revista memória e linguagens culturais - ano 1 - nº 2

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Gatronomia e Cultura Desculbra com a gente o que tem levado tantas pessoas a romperem com o modo tradicional de alimentação, optando por uma vida mais natural e livre de agrotóxicos. Confira nossos roteiros, informações, dicas e uma receita exclusiva, criada especialmente para você! Experimente!

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Pesquisa, como tudo começou?Por Mª Regina D’Ambrosi da S. Uster

Então... O que são orgâni-

cos? Era f inal de tarde de

mais uma aula de mestrado,

da disciplina de Seminário Itinerários

Culturais, quando nosso professor

Dr. Lucas Graeff nos trouxe um gran-

de desaf io. Lançou-nos uma ativida-

de de pesquisa para ser desenvolvida

em grupo e que, como produto f inal,

deveria informar as pessoas sobre o

tema “orgânicos” e servir de guia de

como encontrá-los em Porto Alegre.

Nós, alunos, nos olhamos uns para os

outros. Com uma cara de espanto ques-

tionamo-nos: Produtos orgânicos? O

que seria? Alguém aqui conhece? Con-

some? É o mesmo que produto vegeta-

riano? Muitos questionamentos e nada

de concreto tínhamos naquele dia. Ape-

nas ideias pré-concebidas. Partiu-se,

então, para a prática. Fomos pesquisar

in loco. Descobriu-se, com a ajuda da

internet, que em Porto Alegre existem

algumas feiras ecológicas de produtos

orgânicos. A partir disso, nossa expec-

tativa era de visitar uma dessas feiras e

encontrar respostas para todas as nos-

sas indagações.

Após tentativas desastrosas como a da

colega Maristela (que em um sábado,

muniu-se de todo um arsenal de equi-

pamentos de som e imagem e partiu

para uma dessas feiras, mas somente

depois de ter fotografado e entrevis-

tado algumas pessoas descobriu que

estava na feira errada!), finalmente

encontramos a Feira dos Agricultores

Ecologistas - FAE, também conhecida

como “Feira da Redenção”.

Essa feira acontece todos os sábados

pela manhã e está localizada no cantei-

ro central da Av. José Bonifácio, junto

ao Parque Farroupilha em Porto Alegre.

Fundada em 1989, foi à primeira feira

ecológica do Brasil Pós Revolução Ver-

de e serviu de modelo para outras feiras

gaúchas. Nela, os produtos orgânicos

são vendidos diretamente do produtor

para o consumidor.

Ao visitarmos a feira, pudemos cons-

tatar a grande preocupação que todos

os expositores têm com a qualidade

dos produtos e do atendimento. Per-

cebeu-se que lá circulam, além de clien-

tes fieis, pessoas que compartilham o

mesmo ideal na busca da melhoria da

qualidade de vida. Circulando entre as

bancas pudemos experimentar diversos

produtos, e conhecer grande variedade

e a entrevistar alguns expositores, en-

tendemos que produtos orgânicos são

aqueles de origem animal ou vegetal ob-

tidos através de um sistema orgânico de

produção “sem agrotóxicos”. A partir

disso, nosso trabalho de pesquisa iniciou

tendo como objetivo principal oferecer

a você, leitor, além de informações so-

bre o tema “orgânicos”, um roteiro de

restaurantes que oferecem alimentação

orgânica em Porto Alegre. O convite é:

entre nessa onda conosco!

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Entre nessa ondaPor Katherine Maria Minela

A ciência da nutrição está inserida dire-ta e profundamente nas questões de sustentabilidade mundial. A constru-

ção do conhecimento que relaciona os alimen-tos, com a forma como são produzidos, e seus efeitos na vida dos seres humanos e no planeta são de fundamental importância. Existe atual-mente uma “onda” de consumo de alimentos sem resíduos de agrotóxicos. Contudo, o que a grande maioria das pessoas não percebe é que existem implicações muito mais profundas que apenas um alimento não ter recebido um de-terminado agrotóxico.

