resumos programa de geologia exploratória

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Page 1: Resumos Programa de Geologia Exploratória
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Ministério da Educação UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Ciências da Terra Programa de Pós-graduação em Geologia

Coordenador do programa

Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes

Vice-coordenador do programa

Prof. Dr. Rodolfo José Angulo

Coordenação do 13º seminário Profa. Dra. Cristina Silveira Vega

Profa. Dra. Eleonora Maria Gouvêa Vasconcellos

Membros da equipe organizadora do 13º seminário

André Ramiro Hillani Pierin Denise Alessandra Monteiro Machado

Fábio Macedo de Lima Juliana Costa

Editoração do boletim de resumos

André Ramiro Hillani Pierin

Secretaria Daniel Keller Mittelbach

Ilustração da capa João Carlos Branco

Corpo docente Prof. Dr. Alberto Pio Fiori

Prof. Dr. André Virmond Lima Bittencourt Prof. Dr. Carlos Eduardo de Mesquita Barros Profa. Dra. Eleonora M. Gouvêa Vasconcellos

Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira

Prof. Dr. João Carlos Biondi Prof. Dr. José Manoel dos Reis Neto

Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes Prof. Dr. Rodolfo José Angulo

Profa. Dra. Maria José M. de Mesquita Prof. Dr. Rodolfo José Angulo

Colaboradores Profª. Drª. Cristina Silveira Vega

Prof. Dr. Eduardo Marone Prof. Dr. Eduardo Salamuni

Prof. Dr. Luiz Eduardo Mantovani Profª. Drª. Maria Cristina de Souza

Tiragem: 100 exemplares

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Apresentação

Este caderno de resumos reúne os trabalhos apresentados no seminário anual do Programa de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, em sua décima terceira edição. Reflete atividades de pesquisa dos pós-graduandos desenvolvidas no período 2009/2010. O volume reúne 32 comunicações sobre temas de investigação de dissertações de mestrado e teses de doutorado em desenvolvimento.

O seminário do Programa de Pós-Graduação em Geologia da UFPR é um evento que, além de apresentar um panorama da produção científica, visa discutir o funcionamento das duas Áreas de Concentração do Programa: Geologia Ambiental e Geologia Exploratória.

O encontro encerra-se com a reunião de alunos, orientadores e coordenador e vice-coordenador do programa, onde é realizada a avaliação do curso no último ano de funcionamento e o planejamento de suas atividades para o ano seguinte, estabelecendo metas e objetivos a serem alcançados.

Profa. Dra. Cristina Silveira Vega

Profa. Dra. Eleonora Maria Gouvêa Vasconcellos

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13º Seminário do programa de pós-graduação em geologia da UFPR, 2010

Sumário

Programa de Geologia Exploratória

Azevedo, Karine Lohmann - ESTUDOS TAFONÔMICOS E BIOESTRATIGRÁFICOS EM AFLORAMENTOS FOSSILÍFEROS NA PORÇÃO ORIENTAL DA BACIA BAURU (KS)

1

Besser, Marcell Leonard - ORIGEM E EVOLUÇÃO PETROLÓGICA DOS GRANITÓIDES PALEOPROTEROZÓICOS DA REGIÃO DE ANAPU, PARÁ

3

Bongiolo, Alessandra de Barros e Silva - AVALIAÇÃO DE ANOMALIAS SINTÉTICAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA INTERPRETAÇÃO MAGNÉTICA-ESTRUTURAL DA BACIA DO AMAZONAS

5

Castro, Luís Gustavo de - MODELOS GRAVIMÉTRICO-MAGNÉTICOS DO ESCUDO PARANAENSE

6

Costa, Juliana - PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DE ROCHAS DO MAGMATISMO PENATECAUA DA BACIA DO AMAZONAS NA REGIÃO DE MEDICILÂNDIA, PA

8

Cunha, Paola Viana de Castro - CALCRETES DA FORMAÇÃO GUABIROTUBA, PR: GÊNESE E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA

10

Ferreira, Carlos Henrique Nalin - PEGMATITOS COMO GUIAS DE EXPLORAÇÃO DE EGP E METAIS ASSOCIADOS EM BASALTOS DA PROVÍNCIA MAGMÁTICA DO PARANÁ, NA REGIÃO DE SALTO DO LONTRA, ESTADO DO PARANÁ

11

Figueira, Isabella Françoso Rebutini - ANÁLISE DA DEFORMAÇÃO ATUAL DO DOMO DE MONTE ALEGRE – PARÁ

13

Gonçalves, Fernanda Micheli - TECTÔNICA DA ZONA DE CISALHAMENTO CURITIBA, CURITIBA-PR

15

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13º Seminário do programa de pós-graduação em geologia da UFPR, 2010

Juk, Kaluan Frederico Virmond - ANÁLISE FACIOLÓGICA E PALEOAMBIENTAL DA FORMAÇÃO PEDRA DE FOGO NA BORDA OESTE DA BACIA DO PARNAÍBA

17

Lima, Fábio Macedo de - EVOLUÇÃO TECTONO-SEDIMENTAR DO SETOR MERIDIONAL DO SISTEMA DE RIFTES CENOZÓICOS DO SUDESTE DO BRASIL

19

Machado, Denise Alessandra Monteiro - TIPOLOGIA DE ZIRCÃO DA BACIA DE CURITIBA

20

Maoski, Eloir - CALCRETES E PALEOSSOLOS ASSOCIADOS A DEPÓSITOS CONTINENTAIS ARENOSOS DA FORMAÇÃO MARÍLIA, BACIA BAURU (KS)

21

Pierin, André Ramiro Hillani - ANÁLISE ESTRUTURAL MULTI-ESCALA DA REGIÃO ENTRE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA (PA) E GUARAÍ (TO), PORÇÃO CENTRAL DA FAIXA ARAGUAIA: TÉCNICA DE BALANCEAMENTO DE SECÇÃO EM AMBIENTE COLISIONAL

24

Romeiro, Marco Antonio Thoaldo - CARACTERIZAÇÃO DO ARCABOUÇO GEOFÍSICO-ESTRUTURAL 2D DA BORDA OESTE DA BACIA SEDIMENTAR DO PARNAÍBA UTILIZANDO DADOS AEROMAGNÉTICOS E GRAVIMÉTRICOS DE CAMPO

26

Santos, Thais Borba - CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA-GEOLÓGICA DO LINEAMENTO TRANSBRASILIANO E SUA INFLUÊNCIA NA COMPARTIMENTAÇÃO TECTONO-ESTRATIGRÁFICA DA PORÇÃO NOROESTE DA BACIA DO PARANÁ

28

Santos, Carlos Eduardo dos - UTILIZAÇÃO DE ELIPSÓIDES DE ANISOTROPIA VARIOGRÁFICA COMO INDICADOR CINEMÁTICO EM CORPOS MINERALIZADOS FRAGMENTADOS POR FALHAS: EXEMPLO DA MINA CANA BRAVA, GO

30

Santos, Talita Cristina - APLICAÇÃO DA QUIMIOESTRATIGRAFIA EM CARBONATOS DO GRUPO BAMBUÍ (ARCOS, MG), COMO FERRAMENTA DE CORRELAÇÃO CRONOLÓGICA

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13º Seminário do programa de pós-graduação em geologia da UFPR, 2010

Sayama, Celia - TÉCNICA DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA EQUIPADO COM EDS NA IDENTIFICAÇÃO DE MINERAIS FIBROSOS NA REDE VIÁRIA DE PIÊN-PR

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Spisila, André Luis - CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL MULTIESCALA DA BACIA DO PARNAÍBA NA REGIÃO DE ARAGUAÍNA – TO

35

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Programa de Geologia Ambiental

Athayde, Camila de Vasconcelos Müller - QUIMISMO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS NO ESTADO DO PARANÁ

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Athayde, Gustavo Barbosa - IMPLICAÇÕES DA ANISOTROPIA ESTRUTURAL NA HIDRODINÂMICA E HIDROQUÍMICA DO AQÜÍFERO SERRA GERAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO PARANÁ III

39

Becker, José Eduardo Gheno - ESTRATIGRAFIA E EVOLUÇÃO DA BARREIRA COSTEIRA HOLOCÊNICA DE GUARATUBA-PR

40

Bettú, Daniel Fabian - UNIDADES DE PAISAGEM GEOMÓRFICA E MUDANÇAS GEOAMBIENTAIS: O ALTO IGUAÇU, PARANÁ

42

Comelli, Cleciani - CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA E HIDROQUÍMICA DO SISTEMA AQÜÍFERO PARECIS NA ZONA URBANA DO MUNICÍPIO DE SINOP-MT

44

Erbe, Margarete C. Lass - RISCOS DE CONTAMINAÇÃO PELA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE: PRESENÇA DE FÁRMACOS EM ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS

46

Lima, Marcos Gândor Porto - PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO COSTEIRA UTILIZANDO RECIFES SUBMERSOS NAS PRAIAS DE MATINHOS, NO PARANÁ

48

Lisniowski, Maria Aline - GERENCIAMENTO COSTEIRO INTEGRADO EM ITAPOÁ – SC

49

Nagalli, André - LEVANTAMENTOS COMPLEMENTARES DE PARÂMETROS GEOMECÂNICOS COMO SUBSÍDIOS À CLASSIFICAÇÃO DE MACIÇO ROCHOSO

51

Nascimento, Edenilson Roberto do - MORFOESTRUTURAS DA SERRA DO MAR PARANAENSE

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Quadros, Clécio José Lopes de - DINÂMICA MORFOSEDIMENTAR ASSOCIADA AO REGIME DE ONDAS EM PRAIAS OCEÂNICAS DO ARCO PRAIAL DA PLANÍCIE DE PRAIA DE LESTE – PR

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Simioni, Bruno Ivan - MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE RECIFES DE ARENITO NATURAIS SUBMERSOS DO LITORAL PARANAENSE

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Resumos

Programa de Geologia Exploratória ESTUDOS TAFONÔMICOS E BIOESTRATIGRÁFICOS EM AFLORAMENTOS FOSSILÍFEROS NA PORÇÃO ORIENTAL DA BACIA BAURU (KS) Azevedo, Karine Lohmann ([email protected]) Orientadora: Profª. Drª. Cristina Silveira Vega A Bacia Bauru tem área atual aproximada de 370.000 km2, localizada em parte dos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e ainda o nordeste do Paraguai. A bacia formou-se no centro-sul da Plataforma Sul-Americana, em evento de compensação isostática posterior ao acúmulo de lavas basálticas. Desenvolveu-se como bacia continental interior, pós-ruptura do continente gondwânico, acumulando uma seqüência sedimentar essencialmente arenosa. Esta seqüência assenta-se em substrato vulcânico, principalmente basaltos da Formação Serra Geral (Ki), e seu limite superior é erosivo. A parte oriental da bacia compreende cerca de 180.000 km², onde estão localizadas as principais áreas de estudo. O preenchimento da Bacia Bauru é dividido nos grupos Bauru e Caiuá e se deu em clima semi-árido a árido, durante o Cretáceo Superior. O Grupo Bauru é composto pelas formações Marília, Uberaba, Vale do Rio do Peixe, Araçatuba, São José do Rio Preto e Presidente Prudente, além de rochas vulcânicas alcalinas intercaladas, os Analcimitos Taiúva. O Grupo Caiuá é subdividido nas formações Goio Erê, Rio Paraná e Santo Anastácio. Tendo em vista a importância do registro fossilífero da bacia, esse trabalho tem como objetivos discutir seus aspectos tafonômicos, principalmente de vertebrados, eventualmente refinar o conhecimento de unidades litoestratigráficas e apresentar modelos de reconstituição paleoambiental para a bacia. Para a possível correlação bioestratigráfica, em campo, serão elaborados perfis litológicos que posteriormente serão correlacionados com os fósseis. Além disso, serão criadas seções geológicas com descrições de associações de litofácies. Tais correlações permitirão caracterizar e discutir o ambiente deposicional e os processos de preservação do registro fossilífero. A Bacia Bauru constitui um importante depósito fossilífero, freqüentemente estudado. O levantamento bibliográfico indicou que registros de

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organismos, tanto terrestres quanto aquáticos, são mais freqüentes no Grupo Bauru do que no Caiuá. Este fato se justifica pela aridez crescente em direção à porção interna da bacia (Grupo Caiuá), determinando uma redução na diversidade biológica para o seu interior. Assim sendo, os estudos serão mais voltados para o Grupo Bauru. Entre os fósseis, os crocodilos e dinossauros estão mais bem representados em abundância, além de apresentarem bons estudos cladísticos. Todavia também há bons registros de quelônios e peixes. Embora anuros, Squamata, aves e mamíferos sejam materiais ainda pouco descritos na literatura, sabe-se que existem espécimes relativamente bem preservados em coleções científicas, cujos trabalhos estão em desenvolvimento. Carófitas e invertebrados são citados com freqüência, mostrando serem bastante abundantes, porém, muitas vezes são apenas citados em estudos sobre vertebrados e não discutidos especificamente. Os icnofósseis são representados por pistas e pegadas de vertebrados, além de pistas de invertebrados que também ocorrem no Grupo Caiuá. Ovos, gastrólitos, coprólitos também foram registrados. Em relação à tafonomia, embora alguns fósseis estejam muito bem preservados, inclusive registros de organismos articulados (como a preservação excelente dos Crocodiliformes e quelônios relacionada ao condicionante ecológico/etológico), a maioria apresenta-se desarticulada e fragmentada. Em maio, foi realizado um trabalho de campo para a região de Marília, São Paulo. Foi feita uma visita à coleção científica do Museu de Paleontologia de Marília para observação de espécimes já coletados, além de trabalhos de campo em afloramentos das formações Marília (Membro Echaporã) e Vale do Rio do Peixe. Em agosto está previsto outro trabalho de campo, desta vez para a região de Uberaba, Minas Gerais, também com o objetivo de visita à coleção do Museu de Paleontologia de Peirópolis e afloramentos fossilíferos da Formação Marília. Considerando-se o potencial fossilífero da bacia e o grau tafonômico dos exemplares, novas descobertas poderão auxiliar na determinação de outros taxa, sendo importante a revisão e correlação dos registros fósseis com os estratos e a identificação das litofácies, para que se possa fazer uma reconstrução paleoambiental acurada da Bacia Bauru. Palavras-chave: Bacia Bauru, tafonomia, vertebrados Dados acadêmicos: Co-Orientador(es): Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes; bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq Nível 2; Nível: Mestrado;Título do projeto original da dissertação/tese: Revisão da tafonomia, bioestratigrafia e paleoambientes da porção oriental da Bacia Bauru (Ks); Área de Concentração: Geologia Exploratória; Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de Bacias e Petrofísica; Data de entrada na pós-graduação: Março/2010; Nº de créditos concluídos: 8; Exame de qualificação: Maio 2011;Trabalhos previstos: 02; Data da Defesa: Março/2012;Possui Bolsa: Sim;Período: Março 2010 – março 2012; Fonte pagadora: CAPES;Projeto “Guarda-chuva”: Paleossolos associados a

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depósitos continentais arenosos de clima semi-árido: estudo da Formação Marília, Bacia Bauru (Ks). ORIGEM E EVOLUÇÃO PETROLÓGICA DOS GRANITÓIDES PALEOPROTEROZÓICOS DA REGIÃO DE ANAPU, PARÁ Besser, Marcell Leonard ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo de Mesquita Barros A Província Transamazonas (Maroni-Itacaiúnas), de idade paleoproterozóica, abrange vasta área cujo reconhecimento geológico é heterogêneo. Embora se verifique o avanço no que tange a evolução estrutural e dos granitos desta província, as investigações sobre a sua evolução petrológica são ainda preliminares. A área de estudo abrange os 3025 km² da folha Rio Bacajá, de escala 1:100.000, situada a sul da cidade de Anapu, no centro-leste do Estado do Pará. Anteriormente inseridas em unidades arqueanas, as rochas da região foram atribuídas ao Ciclo Transamazônico (2,2 - 1,9 Ga). Evidências desta orogênese são observadas na Província Transamazonas, a qual é subdividida em domínios geológicos. A área de estudo está inserida no Domínio Bacajá, localizado a norte província arqueana de Carajás. O Domínio Bacajá engloba corpos granitóides alongados na direção WNW, além de sequências metavulcânicas básicas, paralelizadas. Estes granitóides provavelmente configuraram um cinturão plutônico de longa duração e evolução complexa, que acomodou a colagem de terrenos exóticos representados possivelmente por arcos de ilhas primitivos metamorfizados na fácies anfibolito-hornfels. O cinturão pode ter se desenvolvido de sul para norte, sendo o núcleo arqueano de Carajás seu possível amparo tectônico. Durante os trabalhos de campo notaram-se diferenças estruturais e composicionais nas rochas granitóides, com o predomínio de monzogranitos e sienogranitos, além de álcali-feldspato granitos, tonalitos, granodioritos e sienitos, com teores variados de anfibólio e biotita. Observa-se, em alguns afloramentos, um acamamento ígneo (S0) marcado pela intercalação de níveis centimétricos de granulação fina ou grossa, ou pela alternância de níveis quartzo-feldspáticos com níveis ricos em minerais ferromagnesianos. A geometria ondulada da foliação e do bandamento, além da sua homogeneidade, apontam para regimes compressivos de alta plasticidade atuantes no curso da cristalização. O paralelismo de veios aplíticos e pegmatíticos com respeito à foliação indicam que os esforços compressivos que deformaram e alongaram os corpos, persistiram nos períodos finais de cristalização. A foliação ígnea (S1), penetrativa na escala regional e de afloramento, é definida pelo achatamento de quartzo e orientação de minerais máficos e

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cristais de feldspato. A direção desta superfície varia de N30-80W e os ângulos de mergulhos são altos (70-80°). Os cristais de feldspato raramente apresentam deformação visível em amostra de mão e frequentemente estão alinhados ao fluxo magmático, ou por vezes se dispõem de modo oblíquo à orientação preferencial presente na rocha. Há xenólitos anfibolíticos centimétricos a decimétricos, algumas vezes alongados de acordo com a foliação e, por vezes, estão parcialmente digeridos, gerando bandas alinhadas ricas em minerais máficos. O intemperismo gerou crostas lateríticas sobre os anfibolitos, o que resultou altos fisiográficos, como a Serra das Três Palmeiras. Diques de diábásio de direção N a NNE são muito provavelmente vinculados ao magmatismo mesozóico Penatecaua, relacionado à abertura do Oceano Atlântico. Planícies aluvionares são encontradas principalmente no norte e no sudoeste da área, em locais de relevo aplainado, às margens dos rios Anapu e Bacajá. O objetivo principal deste trabalho é estabelecer a natureza dos granitóides, sua série magmática e sua evolução petrológica, a partir de dados litogeoquímicos. A estratigrafia dos granitóides será tentativamente definida com dados geocronológicos Sm-Nd e U-Pb. Com o objetivo de compreender a história deformacional dos granitóides será realizado estudo em lâminas delgadas. Estas ferramentas possibilitarão o entendimento da origem e evolução destas rochas paleoproterozóicas, o que contribuirá no entendimento da história do cinturão transamazônico. Palavras-chave: Província Transamazonas, cinturões paleoproterozóicos, granitóides sin-tectônicos Dados Acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dra. Eleonora Maria Gouvêa Vasconcellos; Nível: Mestrado; Título do projeto original: Petrologia dos granitóides da folha Rio Bacajá, Pará, Brasil; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Geologia Regional; Data da entrada na pós-graduação: 11/03/2010; Número de créditos concluídos: 10; Exame de qualificação: 06/2011 possivelmente; Trabalhos publicados: ainda não foram publicados trabalhos neste tema pelo bolsista; Data da defesa: 03/2012 possivelmente; Possui bolsa: sim; Período: integral; Fonte pagadora: CNPq.

