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Índice2

Expediente

Revista SOL BRASIL Publicação bimestral do Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condi­cio­nado,­Ventilação­e­Aquecimento­(ABRAVA). Conselho Editorial: Luís Augusto Ferrari Mazzon, Marcelo Mesquita, Nathalia­P.­Moreno­e­Anahuany­BernardesEdição: Ana­Cristina­da­Conceição­(MTb­18.378)Projeto­gráfico­e­editoração­eletrônica:­Izilda Fontainha SimõesFoto de capa: Banco de Imagens SXC

Conselho de Administração do DASOLPresidência - Amaurício Gomes LúcioVP­Relações­Institucionais­(VPI)­-­Carlos­Artur­A.­AlencarVP Operações e Finanças (VPOF) - Claudiomar Danilo da SilvaVP­Tecnologia­e­Meio­Ambiente­(VPTMA)­- Luis Augusto Ferrari MazzonVP­Marketing­(VPM)­-­Edson PereiraVP­Desenvolvimento­Associativo­(VPDA)­-­Luís­Cláudio­Karpenko­BenedettiPast President (PP) - José Ronaldo KulbGestor - Marcelo MesquitaDASOL/ABRAVA­Avenida­Rio­Branco,­1492­–­Campos­Elíseos­–São­Paulo­–­SP­–­CEP­01206-905­-­Telefone­(11)­3361-7266­(r.142)Fale conosco: [email protected]

Mercado

Setor cresceu 6,5% em 2011Produção de coletores superou1­milhão­m2.­­Indústria­está­confiante,­apesar­da­desaceleração­verificada­no­ano­passado

Mundo Verde

Editorial

Amplo sistema da Enalter aquece água em hospital mineiro Projeto instalado no HospitalJoão Penido faz parte de parceriacom a Cemig

DASOL­aguarda­com­expectativa­a­Rio+20

Como dimensionar um sistema solar em grande escalaProgramas de simulação liberam os projetistas­da­necessidade­de­realizar­cálculos, mas a compreensão dos princípios básicos é de suma importância

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Case Solar

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4

Programa da CPFL adota aquecimento solar da Jelly FishMoradias para população de baixa renda são equipadas com reservatório de­200­litros­e­coletor­de­2­m2

Empresas Associadas

Notícias do Dasol6

Assembleia elege nova diretoria

Workshop debate requisitos do PBE

Encontro discute uso da energia solar na fruticultura

Especial

Rio+20: O futuro que queremosIndústria do aquecimento solar­acompanha­preparativos­da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho no Rio de Janeiro

15

10

Tecnologia

Solda para placas absorvedorasNeste momento, a técnica de aderência é o método preferido dos fabricantes de coletores solares que­antes­utilizavam­a­solda­por­ultrassom e a solda a laser

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O futuro que queremos

“O futuro que queremos” é o tema central das propostas que países de todo o mundo vêm discutindo desde o ano passado para renovar o compromisso com o desenvolvimento sustentável do planeta nos próximos 20 anos. O consenso em torno dessas pro-postas, contemplando objetivos sociais, econômicos e ambientais, deverá ser ratificado durante a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável que o Brasil .... sediará de 13 a 22 de junho no Rio de Janeiro.

A Rio+20 acontece 20 anos após a Eco92, quando foram dados os primeiros pas-sos na criação de diretrizes políticas para o meio ambiente. Este ano, um dos grandes temas em discussão é a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza.

No Brasil, iniciativas do setor público e do setor privado mostram que esse é um caminho possível e a nossa indústria do aquecimento solar participa desse caminho. Os programas habitacionais do governo federal e governos estaduais voltados às famílias de baixa renda promovem o uso da energia renovável e acessível com a instalação de sistemas de aquecimento solar nas habitações populares.

Como grandes parceiros dos programas habitacionais e também como empresários que acreditam na sustentabilidade, temos envidado nossos esforços para instituir a etiquetagem compulsória e, por consequência, incentivar a melhoria da qualidade e maior profissionalização do setor.

A sustentabilidade está no DNA do nosso negócio. É por isso que aguardamos com grande expectativa os desdobramentos da Rio+20, um dos temas desta edição da Sol Brasil. Temos certeza de que o aquecimento solar faz parte do futuro que todos queremos.

Luís Cláudio Karpenko Benedetti Vice-Presidente de Desenvolvimento Associativo

Editorial 3

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SXC

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4 Case Solar

Divulga

ção­Jelly­Fish

A Jelly Fish - Soluções Térmicas, empresa das Indústrias Tosi, trouxe benefícios ambientais e econômicos ao pro-grama de eficiência energética implantado pela CPFL em empreendimentos populares.

Este projeto contempla a instalação de sistema de aqueci-mento de água por energia solar Jelly Fish em 2.000 moradias nas cidades de São Carlos, Santa Bárbara d´Oeste, Nova Odessa, Agudos, Pederneiras, Americana, Bauru e Marília.

Antes da implantação do projeto de eficiência energética da CPFL, estas comunidades utilizavam somente chuveiros elétricos para o aquecimento da água para banho, o que aumentava ainda mais os gastos da conta de energia dos habitantes considerados de baixa renda.

Na busca por novos caminhos de energia que pudessem beneficiar os residentes dessas moradias, a CPFL identi-

Moradias para população de baixa renda no Estado de São Paulo são equipadas com reservatório de 200 litros e coletor de 2 m2

ficou que implantar um projeto de aquecimento solar em grande escala nas comunidades de baixa renda seria uma demonstração clara de economia e da possibilidade do uso de energia renovável.

A Jelly Fish, então, apresentou uma solução que superou os requisitos estabelecidos pelo programa de eficiência ener-gética: o Kit Solar popular, composto por um reservatório térmico de 200 litros e um coletor solar de 2 m².

O equipamento reduziu o uso do chuveiro elétrico e con-sequentemente o custo de energia elétrica do consumidor. Após a implantação das soluções Jelly Fish, a energia solar passou a ser a principal fonte energética, ficando a energia elétrica como eventual complemento.

A implantação dos sistemas solares representa uma redução de 30% nas contas de energia elétrica.

Programa da CPFL utiliza aquecimento solar da Jelly Fish

Jelly Fish

Associada do DASOL/ABRAVA desde 19/11/98

www.jellyfish.com.br/

Page 5: Revista Sol Brasil - 11°edição

5Case Solar

O Hospital Regional João Penido, localizado em Juiz de Fora (MG), conta com sistema de aque-cimento solar projetado em 2011 pela Enalter. A instalação do sistema é resultado de uma parceria entre o Governo de Minas Gerais e a Cemig, que mantém o Programa Energia Inteligente – Projeto Solar.

