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Suplementos Por que não podemos ficar sem eles? Afinal, quem pode usar suplementos? Dr Rodolfo Responde Reginaldo Bento O supercampeão de luta de braço tera um ano agitado Eric Oishi fala sobre sua rotina de treinos no Powerlifting Eduardo Corrêa A história e a rotina de um campeão www.movimentomuscular.com.br Ano 02 - Nº 08 O Poder das Proteínas saiba quanto devemos consumir

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Revista Movimento Muscular

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SuplementosPor que não podemos

ficar sem eles?

Afinal, quem pode usar suplementos?

Dr Rodolfo Responde

Reginaldo BentoO supercampeão de

luta de braço tera um ano agitado

Eric Oishi fala sobre sua rotina de

treinos no Powerlifting

Eduardo Corrêa A história e a rotina

de um campeão

www.movimentomuscular.com.brAno 02 - Nº 08

O Poder das Proteínas saiba quanto devemos consumir

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Sumário

6 - Suplementos Importantes aliados na dieta de todos nós

10 - Bodybuilding A rotina de treinos do campeão Eduardo Corrêa

16 - Musculação Elias O. Neves, história viva da muscula-

ção nacional

20 - Nutricionismo Nem de mais, nem de menos: proteínas

na medida certa

Luta de braço

22 - Vai encarar?

24 - Reginaldo Bento,16 anos de títulos

28 - Medicina esportiva Evite contusões na luta de braço

29 - Abaixo o preconceito! Abenutri e sua batalha para mostrar a

verdade sobre os suplementos alimentares

Powerlifting

30 - Júlio César Conrado Em busca do profissionalismo

32 - Entrevista: o fenômeno Eric Oishi

34 - Medicina esportiva Músculos sim, traumas não

36 - Atletismo As façanhas de Ronald Julião

38 - Musculação Toned figure, o sucesso que não

para de crescer

40 - Suplementos Benéficos e democráticos, sim

41 - Ju-Jitsu Conheça a história do Morganti Ju-Jitsu

42 - Novidades O mercado lançou, a gente conferiu

Editorial

Enfim a revista Movimento Muscular volta a circular, renovada e reprojetada para abranger vários esportes de força. A cada edição, você terá em mãos notícias so-bre diversas modalidades, entrevistas, treinos, artigos sobre suplementos, nutrição e medicina esportiva, além de reportagens sobre os bastidores do mundo esportivo.

Nos últimos meses, a Movimento Muscular acompanhou de perto a atuação da Organização Nacional das Entidades do Desporto (Oned) em prol dos esportes não olímpicos. Representante de mais de 132 entidades e federações de moda-lidades que não integram a programação dos Jogos Olímpicos, a Oned ocupa uma das 18 cadeiras do Conselho Nacional do Esporte, que por sua vez asses-sora o Ministério do Esporte para difundir a prática de atividades físicas de modo intensivo e planejado em todo o país.

Com a forte participação da Oned, a lei de incentivo fiscal nacional e o projeto da bolsa-atleta foram estendidos para o setor não olímpico. Assim, 15% dos recursos das bolsas passam a ser destinados para esportes não olímpicos, evitando que estes sejam preteridos em favor das modalidades olímpicas.

Em Brasília, a revista acompanhou o trabalho de confederações de esportes como po-werlifting, luta de braço e culturismo, inclusive em sessão com o então presidente Lula e o ministro dos esportes Orlando Silva. Humberto Panzetti, presidente da Oned, par-ticipou também desse corpo a corpo com o poder. Como colaborador da Movimento Muscular, Panzetti relata neste número como foi o início da luta de braço no Brasil.

Da administração política do esporte a sua prática efetiva, nesta edição, profis-sionais gabaritados tratam de assuntos como suplementação e ingestão de pro-teínas. Esse é o foco dos nutricionistas Luciane Vieira, Miriam Loiola e Rodolfo Anthero de Noronha Peres.

Os médicos Samir Salim Daher e Paulo Cavalcante Muzy também integram o time de especialistas deste número, em que fornecem informações relevantes para a prática esportiva segura, livre de lesões. Além disso, o personal trainer Fernando de Azevedo Marques e o educador físico Ricardo Morganti revelam detalhes sobre toned figure e ju-jitsu, respectivamente, modalidades que têm diferentes públicos, mas crescem em importância no país.

Este número traz ainda entrevistas e treinos com atletas de sucesso, grande inspiração

José Antônio Soares Júnior

ExpedienteEditor Jose Antonio Soares Junior • Diretora Administrativa e Financeira Elisabete Mathias • Diretora Júridica Regina Matias Garcia • Jornalista Responsável Marcelo Jorge Morais Rio - MTB - 36353 • Comercial Jose Antonio Soares - [email protected] • Revisão Denise Niy Assistente Administrativo Carlos Alberto Garcia • Criação/Produção Ahba Agência de Design • Direção de Arte Artfactor • CTP e Impressão Duograf Projeto Gráfico Antonio Licciardi Jr (Artfactor) • Nossa capa Eduardo Corrêa - Foto: Alex Ardenti • Consultores Humberto Panzetti, Júlio C. Conrado, Lucia-ne Vieira, Ricardo Morganti, Samir S. Daher • Colaboradores Dr. André, Elias Neves, Paulo C. Muzy, Rodolfo A. de Noronha Peres, Miriam Loiola, Fernando Marques, Eric Oishi, Eduardo Corrêa • Agradecimentos Reginaldo C. Bento, Ronald O. de Oliveira Julião, Maitê Bueno.

Movimento Muscular é uma revista bimestral da Editora Sangiovanni Ltda. A publicação não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressam apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista.

Editora Sangiovanni Ltda. • Av. Senador Casemiro da Rocha, nº 609, cj. 43 • Mirandópolis • São Paulo/SP • CEP: 04047-001 • Tel.: (11) 2275-3257

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Nos dias de hoje, quando falamos em suplementos, a primeira coisa que pensamos é: esse produto ou aquele é direcionado apenas para atletas. Sabemos

que não são apenas os atletas que utilizam a suplementa-ção nos dias atuais já que os mesmos ganharam espaço no dia a dia das pessoas. Porém são os atletas que mais fazem uso devido a suas necessidades, pois imagine o que seria se esse grupo de pessoas que, além de treinar forte, todos os dias, não tivesse esse aliado como suporte.

Eles começam seu dia com 1.500 metros rasos até poderem pegar uma condução ou então aqueles mais privilegiados que enfrentam um bom tempo de trânsito atravessando a cidade com compromissos. Poucos são aqueles que podem se dedicar exclusivamente ao esporte. A realidade brasileira é essa, atleta não vive para o treino e para se dedicar exclu-sivamente ao esporte que pratica, ele trabalha o dia inteiro, muitos estudam e, depois desta jornada toda treinam duro.

Imagine você, como esse atleta melhoraria seus resultados se não se nutrisse adequadamente? Todos nós sabemos que atletas de alto rendimento devem dar grande atenção aos alimentos ingeridos e aos horários de suas refeições para que consigam fornecer ao seu organismo alimentos com nutrientes de melhor qualidade possível.

Como poderiam, com tantas tarefas diárias, parar seis, sete, até oito vezes por dia para se alimentar? Como fariam suas refeições em transportes, escritórios, escolas, etc.?

Estas perguntas servem também aos praticantes de acade-mia que estão preocupados com saúde, estética. Sim, eles também devem atentar a sua alimentação diária para al-cançarem seus objetivos.

E então, como seria, abriríamos uma embalagem de plástico e lá estaria uma boa salada com uma boa gama de vitami-nas e minerais, uma boa proteína como claras de ovos, filés de frango ou um belo filé de peixe com batatas ou arroz in-tegral com brócolis no vapor? Um belo suco de clorofila com maçã, folhas de couve, pedaços de cenoura, gengibre e pe-pino para reduzir a absorção de gorduras? Muitos atletas até levam suas marmitinhas com as porções diárias preparadas. Agora, seria realmente bom se conseguissem tirar tudo que precisam do alimento natural, mas isso se torna uma tarefa impossível quando se fala em alto rendimento e nutrição. Afinal, em uma refeição devemos incluir:

• carboidratos de bom (baixo) índice glicêmico (batata doce, arroz integral, inhame, pão integral, etc.);

• proteínas de alto valor biológico (ovos, preferencialmen-te claras, frango, carnes bovinas, leites);

• gorduras de boa qualidade (mono e poli-insaturadas)• vitaminas (A, B, C, D, E, K);• minerais (Zn, Ca, Mg, P, S, entre outros);• fibras (solúveis e insolúveis);• enzimas digestivas (pepsina, tripsina e peptidases) que

atuam na digestão dos alimentos.

CARBOIDRATOS

Pessoas que se exercitam regularmente deveriam consumir de 50% a 65% do total de calorias diárias sob a forma de carboidratos e indivíduos que treinam em dias sucessivos, requerem de 60% a 75% (ADA, 2000), ou seja, (6g a 10g carboidratos/kg/dia).

Recomendações para atividades de força:

• 8,0g a 9,0g/kg/dia para hipertrofia muscular;• 5,0g a 6,0g/kg/dia para redução de gordura (KLEINER,

2002).

PROTEÍNAS

Praticantes de exercícios de endurance de 5 a 6 vezes por semana, com duração de 1 hora, têm necessidade de 1,2g a 1,4g/kg/dia.

• atletas de elite: 1,6g/kg/dia;• praticantes de exercício de força: 1,7g a 1,8g/kg/dia (iniciantes) e 2,4g a 4g/kg/dia (avançados)(RENNIE, 2001).