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AVALIAÇÃO DE ANOMALIAS SINTÉTICAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA INTERPRETAÇÃO MAGNÉTICA-ESTRUTURAL DA BACIA DO AMAZONAS Bongiolo, Alessandra de Barros e Silva ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira O presente trabalho faz parte da Tese de Doutoramento em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação de Geologia da UFPR, junto ao Laboratório de Pesquisas em Geofísica Aplicada (LPGA/UFPR). Um dos objetivos deste estudo foi avaliar a influência da inclinação e da declinação magnética no comportamento das anomalias e discutir suas implicações na interpretação estrutural da Bacia do Amazonas. O tema foi escolhido pela interpretação magnética ser mais complexa do que a gravimétrica, principalmente pela natureza dipolar do campo magnético, em contraste ao campo gravimétrico monopolar, além da dependência da magnetização (induzida e remanente), da localização geográfica e da direção do corpo. A pesquisa foi realizada com modelos sintéticos situados no pólo magnético (onde as anomalias se posicionam diretamente sobre as fontes) e no centro da área de estudo (latitude = -4ºS e longitude = -54ºW), muito próxima do Equador Magnético (inclinação = +11.5º, declinação = -14.5º), onde o campo total é quase que essencialmente representado pela sua componente horizontal. A pesquisa iniciou com ampla revisão da literatura sobre os principais métodos de realce de anomalias de campos potenciais para fins de cartografia geológica através dos trabalhos de Miller & Singh (1994) e Verduzco et al. (2004). A partir destes estudos e em parceria com o Laboratório de Análise de Bacias e Petrofísica (LABAP/UFPR), foi desenvolvido no LPGA, o programa MagPrisma, escrito em linguagem MATLAB/OCTAVE, o qual gera anomalias magnéticas a partir de modelos sintéticos 3-D. O programa MagPrisma foi utilizado no intuito de discutir as respostas magnéticas de prismas com dimensões distintas, variando principalmente a profundidade ao topo das fontes. A partir de vários testes foram criadas anomalias geradas por três prismas (comprimentos de 4000m, larguras de 500m, espessuras de 1000m e profundidades ao topo de 100, 200 e 300 metros), situados no pólo magnético e no centro da área de estudo, onde foram aplicados vários métodos de realce (gradientes horizontais x, y e gradiente vertical z, gradiente horizontal total, amplitude e inclinação do sinal analítico, theta map, gradiente horizontal total da inclinação do sinal analítico, inclinação do sinal analítico do gradiente horizontal total, este último em desenvolvimento no LPGA/UFPR), no sentido de avaliar a atenuação e o deslocamento dos sinais em função da latitude magnética. Foi também aplicado o método da deconvolução de Euler, de determinação estatística de profundidades de fontes magnéticas e gravimétricas, cujos resultados se harmonizaram aos anteriores. Os experimentos mostraram que para

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levantamentos realizados no pólo (ou em altas latitudes magnéticas), ou que permitam a aplicação de filtros de redução ao pólo, as respostas foram excelentes, localizando as fontes sobre os prismas. Porém, considerando que o filtro de redução ao pólo disponível no United States Geological Survey (USGS) não se aplica ao ambiente geomagnético da área de estudo devido sua localização estar entre as latitudes magnéticas +20º e -20º, recomenda-se cautela na interpretação e traçado de lineamentos, em função de deslocamentos decorrentes da influência da latitude magnética. Portanto, neste caso, as limitações impostas pela localização geográfica da área não podem ser solucionadas, pois se trata de característica intrínseca ao campo geomagnético da Terra. Palavras-chave: modelos sintéticos, magnetometria, Bacia do Amazonas Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury; Colaborador: Dr. Jeferson de Souza; Nível: Doutorado; Título do projeto original da dissertação ou tese: Modelo Gravimétrico-Magnético da Bacia do Amazonas; Linha de Pesquisa: Análise Regional e Métodos de Exploração; Projeto guarda-chuva: Caracterização estrutural do embasamento da Bacia do Amazonas e implicações para reativações de falhas durante o Fanerozóico, Petrobras; Data de entrada na pós-graduação: julho 2007; nº de créditos concluídos: 40; Exame de qualificação: entregue em julho de 2010; Nº de Trabalhos Publicados: previsão de 2 artigos, um para o 2º semestre de 2010 e dois para o 1º semestre de 2011; Data prevista para defesa: julho 2011; Possui bolsa: sim; Período: setembro de 2007 a julho de 2011; Fonte pagadora: CAPES. MODELOS GRAVIMÉTRICO-MAGNÉTICOS DO ESCUDO PARANAENSE Castro, Luís Gustavo de ([email protected]) Orientador: Francisco José Fonseca Ferreira O reconhecimento das descontinuidades tectônicas, do arranjo espacial em subsuperfície e dos compartimentos estruturais da região do Escudo Paranaense constitui um grande desafio, tanto na área da cartografia como na contextualização geológica regional. O presente trabalho intenta complementar a análise estrutural convencional com base em dados e informações de subsuperfície obtidos pela interpretação do arcabouço estrutural-magnético e da elaboração de modelos gravimétrico-magnéticos 2-D desta região. Neste sentido é proposta a utilização de interpretações de dados geofísicos, obtida por meio de análises qualitativas (realce de anomalias), semiquantitativas (determinação estatística de

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profundidades de fontes anômalas) e quantitativas (modelos geológico-geofísico-estruturais). A área objeto do presente estudo envolve as grandes estruturas aflorantes no Escudo Paranaense, como as zonas de cisalhamento Lancinha, Morro Agudo e Itapirapuã e seus prolongamentos sob a Bacia do Paraná, sendo limitada pelas coordenadas 52°18’54”W/23°40’20”S e 47°33’51”W/26°57’40”. Para a composição do mosaico aerogeofísico foram utilizados os dados magnéticos cedidos pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil ao LPGA/UFPR, o que possibilitou a geração do mapa magnético residual. Verificou-se inicialmente a existência de anomalias lineares de curtos comprimentos de onda, segundo faixa contínua de direção NW-SE, largura em torno de 100 km, reflexo dos cerrados enxames de diques de diabásio associados ao Arco de Ponta Grossa. Tais anomalias dificultam o reconhecimento da continuidade geofísica das estruturas proterozóicas, dispostas predominantemente segundo NE-SW, pelo que foram minimizadas através de procedimentos de filtragem. O mapa resultante, sem a influência dos sinais dos diques, foi continuado para cima (1500, 2000 e 5000 metros), com o objetivo de atenuar as anomalias de alta frequência espacial e verificar a persistência das estruturas em profundidade. Os dados continuados para cima foram submetidos a vários métodos de interpretação qualitativa (e.g. amplitude e inclinação do sinal analítico, amplitude e inclinação do gradiente horizontal total, Theta map, gradiente horizontal total da inclinação do sinal analítico, inclinação do sinal analítico do gradiente horizontal total), os quais foram anteriormente testados em modelos sintéticos 2-D e 3-D inseridos em diversas latitudes magnéticas, com o objetivo de apreciar suas respostas e avaliar sua aplicabilidade na área de interesse. Desta forma, a interpretação do arcabouço estrutural do Escudo Paranaense e das áreas adjacentes foi delineada e posteriormente cotejada às principais estruturas geológicas e feições do relevo da área de estudo. A zona de cisalhamento Lancinha, principal descontinuidade da área de estudo, é magneticamente bem reconhecida em níveis profundos, validada por profundidades estatísticas derivadas da Deconvolução de Euler (entre 1000 e 4000 m). Em adição a interpretação dos dados magnetométricos, foi proposta a aquisição, processamento e interpretação de dados gravimétricos, de origem orbital e terrestre, visando uma abordagem multiescala. A aquisição de dados terrestres consiste do levantamento de cinco transectas orientadas na direção NW-SE dispostas de forma perpendicular às principais estruturas (NE-SW), com espaçamento médio de 2 km, sendo adensado para 1 km sobre as zonas de cisalhamento mencionadas. O levantamento prevê cerca de 700 novas estações gravimétricas, distribuídas ao longo de aproximadamente 1300 km, realizadas sobre o Escudo Paranaense e a Bacia do Paraná. Palavras-chave: aeromagnetometria, Escudo Paranaense, zonas de cisalhamento.

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Dados acadêmicos: Co-Orientador(es): Profª. Drª Adalene Moreira Silva (UnB) e Prof. Dr. Alberto Pio Fiori (UFPR); Nível: Doutorado; Título do projeto original da dissertação/tese: Modelos gravimétrico-magnéticos do Escudo Paranaense e regiões adjacentes; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise Regional e Métodos de Exploração; Data de entrada na pós-graduação: Março 2010; N° de créditos concluídos: 28, sendo 08 cursados em 2010 e 20 obtidos pela equivalência de disciplinas do mestrado; Exame de qualificação: agosto de 2012; Trabalhos publicados ou período de confecção: Período de confecção dos artigos de 2010 a 2013. No momento 1 artigo no prelo e um resumo submetido e aceito no 45° Congresso Brasileiro de Geologia; Data da Defesa: março de 2014; Possui Bolsa: sim; Período: 1° Semestre; Fonte pagadora:CAPES. PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DE ROCHAS DO MAGMATISMO PENATECAUA DA BACIA DO AMAZONAS NA REGIÃO DE MEDICILÂNDIA, PA Costa, Juliana ([email protected]) Orientadora: Profª. Drª. Eleonora Maria Gouvêa Vasconcellos No final do Triássico, por ocasião da separação da América do Sul da África, ocorreu na Bacia do Amazonas um evento magmático caracteristicamente intrusivo denominado Magmatismo Penatecaua. As rochas ígneas geradas neste evento têm composição predominantemente básica e afloram na forma de diques e soleiras encaixadas nas rochas sedimentares paleozóicas da bacia. A área de estudo localiza-se no município de Medicilândia (PA), na borda sul da Bacia do Amazonas, onde afloram mais de 300 km² de rochas básicas intrudidas em rochas sedimentares dos grupos Urupadi e Curuá. O objetivo geral do trabalho é definir a gênese e evolução do magmatismo responsável pela formação das rochas na área de estudo. Os principais materiais e métodos utilizados são: revisão bibliográfica; trabalho de campo; análise petrográfica de 55 lâminas delgadas; e análise por fluorescência de raios X para definição de óxidos e elementos traço de 45 amostras de rocha. Em campo as rochas são classificadas de acordo com a granulação como diabásios e gabros, as quais possuem cores variando de cinza claro a escuro e cinza esverdeado e índice de cor mesocrático. Microscopicamente os diabásios apresentam estrutura maciça, com granulação variando de fina (< 1 mm) à média (1 - 5 mm). A textura pode ser equigranular fina, equigranular média, ou inequigranular glomeroporfirítica fina à média e com relação aos cristais de plagioclásio e piroxênio a textura é subofítica ou intergranular. Os gabros por sua vez são rochas maciças, de granulação grossa (> 5 mm) e textura inequigranular ou inequigranular porfirítica, subofítica. A assembléia mineral primária de

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ambos os litotipos é composta por 40 – 55% de clinopiroxênio (augita), 40 – 55% de plagioclásio (andesina/labradorita) e traços de minerais opacos, quartzo e apatita. A paragênese de alteração hidrotermal é composta por minerais opacos+sericita+clorita+ anfibólio(uralita e/ou hornblenda)±biotita±quartzo±epidoto e, possivelmente, foi originada pela alteração dos minerais primários pela ação dos fluidos finais do magmatismo. De acordo com os dados geoquímicos as rochas são supersaturadas em SiO2 com quartzo normativo variando de 1,41 – 9,22%. Nos diagramas de variação, utilizando-se MgO como índice fracionante, observa-se uma tendência linear positiva para SiO2, TiO2, Fe2O3, FeO, MnO, Na2O, K2O, e P2O5, enquanto o CaO apresenta tendência linear negativa em relação ao MgO. O Al2O3 mostra duas tendências, onde um grupo cujo valor de alumina é superior a 14%, tem correlação linear positiva, enquanto outro grupo tem Al2O3 inferior a 14% e tendência linear negativa. A análise detalhada do diagrama mg*(MgO/MgO+FeO) versus FeO e dos demais diagramas de variação permite a individualização de quatro grupos geoquímicos de rochas. O primeiro grupo é composto por rochas mais primitivas, cujos valores de mg* variam de 0,544 – 0,520, e que apresentam baixos teores de SiO2, teor de Al2O3 acima de 14%, os menores teores em TiO2, FeO, Fe2O3, Na2O, K2O e P2O5 e os maiores em MgO e CaO. O segundo grupo é caracterizado por apresentar mg* entre 0,483 – 0,400, composições intermediárias de MgO (relativas às rochas primitivas e às evoluídas, grupos 1 e 4 respectivamente), e teor de alumina acima de 14%. No terceiro grupo o mg* varia de 0,402 – 0,320, o MgO apresenta teores intermediários e a alumina varia de 13 – 14%. O quarto grupo é composto pelas rochas mais evoluídas analisadas, nas quais o mg* varia de 0,292 – 0,155. Este grupo possui os mais elevados teores de TiO2, FeO, Fe2O3, Na2O, K2O e P2O5, e os menores teores de MgO, CaO e Al2O3. Quanto à classificação, de acordo com o diagrama AFM as rochas pertencem à série toleítica e configuram padrão típico com enriquecimento em FeOt. Segundo o diagrama TAS possuem composição basáltica e andesito basáltica predominante, e de acordo com o diagrama R1R2 a composição varia de toleítica, andesito basáltica à lati-andesítica. No diagrama de Jensen as rochas concentram-se no campo toleítico, onde as mais primitivas possuem alto teor de MgO e as mais evoluídas alto teor de FeO. Palavras-chave: rocha básica; geoquímica; diabásio Penatecaua. Dados Acadêmicos: Co-Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo de Mesquita Barros; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Petrologia das rochas máficas da Bacia do Amazonas na região de Medicilândia, Estado do Pará. Área de Concentração: Geologia Exploratória: Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise regional e métodos de exploração; Data de entrada: março de 2009; Nº de créditos concluídos: 20; Exame de qualificação: maio de 2010; Data da Defesa: fevereiro de 2011; Possui Bolsa: Sim; Período: abril de 2009 ao fim do mestrado; Fonte Pagadora: CAPES.

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CALCRETES DA FORMAÇÃO GUABIROTUBA, PR: GÊNESE E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA Cunha, Paola Viana de Castro ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes A Bacia de Curitiba (Mioceno-Pleistoceno) tem área atual aproximada de 3000 km². Coincide parcialmente com a região metropolitana da cidade homônima, situada no sul do país. A bacia constitui depressão alongada de direção ENE, pertencente ao Sistema de Riftes Cenozóicos do Sul e Sudeste do Brasil. A Formação Guabirotuba, principal unidade sedimentar da bacia, é constituída por areias arcosianas localmente conglomeráticas e lamas, acumuladas sobre embasamento de rochas metamórficas e ígneas pré-cambrianas. Corresponde a depósitos de leques aluviais marginais e rios entrelaçados, e corpos aquosos rasos da região interior. Em alguns locais apresenta intervalos com cimentação carbonática (calcretes), de texturas: difusa, nodular, laminar, que podem constituir até crostas duras de espessura centimétrica. Além destas formas de ocorrência, registra-se também preenchimentos por carbonato de bandas de falha e juntas, de espessura centimétrica.. Os calcretes resultam da cimentação e/ou substituição do arcabouço dos sedimentos por precipitação de CaCO3 em processos edáficos (pedogênicos) ou relacionados com circulação de águas subterrâneas (freáticos). Em seções descritas em campo foram definidos três tipos de calcretes: 1) em perfis com horizontes friável, nodular, laminar, crosta dura (nem sempre todos presentes); 2) em estratos conglomeráticos (fragmentos carbonáticos retrabalhados); e 3) em fraturas discordantes. Há feições microscópicas muito características. Originam por processos biogênicos e/ou físico-químicos, são eles: calcretes com predomínio de processos geradores não biogênicos, do tipo alfa, e biogênicos, do tipo beta. Os calcretes com associação de texturas do tipo alfa apresentam frequentemente cristais romboédricos de calcita. A textura cristalina varia de micrítica a esparítica. Sua formação decorre de reprecipitação e recristalização do CaCO3 pela oscilação vertical do nível freático. Os de associação de texturas tipo beta apresentam cristais aciculares de calcita, feições em menisco, porosidade maior. A formação dos calcretes com textura do tipo beta parece estar relacionada com alto grau de sobresaturação ou com atividade microbiana. As estruturas alveolares são típicas deste tipo de calcretes, estão formadas por septos arqueados de longitude variada que se desenvolvem dentro de espaços vazios, como moldes de raízes ou em poros intergranulares. A análise, por petrologia óptica, de seções delgadas de calcretes do tipo 1 de diversos intervalos estratigráficos caracterizou predominância de associação de microestruturas do tipo alfa. Com microscópio eletrônico de varredura (MEV) foram identificadas microestruturas das associações alfa e beta (cristais aciculares de calcita). Os

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cristais romboédricos de calcita são características de associação de microtexturas alfa e como estão envolvidos pelas demais formas de calcita, correspondem a um primeiro estágio de formação. Já os cristais de calcita aciculares, vermiformes e a textura alveolar são características de associação de microtexturas do tipo beta. A calcita acicular envolve a romboédrica, sendo, portanto, posterior a essa. A calcita vermiforme ocorre sobre ou junto à acicular, o que permite inferir que são contemporâneas e/ou a acicular é anterior à vermiforme. Os resultados, ainda preliminares indicam ação de processos policíclicos, com superimposição de processos freáticos aos pedogênicos originais. A presença de crostas e intervalos laminares, assim como de nódulos tubulares subverticais, carbonáticos, é atribuída a paleopedogênese decorrente da exposição dos sedimentos sob condições de intensa evaporação em clima semi-árido, em períodos de pouca ou nenhuma sedimentação. Palavras-chave: calcretes, Bacia de Curitiba, Guabirotuba. Dados acadêmicos: Co-Orientador (s): Profº Drº Daniel Atencio, Profa. Dra Valderez Ferreira. Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Caracterização e gênese de calcretes da Formação Guabirotuba, Bacia de Curitiba; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Nome da Linha de Pesquisa: Análise de bacias; Data de entrada na pós-graduação: 03/2009; No de créditos concluídos: 18; Exame de qualificação: 07/2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: Electron microscopy study of the calcretes Guabirotuba Formation, Curitiba Basin (Paraná), Petrographic, chemical characterization and genesis of calcretes of a continental rift basin (Curitiba Basin, Brazil); Data da Defesa: 03/2011; Possui Bolsa: sim; Período: 05/2009 – 05/2011; Fonte pagadora: CAPES. PEGMATITOS COMO GUIAS DE EXPLORAÇÃO DE EGP E METAIS ASSOCIADOS EM BASALTOS DA PROVÍNCIA MAGMÁTICA DO PARANÁ, NA REGIÃO DE SALTO DO LONTRA, ESTADO DO PARANÁ Ferreira, Carlos Henrique Nalin ([email protected]) Orientadora: Profa Dra. Maria José Maluf de Mesquita A área foco da pesquisa situa-se na região sudoeste do Estado do Paraná, nas proximidades da cidade de Salto do Lontra. Nesta região afloram predominantemente rochas ígneas basálticas componentes de derrames tabulares espessos. Ocorrem também rochas diferenciadas, classificadas como gabros pegmatóides ou como pegmatitos básicos,

