revista mundo fiat 103

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REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASIL NÚMERO 103 - AGO/SET 2010 O Novo Idea Magneti Marelli lança primeira lanterna a LED da América do Sul NGK e Petronas são destaques na 21ª edição do Prêmio Qualitas Case lança escavadeira hidráulica de 47 toneladas Os hábitos de consumo da geração Y Perfil: Marcia Kupstas O retorno do Cofapinho O primeiro contato com o mercado de trabalho Programa SuperAção Saúde incentiva caminhadas Casa Fiat de Cultura recebe o quarto ciclo do Seminário Mutações Guignard em traços orientais Eficiência total Divulgação FPT

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Page 1: Revista Mundo Fiat 103

REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASILNúmERO 103 - AGO/SET 2010

O Novo Idea • magneti marelli lança primeira lanterna a LED da América do Sul • NGK e Petronas são destaques na 21ª edição do Prêmio Qualitas • Case lança escavadeira hidráulica de 47 toneladas

• Os hábitos de consumo da geração Y • Perfil: marcia Kupstas • O retorno do Cofapinho • O primeiro contato com o mercado de trabalho • Programa SuperAção Saúde incentiva caminhadas •

Casa Fiat de Cultura recebe o quarto ciclo do Seminário mutações • Guignard em traços orientais

Eficiência total e tecnologia máxima

A FPT – Powertrain Technologies inaugura sua unidade em Campo Largo (PR) para produzir a família de motores E.torQ,

consolidando a liderança da empresa na América Latina

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ção

FPT

Page 2: Revista Mundo Fiat 103

REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASILNúmERO 103 - AGO/SET 2010

O Novo Idea • magneti marelli lança primeira lanterna a LED da América do Sul • NGK e Petronas são destaques na 21ª edição do Prêmio Qualitas • Case lança escavadeira hidráulica de 47 toneladas

• Os hábitos de consumo da geração Y • Perfil: marcia Kupstas • O retorno do Cofapinho • O primeiro contato com o mercado de trabalho • Programa SuperAção Saúde incentiva caminhadas •

Casa Fiat de Cultura recebe o quarto ciclo do Seminário mutações • Guignard em traços orientais

Eficiência total e tecnologia máxima

A FPT – Powertrain Technologies inaugura sua unidade em Campo Largo (PR) para produzir a família de motores E.torQ,

consolidando a liderança da empresa na América Latina

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ção

FPT

Page 3: Revista Mundo Fiat 103

Pensar no futuro não basta.

A FPT trabalha por ele todos os dias.

Tanto que inauguramos, em junho, nossa

nova fábrica em Campo Largo, Paraná.

Feita com a mais moderna tecnologia e com

atenção total ao meio ambiente, esta

planta é a casa dos novos motores E.torQ.

Porque o que passa hoje na nossa

cabeça é o que vai passar nas ruas

de todo o mundo no futuro.

Você não sabe como vai ser seu próximo carro. Mas nós já sabemos como vai ser o motor.

F á b r i c a F p t c a M p o l a r g o .P ro d u z i n d o n o B r a s i l p a r a i m p u l s i o n a r o m u n d o . www.fptcampolargo.com.br

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Page 4: Revista Mundo Fiat 103

por CleDorvino Belini*

Foram divulgados recentemente indicadores de qualidade da educação brasileira, em amplo le-vantamento que abrange tanto escolas públicas quanto particulares e compara o estágio atual do nível de ensino com a série histórica de indicadores e as metas de desempenho propostas

para os próximos anos. A complexidade dos resultados apurados não comporta conclusões preci-pitadas, mas dois aspectos se destacam. O primeiro é o mérito da avaliação em si, enquanto esta-belecimento de metas e monitoramento dos avanços e recuos, que indica vontade política e técnica de acertar. A segunda conclusão é a necessidade de avançar a uma velocidade muito maior do que a atual em direção ao aprimoramento da qualidade da educação, se o Brasil quiser consolidar no futuro as potencialidades econômicas que desenha no presente.

Apesar dos esforços e correções de rota, a qualidade da educação brasileira não é compatível com o país que queremos construir. Há avanços notáveis no tocante à acessibilidade ao ensino superior, através da ampliação da oferta de vagas e da adoção de mecanismos que incorporam à população universitária jovens provenientes de camadas sociais antes excluídas. A educação, por esse ângulo, cumpre sua função democrática de abrir oportunidades para todos e está em sintonia com a forte onda de inclusão social promovida por diversas políticas públicas combinadas.

Entretanto, a qualidade da educação não responde às necessidades de geração de mão de obra qualificada para os diversos setores da economia, sobretudo aqueles voltados para a inovação. Há muitos gargalos. Em recente artigo publicado na imprensa, o professor José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da USP e coordenador do Conselho Tecnológico do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, aponta dados realmente preocupantes: os cursos de Engenharia oferecem 150 mil vagas por ano no Brasil. Deveríamos, assim, ter 750 mil estudantes nessa área. Mas são somente 300 mil. E apenas 30 mil se formam por ano. Há uma taxa espantosa de evasão dos cur-sos. Mais de 50% dos estudantes abandonam o curso ao final do segundo ano por não conseguirem acompanhá-lo, seja por deficiência da formação escolar precedente, seja por questões financeiras.

Enquanto isto, apenas para citar os BRICs, a Rússia forma seis vezes mais engenheiros por ano do que o Brasil, a Índia produz oito vezes mais profissionais e a China é 22 vezes mais ágil do que nós.

Temos aí uma importante lição de casa a fazer. A formação de bons engenheiros é uma condição fundamental para a sobrevivência da indústria brasileira, para a competitividade do produto nacional, para a retomada das exportações, para a inovação. A capacitação desses profissionais depende, porém, de investimentos maciços na qualidade dos ensinos fundamental e médio, que nos aproxime realmen-te dos indicadores dos países desenvolvidos com os quais o Brasil trabalha para se equiparar.

A inclusão sustentável, seja das populações emergentes na pirâmide social, seja do Brasil no cenário político e econômico internacional, depende das escolhas que fizermos agora sobre como educar nossas crianças e jovens.

* Presidente do Grupo Fiat para a América Latina

Nossa lição de casa

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EXPEDIENTE Mundo Fiat é uma publicação da

Fiat do Brasil S/A, destinada aos stakeholders das empresas do grupo no Brasil.

www.grupofiat.com.brwww.eticagrupofiat.com.br

FIAT DO BRASIL S/APresidente: Cledorvino Belini

MONTADORASFIAT AUTOMÓVEIS

Presidente: Cledorvino BeliniCASE NEW HOLLAND

Presidente: Valentino RizzioliIVECO LATIN AMERICAPresidente: Marco Mazzu

COMPONENTESFPT – POWERTRAIN TECHNOLOGIES

Superintendente: Franco CiranniMAGNETI MARELLI

Presidente: Virgilio CeruttiTEKSID DO BRASIL

CEO Nafta e Mercosul: Rogério Silva Jr.SISTEMAS DE PRODUÇÃO

COMAUSuperintendente: Alejandro Solis

SERVIÇOS FINANCEIROSBANCO FIDIS

Superintendente: Gilson de Oliveira CarvalhoBANCO CNH CAPITAL

Superintendente: Derci AlcântaraFIAT FINANÇAS

Superintendente: Gilson de Oliveira CarvalhoSERVIÇOS

FIAT SERVICESSuperintendente: José Paulo Palumbo da Silva

FIAT REVISuperintendente: Davide Nicastro

FIDES CORRETAGENS DE SEGUROSSuperintendente: Marcio Jannuzzi

FAST BUYERSuperintendente: Valmir Elias

ISVORSuperintendente: Márcia Naves

ASSISTÊNCIA SOCIAL FUNDAÇÃO FIAT

Diretor-Presidente: Adauto DuarteCULTURA

CASA FIAT DE CULTURAPresidente: José Eduardo de Lima Pereira

EDUCAÇÃOFUNDAÇÃO TORINO

Presidente: Raffaele PeanoCOMITÊ DE COMUNICAÇÃO

Alexandre Campolina Santos (Fiat Services ), Ana Vi-lela (Casa Fiat de Cultura), Pollyane Bastos (Teksid), Cristielle Pádua (Fundação Torino), Cláudio Ra-wicz (FPT – Powertrain Technologies), Elena Mo-reira (Fundação Fiat), Fabíola Sanchez (Magneti Marelli), Fernanda Palhares (Isvor), Guilherme Pena (Fiat Automóveis), Jorge Görgen (CNH), Marco Antônio Lage (Fiat Automóveis), Marco Piqui-ni (Iveco), Milton Rego (CNH), Othon Maia (Fiat Automóveis), Renata Ramos (Comau) e Roberto Baraldi (Fiat do Brasil).Jornalista Responsável: Marco Antônio Lage (Diretor de Comunicação da Fiat). MTb: 4.247/MGGestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estra-tégica. Editora-Executiva: Ellen Dias. Chefe de Reportagem: Juliana Garcia. Colaboraram nesta edição: Adriana Bernardino, Adriana Borges, Ana Paula Soares, Bianca Alves, Carlos Bracher, Fabia-na Nogueira, José Rezende Mahar, Juliana Garcia, Laudeir Borges, Lilian Lobato, Marco Antônio Cor-teleti, Patricia Mariuzzo, Roberto Baraldi e Rúbia Piancastelli. Projeto Gráfico e Diagramação: Sandra Fujii. Produção Gráfica: Ilma Costa. Impressão: Lastro. Tiragem: 19.500 exempla-res. Redação: Rua dos Inconfidentes, 1.075, sl. 801 – CEP 30.140-120 – Funcionários – Belo Ho-rizonte – MG – Tel.: (31) 3261-7517.Fale conosco: [email protected] Para anunciar: José Maria Neves (31) 3297-8194 – (31) 9993-0066 – [email protected]

Investimentos e inovação, qualidade e produtos surpreen-dentes, cultura e esporte, diálogo e sustentabilidade. Esses são temas essenciais para o Grupo Fiat, que fazem parte

de nossas práticas cotidianas e constituem a força de nossas marcas. Por isto, são os temas que formam o eixo desta edição de Mundo Fiat.

O destaque é a inauguração da fábrica da FPT – Powertrain Technologies, em Campo Largo, Paraná, que produzirá a família de motores E.torQ, de 1.6 e 1.8 litro. Esses modernos motores já estão disponíveis na linha de automóveis Fiat, a começar pelo Punto, cujo lançamento com essa motorização foi simultânea à inauguração da planta industrial. Trata-se de uma fábrica mo-derna, concebida com base nos melhores padrões internacionais de manufatura, cuja produção consolida a liderança da FPT na América Latina. A nova unidade está inserida no ciclo de inves-timentos de R$ 6 bilhões no Brasil, que o Grupo Fiat conclui este ano, para dar início a uma nova onda de crescimento.

A inovação e a qualidade que movimentam esta unidade industrial estão presentes na nova geração de produtos que começa a chegar ao consumidor. A linha Fiat 2011 já começa a ganhar as ruas e um dos destaques é o novo Idea, total-mente reestilizado, com opção de motorização E.torQ e com o destaque de ser o primeiro modelo nacional equipado com lanternas iluminadas por LEDs, os diodos emissores de luz, fornecidas pela Magneti Marelli.

A qualidade também movimenta as relações do Grupo com seus fornecedores e parceiros, como mostra o Prêmio Quali-tas. A iniciativa reforça e valoriza os vínculos do Grupo Fiat com os fornecedores, cada vez mais comprometidos com a sustentabilidade econômica, social e ambiental de toda a ca-deia do negócio automotivo.

O arco de temas se estende à cultura, com ênfase para o pintor Guignard e a inusitada vertente da influência da pin-tura oriental sobre sua obra. Também damos destaque para o seminário Mutações: A Invenção das Crenças, um ciclo de palestras e debate que revigora o pensamento filosófico. A edição vai além, mostrando iniciativas para melhorar a qua-lidade de vida dos colaboradores, através de programas de educação alimentar e de estímulo à atividade física. E trata também da geração Y e seu jeito de ser.

Assim, Mundo Fiat traz um pouco da complexidade do DNA Fiat.

Boa leitura!

* Diretor de Comunicação Corporativa do Grupo Fiat

o essencial para o Grupo Fiat

por MArCo AnTônio lAge*

08 Capa EFICIêNCIA totAl Fpt inaugura unidade para a fabricação dos novos motores E.torQ, com alto desempenho e baixo consumo de combustível.

2� lançamento Novo FIAt IDEA Modelo, que acaba de ser lançado, traz design sofisti-cado, motores E.torQ e mais tecnologia.

28 tecnologia pIoNEIrISMo A primeira lanterna a lED fa-bricada na América do Sul tem a marca Magneti Marelli. Na comparação com as tradicionais lâmpadas, a lista de vantagens é grande: vida útil prolongada, redução do consumo de energia e muito mais.

30 Qualitas ForNECEDorES As empresas NGK e petronas foram as vencedoras do prêmio Qualitas 5 Estrelas. os segredos da vitória são investir na me-lhoria contínua dos processos e tratar o cliente como prioridade número 1.

40 lançamento CASE NA trANSNorDEStINA Novo modelo de escavadeira hidráulica tem estreia em uma das maiores obras do Brasil. produtividade e baixa emissão de poluentes são os destaques dessa máquina de 47 toneladas.

48 Jovem Consumidor o Y DA QUEStão Na hora das compras, a geração Y, nascida entre 1978 e 1994, corre atrás da inovação. para atendê-la, a Fiat está conectada nas necessidades desse novo consumidor do século XXI.

�2 perfil MArCIA KUpStAS A autora da obra “Crescer é perigoso”, que já vendeu mais de 300 mil exemplares, fala sobre os mergulhos no universo juvenil.

�� Marketing o MElhor AMIGo Do CArro De volta às telas da tv, o cachorro da raça dachshund reestreia como garoto-propa-ganda da campanha publicitária da Magneti Marelli Cofap, em vinhetas inusitadas.

�8 recursos humanos proFISSIoNAIS Do FUtUro De olho na formação de jovens talentos, a Comau investe no programa de estágios. A Fun-dação torino também contribui para os estudantes colocarem em prática os conhecimentos da sala de aula.

�2 Sustentabilidade SUpErAção SAúDE Magneti Marelli promove cami-nhadas para incentivar a prática de atividades físicas, com cir-cuito de cinco quilômetros em Jaguariúna, Santo André (Sp), lavras e Contagem (MG).

�8 Cultura SEMINárIo MUtAçõES pensadores brasileiros e estran-geiros discutem a invenção das crenças em 22 conferências na Casa Fiat de Cultura, de agosto a setembro.

82 Cultura II GUIGNArD E o orIENtE Exposição inédita no Instituto tomie ohtake, em São paulo, revela a influência chinesa e japonesa na pintura do artista.

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Fpt inaugura fábrica do novo milênio

CAPA

Nova unidade de Campo largo, no paraná, é responsável pela fabricação da família de motores E.torQ, que já equipa inúmeros modelos da linha Fiat e o monoposto de competição da Fórmula Future.

Fotos Divulgação FPT

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Após dois anos de investimentos em intervenções tecnológicas, a FPT – Powertrain Technologies

inaugurou a mais moderna unida-de produtora de motores midsize da América Latina, localizada em Campo Largo (PR), na região metropolitana de Curitiba, e que será responsável pela fabricação da família de propul-sores E.torQ, nas versões 1.6l 16V e 1.8l 16V, flex e a gasolina. A produção da FPT Campo Largo teve início em fe-vereiro, com capacidade inicial de 330 mil motores por ano, com previsão de chegar a 400 mil em 2014.

A inauguração é o desfecho da aquisição da Tritec Motors – ex-for-necedora de motores para veículos como o Chrysler PT Cruiser e o BMW Mini Cooper – pela FPT, em março de 2008. Desde então, o Grupo Fiat realizou investimentos que somam R$ 250 milhões para tornar a fábri-ca ainda mais moderna, alcançando um patamar de excelência em produ-tos e processos.

Com a nova unidade, a FPT au-menta em cerca de 20% sua capacida-de instalada no Mercosul, atingindo um potencial produtivo de 2,5 mi-lhões de sistemas de propulsão por ano. “Antes da aquisição, a produção desta planta era voltada exclusiva-mente para a exportação, o que ates-ta o caráter global dos novos motores E.torQ. Hoje, estamos prontos para atender não só o mercado brasileiro e sul-americano quanto clientes dos cinco continentes, pertencentes ou

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MUNDoFiAT10www.tegma.com.br

Integramos a cadeia logística de suprimentosda FIAT com apenas uma ferramenta: inteligência.

A FIAT confiou à TEGMA a coleta e transferência de peças , de containers do porto até a fábrica e da fábrica ao porto e também o transporte dos veículos zero km de sua planta para concessionárias em todo o país. Somos o parceiro estratégico da FIAT na apresentação de soluções logísticas criativas, inovadoras e sustentáveis. Foram elas que contribuíram para que o cliente atingisse suas metas de melhoria nos níveis de serviço, ganhos na qualidade das operações, maior produtividade, rapidez e redução dos custos.

Atenta ao contexto de fortes mudanças impostas pelo mercado, a TEGMA procura exceder as expectativas de cada cliente, apresentando soluções integradas específi-cas às suas necessidades, em diferentes áreas de atuação: Serviços Logísticos e Transportes para Indústria Automobilística, Armazenagem, Gestão de Estoques e Transporte Rodoviário.

Conheça a TEGMA e descubra uma forma diferente e inovadora de fazer logística para sua empresa.

Transporte de peças

Inbound Transporte de containers

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Transporte de 0km

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ANUNCIO.pdf 1 7/28/10 1:03 PM

CAPA não ao Grupo Fiat, o que é um grande

passo na estratégia da FPT”, comenta Franco Ciranni, superintendente da FPT para o Mercosul.

Entre as principais intervenções realizadas na fábrica, desde a aqui-sição, estão o aumento de capacida-de, com remoção de gargalos; a im-plantação de um robusto programa de formação de colaboradores, com a disseminação da cultura e best practices do Grupo Fiat; a atualiza-ção tecnológica dos equipamentos e o desenvolvimento e reativação de fornecedores.

Atualmente, a fábrica emprega 350 colaboradores. Quando atingir a plena capacidade, terá um total de 500 funcionários diretos, além de ge-rar aproximadamente 1,5 mil empre-gos indiretos. “Procuramos manter os empregados que já trabalhavam na

planta antes do fim das operações. Agora, com o início da produção, re-contratamos também pessoas que já fizeram parte da equipe porque já co-nhecem bem os processos e o padrão de qualidade desta unidade”, relata Marcelo Reis, plant manager da uni-dade paranaense.

Por DenTro DA FáBriCAConcebida com o conceito de pro-

dução enxuta, a FPT Campo Largo é uma unidade industrial diferenciada, considerando aspectos como ecolo-gia, qualidade, alto nível do corpo profissional, gestão, produtos e pro-cessos – com elevado índice de auto-mação e alta tecnologia incorporada.

