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Universidade de Satildeo Paulo
Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo
Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade
do oacuteleo das sementes de pinhatildeo-manso
Irineu Pedro de Sousa Andrade
Tese apresentada para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em
Ciecircncias Aacuterea de concentraccedilatildeo Engenharia de Sistemas
Agriacutecolas
Piracicaba
2016
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Irineu Pedro de Sousa Andrade
Engenheiro Agrocircnomo
Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das
sementes de pinhatildeo-manso
versatildeo revisada de acordo com a resoluccedilatildeo CoPGr 6018 de 2011
Orientador
Prof Dr MARCOS VINIacuteCIUS FOLEGATTI
Tese apresentada para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em
Ciecircncias Aacuterea de concentraccedilatildeo Engenharia de Sistemas
Agriacutecolas
Piracicaba
2016
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo
DIVISAtildeO DE BIBLIOTECA - DIBDESALQUSP
Andrade Irineu Pedro de Sousa Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo
das sementes de pinhatildeo-manso Irineu Pedro de Sousa Andrade - - versatildeo revisada de acordo com a resoluccedilatildeo CoPGr 6018 de 2011 - - Piracicaba 2016
158 p il
Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo
1 Jatropha curcas L 2 Manejo hiacutedrico 3 Fertilizaccedilatildeo mineral 4 Biocombustiacuteveis I Tiacutetulo
CDD 63385 A553i
ldquoPermitida a coacutepia total ou parcial deste documento desde que citada a fonte ndash O autorrdquo
3
Dedico Aos meus pais Pedro Miguel de Andrade e Antonia Maria de Souza Conrado
Agrave minha irmatilde Camila Souza de Andrade
Agrave minha namorada Natiele Moura Ferreira
Agrave DEUS meu guia
e consolador
companheiro de
todos os
momentos
Ofereccedilo
4
5
AGRADECIMENTOS
Agrave Deus por toda a sauacutede determinaccedilatildeo e sabedoria que tem me concedido ateacute entatildeo
a companhia sublime do Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus na minha vida nesses uacuteltimos anos aliado
com a intercessatildeo da sempre Virgem Maria A Tua Graccedila me basta
Aos meus pais Pedro Miguel e Antonia Maria por toda educaccedilatildeo amor e carinho que
vocecircs tem me dado Este trabalho tambeacutem eacute fruto de vocecircs A minha querida irmatilde Camila
que com o seu exemplo de luta e perseveranccedila me inspirou e muito nesses anos de Doutorado
e a todos os meus familiares que sempre me apoiaram e torceram por mim nesta etapa
Agrave minha amada Natiele Moura Ferreira pela sua companhia nesses anos de namoro
e por todo o seu amor e compreensatildeo nos momentos em que passamos juntos (mesmo agrave
distacircncia) Agradeccedilo tambeacutem agrave todos os seus familiares que sempre me acolheram bem nas
minha idas a Petroacutepolis em especial a Marcos Benedito Sandra Cristina Joatildeo Pedro Marcos
Paulo e Vanessa Faustino
Agrave Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz por toda a infraestrutura e ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Sistemas Agriacutecolas pela oportunidade de
realizaccedilatildeo do curso de doutorado onde estendo minha gratidatildeo aos professores pelo
conhecimento partilhado
Ao professor Marcos Viniacutecius Folegatti meu orientador pela confianccedila depositada
desde o iniacutecio e pela sua atenccedilatildeo constante sinceridade amizade e por todas as suas valiosas
orientaccedilotildees sejam no meio profissional-cientiacutefico ou na esfera humana Sinto-me honrado por
ter feito parte da sua equipe
As professoras Dra Patriacutecia Angeacutelica Alves Marques e Dra Thaiacutes Maria Ferreira de
Souza Vieira por todo apoio e auxiacutelio no desenvolvimento desse trabalho
Aos professores Dr Leonardo Duarte Batista da Silva Dr Felipe Gustavo Pilau e Dr
Fabio Ricardo Marin por suas sugestotildees e opiniotildees no exame de qualificaccedilatildeo para a melhoria
e engrandecimento dessa pesquisa em especial ao Dr Leonardo pelo apoio e amizade em
todos os momentos
Aos funcionaacuterios do Departamento de Engenharia de Biossistemas Gilmar Batista
Grigolon Paula Alessandra Bonassa Antocircnio Agostinho Gozzo (Seu Antocircnio) Acircngela
Maacutercia Derigi Silva Davilmar Aparecida Colevatti Heacutelio de Toledo Gomes Luiz Custoacutedio
Camargo e Paula Leme Mendes pela atenccedilatildeo e disposiccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo dos trabalhos
Aos meus amigos membros do grupo de pesquisa com quem compartilhei
conhecimentos e experiecircncias Joatildeo Paulo Bruno Lena Adriano Diotto Ciacutecero Renecirc Eder
6
Fanaya Jr Otaacutevio Neto e Jefferson Joseacute obrigado pelos momentos de companhia dentro e
fora da aacuterea experimental e da Esalq Este trabalho tem a colaboraccedilatildeo concreta de cada um e
tambeacutem eacute de vocecircs
Aos meus amigos de poacutes graduaccedilatildeo Hermes da Rocha Kaline de Melo Marco
Bragaia Osvaldo Neto Joseacute Leocircncio Conan Salvador Marinaldo Pinto Dinara Alves
Marcos Amaral Daniel Leal Wagner Woff Eusiacutemio Fraga Fernando Barbosa Lucas da
Costa Santos Rony Sampaio Rogeacuterio Lavanholi Jeacutefferson Costa Ana Paula Damasceno
Fabriacutecio de Oliveira Luiacutes Carvalho Roberto Marano Timoacuteteo Herculino Thiago Villa
Acaacutecio Perboni Nathalia Alejandra Asdruacutebal Luiz Sobenko pelo bom conviacutevio
Aos professores do departamento do ciecircncias exatas Dr Carlos Tadeu e Dra Renata
Alcarde e aos receacutem doutores Dra Adriele Biase e ao meu amigo Dr Fredy Aguillar por
todo auxiacutelio estatiacutestico que necessitei e pelos esclarecimentos e atenccedilatildeo recebida por todos
Aos meus grandes amigos de feacute do grupo de oraccedilatildeo universitaacuterio (GOU) Aacutegua Viva
Tatiane Tokairin Mateus Mendes Antonio Paacutedua Andrea Domingues Natalia Arruda
Geraldo Costa Mariana Pontin Marina Losi Leandro Silva Andreia Nascimento Anna
Neto Dallila Rezende Fredy Ariane Silveira Baacuterbara Della Antonia Rebecca Riet Ana
Carolina Maacutercio Rezende Vanessa Queiroz e Patriacutecia Souza por todos os momentos de
conviacutevio partilha confraternizaccedilotildees e oraccedilotildees em que passei junto de vocecircs
Aos colegas de moradia que tive ao longo desses trecircs anos Marinaldo Valdevan
Adriano Pablo Conan Maicon Otaacutevio Cibele Cliacutessia Luanna Lilian pela companhia e
momentos de alegria e amizade
Agrave Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) na pessoa dos pesquisadores MSc Alan
Diego da Conceiccedilatildeo Santos e Dr Andersson Barison parceiros nas anaacutelises de ressonacircncia
magneacutetica nuclear
Ao Instituto Federal de Satildeo Paulo campus Matatildeo-SP na pessoa do professor Dr
Danilo Luiz Flumignan pela oportunidade de parceria e por todo o apoio nas anaacutelises de
qualidade de oacuteleo e biodiesel e a todos teacutecnicos de laboratoacuterio e alunos envolvidos na
participaccedilatildeo e auxiacutelio nessas anaacutelises Deixo o meu agradecimento ao CempeqcIQUnesp
campus de Araraquara-SP pelas anaacutelises de cromatografia gasosa
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (Capes) e a
Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) pela concessatildeo da bolsa
de doutorado
Agrave todos que contribuiacuteram de alguma forma para a realizaccedilatildeo deste trabalho Meu
muito obrigado Que Deus na sua infinita bondade abenccediloe a cada um
7
ldquoNatildeo vos lembreis mais dos acontecimentos de
outrora natildeo recordeis mais das coisas antigas porque
eis que vou fazer obra nova a qual jaacute surge natildeo a
vedesrdquo
(Isaiacuteas 4318-19a)
ldquoVontade de Deus eacutes o meu paraiacutesordquo
(Santa Paula Frassineti)
ldquoNatildeo entristeccedila o seu coraccedilatildeo por causa das afliccedilotildees antes
medita na Lei do Senhor e alegra-te pois o Senhor usa de meios
que noacutes natildeo entendemos para testar e treinar a nossa feacute para nos
fortalecer E por mais difiacutecil que seja confie Confie no Senhor e
Ele te abenccediloaraacuterdquo
(Autor desconhecido)
8
9
SUMAacuteRIO
RESUMO 11
ABSTRACT 13
LISTA DE FIGURAS 15
LISTA DE TABELAS 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 25
21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) 25
22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso 29
23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso 34
231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso 35
232 Condiccedilotildees e uso do solo 37
233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso 39
24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis 44
241 Perfil composicional de aacutecidos graxos 45
242 Iacutendices de qualidade 49
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 53
31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental 53
32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental 54
33 Caracterizaccedilatildeo do solo 56
34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo 57
35 Manejo da irrigaccedilatildeo 58
36 Monitoramento da umidade do solo 61
37 Manejo da cultura 62
38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua 63
39 Anaacutelises de crescimento 64
310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 65
311 Iacutendice de clorofila 67
312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 68
3121 Teor de oacuteleo 69
3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo 70
3123 Iacutendice de acidez 71
3124 Iacutendice de iodo 71
10
3125 Iacutendice de peroacutexido 72
3126 Iacutendice de refraccedilatildeo 72
3127 Densidade relativa 73
3128 Estabilidade oxidativa 73
3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos 74
313 Anaacutelise dos dados 75
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 77
41 Monitoramento meteoroloacutegico 77
42 Irrigaccedilotildees realizadas 79
43 Monitoramento da umidade do solo 80
44 Produtividade da cultura 84
45 Produtividade da aacutegua 88
46 Anaacutelise de crescimento 91
47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 109
48 Iacutendice de clorofila 113
49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 120
5 CONCLUSOtildeES 135
REFEREcircNCIAS 137
11
RESUMO
Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das
sementes de pinhatildeo-manso
Com a busca de novas soluccedilotildees para a produccedilatildeo de energia sustentaacutevel novas fontes
renovaacuteveis tecircm sido tema de estudos para o suprimento de energia no mundo diminuindo a
dependecircncia por combustiacuteveis foacutesseis O biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em
substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e com isso muitas espeacutecies oleaginosas tecircm sido estudadas para
esse fim O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) eacute uma espeacutecie da famiacutelia Euforbiaacutecea que tem
se destacado por ser uma planta perene ruacutestica e com elevada produccedilatildeo de oacuteleo O
conhecimento dos efeitos da irrigaccedilatildeo e da fertilizaccedilatildeo nitrogenada no seu cultivo se tornam
relevantes para um melhor manejo dessa cultura Este estudo teve como objetivo principal
avaliar os efeitos de diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na
produtividade no crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no cultivo do pinhatildeo-manso
O experimento foi conduzido em uma aacuterea experimental do Departamento de Engenharia de
Biossistemas da ESALQUSP em Piracicaba-SP Os estudos foram realizados nos anos
agriacutecolas de 20132014 e 20142015 com plantas a partir do terceiro ano de cultivo e
dispostas em espaccedilamento 3 x 4 m totalizando 833 plantas ha-1
Os tratamentos foram
dispostos aleatoriamente em duas aacutereas de cultivo com blocos compostos de quatros
repeticcedilotildees sendo os fatores constituiacutedos de dois manejos hiacutedricos (irrigado e sem irrigaccedilatildeo) e
quatro doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a partir da sua recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo (150
100 50 e 0 de N) Cada aacuterea de cultivo era composta pelo tipo de manejo hiacutedrico
adotado e a anaacutelise dos dados foi feita de forma conjunta como anaacutelise de grupos de
experimentos O sistema de irrigaccedilatildeo utilizado foi o pivocirc central sendo adotado para toda a
aacuterea irrigada o mesmo manejo de irrigaccedilatildeo A irrigaccedilatildeo e as doses de N tiveram influecircncia
positiva nas variaacuteveis de crescimento como altura iacutendice de aacuterea foliar diacircmetro e volume de
copa Todos os teores de clorofila avaliados apresentaram os maiores valores com a praacutetica da
irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicada mas apesar dessa diferenccedila todos os
tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar A produtividade
de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso tambeacutem responderam de forma positiva aos
tratamentos aplicados chegando ateacute a triplicar os seus valores com a praacutetica de irrigaccedilatildeo e da
adubaccedilatildeo de N O teor de oacuteleo por sua vez natildeo mostrou variaccedilatildeo dos tratamentos quanto ao
seu conteuacutedo intriacutenseco por unidade de massa de sementes mas o fator manejo hiacutedrico
influenciou nos valores de alguns iacutendices de qualidade de oacuteleo como acidez iodo peroacutexido e
estabilidade oxidativa nos quais os tratamentos irrigados apresentaram de uma forma geral
os melhores resultados Com isso conclui-se que mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees
adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde bem agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo
nitrogenada aumentando sua produtividade melhorando seu desenvolvimento vegetativo e
qualidade de oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel
Palavras-chave Jatropha curcas L Manejo hiacutedrico Fertilizaccedilatildeo mineral Biocombustiacuteveis
12
13
ABSTRACT
Influence of irrigation and nitrogen fertilization in yield and quality of oil from jatropha
seeds
With the search for new solutions for the sustainable energy production new
renewable energy sources have been the subject of studies for the power supply in the world
reducing dependence on fossil fuels Biodiesel can be used for power generation as a
substitute for oil diesel which have increased the interest on oilseeds crops studies The
jatropha (Jatropha curcas L) is a species of the Euforbiaceae family that has stood out for
being a perennial rustic and high yield of oil plant The knowledge of the effects of irrigation
and nitrogen fertilization on the cultivation become relevant for a better crop management
The main objective of this study was the evaluation of the effects of different levels of
nitrogen fertilization and irrigation on productivity vegetative growth and oil quality in the
jatropha crop The experiment was conducted in an experimental area of the Department of
Biosystems Engineering at ESALQUSP in Piracicaba-SP The studies were conducted in the
agricultural years of 20132014 and 20142015 with plants from the third year of cultivation
arranged in 3x4 meters spacing totaling 833 plants ha-1
The treatments were randomly
arranged in two cultivation areas with blocks composed of four repetitions being the factors
consisted of two water management (irrigated and without irrigation) and four doses of
nitrogen fertilization from its fertilizer recommendation (150 100 50 and 0 N) Each
cultivation area was composed by the type of water management adopted and the data
analysis was made jointly as experiments group analysis The irrigation system used was the
center pivot being adopted for the entire irrigated area the same irrigation management The
irrigation and nitrogen levels had a positive influence on growth variables such as height
diameter and canopy volume All evaluated chlorophyll levels reached the highest values with
the practice of irrigation and higher nitrogen levels applied but despite of this difference all
treated samples showed low correlation with leaf nitrogen content The productivity of seeds
and jatropha oil also responded positively to the treatments applied reaching three times their
values with the practice of irrigation and nitrogen fertilization The oil content did not vary
with treatments as to its intrinsic content per unit mass of seeds and only the water
management factor influenced the values of some oil quality indices such as acidity iodine
peroxide and oxidative stability when the irrigated treatments showed better results in
general Thus it is concluded that even though being adapted to adverse conditions of climate
and soil jatropha responds well to practices of irrigation and nitrogen fertilization increasing
its productivity and improving its vegetative growth and quality of oil for biodiesel
production
Keywords Jatropha curcas L Water management Mineral fertilization Biofuels
14
15
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule
(b) folha (c) pistilo ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte
transversal (f) frutos (g) fruto em corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller
(1996) 26
Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso 39
Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos 46
Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo
meteoroloacutegica 54
Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo 55
Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de
aacutegua do sistema sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I
a irrigaccedilatildeo R o escoamento superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013) 59
Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso 65
Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha
da planta (a) leitura do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as
folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em laboratoacuterio do IAF real da planta com o
equipamento CI-203 (d) 67
Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG 68
Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema
de funcionamento do equipamento (b) 74
Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo da cultura 78
Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura 80
Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo 81
Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos
de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a
sonda de capacitacircncia Diviner 2000 82
Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados 83
Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos
de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda
de capacitacircncia Diviner 2000 83
16
Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de
adubo nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 85
Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de
adubo nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 86
Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos
no terceiro ano de cultivo 88
Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 90
Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo
complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de
cultivo 92
Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de
avaliaccedilatildeo 95
Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico
adotado (b) para o ciclo 201314 96
Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico
adotado (b) para o ciclo 201415 96
Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da
irrigaccedilatildeo complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e
quarto ano de cultivo 98
Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos
de avaliaccedilatildeo 101
Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 102
Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 103
Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo
complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de
cultivo 105
17
Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
107
Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso
em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)
e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 108
Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso
em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)
e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 108
Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200 110
Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada
e do manejo hiacutedrico adotado 111
Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-
manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N
aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 112
Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e
do manejo hiacutedrico (b) para o terceiro ano de cultivo 114
Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto
ano de cultivo 114
Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano
de cultivo 115
Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo 118
Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na
planta (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) 119
Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 123
Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 123
Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso
para todos os tratamentos avaliados 130
18
19
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de
algumas culturas oleaginosas produzidas no Brasil 30
Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros
anos de cultivo 41
Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia 56
Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental 56
Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental 57
Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo 58
Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos
frutos colhidos na aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos 70
Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental 70
Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental
77
Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1
relaccedilatildeo sementefruto (RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1
84
Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1
) em funccedilatildeo do
manejo hiacutedrico e doses de nitrogecircnio aplicado 84
Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo
89
Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314 92
Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415 93
Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 93
Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a
variaacutevel altura no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 94
Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 96
Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico
adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 97
Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314 99
20
Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415 99
Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 100
Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a
variaacutevel diacircmetro de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 100
Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 102
Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo
dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo
hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 104
Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314 106
Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415 106
Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 106
Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 108
Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do
manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 109
Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415 111
Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos
os tratamentos no segundo ano de avaliaccedilatildeo 112
Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico
adotado para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 112
Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila
AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro
ciclo de avaliaccedilatildeo 115
Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila
AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo
ciclo de avaliaccedilatildeo 116
Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo
201415 117
21
Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do
pinhatildeo-manso 118
Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de
clorofila na planta 119
Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) em
sementes de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados 120
Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da
dose de nitrogecircnio aplicada 121
Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade
oxidativa (EO) para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 124
Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico
adotado nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo 125
Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no
ciclo 201314 128
Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no
ciclo 201415 128
Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois
experimentos de manejo hiacutedrico 132
22
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente a maior parte da energia consumida no mundo proveacutem do petroacuteleo do
carvatildeo e do gaacutes natural Entretanto essas satildeo fontes natildeo renovaacuteveis e possuem previsatildeo de
esgotamento em um futuro proacuteximo Aleacutem disso os combustiacuteveis foacutesseis satildeo fontes muito
poluidoras e afetam o meio ambiente de forma severa o que faz a populaccedilatildeo mundial buscar
soluccedilotildees para tais problemas Com a crescente necessidade de encontrar fontes alternativas de
energia para substituir os combustiacuteveis foacutesseis diversas plantas vecircm sendo estudadas por
institutos de pesquisas e empresas A produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por meio do
desenvolvimento dos setores agroenergeacuteticos pode se tornar uma soluccedilatildeo viaacutevel para o
suprimento da demanda energeacutetica mundial
Produzido a partir de fontes renovaacuteveis como oacuteleos vegetais e gorduras animais o
biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e ao oacuteleo
combustiacutevel O uso do biodiesel pode trazer uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo dos
gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre aleacutem de
promover reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis No Brasil a produccedilatildeo do biodiesel
pode cooperar com o desenvolvimento econocircmico de diversas regiotildees do paiacutes uma vez que eacute
possiacutevel explorar a melhor alternativa de mateacuteria-prima em cada regiatildeo Com isso em funccedilatildeo
de fatores como a vasta extensatildeo territorial e a grande diversidade de climas solos e espeacutecies
oleaginosas o Brasil encontra-se em uma situaccedilatildeo bastante promissora
O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) destaca-se entre as oleaginosas com potencial
para a produccedilatildeo de biodiesel Esta cultura eacute apropriada ao cultivo em quase todo o paiacutes devido
a sua rusticidade e agrave resistecircncia a condiccedilotildees adversas de clima e solo (SATURNINO et al
2005) principalmente ao estresse hiacutedrico sendo tolerante agrave seca e podendo ser usada em
aacutereas marginais ou degradadas sem a competiccedilatildeo com culturas para fins de alimentaccedilatildeo
Aliado a esses fatores a alta porcentagem de oacuteleo por unidade de semente dessa espeacutecie em
comparaccedilatildeo com algumas culturas oleaginosas tradicionalmente cultivadas no paiacutes e em
outras regiotildees do mundo atraiacute a atenccedilatildeo de pesquisadores de diversos centros de pesquisa ao
redor do mundo para o conhecimento e o aprimoramento dessa cultura como uma matriz
energeacutetica para a produccedilatildeo de biodiesel
Contudo limitaccedilotildees teacutecnicas tecircm impedido a inserccedilatildeo imediata do pinhatildeo-manso na
matriz energeacutetica brasileira Por se tratar ainda de uma planta natildeo domesticada suas
caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os efeitos do ambiente sobre
24
as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Os resultados de pesquisas com a cultura
no Brasil ainda satildeo incipientes tendo iniacutecio faz pouco mais de dez anos de forma que ainda
haacute grande falta de informaccedilotildees sobre a cultura no paiacutes principalmente no que diz respeito agraves
suas demandas nutricionais e ao seu consumo hiacutedrico
Considerado por apresentar caracteriacutesticas como rusticidade e adaptabilidade a
condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso assim como a maioria das culturas
agriacutecolas possivelmente pode obter uma boa resposta quando suprido das suas necessidades
hiacutedricas e nutricionais A adubaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de aacutegua podem aumentar o rendimento de
sementes e oacuteleo do pinhatildeo-manso Mas a falta de informaccedilotildees sobre o cultivo de plantas
adultas a partir do seu pico de produccedilatildeo (4ordm ano) e da qualidade do seu oacuteleo sob a influecircncia
dessas variaacuteveis natildeo permite que se tenha um adequado manejo hiacutedrico e nutricional da
cultura uma vez que natildeo se conhece a fundo a resposta da planta pois trata-se ainda de uma
cultura com variadas expressotildees agronocircmicas
Sob a hipoacutetese de que o uso da irrigaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de diferentes doses de
nitrogecircnio afetam os componentes de produccedilatildeo o crescimento vegetativo e a qualidade do
oacuteleo do pinhatildeo-manso desenvolveu-se este trabalho com o objetivo principal de avaliar os
efeitos dos diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na produtividade no
crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no terceiro e quarto ano do cultivo de pinhatildeo-
manso (Jatropha curcas L) nas condiccedilotildees edafoclimaacuteticas de Piracicaba-SP Os objetivos
secundaacuterios foram avaliar os efeitos da irrigaccedilatildeo complementar e da adubaccedilatildeo nitrogenada em
variaacuteveis de crescimento das plantas de pinhatildeo-manso os niacuteveis de clorofila de cada
tratamento e a correlaccedilatildeo desses teores com os valores de N foliar e os efeitos de cada
tratamento sobre o rendimento o perfil composicional de aacutecidos graxos e os iacutendices de
qualidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso
25
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L)
O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) pertence agrave famiacutelia Euphorbiaceae a mesma da
mandioca mamona e seringueira e que compreende aproximadamente 8000 espeacutecies com
cerca de 320 gecircneros As plantas do gecircnero Jatropha contecircm 160 espeacutecies aproximadamente
entre herbaacuteceas e arbustivas e apresentam valor medicinal ornamental e algumas satildeo
produtoras de oacuteleo como eacute o caso da espeacutecie Jatropha curcas L (SUJATHA DHINGRA
1993)
Esta espeacutecie destaca-se entre as oleaginosas com potencial para a produccedilatildeo de
biodiesel aleacutem de apresentar caracteriacutesticas desejaacuteveis tais como potencial de altos
rendimentos de gratildeos e oacuteleo boa qualidade do oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel
adaptabilidade a diferentes regiotildees precocidade e longevidade Eacute uma planta reivindicada
como tolerante agrave seca tem menos necessidade de nutrientes utiliza insumos trabalhistas mais
baixos e natildeo compete com a produccedilatildeo de alimentos se cultivada em terras marginais
Consequentemente o pinhatildeo-manso eacute uma planta oleaginosa com potencial para o
desenvolvimento ambiental sustentaacutevel (PANDEY et al 2012)
Podendo ser um arbusto ou aacutervore pequena de crescimento raacutepido o pinhatildeo-manso
pode atingir ateacute trecircs metros de altura com diacircmetro de tronco de aproximadamente 20 cm
mais em condiccedilotildees especiais de cultivo pode atingir ateacute cinco metros de altura e diacircmetro
variando de 20 a 30 cm O pinhatildeo-manso possui caule liso de lenho mole e medula
desenvolvida mas pouco resistente e floema com longos canais que se estendem ateacute as
raiacutezes nos quais circula o laacutetex (HELLER 1996 SATURNINO et al 2005) O tronco que
conteacutem laacutetex eacute dividido desde a base em ramos que satildeo revestidos por uma camada grossa
com cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estaccedilatildeo seca (DIAS et al 2007
HENNING 2009) Em resumo trata-se de uma planta perene de crescimento raacutepido e
caducifoacutelia a qual geralmente leva de quatro a cinco anos para atingir a maturidade com
expectativa de vida em torno de 50 anos (DRUMOND et al 2010)
A planta desenvolve uma raiz principal e quatro raiacutezes laterais sendo que a raiz
pivotante natildeo eacute normalmente formada quando as plantas advecircm de propagaccedilatildeo vegetativa
(HELLER 1996) As folhas satildeo verdes largas lisas e lobadas com nervuras esbranquiccediladas
na face inferior Eacute uma planta monoica e as inflorescecircncias terminais contecircm de 5 a 20 flores
femininas que se abrem em dias diferentes (SATURNINO et al 2005) Em cada
26
inflorescecircncia desabrocham primeiro as flores femininas seguindo o sentido de baixo para
cima na planta Do mesmo modo ocorrem a frutificaccedilatildeo e a maturaccedilatildeo Os frutos fecundados
tardiamente continuam a crescer depois da maturaccedilatildeo dos primeiros frutos de um cacho o que
gera colheita em diferentes eacutepocas do ano
O fruto eacute capsular oblongo com diacircmetro de 15 a 30 cm trilocular podendo
apresentar ateacute quatro sementes sendo formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa
indeiscente inicialmente verde passando a amarelo castanho e por fim preto quando atinge a
maturaccedilatildeo fisioloacutegica (DIAS et al 2007) A semente eacute ovalada endospeacutermica tegumento
rijo quebradiccedilo de fratura resinosa Na maturaccedilatildeo conteacutem de 53 a 62 de sementes e de 38
a 47 de casca pesando cada uma de 153 a 285 g (SATURNINO et al 2005) Na Figura 1
estatildeo apresentadas as diferentes partes constituintes da planta do pinhatildeo-manso
Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule (b) folha (c) pistilo
ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte transversal (f) frutos (g) fruto em
corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller (1996)
27
De toda a morfologia da planta o sistema radicular eacute o que necessita de maiores
informaccedilotildees quanto a sua real distribuiccedilatildeo no perfil do solo e a sua absorccedilatildeo dos nutrientes
presentes na soluccedilatildeo do solo existindo pouquiacutessimos trabalhos na literatura que descrevem
com clareza o seu sistema radicular sendo restrito a condiccedilotildees especiacuteficas da regiatildeo Alves
Juacutenior et al (2014) avaliaram a distribuiccedilatildeo espacial do sistema radicular do pinhatildeo-manso no
Cerrado brasileiro e encontraram uma profundidade meacutedia e distacircncia horizontal
respectivamente de 060 e 075 m para plantas com 17 meses de idade e de 10 e 10 m para
plantas de 36 meses de idade Nunes et al (2009) e Ye et al (2009) relatam que em solos de
baixa densidade a raiz do pinhatildeo-manso pode chegar ao dobro do comprimento da parte aeacuterea
Estas informaccedilotildees contradizem o que se achava a respeito da cultura do pinhatildeo-manso pois
diversos autores afirmaram agrave respeito do sistema radicular da cultura como sendo curto e
pouco ramificado (HELLER 1996 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005)
O oacuteleo bruto dos gratildeos eacute a principal mateacuteria-prima do pinhatildeo-manso e o seu
rendimento depende de diversas caracteriacutesticas da planta associadas aos fatores
edafoclimaacuteticos Entre os principais componentes da produtividade destacam-se as
caracteriacutesticas vegetativas da planta o nuacutemero de ramos o diacircmetro da copa a altura das
plantas o volume de copa a produtividade de gratildeos por aacutervore e entre as caracteriacutesticas de
qualidade da mateacuteria-prima o ldquopeso de gratildeosrdquo ldquopeso de amecircndoasrdquo ldquopeso de cascardquo (RAO et
al 2008) O oacuteleo eacute o produto de maior valor agregado da cultura do pinhatildeo-manso e
apresenta propriedades como uma maior estabilidade oxidativa do que o oacuteleo de soja menor
viscosidade quando comparado ao da mamona e melhores propriedades a frio que o oacuteleo de
palma (TAPANES et al 2008)
Quanto agrave porcentagem de oacuteleo destaca-se seu o alto teor por unidade de massa com
uma variaccedilatildeo de 27 a 38 o que representam de 53 a 79 do peso do fruto (ARRUDA
2004 DIAS et al 2007) Poreacutem os teores de oacuteleo podem variar de acordo com as
caracteriacutesticas geneacuteticas tecnologia de produccedilatildeo e de extraccedilatildeo adotadas (CARVALHO
NAKAGAWA 2000 MARQUES 2007) Diferentes meacutetodos podem ser utilizados para a
extraccedilatildeo de oacuteleos vegetais como a prensagem mecacircnica a extraccedilatildeo com solvente e a extraccedilatildeo
com fluiacutedo supercriacutetico Pelo meacutetodo de extraccedilatildeo com solvente de Soxhlet obteacutem-se maior
quantidade de oacuteleo em relaccedilatildeo a outros meacutetodos pois a amostra permanece em contato com o
solvente pela evaporaccedilatildeo e condensaccedilatildeo do mesmo sobre a amostra (BRUM ARRUDA
REGITANO-DrsquoARCE 2009) Entretanto por ser de baixo custo a prensagem mecacircnica eacute o
meacutetodo mais utilizado para extraccedilatildeo de oacuteleo nas induacutestrias
28
Com relaccedilatildeo a composiccedilatildeo do oacuteleo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) relatam que do
teor meacutedio de oacuteleo encontrado nas sementes cerca de 608 satildeo compostos basicamente por
143 de aacutecido palmiacutetico 51 de aacutecido esteaacuterico 411 de aacutecido oleico e 381 de aacutecido
linoleico possuindo ao final um valor meacutedio de 20 de aacutecidos graxos saturados e 80 de
aacutecidos insaturados Entretanto assim como nas demais culturas oleaginosas a composiccedilatildeo e
teor de cada aacutecido graxo de oacuteleos vegetais com potencial para biocombustiacuteveis podem variar
de acordo com as condiccedilotildees climaacuteticas classe de solo localizaccedilatildeo geograacutefica estaacutedio de
maturaccedilatildeo das sementes variedades e praacuteticas agronocircmicas entre outros fatores (BERTI
JOHNSON 2008 KHEIRA ATTA 2009 HATHURUSINGHA ASHWATH MIDMORE
2011 SEZEN et al 2011 AKBARIAN MODAFEBEHZADI BAGHERIPOUR 2012
RAMANJANEYULU REDDY MADHAVI 2013 RODRIGUES et al 2013 SINHA et al
2015)
O pinhatildeo-manso apresenta alta toleracircncia agrave seca sendo cultivada em diversos paiacuteses do
mundo principalmente no semiaacuterido tropical (FAIRLESS 2007 ACHTEN et al 2008) A
elevada toleracircncia agrave seca aliada ao caule suculento de plantas de pinhatildeo-manso estaacute associada
ao metabolismo C3-CAM existente nesta espeacutecie funcionando em condiccedilotildees de deacuteficit
hiacutedrico o metabolismo CAM (LUTTGE 2008) As plantas CAM satildeo adaptadas agrave escassez de
aacutegua porque perdem pouca aacutegua por transpiraccedilatildeo durante aquisiccedilatildeo de CO2 uma vez que os
estocircmatos abrem-se no periacuteodo noturno e permanecem fechados durante o dia Segundo
Pimentel (1998) algumas plantas CAM facultativas podem atingir alta produtividade quando
funcionando como C3 poreacutem quando essas plantas apresentam o comportamento CAM
devido agrave um estresse ambiental a acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca eacute reduzida
A distribuiccedilatildeo geograacutefica do pinhatildeo-manso eacute bastante vasta devido a sua rusticidade
resistecircncia a longas estiagens e agraves infestaccedilotildees de pragas e doenccedilas sendo adaptaacutevel agraves
adversidades de solo e clima Segundo Openshaw (2000) a espeacutecie estaacute distribuiacuteda
principalmente nas Ameacutericas na Aacutefrica e em parte da Aacutesia sendo largamente cultivada no
Meacutexico Nicaraacutegua Tailacircndia e em partes da Iacutendia No Brasil sua distribuiccedilatildeo geograacutefica se
estende por boa parte do territoacuterio sendo encontrada desde a regiatildeo Nordeste Sudeste e ateacute o
Estado do Paranaacute (ARRUDA et al 2004) Alguns pesquisadores apontam o Brasil como
provaacutevel centro de origem devido agrave distribuiccedilatildeo ao longo de todo o paiacutes (SUJATHA
DHINGRA 1993 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005) poreacutem muitos estudos
estatildeo evidenciando como centro de diversidade geneacutetica e possiacutevel centro de origem o norte
da Ameacuterica Latina destacando-se Meacutexico e Guatemala (HELLER 1996 MAES et al
2009b PECINA-QUINTERO et al 2014) Estudos realizados por Nuacutentildeez-Coliacuten e Goytia-
29
Jimeacutenez (2009) para determinaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da espeacutecie e dos padrotildees climaacuteticos da
regiatildeo de origem apontaram o Meacutexico e o norte da Ameacuterica Central como o centro de
diversidade da espeacutecie No Meacutexico a diversidade geneacutetica eacute citada na literatura como sendo
expressiva sobretudo por ocorrer naturalmente o genoacutetipo atoacutexico sem a presenccedila de eacutesteres
de forbol Eacute comum no paiacutes a populaccedilatildeo de alguns estados se alimentarem da polpa ou
sementes de pinhatildeo-manso tradiccedilatildeo existente desde a eacutepoca dos maias sendo mais praticado
nos estados de Veracruz e Puebla (MAKKAR et al 1997 MARTIacuteNEZ-HERRERA et al
2006) Natildeo se tem relatos de ocorrecircncia do genoacutetipo atoacutexico fora do Meacutexico
22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso
O Brasil com sua vasta extensatildeo territorial e variedade climaacutetica apresenta um
enorme potencial para a produccedilatildeo de diferentes espeacutecies de oleaginosas que podem ser
utilizadas na siacutentese do biodiesel destacando-se a soja a mamona o girassol o amendoim a
palma de oacuteleo a canola e o pinhatildeo-manso A viabilidade de cada oleaginosa depende de sua
competitividade teacutecnica econocircmica e socioambiental aleacutem de aspectos como o teor de oacuteleo a
produtividade por unidade de aacuterea a adequaccedilatildeo a diferentes sistemas produtivos sazonalidade
e demais aspectos relacionados ao ciclo de vida da planta (VISENTAINER SANTOS
JUacuteNIOR 2013)
A cultura da soja destaca-se no cenaacuterio brasileiro dentre as principais mateacuterias-primas
utilizadas para a produccedilatildeo do biodiesel sendo 80 do oacuteleo produzido no paiacutes oriundo desta
oleaginosa A previsatildeo eacute que esta situaccedilatildeo natildeo se modificaraacute nos proacuteximos anos visto que
esta cultura tem uma cadeia produtiva organizada e estaacute no limite da fronteira tecnoloacutegica
mundial sendo o Brasil nos uacuteltimos anos o segundo maior produtor mundial poreacutem o seu
rendimento em oacuteleo eacute baixo (Tabela 1) (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) O
pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) vem sendo fonte de estudos nos uacuteltimos anos devido ao
seu grande potencial na produccedilatildeo de oacuteleo para biocombustiacuteveis chegando a apresentar teor de
oacuteleo variando entre 32 a 40 quando extraiacutedo por meio de prensagem mecacircnica o que
garante a esta cultura altas produtividades meacutedias de gratildeos e de oacuteleo quando comparada com
outras culturas cultivadas no paiacutes (Tabela 1)
30
Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de algumas culturas
oleaginosas produzidas no Brasil
Cultura Produtividade meacutedia de
sementes (kg ha-1
ano-1
) Teor meacutedio de oacuteleo ()
Rendimento meacutedio em
oacuteleo (kg ha-1
ano-1
)
Soja 2800 20 560
Palma de oacuteleo 15000 26 4000
Girassol 1800 45 774
Algodatildeo 1900 19 361
Amendoim 2400 45 788
Mamona 1000 48 470
Canola 1500 38 570
Pinhatildeo-manso 5000 38 1900
Fonte Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento-MAPA (2007)
Por ser o biodiesel um combustiacutevel biodegradaacutevel derivado de fontes renovaacuteveis
como os oacuteleos vegetais ldquovirgensrdquo ou jaacute utilizados e das gorduras animais satildeo evidentes as
vantagens da sua utilizaccedilatildeo na reduccedilatildeo da emissatildeo de gases poluentes e no balanccedilo de
carbono quando comparado com o diesel foacutessil No caso do biodiesel de pinhatildeo-manso pode-
se obter uma reduccedilatildeo de 55 na emissatildeo de fuligem e de 35 na liberaccedilatildeo de hidrocarboneto
que aliaacutes eacute uma substacircncia canceriacutegena Aleacutem disso o gaacutes carbocircnico gerado na queima eacute
consumido no processo de fotossiacutentese realizado nas lavouras de plantas oleaginosas e
devolvido agrave atmosfera como oxigecircnio criando dessa forma um ciclo fechado de produccedilatildeo
sem sobras poluentes (CARNIELLI 2003)
Com relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo do oacuteleo produzido a partir de sementes de pinhatildeo-manso
para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel pode-se obter basicamente dois produtos O primeiro e
mais conhecido eacute o biodiesel que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao diesel de origem
foacutessil (ACHTEN et al 2008) A segunda alternativa que ateacute o momento soacute foi utilizada em
pequena escala eacute o bioquerosene que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao querosene de
aviaccedilatildeo Alguns testes neste sentido como voos experimentais jaacute foram ateacute realizados por
companhias aeacutereas e se mostraram muito satisfatoacuterios com relaccedilatildeo agrave viabilidade teacutecnica do
biocombustiacutevel
O pinhatildeo-manso eacute uma oleaginosa com grande potencial para produccedilatildeo de biodiesel
sendo que sua produccedilatildeo de oacuteleo pode chegar a 15 Mg ha-1
ano-1
Como algumas vantagens
esta cultura apresenta em sua cadeia produtiva a resistecircncia podendo desta forma ser
cultivado em todo o paiacutes facilitando a sua distribuiccedilatildeo e sua colheita que eacute manual o que
impulsiona a matildeo de obra familiar (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)
31
O pinhatildeo-manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas para
substituir o diesel de petroacuteleo pois as amecircndoas aleacutem de poderem gerar valores proacuteximos de
40 de oacuteleo extraiacutedo por prensagem mecacircnica podem render de 50 a 52 de oacuteleo quando
extraiacutedo a base de solventes Seu oacuteleo eacute empregado como lubrificante em motores a diesel e
na fabricaccedilatildeo de sabatildeo e tinta Aleacutem disso a torta que resta ao final da extraccedilatildeo eacute um
subproduto rico em nitrogecircnio potaacutessio foacutesforo e mateacuteria orgacircnica que pode ser utilizado na
adubaccedilatildeo tanto da lavoura de pinhatildeo-manso como em outras culturas (MARTINS
MACHADO CAVASINI 2008) Outro fator positivo eacute a utilizaccedilatildeo da casca dos pinhotildees que
pode ser usada como carvatildeo vegetal e mateacuteria-prima na fabricaccedilatildeo de papel (SLUSZZ
MACHADO 2011) e da madeira do pinhatildeo-manso que assim como as cascas dos frutos
podem ser utilizadas como material carburante de fornalhas (HELLER 1996 ARRUDA et
al 2004 SATURNINO et al 2005)
De acordo com Sato et al (2007) apesar da utilizaccedilatildeo do oacuteleo extraiacutedo da semente do
pinhatildeo-manso para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel ser o mais difundido outras partes da
planta tecircm utilizaccedilatildeo econocircmica como na medicina tradicional na produccedilatildeo de sabatildeo na
iluminaccedilatildeo por meio de lamparinas em geradores de eletricidade combustiacutevel para fogotildees
extratos da semente como molusquicida inseticida e nematicida Ainda segundo estes autores
a planta eacute considerada meliacutefera podendo tambeacutem ser utilizada como cerca-viva de pastagens
e campos agriacutecolas pois natildeo eacute palataacutevel mourotildees de cerca ldquovivosrdquo e suporte para plantas
trepadeiras como no caso da baunilha (Vanilla aromatica)
A cultura aleacutem de ser uma boa opccedilatildeo agriacutecola para aacutereas aacuteridas semiaacuteridas e na
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas promove a integraccedilatildeo do acesso agrave produccedilatildeo com renda (com
a venda do oacuteleo das sementes para fins combustiacuteveis) eacute suprimento de energia (o oacuteleo pode
ser utilizado em motores e maacutequinas para a geraccedilatildeo de eletricidade) contribui no
desenvolvimento rural (com o emprego da matildeo-de-obra familiar) e com consequente fixaccedilatildeo
do homem no campo seguranccedila alimentar pois permite o uso de culturas anuais alimentiacutecias
em consoacutercio aleacutem de melhorias ambientais como a formaccedilatildeo de um microclima que
favorece o desenvolvimento de outras culturas nas entrelinhas entre outros (SATO et al
2007)
No entanto o cultivo do pinhatildeo-manso precisa ser aprimorado para tornaacute-lo adequado
agrave produccedilatildeo de mateacuteria prima para a produccedilatildeo de biodiesel Apesar de possuir caracteriacutesticas
desejaacuteveis como resistecircncia a seca e rusticidade limitaccedilotildees teacutecnicas como a maturaccedilatildeo
desuniforme dos frutos e a baixa produtividade de gratildeos alcanccedilada em alguns locais tecircm
limitado a viabilidade econocircmica desse cultivo (ROCHA et al 2012) Por ser ainda uma
32
planta silvestre suas caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os
efeitos do ambiente sobre as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Para isso eacute
necessaacuterio o estabelecimento de teacutecnicas que propiciem colheita uniforme com maior
qualidade do oacuteleo e reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo (LAVIOLA et al 2011)
Atualmente natildeo se tem conhecimento de nenhum programa de melhoramento geneacutetico
que vise a obtenccedilatildeo de um cultivar seguro para a expansatildeo vigorosa dessa cultura O processo
de seleccedilatildeo de acessos de pinhatildeo-manso com excelentes caracteriacutesticas de cultivo encontra-se
recente e na fase inicial em estudos feitos no Brasil (LAVIOLA et al 2014 PEIXOTO et al
2016) e em outros paiacuteses (GINWAL et al 2005 KAUSHIK et al 2007 MAES et al 2009b
WEN et al 2012a WEN et al 2012b) O desenvolvimento de um sistema de cultivo
comercial de espeacutecies selvagens de plantas deve ser feito com base no uso de cultivares que
apresentem suficiente uniformidade para garantir que a tecnologia de produccedilatildeo adotada seja
aproveitada na sua totalidade A falta desses cultivares natildeo permite recomendaccedilotildees teacutecnicas
confiaacuteveis sobre a melhor forma de propagaccedilatildeo populaccedilatildeo de plantio adubaccedilatildeo manejo
eacutepoca e tipo de colheita controle de pragas e doenccedilas etc A inexistecircncia dessas
recomendaccedilotildees tornam incertos eventuais investimentos em plantios comerciais (MARQUES
2007)
Outra limitaccedilatildeo conhecida da planta eacute que as suas sementes satildeo toacutexicas para animais e
humanos impedindo que o resiacuteduo das sementes seja utilizado como raccedilatildeo animal Entre os
principais componentes toacutexicos presentes no pinhatildeo-manso destacam-se o eacutester de forbol (12-
deoxi-16-Hidroxiforbol) a globulina e a curcasina que podem trazer riscos agrave sauacutede caso seja
ingerido a ingestatildeo de uma uacutenica semente fresca pode causar tanto vocircmito quanto diarreia
(PEIXOTO 1973) Segundo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) outro fator negativo deste
oacuteleo para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis eacute o seu alto teor de aacutecidos graxos poli-insaturados
que favorecem sua raacutepida oxidaccedilatildeo durante a estocagem mas essa oxidaccedilatildeo pode ser
acelerada pela accedilatildeo do calor do oxigecircnio ou de traccedilos de metais pesados e de seus caacutetions
que satildeo comumente presentes nos materiais empregados na fabricaccedilatildeo dos tanques de
armazenagem podendo conduzir ao desenvolvimento de reaccedilotildees laterais como a formaccedilatildeo de
aldeiacutedos saturados (por exemplo hexanal heptanal ou nonanal) ou de compostos corrosivos
De acordo com estes autores os investimentos em pesquisas estatildeo trazendo soluccedilotildees para
estas questotildees por meio da mistura adequada de oacuteleos (blends) pela utilizaccedilatildeo de aditivos
pela obtenccedilatildeo de novas variedades e pela escolha da rota tecnoloacutegica mais eficiente
Marques (2007) relata a grande preocupaccedilatildeo dos pesquisadores brasileiros no
incentivo ao plantio em larga escala do pinhatildeo-manso pois esta eacute uma planta ainda selvagem
33
sobre a qual haacute pouco conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e ainda natildeo foram encontrados na
literatura relatos sobre pesquisas cientiacuteficas de longa duraccedilatildeo relacionadas ao pinhatildeo-manso
Existem apenas estimativas preliminares de produccedilatildeo e de produtividade obtidas pela
extrapolaccedilatildeo de dados obtidos em plantas isoladas e a maior parte dos trabalhos cientiacuteficos
satildeo estudos baacutesicos realizados em laboratoacuterio ou em casa-de-vegetaccedilatildeo sobre temas
especiacuteficos O autor destaca outro problema entre os profissionais da aacuterea de ciecircncias agraacuterias
que eacute a ausecircncia de um mercado estruturado para esse produto e o desinteresse das induacutestrias
de extraccedilatildeo de oacuteleo no seu processamento em razatildeo das pequenas quantidades de sementes
disponiacuteveis Isso tudo do ponto de vista do agricultor sugere uma instabilidade empresarial
bastante perigosa pois o pomar de pinhatildeo-manso eacute perene e natildeo lhe permite a opccedilatildeo de no
ano seguinte migrar para outra cultura mais rentaacutevel em caso de prejuiacutezo
Apesar da carecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas baacutesicas a cultura vem sendo implantada
pesquisada e difundida em diferentes regiotildees do paiacutes e do mundo A histoacuteria recente do
cultivo em larga escala e os esforccedilos em estudos para o conhecimento do pinhatildeo-manso por
consequecircncia do apelo energeacutetico para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis iniciou-se no ano de
2003 quando a Comissatildeo de Planejamento da Iacutendia decidiu adicionar 20 do biodiesel do
oacuteleo de pinhatildeo-manso na mistura com oacuteleo diesel ateacute o ano de 2010 e 30 ateacute 2030 (IacuteNDIA
2003) Depois disso nos anos subsequentes a cultura foi introduzida em localidades do
Oeste Leste e Sul da Aacutefrica Aacutesia (Iacutendia China Japatildeo Malaacutesia Filipinas e Tailacircndia)
Ameacuterica do Sul e Central e Beacutelgica nos uacuteltimos onze anos (SINGH et al 2014)
No Brasil o interesse na produccedilatildeo do pinhatildeo-manso surgiu com a implantaccedilatildeo do
Plano Nacional de Produccedilatildeo de Biodiesel criado em 2004 poreacutem somente a partir de 2008 o
Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) por meio da Instruccedilatildeo
Normativa nordm 4 de 14 de janeiro de 2008 autorizou a inscriccedilatildeo no Registro Nacional de
Cultivares da espeacutecie Jatropha curcas L abrindo caminho para sua exploraccedilatildeo comercial no
Brasil (ROSCOE 2008) Andreacuteo-Souza et al (2010) e Nery et al (2009) informam que esta
oleaginosa eacute considerada uma cultura potencial para atender a este programa pois possui
potencial de rendimento de gratildeos e oacuteleo e em sua fase inicial permite o cultivo em consoacutercio
com outras culturas de interesse econocircmico e alimentar Com a vantagem de ser perene natildeo
exige preparo anual do solo (ARRUDA et al 2004) Marques (2007) destaca o otimismo
encarado pelos pesquisadores brasileiros que consideram que o pinhatildeo-manso poderaacute se
tornar um negoacutecio viaacutevel e promissor desde que haja interesse no investimento de recursos
consideraacuteveis em pesquisa e desenvolvimento tecnoloacutegico a exemplo do que fez o IAC com o
34
algodatildeo nos anos de 193040 com a cana de accediluacutecar na deacutecada de 195060 e com a soja nos
anos 196070
Com a expansatildeo dos programas energeacuteticos para o suprimento da energia mundial na
uacuteltima deacutecada o pinhatildeo-manso despertou muito interesse em todo o mundo A atenccedilatildeo
mundial para os biocombustiacuteveis a sustentabilidade ambiental e a utilizaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de
terras degradadas para seguranccedila da subsistecircncia com o pinhatildeo-manso criou um grande
interesse nessa espeacutecie (EVERSON MENGISTU GUSH 2013) Inuacutemeros trabalhos tem
sido apresentados com o potencial do pinhatildeo-manso para recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
sequestro de carbono e pela alta eficiecircncia no uso da aacutegua (FRANCIS EDINGER BECKER
2005 ACHTEN et al 2008 KABIR HUSSAIN KIM 2009 ABHILASH et al 2010
ACHTEN et al 2010) Apesar dos seus vaacuterios meacuteritos muitos deles comprovados em centros
de pesquisas o pinhatildeo-manso ainda natildeo pode ser cultivado como uma cultura em larga escala
para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por se tratar ainda de uma planta semisselvagem em fase
inicial de domesticaccedilatildeo (SINGH et al 2014) Entretanto faz-se necessaacuterio a continuaccedilatildeo dos
estudos nos centros de pesquisas para a validaccedilatildeo em condiccedilotildees de campo como na avaliaccedilatildeo
das reaccedilotildees da cultura sobre as diferentes praacuteticas de manejo localidade e resistecircncia a
pragas e doenccedilas para que assim possa se efetuar um soacutelido melhoramento geneacutetico Soacute apoacutes
essa etapa a cultura pode ser recomendada para o cultivo nas propriedades rurais Essas
medidas tornam-se necessaacuterias para evitar que o pinhatildeo-manso se torne mais uma vez um
colapso como biocombustiacutevel a niacutevel mundial (KANT WU 2011)
23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso
O plantio de pinhatildeo-manso ao redor do mundo tem sido incentivado pela sua
rusticidade e capacidade de desenvolvimento em condiccedilotildees adversas como em regiotildees
semiaacuteridas e aacuteridas Essa caracteriacutestica continua sendo muito difundida por alguns autores que
consideram o pinhatildeo-manso como uma planta que suporta situaccedilotildees de longas estiagens em
regiotildees de terra de baixa fertilidade e precaacuterias propriedades fiacutesicas com produccedilatildeo satisfatoacuteria
de oacuteleo (PEIXOTO 1973) No entanto tais condiccedilotildees podem afetar significativamente a
produtividade e o rendimento de seu oacuteleo
35
231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso
O pinhatildeo-manso desenvolve-se bem tanto nas regiotildees tropicais secas quanto nas
zonas equatoriais uacutemidas assim como nos terrenos aacuteridos e pedregosos podendo suportar
longos periacuteodos de secas Eacute encontrado desde o niacutevel do mar ateacute altitudes de
aproximadamente 1000 m poreacutem observa-se que a planta se desenvolve melhor entre 200 e
800 metros (SATURNINO et al 2005) Segundo Arruda et al (2004) o pinhatildeo-manso pode
se desenvolver sob diversas condiccedilotildees climaacuteticas tolerando temperaturas meacutedias anuais entre
18 e 285degC A espeacutecie natildeo tolera geadas fortes (temperaturas abaixo de 0ordmC) mas pode
sobreviver a geadas fracas (temperaturas acima de 2ordmC) perdendo entretanto todas as folhas
o que provavelmente reduziraacute a produccedilatildeo de sementes (SATURNINO et al 2005) Andrade
et al (2008) confirmaram essa informaccedilatildeo ao estudar a toleracircncia da cultura sob a incidecircncia
de geadas chegando a conclusatildeo de que a cultura do pinhatildeo-manso eacute pouco tolerante a
geadas apresentando uma temperatura miacutenima letal de -3 a -4 degC
A respeito da radiaccedilatildeo solar para o melhor desenvolvimento do pinhatildeo-manso Matos
et al (2009) obtiveram sucesso com o cultivo da espeacutecie agrave sombra ou a pleno sol As mudas
de pinhatildeo-manso demonstraram relativa variaccedilatildeo das caracteriacutesticas fisioloacutegicas quando
submetidas a diferentes irradiacircncias De acordo com esses autores os resultados sugerem que
o pinhatildeo-manso possui alta capacidade de adaptaccedilatildeo a diferentes condiccedilotildees da disponibilidade
de luz o que deve estar relacionado com a aclimataccedilatildeo do pinhatildeo-manso a baixas
irradiacircncias Em outro trabalho Matos et al (2011) comprovaram a alta plasticidade
fenotiacutepica da cultura em resposta agrave variaccedilatildeo da irradiacircncia destacando poreacutem o sistema de
produccedilatildeo a pleno sol como sendo o mais indicado para a produccedilatildeo de mudas Liang et al
(2007) apontaram que sob alta irradiacircncia solar a taxa fotossinteacutetica maacutexima obtida situa-se
entre 98 e 14 μmol m-2
s-1
Com relaccedilatildeo agrave precipitaccedilatildeo anual Kheira e Atta (2009) afirmam que o pinhatildeo-manso
cresce bem sob baixa pluviosidade requerendo apenas cerca de 200 mm de chuva para
sobreviver mas que tambeacutem responde a um maior iacutendice pluviomeacutetrico (ateacute 1200 mm por
ano) particularmente em ambientes quentes No Brasil em condiccedilotildees natildeo irrigadas a planta
cresce em regiotildees com precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas variando de 480 a 2380 mm anuais No
entanto seu melhor desenvolvimento eacute verificado em regiotildees que apresentam pluviosidade
anual superior a 600 mm sendo tolerante a longos periacuteodos de estiagem (HENNING 1996
SEVERINO et al 2006) Isso significa que quando a planta eacute submetida a condiccedilotildees de
36
baixa disponibilidade hiacutedrica ela reduz o seu potencial vegetativo e produtivo natildeo
conseguindo portanto produzir tal quando eacute suprida corretamente com aacutegua e nutrientes o
que natildeo tira a sua grande capacidade de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees desfavoraacuteveis de
disponibilidade hiacutedrica e de nutrientes do solo (LI et al 2010)
Segundo Henning (1996) a espeacutecie eacute tolerante a longos periacuteodos de estiagem com
precipitaccedilotildees anuais abaixo de 600 mm podendo sobreviver com apenas 200 mm anuais de
chuva por ateacute trecircs anos O autor afirma que a planta entra em dormecircncia devido agraves flutuaccedilotildees
climaacuteticas perdendo as folhas e utilizando aacutegua armazenada no caule nos periacuteodos de seca o
que consequentemente estimula e favorece o aumento do teor de oacuteleo nas sementes
Kesava Rao et al (2012) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso na exigecircncia e uso da
aacutegua em uma regiatildeo semiaacuterida da Iacutendia encontraram produtividades que variaram entre 06 a
156 Mg ha-1
Os autores confirmaram a toleracircncia da cultura ao periacuteodo seco com uma
produtividade razoaacutevel e concluiacuteram que a distribuiccedilatildeo da precipitaccedilatildeo eacute mais importante do
que a quantidade de precipitaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo de produtividades elevadas
Maes et al (2009b) estudaram as condiccedilotildees climaacuteticas de cultivo do pinhatildeo-manso no
Meacutexico e em paiacuteses da Ameacuterica Central provaacuteveis centros de origem da cultura constataram
que 95 das espeacutecimes foram encontradas em regiotildees de climas tropicais (Am Aw) com
pluviosidade meacutedia anual acima de 944 mm e uma temperatura meacutedia anual entre 193 e
272degC Os autores ainda afirmam que a maioria das amostras encontravam-se em regiotildees de
Savana com climas tropicais (Am Aw) e em climas temperados sem estaccedilatildeo seca e com o
veratildeo quente (Cfa)
Embora muitos estudos tenham sido realizados para descobrir sobre as melhores
condiccedilotildees climaacuteticas para o desenvolvimento e a produccedilatildeo da cultura muitos fatores
fisioloacutegicos ainda precisam ser estudados A floraccedilatildeo do pinhatildeo-manso por exemplo eacute uma
questatildeo complexa pois sabe-se que a floraccedilatildeo eacute induzida por fatores de estresse como
flutuaccedilotildees de temperatura e seca mas como exatamente isso ocorre ainda natildeo eacute conhecido
Em climas com uma precipitaccedilatildeo distribuiacuteda uniformemente e sem grande variaccedilatildeo sazonal
da temperatura o pinhatildeo-manso pode florescer continuamente quando natildeo haacute outras formas
de estresse induzido (FACT 2010)
37
232 Condiccedilotildees e uso do solo
Apesar da cultura apresentar boas caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo e rusticidade agraves mais
variadas condiccedilotildees climaacuteticas e de solo das regiotildees tropicais e subtropicais sendo ateacute indicada
para aacutereas com restriccedilotildees em nutrientes (HELLER 1996 AUGUSTUS JAYABALAN
SEILER 2002) alguns autores discordam que tais condiccedilotildees produtivas possam ser as ideais
para a cultura com finalidade comercial Arruda et al (2004) relataram que em solos aacutecidos
com pH abaixo de 45 as raiacutezes do pinhatildeo-manso natildeo se desenvolvem sendo necessaacuteria a
realizaccedilatildeo de calagem com base em anaacutelise quiacutemica do solo De acordo com Saturnino et al
(2005) a correccedilatildeo do solo quanto a seu teor de alumiacutenio livre pela calagem tem efeito
positivo sobre o desenvolvimento do pinhatildeo-manso Foidl et al (1996) por sua vez citaram a
espeacutecie como demandante de grandes quantias de nitrogecircnio e foacutesforo devido agrave alta produccedilatildeo
de biomassa
A necessidade do uso de fertilizantes tambeacutem foi relatada por Openshaw (2000)
segundo o qual em situaccedilotildees de altos niacuteveis de nitrogecircnio ocorre aumento de produtividade
Da mesma forma Arruda et al (2004) indicaram solos com altos teores de mateacuteria orgacircnica
sendo recomendado o uso de adubaccedilatildeo verde com leguminosas pois de modo geral estas
fornecem altos rendimentos por unidade de aacuterea plantada fixando o nitrogecircnio atmosfeacuterico e
transferindo aos solos por decomposiccedilatildeo orgacircnica os nutrientes essenciais como foacutesforo
caacutelcio ou enxofre aleacutem do nitrogecircnio
Com relaccedilatildeo ao uso e a classe de solo tem sido relatado na literatura que o pinhatildeo-
manso tem potencial para a recuperaccedilatildeo de terras marginais sequestrar o CO2 atmosfeacuterico (de
superfiacutecie e subterracircneo) crescer sob condiccedilotildees salinas e soacutedicas e consumir menos aacutegua (alta
produtividade de aacutegua) (FRANCIS EDINGER BECKER 2005 ACHTEN et al 2008
OGUNWOLE et al 2008 PANDEY et al 2012 WANI et al 2012 SINGH et al 2015)
Singh Singh e Tuli (2013) estudaram o cultivo do pinhatildeo-manso em solos soacutedicos da Iacutendia e
constataram que o cultivo dessa cultura reduziu a sodicidade do solo (densidade aparente pH
condutividade eleacutetrica e porcentagem de soacutedio trocaacutevel) e melhorou a fertilidade do local
(atividades de carbono orgacircnico do solo biomassa microbiana e enzimas) de acordo com o
crescimento e idade da plantaccedilatildeo Apesar de ser pouco exigente em condiccedilotildees climaacuteticas nas
regiotildees tropicais e subtropicais e adaptado para sobreviver a solos degradados e pouco feacuterteis
o pinhatildeo-manso deve ser preferencialmente cultivado em solos profundos bem estruturados
pouco compactados drenados e preferencialmente pouco argilosos (ARRUDA et al 2004)
38
Marrugo-Negrete et al (2015) avaliaram a capacidade do pinhatildeo-manso na
fitorremediaccedilatildeo de solos contaminados por mercuacuterio na Colocircmbia e encontraram resultados
bastante promissores Os autores verificaram o crescimento e o desenvolvimento do pinhatildeo-
manso mesmo em quantidade elevadas de mercuacuterio (Hg) no solo onde as maiores
concentraccedilotildees de Hg foram acumuladas nas raiacutezes seguidas pelas folhas e caules Estes
resultados apresentam a cultura como uma boa opccedilatildeo para a fitorremediaccedilatildeo de solos
contaminados com mercuacuterio pois eacute faacutecil de se plantar e manter e contribui para a conservaccedilatildeo
e recuperaccedilatildeo do solo adaptando-se facilmente a solos erodidos e em locais proacuteximos de
aacutereas de mineraccedilatildeo de ouro
Em relaccedilatildeo a textura de solo especiacutefica para o desenvolvimento das plantas Achten et
al (2008) afirma que a planta estaacute bem adaptada a solos de textura arenosa e meacutedia enquanto
solos muito argilosos satildeo inadequados para o pinhatildeo-manso podendo prejudicar o seu cultivo
na ocorrecircncia de algum alagamento ou saturaccedilatildeo no solo Segundo Foidl et al (1996) a
cultura desenvolve-se em todos os solos exceto em Vertissolos por preferir solos arenosos
Estes autores indicam que os solos argilosos pesados como os Vertissolos satildeo menos
adequados devido a sua limitaccedilatildeo para o desenvolvimento do sistema radicular do pinhatildeo-
manso devendo portanto ser evitado para o cultivo
Embora o pinhatildeo-manso se adapte a solos marginais a planta pode natildeo crescer bem
em solos arenosos caso eles sejam pobres no seu teor nutricional embora o seu sistema
radicular nesses solos apresentem um bom potencial para a exploraccedilatildeo de nutrientes
(VALDES-RODRIGUEZ et al 2011) Com isso eacute necessaacuteria cautela quando as plantaccedilotildees
de pinhatildeo-manso estatildeo previstas para o estabelecimento e recuperaccedilatildeo em solos pobres uma
vez que essas plantaccedilotildees podem natildeo se desenvolver bem ou pelo menos exigir uma
adubaccedilatildeo adicional
Tendo em vista o conhecimento inicial sobre a recuperaccedilatildeo de solos degradados com o
cultivo de pinhatildeo-manso outros estudos ao redor do mundo foram realizados com o objetivo
de avaliar os impactos das alteraccedilotildees das propriedades bioloacutegicas do solo para a recuperaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo do solo e da aacutegua (KAGAMEBGA et al 2011 SOP et al 2011 WANI et al
2012) Em um outro estudo Chaudhary et al (2012) verificou a influecircncia significativa do
pinhatildeo-manso na estrutura da comunidade microbiana em solos da rizosfera no qual
constatou-se que na rizosfera dos solos onde era cultivado o pinhatildeo-manso a quantidade de
fungos foi mais elevada do que a de bacteacuterias e actinomicetos as quais contribuiacuteram
significativamente para a melhoria do solo como no caso das hifas fuacutengicas que promoveram
a agregaccedilatildeo desses solos
39
233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso
As exigecircncias edafoclimaacuteticas do pinhatildeo-manso permitem seu cultivo em quase todas
as regiotildees do paiacutes no entanto essa eacute uma cultura ainda muito pouco explorada no Brasil
Segundo Tewari (2009) a cultura apresenta um potencial de produccedilatildeo de 2 a 3 Mg ha-1
em
condiccedilotildees aacuteridas sem uso de irrigaccedilatildeo tornando-se uma planta oleaginosa viaacutevel para a
obtenccedilatildeo de biodiesel Em condiccedilotildees de cultivos intensivos destacando-se uma boa
disponibilidade hiacutedrica estima-se que a produtividade possa atingir cerca de 5 Mg ha-1
(TEWARI 2009)
O pinhatildeo-manso por ser uma cultura tolerante ao efeito da salinidade exceto na fase
inicial de crescimento pode ser irrigada com aacutegua salina tolerando condutividade eleacutetrica de
ateacute 12 dS m-1
valor considerado relativamente alto frente ao tolerado por outras culturas A
cultura demonstrou tambeacutem a capacidade de translocar soacutedio do solo na forma de Na+ para a
parte aeacuterea da planta (DAGAR et al 2006)
Fact (2010) indica valores de produtividade de sementes (Figura 2) que variam de 15
a 100 Mg ha-1
ano-1
apresentando como principal problema para as baixas produtividades
atuais a pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica e limitaccedilotildees de aacutegua e nutrientes Quando todas
as exigecircncias nutricionais e hiacutedricas da cultura satildeo atendidas aliadas ao controle sistemaacutetico
de pragas e doenccedilas juntamente com a devida seleccedilatildeo geneacutetica a produtividade de sementes
ficaria entre 5 e 10 Mg ha-1
ano-1
Neste trabalho eacute apresentada tambeacutem uma produtividade
potencial teoacuterica da cultura que poderia atingir mais de 22 Mg ha-1
ano-1
Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso
Fonte adaptado de FACT (2010)
15
5
10
22
0
5
10
15
20
25
1 2 3
Pro
du
tiv
idad
e (M
g h
a-1
an
o-1
)
1- Produtividade atual - Fatores atuantes Pragas doenccedilas e
pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica
2- Variaccedilatildeo do potencial comercial - Com controle dos fatores
aacutegua e nutrientes
3- Produtividade potencial teoacuterico para a cultura
40
Entretanto da expectativa inicial de quatro ou mais toneladas de gratildeos por hectare
produtividades inferiores a 20 Mg ha-1
estatildeo sendo obtidas em diferentes condiccedilotildees
edafoclimaacuteticas principalmente em razatildeo de limitaccedilotildees hiacutedricas das condiccedilotildees nutricionais
do solo ou do ataque de pragas e doenccedilas (EVERSON MENGISTU GUSH 2013 IIYAMA
et al 2013 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013 TJEUW SLINGERLAND GILLER
2015) Projeccedilotildees natildeo realizadas da produtividade de gratildeos podem ser atribuiacutedas a observaccedilotildees
de plantas isoladas o que acabou desconsiderando a reduccedilatildeo no desenvolvimento em plantios
(ROCHA et al 2012) Apesar da complementaccedilatildeo hiacutedrica ocasionar em muitos casos o
aumento significativo da produtividade de sementes e de oacuteleo extraiacutedo estes natildeo chegaram
nem perto de atingir as mais diversas projeccedilotildees realizadas sobre o potencial comercial
maacuteximo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012 TIKKOO
YADAV KAUSHIK 2013)
Kheira e Atta (2009) afirmam que natildeo existem dados quantitativos disponiacuteveis e
confiaacuteveis sobre a necessidade e a eficiecircncia do uso da aacutegua do pinhatildeo-manso e em
ambientes permanentemente uacutemidos ou em situaccedilotildees com grande aplicaccedilatildeo de aacutegua e
fertilizante a planta pode ser induzida a uma produccedilatildeo elevada de biomassa poreacutem com
baixa produccedilatildeo de sementes
Para a cultura do pinhatildeo-manso existem poucas informaccedilotildees a respeito do seu sistema
radicular A maioria das informaccedilotildees disponiacuteveis levam em conta apenas observaccedilotildees de
natureza botacircnica natildeo se aprofundando no que diz respeito a sua distribuiccedilatildeo espacial no solo
e muito menos agrave caracterizaccedilatildeo das zonas de maior atividade Trabalhos dessa natureza para o
pinhatildeo-manso ainda satildeo escassos e se limitam a condiccedilotildees especiacuteficas do clima e solo da
regiatildeo (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) aleacutem do tipo de sistema de manejo adotado Devido agrave
pouca quantidade de informaccedilotildees a respeito da distribuiccedilatildeo do sistema radicular reconhece-se
que sua caracterizaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia para a determinaccedilatildeo dos paracircmetros de
manejo da irrigaccedilatildeo como a profundidade efetiva das raiacutezes que define a camada de solo a
ser umedecida bem como a aplicaccedilatildeo de fertilizantes Sousa e Guerra (2012) avaliando o
crescimento inicial de plantas de pinhatildeo-manso cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo observaram
efeito significativo sobre a massa de raiz com a variaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio e
quantidade de aacutegua Krishnamurthy et al (2012) encontraram em um plantio de um ano de
idade na Iacutendia raiacutezes ateacute a profundidade de 14 m poreacutem a maioria do sistema radicular se
encontrava ateacute a profundidade de 03 m Estes autores salientam a importacircncia deste tipo de
distribuiccedilatildeo de sistema radicular para a funccedilatildeo de controle de erosatildeo e ainda comentam sobre
41
a relaccedilatildeo inexistente entre este tipo de distribuiccedilatildeo e a resistecircncia a seca caracteriacutestica
atribuiacuteda a esta planta Esta uacuteltima caracteriacutestica eacute atribuiacuteda mais a sua capacidade de controle
da perda por evaporaccedilatildeo por meio de queda de folhas e dormecircncia do que agrave capacidade de
extraccedilatildeo de aacutegua pelo sistema radicular
A colheita de frutos (casca + sementes) no seu quarto ano de cultivo extrai valores
meacutedios de 210 41 e 149 g kg-1
de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente
(LAVIOLA DIAS 2008) Embora a planta de pinhatildeo-manso seja muito resistente capaz de
manter sua sobrevivecircncia em solos com baixos iacutendices de fertilidade para se garantir um
niacutevel de produtividade satisfatoacuterio eacute necessaacuterio a adubaccedilatildeo tanto na implantaccedilatildeo da cultura
quanto na manutenccedilatildeo ao longo dos anos de produccedilatildeo (LAVIOLA DIAS 2008) Na Tabela 2
encontra-se uma recomendaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo de nutrientes durante os quatro
primeiros anos de cultivo levando em consideraccedilatildeo um solo com boa fertilidade capaz de
suprir 50 da necessidade da planta Em um solo com baixa fertilidade estes valores
deveriam ser ampliados (FACT 2010)
Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros anos de cultivo
Nutriente 1ordm ano 2ordm ano 3ordm ano 4ordm ano Total
kg ha-1
ano-1
N 23 34 69 103 229
P2O5 7 11 21 32 71
K2O 34 50 101 151 336
Fonte adaptado de FACT (2010)
Apesar de possuir boa adaptabilidade a diferentes condiccedilotildees adversas de solo e
disponibilidade hiacutedrica o pinhatildeo-manso como qualquer outra cultura para proporcionar uma
alta produtividade de frutos necessita solos feacuterteis e com boas condiccedilotildees fiacutesicas E apesar de
sobreviver em solos com baixa fertilidade a correccedilatildeo da fertilidade do solo eacute decisiva para se
obter sucesso e lucratividade com essa cultura uma vez que a espeacutecie extrai elevada
quantidade de nutrientes na colheita e se natildeo adequadamente adubada pode levar ao
empobrecimento do solo ao longo dos anos de cultivo (LAVIOLA DIAS 2008 CHAVES et
al 2009 SCHIAVO et al 2010 PONCIANO DE DEUS 2010) O crescimento e a
reproduccedilatildeo desta espeacutecie satildeo influenciados pelo seu estado nutricional Ocorrendo a
deficiecircncia nutricional esta cresce e ramifica menos implicando em menos frutos jaacute que os
mesmos satildeo produzidos na ponteira dos ramos O cultivo de pinhatildeo-manso promove elevada
extraccedilatildeo de nutrientes do solo e portanto o manejo da adubaccedilatildeo da espeacutecie exige atenccedilatildeo
(LAVIOLA DIAS 2008)
42
A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo de uma cultura depende da demanda nutricional para o
crescimento vegetativo e reprodutivo (LAVIOLA et al 2006) devendo ser considerada a
eficiecircncia de aproveitamento dos fertilizantes aplicados e a fraccedilatildeo de nutrientes suprida pelo
solo (FRANCO et al 2008) O suprimento inadequado de nutrientes seja falta ou excesso
pode provocar restriccedilotildees ao crescimento das plantas e alterar relaccedilotildees entre biomassa aeacuterea e
radicular bem como promover alteraccedilotildees entre estaacutedios vegetativos e reprodutivos
(MARSCHNER 1995 MENGEL KIRKBY 2001 EPSTEIN BLOOM 2005 DECHEN
NACHTIGALL 2006) Silva et al (2009) relatam que a omissatildeo de macro e micronutrientes
em plantas de pinhatildeo-manso provocam sintomas visuais de deficiecircncia nutricional comuns a
outras espeacutecies e que essas deficiecircncias limitam a produccedilatildeo de mateacuteria seca
O suprimento de N por meio de fertilizantes minerais ou orgacircnicos associado agrave
complementaccedilatildeo hiacutedrica por meio da irrigaccedilatildeo quando aplicados corretamente e aliados com
o manejo integrado de pragas e doenccedilas auxiliam o pleno desenvolvimento vegetativo da
cultura aleacutem de garantir maiores rendimentos de semente e oacuteleo A demanda por N eacute grande
durante o crescimento e desenvolvimento das plantas pois eacute o nutriente mineral exigido em
maior quantidade pelas culturas e normalmente proporciona maior resposta em
produtividade A complexidade dos fatores que afetam o seu aproveitamento pelas plantas faz
com que o mesmo seja objeto de um grande nuacutemero de estudos que visam avaliar
principalmente o seu comportamento no solo e a sua relaccedilatildeo com a eficiecircncia da adubaccedilatildeo
(RAIJ 1991)
O pinhatildeo-manso apresenta alta taxa de crescimento sendo o N o nutriente mais
requerido para a formaccedilatildeo de folhas e frutos (LAVIOLA DIAS 2008) O N eacute essencial para a
assimilaccedilatildeo do carbono e formaccedilatildeo de novos oacutergatildeos na planta tais como gemas florais e
frutiacuteferas (MALAVOLTA VITTI OLIVEIRA 1997) uma vez que eacute o componente de
aminoaacutecidos proteiacutenas enzimas RNA DNA ATP clorofila e outras moleacuteculas (TAIZ
ZEIGER 2009) Na ausecircncia de N a planta tem o crescimento limitado tornando-se
amarelada pela perda da clorofila o que reflete em amadurecimento precoce perda de
produtividade e qualidade dos frutos (EPSTEIN BLOOM 2005)
O manejo do solo pode afetar os processos de consumo de aacutegua pelas plantas
modificando a aacutegua disponiacutevel no perfil Praacuteticas de fertilizaccedilatildeo como por exemplo a adiccedilatildeo
de N e P tem efeito indireto sobre a utilizaccedilatildeo da aacutegua por meio da melhoria da eficiecircncia
fisioloacutegica da planta (HATFIELD SAUER PRUEGER 2001)
Apesar de descrita como uma cultura indicada para regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas
tolerante a restriccedilotildees na disponibilidade de aacutegua o pinhatildeo-manso tem gerado uma seacuterie de
43
afirmaccedilotildees contraditoacuterias com relaccedilatildeo a sua necessidade ou natildeo de irrigaccedilatildeo o que evidencia
a necessidade de estudos nas diversas regiotildees do Brasil para se avaliar a resposta da cultura
sob diferentes condiccedilotildees de cultivo e manejos de irrigaccedilatildeo Alguns autores descrevem a
espeacutecie com respostas positivas ao uso de irrigaccedilatildeo e principalmente a fatores relacionados agrave
produccedilatildeo e produtividade em cultivos comerciais possibilitando de trecircs a quatro colheitas por
ano (OPENSHAW 2000) Achten et al (2008) em trabalho sobre produccedilatildeo e uso de
biodiesel de pinhatildeo-manso destacam que embora o pinhatildeo-manso possa ser caracterizado
como uma planta tolerante a seca ainda natildeo se sabe qual a real resposta dessa cultura quando
irrigada e qual o comportamento do consumo hiacutedrico quando submetida a diferentes sistemas
de produccedilatildeo Os autores ainda mencionam a necessidade de irrigaccedilatildeo para garantir alta
produtividade nas regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas
A quantidade e a qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo embora importantes para o
estabelecimento e praacutetica de manejo dos cultivos irrigados precisam tambeacutem ser
investigados O cultivo de pinhatildeo-manso submetido ao estresse hiacutedrico e uso de aacutegua salina
ou de reuso na irrigaccedilatildeo tem sido fonte de estudos recentes na mensuraccedilatildeo da adaptabilidade e
do desenvolvimento da planta onde bons resultados tem sido encontrados (SILVA et al
2010) A resposta do pinhatildeo-manso quanto agrave utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria tem sido
satisfatoacuteria e apesar de possuir caracteriacutesticas de resistecircncia a periacuteodos secos o estresse
hiacutedrico sofrido pela cultura devido ao baixo conteuacutedo de aacutegua no solo tem reduzido
drasticamente o seu crescimento vegetativo (SOUSA et al 2012) peso dos cachos (SILVA et
al 2011) e caracteriacutesticas fisioloacutegicas como taxa fotossinteacutetica condutacircncia estomaacutetica e
transpiraccedilatildeo das plantas (SANTANA et al 2015) Sousa et al (2011) avaliaram o efeito do
estresse salino no crescimento e no consumo hiacutedrico no terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-
manso e observaram que concentraccedilotildees acima de 16 dS m-1
causaram sensibilidade agrave cultura
que teve a aacuterea foliar e o nuacutemero de folhas como as variaacuteveis mais afetadas contradizendo
portanto a informaccedilatildeo relatada por DAGAR et al (2006) sobre a toleracircncia da cultura a altos
valores de condutividade eleacutetrica da aacutegua irrigaccedilatildeo
Embora haja muita especulaccedilatildeo sobre a quantidade de aacutegua exigida pelas plantas de
pinhatildeo-manso o consumo hiacutedrico ainda eacute pouco conhecido Lena (2013) determinou o
consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso em Piracicaba-SP comparando os meacutetodos de irrigaccedilatildeo por
gotejamento pivocirc central e cultivo natildeo irrigado na fase de formaccedilatildeo da cultura encontrando
valores de evapotranspiraccedilatildeo acumulada diaacuteria de cerca 5 mm dia-1
para o tratamento irrigado
por pivocirc central e de 3 e 2 mm dia-1
para os tratamentos irrigados por gotejamento e sem
irrigaccedilatildeo respectivamente O autor ainda ressalta que novos trabalhos precisam ser
44
elaborados para obter-se um melhor conhecimento da cultura a partir do seu terceiro ano de
cultivo Aleacutem disso trabalhos como o de Albuquerque et al (2009b) e Guimaratildees Santos e
Beltratildeo (2009) apresentam resultados bastante promissores para as praacuteticas de adubaccedilatildeo
nitrogenada e de irrigaccedilatildeo no crescimento inicial da cultura do pinhatildeo-manso o que mostra
que mesmo sendo uma cultura considerada por muitos como pouco exigente em fertilidade e
resistente a seca pode responder de maneira significativa quando natildeo houver restriccedilotildees desses
fatores
24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis
A elevada demanda energeacutetica de combustiacuteveis foacutesseis no planeta estimulou o
interesse em fontes renovaacuteveis de energia que reduzam os impactos ambientais atualmente
presentes O uso de combustiacuteveis renovaacuteveis a eficiecircncia energeacutetica e proteccedilatildeo ambiental
tornaram-se questotildees importantes nos uacuteltimos anos (KUMAR CHAUBE JAIN 2012) A
utilizaccedilatildeo de biodiesel no Brasil e em outros paiacuteses tem apresentado grande potencial como
combustiacutevel contribuindo com a reduccedilatildeo dos niacuteveis de poluiccedilatildeo ambiental e como fonte
estrateacutegica de energia renovaacutevel em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel mineral pois natildeo eacute toacutexico e
apresenta uma melhor qualidade de emissotildees durante o processo de combustatildeo (CORREcircA
ARBILLA 2006 LOcircBO FERREIRA CRUZ 2009)
Segundo Ramos et al (2003) qualquer mateacuteria-prima oleaginosa pode ser utilizada
para a produccedilatildeo de eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos (biodiesel) mas a escolha da mateacuteria-
prima eacute um paracircmetro importante para a produccedilatildeo de biodiesel dentro das especificaccedilotildees
estabelecidas pelos oacutergatildeos reguladores Isso porque alguns oacuteleos vegetais apresentam
propriedades que o tornam inadequado para o uso direto em motores do ciclo diesel como sua
alta viscosidade acidez formaccedilatildeo de gomas devido agrave oxidaccedilatildeo e polimerizaccedilatildeo durante a
armazenagem e queima contribuindo para a diminuiccedilatildeo da lubricidade do oacuteleo e formaccedilatildeo de
depoacutesitos de carbono (FUKUDA KONDO NODA 2001) Sendo necessaacuterio adequar seu uso
por meio de algum processo quiacutemico para posterior utilizaccedilatildeo em motores que no caso datildeo
origem ao biocombustiacutevel
Como haacute uma grande variedade de mateacuterias-primas existentes para a produccedilatildeo de
biodiesel eacute plausiacutevel dizer que somente com o conhecimento pleno das propriedades que
determinam os padrotildees de qualidade do biodiesel eacute que seraacute possiacutevel estabelecer os
paracircmetros de controle que garantiratildeo o sucesso de sua incorporaccedilatildeo na matriz energeacutetica
45
nacional (RAMOS et al 2003) Neste sentido o Governo Federal por meio do Ministeacuterio da
Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) publicou no DOU de 26122006 Seccedilatildeo 1
Paacutegina 140 a Instruccedilatildeo Normativa nordm 49 a qual estabelece o Regulamento Teacutecnico de
Identidade e Qualidade dos Oacuteleos Vegetais Refinados Nesta instruccedilatildeo estatildeo estabelecidos os
padrotildees de identidade que caracterizam os oacuteleos vegetais quais sejam iacutendice de acidez
iacutendice de peroacutexido densidade relativa iacutendice de refraccedilatildeo iacutendice de iodo cor e estabilidade
oxidativa a 110ordm C
241 Perfil composicional de aacutecidos graxos
Os oacuteleos utilizados como mateacuterias-primas para a produccedilatildeo de biodiesel satildeo obtidos de
diversas plantas oleaginosas O paiacutes devido a sua grande extensatildeo de terras de diferentes
classes de solo e clima disponibiliza inuacutemeras espeacutecies de oleaginosas que se diferenciam
principalmente pela composiccedilatildeo em aacutecidos graxos Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos
vegetais satildeo aacutecidos carboxiacutelicos constituiacutedos por hidrogecircnio e carbono em sua cadeia
molecular Segundo Redaacute e Carneiro (2007) os aacutecidos graxos se diferem a partir do
comprimento de sua cadeia carbocircnica do nuacutemero orientaccedilatildeo e da posiccedilatildeo de insaturaccedilotildees
presentes na cadeia e da presenccedila de grupamentos quiacutemicos
Os aacutecidos graxos satildeo classificados como saturados mono e poli-insaturados
dependendo do nuacutemero de duplas ligaccedilotildees na sua cadeia de carbonos (Figura 3) Os saturados
natildeo contecircm dupla ligaccedilatildeo entre os aacutetomos de carbono Os monoinsaturados contecircm uma uacutenica
dupla ligaccedilatildeo e os poli-insaturados (linolecircnico linoleico e araquidocircnico) com duas ou mais
duplas ligaccedilotildees
46
Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos
Fonte wwazeitecombr
O conhecimento da composiccedilatildeo em aacutecidos graxos do oacuteleo vegetal eacute muito importante
porque muitas das propriedades do biodiesel tecircm origem nas estruturas dos aacutecidos graxos
originais As caracteriacutesticas do biodiesel que satildeo determinadas pela composiccedilatildeo dos eacutesteres de
aacutecidos graxos incluem qualidade da igniccedilatildeo calor de combustatildeo escoamento a frio
estabilidade oxidativa viscosidade e lubricidade (CAMARGOS 2005)
A anaacutelise da composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos constitui o primeiro passo para a avaliaccedilatildeo
da qualidade do oacuteleo bruto eou seus produtos de transformaccedilatildeo Para determinar a
composiccedilatildeo em aacutecidos graxos meacutetodos cromatograacuteficos (cromatografia liacutequida e gasosa) e
ressonacircncia magneacutetica nuclear de hidrogecircnio podem ser utilizados (WUST 2004)
A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo A teacutecnica estaacute
fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre devido a
diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis a fase moacutevel e a fase estacionaacuteria A grande
variedade de combinaccedilotildees entre fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica
extremamente versaacutetil e de grande aplicaccedilatildeo (DEGANI CASS VIEIRA 1998) Ainda de
acordo com Degani Cass e Vieira (1998) a cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas
analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa
devido agrave possibilidade de detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9
- 10-12
g) A grande
limitaccedilatildeo deste meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente
embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente
47
A ressonacircncia magneacutetica nuclear (RMN) eacute um meacutetodo espectroscoacutepico de 1H que
assim como as demais teacutecnicas espectroscoacutepicas satildeo baseadas no princiacutepio de que as
moleacuteculas e aacutetomos podem interagir de diferentes formas com a radiaccedilatildeo eletromagneacutetica
revelando informaccedilotildees estruturais e termodinacircmicas de forma qualitativa eou quantitativa
dependendo da intensidade e do comprimento de onda da radiaccedilatildeo utilizada Os meacutetodos
espectroscoacutepicos possibilitam anaacutelises raacutepidas e diretas podendo detectar vaacuterios compostos
simultaneamente (IBANtildeEZ CIFUENTES 2001) aleacutem de permitir uma boa reprodutibilidade
na detecccedilatildeo dos componentes (BELTON et al 1996) Embora a teacutecnica possua as vantagens
na rapidez e na confiabilidade na determinaccedilatildeo quantitativa dos compostos soluacuteveis em uma
mistura o aparelho de RMN 1H apresenta um limite de detecccedilatildeo na ordem de partes por
milhatildeo o que pode natildeo ser possiacutevel agrave identificaccedilatildeo de compostos com baixiacutessima quantidade
nas amostras (BELTON et al 1996) O que pode se tornar uma vantagem quando a finalidade
eacute identificar apenas os componentes majoritaacuterios da amostra e os componentes traccedilos podem
ser desprezados
Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos e gorduras satildeo constituiacutedos geralmente por
aacutecidos carboxiacutelicos que contecircm de 4 a 30 aacutetomos de carbono e podem ser saturados ou
insaturados A distinccedilatildeo dos oacuteleos com base no seu grau de insaturaccedilatildeo no tamanho das
moleacuteculas e pela presenccedila ou natildeo de grupos quiacutemicos reflete diretamente nas qualidades do
biocombustiacutevel produzido (WUST 2004)
Longa cadeia de aacutecidos graxos e pequeno nuacutemero de insaturaccedilotildees (duplas ligaccedilotildees)
ocasionam maior nuacutemero de cetano e lubricidade do combustiacutevel Entretanto um aumento no
nuacutemero de cetano ocasiona tambeacutem um aumento no ponto de neacutevoa e de entupimento (maior
sensibilidade aos climas frios) As moleacuteculas satildeo menos estaacuteveis quimicamente com nuacutemero
de insaturaccedilotildees elevado e isso pode provocar inconvenientes devido a oxidaccedilotildees degradaccedilotildees
e polimerizaccedilotildees do combustiacutevel se inadequadamente armazenado ou transportado
(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)
Dessa forma tanto os eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos saturados (laacuteurico palmiacutetico
esteaacuterico) como os de poli-insaturados (linoleico linolecircnico) possuem alguns inconvenientes
uma vez que satildeo pouco resistentes agrave oxidaccedilatildeo e o nuacutemero de cetano eacute geralmente baixo
Poreacutem satildeo mais facilmente degradados desaparecendo do meio ambiente em periacuteodos de
tempo mais curtos sendo mais vantajosos do ponto de vista ambiental (GOMES 2009)
Os oacuteleos saturados do tipo esteaacuterico ou palmiacutetico satildeo pouco fluiacutedos (grande
viscosidade) mas satildeo resistentes agrave oxidaccedilatildeo Encontram-se normalmente no estado soacutelido agrave
temperatura ambiente Geralmente apresentam um iacutendice de cetano excelente Poreacutem sua alta
48
viscosidade aliados agrave resistecircncia agrave oxidaccedilatildeo dificultam a sua degradaccedilatildeo remoccedilatildeo e limpeza
(GOMES 2009)
De uma forma geral um biodiesel com predominacircncia de aacutecidos graxos combinados
monoinsaturados (oleico ricinoleico) satildeo os que apresentam os melhores resultados
(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)
A qualidade do oacuteleo eacute uma funccedilatildeo do seu perfil de aacutecidos graxos Oacuteleos com alto teor
de aacutecido oleico satildeo adequados para uso alimentar devido agrave sua longa vida de prateleira
enquanto que uma quantidade de aacutecido linoleico inferior a 3 eacute preferiacutevel para a estabilidade
do oacuteleo e para a produccedilatildeo de biodiesel eacute desejaacutevel um baixo conteuacutedo de aacutecidos graxos
saturados (RAJU EZRADANAM 2002) Sementes com alta razatildeo de aacutecido oleicolinoleico
podem indicar uma maior estabilidade e vida uacutetil mais longa (KAUSHIK BHARDWAJ
2013)
Ao lado de produccedilatildeo de sementes o teor de oacuteleo e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos satildeo
os dois principais paracircmetros bioquiacutemicos do pinhatildeo-manso que satildeo muito importantes para a
seleccedilatildeo de sementes com um alto rendimento e com alto teor de aacutecido graxo poli-insaturado
(KAUSHIK BHARDWAJ 2013) A composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso eacute
classificado como um tipo de aacutecido linoleico ou oleico que satildeo aacutecidos graxos insaturados
utilizados como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de biodiesel (MITTELBACH
REMSCHMIDT 2004 ONG et al 2013) Apesar da importacircncia desta espeacutecie haacute poucos
trabalhos na literatura que mostram a influecircncia no manejo do pinhatildeo-manso na composiccedilatildeo
dos aacutecidos graxos presentes no oacuteleo da semente
A correta disponibilidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo para as plantas de pinhatildeo-manso
evitando a sua falta ou o seu uso excessivo pode ocasionar em um oacuteleo com melhores
caracteriacutesticas para a produccedilatildeo de biodiesel quanto ao seu perfil composicional Kheira e Atta
(2009) ao avaliarem as caracteriacutesticas do oacuteleo de pinhatildeo-manso encontraram nas plantas
manejadas com 100 da evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETp) os melhores valores da razatildeo de
aacutecido oleicolinoleico em comparaccedilatildeo aos tratamentos irrigados com deacuteficit e com excesso O
uso da fertilizaccedilatildeo nitrogenada aleacutem de auxiliar no aumento da produtividade de gratildeos de
pinhatildeo-manso se correlaciona positivamente no efeito de alguns aacutecidos graxos do seu oacuteleo
tendo para o aacutecido oleico o seu maior efeito (AKBARIAN MODAFEBEHZADI
BAGHERIPOUR 2012)
49
242 Iacutendices de qualidade
Algumas caracteriacutesticas satildeo indicativas da qualidade de um produto No que se refere
aos oacuteleos vegetais paracircmetros fiacutesicos e quiacutemicos satildeo analisados e utilizados para garantir a
qualidade dos mesmos para a produccedilatildeo de biodiesel pois eacute por meio destes resultados que se
estabelece a teacutecnica que seraacute utilizada na sua produccedilatildeo e se haacute ou natildeo a necessidade do uso
de um preacute-tratamento da mateacuteria-prima (MELO 2012)
Desta forma satildeo determinados os iacutendices de acidez iodo peroacutexido e refraccedilatildeo aleacutem da
densidade relativa estabilidade oxidativa entre outros Estes paracircmetros de qualidade assim
como outros natildeo citados podem ser determinados por meacutetodos de referecircncia como os
estabelecidos pela AOCS (American Oil Chemistsrsquo Society) ou pela Ethiopian Standard os
quais tecircm sido bastante empregados por muitos laboratoacuterios e induacutestrias
O teor de acidez eacute uma das principais caracteriacutesticas relacionadas com a qualidade da
mateacuteria-prima Vaacuterios fatores podem influenciar a acidez de um oacuteleo vegetal mas o principal
eacute o tratamento dado ainda agraves sementes durante a colheita e armazenamento (PEREIRA 2007)
Estaacute diretamente relacionado com a quantidade de aacutecidos graxos livres presentes no material
lipiacutedico originados da hidroacutelise dos triacilgliceriacutedeos nas condiccedilotildees de conservaccedilatildeo e
processamento dos oacuteleos vegetais (MORETTO FETT 1998)
A alta acidez do biodiesel pode levar agrave sua degradaccedilatildeo mais raacutepida levando agrave
formaccedilatildeo de precipitados provocando o entupimento do filtro de combustiacutevel ou a
diminuiccedilatildeo de sua pressatildeo aleacutem de acelerar a corrosatildeo de partes metaacutelicas do motor e dos
sistemas de injeccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012 VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)
O monitoramento do iacutendice de acidez ou nuacutemero de acidez no biodiesel eacute de grande
importacircncia tambeacutem durante a estocagem na qual a alteraccedilatildeo nos valores de acidez pode
significar a presenccedila de aacutegua eou degradaccedilatildeo oxidativa (FLUMIGNAN et al 2012)
O iacutendice de iodo eacute uma medida da insaturaccedilatildeo total dentro de uma mistura de aacutecido
graxo Aleacutem de indicar o grau quantitativo de insaturaccedilotildees no biodiesel ou oacuteleo
vegetalanimal o iacutendice de iodo eacute dependente do tipo de matriz utilizada O nuacutemero de
insaturaccedilotildees se trata de um importante componente na caracterizaccedilatildeo do oacuteleo vegetal e
consequentemente do biodiesel que seraacute produzido pois aleacutem de apresentar efeito nos valores
de densidade e de viscosidade dos biodieseis tambeacutem eacute de grande importacircncia na estabilidade
oxidativa dos biodieseis (FLUMIGNAN et al 2012)
50
O nuacutemero de iodo revela o nuacutemero de insaturaccedilotildees de uma determinada amostra e esse
valor constitui um dos paracircmetros de identidade dos oacuteleos vegetais pois cada dupla ligaccedilatildeo de
um aacutecido graxo pode incorporar dois aacutetomos de halogecircnio Por essa razatildeo quanto maior a
insaturaccedilatildeo de um aacutecido graxo maior seraacute a sua capacidade de absorccedilatildeo de iodo e
consequentemente maior seraacute o iacutendice de iodo (MORETTO FETT 1998)
Este meacutetodo consiste no tratamento da amostra de oacuteleo vegetal e animal ou biodiesel
com iodo em excesso que reage com as duplas ligaccedilotildees O iodo natildeo reagido eacute entatildeo titulado
com tiossulfato de soacutedio e o resultado expresso como gramas de iodo que reagem com as
insaturaccedilotildees em 100 g de amostra (FLUMIGNAN et al 2012) Segundo Ramos et al (2009)
o iacutendice de iodo de um oacuteleo vegetal ou de uma gordura animal eacute quase idecircntico ao do metil-
eacutester correspondente
O iacutendice de peroacutexido determina todas as substacircncias que oxidam o iodeto de potaacutessio a
iodo Estas substacircncias satildeo consideradas como sendo peroacutexidos ou produtos similares
provenientes da oxidaccedilatildeo das gorduras Os peroacutexidos satildeo produtos primaacuterios da oxidaccedilatildeo de
lipiacutedeos (AOCS 2003) Eacute um indicador muito sensiacutevel no estaacutedio inicial da oxidaccedilatildeo e sua
presenccedila eacute indiacutecio de que a deterioraccedilatildeo do sabor e odor em funccedilatildeo de sua instabilidade estaacute
por acontecer Quando sua concentraccedilatildeo atinge certo niacutevel mudanccedilas complexas ocorrem
formando compostos de baixo peso molecular oriundos de sua degradaccedilatildeo (REGITANO-
DacuteARCE 2006)
O iacutendice de peroacutexido eacute o mais usado para indicar o grau de oxidaccedilatildeo O valor de
peroacutexido eacute a medida do teor de oxigecircnio reativo expresso em termos de milequivalentes de
oxigecircnio por 1000 g de oacuteleo ou como milimoles de peroacutexido por quilo de moleacutecula graxa (1
milimol = 2 milequivalentes) (AOCS 2003) As substacircncias quantificadas satildeo geralmente
peroacutexidos e outros produtos similares resultantes da oxidaccedilatildeo lipiacutedica A aplicaccedilatildeo do iacutendice
de peroacutexido se daacute em todo o tipo de gordura ou oacuteleo (AOCS 2003)
Durante essa anaacutelise a amostra com solvente eacute adicionada em uma soluccedilatildeo de iodeto
de potaacutessio saturada Desta forma os iacuteons de iodo reagem com os peroacutexidos produzindo I2
Como indicador eacute adicionado amido que na presenccedila de I2 se colore de azul Ao titular-se a
soluccedilatildeo com tiossulfato de soacutedio ocorreraacute a oxidaccedilatildeo a tetrationato de soacutedio e o iodo eacute
reduzido a I- causando perda na cor azulada logo a quantidade de tiossulfato consumida eacute
proporcional agrave quantidade de iacuteons de iodeto presentes e indiretamente de peroacutexido
(BACCAN et al 1985)
O iacutendice de refraccedilatildeo de uma substacircncia eacute a relaccedilatildeo entre a velocidade da luz no vaacutecuo
e a velocidade da luz na substacircncia testada Eacute um paracircmetro fiacutesico importante para garantir a
51
qualidade dos oacuteleos Ele varia na razatildeo inversa da temperatura e eleva-se com o aumento do
comprimento da cadeia e tambeacutem com o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos graxos constituintes
dos trigliceriacutedeos (PEREIRA 2007) Por depender fortemente da temperatura as suas medidas
devem ser feitas em temperatura constante O iacutendice de refraccedilatildeo de oacuteleos e gorduras eacute muito
usado como criteacuterio de qualidade e identidade pois quando referente a um oacuteleo este iacutendice
aumenta com o iacutendice de iodo e pode ser usado no controle de processos de hidrogenaccedilatildeo de
oacuteleos insaturados (CECCHI 2003)
A densidade do biodiesel estaacute diretamente ligada com a estrutura molecular das suas
moleacuteculas Quanto maior o comprimento da cadeia carbocircnica do alquileacutester maior seraacute a
densidade no entanto este valor decresceraacute quanto maior forem o nuacutemero de insaturaccedilotildees
presentes na moleacutecula A presenccedila de impurezas tambeacutem poderaacute influenciar na densidade do
biodiesel como por exemplo o aacutelcool ou substacircncias adulterantes (LOcircBO FERREIRA
CRUZ 2009) Como eacute caracteriacutestica de cada substacircncia a determinaccedilatildeo da densidade em
oacuteleos eacute um paracircmetro importante para verificar se houve adulteraccedilatildeo com a adiccedilatildeo de aacutegua ou
substacircncias dissolvidas dentro das amostras (presenccedila de contaminantes)
A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo ou estabilidade oxidativa reflete o tempo que o biodiesel ou
oacuteleo vegetal leva para se degradar formando compostos orgacircnicos volaacuteteis A estabilidade
oxidativa do biodiesel estaacute diretamente relacionada com o grau de insaturaccedilatildeo dos
alquieacutesteres presentes como tambeacutem com a posiccedilatildeo das duplas ligaccedilotildees na cadeia carbocircnica
(VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) Quanto maior o nuacutemero de insaturaccedilotildees (maior
iacutendice de iodo) mais susceptiacutevel estaacute a moleacutecula agrave degradaccedilatildeo tanto teacutermica quanto oxidativa
formando produtos insoluacuteveis que ocasionam formaccedilatildeo de depoacutesitos e entupimento do
sistema de injeccedilatildeo de combustiacutevel do motor (FLUMIGNAN et al 2012)
52
53
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental
A aacuterea experimental com a cultura e os lisiacutemetros jaacute instalados estaacute situada no
Departamento de Engenharia de Biossistemas na Fazenda Areatildeo da Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo da Universidade de Satildeo Paulo (ESALQ ndash USP) em
Piracicaba-SP (latitude 22deg42rsquo30rdquoS longitude 47deg30rsquo00rdquo e altitude de 546 m) Aleacutem da aacuterea
cultivada com pinhatildeo-manso a aacuterea experimental conta ainda com um sistema de irrigaccedilatildeo
por pivocirc central barracatildeo para maacutequinas equipamentos e salas de apoio sistema de
bombeamento de aacutegua do rio Piracicaba para um accedilude casa de bombas para irrigaccedilatildeo
localizada e pivocirc central e painel controlador da irrigaccedilatildeo localizada (Figura 4)
O clima da regiatildeo segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute Cwa denominado tropical de
altitude sendo caracterizado por grandes volumes de chuvas no veratildeo e por estiagem no
inverno (PEREIRA ANGELOCCI SENTELHAS 2002) A precipitaccedilatildeo meacutedia anual eacute de
1328 mm e a temperatura meacutedia anual de 216ordmC sendo a meacutedia em julho o mecircs mais frio
com 17ordmC e a meacutedia em janeiro e fevereiro como meses mais quentes com 25ordmC (CEPAGRI
2013)
O preparo inicial da aacuterea experimental junto com o transplantio das mudas ocorreu em
meados de dezembro de 2011 com as plantas dispostas no espaccedilamento de 3 m entre plantas
e 4 m entre linhas (12 m2 de aacuterea para cada uma) totalizando 833 plantas ha
-1
A aacuterea experimental com pinhatildeo-manso foi dividida de acordo com o manejo hiacutedrico
utilizado sendo composta pelos tratamentos irrigados por pivocirc central e natildeo irrigado
(sequeiro) Na Figura 4 encontra-se o croqui da aacuterea experimental onde pode ser observada a
disposiccedilatildeo dos sistemas de irrigaccedilatildeo no campo e a aacuterea total utilizada para cada tratamento A
aacuterea experimental localizou-se proacuteximo da estaccedilatildeo meteoroloacutegica da Fazenda Areatildeo da
ESALQUSP (Figura 4) o que contribuiu para a determinaccedilatildeo de variaacuteveis meteoroloacutegicas in
loco utilizados conjuntamente com os dados lisimeacutetricos para a realizaccedilatildeo do manejo de
irrigaccedilatildeo A estaccedilatildeo meteoroloacutegica dispotildee de um datalogger para leitura dos sensores de
temperatura umidade relativa do ar radiaccedilatildeo solar global velocidade e direccedilatildeo do vento
pressatildeo atmosfeacuterica saldo de radiaccedilatildeo e chuva
54
Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo meteoroloacutegica
O sistema de pivocirc central eacute composto de trecircs torres sobre rodas com 183 m de raio e
capaz de irrigar uma aacuterea de 105 haacute com uma vazatildeo real de 90 msup3 h-1
Quando acionado em
sua velocidade maacutexima (com relecirc ligado agrave 100 no painel controlador) aplica de acordo com
as especificaccedilotildees do fabricante uma lacircmina bruta de 44 mm em toda a aacuterea apoacutes cinco horas
e seis minutos (tempo total para uma volta inteira) Apoacutes a instalaccedilatildeo do sistema de irrigaccedilatildeo
testes de avaliaccedilatildeo foram realizados e foram verificados os seguintes paracircmetros Coeficiente
de Uniformidade de Christiansen (CUC) de 821 Coeficiente de uniformidade de
distribuiccedilatildeo (CUD) de 642 e eficiecircncia de aplicaccedilatildeo (Ea) de 777
32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental
A aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo tiveram como tratamentos diferentes
doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a base de ureia utilizando 150 100 50 e o tratamento
controle com 0 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura (FACT 2010) Os tratamentos
aplicados na aacuterea irrigada por pivocirc central foram denominados como P1 P2 P3 e P4
respectivamente para 150 100 50 e 0 da adubaccedilatildeo nitrogenada Enquanto na aacuterea sem
irrigaccedilatildeo os tratamentos aplicados foram denominados de acordo com os tratamentos citados
respectivamente como S1 S2 S3 e S4 A aacuterea irrigada por pivocirc central recebeu uma lacircmina
55
Tratamento S1 (150 de N)
LEGENDA
Tratamento S4 (0 de N)
Tratamento S3 (50 de N)
Tratamento S2 (100 de N)
de irrigaccedilatildeo uniforme equivalente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo da cultura que foi
determinada por meio de dois lisiacutemetros de pesagem localizados ao lado da aacuterea em estudo
O delineamento experimental de cada aacuterea foi em blocos casualizados sendo dividida
em 4 blocos por aacuterea o que implicou em 16 unidades experimentais para cada aacuterea
totalizando portanto 32 unidades experimentais (Figura 5) A anaacutelise conjunta dos dados
entretanto foi realizada como anaacutelise de grupos de experimentos (BANZATTO KRONKA
2008) A instalaccedilatildeo de cada tratamento foi determinada por linha de plantio onde realizou-se
previamente o sorteio dos tratamentos dentro de cada bloco O esquema da anaacutelise de
variacircncia para o experimento realizado com anaacutelise agrupada dos dois experimentos eacute
expresso na Tabela 3
Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo
As aplicaccedilotildees dos tratamentos assim como o iniacutecio dos estudos na aacuterea
experimental se iniciaram apoacutes o final do primeiro ciclo produtivo da cultura (final do
segundo ciclo de cultivo) em agosto de 2013 Os estudos foram realizados durante o terceiro
e quarto ano de cultivo da cultura o que correspondeu aos anos agriacutecolas de 20132014 e
20142015 com o iniacutecio do ciclo a partir do mecircs de agosto eacutepoca na qual todos os frutos jaacute
foram colhidos e por apresentar um periacuteodo caracteriacutestico marcado pela eacutepoca da poda de
renovaccedilatildeo ou limpeza (agosto) e encerrando-se no mecircs julho com o final da queda das folhas
(final do periacuteodo de senescecircncia)
56
Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia
Fontes de Variaccedilatildeo Grau de Liberdade
Blocos dentro de Irrigaccedilatildeo 6
Irrigaccedilatildeo (I) 1
Doses de N (N) 3
Interaccedilatildeo I x N 3
Resiacuteduo Meacutedio 18
Total 31
33 Caracterizaccedilatildeo do solo
As anaacutelises fiacutesico-hiacutedrico do solo foram realizadas no Laboratoacuterio de Fiacutesica do Solo
do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ-USP e no Laboratoacuterio PiraSolos
em Piracicaba-SP
O solo da aacuterea experimental foi classificado como NITOSSOLO VERMELHO
Eutroacutefico (EMBRAPA 2013) apresentando para todas as aacutereas utilizadas textura argilosa nas
camadas de 0-02 m e 02-04 m e muito argilosa na camada 04-06 m de acordo com os
criteacuterios do Sistema Brasileiro de Classificaccedilatildeo de Solos (EMBRAPA 2013)
A caracterizaccedilatildeo da anaacutelise granulomeacutetrica do solo da aacuterea experimental foi resultado
da meacutedia de trecircs repeticcedilotildees de cada aacuterea experimental nas camadas de 0-020 m 020-040 m
e 040-060 m que se enquadram dentro da camada de maior influecircncia do sistema radicular
da cultura do pinhatildeo-manso (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) Na realizaccedilatildeo da referida anaacutelise
foi adotada a metodologia de Bouyoucos (Tabela 4) conforme as recomendaccedilotildees de
Donagema et al (2011) A caracterizaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo das curvas de retenccedilatildeo caracteriacutesticas
do solo para a aacuterea experimental foram descritos por Flumignan (2012)
Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental
Aacuterea de cultivo Camada (m) Argila Silte Areia
Classe Textural ------------------g kg
-1------------------
Pivocirc Central
0-02 464 296 240 Argilosa
02-04 498 292 210 Argilosa
04-06 576 264 160 Muito Argilosa
Sequeiro
0-02 505 245 250 Argilosa
02-04 502 248 250 Argilosa
04-06 621 179 200 Muito Argilosa
57
A partir da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feita por Flumignan (2012) e com outras
anaacutelises posteriores para comparaccedilatildeo adotou-se para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo os valores da
capacidade de campo (cc) e o ponto de murchamento permanente (pmp) para as camadas de
0-040 m e 040-080 m respectivamente de 042 e 032 cmsup3 cm-sup3 e 043 e 033 cmsup3 cm
-sup3 A
densidade do solo representativa da aacuterea sem irrigaccedilatildeo foram de 153 145 141 e 127 g cm-sup3
para as camadas de 0-020 m 020-040 m 040-060 m e 060-080 m respectivamente Jaacute
para o solo da aacuterea irrigada por pivocirc central a capacidade de campo e o ponto de
murchamento permanente para as camadas de 0-040 m e 040-080 m foram de 044 e 031 e
046 e 035 respectivamente A densidade do solo representativa da aacuterea irrigada foram de
155 146 141 e 131 g cm-sup3 respectivamente para as camadas de 0-020 m 020-040 m
040-060 m e 060-080 m
A caracterizaccedilatildeo quiacutemica inicial do solo foi realizada mediante anaacutelise de amostras
compostas coletadas nas camadas de 0-020 e 020-040 m de profundidade nas duas aacutereas de
influecircncia do cultivo antes da aplicaccedilatildeo dos tratamentos Para as condiccedilotildees quiacutemicas
encontradas nas anaacutelises de solo natildeo foi necessaacuterio agrave aplicaccedilatildeo de calagem pelos valores da
saturaccedilatildeo por bases estarem acima de 60 Na Tabela 5 estatildeo apresentados os resultados da
anaacutelise de fertilidade
Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental
Aacuterea de
manejo
Camada
(m)
pH
CaCl2
MO P S
(SO4)
K+ Ca
2+ Mg
2+ H+Al Al
3+ Sat
Bases
g dm-3
-mg dm-3
- ------------mmolcdm-3
----------- V
Pivocirc
Central
0-02 60 18 10 26 25 55 18 20 0 79
02-04 58 9 2 32 12 47 21 20 0 78
Sequeiro 0-02 55 18 18 22 13 49 13 25 0 72
02-04 55 11 4 26 10 44 12 25 0 70
34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo
A aacutegua utilizada no experimento foi proveniente do sistema do reservatoacuterio de aacutegua
localizado dentro da Fazenda Areatildeo e usada exclusivamente para fornecimento de aacutegua para
as culturas localizadas na aacuterea experimental Para saber se o conteuacutedo fiacutesico-quiacutemico da aacutegua
utilizada na irrigaccedilatildeo poderia influenciar na disposiccedilatildeo dos nutrientes fornecidos para a
cultura por meio da adubaccedilatildeo foi realizada uma anaacutelise da qualidade da aacutegua para verificar as
58
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas presentes (Tabela 6) A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua de
irrigaccedilatildeo foi realizada pelo Laboratoacuterio de Ecologia Aplicada localizada no Departamento de
Ciecircncias Florestais na ESALQUSP
Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo
Paracircmetro Siacutembolo Unidade Resultado VMP(1)
Acidez pH - 68 60-95
Acidez (CaCO3) - mg L-1
(CaCO3) 63 -
Condutividade eleacutetrica CEa dSm-1
(25degC) 01 15
Alcalinidade Carbonato CO3= mg L
-1 0 -
Alcalinidade Bicarbonato HCO3- mg L-1
158 -
Alcalinidade Total 2CO32-
+ HCO3- mg L
-1 158 500
Caacutelcio Ca++
mg L-1
17 75
Magneacutesio Mg++
mg L-1
10 150
Sulfato SO4= mg L
-1 119 250
Nitrogecircnio - Nitrato N - NO3- mg L
-1 08 10
Nitrogecircnio - Amocircnio N - NH4+ mg L
-1 01 15
Foacutesforo - Fosfato P - PO43-
mg L-1
006 006
Potaacutessio K+ mg L
-1 23 -
Soacutedio Na+ mg L
-1 60 -
Dureza Total (CaCO3) - mg L-1
128 500
(1) Valores maacuteximos permitidos
De acordo com a classificaccedilatildeo da University of Califoacuternia Committee of Consultantes
(UCCC 1974) a aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo de foi classificada como C1S2 ou seja aacutegua
com baixo risco de salinidade o que eacute considerada adequada ao uso para a irrigaccedilatildeo O risco
de sodicidade foi considerado praticamente nulo devido ao baixo valor da razatildeo de adsorccedilatildeo
de soacutedio corrigida calculado com os resultados da anaacutelise assim como os baixos teores de
soacutedio apresentados na anaacutelise que garantem a ausecircncia de toxicidade desse elemento
35 Manejo da irrigaccedilatildeo
O manejo da irrigaccedilatildeo com a quantificaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo a ser aplicada e a
determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo nos tratamentos foi realizada pela metodologia da
lisimetria de pesagem direta descrita por Lena (2013) e tambeacutem realizada na mesma aacuterea
experimental Essa metodologia consiste na utilizaccedilatildeo de tanques de metal preenchidos com
59
solo da proacutepria aacuterea experimental e que satildeo apoiados sobre um sistema de pesagem de alta
precisatildeo Basicamente o sistema de lisimetria proporciona a mediccedilatildeo das entradas e saiacutedas de
aacutegua do sistema Foram utilizados dois lisiacutemetros por aacuterea totalizando portanto quatro
lisiacutemetros no experimento que foram previamente dimensionados para que sua superfiacutecie
respeitasse o espaccedilamento das plantas e o pleno desenvolvimento do sistema radicular e da
parte aeacuterea da cultura Cada lisiacutemetro eacute ciliacutendrico e apresenta 391 m de diacircmetro interno (12
m2 de aacuterea) por 13 m de profundidade uacutetil do solo O sistema ainda apresenta um sistema de
drenagem que eacute composto por reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua constituiacutedos de tubos
de PVC os quais possibilitam o armazenamento da aacutegua drenada atraveacutes do perfil do solo O
detalhamento da calibraccedilatildeo e das instalaccedilotildees dos lisiacutemetros utilizados na aacuterea experimental eacute
descrita por Flumignan (2012) Na Figura 6 eacute apresentado um esquema sobre o balanccedilo de
aacutegua no solo feito pelos lisiacutemetros
Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de aacutegua do sistema
sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I a irrigaccedilatildeo R o escoamento
superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013)
A determinaccedilatildeo da quantidade de aacutegua necessaacuteria para repor a evapotranspiraccedilatildeo foi
calculada semanalmente para a aacuterea irrigada por pivocirc central A irrigaccedilatildeo foi realizada de
maneira manual ajustando o percentiacutemetro da velocidade de deslocamento circular
(caminhamento) do pivocirc a cada irrigaccedilatildeo de forma que fosse aplicada a lacircmina de aacutegua
desejada Um dia anterior agrave irrigaccedilatildeo os dados dos lisiacutemetros foram coletados e analisados
sendo possiacutevel verificar a lacircmina de aacutegua que foi necessaacuteria para repor na semana colocando
o armazenamento de aacutegua no solo na condiccedilatildeo de capacidade de campo para os tratamentos
60
irrigados A determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) para o posterior manejo da
lacircmina a ser reposta pela irrigaccedilatildeo foi determinada pela contabilidade das entradas saiacutedas e
armazenamento de aacutegua nos lisiacutemetros (LENA 2013)
A profundidade efetiva do sistema radicular considerada foi de 50 cm baseado
principalmente nos trabalhos de Krishnamurthy et al (2012) e Alves Juacutenior et al (2014) que
apresentam que o sistema eacute capaz de atingir profundidades maiores que 1 metro poreacutem
apresenta a maioria das raiacutezes principalmente as responsaacuteveis pela absorccedilatildeo de aacutegua nas
camadas mais superficiais A capacidade de aacutegua disponiacutevel (CAD) foi determinada a partir
dos valores de umidade volumeacutetrica do solo no ponto de murcha permanente e na capacidade
de campo obtidas para cada aacuterea de manejo hiacutedrico adotado
Devido agrave alta escassez hiacutedrica ocasionada pela baixa pluviosidade ocorrida durante o
ano agriacutecola de 2014 em toda a regiatildeo Sudeste e no municiacutepio de Piracicaba-SP e com a
draacutestica reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio localizado na Fazenda Areatildeo as praacuteticas de
irrigaccedilatildeo e o seu manejo foram realizados apenas no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (3ordm ano de
cultivo) sendo suspensas no ciclo seguinte devido a sua impossibilidade pelo baixo niacutevel do
reservatoacuterio no local e para que o mesmo pudesse se reestabelecer em um menor periacuteodo de
tempo Com o cessamento das irrigaccedilotildees na aacuterea de cultivo sob o pivocirc central a partir do
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo todas as coletas e anaacutelises realizadas nos tratamentos de adubaccedilatildeo
localizados na aacuterea antes irrigada por pivocirc central passaram a ser consideradas como
mediccedilotildees dos tratamentos em uma aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo visto que desde a sua
implantaccedilatildeo o local fora irrigado tendo o seu manejo adequado de irrigaccedilatildeo de forma a
suplementar o deacuteficit hiacutedrico nos periacuteodos mais secos do ano onde o regime de chuvas natildeo
era capaz de suprir a demanda evapotranspiromeacutetrica da cultura em determinado periacuteodo
Mesmo a localizaccedilatildeo da aacuterea experimental irrigada estando proacutexima da regiatildeo dos dois
lisiacutemetros de pesagem de forma que os tratamentos recebidos com as diferentes doses de
irrigaccedilatildeo apresentassem condiccedilotildees de textura do solo e relevo semelhantes ao das plantas
localizadas nos dois lisiacutemetros natildeo foi realizado um manejo quanto agrave quantificaccedilatildeo das
lacircminas de aacutegua requeridas por cada tratamento visto que com as diferentes doses de
adubaccedilatildeo nitrogenada o crescimento e consequentemente a evapotranspiraccedilatildeo das parcelas
irrigadas satildeo diferentes Assumiu-se para este estudo um manejo da irrigaccedilatildeo a partir dos
dados coletados de plantas inseridas nos lisiacutemetros e que estavam em plenas condiccedilotildees de
desenvolvimento e sem restriccedilatildeo de nutrientes onde a praacutetica de irrigaccedilatildeo serviu-se apenas
para complementar a falta de aacutegua nos periacuteodos mais secos do ano que eacute ocasionado pela
diminuiccedilatildeo das chuvas comparando com uma aacuterea onde natildeo se fez o uso da irrigaccedilatildeo
61
Possibilidades como a variaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo no equipamento de pivocirc central com a
substituiccedilatildeo de diferentes tipos de bocais com as mais variadas vazotildees e dispondo os
tratamentos em linhas curviliacuteneas no sentido de rotaccedilatildeo do pivocirc chegaram a ser pensadas
entretanto foram rapidamente descartadas jaacute que esse sistema de irrigaccedilatildeo comporta uma
aacuterea total de 105 ha na Fazenda Areatildeo e aleacutem de atender a aacuterea cultivada por pinhatildeo-manso
de 10 ha que corresponde apenas a 95 da aacuterea atendida pelo pivocirc central o mesmo
equipamento atende agrave necessidade hiacutedrica de outras aacutereas de cultivo incluindo aacutereas de
experimentos de outros projetos de pesquisa
36 Monitoramento da umidade do solo
O monitoramento da umidade do solo foi realizado com o auxiacutelio de sondas de
capacitacircncia da marca Sentekreg modelo Diviner 2000 no qual estimou a umidade do solo por
meio de campos eleacutetricos de alta frequecircncia Esta conteacutem uma haste que ao ser inserida em
tubos de acesso previamente instalados no solo possibilita coletar a porcentagem de aacutegua no
perfil de solo desejado Para que isso ocorresse foi necessaacuterio antes fazer uma curva de
calibraccedilatildeo na aacuterea experimental na eacutepoca de implantaccedilatildeo da cultura para que assim de posse
da equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do solo caracteriacutestico da Fazenda Areatildeo todas as leituras do
equipamento transmitidas em unidade de frequecircncia pudessem ser convertidas em umidade
volumeacutetrica do solo Com a implantaccedilatildeo da cultura em 2011 foi instalado na aacuterea
experimental um tubo de acesso para cada lisiacutemetro de pesagem e outros 10 situados nas suas
plantas de bordadura (distribuiacutedos ao redor de cada lisiacutemetro) com a finalidade de comparar
os perfis de umidade dentro e fora dos lisiacutemetros
Durante o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura (4ordm ano) foram instalados um tubo de
acesso por tratamento na aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo de forma a comparar
os perfis de umidade localizados nas plantas com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada
com as plantas que receberam a adubaccedilatildeo plena situados dentro e fora dos lisiacutemetros assim
como as plantas dos tratamentos P2 e S2 que receberam 100 de N Esse monitoramento foi
realizado para verificar se houve ou natildeo alguma mudanccedila draacutestica na variaccedilatildeo de umidade dos
diferentes tratamentos por adubaccedilatildeo nitrogenada quando comparada com as demais plantas da
aacuterea experimental
O monitoramento da umidade do solo dentro e fora dos lisiacutemetros foi realizado em
periacuteodos pontuais dentro dos dois ciclos de avaliaccedilatildeo do referido estudo e dentro de um
62
periacuteodo especiacutefico no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para os tratamentos adubados Os tubos de
acesso foram instalados de acordo com cada ponto de monitoramento entre a profundidade de
80-110 cm onde nesse estudo foi avaliado para todos os tratamentos e pontos de
monitoramento de umidade o perfil de umidade correspondente ateacute a profundidade de 80 cm
que representa a camada de maior influecircncia do sistema radicular da cultura do pinhatildeo-manso
(ALVES JUacuteNIOR et al 2014)
37 Manejo da cultura
Ao longo da conduccedilatildeo do experimento foram realizadas praacuteticas de manejo cultural
de forma a proporcionar as melhores condiccedilotildees para o desenvolvimento das plantas Dentre
essas praacuteticas se destacaram o controle de insetos de doenccedilas e de plantas invasoras O
controle de pragas se concentrou no combate da cigarrinha verde (Empoasca spp) aacutecaro
branco (Polyphagotarsonemus latus Banks) e percevejo (Pachoycoris sp) enquanto o
controle de doenccedilas foi voltado no combate ao Oiacutedio (Oidium sp) e ferrugem (Phakospsora
arthuriana Buriticaacute amp Hennen) As aplicaccedilotildees dos produtos quiacutemicos para o controle de
pragas e doenccedilas foram realizadas sempre quando diagnosticada a presenccedila destes na aacuterea
experimental Para o controle das plantas invasoras na entrelinha de cultivo foi utilizada uma
roccediladeira acoplada a um trator e entre plantas o controle foi realizado com roccediladeira manual
Apoacutes cada roccedilagem manual a aplicaccedilatildeo localizada de herbicida sistecircmico natildeo seletivo foi
realizada
A adubaccedilatildeo de produccedilatildeo para suprir a demanda nutricional da cultura foi realizada de
acordo com as recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo propostas por FACT (2010) A adubaccedilatildeo
nitrogenada foi feita na projeccedilatildeo da copa da planta parcelada em trecircs aplicaccedilotildees ao longo de
cada ciclo produtivo assim como a adubaccedilatildeo potaacutessica e fosfatada A adubaccedilatildeo das plantas
foi realizada utilizando os adubos quiacutemicos ureia superfosfato simples e cloreto de potaacutessio
para o suprimento de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente As quantidades de
nutrientes aplicadas no ciclo vegetativo do pinhatildeo-manso durante os primeiros anos de
cultivo da cultura seguiram as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010) e satildeo expressas na
Tabela 2 no item 233
63
38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua
A produtividade de frutos e sementes da cultura foi determinada por meio de colheitas
manuais de todos os frutos que se encontraram a partir do ponto inicial de maturaccedilatildeo
(coloraccedilatildeo amarela) deixando na planta apenas os frutos verdes que foram colhidos
posteriormente Apoacutes a colheita os frutos foram postos para secar agrave temperatura ambiente
para a determinaccedilatildeo do rendimento de frutos (semente + casca) e sementes para cada
tratamento avaliado Aleacutem disso para se conhecer a influecircncia dos tratamentos no
desenvolvimento das sementes por unidade de massa nos frutos colhidos foi determinada a
relaccedilatildeo frutosemente para cada tratamento avaliado A maturaccedilatildeo dos frutos de pinhatildeo-
manso natildeo eacute uniforme observando-se em um mesmo cacho frutos verdes amarelos
castanhos e por fim pretos Desta forma em funccedilatildeo da desuniformidade da maturaccedilatildeo dos
frutos a periodicidade das colheitas ao longo do periacuteodo produtivo ocorreu em funccedilatildeo da
maior ou menor uniformidade de distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo ao longo do tempo Em resumo
foram avaliados a produccedilatildeo meacutedia de frutos e sementes por planta (kg planta-1
) a relaccedilatildeo
sementefruto e a produtividade de sementes (kg ha-1
)
A eficiecircncia de uso na aacutegua (EUA) segundo Lima et al (2010) equivale a eficiecircncia
produtiva que atualmente eacute denominada como produtividade da aacutegua (PA) sendo
determinada neste trabalho para se avaliar a eficiecircncia da aacutegua aplicada na irrigaccedilatildeo para
produccedilatildeo final de frutos De acordo com Frizzone (2014) nas praacuteticas diaacuterias de irrigaccedilatildeo a
PA eacute um termo mais relevante que EUA cujo significado depende da aplicaccedilatildeo Segundo
Sousa et al (2000) a EUA pode ser determinada tanto para a produtividade de biomassa
como para a produtividade de frutos relacionando-se pela quantidade de aacutegua aplicada ou
evapotranspirada No caso deste trabalho a produtividade de aacutegua foi determinada pela
relaccedilatildeo da produccedilatildeo comercial da cultura (kg) ou seja para a produccedilatildeo final de sementes
com a quantidade total de aacutegua aplicada (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) (FRIZZONE 2014) A
quantidade de aacutegua consumida pela planta (evapotranspiraccedilatildeo acumulada) natildeo foi utilizada
neste estudo por ter sido determinada para as plantas que estavam inseridas no lisiacutemetro que
no caso se encontravam em plenas condiccedilotildees de desenvolvimento e fornecimento de
nutrientes via fertilizaccedilatildeo mineral fato que soacute ocorreu para os tratamentos em que a
fertilizaccedilatildeo mineral de nitrogecircnio foi plena (100) O caacutelculo da produtividade da aacutegua
(PAIR+PE) considerou nesse estudo a variabilidade do solo em cada aacuterea de cultivo bem como
identificar as diferenccedilas de cada manejo hiacutedrico fazendo uso da irrigaccedilatildeo complementar ou
64
natildeo e do desenvolvimento vegetativo da cultura (FRIZZONE 2014) que a cultura pode
sofrer com o estresse hiacutedrico e com a disponibilidade de nitrogecircnio pela fertilizaccedilatildeo mineral
O caacutelculo para a produtividade de aacutegua considerando a quantidade total de aacutegua aplicada eacute
expressa na Equaccedilatildeo 1
PAIR+PE = Rendimento comercial da cultura
Volume de Irrigaccedilatildeo+Precipitaccedilatildeorarr
Yc (kg)
IR+PE (m3) (1)
Por natildeo haver irrigaccedilotildees durante o segundo ano de avaliaccedilatildeo no cultivo de pinhatildeo-
manso devido agrave grande escassez hiacutedrica que assolou a regiatildeo Sudeste durante esse periacuteodo a
produtividade de aacutegua foi determinada apenas para o primeiro ano de estudo jaacute que a lacircmina
recebida para as duas aacutereas de cultivo foram apenas das precipitaccedilotildees ocorridas no local natildeo
havendo diferenccedila portanto da lacircmina recebida neste periacuteodo ficando a produtividade de
aacutegua condicionada apenas para a produtividade de sementes que continuou sendo avaliada A
produtividade dos frutos e sementes assim como as outras variaacuteveis analisadas foram
determinadas para o segundo ano de cultivo considerando que a aacuterea onde se encontra o pivocirc
central possui um histoacuterico de irrigaccedilatildeo jaacute que fora irrigada tendo o manejo adequado de
irrigaccedilatildeo desde a implantaccedilatildeo da cultura em 2011
39 Anaacutelises de crescimento
O crescimento das plantas foi avaliado em cada tratamento a cada trecircs meses por
meio de mediccedilotildees da altura da planta (m) do diacircmetro meacutedio de copa (m) e do volume de
copa (msup3) A determinaccedilatildeo da altura eacute definida como a medida entre a superfiacutecie do solo e a
uacuteltima folha emergida no aacutepice da planta Para o diacircmetro meacutedio de copa tomou-se como
ponto de avaliaccedilatildeo o valor meacutedio entre o diacircmetro de copa no sentido do maior espaccedilamento
(entrelinha de plantio) e o diacircmetro de copa no sentido de menor espaccedilamento (dentro da
linha de plantio) As mediccedilotildees da altura e do diacircmetro meacutedio de copa das plantas foram
realizadas em intervalos bimestrais ao longo dos dois anos de avaliaccedilatildeo da cultura com o
auxiacutelio de uma trena graduada em cm (Figura 7) sendo avaliadas as trecircs plantas disponiacuteveis
por cada parcela uacutetil O volume de copa foi estimado pela aproximaccedilatildeo do volume de um
cilindro de base eliacuteptica (LAVIOLA et al 2010)
65
119881119888119900119901119886 = (120587 1198631
2 1198632
2) ℎ (2)
em que
Vcopa = volume de copa (m3)
π = 314159
D1 = diacircmetro de copa no maior espaccedilamento (m)
D2 = diacircmetro de copa no menor espaccedilamento (m) e
h = altura da planta (m)
Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso
310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)
As mediccedilotildees do iacutendice de aacuterea foliar (IAF) foram realizadas com o auxiacutelio do
equipamento LAI-2200 da marca LI-CORreg Esse equipamento foi desenvolvido para se
estimar o IAF de maneira mais praacutetica e de forma precisa desde que manejado de maneira
adequada Pelo fato de que no iniacutecio do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo se buscava a melhor
metodologia para a leitura do instrumento e a validaccedilatildeo dos dados coletados o primeiro ano
de cultivo ficou restrito apenas agrave leitura das plantas sorteadas na aacuterea para a calibraccedilatildeo do
equipamento junto ao cultivo do pinhatildeo-manso feito em diferentes eacutepocas do ano
As leituras do IAF foram realizadas preferencialmente no intervalo entre 1000 e 1400
horas buscando a menor interferecircncia possiacutevel das nuvens na incidecircncia de raios solares o
que poderia prejudicar as interpretaccedilotildees das anaacutelises As avaliaccedilotildees ocorreram de forma
66
mensal iniciando a partir do mecircs de novembro de 2014 e encerrando-se em junho de 2015
com o teacutermino do periacuteodo de senescecircncia foliar uma vez que a partir desse mecircs as plantas de
pinhatildeo-manso estavam praticamente com a ausecircncia de folhas e o IAF foi considerado zero
Para uma melhor confiabilidade na determinaccedilatildeo dos valores de IAF medidos no
campo foi proposta uma calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 nas plantas da aacuterea
experimental realizada concomitantemente com a avaliaccedilatildeo do experimento A calibraccedilatildeo do
equipamento LAI-2200 foi realizada a partir de 11 plantas proacuteximas da aacuterea experimental e
escolhidas aletoriamente As plantas foram selecionadas ao longo do ciclo de cultivo em
diferentes eacutepocas sendo que em cada eacutepoca do periacuteodo vegetativo e reprodutivo da cultura
duas plantas representativas nas duas aacutereas de cultivo foram escolhidas sempre uma na aacuterea
irrigada por pivocirc central e outra planta na aacuterea sem irrigaccedilatildeo A calibraccedilatildeo foi realizada
primeiramente a partir da estimativa do IAF pelo LAI-2200 feito em campo (Figura 8a e 8b)
utilizando-se a metodologia de plantas isoladas a mesma utilizada nas leituras da aacuterea
experimental Em seguida foi feita a determinaccedilatildeo do IAF real em laboratoacuterio pelo meacutetodo
destrutivo com a retirada de todas as folhas das plantas para serem passadas em um
integrador de aacuterea foliar utilizando o equipamento CI-203 da CID Bio-Sciencereg
(Figura 8c e
8d) Com os resultados obtidos foi feita uma comparaccedilatildeo do IAF real com o IAF estimado a
partir de um graacutefico de dispersatildeo utilizando uma planilha eletrocircnica de caacutelculo Assim com
base nos valores determinados foi estipulada a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo para o IAF que foi
utilizada para corrigir os valores estimados pelo LAI-2200
67
Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha da planta (a) leitura
do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em
laboratoacuterio do IAF real da planta com o equipamento CI-203 (d)
311 Iacutendice de clorofila
A avaliaccedilatildeo do estado nutricional das plantas foi determinado a partir do iacutendice de
clorofila sendo utilizado o aparelho ClorofiLOG CFL 1030 Falkerreg
(Figura 9) Foram
determinados os teores das Clorofilas a b e total (a + b) expressas em Iacutendice de Clorofila
Falker (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB As leituras procederam-se periodicamente nas folhas
de posiccedilotildees do 2deg ou 3deg noacute do ramo vegetativo ou floriacutefero do aacutepice para base (LIMA et al
2011) sendo as folhas coletadas para posterior anaacutelise de N foliar para assim correlacionar os
teores de clorofila com o nitrogecircnio presente nas folhas Para a coleta das folhas nas posiccedilotildees
estudadas foram consideradas apenas as folhas totalmente expandidas e contadas no sentido
aacutepicebase sem qualquer vestiacutegio de lesatildeo ocasionado por patoacutegenos
d c
b a
68
Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG
Foram realizadas trecircs mediccedilotildees por planta sendo em trecircs plantas por parcela obtendo
portanto nove leituras por parcela sendo a meacutedia das leituras o valor de ICF representativo
da parcela As leituras com o aparelho no campo foram realizadas sempre no mesmo horaacuterio
durante o periacuteodo da manhatilde com trecircs avaliaccedilotildees ao longo do primeiro ciclo de estudo da
cultura (3ordm ano) e cinco avaliaccedilotildees ao longo do segundo ciclo (4ordm ano) No primeiro ciclo de
estudo as avaliaccedilotildees ocorreram nos meses de jan2014 mar2014 e jun2014 ou seja periacuteodo
em que ocorre o aacutepice de florescimento (janeiro) formaccedilatildeo e maturaccedilatildeo dos frutos (janeiro e
marccedilo) e o processo de senescecircncia das folhas (junho) sendo realizada a anaacutelise foliar de N
apenas no mecircs de marccedilo Por sua vez no segundo ciclo de estudo as avaliaccedilotildees foram
realizadas nos meses de nov2014 dez2014 jan2015 fev2015 e abr2015 sendo possiacutevel
acompanhar todo o periacuteodo de desenvolvimento foliar do pinhatildeo-manso acompanhando
desde o aacutepice da emissatildeo de folhas (45 dias apoacutes poda de limpeza e conduccedilatildeo) passando pelo
periacuteodo reprodutivo (floraccedilatildeo e formaccedilatildeo de frutos) maturaccedilatildeo do frutos e iniacutecio da
senescecircncia foliar No segundo ano de estudo foram realizadas anaacutelises foliares de nitrogecircnio
em todas as eacutepocas Todas as anaacutelises foliares de nitrogecircnio foram realizadas pelo meacutetodo de
digestatildeo sulfuacuterica e determinaccedilatildeo por destilaccedilatildeo agrave vapor (MALAVOLTA VITTI
OLIVEIRA 1997)
312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo
A quantidade e a qualidade do oacuteleo da cultura do pinhatildeo-manso foram determinadas
anualmente para cada ciclo de produccedilatildeo pelo fato da cultura natildeo apresentar produccedilatildeo
uniforme ao longo do periacuteodo produtivo impossibilitando a repeticcedilatildeo das anaacutelises pelo baixo
quantitativo de sementes em determinados periacuteodos do ano A seguir satildeo descritos o meacutetodo
69
de extraccedilatildeo do oacuteleo utilizado os iacutendices de qualidade e os meacutetodos de identificaccedilatildeo e
quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos que foram posteriormente determinados
3121 Teor de oacuteleo
A determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo por semente pode ser realizada por extraccedilatildeo
em prensa hidraacuteulica e tambeacutem por uso de solvente quiacutemico Estes meacutetodos satildeo mencionados
por Achten et al (2008) e satildeo utilizados de acordo com a necessidade do usuaacuterio A prensa
hidraacuteulica eacute uma eficiente forma de extraccedilatildeo do oacuteleo para ser utilizado como biodiesel
enquanto a extraccedilatildeo quiacutemica eacute voltada para determinar a quantidade total de oacuteleo na semente
sendo mais utilizado em testes de laboratoacuterio Para este estudo apenas a determinaccedilatildeo do teor
de oacuteleo por meio de solvente quiacutemico foi realizada Para isso foram utilizadas amostras de 1
kg de polpa de semente por tratamento sendo necessaacuterio retirar as sementes do epicarpo e a
polpa da casca da semente antes do iniacutecio da extraccedilatildeo O meacutetodo da extraccedilatildeo quiacutemica de oacuteleo
vegetal foi realizado via Soxlet utilizando hexano como solvente e adotando o meacutetodo oficial
AOCS Am 5-04 da American Oil Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) Apoacutes ter passado pelo
processo de extraccedilatildeo o oacuteleo extraiacutedo foi quantificado em porcentagem de oacuteleo por unidade de
massa de sementes e em seguida destinado para as anaacutelises laboratoriais de qualidade que
seratildeo descritas a seguir
Aleacutem da determinaccedilatildeo do teor (rendimento) de oacuteleo por unidade de massa de semente
foi calculado tambeacutem a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) que apresenta a quantidade de oacuteleo
produzido (kg) por unidade aacuterea cultivada (ha) A produtividade de oacuteleo foi determinada
utilizando o produto da produtividade de sementes (kg ha-1
) com o teor de oacuteleo (decimal)
(TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) e eacute expressa na Equaccedilatildeo 3
Produtividade de oacuteleo = Produtiv sementes x Teor de oacuteleo (3)
Para fins de caracterizaccedilatildeo do oacuteleo produzido nas sementes de pinhatildeo-manso colhidas
anteriormente na aacuterea foi determinado o teor de oacuteleo das sementes colhidas no ciclo anterior
ao iniacutecio dos tratamentos (2ordm ano de cultivo) para a determinaccedilatildeo do ponto 0 que foi o ponto
de partida dos valores de qualidade do oacuteleo para as aacutereas de sequeiro e irrigada por pivocirc
central cultivados sem variaccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada O teor de oacuteleo (Tabela 7) foi
determinado por meio de prensa mecacircnica e por solvente quiacutemico (extrato eteacutereo) sendo este
70
uacuteltimo determinado na semente integral na qual natildeo houve nenhuma prensagem preacutevia no
resiacuteduo da prensagem mecacircnica (torta) para verificaccedilatildeo do quantitativo de oacuteleo que ficou
remanescente na torta prensada e na casca retirada para a prensagem das sementes
Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos frutos colhidos na
aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos
Aacuterea
Teor de oacuteleo ()
Prensa mecacircnica Solvente quiacutemico
Semente Torta Casca
Pivocirc Central 3977 5557 2257 056
Sequeiro 4172 5430 1862 056
3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo
As anaacutelises de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso que foram realizadas a partir do
oacuteleo extraiacutedo dos frutos coletados dentro dos tratamentos aplicados na aacuterea experimental
englobaram alguns iacutendices (padrotildees) qualitativos como iacutendice de acidez iacutendice de iodo
iacutendice de peroacutexido iacutendice de refraccedilatildeo densidade relativa estabilidade oxidativa e a
identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos Com a determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo
do ponto zero presente nas amostras dos frutos coletados antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos
os oacuteleos obtidos na prensagem mecacircnica foram utilizados posteriormente para a realizaccedilatildeo de
anaacutelises laboratoriais na determinaccedilatildeo de alguns iacutendices qualitativos do oacuteleo (Tabela 8)
Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental
Carateriacutestica Aacuterea
Pivocirc Central Sequeiro
Aspecto LII(1)
- 220(2)
LII(1)
- 220(2)
Iacutendice de Acidez 04562 04562
Iacutendice de Peroacutexido 17280 17338
Estabilidade oxidativa (horas) 1169 983
Absortividade na faixa do UV (E 232 nm) 12284 13137
Absortividade na faixa do UV (E 268 nm) 01638 01434
Massa especiacutefica a 20degC (kg m-sup3) 9152 9148
Viscosidade cinemaacutetica a 40degC (mmsup2 s-1
) 3655 3702
(1) Liacutempido e isento de impurezas (2) Temperatura durante a observaccedilatildeo Iacutendices determinados no Biodiesel
produzido a partir do oacuteleo extraiacutedo das amostras avaliadas
71
3123 Iacutendice de acidez
O iacutendice de acidez eacute um indicativo do estado de conservaccedilatildeo do oacuteleo e do
biocombustiacutevel que seraacute produzido definido como a quantidade de KOH (mg) necessaacuteria para
neutralizar os aacutecidos livres de 1 grama da amostra (ANGARITA et al 2012) Atualmente no
Brasil a regulaccedilatildeo estabelece um valor maacuteximo de 05 mg de KOH g-1
na determinaccedilatildeo do
iacutendice de acidez no biodiesel O meacutetodo utilizado para determinaccedilatildeo do iacutendice de acidez foi o
da norma NBR 14448 (ABNT) no qual o iacutendice de acidez eacute determinado por meio de
titulaccedilatildeo potenciomeacutetrica
3124 Iacutendice de iodo
Para determinaccedilatildeo do iacutendice de iodo foi utilizado o meacutetodo Cd 1d-92 da American Oil
Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) onde foi adicionado 15 mL de clorofoacutermio em 025 g de
amostra do oacuteleo extraiacutedo agitando o composto ateacute dissoluccedilatildeo da amostra Adicionou-se em
seguida 25 mL do reagente de Wijs e o frasco foi tampado deixando em repouso no escuro
durante 30 minutos Em seguida foi adicionado 20 mL de soluccedilatildeo de KI a 15 e 150 mL de
aacutegua destilada e titulou-se com soluccedilatildeo de Na2S2O3 01 N ateacute o desaparecimento de uma
coloraccedilatildeo amarela apoacutes agitaccedilatildeo Foi adicionado 1 mL de soluccedilatildeo de amido a 1 e
continuou-se a titulaccedilatildeo gota a gota ateacute o desaparecimento da cor azul Um ensaio em branco
foi conduzido paralelamente O Iacutendice de iodo foi obtido pela Equaccedilatildeo (4)
Iacutendice de Iodo (g I2100 g de amostra) =[(BminusA) x N x 1229]
Massa da amostra (g) (4)
em que
A - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra
B - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco e
N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3
72
3125 Iacutendice de peroacutexido
Para a determinaccedilatildeo do iacutendice de peroacutexido seguiu-se o meacutetodo Cd 8b-90 (AOCS
2003) em que foram pesados 3 g da amostra em frasco de iodo de 125 mL Adicionou-se 50
mL de soluccedilatildeo de aacutecido aceacuteticoisoctano (31) e soluccedilatildeo de iodeto de potaacutessio saturada e aacutegua
destilada A seguir foi realizada titulaccedilatildeo com soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio (Na2S2O3) 01N
e o volume gasto apoacutes adiccedilatildeo de goma de amido forneceu a concentraccedilatildeo em peroacutexidos
expressa em meq O2 kg-1
de amostra segundo a Equaccedilatildeo 5
IP =N x (aminusb)
Massa (gramas) x 1000 (5)
em que
N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3
a - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra e
b - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco
3126 Iacutendice de refraccedilatildeo
Os oacuteleos e gorduras possuem poder de refringecircncia diferente conforme sua natureza
desviando com maior ou menor intensidade os raios luminosos que os atravessam O iacutendice de
refraccedilatildeo tanto para os oacuteleos quanto para as gorduras eacute medido agrave temperatura de 40ordmC Para as
mediccedilotildees do iacutendice de refraccedilatildeo foi utilizado o meacutetodo Cc 7-25 (2003) da AOCS mediante o
uso do Refratocircmetro Abbe digital de bancada da marca QUIMIS O refratocircmetro Abbe foi
ajustado com aacutegua destilada (IR 20ordmC = 13330) Certificada a pureza (limpeza e umidade)
dos primas colocou-se 2 gotas da amostra do oacuteleo extraiacutedo entre os prismas e fechou-os para
a estabilizaccedilatildeo da temperatura Ajustou-se o aparelho para obter a leitura mais precisa
possiacutevel e entatildeo foi determinada a leitura na escala que forneceu diretamente o iacutendice de
refraccedilatildeo absoluto agrave 40ordmC
73
3127 Densidade relativa
A densidade relativa de um oacuteleo determina a relaccedilatildeo da massa de um volume unitaacuterio
da amostra agrave 40ordmC em relaccedilatildeo agrave massa de um volume de aacutegua A densidade foi medida em um
densiacutemetro automaacutetico digital da marca Rudolph Research Analytical-DQM 2911 de acordo
com a norma ASTM D4052
Com o auxiacutelio de uma seringa o bulbo amostrador foi ambientado com a amostra de
oacuteleo Na sequecircncia colocou-se a amostra no bulbo verificando se no mesmo natildeo houve
formaccedilatildeo de bolhas Apoacutes a estabilizaccedilatildeo da temperatura (40ordmC) para cada amostra foram
realizadas as leituras de densidade fornecidas diretamente pelo aparelho na temperatura do
teste
3128 Estabilidade oxidativa
A estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso foi determinada de acordo com a
norma ISO EN 6886 (2012) da Ethiopian Standard para oacuteleos vegetais e gorduras animais
utilizando-se o equipamento Rancimat 893 (Metrohm AG CH-9100 Herisau Switzerland)
(Figura 10a) na temperatura de 110degC sob o fluxo de ar de 10 L h-1
com amostras de 5 g
No meacutetodo Rancimat uma amostra de oacuteleo vegetal ou biodiesel eacute mantida em um
vaso de reaccedilatildeo agrave temperatura de 110degC e sob um fluxo de ar constante Neste momento
comeccedilam a se formar os peroacutexidos que satildeo os principais produtos formados na primeira etapa
de oxidaccedilatildeo da amostra Com o processo de oxidaccedilatildeo continuada satildeo formados compostos
orgacircnicos volaacuteteis dentre estes aacutecidos orgacircnicos de baixa massa molecular Estes compostos
satildeo transportados pelo fluxo de ar para outro recipiente contendo aacutegua destilada onde a
presenccedila dos aacutecidos orgacircnicos eacute entatildeo detectada pelo aumento da condutividade no sistema
(Figura 10b) O tempo decorrente ateacute a detecccedilatildeo dos aacutecidos orgacircnicos eacute denominado de
periacuteodo de induccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012)
74
(a) (b)
Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema de funcionamento
do equipamento (b)
3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos
Com os oacuteleos extraiacutedos de cada tratamento foram coletadas amostras para a realizaccedilatildeo
da identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos por meio de duas metodologias sendo uma
por cromatografia gasosa e a outra por ressonacircncia nuclear magneacutetica (RMN)
A cromatografia gasosa (CG) eacute o meacutetodo padratildeo adotado pela American Oil Chemists
Society (AOCS) e pela ETHIOPIAN STANDARD para a determinaccedilatildeo do conteuacutedo de
aacutecidos graxos e consiste na teacutecnica de separaccedilatildeo e anaacutelise de misturas por interaccedilatildeo dos seus
componentes entre uma fase estacionaacuteria (soacutelidaliacutequida) e uma fase moacutevel (gasosa) A CG
foi realizada de acordo com a norma ES ISO 12966-2 (2012) da ETHIOPIAN STANDARD e
a quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos pelo meacutetodo da normatizaccedilatildeo que eacute baseada na
porcentagem relativa de aacuterea de um determinado aacutecido graxo em relaccedilatildeo a aacuterea total de todos
os aacutecidos (VISENTAINER FRANCO 2006)
As determinaccedilotildees da composiccedilatildeo de aacutecidos graxos por espectroscopia de RMN de 1H
foram realizadas num espectrocircmetro de RMN Bruker Avance 400 operando a 94 T com os
nuacutecleos 1H a 40013 MHz A metodologia completa de RMN
1H para a determinaccedilatildeo da
composiccedilatildeo de aacutecidos graxos de oacuteleos vegetais eacute descrita por Barison et al (2010)
75
313 Anaacutelise dos dados
Os dados experimentais do desenvolvimento vegetativo das variaacuteveis fisioloacutegicas da
produtividade e dos iacutendices de qualidade do oacuteleo de cada ciclo da cultura para cada tratamento
foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk (SHAPIRO WILK 1965) (valor p gt 001) e de
Levene (BOX 1953) (valor p gt 001) para verificaccedilatildeo baacutesica da normalidade e
homocedasticidade residuais
Os dados das variaacuteveis com os valores absolutos ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo
como produccedilatildeo de frutos e sementes relaccedilatildeo sementefruto produtividade de sementes
produtividade de aacutegua teor e produtividade de oacuteleo aleacutem dos iacutendices de qualidade de oacuteleo
foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) utilizando o PROC GLM do programa
computacional estatiacutestico SASreg (SAS INSTITUTE 2009) Os efeitos quantitativos foram
avaliados por meio de polinocircmios ortogonais utilizando anaacutelise de regressatildeo segundo sua
significacircncia pelo Teste F jaacute os efeitos qualitativos foram submetidos ao teste de meacutedias de
Tukey (valor p lt 005) Para o caacutelculo do Rsup2 na anaacutelise de regressatildeo foi determinado o Rsup2
corrigido no qual a variacircncia das repeticcedilotildees foi removida (erro puro) e o caacutelculo fez-se por
meio da relaccedilatildeo entre o Rsup2 da regressatildeo e o Rsup2 maacuteximo obtido da anaacutelise de variacircncia
(BERTHOUEX BROWN 2002) em outras palavras o Rsup2 corrigido eacute a porcentagem da
quantidade de variaccedilatildeo que pode ser explicada por cada modelo de regressatildeo
As variaacuteveis com medidas repetidas (dados longitudinais) como as anaacutelises de
crescimento o IAF os iacutendices de clorofila e o nitrogecircnio foliar foram analisadas por meio do
modelo de anaacutelises (uni e multivariada) de perfis que eacute o modelo mais simples para o caso de
medidas repetidas Inicialmente foram realizados para cada variaacutevel os testes de normalidade
e de esfericidade da matriz de variacircncia de forma a satisfazer agraves pressuposiccedilotildees do modelo O
teste de esfericidade utilizado neste estudo foi o teste de esfericidade de Mauchly (1940) que
verifica se uma populaccedilatildeo normal multivariada apresenta variacircncias iguais e as correlaccedilotildees
nulas Nos casos em que o teste de esfericidade de Mauchly resultou em natildeo significativo
(valor p gt 005) concluiu-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica e o teste
univariado de perfis foi analisado caso contraacuterio o uso da anaacutelise multivariada de perfis
(MANOVA) que eacute uma das alternativas recomendadas neste caso foi adotada
(FERNANDEZ 1991) Para auxiliar na interpretaccedilatildeo dos resultados foram plotados os
graacuteficos do comportamento dos perfis meacutedios para visualizar a presenccedila ou ausecircncia de
paralelismo entre os perfis e se os mesmos satildeo horizontais O teste estatiacutestico multivariado
76
escolhido foi o teste de Traccedilo de Pillai pois apresenta o maior poder descritivo (tomada a
decisatildeo correta de rejeitar uma hipoacutetese H0 dado que H0 eacute falsa) sendo o mais robusto agrave natildeo
normalidade dentre os outros testes existentes na literatura como Lambda de Wilks Traccedilo de
Lawley-Hotelling e a Maior Raiz de Roy (JOHNSON WICHERN 2007) Estas anaacutelises
foram realizadas por meio do PROC GLM do SASreg utilizando o comando REPEATED e a
opccedilatildeo PRINTE (SAS INSTITUTE 2009)
A anaacutelise de regressatildeo nas variaacuteveis com medidas repetidas ao longo do tempo foi
determinada utilizando o PROC REG do SASreg e para a escolha do melhor modelo a ser
utilizado para cada tratamento seguiu-se de acordo com a significacircncia das estimativas dos
paracircmetros de cada equaccedilatildeo procedendo-se tambeacutem agraves comparaccedilotildees entre os modelos via
criteacuterio de informaccedilatildeo utilizando o criteacuterio de informaccedilatildeo de Akaike (AIC) e o criteacuterio
Bayesiano de Schwarz (BIC) escolhendo ao final o menor valor para tais criteacuterios O caacutelculo
do Rsup2 corrigido tambeacutem foi utilizado para estas variaacuteveis
Para os dados climatoloacutegicos coletados nos dois anos de experimento foi realizado
uma estatiacutestica descritiva com os valores meacutedios maacuteximos miacutenimos e o desvio padratildeo de
cada componente climaacutetico Para os perfis cromatograacuteficos analisados via cromatografia
gasosa o mesmo tipo de anaacutelise foi realizado devido ao baixo nuacutemero de repeticcedilotildees para a
realizaccedilatildeo das anaacutelises e pelo fato do fator bloco natildeo ter sido considerado nas anaacutelises Os
resultados das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo do biodiesel natildeo passaram por qualquer anaacutelise
estatiacutestica servindo apenas como resultado descritivo das amostras de oacuteleo extraiacutedas das
sementes dos tratamentos
77
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Monitoramento meteoroloacutegico
A estatiacutestica descritiva dos valores diaacuterios de umidade relativa do ar temperaturas
maacutexima meacutedia e miacutenima radiaccedilatildeo global e velocidade do vento coletados durante o periacuteodo
de estudo aleacutem dos valores de ETc para cada aacuterea de manejo hiacutedrico satildeo apresentados na
Tabela 9 Ao longo do ciclo a variaccedilatildeo diaacuteria de temperatura apresentou-se alta durante o
periacuteodo mais frio do ano tornando-se baixa no restante do ciclo apresentando ao final uma
amplitude teacutermica diaacuteria maacutexima de 247degC e 248degC ao longo do primeiro e segundo ciclo
respectivamente Mesmo assim a regiatildeo onde estava instalada a cultura apresentou uma
temperatura meacutedia anual de 230 degC e 238degC para o terceiro e quarto ano de cultivo
respectivamente ficando portanto dentro da faixa oacutetima de desenvolvimento da cultura qual
seja entre 180degC e 285degC (SATURNINO et al 2005) Entretanto a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura no ano como pode ser observada na Figura 11 e geralmente ocorrida na regiatildeo
com temperaturas mais amenas nos meses do outono e inverno paralisa o crescimento das
plantas ocorrendo a queda natural das folhas o que pode provavelmente reduzir a produccedilatildeo de
sementes (SATURNINO et al 2005)
Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental
Variaacuteveis
meteoroloacutegicas
Ciclo 201314 Ciclo 201415
Meacutedia Desvio
Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo Meacutedia
Desvio
Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo
Tmaacutex (degC) 297 425 387 145 301 399 386 162
Tmeacuted (degC) 230 361 309 123 238 320 302 136
Tmin (degC) 163 411 239 52 174 366 240 750
UR () 712 123 990 450 764 135 1000 330
Qg (MJ m-sup2 d
-sup1) 197 70 330 277 345 296 983 260
U2 (m s-1
) 160 044 362 078 137 063 391 022
ETc-I (mm d-1
) 374 221 814 040 321 219 818 053
ETc-S (mm d-1
) 146 088 491 046 291 167 746 042
Tmaacutex ndash Temperatura maacutexima Tmeacuted ndash Temperatura meacutedia Tmin ndash Temperatura miacutenima UR ndash Umidade
relativa do ar Qg ndash Radiaccedilatildeo global U2 ndash Velocidade do vento ETc-I ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea irrigada
ETc-S ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea sem irrigaccedilatildeo
O municiacutepio de Piracicaba-SP assim como boa parte da regiatildeo Sudeste apresentou
durante o ano agriacutecola de 20132014 um periacuteodo atiacutepico no regime de chuvas A quantidade
de chuvas incidida durante o veratildeo de 2014 na aacuterea experimental e em todo o estado de Satildeo
Paulo foi 90 a menos do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no mesmo periacuteodo Isso fez com
que o niacutevel do rio Piracicaba que circunda a aacuterea experimental se reduzisse drasticamente e o
78
niacutevel de aacutegua do reservatoacuterio da fazenda experimental se esgotasse quase que por completo o
que acarretou na diminuiccedilatildeo das irrigaccedilotildees realizadas ao longo do ciclo Durante o primeiro
ciclo de avaliaccedilatildeo (agosto2013 a julho2014) ocorreram 5877 mm mal distribuiacutedos ao
longo do ciclo e concentrado na maior parte em periacuteodos isolados Esse valor anual descrito
representa uma quantidade 56 menor do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no local e encontra-
se abaixo do limite miacutenimo na qual a produccedilatildeo eacute drasticamente afetada com valores anuais
inferiores a 600 mm ocorrendo principalmente em regiotildees de baixa umidade e que causa a
paralisaccedilatildeo do crescimento vegetativo (HENNING 1996) No segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
ocorreu aumento do periacuteodo de chuvas com o valor anual (agosto2014 a julho2015) de
7150 mm bem distribuiacutedos ao longo de todo o ciclo
T maacutex ndash Temperatura maacutexima T min ndash Temperatura miacutenima UR - Umidade Relativa do ar PPT (mm) ndash
Precipitaccedilatildeo Eto Ac ndash Evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia Acumulada (mm) Ppt Ac ndash Precipitaccedilatildeo Acumulada
(mm)
Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura
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Um
ida
de
rela
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Tem
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)
T maacutex (degC) T min (degC) UR ()
1ordm Ciclo 2ordm Ciclo
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Pre
cip
ita
ccedilatildeo
(m
m)
Lacirc
min
as
acu
mu
lad
as
(mm
)
Eto Ac Ppt Ac PPT (mm)
2ordm Ciclo1ordm Ciclo
79
A evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) apresentou para o terceiro e quarto ano de
cultivo do pinhatildeo-manso para as aacutereas manejadas com e sem irrigaccedilatildeo valores proacuteximos das
meacutedias encontradas por Lena (2013) para o primeiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso nas duas
aacutereas em estudo A semelhanccedila dos valores de ETc para a fase de formaccedilatildeo da cultura no
campo no seu primeiro ano de cultivo com o terceiro e quarto ano de cultivo da planta se
deve ao caso da maior taxa de evaporaccedilatildeo do solo nos primeiros meses de cultivo jaacute que com
o baixo porte da planta e com o nuacutemero reduzido de folhas a sua taxa diaacuteria de transpiraccedilatildeo
foi considerada baixa Com o desenvolvimento vegetativo da planta no seu terceiro e quarto
ano de cultivo houve o aumento na taxa de transpiraccedilatildeo das plantas sendo superior nos
tratamentos irrigados devido ao maior porte das plantas e agrave incidecircncia foliar o que ocasionou
um maior sombreamento no solo diminuindo consequentemente a taxa evaporativa do solo
Everson Mengistu e Gush (2013) encontraram para plantas de pinhatildeo-manso na Aacutefrica do Sul
valores entre 3 a 4 mm dia-sup1 na evapotranspiraccedilatildeo diaacuteria das plantas durante o veratildeo
(dezembro-fevereiro) e com a queda natural das folhas no periacuteodo de inverno (maio-agosto)
o valor meacutedio diaacuterio foi insignificante sendo menor do que 1 mm dia-sup1
O pinhatildeo-manso possui metabolismo fotossinteacutetico intermediaacuterio C3-CAM (LUTTGE
2008) e sob estiacutemulo de falta de aacutegua salinidade fotoperiacuteodo ou termoperiacuteodo passam a
apresentar o comportamento CAM (LUTTGE KLUGE BAUER 1996) No caso deste
estudo quando o cultivo esteve em periacuteodos com altas temperaturas (gt 30ordmC) ou quando
sofreram grande restriccedilatildeo hiacutedrica no caso dos tratamentos sem irrigaccedilatildeo as plantas
possivelmente adotaram o metabolismo CAM economizando aacutegua e reduzindo a sua
acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca (PIMENTEL 1998) Isto explica os baixos valores meacutedios de
ETc apresentados principalmente pelos tratamentos sem irrigaccedilatildeo nos periacuteodos de formaccedilatildeo
e emissatildeo de folhas antes do iniacutecio do periacuteodo caducifoacutelio
42 Irrigaccedilotildees realizadas
Na Figura 12 satildeo apresentadas as lacircminas aplicadas pelo sistema de irrigaccedilatildeo por pivocirc
central no terceiro ano de cultivo Problemas operacionais e de manutenccedilatildeo no sistema de
bombeamento nos meses de outubro de 2013 e janeiro de 2014 impossibilitaram a realizaccedilatildeo
da irrigaccedilatildeo na aacuterea Devido a reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio ocasionado pelo baixo volume
precipitado no veratildeo de 2014 e associado ao final da produccedilatildeo de frutos e iniacutecio do periacuteodo de
senescecircncia das folhas a irrigaccedilatildeo a partir do mecircs de julho de 2014 foi cessada natildeo sendo
80
retomada no ciclo seguinte devido a seacuteria restriccedilatildeo hiacutedrica encontrada no reservatoacuterio No
total foram aplicados no primeiro ciclo de avaliccedilatildeo 7311 mm de lacircmina bruta de irrigaccedilatildeo o
que considerando o periacuteodo de pleno funcionamento da moto bomba aplicou-se uma meacutedia de
36 mm dia-1
Considerando a lacircmina total recebida (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) as aacutereas
cultivadas com irrigaccedilatildeo por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo receberam 13234 mm e 5877 mm
respectivamente Resultados semelhantes foram encontrados por Rao et al (2012) que
avaliaram o consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso no semiaacuterido indiano e encontraram para
plantas cultivadas sem nenhum estresse hiacutedrico uma variaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura
entre 1410 e 1538 mm por ano durante os anos de 2006 a 2009 e cultivado sob condiccedilotildees
naturais a ETc variou entre 614 e 930 mm
Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura
43 Monitoramento da umidade do solo
Na Figura 13 satildeo apresentados a variaccedilatildeo de umidade do solo na aacuterea experimental
para as quatros doses de adubaccedilatildeo nitrogenada da aacuterea sem irrigaccedilatildeo em quatro diferentes
camadas ao longo do perfil do solo Ressalta-se que por apresentar apenas caracteriacutesticas de
monitoramento da umidade solo os valores apresentados foram coletados em um determinado
intervalo de tempo ao longo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo apenas como forma de
comparaccedilatildeo entre os tratamentos e o perfil de umidade do solo nos lisiacutemetros de cada aacuterea
onde na aacuterea irrigada o seu manejo foi adotado
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set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14
Lacircm
inas
ap
lica
das
(mm
)
81
Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo
A umidade do solo presente na primeira camada do solo (0-020 m) apresentou as
maiores variaccedilotildees para todos os tratamentos monitorados tendo menores variaccedilotildees temporais
nas demais camadas do solo De acordo com Campos et al (1994) as alteraccedilotildees de umidade
do solo satildeo dinacircmicas e ocorrem em curto e longo periacuteodo de tempo sendo principalmente
na camada superficial do solo
A partir dos dados obtidos da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feito por Flumignan
(2012) como capacidade de campo ponto de murchamento permanente e densidade do solo
representativa para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo ao longo do perfil do solo foi calculado o
armazenamento de aacutegua no solo para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de
pesagem localizados proacuteximos a aacuterea experimental (Figura 14) A partir dos dados
observados constata-se o maior consumo hiacutedrico e com isso os menores volumes de aacutegua
armazenados nos tratamentos sem restriccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada com as doses de 150
de N (S1) e 100 de N (S2) seguido tambeacutem das plantas localizadas dentro dos lisiacutemetros
que foram tambeacutem adubadas com 100 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura
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Um
ida
de
vo
lum
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ca (
)
S1 - 150N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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S2 - 100N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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Um
idad
e volu
meacutet
rica
(
)
S3 - 50N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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S4 - 0N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
82
Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo
nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner
2000
A variaccedilatildeo da umidade volumeacutetrica do solo na aacuterea irrigada por pivocirc central nos
quatro tratamentos de adubaccedilatildeo aplicados em diferentes camadas do perfil do solo satildeo
apresentadas na Figura 15 Assim como nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo os quatro tratamentos
adotados na aacuterea irrigada apresentaram o mesmo comportamento na variaccedilatildeo de umidade no
periacuteodo de avaliaccedilatildeo com a umidade na camada de 0-020 m apresentando as maiores
variaccedilotildees e as demais camadas com poucas variaccedilotildees ao longo do periacuteodo de monitoramento
Isso se deve ao fato dessa camada apresentar-se na superfiacutecie do solo e tendo o contato direto
da radiaccedilatildeo solar acaba favorecendo no processo de evaporaccedilatildeo da aacutegua nos primeiros
centiacutemetros de solo estando susceptiacutevel aos ciclos de umedecimento e secagem consequente
dos eventos de precipitaccedilatildeo e estiagem (CAMPOS et al 1994) A maior concentraccedilatildeo
radicular da cultura nos primeiros centiacutemetros do solo e as raiacutezes da vegetaccedilatildeo rasteira
contribuiacuteram na maior absorccedilatildeo radicular de aacutegua nesta camada favorecendo tambeacutem a sua
maior variabilidade de umidade do solo Aliado a esses fatores a baixa ascensatildeo capilar em
maiores profundidades nesse solo por apresentar lenccedilol freaacutetico profundo proporcionou uma
menor variaccedilatildeo de sua umidade nas camadas subsequentes
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Arm
azen
amen
to d
e aacuteg
ua
no s
olo
(m
m)
S1 S2 S3 S4 Lisiacutemetro
83
Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados
O armazenamento de aacutegua no solo nos tratamentos irrigados diferente da aacuterea sem
irrigaccedilatildeo apresentou os menores valores para os perfis de solo situados dentro dos lisiacutemetros
seguidos em alguns momentos pelo tratamento P1 ou P2 e ao final pelo tratamento P3 O
armazenamento de aacutegua no solo ao longo de periacuteodo de monitoramento para os quatro
tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de pesagem localizados na aacuterea irrigada satildeo
apresentados na Figura 16
Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo
nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner 2000
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Um
idad
e volu
meacutet
rica
(
)P1 - 150N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
20
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Um
idad
e volu
meacutet
rica
(
)
P3 - 50N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
20
25
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P4 - 0N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
0
20
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Arm
azen
amen
to d
e aacuteg
ua
no
so
lo (
mm
)
P1 P2 P3 P4 Lisiacutemetro
84
44 Produtividade da cultura
Ao longo do periacuteodo de colheita do terceiro ano de cultivo realizado de janeiro2014 a
junho2014 foram obtidos em meacutedia 158 kg de fruto por planta para toda a aacuterea
experimental Com exceccedilatildeo da relaccedilatildeo frutosemente todas as variaacuteveis apresentaram
diferenccedila significativa para o efeito da irrigaccedilatildeo e do aumento da dose de adubo nitrogenado
(Tabela 10) o que explica que o aumento da produccedilatildeo e da produtividade de frutos e
sementes se daacute pelo maior nuacutemero de frutos produzidos sendo o aumento da massa de
sementes proporcional Natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N aplicadas
O tratamento P1 (150 N ndash Irrigado) foi o que apresentou a melhor resposta seguido do
tratamento P2 (100 N ndash Irrigado) Com relaccedilatildeo agraves doses de adubaccedilatildeo em todos os casos os
tratamentos com 0 de N (P4 e S4) apresentaram desempenho inferior diferindo
estatisticamente das demais doses aplicadas (Tabela 11)
Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1
relaccedilatildeo sementefruto
(RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1
Fonte de
Variaccedilatildeo
Ciclo 201314 Ciclo 201415
GL ProdF ProdS Rel SF PS ProdF ProdS Rel
SF PS
Blocos [I] 6 138
125
041ns
1246
268 157
ns 135
ns 158
ns
I 1 1512
1481
017ns
1478
428
365
054ns
365
N 3 307
319
345ns
319
307
241
080ns
242
I x N 3 083ns
094ns
194ns
094ns
106ns
047ns
113ns
048ns
Meacutedia geral 1188 0797 0668 6640 1499 0946 0632 8672
CV () 153 155 25 155 162 184 53 184
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1
) em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e doses
de nitrogecircnio aplicado
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
Meacutedias 150 100 50 0
Ciclo 201314
Irrigado 11078 9718 8730 5895 8855 A
Sequeiro 6018 4875 5258 1550 4425 B
Meacutedias 8548 a 7296 ab 6994 b 3723 c
Ciclo 201415
Irrigado 13088 11005 10110 7300 10376 A
Sequeiro 10750 7548 6465 3110 6968 B
Meacutedias 11919 a 9276 b 8288 b 5205 c
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
85
Para a produtividade de sementes o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste
para as duas condiccedilotildees da produtividade de sementes em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nos
dois anos de avaliaccedilatildeo (Figura 17 e Figura 18) O uso da irrigaccedilatildeo duplicou a produtividade
de sementes no terceiro ano de cultivo apresentando tambeacutem uma oacutetima resposta com a
adubaccedilatildeo nitrogenada O quarto ano de cultivo (segundo ano de avaliaccedilatildeo) apresentou um
consideraacutevel acreacutescimo na produccedilatildeo de frutos e sementes no cultivo sem irrigaccedilatildeo com as
maiores doses de adubo nitrogenado onde o efeito da produccedilatildeo se mostrou acentuado com a
complementaccedilatildeo de aacutegua por irrigaccedilatildeo e com a correta adubaccedilatildeo nitrogenada quadruplicando
a sua produccedilatildeo em alguns casos quando se verificou o comportamento linear crescente no 4ordm
ano com acreacutescimo de 00035 Mg ha-1
e 00047 Mg ha-1
da produtividade de sementes para
cada kg de nitrogecircnio aplicado por hectare na aacuterea irrigada e sem irrigaccedilatildeo respectivamente
Por ser ainda uma planta em formaccedilatildeo eacute aceitaacutevel o fato da produtividade do terceiro ano de
cultivo da cultura ser inferior ao ano seguinte por receber uma menor dosagem na sua
adubaccedilatildeo de manutenccedilatildeo e por principalmente a cultura passar pelo processo de
estabelecimento nos seus primeiros anos jaacute que o seu pico de produccedilatildeo soacute eacute observado a
partir do seu quinto ano de cultivo (ARRUDA et al 2004)
Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
y = 00048x + 06377
Rsup2 = 09453 p-valor = 00099
y = 00038x + 0247
Rsup2 = 07245 p-valor = 00011
00
02
04
06
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10
12
14
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0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
sem
ente
s (M
g h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
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600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
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600
700
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0 345 69 1035
Pro
du
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ida
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o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
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0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
86
Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no quarto ano de cultivo
Patolia et al (2007) avaliaram o desenvolvimento do pinhatildeo-manso nos dois primeiros
anos agriacutecolas de cultivo (200405 e 200506) em funccedilatildeo da fertilizaccedilatildeo mineral de N e P e
notaram que apesar do aumento adicional da dosagem de N no primeiro ano cultivo natildeo foi
observado aumento significativo na produtividade diminuindo com a aplicaccedilatildeo da dosagem
de 60 kg ha-sup1 (N60) com relaccedilatildeo a dosagem de 45 kg ha
-sup1 (N45) Com isso as maiores
produtividades de sementes da cultura (356 e 4672 kg ha-1
) foram registradas com o uso de
N45 e N60 em 200405 e 200506 respectivamente A exigecircncia de uma menor quantidade
de N nos primeiros anos da cultura confirma as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010)
que estabelece doses crescentes dos nutrientes a partir do seu primeiro ano de cultivo no
campo ateacute o seu quarto ano de cultivo quando a cultura inicia o seu pico de produccedilatildeo
Os resultados apresentados nesse trabalho encontram-se abaixo do relatado na
literatura claacutessica sobre a cultura (HELLER 1996) entretanto por existir pouca informaccedilatildeo
sobre a cultura muitos autores estimaram a produtividade da cultura caso o seu provaacutevel
potencial fosse atingido (ARRUDA et al 2004 TEWARI 2009 FACT 2010) Em
contrapartida trabalhos mais recentes obtiveram produtividades semelhantes ou abaixo para
os primeiros anos de cultivo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012
TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013)
O aumento da produtividade de frutos e sementes com a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo
nitrogenada comprova que essa cultura apesar de possuir caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo a
y = 00035x + 07638
Rsup2 = 09646 p-valor = 00015
y = 00047x + 0337
Rsup2 = 09674 p-valor lt00001
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 515 103 1545
Pro
du
tivid
ad
e d
e se
men
tes
(Mg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
87
condiccedilotildees adversas de clima e solo como a sua restriccedilatildeo de fertilidade pode obter ganhos
consideraacuteveis na sua produtividade quando o solo eacute corretamente suprido quanto agraves suas
exigecircncias nutricionais Mohapatra e Panda (2011) ao estudarem os efeitos de diferentes
dosagens e combinaccedilotildees da adubaccedilatildeo NPK na produccedilatildeo de pinhatildeo-manso de cinco anos de
cultivo no leste da Iacutendia encontraram para o tratamento que recebeu a maior dosagem de N
(60 g planta-sup1) aplicado via ureia a maior produtividade de sementes (42721 kg ha
-sup1) Yong
et al (2010) tambeacutem verificaram uma maior produtividade da cultura com aplicaccedilatildeo de
maiores doses de fertilizante nitrogenado tendo um aumento exponencial do nuacutemero de frutos
por planta com o aumento da dosagem de fertilizante tambeacutem foram obtidas melhorias nas
caracteriacutesticas fisioloacutegicas da planta como um maior teor de N foliar maior capacidade de
assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 e maior teor de clorofila total
A praacutetica da irrigaccedilatildeo garantiu para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura um
aumento de mais de 100 da produtividade de sementes em comparaccedilatildeo com o cultivo em
sequeiro Para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo a aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo apresentou um
aumento crescente em relaccedilatildeo ciclo passado soacute que desta vez acompanhado com o aumento
do cultivo sem irrigaccedilatildeo ainda assim o aumento da produtividade na aacuterea com histoacuterico de