Quando os alimentos são produzidos em sis-temas de cultivo limpo (ex.: sistema orgânico), eles contribuem diretamente para a melhoria de vários serviços sociais. Para além de ausên-cia de agrotóxicos, existem outros benefícios importantíssimos à sociedade. A produção em sistema de cultivo orgânico pode con-tribuir para a manutenção e preservação da biodiversidade vegetal (agrobiodiversidade). A agrobiodiversidade está intimamente ligada com a garantia da segurança alimentar de po-pulações em áreas rurais e urbanas em todo o planeta. Além disso, a diversidade agrícola pode fornecer uma ampla variedade de ma-cronutrientes, micronutrientes e compostos bioativos. A perda da biodiversidade (ou a redução de determinadas característica gené-tica) pode determinar o desaparecimento de algumas plantas com grande potencial nutri-cional e medicina.

Francisco Stefani Amaro - Professor Curso de Nutrição/Unilasalle - Nutricionista/Unisinos - Mestre em Fitotecnia/Faculdade de Agronomia/UFRGS - Doutorando em Fitotec-nia/Faculdade de Agronomia/UFRGS.

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Sistemas orgânicos de produção ani-

mal e vegetal são regulamentados

pela legislação. Isso significa que um

produto, para que seja considerado orgâni-

co e como tal fazer jus a certificação, deve

ser produzido segundo regras recente-

mente editadas pelo Ministério da Agricul-

tura: a Instrução Normativa n° 46 de 6 de

outubro de 2011.

Quando se pensa em produtos orgânicos,

o que nos ocorre é alguma coisa produzida

sem o uso de agrotóxicos, que tanta polê-

mica geram pelos efeitos maléficos que sa-

bidamente podem causar. Entretanto, fer-

tilizantes podem ser usados na produção

orgânica, desde que se insiram na categoria

de agentes biológicos ou sejam produto de

um sistema de compostagem.

A conformidade orgânica deve ser avaliada

a cada etapa da produção, cujos sistemas

devem buscar sempre preservação am-

biental, atenuação de seus efeitos sobre

os ecossistemas, sejam eles naturais ou

modificados, o uso racional dos recursos

naturais, o incremento da biodiversidade

e a regeneração das áreas degradadas. Do

ponto de vista econômico, os sistemas or-

gânicos devem buscar melhorias genéticas,

a manutenção das variedades, sejam elas

locais, tradicionais ou crioulas, que se en-

contrem sob ameaça de erosão genética,

promovendo a sanidade das espécies ani-

mais e vegetais e valorizando aspectos cul-

turais, especialmente no que concerne à

regionalização dos produtos. Do ponto de

vista social, são valorizadas as relações de

trabalho, sempre com vistas à melhoria da

qualidade de vida dos trabalhadores, com

sua capacitação continuada dos agentes

envolvidos em cada etapa da produção.

Há exigência de registro de todos os pro-

cedimentos inerentes às etapas de produ-

ção, que devem permanecer disponíveis

por no mínimo cinco anos. Além disso,

deve existir um plano de manejo que con-

temple o histórico de utilização da área. A

manutenção da biodiversidade, os resídu-

os e a conservação do solo e da água.

De fato, não é fácil cumprir com todas

as exigências impostas pela legislação,

observando ainda uma série de proibi-

ções e restrições, como por exemplo o

uso praticamente exclusivo de sementes

também oriundas de sistemas orgânicos,

a proibição de utilização de organismos

geneticamente modificados, de agrotóxi-

cos sintéticos. O manejo das pragas, nos

sistemas orgânicos, é bastante complexo.

A limpeza dos locais só pode ser efetiva-

da mediante o emprego de determinados

produtos, sempre biodegradáveis. Da

mesma forma, a prevenção e tratamen-

to de enfermidades sofre restrições, bem

como o tipo de alimentação destinada aos

animais. Por exemplo, para tratamento

de doenças, são priorizados preparados

homeopáticos ou fitoterápicos; a alimen-

tação dos animais é natural, com uso de

melado, farinha de algas - para redução do

teor de iodo - pós e extratos de plantas.

