revista groove

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Revista Groove

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ano.01ed.01R$9,50

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Esta revista que você tem em mãos é resultado de uma ideia simples - a de que revistas de

tecnologia, arte, comportamento e cultura não pre-cisam daquele “verniz” que afasta pessoas como nós e você das outras publicações do gênero, e ao mesmo tempo não têm que ser feitas numa lingua-gem rebuscada. Isso também não quer dizer que o tratamento dado às reportagens seja “raso”. Por isso, buscamos enxergar de uma forma diferente, e mostrar um lado que as outras publicações não mostram.

Estamos em uma era na qual as pequenas culturas ganham cada vez mais visibilidade,

graças à Internet. Ao mesmo tempo, essa cultura digital abala os meios tradicionais. E nós estamos aqui para isso - tornar a experiência de ler uma revista algo divertido e agradável. Tomara que você goste.

Prometemos dar o nosso melhor para que você, leitor, tenha sempre em mãos uma revista

que dê mais ritmo à sua vida. Ou groove, se você preferir.

Um grande abraço.

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18.CompoRtamentoCultura Sneaker no BraSilMotoCluBeS

10.músiCaMaMute ProduçõeS e o renaSCiMento da Cena MuSiCal CuritiBana.jorge Ben jor

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30.teCnologia:

o 3g Chegou MeSMo?

32.Web

Cloud CoMPutingtwitter

22.aRteCultura do reMix

ano da França no BraSil

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Luis Lima

Oworld singer Jorge Ben Jor deu ar de sua graciosidade

carioca nos palcos do Curitiba Máster Hall no último sábado de Junho, dia 27 de junho. Autor de letras pra lá de otimistas, ver-dadeiras exaltações das belezas nacionais: o Rio de Janeiro, a mulher brasileira, e a própria vida, foi a vez de Jorge Menezes, nome legítimo do cantor, chegar todo de branco a contagiar com vida o público curitibano! Que maravilha!

Jorge Ben Jor explodiu com a música Mas Que Nada e logo

em seguida ratificou seu talento com outro grande sucesso, Chove Chuva. Duas canções que nada ti-nham a ver com a bossa nova, nem com o samba tradicional do perí-odo em que foram feitos, mas que até hoje fazem públicos de todas as idades e preferências cantarem

em uníssono seus já hoje hinos. Assim desde o início de sua carreira Ben Jor mostrou-se inovador. Como compositor, cantor, músico, bandleader e arranjador Ben Jor é único. É impossível classifi-car sua música e seu balanço, que são inconfundíveis.

E assim foi até na capital com o considerado público mais exigente

do país: todos num só coro pedindo pela música do São Jorge Ben, abençoando fãs fiéis com sua música universal. Esta universalidade foi percebida através dos sucessos cantados, um após o outro, a maioria de conhecimento do público. Um show em que a maioria das músicas já fazia parte do imaginário do público que apenas foi lá reafirmar o gosto pelo Zé Pretinho e sua banda. E é lindo de ver a característica marcante de todos os seus adoradores: a simples diversi-dade, aquela rica que soma, que é linda de se ver, ouvir, viver!

Quase três horas de pura vibração com direito a moonwalk do eterno

rei do pop Micheal Jackson, e meninas lindas representando a pluralidade da beleza brasileira em “Gostosa”. Refe-rência do lifestyle da Cidade Maravilho-sa e dono de um estilo musical único, o cantor exala brasilidade, ganhou os corações mais cosmopolitas do mundo!

músiCaÍCone da músiCa populaR bRasileiRa, JoRge ben JoR fala paRa muitos

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Extintos do mundo animal há cerca de 10 000, os mamutes

não desapareceram completamen-te da face da terra. Eles passaram por regiões frias da Europa, norte da Ásia e América do Norte, e es-colheram a capital mais gelada do país para fixar nova moradia. No cenário da cena musical indepen-dente da capital paranaense ele permanece forte desde o seu sur-gimento, em novembro de 2007.

Da união do músico André Ramiro (ruído/mm) com a

produtora Andressa Andrade, somada aos estímulos entusiásti-cos do jornalista Guga Azevedo nasceu a Maamute Produções E vale a correção: Maamute, um ‘a’ pra Andressa, e outro pro An-dré. E mais do que movimento o circuito da música alternativa curitibana, seus idealizadores acreditam e tem como referencias musicais algumas das bandas

agenciadas: “Gostamos de coisas locais como O lendário, Wandula, Ruído/mm, mas também tem a galera da gringa como Radiohead, Múm, Beatles, Elvis, Jon Spencer, e por aí vai...”, nos conta a produtora Andressa, mais conhecida por Andy.

Quem toma conta da agenda das bandas Ruído/mm e Sabonetes

é ela, e paralelo a todos os outros compromissos da considerada empresa, Andy leva a sério o que faz. “A questão sempre é profissionalizar, mesmo sendo da cena independente pensamos como empresa, mas o gostar sempre tem que estar em primeiro lugar em tudo na vida”, diz com beleza.

A atuação da Maamute já fez histó-ria ultrapassando as fronteiras do

estado. A festa “Vai pro inferno”, no Inferno bar em São Paulo levou quatro bandas locais que se apresentaram para 400 pessoas, o Festival Macondo Lugar em Santa Maria no Rio Gran-

músiCa

a entidade CultuRal maamute - e não pRodutoRa

de bandas - fez e faz históRia na Cena da músiCa independente de CuRitiba

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de do Sul também tiveram 4 andas na grade do evento. E para Andy quando há dedicação pela arte, e pela coisa toda, o sucesso é conse-quência: “O Copacabana Club por exemplo, tá no mundo”, exemplifica.