irrigaccedilatildeo apresentou-se com uma produtividade 489 maior do que o cultivo sem irrigaccedilatildeo
O uso da irrigaccedilatildeo complementar assim como neste estudo tem se apresentado essencial em
outros trabalhos para garantir o aumento da produtividade e a garantia da sobrevivecircncia da
cultura em alguns casos (KHEIRA ATTA 2009 BEHERA et al 2010 SILVA et al 2011
OLIVEIRA et al 2012 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) Em uma aacuterea de baixada
irrigada com boa fertilidade Purcino e Drummond (1986) observaram que o pinhatildeo-manso
comeccedilou a produzir logo no segundo ano atingindo 2000 kg ha-1
de sementes Por outro lado
Drumond et al (2007) obtiveram produtividades variando de 330 kg ha-1
em condiccedilotildees de
sequeiro a 1200 kg ha-1
em aacuterea irrigada jaacute no primeiro ano de cultivo em Petrolina-PE
88
45 Produtividade da aacutegua
Na Figura 19 satildeo apresentados os valores de produtividade de aacutegua (PA) em
quilogramas de sementes produzidas para as aacutereas irrigada e sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das
diferentes doses de nitrogecircnio aplicada para o terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso Para
este estudo foi calculada a produtividade de aacutegua apenas para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo
devido agrave ausecircncia de irrigaccedilatildeo no ciclo seguinte
Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos no terceiro ano de
cultivo
O tratamento S1 foi o que apresentou a melhor produtividade de aacutegua com 102 kg m-
sup3 seguido por S3 P1 e S2 Comparando a praacutetica da irrigaccedilatildeo os tratamentos irrigados natildeo
corresponderam proporcionalmente a uma maior produccedilatildeo pelo total de aacutegua aplicada na
cultura embora a PA natildeo tenha diferido entre os diferentes tipos de manejo hiacutedrico (Tabela
12) A produtividade meacutedia de aacutegua nos tratamentos irrigados foi de 067 kg m-sup3 enquanto
que nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo foi de 076 kg m-sup3 valores estes superiores aos encontrados
por Sousa et al (2012) de 060 kg m-sup3 O efeito da adubaccedilatildeo nitrogenada mostrou-se
altamente significativo na PA (Tabela 12) o que confirma os resultados encontrados por
diversos autores em outras culturas agriacutecolas (NIELSEN HALVORSON 1991 MEDEIROS
DUBEUX JUNIOR 2008 CHAVES GHEYI RIBEIRO 2011) Assim como a
produtividade da cultura natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N
aplicadas
P1
P2P3
P4
S1
S2S3
S4
00
02
04
06
08
10
12
150 N 100 N - S1 50 N 0 N
Pro
du
tiv
ida
de
de
aacuteg
ua
(k
g m
-sup3)
Irrigado (Pivocirc central) Natildeo irrigado (Sequeiro)
89
Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo
Fonte de Variaccedilatildeo GL Quadrado meacutedio F Valor-p
Blocos [I] 6 00855 371 00141
I 1 00587 254 01281
N 3 05004 217 lt00001
I x N 3 00696 302 00569
Resiacuteduo 18 002305
Meacutedia geral 0715
CV () 212
I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo aos tratamentos adubados constata-se que apenas os tratamentos sem
adubaccedilatildeo nitrogenada tiveram uma draacutestica reduccedilatildeo na produtividade de aacutegua
correspondendo com a sua baixa produtividade de sementes diferindo dos resultados
encontrados por Yang et al (2013) A Figura 20 apresenta o diagrama de dispersatildeo e a
equaccedilatildeo de regressatildeo da produtividade em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas no solo
no terceiro ano de cultivo O modelo de regressatildeo linear foi o uacutenico que proporcionou ajuste
significativo para todos os componentes da equaccedilatildeo obtendo um coeficiente de determinaccedilatildeo
corrigido de 813 Sousa et al (2012) para o pinhatildeo-manso e Barros Juacutenior et al (2008) para
a cultura da mamoneira tambeacutem observaram um aumento linear para a PA nesses trabalhos
tais aumentos foram resultantes do incremento da disponibilidade de aacutegua no solo Pelo fato
do uso da irrigaccedilatildeo e da sua interaccedilatildeo com os tratamentos adubados natildeo ter dado efeito
significativo uma uacutenica equaccedilatildeo de ajuste da produtividade de aacutegua em funccedilatildeo das doses de
nitrogecircnio foi determinada
90
Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
A praacutetica da irrigaccedilatildeo apesar de ter gerado um aumento significativo na produtividade
de frutos e sementes de pinhatildeo-manso natildeo acarretou em uma variaccedilatildeo significativa na
produtividade de aacutegua para a cultura Estes resultados apresentam-se distintos quando
comparados com outros trabalhos da literatura nos quais a aplicaccedilatildeo da quantidade ideal de
aacutegua por irrigaccedilatildeo com o seu correto manejo para a cultura do pinhatildeo-manso permitiu trazer
diferentes resultados natildeo garantindo uma maior produtividade da aacutegua ou eficiecircncia no seu
uso Santana et al (2015) encontraram para as plantas de pinhatildeo-manso irrigadas com deacuteficit
hiacutedrico uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua fotossinteacutetica com uma reduccedilatildeo de 27 no
consumo total de aacutegua entretanto as plantas com irrigaccedilatildeo plena (tratamento controle)
obtiveram uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de biomassa devido ao efeito
negativo dos tratamentos irrigados com deacuteficit na produccedilatildeo de biomassa Kheira e Atta
(2009) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso sob deacuteficit hiacutedrico no Egito encontraram
valores de PA de 021 044 031 e 041 kg m-sup3 para 125 100 75 e 50 da
Evapotranspiraccedilatildeo da cultura respectivamente apresentando um ajuste quadraacutetico assim
como foi encontrado por Deus et al (2012) Jaacute Sousa et al (2012) encontraram um aumento
na PA em plantas de pinhatildeo-manso que recebiam a menor lacircmina de irrigaccedilatildeo Estes mais
variados comportamentos da cultura com relaccedilatildeo a sua eficiecircncia do uso da aacutegua ou
produtividade de aacutegua como eacute mais comumente chamado nos dias atuais corroboram com os
relatos de Jongschaap et al (2007) de que o pinhatildeo-manso apesar de possuir caracteriacutesticas
de se desenvolver em regiotildees semiaacuteridas e aacuteridas tropicais sendo entatildeo considerada como
y = 000505x + 04537
Rsup2corr = 08129 p-valor = lt00001
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
aacuteg
ua
(k
g m
- sup3)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
91
uma cultura tolerante a escassez hiacutedrica ainda eacute pouco estudado no que se refere ao seu uso
da aacutegua e agrave sua eficiecircncia do uso da aacutegua
Com isso observa-se que a maior produtividade de sementes encontrada no
tratamento irrigado com a maior dose de nitrogecircnio aplicada natildeo corresponde agrave maior
produtividade de aacutegua que foi obtida no tratamento com a maior dose de nitrogecircnio aplicado
soacute que no tratamento sem irrigaccedilatildeo Comportamento semelhante foi encontrado por Yang et
al (2013) que estudaram os efeitos da adiccedilatildeo de nitrogecircnio e do uso da aacutegua no crescimento e
desenvolvimento do pinhatildeo-manso e encontraram que com o maior intervalo de irrigaccedilatildeo (12
dias) houve reduccedilatildeo significativa no crescimento liacutequido da planta na aacuterea foliar na massa
seca total e na capacidade de armazenamento da aacutegua Entretanto houve economia de aacutegua de
irrigaccedilatildeo de 21 quando comparado com intervalos menores (4 e 8 dias) Contudo os autores
relatam que os maiores intervalos de irrigaccedilatildeo aumentaram a eficiecircncia do uso da aacutegua na
irrigaccedilatildeo (EUAi) e a eficiecircncia do uso da aacutegua no cultivo (EUAet) Assim a combinaccedilatildeo ideal
foi o tratamento com intervalo de irrigaccedilatildeo de 12 dias com o uso de nitrogecircnio o qual pode
aumentar a eficiecircncia do uso da aacutegua que apresenta o mesmo o conceito da produtividade da
aacutegua com a diferenccedila de que a produtividade de aacutegua eacute o produto da integraccedilatildeo das taxas de
produccedilatildeo de mateacuteria seca e da transpiraccedilatildeo (ou evapotranspiraccedilatildeo) ao longo do tempo
(FRIZZONE 2014)
46 Anaacutelise de crescimento
Na Figura 21 eacute ilustrada a altura meacutedia da planta sob condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro e
das doses de nitrogecircnio respectivamente nos periacuteodos de cultivo e nas eacutepocas de avaliaccedilatildeo
as cinco primeiras eacutepocas de avaliaccedilatildeo correspondem ao ciclo 201314 e as cinco uacuteltimas
avaliaccedilotildees ao ciclo 201415 Observa-se que a irrigaccedilatildeo influenciou muito pouco a altura da
planta sendo mais acentuado o efeito das diferentes doses de nitrogecircnio aplicadas Ao final de
cada ciclo produtivo as plantas apresentaram uma altura meacutedia de 265 m e 300 m para o
terceiro e quarto ano de cultivo respectivamente Verificou-se ainda um menor crescimento
entre o segundo e o terceiro periacuteodo e entre o seacutetimo e o oitavo periacuteodo de avaliaccedilatildeo eacutepocas
que coincidem com a fase produtiva da cultura corroborando com relatos de Larcher (2000)
Segundo esse autor paralisaccedilotildees no crescimento vegetativo das plantas em funccedilatildeo da
aceleraccedilatildeo do crescimento produtivo ocorrem pela canalizaccedilatildeo da energia e de materiais
destinados agrave floraccedilatildeo e agrave frutificaccedilatildeo que por sua vez originam-se no processo fotossinteacutetico
92
na incorporaccedilatildeo de substacircncias minerais e na mobilizaccedilatildeo de reservas para formaccedilatildeo e
enchimentos dos frutos Ao final da fase de maturaccedilatildeo dos frutos eacute iniciado o periacuteodo de
senescecircncia das folhas do pinhatildeo-manso o que gera um pequeno decreacutescimo no seu tamanho
evidenciado ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo
(a) (b)
Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das
doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Os resultados da anaacutelise univariada de perfil da variaacutevel altura de planta considerando
o esquema de parcela subdividida no tempo para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
indicam que existem diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico as doses de N o tempo (Dias
apoacutes a poda de limpeza ndash DAP) e para todas as interaccedilotildees com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo DAP x
irrigaccedilatildeo x doses de N para o primeiro ciclo (Tabela 13) e das interaccedilotildees irrigaccedilatildeo x doses de
N e DAP x irrigaccedilatildeo x doses de N para o segundo ciclo (Tabela 14) Observa-se que a
hipoacutetese de perfis coincidentes para os demais fatores foi rejeitada (plt005) pelo teste F
indicando que a altura do pinhatildeo-manso apresenta comportamento diferenciado conforme o
tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N impostos
Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 1135799 0180286 2288 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1207324 0201221 2553 lt00001
Doses N 3 1064012 03546706 4501 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 0255201 02552006 3238 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0065522 00218406 277 00457
Resiacuteduo a 18 0484241 00269023 341 lt00001
DAP 4 7780440 19451100 24683 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0103565 00258913 329 00143
DAP x Doses N 12 0371960 00309967 393 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0025725 00021438 027 09923
Resiacuteduo b 96 075651 000788
Total corrigido 159 12114499
Rsup2 = 09376 CV = 369 Meacutedia da Altura de planta (m) = 241
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
93
Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 1313087 02084265 1754 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1000679 01667798 1404 lt00001
Doses N 3 4204642 14015473 11797 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 1287016 12870156 10833 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 00056569 00018856 016 09238
Resiacuteduo a 18 03705663 0020587 173 00463
DAP 4 5476071 13690178 11523 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 02311438 00577859 486 00013
DAP x Doses N 12 04533988 00377832 318 00007
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 01016963 00084747 071 07351
Resiacuteduo b 96 114053 00118805
Total corrigido 159 14271399
Rsup2 = 09201 CV = 384 Meacutedia da Altura de planta (m) = 284
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Conforme esperado pode-se observar nas anaacutelises univariadas de perfil para a altura
de plantas que nos dois anos de cultivo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de
perfis horizontais que testa o efeito do tempo indicando que agrave medida que o tempo progride
haacute variaccedilatildeo da altura do pinhatildeo-manso De forma semelhante a hipoacutetese de perfis paralelos
tambeacutem foi rejeitada (plt005) indicando que as interaccedilotildees DAP x irrigaccedilatildeo e DAP x Doses N
atuam de forma dependente no crescimento em altura do pinhatildeo-manso
As anaacutelises do teste de esfericidade de Mauchly para a variaacutevel altura das plantas para
os dois anos de cultivo satildeo apresentadas na Tabela 15 De acordo com os resultados
apresentados para cada teste a condiccedilatildeo de esfericidade foi satisfeita para o ciclo 201314 e
rejeitada para o ciclo 201415 o que indica que para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a matriz de
variacircncias e covariacircncias apresenta uma forma chamada HUYNH-FELDT (H-F) e desta
forma o procedimento para a anaacutelise univariada de perfis pode ser utilizado O segundo ano
de avaliaccedilatildeo por sua vez por natildeo satisfazer essa condiccedilatildeo para altura das plantas indica que o
teste univariado natildeo deve ser utilizado procedendo-se neste caso a anaacutelise multivariada de
perfis
Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 043237 13765 01309 Univariada
201415 9 031697 22309 00079 Multivariada
94
Avaliando o crescimento em altura ao longo do tempo da Leucaena leucocephala
(Lam) de Wit Souza et al (2008) verificaram rejeiccedilatildeo da condiccedilatildeo de esfericidade pelo teste
de esfericidade de Mauchly fato este tambeacutem observado por Rabello Thiebault e
Vasconcelos Junior (2015) para altura de plantas de feijatildeo-vagem Por outro lado trabalhando
com dados longitudinais em experimentaccedilatildeo animal Cestari Costa e Minho (2012)
observaram que a condiccedilatildeo de esfericidade natildeo foi violada pelo teste de Mauchly Neste caso
o teste univariado poderia ser utilizado pois a matriz de variacircncias e covariacircncias
apresentavam variacircncias comuns e covariacircncias nulas
Por meio dos testes multivariados para altura de plantas no segundo ano de avaliaccedilatildeo
a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos) foi rejeitada para as
doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar indicando que as distacircncias meacutedias entre
cada um desses grupos satildeo diferentes (Tabela 16) Nas anaacutelises intra indiviacuteduos o teste para o
fator DAP (dias apoacutes a poda de limpeza) testou a hipoacutetese de perfis horizontais (constantes)
Esta hipoacutetese foi rejeitada o que indica que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que
descrevem as alturas meacutedias das plantas ao longo do tempo O teste para as interaccedilotildees DAP x
I e DAP x N testou a hipoacutetese de perfis paralelos que foi rejeitada para a interaccedilatildeo DAP x I e
satisfeita para DAP x N para o teste estatiacutestico Traccedilo de Pillai embora ela tenha sido rejeitada
para os demais testes Com isso conclui-se a partir desses resultados que o crescimento em
altura para a interaccedilatildeo DAP x I eacute diferenciado pelo tratamento aplicado
Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel altura no
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p
Entre indiviacuteduos
Blocos (I) 6 730 00016
I 1 4027 lt 00001
N 3 4385 lt 00001
I x N 3 006 09807
Intra indiviacuteduos
DAP 4 34334 lt00001
DAP x Bloco (I) 12 277 00046
DAP x I 4 376 00216
DAP x N 12 169 00907
DAP x I x N 12 075 07021
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N
De acordo com o exposto os perfis meacutedios de resposta da altura das plantas (m) em
funccedilatildeo das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos
dois anos de cultivo pode ser representado graficamente conforme a Figura 22
95
Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
Com a exceccedilatildeo do primeiro periacuteodo de avaliaccedilatildeo em que os tratamentos foram receacutem
aplicados natildeo havendo portanto efeito sobre as plantas observou-se efeito significativo dos
tratamentos em praticamente todos os periacuteodos de avaliaccedilatildeo no primeiro ciclo ocorrendo
efeito significativo das doses de nitrogecircnio sobre a expressatildeo fenotiacutepica de altura meacutedia
(Figura 23) Esses resultados concordam com os encontrados por Albuquerque et al (2009b)
Oliveira e Beltratildeo (2010) e Yang et al (2013) O modelo polinomial de regressatildeo linear foi o
que apresentou o melhor ajuste para a altura de plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de
limpeza (DAP) para todos os tratamentos apesar da reduccedilatildeo do crescimento meacutedio diaacuterio na
eacutepoca do inverno (Tabela 17) Para o segundo ano de avaliaccedilatildeo o uso da irrigaccedilatildeo mostrou
um efeito superior com relaccedilatildeo aos tratamentos natildeo irrigados em praticamente todo o periacuteodo
de avaliaccedilatildeo (Figura 24) e assim como para as doses de N de maior valor tiveram a regressatildeo
linear como melhor ajuste para a altura das plantas (Tabela 17) onde expressou-se o aumento
da altura das plantas no pico da produccedilatildeo natildeo ocorrendo o seu decreacutescimo no termino do seu
ciclo com o iniacutecio do periacuteodo do inverno Os demais tratamentos com deacuteficit (natildeo irrigado e
com as doses de 50 e 0 de N) tiveram o modelo de regressatildeo quadraacutetico como o melhor
ajuste para altura de plantas (Tabela 17) Na Tabela 18 satildeo apresentados as equaccedilotildees de ajuste
seguidos do coeficiente de determinaccedilatildeo corrigido (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento
nos dois anos de avaliaccedilatildeo
18
20
22
24
26
28
45 110 180 230 280
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
30
32
34
45 90 130 190 260
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
18
20
22
24
26
28
45 110 180 230 280
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
22
24
26
28
30
32
34
45 90 130 190 260
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
96
Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1292 -26881 -26671 1423
-30348 -30140 787
-14210 -13985
Quadraacutetico 652ns
-26791 -26569 732ns
-30381 -30151 405ns
-14161 -13900
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1065 -14820 -14608 1324
-16041 -15808 427
-15645 -15416
Quadraacutetico 564ns
-14908 -14646 645ns
-15842 -15593 220ns
-15563 -15301
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 505 -22525 -22358 243
-23220 -23050 459
-12768 -12632
Quadraacutetico 260ns
-22898 -22705 153 -23872 -23652 232
ns -13055 -12878
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 311 -12585 -12439 257
-13791 -13635 118
-12617 -12430
Quadraacutetico 164ns
-12914 -12715 155 -14286 -14048 81
-12941 -12680
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314
(a) (b)
Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415
18
2
22
24
26
28
3
0 50 100 150 200 250 300 350
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
18
2
22
24
26
28
3
0 50 100 150 200 250 300 350
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
22
24
26
28
3
32
34
0 50 100 150 200 250 300
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
3
32
34
0 50 100 150 200 250 300
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
97
Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Altura (m) = f (DAP)
Rsup2corr Valor p Ciclo 201314
Irrigado 261x10-3
DAP + 196605 09697 lt00001
Natildeo Irrigado 22 x10-3
DAP +196074 09276 lt00001
150 N 258 x10-3
DAP + 198839 09710 lt00001
100 N 278x10-sup3 DAP + 196031 09326 lt00001
50 N 266x10-3
DAP + 192732 09698 lt00001
0 N 159x10-3
DAP + 197756 08960 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr Valor p
Irrigado 254 x10-3
DAP + 256891 06737 lt00001
Natildeo Irrigado -1174 x10-5
DAPsup2 + 00053 DAP + 23023 07572 lt00001
150 N 281 x10-3
DAP + 256395 08370 lt00001
100 N 236 x10-3
DAP + 263288 07278 lt00001
50 N -1041 x10-5
DAPsup2 + 000505 DAP + 241365 08040 lt00001
0 N -122x10-5
DAPsup2 + 000521 DAP + 214707 06583 00012
O diacircmetro de copa para os diferentes tratamentos eacute apresentado na Figura 25 sob
condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro (a) e para as doses de nitrogecircnio (b) respectivamente
Observou-se um comportamento semelhante ao paracircmetro altura no que se refere agrave curva de
crescimento Assim como na altura meacutedia da planta os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a
aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mostraram o menor crescimento no diacircmetro de copa quando
comparado aos demais tratamentos Em resumo independente do uso da irrigaccedilatildeo e das doses
de adubo nitrogenado o crescimento do diacircmetro meacutedio de copa seguiu o mesmo padratildeo para
todos os tratamentos tendo grande aumento da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo e
aumentando com o tempo em uma taxa relativamente constante ao longo do ciclo ateacute a
penuacuteltima avaliaccedilatildeo quando o diacircmetro meacutedio de copa teve uma pequena queda devido ao
iniacutecio do periacuteodo de senescecircncia foliar
Na primeira avaliaccedilatildeo realizada o diacircmetro meacutedio geral foi de 154 m e ao final de
cada ciclo produtivo as plantas obtiveram um diacircmetro meacutedio de copa de 274 m e 322 m
para o terceiro e quarto de ano cultivo respectivamente assemelhando-se aos resultados
apresentados por Muumlller et al (2014) e superiores aos resultados de Torres et al (2011)
A variaccedilatildeo do diacircmetro de copa das plantas ocorreu principalmente em funccedilatildeo do
estaacutedio de desenvolvimento e da poda de manutenccedilatildeo e limpeza realizada sempre ao final de
cada ciclo de cultivo Ao longo do terceiro ano de cultivo o diacircmetro de copa das plantas de
98
pinhatildeo-manso tiveram uma taxa de crescimento acentuado ateacute marccedilo de 2014 tendo um
crescimento meacutedio diaacuterio de 061 063 059 e 045 cm dia-1
nas doses de 150 100 50 e
0 de nitrogecircnio respectivamente Com relaccedilatildeo ao tipo de manejo hiacutedrico adotado os
tratamentos irrigados e sem irrigaccedilatildeo apresentaram a mesma taxa de crescimento de 057 cm
dia-1
mesmo assim houve diferenccedila significativa da irrigaccedilatildeo nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo o
que leva a concluir que o pinhatildeo-manso tambeacutem eacute exigente em aacutegua e quando suprido com as
suas necessidades hiacutedricas pode se desenvolver satisfatoriamente (FARIA et al 2011
OLIVEIRA et al 2012)
No quarto ano de cultivo os tratamentos com menores doses de nitrogecircnio aplicado
apresentaram as maiores taxas de crescimento diaacuterio sendo observada no tratamento com 0
de N (056 cm dia-1
) seguido do tratamento com 100 de N (054 cm dia-1
) 50 de N (051
cm dia-1
) e 150 de N (035 cm dia-1
) Diferente do terceiro ano os tratamentos com histoacuterico
de irrigaccedilatildeo apresentaram menor taxa de crescimento diaacuterio (044 cm dia-1
) em comparaccedilatildeo
com o valor meacutedio dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo (053 cm dia-1
) Isso pode ser
explicado devido ao alto crescimento do diacircmetro no terceiro ano dos tratamentos irrigados e
com maiores doses de nitrogecircnio o que diminuiu a aacuterea de crescimento das plantas que no
final do quarto ano se encontravam com os ramos proacuteximos das plantas vizinhas mesmo com
a praacutetica da poda de manutenccedilatildeo e limpeza feito no final do terceiro ano Aleacutem disso o fato
da suspensatildeo da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo para a aacuterea irrigada eacute um fator que deve ser
considerado
(a) (b)
Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar
(a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Por meio da anaacutelise univariada de perfil foi verificado que para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo o diacircmetro de copa apresentou diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico utilizado
as doses de N e as eacutepocas de leitura realizadas (DAP) Para o ciclo 201314 a hipoacutetese de
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Diacirc
met
ro d
a c
op
a (
m)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
99
perfis coincidentes foi satisfatoacuteria para as interaccedilotildees Irrigaccedilatildeo x Doses de N e DAP x
Irrigaccedilatildeo (Tabela 19) enquanto que para ciclo 201415 a interaccedilatildeo DAP x Doses de N obteve
essa condiccedilatildeo (Tabela 20) A interaccedilatildeo tripla DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N tambeacutem apresentou
condiccedilatildeo satisfatoacuteria para a hipoacutetese de perfis coincidentes sendo verificado para os dois anos
de cultivo Para os demais fatores a hipoacutetese de perfis coincidentes foi rejeitada (plt005) pelo
teste F o que indica nesses casos que o diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso apresenta
comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N considerada
podendo haver interaccedilatildeo ao longo do tempo para um ou mais fatores
Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 453052 071913 4968 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1538018 0256336 1771 lt00001
Doses N 3 1121413 0373804 2582 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 139876 139876 9663 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0118585 0039528 273 00481
Resiacuteduo a 18 0829183 0046066 318 00001
DAP 4 3949819 9874546 68218 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0063678 0015919 110 03612
DAP x Doses N 12 058035 0048363 334 00004
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0157028 0013086 090 05459
Resiacuteduo b 96 13896 0014475
Total corrigido 159 466948
Rsup2 = 09702 CV = 477 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 252
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 2466208 0391462 2944 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 0542885 0090481 680 lt00001
Doses N 3 3145428 1048476 7884 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 1802003 1802003 13551 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0087148 0029049 218 00948
Resiacuteduo a 18 0830395 0046133 347 lt00001
DAP 4 1733346 4333365 32586 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0434685 0108671 817 lt00001
DAP x Doses N 12 028251 0023543 177 00641
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0203565 0016964 128 02455
Resiacuteduo b 96 127662 0013298
Total corrigido 159 259387
Rsup2 = 09508 CV = 368 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 313
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Para o diacircmetro de copa pode-se observar pelas anaacutelises univariadas de perfil que nos
dois ciclos de avaliaccedilatildeo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de perfis
horizontais indicando que agrave medida que o tempo progride haacute variaccedilatildeo no diacircmetro de copa
do pinhatildeo-manso A hipoacutetese de perfis paralelos por sua vez foi rejeitada (plt005) para a
100
interaccedilatildeo DAP x Doses N e satisfeita para a interaccedilatildeo DAP x irrigaccedilatildeo para o ciclo 201314
enquanto que no ciclo seguinte tais interaccedilotildees ocorreram de forma oposta
Da mesma forma que ocorreu para altura de plantas o teste de esfericidade de
Mauchly para a variaacutevel diacircmetro de copa apresentou condiccedilatildeo de esfericidade satisfatoacuteria
para o ciclo 201314 e foi rejeitada para o ciclo 201415 (Tabela 21) Com isso sugere-se o
uso da anaacutelise univariada de perfis com parcelas subdividas no tempo para o primeiro ciclo
avaliaccedilatildeo e a anaacutelise multivariada de perfis para o ciclo 201415
Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 Valor p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 053605 10236 03317 Univariada
201415 9 039956 17255 00449 Multivariada
O diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso apresentaram por meio dos
testes multivariados a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos)
rejeitada para as doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar no segundo ano de
avaliaccedilatildeo indicando que as distacircncias meacutedias entre cada um desses grupos satildeo diferentes
(Tabela 22) A hipoacutetese de perfis horizontais (constantes) nas anaacutelises intra indiviacuteduos para o
fator DAP foi rejeitada indicando que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que
descrevem os diacircmetros meacutedios de copa das plantas ao longo do tempo O teste para a
hipoacutetese de perfis paralelos foi rejeitada para as interaccedilotildees DAP x I e DAP x N o que define
que o crescimento do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso no segundo ano de avaliaccedilatildeo eacute
diferenciado de acordo com o tratamento aplicado
Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel diacircmetro
de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p
Entre indiviacuteduos
Blocos (I) 6 196 01253
I 1 3906 lt 00001
N 3 2273 lt 00001
I x N 3 063 06053
Intra indiviacuteduos
DAP 4 35616 lt00001
DAP x Bloco (I) 24 213 00075
DAP x I 4 689 00023
DAP x N 12 257 00097
DAP x I x N 12 162 01161
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N
101
Os perfis meacutedios de resposta em funccedilatildeo do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso (m)
para as quatro doses de adubo nitrogenado e as duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois
anos de cultivo eacute apresentado na Figura 26
Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
Para o diacircmetro meacutedio de copa observou-se efeito positivo dos tratamentos aplicados
em grande parte das medidas de avaliaccedilatildeo no terceiro (Figura 27) e no quarto ano de cultivo
(Figura 28) Durante os dois ciclos houve um efeito positivo do uso da irrigaccedilatildeo sobre a
expressatildeo fenotiacutepica do diacircmetro de copa sendo observado um acreacutescimo do diacircmetro nas
trecircs primeiras avaliaccedilotildees decrescendo ao final do ciclo Esses resultados corroboram com os
encontrados por Albuquerque et al (2009a) que analisando o crescimento inicial do pinhatildeo-
manso em condiccedilotildees de sequeiro no semiaacuterido nordestino verificaram um raacutepido crescimento
da cultura no periacuteodo chuvoso no entanto na eacutepoca seca do ano ocorreu uma draacutestica
reduccedilatildeo na sua taxa de crescimento O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o
melhor ajuste para o diacircmetro de copa das plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de limpeza
(DAP) para os diferentes tipos de manejo hiacutedrico e doses de N para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo (Tabela 23) Com isso nos dois ciclos avaliados se expressou o aumento do
diacircmetro de copa no pico da produccedilatildeo decrescendo no termino do seu ciclo com o iniacutecio do
inverno A reduccedilatildeo do diacircmetro meacutedio de copa nas uacuteltimas coletas de cada ciclo corrobora
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
45 110 180 230 280
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
30
32
34
36
38
45 90 130 190 260
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
45 110 180 230 280
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
45 90 130 190 260
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
102
com a afirmaccedilatildeo de Santos et al (2010) de que o diacircmetro da copa do pinhatildeo-manso sofre
intensa reduccedilatildeo durante a estaccedilatildeo de inverno com a queda das folhas mas que essas
ressurgem vigorosamente apoacutes o iniacutecio das chuvas As equaccedilotildees de ajuste seguidas do
coeficiente de determinaccedilatildeo corrigidos (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento nos dois anos
de avaliaccedilatildeo para diacircmetro de copa satildeo apresentadas na Tabela 24
(a) (b)
Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 890 -1533 -1545 1272
-1791 -1808 503
-740 -753
Quadraacutetico 1571 -2205 -2190 2697
-2661 -2644 956
-1110 -1090
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 809 -888 -905 530
-808 -820 316
-819 -831
Quadraacutetico 1750 -1351 -1329 873
-1136 -1120 683
-1175 -1156
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 207 -1892 -1902 374
-1607 -1618 120
-841 -857
Quadraacutetico 673 -2493 -2479 850
-2206 -2193 414
-1181 -1175
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 118 -858 -879 218
-952 -958 161
-851 -856
Quadraacutetico 566 -1290 -1285 379
-1196 -1181 374
-1131 -1107
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
1
15
2
25
3
35
0 50 100 150 200 250 300 350
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
1
15
2
25
3
35
0 50 100 150 200 250 300 350
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
103
(a) (b)
Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
O uso de anaacutelise de medidas repetidas no tempo fazendo uso de anaacutelises uni e
multivariadas tem sido uma alternativa no estudo do crescimento e do desenvolvimento de
plantas (GEBER DAWSON 1990 HANCOCK et al 2007 KING STANTON 2008
METCALFE et al 2008) tais como os efeitos da disponibilidade de aacutegua para as plantas e de
nutrientes que tem servido de fontes para alguns estudos (CARROL PALLARDY GALEN
2001 BREEN RICHARDS 2008 SANTIAGO et al 2012) Achten et al (2010)
monitoraram algumas variaacuteveis de crescimento e de produccedilatildeo de biomassa em pinhatildeo-manso
cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo submetidas a trecircs diferentes niacuteveis de estresse hiacutedrico e
encontraram para as mudas que sofriam estresse hiacutedrico severo (natildeo irrigadas) a paralisaccedilatildeo
do crescimento o iniacutecio da queda das folhas e a reduccedilatildeo do diacircmetro do caule nos primeiros
dias apoacutes o iniacutecio dos tratamentos Por meio da anaacutelise de medidas repetidas os autores
confirmaram que os tratamentos de niacutevel de estresse hiacutedrico influenciaram significativamente
as variaacuteveis de crescimento enquanto que o tipo de Acesso natildeo teve efeito significativo O
efeito do tempo (idade da planta) e a interaccedilatildeo tempo X niacutevel de estresse tiveram interaccedilatildeo
significativa (valor p lt0001) influenciando no comprimento do caule nuacutemero de folhas
diacircmetro na base do caule volume de caule fator de forma e volume total (volume de tronco
+ ramos) no referido trabalho
2
24
28
32
36
4
0 50 100 150 200 250 300
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
2
24
28
32
36
4
0 50 100 150 200 250 300
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
104
Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a
poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos
de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Diacircmetro de copa (m) = f (DAP)
Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314
Irrigado -418x10-5
DAPsup2 + 001879 DAP + 091195 09480 lt00001
Natildeo Irrigado -385x10-5
DAPsup2 + 001769 DAP + 078312 09694 lt00001
150 N -438x10-5
DAPsup2 + 001984 DAP + 082331 09570 lt00001
100 N -386x10-5
DAPsup2 + 001833 DAP + 076701 09749 lt00001
50 N -389x10-5
DAPsup2 + 001787 DAP + 08647 09456 lt00001
0 N -393x10-5
DAPsup2 + 001692 DAP + 093513 09531 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF
Irrigado -454x10-5
DAPsup2 - 0016 DAP + 213748 08901 lt00001
Natildeo Irrigado -542x10-5
DAPsup2 + 001994 DAP + 159186 09187 lt00001
150 N -529x10-5
DAPsup2 - 001876 DAP + 195335 08588 lt00001
100 N -553x10-5
DAPsup2 - 001942 DAP + 187746 08906 lt00001
50 N -416x10-5
DAPsup2 + 00157 DAP + 201854 09074 lt00001
0 N -493x10-5
DAPsup2 + 0018 DAP + 160933 09500 lt00001
O volume de copa do pinhatildeo-manso para os diferentes tratamentos avaliados eacute
apresentado na Figura 29 Diferente dos valores encontrados para a altura meacutedia e o diacircmetro
de copa nota-se uma maior variabilidade entre os dois manejos hiacutedricos adotados e
principalmente entre as diferentes doses de adubaccedilatildeo aplicadas Para o primeiro ano de
avaliaccedilatildeo nesse estudo os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio
apresentaram os menores volumes de copa Jaacute no segundo ano de avaliaccedilatildeo que foi analisado
a partir da sexta eacutepoca de coleta os valores apresentados foram ainda mais contrastantes
Com exceccedilatildeo da seacutetima eacutepoca de coleta que coincidiu com o periacuteodo de pico da produccedilatildeo
justificando portanto a baixa variaccedilatildeo do volume de copa entre os diferentes tipos de manejos
hiacutedrico as demais eacutepocas avaliadas dentro do fator de manejo hiacutedrico e entre as doses
adubaccedilatildeo nitrogenada apresentaram uma alta diferenccedila entre os resultados obtidos
O aumento do volume de copa foi influenciado diretamente pelo maior
desenvolvimento em conjunto da altura e do diacircmetro de copa Os tratamentos que obtiveram
o maior volume de copa apresentaram uma maior emissatildeo de ramos laterais que
consequentemente vieram a ter um maior nuacutemero de inflorescecircncias emitidas permitindo uma
maior produccedilatildeo de frutos e oacuteleo por aacutervore como eacute o caso dos tratamentos irrigados e das
doses de 150 e 100 de nitrogecircnio Spinelli et al (2010) avaliaram os efeitos diretos e
indiretos das caracteriacutesticas vegetativas sobre o rendimento de oacuteleo de pinhatildeo-manso com 38
105
meses de cultivo em espaccedilamento 3 x 2 m e reportaram que ocorre um maior crescimento dos
ramos no sentido do maior espaccedilo de desenvolvimento resultando em uma copa maior Esses
mesmos autores destacaram ainda que o volume da copa tem efeito direto sobre a
produtividade de sementes sendo a arquitetura da copa uma caracteriacutestica importante no
cultivo do pinhatildeo-manso
(a) (b)
Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das
doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Nas Tabelas 25 e 26 satildeo apresentados o resultado da anaacutelise univariada de perfis para
o volume de copa de pinhatildeo-manso para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
respectivamente Assim como para altura de plantas e diacircmetro de copa o volume de copa
apresentou diferenccedilas altamente significativas entre o tipo de manejo hiacutedrico e doses de N
utilizadas A hipoacutetese de perfis horizontais tambeacutem foi rejeitada indicando que agrave medida que
o tempo progride haacute variaccedilatildeo no crescimento em volume de copa do pinhatildeo-manso O
resultado dos testes de paralelismo foi rejeitado para as interaccedilotildees DAP x Irrigaccedilatildeo e DAP x
Doses de N para o ciclo 201314 enquanto que para ciclo 201415 apenas a interaccedilatildeo DAP x
Doses de N obteve essa condiccedilatildeo mostrando nesses casos comportamento diferenciado do
volume de copa do pinhatildeo-manso entre esses tratamentos ao longo do tempo
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vo
lum
e d
e co
pa
(m
sup3)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
106
Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 63 4722827 749655 2491 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 257981 429968 1429 lt00001
Doses N 3 288904 963012 3200 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 101857 101857 3385 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 132621 44207 147 02279
Resiacuteduo a 18 136315 75731 252 00021
DAP 4 3649956 912489 30322 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 126155 315387 1048 lt00001
DAP x Doses N 12 128198 106831 355 00002
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 202008 16834 056 08692
Resiacuteduo b 96 288898 30094
Total corrigido 159 5011726
Rsup2 = 09424 CV = 1327 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 1307
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 63 6849915 108729 3516 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 256135 426891 1380 lt 00001
Doses N 3 1478784 492928 15940 lt 00001
Irrigaccedilatildeo 1 662433 662433 21422 lt 00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 53523 17841 058 06315
Resiacuteduo a 18 268255 149031 482 lt 00001
DAP 4 403496 100874 32621 lt 00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 116951 29238 095 04412
DAP x Doses N 12 918433 76536 248 00073
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 404572 33714 109 03771
Resiacuteduo b 96 296862 30923
Total corrigido 159 7146777
Rsup2 = 09585 CV = 779 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 2259
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
A condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias para o volume de copa para os
dois anos de avaliaccedilatildeo foi satisfeita (Tabela 27) indicando que a anaacutelise univariada de perfis
com parcelas subdividas no tempo realizada anteriormente foi validada para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise multivariada de perfis para nenhum
caso
Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 041419 14470 01066 Univariada
201415 9 043446 12590 01821 Univariada
107
Conforme os resultados apresentados das anaacutelises univariadas de perfis os perfis
meacutedios de resposta para o volume de copa (msup3) em funccedilatildeo das quatro doses de adubo
nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois anos de cultivo eacute apresentado na
Figura 30
Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
O volume meacutedio de copa apresentou uma tendecircncia semelhante agrave observada para o
diacircmetro meacutedio de copa das plantas em alguns tratamentos tendo a regressatildeo quadraacutetica
como melhor modelo de ajuste para todos os tratamentos nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo essa
apresentou para todos os tratamentos os menores valores de AIC e BIC (Tabela 28) As
equaccedilotildees de regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p satildeo
apresentadas na Tabela 29 Independente do periacuteodo em que foi avaliado com a exceccedilatildeo das
primeiras leituras no ciclo 201314 os tratamentos nos quais natildeo houve deacuteficit de aacutegua ou de
nitrogecircnio foram os que apresentaram os maiores resultados para o volume de copa (Figura 31
e Figura 32) De acordo com Spinelli et al (2010) o maior desenvolvimento da copa pode
aumentar a produtividade por planta diminuindo os custos da colheita no pinhatildeo-manso
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
45 110 180 230 280
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
8
11
14
17
20
23
26
29
32
45 90 130 190 260
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
45 110 180 230 280
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
8
11
14
17
20
23
26
29
32
45 90 130 190 260
Vo
lum
e d
e co
pa
(m
sup3)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
108
(a) (b)
Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 968 2235 2246 1212
1912 1909 554
1138 1144
Quadraacutetico 711 2064 2084 1530
1392 1415 538
973 999
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 957 937 942 760
939 945 299
969 973
Quadraacutetico 908 750 776 649
796 820 359
790 815
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 376 2654 2656 380
2716 2716 228
1360 1354
Quadraacutetico 583 2250 2273 634
2274 2296 443
1079 1102
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 217 1318 1307 314
1206 1206 174
1197 1195
Quadraacutetico 606 938 963 440
980 1005 351
942 969
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201415
1
5
9
13
17
21
0 50 100 150 200 250 300 350
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
1
5
9
13
17
21
0 50 100 150 200 250 300 350
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
2
7
12
17
22
27
32
37
0 50 100 150 200 250 300
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
2
7
12
17
22
27
32
0 50 100 150 200 250 300
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
109
Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a
poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos
de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Volume de copa (msup3) = f (DAP)
Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314
Irrigado -268x10-4
DAPsup2 + 014066 DAP ndash 082484 08735 lt00001
Natildeo Irrigado -331x10-4
DAPsup2 + 015806 DAP ndash 29731 09940 lt00001
150 N -354x10-4
DAPsup2 + 017429 DAP ndash 26101 09583 lt00001
100 N -287x10-4
DAPsup2 + 015268 DAP ndash 255456 09593 lt00001
50 N -262x10-4
DAPsup2 + 013816 DAP ndash 135607 09464 lt00001
0 N -294x10-4
DAPsup2 + 013232 DAP ndash 107514 09491 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF
Irrigado -6788x10-4
DAPsup2 + 025585 DAP + 578175 09833 lt00001
Natildeo Irrigado -7289x10-4
DAPsup2 + 027341 DAP + 051229 09806 lt00001
150 N -7823x10-4
DAPsup2 + 029396 DAP + 367095 09526 lt00001
100 N -8129x10-4
DAPsup2 + 029947 DAP + 291215 09877 lt00001
50 N -602x10-4
DAPsup2 + 023689 DAP + 498426 09861 lt00001
0 N -6182x10-5
DAPsup2 + 022819 DAP + 102072 09974 lt00001
Embora a arquitetura da copa do pinhatildeo-manso seja uma caracteriacutestica importante na
seleccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo de genoacutetipos superiores (RAO et al 2008 LAVIOLA et al 2010
SPINELLI et al 2010 BHERING et al 2012) existem poucos trabalhos que avaliaram a
diferenccedila da arquitetura das plantas considerando conjuntamente a relaccedilatildeo entre a projeccedilatildeo e a
altura de copa Segundo Rao et al (2008) tanto o diacircmetro quanto o volume da copa
constituem junto ao caracter nuacutemero de ramos os principais componentes de produccedilatildeo do
pinhatildeo-manso Para Bhering et al (2012) a seleccedilatildeo direta quanto agrave produccedilatildeo de sementes em
pinhatildeo-manso tende a estar relacionada ao diacircmetro e ao volume de copa e segundo esses
autores esta informaccedilatildeo eacute relevante para prever as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de
produccedilatildeo (espaccedilamento colheitadeira) para as cultivares melhoradas que se espera obter
47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)
A equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 eacute expressa na Figura 33 A
calibraccedilatildeo foi realizada pela comparaccedilatildeo entre o IAF estimado com o equipamento LAI-2200
e o IAF real das plantas de pinhatildeo-manso determinado com o equipamento CI-203 (CID Bio-
Sciencereg) O IAF foliar real foi determinado pela razatildeo da aacuterea foliar total e a aacuterea do terreno
110
disponiacutevel agraves plantas Para realizar a calibraccedilatildeo do equipamento foram utilizadas dez de um
total de onze plantas sendo excluiacutedo o valor mais extremo Com um coeficiente de
determinaccedilatildeo (Rsup2) de 08287 pode ser observado que o IAF real foi cerca de 093 do IAF
estimado ou seja o equipamento LAI-2200 estava superestimando o IAF em cerca de 7
Com a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo obtida dos valores de IAF medidos no campo ao redor da aacuterea
experimental todos os valores de IAF foram corrigidos para valores mais proacuteximos dos reais
podendo a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo ser utilizada novamente quando as estimativas do IAF forem
realizadas com o equipamento LAI-2200 nas plantas de pinhatildeo-manso com as mesmas
caracteriacutesticas de cultivo e nas condiccedilotildees de clima e solo estudados
Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200
As meacutedias do IAF foram significativamente diferentes pelo teste F entre as diferentes
doses de N aplicada uso da irrigaccedilatildeo e eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) apoacutes o iniacutecio do quarto
ciclo de cultivo (201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 30) Pela anaacutelise
univariada de perfis identificou-se tambeacutem interaccedilatildeo significativa entre as doses de N e a
eacutepoca de avaliaccedilatildeo e interaccedilatildeo altamente significativa entre a irrigaccedilatildeo e a eacutepoca de
avaliaccedilatildeo rejeitando portanto a hipoacutetese de paralelismo dos perfis Assim como para as
outras variaacuteveis de crescimento (altura diacircmetro e volume de copa) natildeo houve efeito da
interaccedilatildeo tripla Irrigaccedilatildeo x Doses N x DAP O efeito dos blocos dentro de cada experimento
(manejo hiacutedrico) mostrou-se significativo para o IAF o que reforccedila neste caso o uso do
delineamento em blocos aleatorizados dentro de cada experimento Simotildees et al (2014)
observaram que irrigaccedilatildeo e diferentes doses de N influenciaram no aumento da aacuterea foliar no
desenvolvimento inicial de pinhatildeo-manso assim como a interaccedilatildeo entre esses fatores
IAFReal = 0928 x IAFEstimado
Rsup2 = 08287
00
02
04
06
08
10
12
00 02 04 06 08 10 12
IAF
Rea
l
IAF Estimado
111
Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 87 852864 09803 1194 lt 00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 09908 016513 201 00668
Doses N 3 42497 147166 1726 lt 00001
Irrigaccedilatildeo 1 645795 645795 7867 lt 00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 045145 015048 183 01431
Resiacuteduo a 18 168772 009376 114 03161
DAP 7 611969 874242 10650 lt 00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 7 554613 07923 965 lt 00001
DAP x Doses N 21 282023 01343 164 00465
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 21 18855 008979 109 03591
Resiacuteduo b 168 137914 008209
Total corrigido 255 990778
Rsup2 = 08608 CV = 2217 Meacutedia IAF = 129
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Verificou-se por intermeacutedio do teste de esfericidade de Mauchly realizado com 27
graus de liberdade e aproximaccedilatildeo Qui-Quadrado (35045) que a condiccedilatildeo de esfericidade foi
satisfeita com um niacutevel de significacircncia de 01377 (Teste de Mauchly natildeo significativo com
valor pgt005) Isto indica que a matriz de covariacircncia nesse caso eacute da forma esfeacuterica
apresentando variacircncias iguais e correlaccedilotildees nulas podendo ser empregado o modelo de
parcela subdividida no tempo pela anaacutelise univariada de perfis Na Figura 34 satildeo apresentados
os perfis meacutedios de resposta para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) em funccedilatildeo das quatro doses de
adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada e do manejo
hiacutedrico adotado
O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o melhor ajuste para todos os
tratamentos (Tabela 31) Um fato que contribuiu para este comportamento foi o iniacutecio das
leituras a partir dos 45 dias apoacutes a poda de limpeza o que impediu o ajuste dos dados iniciais
das primeiras semanas que seriam menores dado o iniacutecio da nova emissatildeo de folhas para este
ciclo O IAF apresentou uma grande variaccedilatildeo entre os tratamentos com os maiores valores
00
05
10
15
20
25
30
55 80 105 135 165 195 225 255
IAF
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
00
05
10
15
20
25
45 75 105 135 165 195 225 255
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
112
para os tratamentos sem deacuteficit hiacutedrico ou de N Com o decorrer do tempo os valores foram se
decrescendo com os todos os tratamentos atingindo a mesma faixa de IAF com o iniacutecio da
fase de senescecircncia foliar (Figura 35) Na Tabela 32 satildeo apresentadas as equaccedilotildees de
regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p para o iacutendice de aacuterea
foliar
Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os tratamentos no
segundo ano de avaliaccedilatildeo
Modelo Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1341 -2063 -2051 313
-2067 -2059 349
-833 -821
Quadraacutetico 822ns
-2071 -2602 504 -2302 -2288 288
-858 -846
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 372 -980 -967 411
-1041 -1024 206
-1011 -997
Quadraacutetico 312 -1006 -992 282
ns -1041 -1023 196
-1045 -1030
Niacuteveis de significacircncia Plt001 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos
dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b)
para o ciclo 201415
Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo IAF = f (DAP) Rsup2 PrgtF
Irrigado -718x10-sup3 DAP + 254196 06710 lt00001
Natildeo Irrigado -715x10-5
DAPsup2 + 00185 DAP + 028721 06899 lt00001
150 N -649x10-5
DAPsup2 + 001389 DAP + 114529 06564 lt00001
100 N -601x10-5
DAPsup2 + 001285 DAP + 103989 07574 lt00001
50 N -56x10-sup3 DAP + 207776 06003 lt00001
0 N -549x10-5
DAPsup2 + 001288 DAP + 06784 07982 lt00001
0
02
04
06
08
1
12
14
16
18
2
0 50 100 150 200 250 300
IAF
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
0
05
1
15
2
25
0 50 100 150 200 250 300
IAF
DAP
Irrigado
Natildeo irrigado
113
Freiberger (2012) estudando o efeito de doses de N no crescimento de plantas de
pinhatildeo-manso concluiu que os valores de aacuterea foliar ajustaram-se ao modelo quadraacutetico o
qual permitiu estimativa de valor maacuteximo de 6469 cm2 para a dose estimada de 97 kg ha
-1 de
N Oliveira (2009) avaliando o crescimento e a capacidade produtiva em funccedilatildeo de adubaccedilatildeo
mineral no semiaacuterido paraibano observou que dentre as doses de N estudadas (0 30 60 e 90
kg ha-1
) a maior delas proporcionou o maior nuacutemero de folhas de pinhatildeo-manso com
tendecircncia linear crescente
A disponibilidade hiacutedrica complementada pela irrigaccedilatildeo aumentou significativamente
o iacutendice de aacuterea foliar nos tratamentos fato este tambeacutem observado em outros trabalhos nos
quais o estresse hiacutedrico afetou esta variaacutevel (MAES et al 2009a ACHTEN et al 2010
SILVA et al 2011) Duarte et al (2015) em um estudo sobre o desenvolvimento inicial do
pinhatildeo-manso confirmaram a grande capacidade que a planta tem de se adaptar ao deacuteficit
hiacutedrico ao verificar a capacidade da planta de tolerar o estresse hiacutedrico retardando o
crescimento da parte aeacuterea com ajustamento da aacuterea foliar para reduzir a taxa de
evapotranspiraccedilatildeo aleacutem de intensificar o crescimento da zona radicular Em um outro estudo
apesar de natildeo apresentar diferenccedila significativa em nenhuma das eacutepocas amostradas
Horschutz et al (2012) constataram que as maiores meacutedias do IAF foram observadas para os
tratamentos que continham complementaccedilatildeo hiacutedrica
48 Iacutendice de clorofila
A clorofila eacute o pigmento responsaacutevel pela captaccedilatildeo da energia solar atuando na
oxidaccedilatildeo da aacutegua e consequentemente na liberaccedilatildeo do oxigecircnio e na reduccedilatildeo do dioacutexido de
carbono para a formaccedilatildeo de cadeias carbocircnicas principalmente accediluacutecar (TAIZ ZEIGER
2009) Segundo Barbieri Juacutenior (2009) o clorofilocircmetro eacute um instrumento que indica de
forma indireta o teor de clorofila com base nas propriedades oacuteticas das folhas sendo que os
teores de clorofila total relacionaram-se diretamente com as leituras do clorofilocircmetro para
um experimento realizado com Capim-Tifton 85 com coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2) acima
de 85 O autor ainda relata que a atividade fotossinteacutetica o conteuacutedo de proteiacutenas e de
carboidratos soluacuteveis o N total e os teores de micronutrientes existentes nas folhas satildeo
algumas das variaacuteveis que podem ser correlacionadas com o conteuacutedo de clorofila no tecido
foliar Na Figura 36 satildeo apresentadas as distribuiccedilotildees temporais dos valores de clorofila total
114
expressos em Iacutendice de Clorofila Falker (ICF) durante o terceiro ano de cultivo em funccedilatildeo da
dose de adubaccedilatildeo nitrogenada (a) e do manejo hiacutedrico (b)
(a) (b)
Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e do manejo hiacutedrico
(b) para o terceiro ano de cultivo
Como pode ser visto na Figura 36 os teores de clorofila total se apresentam com niacuteveis
muito baixos no periacuteodo do florescimento e formaccedilatildeo de frutos em comparaccedilatildeo aos outros
dois periacuteodos fato tambeacutem observado pelas leituras realizadas no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
poreacutem com uma menor intensidade para as menores doses de N (Figura 37) Os tratamentos
irrigados apresentaram maiores valores de clorofila total durante o primeiro ciclo fato que
natildeo se repetiu no ano seguinte com o cultivo com histoacuterico de irrigaccedilatildeo (Figura 38) As
diferentes doses de N aplicadas influenciaram positivamente o aumento do teor de clorofila
total nos dois ciclos
Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto ano de cultivo
300
350
400
450
500
550
Jan2014 Mar2014 Mai2014
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N
100 N
50 N
0 N
a
a a
b
b
aa a
a a
aa
300
340
380
420
460
500
Jan2014 Mar2014 Mai2014
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado
Sequeirob
a
a b
a a
420
440
460
480
500
520
540
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
a
a
a
a
ab ab
b
a
b
b
aa
aa a
aa
ab
bab
115
Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano de cultivo
Os valores relativos de clorofila A e B apresentaram o mesmo comportamento da
clorofila total que eacute a soma das duas clorofilas Assim como na clorofila total os valores de
clorofila A e B diminuiacuteram com a reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada e as doses de 50 e 0
da adubaccedilatildeo nitrogenada foram aquelas que apresentaram os menores valores (Tabela 33 e
Tabela 34) Diferente desses resultados Vale (2009) ao estudar o efeito da aplicaccedilatildeo de
nitrogecircnio na cana-de-accediluacutecar afirma que natildeo houve efeito significativo da leitura do iacutendice de
clorofila com o aumento da aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mesmo com o aumento significativo na
biomassa das plantas Para o ciclo 201314 apenas a clorofila B natildeo apresentou efeito da
irrigaccedilatildeo fato que influenciou a natildeo significacircncia da relaccedilatildeo clorofila AB Jaacute no ano
seguinte todas as variaacuteveis apresentaram efeito do manejo hiacutedrico
Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de
pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Clorofila Total
Irrigado 456 450 446 422 443 B
Sequeiro 487 464 451 415 454 A
Meacutedias 471 a 457 ab 449 b 419 c
Clorofila A
Irrigado 357 353 353 337 350 B
Sequeiro 377 365 358 340 360 A
Meacutedias 367 a 359 ab 355 b 339 c
Clorofila B
Irrigado 99 97 93 85 93 A
Sequeiro 110 99 93 75 94 A
Meacutedias 104 a 98 ab 93 b 80 c
Relaccedilatildeo Clorofila AB
Irrigado 407 429 437 466 435 A
Sequeiro 371 406 411 488 419 A
Meacutedias 389 c 418 bc 424 b 477 a
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
420
440
460
480
500
520
540
560
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado Sequeiro
a
a
aa
a
b
b
b a b
116
Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de
pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Clorofila Total
Irrigado 505 501 492 478 494 A
Sequeiro 495 484 447 448 469 B
Meacutedias 501 a 493 a 470 b 463 b
Clorofila A
Irrigado 387 389 383 376 384 A
Sequeiro 382 376 358 358 368 B
Meacutedias 385 a 383 a 371 b 367 b
Clorofila B
Irrigado 118 112 108 101 110 A
Sequeiro 114 108 89 88 100 B
Meacutedias 116 a 110 a 99 b 95 b
Relaccedilatildeo Clorofila AB
Irrigado 350 362 370 385 367 B
Sequeiro 346 361 414 419 385 A
Meacutedias 349 b 361 b 392 a 402 a
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
A relaccedilatildeo clorofila AB apresentou os seus maiores valores para as menores doses de
N (50 e 0) aplicada devido ao baixo teor de clorofila B presentes principalmente nos
tratamentos sem irrigaccedilatildeo A manutenccedilatildeo dos altos valores de clorofila B presente nos
tratamentos com as maiores doses de N em qualquer condiccedilatildeo eacute um fator positivo pois deve
salientar-se que uma proporccedilatildeo relativa maior de clorofila B eacute uma caracteriacutestica importante
pois possibilita a captura de foacutetons de outros comprimentos de onda (VIEIRA et al 2010)
Os altos teores de clorofila apresentados nos tratamentos irrigados e com maiores
doses de N podem tambeacutem ser explicados pela maior incidecircncia de folhas devido ao estiacutemulo
da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada ocasionando um maior sombreamento das folhas o
que faz com que elas possuam mais grana por cloroplastos apresentando uma maior
quantidade de clorofila por centro de reaccedilatildeo (FAHL et al 1994)
Quando submetidas a um estresse hiacutedrico severo os conteuacutedos de clorofila presentes
nas folhas das plantas muitas vezes podem vir a diminuir devido agrave degradaccedilatildeo progressiva da
clorofila nas folhas (MARTIacuteNEZ-FERRI et al 2004 JALEEL et al 2009 ANJUM et al
2011) ocorrendo tambeacutem para a cultura do pinhatildeo-manso (POMPELLI et al 2010) No
entanto Sapeta et al (2013) natildeo encontraram nenhuma reduccedilatildeo significativa nos teores de
clorofila A ou B nem mesmo com o tratamento sob maacuteximo estresse hiacutedrico Os autores
observaram contudo uma reduccedilatildeo das razotildees de clorofila AB durante o periacuteodo mais seco
ocasionado devido a um aumento no conteuacutedo de clorofila B Pompelli et al (2010) tambeacutem
117
observaram uma reduccedilatildeo da relaccedilatildeo clorofila AB no pinhatildeo-manso embora esta reduccedilatildeo
diferente do constatado por Sapeta et al (2013) tenha sido acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
no conteuacutedo de clorofila total sendo principalmente de clorofila A
Na Tabela 35 eacute apresentada um resumo das anaacutelises univariadas de perfis para
clorofila total A B relaccedilatildeo clorofila AB e para nitrogecircnio foliar todos para o segundo ciclo
de avaliaccedilatildeo natildeo foram realizadas para o primeiro ciclo devido ao pouco nuacutemero de medidas
realizadas no periacuteodo o que comprometeria a caracterizaccedilatildeo da anaacutelise de perfis As meacutedias
de todas as variaacuteveis analisadas foram significativamente diferentes pelo teste F entre as
diferentes doses de N aplicadas e da eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) no quarto ciclo de cultivo
(201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 35) O uso da irrigaccedilatildeo por sua
vez natildeo causou efeito para a relaccedilatildeo clorofila AB e para o N foliar satisfazendo portanto a
hipoacutetese de perfis horizontais para estas variaacuteveis A hipoacutetese de paralelismo de perfis foi
rejeitada para a interaccedilatildeo irrigaccedilatildeo x DAP em todas as variaacuteveis mas satisfeita para a
interaccedilatildeo doses de N x DAP (com exceccedilatildeo do N foliar) indicando que estas variaacuteveis
apresentam comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico adotado o
mesmo natildeo ocorreu com a diferenciaccedilatildeo das doses de N aplicadas indicando a coincidecircncia
(paralelismo) de perfis entre esses tratamentos
Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL
Clorofila
Total Clorofila A Clorofila B
Relaccedilatildeo
Cl AB N foliar
Quadrado meacutedio
Modelo 63 217324
367981
62976
0513 3261
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 83097ns
25898ns
19647ns
0153ns
1082ns
Doses N 3 118286
274952
329692
2269
14467
Irrigaccedilatildeo 1 168305
68644
219781 0455
ns 1416
ns
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 181522ns
62285ns
36156ns
0419ns
1156ns
Resiacuteduo a 18 3922ns
841ns
15416ns
012ns
558ns
DAP 4 542196 8979
206466
1714
1775
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 549987 190026
176759
2148
6758
DAP x Doses N 12 91661ns
18896ns
34442ns
0205ns
2454
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 103502ns
27406ns
25717ns
0238ns
1094ns
Resiacuteduo b 96 89169 2221430 25387 0231 839
Rsup2 06153 06236 06195 05939 07183
CV () 622 405 1527 1296 965
Meacutedia 4797 3754 1043 37 300
Niacuteveis de significacircncia 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza
GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
O teste de esfericidade foi realizado apoacutes a anaacutelise univariada para cada uma das
variaacuteveis e apresentou condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias satisfeita para todos
os casos (Tabela 36) Validou-se portanto a anaacutelise univariada de perfis com parcelas
118
subdividas no tempo realizada anteriormente natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise
multivariada de perfis para nenhuma variaacutevel
Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do pinhatildeo-manso
Variaacutevel
analisada
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
Clorofila Total 9 05853 87937 04565 Univariada
Clorofila A 9 05595 95321 03897 Univariada
Clorofila B 9 05816 88986 04467 Univariada
Relaccedilatildeo Clor AB 9 03815 158187 00708 Univariada
Nitrogecircnio foliar 9 06342 74751 05878 Univariada
De acordo com os resultados apresentados nas anaacutelises univariadas de perfis os perfis
meacutedios de resposta dos iacutendices de clorofila total A B e da relaccedilatildeo clorofila AB em funccedilatildeo
das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o cultivo
do pinhatildeo-manso no ciclo 201415 satildeo expressos na Figura 39
Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Na Figura 40 satildeo apresentados os perfis meacutedios dos teores de N foliar ao longo
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de N e do manejo hiacutedrico adotado Apesar de
apresentar alguma variaccedilatildeo ao longo do ciclo o teor de N foliar apresentou baixa correlaccedilatildeo
com os teores de clorofila A B e Total (Tabela 37) a variaccedilatildeo do teor de N possivelmente
estaacute condicionada principalmente a alta mobilidade do nutriente na planta O valor de N foliar
350
360
370
380
390
400
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la A
(IC
F)
DAP
Clorofila A
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
60
70
80
90
100
110
120
130
140
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la B
(IC
F)
DAP
Clorofila B
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
420
440
460
480
500
520
540
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la T
ota
l (I
CF
)
DAP
Clorofila Total
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
25
28
30
33
35
38
40
43
45
45 90 130 190 260
Rel
accedilatilde
o C
loro
fila
AB
DAP
Relaccedilatildeo clorofila AB
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
119
apresentou-se altamente significativo para o efeito da eacutepoca ao longo do ciclo com um valor
de F de 2847 Devido a sua alta mobilidade na planta ele apresentou os menores teores na
folha selecionada nos periacuteodos de florescimento e formaccedilatildeo de frutos
(a) (b)
Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na planta (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b)
Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de clorofila na planta
Clorofila Total Clorofila A Clorofila B
Correlaccedilatildeo de Pearson 017961 016939 01752
Probabilidade 00425 00559 00462
Aleacutem da disponibilidade de nitrogecircnio na planta a leitura fornecida pelo
clorofilocircmetro pode ser afetada tambeacutem por outros fatores dentre os principais destacam-se o
cultivar o estaacutedio de crescimento determinadas caracteriacutesticas anatocircmicas das folhas a
irradiacircncia no momento da avaliaccedilatildeo e a localidade (FONTES 2011) Tais fatores necessitam
ser avaliados e padronizados apesar da interaccedilatildeo entre os mesmos tornar difiacutecil a
padronizaccedilatildeo Adicionalmente a concentraccedilatildeo de clorofila varia com a condutacircncia
estomaacutetica da folha causada pelas estaccedilotildees do ano sendo mais acentuada na primavera do que
no veratildeo (MATSUMOTO OHTA TANAKA 2005) Segundo Schepers et al (1992) mesmo
com algumas imperfeiccedilotildees o uso do clorofilocircmetro pode aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo
do adubo nitrogenado pelas culturas e tem propiciado melhor manejo da adubaccedilatildeo
nitrogenada em cobertura chamado de ldquoadubaccedilatildeo quando necessaacuteriardquo
Com exceccedilatildeo dos valores referentes ao mecircs de janeiro2014 os teores de N foliar dos
tratamentos irrigados e com as maiores doses de N aplicado via fertilizante mineral
mostraram-se relativamente superiores quando comparados com os demais tratamentos
Segundo Fernaacutendez et al (1994) um acreacutescimo no suprimento de N estimula o crescimento
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
Teo
r d
e N
(g
kg
- sup1)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N
50 N 0 N
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
Teo
r d
e N
(g k
g- sup1
)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado Sequeiro
120
atrasa a senescecircncia e muda a morfologia das plantas aleacutem disto o aumento dos niacuteveis de
adubaccedilatildeo nitrogenada causa crescimento significativo no conteuacutedo de clorofila das folhas
Laviola e Dias (2008) citam que o N foi o nutriente mais requerido para a formaccedilatildeo de folhas
tal como para suprir a demanda metaboacutelica de frutos de pinhatildeo-manso Esses mesmos autores
calcularam teores meacutedios de nitrogecircnio nas folhas de 364 g kg-1
apoacutes o terceiro ano de
implantaccedilatildeo da cultura valores estes maiores dos que os obtidos neste estudo Schulz et al
(2014) encontraram valores proacuteximos a 40 g kg-1
no cultivo do pinhatildeo-manso consorciado
com capim tifton e valores acima 50 g kg-1
quando cultivado em solteiro Segundo Kerbauy
(2008) a demanda de N varia com a espeacutecie e o teor de N com a parte da planta analisada e
para um crescimento adequado a concentraccedilatildeo oacutetima estaacute na faixa de 20 a 50 g kg-1
de
mateacuteria seca da planta
49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo
O resumo da anaacutelise de variacircncia dos resultados do rendimento (teor) meacutedio e da
produtividade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para o terceiro e quarto ano de cultivo em funccedilatildeo do
manejo hiacutedrico adotado e da dose de adubaccedilatildeo nitrogenada satildeo apresentados na Tabela 38
Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) em sementes de pinhatildeo-
manso para todos os tratamentos avaliados
Fonte de Variaccedilatildeo
Ciclo 201314 Ciclo 201415
GL Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo
Blocos [I] 6 100ns
1278
067ns
153ns
I 1 1121
13916
1779
3244
N 3 045ns
3352
2533
2288
I x N 3 192ns
137ns
514
097ns
Meacutedia geral 541 35744 534 45876
CV () 29 154 197 182
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apenas o manejo hiacutedrico apresentou efeito
significativo para o rendimento do oacuteleo apresentando um valor meacutedio de 541 Diferente
disso para o mesmo periacuteodo de estudo a produtividade de oacuteleo apresentou diferenccedila
significativa em praticamente todos os aspectos com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo dos experimentos
de irrigaccedilatildeo e os tratamentos adubados chegando a duplicar a produtividade de oacuteleo com a
complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo no seu terceiro ano de cultivo (Tabela 39) Tal efeito tambeacutem se
121
assemelhou ao segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para a produtividade de oacuteleo com diferenccedilas
encontradas para o efeito da irrigaccedilatildeo e das doses de nitrogecircnio aplicadas O teor de oacuteleo
diferente do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou melhor resposta com o efeito da dose de
nitrogecircnio aplicada e da complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo entretanto obervou-se um menor teor
de oacuteleo nos tratamentos com adubaccedilatildeo nitrogenada e no cultivo irrigado sendo este uacuteltimo
tambeacutem ocorrido no ciclo seguinte (Tabela 39) Diferente disso Kalannavar (2008) relataram
altos valores do teor de oacuteleo extraiacutedo mecanicamente (3791) e da produtividade de oacuteleo
(97074 kg ha-1
) do pinhatildeo-manso quando adubado com 100 kg N ha-1
valores estes
superiores aos encontrados para as dosagens de 50 e 150 kg N ha-1
O aumento do teor de oacuteleo
com o uso da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada tambeacutem foram relatados por Tikkoo
Yadav Kaushik (2013) que observaram um aumento de ateacute 9 com o uso da irrigaccedilatildeo e
aumentos de 17 33 e 64 de oacuteleo com a aplicaccedilatildeo de 30 60 e 90 kg ha-1
de N
respectivamente sobre o tratamento controle
Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da dose de
nitrogecircnio aplicada
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Teor de oacuteleo () - Ciclo 201314
Irrigado 538 535 529 524 532 B
Sequeiro 535 556 554 556 550 A
Meacutedias 537 a 546 a 542 a 540 a
Teor de oacuteleo () - Ciclo 201415
Irrigado 515 Bb 521 Ab 519 Ab 549 Ba 526
Sequeiro 548 Aab 516 Ac 530 Abc 573 Aa 542
Meacutedias 531 519 524 561
Produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) ndash Ciclo 201314
Irrigado 5985 5199 4605 3092 4720 A
Sequeiro 3220 2721 2913 860 2429 B
Meacutedias 4603 a 3960 ab 3759 b 1976 c
Produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) ndash Ciclo 201415
Irrigado 6744 5732 5244 3996 5429 A
Sequeiro 5891 3883 3428 1783 3747 B
Meacutedias 6318 a 4808 b 4336 b 2889 c
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
Observando os resultados apresentados constata-se que de uma forma geral os
tratamentos natildeo irrigados apresentaram maiores teores de oacuteleo quando comparados com os
tratamentos irrigados apresentando uma meacutedia de 5504 contra 5317 dos tratamentos em
que foi utilizada a praacutetica da irrigaccedilatildeo Os teores meacutedios de oacuteleo obtidos encontram-se dentro
da faixa dos teores relatados por Sluszz e Machado (2011) Arruda et al (2004) Haas e
Mittelbach (2000) e Akintayo (2004)
122
Comportamento semelhante dos resultados encontrados para o rendimento de oacuteleo
foram observados por Deus et al (2012) que avaliaram o rendimento e a produtividade de
oacuteleo do pinhatildeo-manso sobre diferentes lacircminas de irrigaccedilatildeo e niacuteveis de adubaccedilatildeo potaacutessica e
observaram que o uso da irrigaccedilatildeo proporcionou uma diminuiccedilatildeo nos valores de rendimento
de oacuteleo nos gratildeos e aumento da produtividade do oacuteleo que foi proporcionado pelo aumento
da produtividade de gratildeos com o aumento da lacircmina de irrigaccedilatildeo
Apesar do teor meacutedio de oacuteleo ter sido levemente superior no terceiro ano de cultivo
tal fato natildeo influenciou a produtividade de oacuteleo do ano seguinte que foi superior (472 kg ha-1
)
devido principalmente agrave boa produtividade de sementes alcanccedilada no periacuteodo Outro ponto a
ser destacado eacute que a ausecircncia da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo natildeo interferiu na
produtividade de oacuteleo que obteve valores 690 superiores do encontrado para o cultivo sem
irrigaccedilatildeo desde a sua implantaccedilatildeo quando a comparaccedilatildeo se resume apenas no terceiro ano o
cultivo irrigado obteve produtividade de oacuteleo 515 superior ao cultivo sem irrigaccedilatildeo (Tabela
39) Estes resultados datildeo margem para que novos estudo possam ser realizados para a
maximizaccedilatildeo do uso da irrigaccedilatildeo na potencializaccedilatildeo da produccedilatildeo de oacuteleo e sementes do
pinhatildeo-manso durante a sua fase de formaccedilatildeo e estabelecimento (ateacute o quarto de cultivo) e
em periacuteodos posteriores ao seu pico de produccedilatildeo (a partir do quinto ano de cultivo)
Para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo (3ordm e 4ordm ano de cultivo) os tratamentos com as
diferentes doses de adubaccedilatildeo e tipos de manejo hiacutedrico apesar de natildeo promoverem grande
variaccedilatildeo no teor de oacuteleo intriacutenseco das sementes melhoraram consideravelmente o
rendimento do oacuteleo vegetal em geral (Tabela 39) com aumento do nuacutemero total de
frutossementes produzidas por planta Resultados semelhantes foram encontradas por Yong
et al (2010) e Tikkoo Yadav Kaushik (2013) As relaccedilotildees diretas da produtividade de gratildeos
com o rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso foram estudadas por Spinelli et al (2010) que ao
quantificarem os efeitos diretos e indiretos de caracteriacutesticas vegetativas e da qualidade da
mateacuteria-prima no rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso observaram que a produtividade de
gratildeos foi o componente mais importante do rendimento de oacuteleo seguida do volume de copa e
do teor de oacuteleo nos gratildeos
Para a produtividade de oacuteleo foi encontrado para o terceiro ano de cultivo um modelo
de ajuste linear para o cultivo irrigado e um modelo polinomial de segundo grau para o
manejo hiacutedrico sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas naquele periacuteodo
(Figura 41) No quarto ano de cultivo com o aumento da aplicaccedilatildeo de N por unidade de aacuterea
o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste para as duas condiccedilotildees da produtividade
de oacuteleo em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nesse periacuteodo (Figura 42) Assim como para a
123
produtividade de sementes o caacutelculo do Rsup2 corrigido foi determinado para a produtividade de
oacuteleo em funccedilatildeo das doses de adubaccedilatildeo utilizada para cada manejo hiacutedrico nos seus dois anos
de estudo
Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no quarto ano de cultivo
O uso da irrigaccedilatildeo como complementaccedilatildeo de aacutegua para o cultivo do pinhatildeo-manso
pode trazer grandes aumentos na produtividade de sementes e de oacuteleo como foi confirmado
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074
y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 17461x + 41132
Rsup2 = 09711 p-valor = 00022
y = 24907x + 18217
Rsup2 = 09582 p-valor lt00001
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 515 103 1545
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
idad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Prod
uti
vid
ad
e d
e oacute
leo (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
124
por esse estudo Mas a falta ou ateacute o excesso da aacutegua aplicada agrave planta podem diminuir o seu
potencial produtivo Em um experimento conduzido em solos arenosos do Egito Kheira e
Atta (2009) avaliaram a resposta do pinhatildeo-manso em condiccedilotildees de deacuteficit hiacutedrico e
concluiacuteram que a lacircmina oacutetima aplicada que foi correspondente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo
potencial (ETp) proporcionou para as plantas de pinhatildeo-manso os maiores valores de
rendimento e produtividade de oacuteleo aleacutem da melhor eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de
sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso (044 e 013 kg m-3
) respectivamente Os resultados
concluiacuteram que a eficiecircncia do uso da aacutegua da produccedilatildeo de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-
manso diminuiacuteram com a reduccedilatildeo e o aumento da taxa de aplicaccedilatildeo de aacutegua a partir da
aplicaccedilatildeo ideal de aacutegua para a cultura (100 ETp)
O resultado da anaacutelise de variacircncia com os valores do teste F dos iacutendices de qualidade
do oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da adubaccedilatildeo nitrogenada para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo do pinhatildeo-manso satildeo encontradas na Tabela 40 Pela ANOVA verifica-se que
apenas o fator irrigaccedilatildeo influenciou os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade
oxidativa em pelo menos um dos ciclos avaliados natildeo havendo efeito das doses de nitrogecircnio
e da sua interaccedilatildeo com a irrigaccedilatildeo
Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade oxidativa (EO) para os
dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Fonte de
Variaccedilatildeo GL
Ciclo 201314 Ciclo 201415
IA Iodo IP EO IA Iodo IP EO
Blocos [I] 2 039ns
032ns
100ns
066ns
222ns
014ns
892 069
ns
I 1 794 453
ns 009
ns 132
ns 066
ns 285
399
112
N 3 071ns
072ns
191ns
060ns
243ns
079ns
070ns
499ns
I x N 3 072ns
146ns
009ns
063ns
001ns
007ns
070ns
001ns
Meacutedia geral 336 1013 0369 217 0526 778 0236 161
CV () 941 477 2896 238 405 171 634 862
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Os valores de densidade relativa e do iacutendice de refraccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas
significativas entre os tratamentos estudados nos dois anos de avaliaccedilatildeo apresentando valores
meacutedios para o ciclo de 201314 de 0911 e 1463 respectivamente para densidade e refraccedilatildeo
jaacute para o ciclo 201415 os valores meacutedios de densidade relativa e iacutendice de refraccedilatildeo foram de
0885 e 1458 respectivamente Os valores do iacutendice de refraccedilatildeo encontrados nesse estudo satildeo
similares aos que foram encontrados por Akintayo (2004) e Kheira e Atta (2009) que
relataram respectivamente um valor meacutedio de 1468 e 147 para o iacutendice de refraccedilatildeo a 25ordm C
do oacuteleo de pinhatildeo-manso Estes resultados assim como o que foi encontrado nesse estudo
125
estatildeo enquadrados dentro da faixa ou do limite maacuteximo permitido de acordo com o
estabelecido pela legislaccedilatildeo vigente (ANVISA 1999) e por outros estudos (BIODIESELBR
2011)
A densidade relativa tambeacutem pouco variaacutevel entre os diferentes tipos de tratamentos
apresentou valores proacuteximos aos encontrados por Akintayo (2004) BiodieselBR (2011)
Akbar et al (2009) e Oliveira et al (2009) De acordo com Portela (2011) a densidade eacute uma
propriedade que natildeo sofre grandes variaccedilotildees isso se deve ao fato do oacuteleo apresentar
densidade semelhante a de seus eacutesteres metiacutelicos poreacutem o seu controle eacute de grande
importacircncia tendo em vista que uma densidade elevada pode provocar problemas quanto a
injeccedilatildeo do combustiacutevel na cacircmara de compressatildeo podendo ocasionar obstruccedilatildeo dos bicos
injetores injeccedilatildeo de pouco combustiacutevel Do mesmo modo uma baixa densidade causa uma
injeccedilatildeo exagerada possibilitando haver uma queima incompleta ou consumo excessivo do
combustiacutevel
Na Tabela 41 satildeo apresentados os valores dos demais iacutendices de qualidade somente
em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico visto que foi o uacutenico fator que influenciou em pelo menos um
dos ciclos os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade oxidativa
Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado nos dois
ciclos de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Ciclo 201314
Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa
Irrigado 113 b 1038 a 029 a 202 a
Sequeiro 558 a 987 a 045 a 232 a
Meacutedias 336 1013 037 217
Manejo
hiacutedrico
Ciclo 201415
Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa
Irrigado 057 a 601 b 047 a 149 b
Sequeiro 048 a 956 a 001 b 173 a
Meacutedias 053 779 024 161
Meacutedias seguidas de mesma letra minuacutesculas na coluna natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 de
probabilidade
O iacutendice de acidez uacutenico iacutendice de qualidade que teve diferenccedila significativa no
primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou altos valores nesse periacuteodo Esse fato nem sempre
pode estar condicionado agraves condiccedilotildees de campo em que a cultura foi submetida podendo
estar relacionado com as condiccedilotildees de coleta refrigeraccedilatildeo e armazenamento das sementes e
as teacutecnicas de extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes estas se mal-empregadas favorecem a
degradaccedilatildeo oxidativa e a hidroacutelise dos trigliceriacutedeos contidos no oacuteleo alterando de forma
significativa as propriedades fiacutesico-quiacutemicas do mesmo (SILVA 2005) Segundo Angelucci
et al (1987) o alto teor de acidez de um oacuteleo bruto aumenta a perda da neutralizaccedilatildeo sendo
126
tambeacutem indicador de sementes de baixa qualidade de manuseio e armazenamento improacuteprios
ou de um processamento insatisfatoacuterio
O tipo de extraccedilatildeo do oacuteleo pode influenciar no iacutendice de acidez Pereira Coelho e
Mendes (2011) encontraram para o oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo por prensa uma acidez
baixa com um valor meacutedio de 18 mg KOH g-1
quando comparado com o oacuteleo extraiacutedo com
hexano com valores acima de 151 mg KOH g-1
O aumento do tempo de armazenamento do
oacuteleo extraiacutedo eacute outro fator que pode trazer a elevaccedilatildeo do seu iacutendice de acidez (RIBEIRO et al
2010)
Considerando os resultados de uma forma geral apenas os tratamentos sem irrigaccedilatildeo
foram os que apresentaram um valor meacutedio do iacutendice de acidez acima dos limites
estabelecidos para oacuteleos natildeo refinados que estabelece um valor maacuteximo de 40 mg KOH g-1
(ANVISA 2005) Ainda assim os valores se encontram abaixo dos determinados por Oliveira
et al (2009) de 845 mg KOH g-1
e proacuteximos dos valores encontrados por Akintayo (2004)
Kpoviessi et al (2004) e Achten et al (2008)
O oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo apresentou um baixo iacutendice de peroacutexido para todos
os tratamentos e soacute foi significativo devido agrave presenccedila quase nula de peroacutexidos nos
tratamentos sem irrigaccedilatildeo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo A presenccedila de peroacutexidos por menor
que seja indica que o oacuteleo sofreu oxidaccedilatildeo mas natildeo a ponto de comprometer a sua qualidade
original Nem o fato da extraccedilatildeo ter sido feita com solvente orgacircnico implicou em um
aumento elevado do iacutendice de peroacutexido fato esse observado por Pereira Coelho e Mendes
(2011) Apesar de natildeo ser um requisito de anaacutelise de combustiacuteveis o iacutendice de peroacutexido vem
se mostrando um objeto de estudo interessante uma vez que a reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo eacute muitas
vezes iniciada na sua presenccedila aleacutem de se observar aumento do iacutendice de peroacutexido com o
passar do periacuteodo de estocagem (RIBEIRO et al 2010 PORTELA 2011) Os valores do
iacutendice de peroacutexido determinados encontram-se muito abaixo dos relatados por BiodieselBR
(2011) (998 meq kg-1
) e Akbar et al (2009) (193 meq kg-1
) e da quantidade estabelecida pela
Anvisa (2005) de 150 meq kg-1
O iacutendice de iodo apresentou baixa variaccedilatildeo no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (987-1038
g I2 100 g-1
) em comparaccedilatildeo com o segundo (601-956 g I2 100 g-1
) Esses resultados mostram
uma menor capacidade de absorccedilatildeo de iodo pelas duplas ligaccedilotildees dos aacutecidos graxos
insaturados do oacuteleo extraiacutedo principalmente dos oacuteleos extraiacutedos dos tratamentos irrigados do
segundo ciclo Esse fato eacute considerado importante para a qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso
jaacute que o seu oacuteleo tende a ser mais resistente agrave oxidaccedilatildeo por possuir um baixo iacutendice de iodo
em relaccedilatildeo aos demais oacuteleos vegetais estudados satisfazendo dessa forma uma importante
127
caracteriacutestica requerida como mateacuteria-prima para produccedilatildeo de biodiesel possibilitando
tambeacutem um maior tempo de armazenamento se houver necessidade
Pereira Coelho e Mendes (2011) ao realizarem os ensaios do iacutendice de iodo com o
oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo com hexano encontraram valores de iacutendice de iodo de 91-98 g
I2 100 g-1
e com etanol um iacutendice de iodo de 106-108 g I2 100 g-1
Akintayo (2004) relatou um
valor de iacutendice de iodo de 1052 mg I2 g-1
valor proacuteximo do encontrado por Akbar et al
(2009) enquanto que Kpoviessi et al (2004) relataram valores para o iacutendice de iodo de 92 a
93 g I2 100 g-1
Os resultados destes autores comparados com os resultados do presente
trabalho estatildeo de acordo indicando que o oacuteleo do pinhatildeo-manso possui um alto grau de
insaturaccedilatildeo
A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo mostrou-se tambeacutem variaacutevel com a influecircncia da irrigaccedilatildeo
os tratamentos natildeo irrigados apresentaram de uma forma geral um maior periacuteodo de induccedilatildeo
determinado pelo equipamento o que confere uma maior estabilidade agrave oxidaccedilatildeo a esses
oacuteleos e um maior tempo de vida uacutetil no seu armazenamento O oacuteleo de pinhatildeo-manso
apresenta um maior tempo de estabilidade agrave oxidaccedilatildeo quando comparado ao oacuteleo de outras
culturas usadas para a produccedilatildeo de biodiesel como a soja e o girassol Dessa forma a
estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso mostrou-se satisfatoacuteria jaacute que a quantidade
exata de saturaccedilotildees eacute medida pelo ensaio de Iacutendice de Iodo e a presenccedila de saturaccedilotildees nas
moleacuteculas do biodiesel estaacute fortemente ligada agrave estabilidade oxidativa pois satildeo as duplas
ligaccedilotildees existente nos eacutesteres metiacutelicos que sofreram a oxidaccedilatildeo durante o armazenamento
Sendo assim eacute possiacutevel dizer que a estabilidade oxidativa do biodiesel de pinhatildeo-manso eacute
superior a 6 horas agrave 110ordm C (EN 14214) valor miacutenimo exigido pela ANP e pelo European
Committee of Standardization (DOMINGOS et al 2007 SARIN et al 2009)
Os valores das caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas do oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso
como os iacutendices de refraccedilatildeo acidez peroacutexido iodo entre outros sob diferentes relaccedilotildees de
lacircminas de aacutegua (125 100 75 e 50 da ETp) nas condiccedilotildees climaacuteticas egiacutepcias foram
estudadas por Kheira e Atta (2009) Os resultados observados pelos autores natildeo revelaram
quaisquer diferenccedilas significativas causadas pelos diferentes valores de lacircmina de aacutegua
Mesmo assim os autores chegaram agrave conclusatildeo de que a partir dos resultados obtidos as
melhores caracteriacutesticas de oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso foram registradas com o oacuteleo
extraiacutedo das plantas que receberam 100 da ETp
Os resultados obtidos dos perfis composicionais realizados por cromatografia gasosa
dos oacuteleos extraiacutedos de pinhatildeo- manso para os anos agriacutecolas 201314 e 201415 encontram-se
respectivamente nas Tabela 42 e Tabela 43
128
Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201314
Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado
ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N
Aacutecido Palmiacutetico
(C160) 132 131 127 127 134 132 132 126 130 plusmn 03
Aacutec Palmitoleico
(C161) 08 09 08 07 08 08 08 08 08 plusmn 005
Aacutecido Esteaacuterico
(C180) 51 51 54 57 54 53 53 52 53 plusmn 02
Aacutecido Oleico
(C181) 401 395 408 426 403 407 412 398 406 plusmn 097
Aacutecido Linoleico
(C182) 399 397 393 373 392 393 390 408 393 plusmn 099
OUTROS 09 18 11 10 11 08 07 10 09 plusmn 033
ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo
Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201415
Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado
ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N
Aacutecido Palmiacutetico
(C160) 130 136 133 134 135 134 135 134 134 plusmn 019
Aacutec Palmitoleico
(C161) 07 08 08 08 09 08 08 08 08 plusmn 006
Aacutecido Esteaacuterico
(C180) 55 55 56 59 55 51 55 54 55 plusmn 022
Aacutecido Oleico
(C181) 413 377 389 400 374 364 391 381 386 plusmn 156
Aacutecido Linoleico
(C182) 386 403 393 376 402 410 386 399 394 plusmn 112
OUTROS 09 20 21 23 25 32 25 23 22 plusmn 066
ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo
Com os resultados obtidos pode-se evidenciar a baixa variaccedilatildeo da composiccedilatildeo do oacuteleo
de pinhatildeo-manso de acordo com os diferentes tratamentos realizados A realizaccedilatildeo da
irrigaccedilatildeo com os diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada praticamente natildeo causou
alteraccedilotildees na composiccedilatildeo do oacuteleo o que permite prever que sob ambos os efeitos a
utilizaccedilatildeo do oacuteleo para a transformaccedilatildeo em biodiesel resultaraacute em um biocombustiacutevel de
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas semelhantes uma vez que a composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos natildeo
apresenta alteraccedilatildeo significativa resultando em uma mesma quantidade de eacutesteres metiacutelicos
que satildeo produtos do oacuteleo empregado na reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo
Poreacutem as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas dos oacuteleos provenientes dos tratamentos com
irrigaccedilatildeo e sem irrigaccedilatildeo com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada podem se
diferenciar pois a quantidade dos aacutecidos graxos apresentados nas Tabela 42 e Tabela 43 natildeo
especifica por si soacute a quantidade de aacutecidos graxos livres e a quantidade de mono- di- e
trigliceriacutedeos Isso implica diretamente na escolha da melhor rota de siacutentese para produccedilatildeo de
129
biodiesel jaacute que a presenccedila de aacutecidos graxos livres representa a acidez do oacuteleo que
inviabiliza a reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo alcalina e sugere a esterificaccedilatildeo por aacutecido forte de
Lewis (LIMA 2005)
Como jaacute mencionado anteriormente a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso
eacute classificada como um oacuteleo do tipo de aacutecido oleico ou linoleico sendo composto de
praticamente 45 de aacutecidos graxos insaturados Para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a
porcentagem de aacutecidos graxos saturados (C160 e C180) e insaturados (C161 C181 e
C182) foram de 183 e 807 respectivamente jaacute no segundo ano o oacuteleo extraiacutedo
apresentou em meacutedia os valores de 189 e 789 para os aacutecidos graxos saturados e
insaturados respectivamente
Ao avaliarem a resposta do uso do fertilizante NPK na produtividade e na composiccedilatildeo
de trigliceriacutedeos em pinhatildeo-manso Akbarian Modafebehzadi e Bagheripour (2012)
encontraram para o nitrogecircnio altas correlaccedilotildees para produtividade rendimento de oacuteleo
aacutecidos graxos insaturados aacutecido oleico e aacutecido esteaacuterico sendo a correlaccedilatildeo entre nitrogecircnio e
produtividade altamente significativa agrave 1 de significacircncia Os aacutecidos graxos insaturados e o
aacutecido palmiacutetico tiveram as menores correlaccedilotildees com a adiccedilatildeo de nitrogecircnio sendo essas natildeo
significativas
Na Figura 43 satildeo apresentados a composiccedilatildeo primaacuteria (majoritaacuteria) dos aacutecidos graxos
presentes no pinhatildeo-manso e a sua quantidade () por meio de anaacutelise de ressonacircncia
magneacutetica nuclear (RMN 1H) para cada tratamento apenas para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo
Constata-se que diferente da cromatografia gasosa o uso da irrigaccedilatildeo influenciou
significativamente na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos insaturados nas anaacutelises de RMN
causando aumento do aacutecido oleico e diminuiccedilatildeo do aacutecido linoleico esse uacuteltimo por sua vez
aumentou nos tratamentos em que natildeo havia o suprimento de aacutegua por irrigaccedilatildeo
130
Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso para todos os
tratamentos avaliados
As diferentes doses de nitrogecircnio natildeo influenciaram na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos
insaturados Os aacutecidos oleico e linoleico satildeo os principais aacutecidos graxos insaturados presentes
na constituiccedilatildeo do oacuteleo de pinhatildeo-manso (ASHRAFUL et al 2014) Os resultados
encontrados para os tratamentos de sequeiro para aacutecido linoleico encontram-se muito abaixo
do teor meacutedio encontrado na literatura e um pouco acima para o aacutecido oleico diferindo dos
tratamentos irrigados que se encontraram dentro do padratildeo meacutedio do oacuteleo de pinhatildeo-manso
(AKINTAYO 2004 ASHRAFUL et al 2014 BERCHMANS HIRATA 2009) Natildeo houve
diferenccedila significativa para a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos saturados nos tratamentos
Semelhante a esses resultados Flagella et al (2002) encontraram na composiccedilatildeo de aacutecidos
graxos do oacuteleo de girassol alto oleico um decreacutescimo em aacutecido oleico e esteaacuterico e um
aumento do aacutecido linoleico e palmiacutetico sob irrigaccedilatildeo Os autores descobriram que sob o efeito
da irrigaccedilatildeo suplementar e da semeadura precoce houve um aumento notaacutevel na produccedilatildeo de
sementes e uma diminuiccedilatildeo da razatildeo de aacutecido oleicolinoleico em genoacutetipos de girassol alto
oleico
Vaacuterios podem ser os motivos para a presenccedila da variaccedilatildeo dos aacutecidos graxos primaacuterios
nas anaacutelises de RMN sendo que as anaacutelises de CG natildeo apresentaram nenhum efeito Apesar
de serem oriundos da mesma aacuterea experimental os oacuteleos extraiacutedos satildeo de amostragens
0
10
20
30
40
50
60
70
N 150 N 100 N 50 N 0
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Irrigado Sequeiro
b
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abab
ab ab aba
131
diferentes e pela baixa seleccedilatildeo geneacutetica as plantas da aacuterea experimental satildeo passiacuteveis de
apresentarem inuacutemeras expressotildees fenotiacutepicas e no conteuacutedo de seu oacuteleo Os diferentes
procedimentos de anaacutelise para cada meacutetodo podem implicar nessa resposta sem contar que
apesar de ser extremamente preciso a anaacutelise de RMN determina com maior exatidatildeo apenas
os componentes primaacuterios (majoritaacuterios) que provavelmente satildeo os que realmente vatildeo
influenciar na qualidade do oacuteleo e do biodiesel produzido Jaacute a cromatografia gasosa consegue
detectar outros aacutecidos graxos em menor quantidade e com maior precisatildeo no oacuteleo ou no
biodiesel produzido
De acordo com Wang et al (2012) as mateacuterias-primas para o biodiesel de alta
qualidade tecircm alto teor de aacutecidos graxos monoinsaturados pois eacutesteres metiacutelicos de aacutecidos
graxos monoinsaturados satildeo considerados como sendo melhor do que os poli-insaturados para
a mateacuteria-prima de biodiesel de alta qualidade E de acordo com estes autores o oacuteleo de
pinhatildeo-manso se enquadra entre as plantas lenhosas que tem as melhores propriedades para
um biodiesel de alta qualidade devido ao conteuacutedo de aacutecidos graxos monoinsaturados ser
maior do que muitas espeacutecies
Pensando na resposta fornecida em funccedilatildeo da irrigaccedilatildeo pela maioria dos iacutendices de
qualidade de oacuteleo de pinhatildeo-manso e na quantificaccedilatildeo da composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos
graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso feito no primeiro ciclo optou-se por fazer a caracterizaccedilatildeo
descritiva dos iacutendices de qualidade do biodiesel produzido a partir das amostras de oacuteleo
extraiacutedas das sementes coletadas dos dois experimentos de manejo hiacutedrico (irrigado e sem
irrigaccedilatildeo) jaacute que a baixa variaccedilatildeo da maioria dos iacutendices de qualidade e da proacutepria
composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos nas duas metodologias utilizadas nos tratamentos adubados
natildeo chegaria a influenciar no biodiesel produzido Na Tabela 44 satildeo apresentados os
resultados da caracterizaccedilatildeo do biodiesel produzido a partir das amostras dos tratamentos
irrigados e sem irrigaccedilatildeo Por falta de amostra ao final das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo natildeo foi
possiacutevel fazer as anaacutelises de iacutendice de iodo e acidez para a amostra dos tratamentos sem
irrigaccedilatildeo ficando impossibilitada a comparaccedilatildeo dos resultados dessas duas caracteriacutesticas
entre os tratamentos irrigado e sem irrigaccedilatildeo
132
Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois experimentos de manejo
hiacutedrico
Caracteriacutestica Irrigado Natildeo Irrigado Especificaccedilatildeo Meacutetodo
Aspecto LII LII (LII) (1) Visual
Massa Especiacutefica a 20ordmC 87758 87911 8500 a 9000 ASTM D4052
Viscosidade cinemaacutetica a 40ordmC 428 464 30 a 60 ASTM D 445
Teor de Aacutegua mg kg-1
95541 85747 200 ndash maacutex ASTM D 6304
Ponto de Fulgor ordmC 1105 905 100 ndash miacuten ASTM D 93
Teor de eacutester 9758 9264 955 ndash miacuten EN 14103
Resiacuteduo de Carbono 001 001 0050 ndash maacutex ASTM D 4530
Enxofre Total 31 26 10 ndash maacutex ABNT 15553
Soacutedio + Potaacutessio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553
Caacutelcio + Magneacutesio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553
Foacutesforo lt01 lt01 10 ndash maacutex ABNT 15553
Ponto de Entupimento de Filtro a
Frio degC
-1 -2 10 ndash maacutex
14 ndash maacutex
ASTM D 6371
Glicerol Livre 00133 0002 002 ndash maacutex ASTM D 6584
Glicerol Total 021 092 025 ndash maacutex ASTM D 6584
Monoacilglicerol 0669 0918 070 ndash maacutex ASTM D 6584
Diacilglicerol 0103 12541 020 ndash maacutex ASTM D 6584
Triacilglicerol 0022 47057 020 ndash maacutex ASTM D 6584
Estabilidade aacute Oxidaccedilatildeo A 110ordmC h 1087 895 8 ndash min EM 14112
Corrosividade ao Cobre 3h a 50degC
maacutex
1 1 1 ASTM D 130
Iacutendice de Iodo g 100 g-1
10420 --- Anotar EN 14111
Iacutendice de Acidez mg KOH g-1
lt01 --- 050 ndash maacutex ABNT NBR
14448
(1) Liacutempido e isento de impurezas
Limite Maacuteximo degC ndash de Janeiro a Abril e de outubro a dezembro 14degC maacutex e de Maio a Setembro 10degC maacutex
Dentre as caracteriacutesticas determinadas na caracterizaccedilatildeo de um biodiesel algumas
podem ser facilmente alteradas com a qualidade da mateacuteria prima utilizada enquanto que
outras estatildeo mais condicionadas aos processos reacionais da produccedilatildeo do biodiesel ou do seu
tempo de armazenamento Com isso faz-se necessaacuterio o conhecimento de cada uma dessas
caracteriacutesticas do biodiesel e de como elas estatildeo mais susceptiacuteveis na alteraccedilatildeo da qualidade
do biodiesel produzido Pensando nisso Monteiro et al (2008) Locircbo Ferreira e Cruz (2009)
e Quintella et al (2009) classificaram os meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo da qualidade do
biodiesel em quatro grupos conforme as informaccedilotildees que podem proporcionar sendo estes
meacutetodos analiacuteticos para determinaccedilatildeo de contaminantes provenientes da mateacuteria-prima
meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo do processo produtivo meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo
das propriedades inerentes agraves estruturas moleculares e meacutetodos analiacuteticos para
monitoramento da qualidade do biodiesel durante o processo de estocagem Esta classificaccedilatildeo
ajuda no monitoramento da qualidade do biodiesel visando meacutetodos analiacuteticos automatizados
e que permitam monitoramento remoto em campo e ao longo de toda a cadeia produtiva
priorizando rapidez simplicidade e baixo custo (QUINTELLA et al 2009)
133
As caracteriacutesticas do processo produtivo (soacutedio + potaacutessio glicerina livre glicerina
total monoacilglicerol diacilglicerol triacilglicerol ponto de fulgor teor de eacutester e resiacuteduo
de carbono) apesar de apresentarem uma pequena diferenccedila entre os experimentos se deve agraves
interferecircncias ocorridas no sistema reacional tais como tempo de reaccedilatildeo razatildeo molar e
temperatura
Com relaccedilatildeo as caracteriacutesticas relacionadas agrave mateacuteria prima (caacutelcio + magneacutesio
enxofre foacutesforo e corrosividade ao cobre) estas natildeo permitem verificar nenhuma diferenccedila
significativa entre as duas amostras analisadas Apesar de estarem relacionadas diretamente
ao tipo de mateacuteria prima que chega para a extraccedilatildeo podendo ser alterado com o tipo de
manejo adotado no seu cultivo e nesse caso com os tratamentos aplicados no campo haveria
a necessidade de um maior nuacutemero de amostras de cada tratamento para verificar uma
possiacutevel alteraccedilatildeo nessas caracteriacutesticas O que se observa a partir dos resultados da Tabela
44 eacute que as duas amostras natildeo tiveram alteraccedilatildeo alguma desses paracircmetros ou houve muito
pouco como eacute o caso do enxofre total
Jaacute para os itens referentes ao processo de armazenamento (teor de aacutegua estabilidade
oxidativa e iacutendice de acidez) o teor de aacutegua foi diferente significativamente devido agrave secagem
do material poacutes-reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo do oacuteleo em biodiesel Quanto ao iacutendice de acidez
natildeo foi possiacutevel realizar-se comparaccedilatildeo devido agrave ausecircncia do resultado na amostra sem
irrigaccedilatildeo jaacute mencionado anteriormente A estabilidade oxidativa por sua vez apresentou uma
diferenccedila significativa entre as amostras e uma das provaacuteveis causas pode ser o fato da
quantidade de insaturaccedilotildees entre os tratamentos ser diferente o que foi constatado nas
anaacutelises de RMN lembrando que novas anaacutelises precisam ser analisadas para verificar o niacutevel
de variabilidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso extraiacutedo de uma mesma lavoura
As caracteriacutesticas referentes as estruturas moleculares (Ponto de Entupimento de Filtro
a Frio viscosidade massa especiacutefica e iacutendice de iodo) foram aquelas que apresentaram as
maiores diferenccedilas em especial a viscosidade e a massa especifica Pelas diferenccedilas
presume-se que existem pequenas diferenccedilas entre as composiccedilotildees das amostras o que pode
ser afirmado pelos ensaios de cromatografia gasosa realizado nos oacuteleos brutos (perfil
composicional) Quanto agraves outras caracteriacutesticas nada pode ser afirmado em especial ao
iacutendice de iodo que natildeo foi quantificado na amostra sem irrigaccedilatildeo devido agrave quantidade de
amostra ser insuficiente para essa anaacutelise
Pelos resultados obtidos com as anaacutelises de qualidade do oacuteleo nos tratamentos e da
caracterizaccedilatildeo do biodiesel pode ser afirmado que o pinhatildeo-manso (como uacutenica mateacuteria-
prima) pode obter-se um biodiesel com qualidade que atenda a todos os paracircmetros
134
estabelecidos pela legislaccedilatildeo vigente de acordo com ANVISA (2005) e ANP (2012) haja
vista principalmente o atendimento aos ensaios referentes agraves estruturas moleculares e agrave
estabilidade oxidativa
135
5 CONCLUSOtildeES
1) Mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde
positivamente agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo complementar e agrave adubaccedilatildeo nitrogenada chegando a
duplicar a produtividade de sementes com a praacutetica da irrigaccedilatildeo e a triplicar em alguns
casos quando a adubaccedilatildeo eacute feita de acordo com a recomendaccedilatildeo proposta pela literatura
A produtividade de aacutegua por sua vez natildeo apresenta diferenccedila significativa entre os
manejos hiacutedricos ficando restrita apenas para agraves doses de N aplicadas
2) As variaacuteveis de crescimento (altura da planta diacircmetro e volume de copa e IAF)
apresentam uma boa resposta quanto aos tratamentos aplicados Com as praacuteticas da
adubaccedilatildeo e da irrigaccedilatildeo as folhas permanecem por um maior tempo nas plantas
reduzindo o periacuteodo de senescecircncia em cada ciclo O IAF assim como outras variaacuteveis
apresentam maiores valores para os tratamentos irrigados
3) Todos os teores de clorofila avaliados apresentam maiores valores com a praacutetica da
irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicadas No quarto ano de cultivo como natildeo
houve irrigaccedilatildeo os tratamentos com histoacuterico de irrigaccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas
entre os dois manejos hiacutedricos Apesar da diferenccedila do teor de clorofila entre as doses de
N os tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar
4) Os tratamentos aplicados apresentam aumento no rendimento de oacuteleo no cultivo sem
irrigaccedilatildeo mas tal condiccedilatildeo natildeo eacute determinante no aumento da produtividade de oacuteleo com
os tratamentos irrigados apresentando maiores produtividades Com a baixa influecircncia do
conteuacutedo intriacutenseco de oacuteleo das sementes o aumento da produtividade de oacuteleo nos
tratamentos irrigados se deve principalmente pelo aumento da produtividade de sementes
5) Os iacutendices de qualidade de oacuteleo natildeo apresentam variaccedilatildeo significativa quanto agraves
diferentes doses de N ficando restritos para alguns iacutendices a variaccedilatildeo dos valores apenas
com a praacutetica da irrigaccedilatildeo para um dos ciclos avaliados
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2
Irineu Pedro de Sousa Andrade
Engenheiro Agrocircnomo
Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das
sementes de pinhatildeo-manso
versatildeo revisada de acordo com a resoluccedilatildeo CoPGr 6018 de 2011
Orientador
Prof Dr MARCOS VINIacuteCIUS FOLEGATTI
Tese apresentada para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em
Ciecircncias Aacuterea de concentraccedilatildeo Engenharia de Sistemas
Agriacutecolas
Piracicaba
2016
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo
DIVISAtildeO DE BIBLIOTECA - DIBDESALQUSP
Andrade Irineu Pedro de Sousa Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo
das sementes de pinhatildeo-manso Irineu Pedro de Sousa Andrade - - versatildeo revisada de acordo com a resoluccedilatildeo CoPGr 6018 de 2011 - - Piracicaba 2016
158 p il
Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo
1 Jatropha curcas L 2 Manejo hiacutedrico 3 Fertilizaccedilatildeo mineral 4 Biocombustiacuteveis I Tiacutetulo
CDD 63385 A553i
ldquoPermitida a coacutepia total ou parcial deste documento desde que citada a fonte ndash O autorrdquo
3
Dedico Aos meus pais Pedro Miguel de Andrade e Antonia Maria de Souza Conrado
Agrave minha irmatilde Camila Souza de Andrade
Agrave minha namorada Natiele Moura Ferreira
Agrave DEUS meu guia
e consolador
companheiro de
todos os
momentos
Ofereccedilo
4
5
AGRADECIMENTOS
Agrave Deus por toda a sauacutede determinaccedilatildeo e sabedoria que tem me concedido ateacute entatildeo
a companhia sublime do Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus na minha vida nesses uacuteltimos anos aliado
com a intercessatildeo da sempre Virgem Maria A Tua Graccedila me basta
Aos meus pais Pedro Miguel e Antonia Maria por toda educaccedilatildeo amor e carinho que
vocecircs tem me dado Este trabalho tambeacutem eacute fruto de vocecircs A minha querida irmatilde Camila
que com o seu exemplo de luta e perseveranccedila me inspirou e muito nesses anos de Doutorado
e a todos os meus familiares que sempre me apoiaram e torceram por mim nesta etapa
Agrave minha amada Natiele Moura Ferreira pela sua companhia nesses anos de namoro
e por todo o seu amor e compreensatildeo nos momentos em que passamos juntos (mesmo agrave
distacircncia) Agradeccedilo tambeacutem agrave todos os seus familiares que sempre me acolheram bem nas
minha idas a Petroacutepolis em especial a Marcos Benedito Sandra Cristina Joatildeo Pedro Marcos
Paulo e Vanessa Faustino
Agrave Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz por toda a infraestrutura e ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Sistemas Agriacutecolas pela oportunidade de
realizaccedilatildeo do curso de doutorado onde estendo minha gratidatildeo aos professores pelo
conhecimento partilhado
Ao professor Marcos Viniacutecius Folegatti meu orientador pela confianccedila depositada
desde o iniacutecio e pela sua atenccedilatildeo constante sinceridade amizade e por todas as suas valiosas
orientaccedilotildees sejam no meio profissional-cientiacutefico ou na esfera humana Sinto-me honrado por
ter feito parte da sua equipe
As professoras Dra Patriacutecia Angeacutelica Alves Marques e Dra Thaiacutes Maria Ferreira de
Souza Vieira por todo apoio e auxiacutelio no desenvolvimento desse trabalho
Aos professores Dr Leonardo Duarte Batista da Silva Dr Felipe Gustavo Pilau e Dr
Fabio Ricardo Marin por suas sugestotildees e opiniotildees no exame de qualificaccedilatildeo para a melhoria
e engrandecimento dessa pesquisa em especial ao Dr Leonardo pelo apoio e amizade em
todos os momentos
Aos funcionaacuterios do Departamento de Engenharia de Biossistemas Gilmar Batista
Grigolon Paula Alessandra Bonassa Antocircnio Agostinho Gozzo (Seu Antocircnio) Acircngela
Maacutercia Derigi Silva Davilmar Aparecida Colevatti Heacutelio de Toledo Gomes Luiz Custoacutedio
Camargo e Paula Leme Mendes pela atenccedilatildeo e disposiccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo dos trabalhos
Aos meus amigos membros do grupo de pesquisa com quem compartilhei
conhecimentos e experiecircncias Joatildeo Paulo Bruno Lena Adriano Diotto Ciacutecero Renecirc Eder
6
Fanaya Jr Otaacutevio Neto e Jefferson Joseacute obrigado pelos momentos de companhia dentro e
fora da aacuterea experimental e da Esalq Este trabalho tem a colaboraccedilatildeo concreta de cada um e
tambeacutem eacute de vocecircs
Aos meus amigos de poacutes graduaccedilatildeo Hermes da Rocha Kaline de Melo Marco
Bragaia Osvaldo Neto Joseacute Leocircncio Conan Salvador Marinaldo Pinto Dinara Alves
Marcos Amaral Daniel Leal Wagner Woff Eusiacutemio Fraga Fernando Barbosa Lucas da
Costa Santos Rony Sampaio Rogeacuterio Lavanholi Jeacutefferson Costa Ana Paula Damasceno
Fabriacutecio de Oliveira Luiacutes Carvalho Roberto Marano Timoacuteteo Herculino Thiago Villa
Acaacutecio Perboni Nathalia Alejandra Asdruacutebal Luiz Sobenko pelo bom conviacutevio
Aos professores do departamento do ciecircncias exatas Dr Carlos Tadeu e Dra Renata
Alcarde e aos receacutem doutores Dra Adriele Biase e ao meu amigo Dr Fredy Aguillar por
todo auxiacutelio estatiacutestico que necessitei e pelos esclarecimentos e atenccedilatildeo recebida por todos
Aos meus grandes amigos de feacute do grupo de oraccedilatildeo universitaacuterio (GOU) Aacutegua Viva
Tatiane Tokairin Mateus Mendes Antonio Paacutedua Andrea Domingues Natalia Arruda
Geraldo Costa Mariana Pontin Marina Losi Leandro Silva Andreia Nascimento Anna
Neto Dallila Rezende Fredy Ariane Silveira Baacuterbara Della Antonia Rebecca Riet Ana
Carolina Maacutercio Rezende Vanessa Queiroz e Patriacutecia Souza por todos os momentos de
conviacutevio partilha confraternizaccedilotildees e oraccedilotildees em que passei junto de vocecircs
Aos colegas de moradia que tive ao longo desses trecircs anos Marinaldo Valdevan
Adriano Pablo Conan Maicon Otaacutevio Cibele Cliacutessia Luanna Lilian pela companhia e
momentos de alegria e amizade
Agrave Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) na pessoa dos pesquisadores MSc Alan
Diego da Conceiccedilatildeo Santos e Dr Andersson Barison parceiros nas anaacutelises de ressonacircncia
magneacutetica nuclear
Ao Instituto Federal de Satildeo Paulo campus Matatildeo-SP na pessoa do professor Dr
Danilo Luiz Flumignan pela oportunidade de parceria e por todo o apoio nas anaacutelises de
qualidade de oacuteleo e biodiesel e a todos teacutecnicos de laboratoacuterio e alunos envolvidos na
participaccedilatildeo e auxiacutelio nessas anaacutelises Deixo o meu agradecimento ao CempeqcIQUnesp
campus de Araraquara-SP pelas anaacutelises de cromatografia gasosa
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (Capes) e a
Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) pela concessatildeo da bolsa
de doutorado
Agrave todos que contribuiacuteram de alguma forma para a realizaccedilatildeo deste trabalho Meu
muito obrigado Que Deus na sua infinita bondade abenccediloe a cada um
7
ldquoNatildeo vos lembreis mais dos acontecimentos de
outrora natildeo recordeis mais das coisas antigas porque
eis que vou fazer obra nova a qual jaacute surge natildeo a
vedesrdquo
(Isaiacuteas 4318-19a)
ldquoVontade de Deus eacutes o meu paraiacutesordquo
(Santa Paula Frassineti)
ldquoNatildeo entristeccedila o seu coraccedilatildeo por causa das afliccedilotildees antes
medita na Lei do Senhor e alegra-te pois o Senhor usa de meios
que noacutes natildeo entendemos para testar e treinar a nossa feacute para nos
fortalecer E por mais difiacutecil que seja confie Confie no Senhor e
Ele te abenccediloaraacuterdquo
(Autor desconhecido)
8
9
SUMAacuteRIO
RESUMO 11
ABSTRACT 13
LISTA DE FIGURAS 15
LISTA DE TABELAS 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 25
21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) 25
22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso 29
23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso 34
231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso 35
232 Condiccedilotildees e uso do solo 37
233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso 39
24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis 44
241 Perfil composicional de aacutecidos graxos 45
242 Iacutendices de qualidade 49
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 53
31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental 53
32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental 54
33 Caracterizaccedilatildeo do solo 56
34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo 57
35 Manejo da irrigaccedilatildeo 58
36 Monitoramento da umidade do solo 61
37 Manejo da cultura 62
38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua 63
39 Anaacutelises de crescimento 64
310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 65
311 Iacutendice de clorofila 67
312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 68
3121 Teor de oacuteleo 69
3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo 70
3123 Iacutendice de acidez 71
3124 Iacutendice de iodo 71
10
3125 Iacutendice de peroacutexido 72
3126 Iacutendice de refraccedilatildeo 72
3127 Densidade relativa 73
3128 Estabilidade oxidativa 73
3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos 74
313 Anaacutelise dos dados 75
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 77
41 Monitoramento meteoroloacutegico 77
42 Irrigaccedilotildees realizadas 79
43 Monitoramento da umidade do solo 80
44 Produtividade da cultura 84
45 Produtividade da aacutegua 88
46 Anaacutelise de crescimento 91
47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 109
48 Iacutendice de clorofila 113
49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 120
5 CONCLUSOtildeES 135
REFEREcircNCIAS 137
11
RESUMO
Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das
sementes de pinhatildeo-manso
Com a busca de novas soluccedilotildees para a produccedilatildeo de energia sustentaacutevel novas fontes
renovaacuteveis tecircm sido tema de estudos para o suprimento de energia no mundo diminuindo a
dependecircncia por combustiacuteveis foacutesseis O biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em
substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e com isso muitas espeacutecies oleaginosas tecircm sido estudadas para
esse fim O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) eacute uma espeacutecie da famiacutelia Euforbiaacutecea que tem
se destacado por ser uma planta perene ruacutestica e com elevada produccedilatildeo de oacuteleo O
conhecimento dos efeitos da irrigaccedilatildeo e da fertilizaccedilatildeo nitrogenada no seu cultivo se tornam
relevantes para um melhor manejo dessa cultura Este estudo teve como objetivo principal
avaliar os efeitos de diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na
produtividade no crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no cultivo do pinhatildeo-manso
O experimento foi conduzido em uma aacuterea experimental do Departamento de Engenharia de
Biossistemas da ESALQUSP em Piracicaba-SP Os estudos foram realizados nos anos
agriacutecolas de 20132014 e 20142015 com plantas a partir do terceiro ano de cultivo e
dispostas em espaccedilamento 3 x 4 m totalizando 833 plantas ha-1
Os tratamentos foram
dispostos aleatoriamente em duas aacutereas de cultivo com blocos compostos de quatros
repeticcedilotildees sendo os fatores constituiacutedos de dois manejos hiacutedricos (irrigado e sem irrigaccedilatildeo) e
quatro doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a partir da sua recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo (150
100 50 e 0 de N) Cada aacuterea de cultivo era composta pelo tipo de manejo hiacutedrico
adotado e a anaacutelise dos dados foi feita de forma conjunta como anaacutelise de grupos de
experimentos O sistema de irrigaccedilatildeo utilizado foi o pivocirc central sendo adotado para toda a
aacuterea irrigada o mesmo manejo de irrigaccedilatildeo A irrigaccedilatildeo e as doses de N tiveram influecircncia
positiva nas variaacuteveis de crescimento como altura iacutendice de aacuterea foliar diacircmetro e volume de
copa Todos os teores de clorofila avaliados apresentaram os maiores valores com a praacutetica da
irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicada mas apesar dessa diferenccedila todos os
tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar A produtividade
de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso tambeacutem responderam de forma positiva aos
tratamentos aplicados chegando ateacute a triplicar os seus valores com a praacutetica de irrigaccedilatildeo e da
adubaccedilatildeo de N O teor de oacuteleo por sua vez natildeo mostrou variaccedilatildeo dos tratamentos quanto ao
seu conteuacutedo intriacutenseco por unidade de massa de sementes mas o fator manejo hiacutedrico
influenciou nos valores de alguns iacutendices de qualidade de oacuteleo como acidez iodo peroacutexido e
estabilidade oxidativa nos quais os tratamentos irrigados apresentaram de uma forma geral
os melhores resultados Com isso conclui-se que mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees
adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde bem agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo
nitrogenada aumentando sua produtividade melhorando seu desenvolvimento vegetativo e
qualidade de oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel
Palavras-chave Jatropha curcas L Manejo hiacutedrico Fertilizaccedilatildeo mineral Biocombustiacuteveis
12
13
ABSTRACT
Influence of irrigation and nitrogen fertilization in yield and quality of oil from jatropha
seeds
With the search for new solutions for the sustainable energy production new
renewable energy sources have been the subject of studies for the power supply in the world
reducing dependence on fossil fuels Biodiesel can be used for power generation as a
substitute for oil diesel which have increased the interest on oilseeds crops studies The
jatropha (Jatropha curcas L) is a species of the Euforbiaceae family that has stood out for
being a perennial rustic and high yield of oil plant The knowledge of the effects of irrigation
and nitrogen fertilization on the cultivation become relevant for a better crop management
The main objective of this study was the evaluation of the effects of different levels of
nitrogen fertilization and irrigation on productivity vegetative growth and oil quality in the
jatropha crop The experiment was conducted in an experimental area of the Department of
Biosystems Engineering at ESALQUSP in Piracicaba-SP The studies were conducted in the
agricultural years of 20132014 and 20142015 with plants from the third year of cultivation
arranged in 3x4 meters spacing totaling 833 plants ha-1
The treatments were randomly
arranged in two cultivation areas with blocks composed of four repetitions being the factors
consisted of two water management (irrigated and without irrigation) and four doses of
nitrogen fertilization from its fertilizer recommendation (150 100 50 and 0 N) Each
cultivation area was composed by the type of water management adopted and the data
analysis was made jointly as experiments group analysis The irrigation system used was the
center pivot being adopted for the entire irrigated area the same irrigation management The
irrigation and nitrogen levels had a positive influence on growth variables such as height
diameter and canopy volume All evaluated chlorophyll levels reached the highest values with
the practice of irrigation and higher nitrogen levels applied but despite of this difference all
treated samples showed low correlation with leaf nitrogen content The productivity of seeds
and jatropha oil also responded positively to the treatments applied reaching three times their
values with the practice of irrigation and nitrogen fertilization The oil content did not vary
with treatments as to its intrinsic content per unit mass of seeds and only the water
management factor influenced the values of some oil quality indices such as acidity iodine
peroxide and oxidative stability when the irrigated treatments showed better results in
general Thus it is concluded that even though being adapted to adverse conditions of climate
and soil jatropha responds well to practices of irrigation and nitrogen fertilization increasing
its productivity and improving its vegetative growth and quality of oil for biodiesel
production
Keywords Jatropha curcas L Water management Mineral fertilization Biofuels
14
15
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule
(b) folha (c) pistilo ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte
transversal (f) frutos (g) fruto em corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller
(1996) 26
Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso 39
Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos 46
Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo
meteoroloacutegica 54
Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo 55
Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de
aacutegua do sistema sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I
a irrigaccedilatildeo R o escoamento superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013) 59
Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso 65
Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha
da planta (a) leitura do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as
folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em laboratoacuterio do IAF real da planta com o
equipamento CI-203 (d) 67
Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG 68
Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema
de funcionamento do equipamento (b) 74
Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo da cultura 78
Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura 80
Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo 81
Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos
de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a
sonda de capacitacircncia Diviner 2000 82
Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados 83
Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos
de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda
de capacitacircncia Diviner 2000 83
16
Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de
adubo nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 85
Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de
adubo nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 86
Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos
no terceiro ano de cultivo 88
Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 90
Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo
complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de
cultivo 92
Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de
avaliaccedilatildeo 95
Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico
adotado (b) para o ciclo 201314 96
Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico
adotado (b) para o ciclo 201415 96
Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da
irrigaccedilatildeo complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e
quarto ano de cultivo 98
Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos
de avaliaccedilatildeo 101
Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 102
Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 103
Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo
complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de
cultivo 105
17
Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
107
Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso
em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)
e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 108
Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso
em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)
e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 108
Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200 110
Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada
e do manejo hiacutedrico adotado 111
Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-
manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N
aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 112
Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e
do manejo hiacutedrico (b) para o terceiro ano de cultivo 114
Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto
ano de cultivo 114
Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano
de cultivo 115
Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo 118
Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na
planta (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) 119
Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 123
Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 123
Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso
para todos os tratamentos avaliados 130
18
19
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de
algumas culturas oleaginosas produzidas no Brasil 30
Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros
anos de cultivo 41
Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia 56
Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental 56
Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental 57
Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo 58
Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos
frutos colhidos na aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos 70
Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental 70
Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental
77
Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1
relaccedilatildeo sementefruto (RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1
84
Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1
) em funccedilatildeo do
manejo hiacutedrico e doses de nitrogecircnio aplicado 84
Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo
89
Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314 92
Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415 93
Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 93
Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a
variaacutevel altura no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 94
Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 96
Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico
adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 97
Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314 99
20
Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415 99
Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 100
Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a
variaacutevel diacircmetro de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 100
Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 102
Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo
dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo
hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 104
Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314 106
Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415 106
Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 106
Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 108
Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do
manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 109
Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415 111
Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos
os tratamentos no segundo ano de avaliaccedilatildeo 112
Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico
adotado para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 112
Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila
AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro
ciclo de avaliaccedilatildeo 115
Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila
AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo
ciclo de avaliaccedilatildeo 116
Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo
201415 117
21
Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do
pinhatildeo-manso 118
Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de
clorofila na planta 119
Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) em
sementes de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados 120
Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da
dose de nitrogecircnio aplicada 121
Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade
oxidativa (EO) para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 124
Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico
adotado nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo 125
Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no
ciclo 201314 128
Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no
ciclo 201415 128
Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois
experimentos de manejo hiacutedrico 132
22
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente a maior parte da energia consumida no mundo proveacutem do petroacuteleo do
carvatildeo e do gaacutes natural Entretanto essas satildeo fontes natildeo renovaacuteveis e possuem previsatildeo de
esgotamento em um futuro proacuteximo Aleacutem disso os combustiacuteveis foacutesseis satildeo fontes muito
poluidoras e afetam o meio ambiente de forma severa o que faz a populaccedilatildeo mundial buscar
soluccedilotildees para tais problemas Com a crescente necessidade de encontrar fontes alternativas de
energia para substituir os combustiacuteveis foacutesseis diversas plantas vecircm sendo estudadas por
institutos de pesquisas e empresas A produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por meio do
desenvolvimento dos setores agroenergeacuteticos pode se tornar uma soluccedilatildeo viaacutevel para o
suprimento da demanda energeacutetica mundial
Produzido a partir de fontes renovaacuteveis como oacuteleos vegetais e gorduras animais o
biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e ao oacuteleo
combustiacutevel O uso do biodiesel pode trazer uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo dos
gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre aleacutem de
promover reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis No Brasil a produccedilatildeo do biodiesel
pode cooperar com o desenvolvimento econocircmico de diversas regiotildees do paiacutes uma vez que eacute
possiacutevel explorar a melhor alternativa de mateacuteria-prima em cada regiatildeo Com isso em funccedilatildeo
de fatores como a vasta extensatildeo territorial e a grande diversidade de climas solos e espeacutecies
oleaginosas o Brasil encontra-se em uma situaccedilatildeo bastante promissora
O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) destaca-se entre as oleaginosas com potencial
para a produccedilatildeo de biodiesel Esta cultura eacute apropriada ao cultivo em quase todo o paiacutes devido
a sua rusticidade e agrave resistecircncia a condiccedilotildees adversas de clima e solo (SATURNINO et al
2005) principalmente ao estresse hiacutedrico sendo tolerante agrave seca e podendo ser usada em
aacutereas marginais ou degradadas sem a competiccedilatildeo com culturas para fins de alimentaccedilatildeo
Aliado a esses fatores a alta porcentagem de oacuteleo por unidade de semente dessa espeacutecie em
comparaccedilatildeo com algumas culturas oleaginosas tradicionalmente cultivadas no paiacutes e em
outras regiotildees do mundo atraiacute a atenccedilatildeo de pesquisadores de diversos centros de pesquisa ao
redor do mundo para o conhecimento e o aprimoramento dessa cultura como uma matriz
energeacutetica para a produccedilatildeo de biodiesel
Contudo limitaccedilotildees teacutecnicas tecircm impedido a inserccedilatildeo imediata do pinhatildeo-manso na
matriz energeacutetica brasileira Por se tratar ainda de uma planta natildeo domesticada suas
caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os efeitos do ambiente sobre
24
as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Os resultados de pesquisas com a cultura
no Brasil ainda satildeo incipientes tendo iniacutecio faz pouco mais de dez anos de forma que ainda
haacute grande falta de informaccedilotildees sobre a cultura no paiacutes principalmente no que diz respeito agraves
suas demandas nutricionais e ao seu consumo hiacutedrico
Considerado por apresentar caracteriacutesticas como rusticidade e adaptabilidade a
condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso assim como a maioria das culturas
agriacutecolas possivelmente pode obter uma boa resposta quando suprido das suas necessidades
hiacutedricas e nutricionais A adubaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de aacutegua podem aumentar o rendimento de
sementes e oacuteleo do pinhatildeo-manso Mas a falta de informaccedilotildees sobre o cultivo de plantas
adultas a partir do seu pico de produccedilatildeo (4ordm ano) e da qualidade do seu oacuteleo sob a influecircncia
dessas variaacuteveis natildeo permite que se tenha um adequado manejo hiacutedrico e nutricional da
cultura uma vez que natildeo se conhece a fundo a resposta da planta pois trata-se ainda de uma
cultura com variadas expressotildees agronocircmicas
Sob a hipoacutetese de que o uso da irrigaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de diferentes doses de
nitrogecircnio afetam os componentes de produccedilatildeo o crescimento vegetativo e a qualidade do
oacuteleo do pinhatildeo-manso desenvolveu-se este trabalho com o objetivo principal de avaliar os
efeitos dos diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na produtividade no
crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no terceiro e quarto ano do cultivo de pinhatildeo-
manso (Jatropha curcas L) nas condiccedilotildees edafoclimaacuteticas de Piracicaba-SP Os objetivos
secundaacuterios foram avaliar os efeitos da irrigaccedilatildeo complementar e da adubaccedilatildeo nitrogenada em
variaacuteveis de crescimento das plantas de pinhatildeo-manso os niacuteveis de clorofila de cada
tratamento e a correlaccedilatildeo desses teores com os valores de N foliar e os efeitos de cada
tratamento sobre o rendimento o perfil composicional de aacutecidos graxos e os iacutendices de
qualidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso
25
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L)
O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) pertence agrave famiacutelia Euphorbiaceae a mesma da
mandioca mamona e seringueira e que compreende aproximadamente 8000 espeacutecies com
cerca de 320 gecircneros As plantas do gecircnero Jatropha contecircm 160 espeacutecies aproximadamente
entre herbaacuteceas e arbustivas e apresentam valor medicinal ornamental e algumas satildeo
produtoras de oacuteleo como eacute o caso da espeacutecie Jatropha curcas L (SUJATHA DHINGRA
1993)
Esta espeacutecie destaca-se entre as oleaginosas com potencial para a produccedilatildeo de
biodiesel aleacutem de apresentar caracteriacutesticas desejaacuteveis tais como potencial de altos
rendimentos de gratildeos e oacuteleo boa qualidade do oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel
adaptabilidade a diferentes regiotildees precocidade e longevidade Eacute uma planta reivindicada
como tolerante agrave seca tem menos necessidade de nutrientes utiliza insumos trabalhistas mais
baixos e natildeo compete com a produccedilatildeo de alimentos se cultivada em terras marginais
Consequentemente o pinhatildeo-manso eacute uma planta oleaginosa com potencial para o
desenvolvimento ambiental sustentaacutevel (PANDEY et al 2012)
Podendo ser um arbusto ou aacutervore pequena de crescimento raacutepido o pinhatildeo-manso
pode atingir ateacute trecircs metros de altura com diacircmetro de tronco de aproximadamente 20 cm
mais em condiccedilotildees especiais de cultivo pode atingir ateacute cinco metros de altura e diacircmetro
variando de 20 a 30 cm O pinhatildeo-manso possui caule liso de lenho mole e medula
desenvolvida mas pouco resistente e floema com longos canais que se estendem ateacute as
raiacutezes nos quais circula o laacutetex (HELLER 1996 SATURNINO et al 2005) O tronco que
conteacutem laacutetex eacute dividido desde a base em ramos que satildeo revestidos por uma camada grossa
com cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estaccedilatildeo seca (DIAS et al 2007
HENNING 2009) Em resumo trata-se de uma planta perene de crescimento raacutepido e
caducifoacutelia a qual geralmente leva de quatro a cinco anos para atingir a maturidade com
expectativa de vida em torno de 50 anos (DRUMOND et al 2010)
A planta desenvolve uma raiz principal e quatro raiacutezes laterais sendo que a raiz
pivotante natildeo eacute normalmente formada quando as plantas advecircm de propagaccedilatildeo vegetativa
(HELLER 1996) As folhas satildeo verdes largas lisas e lobadas com nervuras esbranquiccediladas
na face inferior Eacute uma planta monoica e as inflorescecircncias terminais contecircm de 5 a 20 flores
femininas que se abrem em dias diferentes (SATURNINO et al 2005) Em cada
26
inflorescecircncia desabrocham primeiro as flores femininas seguindo o sentido de baixo para
cima na planta Do mesmo modo ocorrem a frutificaccedilatildeo e a maturaccedilatildeo Os frutos fecundados
tardiamente continuam a crescer depois da maturaccedilatildeo dos primeiros frutos de um cacho o que
gera colheita em diferentes eacutepocas do ano
O fruto eacute capsular oblongo com diacircmetro de 15 a 30 cm trilocular podendo
apresentar ateacute quatro sementes sendo formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa
indeiscente inicialmente verde passando a amarelo castanho e por fim preto quando atinge a
maturaccedilatildeo fisioloacutegica (DIAS et al 2007) A semente eacute ovalada endospeacutermica tegumento
rijo quebradiccedilo de fratura resinosa Na maturaccedilatildeo conteacutem de 53 a 62 de sementes e de 38
a 47 de casca pesando cada uma de 153 a 285 g (SATURNINO et al 2005) Na Figura 1
estatildeo apresentadas as diferentes partes constituintes da planta do pinhatildeo-manso
Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule (b) folha (c) pistilo
ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte transversal (f) frutos (g) fruto em
corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller (1996)
27
De toda a morfologia da planta o sistema radicular eacute o que necessita de maiores
informaccedilotildees quanto a sua real distribuiccedilatildeo no perfil do solo e a sua absorccedilatildeo dos nutrientes
presentes na soluccedilatildeo do solo existindo pouquiacutessimos trabalhos na literatura que descrevem
com clareza o seu sistema radicular sendo restrito a condiccedilotildees especiacuteficas da regiatildeo Alves
Juacutenior et al (2014) avaliaram a distribuiccedilatildeo espacial do sistema radicular do pinhatildeo-manso no
Cerrado brasileiro e encontraram uma profundidade meacutedia e distacircncia horizontal
respectivamente de 060 e 075 m para plantas com 17 meses de idade e de 10 e 10 m para
plantas de 36 meses de idade Nunes et al (2009) e Ye et al (2009) relatam que em solos de
baixa densidade a raiz do pinhatildeo-manso pode chegar ao dobro do comprimento da parte aeacuterea
Estas informaccedilotildees contradizem o que se achava a respeito da cultura do pinhatildeo-manso pois
diversos autores afirmaram agrave respeito do sistema radicular da cultura como sendo curto e
pouco ramificado (HELLER 1996 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005)
O oacuteleo bruto dos gratildeos eacute a principal mateacuteria-prima do pinhatildeo-manso e o seu
rendimento depende de diversas caracteriacutesticas da planta associadas aos fatores
edafoclimaacuteticos Entre os principais componentes da produtividade destacam-se as
caracteriacutesticas vegetativas da planta o nuacutemero de ramos o diacircmetro da copa a altura das
plantas o volume de copa a produtividade de gratildeos por aacutervore e entre as caracteriacutesticas de
qualidade da mateacuteria-prima o ldquopeso de gratildeosrdquo ldquopeso de amecircndoasrdquo ldquopeso de cascardquo (RAO et
al 2008) O oacuteleo eacute o produto de maior valor agregado da cultura do pinhatildeo-manso e
apresenta propriedades como uma maior estabilidade oxidativa do que o oacuteleo de soja menor
viscosidade quando comparado ao da mamona e melhores propriedades a frio que o oacuteleo de
palma (TAPANES et al 2008)
Quanto agrave porcentagem de oacuteleo destaca-se seu o alto teor por unidade de massa com
uma variaccedilatildeo de 27 a 38 o que representam de 53 a 79 do peso do fruto (ARRUDA
2004 DIAS et al 2007) Poreacutem os teores de oacuteleo podem variar de acordo com as
caracteriacutesticas geneacuteticas tecnologia de produccedilatildeo e de extraccedilatildeo adotadas (CARVALHO
NAKAGAWA 2000 MARQUES 2007) Diferentes meacutetodos podem ser utilizados para a
extraccedilatildeo de oacuteleos vegetais como a prensagem mecacircnica a extraccedilatildeo com solvente e a extraccedilatildeo
com fluiacutedo supercriacutetico Pelo meacutetodo de extraccedilatildeo com solvente de Soxhlet obteacutem-se maior
quantidade de oacuteleo em relaccedilatildeo a outros meacutetodos pois a amostra permanece em contato com o
solvente pela evaporaccedilatildeo e condensaccedilatildeo do mesmo sobre a amostra (BRUM ARRUDA
REGITANO-DrsquoARCE 2009) Entretanto por ser de baixo custo a prensagem mecacircnica eacute o
meacutetodo mais utilizado para extraccedilatildeo de oacuteleo nas induacutestrias
28
Com relaccedilatildeo a composiccedilatildeo do oacuteleo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) relatam que do
teor meacutedio de oacuteleo encontrado nas sementes cerca de 608 satildeo compostos basicamente por
143 de aacutecido palmiacutetico 51 de aacutecido esteaacuterico 411 de aacutecido oleico e 381 de aacutecido
linoleico possuindo ao final um valor meacutedio de 20 de aacutecidos graxos saturados e 80 de
aacutecidos insaturados Entretanto assim como nas demais culturas oleaginosas a composiccedilatildeo e
teor de cada aacutecido graxo de oacuteleos vegetais com potencial para biocombustiacuteveis podem variar
de acordo com as condiccedilotildees climaacuteticas classe de solo localizaccedilatildeo geograacutefica estaacutedio de
maturaccedilatildeo das sementes variedades e praacuteticas agronocircmicas entre outros fatores (BERTI
JOHNSON 2008 KHEIRA ATTA 2009 HATHURUSINGHA ASHWATH MIDMORE
2011 SEZEN et al 2011 AKBARIAN MODAFEBEHZADI BAGHERIPOUR 2012
RAMANJANEYULU REDDY MADHAVI 2013 RODRIGUES et al 2013 SINHA et al
2015)
O pinhatildeo-manso apresenta alta toleracircncia agrave seca sendo cultivada em diversos paiacuteses do
mundo principalmente no semiaacuterido tropical (FAIRLESS 2007 ACHTEN et al 2008) A
elevada toleracircncia agrave seca aliada ao caule suculento de plantas de pinhatildeo-manso estaacute associada
ao metabolismo C3-CAM existente nesta espeacutecie funcionando em condiccedilotildees de deacuteficit
hiacutedrico o metabolismo CAM (LUTTGE 2008) As plantas CAM satildeo adaptadas agrave escassez de
aacutegua porque perdem pouca aacutegua por transpiraccedilatildeo durante aquisiccedilatildeo de CO2 uma vez que os
estocircmatos abrem-se no periacuteodo noturno e permanecem fechados durante o dia Segundo
Pimentel (1998) algumas plantas CAM facultativas podem atingir alta produtividade quando
funcionando como C3 poreacutem quando essas plantas apresentam o comportamento CAM
devido agrave um estresse ambiental a acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca eacute reduzida
A distribuiccedilatildeo geograacutefica do pinhatildeo-manso eacute bastante vasta devido a sua rusticidade
resistecircncia a longas estiagens e agraves infestaccedilotildees de pragas e doenccedilas sendo adaptaacutevel agraves
adversidades de solo e clima Segundo Openshaw (2000) a espeacutecie estaacute distribuiacuteda
principalmente nas Ameacutericas na Aacutefrica e em parte da Aacutesia sendo largamente cultivada no
Meacutexico Nicaraacutegua Tailacircndia e em partes da Iacutendia No Brasil sua distribuiccedilatildeo geograacutefica se
estende por boa parte do territoacuterio sendo encontrada desde a regiatildeo Nordeste Sudeste e ateacute o
Estado do Paranaacute (ARRUDA et al 2004) Alguns pesquisadores apontam o Brasil como
provaacutevel centro de origem devido agrave distribuiccedilatildeo ao longo de todo o paiacutes (SUJATHA
DHINGRA 1993 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005) poreacutem muitos estudos
estatildeo evidenciando como centro de diversidade geneacutetica e possiacutevel centro de origem o norte
da Ameacuterica Latina destacando-se Meacutexico e Guatemala (HELLER 1996 MAES et al
2009b PECINA-QUINTERO et al 2014) Estudos realizados por Nuacutentildeez-Coliacuten e Goytia-
29
Jimeacutenez (2009) para determinaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da espeacutecie e dos padrotildees climaacuteticos da
regiatildeo de origem apontaram o Meacutexico e o norte da Ameacuterica Central como o centro de
diversidade da espeacutecie No Meacutexico a diversidade geneacutetica eacute citada na literatura como sendo
expressiva sobretudo por ocorrer naturalmente o genoacutetipo atoacutexico sem a presenccedila de eacutesteres
de forbol Eacute comum no paiacutes a populaccedilatildeo de alguns estados se alimentarem da polpa ou
sementes de pinhatildeo-manso tradiccedilatildeo existente desde a eacutepoca dos maias sendo mais praticado
nos estados de Veracruz e Puebla (MAKKAR et al 1997 MARTIacuteNEZ-HERRERA et al
2006) Natildeo se tem relatos de ocorrecircncia do genoacutetipo atoacutexico fora do Meacutexico
22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso
O Brasil com sua vasta extensatildeo territorial e variedade climaacutetica apresenta um
enorme potencial para a produccedilatildeo de diferentes espeacutecies de oleaginosas que podem ser
utilizadas na siacutentese do biodiesel destacando-se a soja a mamona o girassol o amendoim a
palma de oacuteleo a canola e o pinhatildeo-manso A viabilidade de cada oleaginosa depende de sua
competitividade teacutecnica econocircmica e socioambiental aleacutem de aspectos como o teor de oacuteleo a
produtividade por unidade de aacuterea a adequaccedilatildeo a diferentes sistemas produtivos sazonalidade
e demais aspectos relacionados ao ciclo de vida da planta (VISENTAINER SANTOS
JUacuteNIOR 2013)
A cultura da soja destaca-se no cenaacuterio brasileiro dentre as principais mateacuterias-primas
utilizadas para a produccedilatildeo do biodiesel sendo 80 do oacuteleo produzido no paiacutes oriundo desta
oleaginosa A previsatildeo eacute que esta situaccedilatildeo natildeo se modificaraacute nos proacuteximos anos visto que
esta cultura tem uma cadeia produtiva organizada e estaacute no limite da fronteira tecnoloacutegica
mundial sendo o Brasil nos uacuteltimos anos o segundo maior produtor mundial poreacutem o seu
rendimento em oacuteleo eacute baixo (Tabela 1) (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) O
pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) vem sendo fonte de estudos nos uacuteltimos anos devido ao
seu grande potencial na produccedilatildeo de oacuteleo para biocombustiacuteveis chegando a apresentar teor de
oacuteleo variando entre 32 a 40 quando extraiacutedo por meio de prensagem mecacircnica o que
garante a esta cultura altas produtividades meacutedias de gratildeos e de oacuteleo quando comparada com
outras culturas cultivadas no paiacutes (Tabela 1)
30
Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de algumas culturas
oleaginosas produzidas no Brasil
Cultura Produtividade meacutedia de
sementes (kg ha-1
ano-1
) Teor meacutedio de oacuteleo ()
Rendimento meacutedio em
oacuteleo (kg ha-1
ano-1
)
Soja 2800 20 560
Palma de oacuteleo 15000 26 4000
Girassol 1800 45 774
Algodatildeo 1900 19 361
Amendoim 2400 45 788
Mamona 1000 48 470
Canola 1500 38 570
Pinhatildeo-manso 5000 38 1900
Fonte Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento-MAPA (2007)
Por ser o biodiesel um combustiacutevel biodegradaacutevel derivado de fontes renovaacuteveis
como os oacuteleos vegetais ldquovirgensrdquo ou jaacute utilizados e das gorduras animais satildeo evidentes as
vantagens da sua utilizaccedilatildeo na reduccedilatildeo da emissatildeo de gases poluentes e no balanccedilo de
carbono quando comparado com o diesel foacutessil No caso do biodiesel de pinhatildeo-manso pode-
se obter uma reduccedilatildeo de 55 na emissatildeo de fuligem e de 35 na liberaccedilatildeo de hidrocarboneto
que aliaacutes eacute uma substacircncia canceriacutegena Aleacutem disso o gaacutes carbocircnico gerado na queima eacute
consumido no processo de fotossiacutentese realizado nas lavouras de plantas oleaginosas e
devolvido agrave atmosfera como oxigecircnio criando dessa forma um ciclo fechado de produccedilatildeo
sem sobras poluentes (CARNIELLI 2003)
Com relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo do oacuteleo produzido a partir de sementes de pinhatildeo-manso
para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel pode-se obter basicamente dois produtos O primeiro e
mais conhecido eacute o biodiesel que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao diesel de origem
foacutessil (ACHTEN et al 2008) A segunda alternativa que ateacute o momento soacute foi utilizada em
pequena escala eacute o bioquerosene que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao querosene de
aviaccedilatildeo Alguns testes neste sentido como voos experimentais jaacute foram ateacute realizados por
companhias aeacutereas e se mostraram muito satisfatoacuterios com relaccedilatildeo agrave viabilidade teacutecnica do
biocombustiacutevel
O pinhatildeo-manso eacute uma oleaginosa com grande potencial para produccedilatildeo de biodiesel
sendo que sua produccedilatildeo de oacuteleo pode chegar a 15 Mg ha-1
ano-1
Como algumas vantagens
esta cultura apresenta em sua cadeia produtiva a resistecircncia podendo desta forma ser
cultivado em todo o paiacutes facilitando a sua distribuiccedilatildeo e sua colheita que eacute manual o que
impulsiona a matildeo de obra familiar (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)
31
O pinhatildeo-manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas para
substituir o diesel de petroacuteleo pois as amecircndoas aleacutem de poderem gerar valores proacuteximos de
40 de oacuteleo extraiacutedo por prensagem mecacircnica podem render de 50 a 52 de oacuteleo quando
extraiacutedo a base de solventes Seu oacuteleo eacute empregado como lubrificante em motores a diesel e
na fabricaccedilatildeo de sabatildeo e tinta Aleacutem disso a torta que resta ao final da extraccedilatildeo eacute um
subproduto rico em nitrogecircnio potaacutessio foacutesforo e mateacuteria orgacircnica que pode ser utilizado na
adubaccedilatildeo tanto da lavoura de pinhatildeo-manso como em outras culturas (MARTINS
MACHADO CAVASINI 2008) Outro fator positivo eacute a utilizaccedilatildeo da casca dos pinhotildees que
pode ser usada como carvatildeo vegetal e mateacuteria-prima na fabricaccedilatildeo de papel (SLUSZZ
MACHADO 2011) e da madeira do pinhatildeo-manso que assim como as cascas dos frutos
podem ser utilizadas como material carburante de fornalhas (HELLER 1996 ARRUDA et
al 2004 SATURNINO et al 2005)
De acordo com Sato et al (2007) apesar da utilizaccedilatildeo do oacuteleo extraiacutedo da semente do
pinhatildeo-manso para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel ser o mais difundido outras partes da
planta tecircm utilizaccedilatildeo econocircmica como na medicina tradicional na produccedilatildeo de sabatildeo na
iluminaccedilatildeo por meio de lamparinas em geradores de eletricidade combustiacutevel para fogotildees
extratos da semente como molusquicida inseticida e nematicida Ainda segundo estes autores
a planta eacute considerada meliacutefera podendo tambeacutem ser utilizada como cerca-viva de pastagens
e campos agriacutecolas pois natildeo eacute palataacutevel mourotildees de cerca ldquovivosrdquo e suporte para plantas
trepadeiras como no caso da baunilha (Vanilla aromatica)
A cultura aleacutem de ser uma boa opccedilatildeo agriacutecola para aacutereas aacuteridas semiaacuteridas e na
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas promove a integraccedilatildeo do acesso agrave produccedilatildeo com renda (com
a venda do oacuteleo das sementes para fins combustiacuteveis) eacute suprimento de energia (o oacuteleo pode
ser utilizado em motores e maacutequinas para a geraccedilatildeo de eletricidade) contribui no
desenvolvimento rural (com o emprego da matildeo-de-obra familiar) e com consequente fixaccedilatildeo
do homem no campo seguranccedila alimentar pois permite o uso de culturas anuais alimentiacutecias
em consoacutercio aleacutem de melhorias ambientais como a formaccedilatildeo de um microclima que
favorece o desenvolvimento de outras culturas nas entrelinhas entre outros (SATO et al
2007)
No entanto o cultivo do pinhatildeo-manso precisa ser aprimorado para tornaacute-lo adequado
agrave produccedilatildeo de mateacuteria prima para a produccedilatildeo de biodiesel Apesar de possuir caracteriacutesticas
desejaacuteveis como resistecircncia a seca e rusticidade limitaccedilotildees teacutecnicas como a maturaccedilatildeo
desuniforme dos frutos e a baixa produtividade de gratildeos alcanccedilada em alguns locais tecircm
limitado a viabilidade econocircmica desse cultivo (ROCHA et al 2012) Por ser ainda uma
32
planta silvestre suas caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os
efeitos do ambiente sobre as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Para isso eacute
necessaacuterio o estabelecimento de teacutecnicas que propiciem colheita uniforme com maior
qualidade do oacuteleo e reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo (LAVIOLA et al 2011)
Atualmente natildeo se tem conhecimento de nenhum programa de melhoramento geneacutetico
que vise a obtenccedilatildeo de um cultivar seguro para a expansatildeo vigorosa dessa cultura O processo
de seleccedilatildeo de acessos de pinhatildeo-manso com excelentes caracteriacutesticas de cultivo encontra-se
recente e na fase inicial em estudos feitos no Brasil (LAVIOLA et al 2014 PEIXOTO et al
2016) e em outros paiacuteses (GINWAL et al 2005 KAUSHIK et al 2007 MAES et al 2009b
WEN et al 2012a WEN et al 2012b) O desenvolvimento de um sistema de cultivo
comercial de espeacutecies selvagens de plantas deve ser feito com base no uso de cultivares que
apresentem suficiente uniformidade para garantir que a tecnologia de produccedilatildeo adotada seja
aproveitada na sua totalidade A falta desses cultivares natildeo permite recomendaccedilotildees teacutecnicas
confiaacuteveis sobre a melhor forma de propagaccedilatildeo populaccedilatildeo de plantio adubaccedilatildeo manejo
eacutepoca e tipo de colheita controle de pragas e doenccedilas etc A inexistecircncia dessas
recomendaccedilotildees tornam incertos eventuais investimentos em plantios comerciais (MARQUES
2007)
Outra limitaccedilatildeo conhecida da planta eacute que as suas sementes satildeo toacutexicas para animais e
humanos impedindo que o resiacuteduo das sementes seja utilizado como raccedilatildeo animal Entre os
principais componentes toacutexicos presentes no pinhatildeo-manso destacam-se o eacutester de forbol (12-
deoxi-16-Hidroxiforbol) a globulina e a curcasina que podem trazer riscos agrave sauacutede caso seja
ingerido a ingestatildeo de uma uacutenica semente fresca pode causar tanto vocircmito quanto diarreia
(PEIXOTO 1973) Segundo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) outro fator negativo deste
oacuteleo para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis eacute o seu alto teor de aacutecidos graxos poli-insaturados
que favorecem sua raacutepida oxidaccedilatildeo durante a estocagem mas essa oxidaccedilatildeo pode ser
acelerada pela accedilatildeo do calor do oxigecircnio ou de traccedilos de metais pesados e de seus caacutetions
que satildeo comumente presentes nos materiais empregados na fabricaccedilatildeo dos tanques de
armazenagem podendo conduzir ao desenvolvimento de reaccedilotildees laterais como a formaccedilatildeo de
aldeiacutedos saturados (por exemplo hexanal heptanal ou nonanal) ou de compostos corrosivos
De acordo com estes autores os investimentos em pesquisas estatildeo trazendo soluccedilotildees para
estas questotildees por meio da mistura adequada de oacuteleos (blends) pela utilizaccedilatildeo de aditivos
pela obtenccedilatildeo de novas variedades e pela escolha da rota tecnoloacutegica mais eficiente
Marques (2007) relata a grande preocupaccedilatildeo dos pesquisadores brasileiros no
incentivo ao plantio em larga escala do pinhatildeo-manso pois esta eacute uma planta ainda selvagem
33
sobre a qual haacute pouco conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e ainda natildeo foram encontrados na
literatura relatos sobre pesquisas cientiacuteficas de longa duraccedilatildeo relacionadas ao pinhatildeo-manso
Existem apenas estimativas preliminares de produccedilatildeo e de produtividade obtidas pela
extrapolaccedilatildeo de dados obtidos em plantas isoladas e a maior parte dos trabalhos cientiacuteficos
satildeo estudos baacutesicos realizados em laboratoacuterio ou em casa-de-vegetaccedilatildeo sobre temas
especiacuteficos O autor destaca outro problema entre os profissionais da aacuterea de ciecircncias agraacuterias
que eacute a ausecircncia de um mercado estruturado para esse produto e o desinteresse das induacutestrias
de extraccedilatildeo de oacuteleo no seu processamento em razatildeo das pequenas quantidades de sementes
disponiacuteveis Isso tudo do ponto de vista do agricultor sugere uma instabilidade empresarial
bastante perigosa pois o pomar de pinhatildeo-manso eacute perene e natildeo lhe permite a opccedilatildeo de no
ano seguinte migrar para outra cultura mais rentaacutevel em caso de prejuiacutezo
Apesar da carecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas baacutesicas a cultura vem sendo implantada
pesquisada e difundida em diferentes regiotildees do paiacutes e do mundo A histoacuteria recente do
cultivo em larga escala e os esforccedilos em estudos para o conhecimento do pinhatildeo-manso por
consequecircncia do apelo energeacutetico para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis iniciou-se no ano de
2003 quando a Comissatildeo de Planejamento da Iacutendia decidiu adicionar 20 do biodiesel do
oacuteleo de pinhatildeo-manso na mistura com oacuteleo diesel ateacute o ano de 2010 e 30 ateacute 2030 (IacuteNDIA
2003) Depois disso nos anos subsequentes a cultura foi introduzida em localidades do
Oeste Leste e Sul da Aacutefrica Aacutesia (Iacutendia China Japatildeo Malaacutesia Filipinas e Tailacircndia)
Ameacuterica do Sul e Central e Beacutelgica nos uacuteltimos onze anos (SINGH et al 2014)
No Brasil o interesse na produccedilatildeo do pinhatildeo-manso surgiu com a implantaccedilatildeo do
Plano Nacional de Produccedilatildeo de Biodiesel criado em 2004 poreacutem somente a partir de 2008 o
Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) por meio da Instruccedilatildeo
Normativa nordm 4 de 14 de janeiro de 2008 autorizou a inscriccedilatildeo no Registro Nacional de
Cultivares da espeacutecie Jatropha curcas L abrindo caminho para sua exploraccedilatildeo comercial no
Brasil (ROSCOE 2008) Andreacuteo-Souza et al (2010) e Nery et al (2009) informam que esta
oleaginosa eacute considerada uma cultura potencial para atender a este programa pois possui
potencial de rendimento de gratildeos e oacuteleo e em sua fase inicial permite o cultivo em consoacutercio
com outras culturas de interesse econocircmico e alimentar Com a vantagem de ser perene natildeo
exige preparo anual do solo (ARRUDA et al 2004) Marques (2007) destaca o otimismo
encarado pelos pesquisadores brasileiros que consideram que o pinhatildeo-manso poderaacute se
tornar um negoacutecio viaacutevel e promissor desde que haja interesse no investimento de recursos
consideraacuteveis em pesquisa e desenvolvimento tecnoloacutegico a exemplo do que fez o IAC com o
34
algodatildeo nos anos de 193040 com a cana de accediluacutecar na deacutecada de 195060 e com a soja nos
anos 196070
Com a expansatildeo dos programas energeacuteticos para o suprimento da energia mundial na
uacuteltima deacutecada o pinhatildeo-manso despertou muito interesse em todo o mundo A atenccedilatildeo
mundial para os biocombustiacuteveis a sustentabilidade ambiental e a utilizaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de
terras degradadas para seguranccedila da subsistecircncia com o pinhatildeo-manso criou um grande
interesse nessa espeacutecie (EVERSON MENGISTU GUSH 2013) Inuacutemeros trabalhos tem
sido apresentados com o potencial do pinhatildeo-manso para recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
sequestro de carbono e pela alta eficiecircncia no uso da aacutegua (FRANCIS EDINGER BECKER
2005 ACHTEN et al 2008 KABIR HUSSAIN KIM 2009 ABHILASH et al 2010
ACHTEN et al 2010) Apesar dos seus vaacuterios meacuteritos muitos deles comprovados em centros
de pesquisas o pinhatildeo-manso ainda natildeo pode ser cultivado como uma cultura em larga escala
para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por se tratar ainda de uma planta semisselvagem em fase
inicial de domesticaccedilatildeo (SINGH et al 2014) Entretanto faz-se necessaacuterio a continuaccedilatildeo dos
estudos nos centros de pesquisas para a validaccedilatildeo em condiccedilotildees de campo como na avaliaccedilatildeo
das reaccedilotildees da cultura sobre as diferentes praacuteticas de manejo localidade e resistecircncia a
pragas e doenccedilas para que assim possa se efetuar um soacutelido melhoramento geneacutetico Soacute apoacutes
essa etapa a cultura pode ser recomendada para o cultivo nas propriedades rurais Essas
medidas tornam-se necessaacuterias para evitar que o pinhatildeo-manso se torne mais uma vez um
colapso como biocombustiacutevel a niacutevel mundial (KANT WU 2011)
23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso
O plantio de pinhatildeo-manso ao redor do mundo tem sido incentivado pela sua
rusticidade e capacidade de desenvolvimento em condiccedilotildees adversas como em regiotildees
semiaacuteridas e aacuteridas Essa caracteriacutestica continua sendo muito difundida por alguns autores que
consideram o pinhatildeo-manso como uma planta que suporta situaccedilotildees de longas estiagens em
regiotildees de terra de baixa fertilidade e precaacuterias propriedades fiacutesicas com produccedilatildeo satisfatoacuteria
de oacuteleo (PEIXOTO 1973) No entanto tais condiccedilotildees podem afetar significativamente a
produtividade e o rendimento de seu oacuteleo
35
231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso
O pinhatildeo-manso desenvolve-se bem tanto nas regiotildees tropicais secas quanto nas
zonas equatoriais uacutemidas assim como nos terrenos aacuteridos e pedregosos podendo suportar
longos periacuteodos de secas Eacute encontrado desde o niacutevel do mar ateacute altitudes de
aproximadamente 1000 m poreacutem observa-se que a planta se desenvolve melhor entre 200 e
800 metros (SATURNINO et al 2005) Segundo Arruda et al (2004) o pinhatildeo-manso pode
se desenvolver sob diversas condiccedilotildees climaacuteticas tolerando temperaturas meacutedias anuais entre
18 e 285degC A espeacutecie natildeo tolera geadas fortes (temperaturas abaixo de 0ordmC) mas pode
sobreviver a geadas fracas (temperaturas acima de 2ordmC) perdendo entretanto todas as folhas
o que provavelmente reduziraacute a produccedilatildeo de sementes (SATURNINO et al 2005) Andrade
et al (2008) confirmaram essa informaccedilatildeo ao estudar a toleracircncia da cultura sob a incidecircncia
de geadas chegando a conclusatildeo de que a cultura do pinhatildeo-manso eacute pouco tolerante a
geadas apresentando uma temperatura miacutenima letal de -3 a -4 degC
A respeito da radiaccedilatildeo solar para o melhor desenvolvimento do pinhatildeo-manso Matos
et al (2009) obtiveram sucesso com o cultivo da espeacutecie agrave sombra ou a pleno sol As mudas
de pinhatildeo-manso demonstraram relativa variaccedilatildeo das caracteriacutesticas fisioloacutegicas quando
submetidas a diferentes irradiacircncias De acordo com esses autores os resultados sugerem que
o pinhatildeo-manso possui alta capacidade de adaptaccedilatildeo a diferentes condiccedilotildees da disponibilidade
de luz o que deve estar relacionado com a aclimataccedilatildeo do pinhatildeo-manso a baixas
irradiacircncias Em outro trabalho Matos et al (2011) comprovaram a alta plasticidade
fenotiacutepica da cultura em resposta agrave variaccedilatildeo da irradiacircncia destacando poreacutem o sistema de
produccedilatildeo a pleno sol como sendo o mais indicado para a produccedilatildeo de mudas Liang et al
(2007) apontaram que sob alta irradiacircncia solar a taxa fotossinteacutetica maacutexima obtida situa-se
entre 98 e 14 μmol m-2
s-1
Com relaccedilatildeo agrave precipitaccedilatildeo anual Kheira e Atta (2009) afirmam que o pinhatildeo-manso
cresce bem sob baixa pluviosidade requerendo apenas cerca de 200 mm de chuva para
sobreviver mas que tambeacutem responde a um maior iacutendice pluviomeacutetrico (ateacute 1200 mm por
ano) particularmente em ambientes quentes No Brasil em condiccedilotildees natildeo irrigadas a planta
cresce em regiotildees com precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas variando de 480 a 2380 mm anuais No
entanto seu melhor desenvolvimento eacute verificado em regiotildees que apresentam pluviosidade
anual superior a 600 mm sendo tolerante a longos periacuteodos de estiagem (HENNING 1996
SEVERINO et al 2006) Isso significa que quando a planta eacute submetida a condiccedilotildees de
36
baixa disponibilidade hiacutedrica ela reduz o seu potencial vegetativo e produtivo natildeo
conseguindo portanto produzir tal quando eacute suprida corretamente com aacutegua e nutrientes o
que natildeo tira a sua grande capacidade de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees desfavoraacuteveis de
disponibilidade hiacutedrica e de nutrientes do solo (LI et al 2010)
Segundo Henning (1996) a espeacutecie eacute tolerante a longos periacuteodos de estiagem com
precipitaccedilotildees anuais abaixo de 600 mm podendo sobreviver com apenas 200 mm anuais de
chuva por ateacute trecircs anos O autor afirma que a planta entra em dormecircncia devido agraves flutuaccedilotildees
climaacuteticas perdendo as folhas e utilizando aacutegua armazenada no caule nos periacuteodos de seca o
que consequentemente estimula e favorece o aumento do teor de oacuteleo nas sementes
Kesava Rao et al (2012) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso na exigecircncia e uso da
aacutegua em uma regiatildeo semiaacuterida da Iacutendia encontraram produtividades que variaram entre 06 a
156 Mg ha-1
Os autores confirmaram a toleracircncia da cultura ao periacuteodo seco com uma
produtividade razoaacutevel e concluiacuteram que a distribuiccedilatildeo da precipitaccedilatildeo eacute mais importante do
que a quantidade de precipitaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo de produtividades elevadas
Maes et al (2009b) estudaram as condiccedilotildees climaacuteticas de cultivo do pinhatildeo-manso no
Meacutexico e em paiacuteses da Ameacuterica Central provaacuteveis centros de origem da cultura constataram
que 95 das espeacutecimes foram encontradas em regiotildees de climas tropicais (Am Aw) com
pluviosidade meacutedia anual acima de 944 mm e uma temperatura meacutedia anual entre 193 e
272degC Os autores ainda afirmam que a maioria das amostras encontravam-se em regiotildees de
Savana com climas tropicais (Am Aw) e em climas temperados sem estaccedilatildeo seca e com o
veratildeo quente (Cfa)
Embora muitos estudos tenham sido realizados para descobrir sobre as melhores
condiccedilotildees climaacuteticas para o desenvolvimento e a produccedilatildeo da cultura muitos fatores
fisioloacutegicos ainda precisam ser estudados A floraccedilatildeo do pinhatildeo-manso por exemplo eacute uma
questatildeo complexa pois sabe-se que a floraccedilatildeo eacute induzida por fatores de estresse como
flutuaccedilotildees de temperatura e seca mas como exatamente isso ocorre ainda natildeo eacute conhecido
Em climas com uma precipitaccedilatildeo distribuiacuteda uniformemente e sem grande variaccedilatildeo sazonal
da temperatura o pinhatildeo-manso pode florescer continuamente quando natildeo haacute outras formas
de estresse induzido (FACT 2010)
37
232 Condiccedilotildees e uso do solo
Apesar da cultura apresentar boas caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo e rusticidade agraves mais
variadas condiccedilotildees climaacuteticas e de solo das regiotildees tropicais e subtropicais sendo ateacute indicada
para aacutereas com restriccedilotildees em nutrientes (HELLER 1996 AUGUSTUS JAYABALAN
SEILER 2002) alguns autores discordam que tais condiccedilotildees produtivas possam ser as ideais
para a cultura com finalidade comercial Arruda et al (2004) relataram que em solos aacutecidos
com pH abaixo de 45 as raiacutezes do pinhatildeo-manso natildeo se desenvolvem sendo necessaacuteria a
realizaccedilatildeo de calagem com base em anaacutelise quiacutemica do solo De acordo com Saturnino et al
(2005) a correccedilatildeo do solo quanto a seu teor de alumiacutenio livre pela calagem tem efeito
positivo sobre o desenvolvimento do pinhatildeo-manso Foidl et al (1996) por sua vez citaram a
espeacutecie como demandante de grandes quantias de nitrogecircnio e foacutesforo devido agrave alta produccedilatildeo
de biomassa
A necessidade do uso de fertilizantes tambeacutem foi relatada por Openshaw (2000)
segundo o qual em situaccedilotildees de altos niacuteveis de nitrogecircnio ocorre aumento de produtividade
Da mesma forma Arruda et al (2004) indicaram solos com altos teores de mateacuteria orgacircnica
sendo recomendado o uso de adubaccedilatildeo verde com leguminosas pois de modo geral estas
fornecem altos rendimentos por unidade de aacuterea plantada fixando o nitrogecircnio atmosfeacuterico e
transferindo aos solos por decomposiccedilatildeo orgacircnica os nutrientes essenciais como foacutesforo
caacutelcio ou enxofre aleacutem do nitrogecircnio
Com relaccedilatildeo ao uso e a classe de solo tem sido relatado na literatura que o pinhatildeo-
manso tem potencial para a recuperaccedilatildeo de terras marginais sequestrar o CO2 atmosfeacuterico (de
superfiacutecie e subterracircneo) crescer sob condiccedilotildees salinas e soacutedicas e consumir menos aacutegua (alta
produtividade de aacutegua) (FRANCIS EDINGER BECKER 2005 ACHTEN et al 2008
OGUNWOLE et al 2008 PANDEY et al 2012 WANI et al 2012 SINGH et al 2015)
Singh Singh e Tuli (2013) estudaram o cultivo do pinhatildeo-manso em solos soacutedicos da Iacutendia e
constataram que o cultivo dessa cultura reduziu a sodicidade do solo (densidade aparente pH
condutividade eleacutetrica e porcentagem de soacutedio trocaacutevel) e melhorou a fertilidade do local
(atividades de carbono orgacircnico do solo biomassa microbiana e enzimas) de acordo com o
crescimento e idade da plantaccedilatildeo Apesar de ser pouco exigente em condiccedilotildees climaacuteticas nas
regiotildees tropicais e subtropicais e adaptado para sobreviver a solos degradados e pouco feacuterteis
o pinhatildeo-manso deve ser preferencialmente cultivado em solos profundos bem estruturados
pouco compactados drenados e preferencialmente pouco argilosos (ARRUDA et al 2004)
38
Marrugo-Negrete et al (2015) avaliaram a capacidade do pinhatildeo-manso na
fitorremediaccedilatildeo de solos contaminados por mercuacuterio na Colocircmbia e encontraram resultados
bastante promissores Os autores verificaram o crescimento e o desenvolvimento do pinhatildeo-
manso mesmo em quantidade elevadas de mercuacuterio (Hg) no solo onde as maiores
concentraccedilotildees de Hg foram acumuladas nas raiacutezes seguidas pelas folhas e caules Estes
resultados apresentam a cultura como uma boa opccedilatildeo para a fitorremediaccedilatildeo de solos
contaminados com mercuacuterio pois eacute faacutecil de se plantar e manter e contribui para a conservaccedilatildeo
e recuperaccedilatildeo do solo adaptando-se facilmente a solos erodidos e em locais proacuteximos de
aacutereas de mineraccedilatildeo de ouro
Em relaccedilatildeo a textura de solo especiacutefica para o desenvolvimento das plantas Achten et
al (2008) afirma que a planta estaacute bem adaptada a solos de textura arenosa e meacutedia enquanto
solos muito argilosos satildeo inadequados para o pinhatildeo-manso podendo prejudicar o seu cultivo
na ocorrecircncia de algum alagamento ou saturaccedilatildeo no solo Segundo Foidl et al (1996) a
cultura desenvolve-se em todos os solos exceto em Vertissolos por preferir solos arenosos
Estes autores indicam que os solos argilosos pesados como os Vertissolos satildeo menos
adequados devido a sua limitaccedilatildeo para o desenvolvimento do sistema radicular do pinhatildeo-
manso devendo portanto ser evitado para o cultivo
Embora o pinhatildeo-manso se adapte a solos marginais a planta pode natildeo crescer bem
em solos arenosos caso eles sejam pobres no seu teor nutricional embora o seu sistema
radicular nesses solos apresentem um bom potencial para a exploraccedilatildeo de nutrientes
(VALDES-RODRIGUEZ et al 2011) Com isso eacute necessaacuteria cautela quando as plantaccedilotildees
de pinhatildeo-manso estatildeo previstas para o estabelecimento e recuperaccedilatildeo em solos pobres uma
vez que essas plantaccedilotildees podem natildeo se desenvolver bem ou pelo menos exigir uma
adubaccedilatildeo adicional
Tendo em vista o conhecimento inicial sobre a recuperaccedilatildeo de solos degradados com o
cultivo de pinhatildeo-manso outros estudos ao redor do mundo foram realizados com o objetivo
de avaliar os impactos das alteraccedilotildees das propriedades bioloacutegicas do solo para a recuperaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo do solo e da aacutegua (KAGAMEBGA et al 2011 SOP et al 2011 WANI et al
2012) Em um outro estudo Chaudhary et al (2012) verificou a influecircncia significativa do
pinhatildeo-manso na estrutura da comunidade microbiana em solos da rizosfera no qual
constatou-se que na rizosfera dos solos onde era cultivado o pinhatildeo-manso a quantidade de
fungos foi mais elevada do que a de bacteacuterias e actinomicetos as quais contribuiacuteram
significativamente para a melhoria do solo como no caso das hifas fuacutengicas que promoveram
a agregaccedilatildeo desses solos
39
233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso
As exigecircncias edafoclimaacuteticas do pinhatildeo-manso permitem seu cultivo em quase todas
as regiotildees do paiacutes no entanto essa eacute uma cultura ainda muito pouco explorada no Brasil
Segundo Tewari (2009) a cultura apresenta um potencial de produccedilatildeo de 2 a 3 Mg ha-1
em
condiccedilotildees aacuteridas sem uso de irrigaccedilatildeo tornando-se uma planta oleaginosa viaacutevel para a
obtenccedilatildeo de biodiesel Em condiccedilotildees de cultivos intensivos destacando-se uma boa
disponibilidade hiacutedrica estima-se que a produtividade possa atingir cerca de 5 Mg ha-1
(TEWARI 2009)
O pinhatildeo-manso por ser uma cultura tolerante ao efeito da salinidade exceto na fase
inicial de crescimento pode ser irrigada com aacutegua salina tolerando condutividade eleacutetrica de
ateacute 12 dS m-1
valor considerado relativamente alto frente ao tolerado por outras culturas A
cultura demonstrou tambeacutem a capacidade de translocar soacutedio do solo na forma de Na+ para a
parte aeacuterea da planta (DAGAR et al 2006)
Fact (2010) indica valores de produtividade de sementes (Figura 2) que variam de 15
a 100 Mg ha-1
ano-1
apresentando como principal problema para as baixas produtividades
atuais a pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica e limitaccedilotildees de aacutegua e nutrientes Quando todas
as exigecircncias nutricionais e hiacutedricas da cultura satildeo atendidas aliadas ao controle sistemaacutetico
de pragas e doenccedilas juntamente com a devida seleccedilatildeo geneacutetica a produtividade de sementes
ficaria entre 5 e 10 Mg ha-1
ano-1
Neste trabalho eacute apresentada tambeacutem uma produtividade
potencial teoacuterica da cultura que poderia atingir mais de 22 Mg ha-1
ano-1
Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso
Fonte adaptado de FACT (2010)
15
5
10
22
0
5
10
15
20
25
1 2 3
Pro
du
tiv
idad
e (M
g h
a-1
an
o-1
)
1- Produtividade atual - Fatores atuantes Pragas doenccedilas e
pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica
2- Variaccedilatildeo do potencial comercial - Com controle dos fatores
aacutegua e nutrientes
3- Produtividade potencial teoacuterico para a cultura
40
Entretanto da expectativa inicial de quatro ou mais toneladas de gratildeos por hectare
produtividades inferiores a 20 Mg ha-1
estatildeo sendo obtidas em diferentes condiccedilotildees
edafoclimaacuteticas principalmente em razatildeo de limitaccedilotildees hiacutedricas das condiccedilotildees nutricionais
do solo ou do ataque de pragas e doenccedilas (EVERSON MENGISTU GUSH 2013 IIYAMA
et al 2013 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013 TJEUW SLINGERLAND GILLER
2015) Projeccedilotildees natildeo realizadas da produtividade de gratildeos podem ser atribuiacutedas a observaccedilotildees
de plantas isoladas o que acabou desconsiderando a reduccedilatildeo no desenvolvimento em plantios
(ROCHA et al 2012) Apesar da complementaccedilatildeo hiacutedrica ocasionar em muitos casos o
aumento significativo da produtividade de sementes e de oacuteleo extraiacutedo estes natildeo chegaram
nem perto de atingir as mais diversas projeccedilotildees realizadas sobre o potencial comercial
maacuteximo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012 TIKKOO