Enfim, não é simples produzir dentro do

sistema, e os produtos, sejam eles de ori-

gem animal ou vegetal, obtidos a partir de

tal prática possuem um diferencial que os

torna, ao menos em tese, senão mais sau-

dáveis, por certo menos nocivos à saúde. A

certificação depende dessa conformidade, e

quem se propõe a alcançá-la deve cumprir

rigorosas exigências. Ao menos é isso que

o consumidor, certamente, espera quando

confia que o produto que adquire, pagando

inclusive mais por ele, seja, de fato, orgânico.

Os sistemas orgânicos de produção

e a legislaçãoPor Maristela Bleggi Tomasini

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Ingredientes:

-ra (900g), com a casca e as sementes

-dos e cortados em lâminas finas

de feijão fermentado)

-xe tailandês (encontrado em lojas de produtos asiáticos)

Nossa ReceitaPor Luciano Lunkes

Sopa de missô, moranga, couve e cogumelo ostra

Para 4 pessoas

Os grandes chefes do planeta estão cada vez mais engajados no movimento gastronômico chamado

from-farm-to-table (direto da horta para a mesa). A escolha desses gourmets em servir seus assinados

pratos com base na utilização de matéria-prima orgânica (um dos fundamentos do movimento) estaria

ancorada em dois parâmetros sólidos e irrefutáveis: os quesitos sabor e saúde. Essa recente tomada de consci-

ência se desdobra, então, em uma nova abordagem quanto à escolha dos “ingredientes-primos”: são privilegiados

produtos oriundos de uma prática de produção mais sustentável e livre de interferências “artif iciais”, tais como

aditivos químicos e manipulações genéticas, entre outros mecanismos notoriamente nefastos.

A utilização de alimentos orgânicos nas práticas culinárias resulta, geralmente, em pratos memoráveis, por mais

simples que sejam os seus preparos. Consumi-los, além de proporcionar um grande prazer degustativo, auxilia o

comensal a estabelecer uma relação mais harmoniosa com as estações do ano, com o seu meio ambiente, com o

seu médico e com a comunidade vizinha que os produz. Cozinheiros vegetarianos, adeptos dos orgânicos e os cha-

mados “foodies” (glutões f issurados por comida boa), estão sempre à procura de novas idéias e receitas para os

seus preparos. Uma de suas fontes inspiradoras advém das cozinhas asiáticas, onde a arte de cozinhar os vegetais

tem sido masterizada por milênios. A receita ao lado propõe, então, reforçar o arsenal de guloseimas saborosas

e saudáveis. Tenham um ótimo apetite e uma excelente saúde!

Modo de preparo:

1. Coloque a moranga, com a parte central cortada voltada para baixo, em uma forma untada. Leve ao forno à temperatura de 180º por uns 45 minutos ou até o momento em que estiver macia ao ser perfutada com um palito. Retire do forno e deixe esfriar.

Método mais rápido: leve a moranga com as semente e a casca ao micro-ondas ajustado à potência máxima e cozinhe-a por 15 minutos.

2. Quando fria, remova as sementes e descarte. Retire a polpa da moranga e descarte a casca.

3. Em uma panela com um pouco de óleo e o alho, ligue o fogo e frite o alho até ficar cheiroso, mas ainda sem cor.

Acrescente a água, o missô, os molhos de soja e de peixe. Adicione o vinagre, o açúcar, a couve e os cogumelos. Deixe cozinhar por mais dois minutos. Desli-gue e sirva.

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1 - Evita problemas de saúde causados pela ingestão de substâncias quí-

micas tóxicas. Pesquisas e estudos tem demonstrado que os agrotóxicos são prejudiciais ao nosso organismo. Os resíduos que permanecem nos alimentos podem provocar reações alérgicas respiratórias, distúrbios hormonais, problemas neurológicos e até câncer.

2 - Alimentos orgânicos são mais nutritivos. Solos ricos e balanceados com adubos naturais produzem alimentos com maior valor nutritivo.

3 - Alimentos orgânicos são mais saborosos. Sabor e aroma são mais intensos - em sua produção, não há agrotóxicos ou produtos químicos que possam alterá-los.

4 - Protege futuras gerações de contaminação química. A intensa utilização de produtos químicos na produção de alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas. A agricul-tura orgânica exclui o uso de fertilizantes, agrotóxicos ou qualquer produto químico, tendo também como finalidade a preservação dos recursos naturais.