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no núcleo destes derrames. O derrame Salto do Lontra, portador de pegmatitos básicos e foco da pesquisa, possui arquitetura interna bem definida. Foram individualizados três horizontes principais em perfil vertical ao derrame: Nível vesicular de topo, nível maciço central e nível vesicular de base. O nível vesicular de topo consiste em um horizonte do derrame onde é constante a presença de estruturas internas como amígdalas e vesículas, possui fraturas curvilíneas pouco contínuas. O nível maciço central é marcado pela ausência de vesículas ou amígdalas, e por possuir padrão de fraturas regular em seu núcleo, tornando-se mais irregular em direção às extremidades. O nível vesicular de base é caracterizado por apresentar amígdalas e vesículas, porem em menor quantidade que o nível vesicular superior, e fraturas irregulares, aparentemente sem padrão definido. Os corpos de pegmatito básico ocorrem em forma de lentes alongadas horizontais com poucos centímetros até 50 cm de espessura, e extensão lateral de até 5 metros. São divididos em dois tipos: A e B. O tipo A diferencia-se por apresentar maior quantidade de amígdalas, estes corpos possuem maior porosidade e fazem contatos melhor definidos com o basalto encaixante. Os pegmatitos tipo B caracterizam-se por apresentar muito pouca ou nenhuma amígdala e mais baixa porosidade. O contato destes corpos com a encaixante ocorre de forma mais irregular e gradacional. A susceptibilidade magnética (SM) tem mostrado-se um excelente método prospectivo na individualização de corpos pegmatíticos tipos A e B, nos basaltos encaixante. É possível observar, em mapas de isoconcentração, que em alguns casos a SM consegue “mapear” os corpos de pegmatito. No horizonte, pertencente ao derrame Salto do Lontra, portador de corpos pegmatíticos, ocorrem fortes variações nos valores de susceptibilidade. Estas anomalias são geralmente positivas, principalmente em regiões muito próximas aos pegmatitos, ou sobre estes corpos. Há aparente variação de SM para corpos pegmatíticos tipo A e B. Corpos tipo B apresentaram valores de SM ligeiramente maiores que os tipo A. No horizonte onde não ocorrem pegmatitos, os valores de SM destoam-se pouco da média, e não ocorrem anomalias magnetométricas. Os trabalhos de petrografia e metalografia dos basaltos e pegmatitos básicos da região de Salto do Lontra, possibilitaram caracterizar a assembléia mineral primária e secundária destas rochas, diferenciando principalmente os silicatos e óxidos. Os basaltos e pegmatitos possuem assembléia mineral primária constituída principalmente por: Andesina, augita, magnetita, ilmenita e apatita; e secundária por: obsidiana, clorita, magnetita, ilmenita e hematita. Possuem estrutura maciça e textura porfirítica a subafírica, subofítica e intergranular localizada. Ocorrem microfenocristais de andesina e augita com limites de grãos que poder ser nítidos e bem definidos, ou irregulares com aparente corrosão das bordas. A matriz destas rochas é equigranular e pode apresentar-se límpida, com pouca alteração, até cloritização pervasiva, principalmente sobre os grãos de augita. Os óxidos estão presentes em três populações, e distinguem-se entre si por características como: tamanho, presença de inclusões, hábito e texturas. A magnetita é característica por apresentar brilho metálico a sub-metálico, cor cinza médio com tinta castanha, e hábitos

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quadráticos, triangulares, lozangulares e esqueléticos subédricos a euédricos. A ilmenita se distingue dos demais óxidos por sua cor cinza acastanhada com tinta rosada, brilho metálico a sub-metálico e hábitos hexagonal, prismático curto e acicular subédricos a euédricos. A hematita foi definida pela sua cor característica cinza esbranquiçada com tinta azulada e poder refletor relativamente maior que os da hematita e ilmenita, o que deixa o mineral mais brilhante. É comum o intercrescimento entre magnetita e ilmenita, principalmente em grãos maiores, pertencentes à segunda e terceira populações. Ocorrem também, freqüente hematitização das bordas destes grãos e das lamelas de magnetita exsolvidas a partir de grãos de ilmetina. Ocorre um sulfeto rosa avermelhado marcado por poder refletor bem maior que dos óxidos estudados. Estes minerais são isótropos e tem hábito quadrático subédrico a euédrico a hábito granular anédrico. Estes sulfetos podem estar presentes na matriz da rocha ou associados aos óxidos. Ocorre também a inclusão destes sulfetos em grãos de magnetita e ilmenita. Palavras-Chave: pegmatitos básicos, magnetita, elementos do grupo da platina (EGP). Dados Acadêmicos: Co-Orientador: Profa Dra. Marcia Elisa Boscato Gomes; Geól. Dr. Edir Edemir Arioli; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação/ tese: Pegmatitos como guias de exploração de EGP e metais associados em basaltos da Formação Serra Geral, na região de Salto do Lontra, PR; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Depósitos Minerais; Data de entrada: março de 2009;Nº de créditos concluídos: 22; Exame de qualificação: Julho de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1 (um) resumo no II Simpósio Brasileiro de Metalogenia; 3 (três) resumos no 45o Congresso Brasileiro de Geologia (dois como autor); Data da Defesa: Março de 2011; Possui bolsa: sim; Período: Abril de 2009 a Março de 2011; Fonte pagadora: CAPES. ANÁLISE DA DEFORMAÇÃO ATUAL DO DOMO DE MONTE ALEGRE - PARÁ Figueira, Isabella Françoso Rebutini ([email protected]) Orientador: Eduardo Salamuni O Domo de Monte Alegre é uma estrutura geomorfológica dômica reconhecida em imagens orbitais como um conjunto de serras que desenham uma forma semi-elíptica que se destaca na planície amazônica. Esta região localiza-se à nordeste de Santarém, nas imediações da margem norte do rio Amazonas no Estado do Pará. Seu eixo maior está

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orientado a ENE-WSW com aproximadamente 30km de comprimento e o eixo menor NNW-SSE com 20km. Diversas pesquisas foram realizadas na região Amazônica, até mesmo em regiões acesso restrito e com densa cobertura vegetal que mascara estruturas geológicas. Porém a região de Monte Alegre em contrapartida, apresenta características que facilitam o mapeamento no que se refere ao acesso e presença de áreas naturalmente descampadas com exposição de rochas, estruturas geológicas interessantes, fontes termais, bens minerais como bauxita, calcário, diabásio até corpos de kimberlitos. Este trabalho consiste da descrição e interpretação de grande quantidade de dados estruturais e morfoestruturais obtidos por base da interpretação multi-escala de sensores remotos desde a escala regional, em imagens de satélite até a escala local em fotografias aéreas. Estes dados foram, acrescidos dos dados coletados em campo, completando o quadro multi-escala de observação. Com a elaboração dos mapas de feições lineares de relevo extraídos por imagens SRTM, foi possível caracterizar que de forma geral, na área são presentes as direções NE-SW e NW-SE marcados também nos diagramas de rosetas. Porém em uma análise mais detalhada, realizada por setores, outra direção foi ressaltada, como a N-S, que ocorre na faixa do Domo de Monte Alegre e coincide côa a região de cruzamento destas direções. Os levantamentos de campo foram divididos em duas etapas, e tiveram como objetivo a coleta de dados estruturais, tais como a geometria das fraturas em afloramento, seu espaçamento, os materiais que as preenchem, bem como as características deste preenchimento, se precipitando ou gerado em zona de gouge. Após o tratamento dos dados, com o reconhecimento dos principais planos de fraturas tanto de forma pontual, quanto pelo conjunto das unidades estratigráficas, iniciou-se a etapa de seleção e separação dos dados com intuito de distinguir estruturas geradas em eventos deformacionais atuantes em diferentes épocas. Para este trabalho foram calculadas as direções de paleotensões e estas foram separadas pelas diferentes direções nos campos de tensões. A partir destes dados analisados até o momento da distribuição das direções dos paleotensores, aliados aos dados adquiridos em campo, foram individualizadas duas fases de deformação, que foram denominadas de D1 e D2. Na fase D1, a compressão máxima (σ1) posiciona-se a NW-SE, o σ2 encontra-se preferencialmente vertical com componente N-S e SW e a compressão mínima (σ3) a NE-SW com uma pequena dispersão vertical. O evento D1 apresenta um caráter compressivo com direção NW que gerou zonas de cavalgamento NE e dobras de médio porte com vergência para NW e geração de falhas transcorrentes com direção ENE-WNW de caráter dextral. Nesta fase também foram verificadas falhas sinistrais N-S e NW-SE. A geração deste evento pode se atribuir à abertura e separação da América do Sul. Já a fase D2 foi definida e separada da fase anterior por apresentar indicadores de paleotensores com caráter mais distensional, neste caso com o sentido de compressão máxima (σ1) encontra-se na direção NNE-SSW, o σ2 encontra-se essencialmente na vertical, com alguma dispersão e as medidas de σ3, apresentam direções NW-SE. Este evento foi identificado nas falhas nas rochas intrusivas,

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da Pedreira 3 Bocas. Outro fator que corroborou para esta separação de fases é que foi identificada em campo a relação entre as zonas de falhas e as preenchidas por quartzo, com caráter mais distensivo, cortam as fraturas de direção NW com caráter cisalhante. Palavras-chave: Domo de Monte Alegre, análise estrutural, análise de imagens. Dados acadêmicos: Co-Orientador: Francisco José Fonseca Ferreira; Nível: Doutorado; Título do projeto original da dissertação/tese: Análise da deformação atual do Domo de Monte Alegre no estado do Pará; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de Bacias e Petrofísica; Data de entrada na pós-graduação: julho 2007; No de créditos concluídos: 36; Exame de qualificação: entregue em julho 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: 2010; Data da Defesa: julho 2011; Possui Bolsa: não; Período: 6° semestre. TECTÔNICA DA ZONA DE CISALHAMENTO CURITIBA, CURITIBA-PR Gonçalves, Fernanda Micheli ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni A área de estudo, denominada informalmente de Zona de Cisalhamento Curitiba por Salamuni (1998), ratificada por Salamuni et al. (2003), corresponde a um alinhamento NE-SW com cerca de 100 km, localizado a sudeste do Estado do Paraná, mais precisamente na borda oeste da Bacia de Curitiba. É delineada principalmente por estruturas que são o resultado da evolução da Faixa Ribeira (NE-SW), gerada na Orogenia Brasiliana (Hasui et al. 1975, Heilbron et al. 2004). O objetivo geral deste projeto é definir e caracterizar esta megaestrutura, tal como estudar em detalhe e discutir os processos deformacionais envolvidos no local e identificar feições modificadas pela reativação de falhas do embasamento. A zona de falha em estudo apresenta importante expressão morfoestrutural, e é representada como uma descontinuidade a qual limita geologicamente os metassedimentos do Grupo Açungui – em particular os da Formação Capiru - e o embasamento cristalino conhecido também como Complexo Atuba (Fuck et al. 1967; Basei et al. 1992; Siga JR. et al. 1995; Salamuni 1998). O foco deste estudo encontra-se distribuído ao longo desta descontinuidade. Nas etapas preliminares de campo observou-se que a zona de cisalhamento apresenta traço curvilíneo, caracterizando planos de cisalhamento destrais de alto a médio ângulo, e transporte relativo em direção a sul-sudeste. Apresenta estruturas dúcteis segundo uma direção NE e rúpteis de direções NE-

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SW; NW-SE, N-S e EW. Próximo à zona de falha, as rochas tendem a apresentar estrutura milonítica, de espessura irregular, da ordem de metros a dezenas de metros, dando indícios da existência de tectonofácies. Além destas características, o sistema de deformação dúctil em zonas mais afastadas da Zona de Cisalhamento Curitiba, é caracterizado por foliação milonítica a protomilonítica, com comum transposição e descaracterização completa dos planos originais de acamamento, gerando micrólitons milimétricos a submilimétricos em geral anastomosados e descontínuos. Este padrão, que é observado tanto nos tectonitos da Formação Capiru quanto em porções mais restritas do Complexo Atuba, pode ser indicativo da protodeformação que culminou com a geração dos próprios tectonofácies. Acredita-se que a presença constante de cataclasitos associados a esses padrões estruturais, possa indicar que a Zona de Cisalhamento Curitiba pode ter sido afetada por deformação ligada à tectônica com comportamento rúptil-dúctil, em regimes de baixo a muito baixo grau metamórfico. Assim sendo, a idade da deformação da mesma remontaria ao fechamento da Bacia Açungui, ou seja, entre o Proterozóico Médio e Superior, entretanto deve-se considerar que trechos da zona de cisalhamento apresentam estruturas rúpteis e cataclase superimpostas aos eventos dúcteis, podendo-se inferir que a tectônica do Sistema Transcorrente Lancinha a reativou. Desta forma, a análise destas estruturas em suas várias fases de ativação e reativação, assumem papel preponderante no entendimento da evolução tectônica da área ao longo do Proterozóico Superior. O estudo está vinculado ao projeto de pesquisa intitulado “Falhas, campo de esforços e fluxos de fluidos”, coordenado pelo Prof. Dr. Alberto Pio Fiori e vem sendo financiado pela Petrobras. Palavras-chave: zona de cisalhamento, reativação de falhas, Faixa Ribeira. Dados Acadêmicos: Co-Orientador: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação/ tese: Tectônica da Zona de Cisalhamento Curitiba,Curitiba- PR; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha: Geologia Regional e Geotectônica; Data de entrada: março de 2010; Nº de créditos concluídos: 08; Exame de qualificação: Julho de 2011; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1 (um) resumo no 45o Congresso Brasileiro de Geologia; Data da Defesa: Março de 2012; Possui bolsa: sim; Período: Abril de 2010 a Março de 2012; Fonte Pagadora: FUNPAR.

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ANÁLISE FACIOLÓGICA E PALEOAMBIENTAL DA FORMAÇÃO PEDRA DE FOGO NA BORDA OESTE DA BACIA DO PARNAÍBA Juk, Kaluan Frederico Virmond ([email protected]) Orientadora: Profª. Drª. Cristina Silveira Vega O estudo da evolução geológica das bacias sedimentares brasileiras é de grande interesse, pois é uma ferramenta importante na investigação dos processos e definições de possíveis áreas geradoras e acumuladoras de recursos energéticos. O potencial exploratório da Bacia do Parnaíba está associado principalmente a hidrocarbonetos gerados na Formação Pimenteiras (Devoniano) e acumulados nos arenitos devonianos da Formação Cabeças. Porém, há também um potencial reservatório na sequência carbonífera da bacia, onde o hidrocarboneto se acumularia nos arenitos da Formação Piauí, sendo selado por folhelhos e anidritas da Formação Pedra de Fogo. Sendo assim, a compreensão evolutiva da Formação Pedra de Fogo, onde ocorre uma transição entre deposição química e clástica, pode fornecer dados importantes em relação aos sistemas petrolíferos da Bacia. A presença de cherts nesta formação indica que houveram processos de silicificação na bacia. Este trabalho pretende definir se a origem desta silicificação é diagenética, como afirmam alguns autores, ou se é por sedimentação química, e compreender a paleogeografia da Formação Pedra de Fogo na borda oeste da Bacia do Parnaíba. O resultado desta caracterização poderá dar suporte à avaliação de possíveis reservatórios. A área de estudo localiza-se nos municípios de Guaraí e Araguaína, ambos no Estado do Tocantins. O trabalho de campo realizado consistiu, basicamente, na técnica clássica de confecção de perfis estratigráficos verticais com coletas de amostras de intervalos de interesse e macrofósseis. Ao todo foram descritos 27 afloramentos e coletadas diversas amostras para análise petrográfica. As fácies definidas foram adaptadas do modelo proposto por Miall (1978), sendo utilizada a terminologia em português: C, para conglomerado; A,para arenitos; F e S, para argilitos/folhelho e siltitos, respectivamente. Ao todo 8 litofácies foram identificadas, agrupadas em três texturas: psefítica, psamítica e pelítica. As fácies são as seguintes: C, constituída por conglomerados sustentados por matriz síltico argilosa e clastos de até 2 cm. As camadas são geralmente maciças ou sem organização interna. Interpretou-se que esta litofácies está associada a acréscimo de clastos em carga de fundo. A fácies Af caracteriza-se por apresentar arenitos finos bem selecionados com laminação plano paralela incipiente. Esta fácies está associada à migração de formas de leito plano. A fácies Amp é composta por arenitos médios moderadamente selecionados com estratificação plano paralela e foi gerada por espraiamento de fluxo aquosos. A fácies Asl é composta por arenitos maciços silicificados,

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possivelmente em processos diagenéticos. A fácies Amt possui estratificação tabular de pequeno porte e é composta por arenitos médios a grossos moderadamente selecionados, formados por migração de formas de leito ondulado 2D. A fácies Fm ocorreu por suspensão, possui estruturação maciça e é composta por argilito maciço. A fácies Sp é composta por siltito com laminação plano paralela e formados por suspensão dos sedimentos. A fácies Fsl é composta por silexito maciço e se formou em um ambiente com suspensão e alta taxa de evaporação. A presença de chert e anidrita indica que também houve momentos em que a deposição ocorreu em ambiente marinho restrito, em clima semi-árido a árido. As camadas de arenito observadas, com indicação de atuação de processos trativos, indica a presença de episódios com maior energia durante a deposição da formação. Para atingir os objetivos do trabalho algumas etapas da pesquisa precisam ser concluídas. Uma etapa de campo complementar está programada para ocorrer na segunda quinzena do mês de setembro, com o intuito de coletar informações adicionais que complementem o estudo faciológico. A análise de lâminas delgadas de arenitos silicificados, cherts e carbonatos da Fm. Pedra de Fogo será realizada com o objetivo de caracterizar estes litotipos microscopicamente. Nesta análise serão enfocadas as características diagenéticas, a maturidade textural e mineralógica e a possível composição microfossilífera. Na análise por MEV pretende-se observar principalmente os carbonatos, cherts e pelitos da Fm. Pedra de Fogo, a fim de diagnosticar processos de substituição diagenética e identificar argilo-minerais. A definição de tais processos é importante no estudo da evolução diagenética da bacia. Palavras-chave: Formação Pedra de Fogo, Bacia do Parnaíba, paleoambiente. Dados Acadêmicos: Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Estudo comparativo das seções do Carbonífero Superior na borda sudoeste da Bacia do Parnaíba e na borda sul da Bacia do Amazonas. Área de Concentração: Geologia Exploratória: Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de Bacias e Petrofísica; Data de entrada: Março de 2009; Nº de créditos concluídos: 18; Exame de qualificação: Junho de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: Agosto, 2010. Data da Defesa: Fevereiro de 2011; Possui Bolsa: Não; teve bolsa FUNPAR de março a agosto de 2009.

