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Revista Lugar de Notícias VIII Edição

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Capixabade Verdade

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6 Projeto Rondon - Integrar paranão entregar (1ª parte)

por Mônica Perim

7 Memóriaspor Sandro Mancini

8 O lado ruim da goma de mascarpor Erlan Pirovani

9 Ibama capacita municípios paraatividade de fauna

10 Agentes de saúde passam portreinamento em Cachoeiro

12 No escurinho do cinema!por Léo Alves

14 Novo Código Florestalcontinua confuso

16 Uma pedra eo seu lagarto

20 Sindicato Rural de Cachoeiro conquista centro de treinamento rural

22 Coluna Seu Lugarpor Guilherme Gomes

24 Especial - Monumento Natural Itabira

27 Selita distribui mais de R$ 1,65 milhãode sobras para cooperados

28 Condenação dos velhacospor Xico Graziano

29 Crianças são beneficiadas com iniciativa de professora de ballet

30 Capim que vale ouro

32 Água reutilizada: sustentabilidadenos negócios

34 Emancipação Comunitária ePolíticas Públicas

por Victor Castro

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Aos nossos leitoresPUBLICAÇÃO MENSAL

LUGAR DE NOTICIAS LTDA - MECNPJ: 17.276.669/0001-03

Praça Jerônimo Monteiro, 57 - CentroEd. San Pablo, 5º andar - Sala 507

Cachoeiro de Itapemirim - ESCEP 29300-17028 3518-7114

O conteúdo das matérias e artigos assinados, bem como as publicidades e os anúncios, são

de inteira responsabilidade de seus autores.

EQUIPE LUGAR DE NOtÍCIAS

DIRETOR DE REDAÇÃOGuilherme Gomes de Souza

COMERCIAL E ASSINATURAS Márcia Leal (28) 9935-6584

(28) [email protected]

JORNALISTASara MoreiraMtb 2753-ES

[email protected]

REVISÃOSara Moreira

FOTOGRAFIAMárcia Leal

DIAGRAMAÇÃO E ARTEAlessandro Souza

COLUNISTAS E COLABORADORES

Carlos de Andrade Junior, Erlan Pirovani,Felipe Carreiro, Léo Alves, Mônica Perim,

Sandro Mancini, Victor Castro,Vinicius Siller, Wéliton Altoé,

Willian Rocha Souza e Xico Graziano.

Cartas para a redação

Opiniões, sugestões e comentários:

Revista Lugar de NotíciasPraça Jerônimo Monteiro, 57 - Ed. San Pablo,

5º andar, sala 507 - CentroCEP: 29300-170

Cachoeiro de Itapemirim - ES

E-mail: [email protected] 3518-7114

Por questão de espaço, as cartas poderão serpublicadas resumidamente e deverão conter o nome completo, endereço e número do telefone do autor.

Participe.

Aqui é o seu lugar!

No Facebook: Revista Lugar de NotíciasNo site: www.lugardenoticias.com.br

GUIlHERME GoMES DE SoUZADiretor de redação

Os desafios continuam em 2013

Desde a primeira edição, Lugar de Notícias vem in-formando que não

veio para ocupar lugar de ne-nhuma publicação. Sua linha editorial é pautada na exclu-sividade e em fatos inéditos. A edição de novembro do Boletim Selita, do qual sou ar-ticulista, trouxe uma metáfora muito interessante escrita pelo Coordenador de Assistência ao Cooperado, Henrique Pas-sine de Castro: “...Quando olhamos para o retrovisor da vida, podemos compreender melhor os acontecimentos... E que o para-brisa do futuro nos mostre muito mais possibilida-des.” Por analogia, me remeto à frase de Eleanor Roosevelt: “Grandes mentes discutem ideias; mentes medianas dis-cutem eventos; mentes peque-nas discutem pessoas”.

A consolidação da Revista Lugar de Notícias está muito mais ligada à determinação e ao empenho pessoal das pessoas que discutem ideias. Isso é elementar quando se traz ao foco o reconhecimen-to que “somos eternos apren-

dizes”. O tempo é de mu-dança e isso requer desafios. No capítulo 3, do livro de Eclesiastes diz que tudo tem seu tempo determinado. “Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou”. O tempo, agora, é de AMAR. Vivemos momento de grande sensibilidade, que é o Natal e a mudança de ano; portanto, aproveite esse tempo para amar e refletir. É preciso olhar o “retrovisor da vida” para que possamos responder nosso presente e refletir como será o futuro. Para isso retorno e novamen-te faço menção a um texto bíblico para a reflexão do leitor: “Somos peregrinos em terra estranha”.

Agora leia e desfrute de nossas páginas, trabalhadas com fundamentação, serieda-de e, sobretudo, compromis-so com a notícia e com nossa biosfera. Lembrando que não vivemos em um único municí-pio, vivemos no planeta. Esse sim é a nossa casa até expe-rimentarmos outro momento, outro tempo.

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Foi no final da década de 70 que participei do Projeto Rondon pela primeira vez. Eu estudava no Km 47-Universidade Federal Rural do

Rio de Janeiro, e teria de cursar a disci-plina Estudos dos Problemas Brasileiros I, considerada muito chata naqueles tem-pos de ditadura militar. A alternativa para escapar da matéria era participar do Pro-jeto Rondon, que permitia a dispensa da disciplina. Como raramente eu vinha ao Espírito Santo ver minha família, resolvi me inscrever na Operação Especial PRO--SEEC, realizada nos fins de semana du-rante os três últimos meses de 1977, que tinha como objetivo cadastrar as escolas públicas em alguns municípios fluminen-ses. Foi assim que conheci Petrópolis, Ni-terói, São Gonçalo, Nilópolis, Duque de Caxias e Nova Iguaçu em uma Kombi. O trabalho era voluntário e difícil, mas o al-moço nas melhores churrascarias do Rio compensava todo o esforço.

Em meados de 1979 participei do processo seletivo da Operação Nacional PRO XXIV, que seria realizada no Ceará. Participei de tudo, dei o melhor de mim. Durante alguns fins de semana passa-mos horas em dinâmicas, reuniões, tra-balhos, para que o coordenador pudes-

MÔNICA PERIMEngenheira Química da Foz do Brasil, Presidente da

ABES-ES e Conselheira do CRQ-21ª Região

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se selecionar a equipe mais adequada, com apenas dez pessoas de diferentes áreas. Lúcio, meu coordenador, me cha-mou à parte, e disse ter gostado muito de mim, mas que não precisava de uma engenheira química. Expliquei que po-deria tratar a água de abastecimento, mas ele respondeu que não precisava de uma profissional com esta qualifica-ção. Pensei rápido e perguntei: “Do que você precisa?” ele me explicou que pre-

cisava de alguém que ministrasse cursos de crochê, bordado e tricô. Respondi na hora: “Está falando com a pessoa cer-ta.” Eu sabia fazer crochê, tricô e ponto cruz, mas não era tão prendada como eu acreditava ser necessário. Vim para minha casa esbaforida, e pedi à minha prendadíssima mãe, Maria Santolim, que me ensinasse alguns pontos de bordado, e lembro-me de ter aprendi-do uns sete: ponto sombra, ponto atrás,

rococó, corrente, entre outros. Juntei o paninho de amostra dos pontos de bordado, peguei uns desenhos, umas amostras de crochê e tricô, algumas agulhas e linhas, enfiei tudo na mala e fui embora para o Rio de Janeiro.

O embarque foi no centro do Rio, numa quarta-feira, no início de janeiro de 1980. No domingo de madrugada, perdidos na caatinga dentro de um ôni-bus da Viação Itapemirim que levava três equipes para os municípios de Mucam-bo, Pacujá e Cariré, vimos como é lindo o nascer do sol perto do Equador. A primei-ra equipe a sair do ônibus foi a nossa, de Cariré, e fomos recepcionados por cerca de 50 pessoas na porta do colégio onde ficamos hospedados. Ainda na manhã de domingo participamos de uma reu-nião com os agricultores e depois fomos conhecer nossos aposentos. Havia duas salas de aula cuidadosamente arruma-das, com redes penduradas na parede. Só aí me dei conta de que passaria quase dois meses sem deitar numa cama com colchão. Minhas companheiras de quarto dormiam nas redes, mas eu nunca con-segui realizar esta façanha. Para minha sorte eu havia levado meu travesseiro de paina e um lençol. Tirei a rede da pare-de, arrumei-a cuidadosamente no chão cimentado e ali dormia, apesar de ser bem duro, sendo acordada pelas moscas cearenses toda manhã.

Após nossa interação com a comu-nidade, organizei duas turmas para ministrar o curso de trabalhos manuais, pois aproximadamente 80 mulheres se inscreveram. As aulas eram à tarde e co-mecei ensinando-as a desenhar. Ensinei os pontos de bordado que mamãe me ensinara e os pontos básicos de crochê. Ninguém se interessou em aprender de tricô, pois Cariré era muito quente. As aulas permitiam valiosas trocas de co-nhecimento entre as pessoas, que pas-saram a trazer para a sala de aula as lindíssimas rendas que produziam.

