das doenças relacionadas à Ergonomia são: Lombalgia, Varizes,
LER/DORT (escolioses e problemas nas articulações do cotovelo e das mãos),
Inchaços dos ombros e Bursite; Síndrome do túnel do carpo.
A Norma Técnica do INSS sobre DORT (Ordem de Serviço 606 de 5/8/1998)
conceitua as lesões por esforços repetitivos como uma síndrome clínica
caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não por alterações objetivas e que
se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores
em decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos.
O diagnóstico anatômico preciso desses eventos é difícil, particularmente em casos
subagudos e crônicos e o nexo com o trabalho tem sido objeto de questionamento,
apesar das evidências epidemiológicas e ergonômicas. Os sinais e sintomas das
LER/DORT são múltiplos e diversificados destacando-se:
8
• dor espontânea ou à movimentação passiva, ativa ou contra resistência;
• alterações sensitivas de fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamento,
sensação de diminuição, perda ou aumento de sensibilidade, “agulhadas”, choques;
• dificuldades para uso do membro, particularmente das mãos, e mais
raramente;
• sinais flogísticos e áreas de hipotrofia ou atrofia.
As DORT, conhecidas no passado como Lesões por Esforços Repetitivos
(LER), são lesões cumulativas de esforço excessivo e inadequado em ossos,
nervos, tendões e músculos. São comuns em membros superiores, como mãos,
punhos, braços, antebraços, ombros e coluna cervical. Encontram-se entre as
recomendações para a redução de impactos das DORT a diminuição da pressão em
trabalhos, seja de ordem física ou psicológica, a redução da repetição de tarefas e o
estabelecimento de pausas. Também podem ser promovidos ajustes no posto de
trabalho no que diz respeito aos móveis, que permitam uma postura mais saudável e
confortável, obedecendo às formas antropométricas do trabalhador, dentro das
tarefas abordadas (MÁSCULO et al, 2011).
9
Lombalgia é a dor na região da coluna lombar. É um sintoma e não uma
doença, sendo que 90% da população apresentaram ou vão apresentar pelo menos
um episódio de dor durante a vida. Não difere por gênero, porém com o passar dos
anos as mulheres começam a sentir mais o sintoma devido à menopausa e como
consequência da osteoporose. A lombalgia é a segunda causa de procura médica
causada por doenças crônicas, superando o câncer, o acidente vascular cerebral e
até mesmo a AIDS. Nos países desenvolvidos é a principal incapacidade em
trabalhadores com idade inferior a 45 anos (MÁSCULO et al., 2011).
10
3. ESTUDO DE CASO
O estudo de caso é uma metodologia de investigação particularmente apropriada quando procuramos compreender, explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos, nos quais estão simultaneamente envolvidos fatores. Este método é adequado quando pretendemos definir os tópicos de investigação de forma abrangente, quando queremos considerar a influência do contexto de ocorrência do fenômeno em estudo. (Yin, 1993).
O estudo de caso foi desenvolvido em um estabelecimento de ensino, em
Irati. O estabelecimento dispõe de curso profissionalizante como Técnico em Meio
Ambiente, Técnico Florestal e Técnico em Segurança do Trabalho. Foram
analisados os aspectos físicos de alguns ambientes do Colégio e também os
aspectos ergonômicos dos professores.
3.1 Definições e conceitos
3.1.1 Higiene ocupacional
É a ciência e arte dedicada à prevenção, reconhecimento, avaliação e controle
dos riscos existentes ou oriundos nos locais de trabalho, os quais podem prejudicar
a saúde e o bem-estar das pessoas no trabalho, enquanto considera os possíveis
impactos sobre o meio ambiente em geral.
