revista dos bancários 10 - ago. 2011

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 1 FIM DO ASSÉDIO MORAL FIM DAS DEMISSÕES PLR MAIOR IGUALDADE DE OPORTUNIDADES MAIS SEGURANÇA FIM DAS METAS ABUSIVAS AUMENTO REAL EMPREGO DECENTE Os bancários já deram início à Campanha Nacional 2011. Mas ainda há um longo caminho para conquistar as reivindicações Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br DOS Bancários Revista Ano I - Nº 10 - Agosto de 2011 Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco

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Inicio da Campanha Nacional, dia dos pais,

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Page 1: Revista dos Bancários 10 -  ago. 2011

REVISTA DOS BANCÁRIOS 1

FIM DOASSÉDIOMORAL

FIM DASDEMISSÕES

PLR MAIOR

IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

MAISSEGURANÇA

FIM DASMETAS

ABUSIVAS

AUMENTOREAL

EMPREGO DECENTE

Os bancários já deram início à Campanha Nacional 2011. Mas ainda há um longo caminho para conquistar as reivindicações

Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br

DOS BancáriosRevista

Ano I - Nº 10 - Agosto de 2011 Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco

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2 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Opinião Editorial

>>Os bancos estão usando a rotatividade para achatar os salários, numa prática perversa que pulveriza os aumentos reais conquistados pelos bancários nas últimas Campanhas

Prática perversaOs bancários estão começando mais uma Campa-

nha Nacional, que tem rendido bons frutos nos últimos anos. Desde 2003, nossa categoria tem ampliado seus direitos e conquistas e, sobretudo, tem garantido au-mento real de salários em todos os anos.

Mas grande parte desse incremento na renda corre o risco de se perder graças à uma estratégia adotada pelos bancos e que é, no mínimo, perversa.

Segundo pesquisa divulgada no último dia 25 pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Tra-balhadores do Ramo Financeiro), os bancos estão usando a rotatividade para achatar os salários. No primeiro trimestre deste ano, as instituições financei-

ras contrataram 15.798 pessoas e demitiram 8.947. Em que pese o saldo positivo das contratações, a massa salarial caiu 42,97%, já que os admitidos recebem R$ 2.330,25 enquanto os desligados ganhavam R$ 4.086,32.

Além de usar a rotatividade para reduzir os salários, os ban-cos estão indo na contramão de uma das lutas mais importantes dos bancários: a igualdade de oportunidades. Segundo a pes-quisa, o salário pagos tanto para as trabalhadoras admitidas quan-to para as desligadas é inferior

ao dos homens. As mulheres desligadas saíram do banco com rendimento médio de R$ 3.410,41, valor 27,41% inferior ao dos bancários. A mão de obra fe-minina começa a trabalhar ganhando, em média, R$ 2.004,21, enquanto a masculina recebe o equivalente a R$ 2.639,32, uma diferença de 24,06%.

Nesta Campanha Nacional que está começando os bancários também vão lutar pela proteção ao emprego, que colocaria um ponto final na rotatividade. Quere-mos que os bancos cumpram a Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que proíbe as dispensas imotivadas em empresas lucrativas.

Afinal de contas, os bancos lucraram nada menos que R$ 12 bilhões só no primeiro trimestre deste ano. Nada mais justo que coloquem em prática a tão falada responsabilidade social, que hoje só existe nas propagandas.

DOS BancáriosRevista

Redação: Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-00Fone: 3316.4233 / 3316.4221Correio eletrônico: [email protected]ítio na rede: www.bancariospe.org.br

Presidenta: Jaqueline MelloSecretária de Comunicação: Anabele SilvaJornalista responsável: Fábio Jammal MakhoulConselho editorial: Josenildo dos Santos (Fio), Geraldo Times, Tereza Souza e Jaqueline MelloRedação: Fabiana Coelho e Fábio Jammal MakhoulProjeto visual e diagramação: Libório Melo e Bruno LombardiFoto da capa: Arte sobre foto de Ivaldo BezerraImpressão: NGE GráficaTiragem: 10.000 exemplares

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

ÍndiceJornada de Luta da CUT

Campanha Nacional

Entrevista: Carlos Cordeiro

Especial: Dia dos pais

Dia do bancário em família

Bancário artista

Dicas Culturais

Dia do Folclore

Conheça Pernambuco

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 3

JCMA

zELL

A

EM PERnAMBuCo, 2 MIL TRABALhAdoRES FoRAM àS RuAS PARA CoBRAR GoVERno E EMPRESáRIoS

A hora do trabalhadorCUT apresenta pauta

de reivindicações para o segundo semestre e

exige mais valorização para os trabalhadores

REVISTA DOS BANCÁRIOS 3

Aumentos reais de salário, menos impostos, proteção contra a terceirização, fim do fator previdenciário, apo-

sentadorias maiores e trabalho decente. Essas são as principais reivindicações da CUT (Central Única dos Trabalhadores) para o segundo semestre deste ano.