A fábrica conta com quatro linhas de usinagem para bloco, virabre-quim, biela e cabeçote, com um total de 54 máquinas. Um dos seus prin-

Linha de usinagem do virabrequim.Tecnologia resulta em ganhos de produtividade e aumento da qualidade

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CAPA

MUNDoFiAT12

cipais diferenciais é a automação no abastecimento de usinados à linha de montagem via “gantries” (abastecimento aéreo). A tecnolo-gia permite, por exemplo, que a unidade opere sem empilhadeiras para abastecimento de materiais no processo produtivo – o chama-do sistema fork lift free.

As linhas contam também com equipamentos de controle final, com medição e classificação de 100% das peças usinadas, além de máquinas modelo em Manu-tenções Autônoma e Profissional, preparadas com os mais moder-nos conceitos de manutenção, visando ao índice zero de quebra. A excelência das peças usinadas também é assegurada pelo modelo de rota Kamishibai, uma sequên-cia de controles capazes de garan-tir o cumprimento dos checks de qualidade.

Já as três linhas de montagem, que compreendem a submonta-gem do cabeçote, linha principal e dress-up, contam com robôs de submontagem de casquilhos e 77 equipamentos – 17 estações de teste, 12 estações automáticas, 17 estações semiautomáticas e 31 es-tações manuais. Essas máquinas são capazes de fazer, entre outras atividades, testes a frio com simu-lações de sincronismo, carga e vi-brações, e provas de vedação em 100% dos motores (leak tests).

A montagem da FPT Campo Largo opera no conceito moving line, que proporciona padroni-zação da produção e redução do estoque. A utilização do método também resulta em ganhos de produtividade, já que facilita a vi-sualização das pequenas paradas, dos desbalanceamentos de ativi-dades e demais perdas produtivas. Além disso, há ainda incremento de qualidade, uma vez que os problemas são evidenciados ime-

diatamente, requerendo a parada da linha e forçando uma solução rápida e efetiva da questão. Com a possibi-lidade de se movimentar ao longo do ciclo de trabalho, o operador também ganha em ergonomia com a adoção desse sistema.

As linhas de usinagem e as de montagem são à prova de erros e possuem, ao todo, 189 mecanismos de detecção de falhas – denominados error proofings e poka yokes –, que representam a máxima segurança do padrão de qualidade do produto fi-nal. Isso porque os dispositivos con-seguem detectar falhas que possam ocorrer durante o processo produti-vo (como erros de montagem, falhas funcionais, erros humanos e proble-mas de conformidade das peças, por exemplo). Além disso, todo o sistema é submetido a rigorosas auditorias diárias e semanais, com desmonta-gem de motores testados em dina-mômetro.

logísTiCA e ABAsTeCiMenToQuando a FPT concretizou a aqui-

sição da Tritec Motors, a porcenta-gem dos custos de componentes im-portados nos motores era de 30%. A empresa, então, realizou um grande trabalho de mobilização de fornece-dores, a fim de reduzir esse percentu-al – hoje em 10% –, sem jamais abrir mão da excelência dos propulsores. A meta da FPT é, em 2011, fabricar os motores E.torQ com o equivalente a 95% de seu custo em componentes nacionais.

Dessa maneira, a empresa tam-bém impulsiona a economia local. A projeção é de que, em médio prazo, poderá se formar um novo polo in-dustrial automotivo nas imediações de Campo Largo, a exemplo do que ocorreu em Betim (MG), após a che-gada da Fiat – o que significa empre-gos e riquezas para a região, além de melhorar a competitividade e o de-senvolvimento industrial.

Assim como ocorre nas demais unidades da FPT no Mercosul (Be-tim e sete lagoas, em Minas gerais, e Córdoba, na Argentina), a planta de Campo largo adota o modelo de gestão World Class Manufacturing – WCM. isso resulta na aplicação das mais modernas técnicas e métodos de manufatura de classe mundial, com o objetivo de alcançar altos índices de qualidade e produtividade.

o WCM observa 11 pilares técni-cos: segurança; desdobramento de custos; melhoria focada; manutenção autônoma; organização do posto de trabalho; manutenção profissional; controle da qualidade; logística e atendimento ao cliente; gestão pre-ventiva e equipamentos; desenvolvi-

mento de pessoas e meio ambiente.Dentro desses pilares, a gestão

WCM estabelece uma série de dire-trizes – o que envolve, entre outros aspectos, normas de padronização de produtos e de relação com fornece-dores, disposição de materiais na fá-brica e métodos científicos para exe-cutar operações de melhorias.

na FPT Campo largo, a aborda-gem do WCM visa, principalmente, à eliminação de desperdícios, além da busca do nível zero de quebra de equipamentos, de defeitos de quali-dade e de acidentes de trabalho, in-cluindo ganhos de ergonomia para os operadores, como o consequente incremento de produtividade e quali-dade de vida.

o modelo de gestão WCM

MUNDoFiAT 13

Gestão WCM elimina

desperdícios e potencializa os índices de qualidade e

produtividade

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CAPA

MUNDoFiAT14

A recém-inaugurada unidade da FPT – Powertrain Technologies em Campo Largo, próximo a Curitiba, nas-ceu com o nome de Tritec Motors, de uma operação do tipo joint venture en-tre a BMW e a Chrysler, com o objetivo de produzir motores menores do que o usual para ambos os sócios, mais mo-dernos e eficientes para o Mini e ou-tros produtos da Chrysler.

Com a venda da Chrysler no meio da década passada para outro fabrican-te alemão, concorrente direto da BMW, delineou-se uma situação que pode ser definida como uma saia justa, em bom português. O resultado dessa situação foi a fábrica bávara projetar um novo motor para o seu compacto Premium e romper o contrato com a Tritec, que ficou sem seu principal cliente. A fá-brica foi fechada, mas em bom estado, pois um investi-mento desse

tamanho, mais de US$ 500 milhões, requer manutenção apurada para não se deteriorar.

Foi aí que a frase lapidar do poeta latino mostrou seu valor: Inter duos liti-gantes, tertius gaudet, ou seja, quando dois se desentendem, um terceiro lucra. Foi o caso.

Fabricantes chineses pensaram em comprar a planta, desmontá-la e trans-feri-la para a China, mas a equipe do Grupo Fiat, FPT à frente, agiu rápido e comprou a instalação. Com o devido de-senvolvimento, isso resolveria mais fá-cil e rapidamente o problema de volume de produção de motores do Grupo.

Mas toda rosa tem espinhos, e a Tri-tec não foi diferente. O motor em suas duas versões originais de 1,4 e 1,6 litro era só a gasolina e com muitas peças

importadas, já que se destinavam aos mercados europeu e

americano. A missão era nacionalizar o

Motores estratégicos para o Grupo Fiat

por José rezenDe MAhAr

Motores FPT E.torQ proporcionam redução do consumo de combustível, melhor desempenho e maior confiabilidade, além de menores índices de ruídos e vibrações

Page 10: Revista Mundo Fiat 103

motor até onde possível e torná-lo flexível em combustível. O motor era, no início do negócio, aproximadamente 70% brasilei-ro, chegando em sua versão atual a 90% em custo e peso. A injeção, mandatoria-mente diferente por causa da dualidade de combustível, foi desenvolvida pela Magneti Marelli, empresa do Grupo Fiat.

Mas a principal vantagem do negócio era a modernidade do motor. Leve, com-

pacto e atualizado, tem altíssima precisão interna de acabamento, montagem apu-rada e constante com métodos modernos de construção. Isso assegura um motor capaz de atender os limites de poluição atuais e futuros, inclusive para o que se chama de Sulev, ou Super Ultra Low Emissions Vehicle, ou veículo de emis-sões super ultra limitadas, o nível futuro de emissões almejado no mercado norte-

Dessa fábrica moderna, sai um motor leve, que pesa 1� quilos a menos que seu anteces-sor. embora tenha quatro válvulas por cilindro, o que comumente cria motores que neces-sitam girar alto para produzir potência, a FPT conseguiu manter a curva de torque plana, o

que significa torque disponível desde baixas rotações, facili-tando as ultrapassagens e dispensando o uso constante da alavanca de câmbio. Ao mesmo tempo, essa curva plana, de crescimento suave, favorece o uso do câmbio automa-tizado Dualogic, permitindo trocas de marcha muito mais suaves que no motor anterior de 1,8 litro. isso é resultado de um cuidadoso acerto de quanto e quando as válvulas se abrem. Uma grande arte de afinação, comparável à de um instrumento musical. A isso é aliado um sistema de injeção muito adiantado, com uma capacidade de memória vasta. Assim, a injeção permite uma precisão muito grande no seu trabalho, ajudando a não desperdiçar combustível e man-ter o motor suave e amigo do motorista.

o lançamento do motor de 1,8 litro completou a linha de propulsores à disposição da Fiat, com importantes con-sequências estratégicas e mercadológicas, já que permite a construção de conjuntos modernos e eficientes. são ga-nhos obtidos com soluções inovadoras, como os coletores de plástico bem liso por dentro para não criar turbulência e com comprimento muito bem ajustado para favorecer o enchimento das câmaras de combustão, um dos segredos

desse motor e de seu comportamento suave e progressivo. os novos motores são bem mais leves também porque não tem suportes de periféricos como bomba de direção hidráulica, alternador e correlatos, sendo tudo integrado no bloco do motor.

isso tudo torna o novo grupo de motores um marco de modernidade no mercado bra-sileiro, que cada vez mais se sofistica, inclusive pela necessidade de se integrar ao resto do mundo e aos mercados globais.

americano. Como a Fiat agora tem uma participação importante na Chrysler e essa fábrica carece de motores de peque-no volume e consumo, o E.torQ, como foi batizada a nova versão do motor, se en-caixa perfeitamente nos planos do Grupo Fiat para a América do Norte. Isso além de novos produtos que o tempo revelará com mais detalhes.

O E.torQ teve uma nova versão desen-volvida pela FPT – Powertrain Technolo-gies: é o 1,8 litro, derivado do 1,6 litro. Ele mantém os principais detalhes desta genética: um bloco de motor rígido com bedplate, cárter estrutural e virabrequim de oito contrapesos que geram e trans-mitem menos vibração do motor para o veículo. Essas características permitem que o funcionamento do motor seja mais suave. As bielas têm o peso altamente controlado para não gerar vibração. Outro detalhe são os pistões, que só tocam no cilindro nos lugares necessários, usando

saias grafitadas e assimétricas, pois muita da energia gerada em um motor é desper-diçada nas peças que se roçam, gerando oposição e desperdício de potência.

Mas a nova fábrica da FPT também é um bom lugar para se trabalhar, pla-nejada para que operações repetitivas e desgastantes sejam feitas por máquinas robotizadas, e tetos solares resultam em uma iluminação ambiente agradável. To-dos os motores são testados ao final da montagem e a energia gerada por seu mo-vimento é captada e transformada em ele-tricidade, que é transferida para os circui-tos que abastecem a fábrica. O percurso dos operadores é planejado com respeito à ergonomia – a ciência que estuda a qua-lidade dos movimentos e a acessibilidade. Como a fábrica é moderna, os ambientes são claros, o piso é limpo e de cor leve, e existem áreas verdes em profusão, dando uma face predominantemente humana à conjunção de homens e máquinas.

Arrancada na direção certa

por José rezenDe MAhAr

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Alfredo Altavilla, CEO da FPT mundial, com o novo motor E.torQ 1.8 16V

CAPA

Page 11: Revista Mundo Fiat 103

MUNDoFiAT18 MUNDoFiAT 1�

CAPA

Toda fábrica de automóveis do mundo tem dois gargalos inevitáveis. O primeiro é a pintura, uma operação que toma mais da metade das oito horas que leva desde que o carro nas-ce com o estampo do assoalho até a saída no final da linha, onde o mo-tor é ligado. De fato, essa era a razão de Henry Ford dizer que era possível comprar um Ford T em qualquer cor desde que fosse preto. A razão era que a tecnologia da época, no início do século XX, permitira o desenvolvi-

mento de uma laca de secagem rápi-da que só podia ser preta.

O outro gargalo é o motor. Trata-se de um conjunto tão ou mais com-plexo que o próprio carro no qual vai instalado. O motor tem que ser pro-duzido em outra linha de montagem e chegar pronto à linha principal para ser agregado ao veículo. Os investi-mentos recentes da FPT – Powertrain Technologies eliminam esse gargalo da maior fábrica de automóveis do mundo em um só lugar, a Fiat.

A nova família E.torQ estreou nas pistas de competição antes mesmo de chegar às ruas. O motor E.torQ 1.8 16V equipa os carros da Fórmula Future Fiat, que integra o Racing Festival. O motor libera 160 cavalos de potência, sendo abastecido exclusivamente com etanol. As modificações foram feitas em conjunto pelas equipes da FPT – Powertrain Technologies do Brasil e da Itália, onde se realizaram projeto,

simulações 3D e 1D e a construção do kit racing. O motor recebeu também uma central eletrônica desenvolvida pela Magneti Marelli (Motorsport SRA – EDL 8).

Essa nova categoria do automo-bilismo dá a jovens pilotos que estão saindo do kart a oportunidade de co-meçar a correr com um carro de com-petição sem a necessidade de sair do país prematuramente.

A grande estreia nas pistas

Motores E.torQ

equipam os carros da

Fórmula Future

Na inauguração da nova unidade FPT Campo Largo estavam presentes (da esquerda para direita) Edson Basso, prefeito de Campo Largo; Alfredo Altavilla, CEO da FPT mundial; Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat para a América Latina; Orlando Pessuti, governador do Paraná; Guilherme Cassel, ministro do Desenvolvimento Agrário; Franco Ciranni, superintendente da FPT Mercosul; Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e Valentino Rizzioli, presidente da CNH Latin América

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Fim dos gargalos

por José rezenDe MAhAr

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MUNDoFiAT20

Se alguém se divertisseparado, engarrafamentoseria balada.

Novos Motores FPt e.torQ

Excelente desempenho, tanto em altas quanto em baixas rotações.

Potência máxima de 117cv na versão 1.6l e 132cv na versão 1.8l.

80% do torque já disponível a 1.500rpm e 93% a 2.500rpm.

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CAPA

Exemplar da griffe Giugiaro, o mí-tico estúdio italiano de design, o Pun-to sempre teve um visual rico e belo, muito apropriado para receber a nova gama de motores, principalmente no modelo superior. O modelo de entra-da sempre foi bem servido pelo motor Fire 1.4 de 86 cv, mas era sentida uma falta no segmento superior onde só havia o Punto T-Jet, o turbo de 152 cv, cujo motor é importado e um exemplo em motores de aspiração forçada, pro-gressivo como ele só.

Por isso, o Punto foi o primeiro grande beneficiado com a nova gama de motores E.torQ. Os novos motores de 1,6 e 1,8 litro têm potência sufi-ciente para tornar o Punto bastante emocionante. O novo 1.6 é mais do que suficiente para mover o carro com autoridade, e retomar em subidas ou partidas carregado, embora não seja uma arma de guerra.

Mas a grande estrela é o Punto com o motor 1,8 litro. Resulta em um casamento perfeito com as caracte-rísticas mais suaves de apresentação

Um punto acima

por José rezenDe MAhAr

de torque do novo motor com o câm-bio Duologic, o que o torna um carro extremamente agradável de dirigir. As passagens de marcha fazem jus a um câmbio automático convencio-nal, tão imperceptíveis que são. Tanto para cima como para baixo, o câmbio não deve nada a um equipamento hi-dráulico convencional, mas que não tem as perdas de eficiência inerentes a esse tipo de câmbio. Até a redução por acelerador no fundo, o chamado kickdown, é imperceptível do ponto de vista de suavidade.

E o Punto agora tem um motor que ronrona quieto, com o exato ponto de som de motor para mostrar que há vida e saúde embaixo do capô, mas sem se tornar intrusivo. De resto são mantidas as boas características do Punto, como seu generoso espaço interno, o bom acabamento e o conforto da suspen-são, mas que segura firma o carro no piso, sem balanços parasitas ou ruídos estranhos. Agora o Punto tem os argu-mentos suficientes para conquistar os corações e os bolsos do consumidor.

Punto: o primeiro a receber os novos motores E.torQ

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Novos Motores FPt e.torQ

Comportamento macio e silencioso, com menor índice de ruídos e vibrações da categoria.

Presente nas pistas da Formula Future em versão 1.8l com 160cv.

Legítimo fun-to-drive com ótima resposta dinâmica e elasticidade.

Para perder o fôlego é simples:é só colocar o pé no acelerador.

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CAPA

MUNDoFiAT22

Depois de estrearem no Fiat Pun-to, os novos motores E.torQ 1.6 16V e 1.8 16V, da FPT – Powertrain Tech-nologies, chegam também a todos os modelos da família Palio e ao Doblò, aumentando o prazer em dirigi-los.

Produzidos na moderna fábrica de Campo Largo, Paraná, os motores E.torQ trazem em seus projetos alta tecnologia. Entre seus pontos fortes

Novos motores E.torQ chegam à família palio e ao Doblò

encontram-se os baixos níveis de ru-ídos, emissões de poluentes e consu-mo interno de energia, esse último devido ao reduzido peso de suas pe-ças móveis.

Os modelos da família Palio com os motores E.torQ também ganham novos tecidos nos bancos e versões com câmbio Dualogic® Automático, que oferece ao motorista a opção de

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MUNDoFiAT24

Cuidar do futuro do planetaestá nas suas mãos.Agora é só dar a partida.

Novos Motores FPt e.torQ

Redução de até 10% no consumo de combustível e na emissão de CO2.

Ecologicamente correto, com índice de reciclabilidade de 95%.

Motor verde, disponível também em versão SuLEv(Super ultra Low Emissions vehicle) em desenvolvimento.

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CAPA escolher entre trocas de marchas to-

talmente automáticas ou trocas de marchas sequenciais por toques na alavanca de câmbio, obtendo uma condução mais esportiva. São oito versões que ganham os novos moto-res na família: Palio Essence 1.6 16V quatro portas, Palio Essence 1.6 16V 4P Dualogic, Siena Essence 1.6 16V, Siena Essence 1.6 16V Dualogic, Pa-lio Adventure Locker 1.8 16V, Palio Adventure Locker 1.8 16V Dualogic, Strada Adventure 1.8 16V Cabine Es-tendida e Strada Adventure 1.8 16V Cabine Dupla.

As versões Essence, equipadas com o motor 1.6 16V, chegam ao mer-cado muito bem equipadas de série, como itens muitos desejados pelos consumidores, como direção hidráu-lica, vidros elétricos dianteiros, tra-vas elétricas, computador de bordo e volante com regulagem de altura. Já as versões Adventure, que trazem sob o capô o motor 1.8 16V, trazem além dos itens acima as suas próprias ca-

racterísticas, que a deixam com um visual mais robusto, com grades e para-choques exclusivos, pneus de uso misto, suspensão reforçada e o Locker, sistema de bloqueio de dife-rencial que permite à versão superar condições de rodagem adversas com mais desenvoltura.

DoBlò A grande novidade do Fiat Do-

blò 2011 é a nova motorização 1.8 16V da família E.torQ, disponível nas versões HLX, Adventure e Car-go. Esse novo motor desenvolve 130 cv de potência máxima (100% gasolina) e 132 cv (100% etanol) a 5.250 rpm, com torque máximo de 18,4 kgfm (gas.) e 18,9 kgfm (eta-nol) a 4.500 rpm, entregando ótimo desempenho ao modelo. E graças ao seu elevado torque já presente em baixas rotações, gerando rápidas acelerações, ele confere às novas versões 2011 do Fiat Doblò maior prazer ao dirigir.