3.1.2 Riscos ambientais
Para efeito da NR-9, item 9.1.5, que trata do PPRA, são considerados riscos
ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos que, em função de sua
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, forem capazes de
causar dano à saúde do trabalhador.
a) Riscos Físicos
São diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores. Devem ser considerados, durante as avaliações, os agentes físicos
que se apresentam nas seguintes formas de energia:
Ruído; Vibração; Pressões Anormais; Temperaturas Extremas; Radiações
Ionizantes; Radiações Não-Ionizantes; Infra-som e Ultra-som.
b) Riscos químicos
11
São as substâncias compostas ou produtos que possam penetrar no organismo
pela via respiratória, ou pela natureza da atividade de exposição possam ter contato
através da pele ou ser absorvidos pelo organismo por ingestão: Poeiras; Fumos;
Névoas; Neblina; Gases e Vapores.
c) Riscos biológicos
São os seguintes agentes biológicos que se apresentam nas formas de
microorganismos e parasitas infecciosos vivos e suas toxinas, tais como: Bactérias;
Bacilos; Parasitas; Protozoários e Vírus.
d) Riscos ergonômicos
São ocasionados por esforço intenso, levantamento e transporte manual de
peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição
de ritmos excessivos, trabalha em turno e noturno, jornadas de trabalho
prolongadas, monotonia e repetitividade e outras situações causadoras de stress
físico e/ou psíquico.
e) Riscos de acidentes
São ocasionados por arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos
sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada,
eletricidade, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado,
animais peçonhentos, outras situações de risco que poderão contribuir para a
ocorrência de acidentes.
3.3 DESENVOLVIMENTO DO PPRA:
Foi desenvolvido o PPRA com o auxílio dos alunos do Terceiro Semestre do
Técnico em Segurança do Trabalho e realizada a vistoria em alguns dos ambientes,
como salas de aula, biblioteca e secretaria.
3.4 IMPORTÂNCIA DO PPRA
Em 29 de dezembro de 1994, a Portaria n° 25 aprovou o texto da Norma
Regulamentadora de nº 9, “NR-9”, que estabelece a obrigatoriedade da elaboração e
implantação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
– PPRA.
12
O PPRA está descrito nesse documento-base que contém os aspectos
estruturais do programa, a estratégia e metodologia da ação, a periodicidade e a
forma de avaliação do desenvolvimento do programa e o planejamento anual com o
estabelecimento das metas e serem cumpridas com os prazos para sua
implementação conforme o cronograma anual.
É importante frisar que o PPRA é uma ferramenta de extrema importância para
a segurança e saúde dos empregados, proporcionando identificar as medidas de
proteção do trabalhador a serem implantadas, servindo também, subsídios para a
elaboração do Programa de Controle Medico de Saúde Ocupacional – PCMSO,
previsto na Norma Regulamentadora NR-7.
O PPRA tem como objetivo a preservação da saúde e a integridade física dos
trabalhadores, por meio do desenvolvimento das etapas de antecipação,
reconhecimento, avaliação e consequentemente, o controle da ocorrência de
problemas oriundos dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir, nos
locais de trabalho, levando-se sempre em consideração a proteção do meio
ambiente e dos recursos naturais.
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa,
no campo da saúde e da integridade física dos trabalhadores, estando articulado
com o disposto nas demais Normas Regulamentadoras da portaria supracitada.
• Equipamentos/Instrumentos utilizados para o levantamento quantitativo dos
riscos:
A quantificação do Nível de Pressão Sonora (NPS) foi realizada com o auxilio
do instrumento descrito abaixo:
*Decibelímetro Modelo : MSL-1352C - Instrumento digital portátil, com LCD de 4 dígitos, de
acordo com a norma IEC651 Tipo II, com interface RS-232 e software, com registro de
máximo e mínimo, resposta rápida (FAST) e lenta (SLOW), microfone de eletreto de 1/2",
faixa dinâmica de 100dB, precisão de +/-1.5dB (94dB/1kHz), ponderação A e C em
freqüência e faixa de medida de 30dB a 130Db .
A quantificação dos Níveis de Iluminamento (em Lux) foi realizada com o
auxílio do instrumento descrito abaixo:
13
*LUXÍMETRO Digital modelo LD-205 A - variação de A= 0~1, 999/B=2,00 ~ 19, 990(X10
lux) / C= 20, 000~50, 000(X100 lux), célula censora separada do corpo do instrumento e
interligada por um fio de um metro, podendo fazer leitura sem a interferência de sombras ou
penumbras do operador;
*Fabricante: INSTRUTHERM INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO LTDA digital com a
fotocélula posicionada no plano de trabalho dos operadores avaliados, sendo as medições
do nível de Ilumina mento realizadas em LUX.