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EVOLUÇÃO TECTONO-SEDIMENTAR DO SETOR MERIDIONAL DO SISTEMA DE RIFTES CENOZÓICOS DO SUDESTE DO BRASIL Lima, Fábio Macedo de ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes O Sistema de Riftes Cenozóicos do Sudeste do Brasil (SRCSB) estende-se por aproximadamente 1200 km, desde o estado do Rio de Janeiro até o de Santa Catarina. É constituído por grábens e horstes cuja forma alongada é delineada por estruturas tectônicas de direção nordeste-sudoeste, e secundariamente, noroeste-sudeste. As bacias que o contextualizam, são preenchidas com sedimentos continentais de idade paleo-neogênica, depositados dominantemente por sistemas fluviais. As maiores espessuras preservadas são da ordem de 400 m, e ocorrem ao longo do segmento central, formado pelas bacias de Resende-Volta Redonda, Taubaté e São Paulo. Na década de 1970, estudos relacionaram a evolução do SRCSB a desdobramentos dos processos de abertura do Oceano Atlântico, contexto que também envolve as bacias petrolíferas de Santos e Campos (Cretáceo inferior). Trabalhos de abrangência regional publicados mais recentemente, sugeriram que este sistema evoluiu como entidade tectônica única, onde grábens e horstes associar-se-iam a planaltos remanescentes da Superfície do Japi, aplainamento erosivo antecedente ao processo de rifteamento (intervalo Cretáceo/Paleoceno). Levantamentos nessa escala são inéditos para a porção meridional do SRCSB, que engloba feições tectono-sedimentares do leste paranaense (Gráben de Paranaguá, Bacia de Curitiba, Depressão do Piraí e sedimentos que ocorrem ao longo do rio Iapó) e sudeste paulista (grábens de Cananéia e Sete Barras e a Formação Pariquera-açú). Entre os trabalhos de abrangência local, predominam Interpretações baseadas na evolução tectônica, estratigráfica e na distribuição espacial dos depósitos. Todavia, aspectos geomorfológicos observados na região dos rios Piraí e Iapó, sustentam a possibilidade de que durante a sedimentação, o rumo das drenagens foi diferente do atual. Na Bacia de Curitiba, estudos de paleocorrentes identificaram tendência de fluxo para norte. Esta observação permite supor que tal bacia expandia-se nessa mesma direção e eventualmente comunicava-se com feições cogenéticas localizadas no Vale do rio Ribeira. Sob tal contexto, é possível que os rios Iguaçu, Iapó, Piraí, e Piraí-mirim que atualmente fluem para sul-sudoeste e depois têm seu curso modificado por estruturas de direção oeste-noroeste e leste-oeste, sejam conseqüência da captura de drenagem desencadeada por processos de formação e/ou deformação dos grábens. Fenômeno similar a este é observado a norte da Bacia de São Paulo, onde o rio Paraíba do Sul – cujas nascentes situam-se na Serra da Bocaina e escoam para sudeste – sofre inflexão no seu curso,

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adaptando-se ao gráben de Taubaté então escoando para nordeste. Assim, a presente pesquisa se propõe a correlacionar o contexto deposicional e tectônico atuante na formação e posterior deformação das bacias cenozóicas do Primeiro Planalto Paranaense e sudeste de São Paulo. Para tanto, fundamenta-se em estudos de análise estrutural que permitam identificar e correlacionar fases de deformação tectônica, análise faciológica e estratigráfica com intuito de aprofundar o conhecimento sobre o ambiente deposicional, mapeamento dos sedimentos e possíveis continuidades paleogeográficas existentes entre sítios deposicionais conhecidos hoje, análise geomorfológica para reconhecimento e mapeamento das principais superfícies erosivas relacionadas à evolução e deformação das bacias. Parte dos dados relacionados à faciologia e evolução estrutural, sobretudo da Bacia de Curitiba, Depressão do Piraí, Gráben de Sete Barras e da Formação Pariquera-Açu, já se encontram disponíveis para consulta e manipulação. Palavras-chave: rifte cenozóico do sudeste, análise e correlação de bacias, Bacia sedimentar de Curitiba. Dados acadêmicos: co-orientadores: Mário Sérgio de Melo, Eduardo Salamuni, Ginaldo Campanha; nível: Doutorado; título do projeto original: “Evolução tectono-sedimentar do setor meridional do Sistema de riftes cenozóicos do sudeste do Brasil”; área de concentração: Geologia exploratória; linha de pesquisa: Análise de bacias e Petrofísica; data de entrada na pós-graduação: março de 2010; nº de créditos concluídos: 32; exame de qualificação: março de 2013; trabalhos previstos: 4; data da defesa: março de 2014; possui bolsa: sim; período: 12 meses a partir de julho de 2010; fonte pagadora: CAPES. TIPOLOGIA DE ZIRCÃO DA BACIA DE CURITIBA Machado, Denise Alessandra Monteiro ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes A bacia de Curitiba localiza-se a leste do Primeiro Planalto Paranaense, na região metropolitana de Curitiba. Seu preenchimento sedimentar consiste numa sucessão de quase 80m de espessura, composta por lamas, areias arcosianas e conglomerados da Formação Guabirotuba (Neógeno). Estes depósitos são atribuídos a ambiente deposicional de sistemas de leques aluviais, fluviais e paludiais interiores. O embasamento da bacia é formado por rochas metamórficas do Complexo Atuba, granitos da Província Graciosa a leste e sudeste, e as rochas metamórficas do Grupo Açungui, a noroeste. A predominância marcante de zircão nos sedimentos da bacia permitiu a discriminação de variedades de

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composição para a definição mais precisa de áreas de origem. O zircão mineral é altamente resistente a processos físicos e químicos naturais, comum entre os minerais detríticos na maioria dos sedimentos. Também resiste à transformações de alta temperatura, tais como processos hidrotermais, metamórficos e até mesmo de fusão parcial. A baixa velocidade de difusão dos íons na estrutura de cristal de zircão favorece a preservação de suas características químicas originais e composição isotópica durante a maior parte dos processos geológicos. Os resultados aqui apresentados baseiam-se na discriminação do tipo de zircão de suas propriedades ópticas e forma. Os concentrados de zircão foram preparados em montagens sobre lâminas de vidro e analisados com microscópio com luz transmitida polarizada e microscopia eletrônica de varredura (MEV). A tipologia de grãos de zircão é baseada em possíveis combinações de prismas e pirâmides, bem como os seus tamanhos relativos. As análises preliminares revelaram quatro tipos de grãos diferentes: 1) com faces euédricas (20%), 2) oviformes (30%), 3) irregular (10%) e 4) prismática com arestas arredondadas (40%). Para a análise da tipologia foram utilizadas formas 3 e 4. De acordo com os critérios de análise qualitativa e quantitativa da tipologia de zircão foram identificadas as seguintes formas: prisma alongado no eixo c com pirâmides parciais ou totalmente definidas. Os tipos predominantes T e K nas porções leste, nordeste e sudeste da bacia, onde a face bipiramidal (101) é dominante e uma face adicional (301). Os tipos de zircão identificados para estas amostras são classificados como T 13-14, aparecendo com menor frequência tipos K 1-2. A presença de uma face adicional (301), o que pode indicar rocha originada de magma relativamente rico em potássio, parâmetro A (média de Al / Alkali em rochas plutônicas) entre 600 e 700 e T (temperatura de cristalização), cerca de 700 poderiam caracterizar ambiente ígneo de elevada alcalinidade. Este índice pode sugerir áreas-fonte relacionadas com a Província Graciosa, série ígnea de magma alcalino a sub-alcalino a leste da bacia. As próximas etapas da pesquisa prevêem uma caracterização química de grãos zircão. De análises com microssonda eletrônica esperam-se resultados de composição química mineral, elementos maiores e traços. De análises com espectrômetro de massa por ionização acoplada por plasma com ablação a laser (LA-ICP-MS) espera-se obter informações sobre os elementos terras raras. Tais resultados são necessários para definir e distinguir os parâmetros de composição das populações de zircão de diferentes origens. Palavras-chave: tipologia de zircão, Bacia de Curitiba, proveniência. Dados acadêmicos: Co-orientador (as): Profa Dra Ana Maria Góes (IGc-USP), Profa Dra Maria José Mesquita (UFPR); Nível: doutorado; Título do projeto original da dissertação/tese: Proveniência de sedimentos da Bacia de Curitiba por estudo de zircões; Área de concentração: Geologia Exploratória; Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de bacias; Data de entrada na pós-graduação: 05/2009; No de créditos concluídos:08; Exame

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de qualificação:09/2011;Trabalhos publicados ou período de confecção: Proveniência de sedimentos da Bacia de Curitiba por estudo de minerais pesados; Data da Defesa:05/2013; Possui Bolsa: sim; Período: 05/2009 – 05/2013; Fonte pagadora: CAPES.

CALCRETES E PALEOSSOLOS ASSOCIADOS A DEPÓSITOS CONTINENTAIS ARENOSOS DA FORMAÇÃO MARÍLIA, BACIA BAURU (ks) Maoski, Eloir ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes A Bacia Bauru desenvolveu-se na Plataforma Sul-Americana após a ruptura do continente Gondwana, no Cretáceo Superior. Foi preenchida por seqüência siliciclástica arenosa na forma de leques aluviais de borda, sistemas de rios entrelaçados com lençóis de areia e deserto interior sob condições mais áridas. A Formação Marília (Grupo Bauru) é constituída, grosso modo, por rochas psamíticas com cimentação carbonática mais intensa. Subdivide-se nos membros Echaporã, Ponte Alta e Serra da Galga. Geralmente apresenta relevo de mesetas sustentando altos topográficos regionais, configurando processo geomorfológico denominado inversão de relevo. O Membro Echaporã possui maior extensão, ocorrendo nas regiões de Marília, Echaporã, Monte Alto (SP), Campina Verde (MG), Quirinópolis e Itajá (GO). O Membro Ponte Alta ocorre no Triângulo Mineiro e caracteriza-se por apresentar intensa cimentação carbonática, a ponto de ser explorado como calcário para corretivo de solos. Os calcretes mais expressivos da bacia ocorrem na Formação Marília e são parcialmente associados a paleossolos. O estudo de paleossolos e calcretes constitui importante recurso na análise paleoambiental e de evolução de bacias sedimentares. A pesquisa em desenvolvimento visa compreender a gênese destes calcretes mediante sua caracterização faciológica. Para tanto, a pesquisa é desenvolvida a partir de levantamentos de campo e coleta de amostras, descrição de testemunhos cedidos por empresas perfuradoras de poços para águas subterrâneas, caracterização de petrofácies por microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura (MEV), uso de fotomontagem e levantamentos com radar GPR. Os afloramentos definidos para estudo localizam-se na região de Marília em cortes de estradas e, no Triângulo Mineiro, às margens de rodovias e em pedreiras abandonadas ou em lavra. Até o momento foram realizadas quatro saídas a campo, principalmente para Uberaba e Peirópolis (MG) e Marília (SP), com programação da quinta e última saída para o Triângulo Mineiro. Do ponto de vista macroscópico, os calcretes que ocorrem na Formação Marília são do tipo concrecionado, mosqueado, crosta dura, maciço, venulado e friável ou pulverulento.

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Quanto à origem dos calcretes, pode estar relacionada ao desenvolvimento de paleossolos (biogênica) ou à variação do nível freático (química). A primeira gera associações de microtexturas do tipo beta e a segunda, associações do tipo alfa. Nesta pesquisa, estudos preliminares de seções delgadas dos calcretes indicam sobreposição de processos freáticos aos pedogenéticos determinando predomínio da associação tipo alfa. Até o momento, a análise de calcretes por MEV corroborou tais resultados. Em geral, as principais feições em petrografia estão relacionadas com a recristalização do cimento carbonático e desenvolvimento de esparito a partir da lama micrítica, crescimento deslocativo da calcita, vestígios de dolomitização e preenchimento de porosidade secundária por cimentação silicosa. As bioturbações são importantes condicionantes que atestam a existência de paleossolos. De modo geral, em toda a parte oriental da bacia há vestígios de atividades biológicas e evidências de antigos solos. As rizocreções indicam que o ambiente se tornara mais úmido favorecendo a colonização por plantas. Além disso, outras feições tubulares (icnofósseis) com preenchimento posterior são observadas e relacionam-se a escavações de pequenos organismos. Assim, o estudo de calcretes e paleossolos, baseado nos procedimentos de investigação ora apresentados, busca melhor compreensão da origem dos carbonatos continentais, bem como suas relações faciológicas e conotações paleoambientais. A pesquisa tem suporte financeiro do Conselho Nacional de Pesquisa, projeto “Paleossolos associados a depósitos continentais arenosos de clima semi-árido: estudo da Formação Marília, Bacia Bauru (Ks)”, do Edital Universal CNPq (proc. 471717/2007-0). Palavras-chave: Formação Marília, paleossolos, calcretes Dados acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. Leonardo José Cordeiro e Dr. Paulo César Boggiani; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Depósitos continentais arenosos associados a calcretes e paleossolos da Formação Marília, Bacia Bauru (Ks); Área de concentração: Geologia Exploratória; Nome da “Linha de Pesquisa”: Caracterização petrofísica e sedimentológica; Data de entrada na pós-graduação: março de 2010; Número de créditos concluídos: 08; Exame de qualificação: maio de 2011; Número de trabalhos publicados: 1(para setembro de 2010); Data da defesa: março de 2012; Possui bolsa: sim; Período: março de 2010 a março de 2012; Fonte pagadora: CAPES/PROF.

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ANÁLISE ESTRUTURAL MULTI-ESCALA DA REGIÃO ENTRE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA (PA) E GUARAÍ (TO), PORÇÃO CENTRAL DA FAIXA ARAGUAIA: TÉCNICA DE BALANCEAMENTO DE SECÇÃO EM AMBIENTE COLISIONAL Pierin, André Ramiro Hillani ([email protected]) Orientadora: Profª. Drª. Maria José Maluf de Mesquita O presente trabalho aborda aspectos litoestruturais relativos à evolução tectônica da Faixa de Dobramentos Araguaia, através da análise de lineamentos com sensores remotos, levantamentos de campo e petrografia. Com o reconhecimento das relações geométricas e cronológicas em diferentes escalas, espera-se definir os principais eventos deformacionais que atuaram durante os estágios de desenvolvimento da faixa móvel no Pré-Cambriano, bem como estágios posteriores do Fanerozóico. Adicionalmente, com o objetivo de validar a interpretação geológica, calcular a taxa de encurtamento da bacia e confeccionar modelos palinspáticos para a área de estudo, será utilizada a técnica de restauração e balanceamento de seções. A área de estudo abrange rochas ígneas e metamórficas da Faixa Araguaia, expostas entre as cidades de Guaraí (TO) e Conçeição do Araguaia (PA). Os traçados dos lineamentos foram efetuados nas escalas de 1:800.000 e 1:300.000, utilizando imagens SRTM e ASTER, respectivamente. Para o traçado dos lineamentos, foram confeccionadas quatro pseudo-iluminações nos sentidos 0º, 45º, 90º e 315º. Os traçados em escala 1:800.000 priorizaram o reconhecimento de grandes estruturas, de natureza contínua e freqüentemente com mais de 10km de comprimento. Como resultado tem-se maiores freqüências nas direções N60-80E e N55W, seguido por tendências importantes com direções N05E e N15W. As estruturas com direção N70-80E possuem maior comprimento, seguido da tendência com direção N55W. Os traçados em escala 1:300.000 priorizaram o reconhecimento de estruturas pouco visíveis regionalmente, inclusive como forma de posicionar corretamente os mega-lineamentos. Os resultados possuem maiores freqüências para as direções N50-70E e N40-60W. Secundariamente, têm-se predominância de direções N30-50E, N20-40W e N70W. Os resultados para comprimento mostram maior valor na direção N50-70E e N40-50W. As modas secundárias possuem direções para N30-50E, N05E e N20-40W. A análise prévia dos dados de campo possibilitaram separar as estruturas dúcteis a dúcteis-rúpteis em quatro fases deformacionais. Na fase D1 as rochas foram afetadas por deformação de cunho regional, responsável pela geração de metamorfismo em fácies xisto verde, caracterizado pelas superfícies com minerais micáceos orientados na forma de foliações filíticas e xistosidade (Sn), paralelas a subparalelas ao S0. Esta fase está associada a processos em ambiente convergente, com possível relação com os esforços compressivos entre os crátons do

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Amazonas e São Francisco. A fase D2 foi responsável pela crenulação das superfícies Sn e S0. Sua evolução permitiu a geração de estruturas como clivagens de crenulação, foliação filítica e xistosidade, as quais foram definidas como uma foliação Sn+1, geradas a partir de uma tectônica de baixo ângulo. Estruturas de caráter milonítico, desenvolvidas concomitantemente com a foliação Sn+1, possibilitam classificar a fase de deformação D2 como progressiva. São caracterizadas também dobras cerradas a fechadas, intrafoliares e assimétricas. A análise cinemática destas estruturas indica movimentação para o topo, sentido NW, o que indica vergência do cavalgamento de leste para o oeste. Tanto S0, Sn e Sn+1 estão dobrados, com estilos de dobramentos e escalas variadas, designando assim uma fase D3. São dobras abertas a suaves, em sua grande maioria, mas que evoluem para dobras fechadas a kinks, com planos axiais bem desenvolvidos e estruturação regional aproximadamente N-S. Os planos axiais destas dobras, denominados Sn+2, são o produto que permite reconhecer esta fase D3. A quarta fase deformacional (D4) é caracterizada por uma foliação milonítica observada somente em alguns locais e litotipos da área. São foliações de alto ângulo e que possuem cinemática destral, dado por foliações miloníticas como pares S-C e transposições. Este campo de deformação relaciona-se com sistemas de falhas transcorrentes em regime transpressivo, podendo até mesmo ser produto de evolução da fase D3, uma vez que as zonas de cisalhamento são localizadas. Estruturas de caráter rúptil foram também descritas e analisadas. Trata-se de juntas, falhas normais, inversas e transcorrentes. Porém, a hierarquia das mesmas ainda é duvidosa. Sabe-se que as falhas inversas ocorrem com direções N-N25E, com mergulhos de médio a alto ângulo, tanto para norte como para sul. Falhas normais ocorrem tanto com direções N-NW como com direção E-W, com altos ângulos de mergulho. Um estudo mais detalhado da compartimentação rúptil será realizado no decorrer dos trabalhos, com a integração dos dados de campo e de sensores remotos. Palavras-chave: geologia estrutural, geotectônica, Faixa Araguaia. Dados Acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury e Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira. Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Análise estrutural multi-escala da região entre Conceição do Araguaia (PA) e Guaraí (TO), porção central da Faixa Araguaia: técnica de balanceamento de seção em ambientes colisionais. Área de Concentração: Geologia Exploratória: Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de Bacias e Petrofísica; Data de entrada: Março de 2009; Nº de créditos concluídos: 26; Exame de qualificação: Maio de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: 45º Congresso Brasileiro de Geologia. Data da Defesa: Fevereiro de 2011; Possui Bolsa: Sim; Período: Janeiro de 2009 a Dezembro de 2010; Fonte Pagadora: (Funpar) em convênio com a PETROBRAS.

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CARACTERIZAÇÃO DO ARCABOUÇO GEOFÍSICO-ESTRUTURAL 2D DA BORDA OESTE DA BACIA SEDIMENTAR DO PARNAÍBA UTILIZANDO DADOS AEROMAGNÉTICOS E GRAVIMÉTRICOS DE CAMPO Romeiro, Marco Antonio Thoaldo ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira Durante as décadas de 60 e 70 as bacias sedimentares intracratônicas mundiais foram intensamente estudas por apresentarem prospectos de hidrocarbonetos interessantes economicamente. Nesse contexto, as principais bacias intracratônicas brasileiras (Amazonas, Paraná, Parnaíba e Solimões) foram alvo de estudos geológicos e geofísicos regionais, cujos resultados não revelaram descobertas significativas como de suas correlatas, porém isso não invalida seu potencial exploratório sendo necessária a intensificação de novos estudos de detalhe para que se possa decidir de forma definitiva sob seu potencial econômico. Nesse sentido a presente dissertação de mestrado espera contribuir para o avanço do conhecimento de semi-detalhe da Bacia Sedimentar do Parnaíba, cujo objetivo é caracterizar o arcabouço geofísico-estrutural 2D da borda oeste da bacia, em uma área de estudos a norte do estado do Tocantins, limitada entre os paralelos 7º e 9º15’ S e meridianos 47º15’ e 49º30’W. O contexto geológico regional da área engloba duas unidades geotectônicas distintas, sendo a mais antiga representada pela Faixa Araguaia, de idade neoproterozóica, cujos metassedimentos deformados no Ciclo Brasiliano apresentam trends estruturais de direção geral N-S, sendo subdivididos originalmente nos grupos Estrondo na base e Tocantins no topo. A outra unidade é representada pela Bacia do Parnaíba, de idade siluro-triássica, cujas rochas sedimentares estão subdivididas nos grupos Serra Grande, Canindé e Balsas, separadas por expressivas discordâncias associadas às orogenias Caledoniana, Eoherciniana e Allegheniana respectivamente. Sobre esta seqüência sedimentar ocorrem as rochas intrusivas e extrusivas das Formações Mosquito e Sardinha, de idade Jurássico-Cretácea, representando respectivamente os eventos ígneos Penatecaua e Rifte Atlântico. Nesse estudo utilizaram-se os dados aeromagnetométricos do Projeto Geofísico Brasil-Canadá (PGBC), dados gravimétricos espaçados de 2 km, levantados em uma etapa de campo e dados de imagens de SRTM 90 metros (Shuttle Radar Topography Mission). Os dados aeromagnéticos foram tratados e processados através dos métodos de realce de anomalias como o gradiente horizontal total (GHT), amplitude do sinal analítico (ASA) e inclinação do sinal analítico (ISA), resultando em três mapas utilizados para interpretar o arcabouço magnético da área. Como esta pesquisa não dispõe de dados de poços para balizar as estimativas de profundidade do embasamento da bacia, sobre o mapa magnético

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residual, foram aplicadas duas técnicas indiretas para estimar o embasamento magnético da área, a análise espectral e deconvolução de Euler que apresentaram para o domínio da Faixa Araguaia profundidades estatísticas da ordem de 6 a 8 km enquanto para a borda da Bacia valores que variam de 1 a 2,5 km. Os dados gravimétricos foram obtidos a partir de dois perfis de campo de direção geral E-W, totalizando 258 estações gravimétricas espaçadas de 2 km, cuja altimetria foi levantada com um GPS geodésico diferencial de precisão pós-processada de 30 mm. Os dados gravimétricos foram reduzidos ao geóide, depois de aplicadas as correções de deriva, latitude, ar-livre, Bouguer e terreno que resultaram na extração das anomalias Free-Air e Bouguer. A partir das anomalias Free-Air pretende-se obter um modelo de compensação isostática para a área, enquanto para as anomalias Bouguer espera-se obter um perfil esquemático 2D com a compartimentação geotectônica de subsuperfície da borda oeste da bacia do Parnaíba. Os dados de sensores remotos foram pseudo-iluminados nas quatro direções azimutais principais para interpretar o arcabouço morfo-tectônico da área, que representam as estruturas de superfície. Os resultados parciais apresentam estruturas magnéticas predominantes na direção NE e EW, discordando das estruturas interpretadas nas imagens de sensores onde predominam estruturas N-NE e secundariamente NW. Posteriormente esse arcabouço das estruturas de superfície será integrado com o arcabouço magnético e com os dois perfis gravimétricos para compor o arcabouço geofísico-estrutural 2D, em escala 1:250.000, da borda oeste da Bacia do Parnaíba e sua relação com as estruturas herdadas do embasamento (Faixa Araguaia). Esse tipo de informação pode representar uma importante contribuição para o conhecimento da bacia, pois os principais modelos exploratórios nas bacias paleozóicas sul-americanas estão associados à falhamentos de blocos, cuja tectônica cenozóica atuou de forma preponderante na migração e no trapeamento de hidrocarbonetos. Palavras-chave: aeromagnetometria, gravimetria, Bacia do Parnaíba. Dados acadêmicos: Co-Orientador: Prof. Dr. Eder Cassola Molina; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Estudo comparativo dos dados geofísicos aéreos/terrestres para a caracterização do arcabouço geofísico-estrutural 2D da borda oeste da Bacia Sedimentar do Parnaíba; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias e Petrofísica (Geofísica); Projeto guarda-chuva: Caracterização estrutural da Província Tocantins e do flanco oeste/sudoeste da Bacia do Parnaíba e implicações para reativação de falhas durante o Fanerozóico; Data de entrada na pós-graduação: Março de 2009; No de créditos concluídos: 18; Exame de qualificação: Junho de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: Setembro de 2010; Data da Defesa: Dezembro de 2010; Possui Bolsa: sim; Período: Março de 2009 a Fevereiro de 2011; Fonte pagadora: Funpar (Convênio Petrobras).