Como minhas manhãs eram ocio-sas, me ofereci para ajudar a médica de nossa equipe. Foi tudo muito bem até o dia em que ela foi drenar um abcesso no pé de um rapaz e eu qua-se desmaiei. Fui dispensada.

Projeto Rondon - Integrar paranão entregar (1ª parte)

“Juntei o paninho de amostra dos pontos de bordado, peguei

uns desenhos, umas amostras de crochê e tricô, algumas agulhas e linhas, enfiei tudo na mala e fui embora para o Rio de Janeiro”.

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ERlAN PIRovANIEstudante de Engenharia Florestal e apaixonado pelo meio ambiente

O lado ruim da goma de mascar

Quem nunca gostou de goma de mascar, popu-larmente conhecido como “chiclete”?

Quem não gosta dos vários sabo-res, formas, cores e de fazer aque-las bolinhas e depois estourar? Pois bem; o que muita gente não sabe é que além de riscos para a saúde, podendo gerar problemas odontoló-gicos e digestivos, a goma de mascar também é uma grande causadora de danos ambientais.

Para quem não sabe, uma goma de mascar demora cerca de cin-co anos para se decompor no meio ambiente, e os danos que ela pode causar durante esse processo são severos. A goma de mascar é uma das maiores causadoras da morte de pássaros hoje no meio ambiente, pois quando descartada de forma in-correta, jogada no chão, o pássaro acha que pode ser alguma migalha e tenta comê-la. Ao tentar bicar, a goma gruda em seu bico podendo matar de fome ou até mesmo de asfi-xia. Além dos pássaros que são forte-mente afetados nesse descarte inde-vido, a goma de mascar também suja a nossa cidade nos locais em que “grudamos” quando terminamos de mascar. Quem nunca pisou em uma

goma e ficou por minutos tentando tirar aquele pedaço de “borracha” que grudou em nossos sapatos que incomoda ao caminhar?

Podemos mudar essa situação des-cartando corretamente nossas gomas de mascar. Basta enrolar em um pa-pel e jogar na lixeira; fazendo isso po-demos não só evitar danos ao solo e às águas, mas também evitaremos a morte de muitos pássaros que são res-ponsáveis pela propagação do meio ambiente, pois esses mesmos pássa-ros combatem pragas e insetos, além de serem responsáveis por espalhar na natureza sementes de árvores.

Algumas curiosidades sobre a goma de mascar: além dos açúcares, corantes e outros produtos químicos encontrados que são maléficos à nos-sa saúde e ao meio ambiente, temos também as embalagens, geralmente plástico, um material com matéria- prima de polietileno - um derivado do petróleo que leva cerca de 100 anos para se decompor no meio ambiente, causando uma série de danos ao solo, aos rios e a outros pequenos animais. A goma quando descartada indevida-mente pode entupir galerias pluviais e redes de esgoto, causando enchentes.

Uma solução simples para se combater esse tipo de situação gera-

da por um descaso com o meio am-biente é o descarte correto desses re-síduos em locais adequados. Porém, como podemos perceber em nossa cidade, não encontramos nos centros públicos lixeiras adequadas para o recolhimento de material reciclável ou de material orgânico. Existem hoje no mercado lixeiras que se adequam às necessidades de descarte do nosso lixo, seja ele orgânico, metal, plásti-co, papel e pilhas.

Seria fundamental a conscientiza-ção da população sobre esse aspecto destrutivo do descarte indevido desses materiais, e um apoio do governo local quanto a campanhas e até leis munici-

pais que poderiam evitar esse impacto.Uma única e simples atitude pode

fazer uma grande diferença em nos-so ecossistema. Pense corretamente e ajude nos detalhes mais simples a mudar o cenário em que se encontra nosso meio ambiente.

“A goma de mascar é uma das maiores causadoras da morte de pássaros hoje no meio ambiente, pois quando descartada de forma

incorreta, jogada no chão, o pássaro acha que pode ser alguma

migalha e tenta comê-la”.

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Ibama capacita municípios para atividade de fauna

Depois de capacitar a Polí-cia Ambiental do Espírito Santo, agora chegou a vez do Ibama, com apoio do

Iema e da ANAMMA - Associação Nacional dos Municípios de Meio Ambiente - , capacitar os técnicos dos municípios e do Iema por meio do curso de "Introdução ao manejo de fauna". O último curso, que foi o décimo, aconteceu em Santa Te-reza, no norte do Espírito Santo, no Museu de Biologia Melo Leitão, no período de 26 a 30 de novembro. O evento faz parte da programa-ção do Ibama sede para repassar aos municípios as atribuições dadas pela Lei Complementar 140/2011 na gestão de fauna silvestre.

O curso teve como objetivo treinar o pessoal para a técnica de captura e manejo de animal, onde a premis-sa básica envolve a segurança dos animais e dos agentes envolvidos na captura de animais silvestres. Apesar de ter como foco principal a gestão e o manejo de fauna, foram incluídos alguns assuntos relevantes, tais como: "Procedimentos de Fiscalização rea-lizados pelo Ibama", "Procedimentos de Julgamento de Autos de Infração", "Procedimentos em Situações de Emer-

gências Ambientais" e "Procedimento de Autorização de Manejo de Fauna".

Do Ibama participaram como palestrantes dez servidores, sendo nove da Superintendência e um do escritório de Cachoeiro de Itapemi-rim. Ainda foram convidados um sub-tenente do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) e um pesquisador de Herpetologia que também minis-traram a palestra, além de participa-rem do manejo da fauna.

O público-alvo foram os servido-res dos municípios, que visam atender a crescente necessidade de capacita-ção. No último curso, servidores de quatro cidades foram instruídos: An-chieta, Aracruz, Domingos Martins e

Linhares. De acordo com o Analista Ambiental do Ibama e coordenador do curso, o Biólogo Jacques Passama-ni, o objetivo é tentar promover mais três cursos em 2013, sendo dois para prefeituras e um para o Iema.

Passamani ainda elogiou o bom nível dos participantes do último curso em Santa Tereza e salientou que as prefeituras interessadas na capacitação podem entrar em con-tato diretamente com o Iema ou com a ANAMMA. Mas ressalva que para participar do curso, os servi-dores das secretarias de meio am-biente dos municípios e do Estado precisam estar comprometidos e demonstrarem aptidão.

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Agentes de saúde passam por treinamento em Cachoeiro

Agentes de Saúde e Epidemio-lógicos de Cachoeiro de Itape-mirim participaram, ao longo deste ano, de cursos de capa-

citação promovidos pela concessionária Foz, responsável pelos serviços de água e esgoto no município. "Preservação dos recursos hídricos" e "Importância do sa-neamento para a saúde" foram pauta de seis encontros patrocinados pela Foz.

Além de palestras de atualização de informações, os agentes tiveram a opor-tunidade de participar de visitas técnicas para conhecer a Estação de Tratamento de Água (ETA) da Ilha da Luz e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do bairro Coronel Borges – as duas maiores do município de mais de 190 mil habitan-tes, cidade-polo de toda a região Sul do estado do Espírito Santo.

“Os agentes são fundamentais para a promoção da saúde da po-pulação e para a qualidade de vida, bem como o saneamento, nosso ser-viço. Juntos e mais qualificados, con-

Quase 200 profissionais realizaram capacitação sobre preservação de recursos hídricos e saneamento

tribuímos ainda mais para o desenvol-vimento social”, explica a responsável pela Comunicação da Foz na cidade, Rosa Malena Gomes Carvalho.

Ao todo, participaram 187 agentes que atuam na sede, nos outros dis-tritos e até em localidades rurais de Cachoeiro de Itapemirim. A iniciativa faz parte do programa de Educação Ambiental da Foz em Cachoeiro, que realiza diversas ações desde 2002, e novamente contou com a parceria da

Secretaria Municipal de Saúde.Cachoeiro de Itapemirim hoje tem

92,5% dos imóveis da área urbana (onde mora mais de 90% da população) atendidos com Serviço de Esgotamento Sanitário (SES) completo oferecido pela Foz, concessionária que também pres-ta o Serviço de Abastecimento de Água (SAA), com qualidade internacional, a 99% dos imóveis da mesma região. Há 13 anos, antes da concessão, só 5% da cidade tinha esgotamento.

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lÉo AlvESGraduando em Jornalismo, diretor, escritor e representante do Grupo Cultural ETC

No escurinho do cinema!

Saber viver é sentir o que se olha e viver numa cidade histórica sem que haja outro olhar e outro sentir, não bas-

ta. Não havia turista naquela esta-ção. Eram mães e crianças, senhoras e senhores ansiosos para a primeira viagem de trem. Sim, a primeira.

Andar de trem. E o que significa isso, numa sociedade como a nossa? Não há o que explicar. Cada indiví-duo tem seu tempo e o tempo da des-coberta era aquele. O olhar enamo-rado das crianças, o olhar assustado e o espírito nostálgico dos mais velhos...

Criança, chupeta na boca, olhar

amedrontado. Mãe segura, coloca no colo. Atenção, é hora da partida! E na partida o importante é acenar, seja para quem for!