3.5 RECONHECIMENTO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS POR SETOR
SETOR: Salas de Aula (16) GRUPO HOMOGENEO DE
EXPOSIÇÃO: A
FUNÇÕES DO SETOR: Salas de Aula
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:
Ministrar as disciplinas do curso profissionalizante
• Identificação dos Riscos Ambientais
GHE – salas de aula
Risco Físico: Sim Agentes: Ruído e Iluminância
Nível médio de Ruído encontrado em dB (A): 54,5 dB (A)
Tempo de exposição (horas): Jornada de trabalho – 4 h e meia (aulas de
50min.)
Característica do Ruído: Intermitente Impacto: Não
Limite de Tolerância (NR-15 - 8hrs): 85,0dB (A) MÁX. 115,dB (A)
Medidas de Controle: Não se aplica
Iluminância (LUX) 627 lux Nível Mínimo (LUX) NBR 5113 ABNT : 300
14
lux
Risco Químico: Não evidenciado Medidas de controle: Não se aplica
Risco Biológico: Não evidenciado Medidas de controle: Não se aplica
Risco de Acidentes: Sim Agentes: Diversos (Fogo/ Quedas e
outros)
Medidas de Controle: Cronograma de Ações
Risco Ergonômico: sim Agentes: Postura Inadequada por
Longo Período de Tempo.
TABELA1: IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS EM SALA DE AULA.
SETOR: Biblioteca GRUPO HOMOGENEO DE EXPOSIÇÃO: B
FUNÇÕES DO SETOR: Assistente Pedagógico
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:
Organiza materiais relativos à biblioteca, livros, enciclopédias e outros
materiais. Orienta os alunos quanto ao uso desses materiais.
• Identificação dos Riscos Ambientais
GHE – Biblioteca Homens - 00 Mulheres - 01
Risco Físico: Sim Agentes: Ruído e Iluminância
Nível médio de Ruído encontrado em dB(A) : 35,3 db(A)
Tempo de exposição (horas): Jornada de trabalho – 8 horas
Característica do Ruído: Intermitente Impacto: Não
Limite de Tolerância (NR-15 - 8hrs): 85,0 dB (A) MÁX. 115,0dB
(A)
Medidas de Controle: Não se aplica
Iluminância (LUX) 599 lux Nível Mínimo (LUX) NBR 5113 ABNT: 300 lux
Risco Químico: Não evidenciado Medidas de controle: Não se aplica
15
Risco Biológico: Não evidenciado Medidas de controle: Não se aplica
Risco de Acidentes: Sim Agentes: Diversos (Fogo/ Quedas e
outros)
Medidas de Controle: Cronograma de Ações
Risco Ergonômico: sim Agentes: Postura Inadequada por Longo
Período de tempo.
TABELA 2: IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS NA BIBLIOTECA.
SETOR: SECRETARIA GRUPO HOMOGENEO DE EXPOSIÇÃO: C
FUNÇÕES DO SETOR: Coordenadora Administrativa e Assistente
Administrativa
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:
Executam serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, administração,
finanças e logística; tratam de documentos variados, cumprindo todo o
procedimento necessário referente aos mesmos; preparam relatórios e
planilhas; executam serviços gerais de escritórios.
• Identificação dos Riscos Ambientais
GHE – SECRETARIA Homens - 03 Mulheres - 02
Risco Físico: Sim Agentes: Ruído e Iluminância
Nível médio de Ruído encontrado em dB (A): 35,3 dB (A)
Tempo de exposição (horas): Jornada de trabalho – 8 horas
Característica do Ruído: Intermitente Impacto: Não
Limite de Tolerância (NR-15 - 8hrs): 85,0dB (A) MÁX. 115,0dB
(A)
16
Medidas de Controle: Não se aplica
Iluminância (LUX) 623 lux Nível Mínimo (LUX) NBR 5113 ABNT : 300
lux
Risco Químico: Não evidenciado Medidas de controle: Não se aplica
Risco Biológico: Não evidenciado Medidas de controle: Não se aplica
Risco de Acidentes: Sim Agentes: Diversos (Fogo/ Quedas e
outros)
Medidas de Controle: Cronograma de Ações
Risco Ergonômico: sim Agentes: Postura Inadequada por Longo
Período de tempo.