5 - Evita a erosão do solo. Através das técnicas orgânicas (tais como rotação de culturas, plantio consor-ciado, compostagem, etc.), o solo se mantém fértil e permanece produtivo ano após ano.

6 - Protege a qualidade da água. Os agrotóxicos utilizados nas plantações atravessam o solo, alcançam os lençóis d’água e poluem rios e lagos.

7 - Restaura a biodiversidade, protegendo a vida animal e vegetal. A agricultura orgânica respeita o equilíbrio da natureza, criando ecossistemas saudáveis. A vida silvestre, parte essencial do estabelecimento agrícola, é preservada e áreas naturais são conservadas

8 - Ajuda pequenos agricultores. Em sua maioria, a produção orgânica provém de pequenos núcleos familiares, que tem na terra a sua única forma de sustento. Mantendo o solo fértil por muitos anos, o cultivo orgâ-nico prende o homem à terra e revitaliza as comunidades rurais.

9 - Economiza energia. O cultivo orgânico dispensa os agrotóxicos e adubos químicos, utilizando intensamente a cobertura morta, a incorporação de matéria orgânica ao solo e o trato manual dos canteiros. Ao contrário, na agricultura convencional utiliza-se petróleo como insumo de agrotóxicos e fertilizantes e como combustível na mecanização intensiva.

10 - O produto orgânico é certificado. A qualidade do produto orgânico é assegurada por um Selo de Certificação. Este Selo é fornecido pelas associações de agricultura orgânica ou por órgãos certifi-cadores independentes, que verificam e fiscalizam a produção de alimentos orgânicos desde a sua produção até a comercialização. O Selo de Certificação é a garantia do consumidor de estar adquirindo produtos mais saudáveis e isentos de qualquer resíduo tóxico. No Brasil existem 45 produtores com o selo orgânico forne-cido pelo IBD Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento.

Disponível em:

www.revistahoteis.com.br | www.dopeaopote.com.br

Orgânicos: 10 motivos para consumí-los

Por Zenilde Sganzerla e Katherine Minella

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1 - Espaço Gourmet: 2 - Vivri Cozinha Orgânica: Av. Anita Garibaldi,

3 - Restaurante Prato Verde: Rua Santa Terezinha, 42 4 - Restaurante Jacarandá: Rua

5 - Restaurante e Pizzaria Govinda: Av. José Bonifácio, 605

6 - Restaurante Alecrim: 7 - Temakeria Japesca:

8 - Ponto Onze Restaurante e Eventos: 9 - Restaurante Flor de Maçã: prédio

10 - Restaurante Nova Vida:

11 - Restaurante Pueblo: 12 - Restaurante Machry: Rua Dr. Armando Bar-

13 - Restaurante Todo Saúde: 14 - Restaurante Salada e Cia.:

15 - Bar Ocidente: Av. Osvaldo Aranha, 960, 1º andar

16 - Zhong Guo Wei: Rua Ramiro Barcelos, 2099

ONDE ENCONTRAR ORGÂNICOS

EM PORTO ALEGRE?Por Antônio Carlos Vieira

Confira! Siga nosso mapa, prove e comprove receitas e sabores especiais.

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“De inicio, demorei a compreender como seria o processo de construção do Itinerário Cultural, mas após nos reunirmos no grupo de trabalho e discutirmos sobre as nossas im-

pressões sobre o assunto, tudo ficou mais claro, e, aos poucos fomos delineando os nossos passos, dando forma e conteúdo para o “boneco” de nossa revista. O produto deste esfor-

ço coletivo, construído a partir da coletânea de variadas linhas de pensamento, compen-sou toda nossa dedicação. Acredito que o resultado foi extremamente positivo.”

José Rogério Vidal - Graduado em Educação Física, Especialização em Ciências do Movimento Humano e em Educação Psicomotora, Mestrando em Memória Social e Bens Culturais.

“Sempre fui um apaixonado pela feira de orgânicos do Brique da Redenção. Depois desse trabalho, passei a admirar mais ainda o trabalho de seus protagonistas.”