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PARA nóS, Só AdiAntA tERO FutuRO nA POntA dOS dEdOSSE FOR PARA COLOCá-LOnAS SuAS MãOS.

Novos Motores FPt e.torQ.BOM MESMO é quAndO tudO nA vidA dA gEntE COMBinA.

Afinal, assim fica tudo muito mais divertido. E, para pensar em nossos produtos, a FPt – Powertrain technologies pensa primeiro na forma como você vive. Foi por isso que nós reunimos Energia, Emoção, Ecologia e Engenharia para fazer o novo motor FPt E.torq. Porque, para a FPt, o importante é unir diversão e inovação com a sua vida.

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o Idea, um modelo de formas e desempenho marcantes, ga-nha novidades para se tornar

ainda mais competitivo e atraente. O design externo foi modificado, os novos motores E.torQ já equipam o veículos e muita tecnologia foi agre-gada para aumentar o conforto, a se-gurança e o prazer de dirigir.

O novo design do Idea, desenvol-vido no Brasil pelo Centro Estilo Fiat para América Latina, dá ao modelo um ar mais sofisticado, com linhas harmoniosas e com planos bem de-finidos delineados por vincos. Na traseira, novas lanternas ilumina-das por LEDs, os diodos emissores de luz que substituem as lâmpadas

Que bela ideia!Design sofisticado, novos motores e mais tecnologia. o Idea se renova para continuar a encantar o consumidor.

com muita vantagem, fazem do Idea o primeiro carro nacional a oferecer essa tecnologia.

Sob o capô, está a nova família de motores E.torQ 1.6 16V e 1.8 16V, desenvolvida pela FPT – Powertrain Technologies. Bicombustível e com 16 válvulas, esses propulsores conciliam desempenho, economia e baixo nível de emissões e de ruído, além de con-fiabilidade e durabilidade.

Estão disponíveis sete versões na nova gama do Fiat Idea: são três moto-rizações (1.4, 1.6 16V e 1.8 16V), qua-tro níveis de acabamento (Attractive, Essence, Sporting e Adventure) e dois câmbios – mecânico de cinco marchas ou Dualogic® Automático.

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MUNDoFiAT28 MUNDoFiAT 2�

vida útil mais longa

Consumo de energia mais baixo

resposta imediata ao acionamento dos comandos

Design mais arrojado

redução da seção dos cabos elétricos que alimentam o sistema

Maior flexibilidade para definição de estilo/design

PRINCIPAIS VANTAGENS DO LED

vida útil prolongada, redução do consumo de energia e resposta imediata ao acionamento dos

comandos. Para completar, design ar-rojado. Essas são algumas das vanta-gens de se ter um veículo com a lan-terna traseira a LED – light-emitting diode ou diodo emissor de luz – tec-nologia desenvolvida e aplicada no Brasil pela Magneti Marelli, divisão Iluminação Automotiva em Contagem (MG). Iniciado em meados de 2008, o processo demandou investimento de R$ 3,6 milhões e estreia este ano no novo Fiat Idea, que se tornou o pri-meiro carro nacional a adotar a tec-nologia. O lançamento ocorreu em agosto e é sinônimo de inovação na América Latina.

É o que avalia o gerente de P&D da divisão Iluminação Automotiva da Magneti Marelli, Salvatore Blanco. Segundo ele, produtos semelhantes já existem em alguns países da Europa, nos Estados Unidos e no Japão. En-tretanto, o alto custo freava o avanço da tecnologia no mercado brasileiro. “O desenvolvimento tornou-se atrati-vo para a Fiat com o auxílio do Centro de Desenvolvimento da Magneti Ma-relli na Itália, sobretudo pela ligação da empresa com o setor eletrônico, necessário para a produção do item”, completa.

Para a fabricação da lanterna a LED, foi necessária uma série de adaptações, que levou à criação de novos cargos e aumentou a demanda por especialistas e engenheiros. “Foi

TECN

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IA Adeus às lâmpadas tradicionaisA tecnologia lED também é uma forte tendência no mercado automotivo. Na América do Sul, a Magneti Marelli saiu na frente e iniciou, na unidade de Contagem (MG), a produção da primeira lanterna traseira a lED para o novo Fiat Idea.

por liliAn loBATo

Ao contrário das lâmpadas incan-descentes, os LEDs não possuem fi-lamento e a luz é advinda do próprio material que compõe o seu chip. Por meio das combinações químicas, tam-bém é possível gerar diferentes grupos de cor que emitem alta luminosidade. “As lanternas equipadas com a tecno-logia são a grande aposta do Grupo Fiat, primeira a apresentar a novidade no mercado brasileiro”, destaca.

vAnTAgensEm comparação com a lanterna

tradicional, os LEDs duram 20 vezes mais, com vida útil estimada de 10 anos. Além de revestidos de plástico rígido, mais resistentes à quebra, ou-tro diferencial é o acionamento ime-diato dos interruptores, podendo, até mesmo, evitar acidentes já que o veí-culo é visto a longa distância. “Com o LED, ao ligar a lanterna, o motorista não precisa esperar aquela fração de segundos para que a luz torne-se mais forte”, afirma Blanco.

A inovação leva, ainda, à redução do consumo de energia e, consequen-temente, a um menor gasto de com-bustível e de emissão de poluentes, o que é bem vindo no cenário atual e faz

toda a diferença. O design arrojado também foi destacado por Blanco, que aprovou o resultado final no novo Fiat Idea. “A tecnologia tornou o veículo mais moderno e em convergência com as novas tendências de mercado”.

Ainda de acordo com o gerente de P&D da Magneti Marelli, a utilização da tecnologia LED em veículos está apenas no início, sendo encontrado com mais facilidade em aplicações de iluminação interna, como brake lights e luzes auxiliares. Segundo ele, atu-almente, parte da tecnologia é impor-tada, mas poderia ser produzida no Brasil. “Caso haja uma disseminação dessa solução tecnológica, a tendên-cia é o incremento da cadeia produti-va do item”, conclui.

um trabalho minucioso, que exigiu análises quanto ao desempenho da lanterna e a viabilidade de todo o processo”, res-salta Blanco.

Na comparação

com a lanterna

tradicional, os LEDs duram

20 vezes mais

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o caminho da excelência

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Dois tradicionais parceiros do Grupo Fiat, NGK e petronas, dividiram neste ano o prêmio Qualitas 5 Estrelas, destinado a fornecedores que se destacaram ao longo dos últimos cinco anos por sua regularidade e ganhos de eficiência e de qualidade.

Qual o segredo para ser uma empresa de classe mundial, destacada e reconhecida por

suas boas práticas? Há muitas respostas para a per-

gunta, mas duas empresas reconhe-cidas internacionalmente por sua qualidade, a NGK e a Petronas Lu-brificantes, têm a mesma fórmula: investir na melhoria contínua dos processos e tratar o cliente como prioridade número um. Ambas as

empresas receberam o reconhecimen-to máximo da 21ª edição do Prêmio Qualitas, concedido pelo Grupo Fiat a seus mais destacados fornecedo-res. A NGK, fabricante de cabos e ve-las de ignição, conquistou o prêmio “Qualitas 5 Estrelas” pelo nono ano seguido, repartindo-o desta vez com a Petronas, fornecedora de óleos e lubrificantes, em reconhecimento ao bom desempenho avaliado ao longo dos últimos cinco anos.

NGK é referência mundialA ngK é parceira do grupo Fiat desde 1��� e

fornece sensor de oxigênio, sensor de detonação, velas e cabos de ignição para os modelos Mille, Fio-rino, novo Uno, Palio, siena, strada, Punto, idea, Doblò, stilo e linea. Com �1 anos de atuação no Brasil, a empresa é referência mundial nos setores automotivo, cerâmico e de revestimentos porcela-nizados. Fundada em 1�3�, em nagoya, no Japão, a empresa é detentora das marcas ngK (Compo-nentes Automotivos), nTK (Cerâmicas) e super ngK (revestimentos Porcelanizados), e conta com um quadro de 1,1 mil colaboradores. sua fábrica está sediada na região de Mogi das Cruzes (sP), em área de �44 mil metros quadrados.

Maior fabricante mundial de ve-las de ignição, a NGK fornece para a Fiat Automóveis, CNH – Case New Holland, FPT – Powertrain Technolo-gies e Iveco, e destacou-se ao longo dos últimos cinco anos nos quesitos qualidade, atendimento e gestão com foco na competitividade. Por isto, além do prêmio principal, a NGK rece-beu também o prêmio Qualitas em seu setor Elétricos.

O presidente da empresa, Kyohei Hayashi, revela que o segredo do sucesso é tra-tar o cliente como priori-dade número um. Isto se traduz em um compro-misso permanente com a qualidade. “Não so-mos infalíveis e também temos problemas. Mas quando são detectados, são tratados com toda a atenção pela empresa, com envolvimento direto de sua direção”, explica Hayashi. E quando esse esforço é re-conhecido, como através da conquis-ta de mais um prêmio Qualitas 5 Es-

trelas, todos se sentem estimulados a dedicar mais energia à melhoria constante da qualidade.

Paulo Abe, diretor-gerente da NGK, sintetiza a fórmula: desenvolver solu-ções adequadas para o cliente, dentro do prazo e com alto padrão de qualida-de, superando as expectativas do clien-te. Para isto, a NGK adotou um siste-ma de gestão integrado, consistente e eficaz de qualidade, de baixo impacto ambiental, que promove o desenvolvi-

mento profissional de seu pessoal e a melhoria dos processos. “É um traba-lho sem fim, pois o apri-moramento precisa ser contínuo”, explica Abe.

A NGK é certificada com base na norma ISO/TS 16949 para os com-ponentes automotivos fornecidos para as mon-tadoras, ISO 9001 para os demais produtos e ISO 14001 para a planta em

Mogi das Cruzes (SP), que mantém a operação seguindo os padrões de sus-tentabilidade ambiental.

Apresentação dos jovens do programa Árvore da Vida na solenidade da 21ª edição do Prêmio Qualitas Paulo Abe,

diretor-gerente da NGK

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por MArCo AnTônio CorTeleTi

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CATegoriA MáxiMAPelo sexto ano consecutivo, a Pe-

tronas Lubrificantes Brasil recebeu do Grupo Fiat o Qualitas Awards na categoria Químicos e pela primeira vez o Qualitas 5 Estrelas. A empresa é fornecedor exclusivo de lubrificantes, fluidos e graxa para o Grupo Fiat em todo mundo, com marcas consagradas como Selenia, Tutela, Paraflu, Urania, Ambra e Akcela.

O diretor-executivo da empresa, Adílson Capanema, explica que a exce-lência decorre de estar sempre atento a todas as necessidades e solicitações do cliente, desenvolvendo soluções e, principalmente, avaliando o próprio desempenho através de programas de acompanhamento e controle de qua-lidade nas áreas de produção e admi-nistração. Ele cita como exemplo a me-todologia do Programa de Qualidade

QSB, implantada desde 2007 e certifi-cada pela Fiat em 2009.

A empresa aprimorou seus proces-sos em sintonia com o Grupo Fiat e isto teve repercussão em todo o mercado. “Todos os clientes se beneficiam quan-do elevamos nosso patamar de eficiên-cia e qualidade”, observa Capanema.

Um dos desafios é manter os eleva-dos padrões e processos de excelência em um mercado aquecido, que exige o má-ximo do fornecedor. Para responder ao aquecimento do mercado de automóveis nos últimos anos no Brasil, a Petronas reforçou sua estrutura operacional nas áreas comercial e técnica, investindo em capacitação para assegurar os padrões de qualidade. A vantagem de ter uma equipe com foco no Grupo Fiat é que a empresa consegue adequar-se às suas novas ne-cessidades de forma mais dinâmica. Afi-nal, a parceria com a Fiat já dura 98 anos e tem ainda muito chão pela frente.

parceiros desde 1912Tudo começou em 1912 na Itália, quan-

do a Fiat Lubrificanti foi fundada em Torino com o objetivo de fornecer lubrificantes para os veículos produzidos pela Fiat Automóveis. O ano de 1980 marcou o início da expansão internacional, com o estabelecimento da Tutela Lubrificantes no Brasil. Em 2000, a holding mudou o nome de FL Group para FL Selènia, incorporando o nome de sua marca mais conhecida.

Em novembro de 2007, a Petronas (Pe-troliam Nasional Berhard), um dos maiores grupos mundiais no segmento petrolífero, com sede na Malásia, tornou-se proprietária integral do Grupo FL Selènia. A Petronas construiu como sede as Petronas Towers, em Kuala Lumpur, capital da Malásia, dois dos mais altos edifícios do mundo. É uma das principais patrocinadoras da Fórmula 1 e, junto com a Fiat, patrocina a atual equipe campeã na MotoGP, a Yamaha, com os pilotos Valentino Rossi e Jorge Lorenzo.

Adílson Capanema, diretor-executivo da Petronas Lubrificantes Brasil

ignácio Costa

ignácio Costa

Page 19: Revista Mundo Fiat 103

Mais uma grande

conquista do nosso time!

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Agradecemos a FIAT

por esse reconhecimento.

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quarta-feira, 28 de julho de 2010 11:46:17

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Composição Tela padrão

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A 21ª edição do Qualitas Awards, realizada em junho, em São Paulo, teve como principais temas a inovação e a sustentabilidade como pilares para a busca da competitividade. Foram premia-dos 52 fornecedores do Grupo Fiat.

Gianni Coda, presidente da FGP – Fiat Group Purchasing, empresa de compras globais do Grupo Fiat, destacou que o plano global do grupo no período 2010-2014 tem como objetivo recuperar os volumes perdidos no último período em função da crise financeira e econômica mundial e continuar a crescer nos mer-cados emergentes, em especial na região dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). Ainda segundo Coda, do ponto de vista de vendas, a Fiat e a Chrysler representam, juntas, o sexto construtor de automóveis do mundo, com um volume total de com-pras próximo de US$ 80 bilhões. “Hoje, 52% do faturamento global dos dois gru-pos são relativos a fornecedores comuns. O objetivo é elevar tais valores para, pelo menos, 65% em 2014”, afirmou.

O presidente da Fiat para a América Latina, Cledorvino Belini, assinalou que o Brasil encontra-se atualmente diante da possibilidade de se instalar, em definitivo, entre as principais nações do mundo, com a economia e o mercado em crescimento. “A conjugação de duas premissas – o Bra-sil em alta e a nossa indústria em busca

Um estímulo à qualidade

de uma nova configuração - nos habili-ta a pensar o momento atual como uma grande oportunidade para nos afirmar-mos de forma privilegiada no cenário global”, disse durante a solenidade.

Ele defendeu um “choque de compe-titividade que possibilite ao Brasil tor-nar-se um grande produtor no setor au-tomobilístico, e não somente um grande mercado”. Segundo ele, esse choque virá a partir de uma política articulada de es-

tímulo à inovação e ao desenvolvimento de novas tecnologias, beneficiando toda a matriz industrial da cadeia automotiva, com repercussão em toda indústria e eco-nomia da América Latina. Belini projetou que o país poderá atingir um mercado com mais de 4,5 milhões de veículos vendidos por ano, até 2014, número que chega a 7,5 milhões de unidades, na soma dos mercados da América Latina. Para 2010, ele prevê um mercado interno em torno de 3,4 milhões de unidades.

BesT in ClAssPara o diretor do Fiat Group Purcha-

sing na América Latina, Osias Galantine, um dos caminhos para melhorar os pa-drões de qualidade e eficiência do parque de fornecedores tem sido o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores “Best in Class”, com uma série de iniciativas inovadoras. O desafio, segundo ele, é fa-zer com que o Grupo Fiat tenha os forne-

“A Fiat está consciente das grandes pers-pectivas sobre a economia e o mercado automobilístico do nosso continente. E queremos manter nossa liderança no Brasil e ganhar ainda mais espaço na América Latina. Temos muito trabalho pela frente, mas sabemos que, com esforço, dedicação, foco na inovação e sustentabilidade, temos tudo para atingir o sucesso”.

Osias Galantine, diretor da FGP na América Latina e diretor de Compras da Fiat Automóveis

cedores mais bem preparados e competi-tivos do continente até 2014.

Galantine destacou: “Tanto a inova-ção quanto a sustentabilidade são funda-mentais para mantermos nossa competi-tividade nos mercados latino-americanos e principalmente no Brasil, que a cada ano se reafirma como um mercado de destaque global”.

Gianni Coda, presidente da FGP – Fiat Group Purchasing

Cledorvino Belini, presidente da Fiat na América Latina: choque de competitividade

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CATegoriA QUíMiCosBrIDGEStoNE FIrEStoNE (pneus)GoMACorD (componentes em borracha)lEAr (bancos)MANN hUMMEl (sistemas de filtro de ar) pArANoá (tapetes internos)pArKEr hANNIFIN (filtros de óleo)pEtroNAS lUBrIFICANtES (óleos e lubrificantes)pIrEllI (pneus)proDUFlEX (prensados e injetados em borracha)rESIl MINAS (estruturas de banco)SAINt-GoBAIN (vidros)

CATegoriA eléTriCosChrIS CINtoS (cintos de segurança)DElphI (chicotes elétricos)ItAlYtEC (sistemas de ar condicionado)NGK (cabos e velas de ignição)rESFrI Ar (condensadores)SUMIDENSo (chicotes elétricos)tAKAtA-pEtrI (volantes de direção)

CATegoriA MeTáliCosAUtoCAM (usinados de precisão)BASF (cerâmicas catalíticas)BollhoFF (elementos de fixação)BorlEM (rodas em chapa)Br MEtAlS (fundidos em gusa)IoChpE MAXIoN (rodas em chapa)JoSt (suspensões)MAGNEtI MArEllI (Sistemas de exaustão)MAhlE MIBA (sinterizados)NEUMAYEr tEKFor (porcas)SIFCo (bloco de motor em gusa)SKF (rolamentos)StolA (conjuntos soldados e estampados)StUrAM (fundidos em alumínio)SW pEçAS DE FIXAção (elementos de fixação)tArANto (normalizados e estampados)tI AUtoMotIvE (tubos para freios e direções hidráulicas)UMICorE (Cerâmicas catalíticas)ZF SIStEMAS (Caixa de direção)

CATegoriA MeCâniCosBErCoSUl (material rodante)DAIDo (correntes)EACIAl (peças usinadas)pEDErtrACtor (calderaria)tECpArtS (peças usinadas)

PRÊmIO QUALITAS 2010

CATegoriA MATeriAis inDireTos e serviÇosCEMIG (geração e distribuição de energia elétrica)GME (dispositivos de montagens)lEo BUrNEtt BrASIl (publicidade)pAlEtA (montadora de estande)pEtroBráS (distribuição de combustíveis)totAl FlEEt (locadora de veículos)

CATegoriA logísTiCA FUrloNG BrASIl (logística e transportes)K-lINE (agência marítima)

MenÇÕes honrosAs – CATegoriA inovAÇãoMAGNEtI MArEllI CoFAp (Categoria Inovação, pela tecnolo-gia dos amortecedores power Shock)BAtErIAS MoUrA (Categoria responsabilidade Social e Sustentabilidade)

PrÊMio QUAliTAs � esTrelAsNGK (cabos e velas de ignição)pEtroNAS lUBrIFICANtES (óleos e lubrificantes)

PRÊmIO QUALITAS 2010

“A Iveco está trabalhando para viabilizar a instalação do

condomínio que abrigará, entre

2011 e 2012, um parque de 14 for-necedores ao lado na nossa planta em Sete Lagoas.