YADAV KAUSHIK 2013)
Kheira e Atta (2009) afirmam que natildeo existem dados quantitativos disponiacuteveis e
confiaacuteveis sobre a necessidade e a eficiecircncia do uso da aacutegua do pinhatildeo-manso e em
ambientes permanentemente uacutemidos ou em situaccedilotildees com grande aplicaccedilatildeo de aacutegua e
fertilizante a planta pode ser induzida a uma produccedilatildeo elevada de biomassa poreacutem com
baixa produccedilatildeo de sementes
Para a cultura do pinhatildeo-manso existem poucas informaccedilotildees a respeito do seu sistema
radicular A maioria das informaccedilotildees disponiacuteveis levam em conta apenas observaccedilotildees de
natureza botacircnica natildeo se aprofundando no que diz respeito a sua distribuiccedilatildeo espacial no solo
e muito menos agrave caracterizaccedilatildeo das zonas de maior atividade Trabalhos dessa natureza para o
pinhatildeo-manso ainda satildeo escassos e se limitam a condiccedilotildees especiacuteficas do clima e solo da
regiatildeo (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) aleacutem do tipo de sistema de manejo adotado Devido agrave
pouca quantidade de informaccedilotildees a respeito da distribuiccedilatildeo do sistema radicular reconhece-se
que sua caracterizaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia para a determinaccedilatildeo dos paracircmetros de
manejo da irrigaccedilatildeo como a profundidade efetiva das raiacutezes que define a camada de solo a
ser umedecida bem como a aplicaccedilatildeo de fertilizantes Sousa e Guerra (2012) avaliando o
crescimento inicial de plantas de pinhatildeo-manso cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo observaram
efeito significativo sobre a massa de raiz com a variaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio e
quantidade de aacutegua Krishnamurthy et al (2012) encontraram em um plantio de um ano de
idade na Iacutendia raiacutezes ateacute a profundidade de 14 m poreacutem a maioria do sistema radicular se
encontrava ateacute a profundidade de 03 m Estes autores salientam a importacircncia deste tipo de
distribuiccedilatildeo de sistema radicular para a funccedilatildeo de controle de erosatildeo e ainda comentam sobre
41
a relaccedilatildeo inexistente entre este tipo de distribuiccedilatildeo e a resistecircncia a seca caracteriacutestica
atribuiacuteda a esta planta Esta uacuteltima caracteriacutestica eacute atribuiacuteda mais a sua capacidade de controle
da perda por evaporaccedilatildeo por meio de queda de folhas e dormecircncia do que agrave capacidade de
extraccedilatildeo de aacutegua pelo sistema radicular
A colheita de frutos (casca + sementes) no seu quarto ano de cultivo extrai valores
meacutedios de 210 41 e 149 g kg-1
de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente
(LAVIOLA DIAS 2008) Embora a planta de pinhatildeo-manso seja muito resistente capaz de
manter sua sobrevivecircncia em solos com baixos iacutendices de fertilidade para se garantir um
niacutevel de produtividade satisfatoacuterio eacute necessaacuterio a adubaccedilatildeo tanto na implantaccedilatildeo da cultura
quanto na manutenccedilatildeo ao longo dos anos de produccedilatildeo (LAVIOLA DIAS 2008) Na Tabela 2
encontra-se uma recomendaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo de nutrientes durante os quatro
primeiros anos de cultivo levando em consideraccedilatildeo um solo com boa fertilidade capaz de
suprir 50 da necessidade da planta Em um solo com baixa fertilidade estes valores
deveriam ser ampliados (FACT 2010)
Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros anos de cultivo
Nutriente 1ordm ano 2ordm ano 3ordm ano 4ordm ano Total
kg ha-1
ano-1
N 23 34 69 103 229
P2O5 7 11 21 32 71
K2O 34 50 101 151 336
Fonte adaptado de FACT (2010)
Apesar de possuir boa adaptabilidade a diferentes condiccedilotildees adversas de solo e
disponibilidade hiacutedrica o pinhatildeo-manso como qualquer outra cultura para proporcionar uma
alta produtividade de frutos necessita solos feacuterteis e com boas condiccedilotildees fiacutesicas E apesar de
sobreviver em solos com baixa fertilidade a correccedilatildeo da fertilidade do solo eacute decisiva para se
obter sucesso e lucratividade com essa cultura uma vez que a espeacutecie extrai elevada
quantidade de nutrientes na colheita e se natildeo adequadamente adubada pode levar ao
empobrecimento do solo ao longo dos anos de cultivo (LAVIOLA DIAS 2008 CHAVES et
al 2009 SCHIAVO et al 2010 PONCIANO DE DEUS 2010) O crescimento e a
reproduccedilatildeo desta espeacutecie satildeo influenciados pelo seu estado nutricional Ocorrendo a
deficiecircncia nutricional esta cresce e ramifica menos implicando em menos frutos jaacute que os
mesmos satildeo produzidos na ponteira dos ramos O cultivo de pinhatildeo-manso promove elevada
extraccedilatildeo de nutrientes do solo e portanto o manejo da adubaccedilatildeo da espeacutecie exige atenccedilatildeo
(LAVIOLA DIAS 2008)
42
A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo de uma cultura depende da demanda nutricional para o
crescimento vegetativo e reprodutivo (LAVIOLA et al 2006) devendo ser considerada a
eficiecircncia de aproveitamento dos fertilizantes aplicados e a fraccedilatildeo de nutrientes suprida pelo
solo (FRANCO et al 2008) O suprimento inadequado de nutrientes seja falta ou excesso
pode provocar restriccedilotildees ao crescimento das plantas e alterar relaccedilotildees entre biomassa aeacuterea e
radicular bem como promover alteraccedilotildees entre estaacutedios vegetativos e reprodutivos
(MARSCHNER 1995 MENGEL KIRKBY 2001 EPSTEIN BLOOM 2005 DECHEN
NACHTIGALL 2006) Silva et al (2009) relatam que a omissatildeo de macro e micronutrientes
em plantas de pinhatildeo-manso provocam sintomas visuais de deficiecircncia nutricional comuns a
outras espeacutecies e que essas deficiecircncias limitam a produccedilatildeo de mateacuteria seca
O suprimento de N por meio de fertilizantes minerais ou orgacircnicos associado agrave
complementaccedilatildeo hiacutedrica por meio da irrigaccedilatildeo quando aplicados corretamente e aliados com
o manejo integrado de pragas e doenccedilas auxiliam o pleno desenvolvimento vegetativo da
cultura aleacutem de garantir maiores rendimentos de semente e oacuteleo A demanda por N eacute grande
durante o crescimento e desenvolvimento das plantas pois eacute o nutriente mineral exigido em
maior quantidade pelas culturas e normalmente proporciona maior resposta em
produtividade A complexidade dos fatores que afetam o seu aproveitamento pelas plantas faz
com que o mesmo seja objeto de um grande nuacutemero de estudos que visam avaliar
principalmente o seu comportamento no solo e a sua relaccedilatildeo com a eficiecircncia da adubaccedilatildeo
(RAIJ 1991)
O pinhatildeo-manso apresenta alta taxa de crescimento sendo o N o nutriente mais
requerido para a formaccedilatildeo de folhas e frutos (LAVIOLA DIAS 2008) O N eacute essencial para a
assimilaccedilatildeo do carbono e formaccedilatildeo de novos oacutergatildeos na planta tais como gemas florais e
frutiacuteferas (MALAVOLTA VITTI OLIVEIRA 1997) uma vez que eacute o componente de
aminoaacutecidos proteiacutenas enzimas RNA DNA ATP clorofila e outras moleacuteculas (TAIZ
ZEIGER 2009) Na ausecircncia de N a planta tem o crescimento limitado tornando-se
amarelada pela perda da clorofila o que reflete em amadurecimento precoce perda de
produtividade e qualidade dos frutos (EPSTEIN BLOOM 2005)
O manejo do solo pode afetar os processos de consumo de aacutegua pelas plantas
modificando a aacutegua disponiacutevel no perfil Praacuteticas de fertilizaccedilatildeo como por exemplo a adiccedilatildeo
de N e P tem efeito indireto sobre a utilizaccedilatildeo da aacutegua por meio da melhoria da eficiecircncia
fisioloacutegica da planta (HATFIELD SAUER PRUEGER 2001)
Apesar de descrita como uma cultura indicada para regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas
tolerante a restriccedilotildees na disponibilidade de aacutegua o pinhatildeo-manso tem gerado uma seacuterie de
43
afirmaccedilotildees contraditoacuterias com relaccedilatildeo a sua necessidade ou natildeo de irrigaccedilatildeo o que evidencia
a necessidade de estudos nas diversas regiotildees do Brasil para se avaliar a resposta da cultura
sob diferentes condiccedilotildees de cultivo e manejos de irrigaccedilatildeo Alguns autores descrevem a
espeacutecie com respostas positivas ao uso de irrigaccedilatildeo e principalmente a fatores relacionados agrave
produccedilatildeo e produtividade em cultivos comerciais possibilitando de trecircs a quatro colheitas por
ano (OPENSHAW 2000) Achten et al (2008) em trabalho sobre produccedilatildeo e uso de
biodiesel de pinhatildeo-manso destacam que embora o pinhatildeo-manso possa ser caracterizado
como uma planta tolerante a seca ainda natildeo se sabe qual a real resposta dessa cultura quando
irrigada e qual o comportamento do consumo hiacutedrico quando submetida a diferentes sistemas
de produccedilatildeo Os autores ainda mencionam a necessidade de irrigaccedilatildeo para garantir alta
produtividade nas regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas
A quantidade e a qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo embora importantes para o
estabelecimento e praacutetica de manejo dos cultivos irrigados precisam tambeacutem ser
investigados O cultivo de pinhatildeo-manso submetido ao estresse hiacutedrico e uso de aacutegua salina
ou de reuso na irrigaccedilatildeo tem sido fonte de estudos recentes na mensuraccedilatildeo da adaptabilidade e
do desenvolvimento da planta onde bons resultados tem sido encontrados (SILVA et al
2010) A resposta do pinhatildeo-manso quanto agrave utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria tem sido
satisfatoacuteria e apesar de possuir caracteriacutesticas de resistecircncia a periacuteodos secos o estresse
hiacutedrico sofrido pela cultura devido ao baixo conteuacutedo de aacutegua no solo tem reduzido
drasticamente o seu crescimento vegetativo (SOUSA et al 2012) peso dos cachos (SILVA et
al 2011) e caracteriacutesticas fisioloacutegicas como taxa fotossinteacutetica condutacircncia estomaacutetica e
transpiraccedilatildeo das plantas (SANTANA et al 2015) Sousa et al (2011) avaliaram o efeito do
estresse salino no crescimento e no consumo hiacutedrico no terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-
manso e observaram que concentraccedilotildees acima de 16 dS m-1
causaram sensibilidade agrave cultura
que teve a aacuterea foliar e o nuacutemero de folhas como as variaacuteveis mais afetadas contradizendo
portanto a informaccedilatildeo relatada por DAGAR et al (2006) sobre a toleracircncia da cultura a altos
valores de condutividade eleacutetrica da aacutegua irrigaccedilatildeo
Embora haja muita especulaccedilatildeo sobre a quantidade de aacutegua exigida pelas plantas de
pinhatildeo-manso o consumo hiacutedrico ainda eacute pouco conhecido Lena (2013) determinou o
consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso em Piracicaba-SP comparando os meacutetodos de irrigaccedilatildeo por
gotejamento pivocirc central e cultivo natildeo irrigado na fase de formaccedilatildeo da cultura encontrando
valores de evapotranspiraccedilatildeo acumulada diaacuteria de cerca 5 mm dia-1
para o tratamento irrigado
por pivocirc central e de 3 e 2 mm dia-1
para os tratamentos irrigados por gotejamento e sem
irrigaccedilatildeo respectivamente O autor ainda ressalta que novos trabalhos precisam ser
44
elaborados para obter-se um melhor conhecimento da cultura a partir do seu terceiro ano de
cultivo Aleacutem disso trabalhos como o de Albuquerque et al (2009b) e Guimaratildees Santos e
Beltratildeo (2009) apresentam resultados bastante promissores para as praacuteticas de adubaccedilatildeo
nitrogenada e de irrigaccedilatildeo no crescimento inicial da cultura do pinhatildeo-manso o que mostra
que mesmo sendo uma cultura considerada por muitos como pouco exigente em fertilidade e
resistente a seca pode responder de maneira significativa quando natildeo houver restriccedilotildees desses
fatores
24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis
A elevada demanda energeacutetica de combustiacuteveis foacutesseis no planeta estimulou o
interesse em fontes renovaacuteveis de energia que reduzam os impactos ambientais atualmente
presentes O uso de combustiacuteveis renovaacuteveis a eficiecircncia energeacutetica e proteccedilatildeo ambiental
tornaram-se questotildees importantes nos uacuteltimos anos (KUMAR CHAUBE JAIN 2012) A
utilizaccedilatildeo de biodiesel no Brasil e em outros paiacuteses tem apresentado grande potencial como
combustiacutevel contribuindo com a reduccedilatildeo dos niacuteveis de poluiccedilatildeo ambiental e como fonte
estrateacutegica de energia renovaacutevel em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel mineral pois natildeo eacute toacutexico e
apresenta uma melhor qualidade de emissotildees durante o processo de combustatildeo (CORREcircA
ARBILLA 2006 LOcircBO FERREIRA CRUZ 2009)
Segundo Ramos et al (2003) qualquer mateacuteria-prima oleaginosa pode ser utilizada
para a produccedilatildeo de eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos (biodiesel) mas a escolha da mateacuteria-
prima eacute um paracircmetro importante para a produccedilatildeo de biodiesel dentro das especificaccedilotildees
estabelecidas pelos oacutergatildeos reguladores Isso porque alguns oacuteleos vegetais apresentam
propriedades que o tornam inadequado para o uso direto em motores do ciclo diesel como sua
alta viscosidade acidez formaccedilatildeo de gomas devido agrave oxidaccedilatildeo e polimerizaccedilatildeo durante a
armazenagem e queima contribuindo para a diminuiccedilatildeo da lubricidade do oacuteleo e formaccedilatildeo de
depoacutesitos de carbono (FUKUDA KONDO NODA 2001) Sendo necessaacuterio adequar seu uso
por meio de algum processo quiacutemico para posterior utilizaccedilatildeo em motores que no caso datildeo
origem ao biocombustiacutevel
Como haacute uma grande variedade de mateacuterias-primas existentes para a produccedilatildeo de
biodiesel eacute plausiacutevel dizer que somente com o conhecimento pleno das propriedades que
determinam os padrotildees de qualidade do biodiesel eacute que seraacute possiacutevel estabelecer os
paracircmetros de controle que garantiratildeo o sucesso de sua incorporaccedilatildeo na matriz energeacutetica
45
nacional (RAMOS et al 2003) Neste sentido o Governo Federal por meio do Ministeacuterio da
Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) publicou no DOU de 26122006 Seccedilatildeo 1
Paacutegina 140 a Instruccedilatildeo Normativa nordm 49 a qual estabelece o Regulamento Teacutecnico de
Identidade e Qualidade dos Oacuteleos Vegetais Refinados Nesta instruccedilatildeo estatildeo estabelecidos os
padrotildees de identidade que caracterizam os oacuteleos vegetais quais sejam iacutendice de acidez
iacutendice de peroacutexido densidade relativa iacutendice de refraccedilatildeo iacutendice de iodo cor e estabilidade
oxidativa a 110ordm C
241 Perfil composicional de aacutecidos graxos
Os oacuteleos utilizados como mateacuterias-primas para a produccedilatildeo de biodiesel satildeo obtidos de
diversas plantas oleaginosas O paiacutes devido a sua grande extensatildeo de terras de diferentes
classes de solo e clima disponibiliza inuacutemeras espeacutecies de oleaginosas que se diferenciam
principalmente pela composiccedilatildeo em aacutecidos graxos Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos
vegetais satildeo aacutecidos carboxiacutelicos constituiacutedos por hidrogecircnio e carbono em sua cadeia
molecular Segundo Redaacute e Carneiro (2007) os aacutecidos graxos se diferem a partir do
comprimento de sua cadeia carbocircnica do nuacutemero orientaccedilatildeo e da posiccedilatildeo de insaturaccedilotildees
presentes na cadeia e da presenccedila de grupamentos quiacutemicos
Os aacutecidos graxos satildeo classificados como saturados mono e poli-insaturados
dependendo do nuacutemero de duplas ligaccedilotildees na sua cadeia de carbonos (Figura 3) Os saturados
natildeo contecircm dupla ligaccedilatildeo entre os aacutetomos de carbono Os monoinsaturados contecircm uma uacutenica
dupla ligaccedilatildeo e os poli-insaturados (linolecircnico linoleico e araquidocircnico) com duas ou mais
duplas ligaccedilotildees
46
Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos
Fonte wwazeitecombr
O conhecimento da composiccedilatildeo em aacutecidos graxos do oacuteleo vegetal eacute muito importante
porque muitas das propriedades do biodiesel tecircm origem nas estruturas dos aacutecidos graxos
originais As caracteriacutesticas do biodiesel que satildeo determinadas pela composiccedilatildeo dos eacutesteres de
aacutecidos graxos incluem qualidade da igniccedilatildeo calor de combustatildeo escoamento a frio
estabilidade oxidativa viscosidade e lubricidade (CAMARGOS 2005)
A anaacutelise da composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos constitui o primeiro passo para a avaliaccedilatildeo
da qualidade do oacuteleo bruto eou seus produtos de transformaccedilatildeo Para determinar a
composiccedilatildeo em aacutecidos graxos meacutetodos cromatograacuteficos (cromatografia liacutequida e gasosa) e
ressonacircncia magneacutetica nuclear de hidrogecircnio podem ser utilizados (WUST 2004)
A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo A teacutecnica estaacute
fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre devido a
diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis a fase moacutevel e a fase estacionaacuteria A grande
variedade de combinaccedilotildees entre fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica
extremamente versaacutetil e de grande aplicaccedilatildeo (DEGANI CASS VIEIRA 1998) Ainda de
acordo com Degani Cass e Vieira (1998) a cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas
analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa
devido agrave possibilidade de detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9
- 10-12
g) A grande
limitaccedilatildeo deste meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente
embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente
47
A ressonacircncia magneacutetica nuclear (RMN) eacute um meacutetodo espectroscoacutepico de 1H que
assim como as demais teacutecnicas espectroscoacutepicas satildeo baseadas no princiacutepio de que as
moleacuteculas e aacutetomos podem interagir de diferentes formas com a radiaccedilatildeo eletromagneacutetica
revelando informaccedilotildees estruturais e termodinacircmicas de forma qualitativa eou quantitativa
dependendo da intensidade e do comprimento de onda da radiaccedilatildeo utilizada Os meacutetodos
espectroscoacutepicos possibilitam anaacutelises raacutepidas e diretas podendo detectar vaacuterios compostos
simultaneamente (IBANtildeEZ CIFUENTES 2001) aleacutem de permitir uma boa reprodutibilidade
na detecccedilatildeo dos componentes (BELTON et al 1996) Embora a teacutecnica possua as vantagens
na rapidez e na confiabilidade na determinaccedilatildeo quantitativa dos compostos soluacuteveis em uma
mistura o aparelho de RMN 1H apresenta um limite de detecccedilatildeo na ordem de partes por
milhatildeo o que pode natildeo ser possiacutevel agrave identificaccedilatildeo de compostos com baixiacutessima quantidade
nas amostras (BELTON et al 1996) O que pode se tornar uma vantagem quando a finalidade
eacute identificar apenas os componentes majoritaacuterios da amostra e os componentes traccedilos podem
ser desprezados
Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos e gorduras satildeo constituiacutedos geralmente por
aacutecidos carboxiacutelicos que contecircm de 4 a 30 aacutetomos de carbono e podem ser saturados ou
insaturados A distinccedilatildeo dos oacuteleos com base no seu grau de insaturaccedilatildeo no tamanho das
moleacuteculas e pela presenccedila ou natildeo de grupos quiacutemicos reflete diretamente nas qualidades do
biocombustiacutevel produzido (WUST 2004)
Longa cadeia de aacutecidos graxos e pequeno nuacutemero de insaturaccedilotildees (duplas ligaccedilotildees)
ocasionam maior nuacutemero de cetano e lubricidade do combustiacutevel Entretanto um aumento no
nuacutemero de cetano ocasiona tambeacutem um aumento no ponto de neacutevoa e de entupimento (maior
sensibilidade aos climas frios) As moleacuteculas satildeo menos estaacuteveis quimicamente com nuacutemero
de insaturaccedilotildees elevado e isso pode provocar inconvenientes devido a oxidaccedilotildees degradaccedilotildees
e polimerizaccedilotildees do combustiacutevel se inadequadamente armazenado ou transportado
(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)
Dessa forma tanto os eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos saturados (laacuteurico palmiacutetico
esteaacuterico) como os de poli-insaturados (linoleico linolecircnico) possuem alguns inconvenientes
uma vez que satildeo pouco resistentes agrave oxidaccedilatildeo e o nuacutemero de cetano eacute geralmente baixo
Poreacutem satildeo mais facilmente degradados desaparecendo do meio ambiente em periacuteodos de
tempo mais curtos sendo mais vantajosos do ponto de vista ambiental (GOMES 2009)
Os oacuteleos saturados do tipo esteaacuterico ou palmiacutetico satildeo pouco fluiacutedos (grande
viscosidade) mas satildeo resistentes agrave oxidaccedilatildeo Encontram-se normalmente no estado soacutelido agrave
temperatura ambiente Geralmente apresentam um iacutendice de cetano excelente Poreacutem sua alta
48
viscosidade aliados agrave resistecircncia agrave oxidaccedilatildeo dificultam a sua degradaccedilatildeo remoccedilatildeo e limpeza
(GOMES 2009)
De uma forma geral um biodiesel com predominacircncia de aacutecidos graxos combinados
monoinsaturados (oleico ricinoleico) satildeo os que apresentam os melhores resultados
(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)
A qualidade do oacuteleo eacute uma funccedilatildeo do seu perfil de aacutecidos graxos Oacuteleos com alto teor
de aacutecido oleico satildeo adequados para uso alimentar devido agrave sua longa vida de prateleira
enquanto que uma quantidade de aacutecido linoleico inferior a 3 eacute preferiacutevel para a estabilidade
do oacuteleo e para a produccedilatildeo de biodiesel eacute desejaacutevel um baixo conteuacutedo de aacutecidos graxos
saturados (RAJU EZRADANAM 2002) Sementes com alta razatildeo de aacutecido oleicolinoleico
podem indicar uma maior estabilidade e vida uacutetil mais longa (KAUSHIK BHARDWAJ
2013)
Ao lado de produccedilatildeo de sementes o teor de oacuteleo e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos satildeo
os dois principais paracircmetros bioquiacutemicos do pinhatildeo-manso que satildeo muito importantes para a
seleccedilatildeo de sementes com um alto rendimento e com alto teor de aacutecido graxo poli-insaturado
(KAUSHIK BHARDWAJ 2013) A composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso eacute
classificado como um tipo de aacutecido linoleico ou oleico que satildeo aacutecidos graxos insaturados
utilizados como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de biodiesel (MITTELBACH
REMSCHMIDT 2004 ONG et al 2013) Apesar da importacircncia desta espeacutecie haacute poucos
trabalhos na literatura que mostram a influecircncia no manejo do pinhatildeo-manso na composiccedilatildeo
dos aacutecidos graxos presentes no oacuteleo da semente
A correta disponibilidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo para as plantas de pinhatildeo-manso
evitando a sua falta ou o seu uso excessivo pode ocasionar em um oacuteleo com melhores
caracteriacutesticas para a produccedilatildeo de biodiesel quanto ao seu perfil composicional Kheira e Atta
(2009) ao avaliarem as caracteriacutesticas do oacuteleo de pinhatildeo-manso encontraram nas plantas
manejadas com 100 da evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETp) os melhores valores da razatildeo de
aacutecido oleicolinoleico em comparaccedilatildeo aos tratamentos irrigados com deacuteficit e com excesso O
uso da fertilizaccedilatildeo nitrogenada aleacutem de auxiliar no aumento da produtividade de gratildeos de
pinhatildeo-manso se correlaciona positivamente no efeito de alguns aacutecidos graxos do seu oacuteleo
tendo para o aacutecido oleico o seu maior efeito (AKBARIAN MODAFEBEHZADI
BAGHERIPOUR 2012)
49
242 Iacutendices de qualidade
Algumas caracteriacutesticas satildeo indicativas da qualidade de um produto No que se refere
aos oacuteleos vegetais paracircmetros fiacutesicos e quiacutemicos satildeo analisados e utilizados para garantir a
qualidade dos mesmos para a produccedilatildeo de biodiesel pois eacute por meio destes resultados que se
estabelece a teacutecnica que seraacute utilizada na sua produccedilatildeo e se haacute ou natildeo a necessidade do uso
de um preacute-tratamento da mateacuteria-prima (MELO 2012)
Desta forma satildeo determinados os iacutendices de acidez iodo peroacutexido e refraccedilatildeo aleacutem da
densidade relativa estabilidade oxidativa entre outros Estes paracircmetros de qualidade assim
como outros natildeo citados podem ser determinados por meacutetodos de referecircncia como os
estabelecidos pela AOCS (American Oil Chemistsrsquo Society) ou pela Ethiopian Standard os
quais tecircm sido bastante empregados por muitos laboratoacuterios e induacutestrias
O teor de acidez eacute uma das principais caracteriacutesticas relacionadas com a qualidade da
mateacuteria-prima Vaacuterios fatores podem influenciar a acidez de um oacuteleo vegetal mas o principal
eacute o tratamento dado ainda agraves sementes durante a colheita e armazenamento (PEREIRA 2007)
Estaacute diretamente relacionado com a quantidade de aacutecidos graxos livres presentes no material
lipiacutedico originados da hidroacutelise dos triacilgliceriacutedeos nas condiccedilotildees de conservaccedilatildeo e
processamento dos oacuteleos vegetais (MORETTO FETT 1998)
A alta acidez do biodiesel pode levar agrave sua degradaccedilatildeo mais raacutepida levando agrave
formaccedilatildeo de precipitados provocando o entupimento do filtro de combustiacutevel ou a
diminuiccedilatildeo de sua pressatildeo aleacutem de acelerar a corrosatildeo de partes metaacutelicas do motor e dos
sistemas de injeccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012 VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)
O monitoramento do iacutendice de acidez ou nuacutemero de acidez no biodiesel eacute de grande
importacircncia tambeacutem durante a estocagem na qual a alteraccedilatildeo nos valores de acidez pode
significar a presenccedila de aacutegua eou degradaccedilatildeo oxidativa (FLUMIGNAN et al 2012)
O iacutendice de iodo eacute uma medida da insaturaccedilatildeo total dentro de uma mistura de aacutecido
graxo Aleacutem de indicar o grau quantitativo de insaturaccedilotildees no biodiesel ou oacuteleo
vegetalanimal o iacutendice de iodo eacute dependente do tipo de matriz utilizada O nuacutemero de
insaturaccedilotildees se trata de um importante componente na caracterizaccedilatildeo do oacuteleo vegetal e
consequentemente do biodiesel que seraacute produzido pois aleacutem de apresentar efeito nos valores
de densidade e de viscosidade dos biodieseis tambeacutem eacute de grande importacircncia na estabilidade
oxidativa dos biodieseis (FLUMIGNAN et al 2012)
50
O nuacutemero de iodo revela o nuacutemero de insaturaccedilotildees de uma determinada amostra e esse
valor constitui um dos paracircmetros de identidade dos oacuteleos vegetais pois cada dupla ligaccedilatildeo de
um aacutecido graxo pode incorporar dois aacutetomos de halogecircnio Por essa razatildeo quanto maior a
insaturaccedilatildeo de um aacutecido graxo maior seraacute a sua capacidade de absorccedilatildeo de iodo e
consequentemente maior seraacute o iacutendice de iodo (MORETTO FETT 1998)
Este meacutetodo consiste no tratamento da amostra de oacuteleo vegetal e animal ou biodiesel
com iodo em excesso que reage com as duplas ligaccedilotildees O iodo natildeo reagido eacute entatildeo titulado
com tiossulfato de soacutedio e o resultado expresso como gramas de iodo que reagem com as
insaturaccedilotildees em 100 g de amostra (FLUMIGNAN et al 2012) Segundo Ramos et al (2009)
o iacutendice de iodo de um oacuteleo vegetal ou de uma gordura animal eacute quase idecircntico ao do metil-
eacutester correspondente
O iacutendice de peroacutexido determina todas as substacircncias que oxidam o iodeto de potaacutessio a
iodo Estas substacircncias satildeo consideradas como sendo peroacutexidos ou produtos similares
provenientes da oxidaccedilatildeo das gorduras Os peroacutexidos satildeo produtos primaacuterios da oxidaccedilatildeo de
lipiacutedeos (AOCS 2003) Eacute um indicador muito sensiacutevel no estaacutedio inicial da oxidaccedilatildeo e sua
presenccedila eacute indiacutecio de que a deterioraccedilatildeo do sabor e odor em funccedilatildeo de sua instabilidade estaacute
por acontecer Quando sua concentraccedilatildeo atinge certo niacutevel mudanccedilas complexas ocorrem
formando compostos de baixo peso molecular oriundos de sua degradaccedilatildeo (REGITANO-
DacuteARCE 2006)
O iacutendice de peroacutexido eacute o mais usado para indicar o grau de oxidaccedilatildeo O valor de
peroacutexido eacute a medida do teor de oxigecircnio reativo expresso em termos de milequivalentes de
oxigecircnio por 1000 g de oacuteleo ou como milimoles de peroacutexido por quilo de moleacutecula graxa (1
milimol = 2 milequivalentes) (AOCS 2003) As substacircncias quantificadas satildeo geralmente
peroacutexidos e outros produtos similares resultantes da oxidaccedilatildeo lipiacutedica A aplicaccedilatildeo do iacutendice
de peroacutexido se daacute em todo o tipo de gordura ou oacuteleo (AOCS 2003)
Durante essa anaacutelise a amostra com solvente eacute adicionada em uma soluccedilatildeo de iodeto
de potaacutessio saturada Desta forma os iacuteons de iodo reagem com os peroacutexidos produzindo I2
Como indicador eacute adicionado amido que na presenccedila de I2 se colore de azul Ao titular-se a
soluccedilatildeo com tiossulfato de soacutedio ocorreraacute a oxidaccedilatildeo a tetrationato de soacutedio e o iodo eacute
reduzido a I- causando perda na cor azulada logo a quantidade de tiossulfato consumida eacute
proporcional agrave quantidade de iacuteons de iodeto presentes e indiretamente de peroacutexido
(BACCAN et al 1985)
O iacutendice de refraccedilatildeo de uma substacircncia eacute a relaccedilatildeo entre a velocidade da luz no vaacutecuo
e a velocidade da luz na substacircncia testada Eacute um paracircmetro fiacutesico importante para garantir a
51
qualidade dos oacuteleos Ele varia na razatildeo inversa da temperatura e eleva-se com o aumento do
comprimento da cadeia e tambeacutem com o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos graxos constituintes
dos trigliceriacutedeos (PEREIRA 2007) Por depender fortemente da temperatura as suas medidas
devem ser feitas em temperatura constante O iacutendice de refraccedilatildeo de oacuteleos e gorduras eacute muito
usado como criteacuterio de qualidade e identidade pois quando referente a um oacuteleo este iacutendice
aumenta com o iacutendice de iodo e pode ser usado no controle de processos de hidrogenaccedilatildeo de
oacuteleos insaturados (CECCHI 2003)
A densidade do biodiesel estaacute diretamente ligada com a estrutura molecular das suas
moleacuteculas Quanto maior o comprimento da cadeia carbocircnica do alquileacutester maior seraacute a
densidade no entanto este valor decresceraacute quanto maior forem o nuacutemero de insaturaccedilotildees
presentes na moleacutecula A presenccedila de impurezas tambeacutem poderaacute influenciar na densidade do
biodiesel como por exemplo o aacutelcool ou substacircncias adulterantes (LOcircBO FERREIRA
CRUZ 2009) Como eacute caracteriacutestica de cada substacircncia a determinaccedilatildeo da densidade em
oacuteleos eacute um paracircmetro importante para verificar se houve adulteraccedilatildeo com a adiccedilatildeo de aacutegua ou
substacircncias dissolvidas dentro das amostras (presenccedila de contaminantes)
A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo ou estabilidade oxidativa reflete o tempo que o biodiesel ou
oacuteleo vegetal leva para se degradar formando compostos orgacircnicos volaacuteteis A estabilidade
oxidativa do biodiesel estaacute diretamente relacionada com o grau de insaturaccedilatildeo dos
alquieacutesteres presentes como tambeacutem com a posiccedilatildeo das duplas ligaccedilotildees na cadeia carbocircnica
(VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) Quanto maior o nuacutemero de insaturaccedilotildees (maior
iacutendice de iodo) mais susceptiacutevel estaacute a moleacutecula agrave degradaccedilatildeo tanto teacutermica quanto oxidativa
formando produtos insoluacuteveis que ocasionam formaccedilatildeo de depoacutesitos e entupimento do
sistema de injeccedilatildeo de combustiacutevel do motor (FLUMIGNAN et al 2012)
52
53
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental
A aacuterea experimental com a cultura e os lisiacutemetros jaacute instalados estaacute situada no
Departamento de Engenharia de Biossistemas na Fazenda Areatildeo da Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo da Universidade de Satildeo Paulo (ESALQ ndash USP) em
Piracicaba-SP (latitude 22deg42rsquo30rdquoS longitude 47deg30rsquo00rdquo e altitude de 546 m) Aleacutem da aacuterea
cultivada com pinhatildeo-manso a aacuterea experimental conta ainda com um sistema de irrigaccedilatildeo
por pivocirc central barracatildeo para maacutequinas equipamentos e salas de apoio sistema de
bombeamento de aacutegua do rio Piracicaba para um accedilude casa de bombas para irrigaccedilatildeo
localizada e pivocirc central e painel controlador da irrigaccedilatildeo localizada (Figura 4)
O clima da regiatildeo segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute Cwa denominado tropical de
altitude sendo caracterizado por grandes volumes de chuvas no veratildeo e por estiagem no
inverno (PEREIRA ANGELOCCI SENTELHAS 2002) A precipitaccedilatildeo meacutedia anual eacute de
1328 mm e a temperatura meacutedia anual de 216ordmC sendo a meacutedia em julho o mecircs mais frio
com 17ordmC e a meacutedia em janeiro e fevereiro como meses mais quentes com 25ordmC (CEPAGRI
2013)
O preparo inicial da aacuterea experimental junto com o transplantio das mudas ocorreu em
meados de dezembro de 2011 com as plantas dispostas no espaccedilamento de 3 m entre plantas
e 4 m entre linhas (12 m2 de aacuterea para cada uma) totalizando 833 plantas ha
-1
A aacuterea experimental com pinhatildeo-manso foi dividida de acordo com o manejo hiacutedrico
utilizado sendo composta pelos tratamentos irrigados por pivocirc central e natildeo irrigado
(sequeiro) Na Figura 4 encontra-se o croqui da aacuterea experimental onde pode ser observada a
disposiccedilatildeo dos sistemas de irrigaccedilatildeo no campo e a aacuterea total utilizada para cada tratamento A
aacuterea experimental localizou-se proacuteximo da estaccedilatildeo meteoroloacutegica da Fazenda Areatildeo da
ESALQUSP (Figura 4) o que contribuiu para a determinaccedilatildeo de variaacuteveis meteoroloacutegicas in
loco utilizados conjuntamente com os dados lisimeacutetricos para a realizaccedilatildeo do manejo de
irrigaccedilatildeo A estaccedilatildeo meteoroloacutegica dispotildee de um datalogger para leitura dos sensores de
temperatura umidade relativa do ar radiaccedilatildeo solar global velocidade e direccedilatildeo do vento
pressatildeo atmosfeacuterica saldo de radiaccedilatildeo e chuva
54
Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo meteoroloacutegica
O sistema de pivocirc central eacute composto de trecircs torres sobre rodas com 183 m de raio e
capaz de irrigar uma aacuterea de 105 haacute com uma vazatildeo real de 90 msup3 h-1
Quando acionado em
sua velocidade maacutexima (com relecirc ligado agrave 100 no painel controlador) aplica de acordo com
as especificaccedilotildees do fabricante uma lacircmina bruta de 44 mm em toda a aacuterea apoacutes cinco horas
e seis minutos (tempo total para uma volta inteira) Apoacutes a instalaccedilatildeo do sistema de irrigaccedilatildeo
testes de avaliaccedilatildeo foram realizados e foram verificados os seguintes paracircmetros Coeficiente
de Uniformidade de Christiansen (CUC) de 821 Coeficiente de uniformidade de
distribuiccedilatildeo (CUD) de 642 e eficiecircncia de aplicaccedilatildeo (Ea) de 777
32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental
A aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo tiveram como tratamentos diferentes
doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a base de ureia utilizando 150 100 50 e o tratamento
controle com 0 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura (FACT 2010) Os tratamentos
aplicados na aacuterea irrigada por pivocirc central foram denominados como P1 P2 P3 e P4
respectivamente para 150 100 50 e 0 da adubaccedilatildeo nitrogenada Enquanto na aacuterea sem
irrigaccedilatildeo os tratamentos aplicados foram denominados de acordo com os tratamentos citados
respectivamente como S1 S2 S3 e S4 A aacuterea irrigada por pivocirc central recebeu uma lacircmina
55
Tratamento S1 (150 de N)
LEGENDA
Tratamento S4 (0 de N)
Tratamento S3 (50 de N)
Tratamento S2 (100 de N)
de irrigaccedilatildeo uniforme equivalente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo da cultura que foi
determinada por meio de dois lisiacutemetros de pesagem localizados ao lado da aacuterea em estudo
O delineamento experimental de cada aacuterea foi em blocos casualizados sendo dividida
em 4 blocos por aacuterea o que implicou em 16 unidades experimentais para cada aacuterea
totalizando portanto 32 unidades experimentais (Figura 5) A anaacutelise conjunta dos dados
entretanto foi realizada como anaacutelise de grupos de experimentos (BANZATTO KRONKA
2008) A instalaccedilatildeo de cada tratamento foi determinada por linha de plantio onde realizou-se
previamente o sorteio dos tratamentos dentro de cada bloco O esquema da anaacutelise de
variacircncia para o experimento realizado com anaacutelise agrupada dos dois experimentos eacute
expresso na Tabela 3
Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo
As aplicaccedilotildees dos tratamentos assim como o iniacutecio dos estudos na aacuterea
experimental se iniciaram apoacutes o final do primeiro ciclo produtivo da cultura (final do
segundo ciclo de cultivo) em agosto de 2013 Os estudos foram realizados durante o terceiro
e quarto ano de cultivo da cultura o que correspondeu aos anos agriacutecolas de 20132014 e
20142015 com o iniacutecio do ciclo a partir do mecircs de agosto eacutepoca na qual todos os frutos jaacute
foram colhidos e por apresentar um periacuteodo caracteriacutestico marcado pela eacutepoca da poda de
renovaccedilatildeo ou limpeza (agosto) e encerrando-se no mecircs julho com o final da queda das folhas
(final do periacuteodo de senescecircncia)
56
Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia
Fontes de Variaccedilatildeo Grau de Liberdade
Blocos dentro de Irrigaccedilatildeo 6
Irrigaccedilatildeo (I) 1
Doses de N (N) 3
Interaccedilatildeo I x N 3
Resiacuteduo Meacutedio 18
Total 31
33 Caracterizaccedilatildeo do solo
As anaacutelises fiacutesico-hiacutedrico do solo foram realizadas no Laboratoacuterio de Fiacutesica do Solo
do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ-USP e no Laboratoacuterio PiraSolos
em Piracicaba-SP
O solo da aacuterea experimental foi classificado como NITOSSOLO VERMELHO
Eutroacutefico (EMBRAPA 2013) apresentando para todas as aacutereas utilizadas textura argilosa nas
camadas de 0-02 m e 02-04 m e muito argilosa na camada 04-06 m de acordo com os
criteacuterios do Sistema Brasileiro de Classificaccedilatildeo de Solos (EMBRAPA 2013)
A caracterizaccedilatildeo da anaacutelise granulomeacutetrica do solo da aacuterea experimental foi resultado
da meacutedia de trecircs repeticcedilotildees de cada aacuterea experimental nas camadas de 0-020 m 020-040 m
e 040-060 m que se enquadram dentro da camada de maior influecircncia do sistema radicular
da cultura do pinhatildeo-manso (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) Na realizaccedilatildeo da referida anaacutelise
foi adotada a metodologia de Bouyoucos (Tabela 4) conforme as recomendaccedilotildees de
Donagema et al (2011) A caracterizaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo das curvas de retenccedilatildeo caracteriacutesticas
do solo para a aacuterea experimental foram descritos por Flumignan (2012)
Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental
Aacuterea de cultivo Camada (m) Argila Silte Areia
Classe Textural ------------------g kg
-1------------------
Pivocirc Central
0-02 464 296 240 Argilosa
02-04 498 292 210 Argilosa
04-06 576 264 160 Muito Argilosa
Sequeiro
0-02 505 245 250 Argilosa
02-04 502 248 250 Argilosa
04-06 621 179 200 Muito Argilosa
57
A partir da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feita por Flumignan (2012) e com outras
anaacutelises posteriores para comparaccedilatildeo adotou-se para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo os valores da
capacidade de campo (cc) e o ponto de murchamento permanente (pmp) para as camadas de
0-040 m e 040-080 m respectivamente de 042 e 032 cmsup3 cm-sup3 e 043 e 033 cmsup3 cm
-sup3 A
densidade do solo representativa da aacuterea sem irrigaccedilatildeo foram de 153 145 141 e 127 g cm-sup3
para as camadas de 0-020 m 020-040 m 040-060 m e 060-080 m respectivamente Jaacute
para o solo da aacuterea irrigada por pivocirc central a capacidade de campo e o ponto de
murchamento permanente para as camadas de 0-040 m e 040-080 m foram de 044 e 031 e
046 e 035 respectivamente A densidade do solo representativa da aacuterea irrigada foram de
155 146 141 e 131 g cm-sup3 respectivamente para as camadas de 0-020 m 020-040 m
040-060 m e 060-080 m
A caracterizaccedilatildeo quiacutemica inicial do solo foi realizada mediante anaacutelise de amostras
compostas coletadas nas camadas de 0-020 e 020-040 m de profundidade nas duas aacutereas de
influecircncia do cultivo antes da aplicaccedilatildeo dos tratamentos Para as condiccedilotildees quiacutemicas
encontradas nas anaacutelises de solo natildeo foi necessaacuterio agrave aplicaccedilatildeo de calagem pelos valores da
saturaccedilatildeo por bases estarem acima de 60 Na Tabela 5 estatildeo apresentados os resultados da
anaacutelise de fertilidade
Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental
Aacuterea de
manejo
Camada
(m)
pH
CaCl2
MO P S
(SO4)
K+ Ca
2+ Mg
2+ H+Al Al
3+ Sat
Bases
g dm-3
-mg dm-3
- ------------mmolcdm-3
----------- V
Pivocirc
Central
0-02 60 18 10 26 25 55 18 20 0 79
02-04 58 9 2 32 12 47 21 20 0 78
Sequeiro 0-02 55 18 18 22 13 49 13 25 0 72
02-04 55 11 4 26 10 44 12 25 0 70
34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo
A aacutegua utilizada no experimento foi proveniente do sistema do reservatoacuterio de aacutegua
localizado dentro da Fazenda Areatildeo e usada exclusivamente para fornecimento de aacutegua para
as culturas localizadas na aacuterea experimental Para saber se o conteuacutedo fiacutesico-quiacutemico da aacutegua
utilizada na irrigaccedilatildeo poderia influenciar na disposiccedilatildeo dos nutrientes fornecidos para a
cultura por meio da adubaccedilatildeo foi realizada uma anaacutelise da qualidade da aacutegua para verificar as
58
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas presentes (Tabela 6) A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua de
irrigaccedilatildeo foi realizada pelo Laboratoacuterio de Ecologia Aplicada localizada no Departamento de
Ciecircncias Florestais na ESALQUSP
Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo
Paracircmetro Siacutembolo Unidade Resultado VMP(1)
Acidez pH - 68 60-95
Acidez (CaCO3) - mg L-1
(CaCO3) 63 -
Condutividade eleacutetrica CEa dSm-1
(25degC) 01 15
Alcalinidade Carbonato CO3= mg L
-1 0 -
Alcalinidade Bicarbonato HCO3- mg L-1
158 -
Alcalinidade Total 2CO32-
+ HCO3- mg L
-1 158 500
Caacutelcio Ca++
mg L-1
17 75
Magneacutesio Mg++
mg L-1
10 150
Sulfato SO4= mg L
-1 119 250
Nitrogecircnio - Nitrato N - NO3- mg L
-1 08 10
Nitrogecircnio - Amocircnio N - NH4+ mg L
-1 01 15
Foacutesforo - Fosfato P - PO43-
mg L-1
006 006
Potaacutessio K+ mg L
-1 23 -
Soacutedio Na+ mg L
-1 60 -
Dureza Total (CaCO3) - mg L-1
128 500
(1) Valores maacuteximos permitidos
De acordo com a classificaccedilatildeo da University of Califoacuternia Committee of Consultantes
(UCCC 1974) a aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo de foi classificada como C1S2 ou seja aacutegua
com baixo risco de salinidade o que eacute considerada adequada ao uso para a irrigaccedilatildeo O risco
de sodicidade foi considerado praticamente nulo devido ao baixo valor da razatildeo de adsorccedilatildeo
de soacutedio corrigida calculado com os resultados da anaacutelise assim como os baixos teores de
soacutedio apresentados na anaacutelise que garantem a ausecircncia de toxicidade desse elemento
35 Manejo da irrigaccedilatildeo
O manejo da irrigaccedilatildeo com a quantificaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo a ser aplicada e a
determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo nos tratamentos foi realizada pela metodologia da
lisimetria de pesagem direta descrita por Lena (2013) e tambeacutem realizada na mesma aacuterea
experimental Essa metodologia consiste na utilizaccedilatildeo de tanques de metal preenchidos com
59
solo da proacutepria aacuterea experimental e que satildeo apoiados sobre um sistema de pesagem de alta
precisatildeo Basicamente o sistema de lisimetria proporciona a mediccedilatildeo das entradas e saiacutedas de
aacutegua do sistema Foram utilizados dois lisiacutemetros por aacuterea totalizando portanto quatro
lisiacutemetros no experimento que foram previamente dimensionados para que sua superfiacutecie
respeitasse o espaccedilamento das plantas e o pleno desenvolvimento do sistema radicular e da
parte aeacuterea da cultura Cada lisiacutemetro eacute ciliacutendrico e apresenta 391 m de diacircmetro interno (12
m2 de aacuterea) por 13 m de profundidade uacutetil do solo O sistema ainda apresenta um sistema de
drenagem que eacute composto por reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua constituiacutedos de tubos
de PVC os quais possibilitam o armazenamento da aacutegua drenada atraveacutes do perfil do solo O
detalhamento da calibraccedilatildeo e das instalaccedilotildees dos lisiacutemetros utilizados na aacuterea experimental eacute
descrita por Flumignan (2012) Na Figura 6 eacute apresentado um esquema sobre o balanccedilo de
aacutegua no solo feito pelos lisiacutemetros
Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de aacutegua do sistema
sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I a irrigaccedilatildeo R o escoamento
superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013)
A determinaccedilatildeo da quantidade de aacutegua necessaacuteria para repor a evapotranspiraccedilatildeo foi
calculada semanalmente para a aacuterea irrigada por pivocirc central A irrigaccedilatildeo foi realizada de
maneira manual ajustando o percentiacutemetro da velocidade de deslocamento circular
(caminhamento) do pivocirc a cada irrigaccedilatildeo de forma que fosse aplicada a lacircmina de aacutegua
desejada Um dia anterior agrave irrigaccedilatildeo os dados dos lisiacutemetros foram coletados e analisados
sendo possiacutevel verificar a lacircmina de aacutegua que foi necessaacuteria para repor na semana colocando
o armazenamento de aacutegua no solo na condiccedilatildeo de capacidade de campo para os tratamentos
60
irrigados A determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) para o posterior manejo da
lacircmina a ser reposta pela irrigaccedilatildeo foi determinada pela contabilidade das entradas saiacutedas e
armazenamento de aacutegua nos lisiacutemetros (LENA 2013)
A profundidade efetiva do sistema radicular considerada foi de 50 cm baseado
principalmente nos trabalhos de Krishnamurthy et al (2012) e Alves Juacutenior et al (2014) que
apresentam que o sistema eacute capaz de atingir profundidades maiores que 1 metro poreacutem
apresenta a maioria das raiacutezes principalmente as responsaacuteveis pela absorccedilatildeo de aacutegua nas
camadas mais superficiais A capacidade de aacutegua disponiacutevel (CAD) foi determinada a partir
dos valores de umidade volumeacutetrica do solo no ponto de murcha permanente e na capacidade
de campo obtidas para cada aacuterea de manejo hiacutedrico adotado
Devido agrave alta escassez hiacutedrica ocasionada pela baixa pluviosidade ocorrida durante o
ano agriacutecola de 2014 em toda a regiatildeo Sudeste e no municiacutepio de Piracicaba-SP e com a
draacutestica reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio localizado na Fazenda Areatildeo as praacuteticas de
irrigaccedilatildeo e o seu manejo foram realizados apenas no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (3ordm ano de
cultivo) sendo suspensas no ciclo seguinte devido a sua impossibilidade pelo baixo niacutevel do
reservatoacuterio no local e para que o mesmo pudesse se reestabelecer em um menor periacuteodo de
tempo Com o cessamento das irrigaccedilotildees na aacuterea de cultivo sob o pivocirc central a partir do
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo todas as coletas e anaacutelises realizadas nos tratamentos de adubaccedilatildeo
localizados na aacuterea antes irrigada por pivocirc central passaram a ser consideradas como
mediccedilotildees dos tratamentos em uma aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo visto que desde a sua
implantaccedilatildeo o local fora irrigado tendo o seu manejo adequado de irrigaccedilatildeo de forma a
suplementar o deacuteficit hiacutedrico nos periacuteodos mais secos do ano onde o regime de chuvas natildeo
era capaz de suprir a demanda evapotranspiromeacutetrica da cultura em determinado periacuteodo
Mesmo a localizaccedilatildeo da aacuterea experimental irrigada estando proacutexima da regiatildeo dos dois
lisiacutemetros de pesagem de forma que os tratamentos recebidos com as diferentes doses de
irrigaccedilatildeo apresentassem condiccedilotildees de textura do solo e relevo semelhantes ao das plantas
localizadas nos dois lisiacutemetros natildeo foi realizado um manejo quanto agrave quantificaccedilatildeo das
lacircminas de aacutegua requeridas por cada tratamento visto que com as diferentes doses de
adubaccedilatildeo nitrogenada o crescimento e consequentemente a evapotranspiraccedilatildeo das parcelas
irrigadas satildeo diferentes Assumiu-se para este estudo um manejo da irrigaccedilatildeo a partir dos
dados coletados de plantas inseridas nos lisiacutemetros e que estavam em plenas condiccedilotildees de
desenvolvimento e sem restriccedilatildeo de nutrientes onde a praacutetica de irrigaccedilatildeo serviu-se apenas
para complementar a falta de aacutegua nos periacuteodos mais secos do ano que eacute ocasionado pela
diminuiccedilatildeo das chuvas comparando com uma aacuterea onde natildeo se fez o uso da irrigaccedilatildeo
61
Possibilidades como a variaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo no equipamento de pivocirc central com a
substituiccedilatildeo de diferentes tipos de bocais com as mais variadas vazotildees e dispondo os
tratamentos em linhas curviliacuteneas no sentido de rotaccedilatildeo do pivocirc chegaram a ser pensadas
entretanto foram rapidamente descartadas jaacute que esse sistema de irrigaccedilatildeo comporta uma
aacuterea total de 105 ha na Fazenda Areatildeo e aleacutem de atender a aacuterea cultivada por pinhatildeo-manso
de 10 ha que corresponde apenas a 95 da aacuterea atendida pelo pivocirc central o mesmo
equipamento atende agrave necessidade hiacutedrica de outras aacutereas de cultivo incluindo aacutereas de
experimentos de outros projetos de pesquisa
36 Monitoramento da umidade do solo
O monitoramento da umidade do solo foi realizado com o auxiacutelio de sondas de
capacitacircncia da marca Sentekreg modelo Diviner 2000 no qual estimou a umidade do solo por
meio de campos eleacutetricos de alta frequecircncia Esta conteacutem uma haste que ao ser inserida em
tubos de acesso previamente instalados no solo possibilita coletar a porcentagem de aacutegua no
perfil de solo desejado Para que isso ocorresse foi necessaacuterio antes fazer uma curva de
calibraccedilatildeo na aacuterea experimental na eacutepoca de implantaccedilatildeo da cultura para que assim de posse
da equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do solo caracteriacutestico da Fazenda Areatildeo todas as leituras do
equipamento transmitidas em unidade de frequecircncia pudessem ser convertidas em umidade
volumeacutetrica do solo Com a implantaccedilatildeo da cultura em 2011 foi instalado na aacuterea
experimental um tubo de acesso para cada lisiacutemetro de pesagem e outros 10 situados nas suas
plantas de bordadura (distribuiacutedos ao redor de cada lisiacutemetro) com a finalidade de comparar
os perfis de umidade dentro e fora dos lisiacutemetros
Durante o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura (4ordm ano) foram instalados um tubo de
acesso por tratamento na aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo de forma a comparar
os perfis de umidade localizados nas plantas com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada
com as plantas que receberam a adubaccedilatildeo plena situados dentro e fora dos lisiacutemetros assim
como as plantas dos tratamentos P2 e S2 que receberam 100 de N Esse monitoramento foi
realizado para verificar se houve ou natildeo alguma mudanccedila draacutestica na variaccedilatildeo de umidade dos
diferentes tratamentos por adubaccedilatildeo nitrogenada quando comparada com as demais plantas da
aacuterea experimental
O monitoramento da umidade do solo dentro e fora dos lisiacutemetros foi realizado em
periacuteodos pontuais dentro dos dois ciclos de avaliaccedilatildeo do referido estudo e dentro de um
62
periacuteodo especiacutefico no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para os tratamentos adubados Os tubos de
acesso foram instalados de acordo com cada ponto de monitoramento entre a profundidade de
80-110 cm onde nesse estudo foi avaliado para todos os tratamentos e pontos de
monitoramento de umidade o perfil de umidade correspondente ateacute a profundidade de 80 cm
que representa a camada de maior influecircncia do sistema radicular da cultura do pinhatildeo-manso
(ALVES JUacuteNIOR et al 2014)
37 Manejo da cultura
Ao longo da conduccedilatildeo do experimento foram realizadas praacuteticas de manejo cultural
de forma a proporcionar as melhores condiccedilotildees para o desenvolvimento das plantas Dentre
essas praacuteticas se destacaram o controle de insetos de doenccedilas e de plantas invasoras O
controle de pragas se concentrou no combate da cigarrinha verde (Empoasca spp) aacutecaro
branco (Polyphagotarsonemus latus Banks) e percevejo (Pachoycoris sp) enquanto o
controle de doenccedilas foi voltado no combate ao Oiacutedio (Oidium sp) e ferrugem (Phakospsora
arthuriana Buriticaacute amp Hennen) As aplicaccedilotildees dos produtos quiacutemicos para o controle de
pragas e doenccedilas foram realizadas sempre quando diagnosticada a presenccedila destes na aacuterea
experimental Para o controle das plantas invasoras na entrelinha de cultivo foi utilizada uma
roccediladeira acoplada a um trator e entre plantas o controle foi realizado com roccediladeira manual
Apoacutes cada roccedilagem manual a aplicaccedilatildeo localizada de herbicida sistecircmico natildeo seletivo foi
realizada
A adubaccedilatildeo de produccedilatildeo para suprir a demanda nutricional da cultura foi realizada de
acordo com as recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo propostas por FACT (2010) A adubaccedilatildeo
nitrogenada foi feita na projeccedilatildeo da copa da planta parcelada em trecircs aplicaccedilotildees ao longo de
cada ciclo produtivo assim como a adubaccedilatildeo potaacutessica e fosfatada A adubaccedilatildeo das plantas
foi realizada utilizando os adubos quiacutemicos ureia superfosfato simples e cloreto de potaacutessio
para o suprimento de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente As quantidades de
nutrientes aplicadas no ciclo vegetativo do pinhatildeo-manso durante os primeiros anos de
cultivo da cultura seguiram as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010) e satildeo expressas na
Tabela 2 no item 233
63
38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua
A produtividade de frutos e sementes da cultura foi determinada por meio de colheitas
manuais de todos os frutos que se encontraram a partir do ponto inicial de maturaccedilatildeo
(coloraccedilatildeo amarela) deixando na planta apenas os frutos verdes que foram colhidos
posteriormente Apoacutes a colheita os frutos foram postos para secar agrave temperatura ambiente
para a determinaccedilatildeo do rendimento de frutos (semente + casca) e sementes para cada
tratamento avaliado Aleacutem disso para se conhecer a influecircncia dos tratamentos no
desenvolvimento das sementes por unidade de massa nos frutos colhidos foi determinada a
relaccedilatildeo frutosemente para cada tratamento avaliado A maturaccedilatildeo dos frutos de pinhatildeo-
manso natildeo eacute uniforme observando-se em um mesmo cacho frutos verdes amarelos
castanhos e por fim pretos Desta forma em funccedilatildeo da desuniformidade da maturaccedilatildeo dos
frutos a periodicidade das colheitas ao longo do periacuteodo produtivo ocorreu em funccedilatildeo da
maior ou menor uniformidade de distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo ao longo do tempo Em resumo
foram avaliados a produccedilatildeo meacutedia de frutos e sementes por planta (kg planta-1
) a relaccedilatildeo
sementefruto e a produtividade de sementes (kg ha-1
)
A eficiecircncia de uso na aacutegua (EUA) segundo Lima et al (2010) equivale a eficiecircncia
produtiva que atualmente eacute denominada como produtividade da aacutegua (PA) sendo
determinada neste trabalho para se avaliar a eficiecircncia da aacutegua aplicada na irrigaccedilatildeo para
produccedilatildeo final de frutos De acordo com Frizzone (2014) nas praacuteticas diaacuterias de irrigaccedilatildeo a
PA eacute um termo mais relevante que EUA cujo significado depende da aplicaccedilatildeo Segundo
Sousa et al (2000) a EUA pode ser determinada tanto para a produtividade de biomassa
como para a produtividade de frutos relacionando-se pela quantidade de aacutegua aplicada ou
evapotranspirada No caso deste trabalho a produtividade de aacutegua foi determinada pela
relaccedilatildeo da produccedilatildeo comercial da cultura (kg) ou seja para a produccedilatildeo final de sementes
com a quantidade total de aacutegua aplicada (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) (FRIZZONE 2014) A
quantidade de aacutegua consumida pela planta (evapotranspiraccedilatildeo acumulada) natildeo foi utilizada
neste estudo por ter sido determinada para as plantas que estavam inseridas no lisiacutemetro que
no caso se encontravam em plenas condiccedilotildees de desenvolvimento e fornecimento de
nutrientes via fertilizaccedilatildeo mineral fato que soacute ocorreu para os tratamentos em que a
fertilizaccedilatildeo mineral de nitrogecircnio foi plena (100) O caacutelculo da produtividade da aacutegua
(PAIR+PE) considerou nesse estudo a variabilidade do solo em cada aacuterea de cultivo bem como
identificar as diferenccedilas de cada manejo hiacutedrico fazendo uso da irrigaccedilatildeo complementar ou
64
natildeo e do desenvolvimento vegetativo da cultura (FRIZZONE 2014) que a cultura pode
sofrer com o estresse hiacutedrico e com a disponibilidade de nitrogecircnio pela fertilizaccedilatildeo mineral
O caacutelculo para a produtividade de aacutegua considerando a quantidade total de aacutegua aplicada eacute
expressa na Equaccedilatildeo 1
PAIR+PE = Rendimento comercial da cultura
Volume de Irrigaccedilatildeo+Precipitaccedilatildeorarr
Yc (kg)
IR+PE (m3) (1)
Por natildeo haver irrigaccedilotildees durante o segundo ano de avaliaccedilatildeo no cultivo de pinhatildeo-
manso devido agrave grande escassez hiacutedrica que assolou a regiatildeo Sudeste durante esse periacuteodo a
produtividade de aacutegua foi determinada apenas para o primeiro ano de estudo jaacute que a lacircmina
recebida para as duas aacutereas de cultivo foram apenas das precipitaccedilotildees ocorridas no local natildeo
havendo diferenccedila portanto da lacircmina recebida neste periacuteodo ficando a produtividade de
aacutegua condicionada apenas para a produtividade de sementes que continuou sendo avaliada A
produtividade dos frutos e sementes assim como as outras variaacuteveis analisadas foram
determinadas para o segundo ano de cultivo considerando que a aacuterea onde se encontra o pivocirc
central possui um histoacuterico de irrigaccedilatildeo jaacute que fora irrigada tendo o manejo adequado de
irrigaccedilatildeo desde a implantaccedilatildeo da cultura em 2011
39 Anaacutelises de crescimento
O crescimento das plantas foi avaliado em cada tratamento a cada trecircs meses por
meio de mediccedilotildees da altura da planta (m) do diacircmetro meacutedio de copa (m) e do volume de
copa (msup3) A determinaccedilatildeo da altura eacute definida como a medida entre a superfiacutecie do solo e a
uacuteltima folha emergida no aacutepice da planta Para o diacircmetro meacutedio de copa tomou-se como
ponto de avaliaccedilatildeo o valor meacutedio entre o diacircmetro de copa no sentido do maior espaccedilamento
(entrelinha de plantio) e o diacircmetro de copa no sentido de menor espaccedilamento (dentro da
linha de plantio) As mediccedilotildees da altura e do diacircmetro meacutedio de copa das plantas foram
realizadas em intervalos bimestrais ao longo dos dois anos de avaliaccedilatildeo da cultura com o
auxiacutelio de uma trena graduada em cm (Figura 7) sendo avaliadas as trecircs plantas disponiacuteveis
por cada parcela uacutetil O volume de copa foi estimado pela aproximaccedilatildeo do volume de um
cilindro de base eliacuteptica (LAVIOLA et al 2010)
65
119881119888119900119901119886 = (120587 1198631
2 1198632
2) ℎ (2)
em que
Vcopa = volume de copa (m3)
π = 314159
D1 = diacircmetro de copa no maior espaccedilamento (m)
D2 = diacircmetro de copa no menor espaccedilamento (m) e
h = altura da planta (m)
Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso
310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)
As mediccedilotildees do iacutendice de aacuterea foliar (IAF) foram realizadas com o auxiacutelio do
equipamento LAI-2200 da marca LI-CORreg Esse equipamento foi desenvolvido para se
estimar o IAF de maneira mais praacutetica e de forma precisa desde que manejado de maneira
adequada Pelo fato de que no iniacutecio do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo se buscava a melhor
metodologia para a leitura do instrumento e a validaccedilatildeo dos dados coletados o primeiro ano
de cultivo ficou restrito apenas agrave leitura das plantas sorteadas na aacuterea para a calibraccedilatildeo do
equipamento junto ao cultivo do pinhatildeo-manso feito em diferentes eacutepocas do ano
As leituras do IAF foram realizadas preferencialmente no intervalo entre 1000 e 1400
horas buscando a menor interferecircncia possiacutevel das nuvens na incidecircncia de raios solares o
que poderia prejudicar as interpretaccedilotildees das anaacutelises As avaliaccedilotildees ocorreram de forma
66
mensal iniciando a partir do mecircs de novembro de 2014 e encerrando-se em junho de 2015
com o teacutermino do periacuteodo de senescecircncia foliar uma vez que a partir desse mecircs as plantas de
pinhatildeo-manso estavam praticamente com a ausecircncia de folhas e o IAF foi considerado zero
Para uma melhor confiabilidade na determinaccedilatildeo dos valores de IAF medidos no
campo foi proposta uma calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 nas plantas da aacuterea
experimental realizada concomitantemente com a avaliaccedilatildeo do experimento A calibraccedilatildeo do
equipamento LAI-2200 foi realizada a partir de 11 plantas proacuteximas da aacuterea experimental e
escolhidas aletoriamente As plantas foram selecionadas ao longo do ciclo de cultivo em
diferentes eacutepocas sendo que em cada eacutepoca do periacuteodo vegetativo e reprodutivo da cultura
duas plantas representativas nas duas aacutereas de cultivo foram escolhidas sempre uma na aacuterea
irrigada por pivocirc central e outra planta na aacuterea sem irrigaccedilatildeo A calibraccedilatildeo foi realizada
primeiramente a partir da estimativa do IAF pelo LAI-2200 feito em campo (Figura 8a e 8b)
utilizando-se a metodologia de plantas isoladas a mesma utilizada nas leituras da aacuterea
experimental Em seguida foi feita a determinaccedilatildeo do IAF real em laboratoacuterio pelo meacutetodo
destrutivo com a retirada de todas as folhas das plantas para serem passadas em um
integrador de aacuterea foliar utilizando o equipamento CI-203 da CID Bio-Sciencereg
(Figura 8c e
8d) Com os resultados obtidos foi feita uma comparaccedilatildeo do IAF real com o IAF estimado a
partir de um graacutefico de dispersatildeo utilizando uma planilha eletrocircnica de caacutelculo Assim com
base nos valores determinados foi estipulada a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo para o IAF que foi
utilizada para corrigir os valores estimados pelo LAI-2200
67
Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha da planta (a) leitura
do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em
laboratoacuterio do IAF real da planta com o equipamento CI-203 (d)
311 Iacutendice de clorofila
A avaliaccedilatildeo do estado nutricional das plantas foi determinado a partir do iacutendice de
clorofila sendo utilizado o aparelho ClorofiLOG CFL 1030 Falkerreg
(Figura 9) Foram
determinados os teores das Clorofilas a b e total (a + b) expressas em Iacutendice de Clorofila
Falker (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB As leituras procederam-se periodicamente nas folhas
de posiccedilotildees do 2deg ou 3deg noacute do ramo vegetativo ou floriacutefero do aacutepice para base (LIMA et al
2011) sendo as folhas coletadas para posterior anaacutelise de N foliar para assim correlacionar os
teores de clorofila com o nitrogecircnio presente nas folhas Para a coleta das folhas nas posiccedilotildees
estudadas foram consideradas apenas as folhas totalmente expandidas e contadas no sentido
aacutepicebase sem qualquer vestiacutegio de lesatildeo ocasionado por patoacutegenos
d c
b a
68
Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG
Foram realizadas trecircs mediccedilotildees por planta sendo em trecircs plantas por parcela obtendo
portanto nove leituras por parcela sendo a meacutedia das leituras o valor de ICF representativo
da parcela As leituras com o aparelho no campo foram realizadas sempre no mesmo horaacuterio
durante o periacuteodo da manhatilde com trecircs avaliaccedilotildees ao longo do primeiro ciclo de estudo da
cultura (3ordm ano) e cinco avaliaccedilotildees ao longo do segundo ciclo (4ordm ano) No primeiro ciclo de
estudo as avaliaccedilotildees ocorreram nos meses de jan2014 mar2014 e jun2014 ou seja periacuteodo
em que ocorre o aacutepice de florescimento (janeiro) formaccedilatildeo e maturaccedilatildeo dos frutos (janeiro e
marccedilo) e o processo de senescecircncia das folhas (junho) sendo realizada a anaacutelise foliar de N
apenas no mecircs de marccedilo Por sua vez no segundo ciclo de estudo as avaliaccedilotildees foram
realizadas nos meses de nov2014 dez2014 jan2015 fev2015 e abr2015 sendo possiacutevel
acompanhar todo o periacuteodo de desenvolvimento foliar do pinhatildeo-manso acompanhando
desde o aacutepice da emissatildeo de folhas (45 dias apoacutes poda de limpeza e conduccedilatildeo) passando pelo
periacuteodo reprodutivo (floraccedilatildeo e formaccedilatildeo de frutos) maturaccedilatildeo do frutos e iniacutecio da
senescecircncia foliar No segundo ano de estudo foram realizadas anaacutelises foliares de nitrogecircnio
em todas as eacutepocas Todas as anaacutelises foliares de nitrogecircnio foram realizadas pelo meacutetodo de
digestatildeo sulfuacuterica e determinaccedilatildeo por destilaccedilatildeo agrave vapor (MALAVOLTA VITTI
OLIVEIRA 1997)
312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo
A quantidade e a qualidade do oacuteleo da cultura do pinhatildeo-manso foram determinadas
anualmente para cada ciclo de produccedilatildeo pelo fato da cultura natildeo apresentar produccedilatildeo
uniforme ao longo do periacuteodo produtivo impossibilitando a repeticcedilatildeo das anaacutelises pelo baixo
quantitativo de sementes em determinados periacuteodos do ano A seguir satildeo descritos o meacutetodo
69
de extraccedilatildeo do oacuteleo utilizado os iacutendices de qualidade e os meacutetodos de identificaccedilatildeo e
quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos que foram posteriormente determinados
3121 Teor de oacuteleo
A determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo por semente pode ser realizada por extraccedilatildeo
em prensa hidraacuteulica e tambeacutem por uso de solvente quiacutemico Estes meacutetodos satildeo mencionados
por Achten et al (2008) e satildeo utilizados de acordo com a necessidade do usuaacuterio A prensa
hidraacuteulica eacute uma eficiente forma de extraccedilatildeo do oacuteleo para ser utilizado como biodiesel
enquanto a extraccedilatildeo quiacutemica eacute voltada para determinar a quantidade total de oacuteleo na semente
sendo mais utilizado em testes de laboratoacuterio Para este estudo apenas a determinaccedilatildeo do teor
de oacuteleo por meio de solvente quiacutemico foi realizada Para isso foram utilizadas amostras de 1
kg de polpa de semente por tratamento sendo necessaacuterio retirar as sementes do epicarpo e a
polpa da casca da semente antes do iniacutecio da extraccedilatildeo O meacutetodo da extraccedilatildeo quiacutemica de oacuteleo
vegetal foi realizado via Soxlet utilizando hexano como solvente e adotando o meacutetodo oficial
AOCS Am 5-04 da American Oil Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) Apoacutes ter passado pelo
processo de extraccedilatildeo o oacuteleo extraiacutedo foi quantificado em porcentagem de oacuteleo por unidade de
massa de sementes e em seguida destinado para as anaacutelises laboratoriais de qualidade que
seratildeo descritas a seguir
Aleacutem da determinaccedilatildeo do teor (rendimento) de oacuteleo por unidade de massa de semente
foi calculado tambeacutem a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) que apresenta a quantidade de oacuteleo
produzido (kg) por unidade aacuterea cultivada (ha) A produtividade de oacuteleo foi determinada
utilizando o produto da produtividade de sementes (kg ha-1
) com o teor de oacuteleo (decimal)
(TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) e eacute expressa na Equaccedilatildeo 3
Produtividade de oacuteleo = Produtiv sementes x Teor de oacuteleo (3)
Para fins de caracterizaccedilatildeo do oacuteleo produzido nas sementes de pinhatildeo-manso colhidas
anteriormente na aacuterea foi determinado o teor de oacuteleo das sementes colhidas no ciclo anterior
ao iniacutecio dos tratamentos (2ordm ano de cultivo) para a determinaccedilatildeo do ponto 0 que foi o ponto
de partida dos valores de qualidade do oacuteleo para as aacutereas de sequeiro e irrigada por pivocirc
central cultivados sem variaccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada O teor de oacuteleo (Tabela 7) foi
determinado por meio de prensa mecacircnica e por solvente quiacutemico (extrato eteacutereo) sendo este
70
uacuteltimo determinado na semente integral na qual natildeo houve nenhuma prensagem preacutevia no
resiacuteduo da prensagem mecacircnica (torta) para verificaccedilatildeo do quantitativo de oacuteleo que ficou
remanescente na torta prensada e na casca retirada para a prensagem das sementes
Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos frutos colhidos na
aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos
Aacuterea
Teor de oacuteleo ()
Prensa mecacircnica Solvente quiacutemico
Semente Torta Casca
Pivocirc Central 3977 5557 2257 056
Sequeiro 4172 5430 1862 056
3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo
As anaacutelises de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso que foram realizadas a partir do
oacuteleo extraiacutedo dos frutos coletados dentro dos tratamentos aplicados na aacuterea experimental
englobaram alguns iacutendices (padrotildees) qualitativos como iacutendice de acidez iacutendice de iodo
iacutendice de peroacutexido iacutendice de refraccedilatildeo densidade relativa estabilidade oxidativa e a
identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos Com a determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo
do ponto zero presente nas amostras dos frutos coletados antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos
os oacuteleos obtidos na prensagem mecacircnica foram utilizados posteriormente para a realizaccedilatildeo de
anaacutelises laboratoriais na determinaccedilatildeo de alguns iacutendices qualitativos do oacuteleo (Tabela 8)
Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental
Carateriacutestica Aacuterea
Pivocirc Central Sequeiro
Aspecto LII(1)
- 220(2)
LII(1)
- 220(2)
Iacutendice de Acidez 04562 04562
Iacutendice de Peroacutexido 17280 17338
Estabilidade oxidativa (horas) 1169 983
Absortividade na faixa do UV (E 232 nm) 12284 13137
Absortividade na faixa do UV (E 268 nm) 01638 01434
Massa especiacutefica a 20degC (kg m-sup3) 9152 9148
Viscosidade cinemaacutetica a 40degC (mmsup2 s-1
) 3655 3702
(1) Liacutempido e isento de impurezas (2) Temperatura durante a observaccedilatildeo Iacutendices determinados no Biodiesel
produzido a partir do oacuteleo extraiacutedo das amostras avaliadas
71
3123 Iacutendice de acidez
O iacutendice de acidez eacute um indicativo do estado de conservaccedilatildeo do oacuteleo e do
biocombustiacutevel que seraacute produzido definido como a quantidade de KOH (mg) necessaacuteria para
neutralizar os aacutecidos livres de 1 grama da amostra (ANGARITA et al 2012) Atualmente no
Brasil a regulaccedilatildeo estabelece um valor maacuteximo de 05 mg de KOH g-1
na determinaccedilatildeo do
iacutendice de acidez no biodiesel O meacutetodo utilizado para determinaccedilatildeo do iacutendice de acidez foi o
da norma NBR 14448 (ABNT) no qual o iacutendice de acidez eacute determinado por meio de
titulaccedilatildeo potenciomeacutetrica
3124 Iacutendice de iodo
Para determinaccedilatildeo do iacutendice de iodo foi utilizado o meacutetodo Cd 1d-92 da American Oil
Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) onde foi adicionado 15 mL de clorofoacutermio em 025 g de
amostra do oacuteleo extraiacutedo agitando o composto ateacute dissoluccedilatildeo da amostra Adicionou-se em
seguida 25 mL do reagente de Wijs e o frasco foi tampado deixando em repouso no escuro
durante 30 minutos Em seguida foi adicionado 20 mL de soluccedilatildeo de KI a 15 e 150 mL de
aacutegua destilada e titulou-se com soluccedilatildeo de Na2S2O3 01 N ateacute o desaparecimento de uma
coloraccedilatildeo amarela apoacutes agitaccedilatildeo Foi adicionado 1 mL de soluccedilatildeo de amido a 1 e
continuou-se a titulaccedilatildeo gota a gota ateacute o desaparecimento da cor azul Um ensaio em branco
foi conduzido paralelamente O Iacutendice de iodo foi obtido pela Equaccedilatildeo (4)
Iacutendice de Iodo (g I2100 g de amostra) =[(BminusA) x N x 1229]
Massa da amostra (g) (4)
em que
A - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra
B - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco e
N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3
72
3125 Iacutendice de peroacutexido
Para a determinaccedilatildeo do iacutendice de peroacutexido seguiu-se o meacutetodo Cd 8b-90 (AOCS
2003) em que foram pesados 3 g da amostra em frasco de iodo de 125 mL Adicionou-se 50
mL de soluccedilatildeo de aacutecido aceacuteticoisoctano (31) e soluccedilatildeo de iodeto de potaacutessio saturada e aacutegua
destilada A seguir foi realizada titulaccedilatildeo com soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio (Na2S2O3) 01N
e o volume gasto apoacutes adiccedilatildeo de goma de amido forneceu a concentraccedilatildeo em peroacutexidos
expressa em meq O2 kg-1
de amostra segundo a Equaccedilatildeo 5
IP =N x (aminusb)
Massa (gramas) x 1000 (5)
em que
N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3
a - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra e
b - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco
3126 Iacutendice de refraccedilatildeo
Os oacuteleos e gorduras possuem poder de refringecircncia diferente conforme sua natureza
desviando com maior ou menor intensidade os raios luminosos que os atravessam O iacutendice de
refraccedilatildeo tanto para os oacuteleos quanto para as gorduras eacute medido agrave temperatura de 40ordmC Para as
mediccedilotildees do iacutendice de refraccedilatildeo foi utilizado o meacutetodo Cc 7-25 (2003) da AOCS mediante o
uso do Refratocircmetro Abbe digital de bancada da marca QUIMIS O refratocircmetro Abbe foi
ajustado com aacutegua destilada (IR 20ordmC = 13330) Certificada a pureza (limpeza e umidade)
dos primas colocou-se 2 gotas da amostra do oacuteleo extraiacutedo entre os prismas e fechou-os para
a estabilizaccedilatildeo da temperatura Ajustou-se o aparelho para obter a leitura mais precisa
possiacutevel e entatildeo foi determinada a leitura na escala que forneceu diretamente o iacutendice de
refraccedilatildeo absoluto agrave 40ordmC
73
3127 Densidade relativa
A densidade relativa de um oacuteleo determina a relaccedilatildeo da massa de um volume unitaacuterio
da amostra agrave 40ordmC em relaccedilatildeo agrave massa de um volume de aacutegua A densidade foi medida em um
densiacutemetro automaacutetico digital da marca Rudolph Research Analytical-DQM 2911 de acordo
com a norma ASTM D4052
Com o auxiacutelio de uma seringa o bulbo amostrador foi ambientado com a amostra de
oacuteleo Na sequecircncia colocou-se a amostra no bulbo verificando se no mesmo natildeo houve
formaccedilatildeo de bolhas Apoacutes a estabilizaccedilatildeo da temperatura (40ordmC) para cada amostra foram
realizadas as leituras de densidade fornecidas diretamente pelo aparelho na temperatura do
teste
3128 Estabilidade oxidativa
A estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso foi determinada de acordo com a
norma ISO EN 6886 (2012) da Ethiopian Standard para oacuteleos vegetais e gorduras animais
utilizando-se o equipamento Rancimat 893 (Metrohm AG CH-9100 Herisau Switzerland)
(Figura 10a) na temperatura de 110degC sob o fluxo de ar de 10 L h-1
com amostras de 5 g
No meacutetodo Rancimat uma amostra de oacuteleo vegetal ou biodiesel eacute mantida em um
vaso de reaccedilatildeo agrave temperatura de 110degC e sob um fluxo de ar constante Neste momento
comeccedilam a se formar os peroacutexidos que satildeo os principais produtos formados na primeira etapa
de oxidaccedilatildeo da amostra Com o processo de oxidaccedilatildeo continuada satildeo formados compostos
orgacircnicos volaacuteteis dentre estes aacutecidos orgacircnicos de baixa massa molecular Estes compostos
satildeo transportados pelo fluxo de ar para outro recipiente contendo aacutegua destilada onde a
presenccedila dos aacutecidos orgacircnicos eacute entatildeo detectada pelo aumento da condutividade no sistema
(Figura 10b) O tempo decorrente ateacute a detecccedilatildeo dos aacutecidos orgacircnicos eacute denominado de
periacuteodo de induccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012)
74
(a) (b)
Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema de funcionamento
do equipamento (b)
3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos
Com os oacuteleos extraiacutedos de cada tratamento foram coletadas amostras para a realizaccedilatildeo
da identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos por meio de duas metodologias sendo uma
por cromatografia gasosa e a outra por ressonacircncia nuclear magneacutetica (RMN)
A cromatografia gasosa (CG) eacute o meacutetodo padratildeo adotado pela American Oil Chemists
Society (AOCS) e pela ETHIOPIAN STANDARD para a determinaccedilatildeo do conteuacutedo de
aacutecidos graxos e consiste na teacutecnica de separaccedilatildeo e anaacutelise de misturas por interaccedilatildeo dos seus
componentes entre uma fase estacionaacuteria (soacutelidaliacutequida) e uma fase moacutevel (gasosa) A CG
foi realizada de acordo com a norma ES ISO 12966-2 (2012) da ETHIOPIAN STANDARD e
a quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos pelo meacutetodo da normatizaccedilatildeo que eacute baseada na
porcentagem relativa de aacuterea de um determinado aacutecido graxo em relaccedilatildeo a aacuterea total de todos
os aacutecidos (VISENTAINER FRANCO 2006)
As determinaccedilotildees da composiccedilatildeo de aacutecidos graxos por espectroscopia de RMN de 1H
foram realizadas num espectrocircmetro de RMN Bruker Avance 400 operando a 94 T com os
nuacutecleos 1H a 40013 MHz A metodologia completa de RMN
1H para a determinaccedilatildeo da
composiccedilatildeo de aacutecidos graxos de oacuteleos vegetais eacute descrita por Barison et al (2010)
75
313 Anaacutelise dos dados
Os dados experimentais do desenvolvimento vegetativo das variaacuteveis fisioloacutegicas da
produtividade e dos iacutendices de qualidade do oacuteleo de cada ciclo da cultura para cada tratamento
foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk (SHAPIRO WILK 1965) (valor p gt 001) e de
Levene (BOX 1953) (valor p gt 001) para verificaccedilatildeo baacutesica da normalidade e
homocedasticidade residuais
Os dados das variaacuteveis com os valores absolutos ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo
como produccedilatildeo de frutos e sementes relaccedilatildeo sementefruto produtividade de sementes
produtividade de aacutegua teor e produtividade de oacuteleo aleacutem dos iacutendices de qualidade de oacuteleo
foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) utilizando o PROC GLM do programa
computacional estatiacutestico SASreg (SAS INSTITUTE 2009) Os efeitos quantitativos foram
avaliados por meio de polinocircmios ortogonais utilizando anaacutelise de regressatildeo segundo sua
significacircncia pelo Teste F jaacute os efeitos qualitativos foram submetidos ao teste de meacutedias de
Tukey (valor p lt 005) Para o caacutelculo do Rsup2 na anaacutelise de regressatildeo foi determinado o Rsup2
corrigido no qual a variacircncia das repeticcedilotildees foi removida (erro puro) e o caacutelculo fez-se por
meio da relaccedilatildeo entre o Rsup2 da regressatildeo e o Rsup2 maacuteximo obtido da anaacutelise de variacircncia
(BERTHOUEX BROWN 2002) em outras palavras o Rsup2 corrigido eacute a porcentagem da
quantidade de variaccedilatildeo que pode ser explicada por cada modelo de regressatildeo
As variaacuteveis com medidas repetidas (dados longitudinais) como as anaacutelises de
crescimento o IAF os iacutendices de clorofila e o nitrogecircnio foliar foram analisadas por meio do
modelo de anaacutelises (uni e multivariada) de perfis que eacute o modelo mais simples para o caso de
medidas repetidas Inicialmente foram realizados para cada variaacutevel os testes de normalidade
e de esfericidade da matriz de variacircncia de forma a satisfazer agraves pressuposiccedilotildees do modelo O
teste de esfericidade utilizado neste estudo foi o teste de esfericidade de Mauchly (1940) que
verifica se uma populaccedilatildeo normal multivariada apresenta variacircncias iguais e as correlaccedilotildees
nulas Nos casos em que o teste de esfericidade de Mauchly resultou em natildeo significativo
(valor p gt 005) concluiu-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica e o teste
univariado de perfis foi analisado caso contraacuterio o uso da anaacutelise multivariada de perfis
(MANOVA) que eacute uma das alternativas recomendadas neste caso foi adotada
(FERNANDEZ 1991) Para auxiliar na interpretaccedilatildeo dos resultados foram plotados os
graacuteficos do comportamento dos perfis meacutedios para visualizar a presenccedila ou ausecircncia de
paralelismo entre os perfis e se os mesmos satildeo horizontais O teste estatiacutestico multivariado
76
escolhido foi o teste de Traccedilo de Pillai pois apresenta o maior poder descritivo (tomada a
decisatildeo correta de rejeitar uma hipoacutetese H0 dado que H0 eacute falsa) sendo o mais robusto agrave natildeo
normalidade dentre os outros testes existentes na literatura como Lambda de Wilks Traccedilo de
Lawley-Hotelling e a Maior Raiz de Roy (JOHNSON WICHERN 2007) Estas anaacutelises
foram realizadas por meio do PROC GLM do SASreg utilizando o comando REPEATED e a
opccedilatildeo PRINTE (SAS INSTITUTE 2009)
A anaacutelise de regressatildeo nas variaacuteveis com medidas repetidas ao longo do tempo foi
determinada utilizando o PROC REG do SASreg e para a escolha do melhor modelo a ser
utilizado para cada tratamento seguiu-se de acordo com a significacircncia das estimativas dos
paracircmetros de cada equaccedilatildeo procedendo-se tambeacutem agraves comparaccedilotildees entre os modelos via
criteacuterio de informaccedilatildeo utilizando o criteacuterio de informaccedilatildeo de Akaike (AIC) e o criteacuterio
Bayesiano de Schwarz (BIC) escolhendo ao final o menor valor para tais criteacuterios O caacutelculo
do Rsup2 corrigido tambeacutem foi utilizado para estas variaacuteveis
Para os dados climatoloacutegicos coletados nos dois anos de experimento foi realizado
uma estatiacutestica descritiva com os valores meacutedios maacuteximos miacutenimos e o desvio padratildeo de
cada componente climaacutetico Para os perfis cromatograacuteficos analisados via cromatografia
gasosa o mesmo tipo de anaacutelise foi realizado devido ao baixo nuacutemero de repeticcedilotildees para a
realizaccedilatildeo das anaacutelises e pelo fato do fator bloco natildeo ter sido considerado nas anaacutelises Os
resultados das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo do biodiesel natildeo passaram por qualquer anaacutelise
estatiacutestica servindo apenas como resultado descritivo das amostras de oacuteleo extraiacutedas das
sementes dos tratamentos
77
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Monitoramento meteoroloacutegico
A estatiacutestica descritiva dos valores diaacuterios de umidade relativa do ar temperaturas
maacutexima meacutedia e miacutenima radiaccedilatildeo global e velocidade do vento coletados durante o periacuteodo
de estudo aleacutem dos valores de ETc para cada aacuterea de manejo hiacutedrico satildeo apresentados na
Tabela 9 Ao longo do ciclo a variaccedilatildeo diaacuteria de temperatura apresentou-se alta durante o
periacuteodo mais frio do ano tornando-se baixa no restante do ciclo apresentando ao final uma
amplitude teacutermica diaacuteria maacutexima de 247degC e 248degC ao longo do primeiro e segundo ciclo
respectivamente Mesmo assim a regiatildeo onde estava instalada a cultura apresentou uma
temperatura meacutedia anual de 230 degC e 238degC para o terceiro e quarto ano de cultivo
respectivamente ficando portanto dentro da faixa oacutetima de desenvolvimento da cultura qual
seja entre 180degC e 285degC (SATURNINO et al 2005) Entretanto a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura no ano como pode ser observada na Figura 11 e geralmente ocorrida na regiatildeo
com temperaturas mais amenas nos meses do outono e inverno paralisa o crescimento das
plantas ocorrendo a queda natural das folhas o que pode provavelmente reduzir a produccedilatildeo de
sementes (SATURNINO et al 2005)
Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental
Variaacuteveis
meteoroloacutegicas
Ciclo 201314 Ciclo 201415
Meacutedia Desvio
Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo Meacutedia
Desvio
Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo
Tmaacutex (degC) 297 425 387 145 301 399 386 162
Tmeacuted (degC) 230 361 309 123 238 320 302 136
Tmin (degC) 163 411 239 52 174 366 240 750
UR () 712 123 990 450 764 135 1000 330
Qg (MJ m-sup2 d
-sup1) 197 70 330 277 345 296 983 260
U2 (m s-1
) 160 044 362 078 137 063 391 022
ETc-I (mm d-1
) 374 221 814 040 321 219 818 053
ETc-S (mm d-1
) 146 088 491 046 291 167 746 042
Tmaacutex ndash Temperatura maacutexima Tmeacuted ndash Temperatura meacutedia Tmin ndash Temperatura miacutenima UR ndash Umidade
relativa do ar Qg ndash Radiaccedilatildeo global U2 ndash Velocidade do vento ETc-I ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea irrigada
ETc-S ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea sem irrigaccedilatildeo
O municiacutepio de Piracicaba-SP assim como boa parte da regiatildeo Sudeste apresentou
durante o ano agriacutecola de 20132014 um periacuteodo atiacutepico no regime de chuvas A quantidade
de chuvas incidida durante o veratildeo de 2014 na aacuterea experimental e em todo o estado de Satildeo
Paulo foi 90 a menos do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no mesmo periacuteodo Isso fez com
que o niacutevel do rio Piracicaba que circunda a aacuterea experimental se reduzisse drasticamente e o
78
niacutevel de aacutegua do reservatoacuterio da fazenda experimental se esgotasse quase que por completo o
que acarretou na diminuiccedilatildeo das irrigaccedilotildees realizadas ao longo do ciclo Durante o primeiro
ciclo de avaliaccedilatildeo (agosto2013 a julho2014) ocorreram 5877 mm mal distribuiacutedos ao
longo do ciclo e concentrado na maior parte em periacuteodos isolados Esse valor anual descrito
representa uma quantidade 56 menor do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no local e encontra-
se abaixo do limite miacutenimo na qual a produccedilatildeo eacute drasticamente afetada com valores anuais
inferiores a 600 mm ocorrendo principalmente em regiotildees de baixa umidade e que causa a
paralisaccedilatildeo do crescimento vegetativo (HENNING 1996) No segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
ocorreu aumento do periacuteodo de chuvas com o valor anual (agosto2014 a julho2015) de
7150 mm bem distribuiacutedos ao longo de todo o ciclo
T maacutex ndash Temperatura maacutexima T min ndash Temperatura miacutenima UR - Umidade Relativa do ar PPT (mm) ndash
Precipitaccedilatildeo Eto Ac ndash Evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia Acumulada (mm) Ppt Ac ndash Precipitaccedilatildeo Acumulada
(mm)
Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Um
ida
de
rela
tiv
a (
)
Tem
per
atu
ra (
oC
)
T maacutex (degC) T min (degC) UR ()
1ordm Ciclo 2ordm Ciclo
0
10
20
30
40
50
60
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
Pre
cip
ita
ccedilatildeo
(m
m)
Lacirc
min
as
acu
mu
lad
as
(mm
)
Eto Ac Ppt Ac PPT (mm)
2ordm Ciclo1ordm Ciclo
79
A evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) apresentou para o terceiro e quarto ano de
cultivo do pinhatildeo-manso para as aacutereas manejadas com e sem irrigaccedilatildeo valores proacuteximos das
meacutedias encontradas por Lena (2013) para o primeiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso nas duas
aacutereas em estudo A semelhanccedila dos valores de ETc para a fase de formaccedilatildeo da cultura no
campo no seu primeiro ano de cultivo com o terceiro e quarto ano de cultivo da planta se
deve ao caso da maior taxa de evaporaccedilatildeo do solo nos primeiros meses de cultivo jaacute que com
o baixo porte da planta e com o nuacutemero reduzido de folhas a sua taxa diaacuteria de transpiraccedilatildeo
foi considerada baixa Com o desenvolvimento vegetativo da planta no seu terceiro e quarto
ano de cultivo houve o aumento na taxa de transpiraccedilatildeo das plantas sendo superior nos
tratamentos irrigados devido ao maior porte das plantas e agrave incidecircncia foliar o que ocasionou
um maior sombreamento no solo diminuindo consequentemente a taxa evaporativa do solo
Everson Mengistu e Gush (2013) encontraram para plantas de pinhatildeo-manso na Aacutefrica do Sul
valores entre 3 a 4 mm dia-sup1 na evapotranspiraccedilatildeo diaacuteria das plantas durante o veratildeo
(dezembro-fevereiro) e com a queda natural das folhas no periacuteodo de inverno (maio-agosto)
o valor meacutedio diaacuterio foi insignificante sendo menor do que 1 mm dia-sup1
O pinhatildeo-manso possui metabolismo fotossinteacutetico intermediaacuterio C3-CAM (LUTTGE
2008) e sob estiacutemulo de falta de aacutegua salinidade fotoperiacuteodo ou termoperiacuteodo passam a
apresentar o comportamento CAM (LUTTGE KLUGE BAUER 1996) No caso deste
estudo quando o cultivo esteve em periacuteodos com altas temperaturas (gt 30ordmC) ou quando
sofreram grande restriccedilatildeo hiacutedrica no caso dos tratamentos sem irrigaccedilatildeo as plantas
possivelmente adotaram o metabolismo CAM economizando aacutegua e reduzindo a sua
acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca (PIMENTEL 1998) Isto explica os baixos valores meacutedios de
ETc apresentados principalmente pelos tratamentos sem irrigaccedilatildeo nos periacuteodos de formaccedilatildeo
e emissatildeo de folhas antes do iniacutecio do periacuteodo caducifoacutelio
42 Irrigaccedilotildees realizadas
Na Figura 12 satildeo apresentadas as lacircminas aplicadas pelo sistema de irrigaccedilatildeo por pivocirc
central no terceiro ano de cultivo Problemas operacionais e de manutenccedilatildeo no sistema de
bombeamento nos meses de outubro de 2013 e janeiro de 2014 impossibilitaram a realizaccedilatildeo
da irrigaccedilatildeo na aacuterea Devido a reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio ocasionado pelo baixo volume
precipitado no veratildeo de 2014 e associado ao final da produccedilatildeo de frutos e iniacutecio do periacuteodo de
senescecircncia das folhas a irrigaccedilatildeo a partir do mecircs de julho de 2014 foi cessada natildeo sendo
80
retomada no ciclo seguinte devido a seacuteria restriccedilatildeo hiacutedrica encontrada no reservatoacuterio No
total foram aplicados no primeiro ciclo de avaliccedilatildeo 7311 mm de lacircmina bruta de irrigaccedilatildeo o
que considerando o periacuteodo de pleno funcionamento da moto bomba aplicou-se uma meacutedia de
36 mm dia-1
Considerando a lacircmina total recebida (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) as aacutereas
cultivadas com irrigaccedilatildeo por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo receberam 13234 mm e 5877 mm
respectivamente Resultados semelhantes foram encontrados por Rao et al (2012) que
avaliaram o consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso no semiaacuterido indiano e encontraram para
plantas cultivadas sem nenhum estresse hiacutedrico uma variaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura
entre 1410 e 1538 mm por ano durante os anos de 2006 a 2009 e cultivado sob condiccedilotildees
naturais a ETc variou entre 614 e 930 mm
Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura
43 Monitoramento da umidade do solo
Na Figura 13 satildeo apresentados a variaccedilatildeo de umidade do solo na aacuterea experimental
para as quatros doses de adubaccedilatildeo nitrogenada da aacuterea sem irrigaccedilatildeo em quatro diferentes
camadas ao longo do perfil do solo Ressalta-se que por apresentar apenas caracteriacutesticas de
monitoramento da umidade solo os valores apresentados foram coletados em um determinado
intervalo de tempo ao longo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo apenas como forma de
comparaccedilatildeo entre os tratamentos e o perfil de umidade do solo nos lisiacutemetros de cada aacuterea
onde na aacuterea irrigada o seu manejo foi adotado
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14
Lacircm
inas
ap
lica
das
(mm
)
81
Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo
A umidade do solo presente na primeira camada do solo (0-020 m) apresentou as
maiores variaccedilotildees para todos os tratamentos monitorados tendo menores variaccedilotildees temporais
nas demais camadas do solo De acordo com Campos et al (1994) as alteraccedilotildees de umidade
do solo satildeo dinacircmicas e ocorrem em curto e longo periacuteodo de tempo sendo principalmente
na camada superficial do solo
A partir dos dados obtidos da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feito por Flumignan
(2012) como capacidade de campo ponto de murchamento permanente e densidade do solo
representativa para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo ao longo do perfil do solo foi calculado o
armazenamento de aacutegua no solo para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de
pesagem localizados proacuteximos a aacuterea experimental (Figura 14) A partir dos dados
observados constata-se o maior consumo hiacutedrico e com isso os menores volumes de aacutegua
armazenados nos tratamentos sem restriccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada com as doses de 150
de N (S1) e 100 de N (S2) seguido tambeacutem das plantas localizadas dentro dos lisiacutemetros
que foram tambeacutem adubadas com 100 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura
25
30
35
40
45
50
Um
ida
de
vo
lum
eacutetri
ca (
)
S1 - 150N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
25
30
35
40
45
50
S2 - 100N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
25
30
35
40
45
50
Um
idad
e volu
meacutet
rica
(
)
S3 - 50N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
25
30
35
40
45
50
S4 - 0N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
82
Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo
nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner
2000
A variaccedilatildeo da umidade volumeacutetrica do solo na aacuterea irrigada por pivocirc central nos
quatro tratamentos de adubaccedilatildeo aplicados em diferentes camadas do perfil do solo satildeo
apresentadas na Figura 15 Assim como nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo os quatro tratamentos
adotados na aacuterea irrigada apresentaram o mesmo comportamento na variaccedilatildeo de umidade no
periacuteodo de avaliaccedilatildeo com a umidade na camada de 0-020 m apresentando as maiores
variaccedilotildees e as demais camadas com poucas variaccedilotildees ao longo do periacuteodo de monitoramento
Isso se deve ao fato dessa camada apresentar-se na superfiacutecie do solo e tendo o contato direto
da radiaccedilatildeo solar acaba favorecendo no processo de evaporaccedilatildeo da aacutegua nos primeiros
centiacutemetros de solo estando susceptiacutevel aos ciclos de umedecimento e secagem consequente
dos eventos de precipitaccedilatildeo e estiagem (CAMPOS et al 1994) A maior concentraccedilatildeo
radicular da cultura nos primeiros centiacutemetros do solo e as raiacutezes da vegetaccedilatildeo rasteira
contribuiacuteram na maior absorccedilatildeo radicular de aacutegua nesta camada favorecendo tambeacutem a sua
maior variabilidade de umidade do solo Aliado a esses fatores a baixa ascensatildeo capilar em
maiores profundidades nesse solo por apresentar lenccedilol freaacutetico profundo proporcionou uma
menor variaccedilatildeo de sua umidade nas camadas subsequentes
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Arm
azen
amen
to d
e aacuteg
ua
no s
olo
(m
m)
S1 S2 S3 S4 Lisiacutemetro
83
Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados
O armazenamento de aacutegua no solo nos tratamentos irrigados diferente da aacuterea sem
irrigaccedilatildeo apresentou os menores valores para os perfis de solo situados dentro dos lisiacutemetros
seguidos em alguns momentos pelo tratamento P1 ou P2 e ao final pelo tratamento P3 O
armazenamento de aacutegua no solo ao longo de periacuteodo de monitoramento para os quatro
tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de pesagem localizados na aacuterea irrigada satildeo
apresentados na Figura 16
Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo
nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner 2000
20
25
30
35
40
45
50
Um
idad
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meacutet
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(
)P1 - 150N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
20
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0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
20
25
30
35
40
45
50
Um
idad
e volu
meacutet
rica
(
)
P3 - 50N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
20
25
30
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45
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P4 - 0N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Arm
azen
amen
to d
e aacuteg
ua
no
so
lo (
mm
)
P1 P2 P3 P4 Lisiacutemetro
84
44 Produtividade da cultura
Ao longo do periacuteodo de colheita do terceiro ano de cultivo realizado de janeiro2014 a
junho2014 foram obtidos em meacutedia 158 kg de fruto por planta para toda a aacuterea
experimental Com exceccedilatildeo da relaccedilatildeo frutosemente todas as variaacuteveis apresentaram
diferenccedila significativa para o efeito da irrigaccedilatildeo e do aumento da dose de adubo nitrogenado
(Tabela 10) o que explica que o aumento da produccedilatildeo e da produtividade de frutos e
sementes se daacute pelo maior nuacutemero de frutos produzidos sendo o aumento da massa de
sementes proporcional Natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N aplicadas
O tratamento P1 (150 N ndash Irrigado) foi o que apresentou a melhor resposta seguido do
tratamento P2 (100 N ndash Irrigado) Com relaccedilatildeo agraves doses de adubaccedilatildeo em todos os casos os
tratamentos com 0 de N (P4 e S4) apresentaram desempenho inferior diferindo
estatisticamente das demais doses aplicadas (Tabela 11)
Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1
relaccedilatildeo sementefruto
(RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1
Fonte de
Variaccedilatildeo
Ciclo 201314 Ciclo 201415
GL ProdF ProdS Rel SF PS ProdF ProdS Rel
SF PS
Blocos [I] 6 138
125
041ns
1246
268 157
ns 135
ns 158
ns
I 1 1512
1481
017ns
1478
428
365
054ns
365
N 3 307
319
345ns
319
307
241
080ns
242
I x N 3 083ns
094ns
194ns
094ns
106ns
047ns
113ns
048ns
Meacutedia geral 1188 0797 0668 6640 1499 0946 0632 8672
CV () 153 155 25 155 162 184 53 184
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1
) em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e doses
de nitrogecircnio aplicado
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
Meacutedias 150 100 50 0
Ciclo 201314
Irrigado 11078 9718 8730 5895 8855 A
Sequeiro 6018 4875 5258 1550 4425 B
Meacutedias 8548 a 7296 ab 6994 b 3723 c
Ciclo 201415
Irrigado 13088 11005 10110 7300 10376 A
Sequeiro 10750 7548 6465 3110 6968 B
Meacutedias 11919 a 9276 b 8288 b 5205 c
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
85
Para a produtividade de sementes o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste
para as duas condiccedilotildees da produtividade de sementes em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nos
dois anos de avaliaccedilatildeo (Figura 17 e Figura 18) O uso da irrigaccedilatildeo duplicou a produtividade
de sementes no terceiro ano de cultivo apresentando tambeacutem uma oacutetima resposta com a
adubaccedilatildeo nitrogenada O quarto ano de cultivo (segundo ano de avaliaccedilatildeo) apresentou um
consideraacutevel acreacutescimo na produccedilatildeo de frutos e sementes no cultivo sem irrigaccedilatildeo com as
maiores doses de adubo nitrogenado onde o efeito da produccedilatildeo se mostrou acentuado com a
complementaccedilatildeo de aacutegua por irrigaccedilatildeo e com a correta adubaccedilatildeo nitrogenada quadruplicando
a sua produccedilatildeo em alguns casos quando se verificou o comportamento linear crescente no 4ordm
ano com acreacutescimo de 00035 Mg ha-1
e 00047 Mg ha-1
da produtividade de sementes para
cada kg de nitrogecircnio aplicado por hectare na aacuterea irrigada e sem irrigaccedilatildeo respectivamente
Por ser ainda uma planta em formaccedilatildeo eacute aceitaacutevel o fato da produtividade do terceiro ano de
cultivo da cultura ser inferior ao ano seguinte por receber uma menor dosagem na sua
adubaccedilatildeo de manutenccedilatildeo e por principalmente a cultura passar pelo processo de
estabelecimento nos seus primeiros anos jaacute que o seu pico de produccedilatildeo soacute eacute observado a
partir do seu quinto ano de cultivo (ARRUDA et al 2004)
Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
y = 00048x + 06377
Rsup2 = 09453 p-valor = 00099
y = 00038x + 0247
Rsup2 = 07245 p-valor = 00011
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
sem
ente
s (M
g h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
86
Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no quarto ano de cultivo
Patolia et al (2007) avaliaram o desenvolvimento do pinhatildeo-manso nos dois primeiros
anos agriacutecolas de cultivo (200405 e 200506) em funccedilatildeo da fertilizaccedilatildeo mineral de N e P e
notaram que apesar do aumento adicional da dosagem de N no primeiro ano cultivo natildeo foi
observado aumento significativo na produtividade diminuindo com a aplicaccedilatildeo da dosagem
de 60 kg ha-sup1 (N60) com relaccedilatildeo a dosagem de 45 kg ha
-sup1 (N45) Com isso as maiores
produtividades de sementes da cultura (356 e 4672 kg ha-1
) foram registradas com o uso de
N45 e N60 em 200405 e 200506 respectivamente A exigecircncia de uma menor quantidade
de N nos primeiros anos da cultura confirma as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010)
que estabelece doses crescentes dos nutrientes a partir do seu primeiro ano de cultivo no
campo ateacute o seu quarto ano de cultivo quando a cultura inicia o seu pico de produccedilatildeo
Os resultados apresentados nesse trabalho encontram-se abaixo do relatado na
literatura claacutessica sobre a cultura (HELLER 1996) entretanto por existir pouca informaccedilatildeo
sobre a cultura muitos autores estimaram a produtividade da cultura caso o seu provaacutevel
potencial fosse atingido (ARRUDA et al 2004 TEWARI 2009 FACT 2010) Em
contrapartida trabalhos mais recentes obtiveram produtividades semelhantes ou abaixo para
os primeiros anos de cultivo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012
TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013)
O aumento da produtividade de frutos e sementes com a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo
nitrogenada comprova que essa cultura apesar de possuir caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo a
y = 00035x + 07638
Rsup2 = 09646 p-valor = 00015
y = 00047x + 0337
Rsup2 = 09674 p-valor lt00001
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 515 103 1545
Pro
du
tivid
ad
e d
e se
men
tes
(Mg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
87
condiccedilotildees adversas de clima e solo como a sua restriccedilatildeo de fertilidade pode obter ganhos
consideraacuteveis na sua produtividade quando o solo eacute corretamente suprido quanto agraves suas
exigecircncias nutricionais Mohapatra e Panda (2011) ao estudarem os efeitos de diferentes
dosagens e combinaccedilotildees da adubaccedilatildeo NPK na produccedilatildeo de pinhatildeo-manso de cinco anos de
cultivo no leste da Iacutendia encontraram para o tratamento que recebeu a maior dosagem de N
(60 g planta-sup1) aplicado via ureia a maior produtividade de sementes (42721 kg ha
-sup1) Yong
et al (2010) tambeacutem verificaram uma maior produtividade da cultura com aplicaccedilatildeo de
maiores doses de fertilizante nitrogenado tendo um aumento exponencial do nuacutemero de frutos
por planta com o aumento da dosagem de fertilizante tambeacutem foram obtidas melhorias nas
caracteriacutesticas fisioloacutegicas da planta como um maior teor de N foliar maior capacidade de
assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 e maior teor de clorofila total
A praacutetica da irrigaccedilatildeo garantiu para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura um
aumento de mais de 100 da produtividade de sementes em comparaccedilatildeo com o cultivo em
sequeiro Para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo a aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo apresentou um
aumento crescente em relaccedilatildeo ciclo passado soacute que desta vez acompanhado com o aumento
do cultivo sem irrigaccedilatildeo ainda assim o aumento da produtividade na aacuterea com histoacuterico de
irrigaccedilatildeo apresentou-se com uma produtividade 489 maior do que o cultivo sem irrigaccedilatildeo
O uso da irrigaccedilatildeo complementar assim como neste estudo tem se apresentado essencial em
outros trabalhos para garantir o aumento da produtividade e a garantia da sobrevivecircncia da
cultura em alguns casos (KHEIRA ATTA 2009 BEHERA et al 2010 SILVA et al 2011
OLIVEIRA et al 2012 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) Em uma aacuterea de baixada
irrigada com boa fertilidade Purcino e Drummond (1986) observaram que o pinhatildeo-manso
comeccedilou a produzir logo no segundo ano atingindo 2000 kg ha-1
de sementes Por outro lado
Drumond et al (2007) obtiveram produtividades variando de 330 kg ha-1
em condiccedilotildees de
sequeiro a 1200 kg ha-1
em aacuterea irrigada jaacute no primeiro ano de cultivo em Petrolina-PE
88
45 Produtividade da aacutegua
Na Figura 19 satildeo apresentados os valores de produtividade de aacutegua (PA) em
quilogramas de sementes produzidas para as aacutereas irrigada e sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das
diferentes doses de nitrogecircnio aplicada para o terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso Para
este estudo foi calculada a produtividade de aacutegua apenas para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo
devido agrave ausecircncia de irrigaccedilatildeo no ciclo seguinte
Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos no terceiro ano de
cultivo
O tratamento S1 foi o que apresentou a melhor produtividade de aacutegua com 102 kg m-
sup3 seguido por S3 P1 e S2 Comparando a praacutetica da irrigaccedilatildeo os tratamentos irrigados natildeo
corresponderam proporcionalmente a uma maior produccedilatildeo pelo total de aacutegua aplicada na
cultura embora a PA natildeo tenha diferido entre os diferentes tipos de manejo hiacutedrico (Tabela
12) A produtividade meacutedia de aacutegua nos tratamentos irrigados foi de 067 kg m-sup3 enquanto
que nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo foi de 076 kg m-sup3 valores estes superiores aos encontrados
por Sousa et al (2012) de 060 kg m-sup3 O efeito da adubaccedilatildeo nitrogenada mostrou-se
altamente significativo na PA (Tabela 12) o que confirma os resultados encontrados por
diversos autores em outras culturas agriacutecolas (NIELSEN HALVORSON 1991 MEDEIROS
DUBEUX JUNIOR 2008 CHAVES GHEYI RIBEIRO 2011) Assim como a
produtividade da cultura natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N
aplicadas
P1
P2P3
P4
S1
S2S3
S4
00
02
04
06
08
10
12
150 N 100 N - S1 50 N 0 N
Pro
du
tiv
ida
de
de
aacuteg
ua
(k
g m
-sup3)
Irrigado (Pivocirc central) Natildeo irrigado (Sequeiro)
89
Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo
Fonte de Variaccedilatildeo GL Quadrado meacutedio F Valor-p
Blocos [I] 6 00855 371 00141
I 1 00587 254 01281
N 3 05004 217 lt00001
I x N 3 00696 302 00569
Resiacuteduo 18 002305
Meacutedia geral 0715
CV () 212
I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo aos tratamentos adubados constata-se que apenas os tratamentos sem
adubaccedilatildeo nitrogenada tiveram uma draacutestica reduccedilatildeo na produtividade de aacutegua
correspondendo com a sua baixa produtividade de sementes diferindo dos resultados
encontrados por Yang et al (2013) A Figura 20 apresenta o diagrama de dispersatildeo e a
equaccedilatildeo de regressatildeo da produtividade em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas no solo
no terceiro ano de cultivo O modelo de regressatildeo linear foi o uacutenico que proporcionou ajuste
significativo para todos os componentes da equaccedilatildeo obtendo um coeficiente de determinaccedilatildeo
corrigido de 813 Sousa et al (2012) para o pinhatildeo-manso e Barros Juacutenior et al (2008) para
a cultura da mamoneira tambeacutem observaram um aumento linear para a PA nesses trabalhos
tais aumentos foram resultantes do incremento da disponibilidade de aacutegua no solo Pelo fato
do uso da irrigaccedilatildeo e da sua interaccedilatildeo com os tratamentos adubados natildeo ter dado efeito
significativo uma uacutenica equaccedilatildeo de ajuste da produtividade de aacutegua em funccedilatildeo das doses de
nitrogecircnio foi determinada
90
Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
A praacutetica da irrigaccedilatildeo apesar de ter gerado um aumento significativo na produtividade
de frutos e sementes de pinhatildeo-manso natildeo acarretou em uma variaccedilatildeo significativa na
produtividade de aacutegua para a cultura Estes resultados apresentam-se distintos quando
comparados com outros trabalhos da literatura nos quais a aplicaccedilatildeo da quantidade ideal de
aacutegua por irrigaccedilatildeo com o seu correto manejo para a cultura do pinhatildeo-manso permitiu trazer
diferentes resultados natildeo garantindo uma maior produtividade da aacutegua ou eficiecircncia no seu
uso Santana et al (2015) encontraram para as plantas de pinhatildeo-manso irrigadas com deacuteficit
hiacutedrico uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua fotossinteacutetica com uma reduccedilatildeo de 27 no
consumo total de aacutegua entretanto as plantas com irrigaccedilatildeo plena (tratamento controle)
obtiveram uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de biomassa devido ao efeito
negativo dos tratamentos irrigados com deacuteficit na produccedilatildeo de biomassa Kheira e Atta
(2009) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso sob deacuteficit hiacutedrico no Egito encontraram
valores de PA de 021 044 031 e 041 kg m-sup3 para 125 100 75 e 50 da
Evapotranspiraccedilatildeo da cultura respectivamente apresentando um ajuste quadraacutetico assim
como foi encontrado por Deus et al (2012) Jaacute Sousa et al (2012) encontraram um aumento
na PA em plantas de pinhatildeo-manso que recebiam a menor lacircmina de irrigaccedilatildeo Estes mais
variados comportamentos da cultura com relaccedilatildeo a sua eficiecircncia do uso da aacutegua ou
produtividade de aacutegua como eacute mais comumente chamado nos dias atuais corroboram com os
relatos de Jongschaap et al (2007) de que o pinhatildeo-manso apesar de possuir caracteriacutesticas
de se desenvolver em regiotildees semiaacuteridas e aacuteridas tropicais sendo entatildeo considerada como
y = 000505x + 04537
Rsup2corr = 08129 p-valor = lt00001
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
aacuteg
ua
(k
g m
- sup3)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
91
uma cultura tolerante a escassez hiacutedrica ainda eacute pouco estudado no que se refere ao seu uso
da aacutegua e agrave sua eficiecircncia do uso da aacutegua
Com isso observa-se que a maior produtividade de sementes encontrada no
tratamento irrigado com a maior dose de nitrogecircnio aplicada natildeo corresponde agrave maior
produtividade de aacutegua que foi obtida no tratamento com a maior dose de nitrogecircnio aplicado
soacute que no tratamento sem irrigaccedilatildeo Comportamento semelhante foi encontrado por Yang et
al (2013) que estudaram os efeitos da adiccedilatildeo de nitrogecircnio e do uso da aacutegua no crescimento e
desenvolvimento do pinhatildeo-manso e encontraram que com o maior intervalo de irrigaccedilatildeo (12
dias) houve reduccedilatildeo significativa no crescimento liacutequido da planta na aacuterea foliar na massa
seca total e na capacidade de armazenamento da aacutegua Entretanto houve economia de aacutegua de
irrigaccedilatildeo de 21 quando comparado com intervalos menores (4 e 8 dias) Contudo os autores
relatam que os maiores intervalos de irrigaccedilatildeo aumentaram a eficiecircncia do uso da aacutegua na
irrigaccedilatildeo (EUAi) e a eficiecircncia do uso da aacutegua no cultivo (EUAet) Assim a combinaccedilatildeo ideal
foi o tratamento com intervalo de irrigaccedilatildeo de 12 dias com o uso de nitrogecircnio o qual pode
aumentar a eficiecircncia do uso da aacutegua que apresenta o mesmo o conceito da produtividade da
aacutegua com a diferenccedila de que a produtividade de aacutegua eacute o produto da integraccedilatildeo das taxas de
produccedilatildeo de mateacuteria seca e da transpiraccedilatildeo (ou evapotranspiraccedilatildeo) ao longo do tempo
(FRIZZONE 2014)
46 Anaacutelise de crescimento
Na Figura 21 eacute ilustrada a altura meacutedia da planta sob condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro e
das doses de nitrogecircnio respectivamente nos periacuteodos de cultivo e nas eacutepocas de avaliaccedilatildeo
as cinco primeiras eacutepocas de avaliaccedilatildeo correspondem ao ciclo 201314 e as cinco uacuteltimas
avaliaccedilotildees ao ciclo 201415 Observa-se que a irrigaccedilatildeo influenciou muito pouco a altura da
planta sendo mais acentuado o efeito das diferentes doses de nitrogecircnio aplicadas Ao final de
cada ciclo produtivo as plantas apresentaram uma altura meacutedia de 265 m e 300 m para o
terceiro e quarto ano de cultivo respectivamente Verificou-se ainda um menor crescimento
entre o segundo e o terceiro periacuteodo e entre o seacutetimo e o oitavo periacuteodo de avaliaccedilatildeo eacutepocas
que coincidem com a fase produtiva da cultura corroborando com relatos de Larcher (2000)
Segundo esse autor paralisaccedilotildees no crescimento vegetativo das plantas em funccedilatildeo da
aceleraccedilatildeo do crescimento produtivo ocorrem pela canalizaccedilatildeo da energia e de materiais
destinados agrave floraccedilatildeo e agrave frutificaccedilatildeo que por sua vez originam-se no processo fotossinteacutetico
92
na incorporaccedilatildeo de substacircncias minerais e na mobilizaccedilatildeo de reservas para formaccedilatildeo e
enchimentos dos frutos Ao final da fase de maturaccedilatildeo dos frutos eacute iniciado o periacuteodo de
senescecircncia das folhas do pinhatildeo-manso o que gera um pequeno decreacutescimo no seu tamanho
evidenciado ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo
(a) (b)
Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das
doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Os resultados da anaacutelise univariada de perfil da variaacutevel altura de planta considerando
o esquema de parcela subdividida no tempo para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
indicam que existem diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico as doses de N o tempo (Dias
apoacutes a poda de limpeza ndash DAP) e para todas as interaccedilotildees com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo DAP x
irrigaccedilatildeo x doses de N para o primeiro ciclo (Tabela 13) e das interaccedilotildees irrigaccedilatildeo x doses de
N e DAP x irrigaccedilatildeo x doses de N para o segundo ciclo (Tabela 14) Observa-se que a
hipoacutetese de perfis coincidentes para os demais fatores foi rejeitada (plt005) pelo teste F
indicando que a altura do pinhatildeo-manso apresenta comportamento diferenciado conforme o
tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N impostos
Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 1135799 0180286 2288 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1207324 0201221 2553 lt00001
Doses N 3 1064012 03546706 4501 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 0255201 02552006 3238 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0065522 00218406 277 00457
Resiacuteduo a 18 0484241 00269023 341 lt00001
DAP 4 7780440 19451100 24683 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0103565 00258913 329 00143
DAP x Doses N 12 0371960 00309967 393 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0025725 00021438 027 09923
Resiacuteduo b 96 075651 000788
Total corrigido 159 12114499
Rsup2 = 09376 CV = 369 Meacutedia da Altura de planta (m) = 241
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
93
Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 1313087 02084265 1754 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1000679 01667798 1404 lt00001
Doses N 3 4204642 14015473 11797 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 1287016 12870156 10833 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 00056569 00018856 016 09238
Resiacuteduo a 18 03705663 0020587 173 00463
DAP 4 5476071 13690178 11523 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 02311438 00577859 486 00013
DAP x Doses N 12 04533988 00377832 318 00007
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 01016963 00084747 071 07351
Resiacuteduo b 96 114053 00118805
Total corrigido 159 14271399
Rsup2 = 09201 CV = 384 Meacutedia da Altura de planta (m) = 284
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Conforme esperado pode-se observar nas anaacutelises univariadas de perfil para a altura
de plantas que nos dois anos de cultivo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de
perfis horizontais que testa o efeito do tempo indicando que agrave medida que o tempo progride
haacute variaccedilatildeo da altura do pinhatildeo-manso De forma semelhante a hipoacutetese de perfis paralelos
tambeacutem foi rejeitada (plt005) indicando que as interaccedilotildees DAP x irrigaccedilatildeo e DAP x Doses N
atuam de forma dependente no crescimento em altura do pinhatildeo-manso
As anaacutelises do teste de esfericidade de Mauchly para a variaacutevel altura das plantas para
os dois anos de cultivo satildeo apresentadas na Tabela 15 De acordo com os resultados
apresentados para cada teste a condiccedilatildeo de esfericidade foi satisfeita para o ciclo 201314 e
rejeitada para o ciclo 201415 o que indica que para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a matriz de
variacircncias e covariacircncias apresenta uma forma chamada HUYNH-FELDT (H-F) e desta
forma o procedimento para a anaacutelise univariada de perfis pode ser utilizado O segundo ano
de avaliaccedilatildeo por sua vez por natildeo satisfazer essa condiccedilatildeo para altura das plantas indica que o
teste univariado natildeo deve ser utilizado procedendo-se neste caso a anaacutelise multivariada de
perfis
Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 043237 13765 01309 Univariada
201415 9 031697 22309 00079 Multivariada
94
Avaliando o crescimento em altura ao longo do tempo da Leucaena leucocephala
(Lam) de Wit Souza et al (2008) verificaram rejeiccedilatildeo da condiccedilatildeo de esfericidade pelo teste
de esfericidade de Mauchly fato este tambeacutem observado por Rabello Thiebault e
Vasconcelos Junior (2015) para altura de plantas de feijatildeo-vagem Por outro lado trabalhando
com dados longitudinais em experimentaccedilatildeo animal Cestari Costa e Minho (2012)
observaram que a condiccedilatildeo de esfericidade natildeo foi violada pelo teste de Mauchly Neste caso
o teste univariado poderia ser utilizado pois a matriz de variacircncias e covariacircncias
apresentavam variacircncias comuns e covariacircncias nulas
Por meio dos testes multivariados para altura de plantas no segundo ano de avaliaccedilatildeo
a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos) foi rejeitada para as
doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar indicando que as distacircncias meacutedias entre
cada um desses grupos satildeo diferentes (Tabela 16) Nas anaacutelises intra indiviacuteduos o teste para o
fator DAP (dias apoacutes a poda de limpeza) testou a hipoacutetese de perfis horizontais (constantes)
Esta hipoacutetese foi rejeitada o que indica que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que
descrevem as alturas meacutedias das plantas ao longo do tempo O teste para as interaccedilotildees DAP x
I e DAP x N testou a hipoacutetese de perfis paralelos que foi rejeitada para a interaccedilatildeo DAP x I e
satisfeita para DAP x N para o teste estatiacutestico Traccedilo de Pillai embora ela tenha sido rejeitada
para os demais testes Com isso conclui-se a partir desses resultados que o crescimento em
altura para a interaccedilatildeo DAP x I eacute diferenciado pelo tratamento aplicado
Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel altura no
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p
Entre indiviacuteduos
Blocos (I) 6 730 00016
I 1 4027 lt 00001
N 3 4385 lt 00001
I x N 3 006 09807
Intra indiviacuteduos
DAP 4 34334 lt00001
DAP x Bloco (I) 12 277 00046
DAP x I 4 376 00216
DAP x N 12 169 00907
DAP x I x N 12 075 07021
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N
De acordo com o exposto os perfis meacutedios de resposta da altura das plantas (m) em
funccedilatildeo das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos
dois anos de cultivo pode ser representado graficamente conforme a Figura 22
95
Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
Com a exceccedilatildeo do primeiro periacuteodo de avaliaccedilatildeo em que os tratamentos foram receacutem
aplicados natildeo havendo portanto efeito sobre as plantas observou-se efeito significativo dos
tratamentos em praticamente todos os periacuteodos de avaliaccedilatildeo no primeiro ciclo ocorrendo
efeito significativo das doses de nitrogecircnio sobre a expressatildeo fenotiacutepica de altura meacutedia
(Figura 23) Esses resultados concordam com os encontrados por Albuquerque et al (2009b)
Oliveira e Beltratildeo (2010) e Yang et al (2013) O modelo polinomial de regressatildeo linear foi o
que apresentou o melhor ajuste para a altura de plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de
limpeza (DAP) para todos os tratamentos apesar da reduccedilatildeo do crescimento meacutedio diaacuterio na
eacutepoca do inverno (Tabela 17) Para o segundo ano de avaliaccedilatildeo o uso da irrigaccedilatildeo mostrou
um efeito superior com relaccedilatildeo aos tratamentos natildeo irrigados em praticamente todo o periacuteodo
de avaliaccedilatildeo (Figura 24) e assim como para as doses de N de maior valor tiveram a regressatildeo
linear como melhor ajuste para a altura das plantas (Tabela 17) onde expressou-se o aumento
da altura das plantas no pico da produccedilatildeo natildeo ocorrendo o seu decreacutescimo no termino do seu
ciclo com o iniacutecio do periacuteodo do inverno Os demais tratamentos com deacuteficit (natildeo irrigado e
com as doses de 50 e 0 de N) tiveram o modelo de regressatildeo quadraacutetico como o melhor
ajuste para altura de plantas (Tabela 17) Na Tabela 18 satildeo apresentados as equaccedilotildees de ajuste
seguidos do coeficiente de determinaccedilatildeo corrigido (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento
nos dois anos de avaliaccedilatildeo
18
20
22
24
26
28
45 110 180 230 280
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
30
32
34
45 90 130 190 260
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
18
20
22
24
26
28
45 110 180 230 280
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
22
24
26
28
30
32
34
45 90 130 190 260
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
96
Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1292 -26881 -26671 1423
-30348 -30140 787
-14210 -13985
Quadraacutetico 652ns
-26791 -26569 732ns
-30381 -30151 405ns
-14161 -13900
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1065 -14820 -14608 1324
-16041 -15808 427
-15645 -15416
Quadraacutetico 564ns
-14908 -14646 645ns
-15842 -15593 220ns
-15563 -15301
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 505 -22525 -22358 243
-23220 -23050 459
-12768 -12632
Quadraacutetico 260ns
-22898 -22705 153 -23872 -23652 232
ns -13055 -12878
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 311 -12585 -12439 257
-13791 -13635 118
-12617 -12430
Quadraacutetico 164ns
-12914 -12715 155 -14286 -14048 81
-12941 -12680
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314
(a) (b)
Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415
18
2
22
24
26
28
3
0 50 100 150 200 250 300 350
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
18
2
22
24
26
28
3
0 50 100 150 200 250 300 350
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
22
24
26
28
3
32
34
0 50 100 150 200 250 300
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
3
32
34
0 50 100 150 200 250 300
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
97
Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Altura (m) = f (DAP)
Rsup2corr Valor p Ciclo 201314
Irrigado 261x10-3
DAP + 196605 09697 lt00001
Natildeo Irrigado 22 x10-3
DAP +196074 09276 lt00001
150 N 258 x10-3
DAP + 198839 09710 lt00001
100 N 278x10-sup3 DAP + 196031 09326 lt00001
50 N 266x10-3
DAP + 192732 09698 lt00001
0 N 159x10-3
DAP + 197756 08960 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr Valor p
Irrigado 254 x10-3
DAP + 256891 06737 lt00001
Natildeo Irrigado -1174 x10-5
DAPsup2 + 00053 DAP + 23023 07572 lt00001
150 N 281 x10-3
DAP + 256395 08370 lt00001
100 N 236 x10-3
DAP + 263288 07278 lt00001
50 N -1041 x10-5
DAPsup2 + 000505 DAP + 241365 08040 lt00001
0 N -122x10-5
DAPsup2 + 000521 DAP + 214707 06583 00012
O diacircmetro de copa para os diferentes tratamentos eacute apresentado na Figura 25 sob
condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro (a) e para as doses de nitrogecircnio (b) respectivamente
Observou-se um comportamento semelhante ao paracircmetro altura no que se refere agrave curva de
crescimento Assim como na altura meacutedia da planta os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a
aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mostraram o menor crescimento no diacircmetro de copa quando
comparado aos demais tratamentos Em resumo independente do uso da irrigaccedilatildeo e das doses
de adubo nitrogenado o crescimento do diacircmetro meacutedio de copa seguiu o mesmo padratildeo para
todos os tratamentos tendo grande aumento da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo e
aumentando com o tempo em uma taxa relativamente constante ao longo do ciclo ateacute a
penuacuteltima avaliaccedilatildeo quando o diacircmetro meacutedio de copa teve uma pequena queda devido ao
iniacutecio do periacuteodo de senescecircncia foliar
Na primeira avaliaccedilatildeo realizada o diacircmetro meacutedio geral foi de 154 m e ao final de
cada ciclo produtivo as plantas obtiveram um diacircmetro meacutedio de copa de 274 m e 322 m
para o terceiro e quarto de ano cultivo respectivamente assemelhando-se aos resultados
apresentados por Muumlller et al (2014) e superiores aos resultados de Torres et al (2011)
A variaccedilatildeo do diacircmetro de copa das plantas ocorreu principalmente em funccedilatildeo do
estaacutedio de desenvolvimento e da poda de manutenccedilatildeo e limpeza realizada sempre ao final de
cada ciclo de cultivo Ao longo do terceiro ano de cultivo o diacircmetro de copa das plantas de
98
pinhatildeo-manso tiveram uma taxa de crescimento acentuado ateacute marccedilo de 2014 tendo um
crescimento meacutedio diaacuterio de 061 063 059 e 045 cm dia-1
nas doses de 150 100 50 e
0 de nitrogecircnio respectivamente Com relaccedilatildeo ao tipo de manejo hiacutedrico adotado os
tratamentos irrigados e sem irrigaccedilatildeo apresentaram a mesma taxa de crescimento de 057 cm
dia-1
mesmo assim houve diferenccedila significativa da irrigaccedilatildeo nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo o
que leva a concluir que o pinhatildeo-manso tambeacutem eacute exigente em aacutegua e quando suprido com as
suas necessidades hiacutedricas pode se desenvolver satisfatoriamente (FARIA et al 2011
OLIVEIRA et al 2012)
No quarto ano de cultivo os tratamentos com menores doses de nitrogecircnio aplicado
apresentaram as maiores taxas de crescimento diaacuterio sendo observada no tratamento com 0
de N (056 cm dia-1
) seguido do tratamento com 100 de N (054 cm dia-1
) 50 de N (051
cm dia-1
) e 150 de N (035 cm dia-1
) Diferente do terceiro ano os tratamentos com histoacuterico
de irrigaccedilatildeo apresentaram menor taxa de crescimento diaacuterio (044 cm dia-1
) em comparaccedilatildeo
com o valor meacutedio dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo (053 cm dia-1
) Isso pode ser
explicado devido ao alto crescimento do diacircmetro no terceiro ano dos tratamentos irrigados e
com maiores doses de nitrogecircnio o que diminuiu a aacuterea de crescimento das plantas que no
final do quarto ano se encontravam com os ramos proacuteximos das plantas vizinhas mesmo com
a praacutetica da poda de manutenccedilatildeo e limpeza feito no final do terceiro ano Aleacutem disso o fato
da suspensatildeo da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo para a aacuterea irrigada eacute um fator que deve ser
considerado
(a) (b)
Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar
(a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Por meio da anaacutelise univariada de perfil foi verificado que para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo o diacircmetro de copa apresentou diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico utilizado
as doses de N e as eacutepocas de leitura realizadas (DAP) Para o ciclo 201314 a hipoacutetese de
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Diacirc
met
ro d
a c
op
a (
m)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
99
perfis coincidentes foi satisfatoacuteria para as interaccedilotildees Irrigaccedilatildeo x Doses de N e DAP x
Irrigaccedilatildeo (Tabela 19) enquanto que para ciclo 201415 a interaccedilatildeo DAP x Doses de N obteve
essa condiccedilatildeo (Tabela 20) A interaccedilatildeo tripla DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N tambeacutem apresentou
condiccedilatildeo satisfatoacuteria para a hipoacutetese de perfis coincidentes sendo verificado para os dois anos
de cultivo Para os demais fatores a hipoacutetese de perfis coincidentes foi rejeitada (plt005) pelo
teste F o que indica nesses casos que o diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso apresenta
comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N considerada
podendo haver interaccedilatildeo ao longo do tempo para um ou mais fatores
Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 453052 071913 4968 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1538018 0256336 1771 lt00001
Doses N 3 1121413 0373804 2582 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 139876 139876 9663 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0118585 0039528 273 00481
Resiacuteduo a 18 0829183 0046066 318 00001
DAP 4 3949819 9874546 68218 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0063678 0015919 110 03612
DAP x Doses N 12 058035 0048363 334 00004
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0157028 0013086 090 05459
Resiacuteduo b 96 13896 0014475
Total corrigido 159 466948
Rsup2 = 09702 CV = 477 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 252
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 2466208 0391462 2944 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 0542885 0090481 680 lt00001
Doses N 3 3145428 1048476 7884 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 1802003 1802003 13551 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0087148 0029049 218 00948
Resiacuteduo a 18 0830395 0046133 347 lt00001
DAP 4 1733346 4333365 32586 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0434685 0108671 817 lt00001
DAP x Doses N 12 028251 0023543 177 00641
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0203565 0016964 128 02455
Resiacuteduo b 96 127662 0013298
Total corrigido 159 259387
Rsup2 = 09508 CV = 368 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 313
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Para o diacircmetro de copa pode-se observar pelas anaacutelises univariadas de perfil que nos
dois ciclos de avaliaccedilatildeo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de perfis
horizontais indicando que agrave medida que o tempo progride haacute variaccedilatildeo no diacircmetro de copa
do pinhatildeo-manso A hipoacutetese de perfis paralelos por sua vez foi rejeitada (plt005) para a
100
interaccedilatildeo DAP x Doses N e satisfeita para a interaccedilatildeo DAP x irrigaccedilatildeo para o ciclo 201314
enquanto que no ciclo seguinte tais interaccedilotildees ocorreram de forma oposta
Da mesma forma que ocorreu para altura de plantas o teste de esfericidade de
Mauchly para a variaacutevel diacircmetro de copa apresentou condiccedilatildeo de esfericidade satisfatoacuteria
para o ciclo 201314 e foi rejeitada para o ciclo 201415 (Tabela 21) Com isso sugere-se o
uso da anaacutelise univariada de perfis com parcelas subdividas no tempo para o primeiro ciclo
avaliaccedilatildeo e a anaacutelise multivariada de perfis para o ciclo 201415
Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 Valor p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 053605 10236 03317 Univariada
201415 9 039956 17255 00449 Multivariada
O diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso apresentaram por meio dos
testes multivariados a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos)
rejeitada para as doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar no segundo ano de
avaliaccedilatildeo indicando que as distacircncias meacutedias entre cada um desses grupos satildeo diferentes
(Tabela 22) A hipoacutetese de perfis horizontais (constantes) nas anaacutelises intra indiviacuteduos para o
fator DAP foi rejeitada indicando que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que
descrevem os diacircmetros meacutedios de copa das plantas ao longo do tempo O teste para a
hipoacutetese de perfis paralelos foi rejeitada para as interaccedilotildees DAP x I e DAP x N o que define
que o crescimento do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso no segundo ano de avaliaccedilatildeo eacute
diferenciado de acordo com o tratamento aplicado
Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel diacircmetro
de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p
Entre indiviacuteduos
Blocos (I) 6 196 01253
I 1 3906 lt 00001
N 3 2273 lt 00001
I x N 3 063 06053
Intra indiviacuteduos
DAP 4 35616 lt00001
DAP x Bloco (I) 24 213 00075
DAP x I 4 689 00023
DAP x N 12 257 00097
DAP x I x N 12 162 01161
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N
101
Os perfis meacutedios de resposta em funccedilatildeo do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso (m)
para as quatro doses de adubo nitrogenado e as duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois
anos de cultivo eacute apresentado na Figura 26
Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
Para o diacircmetro meacutedio de copa observou-se efeito positivo dos tratamentos aplicados
em grande parte das medidas de avaliaccedilatildeo no terceiro (Figura 27) e no quarto ano de cultivo
(Figura 28) Durante os dois ciclos houve um efeito positivo do uso da irrigaccedilatildeo sobre a
expressatildeo fenotiacutepica do diacircmetro de copa sendo observado um acreacutescimo do diacircmetro nas
trecircs primeiras avaliaccedilotildees decrescendo ao final do ciclo Esses resultados corroboram com os
encontrados por Albuquerque et al (2009a) que analisando o crescimento inicial do pinhatildeo-
manso em condiccedilotildees de sequeiro no semiaacuterido nordestino verificaram um raacutepido crescimento
da cultura no periacuteodo chuvoso no entanto na eacutepoca seca do ano ocorreu uma draacutestica
reduccedilatildeo na sua taxa de crescimento O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o
melhor ajuste para o diacircmetro de copa das plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de limpeza
(DAP) para os diferentes tipos de manejo hiacutedrico e doses de N para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo (Tabela 23) Com isso nos dois ciclos avaliados se expressou o aumento do
diacircmetro de copa no pico da produccedilatildeo decrescendo no termino do seu ciclo com o iniacutecio do
inverno A reduccedilatildeo do diacircmetro meacutedio de copa nas uacuteltimas coletas de cada ciclo corrobora
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
45 110 180 230 280
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
30
32
34
36
38
45 90 130 190 260
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
45 110 180 230 280
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
45 90 130 190 260
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
102
com a afirmaccedilatildeo de Santos et al (2010) de que o diacircmetro da copa do pinhatildeo-manso sofre
intensa reduccedilatildeo durante a estaccedilatildeo de inverno com a queda das folhas mas que essas
ressurgem vigorosamente apoacutes o iniacutecio das chuvas As equaccedilotildees de ajuste seguidas do
coeficiente de determinaccedilatildeo corrigidos (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento nos dois anos
de avaliaccedilatildeo para diacircmetro de copa satildeo apresentadas na Tabela 24
(a) (b)
Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 890 -1533 -1545 1272
-1791 -1808 503
-740 -753
Quadraacutetico 1571 -2205 -2190 2697
-2661 -2644 956
-1110 -1090
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 809 -888 -905 530
-808 -820 316
-819 -831
Quadraacutetico 1750 -1351 -1329 873
-1136 -1120 683
-1175 -1156
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 207 -1892 -1902 374
-1607 -1618 120
-841 -857
Quadraacutetico 673 -2493 -2479 850
-2206 -2193 414
-1181 -1175
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 118 -858 -879 218
-952 -958 161
-851 -856
Quadraacutetico 566 -1290 -1285 379
-1196 -1181 374
-1131 -1107
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
1
15
2
25
3
35
0 50 100 150 200 250 300 350
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
1
15
2
25
3
35
0 50 100 150 200 250 300 350
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
103
(a) (b)
Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
O uso de anaacutelise de medidas repetidas no tempo fazendo uso de anaacutelises uni e
multivariadas tem sido uma alternativa no estudo do crescimento e do desenvolvimento de
plantas (GEBER DAWSON 1990 HANCOCK et al 2007 KING STANTON 2008
METCALFE et al 2008) tais como os efeitos da disponibilidade de aacutegua para as plantas e de
nutrientes que tem servido de fontes para alguns estudos (CARROL PALLARDY GALEN
2001 BREEN RICHARDS 2008 SANTIAGO et al 2012) Achten et al (2010)
monitoraram algumas variaacuteveis de crescimento e de produccedilatildeo de biomassa em pinhatildeo-manso
cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo submetidas a trecircs diferentes niacuteveis de estresse hiacutedrico e
encontraram para as mudas que sofriam estresse hiacutedrico severo (natildeo irrigadas) a paralisaccedilatildeo
do crescimento o iniacutecio da queda das folhas e a reduccedilatildeo do diacircmetro do caule nos primeiros
dias apoacutes o iniacutecio dos tratamentos Por meio da anaacutelise de medidas repetidas os autores
confirmaram que os tratamentos de niacutevel de estresse hiacutedrico influenciaram significativamente
as variaacuteveis de crescimento enquanto que o tipo de Acesso natildeo teve efeito significativo O
efeito do tempo (idade da planta) e a interaccedilatildeo tempo X niacutevel de estresse tiveram interaccedilatildeo
significativa (valor p lt0001) influenciando no comprimento do caule nuacutemero de folhas
diacircmetro na base do caule volume de caule fator de forma e volume total (volume de tronco
+ ramos) no referido trabalho
2
24
28
32
36
4
0 50 100 150 200 250 300
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
2
24
28
32
36
4
0 50 100 150 200 250 300
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
104
Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a
poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos
de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Diacircmetro de copa (m) = f (DAP)
Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314
Irrigado -418x10-5
DAPsup2 + 001879 DAP + 091195 09480 lt00001
Natildeo Irrigado -385x10-5
DAPsup2 + 001769 DAP + 078312 09694 lt00001
150 N -438x10-5
DAPsup2 + 001984 DAP + 082331 09570 lt00001
100 N -386x10-5
DAPsup2 + 001833 DAP + 076701 09749 lt00001
50 N -389x10-5
DAPsup2 + 001787 DAP + 08647 09456 lt00001
0 N -393x10-5
DAPsup2 + 001692 DAP + 093513 09531 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF
Irrigado -454x10-5
DAPsup2 - 0016 DAP + 213748 08901 lt00001
Natildeo Irrigado -542x10-5
DAPsup2 + 001994 DAP + 159186 09187 lt00001
150 N -529x10-5
DAPsup2 - 001876 DAP + 195335 08588 lt00001
100 N -553x10-5
DAPsup2 - 001942 DAP + 187746 08906 lt00001
50 N -416x10-5
DAPsup2 + 00157 DAP + 201854 09074 lt00001
0 N -493x10-5
DAPsup2 + 0018 DAP + 160933 09500 lt00001
O volume de copa do pinhatildeo-manso para os diferentes tratamentos avaliados eacute
apresentado na Figura 29 Diferente dos valores encontrados para a altura meacutedia e o diacircmetro
de copa nota-se uma maior variabilidade entre os dois manejos hiacutedricos adotados e
principalmente entre as diferentes doses de adubaccedilatildeo aplicadas Para o primeiro ano de
avaliaccedilatildeo nesse estudo os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio
apresentaram os menores volumes de copa Jaacute no segundo ano de avaliaccedilatildeo que foi analisado
a partir da sexta eacutepoca de coleta os valores apresentados foram ainda mais contrastantes
Com exceccedilatildeo da seacutetima eacutepoca de coleta que coincidiu com o periacuteodo de pico da produccedilatildeo
justificando portanto a baixa variaccedilatildeo do volume de copa entre os diferentes tipos de manejos
hiacutedrico as demais eacutepocas avaliadas dentro do fator de manejo hiacutedrico e entre as doses
adubaccedilatildeo nitrogenada apresentaram uma alta diferenccedila entre os resultados obtidos
O aumento do volume de copa foi influenciado diretamente pelo maior
desenvolvimento em conjunto da altura e do diacircmetro de copa Os tratamentos que obtiveram
o maior volume de copa apresentaram uma maior emissatildeo de ramos laterais que
consequentemente vieram a ter um maior nuacutemero de inflorescecircncias emitidas permitindo uma
maior produccedilatildeo de frutos e oacuteleo por aacutervore como eacute o caso dos tratamentos irrigados e das
doses de 150 e 100 de nitrogecircnio Spinelli et al (2010) avaliaram os efeitos diretos e
indiretos das caracteriacutesticas vegetativas sobre o rendimento de oacuteleo de pinhatildeo-manso com 38
105
meses de cultivo em espaccedilamento 3 x 2 m e reportaram que ocorre um maior crescimento dos
ramos no sentido do maior espaccedilo de desenvolvimento resultando em uma copa maior Esses
mesmos autores destacaram ainda que o volume da copa tem efeito direto sobre a
produtividade de sementes sendo a arquitetura da copa uma caracteriacutestica importante no
cultivo do pinhatildeo-manso
(a) (b)
Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das
doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Nas Tabelas 25 e 26 satildeo apresentados o resultado da anaacutelise univariada de perfis para
o volume de copa de pinhatildeo-manso para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
respectivamente Assim como para altura de plantas e diacircmetro de copa o volume de copa
apresentou diferenccedilas altamente significativas entre o tipo de manejo hiacutedrico e doses de N
utilizadas A hipoacutetese de perfis horizontais tambeacutem foi rejeitada indicando que agrave medida que
o tempo progride haacute variaccedilatildeo no crescimento em volume de copa do pinhatildeo-manso O
resultado dos testes de paralelismo foi rejeitado para as interaccedilotildees DAP x Irrigaccedilatildeo e DAP x
Doses de N para o ciclo 201314 enquanto que para ciclo 201415 apenas a interaccedilatildeo DAP x
Doses de N obteve essa condiccedilatildeo mostrando nesses casos comportamento diferenciado do
volume de copa do pinhatildeo-manso entre esses tratamentos ao longo do tempo
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vo
lum
e d
e co
pa
(m
sup3)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
106
Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 63 4722827 749655 2491 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 257981 429968 1429 lt00001
Doses N 3 288904 963012 3200 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 101857 101857 3385 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 132621 44207 147 02279
Resiacuteduo a 18 136315 75731 252 00021
DAP 4 3649956 912489 30322 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 126155 315387 1048 lt00001
DAP x Doses N 12 128198 106831 355 00002
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 202008 16834 056 08692
Resiacuteduo b 96 288898 30094
Total corrigido 159 5011726
Rsup2 = 09424 CV = 1327 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 1307
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 63 6849915 108729 3516 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 256135 426891 1380 lt 00001
Doses N 3 1478784 492928 15940 lt 00001
Irrigaccedilatildeo 1 662433 662433 21422 lt 00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 53523 17841 058 06315
Resiacuteduo a 18 268255 149031 482 lt 00001
DAP 4 403496 100874 32621 lt 00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 116951 29238 095 04412
DAP x Doses N 12 918433 76536 248 00073
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 404572 33714 109 03771
Resiacuteduo b 96 296862 30923
Total corrigido 159 7146777
Rsup2 = 09585 CV = 779 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 2259
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
A condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias para o volume de copa para os
dois anos de avaliaccedilatildeo foi satisfeita (Tabela 27) indicando que a anaacutelise univariada de perfis
com parcelas subdividas no tempo realizada anteriormente foi validada para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise multivariada de perfis para nenhum
caso
Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 041419 14470 01066 Univariada
201415 9 043446 12590 01821 Univariada
107
Conforme os resultados apresentados das anaacutelises univariadas de perfis os perfis
meacutedios de resposta para o volume de copa (msup3) em funccedilatildeo das quatro doses de adubo
nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois anos de cultivo eacute apresentado na
Figura 30
Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
O volume meacutedio de copa apresentou uma tendecircncia semelhante agrave observada para o
diacircmetro meacutedio de copa das plantas em alguns tratamentos tendo a regressatildeo quadraacutetica
como melhor modelo de ajuste para todos os tratamentos nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo essa
apresentou para todos os tratamentos os menores valores de AIC e BIC (Tabela 28) As
equaccedilotildees de regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p satildeo
apresentadas na Tabela 29 Independente do periacuteodo em que foi avaliado com a exceccedilatildeo das
primeiras leituras no ciclo 201314 os tratamentos nos quais natildeo houve deacuteficit de aacutegua ou de
nitrogecircnio foram os que apresentaram os maiores resultados para o volume de copa (Figura 31
e Figura 32) De acordo com Spinelli et al (2010) o maior desenvolvimento da copa pode
aumentar a produtividade por planta diminuindo os custos da colheita no pinhatildeo-manso
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
45 110 180 230 280
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
8
11
14
17
20
23
26
29
32
45 90 130 190 260
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
45 110 180 230 280
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
8
11
14
17
20
23
26
29
32
45 90 130 190 260
Vo
lum
e d
e co
pa
(m
sup3)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
108
(a) (b)
Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 968 2235 2246 1212
1912 1909 554
1138 1144
Quadraacutetico 711 2064 2084 1530
1392 1415 538
973 999
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 957 937 942 760
939 945 299
969 973
Quadraacutetico 908 750 776 649
796 820 359
790 815
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 376 2654 2656 380
2716 2716 228
1360 1354
Quadraacutetico 583 2250 2273 634
2274 2296 443
1079 1102
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 217 1318 1307 314
1206 1206 174
1197 1195
Quadraacutetico 606 938 963 440
980 1005 351
942 969
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201415
1
5
9
13
17
21
0 50 100 150 200 250 300 350
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
1
5
9
13
17
21
0 50 100 150 200 250 300 350
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
2
7
12
17
22
27
32
37
0 50 100 150 200 250 300
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
2
7
12
17
22
27
32
0 50 100 150 200 250 300
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
109
Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a
poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos
de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Volume de copa (msup3) = f (DAP)
Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314
Irrigado -268x10-4
DAPsup2 + 014066 DAP ndash 082484 08735 lt00001
Natildeo Irrigado -331x10-4
DAPsup2 + 015806 DAP ndash 29731 09940 lt00001
150 N -354x10-4
DAPsup2 + 017429 DAP ndash 26101 09583 lt00001
100 N -287x10-4
DAPsup2 + 015268 DAP ndash 255456 09593 lt00001
50 N -262x10-4
DAPsup2 + 013816 DAP ndash 135607 09464 lt00001
0 N -294x10-4
DAPsup2 + 013232 DAP ndash 107514 09491 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF
Irrigado -6788x10-4
DAPsup2 + 025585 DAP + 578175 09833 lt00001
Natildeo Irrigado -7289x10-4
DAPsup2 + 027341 DAP + 051229 09806 lt00001
150 N -7823x10-4
DAPsup2 + 029396 DAP + 367095 09526 lt00001
100 N -8129x10-4
DAPsup2 + 029947 DAP + 291215 09877 lt00001
50 N -602x10-4
DAPsup2 + 023689 DAP + 498426 09861 lt00001
0 N -6182x10-5
DAPsup2 + 022819 DAP + 102072 09974 lt00001
Embora a arquitetura da copa do pinhatildeo-manso seja uma caracteriacutestica importante na
seleccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo de genoacutetipos superiores (RAO et al 2008 LAVIOLA et al 2010
SPINELLI et al 2010 BHERING et al 2012) existem poucos trabalhos que avaliaram a
diferenccedila da arquitetura das plantas considerando conjuntamente a relaccedilatildeo entre a projeccedilatildeo e a
altura de copa Segundo Rao et al (2008) tanto o diacircmetro quanto o volume da copa
constituem junto ao caracter nuacutemero de ramos os principais componentes de produccedilatildeo do
pinhatildeo-manso Para Bhering et al (2012) a seleccedilatildeo direta quanto agrave produccedilatildeo de sementes em
pinhatildeo-manso tende a estar relacionada ao diacircmetro e ao volume de copa e segundo esses
autores esta informaccedilatildeo eacute relevante para prever as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de
produccedilatildeo (espaccedilamento colheitadeira) para as cultivares melhoradas que se espera obter
47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)
A equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 eacute expressa na Figura 33 A
calibraccedilatildeo foi realizada pela comparaccedilatildeo entre o IAF estimado com o equipamento LAI-2200
e o IAF real das plantas de pinhatildeo-manso determinado com o equipamento CI-203 (CID Bio-
Sciencereg) O IAF foliar real foi determinado pela razatildeo da aacuterea foliar total e a aacuterea do terreno
110
disponiacutevel agraves plantas Para realizar a calibraccedilatildeo do equipamento foram utilizadas dez de um
total de onze plantas sendo excluiacutedo o valor mais extremo Com um coeficiente de
determinaccedilatildeo (Rsup2) de 08287 pode ser observado que o IAF real foi cerca de 093 do IAF
estimado ou seja o equipamento LAI-2200 estava superestimando o IAF em cerca de 7
Com a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo obtida dos valores de IAF medidos no campo ao redor da aacuterea
experimental todos os valores de IAF foram corrigidos para valores mais proacuteximos dos reais
podendo a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo ser utilizada novamente quando as estimativas do IAF forem
realizadas com o equipamento LAI-2200 nas plantas de pinhatildeo-manso com as mesmas
caracteriacutesticas de cultivo e nas condiccedilotildees de clima e solo estudados
Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200
As meacutedias do IAF foram significativamente diferentes pelo teste F entre as diferentes
doses de N aplicada uso da irrigaccedilatildeo e eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) apoacutes o iniacutecio do quarto
ciclo de cultivo (201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 30) Pela anaacutelise
univariada de perfis identificou-se tambeacutem interaccedilatildeo significativa entre as doses de N e a
eacutepoca de avaliaccedilatildeo e interaccedilatildeo altamente significativa entre a irrigaccedilatildeo e a eacutepoca de
avaliaccedilatildeo rejeitando portanto a hipoacutetese de paralelismo dos perfis Assim como para as
outras variaacuteveis de crescimento (altura diacircmetro e volume de copa) natildeo houve efeito da
interaccedilatildeo tripla Irrigaccedilatildeo x Doses N x DAP O efeito dos blocos dentro de cada experimento
(manejo hiacutedrico) mostrou-se significativo para o IAF o que reforccedila neste caso o uso do
delineamento em blocos aleatorizados dentro de cada experimento Simotildees et al (2014)
observaram que irrigaccedilatildeo e diferentes doses de N influenciaram no aumento da aacuterea foliar no
desenvolvimento inicial de pinhatildeo-manso assim como a interaccedilatildeo entre esses fatores
IAFReal = 0928 x IAFEstimado
Rsup2 = 08287
00
02
04
06
08
10
12
00 02 04 06 08 10 12
IAF
Rea
l
IAF Estimado
111
Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 87 852864 09803 1194 lt 00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 09908 016513 201 00668
Doses N 3 42497 147166 1726 lt 00001
Irrigaccedilatildeo 1 645795 645795 7867 lt 00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 045145 015048 183 01431
Resiacuteduo a 18 168772 009376 114 03161
DAP 7 611969 874242 10650 lt 00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 7 554613 07923 965 lt 00001
DAP x Doses N 21 282023 01343 164 00465
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 21 18855 008979 109 03591
Resiacuteduo b 168 137914 008209
Total corrigido 255 990778
Rsup2 = 08608 CV = 2217 Meacutedia IAF = 129
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Verificou-se por intermeacutedio do teste de esfericidade de Mauchly realizado com 27
graus de liberdade e aproximaccedilatildeo Qui-Quadrado (35045) que a condiccedilatildeo de esfericidade foi
satisfeita com um niacutevel de significacircncia de 01377 (Teste de Mauchly natildeo significativo com
valor pgt005) Isto indica que a matriz de covariacircncia nesse caso eacute da forma esfeacuterica
apresentando variacircncias iguais e correlaccedilotildees nulas podendo ser empregado o modelo de
parcela subdividida no tempo pela anaacutelise univariada de perfis Na Figura 34 satildeo apresentados
os perfis meacutedios de resposta para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) em funccedilatildeo das quatro doses de
adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada e do manejo
hiacutedrico adotado
O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o melhor ajuste para todos os
tratamentos (Tabela 31) Um fato que contribuiu para este comportamento foi o iniacutecio das
leituras a partir dos 45 dias apoacutes a poda de limpeza o que impediu o ajuste dos dados iniciais
das primeiras semanas que seriam menores dado o iniacutecio da nova emissatildeo de folhas para este
ciclo O IAF apresentou uma grande variaccedilatildeo entre os tratamentos com os maiores valores
00
05
10
15
20
25
30
55 80 105 135 165 195 225 255
IAF
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
00
05
10
15
20
25
45 75 105 135 165 195 225 255
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
112
para os tratamentos sem deacuteficit hiacutedrico ou de N Com o decorrer do tempo os valores foram se
decrescendo com os todos os tratamentos atingindo a mesma faixa de IAF com o iniacutecio da
fase de senescecircncia foliar (Figura 35) Na Tabela 32 satildeo apresentadas as equaccedilotildees de
regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p para o iacutendice de aacuterea
foliar
Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os tratamentos no
segundo ano de avaliaccedilatildeo
Modelo Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1341 -2063 -2051 313
-2067 -2059 349
-833 -821
Quadraacutetico 822ns
-2071 -2602 504 -2302 -2288 288
-858 -846
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 372 -980 -967 411
-1041 -1024 206
-1011 -997
Quadraacutetico 312 -1006 -992 282
ns -1041 -1023 196
-1045 -1030
Niacuteveis de significacircncia Plt001 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos
dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b)
para o ciclo 201415
Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo IAF = f (DAP) Rsup2 PrgtF
Irrigado -718x10-sup3 DAP + 254196 06710 lt00001
Natildeo Irrigado -715x10-5
DAPsup2 + 00185 DAP + 028721 06899 lt00001
150 N -649x10-5
DAPsup2 + 001389 DAP + 114529 06564 lt00001
100 N -601x10-5
DAPsup2 + 001285 DAP + 103989 07574 lt00001
50 N -56x10-sup3 DAP + 207776 06003 lt00001
0 N -549x10-5
DAPsup2 + 001288 DAP + 06784 07982 lt00001
0
02
04
06
08
1
12
14
16
18
2
0 50 100 150 200 250 300
IAF
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
0
05
1
15
2
25
0 50 100 150 200 250 300
IAF
DAP
Irrigado
Natildeo irrigado
113
Freiberger (2012) estudando o efeito de doses de N no crescimento de plantas de
pinhatildeo-manso concluiu que os valores de aacuterea foliar ajustaram-se ao modelo quadraacutetico o
qual permitiu estimativa de valor maacuteximo de 6469 cm2 para a dose estimada de 97 kg ha
-1 de
N Oliveira (2009) avaliando o crescimento e a capacidade produtiva em funccedilatildeo de adubaccedilatildeo
mineral no semiaacuterido paraibano observou que dentre as doses de N estudadas (0 30 60 e 90
kg ha-1
) a maior delas proporcionou o maior nuacutemero de folhas de pinhatildeo-manso com
tendecircncia linear crescente
A disponibilidade hiacutedrica complementada pela irrigaccedilatildeo aumentou significativamente
o iacutendice de aacuterea foliar nos tratamentos fato este tambeacutem observado em outros trabalhos nos
quais o estresse hiacutedrico afetou esta variaacutevel (MAES et al 2009a ACHTEN et al 2010
SILVA et al 2011) Duarte et al (2015) em um estudo sobre o desenvolvimento inicial do
pinhatildeo-manso confirmaram a grande capacidade que a planta tem de se adaptar ao deacuteficit
hiacutedrico ao verificar a capacidade da planta de tolerar o estresse hiacutedrico retardando o
crescimento da parte aeacuterea com ajustamento da aacuterea foliar para reduzir a taxa de
evapotranspiraccedilatildeo aleacutem de intensificar o crescimento da zona radicular Em um outro estudo
apesar de natildeo apresentar diferenccedila significativa em nenhuma das eacutepocas amostradas
Horschutz et al (2012) constataram que as maiores meacutedias do IAF foram observadas para os
tratamentos que continham complementaccedilatildeo hiacutedrica
48 Iacutendice de clorofila
A clorofila eacute o pigmento responsaacutevel pela captaccedilatildeo da energia solar atuando na
oxidaccedilatildeo da aacutegua e consequentemente na liberaccedilatildeo do oxigecircnio e na reduccedilatildeo do dioacutexido de
carbono para a formaccedilatildeo de cadeias carbocircnicas principalmente accediluacutecar (TAIZ ZEIGER
2009) Segundo Barbieri Juacutenior (2009) o clorofilocircmetro eacute um instrumento que indica de
forma indireta o teor de clorofila com base nas propriedades oacuteticas das folhas sendo que os
teores de clorofila total relacionaram-se diretamente com as leituras do clorofilocircmetro para
um experimento realizado com Capim-Tifton 85 com coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2) acima
de 85 O autor ainda relata que a atividade fotossinteacutetica o conteuacutedo de proteiacutenas e de
carboidratos soluacuteveis o N total e os teores de micronutrientes existentes nas folhas satildeo
algumas das variaacuteveis que podem ser correlacionadas com o conteuacutedo de clorofila no tecido
foliar Na Figura 36 satildeo apresentadas as distribuiccedilotildees temporais dos valores de clorofila total
114
expressos em Iacutendice de Clorofila Falker (ICF) durante o terceiro ano de cultivo em funccedilatildeo da
dose de adubaccedilatildeo nitrogenada (a) e do manejo hiacutedrico (b)
(a) (b)
Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e do manejo hiacutedrico
(b) para o terceiro ano de cultivo
Como pode ser visto na Figura 36 os teores de clorofila total se apresentam com niacuteveis
muito baixos no periacuteodo do florescimento e formaccedilatildeo de frutos em comparaccedilatildeo aos outros
dois periacuteodos fato tambeacutem observado pelas leituras realizadas no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
poreacutem com uma menor intensidade para as menores doses de N (Figura 37) Os tratamentos
irrigados apresentaram maiores valores de clorofila total durante o primeiro ciclo fato que
natildeo se repetiu no ano seguinte com o cultivo com histoacuterico de irrigaccedilatildeo (Figura 38) As
diferentes doses de N aplicadas influenciaram positivamente o aumento do teor de clorofila
total nos dois ciclos
Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto ano de cultivo
300
350
400
450
500
550
Jan2014 Mar2014 Mai2014
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N
100 N
50 N
0 N
a
a a
b
b
aa a
a a
aa
300
340
380
420
460
500
Jan2014 Mar2014 Mai2014
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado
Sequeirob
a
a b
a a
420
440
460
480
500
520
540
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
a
a
a
a
ab ab
b
a
b
b
aa
aa a
aa
ab
bab
115
Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano de cultivo
Os valores relativos de clorofila A e B apresentaram o mesmo comportamento da
clorofila total que eacute a soma das duas clorofilas Assim como na clorofila total os valores de
clorofila A e B diminuiacuteram com a reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada e as doses de 50 e 0
da adubaccedilatildeo nitrogenada foram aquelas que apresentaram os menores valores (Tabela 33 e
Tabela 34) Diferente desses resultados Vale (2009) ao estudar o efeito da aplicaccedilatildeo de
nitrogecircnio na cana-de-accediluacutecar afirma que natildeo houve efeito significativo da leitura do iacutendice de
clorofila com o aumento da aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mesmo com o aumento significativo na
biomassa das plantas Para o ciclo 201314 apenas a clorofila B natildeo apresentou efeito da
irrigaccedilatildeo fato que influenciou a natildeo significacircncia da relaccedilatildeo clorofila AB Jaacute no ano
seguinte todas as variaacuteveis apresentaram efeito do manejo hiacutedrico
Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de
pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Clorofila Total
Irrigado 456 450 446 422 443 B
Sequeiro 487 464 451 415 454 A
Meacutedias 471 a 457 ab 449 b 419 c
Clorofila A
Irrigado 357 353 353 337 350 B
Sequeiro 377 365 358 340 360 A
Meacutedias 367 a 359 ab 355 b 339 c
Clorofila B
Irrigado 99 97 93 85 93 A
Sequeiro 110 99 93 75 94 A
Meacutedias 104 a 98 ab 93 b 80 c
Relaccedilatildeo Clorofila AB
Irrigado 407 429 437 466 435 A
Sequeiro 371 406 411 488 419 A
Meacutedias 389 c 418 bc 424 b 477 a
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
420
440
460
480
500
520
540
560
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado Sequeiro
a
a
aa
a
b
b
b a b
116
Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de
pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Clorofila Total
Irrigado 505 501 492 478 494 A
Sequeiro 495 484 447 448 469 B
Meacutedias 501 a 493 a 470 b 463 b
Clorofila A
Irrigado 387 389 383 376 384 A
Sequeiro 382 376 358 358 368 B
Meacutedias 385 a 383 a 371 b 367 b
Clorofila B
Irrigado 118 112 108 101 110 A
Sequeiro 114 108 89 88 100 B
Meacutedias 116 a 110 a 99 b 95 b
Relaccedilatildeo Clorofila AB
Irrigado 350 362 370 385 367 B
Sequeiro 346 361 414 419 385 A
Meacutedias 349 b 361 b 392 a 402 a
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
A relaccedilatildeo clorofila AB apresentou os seus maiores valores para as menores doses de
N (50 e 0) aplicada devido ao baixo teor de clorofila B presentes principalmente nos
tratamentos sem irrigaccedilatildeo A manutenccedilatildeo dos altos valores de clorofila B presente nos
tratamentos com as maiores doses de N em qualquer condiccedilatildeo eacute um fator positivo pois deve
salientar-se que uma proporccedilatildeo relativa maior de clorofila B eacute uma caracteriacutestica importante
pois possibilita a captura de foacutetons de outros comprimentos de onda (VIEIRA et al 2010)
Os altos teores de clorofila apresentados nos tratamentos irrigados e com maiores
doses de N podem tambeacutem ser explicados pela maior incidecircncia de folhas devido ao estiacutemulo
da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada ocasionando um maior sombreamento das folhas o
que faz com que elas possuam mais grana por cloroplastos apresentando uma maior
quantidade de clorofila por centro de reaccedilatildeo (FAHL et al 1994)
Quando submetidas a um estresse hiacutedrico severo os conteuacutedos de clorofila presentes
nas folhas das plantas muitas vezes podem vir a diminuir devido agrave degradaccedilatildeo progressiva da
clorofila nas folhas (MARTIacuteNEZ-FERRI et al 2004 JALEEL et al 2009 ANJUM et al
2011) ocorrendo tambeacutem para a cultura do pinhatildeo-manso (POMPELLI et al 2010) No
entanto Sapeta et al (2013) natildeo encontraram nenhuma reduccedilatildeo significativa nos teores de
clorofila A ou B nem mesmo com o tratamento sob maacuteximo estresse hiacutedrico Os autores
observaram contudo uma reduccedilatildeo das razotildees de clorofila AB durante o periacuteodo mais seco
ocasionado devido a um aumento no conteuacutedo de clorofila B Pompelli et al (2010) tambeacutem
117
observaram uma reduccedilatildeo da relaccedilatildeo clorofila AB no pinhatildeo-manso embora esta reduccedilatildeo
diferente do constatado por Sapeta et al (2013) tenha sido acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
no conteuacutedo de clorofila total sendo principalmente de clorofila A
Na Tabela 35 eacute apresentada um resumo das anaacutelises univariadas de perfis para
clorofila total A B relaccedilatildeo clorofila AB e para nitrogecircnio foliar todos para o segundo ciclo
de avaliaccedilatildeo natildeo foram realizadas para o primeiro ciclo devido ao pouco nuacutemero de medidas
realizadas no periacuteodo o que comprometeria a caracterizaccedilatildeo da anaacutelise de perfis As meacutedias
de todas as variaacuteveis analisadas foram significativamente diferentes pelo teste F entre as
diferentes doses de N aplicadas e da eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) no quarto ciclo de cultivo
(201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 35) O uso da irrigaccedilatildeo por sua
vez natildeo causou efeito para a relaccedilatildeo clorofila AB e para o N foliar satisfazendo portanto a
hipoacutetese de perfis horizontais para estas variaacuteveis A hipoacutetese de paralelismo de perfis foi
rejeitada para a interaccedilatildeo irrigaccedilatildeo x DAP em todas as variaacuteveis mas satisfeita para a
interaccedilatildeo doses de N x DAP (com exceccedilatildeo do N foliar) indicando que estas variaacuteveis
apresentam comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico adotado o
mesmo natildeo ocorreu com a diferenciaccedilatildeo das doses de N aplicadas indicando a coincidecircncia
(paralelismo) de perfis entre esses tratamentos
Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL
Clorofila
Total Clorofila A Clorofila B
Relaccedilatildeo
Cl AB N foliar
Quadrado meacutedio
Modelo 63 217324
367981
62976
0513 3261
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 83097ns
25898ns
19647ns
0153ns
1082ns
Doses N 3 118286
274952
329692
2269
14467
Irrigaccedilatildeo 1 168305
68644
219781 0455
ns 1416
ns
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 181522ns
62285ns
36156ns
0419ns
1156ns
Resiacuteduo a 18 3922ns
841ns
15416ns
012ns
558ns
DAP 4 542196 8979
206466
1714
1775
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 549987 190026
176759
2148
6758
DAP x Doses N 12 91661ns
18896ns
34442ns
0205ns
2454
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 103502ns
27406ns
25717ns
0238ns
1094ns
Resiacuteduo b 96 89169 2221430 25387 0231 839
Rsup2 06153 06236 06195 05939 07183
CV () 622 405 1527 1296 965
Meacutedia 4797 3754 1043 37 300
Niacuteveis de significacircncia 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza
GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
O teste de esfericidade foi realizado apoacutes a anaacutelise univariada para cada uma das
variaacuteveis e apresentou condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias satisfeita para todos
os casos (Tabela 36) Validou-se portanto a anaacutelise univariada de perfis com parcelas
118
subdividas no tempo realizada anteriormente natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise
multivariada de perfis para nenhuma variaacutevel
Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do pinhatildeo-manso
Variaacutevel
analisada
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
Clorofila Total 9 05853 87937 04565 Univariada
Clorofila A 9 05595 95321 03897 Univariada
Clorofila B 9 05816 88986 04467 Univariada
Relaccedilatildeo Clor AB 9 03815 158187 00708 Univariada
Nitrogecircnio foliar 9 06342 74751 05878 Univariada
De acordo com os resultados apresentados nas anaacutelises univariadas de perfis os perfis
meacutedios de resposta dos iacutendices de clorofila total A B e da relaccedilatildeo clorofila AB em funccedilatildeo
das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o cultivo
do pinhatildeo-manso no ciclo 201415 satildeo expressos na Figura 39
Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Na Figura 40 satildeo apresentados os perfis meacutedios dos teores de N foliar ao longo
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de N e do manejo hiacutedrico adotado Apesar de
apresentar alguma variaccedilatildeo ao longo do ciclo o teor de N foliar apresentou baixa correlaccedilatildeo
com os teores de clorofila A B e Total (Tabela 37) a variaccedilatildeo do teor de N possivelmente
estaacute condicionada principalmente a alta mobilidade do nutriente na planta O valor de N foliar
350
360
370
380
390
400
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la A
(IC
F)
DAP
Clorofila A
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
60
70
80
90
100
110
120
130
140
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la B
(IC
F)
DAP
Clorofila B
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
420
440
460
480
500
520
540
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la T
ota
l (I
CF
)
DAP
Clorofila Total
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
25
28
30
33
35
38
40
43
45
45 90 130 190 260
Rel
accedilatilde
o C
loro
fila
AB
DAP
Relaccedilatildeo clorofila AB
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
119
apresentou-se altamente significativo para o efeito da eacutepoca ao longo do ciclo com um valor
de F de 2847 Devido a sua alta mobilidade na planta ele apresentou os menores teores na
folha selecionada nos periacuteodos de florescimento e formaccedilatildeo de frutos
(a) (b)
Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na planta (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b)
Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de clorofila na planta
Clorofila Total Clorofila A Clorofila B
Correlaccedilatildeo de Pearson 017961 016939 01752
Probabilidade 00425 00559 00462
Aleacutem da disponibilidade de nitrogecircnio na planta a leitura fornecida pelo
clorofilocircmetro pode ser afetada tambeacutem por outros fatores dentre os principais destacam-se o
cultivar o estaacutedio de crescimento determinadas caracteriacutesticas anatocircmicas das folhas a
irradiacircncia no momento da avaliaccedilatildeo e a localidade (FONTES 2011) Tais fatores necessitam
ser avaliados e padronizados apesar da interaccedilatildeo entre os mesmos tornar difiacutecil a
padronizaccedilatildeo Adicionalmente a concentraccedilatildeo de clorofila varia com a condutacircncia
estomaacutetica da folha causada pelas estaccedilotildees do ano sendo mais acentuada na primavera do que
no veratildeo (MATSUMOTO OHTA TANAKA 2005) Segundo Schepers et al (1992) mesmo
com algumas imperfeiccedilotildees o uso do clorofilocircmetro pode aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo
do adubo nitrogenado pelas culturas e tem propiciado melhor manejo da adubaccedilatildeo
nitrogenada em cobertura chamado de ldquoadubaccedilatildeo quando necessaacuteriardquo
Com exceccedilatildeo dos valores referentes ao mecircs de janeiro2014 os teores de N foliar dos
tratamentos irrigados e com as maiores doses de N aplicado via fertilizante mineral
mostraram-se relativamente superiores quando comparados com os demais tratamentos
Segundo Fernaacutendez et al (1994) um acreacutescimo no suprimento de N estimula o crescimento
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
Teo
r d
e N
(g
kg
- sup1)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N
50 N 0 N
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
Teo
r d
e N
(g k
g- sup1
)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado Sequeiro
120
atrasa a senescecircncia e muda a morfologia das plantas aleacutem disto o aumento dos niacuteveis de
adubaccedilatildeo nitrogenada causa crescimento significativo no conteuacutedo de clorofila das folhas
Laviola e Dias (2008) citam que o N foi o nutriente mais requerido para a formaccedilatildeo de folhas
tal como para suprir a demanda metaboacutelica de frutos de pinhatildeo-manso Esses mesmos autores
calcularam teores meacutedios de nitrogecircnio nas folhas de 364 g kg-1
apoacutes o terceiro ano de
implantaccedilatildeo da cultura valores estes maiores dos que os obtidos neste estudo Schulz et al
(2014) encontraram valores proacuteximos a 40 g kg-1
no cultivo do pinhatildeo-manso consorciado
com capim tifton e valores acima 50 g kg-1
quando cultivado em solteiro Segundo Kerbauy
(2008) a demanda de N varia com a espeacutecie e o teor de N com a parte da planta analisada e
para um crescimento adequado a concentraccedilatildeo oacutetima estaacute na faixa de 20 a 50 g kg-1
de
mateacuteria seca da planta
49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo
O resumo da anaacutelise de variacircncia dos resultados do rendimento (teor) meacutedio e da
produtividade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para o terceiro e quarto ano de cultivo em funccedilatildeo do
manejo hiacutedrico adotado e da dose de adubaccedilatildeo nitrogenada satildeo apresentados na Tabela 38
Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) em sementes de pinhatildeo-
manso para todos os tratamentos avaliados
Fonte de Variaccedilatildeo
Ciclo 201314 Ciclo 201415
GL Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo
Blocos [I] 6 100ns
1278
067ns
153ns
I 1 1121
13916
1779
3244
N 3 045ns
3352
2533
2288
I x N 3 192ns
137ns
514
097ns
Meacutedia geral 541 35744 534 45876
CV () 29 154 197 182
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apenas o manejo hiacutedrico apresentou efeito
significativo para o rendimento do oacuteleo apresentando um valor meacutedio de 541 Diferente
disso para o mesmo periacuteodo de estudo a produtividade de oacuteleo apresentou diferenccedila
significativa em praticamente todos os aspectos com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo dos experimentos
de irrigaccedilatildeo e os tratamentos adubados chegando a duplicar a produtividade de oacuteleo com a
complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo no seu terceiro ano de cultivo (Tabela 39) Tal efeito tambeacutem se
121
assemelhou ao segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para a produtividade de oacuteleo com diferenccedilas
encontradas para o efeito da irrigaccedilatildeo e das doses de nitrogecircnio aplicadas O teor de oacuteleo
diferente do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou melhor resposta com o efeito da dose de
nitrogecircnio aplicada e da complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo entretanto obervou-se um menor teor
de oacuteleo nos tratamentos com adubaccedilatildeo nitrogenada e no cultivo irrigado sendo este uacuteltimo
tambeacutem ocorrido no ciclo seguinte (Tabela 39) Diferente disso Kalannavar (2008) relataram
altos valores do teor de oacuteleo extraiacutedo mecanicamente (3791) e da produtividade de oacuteleo
(97074 kg ha-1
) do pinhatildeo-manso quando adubado com 100 kg N ha-1
valores estes
superiores aos encontrados para as dosagens de 50 e 150 kg N ha-1
O aumento do teor de oacuteleo
com o uso da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada tambeacutem foram relatados por Tikkoo
Yadav Kaushik (2013) que observaram um aumento de ateacute 9 com o uso da irrigaccedilatildeo e
aumentos de 17 33 e 64 de oacuteleo com a aplicaccedilatildeo de 30 60 e 90 kg ha-1
de N
respectivamente sobre o tratamento controle
Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da dose de
nitrogecircnio aplicada
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Teor de oacuteleo () - Ciclo 201314
Irrigado 538 535 529 524 532 B
Sequeiro 535 556 554 556 550 A
Meacutedias 537 a 546 a 542 a 540 a
Teor de oacuteleo () - Ciclo 201415
Irrigado 515 Bb 521 Ab 519 Ab 549 Ba 526
Sequeiro 548 Aab 516 Ac 530 Abc 573 Aa 542
Meacutedias 531 519 524 561
Produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) ndash Ciclo 201314
Irrigado 5985 5199 4605 3092 4720 A
Sequeiro 3220 2721 2913 860 2429 B
Meacutedias 4603 a 3960 ab 3759 b 1976 c
Produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) ndash Ciclo 201415
Irrigado 6744 5732 5244 3996 5429 A
Sequeiro 5891 3883 3428 1783 3747 B
Meacutedias 6318 a 4808 b 4336 b 2889 c
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
Observando os resultados apresentados constata-se que de uma forma geral os
tratamentos natildeo irrigados apresentaram maiores teores de oacuteleo quando comparados com os
tratamentos irrigados apresentando uma meacutedia de 5504 contra 5317 dos tratamentos em
que foi utilizada a praacutetica da irrigaccedilatildeo Os teores meacutedios de oacuteleo obtidos encontram-se dentro
da faixa dos teores relatados por Sluszz e Machado (2011) Arruda et al (2004) Haas e
Mittelbach (2000) e Akintayo (2004)
122
Comportamento semelhante dos resultados encontrados para o rendimento de oacuteleo
foram observados por Deus et al (2012) que avaliaram o rendimento e a produtividade de
oacuteleo do pinhatildeo-manso sobre diferentes lacircminas de irrigaccedilatildeo e niacuteveis de adubaccedilatildeo potaacutessica e
observaram que o uso da irrigaccedilatildeo proporcionou uma diminuiccedilatildeo nos valores de rendimento
de oacuteleo nos gratildeos e aumento da produtividade do oacuteleo que foi proporcionado pelo aumento
da produtividade de gratildeos com o aumento da lacircmina de irrigaccedilatildeo
Apesar do teor meacutedio de oacuteleo ter sido levemente superior no terceiro ano de cultivo
