rio anil 1 - ana neri educaÇÃo profissional
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ANA NERI EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE
DAYSIANE CARDOSO
JESSIANE FRANÇA
LUCIANA MEDEIROS
POTENCIALIDADES E PROBLEMAS DO
RIO ANIL
São Luís
2013
DAYSIANE CARDOSO
JESSIANE FRANÇA
LUCIANA MEDEIROS
POTENCIALIDADES E PROBLEMAS DO
RIO ANIL
Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Meio Ambiente da escola Ana Neri, como requisito para obtenção parcial de nota à Disciplina Gestão de Recursos Hidrícos.
Orientador. Prof. Esp. Lúcia Gabriela
São Luís
2013
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INTRODUÇÃO
A Bacia Hidrográfica do Rio Anil deve ser considerada fundamental para o
equilíbrio dos ecossistemas locais. O município de São Luis surgiu e cresceu ao
longo dessa bacia, no entanto esses processos acarretaram diversos tipos de
degradação e poluição ambiental causada pela ação antrópica ao longo do curso
d'água, principalmente ao longo da malha urbana. Esses problemas vêm se
acentuando nas últimas décadas, ainda mais com o processo acelerado de
urbanização do município, e que acarretam uma série de consequências negativas
para o Rio Anil e à sociedade. Por esse motivo, necessita-se de um estudo mais
minucioso sobre essa temática, visando identificar alternativas para o combate aos
problemas de degradação e poluição através da análise dos impactos e
consequências provenientes da ocupação desordenada das áreas circunvizinhas do
Rio Anil.
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RIO ANIL E SUAS CARACTERISTICA
A bacia do Rio Anil localiza-se na porção Noroeste de São Luís entre as
latitudes 02º29’14” e 02º34’47” S e as longitudes 44º19’15” e 44º12’55” W limita-se
com as bacias oceânicas ao Norte, com a bacia do rio Paciência a Leste, com a do
Bacanga ao Sul e com a baía de São Marcos a noroeste. Tem suas nascentes
localizadas na Chapada do Tirirical (Bairro Aurora), descendo ao nível do mar
aproximadamente 9,5 Km em linha reta, com o eixo direcional orientado de SE para
NW a partir da nascente.
Dizem que o Anil herdou esse nome, pois suas águas um dia foram tão
límpidas que refletiam o azul do céu, outros dizem que foi em virtude de uma planta
muito comum em suas margens a indigosfera tintórica que, suas folhas ao cair no
leito do rio dissolviam-se e dava-lhe o tom azul. Contudo uma coisa é certa com o
crescimento da cidade de São Luís o Anil nunca mais foi o mesmo e do azul, nem a
sombra.
VEGETAÇÃO
A vegetação original já foi bastante devastada em decorrência da intensa
urbanização ocorrida na área da bacia, o que resulta em graves mudanças impostas
à floresta primitiva. Essa floresta era composta principalmente por mangues que
formavam colônias de vegetação frondosa com um desenvolvido porte arbóreo. Em
virtude do baixo curso ser caracterizado como ambiente estuarino, explica-se então
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o domínio desse tipo de vegetação, visto que o mangue tem sua sobrevivência
ligada a influência das marés de
salinidade. Na área ocorrem as
seguintes espécies de mangue:
Rhizophora mangle, Linnaeus
(mangue vermelho), Lagunculária
racemosa¸Gaeth (mangue branco)
e Avicennia sp. Também ocorre a
presença de outras espécies
como de Igapó: aninga, juçara,
buriti etc, já no terreno de
transição entre a planície flúvio-
marinha e o tabuleiro eram
encontrados indivíduos como: ingá, guarandi e angelim. Em áreas mais elevadas
encontra-se: bacurí, tucum, babaçú, bacaba, ariri e marçaranduba. Indivíduos
remanescentes da floresta de terra firme podem ainda serem encontrados em
algumas nascentes.
OCUPAÇÃO DESORDENADA
Com um crescimento demográfico de aproximadamente 2% ao ano, ao longo dos
últimos 15 anos, os impactos sobre a área da Bacia do Rio Anil se agravaram ainda
mais. Em muitos bairros,
apesar de haver coleta de lixo
constantemente, parte da
população mantém o hábito de
assorear as margens dos rios
jogando resíduos sólidos nas
margens dos rios. Até meados
da década de 1990, a área
utilizada pela prefeitura como
destino final do lixo localizava-
se no Bairro do Jaracaty, às
margens do Rio Anil. Outro impacto comum na região é a poluição por esgotos
domésticos in natura, que é despejado constantemente nos corpos hídricos da Ilha
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diminuindo a flora e fauna aquática, a quantidade de oxigênio dissolvido e causando
a eutrofização dos ambientes fluviais.