No histórico de seus grandes projetos consolidados Andy

cita o Guizado, Ruído/mm e Cérebro Eletrônico. Na agenda da Maamute hoje,um grande evento é o James Sessions que acontece traz a cada quinta-feira no James Bar, bandas diferentes. O conceito, além de uma noite ‘classuda’ é também que seja

mais tranquila, diferente da ferveção habital que acontece na pista do bar. Já passaram pelo evento, que teve início dia 08 de janeiro, bandas como Stella-Viva, Poléxia e Je revê de toi, entre outras.

O ano de 2009 é tempo de crescer. Apesar de se verem mais como

amigos das bandas do que produto-res, as negociações da Maamute nâo param. Pro futuro o que interessa é o grande! Grandes festivais, Sesc´s, projetos de lei de incentivo a cultura hão de render, nas palavras de Andy, reconhecimento para todos.

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EntrEvista Banda MaM-MutE – JE rêvE dE toi

Quem responde pelo projeto é Constance, 26 anos, en-

genheira química, adoradora de cachoeiras e amante da “A vida aquática de Steve Zisso”.

1. CoMo surgiu o JE rêvE dE toi?

O surgimento de Je rêve de toi? Conheci DW (artista

plástico, 26 anos, meu parceiro na música e na vida) em meados de 2007 e já começamos a tocar algo juntos. E então decidimos por montar o projeto, escolhemos o nome e fomos tocar na rua. Foi tudo entre nós dois, uma admi-ração mútua Já o conhecia antes pelos seus desenhos.

2. o quE signifiCa JE rEvê dE toi? E sE há uMa dEfinição possí-

vEl, o quE sEria o soM quE voCês fazEM?

Je rêve de toi significa EU sonho COM você. Mais ou menos com essa

entonação, rs. Nosso som é inexato. Imagine duas pessoas tocando instru-mentos analógicos e cantando letras em português em cima de uma base eletrônica, que nos shows é dispara-da pelo iPod. É um som feito para a minha mãe, por exemplo, que acorda de manhã com uma motivação virtual de que o dia será cheio, porém curto. Para os amigos que à noite não tem muito o que fazer. Para animar a festa, na pressão.

3. CoMo vEEM o CEnário da MúsiCa indEpEndEntE dE CuritiBa E CoMo sE vEEM?

Eu, Constance, vejo o cenário da música independente de Curitiba

crescendo. Quero dizer, existem muitas bandas curitibanas boas e com seus cada quais. Às vezes me dá vontade

músiCa

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Luis Lima

de ver um festival com todas elas. Também há bandas que eu não gosto ou nem conheço, mas que estão lá, fazendo show toda semana.

4. há uM ConCEito no Ep dE voCês “voltarEMos para os CaMpos”?

Existem muitos conceitos no disco. Precisa citar? Distri-

buímos muitos deles por aí. Acho que bastante gente ouviu. Há certa ligação com algo etéreo, interesse por energias femininas, energias elétricas, inconsciente coletivo, mistérios, subjetividade, poderes animais, abstração, coisas invisíveis, mas que tem grande poder sobre o mundo material, poder-se-ia dizer... Nas cachoeiras e outros lugares reúnem-se esses poderes, uma busca por uma epifania, por um encontro como o da capa do Voltaremos para os Campos, algo inevitável para a plenitude, talvez...

5. ondE gEralMEntE sE aprEsEntaM? quais os sho-ws MarCantEs do passado E os proJEtos pro futuro?

Tocamos onde nos convidam. Ul-timamente não rola aceitar todos

os convites porque nosso equipo é ruim mesmo e em certos clubes o som não sai, não tem show. Os últimos shows foram marcantes: teve um dentro do restaurante do MAM

– Museu de Arte Moderna de SP, para um evento de pré-lançamento da revista Vice no Brasil. Tocamos também na floresta da casa de uma amiga. Foi muito gostoso, com ma-caquinhos. Pro futuro, pensamos em turnê, quem sabe.

6. quais as rEfErênCias MusiCais CoMuns EntrE voCê E o dw?

Eu tenho referências musicais diversas. Mas acredito que as

em comum com DW são: Jorge Ben, Roberto Carlos, Michael Jackson, Postal Service.

7. pra finalizar duas pErguntinhas Curiosas: por quE JaponEsEs são aniMais? dE quEM é/foi o alysoM?

Animais Japoneses e Alysom? Acho que cada um tem sua visão, já ouvi ótimas versões, como por exemplo: AJ seriam gatos... AJ seriam aqueles gatos que uns japas prendem em potes e eles ficam quadrados, po-deria ser também Animais (vírgula) japoneses, como se fosse animais E japoneses... sei lá, várias inter-pretações, mas no fim somos todos animais não?

