revista broffice nº 9

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1 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009 Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Diagramado no BrOffice.org Draw Revista Ano 2 | N° 9 | novembro 2009 h t t p : / / w w w . f l i c k r . c o m / p h o t o s / k e i t h l a m / 2 1 7 0 4 3 4 6 3 / s i z e s / l / Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Diagramado no BrOffice.org Draw Dica Artigo Tutorial Como nós ... h t t p : / / w w w . f l i c k r . c o m / p h o t o s / k e i t h l a m / 2 1 7 0 4 3 4 6 3 / s i z e s / l / nos municípios brasileiros h t t p : / / w w w . f l i c k r . c o m / p h o t o s / l i c a s s u n c a o / 1 0 5 3 5 1 2 0 5 8 / s i z e s / l / h t t p : / / w w w . f l i c k r . c o m / p h o t o s / s o l d o n / 3 9 6 9 2 2 2 4 9 2 / s i z e s / l / h t t p : / / w w w . f l i c k r . c o m / p h o t o s / g j o f i l i / 1 5 8 0 4 5 5 5 8 8 / s i z e s / o / h t t p : / / w w w . f l i c k r . c o m / p h o t o s / v d e p i z z o l / 3 1 2 4 3 3 4 8 6 2 / s i z e s / l / h t t p : / / w w w . f l i c k r . c o m / p h o t o s / b r u n o g i r i n / 2 8 7 1 8 3 9 9 / s i z e s / o / h t t p : / / w w w . f l i c k r . c o m / p h o t o s / e d g l e y _ c e s a r / 1 4 9 9 8 2 7 7 1 / s i z e s / o / h t t p : / / w w w . f l i c k r . c o m / p h o t o s / l f c a s t r o / 4 5 7 5 4 9 2 8 3 / s i z e s / l / h t t p : / / w w w . f l i c k r . c o m / p h o t o s / c a r l o s o l i v e i r a r e i s / 3 0 4 9 8 2 2 7 0 1 / s i z e s / l / h t t p : / / w w w . f l i c k r . c o m / p h o t o s / z a n i n i / 3 4 1 3 8 5 5 6 7 7 / s i z e s / l / Gestor inteligente conhece as potencialidades tecnológicas Giro pelo Brasil mostra realidade Local

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Page 1: Revista BrOffice nº 9

1 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Diagramado no BrOffice.org Draw

RevistaAno 2 | N° 9 | novembro 2009

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Gestor inteligente

conhece as potencialidades

tecnológicas

Giro pelo Brasil mostra realidade Local

Page 2: Revista BrOffice nº 9

Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma licença 2.5 Brasil

Você pode:

copiar, distribuir, exibir e executar a obra

criar obras derivadas

Sob as seguintes condições:

Atribuição. Você deve dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante.

Uso Não-Comercial. Você não pode utilizar esta obra com finalidades comerciais.

Compartilhamento pela mesma Licença. Se você alterar, transformar, ou criar outra obra com base nesta, você somente poderá distribuir a obra resultante sob uma licença idêntica a esta.

● Para cada novo uso ou distribuição, você deve deixar claro para outros os termos da licença desta obra.

● Qualquer uma destas condições podem ser renunciadas, desde que você obtenha permissão do autor.

● Nada nesta licença prejudica nem restringe os direitos morais do autor.

Termo de exoneração de responsabilidade

Qualquer direito de uso legítimo (ou "fair use") concedido por lei, ou qualquer outro direito protegido pela legislação local, não são em hipótese alguma afetados pelo disposto acima.

Este é um sumário para leigos da Licença Jurídica (na íntegra).

Condição de Atribuição DE: “By”

A reprodução do material contido nesta revista é permitido desde que se incluam os créditos aos autores e a frase: “Reproduzido da Revista BrOffice.org – www.broffice.org/revista” em local visível.

O BrOffice.org declara não ter interesse de propriedade nas imagens. Os direitos sobre as mesmas pertencem a seus respectivos autores/proprietários. Portanto, esta licença não se aplica a nenhuma imagem exibida na

revista, e para utilização delas obtenha autorização junto ao autor respectivo.

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Page 3: Revista BrOffice nº 9

Entrevista

Tutorial

Dica

Carta do Leitor

Como nós...

Artigo

Reportagem

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BrOffice.org

Dê o seu recado 5

Fazemos o corretor CoGroo 6

O Software Livre e a Inteligência 8do Gestor Público

BrOffice.org sai na frente no 11processo de inclusão digital

BrOffice.org se prepara para o IV EnBro 23

BrOffice.org e o planejamento 21

Auto preenchimento de dados no Calc 26

Barra de ferramentas para Broo 30

Criando extensões basic 38

Resumo do mês

Resumo 43

Page 4: Revista BrOffice nº 9

Nova fase da Revista BrOffice.org marcada pela mobilização de toda a comunidade.

Desafio é a palavra que marcou o início da edição nº 9 da Revista BrOffice.org há apenas três semanas. Um tema instigante, o BrOffice.org nos municípios, precisava mais do que o ideal de fazer. Precisava de pessoas que quisessem encarar o desafio e colocar a “Revista na rua”, com uma edição que não poderia ser simplesmente para constar. Queríamos uma edição marcada pela excelência, que agregasse discussões pertinentes sobre o tema a que se propõe e conteúdo verdadeiramente útil. Além, é claro, de mostrar aos leitores como o BrOffice.org se estrutura para disponibilizar aos seus usuários um software de qualidade.

Nas páginas que seguem, além das dicas e tutorial, o leitor poderá experimentar um momento de reflexão com o excelente artigo de Fernando H. Leme mostrando as vantagens da migração para software livre e BrOffice.org em órgãos públicos. Na reportagem principal, Rochele Prass nos traz informações precisas e atuais dos municípios brasileiros que passaram por migração recente para software livre e BrOffice.org, além de análises, gráficos e entrevista que não deixam dúvidas sobre a importância e aceitação da suite BrOffice.org nas instituições brasileiras que em muitos casos passam primeiro pelo BrOffice.org antes de fazer uma migração total.

Estamos entregando uma nova revista. O leitor vai notar as mudanças no visual, no nome, no cuidado pela excelência, mas uma coisa não mudou: para que essa revista fosse possível, várias pessoas da comunidade se mobilizaram; uniram-se para assumir o compromisso de fazer uma revista a altura da instituição BrOffice.org. A essas pessoas um agradecimento especial.

Boa leitura e não se esqueça de nos enviar comentários e sugestões: [email protected].

Luiz [email protected]

EDITORIALColaboradores desta edição

Redação:Fernando H. LemeLuiz OliveiraRochele PrassWilliam Colen

Dicas e tutorial:Herbert de CarvalhoNoelson A. DuarteRubens Queiroz

Diagramação:Eliane DomingosVera Cavalcante

Revisão:Carlos Antonio da SilvaEduardo Mundim Fatima ContiFrancival Lima Jerusa Manfredini Netto MazucoLuiz Fernando Carvalho Paulo de Souza Lima Pedro CiríacoRegina Souza MoraesVera Cavalcante Zamil Cavalcanti

Edição:Luiz Oliveira Rochele [email protected]

Jornalista responsável:Luiz Oliveira – [email protected]

Coordenador Geral BrOffice.org:Claudio Ferreira Filho [email protected]

Agradecimentos especiais:4CMBRMinistério do PlanejamentoGnutechGustavo Luiz Morais

Escreva para a Revista BrOffice.org:[email protected]

Edições anteriores:www.broffice.org/revista

O conteúdo assinado e as imagens que o integram são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião da revista BrOffice.org e de seus responsáveis. Todos os direitos sobre as imagens são reservados a seus respectivos proprietários.

O que é o BrOffice.orgÉ o produto, ferramenta de escritório multiplataforma, livre, em bom português, desenvolvido sob os termos da licença LGPL, composto por editor de texto, plani-lha de cálculo, apresentação, matemático e banco de dados, mantido pela comunidade e ONG, que trabalha para a difusão do SL/CA no País.

DesenvolvimentoEsta revista foi elaborada no BrOffice.org, editor de texto, planilha eletrônica, apresentação e, agora, dia-gramação.

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CARTA DO LEITOR

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Esta é a sua seção! Na “Carta do Leitor”, você pode tirar dúvidas sobre o BrOffice.org, seja produto, comunidade ou desenvolvimento, enviar críticas ou sugestões que possam enriquecer ainda mais a nossa revista. Envie um email para [email protected] participe.

Olá,

Sou jornalista e responsável pela revista COM-MAND.COM, uma publicação lançada bimestral-mente em bancas de jornais e livrarias há mais de 4 anos pela editora Escala. Tive o prazer de co-nhecer o trabalho que vocês fazem com a revista digital BrOffice.org. Há dois anos, aproximada-mente, venho fechando parcerias com profissio-nais que realizam projetos similares, a fim de dis-tribuir GRATUITAMENTE, suas revistas digitais através do CD-ROM brinde da minha publicação. Acredito que este tipo de parceria fornece mais conteúdo para os meus leitores e, por outro lado, amplia a audiência dos leitores de sua publicação online. Gostaria de saber se posso incluir as duas edições de sua revista digital na próxima COM-MAND.COM.

Alessandro Treguer

Olá Alessandro,

A equipe BrOffice.org entrará em contato com você para saber mais sobre esta parceria e desde já agradecemos o interesse.

A todos da equipe, parabéns!

É a primeira vez que leio a revista e adorei a edi-ção 08, mais especificamente o artigo sobre o formato ODF. A carta de Ana Paula Vasconcelos, que cita a dificuldade na migração para o BrOO na empresa, me chamou atenção porque também lido com problema semelhante.