Luciano Lunkes - Bacharel em Regência Coral, Pós-Graduado em Regência Coral, Graduado em Gastronomia Francesa e mestrando em Memória Social e Bens Culturais.

“Fiquei impressionada com a cadeia de produtos orgânicos em Porto Alegre e principalmente com a convicção, estilo de vida dos adeptos e também com a cientificidade do assunto.” Katherine Maria Minela - Graduada em Psicologia, Pós-graduada em RH e Psicologia da Comunicação e

mestranda em Memória Social e Bens Culturais.

“Ao visitar a Feira dos Orgânicos, tive a sensação de estar no mundo medieval. Bancas rústicas, produ-tos sendo expostos de forma simples, onde, estética não é a mais importante. A centralidade da feira

está nos produtos orgânicos, pois, o feirante é conhecedor da mercadoria que comercializa e defensor de uma melhor qualidade de vida. Ao finalizar o trabalho, fiquei com um sentimento de estar revelando

para a sociedade um fragmento da cidade que estava escondida nos escombros do cotidiano.” Antônio Carlos Vieira - Graduado em História, Pós-Graduado em História do Brasil Contemporâneo e Mestrando

em Memória Social e Bens Culturais

“Eu não imaginava que, em Porto Alegre, existia uma feira de produtos orgânicos com tanta variedade e confiabilidade. Depois de conhecer a Feira da Redenção, passei também a con-sumir os produtos e a frequentá-la todos os sábados.”Regina D’Ammbrosi Uster - Graduada em Administração de Empresas, Pós-graduada em Marketing e mestranda em Memória Social e Bens Culturais.

“Ofertas de produtos orgânicos com qualidde, diferenciados, saudáveis e com preços acessíveis. Originários de diversos municípios da região, em sua maioria trabalhando de forma cooperativa, me proporcionaram surpresas e felicidade tornando-me um consumidor. Entrei nesta onda!”Adroaldo Strack - Graduado em Administração de Empresas, Pós-graduado em Estratégia Empresarial e mestran-do em Memória Social e Bens Culturais.

“Para minha grata surpresa, o dito ‘orgânico’ se revelou um manancial muito rico, prin-cipalmente no contato com as pessoas envolvidas com esse universo, traduzido em uma nova opção de vida, tanto do público consumidor consciente de uma nova proposta de saúde pessoal como na saúde do planeta.”Telmo Silva Telles Filho - Graduado em Administração de Empresas, Pós Graduado em Gestão pela Qualidade e mestrando em Memória Social e Bens Culturais

“O consumo de alimentos orgânicos é altamente saudável para evitar vários tipos de doen-ças. Esse é um incentivo que deveríamos fazer em todas as escolas. Pois para que essa cultura se difunda, é necessário educação alimentar desde a infância.”Zenilde Sganzerla - Graduada em Pedagogia e Teologia Pastoral, Especialização em Psicologia Escolar Administração Escolar e Supervisão Escolar e Mestranda em: Bens Culturais e Memória Social

“O que pude constatar foi praticamente um movimento em prol da saúde, de uma vida menos artificial, voltada à natureza.”Maristela Bleggi Tomasini - Graduada em Direito, Especialização em direito civil e mestranda em Memória Social e Bens Culturais.

DEPOIMENTO DOS REDATORES

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Quando em passado não muito distante foi promovido o desmonte da malha ferroviária paulista,

a supressão de todos os trens de passageiros que serviam de ligação entre as principais cidades

do interior e do litoral, a erradicação completa de ramais, e até mesmo a desativação de tre-

chos de linhas de trens metropolitanos, o SINFER - Sindicato dos Ferroviários da Sorocabana - idealizou,

patrocinou e colocou em curso a Campanha O Brasil TREM Jeito. Apesar dos inúmeros esforços, não

obteve resultados e, no Estado de São Paulo, a ferrovia ficou reduzida ao que é hoje.

As mesmas mãos que arrancaram os trilhos criaram mais estradas de rodagem e, nas cidades, alargaram

ruas e avenidas, edificaram túneis e viadutos, com a finalidade de consolidar a mobilidade de pessoas e o

transporte de nossas riquezas pela rodagem dos pneus.

