revista nua&crua
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projeto realizado em 2011, na disciplina de planejamento gráfico, da faculdade de comunicação da universidade de brasíliaTRANSCRIPT
NUA CRUA
A V I D A D E U M A G U E I S H A M O D E R N A
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projeto gráfico
LUÍSA MALHEIROS
fotografia
LUÍSA MALHEIROSJOÃO FELIPE VELOSO
MARINA BEZZI
textos
CARLA RIBEIRO
produção
JOÃO FELIPE VELOSOMARCOS XSOTA
DANIEL AKIRACARLA RIBEIRO
BERNARDO PICADOLUÍSA MALHEIROS
agradecimentos
À TODOS DA PRODUÇÃO
UnB | FAC | planejamento gráficoprofessora: Célia Matsunaga
/CONTEÚDOMC HARAM
O MENINO DA FLORESTA BRASIL COM EGITO
GUEISHA MODERNA MULHER BANANA
CANTO DO SEREIO
/EDITORIAL
A revista NUA&CRUA se dedica a entrevistar gente extraordinária que tem coisa interessante pra falar para o público leitor. São personagens criados a partir de estereótipos comuns e propõe um questionamento (com humor) dos modelos criados pelo homem e dos seus papéis prestados. A questão do gênero é constantemente abordada de forma subjetiva. A cultura de massa atual também tem sua vez, tendo elementos expostos em situações atípicas. Nenhum desses questionamentos é imposto diretamente ao leitor. Cabe à cada um ler e tirar o que achar pertinente, mas vale lembrar que há mensagem nas entrelinhas, não basta ler a entrevista e ponto final. O objetivo disso é fazer o leitor refletir com sua própria bagagem cultural armazenada a partir de situações fictícias e inusitadas.
Queremos virar tudo de cabeça pra baixo. Queremos a mentira NUA&CRUA.
N C // 7
MC HARAM, 33 ANOS, ORIGINáRIO DE RIADE, CAPITAL DA ARáBIA SAUDITA, Já ESTá NO BRASIL Há MAIS DE 6 ANOS TENTANDO A VIDA DE RAPPER NAS RUAS E NO DURO MERCADO FONOGRáFICO. OBCECADO POR SEU PRóPRIO óRGÃO REPRODUTOR, HARAM GARANTE FAZER UM ESFORÇO SOBRE-HUMANO PARA DEIXAR DE DAR TANTA IMPORTâNCIA PARA OS PRAZERES DA CARNE, APESAR DE ADMITIR QUE AINDA Há UM LONGO CAMINHO A SER TRILHADO. A HERANÇA DA FAMÍLIA MAGNATA, GARANTIU AO MÚSICO MUITOS AUTOMóVEIS E LANCHAS, DOS QUAIS ELE FALA COM MUITO ORGULHO, MAS A VERDADE, é QUE AINDA NÃO TIRA SEU SUSTENTO DO RAP COMO GOSTARIA. A RAZÃO? “Os BrAsilêrO nãO entende A MinhA rAiz, MAlhUCO”.
Mc Haram
\\ 8
NUA&CRUA: Oi, Haram. Como é seu
nome verdadeiro?
HARAM: Meu nome eu não falo, meu nome eu não falo mesmo. Vamo manter Haram e mudar o assunto. Te contar uma coisa, eu gosto mesmo é de torresmo.
N&C: Torresmo? Você conheceu essa
iguaria aqui no Brasil mesmo?
N&C: Conta pra gente um pouco mais dessa
sua origem, Haram.
N&C: Você começou mais tarde a tentar
uma carreira no mercado fonográfico.
Você não pensa em só fazer um Myspace,
quem sabe e tentar estourar na internet
primeiro como muitos fazem?
N&C: Gostei da determinação. Você
veio pra cá em busca de apoio ou a cultura do rap simplesmente não existe na Arábia?
N&C: E você já tem um “setlist” de
músicas? Como anda a produção de um CD
a ser lançado?
N&C: Muito obrigada! E o nome do CD?
Já tá encaminhado também? Quais são
suas referências?
H: Na Arábia não tem não, conheci no Brasil. Tu sabe o que mais tem lá, o que tem lá é fuzil.
H: Eu nasci em Riade, quem fez o parto foi um frade. Já não tem muita gente da minha família, muita gente morreu. Mas tenho meus pais, meus irmão, aqueles sim são do coração. Os avós e antepassados já foram e sabe o que eles deixaram? Lancha e carrão foi o que deixaram. Eu quero ganhar a vida do rap, é dele que quero ganhar pra comprar o pão. Os brasilêro não entende a minha raiz mas ainda tenho tempo pra conquistar esse povo, xô falar, terra de Rappin Hood não é mole não.