As mães embalam no “Piuí” e a gente viaja na infância. O olhar do passageiro é um olhar que não se confunde. É a mesma cidade, vista do alto e pelos retalhos de floresta, pelos galhos e pelos túneis. Cada um guar-da um olhar próprio, de curiosidade e encantamento. “É outra cidade!”, pensam. Confundem-se.

Na janela, os olhos dos idosos se apertam, tentando identificar as casi-nhas ao longe, ou aqueles vestígios de

passado que retomam a sua história.Crianças, na Prainha, também

acenam, só que de forma diferente. Fazem baderna, gestos obscenos e desengonçados. Faz parte do estilo. São realidades vistas de outra forma. São todas crianças, aprendendo a viver. Realidades na qual, mesmo de trem, a gente não pode fugir.

Entramos num túnel. Breu. Ou-vimos risadas. E a curiosidade em saber quem apagou a luz? Os olhos pequeninos se perdem e, em certa medida, se silenciam. Choro. Acalen-to de mãe. Luz de novo. No ônibus a gente não tem esta emoção!

Claro, escuro, claro, escuro, claro! É quase um despertar frenético. Mais um túnel. Este, ainda mais longo. Es-

curo de novo. “Uhuull!”, é o que a gente ouve. Outras risadas, silêncio, mais risadas. É o friozinho na barriga, o escurinho do cinema, que permite falar e fazer algo sem ser visto, um sorriso sem vergonha, um beijo ino-cente. Há aquele sentimento do: “pos-so fazer qualquer coisa no escuro”. É a aura lúdica do cinema, misturada ao universo do sentir e viver o passa-do pelos trilhos do trem, que vai além de objeto de museu: torna-se numa grande aventura e brincadeira.

Saindo do túnel, já com a clari-dade, a sequência de janelas retan-gulares das laterais dos vagões, que evidencia a paisagem externa, lembra as fitas de cinema. Um storyboard! É assim que o trem se revela: como um pedacinho do passado e presente. É a emoção e o contato com a natureza no cinema da vida real.

Léo Alves escreveu este texto nas cidades históricas de Mariana e Ouro Preto (MG).

“Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar” (Fernando Pessoa)”.

Estação Ferroviária de Muqui: Quando poderemos embarcar novamente em um trem?

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Novo Código Florestalcontinua confuso

“Também estou com um nó na cabeça quando se trata do novo Código Florestal”. Assim definiu a Ministra do Meio Ambiente

Isabela Teixeira, em recente entrevis-ta concedida ao Canal de TV do Go-verno, o NBR. A Ministra merece res-peito pela sinceridade com que vem tratando do assunto. Contudo, se ela está com “um nó na cabeça” imagi-na o restante da população, sobre-tudo parte dos produtores rurais que não querem viver na clandestinidade e querem adequar suas áreas dentro das exigências legais.

Sempre tratei o processo do novo código por “episódios noveleiros”. Considero, na verdade, que sua tra-mitação no Congresso Nacional mostrou que o Brasil não é rico só em diversidade ambiental, com seus biomas extraordinários, mas tem uma diversidade muito negativa quando se trata de interesses de grupos e de

por Guilherme Gomes de Souza

pessoas. Não pensem os leitores que nossa bancada ruralista é “flor que se cheire” e nem posso registrar que os que se intitulam “ambientalistas” conhecem a realidade brasileira. Na verdade perdemos a oportunidade de se fazer uma lei que considerasse a realidade de nossos biomas, por ab-soluto e doloso interesse de grandes latifundiários (não é o caso de nossa região); conheço relativamente bem o Brasil e a Amazônia Legal e sei muito bem o que estou afirmando.

Portanto, infelizmente, o novo Código Florestal, que é a Lei n° 12.651/2012 (esqueçam a lei n° 4.771/65), ainda não tem total pos-sibilidade de cumprimento, e sempre digo que uma boa lei é aquela que pode ser cumprida integralmente. Pelo novo código teremos que colo-car uma porteira na divisa do Rio de Janeiro e outra em Vitória, pois o Sul do Espírito Santo, pelo estilo de topo-

grafia e pelo altíssimo volume de cor-pos hídricos, está inviabilizado eco-nomicamente (quem discordar pode argumentar o contrário e se funda-mentar – ficarei muito grato).

A Ministra Isabela também afirmou que o produtor não precisa se afo-bar, tudo será feito a seu tempo, sem correrias, pois o novo Código trouxe duas ferramentas de controle por par-te do governo. Trata-se do Cadastro Ambiental Rural (CAR) nacional e do Programa de Regularização Ambien-tal (PRA), que são as duas grandes no-vidades do novo Código Florestal. O CAR será uma poderosa ferramenta para o poder público gerir o uso e a ocupação do solo em matéria de meio ambiente. Ambas as mudanças foram introduzidas pelo Código nos artigos referentes às Áreas de Preservação Permanentes (APPs), à Reserva Legal (RL) e à Regularização de Proprieda-des e Penalidades.

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Prazo para inscrição no CARUma novidade em relação ao

texto que veio da Câmara é que foi dado um prazo de um ano, prorro-gável apenas por mais um ano, para que todos se inscrevam no CAR. Após a implantação do cadastro, derruba-das de floresta ou outras formas de vegetação nativa só poderão ocorrer com autorização de órgão estadual integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis, como ocorre hoje.Outras mudanças também foram incluídas pelos senadores. Após cinco anos da entrada em vigor da lei, os bancos oficiais só concederão crédito agrí-cola para proprietários inscritos e regulares junto ao CAR. A inscrição no cadastro é pré-requisito para que imóveis rurais com até 15 módulos fiscais possam praticar aquicultura

nas Áreas de Preservação Permanen-te (APPs). E, no caso da agricultura

familiar, o projeto prevê procedimen-to simplificado para inscrição.

De acordo com o diretor do Departamento de Políticas de

Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente,

Mauro Pires, o produtor rural tem vantagens em fazer o ca-

dastramento ambiental, que favorece, por exemplo, o plane-

jamento territorial da propriedade e fornece o documento que

comprova que o proprietário está em fase de regularização

do seu imóvel. Porém, tudo isso ainda dependerá da capaci-

tação dos órgãos estaduais, que também andam mergulha-

dos em brumas. O que se afirma nesse momento poderá ser

precipitação. Tudo ainda está muito subjetivo. É o nó.

Page 16: Revista Lugar de Notícias VIII Edição

Uma pedra e o seu lagartoUma pedra e o seu lagarto

O nome por si só já demonstra que estamos diante do significado mais puro da palavra imponência: de longe ou de perto, a enorme Pedra do Lagarto se difere de todas as outras do entorno, compondo um cenário deslumbrante que enternece até os mais duros corações

Reportagem: Sara MoreiraFotos: Márcia Leal

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Uma pedra e o seu lagartoUma pedra e o seu lagarto

Page 18: Revista Lugar de Notícias VIII Edição

Fixando os olhos em um determinado ponto, olhando bem de perto, lá está ela: uma corda bem

comprida, já quase coberta pe-los musgos e líquens. Afinal, ela fora deixada na década de 1990 por um casal de brasilei-ros, que nunca voltaram para buscá-la por conta da posterior proibição de escaladas no lo-cal. E reza a lenda que os apa-ratos de escalada ainda estão dentro de uma das cavernas por onde o casal descansou para continuar a subida, mas que, por ironia do destino, tive-ram que ir à Itália e deixaram a escalada para trás. A corda está situada próxima a uma das várias cavernas no meio da grande Pedra do Lagarto, também conhecida como Pe-dra Azul.

Dentro do Parque, a vista é impres-sionante. Os olhos dos visitantes ficam indecisos com a quantidade de bele-zas para se ver. Composta por cinco trilhas os visitantes podem optar por passeios de pequena duração – em média 1 hora e meia – e de longa du-ração, que dura cerca de três horas. Nesta última, o passeio é presenteado por nove piscinas naturais – em duas delas, pode-se mergulhar nas águas

Com uma área de 1240 hec-tares, o Parque Estadual da Pedra Azul tornou-se parque propriamen-te dito em 1991; antes, o local era

Os líquens agarrados à rocha indicam a pureza do ar

O Biólogo Marcelo Nascimento é o Gerente do Parque. À direita, o Guarda Ambiental Rildo de Oliveira

Zonas do entorno

O Parque

considerado Reserva Florestal, cujo decreto data dos anos 60.

O Parque é um pequeno pedaço de uma área bem maior: as zonas de amortecimento, que apresentam grande influência dentro do parque e por isso são protegidas, mas também repletas de propriedades particulares, hotéis, pousadas, restaurantes e em-preendimentos semelhantes.

“Um dos grandes problemas é em relação a loteamentos irregu-lares dentro das zonas de amor-tecimento. É preciso obter licença ambiental para se construir nessas áreas, mas nem sempre as pessoas respeitam. Temos muitos processos correndo por conta dessas obras ile-gais”, afirmou Marcelo Nascimento da Silva, Biólogo e Gerente do Par-que Estadual da Pedra Azul.

