revista cnt transporte atual 206
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Reivindicação atendida. Antiga demanda do setor transportador, governo anuncia o investimento de R$ 133 bilhões para rodovias e ferrovias.TRANSCRIPT
CNT
ENTREVISTA COM RICKY RIBEIRO, DO PORTAL MOBILIZE-MOBILIDADE URBANA
ANO XVIII NÚMERO 206NOVEMBRO 2012
EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT
Reivindicaçãoatendida
T R A N S P O R T E A T U A L
Antiga demanda do setor transportador, governo anuncia o investimento de
R$ 133 bilhões para rodovias e ferrovias
Antiga demanda do setor transportador, governo anuncia o investimento de
R$ 133 bilhões para rodovias e ferrovias
Antiga demanda do setor transportador, governo anuncia o investimento de
R$ 133 bilhões para rodovias e ferrovias
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 20124
REPORTAGEM DE CAPA
ANO XVIII | NÚMERO 206 | NOVEMBRO 2012
CNTT R A N S P O R T E A T U A L
CAPA Acervo Concer
Ricky Ribeiro falasobre mobilidadeurbana sustentável
PÁGINA 8
ENTREVISTA
Campanha buscareduzir acidentesno Anel de BH
PÁGINA 34
BLITZ EDUCATIVA
A autarquia nonovo formato de concessão
PÁGINA 38
INFRAERO
LOGÍSTICA
Empresas investemna expansão dosnegócios
PÁGINA 42
ETRANSPORT • Evento no Rio de Janeiro,promovido pela Fetranspor, expôs tecnologiasvoltadas para a questão ambiental
PÁGINA 26
Programa de Investimentos em Logística lançado pelo governofederal prevê investimentos de R$ 133 bilhões em rodovias e ferrovias e desperta expectativa em vários setores para que projetos gerem crescimento e prazos sejam cumpridos
Página 18
CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Lucimar CoutinhoTereza PantojaVirgílio Coelho
EDITORA RESPONSÁVEL
Vanessa Amaral
EDITOR-EXECUTIVO
Americo Ventura
FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)
ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br
ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]
Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do
1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.
Tiragem: 40 mil exemplares
Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual
EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT
Projeto apresenta asituação atual dasantigas estações
PÁGINA 54
FERROVIAS
Setores de petróleoe gás impulsionam a indústria naval
PÁGINA 58
AQUAVIÁRIO
Alexandre Garcia 6
Duke 7
Mais Transporte 12
Semana do Trânsito 66
Boletins 72
Debate 78
Opinião 81
Cartas 82
SeçõesCONGRESSO ABTC
Multimodalidade e investimento são debatidos
PÁGINA 62
SEST SENAT
Novidades nas áreas de fisioterapiae de esporte
PÁGINA 68
40 ANOS DA TRANSAMAZÔNICA • O ousado epolêmico projeto de integrar Nordeste e Norte do Brasil pormeio de uma rodovia que nunca foi concluída
PÁGINA 48A última sondagem da CNT, já na segunda fase,revela que os transportadores rodoviáriosaguardam um menor ritmo de crescimento daeconomia em 2012. De acordo com o estudo,metade dos entrevistados espera uma reduçãono crescimento do Produto Interno Bruto(PIB). Os detalhes estão disponíveis no siteda confederação, onde você pode baixar oPDF completo. Faça uma visita: www.cnt.org.br/Paginas/Agencia_Noticia.aspx?n=8558
SONDAGEM: EXPECTATIVAS ECONÔMICAS DO TRANSPORTADOR RODOVIÁRIO
O portal disponibiliza todas as ediçõesda revista CNT Transporte Atual
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Programa Despoluir• Conheça os projetos• Acompanhe as notícias sobre
meio ambiente
Canal de Notícias• Textos, álbuns de fotos, boletins
de rádio e matérias em vídeosobre o setor de transporte no Brasil e no mundo
Escola do Transporte• Conferências, palestras e
seminários• Cursos de Aperfeiçoamento• Estudos e pesquisas• Biblioteca do Transporte
Sest Senat• Educação, Saúde, Lazer
e Cultura• Notícias das unidades• Conheça o programa de
Enfrentamento à ExploraçãoSexual de Crianças e Adolescentes
E MAIS
PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2012
Nesta última edição foram pesquisados95.707 km. Os pesquisadores avaliaramaspectos do pavimento, da sinalização eda geometria da via, o que permite aclassificação qualitativa dos trechos.Os resultados são apresentados por tipode gestão (pública ou concedida), tipode rodovia (federais ou estaduais), porregião e unidade da Federação. Foramanalisados 100% da malha federal pavi-mentada e as principais rodovias estaduais. Também estão incluídas as rodovias concessionadas. O estudo visa contribuir com informações das principais rodovias nacionais, apresentadas em um relatório que se consolida a cada ano como ferramenta para usuários das rodovias e por profissionais do setor de transporte.Acesse o site especial da pesquisa e baixe o relatório completo:www.cnt.org.br/pesquisaderodovias2012
rasília (Alô) - De 1,6 milhão de caminhõesexistentes no Brasil, mais de meio milhãodeles têm mais de 20 anos. E desses “ve-lhos de guerra”, cerca de 90 mil saíram dasfábricas antes de 1982. Como se isso nãobastasse, eles compartilham o asfalto bra-
sileiro com 16 milhões de automóveis com mais de15 anos de uso. Todos esses cansados veículosgastam mais combustível, poluem mais, ainda nãotêm eletrônica embarcada nem segurança ativa –o que é agravado pelo desgaste estrutural e desistemas vitais, como direção, freio e suspensão.Perigo cotidiano para quem está dentro deles ouconvive com eles no asfalto, e risco para a cargaque transportam. O que fazer?
Seus proprietários, de modo geral, não se des-fazem deles por falta de uma remuneração condi-zente com a utilidade que seus donos atribuem aeles – quando não amor pelo veículo que usarampor muitos anos. Mas, principalmente, não se des-fazem deles, embora estejam dando despesa, por-que não existe, no Brasil, um sistema de desman-che e reciclagem de veículos como há, por exem-plo, nos Estados Unidos. Isso é meio paradoxal,considerando que somos capazes de reciclar maisde 96% das latas de alumínio e metade das garra-fas plásticas e latas de aço.
Estados Unidos e Europa reciclam carros ecaminhões no mesmo percentual em que reci-
clamos latas de alumínio: quase 100%. Aqui, osatacadistas de sucata calculam que reciclamosapenas 1,5% dos veículos que saem de circula-ção. Os outros ficam servindo de maternidadesde mosquitos da dengue. São grandes poluido-res, esses veículos abandonados.
Na reciclagem, o veículo é “descontaminado”:retiram-se o líquido do radiador, o fluido de freioe do ar-condicionado, o óleo do cárter e a bate-ria. São poupadas partes que podem ser apro-veitadas, como vidros, faróis, portas. Aí o aço, oplástico, o alumínio vão para a reciclagem. OBrasil não tem empresas para fazer isso. O mer-cado as atrairia para grandes quantidades deveículos, como no Estado de São Paulo, mas épreciso investimento grande. Nos Estados Uni-dos, o mercado de reciclagem é de US$ 25 bi-lhões anuais e emprega quase 50 mil pessoas.
Nossa sócia no Mercosul, a Argentina, tem, hádez anos, a Lei do Desmanche, que contribuiupara diminuir o furto de veículos em 70%. Osdesmanches eram 3.000 e foram reduzidos a500, legalizados e fiscalizados. Por que o Brasilnão pode fazer o mesmo? A inspeção veicular,que só está no papel, precisa vir logo e acompa-nhada de uma regulamentação legal da recicla-gem. Ou não teremos resposta para a pergun-ta: o que fazer com os veículos que a inspeçãoobrigatória considerar impedidos de circular?
B
“Estados Unidos e Europa reciclam carros e caminhões no mesmopercentual em que reciclamos latas de alumínio: quase 100%”
Calhambeques no asfalto
ALEXANDRE GARCIA
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 7
Duke
ENTREVISTA RICKY RIBEIRO - IDEALIZADOR DO PORTAL MOBILIZE-MOBILI
Desde setembro de 2011, oportal Mobilize-Mobilida-de Urbana Sustentável(www.mobilize.org.br)
vem desenvolvendo um trabalhopara incentivar boas práticas nascidades brasileiras. O portal elabo-ra estudos e estatísticas sobre otema e também publica informa-ções atualizadas sobre o desenvol-vimento da mobilidade urbana nasprincipais cidades brasileiras e domundo. Um deles apontou que Riode Janeiro e Curitiba são as capi-tais com melhores índices de qua-lidade na mobilidade urbana. Aideia de criar o portal foi do paulis-tano Ricky Ribeiro, 32, graduadoem administração pública pelaFundação Getúlio Vargas, commestrado em Sustentabilidade pe-la Universidade Politécnica da Ca-talunha e MBA Executivo pela Uni-versidade de Barcelona. Ricky Ri-beiro já pesquisava sobre o tema,quando, em 2008, sentiu os primei-
ros sintomas de uma doença dege-nerativa, a esclerose lateral amio-trófica, que lhe tirou todos os mo-vimentos, sem afetar sua mente.Hoje, ele se comunica por meio deum equipamento (tobii eye), umleitor óptico que interpreta os mo-vimentos da pupila. Ele respondeua entrevista da revista CNT Trans-porte Atual por e-mail. Rick contaque o trabalho pela mobilidade ur-bana já está presente na sua vidahá muitos anos, mas ao convivercom a doença, aumentou aindamais a sua sensibilidade para te-mas como a importância da quali-dade das calçadas e da acessibili-dade do transporte público.
O seu interesse por mobili-dade urbana sustentável co-meçou a partir de uma expe-riência em Barcelona?
Morei em Barcelona de 2004 a2006, quando cursei um mestradoem Sustentabilidade e um MBA
Executivo. A cidade e o mestradoforam responsáveis por uma pro-funda transformação na minha for-ma de ver o mundo e, principal-mente, as cidades. Fiquei encanta-do em constatar que a qualidadede vida das pessoas poderia ser in-finitamente maior em uma cidadecom uma disposição urbana inclu-siva, que valorizasse os espaçospúblicos, estimulasse a convivên-cia social entre diferentes grupos eclasses e priorizasse os meios detransportes públicos e não motori-zados. Depois de usufruir durantedois anos e meio desse estilo de vi-da em uma cidade compacta e aco-lhedora, comecei a estudar o as-sunto e a vislumbrar maneiras pa-ra melhorar a qualidade de vidanas cidades brasileiras.
O que você viu na Espanhaque considera que poderia seraplicado no Brasil?
Muitas das teorias que os es-
pecialistas no Brasil e no mundoapontam como soluções parauma melhor mobilidade lá podemser observadas na prática e cons-tatadas que realmente fazemefeito. No Brasil, embora as mes-mas teorias também sejam co-nhecidas, os governos insistemem um modelo insustentável, quegera prejuízos para a cidade e suapopulação. Em Barcelona, existeuma valorização do espaço públi-co, a cidade é compacta e a maio-ria dos bairros é multifuncional,contendo moradia, emprego, es-tudo e lazer. Segundo SalvadorRueda, diretor da Agência de Eco-logia Urbana de Barcelona, as ci-dades são ecossistemas e, assimcomo ocorre na natureza, quantomaior a diversidade e a complexi-dade organizacional do sistema,mais desenvolvido ele é. Para ele,uma cidade mais sustentável se-ria aquela que fosse capaz deconseguir um grau de complexi-
“Utilização de diferentes meios de transporte, integração modal,e qualidade das calçadas são iniciativas nas quais as cidades
Mais qualidade POR CYNTHIA CASTRO
DADE URBANA SUSTENTÁVEL
ciclovias, bicicletas públicas brasileiras poderiam se espelhar”
dade organizativa máximo comum consumo de recursos mínimo.
Quais medidas você citariacomo positivas?
A utilização de diferentesmeios de transporte, a integraçãomodal, a rede de ciclovias, o siste-ma de bicicletas públicas e a quali-dade das calçadas são algumasdas iniciativas nas quais as cida-des brasileiras poderiam se espe-lhar. Quando morei em Barcelona,tive aula durante dois anos emuma cidade a 30 quilômetros. Eusempre ia de bicicleta até a esta-ção de trem, colocava-a no últimovagão e seguia novamente de bici-cleta até a universidade. No anopassado, fui para Alemanha fazerum transplante de células tronco epassei um dia em Barcelona. Fica-mos o dia todo circulando pela ci-dade em cadeira de rodas, passan-do por diversos bairros, e não en-contramos nenhuma dificuldade.
Como e quando surgiu a ideiado portal Mobilize-MobilidadeUrbana Sustentável?
Ao ser diagnosticado comE.L.A (Esclerose Lateral Amiotrófi-ca) no final de 2008, tive que dei-xar meu trabalho como consultore me adaptar a uma nova realida-de. Em janeiro de 2011, cansado deme dedicar quase que exclusiva-mente a diferentes tratamentos,comecei a pesquisar e ler muitosobre mobilidade urbana susten-tável. Com a dificuldade motoranas mãos, fazia um esforço enor-me para buscar conteúdo espa-lhado pela Internet. Ao me depa-rar com muitas informações dis-persas, me veio a ideia de criarum portal para agregar, produzire disseminar conteúdo de quali-dade e relevância relacionado àtemática. Do dia que tive a ideiaaté o lançamento, passaram-seoito meses: o portal foi ao ar dia15 de setembro de 2011.
Você luta contra essa doençaque prejudicou os seus movi-mentos e também a fala. Há al-guma relação entre a experiên-cia pessoal que você vive e o tra-balho que realiza?
Meu interesse em trabalhar pa-ra um bem comum é bem anteriorà doença. Durante o curso de gra-duação em administração públicana FGV (Fundação Getúlio Vargas),trabalhei por um ano e meio noDepartamento de PlanejamentoUrbano e Meio Ambiente e na Se-cretaria de Cultura de uma cidadeda Região Metropolitana de SãoPaulo. Pouco tempo depois de for-mado, em janeiro de 2003, fundeicom dois colegas de faculdade aOscip Associação Abaporu e co-meçamos a desenvolver projetos
nas áreas de educação, cidadaniae cultura. A doença gerou uma re-flexão e, como dizem que os porta-dores de E.L.A. têm poucos anosde vida, resolvi me dedicar ao te-ma que mais gosto: mobilidade ur-bana sustentável. Atualmente, nãoconsigo mais sair de casa, mas du-rante dois anos conseguia cami-nhar pela cidade com andador oucadeira de rodas e fiquei muitomais sensível a observar a quali-dade das calçadas e a acessibilida-de do transporte público.
Você nos dá o exemplo muitopositivo de superação de dificul-dades. De que forma realiza suaatividade para o portal?
Perdi os movimentos, mas te-nho o privilégio de ter todo o tem-
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
urbana
po para pensar. Conto atualmentecom um equipamento, chamadotobii eye, que me permite escrevercom os olhos. Por meio desse leitorótico, consigo acessar a Internet,abrir os e-mails, escrever, fazerplanilhas e apresentações, ou seja,praticamente tudo que fazia antes,porém mais devagar. Trabalhar pe-la melhoria da mobilidade nas ci-dades brasileiras me gera umagrande satisfação. Nunca estivetão realizado profissionalmentecomo estou agora. Fico tão envol-vido com as atividades do Mobilizeque não tenho tempo nem paralembrar que estou doente. Perceboisso pelos meus sonhos. Antes decriar o portal, eu aparecia frequen-temente em meus sonhos com al-gum tipo de limitação física. Atual-mente, sempre apareço completa-mente bom, como se não tivesse fi-cado doente nunca.
O portal elaborou o estudoMobilize 2011, que apontou que oRio de Janeiro e Curitiba são ascapitais brasileiras com melho-res indicadores de mobilidadeurbana sustentável. Por quê?
O Rio de Janeiro obteve a me-lhor classificação porque a maiorparte de suas viagens diárias é fei-ta de transporte coletivo (ônibusprincipalmente), mas também a pé.Isso não significa que o transportecoletivo do Rio seja adequado, rá-pido e confortável. Na verdade, aspessoas perdem muitas horas emônibus parados em congestiona-
mentos, situação que poderá me-lhorar a partir de agora, com aconstrução dos novos corredoresde BRT, da expansão do metrô e daimplantação de VLTs (Veículos Le-ves sobre Trilhos), os bondes mo-dernos na região portuária a serrenovada. Sem falar do projeto deciclovias da cidade, o maior dopaís. Se tudo isso realmente for fei-to nos próximos anos, o Rio teráum transporte público muito bomem 2016. Curitiba obteve boas no-tas pela qualidade do transportepúblico e sua adequação a pessoascom deficiência física. A capital pa-ranaense ainda vive dos anos emque investiu em planejamento ur-bano, com a implantação dos cor-redores de ônibus, que atendemtoda a cidade. Mas mesmo lá senti-mos grande dificuldade em obterdados confiáveis, o que mostra quea cidade perdeu um pouco de suacapacidade de pensar no futuro.Além disso, Curitiba, como todas ascidades brasileiras, viu sua frota deveículos particulares crescer, as-sim como a taxa de mortes notrânsito, um dos indicadores que afez perder pontos no ranking.
As piores colocações foramas de São Paulo e Cuiabá. Citariaalgo essencial que precisa mu-dar nessas cidades?
São Paulo teve a pior colocaçãoporque é a capital brasileira quemais depende do uso do carro par-ticular. Mais de 30% das via-gens diárias são feitas de auto-
móvel, que em média levam 1,5pessoa/carro. Além disso, a tari-fa do transporte público em SãoPaulo é muito alta em relação àrenda média da cidade (IBGE), e acidade tem apenas 43% de suafrota de ônibus adequada a defi-cientes físicos. São Paulo tinha(em setembro de 2011) e ainda temuma das menores malhas cicloviá-rias proporcionalmente à exten-são de seu sistema viário. Em 2011,eram 35 km de ciclovias em 17 milkm de ruas para automóveis. Cal-çadas adequadas, a cidade tinhaalgo como 600 km. Mesmo assim,mais de 30% das viagens paulista-nas são feitas a pé. Apesar disso,São Paulo foi a cidade que maisofereceu dados consistentes, por-
OPÇÃO Disposição dos espaços públicos, como em Barcelona, influe
“Cidades sãopara pessoas,
não para carros. Ruas,
praças ecalçadas
devem voltara ser locaispara viver,conviver”
quase igual ao de São Paulo. A ca-pital do Mato Grosso também pas-sou por um processo de conurba-ção com a vizinha Várzea Grande,sem a construção de corredoresde ônibus nem mesmo o alarga-mento das vias. Há estudos para aimplantação de uma grande linhade VLT entre as duas cidades, in-vestimento de R$ 1,4 bilhão, pro-posta de longo prazo com caracte-rísticas de um metrô leve.
O Brasil passa por um mo-mento de preparação para aCopa de 2014. Qual a sua ava-liação sobre as obras propos-tas ou em andamento?
O Brasil tem uma excelenteoportunidade para mostrar sua
competência ao sediar a Copa doMundo. Por outro lado, tem tam-bém uma grande responsabilidade.Um ponto muito positivo é que otema da mobilidade veio à tona eganhou importância na mídia, naspautas dos governantes e nos de-bates públicos. Infelizmente, houveum descaso dos governos durantedécadas com as políticas públicasde mobilidade urbana, e o retratoatual mostra que as cidades brasi-leiras estão muito longe de ofere-cer uma estrutura de mobilidadedigna, eficaz e agradável não sópara os turistas, mas também paranós, cidadãos. Para reverter essalógica atual, é preciso muita vonta-de política e esforços efetivos ime-diatos. A Copa está aí, o Brasil queiremos encontrar amanhã é o Bra-sil que construímos hoje. Em mui-tos casos, acho que não houveuma discussão madura para esco-lher o modo de transporte maisadequado a cada realidade. No Riode Janeiro, em alguns casos, o me-trô não seria mais apropriado à de-manda de passageiros que um sis-tema de média capacidade como oBRT? Em São Paulo, seria o mono-trilho a melhor solução para o tra-jeto escolhido?
Neste ano, vocês fizeram umlevantamento sobre as calçadasdo Brasil. A falta desses espaçosapropriados para pedestres ecadeirantes é um empecilho pa-ra a qualidade da mobilidade?
Quando concluímos o Estudo
Mobilize, notamos que o proble-ma de manutenção de calçadasera (e ainda é) uma "doença na-cional". Mas nem sempre foi as-sim. Analisando fotos antigas decidades, como Rio, Belo Horizon-te, São Paulo, Porto Alegre e ou-tras, vê-se que as calçadas erammais largas, bem pavimentadase não tinham buracos, como écomum hoje. O crescimento dapresença do automóvel nas ci-dades acabou reduzindo o espa-ço do pedestre. Ruas precisa-vam ser alargadas, praças foramreduzidas para aumentar a lar-gura das faixas para veículos au-tomotores. E, gradativamente, acalçada passou a ser considera-da um espaço de menor impor-tância. Qualquer cidade civiliza-da - Nova York, Paris, Londres,Buenos Aires, Barcelona, Bruxe-las etc - tem calçadas perfeitas,que permitem que os cidadãos eturistas circulem com tranquili-dade, segurança e conforto. Cal-çadas malcuidadas estimulam ouso do automóvel, gerandotrânsito, ruído, poluição do ar.Basta lembrar que mais de 30%das viagens urbanas são feitas apé para entender que o sistemade calçadas - incluindo faixas depedestres, semáforos, ilumina-ção, rampas - é um fator quemelhora a mobilidade urbana.Cidades são para pessoas, nãopara carros. As ruas, praças ecalçadas devem voltar a ser lo-cais para viver, conviver. l
ncia na qualidade de vida da população
que investe em pesquisas periódi-cas e publica essas informações.Também é a capital que mais in-veste em metrô e trens urbanosno país e assim, provavelmente,terá uma condição de mobilidademuito melhor nos próximos anos.
E Cuiabá?Cuiabá sofreu um processo de
"inchamento urbano", com o cres-cimento da população sem que suainfraestrutura fosse melhorada. Afrota de veículos particulares cres-ceu muito em poucos anos, espe-cialmente a de motonetas e moto-cicletas, com o consequente au-mento de acidentes e mortes notrânsito, cerca de 12 mortes por 100mil habitantes por ano, número
“Em Barcelona,existe uma valorização do espaço
público, nosbairros hámoradia,emprego,
estudo e lazer”
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201212
MAIS TRANSPORTE
A 13ª edição da Expo Scala, feiraque fomenta o comércio exterior ea logística nacional, será realizadanos dias 6 e 7 de novembro, noCentro de Convenções do RoyalPalm Plaza Resort, em Campinas(SP). A Scala reúne várias empresas do setor e apresenta umciclo de palestras que discute o comércio exterior brasileiro e odesenvolvimento de Campinas, umdos principais polos logísticos dopaís. O evento também propõe aos
participantes debates sobre política, economia, logística, indústria, área acadêmica, mercadointernacional e marketing. Durantea feira, são apresentadas duas premiações: o Prêmio Infraero deEficiência Logística de Viracopos,que destaca as empresas mais eficientes no desempenho comcargas no aeroporto, e o TroféuFênix, que homenageia a atuaçãodos prestadores de serviço com o aeroporto de Viracopos.
Feira discute logística
EXPO SCALA/DIVULGAÇÃO
EMBRAER/DIVULGAÇÃO
A Embraer entregou o jato 175 à companhia bielorrussa Belavia em sua sede em São José dosCampos (SP). Um segundoE175 deve ser entregue àempresa europeia no final
deste ano. A aeronave,arrendada junto à ALC (AirLease Corporation), seráutilizada em rotas naEuropa a partir doAeroporto Internacional de Minsk, na Bielorússia.
O E175 da Belavia está configurado com 12 assentosna classe executiva e 64 naeconômica. De acordo com aEmbraer, o jato atende aopadrão de aeronaves comduas classes de serviço da
frota da companhia. Os planos da Belavia visam utilizar os novos E-Jets em rotas entre Minsk e Moscou-Domodedovo, SãoPetersburgo, Baku, Paris,Yerevan e Milão.
