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Revista País Economico Edição 126TRANSCRIPT
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Março 2013 | País €conómico › 1
nova lei vai beneficiar Regiões de TurismoMelchior Moreira, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, entende que proposta de lei das regiões de turismo é séria e equilibrada e permite beneficiar o conjunto das regiões de turismo em Portugal.
nº 126 › Mensal › Março 2013 › 2.20# (IVA incluído)
morais VieiraPresidente da metaloviana
mira amaralPresidente do Banco Bic Portugal
sofia Freitascoordenadora da aGim
TuRismo e hoTelaRia PoRTuGuesa cResce no País e no exTeRioR
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› Head
2 › País €conómico | Março 2013 Março 2013 | País €conómico › 3
editorial
Há uma estranha contradição em Portugal. Enquanto os números conhe-
cidos da execução orçamental do mês de Janeiro mostram que o défice se
agrava, com o Estado a receber menos receitas e a gastar mais dinheiro
sobretudo com subsídios de desemprego, obrigando portanto a acelerar
mais cortes globais na despesa do Estado, por outro lado, cada vez mais
empresas portuguesas apostam na internacionalização e na busca no exte-
rior das oportunidades para crescerem e se desenvolverem.
No fundo, assiste-se a uma contração da economia no país, tendo como
inevitabilidade um encolher do Estado, o que não é propriamente uma má
notícia como aqui temos defendido em editoriais anteriores, pois somos
dos que entendem que a sociedade portuguesa, particularmente os que
trabalham no setor privado e não dependem diretamente do Estado, não
podem continuar a ser esbulhados para alimentar um gigantismo esta-
tal que pretende continuar a “andar de Ferrari enquanto a sociedade civil
anda de mini”, como referia há tempos um elemento de um organismo
público (curiosamente).
No entanto, a notícia de que um conjunto de empresas portuguesas assi-
naram com congéneres argelinas um conjunto de contratos para construí-
rem 75 mil casas na Argélia, que vão atingir valores na ordem dos quatro
mil milhões de euros, e que poderão ainda crescer, é daquelas que solidi-
ficam a ideia da imperiosa necessidade de muitas empresas portuguesas
partirem para o exterior.
E existem inúmeros exemplos de empresas portuguesas que estão a lutar
afanosamente para vencer lá fora, não apenas pela circunstância do mer-
cado interno estar a minguar, mas porque é um desafio e uma necessidade
de crescimento e sustentabilidade. As informações avançadas nesta edição
pelos responsáveis empresariais da Vila Galé, Sana Hotels e Metaloviana,
configuram o empreendorismo e a vontade de arriscar (mas partindo de
bases sólidas em termos de estrutura e capacidade financeira) de empresas
e de pessoas, tornando-se cada vez mais atores globais e capazes de gera-
rem mais-valias para as empresas mas igualmente para um conjunto cada
vez maior de profissionais portugueses, no fundo, daqueles que não se re-
signam a uma vida lúgubre ou de dependência de favores ou da ladainha
do Estado que nos esmaga e desgoverna.
JoRGe GonçalVes aleGRia
empresas que querem crescer no exterior
Ficha TécnicaPropriedadeEconomipress – Edição de Publicações e Marketing, Lda.
sócios com mais de 10% do capital social› Jorge Manuel Alegria
contribuinte506 047 415
Director› Jorge Gonçalves Alegria
conselho editorial:› Bracinha Vieira › Frederico Nascimento› Joanaz de Melo › João Bárbara › João Fermisson› Lemos Ferreira › Mónica Martins› Olímpio Lourenço › Rui Pestana › Vitória Soares
Redacção› Manuel Gonçalves › Valdemar Bonacho› Jorge Alegria
Fotografia› Rui Rocha Reis
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Departamento comercial› Valdemar Bonacho (Director)
Direccção administrativa e Financeira› Ana Leal Alegria (Directora)
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Pré-impressão e impressãoLisgráficaRua Consiglieri Pedroso, 90Queluz de Baixo2730-053 Barcarena
Tiragem30.000 exemplares
Depósito legal223820/06
DistribuiçãoLogista PortugalDistribuição de Publicações, SAEd. Logista – Expansão da Área Ind. do PassilLote 1-A – Palhavã – 2890 AlcocheteInscrição no I.C.S. nº 124043
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Março 2013 | País €conómico › 54 › País €conómico | Março 2013
Grande entrevista
índiceLuís Mira Amaral é o Presidente do Banco BIC em Por-
tugal. Figura bastante conhecida e mediática, o líder do
banco que absorveu o ex-BPN apresenta-se nesta entre-
vista à País €conómico muito seguro do percur-
so que está a correr para alavancar o crescimento do
banco, embora não apresente certezas quanto ao mo-
mento em que as contas do agora reforçado Banco BIC
atingirá o break even. No ano passado, as contas não
auditadas do banco apresentaram valores negativos de
7,5 milhões de euros, mas Mira Amaral sublinha que
ao acionistas do BIC vão reforçar em dois milhões de
euros o capital líquido do banco «sinónimo da grande
solidez e estratégia de longo prazo com que estamos no
sistema financeiro em Portugal».
pág. 28 a 33
Quando está a decorrer mais uma edição da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), percorre-mos mais uma vez alguns dos caminhos que o turismo e as empresas nacionais do setor estão a percorrer e a desenvolver. Os presidentes das regiões de turismo estão de acordo com a nova legislação que reordena as regiões turísticas em Portugal, e fomos também ouvir alguns dos grupos hoteleiros que marcarão este ano pela abertura de novas unidades hoteleiras de cinco estrelas em Portugal, como serão os casos dos grupos Vila Galé e SANA Hotels.
pág. 06 a 25
ainda nesta edição…
26 lisnave recebe centésimo navio de empresa malaia
27 Grupos portugueses constroem 75 mil casas na argélia
34 Vii encontro de negócios na língua Portuguesa em minas Gerais
35 Grupo Durit reforçou investimento na Bahia
41 nova sBe criou a nova maputo
47 Visabeira inaugurou hotel próximo de cahora Bassa
51 150 empresários portugueses visitam maputo
56 embaixador do equador em entrevista
58 altran investe no Fundão
58 Psa mangualde cria 300 postos de trabalho
Grande Plano
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Março 2013 | País €conómico › 76 › País €conómico | Março 2013
› GRanDe Plano
Melchior Moreira, Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, defende a nova lei de reorganização das regiões de turismo
norte de Portugal é um destino em destaque no turismo internacional
O Porto e o Norte de Portugal são um destino turístico nacional que emerge com uma
força cada vez maior. Mas, talvez o mais significativo, são os elogios vindos de inúmeras
partes do mundo à excepcional qualidade da cidade do Porto e dos vários lugares e
recantos da região norte. Melchior Moreira, Presidente do Turismo do Porto e Norte de
Portugal, recebeu a País €conómico na Fortaleza de Viana do Castelo onde funciona
a sede do organismo regional de turismo do norte do país, e além de sublinhar e explicar
porquê da sua concordância com as alterações na lei de reordenamento das regiões de
turismo, aponta sobretudo a cada vez maior importância e força do conjunto da Região
Norte como motriz do turismo em Portugal, capaz de se destacar de forma muito
positiva no panorama nacional e internacional. TexTo › VALDEMAR BONACHO | FoToGRaFia › RUI ROCHA REIS
a 15 de Novembro de 2012 o Con-
selho de Ministros aprovou o
diploma relativo à reorganiza-
ção das regiões de turismo, ordenando a
extinção imediata dos 6 polos existentes e a
sua fusão nas 5 entidades regionais (Algar-
ve, Alentejo, Lisboa e Vale do Tejo, Centro,
e Porto e Norte).
Como interpreta esta lei, já que a própria Confederação do Turismo Português (CTP) emitiu oportunamente um comu-nicado anunciando que iria solicitar a “suspensão” da nova lei, e iria diligenciar junto dos partidos com assento na As-sembleia da República para que a mes-ma fosse corrigida e adaptada à realida-de e aos desafios que o sector do turismo e a economia enfrentam.Acha que esta lei favorece a reorganiza-ção das regras do turismo português?Aquilo que eu considero é que esta lei
favorece sobretudo a estabilização de um
processo importante para o país e cujo
percurso é imperativo seja realizado com
a colaboração de todos, sem protagonis-
mos.
Para que possamos valorizar convenien-
temente os recursos que possuímos e
rentabilizar a oferta no seu todo, a reorga-
nização turística do país é absolutamente
necessária e urgente, tendo presente que
o país vai para além de Lisboa, do Algarve
e da Madeira. De outra forma, não estare-
mos a trabalhar com base na realidade do
país que temos, nem nos desafios que o
setor do turismo e a economia enfrentam.
O Turismo é para nós um setor absoluta-
mente prioritário, sendo urgente que se
encare esse facto com a máxima respon-
sabilidade, muito mais quando disso de-
pende um contributo valiosíssimo para a
estabilidade da nossa economia, num mo-
mento tão importante e difícil como o que
atravessamos.
Precisamos urgentemente de dar um sal-
to qualitativo nas questões fulcrais que
orientam a política do turismo nacional
e este é um momento decisivo para que
o façamos com coragem e com a máxima
coerência. Julgo por isso que esta reforma
é um passo importantíssimo, na medida
em que aponta inequivocamente para a
possibilidade de podermos trabalhar com
maior eficácia, eficiência e economia,
provando-o factos tão simples quanto
estes: por um lado, o facto do diploma
aprovado na Assembleia da República ser
absolutamente claro quanto ao redimen-
sionamento do número de estruturas re-
gionais que passam a ser apenas 5 (NUT�s
II), de acordo com um modelo que visa
torná-las mais profissionalizadas e com
mais competências (promoção interna
e externa); por outro, não podemos aqui
esquecer a importância de que se reveste
a redução de 45 dirigentes das anteriores
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Março 2013 | País €conómico › 98 › País €conómico | Março 2013
› hoTelaRia e TuRismo
estruturas, passando para 10 dirigentes,
com uma efetiva repercussão em termos
económicos. São estas, aliás, algumas das
razões que vêm ao encontro das posições
que tenho defendido, em benefício de um
modelo que a mim me parece poder pro-
duzir efeitos mais evidentes para o desen-
volvimento turístico regional e nacional.
Para além disso, há ainda a relevar a im-
portância do modelo em causa, permitin-
do que no seio das novas estruturas haja
uma clara participação do setor privado,
que passaa estar representado em três Ór-
gãos das futuras Entidades Regionais de
Turismo: no Órgão Executivo (Direção),
no Órgão Deliberativo (Assembleia Geral)
e no Órgão Consultivo (Conselho de Ma-
rketing). Daí que seja naturalmente um
defensor da atual proposta de lei aprova-
da em Conselho de Ministros, a qual julgo
ainda poder contribuir de modo inequí-
voco e relevante para a equidade de trata-
mento de todos os agentes económicos do
setor (públicos e privados).
A proposta de lei das regiões de turismo
aprovada em Conselho de Ministros, per-
mite claramente uma competitividade sé-
ria e equilibrada, beneficiando com isso o
conjunto dos destinos turísticos e a Marca
Portugal.
Porto e norte são uma marca no turismo nacionalCom o país ainda em crise, quais são as suas expectativas em relação a 2013 em termos turísticos no Porto e Norte de Portugal? Em 2012 o balanço foi, mesmo assim, positivo? E o que é que contribuiu para esse cenário?As minhas expetativas são as melhores.
Porque acredito no enorme potencial que
possuímos, na capacidade de trabalho dos
agentes económicos do setor e na possibi-
lidade de recuperação económica do atual
cenário de conjuntura internacional, julgo
ser possível termos um ano de 2013 bom,
nomeadamente, indo ao encontro das pre-
visões da OMT que apontam para o cres-
cimento contínuo dos fluxos turísticos
internacionais.
Como sabe, o Porto e Norte de Portugal é
hoje uma referência em termos nacionais
e um destino com uma “Marca Turística”
cada vez mais consolidada que vem ga-
nhando, dia após dia, maior notoriedade
junto do mercado externo. Basta para o
efeito pensar que não foi certamente por
acaso que: em 2010, fomos o destino pre-
ferido eleito pelos portugueses; que ao
longo de todo o ano de 2011, mesmo face
à difícil conjuntura económica em que
vivemos, assistimos a um crescimento
contínuo dos fluxos turísticos, acima da
média nacional; e que em 2012, fomos
um dos destinos que registou uma das
médias de crescimento mais significativa,
comparativamente com outros que por
norma têm a sua boa performance asse-
gurada por uma intensa procura (Algarve
e Madeira).
Quanto ao balanço de 2012, apesar da
referida conjuntura económica difícil, e,
de acordo com os últimos dados do INE,
podemos dizer que estamos satisfeitos. As
taxas de variação (2011/2012) foram posi-
tivas em relação à Região Norte de Portu-
gal, nomeadamente, verificando-se que o
número de dormidas teve um aumento de
10,4%, que o crescimento da taxa de ocu-
pação foi de 1,5% e que a estada média
subiu 1,1%.
Embora com um crescimento menor que
nos dois anos anteriores (2010/2011), po-
demos mesmo assim dizer que este é um
cenário estável.
Se por um lado houve uma redução efeti-
va dos proveitos totais, por outro, aumen-
taram os de aposento. Aliás, isto traduz
de certo modo o facto de ao longo do ano
de 2012, tal como no resto do país, sofrer-
mos uma redução da procura por parte
do mercado interno e do mercado interno
alargado (Espanha), mas, em contraparti-
da, de assistirmos ao crescimento da pro-
cura por parte do mercado externo, com
especial atenção para alguns países como
França, Alemanha e Brasil. Para além dis-
so, há ainda o importante facto de assis-
tirmos hoje à chegada de outros países
novos/emergentes ao aeroporto Francisco
Sá Carneiro, contribuindo para o aumento
da ocupação turística e que são, em par-
te, resultado do alargamento das rotas de
companhias de aviação com serviço low-
-cost, operando em muitos casos ao longo
de todo o ano.
Entretanto, quero ainda aqui dizer que
não é, também, certamente por acaso que
2012 foi um ano em que no destino Porto
e Norte de Portugal houve a atribuição de
tantos galardões internacionais, distribuí-
dos por diversas entidades, por variados
e prestigiantes motivos. Galardões que
premiaram sobretudo o mérito empresa-
rial de muitos dos agentes desta região e
que a nós nos satisfaz muito. Isso traduz
claramente a qualidade deste destino tu-
rístico, a aposta constante na inovação e o
trabalho empenhado que todos temos vin-
do a realizar, permitindo uma crescente e
saudável competitividade. São exemplo
disso: o Novo Terminal de Cruzeiros que,
ao completar um ano de atividade, teve
em 2012 um crescimento de 81% em rela-
ção a 2011, registando no Porto de Leixões
a entrada de 75 613 passageiros, devido
a mais e maiores navios de cruzeiros (+
24% de navios, com +118% de passagei-
ros e +123% em trânsito); e o Aeroporto
Francisco Sá Carneiro, com o processa-
mento de um extraordinário número de 6
milhões 51 mil e 48 passageiros, ao longo
do ano de 2012.
olhares do mundo sobre o Porto e o norteQuanto ao reconhecimento internacional
referido, pela importância que isso repre-
senta para o destino Porto e Norte de Por-
tugal, não posso deixar de destacar aqui
alguns dos prémios atribuídos, nomeada-
mente: a eleição do Porto como “Melhor
Destino Europeu 2012” (European Consu-
mers Choice) e o “4º Melhor Destino do
Mundo” (Revista Lonely Planet); o Douro,
como 7º destino no ranking internacional
da National Geographic (em 133 destinos
avaliados); o PNPG – “Parque Nacional da
Peneda-Gerês”, com certificado de excelên-
cia 2012 (Tripadvisor); o Aeroporto Fran-
cisco Sá Carneiro, considerado o 5º me-
lhor aeroporto a nível mundial em 2010
e ao longo de 6 anos seguidos, incluindo
2012, no TOP dos 3 melhores aeroportos
europeus (ACI – Airports Council Inter-
national); a Livraria Lello (Porto), com
certificado de excelência 2012 (Tripad-
visor); as Caves Sandeman Sogrape Vi-
nhos, com certificado de excelência 2012
(Tripadvisor); o Aquapura Douro Valley,
com certificado de excelência 2012 (Tri-
padvisor); o Solar do Vinho do Porto em
Lisboa (IVDP), com certificado de excelên-
cia 2012 (Tripadvisor); o Restaurante do
The Yeatman Hotel (V. N. de Gaia), com
uma Estrela Michelin 2012; o Restaurante
Largo do Paço, da Casa da Calçada (Ama-
rante), com uma Estrela Michelin 2012; a
Quinta do Vallado (Douro), com o Prémio
Internacional de Enoturismo, Arquitetura
e Paisagens; a Quinta do Crasto (Douro),
com o Prémio Internacional de Serviços
de Enoturismo; o Porto, posicionado em
28º lugar numa lista de 46 locais de ex-
ceção, eleitos pelo New York Times, para
visitar em 2013; o Douro e o Porto como
“WINE VILLAGE OF THE YEAR”, eleitos
pelo maior clube de vinhos do mundo
(Clube Sueco – Munskänkerna).
Por último, e, apenas como nota de outros
contributos importantes que, apesar do
atual período de contração económica,
também, concorreram para o sucesso do
destino Porto e Norte de Portugal, faço
aqui uma breve e última referência, à
evolução do número de alojamentos clas-
sificados e ao número de camas disponí-
veis, cuja oferta tem aumentado; e ainda,
à crescente importância da Via Navegável
do Rio Douro que registou em 2012 um
aumento de 6,18% de passageiros em
barcos-hotel e o simpático número de 350
mil passageiros no total, de entre os quais
168 mil passageiros em cruzeiros.
Que esforços estão o Porto e Nor-te a envidar para que este venha a ser um dos três primeiros destinos turís-ticos de Portugal?Pelo enorme prestígio e pela crescente
notoriedade que temos vindo a alcançar,
o Porto e Norte de Portugal é seguramente
um dos primeiros destinos turísticos de
Portugal.
No entanto, quanto à questão que coloca,
eu julgo que os exemplos que acabei de
dar ilustram na perfeição o trabalho que
está a ser realizado para sermos justamen-
te considerados um dos três primeiros
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Março 2013 | País €conómico › 1110 › País €conómico | Março 2013
› hoTelaRia e TuRismo
destinos de Portugal e isto é um enorme
incentivo para que os restantes agentes
económicos do setor continuem a acre-
ditar no potencial da oferta do Porto e
Norte e no trabalho de acompanhamento
constante que temos vindo a efetuar. Para
além disso, embora a responsabilidade
que temos vindo a assumir, sempre que
avançamos com projetos estruturan-
tes para a região, seja um esforço e uma
constante vontade da TPNP-ER, não nos
podemos aqui esquecer que o desenvol-
vimento turístico do destino é, também,
fruto de um trabalho efectuado em parce-
ria, sendo naturalmente imprescindível a
colaboração dos municípios e de todas as
restantes instituições, públicas e privadas,
com quem temos vindo a estabelecer dife-
rentes protocolos.
Entretanto, como nota última de extrema
importância, não posso deixar de referir
aqui a aposta na inovação, na diversidade
e no combate à sazonalidade, nomeada-
mente, através de projetos verdadeira-
mente estruturantes, tal como é o exem-
plo já referido das 54 Lojas Interativas de
Turismo em rede que estamos a desenvol-
ver, a programação de 25 Fins-de-Semana
Gastronómicos, envolvendo 74 municí-
pios, 977 restaurantes e 360 unidades de
alojamento, ou ainda, o projeto “Viva o Fu-
tebol no Porto e Norte”, com a colaboração
das equipas da 1ª liga da Região Norte.
Turismo religioso é muito importante na regiãoA 25ª Edição da Bolsa de Turismo de Lisboa
(BTL), que vai realizar-se entre 27 de Feve-
reiro e 3 de Março tem como epicentro uma
aposta em três vertentes: Meeting Indus-
try, Golf e Turismo Religioso. Lembrando
o significado de eventos como Nossa Se-
nhora dos Remédios, e a Semana Santa de
Braga, podemos interpretar que a Porto
e Norte tentará concentrar forças nesta
vertente (Turismo Religioso) para atrair
turistas portugueses e estrangeiros a estas
realizações de cariz religioso, ou mesmo
nas outras duas vertentes a Porto e Norte
tem sempre uma palavra a dar?