tal fato natildeo influenciou a produtividade de oacuteleo do ano seguinte que foi superior (472 kg ha-1
)
devido principalmente agrave boa produtividade de sementes alcanccedilada no periacuteodo Outro ponto a
ser destacado eacute que a ausecircncia da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo natildeo interferiu na
produtividade de oacuteleo que obteve valores 690 superiores do encontrado para o cultivo sem
irrigaccedilatildeo desde a sua implantaccedilatildeo quando a comparaccedilatildeo se resume apenas no terceiro ano o
cultivo irrigado obteve produtividade de oacuteleo 515 superior ao cultivo sem irrigaccedilatildeo (Tabela
39) Estes resultados datildeo margem para que novos estudo possam ser realizados para a
maximizaccedilatildeo do uso da irrigaccedilatildeo na potencializaccedilatildeo da produccedilatildeo de oacuteleo e sementes do
pinhatildeo-manso durante a sua fase de formaccedilatildeo e estabelecimento (ateacute o quarto de cultivo) e
em periacuteodos posteriores ao seu pico de produccedilatildeo (a partir do quinto ano de cultivo)
Para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo (3ordm e 4ordm ano de cultivo) os tratamentos com as
diferentes doses de adubaccedilatildeo e tipos de manejo hiacutedrico apesar de natildeo promoverem grande
variaccedilatildeo no teor de oacuteleo intriacutenseco das sementes melhoraram consideravelmente o
rendimento do oacuteleo vegetal em geral (Tabela 39) com aumento do nuacutemero total de
frutossementes produzidas por planta Resultados semelhantes foram encontradas por Yong
et al (2010) e Tikkoo Yadav Kaushik (2013) As relaccedilotildees diretas da produtividade de gratildeos
com o rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso foram estudadas por Spinelli et al (2010) que ao
quantificarem os efeitos diretos e indiretos de caracteriacutesticas vegetativas e da qualidade da
mateacuteria-prima no rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso observaram que a produtividade de
gratildeos foi o componente mais importante do rendimento de oacuteleo seguida do volume de copa e
do teor de oacuteleo nos gratildeos
Para a produtividade de oacuteleo foi encontrado para o terceiro ano de cultivo um modelo
de ajuste linear para o cultivo irrigado e um modelo polinomial de segundo grau para o
manejo hiacutedrico sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas naquele periacuteodo
(Figura 41) No quarto ano de cultivo com o aumento da aplicaccedilatildeo de N por unidade de aacuterea
o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste para as duas condiccedilotildees da produtividade
de oacuteleo em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nesse periacuteodo (Figura 42) Assim como para a
123
produtividade de sementes o caacutelculo do Rsup2 corrigido foi determinado para a produtividade de
oacuteleo em funccedilatildeo das doses de adubaccedilatildeo utilizada para cada manejo hiacutedrico nos seus dois anos
de estudo
Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no quarto ano de cultivo
O uso da irrigaccedilatildeo como complementaccedilatildeo de aacutegua para o cultivo do pinhatildeo-manso
pode trazer grandes aumentos na produtividade de sementes e de oacuteleo como foi confirmado
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074
y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 17461x + 41132
Rsup2 = 09711 p-valor = 00022
y = 24907x + 18217
Rsup2 = 09582 p-valor lt00001
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 515 103 1545
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
idad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Prod
uti
vid
ad
e d
e oacute
leo (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
124
por esse estudo Mas a falta ou ateacute o excesso da aacutegua aplicada agrave planta podem diminuir o seu
potencial produtivo Em um experimento conduzido em solos arenosos do Egito Kheira e
Atta (2009) avaliaram a resposta do pinhatildeo-manso em condiccedilotildees de deacuteficit hiacutedrico e
concluiacuteram que a lacircmina oacutetima aplicada que foi correspondente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo
potencial (ETp) proporcionou para as plantas de pinhatildeo-manso os maiores valores de
rendimento e produtividade de oacuteleo aleacutem da melhor eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de
sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso (044 e 013 kg m-3
) respectivamente Os resultados
concluiacuteram que a eficiecircncia do uso da aacutegua da produccedilatildeo de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-
manso diminuiacuteram com a reduccedilatildeo e o aumento da taxa de aplicaccedilatildeo de aacutegua a partir da
aplicaccedilatildeo ideal de aacutegua para a cultura (100 ETp)
O resultado da anaacutelise de variacircncia com os valores do teste F dos iacutendices de qualidade
do oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da adubaccedilatildeo nitrogenada para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo do pinhatildeo-manso satildeo encontradas na Tabela 40 Pela ANOVA verifica-se que
apenas o fator irrigaccedilatildeo influenciou os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade
oxidativa em pelo menos um dos ciclos avaliados natildeo havendo efeito das doses de nitrogecircnio
e da sua interaccedilatildeo com a irrigaccedilatildeo
Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade oxidativa (EO) para os
dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Fonte de
Variaccedilatildeo GL
Ciclo 201314 Ciclo 201415
IA Iodo IP EO IA Iodo IP EO
Blocos [I] 2 039ns
032ns
100ns
066ns
222ns
014ns
892 069
ns
I 1 794 453
ns 009
ns 132
ns 066
ns 285
399
112
N 3 071ns
072ns
191ns
060ns
243ns
079ns
070ns
499ns
I x N 3 072ns
146ns
009ns
063ns
001ns
007ns
070ns
001ns
Meacutedia geral 336 1013 0369 217 0526 778 0236 161
CV () 941 477 2896 238 405 171 634 862
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Os valores de densidade relativa e do iacutendice de refraccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas
significativas entre os tratamentos estudados nos dois anos de avaliaccedilatildeo apresentando valores
meacutedios para o ciclo de 201314 de 0911 e 1463 respectivamente para densidade e refraccedilatildeo
jaacute para o ciclo 201415 os valores meacutedios de densidade relativa e iacutendice de refraccedilatildeo foram de
0885 e 1458 respectivamente Os valores do iacutendice de refraccedilatildeo encontrados nesse estudo satildeo
similares aos que foram encontrados por Akintayo (2004) e Kheira e Atta (2009) que
relataram respectivamente um valor meacutedio de 1468 e 147 para o iacutendice de refraccedilatildeo a 25ordm C
do oacuteleo de pinhatildeo-manso Estes resultados assim como o que foi encontrado nesse estudo
125
estatildeo enquadrados dentro da faixa ou do limite maacuteximo permitido de acordo com o
estabelecido pela legislaccedilatildeo vigente (ANVISA 1999) e por outros estudos (BIODIESELBR
2011)
A densidade relativa tambeacutem pouco variaacutevel entre os diferentes tipos de tratamentos
apresentou valores proacuteximos aos encontrados por Akintayo (2004) BiodieselBR (2011)
Akbar et al (2009) e Oliveira et al (2009) De acordo com Portela (2011) a densidade eacute uma
propriedade que natildeo sofre grandes variaccedilotildees isso se deve ao fato do oacuteleo apresentar
densidade semelhante a de seus eacutesteres metiacutelicos poreacutem o seu controle eacute de grande
importacircncia tendo em vista que uma densidade elevada pode provocar problemas quanto a
injeccedilatildeo do combustiacutevel na cacircmara de compressatildeo podendo ocasionar obstruccedilatildeo dos bicos
injetores injeccedilatildeo de pouco combustiacutevel Do mesmo modo uma baixa densidade causa uma
injeccedilatildeo exagerada possibilitando haver uma queima incompleta ou consumo excessivo do
combustiacutevel
Na Tabela 41 satildeo apresentados os valores dos demais iacutendices de qualidade somente
em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico visto que foi o uacutenico fator que influenciou em pelo menos um
dos ciclos os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade oxidativa
Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado nos dois
ciclos de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Ciclo 201314
Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa
Irrigado 113 b 1038 a 029 a 202 a
Sequeiro 558 a 987 a 045 a 232 a
Meacutedias 336 1013 037 217
Manejo
hiacutedrico
Ciclo 201415
Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa
Irrigado 057 a 601 b 047 a 149 b
Sequeiro 048 a 956 a 001 b 173 a
Meacutedias 053 779 024 161
Meacutedias seguidas de mesma letra minuacutesculas na coluna natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 de
probabilidade
O iacutendice de acidez uacutenico iacutendice de qualidade que teve diferenccedila significativa no
primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou altos valores nesse periacuteodo Esse fato nem sempre
pode estar condicionado agraves condiccedilotildees de campo em que a cultura foi submetida podendo
estar relacionado com as condiccedilotildees de coleta refrigeraccedilatildeo e armazenamento das sementes e
as teacutecnicas de extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes estas se mal-empregadas favorecem a
degradaccedilatildeo oxidativa e a hidroacutelise dos trigliceriacutedeos contidos no oacuteleo alterando de forma
significativa as propriedades fiacutesico-quiacutemicas do mesmo (SILVA 2005) Segundo Angelucci
et al (1987) o alto teor de acidez de um oacuteleo bruto aumenta a perda da neutralizaccedilatildeo sendo
126
tambeacutem indicador de sementes de baixa qualidade de manuseio e armazenamento improacuteprios
ou de um processamento insatisfatoacuterio
O tipo de extraccedilatildeo do oacuteleo pode influenciar no iacutendice de acidez Pereira Coelho e
Mendes (2011) encontraram para o oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo por prensa uma acidez
baixa com um valor meacutedio de 18 mg KOH g-1
quando comparado com o oacuteleo extraiacutedo com
hexano com valores acima de 151 mg KOH g-1
O aumento do tempo de armazenamento do
oacuteleo extraiacutedo eacute outro fator que pode trazer a elevaccedilatildeo do seu iacutendice de acidez (RIBEIRO et al
2010)
Considerando os resultados de uma forma geral apenas os tratamentos sem irrigaccedilatildeo
foram os que apresentaram um valor meacutedio do iacutendice de acidez acima dos limites
estabelecidos para oacuteleos natildeo refinados que estabelece um valor maacuteximo de 40 mg KOH g-1
(ANVISA 2005) Ainda assim os valores se encontram abaixo dos determinados por Oliveira
et al (2009) de 845 mg KOH g-1
e proacuteximos dos valores encontrados por Akintayo (2004)
Kpoviessi et al (2004) e Achten et al (2008)
O oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo apresentou um baixo iacutendice de peroacutexido para todos
os tratamentos e soacute foi significativo devido agrave presenccedila quase nula de peroacutexidos nos
tratamentos sem irrigaccedilatildeo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo A presenccedila de peroacutexidos por menor
que seja indica que o oacuteleo sofreu oxidaccedilatildeo mas natildeo a ponto de comprometer a sua qualidade
original Nem o fato da extraccedilatildeo ter sido feita com solvente orgacircnico implicou em um
aumento elevado do iacutendice de peroacutexido fato esse observado por Pereira Coelho e Mendes
(2011) Apesar de natildeo ser um requisito de anaacutelise de combustiacuteveis o iacutendice de peroacutexido vem
se mostrando um objeto de estudo interessante uma vez que a reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo eacute muitas
vezes iniciada na sua presenccedila aleacutem de se observar aumento do iacutendice de peroacutexido com o
passar do periacuteodo de estocagem (RIBEIRO et al 2010 PORTELA 2011) Os valores do
iacutendice de peroacutexido determinados encontram-se muito abaixo dos relatados por BiodieselBR
(2011) (998 meq kg-1
) e Akbar et al (2009) (193 meq kg-1
) e da quantidade estabelecida pela
Anvisa (2005) de 150 meq kg-1
O iacutendice de iodo apresentou baixa variaccedilatildeo no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (987-1038
g I2 100 g-1
) em comparaccedilatildeo com o segundo (601-956 g I2 100 g-1
) Esses resultados mostram
uma menor capacidade de absorccedilatildeo de iodo pelas duplas ligaccedilotildees dos aacutecidos graxos
insaturados do oacuteleo extraiacutedo principalmente dos oacuteleos extraiacutedos dos tratamentos irrigados do
segundo ciclo Esse fato eacute considerado importante para a qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso
jaacute que o seu oacuteleo tende a ser mais resistente agrave oxidaccedilatildeo por possuir um baixo iacutendice de iodo
em relaccedilatildeo aos demais oacuteleos vegetais estudados satisfazendo dessa forma uma importante
127
caracteriacutestica requerida como mateacuteria-prima para produccedilatildeo de biodiesel possibilitando
tambeacutem um maior tempo de armazenamento se houver necessidade
Pereira Coelho e Mendes (2011) ao realizarem os ensaios do iacutendice de iodo com o
oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo com hexano encontraram valores de iacutendice de iodo de 91-98 g
I2 100 g-1
e com etanol um iacutendice de iodo de 106-108 g I2 100 g-1
Akintayo (2004) relatou um
valor de iacutendice de iodo de 1052 mg I2 g-1
valor proacuteximo do encontrado por Akbar et al
(2009) enquanto que Kpoviessi et al (2004) relataram valores para o iacutendice de iodo de 92 a
93 g I2 100 g-1
Os resultados destes autores comparados com os resultados do presente
trabalho estatildeo de acordo indicando que o oacuteleo do pinhatildeo-manso possui um alto grau de
insaturaccedilatildeo
A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo mostrou-se tambeacutem variaacutevel com a influecircncia da irrigaccedilatildeo
os tratamentos natildeo irrigados apresentaram de uma forma geral um maior periacuteodo de induccedilatildeo
determinado pelo equipamento o que confere uma maior estabilidade agrave oxidaccedilatildeo a esses
oacuteleos e um maior tempo de vida uacutetil no seu armazenamento O oacuteleo de pinhatildeo-manso
apresenta um maior tempo de estabilidade agrave oxidaccedilatildeo quando comparado ao oacuteleo de outras
culturas usadas para a produccedilatildeo de biodiesel como a soja e o girassol Dessa forma a
estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso mostrou-se satisfatoacuteria jaacute que a quantidade
exata de saturaccedilotildees eacute medida pelo ensaio de Iacutendice de Iodo e a presenccedila de saturaccedilotildees nas
moleacuteculas do biodiesel estaacute fortemente ligada agrave estabilidade oxidativa pois satildeo as duplas
ligaccedilotildees existente nos eacutesteres metiacutelicos que sofreram a oxidaccedilatildeo durante o armazenamento
Sendo assim eacute possiacutevel dizer que a estabilidade oxidativa do biodiesel de pinhatildeo-manso eacute
superior a 6 horas agrave 110ordm C (EN 14214) valor miacutenimo exigido pela ANP e pelo European
Committee of Standardization (DOMINGOS et al 2007 SARIN et al 2009)
Os valores das caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas do oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso
como os iacutendices de refraccedilatildeo acidez peroacutexido iodo entre outros sob diferentes relaccedilotildees de
lacircminas de aacutegua (125 100 75 e 50 da ETp) nas condiccedilotildees climaacuteticas egiacutepcias foram
estudadas por Kheira e Atta (2009) Os resultados observados pelos autores natildeo revelaram
quaisquer diferenccedilas significativas causadas pelos diferentes valores de lacircmina de aacutegua
Mesmo assim os autores chegaram agrave conclusatildeo de que a partir dos resultados obtidos as
melhores caracteriacutesticas de oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso foram registradas com o oacuteleo
extraiacutedo das plantas que receberam 100 da ETp
Os resultados obtidos dos perfis composicionais realizados por cromatografia gasosa
dos oacuteleos extraiacutedos de pinhatildeo- manso para os anos agriacutecolas 201314 e 201415 encontram-se
respectivamente nas Tabela 42 e Tabela 43
128
Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201314
Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado
ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N
Aacutecido Palmiacutetico
(C160) 132 131 127 127 134 132 132 126 130 plusmn 03
Aacutec Palmitoleico
(C161) 08 09 08 07 08 08 08 08 08 plusmn 005
Aacutecido Esteaacuterico
(C180) 51 51 54 57 54 53 53 52 53 plusmn 02
Aacutecido Oleico
(C181) 401 395 408 426 403 407 412 398 406 plusmn 097
Aacutecido Linoleico
(C182) 399 397 393 373 392 393 390 408 393 plusmn 099
OUTROS 09 18 11 10 11 08 07 10 09 plusmn 033
ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo
Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201415
Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado
ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N
Aacutecido Palmiacutetico
(C160) 130 136 133 134 135 134 135 134 134 plusmn 019
Aacutec Palmitoleico
(C161) 07 08 08 08 09 08 08 08 08 plusmn 006
Aacutecido Esteaacuterico
(C180) 55 55 56 59 55 51 55 54 55 plusmn 022
Aacutecido Oleico
(C181) 413 377 389 400 374 364 391 381 386 plusmn 156
Aacutecido Linoleico
(C182) 386 403 393 376 402 410 386 399 394 plusmn 112
OUTROS 09 20 21 23 25 32 25 23 22 plusmn 066
ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo
Com os resultados obtidos pode-se evidenciar a baixa variaccedilatildeo da composiccedilatildeo do oacuteleo
de pinhatildeo-manso de acordo com os diferentes tratamentos realizados A realizaccedilatildeo da
irrigaccedilatildeo com os diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada praticamente natildeo causou
alteraccedilotildees na composiccedilatildeo do oacuteleo o que permite prever que sob ambos os efeitos a
utilizaccedilatildeo do oacuteleo para a transformaccedilatildeo em biodiesel resultaraacute em um biocombustiacutevel de
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas semelhantes uma vez que a composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos natildeo
apresenta alteraccedilatildeo significativa resultando em uma mesma quantidade de eacutesteres metiacutelicos
que satildeo produtos do oacuteleo empregado na reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo
Poreacutem as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas dos oacuteleos provenientes dos tratamentos com
irrigaccedilatildeo e sem irrigaccedilatildeo com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada podem se
diferenciar pois a quantidade dos aacutecidos graxos apresentados nas Tabela 42 e Tabela 43 natildeo
especifica por si soacute a quantidade de aacutecidos graxos livres e a quantidade de mono- di- e
trigliceriacutedeos Isso implica diretamente na escolha da melhor rota de siacutentese para produccedilatildeo de
129
biodiesel jaacute que a presenccedila de aacutecidos graxos livres representa a acidez do oacuteleo que
inviabiliza a reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo alcalina e sugere a esterificaccedilatildeo por aacutecido forte de
Lewis (LIMA 2005)
Como jaacute mencionado anteriormente a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso
eacute classificada como um oacuteleo do tipo de aacutecido oleico ou linoleico sendo composto de
praticamente 45 de aacutecidos graxos insaturados Para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a
porcentagem de aacutecidos graxos saturados (C160 e C180) e insaturados (C161 C181 e
C182) foram de 183 e 807 respectivamente jaacute no segundo ano o oacuteleo extraiacutedo
apresentou em meacutedia os valores de 189 e 789 para os aacutecidos graxos saturados e
insaturados respectivamente
Ao avaliarem a resposta do uso do fertilizante NPK na produtividade e na composiccedilatildeo
de trigliceriacutedeos em pinhatildeo-manso Akbarian Modafebehzadi e Bagheripour (2012)
encontraram para o nitrogecircnio altas correlaccedilotildees para produtividade rendimento de oacuteleo
aacutecidos graxos insaturados aacutecido oleico e aacutecido esteaacuterico sendo a correlaccedilatildeo entre nitrogecircnio e
produtividade altamente significativa agrave 1 de significacircncia Os aacutecidos graxos insaturados e o
aacutecido palmiacutetico tiveram as menores correlaccedilotildees com a adiccedilatildeo de nitrogecircnio sendo essas natildeo
significativas
Na Figura 43 satildeo apresentados a composiccedilatildeo primaacuteria (majoritaacuteria) dos aacutecidos graxos
presentes no pinhatildeo-manso e a sua quantidade () por meio de anaacutelise de ressonacircncia
magneacutetica nuclear (RMN 1H) para cada tratamento apenas para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo
Constata-se que diferente da cromatografia gasosa o uso da irrigaccedilatildeo influenciou
significativamente na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos insaturados nas anaacutelises de RMN
causando aumento do aacutecido oleico e diminuiccedilatildeo do aacutecido linoleico esse uacuteltimo por sua vez
aumentou nos tratamentos em que natildeo havia o suprimento de aacutegua por irrigaccedilatildeo
130
Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso para todos os
tratamentos avaliados
As diferentes doses de nitrogecircnio natildeo influenciaram na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos
insaturados Os aacutecidos oleico e linoleico satildeo os principais aacutecidos graxos insaturados presentes
na constituiccedilatildeo do oacuteleo de pinhatildeo-manso (ASHRAFUL et al 2014) Os resultados
encontrados para os tratamentos de sequeiro para aacutecido linoleico encontram-se muito abaixo
do teor meacutedio encontrado na literatura e um pouco acima para o aacutecido oleico diferindo dos
tratamentos irrigados que se encontraram dentro do padratildeo meacutedio do oacuteleo de pinhatildeo-manso
(AKINTAYO 2004 ASHRAFUL et al 2014 BERCHMANS HIRATA 2009) Natildeo houve
diferenccedila significativa para a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos saturados nos tratamentos
Semelhante a esses resultados Flagella et al (2002) encontraram na composiccedilatildeo de aacutecidos
graxos do oacuteleo de girassol alto oleico um decreacutescimo em aacutecido oleico e esteaacuterico e um
aumento do aacutecido linoleico e palmiacutetico sob irrigaccedilatildeo Os autores descobriram que sob o efeito
da irrigaccedilatildeo suplementar e da semeadura precoce houve um aumento notaacutevel na produccedilatildeo de
sementes e uma diminuiccedilatildeo da razatildeo de aacutecido oleicolinoleico em genoacutetipos de girassol alto
oleico
Vaacuterios podem ser os motivos para a presenccedila da variaccedilatildeo dos aacutecidos graxos primaacuterios
nas anaacutelises de RMN sendo que as anaacutelises de CG natildeo apresentaram nenhum efeito Apesar
de serem oriundos da mesma aacuterea experimental os oacuteleos extraiacutedos satildeo de amostragens
0
10
20
30
40
50
60
70
N 150 N 100 N 50 N 0
Aacutecid
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Irrigado Sequeiro
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ab ab aba
131
diferentes e pela baixa seleccedilatildeo geneacutetica as plantas da aacuterea experimental satildeo passiacuteveis de
apresentarem inuacutemeras expressotildees fenotiacutepicas e no conteuacutedo de seu oacuteleo Os diferentes
procedimentos de anaacutelise para cada meacutetodo podem implicar nessa resposta sem contar que
apesar de ser extremamente preciso a anaacutelise de RMN determina com maior exatidatildeo apenas
os componentes primaacuterios (majoritaacuterios) que provavelmente satildeo os que realmente vatildeo
influenciar na qualidade do oacuteleo e do biodiesel produzido Jaacute a cromatografia gasosa consegue
detectar outros aacutecidos graxos em menor quantidade e com maior precisatildeo no oacuteleo ou no
biodiesel produzido
De acordo com Wang et al (2012) as mateacuterias-primas para o biodiesel de alta
qualidade tecircm alto teor de aacutecidos graxos monoinsaturados pois eacutesteres metiacutelicos de aacutecidos
graxos monoinsaturados satildeo considerados como sendo melhor do que os poli-insaturados para
a mateacuteria-prima de biodiesel de alta qualidade E de acordo com estes autores o oacuteleo de
pinhatildeo-manso se enquadra entre as plantas lenhosas que tem as melhores propriedades para
um biodiesel de alta qualidade devido ao conteuacutedo de aacutecidos graxos monoinsaturados ser
maior do que muitas espeacutecies
Pensando na resposta fornecida em funccedilatildeo da irrigaccedilatildeo pela maioria dos iacutendices de
qualidade de oacuteleo de pinhatildeo-manso e na quantificaccedilatildeo da composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos
graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso feito no primeiro ciclo optou-se por fazer a caracterizaccedilatildeo
descritiva dos iacutendices de qualidade do biodiesel produzido a partir das amostras de oacuteleo
extraiacutedas das sementes coletadas dos dois experimentos de manejo hiacutedrico (irrigado e sem
irrigaccedilatildeo) jaacute que a baixa variaccedilatildeo da maioria dos iacutendices de qualidade e da proacutepria
composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos nas duas metodologias utilizadas nos tratamentos adubados
natildeo chegaria a influenciar no biodiesel produzido Na Tabela 44 satildeo apresentados os
resultados da caracterizaccedilatildeo do biodiesel produzido a partir das amostras dos tratamentos
irrigados e sem irrigaccedilatildeo Por falta de amostra ao final das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo natildeo foi
possiacutevel fazer as anaacutelises de iacutendice de iodo e acidez para a amostra dos tratamentos sem
irrigaccedilatildeo ficando impossibilitada a comparaccedilatildeo dos resultados dessas duas caracteriacutesticas
entre os tratamentos irrigado e sem irrigaccedilatildeo
132
Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois experimentos de manejo
hiacutedrico
Caracteriacutestica Irrigado Natildeo Irrigado Especificaccedilatildeo Meacutetodo
Aspecto LII LII (LII) (1) Visual
Massa Especiacutefica a 20ordmC 87758 87911 8500 a 9000 ASTM D4052
Viscosidade cinemaacutetica a 40ordmC 428 464 30 a 60 ASTM D 445
Teor de Aacutegua mg kg-1
95541 85747 200 ndash maacutex ASTM D 6304
Ponto de Fulgor ordmC 1105 905 100 ndash miacuten ASTM D 93
Teor de eacutester 9758 9264 955 ndash miacuten EN 14103
Resiacuteduo de Carbono 001 001 0050 ndash maacutex ASTM D 4530
Enxofre Total 31 26 10 ndash maacutex ABNT 15553
Soacutedio + Potaacutessio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553
Caacutelcio + Magneacutesio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553
Foacutesforo lt01 lt01 10 ndash maacutex ABNT 15553
Ponto de Entupimento de Filtro a
Frio degC
-1 -2 10 ndash maacutex
14 ndash maacutex
ASTM D 6371
Glicerol Livre 00133 0002 002 ndash maacutex ASTM D 6584
Glicerol Total 021 092 025 ndash maacutex ASTM D 6584
Monoacilglicerol 0669 0918 070 ndash maacutex ASTM D 6584
Diacilglicerol 0103 12541 020 ndash maacutex ASTM D 6584
Triacilglicerol 0022 47057 020 ndash maacutex ASTM D 6584
Estabilidade aacute Oxidaccedilatildeo A 110ordmC h 1087 895 8 ndash min EM 14112
Corrosividade ao Cobre 3h a 50degC
maacutex
1 1 1 ASTM D 130
Iacutendice de Iodo g 100 g-1
10420 --- Anotar EN 14111
Iacutendice de Acidez mg KOH g-1
lt01 --- 050 ndash maacutex ABNT NBR
14448
(1) Liacutempido e isento de impurezas
Limite Maacuteximo degC ndash de Janeiro a Abril e de outubro a dezembro 14degC maacutex e de Maio a Setembro 10degC maacutex
Dentre as caracteriacutesticas determinadas na caracterizaccedilatildeo de um biodiesel algumas
podem ser facilmente alteradas com a qualidade da mateacuteria prima utilizada enquanto que
outras estatildeo mais condicionadas aos processos reacionais da produccedilatildeo do biodiesel ou do seu
tempo de armazenamento Com isso faz-se necessaacuterio o conhecimento de cada uma dessas
caracteriacutesticas do biodiesel e de como elas estatildeo mais susceptiacuteveis na alteraccedilatildeo da qualidade
do biodiesel produzido Pensando nisso Monteiro et al (2008) Locircbo Ferreira e Cruz (2009)
e Quintella et al (2009) classificaram os meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo da qualidade do
biodiesel em quatro grupos conforme as informaccedilotildees que podem proporcionar sendo estes
meacutetodos analiacuteticos para determinaccedilatildeo de contaminantes provenientes da mateacuteria-prima
meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo do processo produtivo meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo
das propriedades inerentes agraves estruturas moleculares e meacutetodos analiacuteticos para
monitoramento da qualidade do biodiesel durante o processo de estocagem Esta classificaccedilatildeo
ajuda no monitoramento da qualidade do biodiesel visando meacutetodos analiacuteticos automatizados
e que permitam monitoramento remoto em campo e ao longo de toda a cadeia produtiva
priorizando rapidez simplicidade e baixo custo (QUINTELLA et al 2009)
133
As caracteriacutesticas do processo produtivo (soacutedio + potaacutessio glicerina livre glicerina
total monoacilglicerol diacilglicerol triacilglicerol ponto de fulgor teor de eacutester e resiacuteduo
de carbono) apesar de apresentarem uma pequena diferenccedila entre os experimentos se deve agraves
interferecircncias ocorridas no sistema reacional tais como tempo de reaccedilatildeo razatildeo molar e
temperatura
Com relaccedilatildeo as caracteriacutesticas relacionadas agrave mateacuteria prima (caacutelcio + magneacutesio
enxofre foacutesforo e corrosividade ao cobre) estas natildeo permitem verificar nenhuma diferenccedila
significativa entre as duas amostras analisadas Apesar de estarem relacionadas diretamente
ao tipo de mateacuteria prima que chega para a extraccedilatildeo podendo ser alterado com o tipo de
manejo adotado no seu cultivo e nesse caso com os tratamentos aplicados no campo haveria
a necessidade de um maior nuacutemero de amostras de cada tratamento para verificar uma
possiacutevel alteraccedilatildeo nessas caracteriacutesticas O que se observa a partir dos resultados da Tabela
44 eacute que as duas amostras natildeo tiveram alteraccedilatildeo alguma desses paracircmetros ou houve muito
pouco como eacute o caso do enxofre total
Jaacute para os itens referentes ao processo de armazenamento (teor de aacutegua estabilidade
oxidativa e iacutendice de acidez) o teor de aacutegua foi diferente significativamente devido agrave secagem
do material poacutes-reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo do oacuteleo em biodiesel Quanto ao iacutendice de acidez
natildeo foi possiacutevel realizar-se comparaccedilatildeo devido agrave ausecircncia do resultado na amostra sem
irrigaccedilatildeo jaacute mencionado anteriormente A estabilidade oxidativa por sua vez apresentou uma
diferenccedila significativa entre as amostras e uma das provaacuteveis causas pode ser o fato da
quantidade de insaturaccedilotildees entre os tratamentos ser diferente o que foi constatado nas
anaacutelises de RMN lembrando que novas anaacutelises precisam ser analisadas para verificar o niacutevel
de variabilidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso extraiacutedo de uma mesma lavoura
As caracteriacutesticas referentes as estruturas moleculares (Ponto de Entupimento de Filtro
a Frio viscosidade massa especiacutefica e iacutendice de iodo) foram aquelas que apresentaram as
maiores diferenccedilas em especial a viscosidade e a massa especifica Pelas diferenccedilas
presume-se que existem pequenas diferenccedilas entre as composiccedilotildees das amostras o que pode
ser afirmado pelos ensaios de cromatografia gasosa realizado nos oacuteleos brutos (perfil
composicional) Quanto agraves outras caracteriacutesticas nada pode ser afirmado em especial ao
iacutendice de iodo que natildeo foi quantificado na amostra sem irrigaccedilatildeo devido agrave quantidade de
amostra ser insuficiente para essa anaacutelise
Pelos resultados obtidos com as anaacutelises de qualidade do oacuteleo nos tratamentos e da
caracterizaccedilatildeo do biodiesel pode ser afirmado que o pinhatildeo-manso (como uacutenica mateacuteria-
prima) pode obter-se um biodiesel com qualidade que atenda a todos os paracircmetros
134
estabelecidos pela legislaccedilatildeo vigente de acordo com ANVISA (2005) e ANP (2012) haja
vista principalmente o atendimento aos ensaios referentes agraves estruturas moleculares e agrave
estabilidade oxidativa
135
5 CONCLUSOtildeES
1) Mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde
positivamente agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo complementar e agrave adubaccedilatildeo nitrogenada chegando a
duplicar a produtividade de sementes com a praacutetica da irrigaccedilatildeo e a triplicar em alguns
casos quando a adubaccedilatildeo eacute feita de acordo com a recomendaccedilatildeo proposta pela literatura
A produtividade de aacutegua por sua vez natildeo apresenta diferenccedila significativa entre os
manejos hiacutedricos ficando restrita apenas para agraves doses de N aplicadas
2) As variaacuteveis de crescimento (altura da planta diacircmetro e volume de copa e IAF)
apresentam uma boa resposta quanto aos tratamentos aplicados Com as praacuteticas da
adubaccedilatildeo e da irrigaccedilatildeo as folhas permanecem por um maior tempo nas plantas
reduzindo o periacuteodo de senescecircncia em cada ciclo O IAF assim como outras variaacuteveis
apresentam maiores valores para os tratamentos irrigados
3) Todos os teores de clorofila avaliados apresentam maiores valores com a praacutetica da
irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicadas No quarto ano de cultivo como natildeo
houve irrigaccedilatildeo os tratamentos com histoacuterico de irrigaccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas
entre os dois manejos hiacutedricos Apesar da diferenccedila do teor de clorofila entre as doses de
N os tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar
4) Os tratamentos aplicados apresentam aumento no rendimento de oacuteleo no cultivo sem
irrigaccedilatildeo mas tal condiccedilatildeo natildeo eacute determinante no aumento da produtividade de oacuteleo com
os tratamentos irrigados apresentando maiores produtividades Com a baixa influecircncia do
conteuacutedo intriacutenseco de oacuteleo das sementes o aumento da produtividade de oacuteleo nos
tratamentos irrigados se deve principalmente pelo aumento da produtividade de sementes
5) Os iacutendices de qualidade de oacuteleo natildeo apresentam variaccedilatildeo significativa quanto agraves
diferentes doses de N ficando restritos para alguns iacutendices a variaccedilatildeo dos valores apenas
com a praacutetica da irrigaccedilatildeo para um dos ciclos avaliados
136
137
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das sementes de pinhatildeo-manso Irineu Pedro de Sousa Andrade - - versatildeo revisada de acordo com a resoluccedilatildeo CoPGr 6018 de 2011 - - Piracicaba 2016
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Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo
1 Jatropha curcas L 2 Manejo hiacutedrico 3 Fertilizaccedilatildeo mineral 4 Biocombustiacuteveis I Tiacutetulo
CDD 63385 A553i
ldquoPermitida a coacutepia total ou parcial deste documento desde que citada a fonte ndash O autorrdquo
3
Dedico Aos meus pais Pedro Miguel de Andrade e Antonia Maria de Souza Conrado
Agrave minha irmatilde Camila Souza de Andrade
Agrave minha namorada Natiele Moura Ferreira
Agrave DEUS meu guia
e consolador
companheiro de
todos os
momentos
Ofereccedilo
4
5
AGRADECIMENTOS
Agrave Deus por toda a sauacutede determinaccedilatildeo e sabedoria que tem me concedido ateacute entatildeo
a companhia sublime do Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus na minha vida nesses uacuteltimos anos aliado
com a intercessatildeo da sempre Virgem Maria A Tua Graccedila me basta
Aos meus pais Pedro Miguel e Antonia Maria por toda educaccedilatildeo amor e carinho que
vocecircs tem me dado Este trabalho tambeacutem eacute fruto de vocecircs A minha querida irmatilde Camila
que com o seu exemplo de luta e perseveranccedila me inspirou e muito nesses anos de Doutorado
e a todos os meus familiares que sempre me apoiaram e torceram por mim nesta etapa
Agrave minha amada Natiele Moura Ferreira pela sua companhia nesses anos de namoro
e por todo o seu amor e compreensatildeo nos momentos em que passamos juntos (mesmo agrave
distacircncia) Agradeccedilo tambeacutem agrave todos os seus familiares que sempre me acolheram bem nas
minha idas a Petroacutepolis em especial a Marcos Benedito Sandra Cristina Joatildeo Pedro Marcos
Paulo e Vanessa Faustino
Agrave Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz por toda a infraestrutura e ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Sistemas Agriacutecolas pela oportunidade de
realizaccedilatildeo do curso de doutorado onde estendo minha gratidatildeo aos professores pelo
conhecimento partilhado
Ao professor Marcos Viniacutecius Folegatti meu orientador pela confianccedila depositada
desde o iniacutecio e pela sua atenccedilatildeo constante sinceridade amizade e por todas as suas valiosas
orientaccedilotildees sejam no meio profissional-cientiacutefico ou na esfera humana Sinto-me honrado por
ter feito parte da sua equipe
As professoras Dra Patriacutecia Angeacutelica Alves Marques e Dra Thaiacutes Maria Ferreira de
Souza Vieira por todo apoio e auxiacutelio no desenvolvimento desse trabalho
Aos professores Dr Leonardo Duarte Batista da Silva Dr Felipe Gustavo Pilau e Dr
Fabio Ricardo Marin por suas sugestotildees e opiniotildees no exame de qualificaccedilatildeo para a melhoria
e engrandecimento dessa pesquisa em especial ao Dr Leonardo pelo apoio e amizade em
todos os momentos
Aos funcionaacuterios do Departamento de Engenharia de Biossistemas Gilmar Batista
Grigolon Paula Alessandra Bonassa Antocircnio Agostinho Gozzo (Seu Antocircnio) Acircngela
Maacutercia Derigi Silva Davilmar Aparecida Colevatti Heacutelio de Toledo Gomes Luiz Custoacutedio
Camargo e Paula Leme Mendes pela atenccedilatildeo e disposiccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo dos trabalhos
Aos meus amigos membros do grupo de pesquisa com quem compartilhei
conhecimentos e experiecircncias Joatildeo Paulo Bruno Lena Adriano Diotto Ciacutecero Renecirc Eder
6
Fanaya Jr Otaacutevio Neto e Jefferson Joseacute obrigado pelos momentos de companhia dentro e
fora da aacuterea experimental e da Esalq Este trabalho tem a colaboraccedilatildeo concreta de cada um e
tambeacutem eacute de vocecircs
Aos meus amigos de poacutes graduaccedilatildeo Hermes da Rocha Kaline de Melo Marco
Bragaia Osvaldo Neto Joseacute Leocircncio Conan Salvador Marinaldo Pinto Dinara Alves
Marcos Amaral Daniel Leal Wagner Woff Eusiacutemio Fraga Fernando Barbosa Lucas da
Costa Santos Rony Sampaio Rogeacuterio Lavanholi Jeacutefferson Costa Ana Paula Damasceno
Fabriacutecio de Oliveira Luiacutes Carvalho Roberto Marano Timoacuteteo Herculino Thiago Villa
Acaacutecio Perboni Nathalia Alejandra Asdruacutebal Luiz Sobenko pelo bom conviacutevio
Aos professores do departamento do ciecircncias exatas Dr Carlos Tadeu e Dra Renata
Alcarde e aos receacutem doutores Dra Adriele Biase e ao meu amigo Dr Fredy Aguillar por
todo auxiacutelio estatiacutestico que necessitei e pelos esclarecimentos e atenccedilatildeo recebida por todos
Aos meus grandes amigos de feacute do grupo de oraccedilatildeo universitaacuterio (GOU) Aacutegua Viva
Tatiane Tokairin Mateus Mendes Antonio Paacutedua Andrea Domingues Natalia Arruda
Geraldo Costa Mariana Pontin Marina Losi Leandro Silva Andreia Nascimento Anna
Neto Dallila Rezende Fredy Ariane Silveira Baacuterbara Della Antonia Rebecca Riet Ana
Carolina Maacutercio Rezende Vanessa Queiroz e Patriacutecia Souza por todos os momentos de
conviacutevio partilha confraternizaccedilotildees e oraccedilotildees em que passei junto de vocecircs
Aos colegas de moradia que tive ao longo desses trecircs anos Marinaldo Valdevan
Adriano Pablo Conan Maicon Otaacutevio Cibele Cliacutessia Luanna Lilian pela companhia e
momentos de alegria e amizade
Agrave Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) na pessoa dos pesquisadores MSc Alan
Diego da Conceiccedilatildeo Santos e Dr Andersson Barison parceiros nas anaacutelises de ressonacircncia
magneacutetica nuclear
Ao Instituto Federal de Satildeo Paulo campus Matatildeo-SP na pessoa do professor Dr
Danilo Luiz Flumignan pela oportunidade de parceria e por todo o apoio nas anaacutelises de
qualidade de oacuteleo e biodiesel e a todos teacutecnicos de laboratoacuterio e alunos envolvidos na
participaccedilatildeo e auxiacutelio nessas anaacutelises Deixo o meu agradecimento ao CempeqcIQUnesp
campus de Araraquara-SP pelas anaacutelises de cromatografia gasosa
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (Capes) e a
Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) pela concessatildeo da bolsa
de doutorado
Agrave todos que contribuiacuteram de alguma forma para a realizaccedilatildeo deste trabalho Meu
muito obrigado Que Deus na sua infinita bondade abenccediloe a cada um
7
ldquoNatildeo vos lembreis mais dos acontecimentos de
outrora natildeo recordeis mais das coisas antigas porque
eis que vou fazer obra nova a qual jaacute surge natildeo a
vedesrdquo
(Isaiacuteas 4318-19a)
ldquoVontade de Deus eacutes o meu paraiacutesordquo
(Santa Paula Frassineti)
ldquoNatildeo entristeccedila o seu coraccedilatildeo por causa das afliccedilotildees antes
medita na Lei do Senhor e alegra-te pois o Senhor usa de meios
que noacutes natildeo entendemos para testar e treinar a nossa feacute para nos
fortalecer E por mais difiacutecil que seja confie Confie no Senhor e
Ele te abenccediloaraacuterdquo
(Autor desconhecido)
8
9
SUMAacuteRIO
RESUMO 11
ABSTRACT 13
LISTA DE FIGURAS 15
LISTA DE TABELAS 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 25
21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) 25
22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso 29
23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso 34
231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso 35
232 Condiccedilotildees e uso do solo 37
233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso 39
24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis 44
241 Perfil composicional de aacutecidos graxos 45
242 Iacutendices de qualidade 49
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 53
31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental 53
32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental 54
33 Caracterizaccedilatildeo do solo 56
34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo 57
35 Manejo da irrigaccedilatildeo 58
36 Monitoramento da umidade do solo 61
37 Manejo da cultura 62
38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua 63
39 Anaacutelises de crescimento 64
310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 65
311 Iacutendice de clorofila 67
312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 68
3121 Teor de oacuteleo 69
3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo 70
3123 Iacutendice de acidez 71
3124 Iacutendice de iodo 71
10
3125 Iacutendice de peroacutexido 72
3126 Iacutendice de refraccedilatildeo 72
3127 Densidade relativa 73
3128 Estabilidade oxidativa 73
3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos 74
313 Anaacutelise dos dados 75
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 77
41 Monitoramento meteoroloacutegico 77
42 Irrigaccedilotildees realizadas 79
43 Monitoramento da umidade do solo 80
44 Produtividade da cultura 84
45 Produtividade da aacutegua 88
46 Anaacutelise de crescimento 91
47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 109
48 Iacutendice de clorofila 113
49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 120
5 CONCLUSOtildeES 135
REFEREcircNCIAS 137
11
RESUMO
Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das
sementes de pinhatildeo-manso
Com a busca de novas soluccedilotildees para a produccedilatildeo de energia sustentaacutevel novas fontes
renovaacuteveis tecircm sido tema de estudos para o suprimento de energia no mundo diminuindo a
dependecircncia por combustiacuteveis foacutesseis O biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em
substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e com isso muitas espeacutecies oleaginosas tecircm sido estudadas para
esse fim O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) eacute uma espeacutecie da famiacutelia Euforbiaacutecea que tem
se destacado por ser uma planta perene ruacutestica e com elevada produccedilatildeo de oacuteleo O
conhecimento dos efeitos da irrigaccedilatildeo e da fertilizaccedilatildeo nitrogenada no seu cultivo se tornam
relevantes para um melhor manejo dessa cultura Este estudo teve como objetivo principal
avaliar os efeitos de diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na
produtividade no crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no cultivo do pinhatildeo-manso
O experimento foi conduzido em uma aacuterea experimental do Departamento de Engenharia de
Biossistemas da ESALQUSP em Piracicaba-SP Os estudos foram realizados nos anos
agriacutecolas de 20132014 e 20142015 com plantas a partir do terceiro ano de cultivo e
dispostas em espaccedilamento 3 x 4 m totalizando 833 plantas ha-1
Os tratamentos foram
dispostos aleatoriamente em duas aacutereas de cultivo com blocos compostos de quatros
repeticcedilotildees sendo os fatores constituiacutedos de dois manejos hiacutedricos (irrigado e sem irrigaccedilatildeo) e
quatro doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a partir da sua recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo (150
100 50 e 0 de N) Cada aacuterea de cultivo era composta pelo tipo de manejo hiacutedrico
adotado e a anaacutelise dos dados foi feita de forma conjunta como anaacutelise de grupos de
experimentos O sistema de irrigaccedilatildeo utilizado foi o pivocirc central sendo adotado para toda a
aacuterea irrigada o mesmo manejo de irrigaccedilatildeo A irrigaccedilatildeo e as doses de N tiveram influecircncia
positiva nas variaacuteveis de crescimento como altura iacutendice de aacuterea foliar diacircmetro e volume de
copa Todos os teores de clorofila avaliados apresentaram os maiores valores com a praacutetica da
irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicada mas apesar dessa diferenccedila todos os
tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar A produtividade
de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso tambeacutem responderam de forma positiva aos
tratamentos aplicados chegando ateacute a triplicar os seus valores com a praacutetica de irrigaccedilatildeo e da
adubaccedilatildeo de N O teor de oacuteleo por sua vez natildeo mostrou variaccedilatildeo dos tratamentos quanto ao
seu conteuacutedo intriacutenseco por unidade de massa de sementes mas o fator manejo hiacutedrico
influenciou nos valores de alguns iacutendices de qualidade de oacuteleo como acidez iodo peroacutexido e
estabilidade oxidativa nos quais os tratamentos irrigados apresentaram de uma forma geral
os melhores resultados Com isso conclui-se que mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees
adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde bem agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo
nitrogenada aumentando sua produtividade melhorando seu desenvolvimento vegetativo e
qualidade de oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel
Palavras-chave Jatropha curcas L Manejo hiacutedrico Fertilizaccedilatildeo mineral Biocombustiacuteveis
12
13
ABSTRACT
Influence of irrigation and nitrogen fertilization in yield and quality of oil from jatropha
seeds
With the search for new solutions for the sustainable energy production new
renewable energy sources have been the subject of studies for the power supply in the world
reducing dependence on fossil fuels Biodiesel can be used for power generation as a
substitute for oil diesel which have increased the interest on oilseeds crops studies The
jatropha (Jatropha curcas L) is a species of the Euforbiaceae family that has stood out for
being a perennial rustic and high yield of oil plant The knowledge of the effects of irrigation
and nitrogen fertilization on the cultivation become relevant for a better crop management
The main objective of this study was the evaluation of the effects of different levels of
nitrogen fertilization and irrigation on productivity vegetative growth and oil quality in the
jatropha crop The experiment was conducted in an experimental area of the Department of
Biosystems Engineering at ESALQUSP in Piracicaba-SP The studies were conducted in the
agricultural years of 20132014 and 20142015 with plants from the third year of cultivation
arranged in 3x4 meters spacing totaling 833 plants ha-1
The treatments were randomly
arranged in two cultivation areas with blocks composed of four repetitions being the factors
consisted of two water management (irrigated and without irrigation) and four doses of
nitrogen fertilization from its fertilizer recommendation (150 100 50 and 0 N) Each
cultivation area was composed by the type of water management adopted and the data
analysis was made jointly as experiments group analysis The irrigation system used was the
center pivot being adopted for the entire irrigated area the same irrigation management The
irrigation and nitrogen levels had a positive influence on growth variables such as height
diameter and canopy volume All evaluated chlorophyll levels reached the highest values with
the practice of irrigation and higher nitrogen levels applied but despite of this difference all
treated samples showed low correlation with leaf nitrogen content The productivity of seeds
and jatropha oil also responded positively to the treatments applied reaching three times their
values with the practice of irrigation and nitrogen fertilization The oil content did not vary
with treatments as to its intrinsic content per unit mass of seeds and only the water
management factor influenced the values of some oil quality indices such as acidity iodine
peroxide and oxidative stability when the irrigated treatments showed better results in
general Thus it is concluded that even though being adapted to adverse conditions of climate
and soil jatropha responds well to practices of irrigation and nitrogen fertilization increasing
its productivity and improving its vegetative growth and quality of oil for biodiesel
production
Keywords Jatropha curcas L Water management Mineral fertilization Biofuels
14
15
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule
(b) folha (c) pistilo ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte
transversal (f) frutos (g) fruto em corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller
(1996) 26
Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso 39
Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos 46
Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo
meteoroloacutegica 54
Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo 55
Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de
aacutegua do sistema sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I
a irrigaccedilatildeo R o escoamento superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013) 59
Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso 65
Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha
da planta (a) leitura do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as
folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em laboratoacuterio do IAF real da planta com o
equipamento CI-203 (d) 67
Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG 68
Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema
de funcionamento do equipamento (b) 74
Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo da cultura 78
Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura 80
Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo 81
Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos
de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a
sonda de capacitacircncia Diviner 2000 82
Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados 83
Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos
de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda
de capacitacircncia Diviner 2000 83
16
Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de
adubo nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 85
Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de
adubo nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 86
Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos
no terceiro ano de cultivo 88
Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 90
Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo
complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de
cultivo 92
Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de
avaliaccedilatildeo 95
Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico
adotado (b) para o ciclo 201314 96
Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico
adotado (b) para o ciclo 201415 96
Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da
irrigaccedilatildeo complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e
quarto ano de cultivo 98
Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos
de avaliaccedilatildeo 101
Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 102
Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 103
Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo
complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de
cultivo 105
17
Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
107
Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso
em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)
e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 108
Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso
em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)
e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 108
Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200 110
Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada
e do manejo hiacutedrico adotado 111
Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-
manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N
aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 112
Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e
do manejo hiacutedrico (b) para o terceiro ano de cultivo 114
Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto
ano de cultivo 114
Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano
de cultivo 115
Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo 118
Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na
planta (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) 119
Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 123
Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 123
Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso
para todos os tratamentos avaliados 130
18
19
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de
algumas culturas oleaginosas produzidas no Brasil 30
Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros
anos de cultivo 41
Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia 56
Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental 56
Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental 57
Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo 58
Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos
frutos colhidos na aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos 70
Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental 70
Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental
77
Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1
relaccedilatildeo sementefruto (RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1
84
Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1
) em funccedilatildeo do
manejo hiacutedrico e doses de nitrogecircnio aplicado 84
Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo
89
Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314 92
Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415 93
Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 93
Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a
variaacutevel altura no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 94
Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 96
Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico
adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 97
Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314 99
20
Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415 99
Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 100
Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a
variaacutevel diacircmetro de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 100
Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 102
Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo
dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo
hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 104
Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314 106
Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415 106
Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 106
Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 108
Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do
manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 109
Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415 111
Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos
os tratamentos no segundo ano de avaliaccedilatildeo 112
Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico
adotado para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 112
Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila
AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro
ciclo de avaliaccedilatildeo 115
Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila
AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo
ciclo de avaliaccedilatildeo 116
Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo
201415 117
21
Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do
pinhatildeo-manso 118
Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de
clorofila na planta 119
Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) em
sementes de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados 120
Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da
dose de nitrogecircnio aplicada 121
Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade
oxidativa (EO) para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 124
Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico
adotado nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo 125
Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no
ciclo 201314 128
Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no
ciclo 201415 128
Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois
experimentos de manejo hiacutedrico 132
22
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente a maior parte da energia consumida no mundo proveacutem do petroacuteleo do
carvatildeo e do gaacutes natural Entretanto essas satildeo fontes natildeo renovaacuteveis e possuem previsatildeo de
esgotamento em um futuro proacuteximo Aleacutem disso os combustiacuteveis foacutesseis satildeo fontes muito
poluidoras e afetam o meio ambiente de forma severa o que faz a populaccedilatildeo mundial buscar
soluccedilotildees para tais problemas Com a crescente necessidade de encontrar fontes alternativas de
energia para substituir os combustiacuteveis foacutesseis diversas plantas vecircm sendo estudadas por
institutos de pesquisas e empresas A produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por meio do
desenvolvimento dos setores agroenergeacuteticos pode se tornar uma soluccedilatildeo viaacutevel para o
suprimento da demanda energeacutetica mundial
Produzido a partir de fontes renovaacuteveis como oacuteleos vegetais e gorduras animais o
biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e ao oacuteleo
combustiacutevel O uso do biodiesel pode trazer uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo dos
gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre aleacutem de
promover reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis No Brasil a produccedilatildeo do biodiesel
pode cooperar com o desenvolvimento econocircmico de diversas regiotildees do paiacutes uma vez que eacute
possiacutevel explorar a melhor alternativa de mateacuteria-prima em cada regiatildeo Com isso em funccedilatildeo
de fatores como a vasta extensatildeo territorial e a grande diversidade de climas solos e espeacutecies
oleaginosas o Brasil encontra-se em uma situaccedilatildeo bastante promissora
O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) destaca-se entre as oleaginosas com potencial
para a produccedilatildeo de biodiesel Esta cultura eacute apropriada ao cultivo em quase todo o paiacutes devido
a sua rusticidade e agrave resistecircncia a condiccedilotildees adversas de clima e solo (SATURNINO et al
2005) principalmente ao estresse hiacutedrico sendo tolerante agrave seca e podendo ser usada em
aacutereas marginais ou degradadas sem a competiccedilatildeo com culturas para fins de alimentaccedilatildeo
Aliado a esses fatores a alta porcentagem de oacuteleo por unidade de semente dessa espeacutecie em
comparaccedilatildeo com algumas culturas oleaginosas tradicionalmente cultivadas no paiacutes e em
outras regiotildees do mundo atraiacute a atenccedilatildeo de pesquisadores de diversos centros de pesquisa ao
redor do mundo para o conhecimento e o aprimoramento dessa cultura como uma matriz
energeacutetica para a produccedilatildeo de biodiesel
Contudo limitaccedilotildees teacutecnicas tecircm impedido a inserccedilatildeo imediata do pinhatildeo-manso na
matriz energeacutetica brasileira Por se tratar ainda de uma planta natildeo domesticada suas
caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os efeitos do ambiente sobre
24
as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Os resultados de pesquisas com a cultura
no Brasil ainda satildeo incipientes tendo iniacutecio faz pouco mais de dez anos de forma que ainda
haacute grande falta de informaccedilotildees sobre a cultura no paiacutes principalmente no que diz respeito agraves
suas demandas nutricionais e ao seu consumo hiacutedrico
Considerado por apresentar caracteriacutesticas como rusticidade e adaptabilidade a
condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso assim como a maioria das culturas
agriacutecolas possivelmente pode obter uma boa resposta quando suprido das suas necessidades
hiacutedricas e nutricionais A adubaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de aacutegua podem aumentar o rendimento de
sementes e oacuteleo do pinhatildeo-manso Mas a falta de informaccedilotildees sobre o cultivo de plantas
adultas a partir do seu pico de produccedilatildeo (4ordm ano) e da qualidade do seu oacuteleo sob a influecircncia
dessas variaacuteveis natildeo permite que se tenha um adequado manejo hiacutedrico e nutricional da
cultura uma vez que natildeo se conhece a fundo a resposta da planta pois trata-se ainda de uma
cultura com variadas expressotildees agronocircmicas
Sob a hipoacutetese de que o uso da irrigaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de diferentes doses de
nitrogecircnio afetam os componentes de produccedilatildeo o crescimento vegetativo e a qualidade do
oacuteleo do pinhatildeo-manso desenvolveu-se este trabalho com o objetivo principal de avaliar os
efeitos dos diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na produtividade no
crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no terceiro e quarto ano do cultivo de pinhatildeo-
manso (Jatropha curcas L) nas condiccedilotildees edafoclimaacuteticas de Piracicaba-SP Os objetivos
secundaacuterios foram avaliar os efeitos da irrigaccedilatildeo complementar e da adubaccedilatildeo nitrogenada em
variaacuteveis de crescimento das plantas de pinhatildeo-manso os niacuteveis de clorofila de cada
tratamento e a correlaccedilatildeo desses teores com os valores de N foliar e os efeitos de cada
tratamento sobre o rendimento o perfil composicional de aacutecidos graxos e os iacutendices de
qualidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso
25
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L)
O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) pertence agrave famiacutelia Euphorbiaceae a mesma da
mandioca mamona e seringueira e que compreende aproximadamente 8000 espeacutecies com
cerca de 320 gecircneros As plantas do gecircnero Jatropha contecircm 160 espeacutecies aproximadamente
entre herbaacuteceas e arbustivas e apresentam valor medicinal ornamental e algumas satildeo
produtoras de oacuteleo como eacute o caso da espeacutecie Jatropha curcas L (SUJATHA DHINGRA
1993)
Esta espeacutecie destaca-se entre as oleaginosas com potencial para a produccedilatildeo de
biodiesel aleacutem de apresentar caracteriacutesticas desejaacuteveis tais como potencial de altos
rendimentos de gratildeos e oacuteleo boa qualidade do oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel
adaptabilidade a diferentes regiotildees precocidade e longevidade Eacute uma planta reivindicada
como tolerante agrave seca tem menos necessidade de nutrientes utiliza insumos trabalhistas mais
baixos e natildeo compete com a produccedilatildeo de alimentos se cultivada em terras marginais
Consequentemente o pinhatildeo-manso eacute uma planta oleaginosa com potencial para o
desenvolvimento ambiental sustentaacutevel (PANDEY et al 2012)
Podendo ser um arbusto ou aacutervore pequena de crescimento raacutepido o pinhatildeo-manso
pode atingir ateacute trecircs metros de altura com diacircmetro de tronco de aproximadamente 20 cm
mais em condiccedilotildees especiais de cultivo pode atingir ateacute cinco metros de altura e diacircmetro
variando de 20 a 30 cm O pinhatildeo-manso possui caule liso de lenho mole e medula
desenvolvida mas pouco resistente e floema com longos canais que se estendem ateacute as
raiacutezes nos quais circula o laacutetex (HELLER 1996 SATURNINO et al 2005) O tronco que
conteacutem laacutetex eacute dividido desde a base em ramos que satildeo revestidos por uma camada grossa
com cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estaccedilatildeo seca (DIAS et al 2007
HENNING 2009) Em resumo trata-se de uma planta perene de crescimento raacutepido e
caducifoacutelia a qual geralmente leva de quatro a cinco anos para atingir a maturidade com
expectativa de vida em torno de 50 anos (DRUMOND et al 2010)
A planta desenvolve uma raiz principal e quatro raiacutezes laterais sendo que a raiz
pivotante natildeo eacute normalmente formada quando as plantas advecircm de propagaccedilatildeo vegetativa
(HELLER 1996) As folhas satildeo verdes largas lisas e lobadas com nervuras esbranquiccediladas
na face inferior Eacute uma planta monoica e as inflorescecircncias terminais contecircm de 5 a 20 flores
femininas que se abrem em dias diferentes (SATURNINO et al 2005) Em cada
26
inflorescecircncia desabrocham primeiro as flores femininas seguindo o sentido de baixo para
cima na planta Do mesmo modo ocorrem a frutificaccedilatildeo e a maturaccedilatildeo Os frutos fecundados
tardiamente continuam a crescer depois da maturaccedilatildeo dos primeiros frutos de um cacho o que
gera colheita em diferentes eacutepocas do ano
O fruto eacute capsular oblongo com diacircmetro de 15 a 30 cm trilocular podendo
apresentar ateacute quatro sementes sendo formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa
indeiscente inicialmente verde passando a amarelo castanho e por fim preto quando atinge a
maturaccedilatildeo fisioloacutegica (DIAS et al 2007) A semente eacute ovalada endospeacutermica tegumento
rijo quebradiccedilo de fratura resinosa Na maturaccedilatildeo conteacutem de 53 a 62 de sementes e de 38
a 47 de casca pesando cada uma de 153 a 285 g (SATURNINO et al 2005) Na Figura 1
estatildeo apresentadas as diferentes partes constituintes da planta do pinhatildeo-manso
Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule (b) folha (c) pistilo
ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte transversal (f) frutos (g) fruto em
corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller (1996)
27
De toda a morfologia da planta o sistema radicular eacute o que necessita de maiores
informaccedilotildees quanto a sua real distribuiccedilatildeo no perfil do solo e a sua absorccedilatildeo dos nutrientes
presentes na soluccedilatildeo do solo existindo pouquiacutessimos trabalhos na literatura que descrevem
com clareza o seu sistema radicular sendo restrito a condiccedilotildees especiacuteficas da regiatildeo Alves
Juacutenior et al (2014) avaliaram a distribuiccedilatildeo espacial do sistema radicular do pinhatildeo-manso no
Cerrado brasileiro e encontraram uma profundidade meacutedia e distacircncia horizontal
respectivamente de 060 e 075 m para plantas com 17 meses de idade e de 10 e 10 m para
plantas de 36 meses de idade Nunes et al (2009) e Ye et al (2009) relatam que em solos de
baixa densidade a raiz do pinhatildeo-manso pode chegar ao dobro do comprimento da parte aeacuterea
Estas informaccedilotildees contradizem o que se achava a respeito da cultura do pinhatildeo-manso pois
diversos autores afirmaram agrave respeito do sistema radicular da cultura como sendo curto e
pouco ramificado (HELLER 1996 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005)
O oacuteleo bruto dos gratildeos eacute a principal mateacuteria-prima do pinhatildeo-manso e o seu
rendimento depende de diversas caracteriacutesticas da planta associadas aos fatores
edafoclimaacuteticos Entre os principais componentes da produtividade destacam-se as
caracteriacutesticas vegetativas da planta o nuacutemero de ramos o diacircmetro da copa a altura das
plantas o volume de copa a produtividade de gratildeos por aacutervore e entre as caracteriacutesticas de
qualidade da mateacuteria-prima o ldquopeso de gratildeosrdquo ldquopeso de amecircndoasrdquo ldquopeso de cascardquo (RAO et
al 2008) O oacuteleo eacute o produto de maior valor agregado da cultura do pinhatildeo-manso e
apresenta propriedades como uma maior estabilidade oxidativa do que o oacuteleo de soja menor
viscosidade quando comparado ao da mamona e melhores propriedades a frio que o oacuteleo de
palma (TAPANES et al 2008)
Quanto agrave porcentagem de oacuteleo destaca-se seu o alto teor por unidade de massa com
uma variaccedilatildeo de 27 a 38 o que representam de 53 a 79 do peso do fruto (ARRUDA
2004 DIAS et al 2007) Poreacutem os teores de oacuteleo podem variar de acordo com as
caracteriacutesticas geneacuteticas tecnologia de produccedilatildeo e de extraccedilatildeo adotadas (CARVALHO
NAKAGAWA 2000 MARQUES 2007) Diferentes meacutetodos podem ser utilizados para a
extraccedilatildeo de oacuteleos vegetais como a prensagem mecacircnica a extraccedilatildeo com solvente e a extraccedilatildeo
com fluiacutedo supercriacutetico Pelo meacutetodo de extraccedilatildeo com solvente de Soxhlet obteacutem-se maior
quantidade de oacuteleo em relaccedilatildeo a outros meacutetodos pois a amostra permanece em contato com o
solvente pela evaporaccedilatildeo e condensaccedilatildeo do mesmo sobre a amostra (BRUM ARRUDA
REGITANO-DrsquoARCE 2009) Entretanto por ser de baixo custo a prensagem mecacircnica eacute o
meacutetodo mais utilizado para extraccedilatildeo de oacuteleo nas induacutestrias
28
Com relaccedilatildeo a composiccedilatildeo do oacuteleo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) relatam que do
teor meacutedio de oacuteleo encontrado nas sementes cerca de 608 satildeo compostos basicamente por
143 de aacutecido palmiacutetico 51 de aacutecido esteaacuterico 411 de aacutecido oleico e 381 de aacutecido
linoleico possuindo ao final um valor meacutedio de 20 de aacutecidos graxos saturados e 80 de
aacutecidos insaturados Entretanto assim como nas demais culturas oleaginosas a composiccedilatildeo e
teor de cada aacutecido graxo de oacuteleos vegetais com potencial para biocombustiacuteveis podem variar
de acordo com as condiccedilotildees climaacuteticas classe de solo localizaccedilatildeo geograacutefica estaacutedio de
maturaccedilatildeo das sementes variedades e praacuteticas agronocircmicas entre outros fatores (BERTI
JOHNSON 2008 KHEIRA ATTA 2009 HATHURUSINGHA ASHWATH MIDMORE
2011 SEZEN et al 2011 AKBARIAN MODAFEBEHZADI BAGHERIPOUR 2012
RAMANJANEYULU REDDY MADHAVI 2013 RODRIGUES et al 2013 SINHA et al
2015)
O pinhatildeo-manso apresenta alta toleracircncia agrave seca sendo cultivada em diversos paiacuteses do
mundo principalmente no semiaacuterido tropical (FAIRLESS 2007 ACHTEN et al 2008) A
elevada toleracircncia agrave seca aliada ao caule suculento de plantas de pinhatildeo-manso estaacute associada
ao metabolismo C3-CAM existente nesta espeacutecie funcionando em condiccedilotildees de deacuteficit
hiacutedrico o metabolismo CAM (LUTTGE 2008) As plantas CAM satildeo adaptadas agrave escassez de
aacutegua porque perdem pouca aacutegua por transpiraccedilatildeo durante aquisiccedilatildeo de CO2 uma vez que os
estocircmatos abrem-se no periacuteodo noturno e permanecem fechados durante o dia Segundo
Pimentel (1998) algumas plantas CAM facultativas podem atingir alta produtividade quando
funcionando como C3 poreacutem quando essas plantas apresentam o comportamento CAM
devido agrave um estresse ambiental a acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca eacute reduzida
A distribuiccedilatildeo geograacutefica do pinhatildeo-manso eacute bastante vasta devido a sua rusticidade
resistecircncia a longas estiagens e agraves infestaccedilotildees de pragas e doenccedilas sendo adaptaacutevel agraves
adversidades de solo e clima Segundo Openshaw (2000) a espeacutecie estaacute distribuiacuteda
principalmente nas Ameacutericas na Aacutefrica e em parte da Aacutesia sendo largamente cultivada no
Meacutexico Nicaraacutegua Tailacircndia e em partes da Iacutendia No Brasil sua distribuiccedilatildeo geograacutefica se
estende por boa parte do territoacuterio sendo encontrada desde a regiatildeo Nordeste Sudeste e ateacute o
Estado do Paranaacute (ARRUDA et al 2004) Alguns pesquisadores apontam o Brasil como
provaacutevel centro de origem devido agrave distribuiccedilatildeo ao longo de todo o paiacutes (SUJATHA
DHINGRA 1993 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005) poreacutem muitos estudos
estatildeo evidenciando como centro de diversidade geneacutetica e possiacutevel centro de origem o norte
da Ameacuterica Latina destacando-se Meacutexico e Guatemala (HELLER 1996 MAES et al
2009b PECINA-QUINTERO et al 2014) Estudos realizados por Nuacutentildeez-Coliacuten e Goytia-
29
Jimeacutenez (2009) para determinaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da espeacutecie e dos padrotildees climaacuteticos da
regiatildeo de origem apontaram o Meacutexico e o norte da Ameacuterica Central como o centro de
diversidade da espeacutecie No Meacutexico a diversidade geneacutetica eacute citada na literatura como sendo
expressiva sobretudo por ocorrer naturalmente o genoacutetipo atoacutexico sem a presenccedila de eacutesteres
de forbol Eacute comum no paiacutes a populaccedilatildeo de alguns estados se alimentarem da polpa ou
sementes de pinhatildeo-manso tradiccedilatildeo existente desde a eacutepoca dos maias sendo mais praticado
nos estados de Veracruz e Puebla (MAKKAR et al 1997 MARTIacuteNEZ-HERRERA et al
2006) Natildeo se tem relatos de ocorrecircncia do genoacutetipo atoacutexico fora do Meacutexico
22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso
O Brasil com sua vasta extensatildeo territorial e variedade climaacutetica apresenta um
enorme potencial para a produccedilatildeo de diferentes espeacutecies de oleaginosas que podem ser
utilizadas na siacutentese do biodiesel destacando-se a soja a mamona o girassol o amendoim a
palma de oacuteleo a canola e o pinhatildeo-manso A viabilidade de cada oleaginosa depende de sua
competitividade teacutecnica econocircmica e socioambiental aleacutem de aspectos como o teor de oacuteleo a
produtividade por unidade de aacuterea a adequaccedilatildeo a diferentes sistemas produtivos sazonalidade
e demais aspectos relacionados ao ciclo de vida da planta (VISENTAINER SANTOS
JUacuteNIOR 2013)
A cultura da soja destaca-se no cenaacuterio brasileiro dentre as principais mateacuterias-primas
utilizadas para a produccedilatildeo do biodiesel sendo 80 do oacuteleo produzido no paiacutes oriundo desta
oleaginosa A previsatildeo eacute que esta situaccedilatildeo natildeo se modificaraacute nos proacuteximos anos visto que
esta cultura tem uma cadeia produtiva organizada e estaacute no limite da fronteira tecnoloacutegica
mundial sendo o Brasil nos uacuteltimos anos o segundo maior produtor mundial poreacutem o seu
rendimento em oacuteleo eacute baixo (Tabela 1) (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) O
pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) vem sendo fonte de estudos nos uacuteltimos anos devido ao
seu grande potencial na produccedilatildeo de oacuteleo para biocombustiacuteveis chegando a apresentar teor de
oacuteleo variando entre 32 a 40 quando extraiacutedo por meio de prensagem mecacircnica o que
garante a esta cultura altas produtividades meacutedias de gratildeos e de oacuteleo quando comparada com
outras culturas cultivadas no paiacutes (Tabela 1)
30
Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de algumas culturas
oleaginosas produzidas no Brasil
Cultura Produtividade meacutedia de
sementes (kg ha-1
ano-1
) Teor meacutedio de oacuteleo ()
Rendimento meacutedio em
oacuteleo (kg ha-1
ano-1
)
Soja 2800 20 560
Palma de oacuteleo 15000 26 4000
Girassol 1800 45 774
Algodatildeo 1900 19 361
Amendoim 2400 45 788
Mamona 1000 48 470
Canola 1500 38 570
Pinhatildeo-manso 5000 38 1900
Fonte Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento-MAPA (2007)
Por ser o biodiesel um combustiacutevel biodegradaacutevel derivado de fontes renovaacuteveis
como os oacuteleos vegetais ldquovirgensrdquo ou jaacute utilizados e das gorduras animais satildeo evidentes as
vantagens da sua utilizaccedilatildeo na reduccedilatildeo da emissatildeo de gases poluentes e no balanccedilo de
carbono quando comparado com o diesel foacutessil No caso do biodiesel de pinhatildeo-manso pode-
se obter uma reduccedilatildeo de 55 na emissatildeo de fuligem e de 35 na liberaccedilatildeo de hidrocarboneto
que aliaacutes eacute uma substacircncia canceriacutegena Aleacutem disso o gaacutes carbocircnico gerado na queima eacute
consumido no processo de fotossiacutentese realizado nas lavouras de plantas oleaginosas e
devolvido agrave atmosfera como oxigecircnio criando dessa forma um ciclo fechado de produccedilatildeo
sem sobras poluentes (CARNIELLI 2003)
Com relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo do oacuteleo produzido a partir de sementes de pinhatildeo-manso
para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel pode-se obter basicamente dois produtos O primeiro e
mais conhecido eacute o biodiesel que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao diesel de origem
foacutessil (ACHTEN et al 2008) A segunda alternativa que ateacute o momento soacute foi utilizada em
pequena escala eacute o bioquerosene que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao querosene de
aviaccedilatildeo Alguns testes neste sentido como voos experimentais jaacute foram ateacute realizados por
companhias aeacutereas e se mostraram muito satisfatoacuterios com relaccedilatildeo agrave viabilidade teacutecnica do
biocombustiacutevel
O pinhatildeo-manso eacute uma oleaginosa com grande potencial para produccedilatildeo de biodiesel
sendo que sua produccedilatildeo de oacuteleo pode chegar a 15 Mg ha-1
ano-1
Como algumas vantagens
esta cultura apresenta em sua cadeia produtiva a resistecircncia podendo desta forma ser
cultivado em todo o paiacutes facilitando a sua distribuiccedilatildeo e sua colheita que eacute manual o que
impulsiona a matildeo de obra familiar (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)
31
O pinhatildeo-manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas para
substituir o diesel de petroacuteleo pois as amecircndoas aleacutem de poderem gerar valores proacuteximos de
40 de oacuteleo extraiacutedo por prensagem mecacircnica podem render de 50 a 52 de oacuteleo quando
extraiacutedo a base de solventes Seu oacuteleo eacute empregado como lubrificante em motores a diesel e
na fabricaccedilatildeo de sabatildeo e tinta Aleacutem disso a torta que resta ao final da extraccedilatildeo eacute um
subproduto rico em nitrogecircnio potaacutessio foacutesforo e mateacuteria orgacircnica que pode ser utilizado na
adubaccedilatildeo tanto da lavoura de pinhatildeo-manso como em outras culturas (MARTINS
MACHADO CAVASINI 2008) Outro fator positivo eacute a utilizaccedilatildeo da casca dos pinhotildees que
pode ser usada como carvatildeo vegetal e mateacuteria-prima na fabricaccedilatildeo de papel (SLUSZZ
MACHADO 2011) e da madeira do pinhatildeo-manso que assim como as cascas dos frutos
podem ser utilizadas como material carburante de fornalhas (HELLER 1996 ARRUDA et
al 2004 SATURNINO et al 2005)
De acordo com Sato et al (2007) apesar da utilizaccedilatildeo do oacuteleo extraiacutedo da semente do
pinhatildeo-manso para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel ser o mais difundido outras partes da
planta tecircm utilizaccedilatildeo econocircmica como na medicina tradicional na produccedilatildeo de sabatildeo na
iluminaccedilatildeo por meio de lamparinas em geradores de eletricidade combustiacutevel para fogotildees
extratos da semente como molusquicida inseticida e nematicida Ainda segundo estes autores
a planta eacute considerada meliacutefera podendo tambeacutem ser utilizada como cerca-viva de pastagens
e campos agriacutecolas pois natildeo eacute palataacutevel mourotildees de cerca ldquovivosrdquo e suporte para plantas
trepadeiras como no caso da baunilha (Vanilla aromatica)
A cultura aleacutem de ser uma boa opccedilatildeo agriacutecola para aacutereas aacuteridas semiaacuteridas e na
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas promove a integraccedilatildeo do acesso agrave produccedilatildeo com renda (com
a venda do oacuteleo das sementes para fins combustiacuteveis) eacute suprimento de energia (o oacuteleo pode
ser utilizado em motores e maacutequinas para a geraccedilatildeo de eletricidade) contribui no
desenvolvimento rural (com o emprego da matildeo-de-obra familiar) e com consequente fixaccedilatildeo
do homem no campo seguranccedila alimentar pois permite o uso de culturas anuais alimentiacutecias
em consoacutercio aleacutem de melhorias ambientais como a formaccedilatildeo de um microclima que
favorece o desenvolvimento de outras culturas nas entrelinhas entre outros (SATO et al
2007)
No entanto o cultivo do pinhatildeo-manso precisa ser aprimorado para tornaacute-lo adequado
agrave produccedilatildeo de mateacuteria prima para a produccedilatildeo de biodiesel Apesar de possuir caracteriacutesticas
desejaacuteveis como resistecircncia a seca e rusticidade limitaccedilotildees teacutecnicas como a maturaccedilatildeo
desuniforme dos frutos e a baixa produtividade de gratildeos alcanccedilada em alguns locais tecircm
limitado a viabilidade econocircmica desse cultivo (ROCHA et al 2012) Por ser ainda uma
32
planta silvestre suas caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os
efeitos do ambiente sobre as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Para isso eacute
necessaacuterio o estabelecimento de teacutecnicas que propiciem colheita uniforme com maior
qualidade do oacuteleo e reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo (LAVIOLA et al 2011)
Atualmente natildeo se tem conhecimento de nenhum programa de melhoramento geneacutetico
que vise a obtenccedilatildeo de um cultivar seguro para a expansatildeo vigorosa dessa cultura O processo
de seleccedilatildeo de acessos de pinhatildeo-manso com excelentes caracteriacutesticas de cultivo encontra-se
recente e na fase inicial em estudos feitos no Brasil (LAVIOLA et al 2014 PEIXOTO et al
2016) e em outros paiacuteses (GINWAL et al 2005 KAUSHIK et al 2007 MAES et al 2009b
WEN et al 2012a WEN et al 2012b) O desenvolvimento de um sistema de cultivo
comercial de espeacutecies selvagens de plantas deve ser feito com base no uso de cultivares que
apresentem suficiente uniformidade para garantir que a tecnologia de produccedilatildeo adotada seja
aproveitada na sua totalidade A falta desses cultivares natildeo permite recomendaccedilotildees teacutecnicas
confiaacuteveis sobre a melhor forma de propagaccedilatildeo populaccedilatildeo de plantio adubaccedilatildeo manejo
eacutepoca e tipo de colheita controle de pragas e doenccedilas etc A inexistecircncia dessas
recomendaccedilotildees tornam incertos eventuais investimentos em plantios comerciais (MARQUES
2007)
Outra limitaccedilatildeo conhecida da planta eacute que as suas sementes satildeo toacutexicas para animais e
humanos impedindo que o resiacuteduo das sementes seja utilizado como raccedilatildeo animal Entre os
principais componentes toacutexicos presentes no pinhatildeo-manso destacam-se o eacutester de forbol (12-
deoxi-16-Hidroxiforbol) a globulina e a curcasina que podem trazer riscos agrave sauacutede caso seja
ingerido a ingestatildeo de uma uacutenica semente fresca pode causar tanto vocircmito quanto diarreia
(PEIXOTO 1973) Segundo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) outro fator negativo deste
oacuteleo para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis eacute o seu alto teor de aacutecidos graxos poli-insaturados
que favorecem sua raacutepida oxidaccedilatildeo durante a estocagem mas essa oxidaccedilatildeo pode ser
acelerada pela accedilatildeo do calor do oxigecircnio ou de traccedilos de metais pesados e de seus caacutetions
que satildeo comumente presentes nos materiais empregados na fabricaccedilatildeo dos tanques de
armazenagem podendo conduzir ao desenvolvimento de reaccedilotildees laterais como a formaccedilatildeo de
aldeiacutedos saturados (por exemplo hexanal heptanal ou nonanal) ou de compostos corrosivos
De acordo com estes autores os investimentos em pesquisas estatildeo trazendo soluccedilotildees para
estas questotildees por meio da mistura adequada de oacuteleos (blends) pela utilizaccedilatildeo de aditivos
pela obtenccedilatildeo de novas variedades e pela escolha da rota tecnoloacutegica mais eficiente
Marques (2007) relata a grande preocupaccedilatildeo dos pesquisadores brasileiros no
incentivo ao plantio em larga escala do pinhatildeo-manso pois esta eacute uma planta ainda selvagem
33
sobre a qual haacute pouco conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e ainda natildeo foram encontrados na
literatura relatos sobre pesquisas cientiacuteficas de longa duraccedilatildeo relacionadas ao pinhatildeo-manso
Existem apenas estimativas preliminares de produccedilatildeo e de produtividade obtidas pela
extrapolaccedilatildeo de dados obtidos em plantas isoladas e a maior parte dos trabalhos cientiacuteficos
satildeo estudos baacutesicos realizados em laboratoacuterio ou em casa-de-vegetaccedilatildeo sobre temas
especiacuteficos O autor destaca outro problema entre os profissionais da aacuterea de ciecircncias agraacuterias
que eacute a ausecircncia de um mercado estruturado para esse produto e o desinteresse das induacutestrias
de extraccedilatildeo de oacuteleo no seu processamento em razatildeo das pequenas quantidades de sementes
disponiacuteveis Isso tudo do ponto de vista do agricultor sugere uma instabilidade empresarial
bastante perigosa pois o pomar de pinhatildeo-manso eacute perene e natildeo lhe permite a opccedilatildeo de no
ano seguinte migrar para outra cultura mais rentaacutevel em caso de prejuiacutezo
Apesar da carecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas baacutesicas a cultura vem sendo implantada
pesquisada e difundida em diferentes regiotildees do paiacutes e do mundo A histoacuteria recente do
cultivo em larga escala e os esforccedilos em estudos para o conhecimento do pinhatildeo-manso por
consequecircncia do apelo energeacutetico para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis iniciou-se no ano de
2003 quando a Comissatildeo de Planejamento da Iacutendia decidiu adicionar 20 do biodiesel do
oacuteleo de pinhatildeo-manso na mistura com oacuteleo diesel ateacute o ano de 2010 e 30 ateacute 2030 (IacuteNDIA
2003) Depois disso nos anos subsequentes a cultura foi introduzida em localidades do
Oeste Leste e Sul da Aacutefrica Aacutesia (Iacutendia China Japatildeo Malaacutesia Filipinas e Tailacircndia)
Ameacuterica do Sul e Central e Beacutelgica nos uacuteltimos onze anos (SINGH et al 2014)
No Brasil o interesse na produccedilatildeo do pinhatildeo-manso surgiu com a implantaccedilatildeo do
Plano Nacional de Produccedilatildeo de Biodiesel criado em 2004 poreacutem somente a partir de 2008 o
Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) por meio da Instruccedilatildeo
Normativa nordm 4 de 14 de janeiro de 2008 autorizou a inscriccedilatildeo no Registro Nacional de
Cultivares da espeacutecie Jatropha curcas L abrindo caminho para sua exploraccedilatildeo comercial no
Brasil (ROSCOE 2008) Andreacuteo-Souza et al (2010) e Nery et al (2009) informam que esta
oleaginosa eacute considerada uma cultura potencial para atender a este programa pois possui
potencial de rendimento de gratildeos e oacuteleo e em sua fase inicial permite o cultivo em consoacutercio
com outras culturas de interesse econocircmico e alimentar Com a vantagem de ser perene natildeo
exige preparo anual do solo (ARRUDA et al 2004) Marques (2007) destaca o otimismo
encarado pelos pesquisadores brasileiros que consideram que o pinhatildeo-manso poderaacute se
tornar um negoacutecio viaacutevel e promissor desde que haja interesse no investimento de recursos
consideraacuteveis em pesquisa e desenvolvimento tecnoloacutegico a exemplo do que fez o IAC com o
34
algodatildeo nos anos de 193040 com a cana de accediluacutecar na deacutecada de 195060 e com a soja nos
anos 196070
Com a expansatildeo dos programas energeacuteticos para o suprimento da energia mundial na
uacuteltima deacutecada o pinhatildeo-manso despertou muito interesse em todo o mundo A atenccedilatildeo
mundial para os biocombustiacuteveis a sustentabilidade ambiental e a utilizaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de
terras degradadas para seguranccedila da subsistecircncia com o pinhatildeo-manso criou um grande
interesse nessa espeacutecie (EVERSON MENGISTU GUSH 2013) Inuacutemeros trabalhos tem
sido apresentados com o potencial do pinhatildeo-manso para recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
sequestro de carbono e pela alta eficiecircncia no uso da aacutegua (FRANCIS EDINGER BECKER
2005 ACHTEN et al 2008 KABIR HUSSAIN KIM 2009 ABHILASH et al 2010
ACHTEN et al 2010) Apesar dos seus vaacuterios meacuteritos muitos deles comprovados em centros
de pesquisas o pinhatildeo-manso ainda natildeo pode ser cultivado como uma cultura em larga escala
para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por se tratar ainda de uma planta semisselvagem em fase
inicial de domesticaccedilatildeo (SINGH et al 2014) Entretanto faz-se necessaacuterio a continuaccedilatildeo dos
estudos nos centros de pesquisas para a validaccedilatildeo em condiccedilotildees de campo como na avaliaccedilatildeo
das reaccedilotildees da cultura sobre as diferentes praacuteticas de manejo localidade e resistecircncia a
pragas e doenccedilas para que assim possa se efetuar um soacutelido melhoramento geneacutetico Soacute apoacutes
essa etapa a cultura pode ser recomendada para o cultivo nas propriedades rurais Essas
medidas tornam-se necessaacuterias para evitar que o pinhatildeo-manso se torne mais uma vez um
colapso como biocombustiacutevel a niacutevel mundial (KANT WU 2011)
23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso
O plantio de pinhatildeo-manso ao redor do mundo tem sido incentivado pela sua
rusticidade e capacidade de desenvolvimento em condiccedilotildees adversas como em regiotildees
semiaacuteridas e aacuteridas Essa caracteriacutestica continua sendo muito difundida por alguns autores que
consideram o pinhatildeo-manso como uma planta que suporta situaccedilotildees de longas estiagens em
regiotildees de terra de baixa fertilidade e precaacuterias propriedades fiacutesicas com produccedilatildeo satisfatoacuteria
de oacuteleo (PEIXOTO 1973) No entanto tais condiccedilotildees podem afetar significativamente a
produtividade e o rendimento de seu oacuteleo
35
231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso
O pinhatildeo-manso desenvolve-se bem tanto nas regiotildees tropicais secas quanto nas
zonas equatoriais uacutemidas assim como nos terrenos aacuteridos e pedregosos podendo suportar
longos periacuteodos de secas Eacute encontrado desde o niacutevel do mar ateacute altitudes de
aproximadamente 1000 m poreacutem observa-se que a planta se desenvolve melhor entre 200 e
800 metros (SATURNINO et al 2005) Segundo Arruda et al (2004) o pinhatildeo-manso pode
se desenvolver sob diversas condiccedilotildees climaacuteticas tolerando temperaturas meacutedias anuais entre
18 e 285degC A espeacutecie natildeo tolera geadas fortes (temperaturas abaixo de 0ordmC) mas pode
sobreviver a geadas fracas (temperaturas acima de 2ordmC) perdendo entretanto todas as folhas
o que provavelmente reduziraacute a produccedilatildeo de sementes (SATURNINO et al 2005) Andrade
et al (2008) confirmaram essa informaccedilatildeo ao estudar a toleracircncia da cultura sob a incidecircncia
de geadas chegando a conclusatildeo de que a cultura do pinhatildeo-manso eacute pouco tolerante a
geadas apresentando uma temperatura miacutenima letal de -3 a -4 degC
A respeito da radiaccedilatildeo solar para o melhor desenvolvimento do pinhatildeo-manso Matos
et al (2009) obtiveram sucesso com o cultivo da espeacutecie agrave sombra ou a pleno sol As mudas
de pinhatildeo-manso demonstraram relativa variaccedilatildeo das caracteriacutesticas fisioloacutegicas quando
submetidas a diferentes irradiacircncias De acordo com esses autores os resultados sugerem que
o pinhatildeo-manso possui alta capacidade de adaptaccedilatildeo a diferentes condiccedilotildees da disponibilidade
de luz o que deve estar relacionado com a aclimataccedilatildeo do pinhatildeo-manso a baixas
irradiacircncias Em outro trabalho Matos et al (2011) comprovaram a alta plasticidade
fenotiacutepica da cultura em resposta agrave variaccedilatildeo da irradiacircncia destacando poreacutem o sistema de
produccedilatildeo a pleno sol como sendo o mais indicado para a produccedilatildeo de mudas Liang et al
(2007) apontaram que sob alta irradiacircncia solar a taxa fotossinteacutetica maacutexima obtida situa-se
entre 98 e 14 μmol m-2
s-1
Com relaccedilatildeo agrave precipitaccedilatildeo anual Kheira e Atta (2009) afirmam que o pinhatildeo-manso
cresce bem sob baixa pluviosidade requerendo apenas cerca de 200 mm de chuva para
sobreviver mas que tambeacutem responde a um maior iacutendice pluviomeacutetrico (ateacute 1200 mm por
ano) particularmente em ambientes quentes No Brasil em condiccedilotildees natildeo irrigadas a planta
cresce em regiotildees com precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas variando de 480 a 2380 mm anuais No
entanto seu melhor desenvolvimento eacute verificado em regiotildees que apresentam pluviosidade
anual superior a 600 mm sendo tolerante a longos periacuteodos de estiagem (HENNING 1996
SEVERINO et al 2006) Isso significa que quando a planta eacute submetida a condiccedilotildees de
36
baixa disponibilidade hiacutedrica ela reduz o seu potencial vegetativo e produtivo natildeo
conseguindo portanto produzir tal quando eacute suprida corretamente com aacutegua e nutrientes o
que natildeo tira a sua grande capacidade de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees desfavoraacuteveis de
disponibilidade hiacutedrica e de nutrientes do solo (LI et al 2010)
Segundo Henning (1996) a espeacutecie eacute tolerante a longos periacuteodos de estiagem com
precipitaccedilotildees anuais abaixo de 600 mm podendo sobreviver com apenas 200 mm anuais de
chuva por ateacute trecircs anos O autor afirma que a planta entra em dormecircncia devido agraves flutuaccedilotildees
climaacuteticas perdendo as folhas e utilizando aacutegua armazenada no caule nos periacuteodos de seca o
que consequentemente estimula e favorece o aumento do teor de oacuteleo nas sementes
Kesava Rao et al (2012) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso na exigecircncia e uso da
aacutegua em uma regiatildeo semiaacuterida da Iacutendia encontraram produtividades que variaram entre 06 a
156 Mg ha-1
Os autores confirmaram a toleracircncia da cultura ao periacuteodo seco com uma
produtividade razoaacutevel e concluiacuteram que a distribuiccedilatildeo da precipitaccedilatildeo eacute mais importante do
que a quantidade de precipitaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo de produtividades elevadas
Maes et al (2009b) estudaram as condiccedilotildees climaacuteticas de cultivo do pinhatildeo-manso no
Meacutexico e em paiacuteses da Ameacuterica Central provaacuteveis centros de origem da cultura constataram
que 95 das espeacutecimes foram encontradas em regiotildees de climas tropicais (Am Aw) com
pluviosidade meacutedia anual acima de 944 mm e uma temperatura meacutedia anual entre 193 e
272degC Os autores ainda afirmam que a maioria das amostras encontravam-se em regiotildees de
Savana com climas tropicais (Am Aw) e em climas temperados sem estaccedilatildeo seca e com o
veratildeo quente (Cfa)
Embora muitos estudos tenham sido realizados para descobrir sobre as melhores
condiccedilotildees climaacuteticas para o desenvolvimento e a produccedilatildeo da cultura muitos fatores
fisioloacutegicos ainda precisam ser estudados A floraccedilatildeo do pinhatildeo-manso por exemplo eacute uma
questatildeo complexa pois sabe-se que a floraccedilatildeo eacute induzida por fatores de estresse como
flutuaccedilotildees de temperatura e seca mas como exatamente isso ocorre ainda natildeo eacute conhecido
Em climas com uma precipitaccedilatildeo distribuiacuteda uniformemente e sem grande variaccedilatildeo sazonal
da temperatura o pinhatildeo-manso pode florescer continuamente quando natildeo haacute outras formas
de estresse induzido (FACT 2010)
37
232 Condiccedilotildees e uso do solo
Apesar da cultura apresentar boas caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo e rusticidade agraves mais
variadas condiccedilotildees climaacuteticas e de solo das regiotildees tropicais e subtropicais sendo ateacute indicada
para aacutereas com restriccedilotildees em nutrientes (HELLER 1996 AUGUSTUS JAYABALAN
SEILER 2002) alguns autores discordam que tais condiccedilotildees produtivas possam ser as ideais
para a cultura com finalidade comercial Arruda et al (2004) relataram que em solos aacutecidos
com pH abaixo de 45 as raiacutezes do pinhatildeo-manso natildeo se desenvolvem sendo necessaacuteria a
realizaccedilatildeo de calagem com base em anaacutelise quiacutemica do solo De acordo com Saturnino et al
(2005) a correccedilatildeo do solo quanto a seu teor de alumiacutenio livre pela calagem tem efeito
positivo sobre o desenvolvimento do pinhatildeo-manso Foidl et al (1996) por sua vez citaram a
espeacutecie como demandante de grandes quantias de nitrogecircnio e foacutesforo devido agrave alta produccedilatildeo
de biomassa
A necessidade do uso de fertilizantes tambeacutem foi relatada por Openshaw (2000)
segundo o qual em situaccedilotildees de altos niacuteveis de nitrogecircnio ocorre aumento de produtividade
Da mesma forma Arruda et al (2004) indicaram solos com altos teores de mateacuteria orgacircnica
sendo recomendado o uso de adubaccedilatildeo verde com leguminosas pois de modo geral estas
fornecem altos rendimentos por unidade de aacuterea plantada fixando o nitrogecircnio atmosfeacuterico e
transferindo aos solos por decomposiccedilatildeo orgacircnica os nutrientes essenciais como foacutesforo
caacutelcio ou enxofre aleacutem do nitrogecircnio
Com relaccedilatildeo ao uso e a classe de solo tem sido relatado na literatura que o pinhatildeo-
manso tem potencial para a recuperaccedilatildeo de terras marginais sequestrar o CO2 atmosfeacuterico (de
superfiacutecie e subterracircneo) crescer sob condiccedilotildees salinas e soacutedicas e consumir menos aacutegua (alta
produtividade de aacutegua) (FRANCIS EDINGER BECKER 2005 ACHTEN et al 2008
OGUNWOLE et al 2008 PANDEY et al 2012 WANI et al 2012 SINGH et al 2015)
Singh Singh e Tuli (2013) estudaram o cultivo do pinhatildeo-manso em solos soacutedicos da Iacutendia e
constataram que o cultivo dessa cultura reduziu a sodicidade do solo (densidade aparente pH
condutividade eleacutetrica e porcentagem de soacutedio trocaacutevel) e melhorou a fertilidade do local
(atividades de carbono orgacircnico do solo biomassa microbiana e enzimas) de acordo com o
crescimento e idade da plantaccedilatildeo Apesar de ser pouco exigente em condiccedilotildees climaacuteticas nas
regiotildees tropicais e subtropicais e adaptado para sobreviver a solos degradados e pouco feacuterteis
o pinhatildeo-manso deve ser preferencialmente cultivado em solos profundos bem estruturados
pouco compactados drenados e preferencialmente pouco argilosos (ARRUDA et al 2004)
38
Marrugo-Negrete et al (2015) avaliaram a capacidade do pinhatildeo-manso na
fitorremediaccedilatildeo de solos contaminados por mercuacuterio na Colocircmbia e encontraram resultados
bastante promissores Os autores verificaram o crescimento e o desenvolvimento do pinhatildeo-
manso mesmo em quantidade elevadas de mercuacuterio (Hg) no solo onde as maiores
concentraccedilotildees de Hg foram acumuladas nas raiacutezes seguidas pelas folhas e caules Estes
resultados apresentam a cultura como uma boa opccedilatildeo para a fitorremediaccedilatildeo de solos
contaminados com mercuacuterio pois eacute faacutecil de se plantar e manter e contribui para a conservaccedilatildeo
e recuperaccedilatildeo do solo adaptando-se facilmente a solos erodidos e em locais proacuteximos de
aacutereas de mineraccedilatildeo de ouro
Em relaccedilatildeo a textura de solo especiacutefica para o desenvolvimento das plantas Achten et
al (2008) afirma que a planta estaacute bem adaptada a solos de textura arenosa e meacutedia enquanto
solos muito argilosos satildeo inadequados para o pinhatildeo-manso podendo prejudicar o seu cultivo
na ocorrecircncia de algum alagamento ou saturaccedilatildeo no solo Segundo Foidl et al (1996) a
cultura desenvolve-se em todos os solos exceto em Vertissolos por preferir solos arenosos
Estes autores indicam que os solos argilosos pesados como os Vertissolos satildeo menos
adequados devido a sua limitaccedilatildeo para o desenvolvimento do sistema radicular do pinhatildeo-
manso devendo portanto ser evitado para o cultivo
Embora o pinhatildeo-manso se adapte a solos marginais a planta pode natildeo crescer bem
em solos arenosos caso eles sejam pobres no seu teor nutricional embora o seu sistema
radicular nesses solos apresentem um bom potencial para a exploraccedilatildeo de nutrientes
(VALDES-RODRIGUEZ et al 2011) Com isso eacute necessaacuteria cautela quando as plantaccedilotildees
de pinhatildeo-manso estatildeo previstas para o estabelecimento e recuperaccedilatildeo em solos pobres uma
vez que essas plantaccedilotildees podem natildeo se desenvolver bem ou pelo menos exigir uma
adubaccedilatildeo adicional
Tendo em vista o conhecimento inicial sobre a recuperaccedilatildeo de solos degradados com o
cultivo de pinhatildeo-manso outros estudos ao redor do mundo foram realizados com o objetivo
de avaliar os impactos das alteraccedilotildees das propriedades bioloacutegicas do solo para a recuperaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo do solo e da aacutegua (KAGAMEBGA et al 2011 SOP et al 2011 WANI et al
2012) Em um outro estudo Chaudhary et al (2012) verificou a influecircncia significativa do
pinhatildeo-manso na estrutura da comunidade microbiana em solos da rizosfera no qual
constatou-se que na rizosfera dos solos onde era cultivado o pinhatildeo-manso a quantidade de
fungos foi mais elevada do que a de bacteacuterias e actinomicetos as quais contribuiacuteram
significativamente para a melhoria do solo como no caso das hifas fuacutengicas que promoveram
a agregaccedilatildeo desses solos
39
233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso
As exigecircncias edafoclimaacuteticas do pinhatildeo-manso permitem seu cultivo em quase todas
as regiotildees do paiacutes no entanto essa eacute uma cultura ainda muito pouco explorada no Brasil
Segundo Tewari (2009) a cultura apresenta um potencial de produccedilatildeo de 2 a 3 Mg ha-1
em
condiccedilotildees aacuteridas sem uso de irrigaccedilatildeo tornando-se uma planta oleaginosa viaacutevel para a
obtenccedilatildeo de biodiesel Em condiccedilotildees de cultivos intensivos destacando-se uma boa
disponibilidade hiacutedrica estima-se que a produtividade possa atingir cerca de 5 Mg ha-1
(TEWARI 2009)
O pinhatildeo-manso por ser uma cultura tolerante ao efeito da salinidade exceto na fase
inicial de crescimento pode ser irrigada com aacutegua salina tolerando condutividade eleacutetrica de
ateacute 12 dS m-1
valor considerado relativamente alto frente ao tolerado por outras culturas A
cultura demonstrou tambeacutem a capacidade de translocar soacutedio do solo na forma de Na+ para a
parte aeacuterea da planta (DAGAR et al 2006)
Fact (2010) indica valores de produtividade de sementes (Figura 2) que variam de 15
a 100 Mg ha-1
ano-1
apresentando como principal problema para as baixas produtividades
atuais a pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica e limitaccedilotildees de aacutegua e nutrientes Quando todas
as exigecircncias nutricionais e hiacutedricas da cultura satildeo atendidas aliadas ao controle sistemaacutetico
de pragas e doenccedilas juntamente com a devida seleccedilatildeo geneacutetica a produtividade de sementes
ficaria entre 5 e 10 Mg ha-1
ano-1
Neste trabalho eacute apresentada tambeacutem uma produtividade
potencial teoacuterica da cultura que poderia atingir mais de 22 Mg ha-1
ano-1
Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso
Fonte adaptado de FACT (2010)
15
5
10
22
0
5
10
15
20
25
1 2 3
Pro
du
tiv
idad
e (M
g h
a-1
an
o-1
)
1- Produtividade atual - Fatores atuantes Pragas doenccedilas e
pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica
2- Variaccedilatildeo do potencial comercial - Com controle dos fatores
aacutegua e nutrientes
3- Produtividade potencial teoacuterico para a cultura
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Entretanto da expectativa inicial de quatro ou mais toneladas de gratildeos por hectare
produtividades inferiores a 20 Mg ha-1
estatildeo sendo obtidas em diferentes condiccedilotildees
edafoclimaacuteticas principalmente em razatildeo de limitaccedilotildees hiacutedricas das condiccedilotildees nutricionais
do solo ou do ataque de pragas e doenccedilas (EVERSON MENGISTU GUSH 2013 IIYAMA
et al 2013 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013 TJEUW SLINGERLAND GILLER
2015) Projeccedilotildees natildeo realizadas da produtividade de gratildeos podem ser atribuiacutedas a observaccedilotildees
de plantas isoladas o que acabou desconsiderando a reduccedilatildeo no desenvolvimento em plantios
(ROCHA et al 2012) Apesar da complementaccedilatildeo hiacutedrica ocasionar em muitos casos o
aumento significativo da produtividade de sementes e de oacuteleo extraiacutedo estes natildeo chegaram
nem perto de atingir as mais diversas projeccedilotildees realizadas sobre o potencial comercial
maacuteximo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012 TIKKOO
YADAV KAUSHIK 2013)
Kheira e Atta (2009) afirmam que natildeo existem dados quantitativos disponiacuteveis e
confiaacuteveis sobre a necessidade e a eficiecircncia do uso da aacutegua do pinhatildeo-manso e em
ambientes permanentemente uacutemidos ou em situaccedilotildees com grande aplicaccedilatildeo de aacutegua e
fertilizante a planta pode ser induzida a uma produccedilatildeo elevada de biomassa poreacutem com
baixa produccedilatildeo de sementes
Para a cultura do pinhatildeo-manso existem poucas informaccedilotildees a respeito do seu sistema
radicular A maioria das informaccedilotildees disponiacuteveis levam em conta apenas observaccedilotildees de
natureza botacircnica natildeo se aprofundando no que diz respeito a sua distribuiccedilatildeo espacial no solo
e muito menos agrave caracterizaccedilatildeo das zonas de maior atividade Trabalhos dessa natureza para o
pinhatildeo-manso ainda satildeo escassos e se limitam a condiccedilotildees especiacuteficas do clima e solo da
regiatildeo (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) aleacutem do tipo de sistema de manejo adotado Devido agrave
pouca quantidade de informaccedilotildees a respeito da distribuiccedilatildeo do sistema radicular reconhece-se
que sua caracterizaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia para a determinaccedilatildeo dos paracircmetros de
manejo da irrigaccedilatildeo como a profundidade efetiva das raiacutezes que define a camada de solo a
ser umedecida bem como a aplicaccedilatildeo de fertilizantes Sousa e Guerra (2012) avaliando o
crescimento inicial de plantas de pinhatildeo-manso cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo observaram
efeito significativo sobre a massa de raiz com a variaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio e
quantidade de aacutegua Krishnamurthy et al (2012) encontraram em um plantio de um ano de
idade na Iacutendia raiacutezes ateacute a profundidade de 14 m poreacutem a maioria do sistema radicular se
encontrava ateacute a profundidade de 03 m Estes autores salientam a importacircncia deste tipo de
distribuiccedilatildeo de sistema radicular para a funccedilatildeo de controle de erosatildeo e ainda comentam sobre
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a relaccedilatildeo inexistente entre este tipo de distribuiccedilatildeo e a resistecircncia a seca caracteriacutestica
atribuiacuteda a esta planta Esta uacuteltima caracteriacutestica eacute atribuiacuteda mais a sua capacidade de controle
da perda por evaporaccedilatildeo por meio de queda de folhas e dormecircncia do que agrave capacidade de
extraccedilatildeo de aacutegua pelo sistema radicular
A colheita de frutos (casca + sementes) no seu quarto ano de cultivo extrai valores
meacutedios de 210 41 e 149 g kg-1
de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente
(LAVIOLA DIAS 2008) Embora a planta de pinhatildeo-manso seja muito resistente capaz de
manter sua sobrevivecircncia em solos com baixos iacutendices de fertilidade para se garantir um
niacutevel de produtividade satisfatoacuterio eacute necessaacuterio a adubaccedilatildeo tanto na implantaccedilatildeo da cultura
quanto na manutenccedilatildeo ao longo dos anos de produccedilatildeo (LAVIOLA DIAS 2008) Na Tabela 2
encontra-se uma recomendaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo de nutrientes durante os quatro
primeiros anos de cultivo levando em consideraccedilatildeo um solo com boa fertilidade capaz de
suprir 50 da necessidade da planta Em um solo com baixa fertilidade estes valores
deveriam ser ampliados (FACT 2010)
Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros anos de cultivo
Nutriente 1ordm ano 2ordm ano 3ordm ano 4ordm ano Total
kg ha-1
ano-1
N 23 34 69 103 229
P2O5 7 11 21 32 71
K2O 34 50 101 151 336
Fonte adaptado de FACT (2010)
Apesar de possuir boa adaptabilidade a diferentes condiccedilotildees adversas de solo e
disponibilidade hiacutedrica o pinhatildeo-manso como qualquer outra cultura para proporcionar uma
alta produtividade de frutos necessita solos feacuterteis e com boas condiccedilotildees fiacutesicas E apesar de
sobreviver em solos com baixa fertilidade a correccedilatildeo da fertilidade do solo eacute decisiva para se
obter sucesso e lucratividade com essa cultura uma vez que a espeacutecie extrai elevada
quantidade de nutrientes na colheita e se natildeo adequadamente adubada pode levar ao
empobrecimento do solo ao longo dos anos de cultivo (LAVIOLA DIAS 2008 CHAVES et
al 2009 SCHIAVO et al 2010 PONCIANO DE DEUS 2010) O crescimento e a
reproduccedilatildeo desta espeacutecie satildeo influenciados pelo seu estado nutricional Ocorrendo a
deficiecircncia nutricional esta cresce e ramifica menos implicando em menos frutos jaacute que os
mesmos satildeo produzidos na ponteira dos ramos O cultivo de pinhatildeo-manso promove elevada
extraccedilatildeo de nutrientes do solo e portanto o manejo da adubaccedilatildeo da espeacutecie exige atenccedilatildeo
(LAVIOLA DIAS 2008)
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A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo de uma cultura depende da demanda nutricional para o
crescimento vegetativo e reprodutivo (LAVIOLA et al 2006) devendo ser considerada a
eficiecircncia de aproveitamento dos fertilizantes aplicados e a fraccedilatildeo de nutrientes suprida pelo
solo (FRANCO et al 2008) O suprimento inadequado de nutrientes seja falta ou excesso
pode provocar restriccedilotildees ao crescimento das plantas e alterar relaccedilotildees entre biomassa aeacuterea e
radicular bem como promover alteraccedilotildees entre estaacutedios vegetativos e reprodutivos
(MARSCHNER 1995 MENGEL KIRKBY 2001 EPSTEIN BLOOM 2005 DECHEN
NACHTIGALL 2006) Silva et al (2009) relatam que a omissatildeo de macro e micronutrientes
em plantas de pinhatildeo-manso provocam sintomas visuais de deficiecircncia nutricional comuns a
outras espeacutecies e que essas deficiecircncias limitam a produccedilatildeo de mateacuteria seca
O suprimento de N por meio de fertilizantes minerais ou orgacircnicos associado agrave
complementaccedilatildeo hiacutedrica por meio da irrigaccedilatildeo quando aplicados corretamente e aliados com
o manejo integrado de pragas e doenccedilas auxiliam o pleno desenvolvimento vegetativo da
cultura aleacutem de garantir maiores rendimentos de semente e oacuteleo A demanda por N eacute grande
durante o crescimento e desenvolvimento das plantas pois eacute o nutriente mineral exigido em
maior quantidade pelas culturas e normalmente proporciona maior resposta em
produtividade A complexidade dos fatores que afetam o seu aproveitamento pelas plantas faz
com que o mesmo seja objeto de um grande nuacutemero de estudos que visam avaliar
principalmente o seu comportamento no solo e a sua relaccedilatildeo com a eficiecircncia da adubaccedilatildeo
(RAIJ 1991)
O pinhatildeo-manso apresenta alta taxa de crescimento sendo o N o nutriente mais
requerido para a formaccedilatildeo de folhas e frutos (LAVIOLA DIAS 2008) O N eacute essencial para a
assimilaccedilatildeo do carbono e formaccedilatildeo de novos oacutergatildeos na planta tais como gemas florais e
frutiacuteferas (MALAVOLTA VITTI OLIVEIRA 1997) uma vez que eacute o componente de
aminoaacutecidos proteiacutenas enzimas RNA DNA ATP clorofila e outras moleacuteculas (TAIZ
ZEIGER 2009) Na ausecircncia de N a planta tem o crescimento limitado tornando-se
amarelada pela perda da clorofila o que reflete em amadurecimento precoce perda de
produtividade e qualidade dos frutos (EPSTEIN BLOOM 2005)
O manejo do solo pode afetar os processos de consumo de aacutegua pelas plantas
modificando a aacutegua disponiacutevel no perfil Praacuteticas de fertilizaccedilatildeo como por exemplo a adiccedilatildeo
de N e P tem efeito indireto sobre a utilizaccedilatildeo da aacutegua por meio da melhoria da eficiecircncia
fisioloacutegica da planta (HATFIELD SAUER PRUEGER 2001)
Apesar de descrita como uma cultura indicada para regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas
tolerante a restriccedilotildees na disponibilidade de aacutegua o pinhatildeo-manso tem gerado uma seacuterie de
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afirmaccedilotildees contraditoacuterias com relaccedilatildeo a sua necessidade ou natildeo de irrigaccedilatildeo o que evidencia
a necessidade de estudos nas diversas regiotildees do Brasil para se avaliar a resposta da cultura
sob diferentes condiccedilotildees de cultivo e manejos de irrigaccedilatildeo Alguns autores descrevem a
espeacutecie com respostas positivas ao uso de irrigaccedilatildeo e principalmente a fatores relacionados agrave
produccedilatildeo e produtividade em cultivos comerciais possibilitando de trecircs a quatro colheitas por
ano (OPENSHAW 2000) Achten et al (2008) em trabalho sobre produccedilatildeo e uso de
biodiesel de pinhatildeo-manso destacam que embora o pinhatildeo-manso possa ser caracterizado
como uma planta tolerante a seca ainda natildeo se sabe qual a real resposta dessa cultura quando
irrigada e qual o comportamento do consumo hiacutedrico quando submetida a diferentes sistemas
de produccedilatildeo Os autores ainda mencionam a necessidade de irrigaccedilatildeo para garantir alta
produtividade nas regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas
A quantidade e a qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo embora importantes para o
estabelecimento e praacutetica de manejo dos cultivos irrigados precisam tambeacutem ser
investigados O cultivo de pinhatildeo-manso submetido ao estresse hiacutedrico e uso de aacutegua salina
ou de reuso na irrigaccedilatildeo tem sido fonte de estudos recentes na mensuraccedilatildeo da adaptabilidade e
do desenvolvimento da planta onde bons resultados tem sido encontrados (SILVA et al
2010) A resposta do pinhatildeo-manso quanto agrave utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria tem sido
satisfatoacuteria e apesar de possuir caracteriacutesticas de resistecircncia a periacuteodos secos o estresse
hiacutedrico sofrido pela cultura devido ao baixo conteuacutedo de aacutegua no solo tem reduzido
drasticamente o seu crescimento vegetativo (SOUSA et al 2012) peso dos cachos (SILVA et
al 2011) e caracteriacutesticas fisioloacutegicas como taxa fotossinteacutetica condutacircncia estomaacutetica e
transpiraccedilatildeo das plantas (SANTANA et al 2015) Sousa et al (2011) avaliaram o efeito do
estresse salino no crescimento e no consumo hiacutedrico no terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-
manso e observaram que concentraccedilotildees acima de 16 dS m-1
causaram sensibilidade agrave cultura
que teve a aacuterea foliar e o nuacutemero de folhas como as variaacuteveis mais afetadas contradizendo
portanto a informaccedilatildeo relatada por DAGAR et al (2006) sobre a toleracircncia da cultura a altos
valores de condutividade eleacutetrica da aacutegua irrigaccedilatildeo
Embora haja muita especulaccedilatildeo sobre a quantidade de aacutegua exigida pelas plantas de
pinhatildeo-manso o consumo hiacutedrico ainda eacute pouco conhecido Lena (2013) determinou o
consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso em Piracicaba-SP comparando os meacutetodos de irrigaccedilatildeo por
gotejamento pivocirc central e cultivo natildeo irrigado na fase de formaccedilatildeo da cultura encontrando
valores de evapotranspiraccedilatildeo acumulada diaacuteria de cerca 5 mm dia-1
para o tratamento irrigado
por pivocirc central e de 3 e 2 mm dia-1
para os tratamentos irrigados por gotejamento e sem
irrigaccedilatildeo respectivamente O autor ainda ressalta que novos trabalhos precisam ser
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elaborados para obter-se um melhor conhecimento da cultura a partir do seu terceiro ano de
cultivo Aleacutem disso trabalhos como o de Albuquerque et al (2009b) e Guimaratildees Santos e
Beltratildeo (2009) apresentam resultados bastante promissores para as praacuteticas de adubaccedilatildeo
nitrogenada e de irrigaccedilatildeo no crescimento inicial da cultura do pinhatildeo-manso o que mostra
que mesmo sendo uma cultura considerada por muitos como pouco exigente em fertilidade e
resistente a seca pode responder de maneira significativa quando natildeo houver restriccedilotildees desses
fatores
24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis
A elevada demanda energeacutetica de combustiacuteveis foacutesseis no planeta estimulou o
interesse em fontes renovaacuteveis de energia que reduzam os impactos ambientais atualmente
presentes O uso de combustiacuteveis renovaacuteveis a eficiecircncia energeacutetica e proteccedilatildeo ambiental
tornaram-se questotildees importantes nos uacuteltimos anos (KUMAR CHAUBE JAIN 2012) A
utilizaccedilatildeo de biodiesel no Brasil e em outros paiacuteses tem apresentado grande potencial como
combustiacutevel contribuindo com a reduccedilatildeo dos niacuteveis de poluiccedilatildeo ambiental e como fonte
estrateacutegica de energia renovaacutevel em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel mineral pois natildeo eacute toacutexico e
apresenta uma melhor qualidade de emissotildees durante o processo de combustatildeo (CORREcircA
ARBILLA 2006 LOcircBO FERREIRA CRUZ 2009)
Segundo Ramos et al (2003) qualquer mateacuteria-prima oleaginosa pode ser utilizada
para a produccedilatildeo de eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos (biodiesel) mas a escolha da mateacuteria-
prima eacute um paracircmetro importante para a produccedilatildeo de biodiesel dentro das especificaccedilotildees
estabelecidas pelos oacutergatildeos reguladores Isso porque alguns oacuteleos vegetais apresentam
propriedades que o tornam inadequado para o uso direto em motores do ciclo diesel como sua
alta viscosidade acidez formaccedilatildeo de gomas devido agrave oxidaccedilatildeo e polimerizaccedilatildeo durante a
armazenagem e queima contribuindo para a diminuiccedilatildeo da lubricidade do oacuteleo e formaccedilatildeo de
depoacutesitos de carbono (FUKUDA KONDO NODA 2001) Sendo necessaacuterio adequar seu uso
por meio de algum processo quiacutemico para posterior utilizaccedilatildeo em motores que no caso datildeo
origem ao biocombustiacutevel
Como haacute uma grande variedade de mateacuterias-primas existentes para a produccedilatildeo de
biodiesel eacute plausiacutevel dizer que somente com o conhecimento pleno das propriedades que
determinam os padrotildees de qualidade do biodiesel eacute que seraacute possiacutevel estabelecer os
paracircmetros de controle que garantiratildeo o sucesso de sua incorporaccedilatildeo na matriz energeacutetica
45
nacional (RAMOS et al 2003) Neste sentido o Governo Federal por meio do Ministeacuterio da
Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) publicou no DOU de 26122006 Seccedilatildeo 1
Paacutegina 140 a Instruccedilatildeo Normativa nordm 49 a qual estabelece o Regulamento Teacutecnico de
Identidade e Qualidade dos Oacuteleos Vegetais Refinados Nesta instruccedilatildeo estatildeo estabelecidos os
padrotildees de identidade que caracterizam os oacuteleos vegetais quais sejam iacutendice de acidez
iacutendice de peroacutexido densidade relativa iacutendice de refraccedilatildeo iacutendice de iodo cor e estabilidade
oxidativa a 110ordm C
241 Perfil composicional de aacutecidos graxos
Os oacuteleos utilizados como mateacuterias-primas para a produccedilatildeo de biodiesel satildeo obtidos de
diversas plantas oleaginosas O paiacutes devido a sua grande extensatildeo de terras de diferentes
classes de solo e clima disponibiliza inuacutemeras espeacutecies de oleaginosas que se diferenciam
principalmente pela composiccedilatildeo em aacutecidos graxos Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos
vegetais satildeo aacutecidos carboxiacutelicos constituiacutedos por hidrogecircnio e carbono em sua cadeia
molecular Segundo Redaacute e Carneiro (2007) os aacutecidos graxos se diferem a partir do
comprimento de sua cadeia carbocircnica do nuacutemero orientaccedilatildeo e da posiccedilatildeo de insaturaccedilotildees
presentes na cadeia e da presenccedila de grupamentos quiacutemicos
Os aacutecidos graxos satildeo classificados como saturados mono e poli-insaturados
dependendo do nuacutemero de duplas ligaccedilotildees na sua cadeia de carbonos (Figura 3) Os saturados
natildeo contecircm dupla ligaccedilatildeo entre os aacutetomos de carbono Os monoinsaturados contecircm uma uacutenica
dupla ligaccedilatildeo e os poli-insaturados (linolecircnico linoleico e araquidocircnico) com duas ou mais
duplas ligaccedilotildees
46
Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos
Fonte wwazeitecombr
O conhecimento da composiccedilatildeo em aacutecidos graxos do oacuteleo vegetal eacute muito importante
porque muitas das propriedades do biodiesel tecircm origem nas estruturas dos aacutecidos graxos
originais As caracteriacutesticas do biodiesel que satildeo determinadas pela composiccedilatildeo dos eacutesteres de
aacutecidos graxos incluem qualidade da igniccedilatildeo calor de combustatildeo escoamento a frio
estabilidade oxidativa viscosidade e lubricidade (CAMARGOS 2005)
A anaacutelise da composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos constitui o primeiro passo para a avaliaccedilatildeo
da qualidade do oacuteleo bruto eou seus produtos de transformaccedilatildeo Para determinar a
composiccedilatildeo em aacutecidos graxos meacutetodos cromatograacuteficos (cromatografia liacutequida e gasosa) e
ressonacircncia magneacutetica nuclear de hidrogecircnio podem ser utilizados (WUST 2004)
A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo A teacutecnica estaacute
fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre devido a
diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis a fase moacutevel e a fase estacionaacuteria A grande
variedade de combinaccedilotildees entre fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica
extremamente versaacutetil e de grande aplicaccedilatildeo (DEGANI CASS VIEIRA 1998) Ainda de
acordo com Degani Cass e Vieira (1998) a cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas
analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa
devido agrave possibilidade de detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9
- 10-12
g) A grande
limitaccedilatildeo deste meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente
embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente
47
A ressonacircncia magneacutetica nuclear (RMN) eacute um meacutetodo espectroscoacutepico de 1H que
assim como as demais teacutecnicas espectroscoacutepicas satildeo baseadas no princiacutepio de que as
moleacuteculas e aacutetomos podem interagir de diferentes formas com a radiaccedilatildeo eletromagneacutetica
revelando informaccedilotildees estruturais e termodinacircmicas de forma qualitativa eou quantitativa
dependendo da intensidade e do comprimento de onda da radiaccedilatildeo utilizada Os meacutetodos
espectroscoacutepicos possibilitam anaacutelises raacutepidas e diretas podendo detectar vaacuterios compostos
simultaneamente (IBANtildeEZ CIFUENTES 2001) aleacutem de permitir uma boa reprodutibilidade
na detecccedilatildeo dos componentes (BELTON et al 1996) Embora a teacutecnica possua as vantagens
na rapidez e na confiabilidade na determinaccedilatildeo quantitativa dos compostos soluacuteveis em uma
mistura o aparelho de RMN 1H apresenta um limite de detecccedilatildeo na ordem de partes por
milhatildeo o que pode natildeo ser possiacutevel agrave identificaccedilatildeo de compostos com baixiacutessima quantidade
nas amostras (BELTON et al 1996) O que pode se tornar uma vantagem quando a finalidade
eacute identificar apenas os componentes majoritaacuterios da amostra e os componentes traccedilos podem
ser desprezados
Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos e gorduras satildeo constituiacutedos geralmente por
aacutecidos carboxiacutelicos que contecircm de 4 a 30 aacutetomos de carbono e podem ser saturados ou
insaturados A distinccedilatildeo dos oacuteleos com base no seu grau de insaturaccedilatildeo no tamanho das
moleacuteculas e pela presenccedila ou natildeo de grupos quiacutemicos reflete diretamente nas qualidades do
biocombustiacutevel produzido (WUST 2004)
Longa cadeia de aacutecidos graxos e pequeno nuacutemero de insaturaccedilotildees (duplas ligaccedilotildees)
ocasionam maior nuacutemero de cetano e lubricidade do combustiacutevel Entretanto um aumento no
nuacutemero de cetano ocasiona tambeacutem um aumento no ponto de neacutevoa e de entupimento (maior
sensibilidade aos climas frios) As moleacuteculas satildeo menos estaacuteveis quimicamente com nuacutemero
de insaturaccedilotildees elevado e isso pode provocar inconvenientes devido a oxidaccedilotildees degradaccedilotildees
e polimerizaccedilotildees do combustiacutevel se inadequadamente armazenado ou transportado
(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)
Dessa forma tanto os eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos saturados (laacuteurico palmiacutetico
esteaacuterico) como os de poli-insaturados (linoleico linolecircnico) possuem alguns inconvenientes
uma vez que satildeo pouco resistentes agrave oxidaccedilatildeo e o nuacutemero de cetano eacute geralmente baixo
Poreacutem satildeo mais facilmente degradados desaparecendo do meio ambiente em periacuteodos de
tempo mais curtos sendo mais vantajosos do ponto de vista ambiental (GOMES 2009)
Os oacuteleos saturados do tipo esteaacuterico ou palmiacutetico satildeo pouco fluiacutedos (grande
viscosidade) mas satildeo resistentes agrave oxidaccedilatildeo Encontram-se normalmente no estado soacutelido agrave
temperatura ambiente Geralmente apresentam um iacutendice de cetano excelente Poreacutem sua alta
48
viscosidade aliados agrave resistecircncia agrave oxidaccedilatildeo dificultam a sua degradaccedilatildeo remoccedilatildeo e limpeza
(GOMES 2009)
De uma forma geral um biodiesel com predominacircncia de aacutecidos graxos combinados
monoinsaturados (oleico ricinoleico) satildeo os que apresentam os melhores resultados
(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)
A qualidade do oacuteleo eacute uma funccedilatildeo do seu perfil de aacutecidos graxos Oacuteleos com alto teor
de aacutecido oleico satildeo adequados para uso alimentar devido agrave sua longa vida de prateleira
enquanto que uma quantidade de aacutecido linoleico inferior a 3 eacute preferiacutevel para a estabilidade
do oacuteleo e para a produccedilatildeo de biodiesel eacute desejaacutevel um baixo conteuacutedo de aacutecidos graxos
saturados (RAJU EZRADANAM 2002) Sementes com alta razatildeo de aacutecido oleicolinoleico
podem indicar uma maior estabilidade e vida uacutetil mais longa (KAUSHIK BHARDWAJ
2013)
Ao lado de produccedilatildeo de sementes o teor de oacuteleo e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos satildeo
os dois principais paracircmetros bioquiacutemicos do pinhatildeo-manso que satildeo muito importantes para a
seleccedilatildeo de sementes com um alto rendimento e com alto teor de aacutecido graxo poli-insaturado
(KAUSHIK BHARDWAJ 2013) A composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso eacute
classificado como um tipo de aacutecido linoleico ou oleico que satildeo aacutecidos graxos insaturados
utilizados como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de biodiesel (MITTELBACH
REMSCHMIDT 2004 ONG et al 2013) Apesar da importacircncia desta espeacutecie haacute poucos
trabalhos na literatura que mostram a influecircncia no manejo do pinhatildeo-manso na composiccedilatildeo
dos aacutecidos graxos presentes no oacuteleo da semente
A correta disponibilidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo para as plantas de pinhatildeo-manso
evitando a sua falta ou o seu uso excessivo pode ocasionar em um oacuteleo com melhores
caracteriacutesticas para a produccedilatildeo de biodiesel quanto ao seu perfil composicional Kheira e Atta
(2009) ao avaliarem as caracteriacutesticas do oacuteleo de pinhatildeo-manso encontraram nas plantas
manejadas com 100 da evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETp) os melhores valores da razatildeo de
aacutecido oleicolinoleico em comparaccedilatildeo aos tratamentos irrigados com deacuteficit e com excesso O
uso da fertilizaccedilatildeo nitrogenada aleacutem de auxiliar no aumento da produtividade de gratildeos de
pinhatildeo-manso se correlaciona positivamente no efeito de alguns aacutecidos graxos do seu oacuteleo
tendo para o aacutecido oleico o seu maior efeito (AKBARIAN MODAFEBEHZADI
BAGHERIPOUR 2012)
49
242 Iacutendices de qualidade
Algumas caracteriacutesticas satildeo indicativas da qualidade de um produto No que se refere
aos oacuteleos vegetais paracircmetros fiacutesicos e quiacutemicos satildeo analisados e utilizados para garantir a
qualidade dos mesmos para a produccedilatildeo de biodiesel pois eacute por meio destes resultados que se
estabelece a teacutecnica que seraacute utilizada na sua produccedilatildeo e se haacute ou natildeo a necessidade do uso
de um preacute-tratamento da mateacuteria-prima (MELO 2012)
Desta forma satildeo determinados os iacutendices de acidez iodo peroacutexido e refraccedilatildeo aleacutem da
densidade relativa estabilidade oxidativa entre outros Estes paracircmetros de qualidade assim
como outros natildeo citados podem ser determinados por meacutetodos de referecircncia como os
estabelecidos pela AOCS (American Oil Chemistsrsquo Society) ou pela Ethiopian Standard os
quais tecircm sido bastante empregados por muitos laboratoacuterios e induacutestrias
O teor de acidez eacute uma das principais caracteriacutesticas relacionadas com a qualidade da
mateacuteria-prima Vaacuterios fatores podem influenciar a acidez de um oacuteleo vegetal mas o principal
eacute o tratamento dado ainda agraves sementes durante a colheita e armazenamento (PEREIRA 2007)
Estaacute diretamente relacionado com a quantidade de aacutecidos graxos livres presentes no material
lipiacutedico originados da hidroacutelise dos triacilgliceriacutedeos nas condiccedilotildees de conservaccedilatildeo e
processamento dos oacuteleos vegetais (MORETTO FETT 1998)
A alta acidez do biodiesel pode levar agrave sua degradaccedilatildeo mais raacutepida levando agrave
formaccedilatildeo de precipitados provocando o entupimento do filtro de combustiacutevel ou a
diminuiccedilatildeo de sua pressatildeo aleacutem de acelerar a corrosatildeo de partes metaacutelicas do motor e dos
sistemas de injeccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012 VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)
O monitoramento do iacutendice de acidez ou nuacutemero de acidez no biodiesel eacute de grande
importacircncia tambeacutem durante a estocagem na qual a alteraccedilatildeo nos valores de acidez pode
significar a presenccedila de aacutegua eou degradaccedilatildeo oxidativa (FLUMIGNAN et al 2012)
O iacutendice de iodo eacute uma medida da insaturaccedilatildeo total dentro de uma mistura de aacutecido
graxo Aleacutem de indicar o grau quantitativo de insaturaccedilotildees no biodiesel ou oacuteleo
vegetalanimal o iacutendice de iodo eacute dependente do tipo de matriz utilizada O nuacutemero de
insaturaccedilotildees se trata de um importante componente na caracterizaccedilatildeo do oacuteleo vegetal e
consequentemente do biodiesel que seraacute produzido pois aleacutem de apresentar efeito nos valores
de densidade e de viscosidade dos biodieseis tambeacutem eacute de grande importacircncia na estabilidade
oxidativa dos biodieseis (FLUMIGNAN et al 2012)
50
O nuacutemero de iodo revela o nuacutemero de insaturaccedilotildees de uma determinada amostra e esse
valor constitui um dos paracircmetros de identidade dos oacuteleos vegetais pois cada dupla ligaccedilatildeo de
um aacutecido graxo pode incorporar dois aacutetomos de halogecircnio Por essa razatildeo quanto maior a
insaturaccedilatildeo de um aacutecido graxo maior seraacute a sua capacidade de absorccedilatildeo de iodo e
consequentemente maior seraacute o iacutendice de iodo (MORETTO FETT 1998)
Este meacutetodo consiste no tratamento da amostra de oacuteleo vegetal e animal ou biodiesel
com iodo em excesso que reage com as duplas ligaccedilotildees O iodo natildeo reagido eacute entatildeo titulado
com tiossulfato de soacutedio e o resultado expresso como gramas de iodo que reagem com as
insaturaccedilotildees em 100 g de amostra (FLUMIGNAN et al 2012) Segundo Ramos et al (2009)
o iacutendice de iodo de um oacuteleo vegetal ou de uma gordura animal eacute quase idecircntico ao do metil-
eacutester correspondente
O iacutendice de peroacutexido determina todas as substacircncias que oxidam o iodeto de potaacutessio a
iodo Estas substacircncias satildeo consideradas como sendo peroacutexidos ou produtos similares
provenientes da oxidaccedilatildeo das gorduras Os peroacutexidos satildeo produtos primaacuterios da oxidaccedilatildeo de
lipiacutedeos (AOCS 2003) Eacute um indicador muito sensiacutevel no estaacutedio inicial da oxidaccedilatildeo e sua
presenccedila eacute indiacutecio de que a deterioraccedilatildeo do sabor e odor em funccedilatildeo de sua instabilidade estaacute
por acontecer Quando sua concentraccedilatildeo atinge certo niacutevel mudanccedilas complexas ocorrem
formando compostos de baixo peso molecular oriundos de sua degradaccedilatildeo (REGITANO-
DacuteARCE 2006)
O iacutendice de peroacutexido eacute o mais usado para indicar o grau de oxidaccedilatildeo O valor de
peroacutexido eacute a medida do teor de oxigecircnio reativo expresso em termos de milequivalentes de
oxigecircnio por 1000 g de oacuteleo ou como milimoles de peroacutexido por quilo de moleacutecula graxa (1
milimol = 2 milequivalentes) (AOCS 2003) As substacircncias quantificadas satildeo geralmente
peroacutexidos e outros produtos similares resultantes da oxidaccedilatildeo lipiacutedica A aplicaccedilatildeo do iacutendice
de peroacutexido se daacute em todo o tipo de gordura ou oacuteleo (AOCS 2003)
Durante essa anaacutelise a amostra com solvente eacute adicionada em uma soluccedilatildeo de iodeto
de potaacutessio saturada Desta forma os iacuteons de iodo reagem com os peroacutexidos produzindo I2
Como indicador eacute adicionado amido que na presenccedila de I2 se colore de azul Ao titular-se a
soluccedilatildeo com tiossulfato de soacutedio ocorreraacute a oxidaccedilatildeo a tetrationato de soacutedio e o iodo eacute
reduzido a I- causando perda na cor azulada logo a quantidade de tiossulfato consumida eacute
proporcional agrave quantidade de iacuteons de iodeto presentes e indiretamente de peroacutexido
(BACCAN et al 1985)
O iacutendice de refraccedilatildeo de uma substacircncia eacute a relaccedilatildeo entre a velocidade da luz no vaacutecuo
e a velocidade da luz na substacircncia testada Eacute um paracircmetro fiacutesico importante para garantir a
51
qualidade dos oacuteleos Ele varia na razatildeo inversa da temperatura e eleva-se com o aumento do
comprimento da cadeia e tambeacutem com o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos graxos constituintes
dos trigliceriacutedeos (PEREIRA 2007) Por depender fortemente da temperatura as suas medidas
devem ser feitas em temperatura constante O iacutendice de refraccedilatildeo de oacuteleos e gorduras eacute muito
usado como criteacuterio de qualidade e identidade pois quando referente a um oacuteleo este iacutendice
aumenta com o iacutendice de iodo e pode ser usado no controle de processos de hidrogenaccedilatildeo de
oacuteleos insaturados (CECCHI 2003)
A densidade do biodiesel estaacute diretamente ligada com a estrutura molecular das suas
moleacuteculas Quanto maior o comprimento da cadeia carbocircnica do alquileacutester maior seraacute a
densidade no entanto este valor decresceraacute quanto maior forem o nuacutemero de insaturaccedilotildees
presentes na moleacutecula A presenccedila de impurezas tambeacutem poderaacute influenciar na densidade do
biodiesel como por exemplo o aacutelcool ou substacircncias adulterantes (LOcircBO FERREIRA
CRUZ 2009) Como eacute caracteriacutestica de cada substacircncia a determinaccedilatildeo da densidade em
oacuteleos eacute um paracircmetro importante para verificar se houve adulteraccedilatildeo com a adiccedilatildeo de aacutegua ou
substacircncias dissolvidas dentro das amostras (presenccedila de contaminantes)
A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo ou estabilidade oxidativa reflete o tempo que o biodiesel ou
oacuteleo vegetal leva para se degradar formando compostos orgacircnicos volaacuteteis A estabilidade
oxidativa do biodiesel estaacute diretamente relacionada com o grau de insaturaccedilatildeo dos
alquieacutesteres presentes como tambeacutem com a posiccedilatildeo das duplas ligaccedilotildees na cadeia carbocircnica
(VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) Quanto maior o nuacutemero de insaturaccedilotildees (maior
iacutendice de iodo) mais susceptiacutevel estaacute a moleacutecula agrave degradaccedilatildeo tanto teacutermica quanto oxidativa
formando produtos insoluacuteveis que ocasionam formaccedilatildeo de depoacutesitos e entupimento do
sistema de injeccedilatildeo de combustiacutevel do motor (FLUMIGNAN et al 2012)
52
53
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental
A aacuterea experimental com a cultura e os lisiacutemetros jaacute instalados estaacute situada no
Departamento de Engenharia de Biossistemas na Fazenda Areatildeo da Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo da Universidade de Satildeo Paulo (ESALQ ndash USP) em
Piracicaba-SP (latitude 22deg42rsquo30rdquoS longitude 47deg30rsquo00rdquo e altitude de 546 m) Aleacutem da aacuterea
cultivada com pinhatildeo-manso a aacuterea experimental conta ainda com um sistema de irrigaccedilatildeo
por pivocirc central barracatildeo para maacutequinas equipamentos e salas de apoio sistema de
bombeamento de aacutegua do rio Piracicaba para um accedilude casa de bombas para irrigaccedilatildeo
localizada e pivocirc central e painel controlador da irrigaccedilatildeo localizada (Figura 4)
O clima da regiatildeo segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute Cwa denominado tropical de
altitude sendo caracterizado por grandes volumes de chuvas no veratildeo e por estiagem no
inverno (PEREIRA ANGELOCCI SENTELHAS 2002) A precipitaccedilatildeo meacutedia anual eacute de
1328 mm e a temperatura meacutedia anual de 216ordmC sendo a meacutedia em julho o mecircs mais frio
com 17ordmC e a meacutedia em janeiro e fevereiro como meses mais quentes com 25ordmC (CEPAGRI
2013)
O preparo inicial da aacuterea experimental junto com o transplantio das mudas ocorreu em
meados de dezembro de 2011 com as plantas dispostas no espaccedilamento de 3 m entre plantas
e 4 m entre linhas (12 m2 de aacuterea para cada uma) totalizando 833 plantas ha
-1
A aacuterea experimental com pinhatildeo-manso foi dividida de acordo com o manejo hiacutedrico
utilizado sendo composta pelos tratamentos irrigados por pivocirc central e natildeo irrigado
(sequeiro) Na Figura 4 encontra-se o croqui da aacuterea experimental onde pode ser observada a
disposiccedilatildeo dos sistemas de irrigaccedilatildeo no campo e a aacuterea total utilizada para cada tratamento A
aacuterea experimental localizou-se proacuteximo da estaccedilatildeo meteoroloacutegica da Fazenda Areatildeo da
ESALQUSP (Figura 4) o que contribuiu para a determinaccedilatildeo de variaacuteveis meteoroloacutegicas in
loco utilizados conjuntamente com os dados lisimeacutetricos para a realizaccedilatildeo do manejo de
irrigaccedilatildeo A estaccedilatildeo meteoroloacutegica dispotildee de um datalogger para leitura dos sensores de
temperatura umidade relativa do ar radiaccedilatildeo solar global velocidade e direccedilatildeo do vento
pressatildeo atmosfeacuterica saldo de radiaccedilatildeo e chuva
54
Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo meteoroloacutegica
O sistema de pivocirc central eacute composto de trecircs torres sobre rodas com 183 m de raio e
capaz de irrigar uma aacuterea de 105 haacute com uma vazatildeo real de 90 msup3 h-1
Quando acionado em
sua velocidade maacutexima (com relecirc ligado agrave 100 no painel controlador) aplica de acordo com
as especificaccedilotildees do fabricante uma lacircmina bruta de 44 mm em toda a aacuterea apoacutes cinco horas
e seis minutos (tempo total para uma volta inteira) Apoacutes a instalaccedilatildeo do sistema de irrigaccedilatildeo
testes de avaliaccedilatildeo foram realizados e foram verificados os seguintes paracircmetros Coeficiente
de Uniformidade de Christiansen (CUC) de 821 Coeficiente de uniformidade de
distribuiccedilatildeo (CUD) de 642 e eficiecircncia de aplicaccedilatildeo (Ea) de 777
32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental
A aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo tiveram como tratamentos diferentes
doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a base de ureia utilizando 150 100 50 e o tratamento
controle com 0 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura (FACT 2010) Os tratamentos
aplicados na aacuterea irrigada por pivocirc central foram denominados como P1 P2 P3 e P4
respectivamente para 150 100 50 e 0 da adubaccedilatildeo nitrogenada Enquanto na aacuterea sem
irrigaccedilatildeo os tratamentos aplicados foram denominados de acordo com os tratamentos citados
respectivamente como S1 S2 S3 e S4 A aacuterea irrigada por pivocirc central recebeu uma lacircmina
55
Tratamento S1 (150 de N)
LEGENDA
Tratamento S4 (0 de N)
Tratamento S3 (50 de N)
Tratamento S2 (100 de N)
de irrigaccedilatildeo uniforme equivalente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo da cultura que foi
determinada por meio de dois lisiacutemetros de pesagem localizados ao lado da aacuterea em estudo
O delineamento experimental de cada aacuterea foi em blocos casualizados sendo dividida
em 4 blocos por aacuterea o que implicou em 16 unidades experimentais para cada aacuterea
totalizando portanto 32 unidades experimentais (Figura 5) A anaacutelise conjunta dos dados
entretanto foi realizada como anaacutelise de grupos de experimentos (BANZATTO KRONKA
2008) A instalaccedilatildeo de cada tratamento foi determinada por linha de plantio onde realizou-se
previamente o sorteio dos tratamentos dentro de cada bloco O esquema da anaacutelise de
variacircncia para o experimento realizado com anaacutelise agrupada dos dois experimentos eacute
expresso na Tabela 3
Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo
As aplicaccedilotildees dos tratamentos assim como o iniacutecio dos estudos na aacuterea
experimental se iniciaram apoacutes o final do primeiro ciclo produtivo da cultura (final do
segundo ciclo de cultivo) em agosto de 2013 Os estudos foram realizados durante o terceiro
e quarto ano de cultivo da cultura o que correspondeu aos anos agriacutecolas de 20132014 e
20142015 com o iniacutecio do ciclo a partir do mecircs de agosto eacutepoca na qual todos os frutos jaacute
foram colhidos e por apresentar um periacuteodo caracteriacutestico marcado pela eacutepoca da poda de
renovaccedilatildeo ou limpeza (agosto) e encerrando-se no mecircs julho com o final da queda das folhas
(final do periacuteodo de senescecircncia)
56
Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia
Fontes de Variaccedilatildeo Grau de Liberdade
Blocos dentro de Irrigaccedilatildeo 6
Irrigaccedilatildeo (I) 1
Doses de N (N) 3
Interaccedilatildeo I x N 3
Resiacuteduo Meacutedio 18
Total 31
33 Caracterizaccedilatildeo do solo
As anaacutelises fiacutesico-hiacutedrico do solo foram realizadas no Laboratoacuterio de Fiacutesica do Solo
do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ-USP e no Laboratoacuterio PiraSolos
em Piracicaba-SP
O solo da aacuterea experimental foi classificado como NITOSSOLO VERMELHO
Eutroacutefico (EMBRAPA 2013) apresentando para todas as aacutereas utilizadas textura argilosa nas
camadas de 0-02 m e 02-04 m e muito argilosa na camada 04-06 m de acordo com os
criteacuterios do Sistema Brasileiro de Classificaccedilatildeo de Solos (EMBRAPA 2013)
A caracterizaccedilatildeo da anaacutelise granulomeacutetrica do solo da aacuterea experimental foi resultado
da meacutedia de trecircs repeticcedilotildees de cada aacuterea experimental nas camadas de 0-020 m 020-040 m
e 040-060 m que se enquadram dentro da camada de maior influecircncia do sistema radicular
da cultura do pinhatildeo-manso (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) Na realizaccedilatildeo da referida anaacutelise
foi adotada a metodologia de Bouyoucos (Tabela 4) conforme as recomendaccedilotildees de
Donagema et al (2011) A caracterizaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo das curvas de retenccedilatildeo caracteriacutesticas
do solo para a aacuterea experimental foram descritos por Flumignan (2012)
Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental
Aacuterea de cultivo Camada (m) Argila Silte Areia
Classe Textural ------------------g kg
-1------------------
Pivocirc Central
0-02 464 296 240 Argilosa
02-04 498 292 210 Argilosa
04-06 576 264 160 Muito Argilosa
Sequeiro
0-02 505 245 250 Argilosa
02-04 502 248 250 Argilosa
04-06 621 179 200 Muito Argilosa
57
A partir da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feita por Flumignan (2012) e com outras
anaacutelises posteriores para comparaccedilatildeo adotou-se para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo os valores da
capacidade de campo (cc) e o ponto de murchamento permanente (pmp) para as camadas de
0-040 m e 040-080 m respectivamente de 042 e 032 cmsup3 cm-sup3 e 043 e 033 cmsup3 cm
-sup3 A
densidade do solo representativa da aacuterea sem irrigaccedilatildeo foram de 153 145 141 e 127 g cm-sup3
para as camadas de 0-020 m 020-040 m 040-060 m e 060-080 m respectivamente Jaacute
para o solo da aacuterea irrigada por pivocirc central a capacidade de campo e o ponto de
murchamento permanente para as camadas de 0-040 m e 040-080 m foram de 044 e 031 e
046 e 035 respectivamente A densidade do solo representativa da aacuterea irrigada foram de
155 146 141 e 131 g cm-sup3 respectivamente para as camadas de 0-020 m 020-040 m
040-060 m e 060-080 m
A caracterizaccedilatildeo quiacutemica inicial do solo foi realizada mediante anaacutelise de amostras
compostas coletadas nas camadas de 0-020 e 020-040 m de profundidade nas duas aacutereas de
influecircncia do cultivo antes da aplicaccedilatildeo dos tratamentos Para as condiccedilotildees quiacutemicas
encontradas nas anaacutelises de solo natildeo foi necessaacuterio agrave aplicaccedilatildeo de calagem pelos valores da
saturaccedilatildeo por bases estarem acima de 60 Na Tabela 5 estatildeo apresentados os resultados da
anaacutelise de fertilidade
Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental
Aacuterea de
manejo
Camada
(m)
pH
CaCl2
MO P S
(SO4)
K+ Ca
2+ Mg
2+ H+Al Al
3+ Sat
Bases
g dm-3
-mg dm-3
- ------------mmolcdm-3
----------- V
Pivocirc
Central
0-02 60 18 10 26 25 55 18 20 0 79
02-04 58 9 2 32 12 47 21 20 0 78
Sequeiro 0-02 55 18 18 22 13 49 13 25 0 72
02-04 55 11 4 26 10 44 12 25 0 70
34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo
A aacutegua utilizada no experimento foi proveniente do sistema do reservatoacuterio de aacutegua
localizado dentro da Fazenda Areatildeo e usada exclusivamente para fornecimento de aacutegua para
as culturas localizadas na aacuterea experimental Para saber se o conteuacutedo fiacutesico-quiacutemico da aacutegua
utilizada na irrigaccedilatildeo poderia influenciar na disposiccedilatildeo dos nutrientes fornecidos para a
cultura por meio da adubaccedilatildeo foi realizada uma anaacutelise da qualidade da aacutegua para verificar as
58
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas presentes (Tabela 6) A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua de
irrigaccedilatildeo foi realizada pelo Laboratoacuterio de Ecologia Aplicada localizada no Departamento de
Ciecircncias Florestais na ESALQUSP
Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo
Paracircmetro Siacutembolo Unidade Resultado VMP(1)
Acidez pH - 68 60-95
Acidez (CaCO3) - mg L-1
(CaCO3) 63 -
Condutividade eleacutetrica CEa dSm-1
(25degC) 01 15
Alcalinidade Carbonato CO3= mg L
-1 0 -
Alcalinidade Bicarbonato HCO3- mg L-1
158 -
Alcalinidade Total 2CO32-
+ HCO3- mg L
-1 158 500
Caacutelcio Ca++
mg L-1
17 75
Magneacutesio Mg++
mg L-1
10 150
Sulfato SO4= mg L
-1 119 250
Nitrogecircnio - Nitrato N - NO3- mg L
-1 08 10
Nitrogecircnio - Amocircnio N - NH4+ mg L
-1 01 15
Foacutesforo - Fosfato P - PO43-
mg L-1
006 006
Potaacutessio K+ mg L
-1 23 -
Soacutedio Na+ mg L
-1 60 -
Dureza Total (CaCO3) - mg L-1
128 500
(1) Valores maacuteximos permitidos
De acordo com a classificaccedilatildeo da University of Califoacuternia Committee of Consultantes
(UCCC 1974) a aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo de foi classificada como C1S2 ou seja aacutegua
com baixo risco de salinidade o que eacute considerada adequada ao uso para a irrigaccedilatildeo O risco
de sodicidade foi considerado praticamente nulo devido ao baixo valor da razatildeo de adsorccedilatildeo
de soacutedio corrigida calculado com os resultados da anaacutelise assim como os baixos teores de
soacutedio apresentados na anaacutelise que garantem a ausecircncia de toxicidade desse elemento
35 Manejo da irrigaccedilatildeo
O manejo da irrigaccedilatildeo com a quantificaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo a ser aplicada e a
determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo nos tratamentos foi realizada pela metodologia da
lisimetria de pesagem direta descrita por Lena (2013) e tambeacutem realizada na mesma aacuterea
experimental Essa metodologia consiste na utilizaccedilatildeo de tanques de metal preenchidos com
59
solo da proacutepria aacuterea experimental e que satildeo apoiados sobre um sistema de pesagem de alta
precisatildeo Basicamente o sistema de lisimetria proporciona a mediccedilatildeo das entradas e saiacutedas de
aacutegua do sistema Foram utilizados dois lisiacutemetros por aacuterea totalizando portanto quatro
lisiacutemetros no experimento que foram previamente dimensionados para que sua superfiacutecie
respeitasse o espaccedilamento das plantas e o pleno desenvolvimento do sistema radicular e da
parte aeacuterea da cultura Cada lisiacutemetro eacute ciliacutendrico e apresenta 391 m de diacircmetro interno (12
m2 de aacuterea) por 13 m de profundidade uacutetil do solo O sistema ainda apresenta um sistema de
drenagem que eacute composto por reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua constituiacutedos de tubos
de PVC os quais possibilitam o armazenamento da aacutegua drenada atraveacutes do perfil do solo O
detalhamento da calibraccedilatildeo e das instalaccedilotildees dos lisiacutemetros utilizados na aacuterea experimental eacute
descrita por Flumignan (2012) Na Figura 6 eacute apresentado um esquema sobre o balanccedilo de
aacutegua no solo feito pelos lisiacutemetros
Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de aacutegua do sistema
sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I a irrigaccedilatildeo R o escoamento
superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013)
A determinaccedilatildeo da quantidade de aacutegua necessaacuteria para repor a evapotranspiraccedilatildeo foi
calculada semanalmente para a aacuterea irrigada por pivocirc central A irrigaccedilatildeo foi realizada de
maneira manual ajustando o percentiacutemetro da velocidade de deslocamento circular
(caminhamento) do pivocirc a cada irrigaccedilatildeo de forma que fosse aplicada a lacircmina de aacutegua
desejada Um dia anterior agrave irrigaccedilatildeo os dados dos lisiacutemetros foram coletados e analisados
sendo possiacutevel verificar a lacircmina de aacutegua que foi necessaacuteria para repor na semana colocando
o armazenamento de aacutegua no solo na condiccedilatildeo de capacidade de campo para os tratamentos
60
irrigados A determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) para o posterior manejo da
lacircmina a ser reposta pela irrigaccedilatildeo foi determinada pela contabilidade das entradas saiacutedas e
armazenamento de aacutegua nos lisiacutemetros (LENA 2013)
A profundidade efetiva do sistema radicular considerada foi de 50 cm baseado
principalmente nos trabalhos de Krishnamurthy et al (2012) e Alves Juacutenior et al (2014) que
apresentam que o sistema eacute capaz de atingir profundidades maiores que 1 metro poreacutem
apresenta a maioria das raiacutezes principalmente as responsaacuteveis pela absorccedilatildeo de aacutegua nas
camadas mais superficiais A capacidade de aacutegua disponiacutevel (CAD) foi determinada a partir
dos valores de umidade volumeacutetrica do solo no ponto de murcha permanente e na capacidade
de campo obtidas para cada aacuterea de manejo hiacutedrico adotado
Devido agrave alta escassez hiacutedrica ocasionada pela baixa pluviosidade ocorrida durante o
ano agriacutecola de 2014 em toda a regiatildeo Sudeste e no municiacutepio de Piracicaba-SP e com a
draacutestica reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio localizado na Fazenda Areatildeo as praacuteticas de
irrigaccedilatildeo e o seu manejo foram realizados apenas no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (3ordm ano de
cultivo) sendo suspensas no ciclo seguinte devido a sua impossibilidade pelo baixo niacutevel do
reservatoacuterio no local e para que o mesmo pudesse se reestabelecer em um menor periacuteodo de
tempo Com o cessamento das irrigaccedilotildees na aacuterea de cultivo sob o pivocirc central a partir do
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo todas as coletas e anaacutelises realizadas nos tratamentos de adubaccedilatildeo
localizados na aacuterea antes irrigada por pivocirc central passaram a ser consideradas como
mediccedilotildees dos tratamentos em uma aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo visto que desde a sua
implantaccedilatildeo o local fora irrigado tendo o seu manejo adequado de irrigaccedilatildeo de forma a
suplementar o deacuteficit hiacutedrico nos periacuteodos mais secos do ano onde o regime de chuvas natildeo
era capaz de suprir a demanda evapotranspiromeacutetrica da cultura em determinado periacuteodo
Mesmo a localizaccedilatildeo da aacuterea experimental irrigada estando proacutexima da regiatildeo dos dois
lisiacutemetros de pesagem de forma que os tratamentos recebidos com as diferentes doses de
irrigaccedilatildeo apresentassem condiccedilotildees de textura do solo e relevo semelhantes ao das plantas
localizadas nos dois lisiacutemetros natildeo foi realizado um manejo quanto agrave quantificaccedilatildeo das
lacircminas de aacutegua requeridas por cada tratamento visto que com as diferentes doses de
adubaccedilatildeo nitrogenada o crescimento e consequentemente a evapotranspiraccedilatildeo das parcelas
irrigadas satildeo diferentes Assumiu-se para este estudo um manejo da irrigaccedilatildeo a partir dos
dados coletados de plantas inseridas nos lisiacutemetros e que estavam em plenas condiccedilotildees de
desenvolvimento e sem restriccedilatildeo de nutrientes onde a praacutetica de irrigaccedilatildeo serviu-se apenas
para complementar a falta de aacutegua nos periacuteodos mais secos do ano que eacute ocasionado pela
diminuiccedilatildeo das chuvas comparando com uma aacuterea onde natildeo se fez o uso da irrigaccedilatildeo
61
Possibilidades como a variaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo no equipamento de pivocirc central com a
substituiccedilatildeo de diferentes tipos de bocais com as mais variadas vazotildees e dispondo os
tratamentos em linhas curviliacuteneas no sentido de rotaccedilatildeo do pivocirc chegaram a ser pensadas
entretanto foram rapidamente descartadas jaacute que esse sistema de irrigaccedilatildeo comporta uma
aacuterea total de 105 ha na Fazenda Areatildeo e aleacutem de atender a aacuterea cultivada por pinhatildeo-manso
de 10 ha que corresponde apenas a 95 da aacuterea atendida pelo pivocirc central o mesmo
equipamento atende agrave necessidade hiacutedrica de outras aacutereas de cultivo incluindo aacutereas de
experimentos de outros projetos de pesquisa
36 Monitoramento da umidade do solo
O monitoramento da umidade do solo foi realizado com o auxiacutelio de sondas de
capacitacircncia da marca Sentekreg modelo Diviner 2000 no qual estimou a umidade do solo por
meio de campos eleacutetricos de alta frequecircncia Esta conteacutem uma haste que ao ser inserida em
tubos de acesso previamente instalados no solo possibilita coletar a porcentagem de aacutegua no
perfil de solo desejado Para que isso ocorresse foi necessaacuterio antes fazer uma curva de
calibraccedilatildeo na aacuterea experimental na eacutepoca de implantaccedilatildeo da cultura para que assim de posse
da equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do solo caracteriacutestico da Fazenda Areatildeo todas as leituras do
equipamento transmitidas em unidade de frequecircncia pudessem ser convertidas em umidade
volumeacutetrica do solo Com a implantaccedilatildeo da cultura em 2011 foi instalado na aacuterea
experimental um tubo de acesso para cada lisiacutemetro de pesagem e outros 10 situados nas suas
plantas de bordadura (distribuiacutedos ao redor de cada lisiacutemetro) com a finalidade de comparar
os perfis de umidade dentro e fora dos lisiacutemetros
Durante o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura (4ordm ano) foram instalados um tubo de
acesso por tratamento na aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo de forma a comparar
os perfis de umidade localizados nas plantas com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada
com as plantas que receberam a adubaccedilatildeo plena situados dentro e fora dos lisiacutemetros assim
como as plantas dos tratamentos P2 e S2 que receberam 100 de N Esse monitoramento foi
realizado para verificar se houve ou natildeo alguma mudanccedila draacutestica na variaccedilatildeo de umidade dos
diferentes tratamentos por adubaccedilatildeo nitrogenada quando comparada com as demais plantas da
aacuterea experimental
O monitoramento da umidade do solo dentro e fora dos lisiacutemetros foi realizado em
periacuteodos pontuais dentro dos dois ciclos de avaliaccedilatildeo do referido estudo e dentro de um
62
periacuteodo especiacutefico no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para os tratamentos adubados Os tubos de
acesso foram instalados de acordo com cada ponto de monitoramento entre a profundidade de
80-110 cm onde nesse estudo foi avaliado para todos os tratamentos e pontos de
monitoramento de umidade o perfil de umidade correspondente ateacute a profundidade de 80 cm
que representa a camada de maior influecircncia do sistema radicular da cultura do pinhatildeo-manso
(ALVES JUacuteNIOR et al 2014)
37 Manejo da cultura
Ao longo da conduccedilatildeo do experimento foram realizadas praacuteticas de manejo cultural
de forma a proporcionar as melhores condiccedilotildees para o desenvolvimento das plantas Dentre
essas praacuteticas se destacaram o controle de insetos de doenccedilas e de plantas invasoras O
controle de pragas se concentrou no combate da cigarrinha verde (Empoasca spp) aacutecaro
branco (Polyphagotarsonemus latus Banks) e percevejo (Pachoycoris sp) enquanto o
controle de doenccedilas foi voltado no combate ao Oiacutedio (Oidium sp) e ferrugem (Phakospsora
arthuriana Buriticaacute amp Hennen) As aplicaccedilotildees dos produtos quiacutemicos para o controle de
pragas e doenccedilas foram realizadas sempre quando diagnosticada a presenccedila destes na aacuterea
experimental Para o controle das plantas invasoras na entrelinha de cultivo foi utilizada uma
roccediladeira acoplada a um trator e entre plantas o controle foi realizado com roccediladeira manual
Apoacutes cada roccedilagem manual a aplicaccedilatildeo localizada de herbicida sistecircmico natildeo seletivo foi
realizada
A adubaccedilatildeo de produccedilatildeo para suprir a demanda nutricional da cultura foi realizada de
acordo com as recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo propostas por FACT (2010) A adubaccedilatildeo
nitrogenada foi feita na projeccedilatildeo da copa da planta parcelada em trecircs aplicaccedilotildees ao longo de
cada ciclo produtivo assim como a adubaccedilatildeo potaacutessica e fosfatada A adubaccedilatildeo das plantas
foi realizada utilizando os adubos quiacutemicos ureia superfosfato simples e cloreto de potaacutessio
para o suprimento de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente As quantidades de
nutrientes aplicadas no ciclo vegetativo do pinhatildeo-manso durante os primeiros anos de
cultivo da cultura seguiram as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010) e satildeo expressas na
Tabela 2 no item 233
63
38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua
A produtividade de frutos e sementes da cultura foi determinada por meio de colheitas
manuais de todos os frutos que se encontraram a partir do ponto inicial de maturaccedilatildeo
(coloraccedilatildeo amarela) deixando na planta apenas os frutos verdes que foram colhidos
posteriormente Apoacutes a colheita os frutos foram postos para secar agrave temperatura ambiente
para a determinaccedilatildeo do rendimento de frutos (semente + casca) e sementes para cada
tratamento avaliado Aleacutem disso para se conhecer a influecircncia dos tratamentos no
desenvolvimento das sementes por unidade de massa nos frutos colhidos foi determinada a
relaccedilatildeo frutosemente para cada tratamento avaliado A maturaccedilatildeo dos frutos de pinhatildeo-
manso natildeo eacute uniforme observando-se em um mesmo cacho frutos verdes amarelos
castanhos e por fim pretos Desta forma em funccedilatildeo da desuniformidade da maturaccedilatildeo dos
frutos a periodicidade das colheitas ao longo do periacuteodo produtivo ocorreu em funccedilatildeo da
maior ou menor uniformidade de distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo ao longo do tempo Em resumo
foram avaliados a produccedilatildeo meacutedia de frutos e sementes por planta (kg planta-1
) a relaccedilatildeo
sementefruto e a produtividade de sementes (kg ha-1
)
A eficiecircncia de uso na aacutegua (EUA) segundo Lima et al (2010) equivale a eficiecircncia
produtiva que atualmente eacute denominada como produtividade da aacutegua (PA) sendo
determinada neste trabalho para se avaliar a eficiecircncia da aacutegua aplicada na irrigaccedilatildeo para
produccedilatildeo final de frutos De acordo com Frizzone (2014) nas praacuteticas diaacuterias de irrigaccedilatildeo a
PA eacute um termo mais relevante que EUA cujo significado depende da aplicaccedilatildeo Segundo
Sousa et al (2000) a EUA pode ser determinada tanto para a produtividade de biomassa
como para a produtividade de frutos relacionando-se pela quantidade de aacutegua aplicada ou
evapotranspirada No caso deste trabalho a produtividade de aacutegua foi determinada pela
relaccedilatildeo da produccedilatildeo comercial da cultura (kg) ou seja para a produccedilatildeo final de sementes
com a quantidade total de aacutegua aplicada (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) (FRIZZONE 2014) A
quantidade de aacutegua consumida pela planta (evapotranspiraccedilatildeo acumulada) natildeo foi utilizada
neste estudo por ter sido determinada para as plantas que estavam inseridas no lisiacutemetro que
no caso se encontravam em plenas condiccedilotildees de desenvolvimento e fornecimento de
nutrientes via fertilizaccedilatildeo mineral fato que soacute ocorreu para os tratamentos em que a
fertilizaccedilatildeo mineral de nitrogecircnio foi plena (100) O caacutelculo da produtividade da aacutegua
(PAIR+PE) considerou nesse estudo a variabilidade do solo em cada aacuterea de cultivo bem como
identificar as diferenccedilas de cada manejo hiacutedrico fazendo uso da irrigaccedilatildeo complementar ou
64
natildeo e do desenvolvimento vegetativo da cultura (FRIZZONE 2014) que a cultura pode
sofrer com o estresse hiacutedrico e com a disponibilidade de nitrogecircnio pela fertilizaccedilatildeo mineral
O caacutelculo para a produtividade de aacutegua considerando a quantidade total de aacutegua aplicada eacute
expressa na Equaccedilatildeo 1
PAIR+PE = Rendimento comercial da cultura
Volume de Irrigaccedilatildeo+Precipitaccedilatildeorarr
Yc (kg)
IR+PE (m3) (1)
Por natildeo haver irrigaccedilotildees durante o segundo ano de avaliaccedilatildeo no cultivo de pinhatildeo-
manso devido agrave grande escassez hiacutedrica que assolou a regiatildeo Sudeste durante esse periacuteodo a
produtividade de aacutegua foi determinada apenas para o primeiro ano de estudo jaacute que a lacircmina
recebida para as duas aacutereas de cultivo foram apenas das precipitaccedilotildees ocorridas no local natildeo
havendo diferenccedila portanto da lacircmina recebida neste periacuteodo ficando a produtividade de
aacutegua condicionada apenas para a produtividade de sementes que continuou sendo avaliada A
produtividade dos frutos e sementes assim como as outras variaacuteveis analisadas foram
determinadas para o segundo ano de cultivo considerando que a aacuterea onde se encontra o pivocirc
central possui um histoacuterico de irrigaccedilatildeo jaacute que fora irrigada tendo o manejo adequado de
irrigaccedilatildeo desde a implantaccedilatildeo da cultura em 2011
39 Anaacutelises de crescimento
O crescimento das plantas foi avaliado em cada tratamento a cada trecircs meses por
meio de mediccedilotildees da altura da planta (m) do diacircmetro meacutedio de copa (m) e do volume de
copa (msup3) A determinaccedilatildeo da altura eacute definida como a medida entre a superfiacutecie do solo e a
uacuteltima folha emergida no aacutepice da planta Para o diacircmetro meacutedio de copa tomou-se como
ponto de avaliaccedilatildeo o valor meacutedio entre o diacircmetro de copa no sentido do maior espaccedilamento
(entrelinha de plantio) e o diacircmetro de copa no sentido de menor espaccedilamento (dentro da
linha de plantio) As mediccedilotildees da altura e do diacircmetro meacutedio de copa das plantas foram
realizadas em intervalos bimestrais ao longo dos dois anos de avaliaccedilatildeo da cultura com o
auxiacutelio de uma trena graduada em cm (Figura 7) sendo avaliadas as trecircs plantas disponiacuteveis
por cada parcela uacutetil O volume de copa foi estimado pela aproximaccedilatildeo do volume de um
cilindro de base eliacuteptica (LAVIOLA et al 2010)
65
119881119888119900119901119886 = (120587 1198631
2 1198632
2) ℎ (2)
em que
Vcopa = volume de copa (m3)
π = 314159
D1 = diacircmetro de copa no maior espaccedilamento (m)
D2 = diacircmetro de copa no menor espaccedilamento (m) e
h = altura da planta (m)
Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso
310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)
As mediccedilotildees do iacutendice de aacuterea foliar (IAF) foram realizadas com o auxiacutelio do
equipamento LAI-2200 da marca LI-CORreg Esse equipamento foi desenvolvido para se
estimar o IAF de maneira mais praacutetica e de forma precisa desde que manejado de maneira
adequada Pelo fato de que no iniacutecio do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo se buscava a melhor
metodologia para a leitura do instrumento e a validaccedilatildeo dos dados coletados o primeiro ano
de cultivo ficou restrito apenas agrave leitura das plantas sorteadas na aacuterea para a calibraccedilatildeo do
equipamento junto ao cultivo do pinhatildeo-manso feito em diferentes eacutepocas do ano
As leituras do IAF foram realizadas preferencialmente no intervalo entre 1000 e 1400
horas buscando a menor interferecircncia possiacutevel das nuvens na incidecircncia de raios solares o
que poderia prejudicar as interpretaccedilotildees das anaacutelises As avaliaccedilotildees ocorreram de forma
66
mensal iniciando a partir do mecircs de novembro de 2014 e encerrando-se em junho de 2015
com o teacutermino do periacuteodo de senescecircncia foliar uma vez que a partir desse mecircs as plantas de
pinhatildeo-manso estavam praticamente com a ausecircncia de folhas e o IAF foi considerado zero
Para uma melhor confiabilidade na determinaccedilatildeo dos valores de IAF medidos no
campo foi proposta uma calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 nas plantas da aacuterea
experimental realizada concomitantemente com a avaliaccedilatildeo do experimento A calibraccedilatildeo do
equipamento LAI-2200 foi realizada a partir de 11 plantas proacuteximas da aacuterea experimental e
escolhidas aletoriamente As plantas foram selecionadas ao longo do ciclo de cultivo em
diferentes eacutepocas sendo que em cada eacutepoca do periacuteodo vegetativo e reprodutivo da cultura
duas plantas representativas nas duas aacutereas de cultivo foram escolhidas sempre uma na aacuterea
irrigada por pivocirc central e outra planta na aacuterea sem irrigaccedilatildeo A calibraccedilatildeo foi realizada
primeiramente a partir da estimativa do IAF pelo LAI-2200 feito em campo (Figura 8a e 8b)
utilizando-se a metodologia de plantas isoladas a mesma utilizada nas leituras da aacuterea
experimental Em seguida foi feita a determinaccedilatildeo do IAF real em laboratoacuterio pelo meacutetodo
destrutivo com a retirada de todas as folhas das plantas para serem passadas em um
integrador de aacuterea foliar utilizando o equipamento CI-203 da CID Bio-Sciencereg
(Figura 8c e
8d) Com os resultados obtidos foi feita uma comparaccedilatildeo do IAF real com o IAF estimado a
partir de um graacutefico de dispersatildeo utilizando uma planilha eletrocircnica de caacutelculo Assim com
base nos valores determinados foi estipulada a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo para o IAF que foi
utilizada para corrigir os valores estimados pelo LAI-2200
67
Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha da planta (a) leitura
do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em
laboratoacuterio do IAF real da planta com o equipamento CI-203 (d)
311 Iacutendice de clorofila
A avaliaccedilatildeo do estado nutricional das plantas foi determinado a partir do iacutendice de
clorofila sendo utilizado o aparelho ClorofiLOG CFL 1030 Falkerreg
(Figura 9) Foram
determinados os teores das Clorofilas a b e total (a + b) expressas em Iacutendice de Clorofila
Falker (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB As leituras procederam-se periodicamente nas folhas
de posiccedilotildees do 2deg ou 3deg noacute do ramo vegetativo ou floriacutefero do aacutepice para base (LIMA et al
2011) sendo as folhas coletadas para posterior anaacutelise de N foliar para assim correlacionar os
teores de clorofila com o nitrogecircnio presente nas folhas Para a coleta das folhas nas posiccedilotildees
estudadas foram consideradas apenas as folhas totalmente expandidas e contadas no sentido
aacutepicebase sem qualquer vestiacutegio de lesatildeo ocasionado por patoacutegenos
d c
b a
68
Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG
Foram realizadas trecircs mediccedilotildees por planta sendo em trecircs plantas por parcela obtendo
portanto nove leituras por parcela sendo a meacutedia das leituras o valor de ICF representativo
da parcela As leituras com o aparelho no campo foram realizadas sempre no mesmo horaacuterio
durante o periacuteodo da manhatilde com trecircs avaliaccedilotildees ao longo do primeiro ciclo de estudo da
cultura (3ordm ano) e cinco avaliaccedilotildees ao longo do segundo ciclo (4ordm ano) No primeiro ciclo de
estudo as avaliaccedilotildees ocorreram nos meses de jan2014 mar2014 e jun2014 ou seja periacuteodo
em que ocorre o aacutepice de florescimento (janeiro) formaccedilatildeo e maturaccedilatildeo dos frutos (janeiro e
marccedilo) e o processo de senescecircncia das folhas (junho) sendo realizada a anaacutelise foliar de N
apenas no mecircs de marccedilo Por sua vez no segundo ciclo de estudo as avaliaccedilotildees foram
realizadas nos meses de nov2014 dez2014 jan2015 fev2015 e abr2015 sendo possiacutevel
acompanhar todo o periacuteodo de desenvolvimento foliar do pinhatildeo-manso acompanhando
desde o aacutepice da emissatildeo de folhas (45 dias apoacutes poda de limpeza e conduccedilatildeo) passando pelo
periacuteodo reprodutivo (floraccedilatildeo e formaccedilatildeo de frutos) maturaccedilatildeo do frutos e iniacutecio da
senescecircncia foliar No segundo ano de estudo foram realizadas anaacutelises foliares de nitrogecircnio
em todas as eacutepocas Todas as anaacutelises foliares de nitrogecircnio foram realizadas pelo meacutetodo de
digestatildeo sulfuacuterica e determinaccedilatildeo por destilaccedilatildeo agrave vapor (MALAVOLTA VITTI
OLIVEIRA 1997)
312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo
A quantidade e a qualidade do oacuteleo da cultura do pinhatildeo-manso foram determinadas
anualmente para cada ciclo de produccedilatildeo pelo fato da cultura natildeo apresentar produccedilatildeo
uniforme ao longo do periacuteodo produtivo impossibilitando a repeticcedilatildeo das anaacutelises pelo baixo
quantitativo de sementes em determinados periacuteodos do ano A seguir satildeo descritos o meacutetodo
69
de extraccedilatildeo do oacuteleo utilizado os iacutendices de qualidade e os meacutetodos de identificaccedilatildeo e
quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos que foram posteriormente determinados
3121 Teor de oacuteleo
A determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo por semente pode ser realizada por extraccedilatildeo
em prensa hidraacuteulica e tambeacutem por uso de solvente quiacutemico Estes meacutetodos satildeo mencionados
por Achten et al (2008) e satildeo utilizados de acordo com a necessidade do usuaacuterio A prensa
hidraacuteulica eacute uma eficiente forma de extraccedilatildeo do oacuteleo para ser utilizado como biodiesel
enquanto a extraccedilatildeo quiacutemica eacute voltada para determinar a quantidade total de oacuteleo na semente
sendo mais utilizado em testes de laboratoacuterio Para este estudo apenas a determinaccedilatildeo do teor
de oacuteleo por meio de solvente quiacutemico foi realizada Para isso foram utilizadas amostras de 1
kg de polpa de semente por tratamento sendo necessaacuterio retirar as sementes do epicarpo e a
polpa da casca da semente antes do iniacutecio da extraccedilatildeo O meacutetodo da extraccedilatildeo quiacutemica de oacuteleo
vegetal foi realizado via Soxlet utilizando hexano como solvente e adotando o meacutetodo oficial
AOCS Am 5-04 da American Oil Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) Apoacutes ter passado pelo
processo de extraccedilatildeo o oacuteleo extraiacutedo foi quantificado em porcentagem de oacuteleo por unidade de
massa de sementes e em seguida destinado para as anaacutelises laboratoriais de qualidade que
seratildeo descritas a seguir
Aleacutem da determinaccedilatildeo do teor (rendimento) de oacuteleo por unidade de massa de semente
foi calculado tambeacutem a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) que apresenta a quantidade de oacuteleo
produzido (kg) por unidade aacuterea cultivada (ha) A produtividade de oacuteleo foi determinada
utilizando o produto da produtividade de sementes (kg ha-1
) com o teor de oacuteleo (decimal)
(TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) e eacute expressa na Equaccedilatildeo 3
Produtividade de oacuteleo = Produtiv sementes x Teor de oacuteleo (3)
Para fins de caracterizaccedilatildeo do oacuteleo produzido nas sementes de pinhatildeo-manso colhidas
anteriormente na aacuterea foi determinado o teor de oacuteleo das sementes colhidas no ciclo anterior
ao iniacutecio dos tratamentos (2ordm ano de cultivo) para a determinaccedilatildeo do ponto 0 que foi o ponto
de partida dos valores de qualidade do oacuteleo para as aacutereas de sequeiro e irrigada por pivocirc
central cultivados sem variaccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada O teor de oacuteleo (Tabela 7) foi
determinado por meio de prensa mecacircnica e por solvente quiacutemico (extrato eteacutereo) sendo este
70
uacuteltimo determinado na semente integral na qual natildeo houve nenhuma prensagem preacutevia no
resiacuteduo da prensagem mecacircnica (torta) para verificaccedilatildeo do quantitativo de oacuteleo que ficou
remanescente na torta prensada e na casca retirada para a prensagem das sementes
Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos frutos colhidos na
aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos
Aacuterea
Teor de oacuteleo ()
Prensa mecacircnica Solvente quiacutemico
Semente Torta Casca
Pivocirc Central 3977 5557 2257 056
Sequeiro 4172 5430 1862 056
3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo
As anaacutelises de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso que foram realizadas a partir do
oacuteleo extraiacutedo dos frutos coletados dentro dos tratamentos aplicados na aacuterea experimental
englobaram alguns iacutendices (padrotildees) qualitativos como iacutendice de acidez iacutendice de iodo
iacutendice de peroacutexido iacutendice de refraccedilatildeo densidade relativa estabilidade oxidativa e a
identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos Com a determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo
do ponto zero presente nas amostras dos frutos coletados antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos
os oacuteleos obtidos na prensagem mecacircnica foram utilizados posteriormente para a realizaccedilatildeo de
anaacutelises laboratoriais na determinaccedilatildeo de alguns iacutendices qualitativos do oacuteleo (Tabela 8)
Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental
Carateriacutestica Aacuterea
Pivocirc Central Sequeiro
Aspecto LII(1)
- 220(2)
LII(1)
- 220(2)
Iacutendice de Acidez 04562 04562
Iacutendice de Peroacutexido 17280 17338
Estabilidade oxidativa (horas) 1169 983
Absortividade na faixa do UV (E 232 nm) 12284 13137
Absortividade na faixa do UV (E 268 nm) 01638 01434
Massa especiacutefica a 20degC (kg m-sup3) 9152 9148
Viscosidade cinemaacutetica a 40degC (mmsup2 s-1
) 3655 3702
(1) Liacutempido e isento de impurezas (2) Temperatura durante a observaccedilatildeo Iacutendices determinados no Biodiesel
produzido a partir do oacuteleo extraiacutedo das amostras avaliadas
71
3123 Iacutendice de acidez
O iacutendice de acidez eacute um indicativo do estado de conservaccedilatildeo do oacuteleo e do
biocombustiacutevel que seraacute produzido definido como a quantidade de KOH (mg) necessaacuteria para
neutralizar os aacutecidos livres de 1 grama da amostra (ANGARITA et al 2012) Atualmente no
Brasil a regulaccedilatildeo estabelece um valor maacuteximo de 05 mg de KOH g-1
na determinaccedilatildeo do
iacutendice de acidez no biodiesel O meacutetodo utilizado para determinaccedilatildeo do iacutendice de acidez foi o
da norma NBR 14448 (ABNT) no qual o iacutendice de acidez eacute determinado por meio de
titulaccedilatildeo potenciomeacutetrica
3124 Iacutendice de iodo
Para determinaccedilatildeo do iacutendice de iodo foi utilizado o meacutetodo Cd 1d-92 da American Oil
Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) onde foi adicionado 15 mL de clorofoacutermio em 025 g de
amostra do oacuteleo extraiacutedo agitando o composto ateacute dissoluccedilatildeo da amostra Adicionou-se em
seguida 25 mL do reagente de Wijs e o frasco foi tampado deixando em repouso no escuro
durante 30 minutos Em seguida foi adicionado 20 mL de soluccedilatildeo de KI a 15 e 150 mL de
