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R. Interespe, São Paulo, V.1, número especial, Out, 2013.
INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na
Educação1
ISSN 2179-7498
Volume 1| número ESPECIAL | dez. 2011
1 Logotipo e Arte: Gazy Andraus
R. Interespe, São Paulo, V.1, número especial, Out, 2013.
INTERESPE:
Interdisciplinaridade e
Espiritualidade na Educação
ISSN 2179-7498
volume 1 número ESPECIAL OUT. 2011
============================================================= Publicação Oficial do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e
Espiritualidade na Educação (INTERESPE) – Educação: Fundamentos da Educação –
Linha de Pesquisa: Interdisciplinaridade e Espiritualidade: PUC/SP.
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R. Interespe, São Paulo, V.1, número especial, Out, 2013.
INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na
Educação Publicação Oficial do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação (INTERESPE) - Educação: Fundamentos da Educação – Linha de Pesquisa: Interdisciplinaridade e Espiritualidade: PUC/SP Site: http://www.pucsp.br/interespe/ © Copyright 2011
INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação / Grupo
de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação (INTERESPE) – Educação: Fundamentos da Educação – Linha de Pesquisa: Interdisciplinaridade e Espiritualidade – v. 1, n. especial, (out, 2013) – São Paulo: PUCSP, 2013 –
Periodicidade anual, com possibilidade de números eventuais.
ISSN 2179-7498
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As opiniões emitidas nas matérias desta Revista são de inteira responsabilidade dos seus autores. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, porém, deve-se citar a fonte.
R. Interespe, São Paulo, V.1, número especial, Out, 2013.
Revista
INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação
Editor Científico Ruy Cezar do Espírito Santo
Editora Executiva Herminia Prado Godoy
Editores de seções Artigos Científicos: Herminia Prado Godoy Artigos Gerais: Jerley Pereira da Silva
Narrativas: Mônica Vieira de Araujo Franco
Expressão corporal: Telma Teixeira Oliveira de Almeida Expressão poética e simbólica: Simone Andrioli Andrade Expressão artística: Gazy Andraus Expressão musical: Jaime Paulino Espaço aberto: Ana Maria Ramos Sanchez Varella Convite a leituras: Flávio Bordezan.
Comissão editorial: Ana Maria Ramos Sanchez Varella Gazy Andraus Telma Teixeira Oliveira de Almeida
Pareceristas Elenice Giosa Eunice Ferreira Vaz Yoshiura Ivani Catarina Arantes Fazenda Jaime Paulino Jerley Pereira da Silva Monica Vieira de Araujo Franco Priscila Mariano Lourenço Rodrigo Mendes Rodrigues Simone Andrioli Andrade
R. Interespe, São Paulo, V.1, número especial, Out, 2013.
INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na
Educação
ISSN 2179-7498
Publicação oficial do INTERESPE- Grupo de Estudos e Pesquisa sobre
Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação – Fundamentos da Educação – Linha
de Pesquisa: Interdisciplinaridade e Espiritualidade: PUC/SP.
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Elydio!
Comecei conhecendo no Vale do Paraíba!
Diretor de Escola
Organizador de Eventos...
Buscando a Espiritualidade na Educação
Criador conjunto do Interespe...
Doutorado na PUC... Provocando sua banca...
Vem a Metodista...
São Bernardo do Campo...
Novo Caminhar
Inovando, criando, crescendo...
O Nordeste o chama!
Paraíba... Saiu do “Vale” para a “Montanha”...
E assim segue o Grande Lutador...
Até a Vida o chamar de volta
Desta vez para outra “luta”...
Não mais a externa visando seus educandos
Mas uma “interna” conduzindo-o
Ao “mais dentro”...
O encontro com o sentido profundo existencial
Que pode trazer dor e sofrimento
Mas que finda revelando a Luz Maior
Que vai surgir após a “Noite Escura da Alma”
Como já anunciado por São João da Cruz!
Assim esperamos Elydio!
Que esta Luz nos ilumine a todos num Amanhã de significativo Encontro
Até Sempre!
Ruy
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Dedicamos este número especial de nossa revista ao nosso colega integrante
e um dos fundadores do nosso grupo INTERESPE em março de 2004, o
querido ELYDIO DOS SANTOS NETO.
Elydio chegou a este mundo em 26/09/1959, em Pindamonhangaba-SP e
voltou ao plano espiritual em 04 de outubro de 2013/SP.