H: Qual é? Tá me tirano? Eu sei o que faço, eu sei que o quero. Se tu fica me tirando, vou pegar o meu martelo. Eu tenho um produtor por isso não preciso de Youtube e Myspace pra eu estourá, eu vou conseguir, meu dia vai chegá.
H: Na Arábia não tem espaço pra essa arte, o rap, beat box. Na real não tem nem Nike Shocks . Vim pro Brasil atrás de apoio da brodagi, e também de umas festa na laje. Tenho 33, não dá mais pra ficar mais nessa de chove e não molha, eu tinha que sair da minha bolha. Aqui tem muito espaço pra carne nova, tu vê que quem vem pra cá sempre inova.
H: Já tenho umas quatro: “O Pecado”, “Explosion”, “Dá uma olhada no pacote” e “Vamos fazer amor nesse teatro”. O CD tá sendo quase todo encaminhado, se tu quiser te dou um autografado.
H: O nome do CD não podia ser errado, “Em nome do pecado”. Minhas referência são esse nego tudo que mete porrada: Chris Brown, o cara têm bolas, a gostosa vacilou ele deu mãozada nas beiçolas. Rap Brasil, Racionais, meu lema é “Diário de um detento”. Claro, tô ligado, tô por dentro.
N&C: É notável a sua obsessão pela sua genitália, sempre
mostrando sua masculinidade, se
auto afirmando. Mas o que seriam suas
unhas feitas, pintadas de um rosa assertivo?
H: Isso aí tem uma explicação justo por esse meu carinho tão grande pela minha glande. Eu tenho feito diversos exercícios de auto controle pra me livrar dessa minha mania de sempre de as bolas apertar, dentre eles a meditação e também uma saída pra um retiro numa comunidade indiana de eunucos, coisa de doidão. Lá eles me ajudaram com muito pra encontrar esse controle, daí tive que pintar as unha feito um pau mole. Vou manter elas por um tempo, sempre que olho eu lembro daqueles doido tudo sem o membro.
N C // 9
Menino
da florestaNOSSA EQUIPE SAIU A CAMPO ATRáS DE ALGUéM QUE NOS SURPREENDESSE. EM MEIO A MUITO VERDE, DEPOIS DE MUITO CAMINHAR, ACHAMOS UM GAROTO, APENAS UM GAROTO QUE SE AUTO SUSTENTA NA FLORESTA. ELE DIZ SER UM ESTUDIOSO DO COMPORTAMENTO E DA NATUREZA, POR ISSO SE DESAPEGOU DOS BENS MATERIAIS, JOGOU TUDO PRA CIMA, INCLUSO A FACULDADE DE MECATRôNICA E FOI PRO MEIO DO MATO. “MINHA MÃE DISSE QUE NÃO ME DAVA TRÊS DIAS FORA, ESTOU Há CINCO ANOS NESSA BRINCADEIRA”.
\\ 10
NUA&CRUA: Olá, como devemos te
chamar? Ou como prefere?
N&C: Você vive há muito tempo aqui. E sua família, amigos,
têm notícias suas?
N&C: E como todo mundo que te
conhece reagiu?
N&C: Cinco anos? E como você se
sustenta?
N&C: Mas o que é tudo isso?
Uma experiência antropológica?
N&C: Não é estranho conversar, tirar
foto, depois de tanto tempo sem nenhum
contato com isso?
N&C: O que você mais gosta e menos gosta
aqui?
MENINO: Menino da floresta mesmo, como quiserem. Abdiquei do meu nome de batismo mas de resto podem me dar o codinome como desejarem.
M: Ninguém acreditava que eu fosse mesmo levar essa pesquisa, como eu chamo, a sério. Geralmente as pessoas saem de casa porque tão com a vida encaminhada pra sustentar a si mesmo, eu saí porque justamente não tinha nada encaminhado, eu era desinteressado no que se passava ao meu redor mas sempre que saia pra fazer trilhas (eu morava numa cidade cercada de cachoeiras e trilhas no meio do mato), me sentia menos sufocado. Eu decidi fazer o que eu achava melhor pra mim. Antes de vocês me acharem, ninguém tinha tido notícia minha não.
M: Minha mãe disse que não me dava três dias fora, riu e nem hesitou em dizer “Tudo bem, boa sorte”. Meus amigos acharam que ficaria só na idéia e como nada mais me prendia ali, vim pro lugar mais mocado que consegui achar. Estou há cinco anos nessa “brincadeira”.
M: Eu caço, pesco, montei meu próprio acampamento, minha casa, construí todas as peripécias pelas quais vocês passaram. Não uso roupa também, essa camisa eu achei numa caminhada longa que eu fiz até um rio onde tem gente que se banha, fiquei observando-os por horas e na correria, um deles esqueceu a camisa.
