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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 1 Edição I Ano I Brasília, Abril de 2012 OPORTUNIDADES LANÇAMENTOS DA HARLEY-DAVIDSON NO BRASIL COPA 2014 OLIMPÍADAS 2016 A TERRA DAS TECNOLOGIA SAIBA MAIS A RELAÇÃO HOMEM E MEIO AMBIENTE NO DF MUNDO RURAL

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tendencias e negocios

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 1

Edição I Ano I Brasília, Abril de 2012

OPORTUNIDADES

LANÇAMENTOS DA HARLEY-DAVIDSON

NO BRASIL

COPA 2014OLIMPÍADAS 2016

A TERRA DAS

TECNOLOGIA

SAIBA MAIS

A RELAÇÃO HOMEM E MEIO

AMBIENTE NO DF

MUNDO RURAL

2 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 3

4 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

E star bem informado é um pressuposto básico para quem quer vencer no mundo, principalmente no dos negócios. A infor-mação apurada e devidamente registrada assume, atualmente, uma importância

crescente. Ela é fundamental para a exploração de novas oportunidades em nossas vidas e para a compreensão do mundo que nos cerca.

Ter acesso a um conteúdo que nos faz pensar é de suma importância no dia a dia de qualquer um, seja ele empreen-dedor, líder, político, estudante ou trabalhador. Por isso, conhecer os fatos e suas consequências é de extrema valia em qualquer tipo de negócio, principalmente para aqueles estratégicos e para a mobilização política. Isso porque a in-formação reduz a incerteza que nos conduz ao erro.

Exatamente por isso chegamos ao mercado. Seremos um instrumento de consulta constante porque vamos ofere-cer a segurança de poder enxergar o mundo com o olhar abrangente de quem compreende o que vê.

A Revista Tendências e Negócios, ancorada pelo projeto TOP TEN, que engloba um Portal e um programa de TV veicu-lado na TV Brasília, canal 6, vai acompanhar e analisar toda informação. Sua proposta é de ser uma publicação mensal contemporânea, com conteúdo dinâmico e interativo, uti-

lizando mídias sociais e personalizadas. Com uma tiragem inicial de 10 mil exemplares, a Revista TEN propõe um olhar diferente sobre temas que permeiam a nossa realidade.

O objetivo é ser refe-rência e promover de-bates mais extensos

editorpor Liana Alagemovits [email protected]

sobre os assuntos abordados, complementando sempre a notícia. Com uma diagramação moderna, a revista será um instrumento de comunicação e de pesquisa permanente. Devido ao seu contexto contemporâneo, estamos ofe-recendo uma leitura arejada, baseada em dados apurados, que propiciam a formação de conceitos. Estamos focados em quem quer conhecer tendências da sociedade (em seus cenários econômicos, sociais e políticos) para poder se colocar em uma posição privilegiada.

A revista TEN é temática porque sabemos que, diante de um turbilhão de informações com que somos bombardeados diariamente, precisamos selecionar assuntos pertinentes, principalmente, no mundo dos negócios. Ninguém pode se dar ao luxo de não estar por dentro do que realmente interessa. Por isso, somos assertivos e direcionamos nosso conteúdo. Assim, criamos uma identidade com o mundo empresarial.

Com essa compartimentação do tema, conseguimos nos desvincular de outras comunicações de massa. Adquiri-mos, assim, solidez para criar uma característica própria como mídia especializada que canaliza o conhecimento. Por outro lado, essa segmentação também resgata as pes-soas da limitação e da superficialidade.

Neste primeiro número, nossa redação resolveu home-nagear empresários, trabalhadores e pessoas comuns, mais conhecidas como “pioneiros”, que, deslumbrados, fizeram parte de um empreendimento histórico: o sonho do então Presidente Juscelino Kubitschek, que foi a construção da capital do nosso País, que comemora seus 52 anos.

Agora, esse El Dorado chamado Brasília, precisa ser resgata-do diante de todos, como uma terra de gente trabalhadora, sonhadora e que persiste seguindo os ideais de transformar o futuro da nossa nação. Então, parabéns Brasília e para-béns a seus moradores, que também fizeram e fazem parte desse sonho que hoje é real.

Liana AlagemovitsEditora Chefe

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 5

@

sumárioAlex Dias

Diretor [email protected]

Liana Alagemovits Chefe de Redação

Diretora de Planejamento [email protected]

Amanda VivieleGerente de Criação

Projeto Gráfi coDiagramação

[email protected]

Edmilson AlmeidaFotografi a

Isabela Martins, Kariane Costa, Joceline Gomes, Clarice Gulyas, Marcos Candido

[email protected] de Reportagem

Joceline GomesRevisão

Simone [email protected]

Comercial

IBEPImpressão

10.000Tiragem

Sugestões, comentários e críticas:[email protected]

Redação

WWW.TENDENCIASENEGOCIOS.COM.BR

REDAÇÃO - (61) 3527 7792 / 9929 0507COMERCIAL - (61) 9641 6696

Foto de capa: Marcel Gautherot/IMSDistribuição Gratuita

Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem prévia autorização dos editores.

A Tendências e Negócios não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos assinados.

Alex Dias, diretor executivo

1218

24

3626

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Líderes de reclamações

Cota para negros na política

Pastelaria Viçosa

Agronegócio no DF

Primeira Copa Brazlândia de Jiu-Jitsu

Educação premiada

|Utilidade Pública

|Política em Ação

|Gente que Faz

|Administração

|Mundo Rural

|Educação e Mercado

6 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 7

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8 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

ENTORNO BSB

Cidade referência do entorno: Valparaíso de Goiás

O município caminha para ser um pólo de grandes oportunidades de negócios para empresários do Centro-Oeste

Valparaíso está em processo de transforma-ção. Deixou de ser considerada cidade- dor-mitório de Brasília para se tornar o maior centro comercial da região do Entorno do

Distrito Federal. A cidade nasceu de um vale plane-jado para 500 residências em 1980, expandiu-se, e, hoje, 32 anos depois, conta com uma população de mais de 123 mil habitantes, o que lhe confere um mercado aquecido e um comércio promissor.

O município goiano tem crescido rapidamente e se tornou uma boa alternativa para a compra do primeiro imóvel ou para investimentos diversos. Grandes empresas, como a JCGontijo, vêm apostan-do na região. Os novos empreendimentos oferecem lazer e comodidade. Os condomínios fechados ga-rantem a segurança e atendem bem às necessidades da classe média. Essa estratégia do mercado imobi-liário está em sintonia com a demanda crescente.

Além disso, Valparaíso tem se pautado não só na área habitacional, mas também na questão da prestação de serviço e comércio. Hoje, o município possui cinco agências bancárias. Recentemente, foi aberta uma filial da rede de alimentação McDonald’s, o que agitou o centro da cidade.

A avenida comercial do Valparaiso 1 é o coração fi-nanceiro da cidade. Diversas empresas desse seg-mento migraram para a região. Para a prefeita, esse movimento foi natural. “É a primeira cidade ao sul de Brasília. Aqui é a saída da capital que também dá

acesso às regiões sul e sudeste. É evidente o cres-cimento do investimento no município próximo a Brasília, e que está no centro de uma boa estrutura rodoviária”, afirma.

Outra grande conquista para os moradores é o Shop-ping Sul, inaugurado em 1993 e completamente re-modelado em 2008, administrado pelo Grupo Terral. O centro de compras possui 100 lojas, tendo como

“ Não há caminho para o desenvolvimento sustentável do DF a não

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Lêda Borges, prefeita de Valparaíso - GO

âncoras as Lojas Americanas, Lojas Marisa, Riachuelo, e megalojas como Fuijoka, Ricardo Eletro e Centauro, entre outras. Para Licinia Moreira, moradora há 20 anos, o shopping trouxe à cidade emprego e renda. “Não tín-hamos opções de compras na região e empregos para os nossos jovens. Brasília era a nossa única saída. Sem dúvida, o Shopping é fruto do desenvolvimento da nossa cidade”, afi rma.

Em junho de 2011, foi inaugurado o Hospital Municipal de Valparaíso. A prefeita Lêda Borges, comemorou a ini-ciativa. “É uma grande realização. Há 13 anos o hospital estava sendo construído. Diante dessa situação, colo-camos como meta a entrega do hospital com atendi-mento, porque não adianta entregar uma obra pronta

e não ter suporte médico e técnico”, explicou a prefeita.

As pessoas das cidades vizinhas, como o Gama e o Novo Gama, têm procurado o hospital, que tem sido efi ciente e com menor espera para atendimento.

Apesar de a cidade enfrentar problemas comuns às outras do entorno, como a violência, a ausência de transporte de qualidade e engarrafamentos em horários de grande movi-mento, Valparaíso se destaca por ter aumento de investi-mento municipal e empresarial. As pessoas que vêm em busca de qualidade de serviços e oportunidades encon-tram estrutura. “Não há caminho para o desenvolvimento sustentável do DF a não ser pelas cidades do entorno, que representam a solução para Brasília”, avalia a prefeita.

“ser pelas cidades do entorno, que representam a solução para Brasília

10 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

Arecente crise financeira nos Estados Unidos demonstrou que o colapso de bancos impor-tantes em tempos de incerteza pode levar a um contágio avassalador no sistema bancário, que

eventualmente pode causar grandes danos à economia mundial. Analogamente, a crise fiscal soberana europeia tem se espalhado gradualmente entre os países da zona do euro, aumentando o risco de default e ameaçando o futuro da moeda. O receio de uma recorrência do colapso financeiro de 2008 tem causado uma crise de liquidez que, por sua vez, pode causar uma crise de solvência.

Os países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) têm contribuído para a manutenção de níveis

elevados de liquidez internacional. Como uma porção signifi-cante de suas reservas internacionais é investida em valores mobiliários emitidos pelos EUA e União Europeia, o Brics os auxiliam a manterem taxas de juros baixas. O Brics está, por-tanto, ajudando as economias maduras a alcançar uma saída mais suave para a crise. As reservas internacionais do grupo estão estimadas em US$ 4,3 trilhões, cerca de metade do to-tal das reservas mundiais (o suficiente para comprar 80% de todas as empresas listadas no Nasdaq).

No entanto, as reservas do Brics estão sendo negativamente afetadas pelas políticas de estímulos dos bancos centrais dos EUA e da União Europeia, pela desvalorização do dólar e do euro e pelo aumento no risco de default das dívidas do go-verno dos Estados Unidos e países-membros da UE.

Com o aumento do risco dessas dívidas mantidas pelo Brics, os países do grupo vêm intensificando conversas e tomando atitudes com relação a uma reserva monetária mundial alter-

*Mário Garnero é o Presidente da Brasilinvest, o ‘mer-chant bank’ pioneiro do Brasil. Marcelle Chauvet é Pro-fessora Titular e Diretora do Programa de Estudos La-tino Americanos na Universidade da Califórnia.

O BRICS, a Crise Europeia e um Novo Equilíbrio de Poder

ARTIGO

“ Desistir da política monetária a nível de cada país implica que choques de recessão só podem ser acomodados por expansões fiscais financiadas por dívidas

ECONOMIA

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 11

nativa, para proteger suas posições contra maiores perdas potenciais e diversificar suas reservas internacionais para limi-tar exposição ao risco relacionado ao dólar.

O encontro do G-20 em 2009, no qual o Fundo Monetário Internacional foi autorizado a imprimir uma grande quan-tidade dos Direitos de Saques Especiais (DSEs), deu início à possibilidade de estabelecer os DSEs como uma nova moe-da global de reserva. Como os DSEs fazem parte das reservas internacionais dos governos e podem ser usados como ga-rantias para empréstimos, eles podem efetivamente mudar a oferta monetária global. Desta forma, os DSEs podem se tornar uma nova e estável moeda mundial, com a vantagem de que não se submeteriam ao controle de nenhum país em particular.

O Brics, no entanto, não está esperando que os DSEs se tor-nem o novo dólar. Estes já têm tomado algumas decisões trocando o dólar por moedas locais em acordos de comércio bilateral. A China assinou vários contratos não só com o Brics, mas também com a Coreia do Sul, com a Malásia e com a

Argentina para swaps de divisas, nos quais as moedas locais (particularmente o yuan) são usadas como meios para co-mércios bilaterais em detrimento do dólar.

Em breve, esse comércio bilateral baseado em moeda local pode aumentar exponencialmente. Tomemos o caso do Brasil e da China. O comércio total entre esses países expan-diu substancialmente na última década. As exportações do Brasil para a China vêm crescendo 47% ao ano, enquanto as importações da China crescem 38% ao ano (taxa com-posta). A relação comercial do Brasil e da China está prevista para aumentar de US$ 50 bilhões para US$ 125 bilhões nos próximos cinco anos.

Os riscos associados aos problemas da dívida soberana da UE e dos EUA podem estimular o comércio internacional baseado em moedas do próprio Brics. A tendência natural é de que o Brics se proteja contra o risco advindo de uma forte dependência do dólar. Isso pode levar a uma nova moeda internacional, seja por meio dos DSEs, do comércio bilateral com moedas locais ou de uma nova moeda do Brics.

“recessão só podem ser acomodados por expansões fiscais financiadas por dívidas

Mário Garnero e Marcelle Chauvet

12 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

Líderes de ReclamaçõesPROCON divulga ranking das empresas com mais reclamações dos

consumidores no Distrito Federal

UTILIDADE PÚBLICA

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 13

Oswaldo Morais, presidente do Procon-DF

Geraldo Araújo, presidente da CDL-DF

O Procon-DF está divulgando o ranking das empresas que mais receberam reclama-ções perante o órgão durante todo o ano de 2011. Divulgado no dia 15 de março -

dia mundial do consumidor, busca esclarecer quanto aos riscos de se contratar uma determinada empresa. Essa lista tem caráter preventivo, dando ao consumi-dor a sensação de segurança.

As reclamações são encaminhadas por consumi-dores ao Procon, que as registra no Sistema Nacional de Informação de Defesa do Consumidor (SINDEC). Depois disso, é feito um cadastro de fornecedores e de empresas que receberam mais reclamações no Distrito Federal. A divulgação desse cadastro é uma exigência do Código de Defesa do Consumidor, e está sendo realizada nas 23 Unidades da Federação graças ao ingresso dos Procons no SINDEC, sistema que integra Procons de todo o país.