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Divided By Night The Crystal MethodEm um mundo marcado pela profecia de Andy Warhol - os tais quinze minutos de fama - é cada vez mais raro uma banda sobreviver por muitos anos sem soar datada ou sucumbir às tendências, perdendo sua identi-dade. A dupla californiana The Crystal Method, formada há 13 anos por Ken Jordan e Scott Kirkland parece não sofrer desse mal. A prova disso está em Divided By Night, o sétimo álbum do duo. Recheado de partici-pações de peso como o rapper judeu Matisyahu, Justin Warfield (She Wants Revenge) e Peter Hook (New Order), o disco é um belo exemplo de que boas ideias se tornam atemporais. Por Hermes Pons

No Chão Sem O Chão Rômulo FróesFróes arrisca mais que nos outros projetos uma incursão pela música brasileira e suas possibilidades. Não é só samba, são guitarras distorcidas, acordes harmonicamente descompas-sados, poesia em verso livre, enfim, é uma busca do novo num mar de sensações e experimentações sonoras. Gravado em duas sessões: Cala a boca já morreu e Saiba ficar quieto, o pró-prio Fróes define: “o primeiro contém um núcleo de canções mais nervosas, mais duras; enquanto a segunda é mais solta e retoma a composição a partir desse novo caminho”. Um convite instigante de mais um dos grandes destaques da nova, e nossa, música nacional. Por Luis Lima

OctahedronThe Mars VoltaOctahedron é um trabalho diferente dos quatro anteriores lançados pelo Mars Volta. Pode-se dizer que é um disco mais contido, mais fácil, e até mais acessível do que os outros. Não tem a complexidade da Frances The Mute, nem o poder avassa-lador de Bedlam in Goliath, mas isso não quer dizer que você deva descartar Octahedron.Sem grandes extravagancias por parte das composições de Omar Rodriguez-Lopez, o que ganha destaque são os vocais de Cedric Bixler-Zavala., ora mais suave, como em “With Twilight as My Guide”, ora imprimindo peso às faixas, como em “Cotopaxi”. Por Rafael Antunes

DISCOS

DicasCulturais:

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o sneakeR head fabRizio muRaRo e sua Coleção

Entrandode sola

de linha, começaram a ser muito procurados. Quem possuísse al-gum desses pisantes, o exibia como um troféu, como um item de colecionador. As marcas então enxergaram um filão fértil de mercado a ser explorado e co-meçaram a relançar alguns modelos em séries especiais e limitadas. Começava assim o culto ao tênis.

Na verdade, a história não é tão simples assim. Os sneakers foram

agregadores e catalisadores de diversas subculturas que estavam convergindo, como o basquete, o hip hop, o skate e o grafite, por exemplo. Em comum a todos esses estilos, o desejo de ter um produto único, exclusivo, que poucos

Modelos valio-

síssimos. Artigos raros no merca-do. Itens de colecionador. Todos esses termos bem que poderiam ser usados para desta-car uma jóia rara, uma pe-dra preciosa ou até uma obra de arte. Mas não, aqui eles serão aplicados a um tênis. Aliás, um não, uma cultura toda que se formou em volta de um tipo característico de tênis: o sneaker. Estamos falando da Cul-tura Sneaker e dos sneaker heads, os aficionados por esse tipo de calçado e esse estilo de vida.

A Cultura Sneaker começou a se formar na década de 80,

quando alguns mo-delos de tênis,

já fora

Com poRta mento

a CultuRa que tRans-foRmou o tênis emobRa de aRte

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rafael antunes

o sneakeR head fabRizio muRaRo e sua Coleção

de arte. No Brasil, a cultura sneaker decolou de vez depois que a Nike reuniu diversos skatistas e lançou a série SB, de grande sucesso. Hoje, o país conta com várias lojas especia-lizadas no segmento.

Sneakers em Curitiba

Pioneiro em trazer os sneakers para Curitiba, Fabrizio Mu-

raro diz que “a cena ainda é muito pequena, mas ela existe na cidade”. Aos poucos, vai ganhando adeptos. “Está crescendo a procura por tênis com edições limitadas, diferentes, esquisitos, coloridos, linha retrô”, afirma, em meio aos seus pares favoritos. Mas quanto a escolher um único pra chamar de preferido, ele é categórico na resposta: “o bom e ve-lho Kichute”. E ainda sonha com um Vans do Homer Simpson, que falta à sua coleção. “Nem sei quanto custa, foi uma série super limitada, que sumiu das lojas no Estados Unidos”.

tivessem igual. Esse produto foi o sneaker.

O tempo foi passando e o culto em torno de alguns modelos foi

aumentando, enquanto outros foram surgindo. Os sneakers seguiram fa-zendo história e, de sola nesse estilo, estão os snekers heads. Fabrizio Muraro Pérez, dono da Bali Hai em Curitiba e assumido fanático, define bem quem é o “cabeça de tênis. “Acho que é a pessoa que gosta de usar um tênis diferente dos outros, fora do comum, bem exclusivo e que goste de colecionar tennis. Desde que comecei a colecionar parece que sempre falta algum”, afirma. E os sneaker heads não se importam com o preço, não. Segunda Fabrizio, “a pessoa que procura um sneaker não pensa no preço, se ela gosta do modelo vai fazer o que for possível pra comprar”.

Os sneaker heads sabem tudo sobre o calçado que adoram.

Sabem que foi o designer que o pro-jetou, sabem quais materiais foram usados, quais métodos e toda a his-tória por trás daquela pequena obra

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legenda espeRta

Motoqueiro não!