Atuante na conservação de energia e preserva-ção do meio ambiente, a Enalter é uma empresa mineira que desde 1980 busca inovações e apli-cações para a melhoria de seus sistemas de aque-cimento de água, em especial o aproveitamento de energia solar.

O projeto do Hospital Regional João Penido foi dimensionado para atender 100% da demanda de água quente dos vestiários, cozinha e materni-dade. Os três sistemas foram instalados de forma distinta com aproveitamento solar e apoio elétrico.

O sistema projetado para atender a demanda diária do Hospital Regional inclui área coletora total de 560 m², composta por 280 placas SimSol de 2 m² vertical e seis re-servatórios Ecotherm com diferentes litragens e capacidade para armazenar 30,5 mil litros de água quente.

Hospital conta com amplo sistema de aquecimento solar da Enalter Projeto instalado no Hospital João Penido, em Minas Gerais, faz parte de uma parceria com a Cemig

Enalter

Associada ao DASOL/ABRAVA desde 05/12/95

www.enalter.com.br

São 360 m² de área coletora e quatro reservatórios de 5.000 litros nos vestiários, 140 m² e dois reservatórios de 7.000 litros de armazenagem na cozinha e 60 m² e um reservatório de 3.500 litros na maternidade.

O principal benefício do sistema da Enalter é a economia de energia elétrica, estimada em 70%. Além de oferecer

conforto ao usuário, o sistema permite uma re-dução estimada de R$ 168 mil nos custos anuais de energia e impostos.

O coordenador estadual do Programa Energia Inteligente, Higio Zacarias de Souza, lembra que o Hospital Regional João Penido é o segundo maior do Estado. Com o novo sistema, “o hospital vai racionalizar o consumo de energia elétrica para aquecer a água nos banhos e demais atividades diárias, deslocando a demanda para fora do ho-rário de ponta.”

Fonte: www.saude.mg.gov.br – 09/04/12

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Notícias do Dasol6

Assembleia elegenova diretoria

Assembleia realizada em 21 de março elegeu a nova Diretoria do DASOL com mandato até dezembro deste ano. Amaurício Gomes Lúcio, presidente do Departamento desde janeiro, conta agora com os vice-presidentes Carlos Artur Alencar, Claudiomar Danilo da Silva, Edson Pereira, Luís Augusto Ferrari Mazzon e Luís Cláudio Karpenco Benedetti.

A assembleia elegeu também os integrantes dos conselhos consultivos que assessoram a Diretoria do DASOL. Para o Conselho de Ética, foram eleitos Alander Brandão e Thomas Spadinger. Para o Conselho Técnico, Oscar de Mattos e José Gonçalves. E no Conselho Fiscal, Marco Montalvão e Jamil Hussni. José Ronaldo Kulb, presidente do último exercício, passa a ocupar o cargo de “Past-President” no Conselho de Administração do DASOL.

Novo regimento

Com a mudança do Regimento do DASOL, aprovada na assembleia de 21 de março, as eleições anuais passam a ocorrer no mês de novembro para o exercício do mandato no ano seguinte.

Mas a principal alteração possibilitada pela reforma do Regimento foi a fusão das categorias empresariais “associada fabricante” e “associada mantenedora”, o que dá à grande maioria das empresas a condição de também se candidatarem aos cargos do Conselho de Administração do DASOL. Antes da mudança, somente representantes das empresas man-tenedoras eram elegíveis.

“Essa reforma visa ampliar a participação dos associados e enriquecer o debate sobre os rumos da indústria do aquecimento solar”, pondera Marcelo Mesquita, gestor do DASOL.

Conselho de Administração Presidente

Amaurício Gomes Lúcio – TumaVP Relações Institucionais (VPI)

Carlos Artur Alencar – EnalterVP Operações e Finanças (VPOF)Claudiomar Danilo da Silva – A Atual

VP Marketing (VPM)Edson Pereira – Jelly Fish

VP Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA)Luis Augusto Ferrari Mazzon – Soletrol

VP Desenvolvimento Associativo (VPDA)Luís Cláudio Karpenco Benedetti – Soltec

Past-PresidentJosé Ronaldo Kulb – Heliotek

GestorMarcelo Mesquita

Suplente do Conselho de Administração do DASOL:Mauro Aisemberg – Pro-Sol

Conselho Consultivo de ÉticaAlander Brandão – KomecoThomas Spadinger – Bosch

Conselho Consultivo TécnicoOscar de Mattos – HeliotekJosé Gonçalves – Tecnosol

Conselho Consultivo FiscalMarco Montalvão – Pro-Sol

Jamil Hussni – Jelly Fish

(Em pé): Alander Brandão, Carlos Artur Alencar, Amaurício Gomes Lúcio, Luíz Augusto Ferrari Mazzon, Mauro Aisemberg e Luís Cláudio Karpenco Benedetti; (Sentados): Claudiomar Danilo da Silva, Thomas Spadinger, Edson Pereira, José Ronaldo Kulb, Marco Montalvão e Jamil Hussni.

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Notícias do Dasol 7

A ABRAVA e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT-SP) promoveram no dia 16 de fevereiro workshop sobre os novos requisitos propostos para o Programa Brasileiro de Etiquetagem do setor solar (PBE Solar), que estava em consulta pública.

O workshop foi mais uma oportunidade para divulgar a proposta de alterações no PBE rumo à etiquetagem com-pulsória. O evento foi realizado na sede do IPT e, além do instituto e da ABRAVA, também partici-param de sua organização o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Laboratório Green Solar (PUC-MG), Eletrobras e a profa. Elizabeth Duarte Pereira (UNA-MG), coor-denadora da Rede Procel Solar.

A abertura do evento contou com os pronuncia-mentos do IPT, ABRAVA e Inmetro. O diretor do Centro Tecnológico do Ambiente Construído do IPT, Fulvio Vittorino, destacou a infraestru-tura do instituto para ensaios das mais diversas áreas e a história de parceria com o setor. Vittorino também falou com entusiasmo sobre a inauguração, prevista para maio, do Simulador Solar para ensaios de coletores.

No workshop, o presidente do DASOL, Amaurício Gomes Lúcio, discorreu sobre a importância da mobiliza-ção do setor em torno da etiquetagem compulsória, cujas discussões com a sociedade foram iniciadas no Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar (CB-SOL), em novembro. As discussões foram retomadas com o processo de consulta pública.