A parceria com os fornecedores

será a base para o salto de

competitividade necessário para

enfrentarmos a concorrência”.

Paulo Roberto da Luz, responsável de Compras da Iveco Latin America

“Com o lançamento da família de motores E.torQ estamos fechando um ciclo de inovação e, desde já, trabalhamos com os olhos volta-

dos para o amanhã, em outro ciclo que se inicia.Esses novos motores são uma demonstra-ção clara que temos em mãos um produto da mais alta qualidade e exce-lência e que, traba-lhando em conjunto com nossos forne-

cedores, estamos prontos para impulsionarmos o futuro”.

Roger Dias, responsável de Compras da FPT – Powertrain Technologies e responsável da FGP na América Latina pela commodity Elétricos

“Queremos desenvolver com nossos fornecedores uma parceria cada vez mais forte. Uma das

nossas principais es-tratégias é o programa de sugestões criado pelo Grupo Fiat: o Super - Supplier Performance. Com ele, nós buscamos sugestões criativas de redução de custos, apresentadas pelos for-necedores, com parti-cularidades para cada

planta da CNH - Case New Holland e seus respectivos segmentos”.

Ricardo Ribeiro, responsável de Compras da CNH e responsável pela commodity Mecânicos FGP na América Latina

Page 21: Revista Mundo Fiat 103

MUNDoFiAT38 MUNDoFiAT 3�

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“Paixão, Inovação e o Melhor Atendimento: nosso DNA” foi o tema deste ano do Prêmio Qualitas que re-

FlorENçA 15 DE NovEMBro (Joinville – SC)

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rEvEMAX (Itaúna)

regionAl são PAUlo CAPiTAl

(inClUi regiÕes Do ABC e BAixADA sAnTisTA)

pAUlItálIA lEStE (São paulo)

vENtUNo FrEGUESIA (São paulo)

SAloMão (peruíbe)

regionAl são PAUlo inTerior

lANCI (ribeirão preto)

lIvIA (Catanduva)

CAMIlA (votuporanga)

regionAl rio De JAneiro (rJ e es)

AZZUrrA pENhA (rio de Janeiro – rJ)

MvC (São Mateus – ES)

rElvA (Guarapari – ES)

regionAl PorTo Alegre (rs e sUl De sC)

rItMo (Novo hamburgo – rS)

ESpAço (rio do Sul – SC)

CArBoNI (videira – SC)

regionAl reCiFe (região norDesTe)

IGAUto (Fortaleza – CE)

GvEl (Garanhuns – pE)

CApEvE (Senhor do Bonfim – BA)

regionAl BrAsíliA (regiÕes CenTro-oesTe e norTe)

vIA MArCoNI (Manaus – AM)

UMUArAMA (Araguaína – to)

pINAUto (São luís de Montes Belos – Go)

regionAl CUriTiBA (PArAná, MATo grosso Do sUl

e norTe De sAnTA CATArinA)

FlorENçA 15 DE NovEMBro (Joinville – SC)

FIpAl (Cascavel – pr)

FUCK (Guarapuava – pr)

mELHORES CONCESSIONÁRIOS FIAT DO BRASIL

Atendimento de primeira linhaconhece as melhores concessionárias da Rede Fiat em todo o país no ano de 2010. De um total de 520 empre-sas, foram premiadas as 24 que mais se destacaram no atendimento aos clientes, alcançando os melhores re-sultados no Programa de Monitora-mento da Qualidade do Atendimento (MQA). As premiações foram divididas pelas oito regionais da Fiat no país, sendo que as três revendedoras que tiveram o melhor desempenho recebe-ram um prêmio especial. Os destaques foram Florença 15 de Novembro, de Joinville (SC); Venture, de Ituiutaba (MG); e Fuck, de Guarapuava (PR).

O diretor Comercial da Fiat, Lélio Ramos, lembrou que a parceria com a melhor rede de concessionários do Brasil tem sido fundamental para a

Fiat, que está entrando no nono ano de liderança do mercado. Ele desta-cou que pesquisas recentes apontam a Fiat entre as três melhores no Bra-sil em atendimento em pós-vendas e que a marca “é referência no mercado graças ao nosso amplo portfólio e à qualidade dos nossos produtos”.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Concessionários Fiat (Abracaf), Luís Romero, “a qualidade continuada no atendimento, além de ser uma marca da Rede Fiat, é algo que ultrapassa o marketing. É uma necessidade imperativa de sobrevi-vência e fidelização do cliente”.

O presidente da Fiat para a Améri-ca Latina, Cledorvino Belini, reforçou a necessidade de que toda a cadeia de valor da indústria automobilística – dos fornecedores aos distribuidores – busque novos patamares de competiti-vidade, em um panorama de constan-tes e profundas mudanças. “Devemos nos lembrar diariamente que a busca pela excelência e pela qualidade do atendimento é a estratégia que deve-mos seguir para nos destacarmos em um mercado que tende a ficar cada vez mais competitivo”, disse Belini. Lélio Ramos, diretor Comercial da Fiat

Luís Romero , presidente da Associação Brasileira dos Concessionários Fiat (Abracaf)

Novo Uno foi atração central do Prêmio Qualitas Concessionárias. O modelo recém-lançado é sucesso de público e vendas

Page 22: Revista Mundo Fiat 103

MUNDoFiAT 41

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produtividade e forçaNas obras da Ferrovia transnordestina, a escavadeira hidráulica CX470B, de 47 toneladas, dá exemplo de produtividade e respeito ao meio ambiente. recém-lançado no país, modelo traz como diferencial um avançado sistema hidráulico, que proporciona maior força de escavação e ciclos de trabalho mais rápidos.

do, encarregado geral da obra no lote 3, em Custódia (PE), a resistência e a força são os traços mais marcantes do modelo. “A CX470B tem um ótimo nível de ren-dimento, já que carrega em média 150 caminhões/dia”, afirma o profissional da construtora Odebrecht, responsável pela obra naquele trecho.

Religlei Soares também se surpreen-deu com os resultados. “Já operei equi-pamentos de várias marcas e tamanhos. Máquinas desse porte costumam ser mais lentas e isso não acontece com a CX470B, que é rápida e com baixo con-sumo de combustível. A caçamba tem o tamanho ideal e o conforto na cabine é perfeito”, finaliza o operador, com a pro-priedade de quem vive o dia a dia da es-cavadeira hidráulica.

Com 1.728 quilômetros de extensão, a Ferrovia Transnordestina foi idealizada há mais de cem anos, mas somente ago-ra está se tornando realidade. Em forma-to de “Y”, vai ligar o município de Eliseu Martins (PI) aos portos de Pacém (CE) e Suape (PE), servindo de escoamento para a produção de grãos e minerais com des-tino ao mercado internacional.

A Case amplia a linha de escavadei-ras hidráulicas e lança no merca-do nacional o modelo CX470B, de

47 toneladas. Voltada para as áreas de mineração e de construção pesada, a má-quina une eficiência e sustentabilidade, garantindo a máxima produtividade com baixos índices de emissão de poluentes.

Específico para escavação pesada, com aplicações que exigem grandes esforços de desagregação e movimentação de carga, o novo modelo possui motor de seis cilin-dros e sistema de recirculação dos gases de escape (EGR) – tecnologia que contri-bui para reduzir a emissão de poluentes. Outro diferencial é o sistema hidráulico, projetado para proporcionar maior força de escavação e ciclos de trabalho mais rápidos, além de permitir armazenar até 10 diferentes ajustes de vazão hidráulica para o trabalho com diferentes implemen-tos. As escavadeiras CX470B são equipa-das com caçambas de 2,7 metros cúbicos, para o trabalho com rocha, e de 3,1 me-tros cúbicos, para terra.

“A Case está se consolidando como uma provedora completa de escavadei-ras. Com o lançamento da CX470B, te-mos sete modelos que podem ser usados nos mais diversos tipos de obras e apli-cações”, ressalta o gerente de Marketing do Produto da Case, Edmar de Paula. De acordo com ele, várias unidades do mo-delo CX470B já estão em operação no país, com destaque para as obras da Fer-rovia Transnordestina.

nA hisTÓriACom tecnologia de ponta, a Case não

poderia ficar de fora de uma das maio-res obras em curso no Brasil: a Ferrovia Transnordestina. “Nossos equipamen-tos estão presentes em três pontos da Transnordestina: Custódia, Serra Talha-da e Salgueiro, todos em Pernambuco”, conta o gerente Comercial da Case, Irineu Mota.

Das mais de 50 máquinas em opera-ção, entre escavadeiras, retroescavadei-ras e motoniveladoras, a estrela é, sem dúvida, a CX470B. Para Raulino Macha-

Peso operacional: 47 toneladas

Potência líquida do motor: 362hp

lança: 6,98 m

Configurações de braço: 2,53 m, 3,38 m e 4 m

Caçambas: 2,7 m³ hD (heavy-Duty) e 3,1 m³ StD (Standard)

PrinCiPAis CArACTerísTiCAs

Motor seis cilindros

Sistema de injeção eletrônica de combustível common rail em duas etapas

Controle de emissão de poluentes tier III

vibração, ruído e consumo de combustível reduzidos

Aumento da potência e melhor relação peso/potência

Facilidade e baixo custo de manutenção

Maior eficiência, com menor índice de emissão de poluentes

Maior vida útil e maior produtividade

mODELO CX470B

MUNDoFiAT40

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aEscavadeira hidráulica CX470B

possui motor de seis cilindros

Page 23: Revista Mundo Fiat 103

Job: 232618 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 232618-11849-An Punto 2011 F 350x255_pag001.pdfRegistro: 1041 -- Data: 17:40:09 02/08/2010

Page 24: Revista Mundo Fiat 103

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*Engenheiro mecânico e assessor técnico da Fiat AutomóveisMUNDoFiAT 4�44

AirBAg De Joelho (KneeBAg)Bolsa situada, normalmente, na região da co-

luna de direção, acionada em caso de colisões fron-tais e que visa a proteger o joelho do motorista.

BAnCos CoM ForMATo AnTiDeslizA-MenTo oU “AnTisUBMArining”A maior precisão dos meios de registro dos

crash tests, como câmeras, filmes e vídeos de alta resolução, permitiram uma análise detalha-da da dinâmica dos efeitos de uma colisão sobre os ocupantes dos veículos. Observou-se que o corpo humano tem uma tendência de, logo após a colisão, deslizar por baixo do cinto de seguran-ça, projetando as pernas em direção ao painel de instrumentos. Para evitar que tal movimento aconteça e reduzir as consequências de uma co-lisão, foi desenvolvida uma estrutura que fica na parte dianteira dos assentos dos bancos na forma de um “U” invertido. Esse simples formato, projetado de forma precisa, dificulta que o corpo do mo-

torista ou passageiro deslize por baixo do cinto. Bancos com esse importante conteúdo são cha-mados de bancos com formato antideslizamento ou antisubmarining.

BArrA nAs PorTAsItem de segurança que visa a garantir a in-

tegridade do habitáculo em caso de colisão. Faz parte da célula de sobrevivência.

BArreirAs rígiDAs e DeForMáveisDispositivos contra os quais o veículo colide

em uma simulação de batida realizada em um laboratório. Podem ser rígidas, como uma pare-de de concreto, ou deformáveis, normalmente uma colmeia de alumínio fixada a uma barreira rígida. A barreira deformável é utilizada para

reproduzir a situação em que um veículo colide contra outro obstáculo

deformável, por exemplo, ou-

tro veículo.

Segurança veicular de A a Z

por CArlos henriQUe FerreirA *

Mundo Fiat dá sequência à publicação do glossário sobre segurança veicular iniciado na edição anterior. Conhecer e saber usar cada item são passos importantes para uma direção mais segura.

CélUlA De soBrevivÊnCiARegião em torno dos ocupantes do veí-

culo extremamente rígida. Ela é formada por reforços estruturais nas colunas dianteiras, centrais e traseiras, além do teto e das barras nas portas. Essa estrutura tem como objetivo minimizar os danos ao habitáculo em caso de colisão, garantindo um espaço de sobrevivên-cia para os ocupantes do veículo.

CinTo De segUrAnÇAÉ considerado por especialistas como

o principal item de segurança veicular. No momento de uma colisão, o veículo para re-pentinamente, em menos de um segundo. Os ocupantes do veículo, que viajam na mesma velocidade do carro, tendem a continuar nessa velocidade, vindo a colidir contra as partes in-ternas do veículo (para-brisa, volante, painel de instrumentos etc.). Evitar ou minimizar as consequências da colisão dos ocupantes con-tra as partes internas do veículo é a função do cinto de segurança. É importante lembrar que o cinto de segurança atua em quaisquer situações de colisão – frontal, traseira, lateral e capotamento.

É imprescindível que o cinto de segurança seja utilizado por todos dentro do veículo. Uma pessoa que viaja no banco de trás está sujeito às mesmas forças dos ocupantes dos bancos dianteiros. Em uma colisão, caso o passagei-ro do banco traseiro esteja sem cinto, ele será lançado contra os bancos dianteiros e, eventu-almente, contra o painel de instrumentos e/ou para-brisa. Além de sofrer as consequências da colisão, os passageiros do banco traseiro aca-bam agravando as consequências do acidente para os ocupantes dos bancos dianteiros. Ou-tro importante detalhe que deve ser observado é a troca dos cintos após uma colisão grave. Isso é necessário porque a deformação sofri-da pelo cinto no momento do impacto danifica suas fibras, comprometendo seu desempenho em uma nova utilização severa.

CinTos De segUrAnÇA CoM Pré-TensionADorO pré-tensionador tem como objetivo au-

mentar a eficiência do cinto de segurança. Esse aumento de eficiência se dá com a diminuição da folga entre o usuário e o cinto no momen-

to da colisão. Ele é ativado pela desaceleração provocada pelo impacto de uma colisão de cer-ta gravidade.

O pré-tensionador desloca o cinto em di-reção aos ocupantes antes mesmo que eles se desloquem para frente, aumentando, assim, a eficiência de todo o sistema. Todos os veícu-los Fiat com airbag têm os cintos de segurança com pré-tensionador.

CinTo De segUrAnÇA CoM liMiTADor De CArgAA colisão do veículo representa, na ver-

dade, três colisões distintas. A primeira é a do veículo contra o obstáculo; a segunda, dos ocupantes do veículo contra as partes inter-nas (volante, painel etc.), e a terceira, a coli-são dos órgãos internos contra as partes mais rígidas do corpo humano, o cérebro contra o crânio e os órgãos da região do tórax contra a parede torácica. Um parâmetro muito im-portante a ser avaliado é a desaceleração que ocorre em uma colisão. Se ocorrer uma de-saceleração acima de determinados valores, mesmo que não ocorram danos externos, os danos aos órgãos internos podem ser muito graves. Para minimizar esse efeito foi desen-volvido um sistema que, ao se chegar a um determinado valor de desaceleração, o cinto de segurança é levemente liberado, reduzin-do a desaceleração e preservando os órgãos internos.

ColUnA De DireÇão ArTiCUlADAA função da direção articulada é evitar que,

em caso de colisão frontal, o volante se projete em direção ao motorista. A direção é construí-da em duas peças com uma articulação, de ma-neira a fazer com que o deslocamento ocorra para cima, indo o menos possível na direção do motorista.

CrAsh TesTTeste de colisão realizado em um laborató-

rio. As análises realizadas contribuem de for-ma decisiva para o desenvolvimento de carros mais seguros. O primeiro teste foi realizado na década de 1930 e a partir da década de 1960 começaram a ser estabelecidas normas volta-das para a segurança em todo o mundo.

MUNDoFiAT

Airbags amortecem

eventuais choques dos passageiros

contra partes internas do

veiculo, em caso de colisão

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Page 25: Revista Mundo Fiat 103

Job: 232618 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 232618-11841-An Premio Qualitas 175x255_pag001.pdfRegistro: 1033 -- Data: 16:37:58 02/08/2010

MUNDoFiAT4�

Estender para os aviões os benefícios do uso de um combustível menos poluente e mais barato. Esse é o

horizonte que estimula o uso de sistema multicombustível para aeronaves de pe-queno porte, em desenvolvimento pela Magneti Marelli em parceria com a Di-visão de Propulsão Aeronáutica (APA) e com o Instituto de Aeronáutica e Espaço

o voo do motor flexDe olho no futuro, a Magneti Marelli aposta no setor de aviação e avança no desenvolvimento do sistema multicombustível para aeronaves com motor a pistão. Economicamente viável e ambientalmente correta, a tecnologia permitirá a utilização de gasolina de aviação (Avgas), etanol ou a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção.

por BiAnCA Alves

aviação custa, pelo menos, cinco ve-zes mais do que o álcool, o que torna a tecnologia altamente atraente para as aeronaves equipadas com motor de combustão interna a pistão, muito co-muns em aeroclubes.

No motor flex, peças convencionais como carburadores e magnetos de ponto fixo de ignição dão lugar ao novo siste-ma de gerenciamento eletrônico, o que permite a escolha do combustível mais adequado às necessidades de desempe-nho, economia ou autonomia. Os pilotos passarão a ter, assim como os motoris-tas, a possibilidade de escolher entre o etanol, mais barato, menos agressivo ao ambiente e que aumenta a performan-ce do motor, e a gasolina, que assegura maior autonomia.

De acordo com Campos, o SFS® para aviões será primeiramente implantado em um motor Lycoming 0-360 A1D, de fabricação americana e com potência de 180 HP. Os ensaios em voo serão realiza-dos em uma aeronave AeroBoero 180.

A expectativa da Magneti Marelli é de que, em dois anos, a tecnologia já te-nha decolado, estando disponível para o mercado. “É o tempo necessário para concluirmos o desenvolvimento de um sistema inovador, fazermos a adequação nas aeronaves e certificarmos o produto”, informa o executivo, ressaltando o pio-neirismo da tecnologia Magneti Marelli. “Estamos contribuindo para reduzir cus-tos e proteger o meio ambiente ao mesmo tempo em que diversificamos a produção e ampliamos o mercado para além do se-tor automotivo”, conclui.

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AçãO

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(IAE). Das ruas para os ares, a evolução da tecnologia SFS® (Software Flexfuel Sensor) permitirá o uso da gasolina de aviação (Avgas), álcool combustível (eta-nol) ou da mistura desses dois combustí-veis em qualquer proporção.