Diante dessas informações, é organizado um ranking que fica á disposição dos consumidores. A lista das empresas com maior número de reclamações faz par-te de um Cadastro Nacional. Além disso, também são divulgadas as pendências e os tipos de reclamações.

Cobrança indevida e produto com defeito de fabri-cação foram as queixas mais registradas. Também foram verificadas reclamações para solicitação de cumprimento da obrigação e de informação, revisão de parcelamento de compra, publicidade enganosa, esclarecimento de cobrança, má prestação de serviço, cancelamento contratual e restituição de valor pago.

Em entrevista exclusiva para a Revista Tendência e Negócios, o Diretor Geral do Procon-DF, Oswaldo Mo-rais, esclarece que a divulgação dessa lista é bastante positiva, pois permite que os consumidores fiquem sabendo quais são as empresas que mais obtêm reclamações, podendo, assim, analisar se desejam ter vínculos comerciais com elas, ou não. Por outro lado, as empresas se veem obrigadas a melhorar seus serviços. Por conta disso, hoje, várias empresas que estão no ranking têm procurado o Procon-DF com

Às vezes, acontece de uma empresa ter muitas reclamações, resolvendo todas“

o objetivo de solucionar os problemas existentes. Essa é uma forma de melhorar sua imagem diante do consumidor. Morais afirma que, hoje, o Procon re-presenta uma maior segurança para o mercado.

Segundo o Diretor Geral do Procon, o que deve ser relevado não é somente a quantidade de reclama-ções registradas, mas também, seu status. “Às vezes,

14 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

LG Celulares Tim Celulares Saraiva B2W Banco Itaucard

515 509466

390 378

162

398

486

274241

Número de Reclamações2010 2011

|Ranking Na liderança como a empresa com mais reclamações em 2011: LG Electronics da Amazônia Ltda.

O segundo lugar, que antes era da Brasil Telecon S.A, agora é ocupado pela Tim Celular S.A.

O terceiro lugar ainda continua com a Carlos Saraiva Importação e Comercio Ltda.

A Caixa Econômica Federal, que antes ocupava a 6ª colocação, desceu para a 12ª. Já o Banco do Brasil caiu para a16ª posição no ranking de 2011. Na lista de 2010, o BB estava em primeiro lugar.

O ranking completo, com a identificação das empre-sas relacionadas e a listagem referente aos anos de 2010 e 2011, pode ser conferido na página do Pro-con-DF na internet: http://www.procon.df.gov.br/

* Os dados foram fornecidos pelo Instituto de Defesa do Consumidor - Procon - DF e são relativos ao período de 01/01/2011 a 31/12/2011 em todas as unidades do Brasil. O com-parativo de 2010 é relativo ao período de 01/01/2010 a 31/12/2010.

acontece de uma empresa ter muitas reclamações, re-solvendo todas. Há outras com poucas reclamações e todas não resolvidas”, conclui Morais.

Sobre o real ganho do consumidor em ter acesso a esse tipo de ranking, o Diretor Geral do Procon afirma que o consumidor ganha poder com mais essa ferra-menta, que funciona como um termômetro, porque mede a idoneidade das empresas e dos produtos.

Embora muitos empresários do DF não fiquem con-fortáveis com a divulgação desse cadastro, o Presi-dente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), Geraldo Araújo, se diz bastante oti-mista com a divulgação feita pelo Procon em 2011. “Para os bons empresários, essa lista reverte de forma bastante positiva, porque ganham credibilidade. Os consumidores acabam conhecendo os empresários que, de fato, são compromissados não apenas em vender mas, os que querem resolver suas pendên-cias˝, analisa Geraldo.

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 15

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16 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

ESPORTEESPORTE

Bola

Acada quatro anos, todos os atletas brasileiros e do mundo in-teiro sonham com este momento mágico, tão esperado e de-sejado em suas carreiras. Finalmente começam as competições entre países e vários esportes, com a premiação das medalhas

de ouro, prata e bronze. Os jogos olímpicos de Londres, (na Inglaterra), es-tão programados para acontecer entre 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Já os jogos paraolímpicos ocorrerão de 29 de agosto a 9 de setembro. Os nomes das mascotes das olimpíadas de Londres são: Wenlock e Mande-ville. O lema dos jogos será “Live is one” (viva como se fosse o único). Feliz-mente, o Brasil já conta com uma delegação de 200 atletas para os jogos olímpicos, classificados em 20 modalidades: Atletismo, Basquete, Vôlei, Boxe, Canoagem, Ciclismo, Esgrima, Futebol, Ginástica artística, Handebol, Hipismo, Natação, Maratona aquática, Pentatlo moder-no, Saltos orna-mentais, Taekwondo, Tênis de mesa, Tiro esportivo, Triatlo e Vela. Para par-ticipar dos jogos Olímpicos, um atleta tem que ser aprovado pelo Comitê Olímpico de seu país e também pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). Então o aspirante a campeão deve também participar de competições oficiais classificatórias, que são os Torneios Pré-olímpicos. Nestes torneios, o atleta deve obter índices ou classificação determinados pelos comitês, de acordo com sua modalidade esportiva, que lhe garante a participação nos jogos. A expectativa é de participem, nas olimpíadas 2012, cerca de 10.500 atletas de 205 países. Faltando apenas três meses para as olimpía-das, ficamos na expectativa e na torcida de melhores conquistas, de um grande numero de medalhas para o nosso país. Em Pequim, em 2008, o Brasil ocupou a 23ª posição no ranking dos jogos, com 15 medalhas e 30 pódios. Gostaríamos de ter uma expectativa melhor para Londres, mas te-

Brasil rumo a Olimpíadas de Londres-2012!

Cassio Leandro das Neves Pereira, diretor de Esporte e Lazer da Asso-ciação dos Jovens Empresários de Brasília (AJE), atuou durante 20 anos como atleta profissional de voleibol em clubes brasileiros e europeus como levantandor, tendo competido nas Olimpíadas de Atlanta, Sul Americano, Liga Mundial, Mundial e Copa dos Campeões, no Japão.

da vez

mos que ser realistas. Acredito que nossos melhores resultados em olimpíadas devem acontecer só em 2016, nas olimpíadas do Rio, no Brasil. O País será, pelo menos nos próximos seis anos, o ponto de encontro do esporte mundial. Envolverá a sociedade, a mídia, os políticos e os diversos poderes constituídos. Tomara que não se esqueçam do principal, para que tudo isso aconteça com sucesso: o incentivo para os grandes atletas brasileiros.

16 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 17

Queria fazer

carreira soloA empresária Janine Brito conta como aprendeu com a falta de experiência no começo de sua carreira

No começo da minha vida empresarial, aos 22 anos, decidi que queria abrir uma loja. Na época, o comércio do meu pai, Getúlio Pinheiro Brito, pro-prietário da Ferragens Pinheiro, empresa pioneira

no ramo de ferragens em Brasília, já era muito próspero e isto me incentivou muito.

Como eu sempre soube que queria ser empresária e sonha-va em ter minha própria empresa, resolvi embarcar nessa aventura sozinha, em carreira solo, sem a ajuda do meu pai. Então, montei uma loja de enxoval para noivas, que alugava e vendia vestidos de casamentos. Eu contei muito com a empolgação e não com a experiência e conselhos.

Como eu não tinha conhecimento na época, logo cometi meu primeiro erro: não investi em publicidade. Hoje sei que isso é fatal. Comunicação é um ponto importante e delicado.

Eu acreditava que era muito dinheiro para pouca coisa. Tinha certeza que eu não teria retorno. Lembro que dizia: ‘Eu não vou pagar para um locutor dizer o meu nome no rádio três vezes por dia, isso é bobagem’. Eu era descrente do poder da propaganda. Me enganei. Sem publicidade não conquistei muitos clientes. Hoje, sei que investir em comunicação é es-sencial. Aliás, como dizem por aí, a propaganda é a alma do negócio.

Mas eu não parei por ai. Meu amadorismo me levou a co-meter outra falha: eu não sabia colocar preço nos produtos. Comprava a mercadoria, por exemplo, a R$10,00 e reven-dia a R$20,00, achando que tinha 100% de lucro. Depois de bater muito a cabeça, aprendi que não é assim que funciona.

Finalmente, meu terceiro tropeço foi misturar as contas das empresas com as contas pessoais. Ou seja, eu não separava

a pessoa jurídica da pessoa física. Em cinco anos, aconteceu o que estava previsto em uma administração atrapalhada, tive de fechar a loja.

Após essa experiência, me preparei para o mercado. Estudei bas-tante e participei de diversos cursos, tanto na área jurídica, quanto na empresarial. Graduei-me em Direito, Administração de Empre-sas, Inglês, Francês e fiz uma pós-graduação em Direito Processual Civil. Os meus erros me ensinaram bastante. Como empresária, sei que é preciso preparo. Hoje, administro a Ferragens Pinheiro, e, apesar de advogar, jamais deixei de lado minha paixão, o comér-cio. Só que, agora, com um pouco mais de experiência.

Meu amadorismo me levou a cometer outra falha: eu não sabia colocar preço nos produtos“ “

Ih, Er EI!r

18 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

PoLíTICA Em Ação

Cotapara

negros na

Política18 TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS ::

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 19

Dados do Laboratório de Análises Econômi-cas, Históricas, Sociais e Raciais (Laeser) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostram que o número de deputa-

dos negros eleitos não espelha o total da população brasileira.

O levantamento da UFRJ, feito em 2008, também mostra que o problema não é exclusivo do Poder Legislativo. Nos tribunais superiores, a diferença en-tre juízes brancos e negros ainda é enorme.

O Deputado Federal Luiz Alberto (PT/BA), autor da Proposta de Emenda Constitucional nº 116/2011, sobre reserva de vagas para negros nas eleições, es-clarece sobre o ponto principal da PEC apresentada por ele no Congresso Nacional. “Essa PEC, na ver-dade, foi objeto de um debate na Comissão Especial da Reforma Política. Como o relatório da comissão não foi aprovado ainda e dificilmente será, da forma que o relator apresentou, eu tomei a iniciativa de apresentar essa PEC. Na verdade, não é uma pro-posta nova a nível internacional. Alguns países já estabeleceram mecanismos de participação política de minorias raciais e minorias sociais. No caso do Brasil, onde a maioria da população é de negros, eu apresentei essa PEC que reserva no mínimo 20% e no máximo 50% de vagas no Congresso”, disse o Deputado.

Para João Bosco Borba, presidente da Associa-ção Nacional de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros (Anceabra), essa proposta deve ser aprovada. Ele se diz otimista sobre a colocação da co-munidade negra no meio político. “Nós temos uma postura hereditária no setor econômico que coman-da as eleições. Exemplo disso é que os 100 parlamen-tares mais bem votados da Câmara dos Deputados tiveram recursos das dez maiores empresas do Brasil. Então podemos dizer que as eleições estão calcadas exatamente na quantidade de recurso e não pelo de-bate. Como a comunidade negra, pela sua história, não possui um fator de desenvolvimento econômi-co, essa PEC vem fazer o que já foi positivo na política de cotas nas universidades ao criar um modelo que vai intensificar a participação política da comunidade negra”, finaliza Bosco.

O deputado Luiz Alberto esclarece ainda que para apresentar uma PEC é preciso uma adesão, porque representa uma mudança constitucional. Por isso, é preciso de, no mínimo, 171 assinaturas dos par-lamentares. “Não foi fácil receber essas assinaturas porque os parlamentares achavam que isso criaria problemas, mas eu debati e consegui. Hoje a PEC se encontra na Comissão de Constituição e Justiça para ser analisada. Passada essa fase, ela vai para a mesa da Câmara, e assim, é instalada uma comissão espe-cial para que terá um prazo regimental para apresen-tar um relatório onde as diversas contribuições serão debatidas. Uma das que eu pretendo estimular é que, dessa reserva de vagas para negros, metade seja para homem e metade para mulher.”, avisa o deputado.

Deputado Federal Luiz Alberto PT/BA

na

20 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS20:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

ARTIGO

BRICS

Acrise da Europa, que começou a partir de 2008, parece se prolongar sem data para vermos, pelo menos, uma luz no fi m do túnel. E qual será o papel do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, Chi-

na e África do Sul) diante desta crise?

A crise de crédito, que se agravou em 2008, e a saúde fi nanceira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de fi nanciamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro, além de mostrar a fragilidade de controle dos países ricos sobre o sistema fi nanceiro de seu país. Para diminuir os efeitos da recessão, os países fi zeram a receita conhecida pelos países emer-gentes, que é o velho receituário conhecido do Fundo Monetário Internacional (FMI), que são os cortes aos gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais. Mas o estímulo não foi sufi ciente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.

A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corres-ponde a 148,6% do PIB. Diante disso, as eco-nomias de outros países da região foram inspeciona-das mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica. No en-tanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região seguem afetando as grandes economias, como Itália (120% do PIB) e Espanha.

Um fundo de ajuda foi criado pelo FMI e pelo Banco Central Europeu (BCE), com o apoio da Alemanha, país da região com maior solidez econômica. Contudo, para ter acesso a esses pacotes de resgates, as nações pre-cisam se adaptar a rígidas condições impostas pelo FMI. E isso gera insatisfação popular.

Os Estados Unidos atingiram o limite legal de endivida-mento público - de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) - obrigando o Tesouro a fazer ajustes de con-tabilidade, assim como receitas fi scais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente. O gover-no, então, passou por um longo período de negocia-ções para elevar o teto, para evitar uma moratória dos USA ao mundo. Para isso, ele prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões). Mesmo assim, a agência Standard & Poor’s retirou a nota máxi-ma (AAA) da dívida americana., o que contribuiu para a permanência da desconfi ança internacional.

Joao Bosco Borba, presidente da Associação Nacional de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros (Anceabra), membro titular do Conselho de Desenvolvimento Econômi-co e Social da Presidência da Republica (CDES), e consultor de negócios para o continente africano.

rELAçÕES EXTErIorES

necessita se conhecer para resistir à crise europeia

O

BRICS

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 21 TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 21

Qual a saída para que o BRICS possa atravessar a crise europeia sem sair do trilho? Os países que fazem parte do BRICS devem, neste momento, trocar entre si ex-periências positivas para acelerar suas possíveis de-fasagens econômicas, de infraestrutura e tecnologia. Podemos aproveitar a experiência do Brasil de combate às desigualdades sociais. A Organização para Coopera-ção e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 34 países, em sua maioria, desenvolvidos, lançou um documento sobre esse assunto. O Brasil conseguiu re-duzir a desigualdade de renda da população nos últi-mos 20 anos. Nos demais países que pertencem ao BRICS, o problema cresceu. Mesmo assim, a desigual-dade de renda no Brasil ainda é maior que na Rússia, China e Índia.

