revista a ed.12

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FESTIVAL DE INVERNO EM CONQUISTA MARCHA DAS VADIAS: “INDECENTE É O SEU MACHISMO” SINUELO DOS GERAIS: A FORÇA DA TRADIÇÃO SULISTA NA BAHIA 100 ANOS DE NELSON RODRIGUES: O IDIOTA EXPLODE miscellanea DOM JOSAFÁ, BISPO DA DIOCESE DE BARREIRAS: A POLÍTICA DE INTERESSES PESSOAIS ESTÁ MUITO PRESENTE NO BRASIL E AQUI NO OESTE REVISTA BARREIRAS QUE CIDADE É ESTA? ANO II - Nº 12 - OESTE DA BAHIA - SET-OUT/2012 R$ 9,99 OUZA EDITORA Em 10 anos o PIB dobrou e a transferência de renda do governo federal para o município passou de R$ 54 milhões para R$ 148 milhões, entre 2006 e 2011. Contudo, ainda hoje, 61% dos domicílios convivem com esgoto a céu aberto, 50% deles não têm ruas pavimentadas, 10% da população é analfabeta e 34% recebe Bolsa Família ELEIÇÕES 2012

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A revista do Oeste mais lida do interior da Bahia.

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Page 1: Revista A ed.12

FESTIVAL DE INVERNO EM CONQUISTA MARCHA DAS VADIAS: “INDECENTE É O SEU MACHISMO”

SINUELO DOS GERAIS: A FORÇA DA TRADIÇÃO SULISTA NA BAHIA 100 ANOS DE NELSON RODRIGUES: O IDIOTA EXPLODE

miscellanea

DOM JOSAFÁ, BISPO DA DIOCESE DE BARREIRAS: A POLÍTICA DE INTERESSES

PESSOAIS ESTÁ MUITO PRESENTENO BRASIL E AQUI NO OESTE

R E V I S T A

BARREIRASBARREIRASQUE CIDADE É ESTA?

ANO II - Nº 12 - OESTE DA BAHIA - SET-OUT/2012 R$ 9,99O U Z AE D I T O R A

Em 10 anos o PIB dobrou e a transferência de renda do governo federal para o município passou de R$ 54 milhões para R$ 148 milhões, entre 2006 e 2011. Contudo, ainda hoje,

61% dos domicílios convivem com esgoto a céu aberto, 50% deles não têm ruas pavimentadas, 10% da população é analfabeta e 34% recebe Bolsa Família

ELEIÇÕES 2012

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4 SET-OUT/2012

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Eleições 2012

EDITORIAL

As cidades do Oeste e Médio São Francisco, não diferente do que acontece no restante do país, respiram as eleições e a escolha de seus novos governantes. Pelas ruas e avenidas das peque-nas e grandes cidades espalham-se as caras, os

números, as siglas, e as promessas daqueles que almejam con-quistar os cargos disponíveis. O cenário não poderia ser outro, afi nal, é o futuro que está em jogo e uma decisão equivocada pode acarretar em prejuízo não só individual, mas para toda a comunidade. Por isso, a importância de se fazer a melhor avaliação antes de apertar a tecla verde no dia 07 de outubro.

Ao longo dos últimos meses, desde a edição nº 9 (abril de 2012), publicamos uma série de reportagens voltadas exclu-sivamente para o assunto “Eleições”. Um amplo trabalho de pesquisa levou nossa equipe a mergulhar na realidade nua e crua de cada uma das cinco cidades abordadas (Santa Maria da Vitória, Bom Jesus da Lapa, Barra, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras).

A partir de informações da Controladoria-Geral da União (CGU), ministérios da Educação, Saúde e Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), reunimos, cruzamos dados e ouvimos especialistas para tornar mais transparentes os números e as aplicações dos recursos federais transferidos para os muni-cípios. Nesta edição, trazemos a última reportagem da série com o município polo da região: Barreiras. Esperamos, com esse trabalho, ter contribuído para o desenvolvimento da re-gião, amadurecimento e conscientização política de sua po-pulação.

Em tempo, aproveitamos o momento oportuno e publica-mos entrevista com o Bispo Josafá Menezes, da Diocese de Barreiras, que fala sobre o papel da Igreja no processo polí-tico. Na seção ACult, um ensaio fotográfi co especial sobre a romaria de Bom Jesus da Lapa, um misto de paixão e fé que movimenta milhares de pessoas todos os anos. Por falar em paixão, e sem esquecer do centenário de nascimento do maior dramaturgo que esse país já viu, rendemos nossa homenagem ao mestre Nelson Rodrigues, que ao discorrer sobre a política eternizou: “Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem”.

Todo cuidado é pouco. Boa leitura!

Da redação

DIRETOR DE REDAÇÃO E DE ARTE Cícero Félix (DRT-PB 2725/99)

(77) 9131.2243 e [email protected]

DIRETORA COMERCIALAnne Stella(77) 9123.3307

[email protected]

EDITORAnton Roos(77) 9971.7341

[email protected]

SECRETÁRIA Carol Freitas

(77) 8826.5620 e [email protected]

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Leilson Castro

ILUSTRAÇÃOJúlio César

EDIÇÃO DE ARTE Klécio Chaves

CONSULTORIA DE MODA Karine Magalhães

REVISÃORônei Rocha e Aderlan Messias

IMPRESSÃO Coronário Editora e Gráfi ca

TIRAGEM 4 mil exemplares

ASSINATURAS/CONTATOS COMERCIAISBarreiras

(77) 9906.4554 / 9131.2243 / 9123.3307Barra

Helena: (74) 3662.3621Bom Jesus da Lapa

Gisele: (77) 9127.7401Luís Eduardo Magalhães

Tizziana: (77) 9199.5585 / Anton: (77) 9971.7341 / Rodrigo: (77) 9994.5981Santa Maria da Vitória

Marco Athayde: (77) 3483.1134 / 9118.1120 / 9939.1224Rosa Tunes: (77) 9804.6408 / 9161.3797

Ouza Editora Ltda.Av. Clériston Andrade, 1.111 - Sala 16

Tel.: (77) 3611.7976 - Centro - Barreiras (BA)

R E V I S T A

[email protected]

ANO II - Nº 12 SET-OUT/2012

A r.A já obedece a Nova Ortografi a da Língua Portuguesa e não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas

colunas assinadas.

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8 SET-OUT/2012

17 . A MISCELLANEAGeraldo Azevedo: Ai que saudade d’ocê Festival de Inverno: Diversidade musical em Conquista Barreiras Rock Fest: Culto à música pesada Manifestação: “Marcha das Vadias” chega a Barreiras Sinuelo dos Gerais: A força da tradição sulista no Oeste Nelson Rodrigues: De repente, o idiota explode Desenrola a língua, por Aderlan Messias Exclamação, por Karine Magalhães

33 . ECONOMIA & MERCADOOrçamento: Planejamento financeiro, rompendo barreiras Hyundai: Carro de R$ 28 mil vai concorrer com Gol Barreiras e LEM: Entre as 10 cidades da Bahia em empreendedorismo individual

30. JOVEM EMPREENDEDORMarcelo Rocha BastosConselheiro de Luxo

32 . ENTREVISTADom Josafá Menezes“Queremos Eleições Limpas”

56 . A UM LUGARIbotirama: O adormecer do dia

58 . A CULTEnsaio Fotográfico: Romaria de Bom Jesus da LapaLiteratura: Quero Escrever Mil LivrosMúsica: Aposta Eletrônica

68 . AGENDAChiclete com Banana faz festa em LEM

70. SOCIAL: GELO, LIMÃO E AÇÚCARpor Tizziane Oliveira

72 . A SOCIETY O registro social da região

78 . HUMORpor Júlio César

ÍNDICE

C.FÉLIX

39. CAPA

BarreirasQue cidade é esta?

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SET-OUT/2012 9

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10 SET-OUT/2012

abordo

A MEMÓRIA PEDE RESPEITOA centenária Igreja de Santo Antônio, em

Paratinga, cidade que fi ca entre Ibotirama e Bom Jesus da Lapa, resiste ao tempo, mas

reclama do lixo espalhado pelos terrenos baldios ao seu redor.

RIO SÃO FRANCISCOO Rio Grande, aos pouco, se mistura à água barrenta do Velho Chico em Barra, sob a apreciação do urubu que descansa no cais. Quilômetros acima, em Ibotirama, desportista manobra seu jet ski.

BARREIRAS

SANTA RITADE CÁSSIA

LUÍS EDUARDO MAGALHÃES

SÃO DESIDÉRIO

ANGICAL

COTEGIPE

BARRA

IBOTIRAMA

PARATINGA

SANTA MARIA DA VITÓRIA

CORRENTINA BOM JESUS DA LAPA

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SET-OUT/2012 11

FOTOS: C.FÉLIX

MARCO ATHAYDETIZZIANA OLIVEIRA

ALEGRIA DA ADRENALINAO “kamikaze“ de um parque de diversão

durante a 30ª ExpoBarreiras lembra uma hélice em movimento a bailar sob o ritmo da

adrenalina dos que encaram o brinquedo.

ARTE DA NATUREZAÀ esquerda, o entardecer no CTG Sinuelo dos Gerais, em Luís Eduardo Magalhães. Acima, a imponência de um tronco no Rio Corrente, em Santa Maria da Vitória.

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12 SET-OUT/2012

issuu.com/cicero_felix

VERSÃO DIGITALE EDIÇÕES ANTERIORES

@leitor [email protected] Ouza Editora

Sobre a edição 11A r.A e toda equipe esta de parabéns pela matéria de capa da edição nº 11. Com grande suporte estatístico nos mostrou de forma sucinta e elucidativa os contrastes de uma cidade que muito cresce porem de forma precária e desestruturada onde o ouro que daqui é extraido não é realmente aplicado para a sustentabilidade de tanto crescimento. Os leitores, falo em nome de todos, só tem a agradecer por toda informação que nos tem chegado por mais este meio de comunicação. Espero ansiosa a próxima edição!Carolina Motta, empresária

Ao descobrir r.A a partir da edição de maio de 2012, surpreende-me pela qualidade, diversidade de assuntos e temas, além do discurso imagético. Muito bom! Allan Lustosa, fotógrafo

Brilhante trabalho gráfi co, a r.A” já está se tornado a queridinha do oeste...Parabéns notáveis profi ssionais!!Marco Aurélio Athayde

Horizonte operário! Gostei da capa! Parabéns!Joaney Tancredo

Simplesmente fantástica a entrevista com o astronalta Marcos pontes. Realmente, se os governos investissem mais na educação fundamental e valorizassem a fi gura do professor, pode ter certeza que o Brasil seria bem melhor. Todos só tínhamos a ganhar.Maria Auxiliadora

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SET-OUT/2012 13

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14 SET-OUT/2012

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SET-OUT/2012 15

A presentes

Look ElementaisLOJA ELEMENTAIS(77) 3612.5243

Malbec Gran Reserva 2004O BOTICÁRIO

(77) 3611-5467

KokeshisBURITIS PRESENTES

(77) 3611.8531

Kokeshis

Quadro Romero BrittoMOLDURA MINUTO

(77) 3611.3997

Potiche Tania B FloralDESIG CENTER (77) 3612.4140(77) 3628.5338

Look ElementaisLOJA ELEMENTAIS(77) 3612.5243

MOLDURA MINUTO(77) 3611.3997

Malbec Gran Reserva 2004O BOTICÁRIO

(77) 3611-5467

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16 SET-OUT/2012

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SET-OUT/2012 17

miscellanea> COMUNICAÇÃO, CURIOSIDADES, DESIGN, EVENTOS, NEGÓCIO, POSTCARD, TECNOLOGIA, TENDÊNCIA, ETC... <

TEXTOS REDAÇÃO

Com quase duas horas de show, o pernambucano Geraldo Azevedo foi aplaudido várias vezes em sua apresentação, em Barreiras, no dia 24/08. Sucessos como “Dona da minha cabeça”, “Dia branco”, “Táxi lunar”, “Caravana”, “Moça bonita”, “Bicho de sete cabeças”, foram acompanhados pelo público que lotou o Bartira Fest.

Esta foi a 3ª vez que o artista se apresentou na cidade. Durante o show, produzido pela Adoro e BP, Geraldo fez um discurso em defesa do Rio São Francisco e cantou “Ciúmes”, de Caetano Veloso, música que fala um pouco da relação entre Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) e do rio que separa as duas cidades.

Na discografia de Geraldo, estão os célebres “Cantoria 1” (1984) e “Cantoria 2”, gravados com os baianos Elomar e Xangai e o paraibano Vital Farias. Os títulos Grande Encontro 1, 2 e 3, em parceria com Elba Ramalho, Zé Ramalho e Alceu Valença também estão entre os discos de maior sucesso na carreira do artista.

A produtora Carol Souza informou que este foi apenas o primeiro de uma série de show com artistas consagradas na MPB que estão para ser realizados aqui. É uma alternativa interessante ao pagode, axé e sertanejo universitário que têm se apresentado como as únicas opções de shows na região.

Ai que saudaded’ocê

FOTO

S: C

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LIX

Pela terceira vez em Barreiras, o petrolinense Geraldo Azevedo levou um grande público ao seu show intimista de voz e violão

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18 SET-OUT/2012

FRIOE DIVERSIDADE MUSICAL EM CONQUISTA

FESTIVAL DE INVERNO

Se a música é geralmente o principal chamariz dos grandes even-tos, no Festival de Inverno de Vitória da Conquista - realizado nos dias 24, 25 e 26 de agosto - os artistas e cantores precisaram dividir os holofotes com o frio, bastante atípico se comparado ao restante das cidades do nordeste brasileiro. O público, principalmente os turistas, se divertiram ao combinar agasalhos, luvas e cachecol para

Barreiras Rock Fest: um culto à música pesada

miscellanea

Em duas noites, 10 e 11 de agosto, o salão de eventos da AABB foi tomado pela turma das camisetas pretas. Roqueiros de Barreiras e região se deliciaram com uma maratona de shows digna dos grandes centros do país. A primeira edição do Barreiras Rock Fest teve 11 shows: quatro na 1ª noite e sete na 2ª. Das pratas da casa, Ripa, Quase Urbanos (foto 1) e a excelente Zhadok, de Luís Eduardo Magalhães, melhor show da primeira noite, com direito a covers de Oficina G3 e Fruto Sagrado e uma prévia do que virá em seu segundo disco batizado de Gêtsemani.A temática cristã da maioria das bandas presentes na segunda noite não intimidou nem os tradicionais “chifrinhos” da maioria dos presentes, fãs de bandas tradicionais como Iron Maiden, Metallica ou Black Sabbath. Esbanjando profissionalismo a banda do Distrito Federal, Soul Factor (foto 2), foi um dos destaques da segunda noite, com um thrash metal que embora lembre o clássico Chaos A.D do Sepultura, bebe na fonte do maior expoente da música pesada cristã no mundo, os australianos do Mortification.Quem também deixou sua marca foram os paulistas da Antidemon, clássica banda de metal cristão tupiniquim. Segundo o organizador da festa, Carlos Monteiro da Silva uma segunda edição do evento deve rolar ano que vem. Entre as bandas pretendidas, os americanos da Whitecross e os brasileiros do Korzus.

tentar se aquecer dos 13 graus que faziam às noites, mas com uma sensação térmica bem abaixo dessa média. Nos palcos, uma miscelânea de sons com 31 atrações durante os três dias de evento agradou quem passou pelo Festival de Inverno. No palco principal a MPB de Maria Gadu e a soul music nacional de Seu Jorge fizeram o público cantar juntos ao entoar grandes sucessos como “Tempo” e “Burguesinha”, respectivamente. O rock nacional marcou presença mais uma vez este ano com Pitty que se apresentou em uma versão mais suave com o seu novo projeto Agridoce e Leoni, que trouxe a nostalgia das músicas de quando ainda integrava o Kid Abelha.

Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, mostrou que se recu-perou definitivamente do acidente - quando caiu em um show em Minas Gerais - e animou a multidão ao pegar uma pesada câmera para filmar o público e homenagear Renato Russo e a Legião Urbana. Bruno Gouveia, do Biquini Cavadão, levantou a multidão com uma apresentação energizante ao melhor estilo rock in roll quando se jogou nos braços do público. Embora não seja o ritmo consagrado durante o Festival de Inverno, o axé baiano do Asa de Águia e do Jammil fizeram o público espantar o frio. Jorge e Mateus levaram a bandeira do sertanejo, atualmente no auge, e comemoraram o aniversário de 30 anos de um dos integrantes da dupla, Jorge, no palco principal, com direito a bolo levado pelos fãs.

Apesar do grande fluxo de pessoas, com cerca de 17 mil pessoas diariamente, a organização garantiu uma rápida e segura circulação pelo local do evento, desde a entrada aos espaços e a circulação dos presentes entre os espaços criados para o evento como Camarote, Barracão Universitário (com o legítimo forró), Tenda Eletrônica, Espaço Gourmet, com banheiros e barracas de comidas e bebidas bem distribuídas pelo parque.

METAL

Seu Jorge, Capital Inicial e Maria Gadú foram atrações entre os dias

24 e 26 de agosto

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A

texto HEBERT REGIS

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“MARCHA DAS VADIAS”CHEGA A BARREIRAS

MANIFESTAÇÃO

Movimento com nome de impacto, a ‘Marcha das Vadias’ contou com vários participantes que, no local de concentração, confeccionaram cartazes e pintaram frases de protesto no corpo. A marcha, no entanto, não se resumiu à caminhada na noite da segunda-feira, 27 na Avenida ACM. O evento contou com bazares, ofici-nas de criação de materiais, saraus, e muitas reuniões antes de ir às ruas.

Para a psicopedagoga, Maureen Coité, uma das organizadoras do evento, o movimento está apenas começando. “A mobilização não acaba hoje, ela começa hoje. Esperamos que a marcha abra portas para con-tinuarmos com nosso trabalho de conscientização. A violência contra a mulher é uma realidade, não só em Barreiras, mas em todo lugar”, explica. Coité acrescenta que a manifestação não se restringe à violência física, mas também a psicológica, sexual, moral e patrimonial.

Para Maureen, o movimento não teria o mesmo impacto se fosse uma iniciativa isolada. “Conseguimos respaldo pelo nome, se tivéssemos tido uma iniciativa como essa, sem o movimento já iniciado mundo a fora, não teríamos a mesma força”, observa. O movimento Marcha das Vadias foi criado em 2011 no Canadá, em protesto à expressão de um policial que aconselhou as mulheres a vestir apenas roupas ‘comportadas’ para evitar os estupros. Revoltada com este pensamento, a canadense Heather Jarvis idealizou o movimento. A mulher deve seguir seus desejos, sem ser julgada e violentada por isso.

O movimento foi criado no Canadá durante palestra, aconselhando as mulheres a vestir apenas roupas ‘comportadas’ para evitar os estupros.

AN

TON

RO

SS

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20 SET-OUT/2012

miscellanea

De óculos 3D, Monalisa esbanjava um largo sorriso, enquanto o Capitão América, agentes do FBI, lutadores de boxe e algumas ninfas que pareciam vindas diretamente da Grécia antiga dançavam junto de muitos outros persona-gens o melhor da música eletrônica e das pistas da dança do país. Essa foi a tônica da 12ª edição da Fantasy, que aconte-ceu no dia 21 de julho, no Lê Reve, em Barreiras.

“Nossa proposta é sempre criar novas possibilidades de diversão para o público. Não queremos que seja apenas uma simples festa à fantasia. Por isso, investimos pesado em estrutura e atrações” afirma Charles Oliveira, um dos idealizadores do evento que esse ano, além da tecnologia 3D, teve Open Bar e o sorteio de um par de ingressos pro Skol Sensation (evento que acontece em São Paulo) para a melhor fantasia na noite.

Há 12 anos, a primeira edição não teve mais que 300 pessoas. À época, Charles tinha como parceiro Germano Leandro que pouco depois foi morar em Minas Gerais. A partir de então, Charles firmou parceria com o bloco Kimarrei. A festa deu tão certo que seu público não para de crescer e nessa última edição obteve cerca de 1300 pessoas se divertindo com a música e com as fantasias.

UMA SALADA de personagens

FANTASY

FOTO

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.FÉ

LIX

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SET-OUT/2012 21

Durante quatro dias, entre 16 e 19 de agosto, o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Sinuelo dos Gerais de Luís Eduardo Magalhães foi a melhor tradução da cultura gaúcha fora do Rio Grande Sul, com a realização do 15º Rodeio Interesta-dual, evento que reuniu delegações de estados como Goiás, Tocantins e Distrito Federal. De acordo com estimativa da organização, mais de 5 mil pessoas passaram pelo CTG nos dias de festa.

A programação contou com provas de laço, rédea, cronô-metro e desafio, chasque, laço Equipe e prova da Vaca Gorda. Os vencedores da modalidade Laço Trio levaram para casa um automóvel Celta 0Km. A realização do rodeio é uma prévia dos festejos que o CTG irá promover no mês de setembro, mês em que os gaúchos comemoram a Revolução Farroupilha.

No dia 15, o CTG vai realizar um grande baile para a esco-lha da “Prenda Jovem” e que também servirá para homenagear os 11 fundadores do CTG e todos os ex-patrões, além daque-les que assinaram a primeira ata da agremiação. Na abertura da Semana Farroupilha, dia 20 de setembro, uma comitiva de vaqueanos de Luís Eduardo Magalhães participará do hastea-mento da bandeira na Esplanada dos Três Poderes em Brasília, desfilando a cavalo com os demais participantes da Federação da Tradição Gaúcha do Planalto Central.

A FORÇA DA TRADIÇÃOsulista no Oeste

EM LUÍS EDUARDO MAGALHÃES

FOTOS: TIZZIANA OLIVEIRA

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22 SET-OUT/2012

miscellanea

NELSON RODRIGUES

O IDIOTA EXPLODEDE REPENTE,

“Ainda outro dia, um velho profi ssional chamou-me a um canto. Simplesmente queria sussurrar-me este conselho de uma sabedoria infi nita: —“Não escreva bem, nunca, em hipótese nenhuma”. Ao dizer isso, arquejava de uma bronquite velha, nostálgica, de passadas gerações. E, de

fato, o que importa, no momento, é ser idiota.Nas minhas notas de anteontem, escrevi que o idiota sempre se

comportara como idiota. Era de uma modéstia exemplar, de uma humildade total. Não em nossa época. De repente, em nossa época, o idiota explode. Na minha infância, não passava do curso primário e já se dava por muito satisfeito. Nascia, crescia, namorava e morria sem jamais pensar por conta própria. Podiam pichar-lhe o túmulo com a seguinte inscrição: “Nunca pensou”. O idiota era quase um santo.

O trágico da nossa época ou, melhor dizendo, do Brasil atual, é que o idiota mudou até fi sicamente. Não faz apenas o curso primá-rio, como no passado. Estuda, forma-se, lê, sabe. Põe os melhores ternos, as melhores gravatas, os sapatos mais impecáveis. Nas re-cepções do Itamaraty, as casacas vestem os idiotas. E mais: — eles têm as melhores mulheres e usam mais condecorações do que um arquiduque austríaco.

Não sei se me entendem e se concordam comigo. Mas é o próprio óbvio. A olho nu, qualquer um percebe a ascensão social, econômi-ca, cultural, política do idiota. Outro dia, passou por mim um auto-móvel das Mil e uma noites, sim, um desses Mercedes irreais, com cascata artifi cial e fi lhote de jacaré. Lá dentro ia um idiota fl amejante.

Desde Noé e antes de Noé, jamais um idiota ousaria ser estadista. É verdade que, na velha Roma, um cavalo foi senador. Mas o cavalo é um nobre animal, de maravilhoso frêmito nas ventas. E nunca se

No dia 23 de agosto Nelson Rodrigues completaria 100 anos. Pernambucano de nascimento, viveu no Rio de Janeiro desde os sete quando o pai, deputado e jornalista em Recife, resolveu se mudar para a então capital federal. Na cidade fl uminense se transformou no maior dramaturgo do país e um verdadeiro mestre na arte de contar histórias do cotidiano. Obteve grande destaque no teatro, escrevendo 17 peças, romances e uma infi nidade de crônicas e contos, entre eles, os que originaram a série “A vida como ela é”. Nesta página especial, a r.A presta sua homenagem a Nelson Ro-drigues, com a reprodução de parte de uma de suas crônicas, escrita em 15 de abril de 1968, sob o título de “Os falsos cretinos”. O texto faz parte da compilação de crônicas publicadas no livro “O Óbvio Ululante – primeiras confi ssões”. Boa leitura!

viu um idiota relinchar. Pois bem. Hoje, tudo é possível, tudo. Há idiotas liderando povos, fazendo História e fazendo lendas. Mao Tsé-tung seria impossível em outra época. Em nosso tempo, passa por ser um estadista gigantesco. Há rapazes, aqui, que se dizem da “linha chinesa”. Embora a distância geográfi ca que os separa, jovens brasileiros estão por conta de Mao Tsé-tung.

E, assim, lidos, viajados, falando vários idiomas, maridos das melhores mulheres — os nossos idiotas têm também os melhores cargos e exercem as funções mais transcendentes. Eu disse que estão por toda a parte: — na política como nas letras, nas fi nanças como no cinema, no teatro como na pintura. Outrora, os melho-res pensavam pelos idiotas; hoje, os idiotas pensam pelos melho-res. Criou-se uma situação realmente trágica: — ou o sujeito se submete ao idiota ou o idiota o extermina.”submete ao idiota ou o idiota o extermina.”

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SET-OUT/2012 23

sando o uso do mim, vê-se que ele não conjuga verbo. Quem conjuga verbo é eu, tu (você), ele, nós, vós, eles. Logo, quem faz sou eu e mim nada faz. Basta você lembrar que mim é passivo, é preguiçoso. Exemplos: “O vizinho veio a mim e pediu-me caro-na”. Outro exemplo “Vou estudar os conteúdos pelo livro. Traga-o pra mim!”.

Outra derrapada feia cometida comumente é a utilização do eu depois de preposição. É errado! Ex.: “Entre mim e você não existe mais nada”. E não: “Entre eu e você não existe mais nada.” Veja que eu só pode ser utilizado junto a um verbo que vem na sequência, o que não é o caso desta sentença.

Detalhe, leitor! Nunca utilize eu depois de preposição. Certo? Exceto se na elaboração da frase aparecer, em seguida, um verbo. Ex.: “Esta coluna da revista foi feita para eu esclarecer as dúvidas de língua portuguesa”. Fora isso, use para mim; de mim; por mim; a mim; entre mim, podendo o mim vir ou não no fi nal de frase. Exemplos: “O texto foi entregue para mim; Para mim isso é uma afronta; Jamais deixarei que tirem meu fi lho de mim; Por mim seriam todos castigados”; ou ainda “Vinde a mim todas as criancinhas”.

Uma ressalva, leitor! Cuidado com a vírgula. Ela pode gerar confusão quando não empregada devidamente. Veja a sua importância: “Para mim, atender o seu pedido é uma ordem”. Ao invertermos a oração, é possível perceber com clareza que mim não executa a ação determinada no verbo: “Atender o seu pedido é uma ordem para mim”.

Outro calcanhar de Aquiles é o uso do pronome oblíquo me. Quanta confusão meus alunos ainda fazem! Já vimos em quais contextos empregar o mim, agora vejamos que o me só pode ser utilizado quando completar o sentido de um verbo sem a presença da preposição. Exemplo: “José me ofereceu uma caro-na”. E não: “José mim ofereceu uma carona”. Só utilizaríamos o mim se, neste contexto, invertêssemos a frase: “José ofereceu

carona a mim”.Recaptulando: me completa o senti-

do de um verbo sem o auxílio da preposição, seja ela qual for. Mim necessita sempre da presença da preposição (a, para, de, sem,

por...) Vou fi nalizar por aqui, porque hoje é domingo, dia

de jogo e o meu vizinho do apartamento ao lado está vibrando pelo seu time. É, vou entrar na torcida também.

DESENROLAA LÍNGUApor ADERLAN MESSIAS

Mim, me e eu.Quando usar?

[email protected]

Imagine a cena em que você sai do apartamento apressado porque perdeu o horário e não quer chegar atrasado ao traba-lho. Na portaria do prédio você encontra com o seu vizinho, aquele chato que você não suporta olhar na cara dele, porque sempre tirou a paz e sossego de toda a vizinhança quando o seu time está jogando, ou pior, quando 7h da manhã de um maravilhoso domingo você acorda com o barulho de uma fu-radeira que mais parece um trator prestes a derrubar a parede do seu quarto.

Como se não bastasse, depara também com a mulher dele que vive sapateando de lá pra cá naquele calçado de plata-forma pesadão, que faz um toc-toc miserável que dá até para contar as passadas. Bom, o casal pede carona porque o carro resolveu não funcionar naquele dia. Por educação você dá a bendita carona.

No trajeto para o trabalho, a inevitável conversa de bons modos: “Nossa, o tempo hoje está quente, não!” Você diz: “Pois é! Acho que não vai chover por esses dias”. A sua vizinha se manifesta: “Que continue assim pra mim pegar um bronzeado”. Sob a ótica da gramática, leitor, percebe algo errado na fala da mulher? Se sim, ótimo! Se não, veja só!

Imaginei esta história apenas para ilustrar o ato comunica-tivo entre os interlocutores. Ato comunicativo que, do ponto de vista gramatical, está errado, pois mim nunca foi sujeito. Este é um erro comum que não escolhe classe social, idade, sexo, mas que precisa ser combatido, sobretudo na ambiência acadêmica.

E em que momento, então, usar corretamente o mim? Para isso é preciso entender também quando usar o eu. Usa-se eu sempre antes de um verbo no infi nitivo determinando uma ação. A vizinha deveria ter dito “Que continue assim para eu pegar um bronzeado”. Viu a presença do verbo pegar? Dessa forma é para eu fazer, para eu escrever, para eu anotar, para eu comprar, para eu sair.

Percebeu as terminações dos verbos em ar, er, ir?Agora não dá para errar mais, né? Anali-

ADERLAN MESSIAS Professor Universitário. Licenciado em Letras

Vernáculas (UNEB), Bacharel em Direito (FASB) e Especialista em Psicopedagogia (FASB).

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miscellanea

por KARINE MAGALHÃES

EXCLAMAÇÃO KARINE MAGALHÃESé consultora de moda, trabalhou na renomada

Maison Ana Paula e nas lojas Rabo de Saia, Chocolate, Mary Zide (todas em Brasília) e também

em cerimoniais com Cristina Gomes. Atualmente faz consultoria de moda para r.A e Uaumais.

@ituau_Karinekarine.beniciomagalhaeswww.uaumais.com.br

Passarela democrática tanto nos grandes eventos de moda como nos Street style. Vamos conferir algumas propostas para decidir o que lhe caí bem!

Candy colorsSão surpreendentemente fáceis de usar. A cartela vai das cores pastel e tons clarinhos, entre eles o rosa, verde, bege, azul, verde menta, lilás, laranja, além de outras cores delicadas e românticas.