aacutegua destilada e titulou-se com soluccedilatildeo de Na2S2O3 01 N ateacute o desaparecimento de uma
coloraccedilatildeo amarela apoacutes agitaccedilatildeo Foi adicionado 1 mL de soluccedilatildeo de amido a 1 e
continuou-se a titulaccedilatildeo gota a gota ateacute o desaparecimento da cor azul Um ensaio em branco
foi conduzido paralelamente O Iacutendice de iodo foi obtido pela Equaccedilatildeo (4)
Iacutendice de Iodo (g I2100 g de amostra) =[(BminusA) x N x 1229]
Massa da amostra (g) (4)
em que
A - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra
B - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco e
N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3
72
3125 Iacutendice de peroacutexido
Para a determinaccedilatildeo do iacutendice de peroacutexido seguiu-se o meacutetodo Cd 8b-90 (AOCS
2003) em que foram pesados 3 g da amostra em frasco de iodo de 125 mL Adicionou-se 50
mL de soluccedilatildeo de aacutecido aceacuteticoisoctano (31) e soluccedilatildeo de iodeto de potaacutessio saturada e aacutegua
destilada A seguir foi realizada titulaccedilatildeo com soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio (Na2S2O3) 01N
e o volume gasto apoacutes adiccedilatildeo de goma de amido forneceu a concentraccedilatildeo em peroacutexidos
expressa em meq O2 kg-1
de amostra segundo a Equaccedilatildeo 5
IP =N x (aminusb)
Massa (gramas) x 1000 (5)
em que
N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3
a - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra e
b - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco
3126 Iacutendice de refraccedilatildeo
Os oacuteleos e gorduras possuem poder de refringecircncia diferente conforme sua natureza
desviando com maior ou menor intensidade os raios luminosos que os atravessam O iacutendice de
refraccedilatildeo tanto para os oacuteleos quanto para as gorduras eacute medido agrave temperatura de 40ordmC Para as
mediccedilotildees do iacutendice de refraccedilatildeo foi utilizado o meacutetodo Cc 7-25 (2003) da AOCS mediante o
uso do Refratocircmetro Abbe digital de bancada da marca QUIMIS O refratocircmetro Abbe foi
ajustado com aacutegua destilada (IR 20ordmC = 13330) Certificada a pureza (limpeza e umidade)
dos primas colocou-se 2 gotas da amostra do oacuteleo extraiacutedo entre os prismas e fechou-os para
a estabilizaccedilatildeo da temperatura Ajustou-se o aparelho para obter a leitura mais precisa
possiacutevel e entatildeo foi determinada a leitura na escala que forneceu diretamente o iacutendice de
refraccedilatildeo absoluto agrave 40ordmC
73
3127 Densidade relativa
A densidade relativa de um oacuteleo determina a relaccedilatildeo da massa de um volume unitaacuterio
da amostra agrave 40ordmC em relaccedilatildeo agrave massa de um volume de aacutegua A densidade foi medida em um
densiacutemetro automaacutetico digital da marca Rudolph Research Analytical-DQM 2911 de acordo
com a norma ASTM D4052
Com o auxiacutelio de uma seringa o bulbo amostrador foi ambientado com a amostra de
oacuteleo Na sequecircncia colocou-se a amostra no bulbo verificando se no mesmo natildeo houve
formaccedilatildeo de bolhas Apoacutes a estabilizaccedilatildeo da temperatura (40ordmC) para cada amostra foram
realizadas as leituras de densidade fornecidas diretamente pelo aparelho na temperatura do
teste
3128 Estabilidade oxidativa
A estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso foi determinada de acordo com a
norma ISO EN 6886 (2012) da Ethiopian Standard para oacuteleos vegetais e gorduras animais
utilizando-se o equipamento Rancimat 893 (Metrohm AG CH-9100 Herisau Switzerland)
(Figura 10a) na temperatura de 110degC sob o fluxo de ar de 10 L h-1
com amostras de 5 g
No meacutetodo Rancimat uma amostra de oacuteleo vegetal ou biodiesel eacute mantida em um
vaso de reaccedilatildeo agrave temperatura de 110degC e sob um fluxo de ar constante Neste momento
comeccedilam a se formar os peroacutexidos que satildeo os principais produtos formados na primeira etapa
de oxidaccedilatildeo da amostra Com o processo de oxidaccedilatildeo continuada satildeo formados compostos
orgacircnicos volaacuteteis dentre estes aacutecidos orgacircnicos de baixa massa molecular Estes compostos
satildeo transportados pelo fluxo de ar para outro recipiente contendo aacutegua destilada onde a
presenccedila dos aacutecidos orgacircnicos eacute entatildeo detectada pelo aumento da condutividade no sistema
(Figura 10b) O tempo decorrente ateacute a detecccedilatildeo dos aacutecidos orgacircnicos eacute denominado de
periacuteodo de induccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012)
74
(a) (b)
Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema de funcionamento
do equipamento (b)
3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos
Com os oacuteleos extraiacutedos de cada tratamento foram coletadas amostras para a realizaccedilatildeo
da identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos por meio de duas metodologias sendo uma
por cromatografia gasosa e a outra por ressonacircncia nuclear magneacutetica (RMN)
A cromatografia gasosa (CG) eacute o meacutetodo padratildeo adotado pela American Oil Chemists
Society (AOCS) e pela ETHIOPIAN STANDARD para a determinaccedilatildeo do conteuacutedo de
aacutecidos graxos e consiste na teacutecnica de separaccedilatildeo e anaacutelise de misturas por interaccedilatildeo dos seus
componentes entre uma fase estacionaacuteria (soacutelidaliacutequida) e uma fase moacutevel (gasosa) A CG
foi realizada de acordo com a norma ES ISO 12966-2 (2012) da ETHIOPIAN STANDARD e
a quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos pelo meacutetodo da normatizaccedilatildeo que eacute baseada na
porcentagem relativa de aacuterea de um determinado aacutecido graxo em relaccedilatildeo a aacuterea total de todos
os aacutecidos (VISENTAINER FRANCO 2006)
As determinaccedilotildees da composiccedilatildeo de aacutecidos graxos por espectroscopia de RMN de 1H
foram realizadas num espectrocircmetro de RMN Bruker Avance 400 operando a 94 T com os
nuacutecleos 1H a 40013 MHz A metodologia completa de RMN
1H para a determinaccedilatildeo da
composiccedilatildeo de aacutecidos graxos de oacuteleos vegetais eacute descrita por Barison et al (2010)
75
313 Anaacutelise dos dados
Os dados experimentais do desenvolvimento vegetativo das variaacuteveis fisioloacutegicas da
produtividade e dos iacutendices de qualidade do oacuteleo de cada ciclo da cultura para cada tratamento
foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk (SHAPIRO WILK 1965) (valor p gt 001) e de
Levene (BOX 1953) (valor p gt 001) para verificaccedilatildeo baacutesica da normalidade e
homocedasticidade residuais
Os dados das variaacuteveis com os valores absolutos ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo
como produccedilatildeo de frutos e sementes relaccedilatildeo sementefruto produtividade de sementes
produtividade de aacutegua teor e produtividade de oacuteleo aleacutem dos iacutendices de qualidade de oacuteleo
foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) utilizando o PROC GLM do programa
computacional estatiacutestico SASreg (SAS INSTITUTE 2009) Os efeitos quantitativos foram
avaliados por meio de polinocircmios ortogonais utilizando anaacutelise de regressatildeo segundo sua
significacircncia pelo Teste F jaacute os efeitos qualitativos foram submetidos ao teste de meacutedias de
Tukey (valor p lt 005) Para o caacutelculo do Rsup2 na anaacutelise de regressatildeo foi determinado o Rsup2
corrigido no qual a variacircncia das repeticcedilotildees foi removida (erro puro) e o caacutelculo fez-se por
meio da relaccedilatildeo entre o Rsup2 da regressatildeo e o Rsup2 maacuteximo obtido da anaacutelise de variacircncia
(BERTHOUEX BROWN 2002) em outras palavras o Rsup2 corrigido eacute a porcentagem da
quantidade de variaccedilatildeo que pode ser explicada por cada modelo de regressatildeo
As variaacuteveis com medidas repetidas (dados longitudinais) como as anaacutelises de
crescimento o IAF os iacutendices de clorofila e o nitrogecircnio foliar foram analisadas por meio do
modelo de anaacutelises (uni e multivariada) de perfis que eacute o modelo mais simples para o caso de
medidas repetidas Inicialmente foram realizados para cada variaacutevel os testes de normalidade
e de esfericidade da matriz de variacircncia de forma a satisfazer agraves pressuposiccedilotildees do modelo O
teste de esfericidade utilizado neste estudo foi o teste de esfericidade de Mauchly (1940) que
verifica se uma populaccedilatildeo normal multivariada apresenta variacircncias iguais e as correlaccedilotildees
nulas Nos casos em que o teste de esfericidade de Mauchly resultou em natildeo significativo
(valor p gt 005) concluiu-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica e o teste
univariado de perfis foi analisado caso contraacuterio o uso da anaacutelise multivariada de perfis
(MANOVA) que eacute uma das alternativas recomendadas neste caso foi adotada
(FERNANDEZ 1991) Para auxiliar na interpretaccedilatildeo dos resultados foram plotados os
graacuteficos do comportamento dos perfis meacutedios para visualizar a presenccedila ou ausecircncia de
paralelismo entre os perfis e se os mesmos satildeo horizontais O teste estatiacutestico multivariado
76
escolhido foi o teste de Traccedilo de Pillai pois apresenta o maior poder descritivo (tomada a
decisatildeo correta de rejeitar uma hipoacutetese H0 dado que H0 eacute falsa) sendo o mais robusto agrave natildeo
normalidade dentre os outros testes existentes na literatura como Lambda de Wilks Traccedilo de
Lawley-Hotelling e a Maior Raiz de Roy (JOHNSON WICHERN 2007) Estas anaacutelises
foram realizadas por meio do PROC GLM do SASreg utilizando o comando REPEATED e a
opccedilatildeo PRINTE (SAS INSTITUTE 2009)
A anaacutelise de regressatildeo nas variaacuteveis com medidas repetidas ao longo do tempo foi
determinada utilizando o PROC REG do SASreg e para a escolha do melhor modelo a ser
utilizado para cada tratamento seguiu-se de acordo com a significacircncia das estimativas dos
paracircmetros de cada equaccedilatildeo procedendo-se tambeacutem agraves comparaccedilotildees entre os modelos via
criteacuterio de informaccedilatildeo utilizando o criteacuterio de informaccedilatildeo de Akaike (AIC) e o criteacuterio
Bayesiano de Schwarz (BIC) escolhendo ao final o menor valor para tais criteacuterios O caacutelculo
do Rsup2 corrigido tambeacutem foi utilizado para estas variaacuteveis
Para os dados climatoloacutegicos coletados nos dois anos de experimento foi realizado
uma estatiacutestica descritiva com os valores meacutedios maacuteximos miacutenimos e o desvio padratildeo de
cada componente climaacutetico Para os perfis cromatograacuteficos analisados via cromatografia
gasosa o mesmo tipo de anaacutelise foi realizado devido ao baixo nuacutemero de repeticcedilotildees para a
realizaccedilatildeo das anaacutelises e pelo fato do fator bloco natildeo ter sido considerado nas anaacutelises Os
resultados das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo do biodiesel natildeo passaram por qualquer anaacutelise
estatiacutestica servindo apenas como resultado descritivo das amostras de oacuteleo extraiacutedas das
sementes dos tratamentos
77
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Monitoramento meteoroloacutegico
A estatiacutestica descritiva dos valores diaacuterios de umidade relativa do ar temperaturas
maacutexima meacutedia e miacutenima radiaccedilatildeo global e velocidade do vento coletados durante o periacuteodo
de estudo aleacutem dos valores de ETc para cada aacuterea de manejo hiacutedrico satildeo apresentados na
Tabela 9 Ao longo do ciclo a variaccedilatildeo diaacuteria de temperatura apresentou-se alta durante o
periacuteodo mais frio do ano tornando-se baixa no restante do ciclo apresentando ao final uma
amplitude teacutermica diaacuteria maacutexima de 247degC e 248degC ao longo do primeiro e segundo ciclo
respectivamente Mesmo assim a regiatildeo onde estava instalada a cultura apresentou uma
temperatura meacutedia anual de 230 degC e 238degC para o terceiro e quarto ano de cultivo
respectivamente ficando portanto dentro da faixa oacutetima de desenvolvimento da cultura qual
seja entre 180degC e 285degC (SATURNINO et al 2005) Entretanto a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura no ano como pode ser observada na Figura 11 e geralmente ocorrida na regiatildeo
com temperaturas mais amenas nos meses do outono e inverno paralisa o crescimento das
plantas ocorrendo a queda natural das folhas o que pode provavelmente reduzir a produccedilatildeo de
sementes (SATURNINO et al 2005)
Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental
Variaacuteveis
meteoroloacutegicas
Ciclo 201314 Ciclo 201415
Meacutedia Desvio
Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo Meacutedia
Desvio
Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo
Tmaacutex (degC) 297 425 387 145 301 399 386 162
Tmeacuted (degC) 230 361 309 123 238 320 302 136
Tmin (degC) 163 411 239 52 174 366 240 750
UR () 712 123 990 450 764 135 1000 330
Qg (MJ m-sup2 d
-sup1) 197 70 330 277 345 296 983 260
U2 (m s-1
) 160 044 362 078 137 063 391 022
ETc-I (mm d-1
) 374 221 814 040 321 219 818 053
ETc-S (mm d-1
) 146 088 491 046 291 167 746 042
Tmaacutex ndash Temperatura maacutexima Tmeacuted ndash Temperatura meacutedia Tmin ndash Temperatura miacutenima UR ndash Umidade
relativa do ar Qg ndash Radiaccedilatildeo global U2 ndash Velocidade do vento ETc-I ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea irrigada
ETc-S ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea sem irrigaccedilatildeo
O municiacutepio de Piracicaba-SP assim como boa parte da regiatildeo Sudeste apresentou
durante o ano agriacutecola de 20132014 um periacuteodo atiacutepico no regime de chuvas A quantidade
de chuvas incidida durante o veratildeo de 2014 na aacuterea experimental e em todo o estado de Satildeo
Paulo foi 90 a menos do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no mesmo periacuteodo Isso fez com
que o niacutevel do rio Piracicaba que circunda a aacuterea experimental se reduzisse drasticamente e o
78
niacutevel de aacutegua do reservatoacuterio da fazenda experimental se esgotasse quase que por completo o
que acarretou na diminuiccedilatildeo das irrigaccedilotildees realizadas ao longo do ciclo Durante o primeiro
ciclo de avaliaccedilatildeo (agosto2013 a julho2014) ocorreram 5877 mm mal distribuiacutedos ao
longo do ciclo e concentrado na maior parte em periacuteodos isolados Esse valor anual descrito
representa uma quantidade 56 menor do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no local e encontra-
se abaixo do limite miacutenimo na qual a produccedilatildeo eacute drasticamente afetada com valores anuais
inferiores a 600 mm ocorrendo principalmente em regiotildees de baixa umidade e que causa a
paralisaccedilatildeo do crescimento vegetativo (HENNING 1996) No segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
ocorreu aumento do periacuteodo de chuvas com o valor anual (agosto2014 a julho2015) de
7150 mm bem distribuiacutedos ao longo de todo o ciclo
T maacutex ndash Temperatura maacutexima T min ndash Temperatura miacutenima UR - Umidade Relativa do ar PPT (mm) ndash
Precipitaccedilatildeo Eto Ac ndash Evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia Acumulada (mm) Ppt Ac ndash Precipitaccedilatildeo Acumulada
(mm)
Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura
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Um
ida
de
rela
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)
Tem
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oC
)
T maacutex (degC) T min (degC) UR ()
1ordm Ciclo 2ordm Ciclo
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Pre
cip
ita
ccedilatildeo
(m
m)
Lacirc
min
as
acu
mu
lad
as
(mm
)
Eto Ac Ppt Ac PPT (mm)
2ordm Ciclo1ordm Ciclo
79
A evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) apresentou para o terceiro e quarto ano de
cultivo do pinhatildeo-manso para as aacutereas manejadas com e sem irrigaccedilatildeo valores proacuteximos das
meacutedias encontradas por Lena (2013) para o primeiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso nas duas
aacutereas em estudo A semelhanccedila dos valores de ETc para a fase de formaccedilatildeo da cultura no
campo no seu primeiro ano de cultivo com o terceiro e quarto ano de cultivo da planta se
deve ao caso da maior taxa de evaporaccedilatildeo do solo nos primeiros meses de cultivo jaacute que com
o baixo porte da planta e com o nuacutemero reduzido de folhas a sua taxa diaacuteria de transpiraccedilatildeo
foi considerada baixa Com o desenvolvimento vegetativo da planta no seu terceiro e quarto
ano de cultivo houve o aumento na taxa de transpiraccedilatildeo das plantas sendo superior nos
tratamentos irrigados devido ao maior porte das plantas e agrave incidecircncia foliar o que ocasionou
um maior sombreamento no solo diminuindo consequentemente a taxa evaporativa do solo
Everson Mengistu e Gush (2013) encontraram para plantas de pinhatildeo-manso na Aacutefrica do Sul
valores entre 3 a 4 mm dia-sup1 na evapotranspiraccedilatildeo diaacuteria das plantas durante o veratildeo
(dezembro-fevereiro) e com a queda natural das folhas no periacuteodo de inverno (maio-agosto)
o valor meacutedio diaacuterio foi insignificante sendo menor do que 1 mm dia-sup1
O pinhatildeo-manso possui metabolismo fotossinteacutetico intermediaacuterio C3-CAM (LUTTGE
2008) e sob estiacutemulo de falta de aacutegua salinidade fotoperiacuteodo ou termoperiacuteodo passam a
apresentar o comportamento CAM (LUTTGE KLUGE BAUER 1996) No caso deste
estudo quando o cultivo esteve em periacuteodos com altas temperaturas (gt 30ordmC) ou quando
sofreram grande restriccedilatildeo hiacutedrica no caso dos tratamentos sem irrigaccedilatildeo as plantas
possivelmente adotaram o metabolismo CAM economizando aacutegua e reduzindo a sua
acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca (PIMENTEL 1998) Isto explica os baixos valores meacutedios de
ETc apresentados principalmente pelos tratamentos sem irrigaccedilatildeo nos periacuteodos de formaccedilatildeo
e emissatildeo de folhas antes do iniacutecio do periacuteodo caducifoacutelio
42 Irrigaccedilotildees realizadas
Na Figura 12 satildeo apresentadas as lacircminas aplicadas pelo sistema de irrigaccedilatildeo por pivocirc
central no terceiro ano de cultivo Problemas operacionais e de manutenccedilatildeo no sistema de
bombeamento nos meses de outubro de 2013 e janeiro de 2014 impossibilitaram a realizaccedilatildeo
da irrigaccedilatildeo na aacuterea Devido a reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio ocasionado pelo baixo volume
precipitado no veratildeo de 2014 e associado ao final da produccedilatildeo de frutos e iniacutecio do periacuteodo de
senescecircncia das folhas a irrigaccedilatildeo a partir do mecircs de julho de 2014 foi cessada natildeo sendo
80
retomada no ciclo seguinte devido a seacuteria restriccedilatildeo hiacutedrica encontrada no reservatoacuterio No
total foram aplicados no primeiro ciclo de avaliccedilatildeo 7311 mm de lacircmina bruta de irrigaccedilatildeo o
que considerando o periacuteodo de pleno funcionamento da moto bomba aplicou-se uma meacutedia de
36 mm dia-1
Considerando a lacircmina total recebida (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) as aacutereas
cultivadas com irrigaccedilatildeo por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo receberam 13234 mm e 5877 mm
respectivamente Resultados semelhantes foram encontrados por Rao et al (2012) que
avaliaram o consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso no semiaacuterido indiano e encontraram para
plantas cultivadas sem nenhum estresse hiacutedrico uma variaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura
entre 1410 e 1538 mm por ano durante os anos de 2006 a 2009 e cultivado sob condiccedilotildees
naturais a ETc variou entre 614 e 930 mm
Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura
43 Monitoramento da umidade do solo
Na Figura 13 satildeo apresentados a variaccedilatildeo de umidade do solo na aacuterea experimental
para as quatros doses de adubaccedilatildeo nitrogenada da aacuterea sem irrigaccedilatildeo em quatro diferentes
camadas ao longo do perfil do solo Ressalta-se que por apresentar apenas caracteriacutesticas de
monitoramento da umidade solo os valores apresentados foram coletados em um determinado
intervalo de tempo ao longo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo apenas como forma de
comparaccedilatildeo entre os tratamentos e o perfil de umidade do solo nos lisiacutemetros de cada aacuterea
onde na aacuterea irrigada o seu manejo foi adotado
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set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14
Lacircm
inas
ap
lica
das
(mm
)
81
Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo
A umidade do solo presente na primeira camada do solo (0-020 m) apresentou as
maiores variaccedilotildees para todos os tratamentos monitorados tendo menores variaccedilotildees temporais
nas demais camadas do solo De acordo com Campos et al (1994) as alteraccedilotildees de umidade
do solo satildeo dinacircmicas e ocorrem em curto e longo periacuteodo de tempo sendo principalmente
na camada superficial do solo
A partir dos dados obtidos da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feito por Flumignan
(2012) como capacidade de campo ponto de murchamento permanente e densidade do solo
representativa para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo ao longo do perfil do solo foi calculado o
armazenamento de aacutegua no solo para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de
pesagem localizados proacuteximos a aacuterea experimental (Figura 14) A partir dos dados
observados constata-se o maior consumo hiacutedrico e com isso os menores volumes de aacutegua
armazenados nos tratamentos sem restriccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada com as doses de 150
de N (S1) e 100 de N (S2) seguido tambeacutem das plantas localizadas dentro dos lisiacutemetros
que foram tambeacutem adubadas com 100 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura
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Um
ida
de
vo
lum
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ca (
)
S1 - 150N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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S2 - 100N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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Um
idad
e volu
meacutet
rica
(
)
S3 - 50N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
82
Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo
nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner
2000
A variaccedilatildeo da umidade volumeacutetrica do solo na aacuterea irrigada por pivocirc central nos
quatro tratamentos de adubaccedilatildeo aplicados em diferentes camadas do perfil do solo satildeo
apresentadas na Figura 15 Assim como nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo os quatro tratamentos
adotados na aacuterea irrigada apresentaram o mesmo comportamento na variaccedilatildeo de umidade no
periacuteodo de avaliaccedilatildeo com a umidade na camada de 0-020 m apresentando as maiores
variaccedilotildees e as demais camadas com poucas variaccedilotildees ao longo do periacuteodo de monitoramento
Isso se deve ao fato dessa camada apresentar-se na superfiacutecie do solo e tendo o contato direto
da radiaccedilatildeo solar acaba favorecendo no processo de evaporaccedilatildeo da aacutegua nos primeiros
centiacutemetros de solo estando susceptiacutevel aos ciclos de umedecimento e secagem consequente
dos eventos de precipitaccedilatildeo e estiagem (CAMPOS et al 1994) A maior concentraccedilatildeo
radicular da cultura nos primeiros centiacutemetros do solo e as raiacutezes da vegetaccedilatildeo rasteira
contribuiacuteram na maior absorccedilatildeo radicular de aacutegua nesta camada favorecendo tambeacutem a sua
maior variabilidade de umidade do solo Aliado a esses fatores a baixa ascensatildeo capilar em
maiores profundidades nesse solo por apresentar lenccedilol freaacutetico profundo proporcionou uma
menor variaccedilatildeo de sua umidade nas camadas subsequentes
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amen
to d
e aacuteg
ua
no s
olo
(m
m)
S1 S2 S3 S4 Lisiacutemetro
83
Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados
O armazenamento de aacutegua no solo nos tratamentos irrigados diferente da aacuterea sem
irrigaccedilatildeo apresentou os menores valores para os perfis de solo situados dentro dos lisiacutemetros
seguidos em alguns momentos pelo tratamento P1 ou P2 e ao final pelo tratamento P3 O
armazenamento de aacutegua no solo ao longo de periacuteodo de monitoramento para os quatro
tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de pesagem localizados na aacuterea irrigada satildeo
apresentados na Figura 16
Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo
nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner 2000
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)P1 - 150N
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Um
idad
e volu
meacutet
rica
(
)
P3 - 50N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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P4 - 0N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
0
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Arm
azen
amen
to d
e aacuteg
ua
no
so
lo (
mm
)
P1 P2 P3 P4 Lisiacutemetro
84
44 Produtividade da cultura
Ao longo do periacuteodo de colheita do terceiro ano de cultivo realizado de janeiro2014 a
junho2014 foram obtidos em meacutedia 158 kg de fruto por planta para toda a aacuterea
experimental Com exceccedilatildeo da relaccedilatildeo frutosemente todas as variaacuteveis apresentaram
diferenccedila significativa para o efeito da irrigaccedilatildeo e do aumento da dose de adubo nitrogenado
(Tabela 10) o que explica que o aumento da produccedilatildeo e da produtividade de frutos e
sementes se daacute pelo maior nuacutemero de frutos produzidos sendo o aumento da massa de
sementes proporcional Natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N aplicadas
O tratamento P1 (150 N ndash Irrigado) foi o que apresentou a melhor resposta seguido do
tratamento P2 (100 N ndash Irrigado) Com relaccedilatildeo agraves doses de adubaccedilatildeo em todos os casos os
tratamentos com 0 de N (P4 e S4) apresentaram desempenho inferior diferindo
estatisticamente das demais doses aplicadas (Tabela 11)
Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1
relaccedilatildeo sementefruto
(RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1
Fonte de
Variaccedilatildeo
Ciclo 201314 Ciclo 201415
GL ProdF ProdS Rel SF PS ProdF ProdS Rel
SF PS
Blocos [I] 6 138
125
041ns
1246
268 157
ns 135
ns 158
ns
I 1 1512
1481
017ns
1478
428
365
054ns
365
N 3 307
319
345ns
319
307
241
080ns
242
I x N 3 083ns
094ns
194ns
094ns
106ns
047ns
113ns
048ns
Meacutedia geral 1188 0797 0668 6640 1499 0946 0632 8672
CV () 153 155 25 155 162 184 53 184
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1
) em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e doses
de nitrogecircnio aplicado
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
Meacutedias 150 100 50 0
Ciclo 201314
Irrigado 11078 9718 8730 5895 8855 A
Sequeiro 6018 4875 5258 1550 4425 B
Meacutedias 8548 a 7296 ab 6994 b 3723 c
Ciclo 201415
Irrigado 13088 11005 10110 7300 10376 A
Sequeiro 10750 7548 6465 3110 6968 B
Meacutedias 11919 a 9276 b 8288 b 5205 c
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
85
Para a produtividade de sementes o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste
para as duas condiccedilotildees da produtividade de sementes em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nos
dois anos de avaliaccedilatildeo (Figura 17 e Figura 18) O uso da irrigaccedilatildeo duplicou a produtividade
de sementes no terceiro ano de cultivo apresentando tambeacutem uma oacutetima resposta com a
adubaccedilatildeo nitrogenada O quarto ano de cultivo (segundo ano de avaliaccedilatildeo) apresentou um
consideraacutevel acreacutescimo na produccedilatildeo de frutos e sementes no cultivo sem irrigaccedilatildeo com as
maiores doses de adubo nitrogenado onde o efeito da produccedilatildeo se mostrou acentuado com a
complementaccedilatildeo de aacutegua por irrigaccedilatildeo e com a correta adubaccedilatildeo nitrogenada quadruplicando
a sua produccedilatildeo em alguns casos quando se verificou o comportamento linear crescente no 4ordm
ano com acreacutescimo de 00035 Mg ha-1
e 00047 Mg ha-1
da produtividade de sementes para
cada kg de nitrogecircnio aplicado por hectare na aacuterea irrigada e sem irrigaccedilatildeo respectivamente
Por ser ainda uma planta em formaccedilatildeo eacute aceitaacutevel o fato da produtividade do terceiro ano de
cultivo da cultura ser inferior ao ano seguinte por receber uma menor dosagem na sua
adubaccedilatildeo de manutenccedilatildeo e por principalmente a cultura passar pelo processo de
estabelecimento nos seus primeiros anos jaacute que o seu pico de produccedilatildeo soacute eacute observado a
partir do seu quinto ano de cultivo (ARRUDA et al 2004)
Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
y = 00048x + 06377
Rsup2 = 09453 p-valor = 00099
y = 00038x + 0247
Rsup2 = 07245 p-valor = 00011
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
sem
ente
s (M
g h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
86
Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no quarto ano de cultivo
Patolia et al (2007) avaliaram o desenvolvimento do pinhatildeo-manso nos dois primeiros
anos agriacutecolas de cultivo (200405 e 200506) em funccedilatildeo da fertilizaccedilatildeo mineral de N e P e
notaram que apesar do aumento adicional da dosagem de N no primeiro ano cultivo natildeo foi
observado aumento significativo na produtividade diminuindo com a aplicaccedilatildeo da dosagem
de 60 kg ha-sup1 (N60) com relaccedilatildeo a dosagem de 45 kg ha
-sup1 (N45) Com isso as maiores
produtividades de sementes da cultura (356 e 4672 kg ha-1
) foram registradas com o uso de
N45 e N60 em 200405 e 200506 respectivamente A exigecircncia de uma menor quantidade
de N nos primeiros anos da cultura confirma as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010)
que estabelece doses crescentes dos nutrientes a partir do seu primeiro ano de cultivo no
campo ateacute o seu quarto ano de cultivo quando a cultura inicia o seu pico de produccedilatildeo
Os resultados apresentados nesse trabalho encontram-se abaixo do relatado na
literatura claacutessica sobre a cultura (HELLER 1996) entretanto por existir pouca informaccedilatildeo
sobre a cultura muitos autores estimaram a produtividade da cultura caso o seu provaacutevel
potencial fosse atingido (ARRUDA et al 2004 TEWARI 2009 FACT 2010) Em
contrapartida trabalhos mais recentes obtiveram produtividades semelhantes ou abaixo para
os primeiros anos de cultivo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012
TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013)
O aumento da produtividade de frutos e sementes com a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo
nitrogenada comprova que essa cultura apesar de possuir caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo a
y = 00035x + 07638
Rsup2 = 09646 p-valor = 00015
y = 00047x + 0337
Rsup2 = 09674 p-valor lt00001
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 515 103 1545
Pro
du
tivid
ad
e d
e se
men
tes
(Mg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
87
condiccedilotildees adversas de clima e solo como a sua restriccedilatildeo de fertilidade pode obter ganhos
consideraacuteveis na sua produtividade quando o solo eacute corretamente suprido quanto agraves suas
exigecircncias nutricionais Mohapatra e Panda (2011) ao estudarem os efeitos de diferentes
dosagens e combinaccedilotildees da adubaccedilatildeo NPK na produccedilatildeo de pinhatildeo-manso de cinco anos de
cultivo no leste da Iacutendia encontraram para o tratamento que recebeu a maior dosagem de N
(60 g planta-sup1) aplicado via ureia a maior produtividade de sementes (42721 kg ha
-sup1) Yong
et al (2010) tambeacutem verificaram uma maior produtividade da cultura com aplicaccedilatildeo de
maiores doses de fertilizante nitrogenado tendo um aumento exponencial do nuacutemero de frutos
por planta com o aumento da dosagem de fertilizante tambeacutem foram obtidas melhorias nas
caracteriacutesticas fisioloacutegicas da planta como um maior teor de N foliar maior capacidade de
assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 e maior teor de clorofila total
A praacutetica da irrigaccedilatildeo garantiu para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura um
aumento de mais de 100 da produtividade de sementes em comparaccedilatildeo com o cultivo em
sequeiro Para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo a aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo apresentou um
aumento crescente em relaccedilatildeo ciclo passado soacute que desta vez acompanhado com o aumento
do cultivo sem irrigaccedilatildeo ainda assim o aumento da produtividade na aacuterea com histoacuterico de
irrigaccedilatildeo apresentou-se com uma produtividade 489 maior do que o cultivo sem irrigaccedilatildeo
O uso da irrigaccedilatildeo complementar assim como neste estudo tem se apresentado essencial em
outros trabalhos para garantir o aumento da produtividade e a garantia da sobrevivecircncia da
cultura em alguns casos (KHEIRA ATTA 2009 BEHERA et al 2010 SILVA et al 2011
OLIVEIRA et al 2012 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) Em uma aacuterea de baixada
irrigada com boa fertilidade Purcino e Drummond (1986) observaram que o pinhatildeo-manso
comeccedilou a produzir logo no segundo ano atingindo 2000 kg ha-1
de sementes Por outro lado
Drumond et al (2007) obtiveram produtividades variando de 330 kg ha-1
em condiccedilotildees de
sequeiro a 1200 kg ha-1
em aacuterea irrigada jaacute no primeiro ano de cultivo em Petrolina-PE
88
45 Produtividade da aacutegua
Na Figura 19 satildeo apresentados os valores de produtividade de aacutegua (PA) em
quilogramas de sementes produzidas para as aacutereas irrigada e sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das
diferentes doses de nitrogecircnio aplicada para o terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso Para
este estudo foi calculada a produtividade de aacutegua apenas para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo
devido agrave ausecircncia de irrigaccedilatildeo no ciclo seguinte
Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos no terceiro ano de
cultivo
O tratamento S1 foi o que apresentou a melhor produtividade de aacutegua com 102 kg m-
sup3 seguido por S3 P1 e S2 Comparando a praacutetica da irrigaccedilatildeo os tratamentos irrigados natildeo
corresponderam proporcionalmente a uma maior produccedilatildeo pelo total de aacutegua aplicada na
cultura embora a PA natildeo tenha diferido entre os diferentes tipos de manejo hiacutedrico (Tabela
12) A produtividade meacutedia de aacutegua nos tratamentos irrigados foi de 067 kg m-sup3 enquanto
que nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo foi de 076 kg m-sup3 valores estes superiores aos encontrados
por Sousa et al (2012) de 060 kg m-sup3 O efeito da adubaccedilatildeo nitrogenada mostrou-se
altamente significativo na PA (Tabela 12) o que confirma os resultados encontrados por
diversos autores em outras culturas agriacutecolas (NIELSEN HALVORSON 1991 MEDEIROS
DUBEUX JUNIOR 2008 CHAVES GHEYI RIBEIRO 2011) Assim como a
produtividade da cultura natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N
aplicadas
P1
P2P3
P4
S1
S2S3
S4
00
02
04
06
08
10
12
150 N 100 N - S1 50 N 0 N
Pro
du
tiv
ida
de
de
aacuteg
ua
(k
g m
-sup3)
Irrigado (Pivocirc central) Natildeo irrigado (Sequeiro)
89
Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo
Fonte de Variaccedilatildeo GL Quadrado meacutedio F Valor-p
Blocos [I] 6 00855 371 00141
I 1 00587 254 01281
N 3 05004 217 lt00001
I x N 3 00696 302 00569
Resiacuteduo 18 002305
Meacutedia geral 0715
CV () 212
I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo aos tratamentos adubados constata-se que apenas os tratamentos sem
adubaccedilatildeo nitrogenada tiveram uma draacutestica reduccedilatildeo na produtividade de aacutegua
correspondendo com a sua baixa produtividade de sementes diferindo dos resultados
encontrados por Yang et al (2013) A Figura 20 apresenta o diagrama de dispersatildeo e a
equaccedilatildeo de regressatildeo da produtividade em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas no solo
no terceiro ano de cultivo O modelo de regressatildeo linear foi o uacutenico que proporcionou ajuste
significativo para todos os componentes da equaccedilatildeo obtendo um coeficiente de determinaccedilatildeo
corrigido de 813 Sousa et al (2012) para o pinhatildeo-manso e Barros Juacutenior et al (2008) para
a cultura da mamoneira tambeacutem observaram um aumento linear para a PA nesses trabalhos
tais aumentos foram resultantes do incremento da disponibilidade de aacutegua no solo Pelo fato
do uso da irrigaccedilatildeo e da sua interaccedilatildeo com os tratamentos adubados natildeo ter dado efeito
significativo uma uacutenica equaccedilatildeo de ajuste da produtividade de aacutegua em funccedilatildeo das doses de
nitrogecircnio foi determinada
90
Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
A praacutetica da irrigaccedilatildeo apesar de ter gerado um aumento significativo na produtividade
de frutos e sementes de pinhatildeo-manso natildeo acarretou em uma variaccedilatildeo significativa na
produtividade de aacutegua para a cultura Estes resultados apresentam-se distintos quando
comparados com outros trabalhos da literatura nos quais a aplicaccedilatildeo da quantidade ideal de
aacutegua por irrigaccedilatildeo com o seu correto manejo para a cultura do pinhatildeo-manso permitiu trazer
diferentes resultados natildeo garantindo uma maior produtividade da aacutegua ou eficiecircncia no seu
uso Santana et al (2015) encontraram para as plantas de pinhatildeo-manso irrigadas com deacuteficit
hiacutedrico uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua fotossinteacutetica com uma reduccedilatildeo de 27 no
consumo total de aacutegua entretanto as plantas com irrigaccedilatildeo plena (tratamento controle)
obtiveram uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de biomassa devido ao efeito
negativo dos tratamentos irrigados com deacuteficit na produccedilatildeo de biomassa Kheira e Atta
(2009) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso sob deacuteficit hiacutedrico no Egito encontraram
valores de PA de 021 044 031 e 041 kg m-sup3 para 125 100 75 e 50 da
Evapotranspiraccedilatildeo da cultura respectivamente apresentando um ajuste quadraacutetico assim
como foi encontrado por Deus et al (2012) Jaacute Sousa et al (2012) encontraram um aumento
na PA em plantas de pinhatildeo-manso que recebiam a menor lacircmina de irrigaccedilatildeo Estes mais
variados comportamentos da cultura com relaccedilatildeo a sua eficiecircncia do uso da aacutegua ou
produtividade de aacutegua como eacute mais comumente chamado nos dias atuais corroboram com os
relatos de Jongschaap et al (2007) de que o pinhatildeo-manso apesar de possuir caracteriacutesticas
de se desenvolver em regiotildees semiaacuteridas e aacuteridas tropicais sendo entatildeo considerada como
y = 000505x + 04537
Rsup2corr = 08129 p-valor = lt00001
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
aacuteg
ua
(k
g m
- sup3)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
91
uma cultura tolerante a escassez hiacutedrica ainda eacute pouco estudado no que se refere ao seu uso
da aacutegua e agrave sua eficiecircncia do uso da aacutegua
Com isso observa-se que a maior produtividade de sementes encontrada no
tratamento irrigado com a maior dose de nitrogecircnio aplicada natildeo corresponde agrave maior
produtividade de aacutegua que foi obtida no tratamento com a maior dose de nitrogecircnio aplicado
soacute que no tratamento sem irrigaccedilatildeo Comportamento semelhante foi encontrado por Yang et
al (2013) que estudaram os efeitos da adiccedilatildeo de nitrogecircnio e do uso da aacutegua no crescimento e
desenvolvimento do pinhatildeo-manso e encontraram que com o maior intervalo de irrigaccedilatildeo (12
dias) houve reduccedilatildeo significativa no crescimento liacutequido da planta na aacuterea foliar na massa
seca total e na capacidade de armazenamento da aacutegua Entretanto houve economia de aacutegua de
irrigaccedilatildeo de 21 quando comparado com intervalos menores (4 e 8 dias) Contudo os autores
relatam que os maiores intervalos de irrigaccedilatildeo aumentaram a eficiecircncia do uso da aacutegua na
irrigaccedilatildeo (EUAi) e a eficiecircncia do uso da aacutegua no cultivo (EUAet) Assim a combinaccedilatildeo ideal
foi o tratamento com intervalo de irrigaccedilatildeo de 12 dias com o uso de nitrogecircnio o qual pode
aumentar a eficiecircncia do uso da aacutegua que apresenta o mesmo o conceito da produtividade da
aacutegua com a diferenccedila de que a produtividade de aacutegua eacute o produto da integraccedilatildeo das taxas de
produccedilatildeo de mateacuteria seca e da transpiraccedilatildeo (ou evapotranspiraccedilatildeo) ao longo do tempo
(FRIZZONE 2014)
46 Anaacutelise de crescimento
Na Figura 21 eacute ilustrada a altura meacutedia da planta sob condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro e
das doses de nitrogecircnio respectivamente nos periacuteodos de cultivo e nas eacutepocas de avaliaccedilatildeo
as cinco primeiras eacutepocas de avaliaccedilatildeo correspondem ao ciclo 201314 e as cinco uacuteltimas
avaliaccedilotildees ao ciclo 201415 Observa-se que a irrigaccedilatildeo influenciou muito pouco a altura da
planta sendo mais acentuado o efeito das diferentes doses de nitrogecircnio aplicadas Ao final de
cada ciclo produtivo as plantas apresentaram uma altura meacutedia de 265 m e 300 m para o
terceiro e quarto ano de cultivo respectivamente Verificou-se ainda um menor crescimento
entre o segundo e o terceiro periacuteodo e entre o seacutetimo e o oitavo periacuteodo de avaliaccedilatildeo eacutepocas
que coincidem com a fase produtiva da cultura corroborando com relatos de Larcher (2000)
Segundo esse autor paralisaccedilotildees no crescimento vegetativo das plantas em funccedilatildeo da
aceleraccedilatildeo do crescimento produtivo ocorrem pela canalizaccedilatildeo da energia e de materiais
destinados agrave floraccedilatildeo e agrave frutificaccedilatildeo que por sua vez originam-se no processo fotossinteacutetico
92
na incorporaccedilatildeo de substacircncias minerais e na mobilizaccedilatildeo de reservas para formaccedilatildeo e
enchimentos dos frutos Ao final da fase de maturaccedilatildeo dos frutos eacute iniciado o periacuteodo de
senescecircncia das folhas do pinhatildeo-manso o que gera um pequeno decreacutescimo no seu tamanho
evidenciado ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo
(a) (b)
Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das
doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Os resultados da anaacutelise univariada de perfil da variaacutevel altura de planta considerando
o esquema de parcela subdividida no tempo para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
indicam que existem diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico as doses de N o tempo (Dias
apoacutes a poda de limpeza ndash DAP) e para todas as interaccedilotildees com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo DAP x
irrigaccedilatildeo x doses de N para o primeiro ciclo (Tabela 13) e das interaccedilotildees irrigaccedilatildeo x doses de
N e DAP x irrigaccedilatildeo x doses de N para o segundo ciclo (Tabela 14) Observa-se que a
hipoacutetese de perfis coincidentes para os demais fatores foi rejeitada (plt005) pelo teste F
indicando que a altura do pinhatildeo-manso apresenta comportamento diferenciado conforme o
tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N impostos
Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 1135799 0180286 2288 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1207324 0201221 2553 lt00001
Doses N 3 1064012 03546706 4501 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 0255201 02552006 3238 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0065522 00218406 277 00457
Resiacuteduo a 18 0484241 00269023 341 lt00001
DAP 4 7780440 19451100 24683 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0103565 00258913 329 00143
DAP x Doses N 12 0371960 00309967 393 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0025725 00021438 027 09923
Resiacuteduo b 96 075651 000788
Total corrigido 159 12114499
Rsup2 = 09376 CV = 369 Meacutedia da Altura de planta (m) = 241
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
93
Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 1313087 02084265 1754 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1000679 01667798 1404 lt00001
Doses N 3 4204642 14015473 11797 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 1287016 12870156 10833 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 00056569 00018856 016 09238
Resiacuteduo a 18 03705663 0020587 173 00463
DAP 4 5476071 13690178 11523 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 02311438 00577859 486 00013
DAP x Doses N 12 04533988 00377832 318 00007
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 01016963 00084747 071 07351
Resiacuteduo b 96 114053 00118805
Total corrigido 159 14271399
Rsup2 = 09201 CV = 384 Meacutedia da Altura de planta (m) = 284
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Conforme esperado pode-se observar nas anaacutelises univariadas de perfil para a altura
de plantas que nos dois anos de cultivo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de
perfis horizontais que testa o efeito do tempo indicando que agrave medida que o tempo progride
haacute variaccedilatildeo da altura do pinhatildeo-manso De forma semelhante a hipoacutetese de perfis paralelos
tambeacutem foi rejeitada (plt005) indicando que as interaccedilotildees DAP x irrigaccedilatildeo e DAP x Doses N
atuam de forma dependente no crescimento em altura do pinhatildeo-manso
As anaacutelises do teste de esfericidade de Mauchly para a variaacutevel altura das plantas para
os dois anos de cultivo satildeo apresentadas na Tabela 15 De acordo com os resultados
apresentados para cada teste a condiccedilatildeo de esfericidade foi satisfeita para o ciclo 201314 e
rejeitada para o ciclo 201415 o que indica que para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a matriz de
variacircncias e covariacircncias apresenta uma forma chamada HUYNH-FELDT (H-F) e desta
forma o procedimento para a anaacutelise univariada de perfis pode ser utilizado O segundo ano
de avaliaccedilatildeo por sua vez por natildeo satisfazer essa condiccedilatildeo para altura das plantas indica que o
teste univariado natildeo deve ser utilizado procedendo-se neste caso a anaacutelise multivariada de
perfis
Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 043237 13765 01309 Univariada
201415 9 031697 22309 00079 Multivariada
94
Avaliando o crescimento em altura ao longo do tempo da Leucaena leucocephala
(Lam) de Wit Souza et al (2008) verificaram rejeiccedilatildeo da condiccedilatildeo de esfericidade pelo teste
de esfericidade de Mauchly fato este tambeacutem observado por Rabello Thiebault e
Vasconcelos Junior (2015) para altura de plantas de feijatildeo-vagem Por outro lado trabalhando
com dados longitudinais em experimentaccedilatildeo animal Cestari Costa e Minho (2012)
observaram que a condiccedilatildeo de esfericidade natildeo foi violada pelo teste de Mauchly Neste caso
o teste univariado poderia ser utilizado pois a matriz de variacircncias e covariacircncias
apresentavam variacircncias comuns e covariacircncias nulas
Por meio dos testes multivariados para altura de plantas no segundo ano de avaliaccedilatildeo
a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos) foi rejeitada para as
doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar indicando que as distacircncias meacutedias entre
cada um desses grupos satildeo diferentes (Tabela 16) Nas anaacutelises intra indiviacuteduos o teste para o
fator DAP (dias apoacutes a poda de limpeza) testou a hipoacutetese de perfis horizontais (constantes)
Esta hipoacutetese foi rejeitada o que indica que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que
descrevem as alturas meacutedias das plantas ao longo do tempo O teste para as interaccedilotildees DAP x
I e DAP x N testou a hipoacutetese de perfis paralelos que foi rejeitada para a interaccedilatildeo DAP x I e
satisfeita para DAP x N para o teste estatiacutestico Traccedilo de Pillai embora ela tenha sido rejeitada
para os demais testes Com isso conclui-se a partir desses resultados que o crescimento em
altura para a interaccedilatildeo DAP x I eacute diferenciado pelo tratamento aplicado
Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel altura no
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p
Entre indiviacuteduos
Blocos (I) 6 730 00016
I 1 4027 lt 00001
N 3 4385 lt 00001
I x N 3 006 09807
Intra indiviacuteduos
DAP 4 34334 lt00001
DAP x Bloco (I) 12 277 00046
DAP x I 4 376 00216
DAP x N 12 169 00907
DAP x I x N 12 075 07021
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N
De acordo com o exposto os perfis meacutedios de resposta da altura das plantas (m) em
funccedilatildeo das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos
dois anos de cultivo pode ser representado graficamente conforme a Figura 22
95
Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
Com a exceccedilatildeo do primeiro periacuteodo de avaliaccedilatildeo em que os tratamentos foram receacutem
aplicados natildeo havendo portanto efeito sobre as plantas observou-se efeito significativo dos
tratamentos em praticamente todos os periacuteodos de avaliaccedilatildeo no primeiro ciclo ocorrendo
efeito significativo das doses de nitrogecircnio sobre a expressatildeo fenotiacutepica de altura meacutedia
(Figura 23) Esses resultados concordam com os encontrados por Albuquerque et al (2009b)
Oliveira e Beltratildeo (2010) e Yang et al (2013) O modelo polinomial de regressatildeo linear foi o
que apresentou o melhor ajuste para a altura de plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de
limpeza (DAP) para todos os tratamentos apesar da reduccedilatildeo do crescimento meacutedio diaacuterio na
eacutepoca do inverno (Tabela 17) Para o segundo ano de avaliaccedilatildeo o uso da irrigaccedilatildeo mostrou
um efeito superior com relaccedilatildeo aos tratamentos natildeo irrigados em praticamente todo o periacuteodo
de avaliaccedilatildeo (Figura 24) e assim como para as doses de N de maior valor tiveram a regressatildeo
linear como melhor ajuste para a altura das plantas (Tabela 17) onde expressou-se o aumento
da altura das plantas no pico da produccedilatildeo natildeo ocorrendo o seu decreacutescimo no termino do seu
ciclo com o iniacutecio do periacuteodo do inverno Os demais tratamentos com deacuteficit (natildeo irrigado e
com as doses de 50 e 0 de N) tiveram o modelo de regressatildeo quadraacutetico como o melhor
ajuste para altura de plantas (Tabela 17) Na Tabela 18 satildeo apresentados as equaccedilotildees de ajuste
seguidos do coeficiente de determinaccedilatildeo corrigido (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento
nos dois anos de avaliaccedilatildeo
18
20
22
24
26
28
45 110 180 230 280
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
30
32
34
45 90 130 190 260
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
18
20
22
24
26
28
45 110 180 230 280
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
22
24
26
28
30
32
34
45 90 130 190 260
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
96
Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1292 -26881 -26671 1423
-30348 -30140 787
-14210 -13985
Quadraacutetico 652ns
-26791 -26569 732ns
-30381 -30151 405ns
-14161 -13900
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1065 -14820 -14608 1324
-16041 -15808 427
-15645 -15416
Quadraacutetico 564ns
-14908 -14646 645ns
-15842 -15593 220ns
-15563 -15301
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 505 -22525 -22358 243
-23220 -23050 459
-12768 -12632
Quadraacutetico 260ns
-22898 -22705 153 -23872 -23652 232
ns -13055 -12878
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 311 -12585 -12439 257
-13791 -13635 118
-12617 -12430
Quadraacutetico 164ns
-12914 -12715 155 -14286 -14048 81
-12941 -12680
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314
(a) (b)
Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415
18
2
22
24
26
28
3
0 50 100 150 200 250 300 350
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
18
2
22
24
26
28
3
0 50 100 150 200 250 300 350
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
22
24
26
28
3
32
34
0 50 100 150 200 250 300
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
3
32
34
0 50 100 150 200 250 300
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
97
Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Altura (m) = f (DAP)
Rsup2corr Valor p Ciclo 201314
Irrigado 261x10-3
DAP + 196605 09697 lt00001
Natildeo Irrigado 22 x10-3
DAP +196074 09276 lt00001
150 N 258 x10-3
DAP + 198839 09710 lt00001
100 N 278x10-sup3 DAP + 196031 09326 lt00001
50 N 266x10-3
DAP + 192732 09698 lt00001
0 N 159x10-3
DAP + 197756 08960 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr Valor p
Irrigado 254 x10-3
DAP + 256891 06737 lt00001
Natildeo Irrigado -1174 x10-5
DAPsup2 + 00053 DAP + 23023 07572 lt00001
150 N 281 x10-3
DAP + 256395 08370 lt00001
100 N 236 x10-3
DAP + 263288 07278 lt00001
50 N -1041 x10-5
DAPsup2 + 000505 DAP + 241365 08040 lt00001
0 N -122x10-5
DAPsup2 + 000521 DAP + 214707 06583 00012
O diacircmetro de copa para os diferentes tratamentos eacute apresentado na Figura 25 sob
condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro (a) e para as doses de nitrogecircnio (b) respectivamente
Observou-se um comportamento semelhante ao paracircmetro altura no que se refere agrave curva de
crescimento Assim como na altura meacutedia da planta os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a
aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mostraram o menor crescimento no diacircmetro de copa quando
comparado aos demais tratamentos Em resumo independente do uso da irrigaccedilatildeo e das doses
de adubo nitrogenado o crescimento do diacircmetro meacutedio de copa seguiu o mesmo padratildeo para
todos os tratamentos tendo grande aumento da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo e
aumentando com o tempo em uma taxa relativamente constante ao longo do ciclo ateacute a
penuacuteltima avaliaccedilatildeo quando o diacircmetro meacutedio de copa teve uma pequena queda devido ao
iniacutecio do periacuteodo de senescecircncia foliar
Na primeira avaliaccedilatildeo realizada o diacircmetro meacutedio geral foi de 154 m e ao final de
cada ciclo produtivo as plantas obtiveram um diacircmetro meacutedio de copa de 274 m e 322 m
para o terceiro e quarto de ano cultivo respectivamente assemelhando-se aos resultados
apresentados por Muumlller et al (2014) e superiores aos resultados de Torres et al (2011)
A variaccedilatildeo do diacircmetro de copa das plantas ocorreu principalmente em funccedilatildeo do
estaacutedio de desenvolvimento e da poda de manutenccedilatildeo e limpeza realizada sempre ao final de
cada ciclo de cultivo Ao longo do terceiro ano de cultivo o diacircmetro de copa das plantas de
98
pinhatildeo-manso tiveram uma taxa de crescimento acentuado ateacute marccedilo de 2014 tendo um
crescimento meacutedio diaacuterio de 061 063 059 e 045 cm dia-1
nas doses de 150 100 50 e
0 de nitrogecircnio respectivamente Com relaccedilatildeo ao tipo de manejo hiacutedrico adotado os
tratamentos irrigados e sem irrigaccedilatildeo apresentaram a mesma taxa de crescimento de 057 cm
dia-1
mesmo assim houve diferenccedila significativa da irrigaccedilatildeo nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo o
que leva a concluir que o pinhatildeo-manso tambeacutem eacute exigente em aacutegua e quando suprido com as
suas necessidades hiacutedricas pode se desenvolver satisfatoriamente (FARIA et al 2011
OLIVEIRA et al 2012)
No quarto ano de cultivo os tratamentos com menores doses de nitrogecircnio aplicado
apresentaram as maiores taxas de crescimento diaacuterio sendo observada no tratamento com 0
de N (056 cm dia-1
) seguido do tratamento com 100 de N (054 cm dia-1
) 50 de N (051
cm dia-1
) e 150 de N (035 cm dia-1
) Diferente do terceiro ano os tratamentos com histoacuterico
de irrigaccedilatildeo apresentaram menor taxa de crescimento diaacuterio (044 cm dia-1
) em comparaccedilatildeo
com o valor meacutedio dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo (053 cm dia-1
) Isso pode ser
explicado devido ao alto crescimento do diacircmetro no terceiro ano dos tratamentos irrigados e
com maiores doses de nitrogecircnio o que diminuiu a aacuterea de crescimento das plantas que no
final do quarto ano se encontravam com os ramos proacuteximos das plantas vizinhas mesmo com
a praacutetica da poda de manutenccedilatildeo e limpeza feito no final do terceiro ano Aleacutem disso o fato
da suspensatildeo da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo para a aacuterea irrigada eacute um fator que deve ser
considerado
(a) (b)
Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar
(a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Por meio da anaacutelise univariada de perfil foi verificado que para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo o diacircmetro de copa apresentou diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico utilizado
as doses de N e as eacutepocas de leitura realizadas (DAP) Para o ciclo 201314 a hipoacutetese de
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Diacirc
met
ro d
a c
op
a (
m)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
99
perfis coincidentes foi satisfatoacuteria para as interaccedilotildees Irrigaccedilatildeo x Doses de N e DAP x
Irrigaccedilatildeo (Tabela 19) enquanto que para ciclo 201415 a interaccedilatildeo DAP x Doses de N obteve
essa condiccedilatildeo (Tabela 20) A interaccedilatildeo tripla DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N tambeacutem apresentou
condiccedilatildeo satisfatoacuteria para a hipoacutetese de perfis coincidentes sendo verificado para os dois anos
de cultivo Para os demais fatores a hipoacutetese de perfis coincidentes foi rejeitada (plt005) pelo
teste F o que indica nesses casos que o diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso apresenta
comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N considerada
podendo haver interaccedilatildeo ao longo do tempo para um ou mais fatores
Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 453052 071913 4968 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1538018 0256336 1771 lt00001
Doses N 3 1121413 0373804 2582 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 139876 139876 9663 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0118585 0039528 273 00481
Resiacuteduo a 18 0829183 0046066 318 00001
DAP 4 3949819 9874546 68218 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0063678 0015919 110 03612
DAP x Doses N 12 058035 0048363 334 00004
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0157028 0013086 090 05459
Resiacuteduo b 96 13896 0014475
Total corrigido 159 466948
Rsup2 = 09702 CV = 477 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 252
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 2466208 0391462 2944 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 0542885 0090481 680 lt00001
Doses N 3 3145428 1048476 7884 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 1802003 1802003 13551 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0087148 0029049 218 00948
Resiacuteduo a 18 0830395 0046133 347 lt00001
DAP 4 1733346 4333365 32586 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0434685 0108671 817 lt00001
DAP x Doses N 12 028251 0023543 177 00641
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0203565 0016964 128 02455
Resiacuteduo b 96 127662 0013298
Total corrigido 159 259387
Rsup2 = 09508 CV = 368 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 313
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Para o diacircmetro de copa pode-se observar pelas anaacutelises univariadas de perfil que nos
dois ciclos de avaliaccedilatildeo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de perfis
horizontais indicando que agrave medida que o tempo progride haacute variaccedilatildeo no diacircmetro de copa
do pinhatildeo-manso A hipoacutetese de perfis paralelos por sua vez foi rejeitada (plt005) para a
100
interaccedilatildeo DAP x Doses N e satisfeita para a interaccedilatildeo DAP x irrigaccedilatildeo para o ciclo 201314
enquanto que no ciclo seguinte tais interaccedilotildees ocorreram de forma oposta
Da mesma forma que ocorreu para altura de plantas o teste de esfericidade de
Mauchly para a variaacutevel diacircmetro de copa apresentou condiccedilatildeo de esfericidade satisfatoacuteria
para o ciclo 201314 e foi rejeitada para o ciclo 201415 (Tabela 21) Com isso sugere-se o
uso da anaacutelise univariada de perfis com parcelas subdividas no tempo para o primeiro ciclo
avaliaccedilatildeo e a anaacutelise multivariada de perfis para o ciclo 201415
Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 Valor p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 053605 10236 03317 Univariada
201415 9 039956 17255 00449 Multivariada
O diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso apresentaram por meio dos
testes multivariados a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos)
rejeitada para as doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar no segundo ano de
avaliaccedilatildeo indicando que as distacircncias meacutedias entre cada um desses grupos satildeo diferentes
(Tabela 22) A hipoacutetese de perfis horizontais (constantes) nas anaacutelises intra indiviacuteduos para o
fator DAP foi rejeitada indicando que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que
descrevem os diacircmetros meacutedios de copa das plantas ao longo do tempo O teste para a
hipoacutetese de perfis paralelos foi rejeitada para as interaccedilotildees DAP x I e DAP x N o que define
que o crescimento do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso no segundo ano de avaliaccedilatildeo eacute
diferenciado de acordo com o tratamento aplicado
Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel diacircmetro
de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p
Entre indiviacuteduos
Blocos (I) 6 196 01253
I 1 3906 lt 00001
N 3 2273 lt 00001
I x N 3 063 06053
Intra indiviacuteduos
DAP 4 35616 lt00001
DAP x Bloco (I) 24 213 00075
DAP x I 4 689 00023
DAP x N 12 257 00097
DAP x I x N 12 162 01161
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N
101
Os perfis meacutedios de resposta em funccedilatildeo do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso (m)
para as quatro doses de adubo nitrogenado e as duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois
anos de cultivo eacute apresentado na Figura 26
Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
Para o diacircmetro meacutedio de copa observou-se efeito positivo dos tratamentos aplicados
em grande parte das medidas de avaliaccedilatildeo no terceiro (Figura 27) e no quarto ano de cultivo
(Figura 28) Durante os dois ciclos houve um efeito positivo do uso da irrigaccedilatildeo sobre a
expressatildeo fenotiacutepica do diacircmetro de copa sendo observado um acreacutescimo do diacircmetro nas
trecircs primeiras avaliaccedilotildees decrescendo ao final do ciclo Esses resultados corroboram com os
encontrados por Albuquerque et al (2009a) que analisando o crescimento inicial do pinhatildeo-
manso em condiccedilotildees de sequeiro no semiaacuterido nordestino verificaram um raacutepido crescimento
da cultura no periacuteodo chuvoso no entanto na eacutepoca seca do ano ocorreu uma draacutestica
reduccedilatildeo na sua taxa de crescimento O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o
melhor ajuste para o diacircmetro de copa das plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de limpeza
(DAP) para os diferentes tipos de manejo hiacutedrico e doses de N para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo (Tabela 23) Com isso nos dois ciclos avaliados se expressou o aumento do
diacircmetro de copa no pico da produccedilatildeo decrescendo no termino do seu ciclo com o iniacutecio do
inverno A reduccedilatildeo do diacircmetro meacutedio de copa nas uacuteltimas coletas de cada ciclo corrobora
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
45 110 180 230 280
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
30
32
34
36
38
45 90 130 190 260
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
45 110 180 230 280
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
45 90 130 190 260
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
102
com a afirmaccedilatildeo de Santos et al (2010) de que o diacircmetro da copa do pinhatildeo-manso sofre
intensa reduccedilatildeo durante a estaccedilatildeo de inverno com a queda das folhas mas que essas
ressurgem vigorosamente apoacutes o iniacutecio das chuvas As equaccedilotildees de ajuste seguidas do
coeficiente de determinaccedilatildeo corrigidos (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento nos dois anos
de avaliaccedilatildeo para diacircmetro de copa satildeo apresentadas na Tabela 24
(a) (b)
Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 890 -1533 -1545 1272
-1791 -1808 503
-740 -753
Quadraacutetico 1571 -2205 -2190 2697
-2661 -2644 956
-1110 -1090
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 809 -888 -905 530
-808 -820 316
-819 -831
Quadraacutetico 1750 -1351 -1329 873
-1136 -1120 683
-1175 -1156
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 207 -1892 -1902 374
-1607 -1618 120
-841 -857
Quadraacutetico 673 -2493 -2479 850
-2206 -2193 414
-1181 -1175
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 118 -858 -879 218
-952 -958 161
-851 -856
Quadraacutetico 566 -1290 -1285 379
-1196 -1181 374
-1131 -1107
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
1
15
2
25
3
35
0 50 100 150 200 250 300 350
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
1
15
2
25
3
35
0 50 100 150 200 250 300 350
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
103
(a) (b)
Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
O uso de anaacutelise de medidas repetidas no tempo fazendo uso de anaacutelises uni e
multivariadas tem sido uma alternativa no estudo do crescimento e do desenvolvimento de
plantas (GEBER DAWSON 1990 HANCOCK et al 2007 KING STANTON 2008
METCALFE et al 2008) tais como os efeitos da disponibilidade de aacutegua para as plantas e de
nutrientes que tem servido de fontes para alguns estudos (CARROL PALLARDY GALEN
2001 BREEN RICHARDS 2008 SANTIAGO et al 2012) Achten et al (2010)
monitoraram algumas variaacuteveis de crescimento e de produccedilatildeo de biomassa em pinhatildeo-manso
cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo submetidas a trecircs diferentes niacuteveis de estresse hiacutedrico e
encontraram para as mudas que sofriam estresse hiacutedrico severo (natildeo irrigadas) a paralisaccedilatildeo
do crescimento o iniacutecio da queda das folhas e a reduccedilatildeo do diacircmetro do caule nos primeiros
dias apoacutes o iniacutecio dos tratamentos Por meio da anaacutelise de medidas repetidas os autores
confirmaram que os tratamentos de niacutevel de estresse hiacutedrico influenciaram significativamente
as variaacuteveis de crescimento enquanto que o tipo de Acesso natildeo teve efeito significativo O
efeito do tempo (idade da planta) e a interaccedilatildeo tempo X niacutevel de estresse tiveram interaccedilatildeo
significativa (valor p lt0001) influenciando no comprimento do caule nuacutemero de folhas
diacircmetro na base do caule volume de caule fator de forma e volume total (volume de tronco
+ ramos) no referido trabalho
2
24
28
32
36
4
0 50 100 150 200 250 300
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
2
24
28
32
36
4
0 50 100 150 200 250 300
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
104
Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a
poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos
de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Diacircmetro de copa (m) = f (DAP)
Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314
Irrigado -418x10-5
DAPsup2 + 001879 DAP + 091195 09480 lt00001
Natildeo Irrigado -385x10-5
DAPsup2 + 001769 DAP + 078312 09694 lt00001
150 N -438x10-5
DAPsup2 + 001984 DAP + 082331 09570 lt00001
100 N -386x10-5
DAPsup2 + 001833 DAP + 076701 09749 lt00001
50 N -389x10-5
DAPsup2 + 001787 DAP + 08647 09456 lt00001
0 N -393x10-5
DAPsup2 + 001692 DAP + 093513 09531 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF
Irrigado -454x10-5
DAPsup2 - 0016 DAP + 213748 08901 lt00001
Natildeo Irrigado -542x10-5
DAPsup2 + 001994 DAP + 159186 09187 lt00001
150 N -529x10-5
DAPsup2 - 001876 DAP + 195335 08588 lt00001
100 N -553x10-5
DAPsup2 - 001942 DAP + 187746 08906 lt00001
50 N -416x10-5
DAPsup2 + 00157 DAP + 201854 09074 lt00001
0 N -493x10-5
DAPsup2 + 0018 DAP + 160933 09500 lt00001
O volume de copa do pinhatildeo-manso para os diferentes tratamentos avaliados eacute
apresentado na Figura 29 Diferente dos valores encontrados para a altura meacutedia e o diacircmetro
de copa nota-se uma maior variabilidade entre os dois manejos hiacutedricos adotados e
principalmente entre as diferentes doses de adubaccedilatildeo aplicadas Para o primeiro ano de
avaliaccedilatildeo nesse estudo os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio
apresentaram os menores volumes de copa Jaacute no segundo ano de avaliaccedilatildeo que foi analisado
a partir da sexta eacutepoca de coleta os valores apresentados foram ainda mais contrastantes
Com exceccedilatildeo da seacutetima eacutepoca de coleta que coincidiu com o periacuteodo de pico da produccedilatildeo
justificando portanto a baixa variaccedilatildeo do volume de copa entre os diferentes tipos de manejos
hiacutedrico as demais eacutepocas avaliadas dentro do fator de manejo hiacutedrico e entre as doses
adubaccedilatildeo nitrogenada apresentaram uma alta diferenccedila entre os resultados obtidos
O aumento do volume de copa foi influenciado diretamente pelo maior
desenvolvimento em conjunto da altura e do diacircmetro de copa Os tratamentos que obtiveram
o maior volume de copa apresentaram uma maior emissatildeo de ramos laterais que
consequentemente vieram a ter um maior nuacutemero de inflorescecircncias emitidas permitindo uma
maior produccedilatildeo de frutos e oacuteleo por aacutervore como eacute o caso dos tratamentos irrigados e das
doses de 150 e 100 de nitrogecircnio Spinelli et al (2010) avaliaram os efeitos diretos e
indiretos das caracteriacutesticas vegetativas sobre o rendimento de oacuteleo de pinhatildeo-manso com 38
105
meses de cultivo em espaccedilamento 3 x 2 m e reportaram que ocorre um maior crescimento dos
ramos no sentido do maior espaccedilo de desenvolvimento resultando em uma copa maior Esses
mesmos autores destacaram ainda que o volume da copa tem efeito direto sobre a
produtividade de sementes sendo a arquitetura da copa uma caracteriacutestica importante no
cultivo do pinhatildeo-manso
(a) (b)
Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das
doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Nas Tabelas 25 e 26 satildeo apresentados o resultado da anaacutelise univariada de perfis para
o volume de copa de pinhatildeo-manso para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
respectivamente Assim como para altura de plantas e diacircmetro de copa o volume de copa
apresentou diferenccedilas altamente significativas entre o tipo de manejo hiacutedrico e doses de N
utilizadas A hipoacutetese de perfis horizontais tambeacutem foi rejeitada indicando que agrave medida que
o tempo progride haacute variaccedilatildeo no crescimento em volume de copa do pinhatildeo-manso O
resultado dos testes de paralelismo foi rejeitado para as interaccedilotildees DAP x Irrigaccedilatildeo e DAP x
Doses de N para o ciclo 201314 enquanto que para ciclo 201415 apenas a interaccedilatildeo DAP x
Doses de N obteve essa condiccedilatildeo mostrando nesses casos comportamento diferenciado do
volume de copa do pinhatildeo-manso entre esses tratamentos ao longo do tempo
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vo
lum
e d
e co
pa
(m
sup3)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
106
Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 63 4722827 749655 2491 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 257981 429968 1429 lt00001
Doses N 3 288904 963012 3200 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 101857 101857 3385 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 132621 44207 147 02279
Resiacuteduo a 18 136315 75731 252 00021
DAP 4 3649956 912489 30322 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 126155 315387 1048 lt00001
DAP x Doses N 12 128198 106831 355 00002
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 202008 16834 056 08692
Resiacuteduo b 96 288898 30094
Total corrigido 159 5011726
Rsup2 = 09424 CV = 1327 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 1307
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 63 6849915 108729 3516 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 256135 426891 1380 lt 00001
Doses N 3 1478784 492928 15940 lt 00001
Irrigaccedilatildeo 1 662433 662433 21422 lt 00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 53523 17841 058 06315
Resiacuteduo a 18 268255 149031 482 lt 00001
DAP 4 403496 100874 32621 lt 00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 116951 29238 095 04412
DAP x Doses N 12 918433 76536 248 00073
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 404572 33714 109 03771
Resiacuteduo b 96 296862 30923
Total corrigido 159 7146777
Rsup2 = 09585 CV = 779 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 2259
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
A condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias para o volume de copa para os
dois anos de avaliaccedilatildeo foi satisfeita (Tabela 27) indicando que a anaacutelise univariada de perfis
com parcelas subdividas no tempo realizada anteriormente foi validada para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise multivariada de perfis para nenhum
caso
Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 041419 14470 01066 Univariada
201415 9 043446 12590 01821 Univariada
107
Conforme os resultados apresentados das anaacutelises univariadas de perfis os perfis
meacutedios de resposta para o volume de copa (msup3) em funccedilatildeo das quatro doses de adubo
nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois anos de cultivo eacute apresentado na
Figura 30
Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
O volume meacutedio de copa apresentou uma tendecircncia semelhante agrave observada para o
diacircmetro meacutedio de copa das plantas em alguns tratamentos tendo a regressatildeo quadraacutetica
como melhor modelo de ajuste para todos os tratamentos nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo essa
apresentou para todos os tratamentos os menores valores de AIC e BIC (Tabela 28) As
equaccedilotildees de regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p satildeo
apresentadas na Tabela 29 Independente do periacuteodo em que foi avaliado com a exceccedilatildeo das
primeiras leituras no ciclo 201314 os tratamentos nos quais natildeo houve deacuteficit de aacutegua ou de
nitrogecircnio foram os que apresentaram os maiores resultados para o volume de copa (Figura 31
e Figura 32) De acordo com Spinelli et al (2010) o maior desenvolvimento da copa pode
aumentar a produtividade por planta diminuindo os custos da colheita no pinhatildeo-manso
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
45 110 180 230 280
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
8
11
14
17
20
23
26
29
32
45 90 130 190 260
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
45 110 180 230 280
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
8
11
14
17
20
23
26
29
32
45 90 130 190 260
Vo
lum
e d
e co
pa
(m
sup3)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
108
(a) (b)
Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 968 2235 2246 1212
1912 1909 554
1138 1144
Quadraacutetico 711 2064 2084 1530
1392 1415 538
973 999
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 957 937 942 760
939 945 299
969 973
Quadraacutetico 908 750 776 649
796 820 359
790 815
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 376 2654 2656 380
2716 2716 228
1360 1354
Quadraacutetico 583 2250 2273 634
2274 2296 443
1079 1102
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 217 1318 1307 314
1206 1206 174
1197 1195
Quadraacutetico 606 938 963 440
980 1005 351
942 969
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201415
1
5
9
13
17
21
0 50 100 150 200 250 300 350
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
1
5
9
13
17
21
0 50 100 150 200 250 300 350
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
2
7
12
17
22
27
32
37
0 50 100 150 200 250 300
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
2
7
12
17
22
27
32
0 50 100 150 200 250 300
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
109
Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a
poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos
de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Volume de copa (msup3) = f (DAP)
Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314
Irrigado -268x10-4
DAPsup2 + 014066 DAP ndash 082484 08735 lt00001
Natildeo Irrigado -331x10-4
DAPsup2 + 015806 DAP ndash 29731 09940 lt00001
150 N -354x10-4
DAPsup2 + 017429 DAP ndash 26101 09583 lt00001
100 N -287x10-4
DAPsup2 + 015268 DAP ndash 255456 09593 lt00001
50 N -262x10-4
DAPsup2 + 013816 DAP ndash 135607 09464 lt00001
0 N -294x10-4
DAPsup2 + 013232 DAP ndash 107514 09491 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF
Irrigado -6788x10-4
DAPsup2 + 025585 DAP + 578175 09833 lt00001
Natildeo Irrigado -7289x10-4
DAPsup2 + 027341 DAP + 051229 09806 lt00001
150 N -7823x10-4
DAPsup2 + 029396 DAP + 367095 09526 lt00001
100 N -8129x10-4
DAPsup2 + 029947 DAP + 291215 09877 lt00001
50 N -602x10-4
DAPsup2 + 023689 DAP + 498426 09861 lt00001
0 N -6182x10-5
DAPsup2 + 022819 DAP + 102072 09974 lt00001
Embora a arquitetura da copa do pinhatildeo-manso seja uma caracteriacutestica importante na
seleccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo de genoacutetipos superiores (RAO et al 2008 LAVIOLA et al 2010
SPINELLI et al 2010 BHERING et al 2012) existem poucos trabalhos que avaliaram a
diferenccedila da arquitetura das plantas considerando conjuntamente a relaccedilatildeo entre a projeccedilatildeo e a
altura de copa Segundo Rao et al (2008) tanto o diacircmetro quanto o volume da copa
constituem junto ao caracter nuacutemero de ramos os principais componentes de produccedilatildeo do
pinhatildeo-manso Para Bhering et al (2012) a seleccedilatildeo direta quanto agrave produccedilatildeo de sementes em
pinhatildeo-manso tende a estar relacionada ao diacircmetro e ao volume de copa e segundo esses
autores esta informaccedilatildeo eacute relevante para prever as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de
produccedilatildeo (espaccedilamento colheitadeira) para as cultivares melhoradas que se espera obter
47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)
A equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 eacute expressa na Figura 33 A
calibraccedilatildeo foi realizada pela comparaccedilatildeo entre o IAF estimado com o equipamento LAI-2200
e o IAF real das plantas de pinhatildeo-manso determinado com o equipamento CI-203 (CID Bio-
Sciencereg) O IAF foliar real foi determinado pela razatildeo da aacuterea foliar total e a aacuterea do terreno
110
disponiacutevel agraves plantas Para realizar a calibraccedilatildeo do equipamento foram utilizadas dez de um
total de onze plantas sendo excluiacutedo o valor mais extremo Com um coeficiente de
determinaccedilatildeo (Rsup2) de 08287 pode ser observado que o IAF real foi cerca de 093 do IAF
estimado ou seja o equipamento LAI-2200 estava superestimando o IAF em cerca de 7
Com a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo obtida dos valores de IAF medidos no campo ao redor da aacuterea
experimental todos os valores de IAF foram corrigidos para valores mais proacuteximos dos reais
podendo a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo ser utilizada novamente quando as estimativas do IAF forem
realizadas com o equipamento LAI-2200 nas plantas de pinhatildeo-manso com as mesmas
caracteriacutesticas de cultivo e nas condiccedilotildees de clima e solo estudados
Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200
As meacutedias do IAF foram significativamente diferentes pelo teste F entre as diferentes
doses de N aplicada uso da irrigaccedilatildeo e eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) apoacutes o iniacutecio do quarto
ciclo de cultivo (201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 30) Pela anaacutelise
univariada de perfis identificou-se tambeacutem interaccedilatildeo significativa entre as doses de N e a
eacutepoca de avaliaccedilatildeo e interaccedilatildeo altamente significativa entre a irrigaccedilatildeo e a eacutepoca de
avaliaccedilatildeo rejeitando portanto a hipoacutetese de paralelismo dos perfis Assim como para as
outras variaacuteveis de crescimento (altura diacircmetro e volume de copa) natildeo houve efeito da
interaccedilatildeo tripla Irrigaccedilatildeo x Doses N x DAP O efeito dos blocos dentro de cada experimento
(manejo hiacutedrico) mostrou-se significativo para o IAF o que reforccedila neste caso o uso do
delineamento em blocos aleatorizados dentro de cada experimento Simotildees et al (2014)
observaram que irrigaccedilatildeo e diferentes doses de N influenciaram no aumento da aacuterea foliar no
desenvolvimento inicial de pinhatildeo-manso assim como a interaccedilatildeo entre esses fatores
IAFReal = 0928 x IAFEstimado
Rsup2 = 08287
00
02
04
06
08
10
12
00 02 04 06 08 10 12
IAF
Rea
l
IAF Estimado
111
Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 87 852864 09803 1194 lt 00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 09908 016513 201 00668
Doses N 3 42497 147166 1726 lt 00001
Irrigaccedilatildeo 1 645795 645795 7867 lt 00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 045145 015048 183 01431
Resiacuteduo a 18 168772 009376 114 03161
DAP 7 611969 874242 10650 lt 00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 7 554613 07923 965 lt 00001
DAP x Doses N 21 282023 01343 164 00465
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 21 18855 008979 109 03591
Resiacuteduo b 168 137914 008209
Total corrigido 255 990778
Rsup2 = 08608 CV = 2217 Meacutedia IAF = 129
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Verificou-se por intermeacutedio do teste de esfericidade de Mauchly realizado com 27
graus de liberdade e aproximaccedilatildeo Qui-Quadrado (35045) que a condiccedilatildeo de esfericidade foi
satisfeita com um niacutevel de significacircncia de 01377 (Teste de Mauchly natildeo significativo com
valor pgt005) Isto indica que a matriz de covariacircncia nesse caso eacute da forma esfeacuterica
apresentando variacircncias iguais e correlaccedilotildees nulas podendo ser empregado o modelo de
parcela subdividida no tempo pela anaacutelise univariada de perfis Na Figura 34 satildeo apresentados
os perfis meacutedios de resposta para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) em funccedilatildeo das quatro doses de
adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada e do manejo
hiacutedrico adotado
O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o melhor ajuste para todos os
tratamentos (Tabela 31) Um fato que contribuiu para este comportamento foi o iniacutecio das
leituras a partir dos 45 dias apoacutes a poda de limpeza o que impediu o ajuste dos dados iniciais
das primeiras semanas que seriam menores dado o iniacutecio da nova emissatildeo de folhas para este
ciclo O IAF apresentou uma grande variaccedilatildeo entre os tratamentos com os maiores valores
00
05
10
15
20
25
30
55 80 105 135 165 195 225 255
IAF
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
00
05
10
15
20
25
45 75 105 135 165 195 225 255
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
112
para os tratamentos sem deacuteficit hiacutedrico ou de N Com o decorrer do tempo os valores foram se
decrescendo com os todos os tratamentos atingindo a mesma faixa de IAF com o iniacutecio da
fase de senescecircncia foliar (Figura 35) Na Tabela 32 satildeo apresentadas as equaccedilotildees de
regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p para o iacutendice de aacuterea
foliar
Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os tratamentos no
segundo ano de avaliaccedilatildeo
Modelo Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1341 -2063 -2051 313
-2067 -2059 349
-833 -821
Quadraacutetico 822ns
-2071 -2602 504 -2302 -2288 288
-858 -846
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 372 -980 -967 411
-1041 -1024 206
-1011 -997
Quadraacutetico 312 -1006 -992 282
ns -1041 -1023 196
-1045 -1030
Niacuteveis de significacircncia Plt001 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos
dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b)
para o ciclo 201415
Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo IAF = f (DAP) Rsup2 PrgtF
Irrigado -718x10-sup3 DAP + 254196 06710 lt00001
Natildeo Irrigado -715x10-5
DAPsup2 + 00185 DAP + 028721 06899 lt00001
150 N -649x10-5
DAPsup2 + 001389 DAP + 114529 06564 lt00001
100 N -601x10-5
DAPsup2 + 001285 DAP + 103989 07574 lt00001
50 N -56x10-sup3 DAP + 207776 06003 lt00001
0 N -549x10-5
DAPsup2 + 001288 DAP + 06784 07982 lt00001
0
02
04
06
08
1
12
14
16
18
2
0 50 100 150 200 250 300
IAF
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
0
05
1
15
2
25
0 50 100 150 200 250 300
IAF
DAP
Irrigado
Natildeo irrigado
113
Freiberger (2012) estudando o efeito de doses de N no crescimento de plantas de
pinhatildeo-manso concluiu que os valores de aacuterea foliar ajustaram-se ao modelo quadraacutetico o
qual permitiu estimativa de valor maacuteximo de 6469 cm2 para a dose estimada de 97 kg ha
-1 de
N Oliveira (2009) avaliando o crescimento e a capacidade produtiva em funccedilatildeo de adubaccedilatildeo
mineral no semiaacuterido paraibano observou que dentre as doses de N estudadas (0 30 60 e 90
kg ha-1
) a maior delas proporcionou o maior nuacutemero de folhas de pinhatildeo-manso com
tendecircncia linear crescente
A disponibilidade hiacutedrica complementada pela irrigaccedilatildeo aumentou significativamente
o iacutendice de aacuterea foliar nos tratamentos fato este tambeacutem observado em outros trabalhos nos
quais o estresse hiacutedrico afetou esta variaacutevel (MAES et al 2009a ACHTEN et al 2010
SILVA et al 2011) Duarte et al (2015) em um estudo sobre o desenvolvimento inicial do
pinhatildeo-manso confirmaram a grande capacidade que a planta tem de se adaptar ao deacuteficit
hiacutedrico ao verificar a capacidade da planta de tolerar o estresse hiacutedrico retardando o
crescimento da parte aeacuterea com ajustamento da aacuterea foliar para reduzir a taxa de
evapotranspiraccedilatildeo aleacutem de intensificar o crescimento da zona radicular Em um outro estudo
apesar de natildeo apresentar diferenccedila significativa em nenhuma das eacutepocas amostradas
Horschutz et al (2012) constataram que as maiores meacutedias do IAF foram observadas para os
tratamentos que continham complementaccedilatildeo hiacutedrica
48 Iacutendice de clorofila
A clorofila eacute o pigmento responsaacutevel pela captaccedilatildeo da energia solar atuando na
oxidaccedilatildeo da aacutegua e consequentemente na liberaccedilatildeo do oxigecircnio e na reduccedilatildeo do dioacutexido de
carbono para a formaccedilatildeo de cadeias carbocircnicas principalmente accediluacutecar (TAIZ ZEIGER
2009) Segundo Barbieri Juacutenior (2009) o clorofilocircmetro eacute um instrumento que indica de
forma indireta o teor de clorofila com base nas propriedades oacuteticas das folhas sendo que os
teores de clorofila total relacionaram-se diretamente com as leituras do clorofilocircmetro para
um experimento realizado com Capim-Tifton 85 com coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2) acima
de 85 O autor ainda relata que a atividade fotossinteacutetica o conteuacutedo de proteiacutenas e de
carboidratos soluacuteveis o N total e os teores de micronutrientes existentes nas folhas satildeo
algumas das variaacuteveis que podem ser correlacionadas com o conteuacutedo de clorofila no tecido
foliar Na Figura 36 satildeo apresentadas as distribuiccedilotildees temporais dos valores de clorofila total
114
expressos em Iacutendice de Clorofila Falker (ICF) durante o terceiro ano de cultivo em funccedilatildeo da
dose de adubaccedilatildeo nitrogenada (a) e do manejo hiacutedrico (b)
(a) (b)
Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e do manejo hiacutedrico
(b) para o terceiro ano de cultivo
Como pode ser visto na Figura 36 os teores de clorofila total se apresentam com niacuteveis
muito baixos no periacuteodo do florescimento e formaccedilatildeo de frutos em comparaccedilatildeo aos outros
dois periacuteodos fato tambeacutem observado pelas leituras realizadas no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
poreacutem com uma menor intensidade para as menores doses de N (Figura 37) Os tratamentos
irrigados apresentaram maiores valores de clorofila total durante o primeiro ciclo fato que
natildeo se repetiu no ano seguinte com o cultivo com histoacuterico de irrigaccedilatildeo (Figura 38) As
diferentes doses de N aplicadas influenciaram positivamente o aumento do teor de clorofila
total nos dois ciclos
Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto ano de cultivo
300
350
400
450
500
550
Jan2014 Mar2014 Mai2014
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N
100 N
50 N
0 N
a
a a
b
b
aa a
a a
aa
300
340
380
420
460
500
Jan2014 Mar2014 Mai2014
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado
Sequeirob
a
a b
a a
420
440
460
480
500
520
540
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
a
a
a
a
ab ab
b
a
b
b
aa
aa a
aa
ab
bab
115
Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano de cultivo
Os valores relativos de clorofila A e B apresentaram o mesmo comportamento da
clorofila total que eacute a soma das duas clorofilas Assim como na clorofila total os valores de
clorofila A e B diminuiacuteram com a reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada e as doses de 50 e 0
da adubaccedilatildeo nitrogenada foram aquelas que apresentaram os menores valores (Tabela 33 e
Tabela 34) Diferente desses resultados Vale (2009) ao estudar o efeito da aplicaccedilatildeo de
nitrogecircnio na cana-de-accediluacutecar afirma que natildeo houve efeito significativo da leitura do iacutendice de
clorofila com o aumento da aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mesmo com o aumento significativo na
biomassa das plantas Para o ciclo 201314 apenas a clorofila B natildeo apresentou efeito da
irrigaccedilatildeo fato que influenciou a natildeo significacircncia da relaccedilatildeo clorofila AB Jaacute no ano
seguinte todas as variaacuteveis apresentaram efeito do manejo hiacutedrico
Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de
pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Clorofila Total
Irrigado 456 450 446 422 443 B
Sequeiro 487 464 451 415 454 A
Meacutedias 471 a 457 ab 449 b 419 c
Clorofila A
Irrigado 357 353 353 337 350 B
Sequeiro 377 365 358 340 360 A
Meacutedias 367 a 359 ab 355 b 339 c
Clorofila B
Irrigado 99 97 93 85 93 A
Sequeiro 110 99 93 75 94 A
Meacutedias 104 a 98 ab 93 b 80 c
Relaccedilatildeo Clorofila AB
Irrigado 407 429 437 466 435 A
Sequeiro 371 406 411 488 419 A
Meacutedias 389 c 418 bc 424 b 477 a
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
420
440
460
480
500
520
540
560
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado Sequeiro
a
a
aa
a
b
b
b a b
116
Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de
pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Clorofila Total
Irrigado 505 501 492 478 494 A
Sequeiro 495 484 447 448 469 B
Meacutedias 501 a 493 a 470 b 463 b
Clorofila A
Irrigado 387 389 383 376 384 A
Sequeiro 382 376 358 358 368 B
Meacutedias 385 a 383 a 371 b 367 b
Clorofila B
Irrigado 118 112 108 101 110 A
Sequeiro 114 108 89 88 100 B
Meacutedias 116 a 110 a 99 b 95 b
Relaccedilatildeo Clorofila AB
Irrigado 350 362 370 385 367 B
Sequeiro 346 361 414 419 385 A
Meacutedias 349 b 361 b 392 a 402 a
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
A relaccedilatildeo clorofila AB apresentou os seus maiores valores para as menores doses de
N (50 e 0) aplicada devido ao baixo teor de clorofila B presentes principalmente nos
tratamentos sem irrigaccedilatildeo A manutenccedilatildeo dos altos valores de clorofila B presente nos
tratamentos com as maiores doses de N em qualquer condiccedilatildeo eacute um fator positivo pois deve
salientar-se que uma proporccedilatildeo relativa maior de clorofila B eacute uma caracteriacutestica importante
pois possibilita a captura de foacutetons de outros comprimentos de onda (VIEIRA et al 2010)
Os altos teores de clorofila apresentados nos tratamentos irrigados e com maiores
doses de N podem tambeacutem ser explicados pela maior incidecircncia de folhas devido ao estiacutemulo
da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada ocasionando um maior sombreamento das folhas o
que faz com que elas possuam mais grana por cloroplastos apresentando uma maior
quantidade de clorofila por centro de reaccedilatildeo (FAHL et al 1994)
Quando submetidas a um estresse hiacutedrico severo os conteuacutedos de clorofila presentes
nas folhas das plantas muitas vezes podem vir a diminuir devido agrave degradaccedilatildeo progressiva da
clorofila nas folhas (MARTIacuteNEZ-FERRI et al 2004 JALEEL et al 2009 ANJUM et al
2011) ocorrendo tambeacutem para a cultura do pinhatildeo-manso (POMPELLI et al 2010) No
entanto Sapeta et al (2013) natildeo encontraram nenhuma reduccedilatildeo significativa nos teores de
clorofila A ou B nem mesmo com o tratamento sob maacuteximo estresse hiacutedrico Os autores
observaram contudo uma reduccedilatildeo das razotildees de clorofila AB durante o periacuteodo mais seco
ocasionado devido a um aumento no conteuacutedo de clorofila B Pompelli et al (2010) tambeacutem
117
observaram uma reduccedilatildeo da relaccedilatildeo clorofila AB no pinhatildeo-manso embora esta reduccedilatildeo
diferente do constatado por Sapeta et al (2013) tenha sido acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
no conteuacutedo de clorofila total sendo principalmente de clorofila A
Na Tabela 35 eacute apresentada um resumo das anaacutelises univariadas de perfis para
clorofila total A B relaccedilatildeo clorofila AB e para nitrogecircnio foliar todos para o segundo ciclo
de avaliaccedilatildeo natildeo foram realizadas para o primeiro ciclo devido ao pouco nuacutemero de medidas
realizadas no periacuteodo o que comprometeria a caracterizaccedilatildeo da anaacutelise de perfis As meacutedias
de todas as variaacuteveis analisadas foram significativamente diferentes pelo teste F entre as
diferentes doses de N aplicadas e da eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) no quarto ciclo de cultivo
(201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 35) O uso da irrigaccedilatildeo por sua
vez natildeo causou efeito para a relaccedilatildeo clorofila AB e para o N foliar satisfazendo portanto a
hipoacutetese de perfis horizontais para estas variaacuteveis A hipoacutetese de paralelismo de perfis foi
rejeitada para a interaccedilatildeo irrigaccedilatildeo x DAP em todas as variaacuteveis mas satisfeita para a
interaccedilatildeo doses de N x DAP (com exceccedilatildeo do N foliar) indicando que estas variaacuteveis
apresentam comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico adotado o
mesmo natildeo ocorreu com a diferenciaccedilatildeo das doses de N aplicadas indicando a coincidecircncia
(paralelismo) de perfis entre esses tratamentos
Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL
Clorofila
Total Clorofila A Clorofila B
Relaccedilatildeo
Cl AB N foliar
Quadrado meacutedio
Modelo 63 217324
367981
62976
0513 3261
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 83097ns
25898ns
19647ns
0153ns
1082ns
Doses N 3 118286
274952
329692
2269
14467
Irrigaccedilatildeo 1 168305
68644
219781 0455
ns 1416
ns
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 181522ns
62285ns
36156ns
0419ns
1156ns
Resiacuteduo a 18 3922ns
841ns
15416ns
012ns
558ns
DAP 4 542196 8979
206466
1714
1775
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 549987 190026
176759
2148
6758
DAP x Doses N 12 91661ns
18896ns
34442ns
0205ns
2454
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 103502ns
27406ns
25717ns
0238ns
1094ns
Resiacuteduo b 96 89169 2221430 25387 0231 839
Rsup2 06153 06236 06195 05939 07183
CV () 622 405 1527 1296 965
Meacutedia 4797 3754 1043 37 300
Niacuteveis de significacircncia 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza
GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
O teste de esfericidade foi realizado apoacutes a anaacutelise univariada para cada uma das
variaacuteveis e apresentou condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias satisfeita para todos
os casos (Tabela 36) Validou-se portanto a anaacutelise univariada de perfis com parcelas
118
subdividas no tempo realizada anteriormente natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise
multivariada de perfis para nenhuma variaacutevel
Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do pinhatildeo-manso
Variaacutevel
analisada
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
Clorofila Total 9 05853 87937 04565 Univariada
Clorofila A 9 05595 95321 03897 Univariada
Clorofila B 9 05816 88986 04467 Univariada
Relaccedilatildeo Clor AB 9 03815 158187 00708 Univariada
Nitrogecircnio foliar 9 06342 74751 05878 Univariada
De acordo com os resultados apresentados nas anaacutelises univariadas de perfis os perfis
meacutedios de resposta dos iacutendices de clorofila total A B e da relaccedilatildeo clorofila AB em funccedilatildeo
das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o cultivo
do pinhatildeo-manso no ciclo 201415 satildeo expressos na Figura 39
Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Na Figura 40 satildeo apresentados os perfis meacutedios dos teores de N foliar ao longo
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de N e do manejo hiacutedrico adotado Apesar de
apresentar alguma variaccedilatildeo ao longo do ciclo o teor de N foliar apresentou baixa correlaccedilatildeo
com os teores de clorofila A B e Total (Tabela 37) a variaccedilatildeo do teor de N possivelmente
estaacute condicionada principalmente a alta mobilidade do nutriente na planta O valor de N foliar
350
360
370
380
390
400
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la A
(IC
F)
DAP
Clorofila A
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
60
70
80
90
100
110
120
130
140
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la B
(IC
F)
DAP
Clorofila B
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
420
440
460
480
500
520
540
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la T
ota
l (I
CF
)
DAP
Clorofila Total
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
25
28
30
33
35
38
40
43
45
45 90 130 190 260
Rel
accedilatilde
o C
loro
fila
AB
DAP
Relaccedilatildeo clorofila AB
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
119
apresentou-se altamente significativo para o efeito da eacutepoca ao longo do ciclo com um valor
de F de 2847 Devido a sua alta mobilidade na planta ele apresentou os menores teores na
folha selecionada nos periacuteodos de florescimento e formaccedilatildeo de frutos
(a) (b)
Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na planta (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b)
Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de clorofila na planta
Clorofila Total Clorofila A Clorofila B
Correlaccedilatildeo de Pearson 017961 016939 01752
Probabilidade 00425 00559 00462
Aleacutem da disponibilidade de nitrogecircnio na planta a leitura fornecida pelo
clorofilocircmetro pode ser afetada tambeacutem por outros fatores dentre os principais destacam-se o
cultivar o estaacutedio de crescimento determinadas caracteriacutesticas anatocircmicas das folhas a
irradiacircncia no momento da avaliaccedilatildeo e a localidade (FONTES 2011) Tais fatores necessitam
ser avaliados e padronizados apesar da interaccedilatildeo entre os mesmos tornar difiacutecil a
padronizaccedilatildeo Adicionalmente a concentraccedilatildeo de clorofila varia com a condutacircncia
estomaacutetica da folha causada pelas estaccedilotildees do ano sendo mais acentuada na primavera do que
no veratildeo (MATSUMOTO OHTA TANAKA 2005) Segundo Schepers et al (1992) mesmo
com algumas imperfeiccedilotildees o uso do clorofilocircmetro pode aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo
do adubo nitrogenado pelas culturas e tem propiciado melhor manejo da adubaccedilatildeo
nitrogenada em cobertura chamado de ldquoadubaccedilatildeo quando necessaacuteriardquo
Com exceccedilatildeo dos valores referentes ao mecircs de janeiro2014 os teores de N foliar dos
tratamentos irrigados e com as maiores doses de N aplicado via fertilizante mineral
mostraram-se relativamente superiores quando comparados com os demais tratamentos
Segundo Fernaacutendez et al (1994) um acreacutescimo no suprimento de N estimula o crescimento
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
Teo
r d
e N
(g
kg
- sup1)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N
50 N 0 N
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
Teo
r d
e N
(g k
g- sup1
)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado Sequeiro
120
atrasa a senescecircncia e muda a morfologia das plantas aleacutem disto o aumento dos niacuteveis de
adubaccedilatildeo nitrogenada causa crescimento significativo no conteuacutedo de clorofila das folhas
Laviola e Dias (2008) citam que o N foi o nutriente mais requerido para a formaccedilatildeo de folhas
tal como para suprir a demanda metaboacutelica de frutos de pinhatildeo-manso Esses mesmos autores
calcularam teores meacutedios de nitrogecircnio nas folhas de 364 g kg-1
apoacutes o terceiro ano de
implantaccedilatildeo da cultura valores estes maiores dos que os obtidos neste estudo Schulz et al
(2014) encontraram valores proacuteximos a 40 g kg-1
no cultivo do pinhatildeo-manso consorciado
com capim tifton e valores acima 50 g kg-1
quando cultivado em solteiro Segundo Kerbauy
(2008) a demanda de N varia com a espeacutecie e o teor de N com a parte da planta analisada e
para um crescimento adequado a concentraccedilatildeo oacutetima estaacute na faixa de 20 a 50 g kg-1
de
mateacuteria seca da planta
49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo
O resumo da anaacutelise de variacircncia dos resultados do rendimento (teor) meacutedio e da
produtividade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para o terceiro e quarto ano de cultivo em funccedilatildeo do
manejo hiacutedrico adotado e da dose de adubaccedilatildeo nitrogenada satildeo apresentados na Tabela 38
Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) em sementes de pinhatildeo-
manso para todos os tratamentos avaliados
Fonte de Variaccedilatildeo
Ciclo 201314 Ciclo 201415
GL Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo
Blocos [I] 6 100ns
1278
067ns
153ns
I 1 1121
13916
1779
3244
N 3 045ns
3352
2533
2288
I x N 3 192ns
137ns
514
097ns
Meacutedia geral 541 35744 534 45876
CV () 29 154 197 182
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apenas o manejo hiacutedrico apresentou efeito
significativo para o rendimento do oacuteleo apresentando um valor meacutedio de 541 Diferente
disso para o mesmo periacuteodo de estudo a produtividade de oacuteleo apresentou diferenccedila
significativa em praticamente todos os aspectos com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo dos experimentos
de irrigaccedilatildeo e os tratamentos adubados chegando a duplicar a produtividade de oacuteleo com a
complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo no seu terceiro ano de cultivo (Tabela 39) Tal efeito tambeacutem se
121
assemelhou ao segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para a produtividade de oacuteleo com diferenccedilas
encontradas para o efeito da irrigaccedilatildeo e das doses de nitrogecircnio aplicadas O teor de oacuteleo
diferente do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou melhor resposta com o efeito da dose de
nitrogecircnio aplicada e da complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo entretanto obervou-se um menor teor
de oacuteleo nos tratamentos com adubaccedilatildeo nitrogenada e no cultivo irrigado sendo este uacuteltimo
tambeacutem ocorrido no ciclo seguinte (Tabela 39) Diferente disso Kalannavar (2008) relataram
altos valores do teor de oacuteleo extraiacutedo mecanicamente (3791) e da produtividade de oacuteleo
(97074 kg ha-1
) do pinhatildeo-manso quando adubado com 100 kg N ha-1
valores estes
superiores aos encontrados para as dosagens de 50 e 150 kg N ha-1
O aumento do teor de oacuteleo
com o uso da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada tambeacutem foram relatados por Tikkoo
Yadav Kaushik (2013) que observaram um aumento de ateacute 9 com o uso da irrigaccedilatildeo e
aumentos de 17 33 e 64 de oacuteleo com a aplicaccedilatildeo de 30 60 e 90 kg ha-1
de N
respectivamente sobre o tratamento controle
Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da dose de
nitrogecircnio aplicada
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Teor de oacuteleo () - Ciclo 201314
Irrigado 538 535 529 524 532 B
Sequeiro 535 556 554 556 550 A
Meacutedias 537 a 546 a 542 a 540 a
Teor de oacuteleo () - Ciclo 201415
Irrigado 515 Bb 521 Ab 519 Ab 549 Ba 526
Sequeiro 548 Aab 516 Ac 530 Abc 573 Aa 542
Meacutedias 531 519 524 561
Produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) ndash Ciclo 201314
Irrigado 5985 5199 4605 3092 4720 A
Sequeiro 3220 2721 2913 860 2429 B
Meacutedias 4603 a 3960 ab 3759 b 1976 c
Produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) ndash Ciclo 201415
Irrigado 6744 5732 5244 3996 5429 A
Sequeiro 5891 3883 3428 1783 3747 B
Meacutedias 6318 a 4808 b 4336 b 2889 c
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
Observando os resultados apresentados constata-se que de uma forma geral os
tratamentos natildeo irrigados apresentaram maiores teores de oacuteleo quando comparados com os
tratamentos irrigados apresentando uma meacutedia de 5504 contra 5317 dos tratamentos em
que foi utilizada a praacutetica da irrigaccedilatildeo Os teores meacutedios de oacuteleo obtidos encontram-se dentro
da faixa dos teores relatados por Sluszz e Machado (2011) Arruda et al (2004) Haas e
Mittelbach (2000) e Akintayo (2004)
122
Comportamento semelhante dos resultados encontrados para o rendimento de oacuteleo
foram observados por Deus et al (2012) que avaliaram o rendimento e a produtividade de
oacuteleo do pinhatildeo-manso sobre diferentes lacircminas de irrigaccedilatildeo e niacuteveis de adubaccedilatildeo potaacutessica e
observaram que o uso da irrigaccedilatildeo proporcionou uma diminuiccedilatildeo nos valores de rendimento
de oacuteleo nos gratildeos e aumento da produtividade do oacuteleo que foi proporcionado pelo aumento
da produtividade de gratildeos com o aumento da lacircmina de irrigaccedilatildeo
Apesar do teor meacutedio de oacuteleo ter sido levemente superior no terceiro ano de cultivo
tal fato natildeo influenciou a produtividade de oacuteleo do ano seguinte que foi superior (472 kg ha-1
)
devido principalmente agrave boa produtividade de sementes alcanccedilada no periacuteodo Outro ponto a
ser destacado eacute que a ausecircncia da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo natildeo interferiu na
produtividade de oacuteleo que obteve valores 690 superiores do encontrado para o cultivo sem
irrigaccedilatildeo desde a sua implantaccedilatildeo quando a comparaccedilatildeo se resume apenas no terceiro ano o
cultivo irrigado obteve produtividade de oacuteleo 515 superior ao cultivo sem irrigaccedilatildeo (Tabela
39) Estes resultados datildeo margem para que novos estudo possam ser realizados para a
maximizaccedilatildeo do uso da irrigaccedilatildeo na potencializaccedilatildeo da produccedilatildeo de oacuteleo e sementes do
pinhatildeo-manso durante a sua fase de formaccedilatildeo e estabelecimento (ateacute o quarto de cultivo) e
em periacuteodos posteriores ao seu pico de produccedilatildeo (a partir do quinto ano de cultivo)
Para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo (3ordm e 4ordm ano de cultivo) os tratamentos com as
diferentes doses de adubaccedilatildeo e tipos de manejo hiacutedrico apesar de natildeo promoverem grande
variaccedilatildeo no teor de oacuteleo intriacutenseco das sementes melhoraram consideravelmente o
rendimento do oacuteleo vegetal em geral (Tabela 39) com aumento do nuacutemero total de
frutossementes produzidas por planta Resultados semelhantes foram encontradas por Yong
et al (2010) e Tikkoo Yadav Kaushik (2013) As relaccedilotildees diretas da produtividade de gratildeos
com o rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso foram estudadas por Spinelli et al (2010) que ao
quantificarem os efeitos diretos e indiretos de caracteriacutesticas vegetativas e da qualidade da
mateacuteria-prima no rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso observaram que a produtividade de
gratildeos foi o componente mais importante do rendimento de oacuteleo seguida do volume de copa e
do teor de oacuteleo nos gratildeos
Para a produtividade de oacuteleo foi encontrado para o terceiro ano de cultivo um modelo
de ajuste linear para o cultivo irrigado e um modelo polinomial de segundo grau para o
manejo hiacutedrico sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas naquele periacuteodo
(Figura 41) No quarto ano de cultivo com o aumento da aplicaccedilatildeo de N por unidade de aacuterea
o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste para as duas condiccedilotildees da produtividade
de oacuteleo em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nesse periacuteodo (Figura 42) Assim como para a
123
produtividade de sementes o caacutelculo do Rsup2 corrigido foi determinado para a produtividade de
oacuteleo em funccedilatildeo das doses de adubaccedilatildeo utilizada para cada manejo hiacutedrico nos seus dois anos
de estudo
Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no quarto ano de cultivo
O uso da irrigaccedilatildeo como complementaccedilatildeo de aacutegua para o cultivo do pinhatildeo-manso
pode trazer grandes aumentos na produtividade de sementes e de oacuteleo como foi confirmado
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074
y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 17461x + 41132
Rsup2 = 09711 p-valor = 00022
y = 24907x + 18217
Rsup2 = 09582 p-valor lt00001
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 515 103 1545
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
idad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Prod
uti
vid
ad
e d
e oacute
leo (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
124
por esse estudo Mas a falta ou ateacute o excesso da aacutegua aplicada agrave planta podem diminuir o seu
potencial produtivo Em um experimento conduzido em solos arenosos do Egito Kheira e
Atta (2009) avaliaram a resposta do pinhatildeo-manso em condiccedilotildees de deacuteficit hiacutedrico e
concluiacuteram que a lacircmina oacutetima aplicada que foi correspondente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo
potencial (ETp) proporcionou para as plantas de pinhatildeo-manso os maiores valores de
rendimento e produtividade de oacuteleo aleacutem da melhor eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de
sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso (044 e 013 kg m-3
) respectivamente Os resultados
concluiacuteram que a eficiecircncia do uso da aacutegua da produccedilatildeo de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-
manso diminuiacuteram com a reduccedilatildeo e o aumento da taxa de aplicaccedilatildeo de aacutegua a partir da
aplicaccedilatildeo ideal de aacutegua para a cultura (100 ETp)
O resultado da anaacutelise de variacircncia com os valores do teste F dos iacutendices de qualidade
do oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da adubaccedilatildeo nitrogenada para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo do pinhatildeo-manso satildeo encontradas na Tabela 40 Pela ANOVA verifica-se que
apenas o fator irrigaccedilatildeo influenciou os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade
oxidativa em pelo menos um dos ciclos avaliados natildeo havendo efeito das doses de nitrogecircnio
e da sua interaccedilatildeo com a irrigaccedilatildeo
Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade oxidativa (EO) para os
dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Fonte de
Variaccedilatildeo GL
Ciclo 201314 Ciclo 201415
IA Iodo IP EO IA Iodo IP EO
Blocos [I] 2 039ns
032ns
100ns
066ns
222ns
014ns
892 069
ns
I 1 794 453
ns 009
ns 132
ns 066
ns 285
399
112
N 3 071ns
072ns
191ns
060ns
243ns
079ns
070ns
499ns
I x N 3 072ns
146ns
009ns
063ns
001ns
007ns
070ns
001ns
Meacutedia geral 336 1013 0369 217 0526 778 0236 161
CV () 941 477 2896 238 405 171 634 862
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Os valores de densidade relativa e do iacutendice de refraccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas
significativas entre os tratamentos estudados nos dois anos de avaliaccedilatildeo apresentando valores
meacutedios para o ciclo de 201314 de 0911 e 1463 respectivamente para densidade e refraccedilatildeo
jaacute para o ciclo 201415 os valores meacutedios de densidade relativa e iacutendice de refraccedilatildeo foram de
0885 e 1458 respectivamente Os valores do iacutendice de refraccedilatildeo encontrados nesse estudo satildeo
similares aos que foram encontrados por Akintayo (2004) e Kheira e Atta (2009) que
relataram respectivamente um valor meacutedio de 1468 e 147 para o iacutendice de refraccedilatildeo a 25ordm C
do oacuteleo de pinhatildeo-manso Estes resultados assim como o que foi encontrado nesse estudo
125
estatildeo enquadrados dentro da faixa ou do limite maacuteximo permitido de acordo com o
estabelecido pela legislaccedilatildeo vigente (ANVISA 1999) e por outros estudos (BIODIESELBR
2011)
A densidade relativa tambeacutem pouco variaacutevel entre os diferentes tipos de tratamentos
apresentou valores proacuteximos aos encontrados por Akintayo (2004) BiodieselBR (2011)
Akbar et al (2009) e Oliveira et al (2009) De acordo com Portela (2011) a densidade eacute uma
propriedade que natildeo sofre grandes variaccedilotildees isso se deve ao fato do oacuteleo apresentar
densidade semelhante a de seus eacutesteres metiacutelicos poreacutem o seu controle eacute de grande
importacircncia tendo em vista que uma densidade elevada pode provocar problemas quanto a
injeccedilatildeo do combustiacutevel na cacircmara de compressatildeo podendo ocasionar obstruccedilatildeo dos bicos
injetores injeccedilatildeo de pouco combustiacutevel Do mesmo modo uma baixa densidade causa uma
injeccedilatildeo exagerada possibilitando haver uma queima incompleta ou consumo excessivo do
combustiacutevel
Na Tabela 41 satildeo apresentados os valores dos demais iacutendices de qualidade somente
em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico visto que foi o uacutenico fator que influenciou em pelo menos um
dos ciclos os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade oxidativa
Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado nos dois
ciclos de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Ciclo 201314
Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa
Irrigado 113 b 1038 a 029 a 202 a
Sequeiro 558 a 987 a 045 a 232 a
Meacutedias 336 1013 037 217
Manejo
hiacutedrico
Ciclo 201415
Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa
Irrigado 057 a 601 b 047 a 149 b
Sequeiro 048 a 956 a 001 b 173 a
Meacutedias 053 779 024 161
Meacutedias seguidas de mesma letra minuacutesculas na coluna natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 de
probabilidade
O iacutendice de acidez uacutenico iacutendice de qualidade que teve diferenccedila significativa no
primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou altos valores nesse periacuteodo Esse fato nem sempre
pode estar condicionado agraves condiccedilotildees de campo em que a cultura foi submetida podendo
estar relacionado com as condiccedilotildees de coleta refrigeraccedilatildeo e armazenamento das sementes e
as teacutecnicas de extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes estas se mal-empregadas favorecem a
degradaccedilatildeo oxidativa e a hidroacutelise dos trigliceriacutedeos contidos no oacuteleo alterando de forma
significativa as propriedades fiacutesico-quiacutemicas do mesmo (SILVA 2005) Segundo Angelucci
et al (1987) o alto teor de acidez de um oacuteleo bruto aumenta a perda da neutralizaccedilatildeo sendo
126
tambeacutem indicador de sementes de baixa qualidade de manuseio e armazenamento improacuteprios
ou de um processamento insatisfatoacuterio
O tipo de extraccedilatildeo do oacuteleo pode influenciar no iacutendice de acidez Pereira Coelho e
Mendes (2011) encontraram para o oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo por prensa uma acidez
baixa com um valor meacutedio de 18 mg KOH g-1
quando comparado com o oacuteleo extraiacutedo com
hexano com valores acima de 151 mg KOH g-1
O aumento do tempo de armazenamento do
oacuteleo extraiacutedo eacute outro fator que pode trazer a elevaccedilatildeo do seu iacutendice de acidez (RIBEIRO et al
2010)
Considerando os resultados de uma forma geral apenas os tratamentos sem irrigaccedilatildeo
foram os que apresentaram um valor meacutedio do iacutendice de acidez acima dos limites
estabelecidos para oacuteleos natildeo refinados que estabelece um valor maacuteximo de 40 mg KOH g-1
(ANVISA 2005) Ainda assim os valores se encontram abaixo dos determinados por Oliveira
et al (2009) de 845 mg KOH g-1
e proacuteximos dos valores encontrados por Akintayo (2004)
Kpoviessi et al (2004) e Achten et al (2008)
O oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo apresentou um baixo iacutendice de peroacutexido para todos
os tratamentos e soacute foi significativo devido agrave presenccedila quase nula de peroacutexidos nos
tratamentos sem irrigaccedilatildeo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo A presenccedila de peroacutexidos por menor
que seja indica que o oacuteleo sofreu oxidaccedilatildeo mas natildeo a ponto de comprometer a sua qualidade
original Nem o fato da extraccedilatildeo ter sido feita com solvente orgacircnico implicou em um
aumento elevado do iacutendice de peroacutexido fato esse observado por Pereira Coelho e Mendes
(2011) Apesar de natildeo ser um requisito de anaacutelise de combustiacuteveis o iacutendice de peroacutexido vem
se mostrando um objeto de estudo interessante uma vez que a reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo eacute muitas
vezes iniciada na sua presenccedila aleacutem de se observar aumento do iacutendice de peroacutexido com o
passar do periacuteodo de estocagem (RIBEIRO et al 2010 PORTELA 2011) Os valores do
iacutendice de peroacutexido determinados encontram-se muito abaixo dos relatados por BiodieselBR
(2011) (998 meq kg-1
) e Akbar et al (2009) (193 meq kg-1
) e da quantidade estabelecida pela
Anvisa (2005) de 150 meq kg-1
O iacutendice de iodo apresentou baixa variaccedilatildeo no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (987-1038
g I2 100 g-1
) em comparaccedilatildeo com o segundo (601-956 g I2 100 g-1
) Esses resultados mostram
uma menor capacidade de absorccedilatildeo de iodo pelas duplas ligaccedilotildees dos aacutecidos graxos
insaturados do oacuteleo extraiacutedo principalmente dos oacuteleos extraiacutedos dos tratamentos irrigados do
segundo ciclo Esse fato eacute considerado importante para a qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso
jaacute que o seu oacuteleo tende a ser mais resistente agrave oxidaccedilatildeo por possuir um baixo iacutendice de iodo
em relaccedilatildeo aos demais oacuteleos vegetais estudados satisfazendo dessa forma uma importante
127
caracteriacutestica requerida como mateacuteria-prima para produccedilatildeo de biodiesel possibilitando
tambeacutem um maior tempo de armazenamento se houver necessidade
Pereira Coelho e Mendes (2011) ao realizarem os ensaios do iacutendice de iodo com o
oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo com hexano encontraram valores de iacutendice de iodo de 91-98 g
I2 100 g-1
e com etanol um iacutendice de iodo de 106-108 g I2 100 g-1
Akintayo (2004) relatou um
valor de iacutendice de iodo de 1052 mg I2 g-1
valor proacuteximo do encontrado por Akbar et al
(2009) enquanto que Kpoviessi et al (2004) relataram valores para o iacutendice de iodo de 92 a
93 g I2 100 g-1
Os resultados destes autores comparados com os resultados do presente
trabalho estatildeo de acordo indicando que o oacuteleo do pinhatildeo-manso possui um alto grau de
insaturaccedilatildeo
A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo mostrou-se tambeacutem variaacutevel com a influecircncia da irrigaccedilatildeo
os tratamentos natildeo irrigados apresentaram de uma forma geral um maior periacuteodo de induccedilatildeo
determinado pelo equipamento o que confere uma maior estabilidade agrave oxidaccedilatildeo a esses
oacuteleos e um maior tempo de vida uacutetil no seu armazenamento O oacuteleo de pinhatildeo-manso
apresenta um maior tempo de estabilidade agrave oxidaccedilatildeo quando comparado ao oacuteleo de outras
culturas usadas para a produccedilatildeo de biodiesel como a soja e o girassol Dessa forma a
estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso mostrou-se satisfatoacuteria jaacute que a quantidade
exata de saturaccedilotildees eacute medida pelo ensaio de Iacutendice de Iodo e a presenccedila de saturaccedilotildees nas
moleacuteculas do biodiesel estaacute fortemente ligada agrave estabilidade oxidativa pois satildeo as duplas
ligaccedilotildees existente nos eacutesteres metiacutelicos que sofreram a oxidaccedilatildeo durante o armazenamento
Sendo assim eacute possiacutevel dizer que a estabilidade oxidativa do biodiesel de pinhatildeo-manso eacute
superior a 6 horas agrave 110ordm C (EN 14214) valor miacutenimo exigido pela ANP e pelo European
Committee of Standardization (DOMINGOS et al 2007 SARIN et al 2009)
Os valores das caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas do oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso
como os iacutendices de refraccedilatildeo acidez peroacutexido iodo entre outros sob diferentes relaccedilotildees de
lacircminas de aacutegua (125 100 75 e 50 da ETp) nas condiccedilotildees climaacuteticas egiacutepcias foram
estudadas por Kheira e Atta (2009) Os resultados observados pelos autores natildeo revelaram
quaisquer diferenccedilas significativas causadas pelos diferentes valores de lacircmina de aacutegua
Mesmo assim os autores chegaram agrave conclusatildeo de que a partir dos resultados obtidos as
melhores caracteriacutesticas de oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso foram registradas com o oacuteleo
extraiacutedo das plantas que receberam 100 da ETp
Os resultados obtidos dos perfis composicionais realizados por cromatografia gasosa
dos oacuteleos extraiacutedos de pinhatildeo- manso para os anos agriacutecolas 201314 e 201415 encontram-se
respectivamente nas Tabela 42 e Tabela 43
128
Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201314
Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado
ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N
Aacutecido Palmiacutetico
(C160) 132 131 127 127 134 132 132 126 130 plusmn 03
Aacutec Palmitoleico
(C161) 08 09 08 07 08 08 08 08 08 plusmn 005
Aacutecido Esteaacuterico
(C180) 51 51 54 57 54 53 53 52 53 plusmn 02
Aacutecido Oleico
(C181) 401 395 408 426 403 407 412 398 406 plusmn 097
Aacutecido Linoleico
(C182) 399 397 393 373 392 393 390 408 393 plusmn 099
OUTROS 09 18 11 10 11 08 07 10 09 plusmn 033
ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo
Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201415
Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado
ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N
Aacutecido Palmiacutetico
(C160) 130 136 133 134 135 134 135 134 134 plusmn 019
Aacutec Palmitoleico
(C161) 07 08 08 08 09 08 08 08 08 plusmn 006
Aacutecido Esteaacuterico
(C180) 55 55 56 59 55 51 55 54 55 plusmn 022
Aacutecido Oleico
(C181) 413 377 389 400 374 364 391 381 386 plusmn 156
Aacutecido Linoleico
(C182) 386 403 393 376 402 410 386 399 394 plusmn 112
OUTROS 09 20 21 23 25 32 25 23 22 plusmn 066
ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo
Com os resultados obtidos pode-se evidenciar a baixa variaccedilatildeo da composiccedilatildeo do oacuteleo
de pinhatildeo-manso de acordo com os diferentes tratamentos realizados A realizaccedilatildeo da
irrigaccedilatildeo com os diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada praticamente natildeo causou
alteraccedilotildees na composiccedilatildeo do oacuteleo o que permite prever que sob ambos os efeitos a
utilizaccedilatildeo do oacuteleo para a transformaccedilatildeo em biodiesel resultaraacute em um biocombustiacutevel de
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas semelhantes uma vez que a composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos natildeo
apresenta alteraccedilatildeo significativa resultando em uma mesma quantidade de eacutesteres metiacutelicos
que satildeo produtos do oacuteleo empregado na reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo
Poreacutem as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas dos oacuteleos provenientes dos tratamentos com
irrigaccedilatildeo e sem irrigaccedilatildeo com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada podem se
diferenciar pois a quantidade dos aacutecidos graxos apresentados nas Tabela 42 e Tabela 43 natildeo
especifica por si soacute a quantidade de aacutecidos graxos livres e a quantidade de mono- di- e
trigliceriacutedeos Isso implica diretamente na escolha da melhor rota de siacutentese para produccedilatildeo de
129
biodiesel jaacute que a presenccedila de aacutecidos graxos livres representa a acidez do oacuteleo que
inviabiliza a reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo alcalina e sugere a esterificaccedilatildeo por aacutecido forte de
Lewis (LIMA 2005)
Como jaacute mencionado anteriormente a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso
eacute classificada como um oacuteleo do tipo de aacutecido oleico ou linoleico sendo composto de
praticamente 45 de aacutecidos graxos insaturados Para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a
porcentagem de aacutecidos graxos saturados (C160 e C180) e insaturados (C161 C181 e
C182) foram de 183 e 807 respectivamente jaacute no segundo ano o oacuteleo extraiacutedo
apresentou em meacutedia os valores de 189 e 789 para os aacutecidos graxos saturados e
insaturados respectivamente
Ao avaliarem a resposta do uso do fertilizante NPK na produtividade e na composiccedilatildeo
de trigliceriacutedeos em pinhatildeo-manso Akbarian Modafebehzadi e Bagheripour (2012)
encontraram para o nitrogecircnio altas correlaccedilotildees para produtividade rendimento de oacuteleo
aacutecidos graxos insaturados aacutecido oleico e aacutecido esteaacuterico sendo a correlaccedilatildeo entre nitrogecircnio e
produtividade altamente significativa agrave 1 de significacircncia Os aacutecidos graxos insaturados e o
aacutecido palmiacutetico tiveram as menores correlaccedilotildees com a adiccedilatildeo de nitrogecircnio sendo essas natildeo
significativas
Na Figura 43 satildeo apresentados a composiccedilatildeo primaacuteria (majoritaacuteria) dos aacutecidos graxos
presentes no pinhatildeo-manso e a sua quantidade () por meio de anaacutelise de ressonacircncia
magneacutetica nuclear (RMN 1H) para cada tratamento apenas para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo
Constata-se que diferente da cromatografia gasosa o uso da irrigaccedilatildeo influenciou
significativamente na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos insaturados nas anaacutelises de RMN
causando aumento do aacutecido oleico e diminuiccedilatildeo do aacutecido linoleico esse uacuteltimo por sua vez
aumentou nos tratamentos em que natildeo havia o suprimento de aacutegua por irrigaccedilatildeo
130
Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso para todos os
tratamentos avaliados
As diferentes doses de nitrogecircnio natildeo influenciaram na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos
insaturados Os aacutecidos oleico e linoleico satildeo os principais aacutecidos graxos insaturados presentes
na constituiccedilatildeo do oacuteleo de pinhatildeo-manso (ASHRAFUL et al 2014) Os resultados
encontrados para os tratamentos de sequeiro para aacutecido linoleico encontram-se muito abaixo
do teor meacutedio encontrado na literatura e um pouco acima para o aacutecido oleico diferindo dos
tratamentos irrigados que se encontraram dentro do padratildeo meacutedio do oacuteleo de pinhatildeo-manso
(AKINTAYO 2004 ASHRAFUL et al 2014 BERCHMANS HIRATA 2009) Natildeo houve
diferenccedila significativa para a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos saturados nos tratamentos
Semelhante a esses resultados Flagella et al (2002) encontraram na composiccedilatildeo de aacutecidos
graxos do oacuteleo de girassol alto oleico um decreacutescimo em aacutecido oleico e esteaacuterico e um
aumento do aacutecido linoleico e palmiacutetico sob irrigaccedilatildeo Os autores descobriram que sob o efeito
da irrigaccedilatildeo suplementar e da semeadura precoce houve um aumento notaacutevel na produccedilatildeo de
sementes e uma diminuiccedilatildeo da razatildeo de aacutecido oleicolinoleico em genoacutetipos de girassol alto
oleico
Vaacuterios podem ser os motivos para a presenccedila da variaccedilatildeo dos aacutecidos graxos primaacuterios
nas anaacutelises de RMN sendo que as anaacutelises de CG natildeo apresentaram nenhum efeito Apesar
de serem oriundos da mesma aacuterea experimental os oacuteleos extraiacutedos satildeo de amostragens
0
10
20
30
40
50
60
70
N 150 N 100 N 50 N 0
Aacutecid
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leic
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)
Irrigado Sequeiro
a
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0
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N 150 N 100 N 50 N 0
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N 150 N 100 N 50 N 0
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()
Irrigado Sequeiro
b
a
abab
ab ab aba
131
diferentes e pela baixa seleccedilatildeo geneacutetica as plantas da aacuterea experimental satildeo passiacuteveis de
apresentarem inuacutemeras expressotildees fenotiacutepicas e no conteuacutedo de seu oacuteleo Os diferentes
procedimentos de anaacutelise para cada meacutetodo podem implicar nessa resposta sem contar que
apesar de ser extremamente preciso a anaacutelise de RMN determina com maior exatidatildeo apenas
os componentes primaacuterios (majoritaacuterios) que provavelmente satildeo os que realmente vatildeo
influenciar na qualidade do oacuteleo e do biodiesel produzido Jaacute a cromatografia gasosa consegue
detectar outros aacutecidos graxos em menor quantidade e com maior precisatildeo no oacuteleo ou no
biodiesel produzido
De acordo com Wang et al (2012) as mateacuterias-primas para o biodiesel de alta
qualidade tecircm alto teor de aacutecidos graxos monoinsaturados pois eacutesteres metiacutelicos de aacutecidos
graxos monoinsaturados satildeo considerados como sendo melhor do que os poli-insaturados para
a mateacuteria-prima de biodiesel de alta qualidade E de acordo com estes autores o oacuteleo de
pinhatildeo-manso se enquadra entre as plantas lenhosas que tem as melhores propriedades para
um biodiesel de alta qualidade devido ao conteuacutedo de aacutecidos graxos monoinsaturados ser
maior do que muitas espeacutecies
Pensando na resposta fornecida em funccedilatildeo da irrigaccedilatildeo pela maioria dos iacutendices de
qualidade de oacuteleo de pinhatildeo-manso e na quantificaccedilatildeo da composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos
graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso feito no primeiro ciclo optou-se por fazer a caracterizaccedilatildeo
descritiva dos iacutendices de qualidade do biodiesel produzido a partir das amostras de oacuteleo
extraiacutedas das sementes coletadas dos dois experimentos de manejo hiacutedrico (irrigado e sem
irrigaccedilatildeo) jaacute que a baixa variaccedilatildeo da maioria dos iacutendices de qualidade e da proacutepria
composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos nas duas metodologias utilizadas nos tratamentos adubados
natildeo chegaria a influenciar no biodiesel produzido Na Tabela 44 satildeo apresentados os
resultados da caracterizaccedilatildeo do biodiesel produzido a partir das amostras dos tratamentos
irrigados e sem irrigaccedilatildeo Por falta de amostra ao final das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo natildeo foi
possiacutevel fazer as anaacutelises de iacutendice de iodo e acidez para a amostra dos tratamentos sem
irrigaccedilatildeo ficando impossibilitada a comparaccedilatildeo dos resultados dessas duas caracteriacutesticas
entre os tratamentos irrigado e sem irrigaccedilatildeo
132
Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois experimentos de manejo
hiacutedrico
Caracteriacutestica Irrigado Natildeo Irrigado Especificaccedilatildeo Meacutetodo
Aspecto LII LII (LII) (1) Visual
Massa Especiacutefica a 20ordmC 87758 87911 8500 a 9000 ASTM D4052
Viscosidade cinemaacutetica a 40ordmC 428 464 30 a 60 ASTM D 445
Teor de Aacutegua mg kg-1
95541 85747 200 ndash maacutex ASTM D 6304
Ponto de Fulgor ordmC 1105 905 100 ndash miacuten ASTM D 93
Teor de eacutester 9758 9264 955 ndash miacuten EN 14103
Resiacuteduo de Carbono 001 001 0050 ndash maacutex ASTM D 4530
Enxofre Total 31 26 10 ndash maacutex ABNT 15553
Soacutedio + Potaacutessio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553
Caacutelcio + Magneacutesio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553
Foacutesforo lt01 lt01 10 ndash maacutex ABNT 15553
Ponto de Entupimento de Filtro a
Frio degC
-1 -2 10 ndash maacutex
14 ndash maacutex
ASTM D 6371
Glicerol Livre 00133 0002 002 ndash maacutex ASTM D 6584
Glicerol Total 021 092 025 ndash maacutex ASTM D 6584
Monoacilglicerol 0669 0918 070 ndash maacutex ASTM D 6584
Diacilglicerol 0103 12541 020 ndash maacutex ASTM D 6584
Triacilglicerol 0022 47057 020 ndash maacutex ASTM D 6584
Estabilidade aacute Oxidaccedilatildeo A 110ordmC h 1087 895 8 ndash min EM 14112
Corrosividade ao Cobre 3h a 50degC
maacutex
1 1 1 ASTM D 130
Iacutendice de Iodo g 100 g-1
10420 --- Anotar EN 14111
Iacutendice de Acidez mg KOH g-1
lt01 --- 050 ndash maacutex ABNT NBR
14448
(1) Liacutempido e isento de impurezas
Limite Maacuteximo degC ndash de Janeiro a Abril e de outubro a dezembro 14degC maacutex e de Maio a Setembro 10degC maacutex
Dentre as caracteriacutesticas determinadas na caracterizaccedilatildeo de um biodiesel algumas
podem ser facilmente alteradas com a qualidade da mateacuteria prima utilizada enquanto que
outras estatildeo mais condicionadas aos processos reacionais da produccedilatildeo do biodiesel ou do seu
tempo de armazenamento Com isso faz-se necessaacuterio o conhecimento de cada uma dessas
caracteriacutesticas do biodiesel e de como elas estatildeo mais susceptiacuteveis na alteraccedilatildeo da qualidade
do biodiesel produzido Pensando nisso Monteiro et al (2008) Locircbo Ferreira e Cruz (2009)
e Quintella et al (2009) classificaram os meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo da qualidade do
biodiesel em quatro grupos conforme as informaccedilotildees que podem proporcionar sendo estes
meacutetodos analiacuteticos para determinaccedilatildeo de contaminantes provenientes da mateacuteria-prima
meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo do processo produtivo meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo
das propriedades inerentes agraves estruturas moleculares e meacutetodos analiacuteticos para
monitoramento da qualidade do biodiesel durante o processo de estocagem Esta classificaccedilatildeo
ajuda no monitoramento da qualidade do biodiesel visando meacutetodos analiacuteticos automatizados
e que permitam monitoramento remoto em campo e ao longo de toda a cadeia produtiva
priorizando rapidez simplicidade e baixo custo (QUINTELLA et al 2009)
133
As caracteriacutesticas do processo produtivo (soacutedio + potaacutessio glicerina livre glicerina
total monoacilglicerol diacilglicerol triacilglicerol ponto de fulgor teor de eacutester e resiacuteduo
de carbono) apesar de apresentarem uma pequena diferenccedila entre os experimentos se deve agraves
interferecircncias ocorridas no sistema reacional tais como tempo de reaccedilatildeo razatildeo molar e
temperatura
Com relaccedilatildeo as caracteriacutesticas relacionadas agrave mateacuteria prima (caacutelcio + magneacutesio
enxofre foacutesforo e corrosividade ao cobre) estas natildeo permitem verificar nenhuma diferenccedila
significativa entre as duas amostras analisadas Apesar de estarem relacionadas diretamente
ao tipo de mateacuteria prima que chega para a extraccedilatildeo podendo ser alterado com o tipo de
manejo adotado no seu cultivo e nesse caso com os tratamentos aplicados no campo haveria
a necessidade de um maior nuacutemero de amostras de cada tratamento para verificar uma
possiacutevel alteraccedilatildeo nessas caracteriacutesticas O que se observa a partir dos resultados da Tabela
44 eacute que as duas amostras natildeo tiveram alteraccedilatildeo alguma desses paracircmetros ou houve muito
pouco como eacute o caso do enxofre total
Jaacute para os itens referentes ao processo de armazenamento (teor de aacutegua estabilidade
oxidativa e iacutendice de acidez) o teor de aacutegua foi diferente significativamente devido agrave secagem
do material poacutes-reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo do oacuteleo em biodiesel Quanto ao iacutendice de acidez
natildeo foi possiacutevel realizar-se comparaccedilatildeo devido agrave ausecircncia do resultado na amostra sem
irrigaccedilatildeo jaacute mencionado anteriormente A estabilidade oxidativa por sua vez apresentou uma
diferenccedila significativa entre as amostras e uma das provaacuteveis causas pode ser o fato da
quantidade de insaturaccedilotildees entre os tratamentos ser diferente o que foi constatado nas
anaacutelises de RMN lembrando que novas anaacutelises precisam ser analisadas para verificar o niacutevel
de variabilidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso extraiacutedo de uma mesma lavoura
As caracteriacutesticas referentes as estruturas moleculares (Ponto de Entupimento de Filtro
a Frio viscosidade massa especiacutefica e iacutendice de iodo) foram aquelas que apresentaram as
maiores diferenccedilas em especial a viscosidade e a massa especifica Pelas diferenccedilas
presume-se que existem pequenas diferenccedilas entre as composiccedilotildees das amostras o que pode
ser afirmado pelos ensaios de cromatografia gasosa realizado nos oacuteleos brutos (perfil
composicional) Quanto agraves outras caracteriacutesticas nada pode ser afirmado em especial ao
iacutendice de iodo que natildeo foi quantificado na amostra sem irrigaccedilatildeo devido agrave quantidade de
amostra ser insuficiente para essa anaacutelise
Pelos resultados obtidos com as anaacutelises de qualidade do oacuteleo nos tratamentos e da
caracterizaccedilatildeo do biodiesel pode ser afirmado que o pinhatildeo-manso (como uacutenica mateacuteria-
prima) pode obter-se um biodiesel com qualidade que atenda a todos os paracircmetros
134
estabelecidos pela legislaccedilatildeo vigente de acordo com ANVISA (2005) e ANP (2012) haja
vista principalmente o atendimento aos ensaios referentes agraves estruturas moleculares e agrave
estabilidade oxidativa
135
5 CONCLUSOtildeES
1) Mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde
positivamente agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo complementar e agrave adubaccedilatildeo nitrogenada chegando a
duplicar a produtividade de sementes com a praacutetica da irrigaccedilatildeo e a triplicar em alguns
casos quando a adubaccedilatildeo eacute feita de acordo com a recomendaccedilatildeo proposta pela literatura
A produtividade de aacutegua por sua vez natildeo apresenta diferenccedila significativa entre os
manejos hiacutedricos ficando restrita apenas para agraves doses de N aplicadas
2) As variaacuteveis de crescimento (altura da planta diacircmetro e volume de copa e IAF)
apresentam uma boa resposta quanto aos tratamentos aplicados Com as praacuteticas da
adubaccedilatildeo e da irrigaccedilatildeo as folhas permanecem por um maior tempo nas plantas
reduzindo o periacuteodo de senescecircncia em cada ciclo O IAF assim como outras variaacuteveis
apresentam maiores valores para os tratamentos irrigados
3) Todos os teores de clorofila avaliados apresentam maiores valores com a praacutetica da
irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicadas No quarto ano de cultivo como natildeo
houve irrigaccedilatildeo os tratamentos com histoacuterico de irrigaccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas
entre os dois manejos hiacutedricos Apesar da diferenccedila do teor de clorofila entre as doses de
N os tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar
4) Os tratamentos aplicados apresentam aumento no rendimento de oacuteleo no cultivo sem
irrigaccedilatildeo mas tal condiccedilatildeo natildeo eacute determinante no aumento da produtividade de oacuteleo com
os tratamentos irrigados apresentando maiores produtividades Com a baixa influecircncia do
conteuacutedo intriacutenseco de oacuteleo das sementes o aumento da produtividade de oacuteleo nos
tratamentos irrigados se deve principalmente pelo aumento da produtividade de sementes
5) Os iacutendices de qualidade de oacuteleo natildeo apresentam variaccedilatildeo significativa quanto agraves
diferentes doses de N ficando restritos para alguns iacutendices a variaccedilatildeo dos valores apenas
com a praacutetica da irrigaccedilatildeo para um dos ciclos avaliados
136
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3
Dedico Aos meus pais Pedro Miguel de Andrade e Antonia Maria de Souza Conrado
Agrave minha irmatilde Camila Souza de Andrade
Agrave minha namorada Natiele Moura Ferreira
Agrave DEUS meu guia
e consolador
companheiro de
todos os
momentos
Ofereccedilo
4
5
AGRADECIMENTOS
Agrave Deus por toda a sauacutede determinaccedilatildeo e sabedoria que tem me concedido ateacute entatildeo
a companhia sublime do Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus na minha vida nesses uacuteltimos anos aliado
com a intercessatildeo da sempre Virgem Maria A Tua Graccedila me basta
Aos meus pais Pedro Miguel e Antonia Maria por toda educaccedilatildeo amor e carinho que
vocecircs tem me dado Este trabalho tambeacutem eacute fruto de vocecircs A minha querida irmatilde Camila
que com o seu exemplo de luta e perseveranccedila me inspirou e muito nesses anos de Doutorado
e a todos os meus familiares que sempre me apoiaram e torceram por mim nesta etapa
Agrave minha amada Natiele Moura Ferreira pela sua companhia nesses anos de namoro
e por todo o seu amor e compreensatildeo nos momentos em que passamos juntos (mesmo agrave
distacircncia) Agradeccedilo tambeacutem agrave todos os seus familiares que sempre me acolheram bem nas
minha idas a Petroacutepolis em especial a Marcos Benedito Sandra Cristina Joatildeo Pedro Marcos
Paulo e Vanessa Faustino
Agrave Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz por toda a infraestrutura e ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Sistemas Agriacutecolas pela oportunidade de
realizaccedilatildeo do curso de doutorado onde estendo minha gratidatildeo aos professores pelo
conhecimento partilhado
Ao professor Marcos Viniacutecius Folegatti meu orientador pela confianccedila depositada
desde o iniacutecio e pela sua atenccedilatildeo constante sinceridade amizade e por todas as suas valiosas
orientaccedilotildees sejam no meio profissional-cientiacutefico ou na esfera humana Sinto-me honrado por
ter feito parte da sua equipe
As professoras Dra Patriacutecia Angeacutelica Alves Marques e Dra Thaiacutes Maria Ferreira de
Souza Vieira por todo apoio e auxiacutelio no desenvolvimento desse trabalho
Aos professores Dr Leonardo Duarte Batista da Silva Dr Felipe Gustavo Pilau e Dr
Fabio Ricardo Marin por suas sugestotildees e opiniotildees no exame de qualificaccedilatildeo para a melhoria
e engrandecimento dessa pesquisa em especial ao Dr Leonardo pelo apoio e amizade em
todos os momentos
Aos funcionaacuterios do Departamento de Engenharia de Biossistemas Gilmar Batista
Grigolon Paula Alessandra Bonassa Antocircnio Agostinho Gozzo (Seu Antocircnio) Acircngela
Maacutercia Derigi Silva Davilmar Aparecida Colevatti Heacutelio de Toledo Gomes Luiz Custoacutedio
Camargo e Paula Leme Mendes pela atenccedilatildeo e disposiccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo dos trabalhos
Aos meus amigos membros do grupo de pesquisa com quem compartilhei
conhecimentos e experiecircncias Joatildeo Paulo Bruno Lena Adriano Diotto Ciacutecero Renecirc Eder
6
Fanaya Jr Otaacutevio Neto e Jefferson Joseacute obrigado pelos momentos de companhia dentro e
fora da aacuterea experimental e da Esalq Este trabalho tem a colaboraccedilatildeo concreta de cada um e
tambeacutem eacute de vocecircs
Aos meus amigos de poacutes graduaccedilatildeo Hermes da Rocha Kaline de Melo Marco
Bragaia Osvaldo Neto Joseacute Leocircncio Conan Salvador Marinaldo Pinto Dinara Alves
Marcos Amaral Daniel Leal Wagner Woff Eusiacutemio Fraga Fernando Barbosa Lucas da
Costa Santos Rony Sampaio Rogeacuterio Lavanholi Jeacutefferson Costa Ana Paula Damasceno
Fabriacutecio de Oliveira Luiacutes Carvalho Roberto Marano Timoacuteteo Herculino Thiago Villa
Acaacutecio Perboni Nathalia Alejandra Asdruacutebal Luiz Sobenko pelo bom conviacutevio
Aos professores do departamento do ciecircncias exatas Dr Carlos Tadeu e Dra Renata
Alcarde e aos receacutem doutores Dra Adriele Biase e ao meu amigo Dr Fredy Aguillar por
todo auxiacutelio estatiacutestico que necessitei e pelos esclarecimentos e atenccedilatildeo recebida por todos
Aos meus grandes amigos de feacute do grupo de oraccedilatildeo universitaacuterio (GOU) Aacutegua Viva
Tatiane Tokairin Mateus Mendes Antonio Paacutedua Andrea Domingues Natalia Arruda
Geraldo Costa Mariana Pontin Marina Losi Leandro Silva Andreia Nascimento Anna
Neto Dallila Rezende Fredy Ariane Silveira Baacuterbara Della Antonia Rebecca Riet Ana
Carolina Maacutercio Rezende Vanessa Queiroz e Patriacutecia Souza por todos os momentos de
conviacutevio partilha confraternizaccedilotildees e oraccedilotildees em que passei junto de vocecircs
Aos colegas de moradia que tive ao longo desses trecircs anos Marinaldo Valdevan
Adriano Pablo Conan Maicon Otaacutevio Cibele Cliacutessia Luanna Lilian pela companhia e
momentos de alegria e amizade
Agrave Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) na pessoa dos pesquisadores MSc Alan
Diego da Conceiccedilatildeo Santos e Dr Andersson Barison parceiros nas anaacutelises de ressonacircncia
magneacutetica nuclear
Ao Instituto Federal de Satildeo Paulo campus Matatildeo-SP na pessoa do professor Dr
Danilo Luiz Flumignan pela oportunidade de parceria e por todo o apoio nas anaacutelises de
qualidade de oacuteleo e biodiesel e a todos teacutecnicos de laboratoacuterio e alunos envolvidos na
participaccedilatildeo e auxiacutelio nessas anaacutelises Deixo o meu agradecimento ao CempeqcIQUnesp
campus de Araraquara-SP pelas anaacutelises de cromatografia gasosa
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (Capes) e a
Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) pela concessatildeo da bolsa
de doutorado
Agrave todos que contribuiacuteram de alguma forma para a realizaccedilatildeo deste trabalho Meu
muito obrigado Que Deus na sua infinita bondade abenccediloe a cada um
7
ldquoNatildeo vos lembreis mais dos acontecimentos de
outrora natildeo recordeis mais das coisas antigas porque
eis que vou fazer obra nova a qual jaacute surge natildeo a
vedesrdquo
(Isaiacuteas 4318-19a)
ldquoVontade de Deus eacutes o meu paraiacutesordquo
(Santa Paula Frassineti)
ldquoNatildeo entristeccedila o seu coraccedilatildeo por causa das afliccedilotildees antes
medita na Lei do Senhor e alegra-te pois o Senhor usa de meios
que noacutes natildeo entendemos para testar e treinar a nossa feacute para nos
fortalecer E por mais difiacutecil que seja confie Confie no Senhor e
Ele te abenccediloaraacuterdquo
(Autor desconhecido)
8
9
SUMAacuteRIO
RESUMO 11
ABSTRACT 13
LISTA DE FIGURAS 15
LISTA DE TABELAS 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 25
21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) 25
22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso 29
23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso 34
231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso 35
232 Condiccedilotildees e uso do solo 37
233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso 39
24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis 44
241 Perfil composicional de aacutecidos graxos 45
242 Iacutendices de qualidade 49
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 53
31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental 53
32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental 54
33 Caracterizaccedilatildeo do solo 56
34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo 57
35 Manejo da irrigaccedilatildeo 58
36 Monitoramento da umidade do solo 61
37 Manejo da cultura 62
38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua 63
39 Anaacutelises de crescimento 64
310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 65
311 Iacutendice de clorofila 67
312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 68
3121 Teor de oacuteleo 69
3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo 70
3123 Iacutendice de acidez 71
3124 Iacutendice de iodo 71
10
3125 Iacutendice de peroacutexido 72
3126 Iacutendice de refraccedilatildeo 72
3127 Densidade relativa 73
3128 Estabilidade oxidativa 73
3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos 74
313 Anaacutelise dos dados 75
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 77
41 Monitoramento meteoroloacutegico 77
42 Irrigaccedilotildees realizadas 79
43 Monitoramento da umidade do solo 80
44 Produtividade da cultura 84
45 Produtividade da aacutegua 88
46 Anaacutelise de crescimento 91
47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 109
48 Iacutendice de clorofila 113
49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 120
5 CONCLUSOtildeES 135
REFEREcircNCIAS 137
11
RESUMO
Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das
sementes de pinhatildeo-manso
Com a busca de novas soluccedilotildees para a produccedilatildeo de energia sustentaacutevel novas fontes
renovaacuteveis tecircm sido tema de estudos para o suprimento de energia no mundo diminuindo a
dependecircncia por combustiacuteveis foacutesseis O biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em
substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e com isso muitas espeacutecies oleaginosas tecircm sido estudadas para
esse fim O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) eacute uma espeacutecie da famiacutelia Euforbiaacutecea que tem
se destacado por ser uma planta perene ruacutestica e com elevada produccedilatildeo de oacuteleo O
conhecimento dos efeitos da irrigaccedilatildeo e da fertilizaccedilatildeo nitrogenada no seu cultivo se tornam
relevantes para um melhor manejo dessa cultura Este estudo teve como objetivo principal
avaliar os efeitos de diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na
produtividade no crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no cultivo do pinhatildeo-manso
O experimento foi conduzido em uma aacuterea experimental do Departamento de Engenharia de
Biossistemas da ESALQUSP em Piracicaba-SP Os estudos foram realizados nos anos
agriacutecolas de 20132014 e 20142015 com plantas a partir do terceiro ano de cultivo e
dispostas em espaccedilamento 3 x 4 m totalizando 833 plantas ha-1
Os tratamentos foram
dispostos aleatoriamente em duas aacutereas de cultivo com blocos compostos de quatros
repeticcedilotildees sendo os fatores constituiacutedos de dois manejos hiacutedricos (irrigado e sem irrigaccedilatildeo) e
quatro doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a partir da sua recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo (150
100 50 e 0 de N) Cada aacuterea de cultivo era composta pelo tipo de manejo hiacutedrico
adotado e a anaacutelise dos dados foi feita de forma conjunta como anaacutelise de grupos de
experimentos O sistema de irrigaccedilatildeo utilizado foi o pivocirc central sendo adotado para toda a
aacuterea irrigada o mesmo manejo de irrigaccedilatildeo A irrigaccedilatildeo e as doses de N tiveram influecircncia
positiva nas variaacuteveis de crescimento como altura iacutendice de aacuterea foliar diacircmetro e volume de
copa Todos os teores de clorofila avaliados apresentaram os maiores valores com a praacutetica da
irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicada mas apesar dessa diferenccedila todos os
tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar A produtividade
de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso tambeacutem responderam de forma positiva aos
tratamentos aplicados chegando ateacute a triplicar os seus valores com a praacutetica de irrigaccedilatildeo e da
adubaccedilatildeo de N O teor de oacuteleo por sua vez natildeo mostrou variaccedilatildeo dos tratamentos quanto ao
seu conteuacutedo intriacutenseco por unidade de massa de sementes mas o fator manejo hiacutedrico
influenciou nos valores de alguns iacutendices de qualidade de oacuteleo como acidez iodo peroacutexido e
estabilidade oxidativa nos quais os tratamentos irrigados apresentaram de uma forma geral
os melhores resultados Com isso conclui-se que mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees
adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde bem agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo
nitrogenada aumentando sua produtividade melhorando seu desenvolvimento vegetativo e
qualidade de oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel
Palavras-chave Jatropha curcas L Manejo hiacutedrico Fertilizaccedilatildeo mineral Biocombustiacuteveis
12
13
ABSTRACT
Influence of irrigation and nitrogen fertilization in yield and quality of oil from jatropha
seeds
With the search for new solutions for the sustainable energy production new
renewable energy sources have been the subject of studies for the power supply in the world
reducing dependence on fossil fuels Biodiesel can be used for power generation as a
substitute for oil diesel which have increased the interest on oilseeds crops studies The
jatropha (Jatropha curcas L) is a species of the Euforbiaceae family that has stood out for
being a perennial rustic and high yield of oil plant The knowledge of the effects of irrigation
and nitrogen fertilization on the cultivation become relevant for a better crop management
The main objective of this study was the evaluation of the effects of different levels of
nitrogen fertilization and irrigation on productivity vegetative growth and oil quality in the
jatropha crop The experiment was conducted in an experimental area of the Department of
Biosystems Engineering at ESALQUSP in Piracicaba-SP The studies were conducted in the
agricultural years of 20132014 and 20142015 with plants from the third year of cultivation
arranged in 3x4 meters spacing totaling 833 plants ha-1
The treatments were randomly
arranged in two cultivation areas with blocks composed of four repetitions being the factors
consisted of two water management (irrigated and without irrigation) and four doses of
nitrogen fertilization from its fertilizer recommendation (150 100 50 and 0 N) Each
cultivation area was composed by the type of water management adopted and the data
analysis was made jointly as experiments group analysis The irrigation system used was the
center pivot being adopted for the entire irrigated area the same irrigation management The
irrigation and nitrogen levels had a positive influence on growth variables such as height
diameter and canopy volume All evaluated chlorophyll levels reached the highest values with
the practice of irrigation and higher nitrogen levels applied but despite of this difference all
treated samples showed low correlation with leaf nitrogen content The productivity of seeds
and jatropha oil also responded positively to the treatments applied reaching three times their
values with the practice of irrigation and nitrogen fertilization The oil content did not vary
with treatments as to its intrinsic content per unit mass of seeds and only the water
management factor influenced the values of some oil quality indices such as acidity iodine
peroxide and oxidative stability when the irrigated treatments showed better results in
general Thus it is concluded that even though being adapted to adverse conditions of climate
and soil jatropha responds well to practices of irrigation and nitrogen fertilization increasing
its productivity and improving its vegetative growth and quality of oil for biodiesel
production
Keywords Jatropha curcas L Water management Mineral fertilization Biofuels
14
15
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule
(b) folha (c) pistilo ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte
transversal (f) frutos (g) fruto em corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller
(1996) 26
Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso 39
Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos 46
Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo
meteoroloacutegica 54
Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo 55
Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de
aacutegua do sistema sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I
a irrigaccedilatildeo R o escoamento superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013) 59
Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso 65
Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha
da planta (a) leitura do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as
folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em laboratoacuterio do IAF real da planta com o
equipamento CI-203 (d) 67
Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG 68
Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema
de funcionamento do equipamento (b) 74
Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo da cultura 78
Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura 80
Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo 81
Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos
de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a
sonda de capacitacircncia Diviner 2000 82
Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados 83
Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos
de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda
de capacitacircncia Diviner 2000 83
16
Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de
adubo nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 85
Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de
adubo nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 86
Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos
no terceiro ano de cultivo 88
Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 90
Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo
complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de
cultivo 92
Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de
avaliaccedilatildeo 95
Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico
adotado (b) para o ciclo 201314 96
Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico
adotado (b) para o ciclo 201415 96
Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da
irrigaccedilatildeo complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e
quarto ano de cultivo 98
Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos
de avaliaccedilatildeo 101
Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 102
Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 103
Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo
complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de
cultivo 105
17
Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
107
Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso
em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)
e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 108
Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso
em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)
e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 108
Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200 110
Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada
e do manejo hiacutedrico adotado 111
Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-
manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N
aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 112
Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e
do manejo hiacutedrico (b) para o terceiro ano de cultivo 114
Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto
ano de cultivo 114
Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano
de cultivo 115
Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo 118
Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na
planta (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) 119
Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 123
Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 123
Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso
para todos os tratamentos avaliados 130
18
19
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de
algumas culturas oleaginosas produzidas no Brasil 30
Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros
anos de cultivo 41
Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia 56
Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental 56
Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental 57
Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo 58
Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos
frutos colhidos na aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos 70
Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental 70
Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental
77
Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1
relaccedilatildeo sementefruto (RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1
84
Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1
) em funccedilatildeo do
manejo hiacutedrico e doses de nitrogecircnio aplicado 84
Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo
89
Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314 92
Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415 93
Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 93
Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a
variaacutevel altura no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 94
Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 96
Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico
adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 97
Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314 99
20
Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415 99
Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 100
Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a
variaacutevel diacircmetro de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 100
Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 102
Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo
dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo
hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 104
Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314 106
Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415 106
Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 106
Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 108
Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do
manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 109
Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415 111
Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos
os tratamentos no segundo ano de avaliaccedilatildeo 112
Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico
adotado para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 112
Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila
AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro
ciclo de avaliaccedilatildeo 115
Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila
AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo
ciclo de avaliaccedilatildeo 116
Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo
201415 117
21
Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do
pinhatildeo-manso 118
Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de
clorofila na planta 119
Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) em
sementes de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados 120
Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da
dose de nitrogecircnio aplicada 121
Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade
oxidativa (EO) para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 124
Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico
adotado nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo 125
Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no
ciclo 201314 128
Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no
ciclo 201415 128
Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois
experimentos de manejo hiacutedrico 132
22
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente a maior parte da energia consumida no mundo proveacutem do petroacuteleo do
carvatildeo e do gaacutes natural Entretanto essas satildeo fontes natildeo renovaacuteveis e possuem previsatildeo de
esgotamento em um futuro proacuteximo Aleacutem disso os combustiacuteveis foacutesseis satildeo fontes muito
poluidoras e afetam o meio ambiente de forma severa o que faz a populaccedilatildeo mundial buscar
soluccedilotildees para tais problemas Com a crescente necessidade de encontrar fontes alternativas de
energia para substituir os combustiacuteveis foacutesseis diversas plantas vecircm sendo estudadas por
institutos de pesquisas e empresas A produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por meio do
desenvolvimento dos setores agroenergeacuteticos pode se tornar uma soluccedilatildeo viaacutevel para o
suprimento da demanda energeacutetica mundial
Produzido a partir de fontes renovaacuteveis como oacuteleos vegetais e gorduras animais o
biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e ao oacuteleo
combustiacutevel O uso do biodiesel pode trazer uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo dos
gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre aleacutem de
promover reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis No Brasil a produccedilatildeo do biodiesel
pode cooperar com o desenvolvimento econocircmico de diversas regiotildees do paiacutes uma vez que eacute
possiacutevel explorar a melhor alternativa de mateacuteria-prima em cada regiatildeo Com isso em funccedilatildeo
de fatores como a vasta extensatildeo territorial e a grande diversidade de climas solos e espeacutecies
oleaginosas o Brasil encontra-se em uma situaccedilatildeo bastante promissora
O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) destaca-se entre as oleaginosas com potencial
para a produccedilatildeo de biodiesel Esta cultura eacute apropriada ao cultivo em quase todo o paiacutes devido
a sua rusticidade e agrave resistecircncia a condiccedilotildees adversas de clima e solo (SATURNINO et al
2005) principalmente ao estresse hiacutedrico sendo tolerante agrave seca e podendo ser usada em
aacutereas marginais ou degradadas sem a competiccedilatildeo com culturas para fins de alimentaccedilatildeo
Aliado a esses fatores a alta porcentagem de oacuteleo por unidade de semente dessa espeacutecie em
comparaccedilatildeo com algumas culturas oleaginosas tradicionalmente cultivadas no paiacutes e em
outras regiotildees do mundo atraiacute a atenccedilatildeo de pesquisadores de diversos centros de pesquisa ao
redor do mundo para o conhecimento e o aprimoramento dessa cultura como uma matriz
energeacutetica para a produccedilatildeo de biodiesel
Contudo limitaccedilotildees teacutecnicas tecircm impedido a inserccedilatildeo imediata do pinhatildeo-manso na
matriz energeacutetica brasileira Por se tratar ainda de uma planta natildeo domesticada suas
caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os efeitos do ambiente sobre
24
as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Os resultados de pesquisas com a cultura
no Brasil ainda satildeo incipientes tendo iniacutecio faz pouco mais de dez anos de forma que ainda
haacute grande falta de informaccedilotildees sobre a cultura no paiacutes principalmente no que diz respeito agraves
suas demandas nutricionais e ao seu consumo hiacutedrico
Considerado por apresentar caracteriacutesticas como rusticidade e adaptabilidade a
condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso assim como a maioria das culturas
agriacutecolas possivelmente pode obter uma boa resposta quando suprido das suas necessidades
hiacutedricas e nutricionais A adubaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de aacutegua podem aumentar o rendimento de
sementes e oacuteleo do pinhatildeo-manso Mas a falta de informaccedilotildees sobre o cultivo de plantas
adultas a partir do seu pico de produccedilatildeo (4ordm ano) e da qualidade do seu oacuteleo sob a influecircncia
dessas variaacuteveis natildeo permite que se tenha um adequado manejo hiacutedrico e nutricional da
cultura uma vez que natildeo se conhece a fundo a resposta da planta pois trata-se ainda de uma
cultura com variadas expressotildees agronocircmicas
Sob a hipoacutetese de que o uso da irrigaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de diferentes doses de
nitrogecircnio afetam os componentes de produccedilatildeo o crescimento vegetativo e a qualidade do
oacuteleo do pinhatildeo-manso desenvolveu-se este trabalho com o objetivo principal de avaliar os
efeitos dos diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na produtividade no
crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no terceiro e quarto ano do cultivo de pinhatildeo-
manso (Jatropha curcas L) nas condiccedilotildees edafoclimaacuteticas de Piracicaba-SP Os objetivos
secundaacuterios foram avaliar os efeitos da irrigaccedilatildeo complementar e da adubaccedilatildeo nitrogenada em
variaacuteveis de crescimento das plantas de pinhatildeo-manso os niacuteveis de clorofila de cada
tratamento e a correlaccedilatildeo desses teores com os valores de N foliar e os efeitos de cada
tratamento sobre o rendimento o perfil composicional de aacutecidos graxos e os iacutendices de
qualidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso
25
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L)
O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) pertence agrave famiacutelia Euphorbiaceae a mesma da
mandioca mamona e seringueira e que compreende aproximadamente 8000 espeacutecies com
cerca de 320 gecircneros As plantas do gecircnero Jatropha contecircm 160 espeacutecies aproximadamente
entre herbaacuteceas e arbustivas e apresentam valor medicinal ornamental e algumas satildeo
produtoras de oacuteleo como eacute o caso da espeacutecie Jatropha curcas L (SUJATHA DHINGRA
1993)
Esta espeacutecie destaca-se entre as oleaginosas com potencial para a produccedilatildeo de
biodiesel aleacutem de apresentar caracteriacutesticas desejaacuteveis tais como potencial de altos
rendimentos de gratildeos e oacuteleo boa qualidade do oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel
adaptabilidade a diferentes regiotildees precocidade e longevidade Eacute uma planta reivindicada
como tolerante agrave seca tem menos necessidade de nutrientes utiliza insumos trabalhistas mais
baixos e natildeo compete com a produccedilatildeo de alimentos se cultivada em terras marginais
Consequentemente o pinhatildeo-manso eacute uma planta oleaginosa com potencial para o
desenvolvimento ambiental sustentaacutevel (PANDEY et al 2012)
Podendo ser um arbusto ou aacutervore pequena de crescimento raacutepido o pinhatildeo-manso
pode atingir ateacute trecircs metros de altura com diacircmetro de tronco de aproximadamente 20 cm
mais em condiccedilotildees especiais de cultivo pode atingir ateacute cinco metros de altura e diacircmetro
variando de 20 a 30 cm O pinhatildeo-manso possui caule liso de lenho mole e medula
desenvolvida mas pouco resistente e floema com longos canais que se estendem ateacute as
raiacutezes nos quais circula o laacutetex (HELLER 1996 SATURNINO et al 2005) O tronco que
conteacutem laacutetex eacute dividido desde a base em ramos que satildeo revestidos por uma camada grossa
com cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estaccedilatildeo seca (DIAS et al 2007
HENNING 2009) Em resumo trata-se de uma planta perene de crescimento raacutepido e
caducifoacutelia a qual geralmente leva de quatro a cinco anos para atingir a maturidade com
expectativa de vida em torno de 50 anos (DRUMOND et al 2010)
A planta desenvolve uma raiz principal e quatro raiacutezes laterais sendo que a raiz
pivotante natildeo eacute normalmente formada quando as plantas advecircm de propagaccedilatildeo vegetativa
(HELLER 1996) As folhas satildeo verdes largas lisas e lobadas com nervuras esbranquiccediladas
na face inferior Eacute uma planta monoica e as inflorescecircncias terminais contecircm de 5 a 20 flores
femininas que se abrem em dias diferentes (SATURNINO et al 2005) Em cada
26
inflorescecircncia desabrocham primeiro as flores femininas seguindo o sentido de baixo para
cima na planta Do mesmo modo ocorrem a frutificaccedilatildeo e a maturaccedilatildeo Os frutos fecundados
tardiamente continuam a crescer depois da maturaccedilatildeo dos primeiros frutos de um cacho o que
gera colheita em diferentes eacutepocas do ano
O fruto eacute capsular oblongo com diacircmetro de 15 a 30 cm trilocular podendo
apresentar ateacute quatro sementes sendo formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa
indeiscente inicialmente verde passando a amarelo castanho e por fim preto quando atinge a
maturaccedilatildeo fisioloacutegica (DIAS et al 2007) A semente eacute ovalada endospeacutermica tegumento
rijo quebradiccedilo de fratura resinosa Na maturaccedilatildeo conteacutem de 53 a 62 de sementes e de 38
a 47 de casca pesando cada uma de 153 a 285 g (SATURNINO et al 2005) Na Figura 1
estatildeo apresentadas as diferentes partes constituintes da planta do pinhatildeo-manso
Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule (b) folha (c) pistilo
ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte transversal (f) frutos (g) fruto em
corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller (1996)
27
De toda a morfologia da planta o sistema radicular eacute o que necessita de maiores
informaccedilotildees quanto a sua real distribuiccedilatildeo no perfil do solo e a sua absorccedilatildeo dos nutrientes
presentes na soluccedilatildeo do solo existindo pouquiacutessimos trabalhos na literatura que descrevem
com clareza o seu sistema radicular sendo restrito a condiccedilotildees especiacuteficas da regiatildeo Alves
Juacutenior et al (2014) avaliaram a distribuiccedilatildeo espacial do sistema radicular do pinhatildeo-manso no
Cerrado brasileiro e encontraram uma profundidade meacutedia e distacircncia horizontal
respectivamente de 060 e 075 m para plantas com 17 meses de idade e de 10 e 10 m para
plantas de 36 meses de idade Nunes et al (2009) e Ye et al (2009) relatam que em solos de
baixa densidade a raiz do pinhatildeo-manso pode chegar ao dobro do comprimento da parte aeacuterea
Estas informaccedilotildees contradizem o que se achava a respeito da cultura do pinhatildeo-manso pois
diversos autores afirmaram agrave respeito do sistema radicular da cultura como sendo curto e
pouco ramificado (HELLER 1996 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005)
O oacuteleo bruto dos gratildeos eacute a principal mateacuteria-prima do pinhatildeo-manso e o seu
rendimento depende de diversas caracteriacutesticas da planta associadas aos fatores
edafoclimaacuteticos Entre os principais componentes da produtividade destacam-se as
caracteriacutesticas vegetativas da planta o nuacutemero de ramos o diacircmetro da copa a altura das
plantas o volume de copa a produtividade de gratildeos por aacutervore e entre as caracteriacutesticas de
qualidade da mateacuteria-prima o ldquopeso de gratildeosrdquo ldquopeso de amecircndoasrdquo ldquopeso de cascardquo (RAO et
al 2008) O oacuteleo eacute o produto de maior valor agregado da cultura do pinhatildeo-manso e
apresenta propriedades como uma maior estabilidade oxidativa do que o oacuteleo de soja menor
viscosidade quando comparado ao da mamona e melhores propriedades a frio que o oacuteleo de
palma (TAPANES et al 2008)
Quanto agrave porcentagem de oacuteleo destaca-se seu o alto teor por unidade de massa com
uma variaccedilatildeo de 27 a 38 o que representam de 53 a 79 do peso do fruto (ARRUDA
2004 DIAS et al 2007) Poreacutem os teores de oacuteleo podem variar de acordo com as
caracteriacutesticas geneacuteticas tecnologia de produccedilatildeo e de extraccedilatildeo adotadas (CARVALHO
NAKAGAWA 2000 MARQUES 2007) Diferentes meacutetodos podem ser utilizados para a
extraccedilatildeo de oacuteleos vegetais como a prensagem mecacircnica a extraccedilatildeo com solvente e a extraccedilatildeo
com fluiacutedo supercriacutetico Pelo meacutetodo de extraccedilatildeo com solvente de Soxhlet obteacutem-se maior
quantidade de oacuteleo em relaccedilatildeo a outros meacutetodos pois a amostra permanece em contato com o
solvente pela evaporaccedilatildeo e condensaccedilatildeo do mesmo sobre a amostra (BRUM ARRUDA
REGITANO-DrsquoARCE 2009) Entretanto por ser de baixo custo a prensagem mecacircnica eacute o
meacutetodo mais utilizado para extraccedilatildeo de oacuteleo nas induacutestrias
28
Com relaccedilatildeo a composiccedilatildeo do oacuteleo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) relatam que do
teor meacutedio de oacuteleo encontrado nas sementes cerca de 608 satildeo compostos basicamente por
143 de aacutecido palmiacutetico 51 de aacutecido esteaacuterico 411 de aacutecido oleico e 381 de aacutecido
linoleico possuindo ao final um valor meacutedio de 20 de aacutecidos graxos saturados e 80 de
aacutecidos insaturados Entretanto assim como nas demais culturas oleaginosas a composiccedilatildeo e
teor de cada aacutecido graxo de oacuteleos vegetais com potencial para biocombustiacuteveis podem variar
de acordo com as condiccedilotildees climaacuteticas classe de solo localizaccedilatildeo geograacutefica estaacutedio de
maturaccedilatildeo das sementes variedades e praacuteticas agronocircmicas entre outros fatores (BERTI
JOHNSON 2008 KHEIRA ATTA 2009 HATHURUSINGHA ASHWATH MIDMORE
2011 SEZEN et al 2011 AKBARIAN MODAFEBEHZADI BAGHERIPOUR 2012
RAMANJANEYULU REDDY MADHAVI 2013 RODRIGUES et al 2013 SINHA et al
2015)
O pinhatildeo-manso apresenta alta toleracircncia agrave seca sendo cultivada em diversos paiacuteses do
mundo principalmente no semiaacuterido tropical (FAIRLESS 2007 ACHTEN et al 2008) A
elevada toleracircncia agrave seca aliada ao caule suculento de plantas de pinhatildeo-manso estaacute associada
ao metabolismo C3-CAM existente nesta espeacutecie funcionando em condiccedilotildees de deacuteficit
hiacutedrico o metabolismo CAM (LUTTGE 2008) As plantas CAM satildeo adaptadas agrave escassez de
aacutegua porque perdem pouca aacutegua por transpiraccedilatildeo durante aquisiccedilatildeo de CO2 uma vez que os
estocircmatos abrem-se no periacuteodo noturno e permanecem fechados durante o dia Segundo
Pimentel (1998) algumas plantas CAM facultativas podem atingir alta produtividade quando
funcionando como C3 poreacutem quando essas plantas apresentam o comportamento CAM
devido agrave um estresse ambiental a acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca eacute reduzida
A distribuiccedilatildeo geograacutefica do pinhatildeo-manso eacute bastante vasta devido a sua rusticidade
resistecircncia a longas estiagens e agraves infestaccedilotildees de pragas e doenccedilas sendo adaptaacutevel agraves
adversidades de solo e clima Segundo Openshaw (2000) a espeacutecie estaacute distribuiacuteda
principalmente nas Ameacutericas na Aacutefrica e em parte da Aacutesia sendo largamente cultivada no
Meacutexico Nicaraacutegua Tailacircndia e em partes da Iacutendia No Brasil sua distribuiccedilatildeo geograacutefica se
estende por boa parte do territoacuterio sendo encontrada desde a regiatildeo Nordeste Sudeste e ateacute o
Estado do Paranaacute (ARRUDA et al 2004) Alguns pesquisadores apontam o Brasil como
provaacutevel centro de origem devido agrave distribuiccedilatildeo ao longo de todo o paiacutes (SUJATHA
DHINGRA 1993 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005) poreacutem muitos estudos
estatildeo evidenciando como centro de diversidade geneacutetica e possiacutevel centro de origem o norte
da Ameacuterica Latina destacando-se Meacutexico e Guatemala (HELLER 1996 MAES et al
2009b PECINA-QUINTERO et al 2014) Estudos realizados por Nuacutentildeez-Coliacuten e Goytia-
29
Jimeacutenez (2009) para determinaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da espeacutecie e dos padrotildees climaacuteticos da
regiatildeo de origem apontaram o Meacutexico e o norte da Ameacuterica Central como o centro de
diversidade da espeacutecie No Meacutexico a diversidade geneacutetica eacute citada na literatura como sendo
expressiva sobretudo por ocorrer naturalmente o genoacutetipo atoacutexico sem a presenccedila de eacutesteres
de forbol Eacute comum no paiacutes a populaccedilatildeo de alguns estados se alimentarem da polpa ou
sementes de pinhatildeo-manso tradiccedilatildeo existente desde a eacutepoca dos maias sendo mais praticado
nos estados de Veracruz e Puebla (MAKKAR et al 1997 MARTIacuteNEZ-HERRERA et al