“A gasolina de aviação tem gran-de quantidade de chumbo e, por isso, é muito poluente. Com o uso do biocom-bustível, o sistema também terá como vantagem a redução do custo da hora de voo”, aponta o engenheiro e geren-te Comercial da divisão Powertrain da Magneti Marelli, Eduardo Campos. Só para se ter uma ideia, a gasolina de

Centralina é a peça fundamental do motor flex

Page 26: Revista Mundo Fiat 103

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“Depois de montar de mil e uma maneiras o novo Palio no site da Fiat, estava de-

cidida a comprar o modelo. Até que, em uma dessas montagens, resolvi ‘experi-mentar’ o Siena. Descobri que a diferen-ça de preços entre o novo Palio e o Siena EL não era tanta, mas teria de optar por um carro menos potente, só que com um porta-malas enorme para eu poder colo-

o Y da questãoA nova geração não é mais a mesma nem vive como os seus pais.

por ADriAnA BernArDino

car todas as minhas tranqueiras. Fui a uma loja perto de minha casa, sozinha, com a cara e a coragem, e comprei um Siena vermelho”.

A experiência da analista de sis-temas paulistana Mariana Arantes de Paula, 26 anos, não é apenas o relato de uma consumidora, mas um diagnóstico dos hábitos de consumo de uma gera-ção de enorme influência sobre a vida

política, econômica e social. Eles repre-sentam, por exemplo, mais de 50% dos eleitores que decidirão em breve quem ocupará a Presidência da República.

É por isso que as empresas estão conectadas, mais do que antenadas, às exigências e desejos de uma geração que desafia a indústria a reinventar seus produtos e a maneira como se relacio-nam com o cliente.

Democracia. Tecnologia. Terrorismo. Eis a trilogia determinante do contexto histórico da geração Y, nascida entre 1978 e 1994. É uma geração surpreen-dente, formada em novo meio cultural marcado pela interação: o Y transcen-deu à passividade diante da televisão e do papel impresso, característica da

geração anterior, chamada de geração X (1965 a 1977). Os hábitos de con-sumo também mudaram. É perfil do Y influenciar e ser influenciado por seus irmãos de geração, especialmente em redes sociais como o Twitter, Facebook, Orkut, Youtube, fóruns e blogs. Ele faz compras pela internet e as avaliações postadas nesses canais – mais do que a propaganda – dão o veredito se vale ou não investir em determinado produto.

De acordo com Maria Tereza Maldo-nado, mestre em psicologia pela PUC-Rio e membro da American Family Therapy Academy, “as pessoas da geração Y têm percepção de múltiplos pontos de vis-ta, descobrem várias maneiras certas de fazer as mesmas coisas, admiram a

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Representante da geração Y, Mariana Arantes escolheu o modelo do novo carro em pesquisa no site da Fiat

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MUNDoFiAT�0 MUNDoFiAT �1

competência real, o comportamento éti-co e desejam contribuir com inovações”. Ainda segundo a especialista, a geração Y é a primeira da história a ter maior conhecimento de uma área essencial: a tecnologia. “Convivendo com a diversi-dade das famílias multifacetadas, tendo passado a infância com a agenda cheia de atividades e de aparelhos eletrônicos, as pessoas dessa geração são multitare-fas, vivem em ação e administram bem o tempo. Querem trabalhar para viver, mas não vivem para trabalhar. Captando os acontecimentos em tempo real e se co-nectando com uma variedade de pessoas, desenvolveram a visão sistêmica e acei-tam a diversidade”, explica.

“A geração Y não aprendeu a ler na horizontal, mas correndo os olhos por hiperlinks”, diz João Batista Ciaco, dire-tor de Publicidade e Marketing de Rela-cionamento da Fiat. “Esse público não é mais o destino final da informação, mas os fluidores dela; isto é, podemos medir a eficiência de uma comunicação por seu alcance nas redes sociais. Daí a necessi-dade de estabelecer diálogos com elas se quisermos marcar presença”, destaca.

Em sintonia com os Y, a Fiat traçou estratégias para investir em clubes de relacionamento e em muita interativida-de. Aposentando a comunicação mono-direcional na rede, a marca aposta na microsegmentação, criando peças pu-blicitárias especialmente pensadas para cada perfil, mesmo sendo para uma ge-ração que, teoricamente, gosta de coisas parecidas. “Temos uma preocupação muito grande em entender esse público. Procuramos saber tudo sobre o que ele aprecia e precisa. Para isso, temos um modelo de segmentação apurado, cer-ca de 300 comunicações diferentes são pensadas para nossa base de clientes entre 20 e 30 anos”, relata Ciaco.

Apesar das diferentes abordagens, o lúdico e o prático estão sempre presentes na comunicação da Fiat para a geração Y. “No lançamento do Punto T-Jet, por exemplo, fizemos um game em que o in-ternauta corria de seu computador contra um carro real no autódromo de Jacarepa-guá”. Outras necessidades dessa geração – como conectividade, personalização e imediatismo – podem ser atendidas no site da Fiat com o “Monte seu Carro”. Na página, é possível simular como será o carro dos sonhos. “No caso do Novo Uno, disponibilizamos aos nossos internautas as estatísticas de montagem do veículo. Sabendo quais são as versões e monta-gens favoritas no mercado, pode-se optar por comprar um carro com características únicas, que se diferencie ou fazer esco-lhas parecidas, que facilitem a revenda do veículo”, explica Ciaco.

“Minha pesquisa inicial sobre qual carro comprar foi toda feita na internet. Depois de selecionados os carros que eu havia gostado, fui à concessionária vê-los e senti-los”, conta a assistente editorial Vanessa Sawada, 22, que dá uma ideia de como essa geração encara o momento presente: “O carro dos meus sonhos? O meu carro é o carro dos meus sonhos já, porque ter um carro era um sonho. Mas, para ser sincera, não tenho um carro específico que seja dos meus sonhos (não por enquanto...)”.

Além da forma como comprar, ou-tro hábito de consumo que mudou de X para Y foi o que comprar. Ao contrário dos pais, a nova geração não é fiel às marcas, mas à inovação; não está pre-ocupada com o valor de revenda, mas com a satisfação pessoal; e dá mais im-portância às opções sustentáveis que ao status. “Eu não tenho apego às mar-cas, mas gosto de ter coisas mais bem desenhadas”, diz Ricardo de Goes Cor-reia, 22 anos, proprietário de um Uno branco. “Acredito que o foco das mu-danças da mobilidade no futuro será a energia alternativa e a economia, mas o design também vem se mostrando importante”, aponta. Ricardo diz que, se pudesse, pagaria mais por tecnolo-gias e motorizações alternativas, como a dos carros elétricos e híbridos.

O Novo Uno, um sucesso de vendas desde seu lançamento, é prova de que a Fiat, como quer Ciaco, está ouvindo seus consumidores. O carro pretende atender expectativas como as de Ricardo: chega

com uma proposta inovadora, econômi-ca, com design atraente e possibilidade de customização. A fidelidade dos Y é a esses conceitos, não às marcas.

Já o Siena vermelho de Mariana possibilitou o que é essencial a essa geração. Como canivete suíço, eles que-rem (e conseguem) fazer tudo ao mes-mo tempo. “Comprei o som com DVD, TV e Bluetooth. Meus próximos acessó-rios serão um GPS e uma telinha para um enteado e um afilhado assistirem ao DVD no banco de trás”, adianta.

Ao menos um comportamento pa-rece se perpetuar dos pais para os fi-lhos: o desejo de encontrar um amor e construir uma família, mesmo que um pouquinho diferente das tradicionais. Provavelmente, eles não se reunirão mais na sala, ao redor da TV, mas no habitáculo do carro, conectados à TV, ao DVD, ao celular, ao som do rádio abafado pela briga entre irmãos a ca-minho da escola ou em uma viagem de férias.

Para João Batista Ciaco, as estratégias de comunicação já englobam as redes sociais

Vanessa Sawada e Ricardo Correia resumem o carro dos sonhos:inovador, econômico e com design atraente

Page 28: Revista Mundo Fiat 103

MUNDoFiAT �3MUNDoFiAT�2

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As gerações se sucedem em tran-sições mais ou menos conflitu-osas. Sempre parece que nada

será como antes e que o mundo, tal e qual o conhecemos, vai sair dos eixos. Mas no fundo, os jovens são movidos pelos mesmos profundos sentimentos

já produziu 114 títulos, entre originais, coletâneas e obras paradidáticas, que reúnem vários autores e apoiam o processo pedagógico nas escolas. São mais de 1,5 milhão de exemplares ven-didos e o fluxo de histórias não para. Está com mais quatro títulos prontos e a caminho da impressão.

Marcia foi influenciada por várias gerações. Estudou na Universidade de São Paulo (USP), no final dos anos 1970, em um ambiente de ebulição, um verdadeiro encontro transgera-cional de estudantes e intelectuais. Tornou-se professora no tradicional Colégio Bandeirantes, em São Paulo, a partir de 1981, convivendo com cente-nas de adolescentes e suas redações. Começou a escrever motivada pelo convívio com seus alunos e publicou inicialmente contos em revistas, or-ganizou coletâneas, para, em 1986, publicar seu maior êxito editorial, Crescer é Perigoso, que já vendeu mais de 300 mil exemplares e está agora na 67ª impressão da terceira edição. O li-vro está escrito na forma de um diário, mostrando os medos e anseios de um adolescente, seu esforço para vencer a timidez, a vontade de ser aceito pelos amigos, a busca de si mesmo.

O livro foi premiado, teve grande repercussão e abriu caminho para que ela se dedicasse à literatura dirigida aos jovens. Vieram O Primeiro Beijo e O Clube do Beijo, sucesso que foi adaptado para o teatro e ganhou uma versão para o cinema, que consolida-ram essa trajetória de escritora.

Seu mergulho no universo adoles-cente e jovem mostrou-lhe que certos sentimentos são eternos. O jovem Werther, que Goethe concebeu no sé-culo XVIII, capaz do amor profundo e tempestuoso que tudo consome, ain-da vive na literatura e no inconsciente das novas gerações. “Há categorias universais de sentimentos, como soli-dão, carência, incompreensão, medo, paixão, a busca do amor, que não envelhecem e continuam a mover o

Novos pensamentos,eternos sentimentos

por roBerTo BArAlDi

A escritora Marcia Kupstas, autora de clássicos para jovens, enfoca os desejos que movem todas as gerações e revela suas preocupações com os rumos da educação na família e na escola.

e desejos humanos que a literatura capta e traduz há séculos.

Tais sentimentos são a matéria-pri-ma com a qual a escritora Marcia Kups-tas vem trabalhando há mais de 30 anos, sempre dedicada à literatura ju-venil. Ela coleciona números notáveis: mundo e a literatura”, diz a escritora.

Em 1991, ela parou de lecionar para dedicar-se exclusivamente ao im-pulso de criar histórias. Mas de onde vem a pulsão de escrever? A resposta é rápida: vem do mesmo lugar de onde saem os gols. É o mesmo trançado de inspiração e objetividade, de talento e treinamento. No gol, a bola cruza uma linha branca de cal e o mundo se trans-forma. A literatura dá transcendência ao que trata. Transforma o ordinário em extraordinário, o cotidiano em uma síntese da vida de milhões de pessoas.

Aos 53 anos, Marcia treinou bas-tante a arte de compreender e expres-sar o mundo adolescente e juvenil. Tornar-se escritora foi a realização de seu próprio sonho juvenil. “Na adoles-cência comecei a escrever e a encarar a literatura como um projeto possível, profissional. Participava de grupos lite-rários no colegial e faculdade, de con-cursos literários, escrevia para revis-tas”, conta Marcia. Na adolescência, organizava saraus literários na casa dos pais, imigrantes lituanos que mo-ravam na Vila Zelina, bairro paulistano que abrigava principalmente oriundos do Leste Europeu e seus descendentes.

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A escritora Marcia

Kupstas: “Há categorias

universais de sentimentos

que não envelhecem e continuam

a mover o mundo e a literatura”

Marcia e seu Fiat Strada

Cabine Dupla: “Leva tudo,

hóspedes, empregados,

caiaque, móveis,

cachorro...”

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Prosa e poesia eram lidos em voz alta, tanto em russo quanto em português, enquanto alguém tocava balalaica, be-bia-se chá ou vodka e se restauravam as forças com borscht, sopa típica à base de costela bovina e beterrabas.

novAs ForMAsA constatação de que certos senti-

mentos e reações são comuns a todas as gerações não significa dizer que o mundo está estagnado. Ao contrário: está mais complexo e diversificado do que nunca. A política, por exemplo, pouco encanta os jovens, ao contrá-rio da geração anterior, que se mobi-lizou pela redemocratização do país e pela liberdade de expressão. Hoje, os interesses se multiplicam simultanea-mente em muitas direções e os parti-dos políticos não são o único canal de participação e influência social e po-lítica. Há as organizações não gover-namentais, os blogs, as comunidades na internet etc.. “Os desafios desta ge-ração são outros, como os problemas ambientais e o aquecimento global. E eles são mais verdadeiros em sua forma de expressão do que foi nossa geração. Muita gente dizia uma coi-sa, geralmente em lindos discursos, e fazia outra; racionalizávamos nossos medos em discursos intelectualiza-dos”, acentua. Mas há muitos perigos à espreita desta geração.

de abuso. O problema é que geralmente os pais também aprendem na prática, a duras penas, a ser pais e a educar os filhos”, analisa Marcia, que voltou a abandonar a sala de aula, para dedi-car-se exclusivamente aos livros.

Ela está prestes a publicar quatro novos títulos. O primeiro é um livro tipicamente paradidático, que enfoca três viagens: a longa saga de Marco Polo, uma expedição viking e um tex-to ainda a ser definido, todos adap-tados por Marcia. Depois sairá Pro-fissão: Jovem, uma reflexão sobre as perspectivas de futuro e as escolhas profissionais dos jovens. Outro título é A gente matou o cachorro?, ficção em dois tempos, que reúne três ami-gas com mais de 30 anos, que anali-sam seu cotidiano e recordam fatos da infância, inclusive um curioso in-cidente com um cachorro. O cenário do litoral norte de São Paulo inspirou O Surfista ou uma boa história de fantasma, que mescla elementos da vida a beira-mar e o sobrenatural, em ficção concebida sobre um elemento real: em Ubatuba, no litoral paulista, há um povoado chamado Cassando-ca, um antigo quilombo que abriga um velho cemitério. A lápide de um dos túmulos é uma prancha de surf, criando uma imagem que faz a ima-ginação voar, uma boa metáfora da vida e morte como ondas.

Uma pousada em Maranduba, um Fiat Strada

A escritora Marcia Kupstas está, aos pou-cos, deixando de viver em são Paulo, para fixar-se na praia de Maranduba, em Ubatu-ba, no litoral norte de são Paulo. Ali, onde ainda está preservada uma faixa importante da Mata Atlântica, em uma costa sinuosa, em que morros avançam mar adentro e for-mam calmas enseadas, ela e o marido Pau-lo estão ampliando uma pousada, que tem como nome a fusão dos nomes de ambos – Chalés Paumar.

no dia a dia das estradas não pavimen-tadas do litoral norte paulista e da rotina de quem está administrando uma pousada, Marcia escolheu um Fiat strada Cabine Du-pla Adventure vermelho. “leva tudo: hóspe-des, empregado, caiaque, motor, cachorro, compras, móveis”, diz.

em Ubatuba chove muito, a ponto de a cidade ser chamada também de Ubachuva, e há muitas estradas de terra. “Mas o carro não atola, é alto, voa sobre os buracos”, re-sume Marcia.

Em 2004, 13 anos depois de ter se afastado das salas de aulas, Marcia sentiu saudade da rotina de professo-ra e voltou a lecionar. Deparou-se em sala, porém, com estudantes sem limi-tes, no sentido duro do termo.

“Tenho dó dos professores. Eles são preparados para as funções pedagógi-cas, para trabalhar a transmissão de conteúdos específicos. Mas a sociedade transferiu responsabilidades demais para a escola e para o professor”, cons-tata. “Querem que o professor seja pai, mãe, psicólogo, padre, médico. A socie-dade negligencia suas responsabilida-des na formação dos jovens, de trans-missão de valores, e delega tudo isto ao professor, sem outorgar-lhe, porém, autoridade e meios”, acrescenta.

Para ela, o grande tema da atuali-dade é definir claramente o papel da escola, o papel dos pais e das insti-tuições tradicionais na formação de jovens.

“As famílias estão menos atentas ao papel de orientar os filhos. Os jo-vens aprendem a ter limites a duras penas, amadurecem ao relento, porque é a vida de verdade que lhes impõe li-mites. É uma confusão com o sentido de amar. Vejo hoje relações entre pais e filhos que não são relações de amor, mas de poder. E geralmente é o filho que quer exercer poder sobre os pais, no que se pode definir como uma relação

A praia de Maranduba, em Ubatuba (SP), é o refúgio da escritora

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Quem não se lembra do cachorrinho que, no fim dos anos de 1980, tor-nou-se ícone da marca dos amor-

tecedores Cofap? É impossível esquecer o mascote que conquistou o Brasil e fez a diferença na história da marca, hoje parte do Grupo Magneti Marelli. O cão da raça da-chshund não só vive na memória dos brasi-leiros como já retornou para a tela da tele-visão em agosto, com o slogan de sucesso criado há mais de 20 anos: “O melhor amigo do carro e do dono do carro”.

Mas quem vê o cachorrinho na TV não imagina como ele foi criado. Tudo partiu de um sonho que se tornou realidade. De acor-

do com a gerente de Marketing de Serviços e Comunicação da empresa Magneti Marelli Cofap Autopeças, Mônica Cassaro, Roberto Kasinsky – filho do então proprietário da Co-fap, Abraham Kasinski – sonhou que o amor-tecedor se transformava no cachorrinho e re-solveu colocar a ideia em prática. “A proposta criativa escolhida foi a da agência W/Brasil, que conferiu um tom leve e alegre à mensa-gem publicitária. Assim, o Cofapinho encer-rou a fase da linguagem do terror que regia a publicidade da marca de amortecedores até então: se você não trocar os amortecedores (desgastados) do seu veículo, você poderá morrer em um acidente de carro”, conta.

De volta às telas da tvo cachorrinho dachshund é novamente o garoto-propaganda da campanha publicitária da Magneti Marelli Cofap. o Cofapinho, como ficou conhecida a raça, reestreia em vinhetas bem criativas e inusitadas, sempre alertando para a verificação preventiva dos amortecedores.

por liliAn loBATo

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Logo, o Cofapinho caiu no gosto popular. A propaganda, que apresentava o produto com as características básicas do cachorro – amigo, bom companheiro e preocupado com a segurança dos membros da família –, foi um sucesso absoluto e as vendas dos amortecedores reagiram imediatamente. Aumentando ainda mais a repercussão, o Cofapinho chegou a ser eleito o persona-gem mais simpático da propaganda brasi-leira, ganhando prêmios em Cannes e nos principais festivais brasileiros.

No ar em 1989, 1990 e 1991, reapa-recendo depois em 1993, 1996, 1999 e 2001, o Cofapinho reestreia em 2010 na versão desenho animado. Mas a gerente de Marketing garante: “Os Cofapinhos de verdade voltarão”. Segundo ela, o retorno do garoto-propaganda surgiu com a neces-sidade de atingir o público jovem que não teve acesso às vinhetas dos anos de 1980 e 1990. “Além disso, as inspeções veicu-lares são a oportunidade ideal de tornar a marca Cofap ainda mais lembrada pelo consumidor final”, avalia.