Elydio tornou-se doutor em Educação (Supervisão e Currículo) pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (1998) e mestre em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (1993). Fez licenciatura em Filosofia pela Faculdade Salesiana de
Filosofia Ciências e Letras de Lorena (1982) e licenciatura em Pedagogia (Administração
Escolar) pela Faculdade Salesiana de Filosofia Ciências e Letras de Lorena (1982).
Foi Professor efetivo de Filosofia da Rede Estadual Paulista (1987-1995); Coordenador
pedagógico do Colégio São Joaquim de Lorena (1987-1992); Coordenador de curso noturno
na Rede Estadual Paulista (Escola Padrão, 1993-1994); Diretor de escola de educação básica
Externato São José em Pindamonhangaba (1995-1996). Foi Professor do ensino superior
desde 1987.
Em 2000 assumiu, mediante concurso, o cargo de Professor titular da Universidade
Metodista de São Paulo, alocado como docente-pesquisador no Programa de Pós-
Graduação/Mestrado em Educação. Nesta universidade, além de ter sido docente-
pesquisador do mestrado em educação foi também Assessor de Pesquisa da Vice-Reitoria
Acadêmica (2001-2002), Assessor de Pós-Graduação da Vice-Reitoria Acadêmica (2003),
Diretor da Faculdade de Educação (2004-2008) e Coordenador do Mestrado em Educação
(2007-2008; 2o. semestre de 2010).
No mestrado em educação pesquisou, publicou, orientou pesquisas e projetos de intervenção
na prática,atuando na Linha de Pesquisa Formação de Educadores, com as seguintes ênfases:
Fundamentos filosóficos da formação e da prática docente; Currículo e prática pedagógica,
de modo especial às questões pertinentes à construção do projeto político-pedagógico, à
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constituição do sujeito coletivo e à gestão do currículo; Subjetividade e suas relações com
as práticas de gestão, docência e formação; Cultura Visual e implicações para a gestão do
currículo e formação de professores.
Coordenou o Grupo de Estudos e Pesquisa Paulo Freire, da Universidade Metodista de São
Paulo, desde agosto de 2004 até fevereiro de 2011. Participou do Observatório de Histórias
em Quadrinhos da USP.
Foi um dos Fundadores do INTERESPE em 2004, em uma reunião realizada na Faculdade de
Educação da PUC em que estavam presentes Ruy Cezar do Espírito Santo, Ivani Fazenda,
Ana Maria R.S.Varella, dentre outros, que já não participam mais como integrantes do grupo
de estudos.
Em março de 2011, deixou a UMESP para assumir cargo de Professor Adjunto, dedicação
exclusiva, no Centro de Educação, Departamento de Habilitações Pedagógicas da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde entrou mediante aprovação em concurso
público.
Na UFPB trabalhou na área de Gestão Educacional e participou dos seguintes grupos de
pesquisa: Grupo Imaginário: Humor, Quadrinhos e Games; Grupo de Pesquisa em Ensino de
Artes Visuais (GPEAV).
Autor dos livros: Por uma Educação Transpessoal: A ação pedagógica e o pensamento
de Stanislav Grof (Ed. Metodista/Lucerna, 2006); Os quadrinhos poético-filosóficos
de Edgar Franco: Textos, HQs e entrevistas e Os quadrinhos poético-filosóficos de
Gazy Andraus: 25 anos de quadrinhos e fanzinato (Marca de Fantasia, 2012 e 2013,
respectivamente).
Em homenagem a Elydio, escolhemos a águia, como a representação
metafórica de nosso caminho a ser percorrido. Sua representação de
sobrevivência é um convite a todos nós que não queremos ficar paralisados
frente a novas descobertas, a novos desafios, ela nos encorajou a seguirmos
novos rumos, sem medo, apesar de ter seu tempo do recomeçar. Assim são
os que desejam mais, que desejam renovar-se, partir para novos voos com
medo, sem ele, mas sem se deixar paralisar.
A águia2 é a ave que possui maior longevidade da espécie. Chega a
viver setenta anos. Dizem que para chegar a essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão. Aos quarenta ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas e voar já é tão difícil! Então a águia só tem duas alternativas: Morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar cento e cinquenta dias. Esse processo
2 Disponível em: vidanet.org.br, capturado em 27/10/11.
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consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só cinco meses depois sai o formoso voo de renovação e para viver então mais trinta anos.