O motociclista virou um ícone da liberdade e da resistência graças

aos filmes hollywoodianos da década de 60, conhecida como fase românti-ca. O surgimento desses grupos pelo mundo foi a partir da década de 70, a maioria já seguindo os princípios de hierarquia e irmandade. No Brasil, a

popularização começou só nos anos 90.

Welber Lopes, o Verba, é diretor de comunicação do Moto Clube

Espatários Irmandade, e lembra da importância de seguir a ideologia. Para ele, não se pode denominar apenas como moto clube, mas como

Segundo dados do Denatran são mais de cinco milhões de mo-

tociclistas no Brasil. Ao todo são quase 2 mil moto clubes espalha-dos pelo país.

Mais que um grupo de motoci-clistas que se reúnem para

lazer, são asso-ciações baseadas na irmandade e tradição. Os par-ticipantes frisam que é importante diferenciar os moto clubes de outros grupos de motociclistas, como os caçado-res de troféus, ou aqueles que só participam de eventos.

O inicio de encontros

de MC datam do final da Segun-da Guerra, com ex-militares e pilotos. Mais tarde, vieram os escudos/brasões que diferencia-vam os grupos. Cada irmandade fazia suas regras e reunia vários adeptos.

Com poRta mento

eles estão oRganizados e não queRem badeRna. Conheça os moto Clubes

Page 21: Revista Groove

Raquel Leite

Motoqueiro não!

uma vez que as duas são diferentes”, explica.

Nos encontros, são tratados assuntos como prestação de

contas, avaliações de conduta e o bom andamento do grupo. As reuni-ões internas acontecem aos sábados a cada 15 dias. Também há encon-tros em sedes de outros moto clubes, além de festas. “Nos somos amigos, sempre somos transparentes uns com os outros. Acredito que esse seja o ponto que nos deixa mais unidos”, diz Verba.

Para fazer parte do grupo a pessoa deve ser convidada por um in-

tegrante para começar a rodar e co-nhecer todos os integrantes. Depois será decidido em reunião se a pessoa se integra ao grupo ou não. “A única coisa que exigimos, na verdade é mais uma tradição nossa: todos os nossos integrantes devem usar colete de couro preto”, finaliza.

uma irmandade. No MC, ao contrá-rio de outros, não é exigido que os integrantes tenham moto. O estatuto tem direitos e deveres, mas Verba ressalta que todos têm voz ativa na hora da decisão. A hierarquia não permite que um seja melhor que o outro e serve apenas como fator de organização. “Ao contrário do que muitos pensam, MC não é baderna. Somos organizados e respeitamos as regras”, conta.

Para os motociclistas, motoqueiro é aquele que faz arruaça, como

“estouro de escapamento”, “borra-chão com pneu”, desrespeita as leis de trânsito, e que promove eventos que só tem fins comercias, fugindo da ideologia dos MC.

O surgimento da irmandade deu-se a partir da idéia de dois ami-

gos. Na busca por um nome e uma imagem que identifica-se o grupo, a história dos Cavaleiros de Santiago ou Espatários caiu perfeitamente. Foi decidido que o brasão seria um escudo com duas espadas. “O escudo representa nossa defesa, e as duas espadas a nossa força e diferenças,

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Afim de aprofundar e renovar as raízes históricas e cultu-

rais, o Brasil em 2009 vai ganhar pouquinho de ares francês. Oui, oui, é isso mesmo! Depois de rece-ber um Brésil-Brésils ainda vivo, presente e pulsante na cultura francesa em 2005, este ano é a vez de fazer valer a recíproca. Os Mi-nistérios das Relações Exteriores e Europeias e da Cultura francesa implementado pela Culturesfrance em parceria com o Ministério de Relações Exteriores e da Cultura do Brasil, trazem ao país e também à Curitiba uma França moderna, rica pela diversidade com uma memória viva e sede de ultrapas-sar fronteiras. Nesta temporada um pedacinho dela se encontra no Museu Oscar Niemeyer, e quem está representando-a não é nada mais, nada menos que os irmãos

Lumière e os artistas contratados pela montadora Renault.

Logo de cara, na entrada da exposi-ção “Autocromos – O tempo da cor”

dos irmãos Lumière, curiosamente nos deparamos com cores numa tela de 160 por 193 cm: é a vista do Cabo Ruivo, pintada por Antônio Lumière em 1910, pais de Louis e Auguste, os conside-rados precursores do cinema. Isso só pra dar um gostinho da vivacidade de cores que o visitante irá experimentar nos ditos autocromos, um material feito a partir da fécula da batata. Depois de culturalizado, como apontaria o intelec-tual francês Claude Lévi-Strauss, o que seria apenas um produto comestível dá vez à transparência, luz, nitidez, relevo, veludos nas matérias e intensidade nas cores. O autocromo, posterior ao cinematógrafo, e também foi um invento que os irmãos Auguste e Louis preco-nizaram, e após mais de 100 anos de

Liber dade, Igual dade e Fraternidade: É o ano da França no Brasil

aRte

... e até os iRmãos luimièRe e a Renault foRam Convidados pRo evento!

Page 23: Revista Groove

sua invenção ainda traz uma qualidade plástica incrível. Parece que a imagem retratada pode, a qualquer momento, ganhar vida e transformar-se num filme cinematográfico.