Por que não podemos ficar sem suplementos?

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LIPÍDEOS

A ingestão dos lipídeos deve ser oriunda em sua maioria de ácidos graxos mono e poli-insaturados como citado ante-riormente, em iguais proporções, devendo variar de 20% a 25% das calorias totais da dieta.

LÍQUIDOS

Além de todos esses nutrientes, temos ainda a importância dos líquidos, que precisam ser repostos durante o dia pois são perdidos com a evaporação pelo suor, produção de sali-va, lubrificação da musculatura e articulações, eliminação de toxinas através da urina, os líquidos melhoram a absorção de outros nutrientes como, por exemplo, os carboidratos, que quando estocados na célula muscular como forma de glico-gênio, em conjunto com a água, deixam o músculo denso.

E ainda, a água aderida às fibras insolúveis fazem uma var-redura no trato gastrointestinal, fator importante para um bom funcionamento do metabolismo dos alimentos.

Agora sim, depois de mostrarmos a importância e as neces-sidades de cada nutriente vemos que seria impossível car-regar no dia a dia meia dúzia de potes para realizar estas refeições. Hoje graças à avançada linha de suplementos ali-mentares existentes, temos uma gama enorme de produtos em líquido, barras, géis, pós, etc., que nos fornecem todos os ingredientes para complementarem as necessidades diá-rias de nutrientes e calorias da dieta e ainda desenvolver o treino de maneira a evoluir sempre.

Alguns exemplos de suplementação:

• barras de proteínas (ideal para pequenos lanches);• carboidratos em gel (durante longos treinos ou até na fal-

ta de algum alimento a base de carboidratos);• hipercalóricos (nas refeições intermediárias, com água ou

leite desnatado);• whey protein no café da manhã, pré e pós treino (no pós,

dar preferência ao isolado);• caseína (nas refeições intermediárias e antes de dormir);• aminoácidos líquidos (utilizados também com o lanche da

manhã ou da tarde);• multivitamínico (1 a 2 cápsulas por dia com as refeições).

Existem ainda outros produtos no mercado.

Com tanta opção assim, fica bem mais fácil alcançar seu ob-jetivo ou melhorar sua performance, agora você sabe por-que não pode ficar sem suplementos.

Consulte um nutricionista.

Luciane Vieira Nutricionista Esportiva formada pela USC

ADS Suplementos NutricionaisVice-campeã Mundial

Campeã Paulista e Brasileira Figure e Fitness

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:VENKATRAMAN, J. T., J. LEDDY, and D. PENDERGAST,

Dietary fats and immune status in athletes: Clinical implications. Medicine and Science in

Sports and Exercise, V32, N7, 2000, pS389- S395.Rennie, M.J.et al.

Effect of exercise on protein turnover in man Clinical Science, v.61, 1981, p.627-39.

FAO/OMS. Carbohydrates in human nutrition, 1998

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Eduardo CorrêaHistória de sucesso no bodybuildingPor: Marcelo Jorge

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Na última década, o catarinense Eduardo Corrêa foi figura de destaque em inúme-ras competições nacionais e internacionais

de bodybuilding. Mais do que participar, ele co-leciona muitos títulos e boas colocações, o que fez com que ganhasse respeito e admiração de atletas e fãs desse esporte. Em entrevista à nos-sa revista, ele falou sobre sua história repleta de grandes feitos.

Na infância e adolescência, Corrêa adorava fute-bol, tanto que chegou a jogar num time. Para me-lhorar seu preparo físico, entrou numa academia e começou a treinar com pesos. Em pouco tempo, sua dedicação ao culturismo virou uma paixão, fazendo com que o futebol perdesse um jogador, mas em compensação, o bodybuilding ganhasse um campeão.

Desde o começo, Corrêa chamava atenção por seu tamanho, volume e força. No início, participou de campeonatos de powerlifting, esporte em que foi campeão brasileiro e recordista na categoria júnior.

Já no fisiculturismo, seu primeiro título foi aos 19 anos, em um campeonato estadual. No ano seguinte foi campeão brasileiro e Mr. Universo, NABBA, entre outros. Mas isso era só o começo.

Apesar de todas as dificuldades para ser um atle-ta de bodybuilding no Brasil, Corrêa conseguiu superar diversos obstáculos para poder participar de competições internacionais. São muitas con-quistas e ótimas colocações. Em competições pro-fissionais foi vencedor em 2009 no IFBB Pittsbur-gh Pro 202 lbs, 3º lugar em 2009 e 2010 no Mr. Olympia 202 lbs, vencedor em 2010 do Europa Show of Champions, entre outros.

Em termos de competições amadoras, Corrêa também segue colecionando feitos: vencedor em 2006 do Campeonato Sul-americano, ainda em 2006, foi 2º lugar no Campeonato Mundial e campeão do mesmo torneio no ano seguinte. Em 2008, venceu o MD Cyber Classic e o Arnold Classic Amateur.

O sucesso durante tantos anos na carreira pegou até mesmo Corrêa de surpresa. “ De maneira algu-ma esperava ir tão longe. Ser atleta no Brasil é mui-to difícil, ainda mais por se tratar de uma modali-dade pouco popular como o bodybuilding”, afirma. Como todo mundo, Corrêa tem seus ídolos e faz questão de citá-los. “São vários, cada um me mo-tiva de alguma forma. Quem não fica com vonta-de de treinar vendo os vídeos do Tom Platz, Do-rian, Jay Cutler, Coleman, entre outros?”.

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Rotina de treinamento

Para chegar e se manter no estágio em que se encontra, o atleta tem sua rotina, costuma treinar quatro dias seguidos e descansar um. Faz em torno de 16 a 22 séries por treino. “O peso sempre está em segundo plano compa-rado às execuções e suas amplitudes. Faço al-guns exercícios para quadríceps, tríceps e nas remadas, eu treino mais pesado”.

Os grupos musculares são divididos de acordo com a exigência e suas prioridades. Atualmen-te divide em quadríceps, peito/bíceps, femo-ral/tríceps, costas e ombros.

Corrêa também tem seu exercício favorito e o que não curte muito: “Remada curvada é um dos meus preferidos, os que não gosto são exercícios que me provocam ou que agravam as minhas lesões, normalmente remada alta, ou alguns desenvolvimentos onde o cotovelo se projeta de maneira muito acentuada para frente”.

AlimentaçãoCôrrea faz normalmente seis ou sete refeições por dia, sendo duas líquidas. Seu prato predileto é min-gau de aveia. Sobre os seus suplementos alimen-tares, o atleta diz ser exigente. “Atualmente, faço uso dos produtos Pro Premium Line, desenvolvido pela Probiótica, meu patrocinador. O que me deixa feliz, além de poder falar bem é bom utilizá-los com segurança e confiança. Principalmente BCAA Ethel Ester, Whey Isolate Pro2, Carb up Plus BCAA, Glutamina, Pro Body Meal e Pro Muscle.

Os suplementos são utilizados pelo atleta da se-guinte forma:

• BCAA ETHEL ESTER: antes e após os treinos;

• GLUTAMINA: na primeira refeição do dia, às ve-zes durante o treino, sempre após os treinos e antes de dormir;

• WHEY ISOLATE PRO2: após os treinos;

• CARB UP: após os treinos;

• PRO BODY MEAL : substituto de refeições, prin-cipalmente nos dias de descanso ou antes do treino;

• PRO MUSCLE: antes de dormir. Viajando para vários cantos do país, Corrêa encon-tra em sua esposa, uma companheira imprescindí-vel. “Temos uma relação de cumplicidade. Eu divido com ela todos os momentos, sejam eles bons ou ruins. Devo muito do que sou a minha mulher”.

Para o futuro, Corrêa pretende seguir participando de competições no Brasil e no exterior. Com um currículo desses alguém duvida que em 2011 ele terá novos feitos para mostrar? FO

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Elias O. Neves

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Toda vez que falamos na história da musculação no Brasil, é impossível não citar um nome, o de Elias Oliveira Neves, que há mais de seis décadas abra-

çou este esporte, atuando como atleta, técnico, profes-sor, dirigente e organizador de eventos, sempre demonstrando grande amor pelo que faz. Sem dúvida, uma lição a ser segui-da por todos.

Em 1949, então com 16 anos de idade, Elias passou a fazer halterofilismo na cidade de San-tos. Segundo ele, foi um come-ço difícil, havia poucas pessoas experientes na cidade. Treinava no C.R. Saldanha da Gama. Em 25 de outubro de 1950, com um grupo de amigos, fundou o Clu-be Santista de Halterofilismo, um local que serviria para que ele e outros atletas se aprimo-rassem e divulgassem o esporte na cidade.

Como atleta, Elias conseguiu muitos títulos, foi cinco vezes campeão do Mister Santos, três vezes campeão do Mister São Paulo na categoria Absoluto e oito vezes na categoria até 1,68m. Além disso, obteve mui-tas conquistas em competições em Santos e por todo o Estado de São Paulo.

Na romântica década de 50 e começo da de 60, a musculação era vista com mui-to preconceito pelo público leigo, muitos achavam que este esporte embrutecia os atletas, fazia mal ao cora-

Um exemplo de dedicação ao esporte

Elias O. Neves

ção e afetava a virilidade, mitos que foram desmenti-dos depois pela medicina. “Até minha namorada não gostava muito no começo por causa das coisas distorci-das que falavam, mas com o tempo ela viu que não era

nada daquilo, tanto que nos casamos e ela é minha compa-nheira até hoje”, conta Elias.

