revista bem estar "gestos apaixonados" 31-07-2011
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Entrevista: Alexandre CaprioTRANSCRIPT
Editorial
Se o corpo não fosse esse instrumento de comunicaçãopoderoso (tão eficaz e às vezes até mais do que a boca),como explicar o sentimento sublime diante de umespetáculo de dança contemporânea ou de butô - atradicional e silenciosa dança japonesa em que nada sefala mas tanto se diz? É claro que nosso corpo tem “voz”, equando nos referimos à linguagem corporal dosapaixonados, tema da reportagem de capa desta edição darevista Bem-Estar, esses sinais aparecem - mais ou menosevidentes de acordo com a argúcia do observador. Entreduas pessoas que se amam, o olhar é diferente, o abraço édiferente, até o posicionamento dos pés é outro. E todosesses gestos ocorrem de maneira praticamenteinvoluntária. Por isso, observe. É no “corpo a corpo” queestá muito da verdade de um relacionamento.
24O Vale do Loire, na França, tem mais coisas para seapreciar além dos seus históricos castelos. E na regiãode Champagne, a colheita da uva vai ser antecipada
18No ar com o personagem Petrus, de “Cordel Encantado”,ator Felipe Camargo fala sobre seus 25 anos de carreira
15
Sensitiva evidente estreiano time decolunistasescrevendosobre oscaminhospara se atingirbem-estar efelicidade
Pensamentos
Poesia
“A ausência diminui aspaixõespequenase aumentaasgrandes, porqueo ventoapaga velas e ventila um incêndio.” (François deLaRochefoucauld)
“Aspaixõessão como as ventaniasque inchamasvelas donavio. Algumas vezeso afundam,massemelas não sepodenavegar.” (Voltaire)
“Consciência é a voz daalma; aspaixõessão a voz docorpo.”(Jean-JacquesRousseau)
Poeta sonhadorTu, poeta sonhadorA ti que importaa mágicabelezaDos verdes pradosSe a razãosóbrotaDe um amor não correspondidoSe o fogo o coraçãoafligeCom teusbradosÀs vezes paira acima do realAsasasseabremnohorizonteSilêncio totalExplodeeletrizantenopeito dosonhadorUmgrito noarTués visionário, estetaSem eco, semnada, a docepalavraNa gargantaengasgadaIsoladonessa mudezNão te iludas, porém, talvez chegueachorarNo teatro dos sonhos, a luz da ribaltaTudose ilumina
Apenasum suspiro bailandonoarPoeta, tu chegasteà loucuraFeriste teu coraçãoPor sobre sonhosnavegasNo planalto da imaginaçãoTeu coraçãopedindo tréguaDossonhosnaamplidãoTuestás equivocado, vaticinadorprofetaPor um amor indevidoDentre jurase promessasNão foste correspondidoDesabafa, conta comigoPoeta sonhadorQue importam jurase promessasTumurmurassuspirandoTeussonhospor lágrimascobertosPor um amor não correspondidoTu vivessonhando ilusõessem fimAinda teouçopelasnoites minhasE tunem te lembrasdemim
MargaridaGôngoraMantovani
Agência O Globo
Turismo
Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação
Televisão
Divulgação
Verdadesdo corpo
Marina Gold
2 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
2º Congresso de AnáliseTransacional - “O Poder
da Consciência nasConexões Humanas”
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enviadas para GiseleBortoleto no e-mailgisele.bortoleto@
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Jéssica [email protected]
Falar bem não é para qual-
quer um. A boa comunicação
exige conhecimento e técnicas
que podem ser adquiridas com
treino ou cursos.
No mundo dos negócios, es-
sa “arte” é tão importante co-
mo para quem trabalha com as
palavras. Isso porque o profis-
sional tem a necessidade de se
comunicar com os colaborado-
res e demais pessoas que fazem
parte do seu meio de trabalho.
E para estar sempre a frente é
preciso saber se expressar.
Ana Carolina Verdi Braga,
especialista em educação corpo-
rativa do Cegente, explica que
a comunicação é um dos cami-
nhos para ter sucesso profissio-
nal. “A comunicação é impor-
tante para todos, porque esta-
mos o tempo todo vendendo
ideias por meio da comunica-
ção”, afirma.
A especialista ressalta que o
profissional deve estar atento
com o público que está lidando
e saber diferenciar o tipo de lin-
guagem que deve ser usada.
“Falar bem não é usar palavras
rebuscadas, é falar corretamen-
te para que todos entendam”,
complementa.
A boa comunicação deve
ser clara e sem ruídos que pos-
sam interferir na interpretação
de quem está ouvindo.
Segundo Ana Carolina,
uma pequisa norte-americana
revelou que hoje um dos maio-
res medos das pessoas é de falar
em público, pois quando há es-
sa necessidade elas não sabem
como devem se comportar.
Para que a comunicação se-
ja eficiente e atinja o objetivo
de “vender” uma ideia, Ana Ca-
rolina diz que o principal é que
o profissional conheça o seu pú-
blico e entenda sobre o assunto
que vai falar, para poder se ex-
pressar da maneira correta. “É
necessário ter planejamento”,
afirma. Se for uma apresenta-
ção, por exemplo, é preciso tam-
bém conhecer os recursos que
serão usados como auxílio.
Curso
Sobre este assunto, Vivien
Chivalski, consultora organiza-
cional e jornalista especializa-
da em Marketing e Comunica-
ção Organizacional pela USP,
estará em Rio Preto para minis-
trar um curso no qual irá apre-
sentar técnicas e dicas de comu-
nicação e tipos de linguagem
que devem ser usadas de acor-
do com o público. �
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expressar é fundamental para a obtenção do sucesso na vida profissional
DIÁRIO DA REGIÃO
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DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 3
Do abraço mais forte ao olhar mais
profundo, especialistas a pontam
quais são os sinais que indicam se um
casal está mais ou menos apaixonado
Jéssica [email protected]
Viver com os pensamentos
nas nuvens, sentir o coração
acelerado e uma vontade
imensa de estar com o ou-
tro são algumas caracterís-
ticas dos apaixonados.
Mas a maneira como se
comportam por meio de
gestos também mostra o
que estão sentindo - é a
linguagem corporal dos
apaixonados.
Assim como na pa-
quera, em que o menino e
a menina apresentam ges-
tos específicos para de-
monstrar que um está inte-
ressado no outro - por exem-
plo, a mulher quando mexe
nos cabelos e os homens quan-
do estufam o peito -, entre um
casal apaixonado isso não é dife-
rente. É possível perceber quan-
do duas pessoas estão realmen-
te “caídas de amor” pela outra
pelo simples gesto do abraço ou
pelos olhares.
Isso porque, segundo Paulo
Sérgio de Camargo, especialis-
ta em linguagem corporal e
grafólogo, de São Paulo, a lin-
guagem corporal dos apaixona-
dos é a mesma em qualquer lu-
gar do mundo. “O apaixonado
quer o objeto da paixão único e
exclusivamente para ele. En-
tão, vão aparecer o que chama-
mos de sinais de possessão.
Quando o apaixonado vai abra-
çar, o abraço dele é em forma
de entrega, ele abraça, fecha os
olhos e esquece o mundo ao seu
redor”, define.
O especialista diz que um
homem apaixonado só tem
olhos para a parceira, e vice e
versa. Camargo afirma que os
apaixonados têm a necessida-
de de mostrar o que estão sen-
tindo - é por isso que o abra-
ço do apaixonado é mais forte
e mais
evidente.
Camargo
explica que o
abraço é diferente
para os homens e
mulheres. O homem
apaixonado, por exemplo,
não tem medo de agarrar, de
trazer a amada para perto dele.
Ele quer abraçar, beijar e mos-
trar que gosta dessa pessoa.
“Na mulher, o abraço é mais
afetuoso, existe muito mais en-
trega de encolhimento, ela é
abraçada e se encolhe. A mu-
lher tende a ficar mais afetuo-
sa, a se encolher e aceitar o
abraço do rapaz com mais for-
ça”, explica.
Outro sinal apontado pelo
especialista é chamado de
“comportamento espelho”,
que começa, por exemplo,
quando um casal está junto.
S e
eles real-
mente estão
apaixonados, é
possível perceber
que a postura dos dois é
a mesma. Por exemplo, eles
podem cruzar os braços ao
mesmo tempo. Esse comporta-
mento é chamado de “sintoni-
zação”.
Guilherme Purini Nardi,
22, e Carol Alves, 18 (que ilus-
tram a capa desta edição), na-
moram há dois anos e são um
belo exemplo do que é um casal
apaixonado.
Eles se conheceram por
meio de amigos e depois de um
ano começaram a namorar. Des-
de então, não se separam.
“Quando estamos juntos, sem-
pre estamos abraçados ou de
mãos dadas”, revelam.
Enquanto os apaixonados
só têm olhos para o parceiro, os
casais que não estão apaixona-
dos ficam mais alertas e se preo-
cupam com o que acontece ao
redor, além de expressarem me-
nos afetividade um pelo outro.
Estar apaixonado, para Ca-
margo, só traz benefícios.
“Quando a pessoa está apaixo-
nada, ela se sente melhor, me-
lhora a pele, melhora a postura,
melhora a saúde”, afirma.
Para Marcelle Vecchi, psico-
terapeuta comportamental neu-
rolinguística, nosso corpo fala
constantemente. “Quando há
um interesse, nossa mente in-
O corpo fala
A LINGUAGEM
4 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
ternamente fica focada nos sen-
tidos visuais, auditivos e sensi-
tivos do nosso parceiro, deixan-
do para segundo plano quais-
quer acontecimentos exter-
nos”, explica.
Segundo a psicoterapeuta, a
linguagem corporal é a mais
verdadeira e pode demonstrar
os diversos estados emocionais
pelo qual uma pessoa passa, co-
mo raiva, medo, amor, paixão,
depressão, ansiedade, dor, en-
tre outros.
Em entrevista à revista Bem-
Estar, Marcelle Vecchi fala
mais sobre a linguagem corpo-
ral dos apaixonados.
Revista Bem-Estar - Comoé a linguagem corporal dosapaixonados?
Marcelle Vechi - Nosso cor-
po fala constantemente, basta
estar atento para perceber os si-
nais. Geralmente, quando duas
pessoas estão em pé, se houver
interesse entre as partes seus
corpos estarão levemente volta-
dos para o outro, seus olhares
são mais constantes, os pés esta-
rão na direção do outro. Se o
homem estiver com a mão no
bolso e ele tiver interesse se-
xual pela parceira, os dedos es-
tarão apontados para os órgãos
sexuais dele.
Bem-Estar - O abraço dosapaixonados é diferente, émais caloroso?
Marcelle - Esse é um abraço
daqueles que não dá vontade de
largar, diferente de um abraço
social, em que a duração é bem
menor. No abraço apaixonado,
há também mais contato peito-
ral e abdominal; num abraço so-
cial, às vezes, só se encostam os
ombros.
Bem-Estar – E como é oolhar dos apaixonados?
Marcelle - O olhar é o espe-
lho da alma, podemos transmi-
tir várias mensagens através
dos olhares. Em caso de paixão
ou amor, os olhos ficam tran-
quilos quando estão olhando o
outro, não há muita agitação
ocular. Também percebe-se a
paixão pela profundidade do
olhar, é quando parece que o ou-
tro está atravessando nossa
mente com os olhos.
Bem-Estar - Quais as princi-pais diferenças que podemosobservar em um casal apaixo-nado e um casal que não estáapaixonado?
Marcelle - Num casal apai-
xonado, a atenção de um está
voltada para o outro, e não para
acontecimentos externos, por
exemplo. Quando há um interes-
se, nossa mente internamente fi-
ca focada nos sentidos visuais, au-
ditivos e sensitivos do nosso par-
ceiro, deixando para segundo pla-
no quaisquer acontecimentos ex-
ternos. Há também uma necessi-
dade interna de agradar e ser acei-
to, o que conduz às gentilezas es-
peciais. Nosso interesse numa
conversa é mais no sentido de en-
tender o outro do que de falar a
nosso respeito o tempo todo. A
voz se torna mais aveludada, há
um brilho na face diferente, o ma-
xilar fica relaxado, nossa tempera-
tura corporal aumenta na presen-
ça do outro.
Bem-Estar - Como é o com-portamento do casal que nãoestá apaixonado? É possívelperceber por meio também desinais?
Marcelle - A paixão já foi estu-
dada por ciências que estudam
processos cerebrais e foi constata-
do que uma paixão dura em torno
de 3 meses, após esse período, ou
o casal avança para um sentimen-
to mais nobre, que é o amor, ou se
separa, pois após esse tempo o cé-
rebro começa a perceber as dife-
renças e os “defeitos” do outro
com mais facilidade, enquanto na
paixão há uma névoa que não
deixa o cérebro processar esses
pontos.
Bem-Estar - Os gestos deum apaixonado são os mes-mos da paquera?
Marcelle - Não, na paquera
há uma necessidade urgente de
se mostrar atraente e conquistar.
Nessa etapa, a pessoa tende a falar
mais sobre si mesma e mostrar
seus atrativos físicos, intelectuais,
amorosos, familiares, etc. A con-
versa, nessa etapa, é uma represen-
tação dos pontos positivos e dimi-
nuição dos negativos. A paixão é
a etapa seguinte. Os gestos de um
apaixonado são mais sutis que os
da paquera: na paquera, os gestos
são mais ostensivos, pois são reali-
zados com o intuito de impressio-
nar. Na paixão, ocorre uma neces-
sidade maior de cativar - os gestos
são mais ponderados e sua aten-
ção está no outro e não somente
em si.
Bem-Estar - A maneira co-mo as pessoas se comportam(por gestos, olhares...) poderealmente dizer se estão ounão apaixonadas?
Marcelle - A linguagem cor-
poral das pessoas evidencia inú-
meros estados emocionais, como
a raiva, o medo, o amor, a paixão,
a depressão, a ansiedade, a dor, en-
fim, essa é a linguagem mais ver-
dadeira que há, pois é automática,
não passa por nenhum processo
inibidor ou racional. Os gestos fa-
lam por si só, o que se passa em
nosso interior, sem máscaras ou
falsas representações. As mensa-
gens corporais são as mais verda-
deiras e confiáveis.
DA PAIXÃO
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 5
O olhar dos apaixonados émais profundo, demonstratranquilidade, pois não háagitação ocular. Segundoespecialistas, os apaixonados sótêm olhos para o companheiro enão prestam atenção ao que
acontece ao redor
Os apaixonados têm anecessidade de agradar e, porisso, demonstram gentilezasespeciais. A voz fica maisaveludada, há brilho no olhar eno rosto, o maxilar ficarelaxado e a temperaturacorporal aumenta na presençado amado ou amada
O abraço de um casalapaixonado é mais afetuoso emais forte. O abraçodemonstra a entrega de um aooutro, além de ser um abraçocom mais contato peitoral. Ohomem abraça a mulher commais força, enquanto ela sesente acolhida e se encolhenos braços do companheiro
Quando há interesseentre um homem e umamulher, seus corpos estarãolevemente voltados para ooutro, os olhares maisconstantes e os pés na
direção do outro �
SINAIS QUE DEMONSTRAM QUEO CASAL ESTÁ APAIXONADO:
SAIBA MAIS
6 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
Especialistas mostram como evitar lesões decorrentes de posições incorretas no ambiente de trabalho
Jéssica [email protected]
Trabalhar o dia todo sentado em
frente a um computador requer muitos
cuidados, principalmente com a manei-
ra como se posiciona na cadeira. A má
postura no ambiente de trabalho é mui-
to comum, por isso é de extrema im-
portância que a pessoa, ao perceber
que está sentada de maneira inade-
quada, corrija imediatamente a postu-
ra para não ter problemas futuros
com a coluna.
O fisioterapeuta Paulo Haddad,
de Rio Preto, diz que a má postura no
trabalho pode causar várias dores e
diagnósticos diferentes nas pessoas.
“Um profissional fisioterapeuta que
trabalha com ergonomia tem um
grande embasamento postural para
deixar tudo em ordem, nas diversas
posturas e funções em todos os tipos
de postos de trabalhos”, recomenda.
Christina May Moran de Brito,
médica fisiatra, coordenadora do ser-
viço de reabilitação do Hospital Sírio-
Libanês, em São Paulo, orienta as pessoas
que estão em uma atividade contínua a fa-
zer uma ou mais pausas após um determi-
nado período de trabalho. “Não é somente
parar de fazer o trabalho do momento, pre-
cisa parar, relaxar e alongar aqueles múscu-
los que estão em atividade.” A especialista
diz que a má postura pode levar a casos do-
lorosos crônicos, mais pela sobrecarga, não
só da coluna, mas sobretudo dos músculos
e tendão.
Pernas cruzadas
Vocêestá sentado e cruza as pernas, a po-
sição parece ser muito confortável, mas tam-
bém pode trazer danos a sua coluna. Segun-
do Paulo Haddad, essa postura estimula o
aparecimento de dores nas regiões dos qua-
dris e da coluna lombar. “O ideal é não cru-
zar as pernas, mantendo-as com apoio total
nochãoouemumapoiopersonalizadodaal-
tura que os quadris fiquem em 90º em rela-
ção aos joelhos”, explica Haddad. Christina
May também lembra que a posição pode
comprometer a circulação.