Joia vintagecamafeu é aposta das passarelase hit nas ruas!

fl uorescentes acendem o uniforme urbano da temporada!

FOTOS: REPRODUÇÃO

VoteEMmim!

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NASCE UMGIGANTE DO ENTRETENIMENTO

A noite de 28 de julho entrou para história do mercado de entreteni-mento do Oeste da Bahia. Com direito a uma grande festa e quatro atrações – sendo duas de nível nacional e duas locais – foi inaugurado em Luís Eduardo Magalhães o maior espaço de eventos da região: o Quatro Estações Hall.

Com capacidade para 10 mil pessoas, a casa de shows foi construída em uma área de 7 mil m² e faz parte do complexo Quatro Estações, composto pelo Quatro Estações Avenida e Quatro Estações Espaços e Eventos. “São espaços que se completam. O Hall, por ser maior, tem o diferencial de abrigar eventos de maior porte, o que até pouco tempo não era possível, por não existir um local como este na cidade e região”, explicou o empresário Josué Lourenço.

Quem foi à inauguração sentiu a diferença. Além de amplo, o bar está localizado em frente ao palco, fazendo com que não se perca um só minuto do show. Outro detalhe: o camarim dos artistas e a sala de imprensa ficam logo abaixo do palco. Isso facilita o acesso para quem for se apresentar ou estiver cobrindo o evento.

texto ANTON ROOS fotos VESPA

miscellaneatrends and news

INAUGURAÇÃO

Aquele que preferir assistir ao show ou espetáculo do camarote também não vai se arrepender, garante Josué. Como o espaço é grande o proprietário brinca que é possível até realizar um evento usando apenas a área do camarote. “Muitas pessoas questionavam a falta de um lo-cal adequado aqui na região. Agora, com a inauguração do Quatro Estações Hall teremos condições de oferecer todo e qualquer tipo de entretenimento, agradando qualquer tipo de público”, resume. O projeto contempla ainda uma arrojada estrutura, com sistema de videomonitoramento, saídas de emergência e tratamento isotérmico.

QUATRO ESTAÇÕES Rua Burle Max, L09, Q02 - Chácara Comerciais Leste

Luís Eduardo Magalhães (BA) (077) 3628.2063

INFORMAÇÕES

O empresário Josué Lourenço: Quatro Estações Hall vai preencher uma lacuna que havia na região. A casa tem capacidade para 10 mil pessoas e oferece fácil acesso

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> CARREIRAS, CONSUMO, NEGÓCIOS, ETC. <

economia mercado&

Para muitas pessoas e gestores de empresas, o planejamento fi nanceiro não faz parte do seu cotidiano. Para outras, ele é fundamental. Mas afi nal, o que é? E para que serve o planejamento fi nanceiro?

A maioria das pessoas deseja fazer bons investimentos, gerir com segurança a vida pessoal e empresarial, ser bem sucedido na carreira profi ssional além de tornar-se um empresário reconhecido.

Neste momento é que aparece o planejamento fi nanceiro. De modo geral, ele é um processo racional de administrar as despesas, dívidas, renda, investimentos e o patrimônio de forma a permitir independência fi nanceira para uma vida mais tranquila.

Em qualquer âmbito, pessoal e/ou empresarial, as pessoas e gestores devem procurar gastar menos do que ganham, investir com segurança especialmente quando surgem oportunidades factíveis de negócio. Com isso, estabelecer objetivos é fundamental. Entretanto, devem ser conside-rados os pontos fortes e fracos, ou seja, seu potencial humano, técnico e sua realidade fi nanceira atual. Dessa forma pode-se defi nir um caminho (estratégias) para alcançar estes objetivos, evitando imprudências e imperícia na condução dos recursos disponíveis.

Considerando os ambientes interno e externo, o planejamento fi nan-ceiro permite identifi car oportunidades e difi culdades em cada etapa da vida do empreendimento, defi nir antecipadamente estratégias para enfrentar cada situação, bem como, indicar os caminhos a percorrer para chegar ao objetivo desejado.

Planejar, numa abordagem geral, é estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, além de estimar recursos e defi nir responsabi-lidades para o alcance dos objetivos.

O planejamento fi nanceiro permite inclusive avaliar o rendimento do capital empregado, ou seja, se o investimento realizado está remuneran-do adequadamente o tempo e recursos injetados no empreendimento. Gerenciar adequadamente os recursos fi nanceiros é o diferencial entre sonhadores e realizadores.

Listamos 10 situações que se confi guram errôneas e equivocadas comuns na gestão fi nanceira:

Planejamentofi nanceiro,ROMPENDOBARREIRAS

ORÇAMENTO

> CARREIRAS, CONSUMO, NEGÓCIOS, ETC. <

mercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercadomercado&

texto ERNANI SABAI*

*ERNANI SABAI é mestre em economia e consultor e analista fi nanceiro

Considerar Receita Bruta como Lucro;

Confundir planejamento fi nanceiro com investimentos;

Esperar momentos de crise para tomar a iniciativa de fazer o planejamento fi nanceiro;

Acreditar que pode realizar análise e um plano fi nanceiro somente quando dispuser de uma contabilidade perfeita;

Ignorar o nível de endividamento e persistir investindo;

Não estabelecer objetivos fi nanceiros mensuráveis;

Confi ar na contabilidade mental;

Pensar que: planejamento fi nanceiro é o mesmo que planejamento tributário; que é somente para quem possui muito dinheiro;

Acreditar que utilizar serviços de um consultor fi nanceiro, signifi ca perder o controle de suas fi nanças;

Tomar uma decisão fi nanceira, sem entender seus efeitos em sua situação fi nanceira global.

Quem planeja, antecipa. Quem antecipa, se prepara. Quem se prepara, sabe onde pode melhorar. Quem sabe o que precisa fazer, realiza. Quem realiza, vence!”AUTOR DESCONHECIDO

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28 SET-OUT/2012

Desde o dia 26 de julho, a Passaredo Linhas Aéreas está operando na região com aeronave modelo ATR 72-600, que voa mais baixo e mais lento. Em compensação, oferece mais conforto, é mais segura, consome menos combustível e sua capacidade é para 70 passageiros, o que força para baixo o valor das

tarifas, que têm chegado a menos de R$ 200. Aliás, a companhia vem fazendo promoção, frequentemente, nos trechos BAR/SSA, SSA/BAR e BAR/BSB, BSB/BAR. Visite o site voepassaredo.com.br.

economia mercado&

Azul, verde, branco, vermelho, preto, vinho e prata. Essas são as cores disponíveis para o novo hatch compacto que a Hyun-dai vai lançar em setembro, e já estará disponível nas lojas de Barreiras. O HB20 será lançado nos modelos 1.0 e 1.6. A versão 1.0 contará com uma caixa de transmissão mecânica de cinco marchas, enquanto a outra versão possuirá câmbio automático de quatro marchas.

O espaço interno do carro chama atenção já que, especialmen-te, o banco traseiro, onde pessoas com estatura acima de 1,90 m poderão se acomodar com todo o conforto sem se preocupar em bater a cabeça no teto ou ter que fi car encolhendo as pernas. Outro fato interessante é que o carro possuirá como item de série o airbag duplo e um quadro de instrumentos com computador de bordo ao centro.O carro entra no mercado a partir do mês de outubro para competir especialmente com o novo Gol. Com um design arrojado, o HB20 tentará se diferenciar com um acabamento superior, suspensão mais confortável, além do preço que pode variar de R$ 28.000,00 a R$ 32.000,00.

Hyundai vai lançar carro popular de R$ 28 mil para competir com Gol

LANÇAMENTO

Após um ano de sucesso em Barreiras, loja especializada em perfumaria e artigos para beleza feminina e masculina instala fi lial na Capital Baiana da Fé, no Médio São Francisco. A loja, que começa a funcionar a partir de setembro, vai funcionar em um espaço com mais de 300 metros na rua Coronel Avelino Bastos, ao lado do Banco Bradesco, na Lapa.

Enquanto muitos reclamam do mercado, de sua fl utuação, estabilização e incertezas, empreendedores enfrentam as desconfi anças e enxergam oportunidades. De junho até agosto, foram abertos pelo menos 26 empreendimento em Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. Confi ra:

Em Barreiras: Lepeti (moda infanto-juvenil), Tindolelê (calçados infanto-juvenil), Chilli Beans (óculos e acessórios), Laçarote (presentes), Le Postiche (bolsas e malas), Dr. Resolve (serviços), Hotel Morubixaba, Delícia Gourmet (restaurante), Original Burger (lanchonete), Milk Shake

Nova aeronave da Passaredotraz economia para passageiros

Grupo inaugurafilial da Igabeleza em Bom Jesus da Lapa

A partir do dia 10/09, entra em operação no aeroporto de Barreiras a Trip Linhas Aéreas. Inicialmente, a companhia vai oferecer voo diário entre BAR/BSB (às 16h03) e BSB/BAR (12h11). Agora os oestinos terão dois voos diários para a capital do País em duas empresas diferentes. Mais competitividade, melhor para o consumidor. Consulte os voos no site voetrip.com.br.

TRIP passa a operar no aeroportode Barreiras a partir de setembro

VOOS

EXPANSÃO

Mercado não para:26 empreendimentos sãoabertos nos últimos meses

HB20 estará à venda na GTS Motors Hyundai a partir de setembro

& Companhia, Hering (moda), Dopping (moda), Angel (moda), L’acqua di Fiori (perfumaria), Jadore Perfumes Importados e Lojas Avenidas (departamento).

Em Luís Eduardo Magalhães: Design Center (movelaria), Condessa (cosméticos), Silvia Modas Confecções, Viver Bem e Viva Bem (alimentos naturais e massoterapia), Lojas Americanas (departamento), Alleretour Turismo e Eventos, Estúdio de Pilates, Belle Ragazza (moda) e Quatro Estações Hall (casa de shows e eventos).

Além desses novos empreendimentos, o incremento também faz parte dos negócios para revigorar a receita e ampliar o leque de serviços. Em LEM, a Carpe Diem SPA Urbano lançou o “Clube da Beleza”, ambiente diferenciado dos salões de beleza. Em Barreiras, a clínica InCorpe acrescentou aos seus serviços um Studio Fitness, com atendimento personalizado. Vale conferir!

INVESTIMENTO

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Barreiras e Luís Eduardo Magalhães registraram juntas, 5.449 cadastros, conforme dados do Portal do Empreendedor, de fevereiro de 2010 até 22 de agosto de 2012. Em todo o Estado, o total de Empreendedor Individual (EI) ultrapassa os 200 mil. As três atividades mais registradas são comércio varejista de vestuário e acessórios (19 mil registros), cabe-leireiros (12.203) e comércio de mercadorias em geral (9.764).

A paranaense Marisa de Souza é uma das pessoas que apostaram na formalização. Há dois anos montou uma loja de moda praia no Centro de Barreiras e recentemente fez o cadastro no programa EI. “Comecei a pensar em uma segurança para meu futuro, para aposentadoria, também em poder contratar alguém e até ter mais poder de compra e venda. Agora tenho CNPJ e posso emitir nota fiscal”, explica.

Os benefícios da formalização são: regularização do negócio e alvará emitido pela prefeitura, aquisição de CNPJ; possibilidade de abertura de conta em banco e o acesso a crédito com juros mais baratos; ter endereço fixo para facilitar a conquista de novos clientes; apoio técnico do Sebrae; cobertura da Previdência Social para o empreendedor individual e para a sua família; possibilidade de negociação de preços e condições nas compras de mercadorias para revenda, com prazo junto aos atacadistas e melhor margem de lucro, emissão de nota fiscal para

Barreiras e LEM estão entre as 10 cidades da Bahia em empreendedorismo individual

RANKING

venda para outras empresas ou para o governo e dispensa da formalidade de escrituração fiscal e contábil.

Para a legalização, são necessários: identidade, CPF, compro-vante de residência e número do recibo de Declaração do Impos-to de Renda Pessoa Física. Caso o trabalhador não tenha declara-do, será solicitado título de eleitor. O único custo da formalização é o pagamento mensal de R$ 31,10 (INSS), R$ 5,00 (Prestadores de Serviço) e R$ 1,00 (Comércio e Indústria) por meio de carnê emitido exclusivamente no Portal do Empreendedor. O registro é gratuito e pode ser feito pelo Portal do Empreendedor .

Para ser um Empreendedor Individual, é necessário faturar, no máximo, até R$ 60.000 por ano, não ter participação em outra empresa como sócio ou titular e ter um empregado contratado que receba um salário mínimo ou o piso da categoria.

Maria de Souza: “Agora tenho poder de compra e venda; tenho CNPJ e posso emitir nota fiscal”

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Esta seção foi criada pela r.A para mostrar um pouco do perfi l dos jovens empreendedores que mudaram a cara e o estilo dos negócios no Oeste da Bahia.

JOVEMEMPREENDEDOR

Não existe mágica no negócio. Fantasia, só no nome da empresa. Sucesso não vem só com força de traba-lho. Atender bem o cliente, oferecer prazo de paga-

mento e qualidade e ser ágil na entrega do produto não represen-tam, hoje, diferencial e competitividade no mercado. É básico em qualquer negócio. Como, então, empreender com competência para fi delizar o cliente e garantir capital de giro em um mercado instável e vulnerável? Talvez não haja uma resposta pronta para esse objetivo, mas uma coisa é certa: é preciso estudar, avaliar, trabalhar, consultar, ter coragem e inteligência para investir e en-carar os desafi os. Assim fez o jovem economista Marcelo Rocha Bastos, 34 anos, sete anos atrás, quando decidiu trabalhar com mobiliário de alto padrão em Barreiras.

“Não foi fácil. Estava voltando de Salvador, depois de concluir o curso na UFBA. Meu pai queria diminuir o ritmo, dar os pri-

l

Com conselheiro

NOME MARCELOROCHA BASTOSIDADE34 anosFORMAÇÃO ACADÊMICAEconomiaEMPRESADesign CenterCARGODiretor administrativo

QUALIDADE E PREÇO SÃO INSEPARÁVEIS. E HOJE O CONSUMIDOR NÃO É AQUELE DE 20 ANOS ATRÁS, É MUITO MAIS EXIGENTE, QUER O MELHOR PELO MENOR PREÇO”

meiros passos para se aposentar. Então eu precisava montar um negócio – eu e meu irmão Henrique. Daí, como nosso pai ti-nha know-how no ramo, consultamos ele sobre trabalharmos com mobiliário de médio e alto padrão, era o embrião da Design Center. Só que o perfi l do consumidor era muito diferente da-quele que comprava na loja do meu pai. E embora fosse o mes-

DE LUXOtexto/foto C.FELIX

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mo ramo de negócios, aquilo vinha romper com um modelo de anos. A gente tinha que buscar outro perfil de clientes! Foi um desafio e tanto”, relembra Marcelo.

Luís da “Economia”, como é conhecido o pai de Marcelo, montou a primeira loja no segmento em 1975 e, hoje, virou “conselheiro de luxo” dos filhos. “Numa decisão estratégica vou sempre utilizar a experiência dele. Meu pai sempre diz: ‘Um bom início para uma gestão de sucesso é ter crédito e comprar bem’. Crédito em todos os sentidos, não só financeiro: con-fiança, segurança, garantia, comprometimento. Se você com-pra bem, você vende bem. Qualidade do produto, escolha de fornecedores, matéria-prima de primeira, design e preço. Aliás, qualidade e preço são inseparáveis. E hoje o consumidor não é aquele de 20 anos atrás, é muito mais exigente, quer o melhor pelo menor preço”, explica.