A campanha publicitária foi realizada

novamente pela W/Brasil com investimen-to de R$ 1,2 milhão. No total, estão pre-vistas seis mil inserções e a expectativa é de que mais de 448 milhões de pessoas sejam impactadas positivamente. “Os fil-mes abordam temas atuais e inovadores e mostram o cachorrinho dançando funk, sambando ou lutando boxe, sempre aler-tando para a verificação preventiva dos amortecedores”, revela.

O Cofapinho reestreia em grande estilo em vinhetas de 10 segundos, veiculadas nos canais ESPN, SporTV, Band Sports, Fox, HBO, AXN, Cinemax, Universal, WBTV, Sony, MGM, Globonews, GNT, History Chan-nel, Discovery Channel, Biography Channel e A&E Mundo. Estão ainda em exibição em 44 salas de cinema. Mônica Cassaro com-pleta que a marca Cofap é um patrimônio valioso no mercado de aftermarket brasilei-ro, com 65% da participação. “A marca Co-fap tem uma imagem consolidada (Top of Mind) junto aos proprietários de veículos e é prestigiada entre a maioria dos profissio-nais da cadeia de comercialização e aplica-ção de amortecedores”, finaliza.

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para se manter na liderança em inovação e soluções completas nas áreas de serviços de manu-

tenção e de sistemas de auto-mação industrial, a Comau investe em uma política de estágios técnicos e premiações para estudantes. O

passaporte para o mercado de trabalhoNa edição 2010 do estágio técnico da Comau, 72 estudantes de diversos cursos colocam o conhecimento em prática. para acompanhar o desenvolvimento profissional, cada aluno recebe um passaporte com informações do programa e, de acordo com o desempenho, poderá ser contratado. De olho nos novos talentos, a empresa também criou o prêmio Universitário Comau, que já está na terceira edição.

por ADriAnA Borges

objetivo é criar oportunidades para a formação de jovens talentos, que se-rão os profissionais do futuro.

Voltado para o ensino técnico, o programa de estágio somou, na edi-

ção 2010, mais de 900 inscrições. Na disputa pelas vagas, 72 alu-

nos dos cursos de Mecânica, Elétrica, Eletrônica, Me-

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catrônica, Automação, Eletrotécnica e Eletromecânica foram aprovados no processo seletivo e iniciaram, em ju-lho, o estágio na Comau, com duração de um ano.

Segundo o analista de Recursos Humanos, Cláudio Lopes, o período de experiência e de capacitação dos jovens é essencial para a empresa e para o estudante. “É uma forma de preparar o profissional que irá traba-lhar conosco. Elaboramos um estudo para levantar as demandas de mão-de-obra e, então, definimos o perfil adequado para cada vaga”, ressalta. De acordo com Lopes, o compromis-so é com a empregabilidade. “No ano passado, 90% dos estagiários foram efetivados”, afirma.

Com o objetivo de avaliar o de-senvolvimento profissional dos estu-dantes, todos recebem um documento similar a um passaporte, com infor-mações sobre o programa, inclusive

com agenda de treinamentos. O pas-saporte é acompanhado de perto pe-los supervisores. “Se houver vaga e se tiver realizado todos os compromissos do passaporte, o estagiário já poderá ser efetivado a partir do oitavo mês,” explica Lopes.

Luamar Nery, 19 anos, é estagi-ária do curso de Automação Indus-trial. Para entrar na Comau, passou por um rigoroso processo de seleção, que começou com a inscrição no site da empresa, seguido de provas de co-nhecimentos específicos, entrevista e testes psicológicos e entrevista técni-ca. A última etapa foi a realização dos exames médicos. A maratona durou três meses. “É o meu primeiro estágio e estou gostando muito. Cheguei há poucos dias e já participei de várias palestras sobre segurança do traba-lho. Aqui, você não executa nenhuma tarefa sem estar ciente dos procedi-mentos adequados”, conta.

A CoMAU Dá DiCAs Aos esTUDAnTes De CoMo

AlCAnÇAr UMA vAgA

segurança: utilize sempre os equipamentos de segurança. tenha atenção e nunca faça nenhuma atividade sem o acompanhamento do tutor.

Proatividade: demonstre iniciativa e boa vontade. tenha interesse por novos conhecimentos.

humildade: você está na condição de aprendiz. portanto, ser humilde e cortês é fundamental.

Flexibilidade: seja receptivo às mudanças.

Comunicação assertiva: seja claro e objetivo. leia muito para ampliar seu vocabulário. Uma comunicação eficaz poderá demonstrar seu talento e habilidades.

Trabalho em equipe: respeite e valorize as atividades de seus colegas. procure sempre se envolver com projetos inovadores. Seja curioso e sugira novas ideias para o grupo.

Agilidade: não deixe para depois o que você pode fazer hoje. produtividade e qualidade podem ser o diferencial. pergunte, critique e faça sugestões.

Administração do tempo: organização e pontualidade são fundamentais.

responsabilidade: execute bem suas tarefas, priorize compromissos e assuma erros. Seja ético e verdadeiro.

DO ESTÁGIO PARA O EmPREGO

Newton Cláudio, 19 anos, estagi-ário do curso Técnico em Eletrônica, está trabalhando no laboratório de instrumentação e calibração e tem os olhos voltados para o futuro. “Estou gostando muito do estágio porque aqui a gente coloca o conhecimento em prática e desenvolve nossas habi-lidades. Estou me empenhando para aprender bastante, pois sei que será uma experiência muito valiosa para a minha carreira. Meu sonho é fazer o curso de Engenharia Elétrica”, revela.

Além dos conteúdos teóricos, o programa de estágio da Comau tam-bém dá a oportunidade de vivência em várias áreas da empresa por meio de um rodízio. “O conhecimento em diferentes áreas facilita a execução do trabalho, pois o jovem passará a ter noção do todo. Na hora da efetivação, com certeza, estará mais preparado”, afirma Lopes. Durante o processo, as avaliações não se limitam às habilida-des técnicas. Os supervisores também ficam de olho na capacidade de rela-cionamento com os colegas e de lidar com indicadores, metas e resultados. “Observamos as características pes-soais que podem contribuir para o re-sultado do trabalho da empresa, como iniciativa, facilidade de comunicação e liderança”, completa Lopes.

BoAs leMBrAnÇAsO técnico em Eletrônica Mauro Mi-

noru, 26 anos, é empregado da Comau há um ano e foi contratado no oitavo mês do estágo técnico. “Surgiu a opor-tunidade e resolvi sair de um emprego para estagiar na Comau. Aprendi muito e, até hoje, estou aprendendo. Pretendo continuar a investir nos estudos”, diz. Eriberton de Oliveira, 24 anos, técnico em Mecânica, também tem boas lem-branças do estágio e destaca o trabalho em equipe como o principal aprendiza-do: “Como sou mecânico automotivo, trabalhei em diferentes áreas e pude perceber o compromisso de uns com os outros na questão da segurança”.

O estágio é a principal porta de entrada para o mercado de trabalho

Luamar Nery exibe

orgulhosa seu passaporte

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Já na terceira edição, o Prêmio Universi-tário Comau estimula jovens estudantes de Engenharia a desenvolver projetos com cria-tividade e inovação, melhorando processos de planejamento e execução na área. Segun-do a responsável pelo Prêmio, Verônica Sa-las, o objetivo é apoiar a formação de jovens engenheiros de talento, criando oportunida-des de trabalho na empresa.

Em 2010, o tema é “Confiabilidade” e o desafio é desenvolver um plano de ativida-des de manutenção baseado na análise dos resultados obtidos no estudo de confiabili-dade. De acordo com Verônica, a utilização de conceitos relacionados à confiabilidade é uma tendência mundial. “A escolha des-se tema deve-se ao fato de ainda ser pouco abordado nas universidades”, constata.

O Prêmio Universitário Comau é consti-tuído de seis etapas: inscrição, pré-projeto, seleção dos pré-projetos, treinamentos, de-senvolvimento técnico dos projetos e apre-sentação. O pré-requisito é ser estudante de Engenharia a partir do 5º. período nas seguintes faculdades apoiadoras: Universi-dade Federal de Minas gerais (UFMG), Uni-versidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Pon-tifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Puc Minas), Fumec, Cefet, Centro Universi-

tário de Sete Lagoas (Unifemm), Universida-de de Itaúna e Pitágoras.

Nesta edição, 191 estudantes reunidos em 80 equipes se inscreveram para partici-par do prêmio. Desse total, 20 equipes foram pré-selecionadas e terão que passar por mais quatro etapas até a apresentação do projeto, que ocorrerá em novembro. Os trabalhos se-rão avaliados por uma banca de profissionais da Comau e de empresas parceiras.

No primeiro ano do prêmio, em 2007, os trabalhos tinham foco na área de manuten-ção industrial. Na segunda edição, em 2009, o desafio foi o gerenciamento de projetos. Um dos vencedores foi o estudante do 10º período de Engenharia Mecânica da UFMG, Alexandre Marins, com a equipe ALR-UFMG. Hoje, ele é estagiário da Comau e quer fazer carreira na empresa. “O maior ganho foi o aprendizado que tive durante o processo de desenvolvimento do projeto. Participar do prêmio agregou valor à minha carreira e já está fazendo muita diferença”, avalia.

A iniciativa conta, em 2010, com a par-ceria da Fiat, FPT – Powertrain Technologies, Isvor, Centro de Competências e Reliasoft. O primeiro lugar ganhará um Fiat Palio 0 km. Já os segundo e terceiro lugares receberão R$ 10 mil e R$ 7 mil, respectivamente.

Criatividade e boas soluções

Prêmio Comau cria novas oportunidades a jovens universitários

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No mês de julho, a rotina de 14 estudantes da Fundação Tori-no não foi nada fácil. Em vez

de viagens e passeios com os familia-res e amigos, o itinerário, de segunda a sexta, era o mesmo: acordar cedo, pegar o ônibus e seguir para Betim (MG). Durante 30 dias, eles arrega-çaram as mangas e fizeram parte do

viagem ao mundo do trabalho em 30 diasNas férias de julho, o tempo de leonardo Magalhães, de 17 anos, ficou reduzido para curtir as sessões de cinema e sair com os amigos. Estudante do Instituto Tecnico Commerciale (ItC), da Escola Internacional Fundação torino, ele trocou o descanso pela oportunidade de fazer um estágio na Fiat Automóveis.

por ADriAnA Borges

o dia a dia dos profissionais da área de Comunicação Corporativa. Outros setores da Fiat que também receberam os alunos foram o Comercial, Jurídico, Logística e Industrial.

Na fábrica, os estágios são coor-denados pelo Centro de Competências da Fiat que, além de acompanhar os estudantes nas atividades da empre-sa, oferece cursos de italiano, inglês avançado e informática, todos realiza-dos no horário do trabalho. “O progra-ma começou há 10 anos e tem como objetivo aproximar os alunos dos últi-mos anos dos cursos de nível médio e técnico de formação gerencial à rotina do trabalho. É um elo de fortalecimen-to entre a teoria e a prática”, explica a diretora do Centro de Competências da Fiat e ex-diretora da Fundação Torino, Silvana Rizzioli.

Para Pedro Claret Monteiro, de 18 anos, o trabalho nas férias é um investimento na formação profissio-nal. “Agora já sei como uma empresa de grande porte funciona, o ritmo de trabalho, o relacionamento com os

time de estagiários da Fiat Automó-veis – uma experiência desafiadora, recompensada com muito conheci-mento e aprendizado.

“Tive a oportunidade de aprender sobre as relações da empresa com seus diferentes públicos, como a mídia, os clientes e os fornecedores”, conta Le-onardo Magalhães, que acompanhou

empregados e a importância do cum-primento das normas de segurança. É uma vivência que abre as portas do trabalho em diversas empresas”, ressalta o aluno do Curso Técnico de Administração da Fundação.

Na visão da diretora do Centro de Competências, a iniciativa também traz benefícios para a Fiat: “São jo-vens que têm uma formação empreen-dedora e que vêm somar ao trabalho da empresa”.

Raffaele Peano, presidente da Fundação Torino, avalia como posi-tiva a parceria da instituição com a Fiat. “Os programas de estágio são bastante proveitosos para o estudan-te, pois representam o primeiro con-tato efetivo do jovem com o mercado de trabalho e com a profissão que irá exercer no futuro. Além disso, essa vivência é importante na hora do aluno escolher o curso universitário que irá seguir. A Fiat oferece opção de estágio em vários setores, confor-me as vagas disponíveis”, conclui o presidente.

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Pedro Claret Monteiro, aluno do Curso Técnico de Administração da Fundação, vê o trabalho nas férias como um investimento na carreira

Leonardo Magalhães

acompanhou o dia a dia dos

profissionais da área de

Comunicação Corporativa da

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A distância não intimidou o paulistano Renato de Marco e sua irmã Paula a arruma-

rem as malas. Eles percorreram 980 quilômetros até Rio Verde (GO), para participar do Rally Universitário Fiat 2010. “Estarei em todas que eu pu-der”, disse Renato, que também com-petiu em São José dos Campos (SP). Éderson da Cruz, Marcos Ormond e Caroline Brito também pegaram mui-ta estrada até desembarcar em Rio Verde. “Meu irmão competiu no ano passado em Blumenau. Ele falou com tanta empolgação do evento que nos contagiou”, conta Marcos, que viajou mais de 700 quilômetros e foi um dos 225 participantes da prova de Goiás, realizada em junho.

“Quem participa uma vez, quer mais e cruza o país para competir”, conta o diretor geral do evento, Edu-ardo Regal. Na linha de chegada, as histórias e emoções dos bastidores dividem espaço com dicas de respeito à natureza. Além de prêmios e tro-féus, os participantes recebem mudas de plantas. “É mais uma lembrança sobre a necessidade de se preservar o meio ambiente”, ressalta Regal.

O caráter ambiental soma-se à solidariedade para fazer do rally um evento com forte cunho de respon-sabilidade social. Para participar, cada competidor doa, no ato da ins-crição, quatro latas de leite em pó, que são repassadas a instituições fi-lantrópicas das cidades onde as pro-vas acontecem. O circuito deste ano já reuniu 12.038 competidores, que doaram 40.726 latas de leite, além de 1.335 agasalhos, 2.819 brinque-dos e 6.820 livros.

No calendário 2010, ainda faltam seis provas, que serão realizadas de agosto a dezembro. Em cada um dos rallys, as equipes vencedoras classi-ficam-se, automaticamente, para dis-putar a final, no dia 5 de dezembro, em Belo Horizonte (MG), concorrendo a um Fiat Palio Economy.

Solidaridade no topo do pódio

para colocar o carro na trilha, o espírito de competição dá lugar à solidariedade. Em cinco etapas, o rally Universitário Fiat 2010 reuniu mais de 12 mil competidores de diferentes regiões do país, que apoiaram instituições filantrópicas com doação de leite em pó, agasalhos, brinquedos e livros.

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REGULARIDADEO Rally Universitário Fiat é aberto

a carros de todas as marcas e modelos. O único pré-requisito é que um dos in-tegrantes da dupla de piloto e navega-dor seja aluno regular de algum curso universitário. Nos circuitos, o desafio é seguir fielmente o percurso da plani-lha de navegação, cometendo o menor número possível de faltas.

Para manter a regularidade, os olhares devem ficar atentos ao cro-nômetro e ao velocímetro. Se o carro estiver mais rápido ou mais lento do que o determinado pela organização, a dupla é penalizada em pontos.

29 de agosto – Blumenau (SC)

12 de setembro – Macaé (RJ)

26 de setembro – Bauru (SP)

24 de outubro – Novo Hamburgo (RS)

21 de novembro – Juiz de Fora (MG)

4 de dezembro – Belo Horizonte (MG)

5 de dezembro – Belo Horizonte (final)

CALENDÁRIO DO 2º SEMESTRE DO RALLY UNIVERSITÁRIO FIAT 2010

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“Quem chega aqui no autó-dromo e vê a estrutura da prova nem imagina o tra-

balhão que dá deixar tudo pronto para o dia da corrida. A gente realmente

arma um circo, mas no fim me sinto realizada”. As palavras de Mariana Fe-lício, da Scuderia Iveco resumem bem o tamanho da Fórmula Truck. Ela, que acompanha de perto cada prova,

Os bastidores da Fórmula TruckConhecida pela imponência de seus caminhões, a competição criada no Brasil, e que hoje ultrapassa os limites do país, também é grandiosa nos bastidores.

POR FABIANA NOGUEIRA

Fotos Studio Cerri

Em cinco etapas, os competidores doaram mais de 40 mil latas de leite em pó

O público chega a

60 mil pessoas no autódromo

de Interlagos – um recorde

do Fórmula Truck

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é responsável por pilotar o Pace Truck, caminhão que dá apoio aos veículos competidores e que, até o final da tem-porada 2011, será patrocinado pela Iveco com um modelo Stralis.

Por trás do show que o público acompanha, há uma grande equipe que arregaça as mangas antes, duran-te e depois das corridas. No Autódromo de Interlagos, em São Paulo, que reú-ne o maior público da Fórmula Truck – cerca de 60 mil expectadores – os 180 funcionários fixos da competição são multiplicados por três, além dos 1,7 mil empregos temporários e das

2,5 mil ocupações indiretas no fim de semana da prova.

E foi na etapa de São Paulo, reali-zada em 25 de julho que a Iveco anun-ciou novidades na identidade visual da Scuderia, desde os uniformes dos pilo-tos até o grafismo aplicado aos cami-nhões. “Para dar um ar mais moderno à marca, escurecemos o vermelho dos uniformes, que também ganharam de-talhes dourados”, conta Álvaro Vaccari, coordenador de Eventos e Promoções da fabricante. No box, as atenções con-tinuam focadas na melhoria da aerodi-nâmica, da suspensão e do motor. “É

experimentando que vamos conseguir fazer as mudanças necessárias para nos tornarmos ainda mais competiti-vos”, ressalta o engenheiro de Produto da Iveco, Marcelo Sakurai.

O presidente da Iveco Latin Ameri-ca, Marco Mazzu, também esteve em Interlagos para dar apoio aos pilotos da Scuderia: o mineiro Cristiano da Matta, que fez sua primeira corrida pela Fórmula Truck na pista paulis-ta, e o pernambucano Beto Monteiro, campeão da categoria em 2004. “São Paulo foi mais uma etapa de teste e de consolidação para a Iveco, tanto no mercado, quanto na Fórmula Truck”, afirmou Mazzu.

Para estreitar os laços com os clien-tes, a Iveco promove visitas ao box da Scuderia, tendo como anfitriões os pró-prios pilotos e a equipe de engenhei-ros e mecânicos, prontos para explicar tudo sobre as atrações principais – os caminhões. A fabricante também criou uma área VIP, o chamado Hospitality Center (HC), montada em todas as eta-pas da competição.