A exposição traz no inicio retratos de momentos triviais da família

Lumière, perfis de Suzana, Henrique e Andréia, herdeiros da família, café-da-manhã, passeios por bosques, para numa ampliação quase panorâmica, dar lugar à vista de Mônaco desde Monte Carlo, uma imagem de Nice e ao lado deste o autocromo que representa a exposição toda: a banhista dos anos loucos, faixa azul no cabelo, um baby doll rosa com seus mamilos, no melhor estilo erótico-sutil francês, à mostra. Além de um autocromo legítimo de uma rosa ao final da exposição, há projeções de alguns dos primeiros filmes dos irmãos Luimière, como o da

refeição da família e o número 765, a dança da serpentina V. A exposição foi possível graças ao instituto Lumière de Lyon que preza pela conservação minuciosa das cores do material, exi-bindo uma qualidade de conservação impecável. O brilhantismo multicolo-rido e literal dos autocromos merece uma visita, e você pode fazer isso até o dia 13 de setembro!

Vizinho dos Lumière estão as obras encomendadas pela Renault a

alguns artistas, bastante representativos das artes plásticas. Alguns nomes: Dub-bufet junto a Jean Fautner representando a arte informal da França, Michaux e seu percurso do pictórico ao abstrato, Robert Rauschberg, voz da pop art americano, e Erró o representante deste mesmo movimento, só que na Europa. Uma séria fechada composta de 1967 a 1985, na qual 18 artistas ajudaram a contribuir.

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A mostra é exemplo de suces-so em aproximar dois mundos

distintos, a arte e a montagem em série. Os artistas, que tinham acesso aos espaços e materiais da empresa para buscar inspiração produziram suas obras que na exposição são dividias em quatro partes: O universo industrial, Mundo Dubuffet, Pintura abstrata e Pintura cinética. “Os artistas começaram a se interessar pela produção industrial, até então muito distante de suas vidas”, explica a curadora da exposição, Ann Hindry.

A relação homem-máquina é bastante explorada pela

maioria das obras, que traz uma visão explícita, porém não depreciativa, de como unidos

num corpo só, ela pode revelar novos horizontes. As obras tendem a aproxi-mar indivíduo e tecnologia no intuito de familiarizar esta relação.

Queremos, além de ampliar as colaborações e desenvolver o

intercâmbio na área do pensamento e também na dos negócios, mostrar uma França nova, moderna e diversa, já que o Brasil hoje também é visto assim, e tem um espaço muito importante entre as principais nações do mundo”, afirma o cônsul geral da França em São Paulo, Jean-Marc Gravier. “Uma aventura mo-derna – Coleção de arte Renault” fica até o dia 09 de agosto, ou seja, bom dar uma olhada na agenda e agilizar!

Luis Lima

aRte

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Geralmente associado às fami-geradas versões estendidas

de músicas, comuns nos anos 80 - e que afastaram muita gente da música eletrônica, por conta das produções de gosto questionável - o conceito de remix é mais antigo e extenso do que se imagina.

O provável exemplo clássico de remix é o ready-made de

Duchamp, que expunha obje-tos comuns como obras de arte, criando assim novos usos para estes. É exatamente o mesmo processo - trechos de músicas e vídeos são coletados, rearranjados e transformados em peças inéditas, o chamado mashup.

É neste ponto que essa cultura se torna marginal - as atuais

leis de propriedade cultural impe-dem um artista de utilizar trechos de outras obras sem pagar uma quantia quase sempre irreal para os detentores do direito autoral, o copyright.

Segundo Lawrence Lessig, pro-fessor de direito da universida-

de de Stanford e um dos criadores do Creative Commons - tipo de direito autoral de uso livre - a internet e o uso de meios digitais

de criação proporcionam uma liberdade criativa só comparada ao Iluminismo. Lessig também afirma em seu livro “Cultura Livre” que mesmo assim, nunca tivemos tanto conteúdo artístico sob controle de poucas empresas que exploram o mercado - e que isso torna a sociedade culturalmente passiva. É o lucro irrestrito, em detrimento da cultura mundial.

O cineasta canadense Brett Gaylor, criador do Open Source Cinema,

se apropria do raciocínio de Lessig para desvendar o mecanismo da indústria cultural no documentário “RIP! A Remix Manifesto”, lançado em outubro de 2008. O flime parte da carreira do produtor Gregg Gillis, conhecido como Girl Talk, para questionar as leis de co-pyright. Se Girl Talk tivesse que pagar por cada sample que utiliza em seus mashups, teria que desembolsar mais de quatro milhões de dólares por disco - mesmo que não cobre nada por eles.

Os defensores do copyright ale-gam que o custo de produção

para músicas e filmes é grande, e que a distribuição gratuita inviabiliza o investimento. No entanto, os estúdios

Tudo AoMesmo Tempo

Agora

a CultuRa do Remix desa-fia a indústRia CultuRal - e isso pode seR bom

aRte

Page 27: Revista Groove

Hermes Pons

O exemplo mais famoso é o do grupo inglês Radiohed, que dis-

ponibilizou o álbum “In Rainbows” mediante o pagamento de um valor que começa em zero. Os aspectos mais interessantes desta forma de distribuição é que a maioria das pes-soas paga algum valor, além de que a propriedade intelectual fica com quem é de direito, o autor.