2006) Natildeo se tem relatos de ocorrecircncia do genoacutetipo atoacutexico fora do Meacutexico
22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso
O Brasil com sua vasta extensatildeo territorial e variedade climaacutetica apresenta um
enorme potencial para a produccedilatildeo de diferentes espeacutecies de oleaginosas que podem ser
utilizadas na siacutentese do biodiesel destacando-se a soja a mamona o girassol o amendoim a
palma de oacuteleo a canola e o pinhatildeo-manso A viabilidade de cada oleaginosa depende de sua
competitividade teacutecnica econocircmica e socioambiental aleacutem de aspectos como o teor de oacuteleo a
produtividade por unidade de aacuterea a adequaccedilatildeo a diferentes sistemas produtivos sazonalidade
e demais aspectos relacionados ao ciclo de vida da planta (VISENTAINER SANTOS
JUacuteNIOR 2013)
A cultura da soja destaca-se no cenaacuterio brasileiro dentre as principais mateacuterias-primas
utilizadas para a produccedilatildeo do biodiesel sendo 80 do oacuteleo produzido no paiacutes oriundo desta
oleaginosa A previsatildeo eacute que esta situaccedilatildeo natildeo se modificaraacute nos proacuteximos anos visto que
esta cultura tem uma cadeia produtiva organizada e estaacute no limite da fronteira tecnoloacutegica
mundial sendo o Brasil nos uacuteltimos anos o segundo maior produtor mundial poreacutem o seu
rendimento em oacuteleo eacute baixo (Tabela 1) (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) O
pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) vem sendo fonte de estudos nos uacuteltimos anos devido ao
seu grande potencial na produccedilatildeo de oacuteleo para biocombustiacuteveis chegando a apresentar teor de
oacuteleo variando entre 32 a 40 quando extraiacutedo por meio de prensagem mecacircnica o que
garante a esta cultura altas produtividades meacutedias de gratildeos e de oacuteleo quando comparada com
outras culturas cultivadas no paiacutes (Tabela 1)
30
Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de algumas culturas
oleaginosas produzidas no Brasil
Cultura Produtividade meacutedia de
sementes (kg ha-1
ano-1
) Teor meacutedio de oacuteleo ()
Rendimento meacutedio em
oacuteleo (kg ha-1
ano-1
)
Soja 2800 20 560
Palma de oacuteleo 15000 26 4000
Girassol 1800 45 774
Algodatildeo 1900 19 361
Amendoim 2400 45 788
Mamona 1000 48 470
Canola 1500 38 570
Pinhatildeo-manso 5000 38 1900
Fonte Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento-MAPA (2007)
Por ser o biodiesel um combustiacutevel biodegradaacutevel derivado de fontes renovaacuteveis
como os oacuteleos vegetais ldquovirgensrdquo ou jaacute utilizados e das gorduras animais satildeo evidentes as
vantagens da sua utilizaccedilatildeo na reduccedilatildeo da emissatildeo de gases poluentes e no balanccedilo de
carbono quando comparado com o diesel foacutessil No caso do biodiesel de pinhatildeo-manso pode-
se obter uma reduccedilatildeo de 55 na emissatildeo de fuligem e de 35 na liberaccedilatildeo de hidrocarboneto
que aliaacutes eacute uma substacircncia canceriacutegena Aleacutem disso o gaacutes carbocircnico gerado na queima eacute
consumido no processo de fotossiacutentese realizado nas lavouras de plantas oleaginosas e
devolvido agrave atmosfera como oxigecircnio criando dessa forma um ciclo fechado de produccedilatildeo
sem sobras poluentes (CARNIELLI 2003)
Com relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo do oacuteleo produzido a partir de sementes de pinhatildeo-manso
para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel pode-se obter basicamente dois produtos O primeiro e
mais conhecido eacute o biodiesel que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao diesel de origem
foacutessil (ACHTEN et al 2008) A segunda alternativa que ateacute o momento soacute foi utilizada em
pequena escala eacute o bioquerosene que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao querosene de
aviaccedilatildeo Alguns testes neste sentido como voos experimentais jaacute foram ateacute realizados por
companhias aeacutereas e se mostraram muito satisfatoacuterios com relaccedilatildeo agrave viabilidade teacutecnica do
biocombustiacutevel
O pinhatildeo-manso eacute uma oleaginosa com grande potencial para produccedilatildeo de biodiesel
sendo que sua produccedilatildeo de oacuteleo pode chegar a 15 Mg ha-1
ano-1
Como algumas vantagens
esta cultura apresenta em sua cadeia produtiva a resistecircncia podendo desta forma ser
cultivado em todo o paiacutes facilitando a sua distribuiccedilatildeo e sua colheita que eacute manual o que
impulsiona a matildeo de obra familiar (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)
31
O pinhatildeo-manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas para
substituir o diesel de petroacuteleo pois as amecircndoas aleacutem de poderem gerar valores proacuteximos de
40 de oacuteleo extraiacutedo por prensagem mecacircnica podem render de 50 a 52 de oacuteleo quando
extraiacutedo a base de solventes Seu oacuteleo eacute empregado como lubrificante em motores a diesel e
na fabricaccedilatildeo de sabatildeo e tinta Aleacutem disso a torta que resta ao final da extraccedilatildeo eacute um
subproduto rico em nitrogecircnio potaacutessio foacutesforo e mateacuteria orgacircnica que pode ser utilizado na
adubaccedilatildeo tanto da lavoura de pinhatildeo-manso como em outras culturas (MARTINS
MACHADO CAVASINI 2008) Outro fator positivo eacute a utilizaccedilatildeo da casca dos pinhotildees que
pode ser usada como carvatildeo vegetal e mateacuteria-prima na fabricaccedilatildeo de papel (SLUSZZ
MACHADO 2011) e da madeira do pinhatildeo-manso que assim como as cascas dos frutos
podem ser utilizadas como material carburante de fornalhas (HELLER 1996 ARRUDA et
al 2004 SATURNINO et al 2005)
De acordo com Sato et al (2007) apesar da utilizaccedilatildeo do oacuteleo extraiacutedo da semente do
pinhatildeo-manso para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel ser o mais difundido outras partes da
planta tecircm utilizaccedilatildeo econocircmica como na medicina tradicional na produccedilatildeo de sabatildeo na
iluminaccedilatildeo por meio de lamparinas em geradores de eletricidade combustiacutevel para fogotildees
extratos da semente como molusquicida inseticida e nematicida Ainda segundo estes autores
a planta eacute considerada meliacutefera podendo tambeacutem ser utilizada como cerca-viva de pastagens
e campos agriacutecolas pois natildeo eacute palataacutevel mourotildees de cerca ldquovivosrdquo e suporte para plantas
trepadeiras como no caso da baunilha (Vanilla aromatica)
A cultura aleacutem de ser uma boa opccedilatildeo agriacutecola para aacutereas aacuteridas semiaacuteridas e na
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas promove a integraccedilatildeo do acesso agrave produccedilatildeo com renda (com
a venda do oacuteleo das sementes para fins combustiacuteveis) eacute suprimento de energia (o oacuteleo pode
ser utilizado em motores e maacutequinas para a geraccedilatildeo de eletricidade) contribui no
desenvolvimento rural (com o emprego da matildeo-de-obra familiar) e com consequente fixaccedilatildeo
do homem no campo seguranccedila alimentar pois permite o uso de culturas anuais alimentiacutecias
em consoacutercio aleacutem de melhorias ambientais como a formaccedilatildeo de um microclima que
favorece o desenvolvimento de outras culturas nas entrelinhas entre outros (SATO et al
2007)
No entanto o cultivo do pinhatildeo-manso precisa ser aprimorado para tornaacute-lo adequado
agrave produccedilatildeo de mateacuteria prima para a produccedilatildeo de biodiesel Apesar de possuir caracteriacutesticas
desejaacuteveis como resistecircncia a seca e rusticidade limitaccedilotildees teacutecnicas como a maturaccedilatildeo
desuniforme dos frutos e a baixa produtividade de gratildeos alcanccedilada em alguns locais tecircm
limitado a viabilidade econocircmica desse cultivo (ROCHA et al 2012) Por ser ainda uma
32
planta silvestre suas caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os
efeitos do ambiente sobre as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Para isso eacute
necessaacuterio o estabelecimento de teacutecnicas que propiciem colheita uniforme com maior
qualidade do oacuteleo e reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo (LAVIOLA et al 2011)
Atualmente natildeo se tem conhecimento de nenhum programa de melhoramento geneacutetico
que vise a obtenccedilatildeo de um cultivar seguro para a expansatildeo vigorosa dessa cultura O processo
de seleccedilatildeo de acessos de pinhatildeo-manso com excelentes caracteriacutesticas de cultivo encontra-se
recente e na fase inicial em estudos feitos no Brasil (LAVIOLA et al 2014 PEIXOTO et al
2016) e em outros paiacuteses (GINWAL et al 2005 KAUSHIK et al 2007 MAES et al 2009b
WEN et al 2012a WEN et al 2012b) O desenvolvimento de um sistema de cultivo
comercial de espeacutecies selvagens de plantas deve ser feito com base no uso de cultivares que
apresentem suficiente uniformidade para garantir que a tecnologia de produccedilatildeo adotada seja
aproveitada na sua totalidade A falta desses cultivares natildeo permite recomendaccedilotildees teacutecnicas
confiaacuteveis sobre a melhor forma de propagaccedilatildeo populaccedilatildeo de plantio adubaccedilatildeo manejo
eacutepoca e tipo de colheita controle de pragas e doenccedilas etc A inexistecircncia dessas
recomendaccedilotildees tornam incertos eventuais investimentos em plantios comerciais (MARQUES
2007)
Outra limitaccedilatildeo conhecida da planta eacute que as suas sementes satildeo toacutexicas para animais e
humanos impedindo que o resiacuteduo das sementes seja utilizado como raccedilatildeo animal Entre os
principais componentes toacutexicos presentes no pinhatildeo-manso destacam-se o eacutester de forbol (12-
deoxi-16-Hidroxiforbol) a globulina e a curcasina que podem trazer riscos agrave sauacutede caso seja
ingerido a ingestatildeo de uma uacutenica semente fresca pode causar tanto vocircmito quanto diarreia
(PEIXOTO 1973) Segundo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) outro fator negativo deste
oacuteleo para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis eacute o seu alto teor de aacutecidos graxos poli-insaturados
que favorecem sua raacutepida oxidaccedilatildeo durante a estocagem mas essa oxidaccedilatildeo pode ser
acelerada pela accedilatildeo do calor do oxigecircnio ou de traccedilos de metais pesados e de seus caacutetions
que satildeo comumente presentes nos materiais empregados na fabricaccedilatildeo dos tanques de
armazenagem podendo conduzir ao desenvolvimento de reaccedilotildees laterais como a formaccedilatildeo de
aldeiacutedos saturados (por exemplo hexanal heptanal ou nonanal) ou de compostos corrosivos
De acordo com estes autores os investimentos em pesquisas estatildeo trazendo soluccedilotildees para
estas questotildees por meio da mistura adequada de oacuteleos (blends) pela utilizaccedilatildeo de aditivos
pela obtenccedilatildeo de novas variedades e pela escolha da rota tecnoloacutegica mais eficiente
Marques (2007) relata a grande preocupaccedilatildeo dos pesquisadores brasileiros no
incentivo ao plantio em larga escala do pinhatildeo-manso pois esta eacute uma planta ainda selvagem
33
sobre a qual haacute pouco conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e ainda natildeo foram encontrados na
literatura relatos sobre pesquisas cientiacuteficas de longa duraccedilatildeo relacionadas ao pinhatildeo-manso
Existem apenas estimativas preliminares de produccedilatildeo e de produtividade obtidas pela
extrapolaccedilatildeo de dados obtidos em plantas isoladas e a maior parte dos trabalhos cientiacuteficos
satildeo estudos baacutesicos realizados em laboratoacuterio ou em casa-de-vegetaccedilatildeo sobre temas
especiacuteficos O autor destaca outro problema entre os profissionais da aacuterea de ciecircncias agraacuterias
que eacute a ausecircncia de um mercado estruturado para esse produto e o desinteresse das induacutestrias
de extraccedilatildeo de oacuteleo no seu processamento em razatildeo das pequenas quantidades de sementes
disponiacuteveis Isso tudo do ponto de vista do agricultor sugere uma instabilidade empresarial
bastante perigosa pois o pomar de pinhatildeo-manso eacute perene e natildeo lhe permite a opccedilatildeo de no
ano seguinte migrar para outra cultura mais rentaacutevel em caso de prejuiacutezo
Apesar da carecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas baacutesicas a cultura vem sendo implantada
pesquisada e difundida em diferentes regiotildees do paiacutes e do mundo A histoacuteria recente do
cultivo em larga escala e os esforccedilos em estudos para o conhecimento do pinhatildeo-manso por
consequecircncia do apelo energeacutetico para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis iniciou-se no ano de
2003 quando a Comissatildeo de Planejamento da Iacutendia decidiu adicionar 20 do biodiesel do
oacuteleo de pinhatildeo-manso na mistura com oacuteleo diesel ateacute o ano de 2010 e 30 ateacute 2030 (IacuteNDIA
2003) Depois disso nos anos subsequentes a cultura foi introduzida em localidades do
Oeste Leste e Sul da Aacutefrica Aacutesia (Iacutendia China Japatildeo Malaacutesia Filipinas e Tailacircndia)
Ameacuterica do Sul e Central e Beacutelgica nos uacuteltimos onze anos (SINGH et al 2014)
No Brasil o interesse na produccedilatildeo do pinhatildeo-manso surgiu com a implantaccedilatildeo do
Plano Nacional de Produccedilatildeo de Biodiesel criado em 2004 poreacutem somente a partir de 2008 o
Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) por meio da Instruccedilatildeo
Normativa nordm 4 de 14 de janeiro de 2008 autorizou a inscriccedilatildeo no Registro Nacional de
Cultivares da espeacutecie Jatropha curcas L abrindo caminho para sua exploraccedilatildeo comercial no
Brasil (ROSCOE 2008) Andreacuteo-Souza et al (2010) e Nery et al (2009) informam que esta
oleaginosa eacute considerada uma cultura potencial para atender a este programa pois possui
potencial de rendimento de gratildeos e oacuteleo e em sua fase inicial permite o cultivo em consoacutercio
com outras culturas de interesse econocircmico e alimentar Com a vantagem de ser perene natildeo
exige preparo anual do solo (ARRUDA et al 2004) Marques (2007) destaca o otimismo
encarado pelos pesquisadores brasileiros que consideram que o pinhatildeo-manso poderaacute se
tornar um negoacutecio viaacutevel e promissor desde que haja interesse no investimento de recursos
consideraacuteveis em pesquisa e desenvolvimento tecnoloacutegico a exemplo do que fez o IAC com o
34
algodatildeo nos anos de 193040 com a cana de accediluacutecar na deacutecada de 195060 e com a soja nos
anos 196070
Com a expansatildeo dos programas energeacuteticos para o suprimento da energia mundial na
uacuteltima deacutecada o pinhatildeo-manso despertou muito interesse em todo o mundo A atenccedilatildeo
mundial para os biocombustiacuteveis a sustentabilidade ambiental e a utilizaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de
terras degradadas para seguranccedila da subsistecircncia com o pinhatildeo-manso criou um grande
interesse nessa espeacutecie (EVERSON MENGISTU GUSH 2013) Inuacutemeros trabalhos tem
sido apresentados com o potencial do pinhatildeo-manso para recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
sequestro de carbono e pela alta eficiecircncia no uso da aacutegua (FRANCIS EDINGER BECKER
2005 ACHTEN et al 2008 KABIR HUSSAIN KIM 2009 ABHILASH et al 2010
ACHTEN et al 2010) Apesar dos seus vaacuterios meacuteritos muitos deles comprovados em centros
de pesquisas o pinhatildeo-manso ainda natildeo pode ser cultivado como uma cultura em larga escala
para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por se tratar ainda de uma planta semisselvagem em fase
inicial de domesticaccedilatildeo (SINGH et al 2014) Entretanto faz-se necessaacuterio a continuaccedilatildeo dos
estudos nos centros de pesquisas para a validaccedilatildeo em condiccedilotildees de campo como na avaliaccedilatildeo
das reaccedilotildees da cultura sobre as diferentes praacuteticas de manejo localidade e resistecircncia a
pragas e doenccedilas para que assim possa se efetuar um soacutelido melhoramento geneacutetico Soacute apoacutes
essa etapa a cultura pode ser recomendada para o cultivo nas propriedades rurais Essas
medidas tornam-se necessaacuterias para evitar que o pinhatildeo-manso se torne mais uma vez um
colapso como biocombustiacutevel a niacutevel mundial (KANT WU 2011)
23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso
O plantio de pinhatildeo-manso ao redor do mundo tem sido incentivado pela sua
rusticidade e capacidade de desenvolvimento em condiccedilotildees adversas como em regiotildees
semiaacuteridas e aacuteridas Essa caracteriacutestica continua sendo muito difundida por alguns autores que
consideram o pinhatildeo-manso como uma planta que suporta situaccedilotildees de longas estiagens em
regiotildees de terra de baixa fertilidade e precaacuterias propriedades fiacutesicas com produccedilatildeo satisfatoacuteria
de oacuteleo (PEIXOTO 1973) No entanto tais condiccedilotildees podem afetar significativamente a
produtividade e o rendimento de seu oacuteleo
35
231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso
O pinhatildeo-manso desenvolve-se bem tanto nas regiotildees tropicais secas quanto nas
zonas equatoriais uacutemidas assim como nos terrenos aacuteridos e pedregosos podendo suportar
longos periacuteodos de secas Eacute encontrado desde o niacutevel do mar ateacute altitudes de
aproximadamente 1000 m poreacutem observa-se que a planta se desenvolve melhor entre 200 e
800 metros (SATURNINO et al 2005) Segundo Arruda et al (2004) o pinhatildeo-manso pode
se desenvolver sob diversas condiccedilotildees climaacuteticas tolerando temperaturas meacutedias anuais entre
18 e 285degC A espeacutecie natildeo tolera geadas fortes (temperaturas abaixo de 0ordmC) mas pode
sobreviver a geadas fracas (temperaturas acima de 2ordmC) perdendo entretanto todas as folhas
o que provavelmente reduziraacute a produccedilatildeo de sementes (SATURNINO et al 2005) Andrade
et al (2008) confirmaram essa informaccedilatildeo ao estudar a toleracircncia da cultura sob a incidecircncia
de geadas chegando a conclusatildeo de que a cultura do pinhatildeo-manso eacute pouco tolerante a
geadas apresentando uma temperatura miacutenima letal de -3 a -4 degC
A respeito da radiaccedilatildeo solar para o melhor desenvolvimento do pinhatildeo-manso Matos
et al (2009) obtiveram sucesso com o cultivo da espeacutecie agrave sombra ou a pleno sol As mudas
de pinhatildeo-manso demonstraram relativa variaccedilatildeo das caracteriacutesticas fisioloacutegicas quando
submetidas a diferentes irradiacircncias De acordo com esses autores os resultados sugerem que
o pinhatildeo-manso possui alta capacidade de adaptaccedilatildeo a diferentes condiccedilotildees da disponibilidade
de luz o que deve estar relacionado com a aclimataccedilatildeo do pinhatildeo-manso a baixas
irradiacircncias Em outro trabalho Matos et al (2011) comprovaram a alta plasticidade
fenotiacutepica da cultura em resposta agrave variaccedilatildeo da irradiacircncia destacando poreacutem o sistema de
produccedilatildeo a pleno sol como sendo o mais indicado para a produccedilatildeo de mudas Liang et al
(2007) apontaram que sob alta irradiacircncia solar a taxa fotossinteacutetica maacutexima obtida situa-se
entre 98 e 14 μmol m-2
s-1
Com relaccedilatildeo agrave precipitaccedilatildeo anual Kheira e Atta (2009) afirmam que o pinhatildeo-manso
cresce bem sob baixa pluviosidade requerendo apenas cerca de 200 mm de chuva para
sobreviver mas que tambeacutem responde a um maior iacutendice pluviomeacutetrico (ateacute 1200 mm por
ano) particularmente em ambientes quentes No Brasil em condiccedilotildees natildeo irrigadas a planta
cresce em regiotildees com precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas variando de 480 a 2380 mm anuais No
entanto seu melhor desenvolvimento eacute verificado em regiotildees que apresentam pluviosidade
anual superior a 600 mm sendo tolerante a longos periacuteodos de estiagem (HENNING 1996
SEVERINO et al 2006) Isso significa que quando a planta eacute submetida a condiccedilotildees de
36
baixa disponibilidade hiacutedrica ela reduz o seu potencial vegetativo e produtivo natildeo
conseguindo portanto produzir tal quando eacute suprida corretamente com aacutegua e nutrientes o
que natildeo tira a sua grande capacidade de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees desfavoraacuteveis de
disponibilidade hiacutedrica e de nutrientes do solo (LI et al 2010)
Segundo Henning (1996) a espeacutecie eacute tolerante a longos periacuteodos de estiagem com
precipitaccedilotildees anuais abaixo de 600 mm podendo sobreviver com apenas 200 mm anuais de
chuva por ateacute trecircs anos O autor afirma que a planta entra em dormecircncia devido agraves flutuaccedilotildees
climaacuteticas perdendo as folhas e utilizando aacutegua armazenada no caule nos periacuteodos de seca o
que consequentemente estimula e favorece o aumento do teor de oacuteleo nas sementes
Kesava Rao et al (2012) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso na exigecircncia e uso da
aacutegua em uma regiatildeo semiaacuterida da Iacutendia encontraram produtividades que variaram entre 06 a
156 Mg ha-1
Os autores confirmaram a toleracircncia da cultura ao periacuteodo seco com uma
produtividade razoaacutevel e concluiacuteram que a distribuiccedilatildeo da precipitaccedilatildeo eacute mais importante do
que a quantidade de precipitaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo de produtividades elevadas
Maes et al (2009b) estudaram as condiccedilotildees climaacuteticas de cultivo do pinhatildeo-manso no
Meacutexico e em paiacuteses da Ameacuterica Central provaacuteveis centros de origem da cultura constataram
que 95 das espeacutecimes foram encontradas em regiotildees de climas tropicais (Am Aw) com
pluviosidade meacutedia anual acima de 944 mm e uma temperatura meacutedia anual entre 193 e
272degC Os autores ainda afirmam que a maioria das amostras encontravam-se em regiotildees de
Savana com climas tropicais (Am Aw) e em climas temperados sem estaccedilatildeo seca e com o
veratildeo quente (Cfa)
Embora muitos estudos tenham sido realizados para descobrir sobre as melhores
condiccedilotildees climaacuteticas para o desenvolvimento e a produccedilatildeo da cultura muitos fatores
fisioloacutegicos ainda precisam ser estudados A floraccedilatildeo do pinhatildeo-manso por exemplo eacute uma
questatildeo complexa pois sabe-se que a floraccedilatildeo eacute induzida por fatores de estresse como
flutuaccedilotildees de temperatura e seca mas como exatamente isso ocorre ainda natildeo eacute conhecido
Em climas com uma precipitaccedilatildeo distribuiacuteda uniformemente e sem grande variaccedilatildeo sazonal
da temperatura o pinhatildeo-manso pode florescer continuamente quando natildeo haacute outras formas
de estresse induzido (FACT 2010)
37
232 Condiccedilotildees e uso do solo
Apesar da cultura apresentar boas caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo e rusticidade agraves mais
variadas condiccedilotildees climaacuteticas e de solo das regiotildees tropicais e subtropicais sendo ateacute indicada
para aacutereas com restriccedilotildees em nutrientes (HELLER 1996 AUGUSTUS JAYABALAN
SEILER 2002) alguns autores discordam que tais condiccedilotildees produtivas possam ser as ideais
para a cultura com finalidade comercial Arruda et al (2004) relataram que em solos aacutecidos
com pH abaixo de 45 as raiacutezes do pinhatildeo-manso natildeo se desenvolvem sendo necessaacuteria a
realizaccedilatildeo de calagem com base em anaacutelise quiacutemica do solo De acordo com Saturnino et al
(2005) a correccedilatildeo do solo quanto a seu teor de alumiacutenio livre pela calagem tem efeito
positivo sobre o desenvolvimento do pinhatildeo-manso Foidl et al (1996) por sua vez citaram a
espeacutecie como demandante de grandes quantias de nitrogecircnio e foacutesforo devido agrave alta produccedilatildeo
de biomassa
A necessidade do uso de fertilizantes tambeacutem foi relatada por Openshaw (2000)
segundo o qual em situaccedilotildees de altos niacuteveis de nitrogecircnio ocorre aumento de produtividade
Da mesma forma Arruda et al (2004) indicaram solos com altos teores de mateacuteria orgacircnica
sendo recomendado o uso de adubaccedilatildeo verde com leguminosas pois de modo geral estas
fornecem altos rendimentos por unidade de aacuterea plantada fixando o nitrogecircnio atmosfeacuterico e
transferindo aos solos por decomposiccedilatildeo orgacircnica os nutrientes essenciais como foacutesforo
caacutelcio ou enxofre aleacutem do nitrogecircnio
Com relaccedilatildeo ao uso e a classe de solo tem sido relatado na literatura que o pinhatildeo-
manso tem potencial para a recuperaccedilatildeo de terras marginais sequestrar o CO2 atmosfeacuterico (de
superfiacutecie e subterracircneo) crescer sob condiccedilotildees salinas e soacutedicas e consumir menos aacutegua (alta
produtividade de aacutegua) (FRANCIS EDINGER BECKER 2005 ACHTEN et al 2008
OGUNWOLE et al 2008 PANDEY et al 2012 WANI et al 2012 SINGH et al 2015)
Singh Singh e Tuli (2013) estudaram o cultivo do pinhatildeo-manso em solos soacutedicos da Iacutendia e
constataram que o cultivo dessa cultura reduziu a sodicidade do solo (densidade aparente pH
condutividade eleacutetrica e porcentagem de soacutedio trocaacutevel) e melhorou a fertilidade do local
(atividades de carbono orgacircnico do solo biomassa microbiana e enzimas) de acordo com o
crescimento e idade da plantaccedilatildeo Apesar de ser pouco exigente em condiccedilotildees climaacuteticas nas
regiotildees tropicais e subtropicais e adaptado para sobreviver a solos degradados e pouco feacuterteis
o pinhatildeo-manso deve ser preferencialmente cultivado em solos profundos bem estruturados
pouco compactados drenados e preferencialmente pouco argilosos (ARRUDA et al 2004)
38
Marrugo-Negrete et al (2015) avaliaram a capacidade do pinhatildeo-manso na
fitorremediaccedilatildeo de solos contaminados por mercuacuterio na Colocircmbia e encontraram resultados
bastante promissores Os autores verificaram o crescimento e o desenvolvimento do pinhatildeo-
manso mesmo em quantidade elevadas de mercuacuterio (Hg) no solo onde as maiores
concentraccedilotildees de Hg foram acumuladas nas raiacutezes seguidas pelas folhas e caules Estes
resultados apresentam a cultura como uma boa opccedilatildeo para a fitorremediaccedilatildeo de solos
contaminados com mercuacuterio pois eacute faacutecil de se plantar e manter e contribui para a conservaccedilatildeo
e recuperaccedilatildeo do solo adaptando-se facilmente a solos erodidos e em locais proacuteximos de
aacutereas de mineraccedilatildeo de ouro
Em relaccedilatildeo a textura de solo especiacutefica para o desenvolvimento das plantas Achten et
al (2008) afirma que a planta estaacute bem adaptada a solos de textura arenosa e meacutedia enquanto
solos muito argilosos satildeo inadequados para o pinhatildeo-manso podendo prejudicar o seu cultivo
na ocorrecircncia de algum alagamento ou saturaccedilatildeo no solo Segundo Foidl et al (1996) a
cultura desenvolve-se em todos os solos exceto em Vertissolos por preferir solos arenosos
Estes autores indicam que os solos argilosos pesados como os Vertissolos satildeo menos
adequados devido a sua limitaccedilatildeo para o desenvolvimento do sistema radicular do pinhatildeo-
manso devendo portanto ser evitado para o cultivo
Embora o pinhatildeo-manso se adapte a solos marginais a planta pode natildeo crescer bem
em solos arenosos caso eles sejam pobres no seu teor nutricional embora o seu sistema
radicular nesses solos apresentem um bom potencial para a exploraccedilatildeo de nutrientes
(VALDES-RODRIGUEZ et al 2011) Com isso eacute necessaacuteria cautela quando as plantaccedilotildees
de pinhatildeo-manso estatildeo previstas para o estabelecimento e recuperaccedilatildeo em solos pobres uma
vez que essas plantaccedilotildees podem natildeo se desenvolver bem ou pelo menos exigir uma
adubaccedilatildeo adicional
Tendo em vista o conhecimento inicial sobre a recuperaccedilatildeo de solos degradados com o
cultivo de pinhatildeo-manso outros estudos ao redor do mundo foram realizados com o objetivo
de avaliar os impactos das alteraccedilotildees das propriedades bioloacutegicas do solo para a recuperaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo do solo e da aacutegua (KAGAMEBGA et al 2011 SOP et al 2011 WANI et al
2012) Em um outro estudo Chaudhary et al (2012) verificou a influecircncia significativa do
pinhatildeo-manso na estrutura da comunidade microbiana em solos da rizosfera no qual
constatou-se que na rizosfera dos solos onde era cultivado o pinhatildeo-manso a quantidade de
fungos foi mais elevada do que a de bacteacuterias e actinomicetos as quais contribuiacuteram
significativamente para a melhoria do solo como no caso das hifas fuacutengicas que promoveram
a agregaccedilatildeo desses solos
39
233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso
As exigecircncias edafoclimaacuteticas do pinhatildeo-manso permitem seu cultivo em quase todas
as regiotildees do paiacutes no entanto essa eacute uma cultura ainda muito pouco explorada no Brasil
Segundo Tewari (2009) a cultura apresenta um potencial de produccedilatildeo de 2 a 3 Mg ha-1
em
condiccedilotildees aacuteridas sem uso de irrigaccedilatildeo tornando-se uma planta oleaginosa viaacutevel para a
obtenccedilatildeo de biodiesel Em condiccedilotildees de cultivos intensivos destacando-se uma boa
disponibilidade hiacutedrica estima-se que a produtividade possa atingir cerca de 5 Mg ha-1
(TEWARI 2009)
O pinhatildeo-manso por ser uma cultura tolerante ao efeito da salinidade exceto na fase
inicial de crescimento pode ser irrigada com aacutegua salina tolerando condutividade eleacutetrica de
ateacute 12 dS m-1
valor considerado relativamente alto frente ao tolerado por outras culturas A
cultura demonstrou tambeacutem a capacidade de translocar soacutedio do solo na forma de Na+ para a
parte aeacuterea da planta (DAGAR et al 2006)
Fact (2010) indica valores de produtividade de sementes (Figura 2) que variam de 15
a 100 Mg ha-1
ano-1
apresentando como principal problema para as baixas produtividades
atuais a pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica e limitaccedilotildees de aacutegua e nutrientes Quando todas
as exigecircncias nutricionais e hiacutedricas da cultura satildeo atendidas aliadas ao controle sistemaacutetico
de pragas e doenccedilas juntamente com a devida seleccedilatildeo geneacutetica a produtividade de sementes
ficaria entre 5 e 10 Mg ha-1
ano-1
Neste trabalho eacute apresentada tambeacutem uma produtividade
potencial teoacuterica da cultura que poderia atingir mais de 22 Mg ha-1
ano-1
Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso
Fonte adaptado de FACT (2010)
15
5
10
22
0
5
10
15
20
25
1 2 3
Pro
du
tiv
idad
e (M
g h
a-1
an
o-1
)
1- Produtividade atual - Fatores atuantes Pragas doenccedilas e
pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica
2- Variaccedilatildeo do potencial comercial - Com controle dos fatores
aacutegua e nutrientes
3- Produtividade potencial teoacuterico para a cultura
40
Entretanto da expectativa inicial de quatro ou mais toneladas de gratildeos por hectare
produtividades inferiores a 20 Mg ha-1
estatildeo sendo obtidas em diferentes condiccedilotildees
edafoclimaacuteticas principalmente em razatildeo de limitaccedilotildees hiacutedricas das condiccedilotildees nutricionais
do solo ou do ataque de pragas e doenccedilas (EVERSON MENGISTU GUSH 2013 IIYAMA
et al 2013 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013 TJEUW SLINGERLAND GILLER
2015) Projeccedilotildees natildeo realizadas da produtividade de gratildeos podem ser atribuiacutedas a observaccedilotildees
de plantas isoladas o que acabou desconsiderando a reduccedilatildeo no desenvolvimento em plantios
(ROCHA et al 2012) Apesar da complementaccedilatildeo hiacutedrica ocasionar em muitos casos o
aumento significativo da produtividade de sementes e de oacuteleo extraiacutedo estes natildeo chegaram
nem perto de atingir as mais diversas projeccedilotildees realizadas sobre o potencial comercial
maacuteximo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012 TIKKOO
YADAV KAUSHIK 2013)
Kheira e Atta (2009) afirmam que natildeo existem dados quantitativos disponiacuteveis e
confiaacuteveis sobre a necessidade e a eficiecircncia do uso da aacutegua do pinhatildeo-manso e em
ambientes permanentemente uacutemidos ou em situaccedilotildees com grande aplicaccedilatildeo de aacutegua e
fertilizante a planta pode ser induzida a uma produccedilatildeo elevada de biomassa poreacutem com
baixa produccedilatildeo de sementes
Para a cultura do pinhatildeo-manso existem poucas informaccedilotildees a respeito do seu sistema
radicular A maioria das informaccedilotildees disponiacuteveis levam em conta apenas observaccedilotildees de
natureza botacircnica natildeo se aprofundando no que diz respeito a sua distribuiccedilatildeo espacial no solo
e muito menos agrave caracterizaccedilatildeo das zonas de maior atividade Trabalhos dessa natureza para o
pinhatildeo-manso ainda satildeo escassos e se limitam a condiccedilotildees especiacuteficas do clima e solo da
regiatildeo (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) aleacutem do tipo de sistema de manejo adotado Devido agrave
pouca quantidade de informaccedilotildees a respeito da distribuiccedilatildeo do sistema radicular reconhece-se
que sua caracterizaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia para a determinaccedilatildeo dos paracircmetros de
manejo da irrigaccedilatildeo como a profundidade efetiva das raiacutezes que define a camada de solo a
ser umedecida bem como a aplicaccedilatildeo de fertilizantes Sousa e Guerra (2012) avaliando o
crescimento inicial de plantas de pinhatildeo-manso cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo observaram
efeito significativo sobre a massa de raiz com a variaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio e
quantidade de aacutegua Krishnamurthy et al (2012) encontraram em um plantio de um ano de
idade na Iacutendia raiacutezes ateacute a profundidade de 14 m poreacutem a maioria do sistema radicular se
encontrava ateacute a profundidade de 03 m Estes autores salientam a importacircncia deste tipo de
distribuiccedilatildeo de sistema radicular para a funccedilatildeo de controle de erosatildeo e ainda comentam sobre
41
a relaccedilatildeo inexistente entre este tipo de distribuiccedilatildeo e a resistecircncia a seca caracteriacutestica
atribuiacuteda a esta planta Esta uacuteltima caracteriacutestica eacute atribuiacuteda mais a sua capacidade de controle
da perda por evaporaccedilatildeo por meio de queda de folhas e dormecircncia do que agrave capacidade de
extraccedilatildeo de aacutegua pelo sistema radicular
A colheita de frutos (casca + sementes) no seu quarto ano de cultivo extrai valores
meacutedios de 210 41 e 149 g kg-1
de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente
(LAVIOLA DIAS 2008) Embora a planta de pinhatildeo-manso seja muito resistente capaz de
manter sua sobrevivecircncia em solos com baixos iacutendices de fertilidade para se garantir um
niacutevel de produtividade satisfatoacuterio eacute necessaacuterio a adubaccedilatildeo tanto na implantaccedilatildeo da cultura
quanto na manutenccedilatildeo ao longo dos anos de produccedilatildeo (LAVIOLA DIAS 2008) Na Tabela 2
encontra-se uma recomendaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo de nutrientes durante os quatro
primeiros anos de cultivo levando em consideraccedilatildeo um solo com boa fertilidade capaz de
suprir 50 da necessidade da planta Em um solo com baixa fertilidade estes valores
deveriam ser ampliados (FACT 2010)
Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros anos de cultivo
Nutriente 1ordm ano 2ordm ano 3ordm ano 4ordm ano Total
kg ha-1
ano-1
N 23 34 69 103 229
P2O5 7 11 21 32 71
K2O 34 50 101 151 336
Fonte adaptado de FACT (2010)
Apesar de possuir boa adaptabilidade a diferentes condiccedilotildees adversas de solo e
disponibilidade hiacutedrica o pinhatildeo-manso como qualquer outra cultura para proporcionar uma
alta produtividade de frutos necessita solos feacuterteis e com boas condiccedilotildees fiacutesicas E apesar de
sobreviver em solos com baixa fertilidade a correccedilatildeo da fertilidade do solo eacute decisiva para se
obter sucesso e lucratividade com essa cultura uma vez que a espeacutecie extrai elevada
quantidade de nutrientes na colheita e se natildeo adequadamente adubada pode levar ao
empobrecimento do solo ao longo dos anos de cultivo (LAVIOLA DIAS 2008 CHAVES et
al 2009 SCHIAVO et al 2010 PONCIANO DE DEUS 2010) O crescimento e a
reproduccedilatildeo desta espeacutecie satildeo influenciados pelo seu estado nutricional Ocorrendo a
deficiecircncia nutricional esta cresce e ramifica menos implicando em menos frutos jaacute que os
mesmos satildeo produzidos na ponteira dos ramos O cultivo de pinhatildeo-manso promove elevada
extraccedilatildeo de nutrientes do solo e portanto o manejo da adubaccedilatildeo da espeacutecie exige atenccedilatildeo
(LAVIOLA DIAS 2008)
42
A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo de uma cultura depende da demanda nutricional para o
crescimento vegetativo e reprodutivo (LAVIOLA et al 2006) devendo ser considerada a
eficiecircncia de aproveitamento dos fertilizantes aplicados e a fraccedilatildeo de nutrientes suprida pelo
solo (FRANCO et al 2008) O suprimento inadequado de nutrientes seja falta ou excesso
pode provocar restriccedilotildees ao crescimento das plantas e alterar relaccedilotildees entre biomassa aeacuterea e
radicular bem como promover alteraccedilotildees entre estaacutedios vegetativos e reprodutivos
(MARSCHNER 1995 MENGEL KIRKBY 2001 EPSTEIN BLOOM 2005 DECHEN
NACHTIGALL 2006) Silva et al (2009) relatam que a omissatildeo de macro e micronutrientes
em plantas de pinhatildeo-manso provocam sintomas visuais de deficiecircncia nutricional comuns a
outras espeacutecies e que essas deficiecircncias limitam a produccedilatildeo de mateacuteria seca
O suprimento de N por meio de fertilizantes minerais ou orgacircnicos associado agrave
complementaccedilatildeo hiacutedrica por meio da irrigaccedilatildeo quando aplicados corretamente e aliados com
o manejo integrado de pragas e doenccedilas auxiliam o pleno desenvolvimento vegetativo da
cultura aleacutem de garantir maiores rendimentos de semente e oacuteleo A demanda por N eacute grande
durante o crescimento e desenvolvimento das plantas pois eacute o nutriente mineral exigido em
maior quantidade pelas culturas e normalmente proporciona maior resposta em
produtividade A complexidade dos fatores que afetam o seu aproveitamento pelas plantas faz
com que o mesmo seja objeto de um grande nuacutemero de estudos que visam avaliar
principalmente o seu comportamento no solo e a sua relaccedilatildeo com a eficiecircncia da adubaccedilatildeo
(RAIJ 1991)
O pinhatildeo-manso apresenta alta taxa de crescimento sendo o N o nutriente mais
requerido para a formaccedilatildeo de folhas e frutos (LAVIOLA DIAS 2008) O N eacute essencial para a
assimilaccedilatildeo do carbono e formaccedilatildeo de novos oacutergatildeos na planta tais como gemas florais e
frutiacuteferas (MALAVOLTA VITTI OLIVEIRA 1997) uma vez que eacute o componente de
aminoaacutecidos proteiacutenas enzimas RNA DNA ATP clorofila e outras moleacuteculas (TAIZ
ZEIGER 2009) Na ausecircncia de N a planta tem o crescimento limitado tornando-se
amarelada pela perda da clorofila o que reflete em amadurecimento precoce perda de
produtividade e qualidade dos frutos (EPSTEIN BLOOM 2005)
O manejo do solo pode afetar os processos de consumo de aacutegua pelas plantas
modificando a aacutegua disponiacutevel no perfil Praacuteticas de fertilizaccedilatildeo como por exemplo a adiccedilatildeo
de N e P tem efeito indireto sobre a utilizaccedilatildeo da aacutegua por meio da melhoria da eficiecircncia
fisioloacutegica da planta (HATFIELD SAUER PRUEGER 2001)
Apesar de descrita como uma cultura indicada para regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas
tolerante a restriccedilotildees na disponibilidade de aacutegua o pinhatildeo-manso tem gerado uma seacuterie de
43
afirmaccedilotildees contraditoacuterias com relaccedilatildeo a sua necessidade ou natildeo de irrigaccedilatildeo o que evidencia
a necessidade de estudos nas diversas regiotildees do Brasil para se avaliar a resposta da cultura
sob diferentes condiccedilotildees de cultivo e manejos de irrigaccedilatildeo Alguns autores descrevem a
espeacutecie com respostas positivas ao uso de irrigaccedilatildeo e principalmente a fatores relacionados agrave
produccedilatildeo e produtividade em cultivos comerciais possibilitando de trecircs a quatro colheitas por
ano (OPENSHAW 2000) Achten et al (2008) em trabalho sobre produccedilatildeo e uso de
biodiesel de pinhatildeo-manso destacam que embora o pinhatildeo-manso possa ser caracterizado
como uma planta tolerante a seca ainda natildeo se sabe qual a real resposta dessa cultura quando
irrigada e qual o comportamento do consumo hiacutedrico quando submetida a diferentes sistemas
de produccedilatildeo Os autores ainda mencionam a necessidade de irrigaccedilatildeo para garantir alta
produtividade nas regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas
A quantidade e a qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo embora importantes para o
estabelecimento e praacutetica de manejo dos cultivos irrigados precisam tambeacutem ser
investigados O cultivo de pinhatildeo-manso submetido ao estresse hiacutedrico e uso de aacutegua salina
ou de reuso na irrigaccedilatildeo tem sido fonte de estudos recentes na mensuraccedilatildeo da adaptabilidade e
do desenvolvimento da planta onde bons resultados tem sido encontrados (SILVA et al
2010) A resposta do pinhatildeo-manso quanto agrave utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria tem sido
satisfatoacuteria e apesar de possuir caracteriacutesticas de resistecircncia a periacuteodos secos o estresse
hiacutedrico sofrido pela cultura devido ao baixo conteuacutedo de aacutegua no solo tem reduzido
drasticamente o seu crescimento vegetativo (SOUSA et al 2012) peso dos cachos (SILVA et
al 2011) e caracteriacutesticas fisioloacutegicas como taxa fotossinteacutetica condutacircncia estomaacutetica e
transpiraccedilatildeo das plantas (SANTANA et al 2015) Sousa et al (2011) avaliaram o efeito do
estresse salino no crescimento e no consumo hiacutedrico no terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-
manso e observaram que concentraccedilotildees acima de 16 dS m-1
causaram sensibilidade agrave cultura
que teve a aacuterea foliar e o nuacutemero de folhas como as variaacuteveis mais afetadas contradizendo
portanto a informaccedilatildeo relatada por DAGAR et al (2006) sobre a toleracircncia da cultura a altos
valores de condutividade eleacutetrica da aacutegua irrigaccedilatildeo
Embora haja muita especulaccedilatildeo sobre a quantidade de aacutegua exigida pelas plantas de
pinhatildeo-manso o consumo hiacutedrico ainda eacute pouco conhecido Lena (2013) determinou o
consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso em Piracicaba-SP comparando os meacutetodos de irrigaccedilatildeo por
gotejamento pivocirc central e cultivo natildeo irrigado na fase de formaccedilatildeo da cultura encontrando
valores de evapotranspiraccedilatildeo acumulada diaacuteria de cerca 5 mm dia-1
para o tratamento irrigado
por pivocirc central e de 3 e 2 mm dia-1
para os tratamentos irrigados por gotejamento e sem
irrigaccedilatildeo respectivamente O autor ainda ressalta que novos trabalhos precisam ser
44
elaborados para obter-se um melhor conhecimento da cultura a partir do seu terceiro ano de
cultivo Aleacutem disso trabalhos como o de Albuquerque et al (2009b) e Guimaratildees Santos e
Beltratildeo (2009) apresentam resultados bastante promissores para as praacuteticas de adubaccedilatildeo
nitrogenada e de irrigaccedilatildeo no crescimento inicial da cultura do pinhatildeo-manso o que mostra
que mesmo sendo uma cultura considerada por muitos como pouco exigente em fertilidade e
resistente a seca pode responder de maneira significativa quando natildeo houver restriccedilotildees desses
fatores
24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis
A elevada demanda energeacutetica de combustiacuteveis foacutesseis no planeta estimulou o
interesse em fontes renovaacuteveis de energia que reduzam os impactos ambientais atualmente
presentes O uso de combustiacuteveis renovaacuteveis a eficiecircncia energeacutetica e proteccedilatildeo ambiental
tornaram-se questotildees importantes nos uacuteltimos anos (KUMAR CHAUBE JAIN 2012) A
utilizaccedilatildeo de biodiesel no Brasil e em outros paiacuteses tem apresentado grande potencial como
combustiacutevel contribuindo com a reduccedilatildeo dos niacuteveis de poluiccedilatildeo ambiental e como fonte
estrateacutegica de energia renovaacutevel em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel mineral pois natildeo eacute toacutexico e
apresenta uma melhor qualidade de emissotildees durante o processo de combustatildeo (CORREcircA
ARBILLA 2006 LOcircBO FERREIRA CRUZ 2009)
Segundo Ramos et al (2003) qualquer mateacuteria-prima oleaginosa pode ser utilizada
para a produccedilatildeo de eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos (biodiesel) mas a escolha da mateacuteria-
prima eacute um paracircmetro importante para a produccedilatildeo de biodiesel dentro das especificaccedilotildees
estabelecidas pelos oacutergatildeos reguladores Isso porque alguns oacuteleos vegetais apresentam
propriedades que o tornam inadequado para o uso direto em motores do ciclo diesel como sua
alta viscosidade acidez formaccedilatildeo de gomas devido agrave oxidaccedilatildeo e polimerizaccedilatildeo durante a
armazenagem e queima contribuindo para a diminuiccedilatildeo da lubricidade do oacuteleo e formaccedilatildeo de
depoacutesitos de carbono (FUKUDA KONDO NODA 2001) Sendo necessaacuterio adequar seu uso
por meio de algum processo quiacutemico para posterior utilizaccedilatildeo em motores que no caso datildeo
origem ao biocombustiacutevel
Como haacute uma grande variedade de mateacuterias-primas existentes para a produccedilatildeo de
biodiesel eacute plausiacutevel dizer que somente com o conhecimento pleno das propriedades que
determinam os padrotildees de qualidade do biodiesel eacute que seraacute possiacutevel estabelecer os
paracircmetros de controle que garantiratildeo o sucesso de sua incorporaccedilatildeo na matriz energeacutetica
45
nacional (RAMOS et al 2003) Neste sentido o Governo Federal por meio do Ministeacuterio da
Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) publicou no DOU de 26122006 Seccedilatildeo 1
Paacutegina 140 a Instruccedilatildeo Normativa nordm 49 a qual estabelece o Regulamento Teacutecnico de
Identidade e Qualidade dos Oacuteleos Vegetais Refinados Nesta instruccedilatildeo estatildeo estabelecidos os
padrotildees de identidade que caracterizam os oacuteleos vegetais quais sejam iacutendice de acidez
iacutendice de peroacutexido densidade relativa iacutendice de refraccedilatildeo iacutendice de iodo cor e estabilidade
oxidativa a 110ordm C
241 Perfil composicional de aacutecidos graxos
Os oacuteleos utilizados como mateacuterias-primas para a produccedilatildeo de biodiesel satildeo obtidos de
diversas plantas oleaginosas O paiacutes devido a sua grande extensatildeo de terras de diferentes
classes de solo e clima disponibiliza inuacutemeras espeacutecies de oleaginosas que se diferenciam
principalmente pela composiccedilatildeo em aacutecidos graxos Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos
vegetais satildeo aacutecidos carboxiacutelicos constituiacutedos por hidrogecircnio e carbono em sua cadeia
molecular Segundo Redaacute e Carneiro (2007) os aacutecidos graxos se diferem a partir do
comprimento de sua cadeia carbocircnica do nuacutemero orientaccedilatildeo e da posiccedilatildeo de insaturaccedilotildees
presentes na cadeia e da presenccedila de grupamentos quiacutemicos
Os aacutecidos graxos satildeo classificados como saturados mono e poli-insaturados
dependendo do nuacutemero de duplas ligaccedilotildees na sua cadeia de carbonos (Figura 3) Os saturados
natildeo contecircm dupla ligaccedilatildeo entre os aacutetomos de carbono Os monoinsaturados contecircm uma uacutenica
dupla ligaccedilatildeo e os poli-insaturados (linolecircnico linoleico e araquidocircnico) com duas ou mais
duplas ligaccedilotildees
46
Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos
Fonte wwazeitecombr
O conhecimento da composiccedilatildeo em aacutecidos graxos do oacuteleo vegetal eacute muito importante
porque muitas das propriedades do biodiesel tecircm origem nas estruturas dos aacutecidos graxos
originais As caracteriacutesticas do biodiesel que satildeo determinadas pela composiccedilatildeo dos eacutesteres de
aacutecidos graxos incluem qualidade da igniccedilatildeo calor de combustatildeo escoamento a frio
estabilidade oxidativa viscosidade e lubricidade (CAMARGOS 2005)
A anaacutelise da composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos constitui o primeiro passo para a avaliaccedilatildeo
da qualidade do oacuteleo bruto eou seus produtos de transformaccedilatildeo Para determinar a
composiccedilatildeo em aacutecidos graxos meacutetodos cromatograacuteficos (cromatografia liacutequida e gasosa) e
ressonacircncia magneacutetica nuclear de hidrogecircnio podem ser utilizados (WUST 2004)
A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo A teacutecnica estaacute
fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre devido a
diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis a fase moacutevel e a fase estacionaacuteria A grande
variedade de combinaccedilotildees entre fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica
extremamente versaacutetil e de grande aplicaccedilatildeo (DEGANI CASS VIEIRA 1998) Ainda de
acordo com Degani Cass e Vieira (1998) a cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas
analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa
devido agrave possibilidade de detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9
- 10-12
g) A grande
limitaccedilatildeo deste meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente
embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente
47
A ressonacircncia magneacutetica nuclear (RMN) eacute um meacutetodo espectroscoacutepico de 1H que
assim como as demais teacutecnicas espectroscoacutepicas satildeo baseadas no princiacutepio de que as
moleacuteculas e aacutetomos podem interagir de diferentes formas com a radiaccedilatildeo eletromagneacutetica
revelando informaccedilotildees estruturais e termodinacircmicas de forma qualitativa eou quantitativa
dependendo da intensidade e do comprimento de onda da radiaccedilatildeo utilizada Os meacutetodos
espectroscoacutepicos possibilitam anaacutelises raacutepidas e diretas podendo detectar vaacuterios compostos
simultaneamente (IBANtildeEZ CIFUENTES 2001) aleacutem de permitir uma boa reprodutibilidade
na detecccedilatildeo dos componentes (BELTON et al 1996) Embora a teacutecnica possua as vantagens
na rapidez e na confiabilidade na determinaccedilatildeo quantitativa dos compostos soluacuteveis em uma
mistura o aparelho de RMN 1H apresenta um limite de detecccedilatildeo na ordem de partes por
milhatildeo o que pode natildeo ser possiacutevel agrave identificaccedilatildeo de compostos com baixiacutessima quantidade
nas amostras (BELTON et al 1996) O que pode se tornar uma vantagem quando a finalidade
eacute identificar apenas os componentes majoritaacuterios da amostra e os componentes traccedilos podem
ser desprezados
Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos e gorduras satildeo constituiacutedos geralmente por
aacutecidos carboxiacutelicos que contecircm de 4 a 30 aacutetomos de carbono e podem ser saturados ou
insaturados A distinccedilatildeo dos oacuteleos com base no seu grau de insaturaccedilatildeo no tamanho das
moleacuteculas e pela presenccedila ou natildeo de grupos quiacutemicos reflete diretamente nas qualidades do
biocombustiacutevel produzido (WUST 2004)
Longa cadeia de aacutecidos graxos e pequeno nuacutemero de insaturaccedilotildees (duplas ligaccedilotildees)
ocasionam maior nuacutemero de cetano e lubricidade do combustiacutevel Entretanto um aumento no
nuacutemero de cetano ocasiona tambeacutem um aumento no ponto de neacutevoa e de entupimento (maior
sensibilidade aos climas frios) As moleacuteculas satildeo menos estaacuteveis quimicamente com nuacutemero
de insaturaccedilotildees elevado e isso pode provocar inconvenientes devido a oxidaccedilotildees degradaccedilotildees
e polimerizaccedilotildees do combustiacutevel se inadequadamente armazenado ou transportado
(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)
Dessa forma tanto os eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos saturados (laacuteurico palmiacutetico
esteaacuterico) como os de poli-insaturados (linoleico linolecircnico) possuem alguns inconvenientes
uma vez que satildeo pouco resistentes agrave oxidaccedilatildeo e o nuacutemero de cetano eacute geralmente baixo
Poreacutem satildeo mais facilmente degradados desaparecendo do meio ambiente em periacuteodos de
tempo mais curtos sendo mais vantajosos do ponto de vista ambiental (GOMES 2009)
Os oacuteleos saturados do tipo esteaacuterico ou palmiacutetico satildeo pouco fluiacutedos (grande
viscosidade) mas satildeo resistentes agrave oxidaccedilatildeo Encontram-se normalmente no estado soacutelido agrave
temperatura ambiente Geralmente apresentam um iacutendice de cetano excelente Poreacutem sua alta
48
viscosidade aliados agrave resistecircncia agrave oxidaccedilatildeo dificultam a sua degradaccedilatildeo remoccedilatildeo e limpeza
(GOMES 2009)
De uma forma geral um biodiesel com predominacircncia de aacutecidos graxos combinados
monoinsaturados (oleico ricinoleico) satildeo os que apresentam os melhores resultados
(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)
A qualidade do oacuteleo eacute uma funccedilatildeo do seu perfil de aacutecidos graxos Oacuteleos com alto teor
de aacutecido oleico satildeo adequados para uso alimentar devido agrave sua longa vida de prateleira
enquanto que uma quantidade de aacutecido linoleico inferior a 3 eacute preferiacutevel para a estabilidade
do oacuteleo e para a produccedilatildeo de biodiesel eacute desejaacutevel um baixo conteuacutedo de aacutecidos graxos
saturados (RAJU EZRADANAM 2002) Sementes com alta razatildeo de aacutecido oleicolinoleico
podem indicar uma maior estabilidade e vida uacutetil mais longa (KAUSHIK BHARDWAJ
2013)
Ao lado de produccedilatildeo de sementes o teor de oacuteleo e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos satildeo
os dois principais paracircmetros bioquiacutemicos do pinhatildeo-manso que satildeo muito importantes para a
seleccedilatildeo de sementes com um alto rendimento e com alto teor de aacutecido graxo poli-insaturado
(KAUSHIK BHARDWAJ 2013) A composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso eacute
classificado como um tipo de aacutecido linoleico ou oleico que satildeo aacutecidos graxos insaturados
utilizados como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de biodiesel (MITTELBACH
REMSCHMIDT 2004 ONG et al 2013) Apesar da importacircncia desta espeacutecie haacute poucos
trabalhos na literatura que mostram a influecircncia no manejo do pinhatildeo-manso na composiccedilatildeo
dos aacutecidos graxos presentes no oacuteleo da semente
A correta disponibilidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo para as plantas de pinhatildeo-manso
evitando a sua falta ou o seu uso excessivo pode ocasionar em um oacuteleo com melhores
caracteriacutesticas para a produccedilatildeo de biodiesel quanto ao seu perfil composicional Kheira e Atta
(2009) ao avaliarem as caracteriacutesticas do oacuteleo de pinhatildeo-manso encontraram nas plantas
manejadas com 100 da evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETp) os melhores valores da razatildeo de
aacutecido oleicolinoleico em comparaccedilatildeo aos tratamentos irrigados com deacuteficit e com excesso O
uso da fertilizaccedilatildeo nitrogenada aleacutem de auxiliar no aumento da produtividade de gratildeos de
pinhatildeo-manso se correlaciona positivamente no efeito de alguns aacutecidos graxos do seu oacuteleo
tendo para o aacutecido oleico o seu maior efeito (AKBARIAN MODAFEBEHZADI
BAGHERIPOUR 2012)
49
242 Iacutendices de qualidade
Algumas caracteriacutesticas satildeo indicativas da qualidade de um produto No que se refere
aos oacuteleos vegetais paracircmetros fiacutesicos e quiacutemicos satildeo analisados e utilizados para garantir a
qualidade dos mesmos para a produccedilatildeo de biodiesel pois eacute por meio destes resultados que se
estabelece a teacutecnica que seraacute utilizada na sua produccedilatildeo e se haacute ou natildeo a necessidade do uso
de um preacute-tratamento da mateacuteria-prima (MELO 2012)
Desta forma satildeo determinados os iacutendices de acidez iodo peroacutexido e refraccedilatildeo aleacutem da
densidade relativa estabilidade oxidativa entre outros Estes paracircmetros de qualidade assim
como outros natildeo citados podem ser determinados por meacutetodos de referecircncia como os
estabelecidos pela AOCS (American Oil Chemistsrsquo Society) ou pela Ethiopian Standard os
quais tecircm sido bastante empregados por muitos laboratoacuterios e induacutestrias
O teor de acidez eacute uma das principais caracteriacutesticas relacionadas com a qualidade da
mateacuteria-prima Vaacuterios fatores podem influenciar a acidez de um oacuteleo vegetal mas o principal
eacute o tratamento dado ainda agraves sementes durante a colheita e armazenamento (PEREIRA 2007)
Estaacute diretamente relacionado com a quantidade de aacutecidos graxos livres presentes no material
lipiacutedico originados da hidroacutelise dos triacilgliceriacutedeos nas condiccedilotildees de conservaccedilatildeo e
processamento dos oacuteleos vegetais (MORETTO FETT 1998)
A alta acidez do biodiesel pode levar agrave sua degradaccedilatildeo mais raacutepida levando agrave
formaccedilatildeo de precipitados provocando o entupimento do filtro de combustiacutevel ou a
diminuiccedilatildeo de sua pressatildeo aleacutem de acelerar a corrosatildeo de partes metaacutelicas do motor e dos
sistemas de injeccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012 VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)
O monitoramento do iacutendice de acidez ou nuacutemero de acidez no biodiesel eacute de grande
importacircncia tambeacutem durante a estocagem na qual a alteraccedilatildeo nos valores de acidez pode
significar a presenccedila de aacutegua eou degradaccedilatildeo oxidativa (FLUMIGNAN et al 2012)
O iacutendice de iodo eacute uma medida da insaturaccedilatildeo total dentro de uma mistura de aacutecido
graxo Aleacutem de indicar o grau quantitativo de insaturaccedilotildees no biodiesel ou oacuteleo
vegetalanimal o iacutendice de iodo eacute dependente do tipo de matriz utilizada O nuacutemero de
insaturaccedilotildees se trata de um importante componente na caracterizaccedilatildeo do oacuteleo vegetal e
consequentemente do biodiesel que seraacute produzido pois aleacutem de apresentar efeito nos valores
de densidade e de viscosidade dos biodieseis tambeacutem eacute de grande importacircncia na estabilidade
oxidativa dos biodieseis (FLUMIGNAN et al 2012)
50
O nuacutemero de iodo revela o nuacutemero de insaturaccedilotildees de uma determinada amostra e esse
valor constitui um dos paracircmetros de identidade dos oacuteleos vegetais pois cada dupla ligaccedilatildeo de
um aacutecido graxo pode incorporar dois aacutetomos de halogecircnio Por essa razatildeo quanto maior a
insaturaccedilatildeo de um aacutecido graxo maior seraacute a sua capacidade de absorccedilatildeo de iodo e
consequentemente maior seraacute o iacutendice de iodo (MORETTO FETT 1998)
Este meacutetodo consiste no tratamento da amostra de oacuteleo vegetal e animal ou biodiesel
com iodo em excesso que reage com as duplas ligaccedilotildees O iodo natildeo reagido eacute entatildeo titulado
com tiossulfato de soacutedio e o resultado expresso como gramas de iodo que reagem com as
insaturaccedilotildees em 100 g de amostra (FLUMIGNAN et al 2012) Segundo Ramos et al (2009)
o iacutendice de iodo de um oacuteleo vegetal ou de uma gordura animal eacute quase idecircntico ao do metil-
eacutester correspondente
O iacutendice de peroacutexido determina todas as substacircncias que oxidam o iodeto de potaacutessio a
iodo Estas substacircncias satildeo consideradas como sendo peroacutexidos ou produtos similares
provenientes da oxidaccedilatildeo das gorduras Os peroacutexidos satildeo produtos primaacuterios da oxidaccedilatildeo de
lipiacutedeos (AOCS 2003) Eacute um indicador muito sensiacutevel no estaacutedio inicial da oxidaccedilatildeo e sua
presenccedila eacute indiacutecio de que a deterioraccedilatildeo do sabor e odor em funccedilatildeo de sua instabilidade estaacute
por acontecer Quando sua concentraccedilatildeo atinge certo niacutevel mudanccedilas complexas ocorrem
formando compostos de baixo peso molecular oriundos de sua degradaccedilatildeo (REGITANO-
DacuteARCE 2006)
O iacutendice de peroacutexido eacute o mais usado para indicar o grau de oxidaccedilatildeo O valor de
peroacutexido eacute a medida do teor de oxigecircnio reativo expresso em termos de milequivalentes de
oxigecircnio por 1000 g de oacuteleo ou como milimoles de peroacutexido por quilo de moleacutecula graxa (1
milimol = 2 milequivalentes) (AOCS 2003) As substacircncias quantificadas satildeo geralmente
peroacutexidos e outros produtos similares resultantes da oxidaccedilatildeo lipiacutedica A aplicaccedilatildeo do iacutendice
de peroacutexido se daacute em todo o tipo de gordura ou oacuteleo (AOCS 2003)
Durante essa anaacutelise a amostra com solvente eacute adicionada em uma soluccedilatildeo de iodeto
de potaacutessio saturada Desta forma os iacuteons de iodo reagem com os peroacutexidos produzindo I2
Como indicador eacute adicionado amido que na presenccedila de I2 se colore de azul Ao titular-se a
soluccedilatildeo com tiossulfato de soacutedio ocorreraacute a oxidaccedilatildeo a tetrationato de soacutedio e o iodo eacute
reduzido a I- causando perda na cor azulada logo a quantidade de tiossulfato consumida eacute
proporcional agrave quantidade de iacuteons de iodeto presentes e indiretamente de peroacutexido
(BACCAN et al 1985)
O iacutendice de refraccedilatildeo de uma substacircncia eacute a relaccedilatildeo entre a velocidade da luz no vaacutecuo
e a velocidade da luz na substacircncia testada Eacute um paracircmetro fiacutesico importante para garantir a
51
qualidade dos oacuteleos Ele varia na razatildeo inversa da temperatura e eleva-se com o aumento do
comprimento da cadeia e tambeacutem com o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos graxos constituintes
dos trigliceriacutedeos (PEREIRA 2007) Por depender fortemente da temperatura as suas medidas
devem ser feitas em temperatura constante O iacutendice de refraccedilatildeo de oacuteleos e gorduras eacute muito
usado como criteacuterio de qualidade e identidade pois quando referente a um oacuteleo este iacutendice
aumenta com o iacutendice de iodo e pode ser usado no controle de processos de hidrogenaccedilatildeo de
oacuteleos insaturados (CECCHI 2003)
A densidade do biodiesel estaacute diretamente ligada com a estrutura molecular das suas
moleacuteculas Quanto maior o comprimento da cadeia carbocircnica do alquileacutester maior seraacute a
densidade no entanto este valor decresceraacute quanto maior forem o nuacutemero de insaturaccedilotildees
presentes na moleacutecula A presenccedila de impurezas tambeacutem poderaacute influenciar na densidade do
biodiesel como por exemplo o aacutelcool ou substacircncias adulterantes (LOcircBO FERREIRA
CRUZ 2009) Como eacute caracteriacutestica de cada substacircncia a determinaccedilatildeo da densidade em
oacuteleos eacute um paracircmetro importante para verificar se houve adulteraccedilatildeo com a adiccedilatildeo de aacutegua ou
substacircncias dissolvidas dentro das amostras (presenccedila de contaminantes)
A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo ou estabilidade oxidativa reflete o tempo que o biodiesel ou
oacuteleo vegetal leva para se degradar formando compostos orgacircnicos volaacuteteis A estabilidade
oxidativa do biodiesel estaacute diretamente relacionada com o grau de insaturaccedilatildeo dos
alquieacutesteres presentes como tambeacutem com a posiccedilatildeo das duplas ligaccedilotildees na cadeia carbocircnica
(VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) Quanto maior o nuacutemero de insaturaccedilotildees (maior
iacutendice de iodo) mais susceptiacutevel estaacute a moleacutecula agrave degradaccedilatildeo tanto teacutermica quanto oxidativa
formando produtos insoluacuteveis que ocasionam formaccedilatildeo de depoacutesitos e entupimento do
sistema de injeccedilatildeo de combustiacutevel do motor (FLUMIGNAN et al 2012)
52
53
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental
A aacuterea experimental com a cultura e os lisiacutemetros jaacute instalados estaacute situada no
Departamento de Engenharia de Biossistemas na Fazenda Areatildeo da Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo da Universidade de Satildeo Paulo (ESALQ ndash USP) em
Piracicaba-SP (latitude 22deg42rsquo30rdquoS longitude 47deg30rsquo00rdquo e altitude de 546 m) Aleacutem da aacuterea
cultivada com pinhatildeo-manso a aacuterea experimental conta ainda com um sistema de irrigaccedilatildeo
por pivocirc central barracatildeo para maacutequinas equipamentos e salas de apoio sistema de
bombeamento de aacutegua do rio Piracicaba para um accedilude casa de bombas para irrigaccedilatildeo
localizada e pivocirc central e painel controlador da irrigaccedilatildeo localizada (Figura 4)
O clima da regiatildeo segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute Cwa denominado tropical de
altitude sendo caracterizado por grandes volumes de chuvas no veratildeo e por estiagem no
inverno (PEREIRA ANGELOCCI SENTELHAS 2002) A precipitaccedilatildeo meacutedia anual eacute de
1328 mm e a temperatura meacutedia anual de 216ordmC sendo a meacutedia em julho o mecircs mais frio
com 17ordmC e a meacutedia em janeiro e fevereiro como meses mais quentes com 25ordmC (CEPAGRI
2013)
O preparo inicial da aacuterea experimental junto com o transplantio das mudas ocorreu em
meados de dezembro de 2011 com as plantas dispostas no espaccedilamento de 3 m entre plantas
e 4 m entre linhas (12 m2 de aacuterea para cada uma) totalizando 833 plantas ha
-1
A aacuterea experimental com pinhatildeo-manso foi dividida de acordo com o manejo hiacutedrico
utilizado sendo composta pelos tratamentos irrigados por pivocirc central e natildeo irrigado
(sequeiro) Na Figura 4 encontra-se o croqui da aacuterea experimental onde pode ser observada a
disposiccedilatildeo dos sistemas de irrigaccedilatildeo no campo e a aacuterea total utilizada para cada tratamento A
aacuterea experimental localizou-se proacuteximo da estaccedilatildeo meteoroloacutegica da Fazenda Areatildeo da
ESALQUSP (Figura 4) o que contribuiu para a determinaccedilatildeo de variaacuteveis meteoroloacutegicas in
loco utilizados conjuntamente com os dados lisimeacutetricos para a realizaccedilatildeo do manejo de
irrigaccedilatildeo A estaccedilatildeo meteoroloacutegica dispotildee de um datalogger para leitura dos sensores de
temperatura umidade relativa do ar radiaccedilatildeo solar global velocidade e direccedilatildeo do vento
pressatildeo atmosfeacuterica saldo de radiaccedilatildeo e chuva
54
Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo meteoroloacutegica
O sistema de pivocirc central eacute composto de trecircs torres sobre rodas com 183 m de raio e
capaz de irrigar uma aacuterea de 105 haacute com uma vazatildeo real de 90 msup3 h-1
Quando acionado em
sua velocidade maacutexima (com relecirc ligado agrave 100 no painel controlador) aplica de acordo com
as especificaccedilotildees do fabricante uma lacircmina bruta de 44 mm em toda a aacuterea apoacutes cinco horas
e seis minutos (tempo total para uma volta inteira) Apoacutes a instalaccedilatildeo do sistema de irrigaccedilatildeo
testes de avaliaccedilatildeo foram realizados e foram verificados os seguintes paracircmetros Coeficiente
de Uniformidade de Christiansen (CUC) de 821 Coeficiente de uniformidade de
distribuiccedilatildeo (CUD) de 642 e eficiecircncia de aplicaccedilatildeo (Ea) de 777
32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental
A aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo tiveram como tratamentos diferentes
doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a base de ureia utilizando 150 100 50 e o tratamento
controle com 0 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura (FACT 2010) Os tratamentos
aplicados na aacuterea irrigada por pivocirc central foram denominados como P1 P2 P3 e P4
respectivamente para 150 100 50 e 0 da adubaccedilatildeo nitrogenada Enquanto na aacuterea sem
irrigaccedilatildeo os tratamentos aplicados foram denominados de acordo com os tratamentos citados
respectivamente como S1 S2 S3 e S4 A aacuterea irrigada por pivocirc central recebeu uma lacircmina
55
Tratamento S1 (150 de N)
LEGENDA
Tratamento S4 (0 de N)
Tratamento S3 (50 de N)
Tratamento S2 (100 de N)
de irrigaccedilatildeo uniforme equivalente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo da cultura que foi
determinada por meio de dois lisiacutemetros de pesagem localizados ao lado da aacuterea em estudo
O delineamento experimental de cada aacuterea foi em blocos casualizados sendo dividida
em 4 blocos por aacuterea o que implicou em 16 unidades experimentais para cada aacuterea
totalizando portanto 32 unidades experimentais (Figura 5) A anaacutelise conjunta dos dados
entretanto foi realizada como anaacutelise de grupos de experimentos (BANZATTO KRONKA
2008) A instalaccedilatildeo de cada tratamento foi determinada por linha de plantio onde realizou-se
previamente o sorteio dos tratamentos dentro de cada bloco O esquema da anaacutelise de
variacircncia para o experimento realizado com anaacutelise agrupada dos dois experimentos eacute
expresso na Tabela 3
Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo
As aplicaccedilotildees dos tratamentos assim como o iniacutecio dos estudos na aacuterea
experimental se iniciaram apoacutes o final do primeiro ciclo produtivo da cultura (final do
segundo ciclo de cultivo) em agosto de 2013 Os estudos foram realizados durante o terceiro
e quarto ano de cultivo da cultura o que correspondeu aos anos agriacutecolas de 20132014 e
20142015 com o iniacutecio do ciclo a partir do mecircs de agosto eacutepoca na qual todos os frutos jaacute
foram colhidos e por apresentar um periacuteodo caracteriacutestico marcado pela eacutepoca da poda de
renovaccedilatildeo ou limpeza (agosto) e encerrando-se no mecircs julho com o final da queda das folhas
(final do periacuteodo de senescecircncia)
56
Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia
Fontes de Variaccedilatildeo Grau de Liberdade
Blocos dentro de Irrigaccedilatildeo 6
Irrigaccedilatildeo (I) 1
Doses de N (N) 3
Interaccedilatildeo I x N 3
Resiacuteduo Meacutedio 18
Total 31
33 Caracterizaccedilatildeo do solo
As anaacutelises fiacutesico-hiacutedrico do solo foram realizadas no Laboratoacuterio de Fiacutesica do Solo
do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ-USP e no Laboratoacuterio PiraSolos
em Piracicaba-SP
O solo da aacuterea experimental foi classificado como NITOSSOLO VERMELHO
Eutroacutefico (EMBRAPA 2013) apresentando para todas as aacutereas utilizadas textura argilosa nas
camadas de 0-02 m e 02-04 m e muito argilosa na camada 04-06 m de acordo com os
criteacuterios do Sistema Brasileiro de Classificaccedilatildeo de Solos (EMBRAPA 2013)
A caracterizaccedilatildeo da anaacutelise granulomeacutetrica do solo da aacuterea experimental foi resultado
da meacutedia de trecircs repeticcedilotildees de cada aacuterea experimental nas camadas de 0-020 m 020-040 m
e 040-060 m que se enquadram dentro da camada de maior influecircncia do sistema radicular
da cultura do pinhatildeo-manso (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) Na realizaccedilatildeo da referida anaacutelise
foi adotada a metodologia de Bouyoucos (Tabela 4) conforme as recomendaccedilotildees de
Donagema et al (2011) A caracterizaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo das curvas de retenccedilatildeo caracteriacutesticas
do solo para a aacuterea experimental foram descritos por Flumignan (2012)
Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental
Aacuterea de cultivo Camada (m) Argila Silte Areia
Classe Textural ------------------g kg
-1------------------
Pivocirc Central
0-02 464 296 240 Argilosa
02-04 498 292 210 Argilosa
04-06 576 264 160 Muito Argilosa
Sequeiro
0-02 505 245 250 Argilosa
02-04 502 248 250 Argilosa
04-06 621 179 200 Muito Argilosa
57
A partir da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feita por Flumignan (2012) e com outras
anaacutelises posteriores para comparaccedilatildeo adotou-se para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo os valores da
capacidade de campo (cc) e o ponto de murchamento permanente (pmp) para as camadas de
0-040 m e 040-080 m respectivamente de 042 e 032 cmsup3 cm-sup3 e 043 e 033 cmsup3 cm
-sup3 A
densidade do solo representativa da aacuterea sem irrigaccedilatildeo foram de 153 145 141 e 127 g cm-sup3
para as camadas de 0-020 m 020-040 m 040-060 m e 060-080 m respectivamente Jaacute
para o solo da aacuterea irrigada por pivocirc central a capacidade de campo e o ponto de
murchamento permanente para as camadas de 0-040 m e 040-080 m foram de 044 e 031 e
046 e 035 respectivamente A densidade do solo representativa da aacuterea irrigada foram de
155 146 141 e 131 g cm-sup3 respectivamente para as camadas de 0-020 m 020-040 m
040-060 m e 060-080 m
A caracterizaccedilatildeo quiacutemica inicial do solo foi realizada mediante anaacutelise de amostras
compostas coletadas nas camadas de 0-020 e 020-040 m de profundidade nas duas aacutereas de
influecircncia do cultivo antes da aplicaccedilatildeo dos tratamentos Para as condiccedilotildees quiacutemicas
encontradas nas anaacutelises de solo natildeo foi necessaacuterio agrave aplicaccedilatildeo de calagem pelos valores da
saturaccedilatildeo por bases estarem acima de 60 Na Tabela 5 estatildeo apresentados os resultados da
anaacutelise de fertilidade
Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental
Aacuterea de
manejo
Camada
(m)
pH
CaCl2
MO P S
(SO4)
K+ Ca
2+ Mg
2+ H+Al Al
3+ Sat
Bases
g dm-3
-mg dm-3
- ------------mmolcdm-3
----------- V
Pivocirc
Central
0-02 60 18 10 26 25 55 18 20 0 79
02-04 58 9 2 32 12 47 21 20 0 78
Sequeiro 0-02 55 18 18 22 13 49 13 25 0 72
02-04 55 11 4 26 10 44 12 25 0 70
34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo
A aacutegua utilizada no experimento foi proveniente do sistema do reservatoacuterio de aacutegua
localizado dentro da Fazenda Areatildeo e usada exclusivamente para fornecimento de aacutegua para
as culturas localizadas na aacuterea experimental Para saber se o conteuacutedo fiacutesico-quiacutemico da aacutegua
utilizada na irrigaccedilatildeo poderia influenciar na disposiccedilatildeo dos nutrientes fornecidos para a
cultura por meio da adubaccedilatildeo foi realizada uma anaacutelise da qualidade da aacutegua para verificar as
58
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas presentes (Tabela 6) A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua de
irrigaccedilatildeo foi realizada pelo Laboratoacuterio de Ecologia Aplicada localizada no Departamento de
Ciecircncias Florestais na ESALQUSP
Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo
Paracircmetro Siacutembolo Unidade Resultado VMP(1)
Acidez pH - 68 60-95
Acidez (CaCO3) - mg L-1
(CaCO3) 63 -
Condutividade eleacutetrica CEa dSm-1
(25degC) 01 15
Alcalinidade Carbonato CO3= mg L
-1 0 -
Alcalinidade Bicarbonato HCO3- mg L-1
158 -
Alcalinidade Total 2CO32-
+ HCO3- mg L
-1 158 500
Caacutelcio Ca++
mg L-1
17 75
Magneacutesio Mg++
mg L-1
10 150
Sulfato SO4= mg L
-1 119 250
Nitrogecircnio - Nitrato N - NO3- mg L
-1 08 10
Nitrogecircnio - Amocircnio N - NH4+ mg L
-1 01 15
Foacutesforo - Fosfato P - PO43-
mg L-1
006 006
Potaacutessio K+ mg L
-1 23 -
Soacutedio Na+ mg L
-1 60 -
Dureza Total (CaCO3) - mg L-1
128 500
(1) Valores maacuteximos permitidos
De acordo com a classificaccedilatildeo da University of Califoacuternia Committee of Consultantes
(UCCC 1974) a aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo de foi classificada como C1S2 ou seja aacutegua
com baixo risco de salinidade o que eacute considerada adequada ao uso para a irrigaccedilatildeo O risco
de sodicidade foi considerado praticamente nulo devido ao baixo valor da razatildeo de adsorccedilatildeo
de soacutedio corrigida calculado com os resultados da anaacutelise assim como os baixos teores de
soacutedio apresentados na anaacutelise que garantem a ausecircncia de toxicidade desse elemento
35 Manejo da irrigaccedilatildeo
O manejo da irrigaccedilatildeo com a quantificaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo a ser aplicada e a
determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo nos tratamentos foi realizada pela metodologia da
lisimetria de pesagem direta descrita por Lena (2013) e tambeacutem realizada na mesma aacuterea
experimental Essa metodologia consiste na utilizaccedilatildeo de tanques de metal preenchidos com
59
solo da proacutepria aacuterea experimental e que satildeo apoiados sobre um sistema de pesagem de alta
precisatildeo Basicamente o sistema de lisimetria proporciona a mediccedilatildeo das entradas e saiacutedas de
aacutegua do sistema Foram utilizados dois lisiacutemetros por aacuterea totalizando portanto quatro
lisiacutemetros no experimento que foram previamente dimensionados para que sua superfiacutecie
respeitasse o espaccedilamento das plantas e o pleno desenvolvimento do sistema radicular e da
parte aeacuterea da cultura Cada lisiacutemetro eacute ciliacutendrico e apresenta 391 m de diacircmetro interno (12
m2 de aacuterea) por 13 m de profundidade uacutetil do solo O sistema ainda apresenta um sistema de
drenagem que eacute composto por reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua constituiacutedos de tubos
de PVC os quais possibilitam o armazenamento da aacutegua drenada atraveacutes do perfil do solo O
detalhamento da calibraccedilatildeo e das instalaccedilotildees dos lisiacutemetros utilizados na aacuterea experimental eacute
descrita por Flumignan (2012) Na Figura 6 eacute apresentado um esquema sobre o balanccedilo de
aacutegua no solo feito pelos lisiacutemetros
Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de aacutegua do sistema
sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I a irrigaccedilatildeo R o escoamento
superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013)
A determinaccedilatildeo da quantidade de aacutegua necessaacuteria para repor a evapotranspiraccedilatildeo foi
calculada semanalmente para a aacuterea irrigada por pivocirc central A irrigaccedilatildeo foi realizada de
maneira manual ajustando o percentiacutemetro da velocidade de deslocamento circular
(caminhamento) do pivocirc a cada irrigaccedilatildeo de forma que fosse aplicada a lacircmina de aacutegua
desejada Um dia anterior agrave irrigaccedilatildeo os dados dos lisiacutemetros foram coletados e analisados
sendo possiacutevel verificar a lacircmina de aacutegua que foi necessaacuteria para repor na semana colocando
o armazenamento de aacutegua no solo na condiccedilatildeo de capacidade de campo para os tratamentos
60
irrigados A determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) para o posterior manejo da
lacircmina a ser reposta pela irrigaccedilatildeo foi determinada pela contabilidade das entradas saiacutedas e
armazenamento de aacutegua nos lisiacutemetros (LENA 2013)
A profundidade efetiva do sistema radicular considerada foi de 50 cm baseado
principalmente nos trabalhos de Krishnamurthy et al (2012) e Alves Juacutenior et al (2014) que
apresentam que o sistema eacute capaz de atingir profundidades maiores que 1 metro poreacutem
apresenta a maioria das raiacutezes principalmente as responsaacuteveis pela absorccedilatildeo de aacutegua nas
camadas mais superficiais A capacidade de aacutegua disponiacutevel (CAD) foi determinada a partir
dos valores de umidade volumeacutetrica do solo no ponto de murcha permanente e na capacidade
de campo obtidas para cada aacuterea de manejo hiacutedrico adotado
Devido agrave alta escassez hiacutedrica ocasionada pela baixa pluviosidade ocorrida durante o
ano agriacutecola de 2014 em toda a regiatildeo Sudeste e no municiacutepio de Piracicaba-SP e com a
draacutestica reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio localizado na Fazenda Areatildeo as praacuteticas de
irrigaccedilatildeo e o seu manejo foram realizados apenas no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (3ordm ano de
cultivo) sendo suspensas no ciclo seguinte devido a sua impossibilidade pelo baixo niacutevel do
reservatoacuterio no local e para que o mesmo pudesse se reestabelecer em um menor periacuteodo de
tempo Com o cessamento das irrigaccedilotildees na aacuterea de cultivo sob o pivocirc central a partir do
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo todas as coletas e anaacutelises realizadas nos tratamentos de adubaccedilatildeo
localizados na aacuterea antes irrigada por pivocirc central passaram a ser consideradas como
mediccedilotildees dos tratamentos em uma aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo visto que desde a sua
implantaccedilatildeo o local fora irrigado tendo o seu manejo adequado de irrigaccedilatildeo de forma a
suplementar o deacuteficit hiacutedrico nos periacuteodos mais secos do ano onde o regime de chuvas natildeo
era capaz de suprir a demanda evapotranspiromeacutetrica da cultura em determinado periacuteodo
Mesmo a localizaccedilatildeo da aacuterea experimental irrigada estando proacutexima da regiatildeo dos dois
lisiacutemetros de pesagem de forma que os tratamentos recebidos com as diferentes doses de
irrigaccedilatildeo apresentassem condiccedilotildees de textura do solo e relevo semelhantes ao das plantas
localizadas nos dois lisiacutemetros natildeo foi realizado um manejo quanto agrave quantificaccedilatildeo das
lacircminas de aacutegua requeridas por cada tratamento visto que com as diferentes doses de
adubaccedilatildeo nitrogenada o crescimento e consequentemente a evapotranspiraccedilatildeo das parcelas
irrigadas satildeo diferentes Assumiu-se para este estudo um manejo da irrigaccedilatildeo a partir dos
dados coletados de plantas inseridas nos lisiacutemetros e que estavam em plenas condiccedilotildees de
desenvolvimento e sem restriccedilatildeo de nutrientes onde a praacutetica de irrigaccedilatildeo serviu-se apenas
para complementar a falta de aacutegua nos periacuteodos mais secos do ano que eacute ocasionado pela
diminuiccedilatildeo das chuvas comparando com uma aacuterea onde natildeo se fez o uso da irrigaccedilatildeo
61
Possibilidades como a variaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo no equipamento de pivocirc central com a
substituiccedilatildeo de diferentes tipos de bocais com as mais variadas vazotildees e dispondo os
tratamentos em linhas curviliacuteneas no sentido de rotaccedilatildeo do pivocirc chegaram a ser pensadas
entretanto foram rapidamente descartadas jaacute que esse sistema de irrigaccedilatildeo comporta uma
aacuterea total de 105 ha na Fazenda Areatildeo e aleacutem de atender a aacuterea cultivada por pinhatildeo-manso
de 10 ha que corresponde apenas a 95 da aacuterea atendida pelo pivocirc central o mesmo
equipamento atende agrave necessidade hiacutedrica de outras aacutereas de cultivo incluindo aacutereas de
experimentos de outros projetos de pesquisa
36 Monitoramento da umidade do solo
O monitoramento da umidade do solo foi realizado com o auxiacutelio de sondas de
capacitacircncia da marca Sentekreg modelo Diviner 2000 no qual estimou a umidade do solo por
meio de campos eleacutetricos de alta frequecircncia Esta conteacutem uma haste que ao ser inserida em
tubos de acesso previamente instalados no solo possibilita coletar a porcentagem de aacutegua no
perfil de solo desejado Para que isso ocorresse foi necessaacuterio antes fazer uma curva de
calibraccedilatildeo na aacuterea experimental na eacutepoca de implantaccedilatildeo da cultura para que assim de posse
da equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do solo caracteriacutestico da Fazenda Areatildeo todas as leituras do
equipamento transmitidas em unidade de frequecircncia pudessem ser convertidas em umidade
volumeacutetrica do solo Com a implantaccedilatildeo da cultura em 2011 foi instalado na aacuterea
experimental um tubo de acesso para cada lisiacutemetro de pesagem e outros 10 situados nas suas
plantas de bordadura (distribuiacutedos ao redor de cada lisiacutemetro) com a finalidade de comparar
os perfis de umidade dentro e fora dos lisiacutemetros
Durante o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura (4ordm ano) foram instalados um tubo de
acesso por tratamento na aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo de forma a comparar
os perfis de umidade localizados nas plantas com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada
com as plantas que receberam a adubaccedilatildeo plena situados dentro e fora dos lisiacutemetros assim
como as plantas dos tratamentos P2 e S2 que receberam 100 de N Esse monitoramento foi
realizado para verificar se houve ou natildeo alguma mudanccedila draacutestica na variaccedilatildeo de umidade dos
diferentes tratamentos por adubaccedilatildeo nitrogenada quando comparada com as demais plantas da
aacuterea experimental
O monitoramento da umidade do solo dentro e fora dos lisiacutemetros foi realizado em
periacuteodos pontuais dentro dos dois ciclos de avaliaccedilatildeo do referido estudo e dentro de um
62
periacuteodo especiacutefico no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para os tratamentos adubados Os tubos de
acesso foram instalados de acordo com cada ponto de monitoramento entre a profundidade de
80-110 cm onde nesse estudo foi avaliado para todos os tratamentos e pontos de
monitoramento de umidade o perfil de umidade correspondente ateacute a profundidade de 80 cm
que representa a camada de maior influecircncia do sistema radicular da cultura do pinhatildeo-manso
(ALVES JUacuteNIOR et al 2014)
37 Manejo da cultura
Ao longo da conduccedilatildeo do experimento foram realizadas praacuteticas de manejo cultural
de forma a proporcionar as melhores condiccedilotildees para o desenvolvimento das plantas Dentre
essas praacuteticas se destacaram o controle de insetos de doenccedilas e de plantas invasoras O
controle de pragas se concentrou no combate da cigarrinha verde (Empoasca spp) aacutecaro
branco (Polyphagotarsonemus latus Banks) e percevejo (Pachoycoris sp) enquanto o
controle de doenccedilas foi voltado no combate ao Oiacutedio (Oidium sp) e ferrugem (Phakospsora
arthuriana Buriticaacute amp Hennen) As aplicaccedilotildees dos produtos quiacutemicos para o controle de
pragas e doenccedilas foram realizadas sempre quando diagnosticada a presenccedila destes na aacuterea
experimental Para o controle das plantas invasoras na entrelinha de cultivo foi utilizada uma
roccediladeira acoplada a um trator e entre plantas o controle foi realizado com roccediladeira manual
Apoacutes cada roccedilagem manual a aplicaccedilatildeo localizada de herbicida sistecircmico natildeo seletivo foi
realizada
A adubaccedilatildeo de produccedilatildeo para suprir a demanda nutricional da cultura foi realizada de
acordo com as recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo propostas por FACT (2010) A adubaccedilatildeo
nitrogenada foi feita na projeccedilatildeo da copa da planta parcelada em trecircs aplicaccedilotildees ao longo de
cada ciclo produtivo assim como a adubaccedilatildeo potaacutessica e fosfatada A adubaccedilatildeo das plantas
foi realizada utilizando os adubos quiacutemicos ureia superfosfato simples e cloreto de potaacutessio
para o suprimento de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente As quantidades de
nutrientes aplicadas no ciclo vegetativo do pinhatildeo-manso durante os primeiros anos de
cultivo da cultura seguiram as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010) e satildeo expressas na
Tabela 2 no item 233
63
38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua
A produtividade de frutos e sementes da cultura foi determinada por meio de colheitas
manuais de todos os frutos que se encontraram a partir do ponto inicial de maturaccedilatildeo
(coloraccedilatildeo amarela) deixando na planta apenas os frutos verdes que foram colhidos
posteriormente Apoacutes a colheita os frutos foram postos para secar agrave temperatura ambiente
para a determinaccedilatildeo do rendimento de frutos (semente + casca) e sementes para cada
tratamento avaliado Aleacutem disso para se conhecer a influecircncia dos tratamentos no
desenvolvimento das sementes por unidade de massa nos frutos colhidos foi determinada a
relaccedilatildeo frutosemente para cada tratamento avaliado A maturaccedilatildeo dos frutos de pinhatildeo-
manso natildeo eacute uniforme observando-se em um mesmo cacho frutos verdes amarelos
castanhos e por fim pretos Desta forma em funccedilatildeo da desuniformidade da maturaccedilatildeo dos
frutos a periodicidade das colheitas ao longo do periacuteodo produtivo ocorreu em funccedilatildeo da
maior ou menor uniformidade de distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo ao longo do tempo Em resumo
foram avaliados a produccedilatildeo meacutedia de frutos e sementes por planta (kg planta-1
) a relaccedilatildeo
sementefruto e a produtividade de sementes (kg ha-1
)
A eficiecircncia de uso na aacutegua (EUA) segundo Lima et al (2010) equivale a eficiecircncia
produtiva que atualmente eacute denominada como produtividade da aacutegua (PA) sendo
determinada neste trabalho para se avaliar a eficiecircncia da aacutegua aplicada na irrigaccedilatildeo para
produccedilatildeo final de frutos De acordo com Frizzone (2014) nas praacuteticas diaacuterias de irrigaccedilatildeo a
PA eacute um termo mais relevante que EUA cujo significado depende da aplicaccedilatildeo Segundo
Sousa et al (2000) a EUA pode ser determinada tanto para a produtividade de biomassa
como para a produtividade de frutos relacionando-se pela quantidade de aacutegua aplicada ou
evapotranspirada No caso deste trabalho a produtividade de aacutegua foi determinada pela
relaccedilatildeo da produccedilatildeo comercial da cultura (kg) ou seja para a produccedilatildeo final de sementes
com a quantidade total de aacutegua aplicada (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) (FRIZZONE 2014) A
quantidade de aacutegua consumida pela planta (evapotranspiraccedilatildeo acumulada) natildeo foi utilizada
neste estudo por ter sido determinada para as plantas que estavam inseridas no lisiacutemetro que
no caso se encontravam em plenas condiccedilotildees de desenvolvimento e fornecimento de
nutrientes via fertilizaccedilatildeo mineral fato que soacute ocorreu para os tratamentos em que a
fertilizaccedilatildeo mineral de nitrogecircnio foi plena (100) O caacutelculo da produtividade da aacutegua
(PAIR+PE) considerou nesse estudo a variabilidade do solo em cada aacuterea de cultivo bem como
identificar as diferenccedilas de cada manejo hiacutedrico fazendo uso da irrigaccedilatildeo complementar ou
64
natildeo e do desenvolvimento vegetativo da cultura (FRIZZONE 2014) que a cultura pode
sofrer com o estresse hiacutedrico e com a disponibilidade de nitrogecircnio pela fertilizaccedilatildeo mineral
O caacutelculo para a produtividade de aacutegua considerando a quantidade total de aacutegua aplicada eacute
expressa na Equaccedilatildeo 1
PAIR+PE = Rendimento comercial da cultura
Volume de Irrigaccedilatildeo+Precipitaccedilatildeorarr
Yc (kg)
IR+PE (m3) (1)
Por natildeo haver irrigaccedilotildees durante o segundo ano de avaliaccedilatildeo no cultivo de pinhatildeo-
manso devido agrave grande escassez hiacutedrica que assolou a regiatildeo Sudeste durante esse periacuteodo a
produtividade de aacutegua foi determinada apenas para o primeiro ano de estudo jaacute que a lacircmina
recebida para as duas aacutereas de cultivo foram apenas das precipitaccedilotildees ocorridas no local natildeo
havendo diferenccedila portanto da lacircmina recebida neste periacuteodo ficando a produtividade de
aacutegua condicionada apenas para a produtividade de sementes que continuou sendo avaliada A
produtividade dos frutos e sementes assim como as outras variaacuteveis analisadas foram
determinadas para o segundo ano de cultivo considerando que a aacuterea onde se encontra o pivocirc
central possui um histoacuterico de irrigaccedilatildeo jaacute que fora irrigada tendo o manejo adequado de
irrigaccedilatildeo desde a implantaccedilatildeo da cultura em 2011
39 Anaacutelises de crescimento
O crescimento das plantas foi avaliado em cada tratamento a cada trecircs meses por
meio de mediccedilotildees da altura da planta (m) do diacircmetro meacutedio de copa (m) e do volume de
copa (msup3) A determinaccedilatildeo da altura eacute definida como a medida entre a superfiacutecie do solo e a
uacuteltima folha emergida no aacutepice da planta Para o diacircmetro meacutedio de copa tomou-se como
ponto de avaliaccedilatildeo o valor meacutedio entre o diacircmetro de copa no sentido do maior espaccedilamento
(entrelinha de plantio) e o diacircmetro de copa no sentido de menor espaccedilamento (dentro da
linha de plantio) As mediccedilotildees da altura e do diacircmetro meacutedio de copa das plantas foram
realizadas em intervalos bimestrais ao longo dos dois anos de avaliaccedilatildeo da cultura com o
auxiacutelio de uma trena graduada em cm (Figura 7) sendo avaliadas as trecircs plantas disponiacuteveis
por cada parcela uacutetil O volume de copa foi estimado pela aproximaccedilatildeo do volume de um
cilindro de base eliacuteptica (LAVIOLA et al 2010)
65
119881119888119900119901119886 = (120587 1198631
2 1198632
2) ℎ (2)
em que
Vcopa = volume de copa (m3)
π = 314159
D1 = diacircmetro de copa no maior espaccedilamento (m)
D2 = diacircmetro de copa no menor espaccedilamento (m) e
h = altura da planta (m)
Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso
310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)
As mediccedilotildees do iacutendice de aacuterea foliar (IAF) foram realizadas com o auxiacutelio do
equipamento LAI-2200 da marca LI-CORreg Esse equipamento foi desenvolvido para se
estimar o IAF de maneira mais praacutetica e de forma precisa desde que manejado de maneira
adequada Pelo fato de que no iniacutecio do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo se buscava a melhor
metodologia para a leitura do instrumento e a validaccedilatildeo dos dados coletados o primeiro ano
de cultivo ficou restrito apenas agrave leitura das plantas sorteadas na aacuterea para a calibraccedilatildeo do
equipamento junto ao cultivo do pinhatildeo-manso feito em diferentes eacutepocas do ano
As leituras do IAF foram realizadas preferencialmente no intervalo entre 1000 e 1400
horas buscando a menor interferecircncia possiacutevel das nuvens na incidecircncia de raios solares o
que poderia prejudicar as interpretaccedilotildees das anaacutelises As avaliaccedilotildees ocorreram de forma
66
mensal iniciando a partir do mecircs de novembro de 2014 e encerrando-se em junho de 2015
com o teacutermino do periacuteodo de senescecircncia foliar uma vez que a partir desse mecircs as plantas de
pinhatildeo-manso estavam praticamente com a ausecircncia de folhas e o IAF foi considerado zero
Para uma melhor confiabilidade na determinaccedilatildeo dos valores de IAF medidos no
campo foi proposta uma calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 nas plantas da aacuterea
experimental realizada concomitantemente com a avaliaccedilatildeo do experimento A calibraccedilatildeo do
equipamento LAI-2200 foi realizada a partir de 11 plantas proacuteximas da aacuterea experimental e
escolhidas aletoriamente As plantas foram selecionadas ao longo do ciclo de cultivo em
diferentes eacutepocas sendo que em cada eacutepoca do periacuteodo vegetativo e reprodutivo da cultura
duas plantas representativas nas duas aacutereas de cultivo foram escolhidas sempre uma na aacuterea
irrigada por pivocirc central e outra planta na aacuterea sem irrigaccedilatildeo A calibraccedilatildeo foi realizada
primeiramente a partir da estimativa do IAF pelo LAI-2200 feito em campo (Figura 8a e 8b)
utilizando-se a metodologia de plantas isoladas a mesma utilizada nas leituras da aacuterea
experimental Em seguida foi feita a determinaccedilatildeo do IAF real em laboratoacuterio pelo meacutetodo
destrutivo com a retirada de todas as folhas das plantas para serem passadas em um
integrador de aacuterea foliar utilizando o equipamento CI-203 da CID Bio-Sciencereg
(Figura 8c e
8d) Com os resultados obtidos foi feita uma comparaccedilatildeo do IAF real com o IAF estimado a
partir de um graacutefico de dispersatildeo utilizando uma planilha eletrocircnica de caacutelculo Assim com
base nos valores determinados foi estipulada a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo para o IAF que foi
utilizada para corrigir os valores estimados pelo LAI-2200
67
Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha da planta (a) leitura
do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em
laboratoacuterio do IAF real da planta com o equipamento CI-203 (d)
311 Iacutendice de clorofila
A avaliaccedilatildeo do estado nutricional das plantas foi determinado a partir do iacutendice de
clorofila sendo utilizado o aparelho ClorofiLOG CFL 1030 Falkerreg
(Figura 9) Foram
determinados os teores das Clorofilas a b e total (a + b) expressas em Iacutendice de Clorofila
Falker (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB As leituras procederam-se periodicamente nas folhas
de posiccedilotildees do 2deg ou 3deg noacute do ramo vegetativo ou floriacutefero do aacutepice para base (LIMA et al
2011) sendo as folhas coletadas para posterior anaacutelise de N foliar para assim correlacionar os
teores de clorofila com o nitrogecircnio presente nas folhas Para a coleta das folhas nas posiccedilotildees
estudadas foram consideradas apenas as folhas totalmente expandidas e contadas no sentido
aacutepicebase sem qualquer vestiacutegio de lesatildeo ocasionado por patoacutegenos
d c
b a
68
Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG
Foram realizadas trecircs mediccedilotildees por planta sendo em trecircs plantas por parcela obtendo
portanto nove leituras por parcela sendo a meacutedia das leituras o valor de ICF representativo
da parcela As leituras com o aparelho no campo foram realizadas sempre no mesmo horaacuterio
durante o periacuteodo da manhatilde com trecircs avaliaccedilotildees ao longo do primeiro ciclo de estudo da
cultura (3ordm ano) e cinco avaliaccedilotildees ao longo do segundo ciclo (4ordm ano) No primeiro ciclo de
estudo as avaliaccedilotildees ocorreram nos meses de jan2014 mar2014 e jun2014 ou seja periacuteodo
em que ocorre o aacutepice de florescimento (janeiro) formaccedilatildeo e maturaccedilatildeo dos frutos (janeiro e
marccedilo) e o processo de senescecircncia das folhas (junho) sendo realizada a anaacutelise foliar de N
apenas no mecircs de marccedilo Por sua vez no segundo ciclo de estudo as avaliaccedilotildees foram
realizadas nos meses de nov2014 dez2014 jan2015 fev2015 e abr2015 sendo possiacutevel
acompanhar todo o periacuteodo de desenvolvimento foliar do pinhatildeo-manso acompanhando
desde o aacutepice da emissatildeo de folhas (45 dias apoacutes poda de limpeza e conduccedilatildeo) passando pelo
periacuteodo reprodutivo (floraccedilatildeo e formaccedilatildeo de frutos) maturaccedilatildeo do frutos e iniacutecio da
senescecircncia foliar No segundo ano de estudo foram realizadas anaacutelises foliares de nitrogecircnio
em todas as eacutepocas Todas as anaacutelises foliares de nitrogecircnio foram realizadas pelo meacutetodo de
digestatildeo sulfuacuterica e determinaccedilatildeo por destilaccedilatildeo agrave vapor (MALAVOLTA VITTI
OLIVEIRA 1997)
312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo
A quantidade e a qualidade do oacuteleo da cultura do pinhatildeo-manso foram determinadas
anualmente para cada ciclo de produccedilatildeo pelo fato da cultura natildeo apresentar produccedilatildeo
uniforme ao longo do periacuteodo produtivo impossibilitando a repeticcedilatildeo das anaacutelises pelo baixo
quantitativo de sementes em determinados periacuteodos do ano A seguir satildeo descritos o meacutetodo
69
de extraccedilatildeo do oacuteleo utilizado os iacutendices de qualidade e os meacutetodos de identificaccedilatildeo e
quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos que foram posteriormente determinados
3121 Teor de oacuteleo
A determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo por semente pode ser realizada por extraccedilatildeo
em prensa hidraacuteulica e tambeacutem por uso de solvente quiacutemico Estes meacutetodos satildeo mencionados
por Achten et al (2008) e satildeo utilizados de acordo com a necessidade do usuaacuterio A prensa
hidraacuteulica eacute uma eficiente forma de extraccedilatildeo do oacuteleo para ser utilizado como biodiesel
enquanto a extraccedilatildeo quiacutemica eacute voltada para determinar a quantidade total de oacuteleo na semente
sendo mais utilizado em testes de laboratoacuterio Para este estudo apenas a determinaccedilatildeo do teor
de oacuteleo por meio de solvente quiacutemico foi realizada Para isso foram utilizadas amostras de 1
kg de polpa de semente por tratamento sendo necessaacuterio retirar as sementes do epicarpo e a
polpa da casca da semente antes do iniacutecio da extraccedilatildeo O meacutetodo da extraccedilatildeo quiacutemica de oacuteleo
vegetal foi realizado via Soxlet utilizando hexano como solvente e adotando o meacutetodo oficial
AOCS Am 5-04 da American Oil Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) Apoacutes ter passado pelo
processo de extraccedilatildeo o oacuteleo extraiacutedo foi quantificado em porcentagem de oacuteleo por unidade de
massa de sementes e em seguida destinado para as anaacutelises laboratoriais de qualidade que
seratildeo descritas a seguir
Aleacutem da determinaccedilatildeo do teor (rendimento) de oacuteleo por unidade de massa de semente
foi calculado tambeacutem a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) que apresenta a quantidade de oacuteleo
produzido (kg) por unidade aacuterea cultivada (ha) A produtividade de oacuteleo foi determinada
utilizando o produto da produtividade de sementes (kg ha-1
) com o teor de oacuteleo (decimal)
(TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) e eacute expressa na Equaccedilatildeo 3
Produtividade de oacuteleo = Produtiv sementes x Teor de oacuteleo (3)
Para fins de caracterizaccedilatildeo do oacuteleo produzido nas sementes de pinhatildeo-manso colhidas
anteriormente na aacuterea foi determinado o teor de oacuteleo das sementes colhidas no ciclo anterior
ao iniacutecio dos tratamentos (2ordm ano de cultivo) para a determinaccedilatildeo do ponto 0 que foi o ponto
de partida dos valores de qualidade do oacuteleo para as aacutereas de sequeiro e irrigada por pivocirc
central cultivados sem variaccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada O teor de oacuteleo (Tabela 7) foi
determinado por meio de prensa mecacircnica e por solvente quiacutemico (extrato eteacutereo) sendo este
70
uacuteltimo determinado na semente integral na qual natildeo houve nenhuma prensagem preacutevia no
resiacuteduo da prensagem mecacircnica (torta) para verificaccedilatildeo do quantitativo de oacuteleo que ficou
remanescente na torta prensada e na casca retirada para a prensagem das sementes
Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos frutos colhidos na
aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos
Aacuterea
Teor de oacuteleo ()
Prensa mecacircnica Solvente quiacutemico
Semente Torta Casca
Pivocirc Central 3977 5557 2257 056
Sequeiro 4172 5430 1862 056
3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo
As anaacutelises de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso que foram realizadas a partir do
oacuteleo extraiacutedo dos frutos coletados dentro dos tratamentos aplicados na aacuterea experimental
englobaram alguns iacutendices (padrotildees) qualitativos como iacutendice de acidez iacutendice de iodo
iacutendice de peroacutexido iacutendice de refraccedilatildeo densidade relativa estabilidade oxidativa e a
identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos Com a determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo
do ponto zero presente nas amostras dos frutos coletados antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos
os oacuteleos obtidos na prensagem mecacircnica foram utilizados posteriormente para a realizaccedilatildeo de
anaacutelises laboratoriais na determinaccedilatildeo de alguns iacutendices qualitativos do oacuteleo (Tabela 8)
Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental
Carateriacutestica Aacuterea
Pivocirc Central Sequeiro
Aspecto LII(1)
- 220(2)
LII(1)
- 220(2)
Iacutendice de Acidez 04562 04562
Iacutendice de Peroacutexido 17280 17338
Estabilidade oxidativa (horas) 1169 983
Absortividade na faixa do UV (E 232 nm) 12284 13137
Absortividade na faixa do UV (E 268 nm) 01638 01434
Massa especiacutefica a 20degC (kg m-sup3) 9152 9148
Viscosidade cinemaacutetica a 40degC (mmsup2 s-1
) 3655 3702
(1) Liacutempido e isento de impurezas (2) Temperatura durante a observaccedilatildeo Iacutendices determinados no Biodiesel
produzido a partir do oacuteleo extraiacutedo das amostras avaliadas
71
3123 Iacutendice de acidez
O iacutendice de acidez eacute um indicativo do estado de conservaccedilatildeo do oacuteleo e do
biocombustiacutevel que seraacute produzido definido como a quantidade de KOH (mg) necessaacuteria para
neutralizar os aacutecidos livres de 1 grama da amostra (ANGARITA et al 2012) Atualmente no
Brasil a regulaccedilatildeo estabelece um valor maacuteximo de 05 mg de KOH g-1
na determinaccedilatildeo do
iacutendice de acidez no biodiesel O meacutetodo utilizado para determinaccedilatildeo do iacutendice de acidez foi o
da norma NBR 14448 (ABNT) no qual o iacutendice de acidez eacute determinado por meio de
titulaccedilatildeo potenciomeacutetrica
3124 Iacutendice de iodo
Para determinaccedilatildeo do iacutendice de iodo foi utilizado o meacutetodo Cd 1d-92 da American Oil
Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) onde foi adicionado 15 mL de clorofoacutermio em 025 g de
amostra do oacuteleo extraiacutedo agitando o composto ateacute dissoluccedilatildeo da amostra Adicionou-se em
seguida 25 mL do reagente de Wijs e o frasco foi tampado deixando em repouso no escuro
durante 30 minutos Em seguida foi adicionado 20 mL de soluccedilatildeo de KI a 15 e 150 mL de
aacutegua destilada e titulou-se com soluccedilatildeo de Na2S2O3 01 N ateacute o desaparecimento de uma
coloraccedilatildeo amarela apoacutes agitaccedilatildeo Foi adicionado 1 mL de soluccedilatildeo de amido a 1 e
continuou-se a titulaccedilatildeo gota a gota ateacute o desaparecimento da cor azul Um ensaio em branco
foi conduzido paralelamente O Iacutendice de iodo foi obtido pela Equaccedilatildeo (4)
Iacutendice de Iodo (g I2100 g de amostra) =[(BminusA) x N x 1229]
Massa da amostra (g) (4)
em que
A - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra
B - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco e
N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3
72
3125 Iacutendice de peroacutexido
Para a determinaccedilatildeo do iacutendice de peroacutexido seguiu-se o meacutetodo Cd 8b-90 (AOCS
2003) em que foram pesados 3 g da amostra em frasco de iodo de 125 mL Adicionou-se 50
mL de soluccedilatildeo de aacutecido aceacuteticoisoctano (31) e soluccedilatildeo de iodeto de potaacutessio saturada e aacutegua
destilada A seguir foi realizada titulaccedilatildeo com soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio (Na2S2O3) 01N
e o volume gasto apoacutes adiccedilatildeo de goma de amido forneceu a concentraccedilatildeo em peroacutexidos
expressa em meq O2 kg-1
de amostra segundo a Equaccedilatildeo 5
IP =N x (aminusb)
Massa (gramas) x 1000 (5)
em que
N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3
a - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra e
b - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco
3126 Iacutendice de refraccedilatildeo
Os oacuteleos e gorduras possuem poder de refringecircncia diferente conforme sua natureza
desviando com maior ou menor intensidade os raios luminosos que os atravessam O iacutendice de
refraccedilatildeo tanto para os oacuteleos quanto para as gorduras eacute medido agrave temperatura de 40ordmC Para as
mediccedilotildees do iacutendice de refraccedilatildeo foi utilizado o meacutetodo Cc 7-25 (2003) da AOCS mediante o
uso do Refratocircmetro Abbe digital de bancada da marca QUIMIS O refratocircmetro Abbe foi
ajustado com aacutegua destilada (IR 20ordmC = 13330) Certificada a pureza (limpeza e umidade)
dos primas colocou-se 2 gotas da amostra do oacuteleo extraiacutedo entre os prismas e fechou-os para
a estabilizaccedilatildeo da temperatura Ajustou-se o aparelho para obter a leitura mais precisa
possiacutevel e entatildeo foi determinada a leitura na escala que forneceu diretamente o iacutendice de
refraccedilatildeo absoluto agrave 40ordmC
73
3127 Densidade relativa
A densidade relativa de um oacuteleo determina a relaccedilatildeo da massa de um volume unitaacuterio
da amostra agrave 40ordmC em relaccedilatildeo agrave massa de um volume de aacutegua A densidade foi medida em um
densiacutemetro automaacutetico digital da marca Rudolph Research Analytical-DQM 2911 de acordo
com a norma ASTM D4052
Com o auxiacutelio de uma seringa o bulbo amostrador foi ambientado com a amostra de
oacuteleo Na sequecircncia colocou-se a amostra no bulbo verificando se no mesmo natildeo houve
formaccedilatildeo de bolhas Apoacutes a estabilizaccedilatildeo da temperatura (40ordmC) para cada amostra foram
realizadas as leituras de densidade fornecidas diretamente pelo aparelho na temperatura do
teste
3128 Estabilidade oxidativa
A estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso foi determinada de acordo com a
norma ISO EN 6886 (2012) da Ethiopian Standard para oacuteleos vegetais e gorduras animais
utilizando-se o equipamento Rancimat 893 (Metrohm AG CH-9100 Herisau Switzerland)
(Figura 10a) na temperatura de 110degC sob o fluxo de ar de 10 L h-1
com amostras de 5 g
No meacutetodo Rancimat uma amostra de oacuteleo vegetal ou biodiesel eacute mantida em um
vaso de reaccedilatildeo agrave temperatura de 110degC e sob um fluxo de ar constante Neste momento
comeccedilam a se formar os peroacutexidos que satildeo os principais produtos formados na primeira etapa
de oxidaccedilatildeo da amostra Com o processo de oxidaccedilatildeo continuada satildeo formados compostos
orgacircnicos volaacuteteis dentre estes aacutecidos orgacircnicos de baixa massa molecular Estes compostos
satildeo transportados pelo fluxo de ar para outro recipiente contendo aacutegua destilada onde a
presenccedila dos aacutecidos orgacircnicos eacute entatildeo detectada pelo aumento da condutividade no sistema
(Figura 10b) O tempo decorrente ateacute a detecccedilatildeo dos aacutecidos orgacircnicos eacute denominado de
periacuteodo de induccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012)
74
(a) (b)
Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema de funcionamento
do equipamento (b)
3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos
Com os oacuteleos extraiacutedos de cada tratamento foram coletadas amostras para a realizaccedilatildeo
da identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos por meio de duas metodologias sendo uma
por cromatografia gasosa e a outra por ressonacircncia nuclear magneacutetica (RMN)
A cromatografia gasosa (CG) eacute o meacutetodo padratildeo adotado pela American Oil Chemists
Society (AOCS) e pela ETHIOPIAN STANDARD para a determinaccedilatildeo do conteuacutedo de
aacutecidos graxos e consiste na teacutecnica de separaccedilatildeo e anaacutelise de misturas por interaccedilatildeo dos seus
componentes entre uma fase estacionaacuteria (soacutelidaliacutequida) e uma fase moacutevel (gasosa) A CG
foi realizada de acordo com a norma ES ISO 12966-2 (2012) da ETHIOPIAN STANDARD e
a quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos pelo meacutetodo da normatizaccedilatildeo que eacute baseada na
porcentagem relativa de aacuterea de um determinado aacutecido graxo em relaccedilatildeo a aacuterea total de todos
os aacutecidos (VISENTAINER FRANCO 2006)
As determinaccedilotildees da composiccedilatildeo de aacutecidos graxos por espectroscopia de RMN de 1H
foram realizadas num espectrocircmetro de RMN Bruker Avance 400 operando a 94 T com os
nuacutecleos 1H a 40013 MHz A metodologia completa de RMN
1H para a determinaccedilatildeo da
composiccedilatildeo de aacutecidos graxos de oacuteleos vegetais eacute descrita por Barison et al (2010)
75
313 Anaacutelise dos dados
Os dados experimentais do desenvolvimento vegetativo das variaacuteveis fisioloacutegicas da
produtividade e dos iacutendices de qualidade do oacuteleo de cada ciclo da cultura para cada tratamento
foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk (SHAPIRO WILK 1965) (valor p gt 001) e de
Levene (BOX 1953) (valor p gt 001) para verificaccedilatildeo baacutesica da normalidade e
homocedasticidade residuais
Os dados das variaacuteveis com os valores absolutos ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo
como produccedilatildeo de frutos e sementes relaccedilatildeo sementefruto produtividade de sementes
produtividade de aacutegua teor e produtividade de oacuteleo aleacutem dos iacutendices de qualidade de oacuteleo
foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) utilizando o PROC GLM do programa
computacional estatiacutestico SASreg (SAS INSTITUTE 2009) Os efeitos quantitativos foram
avaliados por meio de polinocircmios ortogonais utilizando anaacutelise de regressatildeo segundo sua
significacircncia pelo Teste F jaacute os efeitos qualitativos foram submetidos ao teste de meacutedias de
Tukey (valor p lt 005) Para o caacutelculo do Rsup2 na anaacutelise de regressatildeo foi determinado o Rsup2
corrigido no qual a variacircncia das repeticcedilotildees foi removida (erro puro) e o caacutelculo fez-se por
meio da relaccedilatildeo entre o Rsup2 da regressatildeo e o Rsup2 maacuteximo obtido da anaacutelise de variacircncia
(BERTHOUEX BROWN 2002) em outras palavras o Rsup2 corrigido eacute a porcentagem da
quantidade de variaccedilatildeo que pode ser explicada por cada modelo de regressatildeo
As variaacuteveis com medidas repetidas (dados longitudinais) como as anaacutelises de
crescimento o IAF os iacutendices de clorofila e o nitrogecircnio foliar foram analisadas por meio do
modelo de anaacutelises (uni e multivariada) de perfis que eacute o modelo mais simples para o caso de
medidas repetidas Inicialmente foram realizados para cada variaacutevel os testes de normalidade
e de esfericidade da matriz de variacircncia de forma a satisfazer agraves pressuposiccedilotildees do modelo O
teste de esfericidade utilizado neste estudo foi o teste de esfericidade de Mauchly (1940) que
verifica se uma populaccedilatildeo normal multivariada apresenta variacircncias iguais e as correlaccedilotildees
nulas Nos casos em que o teste de esfericidade de Mauchly resultou em natildeo significativo
(valor p gt 005) concluiu-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica e o teste
univariado de perfis foi analisado caso contraacuterio o uso da anaacutelise multivariada de perfis
(MANOVA) que eacute uma das alternativas recomendadas neste caso foi adotada
(FERNANDEZ 1991) Para auxiliar na interpretaccedilatildeo dos resultados foram plotados os
graacuteficos do comportamento dos perfis meacutedios para visualizar a presenccedila ou ausecircncia de
paralelismo entre os perfis e se os mesmos satildeo horizontais O teste estatiacutestico multivariado
76
escolhido foi o teste de Traccedilo de Pillai pois apresenta o maior poder descritivo (tomada a
decisatildeo correta de rejeitar uma hipoacutetese H0 dado que H0 eacute falsa) sendo o mais robusto agrave natildeo
normalidade dentre os outros testes existentes na literatura como Lambda de Wilks Traccedilo de
Lawley-Hotelling e a Maior Raiz de Roy (JOHNSON WICHERN 2007) Estas anaacutelises
foram realizadas por meio do PROC GLM do SASreg utilizando o comando REPEATED e a
opccedilatildeo PRINTE (SAS INSTITUTE 2009)
A anaacutelise de regressatildeo nas variaacuteveis com medidas repetidas ao longo do tempo foi
determinada utilizando o PROC REG do SASreg e para a escolha do melhor modelo a ser
utilizado para cada tratamento seguiu-se de acordo com a significacircncia das estimativas dos
paracircmetros de cada equaccedilatildeo procedendo-se tambeacutem agraves comparaccedilotildees entre os modelos via
criteacuterio de informaccedilatildeo utilizando o criteacuterio de informaccedilatildeo de Akaike (AIC) e o criteacuterio
Bayesiano de Schwarz (BIC) escolhendo ao final o menor valor para tais criteacuterios O caacutelculo
do Rsup2 corrigido tambeacutem foi utilizado para estas variaacuteveis
Para os dados climatoloacutegicos coletados nos dois anos de experimento foi realizado
uma estatiacutestica descritiva com os valores meacutedios maacuteximos miacutenimos e o desvio padratildeo de
cada componente climaacutetico Para os perfis cromatograacuteficos analisados via cromatografia
gasosa o mesmo tipo de anaacutelise foi realizado devido ao baixo nuacutemero de repeticcedilotildees para a
realizaccedilatildeo das anaacutelises e pelo fato do fator bloco natildeo ter sido considerado nas anaacutelises Os
resultados das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo do biodiesel natildeo passaram por qualquer anaacutelise
estatiacutestica servindo apenas como resultado descritivo das amostras de oacuteleo extraiacutedas das
sementes dos tratamentos
77
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Monitoramento meteoroloacutegico
A estatiacutestica descritiva dos valores diaacuterios de umidade relativa do ar temperaturas
maacutexima meacutedia e miacutenima radiaccedilatildeo global e velocidade do vento coletados durante o periacuteodo
de estudo aleacutem dos valores de ETc para cada aacuterea de manejo hiacutedrico satildeo apresentados na
Tabela 9 Ao longo do ciclo a variaccedilatildeo diaacuteria de temperatura apresentou-se alta durante o
periacuteodo mais frio do ano tornando-se baixa no restante do ciclo apresentando ao final uma
amplitude teacutermica diaacuteria maacutexima de 247degC e 248degC ao longo do primeiro e segundo ciclo
respectivamente Mesmo assim a regiatildeo onde estava instalada a cultura apresentou uma
temperatura meacutedia anual de 230 degC e 238degC para o terceiro e quarto ano de cultivo
respectivamente ficando portanto dentro da faixa oacutetima de desenvolvimento da cultura qual
seja entre 180degC e 285degC (SATURNINO et al 2005) Entretanto a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura no ano como pode ser observada na Figura 11 e geralmente ocorrida na regiatildeo
com temperaturas mais amenas nos meses do outono e inverno paralisa o crescimento das
plantas ocorrendo a queda natural das folhas o que pode provavelmente reduzir a produccedilatildeo de
sementes (SATURNINO et al 2005)
Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental
Variaacuteveis
meteoroloacutegicas
Ciclo 201314 Ciclo 201415
Meacutedia Desvio
Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo Meacutedia
Desvio
Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo
Tmaacutex (degC) 297 425 387 145 301 399 386 162
Tmeacuted (degC) 230 361 309 123 238 320 302 136
Tmin (degC) 163 411 239 52 174 366 240 750
UR () 712 123 990 450 764 135 1000 330
Qg (MJ m-sup2 d
-sup1) 197 70 330 277 345 296 983 260
U2 (m s-1
) 160 044 362 078 137 063 391 022
ETc-I (mm d-1
) 374 221 814 040 321 219 818 053
ETc-S (mm d-1
) 146 088 491 046 291 167 746 042
Tmaacutex ndash Temperatura maacutexima Tmeacuted ndash Temperatura meacutedia Tmin ndash Temperatura miacutenima UR ndash Umidade
relativa do ar Qg ndash Radiaccedilatildeo global U2 ndash Velocidade do vento ETc-I ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea irrigada
ETc-S ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea sem irrigaccedilatildeo
O municiacutepio de Piracicaba-SP assim como boa parte da regiatildeo Sudeste apresentou
durante o ano agriacutecola de 20132014 um periacuteodo atiacutepico no regime de chuvas A quantidade
de chuvas incidida durante o veratildeo de 2014 na aacuterea experimental e em todo o estado de Satildeo
Paulo foi 90 a menos do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no mesmo periacuteodo Isso fez com
que o niacutevel do rio Piracicaba que circunda a aacuterea experimental se reduzisse drasticamente e o
78
niacutevel de aacutegua do reservatoacuterio da fazenda experimental se esgotasse quase que por completo o
que acarretou na diminuiccedilatildeo das irrigaccedilotildees realizadas ao longo do ciclo Durante o primeiro
ciclo de avaliaccedilatildeo (agosto2013 a julho2014) ocorreram 5877 mm mal distribuiacutedos ao
longo do ciclo e concentrado na maior parte em periacuteodos isolados Esse valor anual descrito
representa uma quantidade 56 menor do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no local e encontra-
se abaixo do limite miacutenimo na qual a produccedilatildeo eacute drasticamente afetada com valores anuais
inferiores a 600 mm ocorrendo principalmente em regiotildees de baixa umidade e que causa a
paralisaccedilatildeo do crescimento vegetativo (HENNING 1996) No segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
ocorreu aumento do periacuteodo de chuvas com o valor anual (agosto2014 a julho2015) de
7150 mm bem distribuiacutedos ao longo de todo o ciclo
T maacutex ndash Temperatura maacutexima T min ndash Temperatura miacutenima UR - Umidade Relativa do ar PPT (mm) ndash
Precipitaccedilatildeo Eto Ac ndash Evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia Acumulada (mm) Ppt Ac ndash Precipitaccedilatildeo Acumulada
(mm)
Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Um
ida
de
rela
tiv
a (
)
Tem
per
atu
ra (
oC
)
T maacutex (degC) T min (degC) UR ()
1ordm Ciclo 2ordm Ciclo
0
10
20
30
40
50
60
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
Pre
cip
ita
ccedilatildeo
(m
m)
Lacirc
min
as
acu
mu
lad
as
(mm
)
Eto Ac Ppt Ac PPT (mm)
2ordm Ciclo1ordm Ciclo
79
A evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) apresentou para o terceiro e quarto ano de
cultivo do pinhatildeo-manso para as aacutereas manejadas com e sem irrigaccedilatildeo valores proacuteximos das
meacutedias encontradas por Lena (2013) para o primeiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso nas duas
aacutereas em estudo A semelhanccedila dos valores de ETc para a fase de formaccedilatildeo da cultura no
campo no seu primeiro ano de cultivo com o terceiro e quarto ano de cultivo da planta se
deve ao caso da maior taxa de evaporaccedilatildeo do solo nos primeiros meses de cultivo jaacute que com
o baixo porte da planta e com o nuacutemero reduzido de folhas a sua taxa diaacuteria de transpiraccedilatildeo
foi considerada baixa Com o desenvolvimento vegetativo da planta no seu terceiro e quarto
ano de cultivo houve o aumento na taxa de transpiraccedilatildeo das plantas sendo superior nos
tratamentos irrigados devido ao maior porte das plantas e agrave incidecircncia foliar o que ocasionou
um maior sombreamento no solo diminuindo consequentemente a taxa evaporativa do solo
Everson Mengistu e Gush (2013) encontraram para plantas de pinhatildeo-manso na Aacutefrica do Sul
valores entre 3 a 4 mm dia-sup1 na evapotranspiraccedilatildeo diaacuteria das plantas durante o veratildeo
(dezembro-fevereiro) e com a queda natural das folhas no periacuteodo de inverno (maio-agosto)
o valor meacutedio diaacuterio foi insignificante sendo menor do que 1 mm dia-sup1
O pinhatildeo-manso possui metabolismo fotossinteacutetico intermediaacuterio C3-CAM (LUTTGE
2008) e sob estiacutemulo de falta de aacutegua salinidade fotoperiacuteodo ou termoperiacuteodo passam a
apresentar o comportamento CAM (LUTTGE KLUGE BAUER 1996) No caso deste
estudo quando o cultivo esteve em periacuteodos com altas temperaturas (gt 30ordmC) ou quando
sofreram grande restriccedilatildeo hiacutedrica no caso dos tratamentos sem irrigaccedilatildeo as plantas
possivelmente adotaram o metabolismo CAM economizando aacutegua e reduzindo a sua
acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca (PIMENTEL 1998) Isto explica os baixos valores meacutedios de
ETc apresentados principalmente pelos tratamentos sem irrigaccedilatildeo nos periacuteodos de formaccedilatildeo
e emissatildeo de folhas antes do iniacutecio do periacuteodo caducifoacutelio
42 Irrigaccedilotildees realizadas
Na Figura 12 satildeo apresentadas as lacircminas aplicadas pelo sistema de irrigaccedilatildeo por pivocirc
central no terceiro ano de cultivo Problemas operacionais e de manutenccedilatildeo no sistema de
bombeamento nos meses de outubro de 2013 e janeiro de 2014 impossibilitaram a realizaccedilatildeo
da irrigaccedilatildeo na aacuterea Devido a reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio ocasionado pelo baixo volume
precipitado no veratildeo de 2014 e associado ao final da produccedilatildeo de frutos e iniacutecio do periacuteodo de
senescecircncia das folhas a irrigaccedilatildeo a partir do mecircs de julho de 2014 foi cessada natildeo sendo
80
retomada no ciclo seguinte devido a seacuteria restriccedilatildeo hiacutedrica encontrada no reservatoacuterio No
total foram aplicados no primeiro ciclo de avaliccedilatildeo 7311 mm de lacircmina bruta de irrigaccedilatildeo o
que considerando o periacuteodo de pleno funcionamento da moto bomba aplicou-se uma meacutedia de
36 mm dia-1
Considerando a lacircmina total recebida (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) as aacutereas
cultivadas com irrigaccedilatildeo por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo receberam 13234 mm e 5877 mm
respectivamente Resultados semelhantes foram encontrados por Rao et al (2012) que
avaliaram o consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso no semiaacuterido indiano e encontraram para
plantas cultivadas sem nenhum estresse hiacutedrico uma variaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura
entre 1410 e 1538 mm por ano durante os anos de 2006 a 2009 e cultivado sob condiccedilotildees
naturais a ETc variou entre 614 e 930 mm
Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura
43 Monitoramento da umidade do solo
Na Figura 13 satildeo apresentados a variaccedilatildeo de umidade do solo na aacuterea experimental
para as quatros doses de adubaccedilatildeo nitrogenada da aacuterea sem irrigaccedilatildeo em quatro diferentes
camadas ao longo do perfil do solo Ressalta-se que por apresentar apenas caracteriacutesticas de
monitoramento da umidade solo os valores apresentados foram coletados em um determinado
intervalo de tempo ao longo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo apenas como forma de
comparaccedilatildeo entre os tratamentos e o perfil de umidade do solo nos lisiacutemetros de cada aacuterea
onde na aacuterea irrigada o seu manejo foi adotado
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14
Lacircm
inas
ap
lica
das
(mm
)
81
Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo
A umidade do solo presente na primeira camada do solo (0-020 m) apresentou as
maiores variaccedilotildees para todos os tratamentos monitorados tendo menores variaccedilotildees temporais
nas demais camadas do solo De acordo com Campos et al (1994) as alteraccedilotildees de umidade
do solo satildeo dinacircmicas e ocorrem em curto e longo periacuteodo de tempo sendo principalmente
na camada superficial do solo
A partir dos dados obtidos da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feito por Flumignan
(2012) como capacidade de campo ponto de murchamento permanente e densidade do solo
representativa para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo ao longo do perfil do solo foi calculado o
armazenamento de aacutegua no solo para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de
pesagem localizados proacuteximos a aacuterea experimental (Figura 14) A partir dos dados
observados constata-se o maior consumo hiacutedrico e com isso os menores volumes de aacutegua
armazenados nos tratamentos sem restriccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada com as doses de 150
de N (S1) e 100 de N (S2) seguido tambeacutem das plantas localizadas dentro dos lisiacutemetros
que foram tambeacutem adubadas com 100 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura
25
30
35
40
45
50
Um
ida
de
vo
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eacutetri
ca (
)
S1 - 150N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
25
30
35
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50
S2 - 100N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
25
30
35
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45
50
Um
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e volu
meacutet
rica
(
)
S3 - 50N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
25
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35
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S4 - 0N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
82
Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo
nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner
2000
A variaccedilatildeo da umidade volumeacutetrica do solo na aacuterea irrigada por pivocirc central nos
quatro tratamentos de adubaccedilatildeo aplicados em diferentes camadas do perfil do solo satildeo
apresentadas na Figura 15 Assim como nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo os quatro tratamentos
adotados na aacuterea irrigada apresentaram o mesmo comportamento na variaccedilatildeo de umidade no
periacuteodo de avaliaccedilatildeo com a umidade na camada de 0-020 m apresentando as maiores
variaccedilotildees e as demais camadas com poucas variaccedilotildees ao longo do periacuteodo de monitoramento
Isso se deve ao fato dessa camada apresentar-se na superfiacutecie do solo e tendo o contato direto
da radiaccedilatildeo solar acaba favorecendo no processo de evaporaccedilatildeo da aacutegua nos primeiros
centiacutemetros de solo estando susceptiacutevel aos ciclos de umedecimento e secagem consequente
dos eventos de precipitaccedilatildeo e estiagem (CAMPOS et al 1994) A maior concentraccedilatildeo
radicular da cultura nos primeiros centiacutemetros do solo e as raiacutezes da vegetaccedilatildeo rasteira
contribuiacuteram na maior absorccedilatildeo radicular de aacutegua nesta camada favorecendo tambeacutem a sua
maior variabilidade de umidade do solo Aliado a esses fatores a baixa ascensatildeo capilar em
maiores profundidades nesse solo por apresentar lenccedilol freaacutetico profundo proporcionou uma
menor variaccedilatildeo de sua umidade nas camadas subsequentes
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Arm
azen
amen
to d
e aacuteg
ua
no s
olo
(m
m)
S1 S2 S3 S4 Lisiacutemetro
83
Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados
O armazenamento de aacutegua no solo nos tratamentos irrigados diferente da aacuterea sem
irrigaccedilatildeo apresentou os menores valores para os perfis de solo situados dentro dos lisiacutemetros
seguidos em alguns momentos pelo tratamento P1 ou P2 e ao final pelo tratamento P3 O
armazenamento de aacutegua no solo ao longo de periacuteodo de monitoramento para os quatro
tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de pesagem localizados na aacuterea irrigada satildeo
apresentados na Figura 16
Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo
nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner 2000
20
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Um
idad
e volu
meacutet
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(
)P1 - 150N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
20
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0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
20
25
30
35
40
45
50
Um
idad
e volu
meacutet
rica
(
)
P3 - 50N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
20
25
30
35
40
45
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P4 - 0N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
0
20
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100
120
140
160
180
Arm
azen
amen
to d
e aacuteg
ua
no
so
lo (
mm
)
P1 P2 P3 P4 Lisiacutemetro
84
44 Produtividade da cultura
Ao longo do periacuteodo de colheita do terceiro ano de cultivo realizado de janeiro2014 a
junho2014 foram obtidos em meacutedia 158 kg de fruto por planta para toda a aacuterea
experimental Com exceccedilatildeo da relaccedilatildeo frutosemente todas as variaacuteveis apresentaram
diferenccedila significativa para o efeito da irrigaccedilatildeo e do aumento da dose de adubo nitrogenado
(Tabela 10) o que explica que o aumento da produccedilatildeo e da produtividade de frutos e
sementes se daacute pelo maior nuacutemero de frutos produzidos sendo o aumento da massa de
sementes proporcional Natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N aplicadas
O tratamento P1 (150 N ndash Irrigado) foi o que apresentou a melhor resposta seguido do
tratamento P2 (100 N ndash Irrigado) Com relaccedilatildeo agraves doses de adubaccedilatildeo em todos os casos os
tratamentos com 0 de N (P4 e S4) apresentaram desempenho inferior diferindo
estatisticamente das demais doses aplicadas (Tabela 11)
Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1
relaccedilatildeo sementefruto
(RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1
Fonte de
Variaccedilatildeo
Ciclo 201314 Ciclo 201415
GL ProdF ProdS Rel SF PS ProdF ProdS Rel
SF PS
Blocos [I] 6 138
125
041ns
1246
268 157
ns 135
ns 158
ns
I 1 1512
1481
017ns
1478
428
365
054ns
365
N 3 307
319
345ns
319
307
241
080ns
242
I x N 3 083ns
094ns
194ns
094ns
106ns
047ns
113ns
048ns
Meacutedia geral 1188 0797 0668 6640 1499 0946 0632 8672
CV () 153 155 25 155 162 184 53 184
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1
) em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e doses
de nitrogecircnio aplicado
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
Meacutedias 150 100 50 0
Ciclo 201314
Irrigado 11078 9718 8730 5895 8855 A
Sequeiro 6018 4875 5258 1550 4425 B
Meacutedias 8548 a 7296 ab 6994 b 3723 c
Ciclo 201415
Irrigado 13088 11005 10110 7300 10376 A
Sequeiro 10750 7548 6465 3110 6968 B
Meacutedias 11919 a 9276 b 8288 b 5205 c
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
85
Para a produtividade de sementes o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste
para as duas condiccedilotildees da produtividade de sementes em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nos
dois anos de avaliaccedilatildeo (Figura 17 e Figura 18) O uso da irrigaccedilatildeo duplicou a produtividade
de sementes no terceiro ano de cultivo apresentando tambeacutem uma oacutetima resposta com a
adubaccedilatildeo nitrogenada O quarto ano de cultivo (segundo ano de avaliaccedilatildeo) apresentou um
consideraacutevel acreacutescimo na produccedilatildeo de frutos e sementes no cultivo sem irrigaccedilatildeo com as
maiores doses de adubo nitrogenado onde o efeito da produccedilatildeo se mostrou acentuado com a
complementaccedilatildeo de aacutegua por irrigaccedilatildeo e com a correta adubaccedilatildeo nitrogenada quadruplicando
a sua produccedilatildeo em alguns casos quando se verificou o comportamento linear crescente no 4ordm
ano com acreacutescimo de 00035 Mg ha-1
e 00047 Mg ha-1
da produtividade de sementes para
cada kg de nitrogecircnio aplicado por hectare na aacuterea irrigada e sem irrigaccedilatildeo respectivamente
Por ser ainda uma planta em formaccedilatildeo eacute aceitaacutevel o fato da produtividade do terceiro ano de
cultivo da cultura ser inferior ao ano seguinte por receber uma menor dosagem na sua
adubaccedilatildeo de manutenccedilatildeo e por principalmente a cultura passar pelo processo de
estabelecimento nos seus primeiros anos jaacute que o seu pico de produccedilatildeo soacute eacute observado a
partir do seu quinto ano de cultivo (ARRUDA et al 2004)
Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
y = 00048x + 06377
Rsup2 = 09453 p-valor = 00099
y = 00038x + 0247
Rsup2 = 07245 p-valor = 00011
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
sem
ente
s (M
g h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
86
Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no quarto ano de cultivo
Patolia et al (2007) avaliaram o desenvolvimento do pinhatildeo-manso nos dois primeiros
anos agriacutecolas de cultivo (200405 e 200506) em funccedilatildeo da fertilizaccedilatildeo mineral de N e P e
notaram que apesar do aumento adicional da dosagem de N no primeiro ano cultivo natildeo foi
observado aumento significativo na produtividade diminuindo com a aplicaccedilatildeo da dosagem
de 60 kg ha-sup1 (N60) com relaccedilatildeo a dosagem de 45 kg ha
-sup1 (N45) Com isso as maiores
produtividades de sementes da cultura (356 e 4672 kg ha-1
) foram registradas com o uso de
N45 e N60 em 200405 e 200506 respectivamente A exigecircncia de uma menor quantidade
de N nos primeiros anos da cultura confirma as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010)
que estabelece doses crescentes dos nutrientes a partir do seu primeiro ano de cultivo no
campo ateacute o seu quarto ano de cultivo quando a cultura inicia o seu pico de produccedilatildeo
Os resultados apresentados nesse trabalho encontram-se abaixo do relatado na
literatura claacutessica sobre a cultura (HELLER 1996) entretanto por existir pouca informaccedilatildeo
sobre a cultura muitos autores estimaram a produtividade da cultura caso o seu provaacutevel
potencial fosse atingido (ARRUDA et al 2004 TEWARI 2009 FACT 2010) Em
contrapartida trabalhos mais recentes obtiveram produtividades semelhantes ou abaixo para
os primeiros anos de cultivo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012
TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013)
O aumento da produtividade de frutos e sementes com a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo
nitrogenada comprova que essa cultura apesar de possuir caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo a
y = 00035x + 07638
Rsup2 = 09646 p-valor = 00015
y = 00047x + 0337
Rsup2 = 09674 p-valor lt00001
00
02
04
06
08
10
12
14
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0 515 103 1545
Pro
du
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(Mg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
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500
600
700
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0 345 69 1035
Pro
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oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
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de
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o (
kg
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-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
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500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
87
condiccedilotildees adversas de clima e solo como a sua restriccedilatildeo de fertilidade pode obter ganhos
consideraacuteveis na sua produtividade quando o solo eacute corretamente suprido quanto agraves suas
exigecircncias nutricionais Mohapatra e Panda (2011) ao estudarem os efeitos de diferentes
dosagens e combinaccedilotildees da adubaccedilatildeo NPK na produccedilatildeo de pinhatildeo-manso de cinco anos de
cultivo no leste da Iacutendia encontraram para o tratamento que recebeu a maior dosagem de N
(60 g planta-sup1) aplicado via ureia a maior produtividade de sementes (42721 kg ha
-sup1) Yong
et al (2010) tambeacutem verificaram uma maior produtividade da cultura com aplicaccedilatildeo de
maiores doses de fertilizante nitrogenado tendo um aumento exponencial do nuacutemero de frutos
por planta com o aumento da dosagem de fertilizante tambeacutem foram obtidas melhorias nas
caracteriacutesticas fisioloacutegicas da planta como um maior teor de N foliar maior capacidade de
assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 e maior teor de clorofila total
A praacutetica da irrigaccedilatildeo garantiu para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura um
aumento de mais de 100 da produtividade de sementes em comparaccedilatildeo com o cultivo em
sequeiro Para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo a aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo apresentou um
aumento crescente em relaccedilatildeo ciclo passado soacute que desta vez acompanhado com o aumento
do cultivo sem irrigaccedilatildeo ainda assim o aumento da produtividade na aacuterea com histoacuterico de
irrigaccedilatildeo apresentou-se com uma produtividade 489 maior do que o cultivo sem irrigaccedilatildeo
O uso da irrigaccedilatildeo complementar assim como neste estudo tem se apresentado essencial em
outros trabalhos para garantir o aumento da produtividade e a garantia da sobrevivecircncia da
cultura em alguns casos (KHEIRA ATTA 2009 BEHERA et al 2010 SILVA et al 2011
OLIVEIRA et al 2012 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) Em uma aacuterea de baixada
irrigada com boa fertilidade Purcino e Drummond (1986) observaram que o pinhatildeo-manso
comeccedilou a produzir logo no segundo ano atingindo 2000 kg ha-1
de sementes Por outro lado
Drumond et al (2007) obtiveram produtividades variando de 330 kg ha-1
em condiccedilotildees de
sequeiro a 1200 kg ha-1
em aacuterea irrigada jaacute no primeiro ano de cultivo em Petrolina-PE
88
45 Produtividade da aacutegua
Na Figura 19 satildeo apresentados os valores de produtividade de aacutegua (PA) em
quilogramas de sementes produzidas para as aacutereas irrigada e sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das
diferentes doses de nitrogecircnio aplicada para o terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso Para
este estudo foi calculada a produtividade de aacutegua apenas para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo
devido agrave ausecircncia de irrigaccedilatildeo no ciclo seguinte
Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos no terceiro ano de
cultivo
O tratamento S1 foi o que apresentou a melhor produtividade de aacutegua com 102 kg m-
sup3 seguido por S3 P1 e S2 Comparando a praacutetica da irrigaccedilatildeo os tratamentos irrigados natildeo
corresponderam proporcionalmente a uma maior produccedilatildeo pelo total de aacutegua aplicada na
cultura embora a PA natildeo tenha diferido entre os diferentes tipos de manejo hiacutedrico (Tabela
12) A produtividade meacutedia de aacutegua nos tratamentos irrigados foi de 067 kg m-sup3 enquanto
que nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo foi de 076 kg m-sup3 valores estes superiores aos encontrados
por Sousa et al (2012) de 060 kg m-sup3 O efeito da adubaccedilatildeo nitrogenada mostrou-se
altamente significativo na PA (Tabela 12) o que confirma os resultados encontrados por
diversos autores em outras culturas agriacutecolas (NIELSEN HALVORSON 1991 MEDEIROS
DUBEUX JUNIOR 2008 CHAVES GHEYI RIBEIRO 2011) Assim como a
produtividade da cultura natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N
aplicadas
P1
P2P3
P4
S1
S2S3
S4
00
02
04
06
08
10
12
150 N 100 N - S1 50 N 0 N
Pro
du
tiv
ida
de
de
aacuteg
ua
(k
g m
-sup3)
Irrigado (Pivocirc central) Natildeo irrigado (Sequeiro)
89
Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo
Fonte de Variaccedilatildeo GL Quadrado meacutedio F Valor-p
Blocos [I] 6 00855 371 00141
I 1 00587 254 01281
N 3 05004 217 lt00001
I x N 3 00696 302 00569
Resiacuteduo 18 002305
Meacutedia geral 0715
CV () 212
I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo aos tratamentos adubados constata-se que apenas os tratamentos sem
adubaccedilatildeo nitrogenada tiveram uma draacutestica reduccedilatildeo na produtividade de aacutegua
correspondendo com a sua baixa produtividade de sementes diferindo dos resultados
encontrados por Yang et al (2013) A Figura 20 apresenta o diagrama de dispersatildeo e a
equaccedilatildeo de regressatildeo da produtividade em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas no solo
no terceiro ano de cultivo O modelo de regressatildeo linear foi o uacutenico que proporcionou ajuste
significativo para todos os componentes da equaccedilatildeo obtendo um coeficiente de determinaccedilatildeo
corrigido de 813 Sousa et al (2012) para o pinhatildeo-manso e Barros Juacutenior et al (2008) para
a cultura da mamoneira tambeacutem observaram um aumento linear para a PA nesses trabalhos
tais aumentos foram resultantes do incremento da disponibilidade de aacutegua no solo Pelo fato
do uso da irrigaccedilatildeo e da sua interaccedilatildeo com os tratamentos adubados natildeo ter dado efeito
significativo uma uacutenica equaccedilatildeo de ajuste da produtividade de aacutegua em funccedilatildeo das doses de
nitrogecircnio foi determinada
90
Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
A praacutetica da irrigaccedilatildeo apesar de ter gerado um aumento significativo na produtividade
de frutos e sementes de pinhatildeo-manso natildeo acarretou em uma variaccedilatildeo significativa na
produtividade de aacutegua para a cultura Estes resultados apresentam-se distintos quando
comparados com outros trabalhos da literatura nos quais a aplicaccedilatildeo da quantidade ideal de
aacutegua por irrigaccedilatildeo com o seu correto manejo para a cultura do pinhatildeo-manso permitiu trazer
diferentes resultados natildeo garantindo uma maior produtividade da aacutegua ou eficiecircncia no seu
uso Santana et al (2015) encontraram para as plantas de pinhatildeo-manso irrigadas com deacuteficit
hiacutedrico uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua fotossinteacutetica com uma reduccedilatildeo de 27 no
consumo total de aacutegua entretanto as plantas com irrigaccedilatildeo plena (tratamento controle)
obtiveram uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de biomassa devido ao efeito
negativo dos tratamentos irrigados com deacuteficit na produccedilatildeo de biomassa Kheira e Atta
(2009) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso sob deacuteficit hiacutedrico no Egito encontraram
valores de PA de 021 044 031 e 041 kg m-sup3 para 125 100 75 e 50 da
Evapotranspiraccedilatildeo da cultura respectivamente apresentando um ajuste quadraacutetico assim
como foi encontrado por Deus et al (2012) Jaacute Sousa et al (2012) encontraram um aumento
na PA em plantas de pinhatildeo-manso que recebiam a menor lacircmina de irrigaccedilatildeo Estes mais
variados comportamentos da cultura com relaccedilatildeo a sua eficiecircncia do uso da aacutegua ou
produtividade de aacutegua como eacute mais comumente chamado nos dias atuais corroboram com os
relatos de Jongschaap et al (2007) de que o pinhatildeo-manso apesar de possuir caracteriacutesticas
de se desenvolver em regiotildees semiaacuteridas e aacuteridas tropicais sendo entatildeo considerada como
y = 000505x + 04537
Rsup2corr = 08129 p-valor = lt00001
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
aacuteg
ua
(k
g m
- sup3)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
91
uma cultura tolerante a escassez hiacutedrica ainda eacute pouco estudado no que se refere ao seu uso
da aacutegua e agrave sua eficiecircncia do uso da aacutegua
Com isso observa-se que a maior produtividade de sementes encontrada no
tratamento irrigado com a maior dose de nitrogecircnio aplicada natildeo corresponde agrave maior
produtividade de aacutegua que foi obtida no tratamento com a maior dose de nitrogecircnio aplicado
soacute que no tratamento sem irrigaccedilatildeo Comportamento semelhante foi encontrado por Yang et
al (2013) que estudaram os efeitos da adiccedilatildeo de nitrogecircnio e do uso da aacutegua no crescimento e
desenvolvimento do pinhatildeo-manso e encontraram que com o maior intervalo de irrigaccedilatildeo (12
dias) houve reduccedilatildeo significativa no crescimento liacutequido da planta na aacuterea foliar na massa
seca total e na capacidade de armazenamento da aacutegua Entretanto houve economia de aacutegua de
irrigaccedilatildeo de 21 quando comparado com intervalos menores (4 e 8 dias) Contudo os autores
relatam que os maiores intervalos de irrigaccedilatildeo aumentaram a eficiecircncia do uso da aacutegua na
irrigaccedilatildeo (EUAi) e a eficiecircncia do uso da aacutegua no cultivo (EUAet) Assim a combinaccedilatildeo ideal
foi o tratamento com intervalo de irrigaccedilatildeo de 12 dias com o uso de nitrogecircnio o qual pode
aumentar a eficiecircncia do uso da aacutegua que apresenta o mesmo o conceito da produtividade da
aacutegua com a diferenccedila de que a produtividade de aacutegua eacute o produto da integraccedilatildeo das taxas de
produccedilatildeo de mateacuteria seca e da transpiraccedilatildeo (ou evapotranspiraccedilatildeo) ao longo do tempo
(FRIZZONE 2014)
46 Anaacutelise de crescimento
Na Figura 21 eacute ilustrada a altura meacutedia da planta sob condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro e
das doses de nitrogecircnio respectivamente nos periacuteodos de cultivo e nas eacutepocas de avaliaccedilatildeo
as cinco primeiras eacutepocas de avaliaccedilatildeo correspondem ao ciclo 201314 e as cinco uacuteltimas
avaliaccedilotildees ao ciclo 201415 Observa-se que a irrigaccedilatildeo influenciou muito pouco a altura da
planta sendo mais acentuado o efeito das diferentes doses de nitrogecircnio aplicadas Ao final de
cada ciclo produtivo as plantas apresentaram uma altura meacutedia de 265 m e 300 m para o
terceiro e quarto ano de cultivo respectivamente Verificou-se ainda um menor crescimento
entre o segundo e o terceiro periacuteodo e entre o seacutetimo e o oitavo periacuteodo de avaliaccedilatildeo eacutepocas
que coincidem com a fase produtiva da cultura corroborando com relatos de Larcher (2000)
Segundo esse autor paralisaccedilotildees no crescimento vegetativo das plantas em funccedilatildeo da
aceleraccedilatildeo do crescimento produtivo ocorrem pela canalizaccedilatildeo da energia e de materiais
destinados agrave floraccedilatildeo e agrave frutificaccedilatildeo que por sua vez originam-se no processo fotossinteacutetico
92
na incorporaccedilatildeo de substacircncias minerais e na mobilizaccedilatildeo de reservas para formaccedilatildeo e
enchimentos dos frutos Ao final da fase de maturaccedilatildeo dos frutos eacute iniciado o periacuteodo de
senescecircncia das folhas do pinhatildeo-manso o que gera um pequeno decreacutescimo no seu tamanho
evidenciado ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo
(a) (b)
Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das
doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Os resultados da anaacutelise univariada de perfil da variaacutevel altura de planta considerando
o esquema de parcela subdividida no tempo para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
indicam que existem diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico as doses de N o tempo (Dias
apoacutes a poda de limpeza ndash DAP) e para todas as interaccedilotildees com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo DAP x
irrigaccedilatildeo x doses de N para o primeiro ciclo (Tabela 13) e das interaccedilotildees irrigaccedilatildeo x doses de
N e DAP x irrigaccedilatildeo x doses de N para o segundo ciclo (Tabela 14) Observa-se que a
hipoacutetese de perfis coincidentes para os demais fatores foi rejeitada (plt005) pelo teste F
indicando que a altura do pinhatildeo-manso apresenta comportamento diferenciado conforme o
tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N impostos
Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 1135799 0180286 2288 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1207324 0201221 2553 lt00001
Doses N 3 1064012 03546706 4501 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 0255201 02552006 3238 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0065522 00218406 277 00457
Resiacuteduo a 18 0484241 00269023 341 lt00001
DAP 4 7780440 19451100 24683 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0103565 00258913 329 00143
DAP x Doses N 12 0371960 00309967 393 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0025725 00021438 027 09923
Resiacuteduo b 96 075651 000788
Total corrigido 159 12114499
Rsup2 = 09376 CV = 369 Meacutedia da Altura de planta (m) = 241
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
93
Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 1313087 02084265 1754 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1000679 01667798 1404 lt00001
Doses N 3 4204642 14015473 11797 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 1287016 12870156 10833 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 00056569 00018856 016 09238
Resiacuteduo a 18 03705663 0020587 173 00463
DAP 4 5476071 13690178 11523 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 02311438 00577859 486 00013
DAP x Doses N 12 04533988 00377832 318 00007
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 01016963 00084747 071 07351
Resiacuteduo b 96 114053 00118805
Total corrigido 159 14271399
Rsup2 = 09201 CV = 384 Meacutedia da Altura de planta (m) = 284
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Conforme esperado pode-se observar nas anaacutelises univariadas de perfil para a altura
de plantas que nos dois anos de cultivo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de
perfis horizontais que testa o efeito do tempo indicando que agrave medida que o tempo progride
haacute variaccedilatildeo da altura do pinhatildeo-manso De forma semelhante a hipoacutetese de perfis paralelos
tambeacutem foi rejeitada (plt005) indicando que as interaccedilotildees DAP x irrigaccedilatildeo e DAP x Doses N
atuam de forma dependente no crescimento em altura do pinhatildeo-manso
As anaacutelises do teste de esfericidade de Mauchly para a variaacutevel altura das plantas para
os dois anos de cultivo satildeo apresentadas na Tabela 15 De acordo com os resultados
apresentados para cada teste a condiccedilatildeo de esfericidade foi satisfeita para o ciclo 201314 e
rejeitada para o ciclo 201415 o que indica que para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a matriz de
variacircncias e covariacircncias apresenta uma forma chamada HUYNH-FELDT (H-F) e desta
forma o procedimento para a anaacutelise univariada de perfis pode ser utilizado O segundo ano
de avaliaccedilatildeo por sua vez por natildeo satisfazer essa condiccedilatildeo para altura das plantas indica que o
teste univariado natildeo deve ser utilizado procedendo-se neste caso a anaacutelise multivariada de
perfis
Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 043237 13765 01309 Univariada
201415 9 031697 22309 00079 Multivariada
94
Avaliando o crescimento em altura ao longo do tempo da Leucaena leucocephala
(Lam) de Wit Souza et al (2008) verificaram rejeiccedilatildeo da condiccedilatildeo de esfericidade pelo teste
de esfericidade de Mauchly fato este tambeacutem observado por Rabello Thiebault e
Vasconcelos Junior (2015) para altura de plantas de feijatildeo-vagem Por outro lado trabalhando
com dados longitudinais em experimentaccedilatildeo animal Cestari Costa e Minho (2012)
observaram que a condiccedilatildeo de esfericidade natildeo foi violada pelo teste de Mauchly Neste caso
o teste univariado poderia ser utilizado pois a matriz de variacircncias e covariacircncias
apresentavam variacircncias comuns e covariacircncias nulas
Por meio dos testes multivariados para altura de plantas no segundo ano de avaliaccedilatildeo
a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos) foi rejeitada para as
doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar indicando que as distacircncias meacutedias entre
cada um desses grupos satildeo diferentes (Tabela 16) Nas anaacutelises intra indiviacuteduos o teste para o
fator DAP (dias apoacutes a poda de limpeza) testou a hipoacutetese de perfis horizontais (constantes)
Esta hipoacutetese foi rejeitada o que indica que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que
descrevem as alturas meacutedias das plantas ao longo do tempo O teste para as interaccedilotildees DAP x
I e DAP x N testou a hipoacutetese de perfis paralelos que foi rejeitada para a interaccedilatildeo DAP x I e
satisfeita para DAP x N para o teste estatiacutestico Traccedilo de Pillai embora ela tenha sido rejeitada
para os demais testes Com isso conclui-se a partir desses resultados que o crescimento em
altura para a interaccedilatildeo DAP x I eacute diferenciado pelo tratamento aplicado
Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel altura no
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p
Entre indiviacuteduos
Blocos (I) 6 730 00016
I 1 4027 lt 00001
N 3 4385 lt 00001
I x N 3 006 09807
Intra indiviacuteduos
DAP 4 34334 lt00001
DAP x Bloco (I) 12 277 00046
DAP x I 4 376 00216
DAP x N 12 169 00907
DAP x I x N 12 075 07021
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N
De acordo com o exposto os perfis meacutedios de resposta da altura das plantas (m) em
funccedilatildeo das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos
dois anos de cultivo pode ser representado graficamente conforme a Figura 22
95
Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
Com a exceccedilatildeo do primeiro periacuteodo de avaliaccedilatildeo em que os tratamentos foram receacutem
aplicados natildeo havendo portanto efeito sobre as plantas observou-se efeito significativo dos
tratamentos em praticamente todos os periacuteodos de avaliaccedilatildeo no primeiro ciclo ocorrendo
efeito significativo das doses de nitrogecircnio sobre a expressatildeo fenotiacutepica de altura meacutedia
(Figura 23) Esses resultados concordam com os encontrados por Albuquerque et al (2009b)
Oliveira e Beltratildeo (2010) e Yang et al (2013) O modelo polinomial de regressatildeo linear foi o
que apresentou o melhor ajuste para a altura de plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de
limpeza (DAP) para todos os tratamentos apesar da reduccedilatildeo do crescimento meacutedio diaacuterio na
eacutepoca do inverno (Tabela 17) Para o segundo ano de avaliaccedilatildeo o uso da irrigaccedilatildeo mostrou
um efeito superior com relaccedilatildeo aos tratamentos natildeo irrigados em praticamente todo o periacuteodo
de avaliaccedilatildeo (Figura 24) e assim como para as doses de N de maior valor tiveram a regressatildeo
linear como melhor ajuste para a altura das plantas (Tabela 17) onde expressou-se o aumento
da altura das plantas no pico da produccedilatildeo natildeo ocorrendo o seu decreacutescimo no termino do seu
ciclo com o iniacutecio do periacuteodo do inverno Os demais tratamentos com deacuteficit (natildeo irrigado e
com as doses de 50 e 0 de N) tiveram o modelo de regressatildeo quadraacutetico como o melhor
ajuste para altura de plantas (Tabela 17) Na Tabela 18 satildeo apresentados as equaccedilotildees de ajuste
seguidos do coeficiente de determinaccedilatildeo corrigido (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento
nos dois anos de avaliaccedilatildeo
18
20
22
24
26
28
45 110 180 230 280
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
30
32
34
45 90 130 190 260
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
18
20
22
24
26
28
45 110 180 230 280
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
22
24
26
28
30
32
34
45 90 130 190 260
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
96
Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1292 -26881 -26671 1423
-30348 -30140 787
-14210 -13985
Quadraacutetico 652ns
-26791 -26569 732ns
-30381 -30151 405ns
-14161 -13900
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1065 -14820 -14608 1324
-16041 -15808 427
-15645 -15416
Quadraacutetico 564ns
-14908 -14646 645ns
-15842 -15593 220ns
-15563 -15301
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 505 -22525 -22358 243
-23220 -23050 459
-12768 -12632
Quadraacutetico 260ns
-22898 -22705 153 -23872 -23652 232
ns -13055 -12878
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 311 -12585 -12439 257
-13791 -13635 118
-12617 -12430
Quadraacutetico 164ns
-12914 -12715 155 -14286 -14048 81
-12941 -12680
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314
(a) (b)
Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415
18
2
22
24
26
28
3
0 50 100 150 200 250 300 350
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
18
2
22
24
26
28
3
0 50 100 150 200 250 300 350
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
22
24
26
28
3
32
34
0 50 100 150 200 250 300
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
3
32
34
0 50 100 150 200 250 300
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
97
Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Altura (m) = f (DAP)
Rsup2corr Valor p Ciclo 201314
Irrigado 261x10-3
DAP + 196605 09697 lt00001
Natildeo Irrigado 22 x10-3
DAP +196074 09276 lt00001
150 N 258 x10-3
DAP + 198839 09710 lt00001
100 N 278x10-sup3 DAP + 196031 09326 lt00001
50 N 266x10-3
DAP + 192732 09698 lt00001
0 N 159x10-3
DAP + 197756 08960 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr Valor p
Irrigado 254 x10-3
DAP + 256891 06737 lt00001
Natildeo Irrigado -1174 x10-5
DAPsup2 + 00053 DAP + 23023 07572 lt00001
150 N 281 x10-3
DAP + 256395 08370 lt00001
100 N 236 x10-3
DAP + 263288 07278 lt00001
50 N -1041 x10-5
DAPsup2 + 000505 DAP + 241365 08040 lt00001
0 N -122x10-5
DAPsup2 + 000521 DAP + 214707 06583 00012
O diacircmetro de copa para os diferentes tratamentos eacute apresentado na Figura 25 sob
condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro (a) e para as doses de nitrogecircnio (b) respectivamente
Observou-se um comportamento semelhante ao paracircmetro altura no que se refere agrave curva de
crescimento Assim como na altura meacutedia da planta os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a
aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mostraram o menor crescimento no diacircmetro de copa quando
comparado aos demais tratamentos Em resumo independente do uso da irrigaccedilatildeo e das doses
de adubo nitrogenado o crescimento do diacircmetro meacutedio de copa seguiu o mesmo padratildeo para
todos os tratamentos tendo grande aumento da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo e
aumentando com o tempo em uma taxa relativamente constante ao longo do ciclo ateacute a
penuacuteltima avaliaccedilatildeo quando o diacircmetro meacutedio de copa teve uma pequena queda devido ao
iniacutecio do periacuteodo de senescecircncia foliar
Na primeira avaliaccedilatildeo realizada o diacircmetro meacutedio geral foi de 154 m e ao final de
cada ciclo produtivo as plantas obtiveram um diacircmetro meacutedio de copa de 274 m e 322 m
para o terceiro e quarto de ano cultivo respectivamente assemelhando-se aos resultados
apresentados por Muumlller et al (2014) e superiores aos resultados de Torres et al (2011)
A variaccedilatildeo do diacircmetro de copa das plantas ocorreu principalmente em funccedilatildeo do
estaacutedio de desenvolvimento e da poda de manutenccedilatildeo e limpeza realizada sempre ao final de
cada ciclo de cultivo Ao longo do terceiro ano de cultivo o diacircmetro de copa das plantas de
98
pinhatildeo-manso tiveram uma taxa de crescimento acentuado ateacute marccedilo de 2014 tendo um
crescimento meacutedio diaacuterio de 061 063 059 e 045 cm dia-1
nas doses de 150 100 50 e
0 de nitrogecircnio respectivamente Com relaccedilatildeo ao tipo de manejo hiacutedrico adotado os
tratamentos irrigados e sem irrigaccedilatildeo apresentaram a mesma taxa de crescimento de 057 cm
dia-1
mesmo assim houve diferenccedila significativa da irrigaccedilatildeo nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo o
que leva a concluir que o pinhatildeo-manso tambeacutem eacute exigente em aacutegua e quando suprido com as
suas necessidades hiacutedricas pode se desenvolver satisfatoriamente (FARIA et al 2011
OLIVEIRA et al 2012)
No quarto ano de cultivo os tratamentos com menores doses de nitrogecircnio aplicado
apresentaram as maiores taxas de crescimento diaacuterio sendo observada no tratamento com 0
de N (056 cm dia-1
) seguido do tratamento com 100 de N (054 cm dia-1
) 50 de N (051
cm dia-1
) e 150 de N (035 cm dia-1
) Diferente do terceiro ano os tratamentos com histoacuterico
de irrigaccedilatildeo apresentaram menor taxa de crescimento diaacuterio (044 cm dia-1
) em comparaccedilatildeo
com o valor meacutedio dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo (053 cm dia-1
) Isso pode ser
explicado devido ao alto crescimento do diacircmetro no terceiro ano dos tratamentos irrigados e
com maiores doses de nitrogecircnio o que diminuiu a aacuterea de crescimento das plantas que no
final do quarto ano se encontravam com os ramos proacuteximos das plantas vizinhas mesmo com
a praacutetica da poda de manutenccedilatildeo e limpeza feito no final do terceiro ano Aleacutem disso o fato
da suspensatildeo da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo para a aacuterea irrigada eacute um fator que deve ser
considerado
(a) (b)
Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar
(a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Por meio da anaacutelise univariada de perfil foi verificado que para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo o diacircmetro de copa apresentou diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico utilizado
as doses de N e as eacutepocas de leitura realizadas (DAP) Para o ciclo 201314 a hipoacutetese de
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Diacirc
met
ro d
a c
op
a (
m)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
99
perfis coincidentes foi satisfatoacuteria para as interaccedilotildees Irrigaccedilatildeo x Doses de N e DAP x
Irrigaccedilatildeo (Tabela 19) enquanto que para ciclo 201415 a interaccedilatildeo DAP x Doses de N obteve
essa condiccedilatildeo (Tabela 20) A interaccedilatildeo tripla DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N tambeacutem apresentou
condiccedilatildeo satisfatoacuteria para a hipoacutetese de perfis coincidentes sendo verificado para os dois anos
de cultivo Para os demais fatores a hipoacutetese de perfis coincidentes foi rejeitada (plt005) pelo
teste F o que indica nesses casos que o diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso apresenta
comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N considerada
podendo haver interaccedilatildeo ao longo do tempo para um ou mais fatores
Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 453052 071913 4968 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1538018 0256336 1771 lt00001
Doses N 3 1121413 0373804 2582 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 139876 139876 9663 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0118585 0039528 273 00481
Resiacuteduo a 18 0829183 0046066 318 00001
DAP 4 3949819 9874546 68218 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0063678 0015919 110 03612
DAP x Doses N 12 058035 0048363 334 00004
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0157028 0013086 090 05459
Resiacuteduo b 96 13896 0014475
Total corrigido 159 466948
Rsup2 = 09702 CV = 477 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 252
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 2466208 0391462 2944 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 0542885 0090481 680 lt00001
Doses N 3 3145428 1048476 7884 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 1802003 1802003 13551 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0087148 0029049 218 00948
Resiacuteduo a 18 0830395 0046133 347 lt00001
DAP 4 1733346 4333365 32586 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0434685 0108671 817 lt00001
DAP x Doses N 12 028251 0023543 177 00641
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0203565 0016964 128 02455
Resiacuteduo b 96 127662 0013298
Total corrigido 159 259387
Rsup2 = 09508 CV = 368 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 313
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Para o diacircmetro de copa pode-se observar pelas anaacutelises univariadas de perfil que nos
dois ciclos de avaliaccedilatildeo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de perfis
horizontais indicando que agrave medida que o tempo progride haacute variaccedilatildeo no diacircmetro de copa
do pinhatildeo-manso A hipoacutetese de perfis paralelos por sua vez foi rejeitada (plt005) para a
100
interaccedilatildeo DAP x Doses N e satisfeita para a interaccedilatildeo DAP x irrigaccedilatildeo para o ciclo 201314
enquanto que no ciclo seguinte tais interaccedilotildees ocorreram de forma oposta
Da mesma forma que ocorreu para altura de plantas o teste de esfericidade de
Mauchly para a variaacutevel diacircmetro de copa apresentou condiccedilatildeo de esfericidade satisfatoacuteria
para o ciclo 201314 e foi rejeitada para o ciclo 201415 (Tabela 21) Com isso sugere-se o
uso da anaacutelise univariada de perfis com parcelas subdividas no tempo para o primeiro ciclo
avaliaccedilatildeo e a anaacutelise multivariada de perfis para o ciclo 201415
Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 Valor p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 053605 10236 03317 Univariada
201415 9 039956 17255 00449 Multivariada
O diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso apresentaram por meio dos
testes multivariados a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos)
rejeitada para as doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar no segundo ano de
avaliaccedilatildeo indicando que as distacircncias meacutedias entre cada um desses grupos satildeo diferentes
(Tabela 22) A hipoacutetese de perfis horizontais (constantes) nas anaacutelises intra indiviacuteduos para o
fator DAP foi rejeitada indicando que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que
descrevem os diacircmetros meacutedios de copa das plantas ao longo do tempo O teste para a
hipoacutetese de perfis paralelos foi rejeitada para as interaccedilotildees DAP x I e DAP x N o que define
que o crescimento do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso no segundo ano de avaliaccedilatildeo eacute
diferenciado de acordo com o tratamento aplicado
Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel diacircmetro
de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p
Entre indiviacuteduos
Blocos (I) 6 196 01253
I 1 3906 lt 00001
N 3 2273 lt 00001
I x N 3 063 06053
Intra indiviacuteduos
DAP 4 35616 lt00001
DAP x Bloco (I) 24 213 00075
DAP x I 4 689 00023
DAP x N 12 257 00097
DAP x I x N 12 162 01161
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N
101
Os perfis meacutedios de resposta em funccedilatildeo do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso (m)
para as quatro doses de adubo nitrogenado e as duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois
anos de cultivo eacute apresentado na Figura 26
Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
Para o diacircmetro meacutedio de copa observou-se efeito positivo dos tratamentos aplicados
em grande parte das medidas de avaliaccedilatildeo no terceiro (Figura 27) e no quarto ano de cultivo
(Figura 28) Durante os dois ciclos houve um efeito positivo do uso da irrigaccedilatildeo sobre a
expressatildeo fenotiacutepica do diacircmetro de copa sendo observado um acreacutescimo do diacircmetro nas
trecircs primeiras avaliaccedilotildees decrescendo ao final do ciclo Esses resultados corroboram com os
encontrados por Albuquerque et al (2009a) que analisando o crescimento inicial do pinhatildeo-
manso em condiccedilotildees de sequeiro no semiaacuterido nordestino verificaram um raacutepido crescimento
da cultura no periacuteodo chuvoso no entanto na eacutepoca seca do ano ocorreu uma draacutestica
reduccedilatildeo na sua taxa de crescimento O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o
melhor ajuste para o diacircmetro de copa das plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de limpeza
(DAP) para os diferentes tipos de manejo hiacutedrico e doses de N para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo (Tabela 23) Com isso nos dois ciclos avaliados se expressou o aumento do
diacircmetro de copa no pico da produccedilatildeo decrescendo no termino do seu ciclo com o iniacutecio do
inverno A reduccedilatildeo do diacircmetro meacutedio de copa nas uacuteltimas coletas de cada ciclo corrobora
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
45 110 180 230 280
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
30
32
34
36
38
45 90 130 190 260
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
45 110 180 230 280
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
45 90 130 190 260
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
102
com a afirmaccedilatildeo de Santos et al (2010) de que o diacircmetro da copa do pinhatildeo-manso sofre
intensa reduccedilatildeo durante a estaccedilatildeo de inverno com a queda das folhas mas que essas
ressurgem vigorosamente apoacutes o iniacutecio das chuvas As equaccedilotildees de ajuste seguidas do
coeficiente de determinaccedilatildeo corrigidos (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento nos dois anos
de avaliaccedilatildeo para diacircmetro de copa satildeo apresentadas na Tabela 24
(a) (b)
Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 890 -1533 -1545 1272
-1791 -1808 503
-740 -753
Quadraacutetico 1571 -2205 -2190 2697
-2661 -2644 956
-1110 -1090
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 809 -888 -905 530
-808 -820 316
-819 -831
Quadraacutetico 1750 -1351 -1329 873
-1136 -1120 683
-1175 -1156
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 207 -1892 -1902 374
-1607 -1618 120
-841 -857
Quadraacutetico 673 -2493 -2479 850
-2206 -2193 414
-1181 -1175
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 118 -858 -879 218
-952 -958 161
-851 -856
Quadraacutetico 566 -1290 -1285 379
-1196 -1181 374
-1131 -1107
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
1
15
2
25
3
35
0 50 100 150 200 250 300 350
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
1
15
2
25
3
35
0 50 100 150 200 250 300 350
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
103
(a) (b)
Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
O uso de anaacutelise de medidas repetidas no tempo fazendo uso de anaacutelises uni e
multivariadas tem sido uma alternativa no estudo do crescimento e do desenvolvimento de
plantas (GEBER DAWSON 1990 HANCOCK et al 2007 KING STANTON 2008
METCALFE et al 2008) tais como os efeitos da disponibilidade de aacutegua para as plantas e de
nutrientes que tem servido de fontes para alguns estudos (CARROL PALLARDY GALEN
2001 BREEN RICHARDS 2008 SANTIAGO et al 2012) Achten et al (2010)
monitoraram algumas variaacuteveis de crescimento e de produccedilatildeo de biomassa em pinhatildeo-manso
cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo submetidas a trecircs diferentes niacuteveis de estresse hiacutedrico e
encontraram para as mudas que sofriam estresse hiacutedrico severo (natildeo irrigadas) a paralisaccedilatildeo
do crescimento o iniacutecio da queda das folhas e a reduccedilatildeo do diacircmetro do caule nos primeiros
dias apoacutes o iniacutecio dos tratamentos Por meio da anaacutelise de medidas repetidas os autores
confirmaram que os tratamentos de niacutevel de estresse hiacutedrico influenciaram significativamente
as variaacuteveis de crescimento enquanto que o tipo de Acesso natildeo teve efeito significativo O
efeito do tempo (idade da planta) e a interaccedilatildeo tempo X niacutevel de estresse tiveram interaccedilatildeo
significativa (valor p lt0001) influenciando no comprimento do caule nuacutemero de folhas
diacircmetro na base do caule volume de caule fator de forma e volume total (volume de tronco
+ ramos) no referido trabalho
2
24
28
32
36
4
0 50 100 150 200 250 300
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
2
24
28
32
36
4
0 50 100 150 200 250 300
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
104
Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a
poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos
de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Diacircmetro de copa (m) = f (DAP)
Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314
Irrigado -418x10-5
DAPsup2 + 001879 DAP + 091195 09480 lt00001
Natildeo Irrigado -385x10-5
DAPsup2 + 001769 DAP + 078312 09694 lt00001
150 N -438x10-5
DAPsup2 + 001984 DAP + 082331 09570 lt00001
100 N -386x10-5
DAPsup2 + 001833 DAP + 076701 09749 lt00001
50 N -389x10-5
DAPsup2 + 001787 DAP + 08647 09456 lt00001
0 N -393x10-5
DAPsup2 + 001692 DAP + 093513 09531 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF
Irrigado -454x10-5
DAPsup2 - 0016 DAP + 213748 08901 lt00001
Natildeo Irrigado -542x10-5
DAPsup2 + 001994 DAP + 159186 09187 lt00001
150 N -529x10-5
DAPsup2 - 001876 DAP + 195335 08588 lt00001
100 N -553x10-5
DAPsup2 - 001942 DAP + 187746 08906 lt00001
50 N -416x10-5
DAPsup2 + 00157 DAP + 201854 09074 lt00001
0 N -493x10-5
DAPsup2 + 0018 DAP + 160933 09500 lt00001
O volume de copa do pinhatildeo-manso para os diferentes tratamentos avaliados eacute
apresentado na Figura 29 Diferente dos valores encontrados para a altura meacutedia e o diacircmetro
de copa nota-se uma maior variabilidade entre os dois manejos hiacutedricos adotados e
principalmente entre as diferentes doses de adubaccedilatildeo aplicadas Para o primeiro ano de
avaliaccedilatildeo nesse estudo os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio
apresentaram os menores volumes de copa Jaacute no segundo ano de avaliaccedilatildeo que foi analisado
a partir da sexta eacutepoca de coleta os valores apresentados foram ainda mais contrastantes
Com exceccedilatildeo da seacutetima eacutepoca de coleta que coincidiu com o periacuteodo de pico da produccedilatildeo
justificando portanto a baixa variaccedilatildeo do volume de copa entre os diferentes tipos de manejos
hiacutedrico as demais eacutepocas avaliadas dentro do fator de manejo hiacutedrico e entre as doses
adubaccedilatildeo nitrogenada apresentaram uma alta diferenccedila entre os resultados obtidos
O aumento do volume de copa foi influenciado diretamente pelo maior
desenvolvimento em conjunto da altura e do diacircmetro de copa Os tratamentos que obtiveram
o maior volume de copa apresentaram uma maior emissatildeo de ramos laterais que
consequentemente vieram a ter um maior nuacutemero de inflorescecircncias emitidas permitindo uma
maior produccedilatildeo de frutos e oacuteleo por aacutervore como eacute o caso dos tratamentos irrigados e das
doses de 150 e 100 de nitrogecircnio Spinelli et al (2010) avaliaram os efeitos diretos e
indiretos das caracteriacutesticas vegetativas sobre o rendimento de oacuteleo de pinhatildeo-manso com 38
105
meses de cultivo em espaccedilamento 3 x 2 m e reportaram que ocorre um maior crescimento dos
ramos no sentido do maior espaccedilo de desenvolvimento resultando em uma copa maior Esses
mesmos autores destacaram ainda que o volume da copa tem efeito direto sobre a
produtividade de sementes sendo a arquitetura da copa uma caracteriacutestica importante no
cultivo do pinhatildeo-manso
(a) (b)
Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das
doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Nas Tabelas 25 e 26 satildeo apresentados o resultado da anaacutelise univariada de perfis para
o volume de copa de pinhatildeo-manso para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
respectivamente Assim como para altura de plantas e diacircmetro de copa o volume de copa
apresentou diferenccedilas altamente significativas entre o tipo de manejo hiacutedrico e doses de N
utilizadas A hipoacutetese de perfis horizontais tambeacutem foi rejeitada indicando que agrave medida que
o tempo progride haacute variaccedilatildeo no crescimento em volume de copa do pinhatildeo-manso O
resultado dos testes de paralelismo foi rejeitado para as interaccedilotildees DAP x Irrigaccedilatildeo e DAP x
Doses de N para o ciclo 201314 enquanto que para ciclo 201415 apenas a interaccedilatildeo DAP x
Doses de N obteve essa condiccedilatildeo mostrando nesses casos comportamento diferenciado do
volume de copa do pinhatildeo-manso entre esses tratamentos ao longo do tempo
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vo
lum
e d
e co
pa
(m
sup3)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
106
Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 63 4722827 749655 2491 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 257981 429968 1429 lt00001
Doses N 3 288904 963012 3200 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 101857 101857 3385 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 132621 44207 147 02279
Resiacuteduo a 18 136315 75731 252 00021
DAP 4 3649956 912489 30322 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 126155 315387 1048 lt00001
DAP x Doses N 12 128198 106831 355 00002
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 202008 16834 056 08692
Resiacuteduo b 96 288898 30094
Total corrigido 159 5011726
Rsup2 = 09424 CV = 1327 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 1307
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 63 6849915 108729 3516 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 256135 426891 1380 lt 00001
Doses N 3 1478784 492928 15940 lt 00001
Irrigaccedilatildeo 1 662433 662433 21422 lt 00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 53523 17841 058 06315
Resiacuteduo a 18 268255 149031 482 lt 00001
DAP 4 403496 100874 32621 lt 00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 116951 29238 095 04412
DAP x Doses N 12 918433 76536 248 00073
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 404572 33714 109 03771
Resiacuteduo b 96 296862 30923
Total corrigido 159 7146777
Rsup2 = 09585 CV = 779 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 2259
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
A condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias para o volume de copa para os
dois anos de avaliaccedilatildeo foi satisfeita (Tabela 27) indicando que a anaacutelise univariada de perfis
com parcelas subdividas no tempo realizada anteriormente foi validada para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise multivariada de perfis para nenhum
caso
Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 041419 14470 01066 Univariada