Isso é indiscutível e uma clara vontade da
TPNP-ER. Basta pensarmos no facto de há
já muito tempo termos aberto em Braga
uma Delegação de Turismo Religioso, as-
sumindo-o como um dos nossos produtos
estratégicos, de modo a podermos con-
templar o valiosíssimo património mate-
rial e imaterial que possuímos, na base do
qual está uma interessante parte da nossa
procura, de entre a qual se encontra obvia-
mente uma importante fatia que retrata o
forte impacto da oferta que temos, inseri-
da nos Caminhos de Santiago. Aliás, tudo
isto contribuindo para a posição que to-
mamos, defendendo nesta última revisão
do PENT que o “Turismo Religioso” não
pode deixar de ser produto estratégico.
Para além disso, é sempre bom lembrar
que a grande riqueza do destino Porto e
Norte de Portugal assenta na diversidade
da sua oferta e numa enorme capacidade
que alguns produtos têm para comple-
mentar e enriquecer as experiências de
quem nos visita. É exemplo disso, tam-
bém, a interessante oferta de Golfe que
possuímos em diversos campos de qua-
lidade, ou das experiências no âmbito
do Turismo Náutico, fruto das condições
excecionais para a prática de atividades
diversas, tais como cruzeiros, canoagem,
rafting, vela, surfing (surf, kite, padle), etc.
A marca Douro, hoje internacionalizada, pode continuar a ser uma componente importante e decisiva no desenvolvi-mento do turismo da Porto e Norte?Naturalmente que sim. Tratando-se, como
se trata, de uma referência de excelência,
tanto em termos nacionais, como inter-
nacionais, a marca Douro é seguramente
uma componente importante para o de-
senvolvimento e uma mais-valia para o
prestígio e a afirmação do destino Porto e
Norte de Portugal.
No entanto, embora reconhecendo natu-
ralmente o seu enorme valor, não pode-
mos esquecer o muito trabalho que ain-
da há para realizar, sobretudo tendo em
consideração o facto de o Douro ser hoje
efetivamente uma marca forte, mas que
não é um destino turístico.
Podemos crescer turisticamente este anoAcredita que apesar da crise que afeta a
Europa e muitas partes do Globo, mesmo assim 2013 pode ser o ano de relança-mento do turismo de Portugal?Como sabe, apesar das muitas mudanças
de paradigma com direta influência no se-
tor, da complexidade e da atual volatilida-
de dos mercados, é convicção da OMT que
“o turismo continuará a ser o maior expor-
tador nacional”. Como tal, a avaliar pelos
dados que obtivemos mesmo no seio de
uma conjuntura difícil, face ao posiciona-
mento de Portugal, tanto no ranking eu-
ropeu, como mundial, e ainda, depois dos
sinais positivos da nossa economia em
termos internacionais, não tenho dúvidas
que 2013 pode ser o ano do relançamento
de Portugal. Temos uma oferta que é di-
ferenciadora e, quer queiramos ou não,
temos um peso significativo sempre que
se fala no tradicional “Value for Money”.
Estão a levar a sério as questões da mo-dernização e da formação? Fale-nos do trabalho que a Porto e Norte tem desen-volvido nestes dois aspetos.Modernização e formação sempre foi
uma das nossas grandes apostas. Provam-
-no muitos dos nossos projetos, cujo des-
taque vai naturalmente, uma vez mais,
para o projeto das “Lojas Interativas de
Turismo” que temos em curso e que não
é certamente por acaso que constitui este
ano uma das nomeações da Publituris
para os prémios “Inovação” do “Portugal
Travel Awards”.
Com base no uso de tecnologias limpas,
estamos a instalar um conjunto de 54 lo-
jas em rede, com recurso a um avançado
sistema de comunicação e interação, con-
tribuindo para uma mudança de paradig-
ma na área da informação e da promoção
turística regional, cujo exemplo claro é
possível apreciar numa das lojas já aber-
tas, de entre as quais destaco a do Aero-
porto Francisco Sá Carneiro, por ser uma
das mais importantes portas de entrada
de turistas no Porto e Norte de Portugal.
Aliás, no que às questões da moderniza-
ção diz respeito, podemos mesmo dizer
que fomos a primeira Entidade Regional
de Turismo a avançar com a utilização das
tecnologias limpas e a recorrer às “redes
sociais”, como ferramenta privilegiada na
área da informação e da promoção turís-
tica.
Para além disso, na área da formação, te-
mos vindo a realizar um diversificado e
interessante trabalho, nomeadamente,
estabelecendo parcerias com uma série
de instituições de ensino superior e pro-
fissional, colaborando na conceção de pro-
gramas curriculares e em diversas aulas,
ou até mesmo em seminários, de cursos
de licenciatura e/ou mestrados, na área do
turismo.
Apesar das dificuldades que todos atra-vessamos, acredita que o Turismo Por-tuguês vai voltar a ser um dos principais contribuintes do PIB nacional?Eu diria que se não for o Turismo a de-
sempenhar esse papel, dificilmente o
conseguiremos. Aliás, é esta a razão pela
qual defendo que todos devemos olhar
com responsabilidade para este setor que
é absolutamente prioritário para o país e
sem o qual dificilmente ultrapassaremos
os problemas económicos conjunturais.
Com uma verdadeira aposta no Turismo,
em especial tendo como preocupação a
questão da qualidade e da sustentabilida-
de, quero acreditar ser possível contribuir
para um país melhor.
O Turismo é um pilar de crescimento em
qualquer economia mundial. Daí que este
deva ser encarado pelo Governo como
uma prioridade nacional. Para isso, não
basta assumi-lo no discurso político, é
necessário concretizá-lo como verdadeira
prioridade. ‹
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Março 2013 | País €conómico › 1312 › País €conómico | Março 2013
› GRanDe Plano
Pedro Machado, Presidente da Região de Turismo do Centro, não tem dúvidas
a reorganização do mapa das regiões de turismo é positiva
O Presidente da Região de Turismo do Centro, Pedro Machado, está de acordo com a
reorganização das regiões de turismo plasmada no diploma governamental aprovado
em Novembro do ano passado. O líder do turismo da região centro de Portugal diz que
a nova lei não duplica estruturas e agrega massa crítica na promoção regional. Pedro
Machado também se mostra moderadamente otimista face ao desenvolvimento turístico
no presente ano, realçando os crescimentos registados em mercados emissores como
o brasileiro, holandês e francês. A construção de um novo centro de congressos em
Coimbra constitui outro fator para acreditar que a região poderá ter um crescimento
sustentável na área da captação de grandes eventos para o centro de Portugal. TexTo › VALDEMAR BONACHO | FoToGRaFia › RUI ROCHA REIS
a 15 de Novembro de 2012 o Con-
selho de Ministros aprovou o
diploma relativo à reorganiza-
ção das regiões de turismo, ordenando a
extinção imediata dos 6 pólos existentes,
e a sua fusão nas 5 entidades (Algarve,
Alentejo, Lisboa e Vale do Tejo, Centro e
Porto Norte).
Como interpreta está lei, já que a própria Confederação do Turismo Português (CTP) emitiu oportunamente um comu-nicado anunciando que iria solicitar a “suspensão” da nova lei, e iria diligenciar junto dos partidos com assento na As-sembleia da República para que a mes-ma fosse corrigida e adaptada à realida-de e aos desafios que o sector do turismo e a economia enfrentam.Considera que esta lei favorece a reor-ganização das regras do turismo portu-guês?A lei é urgente e necessária e vem corri-
gir o modelo definido pelo Decreto-lei
67/2008, que veio trazer descontinuidade
ao território, fracturas em marcas e pro-
dutos e criar assimetrias no investimento
e desenvolvimento turístico regional. Não
concordo com a análise da CTP, uma vez
que o novo diploma não visa, nem cria du-
plicação de estruturas, privilegia as parce-
rias entre o sector público e privado, vem
agregar o território e a promoção externa
e interna, atribuir escala e massa crítica à
região.
Com o país em crise, quais são as suas expectativas em relação a 2013 em ter-mos turísticos no Turismo do Centro? Considera que apesar de tudo, o balanço de 2012 acabou por ser positivo para o Turismo do Centro? E o que é que contri-buiu para esse cenário?Dada a conjuntura económica nacional e
internacional a expectativa para 2013 é
moderada. Sabemos que vamos ter uma
retracção na procura por parte de alguns
mercados – como é o caso do espanhol,
mas outros mercados internacionais
como o Brasil, a Holanda, ou a França
apresentam números positivos e com
tendência de crescimento. Temos desen-
volvido diversas acções promocionais nos
mercados indicados, tanto junto do sector
profissional como do grande público. O
Centro de Portugal está mais estruturado,
a oferta hoteleira tem crescido permitindo
fixar turistas em locais onde até agora não
havia alojamento. Os empresários regio-
nais têm focado a sua acção na promoção
de serviços de qualidade. Todos estes fac-
tores são importantes para reagir de for-
ma positiva à crise.
centro pode captar grandes eventosA 25ª edição da Bolsa de Turismo de Lis-boa - BTL, que vai realizar-se de 27 de Fe-vereiro a 3 de Março tem com o epicentro uma aposta em três vertentes: Meeting Industry, Golf e Turismo Religioso. Estas são vertentes favoráveis ao desenvolvi-mento do Turismo do Centro?Com certeza. Destas vertentes o Golfe é
aquela que por enquanto, tem menor ex-
pressão na Região. Ao nível do Meeting
Industry é necessário destacar os novos
projectos em curso e investimentos nessa
área, que vão munir a região de excelentes
infra estruturas para a realização de gran-
des congressos. Veja-se o Centro de Con-
gressos do Convento de São Francisco, em
Coimbra, que em breve vai dotar a cidade
e região de espaços modernos, e de um
auditório com capacidade acima de 1000
congressistas. Também ao nível da indús-
tria do conhecimento, as Universidades
de Coimbra, Aveiro e Covilhã, os Politéc-
nicos de Viseu, Guarda e Castelo Branco,
são geradoras de dinâmicas próprias com
escala internacional. O Turismo Religioso
é uma vertente estratégica para a região,
principalmente se associada ao Judaísmo
e comunidades judaicas do Centro de
Portugal. Do mesmo modo, saliento o po-
tencial de crescimento do produto “Cami-
nhos de Santiago” no território regional,
sendo que em Abril 2013 vamos realizar
uma conferência internacional subordina-
da ao tema “Caminhos de Santiago” com
o envolvimento de parceiros espanhóis e
franceses.
Acredita que apesar da crise que afecta
a Europa e outras partes do Globo, mes-mo assim 2013 pode vir a ser o ano de relançamento do turismo de Portugal?2013 deve ser o ano em que, estando em
preparação o novo quadro comunitário,
(instrumento fundamental para o desen-
volvimento das regiões) se transite para o
planeamento inteligente do futuro, fazen-
do com que 2014 seja o ano do relança-
mento do turismo em Portugal. ‹
![Page 8: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/8.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 1514 › País €conómico | Março 2013
› GRanDe Plano
Jorge Rebelo de Almeida, Presidente do Grupo Vila Galé, continua a investir em Portugal
em abril abriremos o nosso primeiro cinco estrelas no país
Não era propriamente uma novidade, mas Jorge Rebelo de Almeida, Presidente do
Grupo Vila Galé, o segundo maior operador hoteleiro nacional, confirmou em entrevista
à País €conómico que no próximo mês de Abril abrirá as suas portas o Hotel Vila
Galé Palácio dos Arcos, em Oeiras, embora a sua inauguração oficial apenas ocorrerá
no dia 7 de Junho, dia do Concelho de Oeiras. Mais cedo, já no próximo mês de Março, o
grupo português espera começar a obras do futuro Hotel Vila Galé Rio de Janeiro, um
investimento superior a 40 milhões de euros e que o empresário espera ainda poder
abrir a tempo de aproveitar o grande evento que será a Copa do Mundo em Junho de
2014. Numa entrevista concedida no dia anterior à sua partida para o Brasil, Jorge
Rebelo de Almeida também confirmou espera definir a localização exata na cidade de
Fortaleza onde construirá o primeiro hotel económico no país e que terá a marca VG
Express, seguindo-se apostas similares nas cidades de Natal e de Recife. Em Portugal,
além da inauguração do Vila Galé Palácio dos Arcos, o grupo prossegue um conjunto de
remodelações em várias unidades espalhadas pelo país, incluindo no Porto, e realça a
aposta muito significativa que está a fazer no mercado alemão, com resultados palpáveis
já a partir de Março do presente ano.TexTo › JORGE ALEGRIA | FoToGRaFia › ARqUIVO
o décimo oitavo hotel em Portugal
do Grupo Vila Galé vai marcar
uma nova etapa na vida da mar-
ca fundada e dirigida por Jorge Rebelo de
Almeida.
No decorrer do próximo mês de Abril,
abrirá portas o Vila Galé Palácio dos Arcos
Hotel dos Poetas, bem próximo da estrada
marginal que liga Lisboa a Cascais. Pouco
tempo depois, mais precisamente a 7 de
Junho, dia comemorativo do concelho de
Oeiras, será realizada a cerimónia de inau-
guração do primeiro hotel cinco estrelas
do grupo em Portugal, conhecido até ago-
ra pela aposta num padrão elevado de
hotéis de quatro estrelas, mas que ainda
não tinha concretizado um sonho antigo
do homem que implementou a marca ain-
da no final da década de oitenta do século
passado.
Jorge Rebelo de Almeida faz questão de
salientar que o novo hotel da Vila Galé
apresentará «uma diferença significativa
de toda a nossa rede existente em Portu-
gal, pois sou dos que entendem que deve
existir uma real diferença entre um hotel
de cinco e um hotel de quatro estrelas.
Como sabe, o nosso padrão hoteleiro em
Portugal é bastante elevado, pela pontua-
ção obtida vários dos nossos hotéis po-
deria ter a classificação formal de cinco
estrelas, mas seriam, digamos, cinco estre-
las assim assim. O que pretendemos com
este novo Vila Galé Palácio dos Arcos é ter
um verdadeiro cinco estrelas e é o que vai
acontecer, não apenas pelas infraestru-
turas e equipamentos (76 quartos), mas
também por estar instalado num palácio
quinhentista completamente recuperado,
com uma capela incluída, com um jardim
de grande dimensão, e igualmente com
um serviço de enorme qualidade e re-
quinte, incluindo também na área da gas-
tronomia, onde vamos apostar de forma
muito significativa», enfatiza Jorge Rebelo
de Almeida.
Por outro lado, o presidente do segundo
maior operador hoteleiro nacional lembra
também que o processo de remodelações
implementado em várias unidades do gru-
po vai prosseguir neste ano de 2013, tanto
em unidades no Algarve como no hotel da
marca na cidade do Porto, unidade que já
recebeu melhorias no ano passado, e que
![Page 9: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/9.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 1716 › País €conómico | Março 2013
este ano receberá também uma renovação
ao nível dos quartos.
o futuro Vila Galé Rio de JaneiroAliás, o processo de renovação das unida-
des foi aproveitado para Jorge Rebelo de
Almeida para fazer a ponte para a opera-
ção que a Vila Galé possui no Brasil. Em
meados do ano passado foi iniciada a re-
novação do Vila Galé Fortaleza, a primeira
unidade que o grupo abriu no território
brasileiro, no já longínquo ano de 2001,
e que prosseguiu no último trimestre do
ano passado com alterações significativas
verificadas no Vila Galé Salvador, «que
agora é sem dúvida uma das melhores e
modernas unidades no panorama hote-
leira da capital do estado da Bahia, estado
onde vamos também investir na constru-
ção de uma segunda área de convenções
do Hotel Vila Galé Marés em Guarajuba,
pois a área de convenções está a ser muito
procurada no Brasil e o grupo Vila Galé
está a dar resposta efetiva a essa crescente
procura», sublinha o líder do grupo nacio-
nal.
No entanto, no Brasil, para além das re-
qualificações de algumas das seis unida-
des hoteleiras de cinco estrelas existentes,
o grupo Vila Galé prepara-se para chegar
à “Cidade Maravilhosa”. Jorge Rebelo de
Almeida espera ter condições para iniciar
ainda no próximo mês de Março as obras
de construção do futuro Hotel Vila Galé
Rio de Janeiro, um investimento superior
a 40 milhões de euros para criar uma uni-
dade hoteleira na zona carioca da Lapa,
onde ainda predominam muitos traços
da antiga presença portuguesa e onde se
localizam muitas das principais empresas
que se situam na cidade do Rio de Janeiro,
mas cuja oferta hoteleira é relativamente
escassa.
Jorge Rebelo de Almeida está orgulhoso
de ter conseguido erigir um projeto que
recupera três edifícios antigos, um dos
quais um palácio de uma antiga família
portuguesa, e que conjugados com a cons-
trução de três torres dará origem ao futu-
ro Vila Galé, que terá 290 quartos, espe-
rando o líder do grupo ter condições para
o poder abrir ainda a tempo de aproveitar
a realização da Copa do Mundo em Junho
de 2014, cuja final será justamente reali-
zada no Estádio do Maracanã, na capital
carioca.
Fortaleza acolherá o primeiro VG Express
Mas, os investimentos no Brasil não fica-
rão pelo novo hotel no Rio de Janeiro. Há
alguns anos que Jorge Rebelo de Almeida
desenvolveu um conceito hoteleiro de ma-
triz económica e que se designará por VG
Express.
O grupo elegeu como primeiras priorida-
des para a nova rede hoteleira as cidades
de Fortaleza, Natal e Recife. A conversa
com Jorge Rebelo de Almeida, na sede da
Vila Galé em Lisboa, decorreu na véspera
da sua partida para o Brasil, onde espera-
va concluir positivamente a escolha con-
creta do terreno na cidade de Fortaleza, ca-
pital do estado nordestino do Ceará, para
a instalação do primeiro hotel VG Express
no país.
Próximo de Fortaleza, mais propriamente
na região da praia do Cumbuco, no vizi-
nho município de Caucaia, o grupo pos-
sui desde há dois anos o hotel Vila Galé
Cumbuco, uma unidade que funciona no
sistema all inclusive (tal como o Vila Galé
Marés, na Bahia) e «que embora ainda
não tenha a ocupação que esperávamos, já
mostra um desempenho muito significa-
tivo», refere o empresário, que aproveita
para recordar que «em Novembro do ano
passado lançámos o projeto do aparthotel
VG Sun, com vendas muito positivas, pois
apenas vamos gerir essa unidade de 330
apartamentos, que beneficiará inclusiva-
mente dos serviços do vizinho Vila Galé
Cumbuco. Prevemos que no próximo mês
de Outubro o lançamento de outro em-
preendimento mesmo ao lado da nossa
unidade hoteleira no local, mas não temos
excessiva pressa, até para não fazer cair
os preços dos produtos que lançamos no
mercado», remata Jorge Rebelo de Almei-
da.
hotéis em Portugal libertaram maior margem do que no BrasilInstado a comentar as notícias que apon-
tam para um ligeiro valor superior em
termos de volume de negócios na opera-
ção brasileira relativamente à operação
em Portugal, Jorge Rebelo de Almeida
admitiu que os números são bastante se-
melhantes, mas destacou que apesar da
crise económica que afeta Portugal e a
própria economia europeia, ainda assim,
a margem operacional em Portugal foi su-
perior em 2012 à verificada na operação
no Brasil.
O presidente do grupo justifica sobretudo
essa diferença pelo facto da relevância da
operação do sistema all inclusive que a
Vila Galé implementou nos seus resorts
no Brasil, mas adianta que os resultados
verificados globalmente no ano passado
foram satisfatórios para a atividade desen-
volvida pela marca nos dois mercados em
ambos os lados do Atlântico.
Interrogado sobre o que espera da opera-
ção este ano no nosso país, Jorge Rebelo
de Almeida sublinha que se considera um
otimista, «embora a evolução da econo-
mia portuguesa e europeia não nos traga
grandes otimismos, muito pelo contrário.
Mas temos de acreditar e sobretudo de
trabalhar para que o nosso otimismo seja
possível e traduzível em resultados palpá-
veis e positivos».
Para isso, destaca os contratos já assina-
dos por três unidades hoteleiras do grupo
– Lagos, Ericeira e Santa Cruz (Madeira) –
com operadores alemães no sentido de «já
a partir de Março recebermos um número
muito significativo de turistas alemães
para essas nossas três unidades hoteleiras.