Belavia recebe primeiro Embraer
DEBATE Ciclo de palestras discutirá o comércio exterior
SCANIA/DIVULGAÇÃO
A Scania escolheu o caminhãopesado R 440 para a série comemorativa do 55º aniversárioda montadora no Brasil. A ediçãoé limitada e está disponível para encomendas nas 105 concessionárias da marca em todoo país. O R 440 comemorativoestreia o novo conjunto óptico da linha Scania para caminhõesrodoviários. Os faróis são formados por novas lâmpadas de
halogênio H7 e luzes em LED. De acordo com a fabricante, os componentes possibilitam melhordesempenho na abertura e noalcance da iluminação e maiordurabilidade das peças e da segurança ao dirigir. O caminhãopossui versões de tração 6x2 e 6x4 e com itens de fábrica diferenciados. O modelo é equipado com defletor de ar, rodasde alumínio e bancos em couro.
Scania lança edição especial
COMEMORAÇÃO Modelo escolhido para o aniversário
A 5ª edição da TranspoQuip LatinAmerica espera reunir 300empresas nacionais e estrangeiras,o que equivale a um crescimentode 20% em relação à ediçãoanterior. O evento, voltado para a cadeia da infraestrutura e dotransporte multimodal, será realizado de 21 a 23 de novembro, no Pavilhão Azul do
Expo Center Norte, na capitalpaulista. A TranspoQuip teráainda um ciclo de palestras sobre o setor aeroviário e contará também com o 1° Fórum de Movimentação de Contêineres, organizado pelo Informa Group, entidade dirigida a planos de eficiência dos portos.
TranspoQuip 2012
Novo centro de controle
AMRS conta com um no-vo CCO (Centro de Con-trole de Operações de
Tráfego Ferroviário). De acordocom a concessionária, o CCOalia tecnologia e segurançapor meio da integração opera-cional, simplificação de pro-cessos, melhoria das condi-ções de trabalho e aumento daprodutividade. O investimentoé parte de um projeto de umnovo sistema de sinalização demais de R$ 300 milhões.
A empresa informa que osistema, conhecido pela siglaCBTC (Communications BasedTrain Control), consiste emuma inovação tecnológica quevai ser obrigatória nos EUA apartir de 2016. Segundo a as-sessoria da MRS, a concessio-nária é a primeira ferrovia nomundo a implantá-lo. Os novossistemas do CCO disponibili-zam mais informações emtempo real. Como resultado di-
reto, as operações passam ater controles mais precisos.
O aumento da produtividadeestá relacionado à simplifica-ção de processos. Antes, parapercorrer um trecho de 50 kmentre Saudade (RJ) e Barra doPiraí (RJ), eram executados qua-se 200 comandos. Com o siste-ma atual, bastam dois cliques. Opainel antigo, com quase 15 me-tros de comprimento, foi substi-tuído por cinco telas de compu-tador, nas quais todo o controleé executado permitindo visãoampliada do que acontece nocampo.
Houve ainda a mudançado sistema analógico para osistema de comunicação digi-tal por voz. A nova redeabrange quase 100% da ma-lha ferroviária e possibilitauma comunicação mais claraentre controladores e maqui-nistas, o que aumenta a segu-rança de todo o processo.
TECNOLOGIA
SEGURANÇA Centro de controle da MRS
MRS/DIVULGAÇÃO
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201214
MAIS TRANSPORTE
O Lado Humano do Sucesso -Como a Volvo do Brasil seTornou uma Empresa deClasse Mundial e uma dasMelhores do País paraTrabalhar Livro revela os segredos de umagrande multinacional e relatatambém como o autor construiu suabem-sucedida carreira profissional.De: Carlos Morassutti, Ed. Alaúde,196 págs., R$ 24,90
Mundo sustentável 2 – novosrumos para um planeta em criseJornalista oferece um amplopanorama de discussões, ideias e soluções em torno da sustentabilidade. Recheado dereportagens, artigos e comentáriosproduzidos pelo autor em anosmais recentes, publicados em jornais, na Internet e em reportagens na TV. De: André Trigueiro, Ed. Globo,400 págs., R$ 44,90
A Petrobras recebeu o primeiro guindaste offshore de um total de 20 unidades, que serão entreguesao longo dos próximos cinco anos com índice de conteúdo nacional crescente de 20% a 65%. A italianaM.E.P. (Pellegrini Marine Equipment) é a responsável pela fabricação dos equipamentos no Brasil.
Guindaste offshore nacional
AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO
Iveco chega ao mercado de ônibus A Iveco anunciou oficialmente sua entrada no segmento de ônibus no Brasil e na América Latina. A fabricantecriou uma plataforma de desenvolvimento de produtos dedicada a esse mercado. A projeção é fazer uma introdução gradual de modelos, que terá uma linha completa de veículos de passageiros no mercado brasileiro e
latino-americano nos próximos cinco anos. Segundo a Iveco, o trabalhode engenharia já começou e está sendo conduzido no Centro de Desenvolvimentode Produto em Sete Lagoas(MG). Os chassis com motorfrontal serão produzidos namesma linha de montagemdos caminhões, resultado de investimentos feitos pelaempresa no ano passadopara ampliar e modernizarsua linha de produção de
veículos. A unidade industrialde Córdoba, na Argentina,será responsável pela produção dos chassis quevão abastecer tanto o mercado argentino como os demais países da AméricaLatina. A comercialização dos ônibus e os serviçosde pós-venda serão prestados pelas 109 concessionárias da Iveco em todo o Brasil. A montadoranão revelou quanto foi investido no novo negócio.
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 15
A Ford entregou 33 caminhõesCargo Euro 5 para a frota da FAB (Força Aérea Brasileira), em solenidade realizada emTaguatinga, no Distrito Federal. Os caminhões vão equipar unidades de apoio, como oHospital de Campanha da FAB, e transportar equipamentos para operações em lugares distantes das basesaéreas em todo o país. Em algumas situações, a FAB
utiliza o transporte terrestremesmo quando há pistas para o pouso de aviões de carga. Os caminhões, modelosCargo 2.629, Cargo 1.319 e Cargo816, foram fornecidos pelo distribuidor Max Caminhões por meio de investimentos doPAC Equipamentos (Programa deAceleração do Crescimento) dogoverno federal. O custo da aquisição dos caminhões não foi divulgado.
FAB recebe caminhões
O governo federal reduziu de40% para 10% a tributação incidente sobre o Imposto deRenda dos caminhoneiros autônomos. Publicada no final de setembro, a mudança estáincluída na MP 582, que trata da ampliação do benefício da desoneração da folha de pagamento a 15 setores da economia – entre eles, o transporte rodoviário de
passageiros, aéreo e marítimo.Em 2013, segundo a MP, 40 setores da economia deixarãode pagar 20% de contribuiçãoprevidenciária sobre a folha de pagamento para contribuircom uma alíquota de 1% ou 2%sobre o faturamento. O custoserá de R$ 12,8 bilhões. Se forem considerados os novos benefícios, o valor chega a R$ 14,8 bilhões.
Menos impostos em 2013
Novos engenheiros premiados
A2ª edição do PrêmioAEA Jovem Enge-nheiro Automotivo,
realizada pela AssociaçãoBrasileira de EngenhariaAutomotiva, premiou seisestudantes paulistas. O ob-jetivo da competição é in-centivar os formandos a en-veredar por uma carreira naindústria automobilística. Oprêmio foi entregue duran-te o Simea 2012 (SimpósioInternacional de EngenhariaAutomotiva), no SheratonWTC Hotel, em São Paulo.
A banca de jurados da di-retoria acadêmica da AEA foiformada pelo engenheiroMarcos Clemente e pelosprofessores Ronaldo Salvag-ni, da Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo(Poli-USP), e Renato Romio,do Instituto Mauá de Enge-nharia. Entre os critérios de
avaliação, a banca conside-rou o melhor currículo esco-lar do curso de Engenharia eque o aluno já tivesse reali-zado trabalho de formatura(ou equivalente), individualou em grupo, ligado à enge-nharia automotiva.
Os seis universitários re-conhecidos foram DiegoHaim, da Poli-USP; Luís Feli-pe Abeal Fialho, da FEI (Fun-dação Educacional InacianaPadre Saboia de Medeiros);Marcelo Gennari Tanikawa,da Unicamp; Mariana Moral-les de Camargo, da Universi-dade Presbiteriana Macken-zie; Rafael Bisagna Moura,do Instituo Mauá de Tecno-logia; e Rafael Quelho deMacedo, da Universidade Fe-deral de São Carlos.
Os trabalhos vencedoresvão ganhar uma publicaçãoespecial da AEA.
COMPETIÇÃO
JUVENTUDE Os estudantes vencedores
VENDA Veículos foram entregues pela Max Caminhões
FORD/DIVULGAÇÃO
JOÃO OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201216
MAIS TRANSPORTEALIANÇA NAVEGAÇÃO/DIVULGAÇÃO
As linhas de cabotagemoperadas pelo armadorAliança Navegação sofreram adaptações emsuas escalas e passaram a
incluir o Porto Itapoá emduas linhas. A Aliança jácontava com a linha atéZarate, na foz do rio daPrata, na Argentina. Com a
mudança, o Porto Itapoáserá escala direta (semtransbordo) tanto paralinhas que operam em terminais no extremo sul do
continente - Buenos Aires(Argentina) e Montevidéu(Uruguai), como as que operam ao norte, comoPecém (CE) e Manaus (AM).
Aliança amplia serviços em Itapoá
MANUTENÇÃO Caminhão de linha reativado
A Ferroeste (Estrada de FerroParaná Oeste S.A.) concluiu areforma de um caminhão delinha que será utilizado paraa manutenção de vias permanentes. O veículo estava desativado no pátioda empresa, em Guarapuava,há 15 anos. O caminhão
restaurado dispõe de braçohidráulico, utilizado pararemover trilhos e pedras,quando há necessidade deexecução desses serviços,como em quedas de barreira,por exemplo. A reforma tevecusto de aproximadamenteR$ 60 mil.
Ferroeste reforma equipamentoFERROESTE/DIVULGAÇÃO
Opresidente da CNT,senador Clésio An-drade, apresentouemendas ampliando
a desoneração tributária pre-vista na medida provisória nº582, de modo a atender tam-bém as empresas transporta-doras de cargas, as de agen-ciamento marítimo de naviose as de transporte rodoviáriocoletivo de passageiros porfretamento e turismo.
Clésio ressaltou a impor-tância desses setores, o pri-meiro, “responsável por 90%das importações e exporta-ções brasileiras, enquanto astransportadoras de cargasrespondem pelo deslocamen-to de 60% de tudo que se pro-duz e se consome no país”. Jáos fretamentos, disse, aten-dem funcionários de institui-ções públicas e privadas,principalmente em áreas nãocobertas pelo transporte pú-blico, contribuindo para redu-zir os congestionamentos e apoluição nas cidades.
A MP nº 582 estende a de-soneração tributária a 15 se-tores produtivos e reduz oImposto de Renda devido pe-lo transportador autônomode cargas de 40% para 10%do rendimento bruto, em res-posta ao trabalho das lide-ranças de transportadoresautônomos, da Abcam (Asso-ciação Brasileira de Caminho-
neiros) e da Unicam (UniãoNacional dos Caminhoneirosdo Brasil), sob a coordenaçãoe liderança da CNT.
“As emendas contribuemcom o programa de desone-ração tributária do governo,com o objetivo de assegurare aumentar o número deempregos, estimular a ativi-dade econômica e reduzir o
custo Brasil”, justificou Clé-sio Andrade. Membro da co-missão mista que analisa aMP nº 582 no Congresso, osenador mineiro disse quevai se empenhar na aprova-ção da MP e das emendas,acompanhando o processoaté a sanção presidencial,“pelos benefícios ao setortransportador”. l
BenefíciosampliadosEmendas do senador Clésio Andrade favorecem caminhoneiros e agentes
marítimos com desoneração tributária
DA REDAÇÃO
MP 582
JÚLI
O FE
RNAN
DES/
CNT
REPORTAGEM DE CAPA
Momentode
expectativa
Programa de Investimentos em Logística despertaperspectiva em vários setores para que projetosgerem crescimento e prazos sejam cumpridos;rodovias e ferrovias receberão R$ 133 bilhões
JÚLI
O FE
RNAN
DES/
CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201220
Osetor de transporte, a in-dústria, agropecuária eoutros setores produtivosdo Brasil vivem um mo-
mento de expectativa a partir doanúncio do Programa de Investi-mentos em Logística do governofederal, que prevê investimentosde R$ 133 bilhões, via concessõesde rodovias e ferrovias do país,nas próximas décadas. As áreas deportos e aeroportos também rece-berão investimentos privados.
O programa, que teve sua pri-meira etapa anunciada em agostopela presidente Dilma Rousseff,trouxe um estímulo para o setorde transporte, ao oficializar o in-vestimento em importantes rodo-vias e ferrovias para o país. Até ofechamento desta edição, emmeados de outubro, havia a ex-pectativa de que em breve seriaanunciado também o plano paraportos e aeroportos.
Na avaliação do presidente daCNT, senador Clésio Andrade, é mui-to importante que o governo tenhavoltado a atenção para a necessida-de de se investir de fato em infraes-trutura de transporte. Mas Clésioressalta que o programa é um co-meço e que o Brasil precisa de mais.
“Essa é uma demanda antiga daConfederação Nacional do Trans-porte. Que se investisse fortementeem rodovias, ferrovias, portos e
tante para o desenvolvimento, nãosomente do Estado, mas do país,já que Minas tem uma economiaforte e também é Estado de passa-gem, fazendo a ligação entre dife-rentes regiões.
O programa foi anunciado como objetivo de restabelecer a capa-cidade de planejamento integradodo sistema de transportes; inte-grar rodovias, ferrovias, hidrovias,portos e aeroportos e também ar-
ra necessária de transporte em to-dos os seus modais. Se forem con-sideradas somente as rodovias eas ferrovias, são necessários maisde R$ 270 bilhões.
De qualquer forma, de acordocom Clésio Andrade, o programaanunciado pelo governo está sen-do visto com boas expectativas. Osenador destaca, por exemplo,que Minas Gerais obteve destaqueno plano, o que será muito impor-
aeroportos. Os investimentos serãofundamentais para reduzir o custoBrasil e para alavancar a economia.Mas o país ficou anos sem investi-mento em infraestrutura e são ne-cessárias diversas obras urgentesem todos os modais”, afirmou Clé-sio, ao mencionar o Plano CNT deTransporte e Logística.
Pelos números do plano, o Bra-sil precisa de mais de R$ 400 bi-lhões para oferecer a infraestrutu-
NOVOS INVESTIMENTOS EM RODOVIAS
POR CYNTHIA CASTRO
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 21
ticular as cadeias produtivas. A or-ganização desse trabalho será fei-ta pela EPL (Empresa de Planeja-mento e Logística), criada pelo go-verno federal. A estratégia é dupli-car os principais eixos rodoviáriosdo país, reestruturar o modelo deinvestimento e exploração das fer-rovias, expandir e aumentar a ca-pacidade da malha ferroviária.
Dos R$ 133 bilhões previstospara rodovias e ferrovias, R$ 79,5bilhões devem ser investidos noscinco primeiros anos e R$ 53,5 bi-lhões em 20 a 25 anos. Para rodo-vias, serão R$ 42 bilhões a seremutilizados em duplicação, constru-ção e manutenção dos trechos se-lecionados. As ferrovias ficamcom o maior montante, R$ 91 bi-lhões, para serem aplicados naviabilização de construção, manu-tenção e operação de 10 mil km.
Uma grande expectativa em re-lação ao plano do governo é queos prazos estipulados sejam cum-pridos. Há também muitas dúvidassobre como será exatamente otrabalho da EPL para que o siste-ma proposto não se torne buro-crático e para que possa ser viabi-lizado com agilidade.
No caso das rodovias, o pri-meiro lote a ser concessionadoinclui duas rodovias que passampor Minas Gerais, a BR-116 e a BR-040, entre Belo Horizonte e o Dis-trito Federal. As publicações doseditais estão previstas para no-vembro e dezembro deste ano, e
• Investimentos concentrados nos primeiros 5 anos de concessão:
duplicações, contornos, travessias e obras de arte
• Seleção do concessionário pela menor tarifa de pedágio
• Tráfego urbano não será pedagiado
• Pedágio cobrado quando 10% das obras estiverem concluídas
CRONOGRAMA
BR-116 (MG) e BR-040 (MG/GO/DF)
Publicação de editais: novembro e dezembro de 2012
Licitações: dezembro de 2012 e janeiro de 2013
Assinatura de contratos: março e abril de 2013
Demais concessões – 7 lotes
Estudos: até dezembro de 2012
Audiências públicas: Janeiro de 2013
Publicação de editais: Março de 2013
Licitações: Abril de 2013
Assinatura de contratos: Maio, junho e julho de 2013
FINANCIAMENTO
(Condições de financiamento compatíveis com a dimensão dos projetos)
Juros: TJPL + até 1,5%
Carência: até 3 anos
Amortização: até 20 anos
Grau de alavancagem: de 65% até 80%
Fonte: Ministério dos Transportes
MODELO DE CONCESSÕES - RODOVIAS
BR-116 Rodovia faz parte do pacote que prioriza estradas do Sudeste e do Centro-Oeste
Fonte: Ministério dos Transportes
PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2011
BR-116 Rodovia faz parte do pacote que prioriza estradas do Sudeste e do Centro-Oeste
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201222
cleo de Infraestrutura e Logística,da Fundação Dom Cabral, conside-ra que o anúncio do plano feitopela presidente Dilma em agostotraz um misto de algo positivo ede apreensão. “O que há de me-lhor é que o governo federal, de-pois de algumas boas décadas, re-conheceu sua incapacidade orça-mentária de arcar com os projetosde infraestrutura que o país exige,especialmente nessas áreas de ro-dovias e ferrovias. Foi muito posi-tivo o fato de o governo ter trazi-do a iniciativa privada para essecontexto”, avalia o professor.
Ele considera também que ofato de o governo ter começadoo anúncio priorizando rodovias eferrovias também foi importan-te. Como há uma concentraçãodo transporte na matriz rodoviá-ria (em torno de 60%), é neces-sário investir na qualidade dasrodovias. Por outro lado, o fatode haver também a previsão defortes investimentos em ferro-vias mostra, na avaliação de Re-sende, uma preocupação emequilibrar mais a matriz.
as assinaturas dos contratos, pa-ra março e abril de 2013.
Os outros sete lotes devem teros estudos concluídos até o final de2012, e as assinaturas de contratos,até julho do ano que vem. Tambémestão previstas no plano outras ro-dovias que passam por Minas, comoa BR-262, a BR-050 e a BR-153 – quetambém têm trechos no EspíritoSanto, em Goiás e no Tocantins. Oplano inclui ainda a BR-163 e a BR-267, no Mato Grosso e Mato Grossodo Sul, e a BR-101, na Bahia.
Em relação às ferrovias, o Gru-po 1, que inclui 2,6 mil km, terá es-tudos concluídos até o final doano, conforme informações do Mi-nistério dos Transportes. E as assi-naturas dos contratos terminamem julho do ano que vem. Os estu-dos do Grupo 2, para 7,4 mil km deextensão, estão previstos para se-rem concluídos até fevereiro de2012, e as assinaturas dos contra-tos, até setembro de 2013.
ApreensãoO engenheiro Paulo Resende,
professor e coordenador do Nú-
DIVULGAÇÃO
• O governo contrata a construção, a manutenção e a operação
da ferrovia• A Valec compra a capacidade integral de transporte da ferrovia
• A Valec faz oferta pública da capacidade, assegurando o direito de
passagem dos trens em todas as malhas, buscando modicidade
tarifária
Grupo 1 – 2,6 mil km em extensão(Ferroanel SP – Tramo norte/ Ferroanel SP – Tramo sul/ Acesso ao Porto
de Santos/ Lucas do Rio Verde – Uruaçu/ Estrela d´Oeste – Panorama-
Marcaju/ Açailândia – Vila do Conde)Estudos: até dezembro de 2012Audiências públicas: Janeiro de 2013Publicação de editais: Março de 2013Licitação: Abril de 2013Assinatura de contratos: Maio a julho de 2013
Grupo 2 – 7,4 mil km de extensão(Uruaçu-Corinto – Campos/ Salvador-Recife/ Rio de Janeiro-Campos-
Vitória/ Belo Horizonte-Salvador/ Marcaju-Mafra/ São Paulo-Mafra-Rio
Grande)Estudos: Até fevereiro de 2013Audiências públicas: Março de 2013Publicação de editais: Maio de 2013Licitação: Junho de 2013Assinatura de contratos: Julho a setembro de 2013
VENDA DE CAPACIDADESerá feita pela Valec para:• Usuários que quiserem transportar carga própria
• Operadores ferroviários independentes• Concessionários de transporte ferroviário
FINANCIAMENTO(Disponibilização de condições de financiamento compatíveis
com a dimensão dos projetos)Juros: TJPL + até 1%Carência: até 5 anosAmortização: até 25 anosGrau de alavancagem: de 65% até 80%
Fonte: Ministério dos Transportes
MODELO DE PPP – FERROVIAS
FERROVIÁRIO Programa prevê viabilização de 10 mil km
NOVOS INVESTIMENTOS EM FERROVIAS
Fonte: Ministério dos Transportes
A EPL (Empresa de Planeja-mento e Logística) garante quealgumas obras do Programa deInvestimentos em Rodovias eFerrovias começam no ano quevem. A empresa também infor-ma que está conversando comórgãos, como o Ministério doMeio Ambiente e o Ibama, paraobter a licença prévia que ga-rante a viabilidade ambientaldos trechos a serem licitadospara ser parte integrante doprocesso de licitação. Atualmen-te, o processo para obter a licen-ça prévia é feito após o proces-so de licitação das concessões.
Conforme a EPL, grande par-
te dos investimentos privadosem rodovias e ferrovias está pre-vista para acontecer nos primei-ros cinco anos do programa. “Asprimeiras concessões de rodo-vias deverão acontecer até abrilde 2013, de forma que podemosesperar que as obras iniciem jáno ano que vem. No caso das fer-rovias, a assinatura dos contra-tos de concessão também estáprevista para meados de 2013”,informa a empresa. O Ministériodos Transportes garante que osprazos estipulados para as obrasserão cumpridos.
Sobre como será exatamenteo funcionamento da EPL, a as-
sessoria informou que a empre-sa “tem como objetivo estrutu-rar e qualificar um processo deplanejamento integrado de lo-gística no país, bem como atuarcomo sócio na concessão do TAV(Trem de Alta Velocidade), com oobjetivo de absorver e difundiras novas tecnologias”.
De acordo com a EPL, “esseprocesso será fundamental paraa continuidade do programa deinvestimentos em infraestruturapara a identificação de ações emodernização das operações lo-gísticas”, entre outros benefí-cios. A assessoria da empresainformou ainda que “mais do
que indicar ações para superargargalos logísticos, a EPL vaibuscar identificar as ações ne-cessárias para evitar o surgi-mento de novos gargalos”.
A assessoria afirma que aempresa não vai substituir asatribuições do Ministério doTransporte nem das agênciasreguladoras, Valec ou da Secre-taria de Portos. “Ela vai, sob de-manda e mediante contratação,planejar e estruturar projetosque serão executados pelos res-pectivos órgãos.” Nesse mo-mento, a EPL está estruturandosua equipe, que deve contarcom um quadro de 150 pessoas.
Empresa diz que obras devem começar em 2013PRAZOS
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201224
economicamente viável, para quea concessionária tenha capacida-de de investimento”, considera.