Creio que esses processos de migração devem ser apoiados com informativos bem objetivos so-bre Software Livre e o formato ODF, enfocando sua utilidade e não o custo.

Denis Dobbin

Estou muito grato pela revista Broffice.org. É mui-to instrutiva e valoriza o Broffice.org. Estou a es-pera de novas edições.

Luciano Souza

Luciano,

Muitos colaboradores estão se envolvendo para que tenhamos uma produção constante da nossa revista. Esperamos continuar ofere-cendo o melhor que a comunidade BrOffi-ce.org tem a oferecer a todos, além do nosso produto, a suíte para escritórios livre mais usada do mundo. Lembrando que a comunida-de tem vários projetos que podem receber con-tribuições variadas. Visite o nosso portal e saiba muito mais sobre os projetos da comu-nidade: http://www.broffice.org

Page 6: Revista BrOffice nº 9

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COMO NÓS...

O Corretor Gramatical CoGrOO é composto de centenas de re-gras de erros, possui um dicio-nário com centenas de milha-res de palavras e é capaz de classificar o texto morfossintati-camente. Como foi a criação dessa poderosa extensão do BrOffice.org?

Tudo começa com uma neces-sidade. Em 2003, o idealizador do CoGrOO, Carlos Menezes, já notava que diversas institui-ções públicas migravam para a suíte de escritórios BrOffi-ce.org. No entanto, profissio-nais da área já enumeravam algumas funcionalidades que o BrOffice.org não tinha, e uma bastante importante era a au-sência de um corretor gramati-cal.

Foi então que Carlos Menezes, pesquisador de linguística computacional, se uniu a ou-tros pesquisadores e inscreve-ram a ideia do CoGrOO no Edi-tal de Software Livre promovido pela FINEP, fundação federal que apoia projetos estratégicos este foi um dos quase 50 proje-tos aprovados que recebeu re-cursos financeiros por um ano.

...fazemos o corretorgramaticalCoGrOO

Por William Colen

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7 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009

COMO NÓS...

Um laboratório da Escola Poli-técnica da USP foi equipado para sediar o projeto. Colabora-ram com o trabalho quase 20 profissionais e alunos de inicia-ção científica.

Apesar do financiamento ter durado apenas um ano, foi o suficiente para o lançamento do CoGrOO 1.0 em maio de 2006.

Os maiores desafios dessa fase foram: o desenvolvimento da tecnologia de análise de tex-to; a criação das regras de er-ros, concebidas pela professo-ra Sueli Uliano; e a primeira versão da integração do corre-tor gramatical com o BrOffice .org, que foi a primeira com o código aberto do mundo.

Com o financiamento chegan-do ao fim, o projeto corria o ris-co de ser abandonado. No en-tanto, alguns dos colaborado-res continuaram trabalhando voluntariamente.

Ainda em 2006, Bruno Sant'a-nna conseguiu apoio do Google Summer of Code para, numa par-ceria entre o CoGrOO e o pro-jeto internacional OpenOffi-ce.org, desenvolver um protóti-po da API para verificação gramatical dentro do próprio núcleo OpenOffice.org. O proje-to foi bem sucedido, e graças a ele, a partir do BrOffice.org 3.0, a integração entre o CoGrOO e o BrOffice.org passou a ser

mais limpa, inclusive com direi-to ao sublinhado ondulado azul quando um erro fosse detecta-do. Em 2007, a segunda gran-de versão do corretor gramati-cal foi lançada, desta vez, pro-gramada em Java. Agora ele era um pouco mais facilmente instalado, já que não dependia mais do ambiente Perl, e ainda o instalador foi reduzido de aproximadamente 25 MB para apenas 5 MB.

Infelizmente, em meados 2007 o projeto ficou perigosamente sem colaboradores. Apenas Carlos Menezes e William Co-len ainda ajudavam usuários do projeto no fórum, e investi-gavam e corrigiam problemas.

Em agosto de 2008, com a no-tícia do próximo lançamento do BrOffice.org 3.0 com a API para corretores gramaticais, o de-senvolvedor William Colen ini-ciou uma corrida para reorgani-zar o código para o lançamento em novembro. Foi um grande sucesso, já que pela primeira vez a instalação era bastante simples, e a usabilidade muito melhorada com a nova API.

Finalmente em 2009 o projeto já fazia bastante sucesso, man-tendo em média quatro mil downloads por mês. No entan-to, o projeto continuava carente de colaboradores. Foi então que o trabalho foi adotado pelo

Centro de Competência em Software Livre do IME/USP. Dentre as atividades em anda-mento, estão a conversão do modelo de desenvolvimento do CoGrOO para que efetivamen-te siga a definição de Bazar segundo Eric Raymond, em que todos pudessem colaborar com o projeto.

O CoGrOO ainda está sendo revisado para a novo acordo ortográfico e sofrendo uma nova revisão de arquitetura, de forma que seus módulos sejam bem delimitados, permitindo sua portabilidade, e ainda su-porte a outros idiomas.

O que esperar do futuro do pro-jeto? Isto vai depender da co-munidade. Entre as possibili-dades, estão análise semântica para detecção de erros do tipo: “Joana chegou. Sairei com ele”. Nesse caso, O CoGrOO indica o erro de concordância nomi-nal. Outras possibilidades seri-am permitir personalizações das regras e dos dicionários mais facilmente, e ainda a cria-ção de um eficiente sistema de relatórios de erros.

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ARTIGO

O Software Livre e a Inteligência do Gestor Público

Professor de música, escritor e estudante de Direito.

Particularmente influenciado por questões relativas ao software e cultura livres, economia e filosofia do direito.

Escreve regularmente para o blog fernandohleme.wordpress.com

Há poucos anos, essa conver-sa faria pouco sentido. Num mundo plenamente físico, de papéis datilografados e pro-cessos acumulados em arqui-vos reais e empoeirados não há discussão sobre a natureza da gestão da informação. Este mundo, em vias de extinção, abriu caminho a outro em que há arquivos digitais lá e cá, em que os tribunais se encarregam de disponibilizar seu material pela internet e em que os me-canismos de gestão ou simples administração cotidiana produ-zem-se e encontram-se todos alicerçados em uma estrutura de informática e computação.

Neste mundo não havia alter-nativas ao usuário comum. Sempre houve necessidade de recorrer aos sistemas operaci-onais “fechados”. Diz-se “fe-chada” toda propriedade inte-lectual, cujo código-fonte é ina-cessível e cuja cópia, distribui-ção ou simples uso são defe-sos ao que não adquire a li-cença para tanto.

Por Fernando H. Leme

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A Microsoft, empresa de Bill Gates, lucrou cifras que fazem inveja ao simples exportador de comoditties minerais (que por sua vez já aufere ganhos con-sideráveis) por que fez uso de sua posição de único sistema amplamente difundido tornan-do-se um quase monopólio para pc's de uso doméstico e empresarial.

Sua grande vantagem consistia no fato de que seu grande competidor, o Macintosh da Apple, de Steve Jobs, se base-ava num modelo ainda mais “fechado”. A empresa de Jobs produzia a parte física e a parte lógica de seus equipamentos, criando produtos tecnicamente competentes, porém economi-camente proibitivos ao grande público.

Valendo-se da ampla populari-zação do chamado computador pessoal (sistema que por sinal opera por meio de padrões abertos - os “standards” - atra-vés do qual inúmeras empre-sas podem produzir material para construir computadores usando as mesmas configura-ções - chave de interoperabili-dade, criando competitividade e reduzindo os custos ao con-sumidor final) a Microsoft ter-minou por dominar o mercado e impor, estratégias comerci-ais, que recentemente têm sido duramente atacadas. Como é o caso da União Européia

que a condenou por abuso de posição dominante no mercado a pagar uma multa de R$ 1,3 bi. Tal entendimento é o de que, de acordo com a lei anti-truste, a Microsoft deveria per-mitir que outros desenvolvedo-res tivessem acesso a determi-nadas partes de seu código para que fosse possível cons-truir software que operasse tão bem no Windows quanto ope-ram o Microsoft Office e o Win-dows Media Player, por exem-plo.

Esse cenário sempre pareceu monstruoso ao observador atento. Qualquer usuário em qualquer computador se vê preso a ferros em uma estrutu-ra na qual ele só entrará atra-vés de um custo financeiro considerável ou pela pirataria.

Dada a impossibilidade da se-gunda hipótese quando se trata da coisa pública (Lei no. 10.695/03), o gestor de boa-fé se via obrigado a gastar parte importante de seus recursos na aquisição de tais licenças. Aí entra o software livre. Software Livre é aquele que pode ser ob-tido, copiado, alterado e distri-buído sem custos. Pede-se aos desenvolvedores, no entanto, que retribuam à comunidade seu esforço no desenvolvimen-to disponibilizando, mais uma vez as alterações feitas de modo a contribuir com a evolu-ção do sistema como um todo. Software Livre não é, portanto, simplesmente gratuito . Softwa-re Livre é aquele que devolve ao usuário o poder de decisão sobre seu equipamento e for-

ARTIGO

A opção por Software Livre é o caminho que garante melhor utilização dos recursos públicos.

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ARTIGO

mato. http://softwarelivre.gov.br Não se sabe (e provavelmente o cálculo surpreenderá a to-dos) o quanto o setor público desperdiçou com o chamado software “proprietário”. En-quanto não houvessem alternativas, tal des-perdício seria escusável. Hoje, Sistemas ope-racionais baseados em Linux têm sido o obje-tivo de todo gestor inteligente. Engana-se, quem pensa que se trata de alguma novidade. Servidores de internet rodam Linux há muito tempo. Quem usa email usa software livre sem saber. Servidores de sistemas bancários também usam Linux e a lista pode ir longe. Mas por quê?