O principal motivo da redução da desigualdade no Brasil, apontado pelo relatório, é o investimento que o setor público tem feito nos principais programas so-ciais. Segundo o documento, o País é o que tem mais gastos sociais proporcional ao seu PIB, entre os do BRICS. Podemos aprender com a China utilizando a ex-pansão dos investimentos públicos para a construção de infraestrutura, aproveitando os investimentos para incentivar as cadeias produtivas internas do país.

A Rússia também já está estruturando um projeto na-cional. O governo russo pretende utilizar estrategica-mente as reservas de petróleo e de gás natural (são atualmente os maiores produtores do mundo desses dois itens) para tentar reocupar a posição de destaque alcançada no passado. Por isso, tem apostado no mo-

delo de Product Sharing Agreements (PSA), acordos semelhantes às PPPs brasileiras, para a exploração de recursos naturais em parceria com multinacionais es-trangeiras no Ártico, em condições difíceis.

Já a Índia possui um corpo técnico repleto de grandes especialistas em serviços tecnológicos, inovação. Na economia do conhecimento, ultrapassa os Estados Unidos e a Europa. Podemos comprovar isso, com os setores de TI, mineração, eletrônicos e automóveis.

A entrada da África do Sul no BRICS deu um sentido mundial a este bloco econômico, porque a região é a principal porta de entrada de negócios para o con-tinente africano. A África do Sul tem um moderno sistema de tecnologia de ponta, sobretudo no campo energético, combustível, aço e minas de grandes pro-fundidades, telecomunicações e tecnologia da infor-mação. O país também criou leis modernas de concor-rências e patentes.

Como vimos, o BRICS tem um enorme potencial individual que necessita da troca de experiência entre os seus membros, para diminuir as diferenças socioeconômicas e criar uma atmosfera de cresci-mento e parcerias.

Com a atual situação da Europa, o BRICS precisa aproveitar este momento para ocupar um lugar no cenário mundial como precursor de uma nova econo-mia, que deve estar aliada ao crescimento econômico, à distribuição de renda e ao acesso às novas tecnologias.

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Avanços no combate à Falciforme Estima-se que, no país, por ano, nasçam 3.000 crianças com a doença que se tornou um

problema de saúde pública

Anemia falciforme é a doença hereditária de maior incidência no Brasil. Por ser de origem africana, atinge principalmente a população negra. Causada por uma modificação no

gene (DNA), é caracterizada pela alteração dos glóbu-los vermelhos do sangue, conhecidos como hemácias.

“Até os três primeiros meses de idade, a criança com anemia falciforme não apresenta nenhuma manifesta-ção. Somente após este período é que as hemácias ad-quirem o formato de uma foice, e vão sendo destruídas. Os sintomas são inchaços nas mãos e nos pés, dores in-tensas, febre, entre outras moléstias”, explica a doutora Isis Magalhães, hematologista pediatra do Hospital da Criança em Brasília.

O diagnóstico precoce, acompanhamento regular com

equipe de saúde, além de suporte social podem redu-zir e até evitar agravos e complicações que, em alguns casos, levam à morte. Quando a doença se intensifica, são necessárias transfusões de sangue. Quando mais grave, o transplante de medula óssea pode ser a única solução.

Foi o caso de Elvis Silva Magalhães, coordenador da Associação Brasiliense de Pessoas com Doença Falci-forme (Abradfal), hoje com 45 anos. Em 2005, se curou por meio do transplante. O doador veio da própria família: Elder Silva Magalhães. O irmão mais novo era compatível e devolveu a Elvis a possibilidade de levar uma vida normal, longe das dores e das crises que o atingia. “Foram 38 anos de uma vida muito difícil. 500 transfusões de sangue, sofria com priapismo, (ereção involuntária), eu tinha que tomar banhos bem quen-

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Elvis Silva Magalhães (à esquerda) com o irmão e doador de medula óssea, Elder Silva Magalhães

Entendo a necessidade de uma campanha de conscientização para que as pessoas“

SAÚDE

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tes, acordava de madrugada para cuidar de feridas de difícil cicatrização. Além do preconceito social, por eu ter olho amarelado, as pessoas pensavam que eu tinha hepatite. Emprego era complicado, pois tinha que fal-tar muito, enfim, fiquei livre de todos esses sintomas, nunca mais fui internado”, conta.

Elvis também faz parte do Comitê Técnico de Hemo-globinopatia que, junto com a Abradfal, luta por políti-cas públicas que amparem a pessoa com falciforme, e a ajude a ter uma vida mais humanizada, sensibilizando a sociedade em relação à doença.

Para o senador Paulo Paim, ativista da causa no Con-gresso, a desinformação é uma das principais vilãs quando o assunto é falciforme. “Entendo que é grande a necessidade de uma campanha de conscientização para que as pessoas saibam o que é conviver com a doença e que a cura é possível através do transplante de medula óssea. O portador da anemia falciforme tem o direito a uma vida com qualidade”, afirma o senador.

A Câmara Técnica do Ministério aprovou com una-nimidade a inclusão da falciforme no rol de doenças passíveis de transplante de medula óssea, contudo a portaria prometida para novembro não foi publicada.

Somente em 2005 foi lançada a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme. O programa abrange, além dos exames, o acompanha-mento e o tratamento dos pacientes (muitas vezes, du-rante toda a vida). Dessa forma, os testes são implanta-dos nos estados em três fases. Atualmente, 18 estados estão na fase II, que inclui a oferta de teste para Anemia Facilforme no conhecido Teste do Pezinho.

O senador cobra uma integração mais ativa com as Se-cretarias de Saúde dos Estados. “O Teste do Pezinho co-bre a identificação de até quatro doenças. Precisamos ampliar o leque das doenças que são pesquisadas no teste do pezinho e levá-lo para todo o país”, explica.

No último dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a in-clusão do exame de eletroforese de hemoglobina para

todas as gestantes como rotina para detecção da ane-mia falciforme. A incorporação deste exame faz parte do programa Rede Cegonha, lançado em 2011 pelo Governo Federal, voltado à atenção integral a gestan-tes/mães e bebês até dois anos de vida.

“Com essa nova medida, os pais poderão fazer o teste para a detecção da falciforme. O exame está na lista dos procedimentos realizados no pré-natal. Assim, os cuidados com a gestante são redobrados e o trata-mento pode ser iniciado desde o primeiro dia de vida do bebê”, explica.

Outra boa notícia é que, em aproximadamente três meses, todos os hospitais de Brasília poderão cadas-trar as pessoas com falciforme, no chamado Cadastro da Hemorrede. “Essa é mais uma vitória que a Abrad-fal comemora. Com o cadastro o atendimento será mais ágil, pois o médico poderá ter acesso ao histórico daquele paciente”, afirma Elvis.

Na busca de dar maior visibilidade à doença e aos seus tratamentos, o dia 25 de outubro foi instituído como o Dia Nacional de Combate a Doença Falciforme. “Acredi-to que seja necessária a adoção de ações educativas pelo Ministério da Saúde. O que temos visto é a mobi-lização dos movimentos sociais, discutindo o tema nas mídias e nas comunidades virtuais”, conclui.

Mais informações: http://anemiafalciformebrasilia.blogspot.com.br/

Paulo Pain, senador (PT/ RS)

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Pastelaria Viçosa sob o comando de Patrícia Rosa

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A gestão moderna da empresária é o destaque da pastelaria mais famosa da cidade

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Patrícia Rosa da Silva é a empresária dos pas-téis e do caldo de cana ícones de Brasília. A administradora do negócio familiar dirige a pastelaria mais conhecida em todo DF. Afi nal,

quem ainda não teve a oportunidade de experimen-tar a dupla mais conhecida da Rodoviária do Plano Piloto, pastel e caldo de cana? Então, essa tradição atravessou gerações e já faz parte do circuito turístico da Capital.

O fato é que a trajetória da Pastelaria Viçosa se mis-tura com a história de Brasília. Há mais de 40 anos, o pai de Patrícia, o ilustre Tião Padeiro, resolveu começar um negócio promissor. “Eu costumo dizer que ele é uma lenda viva. Quando ele estava indo para a lua de mel com minha mãe para Belo Hori-zonte, encontrou o senhor Eugênio Apolônio, que já vendia pasteis em cestas na rodoviária de Brasília, e disse: ʻEstou indo de lua de mel, perdi o ônibus, mas amanhã eu embarco e quando eu voltar vou lhe procurar para ganharmos dinheiroʼ, e foi assim que tudo começou”, conta a empresária.

A primeira loja foi inaugurada na década 60 e, em pouco tempo, conquistou os que precisavam lanchar no local. Hoje, são três lojas na rodoviária e uma na Asa Norte. Em 1995, Patrícia assumiu a administração da Pastelaria. Especializou-se em marketing, estudou inglês e resolveu investir em novos produtos.

Sob seu comando, a Viçosa conquistou novos mer-cados e apostou em novas ideias. Agora, além dos tradicionais pasteis, pizzas e salgados são parte do cardápio. A cana também faz parte do diferencial. Ela

é procedente do canavial da fazenda da família em Alexânia. “Também estou investindo em parcerias. Quem já tem seu ponto de venda e quiser incremen-tar seu negócio com os nossos produtos, a Viçosa possui um pacote de divulgação e treinamento. No futuro, queremos abrir franquias, porém, eu acho que se deve dar um passo de cada vez”, afi rma.

Patrícia lembra ainda que, apesar da empresa ser familiar, é importante profi ssionalizar a equipe. “Há muitos anos eu venho treinando a nova geração dos supervisores. Além disso, invisto em Recursos Hu-manos. Recolocando a pessoa certa no lugar certo. Busco sempre me reciclar e me especializar”, declara.

Com a proximidade da Copa, a empresária está ci-ente da responsabilidade que os comerciantes de-vem assumir. Patrícia afi rma que está preparando a pastelaria para o evento. “Como neste período receberemos muitos turistas, o nosso trabalho será um divisor de águas. Temos que mostrar um bom serviço em Brasília porque vamos ter uma projeção muito grande. Mais uma vez, teremos uma oportuni-dade de mostrar quem somos, que os empresários da Capital são competentes”, disse.

Tanto o crescimento da Viçosa quanto a sua ex-pansão se devem ao trabalho moderno e à dedica-ção de Patrícia, que acredita que herdou do pai o sangue empreendedor. “Em nosso país, o comer-ciante tem que ter a habilidade de ponderar, e em-preender com responsabilidade e profi ssionalismo. Eu acredito que para tudo nessa vida temos que ter coragem, acreditar em um sonho e ir em frente com prudência”, ensina a empresária.

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Agronegócio mUnDo RURAL

Apesar do Distrito Federal parecer uma região extremamente urbana, o crescimento da im-portância econômica dos negócios ligados à área rural do entorno são surpreendentes.

Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas apontou um crescimento de 599% da agropecuária na região Centro-Oeste. Hoje, a atividade rural no DF é responsável pela geração de 35 mil empregos, sendo que toda a cadeia do agronegócio (fornecedores, produtores, indústria) já con-tabiliza aproximadamente 30% do PIB.

Produtor rural, homem do campo e empresário do agronegócio, o deputado distrital Joe Valle (PSB) acha que empreender é ter habilidade e competência para criar, abrir e gerir negócios, apresentando resultados positivos. “Exige liderança, capacidade de organização e habilidade para trabalhar em equipe”, orienta.

Em termo de produtividade do agronegócio presente no DF, o deputado fala sobre o modelo interessante de assentamento dirigido, o famoso Programa de Assenta-

mento Dirigido do DF (PADF). “As propriedades, nesse modelo de assentamento, são relativamente pequenas. É um processo bem distribuído e que mostra uma via-bilidade de produção econômica muito importante para as pessoas que trabalham com uma agricultura orgânica, ambientalmente correta, socialmente justa e economi-camente viável. É um modelo que se espelha e caminha para a questão do alimento seguro e, nesse sentido, a propriedade rural passa a ser um agente de desenvolvi-mento econômico, ambiental e social”, descreve.

Ainda segundo o deputado, hoje, Brasília é um modelo de trabalho para o Brasil, pois o melhor índice de produ-tividade, principalmente de grãos, está concentrado na região do DF. “Considerando a produção de feijão, soja, milho e trigo nacional, o DF já possui moinhos produzindo farinha de um trigo de qualidade, utilizado na fabricação de pães e massas em geral. Isso faz com que o DF seja co-locado e dito como um exemplo no Brasil em termo de produtividade”, afi rma.

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Agronegócio A importância de uma relação amistosa

entre o homem e o meio ambiente

A importância de uma relação amistosa entre o homem e o meio ambiente e o investimento na sustentabilidade só traz benefícios à população que, se agir de maneira corre-ta, pode garantir uma terra produtiva por várias gerações.

A Federação da Agricultura e Pecuária do DF (FAPE- CNA), entidade que agrega 10 sindicatos por categoria econômica, vê com cautela o crescimento do agronegó-cio no DF. Embora os índices estejam favoráveis, o défi cit de profi ssionais qualifi cados na área ainda é grande.

“Qualquer empresa ou organização do agronegócio necessita de profi ssionais capacitados para atuar nas re-lações entre empresas, equacionar soluções, pensar es-trategicamente, introduzir modifi cações, manusear as máquinas modernas, atuar preventivamente, transferir e gerar conhecimentos, com uma visão ampla de toda a cadeia de produção, até porque, 93% de toda exportação do DF é de agronegócio. Diante disso, já se pode imaginar o potencial da região nesse ramo”, explica o presidente da FAPE, Renato Simplício Lopes.

no Distrito Federal

o cenário atual do agronegócio

Nos últimos 30 anos, o Brasil viveu uma verdadeira revo-lução no campo. Saindo de uma posição irrelevante no cenário internacional, o agronegócio brasileiro, nos próximos dez anos, será responsável por atender a 40% da demanda de alimentos no mundo que deve crescer, nesse período, a uma taxa de 20%.