O Ministério dos Transportesafirmou, por meio de sua assesso-ria de comunicação, que a tarifade menor pedágio não trará difi-culdades para a manutenção ade-quada das rodovias. “As responsa-bilidades estarão bem descritasno contrato, e a ANTT (Agência Na-cional de Transportes Terrestres)vai fiscalizar para que seja cum-prido”, afirmou o ministério.
O cronograma proposto até
Segundo o professor da Funda-ção Dom Cabral, o que trazapreensão nesse momento é co-mo será exatamente a modelagemdo plano proposto, como será odesdobramento burocrático. Emrelação às rodovias, por exemplo,ele cita uma preocupação com apossível modelagem de menor ta-rifa de pedágio, o que pode trazerdificuldades para a manutençãoadequada. “Na modelagem, preci-sa se garantir um preço de tarifade pedágio que seja bom para ousuário, mas também que seja
VALORESRODOVIAS E FERROVIAS
R$ 133 bilhões
sendo
R$ 79,5 bilhões
em 5 anos e
R$ 53,5 bilhões
em 20 a 25 anos
RODOVIAS
7,5 mil km – R$ 42 bilhõessendo
R$ 23,5 bilhões
em 5 anos e
R$ 18,5 bilhões
em 20 anos
FERROVIAS
10 mil km – R$ 91 bilhõessendo
R$ 56 bilhões
em 5 anos e
R$ 35 bilhões
em 25 anos
Fonte: Ministério dos Transportes
Na opinião de algumaspessoas que atuam no se-tor de transporte, os proje-tos para rodovias, ferrovias,portos e aeroportos devemser desenvolvidos de formaintegrada, para que se con-siga alcançar melhores re-sultados logísticos. Elesdestacam a importância dese aplicar de fato a viabili-dade técnica nos projetosde todos os modais.
“Não se pode, por exem-plo, fazer um superinvesti-mento em uma ferrovia queleva a determinado porto, senão houver investimento nes-se porto. Por outro lado, nãoadianta investir tanto em umporto, se as rodovias e as fer-rovias de acesso não tiveremqualidade”, comentou o vice-presidente da Abralog (Asso-ciação Brasileira de Logísti-ca), Edson Carillo, ao destacarque o papel da EPL (Empresade Planejamento e Logística)será fundamental para que osprojetos sejam economica-mente viáveis.
O engenheiro Eduardo Rat-ton, professor titular da UFPR(Universidade Federal do Pa-raná), destaca que os estudosde viabilidade técnica, econô-mica e ambiental precisamser feitos sempre com muitocritério. “Isso tudo tem queser muito bem avaliado para aexecução dos projetos.”
NordesteA escolha de rodovias e
ferrovias a serem prioriza-
das foi considerada positivapor muitas pessoas que tra-balham com transporte.Mas alguns profissionaisque atuam no Nordeste re-clamaram que a região pra-ticamente não teve desta-que no programa do gover-no federal, em relação aomodal rodoviário. Somentea BR-101, na Bahia, que já es-tá sendo duplicada, está in-cluída no plano.
“Na área rodoviária, oNordeste está fora desseplano, o que é muitoruim.Qualquer melhoriana infraestrutura rodoviá-ria tem um impacto gran-de no crescimento econô-mico. Pernambuco, porexemplo, passa por ummomento de investimen-tos. E seria importanteque recebesse recursospara as rodovias”, avalia oprofessor e doutor em en-genharia civil MaurícioOliveira de Andrade, daUFPE (Universidade Fede-ral de Pernambuco).
Andrade destacou queas rodovias do Sudeste edo Centro-Oeste, incluídasno plano, são mesmo im-portantíssimas para opaís, mas ressaltou que oNordeste também deveriater tido uma atenção es-pecial. Na opinião do pro-fessor, o governo deveriadivulgar mais como serãoos modelos de operação etambém os resultados dosestudos de viabilidade.
Necessidade de integração
PROJETOS
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 25
agora também é motivo de preo-cupação, na opinião de Paulo Re-sende. “Os projetos previstos pa-ra os próximos cinco anos estãosendo colocados como se nãofosse haver nenhum problema ju-rídico, nenhuma contestação, co-mo se todas as licenças ambien-tais fossem sair rapidamente, oque não acontece.”
O presidente-executivo daANTF (Associação Nacional dosTransportadores Ferroviários),Rodrigo Vilaça, também ressal-tou uma preocupação para que
os projetos propostos possamser realizados o mais rapidamen-te possível. Ele considera queainda há muitas dúvidas sobrecomo será de fato a operação daEmpresa de Planejamento e Lo-gística e se essa empresa conse-guirá gerir as novas ideias pro-postas, com agilidade.
“O que queremos é a execu-ção das obras, com a participa-ção da iniciativa privada, de for-ma regulamentada, para atenderàs necessidades do setor e tam-bém para melhorar a mobilidade
das pessoas”, afirmou Vilaça. Se-gundo o presidente-executivo daANTF, “é desafiador o papel daEPL, considerando o tamanho doBrasil e questões políticas e buro-cráticas que interferem na logís-tica e no transporte”.
Na opinião do presidente daNTC&Logística (Associação Na-cional do Transporte de Carga eLogística), Flávio Benatti, o pro-grama anunciado pelo governofederal traz um certo otimismo.Mas ele também enfatizou a ne-cessidade de que os processos
tenham agilidade e as obras nasrodovias sejam concluídas comrapidez e qualidade.
“Precisamos de melhores con-dições da malha rodoviária paraque o sistema logístico tenhamaior produtividade e competiti-vidade nesse mercado globaliza-do. Nossa expectativa é que o no-vo programa faça mais do queduplicar as rodovias. Precisamosde um planejamento bem maior,com a construção de novas estra-das e modernização dos modaisde transporte”, afirmou. l
CRESCIMENTO Programa precisa integrar desenvolvimento dos diversos modais
CRISTINA DIAS/PORTO DE SUAPE/DIVULGAÇÃO
A indústria de locomoti-vas e outros equipamentosferroviários está com boaexpectativa em relação aoplano de investimentos eminfraestrutura de transpor-te no Brasil. Na década en-tre 2010 e 2019, há uma pre-visão de produção de 40 milvagões de cargas, 2.100 lo-comotivas e 4.000 carrosde passageiros, segundo aAbifer (Associação Brasilei-ra da Indústria Ferroviária).
“Já trabalhávamos comesses números, com baseem anúncios anteriores deexpansão da malha ferro-viária. O programa de inves-timento em logística veioconfirmar a previsão inicialdo governo. Deu maior rea-
lidade ao que já estava pre-visto”, disse o presidenteda Abifer, Vicente Abate.
Segundo ele, ainda é ce-do para estimar aumentoem volumes transportados,mas é certo que haverá umestímulo à indústria ferro-viária. “Nesses 10 mil quilô-metros previstos, há mui-tos trechos novos em cons-trução e outros sendo mo-dernizados. A indústria fer-roviária começará partici-pando da construção dasvias permanentes, pormeio do fornecimento dedormentes, trilhos etc. De-pois, com certeza, serãonecessários mais vagões elocomotivas, devido à ex-pansão do sistema.”
Indústria espera vender mai s
LOCOMOTIVAS
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201226
As soluções sustentáveisaplicadas ao transportede passageiros, tanto natecnologia dos veículos
como no uso de combustíveis me-nos poluentes, estiveram presen-tes durante os três dias do 15ºEtransport e da 9ª FetransRio, noRio de Janeiro. O evento, realizadopela Fetranspor (Federação dasEmpresas de Transportes de Pas-sageiros do Estado do Rio de Ja-neiro), no início de outubro, reuniuno Riocentro centenas de pessoas,entre profissionais do meio acadê-
mico, do poder público, operado-res de transporte e empresas fa-bricantes de ônibus.
Um dos projetos apresentadosaos participantes foi o “Diesel deCana – Rumo a 2016”, desenvolvi-do pela Fetranspor e diversosparceiros. O objetivo é a implan-tação experimental de um com-bustível diesel renovável, deriva-do de cana-de-açúcar, em umafrota de ônibus do município doRio de Janeiro. O experimento foiiniciado em janeiro deste ano eterá duração de um ano.
Quarenta ônibus urbanos queatuam em duas linhas de serviçoparticipam da pesquisa, sendo que20 ônibus utilizam um percentualde 30% de diesel de cana, e os ou-tros 20 utilizam o diesel metropoli-tano. Assim, é possível compararos resultados. De acordo com o ge-rente de Operações da MobilidadeUrbana da Fetranspor, GuilhermeWilson, até agora, o experimentotrouxe alguns dados positivos.
Ele citou que os resultadosmostraram que o uso de cana nãopromoveu alterações no consumo
dos veículos nem nos níveis demanutenção e desgaste das pe-ças. “Não tivemos redução ou au-mento de consumo significativos.A performance energética é simi-lar à do diesel comum. Em relaçãoaos dados de opacidade, até ago-ra, houve redução de 1,5%. Espe-rávamos mais, mas o projeto ain-da está em curso. De qualquer for-ma, os veículos foram aprovadosnos testes de emissão.”
Os resultados do projetosão avaliados pela Coppe – Ins-tituto Alberto Luiz Coimbra de
Soluçõessustentáveis
Evento realizado pela Fetranspor, no Rio, expôs tecnologias voltadas para a questão ambiental e
apresentou veículos para o transporte de passageiros
POR CYNTHIA CASTRO
15º ETRANSPORT
RIOCENTRO
CRIATIVIDADE Estande remeteu à ideia de estação BRT
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 27
Pós-Graduação e Pesquisa deEngenharia, da UFRJ (Universi-dade Federal do Rio de Janei-ro). Também são parceiros aMercedes-Benz, Amyris Brasil,Michelin, Petrobras, governosestadual e municipal do Rio deJaneiro, entre outros.
O congresso 15º Etransportrealizou o 2º Seminário de Tecno-logias Sustentáveis no Transporte.Entre os temas apresentados e de-batidos, estavam os veículos elé-tricos, os ganhos ambientais obti-dos a partir da implantação de
corredores de BRT (Bus RapidTransit), a importância da renova-ção de frota de veículos e diversosoutros. Os participantes tambémpuderam conhecer experiênciaspositivas de outros países, como aexperiência com veículos elétricosnas Olimpíadas de Londres e a im-plantação do Transmilênio na Co-lômbia. A Política Nacional de Re-síduos Sólidos também esteve napauta dos debates.
O presidente-executivo da Fe-transpor, Lelis Teixeira, destacou aimportância do congresso e da fei-ra realizados no Rio de Janeiro,especialmente nesse momentoem que o Brasil se prepara para arealização da Copa do Mundo, em2014, e das Olimpíadas, em 2016.
“É um momento histórico vivi-do no país, e a pauta mobilidadeestá em todos os lugares. Trouxe-mos para esse evento as melho-res práticas, de diversas cidadesdo mundo, e a indústria tambémestá presente aqui com os seuslançamentos para mostrar o quehá de positivo em relação aotransporte de passageiros. Preci-samos trabalhar cada vez maispor um transporte de qualidade”,disse Lelis Teixeira.
Nas páginas a seguir, confiraalguns produtos apresentadospela indústria na FetransRio,feira que aconteceu paralela-mente ao congresso.
FOTOS CYNTHIA CASTRO
Congresso e feira para o transporte de passageiros reuniu setores público e privado e comunidade acadêmica
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201228
AVolvo Bus Latin Americaexibiu durante a FetransRioo chassi híbrido da marca
fabricado no Brasil. A produçãodos primeiros veículos na plantabrasileira, localizada em Curitiba,iniciou em junho deste ano, e asprimeiras unidades serão destina-das à capital do Paraná e à cidadede São Paulo.
De acordo com o presidente daVolvo Bus Latin America, Luis Car-los Pimenta, a tecnologia usadapermite considerável economiade combustível e reduz em 90%as emissões de gases poluentes.“Os principais benefícios do nossochassi são o menor consumo, comredução de até 35% de óleo diesele de até 90% menos emissões deNOx e material particulado, alémde menos ruído”, disse Pimenta.
A tecnologia, chamada de “Hí-brida em Paralelo”, foi projetadapara um ônibus com dois motores,um a diesel e outro elétrico, quefuncionam em paralelo ou de for-ma independente. O motor elétri-co é utilizado para arrancar o ôni-
Economia de 35% de dieselbus e acelerá-lo até uma velocida-de de aproximadamente 20 km/he também é usado como geradorde energia durante as frenagens.
O motor a diesel entra em fun-cionamento em velocidades maisaltas. A cada vez que se aciona osfreios, a energia de desaceleraçãoé utilizada para carregar as bate-rias. Quando o veículo está para-do, seja no trânsito, em pontos deônibus ou em semáforos, o motora diesel fica desligado.
“O chassi híbrido tem motora diesel menor do que os nor-mais e é mais silencioso porquepossui motor elétrico. A capaci-dade de tração é maior do que ade um ônibus diesel tradicio-nal”, explicou Pimenta.
Também foram apresentadospela Volvo a nova linha de chassisrodoviários e urbanos, com tecno-logia Euro 5. De acordo com amontadora, os novos modelos re-ceberam avanços tecnológicosque deixaram os veículos econô-micos e seguros. Foi lançado ain-da um gerenciador de frota.
VOLVO/DIVULGAÇÃO
VOLVO Primeiras unidades de ônibushíbridos serão para Curitiba e São Paulo
AMarcopolo comemorouna FetransRio a produ-ção do ônibus número
350 mil. O veículo, um rodoviá-rio Paradiso 1800 Double Dec-ker, da Geração 7, com pinturaexclusiva e alusiva à comemo-ração, marca a trajetória de 63anos da empresa.
O ônibus tem capacidade pa-ra transportar 44 passageirosno piso superior, em poltronassemileito, e nove no piso infe-rior, em poltronas leito.
De acordo com a Marcopolo,com base na pesquisa realizadacom os usuários, as poltronasapresentam inovações, como autilização de espumas especiaisna região da cabeça e do pesco-ço, novos apoios de pernas e
pés, além de apoios de braçomais largos e macios.
Também foi lançado na fei-ra, no Riocentro, o ônibus Au-dace, que amplia a linha deônibus rodoviários e intermu-nicipais da empresa, com aproposta de oferecer uma so-lução para os segmentos defretamento contínuo, freta-mento receptivo e também pa-ra linhas regulares de média ecurta distâncias.
O diretor de operações noBrasil, Paulo Andrade, desta-cou que a FetransRio represen-tou uma grande oportunidadepara as empresas ligadas aosetor de transporte de passa-geiros e que a intenção da em-presa é criar sempre padrões
350 mil ônibus produzidos
MARCOPOLO Poltronas do novo modelo do Au
AS NOVIDADES DA INDÚSTRIA TRANSPORTADORA
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Omodelo de ônibus ro-doviário i6 foi apresen-tado pela encarroça-
dora Irizar. O i6 já é comercia-lizado na Europa há dois anose agora começa a ser vendidotambém no Brasil. De acordocom o gerente nacional devendas da Irizar Brasil, JoãoPaulo Ranalli, nesses 24 me-ses, foi feita uma adaptaçãoespecial para a realidade domercado brasileiro.
“É um produto desenvolvi-do para atender uma gama ro-doviária em relação ao confor-
to, à segurança, à ergonomiapara os condutores e tambémao conforto para os passagei-ros”, disse Ranalli. Segundoele, já foram vendidas 300 uni-dades do i6. O grupo está pre-sente no Brasil há 15 anos.
De acordo com informa-ções da Irizar, o veículo pos-sui tecnologias mais avança-das para melhorar a visibili-dade, como tecnologia de ilu-minação em LED na dianteirae na traseira, com luz de dia.O modelo também busca ofe-recer maior rentabilidade,
com aerodinâmica e formasarredondadas para reduzir aresistência a ventos laterais econsumo.
Em relação à segurança, aIrizar garante que a estruturafoi desenvolvida levando-seem consideração a resistên-cia ao choque frontal e aotombamento. Conforme a em-presa, o desenvolvimento en-globou aumento de rigidezem flexão e torção, redistri-buição de cargas e pesos etambém melhoria da estabili-dade e dirigibilidade.
IRIZAR Modelo i6, que já era vendido na Europa, foi lançado no Brasil
Novidade adaptada ao Brasil
CYNTHIA CASTRO
de qualidade, segurança, con-forto, eficiência e baixo custo.
Sobre a marca de 350 mil uni-dades produzidas, o diretor-geralda Marcopolo, José Rubens de laRosa, afirmou que o volume re-corde demonstra a trajetória decrescimento com foco em inova-ção e novas tecnologias de pro-cessos. “Comemoramos 100 milônibus em 1998. Em 2007, supera-mos as 200 mil unidades e, agora,em apenas cinco anos, ultrapas-samos a marca dos 350 mil veícu-los produzidos. Isso também é re-flexo da internacionalização daMarcopolo e da ampliação desuas operações nos principaismercados do mundo, que deverãofabricar 32,5 mil unidades somen-te este ano”, disse o executivo.
dace apresentado durante a FetransRio
JÚLIO SOARES/MARCOPOLO/DIVULGAÇÃO
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Onovo modelo CityClass -nas versões escolar, fre-tamento e turismo/exe-
cutivo - dos segmentos de mi-cro-ônibus de 7 e 8 toneladas –foi apresentado durante a Fe-transRio pela Iveco. Juntos, es-ses dois segmentos represen-tam 47% do mercado de micro-ônibus, cujas vendas chegarama 9.200 unidades em 2011.
Anteriormente, a Iveco dispu-tava apenas o mercado de 7 tone-ladas com uma versão escolar doCityClass, vendida para o progra-ma Caminhos da Escola, do FNDE(Fundo Nacional de Desenvolvi-mento da Educação). Desde 2010,foram comercializadas 4.000 uni-dades desse produto.
A Iveco LatinAmerica afirmaque está oficialmente entrando nomercado de ônibus do Brasil e daAmérica Latina. De acordo com opresidente da Iveco LatinAmerica,Marco Mazzu, o mercado brasilei-ro é um dos maiores do mundopara esse tipo de produto, portan-to essa era uma decisão naturalpara reforçar a presença da marca
Novo CityClassno país. “Já temos no Brasil umalinha completa e renovada de ca-minhões, e agora pretendemosser também completos no merca-do de ônibus”, informou.
Outra novidade da Iveco naFetransRio foi o primeiro chassi-ônibus da marca com motordianteiro, e PBT (peso bruto to-tal) de 17 toneladas. Trata-se doprojeto Iveco S170. O início decomercialização está previstopara o segundo trimestre de2013. Com esse ônibus, a empre-sa passa a atuar no segmentode veículos pesados de passa-geiros com motor frontal.
De acordo com a Iveco, a filo-sofia de desenvolvimento dos ôni-bus no Brasil será a mesma quefuncionou no segmento de cami-nhões. “Vamos nos basear nacomprovada tecnologia mundialda Iveco e no forte desenvolvi-mento da engenharia local paraoferecer veículos modernos e per-feitamente adequados às necessi-dades do cliente e às condiçõesbrasileiras”, disse o executivo ita-liano Paolo Del Noce.
AScania apresentou suagama de chassis paraônibus na tecnologia Eu-
ro 5 (ou P7) e soluções de servi-ços e pós-venda. O principaldestaque da fabricante suecafoi o modelo F250 4x2, repre-sentante da linha de chassiscom motor dianteiro, que, deacordo com a montadora, passaa ser ofertado com preço com-petitivo no segmento urbano.
Segundo o gerente-executivode vendas de ônibus da Scaniado Brasil, Wilson Pereira, a feirafoi uma grande oportunidadepara os clientes conhecerem opacote de serviços que a Scaniaoferece no mercado de ônibus,desde a consulta na concessio-nária até o pós-venda. Pereira
destacou que a linha de chas-sis com motores dianteirosScania garante eficiência naoperação, baixo consumo decombustível e simples manu-tenção. O modelo F250 na tra-ção 4x2 possui motor de 9 li-tros, 250 cv de potência. Éequipado com sistema elétri-co/CAN, que, segundo a Scania,gerencia as funções do veículo,permite o melhor desempenhona operação e maior facilidadede manutenção.
Durante a FetransRio, a Sca-nia afirmou também que estáampliando a venda de solu-ções na América Latina e bus-cando parcerias com clientesde ônibus. Em setembro, co-meçaram a circular na capital
Chassi urbano de motor
SCANIA F250 foi um dos
IVECO Empresa afirma que entrará forte no mercado de ônibus
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AMercedes-Benz apresen-tou novidades para ôni-bus urbanos e rodoviá-
rios, destacando-se a apresen-tação dos superarticulados O500 MDA e O 500 UDA (para sis-temas BRT), os lançamentos dochassi LO 916 para micro-ôni-bus e de novos itens de avan-çada tecnologia para os ônibusrodoviários O 500 RS e RSD.
O estande da Mercedestambém trouxe outros atrati-vos, como uma estação BRT,demonstrando soluções damarca para os sistemas detransporte coletivo urbano, eo trabalho da montadora parao uso de combustíveis alter-
nativos, como o diesel de ca-na e o biodiesel em frotas deônibus do Rio de Janeiro e deSão Paulo.
O chassi LO 916 para micro-ônibus foi concebido e desen-volvido para o transporte ur-bano e rodoviário de passagei-ros, sendo indicado tambémpara transporte escolar, freta-mento e turismo, conforme in-formações da Mercedes. "Alémda tecnologia BlueTec 5 e demotores mais econômicos eecológicos, o LO 916 oferecemaior capacidade de transpor-te de passageiros, graças aoposicionamento mais avança-do do posto do motorista e ao
PBT maior", disse o diretor devendas e marketing de ônibus,Gilson Mansur.
A Mercedes-Benz tambémapresentou na feira o traba-lho em parceria com a Eletrapara o desenvolvimento deveículos híbridos. A montado-ra fornece os chassis e o mo-tor gerador ajustado à opera-ção, que é implementado pelaEletra, agregando-se motorelétrico da WEG. Segundo aMercedes, o conjunto híbridopode ser encarroçado emqualquer fábrica do Brasil. Atecnologia é 100% nacional ede fácil manutenção, com ba-terias de chumbo-ácido.
Superarticulado e iniciativa ambiental
do Chile 231 ônibus Scania nosistema Transantiago, dentrode uma nova proposta comer-cial. “Desenvolvemos e entre-gamos uma oferta bastantecompletade soluções. Deixamosa posição de simples fornece-dor de chassis e assumimos aposição de parceiro estratégicodo cliente”, disse o gerente deônibus para a América Latina,Marcelo Montanha.
Como parte do pacote de pro-dutos e serviços, está o financia-mento dos veículos completosvia leasing operacional, contra-to de reparo e manutenção, ser-viços realizados na oficina docliente por mecânicos da Scania,treinamento de motoristas emonitoramento da frota.
dianteiro
destaques apresentados na feira
MERCEDES-BENZ Estande mostrou chassis, estação de BRT e projetos para sustentabilidade
FOTOS CYNTHIA CASTRO
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Oônibus híbrido Lion´sCity ficou exposto noestande da MAN, no
Riocentro. O veículo está dis-ponível na Europa e será tes-tado, a partir do próximo ano,em cidades como Porto Ale-gre, São Paulo e Curitiba. Deacordo com a MAN, para apartida, o ônibus utiliza so-mente energia elétrica, elimi-nando a produção de fumaçae diminuindo o barulho.
A tecnologia híbrida podegerar uma redução de até30% no consumo do combus-tível e de emissões de CO2. Aenergia elétrica é gerada coma frenagem do veículo e utili-zada na partida, a partir domesmo conceito de recupera-ção da energia cinética, utili-zado nos carros da Fórmula 1,conforme a MAN.
A montadora apresentoutambém o novo integrante da
Híbridos serão testadosfamília denominada Volksbus- o chassi 17.260 OD. Estavamexpostos ainda o VW 17.230 ODV-Tronic, ônibus urbano comtecnologia Euro 5 e transmis-são automatizada, o chassipara micro-ônibus VW 9.160OD, os modelos VW 15.190 OD eVW 17.280 OT versão piso bai-xo (Low Entry), equipadoscom motor MAN D08, o Volks-bus 18.330 OT e o Volksbus ar-ticulado 26.330 OTA, ideal pa-ra aplicações em corredorestroncais e sistema BRT.