Considero mesmo que é muito importan-
te que o turismo e a hotelaria nacional
devam apostar num dos mercados mais
importantes na Europa e que tem ainda
bastante margem para crescer como é o
caso do mercado alemão. A par do mer-
cado inglês, o mercado alemão é o mais
promissor da Europa e devemos apostar
nisso.
Veja, no ano passado tivemos uma queda
de 15% no que respeita a turistas espa-
nhóis e italianos, e este ano certamente
que não teremos melhorias na recepção
de turistas desses países. O mercado ale-
mão deve ser uma aposta firme e estamos
no grupo Vila Galé a dar formação na lín-
gua alemã em todas as nossas unidades
para melhor recebermos e acolhermos os
nossos clientes alemães», sublinha Jorge
Rebelo de Almeida. Por outro lado, e a
terminar, o presidente do grupo Vila Galé
preconiza que possa existir uma campa-
nha que releve internacionalmente a mar-
ca Portugal, pois isso beneficiará todos
os setores nacionais, «não apenas o turis-
mo», sublinha Jorge Rebelo de Almeida,
mas abrange outros motores da economia
nacional, como a «imobiliária turística,
a gastronomia, o azeite, os vinhos, o cal-
çado, os têxteis, entre outros de grande
significado, e que no conjunto poderemos
beneficiar do engrandecimento da marca
Portugal.
O Governo e os empresários precisam de
fazerem mais pelo desenvolvimento da
economia e do nosso país, e isso poderia
ser um bom contributo para melhorar-
mos o desempenho e o reconhecimento
do bom que se faz e que temos em Por-
tugal», remata Jorge Rebelo de Almeida. ‹
› GRanDe Plano
![Page 10: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/10.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 1918 › País €conómico | Março 2013
› GRanDe Plano
Carlos Neves, Administrador do Grupo Sana Hotels, sublinha o crescimento do grupo em Portugal, mas sublinha que a marca Sana se vai expandir no exterior
Queremos crescer no plano internacional
O mês de Março vai ser excecional para o Grupo SANA HOTELS. No dia 7 inaugurará o
EPIC SANA Lisboa, e depois no dia 14 inaugurará o EPIC SANA Albufeira. Carlos Neves,
Administrador do Grupo SANA HOTELS, sublinha a importância do crescimento
e da consolidação do grupo em Portugal, mas nesta entrevista exclusiva à
País €conómico enfatiza o desejo de crescimento a nível internacional. Além das
presenças já efetivas na Alemanha e em Angola, países onde poderão crescer, a marca
SANA poderá também chegar a outras partes da Europa e no continente americano,
particularmente ao Brasil, onde o grupo procura oportunidades para estar presente.TexTo › JORGE ALEGRIA | FoToGRaFia › CEDIDAS PELO GRUPO SANA HOTELS
O Grupo Sana Hotels vai inaugurar no próximo mês de Março duas unidades Epic Sana, respetivamente, em Lisboa e em Albufeira. O que é que estas unida-des vão acrescentar ao portfólio do gru-po em Portugal?No âmbito da sua estratégia de crescimen-
to sustentado, quer ao nível nacional, quer
ao nível internacional, a SANA HOTELS
redefiniu os seus produtos e conceitos de
acordo com a inovação que aporta atual-
mente às suas unidades tendo em particu-
lar atenção também as classificações dos
seus empreendimentos. Nessa sequência,
criou o SANA STYLE correspondente aos
seus Hotéis com a categoria de três estre-
las, o SANA EXCELLENCE, correspon-
dente aos seus hotéis de quatro estrelas, o
EPIC SANA, correspondente aos seus ho-
téis de cinco estrelas e, não menos impor-
tante, o EVOLUTION BY SANA HOTELS
correspondente a hotéis de três estrelas
mas com uma componente funcional e
atrativa altamente tecnológica.
Assim, iniciou-se o processo de cresci-
mento tendo, em 2010, surgido o SANA
BERLIN, in casu um hotel de quatro estre-
las superior e, no âmbito dos EPIC SANA,
nasceu, em 2011, o EPIC SANA LUANDA.
O EPIC SANA LISBOA, sito nas Amorei-
ras e o EPIC SANA ALGARVE, sito na
Praia da Falésia, em Albufeira, acrescido
do recentemente inaugurado MYRIAD
BY SANA HOTELS (sito na Torre Vasco
da Gama) veem consolidar o crescimento
da cadeia SANA HOTELS no território
português no sector hoteleiro de cinco
estrelas onde, seguramente, o produto e o
serviço inerente a cada um deles pautar-
-se-ão pela elevada qualidade e inovação.
Qual é a dimensão de cada um dos dois hotéis, e qual será o investimento con-cretizado em cada um deles?O EPIC SANA Algarve Hotel é um con-
junto turístico integrado na cadeia SANA
Hotels cuja grande preocupação foi a sua
integração na belíssima natureza e es-
paços verdes que o circunda e envolve.
Com uma localização privilegiada sobre a
praia da Falésia (Albufeira), o EPIC SANA
Algarve dispõe de 162 quartos, 24 suites
e 43 apartamentos amplos e com um de-
sign moderno, complementados por faci-
lidades contemporâneas e de tecnologia
de última geração. Um extenso SPA, 5
piscinas exteriores (duas para crianças) e
uma piscina interior, kid�s club, baby cen-
tre, polidesportivo, três restaurantes (um
sazonal), dois bares e snack-bares junto
das piscinas e, não menos importante,
com acesso direto à praia da Falésia - Aço-
teias são algumas das facilidades do EPIC
SANA Algarve. Com mais de 1.800m2 de
salas de reunião, o Centro de Congressos
do EPIC SANA Algarve Hotel já é uma re-
ferência para congressos e eventos. A sua
abertura será no próximo dia 14 de Março
de 2013 e o investimento cifrou-se em ses-
senta milhões de euros.
O EPIC SANA LISBOA também com uma
localização estratégica em Lisboa, nas
Amoreiras, a uma curta distância do Mar-
quês de Pombal e das Avenidas Novas, ofe-
rece 311 Quartos de diferentes tipologias.
As facilidades do Hotel incluem um res-
taurante buffet, um restaurante gourmet,
um lobby bar e, no topo do Hotel, o sky
bar e a “infinity pool” são o culminar de
um hotel épico. Para as reuniões e eventos
o EPIC SANA Lisboa Hotel dedica 1 760
m2 distribuídos por 13 salas de reunião,
incluindo um ballroom com 874 m2, que
permite acolher eventos até 1 300 pessoas.
Também no hotel irá abrir um novo espa-
ço altamente sofisticado no qual viver-se-á
emoções e sensações fortes quer na res-
tauração quer na vivência no espaço lúdi-
co de bar e dança e cujo conceito a SANA
HOTELS tem vindo a criar e a desenvol-
ver. O chamado SWITCH, da autoria do
prestigiado arquiteto Miguel Câncio Mar-
tins, será seguramente uma referência de
qualidade na oferta turística. A sua aber-
tura ocorrerá no dia 7 de Março de 2013
e o investimento realizado neste hotel foi
de Setenta milhões de Euros.
Qual é a estratégia fundamental na cap-tação de clientes para este segmento Epic Sana?O sector turístico português tem em vin-
do, ao longo dos últimos dez anos, a ter
um forte incremento nomeadamente pela
abertura de novas unidades hoteleiras,
em especial na cidade de Lisboa (que pela
sua beleza, história, gastronomia, clima e
pela fama de saber bem receber os seus
visitantes) tem vindo a ser reconhecida
internacionalmente como um destino
preferencial para visitar mas também e
cada vez mais a crescer no âmbito da or-
ganização de eventos, ações de trabalho,
seminários e colóquios.
A SANA HOTELS, com a criação das suas
novas unidades EPIC SANA e, não menos
importante, pela redefinição conceptual
das suas marcas inerentes à categoria
dos seus hotéis, apostou claramente em
infra estruturas e serviços que os posi-
cionassem fortemente nestes dois tipos
de mercado: o corporate (decorrente dos
seus Centros de Congressos) e o turismo
de negócios e familiar e/ou individual.
Surgem, por isso, mercados emissores
que cada vez mais se tem afirmado com
relevo na procura dos nossos hotéis tais
como os mercados Inglês, USA, Angolano,
Asiático, Russo, Emirates Unidos, Brasilei-
ro e outros que, pelo seu crescimento eco-
nómico, procuram novos destinos sendo
Portugal, e a cidade de Lisboa em particu-
lar, seguramente um deles.
A nossa estratégia passa por abordar di-
retamente esses mercados mas, essencial-
mente, promovendo os nossos Excelentes
produtos e serviços através de acções pró-
prias e direcionadas (marketing, promo-
cionais, etc.) e que, aliás, tem vindo a resul-
tar com reconhecimento dos Clientes em
associar o Excelente produto e serviços à
qualidade e imagem SANA HOTELS.
Queremos crescer no plano internacionalPara além destes dois investimentos, estão previstos no futuro novos inves-timentos no segmento de cinco estrelas do Grupo Sana Hotels em Portugal?Neste momento, a SANA HOTELS, com
a abertura destes dois novos empreendi-
mentos EPIC SANA, e com o MYRIAD by
Epic Sana Lisboa
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Março 2013 | País €conómico › 2120 › País €conómico | Março 2013
› GRanDe Plano
SANA HOTELS, consolida a sua posição
no segmento de cinco estrelas em Portu-
gal estando, neste momento, focalizada na
sua expansão internacional onde, na qual,
também pretende crescer duma forma
sustentada.
Como estão a ser os primeiros meses da operação do novíssimo Myriad By Sana Hotels, localizado no Parque das Nações em Lisboa?O MYRIAD by SANA HOTELS é um pro-
duto de excepcional qualidade demons-
trativo do que melhor se faz pelo mundo
fora.
Com uma localização única na cidade de
Lisboa, sobre o rio Tejo, o MYRIAD by
SANA Hotels, é um hotel único e sem
igual! 176 quartos e 10 suites, com vistas
sem paralelo sobre o Tejo e o Parque das
Nações, aliado a um design contemporâ-
neo e facilidades únicas, redefinem o con-
ceito de hotel de luxo.
Os espaços públicos interiores são conti-
nuados em infinity pelas sempre presen-
tes vistas sobre o Tejo. Dois restaurantes
- um dos quais no topo do hotel e com
vista panorâmica sobre a cidade e o rio -,
bar, Spa e piscina interior, são apenas uma
parte do que o MYRIAD tem ao seu dis-
por. Para reuniões e eventos, o MYRIAD
oferece 3 salas de reunião e, ligado ao ho-
tel por uma ponte aérea coberta, um mo-
derno Centro de Eventos e Congressos – o
MYRIAD CRISTAL CENTER - com mais
7 salas de reunião, 5 boardrooms, foyer
e esplanada, num total de 1.690 metros
quadrados.
Esta caraterística, associada a uma equipa
jovem e altamente qualificada, fazem do
MYRIAD by SANA HOTELS um hotel de
referência internacional e, nessa medida,
o seu desempenho tem vindo a ser reco-
nhecido pelos nossos Clientes os quais o
descrevem como uma experiência única e
fascinante. Estamos, por isso, muito con-
tentes com o desempenho e a qualidade
deste extraordinário e ímpar hotel.
O grupo possui um Sana Hotel e um Sana Residence em Berlim, capital da Alema-nha. Qual foi a estratégia que presidiu à concretização deste investimento em Berlim?
A SANA HOTELS tem o orgulho de afir-
mar no mercado que detém um dos me-
lhores quatro estrelas na cidade de Ber-
lim. O SANA BERLIM HOTEL. Foi-lhe
atribuído a categoria de quatro estrelas
superior.
Usufruindo de uma localização central
em Berlim, perto do parque Tiergarten,
do Jardim Zoológico, do famoso centro
comercial KaDeWe e da principal artéria
comercial da antiga Berlim Ocidental -
Kurfürstendamm-, o SANA Berlin Hotel
está excepcionalmente vocacionado para
visitantes em negócios ou lazer. Com 208
quartos, incluindo 13 Suites e 42 aparta-
mentos - SANA Residence -, o SANA Ber-
lin Hotel oferece uma variada escolha de
alojamentos para estadias de curta ou de
longa duração.
A Alemanha e, em particular a cidade de
Berlin, é o motor da Europa onde, de facto,
a hotelaria se desenrola a um ritmo eleva-
do, com ocupações médias na ordem dos
70%.
Berlin é uma cidade cosmopolita, rodea-
da de história e encanto, quer do ponto
de vista cultural, musical, gastronómica
e onde também o setor empresarial, mer-
cantil e financeiro crescem a um ritmo
nunca visto.
Decidimos por isso iniciar a nossa expan-
são internacional por este País, cuja eco-
nomia na Europa é uma referência, e em
particular pela cidade de Berlin na qual o
seu misticismo e a sua envolvente de cres-
cimento e inovação associado a esta cida-
de permitem à SANA HOTELS afirmar-se
num Mercado altamente competitivo.
Estamos muito satisfeitos com o desem-
penho deste hotel que já é uma referência
na cidade de Berlin. Daí que, é nossa pre-
tensão continuarmos a crescer neste País.
Está previsto algum novo investimento noutra capital europeia? Onde? Quando?A SANA HOTELS, como referi, está a de-
senvolver a sua expansão internacional
atenta a novas oportunidades que possam
surgir, quer seja pela aquisição de uni-
dade hoteleiras, quer pela gestão (a qual
tem dado prioridade uma vez que o seu
reconhecimento de qualidade e rigor de
gestão têm originado interesse, por pro-
prietários de unidades hoteleiras e fundos
de investimento, na SANA HOTELS).
No mercado europeu, a SANA HOTELS
está focalizada na análise do sector em es-
pecial na Espanha, França, Reino Unido,
Alemanha, sem descurar outros países eu-
ropeus que, por estarem a tornar-se emer-
gentes, poderão ser uma Excelente aposta
nesses mercados.
Mas também existem outros Países em
que a SANA HOTELS tem vindo afincada-
mente a estudar oportunidades de expan-
são em particular em países africanos, e
em especial no reforço da nossa presença
em Angola onde já temos o EPIC SANA
LUANDA, mas também no mercado norte
americano e sul americano, tais como paí-
ses como a Colômbia, Peru, Chile e Brasil.
Poderemos reforçar presença em angolaAngola assistiu ao nascimento do pri-meiro Epic Sana, que se transformou num ícone da hotelaria na capital ango-lana. A operação está a correr conforme
as expetativas do grupo?Angola é um país fantástico onde de fato
o seu crescimento económico e social tem
vindo a crescer duma forma sustentada.
É um País cujo turismo ainda se encontra
numa fase embrionária mas que acredi-
tamos que a curto/médio prazo será uma
referencia internacional.
O EPIC SANA LUANDA é o exemplo dis-
so. Com esta unidade de nível excepcional
de qualidade, permitiu criar uma infraes-
trutura turística em Angola, em particular
na Cidade de Luanda, demonstrando que
Angola tem tudo para se tornar um forte
mercado turístico mundial.
Repito, é um Hotel extraordinário e reco-
nhecido por todos os nossos Clientes, in
casu, de diversas nacionalidades que visi-
tam Angola e, em especial, pelos nossos
Clientes Angolanos.
Estamos muito satisfeitos com o desem-
penho deste hotel e seguramente a SANA
HOTELS irá reforçar a sua posição neste
País uma vez que o seu potencial turísti-
co em todo o território angolano, repito,
é enorme e que as autoridades angolanas
têm vindo a criar políticas e mecanismos
jurídicos e legais sólidos de incentivos de
investimento e de crescimento conducen-
tes à criação e exploração de excelentes
infra estruturas turísticas para Angola.
É possível existirem futuramente outros investimentos da marca em Angola?Seguramente que sim. Para a SANA HO-
TELS, já reconhecida no mercado Angola-
no pela sua qualidade e rigor, é uma prio-
ridade desenvolvermos, quer pela criação
quer pela gestão, de mais unidades em
todo o território de Angola. É um Grande
País, em cujo território existem Províncias
lindíssimas capazes de terem excelentes
unidades hoteleiras integradas na SANA
HOTELS.
Fala-se por vezes do interesse do Grupo Sana Hotels em investir no Brasil. Existe alguma perspetiva de que isso poderá acontecer? E caso venha a acontecer sucederá com investimento numa nova unidade ou apenas poderão estar inte-ressados na gestão de algum hotel já existente?
Como já referi, a SANA HOTELS está a
estudar algumas oportunidades de in-
vestimento no Brasil até porque o Brasil
tem vindo a crescer economicamente e o
seu turismo, quer ao nível interno quer
na procura de destinos turísticos inter-
nacionais tem vindo a crescer duma for-
ma exponencial.Por exemplo, bastantes
clientes nossos são Brasileiros e escolhem
os nossos hotéis, em especial o MYRIAD
by SANA HOTELS, porque já começam a
conhecer e a utilizarem os nossos produ-
tos hoteleiros e serviços fidelizando-se na
SANA HOTELS.
A nossa estratégia passa sempre por um
crescimento sustentado e, acima de tudo,
com qualidade. Estamos a focar o nosso
interesse na gestão de unidades hotelei-
ras, através da assinatura de contratos
de gestão, bem como pela aquisição da
propriedade dos hotéis desde que, repito,
se enquadrem nos standard´s da SANA
HOTELS e, nessa esteira, o Brasil não e
exceção. ‹
Sana Berlin Hotel
Epic Sana Luanda
![Page 12: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/12.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 2322 › País €conómico | Março 2013
› GRanDe Plano
Reinaldo Teixeira, Administrador da Garvetur, empresa ícone do turismo e imobiliário no Algarve
Portugal é dos melhores países do mundo para se investir
Quando se pensa em alugar um residência para férias no Algarve, adquirir uma moradia
ou apartamento na região, ou simplesmente alugar uma viatura para circular pela zona
mais ao sul do território português, há um nome que surge acima de todos: Garvetur.
Fundada há 30 anos e com sede em Vilamoura, a Garvetur constitui uma referência
incontornável no apoio ao turismo e à imobiliária turística no Algarve. Mas, desde há dois
anos, com a inauguração de um escritório na zona do Parque das Nações, em Lisboa,
a empresa passou a atuar na área da Grande Lisboa e daqui partiu para uma presença
em todo o país. Foi precisamente em Lisboa que Reinaldo Teixeira, administrador da
Garvetur, recebeu a País €conómico e descreveu o percurso de 30 anos do Grupo
Enolagest, holding que centra as participações nas várias empresas do grupo, assim
como projetou as ambições de um grupo que pretende ser uma referência na economia
nacional sem deixar de estar presente também em projetos no Brasil e em Cabo Verde.
Até ao final da presente década, segundo Reinaldo Teixeira, o grande objetivo é estar
presente em alguns dos mais importantes mercados europeus, assim como levar por
diante o grande projeto comercial e de serviços na zona empresarial de Loulé (mesmo
junto à A22), onde com o parceiro Immocham prevê realizar um investimento na ordem
dos 400 milhões de euros.TexTo › JORGE ALEGRIA | FoToGRaFia › RUI ROCHA REIS
“cumprir sonhos, sejam eles
proporcionar momentos de
lazer inesquecíveis, ou criar
condições para óptimos investimentos é
o compromisso de todas as empresas as-
sociadas à Enolagest”. Esta frase inscrita
no folder promocional do grupo com sede
em Vilamoura resume de forma lapidar a
filosofia e a forma de estar do grupo em-
presarial que começando no Algarve já
se transformou num grupo de dimensão
nacional.
Com uma história iniciada há 30 anos
(1983), fruto da parceria empresarial esta-
belecida por Reinaldo Teixeira com o seu
irmão Honório Teixeira e o seu tio Luís
Martins, o Grupo Enolagest engloba pre-
sentemente um universo de 29 empresas,
com atividades distintas mas com um sen-
tido estratégico complementar, como se-
jam nas áreas dos alojamentos turísticos,
construção, gestão de condomínios, me-
diação imobiliária, manutenção e serviços
de conservação, mobiliário e decoração,
lavandaria e limpezas a seco, mediação de
seguros, rent-a-car e comercialização de
automóveis, restauração, recursos huma-
nos, trabalho temporário, design e publi-
cidade e marketing e promoção.