Telefone no ombro
O telefone toca, você atende e preci-
sa anotar ou digitar uma informação
que está sendo passada. O ombro é a al-
ternativa para apoiar o telefone e fazer
as duas atividades ao mesmo tempo. Pa-
ra os especialista, essa postura é inade-
quada. Christina lembra que no caso do
trabalho exigir o uso constante do tele-
fone é necessário usar fone de ouvido.
Os ombros precisam estar relaxados,
não podem estar muito deprimidos e
nem muito elevados. Haddad explica
que essa posição provoca um desvio na
região do pescoço, mais especificamen-
te na coluna cervical.
Sentar-se na ponta
Já é quase fim do dia, bate aquele
cansaço e de repente você se vê quase
deitado na cadeira, em uma postura
confortável por um determinado tem-
po, mas que também traz danos ao cor-
po. Essa posição também é incorreta.
Segundo Haddad, esta postura causa
um grande estresse na coluna vertebral
lombar. Christina diz que ao sentar-se
na ponta da cadeira a pessoa perde a re-
ferência do encosto para a posição da co-
luna. “Se você fica sentado mais para
frente, apoiado adequadamente com a
coluna ereta, não é problema, mas é difí-
cil a pessoa ter essa disciplina”, lembra
a especialista.
Sentar-se sobre a perna
“Além de correr o risco de compri-
mir algum nervo da região, provocando
sensações de formigamentos, as articula-
ções não suportam muito tempo uma
mesma posição contrária à habitual.
Nesse caso, a perna que estiver por bai-
xo sofre uma rotação externa da articula-
ção do quadril, favorecendo o apareci-
mento de processos inflamatórios inde-
sejáveis, o que melhora muito quando
esse vício imperceptível passa a ser
abandonado pelas pessoas”, explica o fi-
sioterapeuta Haddad.
Em pé e apoiado
Jogar o peso do corpo para uma das
pernas é confortável, mas contraindica-
do por especialistas. Haddad explica
que a postura pode causar dores na lom-
bar e nos quadris pela descarga de peso,
sendo jogada totalmente para um local.
“O ideal, quando em pé, é revesar a des-
carga de peso, apoiando um pé de cada
vez em um banco pequeno da altura de
um degrau de escada, assim você conse-
gue descansar os membros inferiores
em forma de revesamento”, afirma o fi-
sioterapeuta. Christina lembra que essa
dica é importante para um cirurgião,
por exemplo, ou uma pessoa que fica
muito tempo em pé passando roupa ou
lavando louça. �
Fisioterapia
Corrija a posturaMuitas pessoas podem pensar que para manter a postura
correta é necessário ter móveis adequados. A médica fisiatra doHospital Sírio-Libanês Christina May Moran de Brito garante que oideal é ter uma cadeira que você consiga ajustar a altura paraadequar com a mesa e manter os pés apoiados. Para apoiar ospés, caso não consiga pela altura, a alternativa é usar um apoioergonômico. “Os pés devem estar apoiados, os joelhos a 90graus, não cruzados, a lombar também deve estar bem apoiada eencaixada na cadeira”, recomenda Christina
O fisioterapeuta Paulo Haddad, de Rio Preto, orienta comodeve ser a postura diante do computador para que o trabalho nãose torne doloroso no fim do dia. Segundo o especialista, a cabeçadeve estar em posição natural, que não obrigue a pessoa aabaixar, levantar ou rodar a cabeça para nenhum dos lados. Omonitor deve ser posicionado de forma que a visão estejadirecionada para o horizonte
“Os membros superiores, desde ombro, cotovelo, punho emão, devem estar em posições de descanso e não com sensaçõesde pesos. Deve-se deixar o ombro fechado com o cotoveloencostado no corpo e apoiado, como também o punho, e estarsobre um apoio confortável para a digitação”, explica ofisioterapeuta
Saiba maisDivulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 7
Bem-Estar entrevista o conferencista Adjiedj Bakas,
autor de previsões polêmicas sobre como serão os
relacionamentos amorosos nos próximos anos
Cecília [email protected]
Prepare-se para uma nova vi-
são do amor. É o que prenuncia
o conferencista Adjiedj Bakas,
que se especializou em projetar
cenários para o futuro. É autor
de cinco livros sobre o assunto e
um deles, em especial, trata do
amor para os próximos anos.
Algumas posições de Bakas
sobre o tema são controversas e
difíceis até de aceitar.
Em “O futuro do Amor”
(Ed. A Girafa), cuja capa mos-
tra uma mulher abraçada a um
robô (como forma de mostrar
que hoje a tecnologia invadiu a
vida das pessoas não apenas
nos planos mais subjetivos,
mas nos principais campos de
suas vidas), Bakas afirma, por
exemplo, que em 10 anos as pes-
soas vão poder usar lentes de
contato especiais para mudar a
forma de enxergar o outro.
“Se você olhar para o mes-
mo marido durante 20 anos,
com as lentes, você mudará a
maneira de vê-lo. De repente,
ele se transformará em um ho-
mem atraente e você poderá re-
novar sua vida amorosa com
ele novamente. Não é formidá-
vel? Isso evitará muitos divór-
cios”, diz, em entrevista exclu-
siva à revista Bem-Estar.
Revista Bem-Estar - O queo levou a escrever sobre oamor no futuro?
Adjiedj Bakas - Eu dou cer-
ca de 200 palestras para cerca
de 200 mil pessoas por ano. Du-
rante as palestras, e através de con-
versas com a plateia após essas pa-
lestras, notei que muitas pessoas
se sentiam afastadas demais
umas das outras, mas estavam à
procura de intimidade, calor hu-
mano, amor e, principalmente,
de pessoas em quem pudessem
confiar. Quando o meu fisiotera-
peuta me disse que 50% dos seus
clientes o procuravam para fazer
uma massagem porque, do con-
trário, ninguém lhes tocaria -
pois desejavam ser tocados por
outro ser humano - fiquei surpre-
so. Mais tarde, descobri que esta
era uma realidade por toda a
Europa: 50% dos clientes dos fi-
sioterapeutas só os procuram
porque ninguém lhes tocava.
Nessa ocasião, conversei
com um policial que fiscalizava
portais de atividades sexuais e
portais de namoro na internet,
que me disse existirem muitos
jovens que já não conseguem
mais ter um orgasmo ou mes-
mo uma ereção durante uma re-
lação sexual normal com uma
outra pessoa, pois preferem
conversar e se masturbar em
um mundo pornográfico vir-
tual. Foi então que decidi fazer
pesquisas neste campo e consta-
tei que o policial estava certo:
muitos jovens, hoje em dia, fin-
gem o orgasmo numa relação
sexual com outro ser humano
porque acham o sexo virtual
muito mais excitante. Em algu-
mas cidades, conheci muitos
migrantes vindos da zona rural
que se mudaram para elas dei-
xando para trás familiares e
amigos. Eles também me disse-
ram que se sentiam solitários.
Toda essa informação chegou a
mim em um período muito cur-
to, então foi aí que decidi incor-
porá-las num livro. Imediata-
mente, minha obra se tornou
um best-seller na Europa.
Bem-Estar – Que tipo de re-lação as pessoas querem ter,ainda que não envolva os re-cursos tecnológicos?
Bakas - As pessoas procu-
ram, principalmente, por inti-
midade. Por alguém em quem
possam confiar, dividir segre-
dos e fazer carinho. O sexo po-
de vir junto com a intimidade,
mas este não é, estritamente,
necessário. Porém, a sexualida-
de sim e o ato de acariciar um
ao outro é muito importantes.
Ambas ações geram energia e
nos fazem felizes.
Bem-Estar - O que, em suaopinião, afetou a forma deamar nos dias de hoje, de for-ma irrevogável, graças às no-vas formações familiares?
Bakas - Nos velhos tempos,
você não casaria, necessaria-
mente, com quem você amava,
em especial as mulheres, que ti-
nham menos oportunidades e
menos poder econômico. Na ju-
ventude da minha avó, você
não estaria livre para casar com
a pessoa amada. Até 1850, as
pessoas morriam por volta dos
40 anos de idade. Se você en-
contrasse o seu grande amor,
vocês ficariam juntos por uns
15 anos, o que era normal. Na-
queles tempos, as pessoas viaja-
vam cerca de 8 quilômetros por
ano em média apenas. Conhe-
ciam muito menos pessoas. E
elas tinham muito menos infor-
mação e menos coisas novas
em suas vida para lidar. Atual-
mente, experimentamos mui-
tas coisas em nossas vidas, que
nos fazem mudar muito mais
rápido. Alguém por quem você
se apaixonou aos 20 anos se tor-
na uma pessoa totalmente dife-
rente quando chega aos 35, e o
mesmo também ocorre com vo-
cê. Por isso, hoje em dia, está
mais difícil amar um ao outro
por toda uma vida. Acontecem
muitas mudanças em sua perso-
Visão
O FUTURODO AMOR
8 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
nalidade e em seu
caráter, há muito
mais opções de possí-
veis amantes e, consequen-
temente, vemos as forma-
ções de novas famílias aconte-
cerem. Por volta dos 40, você já
pode ter de um a três ex-parcei-
ros com quem você provavel-
mente possa ter filhos. Você
ainda tem amizade com eles e,
possivelmente, você tem um no-
vo amante, com quem convive
em harmonia. Você pode amar
alguém do outro ou do mesmo
sexo ao mesmo tempo, a
bisexualização do amor é mais
aceita do que era antes. As crian-
ças estão acostumadas a convi-
ver com mais padrastos e cofa-
miliares. E isso é bom.
Bem-Estar - Existe algumachance de um dia voltarmosao amor mais conhecido co-mo amor-romântico, como notempo dos gregos?
Bakas - Não. E não se esque-
ça que nos
tempos dos gre-
gos não era es- se pa-
raíso todo n ã o !
Na época, as mulhe-
res eram consi- d e r a d a s
inferiores aos h o m e n s .
A bissexualidade era mais tole-
rada, ou era mais comum. Mas
as pessoas morriam por volta
dos 22 anos de idade, muitas
pessoas morreram bem jovens
e não chegaram a experimentar
a maturidade que experimenta-
mos hoje. Sem dizer que a socie-
dade grega era muito violenta,
havia muitas guerras e lutas.
Felizmente, nós preferimos a
paz nos dias de hoje.
Bem-Estar - Quais as chan-ces de se encontrar um amorsem ter de recorrer à tecnolo-gia nos dias de hoje, ou issojá não é mais possível?
Bakas - Sim, claro que é.
Você pode conhecer alguém
em seu local de trabalho, nas
ruas ou em uma festa e se apai-
xonar. Não se esqueça de que a
forma como as pessoas exalam
seu cheiro é um fator decisivo.
No cheiro de uma pessoa, você
sente o cheiro dos hormônios
e, ao se juntar aos seus
feromônios (substâncias quí-
micas naturais afrodisíacas), e
se combinarem, pronto, você
se apaixona. Mas em uns 10
anos vamos ter lentes de conta-
to especiais que ao serem colo-
cadas nos olhos vão mudar a
forma como enxergamos al-
guém. Por exemplo, se você vê
alguém que acha ser bom parti-
do, só que ele é muito gordo, as
lentes irão mudar a maneira de
vê-lo e ele lhe parecerá esporti-
vo e magro. Se você olhar para
o mesmo marido durante uns
20 anos, com as lentes, você
mudará a maneira de vê-lo. De
repente, ele se transformará
em um homem atraente e você
poderá renovar sua vida amoro-
sa com ele novamente. Não é
formidável? Isso evitará mui-
tos divórcios!
Bem-Estar – Existem al-guns ganhos para as novas ge-rações com estas novas con-dutas diante da tecnologia?
Bakas - Algumas coisas nun-
ca mudam. Pessoas de todas as
gerações procuram o amor, a
amizade, o carinho e a intimida-
de. Os jovens são iguais aos da ve-
lha geração. Mas, para muitos jo-
vens, as drogas (sintéticas ile-
gais) e a internet trazem um
mundo superficial para o mun-
do físico real e isso pode mudar ojeito com que eles buscam oamor. Mas eu tenho certeza queeles vão aprender a lidar com is-so e encontrar a felicidade deuma forma que se encaixa aosseus estilos de vida.
Bem-Estar - Como são re-cebidas pelas pessoas suasobservações sobre o futurodo amor?
Bakas - As pessoas ficam fas-cinadas com o livro e as apresen-tações sobre o assunto. Dei pales-tras em Porto Alegre e Recife e aplateia ficou algumas vezes cho-cada, mas acabou por identificaro que eu disse e escrevi. Tereimuito prazer em dar palestras no-vamente sobre meu livro no Bra-sil. O livro está sendo publicadona Suécia e na Noruega, e lá tam-bém as reações estão sendo mui-to positivas. As pessoas gostamdo fato de que este tema está, fi-nalmente, sendo abordado, umavez que elas acham que esse as-sunto é muito ignorado. �
Tradução de Sandra Bernacer
Escolhassensatas
Nascido no Suriname em 1963,
Adjiedj Bakas, que hoje vive na Ho-
landa, é uma figura conhecida
mundialmente graças a sua astúcia
em orientar empresários e pessoas
a fim de que adotem atitudes basea-
das em suas previsões sobre o futu-
ro em todas as suas instâncias.
Bakas alerta que a solidão é o
que mais tem afetado a vida na Ter-
ra. Ele afirma que um em cada qua-
tro holandeses se dizem solitários,
e que 30% dos norte-americanos
têm menos amigos do que há 20
anos - e o mais triste é que 20% dos
norte-americanos já não têm qual-
quer amigo considerado íntimo.
Ao mesmo tempo otimista,
Bakas aponta que a felicidade pode
ser construída e, para tanto, basta
que façamos escolhas sensatas. Em
seus livros, elese coloca como um
pesquisador das populações e traz
para a realidade de cada população
um pouco da história e de como a
evolução tem influenciado suas vi-
das, seja em relação ao amor, a
Deus, às finanças e a todas as ou-
tras formas de se viver. (CD)
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 9
Escolher é um privilégio. O problema está no fato de
que toda decisão implica em renúncia. Para saber que
caminho seguir, considere o benefício da troca
Gisele [email protected]
Escolher talvez seja uma das coisas a que
o homem mais se dedique na vida. Todas as
nossas ações diárias sempre são pautadas por
escolhas. Escolhemos levantar ou ficar na ca-
ma, tomar ou não um café, comer ou não uma
barra de chocolate, sair ou não sair com os
amigos.
“Nossas escolhas sempre são fundamenta-
das por um ganho, uma motivação”, diz Ale-
xandre Caprio, psicólogo cognitivo-compor-
tamental. Escolhemos levantar da cama por-
que precisamos trabalhar e ganhar dinheiro;
escolhemos não comer uma barra de chocola-
te para manter a boa forma física, ou escolhe-
mos sair com os amigos para trocar ideias e
nos descontrair. Todas as vezes que abrimos
mão de algo, entendemos que fazemos isso
em prol de um ganho maior.
Na maioria das vezes, fazemos escolhas
simples, como decidir se comemos ou não
um chocolate. Mas, e na hora de decidir, por
exemplo, que vestibular fazer - decisão que
pode influenciar o restante das nossas vidas?
Caprio explica que, diante de escolhas
mais complexas, devemos considerar o que
queremos de melhor para nós e não o que os
outros querem que façamos. Muitas vezes,
nossa insegurança nos faz pensar que as ou-
tras pessoas sabem o que é melhor para nossa
vida. Se tomarmos nossas decisões com o ob-
jetivo de agradar aos outros para conseguir
aprovação, poderemos ser infelizes na profis-
são, no amor ou em qualquer outra atividade.
“Muitas pessoas seguem carreiras que os
pais querem. Formam-se e exercem uma pro-
fissão que não gostam. Isso faz com que o dia
a dia se torne sofrível e que tudo seja mais
complicado do que realmente poderia ser”,
garante o psicólogo.
Como passamos a vida toda tomando deci-
sões, muita gente não percebe que o momen-
to da escolha é muitas vezes também de ansie-
dade. Para reduzi-la, deve haver preparo, e é
algo que também requer um real empenho
do indivíduo. “Por isso, nossas escolhas de-
vem ser pautadas em nossa motivação. O
comprometimento e a dedicação verdadeira
nos direcionam com tranquilidade dentro do
caminho escolhido, sem que fiquemos nos co-
brando e nos censurando por não haver empe-
nho na nossa meta”, diz Caprio.
A escolha é sempre um privilégio. O gran-
de problema é ter de abrir mão de outra coi-
sa. Quando a escolha é simples e parece não
haver grandes implicações, tudo bem. Mas,
muitas vezes, podemos lidar com essa situa-
ção de renunciar a algo e saber que essa re-
núncia pode ser definitiva.