As zonas de amortecimento com-

E que pedra. Esculpida pela natureza através de erup-ções vulcânicas, o paredão de 600 metros de altura está si-tuado no Parque Estadual da Pedra Azul, pertencente em sua quase totalidade à Do-mingos Martins, região Serra-na do Espírito Santo, atraindo entre 10 e 12 mil visitantes por ano. E esse número tende a aumentar: a região se pre-para para receber os turistas oriundos da Copa do Mundo em 2014, com melhoria das instalações e qualificação profissional. E outros planos de extensão da área estão por vir, além da torcida para que a região se torne Patrimônio Natural da Humanidade certi-ficada pela UNESCO. É muita história e beleza, bem perto dos capixabas.

preendem parte dos municípios de Al-fredo Chaves, Vargem Alta, Domingos Martins, Castelo, Venda Nova do Imi-grante e Marechal Floriano. E vizinhos ilustres não faltam no entorno do par-que, como a propriedade da família Lorens, descendentes da monarquia norueguesa, além do pai do empre-sário Eike Batista e o empresário Amé-rico Buaiz, dono do Shopping Vitória e sogro da cantora Wanessa Camargo.

No entorno, também existe a cha-mada “zona intangível”, área restrita a pesquisadores. “Atualmente, existem cerca de oito pesquisas sendo realiza-das nessa área, a maioria de universi-dades federais. Os pesquisadores fa-zem levantamento florístico, da fauna, dentro outros estudos. Um grupo está estudando uma espécie de árvore – a Clusia – para tratamento do câncer”, explicou o Gerente.

geladas - , após uma pequena esca-lada de 100 metros de altura. Mas, para isso, o tempo precisa estar seco, pois a chuva deixa a pedra escorrega-dia e a escalada proibida.

Por toda a trilha, o ar puro – cons-tatado pelos líquens que se afloram no tronco das árvores e nas pedras - acal-ma e aguça o olhar para as incontáveis espécies da flora e fauna. Aliás, as co-res que se formam na pedra é conse-

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Espécies de flor de maracujá e de sapoencontradas no Parque

ExtensãoO Conselho do Parque e o Instituto

Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) estudam a possibilidade de estender o Parque Estadual da Pedra Azul em mais três mil hectares, abran-gendo uma maior área do município de Vargem Alta. E o motivo é nobre.

“Naquela região, denominada Monte Verde Caetés, foi encontrada esse ano uma espécie de pássaro que estava em extinção há décadas: a sa-íra apunhalada. Estima-se que na re-gião existam entre 150 e 200 saíras apunhaladas. Então é imprescindível a expansão do Parque para que essa espécie seja protegida”, disse Marcelo.

Até meados de 2013, outro projeto sairá do papel: a construção de um centro de apoio aos turistas, de uma lanchonete, de uma área de aloja-mento para pesquisadores e um local para o socorro de animais feridos.

Está em andamento o processo de reconhecimento da região de Pedra Azul pela UNESCO como Patrimônio Na-tural da Humanidade.

“Estamos em fase de justificativa técnica. Após termina-do o documento, é entregue ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM Bio) – vinculado ao Ministério do Meio Ambiente - , que encaminha à Presiden-te. Então, o documento é encaminhado à UNESCO, que marca uma data e faz a vistoria”, explicou o biológo Mar-celo. A data para esse processo se concretizar é indefinida, pois a UNESCO realiza a vistoria de tempos em tempos.

Ser Patrimônio Natural da Humanidade significa a restrição de condomínios e o corte de árvores, por exem-plo, e traz uma série de benefícios, como o aumento do turismo e dinheiro para investimentos através dos fundos internacionais para a preservação.

Os capixabas estão na torcida através das redes so-ciais e na mídia.

Patrimônio Natural da Humanidade

Além disso, as trilhas estão sendo ade-quadas para cadeirantes e portadores de outras necessidades especiais.

“Também temos a intenção de abrir uma parte do parque para a prática de es-portes, como o rapel”, afirmou o Gerente.

E a Copa de 2014 também é aguardada com ansiedade. A região receberá uma delegação para treina-mento durante os jogos. A partir do ano que vem, os profissionais serão qualificados com aulas de inglês e ca-pacitação técnica.

quência dos raios solares que atingem os líquens. Há ocasiões em que a pe-dra muda de cor várias vezes ao dia.

São mais de 180 espécies de pás-saros, além de tatus, veados, maca-cos barbados, gatos do mato, e até mesmo a suçuarana (espécie de onça parda). Orquídeas, bromélias e de-zenas de espécies de flores e plantas também são facilmente percebidas.

Também podem ser encontrados o palmito Jussara (nativo da região), o Ipê Tabaco (estima-se que esteja lá desde a época da colonização) e o Cedro Rosa, muito utilizado no Brasil Colônia para a confecção de porta das grandes fazendas.

“Há espécies raras por aqui, como a de bromélias no topo da pedra des-critas na década de 1970 que nunca

mais foram alcançadas pelo homem”, explicou o Guarda Ambiental Rildo de Oliveira Silva, que trabalha há cinco anos no Parque.

Outra curiosidade é a pequena dis-tância do local com o Parque Estadual de Forno Grande, em Castelo, que se limitam somente através de região de mata. Há um mirante onde se avista a belíssima cadeia de montanhas.

Progresso que mataAo retornar do Parque Estadual da Pedra Azul, sentido Cachoeiro de Itapemirim, a reportagem constatou uma triste cena: um macaco barba-do morto, vítima de atropelamento, no meio da pista da BR 262, que corta a região.É comum animais silvestres serem mortos no trânsito, na tentativa de fa-zerem a travessia da pista. O maca-co foi recolhido pelo gerente Marcelo e levado para estudos em uma facul-dade de Cachoeiro de Itapemirim.

Visitas ao Parque Estadual da Pedra Azul devem ser agendadas com antecedência. Escolas e turistas devem marcar a data pelo telefone: (27) 3248-1156.

Page 20: Revista Lugar de Notícias VIII Edição

Sindicato Rural de Cachoeiro conquista centro de treinamento rural

O antigo sonho do Presiden-te do Sindicato Rural de Cachoeiro de Itapemirim, Wesley Mendes, acaba de

tomar forma: um espaço com estrutu-ra adequada para treinamentos volta-dos para produtores rurais de Cacho-eiro de Itapemirim e outros municípios da região, e até para as demais áreas do Estado; na verdade, um Centro Regional de Educação Ambiental e Treinamento Rural (CET-Rural), o úni-co do Estado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Para a efetiva implantação foi rea-lizada uma reunião em Vitória, com a participação do prefeito de Cachoeiro,

Carlos Casteglione, do secretário mu-nicipal de Agricultura e Abastecimento, José Arcanjo Nunes, do presidente do Sindicato Rural do município, Wesley Mendes, do superintendente do Senar, Neuzedino Assis, e do secretário de estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Ênio Bergoli.

No centro de treinamento serão ministrados oficinas, palestras e cur-sos gratuitos para produtores rurais de todos os ramos da agropecuária, especialmente aqueles voltados para a agricultura familiar.

O projeto, que está em fase de ne-gociação da área para construção, é uma parceria entre governos federal,

estadual e municipal. O espaço onde a obra deve ser erguida é a Fazenda Monte Líbano, atualmente sede da fazenda do Instituto Capixaba de Pes-quisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). O prédio contará in-clusive com alojamentos para abrigar produtores rurais que moram em lo-cais mais distantes.

“Essa é mais uma ação em bus-ca de melhoria na qualidade de vida para quem vive nas áreas rurais do município. Temos nos empenhado nesse sentido desde o início do nosso governo, e essa vai continuar sendo uma de nossas prioridades”, destacou o prefeito Casteglione.

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O Presidente do Sindicato Rural, Wesley Mendes (à direita), explica para as autoridades a importância do Centro de Treinamento

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Acaba de chegar da Itália o empresário e Deputado Federal Camilo Cola. Ele, juntamente com sua noiva, Maria Luzia, e seu Assessor Alberto Moreira, também com sua noiva, Ana Paula, estiveram do dia cinco ao dia 19 deste mês percorren-do todas as áreas da época da Segunda Guerra Mundial, em que o então jovem Camilo esteve na condição de combaten-te da FEB. Camilo Cola já recebeu várias homenagens por ter participado da Guerra de forma tão dinâmica. Por várias vezes viu a morte rodeá-lo. Em uma dessas ocasiões (1944) o veículo em que dirigia foi literalmente bombardeado pelos Nazistas; o soldado Camilo foi salvo pela destreza de pular do veículo ainda em movimento e ainda conseguiu salvar o companheiro que se encontrava ao lado.A cada três anos o Deputado gosta de visitar as áreas em respeito aos mortos em campo de batalha, defendendo a de-mocracia exercida hoje em nosso país. Sempre leva algumas pessoas com ele para que possa deixar viva a história de uma luta sangrenta para a conquista da democracia. Atualmen-te seu Camilo também é conhecido como “O plantador de árvores”, uma referência ao alto volume de árvores nativas plantadas e por ele e preservadas aqui no Espírito Santo. A Viação Itapemirim Ltda, que deu origem ao Grupo Itapemi-

rim, está com contagem regressiva para a comemoração de 60 anos em 2013. Fundado em 4 de julho de 1953, tendo sido registrada na Junta Comercial com um capital social de 6,4 milhões de cruzeiros, já nasceu com um porte bastante expressivo para a época. Sabe-se que antes da Viação, seu Camilo era sócio da empresa ETA, que fora extinta dias an-tes, exatamente no dia 30 de junho de 1953.Para comemorar, a direção do Grupo está programando ati-vidades bem correlatas à determinação de seu fundador, Ca-milo Cola. Sabe-se que o meio ambiente terá peso e lugar de destaque nessa comemoração. Não podia ser diferente pelo comprometimento de seu dono e fundador, e de toda a dire-toria e gerências pertencentes ao Grupo. A cor amarela fez parte da vida de muitos brasileiros, não só como funcionários da Viação, mas na condição de passageiros. Isso é fato.