O preço dessa decisão é hoje pago por todos nós, na forma do mais completo caos no trânsito urbano, na

elevação dos níveis de poluição do ar, na deterioração da qualidade de vida, no elevado índice de violência

motorizada e nos insolúveis gargalos em avenidas e estradas denominados congestionamentos.

A Campanha São Paulo TREM Jeito é uma reedição da Campanha O Brasil TREM Jeito - com redução

territorial da abrangência do título - na esperança de que campanhas similares nasçam em outros esta-

dos da federação.

A Campanha visa, inicialmente, trazer a questão do transporte de pessoas sobre trilhos para a atenção e

debate dos usuários de transportes públicos, assim como de usuários de meios individuais de transportes,

na certeza de ser a melhor solução para os problemas de trânsito e de poluição das grandes cidades.

É, nesse sentido, uma campanha informativa, pois idealizada em torno de informações sobre os modos de

transporte de pessoas sobre trilhos - trem, metrô, aeromóvel, vlt e monotrilho - uma vez que as pessoas,

de modo geral, desconhecem ou não pensam e sentem esses modos como solução para seus problemas

de trânsito e de transporte.

A campanha tem por finalidade promover um resultado social, isto é, exercer influência para que os

recursos destinados ao trânsito e ao transporte sejam alocados em transporte de pessoas sobre trilhos,

estancando e revertendo a tendência rodoviarista de governos (ruas, avenidas, pontes, túneis, viadutos,

estacionamentos, etc.), muitas vezes também eles vítimas do próprio desconhecimento de outras opções.

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Expediente

Coordenação-Geral

Profª Drª Cleusa Maria Gomes GraebinProfª Dr. Lucas Graeff

Editor

Prof. Dr. Lucas Graeff

Redatores

Adroaldo StrackAntônio Carlos Vieira

Katherine Maria MinelaLuciano Lunkes

Maristela Bleggi TomasiniMª Regina D’Ambrosi da S. Uster

José Rogério VidalTelmo Silva Teles Filho

Zenilde Sganzerla

Revisão

Irmã Zenilde

Diagramação

Tiago Kras

Fotos

Maristela Bleggi Tomasini

Publicidade

Campanha São Paulo TREM Jeito

Programa de Pós-Graduação em MemóriaSocial e Bens Culturais

MestradoProfissional

Seminário Itinerários Culturais: criação e gestão de percursos no Cone Sul

EDITORIAL

É com enorme prazer e orgulho que trazemos mais um número da Revista Itinerários Culturais:

criação e gestão de percursos no Cone Sul. Trata--se de uma importante publicação de divulgação técnico-científica do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Bens Culturais do Centro Uni-versitário La Salle, na qual são oferecidas reflexões aprofundadas e acessíveis, bem como atividades lú-dicas e informações culturais a respeito de itinerários e roteiros culturais do Brasil e da América Latina.

No presente número, nossos alunos brindam a todos com um trabalho a respeito dos chamados “orgâni-cos”. Como indicam os próprios autores, trata-se de alimentos de origem animal ou vegetal produzidos ou cultivados em um sistema que rejeita o uso de agro-tóxicos. Mais que isso: os “orgânicos” se apresentam como um núcleo de produtos em torno do qual se organizam verdadeiros estilos de vida. De concepções de saúde e bem-estar baseadas na alimentação “sau-dável”, passando pela rejeição de uma vida “artificial” e chegando a movimentos como o from-farm-to-table, as práticas gastronômicas e dietéticas que os autores encontram nos arredores da Feira de Agricultores Ecologistas orientam e são orientadas por escolhas e reflexões pautadas em valores de pureza e retorno às raízes, ao “natural”.

Ora, é justamente por se tratar de um estilo de vida e de uma prática gastronômica que foi possível or-ganizar uma Rota Orgânica na capital gaúcha. Nes-se itinerário, o leitor poderá descobrirá algumas das particularidades da Feira, dicas sobre os orgânicos e restaurantes onde é possível cultivar uma vida verde.

Boa leitura!

Prof. Lucas Grae! e Profa. Cleusa Maria Gomes Graebin

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