Workshop debate novos requisitos do PBEA analista executiva do Inmetro, Danielle Assafin, des-

tacou o trabalho desenvolvido nos últimos meses junto ao setor para reformular os requisitos do PBE. A reformu-lação visa atender aos normativos e à nova dinâmica de certificação e da compulsoriedade da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE).

A professora Elizabeth Duarte apresentou de forma didática a mudança nos cálculos de eficiência tér-mica adotados na classifi-cação dos equipamentos de aquecimento solar (co-letor solar e reservatório) no novo RAC. O principal efeito dessa mudança é a eficiência térmica, antes calculada pela tempera-tura inicial, que passará a ser medida por meio da temperatura média.

Durante o workshop, houve ainda apresenta-ções da ABRAVA, Labo-ratório Green Solar e

Eletrobras. Após as apresentações, houve uma seção de perguntas.

Dentro do processo de consulta pública do PBE Solar, o DASOL já encaminhou ao Inmetro as sugestões do setor para aperfeiçoar o RAC (Requisitos de Avaliação de Confor-midade) e o RTQ (Regulamento Técnico da Qualidade) para sistemas e equipamentos de aquecimento solar de água.

Os arquivos das apresentações estão disponíveis no site do DASOL: http://www.dasolabrava.org.br/eventos/workshop-pbe-solar/.

Page 8: Revista Sol Brasil - 11°edição

Sistemas de Aquecimento Solar BoschSoluções com a marca da efi ciência

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Notícias do Dasol8

O aquecimento solar de água é uma tecnologia inovadora plenamente dominada no Brasil para aplicações residenciais, mas ainda pouco explorada fora da construção civil. Por essa razão, ganham destaque iniciativas como a fruticultura solar, tema do workshop Aplicações Inovadoras do Aqueci-mento Solar de Água no Vale do São Francisco, realizado em Petrolina (PE) no dia 22 de março.

O sol é uma fonte de energia limpa que pode ser am-plamente aproveitada no Vale do São Francisco, onde a incidência abundante de raios solares durante quase todo o ano pode contribuir para a redução dos custos produtivos. A tecnologia pode ser utilizada inicial-mente na agricultura ir-rigada e posteriormente em outros setores da economia local.

Encontro debate uso do aquecimento solar na fruticultura

Coordenado pela professora Elizabeth Marques Duarte Pereira, chefe do Grupo de Projetos e Pesquisas em Energia Solar do Centro Universitário UNA-MG, o evento foi pro-movido em parceria com o Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia - Sertão Pernambu-cano e a Embaixada Britânica no Brasil. A ABRAVA esteve re-presentada no evento pelo Gestor do DA-SOL, Marcelo Mes-quita.

O workshop dis-cutiu as aplicações inovadoras da energia solar na fruticultura, com destaque para o aquecimento solar de água em cumprimento às exigências dos mer-cados importadores das frutas brasileiras.

Workshop em Petrolina discutiu potencial dessa tecnologia no Vale do São Francisco

Entre outros temas, participantes assistiram

a apresentação sobre acesso a financiamento

para substituição de energias convencionais

pela energia solar

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Notícias do Dasol 9

Fontes de crédito

Foram debatidas, por exemplo, oportunidades de acesso a fontes de crédito e financiamento que permitam aos produ-tores substituir energias convencionais como o GLP pela energia solar, além da criação de um centro de capacitação em energia solar na região.

Geraldo Smith, assessor da Área Agropecuária e de Inclusão Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, apresentou oportunidades para inclusão do aquecimento solar em linhas de financiamento do BNDES para a infraestrutura rural e equipamentos.

Entre as linhas que compõem a operação direta do BNDES, Smith destacou a Agropecuária, Inovação na Produção e Energias Alternativas (inclusive SAS). Entre as linhas da operação indireta, Smith citou a Automática, de Fo-mento, Projetos de Investimento, Cartão BNDES, Programas Agropecuários, Agricultor Familiar, Médio Produtor Rural e o Programa de Sustentação do Investimento.

A professora Elizabeth Pereira explicou as possibilidades de utilizar a energia solar na fruticultura e destacou a neces-sidade de um projeto de capacitação e financiamento para a utilização da energia solar de forma sustentável.

Aplicação

O evento abordou também outros benefícios como o tratamento térmico de sementes e o de imersão de frutas na água quente para evitar e/ou combater doenças comuns a espécies da região.

Para o pesquisador da Embrapa, Joston Simão de Assis, a importação de um produto agrícola em estado fresco é limitada devido à ocorrência de pragas e doenças. “Existem técnicas que vão desde o calor (água e vapor quente) até tratamentos com baixas temperaturas como o frio - cold treatment -, a fumigação e a irradiação que podem ser feitos através da energia solar”, declarou.

Em sua explanação, Hamilton Moss de Souza, representante do Ministério de Minas e Energia, citou a Alemanha, país que tem pouca incidência de sol em seu ter-ritório, mas consegue captar energias renováveis em escala muito maior que o Brasil.

Também estiveram presentes ao evento o reitor do IF Sertão Pernambucano Rildo Diniz; a gerente de Projetos de Energia da Embaixada Britânica, Luciana Carrijo; o dire-tor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Hamilton Moss de Souza; o diretor do Departamento de Licenciamento e Avaliação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Fábio Araújo e o gerente do Fundo Clima, Marcos Del Prette.

O workshop contou ainda com a participação de repre-sentantes dos fruticultores do Vale do São Francisco, das prefeituras de Petrolina (PE) e de Juazeiro (BA), do Banco do Nordeste, da Embrapa, do SEBRAE, do ITEP - Instituto de Tecnologia de Pernambuco, da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), da SUDENE e da Universidade de Pernambuco.

Com informações do IF Sertão Pernambucano e Prefeitura Mu-nicipal de JuazeiroAs apresentações do evento estão disponíveis em: http://www.fruticulturasolar.com.br/workshop2/apresentacoes/

O workshop discutiu a viabilidade técnica do aquecimento solar em substituição ao GLP para o tratamento térmico da manga brasileira destinada à exportação.

O mercado internacional impõe barreiras fitossanitárias à manga brasileira, o que recomenda a imersão da fruta em água quente para a solução de dois problemas típicos: a antracnose e a eliminação da mosca da fruta.

A antracnose é uma doença dependente de condições climáticas como alta umidade e seu tratamento térmico con-siste na imersão em água quente a 55 ºC por 5 minutos. Para o controle da mosca da fruta, os Estados Unidos, Japão e Chile

seguem o Protocolo Mango Board que determina a imersão das frutas em tanques com água a 46,1ºC.