Caprio tranquiliza: a renúncia nunca é
completa. Sempre renunciamos em prol de al-
go. A troca sempre deve nos trazer um benefí-
cio maior. O que ocorre é que muitas vezes re-
nunciamos a um ganho imediato para um
bem maior que virá.
Mais uma vez, a arte de fazer escolhas pas-
sa pelo autoconhecimento. “As pessoas preci-
sam se autoconhecer, ou seja, é preciso conhe-
cer suas reais necessidades e escolher o que
vem ao encontro do seu jeito de ser e de
existir, pois as escolhas serão feitas a vida
toda e a qualidade da vida estará em jogo”,
diz a psicóloga clínica e organizacional In-
grid Bergamo.
Por isso, antes de fazer uma escolha que, a
princípio, não nos parece tão simples, deve-
mos fazer estas pergunta: “O que essa escolha
irá interferir em minha vida, e o quanto irá
afetá-la?”
“É preciso aprender a reconhecer em si
aquilo que tem mais a sua cara. Escolher mes-
mo sabendo que enfrentará situações inusita-
das”, diz Ingrid.
“Somos iludidos a pensar que, quanto
mais escolhas, melhor”, diz a psicóloga Ma-
ria Amélia Mussi. É comum as pessoas pensa-
rem que a existência de mais opções leva a
uma escolha melhor e, portanto, a um maior
bem-estar.
“O dogma aceito é o de que mais escolhas
maximizam a nossa liberdade. Mas, por mais
paradoxal que pareça, é a profusão de esco-
lhas que, na verdade, diminui nossa satisfa-
ção”, explica Maria Amélia. Muitas escolhas
causam paralisia em vez de libertação.
Comportamento
Faça sua escolha
10 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
É sua oportunidadeMuito pior do que a ansieda-
de gerada por uma escolha é
não ter a oportunidade de esco-
lher. É muito comum ouvir-
mos pessoas, principalmente
mais velhas, se queixarem de al-
guma coisa justamente porque
não tiveram a possibilidade de
escolha em muitas questões pes-
soais: “Na minha época, tínha-
mos de casar com o primeiro
namorado”, “eu não tive a opor-
tunidade de estudar”, e assim
por diante.
Hoje é diferente, todos te-
mos o direito de escolha. Mas o
que acontece quando nos recu-
samos a exercer esse direito?
Quando não escolhemos, os ou-
tros escolhem por nós. “Quan-
do não definimos o nosso cami-
nho, ele é definido de forma
aleatória, através de outros jul-
gamentos”, diz o psicólogo Ale-
xandre Caprio.
Muitas vezes, acabamos in-
do em uma direção que não
queremos ir. Somos empurra-
dos. “Quando você deixa a vida
te levar, como canta nosso caris-
mático Zeca Pagodinho, pode-
mos acabar em qualquer lugar.
E não poderemos nos queixar
disso depois, nem culpar os ou-
tros por escolhas que deveriam
ser nossas”, diz ainda.
Abrir mão de nossas esco-
lhas é abrir mão de nossos so-
nhos e nossa liberdade. É pre-
ciso lembrar que as escolhas
pressupõem responsabilida-
des. Porém, é muito bom po-
dermos escolher o que fazer da
nossa vida.
“O conflito existe para que
possamos ter a oportunidade
de dar valores semelhantes pa-
ra duas coisas e ponderar que
dor irá doer menos”, diz a psi-
cóloga Ingrid Bergamo. Por
exemplo: casar ou ficar soltei-
ro, mudar de país ou ficar, dei-
xar um emprego ou buscar ou-
tro, etc.
A importância do conflito é
ponderar o que irá ao encontro
das necessidades interiores de
cada pessoa. Por isso, ninguém
deve interferir em escolhas e
nem dar conselhos, pois cada
um tem uma necessidade.
“Existem pessoas que têm
verdadeira resistência a esco-
lhas, entretanto, só mesmo
ela poderá fazer esta viagem
interior e se descobrir”, ex-
plica Ingrid. (GB)
Esteja preparadoEscolher nos dá a sensa-
ção de poder exercer nossa li-
berdade. Mas, para isso, pre-
cisamos nos preparar. “Co-
mo disse Renato Russo, dis-
ciplina é liberdade. Temos
que saber para onde quere-
mos ir para traçar nossos pas-
sos”, diz o psicólogo Alexan-
dre Caprio. Quando traça-
mos uma linha entre nós e o
ponto que queremos chegar,
a escolha torna-se mais fácil.
É preciso definir uma
lista de objetivos e um pra-
zo para o cumprimento de
cada um. Tendo meta e pra-
zo, ressalta Caprio, seu fo-
co é direcionado e sua men-
te passa a criar métodos e
soluções para superar o ob-
jetivo definido.
“Cabe aos pais criarem
os filhos com mais autono-
mia e, desde a infância, per-
mitirem que escolham suas
próprias roupas, cores ou sa-
patos, partindo das escolhas
simples para mais comple-
xas”, diz Ingrid Bergamo.
Porém, se a pessoa já cresceu
e não aprendeu a escolher por-
que alguém sempre fez a parte
que cabia a ela, infelizmente,
não há o que fazer: terá de assu-
mir a responsabilidade e os ris-
cos sozinha. (GB)
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 11
Pesquisadores da USP e da Califórnia testam eficácia da meditação
no tratamento de quem sofre de transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
Gisele [email protected]
A autora norte-americana
Kathleen diz em seu livro “Co-
mo Meditar: Um Guia Práti-
co” (ed. Pensamento) que do-
mar a mente e trazê-la à com-
preensão da realidade não é um
trabalho fácil. “Requer um pro-
cesso lento e gradual de ouvir e
ler explicações sobre a nature-
za das coisas; pensar e analisar
cuidadosamente esta informa-
ção; e finalmente transformar
a mente através da meditação.”
Transformar a mente usan-
do a meditação para ajudar no
tratamento do transtorno ob-
sessivo compulsivo (TOC) de-
ve ser a ferramenta da pesquisa
que o médico radiologista Ro-
drigo Yacubian Fernandes,
professor de Kundalini Yoga e
Meditação, irá iniciar nos pró-
ximos dias no Instituto de Psi-
quiatria do Hospital das Clíni-
cas de São Paulo (HCFMUSP).
O TOC é um transtorno
mental, algo gerado pela ansie-
dade, que se manifesta no com-
portamento por meio de com-
pulsões ou rituais, repetições e
evitações. No pensamento, é ca-
racterizado por obsessões, co-
mo dúvidas, preocupações em
excesso e, por fim, emoções
que causam desconforto físico
e emocional, medo, aflição, de-
pressão e sentimento de culpa.
Fernandes diz que, a convi-
te do professor Eurípedes Cons-
tantino Miguel Filho, chefe do
Departamento de Psiquiatria
da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, foi
desenvolvido um projeto em
conjunto com a Universidade
da Califórnia, nos Estados Uni-
dos, através do mestre David
Shannahoff-Khalsa.
O projeto foi aceito pelo Co-
mitê de Ética e Pesquisa e está
na fase de recrutamento dos pa-
cientes. Serão aceitas 50 pes-
soas com diagnóstico estabele-
cido de TOC, com idades entre
18 e 65 anos, de ambos os se-
xos. As práticas serão gratuitas
e conduzidas semanalmente
por médicos que apresentam
experiência com as práticas de
meditação.
Por rigor científico, os no-
mes das técnicas de medita-
ção não podem ser divulgados
para que os grupos sejam dis-
tribuídos de forma aleatória,
sem que um saiba o conteúdo
do outro.
“Há trabalhos publicados
na literatura médica realizados
na Universidade da Califórnia
demonstrando bons resulta-
dos”, diz. O projeto atual pre-
tende ser mais amplo, ter
maior número de pacientes e
maior rigor científico.
O tempo para que os resulta-
dos sejam sentidos, ainda se-
gundo Fernandes, depende
muito da pessoa, da aplicação e
disciplina nas práticas, mas em
algumas semanas costumam
ser sentidos por aquele que pra-
tica regularmente.
Os trabalhos serão inicia-
dos assim que forem escolhi-
dos os 50 participantes que
preencherem os critérios de in-
clusão na pesquisa. A duração
prevista é de 12 a 16 meses.
Com o tratamento, o médi-
co espera que os pacientes pos-
sam ter redução dos sintomas,
melhora nas escalas clínicas de
avaliação e melhora na qualida-
de de vida.
Alternativa
Não é de hoje que a ciência
e a medicina fazem pesquisas
para comprovar a eficácia da
meditação como coadjuvante
no tratamento de algumas
doenças e transtornos mentais.
O cardiologista norte-america-
no Herbert Benson, da Univer-
sidade de Harvard, nos Esta-
dos Unidos, fez uma pesquisa
com grupos de pacientes que
sofriam de problemas cardía-
cos, hipertensão, infertilidade,
depressão e enxaquecas. Ele
conseguiu provar que os pa-
cientes que praticaram medita-
ção por 20 minutos duas vezes
ao dia tiveram taxas de recupe-
ração superiores aos do grupo
que não meditava.
Cientistas de Harvard, em
2000, também usaram equipa-
mentos de última geração para
realizar testes neurológicos
em monges tibetanos. E desco-
briram que o lado esquerdo da
região frontal do cérebro, res-
ponsável pela compaixão, ale-
gria e entusiasmo, entrava em
alta atividade elétrica durante
a meditação.
Um estudo feito pela Uni-
versidade de Cambridge, na In-
glaterra, comprovou que pa-
cientes com depressão crônica
que praticaram meditação regu-
larmente tiveram redução de
até 50% nas recaídas.
Também há evidência de
eficácia da meditação na área
da oncologia. Estudo feito na
Universidade de Brasília pelo
psiquiatra Juarez Iório Cas-
tellar investigou os efeitos do
método em 80 pacientes com
histórico de câncer de mama.
Castellar pediu às participan-
tes que preenchessem questio-
nários para medir a qualidade
de vida. Por meio da coleta de
amostras de sangue e saliva an-
tes e depois dos exercícios me-
ditativos, ele acompanhou as
variações hormonais que indi-
cavam a situação da doença.
Já nos primeiros resultados
foi constatado que a medita-
ção reduziu os efeitos colate-
rais da quimioterapia, como
náuseas, vômitos, insônia e
inapetência.
A meditação também tem
apresentado bons resultados
em pesquisas que avaliam seu
impacto nas doenças mentais.
Na Universidade de Exeter, na
Inglaterra, o pesquisador Wil-
lem Kuyken verificou que
o método é uma opção
concreta para auxiliar
no controle da de-
pressão a longo
prazo. As pesqui-
sas compara-
ram a evolu-
ção de pacien-
tes que medita-
vam e tomavam re-
médios com a apre-
sentada por aqueles que ape-
nas usavam os antidepressivos.
Após 15 meses de testes, os
cientistas constataram que cri-
ses mais sérias ocorreram em
47% dos pacientes que medita-
vam, enquanto entre os outros
o índice foi de 60%.
Estudo
FERRAMENTA NATURALDE TRANSFORMAÇÃO
12 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
Você pode sentar-se numa cadeira, no sofá,na cama ou no chão. Em qualquer dos locaisque escolha é importante que mantenha acoluna ereta para que haja um bom fluxo deenergia e da respiração. As pernas podem estarapoiadas no chão (no caso da cadeira) oucruzadas (no caso do sofá, cama ou chão).Tanto a cama como o sofá devem ser duros osuficiente para que você mantenha uma boapostura
Apoie as mãos, voltadas para baixo,delicadamente sobre as coxas. Incline o queixolevemente em direção ao peito. Mantenha aatenção na postura, que deve estar ereta, masrelaxada, ou seja, observe mentalmente face,tronco, pescoço, ombros, braços, pernas paraque estejam relaxados. Você pode encostarsuas costas. No caso de optar sentar no chão,utilize uma pequena almofada comaproximadamente 10 a 15 centímetros de altura
Feche os olhos, apoie a língua levementeno céu da boca (reduz a salivação) econcentre-se na respiração. Antes de iniciar,respire lentamente de três a seis vezes, sempressa, apenas para relaxar. Depois, respire
normalmente. Perceba o ar entrando e saindo
das narinas, o caminho que ele faz de ida e voltaaos pulmões e conte cada expiração. Inspire e,ao expirar, conte mentalmente “Um”, inspire e,ao expirar, conte mentalmente “Dois”, e assimsucessivamente, até “Dez”. Toda vez que seenvolver nos pensamentos, retorne ao número“Um”. A concentração na respiração e acontagem são importantíssimas para que vocênão se deixe envolver pelos pensamentos
A contagem é um grande auxílio para quevocê se mantenha concentrado. Perceba seuspensamentos como um observador, sem seenvolver com eles. Através da prática dameditação, tomamos as rédeas de nossa vida. Énatural que no início a mente reclame e ospensamentos sejam incessantes, bem como ocorpo também reclame da posição, afinalnenhum dos dois está acostumado a ficarquieto, imóvel. Mas, com o tempo, todos essesincômodos vão passando. É importante lembrarque o tempo varia de pessoa para pessoa,portanto, não se cobre ou se imponha metas.Apenas continue praticando diariamente, 20minutos, duas vezes ao dia, pela manhã e ànoite. Aos poucos, a mente irá se aquietando e
os pensamentos silenciando �
Fonte: Livro “O Que é Meditação” (ed. Nova Era)
Medite sempre
NA SAÚDE
Diminuição do estresse
Fortalecimento do sistema imunológico
Redução da pressão arterial
Melhora da qualidade do sono
Alívio da enxaqueca
Auxílio no tratamento da depressão
Coadjuvante no tratamento e sintomasde doenças cardíacas
Redução significativa nos quadros dedores em geral
NA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL
Aumento da criatividade
Estimulação da memória
Maior poder de atenção e concentração
Ampliação do discernimento para lidarcom situações de estresse
Aumento da autoestima
Maior equilíbrio emocional
Melhora nas relações interpessoais
Autoconhecimento
Maior aceitação de si mesmo edo outro
Maior alegria na rotina diária
Paz e tranquilidade
Fonte: Sandra Rosenfeld, terapeuta
e escritora
Compreenda com a almaComo a meditação funciona,
e como é possível que cure uma
doença ou traga benefícios para
nossa vida profissional e pessoal?
“A verdade é que não dá para
compreender tudo com o cére-
bro, há coisas que só se compreen-
de com a alma e em silêncio”, diz
a escritora Sandra Rosenfeld, tera-
peuta em qualidade de vida como
instrutora de meditação, coach
pessoal e palestrante, e autora de
“Durma Bem e Acorde para a Vi-
da” e “O que é Meditação”.
Sandra lembra que a medita-
ção já foi comprovada por pes-
quisas médicas e científicas co-
mo a melhor ferramenta natu-
ral para transformar nossa vi-
da, trazer a paz interior que tan-
to buscamos, mas a maioria
não sabe como chegar lá.
“Através da meditação, ao
mesmo tempo em que relaxa-
mos, desenvolvemos a atenção
e a concentração, e aprende-
mos a viver no momento pre-
sente”, diz a terapeuta.
Na maior parte do tempo, nos-
sa mente está ou no passado ou
no futuro e, com isso, trazemos
para o presente emoções como
saudade, ressentimento, mágoa,
nostalgia, ansiedade ou medo. “E
isso tudo é motivo de muito es-
tresse e desequilíbrio. É como se
tivéssemos um véu na nossa fren-
te e víssemos o mundo e lidásse-
mos com ele através desse véu e
não como realmente as coisas
são”, diz.
Quando entramos nessa for-
ma de desequilíbrio, temos ten-
dência a adoecer com mais facili-
dade. A meditação traz equilí-
brio: os batimentos cardíacos di-
minuem, relaxamos naturalmen-
te e, por meio de técnicas específi-
cas, conseguimos ter um controle
sobre os pensamentos, diminuir
o ritmo deles e nos manter no pre-
sente. E isso promove uma série
de transformações.
Parece milagre? Sandra Ro-
senfeld garante que não. Somos
um tripé: ser, fazer e ter, e no Oci-
dente somos valorizados pelo que
fazemos e pelo que temos, mas
pouco pelo que somos. “Infeliz-
mente, a maioria das pessoas não
sabe fazer essa parada para ter es-
se contato consigo mesmo, para
encontrar as respostas que preci-
sa”, explica.
Pesquisas científicas também
mostram que, quando entramos
em estado meditativo, liberamos
endorfina e serotonina. A endorfi-
na é um poderoso analgésico na-
tural, o que faz com que a medita-
çãosejausadaemhospitais, inclusi-
ve no Brasil, como coadjuvante no
tratamento de câncer ou dores crô-
nicas; e a serotonina dá a sensação
de bem-estar. “Por isso, as pessoas
que praticam meditação são mais
felizes, riem mais e começam a ver
o lado positivo das coisas e das pes-
soas”, explica Sandra.
“A meditação é uma técnica
que faz com que entremos em
contato com nós mesmos e, geral-
mente, quando você está em um
estado de consciência de vigília,
fica com a atenção voltada para as
atividades de fora”, diz Salvador
Hernandes, coach e instrutor de
ioga e meditação.