Os anos 2010/2011 foram bons para a área moveleira. Com a ascensão de um considerado contingente para a classe média, o número de consumidores em potencial de móveis de alto pa-drão cresceu. “Antes, o meu público era mais restrito. Hoje, é mais amplo. Esse aquecimento do mercado é natural. Há muita construção. As pessoas fazem uma casa nova e o próximo passo é mobiliá-la. Uma coisa puxa a outra. Mas acho que na atuali-dade as coisas estão ainda instáveis. Tem essa crise na Europa que a gente ainda não sabe como isso vai refletir no Brasil. Vai que daqui a um ano a China, por conta dessa crise europeia, dê uma arrefecida na importação de comodities! Enfim, tivemos uns anos bons, mas agora parece que houve uma estabilização”.

A faculdade, os ensinamentos do pai, o mercado e as lições da vida ajudaram a formar o empreendedor que Marcelo acabou se tornando. A visão global do comércio, com as suas flutua-ções e conexões, ajudam na tomada de decisões. Às vezes fica intrigado com o comportamento do consumo em determinados períodos. Daí, com bom humor, lembra: “Em momento de crise você pode se dar bem até vendendo lenço”.

Antenado, Marcelo está sempre conectado. A internet, para ele, não é apenas um ambiente virtual, mas um espaço real para atualização. O segmento mobiliário exige muito conhecimento sobre design, tendência, estilo, acabamento. “Todo ano, eu vou a convenções e feiras nas quais são apresentadas novas linhas de produtos. A Sierra Móveis - franquia representada pela Design Center -, uma das maiores indústrias de alta decoração da Amé-rica Latina, está sempre na vanguarda do mercado moveleiro, antecipando o que vai ser novidade. É fundamental você conhe-cer bem as tendências de design e decoração”.

Às vezes, de sua sala, o jovem economista fica pensando em como tudo começou. Tem colaboradores ali que lhe conhece-ram ainda menino. E embora hoje ele seja o timoneiro de um negócio bem sucedido e que se expandiu para a cidade de Luís Eduardo Magalhães, sem seu pai e a ajuda do irmão nada dis-so teria acontecido. “Meu pai é um sujeito muito generoso. Ele divide conhecimento, tem a maior satisfação para ensinar, se doar... espero um dia ter pelo menos a metade das qualidades que ele tem”.

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É possível debater problemas sociais sem se posi-cionar politicamente?

Sim, sem se posicionar como político partidário. Eu penso em fazer a grande política. Uma política com “P” maiúsculo, que é a política da defesa do bem comum e, portanto, em princípio, a gente defende o bem comum. Neste aspecto, estamos fazendo política. É claro que nes-sa defesa nós criticamos aquelas posições políticas mais situadas, restritas, partidárias. Então, essa política grande se debate com essa política pequena. A política de peque-nos interesses, a política de interesses pessoais, de inte-resses partidários estão muito presentes no Brasil e muito presentes aqui no Oeste.

A saúde pública é tema da Campanha da Fraternidade des-te ano da Igreja Católica. O senhor acha que Barreiras vai bem de saúde?

No dia em que abrimos a Campanha da Fraternidade aqui em Barreiras, nós fizemos um evento no Centro de Cultura e abordamos alguns aspectos. Barreiras é polo, portanto eu sei que recebe os recursos para a saúde de toda a região. Existem estru-turas, a queixa é de que essas estruturas funcionem como cartel político. Os municípios todos deveriam aproveitar de Barreiras indistintamente. Existe sempre uma suspeita de que o poder po-lítico se apropria da saúde e faz com que os elementos não sejam tão aproveitados, sendo utilizados também para fins políticos e partidários.

Há quase dois anos na Diocese de Barreiras, o baiano de Salinas da Margarida, Dom Josafá, reclama das apropriações político-partidárias dos serviços básicos em detrimento da qualidade de vida da população. Formado em teologia pela Universidade Católica de Salvador e doutor em antropologia teológica pela Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, o bispo de voz calma declara que “é muito difícil que os políticos não se corrompam”., porque a política tem a ver com o poder, e o poder corrompe. Recentemente, lançou uma cartilha pelo voto consciente:“É o mínimo que cada qual deve fazer para favorecer a prosperidade e a justiça”. Veja abaixo o que ele diz sobre os pecados na política, o apelo religioso no discurso dos candidatos e a relação igreja/política.texto/foto C.FÉLIX

DOM JOSAFÁ MENEZES DA SILVA

ELEIÇÕES LIMPAS!

QUEREMOS

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Há orientação da Igreja para o clero em períodos eleito-rais?

Como disse anteriormente, nós trabalhamos com uma gran-de política. O próprio Jesus sempre tratou dos problemas, mas Ele não fez parte de um partido. Entre os apóstolos de Jesus, alguns eram de partidos. Nós, da igreja do Brasil, temos uma orientação de não nos envolvermos diretamente em questões partidárias. Inclusive o Código de Direito Canônico prevê que se um padre, por exemplo, se candidata, deve deixar o ministé-rio por aquele período. A política partidária diz respeito a uma parte - o nome partido já diz isso. A Igreja quer trabalhar com o todo, com o conjunto. As partes são interessantes, mas elas são limitadas. Preferimos sempre tratar dos grandes temas, das grandes questões como a Campanha da Fraternidade e depois entrar, nas questões pontuais. Agora estamos fazendo com ou-tras instituições uma campanha para que a saúde pública seja mais bem potencializada economicamente. É uma campanha para todo Brasil. Inclusive a nossa Diocese recolhe assinaturas para que o repasse de 10% de todo o Produto Interno Bruto do Brasil seja realmente passado para a saúde pública e assim ela tenha o recurso que precisa para poder atender universalmen-te as pessoas. A Igreja tem essa perspectiva, mas não se ausenta da questão política. Isso não signifi ca que os movimentos, as pastorais não possam se posicionar politicamente. Os “leigos” podem se posicionar politicamente, podem assumir uma po-sição partidária, mas, digamos, o clero, não! Também há o pe-rigo de usar as estruturas da Igreja para fi ns eleitoreiros. Hoje, o Código de Direito Canônico tem essa recomendação para o clero. Já Igreja Evangélica tem uma posição mais defi nida. Ela defende os seus interesses, as suas pautas e também isso faz com que os candidatos não se apresentem em discordância com as posições, com a fé.

Como o senhor vê o apelo religioso de candidatos duran-te a campanha?

A sociedade brasileira é religiosa, a tradição brasileira é reli-giosa e os candidatos sabem os índices. A Igreja, por exemplo, tem uma grande abrangência moral. Então, os candidatos não podem e não se apresentam como pessoas avessas à religião. A questão religiosa trabalha com questões éticas importantes que dizem respeito à vida da sociedade. Então, os políticos preservam essa identidade religiosa, porque ela é importante. Os políticos não se subtraem a manifestar uma posição reli-giosa. Alguns dizem, por exemplo, que na eleição de Dilma o segundo turno foi provocado, precisamente, por questões reli-giosas, posições religiosas que são no fundo, posições morais. Existe sempre, por parte dos que fazem o marketing político um cuidado com o tema religioso e os candidatos sabem disso e por isso eles procuram trabalhar com certa prudência, com certo cuidado os temas religiosos, embora na prática aqueles argumentos religiosos depois das eleições não sejam bem de-fendidos, não sejam objetos de pauta. As leis muitas vezes não levam em conta aqueles valores, aqueles elementos religiosos. Então, é um fator importante que no discurso político das elei-ções a motivação religiosa não esteja ausente.

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DOM JOSAFÁ MENEZES

Por que é comum o homem corromper-se tanto quando entra na política?

Primeiro: porque a política tem a ver com o poder, e o poder corrompe. Sobretudo numa sociedade como a brasileira, na qual a corrupção faz parte da sua cultura, do seu modo de pensar e de agir, especialmente na política. É muito difícil que os políticos não se corrompam, além do fato de que as ideias não são grandes. A definição ideológica não é muito firme. Este é um problema da política em geral. Os tempos das grandes ideologias, quando se defendiam ideias, passaram. Hoje, não se defende tanto uma ideia quanto interesses. Então é muito mais fácil que as pessoas que estão naquele mundo se corrompam. Mesmo os grandes partidos, os partidos mais fortes ideologicamente, mais defini-dos do ponto de vista ideológico estão sujeitos também. Eu acho que é, inclusive, uma questão antropológica. O homem é muito frágil, por isso eu mesmo não exijo muito, eu não espero que os políticos possam fazer a transformação completa da sociedade, porque nós não vamos nunca poder criar uma sociedade 100% igualitária e solidária. Na raiz do homem está uma fragilidade, o homem facilmente pode se perder, se corromper. É preciso ter uma grande força de vontade e isso não é fácil, não é simples.

Quem comete o maior pecado: aquele que mata um homem ou aquele que através da corrupção causa a morte de muitos?

A primeira opção é uma morte mais visível, mais direta. A outra é morte do mesmo jeito. Se causa morte é um mal, se o irmão morre de qualquer das causas é um dano moral, é um crime. Os dois podem não ser medidos igualmente pelas leis, mas do ponto de vista moral nós podemos dizer que as duas mortes são danosas igualmente. Então, no juízo dos homens elas podem não ter a mesma medida, mas no juízo global, no juízo da história, da vida, no tribunal da vida as duas contarão e terão peso.

Diz o ditado que vem do século XVIII: “Cada povo tem o governo que merece”. A responsabilidade é tanto de quem elege quanto de quem é eleito. O senhor acha que o povo ainda não aprendeu a votar nem o político aprendeu a go-vernar em prol da coletividade?

As duas coisas são possíveis. Se o povo está numa condição de carência de educação, de meios humanos, não tem saúde, não tem dinheiro; então, é muito fácil que o povo necessite de pequenas coisas. Recentemente, eu li uma frase de Irmã Dulce que me chamou muita atenção. Ela dizia que somente quem frequenta diariamente a casa dos pobres sabe quantas coisas ali estão faltando. Na casa de um pobre falta tudo, falta o pão, falta luz, falta água, falta comida. O pobre muitas vezes precisa

e é, neste caso, uma fácil presa dos políticos. A situação pode exigir que o povo vote condicionado por suas con-dições desumanas e não vote com a consciência e com as condições que são necessárias para uma opção definitiva, uma opção cidadã. Nesse sentido o povo pode escolher um candidato que não é o melhor candidato. Os políticos, na história do Brasil, se utilizaram dessa situação do povo. A vida política é um meio de conseguir também muitos recursos. Isto pode fazer com que o político não seja um bom político e não contribua para o bem comum.

Se um cristão lhe pedisse um conselho sobre como escolher o melhor candidato, o que o senhor diria?

A Igreja, em todo o Brasil, apresenta uma série de crité-rios que indicam um perfil de um candidato. Nós mesmos aqui em Barreiras fizemos um panfleto chamado Dicas da Diocese de Barreiras para Eleições Limpas e ali apresenta-mos os critérios que podem iluminar uma escolha, uma opção. Nós preferimos apresentar critérios para que os elei-tores votem com consciência e façam eles mesmos as suas escolhas. É possível escolher. Eu acho que a gente também deve dar liberdade às pessoas porque as pessoas também são inteligentes. Eu fico muitas vezes admirado com certas opiniões de pessoas bem simples como se elas percebes-sem as coisas. Então nós preferimos apresentar critérios e não pessoas e candidatos. Quem deve ser eleito? É quem melhor trabalha pelo bem comum, quem sabe adminis-trar os bens públicos, quem coloca a administração para servir, para aquelas grandes questões do povo. É possível, existem pessoas que podem fazer isso, existem candidatos melhores que outros candidatos. Mesmo no meio político, se nós olharmos, é preciso ter muita clareza. Se deve fazer opções, eu acho, não sou a favor do voto em branco não. Eu acho que o que tem a gente deve analisar e escolher segundo alguns critérios, escolher aquilo que é possível, o melhor bem possível. A gente deve ver nesse momento qual é o bem melhor, qual o candidato que poderia preen-cher aqueles requisitos que nós achamos que são os neces-sários para a realidade, para a prefeitura, para a Câmara. Então a gente precisa ver entre os candidatos quem tem mais condições de governar o município, quem apresenta as melhores propostas, quem sabe escolher os seus assesso-res, que escuta os seus assessores, os técnicos ou que segue somente a sua ideia. Existem possibilidades, se olharmos nos municípios todos nós podemos ver candidatos e can-didatos. Não digo que tudo está perdido porque não é tese da igreja de que o homem não possa se erguer, não seja bom, não é tese antropológica. Nós temos que pensar e agir com realismo, escolher entre os candidatos, se se apre-sentaram segundo as leis. Se foram aprovados pela Justiça Eleitoral, são candidatos, nós devemos ver as condições e nós é quem devemos escolher e votar. Entre os candidatos, a gente deve escolher o melhor, o que preenche os requi-sitos que a gente pense, aqueles requisitos que, segundo o nosso parecer, são os necessários para o município.

NA PRÁTICA, AQUELES ARGUMENTOS RELIGIOSOS, DEPOIS DAS ELEIÇÕES, NÃO SÃO OBJETOS DE PAUTA. AS LEIS APROVADAS MUITAS VEZES NÃO LEVAM EM CONTA AQUELES VALORES

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BARREIRASE SEUS DESAFIOS

ntre 1999 e 2010, Barreiras, a maior cidade do Oeste da Bahia, entrou para o clube das seletas cidades brasileiras com PIB acima de R$ 1 bi-lhão. Sua população passou de 92 mil, em 1991, para 137 mil habitantes, em 2010. Essa combinação, misturada à falta de planejamento urbano e plano de desenvolvimento social, criou um fosso entre o crescimento

econômico e a qualidade de vida da população. É sobre essas diferenças que trata a 5ª e última reportagem da série “Eleições 2012”, iniciada em abril de 2012.

Durante esse percurso, a r.A fez análises socioeconômicas dos cinco municípios com população acima de 40 mil habitantes (Santa Maria da Vitória, Bom Jesus da Lapa, Barra, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras), a partir dos dados ofi ciais do go-verno federal, e entrevistou pré-candidatos e candidatos a prefeito para conhecer um pouco de seus planos de governo.

Nosso objetivo foi contribuir para o amadurecimento e conscientização política da região e oferecer ao leitor subsídios para que se compreenda melhor a realidade de seu município. Com esta iniciativa, temos a certeza de que estamos colaborando para a construção de uma sociedade mais justa, formação de cidadãos e fortalecimento da democracia.

texto/fotos C.FÉLIX

capa

ELEIÇÕES 2012

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á exatos dois anos, a revista Veja elencava Barreiras entre as cidades médias que mais cresciam no País, com Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 1,4 bilhão, renda per capita anual de R$ 10 mil e crescimento econômico de 4,5% ao ano. A questão é: até que pon-to essa realidade econômica traduz efetivamente o desenvolvimento da cidade oestina mais populosa (138 mil habitantes) da Bahia?

Entre 2006 e 2011, a transferência de recursos do governo federal para o município teve um au-mento de 176,5%, passou de R$ 54 milhões para R$ 148 milhões. Análise feita pela revista Exame ano passado, com base no Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) da Firjan, mostrou que entre 2002 e 2009 Barreiras teve um crescimento do PIB de 109%, mas, o IDM somente de 15%. “Este crescimento real dos repasses da União e aumento físico de receita não asseguram, necessariamente, melhoria nos serviços prestados à comunidade. Não implicam em desenvolvimento social”, esclarece o economista e mestre em administração Ramão Jorge Dornelles.