M: Exatamente. Eu me observo durante 24/7. Eu aprendi como lidar com situações que dentro do conforto da minha casa na cidade eu enlouqueceria só de pensar em vive. Me observo como homem e como animal. Vejo todas as minhas igualdades com os animais que aqui me rodeiam mesmo, afinal eu não passo de uma evolução deles. Eu vejo como a natureza se molda ao dia e à noite, como ela se movimenta, respira, etc. Eu sou um bicho do mato, virei um.
M: Eu me lembro de como é tudo todos os dias, eu falo comigo mesmo, ouço minha voz, canto, componho. Faço instrumentos também além das construções. é mais estranho ver seu rosto de perto por exemplo, eu só me enxergo no reflexo da água, do que ouvir sua voz falando comigo.
M: Eu gosto da falta de roupa, essa liberdade, essa flexibilidade toda. Sinto que tudo posso. O que menos gosto é não ter olhos de lince e enxergar a noite, estou trabalhando nesse progresso, quem sabe um dia... Já sentei em muito formigueiro por não enxergar no escuro (risos).
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\\ 12
NUA&CRUA: Explica pra gente o seu look.
N&C: Você tem filhos?
N&C: Você mora sozinha? Como é
sua relação com a família?
N&C: E o seu dia-a-dia? O que você faz?
N&C: Na sua sessão de fotos
no supermercado, observamos seu encanto com as
frutas.
N&C: O que você mais sente falta estando
longe de casa?
N&C: Uma palavra pra finalizar nosso
papo, Gueixa.
N&C: Tem alguma expressão, ou
palavra mesmo, em português que não existe em japonês e você conseguiu
compreendê-la e a como usá-la?
N&C: Você sofre preconceito ou as
pessoas hoje já não encaram outra
cultura como coisa de outro mundo?
AKIKO: Konichiwa, Revista! Então, é super confortável, além de eu não perder a minha identidade, eu posso fazer o que for uma vez que estou vestida pra qualquer ocasião. Hihihi.
A: Watashi ga nozomu. Comecei um namoro há pouco, filhos estão longe de ser um assunto, muito menos uma opção agora. Mas claro, quero tê-los. Um casal.
A: Hai, moro sozinha. Minha família está inteira no Japão. Nos falamos por Skype sempre. Às vezes quero companhia e eles ligam a webcam só pra me fazer companhia, cozinho, como com eles me assistindo e vice-versa. Só falamos em japonês, claro, mas já ensinei muito de português pra eles, né?
A: Claro que me olham, sei que chamo atenção mas eu ajo tão naturalmente que as pessoas vão na minha. Não me ofendo fácil, quando eu vim pra cá eu sabia que não seria fácil, né? Mas já fiz muitos amigos e até um namorado hihihi Gosto muito da diversidade de gente que tem aqui, eu posso sair como quiser que sempre vai ter alguém que chama tanta atenção quanto ou até mais.
A: Eu sou professora de piano para crianças. Também estudo, estou fazendo o mestrado em Letras, por isso meu português bom. Sou fascinada pela língua mas não deixo de usar, falar e me expressar em japonês. Quando fico nervosa só me sai “Iyadesu!” Hihihi De resto, me dedico também à costura, eu faço todas minhas roupas e acessórios então são todas personalizadas e feitas para cada um dos meus dias, de acordo com meu humor, né?
A: Claro, inúmeras. Mas acho que a palavra universal que não existe em nenhuma outra língua é “saudade”. Não tem como não se encantar quando você consegue entender que esse é um sentimento que existe mas em todo o resto do mundo não tem uma palavra pra representá-lo.
A: São tantas! Tão coloridas, lindas, dá vontade de pendurar tudo nas paredes de casa ou no pescoço mesmo e sair por aí (risos). Eu acho um arraso. Além do preço acessível, eu conto pro meu pessoal e ninguém acredita. Frutas que nunca havia visto antes e hmmm, que sabor (ela saliva)...
A: Da minha irmã. Ela está vindo pra cá no fim do mês e estou super ansiosa, mal posso esperar pra mostrar pra ela as maravilhas daqui e ensiná-la os prazeres de usar um tênis com quimono.
A: Sayonara!