A Bahia e Pernambuco respondem por 61,5% da produção nacional de manga, fruta cultivada em praticamente todo o Nordeste brasileiro. Os municípios de Juazeiro (BA), Petrolina (PE) e Livramento de Nossa Senhora (BA) se destacam na produção e exportação da fruta.

Em todas as empresas da região nordeste, a fonte de energia considerada mais econômica é o gás liquefeito de petróleo (GLP). O consumo por safra varia de 22.000 m3 a 30.000 m3 de GLP por safra.

Solução para o tratamento térmico da manga

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Indústria do aquecimento solar cresce 6,5% em 2011

10 Mercado

Produção superou 1 milhão m2. Setor está confiante na retomada em 2012, apesar da desaceleração verificada no ano passado

O setor de aquecimento solar cresceu 6,5% no ano de 2011, em um ritmo bem menor que o registrado em 2010 (21,1%) e 2009 (18,9%). De acordo com a pesquisa realizada pelo DASOL, em 2011 foram pro-duzidos 1,029 milhão m2 de coletores solares, um recorde para o setor. Em 2010, foram produzidos 967 mil m2 , frente aos 798 mil m2 fabricados em 2009.

Evolução do Mercado de Aquecimento Solar Brasileiro

Área nova produzida Área acumulada

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(m2 )

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11Mercado

A pesquisa identificou ainda a distribuição das vendas nas regiões brasileiras. A Região Sudeste continua sendo o principal mercado consumidor dos sistemas de aquecimento solar, com 76,2% das vendas, seguida pela Região Centro-Oes te (10,3%) e Região Sul (8,1% das vendas). Em 2010, a Região Sudeste concentrou 75,7% das vendas, seguida pelas regiões Sul (10,5%) e Centro Oeste (9,3%).

Expectativas para 2012

A pesquisa também apontou a confiança do setor para 2012, embora o crescimento da produção em 6,5% em 2011 tenha ficado abaixo das expectativas iniciais dos fabricantes, que projetavam na média um aumento mais significativo.

Para 2012, os fabricantes esperam a retomada dos negócios. A pesquisa identificou que 63% das empresas esperam crescimento da produção acima de 15%.

O setor em 2011

Segundo a pesquisa, apenas 5% das empresas do setor registraram redução de produção em 2011. Outros 32% tiveram aumento de produção de até 5%. Segundo o levan-tamento, 21% das empresas reportaram crescimento entre 21% e 30% em 2011.

A produção de coletores vem crescendo ininterrupta-mente desde 2006, com taxa média anual de 17,6%. O menor ritmo de crescimento em 2011 deveu-se, basicamente, a dois fatores: a transição dos governos Federal e estaduais (e a reformulação de suas políticas públicas) e o clima de expectativa e apreensão dos setores produtivos diante da crise de outras economias mundiais.

Ao final de 2011, a área acumulada de aquecedores so-lares no Brasil chegou a 7,31 milhões m2. Para o DASOL, o crescimento da produção nos últimos anos está relacionado à ampliação da consciência ambiental e sustentabilidade com utilização de fontes limpas de energia e ações de eficiência energética.

O levantamento incluiu ainda a produção de reservató-rios térmicos, outro componente essencial dos sistemas de aquecimento solar. Em 2011, foram produzidos 128,8 mil unidades de reservatórios, que equivalem a um volume de armazenamento de 50,6 milhões de litros de água.

Vendas

A pesquisa também considerou as vendas de sistemas de aquecimento solar por segmento. Em 2011, do total produ-zido, 57% foram destinados a aplicações residenciais, 23% para a indústria, comércio e serviços e 20% para programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, e os programas das companhias habitacionais.

Produção em 201132% das empresas tiveram crescimento de até 5% em 2011

Expectativa de crescimento em 201226% das empresas esperam aumentar

produção em mais de 50%

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Solda para placas absorvedoras

A tecnologia para solda de materiais apresenta grande progresso no campo de fabricação de coletores solares. Neste momento, a técnica de aderência é o método preferido das empresas que antes utilizavam a solda por ultrassom e técnicas de solda a laser. O fabricante Go!nnovate AG desenvolveu um processo que permite que uma vasta gama de materiais possam ser unidos uns aos outros nas placas de absorção.

Com informações da Sun & Wind Energy – abril/2012

Tradução: Marcelo Mesquita, do DASOL

Tecnologia12

“Se podemos unir aviões inteiros utilizando a aderência, por que não seria possível soldar um simples coletor solar no futuro?” Baseada nesse conceito, a empresa Go!nnovate AG, com sede em Liechtenstein, criou a primeira máquina de solda por aderência para coletores solares. A empresa apresentou a máquina na SMEThermal 2012 (Conferência sobre tecnologia de produção de energia solar térmica) em Berlim, no começo de fevereiro.

O diretor Christian Goritschnig e seus colegas vêm traba-lhando nessa ideia desde 2008. Eles agora planejam oferecer o método aos fabricantes de coletores solares como uma tecnologia alternativa, a “Alternative Absorber Connection Technology (AACT)”.

A maioria dos fabricantes ainda continua utilizando sistema de solda por ultrassom ou a laser para a união das placas de absorção aos tubos. Apenas um pequeno número de empresas está preparado para testar tecnologia de ade-rência.

No entanto, de acordo com Goritschnig, a técnica da

aderência oferece diversas vantagens. “É uma ótima relação custo-benefício. E, acima de tudo, a tecnologia de soldagem está orientada para o futuro e permite possibilidades quase que ilimitadas para a combinação de materiais. Graças à automação que é feita sob medida para o processo, esta tecnologia de solda também é um processo seguro.”

Sem taxa de licenciamento

A empresa de Goritschnig é fornecedora de plantas de automação para a indústria automotiva, médica e eletrônica. Goritschnig ficou preocupado com processos de soldagem a laser de coletores solares desde 2004.

A instalação de produção da Vaillant, em Gelsenkirchen, tem um sistema de solda a laser com base nesse conceito. Goritschnig agora voltou a atenção para a aderência como uma alternativa para a soldagem a laser, uma vez que nos EUA os coletores fabricados com essa técnica devem pagar uma taxa de licenciamento para a Alanod, empresa espe-

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Tecnologia 13

A aderência é uma alternativa para a soldagem a laser e poupa os

fabricantes de coletores de pagarem taxa de licenciamento nos EUA

A Schüco International KG, de Bielefeld, Alemanha, utiliza a solda por aderência em seus coletores solares. Dag Wöhrmann, chefe de desenvolvimento de produto e gestão de sistemas de aquecimento regenerativos, explica a história da tecnologia de produção:

S&WE - Quais são as vantagens da aderência no processo de produção de coletores?