A economia é um fator importante. Cada ór-gão público que economiza dinheiro de in-formática e investe em treinamento, capaci-tação, segurança e celeridade merece respei-to e admiração. Mas neste caso nem tudo é diretamente aferível em moeda. As diferentes distribuições Linux, dadas algumas caracterís-ticas de sua estrutura lógica, são reconheci-das por profissionais da área como sendo mais estáveis, seguras, isso considerando seu uso normal. Soma-se a isso o fato de que computadores que usam Linux são imunes a vírus. Só neste aspecto, portanto, há uma se-gunda economia, computadores que estra-gam menos passam menos tempo em assis-tência técnica. Computadores sem vírus são o sonho de quem trabalha com arquivos impor-tantes ou sobre os quais opera segredo de justiça.

Por último existe a segurança dos formatos. Todo arquivo salvo, por exemplo, no Microsoft Word, é salvo no formato padrão do programa (a saber, o “.doc”), que é um formato fecha-do, sobre o qual não existe documentação e que pertence a uma única empresa, cujos fins podem ou não coincidir com os interesses

de uma determinada administração, setor ou Estado, transformando-os todos em reféns de sua lógica empresarial-mercantilista. Uma simples alteração no formato padrão em que se devem salvar os documentos de determi-nado órgão público traria imediatamente de volta a segurança que se espera dos seus do-cumentos.

Muitos têm iniciado sua caminhada nesta di-reção. O Banco do Brasil economizou R$ 20 milhões nos terminais da instituição com o uso de Software Livre. O Metrô de São Paulo eco-nomizou outros US$ 900 mil com a mesma medida.

O Estado do Paraná, além de uma política clara de adoção de Software Livre, estabele-ceu como formato preferencial o ODF (Open Document Format, ou formato de documento aberto, a opção ao .doc). Pelo mesmo cami-nho seguem países como o Equador e a Ho-landa, que adotaram o SL como Política de Estado.

Qualquer gestor sério da coisa pública deitará os olhos sobre a questão e iniciará sua pró-pria caminhada em direção a uma gestão inteligente no que se refere à qualidade, cus-tos e segurança de sua tecnologia da infor-mação.

http://www.broffice.org/investimos

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REPORTAGEM Por Rochele Prassht

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A necessidade da inclusão digital para o desenvolvimento social, educação e conhecimento no Brasil é indiscutível. Mas ainda é uma realidade um tanto quanto distante para milhares de brasi-leiros. Segundo pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil divulgada em maio de 2009, de um universo de 20.020 domicílios entrevistados, somente 28% dos lares localizados em centros urbanos possuem computador para o uso da família. Na área rural, o número chega a apenas 8%.

O custo elevado para a compra de equipamentos de informática é o principal motivo, conforme 75% dos entrevistados. A falta de habilidade representa 29%. Somente 18% dos domicílios de área urbana possuem internet. Na zona rural, o índice é de 4%. Dentre os motivos apontados, o custo representa 54% e a falta de rede é a dificuldade para 17%.

E é diante desse quadro que a necessidade de os municípios brasileiros estarem atentos ao processo de inclusão digital toma sentido e reforça a importância do desenvolvimento de softwares livres, como o pacote de escritó-rio BrOffice.org. Conforme explica o coorde-nador do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios Brasileiros, o 4CMBr, Luis Felipe Costa, existem várias iniciativas para promo-ver a inclusão digital. O 4CMBr, subordinado ao Ministério do Planejamento, por exemplo, tem mais de 1.500 representantes de municí-pios que atuam na divulgação do BrOffice.org,

mostrando que se trata de uma solução apro-priada para a disponibilização de recursos de informática.

“O BrOffice.org cumpre o papel de mostrar aos usuários que computador é uma ferra-menta de trabalho, ou seja, aprender a usar um editor de texto ou uma planilha eletrônica sem ficar preso a um único software de de-terminada empresa”, argumenta. Segundo ele, quem é incluído digitalmente com o uso de ferramentas livres tem a possibilidade de manipular qualquer outra. Além de destacar que a migração para o software livre

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promove difusão do conhecimento, Luis Felipe salienta que o BrOffice.org é uma alternativa importante para promover o aprendizado usando a língua nativa dos usuários.

Para o professor do Departamento de Infor-mática e Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina José Eduardo De Lucca, o BrOffice.org é o ponto de partida para todo processo de informatização. “A evolução cons-tante do BrOffice.org é fundamental para a aceitação de praticamente todo software livre posteriormente”, explica.

Há, ainda. o aspecto econômico, uma vez que, por ter código aberto, software livre não tem custos com licenças. “Trata-se de investir em inteligência nacional, economizar verbas públicas sem o pagamento de royalties para empresas estrangeiras. A adoção de tecnolo-gias abertas gera renda para a população lo-cal, o que reforça os aspectos positivos na adoção do BrOffice.org nas ações de inclusão digital”, afirma. Conforme o coordenador do 4CMBr, provavelmente os projetos de inclusão digital ficariam inviáveis se os gestores públi-cos tivessem de investir em softwares proprie-tários.

Mostrar resultados e funcionalidades que um software pode gerar para a comunidade é o primeiro passo dado pelo Ministério do Plane-jamento para conscientizar os gestores muni-cipais. Conforme Luis Felipe, o trabalho do 4CMbr é justamente o de oferecer consultori-as. O coordenador afirma que o processo

progrediu consideravelmente nos últimos anos, desde a época do COMSOLI - Consór-cio de Municípios em Soluções Livres até o surgimento do 4CMBr. “Uma prova deste crescimento foi o Encontro Nacional de Tecno-logia da Informação, promovido pelo Ministé-rio do Planejamento em Brasília”, afirma. O evento reuniu cerca de 1.500 pessoas, entre Prefeitos, secretários e técnicos de TI. O co-ordenador destaca que as salas de palestras sobre BrOffice.org e ODF tiveram lotação má-xima.

Evidentemente, existem barreiras quando se trata da migração de modelos proprietários para abertos. “Resistências existem, mas não é diferente da resistência natural de qualquer mudança de mentalidade. Ela vem principal-mente dos usuários que durante anos apren-deram a usar somente uma tecnologia”, escla-rece.

O ponto de vista é compartilhado pelo profes-sor De Lucca, que considera as resistências inerentes a qualquer processo de mudança organizacional, assunto que é objeto de estu-do de áreas como administração e psiclogia. “Tem a ver, em alguns casos, com a zona de conforto em que os usuários se encontram”, diz. O professor lembra que muitas organiza-ções ainda acreditam que, ao substituir uma ferramenta com a qual os usuários estão acostumados, haverá perda de produtividade.

Conforme o coordenador do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios Brasileiros, o investimento em treinamento é fundamental para o sucesso da migração, e funciona as-sim para qualquer novidade. Ele cita que a mudança de consciência se dá a partir da ela-boração de um Plano Diretor de TI, o chama-do PDTI, a demonstração de documentações tratando do uso de software Livre, tais como o Protocolo Brasília, o GUIALIVRE e a arquite-

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conhecer é o primeiro passo

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tura de padrões de interoperabilidade e-PING, desenvolvidos pelo Governo Federal. Os ca-sos de sucesso acabam se tornando a argu-mentação que mais vale para os gestores, explica Luis Felipe.

mum na realidade de diversos municípios. A consequência é um planejamento baseado no comodismo. Fica prejudicada também a trans-ferência de tecnologia e conhecimento, tor-nando a administração cada vez mais refém de serviços paliativos.

E há também a falta de recursos – humanos e financeiros. “Muitas vezes, a prefeitura não possui um corpo de funcionários qualificados para elaborar um projeto. Diante disso, encon-tra dificuldades em obter verba. E, sem pro-jetos e recursos financeiros, o trabalho se tor-na mais difícil ainda”, diz Luis Felipe. A saída que aponta é investir nos funcionários públi-cos em todos os setores.

Para De Lucca, a melhor solução é o inter-câmbio de experiências: “Informar-se como gestores públicos de outros municípios enfren-taram problemas semelhantes é, na minha opinião, a melhor solução”. Ele ressalta que, no debate entre pares, normalmente não há interesses escondidos. “Ao conhecer casos de sucesso (e de insucesso, por que não?) de outras cidades, o gestor pode ter mais confi-ança em suas decisões”, completa.

Quaisquer ações, das mais simples às mais complexas, necessitam de uma estratégia para que os resultados apareçam. E não é di-ferente quando se trata de tecnologia. Mas nem sempre isso é fácil para quem está ocu-pado com assuntos como saúde, educação e segurança, conforme explica Luis Felipe. “Ge-ralmente os gestores não têm muito tempo para "planejar" ações de melhorias tecnológi-cas e não percebem que o investimento em tecnologia pode ajudar a resolver os proble-mas de todos os setores. Sem planejar, gasta-se muito mais e o resultado é bem menor”, explica.

Conforme o professor De Lucca, para os ad-ministradores públicos, as possibilidades de experimentação são bastante restritas. “O principal problema que o gestor municipal en-frenta é o de não poder errar. Ele tem uma margem de erro muito pequena, pelos orça-mentos apertados e pelas perspectivas de re-solver rapidamente os problemas”, afirma.