TABELA 3: IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS NA SECRETARIA.
4.ANÁLISE AMBIENTAL
Conforme dados acima, podemos observar que em todos os setores foram
apresentados níveis de pressão sonora (ruído) e iluminamento dentro do
recomendável pela legislação vigente. Portanto, é dispensado o uso de EPIs e
outras correções a nível preventivo.
Riscos de natureza biológica, não foram evidenciados.
4.1RECOMENDAÇÕES QUANTO AOS RISCOS FÍSICOS:
� Aspectos para reduzir a fadiga dos olhos:
A. Uma mistura de luz incandescente e fluorescente é habitualmente mais
confortável. O aspecto mais importante da iluminação é reduzir o encadeamento e
as reflexões da luz no monitor do seu computador, em vidros próximos ou ainda
objetos ou superfícies com altas propriedades refletoras. Uma vez que as condições
de iluminação variam ao longo do dia, nomeadamente as intensidades, serão
necessários ajustamentos ao longo do dia.
B. Um aspecto também importante diz respeito à iluminação dos documentos que
está a ler, a estudar, ou a transcrever para o seu computador. Esses documentos ou
livros devem estar bem iluminados, através de uma lâmpada individual e orientados
para a área onde se encontra o documento. Para este tipo de rotinas de trabalho
17
existem também no mercado suportes para fixar documentos e torná-los assim mais
acessíveis aos olhos, sem que para tal o utilizador tenha que fazer esforços
prolongados para poder ler, nomeadamente nos olhos, no pescoço, nas costas, etc..
� Aspectos para uso correto do monitor:
A. Muitos cometem o erro de colocar o monitor e o teclado ou à esquerda ou à
direita da secretária ou ambos do mesmo lado. Se trabalhar com um computador de
forma prolongada, o teclado e o monitor devem estar colocados diretamente à sua
frente da sua posição sentado. O monitor deve estar cerca de 45 a 75 cm de
distância dos seus olhos ou à distância de um braço (esticado).
Figura 2- Exemplo de mesa de trabalho para computador, periféricos e espaço de
trabalho
B. O topo do monitor deve estar ao nível dos olhos porque estes estarão na sua
posição mais confortável mesmo em frente, mas levemente para baixo (não exigindo
esforço adicional da cabeça e do pescoço).
18
Figura 3 - Exemplo de mesa de trabalho para um ou dois monitores
C. Ainda no aspecto da saúde dos olhos, certifique-se que foram examinados
recentemente e se precisar de correção consultar um profissional da saúde que
saberá dar sugestões quanto ao tempo de uso do computador e quanto à distância a
que deve estar o monitor de computador dos olhos. A concentração excessiva e
ininterrupta do monitor poderá causar danos. A figura 4 mostra como deve ser a
posição ideal para o trabalhador que utiliza do computador:
Figura4: Posição ideal para utilização do computador
Os aspectos relacionados com as características dos equipamentos, a
organização do posto de trabalho, os mobiliários utilizados, os comportamentos
físicos mais comuns dos que trabalham deverão ser observados no sentido de
minimizar alguns efeitos contrários à saúde do trabalhador. Estes aspectos são de
grande importância até pelo fato de que os envolvidos são professores, técnicos e
encarregados pela educação. Essas informações poderão contribuir para melhorar o
desempenho profissional dos nossos professores e vir a ter efeitos positivos em
todos os setores do estabelecimento.
4.2RISCOS DE ACIDENTES
4.2.1Arranjo Físico – Recomendações
19
Assegurar que o piso dos locais de trabalho esteja sempre limpo; seco e
desobstruídas principalmente as vias de passagens que necessitem de trânsito
constante.
4.2.2 Sinalização
A Sinalização quanto ao piso, se o mesmo estiver molhado, deve ser
realizada como mostra a figura5.
.
Figura 5: Sinalização piso molhado
É dispositivo (avisos de advertência, atenção, cuidado) que devem ser
mantidos nas dependências do Estabelecimento par informar as pessoas que
trabalham e ou visitam o local sobre os procedimentos de prevenção de acidentes.