Mais de 16 mil famílias, de um total de 38 mil, declararam ter uma renda per capita mensal de até R$ 140,00, conforme cadastro no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Isso quer dizer que 42% da população vive em situação de pobreza e ratifi ca o baixo Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF) de 0,57. Este índice, entre outros indicativos, considera acesso ao conhecimento (0,41), acesso ao trabalho (0,17) e disponibilidade de recursos (0,40).

“Não dá pra se orgulhar de Barreiras” desabafa Rosana de Souza, 36 anos, casada, mãe de oito fi lhos. Ela vive com três bolsas-família (R$ 204,00) e dos ganhos do marido, que cuida de um boteco. Mora

capa » BARREIRASELEIÇÕES 2012

Moradora da Vila Xurupita, Rosana, mãe de oito fi lhos, desabafa: “A gente merece uma qualidade de vida melhor. Barreiras é uma cidade boa”

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ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS E ECONÔMICOS

REGIÃO OESTE E MÉDIO SÃO FRANCISCO

numa pequena casa na Vila Xurupita, bairro contíguo ao centro da cidade.

Com infraestrutura precária, o bairro não dispõe de coleta de lixo regular. “A gente tem que acumular o lixo na frente. É uma vergonha pro nosso bairro. [O carro de lixo] Só passa aqui de vez em quando, de quinze em quin-ze dias ou um mês. Você passa pelas ruas e vê muito esgoto, mau cheiro. A gente merece uma qualidade de vida melhor. Barreiras é uma cida-de boa. Quem quer trabalhar não fica parado”, diz Rosana.

Em abril de 2010, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), através do Pro-grama de Aceleração de Crescimento (PAC) do governo federal, deu início às obras de esgo-tamento sanitário do município (ver entrevista na página 41). Concluído, o sistema que hoje atende apenas 10% da população passará a atender 66%, o que representa 91 mil habitan-tes. Serão investidos recursos na ordem de R$ 87 milhões, conforme previsão do Ministério das Cidades, e as obras devem ser concluídas em agosto de 2013. Até lá, Rosana vai ter que conviver com essa realidade de esgoto a céu aberto. Realidade que chocou a professora da UFBA Júlia Ferreira, doutora em saneamento ambiental, assim que chegou à cidade, há um ano. Vinha de Lavras (MG), cidade do mesmo porte de Barreiras, mas com menos habitantes: 92 mil. “Aqui não tem saneamento básico, gen-te!”, comentou, explicando que saneamento básico é composto de abastecimento de água, esgotamento sanitário, gestão de resíduos sóli-dos e drenagem pluvial (escoamento de água da chuva). “O lixo da cidade é coletado? O que é feito dele? Há drenagem pluvial? Onde?” Per-gunta a professora. Nos estudos da Embasa, com apoio técnico da Fundação Escola Poli-técnica da Bahia que resultaram no Plano Seto-rial de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário (PSSB) de Barreiras, em dezembro de 2010, consta que os planos de gestão de resídu-os sólidos e drenagem pluvial serão elaborados em outro momento.

“No carnaval recebi alguns familiares e assim como eu eles também ficaram assustados com a falta de infraestrutura e organização da cidade. Ficaram impressionados com o potencial do comércio, mas o trânsito, com cada um esta-cionando do seu modo, sem respeitar as regras; a confusão naquelas ruas da feira com carro, moto, carroças, cavalos, lixo. Meu sobrinho brincou: “Tô me sentindo na Índia”, relembra Júlia.

POPULAÇÃO

137.42749,4%

50,9%

90% da população vive na zona urbana

10% da população vive na zona rural

75% da população tem até 39 anos de idade

25% da população apenas tem idade superior a 40 anos

com média de 3,55 pessoas cada38.577 domicílios

BARREIRAS

A cidade está a 648 km de Brasílial e a 830 km de Salvador

Produto Interno Bruto (PIB)Entre 2005 e 2009, o PIB de Barreiras diminuiu sua participação na composição do PIB estadual e passou de 1,36% para 1,24%, no entanto entre 1999 e 2009 o valor dobrou:

2009 R$ 1,69 bilhão1999 R$ 843 milhões 100%

75%2011 R$ 29,65 milhão2006 R$ 16,93 milhão

Fundo de Participação dos Municípios (FPM)O FPB teve aumentado significativamente, mas a dependência do município sobre esse recurso aumentou nos últimos cinco anos: passou de 13,82% para 19,47%.

13.370 famílias,ou 34% da população, recebem Bolsa Família.

16.843 famíliasdeclararam renda per capita mensal familiar de até R$ 140,00 (ref. mar/2012), o que dá R$ 1,31 por dia

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e Controladoria-Geral da União»

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Com previsão para concluir em agosto de 2013, as obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário realizada em Barreiras pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), através de Programa de Acele-ração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e empréstimo da Caixa Econômica, vão atender cerca de 91 mil pessoas do atual contingente de 137 mil. Em entrevista a r.A, o engenheiro civil pós-graduado em gestão empresarial e gerente da Embasa no município, Marcos Rogério Moreira, explica que o projeto original é de 2004, e que as obras não vão atender toda a população.

O Ministério das Cidades prevê um investimento de R$ 87 milhões na ampliação do sistema de esgotamento sanitário em Barreiras. Essa verba é sufi ciente?

É sufi ciente para a conclusão do Sistema de Esgotamento Sanitário, como consta no projeto elaborado em 2004, que deverá atender cerca 24 mil novas ligações de esgotos domésticos, benefi ciando um total de 91 mil habitantes. Inclusive, a ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário - com a conclusão da rede coletora, estação elevatória e Estação de Trata-mento de Esgoto (ETE) -, deve ser concluída em março de 2013, com as ligações intradomiciliares fi nalizadas em agosto do próximo ano.

A população terá prazo para fazer as ligações intradomiciliares? Depois de prontos a rede coletora e os ramais prediais, o consórcio

responsável pela execução das obras vai notifi car os moradores, que terão 90 dias para interligar os imóveis à rede pública de esgoto. Essas ligações já começaram a acontecer na Vila Rica, Vila Amorim e Vila dos Funcionários e, inicialmente, seus esgotos domésticos serão tratados na ETE do Centro Histórico até a entrada em operação da nova ETE, na saída para o Piauí.

Obra de esgotamento sanitário de Barreiras só vai atender a 91 mil pessoas

O Saneamento Básico é composto por: abastecimen-to de água, esgotamento sanitário, drenagem pluvial e gestão de resíduos sólidos. Qual a situação hoje em Barreiras?

A Embasa é responsável por duas importantes áreas do saneamento básico em Barreiras: abastecimento de água tratada e esgotamento sanitário. Em relação à oferta de água canalizada e tratada, a Embasa atende toda a sede municipal, e estamos caminhando para universalizar este serviço, ao contemplar gradualmente pequenos povoados de Barreiras. Hoje, o município conta com cerca de 38,4 mil ligações. No caso da coleta e tratamento de esgoto, a Embasa possui hoje um sistema que atende 10% do município, com cerca de 3,7 mil ligações localizados, principalmente, no Centro, Vila Brasil e Loteamento São Paulo. No entanto, a empresa

CARACTERÍSTICAS URBANÍSTICAS DO ENTORNO DOS DOMICÍLIOS

Veja o perfi l dos domicílios urbanos regulares com abastecimento de água

urbanos com rede geral de distribuição

33.971domicílios

64% 4%

Logradouros sem identifi cação

Sem iluminação pública

87%

Sem bueiro/boca de lobo

61%

Com esgotoa céu aberto

50%

Sempavimentação

49%

Semmeio fi o/guia

Sem rampa para cadeirante

97%

Lixo acumulado nos logradouros

7%

34%

Semcalçada

Fonte: IBGE, Censo Demográfi co 2010, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e Controladoria-Geral da União

dos domicílios têm coleta e tratamento

de esgoto

10%Hoje, apenas

capa » BARREIRASELEIÇÕES 2012

Marcos Rogério: “Depois de prontos a rede coletora e os ramais prediais os moradores terão 90 dias para interligar os imóveis à rede pública de esgoto”

C.F

ÉLI

X

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»

vem trabalhando para expandir cada vez os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário para a população barreirense. No caso do abastecimento de água, devemos aumentar em 5%, até o fim do ano, o número de clientes atendidos. Foram implantados, somente este ano, cerca de 15 mil metros de rede na zona urbana, em um ritmo de 1,4 mil metros por mês, para acompanhar o crescimento vegetativo. Só este ano, a empresa passou a abastecer 13 comunidades na área chamada de Cinturão Verde, beneficiando cerca de 1,6 mil pessoas. E nos últimos anos também podemos citar comunidades como Angélica Aires, Buritis, Nanica e Riachinho. Em relação ao esgota-mento sanitário, está em execução a maior obra já realizada no município, ao expandir a coleta e tratamento de esgoto para mais 24 mil imóveis, ou seja, cerca de 91 mil pessoas.

Por que as obras são feitas em etapas: primeiro as valas, tubulação e poços de visita e asfalto e, depois, novas valas para ligar os ramais prediais à rede de esgoto?

As intervenções que acontecem nas vias públicas neces-sitam de escavações para serem assentadas as tubulações da rede coletora e dos ramais prediais (estruturas que vão conduzir os esgotos domésticos para tratamento). Só depois são tapadas as valas e asfaltados os trechos. São três fases diferentes com frentes de trabalho: maquinário, mão de obra e tempo de execução bastante específicos. Este pla-nejamento visa a maior otimização do tempo de execução, dos recursos públicos investidos, já que dispõe de equipes específicas treinadas para as diferentes etapas da obra.

Quantas estações de tratamento a cidade de Bar-reiras possui? Existe previsão de construção de mais alguma?

Hoje temos cinco ETEs localizadas na Vila Brasil, Ribei-rão, Centro Histórico, Barreiras I e Loteamento Rio Grande, que tratam os esgotos domésticos de aproximadamente 10% da cidade. A obra de expansão do sistema em anda-mento prevê a construção de uma grande ETE na BR-135, na saída para o Piauí, na qual será concentrado todo o tratamento da cidade.

Esse sistema será suficiente para atender o municí-pio daqui a 10 anos?

O sistema foi projetado para atender toda a população existente na época, em 2004. O que corresponderia cerca de 70% da população de hoje. A previsão do projeto origi-nal era de um crescimento populacional médio de 3% ao ano, com fim de plano para 2024. Como as taxas de cres-cimento da cidade estão acima do esperado, a capacidade total do tratamento ficou estimada para uma população de 160 mil habitantes.

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s pessoas são mais vulneráveis quan-do têm uma condição social precá-ria, quando falta alimentação. A má condição de saúde, econômica e in-telectual aliada à falta de saneamento

básico, de coleta de lixo; esse é um ambiente propício para adoecer”, explica o delegado do Conselho Regional de Medi-cina doutor Paulo Henrique, ex-diretor do Diretório Regional de Saúde (Dires 25) da Bahia. E quanto mais doentes, mais gastos com a saúde pública. Aliás, essa é outra área que mere-ce atenção. Apesar do signifi cativo aumento de transferência de renda do governo federal entre 2006 e 2011 (de R$ 18,7 milhões para R$ 67,7 milhões) para a saúde, o município tem um défi cit de 15 postos do Programa Saúde da Família. O cálculo é simples: cada posto deve atender no máximo 4 mil famílias, recomenda o Ministério da Saúde. Portanto, Barreiras deveria ter, no mínimo, 33 postos, quando tem apenas 18.

O contingente populacional de Barreiras teve saltos acen-tuados ao longo de sua história. Nos últimos 20 anos, o nú-mero de habitantes aumentou 48%, e olha que nesse perío-do houve o desmembramento de Mimoso do Oeste, distrito que deu origem a Luís Eduardo Magalhães. Atraídos pelas oportunidades que a então nova fronteira agrícola ofertava, muita gente de todo o país acabou migrando para a região. A carência de mão de obra em várias áreas da cadeia pro-dutiva foi um chamariz. O número de empresas atuantes passou de 2.995 para 3.683 entre 2006 e 2010, um cresci-mento de 23%. Com isso, vieram novas escolas, faculdades, universidades, Senai, Sebrae e Barreiras acabou se tornando um polo regional de educação e reforçou sua vocação para centro comercial do Oeste.

Esse crescimento não planejado teve consequências sé-rias: o défi cit habitacional ampliou, criou-se bairros a partir de loteamentos invadidos, ruas sem identifi cação, calçadas, meio-fi o, pavimentação e acessibilidade; mais esgoto a céu aberto, mais lixo; o trânsito entrou no caos – a frota de ve-ículos passou de 21.542 em 2006 para 44.710 em 2010 e o fl uxo de veículos de outras localidades circulando dia-riamente na cidade subiu. Com a construção do contorno viário, que desviará boa parte dos caminhões do centro da cidade, parte do problema pode ser resolvido, mas será pre-ciso mais que um contorno para pôr ordem na “casa”. Sem plano de gestão de trânsito, sinalização horizontal e vertical efi ciente e reeducação do condutor e passageiro o caos per-manecerá.

Um outro dado preocupante diz respeito à educação: 9,5% da população com 10 anos ou mais não sabe ler e escrever. Para piorar, o número de alunos matriculados no ensino médio e fundamental nos últimos 10 anos teve uma queda signifi cativa: no fundamental caiu de 31,8 mil para 21,0 mil; no médio, de 9,5 mil para 7,3. Além disso, Barrei-

Fonte: IBGE, Censo Demográfi co 2010, Ministério da Educação e Controladoria-Geral da União

O número de alunos matriculados entre os dois ciclos revelam um grande fosso: apenas 30% dos alunos matriculados no fundamental se matriculam também no ensino médio. Para piorar, nos últimos 10 anos houve uma queda signifi cativa de alunos matriculados nos dois ciclos.

31,8 mil 21, mil

9,48 mil7,3 mil

2001

2011

da população com 10 anos ou mais não sabe ler e escrever9,5%

(10.799 pessoas)

4 5 2 1

EDUCAÇÃO

Ensino Fundamental Ensino

Médio

Transferência dos recursos do governo federal para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação (FUNDEB).

2011 R$ 26,17 milhões2006* R$ 6,29 milhões

314,9%de acréscimo emcinco anos

capa

» BARREIRASELEIÇÕES 2012

ras apresenta o mesmo perfi l negativo que a grande parte dos muni-cípios brasileiros: em média, apenas 30% dos alunos matriculados no fundamental se matriculam também no ensino médio. Fora os abandonos, desistências e reprovações.

No entanto, todos esses problemas parecem não existir quando se olha para os índices de crescimento econômico do município, quando se mostra, por exemplo, que a receita orçamentária pas-sou de R$ 81,7 milhões em 2005 para 133,9 milhões em 2009, com crescimento médio anual de 13,12%. É preciso, portanto, que se compreenda que crescimento não é desenvolvimento. Barreiras cresceu, mas não se desenvolveu.

*Em 2006 o recurso era chamada de Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF)

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O que dizem os candidatosBARREIRASELEIÇÕES 2012

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Se eleito, o que o senhor faria para atrair mais investidores para o mu-nicípio?

Nós temos que ter uma parceria com o governo do Estado. Isso nós já tentamos várias vezes, inclusive nós tivemos que assinar até o contrato de isenção com a Quatro K, com a Pif Paft, com a Frango Gale. Na época em que eu fui prefeito, nós fizemos isso porque o grande investidor quer uma parceria que desempenha alguma coisa e quem pode dar isso é o Estado, o município pouco pode fazer pelo grande investidor. Nós temos ali o polo industrial que quase não era ocupado. Na minha época, nós fizemos um projeto de Lei, que a Câmara aprovou, para poder mudar as indústrias que estavam localizadas aqui no centro da cidade para o Distrito Industrial e tivemos que fazer essa Lei de Isenção Fiscal. Mas os tributos municipais representam muito pouca coisa para o que elas pre-cisam para fazer um grande investimento. Pode ser um grande finan-ciamento do Desenbahia, BNDES com os juros diferenciados e isso só pode ser através do Governo do Estado.