Os cafeicultores Leonel Luiz Teixeira, de Afonso Cláudio, e Emílio Messias Horts, de Iúna, são os grandes vencedores do primeiro “Prêmio Conilon de Qualidade”. O anúncio foi feito neste mês no Palácio Anchieta, e contou com a presença do governador do Estado Renato Casagrande.Leonel Luiz Teixeira produziu o melhor café na categoria “Ce-reja Descascado” e Emílio Messias Horts foi o vencedor na categoria “Conilon Natural”.

Em 2012, mais de cinco mil inquéritos foram abertos pelo MPF envolvendo corrupção, peculato, tráfico de influência e nepo-tismo, além de quase dois mil que dizem respeito a improbi-dade administrativa. Para 2013 foi reafirmado o compromisso de continuar o combate à corrupção.Para se ter uma ideia, há dois anos, o combate à corrupção teve reforço com a criação de um grupo de trabalho que fisca-liza a aplicação das verbas federais nos municípios. Segundo a coordenadora do GT, procuradora regional da República Jani-ce Ascari, uma parceria produtiva com a Controladoria-Geral da União, permitiu a informação em tempo real de desvios descobertos nas prefeituras. “Todo esse trabalho resultou em centenas de investigações e mais de 300 denúncias contra pre-feitos”, informa. Que se cuide alguns municípios do ES.

CAMILO COLA DE VOLtAAO BRASIL

60 ANOS DA VIAÇÃO ItAPEMIRIM

MINIStÉRIO PÚBLICO FEDERAL tEM AÇÃO PRIMORDIAL NO COMBAtE À CORRUPÇÃO

CAFÉS CONILON DE AFONSO CLÁUDIO E IÚNA SÃO OSMELHORES DO ES

Foto: Wallace Hull

Page 23: Revista Lugar de Notícias VIII Edição

Pelo segundo ano consecutivo, o Ferro Velho Santa Fé foi pre-miado no “Inventa Brasil”, um prêmio capixaba que estimula a inovação e a criação nas empresas. A empresa, que tem à frente Luzeia Vial, foi premiada com três inventos. Um deles foi a lixeira feita com material 100% reaproveitado. Segundo Luzeia, a lixeira reciclada tem um custo de R$ 40, sendo que a industrializada custaria R$ 116.Lugar de Notícias parabeniza a grande empresária por mais essa conquista. Na foto, Luzeia recebe o prêmio ao lado do Dr. Marcelo Vivacqua. À esquerda, o secretário Estadual de Ci-ência e Tecnologia, Jadir Padilha, e seu assessor, Lúcio Spelta.

Em 2012, a Unimed Sul Capixaba garantiu apoio a 12 projetos sociais. Um deles é a Escola de Música “Tocando em Frente”, de Cachoeiro, que acaba de ser contemplada pelo Criança Espe-rança, iniciativa da Rede Globo em parceria com a Organiza-ção das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em 2013, a iniciativa vai receber recursos do Criança Esperança para desenvolver suas atividades.Outro projeto apoiado pela Unimed, que alcançou reconheci-mento nacional, foi o de Soltura de Aves Silvestres, realizado em Vargem Alta, autorizado e acompanhado pelo Ibama. Com ele, a cooperativa médica concorreu ao Prêmio Cooperativa do Ano, o mais importante do cooperativismo brasileiro, e recebeu o selo “Projeto Referência Estadual”, na categoria Desenvolvi-mento Sustentável. O prêmio é uma parceria entre a Organiza-ção das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a revista Globo Rural.

Adilson Silva Santos, Cláudia Sabadini (na foto, de azul), Ron-dinelli Tomazelli e Marcelo Grillo, são os novos escritores que usam como alavanca a Lei Rubem Braga para exporem seus talentos além das fronteiras. Trata-se de três livros lançados no dia 12 deste mês no município. Na produção e publicação dos livros, foram investidos R$ 37,8 mil do edital de 2012 da Lei Rubem Braga. Em contrapartida, os autores vão destinar parte dos exemplares produzidos a bibliote-cas e escolas do município. Fiquem atentos aos títulos: "Bernardo Horta de Araújo e a Política de Cachoeiro de Itapemirim (1887-1913)", "O Jornalismo Literário de Rubem Braga na Guerra" e "Pedaços de Mim". Não se trata de “capital secreta”, mas sim de personalidades conhecidas e talentosas do município, distante de introspecção medíocre. É disso que o município e o país precisam.

A Prefeita eleita de Mimoso do Sul, Flávia Cysne, antes mes-mo de assumir a prefeitura, vem demonstrando prestígio entre diversos segmentos do Estado, incluindo a Assembleia Legislativa. Essa informação vem dos próprios deputados e de diversas secretarias de Estado. A partir do momento em que venceu a eleição no município, Flávia não parou em um só instante, buscando soluções para o enorme passivo que está sendo deixado pela atual administração.

Recentemente a imprensa do país especulou o que o can-tor Roberto Carlos tem um novo amor. De acordo com o colunista Leo Dias, do jornal “O Dia”, o cantor estaria na-morando Rosiana Beltrão, 49, ex-prefeita de Feliz Deserto, município do sul de Alagoas. Roberto negou.Nada confirmado, mas Lugar de Notícias, que acompanha a vida do Rei e levanta informação sobre sua verdadeira terra natal, que seria em Mimoso do Sul, teve acesso, por meio de gente ligadíssima a Roberto Carlos, que ele vem se encon-trando com uma Cachoeirense que mora há anos no Rio de Janeiro. Por enquanto não se pode confirmar nenhum roman-ce, mas existe algo diferente no ar. A mulher seria divorciada.

EMPRESA DE CACHOEIRO NOVAMENtE PREMIADA

PREFEItA ELEItA DE MIMOSO COM PREStÍGIO

UNIMED APOIA PROJEtOS RECONHECIDOS EM tODO O PAÍS

CACHOEIRO REVELA NOVOSESCRItORES PELA LEIRUBEM BRAGA

ROBERtO CARLOS EM PAUtA: AMOR DO REI PODE SERDE CACHOEIRO

Foto: Frédéric Decatoire

Page 24: Revista Lugar de Notícias VIII Edição

Especial - Monumento Natural ItabiraPrimeiros resultados do Plano de Manejo daUnidade de Conservação do Itabira sãosurpreendentes

Com exclusividade, Lugar de Notícias apresentará a pri-meira reportagem, de uma série de cinco, sobre a Unida-

de de Conservação denominada "Mo-numento Natural do Itabira", localizado no município de Cachoeiro de Itape-mirim, no Espírito Santo. A Unidade de Conservação foi criada pela Lei número 6.177, de 3 de dezembro de 2008 e completou, neste mês, quatro anos.

A primeira reportagem traz um breve relato histórico, levantado pe-los profissionais da empresa Visão Ambiental Consultoria - capitaneada pelo Conselho Consultivo do Itabira, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente -, Diego de Pinho, His-toriador, e Alexandra Silva Valente de Pinho, Cientista Social. Nas próximas edições publicaremos sobre a flora, a fauna, as trilhas, e, finalmente, a con-clusão de todo o trabalho depois de

passado por audiência pública, con-forme estabelece a legislação.

Lugar de Notícias teve acesso a in-formações surpreendentes, sobretudo sobre o volume de animais selvagens, sobre a diversidade da flora e as ame-aças sofridas por ações humanas de-tectadas nos primeiros levantamentos feitos por técnicos e especialistas que preparam, diga-se de passagem, um belo plano de manejo. Não está sen-do fácil chegar a conclusões óbvias; existem muitos obstáculos criados por interesses difusos e pela própria falta de conhecimento sobre a importância da efetivação da Unidade por gente que desconhece as vantagens extraor-dinárias que trará a criação do Mo-numento, o mais belo e importante símbolo do município de Cachoeiro de Itapemirim. Neste momento pode-mos afirmar: O Pico do Itabira com seu belo entorno está salvo.

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Especial - Monumento Natural Itabira

O Pico do Itabira é uma formação rochosa de granito no formato de um enorme dedo indicador apontado para o céu. Ele possui cerca de 715 metros de altitude em relação ao nível do mar. Seu nome vem do tupi-guarani e significa "Pedra Empinada".

Ao longo dos anos, a partir da ocupação das áreas de Mata Atlântica, seus ecossistemas associados foram sendo destruídos na proporção em que foram sendo ocupados.