Dag Wöhrmann - Acima de tudo, a aderência fornece segurança ao processo com alta qualidade e repetibilidade, impedindo a fluidização de componentes de fusão e danos durante o processo de solda ou quando for submetido a um estresse térmico. Diferentes materiais não são misturados quando são utilizadas diferentes matérias primas, o que evita a corrosão provocada pela tensão eletroquímica. Uma outra vantagem é que você pode usar qualquer material que desejar na tubulação.

S&WE - Sua produção é automatizada?

Opinião de fabricante de coletor

Adesivo absorvedor em testes

Goritschnig teve seus absorvedores testados no Institut für Solartechnik (SPF), na Suíça. Para este propósito, os cientistas compararam os resultados da medição de coletores solares equipados com o Go!nnovate com os coletores com solda a laser que são comumente disponíveis no mercado.

Até agora Goritschnig tem sido relutante em fornecer informações mais detalhadas sobre os resultados. “Atualmente, reservamos o direito de fornecer informações do teste apenas para partes interessadas”, diz ele.

Sobre os resultados dos testes, ele somente informa que as “folhas de absorvedores com espessura entre 0,2 mm e 0,5 mm foram utilizadas, bem como tubos com diâmetros entre 8 e 28 mm. A força de remoção mínima

absoluta em cada caso foi de 900 N / 50 mm. Isso é inacredi-tável para uma união com adesivo.”

Goritschnig diz que já encontrou clientes interessados para o método AACT. Ele analisa quantas pessoas serão realmente capazes de usar o método no futuro. Aparente-mente, uma empresa está tentando obter os direitos exclu-sivos para a licença.

cialista em acabamento de superfície.Goritschnig cita como melhoria na produção o menor

consumo de energia durante o processo de aderência. Como o método apresenta uma relação positiva de custo-benefício, essa tecnologia é também adequada para fabricantes que desejam migrar para a solda por aderência. As empresas

que já produzem coletores poderiam rapidamente integrá-lo nas linhas de montagem existentes.

Goritschnig também gosta do design de coletores fabri-cados por aderência. “Mesmo nas aletas para coletores de alumínio com 0,3 mm de espessura não há risco de dano ou amassamento.”

Wöhrmann - Nossa produção é semiautomatizada, com alimentação manual das peças. Nós desenvolvemos nossa tecnologia de produção interna e o know-how do sistema foi desenhado externamente.

S&WE - Qual foi o principal desafio? Wöhrmann - Foram vários. Por um lado, tivemos que es-

colher o material correto para a junção assim como a espes-sura do material. Por outro lado, tivemos que desenvolver as máquinas e ferramentas para atingir resultados reprodutíveis no que diz respeito ao material e produção. E nós tivemos que garantir que todos os materiais poderiam resistir a reações de ordem química, térmica e biológica durante muitos anos.

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Tecnologia14

A gerente de mer-cado de energia solar para Europa, Kornelia Theissen, explica as vantagens da tecnolo-gia de aderência nesta entrevista:

S&WE - O que torna os adesivos Loctite 5399 e Loctite 5612 particular-mente adequados para aderir absorvedores so-lares?

Kornelia Theissen - Ambos os produtos podem suportar temperaturas muito elevadas. O Loctite 5399 permanece estável em mais de 300°C, enquanto Loctite 5612 pode suportar mais de 220°C. Para períodos de tempo curto, os produtos podem até suportar temperaturas de 350°C e 300°C, respectivamente. As propriedades elásticas permitem uma compensação muito boa durante a expansão térmica dos substratos. Ambos os produtos têm uma estabilidade extremamente elevada de 2 para 3,3 N/mm². Em geral, eles também se destacam pela sua excelente aderência a dife-rentes materiais.

S&WE - Quais são as diferenças entre os dois adesivos?Theissen - Loctite 5399 é um sistema de componte único

e Loctite 5612 é um sistema de componente duplo. O sistema de duplo componente endurece muito mais rápido, permitindo assim reduções significativas nos tempos de processamento. No entanto, o 5399 permanece estável a temperaturas ligeira-

mente superiores.

S&WE - Quais são as vantagens da uti-lização do processo de aderência na produção de placas de absorção?

Theissen - A ex-periência mostra que os custos da aquisição do equipamento total-mente automatizado para solda são sig-nificativamente mais elevados do que um adequado sistema de

dosagem para os adesivos de silicone Loctite. Processos de solda também consomem um alto nível de energia e exigem especialmente pessoal treinado. Por esta razão, assumimos que os custos de todo o processo são mais baixos para uma solução adesiva do que para um processo de soldagem.

S&WE - Até que ponto você pode apoiar os fabricantes com informações técnicas relativas a aplicação dos adesivos?

Theissen - Na Henkel, temos especialistas na tecnolo-gia de aplicação para o mercado solar, especialistas para silicones e um grupo inteiro de peritos que manuseiam o equipamento. Esta equipe está pronta para apoiar todos os nossos clientes. A Henkel não apenas fornece os produtos, mas acima de tudo fornece soluções. Isto significa que apoia-mos o cliente desde o início da produção e evidentemente estamos disponíveis para fornecer suporte sobre todas as questões relacionadas com a aplicação do adesivo.

A opinião dos fabricantes de adesivos Henkel AG & Co. KGaA oferece adesivos para a produção de absorvedores

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Especial 15

Rio + 20:o futuro que queremos

Setor plenamente identificado com a sustentabilidade e a dissemina-ção das fontes renováveis de energia, a indústria do aquecimento solar aguarda com grande interesse a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável que o Brasil sediará de 13 a 22 de junho no Rio de Janeiro.

A Rio+20, como é conhecida a conferência, tem como principal ob-jetivo renovar o compromisso político dos países-membros da ONU e construir uma agenda de desenvolvimento sustentável para os pró-ximos 20 anos em torno do tema “O futuro que queremos”. Fo

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Especial16

O evento também marca os 20 anos da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92 (ou Eco-92). Diferentemente da Rio-92, que foi resultado de negociações iniciadas décadas antes pelas Nações Unidas, a Rio+20 busca consenso sobre propostas que contemplem não só a questão ambiental como também a melhoria da qualidade de vida a partir da economia verde e a erradicação da pobreza.

Além da economia verde, o evento irá discutir a estrutura institucional das Nações Unidas para viabilizar o desenvol-vimento sustentável no mundo.

A programação da conferência prevê a III Reunião do Comitê Preparatório, entre os dias 13 e 15 de junho, do qual participarão representantes dos países-membros da ONU para negociação dos documentos que serão adotados na Rio+20.