Nos locais sinalizados por placas e faixas, os funcionários deverão seguir
obrigatoriamente a sinalização. Ex: “Nesta Área é Obrigatório o Uso de Protetor
Auricular” - “Proibido Fumar” – “É obrigatório o Uso de Máscara Respiratória”.
Deve-se orientar para que as pessoas que visitam e transitam pelos setores
do estabelecimento, também respeitem as sinalizações.
4.3RISCOS ERGONÔMICOS
São os riscos introduzidos no processo de trabalho por agentes inadequados
às limitações dos seus usuários. São relacionados com fatores fisiológicos e
20
psicológicos inerentes à execução das atividades profissionais tais como postura,
confortos, esforços repetitivos, entre outros. Caracterizam-se por terem uma ação
em pontos específicos do ambiente, e por atuarem apenas sobre as pessoas que se
encontram utilizando o agente gerador do risco (RODRIGUES, 2003;
INTRODUÇÃO, 2001).
No trabalho, a postura adotada é frequentemente determinada pela natureza
da tarefa ou do posto de trabalho (Dul e Weerdmeester, 2004). O que implica dizer
que algumas profissões requerem a postura em pé, como é o caso dos professores,
que na maioria do tempo em sala de aula, ficam em pé.
Na coluna vertebral, essas dores são geneticamente denominadas de
cervicalgias (dores na coluna cervical), dorsalgias (dores na região dorsal) e
lombalgia (dores na região lombar) e constituem a maior causa isolada de distúrbios
da saúde pública na sociedade moderna, incapacidade por parte dos acometidos e
de decréscimo permanente ou temporário da capacidade laboral entre pessoas
produtivas. A sua incidência pode chegar a 70% a 80% da população, com algum
episódio de dor forte nas costas, ao longo da vida, tanto nos segmentos da coluna
cervical, no segmento dorsal, porém mais frequentemente na região lombar (VIEIRA
e KUMAR, 2004; COUTO, 2007; TEODORI et al, 2005 e PIVETTA e
PIVETTA,1993).
O método Owas (Ovaco Working Posture Analysing System) foi idealizado por
três pesquisadores finlandeses que trabalhavam em uma empresa siderúrgica:
Karku, Kansi eKuorinka, em 1977. O objetivo principal é identificar, registrar e
mapear as posturas assumidas e adotadas durante o trabalho, por meio de sistema
de codificação das várias fases das atividades laborativas (DINIZ, 2008). A
elaboração do método Owas abrangeu as análises das principais posturas adotadas
na indústria. Encontraram-se 72 posturas típicas, que resultaram em diferentes
combinações das posições do dorso (quatro posições típicas), braços (três posições
típicas) e pernas (sete posições típicas) (IIDA, 2005). Diniz (2008) descreve a
combinação do sistema de codificação:
• Dígito 1- Costas (4 posições típicas): 1 para costas eretas, em posição neutra; 2
para flexão ou extensão de tronco; 3 para inclinação ou rotação de tronco; 4 para a
combinação de movimentos, flexão e rotação, por exemplo.
• Dígito 2- Braços (3 posições típicas): 1 para ambos os braços, abaixo do nível
da altura dos ombros; 2 para pelo menos um dos braços, no nível ou acima do nível
21
da altura dos ombros; e 3 para ambos os braços, no nível ou acima do nível da
altura dos ombros.
• Dígito 3- Pernas (7 posições típicas) : 1 para a postura sentado; 2 para a postura
de pé,com ambas as pernas eretas, na postura neutra; 3 para a postura de pé, com
o peso do corpo distribuído em apenas uma das pernas; 4 para a postura de pé ou
agachado, com ambos as pernas em flexão; 5 para a postura de pé ou agachado,
com apenas uma das pernas em flexão; 6 para ajoelhado, com um ou ambos os
joelhos; e 7 para posturas dinâmicas, como caminhando, se movimentando.
• Dígito 4 – Força ou Carga envolvida (3 posições típ icas) : 1 para peso ou força
envolvida com 10 kg ou menos; 2 para peso ou força envolvida entre 10 kg e 20 kg;
e3 para peso ou força envolvida acima de 20 kg, ou seja, a combinação entre os
códigos dos segmentos corporais já descritos (costas, braços e pernas) e o peso ou
força exercida, representados por dígitos/número, codificando assim cada postura
assumida.