Como peças fundamentais, as Unidades de Conserva-ção destas áreas remanescentes, tendo essa situação em vista, criaram, em 1988, o Parque Municipal do Itabira, que abriga significativa porção dos remanescentes florestais do Bioma Mata Atlântica. O objetivo desse parque é resguardar a beleza natural de seus monumentos rochosos e proteger os ecossistemas dos 136 hectares que o compõem mais a área do entorno.

Em 2008, a região sofreu uma mudança de categoria, pela Lei Municipal nº. 5.774, de 3 de outubro de 2005, pas-sando a ser enquadrada na categoria Monumento Natural, do grupo de proteção integral, com a denominação de MNI - Monumento Natural do Itabira.

Para a regulamentação do Monumento Natural do Ita-bira, necessita-se de um Plano de Manejo, previsto pela Lei 9.985/2000, ou Lei do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Este plano está sendo elaborado pela Visão Ambiental Consultoria.

A história de Cachoeiro tem início no ano de 1812, quando o donatário da capitania do Estado, Francisco Al-berto Rubim, teve a tarefa de desenvolver o povoamento em nosso Estado. A região era dominada pelos índios puris que, porém, não chegaram a ser obstáculo aos primeiros desbravadores, atraídos pelo ouro nas minas descobertas nas regiões compreendidas por Castelo.

Como primeiros fazendeiros da região, o senhor Antonio de Oliveira Matos e o suíço João Moulaz a partir de 1837, teriam sido os primeiros proprietários e colonizadores a se fixarem na região, segundo informava, em 1853, à corte do presidente da província, Sebastião Machado Nunes.

A exploração da região e de seus recursos naturais se intensificou com a navegação, o progresso da região, e o movimento crescente de cargas e passageiros, forta-lecido pelo capitão Henrique Deslandes, paranaense de Paranaguá, a pleitear, junto ao Governo, concessão a va-por do Rio Itapemirim, tendo firmado contrato. O Capitão Deslandes fez uma sociedade com Manuel Ferreira Braga (Braga & Deslandes), adquirido, na Barra do Itapemirim, o trapiche de Silva Lima & Braga, cujo primeiro proprietá-rio fora o Barão de Itapemirim.

O Itabira e ahistória deCachoeiro

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MOREIRA, Evandro. Cachoeiro: Uma História de Lutas. 1ª ed. Ca-choeiro de Itapemirim, ES: Eletrô-nica, 2004.

SCHAYDER, José P. História do Espí-rito Santo: Uma abordagem didática e atualizada 1532-2002.Campinas, SP: Companhia da Escola, 2002.

ITAPEMIRIM, Prefeitura Municipal de Cachoeiro, SEMA. Plano de Manejo do Monumento Natural do Itabira. Dezembro/2008.

Ferrovia e degradação

A construção da estrada de ferro teve seu projeto apresentado à Assem-bleia Provincial pelo historiador, jorna-lista e deputado estadual, Basílio Car-valho Daemon, em 31 de outubro de 1872. Portanto, quatorze anos antes de bater a primeira estaca. A princípio, a concessão foi dada ao Capitão Hen-rique Deslandes e depois transferida ao Visconde de São Salvador de Ma-tosinhos, presidente da Companhia de Navegação Espírito Santo e Caravelas.

Em 8 de dezembro de 1886 o engenheiro Pedro Scherer iniciou a montagem da locomotiva e o assen-tamento dos trilhos. A estrada tinha 71 km de extensão. Partia da Vila de Cachoeiro até a estação do entron-camento de Matosinhos, em Duas Barras, de onde seguia em um ramal

para Castelo e em outro para Alegre. A exploração dos recursos naturais na região seria impulsionada. Se antes a ocupação dos espaços já fora rápida, a exploração e destruição de florestas se acelerou significativamente a par-tir de então. O maior impacto, com a mecanização e consequente abertura de estradas, foi totalmente interrom-pido com o Decreto Presidencial no início de 1993.

O Pico do Itabira como símbolo maior de Cachoeiro de Itapemirim teve como seu primeiro escalador a enfrentar o gigante capixaba o lendá-rio Sílvio Mendes, do Centro Excursio-nista Rio de Janeiro – CERJ, que em 1947, fora acompanhado pelo seu grande parceiro de escaladas, Ín-dio do Brasil Luz, além de Reinaldo

Behnken e Reinaldo dos Santos. Foi seguido pelo cachoeirense Amân-

cio Silva (funcionário da S/A Café – Praça Pedro Cuevas), que era casado com Erly Silva, pai de Lilian Silva Franco (viúva de Damasceno), montanhista, como o pri-meiro cachoeirense a escalar o penhas-co (1947), onde ali instalou um cruzeiro. Morreu aos 36 anos de um acidente ao escalar a Pedra da Freira.

Maiores atenções foram estabe-lecidas com a criação do Conselho Consultivo do Monumento Natu-ral do Itabira (CCMNI) por Decreto de n° 4.340/2002, tendo ao longo do processo a aprovação da Lei nº 6260/2009 ,que ampliou, redimen-sionou, reposicionou e estabeleceu a zona de amortecimento da unidade de conservação do Pico do Itabira.

REFERêNCIAS UtILIZADAS:

Page 27: Revista Lugar de Notícias VIII Edição

Selita distribui mais de R$ 1,65milhão de sobras para cooperados

O Presidente da Selita, José Onofre – o Zito -, foi pes-soalmente com seu Ge-rente de Atendimento ao

Cooperado, Henrique Passini, iniciar, como faz todos os anos, a distribuição de sobras - termo utilizado para definir os lucros excedentes da cooperativa- deste ano, que equivale de 1º de janei-ro a 30 de novembro -, para os coo-perados de Itapemirim. Uma ação que se estende a todos os comitês monta-dos em diversos municípios do sul do Espírito Santo. Junto com a soma em dinheiro, os cooperados recebem de

Recentemente, a Selita fez a aqui-sição de pelo menos 15 maquinários. Só no setor de caldeiras foi investido R$ 1,5 milhão. Hoje, as caldeiras são mais econômicas e ambientalmente corretas. Outro forte investimento na Cooperativa foi na fábrica de UHT, além de reformulação de todos os produtos fabricados que levam a mar-ca Selita, além do importante e grande investimento na construção da Esta-ção de Tratamento de Efluentes – ETE -, cujo investimento pode ultrapassar a casa de R$ 7 milhões. Isso equivale ao cumprimento do TAC – Termo de Ajustamento de Conduta, firmado en-tre a Selita, Iema, Ministério Público e a comunidade. Para o Presidente da Selita, José Onofre, o segredo de tudo é a determinação, a dedicação e o respeito pelo cooperativismo.

presente uma cesta com produtos da cooperativa, e, este ano, também rece-beram uma cesta térmica.

De acordo com o Gerente de Aten-dimento aos Cooperados, Henrique Passini, o repasse desse recurso é uma antecipação de sobras do exercício de 2012 e até o dia do fechamento dessa reportagem o valor já estava na casa de R$ 1,65 milhão, o equivalente, em média, a R$ 0,15 centavos por litro, dentro de um universo de 110 milhões de litros de leite. Isso pode até não pa-recer muito, mas em plena crise que vive o país em detrimento das covardes

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Mesmo dentro de uma das piores crises do setor leiteiro nacional, a maior Cooperativa de Laticínios do Estado distribui recursos excedentes para os cooperados

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importações e dos altíssimos custos de produção, os cooperados da Selita têm o privilégio de receber um dinheiro fru-to de um sistema sólido, quando bem gerido, que é o cooperativismo.

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XICo GRAZIANoEngenheiro Agrônomo, Mestre em Economia Agrária e Doutor em Administração

Condenação dos velhacos

Confesso guardar profunda decepção do Zé Genoíno e do Zé Dirceu. E explico a ori-gem. Nas eleições de 2002,

eles comandaram junto com a CUT uma sórdida campanha contra nós, parlamentares do PSDB, acusando-nos de querer acabar com as conquistas tra-balhistas fundamentais, como o 13° sa-lário e as férias remuneradas. Milhões de cartazes, enormes, pregados alhu-res, distribuíam fotos de nossos rostos impressas ao lado da frase mentirosa: “Eles querem acabar com seus direitos trabalhistas”. Invencionice pura.

A mesma proposta que na época defendíamos, ao lado de FHC, esteve noutro dia divulgada pela presiden-te Dilma. Seu governo prepara, com apoio da CUT, uma modificação na CLT, visando flexibilizar suas rígidas regras para favorecer o emprego no país. Trata-se de facilitar os acordos entre empresas e sindicatos. Jamais se cogitou, nem antes nem hoje, em des-truir as garantias básicas do trabalha-dor, cláusulas pétreas da Constituição.

A turma malvada do PT, porém,

não titubeou quando viu uma oportu-nidade de nos machucar. Inventaram que queríamos favorecer os ricos pa-trões, enquanto eles, os bonzinhos, defendiam os pobres. Martelaram na mentira querendo transformá-la em verdade. Foi duro. Durante aquela campanha eleitoral, em cada local

que eu me apresentava pedindo vo-tos invariavelmente me perguntavam, ou me atacavam, pela suposta posi-ção contra os trabalhadores. Até mi-nha mãe Ignez quis conferir minha opinião. Percebi, naquele episódio, o germe da podridão crescendo dentro

do PT. Nascedouro maldito do mensalão.