Maior exportador mundial de açúcar, álcool, laranja, frango, soja, carne vermelha, café e fumo, o agronegócio brasileiro incorporou inovadas tecnologias para vencer os desafios de terras inférteis, topografias irregulares e meios de transporte deficientes para se tornar o terceiro maior produtor de alimentos do mundo.

Fonte: Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas - FGV

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Caroline Dias

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Apesar da conjuntura incerta que a crise re-presenta para o mercado consumidor na Eu-ropa, o crescimento contínuo do número de franquias demonstra a força deste modelo de

negócio. É notável como essas cadeias atravessam a crise comparativamente de cabeça erguida. Na França, campeã europeia em quantidades de franquias, 92 no-vas redes foram criadas em 2011 e cerca de 4 mil pontos de venda abertos. Isso significa um crescimento de 6,3% em relação ao ano anterior. Ainda que o desenvolvimento não seja uniforme e al-guns setores, como o de venda de equipamento pes-soal - assim como o de decoração ou ainda o imobiliário - enfrentem grandes dificuldades, é evidente o poder de evolução das franquias. O comércio de alimentos, que representa 40% do volume total de negócios, em três anos abriu mais de 2.300 lojas. Salões de beleza e clínicas de estética também mostraram um crescimento importante com a criação de 472 unidades suplemen-tares neste ano. A indústria de serviços automotivos foi a grande campeã de aberturas de novas unidades fran-queadas em 2011, com 1180 aberturas em um ano. Mas então, por que a franquia é um negócio muito mais atraente do que um empreendimento solo? A principal razão vem justamente da percepção de que se trata de um sistema que garante uma certa segu-rança. Os franqueados contam com a expertise, com a notoriedade de uma marca e com a força de uma rede já estruturada, o que permite ganhos de escala. Por definição e por princípio, a franquia é um tipo de reiteração do sucesso comercial da firma original. Ela propõe ao empresário o benefício da experiência acu-mulada pelo franqueador, que o transmitirá todo o acumulo de conhecimento, além de uma assistência continua e outros serviços compartilhados. Devido às economias de escala características desse modelo, franquias tendem a ter mais estofo para su-portar momentos de crise. Elas acabam, muitas vezes, inclusive, “tomando o espaço” de pequenos comer-ciantes com dificuldades de suportar a turbulência. Con-tudo, não são poucos os que não dão o braço a torcer e fazem questão de permanecer no mercado com suas lojas familiares, de bairro, não estandardizadas. Por isso, pequenos negociantes no Brasil e no exterior fazem uma grande pressão para que o governo interceda a seu fa-

vor, melhorando as condições de sobrevivência dentro do setor a que pertencem. Dependendo da capacidade de organização do setor, medidas fiscais benevolentes são garantidas de tempos em tempos. A exemplo da de-cisão do presidente francês Nicolas Sarkozy de aumentar em 1,6 pontos a TVA (Taxa sobre o Valor Agregado) - o mais visível imposto do país incidindo sobre os bens de consumo - para permitir levar a frente uma redução dos encargos sociais que sobrecarregam as empresas. Com a vitória apertada, no primeiro turno, do representante do Partido Socialista francês Francois Hollande os empresários agora devem se direcionar. Diferentemente do que ocorreu até este momento, quando os candidatos quase não discuti-ram de maneira realista as grandes dificuldades econômicas do país do ponto de vista das pequenas e médias empresas, o debate deverá ser acirrado. Afinal, abordar a diminuição de impostos é um velho tabu na França, país que conta com uma das mais generosas redes de proteção social do mundo. Em um contexto em que todos querem ajuda para aumentar sua competitividade, as grandes corporações permanecem com a voz mais grave junto aos governantes. Bom para os negócios, bom para as franquias.

Caroline Dias

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52 ANOS DE OPORTUNIDADES E SONHOS

Brasília

por Liana Alagemovits

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Brasília é uma cidade singular encravada bem no coração do Brasil. A nossa capital sem es-quinas, decorada por suas retorcidas árvores do cerrado, é diariamente julgada por políti-

cos que nela habitam, mas é também generosa ao oferecer prosperidade aos seus moradores que lutam por ela, trabalham por ela e crescem com ela. No dia 21 de abril de 1960, inaugurada ainda incom-pleta após um apertado cronograma de trabalho, seguindo o plano urbanístico de Lúcio Costa e uma orientação arquitetural de Oscar Niemeyer, a estru-tura básica da cidade estava erguida, desafiando a todos que não acreditaram no sonho de JK. Os can-dangos (nome dado aos primeiros habitantes da nova cidade), festejavam a inauguração da nova ca-pital do Brasil, que bravamente ajudaram a construir, participando de um dos maiores empreendimentos históricos já vistos. O desafio de entregar a capital em 1960 contagiou a todos que conseguiram superar obstáculos de toda ordem, desde os climáticos até os políticos e econômicos. Foi assim que Brasília, a Capi-tal da Esperança, se tornou um verdadeiro milagre cravado no meio do desértico planalto central. A primeira missa campal da cidade, celebrada por Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos, em maio de 1957, abençoou um povo ávido por um futuro pro-missor para seus filhos. Então, a profecia do sonho de Dom Bosco estava bem ali, diante de todos, impo-nente e majestosa, causando um impacto importante na integração do Centro-Oeste, na vida econômica, social e política do Brasil. Juscelino Kubitscheck sonhou e realizou a mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília com a ajuda de muitas mãos de gente simples vindas de todo o país com seus sotaques, cultura e costumes. Eles chegaram ao Planalto Central em busca de oportuni-dades grandiosas e certamente encontraram. A construção de Brasília em apenas 43 meses foi real-mente um feito admirável e atendeu à necessidade de interiorizar a capital do país, ideia que surgiu em

meados do século XVIII e que foi defendida logo após a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808. Anos mais tarde, José Bonifácio de Andrada e Silva propôs a criação de uma nova capital no interi-or do país, designando a Comissão Cruls para definir sua localização. Com sua liderança e grandeza, Juscelino provou a todos que, com trabalho e determinação, qualquer sonho pode se tornar realidade. Desde então, vimos Brasília crescer e ser declarada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 1987, um dos Patrimônios Históricos da Humanidade, concretizando o pensamento ur-banístico internacional dos anos 50 e os princípios da Carta de Atenas de 1933, lançada por famosos ar-quitetos modernistas. De acordo com dados do governo, Brasília detém a

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maior área tombada do mundo (112,25 quilômetros quadrados), sendo o único bem contemporâneo que faz parte da lista de Patrimônio Mundial, oferecendo imagens arquitetônicas de um sonho futurista. |Patrimônio ameaçado

A simplicidade dos traços do urbanista Lúcio Costa priorizou a qualidade de vida e um espaço democráti-co para todos. Segundo ele, Brasília deveria ter “chão livre e gramados generosos”. Mas, infelizmente, esse projeto genial tem sofrido inúmeras agressões devi-do à especulação imobiliária, à indiferença de seus herdeiros, nós, atuais moradores, e o descaso do poder público. Exatamente por isso, esse nobre título pode estar ameaçado. Uma missão de monitoramento do Cen-tro do Patrimônio Mundial da UNESCO e o Conselho

Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) de-clarou sua preocupação e está avaliando se Brasília continuará ou não na lista seleta dos Patrimônios Históricos da Humanidade. Preocupado com as distorções que o tempo nos impôs e a ocupação desordenada do crescimento populacional e econômico, o Governo do Distrito Federal criou um comitê executivo para cuidar ex-clusivamente do tema. O Secretário de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano do Distrito Federal (SEDHAD), Geraldo Magela, anunciou a cria-ção do Plano de Preservação de Conjunto Tombado, que vai abranger o Lago Norte, o Lago Sul, o Guará e parte da região de Sobradinho. O projeto, no entan-to, ainda precisa de uma vontade política, uma vez que precisa ser encaminhado à Câmara Legislativa, onde passará por votação. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na-cional (IPHAN) publicou no Diário Oficial no dia 22 de fevereiro, uma portaria que deve garantir que a área tombada em Brasília possa ser vista a partir dos principais mirantes naturais, o que ajudaria manter o gabarito da cidade. O superintendente do IPHAN, Alfredo Gastal, ressaltou que o objetivo é justamente evitar gigantescos arranha-céus, que podem ser vis-tos em regiões como Águas Claras. O que se sabe é que a nossa cidade foi planejada para receber 500 mil habitantes, mas, segundo dados do úl-timo Censo de 2010, cerca de 2.570.160 pessoas moram no Distrito Federal. Com uma população essencialmente urbana (96,6%), se fosse um município, o Distrito Federal seria o quarto maior do Brasil, perdendo apenas para São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Temos então 1,96 milhões de pessoas na área urbana e apenas 90 mil na área rural. Mas apesar de ter crescido a passos largos, o Distrito Fede-ral ocupa o primeiro lugar na classificação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas, que mede a qualidade de vida. Também somos a unidade da Federação que mais investe por aluno da educação básica (mais de R$ 4,8 mil) ao ano.

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Pioneiros relatam suas históriasVladimir de Carvalho O jornalista e cineasta Vladimir de Carvalho, (72 anos) é o respon-sável pelo documentário “CONTERRÂNEOS – VELHOS DE GUER-RA”. O traba-lho, lançado em 1990, relata a época, as dificuldades e as condições de vida dos candangos. Professor titular da Univer-sidade de Brasília e morador da cidade desde 1970, Vladimir não vê com bons olhos o crescimento da cidade e muito menos como ela é hoje vista por todo o país. “É difícil se referir a Brasília. Hoje ela é a morte de um sonho. A cidade é a negação de uma utopia em face dos desmandos dos governos, porque foi abandonada à própria sorte. É muito melancólico chegar a esse quadro, mas é uma forma de se pensar criticamente em relação a esta cidade que é Capital e Patrimônio Cultural da Humanidade. Brasília não me-recia esse destino.”

Natanry Osório

Professora e fundadora da Ação Social do Planalto, alfabe-tizou a primeira turma de “candanguinhos” em Taguatin-ga. “Essas crianças de ontem, hoje são autoridade em Brasí-lia, como advogados, chefe de posto policial, secretário de Governo”, se orgulha a professora, de 77 anos, que veio de Goiânia em 1959. Lá conheceu o marido, que costumava ir até a capital goiana para passear. “Ele me disse que morava aqui e eu pensei: pronto, não tenho mais que escolher com quem vou casar”, ao aceitar o pedido de casamento do companheiro com quem construiu uma família de cinco filhos e 11 netos, em Brasília.

Antônio Osório

Antonio Carlos e Natanry Osório. Casal pioneiro leva os filhos: Candio, Karla, Cecilia e Osório Filho para conhecer o Hotel Santos Dumont, onde os pais moraram em 1959, na Cidade Livre, hoje Nucleo Bandeirante. Foto tirada em 1966.

Um dos primeiros advogados de Brasília, Osório tem registro na OAB, número 007. “Em 1957 abri meu escritório de advo-cacia no Núcleo Bandeirante, que ainda era chamada Cidade Livre”, lembra Osório (84 anos) ao afirmar que participa da construção de Brasília e a viu crescer em uma aventura ad-mirável. Mas, para ele, hoje, Brasília está desconfigurada por causa da especulação imobiliária. “Daquela cidade idealizada, resta quase nada”, lastima o advogado, embora ache que a ci-dade ainda oferece uma boa qualidade de vida. “Não trocaria Brasília por nenhuma outra cidade. Aqui eu constituí família e criei os meus filhos. Estou fixo aqui e não saio mais”, finaliza.

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 35

Ruy PereiraO empresário, produtor e consultor cultural tinha uma proximidade artística com o presidente JK. “Eu era estudante de jornalismo e costuma-va mostrar filmes a Juscelino Kubitschek, que realmente apreciava a arte. Em janeiro de 1959, ele me convidou para conhecer as obras de Brasília. Passei um dia inteiro aqui e fiquei encantado com o que vi. Voltei com minha equipe para fazermos um filme”, explica. Assim, gravou “Brasília, capital do século” em abril de 1959. Em 1960, voltou à cidade para fa-zer outro filme, desta vez, sobre a inauguração: “Alvorada da Esperança”. Nesses anos em que mora em Brasília, afirma que seu maior orgulho é ter conhecido um homem como JK, para ele, “o maior estadista da América Latina”. “Ninguém contribuiu mais para a nação do que ele”, recorda.

Jupira Barbosa GhediniCom voz firme e olhos atentos, Jupira (80 anos) é uma entusiasta de Brasilia. Tributarista, professora, missionária, administradora, membro do Conselho Fiscal da Associação Comercial do Distrito Federal e direto-ra de relações institucionais do Conselho Nacional de Estudos e Preven-ção às Drogas, sediado em São Paulo, ela também é cidadã Honorária de Brasília desde outubro de 2011.

“Vim para Brasília em 1974, para contribuir com a transformação acadêmica da cidade. Administrei um trabalho de alfabetização nacio-nal, como diretora do núcleo de Brasília da Escola de Administração Fa-zendária (ESAF)”, lembra com orgulho. A educadora gosta de lembrar, também, das pioneiras, mulheres de garra que lutaram pela cidade e que não são tão lembradas. “Elas estavam lá, preparando o alimento, trabalhando pelos direitos das mulheres de baixa renda. As Candangas, as mulheres que vieram de longe e trabalharam de várias formas não podem ser esquecidas”, afirma.

Francisco das Chagas

Motorista aposentado como autônomo e prestes a completar 78 anos, relembra com entusiasmo sua chegada à cidade. “A primeira vez que pisei em Brasília foi no dia 01 de fevereiro de 1959. Eu tinha 25 anos. Passei a noite no Núcleo Bandeirante, num hotelzinho de madeira. No dia seguinte, fui para o acampamento dos trabalhadores do Congresso Nacional, tinha um tio que já trabalhava lá. Tinham começado as obras. Eu mesmo fui pedreiro no Congresso. Sentei muito tijolo naquele prédio”. Ele recorda que os minis-térios ainda estavam em obras e havia apenas a marcação da rodoviária do Plano Piloto e da Catedral. Orgulhoso de ter feito parte desse momento, faz os cálculos: “contando com meu trabalho aqui em 1959, tenho 53 anos de Brasília”, afirmou, honrado.