Quando se tornou técnico, também obteve destaque, foi campeão brasileiro de fisicul-turismo e chegou à Seleção Brasileira, onde conseguiu um título Sul-americano de Fisi-culturismo por equipe e um vice-campeonato no Levanta-mento de Peso.

Com tantos anos de experiên-cia, Elias viu as transformações e o crescimento pelos quais a musculação passou e só la-menta que uma parte dos atle-tas use anabolizantes e outros tipos de drogas para obterem êxito. “Isso muito me entriste-ce. No período da Guerra Fria, vimos muitos atletas da União Soviética, Estados Unidos e Alemanha Oriental fazendo uso de substâncias proibidas em vários esportes, era uma questão de política onde um país tentava se mostrar melhor que o outro e para isso valia tudo. Depois, criou-se a len-da de que sem anabolizantes

o atleta não consegue ficar forte, isso é uma mentira e felizmente hoje temos vários campeões que nos provam que é possível vencer de maneira lícita“.

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Participação ativa no Mister Santos

Viajando no tempo, chegamos até a mais recente edi-ção, repleta de grandes atletas e com enorme di-vulgação na mídia. O campeão Mr. Santos foi Edson Serafim, que já havia vencido o campeonato no ano de 2003.

Desde o 1º campeonato em 1953 até o do ano passado, a presença de Elias foi marcante. Com o mesmo olhar de alegria e um sorriso estampado no rosto, ele demonstra sua satisfação por ver que valeu a pena se dedicar de corpo e alma para o crescimento do esporte e do evento.

Para os jovens atletas que pensam em seguir carreira na musculação, Elias aconselha: “O segredo para ven-cer é treinar com determinação e ter uma alimentação saudável. Jamais usem anabolizantes, pois o preço a ser pago é muito alto”.

Elias tem o orgulho por fazer parte da história do campe-onato Mister Santos desde a sua criação, em 1953, até os dias de hoje. No começo, ele participava como atleta e dava uma força para a organização, depois passou a organizar o evento e graças ao seu trabalho incansável, o Mr. Santos hoje é um campeonato de grande renome dentro e fora do país. “O campeonato cresceu muito, vejo que os atletas nacionais e internacionais dão enorme importância a ele. Estamos sempre evoluindo e este ano, provavelmente, ele será realizado num espaço ainda maior”.

O Mr. Santos é o campeonato com maior duração ininter-rupta no Brasil e na América Latina, este ano completará sua 57º edição. Já em sua 1ª edição, foi coroado de êxito, pois o ginásio do Santos F.C. ficou lotado na noite de 26 de feverei-ro de 1953. O campeão foi Augusto do Santos, um atleta de bom porte, pois além de se exercitar, fazia trabalhos braçais.

Augusto dos Santos, primeiro Mr. Santos

Edson Serafim, último Mr. Santos

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O Consumo Ideal de Proteínas

Sabe-se da ocorrência de lesões nas fibras musculares que o exercício com sobrecargas promove. Devido a este fato, permanece a questão de como este tipo de

atividade influencia a necessidade diária de proteínas.

Assim, é importante uma revisão minuciosa sobre a quan-tidade de proteínas necessária, tanto para a manutenção quanto para o ganho de massa muscular.

No caso do treinamento regular de força, a necessidade crescente de proteínas ocorre devido à aquisição de maior massa muscular, que, como consequência, aumenta o me-tabolismo basal, uma vez que a massa magra, em repou-so, tem atividade metabólica superior àquela apresentada pelo tecido adiposo. Esse aumento na demanda energéti-ca em 24 horas parece estar ligado ao maior estímulo do exercício sobre o processo de síntese proteica.

Considerando a quantidade de aminoácidos como fator limi-tante do processo de síntese proteica, torna-se fácil entender por que um aporte inadequado desses nutrientes pode com-prometer o crescimento muscular em decorrência do trei-namento de força. De fato, a necessidade de uma ingestão maior de proteína por atletas envolvidos em treinamento de força tem sido demonstrada por diversos trabalhos.

O consumo de maiores quantidades de proteína pode ser satisfeito pela adequação da dieta, podendo ser utilizados como recursos os suplementos proteicos.

A recomendação proteica para indivíduos sedentários é de 0,8 g/kg de peso corporal, no caso de praticantes de atividade física esta necessidade deve ser aumentada, dependendo do tipo de atividade, frequência e duração, podendo variar de 1,0 a 2,4 g/kg peso corporal. No caso de exercícios aeróbicos intensos, as proteínas possuem im-portante papel na geração de energia e podem ter sua quantidade de ingestão aumentada.

Porém, pesquisas científicas sugerem que o consumo pro-teico atualmente recomendado pode ser insuficiente para alguns atletas. O aumento de força e volume muscular ob-tido através do treinamento de força utilizando pesos pode ser incrementado com um consumo de proteína maior que a quantidade atualmente recomendada.

Há mais de 15 anos, pesquisadores demonstraram que um consumo proteico de 125% do valor diário recomendado (0,8 g/kg/dia) supria as necessidades de indivíduos seden-tários, o que era insuficiente quando estes mesmos indiví-duos iniciaram um treinamento de resistência (ciclismo).

É possível que um aumento no consumo proteico além do atual valor diário recomendado seja benéfico para atle-tas de resistência, tanto para os principiantes como para os experientes. A necessidade proteica pode aumentar ainda mais no caso do consumo insuficiente de energia alimentar, devido ao aumento do gasto energético com o treinamento, ou no caso de uma restrição alimentar bus-cando a redução de peso. Em qualquer um desses casos, atletas que consomem 100% do valor diário recomenda-do de proteínas podem sofrer uma diminuição de força e massa muscular.

O consumo de proteínas revelado pela maioria dos atletas de força é maior que as necessidades de proteína sugeri-das pela maior parte dos estudos que utilizam a técnica do balanço de nitrogênio. Isto pode significar que, embora seja possível manter um balanço positivo dos níveis de ni-trogênio durante um programa de treinamento de força, com a ingestão de proteína igual ou um pouco acima do valor diário recomendado, um maior consumo é necessá-rio para gerar um aumento ideal de volume e força mus-cular. Um estudo em que houve maior retenção de nitro-gênio e maior aumento de massa muscular em indivíduos magros, no período de quatro semanas de treinamento de força, em que os atletas consumiram 300%, comparados a 100% do valor diário recomendado de proteínas.

Portanto, a quantidade ideal de consumo de proteínas é diferente para cada indivíduo. Isto se deve à necessidade orgânica específica, de acordo com os parâmetros indivi-duais de gasto energético, condicionamento, treinamento e nível de desgaste muscular. O adequado consumo será aquele em que ocorrerá o maior balanço nitrogenado po-sitivo, refletindo no maior ganho de massa muscular.

Por outro lado, o excesso de ingestão de proteína não aumenta ainda mais a massa muscular. É necessário salientar que a proteína só realizará sua função plásti-ca na síntese proteica se o aporte energético (compos-

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to proporcionalmente por fontes de carboidratos, pro-teínas e gorduras) for adequado em relação ao gasto energético, caso contrário, a proteína será utilizada como substrato energético.

Embora muitas pessoas fiquem preocupadas com possí-veis efeitos prejudiciais do excesso de nitrogênio nos rins devido ao elevado consumo de proteínas, o que, teorica-mente, poderia sobrecarregar a função renal, na verda-de, seria o excesso de proteína (maior ingestão do que o que o organismo consegue utilizar) combinado com o aporte inadequado de energia proveniente de carboidra-tos e gorduras. Isto porque a proteína excedente é me-tabolizada para geração de energia e seus metabólitos (compostos resultantes do metabolismo), em maior quan-tidade que o normal, são excretados.

Mesmo assim, inexistem evidências de que haja quais-quer efeitos negativos em indivíduos normais, mesmo quando ingestões extremamente elevadas são mantidas durante períodos prolongados. Inclusive, já está compro-vado que a utilização de dietas hiperproteicas de até 2g/kg de peso corporal não está associada ao surgimento e/ou indução de patologias hepáticas e renais. No entanto, aqueles com histórico de problemas no fígado ou função renal debilitada devem tomar cuidado para não ultrapas-sar a capacidade de funcionamento desses tecidos.

O consumo de suplementos nutricionais pode ser útil para se atingir a quantidade ideal de proteínas diárias, válidas tanto para pessoas sedentárias, com baixa ne-cessidade proteica, quanto para praticantes de atividade física e atletas, que têm maior necessidade proteica. Es-tes produtos são alimentos em forma de pó para preparo de shakes, líquidos ou barras nutricionais que oferecem proteínas de alto valor biológico de forma prática e em quantidades concentradas por porção de forma a compor refeições altamente nutritivas.

Miriam LoiolaNutricionista da NeoNutri Suplementos Nutricionais,

especialista em Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria Nutricional e em Bioquímica, Fisiologia,

Treinamento e Nutrição Desportiva pelo Labex/Unicamp.

Referências Bibliográficas: BACURAU, R. F. Nutrição e suplementação esportiva.

1ª ed. Guarulhos, Phorte. 2000.BIESEK, S.; ALVES, L. A.; GUERRA, I. Estratégias de nutrição

e suplementação no esporte. 1ª ed. Barueri, Manole, 2005.MAUGHAN, R. J.; BURKE, L. M. Nutrição esportiva. 1ª ed.

Artmed, 2004, reimpressão 2007.NABHOLZ, T. V. Nutrição esportiva: aspectos relacionados

à suplementação nutricional. São Paulo, Ed. Sarvier. 2007.