201415 9 043446 12590 01821 Univariada
107
Conforme os resultados apresentados das anaacutelises univariadas de perfis os perfis
meacutedios de resposta para o volume de copa (msup3) em funccedilatildeo das quatro doses de adubo
nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois anos de cultivo eacute apresentado na
Figura 30
Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
O volume meacutedio de copa apresentou uma tendecircncia semelhante agrave observada para o
diacircmetro meacutedio de copa das plantas em alguns tratamentos tendo a regressatildeo quadraacutetica
como melhor modelo de ajuste para todos os tratamentos nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo essa
apresentou para todos os tratamentos os menores valores de AIC e BIC (Tabela 28) As
equaccedilotildees de regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p satildeo
apresentadas na Tabela 29 Independente do periacuteodo em que foi avaliado com a exceccedilatildeo das
primeiras leituras no ciclo 201314 os tratamentos nos quais natildeo houve deacuteficit de aacutegua ou de
nitrogecircnio foram os que apresentaram os maiores resultados para o volume de copa (Figura 31
e Figura 32) De acordo com Spinelli et al (2010) o maior desenvolvimento da copa pode
aumentar a produtividade por planta diminuindo os custos da colheita no pinhatildeo-manso
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
45 110 180 230 280
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
8
11
14
17
20
23
26
29
32
45 90 130 190 260
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
45 110 180 230 280
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
8
11
14
17
20
23
26
29
32
45 90 130 190 260
Vo
lum
e d
e co
pa
(m
sup3)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
108
(a) (b)
Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 968 2235 2246 1212
1912 1909 554
1138 1144
Quadraacutetico 711 2064 2084 1530
1392 1415 538
973 999
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 957 937 942 760
939 945 299
969 973
Quadraacutetico 908 750 776 649
796 820 359
790 815
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 376 2654 2656 380
2716 2716 228
1360 1354
Quadraacutetico 583 2250 2273 634
2274 2296 443
1079 1102
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 217 1318 1307 314
1206 1206 174
1197 1195
Quadraacutetico 606 938 963 440
980 1005 351
942 969
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201415
1
5
9
13
17
21
0 50 100 150 200 250 300 350
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
1
5
9
13
17
21
0 50 100 150 200 250 300 350
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
2
7
12
17
22
27
32
37
0 50 100 150 200 250 300
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
2
7
12
17
22
27
32
0 50 100 150 200 250 300
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
109
Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a
poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos
de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Volume de copa (msup3) = f (DAP)
Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314
Irrigado -268x10-4
DAPsup2 + 014066 DAP ndash 082484 08735 lt00001
Natildeo Irrigado -331x10-4
DAPsup2 + 015806 DAP ndash 29731 09940 lt00001
150 N -354x10-4
DAPsup2 + 017429 DAP ndash 26101 09583 lt00001
100 N -287x10-4
DAPsup2 + 015268 DAP ndash 255456 09593 lt00001
50 N -262x10-4
DAPsup2 + 013816 DAP ndash 135607 09464 lt00001
0 N -294x10-4
DAPsup2 + 013232 DAP ndash 107514 09491 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF
Irrigado -6788x10-4
DAPsup2 + 025585 DAP + 578175 09833 lt00001
Natildeo Irrigado -7289x10-4
DAPsup2 + 027341 DAP + 051229 09806 lt00001
150 N -7823x10-4
DAPsup2 + 029396 DAP + 367095 09526 lt00001
100 N -8129x10-4
DAPsup2 + 029947 DAP + 291215 09877 lt00001
50 N -602x10-4
DAPsup2 + 023689 DAP + 498426 09861 lt00001
0 N -6182x10-5
DAPsup2 + 022819 DAP + 102072 09974 lt00001
Embora a arquitetura da copa do pinhatildeo-manso seja uma caracteriacutestica importante na
seleccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo de genoacutetipos superiores (RAO et al 2008 LAVIOLA et al 2010
SPINELLI et al 2010 BHERING et al 2012) existem poucos trabalhos que avaliaram a
diferenccedila da arquitetura das plantas considerando conjuntamente a relaccedilatildeo entre a projeccedilatildeo e a
altura de copa Segundo Rao et al (2008) tanto o diacircmetro quanto o volume da copa
constituem junto ao caracter nuacutemero de ramos os principais componentes de produccedilatildeo do
pinhatildeo-manso Para Bhering et al (2012) a seleccedilatildeo direta quanto agrave produccedilatildeo de sementes em
pinhatildeo-manso tende a estar relacionada ao diacircmetro e ao volume de copa e segundo esses
autores esta informaccedilatildeo eacute relevante para prever as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de
produccedilatildeo (espaccedilamento colheitadeira) para as cultivares melhoradas que se espera obter
47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)
A equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 eacute expressa na Figura 33 A
calibraccedilatildeo foi realizada pela comparaccedilatildeo entre o IAF estimado com o equipamento LAI-2200
e o IAF real das plantas de pinhatildeo-manso determinado com o equipamento CI-203 (CID Bio-
Sciencereg) O IAF foliar real foi determinado pela razatildeo da aacuterea foliar total e a aacuterea do terreno
110
disponiacutevel agraves plantas Para realizar a calibraccedilatildeo do equipamento foram utilizadas dez de um
total de onze plantas sendo excluiacutedo o valor mais extremo Com um coeficiente de
determinaccedilatildeo (Rsup2) de 08287 pode ser observado que o IAF real foi cerca de 093 do IAF
estimado ou seja o equipamento LAI-2200 estava superestimando o IAF em cerca de 7
Com a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo obtida dos valores de IAF medidos no campo ao redor da aacuterea
experimental todos os valores de IAF foram corrigidos para valores mais proacuteximos dos reais
podendo a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo ser utilizada novamente quando as estimativas do IAF forem
realizadas com o equipamento LAI-2200 nas plantas de pinhatildeo-manso com as mesmas
caracteriacutesticas de cultivo e nas condiccedilotildees de clima e solo estudados
Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200
As meacutedias do IAF foram significativamente diferentes pelo teste F entre as diferentes
doses de N aplicada uso da irrigaccedilatildeo e eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) apoacutes o iniacutecio do quarto
ciclo de cultivo (201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 30) Pela anaacutelise
univariada de perfis identificou-se tambeacutem interaccedilatildeo significativa entre as doses de N e a
eacutepoca de avaliaccedilatildeo e interaccedilatildeo altamente significativa entre a irrigaccedilatildeo e a eacutepoca de
avaliaccedilatildeo rejeitando portanto a hipoacutetese de paralelismo dos perfis Assim como para as
outras variaacuteveis de crescimento (altura diacircmetro e volume de copa) natildeo houve efeito da
interaccedilatildeo tripla Irrigaccedilatildeo x Doses N x DAP O efeito dos blocos dentro de cada experimento
(manejo hiacutedrico) mostrou-se significativo para o IAF o que reforccedila neste caso o uso do
delineamento em blocos aleatorizados dentro de cada experimento Simotildees et al (2014)
observaram que irrigaccedilatildeo e diferentes doses de N influenciaram no aumento da aacuterea foliar no
desenvolvimento inicial de pinhatildeo-manso assim como a interaccedilatildeo entre esses fatores
IAFReal = 0928 x IAFEstimado
Rsup2 = 08287
00
02
04
06
08
10
12
00 02 04 06 08 10 12
IAF
Rea
l
IAF Estimado
111
Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 87 852864 09803 1194 lt 00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 09908 016513 201 00668
Doses N 3 42497 147166 1726 lt 00001
Irrigaccedilatildeo 1 645795 645795 7867 lt 00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 045145 015048 183 01431
Resiacuteduo a 18 168772 009376 114 03161
DAP 7 611969 874242 10650 lt 00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 7 554613 07923 965 lt 00001
DAP x Doses N 21 282023 01343 164 00465
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 21 18855 008979 109 03591
Resiacuteduo b 168 137914 008209
Total corrigido 255 990778
Rsup2 = 08608 CV = 2217 Meacutedia IAF = 129
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Verificou-se por intermeacutedio do teste de esfericidade de Mauchly realizado com 27
graus de liberdade e aproximaccedilatildeo Qui-Quadrado (35045) que a condiccedilatildeo de esfericidade foi
satisfeita com um niacutevel de significacircncia de 01377 (Teste de Mauchly natildeo significativo com
valor pgt005) Isto indica que a matriz de covariacircncia nesse caso eacute da forma esfeacuterica
apresentando variacircncias iguais e correlaccedilotildees nulas podendo ser empregado o modelo de
parcela subdividida no tempo pela anaacutelise univariada de perfis Na Figura 34 satildeo apresentados
os perfis meacutedios de resposta para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) em funccedilatildeo das quatro doses de
adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada e do manejo
hiacutedrico adotado
O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o melhor ajuste para todos os
tratamentos (Tabela 31) Um fato que contribuiu para este comportamento foi o iniacutecio das
leituras a partir dos 45 dias apoacutes a poda de limpeza o que impediu o ajuste dos dados iniciais
das primeiras semanas que seriam menores dado o iniacutecio da nova emissatildeo de folhas para este
ciclo O IAF apresentou uma grande variaccedilatildeo entre os tratamentos com os maiores valores
00
05
10
15
20
25
30
55 80 105 135 165 195 225 255
IAF
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
00
05
10
15
20
25
45 75 105 135 165 195 225 255
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
112
para os tratamentos sem deacuteficit hiacutedrico ou de N Com o decorrer do tempo os valores foram se
decrescendo com os todos os tratamentos atingindo a mesma faixa de IAF com o iniacutecio da
fase de senescecircncia foliar (Figura 35) Na Tabela 32 satildeo apresentadas as equaccedilotildees de
regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p para o iacutendice de aacuterea
foliar
Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os tratamentos no
segundo ano de avaliaccedilatildeo
Modelo Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1341 -2063 -2051 313
-2067 -2059 349
-833 -821
Quadraacutetico 822ns
-2071 -2602 504 -2302 -2288 288
-858 -846
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 372 -980 -967 411
-1041 -1024 206
-1011 -997
Quadraacutetico 312 -1006 -992 282
ns -1041 -1023 196
-1045 -1030
Niacuteveis de significacircncia Plt001 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos
dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b)
para o ciclo 201415
Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo IAF = f (DAP) Rsup2 PrgtF
Irrigado -718x10-sup3 DAP + 254196 06710 lt00001
Natildeo Irrigado -715x10-5
DAPsup2 + 00185 DAP + 028721 06899 lt00001
150 N -649x10-5
DAPsup2 + 001389 DAP + 114529 06564 lt00001
100 N -601x10-5
DAPsup2 + 001285 DAP + 103989 07574 lt00001
50 N -56x10-sup3 DAP + 207776 06003 lt00001
0 N -549x10-5
DAPsup2 + 001288 DAP + 06784 07982 lt00001
0
02
04
06
08
1
12
14
16
18
2
0 50 100 150 200 250 300
IAF
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
0
05
1
15
2
25
0 50 100 150 200 250 300
IAF
DAP
Irrigado
Natildeo irrigado
113
Freiberger (2012) estudando o efeito de doses de N no crescimento de plantas de
pinhatildeo-manso concluiu que os valores de aacuterea foliar ajustaram-se ao modelo quadraacutetico o
qual permitiu estimativa de valor maacuteximo de 6469 cm2 para a dose estimada de 97 kg ha
-1 de
N Oliveira (2009) avaliando o crescimento e a capacidade produtiva em funccedilatildeo de adubaccedilatildeo
mineral no semiaacuterido paraibano observou que dentre as doses de N estudadas (0 30 60 e 90
kg ha-1
) a maior delas proporcionou o maior nuacutemero de folhas de pinhatildeo-manso com
tendecircncia linear crescente
A disponibilidade hiacutedrica complementada pela irrigaccedilatildeo aumentou significativamente
o iacutendice de aacuterea foliar nos tratamentos fato este tambeacutem observado em outros trabalhos nos
quais o estresse hiacutedrico afetou esta variaacutevel (MAES et al 2009a ACHTEN et al 2010
SILVA et al 2011) Duarte et al (2015) em um estudo sobre o desenvolvimento inicial do
pinhatildeo-manso confirmaram a grande capacidade que a planta tem de se adaptar ao deacuteficit
hiacutedrico ao verificar a capacidade da planta de tolerar o estresse hiacutedrico retardando o
crescimento da parte aeacuterea com ajustamento da aacuterea foliar para reduzir a taxa de
evapotranspiraccedilatildeo aleacutem de intensificar o crescimento da zona radicular Em um outro estudo
apesar de natildeo apresentar diferenccedila significativa em nenhuma das eacutepocas amostradas
Horschutz et al (2012) constataram que as maiores meacutedias do IAF foram observadas para os
tratamentos que continham complementaccedilatildeo hiacutedrica
48 Iacutendice de clorofila
A clorofila eacute o pigmento responsaacutevel pela captaccedilatildeo da energia solar atuando na
oxidaccedilatildeo da aacutegua e consequentemente na liberaccedilatildeo do oxigecircnio e na reduccedilatildeo do dioacutexido de
carbono para a formaccedilatildeo de cadeias carbocircnicas principalmente accediluacutecar (TAIZ ZEIGER
2009) Segundo Barbieri Juacutenior (2009) o clorofilocircmetro eacute um instrumento que indica de
forma indireta o teor de clorofila com base nas propriedades oacuteticas das folhas sendo que os
teores de clorofila total relacionaram-se diretamente com as leituras do clorofilocircmetro para
um experimento realizado com Capim-Tifton 85 com coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2) acima
de 85 O autor ainda relata que a atividade fotossinteacutetica o conteuacutedo de proteiacutenas e de
carboidratos soluacuteveis o N total e os teores de micronutrientes existentes nas folhas satildeo
algumas das variaacuteveis que podem ser correlacionadas com o conteuacutedo de clorofila no tecido
foliar Na Figura 36 satildeo apresentadas as distribuiccedilotildees temporais dos valores de clorofila total
114
expressos em Iacutendice de Clorofila Falker (ICF) durante o terceiro ano de cultivo em funccedilatildeo da
dose de adubaccedilatildeo nitrogenada (a) e do manejo hiacutedrico (b)
(a) (b)
Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e do manejo hiacutedrico
(b) para o terceiro ano de cultivo
Como pode ser visto na Figura 36 os teores de clorofila total se apresentam com niacuteveis
muito baixos no periacuteodo do florescimento e formaccedilatildeo de frutos em comparaccedilatildeo aos outros
dois periacuteodos fato tambeacutem observado pelas leituras realizadas no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
poreacutem com uma menor intensidade para as menores doses de N (Figura 37) Os tratamentos
irrigados apresentaram maiores valores de clorofila total durante o primeiro ciclo fato que
natildeo se repetiu no ano seguinte com o cultivo com histoacuterico de irrigaccedilatildeo (Figura 38) As
diferentes doses de N aplicadas influenciaram positivamente o aumento do teor de clorofila
total nos dois ciclos
Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto ano de cultivo
300
350
400
450
500
550
Jan2014 Mar2014 Mai2014
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N
100 N
50 N
0 N
a
a a
b
b
aa a
a a
aa
300
340
380
420
460
500
Jan2014 Mar2014 Mai2014
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado
Sequeirob
a
a b
a a
420
440
460
480
500
520
540
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
a
a
a
a
ab ab
b
a
b
b
aa
aa a
aa
ab
bab
115
Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano de cultivo
Os valores relativos de clorofila A e B apresentaram o mesmo comportamento da
clorofila total que eacute a soma das duas clorofilas Assim como na clorofila total os valores de
clorofila A e B diminuiacuteram com a reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada e as doses de 50 e 0
da adubaccedilatildeo nitrogenada foram aquelas que apresentaram os menores valores (Tabela 33 e
Tabela 34) Diferente desses resultados Vale (2009) ao estudar o efeito da aplicaccedilatildeo de
nitrogecircnio na cana-de-accediluacutecar afirma que natildeo houve efeito significativo da leitura do iacutendice de
clorofila com o aumento da aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mesmo com o aumento significativo na
biomassa das plantas Para o ciclo 201314 apenas a clorofila B natildeo apresentou efeito da
irrigaccedilatildeo fato que influenciou a natildeo significacircncia da relaccedilatildeo clorofila AB Jaacute no ano
seguinte todas as variaacuteveis apresentaram efeito do manejo hiacutedrico
Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de
pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Clorofila Total
Irrigado 456 450 446 422 443 B
Sequeiro 487 464 451 415 454 A
Meacutedias 471 a 457 ab 449 b 419 c
Clorofila A
Irrigado 357 353 353 337 350 B
Sequeiro 377 365 358 340 360 A
Meacutedias 367 a 359 ab 355 b 339 c
Clorofila B
Irrigado 99 97 93 85 93 A
Sequeiro 110 99 93 75 94 A
Meacutedias 104 a 98 ab 93 b 80 c
Relaccedilatildeo Clorofila AB
Irrigado 407 429 437 466 435 A
Sequeiro 371 406 411 488 419 A
Meacutedias 389 c 418 bc 424 b 477 a
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
420
440
460
480
500
520
540
560
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado Sequeiro
a
a
aa
a
b
b
b a b
116
Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de
pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Clorofila Total
Irrigado 505 501 492 478 494 A
Sequeiro 495 484 447 448 469 B
Meacutedias 501 a 493 a 470 b 463 b
Clorofila A
Irrigado 387 389 383 376 384 A
Sequeiro 382 376 358 358 368 B
Meacutedias 385 a 383 a 371 b 367 b
Clorofila B
Irrigado 118 112 108 101 110 A
Sequeiro 114 108 89 88 100 B
Meacutedias 116 a 110 a 99 b 95 b
Relaccedilatildeo Clorofila AB
Irrigado 350 362 370 385 367 B
Sequeiro 346 361 414 419 385 A
Meacutedias 349 b 361 b 392 a 402 a
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
A relaccedilatildeo clorofila AB apresentou os seus maiores valores para as menores doses de
N (50 e 0) aplicada devido ao baixo teor de clorofila B presentes principalmente nos
tratamentos sem irrigaccedilatildeo A manutenccedilatildeo dos altos valores de clorofila B presente nos
tratamentos com as maiores doses de N em qualquer condiccedilatildeo eacute um fator positivo pois deve
salientar-se que uma proporccedilatildeo relativa maior de clorofila B eacute uma caracteriacutestica importante
pois possibilita a captura de foacutetons de outros comprimentos de onda (VIEIRA et al 2010)
Os altos teores de clorofila apresentados nos tratamentos irrigados e com maiores
doses de N podem tambeacutem ser explicados pela maior incidecircncia de folhas devido ao estiacutemulo
da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada ocasionando um maior sombreamento das folhas o
que faz com que elas possuam mais grana por cloroplastos apresentando uma maior
quantidade de clorofila por centro de reaccedilatildeo (FAHL et al 1994)
Quando submetidas a um estresse hiacutedrico severo os conteuacutedos de clorofila presentes
nas folhas das plantas muitas vezes podem vir a diminuir devido agrave degradaccedilatildeo progressiva da
clorofila nas folhas (MARTIacuteNEZ-FERRI et al 2004 JALEEL et al 2009 ANJUM et al
2011) ocorrendo tambeacutem para a cultura do pinhatildeo-manso (POMPELLI et al 2010) No
entanto Sapeta et al (2013) natildeo encontraram nenhuma reduccedilatildeo significativa nos teores de
clorofila A ou B nem mesmo com o tratamento sob maacuteximo estresse hiacutedrico Os autores
observaram contudo uma reduccedilatildeo das razotildees de clorofila AB durante o periacuteodo mais seco
ocasionado devido a um aumento no conteuacutedo de clorofila B Pompelli et al (2010) tambeacutem
117
observaram uma reduccedilatildeo da relaccedilatildeo clorofila AB no pinhatildeo-manso embora esta reduccedilatildeo
diferente do constatado por Sapeta et al (2013) tenha sido acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
no conteuacutedo de clorofila total sendo principalmente de clorofila A
Na Tabela 35 eacute apresentada um resumo das anaacutelises univariadas de perfis para
clorofila total A B relaccedilatildeo clorofila AB e para nitrogecircnio foliar todos para o segundo ciclo
de avaliaccedilatildeo natildeo foram realizadas para o primeiro ciclo devido ao pouco nuacutemero de medidas
realizadas no periacuteodo o que comprometeria a caracterizaccedilatildeo da anaacutelise de perfis As meacutedias
de todas as variaacuteveis analisadas foram significativamente diferentes pelo teste F entre as
diferentes doses de N aplicadas e da eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) no quarto ciclo de cultivo
(201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 35) O uso da irrigaccedilatildeo por sua
vez natildeo causou efeito para a relaccedilatildeo clorofila AB e para o N foliar satisfazendo portanto a
hipoacutetese de perfis horizontais para estas variaacuteveis A hipoacutetese de paralelismo de perfis foi
rejeitada para a interaccedilatildeo irrigaccedilatildeo x DAP em todas as variaacuteveis mas satisfeita para a
interaccedilatildeo doses de N x DAP (com exceccedilatildeo do N foliar) indicando que estas variaacuteveis
apresentam comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico adotado o
mesmo natildeo ocorreu com a diferenciaccedilatildeo das doses de N aplicadas indicando a coincidecircncia
(paralelismo) de perfis entre esses tratamentos
Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL
Clorofila
Total Clorofila A Clorofila B
Relaccedilatildeo
Cl AB N foliar
Quadrado meacutedio
Modelo 63 217324
367981
62976
0513 3261
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 83097ns
25898ns
19647ns
0153ns
1082ns
Doses N 3 118286
274952
329692
2269
14467
Irrigaccedilatildeo 1 168305
68644
219781 0455
ns 1416
ns
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 181522ns
62285ns
36156ns
0419ns
1156ns
Resiacuteduo a 18 3922ns
841ns
15416ns
012ns
558ns
DAP 4 542196 8979
206466
1714
1775
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 549987 190026
176759
2148
6758
DAP x Doses N 12 91661ns
18896ns
34442ns
0205ns
2454
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 103502ns
27406ns
25717ns
0238ns
1094ns
Resiacuteduo b 96 89169 2221430 25387 0231 839
Rsup2 06153 06236 06195 05939 07183
CV () 622 405 1527 1296 965
Meacutedia 4797 3754 1043 37 300
Niacuteveis de significacircncia 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza
GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
O teste de esfericidade foi realizado apoacutes a anaacutelise univariada para cada uma das
variaacuteveis e apresentou condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias satisfeita para todos
os casos (Tabela 36) Validou-se portanto a anaacutelise univariada de perfis com parcelas
118
subdividas no tempo realizada anteriormente natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise
multivariada de perfis para nenhuma variaacutevel
Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do pinhatildeo-manso
Variaacutevel
analisada
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
Clorofila Total 9 05853 87937 04565 Univariada
Clorofila A 9 05595 95321 03897 Univariada
Clorofila B 9 05816 88986 04467 Univariada
Relaccedilatildeo Clor AB 9 03815 158187 00708 Univariada
Nitrogecircnio foliar 9 06342 74751 05878 Univariada
De acordo com os resultados apresentados nas anaacutelises univariadas de perfis os perfis
meacutedios de resposta dos iacutendices de clorofila total A B e da relaccedilatildeo clorofila AB em funccedilatildeo
das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o cultivo
do pinhatildeo-manso no ciclo 201415 satildeo expressos na Figura 39
Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Na Figura 40 satildeo apresentados os perfis meacutedios dos teores de N foliar ao longo
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de N e do manejo hiacutedrico adotado Apesar de
apresentar alguma variaccedilatildeo ao longo do ciclo o teor de N foliar apresentou baixa correlaccedilatildeo
com os teores de clorofila A B e Total (Tabela 37) a variaccedilatildeo do teor de N possivelmente
estaacute condicionada principalmente a alta mobilidade do nutriente na planta O valor de N foliar
350
360
370
380
390
400
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la A
(IC
F)
DAP
Clorofila A
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
60
70
80
90
100
110
120
130
140
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la B
(IC
F)
DAP
Clorofila B
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
420
440
460
480
500
520
540
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la T
ota
l (I
CF
)
DAP
Clorofila Total
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
25
28
30
33
35
38
40
43
45
45 90 130 190 260
Rel
accedilatilde
o C
loro
fila
AB
DAP
Relaccedilatildeo clorofila AB
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
119
apresentou-se altamente significativo para o efeito da eacutepoca ao longo do ciclo com um valor
de F de 2847 Devido a sua alta mobilidade na planta ele apresentou os menores teores na
folha selecionada nos periacuteodos de florescimento e formaccedilatildeo de frutos
(a) (b)
Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na planta (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b)
Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de clorofila na planta
Clorofila Total Clorofila A Clorofila B
Correlaccedilatildeo de Pearson 017961 016939 01752
Probabilidade 00425 00559 00462
Aleacutem da disponibilidade de nitrogecircnio na planta a leitura fornecida pelo
clorofilocircmetro pode ser afetada tambeacutem por outros fatores dentre os principais destacam-se o
cultivar o estaacutedio de crescimento determinadas caracteriacutesticas anatocircmicas das folhas a
irradiacircncia no momento da avaliaccedilatildeo e a localidade (FONTES 2011) Tais fatores necessitam
ser avaliados e padronizados apesar da interaccedilatildeo entre os mesmos tornar difiacutecil a
padronizaccedilatildeo Adicionalmente a concentraccedilatildeo de clorofila varia com a condutacircncia
estomaacutetica da folha causada pelas estaccedilotildees do ano sendo mais acentuada na primavera do que
no veratildeo (MATSUMOTO OHTA TANAKA 2005) Segundo Schepers et al (1992) mesmo
com algumas imperfeiccedilotildees o uso do clorofilocircmetro pode aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo
do adubo nitrogenado pelas culturas e tem propiciado melhor manejo da adubaccedilatildeo
nitrogenada em cobertura chamado de ldquoadubaccedilatildeo quando necessaacuteriardquo
Com exceccedilatildeo dos valores referentes ao mecircs de janeiro2014 os teores de N foliar dos
tratamentos irrigados e com as maiores doses de N aplicado via fertilizante mineral
mostraram-se relativamente superiores quando comparados com os demais tratamentos
Segundo Fernaacutendez et al (1994) um acreacutescimo no suprimento de N estimula o crescimento
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
Teo
r d
e N
(g
kg
- sup1)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N
50 N 0 N
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
Teo
r d
e N
(g k
g- sup1
)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado Sequeiro
120
atrasa a senescecircncia e muda a morfologia das plantas aleacutem disto o aumento dos niacuteveis de
adubaccedilatildeo nitrogenada causa crescimento significativo no conteuacutedo de clorofila das folhas
Laviola e Dias (2008) citam que o N foi o nutriente mais requerido para a formaccedilatildeo de folhas
tal como para suprir a demanda metaboacutelica de frutos de pinhatildeo-manso Esses mesmos autores
calcularam teores meacutedios de nitrogecircnio nas folhas de 364 g kg-1
apoacutes o terceiro ano de
implantaccedilatildeo da cultura valores estes maiores dos que os obtidos neste estudo Schulz et al
(2014) encontraram valores proacuteximos a 40 g kg-1
no cultivo do pinhatildeo-manso consorciado
com capim tifton e valores acima 50 g kg-1
quando cultivado em solteiro Segundo Kerbauy
(2008) a demanda de N varia com a espeacutecie e o teor de N com a parte da planta analisada e
para um crescimento adequado a concentraccedilatildeo oacutetima estaacute na faixa de 20 a 50 g kg-1
de
mateacuteria seca da planta
49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo
O resumo da anaacutelise de variacircncia dos resultados do rendimento (teor) meacutedio e da
produtividade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para o terceiro e quarto ano de cultivo em funccedilatildeo do
manejo hiacutedrico adotado e da dose de adubaccedilatildeo nitrogenada satildeo apresentados na Tabela 38
Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) em sementes de pinhatildeo-
manso para todos os tratamentos avaliados
Fonte de Variaccedilatildeo
Ciclo 201314 Ciclo 201415
GL Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo
Blocos [I] 6 100ns
1278
067ns
153ns
I 1 1121
13916
1779
3244
N 3 045ns
3352
2533
2288
I x N 3 192ns
137ns
514
097ns
Meacutedia geral 541 35744 534 45876
CV () 29 154 197 182
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apenas o manejo hiacutedrico apresentou efeito
significativo para o rendimento do oacuteleo apresentando um valor meacutedio de 541 Diferente
disso para o mesmo periacuteodo de estudo a produtividade de oacuteleo apresentou diferenccedila
significativa em praticamente todos os aspectos com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo dos experimentos
de irrigaccedilatildeo e os tratamentos adubados chegando a duplicar a produtividade de oacuteleo com a
complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo no seu terceiro ano de cultivo (Tabela 39) Tal efeito tambeacutem se
121
assemelhou ao segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para a produtividade de oacuteleo com diferenccedilas
encontradas para o efeito da irrigaccedilatildeo e das doses de nitrogecircnio aplicadas O teor de oacuteleo
diferente do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou melhor resposta com o efeito da dose de
nitrogecircnio aplicada e da complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo entretanto obervou-se um menor teor
de oacuteleo nos tratamentos com adubaccedilatildeo nitrogenada e no cultivo irrigado sendo este uacuteltimo
tambeacutem ocorrido no ciclo seguinte (Tabela 39) Diferente disso Kalannavar (2008) relataram
altos valores do teor de oacuteleo extraiacutedo mecanicamente (3791) e da produtividade de oacuteleo
(97074 kg ha-1
) do pinhatildeo-manso quando adubado com 100 kg N ha-1
valores estes
superiores aos encontrados para as dosagens de 50 e 150 kg N ha-1
O aumento do teor de oacuteleo
com o uso da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada tambeacutem foram relatados por Tikkoo
Yadav Kaushik (2013) que observaram um aumento de ateacute 9 com o uso da irrigaccedilatildeo e
aumentos de 17 33 e 64 de oacuteleo com a aplicaccedilatildeo de 30 60 e 90 kg ha-1
de N
respectivamente sobre o tratamento controle
Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da dose de
nitrogecircnio aplicada
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Teor de oacuteleo () - Ciclo 201314
Irrigado 538 535 529 524 532 B
Sequeiro 535 556 554 556 550 A
Meacutedias 537 a 546 a 542 a 540 a
Teor de oacuteleo () - Ciclo 201415
Irrigado 515 Bb 521 Ab 519 Ab 549 Ba 526
Sequeiro 548 Aab 516 Ac 530 Abc 573 Aa 542
Meacutedias 531 519 524 561
Produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) ndash Ciclo 201314
Irrigado 5985 5199 4605 3092 4720 A
Sequeiro 3220 2721 2913 860 2429 B
Meacutedias 4603 a 3960 ab 3759 b 1976 c
Produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) ndash Ciclo 201415
Irrigado 6744 5732 5244 3996 5429 A
Sequeiro 5891 3883 3428 1783 3747 B
Meacutedias 6318 a 4808 b 4336 b 2889 c
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
Observando os resultados apresentados constata-se que de uma forma geral os
tratamentos natildeo irrigados apresentaram maiores teores de oacuteleo quando comparados com os
tratamentos irrigados apresentando uma meacutedia de 5504 contra 5317 dos tratamentos em
que foi utilizada a praacutetica da irrigaccedilatildeo Os teores meacutedios de oacuteleo obtidos encontram-se dentro
da faixa dos teores relatados por Sluszz e Machado (2011) Arruda et al (2004) Haas e
Mittelbach (2000) e Akintayo (2004)
122
Comportamento semelhante dos resultados encontrados para o rendimento de oacuteleo
foram observados por Deus et al (2012) que avaliaram o rendimento e a produtividade de
oacuteleo do pinhatildeo-manso sobre diferentes lacircminas de irrigaccedilatildeo e niacuteveis de adubaccedilatildeo potaacutessica e
observaram que o uso da irrigaccedilatildeo proporcionou uma diminuiccedilatildeo nos valores de rendimento
de oacuteleo nos gratildeos e aumento da produtividade do oacuteleo que foi proporcionado pelo aumento
da produtividade de gratildeos com o aumento da lacircmina de irrigaccedilatildeo
Apesar do teor meacutedio de oacuteleo ter sido levemente superior no terceiro ano de cultivo
tal fato natildeo influenciou a produtividade de oacuteleo do ano seguinte que foi superior (472 kg ha-1
)
devido principalmente agrave boa produtividade de sementes alcanccedilada no periacuteodo Outro ponto a
ser destacado eacute que a ausecircncia da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo natildeo interferiu na
produtividade de oacuteleo que obteve valores 690 superiores do encontrado para o cultivo sem
irrigaccedilatildeo desde a sua implantaccedilatildeo quando a comparaccedilatildeo se resume apenas no terceiro ano o
cultivo irrigado obteve produtividade de oacuteleo 515 superior ao cultivo sem irrigaccedilatildeo (Tabela
39) Estes resultados datildeo margem para que novos estudo possam ser realizados para a
maximizaccedilatildeo do uso da irrigaccedilatildeo na potencializaccedilatildeo da produccedilatildeo de oacuteleo e sementes do
pinhatildeo-manso durante a sua fase de formaccedilatildeo e estabelecimento (ateacute o quarto de cultivo) e
em periacuteodos posteriores ao seu pico de produccedilatildeo (a partir do quinto ano de cultivo)
Para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo (3ordm e 4ordm ano de cultivo) os tratamentos com as
diferentes doses de adubaccedilatildeo e tipos de manejo hiacutedrico apesar de natildeo promoverem grande
variaccedilatildeo no teor de oacuteleo intriacutenseco das sementes melhoraram consideravelmente o
rendimento do oacuteleo vegetal em geral (Tabela 39) com aumento do nuacutemero total de
frutossementes produzidas por planta Resultados semelhantes foram encontradas por Yong
et al (2010) e Tikkoo Yadav Kaushik (2013) As relaccedilotildees diretas da produtividade de gratildeos
com o rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso foram estudadas por Spinelli et al (2010) que ao
quantificarem os efeitos diretos e indiretos de caracteriacutesticas vegetativas e da qualidade da
mateacuteria-prima no rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso observaram que a produtividade de
gratildeos foi o componente mais importante do rendimento de oacuteleo seguida do volume de copa e
do teor de oacuteleo nos gratildeos
Para a produtividade de oacuteleo foi encontrado para o terceiro ano de cultivo um modelo
de ajuste linear para o cultivo irrigado e um modelo polinomial de segundo grau para o
manejo hiacutedrico sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas naquele periacuteodo
(Figura 41) No quarto ano de cultivo com o aumento da aplicaccedilatildeo de N por unidade de aacuterea
o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste para as duas condiccedilotildees da produtividade
de oacuteleo em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nesse periacuteodo (Figura 42) Assim como para a
123
produtividade de sementes o caacutelculo do Rsup2 corrigido foi determinado para a produtividade de
oacuteleo em funccedilatildeo das doses de adubaccedilatildeo utilizada para cada manejo hiacutedrico nos seus dois anos
de estudo
Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no quarto ano de cultivo
O uso da irrigaccedilatildeo como complementaccedilatildeo de aacutegua para o cultivo do pinhatildeo-manso
pode trazer grandes aumentos na produtividade de sementes e de oacuteleo como foi confirmado
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074
y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 17461x + 41132
Rsup2 = 09711 p-valor = 00022
y = 24907x + 18217
Rsup2 = 09582 p-valor lt00001
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 515 103 1545
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
idad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Prod
uti
vid
ad
e d
e oacute
leo (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
124
por esse estudo Mas a falta ou ateacute o excesso da aacutegua aplicada agrave planta podem diminuir o seu
potencial produtivo Em um experimento conduzido em solos arenosos do Egito Kheira e
Atta (2009) avaliaram a resposta do pinhatildeo-manso em condiccedilotildees de deacuteficit hiacutedrico e
concluiacuteram que a lacircmina oacutetima aplicada que foi correspondente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo
potencial (ETp) proporcionou para as plantas de pinhatildeo-manso os maiores valores de
rendimento e produtividade de oacuteleo aleacutem da melhor eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de
sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso (044 e 013 kg m-3
) respectivamente Os resultados
concluiacuteram que a eficiecircncia do uso da aacutegua da produccedilatildeo de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-
manso diminuiacuteram com a reduccedilatildeo e o aumento da taxa de aplicaccedilatildeo de aacutegua a partir da
aplicaccedilatildeo ideal de aacutegua para a cultura (100 ETp)
O resultado da anaacutelise de variacircncia com os valores do teste F dos iacutendices de qualidade
do oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da adubaccedilatildeo nitrogenada para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo do pinhatildeo-manso satildeo encontradas na Tabela 40 Pela ANOVA verifica-se que
apenas o fator irrigaccedilatildeo influenciou os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade
oxidativa em pelo menos um dos ciclos avaliados natildeo havendo efeito das doses de nitrogecircnio
e da sua interaccedilatildeo com a irrigaccedilatildeo
Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade oxidativa (EO) para os
dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Fonte de
Variaccedilatildeo GL
Ciclo 201314 Ciclo 201415
IA Iodo IP EO IA Iodo IP EO
Blocos [I] 2 039ns
032ns
100ns
066ns
222ns
014ns
892 069
ns
I 1 794 453
ns 009
ns 132
ns 066
ns 285
399
112
N 3 071ns
072ns
191ns
060ns
243ns
079ns
070ns
499ns
I x N 3 072ns
146ns
009ns
063ns
001ns
007ns
070ns
001ns
Meacutedia geral 336 1013 0369 217 0526 778 0236 161
CV () 941 477 2896 238 405 171 634 862
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Os valores de densidade relativa e do iacutendice de refraccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas
significativas entre os tratamentos estudados nos dois anos de avaliaccedilatildeo apresentando valores
meacutedios para o ciclo de 201314 de 0911 e 1463 respectivamente para densidade e refraccedilatildeo
jaacute para o ciclo 201415 os valores meacutedios de densidade relativa e iacutendice de refraccedilatildeo foram de
0885 e 1458 respectivamente Os valores do iacutendice de refraccedilatildeo encontrados nesse estudo satildeo
similares aos que foram encontrados por Akintayo (2004) e Kheira e Atta (2009) que
relataram respectivamente um valor meacutedio de 1468 e 147 para o iacutendice de refraccedilatildeo a 25ordm C
do oacuteleo de pinhatildeo-manso Estes resultados assim como o que foi encontrado nesse estudo
125
estatildeo enquadrados dentro da faixa ou do limite maacuteximo permitido de acordo com o
estabelecido pela legislaccedilatildeo vigente (ANVISA 1999) e por outros estudos (BIODIESELBR
2011)
A densidade relativa tambeacutem pouco variaacutevel entre os diferentes tipos de tratamentos
apresentou valores proacuteximos aos encontrados por Akintayo (2004) BiodieselBR (2011)
Akbar et al (2009) e Oliveira et al (2009) De acordo com Portela (2011) a densidade eacute uma
propriedade que natildeo sofre grandes variaccedilotildees isso se deve ao fato do oacuteleo apresentar
densidade semelhante a de seus eacutesteres metiacutelicos poreacutem o seu controle eacute de grande
importacircncia tendo em vista que uma densidade elevada pode provocar problemas quanto a
injeccedilatildeo do combustiacutevel na cacircmara de compressatildeo podendo ocasionar obstruccedilatildeo dos bicos
injetores injeccedilatildeo de pouco combustiacutevel Do mesmo modo uma baixa densidade causa uma
injeccedilatildeo exagerada possibilitando haver uma queima incompleta ou consumo excessivo do
combustiacutevel
Na Tabela 41 satildeo apresentados os valores dos demais iacutendices de qualidade somente
em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico visto que foi o uacutenico fator que influenciou em pelo menos um
dos ciclos os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade oxidativa
Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado nos dois
ciclos de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Ciclo 201314
Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa
Irrigado 113 b 1038 a 029 a 202 a
Sequeiro 558 a 987 a 045 a 232 a
Meacutedias 336 1013 037 217
Manejo
hiacutedrico
Ciclo 201415
Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa
Irrigado 057 a 601 b 047 a 149 b
Sequeiro 048 a 956 a 001 b 173 a
Meacutedias 053 779 024 161
Meacutedias seguidas de mesma letra minuacutesculas na coluna natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 de
probabilidade
O iacutendice de acidez uacutenico iacutendice de qualidade que teve diferenccedila significativa no
primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou altos valores nesse periacuteodo Esse fato nem sempre
pode estar condicionado agraves condiccedilotildees de campo em que a cultura foi submetida podendo
estar relacionado com as condiccedilotildees de coleta refrigeraccedilatildeo e armazenamento das sementes e
as teacutecnicas de extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes estas se mal-empregadas favorecem a
degradaccedilatildeo oxidativa e a hidroacutelise dos trigliceriacutedeos contidos no oacuteleo alterando de forma
significativa as propriedades fiacutesico-quiacutemicas do mesmo (SILVA 2005) Segundo Angelucci
et al (1987) o alto teor de acidez de um oacuteleo bruto aumenta a perda da neutralizaccedilatildeo sendo
126
tambeacutem indicador de sementes de baixa qualidade de manuseio e armazenamento improacuteprios
ou de um processamento insatisfatoacuterio
O tipo de extraccedilatildeo do oacuteleo pode influenciar no iacutendice de acidez Pereira Coelho e
Mendes (2011) encontraram para o oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo por prensa uma acidez
baixa com um valor meacutedio de 18 mg KOH g-1
quando comparado com o oacuteleo extraiacutedo com
hexano com valores acima de 151 mg KOH g-1
O aumento do tempo de armazenamento do
oacuteleo extraiacutedo eacute outro fator que pode trazer a elevaccedilatildeo do seu iacutendice de acidez (RIBEIRO et al
2010)
Considerando os resultados de uma forma geral apenas os tratamentos sem irrigaccedilatildeo
foram os que apresentaram um valor meacutedio do iacutendice de acidez acima dos limites
estabelecidos para oacuteleos natildeo refinados que estabelece um valor maacuteximo de 40 mg KOH g-1
(ANVISA 2005) Ainda assim os valores se encontram abaixo dos determinados por Oliveira
et al (2009) de 845 mg KOH g-1
e proacuteximos dos valores encontrados por Akintayo (2004)
Kpoviessi et al (2004) e Achten et al (2008)
O oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo apresentou um baixo iacutendice de peroacutexido para todos
os tratamentos e soacute foi significativo devido agrave presenccedila quase nula de peroacutexidos nos
tratamentos sem irrigaccedilatildeo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo A presenccedila de peroacutexidos por menor
que seja indica que o oacuteleo sofreu oxidaccedilatildeo mas natildeo a ponto de comprometer a sua qualidade
original Nem o fato da extraccedilatildeo ter sido feita com solvente orgacircnico implicou em um
aumento elevado do iacutendice de peroacutexido fato esse observado por Pereira Coelho e Mendes
(2011) Apesar de natildeo ser um requisito de anaacutelise de combustiacuteveis o iacutendice de peroacutexido vem
se mostrando um objeto de estudo interessante uma vez que a reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo eacute muitas
vezes iniciada na sua presenccedila aleacutem de se observar aumento do iacutendice de peroacutexido com o
passar do periacuteodo de estocagem (RIBEIRO et al 2010 PORTELA 2011) Os valores do
iacutendice de peroacutexido determinados encontram-se muito abaixo dos relatados por BiodieselBR
(2011) (998 meq kg-1
) e Akbar et al (2009) (193 meq kg-1
) e da quantidade estabelecida pela
Anvisa (2005) de 150 meq kg-1
O iacutendice de iodo apresentou baixa variaccedilatildeo no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (987-1038
g I2 100 g-1
) em comparaccedilatildeo com o segundo (601-956 g I2 100 g-1
) Esses resultados mostram
uma menor capacidade de absorccedilatildeo de iodo pelas duplas ligaccedilotildees dos aacutecidos graxos
insaturados do oacuteleo extraiacutedo principalmente dos oacuteleos extraiacutedos dos tratamentos irrigados do
segundo ciclo Esse fato eacute considerado importante para a qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso
jaacute que o seu oacuteleo tende a ser mais resistente agrave oxidaccedilatildeo por possuir um baixo iacutendice de iodo
em relaccedilatildeo aos demais oacuteleos vegetais estudados satisfazendo dessa forma uma importante
127
caracteriacutestica requerida como mateacuteria-prima para produccedilatildeo de biodiesel possibilitando
tambeacutem um maior tempo de armazenamento se houver necessidade
Pereira Coelho e Mendes (2011) ao realizarem os ensaios do iacutendice de iodo com o
oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo com hexano encontraram valores de iacutendice de iodo de 91-98 g
I2 100 g-1
e com etanol um iacutendice de iodo de 106-108 g I2 100 g-1
Akintayo (2004) relatou um
valor de iacutendice de iodo de 1052 mg I2 g-1
valor proacuteximo do encontrado por Akbar et al
(2009) enquanto que Kpoviessi et al (2004) relataram valores para o iacutendice de iodo de 92 a
93 g I2 100 g-1
Os resultados destes autores comparados com os resultados do presente
trabalho estatildeo de acordo indicando que o oacuteleo do pinhatildeo-manso possui um alto grau de
insaturaccedilatildeo
A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo mostrou-se tambeacutem variaacutevel com a influecircncia da irrigaccedilatildeo
os tratamentos natildeo irrigados apresentaram de uma forma geral um maior periacuteodo de induccedilatildeo
determinado pelo equipamento o que confere uma maior estabilidade agrave oxidaccedilatildeo a esses
oacuteleos e um maior tempo de vida uacutetil no seu armazenamento O oacuteleo de pinhatildeo-manso
apresenta um maior tempo de estabilidade agrave oxidaccedilatildeo quando comparado ao oacuteleo de outras
culturas usadas para a produccedilatildeo de biodiesel como a soja e o girassol Dessa forma a
estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso mostrou-se satisfatoacuteria jaacute que a quantidade
exata de saturaccedilotildees eacute medida pelo ensaio de Iacutendice de Iodo e a presenccedila de saturaccedilotildees nas
moleacuteculas do biodiesel estaacute fortemente ligada agrave estabilidade oxidativa pois satildeo as duplas
ligaccedilotildees existente nos eacutesteres metiacutelicos que sofreram a oxidaccedilatildeo durante o armazenamento
Sendo assim eacute possiacutevel dizer que a estabilidade oxidativa do biodiesel de pinhatildeo-manso eacute
superior a 6 horas agrave 110ordm C (EN 14214) valor miacutenimo exigido pela ANP e pelo European
Committee of Standardization (DOMINGOS et al 2007 SARIN et al 2009)
Os valores das caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas do oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso
como os iacutendices de refraccedilatildeo acidez peroacutexido iodo entre outros sob diferentes relaccedilotildees de
lacircminas de aacutegua (125 100 75 e 50 da ETp) nas condiccedilotildees climaacuteticas egiacutepcias foram
estudadas por Kheira e Atta (2009) Os resultados observados pelos autores natildeo revelaram
quaisquer diferenccedilas significativas causadas pelos diferentes valores de lacircmina de aacutegua
Mesmo assim os autores chegaram agrave conclusatildeo de que a partir dos resultados obtidos as
melhores caracteriacutesticas de oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso foram registradas com o oacuteleo
extraiacutedo das plantas que receberam 100 da ETp
Os resultados obtidos dos perfis composicionais realizados por cromatografia gasosa
dos oacuteleos extraiacutedos de pinhatildeo- manso para os anos agriacutecolas 201314 e 201415 encontram-se
respectivamente nas Tabela 42 e Tabela 43
128
Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201314
Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado
ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N
Aacutecido Palmiacutetico
(C160) 132 131 127 127 134 132 132 126 130 plusmn 03
Aacutec Palmitoleico
(C161) 08 09 08 07 08 08 08 08 08 plusmn 005
Aacutecido Esteaacuterico
(C180) 51 51 54 57 54 53 53 52 53 plusmn 02
Aacutecido Oleico
(C181) 401 395 408 426 403 407 412 398 406 plusmn 097
Aacutecido Linoleico
(C182) 399 397 393 373 392 393 390 408 393 plusmn 099
OUTROS 09 18 11 10 11 08 07 10 09 plusmn 033
ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo
Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201415
Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado
ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N
Aacutecido Palmiacutetico
(C160) 130 136 133 134 135 134 135 134 134 plusmn 019
Aacutec Palmitoleico
(C161) 07 08 08 08 09 08 08 08 08 plusmn 006
Aacutecido Esteaacuterico
(C180) 55 55 56 59 55 51 55 54 55 plusmn 022
Aacutecido Oleico
(C181) 413 377 389 400 374 364 391 381 386 plusmn 156
Aacutecido Linoleico
(C182) 386 403 393 376 402 410 386 399 394 plusmn 112
OUTROS 09 20 21 23 25 32 25 23 22 plusmn 066
ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo
Com os resultados obtidos pode-se evidenciar a baixa variaccedilatildeo da composiccedilatildeo do oacuteleo
de pinhatildeo-manso de acordo com os diferentes tratamentos realizados A realizaccedilatildeo da
irrigaccedilatildeo com os diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada praticamente natildeo causou
alteraccedilotildees na composiccedilatildeo do oacuteleo o que permite prever que sob ambos os efeitos a
utilizaccedilatildeo do oacuteleo para a transformaccedilatildeo em biodiesel resultaraacute em um biocombustiacutevel de
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas semelhantes uma vez que a composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos natildeo
apresenta alteraccedilatildeo significativa resultando em uma mesma quantidade de eacutesteres metiacutelicos
que satildeo produtos do oacuteleo empregado na reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo
Poreacutem as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas dos oacuteleos provenientes dos tratamentos com
irrigaccedilatildeo e sem irrigaccedilatildeo com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada podem se
diferenciar pois a quantidade dos aacutecidos graxos apresentados nas Tabela 42 e Tabela 43 natildeo
especifica por si soacute a quantidade de aacutecidos graxos livres e a quantidade de mono- di- e
trigliceriacutedeos Isso implica diretamente na escolha da melhor rota de siacutentese para produccedilatildeo de
129
biodiesel jaacute que a presenccedila de aacutecidos graxos livres representa a acidez do oacuteleo que
inviabiliza a reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo alcalina e sugere a esterificaccedilatildeo por aacutecido forte de
Lewis (LIMA 2005)
Como jaacute mencionado anteriormente a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso
eacute classificada como um oacuteleo do tipo de aacutecido oleico ou linoleico sendo composto de
praticamente 45 de aacutecidos graxos insaturados Para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a
porcentagem de aacutecidos graxos saturados (C160 e C180) e insaturados (C161 C181 e
C182) foram de 183 e 807 respectivamente jaacute no segundo ano o oacuteleo extraiacutedo
apresentou em meacutedia os valores de 189 e 789 para os aacutecidos graxos saturados e
insaturados respectivamente
Ao avaliarem a resposta do uso do fertilizante NPK na produtividade e na composiccedilatildeo
de trigliceriacutedeos em pinhatildeo-manso Akbarian Modafebehzadi e Bagheripour (2012)
encontraram para o nitrogecircnio altas correlaccedilotildees para produtividade rendimento de oacuteleo
aacutecidos graxos insaturados aacutecido oleico e aacutecido esteaacuterico sendo a correlaccedilatildeo entre nitrogecircnio e
produtividade altamente significativa agrave 1 de significacircncia Os aacutecidos graxos insaturados e o
aacutecido palmiacutetico tiveram as menores correlaccedilotildees com a adiccedilatildeo de nitrogecircnio sendo essas natildeo
significativas
Na Figura 43 satildeo apresentados a composiccedilatildeo primaacuteria (majoritaacuteria) dos aacutecidos graxos
presentes no pinhatildeo-manso e a sua quantidade () por meio de anaacutelise de ressonacircncia
magneacutetica nuclear (RMN 1H) para cada tratamento apenas para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo
Constata-se que diferente da cromatografia gasosa o uso da irrigaccedilatildeo influenciou
significativamente na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos insaturados nas anaacutelises de RMN
causando aumento do aacutecido oleico e diminuiccedilatildeo do aacutecido linoleico esse uacuteltimo por sua vez
aumentou nos tratamentos em que natildeo havia o suprimento de aacutegua por irrigaccedilatildeo
130
Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso para todos os
tratamentos avaliados
As diferentes doses de nitrogecircnio natildeo influenciaram na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos
insaturados Os aacutecidos oleico e linoleico satildeo os principais aacutecidos graxos insaturados presentes
na constituiccedilatildeo do oacuteleo de pinhatildeo-manso (ASHRAFUL et al 2014) Os resultados
encontrados para os tratamentos de sequeiro para aacutecido linoleico encontram-se muito abaixo
do teor meacutedio encontrado na literatura e um pouco acima para o aacutecido oleico diferindo dos
tratamentos irrigados que se encontraram dentro do padratildeo meacutedio do oacuteleo de pinhatildeo-manso
(AKINTAYO 2004 ASHRAFUL et al 2014 BERCHMANS HIRATA 2009) Natildeo houve
diferenccedila significativa para a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos saturados nos tratamentos
Semelhante a esses resultados Flagella et al (2002) encontraram na composiccedilatildeo de aacutecidos
graxos do oacuteleo de girassol alto oleico um decreacutescimo em aacutecido oleico e esteaacuterico e um
aumento do aacutecido linoleico e palmiacutetico sob irrigaccedilatildeo Os autores descobriram que sob o efeito
da irrigaccedilatildeo suplementar e da semeadura precoce houve um aumento notaacutevel na produccedilatildeo de
sementes e uma diminuiccedilatildeo da razatildeo de aacutecido oleicolinoleico em genoacutetipos de girassol alto
oleico
Vaacuterios podem ser os motivos para a presenccedila da variaccedilatildeo dos aacutecidos graxos primaacuterios
nas anaacutelises de RMN sendo que as anaacutelises de CG natildeo apresentaram nenhum efeito Apesar
de serem oriundos da mesma aacuterea experimental os oacuteleos extraiacutedos satildeo de amostragens
0
10
20
30
40
50
60
70
N 150 N 100 N 50 N 0
Aacutecid
o O
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)
Irrigado Sequeiro
a
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0
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N 150 N 100 N 50 N 0
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Irrigado Sequeiro
b
a
abab
ab ab aba
131
diferentes e pela baixa seleccedilatildeo geneacutetica as plantas da aacuterea experimental satildeo passiacuteveis de
apresentarem inuacutemeras expressotildees fenotiacutepicas e no conteuacutedo de seu oacuteleo Os diferentes
procedimentos de anaacutelise para cada meacutetodo podem implicar nessa resposta sem contar que
apesar de ser extremamente preciso a anaacutelise de RMN determina com maior exatidatildeo apenas
os componentes primaacuterios (majoritaacuterios) que provavelmente satildeo os que realmente vatildeo
influenciar na qualidade do oacuteleo e do biodiesel produzido Jaacute a cromatografia gasosa consegue
detectar outros aacutecidos graxos em menor quantidade e com maior precisatildeo no oacuteleo ou no
biodiesel produzido
De acordo com Wang et al (2012) as mateacuterias-primas para o biodiesel de alta
qualidade tecircm alto teor de aacutecidos graxos monoinsaturados pois eacutesteres metiacutelicos de aacutecidos
graxos monoinsaturados satildeo considerados como sendo melhor do que os poli-insaturados para
a mateacuteria-prima de biodiesel de alta qualidade E de acordo com estes autores o oacuteleo de
pinhatildeo-manso se enquadra entre as plantas lenhosas que tem as melhores propriedades para
um biodiesel de alta qualidade devido ao conteuacutedo de aacutecidos graxos monoinsaturados ser
maior do que muitas espeacutecies
Pensando na resposta fornecida em funccedilatildeo da irrigaccedilatildeo pela maioria dos iacutendices de
qualidade de oacuteleo de pinhatildeo-manso e na quantificaccedilatildeo da composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos
graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso feito no primeiro ciclo optou-se por fazer a caracterizaccedilatildeo
descritiva dos iacutendices de qualidade do biodiesel produzido a partir das amostras de oacuteleo
extraiacutedas das sementes coletadas dos dois experimentos de manejo hiacutedrico (irrigado e sem
irrigaccedilatildeo) jaacute que a baixa variaccedilatildeo da maioria dos iacutendices de qualidade e da proacutepria
composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos nas duas metodologias utilizadas nos tratamentos adubados
natildeo chegaria a influenciar no biodiesel produzido Na Tabela 44 satildeo apresentados os
resultados da caracterizaccedilatildeo do biodiesel produzido a partir das amostras dos tratamentos
irrigados e sem irrigaccedilatildeo Por falta de amostra ao final das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo natildeo foi
possiacutevel fazer as anaacutelises de iacutendice de iodo e acidez para a amostra dos tratamentos sem
irrigaccedilatildeo ficando impossibilitada a comparaccedilatildeo dos resultados dessas duas caracteriacutesticas
entre os tratamentos irrigado e sem irrigaccedilatildeo
132
Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois experimentos de manejo
hiacutedrico
Caracteriacutestica Irrigado Natildeo Irrigado Especificaccedilatildeo Meacutetodo
Aspecto LII LII (LII) (1) Visual
Massa Especiacutefica a 20ordmC 87758 87911 8500 a 9000 ASTM D4052
Viscosidade cinemaacutetica a 40ordmC 428 464 30 a 60 ASTM D 445
Teor de Aacutegua mg kg-1
95541 85747 200 ndash maacutex ASTM D 6304
Ponto de Fulgor ordmC 1105 905 100 ndash miacuten ASTM D 93
Teor de eacutester 9758 9264 955 ndash miacuten EN 14103
Resiacuteduo de Carbono 001 001 0050 ndash maacutex ASTM D 4530
Enxofre Total 31 26 10 ndash maacutex ABNT 15553
Soacutedio + Potaacutessio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553
Caacutelcio + Magneacutesio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553
Foacutesforo lt01 lt01 10 ndash maacutex ABNT 15553
Ponto de Entupimento de Filtro a
Frio degC
-1 -2 10 ndash maacutex
14 ndash maacutex
ASTM D 6371
Glicerol Livre 00133 0002 002 ndash maacutex ASTM D 6584
Glicerol Total 021 092 025 ndash maacutex ASTM D 6584
Monoacilglicerol 0669 0918 070 ndash maacutex ASTM D 6584
Diacilglicerol 0103 12541 020 ndash maacutex ASTM D 6584
Triacilglicerol 0022 47057 020 ndash maacutex ASTM D 6584
Estabilidade aacute Oxidaccedilatildeo A 110ordmC h 1087 895 8 ndash min EM 14112
Corrosividade ao Cobre 3h a 50degC
maacutex
1 1 1 ASTM D 130
Iacutendice de Iodo g 100 g-1
10420 --- Anotar EN 14111
Iacutendice de Acidez mg KOH g-1
lt01 --- 050 ndash maacutex ABNT NBR
14448
(1) Liacutempido e isento de impurezas
Limite Maacuteximo degC ndash de Janeiro a Abril e de outubro a dezembro 14degC maacutex e de Maio a Setembro 10degC maacutex
Dentre as caracteriacutesticas determinadas na caracterizaccedilatildeo de um biodiesel algumas
podem ser facilmente alteradas com a qualidade da mateacuteria prima utilizada enquanto que
outras estatildeo mais condicionadas aos processos reacionais da produccedilatildeo do biodiesel ou do seu
tempo de armazenamento Com isso faz-se necessaacuterio o conhecimento de cada uma dessas
caracteriacutesticas do biodiesel e de como elas estatildeo mais susceptiacuteveis na alteraccedilatildeo da qualidade
do biodiesel produzido Pensando nisso Monteiro et al (2008) Locircbo Ferreira e Cruz (2009)
e Quintella et al (2009) classificaram os meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo da qualidade do
biodiesel em quatro grupos conforme as informaccedilotildees que podem proporcionar sendo estes
meacutetodos analiacuteticos para determinaccedilatildeo de contaminantes provenientes da mateacuteria-prima
meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo do processo produtivo meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo
das propriedades inerentes agraves estruturas moleculares e meacutetodos analiacuteticos para
monitoramento da qualidade do biodiesel durante o processo de estocagem Esta classificaccedilatildeo
ajuda no monitoramento da qualidade do biodiesel visando meacutetodos analiacuteticos automatizados
e que permitam monitoramento remoto em campo e ao longo de toda a cadeia produtiva
priorizando rapidez simplicidade e baixo custo (QUINTELLA et al 2009)
133
As caracteriacutesticas do processo produtivo (soacutedio + potaacutessio glicerina livre glicerina
total monoacilglicerol diacilglicerol triacilglicerol ponto de fulgor teor de eacutester e resiacuteduo
de carbono) apesar de apresentarem uma pequena diferenccedila entre os experimentos se deve agraves
interferecircncias ocorridas no sistema reacional tais como tempo de reaccedilatildeo razatildeo molar e
temperatura
Com relaccedilatildeo as caracteriacutesticas relacionadas agrave mateacuteria prima (caacutelcio + magneacutesio
enxofre foacutesforo e corrosividade ao cobre) estas natildeo permitem verificar nenhuma diferenccedila
significativa entre as duas amostras analisadas Apesar de estarem relacionadas diretamente
ao tipo de mateacuteria prima que chega para a extraccedilatildeo podendo ser alterado com o tipo de
manejo adotado no seu cultivo e nesse caso com os tratamentos aplicados no campo haveria
a necessidade de um maior nuacutemero de amostras de cada tratamento para verificar uma
possiacutevel alteraccedilatildeo nessas caracteriacutesticas O que se observa a partir dos resultados da Tabela
44 eacute que as duas amostras natildeo tiveram alteraccedilatildeo alguma desses paracircmetros ou houve muito
pouco como eacute o caso do enxofre total
Jaacute para os itens referentes ao processo de armazenamento (teor de aacutegua estabilidade
oxidativa e iacutendice de acidez) o teor de aacutegua foi diferente significativamente devido agrave secagem
do material poacutes-reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo do oacuteleo em biodiesel Quanto ao iacutendice de acidez
natildeo foi possiacutevel realizar-se comparaccedilatildeo devido agrave ausecircncia do resultado na amostra sem
irrigaccedilatildeo jaacute mencionado anteriormente A estabilidade oxidativa por sua vez apresentou uma
diferenccedila significativa entre as amostras e uma das provaacuteveis causas pode ser o fato da
quantidade de insaturaccedilotildees entre os tratamentos ser diferente o que foi constatado nas
anaacutelises de RMN lembrando que novas anaacutelises precisam ser analisadas para verificar o niacutevel
de variabilidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso extraiacutedo de uma mesma lavoura
As caracteriacutesticas referentes as estruturas moleculares (Ponto de Entupimento de Filtro
a Frio viscosidade massa especiacutefica e iacutendice de iodo) foram aquelas que apresentaram as
maiores diferenccedilas em especial a viscosidade e a massa especifica Pelas diferenccedilas
presume-se que existem pequenas diferenccedilas entre as composiccedilotildees das amostras o que pode
ser afirmado pelos ensaios de cromatografia gasosa realizado nos oacuteleos brutos (perfil
composicional) Quanto agraves outras caracteriacutesticas nada pode ser afirmado em especial ao
iacutendice de iodo que natildeo foi quantificado na amostra sem irrigaccedilatildeo devido agrave quantidade de
amostra ser insuficiente para essa anaacutelise
Pelos resultados obtidos com as anaacutelises de qualidade do oacuteleo nos tratamentos e da
caracterizaccedilatildeo do biodiesel pode ser afirmado que o pinhatildeo-manso (como uacutenica mateacuteria-
prima) pode obter-se um biodiesel com qualidade que atenda a todos os paracircmetros
134
estabelecidos pela legislaccedilatildeo vigente de acordo com ANVISA (2005) e ANP (2012) haja
vista principalmente o atendimento aos ensaios referentes agraves estruturas moleculares e agrave
estabilidade oxidativa
135
5 CONCLUSOtildeES
1) Mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde
positivamente agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo complementar e agrave adubaccedilatildeo nitrogenada chegando a
duplicar a produtividade de sementes com a praacutetica da irrigaccedilatildeo e a triplicar em alguns
casos quando a adubaccedilatildeo eacute feita de acordo com a recomendaccedilatildeo proposta pela literatura
A produtividade de aacutegua por sua vez natildeo apresenta diferenccedila significativa entre os
manejos hiacutedricos ficando restrita apenas para agraves doses de N aplicadas
2) As variaacuteveis de crescimento (altura da planta diacircmetro e volume de copa e IAF)
apresentam uma boa resposta quanto aos tratamentos aplicados Com as praacuteticas da
adubaccedilatildeo e da irrigaccedilatildeo as folhas permanecem por um maior tempo nas plantas
reduzindo o periacuteodo de senescecircncia em cada ciclo O IAF assim como outras variaacuteveis
apresentam maiores valores para os tratamentos irrigados
3) Todos os teores de clorofila avaliados apresentam maiores valores com a praacutetica da
irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicadas No quarto ano de cultivo como natildeo
houve irrigaccedilatildeo os tratamentos com histoacuterico de irrigaccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas
entre os dois manejos hiacutedricos Apesar da diferenccedila do teor de clorofila entre as doses de
N os tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar
4) Os tratamentos aplicados apresentam aumento no rendimento de oacuteleo no cultivo sem
irrigaccedilatildeo mas tal condiccedilatildeo natildeo eacute determinante no aumento da produtividade de oacuteleo com
os tratamentos irrigados apresentando maiores produtividades Com a baixa influecircncia do
conteuacutedo intriacutenseco de oacuteleo das sementes o aumento da produtividade de oacuteleo nos
tratamentos irrigados se deve principalmente pelo aumento da produtividade de sementes
5) Os iacutendices de qualidade de oacuteleo natildeo apresentam variaccedilatildeo significativa quanto agraves
diferentes doses de N ficando restritos para alguns iacutendices a variaccedilatildeo dos valores apenas
com a praacutetica da irrigaccedilatildeo para um dos ciclos avaliados
136
137
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4
5
AGRADECIMENTOS
Agrave Deus por toda a sauacutede determinaccedilatildeo e sabedoria que tem me concedido ateacute entatildeo
a companhia sublime do Sagrado Coraccedilatildeo de Jesus na minha vida nesses uacuteltimos anos aliado
com a intercessatildeo da sempre Virgem Maria A Tua Graccedila me basta
Aos meus pais Pedro Miguel e Antonia Maria por toda educaccedilatildeo amor e carinho que
vocecircs tem me dado Este trabalho tambeacutem eacute fruto de vocecircs A minha querida irmatilde Camila
que com o seu exemplo de luta e perseveranccedila me inspirou e muito nesses anos de Doutorado
e a todos os meus familiares que sempre me apoiaram e torceram por mim nesta etapa
Agrave minha amada Natiele Moura Ferreira pela sua companhia nesses anos de namoro
e por todo o seu amor e compreensatildeo nos momentos em que passamos juntos (mesmo agrave
distacircncia) Agradeccedilo tambeacutem agrave todos os seus familiares que sempre me acolheram bem nas
minha idas a Petroacutepolis em especial a Marcos Benedito Sandra Cristina Joatildeo Pedro Marcos
Paulo e Vanessa Faustino
Agrave Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz por toda a infraestrutura e ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Sistemas Agriacutecolas pela oportunidade de
realizaccedilatildeo do curso de doutorado onde estendo minha gratidatildeo aos professores pelo
conhecimento partilhado
Ao professor Marcos Viniacutecius Folegatti meu orientador pela confianccedila depositada
desde o iniacutecio e pela sua atenccedilatildeo constante sinceridade amizade e por todas as suas valiosas
orientaccedilotildees sejam no meio profissional-cientiacutefico ou na esfera humana Sinto-me honrado por
ter feito parte da sua equipe
As professoras Dra Patriacutecia Angeacutelica Alves Marques e Dra Thaiacutes Maria Ferreira de
Souza Vieira por todo apoio e auxiacutelio no desenvolvimento desse trabalho
Aos professores Dr Leonardo Duarte Batista da Silva Dr Felipe Gustavo Pilau e Dr
Fabio Ricardo Marin por suas sugestotildees e opiniotildees no exame de qualificaccedilatildeo para a melhoria
e engrandecimento dessa pesquisa em especial ao Dr Leonardo pelo apoio e amizade em
todos os momentos
Aos funcionaacuterios do Departamento de Engenharia de Biossistemas Gilmar Batista
Grigolon Paula Alessandra Bonassa Antocircnio Agostinho Gozzo (Seu Antocircnio) Acircngela
Maacutercia Derigi Silva Davilmar Aparecida Colevatti Heacutelio de Toledo Gomes Luiz Custoacutedio
Camargo e Paula Leme Mendes pela atenccedilatildeo e disposiccedilatildeo durante a realizaccedilatildeo dos trabalhos
Aos meus amigos membros do grupo de pesquisa com quem compartilhei
conhecimentos e experiecircncias Joatildeo Paulo Bruno Lena Adriano Diotto Ciacutecero Renecirc Eder
6
Fanaya Jr Otaacutevio Neto e Jefferson Joseacute obrigado pelos momentos de companhia dentro e
fora da aacuterea experimental e da Esalq Este trabalho tem a colaboraccedilatildeo concreta de cada um e
tambeacutem eacute de vocecircs
Aos meus amigos de poacutes graduaccedilatildeo Hermes da Rocha Kaline de Melo Marco
Bragaia Osvaldo Neto Joseacute Leocircncio Conan Salvador Marinaldo Pinto Dinara Alves
Marcos Amaral Daniel Leal Wagner Woff Eusiacutemio Fraga Fernando Barbosa Lucas da
Costa Santos Rony Sampaio Rogeacuterio Lavanholi Jeacutefferson Costa Ana Paula Damasceno
Fabriacutecio de Oliveira Luiacutes Carvalho Roberto Marano Timoacuteteo Herculino Thiago Villa
Acaacutecio Perboni Nathalia Alejandra Asdruacutebal Luiz Sobenko pelo bom conviacutevio
Aos professores do departamento do ciecircncias exatas Dr Carlos Tadeu e Dra Renata
Alcarde e aos receacutem doutores Dra Adriele Biase e ao meu amigo Dr Fredy Aguillar por
todo auxiacutelio estatiacutestico que necessitei e pelos esclarecimentos e atenccedilatildeo recebida por todos
Aos meus grandes amigos de feacute do grupo de oraccedilatildeo universitaacuterio (GOU) Aacutegua Viva
Tatiane Tokairin Mateus Mendes Antonio Paacutedua Andrea Domingues Natalia Arruda
Geraldo Costa Mariana Pontin Marina Losi Leandro Silva Andreia Nascimento Anna
Neto Dallila Rezende Fredy Ariane Silveira Baacuterbara Della Antonia Rebecca Riet Ana
Carolina Maacutercio Rezende Vanessa Queiroz e Patriacutecia Souza por todos os momentos de
conviacutevio partilha confraternizaccedilotildees e oraccedilotildees em que passei junto de vocecircs
Aos colegas de moradia que tive ao longo desses trecircs anos Marinaldo Valdevan
Adriano Pablo Conan Maicon Otaacutevio Cibele Cliacutessia Luanna Lilian pela companhia e
momentos de alegria e amizade
Agrave Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) na pessoa dos pesquisadores MSc Alan
Diego da Conceiccedilatildeo Santos e Dr Andersson Barison parceiros nas anaacutelises de ressonacircncia
magneacutetica nuclear
Ao Instituto Federal de Satildeo Paulo campus Matatildeo-SP na pessoa do professor Dr
Danilo Luiz Flumignan pela oportunidade de parceria e por todo o apoio nas anaacutelises de
qualidade de oacuteleo e biodiesel e a todos teacutecnicos de laboratoacuterio e alunos envolvidos na
participaccedilatildeo e auxiacutelio nessas anaacutelises Deixo o meu agradecimento ao CempeqcIQUnesp
campus de Araraquara-SP pelas anaacutelises de cromatografia gasosa
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (Capes) e a
Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) pela concessatildeo da bolsa
de doutorado
Agrave todos que contribuiacuteram de alguma forma para a realizaccedilatildeo deste trabalho Meu
muito obrigado Que Deus na sua infinita bondade abenccediloe a cada um
7
ldquoNatildeo vos lembreis mais dos acontecimentos de
outrora natildeo recordeis mais das coisas antigas porque
eis que vou fazer obra nova a qual jaacute surge natildeo a
vedesrdquo
(Isaiacuteas 4318-19a)
ldquoVontade de Deus eacutes o meu paraiacutesordquo
(Santa Paula Frassineti)
ldquoNatildeo entristeccedila o seu coraccedilatildeo por causa das afliccedilotildees antes
medita na Lei do Senhor e alegra-te pois o Senhor usa de meios
que noacutes natildeo entendemos para testar e treinar a nossa feacute para nos
fortalecer E por mais difiacutecil que seja confie Confie no Senhor e
Ele te abenccediloaraacuterdquo
(Autor desconhecido)
8
9
SUMAacuteRIO
RESUMO 11
ABSTRACT 13
LISTA DE FIGURAS 15
LISTA DE TABELAS 19
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 25
21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) 25
22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso 29
23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso 34
231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso 35
232 Condiccedilotildees e uso do solo 37
233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso 39
24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis 44
241 Perfil composicional de aacutecidos graxos 45
242 Iacutendices de qualidade 49
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 53
31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental 53
32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental 54
33 Caracterizaccedilatildeo do solo 56
34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo 57
35 Manejo da irrigaccedilatildeo 58
36 Monitoramento da umidade do solo 61
37 Manejo da cultura 62
38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua 63
39 Anaacutelises de crescimento 64
310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 65
311 Iacutendice de clorofila 67
312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 68
3121 Teor de oacuteleo 69
3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo 70
3123 Iacutendice de acidez 71
3124 Iacutendice de iodo 71
10
3125 Iacutendice de peroacutexido 72
3126 Iacutendice de refraccedilatildeo 72
3127 Densidade relativa 73
3128 Estabilidade oxidativa 73
3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos 74
313 Anaacutelise dos dados 75
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 77
41 Monitoramento meteoroloacutegico 77
42 Irrigaccedilotildees realizadas 79
43 Monitoramento da umidade do solo 80
44 Produtividade da cultura 84
45 Produtividade da aacutegua 88
46 Anaacutelise de crescimento 91
47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF) 109
48 Iacutendice de clorofila 113
49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo 120
5 CONCLUSOtildeES 135
REFEREcircNCIAS 137
11
RESUMO
Influecircncia da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada na produccedilatildeo e qualidade do oacuteleo das
sementes de pinhatildeo-manso
Com a busca de novas soluccedilotildees para a produccedilatildeo de energia sustentaacutevel novas fontes
renovaacuteveis tecircm sido tema de estudos para o suprimento de energia no mundo diminuindo a
dependecircncia por combustiacuteveis foacutesseis O biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em
substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e com isso muitas espeacutecies oleaginosas tecircm sido estudadas para
esse fim O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) eacute uma espeacutecie da famiacutelia Euforbiaacutecea que tem
se destacado por ser uma planta perene ruacutestica e com elevada produccedilatildeo de oacuteleo O
conhecimento dos efeitos da irrigaccedilatildeo e da fertilizaccedilatildeo nitrogenada no seu cultivo se tornam
relevantes para um melhor manejo dessa cultura Este estudo teve como objetivo principal
avaliar os efeitos de diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na
produtividade no crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no cultivo do pinhatildeo-manso
O experimento foi conduzido em uma aacuterea experimental do Departamento de Engenharia de
Biossistemas da ESALQUSP em Piracicaba-SP Os estudos foram realizados nos anos
agriacutecolas de 20132014 e 20142015 com plantas a partir do terceiro ano de cultivo e
dispostas em espaccedilamento 3 x 4 m totalizando 833 plantas ha-1
Os tratamentos foram
dispostos aleatoriamente em duas aacutereas de cultivo com blocos compostos de quatros
repeticcedilotildees sendo os fatores constituiacutedos de dois manejos hiacutedricos (irrigado e sem irrigaccedilatildeo) e
quatro doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a partir da sua recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo (150
100 50 e 0 de N) Cada aacuterea de cultivo era composta pelo tipo de manejo hiacutedrico
adotado e a anaacutelise dos dados foi feita de forma conjunta como anaacutelise de grupos de
experimentos O sistema de irrigaccedilatildeo utilizado foi o pivocirc central sendo adotado para toda a
aacuterea irrigada o mesmo manejo de irrigaccedilatildeo A irrigaccedilatildeo e as doses de N tiveram influecircncia
positiva nas variaacuteveis de crescimento como altura iacutendice de aacuterea foliar diacircmetro e volume de
copa Todos os teores de clorofila avaliados apresentaram os maiores valores com a praacutetica da
irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicada mas apesar dessa diferenccedila todos os
tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar A produtividade
de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso tambeacutem responderam de forma positiva aos
tratamentos aplicados chegando ateacute a triplicar os seus valores com a praacutetica de irrigaccedilatildeo e da
adubaccedilatildeo de N O teor de oacuteleo por sua vez natildeo mostrou variaccedilatildeo dos tratamentos quanto ao
seu conteuacutedo intriacutenseco por unidade de massa de sementes mas o fator manejo hiacutedrico
influenciou nos valores de alguns iacutendices de qualidade de oacuteleo como acidez iodo peroacutexido e
estabilidade oxidativa nos quais os tratamentos irrigados apresentaram de uma forma geral
os melhores resultados Com isso conclui-se que mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees
adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde bem agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo
nitrogenada aumentando sua produtividade melhorando seu desenvolvimento vegetativo e
qualidade de oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel
Palavras-chave Jatropha curcas L Manejo hiacutedrico Fertilizaccedilatildeo mineral Biocombustiacuteveis
12
13
ABSTRACT
Influence of irrigation and nitrogen fertilization in yield and quality of oil from jatropha
seeds
With the search for new solutions for the sustainable energy production new
renewable energy sources have been the subject of studies for the power supply in the world
reducing dependence on fossil fuels Biodiesel can be used for power generation as a
substitute for oil diesel which have increased the interest on oilseeds crops studies The
jatropha (Jatropha curcas L) is a species of the Euforbiaceae family that has stood out for
being a perennial rustic and high yield of oil plant The knowledge of the effects of irrigation
and nitrogen fertilization on the cultivation become relevant for a better crop management
The main objective of this study was the evaluation of the effects of different levels of
nitrogen fertilization and irrigation on productivity vegetative growth and oil quality in the
jatropha crop The experiment was conducted in an experimental area of the Department of
Biosystems Engineering at ESALQUSP in Piracicaba-SP The studies were conducted in the
agricultural years of 20132014 and 20142015 with plants from the third year of cultivation
arranged in 3x4 meters spacing totaling 833 plants ha-1
The treatments were randomly
arranged in two cultivation areas with blocks composed of four repetitions being the factors
consisted of two water management (irrigated and without irrigation) and four doses of
nitrogen fertilization from its fertilizer recommendation (150 100 50 and 0 N) Each
cultivation area was composed by the type of water management adopted and the data
analysis was made jointly as experiments group analysis The irrigation system used was the
center pivot being adopted for the entire irrigated area the same irrigation management The
irrigation and nitrogen levels had a positive influence on growth variables such as height
diameter and canopy volume All evaluated chlorophyll levels reached the highest values with
the practice of irrigation and higher nitrogen levels applied but despite of this difference all
treated samples showed low correlation with leaf nitrogen content The productivity of seeds
and jatropha oil also responded positively to the treatments applied reaching three times their
values with the practice of irrigation and nitrogen fertilization The oil content did not vary
with treatments as to its intrinsic content per unit mass of seeds and only the water
management factor influenced the values of some oil quality indices such as acidity iodine
peroxide and oxidative stability when the irrigated treatments showed better results in
general Thus it is concluded that even though being adapted to adverse conditions of climate
and soil jatropha responds well to practices of irrigation and nitrogen fertilization increasing
its productivity and improving its vegetative growth and quality of oil for biodiesel
production
Keywords Jatropha curcas L Water management Mineral fertilization Biofuels
14
15
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule
(b) folha (c) pistilo ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte
transversal (f) frutos (g) fruto em corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller
(1996) 26
Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso 39
Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos 46
Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo
meteoroloacutegica 54
Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo 55
Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de
aacutegua do sistema sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I
a irrigaccedilatildeo R o escoamento superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013) 59
Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso 65
Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha
da planta (a) leitura do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as
folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em laboratoacuterio do IAF real da planta com o
equipamento CI-203 (d) 67
Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG 68
Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema
de funcionamento do equipamento (b) 74
Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo da cultura 78
Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura 80
Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo 81
Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos
de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a
sonda de capacitacircncia Diviner 2000 82
Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados 83
Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos
de adubaccedilatildeo nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda
de capacitacircncia Diviner 2000 83
16
Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de
adubo nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 85
Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de
adubo nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 86
Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos
no terceiro ano de cultivo 88
Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 90
Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo
complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de
cultivo 92
Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de
avaliaccedilatildeo 95
Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico
adotado (b) para o ciclo 201314 96
Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico
adotado (b) para o ciclo 201415 96
Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da
irrigaccedilatildeo complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e
quarto ano de cultivo 98
Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos
de avaliaccedilatildeo 101
Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 102
Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 103
Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo
complementar (a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de
cultivo 105
17
Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
107
Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso
em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)
e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314 108
Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso
em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a)
e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 108
Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200 110
Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada
e do manejo hiacutedrico adotado 111
Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-
manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N
aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415 112
Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e
do manejo hiacutedrico (b) para o terceiro ano de cultivo 114
Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto
ano de cultivo 114
Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano
de cultivo 115
Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo 118
Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na
planta (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) 119
Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no terceiro ano de cultivo 123
Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo
nitrogenado aplicado no quarto ano de cultivo 123
Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso
para todos os tratamentos avaliados 130
18
19
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de
algumas culturas oleaginosas produzidas no Brasil 30
Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros
anos de cultivo 41
Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia 56
Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental 56
Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental 57
Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo 58
Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos
frutos colhidos na aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos 70
Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental 70
Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental
77
Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1
relaccedilatildeo sementefruto (RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1
84
Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1
) em funccedilatildeo do
manejo hiacutedrico e doses de nitrogecircnio aplicado 84
Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo
89
Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314 92
Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415 93
Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 93
Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a
variaacutevel altura no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 94
Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 96
Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico
adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 97
Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314 99
20
Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415 99
Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 100
Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a
variaacutevel diacircmetro de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 100
Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 102
Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo
dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo
hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 104
Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314 106
Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415 106
Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo 106
Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP)
para todos os tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo 108
Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em
funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do
manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 109
Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415 111
Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos
os tratamentos no segundo ano de avaliaccedilatildeo 112
Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico
adotado para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo 112
Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila
AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro
ciclo de avaliaccedilatildeo 115
Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila
AB das folhas de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo
ciclo de avaliaccedilatildeo 116
Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo
201415 117
21
Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do
pinhatildeo-manso 118
Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de
clorofila na planta 119
Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) em
sementes de pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados 120
Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da
dose de nitrogecircnio aplicada 121
Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade
oxidativa (EO) para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo 124
Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico
adotado nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo 125
Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no
ciclo 201314 128
Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no
ciclo 201415 128
Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois
experimentos de manejo hiacutedrico 132
22
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Atualmente a maior parte da energia consumida no mundo proveacutem do petroacuteleo do
carvatildeo e do gaacutes natural Entretanto essas satildeo fontes natildeo renovaacuteveis e possuem previsatildeo de
esgotamento em um futuro proacuteximo Aleacutem disso os combustiacuteveis foacutesseis satildeo fontes muito
poluidoras e afetam o meio ambiente de forma severa o que faz a populaccedilatildeo mundial buscar
soluccedilotildees para tais problemas Com a crescente necessidade de encontrar fontes alternativas de
energia para substituir os combustiacuteveis foacutesseis diversas plantas vecircm sendo estudadas por
institutos de pesquisas e empresas A produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por meio do
desenvolvimento dos setores agroenergeacuteticos pode se tornar uma soluccedilatildeo viaacutevel para o
suprimento da demanda energeacutetica mundial
Produzido a partir de fontes renovaacuteveis como oacuteleos vegetais e gorduras animais o
biodiesel pode ser usado para geraccedilatildeo de energia em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel e ao oacuteleo
combustiacutevel O uso do biodiesel pode trazer uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo dos
gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre aleacutem de
promover reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis No Brasil a produccedilatildeo do biodiesel
pode cooperar com o desenvolvimento econocircmico de diversas regiotildees do paiacutes uma vez que eacute
possiacutevel explorar a melhor alternativa de mateacuteria-prima em cada regiatildeo Com isso em funccedilatildeo
de fatores como a vasta extensatildeo territorial e a grande diversidade de climas solos e espeacutecies
oleaginosas o Brasil encontra-se em uma situaccedilatildeo bastante promissora
O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) destaca-se entre as oleaginosas com potencial
para a produccedilatildeo de biodiesel Esta cultura eacute apropriada ao cultivo em quase todo o paiacutes devido
a sua rusticidade e agrave resistecircncia a condiccedilotildees adversas de clima e solo (SATURNINO et al
2005) principalmente ao estresse hiacutedrico sendo tolerante agrave seca e podendo ser usada em
aacutereas marginais ou degradadas sem a competiccedilatildeo com culturas para fins de alimentaccedilatildeo
Aliado a esses fatores a alta porcentagem de oacuteleo por unidade de semente dessa espeacutecie em
comparaccedilatildeo com algumas culturas oleaginosas tradicionalmente cultivadas no paiacutes e em
outras regiotildees do mundo atraiacute a atenccedilatildeo de pesquisadores de diversos centros de pesquisa ao
redor do mundo para o conhecimento e o aprimoramento dessa cultura como uma matriz
energeacutetica para a produccedilatildeo de biodiesel
Contudo limitaccedilotildees teacutecnicas tecircm impedido a inserccedilatildeo imediata do pinhatildeo-manso na
matriz energeacutetica brasileira Por se tratar ainda de uma planta natildeo domesticada suas
caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os efeitos do ambiente sobre
24
as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Os resultados de pesquisas com a cultura
no Brasil ainda satildeo incipientes tendo iniacutecio faz pouco mais de dez anos de forma que ainda
haacute grande falta de informaccedilotildees sobre a cultura no paiacutes principalmente no que diz respeito agraves
suas demandas nutricionais e ao seu consumo hiacutedrico
Considerado por apresentar caracteriacutesticas como rusticidade e adaptabilidade a
condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso assim como a maioria das culturas
agriacutecolas possivelmente pode obter uma boa resposta quando suprido das suas necessidades
hiacutedricas e nutricionais A adubaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de aacutegua podem aumentar o rendimento de
sementes e oacuteleo do pinhatildeo-manso Mas a falta de informaccedilotildees sobre o cultivo de plantas
adultas a partir do seu pico de produccedilatildeo (4ordm ano) e da qualidade do seu oacuteleo sob a influecircncia
dessas variaacuteveis natildeo permite que se tenha um adequado manejo hiacutedrico e nutricional da
cultura uma vez que natildeo se conhece a fundo a resposta da planta pois trata-se ainda de uma
cultura com variadas expressotildees agronocircmicas
Sob a hipoacutetese de que o uso da irrigaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de diferentes doses de
nitrogecircnio afetam os componentes de produccedilatildeo o crescimento vegetativo e a qualidade do
oacuteleo do pinhatildeo-manso desenvolveu-se este trabalho com o objetivo principal de avaliar os
efeitos dos diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada e de irrigaccedilatildeo na produtividade no
crescimento vegetativo e na qualidade de oacuteleo no terceiro e quarto ano do cultivo de pinhatildeo-
manso (Jatropha curcas L) nas condiccedilotildees edafoclimaacuteticas de Piracicaba-SP Os objetivos
secundaacuterios foram avaliar os efeitos da irrigaccedilatildeo complementar e da adubaccedilatildeo nitrogenada em
variaacuteveis de crescimento das plantas de pinhatildeo-manso os niacuteveis de clorofila de cada
tratamento e a correlaccedilatildeo desses teores com os valores de N foliar e os efeitos de cada
tratamento sobre o rendimento o perfil composicional de aacutecidos graxos e os iacutendices de
qualidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso
25
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 A cultura do pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L)
O pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) pertence agrave famiacutelia Euphorbiaceae a mesma da
mandioca mamona e seringueira e que compreende aproximadamente 8000 espeacutecies com
cerca de 320 gecircneros As plantas do gecircnero Jatropha contecircm 160 espeacutecies aproximadamente
entre herbaacuteceas e arbustivas e apresentam valor medicinal ornamental e algumas satildeo
produtoras de oacuteleo como eacute o caso da espeacutecie Jatropha curcas L (SUJATHA DHINGRA
1993)
Esta espeacutecie destaca-se entre as oleaginosas com potencial para a produccedilatildeo de
biodiesel aleacutem de apresentar caracteriacutesticas desejaacuteveis tais como potencial de altos
rendimentos de gratildeos e oacuteleo boa qualidade do oacuteleo para a produccedilatildeo de biodiesel
adaptabilidade a diferentes regiotildees precocidade e longevidade Eacute uma planta reivindicada
como tolerante agrave seca tem menos necessidade de nutrientes utiliza insumos trabalhistas mais
baixos e natildeo compete com a produccedilatildeo de alimentos se cultivada em terras marginais
Consequentemente o pinhatildeo-manso eacute uma planta oleaginosa com potencial para o
desenvolvimento ambiental sustentaacutevel (PANDEY et al 2012)
Podendo ser um arbusto ou aacutervore pequena de crescimento raacutepido o pinhatildeo-manso
pode atingir ateacute trecircs metros de altura com diacircmetro de tronco de aproximadamente 20 cm
mais em condiccedilotildees especiais de cultivo pode atingir ateacute cinco metros de altura e diacircmetro
variando de 20 a 30 cm O pinhatildeo-manso possui caule liso de lenho mole e medula
desenvolvida mas pouco resistente e floema com longos canais que se estendem ateacute as
raiacutezes nos quais circula o laacutetex (HELLER 1996 SATURNINO et al 2005) O tronco que
conteacutem laacutetex eacute dividido desde a base em ramos que satildeo revestidos por uma camada grossa
com cicatrizes produzidas pela queda das folhas na estaccedilatildeo seca (DIAS et al 2007
HENNING 2009) Em resumo trata-se de uma planta perene de crescimento raacutepido e
caducifoacutelia a qual geralmente leva de quatro a cinco anos para atingir a maturidade com
expectativa de vida em torno de 50 anos (DRUMOND et al 2010)
A planta desenvolve uma raiz principal e quatro raiacutezes laterais sendo que a raiz
pivotante natildeo eacute normalmente formada quando as plantas advecircm de propagaccedilatildeo vegetativa
(HELLER 1996) As folhas satildeo verdes largas lisas e lobadas com nervuras esbranquiccediladas
na face inferior Eacute uma planta monoica e as inflorescecircncias terminais contecircm de 5 a 20 flores
femininas que se abrem em dias diferentes (SATURNINO et al 2005) Em cada
26
inflorescecircncia desabrocham primeiro as flores femininas seguindo o sentido de baixo para
cima na planta Do mesmo modo ocorrem a frutificaccedilatildeo e a maturaccedilatildeo Os frutos fecundados
tardiamente continuam a crescer depois da maturaccedilatildeo dos primeiros frutos de um cacho o que
gera colheita em diferentes eacutepocas do ano
O fruto eacute capsular oblongo com diacircmetro de 15 a 30 cm trilocular podendo
apresentar ateacute quatro sementes sendo formado por um pericarpo ou casca dura e lenhosa
indeiscente inicialmente verde passando a amarelo castanho e por fim preto quando atinge a
maturaccedilatildeo fisioloacutegica (DIAS et al 2007) A semente eacute ovalada endospeacutermica tegumento
rijo quebradiccedilo de fratura resinosa Na maturaccedilatildeo conteacutem de 53 a 62 de sementes e de 38
a 47 de casca pesando cada uma de 153 a 285 g (SATURNINO et al 2005) Na Figura 1
estatildeo apresentadas as diferentes partes constituintes da planta do pinhatildeo-manso
Figura 1 - Partes que compotildee a planta de pinhatildeo-manso ramo com inflorescecircncias (a) caule (b) folha (c) pistilo
ndash flor feminina (d) estame ndash flor masculina (e) fruto em corte transversal (f) frutos (g) fruto em
corte longitudinal (h) semente (i) Fonte Heller (1996)
27
De toda a morfologia da planta o sistema radicular eacute o que necessita de maiores
informaccedilotildees quanto a sua real distribuiccedilatildeo no perfil do solo e a sua absorccedilatildeo dos nutrientes
presentes na soluccedilatildeo do solo existindo pouquiacutessimos trabalhos na literatura que descrevem
com clareza o seu sistema radicular sendo restrito a condiccedilotildees especiacuteficas da regiatildeo Alves
Juacutenior et al (2014) avaliaram a distribuiccedilatildeo espacial do sistema radicular do pinhatildeo-manso no
Cerrado brasileiro e encontraram uma profundidade meacutedia e distacircncia horizontal
respectivamente de 060 e 075 m para plantas com 17 meses de idade e de 10 e 10 m para
plantas de 36 meses de idade Nunes et al (2009) e Ye et al (2009) relatam que em solos de
baixa densidade a raiz do pinhatildeo-manso pode chegar ao dobro do comprimento da parte aeacuterea
Estas informaccedilotildees contradizem o que se achava a respeito da cultura do pinhatildeo-manso pois
diversos autores afirmaram agrave respeito do sistema radicular da cultura como sendo curto e
pouco ramificado (HELLER 1996 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005)
O oacuteleo bruto dos gratildeos eacute a principal mateacuteria-prima do pinhatildeo-manso e o seu
rendimento depende de diversas caracteriacutesticas da planta associadas aos fatores
edafoclimaacuteticos Entre os principais componentes da produtividade destacam-se as
caracteriacutesticas vegetativas da planta o nuacutemero de ramos o diacircmetro da copa a altura das
plantas o volume de copa a produtividade de gratildeos por aacutervore e entre as caracteriacutesticas de
qualidade da mateacuteria-prima o ldquopeso de gratildeosrdquo ldquopeso de amecircndoasrdquo ldquopeso de cascardquo (RAO et
al 2008) O oacuteleo eacute o produto de maior valor agregado da cultura do pinhatildeo-manso e
apresenta propriedades como uma maior estabilidade oxidativa do que o oacuteleo de soja menor
viscosidade quando comparado ao da mamona e melhores propriedades a frio que o oacuteleo de
palma (TAPANES et al 2008)
Quanto agrave porcentagem de oacuteleo destaca-se seu o alto teor por unidade de massa com
uma variaccedilatildeo de 27 a 38 o que representam de 53 a 79 do peso do fruto (ARRUDA
2004 DIAS et al 2007) Poreacutem os teores de oacuteleo podem variar de acordo com as
caracteriacutesticas geneacuteticas tecnologia de produccedilatildeo e de extraccedilatildeo adotadas (CARVALHO
NAKAGAWA 2000 MARQUES 2007) Diferentes meacutetodos podem ser utilizados para a
extraccedilatildeo de oacuteleos vegetais como a prensagem mecacircnica a extraccedilatildeo com solvente e a extraccedilatildeo
com fluiacutedo supercriacutetico Pelo meacutetodo de extraccedilatildeo com solvente de Soxhlet obteacutem-se maior
quantidade de oacuteleo em relaccedilatildeo a outros meacutetodos pois a amostra permanece em contato com o
solvente pela evaporaccedilatildeo e condensaccedilatildeo do mesmo sobre a amostra (BRUM ARRUDA
REGITANO-DrsquoARCE 2009) Entretanto por ser de baixo custo a prensagem mecacircnica eacute o
meacutetodo mais utilizado para extraccedilatildeo de oacuteleo nas induacutestrias
28
Com relaccedilatildeo a composiccedilatildeo do oacuteleo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) relatam que do
teor meacutedio de oacuteleo encontrado nas sementes cerca de 608 satildeo compostos basicamente por
143 de aacutecido palmiacutetico 51 de aacutecido esteaacuterico 411 de aacutecido oleico e 381 de aacutecido
linoleico possuindo ao final um valor meacutedio de 20 de aacutecidos graxos saturados e 80 de
aacutecidos insaturados Entretanto assim como nas demais culturas oleaginosas a composiccedilatildeo e
teor de cada aacutecido graxo de oacuteleos vegetais com potencial para biocombustiacuteveis podem variar
de acordo com as condiccedilotildees climaacuteticas classe de solo localizaccedilatildeo geograacutefica estaacutedio de
maturaccedilatildeo das sementes variedades e praacuteticas agronocircmicas entre outros fatores (BERTI
JOHNSON 2008 KHEIRA ATTA 2009 HATHURUSINGHA ASHWATH MIDMORE
2011 SEZEN et al 2011 AKBARIAN MODAFEBEHZADI BAGHERIPOUR 2012
RAMANJANEYULU REDDY MADHAVI 2013 RODRIGUES et al 2013 SINHA et al
2015)
O pinhatildeo-manso apresenta alta toleracircncia agrave seca sendo cultivada em diversos paiacuteses do
mundo principalmente no semiaacuterido tropical (FAIRLESS 2007 ACHTEN et al 2008) A
elevada toleracircncia agrave seca aliada ao caule suculento de plantas de pinhatildeo-manso estaacute associada
ao metabolismo C3-CAM existente nesta espeacutecie funcionando em condiccedilotildees de deacuteficit
hiacutedrico o metabolismo CAM (LUTTGE 2008) As plantas CAM satildeo adaptadas agrave escassez de
aacutegua porque perdem pouca aacutegua por transpiraccedilatildeo durante aquisiccedilatildeo de CO2 uma vez que os
estocircmatos abrem-se no periacuteodo noturno e permanecem fechados durante o dia Segundo
Pimentel (1998) algumas plantas CAM facultativas podem atingir alta produtividade quando
funcionando como C3 poreacutem quando essas plantas apresentam o comportamento CAM
devido agrave um estresse ambiental a acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca eacute reduzida
A distribuiccedilatildeo geograacutefica do pinhatildeo-manso eacute bastante vasta devido a sua rusticidade
resistecircncia a longas estiagens e agraves infestaccedilotildees de pragas e doenccedilas sendo adaptaacutevel agraves
adversidades de solo e clima Segundo Openshaw (2000) a espeacutecie estaacute distribuiacuteda
principalmente nas Ameacutericas na Aacutefrica e em parte da Aacutesia sendo largamente cultivada no
Meacutexico Nicaraacutegua Tailacircndia e em partes da Iacutendia No Brasil sua distribuiccedilatildeo geograacutefica se
estende por boa parte do territoacuterio sendo encontrada desde a regiatildeo Nordeste Sudeste e ateacute o
Estado do Paranaacute (ARRUDA et al 2004) Alguns pesquisadores apontam o Brasil como
provaacutevel centro de origem devido agrave distribuiccedilatildeo ao longo de todo o paiacutes (SUJATHA
DHINGRA 1993 ARRUDA et al 2004 SATURNINO et al 2005) poreacutem muitos estudos
estatildeo evidenciando como centro de diversidade geneacutetica e possiacutevel centro de origem o norte
da Ameacuterica Latina destacando-se Meacutexico e Guatemala (HELLER 1996 MAES et al
2009b PECINA-QUINTERO et al 2014) Estudos realizados por Nuacutentildeez-Coliacuten e Goytia-
29
Jimeacutenez (2009) para determinaccedilatildeo da distribuiccedilatildeo da espeacutecie e dos padrotildees climaacuteticos da
regiatildeo de origem apontaram o Meacutexico e o norte da Ameacuterica Central como o centro de
diversidade da espeacutecie No Meacutexico a diversidade geneacutetica eacute citada na literatura como sendo
expressiva sobretudo por ocorrer naturalmente o genoacutetipo atoacutexico sem a presenccedila de eacutesteres
de forbol Eacute comum no paiacutes a populaccedilatildeo de alguns estados se alimentarem da polpa ou
sementes de pinhatildeo-manso tradiccedilatildeo existente desde a eacutepoca dos maias sendo mais praticado
nos estados de Veracruz e Puebla (MAKKAR et al 1997 MARTIacuteNEZ-HERRERA et al
2006) Natildeo se tem relatos de ocorrecircncia do genoacutetipo atoacutexico fora do Meacutexico
22 Potencialidades e limitaccedilotildees para o cultivo do pinhatildeo-manso
O Brasil com sua vasta extensatildeo territorial e variedade climaacutetica apresenta um
enorme potencial para a produccedilatildeo de diferentes espeacutecies de oleaginosas que podem ser
utilizadas na siacutentese do biodiesel destacando-se a soja a mamona o girassol o amendoim a
palma de oacuteleo a canola e o pinhatildeo-manso A viabilidade de cada oleaginosa depende de sua
competitividade teacutecnica econocircmica e socioambiental aleacutem de aspectos como o teor de oacuteleo a
produtividade por unidade de aacuterea a adequaccedilatildeo a diferentes sistemas produtivos sazonalidade
e demais aspectos relacionados ao ciclo de vida da planta (VISENTAINER SANTOS
JUacuteNIOR 2013)
A cultura da soja destaca-se no cenaacuterio brasileiro dentre as principais mateacuterias-primas
utilizadas para a produccedilatildeo do biodiesel sendo 80 do oacuteleo produzido no paiacutes oriundo desta
oleaginosa A previsatildeo eacute que esta situaccedilatildeo natildeo se modificaraacute nos proacuteximos anos visto que
esta cultura tem uma cadeia produtiva organizada e estaacute no limite da fronteira tecnoloacutegica
mundial sendo o Brasil nos uacuteltimos anos o segundo maior produtor mundial poreacutem o seu
rendimento em oacuteleo eacute baixo (Tabela 1) (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) O
pinhatildeo-manso (Jatropha curcas L) vem sendo fonte de estudos nos uacuteltimos anos devido ao
seu grande potencial na produccedilatildeo de oacuteleo para biocombustiacuteveis chegando a apresentar teor de
oacuteleo variando entre 32 a 40 quando extraiacutedo por meio de prensagem mecacircnica o que
garante a esta cultura altas produtividades meacutedias de gratildeos e de oacuteleo quando comparada com
outras culturas cultivadas no paiacutes (Tabela 1)
30
Tabela 1 - Relaccedilatildeo entre a produtividade meacutedia de sementes e o rendimento de oacuteleo de algumas culturas
oleaginosas produzidas no Brasil
Cultura Produtividade meacutedia de
sementes (kg ha-1
ano-1
) Teor meacutedio de oacuteleo ()
Rendimento meacutedio em
oacuteleo (kg ha-1
ano-1
)
Soja 2800 20 560
Palma de oacuteleo 15000 26 4000
Girassol 1800 45 774
Algodatildeo 1900 19 361
Amendoim 2400 45 788
Mamona 1000 48 470
Canola 1500 38 570
Pinhatildeo-manso 5000 38 1900
Fonte Ministeacuterios da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento-MAPA (2007)
Por ser o biodiesel um combustiacutevel biodegradaacutevel derivado de fontes renovaacuteveis
como os oacuteleos vegetais ldquovirgensrdquo ou jaacute utilizados e das gorduras animais satildeo evidentes as
vantagens da sua utilizaccedilatildeo na reduccedilatildeo da emissatildeo de gases poluentes e no balanccedilo de
carbono quando comparado com o diesel foacutessil No caso do biodiesel de pinhatildeo-manso pode-
se obter uma reduccedilatildeo de 55 na emissatildeo de fuligem e de 35 na liberaccedilatildeo de hidrocarboneto
que aliaacutes eacute uma substacircncia canceriacutegena Aleacutem disso o gaacutes carbocircnico gerado na queima eacute
consumido no processo de fotossiacutentese realizado nas lavouras de plantas oleaginosas e
devolvido agrave atmosfera como oxigecircnio criando dessa forma um ciclo fechado de produccedilatildeo
sem sobras poluentes (CARNIELLI 2003)
Com relaccedilatildeo agrave utilizaccedilatildeo do oacuteleo produzido a partir de sementes de pinhatildeo-manso
para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel pode-se obter basicamente dois produtos O primeiro e
mais conhecido eacute o biodiesel que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao diesel de origem
foacutessil (ACHTEN et al 2008) A segunda alternativa que ateacute o momento soacute foi utilizada em
pequena escala eacute o bioquerosene que pode ser utilizado em substituiccedilatildeo ao querosene de
aviaccedilatildeo Alguns testes neste sentido como voos experimentais jaacute foram ateacute realizados por
companhias aeacutereas e se mostraram muito satisfatoacuterios com relaccedilatildeo agrave viabilidade teacutecnica do
biocombustiacutevel
O pinhatildeo-manso eacute uma oleaginosa com grande potencial para produccedilatildeo de biodiesel
sendo que sua produccedilatildeo de oacuteleo pode chegar a 15 Mg ha-1
ano-1
Como algumas vantagens
esta cultura apresenta em sua cadeia produtiva a resistecircncia podendo desta forma ser
cultivado em todo o paiacutes facilitando a sua distribuiccedilatildeo e sua colheita que eacute manual o que
impulsiona a matildeo de obra familiar (VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)
31
O pinhatildeo-manso pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas para
substituir o diesel de petroacuteleo pois as amecircndoas aleacutem de poderem gerar valores proacuteximos de
40 de oacuteleo extraiacutedo por prensagem mecacircnica podem render de 50 a 52 de oacuteleo quando
extraiacutedo a base de solventes Seu oacuteleo eacute empregado como lubrificante em motores a diesel e
na fabricaccedilatildeo de sabatildeo e tinta Aleacutem disso a torta que resta ao final da extraccedilatildeo eacute um
subproduto rico em nitrogecircnio potaacutessio foacutesforo e mateacuteria orgacircnica que pode ser utilizado na
adubaccedilatildeo tanto da lavoura de pinhatildeo-manso como em outras culturas (MARTINS
MACHADO CAVASINI 2008) Outro fator positivo eacute a utilizaccedilatildeo da casca dos pinhotildees que
pode ser usada como carvatildeo vegetal e mateacuteria-prima na fabricaccedilatildeo de papel (SLUSZZ
MACHADO 2011) e da madeira do pinhatildeo-manso que assim como as cascas dos frutos
podem ser utilizadas como material carburante de fornalhas (HELLER 1996 ARRUDA et
al 2004 SATURNINO et al 2005)
De acordo com Sato et al (2007) apesar da utilizaccedilatildeo do oacuteleo extraiacutedo da semente do
pinhatildeo-manso para a produccedilatildeo de biocombustiacutevel ser o mais difundido outras partes da
planta tecircm utilizaccedilatildeo econocircmica como na medicina tradicional na produccedilatildeo de sabatildeo na
iluminaccedilatildeo por meio de lamparinas em geradores de eletricidade combustiacutevel para fogotildees
extratos da semente como molusquicida inseticida e nematicida Ainda segundo estes autores
a planta eacute considerada meliacutefera podendo tambeacutem ser utilizada como cerca-viva de pastagens
e campos agriacutecolas pois natildeo eacute palataacutevel mourotildees de cerca ldquovivosrdquo e suporte para plantas
trepadeiras como no caso da baunilha (Vanilla aromatica)
A cultura aleacutem de ser uma boa opccedilatildeo agriacutecola para aacutereas aacuteridas semiaacuteridas e na
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas promove a integraccedilatildeo do acesso agrave produccedilatildeo com renda (com
a venda do oacuteleo das sementes para fins combustiacuteveis) eacute suprimento de energia (o oacuteleo pode
ser utilizado em motores e maacutequinas para a geraccedilatildeo de eletricidade) contribui no
desenvolvimento rural (com o emprego da matildeo-de-obra familiar) e com consequente fixaccedilatildeo
do homem no campo seguranccedila alimentar pois permite o uso de culturas anuais alimentiacutecias
em consoacutercio aleacutem de melhorias ambientais como a formaccedilatildeo de um microclima que
favorece o desenvolvimento de outras culturas nas entrelinhas entre outros (SATO et al
2007)
No entanto o cultivo do pinhatildeo-manso precisa ser aprimorado para tornaacute-lo adequado
agrave produccedilatildeo de mateacuteria prima para a produccedilatildeo de biodiesel Apesar de possuir caracteriacutesticas
desejaacuteveis como resistecircncia a seca e rusticidade limitaccedilotildees teacutecnicas como a maturaccedilatildeo
desuniforme dos frutos e a baixa produtividade de gratildeos alcanccedilada em alguns locais tecircm
limitado a viabilidade econocircmica desse cultivo (ROCHA et al 2012) Por ser ainda uma
32
planta silvestre suas caracteriacutesticas agronocircmicas natildeo satildeo completamente entendidas e os
efeitos do ambiente sobre as plantas natildeo tecircm sido completamente investigados Para isso eacute
necessaacuterio o estabelecimento de teacutecnicas que propiciem colheita uniforme com maior
qualidade do oacuteleo e reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo (LAVIOLA et al 2011)
Atualmente natildeo se tem conhecimento de nenhum programa de melhoramento geneacutetico
que vise a obtenccedilatildeo de um cultivar seguro para a expansatildeo vigorosa dessa cultura O processo
de seleccedilatildeo de acessos de pinhatildeo-manso com excelentes caracteriacutesticas de cultivo encontra-se
recente e na fase inicial em estudos feitos no Brasil (LAVIOLA et al 2014 PEIXOTO et al
2016) e em outros paiacuteses (GINWAL et al 2005 KAUSHIK et al 2007 MAES et al 2009b
WEN et al 2012a WEN et al 2012b) O desenvolvimento de um sistema de cultivo
comercial de espeacutecies selvagens de plantas deve ser feito com base no uso de cultivares que
apresentem suficiente uniformidade para garantir que a tecnologia de produccedilatildeo adotada seja
aproveitada na sua totalidade A falta desses cultivares natildeo permite recomendaccedilotildees teacutecnicas
confiaacuteveis sobre a melhor forma de propagaccedilatildeo populaccedilatildeo de plantio adubaccedilatildeo manejo
eacutepoca e tipo de colheita controle de pragas e doenccedilas etc A inexistecircncia dessas
recomendaccedilotildees tornam incertos eventuais investimentos em plantios comerciais (MARQUES
2007)
Outra limitaccedilatildeo conhecida da planta eacute que as suas sementes satildeo toacutexicas para animais e
humanos impedindo que o resiacuteduo das sementes seja utilizado como raccedilatildeo animal Entre os
principais componentes toacutexicos presentes no pinhatildeo-manso destacam-se o eacutester de forbol (12-
deoxi-16-Hidroxiforbol) a globulina e a curcasina que podem trazer riscos agrave sauacutede caso seja
ingerido a ingestatildeo de uma uacutenica semente fresca pode causar tanto vocircmito quanto diarreia
(PEIXOTO 1973) Segundo Visentainer e Santos Juacutenior (2013) outro fator negativo deste
oacuteleo para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis eacute o seu alto teor de aacutecidos graxos poli-insaturados
que favorecem sua raacutepida oxidaccedilatildeo durante a estocagem mas essa oxidaccedilatildeo pode ser
acelerada pela accedilatildeo do calor do oxigecircnio ou de traccedilos de metais pesados e de seus caacutetions
que satildeo comumente presentes nos materiais empregados na fabricaccedilatildeo dos tanques de
armazenagem podendo conduzir ao desenvolvimento de reaccedilotildees laterais como a formaccedilatildeo de
aldeiacutedos saturados (por exemplo hexanal heptanal ou nonanal) ou de compostos corrosivos
De acordo com estes autores os investimentos em pesquisas estatildeo trazendo soluccedilotildees para
estas questotildees por meio da mistura adequada de oacuteleos (blends) pela utilizaccedilatildeo de aditivos
pela obtenccedilatildeo de novas variedades e pela escolha da rota tecnoloacutegica mais eficiente
Marques (2007) relata a grande preocupaccedilatildeo dos pesquisadores brasileiros no
incentivo ao plantio em larga escala do pinhatildeo-manso pois esta eacute uma planta ainda selvagem
33
sobre a qual haacute pouco conhecimento teacutecnico-cientiacutefico e ainda natildeo foram encontrados na
literatura relatos sobre pesquisas cientiacuteficas de longa duraccedilatildeo relacionadas ao pinhatildeo-manso
Existem apenas estimativas preliminares de produccedilatildeo e de produtividade obtidas pela
extrapolaccedilatildeo de dados obtidos em plantas isoladas e a maior parte dos trabalhos cientiacuteficos
satildeo estudos baacutesicos realizados em laboratoacuterio ou em casa-de-vegetaccedilatildeo sobre temas
especiacuteficos O autor destaca outro problema entre os profissionais da aacuterea de ciecircncias agraacuterias
que eacute a ausecircncia de um mercado estruturado para esse produto e o desinteresse das induacutestrias
de extraccedilatildeo de oacuteleo no seu processamento em razatildeo das pequenas quantidades de sementes
disponiacuteveis Isso tudo do ponto de vista do agricultor sugere uma instabilidade empresarial
bastante perigosa pois o pomar de pinhatildeo-manso eacute perene e natildeo lhe permite a opccedilatildeo de no
ano seguinte migrar para outra cultura mais rentaacutevel em caso de prejuiacutezo
Apesar da carecircncia de informaccedilotildees teacutecnicas baacutesicas a cultura vem sendo implantada
pesquisada e difundida em diferentes regiotildees do paiacutes e do mundo A histoacuteria recente do
cultivo em larga escala e os esforccedilos em estudos para o conhecimento do pinhatildeo-manso por
consequecircncia do apelo energeacutetico para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis iniciou-se no ano de
2003 quando a Comissatildeo de Planejamento da Iacutendia decidiu adicionar 20 do biodiesel do
oacuteleo de pinhatildeo-manso na mistura com oacuteleo diesel ateacute o ano de 2010 e 30 ateacute 2030 (IacuteNDIA
2003) Depois disso nos anos subsequentes a cultura foi introduzida em localidades do
Oeste Leste e Sul da Aacutefrica Aacutesia (Iacutendia China Japatildeo Malaacutesia Filipinas e Tailacircndia)
Ameacuterica do Sul e Central e Beacutelgica nos uacuteltimos onze anos (SINGH et al 2014)
No Brasil o interesse na produccedilatildeo do pinhatildeo-manso surgiu com a implantaccedilatildeo do
Plano Nacional de Produccedilatildeo de Biodiesel criado em 2004 poreacutem somente a partir de 2008 o
Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) por meio da Instruccedilatildeo
Normativa nordm 4 de 14 de janeiro de 2008 autorizou a inscriccedilatildeo no Registro Nacional de
Cultivares da espeacutecie Jatropha curcas L abrindo caminho para sua exploraccedilatildeo comercial no
Brasil (ROSCOE 2008) Andreacuteo-Souza et al (2010) e Nery et al (2009) informam que esta
oleaginosa eacute considerada uma cultura potencial para atender a este programa pois possui
potencial de rendimento de gratildeos e oacuteleo e em sua fase inicial permite o cultivo em consoacutercio
com outras culturas de interesse econocircmico e alimentar Com a vantagem de ser perene natildeo
exige preparo anual do solo (ARRUDA et al 2004) Marques (2007) destaca o otimismo
encarado pelos pesquisadores brasileiros que consideram que o pinhatildeo-manso poderaacute se
tornar um negoacutecio viaacutevel e promissor desde que haja interesse no investimento de recursos
consideraacuteveis em pesquisa e desenvolvimento tecnoloacutegico a exemplo do que fez o IAC com o
34
algodatildeo nos anos de 193040 com a cana de accediluacutecar na deacutecada de 195060 e com a soja nos
anos 196070
Com a expansatildeo dos programas energeacuteticos para o suprimento da energia mundial na
uacuteltima deacutecada o pinhatildeo-manso despertou muito interesse em todo o mundo A atenccedilatildeo
mundial para os biocombustiacuteveis a sustentabilidade ambiental e a utilizaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo de
terras degradadas para seguranccedila da subsistecircncia com o pinhatildeo-manso criou um grande
interesse nessa espeacutecie (EVERSON MENGISTU GUSH 2013) Inuacutemeros trabalhos tem
sido apresentados com o potencial do pinhatildeo-manso para recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas
sequestro de carbono e pela alta eficiecircncia no uso da aacutegua (FRANCIS EDINGER BECKER
2005 ACHTEN et al 2008 KABIR HUSSAIN KIM 2009 ABHILASH et al 2010
ACHTEN et al 2010) Apesar dos seus vaacuterios meacuteritos muitos deles comprovados em centros
de pesquisas o pinhatildeo-manso ainda natildeo pode ser cultivado como uma cultura em larga escala
para a produccedilatildeo de biocombustiacuteveis por se tratar ainda de uma planta semisselvagem em fase
inicial de domesticaccedilatildeo (SINGH et al 2014) Entretanto faz-se necessaacuterio a continuaccedilatildeo dos
estudos nos centros de pesquisas para a validaccedilatildeo em condiccedilotildees de campo como na avaliaccedilatildeo
das reaccedilotildees da cultura sobre as diferentes praacuteticas de manejo localidade e resistecircncia a
pragas e doenccedilas para que assim possa se efetuar um soacutelido melhoramento geneacutetico Soacute apoacutes
essa etapa a cultura pode ser recomendada para o cultivo nas propriedades rurais Essas
medidas tornam-se necessaacuterias para evitar que o pinhatildeo-manso se torne mais uma vez um
colapso como biocombustiacutevel a niacutevel mundial (KANT WU 2011)
23 Fatores que afetam o desenvolvimento e a produtividade do pinhatildeo-manso
O plantio de pinhatildeo-manso ao redor do mundo tem sido incentivado pela sua
rusticidade e capacidade de desenvolvimento em condiccedilotildees adversas como em regiotildees
semiaacuteridas e aacuteridas Essa caracteriacutestica continua sendo muito difundida por alguns autores que
consideram o pinhatildeo-manso como uma planta que suporta situaccedilotildees de longas estiagens em
regiotildees de terra de baixa fertilidade e precaacuterias propriedades fiacutesicas com produccedilatildeo satisfatoacuteria
de oacuteleo (PEIXOTO 1973) No entanto tais condiccedilotildees podem afetar significativamente a
produtividade e o rendimento de seu oacuteleo
35
231 Exigecircncias climaacuteticas para o cultivo do pinhatildeo-manso
O pinhatildeo-manso desenvolve-se bem tanto nas regiotildees tropicais secas quanto nas
zonas equatoriais uacutemidas assim como nos terrenos aacuteridos e pedregosos podendo suportar
longos periacuteodos de secas Eacute encontrado desde o niacutevel do mar ateacute altitudes de
aproximadamente 1000 m poreacutem observa-se que a planta se desenvolve melhor entre 200 e
800 metros (SATURNINO et al 2005) Segundo Arruda et al (2004) o pinhatildeo-manso pode
se desenvolver sob diversas condiccedilotildees climaacuteticas tolerando temperaturas meacutedias anuais entre
18 e 285degC A espeacutecie natildeo tolera geadas fortes (temperaturas abaixo de 0ordmC) mas pode
sobreviver a geadas fracas (temperaturas acima de 2ordmC) perdendo entretanto todas as folhas
o que provavelmente reduziraacute a produccedilatildeo de sementes (SATURNINO et al 2005) Andrade
et al (2008) confirmaram essa informaccedilatildeo ao estudar a toleracircncia da cultura sob a incidecircncia
de geadas chegando a conclusatildeo de que a cultura do pinhatildeo-manso eacute pouco tolerante a
geadas apresentando uma temperatura miacutenima letal de -3 a -4 degC
A respeito da radiaccedilatildeo solar para o melhor desenvolvimento do pinhatildeo-manso Matos
et al (2009) obtiveram sucesso com o cultivo da espeacutecie agrave sombra ou a pleno sol As mudas
de pinhatildeo-manso demonstraram relativa variaccedilatildeo das caracteriacutesticas fisioloacutegicas quando
submetidas a diferentes irradiacircncias De acordo com esses autores os resultados sugerem que
o pinhatildeo-manso possui alta capacidade de adaptaccedilatildeo a diferentes condiccedilotildees da disponibilidade
de luz o que deve estar relacionado com a aclimataccedilatildeo do pinhatildeo-manso a baixas
irradiacircncias Em outro trabalho Matos et al (2011) comprovaram a alta plasticidade
fenotiacutepica da cultura em resposta agrave variaccedilatildeo da irradiacircncia destacando poreacutem o sistema de
produccedilatildeo a pleno sol como sendo o mais indicado para a produccedilatildeo de mudas Liang et al
(2007) apontaram que sob alta irradiacircncia solar a taxa fotossinteacutetica maacutexima obtida situa-se
entre 98 e 14 μmol m-2
s-1
Com relaccedilatildeo agrave precipitaccedilatildeo anual Kheira e Atta (2009) afirmam que o pinhatildeo-manso
cresce bem sob baixa pluviosidade requerendo apenas cerca de 200 mm de chuva para
sobreviver mas que tambeacutem responde a um maior iacutendice pluviomeacutetrico (ateacute 1200 mm por
ano) particularmente em ambientes quentes No Brasil em condiccedilotildees natildeo irrigadas a planta
cresce em regiotildees com precipitaccedilotildees pluviomeacutetricas variando de 480 a 2380 mm anuais No
entanto seu melhor desenvolvimento eacute verificado em regiotildees que apresentam pluviosidade
anual superior a 600 mm sendo tolerante a longos periacuteodos de estiagem (HENNING 1996
SEVERINO et al 2006) Isso significa que quando a planta eacute submetida a condiccedilotildees de
36
baixa disponibilidade hiacutedrica ela reduz o seu potencial vegetativo e produtivo natildeo
conseguindo portanto produzir tal quando eacute suprida corretamente com aacutegua e nutrientes o
que natildeo tira a sua grande capacidade de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees desfavoraacuteveis de
disponibilidade hiacutedrica e de nutrientes do solo (LI et al 2010)
Segundo Henning (1996) a espeacutecie eacute tolerante a longos periacuteodos de estiagem com
precipitaccedilotildees anuais abaixo de 600 mm podendo sobreviver com apenas 200 mm anuais de
chuva por ateacute trecircs anos O autor afirma que a planta entra em dormecircncia devido agraves flutuaccedilotildees
climaacuteticas perdendo as folhas e utilizando aacutegua armazenada no caule nos periacuteodos de seca o
que consequentemente estimula e favorece o aumento do teor de oacuteleo nas sementes
Kesava Rao et al (2012) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso na exigecircncia e uso da
aacutegua em uma regiatildeo semiaacuterida da Iacutendia encontraram produtividades que variaram entre 06 a
156 Mg ha-1
Os autores confirmaram a toleracircncia da cultura ao periacuteodo seco com uma
produtividade razoaacutevel e concluiacuteram que a distribuiccedilatildeo da precipitaccedilatildeo eacute mais importante do
que a quantidade de precipitaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo de produtividades elevadas
Maes et al (2009b) estudaram as condiccedilotildees climaacuteticas de cultivo do pinhatildeo-manso no
Meacutexico e em paiacuteses da Ameacuterica Central provaacuteveis centros de origem da cultura constataram
que 95 das espeacutecimes foram encontradas em regiotildees de climas tropicais (Am Aw) com
pluviosidade meacutedia anual acima de 944 mm e uma temperatura meacutedia anual entre 193 e
272degC Os autores ainda afirmam que a maioria das amostras encontravam-se em regiotildees de
Savana com climas tropicais (Am Aw) e em climas temperados sem estaccedilatildeo seca e com o
veratildeo quente (Cfa)
Embora muitos estudos tenham sido realizados para descobrir sobre as melhores
condiccedilotildees climaacuteticas para o desenvolvimento e a produccedilatildeo da cultura muitos fatores
fisioloacutegicos ainda precisam ser estudados A floraccedilatildeo do pinhatildeo-manso por exemplo eacute uma
questatildeo complexa pois sabe-se que a floraccedilatildeo eacute induzida por fatores de estresse como
flutuaccedilotildees de temperatura e seca mas como exatamente isso ocorre ainda natildeo eacute conhecido
Em climas com uma precipitaccedilatildeo distribuiacuteda uniformemente e sem grande variaccedilatildeo sazonal
da temperatura o pinhatildeo-manso pode florescer continuamente quando natildeo haacute outras formas
de estresse induzido (FACT 2010)
37
232 Condiccedilotildees e uso do solo
Apesar da cultura apresentar boas caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo e rusticidade agraves mais
variadas condiccedilotildees climaacuteticas e de solo das regiotildees tropicais e subtropicais sendo ateacute indicada
para aacutereas com restriccedilotildees em nutrientes (HELLER 1996 AUGUSTUS JAYABALAN
SEILER 2002) alguns autores discordam que tais condiccedilotildees produtivas possam ser as ideais
para a cultura com finalidade comercial Arruda et al (2004) relataram que em solos aacutecidos
com pH abaixo de 45 as raiacutezes do pinhatildeo-manso natildeo se desenvolvem sendo necessaacuteria a
realizaccedilatildeo de calagem com base em anaacutelise quiacutemica do solo De acordo com Saturnino et al
(2005) a correccedilatildeo do solo quanto a seu teor de alumiacutenio livre pela calagem tem efeito
positivo sobre o desenvolvimento do pinhatildeo-manso Foidl et al (1996) por sua vez citaram a
espeacutecie como demandante de grandes quantias de nitrogecircnio e foacutesforo devido agrave alta produccedilatildeo
de biomassa
A necessidade do uso de fertilizantes tambeacutem foi relatada por Openshaw (2000)
segundo o qual em situaccedilotildees de altos niacuteveis de nitrogecircnio ocorre aumento de produtividade
Da mesma forma Arruda et al (2004) indicaram solos com altos teores de mateacuteria orgacircnica
sendo recomendado o uso de adubaccedilatildeo verde com leguminosas pois de modo geral estas
fornecem altos rendimentos por unidade de aacuterea plantada fixando o nitrogecircnio atmosfeacuterico e
transferindo aos solos por decomposiccedilatildeo orgacircnica os nutrientes essenciais como foacutesforo
caacutelcio ou enxofre aleacutem do nitrogecircnio
Com relaccedilatildeo ao uso e a classe de solo tem sido relatado na literatura que o pinhatildeo-
manso tem potencial para a recuperaccedilatildeo de terras marginais sequestrar o CO2 atmosfeacuterico (de
superfiacutecie e subterracircneo) crescer sob condiccedilotildees salinas e soacutedicas e consumir menos aacutegua (alta
produtividade de aacutegua) (FRANCIS EDINGER BECKER 2005 ACHTEN et al 2008
OGUNWOLE et al 2008 PANDEY et al 2012 WANI et al 2012 SINGH et al 2015)
Singh Singh e Tuli (2013) estudaram o cultivo do pinhatildeo-manso em solos soacutedicos da Iacutendia e
constataram que o cultivo dessa cultura reduziu a sodicidade do solo (densidade aparente pH
condutividade eleacutetrica e porcentagem de soacutedio trocaacutevel) e melhorou a fertilidade do local
(atividades de carbono orgacircnico do solo biomassa microbiana e enzimas) de acordo com o
crescimento e idade da plantaccedilatildeo Apesar de ser pouco exigente em condiccedilotildees climaacuteticas nas
regiotildees tropicais e subtropicais e adaptado para sobreviver a solos degradados e pouco feacuterteis
o pinhatildeo-manso deve ser preferencialmente cultivado em solos profundos bem estruturados
pouco compactados drenados e preferencialmente pouco argilosos (ARRUDA et al 2004)
38
Marrugo-Negrete et al (2015) avaliaram a capacidade do pinhatildeo-manso na
fitorremediaccedilatildeo de solos contaminados por mercuacuterio na Colocircmbia e encontraram resultados
bastante promissores Os autores verificaram o crescimento e o desenvolvimento do pinhatildeo-
manso mesmo em quantidade elevadas de mercuacuterio (Hg) no solo onde as maiores
concentraccedilotildees de Hg foram acumuladas nas raiacutezes seguidas pelas folhas e caules Estes
resultados apresentam a cultura como uma boa opccedilatildeo para a fitorremediaccedilatildeo de solos
contaminados com mercuacuterio pois eacute faacutecil de se plantar e manter e contribui para a conservaccedilatildeo
e recuperaccedilatildeo do solo adaptando-se facilmente a solos erodidos e em locais proacuteximos de
aacutereas de mineraccedilatildeo de ouro
Em relaccedilatildeo a textura de solo especiacutefica para o desenvolvimento das plantas Achten et
al (2008) afirma que a planta estaacute bem adaptada a solos de textura arenosa e meacutedia enquanto
solos muito argilosos satildeo inadequados para o pinhatildeo-manso podendo prejudicar o seu cultivo
na ocorrecircncia de algum alagamento ou saturaccedilatildeo no solo Segundo Foidl et al (1996) a
cultura desenvolve-se em todos os solos exceto em Vertissolos por preferir solos arenosos
Estes autores indicam que os solos argilosos pesados como os Vertissolos satildeo menos
adequados devido a sua limitaccedilatildeo para o desenvolvimento do sistema radicular do pinhatildeo-
manso devendo portanto ser evitado para o cultivo
Embora o pinhatildeo-manso se adapte a solos marginais a planta pode natildeo crescer bem
em solos arenosos caso eles sejam pobres no seu teor nutricional embora o seu sistema
radicular nesses solos apresentem um bom potencial para a exploraccedilatildeo de nutrientes
(VALDES-RODRIGUEZ et al 2011) Com isso eacute necessaacuteria cautela quando as plantaccedilotildees
de pinhatildeo-manso estatildeo previstas para o estabelecimento e recuperaccedilatildeo em solos pobres uma
vez que essas plantaccedilotildees podem natildeo se desenvolver bem ou pelo menos exigir uma
adubaccedilatildeo adicional
Tendo em vista o conhecimento inicial sobre a recuperaccedilatildeo de solos degradados com o
cultivo de pinhatildeo-manso outros estudos ao redor do mundo foram realizados com o objetivo
de avaliar os impactos das alteraccedilotildees das propriedades bioloacutegicas do solo para a recuperaccedilatildeo e
conservaccedilatildeo do solo e da aacutegua (KAGAMEBGA et al 2011 SOP et al 2011 WANI et al
2012) Em um outro estudo Chaudhary et al (2012) verificou a influecircncia significativa do
pinhatildeo-manso na estrutura da comunidade microbiana em solos da rizosfera no qual
constatou-se que na rizosfera dos solos onde era cultivado o pinhatildeo-manso a quantidade de
fungos foi mais elevada do que a de bacteacuterias e actinomicetos as quais contribuiacuteram
significativamente para a melhoria do solo como no caso das hifas fuacutengicas que promoveram
a agregaccedilatildeo desses solos
39
233 Irrigaccedilatildeo e adubaccedilatildeo nitrogenada no pinhatildeo-manso
As exigecircncias edafoclimaacuteticas do pinhatildeo-manso permitem seu cultivo em quase todas
as regiotildees do paiacutes no entanto essa eacute uma cultura ainda muito pouco explorada no Brasil
Segundo Tewari (2009) a cultura apresenta um potencial de produccedilatildeo de 2 a 3 Mg ha-1
em
condiccedilotildees aacuteridas sem uso de irrigaccedilatildeo tornando-se uma planta oleaginosa viaacutevel para a
obtenccedilatildeo de biodiesel Em condiccedilotildees de cultivos intensivos destacando-se uma boa
disponibilidade hiacutedrica estima-se que a produtividade possa atingir cerca de 5 Mg ha-1
(TEWARI 2009)
O pinhatildeo-manso por ser uma cultura tolerante ao efeito da salinidade exceto na fase
inicial de crescimento pode ser irrigada com aacutegua salina tolerando condutividade eleacutetrica de
ateacute 12 dS m-1
valor considerado relativamente alto frente ao tolerado por outras culturas A
cultura demonstrou tambeacutem a capacidade de translocar soacutedio do solo na forma de Na+ para a
parte aeacuterea da planta (DAGAR et al 2006)
Fact (2010) indica valores de produtividade de sementes (Figura 2) que variam de 15
a 100 Mg ha-1
ano-1
apresentando como principal problema para as baixas produtividades
atuais a pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica e limitaccedilotildees de aacutegua e nutrientes Quando todas
as exigecircncias nutricionais e hiacutedricas da cultura satildeo atendidas aliadas ao controle sistemaacutetico
de pragas e doenccedilas juntamente com a devida seleccedilatildeo geneacutetica a produtividade de sementes
ficaria entre 5 e 10 Mg ha-1
ano-1
Neste trabalho eacute apresentada tambeacutem uma produtividade
potencial teoacuterica da cultura que poderia atingir mais de 22 Mg ha-1
ano-1
Figura 2 - Niacuteveis de produtividades estimadas para a cultura do pinhatildeo-manso
Fonte adaptado de FACT (2010)
15
5
10
22
0
5
10
15
20
25
1 2 3
Pro
du
tiv
idad
e (M
g h
a-1
an
o-1
)
1- Produtividade atual - Fatores atuantes Pragas doenccedilas e
pouca ou nenhuma seleccedilatildeo geneacutetica
2- Variaccedilatildeo do potencial comercial - Com controle dos fatores
aacutegua e nutrientes
3- Produtividade potencial teoacuterico para a cultura
40
Entretanto da expectativa inicial de quatro ou mais toneladas de gratildeos por hectare
produtividades inferiores a 20 Mg ha-1
estatildeo sendo obtidas em diferentes condiccedilotildees
edafoclimaacuteticas principalmente em razatildeo de limitaccedilotildees hiacutedricas das condiccedilotildees nutricionais
do solo ou do ataque de pragas e doenccedilas (EVERSON MENGISTU GUSH 2013 IIYAMA
et al 2013 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013 TJEUW SLINGERLAND GILLER
2015) Projeccedilotildees natildeo realizadas da produtividade de gratildeos podem ser atribuiacutedas a observaccedilotildees
de plantas isoladas o que acabou desconsiderando a reduccedilatildeo no desenvolvimento em plantios
(ROCHA et al 2012) Apesar da complementaccedilatildeo hiacutedrica ocasionar em muitos casos o
aumento significativo da produtividade de sementes e de oacuteleo extraiacutedo estes natildeo chegaram
nem perto de atingir as mais diversas projeccedilotildees realizadas sobre o potencial comercial
maacuteximo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012 TIKKOO
YADAV KAUSHIK 2013)
Kheira e Atta (2009) afirmam que natildeo existem dados quantitativos disponiacuteveis e
confiaacuteveis sobre a necessidade e a eficiecircncia do uso da aacutegua do pinhatildeo-manso e em
ambientes permanentemente uacutemidos ou em situaccedilotildees com grande aplicaccedilatildeo de aacutegua e
fertilizante a planta pode ser induzida a uma produccedilatildeo elevada de biomassa poreacutem com
baixa produccedilatildeo de sementes
Para a cultura do pinhatildeo-manso existem poucas informaccedilotildees a respeito do seu sistema
radicular A maioria das informaccedilotildees disponiacuteveis levam em conta apenas observaccedilotildees de
natureza botacircnica natildeo se aprofundando no que diz respeito a sua distribuiccedilatildeo espacial no solo
e muito menos agrave caracterizaccedilatildeo das zonas de maior atividade Trabalhos dessa natureza para o
pinhatildeo-manso ainda satildeo escassos e se limitam a condiccedilotildees especiacuteficas do clima e solo da
regiatildeo (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) aleacutem do tipo de sistema de manejo adotado Devido agrave
pouca quantidade de informaccedilotildees a respeito da distribuiccedilatildeo do sistema radicular reconhece-se
que sua caracterizaccedilatildeo eacute de extrema importacircncia para a determinaccedilatildeo dos paracircmetros de
manejo da irrigaccedilatildeo como a profundidade efetiva das raiacutezes que define a camada de solo a
ser umedecida bem como a aplicaccedilatildeo de fertilizantes Sousa e Guerra (2012) avaliando o
crescimento inicial de plantas de pinhatildeo-manso cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo observaram
efeito significativo sobre a massa de raiz com a variaccedilatildeo na aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio e
quantidade de aacutegua Krishnamurthy et al (2012) encontraram em um plantio de um ano de
idade na Iacutendia raiacutezes ateacute a profundidade de 14 m poreacutem a maioria do sistema radicular se
encontrava ateacute a profundidade de 03 m Estes autores salientam a importacircncia deste tipo de
distribuiccedilatildeo de sistema radicular para a funccedilatildeo de controle de erosatildeo e ainda comentam sobre
41
a relaccedilatildeo inexistente entre este tipo de distribuiccedilatildeo e a resistecircncia a seca caracteriacutestica
atribuiacuteda a esta planta Esta uacuteltima caracteriacutestica eacute atribuiacuteda mais a sua capacidade de controle
da perda por evaporaccedilatildeo por meio de queda de folhas e dormecircncia do que agrave capacidade de
extraccedilatildeo de aacutegua pelo sistema radicular
A colheita de frutos (casca + sementes) no seu quarto ano de cultivo extrai valores
meacutedios de 210 41 e 149 g kg-1
de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente
(LAVIOLA DIAS 2008) Embora a planta de pinhatildeo-manso seja muito resistente capaz de
manter sua sobrevivecircncia em solos com baixos iacutendices de fertilidade para se garantir um
niacutevel de produtividade satisfatoacuterio eacute necessaacuterio a adubaccedilatildeo tanto na implantaccedilatildeo da cultura
quanto na manutenccedilatildeo ao longo dos anos de produccedilatildeo (LAVIOLA DIAS 2008) Na Tabela 2
encontra-se uma recomendaccedilatildeo baacutesica para a aplicaccedilatildeo de nutrientes durante os quatro
primeiros anos de cultivo levando em consideraccedilatildeo um solo com boa fertilidade capaz de
suprir 50 da necessidade da planta Em um solo com baixa fertilidade estes valores
deveriam ser ampliados (FACT 2010)
Tabela 2 - Necessidade de nutrientes na cultura do pinhatildeo-manso durante os quatro primeiros anos de cultivo
Nutriente 1ordm ano 2ordm ano 3ordm ano 4ordm ano Total
kg ha-1
ano-1
N 23 34 69 103 229
P2O5 7 11 21 32 71
K2O 34 50 101 151 336
Fonte adaptado de FACT (2010)
Apesar de possuir boa adaptabilidade a diferentes condiccedilotildees adversas de solo e
disponibilidade hiacutedrica o pinhatildeo-manso como qualquer outra cultura para proporcionar uma
alta produtividade de frutos necessita solos feacuterteis e com boas condiccedilotildees fiacutesicas E apesar de
sobreviver em solos com baixa fertilidade a correccedilatildeo da fertilidade do solo eacute decisiva para se
obter sucesso e lucratividade com essa cultura uma vez que a espeacutecie extrai elevada
quantidade de nutrientes na colheita e se natildeo adequadamente adubada pode levar ao
empobrecimento do solo ao longo dos anos de cultivo (LAVIOLA DIAS 2008 CHAVES et
al 2009 SCHIAVO et al 2010 PONCIANO DE DEUS 2010) O crescimento e a
reproduccedilatildeo desta espeacutecie satildeo influenciados pelo seu estado nutricional Ocorrendo a
deficiecircncia nutricional esta cresce e ramifica menos implicando em menos frutos jaacute que os
mesmos satildeo produzidos na ponteira dos ramos O cultivo de pinhatildeo-manso promove elevada
extraccedilatildeo de nutrientes do solo e portanto o manejo da adubaccedilatildeo da espeacutecie exige atenccedilatildeo
(LAVIOLA DIAS 2008)
42
A recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo de uma cultura depende da demanda nutricional para o
crescimento vegetativo e reprodutivo (LAVIOLA et al 2006) devendo ser considerada a
eficiecircncia de aproveitamento dos fertilizantes aplicados e a fraccedilatildeo de nutrientes suprida pelo
solo (FRANCO et al 2008) O suprimento inadequado de nutrientes seja falta ou excesso
pode provocar restriccedilotildees ao crescimento das plantas e alterar relaccedilotildees entre biomassa aeacuterea e
radicular bem como promover alteraccedilotildees entre estaacutedios vegetativos e reprodutivos
(MARSCHNER 1995 MENGEL KIRKBY 2001 EPSTEIN BLOOM 2005 DECHEN
NACHTIGALL 2006) Silva et al (2009) relatam que a omissatildeo de macro e micronutrientes
em plantas de pinhatildeo-manso provocam sintomas visuais de deficiecircncia nutricional comuns a
outras espeacutecies e que essas deficiecircncias limitam a produccedilatildeo de mateacuteria seca
O suprimento de N por meio de fertilizantes minerais ou orgacircnicos associado agrave
complementaccedilatildeo hiacutedrica por meio da irrigaccedilatildeo quando aplicados corretamente e aliados com
o manejo integrado de pragas e doenccedilas auxiliam o pleno desenvolvimento vegetativo da
cultura aleacutem de garantir maiores rendimentos de semente e oacuteleo A demanda por N eacute grande
durante o crescimento e desenvolvimento das plantas pois eacute o nutriente mineral exigido em
maior quantidade pelas culturas e normalmente proporciona maior resposta em
produtividade A complexidade dos fatores que afetam o seu aproveitamento pelas plantas faz
com que o mesmo seja objeto de um grande nuacutemero de estudos que visam avaliar
principalmente o seu comportamento no solo e a sua relaccedilatildeo com a eficiecircncia da adubaccedilatildeo
(RAIJ 1991)
O pinhatildeo-manso apresenta alta taxa de crescimento sendo o N o nutriente mais
requerido para a formaccedilatildeo de folhas e frutos (LAVIOLA DIAS 2008) O N eacute essencial para a
assimilaccedilatildeo do carbono e formaccedilatildeo de novos oacutergatildeos na planta tais como gemas florais e
frutiacuteferas (MALAVOLTA VITTI OLIVEIRA 1997) uma vez que eacute o componente de
aminoaacutecidos proteiacutenas enzimas RNA DNA ATP clorofila e outras moleacuteculas (TAIZ
ZEIGER 2009) Na ausecircncia de N a planta tem o crescimento limitado tornando-se
amarelada pela perda da clorofila o que reflete em amadurecimento precoce perda de
produtividade e qualidade dos frutos (EPSTEIN BLOOM 2005)
O manejo do solo pode afetar os processos de consumo de aacutegua pelas plantas
modificando a aacutegua disponiacutevel no perfil Praacuteticas de fertilizaccedilatildeo como por exemplo a adiccedilatildeo
de N e P tem efeito indireto sobre a utilizaccedilatildeo da aacutegua por meio da melhoria da eficiecircncia
fisioloacutegica da planta (HATFIELD SAUER PRUEGER 2001)
Apesar de descrita como uma cultura indicada para regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas
tolerante a restriccedilotildees na disponibilidade de aacutegua o pinhatildeo-manso tem gerado uma seacuterie de
43
afirmaccedilotildees contraditoacuterias com relaccedilatildeo a sua necessidade ou natildeo de irrigaccedilatildeo o que evidencia
a necessidade de estudos nas diversas regiotildees do Brasil para se avaliar a resposta da cultura
sob diferentes condiccedilotildees de cultivo e manejos de irrigaccedilatildeo Alguns autores descrevem a
espeacutecie com respostas positivas ao uso de irrigaccedilatildeo e principalmente a fatores relacionados agrave
produccedilatildeo e produtividade em cultivos comerciais possibilitando de trecircs a quatro colheitas por
ano (OPENSHAW 2000) Achten et al (2008) em trabalho sobre produccedilatildeo e uso de
biodiesel de pinhatildeo-manso destacam que embora o pinhatildeo-manso possa ser caracterizado
como uma planta tolerante a seca ainda natildeo se sabe qual a real resposta dessa cultura quando
irrigada e qual o comportamento do consumo hiacutedrico quando submetida a diferentes sistemas
de produccedilatildeo Os autores ainda mencionam a necessidade de irrigaccedilatildeo para garantir alta
produtividade nas regiotildees aacuteridas e semiaacuteridas
A quantidade e a qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo embora importantes para o
estabelecimento e praacutetica de manejo dos cultivos irrigados precisam tambeacutem ser
investigados O cultivo de pinhatildeo-manso submetido ao estresse hiacutedrico e uso de aacutegua salina
ou de reuso na irrigaccedilatildeo tem sido fonte de estudos recentes na mensuraccedilatildeo da adaptabilidade e
do desenvolvimento da planta onde bons resultados tem sido encontrados (SILVA et al
2010) A resposta do pinhatildeo-manso quanto agrave utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria tem sido
satisfatoacuteria e apesar de possuir caracteriacutesticas de resistecircncia a periacuteodos secos o estresse
hiacutedrico sofrido pela cultura devido ao baixo conteuacutedo de aacutegua no solo tem reduzido
drasticamente o seu crescimento vegetativo (SOUSA et al 2012) peso dos cachos (SILVA et
al 2011) e caracteriacutesticas fisioloacutegicas como taxa fotossinteacutetica condutacircncia estomaacutetica e
transpiraccedilatildeo das plantas (SANTANA et al 2015) Sousa et al (2011) avaliaram o efeito do
estresse salino no crescimento e no consumo hiacutedrico no terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-
manso e observaram que concentraccedilotildees acima de 16 dS m-1
causaram sensibilidade agrave cultura
que teve a aacuterea foliar e o nuacutemero de folhas como as variaacuteveis mais afetadas contradizendo
portanto a informaccedilatildeo relatada por DAGAR et al (2006) sobre a toleracircncia da cultura a altos
valores de condutividade eleacutetrica da aacutegua irrigaccedilatildeo
Embora haja muita especulaccedilatildeo sobre a quantidade de aacutegua exigida pelas plantas de
pinhatildeo-manso o consumo hiacutedrico ainda eacute pouco conhecido Lena (2013) determinou o
consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso em Piracicaba-SP comparando os meacutetodos de irrigaccedilatildeo por
gotejamento pivocirc central e cultivo natildeo irrigado na fase de formaccedilatildeo da cultura encontrando
valores de evapotranspiraccedilatildeo acumulada diaacuteria de cerca 5 mm dia-1
para o tratamento irrigado
por pivocirc central e de 3 e 2 mm dia-1
para os tratamentos irrigados por gotejamento e sem
irrigaccedilatildeo respectivamente O autor ainda ressalta que novos trabalhos precisam ser
44
elaborados para obter-se um melhor conhecimento da cultura a partir do seu terceiro ano de
cultivo Aleacutem disso trabalhos como o de Albuquerque et al (2009b) e Guimaratildees Santos e
Beltratildeo (2009) apresentam resultados bastante promissores para as praacuteticas de adubaccedilatildeo
nitrogenada e de irrigaccedilatildeo no crescimento inicial da cultura do pinhatildeo-manso o que mostra
que mesmo sendo uma cultura considerada por muitos como pouco exigente em fertilidade e
resistente a seca pode responder de maneira significativa quando natildeo houver restriccedilotildees desses
fatores
24 Qualidade do oacuteleo vegetal para produccedilatildeo de biocombustiacuteveis
A elevada demanda energeacutetica de combustiacuteveis foacutesseis no planeta estimulou o
interesse em fontes renovaacuteveis de energia que reduzam os impactos ambientais atualmente
presentes O uso de combustiacuteveis renovaacuteveis a eficiecircncia energeacutetica e proteccedilatildeo ambiental
tornaram-se questotildees importantes nos uacuteltimos anos (KUMAR CHAUBE JAIN 2012) A
utilizaccedilatildeo de biodiesel no Brasil e em outros paiacuteses tem apresentado grande potencial como
combustiacutevel contribuindo com a reduccedilatildeo dos niacuteveis de poluiccedilatildeo ambiental e como fonte
estrateacutegica de energia renovaacutevel em substituiccedilatildeo ao oacuteleo diesel mineral pois natildeo eacute toacutexico e
apresenta uma melhor qualidade de emissotildees durante o processo de combustatildeo (CORREcircA
ARBILLA 2006 LOcircBO FERREIRA CRUZ 2009)
Segundo Ramos et al (2003) qualquer mateacuteria-prima oleaginosa pode ser utilizada
para a produccedilatildeo de eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos (biodiesel) mas a escolha da mateacuteria-
prima eacute um paracircmetro importante para a produccedilatildeo de biodiesel dentro das especificaccedilotildees
estabelecidas pelos oacutergatildeos reguladores Isso porque alguns oacuteleos vegetais apresentam
propriedades que o tornam inadequado para o uso direto em motores do ciclo diesel como sua
alta viscosidade acidez formaccedilatildeo de gomas devido agrave oxidaccedilatildeo e polimerizaccedilatildeo durante a
armazenagem e queima contribuindo para a diminuiccedilatildeo da lubricidade do oacuteleo e formaccedilatildeo de
depoacutesitos de carbono (FUKUDA KONDO NODA 2001) Sendo necessaacuterio adequar seu uso
por meio de algum processo quiacutemico para posterior utilizaccedilatildeo em motores que no caso datildeo
origem ao biocombustiacutevel
Como haacute uma grande variedade de mateacuterias-primas existentes para a produccedilatildeo de
biodiesel eacute plausiacutevel dizer que somente com o conhecimento pleno das propriedades que
determinam os padrotildees de qualidade do biodiesel eacute que seraacute possiacutevel estabelecer os
paracircmetros de controle que garantiratildeo o sucesso de sua incorporaccedilatildeo na matriz energeacutetica
45
nacional (RAMOS et al 2003) Neste sentido o Governo Federal por meio do Ministeacuterio da
Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) publicou no DOU de 26122006 Seccedilatildeo 1
Paacutegina 140 a Instruccedilatildeo Normativa nordm 49 a qual estabelece o Regulamento Teacutecnico de
Identidade e Qualidade dos Oacuteleos Vegetais Refinados Nesta instruccedilatildeo estatildeo estabelecidos os
padrotildees de identidade que caracterizam os oacuteleos vegetais quais sejam iacutendice de acidez
iacutendice de peroacutexido densidade relativa iacutendice de refraccedilatildeo iacutendice de iodo cor e estabilidade
oxidativa a 110ordm C
241 Perfil composicional de aacutecidos graxos
Os oacuteleos utilizados como mateacuterias-primas para a produccedilatildeo de biodiesel satildeo obtidos de
diversas plantas oleaginosas O paiacutes devido a sua grande extensatildeo de terras de diferentes
classes de solo e clima disponibiliza inuacutemeras espeacutecies de oleaginosas que se diferenciam
principalmente pela composiccedilatildeo em aacutecidos graxos Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos
vegetais satildeo aacutecidos carboxiacutelicos constituiacutedos por hidrogecircnio e carbono em sua cadeia
molecular Segundo Redaacute e Carneiro (2007) os aacutecidos graxos se diferem a partir do
comprimento de sua cadeia carbocircnica do nuacutemero orientaccedilatildeo e da posiccedilatildeo de insaturaccedilotildees
presentes na cadeia e da presenccedila de grupamentos quiacutemicos
Os aacutecidos graxos satildeo classificados como saturados mono e poli-insaturados
dependendo do nuacutemero de duplas ligaccedilotildees na sua cadeia de carbonos (Figura 3) Os saturados
natildeo contecircm dupla ligaccedilatildeo entre os aacutetomos de carbono Os monoinsaturados contecircm uma uacutenica
dupla ligaccedilatildeo e os poli-insaturados (linolecircnico linoleico e araquidocircnico) com duas ou mais
duplas ligaccedilotildees
46
Figura 3 - Tipos de aacutecidos graxos
Fonte wwazeitecombr
O conhecimento da composiccedilatildeo em aacutecidos graxos do oacuteleo vegetal eacute muito importante
porque muitas das propriedades do biodiesel tecircm origem nas estruturas dos aacutecidos graxos
originais As caracteriacutesticas do biodiesel que satildeo determinadas pela composiccedilatildeo dos eacutesteres de
aacutecidos graxos incluem qualidade da igniccedilatildeo calor de combustatildeo escoamento a frio
estabilidade oxidativa viscosidade e lubricidade (CAMARGOS 2005)
A anaacutelise da composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos constitui o primeiro passo para a avaliaccedilatildeo
da qualidade do oacuteleo bruto eou seus produtos de transformaccedilatildeo Para determinar a
composiccedilatildeo em aacutecidos graxos meacutetodos cromatograacuteficos (cromatografia liacutequida e gasosa) e
ressonacircncia magneacutetica nuclear de hidrogecircnio podem ser utilizados (WUST 2004)
A cromatografia eacute um meacutetodo fiacutesico-quiacutemico de separaccedilatildeo A teacutecnica estaacute
fundamentada na migraccedilatildeo diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre devido a
diferentes interaccedilotildees entre duas fases imisciacuteveis a fase moacutevel e a fase estacionaacuteria A grande
variedade de combinaccedilotildees entre fases moacuteveis e estacionaacuterias a torna uma teacutecnica
extremamente versaacutetil e de grande aplicaccedilatildeo (DEGANI CASS VIEIRA 1998) Ainda de
acordo com Degani Cass e Vieira (1998) a cromatografia gasosa eacute uma das teacutecnicas
analiacuteticas mais utilizadas Aleacutem de possuir um alto poder de resoluccedilatildeo eacute muito atrativa
devido agrave possibilidade de detecccedilatildeo em escala de nano a picogramas (10ndash9
- 10-12
g) A grande
limitaccedilatildeo deste meacutetodo eacute a necessidade de que a amostra seja volaacutetil ou estaacutevel termicamente
embora amostras natildeo volaacuteteis ou instaacuteveis possam ser derivadas quimicamente
47
A ressonacircncia magneacutetica nuclear (RMN) eacute um meacutetodo espectroscoacutepico de 1H que
assim como as demais teacutecnicas espectroscoacutepicas satildeo baseadas no princiacutepio de que as
moleacuteculas e aacutetomos podem interagir de diferentes formas com a radiaccedilatildeo eletromagneacutetica
revelando informaccedilotildees estruturais e termodinacircmicas de forma qualitativa eou quantitativa
dependendo da intensidade e do comprimento de onda da radiaccedilatildeo utilizada Os meacutetodos
espectroscoacutepicos possibilitam anaacutelises raacutepidas e diretas podendo detectar vaacuterios compostos
simultaneamente (IBANtildeEZ CIFUENTES 2001) aleacutem de permitir uma boa reprodutibilidade
na detecccedilatildeo dos componentes (BELTON et al 1996) Embora a teacutecnica possua as vantagens
na rapidez e na confiabilidade na determinaccedilatildeo quantitativa dos compostos soluacuteveis em uma
mistura o aparelho de RMN 1H apresenta um limite de detecccedilatildeo na ordem de partes por
milhatildeo o que pode natildeo ser possiacutevel agrave identificaccedilatildeo de compostos com baixiacutessima quantidade
nas amostras (BELTON et al 1996) O que pode se tornar uma vantagem quando a finalidade
eacute identificar apenas os componentes majoritaacuterios da amostra e os componentes traccedilos podem
ser desprezados
Os aacutecidos graxos presentes nos oacuteleos e gorduras satildeo constituiacutedos geralmente por
aacutecidos carboxiacutelicos que contecircm de 4 a 30 aacutetomos de carbono e podem ser saturados ou
insaturados A distinccedilatildeo dos oacuteleos com base no seu grau de insaturaccedilatildeo no tamanho das
moleacuteculas e pela presenccedila ou natildeo de grupos quiacutemicos reflete diretamente nas qualidades do
biocombustiacutevel produzido (WUST 2004)
Longa cadeia de aacutecidos graxos e pequeno nuacutemero de insaturaccedilotildees (duplas ligaccedilotildees)
ocasionam maior nuacutemero de cetano e lubricidade do combustiacutevel Entretanto um aumento no
nuacutemero de cetano ocasiona tambeacutem um aumento no ponto de neacutevoa e de entupimento (maior
sensibilidade aos climas frios) As moleacuteculas satildeo menos estaacuteveis quimicamente com nuacutemero
de insaturaccedilotildees elevado e isso pode provocar inconvenientes devido a oxidaccedilotildees degradaccedilotildees
e polimerizaccedilotildees do combustiacutevel se inadequadamente armazenado ou transportado
(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)
Dessa forma tanto os eacutesteres alquiacutelicos de aacutecidos graxos saturados (laacuteurico palmiacutetico
esteaacuterico) como os de poli-insaturados (linoleico linolecircnico) possuem alguns inconvenientes
uma vez que satildeo pouco resistentes agrave oxidaccedilatildeo e o nuacutemero de cetano eacute geralmente baixo
Poreacutem satildeo mais facilmente degradados desaparecendo do meio ambiente em periacuteodos de
tempo mais curtos sendo mais vantajosos do ponto de vista ambiental (GOMES 2009)
Os oacuteleos saturados do tipo esteaacuterico ou palmiacutetico satildeo pouco fluiacutedos (grande
viscosidade) mas satildeo resistentes agrave oxidaccedilatildeo Encontram-se normalmente no estado soacutelido agrave
temperatura ambiente Geralmente apresentam um iacutendice de cetano excelente Poreacutem sua alta
48
viscosidade aliados agrave resistecircncia agrave oxidaccedilatildeo dificultam a sua degradaccedilatildeo remoccedilatildeo e limpeza
(GOMES 2009)
De uma forma geral um biodiesel com predominacircncia de aacutecidos graxos combinados
monoinsaturados (oleico ricinoleico) satildeo os que apresentam os melhores resultados
(BELTRAtildeO OLIVEIRA 2008)
A qualidade do oacuteleo eacute uma funccedilatildeo do seu perfil de aacutecidos graxos Oacuteleos com alto teor
de aacutecido oleico satildeo adequados para uso alimentar devido agrave sua longa vida de prateleira
enquanto que uma quantidade de aacutecido linoleico inferior a 3 eacute preferiacutevel para a estabilidade
do oacuteleo e para a produccedilatildeo de biodiesel eacute desejaacutevel um baixo conteuacutedo de aacutecidos graxos
saturados (RAJU EZRADANAM 2002) Sementes com alta razatildeo de aacutecido oleicolinoleico
podem indicar uma maior estabilidade e vida uacutetil mais longa (KAUSHIK BHARDWAJ
2013)
Ao lado de produccedilatildeo de sementes o teor de oacuteleo e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos satildeo
os dois principais paracircmetros bioquiacutemicos do pinhatildeo-manso que satildeo muito importantes para a
seleccedilatildeo de sementes com um alto rendimento e com alto teor de aacutecido graxo poli-insaturado
(KAUSHIK BHARDWAJ 2013) A composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso eacute
classificado como um tipo de aacutecido linoleico ou oleico que satildeo aacutecidos graxos insaturados
utilizados como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de biodiesel (MITTELBACH
REMSCHMIDT 2004 ONG et al 2013) Apesar da importacircncia desta espeacutecie haacute poucos
trabalhos na literatura que mostram a influecircncia no manejo do pinhatildeo-manso na composiccedilatildeo
dos aacutecidos graxos presentes no oacuteleo da semente
A correta disponibilidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo para as plantas de pinhatildeo-manso
evitando a sua falta ou o seu uso excessivo pode ocasionar em um oacuteleo com melhores
caracteriacutesticas para a produccedilatildeo de biodiesel quanto ao seu perfil composicional Kheira e Atta
(2009) ao avaliarem as caracteriacutesticas do oacuteleo de pinhatildeo-manso encontraram nas plantas
manejadas com 100 da evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETp) os melhores valores da razatildeo de
aacutecido oleicolinoleico em comparaccedilatildeo aos tratamentos irrigados com deacuteficit e com excesso O
uso da fertilizaccedilatildeo nitrogenada aleacutem de auxiliar no aumento da produtividade de gratildeos de
pinhatildeo-manso se correlaciona positivamente no efeito de alguns aacutecidos graxos do seu oacuteleo
tendo para o aacutecido oleico o seu maior efeito (AKBARIAN MODAFEBEHZADI
BAGHERIPOUR 2012)
49
242 Iacutendices de qualidade
Algumas caracteriacutesticas satildeo indicativas da qualidade de um produto No que se refere
aos oacuteleos vegetais paracircmetros fiacutesicos e quiacutemicos satildeo analisados e utilizados para garantir a
qualidade dos mesmos para a produccedilatildeo de biodiesel pois eacute por meio destes resultados que se
estabelece a teacutecnica que seraacute utilizada na sua produccedilatildeo e se haacute ou natildeo a necessidade do uso
de um preacute-tratamento da mateacuteria-prima (MELO 2012)
Desta forma satildeo determinados os iacutendices de acidez iodo peroacutexido e refraccedilatildeo aleacutem da
densidade relativa estabilidade oxidativa entre outros Estes paracircmetros de qualidade assim
como outros natildeo citados podem ser determinados por meacutetodos de referecircncia como os
estabelecidos pela AOCS (American Oil Chemistsrsquo Society) ou pela Ethiopian Standard os
quais tecircm sido bastante empregados por muitos laboratoacuterios e induacutestrias
O teor de acidez eacute uma das principais caracteriacutesticas relacionadas com a qualidade da
mateacuteria-prima Vaacuterios fatores podem influenciar a acidez de um oacuteleo vegetal mas o principal
eacute o tratamento dado ainda agraves sementes durante a colheita e armazenamento (PEREIRA 2007)
Estaacute diretamente relacionado com a quantidade de aacutecidos graxos livres presentes no material
lipiacutedico originados da hidroacutelise dos triacilgliceriacutedeos nas condiccedilotildees de conservaccedilatildeo e
processamento dos oacuteleos vegetais (MORETTO FETT 1998)
A alta acidez do biodiesel pode levar agrave sua degradaccedilatildeo mais raacutepida levando agrave
formaccedilatildeo de precipitados provocando o entupimento do filtro de combustiacutevel ou a
diminuiccedilatildeo de sua pressatildeo aleacutem de acelerar a corrosatildeo de partes metaacutelicas do motor e dos
sistemas de injeccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012 VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013)
O monitoramento do iacutendice de acidez ou nuacutemero de acidez no biodiesel eacute de grande
importacircncia tambeacutem durante a estocagem na qual a alteraccedilatildeo nos valores de acidez pode
significar a presenccedila de aacutegua eou degradaccedilatildeo oxidativa (FLUMIGNAN et al 2012)
O iacutendice de iodo eacute uma medida da insaturaccedilatildeo total dentro de uma mistura de aacutecido
graxo Aleacutem de indicar o grau quantitativo de insaturaccedilotildees no biodiesel ou oacuteleo
vegetalanimal o iacutendice de iodo eacute dependente do tipo de matriz utilizada O nuacutemero de
insaturaccedilotildees se trata de um importante componente na caracterizaccedilatildeo do oacuteleo vegetal e
consequentemente do biodiesel que seraacute produzido pois aleacutem de apresentar efeito nos valores
de densidade e de viscosidade dos biodieseis tambeacutem eacute de grande importacircncia na estabilidade
oxidativa dos biodieseis (FLUMIGNAN et al 2012)
50
O nuacutemero de iodo revela o nuacutemero de insaturaccedilotildees de uma determinada amostra e esse
valor constitui um dos paracircmetros de identidade dos oacuteleos vegetais pois cada dupla ligaccedilatildeo de
um aacutecido graxo pode incorporar dois aacutetomos de halogecircnio Por essa razatildeo quanto maior a
insaturaccedilatildeo de um aacutecido graxo maior seraacute a sua capacidade de absorccedilatildeo de iodo e
consequentemente maior seraacute o iacutendice de iodo (MORETTO FETT 1998)
Este meacutetodo consiste no tratamento da amostra de oacuteleo vegetal e animal ou biodiesel
com iodo em excesso que reage com as duplas ligaccedilotildees O iodo natildeo reagido eacute entatildeo titulado
com tiossulfato de soacutedio e o resultado expresso como gramas de iodo que reagem com as
insaturaccedilotildees em 100 g de amostra (FLUMIGNAN et al 2012) Segundo Ramos et al (2009)
o iacutendice de iodo de um oacuteleo vegetal ou de uma gordura animal eacute quase idecircntico ao do metil-
eacutester correspondente
O iacutendice de peroacutexido determina todas as substacircncias que oxidam o iodeto de potaacutessio a
iodo Estas substacircncias satildeo consideradas como sendo peroacutexidos ou produtos similares
provenientes da oxidaccedilatildeo das gorduras Os peroacutexidos satildeo produtos primaacuterios da oxidaccedilatildeo de
lipiacutedeos (AOCS 2003) Eacute um indicador muito sensiacutevel no estaacutedio inicial da oxidaccedilatildeo e sua
presenccedila eacute indiacutecio de que a deterioraccedilatildeo do sabor e odor em funccedilatildeo de sua instabilidade estaacute
por acontecer Quando sua concentraccedilatildeo atinge certo niacutevel mudanccedilas complexas ocorrem
formando compostos de baixo peso molecular oriundos de sua degradaccedilatildeo (REGITANO-
DacuteARCE 2006)
O iacutendice de peroacutexido eacute o mais usado para indicar o grau de oxidaccedilatildeo O valor de
peroacutexido eacute a medida do teor de oxigecircnio reativo expresso em termos de milequivalentes de
oxigecircnio por 1000 g de oacuteleo ou como milimoles de peroacutexido por quilo de moleacutecula graxa (1
milimol = 2 milequivalentes) (AOCS 2003) As substacircncias quantificadas satildeo geralmente
peroacutexidos e outros produtos similares resultantes da oxidaccedilatildeo lipiacutedica A aplicaccedilatildeo do iacutendice
de peroacutexido se daacute em todo o tipo de gordura ou oacuteleo (AOCS 2003)
Durante essa anaacutelise a amostra com solvente eacute adicionada em uma soluccedilatildeo de iodeto
de potaacutessio saturada Desta forma os iacuteons de iodo reagem com os peroacutexidos produzindo I2
Como indicador eacute adicionado amido que na presenccedila de I2 se colore de azul Ao titular-se a
soluccedilatildeo com tiossulfato de soacutedio ocorreraacute a oxidaccedilatildeo a tetrationato de soacutedio e o iodo eacute
reduzido a I- causando perda na cor azulada logo a quantidade de tiossulfato consumida eacute
proporcional agrave quantidade de iacuteons de iodeto presentes e indiretamente de peroacutexido
(BACCAN et al 1985)
O iacutendice de refraccedilatildeo de uma substacircncia eacute a relaccedilatildeo entre a velocidade da luz no vaacutecuo
e a velocidade da luz na substacircncia testada Eacute um paracircmetro fiacutesico importante para garantir a
51
qualidade dos oacuteleos Ele varia na razatildeo inversa da temperatura e eleva-se com o aumento do
comprimento da cadeia e tambeacutem com o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos graxos constituintes
dos trigliceriacutedeos (PEREIRA 2007) Por depender fortemente da temperatura as suas medidas
devem ser feitas em temperatura constante O iacutendice de refraccedilatildeo de oacuteleos e gorduras eacute muito
usado como criteacuterio de qualidade e identidade pois quando referente a um oacuteleo este iacutendice
aumenta com o iacutendice de iodo e pode ser usado no controle de processos de hidrogenaccedilatildeo de
oacuteleos insaturados (CECCHI 2003)
A densidade do biodiesel estaacute diretamente ligada com a estrutura molecular das suas
moleacuteculas Quanto maior o comprimento da cadeia carbocircnica do alquileacutester maior seraacute a
densidade no entanto este valor decresceraacute quanto maior forem o nuacutemero de insaturaccedilotildees
presentes na moleacutecula A presenccedila de impurezas tambeacutem poderaacute influenciar na densidade do
biodiesel como por exemplo o aacutelcool ou substacircncias adulterantes (LOcircBO FERREIRA
CRUZ 2009) Como eacute caracteriacutestica de cada substacircncia a determinaccedilatildeo da densidade em
oacuteleos eacute um paracircmetro importante para verificar se houve adulteraccedilatildeo com a adiccedilatildeo de aacutegua ou
substacircncias dissolvidas dentro das amostras (presenccedila de contaminantes)
A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo ou estabilidade oxidativa reflete o tempo que o biodiesel ou
oacuteleo vegetal leva para se degradar formando compostos orgacircnicos volaacuteteis A estabilidade
oxidativa do biodiesel estaacute diretamente relacionada com o grau de insaturaccedilatildeo dos
alquieacutesteres presentes como tambeacutem com a posiccedilatildeo das duplas ligaccedilotildees na cadeia carbocircnica
(VISENTAINER SANTOS JUacuteNIOR 2013) Quanto maior o nuacutemero de insaturaccedilotildees (maior
iacutendice de iodo) mais susceptiacutevel estaacute a moleacutecula agrave degradaccedilatildeo tanto teacutermica quanto oxidativa
formando produtos insoluacuteveis que ocasionam formaccedilatildeo de depoacutesitos e entupimento do
sistema de injeccedilatildeo de combustiacutevel do motor (FLUMIGNAN et al 2012)
52
53
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea experimental
A aacuterea experimental com a cultura e os lisiacutemetros jaacute instalados estaacute situada no
Departamento de Engenharia de Biossistemas na Fazenda Areatildeo da Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo da Universidade de Satildeo Paulo (ESALQ ndash USP) em
Piracicaba-SP (latitude 22deg42rsquo30rdquoS longitude 47deg30rsquo00rdquo e altitude de 546 m) Aleacutem da aacuterea
cultivada com pinhatildeo-manso a aacuterea experimental conta ainda com um sistema de irrigaccedilatildeo
por pivocirc central barracatildeo para maacutequinas equipamentos e salas de apoio sistema de
bombeamento de aacutegua do rio Piracicaba para um accedilude casa de bombas para irrigaccedilatildeo
localizada e pivocirc central e painel controlador da irrigaccedilatildeo localizada (Figura 4)
O clima da regiatildeo segundo a classificaccedilatildeo de Koumlppen eacute Cwa denominado tropical de
altitude sendo caracterizado por grandes volumes de chuvas no veratildeo e por estiagem no
inverno (PEREIRA ANGELOCCI SENTELHAS 2002) A precipitaccedilatildeo meacutedia anual eacute de
1328 mm e a temperatura meacutedia anual de 216ordmC sendo a meacutedia em julho o mecircs mais frio
com 17ordmC e a meacutedia em janeiro e fevereiro como meses mais quentes com 25ordmC (CEPAGRI
2013)
O preparo inicial da aacuterea experimental junto com o transplantio das mudas ocorreu em
meados de dezembro de 2011 com as plantas dispostas no espaccedilamento de 3 m entre plantas
e 4 m entre linhas (12 m2 de aacuterea para cada uma) totalizando 833 plantas ha
-1
A aacuterea experimental com pinhatildeo-manso foi dividida de acordo com o manejo hiacutedrico
utilizado sendo composta pelos tratamentos irrigados por pivocirc central e natildeo irrigado
(sequeiro) Na Figura 4 encontra-se o croqui da aacuterea experimental onde pode ser observada a
disposiccedilatildeo dos sistemas de irrigaccedilatildeo no campo e a aacuterea total utilizada para cada tratamento A
aacuterea experimental localizou-se proacuteximo da estaccedilatildeo meteoroloacutegica da Fazenda Areatildeo da
ESALQUSP (Figura 4) o que contribuiu para a determinaccedilatildeo de variaacuteveis meteoroloacutegicas in
loco utilizados conjuntamente com os dados lisimeacutetricos para a realizaccedilatildeo do manejo de
irrigaccedilatildeo A estaccedilatildeo meteoroloacutegica dispotildee de um datalogger para leitura dos sensores de
temperatura umidade relativa do ar radiaccedilatildeo solar global velocidade e direccedilatildeo do vento
pressatildeo atmosfeacuterica saldo de radiaccedilatildeo e chuva
54
Figura 4 - Croqui da aacuterea experimental contendo as aacutereas de cada manejo hiacutedrico e a estaccedilatildeo meteoroloacutegica
O sistema de pivocirc central eacute composto de trecircs torres sobre rodas com 183 m de raio e
capaz de irrigar uma aacuterea de 105 haacute com uma vazatildeo real de 90 msup3 h-1
Quando acionado em
sua velocidade maacutexima (com relecirc ligado agrave 100 no painel controlador) aplica de acordo com
as especificaccedilotildees do fabricante uma lacircmina bruta de 44 mm em toda a aacuterea apoacutes cinco horas
e seis minutos (tempo total para uma volta inteira) Apoacutes a instalaccedilatildeo do sistema de irrigaccedilatildeo
testes de avaliaccedilatildeo foram realizados e foram verificados os seguintes paracircmetros Coeficiente
de Uniformidade de Christiansen (CUC) de 821 Coeficiente de uniformidade de
distribuiccedilatildeo (CUD) de 642 e eficiecircncia de aplicaccedilatildeo (Ea) de 777
32 Descriccedilatildeo dos tratamentos e delineamento experimental
A aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo tiveram como tratamentos diferentes
doses de adubaccedilatildeo nitrogenada a base de ureia utilizando 150 100 50 e o tratamento
controle com 0 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura (FACT 2010) Os tratamentos
aplicados na aacuterea irrigada por pivocirc central foram denominados como P1 P2 P3 e P4
respectivamente para 150 100 50 e 0 da adubaccedilatildeo nitrogenada Enquanto na aacuterea sem
irrigaccedilatildeo os tratamentos aplicados foram denominados de acordo com os tratamentos citados
respectivamente como S1 S2 S3 e S4 A aacuterea irrigada por pivocirc central recebeu uma lacircmina
55
Tratamento S1 (150 de N)
LEGENDA
Tratamento S4 (0 de N)
Tratamento S3 (50 de N)
Tratamento S2 (100 de N)
de irrigaccedilatildeo uniforme equivalente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo da cultura que foi
determinada por meio de dois lisiacutemetros de pesagem localizados ao lado da aacuterea em estudo
O delineamento experimental de cada aacuterea foi em blocos casualizados sendo dividida
em 4 blocos por aacuterea o que implicou em 16 unidades experimentais para cada aacuterea
totalizando portanto 32 unidades experimentais (Figura 5) A anaacutelise conjunta dos dados
entretanto foi realizada como anaacutelise de grupos de experimentos (BANZATTO KRONKA
2008) A instalaccedilatildeo de cada tratamento foi determinada por linha de plantio onde realizou-se
previamente o sorteio dos tratamentos dentro de cada bloco O esquema da anaacutelise de
variacircncia para o experimento realizado com anaacutelise agrupada dos dois experimentos eacute
expresso na Tabela 3
Figura 5 - Esquema da distribuiccedilatildeo dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo
As aplicaccedilotildees dos tratamentos assim como o iniacutecio dos estudos na aacuterea
experimental se iniciaram apoacutes o final do primeiro ciclo produtivo da cultura (final do
segundo ciclo de cultivo) em agosto de 2013 Os estudos foram realizados durante o terceiro
e quarto ano de cultivo da cultura o que correspondeu aos anos agriacutecolas de 20132014 e
20142015 com o iniacutecio do ciclo a partir do mecircs de agosto eacutepoca na qual todos os frutos jaacute
foram colhidos e por apresentar um periacuteodo caracteriacutestico marcado pela eacutepoca da poda de
renovaccedilatildeo ou limpeza (agosto) e encerrando-se no mecircs julho com o final da queda das folhas
(final do periacuteodo de senescecircncia)
56
Tabela 3 - Esquema da anaacutelise de variacircncia
Fontes de Variaccedilatildeo Grau de Liberdade
Blocos dentro de Irrigaccedilatildeo 6
Irrigaccedilatildeo (I) 1
Doses de N (N) 3
Interaccedilatildeo I x N 3
Resiacuteduo Meacutedio 18
Total 31
33 Caracterizaccedilatildeo do solo
As anaacutelises fiacutesico-hiacutedrico do solo foram realizadas no Laboratoacuterio de Fiacutesica do Solo
do Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ-USP e no Laboratoacuterio PiraSolos
em Piracicaba-SP
O solo da aacuterea experimental foi classificado como NITOSSOLO VERMELHO
Eutroacutefico (EMBRAPA 2013) apresentando para todas as aacutereas utilizadas textura argilosa nas
camadas de 0-02 m e 02-04 m e muito argilosa na camada 04-06 m de acordo com os
criteacuterios do Sistema Brasileiro de Classificaccedilatildeo de Solos (EMBRAPA 2013)
A caracterizaccedilatildeo da anaacutelise granulomeacutetrica do solo da aacuterea experimental foi resultado
da meacutedia de trecircs repeticcedilotildees de cada aacuterea experimental nas camadas de 0-020 m 020-040 m
e 040-060 m que se enquadram dentro da camada de maior influecircncia do sistema radicular
da cultura do pinhatildeo-manso (ALVES JUacuteNIOR et al 2014) Na realizaccedilatildeo da referida anaacutelise
foi adotada a metodologia de Bouyoucos (Tabela 4) conforme as recomendaccedilotildees de
Donagema et al (2011) A caracterizaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo das curvas de retenccedilatildeo caracteriacutesticas
do solo para a aacuterea experimental foram descritos por Flumignan (2012)
Tabela 4 - Composiccedilatildeo textural do solo da aacuterea experimental
Aacuterea de cultivo Camada (m) Argila Silte Areia
Classe Textural ------------------g kg
-1------------------
Pivocirc Central
0-02 464 296 240 Argilosa
02-04 498 292 210 Argilosa
04-06 576 264 160 Muito Argilosa
Sequeiro
0-02 505 245 250 Argilosa
02-04 502 248 250 Argilosa
04-06 621 179 200 Muito Argilosa
57
A partir da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feita por Flumignan (2012) e com outras
anaacutelises posteriores para comparaccedilatildeo adotou-se para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo os valores da
capacidade de campo (cc) e o ponto de murchamento permanente (pmp) para as camadas de
0-040 m e 040-080 m respectivamente de 042 e 032 cmsup3 cm-sup3 e 043 e 033 cmsup3 cm
-sup3 A
densidade do solo representativa da aacuterea sem irrigaccedilatildeo foram de 153 145 141 e 127 g cm-sup3
para as camadas de 0-020 m 020-040 m 040-060 m e 060-080 m respectivamente Jaacute
para o solo da aacuterea irrigada por pivocirc central a capacidade de campo e o ponto de
murchamento permanente para as camadas de 0-040 m e 040-080 m foram de 044 e 031 e
046 e 035 respectivamente A densidade do solo representativa da aacuterea irrigada foram de
155 146 141 e 131 g cm-sup3 respectivamente para as camadas de 0-020 m 020-040 m
040-060 m e 060-080 m