Chateado, irritado, certa vez tentei conversar com o Genoíno, protestando con-tra aquela maldade política. Ele, rindo, se justificou: "Xico, faz parte da luta pelo poder!" Mais irônico, o Zé Dirceu só ria, desdenhando da minha cara. Meus antigos líderes da época estudantil, pessoas que eu tanto prezara, se di-vertiam com a desgraça que provocavam. Tornavam-se uns velhacos, oportunistas.

Tendo exercido o man-dato de Deputado Federal/PSDB por duas legislaturas, entre 1998 e 2006, deixei

de concorrer nas eleições seguintes. Abandonei a vida parlamentar, de-cepcionado com a política congressu-al. Estranhou-me muito ver a política se desvirtuando nas mãos de gente fingida, negocista e, sinto dizer, mau--caráter. Nunca engoli esse sarcasmo dos que inventam infâmias para, sem dó, desmoralizar os adversários. Um dia, pensava, para fortalecer a demo-cracia, isso precisa acabar.

Chegou a hora do Zé Genoíno e do Zé Dirceu pagarem pelos seus er-ros. Testemunha da perversidade que corrói suas mentes, não me apiedo pelo (suposto) sofrimento deles. Fo-ram condenados não apenas como chefes de quadrilha e corruptos, como se comprovou serem. Mais. Serão re-criminados pela política vil que sem-pre promoveram contra seus adver-sários, trocando a batalha das ideias, em prol da mudança sócio-política, pela luta abjeta da empulhação, a fa-vor da picaretagem ideológica.

Está acabando a impunidade política no Brasil. Justiça tarda, mas não falha.

"Chegou a hora do Zé Genoíno e do Zé Dirceu pagarem pelos seus

erros. Testemunha da perversidade que corrói suas mentes, não me apiedo pelo (suposto) sofrimento

deles. Foram condenados não apenas como chefes de

quadrilha e corruptos, como se comprovou serem. Mais. Serão

recriminados pela política vil que sempre promoveram contra seus

adversários".

Page 29: Revista Lugar de Notícias VIII Edição

O projeto de ballet da profes-sora Rita Pimentel, que foi apresentado no Teatro Ru-bem Braga, em Cachoeiro

de Itapemirim, no início de dezembro, mostrou que iniciativas são primordiais para alcançar resultados. Mais de 150 crianças já foram beneficiadas, em sua grande maioria, carentes.

A apresentação no teatro foi uma homenagem a Roberto Carlos, com o título: “Eles dançam Roberto...Uma

viagem no túnel do tempo...”. Não só demonstrou do que uma iniciativa é capaz de fazer por meio da dança, mas, sobretudo, proporcionou grande emoção às pessoas que estavam pre-sentes, principalmente entre os pais.

O projeto não conta com nenhu-ma fonte de recurso financeiro e nem patrocínio. “Tem crianças que não têm condições de comprar as sapatilhas, quem dirá as roupas”, informa emo-cionada a professora Rita. Na verdade

o esforço para manter o projeto vem dos pais e dos próprios professores que se dedicam para mantê-lo. Atu-almente as crianças precisam de sa-patilhas, roupas e meias. A iniciativa é fantástica e para quem deseja ajudar e conhecer o Projeto é só ir à comu-nidade São José Operário, no Bairro Zumbi, ou entre em contato pelo tele-fone (28) 9963-8975. Não se trata de um simples projeto de dança, mas sim de uma fábrica de sonhos.

Crianças são beneficiadas com iniciativa de professora de ballet

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Capim que vale ouroDo Jalapão para o mundo, a tradição do artesanato feito com uma espécie de capim encanta pessoas pelo mundo

por Sara Moreira

O resultado de uma tradição antiga pode ser vista em vários cantos do Brasil e do mundo. Seja exposto

no Aeroporto Internacional de Con-fins, em Minas Gerais, seja no cor-po de várias mulheres de Cachoeiro de Itapemirim, no interior do Espírito Santo, nas atrizes de televisão, nas lo-jinhas de artesanato ou em uma feira na Suíça. A arte é simples e sofistica-da, antiga e nova, tradicional e mo-derna, tudo ao mesmo tempo.

“Singhnantus sp”, espécie popu-larmente conhecida como “Capim Dourado” nasce no cerrado brasilei-ro, na região do Jalapão, estado do Tocantins. E em nenhum outro lugar do mundo. Trata-se de uma haste dourada com uma pequena flor bran-ca da família das sempre-vivas. A espécie por si só é bonita e torna-se verdadeira joia nas mãos de centenas de artesãos das comunidades do en-torno, que transformam o capim em bijuterias, bolsas, canetas, chapéus e vários tipos de adornos que encantam o mundo inteiro e garantem o susten-to de várias famílias.

O desenvolvimento da arte com capim dourado se deu na localidade de Mumbuca, no município de Ma-teiros (TO) e a tradição se espalhou de geração em geração para outras comunidades até se tornar conheci-da pelo público na década de 1990. Atualmente, uma associação foi criada para proteger a espécie e cadastrar os artesãos, protegendo-os de atravessa-

dores – pessoas que compram o capim in natura para revender mais barato a outros artesãos fora da comunidade.

Na região de Mateiros também encontra-se o Parque Estadual do Jalapão e foi criado em 2001. É o maior parque estadual do Tocantins, com cerca de 150 mil hectares de cerrado, atraindo milhares de visi-tantes todos os anos.

Produtos com capim dourado podem ser encontrados em todos os cantos do país. À direita, a cachoeirense e designer de bijuterias Ana Paula Sabadini posa com algumas peças

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Aos 23 anos de idade, Ilana Ribeiro Cardoso já é uma das líderes da asso-ciação dos artesãos em Mateiros, a ca-pital do Jalapão. Também trabalhando como guia turística, a artesã conta que aprendeu as técnicas com a família.

“É uma tradição em nossa região, mas eu comecei a fazer as peças mes-mo foi em 2007. Para mim é uma te-rapia, pois trabalho em grupo e ainda ajudo a aumentar a renda e a divul-gar a nossa cultura local, que é tão rica”, afirmou Ilana.

A associação em que Ilana faz par-te é composta por 215 artesãos, entre homens e mulheres de todas as ida-des. “Existem cerca de 10 outras as-sociações na região. O meu foco de trabalho é com os jovens na divulga-ção da cultura local. Aqui na região,

“É uma terapia”, afirma artesã

nós vendemos muito para os turistas e para São Paulo, mas gente de todo o mundo passa por aqui para conhecer o capim dourado”, afirmou.

Atualmente, existem leis de proteção ao capim dourado e o órgão Estadual que faz o controle é o Naturantis – Insti-tuto Natureza do Tocantis. “Hoje temos carteirinha de artesão para restringir o

trabalho às comunidades cadastradas. Além disso, o capim só pode ser colhido entre 20 de setembro até o período de chuvas. Depois disso, o capim escure-ce. Então, temos que proteger o capim durante todo o tempo da ação do ho-mem e do fogo também”, disse Ilana, que confessou ter um sonho: conhecer a região do Caparaó, no Espírito Santo.

Dona Miúda: onde tudo começouGuilhermina Ribeiro da Silva. Esse é o nome da famosa “Dona Miúda”, a pio-neira da arte do capim dourado no Brasil. Nascida em 1928 no Povoado Quilombo-la de Mumbuca, a famosa artesã faleceu em 2010, deixando uma grande herança: a tradição do artesanato oriunda do co-nhecimento dos negros vindos da Bahia com os índios.

Com o artesanato de Dona Miúda, ela não só contribuiu para a melhora das condi-ções de vida da família, como de toda a região do Jalapão. Ela costumava viajar para divulgar os produtos de capim dou-rado e em 2009 foi homenageada como uma das mulheres da história do Tocan-tis, tanto pelo artesanato quanto pela luta pela causa quilombola.

Artesã Ilana Cardoso

Dona Miúda - pioneirismo na arte do capim dourado

Colheita do Capim Dourado noParque Estadual do Jalapão

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Água reutilizada: sustentabilidadenos negóciosProjeto que reutiliza um dos bens mais importantes do planeta garante economia e valorização do meio ambiente

A Estação de Tratamento de Água da Cofril é um bom exemplo de reutilização

Uma das primeiras respostas que vêm a mente de muitas pessoas quando questiona-das sobre o que é sustenta-

bilidade é em relação ao replantio de árvores, ao verde em geral. Não que esteja incorreto, mas também não é a única forma de amenizar os efeitos humanos sobre a natureza.

Como se sabe, a água é essencial para a perpetuação da vida no pla-neta Terra. E deve ser tratada como tal também no mundo dos negócios. Pensando nisso, duas empresárias – a Engenheira Química, Mônica Perim,

por Sara Moreira e a Bioquímica e Mestre em Gestão Ambiental e Políticas Públicas, Diane Rangel - desenvolveram um projeto de tratamento e reutilização da água, para que ela não seja descartada impura na natureza, mas que possa ser novamente utilizada na mesma. Juntas, as empresárias formaram em 2009 a “Diamon Brasil Engenharia, Oceanografia e Consultoria”, com sede em Vitória (ES) e filial em São João da Barra (RJ).