Assim queremos seguir com liberdade, vontade, superação e
ressonância... que nossa águia nos apresente ao universo, que
desloque outros que queiram fazer parte também dos voos que
já iniciaram. Cada um de nós estamos em uma fase de vida
diferente de busca, de anseios... que consigamos ir de encontro a
nossa essência, ao encontro com o que temos de belo em nós: o
amor verdadeiro, a amizade plena.
Confirmando a ideia inicial de Elídio: Não basta nascer, será
necessário ajudar outras águias a despertar... e seguir o
alerta do Professor Ruy: a espiritualidade questiona tudo na
busca do saber... A espiritualidade é divina, sem regras,
permanecendo somente o Amor ...
Ana Maria Ramos Sanchez Varela
e é o que pretendemos continuar fazendo agora com nossa equipe que se
tornou interdimensional!
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Elydio na Oficina de Biograficzines3
Durante o quarto semestre de Pedagogia tivemos uma matéria sobre o Educação de Jovens e Adultos (EJA) com a professora Marta Regina, um dos conteúdos que foram apresentado a nós foi a forma de como trabalhar biografia pessoal através de Fanzines. Fanzine é uma abreviação de fanatic magazine, mais propriamente da aglutinação da última sílaba da palavra magazine (revista) com a sílaba inicial de fanatic. Fanzine é portanto, uma revista editada por um fan (fã, em português). Trata-se de uma publicação despretensiosa, eventualmente sofisticada no aspecto gráfico, dependendo do poder econômico do respectivo editor (faneditor). Engloba todo o tipo de temas, assumindo usualmente, mas não necessariamente, uma determinada postura política, com especial incidência em histórias em quadrinhos (banda desenhada), ficção científica, poesia, música, feminismo, vegetarianismo, veganismo, cinema, jogos de computador e vídeo-games, em padrões experimentais. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fanzine)
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Fanzines.jpg
A professora Marta Regina convidou o Professor Elydio dos Santos Neto e o desenhista Gazy Andraus para que trabalhassem os BiografiCzines conosco. A nossa tarefa era produzir uma Biografia escolar em fanzine para apresentar à turma. Essa atividade fez com que nós pensássemos, resgatássemos em nossa memória recordações de nossa trajetória escolar. Tivemos uma oficina de fanzine no dia 17/09/2012 com os Professores Elydio, Marta e Gazy, o primeiro passo era pensar no formato do fanzine, fomos apresentados desde os mais simples até os mais criativos tipos de fanzine. Os Professores nos deixaram bem à vontade, tiraram nossas dúvidas e nos ajudaram nas construções. No dia 24/09/2012 tivemos a socialização dos Fanzines com a turma e Professores, foi bem divertido, pois pudemos dividir nossas histórias de vida e conhecer a dos colegas de classe. Essa atividade sobre os Biograficzines pode ser trabalhada com a EJA de forma com que eles pensem em suas vivências, tristezas e experiências de vida e abram, a nós, docentes, a oportunidade de conhecer a vida dos nossos alunos da EJA. E partirmos desse conhecimento de suas vidas para que, como mediadores, contribuíssemos da melhor forma para a construção de conhecimentos desses alunos.
Renata Dominicheli e Bruna Landini
3 http://daquidonossopontodevista.blogspot.com.br/2012/10/durante-o-quarto-semestre-de-pedagogia.html
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Biograficzines de Elydio4
Criou o conceito dos Biograficzines e com Gazy Andraus escreveu o texto Dos zines
aos biograficzines: compartilhar narrativas de vida e formação com imagens,
criatividade e autoria publicado no livro organizado por Cellina Muniz: Fanzines –
Autoria, Subjetividade e Invenção de Si (Ed. UFC, 2010).
Criava HQs poéticas que publicou nos 3 números elaborados de seu próprio
Biograficzine e participava do Grupo de Pesquisa Imaginário – Humor, Quadrinhos e
Games e do Grupo de Pesquisa em Ensino das Artes Visuais (GPEAV), ambos da
UFPB.
4 Mais informações acessem o site: http://www.marcadefantasia.com/imaginario/imaginario-1/imaginario-1-
elydio-gazy.html
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Elydio no INTERESPE
...a espiritualidade é uma característica do ser humano e como tal é fundamental
que seja considerada em seu processo de integração e desenvolvimento.