Para colocar a pauta em destaque, milhares de trabalhadores tomaram as ruas de várias capitais do Brasil, em 6 de julho, e realizaram uma série de protestos e manifestações. Em Pernambuco, mais de 2 mil pessoas saíram em caminhada da Praça Osvaldo Cruz, na Boa Vista, até a

Mobilização Nacional

Praça do Carmo, no centro do Recife. O Sindicato e os bancários engrossaram a marcha.“Essa luta da CUT vai ajudar – e muito – a mobilização dos bancários, que estão

começando a sua Campanha Nacional”, comenta a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues. Ela explica que a jornada da CUT também reivindica ganhos reais para as categorias que fazem sua campanha salarial no segundo semestre, como os bancários.

“Essa é a hora de os trabalhadores ampliarem as suas conquistas, já que o Brasil vive um ótimo momento econômico. Não é só os patrões que devem ganhar, os empregados também precisam ser valorizados. Além disso, temos problemas que precisam de soluções urgentes, como o famigerado fator previdenciário, que tem de acabar”, diz Suzi.

Para o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, uma das frentes de batalha da CUT para garantir que as reivindicações se tornem realidade será no Congresso Nacional. “Vamos fazer pro-testos, manifestações e reuniões com deputados e senadores para garantir que a pauta dos trabalhadores seja cumprida. Mas todo mundo pode ajudar. Envie e-mails para o seu parlamentar cobrando que ele vote os temas que nos interessam”, ressalta Fabiano.

Também integram a pauta de reivindicações da CUT a redução da jornada de tra-balho para 40 horas semanais sem redução de salário; o fim da violência na área rural e nas florestas; o fim do imposto sindical; que os aeroportos não sejam privatizados; trabalho decente para todos; que as empresas e os bancos sejam proibidos de dar di-nheiro para candidatos a cargos políticos; que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil seja investido em educação pública; e comida mais barata.

<<Mobilização da CUT vai ajudar os bancários, que estão em Campanha Nacional

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4 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Depois de dois meses de preparação, a Campanha Nacional dos Bancários co-meçou pra

valer, agora em agos-to . Nos p róx imos dias, os trabalhadores vão entregar a pauta de reivindicações aos bancos para dar iní-cio às negociações. Aumento real de sa-lários, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) maior, melhores condições de trabalho, mais segurança e fim do assédio moral e das

metas abusivas estão entre as prioridades.Para transformar as reivindicações em realidade e ampliar as conquistas dos

bancários, o Sindicato está preparando uma série de atividades de mobilização para pressionar os bancos. De acordo com a presidenta do Sindi-cato, Jaqueline Mello, esta deve ser mais uma Campanha difícil para os trabalhadores.

“Historicamente nunca foi fácil negociar com os bancos. As instituições financeiras sempre tentam fechar um acordo rebaixado. Além de ignorar as reivindicações dos bancários, as empresas ainda tentam retirar alguns direitos já conquistados. Nos últimos anos, temos quebrado a intransigência dos bancos na mesa de negociações e garantimos grandes acordos graças à nossa mobilização. E este ano não será diferente. Se quisermos

ampliar as nossas conquistas, teremos de mostrar força e todo o nosso poder de pressão”, explica.

Para Jaqueline, agora é hora de os bancários discutirem a Campanha Nacional

Campanha Nacional Capa

Recomeça a lutaOs bancários acabam de dar início a mais uma Campanha Nacional. Nos próximos dias, começam as negociações e, agora, é retomar a luta para ampliar as conquistas

Entre as prioridades deste ano estão o aumento real de salários, PLR maior, mais segurança e fim do assédio moral e das metas abusivas

ASSIM CoMo no Ano PASSAdo, MoBILIzAção SERá FundAMEnTAL PARA PRESSIonAR oS BAnCoS

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 5

com seus colegas de agência ou depar-tamento e participar das atividades que serão propostas pelo Sindicato. “Os trabalhadores devem ficar atentos e se manter informados sobre as negocia-ções e as atividades que o Sindicato vai realizar. E a melhor maneira de obter a informação verdadeira é pelo site e pelos veículos de comunicação do Sindicato. É comum, neste período, que os bancos espalhem boatos para confundir os bancários. Por isso, é importante que o trabalhador procure acompanhar o andamento da Campanha pelo Sindicato”, afirma.

Para maNTEr o DEsEmPENho

No ano passado, os bancários conquis-taram o melhor acordo com os bancos dos últimos vinte anos. Para tanto, os trabalha-dores tiveram de construir a maior greve deste período. As greves, por sinal, têm sido comuns para a categoria. Desde 2003, não há um ano sequer em que os bancários não cruzem os braços para pressionar os bancos e garantir, assim, as reivindicações que as instituições financeiras se negam a atender pela via negocial.

“Infelizmente, a greve tem sido a única linguagem que os banqueiros

entendem. O Sindicato, como sempre, aposta nas negociações para solucionar os impasses. Mas os bancos têm dificultado as negociações e todos os anos temos de ir à greve. Esperamos que para este ano as empresas tenham amadurecido e que os debates sejam produtivos. Mas, caso contrário, vamos parar novamente. Por isso, é importante que os bancários mantenham-se mobilizados desde já”, explica Jaqueline.