Como seu governo poderia diminuir a pobreza, promover a cidadania e o desenvolvimeto sem ser assistencialista?

Ah, eu sou contra o assistencialista! Eu sempre fui contra esse tipo de coisa. Eu acho que você tem que dar as condições do homem trabalhar e ganhar sua cesta básica pra levar pra sua família, entendeu? O homem

A r.A elaborou cinco perguntas para os candidatos com o objetivo de apresentar ao leitor um pouco do seu perfil político de cada um e como eles defendem planejamento e gestão do município. Todas as entrevistas foram presenciais e paginadas por ordem alfabética.

tem que ter moral. Que moral tem o homem que recebe uma cesta básica pra levar pra dentro de sua casa? Então eu sempre fiz isso. Aqui mesmo eu criei certa vez, quando prefeito, o Cidadão da Limpe-za. Era para aquele pessoal que não tinha qualificação nenhuma. Eu criei uns trezentos e poucos cargos para aquele homem que trabalha só com enxada pra fazer a limpeza dos bairros. Cada bairro, de acordo com o tamanho, tinha uma ou duas turmas, só pra manter a limpeza. Fazia a capina, a varrição e tudo pra ele poder trabalhar e ganhar sua cesta básica com dignidade. Eu chegava (até quando o cara não ti-nha nada pra fazer, não tinha como comprar as coisas pra começar a trabalhar) a tirar do meu bolso e dizer: “Não tô lhe dando, não. Tô lhe emprestando. Você, no final do mês, vai me pagar!” Muitos não paga-vam e eu não ia nem atrás pra cobrar, só pra poder incentivar o cara a trabalhar. Eu sou contra esse negócio de assistencialismo porque o homem vicia nisso e a gente tem que dar condições de trabalhar. Trabalhar na geração de emprego e renda pra essa turma aí que é a nossa preocupação maior.

É possível em uma gestão de quatro anos reestruturar Barreiras para os próximos 10 anos?

É. Não vejo muita dificuldade pra isso não! É só você trabalhar, in-vestir nas áreas certas, que você estrutura a cidade dentro de quatro anos. E nós vamos fazer isso, tenha certeza de que nós vamos fazer. Nós sabemos que vamos pegar uma cidade que está muito “bagun-çada” - vou dizer assim bem no popular: a cidade está acabada! Nós vamos ter que reconstruir esta cidade. Pra isso, nós vamos ter que trabalhar muito, vamos ter que convocar toda a sociedade organiza-da para nos ajudar, ouvir e discutir com a população o que nós temos que fazer de emergencial pra reconstruir e recuperar nossa cidade e a gente ter o prazer de dizer que mora em Barreiras.

Se viesse a ocorrer corrupção pública em seu governo, como o se-nhor reagiria?

Olha, eu acho até um pouco difícil porque eu sou muito centraliza-dor. Eu fiscalizo todos os órgãos com muito cuidado e eu acho muito difícil acontecer isso. Eu sou um pouco centralizador dessas coisas e eu estive oito anos na prefeitura aqui em Barreiras e ninguém nunca ouviu dizer que houvesse corrupção dentro da nossa administração. E não vai ser diferente, não. Nós temos que ter muito cuidado com o dinheiro público porque o que é nosso, é nosso, ninguém tem nada que falar. Mas o dinheiro público tem que ser muito bem adminis-trado, com muito cuidado pra evitar essas conversas de corrupção. Você vê que eu tive oito anos e nunca ouviu falar. Nunca tive uma gre-ve durante oito anos. Você sabe que o funcionário público gosta de fazer uma movimentação. Nunca tive greve, ninguém nunca falou de corrupção em nosso governo porque nós temos cuidado com a coisa pública.

Por que a maioria dos eleitores não acredita nas promessas de can-didato?

É porque todo candidato, todo político é nivelado por baixo. Mas ainda tem muita gente séria. É por isso que tá tendo as dificuldades e dando espaço para os “malandros”, porque o homem de bem não quer e aí os malandros vão se aproveitando. Mas tem muita gente sé-ria que faz política com seriedade e honestidade.

Perfil: 67 anos, nasceu em Itabuna (BA), tem 2º grau completo em técnico em contabilidade, reside em Barreiras há 38 anos, foi secretário do município e prefeito por dois mandatos.

ANTONIO HENRIQUE DE SOUZA MOREIRA (PP)

Nós sabemos que vamos pegar uma cidade que está acabada! Nós vamos ter que reconstruir

esta cidade”

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Perfil: 52 anos, nasceu em Barreiras, é formado em engenharia civil. Foi prefeito da cidade de São Desidério em três gestões.

JOÃO BARBOSA DE SOUZA SOBRINHO “ZITO” (PMDB)

O nosso plano de governo pensa Barreiras não para curto prazo,

não para quatro anos, pensa para médio/longo prazo”

Se eleito, o que o senhor faria para atrair mais investidores para o município?

Primeiro, organizar a casa. Em Barreiras, a prefeitura encontra-se em total desorganização. A falta de gestão, que não é deste manda-to, vem de outros mandatos, permitiu que houvesse essa desorga-nização na parte administrativa e nós temos que reorganizá-la. E é fundamental mudar o aspecto da cidade de Barreiras. Hoje tá difícil pra você trazer uma empresa e qualquer investidor pra cá. Quando você precisa de mão de obra qualificada e tem que trazer pessoas de fora, essas pessoas não querem ficar aqui. Um bom gerente, um bom administrador de uma empresa que vem de fora pra morar em Barreiras, fica difícil. Então, nós temos que arrumar Barreiras pra pensar em atrair grandes investimentos. Mas, paralelo à arrumação de Barreiras, nós temos que trabalhar isso, buscar investidores, bus-car empresas que venham, já que nós temos matéria-prima, somos os maiores produtores de algodão, os maiores produtores de grãos da nossa região, por isso nós temos que buscar industrializar a nos-sa região.

Como seu governo poderia diminuir a pobreza, promover a cidada-nia e o desenvolvimeto sem ser assistencialista?

No momento em que você faz investimentos na área de saú-de, educação e infraestrutura, você já diminui essa desigualdade, promove geração de emprego e renda. Eu digo sempre que a Pre-feitura é a mola propulsora do comércio de uma cidade. Se a pre-feitura paga em dia seus funcionários, seus fornecedores, ela gera na cidade uma movimentação de recursos que vai diminuir essa desigualdade. Nós temos visto, nas últimas gestões de Barreiras, a falta de atenção, de cuidado com as pessoas. Então, nós temos, em todas as áreas, que pensar pra que diminua essa desigualdade tão gritante em Barreiras. Hoje, você passa no centro e vê uma cidade mais ou menos, mas, se você vai à periferia, nos bairros periféricos da cidade, você vê uma desigualdade. Isso em todos os segmentos, em todos os setores: educação, saúde... Na periferia, o colégio é o pior colégio, o posto de saúde é o pior posto de saúde, as ruas são as

piores ruas, a coleta de lixo não existe. Então, todos têm o mesmo di-reito. Quem mora no bairro periférico tem o mesmo direito de quem mora no centro, portanto haveremos de trabalhar nesse sentido de diminuir essa desigualdade gritante que acontece hoje.

É possível em uma gestão de quatro anos reestruturar Barreiras para os próximos 10 anos?

O nosso plano de governo pensa Barreiras não para curto prazo, não para quatro anos, ele pensa Barreiras para médio/longo prazo. Um planejamento, principalmente para Barreiras que se encontra numa situação difícil, deve ser realmente pensado para médio/longo prazo. Mas, em quatro anos, o gestor tem que mostrar essa capaci-dade de mudança, de começar realmente essa transformação, pra que os próximos gestores deem continuidade pra que essa cidade em oito anos, 12 anos, possa tomar um novo rumo. É possível, sim! Mudando totalmente a forma de administrar é possível a população sentir que Barreiras tem jeito e irá mudar.

Se viesse a ocorrer corrupção pública em seu governo, como o se-nhor reagiria?

Nós temos que ter o cuidado já na formação e arrumação da equi-pe. Procurar ver o perfil de cada funcionário, daqueles que irão assu-mir o 1º escalão, o 2º escalão, a ficha de cada um deve ser observada. Acontecendo, tem que ser punido - se houver um deslize por parte de um funcionário. O exemplo deve partir do gestor. Eu costumo sempre dizer: o prefeito é o gerente que a população coloca por quatro anos. A população delega esse poder pra gerenciar os recursos que é do povo, por isso deve ser bem administrado. Trabalhando isso, dificilmente acontecerá, mas, se vier a acontecer, o funcionário será afastado.

Por que a maioria dos eleitores não acredita nas promessas de can-didato?

Principalmente em Barreiras! Nós sentimos isso no início da nossa caminhada, porque a cada quatro anos há promessas que não são cumpridas. Fica difícil pro eleitor acreditar. São Desidério, que eu ad-ministrei por três mandatos - na primeira eleição, que eu era desco-nhecido - foi difícil. Tanto é que eu só tive 40% dos votos. Mas na 2ª, na reeleição, pelo trabalho que nós fizemos, pelo cumprimento das promessas, eu tive 76% dos votos e, na minha sucessão, isso aumen-tou mais ainda. O nosso sucessor obteve uma votação de 86%. En-tão, basta o gestor cumprir as suas promessas que fica fácil para o eleitor acreditar. Se eu fosse para reeleição em São Desidério eu não teria dificuldade nenhuma em ter o voto do eleitor. Hoje, eu me can-didatei em Barreiras em função das promessas não cumpridas dos gestores anteriores. Nós estamos com essa dificuldade e, principal-mente, porque eu que sou “o novo” pra Barreiras. O que aconteceu há quatro anos foi o “novo” pra Barreiras e esse “novo” decepcionou a população. Mas, em função do que nós fizemos nos municípios vi-zinhos, do que nós cumprimos lá em três mandatos - nós pagamos religiosamente em dia o funcionário público; nunca atrasamos um dia sequer, os fornecedores; nunca demos calote no comércio -, isso ajuda a ter credibilidade aqui em Barreiras. Nós estamos sentindo que a população, em função do que nós fizemos em São Desidério, está acreditando que nós possamos cumprir as promessas e com-promissos aqui em Barreiras.

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Se eleito, o que o senhor faria para atrair mais investidores para o mu-nicípio?

Eu acho essa pergunta fundamental, porque hoje em dia um dos maiores problemas que existe é a falta de emprego. Nós temos cerca de 50 mil jovens aqui em Barreiras que não têm futuro. Nós temos educação formal, mas não credencia para o mercado de trabalho. Eu acho que há um potencial imenso aqui na região pra você completar a cadeia produtiva. James Correia, secretário de Indústria e Comércio da Bahia anunciou na revista Yacht que estava vindo duas indústrias de suco pra Bahia. Um investimento de 600 milhões. Perguntaram aonde essas indústrias iam ser implantadas e ele disse: “Olha, talvez na região de Salvador, Alagoinhas, Feira de Santana, Vitória da Conquista”. São dois investimentos que poderiam muito bem ser trazidos pra cá. Então há um esquecimento, há um débito muito grande do governo estadual com Barreiras. A gente precisa ter um núcleo pensante e agressivo que vá atrás de negócios porque eles não surgem nem cai do céu . São duas equipes grandes que eu pretendo fazer, uma é de desenvolvimento econômico formada por pessoas experientes, por setores da sociedade que tragam isso pra gente aprofundar estudos e como procurar empreendimentos. O outro grupo bem prático mesmo, que através de pesquisas vá ao SEBRAE, BNDES, todos os órgãos. É necessário que a gente mude o paradigma da administração pública, que inove no sentido de dinamizar e ter um tom agressivo, ir atrás e não esperar que aconteça.

Como seu governo poderia diminuir a pobreza, promover a cidadania e o desenvolvimeto sem ser assistencialista?

Uma coisa que eu queria te dizer é que ao assumir o governo, a pri-meira coisa que se tem que fazer é aquele famoso “choque de gestão”. Você tem que, primeiro, se assessorar de profissionais competentes e comprometidos. Você tem que motivar o servidor público a voltar a se interessar, porque a coisa está muito solta; e acabar, extinguir o cliente-lismo e assistencialismo porque essa é a nossa grande razão do atraso. Hoje o Brasil investe 5,1% em educação e quererem passar pra 10%.

Na China é 4%, na Coréia é 6%. Mas eles têm educação de qualida-de, investem pra valer. Você tem que ter o conhecimento, você tem que ter o preparo, a partir daí você tem o emprego. Então, a educa-ção deve ser direcionada, no que é o novo enfoque pra esse mundo globalizado, para o desenvolvimento humano. Não é só você ter o aprendizado curricular. Eu tenho uma admiração especial por duas figuras, e em especial uma da educação brasileira, que é o Anísio Tei-xeira. Essa ideia da Escola Parque dele é fantástica, é a educação do tempo integral. São os pilares do conhecimento, do saber, do conviver e do ser. Então, essa é a visão integral que você tem que ter para se chegar ao desenvolvimento. É você adquirir tudo isso e ser capaz de ter a empregabilidade, ser capaz de produzir em qualquer condição, em qualquer lugar. É você adquirir aquele patrimônio que é seu, que é o conhecimento.

É possível em uma gestão de quatro anos reestruturar Barreiras para os próximos 10 anos?

Eu acho que Barreiras, na situação que se encontra hoje, é o maior desafio pra qualquer gestor que entrar aí. Já me perguntaram quais eram as minhas prioridades. Saúde, educação, segurança, infraestru-tura? Eu acho que são todas! Você tem verba específica pra saúde, educação, infraestrutura. Você tem repasses do governo federal pra saúde e muito dinheiro. O que você precisa é de projetos. Se você tem bons projetos o dinheiro aparece. Então é capacidade de gerir, é co-nhecimento, é preparo e formar uma equipe comprometida.

Se viesse a ocorrer corrupção pública em seu governo, como o se-nhor reagiria?

Você tem que ser implacável, porque na situação que a gente vive, qualquer dinheiro desviado vai fazer falta. Se tiver corrupção na saúde, na educação, na infraestrutura, eu acho crime inafiançável. E como você vai saber se tem corrupção no seu governo? Transpa-rência dos atos da administração. Temos que voltar o Diário Oficial. O município tinha um Diário Oficial, que está extinto. Temos que voltar a tê-lo, publicar os atos, convênios, contratos, publicar o orçamento e dar transparência. O D.O. foi instituído no governo de Saulo e hoje já não tem mais. Então, o combate à corrupção se dá primeiramente pela transparência dos atos administrativos.

Por que a maioria dos eleitores não acredita nas promessas de can-didato?

Porque não são cumpridas. Hoje, o político tem uma rejeição de alto grau da sociedade exatamente por isso, porque a imagem que se tem dele hoje é a do aproveitador, do oportunista, aquele que quer tirar vantagem. Ele é político pra ganhar alguma coisa, pra se fazer. Não tem diferença do cidadão para o político, não existe essa coisa. Eu vejo que à medida que o cidadão de bem não se arrisca, não se expõe, ele vai deixando espaço para os oportunistas. A ima-gem hoje que se tem do político e o que toda hora explode na mídia é isso: escândalos, armações, esquemas no serviço público. É pre-ciso que as pessoas tenham coragem. Eu acho que a política é uma coisa muito séria, porque é assim que se escolhe os governantes, as pessoas que vão gerir as cidades, os estados. Eu lamento muito que os oportunistas tenham ocupado esse espaço e tenham retra-ído as pessoas de bem.