Edson Luiz Pereira, diretor comer-cial do grupo Sada, acredita que esse tipo de iniciativa aproxima e harmo-niza o contato entre cliente e fábrica. “Antigamente não havia esse tipo de relação e, ainda hoje, é difícil ver essa proximidade que a Iveco consegue es-tabelecer com seus clientes em outras fabricantes”, elogia. O HC também é lo-cal de homenagens, que são entregues pela Iveco aos prefeitos de cada cidade onde as etapas são realizadas. Em São Paulo, Gilberto Kassab ressaltou a im-portância de um evento como a Fórmu-la Truck para a cidade.

Além do Hospitality Center, a Iveco reservou 1,2 mil lugares na arquibanca-da e disponibilizou alguns caminhões para o “Truck Test”. Paulo Yachimciuc, gerente de vendas da concessionária Vetelli, e sua filha Gabriela, percorre-ram, pela primeira vez, o percurso feito pelos pilotos profissionais. Para ele, a iniciativa é uma grande oportunidade

de conhecer ainda mais os produtos que representa e esclarecer, com pro-priedade, as dúvidas dos clientes.

Os resultados dessas ações desen-volvidas durante a Fórmula Truck, segundo Teodoro da Silva, presidente da Associação Nacional dos Concessio-nários Iveco (Ancive), são positivos e podem ser mensurados não só pelas palavras positivas dos clientes, mas também pelos negócios fechados após cada etapa da competição, que é consi-deravelmente superior ao período nor-mal de vendas.

Na fase paulista, a Iveco não con-seguiu subir ao pódio, mas conquistou o troféu de melhor equipe da rodada, em reconhecimento pelas ações de re-lacionamento com o cliente, a organi-zação e decoração de seu Hospitality Center e pela integração da equipe nos boxes. De São Paulo, a Fórmula Truck segue para Londrina (PR). Em setem-bro, é a vez dos argentinos ouvirem, pela segunda vez, o ronco dos motores dos caminhões. Aliás, a inclusão do autódromo de Buenos Aires no circuito fez com que a competição passasse a ser chamada de Campeonato Brasileiro e Sul-Americano de Fórmula Truck.

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O piloto Beto Monteiro e o

presidente da Iveco

Latin America, Marco Mazzu,

na etapa de São Paulo

No Hospitality Center (HC),

os clientes da Iveco

acompanham as emoções

da corrida com muita animação

Mariana Felício ao volante do Pace Truck: “Me sinto realizada”

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Domingo de superaçõesMagneti Marelli amplia o calendário do programa SuperAção Saúde e promove caminhadas em quatro cidades brasileiras para incentivar a prática de atividades físicas. o circuito de cinco quilômetros não intimida os participantes, que suam a camisa e aprendem os benefícios do exercício.

por PATríCiA MAriUzzo

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ADE Lavras (MG) e Contagem (MG) até o

fim de agosto, sempre aos domingos. A expectativa é de que mais de três mil pessoas participem do circuito, que tem como objetivo estimular a prática de atividades físicas e conscientizar a população sobre a melhoria da quali-dade de vida. “No início era um pro-grama para trabalhar o tema apenas entre os colaboradores. A ideia cres-ceu e conta agora com a participação dos moradores das cidades”, destaca o diretor de Recursos Humanos do Grupo Magneti, Giuseppe Giorgi.

Considerado um dos exercícios mais completos, capaz de movimentar todos os grupos musculares do corpo, a caminhada pode ser praticada por pessoas de qualquer idade. “Tem cus-

luiz Carlos Pinto não pensou duas vezes para fazer a inscrição de toda a família na caminhada Su-

perAção Saúde, promovida pela Mag-neti Marelli em Jaguariúna (SP). “Trou-xe meus filhos para incentivá-los a fazer atividades físicas”, contou o con-ferente da planta da Magneti Marelli de Hortolândia. O colega de trabalho Ed-valdo Petrocelli Santiago também acor-dou cedo no domingo para enfrentar o circuito de cinco quilômetros. “Um dia como este pode ser a alavanca para o início da prática regular de exercícios”, ressaltou o operador de montagem.

Na programação 2010, Jaguariúna foi a primeira cidade a receber o Supe-rAção Saúde, em 17 de julho. O calen-dário continua em Santo André (SP),

to zero e oferece benefícios como au-mento da eficiência cardíaca, controle do peso, da pressão e do stress, pre-vine doenças como artrose e diabetes, além de proporcionar mais energia e disposição”, explica a apresentadora de TV Solange Frazão, que está no co-mando das aulas de alongamento e de relaxamento do SuperAção Saúde de 2010. De acordo com ela, a principal dica é manter a disciplina. “O ideal é caminhar cinco vezes por semana, tentando espantar a preguiça mesmo nos dias frios ou chuvosos”.

E não faltou disposição e energia para o grupo da terceira idade, que compareceu em peso na caminhada em Jaguariúna. Aos 74 anos, Pedro Marchesini não teve dificuldades para

percorrer o trajeto. “Além dos bene-fícios para minha saúde, o esporte é um jeito de termos amigos sempre por perto”, contou. O gerente de Recursos Humanos das unidades da Magneti Marelli de Amparo e Hortolândia, An-dré Fernandes, destacou outro ponto importante: “Quem pratica esporte responde melhor às situações de pres-são do dia a dia”.

O programa SuperAção Saúde é uma iniciativa da Magneti Marelli, organizado pela Saudesportes e conta com o apoio das prefeituras munici-pais das cidades de Contagem, Jagua-riúna, Lavras e Santo André e patrocí-nio do Banco Santander, Golden Cross, Promed, Unimed Lavras, Spetomix, Setter e Pró-Phármacos.

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Antes e depois da caminhada: alongamento

Solange Frazão comandará as atividades da edição 2010

do SuperAção Saúde

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C riar um ambiente de trabalho saudável, com foco na saúde e no bem-estar dos funcioná-

rios. Esse é o principal objetivo do Vivere, programa lançado pela Fiat Automóveis em abril de 2010 e que contempla as dimensões biológica, psicológica, social e organizacio-nal (o chamado modelo BPSO para qualidade de vida no trabalho), a partir do planejamento de ações em

envolveu, no período de julho a ou-tubro de 2009, 11 mil funcionários, o equivalente a 93% do total.

Além do questionário sobre o estilo de vida, foram feitas medidas da pressão arterial, Índice de Massa Corporal (IMC), circunferência abdo-minal e dosagem pontual da glicose no sangue. Os resultados foram ana-lisados individual e coletivamente. “Com essas informações em mãos, definimos três ações mais relevantes: caminhada e corrida, nutrição e saú-de e combate ao tabagismo”, detalha o médico que coordena o programa, Alexandre Veloso.

Os grupos de caminhada e corri-da utilizam espaços públicos em seis regiões de Belo Horizonte, Contagem e Betim (MG), fora dos horários de trabalho. Segundo o médico, novas ações serão progressivamente incor-poradas ao programa. “Mais de 600 empregados da Fiat Automóveis e da FPT – Powertrain Technologies já se inscreveram espontaneamente para participar das atividades do Vivere”, comemora Veloso.

“Percebemos que essa participa-ção inicial tem um efeito multiplica-dor entre os empregados e familiares, que também já manifestam o desejo de se integrarem às atividades”, com-pleta o médico, que aponta como be-nefício imediato a disseminação da cultura da vida saudável, do bem-estar e da qualidade de vida, com enfoque sempre direcionado para a prevenção e promoção da saúde. “A redução dos custos assistenciais com a saúde dos empregados e dependen-tes será alcançado em longo prazo, a partir da consolidação e sustentabi-lidade das mudanças comportamen-tais”, ressalta.

Pesquisas científicas atestam que o estilo de vida contribui com 50% entre todos os determinantes da saú-de (fatores biológicos respondem por 20%; fatores ambientais, com 20% e os serviços de saúde, com 10%).

Empresa saudávelCom o programa vivere, a Fiat Automóveis investe na disseminação da cultura de uma vida saudável, com enfoque na prevenção e promoção da saúde dos funcionários. Ações incentivam a prática de atividades físicas, alimentação equilibrada e combate ao tabagismo.

por PATríCiA MAriUzzo e JUliAnA gArCiA

MoTivAÇão“Assim que surgiu o programa Vi-

vere me dispus a participar. Procuro ter uma vida saudável e o programa é um grande motivador e facilitador para o alcance desse objetivo”. As fa-las são de Saulo Arruda, gerente do Treinamento e Padrões da Rede, que já incluiu em sua rotina atividades físi-cas e acompanhamento nutricional.

Mesmo antes do programa, Arruda se dedicava à saúde com corridas re-gulares e boa alimentação. Hoje ele faz mais do que isso e se tornou um gran-de incentivador de práticas saudáveis no ambiente de trabalho. “Transmito aos colegas as orientações que adqui-ro com o programa e seus benefícios. Fica fácil influenciar outras pessoas a seguirem o mesmo caminho quando acreditamos e temos bons resultados para mostrar”, observa Arruda.

cinco pilares: atividade física, ali-mentação saudável, saúde, relacio-namento e convivência, ambiente e ergonomia.

Para colocar o programa em práti-ca, o primeiro passo foi a elaboração do “Diagnóstico de Saúde e Estilo de Vida”, em parceria com o Serviço So-cial da Indústria (Sesi), que desenvol-veu uma metodologia específica para o inventário. Na Fiat, o levantamento

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Saulo Arruda aposta na alimentação equilibrada para a melhoria da qualidade de vida

Alexandre Veloso,

coordenador do programa

Vivere, lançado em abril

Divulgação Fiat

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Sete e meia. A estriden-te quase melodia ressoa pelo quarto. Antes de abrir

os olhos, você já sabe: é o despertador do celular, maquininha fantástica que quase todo mundo tem. Dados da Agência Na-cional de Telecomunicações (Anatel) dão conta de que, em julho, havia 185 mi-lhões de aparelhos ativos no Brasil. Eles completam ligações, acessam a internet, tocam música, tiram e armazenam fotos, gravam conversas, filmam, processam textos, localizam endereços, agendam compromissos e, na mais trivial das ba-nalidades, nos despertam de manhã.

O telefone celular é o exemplo mais prosaico de uma humanidade imersa em tecnologia. Responda: quantos produtos da técnica e da ciência há na sua casa, no trabalho e na escola? A resposta será inúmeros. E a gente quer mais. Os pixels na máquina digital logo vão revelar até as marcas das espinhas que a gente não teve. Os gigabytes do computador vão guardar filmes que uma geração inteira não terá tempo de assistir. E a gente quer mais rapidez, mais megas na internet, mais definição nas linhas da TV, mais fotos no álbum virtual. Queremos máqui-nas mais velozes para um mundo acelerado. Mal dá para pensar.

Dá, sim! E é o que faz um grupo de intelectuais que acompanha, durante quatro anos, as mutações. “Não há área da atividade humana que

tempo para pensarA Casa Fiat de Cultura recebe, de agosto a setembro, o quarto ciclo do Seminário Mutações, com o tema “A Invenção das Crenças”. pensadores discutirão os efeitos da revolução tecnocientífica no âmbito das construções do espírito humano, extrapolando os conceitos da religião e da fé. programação ocorre simultaneamente em São paulo, rio de Janeiro e Brasília.

por lAUDeir Borges

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não passe por uma grande revolução. Não é uma mudança feita pelo homem e pelos ideais do humanismo, mas pela tecnociência” – palavras de Adauto No-vaes, jornalista, professor e filósofo.

Essas reflexões geraram ciclos de conferências. Já houve três. O primei-ro voltou-se para as configurações do mundo produzidas pela revolução tecnocientífica. O segundo ciclo, em 2008, perguntou o que é viver neste novo mundo. A indagação sobre o lu-gar (ou não lugar) do pensamento e das ciências humanas na era da tec-nologia – essa época da eficácia, que não sabe do passado nem vislumbra o futuro – norteou o terceiro ciclo, no ano passado.

E a partir do mês de agosto até se-tembro, em Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, pensadores de diversas áreas vão dialogar sobre as mutações no campo da prática das crenças, englobando as “coisas vagas” do poeta francês Paul Valéry: religião, ideais políticos, artes, valores morais e as construções imaginárias que sem-pre moveram os homens.

“Durante a Idade Média, a grande crença era em um deus único. Com o Renascimento, o homem passou a ser o centro. E hoje tudo está sendo diri-gido para a ciência e para a técnica.

“mUTAÇÃO – A INVENÇÃO DAS CRENÇAS” NA CASA FIAT DE CULTURA

CoNFErêNCIA pAlEStrANtE DAtA

Crença no Espelho José Miguel Wisnik 10 de agosto

Mística e Saber oculto Franklin leopoldo e Silva 11 de agosto

os últimos Dias de um profeta Newton Bignotto 12 de agosto

Fé e Saber oswaldo Giacoia Junior 17 de agosto

Ciência e religião: Crença contra Crença? Sergio paulo rouanet 18 de agosto

Armadilhas da história Universal Marcelo Jasmin 19 de agosto

Evidência, Experiência e Criação do Espaço público renato lessa 24 de agosto

Crenças e Substituição Abdelwahab Meddeb 25 de agosto

As portas da Crença pascal Dibie 26 de agosto

opinião e Crença Marcelo Coelho 31 de agosto

A Crença no Melhor Argumento: sobre o Funda-mento Fantasmático da Autoridade

vladimir Safatle 1º de setembro

Sagração da Economia, violência Sem limites Jean-pierre Dupuy 2 de setembro

Sobre a religião, a política e a Ciência Frédéric Gros 9 de setembro

Incerteza e Descrença luiz Alberto oliveira 14 de setembro

Santo Combate Eugênio Bucci 15 de setembro

Crença na palavra, Aposta no Sujeito Maria rita Kehl 16 de setembro

A Crença e o Ócio olgária Matos 21 de setembro

razão Crítica, razão Instrumental e Crença Antonio Cícero 22 de setembro

Crenças e Crendices em Wittgenstein João Carlos Salles 23 de setembro

Aquém e Além da razão (Europa na China – ida e volta)

François Jullien 28 de setembro

Ceticismo, Erro, verdade José raimundo Maia Neto 29 de setembro

triste e Sorridente Metafísica Jorge Coli 30 de setembro

É o que os filósofos chamam de pós-humano”, explica Novaes, curador do ciclo. “A ciência propõe-se a desvendar todos os segredos do mundo e do cor-po. Mas sempre vai haver mistério nas coisas”, completa.

Em 22 conferências, pensadores brasileiros, franceses e um tunisia-no tentarão tocar o mistério a partir da literatura, história, psicanálise, filosofia e antropologia. Os temas já instigam pelos títulos: Mística e Saber Oculto; Sagração da Economia; Triste e Sorridente Metafísica; Santo Comba-te; Crença na Palavra, Aposta no Sujei-to, entre outros.

A ciência fez uma reviravolta nas crenças e agora está tomando o lugar da religião? Para qual terra utópica fugiram os ideais políticos? A nova ordem esvazia sentidos, destrói velhas crenças? Ou cria novas? Se o homem é um animal que crê, em que crê o homem moderno? Muitas são as per-guntas. As respostas? Perguntar já é quase responder.

“Mutações - A Invenção das Cren-ças” é uma realização coletiva: Arte-pensamento, Sesc São Paulo, Casa Fiat de Cultura e Caixa Cultural, com pa-trocínio da Fiat Automóveis, Petrobras e Caixa Econômica Federal e apoio da Academia Brasileira de Letras, da As-

sociação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA), do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade de Brasília (UnB), da Embaixada da Fran-ça, do Programa Cultura e Pensamento do Ministério da Cultura e da Lei Fede-ral de Incentivo à Cultura.

Em Minas Gerais, as palestras se-rão na Casa Fiat de Cultura, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo

Horizonte, sempre às terças, quartas e quintas, às 19h30. José Eduardo de Lima Pereira, presidente da insti-tuição, explica a razão de participar do projeto: “Uma instituição que fo-menta a arte também se alimenta da discussão em torno das expres-sões culturais”. As inscrições custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) e já es-tão abertas. Mais informações no site www.casafiatdecultura.com.br.

Adauto Novaes, à direita, coordena o seminário

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Não é preciso chegar muito perto da tela para notar que as montanhas tocam as nuvens. Algo inusitado e flu-tuante paira em alguns quadros do mestre Alberto da

Veiga Guignard (1896-1962). São traços inspirados na tradição da pintura oriental, com paisagens verticalizadas que correm sobre a superfície da tela.

Essa é a sensação quando se entra no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, que apresenta a exposição “Guignard e o Oriente: China, Japão e Minas”, inaugurada em 23 de junho. Com um público que já soma mais de 20 mil visitantes, a mostra é resultado de uma parceria entre o Instituto Tomie Ohtake e a Casa Fiat de Cultura, com patrocínio da Fiat Automóveis.

Objeto de pesquisas acadêmicas, a relação entre Guignard e a arte do Oriente somente agora está acessível ao grande pú-blico em exposição inédita. Pelas salas, 45 obras do artista de Nova Friburgo (RJ) somam-se às paisagens do mestre chinês Zhang Daqian, que viveu na capital paulista nos anos 50, além de gravuras japonesas do Ukyio-e – técnica de pintura e estam-paria desenvolvida nos séculos XVII e XVIII, feita em larga es-cala em blocos de madeira. Também fazem parte da exposição objetos setecentistas e documentação fotográfica de chinesices em Minas Gerais. Após São Paulo, as obras seguem em itinerân-cia para Porto Alegre, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), com abertura prevista para meados de setembro.

Recorrendo à biografia do pintor para entender o início de seu contato com as artes orientais, a estudiosa Priscila Freire, que assina a curadoria da exposição juntamente com Paulo Herkenhoff, esclarece: “Quando chegou ao Brasil, vindo de Pa-ris no início da década de 30, trouxe as influências de uma si-tuação artística que imperavam naquele momento: a arte dèco e pré-arte moderna. Especialmente a primeira introduziu mui-tos elementos egípcios, africanos e orientais”. Para Priscila,

Guignard, ponte para o orienteAlberto da veiga Guignard, considerado um dos maiores incentivadores do modernismo no Brasil, ganha uma leitura inusitada em exposição no Instituto tomie ohtake, em São paulo, realizada em parceria com a Casa Fiat de Cultura. Abolindo as noções clássicas de perspectiva e profundidade, o pintor se rende à tradição oriental em paisagens verticalizadas.

por rÚBiA g. PiAnCAsTelli

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Influências da China e

do Japão são reveladas ao público, em

exposição inédita que

reúne 45 obras do artista

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Embora Minas tenha inspirado o mestre Guignard na criação de pinturas que suge-rem a ponte com o Oriente, há uma surpresa ainda maior, que aponta relações históricas entre essas diferentes culturas. Aliás, nem tão diferentes assim, pois convivem em vá-rias obras do período colonial de forma har-moniosa. São as chinesices de Minas, termo vindo do francês chinoiseries.

“As chinesices do barroco ainda são um mistério. Por ausência de uma pesquisa maior sobre como imagens e detalhes orientais sur-giram dentro das igrejas de Minas, sabemos pouco de quem fez e quem enco-mendou. Sabará, Mariana e Barão de Cocais são as três principais ci-dades do interior de Minas que guardam essa preciosidades”, conta a curado-ra da exposição “Guignard e o Oriente: China, Japão e Minas”, Priscila Freire.