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ESPORTE PARA QUEM TEM

BRAÇO DE FERROA Luta de Braço já é citada na história da huma-

nidade entre civilizações que antecedem o cris-tianismo, como no Egito, Grécia e Roma, onde

pinturas e estátuas representam imagens de homens praticando esse esporte.

No Brasil, o Braço de Ferro (nome mais popular da Luta de Braço) passou a ser reconhecido como esporte na dé-cada de 50 quando o jornal de esportes, Gazeta Espor-tiva, deu início a diversos campeonatos no país, divul-gando e popularizando a modalidade até a metade da década de 60. Nessa época surgem nomes que, ainda hoje, são ícones desse esporte como Nivaldo Felix Cer-queira, Hugues Jorge, Miro Olaves, João Dimasio, Jorge Zeleniquea, os irmãos Capeli, Silvio Fiuza, Nelson Costa de Araújo, Renato Corio, entre outros.

Ainda na década de 60, o esporte passa a ser “reconheci-do” internacionalmente (1967), quando é fundada a World Armwrestling Federation (WAF), que hoje tem aproximada-mente 117 países filiados.

Dez anos após a fundação da Federação Internacional, o Brasil oficializa a modalidade com a criação da Confede-ração Brasileira de Culturismo, entidade totalmente eclé-tica que abrangia Luta de Braço, Levantamento Básico de Potência e Culturismo. Dr Laércio Martinez foi fundamen-tal para que a modalidade no país passasse a ter visibili-dade, pois como presidente da CBC e com o bom relacio-namento que tinha com o governo federal, levou a equipe brasileira a participar do primeiro campeonato mundial, realizado na cidade de Alberta, Canadá. Esse evento con-tou com 47 “bracistas” oriundos de Canadá, Índia, EUA e Brasil. A partir dessa data, o Brasil esteve presente em todos os campeonatos mundiais realizados até hoje.

No Brasil, o Campeonato realizado pelo Dr. Martinez, em 1981, colocou nosso país definitivamente entre os melhores do mundo. Em 1995, organizado por Hum-berto Panzetti, Nivaldo F. Cerqueira e Paulo R. Sabioni, foi considerado o melhor campeonato de todos os tem-pos. O mesmo êxito se repetiu em 2004.

Em 1987, foi fundada a Primeira Federação Paulista de Luta de Braço, com sede na cidade de Campinas, por iniciativa de Nivaldo Felix, Lazaro Washington, Humberto Panzetti e Paulo Rogério. Até o ano de 1994, a Federação coordenou a modalidade e somente em 27 de agosto dos mesmo ano foi fundada a Confederação Brasileira de Luta de Braço (CBLB), graças à lei Zico.

A CBLB foi fundada na cidade de Indaiatuba, São Paulo, por Humberto Panzetti, Nivaldo Felix, Paulo Rogério, Láza-ro Washington e Gilberto Felix, grupo este que formou a primeira diretoria da enidade e que, em 2002, começou a desenvolver paralela à Luta de Braço, a modalidade de Halterofilismo Paraolímpico, modalidade até hoje desen-volvida por esta entidade.

A Confederação Brasileira de Luta de Braço sempre foi pres-tigiada pelo Governo Federal, desde a organização do Cam-peonato Mundial de 1981 em Brasília, sendo que, graças ao apoio recebido da Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento, Ministério dos Esportes e mais recentemente da Secretaria da Juventude Esporte e Lazer do Estado de São Paulo, está mantendo equipes Júnior, Adulto, Master e Por-tadores de Deficiência Física, participando de todos os Cam-peonatos Mundiais.

Outra grande vitória da modalidade são os programas de bolsa-atleta, pelo qual bracistas filiados à CBLB fo-ram agraciados nos estados da Paraíba, Mato Grosso do Sul e atualmente pelo programa de Bolsa do Minis-tério dos Esportes.

Humberto PanzettiPresidente da Federação Paulista de Luta de Braço

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O BRASILEIRO SUPERCAMPEÃO DA LUTA DE BRAÇO

Por: Soares Jr

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Há 16 anos praticando o esporte, Reginaldo Cristiano Bento é uma referência no Brasil quando falamos de luta braço. Seus títu-

los e bons resultados se multiplicam, mas, incan-sável, o atleta ainda tem muitos planos para os próximos anos.

Bento descobriu o esporte totalmente por acaso, tinha ido assistir ao filme “Falcão”, em qual o ator Sylvester Stallone representava um caminhoneiro que disputava uma competição e o prêmio era um caminhão. “Saí do cinema com meu coração ace-lerado e assim ficou por várias horas, não tinha nenhuma informação a respeito desse esporte e nem imaginava que existia aqui no Brasil. Um dia, acompanhando um amigo até a academia onde treinava, encontrei uma turma que estava retor-nando de uma competição. Estavam brincando em uma mesa de braço de ferro e fiquei aluci-nado, porque até então eu nem sabia que exis-tia mesa apropriada para a luta de braço. Acabei brincando e ganhei do atleta que ficou em 3º lu-gar no meu peso (87 kg na época). Fui convidado a treinar na academia e não parei mais”.

Com 120 kg, Bento disputa atualmente a categoria livre acima de 110 kg. Seu currículo impressiona: oito vezes campeão Paulista, oito vezes campeão Brasileiro e participação em quatro Mundiais: sé-timo nos Estados Unidos, sexto na Itália, terceiro no Egito e segundo no Canadá, onde perdeu para o melhor atleta da Europa, o ucraniano Andrey Pushkar. No Brasil, terminou 2010 em primeiro em sua categoria e de direita, foi o campeão do over all.

Apesar do bom desempenho, Bento afirma que não é fácil ser um atleta de luta de braço no Brasil, pois faltam incentivo e divulgação. “Hoje a situa-ção está um pouco melhor graças ao Bolsa-atleta, mas para competições internacionais o gasto é alto e tenho que contar com a ajuda de familia-res. Gostaria de um apoio de alguma empresa de suplemento para ter acesso a um nutricionista da área esportiva e suplementos para uso”.

Mesmo sendo um esporte ainda pouco conhecido, Bento afirma que o Brasil tem algumas promessas interessantes surgindo, como Paulo Massud, de Avaré, Rogério de Cerquilho, Thiago, de Araras e Bruno, de Tietê, todos no Estado de São Paulo.

Poder fazer o que gosta e ainda ser um vence-dor é algo gratificante para Bento, que de quebra ainda pode vivenciar algumas situações marcan-tes no meio das competições. “Em 2002, quando estive no Egito, fiz um passeio pelas pirâmides, foi sensacional. Outra coisa que me marcou foi no Canadá, em 2008, onde tive a oportunidade de treinar com um técnico russo, foi muito interes-sante”, afirma.

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FOTOS: PAULO GIBO

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Treinamento e alimentação

O ritmo de treinamento de Bento vai de segunda a sex-ta-feira na sala de musculação, com três exercícios para cada músculo. Cada treino dura em média duas horas. Dos cincos dias da semana, três são dedicados a exercícios comuns com quatro séries e em média dez repetições; e dois dias enfatizando os grupos envolvidos na luta de bra-ço (dedos, mão, punho, antebraço, bíceps, ombro, tríceps e outros). “Faço um treino também de mesa com outros atletas, enfatizando técnicas de luta, mas somente uma vez por semana para o braço poder se recuperar”. Em época de competição, o atleta costuma treinar também nos finais de semana.

Quanto à alimentação, Bento explica que faz cinco re-feições por dia, procura sempre o que é mais saudável e evita frituras, sal e açúcar. “Meu peso sobe com muita facilidade, mas, de vez em quando, abuso, pois ninguém é de ferro!”, brinca.

Já em relação aos suplementos, Bento diz que utiliza o básico. “De proteína, prefiro whey e claro, um comple-xo de carbo antes e após os treinos. Também mantenho BCAA e gosto de me hidratar durante o treino.”

Planos para 2011

Este promete ser um ano agitado para Bento, o atleta já treina visando o Paulista interclubes no começo do ano, logo depois terá o Brasileiro de seleções, Brasileiro inter-clubes e Mundial. “Pretendo também disputar pela primei-ra vez um campeonato profissional americano”, afirma. FO

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A luta de braço ou, como é mais conhecida, “braço de ferro” há muito tempo nos desafia para descobrir quem é o mais forte e é este desafio que torna o es-

porte interessante. Porém, por simples diversão na mesa do bar, ou de maneira competitiva, todos os praticantes devem ficar atentos aos riscos que esta modalidade pode oferecer.

Como qualquer outra atividade física, a luta de braço deve respeitar os limites do corpo humano. Quem não está ha-bituado e quer apenas fazer uma brincadeira pontual, po-derá ficar com a sensação de cansaço, fadiga e alguma dor no membro utilizado, da mesma maneira que um in-divíduo que não está acostumado a jogar futebol e resolve jogar no sítio do amigo no final de semana. Com certeza, neste exemplo, esta pessoa sentirá os efeitos do futebol a semana inteira.

Aqueles que praticam a luta de braço para competir de-vem seguir todos os conceitos de treinamento: programa-ção de treino, período de competição, repouso adequado, alimentação e todos os demais fatores.

Para toda modalidade competitiva, o corpo humano está su-jeito às lesões típicas do esporte. No caso do braço de ferro, as lesões mais frequentes são as tendinites, principalmente a do tendão do bíceps, e as epicondilites (processo inflamatório no cotovelo) de forma que, ao sentir qualquer dor, o atleta deve parar imediatamente a atividade e buscar o tratamento

C U I DA D O SCOM A LUTA DE BRAÇO

Dr. Samir Salim Daher Especialista em Medicina do Esporte e Ortopedia e Traumatologia Diretor Médico da ATP (Associação Tênis Profissional) Secretário Geral da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício Coordenador Médico do Programa de Atividade Física do Hospital do Servidor Estadual - SP

adequado, que consiste em aliviar o sintoma e identificar a causa do problema para não ocorrer novamente.