A meditação, ainda segundo
Hernandes, permite que o prati-
cante tenha um funcionamento
mais adequado do organismo.
“Se você tem um período de me-
ditação que acalma seu corpo e
sua mente, seu corpo passa a fun-
cionar melhor, sem aquela exigên-
cia do estresse muito comum nos
dias de hoje”, afirma. (GB)
Benefícios dameditação
Divu
lgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 13
Aspecto das unhas, como formato, coloração e textura, pode revelar se o corpo todo está saudável
Agência Estado
Unhas saudáveis, corpo in-
teiro protegido. Mudanças na
coloração, formato e textura
das unhas podem indicar al-
guns problemas de saúde, co-
mo anemia, micoses, dermati-
tes e até mesmo doenças renais
ou pulmonares. E tudo isso po-
de ser detectado por meio de
um simples autoexame, garan-
tem os especialistas ouvidos pe-
la reportagem.
“As unhas dão sinais e eles
servem de alerta”, afirma a der-
matologista Fátima Rabay,
membro da Sociedade Brasilei-
ra de Dermatologia - Regional
São Paulo (SBD-SP). “Várias
doenças dermatológicas ou
sistêmicas podem ter repercus-
são nas lâminas ungueais
(unhas). É por esse motivo que
alguns médicos costumam olhá-
las no exame clínico”, ressalta
Joaquim Mesquita Filho, der-
matologista membro da Socie-
dade Brasileira de Cirurgia
Dermatológica (SBCD).
Para detectar problemas
nas unhas, contudo, é preciso
conhecer qual é o padrão de
normalidade delas. “São rosa-
das nas pessoas mais claras e es-
curecidas em morenos e ne-
gros. Têm textura rígida e com-
pacta, sendo arredondadas na
base e curvas nas pontas”, lista
a médica. “Há também caracte-
rísticas que estão ligadas à ida-
de. Nos jovens, ela é lisa. Nos
mais velhos, costuma descamar
e pode até mesmo ficar áspera
depois dos 50 anos - ou da me-
nopausa, nas mulheres, segun-
do os dermatologistas.
Algumas alterações são con-
sideradas normais, como as tí-
picas manchinhas esbranquiça-
das. “Na grande maioria das
pessoas, essas manchas brancas
são traumas e desaparecem em
pouco tempo. Mas também po-
dem indicar anemia, carência
de zinco e proteínas, alergias
ou psoríase”, informa Mesqui-
ta Filho. Daí a necessidade de
observar com cuidado todas as
alterações.
De olho
O diagnóstico de problemas
de saúde por meio das unhas re-
quer sutileza. “Para diferenciar
as doenças, é importante que o
médico não inicie o tratamento
imediatamente. É necessário
descobrir qual é causa real da-
quela alteração nas unhas”, afir-
ma Fátima.
Mesquita Filho lembra que
alterações provocadas pela dia-
bete e por doenças pulmonares,
por exemplo, são bastante pare-
cidas. “Em ambas, as unhas exi-
bem uma coloração ou man-
chas amareladas.”
Para quem deseja experi-
mentar o autoexame, os especia-
listas aconselham um teste fei-
to em três etapas. Primeiro, é
preciso identificar mudanças
na coloração. “Por exemplo, se
o leito (pele que fica abaixo da
lâmina) estiver escuro, é sinal
de que o sangue não está circu-
lando”, afirma Fátima.
Observar a textura é o se-
gundo passo da vistoria casei-
ra. “A unha é uma capa proteto-
ra. Precisa ser rígida e resisten-
te para proteger as extremida-
des ósseas de traumatismos”,
diz o dermatologista. Por últi-
mo, é necessário observar o for-
mato. “Ele sofre variações tam-
bém pelo corte errado das
unhas”, diz Fátima. Mantê-las
quadradas é a dica dos médicos
para evitar o encravamento. “A
lâmina deve crescer sem resis-
tência nas laterais”, completa
Mesquita Filho.
O crescimento médio sema-
nal das unhas das mãos é de 2 a
3 milímetros, diz a dermatolo-
gista da SBD-SP. “Esse cresci-
mento é mais rápido do que
nas unhas dos pés. Nas mulhe-
res, o processo é ainda mais len-
to”, completa Fátima.
Saúde
Comissão de frente
A cutículapode serretirada?Não. Elaserve paraproteger amatriz daunha eimpedir o surgimento deinfecçõesou micoses. Elasdevemserempurradasenuncaremovidas
Usar esmalteconstantementepodeprejudicar as unhas?Sim.Ouso frequente pode ocasionaralergias. É preciso deixar queasunhas“respirem”, dizemosespecialistas
Existemprodutos quefortalecemas unhas?Alguns.Osmédicosafirmamque,quandooproblemanas unhassurgeemdecorrênciado usodemedicamentosou dabaixaresistência, alguns produtospodemajudar. Mas énecessárioobservar apresençade formol ea concentraçãodevitaminaE
É maishigiênico levar opróprio kit demanicure aosalãodebeleza?Com certeza. Amedidaé ideal para ajudar aevitar doenças, comohepatite emicoses
SAIBAMAIS
A unha é formadaporqueratina, amesma proteínapresentenos fios decabelo enapele. A parte visível édenominada lâmina, queécontornadapor uma pele(cutícula). Abaixo da lâmina estáo leito - pele quesustenta a raizdaunha e também a lâmina
Escondida sob acutículaestáamatriz ungueal, local emqueas célulasqueratinosasseproliferameasseguram ocrescimentodasunhas. Jáameia-luabranca na basedodedo, chamada de lúnula, surge
dasproteínas de queratina �
Mitos everdades
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14 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
Pouco se interessa a espiritualidade por uma Ferrari. Felicidade é questão
qualitativa: amor, amizade, introspecção, convivência, descobertas
Marina GoldSensitiva
Com alguma frequência,
confundimos bem-estar e felici-
dade. Com razão, pois são situa-
ções que se aproximam, divi-
dem certas afinidades, vizi-
nhas, aparentadas, dois lados
da mesma moeda - como se
diz! -, impossível separar. Enga-
no pensar se tratar exatamente
da mesma coisa. Distinções im-
portantes devem ser indicadas,
separações que auxiliam enxer-
gar com maior nitidez os con-
tornos e singularidades de cada
uma dessas realidades desafia-
doras para o ser humano. Colo-
quemos as coisas no lugar:
quando se fala de bem-estar, es-
tamos nos domínios das neces-
sidades de sobrevivência, das
realizações materiais. Os mone-
taristas adoram essa palavra. A
venda de geladeiras ou garrafas
de vinho pode ser quantificada,
mensurada e acaba derivando
para o PIB (Produto Interno Bru-
to), pouco significativo para os
mortais, mas importantíssimo pa-
ra os banqueiros e financistas.
Por sua vez, a felicidade se relacio-
na a outro tipo de satisfação, uma
autorrealização que transcende a
posse de qualquer objeto ou bem
de consumo. Daí a aparentemen-
te contraditória e paradoxal des-
coberta de um imenso time de
economistas: o aumento da ri-
queza não puxa o da felicidade.
A fortuna é cega. Uma bolsa
Bottega Veneta, um relógio
Breguet, um telefone Bang &
Olufsen, cosméticos La Prai-
rie, tudo isso é lindo, indica po-
der e dinheiro, realiza desejos
quantitativos, mas não funcio-
na como fator determinante pa-
ra a felicidade. Afinal, não se
pode calcular quanto ela custa.
Felicidade é questão qualitati-
v a . A m o r , a m i z a d e ,
introspecção, convivência, des-
cobertas... atividades e relacio-
namentos férteis, coisas que
não custam nada, que justifi-
cam, celebram e trazem senti-
do para a vida, fazendo dela um
exercício renovado de esplendo-
res. Pouco se interessa a espiri-
tualidade por uma Ferrari, mas
muito por esses aspectos ante-
riores. Ela enxerga as posses
materiais como continhas colo-
ridas dentro de um caleidoscó-
pio. Refletidas no espaço espe-
lhado da alma, podem criar
uma miríade de possibilidades.
Essa é uma outra conversa. Fi-
ca para uma próxima. �
SOBRE ESTARBEM E SER FELIZ
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DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 15
A mocinha de Julianne Trevisol em “Vidas Opostas” se distancia da realidade da atriz
TV Press
Julianne Trevisol poderia
passar tranquilamente como
uma estudante de moda ou de-
sign. Ou apenas por uma meni-
na de estilo cosmopolita que
moraria em qualquer grande ca-
pital mundo afora. Sempre
com um corte assimétrico e de-
salinhado e figurino que deno-
ta uma minuciosa preocupação
“fashion”, a atriz começou ce-
do a trabalhar como modelo de
comerciais. Esse estilo impecá-
vel, que se distribui com facili-
dade em sua silhueta mignon
de 47 kg espalhados em 1,66 m
de altura, consegue se sobres-
sair até na batalhadora Rita, de
“Vidas em Jogo”, que dá duro
para ganhar a vida como confei-
teira e dançarina na trama de
Cristianne Fridman. Em sua
primeira protagonista em uma
carreira de apenas seis anos na
tevê, esta carioca de 28 anos faz
questão de destacar seu afinco
na composição da personagem
na Record. “Subi degrau por
degrau na minha carreira e
sempre trabalhei muito. É
bom ver a Record investindo
em novos atores em grandes
papéis. Desde que soube da
Rita, queria essa persona-
gem, mesmo que ela não fos-
se protagonista”, assegura.
A sintonia com a persona-
gem surgiu assim que Julianne
soube que ela seria uma dança-
rina de salão e daria muito du-
ro para se manter após ser ex-
pulsa de casa pelo pai precon-
ceituoso, que achava que a filha
iria se prostituir. “Ela lutou
desde o início da novela. Sem-
pre se virou sozinha, venceu to-
dos os obstáculos”, frisa a atriz,
que ensaiou dança de salão
exaustivamente para a persona-
gem. Formada em balé clássi-
co, Julianne também frequen-
tou aulas de jazz e sapateado.
Chegou até a experimentar dan-
ça de salão para um projeto be-
neficente, mas se apaixonou
mesmo pelo estilo quando co-
meçou a praticá-lo diariamente
para a personagem. “Comecei a
dançar muito pequena. Minha
família sempre teve condições
de me dar cursos muito bons,
bem diferente da Rita, que se
apresenta com dança de salão
na confeitaria e se diverte com
samba rock, em bailes com os
amigos”, compara.
Para a personagem, Julian-
ne ainda aprendeu as artima-
n h a s d a c u l i n á r i a e m
workshops, onde exercitou
principalmente receitas de do-
ces, já que Rita é uma das con-
feiteiras da história. “Estou fa-
zendo um rocambole maravi-
lhoso. Agora todo mundo me
pede para cozinhar”, diverte-se
a atriz, que assume que nunca
teve grandes ambições como
aprendiz de chef.
Com um olhar sempre com-
penetrado na conversa, Julian-
ne vai dissecando a carreira co-
mo quem dedilha um instru-
mento com intimidade. Afinal,
mesmo com poucos anos de ex-
periência na tevê, conseguiu fa-
zer personagens bem diversifi-
cados. Depois de estrear em
“Floribella”, atuou em “Pai-
xões Proibidas” - novela luso-
brasileira co-produzida pela
Band e pela RTP. Na trama, vi-
via a intensa Mariana. Em se-
guida, partiu para a Record, on-
de atuou em toda a trilogia de
“Os Mutantes” como a fria e
calculista vilã Gór, até fazer tes-
te com diversas atrizes e ga-
nhar o papel de mocinha em
“Vidas em Jogo”. “Sempre se-
gui minha carreira pela intui-
ção. Antes mesmo de entrar em
‘Floribella’, tinha feito muitos
testes, cursos. Tive sorte de
sempre fazer papéis bem dife-
rentes. Isso me fez mostrar vá-
rios caminhos de trabalho”,
analisa, cruzando as pernas es-
guias e arrumando a franja pa-
ra a sessão de fotos. “Não super-
valorizo a moda. Gosto muito,
procuro me informar, adoro sa-
ber as novidades. As pessoas di-
zem que tenho um estilo meio
rock’n’roll, mas não acho.
Odeio rótulos”, avisa.
Peso pluma
Para se manter irretocável
em vestidos curtíssimos e saias
justas no figurino de Rita, em
“Vidas em Jogo”, Julianne Tre-
visol afirma que se cuidou bem
antes da estreia da novela. Há
meses ela mantém um ritmo
mais intenso de exercícios para
conservar o visual magérrimo
da personagem, além de satisfa-
zer a própria vaidade. Para is-
so, além de manter uma dieta
equilibrada com alimentos po-
bres em gorduras e açúcares, Ju-
lianne dança e faz exercícios
com personal trainer sempre
que pode. A atriz, que sempre
foi avessa à academia e a levan-
tar peso, começou a praticar
musculação em um estúdio par-
ticular do personal, com apare-
lhos mais leves, com elásticos e
aparelhos diferenciados para
enrijecimento muscular. “Sem-
pre optei pela dança porque
gosto de exercícios que têm
contato entre corpo e mente.
Mas estou malhando com prazer
e levando à sério”, afirma. �
Perfil
BONEQUINHA DE LUXO
Instantâneas
Com silhueta mignon,Julianne Trevisol - 47 kge 1,66 metro - semantém irretocável nosfigurinos justos de suapersonagem, Rita
Julianne Trevisol só atuou em um filme em
sua carreira, uma participação em “O Divã”,
baseado no livro de Martha Medeiros, como
Lilian
Julianne fez grandes campanhas no início
de sua carreira, como do Guaraná Antártica,
Havaianas, Vivo, Fanta, Duloren e Banco do
Brasil, entre outras
A atriz chegou a fazer aulas de tecidocircense como alternativa de exercícios queajudavam em um trabalho corporal para aatuação
O verdadeiro nome de Julianne Trevisol éJulianne Oliveira de Almeida
Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação
TV - 16 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
Nas linhas do saibroGisele Fróes já começou as aulas de tênis para sua
nova personagem em “A Vida da Gente”, próxima
novela das seis da Globo. Ela vai interpretar Vitória,
a professora de tênis da personagem Ana, vivida por
Fernanda Vasconcellos. “Já tive um contato ante-
rior com o esporte. Agora, as aulas são mais intensas
e tenho gostado do resultado”, gaba-se, em tom de
humor.
Encontro quasemarcadoA Band, em parceria com a rede americana NBC , re-
força o apoio para que Ricky Martin aceite prota-
gonizar um dueto com Cláudia Leitte. Para isso,
os agentes da cantora fluminense e do cantor por-
toriquenho já estão em conversas avançadas. Afi-
nal, eles já têm o “single” “Samba” e não dispen-
sariam a oportunidade de lançá-lo, no dia 12 de
setembro, diante de milhões de telespectadores em
todo mundo.
Em nome do paiA autora Maria Adelaide Amaral decidiu fazer algu-
mas homenagens em “Dercy”, título provisório
da próxima minissérie da Globo. A começar com
Nizo Neto, um dos filhos de Chico Anysio, que
irá interpretar o pai na produção. Assim como
Boninho, que também interpretará o próprio
pai, Boni. A ideia é de que a minissérie vá ao ar a
partir de janeiro de 2012.
Final da linhaGorete Milagre não é mais da Record. A humorista,
que ficou famosa com a personagem Filó, decidiu
não renovar o contrato com a emissora. No canal ela
fez diversos programas, além das novelas “Prova de
Amor”, “Amor e Intrigas” e “Mutantes – Promessas
de Amor”. A intenção da comediante é voltar a car-
reira para o humor.
Saga épicaAs gravações de “Rei Davi”, próxima minissérie da
Record, estão a todo vapor. O elenco tem gravado
desde o mês de junho. Leonardo Brício interpretará
o protagonista Davi e a atriz Maria Ribeiro será Mi-
cal, o par romântico dele. O texto de Vivian de Oli-
veira conta a história de Davi, um pastor de ovelhas
que se torna rei de Israel. A previsão é de ir ao ar em
janeiro de 2012.
Sétima arteTainá Müller tem planos para depois de “Insensato
Coração”. A intérprete da pedante Paula deve rodar
o filme americano “Motor Angels”, do diretor Joe
Tripican. Essa não será a primeira vez da atriz nas
telonas. Ela já atuou em “Cão Sem Dono”, de Be-
to Brant e Renato Ciasca, “Plastic City”, de Nel-
son Yu Lik-wai, “Tropa De Elite 2 - O Inimigo
Agora É Outro”, de José Padilha e “As Mães de
Chico Xavier”, de Glauber Filho e Halder Go-
mes, entre outros longas.
Corrida na lateralNem Maria Fernanda Cândido, Camila Morgado ou
Maria Pinna. Karina Bacchi deve ser a escolhida co-
mo a intérprete da professora Helena no “remake”
“Carrossel”, do SBT. A novela infantil fez sucesso
nos anos 1990 e é tida como uma das grandes apos-
tas da emissora para sua grade. A produção deve es-
trear a partir de outubro.