A caracterizaccedilatildeo quiacutemica inicial do solo foi realizada mediante anaacutelise de amostras
compostas coletadas nas camadas de 0-020 e 020-040 m de profundidade nas duas aacutereas de
influecircncia do cultivo antes da aplicaccedilatildeo dos tratamentos Para as condiccedilotildees quiacutemicas
encontradas nas anaacutelises de solo natildeo foi necessaacuterio agrave aplicaccedilatildeo de calagem pelos valores da
saturaccedilatildeo por bases estarem acima de 60 Na Tabela 5 estatildeo apresentados os resultados da
anaacutelise de fertilidade
Tabela 5 - Anaacutelise quiacutemica da aacuterea experimental
Aacuterea de
manejo
Camada
(m)
pH
CaCl2
MO P S
(SO4)
K+ Ca
2+ Mg
2+ H+Al Al
3+ Sat
Bases
g dm-3
-mg dm-3
- ------------mmolcdm-3
----------- V
Pivocirc
Central
0-02 60 18 10 26 25 55 18 20 0 79
02-04 58 9 2 32 12 47 21 20 0 78
Sequeiro 0-02 55 18 18 22 13 49 13 25 0 72
02-04 55 11 4 26 10 44 12 25 0 70
34 Caracterizaccedilatildeo da aacutegua de irrigaccedilatildeo
A aacutegua utilizada no experimento foi proveniente do sistema do reservatoacuterio de aacutegua
localizado dentro da Fazenda Areatildeo e usada exclusivamente para fornecimento de aacutegua para
as culturas localizadas na aacuterea experimental Para saber se o conteuacutedo fiacutesico-quiacutemico da aacutegua
utilizada na irrigaccedilatildeo poderia influenciar na disposiccedilatildeo dos nutrientes fornecidos para a
cultura por meio da adubaccedilatildeo foi realizada uma anaacutelise da qualidade da aacutegua para verificar as
58
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas presentes (Tabela 6) A anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua de
irrigaccedilatildeo foi realizada pelo Laboratoacuterio de Ecologia Aplicada localizada no Departamento de
Ciecircncias Florestais na ESALQUSP
Tabela 6 - Resultados da anaacutelise fiacutesico-quiacutemica da aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo
Paracircmetro Siacutembolo Unidade Resultado VMP(1)
Acidez pH - 68 60-95
Acidez (CaCO3) - mg L-1
(CaCO3) 63 -
Condutividade eleacutetrica CEa dSm-1
(25degC) 01 15
Alcalinidade Carbonato CO3= mg L
-1 0 -
Alcalinidade Bicarbonato HCO3- mg L-1
158 -
Alcalinidade Total 2CO32-
+ HCO3- mg L
-1 158 500
Caacutelcio Ca++
mg L-1
17 75
Magneacutesio Mg++
mg L-1
10 150
Sulfato SO4= mg L
-1 119 250
Nitrogecircnio - Nitrato N - NO3- mg L
-1 08 10
Nitrogecircnio - Amocircnio N - NH4+ mg L
-1 01 15
Foacutesforo - Fosfato P - PO43-
mg L-1
006 006
Potaacutessio K+ mg L
-1 23 -
Soacutedio Na+ mg L
-1 60 -
Dureza Total (CaCO3) - mg L-1
128 500
(1) Valores maacuteximos permitidos
De acordo com a classificaccedilatildeo da University of Califoacuternia Committee of Consultantes
(UCCC 1974) a aacutegua utilizada para irrigaccedilatildeo de foi classificada como C1S2 ou seja aacutegua
com baixo risco de salinidade o que eacute considerada adequada ao uso para a irrigaccedilatildeo O risco
de sodicidade foi considerado praticamente nulo devido ao baixo valor da razatildeo de adsorccedilatildeo
de soacutedio corrigida calculado com os resultados da anaacutelise assim como os baixos teores de
soacutedio apresentados na anaacutelise que garantem a ausecircncia de toxicidade desse elemento
35 Manejo da irrigaccedilatildeo
O manejo da irrigaccedilatildeo com a quantificaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo a ser aplicada e a
determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo nos tratamentos foi realizada pela metodologia da
lisimetria de pesagem direta descrita por Lena (2013) e tambeacutem realizada na mesma aacuterea
experimental Essa metodologia consiste na utilizaccedilatildeo de tanques de metal preenchidos com
59
solo da proacutepria aacuterea experimental e que satildeo apoiados sobre um sistema de pesagem de alta
precisatildeo Basicamente o sistema de lisimetria proporciona a mediccedilatildeo das entradas e saiacutedas de
aacutegua do sistema Foram utilizados dois lisiacutemetros por aacuterea totalizando portanto quatro
lisiacutemetros no experimento que foram previamente dimensionados para que sua superfiacutecie
respeitasse o espaccedilamento das plantas e o pleno desenvolvimento do sistema radicular e da
parte aeacuterea da cultura Cada lisiacutemetro eacute ciliacutendrico e apresenta 391 m de diacircmetro interno (12
m2 de aacuterea) por 13 m de profundidade uacutetil do solo O sistema ainda apresenta um sistema de
drenagem que eacute composto por reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua constituiacutedos de tubos
de PVC os quais possibilitam o armazenamento da aacutegua drenada atraveacutes do perfil do solo O
detalhamento da calibraccedilatildeo e das instalaccedilotildees dos lisiacutemetros utilizados na aacuterea experimental eacute
descrita por Flumignan (2012) Na Figura 6 eacute apresentado um esquema sobre o balanccedilo de
aacutegua no solo feito pelos lisiacutemetros
Figura 6 - Balanccedilo hiacutedrico do sistema de lisiacutemetro de pesagem com as entradas e saiacutedas de aacutegua do sistema
sendo ET a evapotranspiraccedilatildeo E a evaporaccedilatildeo T a transpiraccedilatildeo I a irrigaccedilatildeo R o escoamento
superficial e P a precipitaccedilatildeo Fonte Lena (2013)
A determinaccedilatildeo da quantidade de aacutegua necessaacuteria para repor a evapotranspiraccedilatildeo foi
calculada semanalmente para a aacuterea irrigada por pivocirc central A irrigaccedilatildeo foi realizada de
maneira manual ajustando o percentiacutemetro da velocidade de deslocamento circular
(caminhamento) do pivocirc a cada irrigaccedilatildeo de forma que fosse aplicada a lacircmina de aacutegua
desejada Um dia anterior agrave irrigaccedilatildeo os dados dos lisiacutemetros foram coletados e analisados
sendo possiacutevel verificar a lacircmina de aacutegua que foi necessaacuteria para repor na semana colocando
o armazenamento de aacutegua no solo na condiccedilatildeo de capacidade de campo para os tratamentos
60
irrigados A determinaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) para o posterior manejo da
lacircmina a ser reposta pela irrigaccedilatildeo foi determinada pela contabilidade das entradas saiacutedas e
armazenamento de aacutegua nos lisiacutemetros (LENA 2013)
A profundidade efetiva do sistema radicular considerada foi de 50 cm baseado
principalmente nos trabalhos de Krishnamurthy et al (2012) e Alves Juacutenior et al (2014) que
apresentam que o sistema eacute capaz de atingir profundidades maiores que 1 metro poreacutem
apresenta a maioria das raiacutezes principalmente as responsaacuteveis pela absorccedilatildeo de aacutegua nas
camadas mais superficiais A capacidade de aacutegua disponiacutevel (CAD) foi determinada a partir
dos valores de umidade volumeacutetrica do solo no ponto de murcha permanente e na capacidade
de campo obtidas para cada aacuterea de manejo hiacutedrico adotado
Devido agrave alta escassez hiacutedrica ocasionada pela baixa pluviosidade ocorrida durante o
ano agriacutecola de 2014 em toda a regiatildeo Sudeste e no municiacutepio de Piracicaba-SP e com a
draacutestica reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio localizado na Fazenda Areatildeo as praacuteticas de
irrigaccedilatildeo e o seu manejo foram realizados apenas no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (3ordm ano de
cultivo) sendo suspensas no ciclo seguinte devido a sua impossibilidade pelo baixo niacutevel do
reservatoacuterio no local e para que o mesmo pudesse se reestabelecer em um menor periacuteodo de
tempo Com o cessamento das irrigaccedilotildees na aacuterea de cultivo sob o pivocirc central a partir do
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo todas as coletas e anaacutelises realizadas nos tratamentos de adubaccedilatildeo
localizados na aacuterea antes irrigada por pivocirc central passaram a ser consideradas como
mediccedilotildees dos tratamentos em uma aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo visto que desde a sua
implantaccedilatildeo o local fora irrigado tendo o seu manejo adequado de irrigaccedilatildeo de forma a
suplementar o deacuteficit hiacutedrico nos periacuteodos mais secos do ano onde o regime de chuvas natildeo
era capaz de suprir a demanda evapotranspiromeacutetrica da cultura em determinado periacuteodo
Mesmo a localizaccedilatildeo da aacuterea experimental irrigada estando proacutexima da regiatildeo dos dois
lisiacutemetros de pesagem de forma que os tratamentos recebidos com as diferentes doses de
irrigaccedilatildeo apresentassem condiccedilotildees de textura do solo e relevo semelhantes ao das plantas
localizadas nos dois lisiacutemetros natildeo foi realizado um manejo quanto agrave quantificaccedilatildeo das
lacircminas de aacutegua requeridas por cada tratamento visto que com as diferentes doses de
adubaccedilatildeo nitrogenada o crescimento e consequentemente a evapotranspiraccedilatildeo das parcelas
irrigadas satildeo diferentes Assumiu-se para este estudo um manejo da irrigaccedilatildeo a partir dos
dados coletados de plantas inseridas nos lisiacutemetros e que estavam em plenas condiccedilotildees de
desenvolvimento e sem restriccedilatildeo de nutrientes onde a praacutetica de irrigaccedilatildeo serviu-se apenas
para complementar a falta de aacutegua nos periacuteodos mais secos do ano que eacute ocasionado pela
diminuiccedilatildeo das chuvas comparando com uma aacuterea onde natildeo se fez o uso da irrigaccedilatildeo
61
Possibilidades como a variaccedilatildeo da lacircmina de irrigaccedilatildeo no equipamento de pivocirc central com a
substituiccedilatildeo de diferentes tipos de bocais com as mais variadas vazotildees e dispondo os
tratamentos em linhas curviliacuteneas no sentido de rotaccedilatildeo do pivocirc chegaram a ser pensadas
entretanto foram rapidamente descartadas jaacute que esse sistema de irrigaccedilatildeo comporta uma
aacuterea total de 105 ha na Fazenda Areatildeo e aleacutem de atender a aacuterea cultivada por pinhatildeo-manso
de 10 ha que corresponde apenas a 95 da aacuterea atendida pelo pivocirc central o mesmo
equipamento atende agrave necessidade hiacutedrica de outras aacutereas de cultivo incluindo aacutereas de
experimentos de outros projetos de pesquisa
36 Monitoramento da umidade do solo
O monitoramento da umidade do solo foi realizado com o auxiacutelio de sondas de
capacitacircncia da marca Sentekreg modelo Diviner 2000 no qual estimou a umidade do solo por
meio de campos eleacutetricos de alta frequecircncia Esta conteacutem uma haste que ao ser inserida em
tubos de acesso previamente instalados no solo possibilita coletar a porcentagem de aacutegua no
perfil de solo desejado Para que isso ocorresse foi necessaacuterio antes fazer uma curva de
calibraccedilatildeo na aacuterea experimental na eacutepoca de implantaccedilatildeo da cultura para que assim de posse
da equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do solo caracteriacutestico da Fazenda Areatildeo todas as leituras do
equipamento transmitidas em unidade de frequecircncia pudessem ser convertidas em umidade
volumeacutetrica do solo Com a implantaccedilatildeo da cultura em 2011 foi instalado na aacuterea
experimental um tubo de acesso para cada lisiacutemetro de pesagem e outros 10 situados nas suas
plantas de bordadura (distribuiacutedos ao redor de cada lisiacutemetro) com a finalidade de comparar
os perfis de umidade dentro e fora dos lisiacutemetros
Durante o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura (4ordm ano) foram instalados um tubo de
acesso por tratamento na aacuterea irrigada por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo de forma a comparar
os perfis de umidade localizados nas plantas com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada
com as plantas que receberam a adubaccedilatildeo plena situados dentro e fora dos lisiacutemetros assim
como as plantas dos tratamentos P2 e S2 que receberam 100 de N Esse monitoramento foi
realizado para verificar se houve ou natildeo alguma mudanccedila draacutestica na variaccedilatildeo de umidade dos
diferentes tratamentos por adubaccedilatildeo nitrogenada quando comparada com as demais plantas da
aacuterea experimental
O monitoramento da umidade do solo dentro e fora dos lisiacutemetros foi realizado em
periacuteodos pontuais dentro dos dois ciclos de avaliaccedilatildeo do referido estudo e dentro de um
62
periacuteodo especiacutefico no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para os tratamentos adubados Os tubos de
acesso foram instalados de acordo com cada ponto de monitoramento entre a profundidade de
80-110 cm onde nesse estudo foi avaliado para todos os tratamentos e pontos de
monitoramento de umidade o perfil de umidade correspondente ateacute a profundidade de 80 cm
que representa a camada de maior influecircncia do sistema radicular da cultura do pinhatildeo-manso
(ALVES JUacuteNIOR et al 2014)
37 Manejo da cultura
Ao longo da conduccedilatildeo do experimento foram realizadas praacuteticas de manejo cultural
de forma a proporcionar as melhores condiccedilotildees para o desenvolvimento das plantas Dentre
essas praacuteticas se destacaram o controle de insetos de doenccedilas e de plantas invasoras O
controle de pragas se concentrou no combate da cigarrinha verde (Empoasca spp) aacutecaro
branco (Polyphagotarsonemus latus Banks) e percevejo (Pachoycoris sp) enquanto o
controle de doenccedilas foi voltado no combate ao Oiacutedio (Oidium sp) e ferrugem (Phakospsora
arthuriana Buriticaacute amp Hennen) As aplicaccedilotildees dos produtos quiacutemicos para o controle de
pragas e doenccedilas foram realizadas sempre quando diagnosticada a presenccedila destes na aacuterea
experimental Para o controle das plantas invasoras na entrelinha de cultivo foi utilizada uma
roccediladeira acoplada a um trator e entre plantas o controle foi realizado com roccediladeira manual
Apoacutes cada roccedilagem manual a aplicaccedilatildeo localizada de herbicida sistecircmico natildeo seletivo foi
realizada
A adubaccedilatildeo de produccedilatildeo para suprir a demanda nutricional da cultura foi realizada de
acordo com as recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo propostas por FACT (2010) A adubaccedilatildeo
nitrogenada foi feita na projeccedilatildeo da copa da planta parcelada em trecircs aplicaccedilotildees ao longo de
cada ciclo produtivo assim como a adubaccedilatildeo potaacutessica e fosfatada A adubaccedilatildeo das plantas
foi realizada utilizando os adubos quiacutemicos ureia superfosfato simples e cloreto de potaacutessio
para o suprimento de nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio respectivamente As quantidades de
nutrientes aplicadas no ciclo vegetativo do pinhatildeo-manso durante os primeiros anos de
cultivo da cultura seguiram as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010) e satildeo expressas na
Tabela 2 no item 233
63
38 Produtividade da cultura e produtividade da aacutegua
A produtividade de frutos e sementes da cultura foi determinada por meio de colheitas
manuais de todos os frutos que se encontraram a partir do ponto inicial de maturaccedilatildeo
(coloraccedilatildeo amarela) deixando na planta apenas os frutos verdes que foram colhidos
posteriormente Apoacutes a colheita os frutos foram postos para secar agrave temperatura ambiente
para a determinaccedilatildeo do rendimento de frutos (semente + casca) e sementes para cada
tratamento avaliado Aleacutem disso para se conhecer a influecircncia dos tratamentos no
desenvolvimento das sementes por unidade de massa nos frutos colhidos foi determinada a
relaccedilatildeo frutosemente para cada tratamento avaliado A maturaccedilatildeo dos frutos de pinhatildeo-
manso natildeo eacute uniforme observando-se em um mesmo cacho frutos verdes amarelos
castanhos e por fim pretos Desta forma em funccedilatildeo da desuniformidade da maturaccedilatildeo dos
frutos a periodicidade das colheitas ao longo do periacuteodo produtivo ocorreu em funccedilatildeo da
maior ou menor uniformidade de distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo ao longo do tempo Em resumo
foram avaliados a produccedilatildeo meacutedia de frutos e sementes por planta (kg planta-1
) a relaccedilatildeo
sementefruto e a produtividade de sementes (kg ha-1
)
A eficiecircncia de uso na aacutegua (EUA) segundo Lima et al (2010) equivale a eficiecircncia
produtiva que atualmente eacute denominada como produtividade da aacutegua (PA) sendo
determinada neste trabalho para se avaliar a eficiecircncia da aacutegua aplicada na irrigaccedilatildeo para
produccedilatildeo final de frutos De acordo com Frizzone (2014) nas praacuteticas diaacuterias de irrigaccedilatildeo a
PA eacute um termo mais relevante que EUA cujo significado depende da aplicaccedilatildeo Segundo
Sousa et al (2000) a EUA pode ser determinada tanto para a produtividade de biomassa
como para a produtividade de frutos relacionando-se pela quantidade de aacutegua aplicada ou
evapotranspirada No caso deste trabalho a produtividade de aacutegua foi determinada pela
relaccedilatildeo da produccedilatildeo comercial da cultura (kg) ou seja para a produccedilatildeo final de sementes
com a quantidade total de aacutegua aplicada (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) (FRIZZONE 2014) A
quantidade de aacutegua consumida pela planta (evapotranspiraccedilatildeo acumulada) natildeo foi utilizada
neste estudo por ter sido determinada para as plantas que estavam inseridas no lisiacutemetro que
no caso se encontravam em plenas condiccedilotildees de desenvolvimento e fornecimento de
nutrientes via fertilizaccedilatildeo mineral fato que soacute ocorreu para os tratamentos em que a
fertilizaccedilatildeo mineral de nitrogecircnio foi plena (100) O caacutelculo da produtividade da aacutegua
(PAIR+PE) considerou nesse estudo a variabilidade do solo em cada aacuterea de cultivo bem como
identificar as diferenccedilas de cada manejo hiacutedrico fazendo uso da irrigaccedilatildeo complementar ou
64
natildeo e do desenvolvimento vegetativo da cultura (FRIZZONE 2014) que a cultura pode
sofrer com o estresse hiacutedrico e com a disponibilidade de nitrogecircnio pela fertilizaccedilatildeo mineral
O caacutelculo para a produtividade de aacutegua considerando a quantidade total de aacutegua aplicada eacute
expressa na Equaccedilatildeo 1
PAIR+PE = Rendimento comercial da cultura
Volume de Irrigaccedilatildeo+Precipitaccedilatildeorarr
Yc (kg)
IR+PE (m3) (1)
Por natildeo haver irrigaccedilotildees durante o segundo ano de avaliaccedilatildeo no cultivo de pinhatildeo-
manso devido agrave grande escassez hiacutedrica que assolou a regiatildeo Sudeste durante esse periacuteodo a
produtividade de aacutegua foi determinada apenas para o primeiro ano de estudo jaacute que a lacircmina
recebida para as duas aacutereas de cultivo foram apenas das precipitaccedilotildees ocorridas no local natildeo
havendo diferenccedila portanto da lacircmina recebida neste periacuteodo ficando a produtividade de
aacutegua condicionada apenas para a produtividade de sementes que continuou sendo avaliada A
produtividade dos frutos e sementes assim como as outras variaacuteveis analisadas foram
determinadas para o segundo ano de cultivo considerando que a aacuterea onde se encontra o pivocirc
central possui um histoacuterico de irrigaccedilatildeo jaacute que fora irrigada tendo o manejo adequado de
irrigaccedilatildeo desde a implantaccedilatildeo da cultura em 2011
39 Anaacutelises de crescimento
O crescimento das plantas foi avaliado em cada tratamento a cada trecircs meses por
meio de mediccedilotildees da altura da planta (m) do diacircmetro meacutedio de copa (m) e do volume de
copa (msup3) A determinaccedilatildeo da altura eacute definida como a medida entre a superfiacutecie do solo e a
uacuteltima folha emergida no aacutepice da planta Para o diacircmetro meacutedio de copa tomou-se como
ponto de avaliaccedilatildeo o valor meacutedio entre o diacircmetro de copa no sentido do maior espaccedilamento
(entrelinha de plantio) e o diacircmetro de copa no sentido de menor espaccedilamento (dentro da
linha de plantio) As mediccedilotildees da altura e do diacircmetro meacutedio de copa das plantas foram
realizadas em intervalos bimestrais ao longo dos dois anos de avaliaccedilatildeo da cultura com o
auxiacutelio de uma trena graduada em cm (Figura 7) sendo avaliadas as trecircs plantas disponiacuteveis
por cada parcela uacutetil O volume de copa foi estimado pela aproximaccedilatildeo do volume de um
cilindro de base eliacuteptica (LAVIOLA et al 2010)
65
119881119888119900119901119886 = (120587 1198631
2 1198632
2) ℎ (2)
em que
Vcopa = volume de copa (m3)
π = 314159
D1 = diacircmetro de copa no maior espaccedilamento (m)
D2 = diacircmetro de copa no menor espaccedilamento (m) e
h = altura da planta (m)
Figura 7 - Mediccedilatildeo da altura em plantas de pinhatildeo-manso
310 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)
As mediccedilotildees do iacutendice de aacuterea foliar (IAF) foram realizadas com o auxiacutelio do
equipamento LAI-2200 da marca LI-CORreg Esse equipamento foi desenvolvido para se
estimar o IAF de maneira mais praacutetica e de forma precisa desde que manejado de maneira
adequada Pelo fato de que no iniacutecio do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo se buscava a melhor
metodologia para a leitura do instrumento e a validaccedilatildeo dos dados coletados o primeiro ano
de cultivo ficou restrito apenas agrave leitura das plantas sorteadas na aacuterea para a calibraccedilatildeo do
equipamento junto ao cultivo do pinhatildeo-manso feito em diferentes eacutepocas do ano
As leituras do IAF foram realizadas preferencialmente no intervalo entre 1000 e 1400
horas buscando a menor interferecircncia possiacutevel das nuvens na incidecircncia de raios solares o
que poderia prejudicar as interpretaccedilotildees das anaacutelises As avaliaccedilotildees ocorreram de forma
66
mensal iniciando a partir do mecircs de novembro de 2014 e encerrando-se em junho de 2015
com o teacutermino do periacuteodo de senescecircncia foliar uma vez que a partir desse mecircs as plantas de
pinhatildeo-manso estavam praticamente com a ausecircncia de folhas e o IAF foi considerado zero
Para uma melhor confiabilidade na determinaccedilatildeo dos valores de IAF medidos no
campo foi proposta uma calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 nas plantas da aacuterea
experimental realizada concomitantemente com a avaliaccedilatildeo do experimento A calibraccedilatildeo do
equipamento LAI-2200 foi realizada a partir de 11 plantas proacuteximas da aacuterea experimental e
escolhidas aletoriamente As plantas foram selecionadas ao longo do ciclo de cultivo em
diferentes eacutepocas sendo que em cada eacutepoca do periacuteodo vegetativo e reprodutivo da cultura
duas plantas representativas nas duas aacutereas de cultivo foram escolhidas sempre uma na aacuterea
irrigada por pivocirc central e outra planta na aacuterea sem irrigaccedilatildeo A calibraccedilatildeo foi realizada
primeiramente a partir da estimativa do IAF pelo LAI-2200 feito em campo (Figura 8a e 8b)
utilizando-se a metodologia de plantas isoladas a mesma utilizada nas leituras da aacuterea
experimental Em seguida foi feita a determinaccedilatildeo do IAF real em laboratoacuterio pelo meacutetodo
destrutivo com a retirada de todas as folhas das plantas para serem passadas em um
integrador de aacuterea foliar utilizando o equipamento CI-203 da CID Bio-Sciencereg
(Figura 8c e
8d) Com os resultados obtidos foi feita uma comparaccedilatildeo do IAF real com o IAF estimado a
partir de um graacutefico de dispersatildeo utilizando uma planilha eletrocircnica de caacutelculo Assim com
base nos valores determinados foi estipulada a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo para o IAF que foi
utilizada para corrigir os valores estimados pelo LAI-2200
67
Figura 8 - Metodologia adotada para a calibraccedilatildeo do equipamento LAI 2200 com a escolha da planta (a) leitura
do IAF estimado com o LAI 2200 (b) retirada de todas as folhas da planta (c) e determinaccedilatildeo em
laboratoacuterio do IAF real da planta com o equipamento CI-203 (d)
311 Iacutendice de clorofila
A avaliaccedilatildeo do estado nutricional das plantas foi determinado a partir do iacutendice de
clorofila sendo utilizado o aparelho ClorofiLOG CFL 1030 Falkerreg
(Figura 9) Foram
determinados os teores das Clorofilas a b e total (a + b) expressas em Iacutendice de Clorofila
Falker (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB As leituras procederam-se periodicamente nas folhas
de posiccedilotildees do 2deg ou 3deg noacute do ramo vegetativo ou floriacutefero do aacutepice para base (LIMA et al
2011) sendo as folhas coletadas para posterior anaacutelise de N foliar para assim correlacionar os
teores de clorofila com o nitrogecircnio presente nas folhas Para a coleta das folhas nas posiccedilotildees
estudadas foram consideradas apenas as folhas totalmente expandidas e contadas no sentido
aacutepicebase sem qualquer vestiacutegio de lesatildeo ocasionado por patoacutegenos
d c
b a
68
Figura 9 - Leitura do Iacutendice de Clorofila FALKER utilizando o ClorofiLOG
Foram realizadas trecircs mediccedilotildees por planta sendo em trecircs plantas por parcela obtendo
portanto nove leituras por parcela sendo a meacutedia das leituras o valor de ICF representativo
da parcela As leituras com o aparelho no campo foram realizadas sempre no mesmo horaacuterio
durante o periacuteodo da manhatilde com trecircs avaliaccedilotildees ao longo do primeiro ciclo de estudo da
cultura (3ordm ano) e cinco avaliaccedilotildees ao longo do segundo ciclo (4ordm ano) No primeiro ciclo de
estudo as avaliaccedilotildees ocorreram nos meses de jan2014 mar2014 e jun2014 ou seja periacuteodo
em que ocorre o aacutepice de florescimento (janeiro) formaccedilatildeo e maturaccedilatildeo dos frutos (janeiro e
marccedilo) e o processo de senescecircncia das folhas (junho) sendo realizada a anaacutelise foliar de N
apenas no mecircs de marccedilo Por sua vez no segundo ciclo de estudo as avaliaccedilotildees foram
realizadas nos meses de nov2014 dez2014 jan2015 fev2015 e abr2015 sendo possiacutevel
acompanhar todo o periacuteodo de desenvolvimento foliar do pinhatildeo-manso acompanhando
desde o aacutepice da emissatildeo de folhas (45 dias apoacutes poda de limpeza e conduccedilatildeo) passando pelo
periacuteodo reprodutivo (floraccedilatildeo e formaccedilatildeo de frutos) maturaccedilatildeo do frutos e iniacutecio da
senescecircncia foliar No segundo ano de estudo foram realizadas anaacutelises foliares de nitrogecircnio
em todas as eacutepocas Todas as anaacutelises foliares de nitrogecircnio foram realizadas pelo meacutetodo de
digestatildeo sulfuacuterica e determinaccedilatildeo por destilaccedilatildeo agrave vapor (MALAVOLTA VITTI
OLIVEIRA 1997)
312 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo
A quantidade e a qualidade do oacuteleo da cultura do pinhatildeo-manso foram determinadas
anualmente para cada ciclo de produccedilatildeo pelo fato da cultura natildeo apresentar produccedilatildeo
uniforme ao longo do periacuteodo produtivo impossibilitando a repeticcedilatildeo das anaacutelises pelo baixo
quantitativo de sementes em determinados periacuteodos do ano A seguir satildeo descritos o meacutetodo
69
de extraccedilatildeo do oacuteleo utilizado os iacutendices de qualidade e os meacutetodos de identificaccedilatildeo e
quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos que foram posteriormente determinados
3121 Teor de oacuteleo
A determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo por semente pode ser realizada por extraccedilatildeo
em prensa hidraacuteulica e tambeacutem por uso de solvente quiacutemico Estes meacutetodos satildeo mencionados
por Achten et al (2008) e satildeo utilizados de acordo com a necessidade do usuaacuterio A prensa
hidraacuteulica eacute uma eficiente forma de extraccedilatildeo do oacuteleo para ser utilizado como biodiesel
enquanto a extraccedilatildeo quiacutemica eacute voltada para determinar a quantidade total de oacuteleo na semente
sendo mais utilizado em testes de laboratoacuterio Para este estudo apenas a determinaccedilatildeo do teor
de oacuteleo por meio de solvente quiacutemico foi realizada Para isso foram utilizadas amostras de 1
kg de polpa de semente por tratamento sendo necessaacuterio retirar as sementes do epicarpo e a
polpa da casca da semente antes do iniacutecio da extraccedilatildeo O meacutetodo da extraccedilatildeo quiacutemica de oacuteleo
vegetal foi realizado via Soxlet utilizando hexano como solvente e adotando o meacutetodo oficial
AOCS Am 5-04 da American Oil Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) Apoacutes ter passado pelo
processo de extraccedilatildeo o oacuteleo extraiacutedo foi quantificado em porcentagem de oacuteleo por unidade de
massa de sementes e em seguida destinado para as anaacutelises laboratoriais de qualidade que
seratildeo descritas a seguir
Aleacutem da determinaccedilatildeo do teor (rendimento) de oacuteleo por unidade de massa de semente
foi calculado tambeacutem a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) que apresenta a quantidade de oacuteleo
produzido (kg) por unidade aacuterea cultivada (ha) A produtividade de oacuteleo foi determinada
utilizando o produto da produtividade de sementes (kg ha-1
) com o teor de oacuteleo (decimal)
(TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) e eacute expressa na Equaccedilatildeo 3
Produtividade de oacuteleo = Produtiv sementes x Teor de oacuteleo (3)
Para fins de caracterizaccedilatildeo do oacuteleo produzido nas sementes de pinhatildeo-manso colhidas
anteriormente na aacuterea foi determinado o teor de oacuteleo das sementes colhidas no ciclo anterior
ao iniacutecio dos tratamentos (2ordm ano de cultivo) para a determinaccedilatildeo do ponto 0 que foi o ponto
de partida dos valores de qualidade do oacuteleo para as aacutereas de sequeiro e irrigada por pivocirc
central cultivados sem variaccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada O teor de oacuteleo (Tabela 7) foi
determinado por meio de prensa mecacircnica e por solvente quiacutemico (extrato eteacutereo) sendo este
70
uacuteltimo determinado na semente integral na qual natildeo houve nenhuma prensagem preacutevia no
resiacuteduo da prensagem mecacircnica (torta) para verificaccedilatildeo do quantitativo de oacuteleo que ficou
remanescente na torta prensada e na casca retirada para a prensagem das sementes
Tabela 7 - Teor meacutedio de oacuteleo por meio de prensagem mecacircnica e por solvente quiacutemico nos frutos colhidos na
aacuterea experimental antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos
Aacuterea
Teor de oacuteleo ()
Prensa mecacircnica Solvente quiacutemico
Semente Torta Casca
Pivocirc Central 3977 5557 2257 056
Sequeiro 4172 5430 1862 056
3122 Anaacutelises preliminares dos iacutendices de qualidade do oacuteleo
As anaacutelises de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso que foram realizadas a partir do
oacuteleo extraiacutedo dos frutos coletados dentro dos tratamentos aplicados na aacuterea experimental
englobaram alguns iacutendices (padrotildees) qualitativos como iacutendice de acidez iacutendice de iodo
iacutendice de peroacutexido iacutendice de refraccedilatildeo densidade relativa estabilidade oxidativa e a
identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos Com a determinaccedilatildeo da porcentagem de oacuteleo
do ponto zero presente nas amostras dos frutos coletados antes da instalaccedilatildeo dos tratamentos
os oacuteleos obtidos na prensagem mecacircnica foram utilizados posteriormente para a realizaccedilatildeo de
anaacutelises laboratoriais na determinaccedilatildeo de alguns iacutendices qualitativos do oacuteleo (Tabela 8)
Tabela 8 - Iacutendices de qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para a aacuterea experimental
Carateriacutestica Aacuterea
Pivocirc Central Sequeiro
Aspecto LII(1)
- 220(2)
LII(1)
- 220(2)
Iacutendice de Acidez 04562 04562
Iacutendice de Peroacutexido 17280 17338
Estabilidade oxidativa (horas) 1169 983
Absortividade na faixa do UV (E 232 nm) 12284 13137
Absortividade na faixa do UV (E 268 nm) 01638 01434
Massa especiacutefica a 20degC (kg m-sup3) 9152 9148
Viscosidade cinemaacutetica a 40degC (mmsup2 s-1
) 3655 3702
(1) Liacutempido e isento de impurezas (2) Temperatura durante a observaccedilatildeo Iacutendices determinados no Biodiesel
produzido a partir do oacuteleo extraiacutedo das amostras avaliadas
71
3123 Iacutendice de acidez
O iacutendice de acidez eacute um indicativo do estado de conservaccedilatildeo do oacuteleo e do
biocombustiacutevel que seraacute produzido definido como a quantidade de KOH (mg) necessaacuteria para
neutralizar os aacutecidos livres de 1 grama da amostra (ANGARITA et al 2012) Atualmente no
Brasil a regulaccedilatildeo estabelece um valor maacuteximo de 05 mg de KOH g-1
na determinaccedilatildeo do
iacutendice de acidez no biodiesel O meacutetodo utilizado para determinaccedilatildeo do iacutendice de acidez foi o
da norma NBR 14448 (ABNT) no qual o iacutendice de acidez eacute determinado por meio de
titulaccedilatildeo potenciomeacutetrica
3124 Iacutendice de iodo
Para determinaccedilatildeo do iacutendice de iodo foi utilizado o meacutetodo Cd 1d-92 da American Oil
Chemistsrsquo Society (AOCS 2003) onde foi adicionado 15 mL de clorofoacutermio em 025 g de
amostra do oacuteleo extraiacutedo agitando o composto ateacute dissoluccedilatildeo da amostra Adicionou-se em
seguida 25 mL do reagente de Wijs e o frasco foi tampado deixando em repouso no escuro
durante 30 minutos Em seguida foi adicionado 20 mL de soluccedilatildeo de KI a 15 e 150 mL de
aacutegua destilada e titulou-se com soluccedilatildeo de Na2S2O3 01 N ateacute o desaparecimento de uma
coloraccedilatildeo amarela apoacutes agitaccedilatildeo Foi adicionado 1 mL de soluccedilatildeo de amido a 1 e
continuou-se a titulaccedilatildeo gota a gota ateacute o desaparecimento da cor azul Um ensaio em branco
foi conduzido paralelamente O Iacutendice de iodo foi obtido pela Equaccedilatildeo (4)
Iacutendice de Iodo (g I2100 g de amostra) =[(BminusA) x N x 1229]
Massa da amostra (g) (4)
em que
A - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra
B - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco e
N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3
72
3125 Iacutendice de peroacutexido
Para a determinaccedilatildeo do iacutendice de peroacutexido seguiu-se o meacutetodo Cd 8b-90 (AOCS
2003) em que foram pesados 3 g da amostra em frasco de iodo de 125 mL Adicionou-se 50
mL de soluccedilatildeo de aacutecido aceacuteticoisoctano (31) e soluccedilatildeo de iodeto de potaacutessio saturada e aacutegua
destilada A seguir foi realizada titulaccedilatildeo com soluccedilatildeo de tiossulfato de soacutedio (Na2S2O3) 01N
e o volume gasto apoacutes adiccedilatildeo de goma de amido forneceu a concentraccedilatildeo em peroacutexidos
expressa em meq O2 kg-1
de amostra segundo a Equaccedilatildeo 5
IP =N x (aminusb)
Massa (gramas) x 1000 (5)
em que
N - normalidade da soluccedilatildeo de Na2S2O3
a - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo da amostra e
b - volume em mL de Na2S2O3 gasto na titulaccedilatildeo do branco
3126 Iacutendice de refraccedilatildeo
Os oacuteleos e gorduras possuem poder de refringecircncia diferente conforme sua natureza
desviando com maior ou menor intensidade os raios luminosos que os atravessam O iacutendice de
refraccedilatildeo tanto para os oacuteleos quanto para as gorduras eacute medido agrave temperatura de 40ordmC Para as
mediccedilotildees do iacutendice de refraccedilatildeo foi utilizado o meacutetodo Cc 7-25 (2003) da AOCS mediante o
uso do Refratocircmetro Abbe digital de bancada da marca QUIMIS O refratocircmetro Abbe foi
ajustado com aacutegua destilada (IR 20ordmC = 13330) Certificada a pureza (limpeza e umidade)
dos primas colocou-se 2 gotas da amostra do oacuteleo extraiacutedo entre os prismas e fechou-os para
a estabilizaccedilatildeo da temperatura Ajustou-se o aparelho para obter a leitura mais precisa
possiacutevel e entatildeo foi determinada a leitura na escala que forneceu diretamente o iacutendice de
refraccedilatildeo absoluto agrave 40ordmC
73
3127 Densidade relativa
A densidade relativa de um oacuteleo determina a relaccedilatildeo da massa de um volume unitaacuterio
da amostra agrave 40ordmC em relaccedilatildeo agrave massa de um volume de aacutegua A densidade foi medida em um
densiacutemetro automaacutetico digital da marca Rudolph Research Analytical-DQM 2911 de acordo
com a norma ASTM D4052
Com o auxiacutelio de uma seringa o bulbo amostrador foi ambientado com a amostra de
oacuteleo Na sequecircncia colocou-se a amostra no bulbo verificando se no mesmo natildeo houve
formaccedilatildeo de bolhas Apoacutes a estabilizaccedilatildeo da temperatura (40ordmC) para cada amostra foram
realizadas as leituras de densidade fornecidas diretamente pelo aparelho na temperatura do
teste
3128 Estabilidade oxidativa
A estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso foi determinada de acordo com a
norma ISO EN 6886 (2012) da Ethiopian Standard para oacuteleos vegetais e gorduras animais
utilizando-se o equipamento Rancimat 893 (Metrohm AG CH-9100 Herisau Switzerland)
(Figura 10a) na temperatura de 110degC sob o fluxo de ar de 10 L h-1
com amostras de 5 g
No meacutetodo Rancimat uma amostra de oacuteleo vegetal ou biodiesel eacute mantida em um
vaso de reaccedilatildeo agrave temperatura de 110degC e sob um fluxo de ar constante Neste momento
comeccedilam a se formar os peroacutexidos que satildeo os principais produtos formados na primeira etapa
de oxidaccedilatildeo da amostra Com o processo de oxidaccedilatildeo continuada satildeo formados compostos
orgacircnicos volaacuteteis dentre estes aacutecidos orgacircnicos de baixa massa molecular Estes compostos
satildeo transportados pelo fluxo de ar para outro recipiente contendo aacutegua destilada onde a
presenccedila dos aacutecidos orgacircnicos eacute entatildeo detectada pelo aumento da condutividade no sistema
(Figura 10b) O tempo decorrente ateacute a detecccedilatildeo dos aacutecidos orgacircnicos eacute denominado de
periacuteodo de induccedilatildeo (FLUMIGNAN et al 2012)
74
(a) (b)
Figura 10 - Rancimat em operaccedilatildeo para determinaccedilatildeo de estabilidade oxidativa (a) e esquema de funcionamento
do equipamento (b)
3129 Identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de aacutecidos graxos
Com os oacuteleos extraiacutedos de cada tratamento foram coletadas amostras para a realizaccedilatildeo
da identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos por meio de duas metodologias sendo uma
por cromatografia gasosa e a outra por ressonacircncia nuclear magneacutetica (RMN)
A cromatografia gasosa (CG) eacute o meacutetodo padratildeo adotado pela American Oil Chemists
Society (AOCS) e pela ETHIOPIAN STANDARD para a determinaccedilatildeo do conteuacutedo de
aacutecidos graxos e consiste na teacutecnica de separaccedilatildeo e anaacutelise de misturas por interaccedilatildeo dos seus
componentes entre uma fase estacionaacuteria (soacutelidaliacutequida) e uma fase moacutevel (gasosa) A CG
foi realizada de acordo com a norma ES ISO 12966-2 (2012) da ETHIOPIAN STANDARD e
a quantificaccedilatildeo dos aacutecidos graxos pelo meacutetodo da normatizaccedilatildeo que eacute baseada na
porcentagem relativa de aacuterea de um determinado aacutecido graxo em relaccedilatildeo a aacuterea total de todos
os aacutecidos (VISENTAINER FRANCO 2006)
As determinaccedilotildees da composiccedilatildeo de aacutecidos graxos por espectroscopia de RMN de 1H
foram realizadas num espectrocircmetro de RMN Bruker Avance 400 operando a 94 T com os
nuacutecleos 1H a 40013 MHz A metodologia completa de RMN
1H para a determinaccedilatildeo da
composiccedilatildeo de aacutecidos graxos de oacuteleos vegetais eacute descrita por Barison et al (2010)
75
313 Anaacutelise dos dados
Os dados experimentais do desenvolvimento vegetativo das variaacuteveis fisioloacutegicas da
produtividade e dos iacutendices de qualidade do oacuteleo de cada ciclo da cultura para cada tratamento
foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk (SHAPIRO WILK 1965) (valor p gt 001) e de
Levene (BOX 1953) (valor p gt 001) para verificaccedilatildeo baacutesica da normalidade e
homocedasticidade residuais
Os dados das variaacuteveis com os valores absolutos ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo
como produccedilatildeo de frutos e sementes relaccedilatildeo sementefruto produtividade de sementes
produtividade de aacutegua teor e produtividade de oacuteleo aleacutem dos iacutendices de qualidade de oacuteleo
foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia (ANOVA) utilizando o PROC GLM do programa
computacional estatiacutestico SASreg (SAS INSTITUTE 2009) Os efeitos quantitativos foram
avaliados por meio de polinocircmios ortogonais utilizando anaacutelise de regressatildeo segundo sua
significacircncia pelo Teste F jaacute os efeitos qualitativos foram submetidos ao teste de meacutedias de
Tukey (valor p lt 005) Para o caacutelculo do Rsup2 na anaacutelise de regressatildeo foi determinado o Rsup2
corrigido no qual a variacircncia das repeticcedilotildees foi removida (erro puro) e o caacutelculo fez-se por
meio da relaccedilatildeo entre o Rsup2 da regressatildeo e o Rsup2 maacuteximo obtido da anaacutelise de variacircncia
(BERTHOUEX BROWN 2002) em outras palavras o Rsup2 corrigido eacute a porcentagem da
quantidade de variaccedilatildeo que pode ser explicada por cada modelo de regressatildeo
As variaacuteveis com medidas repetidas (dados longitudinais) como as anaacutelises de
crescimento o IAF os iacutendices de clorofila e o nitrogecircnio foliar foram analisadas por meio do
modelo de anaacutelises (uni e multivariada) de perfis que eacute o modelo mais simples para o caso de
medidas repetidas Inicialmente foram realizados para cada variaacutevel os testes de normalidade
e de esfericidade da matriz de variacircncia de forma a satisfazer agraves pressuposiccedilotildees do modelo O
teste de esfericidade utilizado neste estudo foi o teste de esfericidade de Mauchly (1940) que
verifica se uma populaccedilatildeo normal multivariada apresenta variacircncias iguais e as correlaccedilotildees
nulas Nos casos em que o teste de esfericidade de Mauchly resultou em natildeo significativo
(valor p gt 005) concluiu-se que a matriz de covariacircncias eacute do tipo esfeacuterica e o teste
univariado de perfis foi analisado caso contraacuterio o uso da anaacutelise multivariada de perfis
(MANOVA) que eacute uma das alternativas recomendadas neste caso foi adotada
(FERNANDEZ 1991) Para auxiliar na interpretaccedilatildeo dos resultados foram plotados os
graacuteficos do comportamento dos perfis meacutedios para visualizar a presenccedila ou ausecircncia de
paralelismo entre os perfis e se os mesmos satildeo horizontais O teste estatiacutestico multivariado
76
escolhido foi o teste de Traccedilo de Pillai pois apresenta o maior poder descritivo (tomada a
decisatildeo correta de rejeitar uma hipoacutetese H0 dado que H0 eacute falsa) sendo o mais robusto agrave natildeo
normalidade dentre os outros testes existentes na literatura como Lambda de Wilks Traccedilo de
Lawley-Hotelling e a Maior Raiz de Roy (JOHNSON WICHERN 2007) Estas anaacutelises
foram realizadas por meio do PROC GLM do SASreg utilizando o comando REPEATED e a
opccedilatildeo PRINTE (SAS INSTITUTE 2009)
A anaacutelise de regressatildeo nas variaacuteveis com medidas repetidas ao longo do tempo foi
determinada utilizando o PROC REG do SASreg e para a escolha do melhor modelo a ser
utilizado para cada tratamento seguiu-se de acordo com a significacircncia das estimativas dos
paracircmetros de cada equaccedilatildeo procedendo-se tambeacutem agraves comparaccedilotildees entre os modelos via
criteacuterio de informaccedilatildeo utilizando o criteacuterio de informaccedilatildeo de Akaike (AIC) e o criteacuterio
Bayesiano de Schwarz (BIC) escolhendo ao final o menor valor para tais criteacuterios O caacutelculo
do Rsup2 corrigido tambeacutem foi utilizado para estas variaacuteveis
Para os dados climatoloacutegicos coletados nos dois anos de experimento foi realizado
uma estatiacutestica descritiva com os valores meacutedios maacuteximos miacutenimos e o desvio padratildeo de
cada componente climaacutetico Para os perfis cromatograacuteficos analisados via cromatografia
gasosa o mesmo tipo de anaacutelise foi realizado devido ao baixo nuacutemero de repeticcedilotildees para a
realizaccedilatildeo das anaacutelises e pelo fato do fator bloco natildeo ter sido considerado nas anaacutelises Os
resultados das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo do biodiesel natildeo passaram por qualquer anaacutelise
estatiacutestica servindo apenas como resultado descritivo das amostras de oacuteleo extraiacutedas das
sementes dos tratamentos
77
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Monitoramento meteoroloacutegico
A estatiacutestica descritiva dos valores diaacuterios de umidade relativa do ar temperaturas
maacutexima meacutedia e miacutenima radiaccedilatildeo global e velocidade do vento coletados durante o periacuteodo
de estudo aleacutem dos valores de ETc para cada aacuterea de manejo hiacutedrico satildeo apresentados na
Tabela 9 Ao longo do ciclo a variaccedilatildeo diaacuteria de temperatura apresentou-se alta durante o
periacuteodo mais frio do ano tornando-se baixa no restante do ciclo apresentando ao final uma
amplitude teacutermica diaacuteria maacutexima de 247degC e 248degC ao longo do primeiro e segundo ciclo
respectivamente Mesmo assim a regiatildeo onde estava instalada a cultura apresentou uma
temperatura meacutedia anual de 230 degC e 238degC para o terceiro e quarto ano de cultivo
respectivamente ficando portanto dentro da faixa oacutetima de desenvolvimento da cultura qual
seja entre 180degC e 285degC (SATURNINO et al 2005) Entretanto a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura no ano como pode ser observada na Figura 11 e geralmente ocorrida na regiatildeo
com temperaturas mais amenas nos meses do outono e inverno paralisa o crescimento das
plantas ocorrendo a queda natural das folhas o que pode provavelmente reduzir a produccedilatildeo de
sementes (SATURNINO et al 2005)
Tabela 9 - Estatiacutestica descritiva das variaacuteveis meteoroloacutegicas observadas na aacuterea experimental
Variaacuteveis
meteoroloacutegicas
Ciclo 201314 Ciclo 201415
Meacutedia Desvio
Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo Meacutedia
Desvio
Padratildeo Maacuteximo Miacutenimo
Tmaacutex (degC) 297 425 387 145 301 399 386 162
Tmeacuted (degC) 230 361 309 123 238 320 302 136
Tmin (degC) 163 411 239 52 174 366 240 750
UR () 712 123 990 450 764 135 1000 330
Qg (MJ m-sup2 d
-sup1) 197 70 330 277 345 296 983 260
U2 (m s-1
) 160 044 362 078 137 063 391 022
ETc-I (mm d-1
) 374 221 814 040 321 219 818 053
ETc-S (mm d-1
) 146 088 491 046 291 167 746 042
Tmaacutex ndash Temperatura maacutexima Tmeacuted ndash Temperatura meacutedia Tmin ndash Temperatura miacutenima UR ndash Umidade
relativa do ar Qg ndash Radiaccedilatildeo global U2 ndash Velocidade do vento ETc-I ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea irrigada
ETc-S ndash Evapotranspiraccedilatildeo da aacuterea sem irrigaccedilatildeo
O municiacutepio de Piracicaba-SP assim como boa parte da regiatildeo Sudeste apresentou
durante o ano agriacutecola de 20132014 um periacuteodo atiacutepico no regime de chuvas A quantidade
de chuvas incidida durante o veratildeo de 2014 na aacuterea experimental e em todo o estado de Satildeo
Paulo foi 90 a menos do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no mesmo periacuteodo Isso fez com
que o niacutevel do rio Piracicaba que circunda a aacuterea experimental se reduzisse drasticamente e o
78
niacutevel de aacutegua do reservatoacuterio da fazenda experimental se esgotasse quase que por completo o
que acarretou na diminuiccedilatildeo das irrigaccedilotildees realizadas ao longo do ciclo Durante o primeiro
ciclo de avaliaccedilatildeo (agosto2013 a julho2014) ocorreram 5877 mm mal distribuiacutedos ao
longo do ciclo e concentrado na maior parte em periacuteodos isolados Esse valor anual descrito
representa uma quantidade 56 menor do que a meacutedia histoacuterica ocorrida no local e encontra-
se abaixo do limite miacutenimo na qual a produccedilatildeo eacute drasticamente afetada com valores anuais
inferiores a 600 mm ocorrendo principalmente em regiotildees de baixa umidade e que causa a
paralisaccedilatildeo do crescimento vegetativo (HENNING 1996) No segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
ocorreu aumento do periacuteodo de chuvas com o valor anual (agosto2014 a julho2015) de
7150 mm bem distribuiacutedos ao longo de todo o ciclo
T maacutex ndash Temperatura maacutexima T min ndash Temperatura miacutenima UR - Umidade Relativa do ar PPT (mm) ndash
Precipitaccedilatildeo Eto Ac ndash Evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia Acumulada (mm) Ppt Ac ndash Precipitaccedilatildeo Acumulada
(mm)
Figura 11 - Dados meteoroloacutegicos observados durante o primeiro e o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura
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Um
ida
de
rela
tiv
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)
Tem
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atu
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oC
)
T maacutex (degC) T min (degC) UR ()
1ordm Ciclo 2ordm Ciclo
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1800
Pre
cip
ita
ccedilatildeo
(m
m)
Lacirc
min
as
acu
mu
lad
as
(mm
)
Eto Ac Ppt Ac PPT (mm)
2ordm Ciclo1ordm Ciclo
79
A evapotranspiraccedilatildeo da cultura (ETc) apresentou para o terceiro e quarto ano de
cultivo do pinhatildeo-manso para as aacutereas manejadas com e sem irrigaccedilatildeo valores proacuteximos das
meacutedias encontradas por Lena (2013) para o primeiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso nas duas
aacutereas em estudo A semelhanccedila dos valores de ETc para a fase de formaccedilatildeo da cultura no
campo no seu primeiro ano de cultivo com o terceiro e quarto ano de cultivo da planta se
deve ao caso da maior taxa de evaporaccedilatildeo do solo nos primeiros meses de cultivo jaacute que com
o baixo porte da planta e com o nuacutemero reduzido de folhas a sua taxa diaacuteria de transpiraccedilatildeo
foi considerada baixa Com o desenvolvimento vegetativo da planta no seu terceiro e quarto
ano de cultivo houve o aumento na taxa de transpiraccedilatildeo das plantas sendo superior nos
tratamentos irrigados devido ao maior porte das plantas e agrave incidecircncia foliar o que ocasionou
um maior sombreamento no solo diminuindo consequentemente a taxa evaporativa do solo
Everson Mengistu e Gush (2013) encontraram para plantas de pinhatildeo-manso na Aacutefrica do Sul
valores entre 3 a 4 mm dia-sup1 na evapotranspiraccedilatildeo diaacuteria das plantas durante o veratildeo
(dezembro-fevereiro) e com a queda natural das folhas no periacuteodo de inverno (maio-agosto)
o valor meacutedio diaacuterio foi insignificante sendo menor do que 1 mm dia-sup1
O pinhatildeo-manso possui metabolismo fotossinteacutetico intermediaacuterio C3-CAM (LUTTGE
2008) e sob estiacutemulo de falta de aacutegua salinidade fotoperiacuteodo ou termoperiacuteodo passam a
apresentar o comportamento CAM (LUTTGE KLUGE BAUER 1996) No caso deste
estudo quando o cultivo esteve em periacuteodos com altas temperaturas (gt 30ordmC) ou quando
sofreram grande restriccedilatildeo hiacutedrica no caso dos tratamentos sem irrigaccedilatildeo as plantas
possivelmente adotaram o metabolismo CAM economizando aacutegua e reduzindo a sua
acumulaccedilatildeo de mateacuteria seca (PIMENTEL 1998) Isto explica os baixos valores meacutedios de
ETc apresentados principalmente pelos tratamentos sem irrigaccedilatildeo nos periacuteodos de formaccedilatildeo
e emissatildeo de folhas antes do iniacutecio do periacuteodo caducifoacutelio
42 Irrigaccedilotildees realizadas
Na Figura 12 satildeo apresentadas as lacircminas aplicadas pelo sistema de irrigaccedilatildeo por pivocirc
central no terceiro ano de cultivo Problemas operacionais e de manutenccedilatildeo no sistema de
bombeamento nos meses de outubro de 2013 e janeiro de 2014 impossibilitaram a realizaccedilatildeo
da irrigaccedilatildeo na aacuterea Devido a reduccedilatildeo do niacutevel do reservatoacuterio ocasionado pelo baixo volume
precipitado no veratildeo de 2014 e associado ao final da produccedilatildeo de frutos e iniacutecio do periacuteodo de
senescecircncia das folhas a irrigaccedilatildeo a partir do mecircs de julho de 2014 foi cessada natildeo sendo
80
retomada no ciclo seguinte devido a seacuteria restriccedilatildeo hiacutedrica encontrada no reservatoacuterio No
total foram aplicados no primeiro ciclo de avaliccedilatildeo 7311 mm de lacircmina bruta de irrigaccedilatildeo o
que considerando o periacuteodo de pleno funcionamento da moto bomba aplicou-se uma meacutedia de
36 mm dia-1
Considerando a lacircmina total recebida (irrigaccedilatildeo + precipitaccedilatildeo) as aacutereas
cultivadas com irrigaccedilatildeo por pivocirc central e sem irrigaccedilatildeo receberam 13234 mm e 5877 mm
respectivamente Resultados semelhantes foram encontrados por Rao et al (2012) que
avaliaram o consumo hiacutedrico do pinhatildeo-manso no semiaacuterido indiano e encontraram para
plantas cultivadas sem nenhum estresse hiacutedrico uma variaccedilatildeo da evapotranspiraccedilatildeo da cultura
entre 1410 e 1538 mm por ano durante os anos de 2006 a 2009 e cultivado sob condiccedilotildees
naturais a ETc variou entre 614 e 930 mm
Figura 12 - Lacircminas de irrigaccedilatildeo aplicadas durante o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura
43 Monitoramento da umidade do solo
Na Figura 13 satildeo apresentados a variaccedilatildeo de umidade do solo na aacuterea experimental
para as quatros doses de adubaccedilatildeo nitrogenada da aacuterea sem irrigaccedilatildeo em quatro diferentes
camadas ao longo do perfil do solo Ressalta-se que por apresentar apenas caracteriacutesticas de
monitoramento da umidade solo os valores apresentados foram coletados em um determinado
intervalo de tempo ao longo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo apenas como forma de
comparaccedilatildeo entre os tratamentos e o perfil de umidade do solo nos lisiacutemetros de cada aacuterea
onde na aacuterea irrigada o seu manejo foi adotado
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set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14
Lacircm
inas
ap
lica
das
(mm
)
81
Figura 13 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo
A umidade do solo presente na primeira camada do solo (0-020 m) apresentou as
maiores variaccedilotildees para todos os tratamentos monitorados tendo menores variaccedilotildees temporais
nas demais camadas do solo De acordo com Campos et al (1994) as alteraccedilotildees de umidade
do solo satildeo dinacircmicas e ocorrem em curto e longo periacuteodo de tempo sendo principalmente
na camada superficial do solo
A partir dos dados obtidos da caracterizaccedilatildeo inicial do solo feito por Flumignan
(2012) como capacidade de campo ponto de murchamento permanente e densidade do solo
representativa para a aacuterea sem irrigaccedilatildeo ao longo do perfil do solo foi calculado o
armazenamento de aacutegua no solo para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de
pesagem localizados proacuteximos a aacuterea experimental (Figura 14) A partir dos dados
observados constata-se o maior consumo hiacutedrico e com isso os menores volumes de aacutegua
armazenados nos tratamentos sem restriccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada com as doses de 150
de N (S1) e 100 de N (S2) seguido tambeacutem das plantas localizadas dentro dos lisiacutemetros
que foram tambeacutem adubadas com 100 da recomendaccedilatildeo de adubaccedilatildeo para a cultura
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Um
ida
de
vo
lum
eacutetri
ca (
)
S1 - 150N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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S2 - 100N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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Um
idad
e volu
meacutet
rica
(
)
S3 - 50N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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S4 - 0N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
82
Figura 14 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo
nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea sem irrigaccedilatildeo utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner
2000
A variaccedilatildeo da umidade volumeacutetrica do solo na aacuterea irrigada por pivocirc central nos
quatro tratamentos de adubaccedilatildeo aplicados em diferentes camadas do perfil do solo satildeo
apresentadas na Figura 15 Assim como nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo os quatro tratamentos
adotados na aacuterea irrigada apresentaram o mesmo comportamento na variaccedilatildeo de umidade no
periacuteodo de avaliaccedilatildeo com a umidade na camada de 0-020 m apresentando as maiores
variaccedilotildees e as demais camadas com poucas variaccedilotildees ao longo do periacuteodo de monitoramento
Isso se deve ao fato dessa camada apresentar-se na superfiacutecie do solo e tendo o contato direto
da radiaccedilatildeo solar acaba favorecendo no processo de evaporaccedilatildeo da aacutegua nos primeiros
centiacutemetros de solo estando susceptiacutevel aos ciclos de umedecimento e secagem consequente
dos eventos de precipitaccedilatildeo e estiagem (CAMPOS et al 1994) A maior concentraccedilatildeo
radicular da cultura nos primeiros centiacutemetros do solo e as raiacutezes da vegetaccedilatildeo rasteira
contribuiacuteram na maior absorccedilatildeo radicular de aacutegua nesta camada favorecendo tambeacutem a sua
maior variabilidade de umidade do solo Aliado a esses fatores a baixa ascensatildeo capilar em
maiores profundidades nesse solo por apresentar lenccedilol freaacutetico profundo proporcionou uma
menor variaccedilatildeo de sua umidade nas camadas subsequentes
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Arm
azen
amen
to d
e aacuteg
ua
no s
olo
(m
m)
S1 S2 S3 S4 Lisiacutemetro
83
Figura 15 - Variaccedilatildeo da umidade do solo ao longo do tempo nos tratamentos irrigados
O armazenamento de aacutegua no solo nos tratamentos irrigados diferente da aacuterea sem
irrigaccedilatildeo apresentou os menores valores para os perfis de solo situados dentro dos lisiacutemetros
seguidos em alguns momentos pelo tratamento P1 ou P2 e ao final pelo tratamento P3 O
armazenamento de aacutegua no solo ao longo de periacuteodo de monitoramento para os quatro
tratamentos de adubaccedilatildeo e do lisiacutemetro de pesagem localizados na aacuterea irrigada satildeo
apresentados na Figura 16
Figura 16 - Armazenamento de aacutegua no solo na camada de 0-08 m para os quatro tratamentos de adubaccedilatildeo
nitrogenada e dentro do lisiacutemetro na aacuterea irrigada utilizando a sonda de capacitacircncia Diviner 2000
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Um
idad
e volu
meacutet
rica
(
)P1 - 150N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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Um
idad
e volu
meacutet
rica
(
)
P3 - 50N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
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P4 - 0N
0-20cm 20-40cm 40-60cm 60-80cm
0
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Arm
azen
amen
to d
e aacuteg
ua
no
so
lo (
mm
)
P1 P2 P3 P4 Lisiacutemetro
84
44 Produtividade da cultura
Ao longo do periacuteodo de colheita do terceiro ano de cultivo realizado de janeiro2014 a
junho2014 foram obtidos em meacutedia 158 kg de fruto por planta para toda a aacuterea
experimental Com exceccedilatildeo da relaccedilatildeo frutosemente todas as variaacuteveis apresentaram
diferenccedila significativa para o efeito da irrigaccedilatildeo e do aumento da dose de adubo nitrogenado
(Tabela 10) o que explica que o aumento da produccedilatildeo e da produtividade de frutos e
sementes se daacute pelo maior nuacutemero de frutos produzidos sendo o aumento da massa de
sementes proporcional Natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N aplicadas
O tratamento P1 (150 N ndash Irrigado) foi o que apresentou a melhor resposta seguido do
tratamento P2 (100 N ndash Irrigado) Com relaccedilatildeo agraves doses de adubaccedilatildeo em todos os casos os
tratamentos com 0 de N (P4 e S4) apresentaram desempenho inferior diferindo
estatisticamente das demais doses aplicadas (Tabela 11)
Tabela 10 - Valores de F para produccedilatildeo de frutos (ProdF) e sementes (ProdS) em kg pl-1
relaccedilatildeo sementefruto
(RelSF) e produtividade de sementes (PS) em kg ha-1
Fonte de
Variaccedilatildeo
Ciclo 201314 Ciclo 201415
GL ProdF ProdS Rel SF PS ProdF ProdS Rel
SF PS
Blocos [I] 6 138
125
041ns
1246
268 157
ns 135
ns 158
ns
I 1 1512
1481
017ns
1478
428
365
054ns
365
N 3 307
319
345ns
319
307
241
080ns
242
I x N 3 083ns
094ns
194ns
094ns
106ns
047ns
113ns
048ns
Meacutedia geral 1188 0797 0668 6640 1499 0946 0632 8672
CV () 153 155 25 155 162 184 53 184
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 11 - Produtividade meacutedia das sementes de pinhatildeo-manso (kg ha-1
) em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e doses
de nitrogecircnio aplicado
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
Meacutedias 150 100 50 0
Ciclo 201314
Irrigado 11078 9718 8730 5895 8855 A
Sequeiro 6018 4875 5258 1550 4425 B
Meacutedias 8548 a 7296 ab 6994 b 3723 c
Ciclo 201415
Irrigado 13088 11005 10110 7300 10376 A
Sequeiro 10750 7548 6465 3110 6968 B
Meacutedias 11919 a 9276 b 8288 b 5205 c
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
85
Para a produtividade de sementes o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste
para as duas condiccedilotildees da produtividade de sementes em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nos
dois anos de avaliaccedilatildeo (Figura 17 e Figura 18) O uso da irrigaccedilatildeo duplicou a produtividade
de sementes no terceiro ano de cultivo apresentando tambeacutem uma oacutetima resposta com a
adubaccedilatildeo nitrogenada O quarto ano de cultivo (segundo ano de avaliaccedilatildeo) apresentou um
consideraacutevel acreacutescimo na produccedilatildeo de frutos e sementes no cultivo sem irrigaccedilatildeo com as
maiores doses de adubo nitrogenado onde o efeito da produccedilatildeo se mostrou acentuado com a
complementaccedilatildeo de aacutegua por irrigaccedilatildeo e com a correta adubaccedilatildeo nitrogenada quadruplicando
a sua produccedilatildeo em alguns casos quando se verificou o comportamento linear crescente no 4ordm
ano com acreacutescimo de 00035 Mg ha-1
e 00047 Mg ha-1
da produtividade de sementes para
cada kg de nitrogecircnio aplicado por hectare na aacuterea irrigada e sem irrigaccedilatildeo respectivamente
Por ser ainda uma planta em formaccedilatildeo eacute aceitaacutevel o fato da produtividade do terceiro ano de
cultivo da cultura ser inferior ao ano seguinte por receber uma menor dosagem na sua
adubaccedilatildeo de manutenccedilatildeo e por principalmente a cultura passar pelo processo de
estabelecimento nos seus primeiros anos jaacute que o seu pico de produccedilatildeo soacute eacute observado a
partir do seu quinto ano de cultivo (ARRUDA et al 2004)
Figura 17 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
y = 00048x + 06377
Rsup2 = 09453 p-valor = 00099
y = 00038x + 0247
Rsup2 = 07245 p-valor = 00011
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
sem
ente
s (M
g h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
86
Figura 18 - Produtividade de sementes do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no quarto ano de cultivo
Patolia et al (2007) avaliaram o desenvolvimento do pinhatildeo-manso nos dois primeiros
anos agriacutecolas de cultivo (200405 e 200506) em funccedilatildeo da fertilizaccedilatildeo mineral de N e P e
notaram que apesar do aumento adicional da dosagem de N no primeiro ano cultivo natildeo foi
observado aumento significativo na produtividade diminuindo com a aplicaccedilatildeo da dosagem
de 60 kg ha-sup1 (N60) com relaccedilatildeo a dosagem de 45 kg ha
-sup1 (N45) Com isso as maiores
produtividades de sementes da cultura (356 e 4672 kg ha-1
) foram registradas com o uso de
N45 e N60 em 200405 e 200506 respectivamente A exigecircncia de uma menor quantidade
de N nos primeiros anos da cultura confirma as recomendaccedilotildees propostas por FACT (2010)
que estabelece doses crescentes dos nutrientes a partir do seu primeiro ano de cultivo no
campo ateacute o seu quarto ano de cultivo quando a cultura inicia o seu pico de produccedilatildeo
Os resultados apresentados nesse trabalho encontram-se abaixo do relatado na
literatura claacutessica sobre a cultura (HELLER 1996) entretanto por existir pouca informaccedilatildeo
sobre a cultura muitos autores estimaram a produtividade da cultura caso o seu provaacutevel
potencial fosse atingido (ARRUDA et al 2004 TEWARI 2009 FACT 2010) Em
contrapartida trabalhos mais recentes obtiveram produtividades semelhantes ou abaixo para
os primeiros anos de cultivo da cultura (KHEIRA ATTA 2009 KESAVA RAO et al 2012
TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013)
O aumento da produtividade de frutos e sementes com a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo
nitrogenada comprova que essa cultura apesar de possuir caracteriacutesticas de adaptaccedilatildeo a
y = 00035x + 07638
Rsup2 = 09646 p-valor = 00015
y = 00047x + 0337
Rsup2 = 09674 p-valor lt00001
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 515 103 1545
Pro
du
tivid
ad
e d
e se
men
tes
(Mg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
87
condiccedilotildees adversas de clima e solo como a sua restriccedilatildeo de fertilidade pode obter ganhos
consideraacuteveis na sua produtividade quando o solo eacute corretamente suprido quanto agraves suas
exigecircncias nutricionais Mohapatra e Panda (2011) ao estudarem os efeitos de diferentes
dosagens e combinaccedilotildees da adubaccedilatildeo NPK na produccedilatildeo de pinhatildeo-manso de cinco anos de
cultivo no leste da Iacutendia encontraram para o tratamento que recebeu a maior dosagem de N
(60 g planta-sup1) aplicado via ureia a maior produtividade de sementes (42721 kg ha
-sup1) Yong
et al (2010) tambeacutem verificaram uma maior produtividade da cultura com aplicaccedilatildeo de
maiores doses de fertilizante nitrogenado tendo um aumento exponencial do nuacutemero de frutos
por planta com o aumento da dosagem de fertilizante tambeacutem foram obtidas melhorias nas
caracteriacutesticas fisioloacutegicas da planta como um maior teor de N foliar maior capacidade de
assimilaccedilatildeo maacutexima de CO2 e maior teor de clorofila total
A praacutetica da irrigaccedilatildeo garantiu para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo da cultura um
aumento de mais de 100 da produtividade de sementes em comparaccedilatildeo com o cultivo em
sequeiro Para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo a aacuterea com histoacuterico de irrigaccedilatildeo apresentou um
aumento crescente em relaccedilatildeo ciclo passado soacute que desta vez acompanhado com o aumento
do cultivo sem irrigaccedilatildeo ainda assim o aumento da produtividade na aacuterea com histoacuterico de
irrigaccedilatildeo apresentou-se com uma produtividade 489 maior do que o cultivo sem irrigaccedilatildeo
O uso da irrigaccedilatildeo complementar assim como neste estudo tem se apresentado essencial em
outros trabalhos para garantir o aumento da produtividade e a garantia da sobrevivecircncia da
cultura em alguns casos (KHEIRA ATTA 2009 BEHERA et al 2010 SILVA et al 2011
OLIVEIRA et al 2012 TIKKOO YADAV KAUSHIK 2013) Em uma aacuterea de baixada
irrigada com boa fertilidade Purcino e Drummond (1986) observaram que o pinhatildeo-manso
comeccedilou a produzir logo no segundo ano atingindo 2000 kg ha-1
de sementes Por outro lado
Drumond et al (2007) obtiveram produtividades variando de 330 kg ha-1
em condiccedilotildees de
sequeiro a 1200 kg ha-1
em aacuterea irrigada jaacute no primeiro ano de cultivo em Petrolina-PE
88
45 Produtividade da aacutegua
Na Figura 19 satildeo apresentados os valores de produtividade de aacutegua (PA) em
quilogramas de sementes produzidas para as aacutereas irrigada e sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das
diferentes doses de nitrogecircnio aplicada para o terceiro ano de cultivo do pinhatildeo-manso Para
este estudo foi calculada a produtividade de aacutegua apenas para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo
devido agrave ausecircncia de irrigaccedilatildeo no ciclo seguinte
Figura 19 - Produtividade de aacutegua para a cultura do pinhatildeo-manso para todos os tratamentos no terceiro ano de
cultivo
O tratamento S1 foi o que apresentou a melhor produtividade de aacutegua com 102 kg m-
sup3 seguido por S3 P1 e S2 Comparando a praacutetica da irrigaccedilatildeo os tratamentos irrigados natildeo
corresponderam proporcionalmente a uma maior produccedilatildeo pelo total de aacutegua aplicada na
cultura embora a PA natildeo tenha diferido entre os diferentes tipos de manejo hiacutedrico (Tabela
12) A produtividade meacutedia de aacutegua nos tratamentos irrigados foi de 067 kg m-sup3 enquanto
que nos tratamentos sem irrigaccedilatildeo foi de 076 kg m-sup3 valores estes superiores aos encontrados
por Sousa et al (2012) de 060 kg m-sup3 O efeito da adubaccedilatildeo nitrogenada mostrou-se
altamente significativo na PA (Tabela 12) o que confirma os resultados encontrados por
diversos autores em outras culturas agriacutecolas (NIELSEN HALVORSON 1991 MEDEIROS
DUBEUX JUNIOR 2008 CHAVES GHEYI RIBEIRO 2011) Assim como a
produtividade da cultura natildeo houve interaccedilatildeo entre o manejo hiacutedrico e as doses de N
aplicadas
P1
P2P3
P4
S1
S2S3
S4
00
02
04
06
08
10
12
150 N 100 N - S1 50 N 0 N
Pro
du
tiv
ida
de
de
aacuteg
ua
(k
g m
-sup3)
Irrigado (Pivocirc central) Natildeo irrigado (Sequeiro)
89
Tabela 12 ndash Anaacutelise de variacircncia para produtividade de aacutegua (PA) no terceiro ano de cultivo
Fonte de Variaccedilatildeo GL Quadrado meacutedio F Valor-p
Blocos [I] 6 00855 371 00141
I 1 00587 254 01281
N 3 05004 217 lt00001
I x N 3 00696 302 00569
Resiacuteduo 18 002305
Meacutedia geral 0715
CV () 212
I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo aos tratamentos adubados constata-se que apenas os tratamentos sem
adubaccedilatildeo nitrogenada tiveram uma draacutestica reduccedilatildeo na produtividade de aacutegua
correspondendo com a sua baixa produtividade de sementes diferindo dos resultados
encontrados por Yang et al (2013) A Figura 20 apresenta o diagrama de dispersatildeo e a
equaccedilatildeo de regressatildeo da produtividade em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas no solo
no terceiro ano de cultivo O modelo de regressatildeo linear foi o uacutenico que proporcionou ajuste
significativo para todos os componentes da equaccedilatildeo obtendo um coeficiente de determinaccedilatildeo
corrigido de 813 Sousa et al (2012) para o pinhatildeo-manso e Barros Juacutenior et al (2008) para
a cultura da mamoneira tambeacutem observaram um aumento linear para a PA nesses trabalhos
tais aumentos foram resultantes do incremento da disponibilidade de aacutegua no solo Pelo fato
do uso da irrigaccedilatildeo e da sua interaccedilatildeo com os tratamentos adubados natildeo ter dado efeito
significativo uma uacutenica equaccedilatildeo de ajuste da produtividade de aacutegua em funccedilatildeo das doses de
nitrogecircnio foi determinada
90
Figura 20 - Produtividade da aacutegua do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
A praacutetica da irrigaccedilatildeo apesar de ter gerado um aumento significativo na produtividade
de frutos e sementes de pinhatildeo-manso natildeo acarretou em uma variaccedilatildeo significativa na
produtividade de aacutegua para a cultura Estes resultados apresentam-se distintos quando
comparados com outros trabalhos da literatura nos quais a aplicaccedilatildeo da quantidade ideal de
aacutegua por irrigaccedilatildeo com o seu correto manejo para a cultura do pinhatildeo-manso permitiu trazer
diferentes resultados natildeo garantindo uma maior produtividade da aacutegua ou eficiecircncia no seu
uso Santana et al (2015) encontraram para as plantas de pinhatildeo-manso irrigadas com deacuteficit
hiacutedrico uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua fotossinteacutetica com uma reduccedilatildeo de 27 no
consumo total de aacutegua entretanto as plantas com irrigaccedilatildeo plena (tratamento controle)
obtiveram uma maior eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de biomassa devido ao efeito
negativo dos tratamentos irrigados com deacuteficit na produccedilatildeo de biomassa Kheira e Atta
(2009) avaliando a resposta do pinhatildeo-manso sob deacuteficit hiacutedrico no Egito encontraram
valores de PA de 021 044 031 e 041 kg m-sup3 para 125 100 75 e 50 da
Evapotranspiraccedilatildeo da cultura respectivamente apresentando um ajuste quadraacutetico assim
como foi encontrado por Deus et al (2012) Jaacute Sousa et al (2012) encontraram um aumento
na PA em plantas de pinhatildeo-manso que recebiam a menor lacircmina de irrigaccedilatildeo Estes mais
variados comportamentos da cultura com relaccedilatildeo a sua eficiecircncia do uso da aacutegua ou
produtividade de aacutegua como eacute mais comumente chamado nos dias atuais corroboram com os
relatos de Jongschaap et al (2007) de que o pinhatildeo-manso apesar de possuir caracteriacutesticas
de se desenvolver em regiotildees semiaacuteridas e aacuteridas tropicais sendo entatildeo considerada como
y = 000505x + 04537
Rsup2corr = 08129 p-valor = lt00001
00
02
04
06
08
10
12
14
16
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
aacuteg
ua
(k
g m
- sup3)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
91
uma cultura tolerante a escassez hiacutedrica ainda eacute pouco estudado no que se refere ao seu uso
da aacutegua e agrave sua eficiecircncia do uso da aacutegua
Com isso observa-se que a maior produtividade de sementes encontrada no
tratamento irrigado com a maior dose de nitrogecircnio aplicada natildeo corresponde agrave maior
produtividade de aacutegua que foi obtida no tratamento com a maior dose de nitrogecircnio aplicado
soacute que no tratamento sem irrigaccedilatildeo Comportamento semelhante foi encontrado por Yang et
al (2013) que estudaram os efeitos da adiccedilatildeo de nitrogecircnio e do uso da aacutegua no crescimento e
desenvolvimento do pinhatildeo-manso e encontraram que com o maior intervalo de irrigaccedilatildeo (12
dias) houve reduccedilatildeo significativa no crescimento liacutequido da planta na aacuterea foliar na massa
seca total e na capacidade de armazenamento da aacutegua Entretanto houve economia de aacutegua de
irrigaccedilatildeo de 21 quando comparado com intervalos menores (4 e 8 dias) Contudo os autores
relatam que os maiores intervalos de irrigaccedilatildeo aumentaram a eficiecircncia do uso da aacutegua na
irrigaccedilatildeo (EUAi) e a eficiecircncia do uso da aacutegua no cultivo (EUAet) Assim a combinaccedilatildeo ideal
foi o tratamento com intervalo de irrigaccedilatildeo de 12 dias com o uso de nitrogecircnio o qual pode
aumentar a eficiecircncia do uso da aacutegua que apresenta o mesmo o conceito da produtividade da
aacutegua com a diferenccedila de que a produtividade de aacutegua eacute o produto da integraccedilatildeo das taxas de
produccedilatildeo de mateacuteria seca e da transpiraccedilatildeo (ou evapotranspiraccedilatildeo) ao longo do tempo
(FRIZZONE 2014)
46 Anaacutelise de crescimento
Na Figura 21 eacute ilustrada a altura meacutedia da planta sob condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro e
das doses de nitrogecircnio respectivamente nos periacuteodos de cultivo e nas eacutepocas de avaliaccedilatildeo
as cinco primeiras eacutepocas de avaliaccedilatildeo correspondem ao ciclo 201314 e as cinco uacuteltimas
avaliaccedilotildees ao ciclo 201415 Observa-se que a irrigaccedilatildeo influenciou muito pouco a altura da
planta sendo mais acentuado o efeito das diferentes doses de nitrogecircnio aplicadas Ao final de
cada ciclo produtivo as plantas apresentaram uma altura meacutedia de 265 m e 300 m para o
terceiro e quarto ano de cultivo respectivamente Verificou-se ainda um menor crescimento
entre o segundo e o terceiro periacuteodo e entre o seacutetimo e o oitavo periacuteodo de avaliaccedilatildeo eacutepocas
que coincidem com a fase produtiva da cultura corroborando com relatos de Larcher (2000)
Segundo esse autor paralisaccedilotildees no crescimento vegetativo das plantas em funccedilatildeo da
aceleraccedilatildeo do crescimento produtivo ocorrem pela canalizaccedilatildeo da energia e de materiais
destinados agrave floraccedilatildeo e agrave frutificaccedilatildeo que por sua vez originam-se no processo fotossinteacutetico
92
na incorporaccedilatildeo de substacircncias minerais e na mobilizaccedilatildeo de reservas para formaccedilatildeo e
enchimentos dos frutos Ao final da fase de maturaccedilatildeo dos frutos eacute iniciado o periacuteodo de
senescecircncia das folhas do pinhatildeo-manso o que gera um pequeno decreacutescimo no seu tamanho
evidenciado ao final de cada ciclo de avaliaccedilatildeo
(a) (b)
Figura 21 - Altura meacutedia do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das
doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Os resultados da anaacutelise univariada de perfil da variaacutevel altura de planta considerando
o esquema de parcela subdividida no tempo para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
indicam que existem diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico as doses de N o tempo (Dias
apoacutes a poda de limpeza ndash DAP) e para todas as interaccedilotildees com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo DAP x
irrigaccedilatildeo x doses de N para o primeiro ciclo (Tabela 13) e das interaccedilotildees irrigaccedilatildeo x doses de
N e DAP x irrigaccedilatildeo x doses de N para o segundo ciclo (Tabela 14) Observa-se que a
hipoacutetese de perfis coincidentes para os demais fatores foi rejeitada (plt005) pelo teste F
indicando que a altura do pinhatildeo-manso apresenta comportamento diferenciado conforme o
tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N impostos
Tabela 13 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 1135799 0180286 2288 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1207324 0201221 2553 lt00001
Doses N 3 1064012 03546706 4501 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 0255201 02552006 3238 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0065522 00218406 277 00457
Resiacuteduo a 18 0484241 00269023 341 lt00001
DAP 4 7780440 19451100 24683 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0103565 00258913 329 00143
DAP x Doses N 12 0371960 00309967 393 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0025725 00021438 027 09923
Resiacuteduo b 96 075651 000788
Total corrigido 159 12114499
Rsup2 = 09376 CV = 369 Meacutedia da Altura de planta (m) = 241
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
93
Tabela 14 ndash Anaacutelise univariada de perfil para altura de plantas durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 1313087 02084265 1754 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1000679 01667798 1404 lt00001
Doses N 3 4204642 14015473 11797 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 1287016 12870156 10833 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 00056569 00018856 016 09238
Resiacuteduo a 18 03705663 0020587 173 00463
DAP 4 5476071 13690178 11523 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 02311438 00577859 486 00013
DAP x Doses N 12 04533988 00377832 318 00007
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 01016963 00084747 071 07351
Resiacuteduo b 96 114053 00118805
Total corrigido 159 14271399
Rsup2 = 09201 CV = 384 Meacutedia da Altura de planta (m) = 284
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Conforme esperado pode-se observar nas anaacutelises univariadas de perfil para a altura
de plantas que nos dois anos de cultivo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de
perfis horizontais que testa o efeito do tempo indicando que agrave medida que o tempo progride
haacute variaccedilatildeo da altura do pinhatildeo-manso De forma semelhante a hipoacutetese de perfis paralelos
tambeacutem foi rejeitada (plt005) indicando que as interaccedilotildees DAP x irrigaccedilatildeo e DAP x Doses N
atuam de forma dependente no crescimento em altura do pinhatildeo-manso
As anaacutelises do teste de esfericidade de Mauchly para a variaacutevel altura das plantas para
os dois anos de cultivo satildeo apresentadas na Tabela 15 De acordo com os resultados
apresentados para cada teste a condiccedilatildeo de esfericidade foi satisfeita para o ciclo 201314 e
rejeitada para o ciclo 201415 o que indica que para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a matriz de
variacircncias e covariacircncias apresenta uma forma chamada HUYNH-FELDT (H-F) e desta
forma o procedimento para a anaacutelise univariada de perfis pode ser utilizado O segundo ano
de avaliaccedilatildeo por sua vez por natildeo satisfazer essa condiccedilatildeo para altura das plantas indica que o
teste univariado natildeo deve ser utilizado procedendo-se neste caso a anaacutelise multivariada de
perfis
Tabela 15 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para altura de plantas para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 043237 13765 01309 Univariada
201415 9 031697 22309 00079 Multivariada
94
Avaliando o crescimento em altura ao longo do tempo da Leucaena leucocephala
(Lam) de Wit Souza et al (2008) verificaram rejeiccedilatildeo da condiccedilatildeo de esfericidade pelo teste
de esfericidade de Mauchly fato este tambeacutem observado por Rabello Thiebault e
Vasconcelos Junior (2015) para altura de plantas de feijatildeo-vagem Por outro lado trabalhando
com dados longitudinais em experimentaccedilatildeo animal Cestari Costa e Minho (2012)
observaram que a condiccedilatildeo de esfericidade natildeo foi violada pelo teste de Mauchly Neste caso
o teste univariado poderia ser utilizado pois a matriz de variacircncias e covariacircncias
apresentavam variacircncias comuns e covariacircncias nulas
Por meio dos testes multivariados para altura de plantas no segundo ano de avaliaccedilatildeo
a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos) foi rejeitada para as
doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar indicando que as distacircncias meacutedias entre
cada um desses grupos satildeo diferentes (Tabela 16) Nas anaacutelises intra indiviacuteduos o teste para o
fator DAP (dias apoacutes a poda de limpeza) testou a hipoacutetese de perfis horizontais (constantes)
Esta hipoacutetese foi rejeitada o que indica que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que
descrevem as alturas meacutedias das plantas ao longo do tempo O teste para as interaccedilotildees DAP x
I e DAP x N testou a hipoacutetese de perfis paralelos que foi rejeitada para a interaccedilatildeo DAP x I e
satisfeita para DAP x N para o teste estatiacutestico Traccedilo de Pillai embora ela tenha sido rejeitada
para os demais testes Com isso conclui-se a partir desses resultados que o crescimento em
altura para a interaccedilatildeo DAP x I eacute diferenciado pelo tratamento aplicado
Tabela 16 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel altura no
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p
Entre indiviacuteduos
Blocos (I) 6 730 00016
I 1 4027 lt 00001
N 3 4385 lt 00001
I x N 3 006 09807
Intra indiviacuteduos
DAP 4 34334 lt00001
DAP x Bloco (I) 12 277 00046
DAP x I 4 376 00216
DAP x N 12 169 00907
DAP x I x N 12 075 07021
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N
De acordo com o exposto os perfis meacutedios de resposta da altura das plantas (m) em
funccedilatildeo das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos
dois anos de cultivo pode ser representado graficamente conforme a Figura 22
95
Figura 22 ndash Perfis meacutedios da altura das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
Com a exceccedilatildeo do primeiro periacuteodo de avaliaccedilatildeo em que os tratamentos foram receacutem
aplicados natildeo havendo portanto efeito sobre as plantas observou-se efeito significativo dos
tratamentos em praticamente todos os periacuteodos de avaliaccedilatildeo no primeiro ciclo ocorrendo
efeito significativo das doses de nitrogecircnio sobre a expressatildeo fenotiacutepica de altura meacutedia
(Figura 23) Esses resultados concordam com os encontrados por Albuquerque et al (2009b)
Oliveira e Beltratildeo (2010) e Yang et al (2013) O modelo polinomial de regressatildeo linear foi o
que apresentou o melhor ajuste para a altura de plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de
limpeza (DAP) para todos os tratamentos apesar da reduccedilatildeo do crescimento meacutedio diaacuterio na
eacutepoca do inverno (Tabela 17) Para o segundo ano de avaliaccedilatildeo o uso da irrigaccedilatildeo mostrou
um efeito superior com relaccedilatildeo aos tratamentos natildeo irrigados em praticamente todo o periacuteodo
de avaliaccedilatildeo (Figura 24) e assim como para as doses de N de maior valor tiveram a regressatildeo
linear como melhor ajuste para a altura das plantas (Tabela 17) onde expressou-se o aumento
da altura das plantas no pico da produccedilatildeo natildeo ocorrendo o seu decreacutescimo no termino do seu
ciclo com o iniacutecio do periacuteodo do inverno Os demais tratamentos com deacuteficit (natildeo irrigado e
com as doses de 50 e 0 de N) tiveram o modelo de regressatildeo quadraacutetico como o melhor
ajuste para altura de plantas (Tabela 17) Na Tabela 18 satildeo apresentados as equaccedilotildees de ajuste
seguidos do coeficiente de determinaccedilatildeo corrigido (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento
nos dois anos de avaliaccedilatildeo
18
20
22
24
26
28
45 110 180 230 280
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
30
32
34
45 90 130 190 260
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
18
20
22
24
26
28
45 110 180 230 280
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
22
24
26
28
30
32
34
45 90 130 190 260
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
96
Tabela 17 ndash Anaacutelise de regresssatildeo para altura de plantas em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1292 -26881 -26671 1423
-30348 -30140 787
-14210 -13985
Quadraacutetico 652ns
-26791 -26569 732ns
-30381 -30151 405ns
-14161 -13900
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1065 -14820 -14608 1324
-16041 -15808 427
-15645 -15416
Quadraacutetico 564ns
-14908 -14646 645ns
-15842 -15593 220ns
-15563 -15301
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 505 -22525 -22358 243
-23220 -23050 459
-12768 -12632
Quadraacutetico 260ns
-22898 -22705 153 -23872 -23652 232
ns -13055 -12878
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 311 -12585 -12439 257
-13791 -13635 118
-12617 -12430
Quadraacutetico 164ns
-12914 -12715 155 -14286 -14048 81
-12941 -12680
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 23 - Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201314
(a) (b)
Figura 24 ndash Linhas de tendecircncia para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o ciclo 201415
18
2
22
24
26
28
3
0 50 100 150 200 250 300 350
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
18
2
22
24
26
28
3
0 50 100 150 200 250 300 350
Alt
ura
da p
lan
ta (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
22
24
26
28
3
32
34
0 50 100 150 200 250 300
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
3
32
34
0 50 100 150 200 250 300
Alt
ura
da
pla
nta
(m
)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
97
Tabela 18 - Equaccedilotildees de ajuste para altura de plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Altura (m) = f (DAP)
Rsup2corr Valor p Ciclo 201314
Irrigado 261x10-3
DAP + 196605 09697 lt00001
Natildeo Irrigado 22 x10-3
DAP +196074 09276 lt00001
150 N 258 x10-3
DAP + 198839 09710 lt00001
100 N 278x10-sup3 DAP + 196031 09326 lt00001
50 N 266x10-3
DAP + 192732 09698 lt00001
0 N 159x10-3
DAP + 197756 08960 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr Valor p
Irrigado 254 x10-3
DAP + 256891 06737 lt00001
Natildeo Irrigado -1174 x10-5
DAPsup2 + 00053 DAP + 23023 07572 lt00001
150 N 281 x10-3
DAP + 256395 08370 lt00001
100 N 236 x10-3
DAP + 263288 07278 lt00001
50 N -1041 x10-5
DAPsup2 + 000505 DAP + 241365 08040 lt00001
0 N -122x10-5
DAPsup2 + 000521 DAP + 214707 06583 00012
O diacircmetro de copa para os diferentes tratamentos eacute apresentado na Figura 25 sob
condiccedilatildeo irrigada e de sequeiro (a) e para as doses de nitrogecircnio (b) respectivamente
Observou-se um comportamento semelhante ao paracircmetro altura no que se refere agrave curva de
crescimento Assim como na altura meacutedia da planta os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a
aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mostraram o menor crescimento no diacircmetro de copa quando
comparado aos demais tratamentos Em resumo independente do uso da irrigaccedilatildeo e das doses
de adubo nitrogenado o crescimento do diacircmetro meacutedio de copa seguiu o mesmo padratildeo para
todos os tratamentos tendo grande aumento da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo e
aumentando com o tempo em uma taxa relativamente constante ao longo do ciclo ateacute a
penuacuteltima avaliaccedilatildeo quando o diacircmetro meacutedio de copa teve uma pequena queda devido ao
iniacutecio do periacuteodo de senescecircncia foliar
Na primeira avaliaccedilatildeo realizada o diacircmetro meacutedio geral foi de 154 m e ao final de
cada ciclo produtivo as plantas obtiveram um diacircmetro meacutedio de copa de 274 m e 322 m
para o terceiro e quarto de ano cultivo respectivamente assemelhando-se aos resultados
apresentados por Muumlller et al (2014) e superiores aos resultados de Torres et al (2011)
A variaccedilatildeo do diacircmetro de copa das plantas ocorreu principalmente em funccedilatildeo do
estaacutedio de desenvolvimento e da poda de manutenccedilatildeo e limpeza realizada sempre ao final de
cada ciclo de cultivo Ao longo do terceiro ano de cultivo o diacircmetro de copa das plantas de
98
pinhatildeo-manso tiveram uma taxa de crescimento acentuado ateacute marccedilo de 2014 tendo um
crescimento meacutedio diaacuterio de 061 063 059 e 045 cm dia-1
nas doses de 150 100 50 e
0 de nitrogecircnio respectivamente Com relaccedilatildeo ao tipo de manejo hiacutedrico adotado os
tratamentos irrigados e sem irrigaccedilatildeo apresentaram a mesma taxa de crescimento de 057 cm
dia-1
mesmo assim houve diferenccedila significativa da irrigaccedilatildeo nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo o
que leva a concluir que o pinhatildeo-manso tambeacutem eacute exigente em aacutegua e quando suprido com as
suas necessidades hiacutedricas pode se desenvolver satisfatoriamente (FARIA et al 2011
OLIVEIRA et al 2012)
No quarto ano de cultivo os tratamentos com menores doses de nitrogecircnio aplicado
apresentaram as maiores taxas de crescimento diaacuterio sendo observada no tratamento com 0
de N (056 cm dia-1
) seguido do tratamento com 100 de N (054 cm dia-1
) 50 de N (051
cm dia-1
) e 150 de N (035 cm dia-1
) Diferente do terceiro ano os tratamentos com histoacuterico
de irrigaccedilatildeo apresentaram menor taxa de crescimento diaacuterio (044 cm dia-1
) em comparaccedilatildeo
com o valor meacutedio dos tratamentos na aacuterea sem irrigaccedilatildeo (053 cm dia-1
) Isso pode ser
explicado devido ao alto crescimento do diacircmetro no terceiro ano dos tratamentos irrigados e
com maiores doses de nitrogecircnio o que diminuiu a aacuterea de crescimento das plantas que no
final do quarto ano se encontravam com os ramos proacuteximos das plantas vizinhas mesmo com
a praacutetica da poda de manutenccedilatildeo e limpeza feito no final do terceiro ano Aleacutem disso o fato
da suspensatildeo da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo para a aacuterea irrigada eacute um fator que deve ser
considerado
(a) (b)
Figura 25 - Diacircmetro meacutedio de copa do pinhatildeo-manso (m) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar
(a) e das doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Por meio da anaacutelise univariada de perfil foi verificado que para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo o diacircmetro de copa apresentou diferenccedilas entre o tipo de manejo hiacutedrico utilizado
as doses de N e as eacutepocas de leitura realizadas (DAP) Para o ciclo 201314 a hipoacutetese de
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Diacirc
met
ro d
a c
op
a (
m)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
10
15
20
25
30
35
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
99
perfis coincidentes foi satisfatoacuteria para as interaccedilotildees Irrigaccedilatildeo x Doses de N e DAP x
Irrigaccedilatildeo (Tabela 19) enquanto que para ciclo 201415 a interaccedilatildeo DAP x Doses de N obteve
essa condiccedilatildeo (Tabela 20) A interaccedilatildeo tripla DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N tambeacutem apresentou
condiccedilatildeo satisfatoacuteria para a hipoacutetese de perfis coincidentes sendo verificado para os dois anos
de cultivo Para os demais fatores a hipoacutetese de perfis coincidentes foi rejeitada (plt005) pelo
teste F o que indica nesses casos que o diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso apresenta
comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico e a dose de N considerada
podendo haver interaccedilatildeo ao longo do tempo para um ou mais fatores
Tabela 19 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 453052 071913 4968 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 1538018 0256336 1771 lt00001
Doses N 3 1121413 0373804 2582 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 139876 139876 9663 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0118585 0039528 273 00481
Resiacuteduo a 18 0829183 0046066 318 00001
DAP 4 3949819 9874546 68218 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0063678 0015919 110 03612
DAP x Doses N 12 058035 0048363 334 00004
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0157028 0013086 090 05459
Resiacuteduo b 96 13896 0014475
Total corrigido 159 466948
Rsup2 = 09702 CV = 477 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 252
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 20 ndash Anaacutelise univariada de perfis para diacircmetro de copa durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Pr gt F
Modelo 63 2466208 0391462 2944 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 0542885 0090481 680 lt00001
Doses N 3 3145428 1048476 7884 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 1802003 1802003 13551 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 0087148 0029049 218 00948
Resiacuteduo a 18 0830395 0046133 347 lt00001
DAP 4 1733346 4333365 32586 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 0434685 0108671 817 lt00001
DAP x Doses N 12 028251 0023543 177 00641
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 0203565 0016964 128 02455
Resiacuteduo b 96 127662 0013298
Total corrigido 159 259387
Rsup2 = 09508 CV = 368 Meacutedia do diacircmetro de copa (m) = 313
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Para o diacircmetro de copa pode-se observar pelas anaacutelises univariadas de perfil que nos
dois ciclos de avaliaccedilatildeo houve rejeiccedilatildeo pelo teste F (plt00001) da hipoacutetese de perfis
horizontais indicando que agrave medida que o tempo progride haacute variaccedilatildeo no diacircmetro de copa
do pinhatildeo-manso A hipoacutetese de perfis paralelos por sua vez foi rejeitada (plt005) para a
100
interaccedilatildeo DAP x Doses N e satisfeita para a interaccedilatildeo DAP x irrigaccedilatildeo para o ciclo 201314
enquanto que no ciclo seguinte tais interaccedilotildees ocorreram de forma oposta
Da mesma forma que ocorreu para altura de plantas o teste de esfericidade de
Mauchly para a variaacutevel diacircmetro de copa apresentou condiccedilatildeo de esfericidade satisfatoacuteria
para o ciclo 201314 e foi rejeitada para o ciclo 201415 (Tabela 21) Com isso sugere-se o
uso da anaacutelise univariada de perfis com parcelas subdividas no tempo para o primeiro ciclo
avaliaccedilatildeo e a anaacutelise multivariada de perfis para o ciclo 201415
Tabela 21 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para diacircmetro de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 Valor p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 053605 10236 03317 Univariada
201415 9 039956 17255 00449 Multivariada
O diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso apresentaram por meio dos
testes multivariados a hipoacutetese de coincidecircncia dos perfis meacutedios (efeito entre indiviacuteduos)
rejeitada para as doses de N e para o uso de irrigaccedilatildeo complementar no segundo ano de
avaliaccedilatildeo indicando que as distacircncias meacutedias entre cada um desses grupos satildeo diferentes
(Tabela 22) A hipoacutetese de perfis horizontais (constantes) nas anaacutelises intra indiviacuteduos para o
fator DAP foi rejeitada indicando que existem diferenccedilas verticais entre as curvas que
descrevem os diacircmetros meacutedios de copa das plantas ao longo do tempo O teste para a
hipoacutetese de perfis paralelos foi rejeitada para as interaccedilotildees DAP x I e DAP x N o que define
que o crescimento do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso no segundo ano de avaliaccedilatildeo eacute
diferenciado de acordo com o tratamento aplicado
Tabela 22 ndash Resultados dos testes multivariados para os fatores entre e intra indiviacuteduos para a variaacutevel diacircmetro
de copa no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Efeito Causa da variaccedilatildeo GL Teste F Valor p
Entre indiviacuteduos
Blocos (I) 6 196 01253
I 1 3906 lt 00001
N 3 2273 lt 00001
I x N 3 063 06053
Intra indiviacuteduos
DAP 4 35616 lt00001
DAP x Bloco (I) 24 213 00075
DAP x I 4 689 00023
DAP x N 12 257 00097
DAP x I x N 12 162 01161
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL= graus de liberdade I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash Doses de N
101
Os perfis meacutedios de resposta em funccedilatildeo do diacircmetro de copa do pinhatildeo-manso (m)
para as quatro doses de adubo nitrogenado e as duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois
anos de cultivo eacute apresentado na Figura 26
Figura 26 ndash Perfis meacutedios do diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
Para o diacircmetro meacutedio de copa observou-se efeito positivo dos tratamentos aplicados
em grande parte das medidas de avaliaccedilatildeo no terceiro (Figura 27) e no quarto ano de cultivo
(Figura 28) Durante os dois ciclos houve um efeito positivo do uso da irrigaccedilatildeo sobre a
expressatildeo fenotiacutepica do diacircmetro de copa sendo observado um acreacutescimo do diacircmetro nas
trecircs primeiras avaliaccedilotildees decrescendo ao final do ciclo Esses resultados corroboram com os
encontrados por Albuquerque et al (2009a) que analisando o crescimento inicial do pinhatildeo-
manso em condiccedilotildees de sequeiro no semiaacuterido nordestino verificaram um raacutepido crescimento
da cultura no periacuteodo chuvoso no entanto na eacutepoca seca do ano ocorreu uma draacutestica
reduccedilatildeo na sua taxa de crescimento O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o
melhor ajuste para o diacircmetro de copa das plantas em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda de limpeza
(DAP) para os diferentes tipos de manejo hiacutedrico e doses de N para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo (Tabela 23) Com isso nos dois ciclos avaliados se expressou o aumento do
diacircmetro de copa no pico da produccedilatildeo decrescendo no termino do seu ciclo com o iniacutecio do
inverno A reduccedilatildeo do diacircmetro meacutedio de copa nas uacuteltimas coletas de cada ciclo corrobora
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
45 110 180 230 280
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
22
24
26
28
30
32
34
36
38
45 90 130 190 260
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
45 110 180 230 280
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
45 90 130 190 260
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
102
com a afirmaccedilatildeo de Santos et al (2010) de que o diacircmetro da copa do pinhatildeo-manso sofre
intensa reduccedilatildeo durante a estaccedilatildeo de inverno com a queda das folhas mas que essas
ressurgem vigorosamente apoacutes o iniacutecio das chuvas As equaccedilotildees de ajuste seguidas do
coeficiente de determinaccedilatildeo corrigidos (Rsup2corr) e do valor p para cada tratamento nos dois anos
de avaliaccedilatildeo para diacircmetro de copa satildeo apresentadas na Tabela 24
(a) (b)
Figura 27 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
Tabela 23 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 890 -1533 -1545 1272
-1791 -1808 503
-740 -753
Quadraacutetico 1571 -2205 -2190 2697
-2661 -2644 956
-1110 -1090
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 809 -888 -905 530
-808 -820 316
-819 -831
Quadraacutetico 1750 -1351 -1329 873
-1136 -1120 683
-1175 -1156
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 207 -1892 -1902 374
-1607 -1618 120
-841 -857
Quadraacutetico 673 -2493 -2479 850
-2206 -2193 414
-1181 -1175
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 118 -858 -879 218
-952 -958 161
-851 -856
Quadraacutetico 566 -1290 -1285 379
-1196 -1181 374
-1131 -1107
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
1
15
2
25
3
35
0 50 100 150 200 250 300 350
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
1
15
2
25
3
35
0 50 100 150 200 250 300 350
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
103
(a) (b)
Figura 28 - Linhas de tendecircncia para diacircmetro meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
O uso de anaacutelise de medidas repetidas no tempo fazendo uso de anaacutelises uni e
multivariadas tem sido uma alternativa no estudo do crescimento e do desenvolvimento de
plantas (GEBER DAWSON 1990 HANCOCK et al 2007 KING STANTON 2008
METCALFE et al 2008) tais como os efeitos da disponibilidade de aacutegua para as plantas e de
nutrientes que tem servido de fontes para alguns estudos (CARROL PALLARDY GALEN
2001 BREEN RICHARDS 2008 SANTIAGO et al 2012) Achten et al (2010)
monitoraram algumas variaacuteveis de crescimento e de produccedilatildeo de biomassa em pinhatildeo-manso
cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo submetidas a trecircs diferentes niacuteveis de estresse hiacutedrico e
encontraram para as mudas que sofriam estresse hiacutedrico severo (natildeo irrigadas) a paralisaccedilatildeo
do crescimento o iniacutecio da queda das folhas e a reduccedilatildeo do diacircmetro do caule nos primeiros
dias apoacutes o iniacutecio dos tratamentos Por meio da anaacutelise de medidas repetidas os autores
confirmaram que os tratamentos de niacutevel de estresse hiacutedrico influenciaram significativamente
as variaacuteveis de crescimento enquanto que o tipo de Acesso natildeo teve efeito significativo O
efeito do tempo (idade da planta) e a interaccedilatildeo tempo X niacutevel de estresse tiveram interaccedilatildeo
significativa (valor p lt0001) influenciando no comprimento do caule nuacutemero de folhas
diacircmetro na base do caule volume de caule fator de forma e volume total (volume de tronco
+ ramos) no referido trabalho
2
24
28
32
36
4
0 50 100 150 200 250 300
Diacirc
met
ro d
e co
pa
(m
)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
2
24
28
32
36
4
0 50 100 150 200 250 300
Diacirc
met
ro d
e co
pa (
m)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
104
Tabela 24 - Equaccedilotildees de ajuste para diacircmetro de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a
poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos
de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Diacircmetro de copa (m) = f (DAP)
Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314
Irrigado -418x10-5
DAPsup2 + 001879 DAP + 091195 09480 lt00001
Natildeo Irrigado -385x10-5
DAPsup2 + 001769 DAP + 078312 09694 lt00001
150 N -438x10-5
DAPsup2 + 001984 DAP + 082331 09570 lt00001
100 N -386x10-5
DAPsup2 + 001833 DAP + 076701 09749 lt00001
50 N -389x10-5
DAPsup2 + 001787 DAP + 08647 09456 lt00001
0 N -393x10-5
DAPsup2 + 001692 DAP + 093513 09531 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF
Irrigado -454x10-5
DAPsup2 - 0016 DAP + 213748 08901 lt00001
Natildeo Irrigado -542x10-5
DAPsup2 + 001994 DAP + 159186 09187 lt00001
150 N -529x10-5
DAPsup2 - 001876 DAP + 195335 08588 lt00001
100 N -553x10-5
DAPsup2 - 001942 DAP + 187746 08906 lt00001
50 N -416x10-5
DAPsup2 + 00157 DAP + 201854 09074 lt00001
0 N -493x10-5
DAPsup2 + 0018 DAP + 160933 09500 lt00001
O volume de copa do pinhatildeo-manso para os diferentes tratamentos avaliados eacute
apresentado na Figura 29 Diferente dos valores encontrados para a altura meacutedia e o diacircmetro
de copa nota-se uma maior variabilidade entre os dois manejos hiacutedricos adotados e
principalmente entre as diferentes doses de adubaccedilatildeo aplicadas Para o primeiro ano de
avaliaccedilatildeo nesse estudo os tratamentos sem irrigaccedilatildeo e sem a aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio
apresentaram os menores volumes de copa Jaacute no segundo ano de avaliaccedilatildeo que foi analisado
a partir da sexta eacutepoca de coleta os valores apresentados foram ainda mais contrastantes
Com exceccedilatildeo da seacutetima eacutepoca de coleta que coincidiu com o periacuteodo de pico da produccedilatildeo
justificando portanto a baixa variaccedilatildeo do volume de copa entre os diferentes tipos de manejos
hiacutedrico as demais eacutepocas avaliadas dentro do fator de manejo hiacutedrico e entre as doses
adubaccedilatildeo nitrogenada apresentaram uma alta diferenccedila entre os resultados obtidos
O aumento do volume de copa foi influenciado diretamente pelo maior
desenvolvimento em conjunto da altura e do diacircmetro de copa Os tratamentos que obtiveram
o maior volume de copa apresentaram uma maior emissatildeo de ramos laterais que
consequentemente vieram a ter um maior nuacutemero de inflorescecircncias emitidas permitindo uma
maior produccedilatildeo de frutos e oacuteleo por aacutervore como eacute o caso dos tratamentos irrigados e das
doses de 150 e 100 de nitrogecircnio Spinelli et al (2010) avaliaram os efeitos diretos e
indiretos das caracteriacutesticas vegetativas sobre o rendimento de oacuteleo de pinhatildeo-manso com 38
105
meses de cultivo em espaccedilamento 3 x 2 m e reportaram que ocorre um maior crescimento dos
ramos no sentido do maior espaccedilo de desenvolvimento resultando em uma copa maior Esses
mesmos autores destacaram ainda que o volume da copa tem efeito direto sobre a
produtividade de sementes sendo a arquitetura da copa uma caracteriacutestica importante no
cultivo do pinhatildeo-manso
(a) (b)
Figura 29 - Volume de copa do pinhatildeo-manso (msup3) em funccedilatildeo do uso ou natildeo da irrigaccedilatildeo complementar (a) e das
doses de nitrogecircnio (b) durante o terceiro e quarto ano de cultivo
Nas Tabelas 25 e 26 satildeo apresentados o resultado da anaacutelise univariada de perfis para
o volume de copa de pinhatildeo-manso para o primeiro e segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
respectivamente Assim como para altura de plantas e diacircmetro de copa o volume de copa
apresentou diferenccedilas altamente significativas entre o tipo de manejo hiacutedrico e doses de N
utilizadas A hipoacutetese de perfis horizontais tambeacutem foi rejeitada indicando que agrave medida que
o tempo progride haacute variaccedilatildeo no crescimento em volume de copa do pinhatildeo-manso O
resultado dos testes de paralelismo foi rejeitado para as interaccedilotildees DAP x Irrigaccedilatildeo e DAP x
Doses de N para o ciclo 201314 enquanto que para ciclo 201415 apenas a interaccedilatildeo DAP x
Doses de N obteve essa condiccedilatildeo mostrando nesses casos comportamento diferenciado do
volume de copa do pinhatildeo-manso entre esses tratamentos ao longo do tempo
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vo
lum
e d
e co
pa
(m
sup3)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Pivocirc central Sequeiro
Fator de variaccedilatildeo manejo hiacutedrico
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
Fator de variaccedilatildeo doses de nitrogecircnio
106
Tabela 25 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201314
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 63 4722827 749655 2491 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 257981 429968 1429 lt00001
Doses N 3 288904 963012 3200 lt00001
Irrigaccedilatildeo 1 101857 101857 3385 lt00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 132621 44207 147 02279
Resiacuteduo a 18 136315 75731 252 00021
DAP 4 3649956 912489 30322 lt00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 126155 315387 1048 lt00001
DAP x Doses N 12 128198 106831 355 00002
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 202008 16834 056 08692
Resiacuteduo b 96 288898 30094
Total corrigido 159 5011726
Rsup2 = 09424 CV = 1327 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 1307
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Tabela 26 ndash Anaacutelise univariada de perfis para volume de copa durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 63 6849915 108729 3516 lt00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 256135 426891 1380 lt 00001
Doses N 3 1478784 492928 15940 lt 00001
Irrigaccedilatildeo 1 662433 662433 21422 lt 00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 53523 17841 058 06315
Resiacuteduo a 18 268255 149031 482 lt 00001
DAP 4 403496 100874 32621 lt 00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 116951 29238 095 04412
DAP x Doses N 12 918433 76536 248 00073
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 404572 33714 109 03771
Resiacuteduo b 96 296862 30923
Total corrigido 159 7146777
Rsup2 = 09585 CV = 779 Meacutedia do volume de copa (msup3) = 2259
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
A condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias para o volume de copa para os
dois anos de avaliaccedilatildeo foi satisfeita (Tabela 27) indicando que a anaacutelise univariada de perfis
com parcelas subdividas no tempo realizada anteriormente foi validada para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise multivariada de perfis para nenhum
caso
Tabela 27 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para o volume de copa para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Ciclo de
avaliaccedilatildeo
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
201314 9 041419 14470 01066 Univariada
201415 9 043446 12590 01821 Univariada
107
Conforme os resultados apresentados das anaacutelises univariadas de perfis os perfis
meacutedios de resposta para o volume de copa (msup3) em funccedilatildeo das quatro doses de adubo
nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico nos dois anos de cultivo eacute apresentado na
Figura 30
Figura 30 ndash Perfis meacutedios do volume de copa de pinhatildeo-manso para os dois anos de avaliaccedilatildeo
O volume meacutedio de copa apresentou uma tendecircncia semelhante agrave observada para o
diacircmetro meacutedio de copa das plantas em alguns tratamentos tendo a regressatildeo quadraacutetica
como melhor modelo de ajuste para todos os tratamentos nos dois ciclos de avaliaccedilatildeo essa
apresentou para todos os tratamentos os menores valores de AIC e BIC (Tabela 28) As
equaccedilotildees de regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p satildeo
apresentadas na Tabela 29 Independente do periacuteodo em que foi avaliado com a exceccedilatildeo das
primeiras leituras no ciclo 201314 os tratamentos nos quais natildeo houve deacuteficit de aacutegua ou de
nitrogecircnio foram os que apresentaram os maiores resultados para o volume de copa (Figura 31
e Figura 32) De acordo com Spinelli et al (2010) o maior desenvolvimento da copa pode
aumentar a produtividade por planta diminuindo os custos da colheita no pinhatildeo-manso
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
45 110 180 230 280
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201314
150 N 100 N
50 N 0 N
8
11
14
17
20
23
26
29
32
45 90 130 190 260
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201415
150 N 100 N
50 N 0 N
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
45 110 180 230 280
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado
8
11
14
17
20
23
26
29
32
45 90 130 190 260
Vo
lum
e d
e co
pa
(m
sup3)
DAP
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado
108
(a) (b)
Figura 31 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201314
Tabela 28 - Anaacutelise de regresssatildeo para diacircmetro de copa em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os
tratamentos nos dois anos de avaliaccedilatildeo
Modelo
Ciclo 201314
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 968 2235 2246 1212
1912 1909 554
1138 1144
Quadraacutetico 711 2064 2084 1530
1392 1415 538
973 999
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 957 937 942 760
939 945 299
969 973
Quadraacutetico 908 750 776 649
796 820 359
790 815
Modelo
Ciclo 201415
Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 376 2654 2656 380
2716 2716 228
1360 1354
Quadraacutetico 583 2250 2273 634
2274 2296 443
1079 1102
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 217 1318 1307 314
1206 1206 174
1197 1195
Quadraacutetico 606 938 963 440
980 1005 351
942 969
Niacuteveis de significacircncia Plt005 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 32 - Linhas de tendecircncia para o volume meacutedio de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias
apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b) para o
ciclo 201415
1
5
9
13
17
21
0 50 100 150 200 250 300 350
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
1
5
9
13
17
21
0 50 100 150 200 250 300 350
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
2
7
12
17
22
27
32
37
0 50 100 150 200 250 300
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
2
7
12
17
22
27
32
0 50 100 150 200 250 300
Volu
me
de
cop
a (
msup3)
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
109
Tabela 29 - Equaccedilotildees de ajuste para o volume de copa das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a
poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada e do manejo hiacutedrico adotado para os dois ciclos
de avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo Volume de copa (msup3) = f (DAP)
Rsup2corr PrgtF Ciclo 201314
Irrigado -268x10-4
DAPsup2 + 014066 DAP ndash 082484 08735 lt00001
Natildeo Irrigado -331x10-4
DAPsup2 + 015806 DAP ndash 29731 09940 lt00001
150 N -354x10-4
DAPsup2 + 017429 DAP ndash 26101 09583 lt00001
100 N -287x10-4
DAPsup2 + 015268 DAP ndash 255456 09593 lt00001
50 N -262x10-4
DAPsup2 + 013816 DAP ndash 135607 09464 lt00001
0 N -294x10-4
DAPsup2 + 013232 DAP ndash 107514 09491 lt00001
Tratamentos Ciclo 201415 Rsup2corr PrgtF
Irrigado -6788x10-4
DAPsup2 + 025585 DAP + 578175 09833 lt00001
Natildeo Irrigado -7289x10-4
DAPsup2 + 027341 DAP + 051229 09806 lt00001
150 N -7823x10-4
DAPsup2 + 029396 DAP + 367095 09526 lt00001
100 N -8129x10-4
DAPsup2 + 029947 DAP + 291215 09877 lt00001
50 N -602x10-4
DAPsup2 + 023689 DAP + 498426 09861 lt00001
0 N -6182x10-5
DAPsup2 + 022819 DAP + 102072 09974 lt00001
Embora a arquitetura da copa do pinhatildeo-manso seja uma caracteriacutestica importante na
seleccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo de genoacutetipos superiores (RAO et al 2008 LAVIOLA et al 2010
SPINELLI et al 2010 BHERING et al 2012) existem poucos trabalhos que avaliaram a
diferenccedila da arquitetura das plantas considerando conjuntamente a relaccedilatildeo entre a projeccedilatildeo e a
altura de copa Segundo Rao et al (2008) tanto o diacircmetro quanto o volume da copa
constituem junto ao caracter nuacutemero de ramos os principais componentes de produccedilatildeo do
pinhatildeo-manso Para Bhering et al (2012) a seleccedilatildeo direta quanto agrave produccedilatildeo de sementes em
pinhatildeo-manso tende a estar relacionada ao diacircmetro e ao volume de copa e segundo esses
autores esta informaccedilatildeo eacute relevante para prever as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de
produccedilatildeo (espaccedilamento colheitadeira) para as cultivares melhoradas que se espera obter
47 Iacutendice de aacuterea foliar (IAF)
A equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do equipamento LAI-2200 eacute expressa na Figura 33 A
calibraccedilatildeo foi realizada pela comparaccedilatildeo entre o IAF estimado com o equipamento LAI-2200
e o IAF real das plantas de pinhatildeo-manso determinado com o equipamento CI-203 (CID Bio-
Sciencereg) O IAF foliar real foi determinado pela razatildeo da aacuterea foliar total e a aacuterea do terreno
110
disponiacutevel agraves plantas Para realizar a calibraccedilatildeo do equipamento foram utilizadas dez de um
total de onze plantas sendo excluiacutedo o valor mais extremo Com um coeficiente de
determinaccedilatildeo (Rsup2) de 08287 pode ser observado que o IAF real foi cerca de 093 do IAF
estimado ou seja o equipamento LAI-2200 estava superestimando o IAF em cerca de 7
Com a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo obtida dos valores de IAF medidos no campo ao redor da aacuterea
experimental todos os valores de IAF foram corrigidos para valores mais proacuteximos dos reais
podendo a equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo ser utilizada novamente quando as estimativas do IAF forem
realizadas com o equipamento LAI-2200 nas plantas de pinhatildeo-manso com as mesmas
caracteriacutesticas de cultivo e nas condiccedilotildees de clima e solo estudados
Figura 33 - Equaccedilatildeo de calibraccedilatildeo do IAF para o equipamento LAI 2200
As meacutedias do IAF foram significativamente diferentes pelo teste F entre as diferentes
doses de N aplicada uso da irrigaccedilatildeo e eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) apoacutes o iniacutecio do quarto
ciclo de cultivo (201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 30) Pela anaacutelise
univariada de perfis identificou-se tambeacutem interaccedilatildeo significativa entre as doses de N e a
eacutepoca de avaliaccedilatildeo e interaccedilatildeo altamente significativa entre a irrigaccedilatildeo e a eacutepoca de
avaliaccedilatildeo rejeitando portanto a hipoacutetese de paralelismo dos perfis Assim como para as
outras variaacuteveis de crescimento (altura diacircmetro e volume de copa) natildeo houve efeito da
interaccedilatildeo tripla Irrigaccedilatildeo x Doses N x DAP O efeito dos blocos dentro de cada experimento
(manejo hiacutedrico) mostrou-se significativo para o IAF o que reforccedila neste caso o uso do
delineamento em blocos aleatorizados dentro de cada experimento Simotildees et al (2014)
observaram que irrigaccedilatildeo e diferentes doses de N influenciaram no aumento da aacuterea foliar no
desenvolvimento inicial de pinhatildeo-manso assim como a interaccedilatildeo entre esses fatores
IAFReal = 0928 x IAFEstimado
Rsup2 = 08287
00
02
04
06
08
10
12
00 02 04 06 08 10 12
IAF
Rea
l
IAF Estimado
111
Tabela 30 - Anaacutelise univariada de perfis para IAF durante o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL Soma de quadrados Quadrado meacutedio Teste F Valor p
Modelo 87 852864 09803 1194 lt 00001
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 09908 016513 201 00668
Doses N 3 42497 147166 1726 lt 00001
Irrigaccedilatildeo 1 645795 645795 7867 lt 00001
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 045145 015048 183 01431
Resiacuteduo a 18 168772 009376 114 03161
DAP 7 611969 874242 10650 lt 00001
DAP x Irrigaccedilatildeo 7 554613 07923 965 lt 00001
DAP x Doses N 21 282023 01343 164 00465
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 21 18855 008979 109 03591
Resiacuteduo b 168 137914 008209
Total corrigido 255 990778
Rsup2 = 08608 CV = 2217 Meacutedia IAF = 129
DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Verificou-se por intermeacutedio do teste de esfericidade de Mauchly realizado com 27
graus de liberdade e aproximaccedilatildeo Qui-Quadrado (35045) que a condiccedilatildeo de esfericidade foi
satisfeita com um niacutevel de significacircncia de 01377 (Teste de Mauchly natildeo significativo com
valor pgt005) Isto indica que a matriz de covariacircncia nesse caso eacute da forma esfeacuterica
apresentando variacircncias iguais e correlaccedilotildees nulas podendo ser empregado o modelo de
parcela subdividida no tempo pela anaacutelise univariada de perfis Na Figura 34 satildeo apresentados
os perfis meacutedios de resposta para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) em funccedilatildeo das quatro doses de
adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Figura 34 ndash Perfis meacutedios do IAF de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo da dose de nitrogecircnio aplicada e do manejo
hiacutedrico adotado
O modelo de regressatildeo quadraacutetico foi o que apresentou o melhor ajuste para todos os
tratamentos (Tabela 31) Um fato que contribuiu para este comportamento foi o iniacutecio das
leituras a partir dos 45 dias apoacutes a poda de limpeza o que impediu o ajuste dos dados iniciais
das primeiras semanas que seriam menores dado o iniacutecio da nova emissatildeo de folhas para este
ciclo O IAF apresentou uma grande variaccedilatildeo entre os tratamentos com os maiores valores
00
05
10
15
20
25
30
55 80 105 135 165 195 225 255
IAF
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
00
05
10
15
20
25
45 75 105 135 165 195 225 255
DAP
Irrigado Natildeo irrigado
112
para os tratamentos sem deacuteficit hiacutedrico ou de N Com o decorrer do tempo os valores foram se
decrescendo com os todos os tratamentos atingindo a mesma faixa de IAF com o iniacutecio da
fase de senescecircncia foliar (Figura 35) Na Tabela 32 satildeo apresentadas as equaccedilotildees de
regressatildeo de cada tratamento seguidas do Rsup2 corrigido e do valor p para o iacutendice de aacuterea
foliar
Tabela 31 - Anaacutelise de regresssatildeo para o IAF em funccedilatildeo do dia apoacutes a poda (DAP) para todos os tratamentos no
segundo ano de avaliaccedilatildeo
Modelo Irrigado Natildeo irrigado 150 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 1341 -2063 -2051 313
-2067 -2059 349
-833 -821
Quadraacutetico 822ns
-2071 -2602 504 -2302 -2288 288
-858 -846
Modelo 100 N 50 N 0 N
F AIC BIC F AIC BIC F AIC BIC
Linear 372 -980 -967 411
-1041 -1024 206
-1011 -997
Quadraacutetico 312 -1006 -992 282
ns -1041 -1023 196
-1045 -1030
Niacuteveis de significacircncia Plt001 ns - natildeo significativo F ndash Teste F
(a) (b)
Figura 35 - Linhas de tendecircncia para o iacutendice de aacuterea foliar (IAF) das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos
dias apoacutes a poda (DAP) para as diferentes doses de N aplicada (a) e do manejo hiacutedrico adotado (b)
para o ciclo 201415
Tabela 32 - Equaccedilotildees de ajuste para o IAF das plantas de pinhatildeo-manso em funccedilatildeo dos dias apoacutes a poda (DAP)
para as diferentes doses de N aplicadas e do manejo hiacutedrico adotado para o segundo ciclo de
avaliaccedilatildeo
Tratamentos Equaccedilatildeo IAF = f (DAP) Rsup2 PrgtF
Irrigado -718x10-sup3 DAP + 254196 06710 lt00001
Natildeo Irrigado -715x10-5
DAPsup2 + 00185 DAP + 028721 06899 lt00001
150 N -649x10-5
DAPsup2 + 001389 DAP + 114529 06564 lt00001
100 N -601x10-5
DAPsup2 + 001285 DAP + 103989 07574 lt00001
50 N -56x10-sup3 DAP + 207776 06003 lt00001
0 N -549x10-5
DAPsup2 + 001288 DAP + 06784 07982 lt00001
0
02
04
06
08
1
12
14
16
18
2
0 50 100 150 200 250 300
IAF
DAP
150 N 100 N
50 N 0 N
0
05
1
15
2
25
0 50 100 150 200 250 300
IAF
DAP
Irrigado
Natildeo irrigado
113
Freiberger (2012) estudando o efeito de doses de N no crescimento de plantas de
pinhatildeo-manso concluiu que os valores de aacuterea foliar ajustaram-se ao modelo quadraacutetico o
qual permitiu estimativa de valor maacuteximo de 6469 cm2 para a dose estimada de 97 kg ha
-1 de
N Oliveira (2009) avaliando o crescimento e a capacidade produtiva em funccedilatildeo de adubaccedilatildeo
mineral no semiaacuterido paraibano observou que dentre as doses de N estudadas (0 30 60 e 90
kg ha-1
) a maior delas proporcionou o maior nuacutemero de folhas de pinhatildeo-manso com
tendecircncia linear crescente
A disponibilidade hiacutedrica complementada pela irrigaccedilatildeo aumentou significativamente
o iacutendice de aacuterea foliar nos tratamentos fato este tambeacutem observado em outros trabalhos nos
quais o estresse hiacutedrico afetou esta variaacutevel (MAES et al 2009a ACHTEN et al 2010
SILVA et al 2011) Duarte et al (2015) em um estudo sobre o desenvolvimento inicial do
pinhatildeo-manso confirmaram a grande capacidade que a planta tem de se adaptar ao deacuteficit
hiacutedrico ao verificar a capacidade da planta de tolerar o estresse hiacutedrico retardando o
crescimento da parte aeacuterea com ajustamento da aacuterea foliar para reduzir a taxa de
evapotranspiraccedilatildeo aleacutem de intensificar o crescimento da zona radicular Em um outro estudo
apesar de natildeo apresentar diferenccedila significativa em nenhuma das eacutepocas amostradas
Horschutz et al (2012) constataram que as maiores meacutedias do IAF foram observadas para os
tratamentos que continham complementaccedilatildeo hiacutedrica
48 Iacutendice de clorofila
A clorofila eacute o pigmento responsaacutevel pela captaccedilatildeo da energia solar atuando na
oxidaccedilatildeo da aacutegua e consequentemente na liberaccedilatildeo do oxigecircnio e na reduccedilatildeo do dioacutexido de
carbono para a formaccedilatildeo de cadeias carbocircnicas principalmente accediluacutecar (TAIZ ZEIGER
2009) Segundo Barbieri Juacutenior (2009) o clorofilocircmetro eacute um instrumento que indica de
forma indireta o teor de clorofila com base nas propriedades oacuteticas das folhas sendo que os
teores de clorofila total relacionaram-se diretamente com as leituras do clorofilocircmetro para
um experimento realizado com Capim-Tifton 85 com coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2) acima
de 85 O autor ainda relata que a atividade fotossinteacutetica o conteuacutedo de proteiacutenas e de
carboidratos soluacuteveis o N total e os teores de micronutrientes existentes nas folhas satildeo
algumas das variaacuteveis que podem ser correlacionadas com o conteuacutedo de clorofila no tecido
foliar Na Figura 36 satildeo apresentadas as distribuiccedilotildees temporais dos valores de clorofila total
114
expressos em Iacutendice de Clorofila Falker (ICF) durante o terceiro ano de cultivo em funccedilatildeo da
dose de adubaccedilatildeo nitrogenada (a) e do manejo hiacutedrico (b)
(a) (b)
Figura 36 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de clorofila total em funccedilatildeo doses de nitrogecircnio (a) e do manejo hiacutedrico
(b) para o terceiro ano de cultivo
Como pode ser visto na Figura 36 os teores de clorofila total se apresentam com niacuteveis
muito baixos no periacuteodo do florescimento e formaccedilatildeo de frutos em comparaccedilatildeo aos outros
dois periacuteodos fato tambeacutem observado pelas leituras realizadas no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
poreacutem com uma menor intensidade para as menores doses de N (Figura 37) Os tratamentos
irrigados apresentaram maiores valores de clorofila total durante o primeiro ciclo fato que
natildeo se repetiu no ano seguinte com o cultivo com histoacuterico de irrigaccedilatildeo (Figura 38) As
diferentes doses de N aplicadas influenciaram positivamente o aumento do teor de clorofila
total nos dois ciclos
Figura 37 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicada para o quarto ano de cultivo
300
350
400
450
500
550
Jan2014 Mar2014 Mai2014
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N
100 N
50 N
0 N
a
a a
b
b
aa a
a a
aa
300
340
380
420
460
500
Jan2014 Mar2014 Mai2014
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado
Sequeirob
a
a b
a a
420
440
460
480
500
520
540
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N 50 N 0 N
a
a
a
a
ab ab
b
a
b
b
aa
aa a
aa
ab
bab
115
Figura 38 - Teores de clorofila total em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado para o quarto ano de cultivo
Os valores relativos de clorofila A e B apresentaram o mesmo comportamento da
clorofila total que eacute a soma das duas clorofilas Assim como na clorofila total os valores de
clorofila A e B diminuiacuteram com a reduccedilatildeo da adubaccedilatildeo nitrogenada e as doses de 50 e 0
da adubaccedilatildeo nitrogenada foram aquelas que apresentaram os menores valores (Tabela 33 e
Tabela 34) Diferente desses resultados Vale (2009) ao estudar o efeito da aplicaccedilatildeo de
nitrogecircnio na cana-de-accediluacutecar afirma que natildeo houve efeito significativo da leitura do iacutendice de
clorofila com o aumento da aplicaccedilatildeo de nitrogecircnio mesmo com o aumento significativo na
biomassa das plantas Para o ciclo 201314 apenas a clorofila B natildeo apresentou efeito da
irrigaccedilatildeo fato que influenciou a natildeo significacircncia da relaccedilatildeo clorofila AB Jaacute no ano
seguinte todas as variaacuteveis apresentaram efeito do manejo hiacutedrico
Tabela 33 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de
pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Clorofila Total
Irrigado 456 450 446 422 443 B
Sequeiro 487 464 451 415 454 A
Meacutedias 471 a 457 ab 449 b 419 c
Clorofila A
Irrigado 357 353 353 337 350 B
Sequeiro 377 365 358 340 360 A
Meacutedias 367 a 359 ab 355 b 339 c
Clorofila B
Irrigado 99 97 93 85 93 A
Sequeiro 110 99 93 75 94 A
Meacutedias 104 a 98 ab 93 b 80 c
Relaccedilatildeo Clorofila AB
Irrigado 407 429 437 466 435 A
Sequeiro 371 406 411 488 419 A
Meacutedias 389 c 418 bc 424 b 477 a
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
420
440
460
480
500
520
540
560
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
ICF
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado Sequeiro
a
a
aa
a
b
b
b a b
116
Tabela 34 - Valores meacutedios dos iacutendices de clorofila total A e B (ICF) e da relaccedilatildeo clorofila AB das folhas de
pinhatildeo-manso para todos os tratamentos avaliados no segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Clorofila Total
Irrigado 505 501 492 478 494 A
Sequeiro 495 484 447 448 469 B
Meacutedias 501 a 493 a 470 b 463 b
Clorofila A
Irrigado 387 389 383 376 384 A
Sequeiro 382 376 358 358 368 B
Meacutedias 385 a 383 a 371 b 367 b
Clorofila B
Irrigado 118 112 108 101 110 A
Sequeiro 114 108 89 88 100 B
Meacutedias 116 a 110 a 99 b 95 b
Relaccedilatildeo Clorofila AB
Irrigado 350 362 370 385 367 B
Sequeiro 346 361 414 419 385 A
Meacutedias 349 b 361 b 392 a 402 a
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
A relaccedilatildeo clorofila AB apresentou os seus maiores valores para as menores doses de
N (50 e 0) aplicada devido ao baixo teor de clorofila B presentes principalmente nos
tratamentos sem irrigaccedilatildeo A manutenccedilatildeo dos altos valores de clorofila B presente nos
tratamentos com as maiores doses de N em qualquer condiccedilatildeo eacute um fator positivo pois deve
salientar-se que uma proporccedilatildeo relativa maior de clorofila B eacute uma caracteriacutestica importante
pois possibilita a captura de foacutetons de outros comprimentos de onda (VIEIRA et al 2010)
Os altos teores de clorofila apresentados nos tratamentos irrigados e com maiores
doses de N podem tambeacutem ser explicados pela maior incidecircncia de folhas devido ao estiacutemulo
da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada ocasionando um maior sombreamento das folhas o
que faz com que elas possuam mais grana por cloroplastos apresentando uma maior
quantidade de clorofila por centro de reaccedilatildeo (FAHL et al 1994)
Quando submetidas a um estresse hiacutedrico severo os conteuacutedos de clorofila presentes
nas folhas das plantas muitas vezes podem vir a diminuir devido agrave degradaccedilatildeo progressiva da
clorofila nas folhas (MARTIacuteNEZ-FERRI et al 2004 JALEEL et al 2009 ANJUM et al
2011) ocorrendo tambeacutem para a cultura do pinhatildeo-manso (POMPELLI et al 2010) No
entanto Sapeta et al (2013) natildeo encontraram nenhuma reduccedilatildeo significativa nos teores de
clorofila A ou B nem mesmo com o tratamento sob maacuteximo estresse hiacutedrico Os autores
observaram contudo uma reduccedilatildeo das razotildees de clorofila AB durante o periacuteodo mais seco
ocasionado devido a um aumento no conteuacutedo de clorofila B Pompelli et al (2010) tambeacutem
117
observaram uma reduccedilatildeo da relaccedilatildeo clorofila AB no pinhatildeo-manso embora esta reduccedilatildeo
diferente do constatado por Sapeta et al (2013) tenha sido acompanhada por uma diminuiccedilatildeo
no conteuacutedo de clorofila total sendo principalmente de clorofila A
Na Tabela 35 eacute apresentada um resumo das anaacutelises univariadas de perfis para
clorofila total A B relaccedilatildeo clorofila AB e para nitrogecircnio foliar todos para o segundo ciclo
de avaliaccedilatildeo natildeo foram realizadas para o primeiro ciclo devido ao pouco nuacutemero de medidas
realizadas no periacuteodo o que comprometeria a caracterizaccedilatildeo da anaacutelise de perfis As meacutedias
de todas as variaacuteveis analisadas foram significativamente diferentes pelo teste F entre as
diferentes doses de N aplicadas e da eacutepoca de avaliaccedilatildeo (DAP) no quarto ciclo de cultivo
(201415) rejeitando a hipoacutetese de perfis horizontais (Tabela 35) O uso da irrigaccedilatildeo por sua
vez natildeo causou efeito para a relaccedilatildeo clorofila AB e para o N foliar satisfazendo portanto a
hipoacutetese de perfis horizontais para estas variaacuteveis A hipoacutetese de paralelismo de perfis foi
rejeitada para a interaccedilatildeo irrigaccedilatildeo x DAP em todas as variaacuteveis mas satisfeita para a
interaccedilatildeo doses de N x DAP (com exceccedilatildeo do N foliar) indicando que estas variaacuteveis
apresentam comportamento diferenciado conforme o tipo de manejo hiacutedrico adotado o
mesmo natildeo ocorreu com a diferenciaccedilatildeo das doses de N aplicadas indicando a coincidecircncia
(paralelismo) de perfis entre esses tratamentos
Tabela 35 ndash Resumo da anaacutelise univariada de perfis para os iacutendices de Clorofila para o ciclo 201415
Causas da variaccedilatildeo GL
Clorofila
Total Clorofila A Clorofila B
Relaccedilatildeo
Cl AB N foliar
Quadrado meacutedio
Modelo 63 217324
367981
62976
0513 3261
Bloco (Irrigaccedilatildeo) 6 83097ns
25898ns
19647ns
0153ns
1082ns
Doses N 3 118286
274952
329692
2269
14467
Irrigaccedilatildeo 1 168305
68644
219781 0455
ns 1416
ns
Irrigaccedilatildeo x Doses N 3 181522ns
62285ns
36156ns
0419ns
1156ns
Resiacuteduo a 18 3922ns
841ns
15416ns
012ns
558ns
DAP 4 542196 8979
206466
1714
1775
DAP x Irrigaccedilatildeo 4 549987 190026
176759
2148
6758
DAP x Doses N 12 91661ns
18896ns
34442ns
0205ns
2454
DAP x Irrigaccedilatildeo x Doses N 12 103502ns
27406ns
25717ns
0238ns
1094ns
Resiacuteduo b 96 89169 2221430 25387 0231 839
Rsup2 06153 06236 06195 05939 07183
CV () 622 405 1527 1296 965
Meacutedia 4797 3754 1043 37 300
Niacuteveis de significacircncia 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo DAP ndash Dias apoacutes poda de limpeza
GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
O teste de esfericidade foi realizado apoacutes a anaacutelise univariada para cada uma das
variaacuteveis e apresentou condiccedilatildeo de esfericidade da matriz de covariacircncias satisfeita para todos
os casos (Tabela 36) Validou-se portanto a anaacutelise univariada de perfis com parcelas
118
subdividas no tempo realizada anteriormente natildeo sendo necessaacuteria a realizaccedilatildeo da anaacutelise
multivariada de perfis para nenhuma variaacutevel
Tabela 36 ndash Teste de esfericidade de Mauchly para os iacutendices de clorofila e N foliar do pinhatildeo-manso
Variaacutevel
analisada
Grau de
liberdade de F
Criteacuterio de
Mauchly (W)
Estatiacutestica Qui-
Quadrado Xsup2 valor-p
Estatiacutestica
utilizada
Clorofila Total 9 05853 87937 04565 Univariada
Clorofila A 9 05595 95321 03897 Univariada
Clorofila B 9 05816 88986 04467 Univariada
Relaccedilatildeo Clor AB 9 03815 158187 00708 Univariada
Nitrogecircnio foliar 9 06342 74751 05878 Univariada
De acordo com os resultados apresentados nas anaacutelises univariadas de perfis os perfis
meacutedios de resposta dos iacutendices de clorofila total A B e da relaccedilatildeo clorofila AB em funccedilatildeo
das quatro doses de adubo nitrogenado e das duas condiccedilotildees de manejo hiacutedrico para o cultivo
do pinhatildeo-manso no ciclo 201415 satildeo expressos na Figura 39
Figura 39 ndash Perfis meacutedios dos iacutendices de clorofila do pinhatildeo-manso para o segundo ciclo de avaliaccedilatildeo
Na Figura 40 satildeo apresentados os perfis meacutedios dos teores de N foliar ao longo
segundo ciclo de avaliaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de N e do manejo hiacutedrico adotado Apesar de
apresentar alguma variaccedilatildeo ao longo do ciclo o teor de N foliar apresentou baixa correlaccedilatildeo
com os teores de clorofila A B e Total (Tabela 37) a variaccedilatildeo do teor de N possivelmente
estaacute condicionada principalmente a alta mobilidade do nutriente na planta O valor de N foliar
350
360
370
380
390
400
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la A
(IC
F)
DAP
Clorofila A
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
60
70
80
90
100
110
120
130
140
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la B
(IC
F)
DAP
Clorofila B
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
420
440
460
480
500
520
540
45 90 130 190 260
Clo
rofi
la T
ota
l (I
CF
)
DAP
Clorofila Total
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
25
28
30
33
35
38
40
43
45
45 90 130 190 260
Rel
accedilatilde
o C
loro
fila
AB
DAP
Relaccedilatildeo clorofila AB
150 N 100 N50 N 0 NIrrigado Natildeo irrigado
119
apresentou-se altamente significativo para o efeito da eacutepoca ao longo do ciclo com um valor
de F de 2847 Devido a sua alta mobilidade na planta ele apresentou os menores teores na
folha selecionada nos periacuteodos de florescimento e formaccedilatildeo de frutos
(a) (b)
Figura 40 - Variaccedilatildeo temporal dos teores de N foliar em funccedilatildeo das doses de N aplicadas na planta (a) e do
manejo hiacutedrico adotado (b)
Tabela 37 - Coeficientes de correlaccedilatildeo de Pearson entre o nitrogecircnio foliar e os teores de clorofila na planta
Clorofila Total Clorofila A Clorofila B
Correlaccedilatildeo de Pearson 017961 016939 01752
Probabilidade 00425 00559 00462
Aleacutem da disponibilidade de nitrogecircnio na planta a leitura fornecida pelo
clorofilocircmetro pode ser afetada tambeacutem por outros fatores dentre os principais destacam-se o
cultivar o estaacutedio de crescimento determinadas caracteriacutesticas anatocircmicas das folhas a
irradiacircncia no momento da avaliaccedilatildeo e a localidade (FONTES 2011) Tais fatores necessitam
ser avaliados e padronizados apesar da interaccedilatildeo entre os mesmos tornar difiacutecil a
padronizaccedilatildeo Adicionalmente a concentraccedilatildeo de clorofila varia com a condutacircncia
estomaacutetica da folha causada pelas estaccedilotildees do ano sendo mais acentuada na primavera do que
no veratildeo (MATSUMOTO OHTA TANAKA 2005) Segundo Schepers et al (1992) mesmo
com algumas imperfeiccedilotildees o uso do clorofilocircmetro pode aumentar a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo
do adubo nitrogenado pelas culturas e tem propiciado melhor manejo da adubaccedilatildeo
nitrogenada em cobertura chamado de ldquoadubaccedilatildeo quando necessaacuteriardquo
Com exceccedilatildeo dos valores referentes ao mecircs de janeiro2014 os teores de N foliar dos
tratamentos irrigados e com as maiores doses de N aplicado via fertilizante mineral
mostraram-se relativamente superiores quando comparados com os demais tratamentos
Segundo Fernaacutendez et al (1994) um acreacutescimo no suprimento de N estimula o crescimento
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
Teo
r d
e N
(g
kg
- sup1)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
150 N 100 N
50 N 0 N
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
Nov2014 Dez2014 Jan2015 Fev2015 Abr2015
Teo
r d
e N
(g k
g- sup1
)
Eacutepoca de avaliaccedilatildeo
Irrigado Sequeiro
120
atrasa a senescecircncia e muda a morfologia das plantas aleacutem disto o aumento dos niacuteveis de
adubaccedilatildeo nitrogenada causa crescimento significativo no conteuacutedo de clorofila das folhas
Laviola e Dias (2008) citam que o N foi o nutriente mais requerido para a formaccedilatildeo de folhas
tal como para suprir a demanda metaboacutelica de frutos de pinhatildeo-manso Esses mesmos autores
calcularam teores meacutedios de nitrogecircnio nas folhas de 364 g kg-1
apoacutes o terceiro ano de
implantaccedilatildeo da cultura valores estes maiores dos que os obtidos neste estudo Schulz et al
(2014) encontraram valores proacuteximos a 40 g kg-1
no cultivo do pinhatildeo-manso consorciado
com capim tifton e valores acima 50 g kg-1
quando cultivado em solteiro Segundo Kerbauy
(2008) a demanda de N varia com a espeacutecie e o teor de N com a parte da planta analisada e
para um crescimento adequado a concentraccedilatildeo oacutetima estaacute na faixa de 20 a 50 g kg-1
de
mateacuteria seca da planta
49 Teor e anaacutelises de qualidade de oacuteleo
O resumo da anaacutelise de variacircncia dos resultados do rendimento (teor) meacutedio e da
produtividade do oacuteleo de pinhatildeo-manso para o terceiro e quarto ano de cultivo em funccedilatildeo do
manejo hiacutedrico adotado e da dose de adubaccedilatildeo nitrogenada satildeo apresentados na Tabela 38
Tabela 38 - Valores de F para o teor meacutedio () e a produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) em sementes de pinhatildeo-
manso para todos os tratamentos avaliados
Fonte de Variaccedilatildeo
Ciclo 201314 Ciclo 201415
GL Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo Teor de oacuteleo Produtiv de oacuteleo
Blocos [I] 6 100ns
1278
067ns
153ns
I 1 1121
13916
1779
3244
N 3 045ns
3352
2533
2288
I x N 3 192ns
137ns
514
097ns
Meacutedia geral 541 35744 534 45876
CV () 29 154 197 182
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Para o primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apenas o manejo hiacutedrico apresentou efeito
significativo para o rendimento do oacuteleo apresentando um valor meacutedio de 541 Diferente
disso para o mesmo periacuteodo de estudo a produtividade de oacuteleo apresentou diferenccedila
significativa em praticamente todos os aspectos com exceccedilatildeo da interaccedilatildeo dos experimentos
de irrigaccedilatildeo e os tratamentos adubados chegando a duplicar a produtividade de oacuteleo com a
complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo no seu terceiro ano de cultivo (Tabela 39) Tal efeito tambeacutem se
121
assemelhou ao segundo ciclo de avaliaccedilatildeo para a produtividade de oacuteleo com diferenccedilas
encontradas para o efeito da irrigaccedilatildeo e das doses de nitrogecircnio aplicadas O teor de oacuteleo
diferente do primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou melhor resposta com o efeito da dose de
nitrogecircnio aplicada e da complementaccedilatildeo da irrigaccedilatildeo entretanto obervou-se um menor teor
de oacuteleo nos tratamentos com adubaccedilatildeo nitrogenada e no cultivo irrigado sendo este uacuteltimo
tambeacutem ocorrido no ciclo seguinte (Tabela 39) Diferente disso Kalannavar (2008) relataram
altos valores do teor de oacuteleo extraiacutedo mecanicamente (3791) e da produtividade de oacuteleo
(97074 kg ha-1
) do pinhatildeo-manso quando adubado com 100 kg N ha-1
valores estes
superiores aos encontrados para as dosagens de 50 e 150 kg N ha-1
O aumento do teor de oacuteleo
com o uso da irrigaccedilatildeo e da adubaccedilatildeo nitrogenada tambeacutem foram relatados por Tikkoo
Yadav Kaushik (2013) que observaram um aumento de ateacute 9 com o uso da irrigaccedilatildeo e
aumentos de 17 33 e 64 de oacuteleo com a aplicaccedilatildeo de 30 60 e 90 kg ha-1
de N
respectivamente sobre o tratamento controle
Tabela 39 - Valores Meacutedios do teor e produtividade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da dose de
nitrogecircnio aplicada
Manejo
hiacutedrico
Doses de Nitrogecircnio
150 100 50 0 Meacutedias
Teor de oacuteleo () - Ciclo 201314
Irrigado 538 535 529 524 532 B
Sequeiro 535 556 554 556 550 A
Meacutedias 537 a 546 a 542 a 540 a
Teor de oacuteleo () - Ciclo 201415
Irrigado 515 Bb 521 Ab 519 Ab 549 Ba 526
Sequeiro 548 Aab 516 Ac 530 Abc 573 Aa 542
Meacutedias 531 519 524 561
Produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) ndash Ciclo 201314
Irrigado 5985 5199 4605 3092 4720 A
Sequeiro 3220 2721 2913 860 2429 B
Meacutedias 4603 a 3960 ab 3759 b 1976 c
Produtividade de oacuteleo (kg ha-1
) ndash Ciclo 201415
Irrigado 6744 5732 5244 3996 5429 A
Sequeiro 5891 3883 3428 1783 3747 B
Meacutedias 6318 a 4808 b 4336 b 2889 c
Meacutedias seguidas de mesma letra maiuacutesculas na coluna e minuacutesculas na linha natildeo diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5 de probabilidade
Observando os resultados apresentados constata-se que de uma forma geral os
tratamentos natildeo irrigados apresentaram maiores teores de oacuteleo quando comparados com os
tratamentos irrigados apresentando uma meacutedia de 5504 contra 5317 dos tratamentos em
que foi utilizada a praacutetica da irrigaccedilatildeo Os teores meacutedios de oacuteleo obtidos encontram-se dentro
da faixa dos teores relatados por Sluszz e Machado (2011) Arruda et al (2004) Haas e
Mittelbach (2000) e Akintayo (2004)
122
Comportamento semelhante dos resultados encontrados para o rendimento de oacuteleo
foram observados por Deus et al (2012) que avaliaram o rendimento e a produtividade de
oacuteleo do pinhatildeo-manso sobre diferentes lacircminas de irrigaccedilatildeo e niacuteveis de adubaccedilatildeo potaacutessica e
observaram que o uso da irrigaccedilatildeo proporcionou uma diminuiccedilatildeo nos valores de rendimento
de oacuteleo nos gratildeos e aumento da produtividade do oacuteleo que foi proporcionado pelo aumento
da produtividade de gratildeos com o aumento da lacircmina de irrigaccedilatildeo
Apesar do teor meacutedio de oacuteleo ter sido levemente superior no terceiro ano de cultivo
tal fato natildeo influenciou a produtividade de oacuteleo do ano seguinte que foi superior (472 kg ha-1
)
devido principalmente agrave boa produtividade de sementes alcanccedilada no periacuteodo Outro ponto a
ser destacado eacute que a ausecircncia da irrigaccedilatildeo no quarto ano de cultivo natildeo interferiu na
produtividade de oacuteleo que obteve valores 690 superiores do encontrado para o cultivo sem
irrigaccedilatildeo desde a sua implantaccedilatildeo quando a comparaccedilatildeo se resume apenas no terceiro ano o
cultivo irrigado obteve produtividade de oacuteleo 515 superior ao cultivo sem irrigaccedilatildeo (Tabela
39) Estes resultados datildeo margem para que novos estudo possam ser realizados para a
maximizaccedilatildeo do uso da irrigaccedilatildeo na potencializaccedilatildeo da produccedilatildeo de oacuteleo e sementes do
pinhatildeo-manso durante a sua fase de formaccedilatildeo e estabelecimento (ateacute o quarto de cultivo) e
em periacuteodos posteriores ao seu pico de produccedilatildeo (a partir do quinto ano de cultivo)
Para os dois ciclos de avaliaccedilatildeo (3ordm e 4ordm ano de cultivo) os tratamentos com as
diferentes doses de adubaccedilatildeo e tipos de manejo hiacutedrico apesar de natildeo promoverem grande
variaccedilatildeo no teor de oacuteleo intriacutenseco das sementes melhoraram consideravelmente o
rendimento do oacuteleo vegetal em geral (Tabela 39) com aumento do nuacutemero total de
frutossementes produzidas por planta Resultados semelhantes foram encontradas por Yong
et al (2010) e Tikkoo Yadav Kaushik (2013) As relaccedilotildees diretas da produtividade de gratildeos
com o rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso foram estudadas por Spinelli et al (2010) que ao
quantificarem os efeitos diretos e indiretos de caracteriacutesticas vegetativas e da qualidade da
mateacuteria-prima no rendimento de oacuteleo do pinhatildeo-manso observaram que a produtividade de
gratildeos foi o componente mais importante do rendimento de oacuteleo seguida do volume de copa e
do teor de oacuteleo nos gratildeos
Para a produtividade de oacuteleo foi encontrado para o terceiro ano de cultivo um modelo
de ajuste linear para o cultivo irrigado e um modelo polinomial de segundo grau para o
manejo hiacutedrico sem irrigaccedilatildeo em funccedilatildeo das doses de nitrogecircnio aplicadas naquele periacuteodo
(Figura 41) No quarto ano de cultivo com o aumento da aplicaccedilatildeo de N por unidade de aacuterea
o modelo de regressatildeo linear obteve o melhor ajuste para as duas condiccedilotildees da produtividade
de oacuteleo em funccedilatildeo das doses de N aplicadas nesse periacuteodo (Figura 42) Assim como para a
123
produtividade de sementes o caacutelculo do Rsup2 corrigido foi determinado para a produtividade de
oacuteleo em funccedilatildeo das doses de adubaccedilatildeo utilizada para cada manejo hiacutedrico nos seus dois anos
de estudo
Figura 41 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no terceiro ano de cultivo
Figura 42 - Produtividade de oacuteleo do pinhatildeo-manso em funccedilatildeo das diferentes doses de adubo nitrogenado
aplicado no quarto ano de cultivo
O uso da irrigaccedilatildeo como complementaccedilatildeo de aacutegua para o cultivo do pinhatildeo-manso
pode trazer grandes aumentos na produtividade de sementes e de oacuteleo como foi confirmado
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074
y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 17461x + 41132
Rsup2 = 09711 p-valor = 00022
y = 24907x + 18217
Rsup2 = 09582 p-valor lt00001
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 515 103 1545
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tivid
ad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
ida
de
de
oacutele
o (
kg
ha
-1)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Pro
du
tiv
idad
e d
e oacutele
o (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)y = 2688x + 33292
Rsup2 = 09569 p-valor = 00074y = -00326x2 + 53742x + 1007
Rsup2 = 08733 p-valor = 00012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 345 69 1035
Prod
uti
vid
ad
e d
e oacute
leo (
kg h
a-1
)
Doses de N (kg ha-1 ano-1)
Irrigado Natildeo irrigado
Linear (Irrigado) Polinocircmio (Natildeo irrigado)
124
por esse estudo Mas a falta ou ateacute o excesso da aacutegua aplicada agrave planta podem diminuir o seu
potencial produtivo Em um experimento conduzido em solos arenosos do Egito Kheira e
Atta (2009) avaliaram a resposta do pinhatildeo-manso em condiccedilotildees de deacuteficit hiacutedrico e
concluiacuteram que a lacircmina oacutetima aplicada que foi correspondente a 100 da evapotranspiraccedilatildeo
potencial (ETp) proporcionou para as plantas de pinhatildeo-manso os maiores valores de
rendimento e produtividade de oacuteleo aleacutem da melhor eficiecircncia do uso da aacutegua na produccedilatildeo de
sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-manso (044 e 013 kg m-3
) respectivamente Os resultados
concluiacuteram que a eficiecircncia do uso da aacutegua da produccedilatildeo de sementes e de oacuteleo de pinhatildeo-
manso diminuiacuteram com a reduccedilatildeo e o aumento da taxa de aplicaccedilatildeo de aacutegua a partir da
aplicaccedilatildeo ideal de aacutegua para a cultura (100 ETp)
O resultado da anaacutelise de variacircncia com os valores do teste F dos iacutendices de qualidade
do oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico e da adubaccedilatildeo nitrogenada para os dois ciclos de
avaliaccedilatildeo do pinhatildeo-manso satildeo encontradas na Tabela 40 Pela ANOVA verifica-se que
apenas o fator irrigaccedilatildeo influenciou os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade
oxidativa em pelo menos um dos ciclos avaliados natildeo havendo efeito das doses de nitrogecircnio
e da sua interaccedilatildeo com a irrigaccedilatildeo
Tabela 40 - Valores de F para os iacutendices de acidez (IA) iodo peroacutexido (IP) e estabilidade oxidativa (EO) para os
dois ciclos de avaliaccedilatildeo
Fonte de
Variaccedilatildeo GL
Ciclo 201314 Ciclo 201415
IA Iodo IP EO IA Iodo IP EO
Blocos [I] 2 039ns
032ns
100ns
066ns
222ns
014ns
892 069
ns
I 1 794 453
ns 009
ns 132
ns 066
ns 285
399
112
N 3 071ns
072ns
191ns
060ns
243ns
079ns
070ns
499ns
I x N 3 072ns
146ns
009ns
063ns
001ns
007ns
070ns
001ns
Meacutedia geral 336 1013 0369 217 0526 778 0236 161
CV () 941 477 2896 238 405 171 634 862
Niacuteveis de significacircncia 001ltPlt005 0001ltPlt001 Plt0001 ns - natildeo significativo I ndash Irrigaccedilatildeo N ndash
Doses de N GL ndash Graus de liberdade CV () ndash Coeficiente de variaccedilatildeo
Os valores de densidade relativa e do iacutendice de refraccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas
significativas entre os tratamentos estudados nos dois anos de avaliaccedilatildeo apresentando valores
meacutedios para o ciclo de 201314 de 0911 e 1463 respectivamente para densidade e refraccedilatildeo
jaacute para o ciclo 201415 os valores meacutedios de densidade relativa e iacutendice de refraccedilatildeo foram de
0885 e 1458 respectivamente Os valores do iacutendice de refraccedilatildeo encontrados nesse estudo satildeo
similares aos que foram encontrados por Akintayo (2004) e Kheira e Atta (2009) que
relataram respectivamente um valor meacutedio de 1468 e 147 para o iacutendice de refraccedilatildeo a 25ordm C
do oacuteleo de pinhatildeo-manso Estes resultados assim como o que foi encontrado nesse estudo
125
estatildeo enquadrados dentro da faixa ou do limite maacuteximo permitido de acordo com o
estabelecido pela legislaccedilatildeo vigente (ANVISA 1999) e por outros estudos (BIODIESELBR
2011)
A densidade relativa tambeacutem pouco variaacutevel entre os diferentes tipos de tratamentos
apresentou valores proacuteximos aos encontrados por Akintayo (2004) BiodieselBR (2011)
Akbar et al (2009) e Oliveira et al (2009) De acordo com Portela (2011) a densidade eacute uma
propriedade que natildeo sofre grandes variaccedilotildees isso se deve ao fato do oacuteleo apresentar
densidade semelhante a de seus eacutesteres metiacutelicos poreacutem o seu controle eacute de grande
importacircncia tendo em vista que uma densidade elevada pode provocar problemas quanto a
injeccedilatildeo do combustiacutevel na cacircmara de compressatildeo podendo ocasionar obstruccedilatildeo dos bicos
injetores injeccedilatildeo de pouco combustiacutevel Do mesmo modo uma baixa densidade causa uma
injeccedilatildeo exagerada possibilitando haver uma queima incompleta ou consumo excessivo do
combustiacutevel
Na Tabela 41 satildeo apresentados os valores dos demais iacutendices de qualidade somente
em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico visto que foi o uacutenico fator que influenciou em pelo menos um
dos ciclos os iacutendices de acidez peroacutexido iodo e estabilidade oxidativa
Tabela 41 - Valores meacutedios dos iacutendices de qualidade de oacuteleo em funccedilatildeo do manejo hiacutedrico adotado nos dois
ciclos de avaliaccedilatildeo
Manejo
hiacutedrico
Ciclo 201314
Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa
Irrigado 113 b 1038 a 029 a 202 a
Sequeiro 558 a 987 a 045 a 232 a
Meacutedias 336 1013 037 217
Manejo
hiacutedrico
Ciclo 201415
Iacutendice de acidez Iacutendice de iodo Iacutendice de peroacutexido Estabilidade Oxidativa
Irrigado 057 a 601 b 047 a 149 b
Sequeiro 048 a 956 a 001 b 173 a
Meacutedias 053 779 024 161
Meacutedias seguidas de mesma letra minuacutesculas na coluna natildeo diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 de
probabilidade
O iacutendice de acidez uacutenico iacutendice de qualidade que teve diferenccedila significativa no
primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo apresentou altos valores nesse periacuteodo Esse fato nem sempre
pode estar condicionado agraves condiccedilotildees de campo em que a cultura foi submetida podendo
estar relacionado com as condiccedilotildees de coleta refrigeraccedilatildeo e armazenamento das sementes e
as teacutecnicas de extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes estas se mal-empregadas favorecem a
degradaccedilatildeo oxidativa e a hidroacutelise dos trigliceriacutedeos contidos no oacuteleo alterando de forma
significativa as propriedades fiacutesico-quiacutemicas do mesmo (SILVA 2005) Segundo Angelucci
et al (1987) o alto teor de acidez de um oacuteleo bruto aumenta a perda da neutralizaccedilatildeo sendo
126
tambeacutem indicador de sementes de baixa qualidade de manuseio e armazenamento improacuteprios
ou de um processamento insatisfatoacuterio
O tipo de extraccedilatildeo do oacuteleo pode influenciar no iacutendice de acidez Pereira Coelho e
Mendes (2011) encontraram para o oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo por prensa uma acidez
baixa com um valor meacutedio de 18 mg KOH g-1
quando comparado com o oacuteleo extraiacutedo com
hexano com valores acima de 151 mg KOH g-1
O aumento do tempo de armazenamento do
oacuteleo extraiacutedo eacute outro fator que pode trazer a elevaccedilatildeo do seu iacutendice de acidez (RIBEIRO et al
2010)
Considerando os resultados de uma forma geral apenas os tratamentos sem irrigaccedilatildeo
foram os que apresentaram um valor meacutedio do iacutendice de acidez acima dos limites
estabelecidos para oacuteleos natildeo refinados que estabelece um valor maacuteximo de 40 mg KOH g-1
(ANVISA 2005) Ainda assim os valores se encontram abaixo dos determinados por Oliveira
et al (2009) de 845 mg KOH g-1
e proacuteximos dos valores encontrados por Akintayo (2004)
Kpoviessi et al (2004) e Achten et al (2008)
O oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo apresentou um baixo iacutendice de peroacutexido para todos
os tratamentos e soacute foi significativo devido agrave presenccedila quase nula de peroacutexidos nos
tratamentos sem irrigaccedilatildeo do segundo ciclo de avaliaccedilatildeo A presenccedila de peroacutexidos por menor
que seja indica que o oacuteleo sofreu oxidaccedilatildeo mas natildeo a ponto de comprometer a sua qualidade
original Nem o fato da extraccedilatildeo ter sido feita com solvente orgacircnico implicou em um
aumento elevado do iacutendice de peroacutexido fato esse observado por Pereira Coelho e Mendes
(2011) Apesar de natildeo ser um requisito de anaacutelise de combustiacuteveis o iacutendice de peroacutexido vem
se mostrando um objeto de estudo interessante uma vez que a reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo eacute muitas
vezes iniciada na sua presenccedila aleacutem de se observar aumento do iacutendice de peroacutexido com o
passar do periacuteodo de estocagem (RIBEIRO et al 2010 PORTELA 2011) Os valores do
iacutendice de peroacutexido determinados encontram-se muito abaixo dos relatados por BiodieselBR
(2011) (998 meq kg-1
) e Akbar et al (2009) (193 meq kg-1
) e da quantidade estabelecida pela
Anvisa (2005) de 150 meq kg-1
O iacutendice de iodo apresentou baixa variaccedilatildeo no primeiro ciclo de avaliaccedilatildeo (987-1038
g I2 100 g-1
) em comparaccedilatildeo com o segundo (601-956 g I2 100 g-1
) Esses resultados mostram
uma menor capacidade de absorccedilatildeo de iodo pelas duplas ligaccedilotildees dos aacutecidos graxos
insaturados do oacuteleo extraiacutedo principalmente dos oacuteleos extraiacutedos dos tratamentos irrigados do
segundo ciclo Esse fato eacute considerado importante para a qualidade do oacuteleo de pinhatildeo-manso
jaacute que o seu oacuteleo tende a ser mais resistente agrave oxidaccedilatildeo por possuir um baixo iacutendice de iodo
em relaccedilatildeo aos demais oacuteleos vegetais estudados satisfazendo dessa forma uma importante
127
caracteriacutestica requerida como mateacuteria-prima para produccedilatildeo de biodiesel possibilitando
tambeacutem um maior tempo de armazenamento se houver necessidade
Pereira Coelho e Mendes (2011) ao realizarem os ensaios do iacutendice de iodo com o
oacuteleo de pinhatildeo-manso extraiacutedo com hexano encontraram valores de iacutendice de iodo de 91-98 g
I2 100 g-1
e com etanol um iacutendice de iodo de 106-108 g I2 100 g-1
Akintayo (2004) relatou um
valor de iacutendice de iodo de 1052 mg I2 g-1
valor proacuteximo do encontrado por Akbar et al
(2009) enquanto que Kpoviessi et al (2004) relataram valores para o iacutendice de iodo de 92 a
93 g I2 100 g-1
Os resultados destes autores comparados com os resultados do presente
trabalho estatildeo de acordo indicando que o oacuteleo do pinhatildeo-manso possui um alto grau de
insaturaccedilatildeo
A estabilidade agrave oxidaccedilatildeo mostrou-se tambeacutem variaacutevel com a influecircncia da irrigaccedilatildeo
os tratamentos natildeo irrigados apresentaram de uma forma geral um maior periacuteodo de induccedilatildeo
determinado pelo equipamento o que confere uma maior estabilidade agrave oxidaccedilatildeo a esses
oacuteleos e um maior tempo de vida uacutetil no seu armazenamento O oacuteleo de pinhatildeo-manso
apresenta um maior tempo de estabilidade agrave oxidaccedilatildeo quando comparado ao oacuteleo de outras
culturas usadas para a produccedilatildeo de biodiesel como a soja e o girassol Dessa forma a
estabilidade oxidativa do oacuteleo de pinhatildeo-manso mostrou-se satisfatoacuteria jaacute que a quantidade
exata de saturaccedilotildees eacute medida pelo ensaio de Iacutendice de Iodo e a presenccedila de saturaccedilotildees nas
moleacuteculas do biodiesel estaacute fortemente ligada agrave estabilidade oxidativa pois satildeo as duplas
ligaccedilotildees existente nos eacutesteres metiacutelicos que sofreram a oxidaccedilatildeo durante o armazenamento
Sendo assim eacute possiacutevel dizer que a estabilidade oxidativa do biodiesel de pinhatildeo-manso eacute
superior a 6 horas agrave 110ordm C (EN 14214) valor miacutenimo exigido pela ANP e pelo European
Committee of Standardization (DOMINGOS et al 2007 SARIN et al 2009)
Os valores das caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas do oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso
como os iacutendices de refraccedilatildeo acidez peroacutexido iodo entre outros sob diferentes relaccedilotildees de
lacircminas de aacutegua (125 100 75 e 50 da ETp) nas condiccedilotildees climaacuteticas egiacutepcias foram
estudadas por Kheira e Atta (2009) Os resultados observados pelos autores natildeo revelaram
quaisquer diferenccedilas significativas causadas pelos diferentes valores de lacircmina de aacutegua
Mesmo assim os autores chegaram agrave conclusatildeo de que a partir dos resultados obtidos as
melhores caracteriacutesticas de oacuteleo de semente de pinhatildeo-manso foram registradas com o oacuteleo
extraiacutedo das plantas que receberam 100 da ETp
Os resultados obtidos dos perfis composicionais realizados por cromatografia gasosa
dos oacuteleos extraiacutedos de pinhatildeo- manso para os anos agriacutecolas 201314 e 201415 encontram-se
respectivamente nas Tabela 42 e Tabela 43
128
Tabela 42 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201314
Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado
ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N
Aacutecido Palmiacutetico
(C160) 132 131 127 127 134 132 132 126 130 plusmn 03
Aacutec Palmitoleico
(C161) 08 09 08 07 08 08 08 08 08 plusmn 005
Aacutecido Esteaacuterico
(C180) 51 51 54 57 54 53 53 52 53 plusmn 02
Aacutecido Oleico
(C181) 401 395 408 426 403 407 412 398 406 plusmn 097
Aacutecido Linoleico
(C182) 399 397 393 373 392 393 390 408 393 plusmn 099
OUTROS 09 18 11 10 11 08 07 10 09 plusmn 033
ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo
Tabela 43 - Perfil composicional dos oacuteleos de pinhatildeo-manso () dos tratamentos avaliados no ciclo 201415
Aacutecidos graxos Natildeo Irrigado Irrigado
ȳ plusmn s 150N 100N 50N 0N 150N 100N 50N 0N
Aacutecido Palmiacutetico
(C160) 130 136 133 134 135 134 135 134 134 plusmn 019
Aacutec Palmitoleico
(C161) 07 08 08 08 09 08 08 08 08 plusmn 006
Aacutecido Esteaacuterico
(C180) 55 55 56 59 55 51 55 54 55 plusmn 022
Aacutecido Oleico
(C181) 413 377 389 400 374 364 391 381 386 plusmn 156
Aacutecido Linoleico
(C182) 386 403 393 376 402 410 386 399 394 plusmn 112
OUTROS 09 20 21 23 25 32 25 23 22 plusmn 066
ȳ = meacutedia geral s = desvio padratildeo
Com os resultados obtidos pode-se evidenciar a baixa variaccedilatildeo da composiccedilatildeo do oacuteleo
de pinhatildeo-manso de acordo com os diferentes tratamentos realizados A realizaccedilatildeo da
irrigaccedilatildeo com os diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada praticamente natildeo causou
alteraccedilotildees na composiccedilatildeo do oacuteleo o que permite prever que sob ambos os efeitos a
utilizaccedilatildeo do oacuteleo para a transformaccedilatildeo em biodiesel resultaraacute em um biocombustiacutevel de
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas semelhantes uma vez que a composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos natildeo
apresenta alteraccedilatildeo significativa resultando em uma mesma quantidade de eacutesteres metiacutelicos
que satildeo produtos do oacuteleo empregado na reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo
Poreacutem as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas dos oacuteleos provenientes dos tratamentos com
irrigaccedilatildeo e sem irrigaccedilatildeo com diferentes niacuteveis de adubaccedilatildeo nitrogenada podem se
diferenciar pois a quantidade dos aacutecidos graxos apresentados nas Tabela 42 e Tabela 43 natildeo
especifica por si soacute a quantidade de aacutecidos graxos livres e a quantidade de mono- di- e
trigliceriacutedeos Isso implica diretamente na escolha da melhor rota de siacutentese para produccedilatildeo de
129
biodiesel jaacute que a presenccedila de aacutecidos graxos livres representa a acidez do oacuteleo que
inviabiliza a reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo alcalina e sugere a esterificaccedilatildeo por aacutecido forte de
Lewis (LIMA 2005)
Como jaacute mencionado anteriormente a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos do pinhatildeo-manso
eacute classificada como um oacuteleo do tipo de aacutecido oleico ou linoleico sendo composto de
praticamente 45 de aacutecidos graxos insaturados Para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo a
porcentagem de aacutecidos graxos saturados (C160 e C180) e insaturados (C161 C181 e
C182) foram de 183 e 807 respectivamente jaacute no segundo ano o oacuteleo extraiacutedo
apresentou em meacutedia os valores de 189 e 789 para os aacutecidos graxos saturados e
insaturados respectivamente
Ao avaliarem a resposta do uso do fertilizante NPK na produtividade e na composiccedilatildeo
de trigliceriacutedeos em pinhatildeo-manso Akbarian Modafebehzadi e Bagheripour (2012)
encontraram para o nitrogecircnio altas correlaccedilotildees para produtividade rendimento de oacuteleo
aacutecidos graxos insaturados aacutecido oleico e aacutecido esteaacuterico sendo a correlaccedilatildeo entre nitrogecircnio e
produtividade altamente significativa agrave 1 de significacircncia Os aacutecidos graxos insaturados e o
aacutecido palmiacutetico tiveram as menores correlaccedilotildees com a adiccedilatildeo de nitrogecircnio sendo essas natildeo
significativas
Na Figura 43 satildeo apresentados a composiccedilatildeo primaacuteria (majoritaacuteria) dos aacutecidos graxos
presentes no pinhatildeo-manso e a sua quantidade () por meio de anaacutelise de ressonacircncia
magneacutetica nuclear (RMN 1H) para cada tratamento apenas para o primeiro ano de avaliaccedilatildeo
Constata-se que diferente da cromatografia gasosa o uso da irrigaccedilatildeo influenciou
significativamente na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos insaturados nas anaacutelises de RMN
causando aumento do aacutecido oleico e diminuiccedilatildeo do aacutecido linoleico esse uacuteltimo por sua vez
aumentou nos tratamentos em que natildeo havia o suprimento de aacutegua por irrigaccedilatildeo
130
Figura 43 - Quantificaccedilatildeo e composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso para todos os
tratamentos avaliados
As diferentes doses de nitrogecircnio natildeo influenciaram na composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos
insaturados Os aacutecidos oleico e linoleico satildeo os principais aacutecidos graxos insaturados presentes
na constituiccedilatildeo do oacuteleo de pinhatildeo-manso (ASHRAFUL et al 2014) Os resultados
encontrados para os tratamentos de sequeiro para aacutecido linoleico encontram-se muito abaixo
do teor meacutedio encontrado na literatura e um pouco acima para o aacutecido oleico diferindo dos
tratamentos irrigados que se encontraram dentro do padratildeo meacutedio do oacuteleo de pinhatildeo-manso
(AKINTAYO 2004 ASHRAFUL et al 2014 BERCHMANS HIRATA 2009) Natildeo houve
diferenccedila significativa para a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos saturados nos tratamentos
Semelhante a esses resultados Flagella et al (2002) encontraram na composiccedilatildeo de aacutecidos
graxos do oacuteleo de girassol alto oleico um decreacutescimo em aacutecido oleico e esteaacuterico e um
aumento do aacutecido linoleico e palmiacutetico sob irrigaccedilatildeo Os autores descobriram que sob o efeito
da irrigaccedilatildeo suplementar e da semeadura precoce houve um aumento notaacutevel na produccedilatildeo de
sementes e uma diminuiccedilatildeo da razatildeo de aacutecido oleicolinoleico em genoacutetipos de girassol alto
oleico
Vaacuterios podem ser os motivos para a presenccedila da variaccedilatildeo dos aacutecidos graxos primaacuterios
nas anaacutelises de RMN sendo que as anaacutelises de CG natildeo apresentaram nenhum efeito Apesar
de serem oriundos da mesma aacuterea experimental os oacuteleos extraiacutedos satildeo de amostragens
0
10
20
30
40
50
60
70
N 150 N 100 N 50 N 0
Aacutecid
o O
leic
o (
)
Irrigado Sequeiro
a
bbb b
a aa
0
10
20
30
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N 150 N 100 N 50 N 0
Aacuteci
do L
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()
Irrigado Sequeiro
a a a a
bbb
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0
5
10
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20
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N 150 N 100 N 50 N 0
Aacuteci
dos
Gra
xosS
atu
rad
os
()
Irrigado Sequeiro
b
a
abab
ab ab aba
131
diferentes e pela baixa seleccedilatildeo geneacutetica as plantas da aacuterea experimental satildeo passiacuteveis de
apresentarem inuacutemeras expressotildees fenotiacutepicas e no conteuacutedo de seu oacuteleo Os diferentes
procedimentos de anaacutelise para cada meacutetodo podem implicar nessa resposta sem contar que
apesar de ser extremamente preciso a anaacutelise de RMN determina com maior exatidatildeo apenas
os componentes primaacuterios (majoritaacuterios) que provavelmente satildeo os que realmente vatildeo
influenciar na qualidade do oacuteleo e do biodiesel produzido Jaacute a cromatografia gasosa consegue
detectar outros aacutecidos graxos em menor quantidade e com maior precisatildeo no oacuteleo ou no
biodiesel produzido
De acordo com Wang et al (2012) as mateacuterias-primas para o biodiesel de alta
qualidade tecircm alto teor de aacutecidos graxos monoinsaturados pois eacutesteres metiacutelicos de aacutecidos
graxos monoinsaturados satildeo considerados como sendo melhor do que os poli-insaturados para
a mateacuteria-prima de biodiesel de alta qualidade E de acordo com estes autores o oacuteleo de
pinhatildeo-manso se enquadra entre as plantas lenhosas que tem as melhores propriedades para
um biodiesel de alta qualidade devido ao conteuacutedo de aacutecidos graxos monoinsaturados ser
maior do que muitas espeacutecies
Pensando na resposta fornecida em funccedilatildeo da irrigaccedilatildeo pela maioria dos iacutendices de
qualidade de oacuteleo de pinhatildeo-manso e na quantificaccedilatildeo da composiccedilatildeo primaacuteria dos aacutecidos
graxos do oacuteleo de pinhatildeo-manso feito no primeiro ciclo optou-se por fazer a caracterizaccedilatildeo
descritiva dos iacutendices de qualidade do biodiesel produzido a partir das amostras de oacuteleo
extraiacutedas das sementes coletadas dos dois experimentos de manejo hiacutedrico (irrigado e sem
irrigaccedilatildeo) jaacute que a baixa variaccedilatildeo da maioria dos iacutendices de qualidade e da proacutepria
composiccedilatildeo dos aacutecidos graxos nas duas metodologias utilizadas nos tratamentos adubados
natildeo chegaria a influenciar no biodiesel produzido Na Tabela 44 satildeo apresentados os
resultados da caracterizaccedilatildeo do biodiesel produzido a partir das amostras dos tratamentos
irrigados e sem irrigaccedilatildeo Por falta de amostra ao final das anaacutelises de caracterizaccedilatildeo natildeo foi
possiacutevel fazer as anaacutelises de iacutendice de iodo e acidez para a amostra dos tratamentos sem
irrigaccedilatildeo ficando impossibilitada a comparaccedilatildeo dos resultados dessas duas caracteriacutesticas
entre os tratamentos irrigado e sem irrigaccedilatildeo
132
Tabela 44 - Caracterizaccedilatildeo do biodiesel obtido do oacuteleo de pinhatildeo-manso para os dois experimentos de manejo
hiacutedrico
Caracteriacutestica Irrigado Natildeo Irrigado Especificaccedilatildeo Meacutetodo
Aspecto LII LII (LII) (1) Visual
Massa Especiacutefica a 20ordmC 87758 87911 8500 a 9000 ASTM D4052
Viscosidade cinemaacutetica a 40ordmC 428 464 30 a 60 ASTM D 445
Teor de Aacutegua mg kg-1
95541 85747 200 ndash maacutex ASTM D 6304
Ponto de Fulgor ordmC 1105 905 100 ndash miacuten ASTM D 93
Teor de eacutester 9758 9264 955 ndash miacuten EN 14103
Resiacuteduo de Carbono 001 001 0050 ndash maacutex ASTM D 4530
Enxofre Total 31 26 10 ndash maacutex ABNT 15553
Soacutedio + Potaacutessio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553
Caacutelcio + Magneacutesio lt01 lt01 5 ndash maacutex ABNT 15553
Foacutesforo lt01 lt01 10 ndash maacutex ABNT 15553
Ponto de Entupimento de Filtro a
Frio degC
-1 -2 10 ndash maacutex
14 ndash maacutex
ASTM D 6371
Glicerol Livre 00133 0002 002 ndash maacutex ASTM D 6584
Glicerol Total 021 092 025 ndash maacutex ASTM D 6584
Monoacilglicerol 0669 0918 070 ndash maacutex ASTM D 6584
Diacilglicerol 0103 12541 020 ndash maacutex ASTM D 6584
Triacilglicerol 0022 47057 020 ndash maacutex ASTM D 6584
Estabilidade aacute Oxidaccedilatildeo A 110ordmC h 1087 895 8 ndash min EM 14112
Corrosividade ao Cobre 3h a 50degC
maacutex
1 1 1 ASTM D 130
Iacutendice de Iodo g 100 g-1
10420 --- Anotar EN 14111
Iacutendice de Acidez mg KOH g-1
lt01 --- 050 ndash maacutex ABNT NBR
14448
(1) Liacutempido e isento de impurezas
Limite Maacuteximo degC ndash de Janeiro a Abril e de outubro a dezembro 14degC maacutex e de Maio a Setembro 10degC maacutex
Dentre as caracteriacutesticas determinadas na caracterizaccedilatildeo de um biodiesel algumas
podem ser facilmente alteradas com a qualidade da mateacuteria prima utilizada enquanto que
outras estatildeo mais condicionadas aos processos reacionais da produccedilatildeo do biodiesel ou do seu
tempo de armazenamento Com isso faz-se necessaacuterio o conhecimento de cada uma dessas
caracteriacutesticas do biodiesel e de como elas estatildeo mais susceptiacuteveis na alteraccedilatildeo da qualidade
do biodiesel produzido Pensando nisso Monteiro et al (2008) Locircbo Ferreira e Cruz (2009)
e Quintella et al (2009) classificaram os meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo da qualidade do
biodiesel em quatro grupos conforme as informaccedilotildees que podem proporcionar sendo estes
meacutetodos analiacuteticos para determinaccedilatildeo de contaminantes provenientes da mateacuteria-prima
meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo do processo produtivo meacutetodos analiacuteticos para avaliaccedilatildeo
das propriedades inerentes agraves estruturas moleculares e meacutetodos analiacuteticos para
monitoramento da qualidade do biodiesel durante o processo de estocagem Esta classificaccedilatildeo
ajuda no monitoramento da qualidade do biodiesel visando meacutetodos analiacuteticos automatizados
e que permitam monitoramento remoto em campo e ao longo de toda a cadeia produtiva
priorizando rapidez simplicidade e baixo custo (QUINTELLA et al 2009)
133
As caracteriacutesticas do processo produtivo (soacutedio + potaacutessio glicerina livre glicerina
total monoacilglicerol diacilglicerol triacilglicerol ponto de fulgor teor de eacutester e resiacuteduo
de carbono) apesar de apresentarem uma pequena diferenccedila entre os experimentos se deve agraves
interferecircncias ocorridas no sistema reacional tais como tempo de reaccedilatildeo razatildeo molar e
temperatura
Com relaccedilatildeo as caracteriacutesticas relacionadas agrave mateacuteria prima (caacutelcio + magneacutesio
enxofre foacutesforo e corrosividade ao cobre) estas natildeo permitem verificar nenhuma diferenccedila
significativa entre as duas amostras analisadas Apesar de estarem relacionadas diretamente
ao tipo de mateacuteria prima que chega para a extraccedilatildeo podendo ser alterado com o tipo de
manejo adotado no seu cultivo e nesse caso com os tratamentos aplicados no campo haveria
a necessidade de um maior nuacutemero de amostras de cada tratamento para verificar uma
possiacutevel alteraccedilatildeo nessas caracteriacutesticas O que se observa a partir dos resultados da Tabela
44 eacute que as duas amostras natildeo tiveram alteraccedilatildeo alguma desses paracircmetros ou houve muito
pouco como eacute o caso do enxofre total
Jaacute para os itens referentes ao processo de armazenamento (teor de aacutegua estabilidade
oxidativa e iacutendice de acidez) o teor de aacutegua foi diferente significativamente devido agrave secagem
do material poacutes-reaccedilatildeo de transesterificaccedilatildeo do oacuteleo em biodiesel Quanto ao iacutendice de acidez
natildeo foi possiacutevel realizar-se comparaccedilatildeo devido agrave ausecircncia do resultado na amostra sem
irrigaccedilatildeo jaacute mencionado anteriormente A estabilidade oxidativa por sua vez apresentou uma
diferenccedila significativa entre as amostras e uma das provaacuteveis causas pode ser o fato da
quantidade de insaturaccedilotildees entre os tratamentos ser diferente o que foi constatado nas
anaacutelises de RMN lembrando que novas anaacutelises precisam ser analisadas para verificar o niacutevel
de variabilidade do oacuteleo do pinhatildeo-manso extraiacutedo de uma mesma lavoura
As caracteriacutesticas referentes as estruturas moleculares (Ponto de Entupimento de Filtro
a Frio viscosidade massa especiacutefica e iacutendice de iodo) foram aquelas que apresentaram as
maiores diferenccedilas em especial a viscosidade e a massa especifica Pelas diferenccedilas
presume-se que existem pequenas diferenccedilas entre as composiccedilotildees das amostras o que pode
ser afirmado pelos ensaios de cromatografia gasosa realizado nos oacuteleos brutos (perfil
composicional) Quanto agraves outras caracteriacutesticas nada pode ser afirmado em especial ao
iacutendice de iodo que natildeo foi quantificado na amostra sem irrigaccedilatildeo devido agrave quantidade de
amostra ser insuficiente para essa anaacutelise
Pelos resultados obtidos com as anaacutelises de qualidade do oacuteleo nos tratamentos e da
caracterizaccedilatildeo do biodiesel pode ser afirmado que o pinhatildeo-manso (como uacutenica mateacuteria-
prima) pode obter-se um biodiesel com qualidade que atenda a todos os paracircmetros
134
estabelecidos pela legislaccedilatildeo vigente de acordo com ANVISA (2005) e ANP (2012) haja
vista principalmente o atendimento aos ensaios referentes agraves estruturas moleculares e agrave
estabilidade oxidativa
135
5 CONCLUSOtildeES
1) Mesmo sendo adaptado a condiccedilotildees adversas de clima e solo o pinhatildeo-manso responde
positivamente agrave praacutetica da irrigaccedilatildeo complementar e agrave adubaccedilatildeo nitrogenada chegando a
duplicar a produtividade de sementes com a praacutetica da irrigaccedilatildeo e a triplicar em alguns
casos quando a adubaccedilatildeo eacute feita de acordo com a recomendaccedilatildeo proposta pela literatura
A produtividade de aacutegua por sua vez natildeo apresenta diferenccedila significativa entre os
manejos hiacutedricos ficando restrita apenas para agraves doses de N aplicadas
2) As variaacuteveis de crescimento (altura da planta diacircmetro e volume de copa e IAF)
apresentam uma boa resposta quanto aos tratamentos aplicados Com as praacuteticas da
adubaccedilatildeo e da irrigaccedilatildeo as folhas permanecem por um maior tempo nas plantas
reduzindo o periacuteodo de senescecircncia em cada ciclo O IAF assim como outras variaacuteveis
apresentam maiores valores para os tratamentos irrigados
3) Todos os teores de clorofila avaliados apresentam maiores valores com a praacutetica da
irrigaccedilatildeo e com as maiores doses de N aplicadas No quarto ano de cultivo como natildeo
houve irrigaccedilatildeo os tratamentos com histoacuterico de irrigaccedilatildeo natildeo apresentaram diferenccedilas
entre os dois manejos hiacutedricos Apesar da diferenccedila do teor de clorofila entre as doses de
N os tratamentos aplicados apresentaram baixa correlaccedilatildeo com o teor de N foliar
4) Os tratamentos aplicados apresentam aumento no rendimento de oacuteleo no cultivo sem
irrigaccedilatildeo mas tal condiccedilatildeo natildeo eacute determinante no aumento da produtividade de oacuteleo com
os tratamentos irrigados apresentando maiores produtividades Com a baixa influecircncia do
conteuacutedo intriacutenseco de oacuteleo das sementes o aumento da produtividade de oacuteleo nos
tratamentos irrigados se deve principalmente pelo aumento da produtividade de sementes
5) Os iacutendices de qualidade de oacuteleo natildeo apresentam variaccedilatildeo significativa quanto agraves
diferentes doses de N ficando restritos para alguns iacutendices a variaccedilatildeo dos valores apenas
com a praacutetica da irrigaccedilatildeo para um dos ciclos avaliados
136
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