36 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

administração

As artes marciais estão em alta e vários tor-neios são disputados em todo o mundo. Entre as modalidades mais conhecidas está o Jiu-Jitsu. O Distrito Federal também

aderiu a esse esporte. Por isso, Brazlândia lançou sua primeira Copa de Jiu-Jitsu. O evento, que aconteceu no dia 25 de março, reuniu mais de 300 atletas de todo o Distrito Federal. Os participantes disputaram medalhas e prêmios em dinheiro. O sucesso do evento foi confirmado com a presença de um grande número de expectadores no Ginásio Espelho D’Água.

O administrador de Brazlândia, Bolivar Rocha, esteve presente no evento e foi convidado a fazer a entrega da premiação. Segundo ele, a disputa é um incentivo para o esporte da cidade. O administrador afirmou

também que está empenhado, ao lado do Gover-nador Agnelo Queiroz, para que mais atividades es-portivas venham acontecer na região. “Acredito mui-to na importância do esporte para a nossa população e para nossa cidade. Estamos de portas abertas para eventos como este, que envolvem não só o esporte mas também o social”, disse Bolivar.

O torneio foi realizado pela Brazcombat e Equipe Juquinha, que conseguiram arrecadar mais de uma tonelada de alimentos não perecíveis. As doações foram enviadas para as obras sociais da igreja e para a Casa de Caridade Cantinho da Esperança João Es-molé (Canespe). Segundo os organizadores Cristiano Silva e Ulisses da Costa Dias, o número de atletas inscritos superou as expectativas. “Estávamos espe-

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Primeira Copa Brazlândia de

O Jiu-Jítsu é uma arte marcial anti ga que caiu nas graças do mundo. Brazlândia foi palco da Primeira Copa de Jiu-Jitsu para

atletas do Distrito Federal

rando 200, mas recebemos cerca de 500 pessoas. Não tivemos nenhum incidente e nenhum lutador se machucou”, comemorou Ulisses.

A 1ª Copa de Jiu-Jitsu, que contou com as categorias masculina e feminina, foi uma prova de que as mulheres também sabem praticar a luta. A atleta Victória Araújo, vencedora na sua categoria, chamou a atenção do públi-co, que vibrou com a sua vitória. “O evento estava muito bem organizado. Com certeza iniciativas como essas in-centivam o esporte e a cidade como um todo. Realmente foi uma experiência muito boa”, relatou Victória. Uma das categorias mais disputadas foi a Absoluto, que teve como vencedores: Gabriel Inácio (Absoluto Branca), Cesar Souza (Absoluto Azul), Raul Gabriel Costa Alves (Absoluto Roxa) e Amauri Fonseca (Absoluto Marrom).

|História

Segundo alguns historiadores, o Jiu-Jitsu, que signifi -ca “arte suave”, nasceu na Índia e era praticado por monges budistas. Preocupados com a autodefesa, os monges desenvolveram uma técnica baseada nos princípios do equilíbrio, do sistema de articulação do corpo e das alavancas, evitando o uso da violência e de armas. Com a expansão do budismo, o Jiu-Jitsu percorreu o sudeste asiático, a China e, fi nalmente, chegou ao Japão, onde se desenvolveu e se popula-rizou. A partir do fi nal do século XIX, alguns mestres de Jiu-Jitsu migraram do Japão para outros continen-tes, vivendo do ensino da arte marcial e das lutas que realizavam. No Brasil, esta luta é muito praticada por pessoas de todas as faixas etárias.

Jiu-Jitsu

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sUstEntaBiLidadE

Formado em 1959, o Lago Paranoá ocupava cerca de 48km². Hoje, não chega a ter 40km² de área. Considerado símbolo de Brasília ele é responsável por atividades de lazer, turismo,

pesca e geração de energia para os brasilenses. In-felizmente, o lago corre o risco de, em alguns anos, fazer parte apenas da memória daqueles que chega-ram a desfrutar o presente que a capital recebeu.

Estudos da Universidade de Brasília comprovaram que o lago diminuiu o equivalente a 250 campos de fute-bol nos últimos 50 anos. Segundo uma estimativa da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), cerca de 5% do Lago Paranoá está comprometido pelo assoreamento.

Situação preocupante para o secretário de Meio Am-biente e Recursos Hídricos do DF, Eduardo Brandão. Ainda em fase de planejamento, a secretaria pre-tende lançar em breve o que será o Programa Cami-nhos das Águas. “O projeto visa o refl orestamento e a recuperação de todas as sete bacias hidrográfi cas do Paranoá. O Programa sairá das quatro margens

do lago e seguirá todos os leitos e córregos que o abastecem. A ideia é que todos os fi os do lago sejam recuperados”, afi rma Brandão.

Parte do problema é resultado da ocupação irregular. As cidades consideradas distantes do Plano Piloto tam-bém infl uenciam de forma signifi cativa para o fi m do lago. Vicente Pires é um exemplo. A área estava destina-da para ser outro lago, outra fonte para o Lago Paranoá. Porém, ocupada de maneira irregular e agressiva ao meio ambiente, sobrou pouco do córrego da área.

Essa realidade é motivo de preocupação também para a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Fe-deral (Caesb). Atualmente, a Caesb está desenvol-vendo estudos para, no futuro, utilizar o Lago Paranoá como manancial para abastecimento público. Estes estudos ambientais já estão em fase de conclusão.

Para Mauricio Luduvice, Superintendente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Caesb, o assorea-mento do Lago Paranoá, em particular nos braços do Riacho Fundo e Bananal, está em estado critico.

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SOSEsse é o desafi o de conter o processo de assoreamento que ameaça o lago

Lago Paranoá

“A empresa busca implantar em suas obras métodos construtivos que minimizem o lançamento de mate-rial sedimentável nos cursos d’água, em particular aqueles localizados na Bacia do Lagoa Paranoá e Lago Descoberto, mas a situação é grave”, explica Luduvice.

Os moradores próximos da região também sofrem as consequências. O físico Carlos Pascual de Olivei-ra convive há anos com o problema, e reclama do mau cheiro que às vezes emana do lago. “Às vezes o cheiro é tão forte que chega a ser confundindo com esgoto. A quantidade de lixo fl utuante também é grande. Defi nitivamente, estamos tratando o nosso lago muito mal, o estamos perdendo”, lamenta o mo-rador do Lago Sul.

Operações de limpeza na região são comuns. Recente-mente, a Adasa encontrou 25 ligações de captação ilegal de água em vários pontos do lago. A ação fez parte da Semana do Lago Limpo, realizada em 2011, junto com a Polícia Militar Fluvial, o Comando Naval da Marinha e da Delegacia do Meio Ambiente (Dema).

Para Brandão, as ações que visem à recuperação do lago devem ser direcionadas para solucionar defi ni-tivamente o problema, e não apenas amenizá-lo. Es-tima-se que o GDF deve investir cerca de150 milhões nesse sentido. O dinheiro é oriundo de recursos da compensação ambiental, mecanismo fi nanceiro de compensação pelos efeitos de impactos ambientais provocados por um empreendimento e pagos pelas instituições responsáveis ao governo.

Recentemente, o Comitê da Bacia Hidrográfi ca do Rio Paranoá (CBHRP) redigiu um documento onde sugere várias ações públicas que integrem planos e progra-mas com efetiva fi scalização nas construções quanto à destinação dos sedimentos gerados no DF. Para o comitê, o fi m do assoreamento do Lago Paranoá depende de uma atuação coordenada de diferentes órgãos do GDF e da sociedade civil de maneira geral. “A solução não é apenas limpar a sujeira. Deve-se re-fl orestar e recuperar os fi os do lago que abastecem os braços do Lago Paranoá”, alerta o secretário.

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saberrEsponsaBiLidadE soCiaL Casa do

Aemergente consciência empresarial que vem acontecendo no Brasíl é um bom sinal dos no-vos tempos. Em parcerias com a comunidade, algumas iniciativas privadas desenvolvem pro-

gramas que buscam promover a cidadania e garantir o bem-estar da população.

Esse é o caso da Gasol Combustíveis, presente no mercado desde 1958, que lançou, há cinco anos, o projeto Bibliote-cas Casa do Saber, que visa à arrecadação de livros para a criação e reformas de bibliotecas na capital. A ideia ganhou milhares de voluntários e atravessou fronteiras. Hoje, já atendeu até outros países, como no caso de Angola, que recebeu 20 mil livros. Além disso, foram instaladas bibliote-cas nos estados do Goiás, do Maranhão e do Ceará.

Por meio de ações voltadas à comunidade, a Gasol con-tribui para elevar a qualidade das bibliotecas, disseminar a cultura e o hábito da leitura, com foco em regiões mais carentes. As cidades satélites e entorno receberam 100 bibliotecas em 2011.

Para Carmen Gramacho, Coordenadora Geral das Bi-bliotecas Casa do Saber, os empresários estão dispostos a investir em projetos socialmente responsáveis. “Acredi-to que mais empresários poderiam contribuir em proje-tos sociais estimulados pelo próprio governo, que mui-tas vezes, em função da burocracia, acaba atrapalhando quem está disposto a ajudar”, lamenta Gramacho.

A intervenção do projeto nas unidades prisionais do Distrito Federal também é um diferencial. São 10 bi-bliotecas instaladas no complexo da papuda, presídios

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saberde regime semi-aberto, presídio feminino e nas casas de recuperação de crianças e adolescentes infratores.

Estima-se que a arrecadação já alcançou mais de 2,5 mi-lhões de livros. A triagem é feita no posto de gasolina da 406 Sul. São, ao todo, mais de 80 vo-luntários de diversas instituições envolvidas como a Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal (ABDF), a Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), o Instituto Brasileiro de Inteligência Tec-nológica (IBIT), a Rede Record, a Marinha, entre ou-tras. A participação da comunidade e o comprome-timento de todos os envolvidos é o que garante o sucesso do projeto.

“A responsabilidade social não é uma iniciativa que deve

se restringir apenas a empresas ou ao estado. Entendo que todos nós somos responsáveis pelo social: governo, em-presários e pessoas comuns de modo geral. É importante ter a consciência de que todos juntos poderemos construir mais uma vertente de um país justo. Tomara que, cada vez mais, as pessoas se juntem a essa corrente do ‘bem querer aos semelhante’. Aí sim, seremos uma nação verdadeira-mente democrática e plena”, afirma Carmem.

Para alegria de Grmacho , a consciência com re-lação a responsabilidade social do empresariado brasileiro cresce a cada dia. “Na busca da garantia de espaço no mercado, as empresas inteligentes devem apostar em práticas que gerem melhoria para sociedade, valorizando aspectos ligados à ci-dadania”, finaliza Carmem Gramacho.

Da esquerda para a direita: Célia Mendes, diretora da Escola da LBV; Antonio Matias, diretor operacional da rede Gasol; Carmen Gramacho, coordenadora-geral do projeto Casa do Saber; Andréia Rossi, representante da LBV em Brasília; Iza Antunes Araujo, presidente da Associação de Bibliotecários do Distrito Federal; e Djalma Nascimento, do Conselho Tutelar.

42 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

REDAÇÃO

Copa 2014 AtuAlidAdes

Em 2014, o Brasil será novamente a sede da Copa do Mundo da FIFA, um dos maiores even-tos esportivos do planeta. A vigésima Copa do Mundo ocorrerá no Brasil após 64 anos da edi-

ção em que a seleção brasileira foi vice-campeã em pleno Maracanã.

Brasília foi escolhida para ser uma cidade-sede do evento. O acontecimento representa uma oportuni-dade do DF desenvolver a sua verdadeira vocação: o turismo. Especialistas afirmam que Copa deixará como herança a melhoria dos setores de turismo e de serviços, como o transporte, além de profissionais mais capacitados e um mercado aquecido.

Contudo, para que Brasília consiga atender às expec-tativas do evento muito ainda deve ser feito. A prio-ridade é a renovação ou ampliação de diversos seg-mentos para conseguir receber os milhares de turistas que passarão por aqui. O Governo Federal, o GDF, o terceiro setor e a iniciativa privada se esforçam para superar os desafios que têm pela frente: melhorar principalmente os setores de transportes, hotelaria e a qualidade dos serviços oferecidos na Capital.

| A Copa em números

Estima-se que a Copa do Mundo da FIFA 2014 agregará 183 bilhões de reais ao PIB do País e mo-bilizará R$ 47,5 bilhões, que representarão reflexos diretos na economia. Aproximadamente 3,7 milhões de turistas, brasileiros e estrangeiros, deverão gerar, no período do evento cerca de R$ 9,4 bilhões. Em to-das as áreas, 700 mil empregos permanentes e tem-porários serão criados. Será um incremento no con-sumo de aproximadamente R$ 5 bilhões até 2014.

| Capacitação

Conheça os programas e projetos que irão aprimorar profissionais e empresários de Brasília para as opor-tunidades de empregos e negócios que surgirão junto com o mundial da Fifa.

• GDF – Qualificopa: o Governo do Distrito Federal criou o programa para aperfeiçoar a qualidade dos serviços prestados em Brasília. O projeto pretende capacitar pessoas para melhor atendimento aos turistas durante o evento. Qualificopa já preparou 2

Projeção do Estádio Mané Garrincha, Brasília, para 2014

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Um panorama geral dos desafios e das oportunidades que a Copa

reserva para Brasília

na Capital

mil pessoas e pretende qualificar 10 mil a cada ano até a chegada da Copa do Mundo. São oferecidas vagas em cursos de aperfeiçoamento profissional para garçons, camareiras, vendedo-res, supervisores de hospedagem, webdesigneres, técnicos em infor-mática básica, técnicos em organização de eventos, operadores de caixa, profissionais em montagem e manutenção de micro, atendentes de cartório e pro-fissionais de telemarketing.

• Sistema Fecomércio-DF: Serão ofertados cursos baseados nos serviços e oportunidades de emprego que surgirão no comércio de Brasília até 2014. Re-cepcionista de hotel, camareira, garçom são alguns dos cursos oferecidos pelo Senac. O Programa Na-cional de Educação Profissional "Senac em Campo" vai capacitar 16 mil alunos e inaugurar sete pontos de gastronomia para treinamento até a Copa. “O Senac está capacitando pessoas para as áreas de gastronomia e hotelaria, para atender aos turistas desse grande evento, além de oferecer cursos para gandulas e taxistas, visando a um melhor atendi-mento ao turista”, afirma Adelmir Santana, presi-dente do Sistema Fecomércio-DF.