Graças à mobilização e à pressão, os bancários conquistaram, de 2003 para cá, 83,43% de reajuste salarial, contra uma inflação de 65,71%. Significa que a categoria teve, neste período, 17,72% de aumento real. Para os bancários que ganham menos, a valorização foi ainda maior. Desde 2004, o piso da categoria cresceu 77,9%, aumento real de 26,3%.

Neste período, os bancários tam-bém conquistaram grandes avanços na PLR, incluindo a incorporação de uma PLR adicional, garantiram a 13ª cesta--alimentação, ampliação da licença--maternidade para 180 dias e a extensão do direito aos casais homoafetivos de incluir parceiros como dependentes no Plano de Saúde, além de um acordo inédito no país para combater o assédio moral dentro dos bancos.

Para Jaqueline, todas essas conquistas não vieram por acaso. Elas são fruto da mudança de estratégia adotada pelos ban-cários em 2003. “Até então, nossas cam-panhas eram divididas, com funcionários dos bancos públicos e privados negocian-do separadamente. Em 2003, adotamos a estratégia da unidade; todos negociam as mesmas reivindicações com a Fenaban, enquanto as questões específicas de cada banco são debati-das em paralelo. Assim, unificamos os 470 mil ban-cários do Brasil em torno de uma única pauta. Isso aumentou o nosso poder de pressão e o resultado é que, a cada ano, temos ampliado as nossas conquistas”, diz.

Com mais uma Campanha nas ruas, os bancários estão na expectati-va de que 2011 seja tão bom quanto os anos anteriores. Mas, como nenhuma conquista cai do céu, a luta e o nível de mobilização novamente serão fundamen-tais para determinar se a Campanha será ou não vitoriosa.

“Nossa Campanha depende de cada bancário. Sabemos que fazer uma para-lisação ou um protesto contra os bancos não é tarefa fácil. Mas se tivermos unidos em torno de um objetivo será mais fácil resistir à pressão das instituições finan-ceiras para construirmos uma grande mobilização”, finaliza Jaqueline.

Campanha Nacional Capa

As greves têm sido comuns para a categoria. Desde 2003, não há um ano sequer em que os bancários não cruzem os braços para pressionar e garantir as reivindicações que as instituições financeiras se negam a atender pela via negocial

LuME

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ToS

ACoMPAnhE AS nEGoCIAçõES E oS PRóxIMoS PASSoS dA CAMPAnhA nACIonAL PELo SITE do SIndICATo: www.BaNCariosPE.org.Br

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Na luta peloemprego decentePara o presidente da Contraf, os bancários são exemplos para outras categorias, mas a falta de condições de trabalho nos bancos ainda é um entrave que precisa ser resolvido

Entrevista Carlos Cordeiro

Carlos Alberto Cordeiro da Silva é bancário do Itaú há 27 anos. Mas, nos últimos quin-ze anos, Carlão, como é conhecido, abriu mão da sua carreira profissional para lutar

em prol dos interesses dos seus colegas bancários. Virou militante do movimento sindical, pro-

tagonizou uma bela história de lutas e conquistas na antiga Confederação Nacional dos Bancários (CNB) e ajudou na construção da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), fundada em 2006. O objetivo da nova entidade é representar todas as pessoas que prestam serviços para os bancos, mas que ficaram à margem da Convenção Coletiva dos Bancários, já que as instituições financeiras decidiram seg-mentar a categoria, criando novas profissões, como financiários, promotores de crédito.

Em 2009, Carlão assumiu a presidência da Contraf-CUT. De lá para cá, organizou a luta dos bancários e ajudou os sindicatos a garantir muitas conquistas para a categoria, como os su-cessivos aumentos reais de salários, os avanços na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e, mais recentemente, a igualdade de direitos entre os bancários que têm relações homoafetivas e o acordo que combate o assédio moral nos bancos.

Mas Carlão destaca que os bancários ainda têm um longo caminho a percorrer em busca de melhores condições de trabalho. Embora a cate-goria tenha mais direitos e sirva de exemplo para os demais trabalhadores brasileiros, os bancários sofrem com a falta de um emprego decente. Este, aliás, será o grande mote da Campanha Nacional que está começando, conforme explica Carlão, em entrevista exclusiva à Revista dos Bancários.

ConT

RAF-

CuT

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 7

Qual a expectativa para a Cam-panha Nacional 2011?

O Brasil está vivendo um momento especial de crescimento econômico. E os bancos têm batido recordes de lucratividade. Isso não quer dizer que nossa Campanha será fácil, muito pelo con-trário. Embora o siste-ma financeiro seja, de longe, o setor que mais ganha dinheiro no país, os bancários vivem uma situação complicada. A falta de condições de trabalho é gritan-te, e nossa categoria é uma das que sofre com doenças ocupacionais. Para a Campanha deste ano, elegemos como grande mote a busca pelo emprego decente. Queremos estabilidade no emprego, f im da rotatividade, mais segu-rança nos bancos e fim do assédio moral e das metas abusivas, além de uma remune-ração decente. Hoje, os executivos dos bancos chegam a ganhar até 400 vezes mais que um bancário.