Segundo o diretor de ven-das, marketing e pós-vendasda MAN Latin America, Ricar-do Alouche, as soluções apre-sentadas “visam contribuirpara um transporte mais in-teligente e sustentável noBrasil, impulsionado pelosprogramas de desenvolvi-mento do governo para ospróximos anos”.
Adaptado para atenderos sistemas de trans-porte rápido, o Doppio
BRT foi lançado pela fabricanteComil. O novo modelo do ôni-bus, que já havia sido redese-nhado em 2011, apresenta ago-ra um design frontal mais aero-dinâmico, com ar-condicionadointegrado à carroceria.
“Aumentamos a curvaturafrontal, chegando próximo aopatamar usado nos veículos detrânsito rápido, como trens emetrôs”, afirmou o designerda Comil, Adriano de Quadros.Também foram levados para afeira alguns lançamentos re-centes, como o Campione Dou-ble Decker e o Campione HD.
A fabricante de ônibusanunciou que investirá R$ 110milhões na instalação de uma
unidade voltada para a pro-dução de veículos urbanosem Lorena, no Vale do Paraí-ba (SP). A fábrica deve gerar500 empregos diretos e milindiretos. A capacidade deprodução será de 20 ônibusurbanos por dia, e a previsãoé de que esteja pronta emmeados de 2013.
Com a nova operação, aComil vai transferir a produ-ção de ônibus urbanos daunidade de Erechim (RS) paraLorena e elevará em mais de100% sua capacidade produ-tiva em relação a esse tipo deveículo. De acordo com a Co-mil, a escolha por fazer o in-vestimento em Lorena está li-gada à localização do municí-pio, próximo a São Paulo, Riode Janeiro e Belo Horizonte.
Lançamento do Doppio BRT
COMIL Novo modelo tem design frontal mais aerodinâmico
MAN Híbrido será testado em cidades brasileiras em 2013
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Durante a FetransRio, aencarroçadora Neobusenfatizou sua expe-
riência na atuação em siste-ma de transporte público ex-presso, o BRT (Bus Rapid Tran-sit). Localizada em Caxias doSul, no Rio Grande do Sul, aempresa iniciou a produçãode ônibus em 1999. Após 13anos, foram produzidas maisde 30 mil unidades.
O parque fabril tem áreatotal de 450 mil metros qua-drados e 55 mil metros qua-
drados de área construída.Em relação a BRTs e BRS (BusRapid Service), a empresa jácomercializou mais de milunidades desde 2011. Durantea FetransRio, foram apresen-tados cinco ônibus, chamadosde MegaBRT, e um MegaBRS.
No ano passado, a empre-sa forneceu quase 400 ôni-bus para Curitiba. O Me-gaBRT biarticulado tem 28metros de comprimento, 2,6metros de largura e 2,20 me-tros de altura interna.
Mais de 30 mil unidades
Aencarroçadora de ônibus Caio Indus-car também destacou seus produtosvoltados para a operação de BRT no
Brasil. A empresa informou sobre o lança-mento da família Millennium BRT, que possuitrês versões de ônibus (biarticulados, articu-lados e alimentadores).
De acordo com a empresa, as carroceriasforam desenvolvidas depois de diversos estu-dos sobre o sistema BRT em diferentes locali-dades do Brasil. Foram investidos R$ aproxi-madamente 15 milhões no desenvolvimentoda nova família de produtos Millennium BRT. Aexpectativa de vendas para este ano é entre300 e 400 veículos dessa nova linha.
A Caio Induscar tem seu escritório centrallocalizado em São Paulo, e o parque fabril é emBotucatu, com capacidade de produção paraaproximadamente 40 carrocerias por dia. Em2012, a marca Caio completou 66 anos. l
Aposta nos veículos articulados e biarticulados
NEOBUS Empresa aposta nos sistemas BRT e BRS
CAIO Investimento de R$ 15 milhões em nova linha
BLITZ EDUCATIVA
Menos veloCNT, Sest Senat, Fetcemg e Polícia Militar Rodoviária fa
Acada ano, o Anel Ro-doviário de Belo Hori-zonte registra aproxi-madamente 3.000 aci-
dentes. A maior parte deles(52%) causada pela falta deatenção dos motoristas – o ex-cesso de velocidade também éfator presente em muitas ocor-rências. No trecho de 7 km dedescida, entre os bairros Olhos-d´Água e Betânia, logo na saídada BR-040, o risco de colisõesmais graves é ainda maior.
Para alertar os motoristasde caminhão a redobrarem oscuidados, especialmente nessetrecho de descida, foi realiza-da uma blitz educativa no finalde setembro, organizada pelaCNT, pelo Sest Senat, pela Polí-cia Militar Rodoviária e pelaFetcemg (Federação das Em-presas de Transportes de Car-ga do Estado de Minas Gerais).
Dezenas de caminhoneirosreceberam orientações, kitscom folhetos de alerta e ca-misa com o dizer “Eu cuido dasegurança do Anel Rodoviáriode Belo Horizonte. E você?”.Também foram renovadas as
máxima permitida para osveículos do transporte de car-gas é 60 km/h.
O comandante do policia-mento do Anel Rodoviário, te-nente Donizete, enfatizou que aresponsabilidade pelos aciden-tes é dos condutores em geral,tanto daqueles que dirigem veí-
placas de atenção às margensdo Anel e da BR-040. Essasplacas, instaladas na primeirafase da campanha, no iníciodo ano passado, ganharam di-zeres mais incisivos para queos motoristas de caminhãoreduzam a velocidade e redo-brem a atenção. A velocidade
culos leves como veículos pesa-dos. Mas ele ressaltou a impor-tância de se fazer uma campa-nha com foco nos caminhonei-ros porque quando ocorre umabatida no trecho de descida doAnel, envolvendo um caminhão,aumenta a gravidade.
“Os acidentes não ocorrem
POR CYNTHIA CASTRO
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cidade no Anel zem campanha de conscientização em Belo Horizonte por mais segurança
somente por culpa dos cami-nhoneiros. Há responsabilida-de grande de todos os condu-tores, já que 90% dos aciden-tes no Anel são consequênciade alguma falha humana. Deforma geral, o condutor estáprecisando ser educado”, afir-ma o tenente.
Segundo Donizete, o trechoconhecido como “descida doBetânia” é muito perigoso. Háum estreitamento da pista, aofinal do declive. Com isso,quando ocorre retenção navia, se o motorista estiverdescendo em alta velocidade,não consegue frear a tempo.
“As ocorrências estão distri-buídas em todo o Anel. Masessa descida já foi palco deacidentes gravíssimos.”
De acordo com o tenenteDonizete, o envolvimento daCNT e do Sest Senat na cam-panha de segurança do AnelRodoviário é fundamental,
não somente para possibilitara instalação das placas e dis-tribuição do material infor-mativo, como também paraauxiliar na conscientizaçãodireta dos motoristas de ca-minhão.
A maior segurança no AnelRodoviário de Belo Horizonte
HENR
IQUE
PIM
ENTE
L
Saiba maisConheça o Anel Rodoviário de Belo Horizonte
PERFIL• O Anel Rodoviário é uma via expressa de Belo Horizonte, construída nos
anos 50 para desafogar o crescente tráfego de carga que passava pelocentro da capital mineira
• São 26,5 km de extensão – entre a BR-040 (saída para o Rio de Janeiro) e a BR-381 (saída para o Espírito Santo)
• Passa por 38 bairros de Belo Horizonte• Cruza algumas das principais avenidas da cidade: Linha Verde/av. Cristiano
Machado, av. Antônio Carlos, av. Catalão, av. Pedro 2º, Via Expressa, Av. Amazonas
VEÍCULOS• Diariamente, registra um volume médio de 120 mil veículos• 78% são automóveis, motos ou pick-ups; 20% são veículos de carga e 2%
são ônibus
Ocorrências 2010 2011 2012*
Acidentes 3.055 3.053 2.209Mortes 39 33 22
*até agostoFonte: Polícia Militar Rodoviária
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“É preciso consci
PARTICIPAÇÃO
Quem passa pelo Anel Rodo-viário de Belo Horizonte, diaria-mente, conhece bem a importân-cia de uma campanha para amaior segurança. É o caso da ca-minhoneira Cristiane Ferreira,38, que transporta tijolos. “Agente percebe que ainda há mui-ta imprudência. Motoristas comvelocidade elevada, por exemplo,é um problema que aumentamuito os riscos. É muito impor-tante a realização dessa blitz dealerta para que as pessoas diri-jam com maior cuidado.”
No dia da blitz educativa, amobilização chamou atenção atémesmo de quem não foi aborda-
Esses motoristas que não co-nhecem bem a região não sa-bem os riscos do Anel”, dizVander Costa.
De acordo com o presiden-te da Fetcemg, é sempre bomalertar os motoristas para ofato de o Anel Rodoviário seruma via urbana, mas que re-cebe o tráfego de rodovias,como a BR-040, BR-381 e ou-tras. “É importante que sejatratada como uma via urbana,
O presidente da Fetcemg,Vander Costa, fez questão delembrar que a blitz educativaé muito importante para in-formar os caminhoneiros quenão estão acostumados a tra-fegar pelo Anel, sobre os ris-cos que a via oferece. “A CNTe o Sest Senat fizeram novasplacas de alerta, principal-mente com foco nos motoris-tas de fora da Região Metro-politana de Belo Horizonte.
tem sido um dos temas defendi-dos pelo presidente da CNT e doSest Senat, senador Clésio An-drade. Ele destaca que é muitoimportante que os motoristas re-dobrem os cuidados ao trafega-rem por essa via. “O trânsito diá-rio é muito intenso no Anel Ro-doviário. É importante redobraros cuidados, dirigir de formamais segura, reduzindo a veloci-dade logo no início da via", afir-ma o senador Clésio Andrade.
CAUTELA A caminhoneira Cristiane Ferreira defende a redução da velocidade
LUDMILA SOARES/FETCEMG
“É importanteredobrar oscuidados,dirigir de
forma maissegura”
SENADOR CLÉSIO ANDRADE, PRESIDENTE DA CNT
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entização”do pelos policiais. O caminhoneiroRubem de Miranda Carvalho, 57, viua movimentação e fez questão deparar e pedir para participar. Mora-dor de Nova Lima, na Região Metro-politana de Belo Horizonte, ele pas-sa sempre pelo Anel e sabe dos ris-cos que a via oferece.
“Vi a campanha de segurançana estrada, fiquei interessado equis chegar perto para ver o queera. Tem de ter conscientizaçãoporque é muita vida que se perdeaí. Há muita imprudência. É precisomesmo conscientizar para a con-dução segura”, disse Carvalho, queretomou a direção vestindo a cami-sa da campanha de segurança.
com a redução da velocidadee mais precaução para evitaros acidentes”, afirma.
A redução das mortes noAnel Rodoviário é um dosprincipais objetivos da cam-panha de conscientização, se-gundo o tenente Donizete. Em2010, foram registrados 39óbitos em acidentes. Em 2011foram 33. Como nesse períodoaumentou a frota de veículos,a redução é significativa, na
avaliação de tenente. O núme-ro de acidentes tem se manti-do estável. Foram 3.055, em2010, e 3.053, em 2011. Nesteano, até agosto, foram conta-bilizados 2.209 acidentes e 22mortes. Muitas delas de pe-destres.
O Anel Rodoviário tem26,5 km de extensão, passapor 38 bairros de Belo Hori-zonte e corta avenidas im-portantes da cidade. Diaria-
mente, transitam cerca de120 mil veículos.
Uma estratégia que tem si-do adotada para contribuirpara a redução dos acidentes,conforme o tenente Donizete,é a instalação de radares navia. São 17 redutores de velo-cidade no total. Na descidamais perigosa, são sete equi-pamentos e um móvel, con-forme o comandante do poli-ciamento. l
ATENÇÃO Placas colocadas às margens da BR-040 alertam para os cuidados
HENRIQUE PIMENTEL
Em 2011,
33pessoas
morreramno Anel
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Depois de o governo fede-ral conceder à iniciativaprivada parte da admi-nistração de três impor-
tantes aeroportos brasileiros, a In-fraero, que até então regia sozi-nha o controle dos terminais, pas-sa a ter um papel diferente na ges-tão. Para especialistas, apesar deter uma participação minoritáriano controle (49% de participaçãono capital social das concessioná-rias), a empresa pública terá van-tagens com o novo modelo. Aaposta é que novos investimentosvirão, representando melhoriaspara os gargalos estruturais.
O engenheiro de infraestrutura
aeronáutica e consultor MozartMascarenhas Alemão afirma que adivisão na gestão dos aeroportosvai permitir à Infraero ter recursospara aplicar em outros aeropor-tos, incluindo os de porte menor.“Em um primeiro momento, o in-vestimento será maior do que oretorno, já que há muito a ser fei-to nos terminais concedidos.”
De acordo com Alemão, nospróximos dez anos, todo o esforçoda Infraero será aplicado nosaeroportos de Brasília, Guarulhose Viracopos, já que eles são o quese pode chamar de os “carros-chefes” da nova gestão aeropor-tuária (ver quadro).
Já Jorge Eduardo Leal de Medei-ros, engenheiro aeronáutico e pro-fessor do Departamento de Enge-nharia de Transportes da Poli-USP(Escola Politécnica da Universidadede São Paulo), acredita que, ao per-der a receita desses três aeropor-tos, a autarquia deixa de fazer in-vestimentos em outros terminais.
Ele diz, porém, que a gestãocompartilhada pode representaruma nova etapa para a Infraero.“Com a iniciativa privada na ad-ministração, a empresa tende amudar seu posicionamento, pas-sando a gerir os aeroportos deuma maneira mais técnica doque política. Isso pode ser fun-
damental para melhorias futurasnos terminais administrados pe-la companhia.”
O presidente da Infraero, Gus-tavo do Vale, ratifica que, mesmoperdendo as receitas dos aero-portos concedidos, a empresanão vai perder a capacidade deinvestir. “O orçamento de obrasnão muda. Os valores a serempagos pelas concessionárias aoFnac (Fundo Nacional de AviaçãoCivil) serão destinados a investi-mentos na infraestrutura aero-portuária, dos quais a Infraeroserá o principal destinatário, porcontinuar sendo a maior opera-dora de aeroportos do país”, afir-
A novaInfraero
POR LETICIA SIMÕES
Especialistas analisam o papel da autarquia no novoformato de concessão de aeroportos no país
AVIAÇÃO
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 39
ma. O Fnac é administrado pelaSAC (Secretaria de Aviação Civil),autarquia que supervisiona aspolíticas para o desenvolvimentodo setor de aviação civil e das in-fraestruturas aeroportuárias, cu-ja Infraero é subordinada.
Segundo Vale, como sócia dasempresas que passaram a admi-nistrar os aeroportos concedi-dos, a Infraero vai exercer umafunção de “vigília” dos investi-mentos a serem realizados. “Es-sas aplicações devem dar o re-torno que está previsto nos pla-nos de negócios. A empresa vaicumprir o importante papel deobservadora das operações dos
aeroportos, cuidando para queos usuários sejam atendidos damelhor maneira possível.”
Neste momento, segundo o di-rigente, a Infraero trabalha nacomposição dos conselhos admi-nistrativo e fiscal das três conces-sionárias – Inframérica Aeropor-tos, Invepar e Aeroportos do Bra-sil, responsáveis pelos aeroportosde Brasília, Guarulhos e Viracopos,respectivamente.
A SAC descarta que o papel de“sentinela” da Infraero representechoque com as competências daAnac (Agência Nacional de Avia-ção Civil). A secretaria, por meiode sua assessoria, afirma que a
Anac desempenha o papel de ges-tora dos contratos dos aeroportosconcedidos e é a responsável pelafiscalização do cumprimento dosacordos firmados.
Já a Infraero, diz a SAC, passa adesenvolver novas competênciaspara realizar suas atribuições pac-tuadas nos acordos de acionistasdas concessões, mas não participadiretamente da operação dosaeroportos concedidos.
Ainda conforme a assessoria, aautarquia vai assimilar novas for-mas de gestão, podendo levar“aprendizados” e novas técnicaspara os aeroportos que continuaadministrando.
Para o economista Gilson de Li-ma Garófalo, professor da FEA-USP(Faculdade de Economia, Adminis-tração e Contabilidade) e especia-lista em transporte aéreo de pas-sageiros, os consórcios vão bus-car eficiência na gestão e deveminvestir bastante nos terminais, oque é positivo para a Infraero.“Acredito que a situação dos ter-minais vai melhorar e os entravesserão sanados. Isso faz com que aimagem da autarquia mude paramelhor perante o mercado.”
Garófalo diz que os consór-cios vão defender as obras ne-cessárias, uma vez que eles ad-ministram os três aeroportoscom maior necessidade de inves-timentos e obras. “Com isso, a In-fraero vai receber parte da recei-ta que virá com as melhorias. Asempresas gestoras têm todo ointeresse para que tudo ocorrada melhor maneira.”
Vale, da Infraero, diz que aautarquia tem um planejamentode obras para os 63 aeroportosadministrados pela empresa,sendo 34 terminais de carga, 68grupamentos de navegação aé-rea e 50 unidades técnicas deaeronavegação . De acordo comele, esse trabalho está em exe-cução em todo o país.
Quanto aos aeroportos con-cedidos, o presidente da Infra-ero afirma que as concessioná-rias serão as responsáveis peloplanejamento e pela execução
JÚLIO FERNANDES/CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201240
to, como órgão central do Sistemade Controle do Espaço Aéreo Bra-sileiro, mesmo que alguns servi-ços sejam prestados por uma con-cessionária.
Sobre a possibilidade de aero-portos médios também passa-rem à iniciativa privada, o pro-fessor Garófalo afirma que aschances são remotas. “Esse ce-nário não deve acontecer emmédio prazo. Esses terminais nãotêm a rentabilidade dos grandese poucas empresas se interes-sam em explorá-los. O governoestá mais preocupado com osaeroportos de grande porte, fi-nanceiramente mais rentáveis.”
Vale, da Infraero, diz que aspolíticas de desenvolvimento dosetor aéreo, que incluem a defi-
das obras de expansão e de ma-nutenção de toda a infraestru-tura aeroportuária. “A navega-ção aérea vai continuar sob aresponsabilidade da Infraeroem Guarulhos e em Campinas.Em Brasília, o Dece a (Departa-mento de Controle do EspaçoAéreo) será o responsável.”
Segundo o Decea, quando háinteresse operacional por parte doDepartamento em fazer a conces-são para o controle do espaço aé-reo em determinados terminais, écelebrado um acordo com a Infra-ero. No caso dos aeroportos con-cedidos, o Decea já realizava ocontrole em Brasília e a Infraeronos demais. O Decea destaca ain-da que a responsabilidade da ati-vidade é sempre do departamen-
GESTÃO A Infraero
SAIBA MAISConfira o que os consórcios prometem fazer nos aeroportos leiloados
AEROPORTO DE GUARULHOSConsórcio: Invepar (90% da Invepar Investimentos e Participações eInfraestrutura e 10% da Airport Company South Africa)Valor pago: R$ 16,213 bilhõesÁgio: 373,5% Plano de negócios: as obras do novo terminal de passageiros (T3) foraminiciadas em setembro. A previsão é que estejam concluídas antes da Copa-14. O T3 terá um hotel com 50 quartos, terminal de ônibus, shoppingcom lojas nacionais e internacionais e restaurantes, sistema automatizadoque permite check-in e despacho de bagagem fora do balcão. Estão previstasainda obras de recuperação e ampliação das pistas e de sistemas de segurança. O estacionamento, com capacidade atual de 4.138 vagas, terá 4.900 vagas até o final deste ano. O investimento é de R$ 3 bilhões.
AEROPORTO DE BRASÍLIAConsórcio: Inframérica Aeroportos (50% da Infravix Participações e 50% da Corporación America, da Argentina)Valor pago: R$ 4,501 bilhõesÁgio: 673,89%Plano de negócios: reforma dos terminais 1 e 2 e construção de um novo com 15 posições de embarque. A previsão é de os terminais sejam concluídos até junho de 2014. Os investimentos somam R$ 750 milhões.Implantação da maior sala VIP da América Latina. A revitalização dosbanheiros, a reforma da cobertura, o conserto de escadas rolantes e aimplantação de um elevador adicional próximo à área de embarque já foraminiciados. O plano prevê também uma faixa adicional na chegada do aeroporto e a ampliação do estacionamento, com capacidde para 3.000 vagas
AEROPORTO DE VIRACOPOSConsórcio: Aeroportos do Brasil (45% da Triunfo Participações eInvestimentos, 45% da UTC Participações e 10% da Egis AirportOperation, da França)Valor pago: R$ 3,821 bilhõesÁgio: 159,75%Plano de negócios: o plano conta com cinco ciclos de investimentospara os 30 anos de concessão. O primeiro deles, com previsão de ser concluído até maio de 2014, está em execução. O primeiro ciclo terá aporte de R$ 1,4 bilhão. Os outros, R$ 7 bilhões. Está em execução a construção de um novo terminal de passageiros com capacidade para o transporte de 14 milhões de passageiros por ano. O terminal teráestrutura em concreto, aço e vidro, 28 pontes de embarque, sete novas posições remotas de estacionamento de aeronaves, edifício-garagem com 4.000 vagas e ampliação das pistas de taxiamento de aeronaves
Total de ofertas recebidas pelo leilão dos aeroportos de Guarulhos,
Brasília e Viracopos: mais de R$ 24,53 bilhõesFonte: Consórcios gestores
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no fomento da aviação civil, in-cluindo a expansão, o aperfeiçoa-mento e o desenvolvimento dosistema de aviação regional, que éparte relevante da política gover-namental para o setor.
Segundo Apostole LázaroChryssafidis, presidente da Abe-tar (Associação Brasileira dasEmpresas de Transporte AéreoRegional), o ministro-chefe daSAC, Wagner Bittencourt, decla-rou, durante o congresso da en-tidade de 2011, que parte dos re-cursos das concessões aeropor-tuárias vão ser destinados aoProfaa (Programa Federal deAuxílio a Aeroportos) para equi-par, ampliar e modernizar osaeroportos regionais e de mé-dio tráfego. “O montante anun-
nição dos modelos de gestão aserem adotados, incluindo novasconcessões, ou aumento da rededa autarquia, são de responsabi-lidade da SAC.
A secretaria, por sua vez, afir-ma que ainda não existe nenhumadecisão com relação a possíveismudanças na gestão desses ter-minais. Da mesma maneira, não hádefinições quanto aos próximosaeroportos de grande porte a se-rem concessionados.
No que diz respeito aos aero-portos regionais, a SAC destacaque o governo federal vai lançar,em breve, um plano de incentivo àaviação regional.
De acordo com a assessoria, osrecursos das concessões serãoaplicados no desenvolvimento e
ciado na ocasião foi de R$ 400milhões, a serem aplicados ain-da este ano”, diz Chryssafidis.
A SAC informa que os recursosdas concessões somam, aproxi-madamente, R$ 1 bilhão ao ano,até o fim dos contratos (Viraco-pos, 30 anos; Brasília 25 anos eGuarulhos 20 anos). O montanteserá destinado ao Fnac, que vaiaplicar “grande parte” desse valornos aeroportos regionais.
Com relação ao Profaa, a SACconfirma que para o exercício fi-nanceiro de 2012, a dotação orça-mentária é de R$ 133 milhões, como limite de empenho de R$ 61,5 mi-lhões. Desses, foram empenhadosR$ 36,6 milhões, até o dia 7 de ju-lho, data de início do período pré-eleitoral. A secretaria afirma que aexecução está de acordo com oplanejamento da autarquia.