Infelizmente, outras lesões da luta de braço existem e são lesões maiores e mais graves, mesmo em casos de es-portistas que apresentam um bom condicionamento físi-co. Normalmente estas lesões ocorrem em pessoas que não possuem o conhecimento da técnica adequada (o que consideramos erro de treinamento).

Uma delas é a fratura no braço, mais comum no úmero (que é um osso muito longo e forte), que sofre uma força torcional, ficando vulnerável, podendo não resistir à pres-são e fraturar. Ocorre na média de 8% dos praticantes, a maioria amadores, necessitando muitas vezes de trata-mento cirúrgico.

Outra lesão muito comum em competidores treinados é a ruptura do tendão do cabo longo do bíceps. Um tendão normalmente se rompe quando recebe uma sobrecarga de repetição. Esta sobrecarga pode ser definida como uma solicitação superior ao seu processo de recuperação, tornando o tendão frágil, podendo se romper a qualquer momento mesmo se aplicada uma pequena força.

É o caso de indivíduos que estão em um determinado rit-mo de treino e resolvem intensificá-lo para participarem de uma competição. Aumentam tanto a carga e volume do exercício e isto faz com que o tendão comece a sofrer desgastes, sem tempo de adaptação e recuperação e, na solicitação máxima durante a competição, se rompem.

É uma lesão menos grave do que a fratura, mas muitas vezes necessita de uma reparação cirúrgica.

Enfim, os amantes da luta de braço não devem ter receio de praticá-la. Todas as lesões aqui citadas acontecem na sua maioria em pessoas que não encaram esta modalida-de como um esporte e sim como brincadeira.

A boa notícia é que para aqueles que seguem os conceitos de treinamento de forma adequada e equilibrada, haverá uma chance muito pequena de sofrer lesão, e os resulta-dos serão muito mais satisfatórios. É desta maneira que o esporte se torna seguro.

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O segmento de nutrição esportiva no Brasil, já foi bas-tante conturbado. Além de as normas técnicas que regulam o mercado do nosso país serem bastante

defasadas diante dos regulamentos dos países de primei-ro mundo (EUA, Europa, entre outros), o mercado interno vivia um clima de guerra civil anunciada. Havia uma riva-lidade tão grande entre as empresas líderes de mercado, que a concorrência deixava de ser sadia, passando inse-gurança não só aos órgãos reguladores, mas também aos próprios consumidores.

Porém, em 2008, isso começou a mudar. Euclésio Bragan-ça (diretor da Integralmédica) e André Joyce (diretor da GT Nutrition) iniciaram um movimento de união com o intuito de restaurar a extinta Associação das Empresas de Produtos Nutricionais do Brasil (Abenutri), com o objetivo de fortale-cer uma frente empresarial para tentar atualizar as normas reguladoras nacionais. Em pouco tempo, receberam apoio de outras duas empresas, a Carduz Com. Exterior e a WW Sports, as quais acreditaram no projeto e se juntaram ao grupo. Naquele momento renascia a Abenutri.

Passados quase três anos, hoje o quadro de associados da Abenutri é composto pelas principais empresas do país re-lacionadas ao segmento de suplementação alimentar: ADS Labs., Carduz, Galgrin Group, GT Nutrition, Import Sports, Integralmédica, Midway, Neonutri, Probiótica, WW Sports, entre outros associados profissionais e associações inde-pendentes que compoem o grupo. Várias foram as frentes de atuação da Associação em prol do mercado de suple-mentos no Brasil, sendo a maioria delas junto à Anvisa, com foco na modernização das leis para aproximação do Brasil aos países mais desenvolvidos. Entre estas emprei-tadas está a atualização da antiga Resolução 222/98, que regulava os Alimentos para Praticantes de Atividade Física, revogada em meados de 2010 pela nova resolução 18/10 que, entre outras coisas, liberou a comercialização de cre-atina no país após 10 anos de suspensão.

Além das batalhas regulatórias com a Anvisa, a Abenutri não mede esforços para organizar e informar o mercado nacional, a fim de afastar a imagem desgastada dos suple-mentos na mídia. É curiosa a tendência inversa com que a mídia nacional não especializada costuma focar o segmen-to. Enquanto no resto do mundo os suplementos são vistos como os principais aliados de quem procura melhorar sua qualidade de vida através de uma alimentação mais rica e balanceada, é normal aqui no Brasil o destaque de maté-rias que, de alguma forma, tentam minar a imagem desses

produtos, informando a possibilidade de possuírem algu-ma substância proibida e dessa forma supor algum malefí-cio à saúde. Muitas vezes, ainda, a desinformação técnica consegue misturar assuntos e associar a suplementação alimentar a esteroides anabolizantes, o que, na prática, seria como água é óleo.

O fato é que, com uma política normativa tão rigorosa, é fácil que muitos produtos comercializados livremente no resto do planeta aqui no Brasil passem a ser vistos como ir-regulares. A irregularidade está apenas no enforcadíssimo gargalo legal imposto pela Anvisa. Porém, isso não signifi-ca que o produto seja ruim ou prejudicial, mas tão somente que em muitos casos esses produtos não se enquadram às leis brasileiras. É justamente esse fato que impede a indústria nacional de fabricar produtos mais complexos e modernos, assim como impede também a entrada regular de muitos produtos importados, mantendo o Brasil num patamar inferior ao “resto do mundo”.

Exemplo disso é que em novembro passado a Abenutri se uniu a um projeto estruturado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêne-res (Abiad), a qual organizou um workshop em Brasília e trouxe ao país profissionais renomados na área, como o professor Dr.Phd. John N. Hathcock. Entre outros desta-ques, este expôs a segurança dos suplementos alimentares utilizados na Europa e EUA. O workshop demonstrou ainda a diferença regulatória entre o Brasil e os demais países da América do Sul. Conforme apresentado pela própria Anvisa na reunião internacional das agências reguladoras ocorrida no Chile durante o segundo semestre de 2010 (IADSA), o Brasil, ao lado da Colômbia, são os únicos pa-íses da América Latina que não possuem uma legislação específica para suplementos alimentares. Isso faz com que sejamos um dos países mais atrasados do continente, no segmento de nutrição esportiva.

Enfim, apesar de alguns bons avanços conquistados den-tro do segmento, a Abenutri certamente terá ainda muitas batalhas a serem travadas até conseguir colocar o Brasil em um patamar mais próximo ao resto do mundo e, as-sim, permitir que os brasileiros tenham acesso aos avanços técnico-nutricionais já disponíveis em outros países.

Dr. André Joyce CunhaDiretor GT Nutrition

Diretor tesoureiro ABENUTRI

BATALHA CONTRA O PRECONCEITO AOS

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Em 2013, o Brasil terá um grande desafio, organizar o Campe-onato Mundial. A Confederação já trabalha para que este seja um dos melhores eventos já realizados e que o país tenha uma equipe adulta capaz de enfrentar qualquer potência.

Por falar em equipe, as centenas de medalhas conquistadas em torneios mundiais e sul-americanos fizeram com que a equipe brasileira ganhasse respeito em todos os eventos. Ainda não so-mos uma potência como Rússia e Ucrânia, mas também não fa-zemos feio.

Para seguir crescendo e se profissionalizando, a Confedera-ção tem dado atenção especial também para a melhoria das categorias menores como pré-juvenil e juvenil, visando, com isto, uma reciclagem e formação de uma forte equipe adulta a longo prazo. Para tanto, é necessária a participação destes atletas em eventos continentais e mundiais, mesclados com atletas adultos e masters, para que, com este convívio, ga-nhem experiência e estejam frente a frente com atletas de elevado nível técnico.

Outro ponto importante para a evolução do esporte no Brasil é investir na formação de técnicos capacitados, oferecendo cursos e mantendo intercâmbio com grandes centros de trei-namento da modalidade.

O Ministério dos Esportes reconhece o empenho da Confede-ração Brasileira de Levantamentos Básicos e vem agraciando os atletas da modalidade com um número recorde de bolsa--atleta, sendo superados apenas pela luta de braço, entre as modalidades não olímpicas.

A torcida agora é para que o powerlifting se torne mesmo um esporte olímpico e que o Brasil possa seguir trilhando os caminhos da profissionalização para chegar com chances de medalhas em futuras Olimpíadas.

Em busca de PROFISSIONALIZAÇÃO e RECONHECIMENTO

Nos últimos anos, a International Powerlifting Federa-tion (IPF), órgão máximo de organização da moda-lidade, tem batalhado para que o Comitê Olímpico

Internacional reconheça o powerlifting como esporte olím-pico. Se depender do esforço e determinação dos dirigentes, esse reconhecimento poderá vir em breve. Aqui no Brasil, a Confederação Brasileira de Levantamentos Básicos também vem trabalhando arduamente para que o esporte cresça e se profissionalize.

O atual presidente da Confederação Brasileira de Levantamen-tos Básicos, Júlio César Conrado, tem importante destaque no cenário internacional do esporte, tanto que ocupa o cargo de Vice-Presidente da IPF para a América do Sul. Conrado e outros dirigentes brasileiros têm se empenhado no combate ostensivo do uso de substâncias proibidas, realizando grande quantida-de de exames antidoping e organizando seminários educativos para os atletas sobre a importância do não uso de doping. O objetivo é que o esporte se modernize de maneira séria para fazer bonito quando ganhar a denominação de olímpico.