Entendo que seja possível falar em dois aspectos da espiritualidade como característica
do ser humano: Um primeiro aspecto é a espiritualidade numa perspectiva
antropológica, isto é, aquela que se manifesta no processo de integração ou re-
conexão dos diferentes aspectos do ser humano (corpo, razão, emoção, intuição;
mundo interior e mundo exterior; consciente, inconsciente pessoal e inconsciente
coletivo) levando-o a desenvolver inteireza, se expressa como beleza, alegria, amor,
sentido, esperança, transformação integradora; um outro aspecto da
espiritualidade se dá na perspectiva do Transcendente, isto é, o ser que se integra e
expressa beleza, alegria, amor... Pode fazer a experiência do Transcendente e viver
uma experiência mais profunda da espiritualidade.
Compreendo que estes dois aspectos embora sejam distinguíveis não se excluem ou se
dissociam, se completam. É possível acentuar este ou aquele aspecto. As religiões têm
feito o acento no segundo aspecto, via de regra apresentando os elementos do primeiro
aspecto (beleza, amor, alegria) como consequência da experiência com o Transcendente.
No âmbito da educação escolar prefiro trabalhar com o primeiro aspecto da
espiritualidade deixando aberta aos educandos a possibilidade de aprofundarem-se, de
acordo com suas opções íntimas, na espiritualidade compreendida em seu segundo
aspecto. No âmbito das pesquisas acadêmicas a Psicologia Transpessoal, a Física
Quântica, os estudos do cérebro humano e o diálogo transdisciplinar têm aberto
possibilidades para tratar da espiritualidade nos dois aspectos que apontei acima.
Na perspectiva do INTERESPE, portanto, interdisciplinaridade, autoconhecimento e
espiritualidade não se dissociam. Para os profissionais da educação, acostumados às
dicotomias do paradigma cartesiano, nem sempre é muito fácil sentir e experienciar esta
indissociação. Acreditamos que a experiência do autoconhecimento, como abertura à
espiritualidade e à postura interdisciplinar, pode ser uma valiosa e fundamental
contribuição para a construção de novas respostas educativas nestes tempos de crise
civilizatória e de crise de sentido da existência que vemos intensamente presentes em
tantas vidas humanas. Sobre tais temáticas o nosso grupo estuda, reflete, quer pesquisar
e construir proposições práticas, obviamente sem a pretensão de ditar regras.
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O VOO DA ÁGUIA: Elydio dos Santos Neto, João Pessoa, 02
de agosto de 2011.
A história em quadrinhos O voo da Águia, sem dúvida, sofreu enorme influência de dois autores que têm sido referência para minhas pesquisas no campo da educação e da cultura visual, bem como em meu próprio processo de autoconhecimento. Refiro-me aqui a Stanislav Grof e a Carl Gustav Jung. O primeiro, ainda vivo e produzindo, é um dos fundadores da chamada Psicologia Transpessoal. O segundo ficou largamente conhecido por formular a noção de inconsciente coletivo e por estudar os arquétipos presentes na psique humana, assim como por investigar o que chamou de processo de individuação.
A HQ que aqui apresento narra a trajetória de um ser humano desde o encontro de seus pais, passando pelo seu processo de gestação, seu nascimento e seu processo de individuação guiado pelo arquétipo da Águia. Uma das coisas que Jung nos chamou a atenção é que o processo de individuação, em algum momento, exige que façamos a síntese, nunca acabada, dos contrários que vivem em nosso mundo interior. Minha narrativa mostra os contrários não só no amor que une o casal humano, mas no interior do coração de cada um deles. A união e a parceria não se fará sem dor e sofrimento, além, é claro, dos momentos de comunhão e alegria.
O ser humano, que nasce da relação deste casal, é desejado e amado. Vive, no útero materno, o que Grof chama de um berço bom, que sua mãe ajuda a tecer. Isso terá boas consequências para a vida pós-uterina desta personagem. Porém, antes, é preciso passar pelo parto que é uma luta, um processo de morte e renascimento. Em minha narrativa isso é vivido como uma memória do parto (daí o requadro pontilhado), no qual a personagem se vê como um guerreiro, inspirado pela Águia, que luta bravamente para libertar-se daquele espaço que já não é mais um paraíso e para o qual é preciso morrer a fim de nascer para a vida pós-uterina.
Segundo Grof este é um processo no qual aprendemos algumas posturas existenciais, dado o perigo do nascimento; posturas que levamos conosco e que podem nos influenciar positiva ou negativamente, lembrando que a tais posturas agregam-se os diferentes aprendizados da cultura e este conjunto dinâmico participa diretamente da constituição de nós mesmos. Em minha HQ a personagem central, sempre guiado pelo arquétipo da Águia, avança em seu processo de individuação e voa rumo ao centro de si mesma, ao seu Self, simbolizado na narrativa, pelo Sol, permanentemente presente.