Uma política de TI bem planejada pode dar mais tranquilidade aos gestores que precisam tomar decisões. Isso inicia pela elaboração do PDTI, que reúne todos os dados estratégicos do órgão. A partir dessa análise, as chances de sucesso se tornam maiores. Conforme Luis Felipe, a etapa seguinte, a busca de financia-mentos, chega naturalmente. O principal erro no processo, afirma o coordenador do 4CMBr, é a falta de uma busca precisa e clara sobre as soluções existentes para questões em co-

O planejamento

Longe das CapitaisO afastamento dos grandes centros urbanos ou a falta de uma articulação local para a ampliação de horizontes pode até ser considerado um problema tradicional para o

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processo de busca de soluções tecnológicas, como explica o professor De Lucca. Mas ele pondera: “Com a integração que a internet proporciona, cada vez mais os municípios es-tão se conversando, debatendo e conhecendo opções livres.

E esse é o caminho que De Lucca sugere para os pequenos municípios, onde, muitas vezes, não há público e comunidades atuan-tes para realização de encontros e grupos de estudo. “O compartilhamento de conhecimen-to, o debate em busca de soluções conjuntas extrapola os limites das instituições municipais e os limites municipais. Por isso, listas de dis-cussão, redes sociais e grupos de interesse, como o 4CMBr, são pontos de apoio funda-mental”, explica.

Acostumado à realidade das pequenas cida-des, o coordenador do 4CMBr lembra de um importante detalhe: “Os municípios são os lo-cais onde o cidadão acessa as políticas públi-cas que interferem diretamente na sua vida”. E esse é o papel que o Portal do Software Público Brasileiro busca cumprir, na tentativa de viabilizar um modelo econômico capaz de incentivar o desenvolvimento. “O 4CMBr vem incentivando os municípios a se organizarem em torno de uma grande comunidade”. A ideia é envolver toda o município, inclusive o setor privado. “Buscamos apresentar formas de contratações capazes de melhorar a gestão, dando oportunidade para os novos talentos locais”, explica.

Além dessas dificuldades, a carência de mão de obra qualificada é outro obstáculo que De Lucca cita. “O comprometimento de uma pre-feitura, por exemplo, com determinada solu-ção informática é uma decisão muito sensível e, se a escolha for incorreta, o custo pode ser muito alto”. As soluções livres dão às prefeitu-

ras liberdade em relação a produtos e forne-cedores, pois os softwares livres adotam pa-drões abertos e dão ao usuário a possibilida-de de escolha do prestador de serviço, a qualquer momento.

Na opinião de Luis Felipe, ainda falta às em-presas prestarem atenção aos novos nichos de mercado e ao tão falado espírito inovador no mundo dos negócios. “Os prestadores de serviço devem observar os novos caminhos que a tecnologia traz em diversos setores da sociedade”, diz. Ele cita que a remuneração pelo trabalho, pelo serviço prestado em co-nhecimento livre, e não monopolizado, deveria ser uma das maiores apostas das empresas. Em sua opinião, a divulgação de informações e novas redes de colaboração e capacitação de profissionais é a saída para proporcionar o desenvolvimento sustentável das tecnologias abertas: “A união e a força deste ecossistema é que possibilita a implementação cada vez maior de programas de código aberto nas pe-quenas cidades espalhadas pelo Brasil”.

REPORTAGEM

A despeito de todas as ações empreendidas rumo à democratização da tecnologia, é consenso que o trabalho está apenas no início. O Ministério das Comunicações, por

Inclusão digital:Inclusão de pessoas

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exemplo, já investiu R$ 134 milhões para dis-ponibilizar a 5.354 municípios pelo menos um kit telecentro, composto de 10 computadores, câmera de monitoramento, impressora, apare-lho de projeção, além de mesas e cadeiras.

A montagem do telecentro se dá por meio de parcerias com as prefeituras, cuja contraparti-da é disponibilizar o espaço e arcar com des-pesas de água, luz e outros. O acesso à inter-net também é cedido pelo Ministério gratuita-mente. As máquinas rodam software livre, op-ção que se dá em razão de segurança e de-sempenho, além de tornar o projeto viável economicamente.

Mas esse investimento não é suficiente se os gestores e a sociedade não se preocuparem com algo mais simples, porém não menos de-safiador. “O que chamamos hoje de inclusão digital ainda é, infelizmente, só um processo de "digitalização". Colocam-se computadores, infra-estrutura de rede e internet, mas não se preparam os usuários nem o cidadão. No fi-nal, o investimento não dá o resultado espe-rado, porque ficou limitado ao básico, sem considerar o mais importante: as pessoas”, opina o professor De Lucca.

se fala em software livre? Para o professor De Lucca, não resta dúvida de que o professor é a variável fundamental nessa equação. Con-tudo, ele lembra que, na realidade educacio-nal brasileira, a postura dos ensinadores nem sempre é a ideal. “Acaba variando entre a ne-gação da utilidade da tecnologia, pelo medo do desconhecido, principalmente quando con-frontado com estudantes que já dominam a tecnologia com maior maestria do que eles”, analisa De Lucca.

Para ele, a inclusão digital dos professores e de suas disciplinas demanda planejamento e apoio pelos órgãos competentes. Isso inclui considerar a sobrecarga de responsabilidades que têm, sobretudo no setor público. “Sem apoio dos órgãos e entidades que pensam es-tratégias para a educação, os professores têm sérias dificuldades em conhecer e colocar em prática ferramentas de software que poderiam ser muito úteis, desde softwares específicos educacionais até suítes de produtividade como o BrOffice.org”, afirma.

Para De Lucca, O BrOffice.org pode ser uma forma de introduzir o conhecimento sobre software livre nas instituições de ensino. Ele defende que o processo pode muito bem ini-ciar pelo uso do aplicativo para a elaboração de textos, planilhas e apresentações. Além disso, há uma série de componentes, como os dicionários temáticos, o Vero (primeiro corretor lançado adaptado à reforma ortográfica da língua portuguesa) e o corretor gramatical. “Também para auxiliar nas atividades didáti-cas, em projetos que demandem criatividade, organização de ideias, pesquisa etc”, finaliza De Lucca.

Educação e tecnologia

Cada vez mais, os recursos tecnológicos estão a serviço da Educação. Entretanto, qual tem sido a atitude de educadores frente ao ensino de tecnologia, sobretudo quando

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Os municípios contam as suas histórias

A revista fez um roteiro pelo Brasil, através das redes de relacionamento, para mostrar ao leitor ações que os municípios vêm empreendendo para incentivar o uso do BrOffice.org e do software livre. São histórias de qualifi-cação de usuários, de inclusão digital, mas são histórias, sobretudo, de inves-timento em pessoas.ht

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Licínio de Almeida, Cordeiros, Piripa e Mor-tugaba – Sertão Baiano

A triste realidade dos municípios do Sertão Baiano começou a ser mudada a partir do empenho do coordenador e idealizador do Projeto Aula Modelo, Rômulo Vinfield Gomes Ribeiro. O caçula do projeto é o município Licínio de Almeida, que é atendido há um mês. O professor, hoje mestrando em Ciências Educacionais, passou pela mesma falta de perspectiva que boa parte da comunidade enfrenta durante o período do Ensino Básico. Entretanto, mesmo tendo começado a graduação em Ciências da Computação sem esperança de conclusão, encontrou uma forma de mudar o cenário: “Com o passar dos meses, inciaram-se várias alternativas e sonhos. Vendo o que a informática me proporcionou depois que a conheci, isso se refletiu em propostas para erradicação do analfabetismo digital nessas localidades, que é quase 99.9%”, conta.

E foi justamente por isso que Rômulo não enfrentou resistência alguma: “Quando não se tem contato com Software Proprietário no início do aprendizado, tudo é aceitável para os

alunos.” Houve um único caso de uma professora que resistiu, mas não por achar ruim, e sim por comodismo, já que havia aprendido informática usando softwares proprietários.

Os objetivos do coordenador, de promover educação juntamente com inclusão digital, são atingidos através de atividades dirigidas para crianças a partir dos 4 anos, seguindo por todas as faixas etárias. “No intuito de angariar elementos que viessem a dar corpo ao meu projeto, tive acesso aos softwares linux Educacional, BrOffice.org, Gcompris e Ekaaty Educacional, que juntos proporcionam uma harmoniosa integração do aluno e professor”, explica ao enfatizar a importância de educação e informática serem requisitos fundamentais para o desenvolvimento humano.

Para desenvolver as atividades, são 63 computadores, sendo 21 em uma casa da comunidade. Todos os alunos da rede pública dos municípios são beneficiados. O orçamento, de R$ 262 mil para dois anos, inclui salário dos professores e técnicos, com deslocamento, alimentação e hospedagem além da montagem dos laboratórios.

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O projeto, realizado em parceria entre entre prefeituras, Proinfo, Secretaria de Ciência e Tecnologia e o Instituto Anísio Teixeira, só se tornou viável a partir do uso de software livre. Hoje, a reflexão da comunidade sobre tecno-logia só poderia ser uma, conforme explica Rômulo: “Todos percebem que através da in-formática mais uma barreira da desigualdade foi quebrada."

já têm turmas novas com os pais de alunos da escola e de outras instituições de ensino do bairro.

Para superar as resistências, o caminho que eles seguiram foi o de incentivar a experimen-tação ."Os professores conseguiram identificar a lógica do uso que já vinham fazendo, sem uma grande curva de aprendizado para pas-sar a usar o BrOffice.org", explicam. Outra ex-periência que trazem é a migração para o BrOffice.org nos computadores que os profes-sores usam para as suas rotinas de trabalho. A receptividade tem sido boa, garantem. "Os professores querem "fazer seu trabalho" inde-pendente do software que está sendo usado. Entretanto, dificuldades de compatibilidade têm impedido uma adoção 100%", ressalvam.