Só da eleGuilherme Winter estará com a agenda cheia nos
próximos meses. O ator, que viveu o apaixonado Re-
nato, em “Ti-Ti-Ti”, e está no ar no quadro “Dança
dos Famosos” do “Domingão do Faustão”, vai preci-
sar encontrar tempo para conciliar o atual compro-
misso com novos trabalhos. Ele foi convidado para
integrar o elenco de “As Brasileiras”, série que Da-
niel Filho dirige para a Globo. Além disso, o ator
também foi convidado para fazer uma participação
em “Tapas & Beijos”.
Apenas delaMaria Paula está na expectativa de ter um programa
na Globo. A apresentadora, que deixou o “Casseta &
Planeta, Urgente!”, entregou na emissora um proje-
to de produção solo. A ideia dela é de que ele seja
aprovado ainda este ano.
Queda de braçoDomingos Oliveira, o autor do “sitcom” “Os Anjos
do Sexo”, não quer ficar na desvantagem. A Band
irá exibir apenas oito dos 26 episódios da série. No
próximo dia 2 vai ao ar o terceiro deles. Com isso,
Domingos quer que a emissora o autorize a negociar
os 19 episódios restantes com o Canal Brasil.
“Petit comité”Gilberto Braga tem planos para o sábado seguinte à
exibição do último capítulo de “Insensato Coração”,
da Globo. Ele, que divide a autoria do folhetim com
Ricardo Linhares, já avisou aos seus atores, equipe
de colaboradores e diretores que realizará um jantar
para todos em seu apartamento, localizado no Arpoa-
dor, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A previsão é de
que o último capítulo vá ao ar no dia 19 de agosto.
Tenta a sorteAs inscrições para o “game show” “Um Milhão Na
Mesa” já estão abertas no “site” do SBT. O cadastro
só é válido se for realizado por duplas, como: casa-
dos, namorados, amigos de infância, sócios e ir-
mãos, entre outros. A gincana deve ser comandada
por Silvio Santos.
Lá e cáPaloma Bernardi e Thiago Martins irão repetir a par-
ceira de “Insensato Coração”. A dupla, que contrace-
na na novela, está acertando os últimos detalhes pa-
ra protagonizar um espetáculo sob a direção de Pe-
dro Neschling.
No tempo deleWagner Moura não tem pressa em voltar à tevê. Em
breve, o ator estreia o longa “O Homem do Futuro”,
ao lado de Alinne Moraes. Além de atuar, Wagner
também ficou responsável pela trilha sonora do lon-
ga que foi rodado há tempos. A música escolhida
por ele é “Creep” da banda inglesa de rock “Radio-
head”. O filme estreia no dia 2 de setembro.
Do outro ladoRafael Zulu vai deixar para trás o afetado persona-
gem Adriano, de “Ti-Ti-Ti”. Ele está no elenco de
“Fina Estampa”, próxima novela das nove da Glo-
bo. “Serei Edvaldo, um mecânico heterossexual e
nordestino”, adianta. Na trama de Aguinaldo Silva,
o ator vai trabalhar em uma oficina de alto padrão
que atende motos luxuosas e serve “prosecco” aos
seus clientes. A previsão de estreia é para a segunda
quinzena de agosto.
ZappingTV Press
Luiza Dantas/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 17 - TV
Felipe Camargo fala sobre as complexidades de Petrus, seu personagem em “Cordel Encantado”
TVPress
É com despretensão e um sor-
riso no rosto que Felipe Camargo
fala sobre a proximidade de seus
25 anos de carreira na televisão –
iniciada em “Anos Dourados”, de
1986. “Sério? Tem tudo isso mes-
mo?”, espanta-se. Para Felipe,
muito além de novas formas de
interpretação e bons papéis, a
melhor lição em todos esses
anos foi entender como funcio-
na as oscilações da carreira de
ator. “Aprendi a lidar com as
vaidades da profissão e encarar
qualquer papel com paixão.
Uma hora surge um surpreen-
dente, como é o caso do Pe-
trus”, destaca, referindo-se ao
seu personagem em “Cordel En-
cantado”, atual novela das seis, da
Globo.
Na trama de Thelma Guedes e
Duca Rachid, o ator é Petrus, um
duque que foi enganado pela espo-
sa, a ambiciosa Úrsula, de Débora
Bloch, que o prendeu numa mas-
morra com uma máscara de ferro
no rosto. Só depois de 20 anos, o
injustiçado duque consegue se li-
bertar e chegar à cidade de
Brogodó para se vingar da ex-mu-
lher. “Ele não é um cara maldoso.
Só quer fazer justiça”, ressalta.
Em sua chegada ao sertão brasilei-
ro, o personagem é auxiliado pelo
casal Florinda e Zenóbio, de Ema-
nuelle Araújo e Guilherme Fon-
tes, que o ajudam a se livrar da
máscara. No entanto, da convivên-
cia com a mulher do novo amigo
surge uma paixão. “É um conflito
muito rico. Ele é um cara trauma-
tizado, que acaba de voltar à vida.
Mas acaba se envolvendo com a
mulher do cara que lhe devolveu
a liberdade”, explica.
Pergunta – Este ano vocêcompleta 25 anos de televisão.Entre altos e baixos, o que o ins-tiga a aceitar novos trabalhos e
construir novos personagens?Felipe Camargo – Me deixo le-
var pelas oportunidades. Em to-
dos esses anos, os projetos mais
me escolheram do que eu os esco-
lhi. A prova maior disso é que um
dos últimos personagens impor-
tantes que fiz, o Dante de “Som &
Fúria”, chegou através de um con-
vite do Fernando Meirelles. Não
liguei para o diretor pedindo em-
prego ou uma chance, não foi algo
que eu fui atrás. Quando surgiu o
convite, só de ter a oportunidade
de trabalhar com ele, eu já fiquei
a fim. Ainda mais quando ele fa-
lou que era um protagonista. Não
tive nem o que dizer, aceite na ho-
ra e adorei interpretar o Dante.
Pergunta – A série “Som &Fúria” marcou sua volta à condi-ção de protagonista. Função de-sempenhada em sua estreia, naminissérie “Anos Dourados”, de1986. Como você lidou com afalta de convites para papéis demaior destaque?
Camargo - Senti essa dificulda-
de na tevê. Mesmo sem aparecer
muito em nível nacional, conse-
gui fazer coisas das quais tenho
muito orgulho no teatro e no cine-
ma, como o espetáculo “Boca de
Ouro”, do Nelson Rodrigues, e o
filme “Jogo Subterrâneo”. Fui ti-
do como maluco durante um bom
tempo, assim como o Dante era re-
conhecido como louco pelos ami-
gos e colegas de trabalho. Teve
uma metalinguagem aí. Eu nunca
saí da minha profissão, fiz muitas
novelas ao longo da carreira, mas
foi minha volta à Globo encabe-
çando um elenco. Por conta dis-
so, até hoje a série é muito repre-
sentativa para mim. A profissão
de ator tem a possibilidade de
exorcizar alguns sentimentos e
frustrações e foi nesse trabalho
que tive a chance de deixar para
trás momentos pesados da minha
vida pessoal e profissional.
Entrevista
Rosto à mostra
Trajetória televisiva
Felipe Camargo: “As boasoportunidades vêm e vão.Não fico mais angustiadocom isso. Perceber comooscila esse mecanismome fez bem”
“Anos Dourados” (Globo, 1986) - Marcos
“Roda de Fogo” (Globo, 1986) - PedroGarcez
“Mandala” (Globo, 1987) - Édipo Junqueira
“O Sexo dos Anjos” (Globo, 1989) - Adriano
“Despedida de Solteiro” (Globo, 1992) -João Marcos
“Pátria Minha” (Globo, 1994) - InácioFonseca
“A Idade da Loba” (Band, 1995) - Otávio
“Corpo Dourado” (Globo, 1998) - Tadeu
“Andando Nas Nuvens” (Globo, 1999) -Bob Lacerda
“Um Anjo Caiu do Céu” (Globo, 2001) -Josué
“A Padroeira” (Globo, 2001) - Frei Tomé
“Senhora do Destino” (Globo, 2004) -Edmundo Cantareira
“Alma Gêmea” (Globo, 2005) - Dr. Julian
“Filhos do Carnaval” (HBO, 2006) -Anesinho
“Cobras & Lagartos” (Globo, 2006) - Sidney
“Paixões Proibidas” (Band, 2006) - Albertode Miranda
“Som & Fúria” (Globo, 2009) - Dante
“Cordel Encantado” (Globo, 2011) - Petrus
Pedro Paulo Figueiredo /Divulgação
TV - 18 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
Pergunta – Quais senti-mentos e frustrações vocêconseguiu superar ao longodeste trabalho?
Camargo – Basicamente, eu
vi que as boas oportunidades
vêm e vão. Não fico mais angus-
tiado com isso. Perceber como
oscila esse mecanismo me fez
bem. Algumas vezes eu lutei
tanto para fazer alguma coisa,
principalmente no teatro, onde
a gente é mais dono do traba-
lho e o resultado não alcançou
minhas expectativas. No entan-
to, quando as coisas surgem de
maneira inesperada, elas vêm
muito mais de acordo com o
momento que estou passando,
ou que me livrei. Mas que ain-
da é necessário trabalhar na mi-
nha cabeça, no meu emocional.
Alguns personagem servem pa-
ra digerir muitas situações e
me fazer compreender melhor
a vida.
Pergunta – Depois da sérievocê trabalhou em “TemposModernos”, novela das seteque não teve bons resultadosde audiência. Foi difícil enca-rar um dos personagens prin-cipais em uma trama que nãodava o retorno esperado?
Camargo – Eu acho que a
gente está sempre sujeito a vi-
ver os dois lados da moeda. Pro-
curo fazer o meu trabalho da
melhor maneira possível. Eu
adorava o Portinho, de “Tem-
pos Modernos”, e até recebi al-
guns elogios por ele. Tento fa-
zer meu trabalho da melhor for-
ma onde eu estiver, pois sou eu
quem está ali, é a minha atua-
ção e a minha imagem. Então
quando a novela não está dan-
do audiência, não me interessa
muito. Não é uma responsabi-
lidade minha. A minha fun-
ção é fazer as cenas da me-
lhor forma, tentar resolver
aquela cena e sentir prazer
com o trabalho. E acho que is-
so são circunstâncias, a nove-
la tinha qualidade em vários
aspectos, uma boa direção,
elenco bacana, mas não teve
o apelo popular necessário.
Pergunta – Você saiu deuma trama de tintas futuris-tas, e agora integra o elencode “Cordel Encantado”, umahistória lúdica e de época. Ébom variar os estilos?
Camargo – Sem dúvida.
Mas o que me chama mais aten-
ção em “Cordel Encantado” é
que é um tipo de dramaturgia
pouco recorrente na televisão
brasileira. Muitas novelas de
época já foram produzidas,
mas essa tem tantas referências
interessantes que acaba tendo
ousadia no estilo. E o melhor
disso é que o público está em-
barcando nessa história. Todos
os detalhes técnicos são um es-
cândalo. Essa novela é muito
bem feita, mas ela também tem
uma história boa, que eu acho
que é o grande ponto de parti-
da, principalmente na televi-
são, pois a telenovela vive prin-
cipalmente da qualidade da tra-
ma. Se você não tem uma histó-
ria interessante, você pode ter
a melhor equipe e mesmo as-
sim não vai conseguir pegar o
telespectador.
Pergunta – A história deseu personagem foi inspiradaem “O Homem da Máscara deFerro”, de Alexandre Dumas.Se o principal da atuação sãoas feições do ator. Como foipassar boa parte dos capítu-los com o rosto coberto?
Camargo - No início, nem a
máscara podia aparecer, era só
um homem encapuzado. Uma
coisa que eu percebi usando o
acessório é que o meu equilí-
brio ficava afetado. Pois ela
tampava os meus ouvidos, e o
ouvido é o responsável pelo
equilíbrio. Quando você tem
uma labirintite, a primeira coi-
sa que você perde é a estabilida-
de dos movimentos. Então, es-
se o personagem ficou com o
equilíbrio meio defasado, o
Luiz Fernando Guimarães até
reparou que quando eu estava
de máscara, andava meio de la-
do, meio bambo. Foi algo in-
consciente e que ficou bem le-
gal nas cenas.
Pergunta – O peso da más-cara ajudou na composiçãodo Petrus?
Camargo – Bastante. Mas
ainda bem que não era feita de
ferro, mas sim de latão. Pesava
uns três quilos, acredito que se
fosse ferro deveria pesar de seis
a oito quilos. Durante as grava-
ções com ela, o som que vinha
era algo meio metalizado, as vo-
zes se confundiam, se perdiam,
a minha voz também ficava es-
tranha, ouvia minha respiração
e tinha um raio de visão muito
limitado. Eram apenas duas
frestas para os olhos, não tinha
como coçar nada no meu rosto.
Quando meu nariz coçava eu fi-
cava maluco. Era muito afliti-
vo. A máscara ajudou muito na
construção dos dilemas do per-
sonagem. A questão da fala tam-
bém, ele quase não falava no
início e aos poucos foi soltando
a voz.
Pergunta – Você só apare-ceu como Petrus no primeirocapítulo. Deu para sentir areação do público quando opersonagem tirou a máscara?
Camargo - Com certeza! As
pessoas que não assistiram ao
primeiro capítulo ficaram
meio perdidas e sem saber que
eu ainda estava na novela.
Quando eu tirei a máscara e a
barba, fui abordado por pes-
soas na rua dizendo que não sa-
biam que era eu o ator por trás
do homem encapuzado.
Pergunta – “Cordel Encan-tado” é uma aposta da Globoem tramas mais curtas. No en-tanto, com a audiência ascen-dente, ganhou mais duas se-manas de exibição. Do pontode vista do ator, é melhor tra-balhar em folhetins de menorduração?
Camargo – Criar tramas in-
teressantes é difícil, até o elen-
co se cansa. O legal de novelas
mais curtas é que isso pode evi-
tar a criação de “barrigas”,
aquelas histórias sem nexo,
com cenas em que nada aconte-
ce, algo muito comum nos fo-
lhetins. No caso de “Cordel En-
cantado”, a Thelma e a Duca
conseguem colocar tramas inte-
ressantes uma atrás da outra. É
uma novela que não para de
acontecer coisas, que não en-
rola o telespectador. No caso
do ator, a agilidade das histó-
rias é bem vista. Porém, a
gente está sempre em ritmo
frenético de gravações, e fa-
zer as cenas desta novela não é
algo tão simples.
Pergunta – Quais são as di-ficuldades?
Camargo – Para a coisa fi-
car bem feita, exige muito tra-
balho. A iluminação dessa no-
vela tem todo um cuidado. Não
é uma luz qualquer, como acen-
der 500 refletores, tudo fica cla-
ro e sai gravando. Ela é toda re-
cortada, o mais próximo possí-
vel da realidade. O que cria uma
ligação com o Brasil, com o ser-
tão, e também do reino europeu
de Seráfia. Gravamos na França,
no inverno, aquela coisa toda ne-
bulosa, romântica, diferente.
Além disso, são penteados, figuri-
nos, cenários, tudo é muito elabo-
rado. A equipe está produzindo ci-
nema na televisão.
“Cordel Encantado” - Globo -Segunda a sábado, às 18h
Além do interesse pelas
Artes Cênicas, Felipe Camar-
go sempre gostou muito de
fotografar. “Fotografo desde
antes de ser ator. Comecei
quando tinha uns 16 anos.
Aí tive meu equipamento to-
do roubado e demorei muito
para voltar a praticar”, re-
lembra. Atualmente, focado
nas gravações de “Cordel En-
cantado” e nos planos de vol-
tar aos palcos, o ator ainda
encara seus cliques de pes-
soas e paisagens como “ho-
bby”, mas tem em mente o
desejo de transformar o pas-
satempo em algo mais sério.
“Tenho planos de montar
uma exposição com as me-
lhores imagens. Acho que se-
ria bom desenvolver mais es-
se outro lado, mas sem dei-
xar de atuar”, garante.
Como muitos amantes da
fotografia, Felipe não viu
com bons olhos o surgimen-
to da câmara digital. Passa-
do o estranhamento, o ator
se diverte com as inúmeras
possibilidades que a tecnolo-
gia pode oferecer. “Fiquei
um pouco resistente no iní-
cio, mas o computador forne-
ce uma infinidade de recur-
sos para a fotografia”, anali-
sa Felipe, que antes da expor
seu trabalho em galerias, já
mostra algumas imagens
através do aplicativo Insta-
gram – serviço de comparti-
lhamento de fotos para celu-
lares e smartphones. “Não
sou muito ligado nessas coi-
sas. Quem me apresentou foi
o Jayme Matarazzo e o Car-
mo Dalla Vecchia. Eles são
viciados. É simples e fácil de
usar”, empolga-se o ator, re-
ferindo-se aos seus colegas
de elenco.
Desejosmultimídias
Aos poucos, Felipe Ca-
margo já começa a arquitetar
seus planos para depois de
“Cordel Encantado”. O ani-
versário de carreira é um fa-
tor importante para a cria-
ção de projetos especiais.