A HQ culmina com a personagem tornando-se a própria Águia que está a todo o momento fazendo a ponte entre o Sol e a Terra, entre a Utopia e o chão da história, entre o Holotrópico (totalidade) e o Hilotrópico (a materialidade newtoniano-cartesiana)... E, por isso mesmo pode auxiliar o despertar de outras águias.
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A Águia
A história da águia apresenta uma excelente fonte metafórica para repensarmos nossa trajetória de vida, porque durante a vida temos fases do repensar, do recomeçar, para que consigamos vivenciar o processo de renovação. Para isso precisamos nos livrar dos ranços, dos ressentimentos. A águia é a representação do refazimento de energias, de renovação, de aceitação inconsciente. Em seu processo de reconstrução ela precisa se desconstruir para se reconstruir. Ela é a mostra clara de que a criatividade é uma das formas de abertura de consciência e sentidos. Quando escolhemos mudar e nos recusamos a seguir e nos consideramos vítimas, estamos escolhendo ver a vida do ponto de vista da águia. Precisamos ficar atentos aos sinais sutis que nos informam a necessidade da mudança. O que não podemos nos esquecer, é que em nossa vida diária, precisamos também utilizar de criatividade para transformar nosso dia a dia. A águia é a própria representação do salto quântico citado por Amit Goswami. Como fazer isso? Ele afirma que a criatividade é o alimento para a alma. Significa então que precisamos alimentá-la no dia a dia para não morrermos, para não cairmos na tristeza ou desânimo. Além disso, a criatividade não é apenas nossa preparação para o novo século mas também para o estágio seguinte de nossa evolução. A pergunta é como darmos esse salto quântico da evolução neste momento? Não há tempo a perder, nossa responsabilidade pede comprometimento, responsabilidade, movimento para não ficarmos retidos em nossa evolução. Percebe-se desde já a importância de desenvolver flexibilidade diante das situações. Isso em muito ajudará os novos processos de adaptação. Na educação isso é fundamental. Estar aberto a críticas, a fim de processar mudanças internas para produzir também as externas. As mudanças atingem todos, mexem com as estruturas íntimas. A sociedade exige transformações e adaptações, quase não há tempo para pensar e poder agir. Há quebra de valores, de expectativas, mas é imprescindível que a vida continue e que o ser se mantenha equilibrado e resistente. Com certeza, o organismo humano recebe uma carga negativa muito forte: o impacto das mudanças transformadoras da sociedade. A partir daí se sente ameaçado, em situação de risco. É’ um momento de desequilíbrio. A resiliência deve surgir a partir de então, para fortalecer o ser e evitar que cometa loucuras em virtude de seu estresse mental. Muitos professores não aguentam a violência e estresse, apresentados nas escolas, sentem falta de
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apoio, não conseguem gritar por mudanças, alunos violentos e problemas sociais com certeza são fatores desestimulantes e se eles não conseguirem reagir são afastados para tratamentos médicos ou mesmo abandonam a profissão. Os que conseguem ultrapassar as barreiras negativas e incômodas que se apresentam, os que conseguem essa superação, são resilientes. Até aqui ela se define como a capacidade que o ser tem de responder de forma mais consistente aos desafios e dificuldades que a vida impõe. A partir do que os autores afirmaram na revisão da literatura e de estudos por mim realizados na área durante pesquisas com histórias de vida, cheguei a algumas conclusões. Resiliência é o conjunto de vínculos construídos pelas pessoas no decorrer da vida que ajuda a ultrapassar as grandes dificuldades. É’ importante destacar os tipos de vínculos vivenciados com o trabalho, com a profissão, com a religiosidade, solidariedade, família etc. Outros vínculos podem existir e ajudar as pessoas. É imprescindível destacar que o vínculo por si só não é tudo. Deve haver uma interação entre vivência e atitude. Eles serão componentes fundamentais de superação para o indivíduo ter energia suficiente e continuar crescendo íntima e externamente. Quando a mediocridade e o consumismo produzem em massa, fome nas almas, as pessoas realmente criativas de nossa sociedade, no lugar de serem os heróis que devemos seguir para que a consciência evolua, são os forasteiros dos quais devemos desconfiar, porque são perigosos. Somente poderemos respeitar as pessoas criativas se nós mesmos apreciarmos tanto a criatividade a ponto de nos tornarmos produtores e consumidores do alimento para a alma. A criatividade tem um significado muito importante em nosso autodesenvolvimento e evolução. O ativismo quântico nos incentiva a compreender a natureza quântica da criatividade e o processo criativo e praticá-lo com consciência. Precisamos valorizar mais o processo criativo nas artes, nas humanidades, nas ciências. Quando nos sentimos inspirados a colocar a criatividade no centro de nossa vida e sincronizá-la com o movimento vital com o movimento evolucionário da consciência, estamos prontos para tornar uma só coisa interior e exterior, masculino e feminino. Até para transformarmos nossas emoções negativas precisamos mexer com nossa criatividade no domínio do vital. A prática do amor incondicional pode ser um caminho. Cada um de nós tem um modo único de vivenciar o amor. Se em nós houver um pouco de alegria, de paz, transmitiremos ao mundo o que há de melhor em nós. Viver em um caminho de criatividade nos dará a chance da renovação constante, a nossa essência espiritual receberá um fortalecimento especial de resiliência e transformação.