Em Sabará, na Paróquia de Nossa Senhora do Ó, do século XVIII, foram registrados sete painéis octogonais onde se aprecia imagens da vida cotidiana chinesa: pássaros, mandarins e pagodes. Sobre sua autoria, ainda divergem os apontamentos, nenhum confirmado em do-cumento histórico. Já no cadeiral dos cônegos e no famoso órgão Arp Schnitger, ambos na Catedral Basílica da Sé de Mariana, do século XVIII, pinturas chinesas espalham-se em tons de dourado no fundo azul escuro e vermelho laca. Objetos como relógios de pêndulos, cai-xas, cofres e biombos, encontrados nas cidades históricas, também registram essa mescla artís-tica-cultural.

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Influências chinesas

esse foi o ponto de partida de um encanto que se materializou quando Guignard foi para Minas, em 1944.

Ao se instalar em Ouro Preto (MG), Guignard recordou-se das fontes do Orien-te, reencontrando essas mesmas influên-cias nas igrejas barrocas. Segundo o di-retor do Museu Casa Guignard em Ouro Preto, Gélcio Fortes, o pintor conviveu ainda, na cidade histórica, com o artista japonês Takaoka. “No acervo do Museu, existe uma obra do artista oriental, um magnífico retrato de Guignard pintado com doze pinceladas. Outra curiosidade é que, ao encontrarmos a última morada de Guignard na cidade, nos deparamos com um quarto zen. Ali havia somente o es-sencial”, observa Gélcio.

De acordo com Priscila Freire, o que mais impressiona nessa história de di-versidade cultural é como Guignard as-similou, “por sua inteligência e percep-ção”, as técnicas de arte da China e do Japão, introduzindo-as em suas pintu-ras. “No Rio de Janeiro, foi frequentador do acervo da Biblioteca Nacional e da casa de Raimundo Castro Maia, dono de desenhos da arte chinesa, com destaque para um biombo cujo suporte eram as montanhas”, afirma.

Tendo como referência as gravuras e pinturas em preto e branco dos chine-ses e os traços coloridos dos japoneses, Guignard utilizou técnicas que permi-tem criar imagens superpostas. Seu fascínio pelas montanhas e nuvens,

tão característico nas obras orien-tais, salta aos olhos dos visitantes da exposição. Na tela, as igrejas barrocas ganharam novas perspec-tivas em paisagens inspiradas no belo e montanhoso caminho entre Belo Horizonte e Ouro Preto. Profes-sor da Escola de Belas Artes de São Paulo, Eiji Yajima, observa a com-posição especial das obras: “Guig-nard reporta em seus trabalhos a forma oriental de ocupação do espa-ço: muito vazio e alguns elementos sutis, que é o caso das igrejas. Ele as coloca de forma a dar um ritmo, uma reticência no espaço através da inserção da arquitetura. É assim que se faz na pintura oriental”.

ignácio Costa

“Execução de Tirandentes”, óleo sobre madeira, 1961

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Guignard tornou-se referência não só pelas obras temáticas que regis-tram as cidades, especialmente as his-tóricas, mas pelo processo educativo – sua marca registrada. “Como artista e professor, foi mestre no gesto úni-co e definitivo. Ao abolir a borracha como instrumento de trabalho, ter o cuidado com a folha branca e o olhar atento, Guignard me remete à figura do sumiê, pintura de tinta monocro-mática que começou na China durante a Dinastia Sung”, ressalta o diretor do Museu Casa Guignard em Ouro Preto, Gélcio Fortes.

A vida como professor de desenho e gravura teve início no Rio de Janeiro, na Fundação Osório (1931), e a convi-te do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, lecionou e diri-giu o curso livre de desenho e pintu-ra da Escola de Belas Artes, também conhecida como Escola do Parque, hoje Escola Guignard da Universida-de Estadual de Minas Gerais (Uemg). Dentre os alunos que experimentaram o método livre do professor estavam Amilcar de Castro, Álvaro Apocalypse, Jarbas Juarez Antunes, Lygia Clarck e Petrônio Bax.

Conheça os principais fatos da vida de Guignard• 5 de fevereiro de 1896: nasce um dos maiores incentivadores do modernismo no Brasil,

em Nova Friburgo (RJ), Alberto da Veiga Guignard.

• 1907: o artista muda-se para a Alemanha, com a mãe e seu padrasto alemão. Na Euro-pa, frequenta a Real Academia de Belas Artes de Munique e depois de Florença.

• 1929: Guignard volta para o Brasil e fixa residência no Rio de Janeiro, integrando-se ao cenário cultural junto a Ismael Nery, Candido Portinari, Di Cavalcanti e Oswaldo Goeldi.

• 1944: Guignard chega a Minas Gerais, a convite de Juscelino Kubitschek, passando a viver entre a capital – Belo Horizonte – e a cidade histórica de Ouro Preto.

• 1953: foi dedicada ao mestre uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

• 1962: Guignard falece e seu co rpo é enterrado na Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto.

• 2000: sob a curadoria de Jean Boghici, amigo pessoal de Guignard, foi realizada uma megaexposição de homenagem no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

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INSTITUTO TOMIE OHTAKE

Avenida Faria Lima, 201 – Pinheiros (SP)

Até 29 de agosto

De terça a domingo, das 11h às 20h

Entrada gratuita

Informações: (11) 2245.1900

GUIGNARD E O ORIENTE: CHINA, JAPÃO E MINAS

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Vida dedicada à arte e ensinoEssa liberdade de ensinar e de

criar é um reflexo do próprio “fazer” do artista que, a exemplo de como apreendeu a arte oriental, valoriza-va a pesquisa e a observação. Para a professora de educação artística da rede pública de São Paulo, Ligia Aleto Yajima, esse é um caminho muito im-portante, cultivado pela sensibilidade de Guignard. “Achei interessante ele ter descoberto o Oriente também por meio de livros. Daí a importância das bibliotecas e de incentivarmos nas crianças o gosto pela leitura. O impor-tante é a pessoa perceber e enxergar o que há de belo no lugar onde mora, seja na praia ou no interior”, conclui a visitante da exposição.

“Homenagem a Leonardo”, óleo sobre madeira, 1959. Obra de Guignard mescla diversas localidades, temáticas e culturas

A cidade de Ouro Preto se tornou um lugar de inspiração para o artista desde sua chegada a Minas Gerais, em 1944. Largo da Coimbra (foto 1), Grande Hotel (foto 2), Caminho das Lages (foto 4) eram transformados em ateliê, onde Guignard transformava pensamentos em obras de arte

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A brisa acaricia o passado, sopra o futuro. Minas Gerais, o encontro da tradição e modernidade, a fé no porvir, a crença no agir. É o que diz o texto que se segue, escrito pelo pintor mineiro Carlos Bracher, natural de Juiz de Fora, residente em ouro preto. o ensaio fotográfico, que ilustra o texto, é do também mineiro Ignácio Costa, cujas lentes percorreram os relevos de Minas, captando fragmentos de um percurso que vem das bateias coloniais, desde que as mãos de tiradentes se abriram e se juntaram em concha, ofertando aos brasileiros o sonho de liberdade.

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há um enunciar do que seja Mi-nas, seu homem de natureza algo arredia, desconfiada. Que

não se vangloria, que se tece na hu-mildade, provinda talvez de seu es-pírito ancestral religioso, substrato ainda do seu século de esplendor, o XVIII. Ali se forjou a psicologia do que somos: reverentes, generosos,

obreiros, fiéis, com nossos segredos e bondades. Infindáveis raças, num só amálgama, riqueza de mitos e de valores no mesmo povo. Centro do país, Minas é eixo, prumo: referên-cia. Seu aspecto topográfico configu-ra o caráter singular, filosófico, dos homens da montanha. Além, os Ge-rais, as outras faces de Minas, fun-

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Belo Horizonte

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das magias das Minas não montanhosas, a do sol, do sul, a rural, fluvial, fabril, do gado, sertão.

Minas é muito. São muitas: verdes, céus, sons, minérios, mistérios. Fabulações e sin-cretismos, ardências e rituais – o sagrado e o profano se entrecruzam em sentimentos. Há um íntimo prazer no fazer: faz-se no silên-cio precioso, sem falácias ou exaltações. Na crença do agir. Se pudéssemos eleger uma palavra como síntese do mineiro, talvez fos-se ‘sabedoria’, docilidade da alma nos enig-mas do homem. Em seus desígnios, verda-des profundas.

Das lavras e grupiaras não extraíste o ócio, mas capelas, torres, cismas, pra-zer. Dos tropéis e reinóis às pampulhas, progressista, muito mais que geográfica: sempre. Vanguarda no tempo, Minas, onde a tradição se torna modernidade. Se já o fora com Aleijadinho, Ataíde, Gonza-ga, Lobo de Mesquita e Tiradentes, con-tinua sendo com Drummond, Guimarães Rosa, Murilo Mendes, Nava e Juscelino.

Próxima e distante, mística, humana Minas dos ofícios da fé, dos ofícios da arte. Da ciência política, quando os ares se to-cam na fronte e sobressaem na luz. Minas é projeto que mira o futuro, o avanço, o destino, a memória – e voa altiva por so-bre os espaços. E traz dentro, no bojo, a libertária bandeira. Contemplativa da vida e da paz. Nas mãos, claridade. Embrenha-se e não adormece: deseja, franca, o augú-rio, as causas, a luta voluntária. Veste-se na ordem e tem criatividade como vértice – sem recusar o afeto e a ternura.

Por entre ferros, ouro, nuvens, a mesma matéria, que desejas divina. Passado e pre-sente, velho e novo fundem-se como fonte de um ideal que se alterna e se revitaliza na esperança dos dias. Nas noites do vasto por-vir, Minas, dos encontros, das odes, vozes imaginárias e das glórias, vagas vertentes dos sonhos onde a brisa se torna canção, refúgio de heróis do amor. Telúricas Minas das campanhas. Terra de gente e de ideias, Minas: para sempre consagrada, Minas.

Lavras Novas

Diamantina

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lAnÇAMenTo nA ColôMBiA

A Colitalia Autos s.A. lançou o stra-da Adventure locker Cabine Dupla na primeira Feira Fiat da Colômbia, que aconteceu entre os dias 2� a 2� de junho. Além de conhecer de perto os diferentes modelos da Fiat e Alfa romeo em exposição, os vi-sitantes tiveram a oportunidade de dirigir os veículos da linha Fiat Adventure locker em um circuito com diversos tipos de terreno. o teste drive também incluiu outros modelos, como �00, idea, Bravo e Punto. no evento, a Colitalia Autos s.A. apresentou uma área estrutu-rada para acolher o público de for-ma envolvente, com sala de jogos e entretenimento para crianças.

CresCe PArTiCiPAÇão DA FiAT no MerCADo

A Fiat voltou a registrar crescimento acima da média do mercado em julho, com o emplaca-mento de �0.0�3 automóveis e veículos comer-ciais leves – 1�,�% acima do volume de junho. o desempenho corresponde a 24,�% de parti-cipação nas vendas do mês e amplia a liderança da Fiat no mercado brasileiro pelo sétimo mês consecutivo este ano. os dados foram divulga-dos, em agosto, pela Associação nacional dos Fabricantes de veículos Automotores (Anfa-vea), com base no registro nacional dos veícu-los Automotores (renavam). no acumulado de emplacamentos de janeiro a julho, a Fiat somou 411.�22 unidades, entre automóveis e veículos comerciais leves, com 23,1% de participação no total e 3�,8 mil unidades de diferença sobre a segunda colocada no ranking.

TrATor nº � Mil DA neW hollAnD

A new holland entregou, no dia 30 de junho, o trator de número � mil vendido pela marca no programa Mais Alimentos, linha de crédito do Programa nacional de Fortalecimento da Agri-cultura Famíliar (Pronaf). A entrega aconteceu durante a visita do ministro do Desenvolvimen-to Agrário, gui-lherme Cassel, na fábrica da new holland em Curitiba. Paulo Carnei-ro, que cultiva feijão e milho e mantém uma granja em Piraí do sul (Pr), foi o agricultor que recebeu as chaves de um trator Tl��e (�8 cv). Para o presidente da Case new holland para a América latina, valentino rizzioli, as condições do Mais Alimentos vão muito além do poder de compra do produtor rural: “ganha produtor rural, ganha indústria e ganha consumidor com produtos mais baratos e competitivos”.

iveCo venCe liCiTAÇão eM Mg

A iveco venceu licitação junto ao governo de Minas gerais para o fornecimento de 233 cami-nhões eurocargo 1�0e22, na versão 4x2, sendo 188 unidades equipados com caçamba de seis metros cúbicos e 4� unidades com coletores de lixo. A licitação faz parte do programa novo somma, linha de financiamento com recursos próprios do Banco de Desenvolvimento de Mi-nas gerais (BDMg), que apoia investimentos dos municípios nas áreas de infraesturura urbana, gestão sustentada e integrada dos resíduos só-lidos urbanos, além de máquinas e equipamen-tos para gestão viária e coleta de lixo. De acordo com Davi Mondim, responsável por vendas a governo da iveco, a implementação dos veícu-los com caçamba e coletores de lixo serão feitas por empresas devidamente homologadas, cuja montagem será acompanhada e aprovada por técnicos da iveco, assegurando aos municípios total qualidade e garantia aos produtos.

FPT lAnÇA o TWinAir

o motor TwinAir é o novo lança-mento da FPT – Powertrain Techno-logies, que vai equipar o Fiat �00 TwinAir na europa. o TwinAir re-presenta o ponto mais alto de um processo que, em apenas dois anos, passou por várias inova-ções, fruto do trabalho de 200 pessoas, e emite 30% menos Co2, do que um propulsor de igual de-sempenho. De acordo com o Ceo mundial da FPT, Al-fredo Altavilla, o motor, que foi pré-lançado no salão de genebra no início deste ano, chegará ao mercado em setembro de 2010. “não tenho nenhuma dú-vida de que este motor irá escrever um novo capítulo na história do au-tomóvel. Perseguir a excelência é o nosso ofício, o de todos os dias e em todas as tarefas”, ressaltou.

PrÊMio FiAT De eDUCAÇão

Já estão abertas as inscrições para a 14ª edição do Prêmio Fiat de educação, di-rigida aos filhos de funcionários das empresas do grupo Fiat. os prêmios so-marão r$ �40 mil e serão outorgados a estudantes que, no ano passado, apre-sentaram excelente desenvolvimento escolar na conclusão dos ensinos médio e superior. A iniciativa, que incentiva os jovens a investir nos estudos, foi criada pelo grupo Fiat, holding mundial com sede em Turim, em 1���. os inscritos precisam ter concluído os estudos no ano anterior à premiação, que é de r$ 4 mil para a categoria ensino médio e de r$ 8 mil para o ensino superior.

Além do Brasil, o Prêmio Fiat de educa-ção é realizado na itália, espanha, Fran-ça, Polônia, estados Unidos e China. Para o presidente do grupo Fiat no Brasil, Cledorvino Belini, a premiação é um dos mais bem sucedidos programas de in-centivo à educação, desenvolvidos pela iniciativa privada no Brasil: “o Prêmio Fiat é um compromisso do grupo com o futuro. o investimento na educação e na motivação do empregado Fiat, por meio dessa iniciativa, reforçam nossos valo-res”. o prêmio é baseado no histórico escolar dos candidatos, observando-se critérios como a média das notas obtida pelo estudante e o tempo de duração do curso. A análise é realizada por uma co-missão independente de professores.

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EDUCAÇÃO

www.fundacaotorino.com.breMPresA: Fundação torino

SERVIÇOS

eMPresA: Fides Corretagens de Seguros

www.isvor.com.breMPresA: Isvor Instituto para o Desenvolvimento organizacional

eMPresA: Fiat revi

eMPresA: Fiat Services

ASSISTÊNCIA SOCIAL

www.fundacaofiat.com.breMPresA: Fundação Fiat

SISTEMAS DE PRODUÇÃO

www.comau.com.breMPresA: Comau do Brasil

SERVIÇOS FINANCEIROS

eMPresA: Fiat Finanças

eMPresA: Banco CNh Capital

eMPresA: Banco Fidis

CULTURA

www.casafiatdecultura.com.breMPresA: Casa Fiat de Cultura

MONTADORAS

www.fiat.com.breMPresA: Fiat Automóveis

www.cnh.comeMPresA: Case New holland (CNh)

www.iveco.com.breMPresA: Iveco latin America

COMPONENTES

www.magnetimarelli.comeMPresA: Magneti Marelli

www.fptpowertrain.comeMPresA: Fpt – powertrain

technologies (Mercosul)

www.teksid.com.breMPresA: teksid do Brasil

RAIO

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AsIL

eMPresA: Fiat do Brasil S.A.A Fiat do Brasil S.A., constituída em 1947, é a empresa mais antiga do Grupo Fiat no Brasil. É a representante, no país, da Fiat SpA, a holding mundial do Fiat Group. A Fiat do Brasil S.A. tem a função de representação institucional perante as autori-dades governamentais, comunicação corporativa, auditoria interna, treinamento, contabilidade, normatização e gestão das áreas fiscal e tributária, metodologia, folha de pagamento e outras atividades de suporte às operações do Grupo. No Brasil, o Grupo Fiat reúne 19 empresas, divisões, associações e fundações locali-zadas em três estados e com atuação no setor automotivo*, no setor de serviços e nas áreas de educação e cultura, constituindo-se no 11º grupo empresarial do país (2007), segundo a revista valor Grandes Grupos (novembro de 2008). A receita líquida do Grupo Fiat no Brasil apresentou crescimento de 17% em 2008 em com-paração com o exercício anterior, ascendendo a r$ 30,3 bilhões.loCAlizAÇão: tem plantas industriais nos estados de Minas Gerais, paraná e São paulo.eMPresAs, DivisÕes, AssoCiAÇÕes e FUnDAÇÕes ligADAs oU MAnTiDAs Pelo grUPo FiAT no BrAsil: Fiat Automóveis, Case New holland (CNh), Iveco, Fpt – powertrain technologies, Magneti Marelli, teksid do Brasil, Banco Fidis, Banco CNh Capital, Comau, Fiat Group purchasing/Fast Buyer, Fides Corretagens de Seguros, Fiat Finanças, Fiat revi, Fiat Services, Fundação Fiat, Isvor (Instituto de Desenvolvimento organizacional do Grupo Fiat), Casa Fiat de Cultura, Fundação torino, além da Fiat do Brasil.PresiDenTe: Cledorvino BeliniPArA sABer MAis: www.grupofiat.com.br

* Produção de veículos de passeio, comerciais leves, caminhões em todos os segmentos, micro-ônibus, máquinas agrícolas, máquinas de construção, fundidos, motores, câmbios e componentes automotivos, automação industrial e projetos e serviços industriais

raio-X doGrupo Fiat no Brasil

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mEmó

RIA tradição, sofisticação

e engenhariapublicidade da Alfa romeo álcool/ti de 1981. A marca centenária do Fiat Group é sinônimo de esportividade, estilo e emoção.

MUNDoFiAT�8

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Job: 232618 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 232618-11850-Uno Azul MundoFiat 175x255_pag001.pdfRegistro: 1042 -- Data: 17:40:19 02/08/2010