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CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA-GEOLÓGICA DO LINEAMENTO TRANSBRASILIANO E SUA INFLUÊNCIA NA COMPARTIMENTAÇÃO TECTONO-ESTRATIGRÁFICA DA PORÇÃO NOROESTE DA BACIA DO PARANÁ Santos, Thais Borba ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira A Bacia do Paraná compreende uma área de 1.400.000 quilômetros quadrados, sua forma é ovalada com eixo maior na direção N-S e possui preenchimento de rochas sedimentares e ígneas de idades paleozóica e mesozóica, com espessura total de aproximadamente 7 mil metros. A Bacia do Paraná vem sendo estudada durante várias décadas, com o intuito de conhecer sua origem e evolução. Entender a influência de estruturas pretéritas do embasamento na origem, formação e posterior deformação da bacia, associado ao estudo das primeiras unidades depositadas, permitirá uma melhor compreensão do ambiente sedimentar e da influência tectônica no estágio inicial de formação da bacia. A porção noroeste da Bacia do Paraná abrange parte dos estados de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, encontra-se adjacente a Província Tocantins, e sobre a área do Lineamento Transbrasiliano. A área de estudo localiza-se nas proximidades das cidades de Cuiabá, Barra do Garças e Pedro Gomes no Estado de Mato Grosso, cujas principais vias de acesso são as BR-070 e BR-364. Na área afloram as unidades sedimentares basais da bacia, compreendidas pelos grupos Rio Ivaí, Paraná e Itararé, e também as unidades que compõem a Província Tocantins (ortognaisses, rochas metavulcanosedimentares e metassedimentares neoproterozóicas e granitos pós-orogênicos). Os dados de levantamentos aerogeofísicos existentes para a área estão na base de dados da CPRM e na bibliografia, como por exemplo o mapa magnetométrico do campo total, no qual é possível observar anomalias magnéticas coincidentes com o Lineamento Transbrasiliano em continuidade sob a Bacia do Paraná. Já nos mapas gravimétricos residual e Bouguer as anomalias não são marcantes, justificando asssim, a necessidade do reprocessamento e nova aquisicão de dados gravimétricos na região. Pretende-se neste trabalho caracterizar o arcabouço tectono-estratigráfico da seção paleozóica da poção noroeste da Bacia do Paraná e do embasamento subjacente, visando compreender episódios de compartimentação/reativação estrutural que tenham influenciado a sedimentação e/ou deformação do registro geológico nesta região. O uso da aeromagnetometria e da gravimetria permitirá caracterizar o arcabouço estrutural do embasamento não aflorante na região estudada, o qual será comparado com o arcabouço tectono-estratigráfico das rochas paleozóicas da Bacia do Paraná definido a partir dos dados de campo, poços e imagens

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orbitais. A compartimentação definida a partir do arcabouço geofísico-geológico fará uso de métodos como interpretação de imagens orbitais de terreno; processamento de dados aeromagnetométricos; levantamento de perfil gravimétrico terrestre perpendicular ao Lineamento Transbrasiliano; processamento e modelagem dos dados gravimétricos; levantamento geológico; análise estrutural e estratigráfica em seções aflorantes; análise dos lineamentos interpretados nas imagens orbitais em multi-escala; análise das anomalias magnéticas e gravimétricas e análise de poços. Os produtos que serão gerados são principalmente mapas de lineamentos de imagens orbitais; mapas geofísicos com aplicação de filtros e de lineamentos de anomalias magnéticas; mapa de arcabouço estrutural geológico-geofísico da área; duas seções geológicas-estruturais na escala 1:250.000; diagramas estruturais das unidades estudadas e curvas de subsidência. A partir dos produtos gerados, pretende-se obter um quadro geral da evolução tectono-estragrigráfica das unidades desde o Siluriano até o início do Permiano, e a possível influência de estruturas do embasamento na deposição neste intervalo de tempo. O estudo contribuirá para o melhor conhecimento da geologia e da geofísica da área com novas informações de campo, aquisição de dados gravimétricos e integração multidisciplinar de dados (geofísica, geologia estrutural e estratigrafia), para uma região da Bacia do Paraná (borda NW) que, quando comparada a outras áreas da bacia, como por exemplo a borda leste e a região do Arco de Ponta Grossa, apresenta uma disparidade entre publicações e trabalhos efetuados. O entendimento da evolução da área de estudo fornecerá subsídios para caracterização de sistemas petrolíferos, como o sistema Ponta Grossa – Aquidauana (Itararé) na borda noroeste da Bacia do Paraná. Palavras-chave: Bacia do Paraná, evolução tectônica, Lineamento Transbrasiliano. Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Caracterização geofisica-geológica do Lineamento Transbrasiliano e sua influência na compartimentação tectono-estratigráfica da porção noroeste da Bacia do Paraná; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias e Petrofísica; Data de entrada na pós-graduação: março de 2010; Nº de créditos concluídos: 18; Exame de qualificação: setembro de 2012; Período de confecção para trabalhos a serem publicados: 1 artigo em março de 2012 e 1 artigo em março de 2013; Data da defesa: março de 2014; Possui bolsa: não.

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UTILIZAÇÃO DE ELIPSÓIDES DE ANISOTROPIA VARIOGRÁFICA COMO INDICADOR CINEMÁTICO EM CORPOS MINERALIZADOS FRAGMENTADOS POR FALHAS: EXEMPLO DA MINA CANA BRAVA, GO Santos, Carlos Eduardo dos ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. João Carlos Biondi A área de estudo situa-se na mina de Cana Brava no município de Minaçu – Goiás compreendendo o depósito de crisotila da SAMA, inserido no complexo máfico-ultramáfico de Cana Brava. O complexo corresponde a uma grande intrusão estratiforme que experimentou pelo menos três eventos termo-metamórficos, sendo o último evento, de caráter hidrotermal, responsável por obliterar boa parte das evidências cinemáticas de deformações rúpteis de eventos anteriores. Para recuperar essas informações foram utilizados os elipsóides de anisotropia do corpo mineralizado, que separa o modelo geométrico em blocos de minério que tiveram o mesmo comportamento cinemático. Inicialmente foi construído um modelo geométrico, gerado pela interpretação geológica de seções na direção E-W, construídas a partir das variáveis de teores acumulados de fibra contida em rocha serpentinítica em 869 sondagens verticais. O estudo estatístico dessas variáveis em cada bloco mostra que os teores acumulados de fibra apresentam uma distribuição log-normal. As amostras contidas em cada bloco foram regularizadas com uma tolerância de 10%, em intervalos de 13 em 13 metros, que corresponde à altura média das bancadas. O próximo passo realizado foi o mapeamento das falhas na região das cavas atuais, as quais foram modeladas em planos que seccionam o modelo geométrico, fragmentando-o em nove blocos. Os noves fragmentos do modelo geométrico serviram como base para a construção dos elipsóides de anisotropia, que foram calculados para cada bloco com auxílio da ferramenta “mapa variográfico” do Software Surpac 6.3, que permite gerar variogramas concomitantemente em até 36 direções, correlacionando-os em um mapa de variâncias. Por meio dessa ferramenta, foi possível determinar os três eixos de anisotropia variográfica (eixo maior, médio e menor), e confeccionar os elipsóides de anisotropia de cada um dos 9 blocos do modelo geométrico, individualizados por falhas. Os nove elipsóides foram orientados e posicionados no espaço, visando determinar dentre eles, os que teriam orientação espacial diferente, considerada como conseqüência da rotação devido aos falhamentos. No caso de existência de rotação entre os blocos, os eixos variográficos não devem coincidir, pois a movimentação cinemática das falhas muda a direção dos eixos dos elipsóides dos blocos rotacionados, o que truncaria a continuidade da variável teor total acumulado de fibra. Já no caso dos eixos dos elipsóides de

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anisotropia de mesma orientação, pode-se admitir que a falha não causou mudanças na continuidade da variável teor total acumulado de fibra, ou sua movimentação foi tão tênue que não modificou as atitudes do bloco.Utilizando esses critérios, foi obtido uma divisão do corpo de minério em 6 blocos, correspondentes a 6 diferentes direções de continuidade do teor total acumulado de fibra em cada bloco. Esta divisão sugere que o corpo de minério não corresponde a um modelo único e contínuo, mas sim em 6 grandes blocos com rotações diferentes, que estavam obliteradas pelo último evento hidrotermal. Palavras-chave: elipsóides de anisotropia, modelagem de depósito, modelo geométrico. Dados acadêmicos: Nível: Mestrado: Título do projeto original da dissertação/Tese:Modelagem Geoestatística e Geológica do Depósito de Crisotila da Mina Cana Brava – Minaçu Goiás; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Depósitos Minerais; Data de Entrada: março de 2009; N° de créditos concluídos: 22; Exame de qualificação: maio de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1 artigo previsto; Data de defesa: Novembro de 2010. Possui bolsa: sim; Período: março de 2009 a agosto de 2010; Fonte pagadora: SAMA. APLICAÇÃO DA QUIMIOESTRATIGRAFIA EM CARBONATOS DO GRUPO BAMBUÍ (ARCOS, MG), COMO FERRAMENTA DE CORRELAÇÃO CRONOLÓGICA Santos, Talita Cristina ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. José Manoel dos Reis Neto A quimioestratigrafia ou correlação estratigráfica química em poços, atualmente tem reconhecida e ampla aplicação principalmente em bacias sedimentares. Na Universidade Federal do Paraná, a cultura de utilização dessa ferramenta teve início no Laboratório de Análise de Minerais e Rochas – LAMIR, com o Projeto PETROCAL II, em convênio entre a UFPR e a PETROBRAS. A técnica consiste na integração de dados químicos, mineralógicos, petrográficos e isotópicos de forma ordenada, com determinação e definição das características litológicas e as condições de sedimentação, diagênese e metamorfismo, responsáveis pelas atuais características das rochas carbonáticas. A partir de uma coluna estratigráfica elaborada com base no reconhecimento de campo, os dados analíticos permitem indicar as variações responsáveis pela formação das diferentes sequências ou fácies e mesmo os processos de dolomitização. O local de estudo será a mina da Bocaina

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(Companhia Siderúrgica Nacional-CSN) e adjacências, no Município de Arcos, centro-oeste de Minas Gerais. Por conter rochas carbonáticas do Grupo Bambuí, a região é favorável à aplicação da correlação quimioestratigráfica, tratando-se de espessas sequências predominantemente calcíticas e dolomíticas, afossilíferas. O conhecimento detalhado do tipo de rocha aflorante na mina pode ser relevante à empresa, uma vez que se conhece melhor a matéria-prima lavrada. O levantamento bibliográfico feito no âmbito da Bacia do São Francisco auxiliou no conhecimento das rochas da região e nos processos genéticos propostos para as mesmas, principalmente de sedimentação e reconstituições paleoambientais, com uso de métodos diversos. Exemplificando, modelos de sedimentação foram propostos para a região com base no estudo detalhado das fácies estromatolíticas; aspectos paleogeográficos foram concluídos, comparando rochas Neoproterozóicas e Mesoproterozóicas por isótopos de carbono e oxigênio; obtiveram-se correlacões estratigráficas através de razões isotópicas, de rochas de faixas pouco a muito deformadas ao longo do Cráton do São Francisco. A etapa de amostragem na região está prevista para duas fases, a primeira com uma semana de duração em Julho de 2010, na mina da Bocaina, com coleta de amostras das frentes de lavra e de testemunhos de sondagem disponibilizados pela empresa, além de afloramentos adjacentes. A segunda, com duração de uma ou duas semanas no início de 2011, será feita para amostragem necessária à complementação dos dados já existentes, adquiridos na primeira fase. As análises a serem executadas no LAMIR serão difratometria e fluorescência de raios-X, termo-gravimentria, isótopos de 13C e 18O, descrição petrográfica das amostras e catodoluminescência, essa última a ser realizada no CME - Centro de Microscopia Eletrônica. Os resultados analíticos obtidos serão, respectivamente: composições mineral e química (com os principais óxidos e elementos traço), quantificação da calcita e dolomita, razões isotópicas resultantes dos processos paleoambientais/geológicos e informações sobre a geração, cristalização e deformação do carbonato. Os resultados da abordagem analítica descrita serão plotados no software Grapher cujos produtos serão “assinaturas geoquímicas” diferenciadas ou padrões. Alguns padrões serão semelhantes entre intervalos diferentes e outros, diversos, sendo interpretativamente correlacionados como sequências estratigráficas. Para a separação das sequências serão utilizados ainda, razões e vetores de elementos, com base nos resultados da análise por fluorescência de raios-X. Ao final da interpretação e correlação quimioestratigráfica, pretende-se igualmente caracterizar as zonas de dolomitização e compreender os processos de sedimentação e geológicos posteriores, impostos às rochas da região. A área em questão situa-se no compartimento denominado central ou indeformado da Bacia Intracratônica do São Francisco, portanto, será testada a aplicação do método em rochas pré-cambrianas com pouco metamorfismo. Contribui-se assim, com o desenvolvimento de modelos para caracterização de reservatórios em rochas dolomitizadas ou brechadas.

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Palavras-chave: quimioestratigrafia, carbonatos, Bambuí. Dados Acadêmicos: Co-Orientador: Profª. Drª. Cristina Valle Pinto-Coelho; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Aplicação da estratigrafia química em poços, como ferramenta de correlação cronológica; Área de Concentração: Geologia exploratória; Linha de Pesquisa: Análise regional e métodos de exploração; Data de entrada na pós-graduação: março de 2010; Nº de créditos concluídos: 04; Exame de qualificação: maio de 2011; Trabalhos publicados ou período de confecção: evento 45ºCBG: março de 2010; artigo científico: junho a agosto de 2011; Data da Defesa: março de 2012; Possui bolsa:sim; Período:01/03/10 a 28/02/12; Fonte Pagadora:Agência Nacional do Petróleo (ANP). TÉCNICA DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA EQUIPADO COM EDS NA IDENTIFICAÇÃO DE MINERAIS FIBROSOS NA REDE VIÁRIA DE PIÊN-PR

Sayama, Celia ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Eduardo Mantovani A região de estudo é constituída por rochas granulíticas do Terreno Gnáissico - Granulítico do Paraná e Santa Catarina (TGG), Suíte Máfica-Ultramáfica Piên (SMUP), Cinturão Granítico Piên-Mandirituba (CGPM), Granito Palermo, Granito Agudos do Sul e o Granito Rio Negro. Entre as rochas ultramáficas, os serpentinitos predominam, com ocorrências menores de peridotitos e piroxenitos, ambos também serpentinizados. O serpentinito, rocha ultramáfica rica em serpentina, apresenta em sua composição o mineral crisotila, variedade fibrosa do grupo dos minerais de amianto ou asbesto, além de antigorita e lizardita. As rochas ultramáficas de Piên são utilizadas para revestimento primário de estradas rurais devido à predominância dessa litologia na região e ao custo de desmonte relativamente reduzido desta rocha. O material é retirado de pedreiras, prática que remonta há mais de 100 anos, nos arredores da cidade, a partir de lavra a céu aberto, e vem despertando interesse para novos usos na área de construção civil e viária. A densidade da população rural é relativamente alta e considerando que muitas pessoas da área rural têm ocupações urbano-industriais os deslocamentos são bastante freqüentes. O clima subtropical de altitude recebe forte influência oceânica comum às demais áreas dos 1o Planalto. No entanto períodos secos mais prolongados podem ocorrer promovendo o ressecamento do revestimento viário e facilitando o levantamento de poeira ao longo das estradas. Conforme

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constatado em campo, após um ou dois dias sem chuva o revestimento já se torna suficientemente desidratado para promover sua mobilização, mantendo-se em suspensão no ar por longos períodos. A legislação brasileira, versando em matéria de limite de tolerância para poeiras minerais, determina que o limite de tolerância para fibras respiráveis de asbesto crisotila é de 2,0 f/cm3. Define-se como "fibras respiráveis de asbesto" aquelas com diâmetro inferior a 3 micrômetros, comprimento maior ou igual a 5 micrômetros e relação entre comprimento e diâmetro igual ou superior a 3:1. A identificação dos minerais fibrosos / asbestiformes, no presente estudo, foi realizada a partir de análises comparativas de outros estudos onde a técnica de identificação por MEV foi utilizada. Foram coletadas amostras de aerossóis (partículas inaláveis ao trato respiratório humano - abaixo de 10 µm) em dois locais de maior movimentação rodoviária nas comunidades de Campina dos Crispins e Campina dos Maias (zona rural de Piên). As amostras foram submetidas ao exame da Microscopia Eletrônica de Varredura equipado com uma energia dispersiva de raios-X (EDS) e detector de elétrons retroespalhados. Apesar da dificuldade de distinção pela composição química e pelas similaridades nos resultados de difração de raios X, a identificação da crisotila foi possível pela combinação das técnicas de difração, associadas à Microscopia Eletrônica de Varredura, apoiadas pela Análise de Dispersão de Energia (EDS). A partir da varredura de toda a superfície das amostras, foram identificadas partículas com morfologia microfibrilar, compatíveis com o mineral crisotila. Essas partículas, submetidas à aplicação de EDS, resultaram em uma associação química Si-O-Mg, caracteristicamente deste mineral. A principal vantagem da técnica MEV-EDS é que a informação é obtida na associação química dos elementos traço, a partir do qual a ocorrência mineral pode frequentemente ser deduzida. A identificação de minerais do grupo da serpentina, especificamente de crisotila, tanto no saibro utilizado como revestimento de estrada, como nas partículas sólidas inaláveis, indica a presença de minerais fibrosos, com potencial de nocividade à saúde, presente na região de Piên. Palavras-chave: MEV, aerossol, amianto. Dados Acadêmicos: Co-Orientador: Prof. Dr. José Manoel dos Reis Neto; Nível: Mestrado; Título original da dissertação: Mineralogia do saibro de origem máfica e ultramáfica da região de Piên, Estado do PR – uso na rede viária e potencial de perigo à saúde humana; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Depósitos Minerais; Data de entrada na Pós-Graduação: março-2009; N° de créditos concluídos: 18; Exame de Qualificação: julho de 2010; Data prevista para defesa: Abril de 2011. Possui bolsa: sim; Período: maio de 2009 a maio de 2011; Fonte pagadora: CAPES.