No entanto, dentro deste vasto leque em-
presarial, é a empresa fundadora do gru-
po, a Garvetur, que representa não ape-
nas a porta-estandarte da Enolagest, bem
como o coração da sua atividade. Reinaldo
Teixeira sublinha o peso do grupo na re-
gião algarvia, onde na época alta emprega
cerca de 700 pessoas e na época baixa ain-
da congrega cerca de 400 postos de traba-
lho, detendo escritórios em várias cidades
algarvias desde Lagos a Tavira, embora
com forte predominância no triângulo
central composto por Vilamoura, Vale de
Lobo e a Quinta do Lago.
O gestor lembra que o turismo enquanto
fonte principal da atividade económica
da região, fruto da crise económica nos
principais mercados emissores para o Al-
garve – inglês, alemão, irlandês, holandês,
espanhol e italiano – teve consequências
importantes ao nível da aquisição ou mes-
mo do aluguer da imobiliária turística
existente no Algarve, o que por sua vez
se refletiu «praticamente numa paragem
na construção na região». Embora, acres-
![Page 13: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/13.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 2524 › País €conómico | Março 2013
› GRanDe Plano
cente, «essa situação tenha tido como
consequência a existência de um stock de
habitação disponível, que tem vindo a ser
vendida, pois no Algarve as vendas nunca
pararam embora tivessem naturalmente
diminuído, pelo que neste momento já
está a acontecer que em determinadas
zonas da região comece a registar-se al-
guma carência de unidades de habitação
para venda, o que também significa que a
região está quase a reequilibrar-se no que
respeita à relação da oferta e da procura, o
que é bom para o futuro do setor imobi-
liário turístico no Algarve, que constitui,
sublinhe-se, um setor de grande impor-
tância não apenas para a região, mas para
o próprio país, visto tratar-se de um setor
capaz de atrair e gerar investimento para
Portugal», enfatizou Reinaldo Teixeira.
Vistos Gold são muito positivosQuestionado se considera positiva a re-
cente iniciativa do governo de atribuir os
designados “vistos gold” de residência per-
manente em Portugal a quem realizar um
investimento de pelo menos 500 mil eu-
ros na aquisição imobiliária, Reinaldo Tei-
xeira referiu que esteve na cerimónia de
apresentação do projeto “Living in Portu-
gal”, onde se integra a iniciativa dos vistos
gold, e declara a sua concordância, «embo-
ra deveria ter aparecido mais cedo, mas é
bastante positivo que tenha chegado, pois
poderá ajudar de forma muito acentuada a
reforçar a procura pela aquisição de habi-
tação de elevada qualidade que existe em
Portugal, com destaque obviamente para
o Algarve, atraindo assim investimento
que ajudará a dinamizar toda a economia
portuguesa nos seus múltiplos vectores»,
salienta o administrador da Garvetur.
Reinaldo Teixeira aponta o recente re-
torno do país no acesso aos mercados de
capitais, o que lhe permitiu financiar-se
fora do contexto do apoio direto da troika,
como um sinal muito importante para o
retomar da confiança na economia nacio-
nal e na capacidade do investimento em
Portugal ser seguro e proporcionar boas
rentabilidades. O gestor sublinha que Por-
tugal é um país bastante seguro, com um
clima fantástico, uma ótima gastronomia
e cada vez mais com uma oferta de servi-
ços na área da saúde que configuram «que
viver em Portugal poderá ser uma coisa
ótima e muito interessante para qualquer
cidadão. E todas as regiões do nosso país,
não apenas o Algarve, possui magníficas
condições para receber, acolher e propor-
cionar excelentes condições de vida a to-
dos aqueles que quiserem procurar aqui
um lugar para se estabelecerem ou virem
passar férias de forma mais prolongada,
ou até simplesmente para gerarem boas
rentabilidades para investimentos de
natureza imobiliária que efetuarem em
Portugal. Presentemente, o nosso país,
está provado através de estudos de impor-
tantes consultoras internacionais, é dos
lugares do mundo que podem gerar maio-
res retornos para quem investir na área
do imobiliário turístico», refere Reinaldo
Teixeira.
No entanto, adianta a necessidade de se
reforçar a promoção do país e da própria
região do Algarve, apelando sobretudo à
concertação de posições e de estratégias
entre as várias entidades que intervém
nessa matéria. «Sabemos que os recursos
disponíveis são escassos, pelo que é neces-
sário aproveitá-los ao máximo e para isso
é preciso concertação e cooperação entre
todas as entidades públicas e agentes pri-
vados que intervém na promoção da mar-
ca Portugal, das suas regiões e dos próprios
produtos turísticos disponíveis», realça a
voz abalizada de Reinado Teixeira.
Poderemos vir a estar noutros países europeusA Garvetur possui uma presença determi-
nante no Algarve e estende a sua presença
a cada vez mais zonas no país, incluindo
nas regiões mais ao norte de Portugal. To-
davia, como sublinha Reinaldo Teixeira,
«temos sido convidados para estarmos
presentes diretamente noutros países,
mormente nos países europeus que cons-
tituem mercados emissores muito impor-
tantes para o país e particularmente para
o Algarve. Estamos a ponderar sobre a
oportunidade e a possibilidade de nos pró-
ximos anos podermos estar diretamente
presentes em alguns países europeus,
como sejam a Inglaterra, Irlanda, Holanda
e talvez a Rússia, mercado que olha para o
Algarve com atenção e interesse redobra-
do». Acrescenta a possibilidade da empre-
sa dar também o passo para estar presente
nos mercados angolano e moçambicano,
mas sempre acompanhado por parceiros
locais. Por outro lado, desde há vários anos
que a Garvetur está presente em Cabo
Verde e no Brasil, «o que aconteceu numa
altura em que vários dos nossos clientes
europeus também pretendiam apostar
nesses países de climas mais quentes. Foi
assim que realizámos vendas importantes
principalmente no Brasil, com destaque
para os estados do Ceará e da Bahia, onde
aliás ainda temos ativos disponíveis para
investimentos», adianta o administrador,
que não perde a oportunidade para subli-
nhar que neste momento «é mais rentável
investir em Portugal do que em qualquer
dos países referidos. Aliás, não é por acaso
que os brasileiros investem cada vez mais
em Portugal, incluindo no próprio Algar-
ve», lembra Reinaldo Teixeira.
novo grande projeto comercial e de saúde em louléNo entanto, o grande projeto empresa-
rial de futuro que o Grupo Enolagest se
prepara para participar é o referente ao
investimento de uma grande superfície
comercial, de lazer e de serviços que de-
verá nascer junto ao nó de Loulé Centro
(A22), concretamente na zona empresa-
rial próxima desse local. Finalmente, sa-
lienta Reinaldo Teixeira, «o processo foi
aprovado recentemente na Câmara Muni-
cipal de Loulé, e por unanimidade, como
de interesse público municipal. Este é um
processo em que nos empenhámos desde
2005, mas como muitos outros processos
neste país conheceu demasiadas vicissi-
tudes burocráticas e administrativas, só
agora viu serem criadas as condições para
finalmente avançar», sublinha o gestor
para logo adiantar que o projeto deverá
concretizar-se num espaço de quatro anos
e onde deverão serem investidos cerca de
400 milhões de euros e criados cerca de
quatro mil postos de trabalho diretos e
cerca de três mil indiretos.
«É um grande projeto comercial, de ser-
viços e de lazer para esta região central
do Algarve, com impactos profundos no
emprego e no tecido económico da região.
Temos um parceiro estratégico que é o
grupo Immochan, que ali deverá edificar
um centro comercial Alegro, que integra-
rá um hipermercado Jumbo, assim como
serão criados outros espaços ligados ao
lazer e à prestação de relevantes serviços,
com especial destaque para a área da saú-
de. Aliás, deixe-me sublinhar que conside-
ro o nosso país, e muito particularmente o
Algarve, como extremamente capacitados
para desempenhar um importante papel
no panorama da saúde da Europa, pois
não temos apenas um excelente clima que
poderá ajudar na recuperação de maleitas
e pós-operatórios de muitas pessoas vin-
das de outros países europeus, bem como
dispomos já em Portugal e também no
Algarve de serviços clínicos e operatórios
de elevada capacidade e qualidade, do me-
lhor ao nível internacional e que poderão
receber muitas pessoas de outras partes
da Europa que aqui queiram melhorar o
seu estado de saúde. Neste espaço privi-
legiado no centro do Algarve que vamos
criar, também disporemos de uma área
completamente apetrechada para atuar ao
mais elevado nível nessa área que consi-
dero estratégica para o nosso país», finali-
zou Reinaldo Teixeira. ‹
Empreendimento Monte Laguna
Empreendimento Victoria Gardens Vilamoura
DR
DR
![Page 14: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/14.jpg)
27 › País €conómico | Março 201326 › País €conómico | Março 2013
caRlos Bayan FeRReiRaO Presidente da Câmara de Comércio Portugal-Angola vê reconhecida cada vez mais a aposta e a importância de Angola, não só para as exportações e investimento português neste país, mas também na captação de investimento angolano para Portugal. ‹
caRlos seTRaO Presidente da Edol afirma-se cada vez mais no panorama da indústria farmacêutica em Portugal, mas apesar de também apresentar crescimentos nos mercados africanos, é para o Brasil que está a olhar para lá colocar os produtos que conquistam o mercado português. ‹
ÁlVaRo sanTos PeReiRaO Ministro da Economia atravessa momentos difíceis por causa do aumento do desemprego, mas o seu contributo para que empresas portuguesas tivessem conseguido importantes para a construção de casas na Argélia, constitui um contributo de enaltecer e prova da importância da diplomacia económica. ‹
Construtoras portuguesas assinam contratos na Argélia
construção de 75 mil habitaçõesQuatro construtoras portuguesas, respetivamente, a Lena Construções, a Paínhas, a Pre-
build e a Gabriel Couto, assinaram em Fevereiro um conjunto de contratos para a cons-
trução de 75 mil habitações na Argélia, que ascenderão a um valor em torno dos quatro
mil milhões de euros.
Os contratos assinados, que envolveram parceiros argelinos, apontam que a Paínhas cons-
truirá 25 mil fogos, enquanto a Lena Construções e a Prebuild construirão 20 mil fogos
cada uma, ao passo que a Gabriel Couto construirá 10 mil fogos. Para além da construção
das 75 mil habitações agora contratualizadas, existe ainda a possibilidade de se alargar
este número no futuro, além de estar também previsto a exportação de materiais de cons-
trução por empresas portuguesas para o mercado daquele país do norte de África.
Presentes na cerimónia estiveram os ministros argelino da Indústria, Cherif Rahami, e o
português da Economia, Álvaro Santos Pereira, tendo na altura o ministro português su-
blinhado que além da construção de casas, «está prevista a exportação de muito material
de construção para a Argélia, entre equipamentos e conhecimentos técnicos».
O Presidente da Lena Construções, Joaquim Paulo Conceição, referiu que «este incre-
mento significativo de negócios num país onde estamos de forma consolidada, traduz
competência técnica, cumprimento escrupuloso de prazos e a confiança que merecemos
por parte das autoridades argelinas». Presente no mercado argelino desde 2005, o Grupo
Lena prevê em 2013 atingir uma faturação no país superior a 150 milhões de euros. ‹
› a aBRiR
isabel RibeiroApós oito anos na Liberty Seguros em
Portugal, assume agora responsabilidade
internacional na Liberty Mutual na área
do desenvolvimento atual das operações
no âmbito da Liberty Mutual na Europa,
no qual se inclui a gestão de operações em
países como Portugal, Espanha, Irlanda,
Inglaterra, Polónia, Turquia e Rússia. ‹
nuno GatoÉ o novo Country Manager da Science4you
no Reino Unido, com base a partir do centro
de escritórios Dock Business Center da
Universidade de East London, na capital
britânica. A Science4you é uma empresa
portuguesa que se dedica à prodição,
desenvolvimento e comercialização de
brinquedos científicos em parceria com a
Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa. ‹
Pedro GamaÉ o novo Diretor Comercial da Truewind-
Chiron, liderando uma equipa de 14
Account Managers e será responsável por
um volume de negócios de 2,5 milhões de
euros. O objetivo do novo responsável será
o de sustentar um crescimento de dois
dígitos da empresa no mercado nacional,
além de promover a internacionalização no
mercado europeu e brasileiro. ‹
subindo na Pirâmide
› noTícias
Empresa da Malásia continua fiel
lisnave repara 100º navio da aeTA Lisnave está a reparar nos seus estaleiros da Mitrena, em Setúbal, o centésimo navio
(Eagle Turin) da empresa malaia AET, um dos líderes mundiais no transporte marítimo
de petróleo e um dos principais clientes da empresa portuguesa de reparação naval, cuja
relação começou em 1998.
Segundo os responsáveis da AET, “este marcante acontecimento simboliza a parceria lon-
ga e estável entre a AET e a Lisnave. Desde 2006 que as duas empresas se regem por um
acordo de frota que confere prioridade mútua. Isto significa que quando os navios da
AET estão na Europa para fazerem trabalhos de manutenção em doca seca, a Lisnave é
prioritária. Além disso, demonstra o compromisso da AET em estabelecer parcerias fortes
e de longa duração com os fornecedores. Esta sólida parceria permite, por sua vez, que
a equipa de reparação preste um serviço de qualidade aos nossos navios, como é o caso
da Lisnave”. ‹
autoeuropa exporta para a chinaRealizou-se no passado dia 15 de Fevereiro a primeira exportação deste ano de viaturas
fabricadas na Autoeuropa para o mercado chinês. Os veículos da marca Seat Allambra
foram embarcados no navio ro-ro “Eridanus Leader”, da NYK Line, operador pela Setefre-
te. Este primeiro carregamento de quarenta viaturas para o mercado chinês, em conjunto
com os outros que se seguirão, reforçarão o papel do porto de Setúbal nas rotas mundiais
do segmento ro-ro. ‹
![Page 15: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/15.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 2928 › País €conómico | Março 2013
› GRanDe enTReVisTa
Mira Amaral, Presidente Executivo do Banco BIC, garante que os bancos estão a financiar a economia e as empresas em Portugal e deixa uma certeza
as boas empresas não têm problemas de liquidez
O resultado global da integração do ex-BPN no Banco BIC foi de 7,5 milhões de euros
negativos (resultados ainda não auditados). Nada que a gestão e os acionistas do banco
já não estivessem à espera. Luís Mura Amaral, Presidente do Banco BIC em Portugal,
descreveu em entrevista à País €conómico a evolução dos primeiros meses da
integração do BPN no BIC depois da sua aquisição aos Estado. O antigo ministro e atual
banqueiro sublinhou como foi possível salvar 1.100 dos anteriores 1.700 postos de
trabalho e conseguir manter 204 unidades comerciais operacionais. Em ambos os casos,
números bem superiores aos que foram assumidos no acordo com o governo português.
E que permitiram, sublinha Mira Amaral, pelo «trabalho desenvolvido pelas equipas
comerciais, aumentarmos os depósitos em 25,2% e o crédito concedido em 8%». Perante
as incertezas da evolução económica em Portugal, o gestor do BIC não garante atingir já
este ano o break even, mas garante que toda a estrutura vai trabalhar afincadamente
para atingir os melhores resultados possíveis. Luís Mira Amaral garantiu também que
através do Banco BIC Angola, continua a existir interesse dos acionistas em adquirem as
licenças do BPN Brasil e do BPN Cabo Verde. TexTo › JORGE ALEGRIA | FoToGRaFia › RUI ROCHA REIS
Como tem decorrido a integração das es-truturas dos bancos BIC e BPN, no atual Banco BIC?O BPN acabou. Presentemente temos o
Banco BIC, que integrou o BPN e para nós
o que conta é o futuro. Concretizámos a
fusão jurídica em Dezembro do ano pas-
sado, faltando ainda realizar a fusão ope-
racional dos dois sistemas de informação,
processo esse que está em curso, o que
significa que estão a migrar os softwares
operacionais e as bases de dados do Ban-
co BIC para os sistemas do ex-BPN que
possuía uma dimensão bastante superior,
fazendo pois todo o sentido que assim
fosse. Neste momento trabalhamos com
um banco e dois sistemas de informação,
mas brevemente tudo estará concretizado
e em pleno. Agora, o que verdadeiramen-
te importa é relançar o banco e dinamizar
a sua área comercial. Estamos neste mo-
mento com um agressiva campanha tele-
visiva sobre o Banco BIC e a sua cobertura
nacional, passando justamente a mensa-
gem de que somos um banco de dimen-
são nacional e com uma especial ligação
a Angola, ou seja, estamos em todo o país
para servir os clientes portugueses e todos
os que possuírem ligações a Angola.
O BIC tomou conta do BPN em Abril do ano passado. Como reagiu a vossa rede comercial tanto na recuperação de clien-tes como na angariação de novos clien-tes?Efetivamente desde que tomámos conta
da gestão do banco em Abril do ano pas-
sado conseguimos uma boa resposta da
nossa rede comercial traduzida num au-
mento dos depósitos em 25,2% enquanto
o aumento do crédito concedido se ficou
pelos 8%, ou seja, temos mais depósitos
do que créditos concedidos. A conjuntu-
ra não tem sido favorável a que haja uma
expansão muito agressiva do crédito, por
razões que se prendem diretamente com
a evolução da economia portuguesa, além
de que também nos deparámos em mui-
tas ocasiões de que quando contatávamos
muitas das boas empresas portuguesas,
nomeadamente as que atuam na área da
exportação, quando esse contato aconte-
cia já anteriormente tinham sido conta-
tadas por outros bancos. Devo sublinhar,
que para as boas empresas portugueses,
![Page 16: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/16.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 3130 › País €conómico | Março 2013
› GRanDe enTReVisTa
sobretudo as que exportam, não existem
problemas de liquidez da banca portugue-
sa.
as boas empresas não têm dificuldades de liquidezEntão, é injusta a acusação que se ouve em Portugal de que a banca portuguesa não tem financiado a economia?Essa acusação não é verdadeira. O Gover-
no já deveria ter explicado essa matéria
publicamente, mas parece-me que o go-
verno não sabe comunicar. Tudo o que
são boas empresas, particularmente as
que atuam nos setores exportadores não
têm problemas de liquidez, admito que
possa existir problemas de pricing, em
que o spread aplicado pelos bancos é mui-
to elevado.
O que acontece é que existe um núme-
ro muito significativo de empresas em
Portugal que estão apenas concentradas
no mercado doméstico, um mercado em
recessão, e que possuem estruturas fi-
nanceiras desequilibradas e sem capitais
próprios adequados. Nesse caso, nenhum
banco, nem o BIC obviamente, as vai fi-
nanciar, porque nestes casos, que são mui-
tos, infelizmente, o problema que se colo-
ca é de risco de crédito perante empresas
muito desequilibradas financeiramente. A
resolução dos problemas financeiros des-
tas empresas portuguesas não será com
certeza resolvida com o normal recurso à
banca comercial.
Quando o BIC fechou o acordo com o Go-verno comprometeu-se a ficar com 750 funcionários e 160 agências do ex-BPN. Neste momento, qual é a realidade do banco em número de funcionários e de agências?Quando o Banco BIC tomou conta do BPN
em Abril do ano passado, este banco pos-
suía 1.700 funcionários, e efetivamente no
acordo que mencionou nos compromete-
mos a ficar com pelo menos 750 desses
funcionários. Mas ficámos com 1.100. E
também nos comprometemos a ficar com
160 agências, mas fruto da ação comercial
empreendida nestes meses decorridos
conseguimos chegar ao número de 193
agências e 11 gabinetes de empresas, pelo
que mantemos 204 unidades comerciais
operacionais. Por isso os resultados que
já lhe referi anteriormente e que se tra-
duziram num aumento dos depósitos em
25,2%.
Agora, o que considero mais importante é
sublinhar um ponto de enorme significa-
do. É que se os nossos acionistas não tives-
sem chegado a acordo para a aquisição do
BPN, este tinha fechado e 1.700 trabalha-
dores tinha, ficado no desemprego, com a
chaga social que isso representaria. Foram
os meus acionistas, com a sua iniciativa
junto do governo de adquirem o banco e
com a sua elevada responsabilidade social
e corporativa, aliado ao esforço da estrutu-
ra para dinamizar as agências que nos per-
mitiram salvar 1.100 postos de trabalho e
um número significativo de agências. Este
esforço tem sido ignorado sobretudo pe-
los partidos e esquerda que continuam a
levantar o espantalho do BPN sem enal-
tecer o que fizemos para salvar 1.100 pos-
tos de trabalho numa altura muito difícil
em Portugal. Aliás, em contraste, quero
também aproveitar este momento para
realçar o comportamento perfeitamente
responsável dos trabalhadores do banco
e dos sindicatos que os representam, que
tiveram a perfeita consciência de que se
não tivéssemos avançado na solução da
aquisição do banco, tinham sido 1.700
postos de trabalho liquidados. Assim, com
este trabalho conjunto, e contando com
uma estrutura acionista bastante sólida,
conseguimos salvar 1.100 postos de tra-
balho.