Ana Maria Ramos Sanchez Varella
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Nos alerta Elydio: não basta nascer! Temos que viver!
E nascer é um ato tão sofrido e tão necessário para nos mostrar já desde o início que
temos muita força e garra de viver dentro de nós.
E quantos desafios teremos em nossa estrada! E’ muito trabalhosa, difícil e árdua, porém
se deixarmos de fato nosso espírito se apossar um pouquinho de nossa vida agora
veremos que maravilha e beleza é a vida!
Que grande oportunidade de aprendizado e evolução é a vida!
Se conseguirmos crescer nas adversidades e procurarmos os aspectos positivos de cada
uma delas, encontraremos brechas de alegria e paz.
Que bom é alcançarmos a maturidade consciencial neste natural processo psicoterápico
que é a vida!
Quão bela pode se transformar nossa vida e quão bom é viver e aprender a amar!
Fique bem meu velho e novo amigo!
Herminia Prado Godoy
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E a Águia voou!
Em 2006, apresentado pelo professor Waldomiro Vergueiro, conheci o professor Elydio dos Santos Neto numa das reuniões do Observatório de HQ da USP. A primeira impressão foi a de um ser humano bem humorado e benquisto! Assim que lhe entreguei meu cartão-zine, foi que ganhei mais ainda a confiança e a amizade inabalável que percorreu entre Elydio Grande Alma e minha pessoa. Foi porque ele leu no meu
cartão, minha identificação: “Gazy Andraus: ser humano” antes de qualquer denominação profissional. Ele gostou! Elydio é daquelas almas puras que estabelecem na vida a prioridade do humano, mas atrelado a tal, a humanidade amiga, fraterna, antes do ser técnico, frio e/ou arrogante. Para ele, minha apresentação mostrou-se promissora. Ele apostou nisso, e creio que ambos conquistamos uma vida de amizade amistosa, sólida, fraterna e sobretudo criativamente prolífica. Foram 7 anos que passaram como uma fase em que eu aprendi a ser mais humano ainda, pois Elydio, sempre com o sorriso fraterno e o auxílio inteligentemente sábio, me mantinha atento à importância do autoconhecimento para me tornar um humano melhor. Ele me ajudou muito a que eu descobrisse a importância das histórias de vida como autoconhecimento e aplicados na didática. Foi membro da banca de meu doutoramento (e muito me ajudou na finalização da tese, com ampliação da importância que as HQs traziam para a mente criativa). Elydio me levou a conhecer o professor Ruy Cesar do Espírito Santo, que também prioriza o autoconhecimento como aprimoramento evolutivo e seu grupo de pesquisa INTERESPE. Elydio me dizia que aprendeu muito comigo. Mas na verdade, o aprendizado maior foi meu: a humanidade dele me projetou mais ainda pra ver o humano como potencialmente amoroso e digno, como eu ainda não havia visto de tal monta! Elydio fez aulas de desenho de quadrinhos em escolas, aprimorou seu traço e vontade de desenhar. Ele não só foi teórico, mas praticou a criação de desenhos e histórias em quadrinhos. Viu nos fanzines um caminho irrigado para a plantação de autorias criativas! Chegou com a ideia dos Biograficzines, me convidando a auxiliá-lo a falar dos zines para seus alunos de mestrado em Pedagogia da UMESP! Resultaram depois várias associações entre mim e ele, então, quando fui convidado a escrever um texto sobre os fanzines pela Cellina Muniz, chamei o Elydio para escrevermos em dupla sobre nossa experiência didática acerca dos Biograficzines que ele implantou na sua docência! E daí o Elydio criou também seus Biograficzines com suas HQs poéticas e de histórias de vida cheias de simbolismo. Aquilo tudo rendeu, germinou