A estrutura da escola conta com 20 computadores para o uso dos alunos, todos com BrOffice.org. Mais três máquinas são exclusivas para os professores. Ao todo, mais de 120 pessoas são atendidas. A expansão do atendimento para toda a comunidade deve aumentar o número de beneficiados em seis vezes em 2010. Para desenvolver o projeto, os professores usaram a estrutura de hardware já existente. Sem software livre, garantem, seria inviável.

Porto Nacional - Tocantins

Os professores do Curso de Ensino Médio In-tegrado - técnico em Informática, Givaldo Fer-reira Corcinio Junior e Brunno Franklin de Lima Alves, precisavam atingir o objetivo de formar mão-de-obra para um setor em expan-são e extremamente carente: o suporte ao usuário e manutenção de micros. O curso, que é público, e tem quatro anos de duração, conta com aproximadamente 100 alunos nas turmas de 2º e 3º anos.

Os professores perceberam que era necessá-rio compartilhar com colegas conhecimentos sobre software livre e formaram uma turma pi-loto com professores que se dispuseram a conhecer o BrOffice.org. "A repercursão posi-tiva nos incentivou a transpor as barreiras da escola", dizem Givaldo e Brunno. Agora, eles

Duque de Caxias – Rio de Janeiro

Em Duque de Caxias, município localizado na Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a inclusão digital é sinônimo de capacitação profissional para a geração de emprego e renda. Usando exclusivamente software livre, mais de 50 mil alunos já receberam treinamentos de informática básica e avançada. O projeto, desenvolvido pela Fundação de Apoio à Escola Técnica, Ciência, Tecnologia, Esporte e Lazer, Cultura e Políti-

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ções, com 10 máquinas. Todos usam software livre. A Coordenadora Geral dos Telecentros, Renata Fernandes Dias Coelho, conta que o uso de programas de código aberto teve resistências iniciais, em função de os usuários terem sido acostumados com plataformas fechadas. Mas, no decorrer do uso, a adaptação deslanchou e hoje os aplicativos OpenOffice.org e BrOffice.org fazem parte do cotidiano dos usuários. A prefeitura investiu na locação de salas, climatização, arca com a remuneração de cinco funcionários, taxas de luz, água e telefone, além dos suprimentos. Além disso, o poder público investe nos funcionários, custeando viagens para cursos e seminários. Conforme Renata, os projetos só são possíveis pelo uso de software livre.

Silva Jardim – Rio de Janeiro

A Prefeitura de Silva Jardim desde 2002 utiliza somente suítes de aplicativos para escritório livres. O processo teve início quando eram no máximo 50 máquinas em toda a Prefeitura, conforme conta o professor de Inclusão Digi-tal, Marcelo Massao. A primeira experiência foi com a versão 1.0 do OpenOffice.org, usada por bastante tempo. Em 2003, chegaram as primeiras instalações do BrOffice.org. A princi-pal motivação para a migração estava relacio-nada ao custo de implantação ou atualização de uma solução proprietária. No início, houve resistência de usuários, que foram se acostu-mando aos poucos - a produtividade e o custo zero compensavam. Hoje, completamente aceito, o BrOffice.org está em 250 máquinas da prefeitura e a comunidade passou a co-nhecer outro benefício da migração: o formato aberto de documentos.

Natal – Rio Grande do Norte

A professora de Ciências da Computação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Gláucia Melissa Medeiros Campos, conta que o Projeto Qualificação Tecnológica para Professores e Estudantes de Escola Pú-blica do RN surgiu a partir da necessidade de qualificar usuários de Tecnologias da Informa-ção no estado. “Infelizmente, muitas pessoas ainda se restringem a utilizar computadores para salas de bate-papos, mensagens curtas

Felixlândia – Minas Gerais

Em Felixlândia, município de 14 mil habitan-tes, cerca de 600 pessoas por mês são bene-ficiadas com cursos de profissionalização e de locais de acesso a equipamentos de informá-tica desenvolvidos pela prefeitura. Dois tele-centros montados pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia disponibilizam 10 máquinas e um terceiro local foi montado com o Kit Telecentro do Ministério das Comunica-

cas Sociais (Fundec), mantido pela prefeitura desde 2005, estrutura cursos de 56 horas aula nos Centros Avançados de Ensino Profissionalizante. Os professores são profissionais da área de Tecnologia da Informação contratados pela Instituição ou através de convênios firmados entre instituições públicas de ensino.

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e Orkut acreditando, assim, fazerem parte de um mundo digital. É preciso ensiná-las a utili-zar os computadores em benefício próprio”, explica.

A partir disso, foram criados mecanismos para atender a alunos e professores da rede esta-dual de ensino. Com a ideia de software livre desde o início, por uma questão econômica e educacional, o projeto estava restrito ao labo-ratório da Universidade. Mas, com a chegada de mais equipamentos às escolas, a demanda aumentou, ampliando os níveis de atuação: “Primeiramente, os professores são incluídos digitalmente para posteriormente serem multi-plicadores destes novos conhecimentos”, diz Gláucia.

A professora universitária conta que houve re-sistências no que se refere ao uso do BrOffi

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ce.org e outros softwares de código aberto, mas elas foram vencidas pela disposição dos integrantes do projeto a ultrapassar barreiras. A partir disso, conta, o caminho foi a dedica-ção e o diálogo com os usuários. “Nos senti-mos motivados principalmente com o relato de alguns diretores que comentavam sobre resis-tência tanto dos professores como dos alunos em aprender outros softwares”, resume.

Em vigor desde maio de 2009, mais de 160 já receberam treinamentos, por meio do trabalho de alunos bolsistas da UERN. O projeto Quali-ficação Tecnológica para Professores e Estu-dantes de Escola Pública do RN, que está presente em quatro escolas, deve iniciar uma nova etapa em breve, já que estão sendo es-tabelecidas parcerias com prefeituras do inte-rior do estado.

Há menos de 3 meses

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USUÁRIOS QUE ACESSARAM INTERNET

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REPORTAGEM

Matões do Norte - Maranhão

Na zona rural e urbana do município que tem menos de 10 mil habitantes, as inscrições es-tão abertas no projeto “Educação para Todos”, criado pela prefeitura. O objetivo é treinar usuários de todas as faixas etárias para o uso de Tecnologias da Informação, usando BrOffi-ce.org e outros programas abertos. O técnico em Processamento de Dados Raimundo Fra-zão conta que, inicialmente, serão 320 alunos beneficiados. A estrutura disponível é de qua-tro laboratórios de Informática com 32 compu-tadores e internet banda larga, instalados na zona urbana e rural. “O uso de software livre facilita muito o processo, porque não precisa-mos fazer investimento com compra e licença e aquisição de software para setores da ad-ministração, sobrando dinheiro para investi-mento de equipamentos e capacitação”, expli-ca Raimundo.

Custo elevadoNão há necessidade ou interesse

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USUÁRIOS QUE USARAM COMPUTADOR

Pesquisa completa disponível em: http://www.cetic.br/publicacoes

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ENTREVISTA Por Rochele Prass

O coordenador do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios Brasileiros, o 4CMBr, Luis Felipe Costa, 30 anos, é formado em Análise de Sistemas.

Ele explica que a sua rotina profissional no 4CMBR (Comunidade, Conhecimento, Colaboração e Compartilhamento dos Municípios Brasileiros), é centrada no apoio à implantação de Software Livre.

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Como foi o seu primeiro contato com o BrOffice.org?

Luis Felipe: Foi no início do projeto, em 2005. Meu contato foi se estreitando a medida em que participava de eventos de SL, e na medi-da em que fui desenvolvendo trabalhos de consultoria para os municípios.

Qual o recurso do BrOffice.org que mais impressiona ou que você considera impor-tante apresentar durante as consultorias?

Luis Felipe: Uma das coisas que me chamou a atenção foi o desenvolvimento do EDIDOC, software que gera documentação automática no BrOffice.org. Eu costumo ressaltar muito a

importância desse aplicativo para os procedi-mentos internos das prefeituras. O EDIDOC é muito conveniente para os setores administra-tivos, que necessitam gerar documentos pa-dronizados e numerados sequencialmente. Ele facilita muito a organização, além de ser poderoso na recuperação das informações.

Para você, software livre é apenas uma necessidade profissional?

Luis Felipe: Não. Acredito muito que o SL é o melhor caminho para as soluções tecnológicas, dentro de uma visão em que compartilhar conhecimento é o primeiro passo para o desenvolvimento econômico e social

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do Brasil. Por isso, também sou militante de software livre há alguns anos e membro do Software Livre Rio de Janeiro, o grupo de pessoas que apoiam o software Livre no esta-do.

Qual é o custo da falta de planejamento para os municípios?

Luis Felipe: Sem um órgão, uma Secretaria de Informática, um gestor de TI e mesmo uma equipe para esclarecer estes benefícios do uso das TIC's nos municípios a Prefeitura acaba por gastar mais e ter menos resultados.

Como fazer para iniciar um planejamento sem precisar “reinventar a roda”?

Luis Felipe: É preciso aproveitar o trabalho de desenvolvimento colaborativo que municípios, como Fortaleza e outros mais estão adotando. Investem verbas públicas no desenvolvimento de softwares que podem ser

utilizados por outras prefeituras. Os Governos Municipais, Estaduais ou Federais não podem destinar recursos várias vezes para comprar uma mesma solução, que pode muito bem ser adaptada para sua realidade local, porque o código está lá disponível e o conhecimento é livre.

E qual é a melhor estratégia?

Luis Felipe: É estar em comunicação com os outros municípios, participar de eventos e congressos. Fazer "parte" desta rede municipal para entender os problemas e soluções encontradas pelos seus "vizinhos" e desta forma estar sempre de "olho vivo" nas oportunidades que o Governo Federal vem proporcionando. A formação de consórcios municipais também pode ser uma boa saída, reduzindo custos que podem ser compartilhados.