Vamos repor a situação líquida anterior a abril de 2012Quais foram os resultados globais do BIC em 2012?Posso adiantar-lhe neste momento os re-
sultados ainda não auditados, friso este
ponto importante. Fechámos o ano com
um resultado líquido de 7,5 milhões de
euros negativos, já resultante da integra-
ção do BPN no BIC. Caso fosse apenas o
antigo pequeno Banco BIC estaríamos a
falar de um resultado positivo de 5 mi-
lhões de euros. Mas o resultado conjunto
é o que lhe apontei. Aliás, o nosso Busi-
ness Plan aponta para resultados negati-
vos durante três anos, logo, este prejuízo
não constitui nenhuma surpresa, embora
obviamente nenhuma gestão goste de re-
gistar prejuízos.
Todavia, gostaria de informar que estes re-
sultados negativos não terão um impacto
de igual dimensão na situação líquida do
banco, pois temos títulos da dívida públi-
ca que se valorizaram em cerca de cinco
milhões de euros, pelo que teríamos um
impacto direto negativo sobre a situação
líquida do banco em cerca de apenas dois
milhões de euros. Ou seja, adquirimos um
banco com um capital próprio de 360 mi-
lhões de euros e ficaríamos assim com um
capital líquido de apenas 358 milhões de
euros. No entanto, o dr. Fernando Teles,
presidente do Conselho de Administração
do Banco BIC e um dos seus acionistas de
referência, já afirmou que a estrutura acio-
nista vai efetuar um reforço de capital de
dois milhões de euros para que o banco
fique justamente com a situação líquida
que tinha anteriormente a 1 de Abril de
2012, ou seja, 360 milhões de euros.
É pertinente sublinhar neste momento
que os acionistas do Banco BIC em Portu-
gal são os mesmos do Banco BIC Angola,
instituição financeira que ganhou 170 mi-
lhões de dólares em 2012, logo é preciso
enfatizar a enorme solidez financeira de
que gozam os nossos acionistas, o que
constitui igualmente uma razão muito só-
lida para os clientes voltarem ao BIC bem
como para muitos outros trabalharem
connosco.
Será possível atingir já o break even em 2013?Não posso dar-lhe essa perspetiva. O Se-
nhor sabe o que vai acontecer ao euro da-
qui a três meses? E poderá dar garantias
de como evoluirá este ano a economia
portuguesa? Perante tantas incertezas,
como poderemos nós apontar certezas?
Naturalmente que vamos trabalhar afin-
cadamente para reduzir o tempo previsto
para atingir o break even, se conseguir-
mos já este ano melhor, mas ninguém o
pode garantir.
Recordo que na sua fase áurea este banco
estava dimensionado para atingir volu-
mes de negócios de dez mil milhões de eu-
ros, ao passo que neste momento apenas
atingimos os quatro mil milhões de euros,
o que significa que ainda não estamos a
tirar devidamente partido de toda a in-
fraestrutura de recursos humanos (1.100
trabalhadores) e de balcões existentes.
O nosso volume de negócios por balcão
e por trabalhador é baixo, por isso o re-
![Page 17: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/17.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 3332 › País €conómico | Março 2013
› GRanDe enTReVisTa
sultado apresentado foi negativo. Aliás,
acrescento que mesmo no momento em
que atingirmos o ponto de equilíbrio
(break even), o volume de negócios ainda
continuará a ser baixo face à capacidade
instalada do banco, mormente devido à
situação frágil da economia portuguesa,
pois crescer num mercado em recessão
não é nada fácil. Não será, assim, em pou-
co tempo que conseguiremos rentabilizar
a nossa capacidade humana e de balcões
existentes. Por outro lado, é importante
referir que estamos no Banco BIC numa
estratégia de médio e longo prazo, banco
que possui uma estrutura acionista sólida
e pretende crescer em Portugal de uma
forma sólida. Não estou disposto a regis-
tar crescimentos muito rápidos, sobretu-
do na área do crédito concedido, porque
em face das dificuldades das empresas e
da própria economia, essa rápida expan-
são poderia gerar fenómenos de crédi-
to mal parado, e não pretendo isso para
o banco. O meu mandato vai até 2015 e
estou aqui num projeto sério, responsá-
vel e bastante sólido, pelo que queremos
crescer mas de forma responsável e com
completa solidez.
O Banco BIC continua a pretender com-prar o BPN Brasil e o BPN Cabo Verde?
era útil reduzir o iRc para as empresas
Luís Mira Amaral não é apenas um banqueiro de méritos reconhecidos. Contando com um percurso académico sólido, passou pelos governos liderados por Cavaco Silva, primeiro como ministro do Emprego, depois como ministro da Indústria e Energia. Regularmente é convidado para proferir palestras e intervenções em universidades e em diversos fóruns de debate da economia portuguesa. Por isso, é importante a sua visão sobre a internacionalização das empresas portuguesas e como o país poderá captar mais investimento estrangeiro. Eis algumas das suas ideias.
Existem muitas empresas portuguesas a quererem inter-nacionalizar-se sem estarem devidamente robustecidos no plano interno. É um risco que muitas empresas estão a tomar para tentarem sobreviver, mas que poderá ter um sentido in-verso ao propósito inicial. Como observa esta fase de intensa procura pela internacionalização das empresas e da própria economia nacional?O processo de internacionalização de uma economia principia
pelo fluxo de importações e exportações. Nesse sentido, é pre-
ciso referir que a economia portuguesa já está internacionali-
zada desde a nossa adesão à EFTA, no princípio da década de
sessenta do século passado. Quando agora falamos de interna-
cionalização já nos estamos a referir a uma segunda fase desse
processo de internacionalização, isto é, quando as empresas in-
vestem para localizar estruturas produtivas e ou comerciais no
estrangeiro.
No entanto, é preciso também sublinhar que esta nova fase de
internacionalização abrangerá também setores como o turismo
(que é um bem transacionável), a educação, a saúde e compo-
nentes das telecomunicações. Repare que já existem universida-
des portuguesas que estão a realizar projetos no exterior, na área
da saúde poderemos evoluir para dinamizar o país para acolher
os reformados dos países ricos ou pessoas com problemas de
saúde e que poderão efetuar a sua recuperação em Portugal na
medida em que possuímos boas infraestruturas de saúde, de-
temos excelentes profissionais médicos e paramédicos, possuí-
mos um clima muito agradável, pelo que poderemos aproveitar
para numa escala muito mais evoluída do que a que presente-
mente encontramos em Portugal, aquilo que Cuba tentou fazer
e que de uma certa forma o conseguiram, que com base num
know how apreciável na área da saúde conseguiram atrair a esse
país das Caraíbas pessoas de várias partes do mundo para ali se
tratarem e curarem.
Possuímos condições em Portugal para atrair essas pessoas e
em vez de continuarmos a ter apenas um Serviço Nacional de
Saúde fechado sobre si próprio, antes deveremos caminhar para
um serviço global de saúde aberto ao exterior, capaz de atrair
pessoas de rendimentos elevados e que escolham Portugal para
efetuarem as suas recuperações. Aliás, já existem grupos priva-
dos portugueses na área da saúde a atuarem nesse sentido mas
é necessário ir bastante mais longe nesta matéria.
Mencionou as telecomunicações como parte da solução. Exis-
tem empresas internacionais que estão a escolher Portugal
apara aqui desenvolverem os seus serviços e competências
numa lógica de nearshore, ou seja, de fornecerem depois esses
serviços a empresas de países mais próximos.
Exatamente, tocou num ponto importante. Quando uma Sie-
mens tenta gerir a partir de Portugal as redes de telecomuni-
cações, quando a IBM tenta em Portugal gerir parte do parque
de máquinas informáticas que possui no exterior, ou quando a
Altran anuncia para o Fundão a constituição de um centro de
engenharias para servir outros países, então é a lógica de apro-
veitarmos as competências que o país possui para ganhar rele-
vo na lógica do designado nearshore, ou seja, de termos centros
de competências no nosso país que as empresas internacionais
utilizam para servirem as suas congéneres e clientes nos países
europeus. Penso que o único país europeu que poderá competir
com Portugal nessa matéria será a Roménia, mas o nosso país
levará vantagem pois temos gente mais qualificada, sobretudo
pelo bom domínio do inglês que existe em Portugal.
Portando, no presente, quando se pensa na internacionalização,
não é possível raciocinar apenas na indústria manufatureira e
transformadora, como antes, mas é preciso adquirir um pensa-
mento mais global quanto aos bens transacionáveis, e por isso
inclui como áreas estratégicas o turismo, a educação, saúde e
telecomunicações.
O seu discurso leva-me a interrogação de como pode o país captar investimento estrangeiro, quando a evolução da nossa economia é negativa e os impostos não param de aumentar?É preciso olhar para os dois motores de crescimento da econo-
mia portuguesa. Que não estão obviamente na componente do
consumo doméstico nem no investimento público. As duas úni-
cas possibilidades assentam nas exportações e no investimento.
No primeiro caso, o ano passado foi muito bom graças ao mag-
nífico desempenho dos empresários portugueses. No segundo
caso, a captação de investimento, seja de origem portuguesa,
que está mais difícil devido à descapitalização de muitas em-
presas nacionais, seja de origem estrangeira, remete-nos para a
questão da credibilização do país nos mercados internacionais,
e o que temos feito tem sido no sentido positivo graças ao bom
trabalho que nessa matéria tem sido executado pelo nosso mi-
nistro das Finanças. Estamos a voltar a ser um país internacio-
nalmente credível, e sem credibilidade ninguém investe num
determinado país. Todavia, depois do trabalho executado pelo
ministro das Finanças, a captação do investimento estrangeiro
tem de constituir um trabalho do ministro da Economia.
Mas como se poderá captar investimento estrangeiro com um nível de IRC tão elevado? Qual é a sua opinião sobre a ideia de Álvaro Santos Pereira de reduzir o IRC para 10% para novos investimentos?É evidente que não existem condições financeiras no país para
uma baixa generalizada do IRC para todas as empresas em Por-
tugal. No entanto, a ideia do ministro da Economia de aplicar
uma taxa de IRC de apenas 10% apenas para os novos projetos
de investimento, parece-me bastante positiva. Não podemos re-
duzir o IRC para todas as empresas, então aplicar-se-ia a redução
apenas para novos investimentos.
Eu até costumo transmitir um exemplo concreto do meu tempo
quando fui ministro da Indústria e Energia. Lembra-se quando
trouxemos a Autoeuropa para Portugal e conseguimos um regi-
me fiscal de isenção ao longo de alguns anos, a partir dos quais a
empresa passou a pagar impostos ao nível do IRC. Mas, antes da
Autoeuropa vir para Portugal, o país nada beneficiava desta em-
presa, simplesmente porque ela não estava em Portugal. A sua
vinda representou um grande benefício industrial e empresarial
para o país e ainda trouxe igualmente benefícios em termos de
impostos, embora não imediatos.
Ora, o que a ideia do ministro da Economia comporta é que
para novos projetos de investimento, que não estão cá e se não
vierem nunca deles beneficiaremos, inclusivamente ao nível dos
impostos que venham a gerar, é que atraídos por uma taxa me-
nor de imposto, se decidam a virem investir em Portugal, com
tudo o que daí o país poderá beneficiar.
O mundo não está com falta de capital, pelo que se não for apli-
cado em Portugal será aplicado noutro lugar. O que é realmente
importante é que Portugal ser novamente um país credível. Na-
turalmente que a componente da fiscalidade é importante, mas
não é a única quando uma empresa decide investir num país.
Outros fatores como a flexibilidade laboral, o custo da energia
ou a celeridade do sistema de justiça, constituem componentes
que deverão contribuir para a competitividade e atratividade de
um país para o investimento.
Áreas em que Portugal ainda necessita de proceder a melhorias,
é necessário sublinhar. ‹
Como sabe, a raiz do Banco BIC está em
Angola. Depois viemos para Portugal em
2008, mas sempre com uma especial liga-
ção com Angola.
É público que os nossos acionistas pela
voz do dr. Fernando Teles já confirmou o
propósito de adquirir as licenças do BPN
Brasil e do BPN Cabo Verde. Portanto,
manifestámos o nosso natural objetivo
de possuir uma operação integrada entre
África, Portugal e o Brasil. Continuamos
calmamente à espera que o Governo dê
resposta à nossa proposta para essas duas
aquisições, que sem dúvida seriam inte-
ressantes para os nossos acionistas, mas
penso que também para o Estado portu-
guês.
No entanto, devo acrescentar que o Banco
BIC Angola já conseguiu uma licença para
uma IFI em Cabo Verde, pelo que se o go-
verno português não se despachar, esque-
cemos o BPN Cabo Verde e o Banco BIC
Angola avançará na utilização desse ins-
trumento financeiro para atuar naquele
arquipélago do Atlântico Ocidental. Mas,
julgo que seria muito interessante que
pudéssemos concretizar essas duas aqui-
sições e para o governo entendemos que
seria igualmente interessante. Mas vamos
aguardar. ‹
![Page 18: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/18.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 3534 › País €conómico | Março 2013
› lusoFonia › Brasil
VII de Negócios na Língua Portuguesa vai decorrer em Belo Horizonte
língua portuguesa une empresários lusófonos
Nos próximos dias 22 e 23 de Abril decorrerá na cidade de Belo Horizonte, capital do
estado brasileiro de Minas Gerais, o VII Encontro de Negócios na Língua Portuguesa,
evento que teve precisamente o seu início na capital mineira e que decorre de dois em
dois anos. Organizado pela Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e
pela Câmara Portuguesa de Comércio em Minas Gerais, contando com o apoio do próprio
governo de Minas Gerais, o VII Encontro pretende constituir uma grande plataforma de
encontro e de potenciar negócios entre empresários dos vários países lusófonos, não
apenas entre brasileiros e portugueses, mas congregando também empresários dos
restantes países da língua portuguesa.TexTo › JORGE ALEGRIA | FoToGRaFia › RUI ROCHA REIS
minas Gerais é a terceira prin-
cipal economia do Brasil e é
o segundo estado do país em
termos de população. É também uma das
maiores forças do agronegócio brasileiro
assim como assume uma forte predomi-
nância na área dos minérios. É ainda um
dos grandes centros de produção automó-
vel no Brasil.
Será em Belo Horizonte, capital do estado
de Minas Gerais que decorrerá nos próxi-
mos dias 22 e 23 de Abril o VII Encontro
de Negócios na Língua Portuguesa, even-
to realizado pela Federação das Câmaras
Portuguesas de Comércio no Brasil e pela
Câmara Portuguesa de Comércio em Mi-
nas Gerais, contando para o efeito com o
indispensável apoio do governo estadual
de Minas Gerais.
Tendo por objetivo apresentar o VII En-
contro aos empresários e autoridades ins-
titucionais portuguesas, estiveram em Por-
tugal os principais dirigentes das câmaras
portuguesas no Brasil e de Minas Gerais,
respetivamente, Raul Penna e Fernando
Meira Dias. A acompanhá-los regista-se a
presença de Marco António Cunha, subse-
cretário estadual da indústria do governo
mineiro. Estes três elementos estiveram
reunidos com o Presidente da República
e com o Primeiro-Ministro português, e
apresentaram o Encontro em sessões na
AEP (Porto) e na Associação Comercial de
Lisboa.
Raul Penna lembrou que o primeiro
encontro realizou-se precisamente em
Belo Horizonte, seguindo-se encontros
em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e
Fortaleza, regressando agora à capital de
Minas Gerais, um estado onde os sinais
da presença portuguesa ainda são muito
fortes, particularmente na área do patri-
mónio edificado, como são exemplos pa-
radigmáticos as cidades de Ouro Preto e
de Tiradentes. «A minha própria empresa
em Belo Horizonte, é uma joint venture
com um empresário português, e hoje é
uma das principais empresas brasileiras
no seu setor. Isto diz bem não só do po-
tencial de Minas Gerais para constituir
um excelente local de investimento, como
de uma localização privilegiada para as
empresas de capital português aborda-
rem a globalidade do mercado brasileiro»,
sublinhou o presidente da Federação das
Câmaras Portuguesas no Brasil, entidade
que presentemente congrega 13 câmaras
espalhadas por outros tantos estados no
território brasileiro.
Já Fernando Meira Dias, presidente da Câ-
mara Portuguesa de Comércio em Minas
Gerais, também deu um testemunho pes-
soal, pois nasceu na cidade de Viana do
Castelo, mas desde pequeno que emigrou
para o Brasil, tendo fundado em Minas
Gerais a empresa Master Turismo, que no
presente é a principal empresa mineira na
área do turismo. Como este seu exemplo,
Fernando Meira Dias pretendeu transmi-
tir um testemunho de como é possível
apostar no país irmão e ali crescer e ter
sucesso empresarial.
O líder da câmara portuguesa mineira
adiantou que o encontro empresarial
pretende aproximar os empresários dos
vários países da lusofonia e mostrar que a
língua portuguesa poderá constituir uma
forte alavanca promotora de negócios e
investimentos. Fernando Meira Dias re-
feriu igualmente que o evento em Belo
Horizonte pretende igualmente constituir
uma referência quanto à pertinência da
internacionalização para as próprias em-
presas brasileiras em geral e mineiras em
particular.
Por sua vez, Marco António Cunha, do go-
verno de Minas Gerais, realizou uma cir-
cunstanciada apresentação da economia
e das grandes potencialidades de investi-
mento e de negócios do estado de Minas
Gerais e incentivou uma plateia cheia de
empresários portugueses a estarem pre-
sentes a 22 e 23 de Abril em Belo Hori-
zonte, pois «é de uma convocação que vos
estou a fazerem e prometo que não se vão
arrepender de fazerem essa viagem, visto
que Minas Gerais constitui um grande
local para realizar negócios assim como
para se realizarem investimentos, que é o
que várias empresas portuguesas já estão
a fazerem, como são os casos da Nanium
ou da Design Resorts», sublinhou. ‹
Grupo amorim olha para a BahiaSegundo informação da Câmara Portuguesa
de Comércio na Bahia, presidida por António
Coradinho, no passado dia 6 de Fevereiro,
dois elementos do grupo Amorim – Francis-
co Teixeira Rego e Manuel Rodrigues – es-
tiveram reunidos com o secretário estadual
da Agricultura, Eduardo Salles, onde este go-
vernante procurou incentivar o maior grupo
corticeiro português e mundial (mas com in-
teresses também nas áreas agrícolas, como o
vinho) a investir proximamente naquele que
é o maior estado do nordeste brasileiro. De
referir que, ainda segundo a Câmara Portu-
guesa na Bahia, os representantes do grupo
Amorim foram depois convidados pelo pró-
prio governador Jaques Wagner a assistirem
aos festejos do carnaval em Salvador no ca-
marote do governo da Bahia. ‹
moldit cresce na BahiaA empresa Moldit Brasil, integrante do grupo industrial português Durit, inaugurou
em Novembro passado uma nova unidade de injeção de termolplásticos, no pólo
industrial de Camaçari, no estado da Bahia. A fábrica de ferramentas que produz
moldes para injeção de plásticos, embalagens e utilidades domésticas, passa assim
a confeccionar também os materiais plásticos a partir de uma máquina injetora. A
nova unidade da Moldit Brasil representou um investimento de 10 milhões de reais
(cerca de 3,7 milhões de euros). Na cerimónia de inauguração, estiveram presentes
José Lomba, cônsul de Portugal na Bahia, e António Coradinho, presidente da Câmara
Portuguesa de Comércio na Bahia. ‹
Português planta Pongamia no cearáO empresário português Carlos Duarte, há alguns anos radicado no Brasil e associado
da Câmara Portuguesa de Comércio no Ceará, está a desenvolver através da empresa
Energy Crops Brasil (ECB) um projeto de cultivo da Pongamia millettia no Brasil,
visto tratar-se de uma matéria-prima para a indústria do biodiesel, energia muito con-
sumida no Brasil. A iniciativa de Carlos Duarte desenvolve-se numa plantação com
196 mil árvores dessa planta oleaginosa numa área próxima da cidade de Trairi, no
estado brasileiro do Ceará. O empresário revelou também que já «estamos fazendo
bons contatos» para assegurar o escoamento do produto. ‹
![Page 19: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/19.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 3736 › País €conómico | Março 2013
› emPResaRiaDo
Morais Vieira, Presidente da Metaloviana, aponta o Brasil como novo destino da internacionalização da empresa de Viana do Castelo
Trabalhamos com as melhores empresas do mundo
Não é todos os dias que um empresário português sublinha que desde o início do
presente ano já empregou mais trinta pessoas, não tem capacidade ociosa, pelo
contrário, trabalha a todo o vapor para responder no tempo certo aos compromissos
assumidos com os seus clientes. É este o panorama descrito por Morais Vieira, Presidente
da Metaloviana, empresa com sede no concelho de Viana do Castelo, e que constitui
um dos casos mais sérios e relevantes de uma internacionalização bem sucedida. O
presidente da empresa que é uma das empresas líderes do setor da Metalomecânica
em Portugal, salienta que a empresa está firmemente ancorada nos mercados Francês,
Argelino, Angolano e Moçambicano, mas já perspetiva a realização de novas apostas
no continente sul-americano, particularmente no Brasil, país a partir da qual pensa
alavancar a sua internacionalização a outros países nomeadamente Colômbia e
Venezuela. Neste país, o empresário vianense admite mesmo o propósito de vir a realizar
um investimento numa unidade industrial no estado da Bahia, «onde investiremos entre
quatro a cinco milhões de euros», ponderando a partir daí estar em todo o mercado
brasileiro e mesmo noutros países da região. Segredo para o sucesso da Metaloviana?