“A água é estratégica e quando ela é bem tratada, ficando clara, límpida, a empresa só tem a ganhar. Susten-tabilidade de fato é cuidar da água”, afirmou Mônica Perim.

Mônica Perim

Diane Rangel

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Luiz Cesário cuida da estação de tratamento da Cofrile aprova o Projeto Reuso

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Quem comprova e colhe os resul-tados do Projeto Reuso é a Cofril, uma empresa especializada em alimentos localizada em Atílio Vivacqua, interior do Espírito Santo.

A Estação de Tratamento de Água foi construída há oito anos e tem capa-cidade de tratar 50 mil litros por hora.

“É um projeto de primeira quali-dade. Assim que saiu do papel, fun-cionou muito bem, não foi preciso fazer nenhuma adequação”, afirmou Luiz Cesário, encarregado de obras que cuida da estação.

Segundo ele, a empresa economi-za cerca de 20% no consumo de ener-gia e a manutenção do sistema é feito de dois em dois meses. Até mesmo a própria água que é descartada para a limpeza da estação – que permanece

A Diamon Brasil Engenharia, Oceano-

grafia e Consultoria desenvolve outros

projetos com o objetivo de promover

a sustentabilidade nas empresas e

no setor público. Atualmente, possui

uma carteira de clientes variada, tais

como: Polimil Mármores e Granitos

(Cachoeiro de Itapemirim); Prefeitura

Municipal de Iconha; Confederação

Nacional de Municípios (Brasília-DF);

Indústria de Bebidas Thomaz e Aquino

(São João da Barra-RJ); União Norte

Fluminense Engenharia; e Marpen

Construtora e Logística.

O projeto “Reuso” foi desenvolvido por Mônica Perim, que também atua na área da Engenharia Química da Foz do Brasil, atual concessionária de água em Cachoeiro de Itapemirim.

A água utilizada nas empresas, ao invés de ser jogada fora, é trata-da no próprio local, ficando apta para ser reutilizada em diversas atividades, como a limpeza, por exemplo.

“Geralmente, acredita-se que a água pode ser tratada somente com a utilização de produtos químicos em poços de decantação. Muitos empre-sários não entendem o motivo pelo qual muitas vezes o resultado não é bom. É preciso entender que não é somente o produto químico e a com-pra de produtos caros que vai tratar a água, mas a hidráulica é fundamental nesse processo”, explicou Mônica.

No projeto desenvolvido pela en-genheira, a água passa por duas etapas essenciais de clarificação: flo-culação com produtos químicos (ge-

Projeto Reuso

ResultadoA empresa

ralmente utiliza-se o sulfato de alumí-nio) – processo no qual as impurezas formam flocos e ficam na superfície da água, tornando a retirada mais fá-cil – e a decantação, onde as impure-zas são separadas.

“Se esse processo de tratamen-to não for muito bem elaborado, se a água não for bem tratada, pode ocorrer danos, como a corrosão de equipamentos, o entupimento de tu-bulações, e, no caso de empresas de rochas ornamentais, as pedras polidas podem ficar arranhadas e manchar o mármore mais claro”, afirmou Mônica.

“Dependendo da complexidade do projeto, o retorno financeiro do que foi investido pode chegar entre seis meses e 18 meses”, avaliou a bioquí-mica Diane Rangel, que complemen-tou como anda a preocupação das empresas com esse tipo de projeto:

“Estamos num mundo em crise onde muitas empresas perderam ren-tabilidade no último ano. Na área do mármore e granito e do vestuário, por exemplo, esta perda foi em torno de 11%. Isso reduz a capacidade de in-vestimento em todas as áreas, inclu-sive da sustentabilidade. Entretanto, a grande maioria das empresas busca atender esse requisito, até porque a sustentabilidade é a busca da racio-nalidade no uso dos recursos, o que é melhor economicamente”, analisou.

com o produto químico – é utilizada como adubo da lavoura de café.

Na estação da Cofril, a água pas-sa por 12 etapas de decantação e flo-culação misturada ao sulfato de alu-mínio. Após os processos, a água é filtrada e vai para o reservatório, sen-do utilizada na limpeza da indústria.

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Emancipação Comunitária ePolíticas Públicas

As políticas públicas no Brasil, nos três níveis federativos, precisam mudar radical-mente. É preciso integrar to-

dos os indivíduos da nação brasileira, em um modelo de prestação de ser-viços públicos que tenha como norte uma estrutura democrática e repre-sentativa de tomada de decisões. A identificação da demanda social, bem como o escalonamento das priorida-des em políticas a serem desenvolvi-das e o planejamento e execução das mesmas, devem vir sempre de baixo pra cima, a partir da oitiva direta das associações comunitárias.

A função primordial do Estado de Direito é garantir as liberdades indivi-duais de cada cidadão, respeitando as suas particularidades, principalmente naquilo em que sejam diferentes das tendências majoritárias. Em suma: a verdadeira democracia é aquela na qual a vontade da maioria se subme-te ao respeito e à proteção também das minorias. E quando dizemos “mi-norias”, nos referimos a todas elas, e não somente àquelas organizadas politicamente – cada indivíduo seria assim, em suas peculiaridades, uma minoria social a ser protegida.

E para fortalecer a voz de cada ci-dadão, nada melhor do que diminuir o espaço de representação política, pri-meiro da União para os estados, de-pois para os municípios e, finalmente e principalmente, para as comunida-des (regionais, culturais e étnicas). Ao fortalecermos os espaços de discussão e planejamento das políticas públicas desenvolvidas pelo Estado, dentro de um paradigma “de baixo pra cima”, garantimos que os indivíduos que eventualmente não teriam voz em um cenário macro, possam influir na to-mada de decisões políticas dentro da sua comunidade.

O “modus operandi” envolve des-

de a escolha dos espaços físicos de or-ganização das comunidades – no meu entender, as escolas da rede pública de ensino – até o custeio dessas ativi-dades (dando às comunidades linhas de fomento custeadas pelo Estado). Assim, os pais e mães de família das comunidades se reuniriam nas escolas em que seus filhos estudam para: (i) identificar as demandas por políticas públicas existentes dentro da sua co-munidade; (ii) avaliar e fiscalizar as políticas públicas já implementadas no âmbito da comunidade ou a ela

correlatas; (iii) pensar formas de de-senvolvimento econômico da comuni-dade que contemplem a distribuição justa da renda e a qualidade de vida (incluindo o mote do desenvolvimen-to sustentável e de um meio ambiente equilibrado e saudável).

Cultura, esporte, geração de em-prego e renda, desenvolvimento de iniciativas de conscientização sem doutrinação: tudo isto seria objeto de uma reflexão comunitária, na qual os interesses individuais seriam media-dos com o apoio técnico e acadêmi-co dos agentes estatais – das grandes cidades até as pequenas vilas interio-ranas, passando pelas comunidades étnicas tradicionais (índios e quilom-bolas). É preciso trazer para a política nacional o norte da emancipação co-munitária, enquanto verdadeiro obje-

tivo-meio do Estado de Direito, como única forma de combater os dois ele-mentos que mais contribuem para a supressão das liberdades individuais (cuja proteção é o seu objetivo-fim): o abuso do poder político (corrupção dos agentes estatais, autoritarismo, políticas ineficientes utilizando dinhei-ro público, etc.) e o abuso do poder econômico (distribuição desigual da renda, sistema tributário injusto, con-dições inadequadas de exploração da mão-de-obra trabalhista, etc.).

Estamos falando de uma associa-ção comunitária que funcione essen-cialmente como um espaço de me-diação de conflitos, insurgentes das demandas distintas de cada indivíduo ou núcleo familiar, mesmo dentro de uma mesma comunidade. E que os objetivos dessa comunidade, elenca-dos através de uma captação demons-trativa dos anseios (e não deliberativa, quando se sufocam opiniões divergen-tes), serviriam como referencial para as políticas adotadas pela máquina pública municipal, seguida então das máquinas estadual e federal.

Há uma série de “poréns” a se-rem ressalvados, devendo haver um combate constante à demagogia, ao uso eleitoreiro desses espaços, à su-pressão ou exclusão de opiniões di-vergentes, à doutrinação travestida de “consciente coletivo”, à utilização da coletividade para infringir prejuízos morais e econômicos a um indivíduo, etc. Mas estes são problemas de exe-cução. A ideia permanece a mesma: emancipar politicamente as comuni-dades. Basta que as nossas autorida-des acordem para o fato de que, mais cedo ou mais tarde, terão de parar de fazer políticas de forma unilateral, e descer do altar da politicagem para dialogar diretamente com as comuni-dades – que são, afinal, as verdadei-ras traduções dos anseios populares.

vICtoR CAStRoAdvogado, servidor público federal e autor do blog "Paladinos da Liberdade"

(www.artousosvic.blogspot.com)

“A ideia permanece a mesma: emancipar politicamente as

comunidades. Basta que as nossas autoridades acordem para o fato de que, mais cedo ou mais tarde, terão de parar de fazer políticas de forma unilateral, e descer do

altar da politicagem para dialogar diretamente com as comunidades – que são, afinal, as verdadeiras

traduções dos anseios populares”.

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