De 16 a 19 de junho, estão previstos os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, com a participação da sociedade civil para aprofundar temas como o combate à pobreza, o desenvolvimento sustentável como resposta às crises econômicas e financeiras, desemprego, energia sustentável, água, cidades sustentáveis, florestas, oceanos, nutrição e segurança alimentar.

Nesta segunda parte da Rio+20, está prevista uma plená-ria com 2 mil pessoas para debater esses temas com especia-listas do Brasil e do exterior. Os debates serão transmitidos ao vivo no website das Nações Unidas.

Na terceira parte do evento, entre os dias 20 e 22 de junho, acontece o Segmento de Alto Nível da Conferência, quando mandatários e chefes de Estado de países-membros das Nações Unidas discutirão as resoluções finais.

Economia verde inclusiva

O Brasil, país sede da conferência, apresentará sua pro-posta de economia verde inclusiva, com a expectativa de promover a inclusão social, a estabilidade econômica e a sustentabilidade ambiental. “O país espera que a conferência incorpore definitivamente a erradicação da pobreza como elemento indispensável à concretização do desenvolvimento sustentável”, observou o assessor extraordinário do Minis-tério do Meio Ambiente para a Rio+20, Fernando Lyrio, em entrevistas à imprensa.

O assessor lembra que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) define economia verde como “uma economia que resulta em melhoria do bem-estar

Reunião da Comissão Nacional da Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável Rio + 20, em 2011.

Rio+

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Especial 17

Ao longo dos últimos 20 anos, o DASOL tem atuado em diversas frentes com o objetivo de fortalecer a indústria de aquecimento solar e de promover a temática da sustentabili-dade socioambiental no país.

O decidido empenho do DASOL e da ABRAVA em torno da qualidade e da eficiência energética tornou o setor um parceiro da sustentabilidade nos programas habitacionais do governo brasileiro e de governos estaduais.

Esses programas preveem a instalação de sistemas de aquecimento solar nas moradias destinadas às famílias de baixa renda, promovendo o uso da energia renovável, con-tribuindo para a redução da conta de luz dessas famílias e demandando menos investimentos na geração de energia elétrica.

Atualmente, o Brasil ocupa a sétima posição no ranking mundial de geração de energia solar térmica para aqueci-mento de água, de acordo com dados da IEA – International Energy Agency. O parque instalado de coletores solares para aquecimento supera 7 milhões de m2, área equivalente a 900 campos de futebol. A capacidade instalada chega a 4.700 MWth (megawatts térmicos), que correspondem a um terço da potência da Usina de Itaipu.

Parceiro da sustentabilidade

da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente riscos ambientais e escassez ecológica”.

Segundo Fernando Lyrio, a conferência tratará de inúme-ros temas associados à questão de mudança do clima, como energia, água, uso do solo, produção e consumo sustentá-veis, segurança alimentar etc. e que afetam especialmente as populações dos países em desenvolvimento, dependentes de atividades econômicas ligadas ao uso dos recursos naturais.

Em busca do consenso

Desde o ano passado, quase 200 países-membros da ONU discutem propostas e sugestões para chegar a um consenso na redação do documento “O futuro que queremos” que será ratificado na Rio+20.

Segundo o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, secre-tário executivo da Comissão Nacional para a Rio+20, as sugestões coletadas somaram mais de 6 mil páginas que devem ser condensadas em um documento mais conciso, com 19 páginas, definindo que futuro é esse e quais são os seus temas fundamentais.

Os Estados-membros, representantes da sociedade civil e organizações internacionais tiveram prazo até o dia 1º de novembro para enviar por escrito suas propostas ao Secre-tariado da Conferência. A partir dessas contribuições, o

Secretariado preparou um texto-base para a Rio+20, que vem sendo negociado ao longo do primeiro semestre de 2012.

Como país sede e presidente da conferência, o Brasil par-ticipa ativamente dessas discussões. Segundo o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, para elaborar suas propostas, o Brasil “promoveu um amplo processo interno de consulta a todas as forças sociais, como governo, sociedade civil, Ju-diciário, Legislativo, universidades, cientistas, empresários e movimentos sociais.”

As propostas do governo brasileiro para a Rio+20 enviadas em novembro focaram o conceito de economia verde inclusiva, contemplando a criação de programas de proteção socioambiental global (inspirados nas experiências brasileiras do Bolsa Família e o Luz para Todos), compras públicas sustentáveis, financiamento de pesquisas para o desenvolvimento sustentável e um protocolo internacional para a sustentabilidade do setor financeiro.

A expectativa do Brasil em relação à conferência é de que os compromissos assumidos com o desenvolvimento sus-tentável levem em conta as responsabilidades diferenciadas dos países. Um país africano, por exemplo, não pode ter as mesmas responsabilidades que um país historicamente mais poluente e com base industrial mais forte. A transferência de tecnologia precisa fazer parte dessas responsabilidades diferenciadas e os países em desenvolvimento também devem ter acesso à tecnologia mais limpa.

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Sistemas de aquecimento solar de pequena escala, que fornecem água quente para os lares, estão disponíveis em pacotes completos de diferentes tamanhos e variáveis.

Soluções completas para casas com três, quatro e cinco moradores utilizam geralmente coletores padronizados disponíveis no mercado.

Esses sistemas são fáceis de projetar com base no número de moradores da residência e possibilitam adicionar um coletor extra, caso o orçamento da construção permita. O projeto também é influenciado pela área do telhado dis-ponível e também por considerações estéticas.

Porém, quando se trata de um sistema de aquecimento de água e calefação para um edifício inteiro, a escolha da área necessária de coletores não é uma tarefa simples. Mui-tas vezes não é possível evitar o excesso de aquecimento

Como dimensionar um sistema solar em grande escala?

Com informações da Sun & Wind Energy Tradução: Anahuany Santiago Bernardes

O planejamento individual é imprescindível na construção de um sistema de aquecimento solar em grande escala. Programas de simulação liberam os projetistas da necessidade de realizar cálculos, mas a compreensão dos princípios básicos é de suma importância.

no verão, mesmo se o sistema de back-up for relativamente pequeno em edifícios com isolamento térmico médio.

Ainda assim, em caso de dúvida, é possível refazer cál-culos padrões e seguir regras práticas ou as recomendações do fabricante.

A situação se torna mais complexa quando o sistema deve suprir água quente para um prédio residencial in-teiro, pousada ou hotel, que requerem dimensionamento específico.

Apesar da disponibilidade atual de programas de di-mensionamento e de simulação de sistemas solares, é muito importante entender e ter um bom domínio dos mecanismos utilizados para a concepção do projeto de energia solar, além de analisar criticamente e interpretar os resultados fornecidos pelos cálculos da simulação.