Conrado tem trabalhado com federações estaduais para divul-gar e aumentar o número de eventos internacionais. Em 2009, Ribeirão Preto sediou o Campeonato Mundial da categoria ju-niores e, em 2010, o Campeonato Sul-Americano de Supino foi disputado na cidade de São Sebastião.

Dirigentes de powerlifting trabalham para que o esporte possa ganhar o status de olímpico e, no Brasil, Confederação busca modernizaçãoe crescimento

JÚLIO CÉSAR CONRADOFOTO: PAULO GIBO

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Considerado melhor atleta brasileiro nos últimos anos, fenômeno do powerlifting fala

sobre sua carreira, treinos e conquistas

Eric Oishi

MM: Quando você se interessou pelo esporte e quais foram os pri-meiros passos?

Oishi: Meu primeiro contato com peso foi em uma academia, treinando com colegas, onde descobri que tinha um grande entusiasmo por ampliar meus limites e sempre aumentar minhas cargas. Comecei a me interessar por esporte de força e pesquisar na Inter-net, até que localizei uma equipe de levantamento de peso perto de casa, logo me envolvi e estava competindo, isto no final de 2002.

Já em 2003, mudei para a equipe Gerson Doria, com a qual participei de mais algumas competições. Em 2005, eu e alguns amigos de treino criamos uma equipe, The Lifters, com mais ou menos 20 integrantes, 17 homens e 3 mulheres.

MM: Em que categorias você compete?

Oishi: Nas categorias 67,5kg e 75kg. Porém houve a mudança da regra nas novas categorias e a partir de 2011, competirei na 66kg e 74kg.

MM: Quais as conquistas mais impor-tantes que você obteve?

Oishi: Sou campeão paulista e brasilei-ro desde que comecei, em 2003; hexa-

campeão sul-americano; campeão dos últimos três pan-americanos (2005, 2007 e 2009); vice-campeão mundial no Canadá em 2008, e medalha de ouro no agachamento neste mesmo mundial; tive duas participações no World Games em 2005 na Alemanha e 2009 em Taiwan; sete participações em mundiais; também participei duas ve-zes do Arnold Sports Festival; em 2009 fui campeão e em 2010 fiquei em se-gundo. Hoje sou o 1º do ranking e considerado o melhor atleta pelo coefi-ciente Wilks, que é a fórmula calculada pelo peso levantado e o peso corporal; desde 2005 obtive diversos títulos de melhor atleta, tanto no Brasil, como América do Sul e América.

MM: Como é o seu treinamento?

Oishi: Treino de três a cinco dias por semana; em certas fases da periodiza-ção, junto dois ou até três tipos de le-vantamento para adaptar à dinâmica e desgaste da competição; o resto é um treino com uma programação normal, só diferenciando nas fases da periodi-zação. Na fase de base e hipertrofia, ou seja, logo após a última competição importante do ano, utilizo, por exem-plo, séries de 8 a 10 repetições, com intensidade entre 60% e 80% de 1RM, com intervalos de 1 a 3 minutos. Após um certo tempo, inicio o treino de for-ça e potência, com séries entre 4 e 6 repetições, com intensidade entre 75% e 85% de 1RM. Na fase mais próxima da competição, 4, ou seja, no poli-mento para a força máxima de 1RM, utilizo nos treinos pesados séries de 1 a 3 repetições, com intensidade entre 80% e 95% de 1RM. Fora as séries de aquecimento, o número de séries de-pende da intensidade; quando utilizo uma mais moderada, faço cerca de 6 séries pesadas, por exemplo, 3x3x80% e 3x2x85%. Para uma intensidade mais alta, faço no máximo 3 séries pesadas, por exemplo, 3x85%, 2x90% e 1x95%.

MM: E qual a sua carga máxima?

Oishi: Vou passar as marcas va-lidadas em campeonatos. Na de 75kg, agachamento: 310kg; supi-no: 202,5kg, levantamento terra: 292,5kg. Já na 67,5kg, agacha-mento: 290kg, supino: 190kg e le-vantamento terra: 277,5kg.

MM: Como é sua alimentação?

Oishi: Dependendo da categoria que vou competir, posso comer mais a vontade ou com mais restrições. Ló-gico que qualquer atleta que quer atingir uma alta performance faz uma alimentação saudável. Eu, par-ticularmente, gosto de arroz e ma-carrão integral, batatas, uso pouco sal, evito óleo, prefiro grelhado. De proteína, como frango, clara de ovo, filé de peixe e adoro carne grelhada.

MM: Que suplementos você utiliza?

Oishi: Uso Whey Protein, carboi-dratos em pó e complexo vitamínico na fase pré-competição, acrescento creatina, arginina, complexo pré--treino. Mas tenho sempre cuidado em pesquisar o nome dos compo-nentes, porque hoje existem mui-tas substâncias que dão positivo no exame antidoping, então temos que ficar atentos, eu quase fiz uso de um suplemento que contém uma subs-tância controlada chamada Dime-thylamine, que é a mesma coisa que Methylhexamine e é proibida pela agência mundial antidoping.

MM: Que conselhos você pode dar para quem está começando?

Oishi: Treine com perseverança e seriedade, tenha objetivos sempre palpáveis e tenho certeza que você vai chegar lá.

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FOTOS: SOARES JR

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Normalmente associamos grandes músculos a capacidade de mo-ver grandes cargas de forma intuitiva, mas nem sempre essa premissa é verdadeira. Na realidade, grandes músculos são pro-

porcionais a grande capacidade de se resistir às fadigas. Isso mesmo, fadigas: a primeira é a neurológica, que provocamos com pesos eleva-dos, a segunda é a periférica, que provocamos com várias repetições, até que se atinja a falha excêntrica, e a terceira é a metabólica, quando o seu corpo já não consegue atender à demanda energética para con-tinuar o exercício.

O mais difícil no trabalho com a pessoa que tem um projeto de mu-dança do perfil corporal é fazer com que ela entenda que irá para uma sala de pesos para fadigar seus músculos e não para ser um guindaste.

A segunda coisa mais difícil no trabalho com pesos é fazer a pessoa entender que quando o treinador elabora uma planilha de treinamen-tos, ele NÃO quer que a pessoa seja capaz de fazer tudo em termos de séries e repetições. O que o seu treinador quer é que nos momentos finais das últimas séries de cada exercício, o seu músculo já esteja fa-digado a ponto de não ser capaz nem mesmo de resistir à força que o peso exerce sobre ele (contração excêntrica). Lembro vocês desse fato porque muita gente sai satisfeita da sala de pesos porque conseguiu fazer tudo o que estava escrito sem nem mesmo ter transpirado. Se não vamos para a academia para ser guindaste, tampouco vamos para ficar dobrando articulações em vão.

Posto isso, o que proponho a vocês é que reexaminem a sua conduta diante dos pesos que se apresentam a sua frente servindo de caminho para que possam atingir uma musculatura diferenciada.

Toda vez que você age com sua planilha de treinamento como se fosse uma tarefa a ser terminada simplesmente (em vez de uma forma de can-sar seu músculo), você não gerou estímulo, apenas gastou energia, se esforçou, isto é praticamente trabalho perdido se estivermos falando do ponto de vista de treinamentos que causem adaptação.

Toda vez que você age como um guindaste também. Veja, aumentar o peso até seu limite pode lhe dizer sobre a sua capacidade de fazer força, mas não necessariamente isso será traduzido em volume mus-cular ou ainda em definição muscular. Esta é a diferença básica entre bodybuilders e powerlifters (atletas de fisiculturismo e levantamento). Se vocês já tiveram a oportunidade de observar, nem todo powerlifter, por mais peso que levante, tem uma musculatura avantajada tal qual a de um fisiculturista, que muitas vezes trabalha num limiar de carga muito menor. Isto não nos permite fazer um juízo de valores do tipo: este esporte é melhor do que aquele ou qualquer coisa do tipo.

Se você precisa de um parâmetro de comparação, pense assim: o po-werlifter é o que faz uma única repetição máxima com todo peso que pode, e isto iremos chamar de extremo da força. O maratonista é o atleta que conseguiria pretensamente correr indefinidamente se sua energia não acabasse, e iremos chamar isto de extremo do endurance.

O fisiculturista fica no meio termo: ele consegue fazer grandes quanti-dades de repetições, ainda que fadigue, com uma grande quantidade de peso, ainda que não sejam quantidades sobre-humanas como as dos powerlifters.

Claro que devo lembrar-lhes sempre que o ganho de volume muscular, a capacidade de ter grandes massas musculares com baixíssima quanti-dade de gordura são fatores inerentes da genética modulados ou modi-ficados pela dieta. Portanto, fisiculturismo sem alimentação é participar de uma corrida de Fórmula 1 sem combustível.

Mas como estamos falando de exercícios, eu vou explicar a vocês sobre o que é de fato o tal do trauma articular e como evitá-lo.

Trauma articular em exercício com pesos não é bem trancos e so-lavancos como o nome trauma sugere. É mais uma condição esta-belecida pelo uso da articulação para aquilo que ela não foi feita.

Imagine se, por um instante, os aviões de passageiros não possuíssem amortecedores. Dessa forma os pneus fariam o papel de frear a aero-nave, taxiar na pista mas também amorteceriam a aterrissagem. Prova-velmente durariam menos por estarem sujeitos a regimes de força para os quais não estão preparados.