Além dos 25 anos de tevê, Fe-
lipe completa 30 anos de tea-
tro em janeiro do próximo
ano. “Conto a partir do pri-
meiro espetáculo profissio-
nal”, destaca. O ator não es-
conde que o melhor jeito de
celebrar a data seria encenan-
do “Hamlet”, o clássico tex-
to do inglês William Shakes-
peare, no teatro. Outro dese-
jo é adaptar a peça “Boca de
Ouro”, de Nelson Rodri-
gues, para o cinema. “‘Ham-
let’ é o sonho de todo ator, e
adorei fazer ‘Boca de Ouro’
no teatro, o texto do Nelson
Rodrigues renderia um óti-
mo filme”, garante. Enquan-
to os planos não se concreti-
zam, Felipe aguarda com an-
siedade o lançamento do lon-
ga “Xingu”, de Cao Hambur-
ger, previsto para o primeiro
semestre de 2011. “O filme
mostra a luta dos irmãos
Villas-Bôas pela criação do
Parque Nacional do Xingu.
É uma grande produção que
aborda um tema importante e
quase desconhecido da histó-
ria do Brasil”, avisa. �
Com MaluMader em“AnosDourados”,de 1985,primeirotrabalho deFelipe natevê
Divulgação
Fotografiamoderna
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 19 - TV
Aguinaldo Silva adianta detalhes da história deAguinaldo Silva adianta detalhes da história de
“Fina Estampa”, próxima novela das nove“Fina Estampa”, próxima novela das nove
TV Press
Fluente e cheio de opinião, Aguinal-
do Silva enfrenta qualquer assunto com
tranquilidade, sem perder a fina ironia
e o bom humor. “Não abro mão de ex-
pressar minhas ideias. Não sou de
meias palavras. Mas quem fala o que
quer...”, dispara. A pouco menos de um
mês da estreia de “Fina Estampa”, sua
14ª novela na Globo, o autor conversou
com jornalistas e amigos no evento “Ce-
nas de Um Autor”, realizado pelo Insti-
tuto Montenegro & Raman, no Rio de
Janeiro. Além de falar sobre o novo tra-
balho, Aguinaldo contou detalhes de
bastidores de suas tramas. E os truques
para a hora de criar a sinopse de uma no-
vela. “Tenho muita disciplina. Com no-
vela no ar ou não, escrevo todos os dias.
E, é claro, presto muita atenção no mo-
vimento ao meu redor. Resquícios da
época em que trabalhava em redações
de jornal”, destaca.
A observação e o contato com o pú-
blico são as grandes fontes de inspira-
ção do autor, jornalista por formação e
escritor de folhetins por acaso. “Vários
personagens das minhas novelas foram
criados depois de conversar com as pes-
soas na rua. Inclusive, uma protagonis-
ta, a Maria de ‘Duas Caras’”, relembra
Aguinaldo, referindo-se à caixa de su-
permercado interpretada por Marjorie
Estiano na novela de 2007. Em “Fina
Estampa”, o povo continua a fazer parte
das referências do autor na figura de
Griselda, de Lilia Cabral. Na trama,
com previsão de estreia para o dia 22 de
agosto, Griselda é uma obstinada viúva,
mãe de três filhos, que trabalha como
“faz-tudo” em várias residências. “A
personagem troca telhas, pinta paredes,
faz serviços e manutenções gerais. O
que a torna masculinizada”, adianta. In-
clusive, o primeiro título cogitado para
a novela foi “Marido de Aluguel”, nome
que fazia alusão aos serviços prestados
pela personagem.
Com muito custo, a protagonista
consegue sustentar a família. No entan-
to, ela é duramente discriminada por
seus trejeitos brutos, principalmente
por seu filho José Antenor, de Caio Cas-
tro. A grande virada da personagem
acontece quando ela ganha na loteria e
tem a chance de uma nova vida. “É um
novelão extremamente tradicional, que
fala sobre caráter e aparências com mui-
ta paixão e realismo”, define Aguinal-
do, que trabalha em ritmo acelerado pa-
ra não ter atrasos na entrega dos capítu-
los depois da estreia. As gravações nos
estúdios da Globo e nas ruas do Jardim
Oceânico – sub-bairro da Barra da Tiju-
ca, localizado na Zona Oeste do Rio de
Janeiro –, onde a trama é ambientada,
estão dentro do prazo e sob o comando
de Wolf Maya. “O autor nunca fica total-
mente satisfeito com o resultado na te-
la, mas não é culpa do diretor. As condi-
ções de gravação são diferentes da escri-
ta. Se ao menos 50 % do texto for respei-
tado, eu já fico feliz”, ressalta.
Em sua terceira novela consecutiva
com Wolf, Aguinaldo acredita que o se-
gredo da parceria é o bom entendimen-
to entre autor e diretor, da concepção
técnica à escolha do elenco. “Quando
não gosto de algum nome que ele sugere
eu digo que não sei escrever para aquele
ator”, brinca. Com elenco praticamente
fechado, Aguinaldo não esconde os pro-
blemas que teve na escalação para a no-
vela, com a desistência de alguns nomes
e o sistema de reserva de atores utiliza-
dos por outros autores da casa. “Sou
completamente contra a reserva. Acho
que a novela que está prestes a ser produ-
zida deveria ter total direito de usar os ato-
res contratados”, reclama Aguinaldo, que
em “Fina Estampa” volta a trabalhar com
artistas como Eva Wilma, Renata Sorrah,
José Mayer e Dalton Vigh. �
“Fina Estampa” – Globo – Estreia prevista para o
dia 22 de agosto, às 21h.
Por dentro
INSPIRAÇÃOINSPIRAÇÃOPOPULARPOPULAR
“É um novelãoextremamentetradicional, que falasobre caráter eaparências com muitapaixão e realismo”,define o autor
Pedro
Paulo
Fig
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ação
TV - 20 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
MMA ganhaabriga
contrao boxee
sepopulariza
pormeiode
programascomoo
“UFCSem Limites”,
daRede TV!
TV Press
O “UFC Sem Limites” que
a Rede TV! exibe na madruga-
da de sábado já tem uma razoá-
vel audiência para o horário e
encosta nos 3 pontos de ibope.
E só tende a crescer. Primeiro
pela crise internacional do bo-
xe, que foi por décadas a luta
mais difundida nos meios de
comunicação. E, principalmen-
te, pela realização no Rio de Ja-
neiro do UFC – Ultimate Fi-
ghting Championship, organi-
zação que congrega lutadores
dos mais variados estilos – no
próximo dia 27 de agosto, com
a presença de vários ídolos in-
ternacionais, entre eles, o bra-
sileiro Anderson Silva, o Ara-
nha, campeão mundial peso
médio. E, claro, com trans-
missão ao vivo pela mesma
emissora.
A força de peso pesado da te-
levisão que o boxe manteve por
décadas entrou em nocaute téc-
nico desde a Era Tyson, nos
anos 80 e 90. De lá para cá, o es-
porte está na lona. Não tem um
grande ídolo há vários anos.
Nem Tyson, nem Frasier, nem
Hollyfield, sequer um Sugar
Ray Leonard ou “Mano de Pie-
dra” Durán. Tanto que os em-
presários volta e meia “ressusci-
tam” algum lutador do passa-
do, em uma vexatória tentativa
de renovar o fôlego do esporte.
E campeões como o ucraniano
Nikolai Valuev ou o russo Vla-
dimir Klichko – o atual cam-
peão peso pesado da WBA –
não atraem o público norte-
americano que, no final das
contas, é quem paga a maior
parte das transmissões. Como
dizia o compositor Irving Ber-
lin, “there’s no business like
show business”. Mas, para ter
show, é preciso ter “business”.
Depois de tantos anos de fil-
mes de artes marciais e acade-
mias de lutas em toda a parte
do mundo, o gosto da rapazia-
da está mais para um muay
thai, um krav maga ou um jiu-
jítsu do que para as saltitantes
artes do Marquês de Queens-
bery, inventor das regras do bo-
xe. Uma pena, pois este esporte
tem uma história milenar de es-
murrar corpos e crânios, mui-
tas vezes até morte. Sem iro-
nias, houve um momento
que o maior boxeador dos
anos 60 transformou-se em
herói pacifista e lutador dos
direitos civis, com uma ver-
ve capaz de silenciar até lo-
cutores esportivos. Seu no-
me: Muhammed Ali.
Ainda não existe nada pare-
cido dentro do octágono. Mas
Anderson Silva, por exemplo, é
um campeão de enorme caris-
ma e querido de um público
muito grande dentro e fora do
Brasil. Com lutadores como
ele, as lutas do UFC tornam-se
cada vez mais populares e,
quem sabe, podem se transfor-
mar em esporte de massa. Com
a série de lutas a serem realiza-
das em agosto, no Rio de Janei-
ro, a terra vai tremer. �
“UFC Sem Limites” -Rede TV! - Sábado, à 0h.
Ponto de vista
Golpes na audiência
Anderson Silva vence Vitor Belfort no UFC 126: combate histórico rendeu uma das maiores audiências em transmissão pay-per-view
Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 21 - TV
MALHAÇÃO - 17H15
Segunda-feira - Wilson atrapalha
o plano de Elaine/Élcio de roubar
sua foto da delegacia. Xavier che-
ga à delegacia de cuecas e conta
que foi enganado por Elaine/Él-
cio. Aquiles alerta Isaías que ele e
a mulher serão investigados e po-
dem perder o mandato. Aquiles
descobre que Naomi vai doar a ca-
sa para Salomé e avisa Ícaro.
Terça-feira - Júlia e Ícaro con-
cluem que Salomé está chanta-
geando Naomi e decidem investi-
gar. Salomé diz a Celeste que as
joias de Naomi são herança de
uma tia e pede segredo. Naomi
percebe que Ícaro está diferente
com ela e fica intrigada. Xavier vi-
sita a casa de Marli e, ao voltar pa-
ra a cidade, cruza com Elaine/Él-
cio na estrada.
Quarta-feira - Virgínia vira uma es-
tátua de cera e Isaías comemo-
ra. Naomi tenta convencer Ícaro
a mudar de cidade. Isaías avisa
Minerva sobre a inauguração do
Museu de Cera e ela se anima.
Salomé assina a escritura da ca-
sa e Naomi pede que ela espere
um tempo para tomar posse. Ce-
leste flagra Cleonice abrindo o ar-
mário de Salomé.
Quinta-feira - Salomé mostra o do-
cumento de posse da casa e
Ícaro afirma que não vale nada.
Virgínia reaparece, acusa Isaías
e exige que ele se case com elapara não denunciá-lo. Isaías pe-de divórcio a Minerva. Júlia lê odossiê de Naomi. Ícaro se revoltacom as mentiras de Naomi eAmanda usa Rafael para se apro-ximar do cientista.Sexta-feira - Júlia paralisa dianteda revelação de Ícaro e ele des-confia. Ícaro acha que Salomédescobriu que Rafael não era seufilho e, por isso, chantageou Nao-mi. Ícaro retoma a casa que Nao-
mi havia doado para Salomé. Nao-mi tenta resgatar seu dinheiro dobanco e descobre que não temmais nada.Sábado - Naomi foge de Wilson. Odelegado entra no laboratório pa-ra procurar Naomi e dá de caracom Naomi robô deitada. Naomiconta para Leandro que estásendo acusada de ter matadoPimentel e o jardineiro diz quesabe que não foi ela quem co-meteu o crime.
INSENSATO CORAÇÃO - 21H00
CORDEL ENCANTADO - 18H00
Segunda-feira - Bibi conta a Vitó-
ria e Marina que vai se casar.
Daisy se declara para Beto e os
dois se beijam. Léo vai à casa
de Pedro durante a noite e des-
cobre que Marina viajará no dia
seguinte. Cortez foge da casa
de detenção de helicóptero. Nor-
ma dá um cartão de crédito pa-
ra Léo.
Terça-feira - Cortez pega as
jóias de Natalie e vai embora.
Norma pergunta a Léo sobre
seu relacionamento com o pai.
Daisy pede para voltar a traba-
lhar com Beto e eles decidem
esconder a relação. Léo invade
o apartamento do irmão e sabo-
ta a mangueira de gás.
Quarta-feira - Léo se irrita aodescobrir que Pedro saiu ilesodo acidente. Norma fala paraLéo providenciar as passagenspara fora do país. Léo avisa aWanda que viajará com Norma.Pedro descobre com Wandaque Norma e Léo vão viajar parafora do país.Quinta-feira - Pedro conseguefazer com que Léo não embar-que. Léo é preso e mente du-rante seu depoimento. Normademonstra a Jandira sua revol-ta com Pedro e Marina. Léo élevado para a casa de deten-ção. Daisy e Beto disfarçam oenvolvimento quando ela voltaao trabalho.Sexta-feira - Vinícius diz a Euni-
ce que Oscar apoia sua deci-são de se casar com Cecília.Raul avisa a Wanda sobre a pri-são de Léo. Norma aceita se ca-sar com Léo. Ismael mente pa-ra conseguir dinheiro de Euni-ce. Cecília aceita se casar comVinícius. André encontra Leilaem seu apart e acaba ficandocom ela.Sábado - André implora pelo per-dão de Carol. Eunice combinacom Gilda o casamento de Cecí-lia e Vinícius. Eunice mente pa-ra Lourdes e consegue dinheiropara Ismael. Gilda flagra Daisye Beto juntos. André sai da ca-sa de Carol. Paula descobreque Natalie quer vender a casade seu pai.
Segunda-feira - Jesuíno explica atodos no cinema seu plano paralibertar Augusto e Petrus. Filóconsegue avisar a Penélope queTimóteo pretende invadir o cine-ma. Jesuíno avisa que precisamde dinheiro para executar o pla-no. Antônia tenta convencer Ba-toré a soltar Quiquiqui e Setem-brino, mas é impedida por Timó-teo. Miguézim entrega uma caixacom dinheiro para a compra dosdisfarces.
Terça-feira - Miguézim entrega a
Herculano uma doação e deixa
Jesuíno desconfiado. Batoré de-
cide libertar Quiquiqui e Setem-
brino. Jesuíno descobre que o
tesouro de Augusto foi rouba-
do. Inácio confessa a Miguézim
que está impressionado com a
coragem de Antônia. Jesuíno co-
menta com Dora que acredita
que o tesouro de Seráfia está
com Miguézim.
Quarta-feira - Miguézim despista
Jesuíno e Dora. Assim que os
dois deixam sua casa, o profeta
enterra o tesouro de Seráfia. Ti-
móteo manda Batoré prender Pe-
nélope para atrair Bel. Timóteo
manda Lilica ser sua espiã em Vi-
la da Cruz.
Quinta-feira - Timóteo obriga Ma-
ria Cesária a cozinhar para ele no
palácio. Dora conta para Hercula-
no que ajudou Bel a salvar Pené-
lope. Felipe diz a Açucena que o
único lugar onde ela estará segu-
ra é no acampamento dos canga-
ceiros. Lilica ouve Severina e Rai-
mundo conversando sobre o te-
souro que Miguézim escondeu.
Sexta-feira - Úrsula confabula
com Baldini e Nicolau uma forma
de pegar o tesouro de Seráfia an-
tes de Timóteo. Timóteo decide ir
à Vila da Cruz e Baldini insiste
em ir com ele. Timóteo encontra
o alçapão na igreja, mas Mi-
guézim o impede de abri-lo.
Sábado - Jesuíno explica o plano
para invadir a fazenda de Timó-
teo. Timóteo exonera Batoré e
manda prendê-lo com Neusa. Ti-
móteo manda Quiquiqui e Setem-
brino esculpirem uma estátua
sua e escreverem um cordel so-
bre seus feitos. Filó conta para
Antônia que Batoré enfrentou Ti-
móteo e Inácio fica com ciúme.
Segunda-feira - Pedro e Catarinase encaminham para o encontrocom Raquel e Lúcio os observa àdistância. Lorelai avisa a Maiconque Babi foi para a casa de suatia. Raquel avista Pedro, mas vaiembora. Maicon decide ir atrásde Babi e a encontra em trabalhode parto. O carro quebra e Pedroe Catarina saem a pé pela estra-
da para tentar encontrar Babi.Terça-feira - Babi sente fortes do-res e Maicon não sabe o que fa-zer. Pedro e Catarina chegam aum galpão e Lúcio fica do lado defora, com seu comparsa. Pedro eCatarina se beijam. Guilherme co-meça a fazer o parto de Babi. Iarachega com Dora e dois enfermei-ros à casa da tia de Babi.
Quarta-feira - Babi sofre, temen-do que Iara fique com seu filho.Raquel surpreende Lúcio na ruae ameaça contar tudo que sabe aseu respeito se ele não ajudá-laa retomar sua vida. Iara tentaconvencer Babi de que ela nãotem condições para cuidar deseu filho. Catarina conta para Lo-relai que ela e Pedro se beijaram.
Quinta-feira - Guilherme acusaCatarina de tê-lo enganado. Ia-ra libera a entrada de Maicon eDona Zica na clínica por insis-tência de Babi. Raquel obser-va Pedro chegando em casa,mas não se revela para ele.Guilherme diz a Maicon que Ca-tarina e Pedro vão pagar peloque fizeram.