A Figura 6 apresenta o registro dessas combinações das posturas,
categorizadas pelo método Owas.
22
Figura 6: Dígitos para o código que descreve as posturas pelo OWAS. Fonte:
Iida (2005).
A combinação do sistema de codificação das costas, braços, pernas e das
forças determinam o efeito que essa postura produz sobre o sistema
musculoesquelético, classificando-a em quatro categorias, segundo Corlett et al.
(1986):
• Categoria 1 : postura adequada, que não sobrecarrega o sistema
musculoesquelético e não necessita de medidas corretivas;
• Categoria 2 : postura com esforço moderado do sistema musculoesquelético,
não havendo necessidade imediata de mudança, com medidas corretivas no futuro;
• Categoria 3 : postura com sobrecarga do sistema musculoesquelético, requerendo
mudanças;
23
• Categoria 4 : postura com extrema sobrecarga no sistema
musculoesquelético,requerendo mudanças imediatas na postura.
O método dispõe de um software denominado “Win-Owas” (disponível online no site
www.turva.me.tut.fi/owas da Tempere University of Technology – Tempere –
Finland), que automatiza o processo e apresenta ferramentas gráficas que auxiliam
na visualização da análise. Para o registro da análise das posturas, são necessários
instrumentos de medição adequados na coleta de dados, para posteriormente serem
lançados no programa. Tais registros devem ser feitos através de fotografia,
observações diretas, filmagens e entrevistas com os envolvidos, para que o
pesquisador possa se inteirar, o máximo possível, dos constrangimentos exigidos
pelo cargo (PONTES, 2005).
Tendo em vista os riscos ergonômicos apontados, segue algumas sugestões
para amenizar esses riscos:
A NR 17 destaca que os mobiliários do posto de trabalho devem ser
adequados ao trabalhador, planejado e adaptado.
Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes
requisitos mínimos de conforto:
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c) borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
4.4 Ginástica Laboral:
O primeiro registro desta atividade data de 1925 na Polônia, onde chamada de
ginástica de pausa e destinada a operários. Na Holanda, Veldkamp fez experiências
com a ginástica de pausa alguns anos depois de1925. Na Rússia, aproximadamente
cinco milhões de operários em cento e cinquenta mil empresas praticam ginásticas
compensatórias adaptadas a cada ocupação (CAÑETE, 1995).
A Ginástica Laboral é uma atividade física que trabalha a mente, o corpo, auto-
estima, os relacionamentos interpessoais aplicados no ambiente de trabalho durante
o expediente. Para Kolling (1980), a G.L. é um repouso ativo que aproveita as
pausas regulares durante a jornada de trabalho, para exercitar os músculos
correspondentes e relaxar os grupos musculares que estão em contração durante o
trabalho, tendo como objetivo a prevenção da fadiga.
24
Evitar o sedentarismo e uma ação importante e Kraus (1991), citado por
Piovesan (2002), afirmou que ao se adotar um estilo de vida sedentário, o corpo
realiza sempre os mesmos movimentos e utiliza sempre os mesmos músculos e
articulações, causando um desequilíbrio mecânico, encurtamentos e
enfraquecimentos dos músculos, podendo ocorrer desvios posturais e dores na
coluna.
Através da Ginástica Laboral, tem-se um incremento na produtividade,
disposição profissional, conscientização de práticas saudáveis e assim faz-se
cumprir a NR17.
Os exercícios que envolvem a ginástica laboral são a melhor maneira de
evitar as lesões por esforços repetitivos no dia a dia.
A figura 7 mostra como se pode iniciar com o alongamento:
Figura 7: Exercícios de alongamento.
4.5 Objetivos da Ginástica Laboral:
Para a Empresa a prática da atividade física pode contribuir para:
� Diminuir os acidentes de trabalho;
� Diminuir o absenteísmo e a rotatividade;
� Incrementar a responsabilidade social;
25
� Prevenir e reabilitar as doenças ocupacionais;
Para os trabalhadores:
� Aumento de ânimo e disposição para o trabalho;
� Melhora a postura e os movimentos executados durante o trabalho;
� Promove o bem-estar geral;
� Melhora a qualidade de vida;
� Combate o sedentarismo;
� Previne a fadiga muscular;
� Diminui o estresse ocupacional;
� Promove a consciência corporal;
� Melhora o relacionamento interpessoal
� Diminui as queixas dolorosas;
� Diminui os afastamentos por D.O.R.T. (Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho);
� Melhora a adaptação ao posto de trabalho.