Morais Vieira enuncia os pilares de uma internacionalização bem sucedida: Capacidade
financeira sólida, capacidade técnica indiscutível para responder aos desafios dos clientes
e agilidade de gestão. No fundo, sublinha, «é preciso qualidade, capacidade, rigor e muita
seriedade, é essa a grande marca da Metaloviana».TexTo › JORGE ALEGRIA | FoToGRaFia › RUI ROCHA REIS
A Metaloviana comemorou a 29 de Outu-bro do ano passado, o seu 30º aniversá-rio. Como valia esse percurso empresa-rial de três décadas?Com orgulho pelo percurso percorrido e
com bastante confiança no futuro. Res-
pondendo diretamente à sua pergunta,
no início a nossa atividade centrou-se na
área da indústria, tendo depois procedido
a uma inflexão para o setor da construção,
acompanhando o surto de forte cresci-
mento que se registou no país e na Euro-
pa. Nunca abandonámos em absoluto o
setor industrial, particularmente as
áreas da construção naval, das celuloses,
das refinarias e da energia, mas demos
azo à grande vocação e capacidade da
empresa para estar nas grandes obras de
infraestruturas que se realizaram num
período de mais de duas décadas em Por-
tugal, com particular realce nos domínios
da ferrovia, dos metropolitanos de Lisboa
e Porto, dos estádios de futebol, entre ou-
tras.
No que respeita aos estádios de futebol construídos em Portugal para o projeto do Euro2004, em quais esteve presente a Metaloviana?
A nossa empresa teve uma intervenção
muito ampla e especial na construção do
Estádio de Braga, um projeto internacio-
nalmente reconhecido e admirado do ar-
quiteto Souto Moura.
A Metaloviana participou também de
uma forma assertiva e profunda na cons-
trução do estádio do Dragão, dos estádios
municipais de Guimarães, de Leiria, de
Coimbra e de Barcelos, embora este úl-
timo não tenha integrado diretamente o
projeto do Euro 2004, mas serviu como
recinto de treinos para algumas das sele-
ções presentes.
![Page 20: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/20.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 3938 › País €conómico | Março 2013
› emPResaRiaDo
Por outro lado, aproveitando a questão
que me colocou, gostaria de adiantar pela
sua importância e dimensão, a participa-
ção da Metaloviana nas obras da Expo 98
em Lisboa, bem como em obras de revi-
talização urbana nas cidades de Lisboa e
do Porto.
A nossa empresa esteve ainda diretamen-
te ligada à construção de um grande nú-
mero de universidades e politécnicos que
se construíram nos últimos quinze anos
neste país, assim como no que respeita a
obras realizadas nos hospitais de São João
e Santo António, ambos na cidade do Por-
to, e mais recentemente nos hospitais de
Braga e de Vila Franca de Xira, este último
em fase final de construção.
Possuir capacidade financeira comprovada é fundamentalA participação da Metaloviana em obras de tão grande dimensão e complexida-de, conferem um forte reconhecimento à empresa?Nos negócios não existe essa questão do
reconhecimento. O que é necessário para
vingar no mercado é possuir alguns fato-
res críticos que passo a enunciar: compe-
titividade versus preço e qualidade versus
capacidade económica e financeira para
realizar a obra. Ninguém das grandes em-
presas de construção contrata uma em-
presa especializada – que pode ser grande
no seu setor, sem deixar de ser pequena
perante essas grandes empresas constru-
toras – se não existirem provas concretas
de que a obra vai ser efetivamente realiza-
da, na medida em que está a contratar um
serviço de uma empresa com know how,
que possui uma estrutura técnica adequa-
da para levar uma obra até ao seu final,
mas sobretudo que possui uma estrutura
financeira capaz para realizar essa obra a
um preço competitivo e no prazo acorda-
do. Estes é que são os fatores essenciais, e
a Metaloviana possui todas as credenciais
para continuar a trabalhar e a crescer.
Também em Portugal?
Os investimentos que existem na área da
indústria e alguns que ainda vão existindo
na área pública, estão apenas ao alcance
das boas empresas que trabalham em Por-
tugal. Hoje em dia não basta apresentar
um currículo técnico condizente, nem se-
quer chega possuir uma capacidade pro-
dutiva instalada e comprovada. É necessá-
rio apresentar um currículo financeiro de
grande solidez. Presentemente já não se
entrega uma obra a qualquer um
Essas exigências de currículo financeiro também têm sido colocadas à Metalovia-na?Não tenha dúvidas de que nos têm sido
solicitadas e dou-lhe o exemplo concre-
to das construtoras francesas Bouygues
e Vinci – que são também das maiores
construtoras mundiais – que nos solici-
tam a disponibilização de todo o tipo de
informações, com realce para as de índole
financeira. E devo sublinhar que a Metalo-
viana não tem tido quaisquer dúvidas em
prestá-las, pois somos uma empresa de so-
lidez muito assinalável e capaz de respon-
der a todos os requisitos solicitados por
qualquer parceiro com que trabalhamos.
internacionalização não é um processo fácilNo entanto, voltando à setor da cons-trução em Portugal, não se vislumbram grandes obras para se realizarem nos próximos anos. Apesar desse cenário, uma empresa como a Metaloviana ainda via conseguindo trabalho no nosso país?Como já lhe referi anteriormente, as boas
empresas conseguem sempre trabalho,
até porque o país não fechou propriamen-
te “para férias”. Na verdade, existe uma ca-
pacidade instalada superior do que aquilo
que a economia portuguesa atualmente
consegue absorver.
Neste cenário difícil que se atravessa no
nosso país, ainda assim a Metaloviana
detém uma carteira de obras bastante in-
teressante e que se eleva a cerca de cinco
milhões de euros, atuando sobretudo ao
nível da intervenção nas barragens e na
construção do Terminal de Cruzeiros no
Porto de Leixões, obviamente na sua espe-
cialidade que é Engenharia da Construção
Metálica.
Terminal de cruzeiros do Porto leixões.Com este conjunto de obras já assegura-
das em Portugal, e outras que venhamos a
conseguir ao longo do presente ano, a nos-
sa empresa comprova a sua capacidade,
qualidade e seriedade. Naturalmente que
perante o cenário que não é expansivo no
nosso país, as empresas portuguesas tive-
ram de se internacionalizarem, embora
para algumas empresas nacionais a inter-
nacionalização seja encarada como uma
tábua de salvação para as suas dificulda-
des no plano interno.
O que poderá ser um risco inultrapassá-vel?Realmente, é preciso estar dotado de for-
tes recursos, principalmente ao nível fi-
nanceiro, para uma empresa se atrever a
empreender um processo de internaciona-
lização com hipóteses de sucesso. Eu diria
a quem se quiser internacionalizar que é
necessário ter a consciência quanto à já re-
ferida capacidade financeira, acrescida da
indispensável capacidade técnica e de uma
significativa agilidade de gestão. Lamenta-
velmente ouvimos muitas vezes histórias
de empresas que vão lá para fora no in-
tuito de salvar situações muito difíceis no
plano interno e isso poderá ser um autên-
tico suicídio. É necessário os empresários
ouvirem concelhos úteis e avisados e não
embarcarem em conversas muitas vezes
simplistas e fáceis da classe politica e de
outros agentes que pese a boa vontade não
tem conhecimento da realidade e das difi-
culdades que a internacionalização exige.
Se não tiverem as condições que mencio-
námos como fundamentais num sólido e
profícuo processo de internacionalização,
então o melhor é ficarem simplesmente
dentro das nossas fronteiras.
Parceiros de grandes empresas mundiaisComo é que tem decorrido o processo de internacionalização da Metaloviana?Muito bem, indiscutivelmente, embora
não signifique que tenha sido um passeio.
Pelo contrário, a internacionalização é um
processo difícil e complexo e afigura-se de
grande importância determos as diversas
competências sem as quais qualquer pro-
cesso de externalização empresarial se ar-
risca a constituir um insucesso.
Devo sublinhar que estamos em vários
mercados, em que cada país corresponde
a uma situação própria, onde em alguns
deles avançámos com a constituição e de-
senvolvimento da respetiva empresa onde
a Metaloviana detém sempre uma partici-
pação muito significativa.
Por exemplo, na Argélia fomos naquilo
que costumo dizer por graça que «fomos
ao colo» de um grande parceiro interna-
cional que considera a Metaloviana o seu
braço de referência na área da metalome-
cânica.
Já em Angola, a estratégia passou por ir-
mos diretos, sem prejuízo de lá termos
encontrado um parceiro local. A Metalo-
![Page 21: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/21.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 4140 › País €conómico | Março 2013
› emPResaRiaDo
viana Angola tem realizado um conjunto
bastante significativo de obras que envol-
veram vários milhões de dólares, princi-
palmente na área da energia. Gostaria de
acrescentar que neste momento temos
uma carteira de obras em Angola no valor
de cerca de cinco milhões de euros.
Por sua vez, em Moçambique, constituí-
mos a Metaloviana Moçambique, detida
pela Metaloviana em 55% e por um par-
ceiro local em 45%, parceiro esse que pela
sua credibilidade e conhecimento de mer-
cado nos poderá alavancar um significati-
vo conjunto de projetos, incluindo desde
já uma obra que vamos participar e que
tem um valor de 35 milhões de euros.
Aliás, devo aproveitar esta ocasião para
sublinhar o esforço estupendo dos nossos
departamentos de orçamentação, projeto
e comercial onde trabalham 22 quadros
superiores, e que estão perfeitamente as-
soberbados de trabalho, praticamente na
sua totalidade para o estrangeiro, pois
infelizmente em Portugal o trabalho que
há para fazer é muito pouco. Estes nossos
departamentos estão a trabalhar inten-
samente na apresentação de projetos e
orçamentos para obras no Brasil, Ango-
la, Moçambique, Argélia, Colômbia bem
como para França, país que está a entrar
novamente numa nova fase de forte ebu-
lição no que à construção diz respeito, es-
perando nós virmos a participar de uma
forma muito vincada na área da recupe-
ração e reabilitação de edifícios, área onde
a Metaloviana adquiriu um grande know
how e uma grande experiência em Portu-
gal e nos sentimos em perfeitas condições
para trabalhar e emparceirar em qualquer
lugar do Mundo.
Vamos apostar seriamente no BrasilTodavia, a País€conómico sabe que a Metaloviana está a ponderar muito seriamente realizar uma forte aposta no Brasil, que poderá passar inclusivamente por um upgrade relativamente aos restan-tes casos de internacionalização, ou seja, pela construção de uma unidade indus-trial de produção. O que nos poderá adian-tar sobre essa aposta futura no Brasil?
Os acionistas maioritários da Metalovia-
na nomeadamente Valdemar Cunha e eu
próprio, desenvolvemos há alguns anos
uma atividade empresarial no Brasil, em-
bora em áreas de atividade diferentes e
completamente fora da atividade da Me-
taloviana. Entretanto, há algum tempo
decidimos fundar a Metaloviana Brasil,
empresa com sede em Fortaleza, no esta-
do do Ceará.
É verdade que o Brasil deverá constituir
uma aposta de grande porte e significativa
para a Metaloviana, visto que acreditamos
muito seriamente no país e existem gran-
des, médias e pequenas obras em todo o
Brasil que relevam uma aposta empresa-
rial da nossa parte.
Não escondo que firmámos uma parce-
ria com o empresário português Licínio
Lima, da ViV Brasil, para com ele estar-
mos no país e particularmente no estado
da Bahia. Temos dialogado com as auto-
ridades estaduais e municipais e muito
provavelmente deveremos avançar num
investimento industrial nesse estado na
ordem dos quatro a cinco milhões de eu-
ros, o que será não apenas um sinal mas
igualmente um compromisso firme da
nossa parte de aposta no país e de que
pretendemos estar no mercado brasileiro
como estamos em qualquer outro merca-
do internacional: com capacidade, com
qualidade e com seriedade.
Essa aposta na Bahia será apenas para atender o mercado baiano ou também terá como horizonte todo o mercado brasileiro?
Atenderemos naturalmente o mercado
da Bahia, mas a nossa perspetiva será de
fazermos obras em todo o território brasi-
leiro. E não deixamos, friso este ponto, de
podermos a partir do Brasil trabalhar em
outros países da América do Sul.
Portanto, apesar da restrição do merca-do português, a Metaloviana está opti-mista no crescimento e sustentação da empresa, sobretudo através do cresci-mento na área internacional?Sem dúvida. A Metaloviana está prepa-
rada e empenhada em crescer. No ano
passado faturámos cerca de 20 milhões
de euros, e pretendemos crescer este ano.
Naturalmente, como bem referiu, será so-
bretudo a área internacional a contribuir
de forma decisiva para esse crescimento.
Gostaria muito de sublinhar um ponto.
Desde o início do ano já contratámos cer-
ca de 30 pessoas, pelo que o atual número
de colaboradores da Metaloviana é neste
momento de cerca de 180, e estamos a tra-
balhar em full-time recorrendo por vezes
a horas extraordinárias e trabalhos por
turnos.
Não temos capacidade ociosa, pelo con-
trário, estamos a trabalhar a todo o vapor
para respondermos no tempo devido,
com a qualidade devida e com a respon-
sabilidade devida, aos compromissos que
tomamos com os nossos clientes nacio-
nais e internacionais. É essa a marca de
Metaloviana e assim terá de continuar a
ser, rigor, seriedade, responsabilidade e
qualidade. ‹
África › lusoFonia
moçambique nas apostas da Galp energiaNa cerimónia de apresentação pública dos resultados da
Galp Energia de 2012, o presidente executivo da petrolífe-
ra portuguesa salientou que a empresa está interessada em
concorrer em próximos leilões de blocos petrolíferos em
Moçambique, Angola e no Brasil, embora a participação seja
decidida em função das condições concretas de cada futura
licitação.
No que respeita a Moçambique, Manuel Ferreira de Oliveira
recordou que o grupo já possui participações nas ações que
levaram à descoberta de gás natural daquele país da costa
oriental do continente africano, mas enfatizou o interesse da
petrolífera ao adiantar que «em Moçambique vai haver uma
negociação de áreas novas. Temos a intuição de que será
muito competitiva e estamos a estudar». O gestor adiantou
também que no que respeita ao Brasil está previsto um lei-
lão de novas áreas petrolíferas em Maio deste ano, sendo
que metade será em terra e a outra metade no mar. Já no que
respeita a Angola e a Moçambique, referiu que se esperam
para o presente ano licitações de blocos de exploração de
petróleo e gás natural. ‹
Nova School of Business and Economics expande-se em Moçambique
nova sBe-maputoA Nova School of Business and Economics (Nova
SBE) vai abrir em Maio deste ano a Nova SBE-Maputo
(Escola de Formação de Executivos. O lançamento do
projeto ocorreu no dia 20 d Fevereiro no Hotel Polana,
situado na capital moçambicana, no qual contou com
a presença da ex-primeira-ministra Luísa Diogo, e do
ex-ministro de Estado Óscar Monteiro, e do embaixa-
dor de Portugal em Moçambique, Mário Godinho de
Matos.
A Nova SBE-Maputo pretende contribuir para a for-
mação profissional de altos quadros empresariais
moçambicanos e, consequentemente, para o desen-
volvimento do país, oferecendo um conjunto de pro-
gramas de excelência que a Nova SBE já leciona em
Portugal, Brasil e Angola.
A Nova SBE aposta assim numa oferta premium de
formação que irá incidir, numa primeira fase, em
cursos desenhados de acordo com as necessidades
das empresas, como liderança, gestão financeira, ges-
tão de projetos ou técnicas de negociação e ainda no
prestigiado programa de formação de executivos da
Nova SBE, o Curso geral de Gestão. Este Programa
será lecionado em seis semanas, cinco das quais em
Maputo, e irá reunir na sexta de semana de aulas em
Lisboa, estudantes provenientes de Maputo, Luanda
e São Paulo.
De referir que as aulas da Nova SBE-Maputo serão
lecionadas, na sua maioria, em português por pro-
fessores de diferentes nacionalidades, incluindo mo-
çambicana, que vão circular pelos diferentes pólos da
faculdade no espaço que fala português. ‹
Terminal de Cruzeiros de Leixões
DR
![Page 22: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/22.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 4342 › País €conómico | Março 2013
› emPResaRiaDo
Aníbal Oliveira Cristina, Presidente do Grupo Aníbal Cristina
«mercado externo já representa 80 por cento dos nossos negócios»
O Grupo Aníbal Cristina que em 2013 completa 26 anos de presença no mercado
nacional, opera como empreiteiro geral em áreas específicas como a Construção Civil,
Obras Públicas, Engenharia, Ambiente, Metalomecânica e Imobiliária e está hoje muito
concentrado no mercado externo, nomeadamente em França e Moçambique tendo, neste
último mercado, acabado de ganhar um concurso internacional para a construção de uma
delegação do Banco Moçambique, em Nampula, obra orçada em 13 milhões de euros.
Em entrevista que concedeu à País €conómico, Aníbal Cristina, refere que hoje em
dia o mercado externo já representa para o Grupo Aníbal Cristina 80 por cento dos seus
negócios, sendo as perspetivas de crescimento muito animadoras muito animadoras.
«Com o setor da Construção Civil e Obras Públicas em profunda crise, as empresas como
a nossa têm de desdobrar esforços para encontrarem soluções lá fora. No nosso caso
concreto, temos crescido substancialmente no mercado externo, mas o mesmo não se
pode dizer em relação a Portugal onde a faturação representa somente 20 por cento do
total do nosso volume de negócios», referiu Aníbal Cristina que nesta entrevista não
escondeu a esperança de que a área da Reabilitação Urbana venha em breve “mexer “
com o setor¸ permitindo-lhe alguma recuperação. «E o Grupo Aníbal Cristina também há
muito que está preparado para esse desafio». TexTo › VALDEMAR BONACHO | FoToGRaFia › RUI ROCHA REIS
o Grupo Aníbal Cristina foi cons-
tituído em 1987 e é hoje um
empreiteiro geral de referência
em todo o país e além-fronteiras. Mesmo
com a crise a travar o desenvolvimento da
Construção Civil e Obras Públicas em Por-
tugal, esta empresa com sede em Casal da
Cruz, Caranguejeira (concelho de Leiria)
nunca deixou de ser uma organização sus-
tentável em termos económicos e finan-
ceiros, regendo-se por elevados princípios
de seriedade, honradez, profissionalismo,
e respeito pelo cliente. «Um dos nossos
princípios básicos assenta na vontade de
cumprirmos com todo o rigor os compro-
missos que assumímos com os nossos
clientes, pois são eles a principal razão
da nossa existência. Passados 26 anos de
permanência no mercado, é um privilégio
podermos afirmar que ainda temos hoje
clientes do primeiro dia, que nunca deixa-
ram de trabalhar connosco. São exemplos
como este que nos dão força para conti-
nuar, mesmo não ignorando que o setor
da Construção e das Obras Publicas está
a atravessar a sua pior crise de sempre»,
sublinhou Aníbal Cristina.