Acesse o site do 4CMBr para participar da rede de relacionamentos dos municípios:Acesse o site do 4CMBr para participar da rede de relacionamentos dos municípios:

http://www.softwarepublico.gov.br/4cmbr

ENTREVISTA

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REPORTAGEM

uma finalidade determinada, mas acabam se engajando e passam a integrar as listas de discussões e se tornam colaboradores em tempo integral.

O objetivo da organização ao convocar voluntários, além de expandir as discussões sobre o BrOffice.org, é aproveitar co-nhecimentos e experiências in-dividuais. Conforme Vera Ca-valcante, líder do Grupo de Usuários BrOffice.org São Pau-lo (GuBro-SP), os eventos são sempre um ótimo momento de difundir informações sobre o BrOffice.org, reunindo usuários engajados no aprimoramento do aplicativo, o que contribui para que a suíte de escritório aberta e gratuita seja uma op-ção confiável e segura para empresas e usuários domésti-cos. "Este é apenas um exem-plo de como as comunidades de software livre conseguem se articular para oferecer soluções tecnológicas seguras", afirma Vera.

Por Rochele Prass

BrOffice.org se prepara para receber mais de 3 mil participantes no IV Encontro Nacional

O mais importante evento da comunidade BrOffice.org já começou para mais de 40 pes-soas que estão envolvidas dire-tamente nos preparativos do IV Encontro Nacional BrOffice.org. O evento se realiza nos dias 15 e 16 de abril, mas para colocar toda essa estrutura a funcionar, a equipe está trabalhando para que todos os detalhes, como a programação, a divulgação e o estabelecimento de parcerias, façam do Encontro um momen-to de grande produtividade e de aperfeiçoamento da suíte de escritório aberta que já con-quistou mais de 12,5 milhões de usuários no Brasil.

Reunir mais de 3 mil pessoas para dois dias de discussões e troca de informações sem que isso represente custos e tempo elevados para os participantes. Esse era um dos desafios do BrOffice.org, que há quatro anos integra estudantes, gesto-res, desenvolvedores e público interessados em tecnologias livres de todo o País. O cami-nho encontrado está na própria tecnologia: encontro por video-

conferência. O modelo, bem sucedido, se repete novamente no IV Encontro Nacional BrOffi-ce.org (EnBro) que, em 2010, acontece nos dias 15 e 16 de abril, em pontos de transmis-são localizados nos estados brasileiros.

Carlos Braguini, um dos orga-nizadores do evento, conta que a ideia surgiu da necessidade de agregar. “Tínhamos a opção de fazer igual a todos, ou seja, reunir uma quantidade de pes-soas em algum local e fazer um encontro presencial. Mas, atra-vés de videoconferência, tí-nhamos a possibilidade de reunir os principais desenvol-vedores da comunidade inter-nacional, explica. Nesta edição do Encontro, terá ao menos um palestrante internacional que virá para o Brasil exclusivamen-te para participar do evento.

Mobilização Para fazer funcionar tamanha estrutura, é necessário um grande envolvimento, aí é que entra o papel dos voluntários. São pessoas que chegam para

“Seu produto aos olhos de quem realmente

entende”

http://www.broffice.org/anuncie_no_brofficeorg

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REPORTAGEM

Tenho a intenção de colaborar para melhorar a disseminação de software livre como o BrOffice.org - Luis Paulo Guimarães, 33 anos, desenvolvedor. Santa Isabel / SP.

Junte-se a nós

As convocações seguem a pleno vapor. Ao juntar-se à equipe, você pode contribuir com suas ex-periências e exercitar suas competências, num espaço de ampla visibilidade nacional. Para se candidatar, mande um e-mail para os endereços abaixo, dizendo como você gostaria de colaborar para o IV Encontro Nacional BrOffice.org: [email protected] / [email protected] / [email protected]

Na rede

Outra aposta que o IV EnBro está fazendo para se comunicar com integrantes da equipe de orga-nização e, sobretudo, com o público em geral, é nas redes de relacionamento. O Twitter, que vem se tornando uma das ferramentas de comunicação mais populares no Brasil, já conta com um pro-file do IV EnBro.

De acordo com o líder nacional do grupo de usuários BrOffice.org, e um dos organizadores do Encontro, Luiz Oliveira, os resultados gerados a partir da divulgação por meio do twitter são imen-suráveis. “Postamos a informação lá e elas, rapidamente, repercutem entre centenas de pessoas, já que grande parte dos nossos seguidores replicam a mensagem no seu próprio profile, levando a informação para os seus contatos”, diz.

Pretendo colaborar com tudo que for necessário - Vanessa Laux, 28 anos, web design. Porto Alegre / RS.

Quero colaborar na divulgação do evento e, possivelmente, organizando uma caravana em minha cidade para iO IV EnBro - Marcelo Massao, 34 anos, instrutor de Inclusão Digital. Silva Jardim / RJ.

Meu objetivo é mostrar para as pessoas que há vários caminhos, existem softwares livres e que não é necessário pagar por um programa de computador e ele não ser realmente seu - Victor Augusto Zago Menegusso, 19 anos, estudante de Ciência da Computação. Curitiba / PR.

http:// .com/IVEnBro

Seja um seguidor:

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4 e 5 de dezembro de 2009

No mundo do software livre os interesses são inúmeros e a melhor escolha é entrelaçá-los, particularizando a pertinência e importância dos temas.

Qualquer pessoa pode entrar de peito aberto no futuro sendo necessário apenas ouvir, apreender e assimilar o que realmente interessa. O conhecimento é o grande capital humano.

John Maddog Hall, Sergio AmadeuVeja mais algumas atrações

Presença das comunidades: BROffice.org, Firefox, Perl, Ruby, PHP, Java, Python Aplicação da prova de Certificação LPI pelo Maddog Festival de Cultura Digital – Apresentações musicais, Flamenco, Mágico e muitas outras atrações Encontro das Empresas no “Open Business”Fórum de Software Livre do Serpro - Regional São Paulo

Inscreva-se, participe!

www.conisli.org.br

4 e 5 de dezembro de 2009MIS – Museu da Imagem e do SomAv. Europa, 158-Jardim Europa, São Paulo,SP

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DICA

A ferramenta de planilha eletrônica da suíte BrOffice.org oferece alguns recursos que, embora simples, facilitam bastante a vida dos usuários. Este artigo irá demonstrar algumas dessas faci-lidades.

O Calc possui um recurso muito interessante de auto preenchimento de células que funciona para diversos tipos de dados. Por exemplo, se quisermos completar doze células com os me-ses do ano, basta escrevermos “Janeiro” na primeira célula, selecionarmos em seguida a célula preenchida e arrastarmos para baixo ou para o lado, que as células serão preenchidas com os meses subsequentes. Não precisamos parar em doze meses, podemos auto preencher quantas células desejarmos. O sistema automaticamente reinicia tudo após chegar no mês de “Dezem-bro”.

Figura 1

No canto inferior esquerdo da célula contendo a palavra “Janeiro”, vemos uma pequena alça. Quando arrastamos esta alça para a direita (ou para baixo, se assim desejarmos), o Calc exibe automaticamente o valor do auto preenchimento para a última célula selecionada. As células se-lecionadas assumem um contorno vermelho. No nosso exemplo da figura 1, o último valor a ser selecionado é “Julho”. Ao soltarmos o mouse, as células assumem automaticamente uma sequência do valor iniciado em “Janeiro”.

Figura 2

Auto preenchimento de dados no Calc

Por Rubens Queiroz

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27 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009

DICA

Os valores de auto preenchimento não se restringem apenas a meses do ano. Podemos fazer o mesmo com números, datas, dias da semana, moeda.

Figura 3

A forma de auto preenchimento aceita também abreviações:

Figura 4

Na situação reversa, em que não desejamos que o Calc automaticamente preencha os campos com uma sequência, mas sim copiar um mesmo valor para múltiplas células, basta selecionar a célula desejada e pressionando simultaneamente a tecla <CTRL>, arrastamos o mouse até a úl-tima célula que desejamos preencher. O valor da primeira célula será então automaticamente copiado para todas as células. Outra forma de fazer isto é selecionar o valor desejado, copiar o valor da célula para a área de transferência (CTRL-C), selecionar todas as células para as quais desejamos copiar os valores, e colar o valor (CTRL-V). É só escolher a forma que mais lhe agrada.

Mas ainda não acabou. Podemos fazer o auto preenchimento com mais de uma coluna. Na figu-ra 5, desejo criar uma sequência com os valores da coluna A1 (valor 1) e da coluna A2 (valor 100). Basta selecionar as duas células e arrastar o mouse para a direita, até o ponto desejado.

Figura 5

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DICA

IMAGEM

Podemos ver o número 8, ao final do campo delimitado. Este é o valor que será assumido pela primeira célula selecionada. Ao liberar o botão do mouse, temos o resultado:

Figura 6

Utilizamos neste exemplo apenas duas células, mas podemos utilizar muitas mais.

Em todos os exemplos apresentados até o momento, utilizamos os recursos de auto preenchi-mento já definidos. Entretanto, podemos fazer as nossas próprias especificações. Para isto, no menu “Editar”, selecione a opção “Preencher” e em seguida “Séries...”.