O brigadeiro Mauro JoséMiranda Gandra, presidente daAncab (Associação Nacionalde Concessionárias de Aero-portos Brasileiros), esperaque a SAC cumpra a promessade investimentos nos aeropor-tos regionais, como tambémnos demais aeroportos quepermanecerem sob a adminis-tração direta da Infraero. “Ouso de fundos para investi-mentos em bases estruturaisnecessita de vigilância espe-cial para sua aplicação. O em-prego desses recursos é espe-cífico e representa garantia
tem um planejamento de obras para os 63 aeroportos sob sua administração
INFRAERO/DIVULGAÇÃO
de sucesso para a infraestru-tura aeroportuária do país”.
Chryssafidis, da Abetar, afir-ma que o cenário da aviação re-gional continua enfrentando di-ficuldades. “Apesar dos avançossignificativos do setor entre2004 e 2009, ainda discute-se aparticipação de menos de 1%das empresas regionais no mo-dal. É fundamental que haja in-vestimentos em infraestruturaaeroportuária, qualificação dosgestores públicos de aeroportosregionais dos Estados e municí-pios e uma política de facilita-ção de crédito para as empre-sas menores. Assim, o segmen-to vai voltar a crescer.”
Para o professor Gilson Garófa-lo, a probabilidade de a Infraeroinvestir nos aeroportos regionaisé concreta. “O governo está preo-cupado com a interligação do país.Esses terminais demandam umaatenção mais direta, e o poder pú-blico tem interesse em reativar aaviação regional.”
O consultor Mozart Alemãoacredita que o destino dos termi-nais regionais também pode sera concessão. “É um caminho semvolta. Esse modelo de gestão évantajoso para a Infraero e parao grupo econômico que entrarno negócio. Desse modo, a avia-ção regional ganha com outrosinvestidores aplicando no setor,o que, consequentemente, vaimelhorar toda a malha.” l
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cio para as companhias, pois opaís não poderá abrir mão dainfraestrutura e de serviços lo-gísticos de qualidade para semanter no rol das maiores eco-nomias do mundo.
Sérgio Ronaldo Granemann,professor de Logística e diretordo Ceftru (Centro Interdiscipli-nar de Estudos em Transportes)da UnB (Universidade de Brasí-
Omercado logístico bra-sileiro vive um mo-mento especial. Asempresas que atuam
no setor vêm, ao longo dosanos, investindo para expandirseus negócios e marcar territó-rio nesse segmento que, a cadadia, abre novas possibilidadesde negócio. Segundo especialis-tas, este é um momento propí-
lia), afirma que a concorrênciaentre as organizações também éresponsável pelo crescimentodo mercado logístico nacional.“As empresas vendem seus pro-dutos a consumidores cada vezmais desejosos de novidades ede produtos de melhor qualida-de. Isso é essencial para explicaro aumento do setor no país.”
De acordo com ele, o acesso
de uma parcela mais ampla dapopulação a bens e serviçostambém tem contribuído efeti-vamente com o crescimento devários setores, “notadamente, ode logística.”
A RCR Ambiental, especiali-zada em logística reversa (quetrata do retorno de produtos,materiais e peças do consumi-dor final ao processo produtivodas empresas), está no mercadohá dez anos. Desde então, acompanhia registra crescimen-tos anuais de 30% a 40%.
Para chegar a esse patamar,foi preciso investir em áreaspontuais, como afirma AndréNavarro, diretor de operaçõesda RCR. “A empresa privilegioua estruturação de armazéns, afrota de transporte de produ-tos e resíduos, no aprimora-mento da atividade e na auto-mação do parque fabril de des-caracterização de produtos in-servíveis. Além disso, o investi-mento na qualificação dos co-laboradores e a expansão re-gional da companhia contribuí-ram para essa estabilidade.”
A RCR possui unidades ope-racionais concentradas em São
Empresas investem na expansão dos negócios de olho na perspectiva de
aplicação de recursos em infraestruturaPOR LETICIA SIMÕES
Iniciativasde sucesso
LOGÍSTICA
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tir no mercado logístico a partirde 2000. A expertise da empre-sa no transporte de defensivosagrícolas, em especial de SSMA(Saúde, Segurança e Meio Am-biente), que têm normas técni-cas rigorosas, foi determinantepara a entrada da companhia nomercado logístico. “Havia poucasinergia dessa operação com osprodutos da carga geral. Essa
fiabilidade e protegendo a mar-ca da clientela. A assessoriaviabiliza a dedutibilidade fiscal(desconto de encargos) de pro-dutos não comercializáveis, ouinservíveis, propiciando ga-nhos financeiros à clientela”,destaca o diretor.
A Golden Cargo, que atua nosetor de transporte de cargageral há 18 anos, decidiu inves-
país com oferta de serviços in-tegrada para logística reversade produtos inservíveis de pós-venda e, mais recentemente,provenientes do pós-consumo.Desse panorama, surgiu a RCR.
“A empresa reúne em suasoperações todos os elementosnecessários para realizar comsegurança o caminho contráriodo processo, garantindo con-
Paulo (capital e interior) e noRio de Janeiro, atendendoclientes em todo o Brasil. Omaior volume das operaçõesse concentra nos segmentosfarmacêutico, de cosméticos,de higiene pessoal, de artigosde luxo, de químicos, de ali-mentos, de bebidas e de ves-tuário. Os executivos detecta-ram que faltavam empresas no
RCR AMBIENTAL/DIVULGAÇÃO
VOLUME RCR Registracrescimentos anuais de até 40%
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ESTRATÉGIA
Rodovias se tornam pontos estratégicosTENDÊNCIA
Pontos fundamentais parao bom funcionamento da ca-deia logística, armazéns e ter-minais brasileiros estão “inva-dindo” locais estratégicos pa-ra a atividade, ocupandograndes áreas em rodoviaspróximas às regiões metropo-litanas brasileiras, seguindouma tendência já comprovadaem outros países.
A Refrio Armazéns Geraispossui cinco unidades entreItapecerica da Serra e Ta-boão da Serra (no entornodo Rodoanel de São Paulo),e uma em Araucária, naGrande Curitiba (PR).
O gerente de marketing daempresa, Gilberto Gutierrez,afirma que fixar os armazénspróximos às metrópoles setornou uma necessidade pa-ra as companhias que atuamno setor. “Isso facilita a aces-sibilidade de pessoas e mer-cadorias. Com um mínimo deplanejamento, qualquer mu-nicípio que analise a malhaviária e os meios de trans-portes de mercadorias vaidecidir por essa solução deconcentrar os centros de dis-tribuição fora da cidade. Essaoperação ocorre nos EstadosUnidos e na Europa há maisde 50 anos.”
Essa realidade, diz SérgioRonaldo Granemann, profes-sor de Logística e diretor doCeftru da UnB, justifica-se
porque as áreas próximasaos centros urbanos sãopontos de fácil acesso e es-tão localizados em sítios es-tratégicos para distribuir osprodutos aos mercados deconsumo. “Umas das princi-pais vantagens é que a ope-ração é executada em me-nos tempo e com menor cus-to. Pode-se dizer que é umatendência nacional, mas quejá vem sendo observada hámuitos anos.”
A Diamond Logística eTransportes está localizadano KM 17 da rodovia Anhan-guera, próxima às rodoviasCastelo Branco e Bandeiran-tes, com acesso ao Rodoanelde São Paulo. “Ter acesso pri-vilegiado às principais rodo-vias da região e com melhorparticipação no mercado éum dos principais benefíciosdessa localização. Além disso,a empresa consegue garantirao cliente melhor fluidez nalogística e na redução doscustos operacionais”, diz Ju-randi Santos, supervisor delogística da Diamond.
Ele acredita que existe es-paço para o crescimento dearmazéns em todo o país, aolongo de rodovias próximasàs principais metrópoles. “Emrazão das dificuldades em ad-ministrar seus setores de lo-gística, diversas empresastêm procurado terceirizar es-
ses serviços com os arma-zéns. Eles possuem estruturasadequadas, e a instalação nassaídas rodoviárias oferecemaior facilidade de acesso.”
Instalada no KM 15 daAnhanguera, a Corus Logís-tica (empresa do GrupoTranscordeiro), com filiaisno interior paulista, BarraMansa (RJ), Vila Velha (ES) eGaranhuns (PE), apostou nalocalização por causa daproximidade com os princi-pais clientes para otimizaras operações de abasteci-mento de mercadorias nodepósito. “Essa opção evitaque os veículos da frotaadentrem ou cruzem as re-giões centrais de São Paulo.Além disso, o Rodoanel tam-bém foi decisivo para a es-colha”, diz Eduardo MauriAvileis, gerente-executivode negócios da Corus.
O gerente afirma que hou-ve aumento considerável deempreendimentos nas rodo-vias paulistas, principalmentede embarcadores, que estãoconstruindo seus armazéns.“Os centros urbanos das prin-cipais capitais estão cada vezmais congestionados e po-voados. Com isso, as áreas derestrição à circulação de veí-culos de carga tendem a au-mentar, criando polos indus-triais e de abastecimento àsmargens das rodovias.”
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experiência com o transportede produtos agroquímicos fezcom que a companhia se dife-renciasse das demais empre-sas”, diz o diretor-geral da em-presa, Oswaldo Castro Júnior.
A companhia possui 12 filiais.Oito delas são dotadas de estru-tura para armazenagem, pro-cessamento de pedidos e ges-tão de estoques e manuseio deembalagem, incluindo logísticareversa. A Golden inaugurou emjulho um centro de distribuiçãoem Ernestina (RS) e, com a aber-tura de outro, em Cuiabá (MT),deixou de terceirizar os servi-ços da empresa naquela região.
Para Castro Júnior, o êxito dacompanhia no setor se amparana localização estratégica deseus centros de distribuição.“Todos estão centrados em po-los produtores e consumidoresdos clientes, inclusive em pon-tos remotos, como Luis EduardoMagalhães, Balsas e Araguaína,no interior da Bahia, e nos Esta-dos do Maranhão e de Tocan-tins. Além disso, a otimizaçãode recursos e os ganhos de pro-dutividade permitem oferecersoluções de alto nível a custoscompetitivos.”
Granemann, da UnB, enfatizaque o atual momento do merca-do é uma excelente oportunida-de para o desenvolvimento denovos negócios. “O crescimento
da economia brasileira é o prin-cipal fator de incremento da lo-gística no país. Muitas fábricas,empresas e investimentos têmsido atraídos na última década.”
O especialista em logística econsultor Fágner Gouveia afir-ma que a economia favorece acompra e a venda de produtos eserviços. “Mais empresas nacio-nais estão se tornando globais ecompanhias internacionais es-tão investindo no Brasil.”
Castro Júnior afirma que omercado logístico vive seu mo-mento de maior competitivida-de. “Existe excesso na oferta deserviços logísticos. Paradoxal-mente, o país convive com pres-tadores de baixíssima qualida-de, com o setor sendo pressio-nado pela guerra de preços. Ca-be ao cliente fazer suas esco-lhas e, consequentemente, pa-gar o valor justo na melhor rela-ção custo-benefício.”
Granemann diz que o merca-do ainda precisa se qualificarpara manter o crescimento egarantir o profissionalismo.“Principalmente em relação àinfraestrutura de transporte ede comunicação. Além da capa-citação de profissionais, em to-dos os níveis.”
A profissionalização do se-tor, de acordo com Gouveia, éindispensável para que o im-pulso projetado se confirme.Localização adequada dos centros de distribuição garante redução dos custos
REFRIO/DIVULGAÇÃO
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“Investir também no relaciona-mento com os grupos de inte-resse, como fornecedores, par-ceiros, clientes e concorrentes,traz ao setor novas possibili-dades de negócios e de proje-tos logísticos.”
Com 15 anos de atuação nomercado, a Sudeste ArmazénsGerais e Logística investiu notreinamento de mão de obrapara especialização no seg-mento de armazéns gerais, in-fraestrutura operacional etecnologia de informações. Se-gundo o diretor de logística,Ronaldo Paschoaloni, a qualifi-
cação dos colaboradores foi eé fundamental para o sucessoda empresa.
Os armazéns da Sudeste es-tão instalados na capital paulis-ta. As unidades Henry Ford, Ipi-ranga e Mooca estão localiza-das na rota de acesso das prin-cipais rodovias paulistas, comoAnhanguera , Imigrantes e RegisBittencourt.
A empresa investiu tam-bém em uma ferramenta ex-clusiva. “Está sendo desenvol-vido um WMS, conceito desoftware que opera ‘em nu-vem’, para o gerenciamento
FUTURO Empresas
Áreas disponíveis reduzidas
DEMANDA
São Paulo possui mais demil armazéns gerais em todo oEstado, conforme dados daJunta Comercial paulista. Em-bora o órgão não tenha o nú-mero consolidado de quantosdeles estão instalados nas ro-dovias próximas à capital, aSLT (Secretaria Estadual de Lo-gística e Transportes) afirmaque, nos últimos anos, houveaumento na procura por áreasao longo dos grandes eixos ro-doviários com acesso à RegiãoMetropolitana de São Paulo eao porto de Santos.
“Esse crescimento, embo-ra tenha ocorrido em todo oEstado, deu-se mais intensa-mente na região metropoli-tana, por constituir-se nomaior polo de geração eatração de cargas do país”,diz Milton Xavier, assessorde planejamento da SLT.
Segundo ele, foi registra-do um forte movimento derelocalização das atividadesde logística nos últimosanos, quando o Rodoanelpaulista começou a ser cons-truído, em 1999. “A instala-ção do Rodoanel, conectan-do os dez eixos rodoviáriosde grande capacidade quedão acesso à capital, propor-cionou um aumento da aces-sibilidade para a operaçãoda logística, particularmentenos segmentos que envol-vem grandes volumes de co-leta e distribuição.”
De acordo com Xavier,com o avanço da construçãodo Rodoanel, que tem previ-são de conclusão para 2015,as áreas existentes para ainstalação desses empreen-dimentos estão cada vezmais reduzidas e, as que ain-da existem, estão mais valo-rizadas.
O especialista em logísticae consultor empresarial Fág-ner Gouveia destaca que essainstalação é uma estratégiapara reduzir o chamado CTL(custo total logístico). “Ter ar-mazéns gerais próximos derodovias reduz o custo detransporte e de entrega, poisa frota tem mais mobilidade emenor manutenção, além daproximidade com os fornece-dores e clientes.”
Com essa opção, diz Gou-veia, o operador efetiva otempo de entrega, reduz oCTL e aumenta a margem delucro na distribuição, a partirdo preço final do produto,entre outros benefícios.
O crescimento dos em-preendimentos associadosao transporte e à logísticano entorno de São Paulo de-ve continuar nos próximosanos, pelo menos até a con-clusão do Rodoanel, afirmaXavier. “Esses investimentosatendem a uma demanda lo-gística do setor privado, so-bretudo do transporte rodo-viário de cargas.”
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vesse destaque perante osclientes brasileiros.”
De acordo com ela, a empre-sa aposta no potencial logísticodo país. “O mercado vai conti-nuar forte até 2016. A Hellmannprevê investimentos para o se-tor de óleo e gás. Além disso, hánecessidade de melhoria deprodução e de atividades co-merciais até a Copa do Mundode 2014 e as Olimpíadas de 2016e, por isso, a companhia vai con-tinuar investindo.”
O professor Granemanndestaca que, como em qual-quer outro negócio, é reco-
tégicas, a Sudeste não divulgaquanto foi investido no WMS.
A Hellmann Worldwide Logis-tics atua no Brasil há 13 anos.Presente em 157 países, a em-presa conta com estrutura pró-pria em São Paulo, Rio de Janei-ro, Minas Gerais, Paraná e SantaCatarina, prestando serviçosnos setores automotivo, de saú-de e perecíveis.
A gerente de operações Valé-ria Rossi afirma que o foco daHellmann sempre esteve atrela-do ao estímulo contínuo aos co-laboradores. “Esse ‘DNA’ corpo-rativo fez com que a empresa ti-
de todas as operações viaweb. Dessa maneira, toda mo-vimentação pode ser acessa-da em tempo real, por qual-quer usuário cadastrado, dequalquer local do mundo”, dizPaschoaloni.
A empresa vai utilizar oWMS também para conferên-cias e para leituras de códi-gos de barras, por meio de ta-blets, que vão alimentar obanco de dados instantanea-mente. A ferramenta está emfase de implantação, com pre-visão de conclusão total atéoutubro. Por questões estra-
mendável que o empreendedorconheça bem a atividade e seinforme com precisão sobre omercado e sua evolução, antesde realizar qualquer investi-mento ou de iniciar uma novaatividade. “A boa formaçãoacadêmica e profissional éfundamental para uma boaavaliação. Infelizmente, pou-cas instituições de ensino sededicam a criar cursos e pro-gramas de capacitação paraatender às necessidades logís-ticas. Essa não deixa de ser,também, uma área promissorapara investimentos. l
têm expandido seus negócios logísticos INFRAESTRUTURA Qualidade das rodovias influencia na decisão de implantar uma empresa
GOLDEN CARGO/DIVULGAÇÃO
GRUPO TRANSCORDEIRO/CORUS/DIVULGAÇÃO
Transamaz
O ousado e polêmico projeto dogoverno militar de integrar Nordestee Norte do Brasil por meio de uma
rodovia que nunca foi concluída
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Aimplantação de uma rodovia de li-gação entre as regiões Norte e Nor-deste do Brasil ainda gera polêmica,40 anos depois de sua inauguração.
A BR-230, conhecida como Transamazônica,nunca foi finalizada e, até hoje, divide opi-niões. De um lado, moradores da região etransportadores defendem a conclusão dasobras e aguardam ansiosos a chegada do as-falto; de outro, especialistas em logística afir-mam que a abertura da estrada foi um errohistórico e que existem outros meios para de-senvolver a região.
Uma obra ousada, com custo de US$ 1,5bilhão. A rodovia começou a ser construídaem 1970 e, ao lado da usina de Itaipu e daponte Rio-Niterói, foi uma das três maioresobras de infraestrutura projetadas pelo re-gime militar da época. O projeto fazia par-te do PIN (Plano de Integração Nacional),que tinha como objetivos interligar as re-giões Norte e Nordeste e acelerar o proces-so de ocupação da Amazônia. Com receioda invasão estrangeira na região, o lemapregado pelos militares era “integrar paranão entregar”.
Inaugurada oficialmente em 27 de agos-to de 1972, pelo então presidente da Repú-blica, o general Emílio Garrastazu Médici, arodovia pouco mudou desde aquela época.Em grande parte do traçado, muito barro epoeira ainda fazem parte da viagem dequem passa por ela.
“Nos seis meses de chuva, a estrada fi-ca intransitável. Caminhões quase chegam
SINDARPA/DIVULGAÇÃO
HISTÓRIA
ônica
POR LIVIA CEREZOLI
40anos d epois
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a ser escondidos por tanta la-ma. Na seca, a poeira tam-bém dificulta o tráfego. Sempoder circular, os caminhõesdeixam de abastecer as cida-des da região”, afirma IraniBertolini, presidente da Fe-tramaz (Federação das Em-presas de Logística, Trans-porte e Agenciamento deCargas da Amazônia).
Partindo da Paraíba, a ro-dovia atravessa os Estadosdo Ceará, do Piauí, de Tocan-tins, do Maranhão, do Pará edo Amazonas. O projeto origi-nal previa a fronteira com oPeru como ponto final. Ao to-do, a BR-230 deveria ter 4.290km, entre Cabedelo (PB) eBenjamin Constant (AM). Maso último trecho, de 687 km noAmazonas, entre Lábrea eBenjamin Constant, nunca foiconstruído.
Hoje, segundo informaçõesdo Dnit (Departamento Nacio-nal de Infraestrutura deTransportes), pouco mais deum terço da rodovia está pa-vimentado. São 1.832 km deasfalto, entre Cabedelo e Ma-rabá (PA).
“O projeto original dos mi-litares previa outra maneirade cortar a Amazônia, dife-rente do sentido norte-sul,que segue o leito dos rios. Foiassim que surgiu a ideia de
que deveria ligar Macapá (AP)a Manaus (AM), um projetoque nunca foi levado adiante.
De acordo com Carneiro Fi-lho, mesmo que tenha sidoousada e ainda gere polêmi-ca, hoje a Transamazônica éuma obra inevitável. “Existemgerações inteiras vivendo noentorno da rodovia. Apesarde haver uma forte preocupa-ção ambiental, a pavimenta-ção do trecho entre Itaituba eAltamira, no Pará, é funda-
abrir a BR-230. Uma via deacesso que percorreria o Nor-te e o Nordeste do país nosentido leste-oeste”, explicaArnaldo Carneiro Filho, dire-tor da Subsecretaria de De-senvolvimento Sustentávelda Secretaria de Assuntos Es-tratégicos da Presidência daRepública e pesquisador doInpa (Instituto Nacional dePesquisas da Amazônia). Namesma linha estratégica, foiidealizada a Perimetral Norte,
“Nos seismeses dechuva, a
estrada ficaintransitável”
IRANI BERTOLINI,PRESIDENTE DA FETRAMAZ
PROGRESSO Na Paraíba, a rodovia é duplicada e tem boas
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de desenvolvimento para es-sa população”, destaca o pes-quisador. Porém, na visão de-le, esse deveria ser o últimotrecho a ser pavimentado daBR-230. “No restante nãoexiste uma demanda econô-mica forte para justificar aobra”, ressalta.
Mas para Bertolini, presi-dente da Fetramaz, é essen-cial que a estrada seja pavi-mentada pelo menos até Hu-maitá, no Amazonas, onde
mental para desenvolver a re-gião”, afirma o pesquisador.
Somente nessa área estãolocalizados seis municípioscom uma população de apro-ximadamente 30 mil pessoas.De acordo com dados do IBGE(Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística), nos últi-mos dez anos, foi registradocrescimento populacional naregião, “o que justifica a pavi-mentação da rodovia paratrazer outras possibilidades
THIAGO CASONI/FUTURA PRESS
EXTRAÍDA DO LIVRO “TRANSAMAZÔNICA”
Condições de viagem no Pará são precáriasRELATO
A maior parte dos 37anos que o motorista Fran-cisco Viana já viveu na bo-leia do caminhão foi marca-da pelo barro e pela poeirada BR-230. Toda semana elefaz o percurso entre Marabáe Altamira, no Pará. O tre-cho sem pavimento de 500km chega a ser percorridoem até dois dias e meio,quando o tempo está bom.
“Com chuva, tudo ficamais complicado. As carre-tas mais pesadas não con-seguem sair do lugar. Émuito barro, e as ladeirasficam intransitáveis. Nin-guém consegue passar”,conta. Ele transporta pro-dutos da linha branca e ele-troeletrônicos para peque-
nos comércios dos municí-pios que ficam às margensda rodovia.
Na Transamazônica é as-sim: ou muita poeira oumuito barro. Na região, aépoca de chuva começa apartir da segunda quinzenade outubro e se estende atémaio. Depois disso, na seca,o pó da estrada tambémcausa transtornos. “É tantaterra solta que os cami-nhões patinam e tambémtêm dificuldades para an-dar. Por aqui não tem épocaboa. A estrada sem asfaltoé sempre ruim”, ressalta.
E os desafios vão alémdas condições da infraes-trutura. De acordo com omotorista, a condição pre-
cária da estrada obriga oscaminhões a trafegarem emvelocidades muito baixas, oque aumenta o risco de as-salto. “As pontes são muitoruins e, por isso, os cami-nhões têm de andar muitodevagar. É nessa hora queos assaltantes atacam”,afirma Viana.
Segundo ele, com a cons-trução da usina de BeloMonte, na região de Altami-ra, a situação da estradamelhorou um pouco, masainda está longe do ideal.“Nosso sonho é mesmo oasfalto. Se ele existisse, aviagem de ida e volta quehoje faço em uma semana,poderia fazer em dois dias,no máximo.”