Sexta-feira - Milton diz a Babi quepediu à Justiça a guarda de seubebê e que ela deve passar umtempo na Europa. Fausto liga pa-ra Catarina e Pedro, que não seconforma em saber que Raquelnão foi sequestrada. Babi pres-siona Maicon para ir visitar amãe, que passou mal, e decidefugir do hospital.
Resumo das novelas
MORDE & ASSOPRA - 19H15
GLOBO
Glória Pirese GabrielBragaNunes vivemNorma e Léono folhetimglobal
TV - 22 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
Segunda-feira - Marília diz a padre
Inácio que quer dizer a todos que
o filho que espera é dele. Marina
pede um tempo a Thiago. Vadão
segue Ana e a observa. Ao chegar
em casa, José percebe que a mãe
está sendo assaltada e troca ti-
ros com Vadão, que o acerta no
braço. Filinto conta a Violeta que
Olivia estava a caminho de uma
clínica psiquiátrica, foi assaltada,
levou tiros e ficou em coma.
Terça-feira - Maria revela a Lúcia
que está pensando em deixar a lu-
ta armada para fugir com José e
vai ao encontro que marcou com
ele. Dr. Ruy não permite que José
saia do hospital. Miriam vai ao en-
contro no lugar de José e acusa
Maria de estar destruindo uma fa-
mília. José deixa o hospital às es-
condidas para ir ao encontro de
Maria. Ao chegar no parque, José
vê Maria indo embora de táxi.
Quarta-feira - Marina chama Mar-
cela até sua sala. Ela conta à ami-
ga que Thiago rompeu com ela.
Marcela trata Marina com indife-
rença. Aranha confessa a Fritz
que está com problemas com a
esposa e apaixonado por Vilmi-
nha. Maria faz as malas. Lúcia
tenta acalmar a filha e diz que ela
está se precipitando. Dr. Ruy pe-
de aos enfermeiros para sedarem
sua própria filha.
Quinta-feira - Os guerrilheiros che-
gam à Serra do Caparaó. Miriam
diz que pensou em adiar o casa-
mento por conta do tiro que José
levou, mas que já entregou os con-
vites. Maria e Diego se reencon-
tram na Serra do Caparaó. Diego
diz que viajou à Serra do Caparaó
somente para revê-la. Telmo pla-
neja deixar um bilhete na delega-
cia para informar os militares a
respeito da guerrilha.
Sexta-feira - Delegado Aranha con-
ta a Fritz que foi Romualdo. Lobo
questiona Coronel Santos sobre o
paradeiro de Telmo. Maria revela
a Diego que José vai se casar
com outra mulher, que está grávi-
da. Ela diz que nunca mais conse-
guirá se apaixonar. Marta pergun-
ta a Marcela se ela ama Marina e
diz que não pretende começar um
relacionamento com alguém que
está envolvida com outra pessoa.
Segunda-feira - Débora e Beckydiscutem com Vicente sobre Car-la. Artur se irrita e diz que todostêm de se preocupar com a ado-
lescente. Pedro e Diego decidemque não deixarão a banda aca-bar. Carla come compulsivamen-
te e, depois, resolve vomitar. Pi-lar vê, incentiva e promete quenão irá contar a ninguém. Débora
decide contar a Leila sobre suas
mentiras.Terça-feira - Jonas convence Ra-quel a dar a palestra. Pedro e Die-go impedem Tomás de ajudar Car-
la a não ir à palestra. Roberta diza Alice e Pedro que Binho é umafarsa. Raquel aconselha Jonas a
ser mais flexível em relação às re-gras do colégio. Diego e Téo pe-dem a Jonas para dar uma festa à
fantasia surpresa para Márcia. O
diretor autoriza. Roberta diz a Bi-nho que ele não conseguirá enga-nar todo mundo por muito tempo.Quarta-feira - Jonas fica desespe-
rado com a confusão e os rebel-des tentam acalmá-lo. O diretorescuta sua filha gritando por so-
corro e decide ir atrás. Pedro e Bi-nho arrombam a porta salvam Pi-lar. Pedro, Diego e Tomás descon-
fiam. Carla, após ver a palestra,
diz às amigas que irá se tratar. Bi-nho e Pilar combinam de se en-contrar, saem escondidos do co-légio e acabam sendo expulsos
de um bar.Quinta-feira - Roberta diz a Jonasque eles foram passear porque
estão cansados das regras do co-légio. Binho esvazia os pneus docarro de Jonas para que o diretor
não consiga vê-lo entrar no colé-
gio ao lado de Pilar. Tomás, Die-go, Carla e Alice reclamam comRoberta por ela ter contado a ver-dade a Jonas.
Sexta-feira - Becky diz a Vicenteque ele será pai. Jonas fica irrita-do e Leila defende Roberta, dizen-
do que a rebelde não mente. Jo-nas exige explicações de Rober-ta, que decide falar só quando a
mãe estiver no colégio.
Segunda-feira - Maurício culpa Cle-
ber pela explosão do veleiro e afir-
ma que usou a amnésia como uma
forma de proteção. O advogado uti-
liza todos os argumentos que pos-
sui e Regina lhe dá um voto de con-
fiança. Francisco recebe uma liga-
ção do detetive que havia contrata-
do e fica sabendo que seus irmãos
foram vendidos. Paulinho e sua
mãe são expulsos de casa pelo no-
vo chefe do tráfico.
Terça-feira - Maurício diz para Patrí-
cia que se uniu com Francisco para
acabar com Cleber. Francisco reve-
la que Maurício explodiu o veleiro,
mas com o objetivo de incriminar
Cleber. Regina pergunta para Lucia
se, depois da explosão, o endere-
ço da pensão em que Maurício es-
tava hospedado foi dado para al-
guém. A secretária fica tensa ao
lembrar da ameaça feita por Cleber
e afirma que não se recorda.
Quarta-feira - Patrícia se irrita e co-
meça a discutir com Francisco. A
moça pede que Fransisco chame
Regina na clínica e conta que exis-
te a possibilidade de o bebê ser
portador da síndrome de down. Ela
diz fará um aborto, mas a empresá-
ria afirma que não permitirá. A mo-
ça é dura ao dizer que não terá o be-
bê nem por vinte milhões de reais.
Regina dá um tapa em seu rosto.
Quinta-feira - Regina tenta conven-
cer Patrícia de que seu bebê é um
presente, mas a moça insiste que
não terá esse filho. Ivan pede a
mão de Mariana em casamento.
Lucia conta para Regina que deu o
endereço da pensão para Cleber,
mas teve sua vida ameaçada pelo
ex-policial. A empresária garante
sua segurança. Cleber volta de via-
gem e vai até a sala de Regina.
Sexta-feira - Cleber assume que
realmente tentou matar Maurício.
Ele conta que viu Maurício conver-
sando com Francisco e acabou
agindo sem pensar. A empresária
pede um tempo para refletir. Cle-
ber sai da sala e ameaça Lucia, di-
zendo que jamais esquecerá a trai-
ção. Angustiado, Francisco conta
para Rita que seu filho pode ser
portador da síndrome de down e
que Patrícia deseja abortá-lo. Regi-
na suborna um ex-morador do pré-
dio invadido.
Terça-feira - Márcio tenta conven-cer o pai de que Lili não sabia do
parentesco entre eles. Salomãoexige que Olavo demita Lili. Alberi-
co avisa a Clô que ela tem dois
meses para deixar a casa. Lili ter-mina com Márcio ao saber que o
namorado dormiu com Jôse. Her-culano exige de Neco outro con-
sultório, em troca de não entregá-
lo à polícia pelo incêndio provoca-do por ele.
Quarta-feira - Márcio procura Lili e
os dois se declaram apaixonadosum pelo outro. Salomão comuni-
ca aos irmãos que ficará à frentedo contrato com a Shangai Buil-
ding e destitui Samir do cargo dediretor. Jamile fica indignada ao
saber por Amin que Salomão fa-
lou mal deles.Quinta-feira - Márcio briga com
Clô e vai embora com Lili. Felipediz a Clô que as provas que Salo-
mão tem contra ele precisam ser
destruídas. Silvia confessa a Bea-triz que não está grávida. Samir
avisa a Assunção que vai apresen-
tar as promissórias. Herculanotem um mau pressentimento na
festa e liga para Márcio. Salomãoé golpeado na cabeça e, em segui-
da, jogado pela janela.Sexta-feira - Samir tenta acalmar
Márcio. Clô confessa ao inspetor
que tinha motivos para matar o ex-marido. Herculano aconselha Már-
cio a assumir o lugar de Salomão.Samir, Amin e Youssef planejam
fraudar o testamento de Salo-
mão, para Márcio não assumir apresidência. Jôse revela as fotos
da festa de Salomão e estranha
ao ver Henri no segundo andar dacasa.
Resumo das novelas
AMOR E REVOLUÇÃO - 22H15
REBELDE - 20H30
VIDAS EM JOGO - 22H15
ASTRO - 23H00
RECORD
GLOBO
MarcoRiccaeGuilherminaGuinleprotagonizamcenascalientesem“OAstro”
SBT
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 23 - TV
Turismo
LOIRE COMLOIRE COMCHAMPAGNECHAMPAGNE
Duasescapadas clássicas deParis têmnovidades: um
diano vale sem visitaacastelose colheita emagosto
Agência O Globo
Praticamente não
existe roteiro pelo Vale
do Loire que não inclua
visitas a castelos, como
se a região só tivesse isso
a oferecer. Claro que as
construções medievais fa-
zem parte indissociável
da paisagem do vale.
Mas há muito mais.
O Loire é uma escapa-
da clássica a partir de Pa-
ris, e há quem vá e volte
no mesmo dia. Assim co-
mo Champagne, que neste
ano, por causa do calor,
vai antecipar a colheita de
uvas e, pela primeira vez
na História, os cachos co-
meçarão a ser retirados
dos vinhedos ainda no
mês de agosto.
TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
Luxo, ainda que sejapor uma noite só: oChâteau D’Étoges,
do século 17, eraponto de parada dos
reis durante asviagens da corte
Agência
OG
lobo
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 25 - TURISMO
Defronte ao Château Royal d’Amboise, sai um passeio de barco a vela, inesquecível entre castelos
Agência O Globo
Os castelos vão sempre estar
ali, enfeitando o cenário e domi-
nando a paisagem das vilas às
margens do rio Loire, lindinhas.
E foi praticamente em frente ao
Château Royal d’Amboise, um
dos mais famosos, na cidade de
mesmo nome, que você pode co-
meçar um inesquecível passeio
de barco a vela, numa típica em-
barcação de madeira.
Caminhando entre flores,
chega-se à escadaria de pedra
que leva ao gramado à beira-
rio, para navegar pelo maior
rio da França. Ao chegar bem
perto da ponte arqueada, outro
marco da paisagem de Amboi-
se, a água fica mais forte, afuni-
lada pela estrutura de pedra
que atravessa o Loire.
O barco vai descendo len-
tamente o lindo Loire ao sa-
bor das águas. Há revoadas
de pássaros e o sol vai caindo,
dourando toda a paisagem. É
um belo efeito, principalmen-
te nas antigas casas de pedra,
de cor clara. Uma cena rara
que nada tem que ver com a
imagem habitual do Vale do
Loire: a simplicidade da na-
tureza em lugar da excentrici-
dade da realeza.
Esse é o passeio mais curto,
de duas horas, mas há viagens
personalizadas, que podem
durar três dias, indo até a
foz do Loire.
Nos meses mais quentes do
ano, os visitantes podem esco-
lher programas mais atléticos,
percorrendo o rio de águas gela-
das em caiaques ou canoas, se-
guindo Loire abaixo.
Agências especializadas
organizam esses roteiros
aquáticos.
França
CAMINHANDO ENTREFLORES ATÉ O RIO
Brochet-Hervieux: cave teve garrafa dechampanhe desenhada pelo belga Hergé
em uma das histórias de Tintim
TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
Gerânios enfeitam as janelas da construção em pedra na região de Champagne: estética em todo lugar
Outra opção para passear pela
região é sair pedalando, aprovei-
tando as estradinhas vicinais com
pouco movimento e piso impecá-
vel. As bicicletas são daquelas
com cestinha na frente e um por-
ta-garrafas junto ao quadro.
Você até pode colocar ali um
recipiente com água, mas se for se-
guir a orientação das fotos dos fo-
lhetos das agências que vendem
esse tipo de passeio, o lugar foi fei-
to para carregar uma garrafa de vi-
nho. A cestinha, naturalmente, é
para levar os outros ingredientes
do piquenique.
Há roteiros curtos, apenas uma
voltinha, saindo das cidades e pas-
sando pelas áreas rurais, vendo os
vinhedos, os campos de aspargos
brancos, as cabras a pastar.
Para os mais dispostos, tam-
bém são organizadas viagens de
até 800 quilômetros, chegando ao
Oceano Atlântico. Haja vinho.
E existem, ainda, programas
que combinam remadas e pedala-
das (você desce o rio de canoa e
depois volta pela estrada, de bici-
cleta). Entre os programas dife-
rentes da região, também pare-
cem fazer sucesso os passeios de
balão, que revelam novos ângulos
da paisagem: as curvas do rio, a si-
metria dos jardins majestosos, as
vilas, os campos, os vinhedos...
E como em qualquer lugar da
França, ir à feira é um programa
imperdível. No Loire, um dos
mercados de rua mais famosos
acontece aos sábados, em Blois,
na Place Louis 12.
São 120 barracas vendendo al-
cachofras vistosas, legumes pe-
quenos e coloridos, folhas, cogu-
melos, peixes, crustáceos e ostras,
muitas ostras, de vários tama-
nhos e procedências. Elas são par
perfeito para um dos mais emble-
máticos vinhos brancos da re-
gião, o Muscadet. Por que não
comprar algumas ostras frescas, li-
mões, queijos de cabra, pães e
uma garrafa de vinho para fazer
um piquenique?
A feira fica bem perto do caste-
lo de Blois, cidade que está em po-
sição estratégica para se explorar
a região: fica no caminho entre
Orléans e Tours, o trecho mais vi-
sitado pelos turistas.
Cidadezinha pequena e com
um centro antigo gracioso, Blois
tem lojinhas charmosas, cafés e al-
guns bons hotéis. É um ótimo
ponto de partida para visitar ou-
tras vilas às margens do Loire, co-
mo Saumur, a mais distante, Am-
boise e Beaugency, e também Chi-
non, famosa pelos seus tintos le-
ves e frescos.
Especialmente para quem via-
ja com crianças, a Maison de la
Magie (www.maisonde lamagie.
fr) reserva um espetáculo curioso.
Nesse antigo casarão de Blois
transformado em espaço cultural
em homenagem a Robert Hou-
din, famoso mágico francês, a fa-
chada é “palco” de um espetácu-
lo: por alguns minutos as janelas
se abrem e saem dragões de me-
tal, fazendo rugidos e soltando fu-
maça pelo nariz. (AG)
As vinhas datradicional epremiada caveLacourte-Godbillon
No casarão em homenagem ao mágico Robert Houdin,
por alguns minutos as janelas se abrem e saem dragões
de metal, rugindo e soltando fogo pela boca
De bicicleta e vinho na cesta
Fotos: Agência O Globo
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 27 - TURISMO
A região tem 300 vinícolas, excelentes queijos e uma receita diferente de pé de porco
Agência O Globo
Para os turistas, o Vale do
Loire significa um rio com cas-
telos nas duas margens. Mas,
para quem gosta de vinho, faz
lembrar brancos frescos e tin-
tos leves. Bebidas perfeitas pa-
ra acompanhar os peixes, crus-
táceos e mariscos da região e,
principalmente, os queijos de
cabra grandiosos que são produ-
zidos em denominações como
Sainte-Maure.
E que, por sua vez, se casam
perfeitamente com os vinhos lo-
cais feitos com a sauvignon
blanc, como os Sancerre.
São cerca de 300 vinícolas
abertas aos visitantes, reunidos
numa associação chamada Ca-
ves Touristiques Vignobles de
Loire (www.vinsdeloire.fr).
Muitas estão nos arredores de
Tours, em denominações de
origem controlada como Vou-
vray, Montlouis-sur-Loire e
Vernou-sur-Brenne.
Nas proximidades de Sau-
mur também há dezenas de-
las, espalhadas por regiões co-
mo Saint Nicolas de Bour-
gueil e Varrains.
Há muitas lojas de vinho,
como em qualquer região viní-
cola. Mas nada se compara,
em termos de originalidade e
acolhimento às Caves Duhard
(www.caves-duhard.com), em
Amboise.
Trata-se de uma caverna
com condições naturais perfei-
tas para o armazenamento dos
vinhos, utilizada desde o sécu-
lo 16 com esse propósito (uma
das chamadas “caves troglodi-
tas”). Desde 1874 a família Ga-
tay está ali vendendo vinhos. O
segredo principal é ter uma boa
acidez, dizem os donos.