O Grupo Aníbal Cristina é especialista em
áreas como a Construção, Obras Públicas,
Ambiente, Metalomecânica, Imobiliário, e
Laboratório de Betão, e distingue-se pelo
facto de ser uma empresa que acompanha
desde o início toda a obra, desde a fase de
desenvolvimento do projeto (arquitetura
e especialidades) até à sua fase de explo-
ração, operando essencialmente no setor
industrial privado. «Somos uma empresa
que desde sempre se preocupou em ter
uma evolução sustentável, procurando es-
pecializar-se nas suas diferentes áreas de
atuação. E a isso nós chamamos vontade
de evoluir, a única forma correta de poder-
mos competir cá dentro e lá fora», referiu
o presidente do Grupoi Aníbal Cristina.
no mercado externo em parceriasPerante uma crise aguda na Construção
Civil e Obras Públicas, Aníbal Cristina
disse à P€ que o caminho a seguir tinha
de ser a internacionalização. «A interna-
cionalização é hoje uma via normal no
crescimento de qualquer empresa, e mui-
to embora os sinais da crise na construção
![Page 23: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/23.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 4544 › País €conómico | Março 2013
› emPResaRiaDo
e obras públicas não fossem tão visiveis
como são atualmente, o Grupo Aníbal
Cristina decidiu-se pela internacionaliza-
ção em 2006, começando a trabalhar no
mercado espanhol. Escolhemos na altura
o mercado espanhol, porque era o que
estava mais próximo de nós, e por outro
lado porque fomos para Espanha em par-
ceria com empresas que já nos conheciam
bem e que já eram clientes nossos em
Portugal. Aliás, este género de parcerias
tem sido seguido à risca, e é através deste
modelo de relacionamento que estamos
hoje não só em Espanha, como em Fran-
ça, Moçambique, Suécia e Israel. Privile-
giamos sempre as parcerias», deixou claro
Aníbal Cristina, para lembrar que não foi
fácil entrar no mercado espanhol, «por
este se mostrar um bocado fechado ao
nosso setor». «Quando se vai em parceria
com uma empresa que é nossa cliente e
que nos conhece bem, as coisas tornam-se
obviamente mais fáceis».
Muito embora Espanha seja para o Grupo
Aníbal Cristina um mercado especial, por-
que foi por ele que iniciou o seu processo
de internacionalização, Aníbal Cristina
reconhece que hoje em dia o grupo a que
preside já tem mercados mais fortes do
que Espanha.
«Por exemplo, em França temos neste
momento seis obras a decorrer o que per-
mite um volume já considerável de obra,
e em Israel também deixámos a nossa
marca em algumas obras de referência, o
que não deixa de ser um dado relevante
a assinalar. Foram intervenções ao nível
da indústria pesada na área do papel. Mas
sempre operações feitas em parceria com
empresas portuguesas nossas clientes, o
que é sempre mais seguro», revela Aní-
bal Cristina, que a propósito adiantou um
dado curioso. «Estes clientes levam-nos
atrás deles, porque gostam de nós, apos-
tam em nós, e isso tem facilitado de certo
modo a nossa vida em termos de interna-
cionalização».
marrocos um novo mercadoFalando em internacionalização, o Grupo
Aníbal Cristina está em Espanha, Fran-
ça, Israel, Moçambique, já teve algumas
intervenções na Suécia, e agora, segundo
o presidente do Grupo Aníbal Cristina a
grande prioridade é consolidar os merca-
dos de França e Moçambique e manter os
outros. «Por outro lado, temos vindo a es-
tudar o mercado de Marrocos. Temos ali
um projeto de uma fábrica de papel para
ser contruído de raíz, é um projeto desen-
volvido por nós.
Já estamos numa fase final de contratos,
e vamos esperar para ver no que isto vai
dar. É um projeto orçado em 15 milhões
de euros. Mas Marrocos parece-nos ser
um mercado com potencialidades e estou
certo que iremos para lá brevemente», sa-
lientou.
Ostentando já a certificação no âmbito da
Qualidade – a ISO 9001:2000, e estando
a decorrer a obtenção da norma ambien-
tal ISO 14000, o Grupo Anibel Cristina dá
emprego neste momento a cerca de 500
pessoas, 110 das quais trabalhadores dire-
tos, o que faz desta empresa uma das boas
empregadoras do concelho de Leiria.
Recursos humanos de excelênciaAníbal Cristina não esconde o seu orgu-
lho por ter sido o fundador deste grupo
empresarial, e quando se aborda a ques-
tão social, ele esboça um sorriso e diz:
«Olhando para o percurso do Grupo, só
temos de nos orgulhar. Soubémos ao lon-
go dos tempos formar uma equipa coesa,
muito profissional e competente, que tem
Ampliação da Unidade fabril em Skoghall, Karlstad - Suécia
DR
![Page 24: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/24.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 4746 › País €conómico | Março 2013
› emPResaRiaDo
sabido corresponder da malhor maneira à
exigência dos desafios que temos tido pela
frente.
Por isso eu digo que os nossos recursos
humanos são a nossa melhor riqueza, e
eles são responsáveis pelo sucesso que o
Grupo Aníbal Cristina tem tido não só em
Portugal como no estrangeiro», sobres-
saíu este empresário de 50 anos, nascido
em Caranguejeira.
Muito embora Aníbal Cristina se referira
ao mercado externo com um laivo de es-
perança e com muito fervor, isto poderá
significar que o mercado nacional neste
momento está posto de parte?
O presidente do Grupo Aníbal Cristina ou-
vir a pergunta, fez uma breve pausa, e rea-
giu. «É evidente que não quero esquecer
o mercado português, até porque temos
aqui pessoal a trabalhar connosco que não
podemos levar para o estrangeiro. Por ou-
tro lado não podemos esquecer também
que Portugal significa neste momento 20
por cento da nossa faturação. Há também
a esperança que temos de que a Reabili-
tação Urbana possa vir a ser em breve a
tábua de salvação de um setor que está
ferido e pode vir a reanimar um pouco
com este modelo de intervenção. Da nos-
sa parte estamos habilitados a fazer face
às exigências deste nicho de mercado, até
porque temos uma vastíssima experiência
nesta área. Ainda há bem pouco tempo
terminámos trabalhos de reabilitação
em 3 escolas, e estamos preparados para
o que for necessário», sublinhou Aníbal
Cristina.
30 milhões de faturação em 2012Assumindo-se como uma empresa ino-
vadora em todas as áreas onde atua, o
Grupo Aníbal Cristina que em 2012 teve
um volume de faturação de 21 milhões
de euros, tem em curso neste momento
em Portugal duas obras emblemáticas: o
Centro Equestre de Alfazeirão, a Moliz em
Alpiarça e outras obras de menor expres-
são, o que perfaz uma carteira de obras à
volta dos 30 milhões de euros.
Depois de ter ganho o concurso interna-
cional para a construção em Nampula da
delegação do Banco de Moçambique, obra
orçada em 13 milhões de euros, Aníbal
Cristina não esconde que Moçambique
conjuntamente com França são dois mer-
cados onde o grupo deposita fundadas
esperanças de crescimento, estando deci-
dido em continuar a apostar fortemente
nestas duas frentes.
«Temos encontrado da parte das autorida-
des moçambicanas uma grande simpatia
e um grande espírito de colaboração, e
quando assim acontece as perspetivas de
futuro são boas. Como somos uma empre-
sa com fortíssimo know how, esperamos
ter a oportunidade de poder participar
no desenvolvimento deste país da África
Austral, e ao mesmo tempo conseguir em
Moçambique a sustentabilidade que sem-
pre desejamos para o Grupo Aníbal Cristi-
na», concluiu o nosso entrevistado. ‹
Visabeira Turismo abriu sexto hotel em Moçambique
Girassol songo fica próximo de cahora Bassa
A Visabeira Turismo, empresa turística do Grupo
Visabeira, abriu em Novembro passado a sua sexta
unidade hoteleira em Moçambique, o Girassol
Songo, unidade que fica próxima da barragem de
Cahora Bassa. A abertura do hotel foi prestigiada
pelo presidente moçambicano Armando Guebuza,
cerimónia onde também estiveram presentes
outras autoridades institucionais moçambicanas e
o presidente e vice-presidente do Grupo Visabeira,
respetivamente, Fernando Nunes e Paulo Varela.TexTo › JORGE ALEGRIA | FoToGRaFia › CEDIDAS PELA VISABEIRA TURISMO
a cadeia Girassol Hotéis viu o seu
portfólio alargado com a abertu-
ra do Girassol Songo, um moder-
no hotel localizado naquela vila, próxima
da emblemática barragem de Cahora Bas-
sa.
O Girassol Songo dispõe de sete quartos
standard, quatro suites T1 e uma suite T2
master, todos equipados com ar condicio-
nado, minibar, cofre, tv por satélite, wc
privativo e telefone direto.
O hotel possui também duas salas de con-
ferência, uma sala multiusos, restaurante
com esplanada, lobby bar, piscina com bar
associado, room service, lavandaria, trans-
feres do e para o aeroporto, e internet wi-
reless em todo o espaço.
O Girassol Songo foi recentemente visita-
do por uma comitiva liderada pelo presi-
dente moçambicano Armando Guebuza,
que se fez acompanhar do ministro da
Energia, Salvador Namburete, o Presiden-
te da Hidroelétrica de Cahora Bassa, Paulo
Muxanga, e o Governador da Província de
Tete, Ratxide Akyamungo Gogo.
Esta sexta unidade hoteleira da cadeia
Girassol Hotéis complementa a oferta
existente em Maputo, com dois hotéis, em
Lichinga, em Nampula, e no Parque Na-
cional da Gonrongosa. De referir, segundo
apurou a País €conómico os proje-
tos da Visabeira Turismo em Moçambi-
que não ficarão por aqui, estando previsto
um próximo investimento em Tete com a
construção de um hotel com 125 quartos.
Vocacionado para o turismo de negócios,
a unidade terá restaurante, ginásio, cabe-
leireiro e Spa, num investimento que ron-
dará os 15 milhões de euros. ‹
Presidente de Moçambique, Armando Guebuza
África › lusoFonia
Ampliação da Unidade fabril em Skoghall, Karlstad - Suécia DR
![Page 25: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/25.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 4948 › País €conómico | Março 2013
› aGRiculTuRa
Sofia Freitas, Coordenadora da AGIM, muito otimista
«o mirtilo já é um fator de valorização da economia de sever do Vouga»
A coordenadora da AGIM está otimista com o sucesso da produção de mirtilo que
hoje já é um fator de valorização e dinamização da economia de Sever do Vouga.
Em entrevista que concedeu à País €conómico, Sofia Freitas adiantou dados
importantes e curiosos que revelam o êxito e afirmação deste recurso endógeno. «A área
de intervenção da AGIM vai de Vila Real a Sesimbra, e neste momento a nível nacional
estão a ser plantados mais de mil hectares de culturas de mirtilo. É um crescimento
mais do que exponencial», refere Sofia Freitas que avançaria com outro elemento
muito clarividente. «Num hectare de cultura de mirtilo conseguimos retirar, em “ano de
cruzeiro”, uma rentabilidade muito próxima dos 20 mil euros líquidos. É uma atividade
que está a ajudar a combater o desemprego e que beneficia de um sistema de incentivos
que financia os projetos a 100 por cento, a fundo perdido».TexTo › VALDEMAR BONACHO | FoToGRaFia › RUI ROCHA REIS
a AGIM – Associação para a Ges-
tão, Inovação e Modernização
do Centro Urbano de Sever do
Vouga foi criada em Novembro de 2006
no âmbito do programa URBOCOM, e
tem como pilares estratégicos fundamen-
tais a valorização dos recursos endóge-
nos, a dinamização do comércio local, o
estímulo ao investimento e ao empreen-
dedorismo, e a cooperação com a câmara
municipal de Sever do Vouga.
Em entrevista que concedeu à País €conómico. Sofia Freitas, coordena-
dora da ADIM recordou que quando o
URBOCOM foi criado o seu objetivo era
promover e dinamizar o centro urbano
de Sever do Vouga, e que essa promoção
e valorização teriam de ter um determina-
do posicionamento, «uma visão que fosse
uma marca de Sever do Vouga para os
visitantes, consumidores e associados da
AGIM».
Prosseguindo o seu esclarecimento, Sofia
Freitas disse que nessa altura a ideia mais
forte e consistente que surgiu como ânco-
ra encorajadora dessa promoção para Se-
ver do Vouga foi o mirtilo, fruto silvestre
com sabor distinto, vastamente conhecido
pelas suas propriedades medicinais. É
um poderoso antioxidante e é conhecido
por muitos como o «fruto da juventude».
Segundo Sofia Freitas, «o mirtilo já exis-
tia em Sever do Vouga desde 1994 e até
então nunca tinha sido explorado pelas
entidades locais em termos de produção e
sua valorização como um recurso que está
e pode vir a valorizar muito mais a eco-
nomia local e até a vertente do turismo»,
sublinhou, para sublinhar logo de seguida
que em 2006 quando a AGIM foi funda-
da, esta tinha no seu Plano Estratégico a
valorização do mirtilo enquanto produto
endógeno. «Isto sem nos esquecermos ou-
tros pequenos frutos, outras bagas como
a framboesa, a groselha, a amora, que fa-
zem parte da classe dos frutos vermelhos,
e que também – à semelhança do que já
acontece com o mirtilo – são recursos na-
turais que podem ajudar a desenvolver a
economia local. Sofia Freitas aproveitaria
ainda para lembrar que Sever do Vouga
tem uma grande tradição na produção de
laranja e outros citrinos, e na produção
de mel de excelente qualidade que tam-
bém proporciona uma ajuda importante
à dinamização da economia de Sever do
Vouga.
mil hectares de mirtilo plantados no paísDiz a coordenadora da AGIM que dia-
riamente são recebidos nesta associação
dois ou três contactos de pessoas de todo
o país «interessadas nos nossos serviços,
e isso anima-nos de certa maneira». Sofia
Freitas aproveita o ensejo para esclarecer
que a AGIM, à exceção do Algarve, já tem
hoje uma abrangência nacional, indo de
Vila Real a Sesimbra. «Tudo na área dos
pequenos frutos, 90 por cento de mirtilo.
Neste momento a nível nacional estão a
ser plantados mais de 1000 hectares de
culturas de mirtilo. É um crescimento
mais do que exponencial. Só para se ter
uma ideia, até 2006/2007, existiam duas
regiões do país que produziam mirtilo:
Sever do Vouga e Grândola. Hoje, graças
à ação da AGIM, todas as regiões do país
![Page 26: Revista País Economico](https://reader034.vdocuments.mx/reader034/viewer/2022042616/568c34651a28ab0235904869/html5/thumbnails/26.jpg)
Março 2013 | País €conómico › 5150 › País €conómico | Março 2013
› aGRiculTuRa
têm novos produtores, que são jovens
agricultores que estão a apostar na agri-
cultura e que vêm nesta atividade uma
oportunidade de vida. A área dos peque-
nos frutos têm uma grande potencial e
têm merecido atenções muito especiais,
porque são frutos que constituem mais-
-valias, que conseguem ser rentáveis em
pequenas áreas. Por exemplo, num hec-
tare de cultura conseguimos retirar em
“ano cruzeiro” uma rentabilidade muito
próxima dos 20 mil euros líquidos, ou
seja, estamos a falar de um complemen-
to muito importante e muito interessante
para a atividade que as pessoas já possam
ter, ou então no caso de quem estiver de-
sempregado, esta é uma boa alternativa de
combater o desemprego. Tudo isto conju-
gado com o facto de existir um sistema de
incentivos que financia os projetos quase
100% a fundo perdido», sublinhou Sofia
Freitas, coordenadora da AGIM.
onde a aGim pode apoiarPara destacar este entusiasmo à volta da
plantação de mirtilo a nossa entrevistada
recorreu a um novo dado. «Só no conce-
lho de Sever do Vouga temos cerca de 30
explorações instaladas, com projetos apro-
vados no âmbito do PRODER, e o apoio da
AGIM distribui-se pelo investimento na
agricultura, apoio técnico agrícola, apoio
à gestão de empresas agrícolas, serviços
de substituição e formação agrícola. Nós
fazemos o acompanhamento dos produto-
res desde o início».
Como é que a AGIM encaminha o jovem
agricultor em todo este processo? Sofia
Freitas ajuda a esclarecer. «Marcamos
uma reunião, explicamos tudo o que é
necessário, quais são os instrumentos que
esses agricultores têm à disposição para
ajudar a financiar o investimento. Esse in-
vestimento está sujeito a uma candidatura
no âmbito do PRODER, e normalmente é
aprovada», sublinha Sofia Freitas, adian-
tando que a média de investimento por
hectare ronda os 40/50 mil euros. «Os in-
vestimentos até os 75 mil euros em zonas
desfavorecidas, são financiados 100 por
cento a fundo perdido. Ou seja, esta é uma
conjugação de fatores muito interessante
que justifica este entusiasmo colossal que
tem existido em redor desta matéria», so-
bressaiu a coordenadora da AGIM.
mirtilo tem mercado externo garantidoSofia Freitas salienta que estão garantidos
mercados para escoar o mirtilo e outros
pequenos frutos. «Este é um produto
orientado para a exportação, não é para o
consumo nacional. O consumo nacional
representa neste momento 10 a 15 por
cento do que se produz. Os grandes con-
sumidores são a França, Holanda, Bélgi-
ca, Alemanha, Finlândia, Polónia, Rússia,
países grandes consumidores de bagas e,
neste momento, os principais mercados
externos para o mirtilo, um fruto conhe-
cido como rei dos oxidantes».
Neste momento a AGIM representa 150
produtores de mirtilo em todo o país, 30
dos quais no concelho de Sever do Vouga,
e a média relativamente ao financiamen-
to andará à volta dos 50/60 mil euros por
produtor.
Feira do mirtilo de 20 a 23 de JunhoSofia Freitas lembra que o problema do
escoamento e da comercializa do mirtilo
neste momento não se coloca, «isto por-
que estamos a falar de um fruto que tem
uma janela de oportunidades muito inte-
ressante. Nós produzimos fora de época,
fora da época de produção dos restantes
países da União Europeia, ou seja, quan-
do estamos a produzir o resto da Europa
não está, e isso garante-nos o escoamento
do produto porque chegamos primeiro aos
mercados. Essa janela de oportunidades é
uma vantagem muito grande para o pro-
dutor. No Norte de Portugal a produção
acontece em fins de Maio e consegue-se
ir até Agosto e Setembro, já no Sul ela co-
meça mais cedo», recorda a coordenadora
da AGIM, que aproveitaria para dizer que
a razão da existência desta associação tem
muito a ver com tudo isto, com a dinâmica
da economia local. «Com a organização da
Feira do Mirtilo que vai decorrer de 20 a 23
de Junho em Sever do Vouga, esta região
passa a ter uma grande projeção nacional,
e a prova disso é que na edição de 2012 Se-
ver do Vouga foi visitada por mais de 45
mil visitantes», revelou Sofia Freitas, para
adiantar ainda a propósito do evento do
ano passado que só em quatro dias foram
comercializadas 11 toneladas de mirtilo.
Tamanho é o interesse por este fruto, que
em Sever do Vouga já se pensa na criação
de indústrias transformadoras de mirtilo.