No ano passado, os bancários fizeram a maior greve dos últimos vinte anos e conquistaram o melhor acordo fechado com os bancos em duas décadas. Dá para repetir este ano o sucesso da Campanha Nacional do ano passado?

Dá para repetir, mas isso vai depen-der da nossa mobilização. Os bancos nunca nos deram nada de graça, tudo o que conquistamos foi com muita luta. No ano passado, para garantir o melhor acordo dos últimos vinte anos tivemos de realizar uma das maiores greves que os bancários já fizeram no Brasil. Portanto, precisamos desde já mostrar a nossa for-

ça e unidade, e nos manter mobilizados.

Os bancários chamam sua campa-nha salarial de Campanha Nacional porque as reivindicações não são meramente salariais. Segundo pes-

quisa aplicada pelo Sindicato no mês de junho, os bancários querem, sobretudo, o fim do assédio moral e das metas abusivas. O que nossa categoria precisa para resolver esses dois problemas?

Nós temos lutado contra as metas abusi-vas e o assédio moral há anos. No ano passa-do, conquistamos um importante e inédito acordo no Brasil que combate o assédio mo-ral nos bancos. Para este ano, vamos ampliar a nossa luta, exigindo dos bancos um emprego decente. É uma briga

árdua, mas com persistência e mobi-lização vamos conseguir resolver o

problema. Até porque, nossa categoria não pode continuar entre os líderes em doenças ocupacionais.

Você tem defendido, em artigos publicados pela grande imprensa, a necessidade de o Brasil realizar uma conferência sobre o sistema financeiro, que até agora não possui uma regula-mentação. Em quê os bancos precisam mudar para que, de fato, contribuam com o desenvolvimento do Brasil, como manda a nossa Constituição?

Não é possível ter desenvolvimento com esse sistema financeiro que temos hoje. É preciso baixar a taxa Selic e regu-lar o sistema. Não podemos permitir que o Conselho Monetário Nacional (CMN) continue com esse que é o maior progra-ma de transferência de renda do Brasil: o bolsa-banqueiro. Temos de incluir no CMN a representação dos trabalhadores e de outros setores da sociedade. Vamos aproveitar a nossa Campanha para inter-vir no debate nacional. Já aprovamos na CUT e vamos levar ao governo Dilma a proposta de realização de uma Conferên-cia Nacional do Sistema Financeiro, nos moldes das demais conferências setoriais que vêm sendo realizadas nacionalmente.

<<“Não é possível ter desenvolvimento com esse sistema financeiro que temos hoje. É preciso baixar a taxa Selic e regular os bancos. Não podemos permitir que o Conselho Monetário Nacional continue com esse que é o maior programa de transferência de renda do Brasil: o bolsa-banqueiro”

Entrevista Carlos Cordeiro

PriNCiPais rEiviNDiCaçõEsREAJUSTE SALARIAL12,8% (composto por aumento real de 5% mais reposição da inflação projetada em 7,8%)

PLRTrês salários mais R$ 4.500

PISOEquivalente ao salário mínimo do dieese (R$ 2.297,51 em junho)

VALES REFEIÇÃO E ALIMENTAÇÃO E AUXÍLIO CRECHE/BABÁ R$ 545 cada

CONTRATAÇÃO DA REMUNERAÇÃO TOTALIncorporar ao salário todas as verbas que os bancários recebem

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTARFundo de pensão para os bancários em todos os bancos

EMPREGO DECENTEPlano de cargos e salários para todos, fim das metas abusivas, combate ao as-sédio moral, segurança contra assaltos, garantia contra dispensas imotivadas, mais contratações, fim da rotatividade, reversão das terceirizações, inclusão bancária, igualdade de oportunidades e aposentadoria digna

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8 REVISTA DOS BANCÁRIOS

>>O grande desafio dos pais é não levar os problemas do banco para casa e ainda se fazer presente e atento na criação dos filhos

Especial Dia dos Pais

Mais que exemplosNo mês dos pais, a Revista ouviu bancários que se dividem entre a profissão e os filhos

Dividir o trabalho no banco com a tarefa de criar os fi-lhos não é nada fácil. Ainda mais para os bancários, que

estão numa das profissões mais estres-santes do mundo. O grande desafio é não levar os problemas para casa e ain-da se fazer presente e atento na criação

das crianças.O empregado

da Caixa, Miguel Correia, sabe mui-to bem das dificul-dades de ser pai e bancário. Miguel também é militan-te, foi presidente do Sindicato, e é conselheiro da Funcef (Fundo de

Pensão dos Empregados da Caixa). Trabalho não lhe falta. No entanto, no tempo que passa com a família, ele sempre foi um pai presente. “A quantidade de tem-po não é o que mais importa. Há pais que passam o dia em casa mas, centrados em suas próprias preocupações, não dialogam nem participam da educação dos filhos”, diz.

Não é o seu caso. Pedro Ivo, seu menino mais novo, é hoje quase adolescente. E tem no pai um exemplo: de conduta e equilíbrio, diálogo e orientação. Do primeiro casamento, ele tem outras três meninas, todas com mais de 20 anos. “Quando eu me separei, a mais velha tinha apenas quatro anos. E viajavam comigo. Eu troca-va fralda, dava banho... Com Pedro Ivo não foi muito diferente”, conta Miguel.