É possível encontrar verda-
deiras preciosidades, como um
Vouvray 1952 demi-sec (por 66
euros, preço raro de se ver para
uma garrafa com meio século).
Mesmo quem não pretende
comprar bebida tem uma opor-
tunidade de experimentar vá-
rios vinhos com certa idade
(garrafas da década de 1970,
com preços entre 31 euros e 35
euros, fazem parte das degusta-
ções correntes).
E, além dos vinhos, são ven-
didas iguarias da região, como
os ótimos queijos de cabra, que
podem ser provados ali mes-
mo, na mais que perfeita com-
panhia desses vinhos brancos
da casa (escolha os secos).
França
CABRAS, COGUMELOSE CAVES TROGLODITAS
O salão dorestauranteL’Auberge de laBoulaye, emAthée-sur-Cher:ambientecampestre eótima comida
Fotos: Agência O Globo
TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
Não há apenas caves de vinho
trogloditas no Vale do Loire,
mas também de cogumelos.
Em Bourrée, a um curto desvio
de rota no caminho entre
Tours e Orléans, fica a Cave
des Roches da Champignons
Delalande.
São 120 quilômetros de gale-
rias, divididas em sete andares,
a 50 metros de profundidade,
que produzem mais de cem to-
neladas de vários tipos de cogu-
melos a cada ano.
A visita dura uma hora e po-
de se estender até a cidade subter-
rânea, numa antiga mina. Cogu-
melo é mesmo coisa séria no Loi-
re. Afinal, em que outro lugar po-
deria existir um Museu do
Champignon? Pois em Saumur
há. São mais alguns quilômetros
de galerias, onde são cultivadas
os mais variados tipos.
Para provar as iguarias lo-
cais, um endereço imperdível
para um almoço longo é o res-
taurante L’Auberge de la Bou-
laye, em Athée-sur-Cher, que
funciona numa linda casa em
em meio aos campos (escolha
uma mesa na varanda).
No couvert, há pastinhas va-
riadas (beterraba, cenoura...) e
pão rústico com nozes. Depois,
para os mais corajosos, vale
apostar numa iguaria da típica
da região de Touraine: o pé de
porco. A carne, depois de cozi-
da, é desfiada e montada como
um tornedor, presa com uma
generosa fatia de bacon. Para
acompanhar, telha de parme-
são, feijões-brancos, tomates ce-
reja assados e uma saladinha. É
uma delícia, acredita?
O cardápio da casa privile-
gia os ingredientes locais, que
são tratados com alguma criati-
vidade, como a “tarte tatin” de
peito de pato com queijo de ca-
bra: sobre a massa folheada de-
licada são dispostas fatias de
magret e Sainte-Maure, além
de maçã caramelada: deliciosa.
Já a Brasserie Embarcadère,
em Blois, serve peixes e frutos
do mar frescos com vista para o
Loire O prato mais pedido com-
bina camarões com lagostins,
gomos de pomelo, salada de to-
mate, folhas verdes, ovos de co-
dorna, torradas e um molho
que lembra iogurte com ervas.
Para uma refeição mais for-
mal uma boa pedida é o restau-
rante Le 36, no hotel Le Choi-
seul, um dos melhores de Amboi-
se. O cardápio muda regularmen-
te, sempre explorando ingredien-
tes locais, como o risoto de aça-
frão de Touraine com lagostins
ou a paleta de cordeiro assada
por sete horas e servida com la-
ranjinha kumquat confitada, fa-
vas e rillons, que são cubinhos
de barriga de porco. (AG)
O Clos Lucé foi incluí-
d o n o G u i d e V e r t
Châteaux de La Loire
(sim, existe um guia Mi-
chelin só sobre os castelos
da região). Mas a casa em
que Leonardo da Vinci
morou, em Amboise, não
passa de uma mansão com
um grande e belo jardim -
como, aliás, muitos dos
chamados châteaux. Visi-
tar o casarão é um dos pro-
gramas mais interessan-
tes que se pode fazer no
Vale do Loire.
No chamado Parc
Leonardo da Vinci, um
lindo bosque com paisa-
gismo impecável, estão
espalhadas várias inven-
ções do artista italiano,
como a hélice, projeto
que mais tarde deu ori-
gem ao helicóptero.
Dentro da casa, a visi-
ta passa por diversos cô-
modos, onde, além do mo-
biliário antigo, é possível
ver maquetes e vídeos so-
bre as mais importantes
criações de Da Vinci.
Do lado de fora há um
café e creperia, que vende a
cerveja Leonardo, fabricada
na cidade, além de loja, com
lembranças relativas a Da
Vinci, como um livro com
as suas citações. (AG)
Pédeporcodesfiadocombacon: receitadeTourainevaleoalmoço
Réplica da Monalisa queestá em Clos Lucé, antigaresidência de Leonardo daVinci em Amboise
No casarãode Da Vinci
A cidade de Blois fica emposição estratégica paraexplorar a região: dá parafazer um bate-volta para amaioria dos lugaresinteressantes
Pé de porco é uma iguaria refinada
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 29 - TURISMO
Pela primeira vez
na História, as
previsões
indicam que a
colheita será nesta
época, a partir
de 25 de agosto
Agência O Globo
Este ano, as férias dos produ-
tores de Champagne serão anteci-
padas e breves. As videiras não
vão poder esperar pela tradicio-
nal pausa de agosto - quando as
ruas ficam desertas e as cidades,
abandonadas. Neste período em
que os agricultores costumam
descansar, depois de um ano in-
teiro de trabalho, e aproveitar o
tão aguardado verão europeu, ca-
be às uvas apenas crescer e pro-
duzir belas safras.
Mas pela primeira vez na His-
tória, as previsões dos especialis-
tas indicam que a colheita aconte-
cerá justamente nesta época.
As estimativas são para o
dia 25 de agosto. Nem mesmo
em 2003, ano da famosa canícu-
la que antecipou as colheitas de
uvas em boa parte da Europa, a
data foi tão prematura. Naquele
ano, chegou-se a imaginar que os
trabalhos começariam nos últi-
mos dias de agosto, mas as fortes
chuvas que sucederam o calorão
acabaram adiando a colheita para
o dia 3 de setembro. Este ainda é
o recorde da região.
O movimento incessante das
máquinas agrícolas que atraves-
sam as cidades e vilarejos e engar-
rafam o trânsito nas estradas que
cortam as longas fileiras de videi-
ras a perder de vista mostram que
é hora de trabalhar.
Boa notícia para quem pas-
seia por Champagne, mapa sobre
o console do carro, em busca dos
melhores endereços da região e
daquelas marcas especiais, mui-
tas vezes desconhecidas além das
fronteiras francesas. Basta tocar a
a campainha em uma das dezenas
de casas de produtores indicadas
nas placas distribuídas pelas cida-
des e aproveitar.
Este deve ser o melhor ano do
setor desde a crise financeira glo-
bal de 2008, que derrubou as ex-
portações das grandes marcas em
até 60%. Para compensar a redu-
ção das vendas lá fora, produtores
foram obrigados a inundar o mer-
cado interno, o que, naturalmen-
te, fez os preços despencarem. A
expectativa é que este ano, final-
mente, os resultados das vendas
voltem ao que eram antes da crise.
O problema foi menos sério
entreospequenos produtores, me-
nos dependentes dosmercados ex-
ternos e mais dedicados a um pú-
blico menor, que compra em me-
nor quantidade, porém cativo.
São estrangeiros em passeio
pela região atrás dos melhores
champanhes, ou os próprios
franceses. De Paris, a viagem
até a região de Champagne dura
pouco mais de uma hora.
Quem já foi a Champagne às
vésperas da vindima sabe que o te-
lefone das casas dos proprietários
das vinhas não para de tocar. Os
voluntários, em sua maioria estu-
dantes, atrás de um posto de tra-
balho no período mais movimen-
tado do ano, ligam se oferecendo
e acabam em uma fila de espera.
O problema é que, como des-
ta vez todos os esforços terão de
ser feitos durante as férias, nin-
guém tem se habilitado.
Anos como este costumam
prometer boas safras. Foi assim
em 2003. A recuperação das
vendas pode culminar com a sa-
fra de um novo millésime - co-
mo são chamados os anos ex-
cepcionais que ganham regis-
tro nos rótulos. Mas os produto-
res preferem não comemorar
antes da hora.
Da última fez que fizeram
isso, uma chuvarada nos dias
decisivos para o desenvolvi-
mento final das vinhas acabou
levando embora todas as suas
esperanças.
A safra de 2011 só chegará
ao público 15 meses após a co-
lheita, prazo de maturação do
champanhe. Na sala de visita
da Brochet-Hervieux, uma ca-
sa triplamente estrelada neste
ano, uma surpresa. A garrafa
com o rótulo já desgastado pelo
tempo tem um desenho com
uma tirinha de Tintim, o intré-
pido repórter investigativo,
criado pelo belga Hergé, em ho-
menagem ao autor que já dese-
nhou nas suas tiras uma garrafa
do champanhe Brochet-Her-
vieux, em uma comemoração
no livro “Objetivo Lua”.
França
EmChampagne, colheitaantecipadano verão
Vinhas estão quase prontaspara a colheita mais rápida
da História, previstapara o auge do verão europeu
TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO
Noite no casteloNem mesmo debaixo do
sol de mais de 36 graus Cel-
sius, os cômodos do belo
Château D’Étoges (foto de
abertura de Turismo, pági-
nas 24 e 25) deixam de ser
frescos. A estrutura antiga
com paredes largas mantém
a temperatura agradável do
lado de dentro, enquanto o
cisne e os patos se refrescam
no fosso.
O castelo só não se mos-
trou totalmente imune à tem-
pestade que desabou sobre
Champagne no final do dia.
Os ventos fortes escancara-
ram portas trancadas de
quartos e destruíram um dos
vidros de uma das janelas, co-
mo num filme. Nem assim o
lugar perdeu o charme.
Mais tarde, no restauran-
te montado em uma das
construções anexas, a tem-
pestade quase deixou os con-
vivas à luz de velas.
Em Étoges, o château ho-
mônimo é uma atração espe-
cial para quem quer garantir
uma hospedagem especial.
Este castelo do século 17,
que já foi a parada dos reis
da França nas viagens que fa-
ziam pela rota do leste do
país, encantou o rei Luis 14.
E depois da Revolução Fran-
cesa, recebeu a corte de
Napoleão.
A decoração e o mobiliá-
rio ainda respeitam o estilo
em voga na época da constru-
ção. Ao lado, fica a cave Bo-
rel-Lucas, que recebeu duas
estrelas com seu champanhe
brut este ano pelo renomado
Guia Hachette. É aberta à
visitação e tem bons preços.
Ao charme do passeio pe-
la Rota Turística do Cham-
panhe, pode-se adicionar o
requinte da hospedagem em
outros tradicionais châteaux
da região, sem falar na incur-
são aos restaurantes.
Castelos e mansões dos
séculos 17 ao 19 funcionam
como hotéis ou até mesmo
chambres d’hôtes, como
são conhecidos os bed&
breakfast entre os france-
ses. Os preços são propor-
cionais às categorias, e os
chambres d’hôtes oferecem
tarifas razoáveis.
Os outros apresentam tabe-
las mais salgadas, mas vez ou
outra têm pacotes promocio-
nais nos seus sites na internet,
que incluem jantares nababes-
cos acompanhados de champa-
nhe. As diárias podem variar
de 80 euros a 200 euros.
Em Fère-en-Tardenois,
o cenário romântico inclui
as ruínas do antigo Château
de Fères, construído em
1206 por Robert de Dreux,
neto de Luís 6º, e o castelo
mais recente, do século 16,
onde funciona o hotel do
mesmo nome. Em Sainte-
Preuve, o Château de Barive
data do fim do século 18 e le-
va o nome do primeiro do-
no, o Cavaleiro da Legião de
Honra Jean Baptiste Lam-
bert de Barive. Em 1928, foi
adquirido pelo presidente
da Veuve-Clicquot, o prínci-
pe Henri de Riquet de Cara-
man Chiman.
Em 1988, um industrial
alemão comprou a proprieda-
de e deu início a um longo
processo de reformas para
transformá-la no hotel
Château de Barive.
No vilarejo de Villers-
Agron, pode-se unir o útil ao
agradável (ou razoável). O
antigo château do século 15
tornou-se um chambre
d’hôte irretocável.
No Manoir de La Se-
moigne, o visitante pode se
deixar levar pelas paisagens
champenoises sem precisar
gastar muito. Os quartos cus-
tam menos de 100 euros com
café da manhã.
O estrelado Les Parc Les
Crayères, em Reims, um
dos melhores da região, é
outra ótima opção. Os pre-
ços costumam ser propor-
cionais à complexidade e a
arrumação impecável de ca-
da prato, mas o menu de al-
moço é mais palatável fi-
nanceiramente.
Para os bolsos mais mo-
destos, o tradicional restau-
rante Le Lys du Roi é um
achado. Excelente comida re-
gional, bom champanhe e
uma conta nada salgada. Na
estrada para Damery, tem lo-
calização central e fácil de
encontrar. � (AG)
Tradicional, o restaurante Le
Lys du Roi fica em um imóvel
tombado e tem preços razoáveis
Nesta época do ano, omovimento de veículosagrícolas pelas cidades eestradas de Champagne
está intenso
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 / 31 - TURISMO
Paulo Coelho
Aceitando asi mesmo
Escritor
Devemoscomemorar
hojeas pequenas
vitóriasdeontem; a
lembrançade um êxito
nos faz mais fortes
paraa próximabatalha
Quando você ganhar, comemore: celebrar uma con-
quista é um importante rito de passagem. Esta vitória
custou momentos difíceis, noites de dúvidas, interminá-
veis dias de espera. Desde os tempos antigos, alegrar-se
com um triunfo faz parte do próprio ritual da vida.
A comemoração marca o final de uma etapa, embora
- por incrível que pareça - muita gente recusa-se a isso,
por medo de decepção, de atrair “mau-olhado”, etc.
Quem age assim não se beneficia do melhor presente
que a vitória nos dá: confiança.
Devemos, sempre que possível, comemorar hoje as
pequenas vitórias de ontem, por mais insignificantes
que pareçam. Amanhã, uma nova luta se aproxima, e irá
exigir nossa atenção e esforço: a lembrança de um êxito
nos faz mais fortes para a próxima batalha.
A seguir, algumas pequenas histórias a respeito.
Aceitando quemerece o melhor
O famoso pianista Arthur Rubinstein (1887-1982)
atrasou-se para um almoço num importante restaurante
de Nova York. Seus amigos começaram a ficar preocupa-
dos - mas Rubinstein finalmente apareceu, ao lado de
uma loura espetacular, com um terço de sua idade.
Conhecido por seu pão-durismo, nesta tarde ele pe-
diu os pratos mais caros, os vinhos mais raros e sofistica-
dos. No final, pagou a conta com um sorriso nos lábios.
- Sei que vocês devem estar estranhando - disse Ru-
binstein. - Mas hoje fui ao advogado fazer meu testamen-
to. Dei uma boa quantia para minha filha, para meus pa-
rentes, fiz generosas doações para obras de caridade. De
repente, me dei conta de que eu não estava incluído no
meu testamento: era tudo dos outros!
“A partir daí, resolvi me tratar com mais gene-
rosidade”.
Aceitando quemerece o presente
A jornalista Belisa Ribeiro estava colocando a maquilagem pa-
ra ir a uma festa, quando parou o que estava fazendo e se olhou no
espelho.
- Eis como me vi - conta ela. - Tentava equilibrar nas mãos o
batom, o delineador, o blush, o rímel. Fiquei pensando: por que
estou agindo assim? Por que seguro tantas coisas, se só posso usar
uma delas de cada vez?
“Coloquei tudo na penteadeira, e recomecei de novo. Procurei
me lembrar de tantas vezes na minha vida em que agi deste modo
- vivendo um momento e pensando em outro, ficando estressada
com coisas que tinham dia e hora certos para ser vividas. A
partir daquele momento, eu prometi que cada minuto de mi-
nha vida teria sua própria bênção, e eu estaria completamen-
te concentrada nela.”
Aceitando quemerece os dons
Durante uma palestra na Austrália, uma jovem se aproxima.
“Quero lhe contar algo”, me diz.
“Sempre acreditei que tinha o dom da cura, mas nunca tive co-
ragem de utilizá-lo com ninguém. Um dia, meu marido estava
com muita dor na perna esquerda; não havia ninguém por perto
para ajudar, e resolvi - morrendo de vergonha – colocar minhas
mãos sobre sua perna e pedir que a dor fosse embora.”
“Agi sem acreditar que seria capaz de ajudá-lo. De repente, es-
cutei-o rezando: permite, Senhor, que minha mulher seja mensa-
geira da Tua luz, de Tua força, dizia ele. Minha mão começou a
esquentar, e as dores logo passaram.
“Depois perguntei por que havia rezado daquela maneira. Ele
respondeu que não lembrava de ter dito nada. Mas hoje sou capaz
de curar, porque ele acreditou que era possível.” �
32 / São José do Rio Preto, 31 de julho de 2011 DIÁRIO DA REGIÃO