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CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL MULTIESCALA DA BACIA DO PARNAÍBA NA REGIÃO DE ARAGUAÍNA – TO Spisila, André Luis ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni Este trabalho tem como objetivo principal à caracterização de estruturas tectônicas na porção sudoeste da Bacia do Parnaíba, para o entendimento da evolução tectono-estrutural e o incremento do conhecimento geológico desta bacia. A área de estudo está inserida no norte do estado do Tocantins e sudoeste do Maranhão, com o polígono da área compreendido entre as coordenadas geográficas 47º22’’W \ 6º46’’S e 49º00’’W \ 7º30’’S, que abrange rochas sedimentares da Bacia do Parnaíba. No contexto geológico regional, a Bacia do Parnaíba é subdividida nos grupos Serra Grande do Siluriano-Eodevoniano, Canindé do Mesodevoniano-Eocarbonífero, Balsas do Neocarbonífero-Eotriássico, além de formações ígneo-sedimentares de idade jurássico-cretáceo e depósitos recentes. Localmente, a área engloba rochas do Grupo Balsas, contendo as formações Pedra de Fogo, Motuca e Sambaíba, e rochas ígneas da Formação Mosquito. Neste estudo é aplicado a metodologia de trabalho em multiescala, com a análise de sensores remotos, por meio de imagens de radar SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) com quatro pseudoiluminações azimutais distintas (0, 45, 90 e 315) e inclinação 45º em escalas 1:1.000.000 e 1:300.000, satélite CBERs (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) na composição RGB 231 em escala 1:100.000 e fotografias aéreas de escala 1:60.000, mapas geológicos de abrangência regional a local, e informações obtidas em trabalhos de campo por meio de descrições lito-estratigráficas e estruturais. Informações obtidas da bibliografia também contribuem de forma expressiva neste estudo. A interpretação de lineamentos nas imagens SRTM demonstra uma tendência principal na direção N70-80E e direções secundárias N0-10E, N50-60W. Em imagens CBERs as direções principais de lineamentos são para N60-80E e N60-70W e secundariamente nas direções EW e N30-40E. Em campo, as estruturas observadas apresentam, de forma geral, uma direção principal N10-20E, com direção secundária N40-60W. Localmente, falhas com caráter destral ocorrem de forma significativa, principalmente nas direções NE e NW e de forma mais restrita ocorrem falhas com movimentação sinistral com direção NE. A análise preliminar dos dados indica, de modo geral, que há uma expressiva contribuição extensional na deformação da borda oeste da Bacia do Parnaíba, registrado por intermédio de falhas normais e diques clásticos, que compartimenta a distribuição das unidades na área. Com a análise geométrica e cinemática da estruturação da área, tem-se avançado na compreensão da relação entre as estruturas observadas em diferentes unidades estratigráficas e sua cronologia. O principal o objetivo é correlacionar as falhas

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reconhecidas em campo, com o arcabouço estrutural da área construído a partir da interação entre lineamentos, traçados em imagens SRTM ou CBERs, e mapas aeromagnéticos. Para a definição das fases de deformação, tem sido utilizado o método dos diedros retos, inclusive baseados nos critérios estabelecidos por Mohr-Coumlob, testados satisfatoriamente em áreas sedimentares submetidas a regime tectônico rúptil. A análise de acamamento e paleocorrente em litotipos das formações Pedra de Fogo e Motuca sugere que há inversão no sentido do preenchimento da bacia durante o Permiano, aventando-se influência tectônica para a inversão no fluxo da deposição. Neste caso a deformação extensional atuante neste período gerou grabens com orientação NS que, possivelmente, serviram de calhas locais de sedimentação. Na análise multiescala, serão implementadas, ainda, as ferramentas de análise da dimensão fractal, buscando definir uma relação entre a direção de máxima complexidade fractal (Df_max), obtida com a construção de elipsóides (de complexidade fractal) via análise direcional de lineamentos, com a direção de vetor máximo de deformação (1 ou _max), obtido pela determinação de paleotensores. A relação entre o Df_max e _max será realizada respeitando os parâmetros andersonianos de estruturação, ou seja, através das estruturas que foram geradas em um mesmo evento de deformação. Palavras-chave: geologia estrutural, análise de bacias e análise fractal. Dados acadêmicos: Co-Orientador: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury e Dr. Sidnei Pires Rostirolla; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Estudo em multiescala para a caracterização da anisotropia estrutural na borda oeste da Bacia do Parnaíba; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias e Petrofísica; Projeto guarda-chuva: Caracterização estrutural da Província Tocantins e do flanco oeste/sudoeste da Bacia do Parnaíba e implicações para reativação de falhas durante o Fanerozóico; Data de entrada na pós-graduação: Março de 2009; No de créditos concluídos: 19; Exame de qualificação: Julho de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: Agosto de 2010; Data da Defesa: Março de 2011; Possui Bolsa: sim; Período: Março de 2009 a Dezembro de 2010; Fonte pagadora: Funpar (Convênio PETROBRAS).

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Resumos

Programa de Geologia Ambiental

QUIMISMO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS NO ESTADO DO PARANÁ Athayde, Camila de Vasconcelos Müller ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho O ambiente é uma rede de interações geológicas, biológicas, químicas, pedológicas, climáticas, tecnogênicas, dentre outras. Alguns elementos que ocorrem naturalmente na crosta terrestre são essenciais para a manutenção da nossa saúde, porém outros são tóxicos. Portanto, existe um vínculo direto entre a geoquímica, hidroquímica e a saúde, sendo que o conhecimento dos processos geológicos e hidrogeológicos são fundamentais para o entendimento de aspectos como a mobilização de metais no ambiente ou concentrações anomalas que impliquem em riscos toxicológicos ao ser humano. A partir das concentrações químicas das águas superficiais e subterrâneas, tem-se como objetivo o estudo qualitativo e da inter-relação das Unidades Geológicas, Unidades Aquíferas, Uso do Solo e dados de Saúde. Os 736 pontos de amostragens localizam-se em sub-bacias hidrográficas distribuídas uniformemente de forma a cobrir a totalidade do território paranaense. Pretende-se verificar se as concentrações determinadas nas amostras de rios, aqüíferos e sedimentos ativos de drenagem são de origem natural ou antrópica, para auxiliar a gestão de bacias hidrográficas que venham a apresentar problemas de saúde pública decorrente de fatores ambientais naturais e/ou antrópicos. A base de dados hidroquímicos será composta por 736 amostras de água superficial, as quais serão analisadas por ICP-MS no Laboratório da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e por cromatografia iônica e ICP-OES no Laboratório de análises Minerais (LAMIN/CPRM) para a determinação de Al, As, Be, Ba, B, Cd, Ca, Co, Cu, Cr, Fe, Hg, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, Pb, Sb, Se, Sr, Si, Sn, Ti, V, Zn, F-, Cl-, NO2-, Br, NO3-, PO43-, SO42-, alcalinidade e resíduos de pesticidas. Serão consultados dados geoquímicos e hidroquímicos de pesquisas anteriores realizadas no Estado. Após a análise criteriosa dos dados hidroquímicos e geoquímicos, com a determinação de anomalias (positivas e negativas) nas águas superficiais e solos

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distribuídos por todo o território paranaense, serão selecionadas áreas e variáveis químicas dentro do Estado para um maior detalhamento. Análises físico-químicas e perfis construtivos de poços tubulares profundos perfurados nas proximidades das áreas alvo selecionadas serão cedidos pela SANEPAR. Através de pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Pelé-Pequeno Príncipe (IPPP) serão detectados marcadores de susceptibilidade genética e, a maior quantidade possível de elementos químicos em gotas de sangue de populações selecionadas. As águas superficiais e subterrâneas serão classificadas conforme o predomínio dos cátions e ânions principais. Os valores obtidos nas análises de água e solo serão comparados com os valores máximos permitidos (VMP) nas legislações existentes. A partir dos dados hidroquímicos e geoquímicos serão realizadas análises estatísticas univariadas e multivariadas nas áreas e elementos alvos selecionadas. Ao final do estudo pretende-se obter os seguintes resultados: a) Mapeamento hidroquímico em escala de ppb e caracterização qualitativa dos recursos hídricos superficiais no Estado do Paraná. b) Análise de detalhe em áreas alvos que possam oferecer risco à saúde humana, em função dos teores/ concentrações químicas detectadas nas águas superficiais, subterrâneas e sedimentos ativos de drenagem. c) Análise hidroquímica de detalhe nas áreas alvos, caracterizando áreas de descarga local de aquíferos através da comparação entre concentrações químicas detectadas nas águas superficiais e subterrâneas. d) Estudo da relação entre teores/ concentrações dos elementos químicos (água superficial, subterrânea e solo) com unidades geológicas e aquíferas, uso do solo, fontes de contaminação e dados de saúde humana e/ou susceptibilidade genética da população nas áreas alvo selecionas. Palavras-chave: hidroquímica, Paraná, saúde humana. Dados acadêmicos a) Co-orientador(es): Dr. Otávio Augusto B. Licht e Prof. Dr. Bonald Cavalcante Figeiredo b) Nível: doutorado c) Título do projeto original da tese: “Quimismo das águas superficiais e subterrâneas no Estado do Paraná” d) Área de Concentração: Geologia Ambiental e) Nome da “Linha de Pesquisa”: Recursos Hídricos f) Data de entrada na pós-graduação: março de 2010 g) N° de créditos concluídos: 38 h) Exame de qualificação: junho de 2012 i) Trabalhos publicados: dois artigos publicados na revista Águas Subterrâneas e dois resumos aceitos para o 45° Congresso Brasileiro de geologia j) Data da Defesa: dezembro de 2013 l) Possui Bolsa: sim.

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IMPLICAÇÕES DA ANISOTROPIA ESTRUTURAL NA HIDRODINÂMICA E HIDROQUÍMICA DO AQÜÍFERO SERRA GERAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO PARANÁ III Athayde, Gustavo Barbosa ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho Este resumo apresenta o andamento das atividades desenvolvidas pelo pós-graduando no âmbito de sua tese de doutoramento. Na reunião do colegiado de julho de 2010 foi aprovada a mudança de localização da área de trabalho, mantendo a linha de pesquisa recursos hídricos, migrando apenas a área do Estado do Tocantins, para o Aqüífero Serra Geral (ASG) na Bacia Hidrográfica do Paraná III (BPIII), Estado do Paraná. O Aqüífero Serra Geral (ASG) é o de maior relevância e extensão do estado do Paraná. No estado, cerca de 300 localidades são abastecidas pela SANEPAR, através de 493 poços tubulares que captam o ASG. Isto corresponde ao abastecimento de 1.200.000 pessoas no estado. Estudos anteriores demonstraram que a qualidade da água permite, de maneira geral, o consumo in natura e utilização das águas na irrigação. No ASG predominam águas do tipo bicarbonatada-cálcica e tipo bicarbonatada-sódica. A ocorrência nas águas de concentrações elevadas dos íons cloreto, sulfato, carbonatos e pH, dentre outros, sugerem também a possibilidade de mistura de águas com aqüíferos sotopostos (Aqüífero Guarani, por exemplo). Já a ocorrência simultânea dos íons nitrato e cloreto, em teores elevados, indicam degradação da qualidade do aqüífero, associado à presença de atividades antrópicas potencialmente poluidoras. Em função de tratar-se de um aqüífero fraturado, o entendimento do arcabouço estrutural do aqüífero permitirá a locação de poços em áreas potencialmente favoráveis, reduzindo o risco exploratório. Cerca de 90 poços tubulares serão utilizados nesta pesquisa; todos pertencentes à SANEPAR. Os poços encontram-se operação, possuem análises físico-químicas completas (32 parâmetros) coletadas entre os anos de 2008 e 2009. As hipóteses desta pesquisa são: a) uma vez que o fluxo em aqüíferos fraturados está restrito as descontinuidades existentes na rocha, qual seria a implicação das diferentes direções estruturais na ocorrência de poços tubulares com vazões e capacidades específicas representativas. b) a heterogeneidade litológica da Fm. Serra Geral (ASG) contribui na hidrodinâmica e hidroquímica do aqüífero. c) o quimismo do aqüífero possibilitará o consumo in natura e utilização na irrigação em toda extensão do aqüífero. d) a rotina de análise dos condicionantes exploratórios do ASG, realizada nesta pesquisa, poderá ser extrapolada para outras áreas do aqüífero. Esta nova proposta de trabalho possui os seguintes objetivos específicos: caracterizar o arcabouço estrutural /

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magnético da BPIII; caracterizar as implicações da anisotropia estrutural na hidrodinâmica e hidroquímica do aqüífero; classificar os principais tipos de água, bem como suas aptidões para utilização in natura (consumo humano e irrigação); elaboração de mapas hidroquímicos multi-elementares dos diversos parâmetros analisados, resultando em um zoneamento hidroquímico do aqüífero através da comparação dos teores obtidos com a portaria n°518 do Ministério da Saúde; estabelecer uma rotina de análise para caracterização de áreas potenciais à exploração no ASG, Estado do Paraná, em escala regional (1:600.000) de abordagem. A integração dos dados em ambiente SIG, análises estatísticas: univariada e multivariada, trabalhos e levantamentos em campo, permitirão atingir os resultados esperados dentro do cronograma estabelecido. O conhecimento das áreas potenciais a captação subsidiará os gestores na exploração sustentável dos recursos hídricos subterrâneos, em específico na área da BPIII, Estado do Paraná. Palavras-chave: anisotropia estrutural, aqüífero Serra Geral, Bacia do Paraná III. Dados acadêmicos: Co-orientador(es): Prof. Dr. Eduardo Chemas Hindi e Dr. Otávio Augusto B. Licht; Nível: doutorado; Título do projeto original da tese: “Implicações da Anisotropia Estrutural na Hidrodinâmica e Hidroquímica do Aqüífero Serra Geral, na Bacia Hidrográfica do Paraná III”; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Nome da “Linha de Pesquisa”: Recursos Hídricos; Data de entrada na pós-graduação: março de 2009; N° de créditos concluídos: 44; Exame de qualificação: junho de 2011; Trabalhos publicados: dois artigos publicados na revista Águas Subterrâneas, três resumos aceitos para o 45° Congresso Brasileiro de geologia e um artigo completo aceito ao “ XVI Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas”; Data da Defesa: fevereiro de 2013; Possui Bolsa: não. ESTRATIGRAFIA E EVOLUÇÃO DA BARREIRA COSTEIRA HOLOCÊNICA DE GUARATUBA-PR Becker, José Eduardo Gheno ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo A planície costeira do Paraná (PCP) possui uma linha de costa com cerca de 90 km de extensão. Sua continuidade é interrompida pela desembocadura do canal do Superagui, das baias de Paranaguá (Sul e norte) e de Guaratuba. Dessa forma a (PCP) é dividida em três setores e no setor Sul está localizada a área de estudo. Os depósitos da barreira holocênica em Guaratuba são limitados a leste pelo Oceano Atlântico, a oeste e a sul por

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sedimentos paleoestuarinos e a norte pela baía de Guaratuba. Desde a sua criação, no final da última transgressão pós glacial, a baía de Guaratuba exerceu importante influência nos depósitos da barreira holocênica, ou seja, a evolução da barreira está diretamente ligada com a evolução da baía. Este projeto desenvolverá estudos sobre as fácies, as propriedades físicas dos sedimentos e o padrão dos refletores encontradas nos sedimentos da barreira holocênica na região de Guaratuba, a partir da aplicação de métodos diretos e indiretos de investigação de subsolo. O método indireto consiste em utilizar uma fonte não destrutiva para obter informações de sub superfície. Para tal, foi levantada uma série de linhas com o aparelho de geofísica GPR em convênio com o Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da UFRGS. O levantamento foi realizado com uma antena de 200 MHz e cobriu praticamente toda a área de estudo. O processamento das linhas de GPR está sendo realizado com a utilização do software Radan®, disponibilizado também pelo convênio com a UFRGS. Nessa etapa são aplicados filtros como passa banda e ganho que permitem melhorar a relação sinal - ruído das linhas. No último passo do processamento é feita a correção topográfica. A correção topográfica consiste em inserir no Radan® os dados do DGPS (Differential Global Positioning System), que foram adquiridos simultaneamente a aquisição das linhas do GPR. Essa é uma etapa importante, pois sem ela corre-se o risco de fazer uma interpretação errada dos refletores. A interpretação das linhas é feita com base nos princípios da estratigrafia de radar, na qual são analisadas a configuração e as relações entre os refletores. O produto dessa etapa são as radarfácies, que, a partir da interpretação das características dos seus refletores, são determinados os ambientes deposicionais correspondentes. Com base nos resultados das radarfácies serão definidos pontos chave da área de estudo onde serão realizadas sondagens com vibro testemunhador e quando possível descrição de afloramentos. As sondagens serão realizadas com o equipamento vibrotestemunhador, pertencente ao Laboratório de Estudos Costeiros (LECost – UFPR). No Laboratório de Estudos Sedimentológicos e Petrologia Sedimentar (LabESed – UFPR) será feita a descrição das fácies sedimentares dos testemunhos e, em seguida, a análise granulométrica dos sedimentos. O processamento estatístico dos resultados granulométricos será feito com o software Momentum®, disponível no LECost. Ainda dos testemunhos de sondagem serão separados materiais passíveis de datação pelo método do 14C, como matéria orgânica, detritos vegetais ou conchas. Esse material será datado pelo Laboratório de 14C do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA-USP). Quanto a viabilidade do projeto, a etapa de aquisição das linhas de GPR já foi realizada. Na etapa atual está sendo realizado o processamento com os filtros nessas linhas. A nova etapa de campo para coletar os testemunhos de sondagem deve acontecer sem problemas uma vez que tanto o equipamento vibrotestemunhador quanto os canos utilizados para a coleta estão disponíveis. A realização das datações radiométricas será feita com a utilização de recursos dos Projetos: 558781/2008-0 - Estratigrafia e evolução das Barreiras Quaternárias

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Paranaenses e Norte Catarinenses e da Plataforma Continental Interna Adjacente -2008-2013 e o projeto 472044/2009-5 - Caracterização das barreiras e evolução paleogeográfica da zona costeira entre a Ilha de São Francisco do Sul e a Ilha Comprida durante o Quaternário - 2009-2011 ambos do CNPq. Palavras-chave: planície costeira, Holoceno, Paraná. Dados acadêmicos: Co-orientadores: Profª. Dra. Maria Cristina de Souza e Prof. Dr. Eduardo Guimarães Barboza (UFRGS); Nível: Mestrado; Título do Projeto: Estratigrafia e evolução da barreira costeira holocênica na região de Guaratuba, PR; Área de concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de Entrada: Março/2010; Créditos concluídos: 4; Exame de Qualificação: Março/2011; Previsão para defesa: Novembro/2011; Bolsa: Sim; Período: 4 meses; Fonte Pagadora: CAPES. UNIDADES DE PAISAGEM GEOMÓRFICA E MUDANÇAS GEOAMBIENTAIS: O ALTO IGUAÇU, PARANÁ Bettú, Daniel Fabian ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Eduardo Mantovani Unidade de paisagem (UP) é um conceito em desenvolvimento, que constitui importante ferramenta para análise e gestão de unidades geoambientais naturais. Este conceito pode ser representado por elementos descritivos independentes que qualificam e quantificam atributos da paisagem, os quais refletem processos ativos, atuais ou históricos. Tais elementos podem ser adquiridos objetivamente, e constituem critérios diagnósticos das UPs. Pretende-se reconhecer e mapear ambientes que contenham diferentes estados de evolução das paisagens nas bacias hidrográficas dos rios Barigüi e Passaúna (afluentes da margem direita do rio Iguaçu na região de Curitiba), utilizando-se de recursos da inteligência artificial e metodologia probabilística baseada no peso de evidências (indicadores), na qual serão atribuídos valores às variáveis selecionadas, e então nestes ambientes (reliquiares e atuais) situar as UPs geomórficas. As evidências para classificação dos diversos tipos de paisagem serão combinadas pela regra de Bayes, introduzindo o conceito de incerteza à classificação automatizada. Tendo em vista a elevada disponibilidade de dados digitais de sensores remotos, como elevação do terreno, refletância espectral e pancromática, além de dados aerogeofísicos, todos podendo compor

