revista catequistas#81

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Para uma catequese comunic-activa DOSSIER #81 SETEMBRO 2012 | Ano 9 | Mensal | Portugal. 1,20a revista para uma catequese actual catequistas 50 ANOS DO CONCÍLIO O SOPRO DO ESPÍRITO DINÂMICAS PARA A FÉ EU CREIO EM DEUS PAI Catequistas-SET12 FINAL.indd 1 9/13/2012 3:59:44 PM

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A pastoral vive momentos de profunda transformação: novas formas de comunicar, novas ferramentas, novos conceitos, novos paradigmas. A Mensagem continua a ser a mesma, mas os intervenientes são outros.

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Page 1: Revista Catequistas#81

Para uma catequese comunic-activaD

OSS

IER

#81SETEMBRO 2012 | Ano 9 | Mensal | Portugal. 1,20€ a revista para uma catequese actualcatequistas

50 ANOS DO CONCÍLIOO SOPRO DO ESPÍRITO

DINÂMICAS PARA A FÉEU CREIO EM DEUS PAI

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CATEQUISTAS SET. 2012 33

APPS PARA A CATEQUESE

Para começar

BENTO OLIVEIRA [email protected]

A pastoral vive momentos de profunda transforma-ção: novas formas de comunicar, novas ferramentas, novos conceitos, novos paradigmas. A Mensagem con-tinua a ser a mesma, mas os intervenientes são outros.

Como são as paróquias actuais? Hoje vivemos uma profunda mudança: económica, financeira, social, de mercados, de FMI, etc. Bento XVI diz-nos que a “crise obriga-nos a projectar de novo o nosso caminho, a impor-nos regras novas e encontrar novas formas de empenhamento, a apostar em experiências positivas e rejeitar as negativas. Assim, a crise torna-se ocasião de discernimento e elaboração de nova planificação” (CV 21).Em mandarim a palavra crise escreve-se com dois caracteres: um significa risco e o outro oportunidade.Como vemos as nossas paróquias, hoje?

Conselho de sábio: queres comunicarO segredo da sabedoria?Não escrevas nenhum tratado filosófico:só aborrecerias os leitores.Conta-lhes antes uma história,uma história autêntica e vigorosa,uma grande história de amor.Talvez eles não acreditem,mas hão-de sonhar com ela,e em sonhos verão acender-sea bela estrela da esperança.

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Que se diz da paróquia? Antiquada; fechada; burocrática; cansada; isolada; competitiva? Segregadora? Autónoma? Ignorada?Que pensamos dos nossos jovens? Tiranos; competitivos; individua-listas; não nos escutam; não fazem os trabalhos de casa; insultam; não respeitam os mais velhos.Que dizemos das famílias? Agoniadas; não colaboram; não partici-pam; têm mil problemas; não se preocupam; não educam os filhos. Que pensamos da Igreja? Em três letras sintetizam o pensamento da Igreja: NÃO. Não ao bem-estar; não ao ter; não sabem rezar; não vêm à igreja; não vêm à catequese; não vêm às aulas de religião, etc...Não há saída! Isto cria em nós, cristãos, uma grande oportunidade: somos porta-dores de uma esperança. Uma esperança que se estrutura e radica no Evangelho, e que assenta em 4 pilares: a dignidade da pessoa humana; o bem comum; a subsidiariedade e a solidariedade.

Os agentes pastoraisVivemos hoje este sentir: a sociedade em busca da “ressurreição da humanidade” e em busca do sentido último da tarefa educativa: a educação integral. Por isso, este é o tempo favorável para nos ouvi-rem falar novamente sobre isto outra vez.

� a) Cultura educativa 2.0As novas tecnologias têm-nos apresentado uma mudança para-digmática. É importante, é urgente, olhar para os nossos agentes como seres distintos, únicos, irrepetíveis, criativos, com neces-sidade de experimentar, curiosos, divertidos que buscam o que faça sentido.Novo paradigma: SER e FAZER. Continuar a viver a nossa própria identidade, enraizada na partilha, flexibilidade e de adaptações necessárias à nossa realidade.Diríamos que esta cultura 2.0 se pautaria pela cooperação, escuta, partilha, participação, produção e experimentação.Só conseguiremos produzir uma alteração quando disfrutarmos do que fazemos e quando nos sentirmos apaixonados pelo que fazemos. O Deus que é amor; o Deus que é desafio para sairmos de uma vida medíocre; um Deus que quer o meu bem, que Se preo cupa comigo; um Deus que gosta de festa; um Deus que gosta de silêncio, porque é no silêncio que Ele fala; um Deus que tem um projecto para cada um de nós: A FELICIDADE. Urge cuidar da/a forma de comunicar: temos que tornar a nossa mensagem mais apelativa, mais dinâmica, mais envolvente.

� b) Desafios � 1. Redes Sociais

Todos conhecemos as virtudes das redes sociais, o que represen-tam de desafio. Servindo-nos da 45ª Mensagem de Bento XVI para

APPS PARA A CATEQUESE

... uma grande oportunidade:

somos portadores de uma esperança.

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o Dia Mundial das Comunicações, podemos afirmar que o grande desafio “na busca de partilha, de «amizades», … [é] o desafio de ser autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artifi-cialmente o próprio «perfil» público”.“Quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais. Segue-se daqui que existe um estilo cristão de presença também no mundo digital: traduz-se numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro”. “Comunicar o Evangelho através dos novos media significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferên-cias, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele. Aliás, também no mundo digital, não pode haver anúncio de uma mensagem sem um testemunho coerente por parte de quem anuncia. Nos novos con-textos e com as novas formas de expressão, o cristão é chamado de novo a dar resposta a todo aquele que lhe perguntar a razão da esperança que está nele” (cf. 1 Pd 3, 15).Com criatividade e responsabilidade “a web está a contribuir para o desenvolvimento de formas novas e mais complexas de consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada. Somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé: que Cristo é Deus, o Salvador do homem e da história, Aquele em quem todas as coisas alcançam a sua perfeição” (cf. Ef 1, 10). Por fim, “os crentes, testemunhando as suas convicções mais pro-fundas, prestam uma preciosa contribuição para que a web não se torne um instrumento que reduza as pessoas a categorias, que pro-cure manipulá-las emotivamente ou que permita aos poderosos monopolizar a opinião alheia”.

� 2. FormaçãoApostar numa nova forma de comunicar. Apostar numa formação arrojada, inovadora, livre. A melhor publicidade é o boca a boca. Uma formação transversal.

� 3. Os jovensOs jovens podem ser o grande agente de mudança, poderão ser os grandes provocadores. Nunca tivemos tanta adesão juvenil em cau-sas humanitárias (talvez pela falência crescente das ideologias polí-ticas que já não prometem nada), na oração comunitária (ex. Taizé), talvez também pelo facto de se procurar hoje educar os jovens para a paz e conciliação como jamais se fez na História da Igreja. O desafio está lançado. Nos próximos artigos iremos abordar uma série de recursos digitais que facilitarão a nossa acção pastoral. Recursos que serão úteis.

... o Deus que é desafio para sairmos de uma vida medíocre...

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