CONSTRUÇÃO Centenas de homens trabalharam no projeto
condições de pavimento e sinalização
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201252
BR-230 é de R$ 221,32 milhões,conforme o PAC (Programa deAceleração do Crescimento).Porém, “o trecho amazonense,no momento, não possui estu-do de viabilidade técnica, eco-nômica e ambiental que pos-sa conduzi-lo à pavimenta-ção”, afirma nota enviada àCNT Transporte Atual peloórgão. O mesmo acontececom a BR-319 que ainda nãofaz parte da agenda de priori-dades do governo.
O secretário de Política
ela encontra com a BR-319,vinda de Porto Velho (RO).“Essa seria mais uma possibi-lidade de escoamento da pro-dução que sai do Centro-Oes-te do país. É também umaforma de interligar Rondôniaao Pará”, destaca.
De acordo com o Dnit, exis-tem obras de pavimentaçãoem andamento em 476 km deextensão da estrada no Estadodo Pará. A previsão orçamen-tária de 2012 para a pavimen-tação do trecho paraense da
Nacional de Transportes doMinistério dos Transportes,Marcelo Perrupato e Silva,afirma que além da pautados investimentos que já es-tão sendo realizados peloDnit, não existe nenhum pro-jeto específico sobre a pavi-mentação de outros trechosou a conclusão da constru-ção da rodovia.
Crítico do projeto de im-plantação da Transamazôni-ca, o doutor em planejamen-to de transportes e logística
“Construiruma estradadessas tinhaa pretensão
de proteger asoberanianacional”
PAULO RESENDE, FUNDAÇÃO DOM CABRAL
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 53
e coordenador do Núcleo deInfraestrutura e Logística daFundação Dom Cabral, PauloResende, afirma que a im-plantação da rodovia foi umerro histórico porque nãorespeitou a vida própria dafloresta. “Sabemos que as es-tratégias usadas na épocaeram militares. Construiruma estrada dessas tinhamuito mais a pretensão deproteger a soberania nacio-nal do que trazer desenvolvi-mento”, destaca.
rios navegáveis que são su-butilizados.” Levantamentoda Antaq (Agência Nacionalde Transportes Aquaviários)mostra que o Brasil tem maisde 40 mil km de rios poten-cialmente navegáveis, masapenas 13 mil deles são utili-zados.
O coordenador da Funda-ção Dom Cabral afirma aindaque, logisticamente, a rodo-via não agrega valores para aregião. Segundo ele, peloconceito de logística aplica-da, o modal rodoviário nãodeve ser utilizado para trans-portar cargas em longa dis-tância. “A rodovia começa aficar inviável a partir do mo-mento em que você começa apercorrer distâncias acima de500 km. Isso só pode aconte-cer se você tiver cargas de al-tíssimo valor agregado e pe-so bruto baixo, que não é arealidade do transporte naAmazônia”, explica.
Porém, do ponto de vistasocial, Resende se diz a favorda pavimentação de determi-nados trechos da Transamazô-nica. “Onde o desenvolvimentojá aconteceu, e a rodovia fizerparte da vida das pessoas, elaprecisa e deve ter qualidade.Não podemos impedir essaspessoas de ter acesso a bensde consumo básico.” l
Na visão de Resende, aimplantação da rodoviatrouxe mais prejuízos do quebenefícios ao setor de trans-porte de cargas da região.Ele acredita que a aberturade caminhos terrestres im-pediu o desenvolvimentodas práticas de navegaçãoque já eram utilizadas pelaspopulações ribeirinhas e queprecisavam ser aprimoradas.“Não podemos esquecer quea Amazônia tem vida própriae naturalmente nos oferece
EXTRAÍDA DO LIVRO “TRANSAMAZÔNICA”
DESAFIO Vencer a floresta foi uma das principais dificuldades
Da extensãototal, apenas
1.832 kmestão
asfaltados
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201254
FERROVIÁRIO
Desafio e resgate his-tórico. Assim podeser definido o proje-to que vem sendo
desenvolvido pelo designer ecartunista de Ribeirão Preto,cidade localizada a 319 km deSão Paulo, Marcelo Tomaz. Háum ano ele se propôs a visitartodas as estações ferroviárias(ou o que sobrou delas) exis-tentes no Brasil.
Além de conhecer os lo-cais, Tomaz registra tudo o
que vê. São fotos, vídeos, in-formações técnicas e relatosque tentam contar um poucoda história da ferrovia brasileira.O resultado inicial do trabalhopode ser acessado no sitewww.estacoesbrasileiras.com.br.
“Durante toda a minha in-fância viajei de trem pelo in-terior de São Paulo. Acompa-nhava meu avô mensalmenteno trajeto entre Ribeirão eAguaí quando ele ia receber asua aposentadoria”, conta o
designer, justificando a suadecisão de investigar o tema.
Para ajudar no levanta-mento da identificação dos lo-cais a serem visitados, Tomazutiliza o trabalho de pesquisarealizado por Ralph Gies-brecht e publicado no sitewww.estacoesferroviarias.com.br.Giesbrecht é sócio da ABPF(Associação Brasileira dePreservação Ferroviária) ecatalogou aproximadamente5.000 estações que já fize-
Estaçõesbrasileiras
POR LIVIA CEREZOLI
Projeto desenvolvido por designer de Ribeirão Preto apresenta a situação atualdas antigas estações ferroviárias do país
ESTAÇÃO CAPEVA Localizada no municí
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 55
ESTAÇÃO TAMOYO O prédio abandonado em Ibaté (SP) é um retrato do que aconteceu com as estações ferroviárias do país
í pio de Serrana (SP), também em ruínas ESTAÇÃO ORINDIUVA A construção fica em Casa Branca (SP)
FOTOS MARCELO TOMAZ
Mais de
5.000estaçõesjá foram
catalogadas
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201256
bro, estavam publicadas as in-formações de 72. “É um traba-lho bastante grande e que re-quer tempo e dedicação. Pre-ciso selecionar fotos, editarvídeos, escrever os textos e,por isso, não consigo publicaras informações imediatamen-te à minha visita aos locais”,explica ele. A expectativa dodesigner é completar o anocom 250 estações visitadas,incluindo viagens pelo MatoGrosso do Sul, pelo Paraná epelo Rio de Janeiro.
De acordo com Tomaz, porenquanto, todos os custos doprojeto são bancados com re-cursos próprios, mas ele jácomeça a buscar patrocínio.“Preciso ter esse apoio por-que senão, mantendo o ritmoatual, vou levar entre 20 e 25anos para completar o proje-to.” Para facilitar as visita-ções, o designer tenta conci-liar suas viagens de trabalhocom as visitas às estações.Segundo ele, os momentos delazer também sempre têm es-se foco. “Viajo nos finais desemana e nas férias em buscadesses locais. Tem muitaspessoas que me acompa-nham. São amigos, interessa-dos no assunto, pessoas queviram o meu site e pedem pa-ra viajar junto. Isso é muitogratificante”, conta ele.
A cada viagem, além do re-
tava pouco desafiadora. Foiassim que comecei a desen-volver esse trabalho.” A pri-meira visita foi a uma estaçãoantiga em Ribeirão Preto, queestava abandonada. Depoisdisso, na companhia de umsobrinho, Tomaz passou aprocurar por outras estaçõespela região.
No primeiro ano do proje-to, ele já visitou 210 estações,todas localizadas nos Estadosde Minas Gerais e São Paulo.No site, até o final de setem-
ram ou ainda fazem parte damalha ferroviária do país. “Asinformações do Ralph sãomuito ricas e me ajudam bas-tante. Ele desenvolve um tra-balho mais voltado para o re-gistro da existência desseslocais. O meu foco é estarnas estações. Descobrir co-mo elas estão hoje”, explicaTomaz.
A motivação para o projetofoi um desafio que o designerse propôs. “Vivia um momen-to não muito bom. A vida es-
ESTAÇÃO BUENO DE ANDRADA O local funciona como subprefeitura e cartório em Araraquara (SP)
“É importanteocupar esses
lugares, mesmoque não sirvam
mais comoestação”
MARCELO TOMAZ, DESIGNER
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 57
gistro em foto e vídeo, umaficha técnica é preenchidacom as principais informa-ções da estação, como datada viagem, localização comas coordenadas de GPS, em-presa responsável pela cons-trução, ano de construção doprédio, situação do local e aequipe que acompanhou otrabalho. Na página inicial dosite do projeto é possível en-contrar um mapa com a loca-lização exata de cada umadas estações.
Durante as viagens, Tomazprocura conversar com mora-dores locais, e as informa-ções colhidas sempre sãopreciosas. “Alguns se dispo-nibilizam a me levar a locaisonde eu não sabia que haviaestações e fico surpreso como que encontro. Acredito quepelo menos 70% das esta-ções estão abandonadas.Muitas foram invadidas epoucas estão preservadas”,destaca.
Entre as estações que se
mantêm preservadas estão,por exemplo, a de Araraquara,hoje sede do museu da ABPF,e a de Bueno de Andrada, quefunciona como subprefeiturae cartório. “É importante ocu-par esses lugares, mesmo queeles não sirvam mais comoestação de trem. Encontrei lo-cais que foram tombados pelopatrimônio histórico, mas fi-caram vazios, e hoje não es-tão preservados”, ressalta.
Para Tomaz, resgatar e apre-sentar a história de uma ativi-dade que já representou tantoe agora volta a ganhar força nopaís é o que mais vale no proje-to. “Não sou historiador e façoisso como um hobby. Mesmoassim, procuro ser o mais pre-ciso nas informações que publi-co. Quero que as pessoas quenunca viram uma ferrovia pos-sam saber como elas eram equal a importância delas.”
No futuro, o designer querampliar esse trabalho e exporo material coletado nas suasviagens por todo o Brasil.“Gostaria de reunir o materialem exposições anuais quepossam ajudar a contar e aresgatar a história das ferro-vias do nosso país.” Além dis-so, Tomaz também pretendelançar uma coleção de livroscom as fotos e os textos, rela-tando a história de cada umadas estações. l
Pelo menos
70%dos
locais estãoabandonados
ESTAÇÃO JOAQUIM FIRMINO Em Ribeirão Preto (SP), só se avista o que restou da antiga parada de trem
Aindústria naval brasileiraatravessa um momentoespecial com a instala-ção de novos estaleiros e
encomendas de 49 navios, que so-mam um investimento de R$ 10,8bilhões, segundo a Transpetro,maior armadora do país. Para enti-dades e especialistas ligados aosetor, o segmento de petróleo egás foi o principal propulsor dessaretomada, já que a exploração depetróleo em águas profundascriou a demanda por embarcaçõesde apoio e de plataformas com no-va tecnologia. Capacitar mão deobra para os próximos ciclos pas-sou a ser o grande desafio.
De acordo com dados do Clark-son Reseach Studies, instituto depesquisa que produz registrosanuais listando a frota mundial epublicações periódicas que anali-sam cada setor do mercado, a in-dústria naval brasileira ocupaatualmente a quarta posição, atrásde China, Coreia do Sul e Japão.
O país, segundo a entidade, éo terceiro maior mercado domundo para frotas de embarca-ções de apoio tipo PSV (Plat-form Supply Vessel) – navioscom grande capacidade de ar-mazenagem, utilizados paraabastecer plataformas de pe-
tróleo, atrás apenas dos Esta-dos Unidos e da Noruega.
Ariovaldo Rocha, presidente doSinaval (Sindicato Nacional da In-dústria da Construção e Repara-ção Naval e Offshore), afirma que,à época da descoberta do pré-salna costa brasileira, os estaleirosinternacionais estavam lotados deencomendas e tiveram dificulda-des em atender à demanda nacio-nal. “Além disso, a frota de petro-
leiros do Brasil para o transportede petróleo e derivados, assim co-mo para o transporte internacio-nal, era composta de navios comidade acima dos 20 anos. Havianecessidade de renovação.”
Para o engenheiro Luiz FelipeAssis, professor do Departamentode Engenharia Naval e Oceânicada UFRJ (Universidade Federal doRio de Janeiro) e diretor técnicoda Sobena (Sociedade Brasileira
de Engenharia Naval), a decisãodo governo em produzir as plata-formas e montar os cascos dosnavios petroleiros no Brasil tam-bém foi fundamental para a reto-mada do setor.
Ele destaca que, a partir dopré-sal, tornou-se indispensávelum número maior de plataformas.“Essa descoberta potencializa ocrescimento do setor, pois uma lo-gística com barcos de apoio mais
AQUAVIÁRIO
Indústria naval brasileira é a quarta maior do mundo,
Hora de proj
POR LETICIA SIMÕES
potentes é primordial e amplia anecessidade de se ter uma frotamercante de suporte.”
Por meio do Promef (Programade Modernização e Expansão daFrota), a Transpetro ficou respon-sável pela construção de 19 naviosno Rio de Janeiro, pelos estaleirosMauá, Eisa e Superpesa, e 30 em-barcações em Pernambuco, pelosestaleiros Atlântico Sul e Promar.
Três embarcações produzidas
via recursos do Promef estão emoperação: os navios de produtosCelso Furtado e Sérgio Buarque deHolanda, entregues pelo estaleiroMauá, e o suezmax João Cândido(tipo de navio petroleiro com di-mensões que permitem sua pas-sagem pelo Canal de Suez), peloestaleiro Atlântico Sul.
Uma quarta embarcação, onavio de produtos Rômulo Al-meida, também construído pelo
Mauá, deve começar a operarainda este ano. Outros dois, osuezmax Zumbi dos Palmares e onavio de produtos José Alencar,construídos, respectivamente,pelo EAS e Mauá, têm previsãopara entrar em operação no pri-meiro trimestre de 2013.
Atualmente, a subsidiária daPetrobras possui 59 navios.Com o programa, a expectativaé de que a frota da companhia
chegue a mais de 110 embarca-ções até 2016.
O geógrafo e professor do Insti-tuto de Ciências Humanas e Infor-mação da Furg (Universidade Fede-ral do Rio Grande), Marcelo Viníciusde la Rocha Domingues, pesquisa-dor do setor de logística e de plane-jamento e operações portuárias,afirma que a indústria naval brasi-leira vai continuar aquecida até2020. “A demanda atual está volta-da para o mercado interno, com fo-co nos armadores, na cabotagem eem porta-contêineres. O principaldesafio do setor é se preparar paraconseguir, dentro de oito anos,competir com o polo naval da Ásia.”
De acordo com Domingues, épreciso capacitar mão de obra aolongo desta década. “Assim, o paísvai conseguir fazer com que o pá-tio nacional de navipeças tenhaum salto de inovação tecnológicapara, de fato, disputar o cenáriomundial e não depender somentedas encomendas da Petrobras.”
De acordo com dados do Si-naval, atualmente, 62 mil pes-soas estão empregadas pela in-dústria naval brasileira. Aindaconforme os indicadores da en-tidade, o setor possui 385 obrasem andamento. Entre elas, deznovos estaleiros estão em im-plantação e devem contratarmais de 21 mil pessoas até 2015.
impulsionada pelos segmentos de petróleo e gás
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Também estão em construçãocinco plataformas.
Michael Fine, gerente deeventos da UBM Brazil, organi-zadora da Navalshore, um dosprincipais eventos do segmen-to, diz que a indústria naval doBrasil experimenta um momen-to ímpar. “O mercado está con-solidado e continua crescendo.Este ano, a feira reuniu 16 milprofissionais de 40 países econtou com cinco pavilhões in-ternacionais e 50 novas empre-sas.” Esta foi a nona edição daNavalshore.
Entre as novidades apresen-tadas durante o evento, Fine des-taca produtos e serviços inova-dores, como tintas e corrosivosmais ecológicos, compressores,
motores e outros componentescom tecnologia de economia deenergia, software colaborativopara a construção de navios, sis-tema de propulsão diesel-elétri-co, propulsores que podem sertrocados em alto-mar, sem a ne-cessidade de voltar para a docapara o reparo, e técnicas avança-das de análise de risco.
“O Brasil tem condições e estápronto para alcançar excelênciano setor naval e se destacar comoum grande polo no cenário mun-dial”, diz o gerente.
Rocha, do Sinaval, afirmaque, apesar do momento positi-vo, o Brasil não tem navios pró-prios operando no transportemarítimo internacional. “Alémdisso, a participação de navios
MODELO Integração entre go
RAIO X DA INDÚSTRIA NAVALSEGMENTOS DE MERCADO DA CONSTRUÇÃO NAVAL BRASILEIRA Comboios hidroviários – armadores privados e TranspetroRebocadores portuários – armadores privadosNavios de apoio marítimo – armadores privadosNavios petroleiros – Transpetro e armadores privadosNavios graneleiros – armadores privadosNavios porta contêineres – armadores privadosPlataformas de produção de petróleo – Petrobras, OGX e outrosSondas de perfuração – Petrobras/Sete BrasilNavios e submarinos para a Marinha Brasileira
ESTALEIROS EM IMPLANTAÇÃONovos estaleiros em operaçãoAliança Offshore – São Gonçalo (RJ)Estaleiro Inhauma – Rio de Janeiro (RJ)
Obras iniciadasEstaleiro Rio Tietê – Araçatuba (SP)Estaleiro Jurong Aracruz (ES)Estaleiro OSX- São João da Barra (RJ)Promar – Suape (PE)EBR – Estaleiros do Brasil – São José do Norte (RS)Construcap – Suape (PE)Estaleiro Enseada do Paraguaçu – Maragogipe (BA)Estaleiro Corema – Simões Filho (BA)Estaleiro Oceana – Itajaí (SC)Estaleiros Amazônia Easa – Belém (PA) – ampliação CQG Construções Offshore – Rio Grande (RS) – ampliação
Construção de plataformas – situação atualP-55O casco da plataforma semissubmersível está no estaleiro Rio Grande para aintegração com o deque de processos onde serão instalados os módulos de produção e geração de energia e habitação. Previsão de conclusão: segundotrimestre de 2013
P-58Conclusão prevista para 2013. A plataforma será instalada no campo produtor de Parque das Baleias, no Espírito Santo
P-61Vai operar no campo de Papa-Terra na Bacia de Campos e será construída noestaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ). A expectativa de conclusão dasobras é para 2013. O escopo do projeto consiste em design, engenharia, construção, manutenção, instalação e operação durante três anos
P-63Será construída a partir do casco do petroleiro BW Nisa, que vai operar nocampo da Papa Terra, na Bacia de Campos. A plataforma está em construção em Rio Grande (RS), com prazo de entrega em 2013
P-66O casco está sendo construído no estaleiro Rio Grande, onde também será realizada a integração de módulos de processos, com entrega prevista daplataforma em setembro de 2015. Outros sete cascos serão construídos noestaleiro com a integração aos módulos de produção
Fonte: Sinaval
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 61
próprios na frota de transportemarítimo ao longo da costa bra-sileira é reduzida.”
Segundo o dirigente, o Brasilestá construindo, aproximadamen-te, 380 navios, incluindo 18 plata-formas de petróleo e 35 navios-sonda. Pelo mundo, estão emconstrução mais 5.700 empreendi-mentos. “A construção naval na-cional é modesta no cenário mun-dial, mas, ainda assim, é relevantea participação do Brasil no total depetroleiros, navios de apoio maríti-mo e plataformas de petróleo.”
O professor Assis destaca queo foco do governo é a indústria dopetróleo e a demanda interna.“Por isso, é importante investir nofuturo agora, com o setor fortale-cido. O país tem de ficar consis-
tentemente em posição de desta-que para conseguir avançar e seinserir em outros nichos.”
Para ele, o maior entrave a sersuperado pelo setor é a questãotecnológica. “A demanda internanão será perene. É preciso investirnos centros de pesquisa de formaconcentrada e articulada com aindústria, como aconteceu com osetor de petróleo.”
Domingues, da Furg, admiteque o país precisa se prepararpara alcançar patamares aindamaiores no cenário mundial.“Um dos caminhos é organizaras cadeias produtivas de forne-cedores em regiões que não sãotradicionais. Acredito na inte-gração entre governos, universi-dades e empresas para gerar co-
nhecimento e inovação tecnoló-gica para o setor.”
O Promef estabelece a constru-ção de navios no Brasil com um ín-dice mínimo de nacionalização(65% na primeira fase, 70% na se-gunda). O programa também insti-tui que a indústria brasileira atinjaa competitividade internacional.
A Transpetro, por meio de suaassessoria de imprensa, informaque a busca por essa concorrên-cia é o próximo foco do Promef.Ainda de acordo com a assessoria,para atingir o objetivo, a subsidiá-ria criou o SAP (Setor de Acompa-nhamento da Produção), que temcomo função acompanhar os pro-cessos tecnológicos e de gestãodos estaleiros, focando em proje-tos, acabamento avançado e mãode obra experiente.
Com as encomendas do pro-grama, informa a Transpetro, fo-ram viabilizados três novos esta-leiros no Brasil: o EAS, já em ope-ração, e o STX Promar, em im-plantação, ambos em Pernambu-co, além do estaleiro rio Tietê,também em implantação, em SãoPaulo. O estaleiro paulista vaiconstruir comboios hidroviáriospara o transporte de etanol pelahidrovia Tietê-Paraná. A enco-menda faz parte do programaPromef Hidrovia.
Com investimento de R$ 432milhões, serão construídos 20comboios, cada um formado por
um empurrador e quatro barca-ças com capacidade para otransporte de 7,6 milhões de li-tros de etanol. De acordo com aTranspetro, quando estiver emoperação plena, o sistema terácapacidade para até 4 bilhões delitros por ano, substituindo 80mil viagens de caminhão.
Rocha, do Sinaval, diz quepara vencer o desafio da for-mação e qualificação de pes-soal serão necessários progra-mas “mais robustos”. “Os esta-leiros não podem arcar sozi-nhos com esses investimentosna capacitação de pessoal. Aqualificação, o aumento daprodutividade e a inovação de-vem ser incluídos entre ositens de investimento para ofortalecimento da tecnologiada construção naval brasileira,com recursos direcionados di-retamente aos estaleiros.”
De acordo com ele, a comple-ta implantação da capacidadebrasileira de construção navalvai produzir vários benefícioseconômicos e sociais. “O paíspassa a aumentar sua inserçãocomercial em todo o mundo eentre fornecedores internacio-nais de navios e plataformas depetróleo, além de tornar o pe-tróleo um novo item da pauta deexportações, promovendo a ge-ração de renda e tecnologia narede de fornecedores.” l
vernos, universidades e empresas é o caminho para a inovação tecnológica
KATY˙SCIA CAMPANA/FUTURA PRESS
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201262
Construir uma melhorinfraestrutura, comintegração eficienteentre os modais, para
potencializar o crescimento e acompetitividade do setor detransporte foi o principal temado 13º Congresso Nacional In-termodal dos Transportadoresde Cargas, realizado em Maceió(AL), nos dias 19, 20 e 21 de se-tembro, pela ABTC (AssociaçãoBrasileira de Logística e Trans-porte de Carga).
“Esse congresso é de ex-trema importância para os
transportadores brasileiros,evento em que podemos tro-car experiências e renovarconhecimentos. A construçãode uma infraestrutura ade-quada resulta em menos cus-tos para as empresas e maisinvestimentos em logística”,disse o vice-presidente daCNT (Confederação Nacionaldo Transporte), Meton SoaresJúnior, que representou opresidente da entidade, sena-dor Clésio Andrade.
Um gargalo que dificultaavanços em infraestrutura, dis-
se Meton, é a falta de mão deobra especializada em todos ossegmentos. “O crescimentoeconômico está provocandoesse fenômeno na maioria dasatividades produtivas”, afir-mou. De acordo com o vice-presidente da CNT, as unidadesdo Sest Senat continuarão em-penhadas em qualificar traba-lhadores para atender a essademanda.
O vice-governador de Ala-goas, José Thomaz Nonô, tam-bém participou do encontro.Ele ressaltou a importância da
infraestrutura para o país.“Não adianta produzirmos ri-quezas, se não temos boascondições para transportá-las”, disse.
“Os transportadores devemestar capacitados para enfren-tar os desafios. O crescimentodo país se dá com melhoriascontínuas na qualidade dosserviços prestados em trans-porte”, disse o presidente daABTC e da Fetracan (Federaçãodas Empresas de Transportede Cargas e Logística do Nor-deste), Newton Gibson.