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conjuntos de variáveis espaciais, propõe-se determinar assinaturas digitais de diferentes UPs geomórficas, previamente identificadas. Com base nessas assinaturas, o algoritmo matemático pondera as variáveis, calculando suas interligações e como os elementos avaliados são correlacionáveis às unidades de paisagem. Embora o conceito de UP englobe variáveis extrínsecas ao meio físico, optou-se por abordar neste trabalho apenas os elementos geomórficos (de onde surge o termo “unidade de paisagem geomórfica”), privilegiando assim a aplicação do algoritmo sobre dados de sensores remotos, com o objetivo de possibilitar a replicação do procedimento, virtualmente, para qualquer local onde existam dados compatíveis. Conforme trabalhos desenvolvidos no contexto da Ecologia da Paisagem, é fundamental a definição de critérios, os mais objetivos possíveis, para detecção, classificação e avaliação das UPs. Esses critérios devem atender a premissa de distinguir compartimentos paisagísticos distintos, cujas relações internas (estrutura vertical da paisagem) sejam mais estreitas do que com as unidades do entorno (estrutural horizontal), compondo manchas (patches), ou seja, a menor unidade espacial integrando elementos (variáveis) homogêneos. Partiu-se então para a definição das variáveis a serem integradas no processamento, bem como o grau hierárquico em que serão abordadas, ou seja, o nível de distinção que permita correlacioná-las às diferentes UPs, porém, mantendo o caráter automatizado da análise. O mapeamento das unidades de paisagem geomórfica foi centrado em variáveis de três conjuntos principais: (1) modelo espectral, na forma de duas composições evidenciando a umidade do terreno e o índice de vegetação; (2) modelo radiométrico, através da escolha de uma composição entre os radionuclídeos, mapeados por aerogamaespectrometria que melhor evidencie as variações na composição do solo; e (3) modelo digital de terreno (MDT), com feições de relevo, cujas variáveis descritoras são a altitude, curvatura da encosta, declividade, aspecto, rugosidade, densidade e anisotropia de relevo, densidade e direção das lineações. Nesta etapa do estudo foram definidas as variáveis morfométricas a serem testadas preliminarmente pelo procedimento, primando pela adoção de variáveis independentes, evitando assim a redundância de resultados. Com base na análise exploratória dos dados foram definidos parâmetros que permitiram classificar cada variável em três classes (Alta, Moderada e Baixa), quando possível a partir de seus limites naturais (agrupamentos de valores em curva acumulativa) ou decorrentes de limites pré-estabelecidos (p. ex. classes de azimute para a variável aspecto do terreno). A partir dos dados processados, em formato de grade regular (grid), foram geradas planilhas individuais para cada variável, contendo além de sua posição (coordenadas espaciais) a classificação para cada uma das três classes, atribuindo valor “1” para a presença e “-1” para a ausência daquela classe para cada posição. Uma vez que os limites não são herméticos optou-se por sobrepor parcialmente os limites entre as classes subseqüentes (Alta/Moderada e Moderada/Baixa), permitindo que uma mesma célula pertença a duas classes, deixando a decisão de qual delas é mais adequada (maior probabilidade) ao algoritmo matemático. De posse das tabelas individuais (uma para cada

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variável) procedeu-se a integração das variáveis em uma planilha única, para a aplicação do algoritmo. Tendo em vista a complexidade paisagística da área de estudo, o sucesso do procedimento implica na possibilidade de desenvolvimento de um aplicativo automatizado para replicar este procedimento em outros locais, fazendo uso de dados adquiridos remotamente. Palavras-chave: variáveis morfométricas, mapeamento probabilístico, unidades de paisagem. Dados acadêmicos: Co-Orientadores: Prof. Dr. Paulo César Soares, Profª. Dra. Chisato Oka-Fiori; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Unidades de paisagem geomórfica e mudanças geoambientais: o Alto Iguaçu, Paraná; Área de concentração: Geologia Ambiental; Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise multitemporal, neotectônica e riscos geológicos; Data de entrada na pós-graduação: março de 2009; Nº de créditos concluídos: 25 (07 + 18), usando o limite disponível a partir do Mestrado; Exame de qualificação: previsto para julho de 2011; Trabalhos publicados ou período de confecção: publicação de um artigo até julho de 2010; Data da defesa: prevista para dezembro de 2012; Possui bolsa: Sim; Período: Agosto 2010 a Dezembro 2012; Fonte Pagadora: CAPES. CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA E HIDROQUÍMICA DO SISTEMA AQÜÍFERO PARECIS NA ZONA URBANA DO MUNICÍPIO DE SINOP-MT Comelli, Cleciani ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho A área deste estudo abrange uma superfície de 90 km2 correspondente à zona urbana do município de Sinop (MT). A região faz parte da bacia hidrgráfica amazonica, sendo o rio Teles Pires o principal afluente na regiao, com uma vazão média de 828 m3/s e uma precipitação anual média de 1.668 mm/ano. Geomorfologicamente está inserida no Planalto dos Parecis que é caracterizado por extensos platôs formados por rochas sedimentares depositadas em ambiente de bacia do tipo intra-cratonica e constituem a Bacia Sedimentar dos Parecis. As rochas sedimentares que compõem a bacia foram depositadas em ambiente continental (desértico, fluvial, lacustre e glacial) e marinho raso. Essas litologias formam o Sistema Aqüífero Parecis, cujas reservas hídricas são explotadas

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na cidade de Sinop, sem qualquer conhecimento de suas características hidrogeológicas, o que poderá vir a comprometer a qualidade e a quantidade das águas subterrâneas armazenadas. A etapa inicial desta pesquisa compreendeu o levantamento de dados bibliográficos básicos e inventário dos poços tubulares. Foram analisados as informações hidrogeológicas provenientes de 66 poços tubulares localizados na zona urbana de Sinop. A maioria desses poços são utilisados para consumo doméstico (37 poços) e possuem uma profundidade média entre 35 e 50 metros. A temperatura média foi de 27 ˚C. O nível estático desses poços variou entre 10 a 20 metros, podendo ser considedado um aquífero raso. A vazão média explotada foi de 10 m3/h. A água apresentou um pH ligeiramente ácido, com valores 4 e 6. A condutividade elétrica apresentou valores menores que 20 µm/S. Os resultados descritos para sólidos dissolvidos não ultrapassaram 100 mg/l. A dureza observada raramente ultrapassou 20 mg/l. A somatória dos bicarbonatos e carbonatos presentes na água (alcalinidade) apresentou valores máximos de 40 mg/l. Os valores de ferro total raramente ultrapassaram 0,2 mg/l. A etapa seguinte desse trabalho prevê a seleção de 18 poços dentre os 66 para realização novas de análises físicos-químicas e bacteriológicas completas e atualizadas para fins comparativos, realizar a classificação química e da análise potabilidade da água. A seleção terá como base as unidades geológicas na área de pesquisa e a compartimentação de uso e ocupação do solo. Com base nesses dados, serão inferidas as áreas de recarga e de risco potencial à contaminação da água subterrânea na área de estudo. Os dados obtidos formarão um banco de dados georreferenciados que poderão ser visualizados em mapas temáticos que servirão de subsídios para a elaboração de um plano gestor das águas subterrâneas para a zona urbana de Sinop. Palavras-chave: aqüífero parecis, águas subterrâneas, hidroquímica Dados acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. Eduardo Chemas Hindi, M.Sc. Lilian Fátima de Moura Apoitia; Nível: Mestrado; Titulo do projeto original da dissertação ou tese: Caracterização hidrogeológica e hidroquímica do Sistema Aqüífero Parecis na zona urbana do município de Sinop-MT; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos; Data da entrada na pós-graduação: março de 2009; n0 de créditos concluídos: 10; exame de qualificação: julho 2010; N0 de trabalhos publicados: 0; Data prevista para defesa: 12/2010; Possui bolsa: não; Período: - ; Fonte pagadora: - .

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RISCOS DE CONTAMINAÇÃO PELA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE: PRESENÇA DE FÁRMACOS EM ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS Erbe, Margarete C. Lass ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. André Virmond Lima Bittencourt Os medicamentos, uma vez administrados, seja de forma intravenosa ou oral, estão sujeitos ao metabolismo do paciente e pode ser excretado de forma inalterada ou na forma de metabolitos ao meio ambiente (água, solo,...), podendo sofrer transformações posteriores. Muitos destes compostos sobrevivem à biodegradação e se descarregam nas águas receptoras. Quando o medicamento é ingerido, a maior parte do composto ativo é excretada pela urina e fezes e, na seqüência seguem às Estações de Tratamento de Efluentes (ETE). As tecnologias atualmente utilizadas para o tratamento de águas residuais não são suficientes para eliminar os resíduos de medicamento na sua totalidade, o qual acaba seguindo para rios, lagos, oceanos, aqüíferos e, mesmo em pequenas quantidades, nas nossas torneiras. Ainda não há um completo entendimento dos riscos que os componentes ativos e metabólitos dos produtos de higiene pessoal - Pharmaceutical and Personal Care Products (PPCPs), como analgésicos, antiinflamatórios, anticoncepcionais, antibióticos e outros produtos adequados para o combate às doenças possam acarretar. A pesquisa foi direcionada para a análise dos PPCPs - Ácido Clofíbrico, Carbamazepina e Primidona devido ao histórico da persistência destes medicamentos. Atualmente o Departamento de Geociências Aplicadas do Centro de Geociências da Universidade de Göttingen/Alemanha, analisa 46 tipos diferentes de medicamentos persistentes na água. Nas amostras de águas superficiais e subterrâneas oriundas da região de Berlim/Alemanha pesquisadas na Universidade Técnica de Berlim, Departamento de Hidrogeologia, foi observada a maior dificuldade de degradação da Primidona. Mesmo tendo sido disponibilizada no meio ambiente em quantidade equivalente a 5,4% do consumo do ácido Clofíbrico e 11,9% do consumo da Carbamazepina no período de 1950 a 2009, a Primidona está presente em concentrações mais elevadas, evidenciando a sua não degradabilidade no meio ambiente. Para avaliar a persistência de fármacos nas águas situadas na área de interesse da vala séptica de Curitiba, foram pesquisados dois pontos em águas superficiais e dois pontos em águas subterrâneas. Os ensaios foram realizados no Departamento de Hidrogeologia da UT Berlim, sob a orientação do PD Dr. Traugott Scheytt. O método de pesquisa incluiu a extração em fase sólida para posterior análise em Cromatógrafo líquido/espectrômetro de massa - LC-MS/MS. Para os resultados

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encontrados deve ser considerado o efeito cumulativo dos medicamentos sobre o ecossistema, especialmente para os organismos aquáticos. Diferentemente dos pesticidas e de outros produtos químicos industriais, as exposições se caracterizam de natureza crônica devido a sua continua introdução ao meio, aonde quer que viva ou visite a espécie humana. Uma contínua inclusão no meio aquático dos Compostos Farmacologicamente Ativos (PhACs), mesmo que possuam baixa persistência, podem ter o mesmo potencial de exposição que os verdadeiramente persistentes, já que a sua velocidade de transformação e eliminação pode ser compensada pela velocidade de reposição do contaminante. Esta constante exposição dos microrganismos a estes medicamentos disponíveis no ecossistema pode levar a organismos resistentes, colocando em risco o tratamento de infecções futuras. Mesmo que os montantes registrados em pesquisas recentes em águas superficiais e subterrâneas, do ponto de vista toxicológico, não são considerados prejudiciais aos seres humanos, persiste a preocupação quanto ao risco da interação destas diferentes substâncias no meio ambiente. Baixas concentrações de PhACs e outros contaminantes, também não são desejáveis do ponto de vista higiênico ou no que diz respeito ao princípio da precaução. Palavras-chave: fármacos, medicamentos persistentes, monitoramento. Dados acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dra. Marta Margarete Cestari e Prof. Dr. Traugott Scheytt; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Riscos de contaminação de águas subterrâneas: disposição inadequada de resíduos dos serviços de saúde na vala séptica de Curitiba; Área de Concentração: Geologia Ambiental – Recursos Hídricos; Data de entrada na pós-graduação: agosto 2007; Nº de créditos concluídos: 39; Exame de qualificação: agosto de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01apresentado a Aquatic Toxicology e 03 em elaboração - jan a dez de 2010; Data da defesa: março de 2011; Possui bolsa: sim. Período: nov2009 a fev2010. Fonte pagadora: CAPES.

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PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO COSTEIRA UTILIZANDO RECIFES SUBMERSOS NAS PRAIAS DE MATINHOS, NO PARANÁ Lima, Marcos Gândor Porto ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo

Este trabalho tem por objetivo determinar solução sustentável de proteção e recuperação costeira para praias de Matinhos no litoral do Paraná utilizando a metodologia de recifes submersos. Existem inúmeras maneiras de proteger a costa contra a erosão, porém, em sua grande maioria, não resolvem de forma definitiva o problema. Para obter sucesso em um método sustentável de proteção costeira é necessário identificar a causa direta do problema, e trabalhar com os processos naturais físicos responsáveis pela erosão. Métodos de proteção costeira que incidem sobre os efeitos da erosão resolvem o problema de forma temporária, e, em muitos casos, aceleram os processos erosivos ou transferem o problema ao longo da costa. Métodos severos de proteção costeira tais como: muros de contenção, esporões, promontórios artificiais (headlands) e quebra-mares; apenas atacam os efeitos da erosão e trabalham contra os processos naturais pelo bloqueio do transporte de sedimentos ou do poder das ondas. Por outro lado, soluções amenas tais como: alimentação da praia, transposição de sedimentos, estabilização de dunas e implantação de recifes submersos trabalham com os processos naturais de reposição de sedimentos e alteração de processos costeiros (ondas e correntes costeiras que causam erosão). Recifes submersos desempenham sua função de proteção costeira através da rotação e dissipação de ondas, o que leva ao crescimento notável da praia na parte abrigada pela estrutura. A energia das ondas é dissipada sobre o recife, o que resulta em menos energia na praia e a conseqüente deposição de sedimento. A rotação da onda é um método de proteção costeira que atinge a causa da erosão, isto é, as correntes ao longo da costa originadas por ondas de eventos como tempestades e ressacas. Estruturas submersas distantes da costa são orientadas para girar o trem de ondas de forma que a corrente (bem como o transporte de sedimento) é reduzida perto da costa. O realinhamento do ângulo da onda no ponto de quebra, em harmonia com o alinhamento da praia, resulta na redução do fluxo ao longo da costa e incremento da sedimentação na parte da praia abrigada pela estrutura. Assim, em costas expostas onde o poder das ondas incidentes é a principal causa da erosão, a rotação de onda pode desempenhar um papel significativo nos aspectos funcionais de recifes submersos. Este efeito é exercido com ou sem a quebra de ondas sobre o recife, e por isso não depende da transmissão da energia de ondas. O entendimento prévio dos processos costeiros que governam a região é indispensável para que os objetivos sejam alcançados. A metodologia para este estudo foi dividida em 3

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componentes principais: (1) estudos de campo e análise dos dados; (2) concepção da estrutura e modelagem numérica e; (3) avaliação dos impactos para gerenciamento costeiro. As essenciais medições de campo necessárias para o estudo são: batimetria, correntes, ondas e granulometria. Até o momento foi realizada a batimetria das praias de Matinhos com 1248 pontos batimétricos entre o promontório rochoso da Praia de Caiobá e a Praia Brava no Município de Matinhos. Os dados de correntes estão sendo coletados juntamente com os dados de ondas através de fundeios do dispositivo S4ADW (Directional Wave Instrument), o qual fornece dados capazes de determinar todos os parâmetros espectrais das ondas bem como intensidade e direção das correntes. Amostras de sedimentos submersos também serão coletadas no local. Após isto, modelos numéricos calibrados utilizando dados (medidos) serão analisados em um claro entendimento dos processos costeiros especificamente para estrutura a ser concebida. Estas informações serão então utilizadas para o desenho da estrutura. A extensão dos impactos físicos é exclusivamente dependente da forma, tamanho e localização da estrutura. Neste caso, o estudo possui objetivos compatíveis, isto é, irá proteger o litoral e, desta forma, os efeitos através de um alargamento da praia serão percebidos como benéficos.

Palavras-chave: erosão costeira, proteção costeira, recifes submersos, rotação de ondas. Dados acadêmicos: Co-Orientador(es): Prof. Dr. Eduardo Marone e Dr. Kerry Black; Nível: Doutorado; Título do projeto original da dissertação/tese: Proteção e Recuperação Costeira Utilizando Recifes Submersos nas Praias de Matinhos, no Paraná; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Nome da “Linha de Pesquisa”: Evolução, Dinâmica e Recursos Costeiro; Data de entrada: Agosto de 2008; No de créditos concluídos: 4, práticas de docência, pedido de equivalência em análise; Exame de qualificação: Janeiro de 2011; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1; Data da Defesa: Janeiro de 2012; Possui Bolsa: sim; Período: início em Julho de 2009; Fonte pagadora: CNPq. GERENCIAMENTO COSTEIRO INTEGRADO EM ITAPOÁ - SC Lisniowski, Maria Aline ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo A planície costeira de Itapoá localiza-se na região norte do litoral do Estado de Santa Catarina e é delimitada pela desembocadura da baía de São Francisco do Sul ao sul e pelo Rio Saí-Guaçu ao norte. A linha de costa possui aproximadamente 23 km é praticamente

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retilínea, sendo dividida apenas por um promontório rochoso na região central. A porção ao norte deste promontório possui orientação predominante no sentido SE-NO a porção localizada ao sul apresenta uma linha de costa com orientação SO-NE. A amplitude média das marés é de 1,5 m e as ondas são provenientes de NE e SE. Eventos de alta energia são registrados quando os sistemas frontais avançam ao longo do litoral catarinense causando aumento do nível do mar e processos erosivos na face praial e nos nas dunas frontais. Alguns setores da costa também apresentam problemas erosivos associados à ocupação costeira inadequada e às dragagens do canal de acesso à baía. O objetivo deste trabalho é propor um plano de gerenciamento costeiro que integre os vários setores que utilizam este ecossistema. Para isso são necessários dados históricos que possibilitem a avaliação da evolução deste ambiente, principalmente as variações naturais da linha de costa, e dados atuais que tornem possível comprovar a vulnerabilidade de determinados setores da costa. Os principais objetivos são: (A) avaliar a vulnerabilidade ambiental dos sistemas dunares das praias do litoral norte catarinense utilizando uma série de parâmetros e categorias descritos na literatura; (B) determinar a topografia da parte emersa da praia utilizando DGPS (Sistema de Posicionamento Global Diferencial) em pelo menos nove setores que já foram estudados nos últimos 15 anos; (C) simular as variações na morfologia praial durante eventos de alta energia através do modelo bidimensional Xbeach; (D) comparar as simulações com as mudanças reais na morfologia através de perfis praiais obtidos antes e depois de eventos de alta energia; (D) classificar a costa norte catarinense em função do comportamento das variações da linha de costa, determinando áreas com tendência à erosão, estabilidade ou acresção; (E) classificar diferentes setores da costa em função das características ambientais dominantes (geológicas, geomorfológicas, morfodinâmicas e oceanográficas) e seu estado de alteração decorrente de interferências antrópicas; (F) coletar dados do transporte de sedimentos ao longo de toda a costa de Itapoá utilizando armadilhas de sedimentos (streamer traps). O levantamento topografia da face praial e detalhamento da linha de costa consistem na aquisição dos dados através de uma estação de DGPS móvel, realizando um percurso ao longo da parte emersa da praia e usando como indicador de referência o limite máximo da vegetação, a linha da base da duna frontal. As armadilhas de sedimento usadas para determinar taxas de transporte são compostas por um suporte metálico de 1,8 m onde são fixadas 6 armações menores, dispostas verticalmente e equidistantes. As armações possuem abertura de 9 cm de altura e 13 cm de largura, onde estão presas redes feitas de poliéster com abertura de 63 m. Medições de ondas (período, altura e orientação), velocidade da corrente longitudinal e profundidade são obtidas simultaneamente às coletas com as armadilhas através de medições visuais, derivadores e nível. O tempo de permanência da armadilha na água é de 10 minutos, podendo ser menor quando as condições hidrodinâmicas não se apresentam favoráveis. Os resultados deste estudo devem trazer respostas importantes para