4.6 RECOMENDAÇÕES DE GINÁSTICA LABORAL:
• Priorize o momento da ginástica, lembre-se que este talvez possa ser o único
momento do dia para você preparar ou distensionar sua musculatura e interagir com
os colegas de forma mais descontraída.
• Velocidade de execução dos exercícios deve ser lenta e moderada, de forma que
proporcione ao executante conforto e maior consciência corporal.
• Os exercícios devem ser coordenados com a respiração. A respiração aumenta a
oxigenação muscular e cerebral além de promover sensação de relaxamento e bem
estar;
• Tenha atenção com a postura, ela garante maior segurança e eficácia dos
exercícios;
• Utilize os exercícios durante a sua rotina de trabalho para desfazer as tensões
adquiridas ao longo do dia.
26
• Motivar os colegas á participar do Programa de Ginástica Laboral, pois ele é um
benefício valioso que irá ajudar a melhorar a qualidade de vida.
27
5. CONCLUSÃO
Ao término deste trabalho, pode-se concluir que no que diz respeito aos riscos
físicos, está de acordo com as Normas Vigentes. Será necessário, no entanto,
refazer o PPRA a cada ano, para poder observar quanto aos riscos físicos se estes
permanecem adequados ao exercício da atividade. Nos riscos ergonômicos, a
recomendação, é que sejam feitas pausas a cada cinqüenta minutos trabalhados,
realizados alongamentos para que a incidência de lesões por esforços repetitivos ou
posturas inadequadas seja neutralizada.
A saúde e bem estar físico e mental dos profissionais da educação, é de
grande importância, não só para os próprios profissionais como também para toda a
sociedade. São profissionais que desempenham um papel importante como
educadores, colaboradores de uma sociedade mais justa e igualitária.
Com este trabalho espera-se colaborar para o reconhecimento do professor,
um profissional que tem uma dedicação total para com aqueles que estão sobre
seus cuidados e que nos dias atuais não está obtendo a valorização ideal.
Diante disso, espera-se que as condições de trabalho docente em sala de
aula, sejam sempre observadas e as ações concretas para a elaboração do
proposto sejam planejadas e executadas a fim de melhores condições de trabalho
para todos.
28
6. REFERÊNCIAS
ARANTES, Delaíde Alves Miranda. Doença Ocupacional e Estabilidade no
Emprego. A saúde dos trabalhadores na Educação. In: Direitos trabalhistas e
previdenciários dos trabalhadores no ensino privado. São Paulo: Ltr, 2008.
CAÑET, M. I. A Experiência com a ginástica laboral nas empresas do Rio
Grande do Sul. 1995. Dissertação (Mestrado em Administração). Programa de Pós-
Graduação em Administração, UFRGS, Porto Alegre.
COUTO, H. A. Doenças Osteomusculares Relacionadas com o Trabalho :
Coluna e Membros Inferiores. In: MENDES, R. (Org.). Patologia do trabalho . 2.
Ed. Atual. E ampl. São Paulo; Rio de Janeiro; Ribeirão Preto; Belo Horizonte:
Atheneu, 2007. V.2.
DINIZ, R. L. A confiabilidade das observações da técnica Owas pa ra avaliação
de posturas ocupacionais. In: Anais do XV Congresso Brasileiro de Ergonomia –
ABERGO – XV Congresso Brasileiro de Ergonomia, 2008, Porto Seguro, 2008.
DOLAN, N. (1987). The relationship between burnout and job satisfacti on in
nurses. Journal of Advanced Nursing, n.12,p. 3-12.
FARBER, B. A. (1991). Crisis in education. Stress and burnout in the american
teacher . São Francico: Jossey-Bass Inc
FRANÇA, H. H. (1987). A Síndrome de " Burnout”. Revista Brasileira de Medicina,
44, n.8, p. 197-199
KOLLING, A. Ginástica Laboral Compensatória. Revista Brasileira de Educação
Física e Desporto. Brasília, 1980.