Ainda estamos longe do desfecho deste jogo de interesses, mas o

primeiro passo pela livre divulgação de conteúdo artístico já foi dado. Em quem você aposta suas fichas?

de Hollywood e as grandes gravadoras em geral faturam muito mais do que investem. Por exemplo, uma obra só se torna domínio público nos EUA depois de 70 anos, o que cria uma cadeia de lucro imensa.

E adivinhe quem está no meio des-se fogo cruzado? Sim, você leitor,

ou melhor, todos nós. E podemos sair da posição confortável de espectado-res, e assumirmos o nosso lugar no ringue. Discos e livros gratuitos são cada vez mais comuns na internet - e não estamos falando de downloads ilegais. Um exemplo é o site Jamendo (www.jamendo.com), que disponibi-liza a obra de centenas de artistas, e você decide se paga ou não pelo conteúdo.

Tudo AoMesmo Tempo

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Page 28: Revista Groove

LIVROSLeite DerramadoChico Buarque

Chico Buarque encarna nesse verdadeiro ensaio sobre a introspecção humana o personagem Eulálio d’Assumpção. O fio condutor da narrativa são as confissões deste amistoso senhor, que no leito de um hospital, convida o leitor a imergir em sua solidão acompanhada. São amores, delírios e desejos se uma vida passada que tem sob o fundo a história do Brasil, mais especificamente a do Rio de Janeiro. Sucintamente nas belas palavras do jornalista Bruno Medina: “Uma obra dedicada ao desalento sentido por quem sabe que desperdiçou todas as chances que teve de amar e ser amado. É sobre a certeza de que o tempo nunca volta atrás. Uma vez derramado o leite, ainda resta o copo”.

Por Luis Lima

GourmetJiro Taniguchi e Masayuki Kusumi

No começo deste mangá, somos apresentados a um homem misterioso vagando por Tóquio, Osaka, e outros lugares do Japão. O autor, Jiro Taniguchi, libera as informações sobre sobre seu personagem aos poucos, em pedaços pequenos, servidos em meio a diversos pratos da culinária japonesa.

Entre as perambulações do protagonista por diversos restaurantes, suas lembranças vão aparecendo, sem sobressaltos, numa narrativa leve e fluida. A forma como a história é contada é o que faz de Gourmet uma leitura tão saborosa.

Por Rafael Antunes

Remix Lawrence Lessig

Se você já leu a reportagem “Tudo Ao Mesmo Tempo Agora”, já sabe de quem estamos falando. Larry Lessig fala sobre a criminalização da arte digital neste livro, e nas consequências para o futuro da humanidade caso as leis de direito autoral não sejam revistas. Segundo Lessig, o conhecimento e manipulação de tecnologias multimídia são a nova alfabetização, e sobre os riscos de criarmos toda uma geração de “criminosos digitais”. Imperdível para quem se interessa pelo casamento tecnologia-arte-comunicação. Disponível para download gratuito em http://www.lessig.org/blog/

Por Hermes Pons

DicasCulturais:

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AD

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Mobilidade, acesso à Inter-net em qualquer lugar, à

qualquer hora. Esse é o sonho de pessoas que pensam em adquirir um serviço 3G. A possibilida-de de estar online onde quer se esteja é atrativa e encanta muita gente. Mas será que na realidade o sonho se concretiza? No Brasil, onde a serviço ainda é recente, a história da tecnologia 3G está apenas começando, e por enquan-to, para muitos usuários, o sonho as vezes vira pesadelo.

O Brasil ainda não está total-mente coberto pelos serviços

disponíveis no país. Segunda a Agência Nacional de Telecomu-nicações (Anatel), apenas 8% do território brasileiro está coberta por sinal 3G. Mas mesmo dentro das áreas de coberturas, existem o que as operadoras chamam de “áreas de sombra”, que são regiões onde o sinal não funciona. “É estranho. Em alguns pontos da cidade, o sinal some, ou vai pra quase zero”, afirma o curiti-bano Pietro Alberto, que adquiriu um celular 3G há quatro meses. “Quando preciso viajar, então, fico numa incógnita. Será que vai funcionar, será que não?”,

completa ele.

Outra queixa constante dos usuários é a de que frequentemente as ope-

radoras não entregam o que prometem na hora da compra. “Minha conexão deveria ser de 1 Mega de velocidade, mas não é isso o que acontece”, recla-ma o empresário Maurício Zarine.

No site Reclame Aqui (reclame-aqui.com.br), as operadoras de

telefonia são campeãs de queixas por parte dos consumidores quanto aos serviços 3G oferecidos. Na página, os usuários botam a boca no trombone e tornam públicas suas experiências negativas com os serviços. O Orkut também é um espaço bastante usado para reclamações sobre Internet móvel. Comunidades mostram que não são poucos os descontentes. Alguns, sim-plesmente desistem do serviço depois de um tempo. É o que aconteceu com Zarine. “Resolvi cancelar minha assi-natura”, afirma, “e acho que não volto a usar tão cedo. Analisando a relação custo-benefício, não vale a pena. É um preço muito alto para pouco retorno”.

De fato, o preço cobrado pelos serviços disponíveis está longe da

realidade da grande maioria dos brasi-leiros. Primeiro, o custo para adquirir um aparelho que possua tecnologia

3G no Brasil, sonho ou realidade?teC

nolo gia

Page 31: Revista Groove

rafael antunes

do número de usuários e as opera-doras não estão se preparando para essa avalanche de novos clientes que chegam todo mês. Segundo es-pecialistas, se o número de usuários continuar a crescer no ritmo atual e as companhias não tomarem ne-nhuma atitude, em 2012 haverá um colapso do serviço.