A separação, no primeiro casamento, não foi fácil. Miguel teve de se esforçar bastante para garantir a convivência com as filhas. Mas, hoje, com as meninas já criadas, ele vê que valeu a pena. Juliana terminou agronomia. Mariana cursa fonoaudiologia e, de vez em quando, procura o pai para buscar orientação para a tese. E a mais nova, Ana Luíza, cursa enfermagem e é, segundo o pai, a mais desprendida. “A gente tem que criar os filhos para o mundo e, ao mesmo tempo, defendê-los do mundo”, diz.

Os filhos do bancário Robson Oliveira, do HSBC, também estão prontos para enfrentar o mundo. O mais velho, Rafael, é engenheiro eletrônico e já trabalha. O mais novo, Robson, vai começar o curso de engenharia da computação. To-

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Em busca das relações compartilhadasO movimento sindical bancário está na vanguarda da discussão sobre Rela-

ções Compartilhadas. Em 2001, a Contraf (Confederação Nacional dos Traba-lhadores do Ramo Financeiro) lançou uma cartilha para discutir o assunto, com o objetivo de tentar superar a separação de papéis entre homens e mulheres. Atualmente, entre as reivindicações que vêm sendo discutidas com os bancos na mesa temática sobre igualdade de oportunidades, os bancários querem ampliar a licença-paternidade para 180 dias. Afinal, a responsabilidade de manter a casa e criar os filhos deve ser dividida igualmente entre homens e mulheres.

dos moram juntos, com os pais. “Eles têm liberdade, mas não deixam de ter respeito e disciplina. Acho que amor é isso: não é passar a mão na cabeça, mas dar a noção de limites e valores”, afirma o pai.

Quando pequenos, era ele quem tomava conta dos meninos durante os finais de tarde e as noites quando a mãe, aeroviária, tinha de sair para trabalhar. “Ela desmamava, deixava o leite na geladeira e eu acordava de noite, alimentava, colocava para arro-tar”, lembra.

Glauco Mascarenhas Júnior, bancá-rio da Caixa, também já trocou muita fralda, de crianças de várias gerações. A mais velha tem 24 anos. A mais nova, doze. São duas filhas do primeiro ca-samento e um casal do segundo. “Eu venho de uma família de sete irmãos, em que os mais velhos ajudavam a

RoBSon E SEuS RAPAzES: “AMAR É dAR LIMITES E VALoRES”

AdILSon E CARoL: GRudAdoS PARA SEMPRE

Especial Dia dos Pais

criar os mais novos. Cresci tomando conta de criança. E, como pai, não foi diferente. O primeiro banho da minha filha mais velha, por exemplo, fui eu

quem dei”, lembra Glauco.Dois anos depois de separar-se da pri-

meira esposa, a família sofreu um baque: a mãe das meninas sofreu um derrame e faleceu. Sua filha mais nova tinha, então, seis anos de idade. “Foi difícil. As crianças ficaram atônitas. Mas fizemos questão de levá-las para acompanhamen-to psicológico e manter o contato com a antiga babá, a avó materna, o colégio”, conta o bancário. Desde então, as meni-nas passaram a ser criadas por ele, junto com a atual companheira, que também é bancária da Caixa, com quem ele tem outros dois filhos. E, às vezes, no final de semana, a família inteira se junta.

Superpai é também Adilson Rocha. E os colegas do Bradesco já sabem disso, de tanto que o escutam falar de sua menina, a pequena Ana Carolina, de 6 anos. O bancário trabalha durante a noite. Pai e filha são tão grudados que ele chega no meio da madrugada e a menina percebe sua presença, acorda e invade a cama do pai. E não é para menos: Adilson sempre foi um paizão. “Quando ela era bebê, eu chegava de madrugada e mandava a mãe dormir. Às vezes, ela estava chorando e basta-va eu colocá-la nos braços que ela se acalmava”, lembra.

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10 REVISTA DOS BANCÁRIOS

De geração em geraçãoFaz 60 anos que os bancários ganharam uma data especial para comemorar o seu dia, em 28 de agosto. Nessas seis décadas, muita coisa mudou na profissão

Dia do Bancário história

Há 60 anos, os bancários inicia-vam uma greve de 69 dias que entrou para a história. Foi as-sim, da luta da categoria, que

nasceu o Dia do Bancário, comemorado em 28 de agosto. De lá para cá, muita coisa mudou – na organização do trabalho e do movimento sindical.

Pedro Valdevino passou 32 anos no Banco do Brasil e viveu muitas dessas mudanças. Quando começou sua carreira, na década de 1970, a rotina era bem di-ferente que o ambiente em que ele viveu antes de aposentar-se, em 2003. Pedro viu o banco mudar o rumo de suas atividades; viu a tecnologia criar facilidades que não se converteram em benefícios para o tra-balhador; viu muita gente ser transferida ou pressionada a sair em Programas de

Demissão Voluntária. Hoje, quem dá continuidade a esta trajetória é seu filho, Mateus Gonçalves, que trabalha no BB desde 2007. Mas a história já é outra...