Eu lamento muito que os oportunistas tenham ocupado esse espaço [político] e tenham

retraído as pessoas de bem”

Perfil: 64 anos, nasceu em Petrolância (PE), é engenheiro elétrico, foi executivo da Coelba, assessor parlamentar e secretário de Administração e Finanças e de Infraestrutura do município

JOSÉ ROBERTO ARAÚJO BATISTA (PSDB)

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O que dizem os candidatosBARREIRASELEIÇÕES 2012

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Se eleito, o que o senhor faria para atrair mais investidores para o mu-nicípio?

Eu acho que o município tem o papel preponderante no desenvolvi-mento do seu povo no seu território. Eu tenho absoluta certeza que se nós cumprirmos o papel constitucional do município, não precisamos reinventar a roda e nenhum fogo. Se o município de Barreiras hoje desse as condições mínimas necessárias para o investidor, nós teríamos outra cidade. Eu vou te citar alguns exemplos: há três décadas nós estamos brigando por 600 metros de beira de pista pro aeroporto de Barreiras deixar de ser “regional” e passar a ser “nacional” e integrar o cenário na-cional do desenvolvimento; há décadas brigamos para trazer o Corpo de Bombeiros e conseguimos, mas ainda hoje, depois de 3 anos em construção, o quartel do Corpo de Bombeiros não foi concluído. Barrei-ras hoje tem um passivo extraordinário da pavimentação urbana. Tem bairros em que você não passa nem com animal, e que dirá com veículo motor! Recentemente nós perdemos um professor doutor da UFBA pra UFCG (PB) porque ele sofria de diabetes e aqui não tinha um endocri-nologista para acompanhá-lo. Então, se nós não tivermos a capacidade de assegurar ao empreendedor o mínimo desses serviços, ele não vem pra cá. Se ele pegar o carro dele e não tiver rua pra ele andar, aeroporto aonde pousar, médico pra a família dele, restaurante, cinema... Se ele precisar desses serviços básicos e não tiver aqui, ele não fica, não vem, e se vem, coloca a empresa e um gerente que não habita aqui.

Como seu governo poderia diminuir a pobreza, promover a cidadania e o desenvolvimeto sem ser assistencialista?

Eu acho que se nós mudarmos o “governo de pouco para alguns” e trazermos uma nova cultura de um “governo de muito para todos”, dimi-nuiremos a miséria e aumentaremos a qualidade de vida das pessoas fazendo com que elas participem, sejam protagonistas da sua própria história sem necessariamente partirmos para a linha do assistencialis-mo. O município fazendo o que lhe é direito e dever constitucional fazer. Capacitando a juventude, proporcionando políticas públicas no esporte, na cultura, no lazer, na música, fazendo o seu papel de desenvolvimento

humano. Não é o desenvolvimento econômico, não é dando terreno pra fábrica construir indústria de óleo no cerrado, pra brutos em-presários construirem shopping. Nós precisamos desenvolver o ser humano que mora em Barreiras e na região. A partir daí nós vamos diminuir substancialmente a miséria do nosso povo sem as políticas assistencialistas e sem viciar o nosso povo.

É possível em uma gestão de quatro anos reestruturar Barreiras para os próximos 10 anos?

É possível, apesar do passivo da infraestrutura que Barreiras possui hoje. Eu digo sempre que as pessoas que geriram Barreiras até hoje administraram não para os barreirenses, mas para os grupos finan-ciadores de campanha. Esse é o grande mal, é a grande mazela do sistema eleitoral brasileiro, é um nascedouro, nasce no financiamen-to da campanha. Eu não sei se nós vamos resolver os problemas es-truturais de Barreiras em 4 anos, mas eu te digo que dos últimos 30 anos que eu me conheço como barreirense, o nosso passivo da in-fraestrutura nunca tem empatado. Os gestores não conseguem nem empatar pra dizer: “Olha, eu peguei com um saldo negativo de 30, tô entregando com saldo negativo de 30”. Eles sempre aumentam esse saldo. Pega com 10, entrega com 20. Se nós tivermos a capacidade de pelo menos avançar, vamos resolver o problema histórico da infraes-trutura de Barreiras.

Se viesse a acontecer corrupção pública em seu governo, como o senhor reagiria?

Você tem que ser implacável! O povo de Barreiras está cansado dessa política mesquinha, viciosa, que tem diminuído sua qualidade de vida. Se ocorrer algum ato de corrupção na gestão do PSOL em Barreiras, imediatamente será encaminhada ao Ministério Público, que é o fiscal e advogado da sociedade e da coisa pública, pra que ele tome as medidas e o encaminhamento que julgar necessário. Se o Ministério Público achar que cabe uma ação penal para responsa-bilizar essa pessoa civil e criminalmente, vai ter toda a autonomia e liberdade para fazê-lo porque é um dos princípios que o PSOL prega: o combate a corrupção e a promiscuidade com o dinheiro público.

Por que a maioria dos eleitores não acredita nas promessas de can-didato?

Eu digo sempre: nós não precisamos de candidatos novos, nós precisamos de uma nova forma de fazer política. Não é um candidato novo que vai resolver. Se você pegar um menino de 21 anos pra repre-sentar o mesmo projeto político de Antonio Henrique, Jusmari, Zé Ro-berto ou Zito, não vai representar o novo para nada porque o projeto, a formatação é a mesma. É uma pessoa jovem com ideias antigas, re-trógradas. Eu costumo dizer a todos os amigos e eleitores: você mede a perspectiva ou a expectativa de realização de um candidato com o gasto que ele tem na campanha. Se um candidato gastar 50 milhões em uma campanha eleitoral, no dia 1º de Janeiro, quando ele assinar o termo de posse, ele já entra com um passivo de 50 milhões de re-ais. E ele vai tirar esse dinheiro de onde? Óbvio que todo mundo sabe. Ele vai tirar da gestão porque ele ganha 10 mil reais de salário. Então, nesse sentido, eu acho que nós precisamos refletir. Essa reflexão não é contra qualquer que seja o candidato, mas é contra o sistema que esse candidato representa.

Perfil: 45 anos, nasceu em Barreiras, é advogado. No final dos anos 1980 iniciou sua carreira política em movimentos estudantis e depois em sindicatos

RENATO JOSÉ DOS SANTOS (PSOL)

O povo de Barreiras está cansado dessa política

mesquinha, viciosa, que tem diminuído sua qualidade de vida”

NOTA: A r.A entrou em contato várias vezes com os assessores da candidata Jusmari Oliveira (PSD) para agendar a entrevista que seria veiculada nesta edição. Fomos informados de que a candidata não dispunha de tempo para nos atender.

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Todos os dias, Charles Alan Rodrigues dos Santos, 42, se aproxima da margem do Rio Corrente e, após jogar comida para os peixes, bate palmas como se os con-vidasse para o banquete. Cuidadoso, não deixa que os peixes dali sejam pescados. “É melhor ver o peixe vivo

que morto”, argumenta. Charles reside às margens do rio há 6 anos. Em um trailer adaptado vive com a esposa Carla Santos, 34 anos e os filhos Monalisa, 11 e Marley, 9. Em outro, mantém o bar e restaurante que serve de sustento para a família. O Bar do Charles, como é conhe-cido, está localizado na prainha do Tamarindeiro, na margem direita do Rio Corrente, em Santa Maria da Vitória.

Charles é antes de tudo um defensor da natureza. Não só em re-lação aos peixes que trata como se fossem parte da família, mas em relação ao meio em que vive. Ele recolhe e doa garrafas pet a artesãos, reaproveita o óleo usado na cozinha para fabricação de sabão e doa latinhas de refrigerante e cerveja para catadores. No quintal – à frente do trailer onde mora -, as carcaças de uma velha canoa virou horta, onde cultiva plantas medicinais como hortelã, boldo, erva-cidreira, babosa e capim-santo.

“Só de a gente morar na beira do rio e ter um contato direto com os peixes, a qualidade de vida é diferente. Eu moro aqui com minha família, não tenho bens materiais, não sou ligado à matéria e nem sou capitalista. Mas sou feliz em poder ver meus filhos e minha esposa felizes, porque a gente tem tudo a ver com a natureza e o ser humano, na sua ignorância, afasta e destrói as coisas mais belas que existem na Terra”, comenta.

Bem humorado Charles se diz um homem realizado com o que a vida lhe proporcionou. “Ver o sol nascendo todos os dias de uma vista privilegiada não é para qualquer um”, brinca. Para ele os governos deveriam criar uma lei de conscientização da pesca. “A qualidade de vida seria melhor e as pessoas zelariam pela natureza, pois existem peixes como o Pirá e o Cari que estão em extinção. Os peixes Dou-

Comida e palmas, uma combinação que Charles usa para atrair os peixes na prainha do Tamarindeiro, na margem do Rio Corrente

texto /fotos ROSA TUNES

rado, Curimatã, Piau e o Surubim, aparecem raramente, quando vem um ou dois de vez em quando, vem para se alimentar de outros peixes”, explica.

Charles é também um sonhador. “Tenho um sonho-projeto que consiste em criar um movimento que salve a natureza, que atraia turistas conscientes e que abracem a ideia de preservar o meio ambiente. Eu, particularmente, não deixo derrubarem árvores, educo as crianças a não usarem estilingues para caçarem pássaros. Aqui é a área deles também. O nosso município é lindo e rico em cultura, temos que conscientizar as pessoas, fazê-las pensar no amanhã e mostrá-las que a maior riqueza de Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe é o Rio Corrente”.

O Bar do Charles é conhecido como o Bar dos Peixes por atrair os olhares e a curiosidade das pessoas que frequentam a prainha do Tamarindeiro. Todos querem ver a interação entre o homem e os peixes. Uma relação que de tão pura se tornou quase familiar.

Dono de um bar na beira do rio, Charles Alan não pemite que pesquem na sua área. Amante da natureza, faz o que pode para preservá-la e sonha com um mundo em que as pessoas façam o mesmo

natureza

O encantadorDE PEIXES

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um lugar

o adormecer do diaIBOTIRAMA:

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são 17h30. Cais do Rio São Francisco, em Ibotirama. Cidade de grandes festivais de música e poesia. O calendário informa que estamos no inverno. Talvez no extremo sul do Brasil, no Chi-le, Argentina. Aqui, não! Contesto o calendário. Deveríamos ter estações próprias: com chuva, inverno e, sem chuva, verão. E em qualquer tempo temos esse sol escaldante que agora começa a ninar o dia. Ah o dia! Sempre preguiçoso nessas horas a cerrar as pálpebras no horizonte, cansado de si, da luz ofuscante, do suor que esticado na nossa pele... O dourado do sol tinge o Velho Chico enquanto os caminhões correm em sua direção, como a querer mergulhar num suicídio crepuscular. O dia está prestes a acabar...

texto/fotos C.FÉLIX

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texto GISELE ROCHA fotos C.FÉLIX

cult música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

AO

JESUSBOM

FOTOGRAFIA

Ensaio fotográfico revela poética e estética da fé durante a 321ª Romaria da Lapa, evento religioso que reúne cerca de um milhão de pessoas

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

É domingo, a movimentação nas ruas é intensa. Gente de todos os lugares, de todas as idades e cores. Em sua maioria, povo simples, com o sofrimento marcado nas mãos e no rosto. Não

chega às sete horas da manhã e o sol já está a pino. Para amenizar os efeitos do calor que beira os 40 graus, um chapéu branco com fitas coloridas. Mesmo assim, filas se formam na porta de um dos lugares mais misteriosos do sertão: a gruta do Bom Jesus da Lapa. Entre os meses de julho a novembro, essa é a rotina no santuário católico que foi eleito maravilha do Brasil. A Igreja de “Pedra e Luz”, como é carinhosamente chamado o templo religioso, atrai cerca de um milhão e meio de romeiros por ano. Trezentos mil somente entre o final de julho e 6 de agosto, dia do padroeiro que dá nome ao santuário. »

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

O culto ao Bom Jesus da Lapa começou com uma única pessoa: o português Francisco de Mendonça Mar, 321 anos atrás. O jovem abdicou dos bens materiais e dos prazeres da carne para buscar o lugar às margens de um rio aonde pudesse devotar os restos de seus dias à penitência e oração. O testemunho de fé de Francisco passou a atrair outras pessoas, pobres e doentes em sua maioria, que buscavam na fé a possibilidade de uma vida mais digna. Hoje, o Monge da Soledade, apelido que recebeu dos primeiros visitantes, está imortalizado com uma estátua às portas da gruta. »

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

Assim como o monge Francisco, quem vem a Bom Jesus da Lapa busca a cura dos males do corpo e do espírito. O local recluso, escolhido pelo jovem para viver em meditação, hoje é tomado pelos peregrinos que buscam de todo modo levar um pedacinho do lugar: seja numa fotografia, algumas gotas d’água que minam das pedras, nas dezenas de fitinhas coloridas, ou em qualquer outra lembrança. Mas em meio a toda essa babilônia da fé, o que mais se leva desse santuário é a renovação das esperanças de que tempos melhores virão.

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

Apesar da pouca idade, apenas 21 anos, a primeira referência literária de Alex Silva Dias, conhecido no meio como Alec Sil-va, é o escritor brasileiro Monteiro Lobato. A propósito, foi na escola que o jovem escritor conheceu a obra do mestre. O pri-meiro livro de Lobato lido por Alex e que se tornou o estopim

de toda sua verve criativa é “A chave do tamanho”, publicado em 1942. Nele, Emília, a famosa boneca de pano, cria uma forma de redução temporária no tamanho das criaturas humanas, o que desencadeia uma série de aventuras e até um pouco de crítica social, por ter sido escrito em meio a II Guerra Mundial. “A obra de Monteiro Lobato tem muita crítica social e a Chave do Tamanho é um exemplo disso”, opina Alec, que defende: “Monteiro Lobato não é pra criança é pra qualquer idade”.

Embora jovem, o escritor natural de Morro do Chapéu e radicado em Luís Edu-ardo Magalhães já escreveu mais de 30 histórias, entre livros, contos e noveletas. Poesias já são mais de 300. Em 2011, Alec lançou de maneira totalmente inde-pendente seu até então único livro devidamente publicado: Zarak, o Monstrinho, pela editora Multifoco e com tiragem de apenas 30 exemplares. A obra reúne além

texto/foto ANTON ROOS

“Quero escrever

LITERATURA

MIL LIVROS

da história principal, do monstrinho Zarak, outras qua-tro noveletas fantásticas, repletas de aventura e fantasia.

O material publicado no livro foi escrito entre 2008 e 2010 e já está esgotado. Com o autor restou um único exemplar usado para empréstimos a amigos de con-fiança. Outro exemplar está disponível na biblioteca da escola José Cardoso de Lima, no centro da cidade. Infelizmente, a falta de apoio e o custo da publicação impediram que Alec investisse numa tiragem maior. O entrave foi o alto custo de impressão. Para os 30 exem-plares de Zarak o investimento ultrapassou os R$ 1 mil. A venda dos poucos exemplares foi basicamente para cobrir os custos. O livro encontra-se disponível gratui-tamente para download na internet.