Enquanto isso, os brasileiros continuam sonhando com o dia

em que a Intenet móvel 3G se torne acessível e a qualidade não fique à desejar.

3G é alto. Depois, a mensalidade das assinaturas exigidas pelas operadoras. Em média, o serviço men-sal fica em torno de R$120 para celulares smartphones, e de R$120 a R$190 para notebooks e computa-dores portáteis. Para estes, ainda é preciso comprar um modem especial, cujo preço varia de R$100 a R$500.

Apesar dos pesares...

Mesmo com todo esse panorama de reclamações

e descontentamento, o mercado bra-sileiro tem se mostrado bem recep-tivo para a tecnologia 3G. A Anatel divulgou que no mês de maio desse ano, o Brasil habilitou cerca de 2,9 milhões de aparelhos celulares, um número considerado expressivo.

Mas até o que parece ser uma notícia boa, na verdade pode

representar uma piora no serviço para os clientes das operadoras. Houve um crescimento muito rápido

3G no Brasil, sonho ou realidade?

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“O que você está fazendo?” Foi com esta pergunta que

uma ferramenta social conseguiu conquistar milhares de usuários e se tornar campeã em números de acessos únicos, batendo gigantes do mundo virtual, como o Face-book e MySpace. No primeiro se-mestre de 2009, o Twitter superou todas as expectativas, até as mais otimistas, e seguiu rumo a umas das popularizações mais surpreen-dentes da história. Respondendo àquela pergunta, com um texto de no máximo 140 caracteres, os usuários publicam mensagens informando o que estão pensando ou o que chamou sua atenção no momento, conversando entre si e respondendo uns aos outros. Mas será que foi apenas isso que deu ao Twitter o poder que ele tem hoje? Fazendo uma análise profunda da ferramenta, pode-se afirmar que existem mais coisas por trás dela do que supõe nossa vã filosofia.

Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter, afirma que “ele não

é uma rede social, mas sim uma nova forma de comunicação”. Fascinado pelo funcionamento das cidades e estudioso sobre como ela

se transforma, Dorsey conta que teve a ideia inicial para criação do servi-ço observando o sistema de rádio dos taxistas, com o qual “eles conversam o tempo todo, informando onde estão e o que estão fazendo”. O criador conta que levou anos aperfeiçoando a ideia e desenvolvendo o sistema, que ganhou vida em 2006.

Mas foi só em 2009 que começou o hype em torno do Twitter. No

início do ano, celebridades descobriram a ferramenta e começaram a usá-la, despertando o interesse da grande mí-dia. Tvs, jornais e revistas começaram então a dar destaque em suas pautas e a usar os tweets de famosos como Ashton Kutcher e Barack Obama em suas ma-térias. Pronto. Começou a corrida rumo ao Twitter.

Os números são surpreendes. Em pesquisa divulgada pelo Instituto

Nielsen Online, constatou-se um cresci-mento de 1382% no período de um ano. O total de visitas cresceu de 475 mil, em fevereiro de 2008, para 7 milhões, no mesmo mês em 2009. É a rede social que mais cresceu nesse ano.

Uma das forças inegáveis do Twitter é a propagação rápida de conteú-

do. Uma mensagem publicada por um usuário pode ser vista instantaneamente

O Twitter tem a forçaWeb

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rafael antunes

muito bem qualificados. 37,6% cursa Ensino Superior e 31,7% tem Ensino Superior Completo.

A vocação de disseminador de conteúdo é confirmada por outro

dado da pesquisa: quase 60% dos usuários possui blog. Também, 91,4% afirmam usar o Twitter como forma de se atualizar na Internet.

Outra característica a ser levada em consideração é que o Twitter

é uma ferramenta para heavy users, ou seja, pessoas que passam muitas horas conectadas. Segundo a Bullet, os twitteiros brasileiros ficam on line em média 46,57 horas/semana. É um dado interessante para se pensar quando ficou constatado que muita gente abandona o Twitter depois de um certo tempo. O interesse em fazer da rede é abandonado depois de uma experimentação rápida e superficial da ferramenta. Como disse o funda-dor Jack Dorsey, o Twitter não é rede social, é uma forma de comunicação.

por todos os seus seguidores. Se essa mensagem for uma notícia, uma infor-mação, um link relevante para quem a ler, há a possibilidade de repassá-la adiante, que por sua vez pode ser repassada e repassada novamente... É espantoso pensar nessa rapidez com que o Twitter permite disseminar uma informação. Prova cabal disso é a adesão à ferramenta por parte de quase todos os veículos da imprensa. Grandes jornais, como o New York Times, e Redes de TV, como a BBC, rapidamente enxergaram o potencial e passaram a fazer parte dos usuários.

No Brasil

Por aqui, o Twitter seguiu o mesmo caminho que lá fora.

A maioria dos usuários começou a aparecer em peso no primeiro semes-tre de 2009. Uma pesquisa realizada pela Agência Bullet revelou o pano-rama do Twitter no Brasil. Os maiores usuários são homens, 61%, contra 39% de mulheres. A idade varia de 21 a 25 anos. A pesquisa também revelou que o Twitter tem adeptos

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Hermes Pons

Imagine a seguinte situação: você precisa editar uma apre-

sentação para um cliente, mas as informações ficaram armazenadas no seu escritório. Além disso, seu notebook não possui as ferramen-tas necessárias para completar a tarefa. Complicado? Nem tanto, graças ao conceito que tem tudo pra ser a bola da vez na compu-tação – o Cloud Computing, ou Computação em Nuvem.