• Programa Nacional do Sistema Sebrae: São proje-tos estaduais e nacionais, seminários, estudos e de-bates sobre a Copa. O Sebrae vai investir, até 2012, R$ 3 milhões em cada unidade da Federação es-colhida cidade-sede da Copa 2014. O público-alvo será o segmento das micro e pequenas empresas (MPE), empreendedores individuais e potenciais em-preendedores ligados, principalmente, aos setores de turismo, indústria e tecnologia da informação.

• Ministério do Turismo (MTur) - Pronatec Copa: Pro-grama gratuito de qualificação, voltado para os pro-fissionais da linha de frente do receptivo turístico. A iniciativa faz parte das ações preparatórias para a Copa do Mundo de 2014. Serão 80 mil vagas só este ano, direcionadas para 32 atividades ligadas ao tu-rismo nas 12 cidades-sede da Copa e entorno, e ou-tros 12 destinos indutores. Os profissionais poderão participar de cursos de inglês e espanhol.

| Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha

O Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha está sendo construído para a Copa do Mundo de 2014 e

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ação

Copa 2014

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sediará a abertura da Copa das Confederações, em 2013. A arena será entregue em 31 de dezembro de 2012. A obra é uma das mais adiantadas do Bra-sil, com 52% de sua execução concluída. Recente-mente, o estádio recebeu a certificação internacional SA 8000 (Social Accountability 8000), que atesta a responsabilidade social de empresas e instituições. O Estádio Nacional também caminha para ser o pri-meiro na história a receber o certificado máximo de sustentabilidade. Atualmente, nenhum estádio de futebol no mundo tem esse certificado. Depois de pronto, o estádio terá captação de energia solar e de água da chuva. Pelo projeto, o estádio será uma arena adequada para receber eventos e shows de grande porte e não apenas partidas de futebol.

| Turismo

Entre os projetos desenvolvidos estão a reestrutura-ção da sinalização turística, o reativamento do Gru-pamento de Polícia Turística (GPTur) e a inauguração dos novos Centros de Atendimento ao Turista (CAT’s).

O CAT do Aeroporto é, por enquanto, o mais movimen-tado dos sete centros em funcionamento na cidade. Os profissionais dos CATs de Brasília atendem o turista em até sete idiomas: inglês, espanhol, italiano, francês, alemão, dinamarquês e japonês. Os profissionais sele-cionados recebem um treinamento criterioso. Devido à demanda, já existe a previsão da abertura de mais dois CATs neste ano: um na Torre de TV e outro na Torre Digital, que está em construção em Sobradinho e que tem previsão para receber visitas agendadas a partir do aniversário de Brasília, em 21 de abril.

O Ministério do Turismo recentemente divulgou uma lista com 88 produtos e 184 destinos que terão prio-ridade nos investimentos feitos pelo governo. Favo-recidos por Brasília, os municípios de Alto Paraíso de Goiás, São Jorge e Cavalcante, Cidade de Goiás, Pon-te Alta do Tocantins, São Felix do Tocantins, Mateiros, Bonito e Pirenópolis serão alguns dos beneficiados. "Nossos estudos indicam que cada estrangeiro rea-lizará uma média de três viagens pelo Brasil durante o mês da Copa do Mundo. Traçamos uma estratégia para intensificar o fluxo de deslocamentos, benefici-ando o maior número de municípios e distribuindo melhor a geração de emprego e renda", afirma o

ministro do Turismo, Gastão Vieira. Entre campanhas e convênios, o Ministério estima investir R$ 70,5 milhões em 2012. A promoção internacional ficará a cargo do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), que deverá repetir o valor empregado em 2011, R$ 139 milhões.

| Transporte

Sem dúvida, mobilidade é o maior desafio de Brasília. A capital enfrenta problemas estruturais no trânsito. O GDF garante que a primeira fase do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) - via entre o aeroporto e o fim da Asa Sul - e a ampliação da DF-047, que dá acesso ao trecho, serão concluídos até a Copa do Mundo.

O VLT, que fazia parte do projeto inicial para a Copa em Brasília, teve a licitação cancelada pela Justiça por suspeita de irregularidades.

A secretaria executiva do Comitê Organizador Brasília 2014 afirmou que o governo está correndo para resolver a licitação do VLT, mas, independente desta obra, haverá outras opções para se chegar ao centro da cidade. E graças à proximidade do estádio ao setor hoteleiro da cidade, o turista não enfren-tará grandes problemas para chegar ao seu destino.

AtuAlidAdes

Andamento da obra do Estádio Mané Garrincha, Brasília

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 45

| Setor hoteleiro

A previsão para o setor hoteleiro não é uma das mais otimistas. Especialistas afirmam que há um deficit de quase 50% no setor. Brasília comporta 23 mil uni-dades, sendo que o número ideal para atender a de-manda para a Copa é de, no mínimo, 10 mil a mais.

A Secretaria de Habitação quer aumentar a quan-tidade de andares de alguns hotéis. Além disso, a grande expectativa é a construção de um complexo hoteleiro na 901 Norte. Empresários estimam que a quadra movimentará cerca de R$ 4 bilhões em obras. Em abril, três redes hoteleiras internacionais - Pesta-na, Hilton e Accor - anunciaram estar na disputa para arrematar o espaço. Com a ampliação, serão criados 5,5 mil novos leitos na Capital.

Porém, representantes da comunidade, o Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural Nacional (Iphan), Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), Insti-tuto de Arquitetos do Brasil (IAB), Associação Brasilei-ra da Indústria de Hotéis (Abih), além de Maria Elisa Costa, filha de Lúcio Costa, são contrários a cons-trução do novo complexo. O impasse está marcado

para ser resolvido em audiência pública que acon-tecerá ainda neste semestre.

| Aeroportos

Os investimentos até a Copa deverão somar R$ 626,5 milhões em Brasília. O aeroporto do Distrito Fede-ral ficou com o consórcio Inframérica, formado pela Engevix e pela argentina Corporación América. Está previsto um novo terminal para, no mínimo, dois mi-lhões de passageiros/ano. A concessionária também deverá construir um pátio com capacidade para 24 aeronaves, sendo pelo menos 15 dessas posições com ponte de embarque, além de providenciar uma área de segurança de 90 metros de comprimento por 90 metros de largura nas quatro cabeceiras de pistas.

| Oportunidades

Segundo estudo do Sebrae, nove segmentos serão beneficiados diretamente com a Copa: construção civil, tecnologia da informação, madeira e móveis, têxtil e vestuário, turismo, produção associada ao turismo, comércio varejista, agronegócio e serviços. Estima-se a criação de 58,3 mil empregos e a inagu-ração de 2.695 empresas de pequeno e médio porte.

| Transparência

Preocupado com a transparência e com intuito de que a população ajude na fiscalização dos investimentos, o Governo Federal disponibiliza informações sobre o andamento das obras e ações para a Copa na web. O Portal da Transparência, da Controladoria-Geral da União, dá visibilidade às informações fornecidas pelo sistema de monitoramento do Ministério do Esporte, além de dados da Infraero e da Secretaria Especial de Portos. Os sites do Tribunal de Contas da União e do Senado Federal também fiscalizam as obras. O Minis-tério do Esporte criou seu Portal da Copa para con-sulta sobre balanços periódicos, atualização da Matriz de Responsabilidades e todas as informações sobre a preparação do país para o evento. No Portal Brasil, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), há ainda um site com con-teúdo especial sobre a Copa voltado para o torcedor, para o investidor internacional e para estimular o em-preendedorismo até a realização da Copa do Mundo.

46 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

wildMarca símbolo de liberdade apresenta seus lançamentos para 2012

teCNOlOGiA

46 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

wildBorn to be

Tradição, estilo e ousadia. Essas são três das prin-cipais características de uma das maiores e mais célebres marcas de motocicletas do mundo: a Harley-Davidson. Desde o primeiro carburador

improvisado com uma lata de molho de tomate em 1901 até a alta tecnologia que envolve os modelos atuais, mui-tos já puderam sentir a potência e a liberdade que apenas esta motocicleta proporciona.

Para 2012, a marca apresenta oito novos modelos para o mercado brasileiro, um feito inédito para a marca no Brasil. “A Harley-Davidson está em expansão no País. Este ano foi de muito trabalho para montarmos uma estru-tura comercial que atenda bem ao nosso público. A de-cisão de expandirmos a linha de produtos foi um passo fundamental para tornarmos esta nova estrutura ainda mais competitiva e continuarmos oferecendo uma experiência premium completa aos nossos clientes”, afi rma Longino Morawski, diretor-superintendente da Harley-Davidson do Brasil.

As novidades para 2012 estão em todas as famílias de mo-tocicletas que a marca oferece: Sportster®, Dyna®, Softail®, Touring, VRSC™ e, a grande novidade, um modelo CVO™ – preparado pela Custom Vehicle Operations, especializada na customização de motocicletas na própria fábrica da Har-ley-Davidson. Os upgrades variam de acordo com o mo-delo e incluem pneus mais largos, lanternas de LED, freios ABS, rodas estilizadas e amortecedores traseiros cromados.

Além de todas essas novidades, a Harley-Davidson ainda produz uma motocicleta exclusiva para ativi-dades policiais, que serão usadas pelo Batalhão de Choque de São Paulo.

Confi ra as principais características dos lançamentos:

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 47 TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 47

48 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS48

teCNOlOGiA

A Harley-Davidson Sportster®1200 Custom 2012 é equi-pada com o motor Evolution® de 1200 cm³. Seu visual robusto é ressaltado pelo pneu dianteiro largo e uma roda cromada de cinco raios e aro 16, que possibilita manobras ágeis. A nova lanterna traseira de LED e o guidão pull-back com visual old school, garantem um estilo único. O assento duplo possibilita le-var um passageiro em sua jornada e uma boa autonomia é garantida pelo maior tanque de combustível da família Sportster®.

A Harley-Davidson Dyna® Fat Bob® 2012 apresenta exclusivo farol duplo cromado e largos pneus com rodas estilizadas em disco de alumínio, que melhoram o conforto na rodagem e ajudam a enfrentar as

imperfeições do asfalto. O destaque vai para o seu computador de bordo, que mostra ao piloto autonomia, indicação de marcha e giro do motor, além das funções normais. Seu forte motor Twin Cam 96™ de 1600

cm³ possui um som ainda mais destacado pelo escapamento Tommy Gun, que complementa a atitude e a transforma

em performance.

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 49 49

Versatilidade é a principal característica da nova Harley-Davidson Dyna® Switchback. O modelo vem equipado com computador de bordo. O motor é o potente Twin Cam 96™ de 1600 cm³ acoplado à transmissão de seis velocidades Six-Speed Cruise Drive®. O chassi leve e amortecedores traseiros tipo cigar-tube cromados, com ajustes na pré-carga da mola fazem toda a diferença. Este conjunto garante ótimo desem-penho e conforto, reforçado pela segurança proporcionada pelos freios ABS.

A Harley-Davidson V-Rod® 10th Anniversary Edition é um modelo exclusivo e foi lançado edição limitada, desenvolvido em comemoração ao 10º aniversário da primeira motocicleta da linha V-Rod®. Todos os elementos fazem referência ao modelo original, com melhorias na ergonomia e na dirigibilidade. O motor é o Revolution® de 1250 cm³ refrigerado a água, capaz de atingir 125 cv a 8500 rpm. A embreagem tipo slipper reduz a fricção e os freios Brembo® com ABS atuam de forma precisa e efi ciente.

50 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

futuroPara as instituições de ensino superior o desafio é

preparar os profissionais que o mercado precisa

eduCAÇÃO e MeRCAdO

De olho no

50 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 51

As mudanças dos últimos 10 anos transformaram o mercado de trabalho. O aumento significativo dos estudantes universitários no Brasil inteiro tem obrigado as instituições de ensino superior

a criar uma sintonia entre o que é ensinado na faculdade e o que é cobrado no ambiente profissional.

Segundo o Ministério da Educação, são 6,5 milhões de uni-versitários. O último Censo da Educação Superior mostra que, no país, durante a década de 2001-2010, o número de graduandos mais do que dobrou. Os estudantes que concluíram cursos de graduação passaram de 390 mil (2001) para 973,8 mil (2010).

Para Adelmir Santana, Presidente do Sistema Fecomércio-DF, as instituições privadas foram fundamentais para esta nova realidade brasileira. “A expansão das instituições privadas de ensino superior foi responsável, em grande medida, pela democratização do acesso à educação, uma vez que a rede federal não comporta a demanda, nem em números e nem em abrangência territorial.

Com a chegada de novos estudantes, o mercado também ficou mais exigente. A formação de mão de obra para atendê-lo é um desafio que as instituições começaram a encarar, aproximando o aluno à realidade profissional que ele vai enfrentar ao finalizar o curso.

Assim, realizar pesquisas e encontros para identificar as demandas dos empresários é uma das estratégias que ajudam a estreitar os laços da relação universidade-socie-dade-empresa. Para a estudante do segundo semestre de engenharia, Rosiene Duarte, as faculdades precisam en-contrar meios práticos para que o aluno não se sinta tão perdido quando concluir seu curso. “A minha expectativa é realizar estágios, conhecer o mercado, e explorar minhas possibilidades. Dessa maneira, será possível encontrar a especialidade que vou seguir em minha profissão”, diz.

Na Faculdade Senac-DF, por exemplo, os estudantes e egressos recebem orientação por meio do Nuva, o Núcleo de Valorização dos Alunos. Os ex-alunos são orientados em relação à empregabilidade, elaboração de currículos e competências exigidas em uma entrevista de emprego. “Investimos também em parcerias com empresas para oferta de vagas. Além disso, oferecemos o APA - Acon-selhamento Profissional. Neste projeto, que se utiliza da metodologia de coaching, os alunos se reúnem em gru-

pos para serem orientados por duas psicólogas”, explica Adelmir.

O empreendedorismo também é foco das iniciativas das instituições voltadas para formação de mão de obra para o futuro. Pensando nisso, muitas apostam nas Empresas Juniores. As EJs, como são conhecidas, são criadas e ad-ministradas pelos próprios estudantes. “O objetivo das empresas juniores é promover melhor as experiências de mercado aos graduandos na instituição à qual eles são vinculados. Por isso, oferecem trabalhos de consultoria e assessoria a baixo custo, possibilitando aos alunos o de-senvolvimento prático das competências exigidas pelo mercado”, informa o presidente.