e alastrou-se...ficamos honrados várias vezes em participar de eventos de fanzines como o Ugrapress, em que os fanzineiros gostavam de vê-lo falar, com calma, conhecimento e ao mesmo tempo, abertura. Eles diziam que era ótimo ter-nos, que somos do meio acadêmico, em meio aos zineiros, pois isso não só dava respaldo à importância do fanzinato, como também ampliava a visão que os outros tinham dos zines, já que Elydio trazia mais saberes acadêmicos mesclados às criativas aberturas fanzineiras. Elydio me visitou algumas vezes, e conheceu meu pai. E quando meu pai se foi, ele veio com Marta me dar força e energia naquele difícil momento...mas mais do que isso, ele teve visões inusitadas de como meu pai estava na sua nova jornada, o que muito me deixou contente! (se tiver curiosidade, leia aqui: http://www.ibacbr.com.br/?dir=artigos&pag=013&opc=0135). Elydio valorizou meu trabalho a um nível que eu não mais atinava: ele analisou minhas HQs, percebendo nuances e significados onde eu não tinha percebido (devido à criação ser intuitiva), como quando ligou os 9 meses de gestação aos 9 fios que prendiam um ser desenhado na minha HQ “Casulo”. Ele fez por mim o que os sábios e guias fazem, sem nos deixar perceber que eles estão nos educando e nos guiando, a um caminhar mais prolífico e ético... Os valores que ele trazia eram realmente imensos, como as alegrias de compartilhar momentos com ele (e muitas outras vezes, quando juntávamos eu, Edgar Franco e Elydio, seja em eventos acadêmicos, seja em outras ocasiões, em São Paulo, São Caetano, Goiânia, Recife etc, como um trio realmente jovial e criativo, ao que também transparecia aos olhos de todos – tamanha era sua energia espiritual, que meu afilhado Heitor, em Goiânia, quando o conheceu, apelidou-o de “Buda”). Elydio ainda escreveu um livro sobre minhas HQs, fato que corroborou com meu apreço por ele, já que via nas minhas HQs um valor de arte e significado que muito ampliava meu autoconhecimento. E, embora em pleno tratamento contra a doença que o acometia, veio no começo do ano para minha residência a fim de terminarmos a finalização e revisão do livro. Veio de ônibus, voltou de ônibus, com a alegria e a força que
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tinha e emanava! Criatura ímpar, com disposição e jovialidade! Suas falas e aulas eram comedidas, pontuadas, sempre trazendo o melhor do ser humano ao ser humano... Por fim, sem me estender mais, devo registrar alguns fatos ocorridos nessa última semana, em especial, o sábado último do dia 28/09/2013, quando para casa dele e de Marta me conduzi, a fim de me juntar a eles e seus outros convidados na comemoração de seu aniversário (que verdadeiramente havia sido no dia 26). Lá chegando vi Elydio deitado ao sofá, e cercado de amigos e parentes, logo o presenteei: numa caixa de papelão de correio, cobri de imagens de HQs e pedaços de zines, montada especialmente para a ocasião, tendo eu nela inserido algumas revistas de HQs, mas também um desenho que fiz especialmente ao nobre e querido aniversariante, que a tendo aberto e surpreso, apreciou ambos: a caixa e o desenho, sendo que este último, o fiz entre os dias 27 e 28, realizado pelo impulso de dar uma arte original ao meu amigo, como presente! Simbolicamente nele, aparece uma luz vindo (ou saindo) do peito de um personagem, como uma rajada solar (ou algo que o valha), e sobre a cabeça da figura, resta imponente também a cabeça de uma águia, animal que ele tanto estimava.
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R. Interespe, São Paulo, V.1, número especial, Out, 2013.