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
Nas últimas décadas, principalmente no final do século passado, o
desenvolvimento econômico e social vem sendo executado em bases
profundamente degradadoras. A necessidade de fazer frente às demandas
industriais e agrícolas, incremento populacional, urbanização entre outros,
produziram uma série de impactos ambientais cujos efeitos são compartilhados por
todos. Não é de hoje que o homem costuma lançar seus detritos nos cursos de
água. Até a Revolução Industrial, esse procedimento não gerava tantos problemas,
visto que os rios, lagos e
oceanos possuíam um
considerável poder de
regeneração. Todavia, com o
processo de industrialização,
a situação começou a sofrer
profundas alterações.
O volume de
detritos despejados nas
águas tornou-se cada vez
maior, superando em muito a
capacidade de purificação dos
rios e oceanos, que é limitada. Aliado a isto, passou a ser despejada na água uma
grande quantidade de rejeitos que não são biodegradáveis, ou seja, não são
decompostos pela natureza. Tais elementos vão se acumulando e por sua vez
diminuem a capacidade de retenção de oxigênio das águas e, consequentemente,
prejudicando a vida aquática.
E por está localizada próximo ao centro da cidade, o processo de
urbanização da bacia do rio anil alcança um recobrimento da ordem de 65,2 % de
toda a superfície dos solos disponíveis.
Esse processo de urbanização acarretou impactos os quais podemos
citar:
* Desmatamento – a retirada da cobertura vegetal (principalmente da
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margem esquerda do rio) diminuiu a biodiversidade das plantas e animais causando
impactos diretos sobre a biota bem como à própria população da bacia. Além disso o
descobrimento do solo causou o aumento da erosão, remoção da camada útil do
solo e redução da inflitração fazendo surgir pontos de inundação;
* Impermeabilização do solo – a capacidade de percolação da água
diminuiu o que incrementou o escoamento superficial “rearranjando” o
armazenamento e a trajetória da água, interferindo no ciclo hidrológico e na
morfologia do canal. Tanto o desmatamento quanto a impermeabilização contribuem
para alterações climáticas e/ou hidrológicas na área;
* Mudanças nas condições do sítio urbano – aterros (como feito pelo
supermercado MAKRO no Angelim), terraplanagens, retificações de canais, entre
outros, contribuíram para as modificações nas condições morfológicas da bacia;
* Lançamentos de efluentes – de acordo com dados fornecidos pela
Companhia da Águas e Esgoto do Maranhão (CAEMA), a vazão dos efluentes
sanitários depositados no curso do Anil (incluindo seus principais tributários) era da
ordem de 40.840,22 m³/dia, acrescida de uma taxa de 10% estimada para
habitações não saneadas (início da década de 80), principalmente as construídas
sobre palafitas na periferia dos manguezais.
Cabe ressaltar que, durante cerca de vinte anos (1970-1994), a região do
Jaracati (70 ha) situada na margem direita do rio Anil foi utilizada para a disposição
final de todo lixo urbano da cidade. Operava sob condições sanitárias e ambientais
incompatíveis a sua localização, representando um dos principais focos de vetores
patológicos à saúde pública. Nas proximidades dessa área situa-se o sítio Santa
Eulália onde foi desenvolvido (e abandonado) um projeto para a implantação de
zona residencial, que resultou em um intenso processo de devastação da cobertura
vegetal, permanecendo assim até hoje.
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CONCLUSÃO
A poluição do Rio Anil está relacionada à ocupação desordenada de seus
arredores e ao desmatamento de suas margens. A má infra-estrutura sanitária de
São Luís provoca o lançamento de resíduos sólidos e esgotos em estado in natura,
ocasionando o desaparecimento de alguns dos afluentes do Rio Anil. A
transformação em um vetor de transmissão de doenças para a sociedade é outro
aspecto a ser observado pelos responsáveis pela conservação e revitalização de um
dos principais rios da Ilha do Maranhão.
Dessa forma, a bacia hidrográfica do Rio Anil, no município de São Luís,
Maranhão, Brasil, merece melhor atenção dos órgãos públicos, já que vem
passando por um intenso processo de degradação ambiental ao longo das últimas
quatro décadas decorrentes da expansão urbana desordenada, além dos projetos
de habitações populares que aterraram as margens do Anil para ocupá-las. A
especulação financeira na margem esquerda foi um grande subsídio para a
demasiada expansão do mercado imobiliário para classe média de São Luís,
alterando ainda mais a paisagem natural da área citada.
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REFERÊNCIAS
GEOUFV.Degradação ambiental da bacia hidrográfica do Rio Anil. Disponível em: < www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/resumos_expandidos/eixo3/011 > Acesso em: 11 mar.2013.
O RIO ANIL. Rio Anil. Disponível em: <http://rioanil.blogspot.com.br/search?updated-min=2007-01-01T00:00:00-08:00&updated-max=2008-01-01T00:00:00-08:00&max-results=1>. Acesso em: 10 mar.2013.
SBPCNET. A poluição do Rio Anil. Disponível em:< http://www.sbpcnet.org.br/livro/62ra/resumos/resumos/2478.htm>. Acesso em: 11 mar.2013.