Figura 7

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DICA

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Aparecerá então a tela a seguir:

Figura 8

Especificamos então o valor inicial da série (100), o valor final (400) e o incremento (30). Será criada a série de números seguindo estes parâmetros:

Figura 9

Lembre-se sempre: a série só será preenchida nas células selecionadas. No exemplo dado, fo-ram selecionadas sete células, o que fez com que o último valor da sequência fosse 280. Da mesma forma, para trabalharmos com este tipo de auto preenchimento precisamos selecionar as células previamente.

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30 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009

DICA

Um dos grandes desafios dos projetos de utilização do BrOffi-ce.org é a questão do suporte. É natural que as mudanças ge-rem uma certa insegurança nos usuários, uma vez que estes não querem perder produtivi-dade em seu trabalho. A notícia de usar um programa novo chega a causar pânico em al-guns deles, que têm de apren-der uma nova forma de fazer a mesma coisa.

Nós que utilizamos o BrOffi-ce.org sabemos que ele faz, e faz isso muito bem. O que acontece é que os usuários normalmente decoram onde es-tão os recursos e se mudar a posição de um botão, muitas vezes não percebem que o re-curso de que precisa está no botão ao lado.

O erro mais frequente nos pro-jetos de utilização do BrOffi-ce.org em instituições está no fato de que estas apenas insta-lam o programa e deixam o usuário abandonado. Outras dão algum tipo de treinamento, mas depois deixam os usuários sem nenhum auxílio, achando que ter treinado resolve tudo. Algumas poucas se preocupam com o suporte por algum tempo e depois também deixam os usuários de lado.

Por Herbert de Carvalho

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DICA

Diante desse quadro e da pre-ocupação de dar aos gestores de informática uma ferramenta que possa auxiliá-los neste processo, a barra de ferramen-tas desenvolvida pela Comuni-dade BrOffice.org é uma pode-rosa aliada. Esta barra de fer-ramentas possui uma série de

recursos. Qualquer projeto de migração, uma vez que ela possui recursos que vão facili-tar o acesso a informações re-lacionadas ao BrOffice.org e in-tegrar toda a comunidade de usuários num único local onde informações podem ser troca-das tanto online quanto offline.

Ela funciona nos principais na-vegadores utilizados (IE, Fire-fox e Safari) e o propósito não é substituir o suporte, mas dar aos usuários mais uma fonte de ajuda, em caso de necessi-dade.

Instalando a Barra de Ferramentas BrOffice.org.

Usando seu navegador preferido (recomendamos o Firefox), a barra de ferramentas pode ser instalada através do endereço http://brofficeorg.ourtoolbar.com/.

Clique no botão "Free Download". Logo abaixo da barra de ferramentas do seu navegador, deve aparecer um aviso de que este site pretende instalar um programa. Clique em "Permitir" para que a instalação prossiga.

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DICA

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Uma nova janela aparecerá para instalar o programa. Aguarde alguns segundos e clique em "Instalar agora".

A instalação prosseguirá até o final e, ao ser concluída, deve-se reiniciar o navegador. A página de boas vindas será aberta, assim como a barra do BrOffice.org aparecerá na barra de ferramentas do navegador.

Além disso, será aberta uma janela de configuração de alguns recursos extras da barra. O primeiro é um notificador de e-mail. Com ele, você pode ser avisado de e-mails novos que chegarem em sua caixa. A segunda opção permite que você defina o sistema de busca personalizado do BrOffice.org como padrão para pesquisas na web. A Terceira define a página da Barra de Ferramentas BrOffice.org como sua página padrão. Para os usuários do Windows, deve aparecer uma outra opção para a instalação de um Recurso de Multimídia de Rádio, em que algumas emissoras online podem ser configuradas.

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DICA

Observação: Se você está usando esta barra de ferramentas no trabalho, verifique com o administrador de rede de sua instituição se é permitido o uso deste recurso. Se você está atrás de um Firewall/Proxy, pode ser que ele não funcione.

Além disso, um sistema de alertas da Barra de Ferramentas irá aparecer no canto inferior direito do seu navegador. Este é um recurso muito interessante e útil. Todos os usuários da Barra receberão alertas sobre informações que forem relevantes. Recomendamos que você mantenha este recurso habilitado.

Usando a Barra de Ferramentas BrOffice.org.

Ícone de configurações

O primeiro detalhe a ser observado é que a Barra de Ferramentas BrOffice.org é um projeto comu-nitário. Em função disso, os recursos que serão descritos abaixo poderão ser modificados na me-dida em que a comunidade de usuários sugerirem alterações que forem relevantes.

Clicando no ícone BrOffice.org seremos direcionados para a página oficial do projeto.

O menu de opções deste ícone permite que você indique um amigo, visite outras páginas relacionadas ao projeto da barra de ferramentas, atualizações da barra, bem como configurar os recursos que você deseja ou não que apareçam.

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DICA

Área de Pesquisas na Web

Este recurso permite que você faça buscas gerais os específicas na web. Se você trocar a opção "Ir", para a opção "Broffice", suas pesquisas serão feitas apenas em sites que contenham tutoriais sobre o BrOffice.org em português. Se clicar no "Pincel amarelo" ao lado da opção de pesquisa, as palavras pesquisadas irão receber um destaque na página de pesquisa.

Aplicativos

O menu de opções dos Aplicativos oferece uma série de recursos extras que tornam a barra de ferramentas útil para as atividades do dia-a-dia, além de entretenimentos. Nele temos calculadora (Calculator), lista de tarefas (Todo), Sudoku, Conversor de

Unidades (Unit Converter), Jogo Invaders, tradutor de termos (Babylon), bloco de notas (Notes), pesquisa na Wikipédia e a opção de instalar outras aplicações muito interessantes (More Gadgets).

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DICA

Previsão do tempo

O ícone de previsão do tempo permite que se verifique as condições climáticas das prin-cipais cidades brasileiras. Para deixar sua cidade como previsão padrão, basta clicar no ícone e clicar na opção "Mudar a localização".

Comunidade On-line

Este, com certeza, é um dos mais úteis recursos da barra. Ao clicar neste ícone, você terá acesso a uma sala de chat onde poderá interagir em tempo real com os integrantes da comunida-de que estiverem on-line.

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36 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009

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DICA

Twitter

O Twitter é a nova onda do momento. Trata-se de um microblog para escrever de qual-quer assunto. Até o momento, este ícone abre opções sobre BrOffice.org de algumas fontes. Es-tamos abertos a sugestões de dicas de outros membros do Twitter que possam aprimorar o recur-so.

Links úteis

Este ícone oferece uma série de links para páginas web que tenham alguma relação com o BrOffice.org. Até o momento, a lista contém o que existe de melhor em termos de dicas, páginas, apostilas e recursos sobre BrOffice.org. Também, solicitamos a todos que deem suas dicas de si-tes úteis sobre BrOffice.org.

Links úteis

Como a comunidade está sempre realizando encontros em todo o Brasil, incorporei à barra um atalho para a agenda BrOffice.org. Os principais eventos da comunidade estarão visíveis na agenda para que você possa estar informado sobre os principais eventos da comunidade.

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DICA

Notícias

Este ícone dá acesso a uma série de notícias, via RSS, de vários sites ligados ao software livre e a tecnologia. Basta passar o mouse sobre os sites que as notícias mais recentes aparecerão ao lado.

Como explicado no início, nada é capaz de substituir o apoio pessoal da equipe de TI de uma insti-tuição em qualquer projeto de migração de sistemas. Contudo, ao oferecer ao seu usuário um re-curso que coloque à sua mão a possibilidade de obter ajuda de forma rápida, você certamente es-tará tornando este processo menos doloroso e oferecendo melhores condições de sucesso ao final da caminhada.

Esperamos que a comunidade abrace esta iniciativa fazendo críticas, dando sugestões de melho-rias e principalmente ajudando aqueles que precisam de nossa colaboração.

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38 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009

TUTORIAL

O Calc pode converter todas as letras de um intervalo de célu-las em maiúsculas. Mas, care-ce de um comando direto para transformar a primeira letra de cada palavra em maiúscula.

Neste artigo, apresentamos al-guns conceitos sobre o ambi-ente BASIC, desenvolvendo uma solução simples para o problema acima. Os leitores in-teressados apenas na exten-são, podem encontrá-la no por-tal http://www.broffice.org.

Por Noelson A. Duarte

CriandoExtensõesBASIC

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39 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009

TUTORIAL

Criando a biblioteca

Uma biblioteca BASIC contém os módulos, diálogos e arquivos de configuração. Os últimos, criados automaticamente. Para criar a biblioteca, carregue o BrOffice.org e ative o diálogo Or-ganizador de Macros, comandando:

A lista Biblioteca exibe os nomes das bibliotecas existentes no Local selecionado, sendo que:Minhas macros e caixas de diálogo: contém as bibliotecas armazenadas na área do usuário;

Macros e caixas de diálogo do BrOffice.org: contém as bibliotecas armazenadas na área compartilhada por todos os usuários;

Documentos ativos: contém as bibliotecas armazenadas dentro do documento selecionado.

Nossa biblioteca ficará na área do usuário, então:

Acabamos de criar a biblioteca. Mas, não feche o diálogo Organizador.

Criando a interface gráfica

Precisamos de uma caixa de diálogo que ofereça algumas opções ao usuário, então:

- Na lista Local, selecione <Minhas macros e caixas de diálogo>; - Clique sobre o botão de comando <Nova...>; - No diálogo, digite o nome <TamLetra> para a biblioteca e clique sobre <Ok>.

- Na lista Biblioteca, selecione TamLetra;- Clique sobre o botão Editar.

- Ferramentas >> Macros >> Organizar Caixas de Diálogo- Selecione a aba <Bibliotecas>

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TUTORIAL

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Note que a janela do IDE Basic foi ativada, na sua parte inferior temos abas com os nomes dos módulos e diálogos existentes na biblioteca. Em nosso caso, apenas uma aba Module1.