Integraçãonecessária
POR KATIANE RIBEIRO E ROSALVO STREIT
CONGRESSO
Transportadores debatem multimodalidadee investimento em infraestrutura
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 63
O diretor do Departamentode Planejamento e Avaliaçãoda Política de Transportes doMinistério dos Transportes,Francisco Luiz Batista da Cos-ta, afirmou que o governo fe-deral está trabalhando paraatender às reivindicaçõesapresentadas pela ABTC.“Lançamos recentemente oPrograma de Investimentosem Logística, um arrojadoconjunto de medidas que re-força a mensagem de que es-tamos preocupados com aquestão da infraestrutura. O
tos para o setor de transporte,entre eles: o aumento de 4% a6% no valor dos combustíveislimpos, a necessidade do usode um novo insumo, o Arla 32(solução à base de ureia) e oaumento de 5% a 10% nos cus-tos para aquisição de novosveículos. Além do custo commanutenção desses veículosque ainda é desconhecido.
De acordo com a coorde-nadora, considerando osgastos adicionais com com-bustível e o Arla 32, o impac-to direto no custo operacio-
governo trabalha com mudan-ças em curto, médio e longoprazo”, disse Costa.
Durante o congresso, o su-perintendente de serviços detransporte de cargas da ANTT(Agência Nacional de Transpor-tes Terrestres), Noboru Ofugi,foi agraciado com o troféu “OTransportador”, concedidoanualmente pela ABTC. “Essahomenagem me deixa muitohonrado e dá mais estímulo pa-ra prosseguir nessa jornada,que é difícil. O setor de trans-porte vem sofrendo transfor-
mações significativas nos últi-mos anos e esse troféu me dáforças para continuar traba-lhando”, disse.
No segundo dia do con-gresso, a coordenadora deprojetos especiais da CNT, Ma-rilei Menezes, ressaltou a im-portância da implementaçãoda fase P7 do Proconve, quecorresponde a fase Euro 5 daEuropa, para o meio ambientee para a saúde humana.
Entretanto, Marilei expôsque a implementação da novafase traz uma série de impac-
FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201264
lação dos veículos velhos. O di-ferencial do plano é o fato de oautônomo ganhar um bônus,oferecido pelo governo, quepode ser utilizado para comprade um caminhão mais novo.
O doutor em engenharia quí-mica pela UFRJ (UniversidadeFederal do Rio de Janeiro) ecoordenador de qualidade dederivados e gás natural da su-perintendência de biocombus-tíveis e de qualidade de produ-tos da Agência Nacional do Pe-tróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis (SBQ/ANP), JacksonAlbuquerque, afirmou, durantea apresentação de sua palestra,
que a adoção de combustíveismais limpos ainda é um grandedesafio – o óleo diesel S50, commenor teor de enxofre, comer-cializado desde o início do ano,corresponde hoje a 8% dasvendas por distribuidoras.
Albuquerque ressaltou queos revendedores e grandesconsumidores, após adotar oS50, devem aumentar a fre-quência de limpeza dos tan-ques e a troca de elementosfiltrantes, treinar profissio-nais que trabalham com oproduto e aumentar a fre-quência de drenagens.
“As discussões sobre ado-
tir os efeitos da nova fase P7do Proconve (Programa deControle de Poluição do Ar porVeículos Automotores) se hou-ver esforços por parte do go-verno de adotar medidas pararetirar esses veículos antigos epoluidores de circulação.”
Ciente da urgência de inves-tir na renovação de frota, aCNT lançou, em 2009, o Reno-vAr - Plano Nacional de Reno-vação de Frota de Caminhões.O plano considera mecanismoseconômicos, financeiros e fis-cais, com ênfase num progra-ma especial de crédito ao ca-minhoneiro e retirada de circu-
nal no setor será da ordemde 5% a 6%.
Marilei destacou ainda que,mesmo com a chegada da faseP7, a projeção para 2020 é deaumento da emissão de mate-rial particulado - poluente queafeta a saúde humana - de45% para 53%, emitidos porcaminhões pesados, por causada idade da frota brasileira,que é muito antiga, com médiade 21 anos para autônomos e8,8 anos para empresas. Se-gundo a coordenadora, os ca-minhões com mais de 30 anosrepresentam 17% da frota bra-sileira. “A sociedade só irá sen-
Defesa das PPPs para logística
OZIRES SILVA
Em palestra, o ex-ministroe fundador da Embraer, OziresSilva, destacou que a logísticabrasileira tem baixo nível eprecisa melhorar. “Segundo oPlano CNT de Transporte e Lo-gística 2011, o país precisa in-vestir R$ 405 bilhões em in-fraestrutura de transporte pa-ra que o setor tenha competi-tividade e ofereça condiçõesdiferenciadas em um mundocada vez mais desenvolvido edinâmico”, disse.
Segundo Silva, um dosproblemas é a burocracia pú-blica, que dificulta a competi-tividade das empresas detransporte, afeta a qualidadee aumenta os custos dos ser-viços prestados pelas compa-nhias transportadoras.
Se a logística de transpor-te não funciona bem, os ga-nhos da indústria e da agri-cultura podem se perder na
insuficiência e precariedadedas estradas, portos, ferro-vias, aeroportos e hidrovias.“Precisamos pensar em solu-ções, e não apenas fazer par-te do problema. O governofederal não pode resolver so-zinho o problema da raciona-lização dos modais. As solu-ções podem vir de ações ela-boradas em parceria com ainiciativa privada.”
Ozires afirmou que cabeao governo planejar, regulare fiscalizar os investimentos,deixando ao setor privado opapel de investir e prestar osserviços de infraestrutura. “Otransporte precisa de inte-gração racional para atuar eoperar melhor os diversosmodais disponíveis. Para tercompetitividade e agregarvalor aos produtos vendidos,por exemplo, é preciso terplanejamento e estratégia.”
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 65
ções de normas para ter com-bustíveis mais limpos e, conse-quentemente, uma melhoraambiental, é muito importante.Entretanto, é preciso ressaltarque a legislação ambiental bra-sileira está desatualizada hámais de 30 anos. Ela não definelimites progressivos, tem umafiscalização deficiente e é pou-co conhecida pelos legislado-res ou responsáveis pelas polí-ticas públicas”, disse o enge-nheiro, mestre e doutor pelaFMUSP (Faculdade de Medicinada Universidade de São Paulo),Paulo Afonso de André. “Preci-samos refletir que o custo de
não fazer nada para melhorar aqualidade do ar e da vida daspessoas é maior do que fazer.”
O economista Roberto Mace-do, palestrante do segundo diado congresso, avaliou como po-sitiva a nova política de investi-mentos e concessões à iniciati-va privada de rodovias e ferro-vias, anunciada em agosto pelogoverno federal. “Uma naçãonão prospera se não poupar einvestir. Isso é um imperativopara um desenvolvimento ace-lerado e sustentável”, disse.
Segundo Macedo, esse é ummomento importante para aeconomia do país, uma vez que
essa preocupação com investi-mentos não existia no passado.“Para o setor de transporte, écrucial acelerar a construção deestradas e ferrovias. As merca-dorias não podem demorar pa-ra chegar de um ponto a outro,isso é prejudicial para o país.”
Ao final do evento, foi ela-borado o documento intitulado“Carta de Maceió”, que seriaenviado à presidente DilmaRousseff, às direções do Sena-do e da Câmara e aos ministé-rios dos Transportes, Cidades eFazenda, entre outros órgãos.
A revisão da política educa-cional do Brasil, a aceleração
dos investimentos em infraes-trutura, a diminuição da taxa bá-sica dos juros adotada no país, aconscientização das empresas eempresários quanto à necessi-dade de adoção de políticas am-bientais saudáveis estão entreos pedidos dos transportadores.
O presidente da ABTC, New-ton Gibson, afirmou que oevento foi um sucesso, com aparticipação de estudantes,empresários, transportadores eMinistério Público. Entretanto,ressaltou que a integração dosetor é um objetivo contínuodos transportadores e que nãotermina com o congresso. l
O maior plano de infraestrutura
PAULO HENRIQUE AMORIM
O Programa de Investi-mentos em Logística, pacotede concessão de rodovias eferrovias à iniciativa priva-da, lançado em agosto pelogoverno federal, é o maiorplano de investimentos eminfraestrutura do mundo,avaliou o jornalista PauloHenrique Amorim, no encer-ramento do congresso.
Segundo Amorim, esse éo caminho para que o paíscontinue em desenvolvi-mento. Ele ressaltou a novafase da economia brasileira,em que mais de 40 milhõesde brasileiros ascenderampara a classe média, nos úl-timos dez anos, númeroequivalente à população daArgentina e da Espanha, porexemplo. “Os trabalhadorescompram mais, viajam mais.Isso faz a economia se mo-vimentar”, disse.
O jornalista destacou aimportância da figura femi-nina na economia brasileira,citando recente artigo doprofessor e economista Yos-hiaki Nakano, publicado nojornal “Valor Econômico”,que destaca a mulher comorealizadora de uma revolu-ção silenciosa no país “por-que ingressou no mercado,reforçou a renda familiar econtrolou a natalidade, oque diminuiu o número detrabalhadores disponíveisno mercado”.
Com essa escassez demão de obra, os saláriosaumentaram e, para com-pensar, as empresas passa-ram a investir em produti-vidade. “Esse é um círculovirtuoso que impulsiona aeconomia brasileira à con-dição de protagonista”,disse Amorim
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201266
Pela primeira vez, o te-ma central da SemanaNacional de Trânsito2012 definido pelo De-
natran (Departamento Nacionalde Trânsito), em parceria com oMinistério das Cidades, foi a velo-cidade. Com o slogan “Não exce-da a velocidade, preserve a vida”,as ações foram voltadas para aconscientização de motoristas,passageiros e pedestres.
No Sest Senat, as atividades fo-ram realizadas entre os dias 18 e 25de setembro, com o objetivo deconscientizar e educar as pessoaspara a manutenção de um trânsitomais seguro em todo o país.
Foram palestras, blitze educa-tivas, apresentações teatrais, gin-canas, exposições e outras açõesque abordaram a importância doenvolvimento tanto de pedestresquanto de motoristas no cumpri-mento das regras de trânsito e naredução do número de mortes emdecorrência dos acidentes.
Em Teresina (PI), o foco centralda campanha de conscientizaçãofoi o perigo da combinação álcool edireção. A abertura do evento, reali-zada no dia 18 de setembro, contoucom a presença de mais de 1.500pessoas. Adultos, jovens e criançasforam orientados sobre as princi-pais regras de trânsito a serem se-
guidas por motoristas, passageirose pedestres. Durante toda a sema-na, um grupo de atores alertou apopulação jovem sobre as conse-quências de beber e dirigir. As per-formances teatrais foram encena-das em frente aos bares da cidade.
A educação no trânsito tam-bém foi trabalhada durante as ati-vidades realizadas pelo Sest Senatde Lavras (MG). Uma cidade mirimfoi montada no pátio da unidade, ecrianças de 7 a 10 anos foramorientadas sobre a importância documprimento das regras de sinali-zação, o respeito aos limites de ve-locidade e a atenção aos pedes-tres. Os participantes receberam
Unidades do Sest Senat desenvolveram atividadesvoltadas para o cumprimento das regras de trânsito
POR LIVIA CEREZOLI
CONSCIENTIZAÇÃO
De olho navelocidade
PONTA GROSSA (PR) Debate sobre a im
TERESINA (PI) Atores alertam sobre os ris
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 67
FOTOS SEST SENAT/DIVULGAÇÃO
carteiras de habilitação simbólicase utilizaram veículos de papelãopara percorrer todo o trajeto.
Em Ponta Grossa (PR), o seminá-rio “É hora de fazer a coisa certa. Di-rija na velocidade permitida”, com oadvogado especialista em trânsito eprofessor de direito de trânsito Mar-celo José Araújo, iniciou as ativida-des da Semana Nacional de Trânsito.Motoristas profissionais e alunos darede pública de ensino da cidade re-ceberam orientações sobre o com-portamento ideal dentro e fora dosveículos. Também foram realizadastrês blitze educativas em parceriacom as polícias Militar, Rodoviária Es-tadual e Rodoviária Federal paraorientar os motoristas sobre os ris-cos do excesso de velocidade.
Em Santo André (SP), mais de1.300 pessoas, entre adultos ecrianças, participaram das ativi-dades realizadas durante a sema-na de 18 a 25 de setembro. Umablitze educativa feita em parceriacom a Polícia Militar orientou mo-toristas sobre o cumprimento dasregras de trânsito nas principaisruas da cidade. No pátio do SestSenat, foi montada uma cidademirim para que as crianças rece-bessem instruções de como secomportar no trânsito.
O Sest Senat realiza as atividadesda Semana Nacional de Trânsito hámais de seis anos e, nesse período,mais de 900 mil pessoas já participa-ram das ações em todo o país. lSANTO ANDRÉ (SP) Atividades voltadas para a educação no trânsitoportância dos limites de velocidade
cos da combinação álcool e direção LAVRAS (MG) Crianças são orientadas sobre as regras de trânsito
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201268
Apromoção da saúdee do bem-estar dosmotoristas e de seusfamiliares sempre
esteve entre os objetivos dosserviços oferecidos pelo SestSenat em todo o Brasil. Provadisso são os atendimentos naárea de saúde, lazer e esporteoferecidos nas mais de 140unidades em funcionamentonas cinco regiões do país.
Agora, para melhorar aindamais a qualidade de vida des-sas pessoas, 27 unidades co-
meçaram a desenvolver doisnovos projetos gratuitos: aampliação do atendimento defisioterapia para motoristasem trânsito e a criação de po-los olímpicos com a oferta devárias práticas esportivas pa-ra crianças e adolescentes. Asduas novas atividades foramimplantadas de maneira expe-rimental e, de acordo com aavaliação dos resultados, po-dem ser estendidas para ou-tras unidades do país nos pró-ximos anos.
Desde agosto deste ano,os atendimentos de fisiotera-pia passaram a ser ofereci-dos em 13 unidades tipo D doSest Senat, que atendemprioritariamente motoristasem viagem, justamente porconta de sua localização, àsmargens das rodovias, emáreas de postos de combustí-veis. Em todo o país, 93 uni-dades do Sest Senat já ofere-cem o tratamento voltado pa-ra os cuidados com a coluna.
Os atendimentos são reali-
zados nos períodos em que omotorista está parado aguar-dando um conserto no cami-nhão, cumprindo o seu tempode descanso regulamentadopor lei ou mesmo no intervalode almoço. “É interessanteperceber que os motoristas jáestão adaptando os seus ho-rários de viagem para poderfazer o tratamento aqui naunidade”, afirma a fisiotera-peuta Luciana Negri Coelho,do Sest Senat de Vilhena (RO).
De acordo com ela, escolio-se (desvio na coluna), lombal-gia (dor lombar), lombofiatal-gia (dor lombar com irradia-ção nos membros inferiores)e até hérnia de disco estãoentre os principais problemasapresentados pelos motoris-tas. “Todos eles estão relacio-nados com a questão postu-ral. Quem trabalha dirigindo,acaba passando muitas horasna mesma posição: sentadocom sobrepeso na coluna. Ocansaço vai entortando o cor-po e isso prejudica o bem-es-tar deles”, explica Luciana.
O tratamento oferecido pe-lo Sest Senat está focado naprevenção desses problemase na correção postural dostrabalhadores. Por meio deexercícios, é possível oferecer
Unidades oferecem atendimento de fisioterapia para motoristas em trânsito ecriam polos olímpicos para jovens atletas
POR LIVIA CEREZOLI
SEST SENAT
Acréscimode serviços
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 69
JÚLIO FERNANDES/CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201270
mais da metade da nossaagenda disponível”, conta.
Uma das principais vanta-gens oferecidas por esse no-vo atendimento é que o moto-rista pode iniciar o tratamen-to em uma unidade e dar con-tinuidade a ele em outra pormeio da rede integrada doSest Senat. O agendamentoda consulta pode ser feito ho-ras antes por telefone. “O mo-torista pode ligar para a uni-
dade nos dias em que o aten-dimento de fisioterapia é ofe-recido e agendar a sua con-sulta para o horário que eleestiver passando pela cida-de”, explica Edilene.
A localização das unidadesé mais um diferencial. Em Via-na, por exemplo, o Sest Senatfica no entroncamento das BR-262 e BR-101 em uma área am-pla que possibilita o estaciona-mento fácil e rápido dos cami-
nhões. “Estamos em uma re-gião de passagem de muitosveículos de carga. Por causada importância das duas rodo-vias, obrigatoriamente os ca-minhões passam por aqui. Ofato de não ter desvio de rotafacilita o acesso dos motoris-tas”, garante a dirigente.
As orientações coletivasde fisioterapia que estão sen-do oferecidas pela unidadenas empresas da cidade tam-
NOVOS SERVIÇOSConheça as unidades participantes
FISIOTERAPIAAnápolis (GO)Vilhena (RO)Viana (ES)São Gonçalo do Abaeté (MG)Caratinga (MG)Picos (PI)Vitória da Conquista (BA)Guarapuava (PR)Três Rios (RJ)Videira (SC)Blumenau (SC)Catanduvas (SC)São Paulo/Fernão Dias (SP)
POLOS OLÍMPICOSUnidade Modalidade esportivaManaus (AM) boxeFortaleza (CE) caratêNatal (RN) judôPetrolina (PE) xadrezFeira de Santana (BA) nataçãoGoiânia (GO) tênis de mesaCuiabá (MT) tae-kwon-doBelo Horizonte (MG) vôleiCariacica (ES) nataçãoSão Gonçalo (RJ) futebolRio Claro (SP) ciclismoFoz do Iguaçu (PR) basqueteFlorianópolis (SC) handebolPasso Fundo (RS) vôlei
Fonte: Sest SenatESPORTE Polos
alívio para as dores que mui-tas vezes impedem esses pro-fissionais de desempenharemas suas funções diárias.
Em Viana (ES), os primeirosresultados do novo serviçotêm sido bastante positivos,segundo a dirigente da unida-de, Edilene Marcolano Perova-no Beilke. “Começamos a fa-zer a divulgação nas empre-sas de transporte e, no pri-meiro mês, preenchemos
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 71
bém têm como objetivo prin-cipal prevenir os problemasna coluna. São 15 minutos porsemana de atividades que po-dem ajudar na prevenção degraves problemas de saúde.
O projeto Polos Olímpicos,além de intensificar a práticade modalidades esportivasnas unidades, tem como obje-tivo a formação de jovensatletas que poderão repre-sentar o Brasil em competi-
ções internacionais em um fu-turo próximo. As atividadesgratuitas são voltadas parajovens, crianças e adolescen-tes que integram e que fazemparte do universo familiar esocial do profissional dotransporte e também para acomunidade em geral.
Ao todo, 14 unidades estãooferecendo treinamento nasmodalidades boxe, caratê, ju-dô, xadrez, tênis de mesa, tae-
kwon-do, vôlei, natação, fute-bol, ciclismo, basquete e han-debol. Para participar do pro-grama, crianças e adolescen-tes precisam estar matricula-dos e serem frequentes na es-cola. “Queremos prepararatletas, mas também formarcidadãos. Com os treinamen-tos, conseguimos preencher odia dessas crianças além daescola”, afirma Giordani daRosa Alend, coordenador doSest de Passo Fundo (RS).
Na unidade gaúcha, 88crianças entre 6 e 16 anos já es-tão inscritas nos treinos de vô-lei que acontecem às segundas,quartas e sextas-feiras, das 8hàs 12h30 e das 13h30 às 18h. Asturmas são divididas nas cate-gorias pré-mirim, infantil e in-fantojuvenil. Cada equipe trei-na 1 hora por dia, três vezes porsemana. Segundo Alend, ascrianças participam dos treinosem turnos inversos aos da es-cola. “O acompanhamento dasnotas e da frequência escolardesses alunos é realizado a ca-da três meses. Nosso objetivo éunir educação e prática espor-tiva”, ressalta.
Na unidade do Sest Senat deRio Claro (SP), o ciclismo foi amodalidade escolhida para in-tegrar o projeto por ser umaprática esportiva já bastantedifundida na região, segundoWalter Oliveira Alves, diretor da
unidade. “A bicicleta é uma pai-xão. Muitas pessoas adoramesse esporte por aqui”, afirmaele. Até mesmo uma pista de200 metros de extensão já foiconstruída na unidade para arealização dos treinamentos.
Devem ser atendidas 200crianças e adolescentes, entre3 e 17 anos, nas categorias ini-ciante, intermediário e avança-do. Os alunos terão aulas teóri-cas sobre a importância do es-porte e as características dociclismo, além de treinamentoprático nas modalidades BMX,mountain bike, estrada e pista.“Os treinos das duas primeirasmodalidades serão realizadosna pista aqui da unidade. Paraas outras duas, utilizaremospistas existentes na região, in-clusive o velódromo de Ameri-cana”, explica Alves.
De acordo com o diretor doSest Senat de Rio Claro, o poloolímpico de ciclismo procuraestimular a prática do esportepor meio de aulas teóricas, ati-vidades práticas e lúdicas,bem como competições e ati-vidades de cooperação emequipe, visando formar futurosatletas. “Tenho certeza que es-se projeto contribui para a for-mação do caráter da criança,do adolescente e de seus fami-liares, proporcionando a for-mação de cidadãos responsá-veis”, ressalta ele. l
olímpicos treinam crianças e adolescentes em diversas modalidades
SEST SENAT/DIVULGAÇÃO
Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental
BOLETIM ESTATÍSTICO
RODOVIÁRIO
MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM
TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL
Federal 64.165 12.817 76.982Estadual Coincidente 17.255 5.173 22.428Estadual 110.842 111.334 222.176Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Total 219.089 1.364.242 1.583.331
MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.365Administrada por operadoras estaduais 1.195
FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.330.156Cavalo mecânico 473.986Reboque 911.543Semi-reboque 695.193Ônibus interestaduais 16.640Ônibus intermunicipais 40.000Ônibus fretamento 22.870Ônibus urbanos 105.000
Nº de Terminais Rodoviários 173
INFRAESTRUTURA - UNIDADES
Terminais de uso privativo misto 122
Portos 37
FROTA MERCANTE - UNIDADES
Embarcações de cabotagem e longo curso 152
HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA
Rede fluvial nacional 44.000Vias navegáveis 29.000Navegação comercial 13.000Embarcações próprias 1.148
AQUAVIÁRIO
FERROVIÁRIO
MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM
Total Nacional 30.051Total Concedida 28.614Concessionárias 11Malhas concedidas 12
MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.738FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.614
MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 100.924Locomotivas 3.045Carros (passageiros urbanos) 1.670
PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659
VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h
AEROVIÁRIO
AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais 32Domésticos 35Pequenos e aeródromos 2.498
AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 505 Transporte não regular: táxi aéreo 918Privado 5.749Outros 6.711Total 13.883
MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS
MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)
Rodoviário 485.625 61,1
Ferroviário 164.809 20,7
Aquaviário 108.000 13,6
Dutoviário 33.300 4,2
Aéreo 3.169 0,4
Total 794.903 100
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201274
BOLETIM ECONÔMICO
Investimentos em Transporte da União (dados atualizados setembro/2012)
* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br
Autorizado Total PagoValor Pago do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO DO SETOR DE TRANSPORTE BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES(PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)
121086R
$ bi
lhõe
s
420
20181614
1,41
17,82
8
INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*
Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo
0,036(0,6%)
Observações:
1 - Expectativa de crescimento do PIB para 2012.
2 - Taxa Selic conforme Copom 29/08/2012
3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até setembro/2012
4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até setembro/2012 (US$ bilhões).
5 - Posição dezembro/2011 e setembro/2012 em US$ bilhões
6 - Câmbio de fim de período 21/09/2012, média entre compra e venda.