Articulações são estruturas designadas a possibilitar movimento, logo, toda vez que você sobrecarrega um aparelho além da capa-cidade do seu músculo sustentar a carga, você age com a sua ar-ticulação da mesma forma que o avião agiria com um pneu sem amortecedores. Sua articulação acaba tendo que dissipar energia, coisa para que ela não é preparada e pela qual pagará um preço de acordo com o biótipo do praticante.

Saiba que esta sobrecarga acaba tornando-se contraproducente no caso do treinamento porque a cada “travada” no movimento você tira a tensão do músculo (que descansa nesse ínterim – o que não é desejado porque o que você está tentando fazer é justamente provocar fadiga) e coloca toda essa força-peso em estruturas delicadas como cartilagens e cápsulas articulares.

Para fugir disso: preste atenção nos fisiculturistas profissionais em seus vídeos de treinamento. Um ou outro coloca grandes pesos e faz movimentos balísticos, mas os melhores dos melhores “levam” o peso até o ponto de amplitude desejado e depois “trazem” o peso de volta, não relaxando a musculatura nem por um milésimo de segun-do, agindo com aquele segmento muscular da mesma forma que a nossa mão age com uma caneta quando estamos escrevendo.

Portanto, meus amigos, fazer musculação é mais parecido com escrever do que com qualquer outra atividade. A este sistema de contração damos o nome de Teoria da Consistência da Contração Muscular. Ela não só gera atletas mais precocemente como diminui muito o índice de lesão, basta observar que todos os fisiculturis-tas “basistas” carregam consigo lesões famosas que os tiraram das competições ou quase. Basta olhar a história: de Dorian Yates e sua lesão de tríceps até Branch Warren nos dias atuais com uma lesão também no tríceps por coincidência, todos sofreram com lesões do sistema músculo-esquelético.

Fica a dica e o desafio. Treinar 30 min sob a luz das teorias de consis-tência de contração muscular, utilizando-se da sua capacidade máxi-ma de consciência corporal é tão desgastante quanto estudar Álgebra num livro russo enquanto você puxa uma carreta carregada. Mas o resultado compensa.

Fale com seu treinador e faça o teste.Abraço e muita performance (com muita saúde, claro).

Dr. Paulo Cavalcante MuzyOrtopedista e Traumatologista

Especialista em Fisiologia e Biomecânica do Exercício

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Muitas vezes, o destino se encarre-ga de mostrar nossa meta quando menos esperamos. Foi o que acon-

teceu com Ronald Odair de Oliveira Julião que aos 13 anos de idade foi apresentado por acaso aos esportes que mudariam a sua vida, o lançamento de disco e arremes-so de peso.

Ronald entrou em uma competição esco-lar apenas para acompanhar o irmão, mas para a surpresa de todos, acabou ficando com a medalha de ouro. Um árbitro que também era técnico no centro de treina-mento do Ibirapuera, em São Paulo, perce-beu o talento do garoto e o convidou para fazer um teste para um projeto chamado Jovens Talentos. Ele foi aprovado e em sua 1ª competição, surpreendeu novamente e ficou no lugar mais alto do pódio no lan-çamento de disco e em segundo lugar em arremesso de peso no Brasileiro de 2000, categoria mirim. Este foi o começo de uma carreira com muitos títulos. Logo depois, tornou-se campeão sul-americano escolar nas duas modalidades.

Ronald passou por vários clubes: Jundiaí, Campinas, Sertãozinho e atualmente treina com o técnico João Paulo Alves da Cunha no Clube São José, em São Caetano do Sul, na pista da BMF Bovespa. Mesmo com treinamentos que tomavam boa parte do dia, nunca abriu mão dos estudos e hoje finaliza a faculdade de Educação Física na Unisantana.

Hoje, com 25 anos de idade, ocupa o pri-meiro lugar no lançamento de disco no Brasil e terceiro no arremesso de peso. Em 2010, Ronald entrou em ação no maior evento brasileiro de atletismo, onde que-brou o recorde brasileiro de mais de 20 anos e também quebrou o recorde do Tro-féu Brasil que já durava aproximadamente 16 anos. Importante ressaltar que este era de um americano.

Para este ano, seus objetivos são quebrar o recorde sul-americano, fazer uma boa marca

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no mundial e trazer uma medalha dos Jogos Pan-Americanos que serão em Guadalajara, no México, competição patrocinada pelo COB. E também se preparar para as Olimpíadas de 2012, já que seu índice o classifica.

Para isso, cuida muito de sua alimentação, diz que a preocupação com o físico se associa com o treinamento. Toda segunda-feira tem pesagem com seu técnico, que o acompanha com atenção. Afirma que tem que ter controle sobre esta máquina. Faz várias refeições, o mais natural possível, usando um pouco mais de proteína e dan-do preferência à carne branca. Seu prato predileto é arroz, feijão e alguns bifes, mas evita qualquer exagero, faz restrição à gordura, consome verduras, frutas e não come doces de maneira nenhuma. Entre as refeições sólidas usa bons suplementos como whey pro-tein, shakes, vitaminas e outros.

Treina musculação cinco vezes por semana: em dois dias, tra-balha músculos auxiliares e nos outros três, treinos específicos e pesados!

Sua rotina de treinamento começa às 7h30 da manhã todos os dias e vai até o meio-dia. Encerrando a primeira fase, faz pausa para mais uma refeição. Às 14h30 reinicia a segunda etapa, treina na pista até as 18h00. Aí é a hora que avalia seu treino, toma seu shake e vai para casa.

Em seu tempo livre se dedica à família e a descansar. “Meu treino é muito intenso, tenho que me recuperar”. Gosta de cinema, mas afirma que nada de balada e noitada, pois isso não combina com esporte.

Atualmente, Ronald é patrocinado por a BMF Bovespa São Caeta-no, Colégio Pré Medico e Nike.

FOTOS: SOARES JR.

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A Toned Figure é um grande sucesso desde o seu lançamento aqui no Brasil pela Nabba no ano de 2009, e as previsões para a temporada de competi-ções 2011 são muito otimistas, especialmente pela adesão (surpreendente!)

de uma quantidade expressiva de atletas, na sua maioria estreantes nas competi-ções de bodybuilding. Em 2010, aumentou muito a procura por essa nova categoria ,como demonstraram os palcos lotados de meninas de academia, que outrora não se identificavam com o Figure.

Também devido à realização do World Nabba 2011 na cidade de São Paulo em junho, a expectativa pelo número expressivo de competidoras é grande, já que os campeo-natos do primeiro semestre (Estreantes, Estadual e Brasileiro) serão seletivas para o Mundial. O elevaqdo número de atletas Toned neste ano até obrigou os dirigentes da Confederação a realizar o Brasileirão 2011 dividido em categorias por altura em Toned 1 e Toned 2 (assim como a Figure tradicional), para em seguida no Worlds ser unificada novamente, assim teremos duas campeãs brasileiras Toned 2011 no mundial.

Citar os benefícios da musculação para o corpo e a saúde da mulher é covardia, já que não existe nenhum outro esporte com mais evidências cientifícas sobre as melhoras no ganho de massa muscular e de qualidade de vida das adeptas (e adeptos também, claro!). A boa nova é que as competições também estão fazendo preconceitos caírem, antes vistas como “show de horror” ou “desfile de aberrações da Natureza”, hoje muita proporção estética, graça, beleza e feminilidade podem ser apreciadas em todas as categorias “Female”, por um público cada vez maior.

Acompanhe a seguir o depoimento da atleta Maitê Bueno, campeã Toned Figure do Troféu Biodelta 2011(São Paulo) e também da Copa Sul-Sudeste 2011 realizada em Curitiba:

“Seis anos atrás, depois de 15 anos praticando ballet clássico e jazz, comecei a fazer musculação sem grandes pretensões, já que então estava sem atividade física há mais de um ano. Em alguns meses de treino, comecei a ver os resultados estéticos, mas real-mente o que importava era minha boa saúde. A partir daí não consegui mais deixar a academia, e hoje por conta disso e também por causa das competições, tenho uma ali-mentação balanceada, o que acabou mudando para melhor minha qualidade de vida.

Vim morar em São Paulo em 2009 e tive contato com algo novo e inédito para mim: as competições de fisiculturismo, e muitos profissionais me incentivaram a competir e me tornar atleta, o que aconteceu quando assisti ao Campeonato Pau-lista da Nabba e me identifiquei totalmente com a categoria Toned.

Comecei a me preparar para a musculação competitiva junto com meu treinador e noivo, Roberto Bueno, e hoje conto com os apoios do professor Fernando Mar-ques, do grande atleta Paulo Lima, da Doutora Marília Febrônio e seu marido, o treinador José Guilherme, também da IFBB PRO, Andréa Carvalho e todos os colegas da First Personal Studio.

Participei de duas competições importantes no final de 2010 e fui campeã nas duas! Daqui para frente quero melhorar ainda mais como atleta e servir como referência e exemplo para todas as pessoas que gostam de fazer musculação .”

Vamos torcer para que cada vez mais “as meninas de academia” vislumbrem gran-des objetivos com os seus treinamentos, competitivos ou não.

Fernando de Azevedo Marques [email protected]

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TONED FIGUREexpectativas e revelações

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Quem pode usar suplementos?

Somente atletas devem utilizá-los?

Muitas pessoas têm dúvidas quanto a isso. De fato, existem produ-tos associados diretamente à atividade física devido a seus efeitos ergogênicos, tais como creatina e cafeína. Mas a maioria dos su-plementos alimentares, como os pós protéicos e refeições líquidas, na verdade, consistem em uma forma mais prática no consumo de nutrientes importantes para nossa saúde. Podemos até ousar em dizer que grande parte dos suplementos poderiam ser classificados como alimentos em pó.