Para ativar a janela de edição de diálogos:

Identifique os controles existentes na caixa de ferramentas, posicionando o ponteiro do mouse sobre os ícones. Em nosso diálogo vamos usar: dois botões de opção, linha horizontal, caixa de seleção, caixa de grupo e dois botões.

Após desenhar os controles no diálogo, altere a propriedade Rótulo de cada um deles conforme a figura acima (abra o diálogo Propriedades com um clique duplo sobre qualquer controle).Defina a propriedade Estado do primeiro botão de opção para Selecionado.

Defina a propriedade Tipo do Botão do botão Converter para OK e a do botão Cancelar para Cancelar.

Selecione o diálogo (clique sobre a borda) e altere a propriedade Título.

Após o desenho da interface gráfica, vamos ao código BASIC.

O Código Fonte

Clique sobre a aba Module1 para retornar ao editor de código, selecione e apague todo o seu conteúdo. Então, use o código fonte abaixo:

- Clique com o botão direito do mouse sobre a aba Module1;- Selecione Inserir > Caixa de Diálogo do BASIC

' Extensão que converte as letras iniciais das palavras' numa célula ou intervalo de células para maiúsculas.' Autor: Noelson A. Duarte, em Fev 2008.'__________________________Sub ConverterLetrasIniciais oDoc = thisComponent oSelec = oDoc.getCurrentSelection()

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TUTORIAL

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If (Not oSelec.supportsService("com.sun.star.sheet.SheetCellRange")) Then MsgBox "Selecione a célula ou o intervalo de células!", 48, "Erro" Exit Sub End If DialogLibraries.loadLibrary ( "TamLetra" ) oDialogo = CreateUNODialog (DialogLibraries.TamLetra.Dialog1) iResp = oDialogo.execute() If iResp = 0 Then Exit Sub End If bMinusc = False If oDialogo.Model.CheckBox1.State = 1 Then bMinusc = True End If bNome = False If oDialogo.Model.OptionButton2.State = 1 Then bNome = True End If LetrasIniciaisMaiusculas (oSelec, bNome, bMinusc)End Sub

Sub LetrasIniciaisMaiusculas (oSel As Variant, bNomeProprio As Boolean, bMinuscula As Boolean) vEnd = oSel.getRangeAddress() nrLinhas = vEnd.EndRow - vEnd.StartRow nrColunas = vEnd.EndColumn - vEnd.StartColumn tipoTexto = com.sun.star.table.CellContentType.TEXT For i = 0 To nrLinhas For j = 0 To nrColunas oCelula = oSel.getCellByPosition(j, i) If oCelula.getType() = tipoTexto Then sConteudo = oCelula.getString() If bMinuscula Then sConteudo = LCase(sConteudo) End If If bNomeProprio Then novoCont = LetrasNomeProprio(sConteudo) Else novoCont = TodasIniciaisMaiusculas(sConteudo) End If oCelula.setString(novoCont) End If Next j Next iEnd Sub

Function TodasIniciaisMaiusculas (sCadeia) As String vPalavras = Split (sCadeia) For i = 0 To UBound(vPalavras) letra = UCase(Left$(vPalavras(i),1)) Mid(vPalavras(i), 1, 1, letra) Next i TodasIniciaisMaiusculas = Join(vPalavras())End Function

Function LetrasNomeProprio (sCadeia) As String vExcluir = Array("e","da","de","do","das","dos") vPalavras = Split (sCadeia) For i = 0 To UBound(vPalavras) bExcluir = False For j = 0 To UBound(vExcluir) If LCase(vPalavras(i)) = vExcluir(j) Then vPalavras(i) = LCase(vPalavras(i)) bExcluir = True Exit For End If Next j If Not bExcluir Then letra = UCase(Left$(vPalavras(i),1)) Mid(vPalavras(i), 1, 1, letra) End If Next i LetrasNomeProprio = Join(vPalavras())End Function

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42 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009

TUTORIAL

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Vamos testar a nossa macro:

Recursos que facilitam a execução de uma tarefa beneficiam outros usuários. O BrOffice.org, via extensões, simplifica a distribuição e instalação de novos recursos. Vejamos como transfor-mar a nossa macro numa extensão.

Exportando como extensão

No BrOffice.org, uma extensão é um arquivo “zip” contendo código e arquivos correlatos. Se-guem os passos para criar uma extensão simples, a partir da nossa biblioteca Basic:

Verifique, na pasta de destino, que um novo arquivo scTamLetra.oxt foi criado. Arquivos “.oxt” são identificados pelo sistema como Extensão do BrOffice.org.

Os usuários podem instalar a extensão através do Gerenciador de Extensão:

E, depois, usar o diálogo Seletor de Macros para executá-la:

Finalmente, a extensão desenvolvida ao longo do artigo, encontra-se no portal do BrOffice.org [1].

Referência:

[1] http://www.broffice.org/files/scTamLetra.oxt

- Abra um novo documento do Calc;- Preencha uma pequena extensão de células com texto;- Selecione a extensão;- Comande Ferramentas > Macros > Executar Macro;- Expanda a entrada Minhas Macros;- Expanda a biblioteca TamLetra e selecione Module1;- Selecione a rotina principal ConverterLetrasIniciais;- Comande Executar.

- Ferramentas > Macros > Organizar caixas de diálogo;- Clique sobre a aba Bibliotecas;- Selecione Minhas macros e caixas de diálogo;- Selecione a biblioteca TamLetra e comande Exportar;- No diálogo, marque Exportar como extensão e clique sobre Ok;- No diálogo Exportar, defina a pasta e um nome (scTamLetra) para a extensão;- Clique sobre o botão Salvar;- Feche o diálogo Organizador de Macros.

- Ferramentas > Gerenciador de Extensão ...

- Ferramentas > Macros > Executar macro ...

www.broffice.org/amigos_do_broo

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43 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009

RESUMO DO MÊS

A justificativa do Governo foi que os computadores terão

dual-boot e os professores que aderirem ao programa

Professor Digital, que prevê linha de financiamento es-

pecial pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul, po-

derão optar em usar BrOffice.org ou a suíte proprietária,

além do SO Linux. Esta informação, no entanto, não

consta no edital que motivou a mobilização das comuni-

dades SL. O pregão eletrônico acabou acontecendo em

13 de novembro. A Lenovo Brasil apresentou a proposta

com o menor preço, oferecendo laptops por 1.563 reais

para cada um dos 80 mil portáteis.

Mais informações:

http://listas.broffice.org/pipermail/gubro-rs/2009-November/thread.html

http://wiki.broffice.org/wiki/gubro/gt/juridico

http://www.celic.rs.gov.br/index.php?menu=editaldetalhe&id=820&link=aW5kZXgucGhw

http://www.compras.rs.gov.br/coe/ConsultaLicitacaoLote.do?idLote=84154&contextoSite=Celic

Governo Gaúcho Governo Gaúcho rejeita pedido de rejeita pedido de impugnação feito impugnação feito pelo BrOffice.org pelo BrOffice.org e ASLe ASL

Aconteceu no início do mês o OpenOffice.org Conferen-

ce 2009, em Orvieto - Itália, reunindo os principais de-

senvolvedores do OpenOffice.org mundial, discutindo

sobre o desenvolvimento e horizontes do projeto. O

Brasil, com muito esforço, tem participado desse evento

sendo praticamente o único representante da América

do Sul. No entanto, este ano, estamos começando a

mudar esta realidade. É a primeira vez que temos dois

brasileiros participando do projeto, interagindo pessoal-

mente com os líderes dos projetos, além de ser a pri-

meira vez que uma ONG patrocina financeiramente o

OooCon.

BrOffice.org é a primeira ONG a BrOffice.org é a primeira ONG a PATROCINAR a OooCon2009PATROCINAR a OooCon2009

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N00

/308

0423

428/

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s/o/

O número foi registrado desde que a versão 3.0 do

software foi anunciada, há pouco mais de um ano. En-

tretanto, o índice de usuários do aplicativo é bem maior,

já que muitas pessoas fazem a instalação a partir de

Cds, outros sites que disponibilizam o download, além

das instalações a partir das distribuições Linux.

OpenOffice.org supera cem OpenOffice.org supera cem milhões de downloadsmilhões de downloads

100 Million downloads of V3

Foi lançado no dia 14/11, na Feira do Livro de Porto

Alegre, desenvolvido pela Seção de Treinamento do

Centro de Informática da UFPel (Universidade Federal

de Pelotas), o livro “Aprendendo BrOffice.org –

Exercícios Práticos”. A obra é acompanhada de um CD

Rom com o material utilizado para a realização dos

exercícios e com as respostas para correção. Os

endereços para baixar o programa e apostilas, entre

outros itens.

Fonte: http://ccs.ufpel.edu.br/wp/2009/11/11/livro-aprendendo-broffice-%e2%80%9...

Livro Aprendendo BrOffice.org - Livro Aprendendo BrOffice.org - Exercícios PráticosExercícios Práticos

OpenOffice.org ajuda a OpenOffice.org ajuda a desenvolver mouse open sourcedesenvolver mouse open sourceA WarMouse, em parceria com a comunidade OpenOffi-

ce.org, apresentaram no inicio de novembro o OpenOf-

ficeMouse (OOMouse), desenvolvido especificamente

para usuários da suíte de aplicativos OpenOffice.org.

fonte: http://pcworld.uol.com.br/noticias/2009/11/09/mouse-open-source-tem-18-b...

mais informações: http://openofficemouse.com/

Page 44: Revista BrOffice nº 9

44 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009