Prospectar mercados, acompanhar as demandas e, se possível, se antecipar a elas é o papel das instituições de ensino superior do nosso país. Por isso, devem ficar aten-tas às mudanças da sociedade, perceber o que é tendên-cia e se preocupar com as novas ocupações. “Essa relação, na verdade, é o que move a nossa atuação. O intuito do Senac é contribuir para superação dos problemas sociais e econômicos do Brasil por meio da formação profissional de trabalhadores nas áreas de comércio de bens, serviços e turismo”, conclui o presidente da Fecomércio.

Adelmir Santana, presidente do Sistema Fecomércio-DF

Foto

: Joe

l San

tana

52 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

Quitandinha inova e cria o cardápio musical

O Restaurante Quitandinha, inaugurado recentemente em Brasília,

apresenta um Cardápio Musical. Muito comum nos grandes pubs norte-

americanos, o cardápio musical consiste em uma carta de músicas pré-

selecionadas na qual o cliente do restaurante pode escolher a canção

que deseja ouvir. A proposta do cardápio musical é uma só: trazer co-

modidade a quem procura relaxar e descansar em um aconchegante

ambiente, curti ndo suas mais queridas canções. Confi ra!

Warm up no Quitandinha

Para os baladeiros de plantão, o Quitandinha passa a ser o novo “point

da galera”. E para deixar a noite ainda mais animada, toda quinta-feira

o Dj Flávio FatBoy animará o local com um set de arrepiar. Uma óti ma

forma de começar bem o fi m de semana!

SHOWROON

Dia: toda quinta-feira

Horário: a parti r das 17h

Local: CLS 106 Sul, Bl. A, Lj. 1

Telefone: (61) 3242-7544

ILLUMINATA

A ILLUMINATA, loja especializada em joias folheadas, oferece acessórios femininos com excelência em design. A marca é sinônimo de luxo, esti lo e sofi sti cação.

Endereço: SHIS QI 05 Quiosque 12 - Gilberto Salomão Lago Sul – Brasília/DFHorário de funcionamento: segunda a sábado, das 10 às 19hTel: (61) 9631 4100

BSB BIJUX

De 26 a 29 de abril, no varandão do Páti o Brasil (área externa).

Esse é um evento em parceria com o Bsb Mix, que trará para o

shopping uma versão inédita da feira, com muita variedade e

novidade no ramo de acessórios. Entrada franca.

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 53

FNAC - Eventos de moda, workshops, desfiles e pocket shows

De 08 a 11 de maio, a Fnac promove o Fnac na Moda 2012,

evento focado em um segmento para dar maior esclareci-

mento aos temas abordados. A multinacional traz, nesta

edição, o III Encontro de Blogueiros, e temas como Moda

& Casamento, Moda Homem e Moda Infantil, com debates

inerentes a cada uma das áreas em questão. No caso das

crianças, o assunto renderá papos sobre sustentabilidade

e consciência criativa.

Barbacoa Brasília oferece menu exótico com peixes da Amazônia

O restaurante Barbacoa é uma referência nacional e in-

ternacional no segmento. A qualidade de seus pratos vai

muito além da carne. Localizado no Espaço Gourmet do

Parkshopping, o Barbacoa oferece pescados nobres como

o saboroso filé de Uritinga, a suculenta Pescada-Amarela

Amazônica, a delicadeza do Filhote e as irresistíveis Coste-

las de Tambaqui. Além dos peixes de sabor único, o menu

oferece também uma seleção de vinhos especiais que har-

monizam perfeitamente com os pratos.

Endereço: ParkShopping – Espaço Gourmet

Telefone: (61) 3028-1530

Academia Fit ParkA Fit Park Academia foi criada em 2009, estrategicamente

em frente ao parque Olhos D'Água. Com a missão de pro-

porcionar à comunidade melhor qualidade de vida através

da prática de atividades físicas, oferece um ambiente de

descontração e amizade aos cuidados de profissionais

qualificados e com atendimento personalizado. O cliente

terá, então, a oportunidade de conciliar atividades fisicas

na Academia e ao ar livre, mantendo-se assim o contato e

harmonia com a natureza.

BSB BIJUX

54 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

SHOWROON

Restaurante Gero Brasília

O chef Salvatore Loi in-crementou o cardápio do restaurante Gero com 13 novidades: são três novas entradas, duas massas e um risoto, três pratos com carne branca e quatro so-bremesas que prometem deixar qualquer um com água na boca. Uma das novidades é o carpaccio de filé mignon com lâmi-nas de queijo grana pada-no e molho mostarda. As massas ficam por conta do tortelli recheado com bacalhau ao molho de lentilhas refogadas (foto) e do ravioli com ricota de-fumada e ervas ao molho amatriciana. Os pratos variam de R$ 36 a R$ 140.

Drogaria RosárioGabriela Sabatini Eau de Toilette foi criado para as mulheres que gos-tam de tomar decisões. Ativas, elas gostam de desafios e batalham pelo sucesso. Quando Gabriela Sabatini criou essa fragrância, estava no auge de sua carreira como tenista. Esse lançamento impôs o nome da atleta no mundo da perfumaria com a mesma energia e personalidade com a qual ela enfrentava suas adversárias. Floral ambarino, para a mulher autênti-ca, atraente e natural. Suas notas combinam tangerina, jasmim, sândalo, almíscar e âmbar. 30ml. R$ 69,90.

Centro Hípico Lago SulO Centro Hípico Lago Sul oferece aulas de equitação com modalidades diferenciadas de montaria para adultos, adolescentes e crianças a partir dos 3 anos de idade. Também oferece a recuperação e melhoria da qualidade de vida de pessoas portadoras de necessidades especi-ais por meio da Equoterapia: reabilitação a cavalo que conta com o acompanhamento de psicólogos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas.Serviço:Telefone: (61) 3367-5345 / 9223 1553Endereço: Rodovia 001, Km 26, no setor de condomínios do LagoSul. Acesso direto pela subida da Ponte Jk.Site: www.chlagosul.com.br

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 55

VITRINE

Mr. Cheney

Estojo Surpresas Delícia de Frutas

Creme Hidratante, Desodorante Corporal Delícia de Frutas 110g. Splash Desodorante Delícia de Frutas 50ml. Sabonete Delícia de Frutas 50g. Brilho Labial Delícia de Frutas 10g - R$ 44,99

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O Boticário

Biolúdica A Biolúdica desenvolve jogos criativos com temas biológicos para crianças e adolescentes, com o objetivo de promover o conhecimento científico e a interação social, relevando, por meio de seus jogos de cartas e livros-jogos, desafios biológicos, estratégias de defesa do meio ambiente e situações de ameaça como pesca predatória, mudanças climáticas e até tsunamis.

Kit Cookies (caixa com 7 cookies ) R$ 21,00 Taguatinga Shopping

Jogo Bioquê R$ 38,00

56 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

Educação premiadaEducaçãO E MERcadO

A empresária Lucidalva Almeida é motivo de orgulho para o Sebrae no DF. Ela conquistou o segundo lugar em serviços de educação na etapa nacional do Prêmio MPE Brasil. O

sonho em investir em uma escola surgiu com a ne-cessidade de acompanhar de perto os dois filhos que apresentavam constantemente problemas de saúde. O que era uma necessidade se tornou uma ótima oportunidade de negócio e, após muitos investimen-tos em qualificação, o Educandário de Maria, localiza-do no Riacho Fundo I, colhe bons resultados.

Lucidalva trabalhou com vendas de eletrodomésticos durante dez anos. Foi vendedora, gerente e, depois, supervisora. “Comecei a ter problemas com meus fi-lhos na escola, e também queria participar da educa-ção deles”. Foi assim que decidiu estudar pedagogia e abrir uma escola no bairro onde morava, o Riacho Fundo I. A escolinha foi inaugurada em abril de 1995 com apenas três crianças: dois filhos e um aluno.

Sem recursos financeiros para divulgação, a em-presária investiu em panfletos e colocou um auto-

“Comecei a ter problemas com meus filhos na escola e também queria participar da educação deles.

falante no carro que possuía. Enquanto fazia a propa-ganda nas ruas, uma secretária atendia as ligações de possíveis interessados. “Essa pessoa trabalhou comigo durante muitos anos e foi essencial para que eu não desanimasse. Por mais que ninguém telefonasse, ela sempre me incentivava”, diz. Desse modo, Lucidalva ficava mais empolgada e passava o dia inteiro nas ruas divulgando com panfletos e carro de som.

Em três meses, o número de crianças matriculadas mul-tiplicou para 20 alunos. “Eu acumulava várias funções, como diretora, professora e coordenadora”. Além da secretária, contratou uma cozinheira e sempre conver-sava com as colaboradoras para ter novas ideias. “O que elas me sugeriam eu fazia, e deu super certo”.

Lucidalva queria que a empresa fosse reconhecida no Riacho Fundo e resolveu se capacitar. “Sempre es-tudei. Percebi que precisava de uma diretora, então participei de um curso de administração escolar. Vi a necessidade de uma orientadora educacional e me formei na área também”. Surgiu também a demanda por gestão e foi assim que procurou o Sebrae no DF.

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 57

Empreendedora preocupada com a educação dos filhos recebe troféu prata no Prêmio MPE Brasil

Foi assim que decidi estudar pedagogia e abrir uma escola no bairro onde moro, o Riacho Fundo I “

“Procurava a instituição para saber sobre os cursos re-lacionados à educação”.

A empresária considera os cursos ministrados pela instituição mais avançados que algumas disciplinas cursadas na faculdade. “Eles te mostram se você está no caminho certo ou errado e o que precisa melhorar”. Lucidalva começou a participar das capacitações jun-tamente com quatro colaboradores. “O Sebrae no DF fez com que nós tivéssemos mais vontade de crescer. Durante os cursos, nós já imaginávamos as mudanças no educandário”. Outra facilidade apontada por Luci-dalva foi o contato com os consultores.

A escola, que começou pequena com apenas um pavi-mento, já conta com três unidades distribuídas pelo Riacho Fundo 1 e 2. “Meu sonho de ser reconhecida no local onde morava e na cidade foram realizados, porque em 2011 fui vencedora da etapa distrital do Prêmio MPE Brasil na categoria serviços de educação”. Segundo lugar na etapa nacional, Lucidalva já sonha com a liderança na categoria.

Mais que premiações, para Lucidalva, o amor pela edu-cação fala mais alto. “É gratificante ver que não estão envolvidos com drogas, que foram aprovados no ves-tibular, que estão bem encaminhados. Esse é o meu maior prêmio, ver que a base educacional foi bem cons-truída para que conquistem sucesso na vida”, ensina.

Educação premiada

58 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

aTuaLIdadES

O futuro do

transporte

58:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS58 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 59

Em Brasília, a combinação de excesso de au-tomóveis com a precariedade do transporte coletivo está criando uma situação que nin-guém imaginaria há poucos anos atrás. O ele-

vado padrão de renda, facilidade para aquisição de carro particular, transporte público insufi ciente e de baixa qualidade, táxi caro e insufi ciência de sistema cicloviário incentivam a aquisição de carros particu-lares. Essa é a receita para os constantes congestio-namentos enfrentados pela maioria dos brasilienses.

Entendo que algumas medidas estruturais precisam ‒ e começam ‒ a ser tomadas pelo GDF. A solução passa por aumentar a oferta e a qualidade de ônibus, incluindo integração e bilhete único, circulando em corredores exclusivos. O governo está implantando esses corredores, só que ainda sem ônibus sufi ci-entes para ocupá-los de forma mais permanente, o que tem causado muita irritação dos motoristas que ali circulam diariamente. Para já, há a promessa de implantação de linhas de ônibus executivos, com ar condicionado, no trajeto Águas Claras-Rodoviária,

José Augusto da Fonseca Valente é formado em Enge-nharia Cartográfi ca pela UERJ , Pós-Graduado em Trans-portes pela COPPE/UFRJ e Especialista em Planejamento Estratégico Situacional. Hoje, é diretor da empresa Va-lente Consultoria e Projetos Ltda e Diretor Executivo do Portal T1 de logística e transportes e da TVT1

para atrair os usuários de automóveis daquele bairro. A ideia é ampliar esse serviço para outras áreas, como Sobradinho. Para tal, o GDF utilizará ônibus da estatal TCB, que já opera a linha executiva com origem e des-tino no Aeroporto JK.

Para atender ao grande fl uxo de passageiros, será rea-lizada a concorrência, que tem por objeto a outorga de Concessão para Prestação e Exploração de Serviço Básico Rodoviário do Sistema de Transporte Público Coletivo do Distrito Federal ‒ STPC/DF.

Considero importante o edital prever que, se durante a concessão o GDF vier a implantar novos modais de transporte, como trem, metrô ou similares, poderá ser reduzido o objeto das concessões ora licitadas, observados os limites legais, sem que disso resulte qualquer direito à indenização às concessionárias. Ou seja, nem o novo sistema básico de ônibus será engessado nem impedirá a expansão do sistema ur-bano de transporte, com seus diversos modais.

Como se vê, o GDF tem tudo na mão para dar um grande passo no sentido de resolver a mobilidade urbana no DF. Vamos ver até onde vai a vontade política de enfrentar os poderosos interesses estabe-lecidos, que querem que nada mude.

transporte

60 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

corrupçãoBaTE-PaPO

abaixo a

Diretora do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral fala sobre a origem da organização, suas bandeiras atuais e projetos futuros

A população brasileira está fortemente mobiliza-da contra um inimigo comum: a corrupção na política. Desvio de verbas, superfaturamento de obras, nepotismo e compra de votos são

apenas alguns exemplos que circulam pela mídia. As denúncias cada vez mais frequentes e graves causam revolta e incitam a sociedade a querer mudar esse quadro. Um número crescente de grupos se organiza, de forma anônima ou pública e cobra das autoridades punições mais severas para esse crime que prejudica toda a nação.

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) é um desses grupos. Instituído em 2002, o movimento atua em três eixos: fi scalização das leis de iniciativa popular contra a corrupção (como a Lei 9840/1990 e a Lei da Ficha Limpa); conscientização do eleitorado; e monitoramento das ações do parlamento brasileiro. Em entrevista para a Revista Tendências e Negócios, a diretora do MCCE, Jovita José Rosa, nos conta como foi criado o Movimento, quais são suas principais bandei-ras atualmente e revela projetos futuros.

TEN ‒ Como surgiu o movimento?