Mateus trabalha no caixa e faz, em média, duas horas extras por dia. Pedro, mesmo no início de sua carreira, também extrapolava a jornada, às vezes até mais que duas horas. Na época, tudo era feito manualmente: cada cliente tinha sua ficha, onde se datilografava cada movimentação bancária. A comunicação entre agências era feita por rádio ou telex. Fichá-rios enormes guardavam o histórico de cada usuário. “Era muito trabalho, mas bem menos estresse”, conta o bancário, que acompanhou as várias fases da organização do trabalho.

Ele lembra que os primeiros computadores começaram a ser implantados na sede do banco. Depois, aos poucos, foram chegando às agências. Às vezes, o sistema caia, mas a tecnologia facilitou, e muito, o trabalho na empresa. “A gente pôde se dedicar mais a atender o cliente”, diz Pedro. Essa facilidade inicial não duraria muito. Hoje, seu filho Mateus traba-lha em um ambiente todo automatizado, onde nada é feito manualmente e até as assinaturas são conferidas por computador. A agilidade e rapidez proporcionadas pela tecnologia não diminuíram sua carga horária. Também não lhe permitiram se dedicar a atender o cliente.

Quando Pedro Valdevino começou a trabalhar, na agência Cabrobó, a finalidade do Banco do Brasil era captar e emprestar. Não era preciso ligar para o cliente, ele mesmo procurava a agência. Também não havia produtos a serem vendidos, nem metas a serem cumpridas. Tudo isso ele viu se transformar ao longo de seus mais de trinta anos de carreira.

MESMo SEM oS AVAnçoS TECnoLóGICoS, o TRABALho doS BAnCáRIoS dE AnTIGAMEnTE ERA BEM MEnoS ESTRESSAnTE

BETo oLIVEIRA E ARquIVo dA CuT

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REVISTA DOS BANCÁRIOS 11

Na época, ser empregado do Banco do Brasil era o sonho de todo brasileiro e objeto de desejo de quem trabalhava nos bancos privados. Além do status, a remuneração era boa, assim como o Plano de Saúde e a Previdência. Vieram então os tempos de congelamento de salário e inflação enorme. Pouco a pouco, os sa-lários foram ficando defasados, a tal ponto que, no concurso de 1987, muito concur-sado não quis tomar posse. E, atualmente, Mateus confessa: não quer fazer carreira no banco. “A profissão não é valorizada. Só quem ganha bem é o gerente, mas o estresse não compensa”, diz.

Não foi só a remuneração que mudou. A cada ano, o BB foi ficando mais pare-cido com os bancos privados. As metas, a competição, a pressão... tudo isso mudou o ambiente de trabalho. “Antes, quase não ha-via conflitos. Passávamos o dia trabalhando,

depois saíamos todos juntos”, lembra Pedro. Ele viveu ainda uma outra experiência

bastante traumática: os PDVs (Planos de Demissão Voluntária): “No primeiro PDV, em 1995, eles não alcançaram a projeção e começaram a pressionar. Recebíamos documentos todos os dias. Diziam que os

solteiros seriam trans-feridos, que a agência diminuiria o quadro e os excedentes podiam ser mandados para qualquer lugar... Mi-nha esposa, por exem-plo, não aguentou e pediu aposentadoria. Muitas outras pessoas saíram sem querer”. Hoje, a situação se

inverteu: boa parte dos funcionários do BB vão ficando na empresa apenas enquanto não arranjam um trabalho melhor.

TEmPos DE miLiTâNCiaHá outra coisa que distingue pai e

filho em suas trajetórias de bancários: a

militância sindical. Pedro Valdevino entrou no banco em 1971, tempos de ditadura mas também de desejos de revolução. Três anos depois, foi trabalhar no Rio de Janeiro, onde dividia a casa com um grupo de jovens, to-dos envolvidos com movimento estudantil.

Na agência em que trabalhava, entrou em contato com o grupo que se tornaria a oposição bancária do Rio de Janeiro. “Fazí-amos reuniões clandestinas. Para distribuir panfletos, um de nós encostava discreta-mente no balcão, deixava um punhado deles e saía. Em 1977, eu estava de férias, no Recife, quando aconteceram as últimas prisões da ditadura. Muitos de meus amigos foram presos e torturados. Vários deles nunca mais foram os mesmos”, conta Pedro.

De volta ao Recife, ele veio cheio de ideias revolucionárias. E foi um dos que iniciaram a gestação da oposição bancária em Pernambuco, que dez anos mais tarde retomaria o Sindicato para as mãos dos bancários.

Em 1987, foi a oposição quem tomou a frente da organização da greve. “E a defasagem salarial estava imensa. Quem trabalhava no interior não tinha como se sustentar. Viajamos por todas as regiões do estado e conseguimos um reajuste de 89%”. No ano seguinte, a oposição, finalmente, ganhou as eleições. Começa-va, então, a trajetória de Pedro dentro do Sindicato dos Bancários de Pernambuco.