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Os parâmetros utilizados nos cálculos

Os principais parâmetros utilizados para projetar a área de coletores solares são:

1) A irradiação solar no local da instalação.2) O consumo total (demanda de aquecimento, as

perdas de circulação, as características do equipamento de aquecimento e outros fatores) e o perfil de consumo.

3) A fração solar desejada.

Onde obter essas informações?

Os níveis de irradiação são bem conhecidos e estão dis-poníveis em bancos de dados meteorológicos. Comparadas com o vento, essas informações estão sujeitas a pequenas flutuações anuais. Em geral, um elevado grau de precisão não é necessário para dados do clima.

O consumo é geralmente o maior fator desconhecido na hora de dimensionar a área de coletor. É frequentemente estimado de maneira errada e geralmente superestimado.

Isso resulta em um dimensionamento incorreto, baixo grau de utilização, produção de calor em excesso e os frequentes estados de estagnação. As normas usuais para determinar as necessidades de aquecimento de água (por exemplo, a DIN 4708) são aplicáveis no dimensionamento de sistemas convencionais, que podem garantir um completo fornecimento de água e que devem atender os consumos de pico. Um procedimento completamente diferente deve ser usado para a concepção de sistemas solares, porque estes são normalmente operados em paralelo com os sistemas convencionais para economizar combustíveis fósseis.

Por exemplo, o consumo mínimo (baixa temporada) em estações do ano de grande irradiação solar é um critério importante. Uma vez que esta informação só pode realmente ser obtida por medição do consumo efetivo, este método deverá ser usado sempre que possível, a fim de proporcionar maior segurança ao planejamento.

Para conseguir isso pode-se, por exemplo, instalar um medidor de consumo no fornecimento de água fria do aquecedor e ainda obter leituras regularmente gravadas.

Adicionalmente, devem ser tomadas medidas para re-duzir o consumo de água quente no edifício existente (por exemplo, com torneiras que economizam água) a fim de reduzir o tamanho da área necessária para os coletores de energia solar.

Alterações previsíveis no uso da água também devem ser levadas em consideração no processo de planejamento.

Fração solar

A fração solar é obtida em função da área disponível para o conjunto de coletores e da especificação da pro-porção da energia a ser fornecida pelo sistema solar. Para sistemas de aquecimento de água solar, esse atendimento geralmente é de 30% a 60%. Para valores acima de 70% os custos aumentam desproporcionalmente.

Adicionalmente, outros fatores devem ser considera-

Mundo Verde 19

dos como a tecnologia e eficiência do coletor, a inclinação, a orientação, eventual incidência de sombreamento da superfície solar e a eficiência do sistema. A eficiência deste último depende da tecnologia utilizada, de problemas de hidráulica, do tanque de armazenamento, perdas, fatores de armazenamento em camadas, sistema de controle e temperatura de trabalho do coletor.

Esses fatores devem ser levados em consideração e de forma adequada, aumentando ou diminuindo o tamanho da área exigida de coletores. Sistemas de alta eficiência, bem isolados e com tanques de armazenamento com isolamento multicamadas podem aumentar a eficiência em cerca de 10%. Também devemos analisar a influência das áreas de sombreamento determinadas por meio de tabelas, esque-mas ou cálculos de simulação.

Além da fração solar, outro critério para avaliar um sistema solar é a produção média mensal de energia espe-cífica (kWh/m²). A produção média mensal é a energia transferida para a água quente (kWh). A produção específica é a energia média mensal transferida para a água conside-rando a área do coletor.

A taxa de utilização (%) também é um critério. A taxa de utilização do sistema representa a relação entre a produção de energia e a energia irradiada sobre a superfície do coletor. Os custos de investimento devem ser considerados e incluem todos os custos de construção do sistema, enquanto o custo de investimento específico ($/m²) é obtido dividindo-se este valor pela área da superfície dos coletores.

Além disso, o preço de aquecimento ($/kWh) é impor-tante: deve incluir os custos de investimento, financiamento, custos operacionais, o rendimento e a vida útil do sistema.

Em busca do equilíbrio

O que caracteriza um “bom projeto” de sistema solar? Um sistema com uma alta fração solar? Uma especificação para elevar a taxa de utilização? Ou um sistema de baixo custo, que fornece a energia solar a um preço econômico?

O gráfico acima apresenta uma situação natural aos projetistas de sistemas solares. Em azul é apresentada a demanda anual de água quente. A irradiação para três

exigência/requisitode água quente excedente

aumento líquido de energia

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

120

100

80

60

40

20

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Uma tarefa, quatro soluções

As seguintes possibilidades de projetar são ex-plicadas com base em um modelo de condomínio de apartamentos com 10 unidades residenciais e 30 moradores, localizado na Alemanha.

Irradiação solar: Na Alemanha a irradiação solar média é de 0,5 kWh / m² em um dia de dezembro e de 5 kWh / m² em um dia normal de julho.

A irradiação solar máxima, atingindo uma in-clinação ideal da superfície em um dia ensolarado de verão, atinge um nível de cerca 8 kWh / m², e este valor é relativamente independente do local. A média diária anual é de cerca de 3 kWh / m².

Consumo: Um consumo médio de 1.200 litros / dia em uma temperatura de 60°C foi medido na habitação. Durante o período de férias, o consumo foi de apenas 1.000 litros / dia. A tem-peratura da água fria é de 12°C.

Para simplificar, um sistema solar apenas para aquecimento da água é para ser dimensionado. A energia necessária para o aquecimento de água é

calculada usando a fórmula:

Q = m * c * DTQ = quantidade de calor [Wh]; m = massa [kg] (1 kg = 1 L de água),c = capacidade de calor específico (1,16 [kWh / kg K]

para a água) e DT = diferença de temperatura entre água fria e água

quente (48 K neste exemplo)

Para a média anual, isso resulta em um valor de: Q = 1.200 x 1,16 x 48 = 66.816 Wh = 66,8 kWh por dia. No período de férias, serão necessários 55,6 kWh por dia.

Projeto A - grau mais alto de uso:

O rendimento específico pode ser otimizado quando o consumo diário é sempre maior do que o rendimento diário solar - para isto, o sistema deve ser concebido para atender o mínimo nível de consumo ao nível máximo de irradiação solar - neste caso, o período de férias de verão. O aqueci-mento excedente, por conseguinte, não ocorrerá.

Tais sistemas são também chamados sistemas de pré-aquecimento porque a água apenas consegue ser pré-aquecida para a maioria dos dias do ano. Baixos níveis de atendimento às necessidades de energia solar são aceitos nesta abordagem.