IIDA, I. Ergonomia : projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
LAVILLE, A. Ergonomia . São Paulo: USP, 1977.
29
MÁSCULO, Francisco Soares; VIDAL, Mario Cesar (org.). Ergonomia: Trabalho
Adequado e Eficiente. 1º edição. Rio de Janeiro: Elsevier/ABEPRO, 2011. 648 p.
MASLACH, C & JACKSON, S. (1984b). Burnout in organizational settings.
Applied Social Psychology Annual, n.5, p.133-153.
MASLACH, C.; SCHAUFELI, W.B. & Leiter, M. P. (2001). Job burnout. Annual
Review Psychology , n.52, p.397-422.
PONTES, H. A incidência da lombalgia em indústria de fundição: um estudo de
caso sob a ótica da ergonomia. [Dissertação de Mestrado]. Ponta Grossa.
UTFPR/PPGEP, 2005. Disponível em:
http://www.pg.cefetpr.br/ppgep/dissertacoes/diss_2005/DISSERTACAO_FINAL_HE
RUS.pdf. Acesso em 20 jan. 2008.
PIOVESAN, A.J. et al. Adiposidade corpórea e tempo de assistência a TV em
escolares de 12 a 14 anos de duas regiões geográfic as do Município de Campo
Grande. MS: Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano,
2002.
PIVETTA, M.; PIVETTA, S. Proteja a sua Coluna . Tradução: Maria Cristina Milani
de Moraes. São Paulo: Grupo Editorial Moreira Jr, 1993.
RODRIGUES, C.L.P. Apostila de Engenharia de Segurança do Trabalho. 20 03.
Apostila (Curso de Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho).
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
RUDOW, B. (1999). Stress and burnout in the teaching profession: european
studies, issues, and research perspectives. Em Vanderbergue, R. & Huberman,
M. A. (Eds.), Understanding and preventing teacher burnout: a source book of
international practice and research (pp.38-58). Cambridge: Cambridge University
Press.
30
SILVANY NETO, A.M.; ARAUJO, T.M. de; KAWALKIEVICZ, C. Et al. Condições De
trabalho e saúde em professores da rede particular de ensino na Bahia: estudo
piloto. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. São Paulo, v. 24, n. 91/92, p. 115-
124, 1998.
TEODORI, R. M.; ALFIERI, F. M.; MONTEBELLO, M. I. L. Prevalência de
lombalgia no setor de fisioterapia do município de Cosmópolis-SP e o papel da
fisioterapia na sua prevenção e recuperação. Fisioterapia Brasil. V.6, n.2, p. 113-
118, março/abril, 2005.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala de
aula . 6. Ed. São Paulo: Libertad, 1997.
VIEIRA, E. R.; KUMAR, S. Esforço físico ocupacional e saúde músculo-
esquelético. In: Anais do XIII Congresso Brasileiro de Ergonomia - XIII Congresso
Brasileiro de Ergonomia, 2004. Fortaleza, 2004. CD-ROM.
A Ginástica Laboral Compensatória e sua Contribuiçã o á Saúde dos Professores Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2012-8.pdf, acesso em 18/05/2012. A Prescrição da Ginástica Laboral a partir da Avali ação Ergonômica Disponível
emhttp://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUC
ACAO_FISICA/artigos/ginastica-laboral-a-partir-da-avaliacao-ergonomica.pdf;
acesso em 02/06/2012.
Ginástica Laboral . Disponível em http://www.sisprev.com/servicos.php#laboral;
acesso em 10/06/2012.
Artigo - Saúde Mental Docentes Sob Pressão Disponível em
http://www.protecao.com.br/edicoes/12/2011/a5ya; acesso em 10/06/2012.
Saúde do professor e ambiente escolar. Disponível em http://www.sinpro-
rs.org.br/extraclasse/jun05/educacao.asp); acesso em 15/06/2012.
31
A síndrome de Burnout e o trabalho docente Disponível em
http://scielo.br/scielo.php?Script=sci_arttext&pid=S141373722002000100005;acesso
em 16/06/2012.
Definição de estudo de caso . Disponível em http://claracoutinho.wikispaces.com/2-
+Definição+do+Estudo+de+Caso; acesso em 10/07/2012.