Jovita José Rosa ‒ O Movimento de Combate à Cor-rupção Eleitoral começou a partir da lei de iniciativa popular nº 9840, de 1990. Essa lei, por sua vez, veio de uma Campanha da Fraternidade que tratava de fé e política, e o lema era “Justiça e Paz se abraçarão”. A igreja, juntamente com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), resolveu testar a lei de iniciativa popular e

foi um sucesso. A Lei 9840 tipifi cou como crime a compra de voto, o uso eleitoral da máquina pública e também o abuso do poder econômico. Essa lei chamou a atenção e as pessoas começaram a se encontrar para acompanhar a sua aplicação. Com isso as pessoas iniciaram um processo de mobilização. Em 2002, sentimos necessidade de dar estrutura a esse movimento e foi assim que iniciamos as nossas atividades. Em 2012, completaremos 10 anos.

TEN ‒ Com as atividades do Movimento, vocês já con-seguiram cassar políticos corruptos? Quantos?

Jovita ‒ Sim. Até 2007 nós já estávamos com quase mil políticos cassados em todo o Brasil. E a gente nunca comemorou esse número de políticos cassados. Nós comemoramos a participação popular. As pessoas estavam denunciando e isso é positivo, porque a so-ciedade estava acreditando que ela poderia mudar a realidade a partir do momento que ela começasse a par-ticipar. Então veio a proposta de trabalharmos de forma preventiva, com a Lei da Ficha Limpa.

TEN ‒ Essa lei é um grande marco para vocês? O que representou a aprovação da Lei da Ficha Limpa?

Jovita ‒ Essa lei é um grande marco para todo o Brasil. Eu creio que o País terá dois momentos: um anterior e outro posterior à Lei da Ficha Limpa, que teve grande aceitação popular, muito mais do que esperávamos. A nossa expectativa era de barrar somente as pessoas que fossem eleitas. Agora nós já temos um projeto de meta constitucional, com o senador Pedro Taques (PDT-MT),

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 61

corrupçãoque barra todas as pessoas para cargo de comissão, car-go de chefi a. Isso porque hoje a pessoa é barrada pela Lei da Ficha Limpa para ser vereador, por exemplo, mas pode receber um ministério, pode ser diretor do Banco Central. Então nada impede que ele não possa assumir cargos importantes no País, o que seria muito ruim.

TEN ‒ No Governo do Distrito Federal já está valendo a Lei da Ficha Limpa. Quantos estados aderiram à Lei?

Jovita ‒ O GDF foi um dos que saiu na frente. Nós temos, no Brasil todo, um total de 30, entre municípios e esta-dos, experimentando a Lei da Ficha Limpa para cargos comissionados. O GDF já colocou na sua Lei Orgânica. Nós fi camos muito satisfeitos com isso. E a gente vê que está havendo uma mudança de cultura.

TEN ‒ Você acha que a população brasileira está mais consciente, politicamente falando?

Jovita ‒ Acho que estamos caminhando para isso. O MCCE está com um novo projeto de lei de iniciativa popular que é a Reforma Política. Acreditamos que nós precisamos avançar em graus e não em degraus, então já conseguimos a Lei da Ficha Limpa. O Supre-mo Tribunal Federal deu validade para Lei e, agora, nós vamos avançar no projeto de lei também por inici-ativa popular para a Reforma Política. Nós precisamos ter partidos políticos com ideologia. Hoje, por exem-plo, nós estávamos avaliando os estatutos dos parti-dos políticos e constatamos que há apenas pequenas variações entre eles. Isso não pode continuar. Essa é outra bandeira para nós. Jovita José Rosa

Foto: EBC

62 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

Sérgio Vaz @poetasergiovaz

twittada tenSe fosse para eleger uma

característica para o sucesso, diria

equilíbrio emocional

Abilio Diniz @abilio_diniz 1

Cuidado com a arrogância. Os

arrogantes costumam dizer que existem duas

formas de fazer as coisas: a deles e a

errada

J. W. Granjeiro @JWGranjeiro 2

Escrever sobre pessoas é a parte mais gostosa. Duro é ter que

ler as 200 páginas do Relatório de

Infl ação do BC

Miriam Leitão @MiriamLeitaoCom 3

Nada é mais estimulante do que ser apresentado a

uma ideia original, um conceito até então

não formulado

Eike Batista @eikebatista 4

Esteja sempre disposto ao aprendizado, e não esqueça que, quem já sabe de tudo é porque

não aprendeu nada.

5

3Quem quer resultados

diferentes precisa de atitudes diferentes

Paulo Skaf @paulo_skaf 6Precisamos lidar com nossa profi ssão em

seus aspectos emocionais e

técnicos.

Ideias inovadoras em sua empresa podem

trazer resultados sociais positivos de acordo

com sua missão.

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 63

twitter das pessoas

comentários TEN

Sérgio Vaz @poetasergiovaz

Políticos deveriam fazer como pilotos de

Fórmula 1: colar no terno o logo dos seus

patrocinadores.

7

Já foi o tempo em que as gravações

mais esperadas em Brasília eram as das

bandas de Rock...

Cidinha Campos@cidinhacampos 8

Marcelo Tas @MarceloTas

9Paulo Henrique @ReporterAmorim

Rafinha Bastos @rafinhabastos 10

O mais indignado com a piada é sempre aquele

q não a entendeu

Malandro mesmo é o cavalo marinho, que se passa por

peixe, pra não puxar carroça

twittada ten

Esteja sempre disposto ao aprendizado, e não esqueça que, quem já sabe de tudo é porque

não aprendeu nada.

Paulo Skaf @paulo_skaf

Ideias inovadoras em sua empresa podem

trazer resultados sociais positivos de acordo

com sua missão.

Cuidado com a malandragem! O ideal é

agirmos com transparência total,

porque até os pensamentos podem estar sendo gravados.

Às vezes, dá até vontade de fi car em uma rede, olhando a paisagem, mas per-cebo que o mundo

gira rápido.

por Liana Alagemovits@ lianaalagemovit

64 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

INVESTIR EM CINEMA É UM BOM NEGÓCIO

por Ricardo Movits

64:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

CULtUra

Enquanto Hollywood fabrica fi lmes para todos os gos-tos e não economiza nenhum tostão para produzir o melhor longa-metragem, nós brasileiros seguimos produzindo pouco (melhorando a cada dia), com

pouco dinheiro (cada vez menos), e pouca qualidade téc-nica, se comparada a Hollywood. O cinema brasileiro res-surge a cada dia e está, cada vez mais, conquistando o pú-blico estrangeiro devido a sua criatividade. Tecnicamente melhorou muito, mas ainda falta aquilo que toda boa produção deve ter: dinheiro! Em outros países de grandes produções cinematográfi cas, os Estúdios de Cinema são os produtores ofi ciais dos fi lmes. Infelizmente no Brasil acabou esta opção com a “morte” (ou o assassinato) da EMBRAFILME - Empresa Brasileira de

Filmes, criada em 1969. Considerada a mais importante em-presa pública de cinema da América Latina, a EMBRAFILME deu centralidade à atividade cinematográfi ca nas políticas públicas de cultura do Brasil, com a ideia de se criar uma vigorosa indústria cinematográfi ca com forte intervenção e regulação estatal. Nos anos 1980, o público espectador de fi lmes brasileiros chegou a ocupar 35% do mercado nacional, e a média de espectadores por fi lme brasileiro alcançou a faixa de aproxi-madamente 239 mil – 30 mil a mais que o fi lme estrangeiro. Foi extinta em março de 1990, pelo Programa Nacional de Desestatização (PND) do governo de Fernando Collor de Mello. Atualmente, as funções de regulação e fi scalização da extinta EMBRAFILME são feitas pela ANCINE.

O cinema só funciona bem quando segue o formato de uma indústria, com pré-produção, produção, pós-produção, divulgação, distribuição e lançamento. Em Hollywood, os Estúdios Cinematográfi cos fazem este papel fundamental para que a indústria não pare. Nós não temos mais estú-

64 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

Ricardo Movits é cineasta, artista plástico, escritor e com-positor. Movits é membro da Academia Maçônica de Le-tras, ocupando a cadeira número 18 e é autor de várias peças teatrais e roteiros para cinema e televisão.

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 65

INVESTIR EM CINEMA É UM BOM NEGÓCIO

dios. Não somos mais indústria. Não temos essa linha de montagem para que o produto chegue ao mercado. Sim, “produto” e “mercado”. O filme é um produto e tem que estar bem colocado no mercado, senão não vende. Entretanto com a ausência de um respaldo cinematográ-fico, ocupado outrora pela EMBRAFILME, o cineasta inde-pendente, que todos são, encontra na Lei do Audiovisual uma ótima solução para captação de dinheiro. |POR QUE INVESTIR EM CINEMA? A indústria cinematográfica movimenta bilhões de dólares por ano em todo o globo, divulgando marcas e lançamen-tos, criando valores e influenciando o comportamento dos consumidores, isso porque, muito além do racional, o cine-ma penetra nos sentimentos e nas emoções da audiência. No Brasil, as produções vêm se sofisticando e ampliando seu mercado dentro e fora do país nos últimos anos, ga-nhando prêmios internacionais e gerando festivais exclu-sivos de cinema brasileiro, contribuindo para gerar um im-portante pólo cinematográfico. Em 2010, o cinema brasileiro atingiu a espantosa marca de mais de 35% da fatia do mercado nacional. No ano passado, no Brasil, das 22 maiores bilheterias que receberam mais de 22 milhões de espectadores, quinze foram nacionais. Para especialistas, toda essa receptividade está intimamente ligada à diversificação dos gêneros das produções.

A inserção de produtos e marcas em um filme, num ambiente reconhecível e crível, mais do que um apelo direto, cria uma referência mental, uma mensagem de longa vida útil e fixação eficiente. O espaço mágico da sala de projeção nos coloca abertos à magnitude do cinema, absorvendo sem restrições as imagens às quais nos submetemos. A audiência prevista para o filme nos três primeiros anos de exibição é de aproximadamente 100 milhões de espectadores e consumidores poten-ciais. Como produto viável e de retorno, um filme fun-ciona porque tem uma vida m uito mais longa, através de reproduções em outras mídias, como canais de TV abertos e fechados, vendas e aluguéis de vídeos do-mésticos (DVD e Blu-Ray – além de outros formatos que venham a ser criados), e ainda as redes digitais, como a internet e a rede de telefonia celular. O cinema brasileiro é um mercado em ascensão com um enorme potencial de mídia ainda pouco explorado. In-vestimentos de sucesso comprovam isso. O filme “Cen-tral do Brasil”, por exemplo, contou com seis grandes patrocinadores, que incluíam a Credicard, a Coca-Cola e a Varig. O longa “Se eu fosse você 2” foi outro sucesso de público. A obra, que custou R$ 14 milhões, arrecadou R$ 47,5 milhões apenas em bilheteria.

Assim, posso afirmar que o cinema é um excelente negócio para o público, para cineastas e, é claro, para os investidores. Dias melhores virão quando os cineastas e os empresários se convencerem de que o cinema é um bom negócio.

66 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

História

ACDF: Instituição que está no DNA de BrasíliaConhecida como a Tribuna de Brasília em seus primeiros anos de existência, a Associação

trabalha em benefício da cidade e se prepara para novas eleições

A ACDF sempre foi um palco de discussões políti-cas e socioeconômicas importantes, o que ren-deu avanços históricos. Esse foi um dos fatores para que Brasília, em 2008, pudesse eleger a

primeira mulher na presidência de uma Associação Co-mercial, em seus 52 anos de existência. Desde então, a ad-vogada e empresária Danielle Moreira, de 42 anos, casada e mãe de três filhos, vem cumprindo um mandado mar-cante, que, infelizmente, termina em julho deste ano. À frente da instituição, Moreira vem trabalhando para man-ter a tradição de luta em defesa da classe comercial sem deixar de lado o desenvolvimento do DF como um todo.

Fundada em 1962, a ACDF representou o setor produ-tivo da cidade, que lutava pelo desenvolvimento da capital. Logo se tornou a única tribuna de Brasília, onde a população podia reivindicar avanços que eram en-caminhados aos órgãos competentes, atuando, desta forma, como um embrião da Câmara Legislativa. A Tri-buna Livre, como ficou conhecida, era o único lugar possível para a realização de grandes debates, gerando até desconfiança do governo militar da época.

“A ACDF não representava apenas o setor produtivo, mas também a população da cidade. Ela foi porta voz da população por muito tempo e representava os inter-esses do povo de Brasília. Uma de nossas lutas foi pelo direito de voto dos brasilienses”, lembra o ex-senador Lindberg Cury, que participou da criação da ACDF e foi presidente por 17 anos. Lindberg recorda, ainda, que a força da ACDF gerou frutos: a Federação do Comércio (Fecomércio) e a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), entidades que surgiram da própria Asso-ciação Comercial.

Outro feito foi a instituição, em 1996, com a presença do então vice-presidente Marco Maciel, de sua Câmara de Arbitragem, a primeira a ser organizada do Distrito Federal. Para Moreira, a intenção é estimular a media-ção e arbitragem como uma alternativa ao Poder Ju-diciário na resolução de conflitos. Em seus mais de 10 anos de atuação, a Câmara de Arbitragem da ACDF tem contribuído para a solução de diversas pendências ju-rídicas, o que fez com que seja considerada uma insti-tuição referência na área de arbitragem.

Já o Programa “Olá Empresário”, que possui o obje-tivo de estreitar ainda mais a relação entre a ACDF e os empresários das quadras comerciais locais, também tem sido uma bandeira de Danielle Moreira, que tam-bém se empenhou na questão dos puxadinhos da ci-dade. Após esse trabalho, a atual presidente prepara a instituição para seguir mais um processo de disputa democrática eleitoral, que deve eleger a próxima di-retoria. “Para estar aqui é importante compreender a cidade, seus líderes, empresários e as necessidades da população. Trata-se de uma tarefa árdua em benefício de nossa cidade, que agora completa seus 52 anos. Fico orgulhosa de ter participado da história de Brasí-lia e de oferecer para ela uma instituição íntegra e que tanto luta por todos os que aqui moram”, destaca Dani-elle Moreira, que deixa uma gestão exemplar junto ao Fórum Produtivo de Brasília.

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS :: 67

68 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS, O PROGRAMA DA SUA EMPRESA

DOMINGO, 12H, CANAL 6