No nosso exemplo, temos um dia ensolarado de verão com o máximo de irradiação de 8 m² kWh disponível e capaz de fornecer uma energia de 55,6 kWh/dia. Com os sistemas eficientes, um grau de utilização de 50% é realista, resultando em um valor de 4 kWh / dia para cada metro quadrado de área do coletor. Para cobrir as necessidades de aquecimento do sistema: 55,6 kWh / 4 kWh / m² = 13,9 m² de área do coletor.

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áreas diferentes de coletores apresenta as energias geradas nas partes coloridas do gráfico, com os respectivos graus de cobertura (sobreposição).

Os excessos de energia produzida resultante das dife-rentes áreas de coletores podem ser claramente vistos. Estes excessos reduzem a eficiência anual do uso, considerando os rendimentos específicos por metro quadrado de área do coletor.

Os parâmetros de projeto, portanto, trabalham em oposição para uma determinada situação, onde a tentativa de otimizar um parâmetro inevitavelmente agrava os outros.

Aumentando constantemente a área de superfície do coletor, o atendimento do consumo com a energia solar e os custos de investimento também aumentam, bem como a parcela de aquecimento excedente e o preço do sistema de aquecimento. Isto reduz o grau de uso e, consequentemente, o rendimento específico.

Se o consumo aumentasse de forma constante em função da área do coletor, então o grau de utilização e a produção específica aumentariam, o grau de atendimento cresceria e haveria queda de preços de aquecimento.

Os efeitos opostos ocorrem quando, por exemplo, o consumo foi superestimado durante o planejamento e é menor na prática do que o valor calculado. Isto pode ter con-sequências fatais para a viabilidade econômica do projeto.

Neste sentido, não há uma "correta" projeção, mas sim um equilíbrio ótimo entre vários fatores dependendo da situação e especificações-alvo. O objetivo do processo de projeto é, portanto, encontrar o equilíbrio correto entre os diferentes parâmetros.

Com grandes sistemas solares como este na Áustria, é preciso escolher entre uma alta fração solar e um preço baixo para o aquecimento.

Foto:­ESTIF/­Áustria­Solar

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O sistema solar em um bloco de apartamentos estagna mais rapidamente

no verão, quando a maioria dos moradores estão de férias ao mesmo tempo.

Mundo Verde 21

Projeto B - Consumo médio:

Se o período de férias for ignorado, o consumo médio será de 66,8 kWh / dia e o cálculo resulta em 66,8 kWh / 4 kWh / m² = 16,7 m² de área de superfície do coletor.

Projeto C – Máxima cobertura no verão:

Se o máximo nível de cobertura solar deve ser alcançado no verão, nos meses de junho e julho, com uma média de ir-radiação 5 kWh /m²dia e grau de utilização de 40%, teremos média de energia fornecida de 2 kWh / m² dia. Neste caso, a fração solar pode cair para um valor de 40%, com base na experiência com as instalações existentes, porque ocorrem temperaturas mais elevadas e superávits em comparação com o exemplo A. Em comparação com o segundo exemplo, a área de superfície do coletor dobraria para um valor de 66,8 kWh/dia / 2 kWh/m² dia = 33,4 m².

Projeto D – fração solar de 60%:

Isso quer dizer que 60% da média anual da necessidade de água quente deve ser atendida através da energia solar. Então 66,8 x 0,6 = 40 kWh por dia devem ser fornecidos. Devido a excedentes e perdas, apenas cerca de 30% da irra-diação anual média de 3 kWh / mês dia pode ser utilizada pelos coletores (um valor que pode ser verificado através de simulação e cálculos), o que significa que os coletores fornecem 0,9 kWh / m². Isto significa que será necessária uma área de coletor de: 40 kWh / 0.9 kWh/m²dia = 44,4 m².

Esses altos níveis de cobertura/fração solar (> 60%) são principalmente destinados para sistemas pequenos, de modo que o sistema de back-up pode ser desligado fora do período de aquecimento. Normalmente, em sistemas maiores, o sistema de back-up não é desligado e um elevado grau de cobertura não gera esse efeito.

Comparando as simulações

Para se obter as características dos pro-jetos apresentados foram realizadas simu-lações em um programa apropriado - neste caso o T * SOL.

As seguintes configurações foram uti-lizadas: coletor plano padrão, irradiação no coletor em Berlim, inclinação de 45° orientado ao sul, com volume de armaze-namento do tanque de 60 l / m² de área do coletor. Os resultados ilustrados são agora em comparação com os resultados

dos cálculos de simulação.Projeto A: Com uma área de superfície de coletores de

14 m², a simulação produz um atendimento de apenas 29%, com uma respeitável fração solar de 46%. O rendimento específico atinge um valor impressionante de 520 kWh e o rendimento total é de 7.300 kWh.

Projeto B: Uma área de superfície de coletores de 17 m² (20% mais do que o projeto A) produz uma energia de 8.500 kWh, que é cerca de 16% mais do que o projeto A. O grau de cobertura aumenta de 5% a 34%.

Projeto C: Uma área de superfície de coletores de 33 m² oferece atendimento de 50% a 35% do uso. A produção es-pecífica cai para 388 kWh (75%). O rendimento total aumenta em 75% a 12.800 kWh, mas isso requer mais do que o dobro da área da superfície de coletores de projeto A.

Projeto D: A área do coletor de 44 m² tem como resultado o atendimento a 58%, que é apenas ligeiramente menor do que o valor previsto de 60%.

O programa de simulação mostra um grau de 30% do uso com um rendimento específico de 340 kWh / m² por ano. Uma área de coletor um pouco mais de três vezes maior do que projeto A aproximadamente dobra a produção para 15.000 kWh / ano. Estes exemplos mostram um espectro muito amplo de variantes de projeto que podem existir, com áreas de coletor diferindo em um fator de até 3 vezes. Cada abordagem de projeto é válida, dependendo das condições.

Os que buscam maiores economias possíveis de com-bustíveis fósseis e uma redução alta de emissões de CO2, ou que estão planejando mais a longo prazo, devem escolher grandes áreas de coletor e graus de atendimento de 50% ou mais. O tempo de amortização é reduzido em sistemas de baixa fração solar e pouco investimento inicial.

Atribuindo preços para as diferentes variantes, segundo as quais o custo específico dependerá do tamanho do sistema, geralmente se obtém uma solução ótima no meio da gama dos sistemas considerados. O aspecto econômico é, portanto, muitas vezes fator decisivo para derrubar as objeções em direção a uma determinada decisão de projeto.

Foto:­ESTIF

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