Uma pessoa, mesmo que sedentária, não poderia fazer uma refeição líquida rica em proteínas, adequada em carboidratos e pobre em gor-duras, como uma prática opção de lanche da tarde? Muito melhor do que a usual coxinha com refrigerante ou do que o pão francês com mortadela com refrigerante. Um idoso que apresenta dificuldade na obtenção de proteína por meio da dieta, devido à dificuldade no pro-cesso de mastigação, não poderia enriquecer uma ou duas refeições do seu dia com proteína em pó? Ou precisa ser atleta para isso? Melhor um adolescente levar uma barra protéica para o colégio ou comer um salgado de salsicha acompanhado de suco artificial cheio de açúcar?

Vários suplementos podem ser utilizados para complementar a ali-mentação, fornecendo uma maior gama de nutrientes com grande praticidade. Em nosso dia a dia repleto de obrigações, fica muito difícil se ter à disposição alimentos frescos nos horários exatos.

Como assim? Como podemos dizer que suplementos são ali-mentos em pó? O alimento não é natural e os suplementos são “artificiais”.

Vamos pensar um pouco na nossa história, tomando como exemplo um alimento comumente encontrado em nossas refeições: o milho.

Um campo cultivado com milho ou com qualquer outro produto agrí-cola é tão manufaturado ou fabricado pelo homem quanto um suple-mento. O milho é o resultado da propagação, pelos seres humanos, de uma série de mutações genéticas aleatórias que o transformaram de uma simples erva num estranho e gigantesco mutante que não pode mais sobreviver na natureza sozinho. O milho é descendente do teosinto, um capim silvestre nativo na região do México. As duas plantas parecem muito diferentes, porém, algumas mutações genéti-cas foram suficientes para transformar uma na outra. Hoje, para que o pé de milho cresça, os grãos devem ser manualmente separados do sabugo e plantados a uma distância suficiente uns dos outros – algo que somente seres humanos podem fazer. O porquê de tudo isso? Simplesmente para melhorar sua conveniência, o mesmo processo hoje feito com os suplementos alimentares.

Essa explicação também é válida para o arroz e o trigo, só para citar outros alimentos que não são “naturalmente” encontrados na natureza.

Por mais que gostemos de pensar na agricultura como uma ativi-dade natural, há 10 mil anos ela era uma estranha inovação. Para caçadores/coletores da Idade da Pedra, campos cuidadosamente cul-tivados seriam uma visão inusitada. O cultivo de terras é um projeto tão tecnológico quanto biológico. E no grande plano da existência humana, as plantações agrícolas são invenções muito recentes. Se

os 150 mil anos de existência dos seres humanos modernos fossem transformados em uma hora, somente nos últimos quatro minutos e meio eles teriam começado a adotar a agricultura, e ela só teria se tornado o meio dominante de subsistência no último minuto e meio. A troca operada pela humanidade entre a procura de alimentos e a lavoura, de um meio natural para um meio tecnológico de produção de alimentos, foi recente e repentina. Os seres humanos primitivos subsistiam de plantas coletadas e de animais caçados na natureza.

Outro exemplo clássico são as cenouras. Não são “naturais”?

Originalmente, apareciam nas cores púrpura, branca e amarela. A cenoura laranja, que é hoje sinônimo de “cenoura”, foi desenvolvi-da na Holanda, tributo ao príncipe Guilherme I de Orange (“oran-ge” = “laranja”), pasmem vocês.

Portanto, para muitas pessoas, quando se fala em suplemento ali-mentar, parece que estamos falando de algo medicamentoso, especí-fico e que deve ser usado com grande cuidado. Mas a maioria dos su-plementos alimentares é tão “natural” quanto o milho ou a cenoura.

A meu ver, assim como nos Estados Unidos, produtos como whey pro-tein, caseína, maltodextrina, mix protéicos, refeições líquidas, deveriam ser vendidos em supermercados, nas conveniências dos postos de ga-solina, lanchonetes, ou seja, estar à disposição de toda a população.

O suplemento alimentar não é algo tão complexo quanto parece. Ele pode ser a solução para vários erros alimentares de diversas pessoas, inclusive para quem não pratica atividade física. Do outro lado da moeda, temos aqueles indivíduos que acreditam no suple-mento como algo milagroso, que irá proporcionar um físico maravi-lhoso dentro de dias, o que não é verdade.

Lembrando que de nada adianta ter a disposição os melhores su-plementos se não existe informação para seu uso. Consulte sempre seu nutricionista a fim de obter as informações necessárias quanto à adequação de uma eventual suplementação na sua rotina dentro de suas reais necessidades.

Rodolfo Anthero de Noronha PeresNutricionista Esportivo

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Em 1938, dois irmãos que vieram do Ja-pão para São Paulo roubaram a cena da luta intitulada “sem regras” no Bra-

sil, eram os irmãos Ono. Foi então marca-da uma luta entre o irmão mais velho e um famoso lutador do Rio, Carlos Gracie, e o resultado foi a vitória do japonês!

Desde então, o legado da família Ono se propagou em São Paulo. Com o passar do tempo, os irmãos seguiram o caminho do ensinamento do Judô, mas o legado do Ju--Jitsu trazido por eles continuou através de um de seus alunos: Paulo Morganti, que ensinou seu filho Ricardo a arte de se lutar aquilo que valesse em combate, assim nas-ceu o Morganti Ju-Jitsu.

Em 1992, com um esforço tremendo, pai e filho se uniram para abrir uma acade-mia muito humilde no bairro da Pedreira, periferia de São Paulo, começaram com 10 alunos e hoje a modalidade conta com mais de 10 000 alunos espalhados não só pelo Brasil, mas também em outros países, como Canadá, África do Sul, Nova Zelân-dia, Portugal e Inglaterra.

Os feitos no esporte foram consideráveis, desde 1998 o Brasil é presença dentro da International Sport Ju-Jitsu Association (ISJA) conquistando mais de 100 meda-lhas de ouro, sendo três vezes campeão por equipes, e em 2010, obteve o primeiro campeonato mundial que veio consagrar a modalidade.

As conquistas do Morganti Ju-Jitsu não se limitam ao próprio Ju-Jitsu, no MMA, o Morganti Ju-Jitsu está se destacando com atletas como César Narita e Adam Santos no Canadá, e Wernei Cardoso e Bruno Sue-ma no Brasil, e os resultados são impressio-nantes. “Hoje temos o atleta Adam Santos invicto no evento Battlelfield no Canadá, a impressionante vitória do Bruno Suema no XGYM Fight e a equipe do Anderson Silva, que venceu no segundo round por nocaute técnico, mas nosso foco está nos eventos lá fora, como Strikeforce e UFC”, comenta Mestre Morganti.

Ricardo MorgantiEducador Físico,

Pedagogo e AcupunturistaEspecialista em pesquisa cientifica Celafiscs

Grão-mestre de Ju-Jitsu

A história de

Morganti Ju-Jitsu

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ESAminoácidos eferoescentes

Em breve será lançado no Brasil, pela Neonutri, o Meditropin, um revolucionário suplemento à base de ar-ginina e ornitina, aminoácidos que estimulam naturalmente a produção do hormônio do crescimento (GH-Growth Hormone). Entre os benefícios deste hormônio para nossa saúde, estão o aumento da massa e da força muscular, o fortalecimento de ossos e tendões e a melhora do uso da gordura corporal como fonte de energia.

A novidade está também em sua apresentação: as doses serão individuais em sachês efervescentes, o que facilita seu uso e transporte.

Rica macarronada

A Adria apresenta no mercado o Activita Soja + Cálcio, esta combinação faz bem aos ossos e à dentição. Sabemos que o cálcio é fonte de proteínas que são formadoras essenciais das nossas células e hormônios. Esta combinação resulta em uma massa muito mais saudável e nutritiva, sem abrir mão do sabor e cor da massa tradicional.

www.adria.com.br

Pura creatina

Surge no mercado um suplemento de creatina importado da Alemanha.Este suplemento atua na formação do ATP (Adenosina Trifosfato), que é a fonte de ener-gia para a construção muscular.A suplementação permite um melhor desem-penho em seu treino, resultando em melhoras na potência e consequentemente na hipertrofia, além de auxiliar sua recuperação.A embalagem disponibiliza 300g do produto.

www.atlhetica.com.br

Ice Towel

A toalha Ice Towel é feita de um material de hiper-evaporação que conserva água, porém mantém um aspecto seco. Quando molhada, torna-se significamente mais gelada, até 7C mais fria do que atemperatura ambiente, proporcionando sensação refrescante ao seu usuário.A Ice Towel mantém-se gelada de 1 a 4 horas, dependendo da maneira que for utilizada.Existem dois tamnhos de Ice Towel: grande (660 x 430 x 2mm), que é ideal para atletismo, academia, natação, entre outros; e pequeno (430 x 320 x 2mm) ideal para aeróbica, maratona, futebol, entre outros.

www.icetowel.com.br

Açaí em caixinha

Já há alguns anos o açaí deixou de ser conhecido apenas no Norte do Brasil e invadiu praias, academias e lanchonetes de todo país. Nutritiva e saborosa, a fruta caiu definitivamente no gosto de atletas de diversas modalidades.Para facilitar a vida dos apaixonados pela fruta, A Marathon lançou o 1º açaí cremoso de caixinha nos sabores: original, com banana ou com morango.O Marathon açaí é uma fonte de energia e pode ser consumido bem gelado, com frutas, no copo ou na tigela, puro ou com granola.

www.bebamarathon.com.br

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