«Já estamos a trabalhar nisso. Esse é um
dos projetos que nós temos em parceria
com a Universidade Católica do Porto,
com a Frulact e o projeto Myrtillus, que
comercializa o mirtilo e plantas. Estão-se
a fazer testes com transformação de mir-
tilo, testes que segundo informação que
disponho estão a decorrer muito positiva-
mente, e há já neste momento produtores
a investir na transformação: licores, com-
potas, chás, sabonetes, e já são alguns os
empresários que manifestaram o seu inte-
resse em se dedicarem a este negócio. Não
só no concelho de Sever do Vouga como
fora dele», concluiria com um entusiasmo
indisfarçável Sofia Freitas, coordenadora
da AGIM, que há muito pouco tempo se
instalou no Vougapark, em instalações
modernas e operacionais, iniciativa que
se deveu à Câmara Municipal de Sever do
Vouga. ‹
assunção cristas em moçambiqueA ministra da Agricultura, Assunção Cristas, participará no
Fórum Agro Alimentar Moçambique – Investimento e Opor-
tunidades de Negócio/Mostra de Produtos e Tecnologias, que
se realizará nos dias 5 e 6 de Março. Este Fórum enquadra-se
na Quinzena Empresarial Moçambique Portugal, que se ini-
ciou no passado dia 25 de Fevereiro e que se prolongará até ao
dia 7 de Março, que levou à capital moçambicana um conjun-
to de 150 empresas portuguesas e que constitui uma iniciati-
va da AIP – Feiras, Congressos e Eventos, e na qual conta com
a colaboração da Câmara de Comércio Moçambique-Portugal.
Contando este ano com um formato inédito, a Grande Quin-
zena Empresarial Moçambique Portugal conta com a reali-
zação simultânea da primeira edição da Intercasa Concept
Moçambique e da segunda edição da Tektónica Moçambique,
que se realizam de 28 de Fevereiro a 3 de Março, no Centro In-
ternacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo.
À margem das feiras em Maputo, muitos dos empresários
portugueses presentes deslocar-se-ão depois em visitas e en-
contros empresariais em Nampula (Província de Nacala) e
Beira e Maputo/Matola. De sublinhar que a economia moçam-
bicana regista uma forte dinâmica e poderá ser um das econo-
mias mundiais com maior ritmo de crescimento em 2015. ‹
DR
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Março 2013 | País €conómico › 5352 › País €conómico | Março 2013
Peter Knight, Administrador da Camposol
«este é um projecto de Paixão»
Peter Knight é um cidadão britânico radicado em Vila Nova de Milfontes há trinta anos,
que um dia veio a Portugal por um ano para realizar ensaios de alface de inverno, isto
em 1983, e que acabou por cá ficar após ter constituído com um outro sócio, também
de nacionalidade inglesa, a Camposol, uma empresa que se especializou na produção de
hortícolas e que também é a melhor empresa de produção de relva natural certificada
da Península Ibérica. Em entrevista à País €conómico, Peter Knight não esconde
a sua paixão pela região que escolheu em Portugal e onde quer continuar a trabalhar
na evolução do seu projecto, contribuindo de certa maneira para o engrandecimento da
região e do país que tão bem o acolheu.
TexTo › VALDEMAR BONACHO | FoToGRaFia › RUI ROCHA REIS
Poderá dizer-se que Peter Knight é o ho-
mem certo no lugar certo. Apaixonado
pela natureza veio a Portugal ao serviço
do país de Sua Majestade para realizar
ensaios de alfaces de inverno e fixou-se
em Vila Nova de Milfontes, uma terra que
pelo seu encanto natural acabaria por o
prender até hoje.
A chegada de Peter Knight a Vila Nova
de Milfontes deu-se em 1983, e talvez por
ser um homem cuja formação académi-
ca tem muito a ver com a terra: é foma-
do em Agronomia e tem um mestrado
em Economia, foi fácil a sua opção pelo
projecto Camposol ligado à horticultura
e à produção de relva natural certificada,
sendo hoje, nesta última vertente, o maior
produtor ibérico de relva natural certifi-
cada. A Camposol é fruto de uma aliança
que fez com outro cidadão britânico (seu
sócio), e a sua constituição data de 1992,
precisamente nove anos depois de ter che-
gado a Portugal.
Peter Knight não tem dificuldade em jus-
tificar a escolha de Vila Nova de Milfontes
para o arranque da Camposol. «Fizémos
esta opção, porque este é um local com
uma beleza natural rara, com um clima
fantástico, muito abundante em água
proveniente da barragem de Santa Clara
situada aqui próximo, e também porque
é um local muito abundante em areia,
matéria muito importante para trabalhár-
mos no inverno. Tudo isto são vantagens
numa actividade como a nossa», conside-
rou o administrador da Camposol.
625 ha para produzirem qualidadeNesta propriedade com 625 ha são produ-
zidos diariamente um número considerá-
vel de produtos hortícolas, com destaque
para os espinafres, rabanetes, abóboras,
nabos e cenouras , mas segundo nos confi-
denciou Peter Knight os últimos três anos
da vida da Composol têm sido difíceis,
consequência da crise que se instalou no
país. «Há uns anos atrás, antes de a cri-
se ter começado, valorizava-se muito os
produtos que eram frescos e que tinham
qualidade, mas hoje o que conta é o preço
dos produtos.
Nós aqui na Camposol não prescindimos
de produzir qualidade (ela é a nossa mar-
ca e a nossa maneira de estar no mercado)
e de certo modo tivémos de encontrar a
forma de produzirmos com qualidade a
preços competitivos. Tivémo-nos de adap-
tar à crise sem ignorar a qualidade», dei-
xou claro Peter Knight.
No entender de Peter Knight, a Camposol
não quer competir só com o preço. «So-
mos nós que temos de saber marcar a di-
ferença com produtos diferentes e de ele-
vada qualidade. Para além de espinafres e
vários tipos de nabos, a Camposol produz
cenouras em molhos destinadas a merca-
dos como Portugal, Espanha, França, In-
glaterra e Dinamarca, e produz também
cenouras com rama que se destinam es-
pecialmente aos mercados de França, Ale-
manha e Inglaterra. Produzimos também
cerca de duas mil toneladas de abóbora,
exportamos salsa de raíz para a República
Checa, e bolbos de cebolas para o merca-
do espanhol. Tudo produtos de excelência
que fazem a diferença», sublinha Peter
Knight.
Perguntámos a Peter Knight se a Repúbli-
ca Checa se apresentava como um bom
mercado para a Camposol, e a resposta
não se fez esperar. «Todos esses mercados
são bons, seja ele a República Checa, a Po-
lónia, a Bulgária, a Eslováquia. São merca-
dos onde se faz sentir o poder de compra
da classe média, e que nos interessam
muito», salientou o Administrador da
Camposol.
novos produtos em ensaio com mercados garantidosA Camposol que ao longo da sua vida tem
feito investimentos avultados visando
tornar-se uma empresa moderna e cada
vez mais competitiva, está sobremaneira
atenta à diversificação. No entender de
Peter Knight, devido à excelente qualida-
de do clima que desfrutam, «aqui é pos-
sível cultivar quase tudo e durante quase
todo o ano». E adiantou alguns exemplos
daquilo que poderá vir a ser feito muito
em breve pela Camposol. «Nós este ano
temos feito ensaios para ervilha fresca
com o objectivo de conquistármos o mer-
cado finlandês e dinamarquês. Na Finlân-
dia e na Dinamarca as pessoas comem
ervilhas frescas como fossem rebuçados.
E também decorrem ensaios para fazer-
› aGRiculTuRa
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Março 2013 | País €conómico › 5554 › País €conómico | Março 2013
mos milho doce, um produto que aqui se
consome muito pouco, mas há mercados
que compram muito este produto. Nós na
Camposol criamos o produto consoante a
procura dos mercados, procedimento que
facilita muito o escoamento destes produ-
tos», precisou Peter Knight.
Para Peter Knight o mercado nacional é
sempre importante para a Camposol, re-
presentando neste momento cerca de 20
por cento da sua produção. «A produção
de relva natural certificada já teve tempos
melhores, e hoje os produtos hortícolas
significam quase 70 por cento da factura-
ção da Camposol, isto se levarmos em con-
ta os produtos hortícolas que exportamos,
que são muitos».
Relva natural para os melhores estádios da europaA introdução da relva natural no core
business da Camposol ficou a dever-se à
ideia do sócio de Peter Knight, que em
Inglaterra já se dedicava a este produto.
E há 7 ou 8 anos atrás a Camposol viveu
tempos áureos neste segmento de mer-
cado, tendo-se destacado por produzir e
fornecer relva natural certificada a alguns
clubes desportivos de grande dimensão
na Europa. «Ainda ontem colocámos o
tapete de relva natural certificada no Es-
tádio do Málaga, e daqui a uns dias vamos
fazer um trabalho idêntico no Estádio do
Granada.
Mas antes disso a Camposol já inscreveu
a sua marca em obras semelhantes nos es-
tádios do Real Madrid, Barcelona, Milan,
Mónaco, Lyon, e em Portugal os estádios
do Sporting, Benfica e Porto também le-
varam as nossa relva. São obras que nos
orgulham muito e que são um testemu-
nho da capacidade do nosso trabalho»,
sublinhou Peter Knight que, entretanto,
reconhece que este negócio está hoje um
pouco parado em Portugal, até pelas difi-
culdades financeiras com que os clubes
desportivos se debatem neste momento.
«Mas melhores tempos virão», desejou o
nosso entrevistado.
Segundo Peter Knight, em Portugal existe
alguma concorrência no sector da produ-
ção de relva natural, mas mesmo assim a
Camposol está incluída no ranking das
três melhores produtoras.
Para uma empresa como a Camposol, a
formação surge como um elemento im-
portantíssimo, até porque cada vez mais
é díficil encontrar pessoas que queiram e
se adaptem aos requisitos de uma activi-
dade específica como esta. «Essa dificul-
dade levou-nos a integrar no nosso grupo
de trabalho um grupo de trabalhadores
tailandeses, pessoas que se adaptaram
facilmente ao nosso modelo de trabalho
e que merecem da nossa parte todo o res-
peito», concluiu Peter Knight, que deseja
ver a Camposol cada vez mais forte e com-
petitiva, levando aos diversos mercados o
melhor que a terra produz. ‹
› aGRiculTuRa
DR
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Março 2013 | País €conómico › 5756 › País €conómico | Março 2013
› economia iBÉRica
eDiToRialSão já habituais as notícias de empresas portuguesas que trabalham com
sucesso nos países com ligações históricas e culturais com Portugal, nomea-
damente Brasil e Palops. Porém, é menos frequente ouvir falar de empresas
ou de investimentos portugueses no mercado hispanoamericano, sendo que,
no momento atual, muitos deles estão a viver uma autêntica década de ouro.
Na Antonio Viñal & Co. Abogados, achamos que esta oportunidade é para
aproveitar. Por tal motivo, desde a nossa secção de Economia Ibérica quere-
mos contribuir a informar os empresários portugueses do potencial existente
nos países americanos de fala espanhola. Neste número mantivemos uma
entrevista com o Exmo Sr. Embaixador do Equador em Portugal, Dr. Diego
Aulestia Valencia, que nos oferece uma ampla visão sobre a economia do seu
país e as oportunidades de investimento para Portugal.
Como é habitual, qualquer comentário ou sugestão são bem-vindos em lis-
[email protected] e [email protected]
enTReVisTa ao emBaixaDoR Do eQuaDoR em PoRTuGal, DieGo aulesTia ValenciaQuais as áreas de investimento mais importantes?Considero que na atualidade as áreas da economia equatoriana
de maior desenvolvimento e que oferecem maiores oportunida-
des de participação para empresas estrangeiras são: indústria, e
serviços petrolíferos; turismo; infra-estrutura (habitação social,
rodovias, obras de control de inundações e grandes projetos ur-
banos, particularmente o metro de Quito de próxima licitação);
energias renováveis (especialmente a energia eólica, biomassa e
centrais hidroelétricas).
Para citar apenas un par de cifras, nos oito projetos hidroelétricos,
o país investiu 5 mil milhões de dólares. Para o metro de Quito,
que na realidade é um sistema integrado de transporte, existe um
orçamento de aproximadamente 1.500 milhões de dólares, o qual
será financiado, nomeadamente, pelo Banco Europeu de Investi-
mentos.
No futuro próximo está prevista a exploração responsável de ri-
cas jazidas minerais, o que abrirá ainda maiores possibilidades
de negócios.
Que apoios pode encontrar o investidor português no Equador?A melhor carta de apresentação do Equador é a sua sólida econo-
mia resultante, em grande medida, da gestão responsável e técni-
co das finanças públicas.
Igualmente, o Governo Nacional oferece um marco jurídico ro-
busto, que dá confiança suficiente ao empresário e investidor es-
trangeiros. Em Dezembro de 2010 foi ditada a Lei de Fomento à
Produção que estabelece atrativos e importantes benefícios tribu-
tários para o novo investimento e para a substitução seletiva de
importações.
Existem também instituições especializadas na atração de investi-
mentos e impulso à produção. Inclusive os projetos podem aceder
a financiamento local, provisto por bancos públicos especializados.
Finalmente, através da Embaixada em Lisboa é possível estrutu-
rar agendas de visitas no Equador para empresários e investido-
res interessados no país.
Qual é a presença portuguesa no Equador?A comunidade portuguesa no Equador é muito pequena e, da in-
formação que possui a Embaixada, está principalmente dedicada
a atividades de pesca. É preciso lembrar que o meu país possui
ricos recursos ictiológicos, além de importantes investimentos na
aquicultura, nomeadamente as relativas ao cultivo do camarão.
Uma das minhas principais tarefas na Embaixada, é a de lograr
que a presença portuguesa no Equador aumente de forma expo-
nencial. Nesta altura existem as melhores oportunidades para que
empresas portuguesas vão para o Equador. Como já referi, exsite
um amplo leque de possibilidades em que a presença portuguesa
é bem-vinda.
Que questões devem ter em conta os empresários portugue-ses na altura de considerar um investimento no Equador?Acho não estar enganado se afirmar que o meu país vive o seu
melhor momento na história recente. O Equador tem uma econo-
mia em plena expansão (com taxas de crescimiento -em promé-
dio- de 4.3%, nos últimos cinco anos).
Merece ser salientado que o Equador tem a maior taxa de inves-
timento relativamente ao PIB entre os países da América Latina.
Ainda existe uma notável expansão do consumo e da redução da
pobreza, todo o qual contribui à coesão social e cria positivas con-
dições de futuro.
Por outro lado, o Equador assinou acordos comerciais com os paí-
ses da América Latina, tendo um acesso privilegiado ao importan-
te mercado venezuelano.
Trata-se de un país com grandes perspetivas e as melhores opor-
tunidades para empresários que procuram novos mercados, em
processo de expansão. Finalmente, desde o año 2000, o dólar nor-
teamericano é usado como a moeda no Equador, o qual oferece
condições de certeza para o desenvolvimento dos negócios.
Quais são as perspetivas da economia equatoriana para os próximos anos?As perspetivas no curto e médio prazo são muito favoráveis. Des-
de uma ótica de curto prazo, poderia mencionar, por exemplo,
que no ano 2013, conforme as previsões da Comissão Económica
para América Latina (CEPAL), o Equador crescerá 3.5%. Este in-
cremento será impulsionado pela procura interna, a dinâmica do
investimento e o crescimento sustentado do consumo dos lares.
Agora, o melhor virá no médio prazo, entendido como tal um
par de anos. Vejo um desenvolvimento inteligente do meu país
graças à abertura ao investimento responsável, num contexto en
que todas as partes ganhem. Investimento responsável é aquele
que mantém a ética com os trabalhadores, os consumidores, o
ambiente e com o Estado através do cumprimento das obrigações
tributárias.
Os passos dados pelo Governo Nacional, por exemplo, no que
diz respeito às melhoras institucionais, ao sistema de justiça, o
investimento em infra-estrutura e no talento humano e com o
pagamento da dívida social, teve como resultado o avanço do se-
tor produtivo.
Por citar um exemplo, nos últimos anos os setores manufaturei-
ros, de construção e serviços cresceram entre 6 e 7%. Todo isso fa-
voreceu a melhora do poder adquisitivo da gente e a consolidação
de uma sociedade mais equitativa, mais coesa e com excelentes
perspetivas futuras. ‹
inVesTimenTo no eQuaDoR1
1 A presente informação não constitui assessoramento legal. Aconselha-se obter assessoramento local.
Tipos de sociedades
Sobre o valor da transferência ou importação de bens móveis 12%
Sobre a prestação de serviços 12%
Sobre as exportações de bens e serviços 0% (nos termos da Lei Tributária)
Produtos básicos, saúde, importações diplomáticas, donações, admissão temporária e serviços básicos 0% (nos termos da Lei Tributária)
Tipo de sociedade nº mínimo de socios capital social mínimo
Compañía de Responsabilidad Limitada (equivalente à sociedade por quotas)
3 Fixado pela Superintendencia de Compañías - $ 400
Sociedad Anónima (equivalente à sociedade anónima)
1 Fixado pela Superintendencia de Compañías - $ 800
Taxa Geral 25%
Taxa por reinvestimento 15%
impuesto a la Renta a empresas – equivalente ao iRc
iVa
Para mais informação, podem visitar o blog “Inversor Ibérico” em www.inversoriberico.blogspot.com
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Março 2013 | País €conómico › 5958 › País €conómico | Março 2013
› a FechaR
Quinta do Pôpa apresenta novos programas de enoturismo
“Douro a Dois”O produtor de vinhos duriense Quinta do Pôpa
cuja propriedade se situa em Adorigo, no con-
celho de Tabuaço, no Alto Douro Vinhateiro,
e constitui uma “janela” privilegiada sobre o
rio Douro, apresenta na Bolsa de Turismo de
Lisboa um conjunto de novos programas de
enotutismo em 2013. Em destaque estará o
programa “Douro a Dois”, que contempla visita
e prova de vinhos na Quinta do Pôpa (apresen-
tação da história, gentes e vinhos do produtor
duriense, visita á adega, aos lagares, à sala de
cascos, à garrafeira e à sala de provas, seguida
de prova de um branco, dois tintos e o inovador
“Pôpa Vinho Doce tinto”), jantar e alojamento
no Hotel Folgosa. Este programa estará dispo-
nível a partir do próximo dia 1 de Abril. De re-
ferir que este projeto familiar é liderado pelos
irmãos Stéphane e Vanessa Ferreira, enquanto
a componente enológica é liderada por Luís
Pato. ‹
TaP aposta nos vinhos portuguesesA TAP está a construir uma nova carta
de vinhos para a classe executiva com
base numa experiência inovadora,
que consistiu numa prova de vinhos
realizada em terra e seguidamente a
bordo de um avião. De acordo com os
estudos efetuados sobre o ambiente
em cabine de avião, a altitude tem
influência no modo como são perce-
bidas as refeições.
A companhia aérea portuguesa pre-
tende deste modo continuar a cons-
tituir uma montra para os vinhos
nacionais.
No ano passado, a companhia serviu
a bordo 700 mil garrafas de vinho e
vendeu, através das Lojas Francas,
800 mil garrafas. No total, o Grupo
TAP comprou 1,5 milhões de garrafas
de vinhos nacionais. ‹
altran investe no FundãoA cidade do Fundão vai receber o centro de serviços “nearshore” da multinacional Altran,
destinado a projetos de Sistemas de Informação e Telecomunicações. O projeto vai envol-
ver a contratação de 120 pessoas, a serem recrutados entre 2013 e 2015, dos quais 40 a
60 serão já contratados no presente ano. Segundo a Altran, a região do Fundão e as áreas
circundantes apresentam “condições ótimas para o desenvolvimento de projetos tecno-
lógicos”, particularmente “a proximidade de universidades de referência e a estratégia de
integração da comunidade e da autarquia do Fundão”. A Altran entrou no mercado por-
tuguês em 1998, tendo atualmente 400 colaboradores. O Grupo reportou no ano passado
um volume de negócios de 1.456 milhões de euros. ‹
Psa mangualde cria 300 postos de trabalhoA PSA Mangualde anunciou em comunicado a criação de um terceiro turno com 300
novos postos de trabalho diretos, já a partir de Abril do presente ano, situação que segun-
do o construtor francês se manterá “no mínimo até ao fim do corrente ano, de forma a
responder à previsão das encomendas”. A decisão foi tomada com base nas perspetivas
de evolução do mercado dos modelos fabricados em Mangualde, o Citroen Berlingo e o
Peugeot Partner, modelos que são líderes de mercado em toda a Europa no seu segmento.
Com a criação destes 300 novos postos de trabalho diretos, a empresa passa a empregar
1150 colaboradores e a ter como referência uma produção de 285 veículos por dia. Em
2013 a empresa deverá produzir em Mangualde cerca de 60 mil viaturas, um aumento de
36% face a 2012, quando a produção se ficou pelas 43.940 unidades. ‹
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