Seu filho, Mateus, respeita e sente orgulho por esta história do pai. Par-ticipa das greves, mas a militância e o movimento sindical nunca lhe passaram pela cabeça. A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, lembra que a nova gera-ção de bancários cresceu em um ambiente marcado pelo estímulo ao individualismo e à competição desenfreada, mascarados com o nome de produtividade.

“De 2003 para cá, temos conseguido avançar lentamente. Nosso desafio é este: que os mais novos conheçam e reconhe-çam a riqueza de nossa história e deem continuidade a ela”, diz Jaqueline.

<<A agilidade e rapidez proporcionadas pela tecnologia não se traduziram em benefícios ou melhores condições de trabalho para os bancários

Dia do Bancário história

MESMo SEM oS AVAnçoS TECnoLóGICoS, o TRABALho doS BAnCáRIoS dE AnTIGAMEnTE ERA BEM MEnoS ESTRESSAnTE

BETo oLIVEIRA E ARquIVo dA CuT

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Para os colegas de agência e clientes do Itaú Parque Amo-rim, ele é João Carlos Pimentel – bancário há dez anos. Para

quem gosta de música e, principalmente de samba, ele é João Villa e está prestes a lançar seu primeiro CD. A intenção é que, ainda este ano, o disco “Nosso jeito de amar” esteja circulando, com composições próprias e do músico Salgadinho, ex-Catinguelê.

Salgadinho é, aliás, um dos braços direitos de João Villa em sua carreira no samba. Uma trajetória que começou há pouco tempo, mais especificamente

Nas asas do samba

Cultura Bancário artista

no ano passado. “Minha relação com a música é antiga: eu sempre gostei de cantar, principalmente samba. Eu fazia parte de uma banda da Igreja e, mesmo lá, tocávamos pagode evangélico. Depois, com a rotina de trabalho, acabei dei-xando tudo de lado. Mas, no final do ano passado, resolvi retomar esta paixão”, conta o bancário.

A ideia inicial era montar uma banda, que se chamaria João e a Villa do Sam-ba. Mas, pela facilidade de produção, ele acabou optando pelo trabalho solo. E os resultados já chegam: além do CD que está prestes a sair, ele tem várias músicas tocando nas rádios, sobretudo em outros estados, onde ele conta com apoio de nomes como Zeca Pagodinho e Péricles, do Exaltasamba. Em agosto, João Villa começa também um trabalho de samba fixo no bar Haras de Boa Viagem, todo domingo.

Mas conciliar tudo isso não é fácil. João Carlos costuma dizer que tem três em-pregos: é bancário, artista e produtor. Para a família, que às vezes se ressente de sua ausência, ele costuma parafrasear um amigo que lhe disse uma vez: “Eu estou criando um avião para, em breve, voar dentro dele”. Seu voo, entretanto, já começou.

Bancário do Itaú, João Villa faz sucesso como sambista e, em breve, vai lançar seu primeiro CD dI

VuLG

Ação

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Cultura Dicas

Bancários em festaEVENTOS

Campeonato de Futebol

Que tal festejar o Dia do Bancário com muito samba? O Sindicato vai botar todo mundo pra balançar o esqueleto no dia 6 de setembro, véspera de feriado. E quem abre a programação é o bancário que é o artista de destaque nesta edição da Revista: João Villa (leia mais na página ao lado). Depois, a sambada segue com Patuscos e encerra com um DJ. A festa começa às nove horas e não tem hora pra acabar. Será no Círculo Militar, na Avenida Agamenon Magalhães, que dispõe de segurança e amplo estacionamento.

ser, o Não serCom formas animadas e recursos cênicos ino-

vadores, a peça Ser, o Não Ser trata com bom humor a inquietude do homem na procura de sua identi-dade. Está em cartaz no Teatro Joaquim Cardozo - Centro Cultural Benfica. Sextas, às 20 horas.

o amor de ClotildeA peça “O amor de Clotilde por um certo Le-

andro Dantas” faz duas únicas apresentações no Recife, dias 6 e 7 de agosto, no Teatro Santa Isabel. Trata-se de uma versão bem humorada do livro “A emparedada da Rua Nova”, de Carneiro Vilela.

PeçasrEComENDaDas

Estão abertas as inscrições para o 13º Campeonato de Fu-tebol de Campo dos Bancários de Pernambuco. O torneio tam-bém é parte do calendário de comemorações do aniversário do Sindicato e, por isso, será chamado Copa 80 anos. A inscrição deve ser feita pelo sítio eletrônico: www.bancariospe.org.br. É só clicar no banner situado no canto superior direito. Cada equipe deve inscrever no mínimo 16 e no máximo 22 atletas, que precisam ser bancários sindicalizados. Apenas dois atletas de cada equipe não precisam ser bancários, mas eles devem jogar na posição de goleiro. EM 2010, o BRAdESCo FoI BICAMPEão Lu

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FESTA doS BAnCáRIoS no Ano PASSAdo FoI AnIMAdíSSIMA

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Atenção, pais e mães bancários: seu filho gosta de desenhar? Então, que tal falar com ele para fazer um desenho sobre

seu personagem preferido da Cultura Popular? Os primeiros três que forem en-viados serão publicados na próxima edição da Revista dos Bancários. O restante será veiculado no site do Sindicato. Quem prefere escrever a desenhar, também pode mandar uma estrofe de cordel.