Naquela reunião final, Elydio se mostrou aberto, e apesar de estar cansado, se sentou e cantou e durante um determinado momento, agradeceu a todas as presenças, nomeando cada um, e dizendo o valor de cada pessoa ali presente para sua vida. Foi depois que a reunião terminara que Elydio começou a se sentir mal, e o levaram ao pronto-socorro, e por fim ao hospital...mas esses detalhes já não importam aqui, pois foi claro pra mim que naquele dia Elydio teve reunidos com ele, pessoas que simbolizaram a sua despedida, a qual (in)conscientemente fez, de uma maneira humana e tal como um sábio tendo a seus pés pessoas atentas a escutá-lo! E foi então que, assim como o símbolo que Elydio mais gostava, a águia, ele, afinal, voou! Mas nós que aqui ficamos, não estamos desamparados. Tal qual se manifesta no desenho, ele como águia permanece em espírito sobre todos os humanos, orientando e comungando para uma humanidade cada vez melhor! Voe, Elydio! Singre os céus da vida ignota (para nós), mas amplificada e bela (para si)! Abraço do seu grande amigo, que muito te estima
Gazy, um humano! (04/10/2013)
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Mensagens para nosso querido amigo Elydio
Elydio
Carinhosamente hoje relembro muitos momentos de nossa fraterna convivência.!!!!!
Seu semblante tranquilo e iluminado esteve presente em todos os dias que frequentou o
GEPI .
Considerações sábias e profundas, imortalizadas por nós em artigo que você com
carinho nos doou para publicação em nosso último livro !!!!!
Quantas vezes pudemos admirá-lo como pesquisador em sua brilhante trajetória de
doutorado!!!
Quantas vezes sua presença amiga esteve conosco no Fórum Paulista de Pós-
graduação!!!
Quantas teses por você orientadas hoje disseminam-se pelos espaços da Educação!!!!
Deus oportunizou-me uma profunda sintonia com você.
Que no plano em que se encontra possa receber as benécies de uma vida repleta de
HUMANIDADE!!!!!
Esteja sempre ao nosso lado, em constante e mútua vibração!!!!
GRATIDÃO
Ivani Fazenda
ELYDIO, QUE A SUA LUZ CONTINUE A ILUMINAR A TODOS DESSE GRUPO MARAVILHOSO QUE VOCE AJUDOU A FUNDAR! VOCE ESTARÁ SEMPRE ENTRE NÓS! KISSES ELENICE
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R. Interespe, São Paulo, V.1, número especial, Out, 2013.
Vamos nos unir em orações para o conforto da alma do nosso parceiro Elydio no livro
"Formação de docentes interdisciplinares". Abraços Elydio,
Nali
Não tive o privilégio de trocar palavras com esse ser búdico que por aqui passou
conforme descrição das pessoas que conviveram com ele, e como dizia "Jesus Cristo, eu
vou, mas, deixo o Espírito Santo". Sinto o mesmo com relação a esse ser que aqui em
nosso planeta foi chamado de Elydio, seu legado de amor, como diz Varella: "O amor
não precisa de regras", nunca se apagará, pois mesmo não tendo o privilégio do seu
convívio sou capaz de sentir suas vibrações.
Quem vive na plenitude do “seja feita sua vontade”, sabe que existem muitas formas
para a Águia trabalhar e onde ela estiver voando ou se preparando para voar, ela estará
empurrando seus filhotes do ninho para alçarem seus próprios desafios neste magnífico
mundo de AMOR e sabendo que uma asa muito maior os ampara.
Jaime Paulino
20/10/13
Ao Professor Elydio dos Santos Neto, hoje junto ao Ser Supremo do Universo,
transmita a Ele o nosso pedido de força e coragem para enfrentarmos as intempéries do
caminho existencial5
Marilda Prado Yamamoto.
5 (in A Prática Interdisciplinar no Mestrado Acadêmico: Implicações no
Desenvolvimento Pessoal e Profissional dos Estudantes: PUC-S.P., 2013,p.6)
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R. Interespe, São Paulo, V.1, número especial, Out, 2013.
Elydio!
Surgiu no Vale do Paraíba...
Diretor de Escola Pública...
Nos encontramos
Foi o início de longo e proveitoso diálogo
Doutorado na PUC
Educação Transpessoal
Aulas no ABC
Participação no Interespe
Momentos ricos de trocas...
Agora já não é era o “Vale”, foi a Paraíba mesmo...
Veio então o momento de Transformação
A doença e o Caminho para a Outra Dimensão onde agora se encontra...
Fica o convite a se fazer presente às nossas reflexões e Encontros
Nos trazendo santa inspiração na
Eternidade do Agora!
Até Sempre Elydio!
Ruy