O surgimento de serviços como o Mobile Me da Apple, ou o

Google Apps mostram que essa é uma tendência sem volta – a possi-bilidade de produzir em ambientes virtuais. As vantagens são muitas – independência de sistemas ope-racionais, uso gratuito na maioria dos casos, facilitação de trabalhos cooperativos...

Outro conceito relacionado ao Cloud Computing é o de

Software as a Service, ou SaaS. Como o nome entrega, é o uso de softwares em nuvem, como um serviço.

Um bom exemplo é a ferramenta Hobnox Audiotool, para produção

de música eletrônica. No site, você configura seu setup de equipamento, produz, salva e compartilha – tudo no mesmo espaço. O site impressiona pelo realismo – até a maneira de interligar os instrumentos é da maneira mais tradicional possível, através de “cabos de áudio” virtuais.

O boom da Internet e dos compu-tadores pessoais - cada vez mais

poderosos e portáteis - trouxe uma de-mocratização da arte nunca antes vista. Desde o surgimento do protocolo MIDI – que permitiu que os computadores “conversassem” com os instrumentos, em tese qualquer pessoa pode ser um músico. Uma espécie de versão digital do faça-você-mesmo, que imperou no punk nos anos 70.

Mas como na vida real, o talento não muda por causa das novas

tecnologias.

Cloud Computing e ademocratização da arteWeb

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Cloud Computing e ademocratização da arte

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O Exterminador do Futuro - A SalvaçãoDepois de uma péssima terceira sequencia, O Exterminador do Futuro ganha um novo filme que consegue injetar ânimo na série. A Salvção é um excelente filme de ação. Mesmo não estando nem perto da competência de James Cameron, o diretor McG nos proporciona boas doses de adrenalina, com Christian Bale no papel de John Connor. O futuro pós rebelião das máquinas, dominado pela Skynet, ganhou uma interessante construção. Pode não ser uma obra-prima, mas com certeza vale o ingresso.Por Rafael Antunes

Cantoras do RádioO filme é um verdadeiro grito de resistência. Uma homenagem delicada e dedicada aos anos dourados do rádio entre 1930 e 1950, período no qual o rádio se consolidou como o veículo de massas no Brasil. Não atrai pela qualidade técnica, aliás, bem precária, roteiro fluído ou mesmo a própria temática, ao primeiro olhar, desinteressante para muitos. Uma ode à própria música popular brasileira que teve como ponto de partida o show “Estão Voltando as Flores”, criado e dirigido pelo pesquisador Ricardo Cravo Albin, que celebra dez grandes cantoras do rádio, dentre elas, Elizete Cardoso, Marlene, Emi-linha Borba, Dalva de Oliveira, Isaurinha Garcia e a saudosa e brasileiríssima Carmem Miranda. Para dar conta de músicas que foram eternizadas no imaginá-rio de poucos, conta com a participação especial de Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas, Ellen de Lima e Violeta Cavalcante quatro divas da gloriosa Era do Rádio no Brasil. Por Luis Lima

Transformers - A Vingança Dos DerrotadosA sequência do filme lançado em 2007 tem tudo para não decep-cionar os fãs. A despeito da demonstração gratuita de tecnologia bélica dos EUA - eles têm mais alguma coisa do que se orgulhar? - o filme entrega a infalível combinação humor + efeitos + ação elevados à enésima potência em comparação ao antecessor. O úni-co senão fica por conta das sequências melosas dos personagens representados por Shia LaBeouf e Megan Fox, típico dos filmes dirigidos por Michael Bay. Um dos prováveis sucessos de bilhete-ria do ano, perfeito para quem não se incomoda fazer da sua mente um vazio total por duas horas e meia. O que, convenhamos, não é o fim do mundo. Por Hermes Pons

BesouroO filme Besouro, ambientado na década de 20, traz o gênero Wuxia, presente no filme O Tigre e o Dragão, para o cinema brasileiro. Para o diretor João Daniel Ti-khomiroff, este é um filme “de fantasia, baseado nas lendas a respeito do Besouro”.Quem já fez capoeira deve conhecer ao menos pelas músicas o tal do mestre Besouro, personagem principal do filme. A maior parte do que se sabe sobre o personagem vem das músicas a seu respeito, comuns nas rodas de capoeira há 80 anos. Besouro Man-gangá, ou Besouro Cordão de Ouro, era o apelido de capoeira de Manoel Henrique Pereira, que viveu entre 1897 e 1924. Muito popular na cidade por suas extraordi-nárias habilidades na capoeira, Besouro está presente no livro o livro “Feijoada no Paraíso - a saga de Besouro, o capoeira”, de Marco Carvalho, que inspirou o diretor. Também é citado o livro Mar Morto, de Jorge Amado, como “o mais valente dos negros do cais de Santo Amaro).As cenas de lutas exageradas se devem ao gênero do filme, e tiveram o coreógrafo Hiuen Chiu Ku (Matrix e Kill Bill) como responsável. Por Raquel Leite

DicasCulturais:

FILMES

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AD

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