Pouco afeito à literatura da moda, como Harry Pot-ter, a saga Crepúsculo ou mesmo, obras mais encor-padas como Senhor dos Anéis (J.R.R Tolkien) e As Crônicas de Gelo e Fogo (George R. R. Martin), Alec praticamente não para e está sempre envolvido em um novo projeto literário. Após finalizar o terceiro volume de A Guerra dos Criativos no primeiro semestre do ano, o autor iria começar o processo de produção de outro projeto batizado Mundos em Conflito, mas que acabou dando lugar à criação de outro livro O Fantástico Mun-do do Absurdo, definido pelo próprio autor como um “romance de fantasia/horror”. Confiante com o novo trabalho previsto para outubro, Alec já está em nego-ciação com editoras do centro/sul do país, como a Leya (a mesma da séria As Crônicas de Gelo e Fogo)

Enquanto o sonho de um contrato com uma edi-tora não chega, a internet continua sendo uma ótima fonte para divulgação do seu trabalho. Em pouco tem-po Alec conheceu outros escritores pouco conhecidos do grande público e com dificuldades para encontrar uma editora que os lancem no mercado literário. Desse circulo de amizades encontrou suporte para seguir em busca do sonho: escrever mil livros. Questionado sobre o avanço da tecnologia e o aumento de consumo de e-books, é incisivo. “Você tem de se adaptar. Especia-listas dizem que dá pra conciliar o impresso e o virtual. O Amazon está chegando no Brasil. Quem souber se adaptar vai se dar bem”, encerra.

Num mundo de cada vez menos leitores, Alec Silva é exceção. Inspirado por Jurassic Park e Monteiro Lobato, ele ocupa a maior parte do tempo fazendo o que mais gosta: escrever. Conquistar as editoras é consequência. Até lá disponibiliza sua obra na internet

O primeiro livro lançado, Zarak, e o mais recente, “Guerra dos Criativos”, disponível na internet. Para saber mais sobre o trabalho de Alec, acesse zarakmonstrinho.blogspot.com.br/

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

A madrugada ia longe quando os sintetiza-dores foram ligados pela primeira vez em público. Depois de alguns meses de ensaio e um período de adaptação ao novo estilo, Fábio Vieira, agora operando o mixer, Bruno Lauck,

percussão, Rafael Dias, no controle dos sintetizadores e Ranieri Trevisan, guitarras e baixo, davam vida à Groove Live, projeto totalmente inédito na região oeste da Bahia. “É uma mescla de eletro e house. Nosso som transita entre um e outro” explica Fábio, referindo-se aos gêneros de música eletrônica que com-põem as bases da música feita pelo quarteto.

A única referência da antiga banda é mesmo a pegada de guitarra. “A gente mistura elementos do que há de melhor na música eletrônica e das pistas com essa pegada mais ‘rocker’ da guitarra”, explica o líder do grupo. Sobre a mudança radical de estilo a resposta é unânime: não tem oportunidades para o rock. “O rock não tem espaço na região. A Groove nesse pouco tempo de vida, já recebeu várias propostas para sho-ws até mesmo fora daqui, em outras cidades como Goiânia e Brasília. O projeto tem mais condições de expandir e atingir

um mercado maior” comenta Bruno, que embora continue nas baquetas, deixou a bateria para tocar percussão no projeto.

“Tínhamos um disco pronto com a Unidade 8. Tentamos gra-var um novo CD, mas tivemos várias dificuldades, seja de falta de incentivo, patrocínio e até de público. A música eletrônica tem mais público, qualquer festa com DJ é uma oportunidade pra gente tocar”, enfatiza Fábio. A empolgação com o novo grupo é tanta que a banda lançou recentemente via internet, seu primei-ro single, intitulado “Eletro Rocker”. A previsão é que na carona do single venha um vídeo promocional que servirá de portifólio para negociar shows pelo país. “Se tudo correr como planejamos, até o final do ano pretendemos lançar um miniálbum”, comple-menta o controlador dos sintetizadores, Rafael.

Por falar em agenda. A banda se apresentou em Barreiras, na festa “Mexicana” no dia 1º de setembro e, na sequência deve embarcar para uma miniturnê por Brasília e Goiânia. Para o verão a projeção é ainda maior. Seguir em turnê pelo litoral do sul do país. Segundo Fábio, algumas datas já estão em negociação. Por ora, quem quiser conhecer o trabalho do grupo via redes sociais, no facebook: Groove Project e no twitter @projetogroove.

texto ANTON ROOS foto CADU ANDRADE

ApostaELETRÔNICA

Depois de dois CDs lançados entre 2004 e 2005, a banda de punk rock “Unidade 8” deu um tempo. Retornou em 2011. Não deu certo. Cansados da falta de oportunidades para o gênero, reformularam a banda e partiram para outra vertente: a música eletrônica. Assim nascia a Groove

Em sentido horário: Rafael Dias, Bruno Lauck, Ranieri Trevisan e Fábio Vieira

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SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTAS SÁBADOHappy Hour (Confraria) 05/09 – André

12/09 – Valter 19/09 – Adauto 26/09 – Remanescentes (D.Q Chopp)

06/09 – Ramon 13/09 – Talita Paulo e Valter 20/09 – Laércio e Cristiano 27/09 – A confi rmar (D.Q Chopp)

07/09 – Rogerio 14/09 – Ramon 21/09 – Andre 28/09 – Adauto(D.Q Chopp)

01/09 - Adauto Santos 08/09 – Ramon 15/09 – Andre Bittencourt22/09 – Ramon29/09 – Andre Bittencourt (D.Q Chopp)

AGENDA

MÚSICA

Com mais de duas décadas de história, a banda Chiclete com Banana, liderada pelo carismático vocalista Bel Marques é a grande atração da segunda edição do LEM Fest Folia, entre

os dias 13 e 16 de setembro, em Luís Eduardo Magalhães. A banda se apresenta no sábado, 15, no circuito da folia fora de época montado especialmente para a grande festa. Com uma discografi a de 26 discos, prêmios pelo Brasil e exterior, 15 discos de ouro, 10 discos de platina e 2 DVDs lançados, a banda é dona de um repertório reche-ado de grandes sucessos como “Voa, Voa, “Cabelo Raspadinho”, “Diga que valeu” e “Cara, Caramba, sou Camaleão”, entre tantos outros que caíram no gosto popular e fi zeram com que seus fi éis seguidores fi cassem conhecidos como CHICLETEIROS. Também farão parte da folia de Luís Eduardo, artistas como Psirico, Oito7No-ve4, entre outros. Mais informações sobre a festa, no site do Bloco Kanguroo: www.blocokanguroo.com.br

Se liga!ShowsNo dia 15 de Setembro também tem festa para os roqueiros de Luís Eduardo Magalhães, com a realização de mais uma edição do folclórico Chá das Cinco, feita reunindo bandas da cidade e de Barreiras.

Toda a programação da Festa da Paz em São Desidério, que acontece entre 21 e 23 de setembro, não está confi rmada, mas Edson Gomes, Bruno e Marrone e Milionário e José Rico já estão garantidos.

Na semana seguinte, 21 de setembro, a Toca do Urubu em Luís Edu-ardo Magalhães promove outra festa em homenagem ao rock com as bandas Massay e Nipous de Brasília. No repertório promessa de covers de Queen, AC/DC, Kings of Leon e Foo Fighters.

Também no dia 21 de setembro, a dupla sertaneja Gean e Giovani participa da festa de aniversário da Rádio Cultura FM em Luís Eduardo Magalhães.

A cantora Malu Magalhães apresenta seu novo show, em turnê do disco Pitanga, no dia 26 de setembro em Salvador. O disco foi produzido pelo Los Hermanos, Marcelo Camelo, e contém faixas em português e inglês. A apresentação acontece no Teatro Vila Velha.

O tradicional Festival de Música de Lençóis, também conhecido como Festival de Inverno de Lençóis, na Chapada Diamantina já tem data para acontecer: 11 a 13 de Outubro.

A voz do Led Zeppelin, um dos maiores ícones do rock em todos os tempos, Robert Plant se prepara para uma série de seis apresentações pelo Brasil no mês de Outubro. O cantor passará por Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília, no dia 25 de outubro. O show acontece no Ginásio Nilson Nelson. O lendário vocalista se apresenta com sua nova banda Sensational Space Shipers.

No dia 03 de novembro os veteranos da banda The Fevers voltam ao oeste baiano para um super show no espaço de eventos Bartira Fest em Barreiras.

com BananaChiclete

faz a festa em LEM

SEMANAL

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MÚSICA

O estilo irreverente, a valorização da cultura regional e a mistura de rock, reggae e MPB, adaptados ao forró pé de serra, são algumas das apostas da banda Fi di Lunga, de Barreiras, para

seguir em frente no Festival Universitário de Música (Fun Music 2012). No dia 30 de agosto, o grupo formado por Vitor Laurindo (violão e vocal), Igor Souza (zabumba), Gustavo Sagrilo (guitarra), Rafael Sagrilo (baixo), Tales Defensor (triângulo), Heber Santana (bateria), Generino Andrade (sanfona) participou da seletiva de Salvador do festival, concorrendo com as bandas Zé Chico Bolo Doido, A Outra Banda da Bahia, Gam-biarra Cybernética, Três e Ultrasomnica. A banda já conhecida da noite boêmia de Barreiras lançou em 2011 seu primeiro DVD e vem obtendo destaque na região com canções como “Chora Rita”, um dos carros chefe do trabalho do grupo. Após alcançar o respeito e admiração do público, a aposta do grupo parte agora para composição de material autoral para a gravação de um disco de estúdio. O repertório da banda contempla, além das próprias canções, clássicos do autêntico baião de Luiz Gonzaga e outros ícones da música brasileira e internacional, como Raul Seixas, Tom Zé, Novos Baianos e Bob Marley.

Fi di Lunga é Barreiras no Fun Music 2012

A banda que surgiu como brincadeira dos colegas de faculdade, hoje faz diversos shows pela região inovando com o “forrock”.

RUSH: Clockwork AngelsO trio canadense formado por Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart lançou no último mês de junho seu 15º disco de estúdio. A nova bolachinha vem com um diferencial: virá acompanhada de um livro-romance contando a história que deu origem as 11 canções do disco. Musicalmente, a banda

mantém a linha apresentada nos seus dois últimos álbuns, Vapor Trails (2002) e Snakes and Arrows (2006), porém resgatando um pouco de suas origens na década de 1970, principalmente em “Headlong Flight”. Merecem destaque a quase balada “The Wreckers” e a instigante faixa-título, com leves referências ao que a banda produziu no início da década de 1980, no álbum Signals. Em resumo, mais um grande disco da banda que no dia 07 de setembro iniciou mais uma turnê pelo mundo pela cidade Manchester, na Inglaterra. A torcida dos fãs brazucas é que em 2013 o trio passe por aqui. Oremos.

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Tizziana [email protected]

GELO,LIMÃOEAÇÚCAR

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K

O “debut” de Raweiny A comemoração dos 15 anos da simpática Raweiny Belarmino, foi no dia 14 de julho, onde reuniu amigos, familiares. Ela gostaria de viajar para Disney. O príncipe encantado ideal... “Sem muita realeza, que seja simples, sincero, atencioso, compreensivo, preocupado comigo e se não for pedir muito, que seja fofo e romântico”, disse Raw. Ela fez um ensaio sensual com a fotógrafa Helena.

BELEZA E ATITUDEA pouca idade, 13 anos, não impediu que Júlia Giovanucci virasse a “Garota Uau Mais Top”. Pudera: ela é alta, lindíssima e, principalmente por ser bem articulada, parece mais madura. Personalidade forte e segura, ela contou que se inspira em cada gesto e carinho que fazem por ela. Essa garota promete!

KIK

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www.tenislem.com.br

Quatro Estações HallOs empresários Fátima e Josué Lourenço inauguraram no dia 28 de julho a maior casa de shows da região oeste da Bahia, em Luís Eduardo Magalhães, o “Quatro Estações Hall”. A inauguração contou com o cantor do arrocha sertanejo Israel Novaes e a dupla sertaneja Di Paulo e Paulino. A noite foi histórica!

Me caiu os butiá do bolso!

Ah, o azul!O azul é uma das cores que está com tudo para o verão 2013. Tonalidades vivas e alegres, em sintonia com o clima da estação, estarão em alta para os olhos, no formato de delineado ou sombra. Vale apostar em uma cor só em toda a pálpebra, no caso as sombras azuis para substituir o pretinho básico. As sobrancelhas ganham destaque com o traçado em evidência. Para fi nalizar, batom vermelho, que vai ser tendência no verão 2013. Cílios bem penteados, e esmalte maravilhoso.

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Josiane Marchezan e Leonardo Aragão casaram-se no dia 14 de julho. A noiva foi lindamente produzida por Karen Capeleto

– Hairstyle. O Studio Karen Capeleto Beauty proporciona aos clientes penteado, maquiagem, design de sobrancelhas,

depilação egípcia e espanhola. O espaço está localizado junto com a Fisio Corpus. Os noivos viajaram para o Caribe

em lua-de-mel.

A NOIVA

OSVALDO FILHO

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1 Kinho Leão e João Paulo; 2 Edneia, Bia, Hibera, Ianê, Roberta,Aline,Cibele e Nilva; 3 Thais e Carla; 4 Dercio, Francisco, Leo e Silvio; 5 Daniela e Rodiney; 6 Thiago e Leo; 7 Fred e Carina; 8 Dr Renato e Elisangela; 9 Rita e Zezé ; 10 Carol, Ananda e Kalyne; 11 Eduardo Sales, Rodiney Martini e João Paulo; 12 Gata e Deva; 13 Júlia Catarina; 14 Silvio e Ronaldo; 15Leandro Cardoso e Flavia Maia; 16 Ana Luiza e Yana 17 Flávia, Mariana e Hely; 18 Anna Darck e Geraldo Mutti; 19 Peixoto e Deolinda; 20 Maria Luisa; 21 Thais, Adriana,Josa, Célia,Noemia, Dilma, Fatima e Ruth; 22 Selma, Noel e Herly; 23 Eric, Hebert, Tchesco e Jean; 24 Cassiano e Frederico; 25 Celio e Gleice; 26 Regiane e José Humberto; 27 Priscila, Bia e Kalyne

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COLABORAÇÃO: TIZZIANA OLIVEIRA, ROSA TUNES, PÉRICLES MONTEIRO E MARCO ATHAYDE

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1 Telma e Barros; 2 Elizabeth e Kau ; 3 Vitória e Fabiana; 4 Elizabeth e Helena; 5 Eliane, Mainara e Vitória; 6 Janete e Raissa; 7 Marcia e Odair; 8 Carla e Amanda; 9 Bruna, Maria, Luiza, Adriana, Carmem, Claudia, Eliana, Ananda; 10 Fátima e Daniele; 11 Carlos e Danielle; 12 Fernanda e Marquinhos; 13 Lucia e Jair; 14 Nunu, Bruna, Mohssen e Nouhad;

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1 Israel e Karine; 2 Carin, Fabiene e Waleska; 3 Ednary e Isadora; 4 Alexandre e Jussara 5 Delaine e Eduardo; 6 Adriana, Alessandra, Ariadna e Rosa; 7 Aiadna e Lailoka; 8 Nery; 9 Tito e Dilza Soares; 10 Cristina e Lailoka; 11 Danielle; 12 Érica, Jade e Iza; 13 Marizete e Nelson.

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20 ANOS DA GALVANI NO OESTE

Presente na Bahia desde 1992, a Galvani celebrou no dia 1º de setembro os 20 anos da empresa na região. O evento foi realizado no Quatro Estações Hall para cerca de 800 convidados com direito a show do violeiro Paulo freire. Na ocasião foi lançado um livro que conta a trajetória da Galvani na região. A festa foi prestigiada por empresários, autoridades e colaboradores da empresa.

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Humor

por Júlio Cé[email protected]

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