É uma forma de lembrarmos o Dia Na-cional do Folclore, comemorado em 22 de agosto. Sacis, mulas-sem-cabeça, Iara, Boto, Bumba-meu-boi, manifestações populares ou mesmo lendas urbanas podem ser objeto da inspiração dos artistas. Nas palavras do folclorista Roberto Benjamin, “tradição é uma ideia que se renova constantemente. Não existe tradição morta”.

E por falar em personagem folclórico,

está rolando uma campanha para a escolha do Saci como mascote da Copa do Mundo de 2014. As adesões são muitas. Ricardo Kotscho colocou a proposta no portal IG e o jornalista e escritor José Roberto Torero fez uma bela crônica na Folha de S. Paulo, aderindo à causa. A campanha já está em muitos blogues e foi lançada pela Associação Sociedade dos Observadores de Saci (Sosa-ci), criada em 2003 na cidade de São Luiz do Paraitinga (SP).

Pelo Brasil adentro, o que não faltam são histórias para o Saci, cujo nome é indígena. Alguns dos mitos ligam sua origem a de uma ave tupinambá: a Matintaperera. Ou seja, em tempos de desmatamento, trata-se de figura simbólica da relação com o meio-ambiente. Há, também, as lendas que o mostram como um ex-escravo que preferiu cortar a perna presa e fugir para a floresta. Outros folclo-ristas falam que ele herdou dos brancos o

gorrinho vermelho: era o chamado pileo, dado aos escravos libertos na Roma Antiga.

Mas, há também os críticos. Entre eles, estão os torcedores do Grêmio, de Porto Alegre, que não se conformam em ver o símbolo de seu adversário – o Internacional – como mascote da Copa. Há também os que são adeptos da campanha anti-tabagista e, consequentemente, reclamam do cachimbo do Saci. E há os que fazem troça: já pensou se associarem o perneta à seleção brasileira? O fato é que nosso saci, negro, com uma perna só, pelado e alegre, brincalhão e gozador, é mesmo a cara do povo brasileiro.

Desenhando a cultura popular

Dia do Folclore Brasil

Revista convoca filhos dos bancários para desenhar seu personagem preferido da cultura popular, em homenagem ao Dia do Folclore

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oS dESEnhoS PodEM SER En-VIAdoS PARA o E-MAIL [email protected] ou EnTREGuES no SIndICATo, nA AVEnIdA MAnoEL BoRBA, 564, BoA VISTA, RECIFE.

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engenhos e vacarias. Quem está à procura de descanso encontra ótimos recantos nas pousadas do local. A arquitetura é traçada por ladeiras e conserva sobrados e casarões com características coloniais.

Mas, o principal ponto de atração são mesmo as cachoeiras. O Poço do Ca-boclo, por exemplo, é ideal para quem quer diversão. O lugar possui duchas, escorregadores, piscinas naturais e ainda tem três quedas d’água com mais de 15 metros de altura. A cachoeira da Laje, principal delas, tem mais de 20 metros e forma uma piscina natural.

A cachoeira Poço do Soldado é a mais popular: possui 5 metros de altura e 1,5 de profundidade. E uma das mais procuradas é a de Peri-peri, com diversas quedas dágua – a maior delas com 15 metros de altura. Cada paisagem é recortada por trilhas naturais – uma excelente pedida para os aventureiros e entusiastas do turismo ecológico.

Turismo Conheça Pernambuco

Cidade das águasPara esquecer o estresse do

dia-a-dia, poucas coisas são tão relaxantes quanto um bom banho de cachoeira. E em

São Benedito do Sul isso é o que não falta. O município é classificado pela Empetur (Empresa Pernambucana de Turismo) como o maior recurso hídrico do estado. São cerca de 15 a 20 áreas de banho, incluindo mais de dez cacho-eiras com quedas d’água que variam de 3 a 20 metros de altura. É verdade que algumas delas têm difícil acesso. Mas podem ser curtidas pelos amantes de caminhadas e turismo de aventuras.

A cidade também se destaca pelo turismo rural, conservando algumas casas de farinhas, sítios, fazendas,

COMO CHEGARSão BEnEdITo do SuL FICA nA REGIão dA MATA SuL, nA dIVISA CoM ALAGoAS E PRóxIMo A MARAIAL, quIPAPá E PAnELAS. PARA ChEGAR, o ACESSo É PELAS PE-126 E BR-101, VIA PALMARES.

São Benedito do Sul

CAChoEIRA do PERI-PERI TEM dIVERSAS quEdAS dáGuA E É uMA dAS MAIS PRoCuRAdAS

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CAMPANHA DE SINDICALIZAÇÃO 2011

Sindicato dos Bancários de Pernambuco

SejaTambém

ProtagonistaHistóriada

O Sindicato e os bancários têm escrito uma bela história nos últimos 80 anos. Juntos, garantimos muitas conquistas e enfrentamos as surpresas negativas dos banqueiros.

Afinal, como diria Forrest Gump, a vida é como uma caixa de bombons, você nunca sabe o que virá.