Fontes: Receita Federal (agosto/2012), COFF - Câmara dos Deputados (setembro/2012), IBGE e
Focus - (Relatório de Mercado 28/09/12), Banco Central do Brasil.
Investimentos em Transporte da União por Modal (total pago acumulado - até setembro/2012)
(R$ 5,95 bilhões) 0,581(9,8%)
CONJUNTURA MACROECONÔMICA - SETEMBRO/2012
2011 acumuladoem 2012
últimos12 meses
expectativapara 2012
PIB (% cresc a.a.)1 2,7 0,62 1,18 1,57
Selic (% a.a.)2 11,00 7,50 7,50
IPCA (%)3 6,50 3,18 5,24 5,36
Balança Comercial4 29,79 13,17 22,98 18,00Reservas Internacionais5 352,01 378,89 -
Câmbio (R$/US$)6 1,87 2,02 2,00
0,269(4,5%)
4,53 5,95
Restos a Pagar Pagos
Arrecadação Acumulada CIDE
CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. A partir do Decretonº 7.764 de 22.06.2012, as alíquotas da CIDE ficam reduzidas a zero. O antigo decreto nº 7.591 (outubrode 2011) estabeleceu as alíquotas de R$0,091/litro (para a gasolina) e de R$0,047/litro (para o diesel). Osrecursos da CIDE são destinados ao subsídio e transporte de combustíveis, projetos ambientais naindústria de combustíveis e investimentos em infraestrutura de transporte. Obs: Alteração da alíquota CIDEconforme decretos vigentes.
Investimento Pago Acumulado
54
36R$
bilh
ões
18
02002
20032004
20052006
20072008
20092010 2011 2012
90
72
Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE
75,9
34,9
valores pagos em infraestrutura (CIDE)
não utilizado (CIDE) 42%58%
Obs: são considerados todos os recursos nãoinvestidos em infraestrutura de transporte.
* O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.1 - inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados no exercício corrente e em anos anteriores.2 - Inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados apenas no exercício corrente.
CIDE - 2012 (R$ Milhões)Arrecadação no mês agosto/2012 1,0
Arrecadação no ano (2012) 2.734
Investimentos em transportes total pago* em 2012(com recursos de 2012 e de anos anteriores)1 1.655
Investimentos em transportes total pago* em 2012 (apenas com recursos de 2012)2 1.581
CIDE não utilizada em transportes (2012) 1.153
Total Acumulado CIDE (desde 2002) 75.999
O Decreto nº 7.764 (junho de 2012) zerou a alíquota da CIDE. Não haveráarrecadação a partir dessa data.
5,063(85,1%)
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 75
DESPOLUIR
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) lançou em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
PROJETOS
• Redução da emissão de poluentes pelos veículos
• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador
• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais
de transporte
• Cidadania para o meio ambiente
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.
NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA
RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS
590.470ATÉ AGOSTO SETEMBRO
20122007 A 2011 TOTAL
Aprovação no período
149.779 11.379 751.628
87,50% 89,99% 90,83% 88,05%
Federações participantes 20
Unidades de atendimento 68
Empresas atendidas 8.507
Caminhoneiros autônomos atendidos 9.865
Em Janeiro de 2012, entrou em vigor afase P7 do Programa de Controle de Po-luição do Ar por Veículos Automotores(Proconve) para veículos pesados. A Con-federação Nacional do Transporte (CNT)considera que este fato tem impactossignificativos no setor, uma vez que no-vos elementos fazem parte do dia a diado transportador rodoviário. Nessecontexto, a CNT elaborou a presente pu-blicação, com o objetivo de disseminarinformações importantes a respeito dotema. O trabalho apresenta ao setor asnovas tecnologias e as implicações dafase P7 em relação aos veículos, com-bustíveis e aos ganhos para o meio am-biente.
O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional deProdução e Uso de Biodiesel e da apro-vação da Lei n. 11.097. Atualmente, todoo óleo diesel veicular comercializadoao consumidor final possui biodiesel.Essa mistura é denominada óleo dieselB e apresenta uma série de benefíciosambientais, estratégicos e qualitativos.O objetivo desta publicação é auxiliarna rotina operacional dos transporta-dores, apresentando subsídios para aefetiva adoção de procedimentos quegarantam a qualidade do óleo diesel B,trazendo benefícios ao transportadore, sobretudo, ao meio ambiente.
PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:
Carga
FETRANSPORTES
FETRABASE
FETCESP
FETRANCESC
FETRANSPAR
FETRANSUL
FETRACAN
FETCEMG
FENATAC
FETRANSCARGA
FETRAMAZ
FETRANSPORTES
FETRABASE
FETRANSPOR
FETRONOR
FETRAM
FEPASC
CEPIMAR
FETRAMAR
FETRANORTE
FETRASUL
FETERGS
ES
BA e SE
SP
SC
PR
RS
AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA
MG
DF, TO, MS, MT e GO
RJ
AC, AM, RR, RO, AP e PA
ES
BA e SE
RJ
RN, PB, PE e AL
MG
SC e PR
CE, MA e PI
MS, MT e RO
AM, AC, PA, RR e AP
DF, GO, SP e TO
RS
27.2125-7643
71.3341-6238
11.2632-1010
48.3248-1104
41.3333-2900
51.3374-8080
81.3441-3614
31.3490-0330
61.3361-5295
21.3869-8073
92.2125-1009
27.2125-7643
71.3341-6238
21.3221-6300
84.3234-2493
31.3274-2727
41.3244-6844
85.3261-7066
65.3027-2978
92.3584-6504
62.3598-2677
51.3228-0622
Passageiros
FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
8
BOLETIM DO DESPOLUIR
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201276
18,6%
EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE
SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00
MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00
EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)
EMISSÕES DE CO2 POR SETOR
*Inclui processos industriais e uso de energia
BOLETIM AMBIEN TAL
NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - AGOSTO 2012
Corante 0,0%
80%70%60%50%40%30%20%
Aspecto 44,3%
Pt. Fulgor 20,6%
Enxofre 10,7%
Teor de Biodiesel 20,6%Outros 3,8%
QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s )*
Japão 10EUA 15Europa 10 a 50
Brasil 50**
CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu,Paulista, Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, SãoJosé dos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba,Taboão da Serra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.
10%0%
Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados
Caminhõesmédios
Comerciais Leves(Diesel)
ÔnibusRodoviários
CaminhõesLeves
ÔnibusUrbanos
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
NOxNMHcCOCH4
CO2
NOxCONMHcMP
CO2
AL AM
% N
C
AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil
2,50,0
9,0
2,92,6
2,15,3
0,0 1,0 1,9 0,7 1,2 2,4
AC3,8 18,4 1,9 0,6 1,6 4,3 2,0 9,0 1,3 2,5 0,0 6,2 4,0 2,9 2,6 2,1 1,5 2,2 5,3 0,0 29,5 1,0 1,9 0,7 1,2 9,5 2,40,06,6 19,4 0,0 0,7 1,7 3,4 3,0 10,9 0,7 2,4 0,0 7,9 4,1 2,9 6,9 2,2 1,3 3,0 5,8 0,0 29,5 0,7 2,5 0,7 1,8 9,5 2,90,0
Trimestre Anterior
Trimestre Atual
4,31,3
4,00,61,9
3,8
0,00
10
20
30
25
15
5 2,0
9,5
Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.
1,6 2,2
29,5
6,2
1,5
ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - AGOSTO 2012
18,4
Diesel 44,76 44,29 49,23 52,26 31,14
Gasolina 25,17 25,40 29,84 35,49 22,31
Etanol 13,29 16,47 15,07 10,89 5,39
CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL
CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)
CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*
* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc)** Dados atualizados em 31 de agosto de 2012
Rodoviário 38,49 97% 34,46 97% 36,38 97%
Ferroviário 0,83 2% 1,08 3% 1,18 3%
Hidroviário 0,49 1% 0,14 0% 0,14 0%
Total 39,81 100% 35,68 100% 37,7 100%
2009VOLUMEMODAL % VOLUME % VOLUME %
2010 2011
10,7%
* Em partes por milhão de S – ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S-50*** Consultar a seção Legislação no Site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br
Demais estados e cidades 500 ou 1800***
TIPO 2008 2009 2010 2011 2012**
* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV** Dados fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA, 2011.
EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009** EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009**
(até julho)
20,6%
3,8% 0,0%
20,6%
44,3%
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
8
EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE
POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS
SAÚDE HUMANA1 MEIO AMBIENTE
Resultado do processo decombustão de fonte móveis2
e de fontes fixas industriais3.Gás incolor, inodoro e tóxico.
Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.
Dióxido deCarbono
(CO2)
Resultado do processo decombustão de fonte móveis2
e de fontes fixas industriais3.Gás tóxico, sem cor e sem odor.
Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.
Metano(CH4)
Resultado do processo decombustão de fontes móveis2
e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.
Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.
Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.
Compostosorgânicosvoláteis(COVs)
Resultado do processo decombustão de fonte móveis2
e processos industriais4.
Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.
Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.
Óxidos denitrogênio
(NOx)
Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.
O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.
O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.
Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida5.
Ozônio(O3)
Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.
Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.
Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.
Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua naturezacorrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.
Dióxido de enxofre(SO2)
Resultado do processo decombustão de fontes móveis2
e processos industriais4.
Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.
Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.
Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida5, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.
Materialparticulado
(MP)
Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.
1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel comosubstância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro.
2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico
resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.
Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.
Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.
Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.
Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.
Monóxido decarbono
(CO)
pelo S10, ou seja, é significativa aredução do teor de enxofre.
E, nos casos em que os fabri-cantes de veículos adotarem atecnologia SCR (selective catali-tyc reduction, redução catalíti-ca seletiva), entra em ação tam-bém um catalisador que recebeo reagente líquido Arla 32(ureia), com o objetivo de neu-tralizar a geração de NOx.
Foi, portanto, com muito esfor-ço que chegamos à etapa 7 do Pro-conve, esforços que são mais quecompensados pelos ganhos emtermos ambientais e de saúde.
Nesse quadro, os transporta-dores tem melhoria geral do de-sempenho dos veículos em fun-ção dos avanços incorporados pe-las engenharias dos fabricantes.
Portanto, em conclusão, po-de-se afirmar que a adoção daetapa 7 do Proconve representaganhos para toda a sociedade:veículos avançados tecnologica-mente, em nível mundial, commelhorias também em desempe-nho e durabilidade, novo dieselmenos poluente e significativaredução de emissões. É, portanto,vitória da sociedade brasileira,que se fará sentir cada vez maisforte à medida que a frota sejarenovada e ampliada.
A fase 7 para veículos pesa-dos se insere harmonicamenteno Proconve (Programa de Con-trole de poluição do Ar por Veícu-los Automotores). Instituído em1987 pelo Conama (Conselho Na-cional do Meio Ambiente), permi-tiu a redução dos níveis gerais deemissões veiculares. No país, deveículos leves a pesados. Os limi-tes de emissões de monóxido decarbono foram reduzidos de 24gramas por quilômetro para 2g/km nos veículos leves. Os óxi-dos de nitrogênio caíram de 2gramas por quilômetro para 0,12g/km nos veículos leves, ao mes-mo tempo que os hidrocarbone-tos foram reduzidos de 21 g/kmpara 0,05 g/km.
Para a indústria automobi-lística, o avanço da legislaçãode emissões impulsionou a mo-dernização de produtos e pro-cessos do parque automotivo;gerou investimentos em labora-tórios e em tecnologias, promo-vendo ainda melhoria da quali-dade dos combustíveis, com eli-minação do chumbo na gasoli-na, redução do enxofre no die-sel e ampliando o uso de bio-combustíveis – em resumo mul-tiplicando geometricamente ga-nhos ambientais para o país.
DEBATE Qual é a sua avaliação sobre a adoção da etapa 7 do Proconve
CLEDORVINO BELINI Presidente da Anfavea e da Fiat Automóveis
“Para a indústria automobilística, o avanço da legislação de emissõesimpulsionou a modernização de produtos e gerou investimentos”
Adoção representa ganhospara toda a sociedade
Aadoção, no Brasil, neste2012, da etapa 7 do Pro-conve, equivalente àEuro 5, para caminhões
e ônibus a diesel, é relevanteavanço em termos am bientais.
A fase 7 do Proconve traz redu-ção de 60% de óxidos de nitrogê-nio e de 80% das emissões de ma-terial particulado em relação a fa-se anterior, a P5 (Euro 3). Se com-parada com o início do Proconve,em 1987, a redução acumulada dematerial particulado é de 96,3%; ea de NOx, de 87,3%. São conquis-tas em favor da saúde e do am-biente na luta permanente portransporte com menos poluição.
Para cumprir a etapa P7, di-versos atores econômicos agi-ram concertadamente. Os fabri-cantes de veículos lançaram mãode tecnologias que, além de ga-rantirem o cumprimento da nor-ma, via desenvolvimento de mo-tores e adoção de novos siste-mas de pós-tratamento dos ga-ses de escapamento, promove-ram diversas melhorias de modoa garantir ao transportador me-lhor desempenho, durabilidade eeconomicidade de combustíveis.
Foi necessário também intro-duzir um novo diesel – o S-50 que –que, mais adiante, será substituído
CLEDORVINO BELINI
no Brasil?
OProconve (Programa deControle de Poluição doAr por Veículos Automo-tores) possui metas am-
biciosas, cujo sucesso se deve àsua característica de planejamen-to em longo prazo, que divide oprograma em fases. Elas contem-plam ações que possam ser viabi-lizadas em consonância com tec-nologias e combustíveis disponí-veis, bem como com as condiçõeseconômicas do mercado. A tecno-logia é a base desse processo, eos chamados “combustíveis lim-pos” são imprescindíveis paraviabilizar as “tecnologias limpas”,não havendo um sem o outro. Nocaso dos veículos a diesel, o gran-de salto tecnológico se deu em2009 com os motores eletrônicos,mas seu desenvolvimento finalpara a utilização de filtros e cata-lisadores de alta eficiência para opós-tratamento dos gases de es-capamento teve que esperar peladisponibilidade comercial de óleodiesel S50 para garantir a sua du-rabilidade e operação confiável, oque ocorreu em grande escala em2012. Assim, deu-se a partida paraa adoção de tecnologias avança-das no país para o controle deemissões dos veículos pesados.Para isso, a indústria brasileira in-
de trânsito. Para resolver o pro-blema, é preciso rever os ensaiosde homologação e priorizar a re-dução dos componentes dasemissões mais agressivos aomeio ambiente e à saúde pública.Os transportadores podem cola-borar nesse processo reportandoos casos em que o consumo deArla 32 for inferior aos esperados5% do consumo de óleo diesel, oque evidencia falha grave na re-dução da emissão de NOx e difi-culdade na regeneração dos fil-tros de partículas, podendo ocor-rer entupimentos, perda de de-sempenho, aumento de consumode combustível e aumento nocusto de manutenção. Problemascomo este podem ser resolvidoscom a aproximação do sistemade pós-tratamento ao motor oupelo isolamento térmico da tubu-lação, e isso deverá ser revistopelo fabricante do veículo.
Evoluímos bastante. Primeiro,a redução da fumaça visível; de-pois, a redução da massa de par-tículas. Mas ainda é necessárioreduzir o número de partículas, oque deve ocorrer com a fase P8,equivalente à Euro 6, que entraem vigor na Europa em 2013.
Com Alfred Szwarc
GABRIEL MURGEL BRANCOE ALFRED SZWARCEspecialistas em prevenção e controle da poluição veicular e consultores técnicos
País foi elevado à categoria internacional
“Foi dada a partida para a adoção de tecnologias avançadas no país para o controle de emissões dos veículos pesados”
vestiu na formação de pessoal, nodesenvolvimento dos novos mo-tores, em laboratórios de medi-ção, na modernização das refina-rias e na criação de produtos, co-mo o Arla 32, reagente de alta pu-reza necessário aos catalisadoresSCR para o abatimento de NOx.
Esses investimentos capacita-ram o Brasil a progredir e ajustaras soluçõåes técnicas para obter-mos os melhores resultados am-bientais. Este difícil e longo traje-to que percorremos para chegaraos padrões tecnológicos Euro 5(P7 no Brasil) elevou o país ao ní-vel internacional.
Contudo, a fase P7 veio acom-panhada de algumas distorçõesdos procedimentos de ensaioque comprometem os objetivosdo controle de emissões e quedevem ser revistas para melhorquantificar os poluentes emiti-dos por um veículo, especialmen-te quando se considera o seu usonormal. De fato, há evidências deque as temperaturas dos gasesde escapamento durante o en-saio são mais favoráveis ao fun-cionamento do catalisador doque as que ocorrem no trânsitocongestionado, potencializandoo risco de interrupção do seufuncionamento nessas condições
GABRIEL MURGEL BRANCO
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 2012 81
CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO
m 2009, a CNT lançou o Plano Nacional de Re-novação de Frota (RenovAr) por três razõesprincipais: econômica - a frota de caminhõesbrasileira tem idade média avançada, apresen-tando baixo rendimento e custos de manuten-ção altíssimos; social - a grande maioria dos
proprietários desses veículos é formada por autô-nomos com pouco acesso ao crédito; e ambiental- a frota é velha e polui mais.
Desde então, temos feito várias tratativas emdiversas instâncias do poder público, no sentidode viabilizar a renovação da frota brasileira de ca-minhões com foco nas propostas do plano da CNT.Até que ao fim do último mês de agosto, o gover-no deu um passo importante em direção aos ob-jetivos do RenovAr, quando anunciou redução sig-nificativa dos juros em vários de seus programasde financiamentos fomentados pelo BNDES, pas-sando de 5,5% para 2,5% ao ano. Na atual situa-ção, os juros reais, ou seja, descontando-se a in-flação projetada para o ano, são negativos.
Portanto, estão apresentadas condições deaquisição de veículos, tanto para a renovação dafrota de grandes empresas como para os trans-portadores autônomos com vantagens financei-ras até então indisponíveis no mercado. Em nos-sa avaliação, especialmente aquele transportadorautônomo que aguardava o momento ideal parafazer a troca do seu veículo, a oportunidade éagora. Ocorre que os programas de financiamen-tos estão previstos para um curto prazo.
No site da CNT (www.cnt.org.br), publicamos
muitas informações a respeito da aquisição denovos veículos. Além disso, o Simulador de Finan-ciamento de Veículos, também disponível no site,é importante para dar uma visão mais real do per-fil do financiamento de caminhão, considerandoos indicadores de mercado, como taxas de juros,prazos, carência e valor de financiamento. Com ocuidado para manter as informações sempreatuais, a CNT realiza sistematicamente acompa-nhamentos de mercado, de tal maneira que qual-quer alteração nos números ou nos conceitos daslinhas de crédito seja imediatamente passada pa-ra o simulador.
Além das opções de financiamento, o simula-dor calcula o comprometimento da receita, o va-lor da prestação e o valor final do veículo. Dessamaneira, o Simulador de Financiamento de Veícu-los da CNT ajuda os transportadores a tomar amelhor decisão para a expansão e a renovação desua frota.
O desafio de termos em nosso país uma logís-tica eficiente é urgente para contarmos com asvantagens de os produtos chegarem aos seusdestinos em melhores condições de mercado. Pa-ra tanto, ter uma frota moderna representa um ní-vel mais avançado na direção da excelência dotransporte brasileiro. Representados pela suaconfederação, os transportadores estão empe-nhados em realizar um transporte de qualidade,com eficiência, promovendo os princípios de pre-servação ambiental, desenvolvimento social efortalecimento econômico.
E
Financiamento pararenovação da frota
“O Simulador de Financiamento de Veículos ajuda os transportadores a tomar a melhor decisão para a expansão e a renovação de sua frota”
CNT TRANSPORTE ATUAL NOVEMBRO 201282
DOS LEITORES
Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes
EDIÇÃO DE OUTUBRO
Sou fã da CNT TransporteAtual, mas especialmente aedição 205 (outubro de 2012)está demais! As matérias sobre o projeto do Hidroanel,o transporte de supercargas, obiocombustível no transporteaéreo, a desoneração da folha de pagamento das transportadoras e a política nacional de mobilidade urbana são exemplos de um trabalho jornalístico benfeito.
Wagner de Alcântara AragãoCuritiba/PR
ENTREVISTA
Felizmente, o governo federal se deu conta de que é preciso investir muito maisem infraestrutura no Brasilporque senão ficaremos para trás, como afirma Marcelo Perrupato, na entrevista da edição de outubro da CNT TransporteAtual. Talvez não tenhamosnem mais cinco anos. O que falta ao Brasil é manutenção de investimentos em longo prazo. Que esses novos pacotes anunciados pelogoverno direcionem de maneira correta os recursos.
José Raimundo PradoManaus/AM
HIDROANEL
Excelente a iniciativa do governode São Paulo em implantar umHidroanel para escoar lixo e entulho da maior cidade dopaís. Os rios Tietê e Pinheirostêm grande potencial para otransporte, mas são subutilizados.Com esse primeiro projeto,quem sabe, em um futuro próximo, poderemos pensar aténo transporte de passageirospor essas duas vias?
Maria José Ramos OliveiraSão Paulo/SP
SEST SENAT
Sou motorista de caminhão há 17 anos e já fiz vários cursos oferecidos pelo Sest Senat aqui em Goiás. Em todos os treinamentos aprendi, além dateoria, coisas práticas que utilizono meu dia a dia na estrada. Fiquei sabendo do Programa de Formação Especializada emTransporte lendo a revista CNTTransporte Atual e já estou providenciando a minha matrícula.Parabéns por mais essa iniciativa.
Mário Fonseca BorgesItumbiara/GO
CARTAS PARA ESTA SEÇÃO
SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]
Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes
CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE
PRESIDENTE Clésio Andrade
VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS
Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José Fioravanti
PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS
Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
Glen Gordon Findlay
Paulo Cabral Rebelo
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Rodrigo Vilaça
Júlio Fontana Neto
TRANSPORTE AÉREO
Urubatan Helou
José Afonso Assumpção
CONSELHO FISCAL (TITULARES)
David Lopes de Oliveira
Éder Dal’lago
Luiz Maldonado Marthos
José Hélio Fernandes
CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)
Waldemar Araújo
André Luiz Zanin de Oliveira
José Veronez
Eduardo Ferreira Rebuzzi
DIRETORIA
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS
Luiz Wagner Chieppe
Alfredo José Bezerra Leite
Lelis Marcos Teixeira
José Augusto Pinheiro
Victorino Aldo Saccol
José Severiano Chaves
Eudo Laranjeiras Costa
Antônio Carlos Melgaço Knitell
Eurico Galhardi
Francisco Saldanha Bezerra
Jerson Antonio Picoli
João Rezende Filho
Mário Martins
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS
Luiz Anselmo Trombini
Urubatan Helou
Irani Bertolini
Pedro José de Oliveira Lopes
Paulo Sérgio Ribeiro da Silva
Eduardo Ferreira Rebuzzi
Oswaldo Dias de Castro
Daniel Luís Carvalho
Augusto Emílio Dalçóquio
Geraldo Aguiar Brito Viana
Augusto Dalçóquio Neto
Euclides Haiss
Paulo Vicente Caleffi
Francisco Pelúcio
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
Edgar Ferreira de Sousa
José Alexandrino Ferreira Neto
José Percides Rodrigues
Luiz Maldonado Marthos
Sandoval Geraldino dos Santos
Éder Dal’ Lago
André Luiz Costa
Diumar Deléo Cunha Bueno
Claudinei Natal Pelegrini
Getúlio Vargas de Moura Bratz
Nilton Noel da Rocha
Neirman Moreira da Silva
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Hernani Goulart Fortuna
Paulo Duarte Alecrim
André Luiz Zanin de Oliveira
Moacyr Bonelli
George Alberto Takahashi
José Carlos Ribeiro Gomes
Roberto Sffair
Luiz Ivan Janaú Barbosa
José Roque
Fernando Ferreira Becker
Raimundo Holanda Cavacante Filho
Jorge Afonso Quagliani Pereira
Alcy Hagge Cavalcante
Eclésio da Silva