N C // 13
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N C // 15
“SEREIO DO MAAAAAR” OU MELHOR, DO LAGO PARANOá. CHEIO DE GáS, O SEREIO VIVE NAS LÍMPIDAS MARGENS DO LAGO BRASILIENSE. Há POUCO MUDOU-SE PARA UM APARTAMENTO COM UMA BANHEIRA DIGNA PARA SEUS BANHOS, MAS ELE NÃO ABANDONA O HABITAT NATURAL E OS AMIGOS QUE FEZ NESSE EMPREITADA. O SEREIO NÃO é Só MAIS UM ATRATIVO DA CAPITAL FEDERATIVA, MAS FOI TOMBADO COMO O PRIMEIRO SER MEIO HUMANO A SER UM PATRIMôNIO HISTóRICO DA HUMANIDADE. ELE CONTA PRA GENTE DESSA JORNADA E DA CONQUISTA: “GLóRIA DEFINE”.
O CANTO
DO SEREIO
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NUA&CRUA: Oi, Aisha! Como é seu nome completo de
batismo? Conta pra gente como essa
mistura foi acontecer, dos seus pais.
N&C: Que história incrível! E como sua família reagiu com a notícia que uma das
irmãs seria musa inspiradora de uma das maiores bandas
da época?
N&C: Os acontecimentos da
sua vida parecem sempre um novo capítulo de uma
novela excitante. Você tem um romance
como toda boa mocinha?
N&C: Algo estranho aconteceu na sessão
de fotos, o que se passou?
N&C: Você tem um amigo fantasma
então? Antes de a gente descobri-lo,
alguém mais sabia da existência dele?
N&C: Aisha, nota-se uma diferença de
cor do seu rosto pro seu corpo. O que
acontece?
AISHA: Aisha Basheera Dahra Silveira do Abaré. Meus pais se conheceram numa expedição ao deserto do Saara. Minha mãe foi com a primeira excursão da escola pra fora do país e meu pai era o guia do museu que ela visitou primeiro. Foi amor à primeira vista, minha mãe pretinha e meu pai nas vestimentas tradicionais do Egito. Meu pai voltou junto com a excursão dela pra Bahia, ele se apaixonou de cara por lá, eles estão juntos até hoje, procriando inclusive. Eu tenho 29 irmãos.
A: Sou a décima filha mais velha, e é tradição no Egito a décima filha se mostrar pra sociedade como mulher madura quando ela completa 15 anos. Foi o que aconteceu. Meu pai sempre exuberante, fez a maior festa da cidade do Morro de São Paulo e toda a cidade estava lá. Cumpadi Washington estava na cidade coincidentemente e claro foi convidado pra festança. Quando eu desci as escadas com o vestido de debutante, eu ouvi uma voz masculina gritando “Danada! Ordinária! Vamo embora, mostra pra mim, juntinho...Vamo embora!” e assim ele me levou, ao pé da letra, embora me apresentando para o restante do grupo. Ele ficou encantado com a minha raiz, a letra da música comigo ali presente sendo a diva inspiradora saiu em uma hora. A família não podia ter ficado mais orgulhosa, sou a mais mimada das meninas lá de casa (risos).
A: (risos) Eu tenho sim, na verdade ele é meu amigo com benefícios, preferimos assim chamar nossa relação. Na sessão de fotos, ele estava lá em casa e acabou que fizemos umas fotos um pouco picantes, não me senti constrangida apesar de ele ser fogoso, não importa que estejam olhando. O negão não tem jeito não (muitos risos). Estamos juntos desde a época do Tchan.
A: A equipe ficou super assustada mas logo eu expliquei o que estava acontecendo, que não era motivo nenhum pra alarde. Eu tenho um fantasma camarada que vive no meu quarto. Eu e meu amigo com benefícios gostamos de usá-lo como válvula de escape, já que na teoria ele não existe. A gente dá uns beijinhos, se pega, se diverte. Quando estamos de saco cheio um do outro, ele aparece do meu lado pra me consolar. Antes de eu explicar toda essa situação, uma das meninas da produção chegou a chorar, pobrezinha.
A: De jeito nenhum. Eu não sei como ele apareceu em meio à sessão, deve ter ficado enciumado ou com inveja, ele tem esse defeito. Ele é muito tímido, a ele sim meu namorado intimida. Mas o negão logo veste a bata pra dançar pra ele e ele se joga junto. Somos muito próximos, ainda bem que ele não pode morrer de novo, não viveria sem meu amigo (risos).
A: A história é curta e três palavras definem meu problema bicolor: doença do Michael Jackson. é triste me ver perdendo essa parte de mim, mas assim como o ídolo pop, nunca vou deixar que isso abale minha raiz tão única e forte. Todo mundo sabe quem eu sou até hoje pela minha cor de pele, principalmente. Me pego muito mal às vezes, mas eu resolvi assumir pro mundo essa minha mudança pra todo mundo acompanhar que eu continuo aquela garota que o califa tá de olho no decote (risos). Sou feliz comigo mesma, afinal de contas, eu posso... Sou rica!
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N C // 21
Dê uma mãozinha para a vida selvagem
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