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desenvolvimento de projetos de gerenciamento costeiro e para o estudo da dinâmica sedimentar, pois os dados são medidos através de métodos abrangentes e ao mesmo tempo detalhados ao longo de toda a costa. Adicionalmente, os mapas indicando as regiões com maior vulnerabilidade serão um importante subsídio para o gerenciamento costeiro do município de Itapoá, que possui locais bastante urbanizados e onde a atividade portuária começa a se desenvolver com muita intensidade. Palavras – chave: gerenciamento costeiro, erosão, Itapoá. Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dra. Maria Cristina Souza; Nível: Doutorado; Título do Projeto original da dissertação: Gerenciamento costeiro integrado em Itapoá - SC; Linha de Pesquisa: Evolução, Dinâmica e Recursos Costeiros; Projeto guarda-chuva: Evolução das Planícies Costeiras Quaternárias e Dinâmicas de Ambientes Costeiros Atuais Paranaenses, Norte Catarinenses e Sul Paulistas: Subsídios para a Gestão Integrada da Zona Costeira; Data de entrada na pós-graduação: agosto de 2009; nº de créditos concluídos: 8; Exame de qualificação (previsão): janeiro de 2012; nº de Trabalhos Publicados: 0; Período de confecção de trabalhos para publicação: a partir de 2010; Data prevista para defesa: agosto de 2013; Possui bolsa: sim; Período: agosto de 2009 a agosto de 2013; Fonte pagadora: CAPES. LEVANTAMENTOS COMPLEMENTARES DE PARÂMETROS GEOMECÂNICOS COMO SUBSÍDIOS À CLASSIFICAÇÃO DE MACIÇO ROCHOSO Nagalli, André ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori A presente etapa do estudo buscou complementar os dados adquiridos nas fases preliminares com vistas à classificação do maciço rochoso que compreende a mina Saivá. Trata-se de parâmetros relativos à integridade, resistência mecânica e estabilidade do maciço. O objeto de estudo é a mina Saivá, situada no município de Rio Branco do Sul, Paraná, uma jazida de calcário empregado pela Votorantim para a fabricação de cimento. Foram avaliados, entre outros fatores, os espaçamentos entre juntas, a resistência da rocha intacta, a questão da água subterrânea e a orientação das descontinuidades em meio digital. Tais resultados permitem calcular Índices de Qualidade de Rocha, por

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exemplo, segundo os métodos de Priest e Hudson (1976; 1981) e Deere et al. (1967), os quais, em conjunto com os demais parâmetros, subsidiaram as classificações do maciço da mina Saivá segundo os métodos de Bieniawski (1974) e Wickham et al. (1971). Os resultados parciais permitem inferir que o maciço onde a mina Saivá se insere apresenta rocha de boa qualidade, segundo a classificação de Wickham et al. (1971), pois o valor do RSR (Rock Structure Rating) calculado é igual a 71. Os resultados parciais obtidos até o momento são insuficientes para aplicação do método de classificação de Bieniawski (1974), pois se carece de parâmetros experimentais de resistência da rocha. Neste sentido, foram promovidas tentativas de obtenção destes parâmetros através do microtomógrafo de raio-X Skyscan 1172, provido de célula de carga, em corpos de prova cilíndricos de 1,5 cm de diâmetro por 1,0cm de altura moldados a partir de amostras de rocha mina. Não houve êxito nesta análise, em função das limitações de carregamento do equipamento em comparação ao tamanho dos corpos de prova utilizados. Estuda-se moldar corpos de prova de menores dimensões. Alternativamente, com vistas à aquisição destes dados, serão realizados, na seqüência, ensaios de compressão axial de corpos de prova originados a partir de amostras de rocha da mina, conforme NBR 15485/2010. Complementarmente, no âmbito geral da pesquisa, foram executados no período novos levantamentos de campo, com imageamento digital e obtenção de parâmetros estruturais de novas frentes de lavra da mina Saivá. A presente pesquisa vem cumprindo o cronograma estabelecido e suas etapas subseqüentes abrangerão, dentre outras, a aquisição complementar dos parâmetros necessários à classificação geomecânica do maciço, a integração dos novos dados estruturais obtidos com os dados anteriores e o estudo da estabilidade dos taludes na área. Palavras-chave: classificação geomecânica, microtomógrafo, geotecnia Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Análise estrutural e teste de ferramentas de análise fractal em sistemas fraturados com diferentes comportamentos hidráulicos e aplicações em geotecnia; Linha de Pesquisa: Análise Multitemporal, Neotectônica e Riscos Geológicos; Projeto guarda-chuva: Projeto Fractal (UFPR/PETROBRAS); Data de entrada na pós-graduação: ago/2007; Nº de créditos concluídos: 36; Exame de qualificação: abr/2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: 4 publicados (1 completo, 3 resumos), 1 submetido, 2 previstos; Data da Defesa: jan/2011; Possui Bolsa: sim; Período: ago/07 a ago/11;Fonte pagadora: PROF/CAPES.

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MORFOESTRUTURAS DA SERRA DO MAR PARANAENSE

Nascimento, Edenilson Roberto do ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni A Serra do Mar (SM) é uma das principais feições geomorfológicas brasileiras, estendendo-se por centenas de quilômetros entre os estados de Santa Catarina e Bahia. Com complexa geologia e geomorfologia, constitui-se um desafio o entendimento de sua gênese e evolução, que em parte confunde-se com a evolução crustal da América do Sul. A porção paranaense da SM é formada principalmente por rochas graníticas, intrudidas em gnaisses, quartzitos, granulitos do Arqueano e Proterozóico Inferior, bem como em faixas móveis do Proterozóico Médio a Superior. Todo este conjunto, por sua vez, é cortado por diques de idade juro-cretácea. As estruturas são derivadas principalmente de antigas zonas de falhas reativadas durante pulsos tectônicos ao longo do Cretáceo e do Terciário. Todavia, são descritas com menor frequência, estruturas mais recentes, pleistocênicas ou até mais novas. A atividade tectônica recente, como fator relevante na atual conformação da paisagem, suscita divergência entre os geocientistas, tendo a erosão diferencial pós-Cretácea uma aceitação mais ampla para a explicação da esculturação atual do relevo. O aplanamento do megaplanalto Cretáceo pela Superfície Japi (60–65 Ma), localmente denominada de Superfície do Puruña, tido como o único nível de correlação regional do embasamento no Sudeste do Brasil, nivelou toda a região a uma altitude média de 2.000 m que, ao se tornarem tectonicamente instáveis, permitiram a instalação de rifts no megaplanalto Cretáceo. Esta explicação, somada às alternâncias climáticas entre períodos secos e úmidos, é a mais aceita para o avanço da erosão diferencial que recuou a SM mais à sua porção ocidental. O presente trabalho tem como objetivo principal a caracterização da existência do condicionamento da paisagem e/ou da esculturação da SM por falhas reativadas ou geradas no Cenozóico e observar a possível existência de um condicionamento morfotectônico recente do relevo. Para a caracterização da evolução geomórfica regional está sendo realizado o levantamento estrutural e morfoestrutural em toda a área de estudo, que a priori, foi dividida em quatro blocos morfoestruturais, bloco Guaraqueça, Antonina, Guaratuba e Morretes, limitados na direção próxima NE pelas zonas de cisalhamento Serra Negra e Cubatãozinho e a EW pelos lineamentos, ainda em fase de análise, onde instala-se o prolongamento principal da Baia de Paranaguá em direção ao continente. Além de levantamentos estruturais em campo, está sendo realizada a análise em múltiplas escalas em imagens de sensores remotos ASTER, SRTM, Landsat e ALOS, esta última com resolução espacial tratada para 2,5m. Também estão sendo atribuídas cotas topográficas a todas as cerca de 157.000 curvas de nível levantadas na escala 1:25.000, disponibilizadas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), o

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que permitirá elaboração de um MDE nessa escala. A análise da drenagem será realizada também na escala 1:25.000, e levará em consideração os cerca de 114.000 canais levantados pela SEMA, que no momento estão em fase final de hierarquização. A análise estrutural, os dados de campo e os obtidos com base nas imagens de sensores remotos serão comparados com o traçado e o padrão de drenagens, com os depósitos coluvionares e com os remanescentes das paleo-superfícies. Com essa metodologia espera-se, no âmbito do Projeto Falhas / PETROBRAS, efetuar a caracterização dos regimes tectônicos regionais recentes sobre a esculturação do relevo, além de identificar elementos que contribuam para o entendimento dos mecanismos formadores da Bacia de Santos. Palavras-chave: Serra do Mar paranaense, morfoestruturas, evolução do relevo. Dados Acadêmicos: Co-Orientador: Prof° Dr. Alberto Pio Fiori; Nível: Doutorado; Título original da tese: Tectônica cenozóica e neotectônica da Serra do Mar paranaense; Linha de Pesquisa: Geologia Ambiental; Projeto Guarda-Chuva: Projeto Falhas; Data de entrada na Pós-Graduação: julho-2009; N° de créditos concluídos: 45; Exame de Qualificação: dezembro de 2012; Data prevista para defesa: Julho de 2013. Possui bolsa: sim; Período: julho de 2009 a dezembro de 2011; Fonte pagadora: PETROBRAS. DINÂMICA MORFOSEDIMENTAR ASSOCIADA AO REGIME DE ONDAS EM PRAIAS OCEÂNICAS DO ARCO PRAIAL DA PLANÍCIE DE PRAIA DE LESTE – PR Quadros, Clécio José Lopes de ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Marone

No estado do Paraná a costa pode ser dividida em três setores, compartimentada em função da ocorrência das baías de Paranaguá e Guaratuba. Ao norte da baía de Paranaguá encontra-se a planície de Superagüi ou planície Norte, entre Pontal do Sul e Caiobá encontra-se a planície da Praia de Leste, e ao sul da baía de Guaratuba a planície Sul ou do Brejatuba. O arco praial da Planície de Praia de Leste caracteriza-se por aproximadamente 35 km de praias arenosas oceânicas. A orla desta região está quase que em sua totalidade ocupada, sendo que em alguns setores são evidentes os problemas com erosão e destruição de áreas ocupadas. A evolução morfosedimentar de praias arenosas como estas, apresenta-se altamente dinâmica e sensível, constantemente ajustando-se as flutuações dos níveis de energia local. As ondas representam a principal entrada de

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energia para estes sistemas e devido à mobilidade dos sedimentos encontrada nestes ambientes, estes se ajustam as condições hidrodinâmicas vigentes. Sendo assim, o estudo do clima de ondas da região é de extrema importância, visto que este é um dos principais processos atuantes no balanço sedimentar ao longo do litoral. Este projeto de pesquisa caracterizou a dinâmica morfosedimentar de praias em diferentes setores do arco praial da Planície de Praia de Leste e pretende associar estes dados ao regime de ondas incidentes na região. A partir da realização de perfis topográficos, coleta de sedimentos e observação visual de ondas em 14 praias durante 24 meses, foi possível a análise da variação volumétrica sedimentar, da evolução morfológica, da caracterização sedimentar e do regime de ondas observadas das praias em questão. O monitoramento evidenciou que os perfis são constituídos basicamente por areia fina bem selecionada com exceção dos sedimentos coletados no pós- praia do perfil Matinos 4 e na linha da água dos perfis Matinhos 1, 2 e 4 que apresentaram areia média bem selecionada em sua composição. Os resultados da variação volumétrica para os perfis Atami e San Marino apresentaram tendências opostas as encontradas anteriormente pelo autor. Os parâmetros de onda observados apontam um crescimento progressivo das alturas e períodos médios em direção ao centro do arco praial da planície de Praia de Leste provavelmente relacionado à orientação NW-NE da linha de costa neste setor, fato que favoreceria o incremento das alturas e períodos das ondas provenientes da direção predominante de incidência. Os cálculos do parâmetro adimensional (Ω) classificaram todos os perfis como praias dissipativas, não havendo variação sazonal dos estados morfodinâmicos em nenhuma das praias. Já o Ωteórico calculado, classificou os perfis Atami, Marisol, Ipanema, Guarapari, Santa Terezinha, Praia de Leste, Matinhos 1, Matinhos 2, Matinhos 3, Matinhos 4, Matinhos 5, e Matinhos 6 como praias dissipativas e os perfis Monções e San Marino como praias intermediárias. A utilização de ferramentas como modelos matemáticos possibilitarão caracterizar o regime de ondas atuante na região, realizado a partir de dados da ondulação incidente coletados a profundidades de 10 e 15m, batimetria da plataforma interna rasa e dados meteorológicos regionais. Assim sendo, será possível a simulação de diferentes cenários que ilustrarão os estados de mar mais freqüentes. Com os índices morfodinâmicos atuantes determinados, finalmente torna-se possível a caracterização da dinâmica morfosedimentar associada ao regime de ondas das praias estudadas. Este trabalho apresenta-se como subsídio à gestão costeira, auxiliando e inferindo diretrizes aos planos de manejo para este trecho da orla do Estado. Palavras-chave: praia, morfodinâmica, ondas. Dados Acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. José Rodolfo Angulo e Prof. Dr. Ricardo de Camargo; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Dinâmica morfosedimentar associada à ocorrência de frentes meteorológicas em diferentes setores do arco praial da

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Planície de Praia de Leste – PR; Linha de pesquisa: evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: março de 2007, Exame de qualificação: março de 2010; Nº de trabalhos publicados: 4; Data prevista para defesa: março de 2011; Possui bolsa: sim, Período: março de 2007 a março de 2011; Fonte pagadora: CAPES. MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE RECIFES DE ARENITO NATURAIS SUBMERSOS DO LITORAL PARANAENSE Simioni, Bruno Ivan ([email protected]) Orientador: Rodolfo José Angulo

Recifes de arenito, também conhecidos como beachrocks, correspondem a depósitos sedimentares de praia cimentados através da precipitação principalmente de cimentos carbonáticos consistindo tipicamente de calcita magnesiana, calcita e aragonita. A litificação ocorre geralmente na zona de entremarés e envolve diversos tipos de sedimento, tais como cascalhos e areias de origem clástica e biogênica, representando assim a linha de costa do local onde se formaram. O tempo de formação de um beachrock pode variar de meses a anos e a precipitação de cimentos bem como sua alteração posterior à cristalização é um processo contínuo dependendo de seu grau de litificação. Ocorrências são descritas em diversas regiões costeiras e principalmente em regiões tropicais e subtropicais. Por este motivo acreditava-se até meados da década de 60 que estes eram formados estritamente nestas regiões. No entanto observações recentes indicam que a cimentação carbonática de sedimentos praiais também pode ocorrer em latitudes temperadas e até mesmo frias, ainda que muitas vezes estejam associados a altos gradientes geotermais nestas regiões. No Brasil existem descrições de beachrocks especialmente na região nordeste, onde afloram próximos à linha de costa atual e até quilômetros em direção ao continente. Beachrocks submersos correspondem à minoria dos trabalhos descritos na literatura internacional e são pouco documentados no Brasil, ainda que ocorram nas plataformas continentais da região nordeste, sudeste e sul. A importância do estudo de beachrocks consiste principalmente em três aspectos: seu impacto na evolução costeira, sua significância como indicadores de paleoníveis marinhos e sua evidência dos processos de cimentação carbonática em praias. Além disto, podem ser indicadores de paleoambientes, uma vez que sua matriz sedimentar reflete o ambiente em que foi formado e em menor escala o ambiente no qual se encontra no presente. Os cimentos carbonáticos também constituem um relevante indicador do

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ambiente de formação, fornecendo evidências sobre os processos responsáveis pela precipitação carbonática e também processos posteriores à litificação. O tipo do cimento precipitado vem sendo utilizado para o estudo de proveniência de carbonatos costeiros, uma vez que a calcita normalmente precipita a partir da água doce e aragonita da água do mar. No entanto a calcita magnesiana também pode precipitar em ambientes marinhos rasos, sendo um cimento comum em beachrocks. O estudo destas características através de análises petrográficas e mineralógicas, bem como o mapeamento dos afloramentos, pode fornecer maiores detalhes sobre a evolução morfológica de regiões costeiras. Feições sedimentares associadas à variação do nível do mar durante o Quaternário são identificadas em toda a costa do Paraná, principalmente em áreas emersas onde podem ser observados, por exemplo, cordões litorâneos que são registros de fases regressivas. Em áreas submersas os registros de níveis relativos do mar abaixo do atual se tornam restritos devido ao retrabalhamento do material depositado durante as fases transgressivas e à intensa sedimentação e transporte que ocorrem nas regiões costeiras atualmente. Visando preencher tal lacuna vem sendo desenvolvido o atual trabalho, que tem como objetivo: a identificação, mapeamento e caracterização de recifes de arenito submersos na costa paranaense a fim de contribuir para o estudo da evolução costeira nesta região, como parte de um projeto guarda-chuva do Laboratório de Estudos Costeiros (LECOST). Até o momento um extenso afloramento de beachrock foi indentificado na desembocadura da Baía de Paranaguá. Seguindo o plano de trabalho, este afloramento foi localizado com a ajuda de pescadores e através do uso de equipamento autônomo quatro amostras foram coletadas, duas representando a base do afloramento, junto ao fundo marinho, aos 6 metros de profundidade e duas representando o topo do afloramento aos 2 metros de profundidade. As análises de seções delgadas e mineralógicas indicam que a precipitação dos cimentos deste beachrock ocorreu nas zonas vadosa e freáticas marinha e posteriormente este foi exposto, fato evidenciado pelo lixiviamento dos cimentos aragoníticos e precipitação de cimentos de origem meteórica. Imagens de sonar de varredura lateral indicam que este afloramento possui aproximadamente 15 metros de extensão. Estas imagens também permitiram observar que existe uma linha contínua de afloramentos, os quais deverão ser mapeados e amostrados com maior detalhamento. Outros pontos de possíveis afloramentos de beachrocks continuarão a ser investigados no interior da Baía de Paranaguá e também em outras regiões de mar aberto.

Palavras-chave: recifes de arenito, precipitação carbonática, beachrock. Dados acadêmicos: Co-orientador: Dr. Fernando Alvim Veiga;Nível: Mestrado;Título do projeto original da dissertação: Mapeamento e caracterização de recifes de arenito naturais da plataforma continental rasa paranaense; Área de concentração: Geologia

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ambiental; Linha de pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada: Julho/2009; No de créditos concluídos: 10; Exame de qualificação: Novembro/2010; Trabalhos submetidos: Simioni, B.I., Veiga, F.A., Oliveira, L.H.S & Angulo R.J. OCORRÊNCIA DE SEDIMENTOS RELÍQUIA NA PLATAFORMA INTERNA RASA DO ESTADO DO PARANÁ (BRASIL). XII Congresso da Associação Brasileira de Estudos do Quaternário, Resumo/Painel; Simioni, B.I. & Esteves, L.S. UMA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOS RECIFES ARTIFICIAIS MULTIFUNCIONAIS (RAM). Revista da Gestão Costeira Integrada, Número Temático: Recifes Artificiais, RGCI #0165. Submetido em 01/04/2009, Aceito em 18/06/2009; Data de defesa (previsão): Junho/2011; Possui bolsa: SIM; Período: 24 meses;Fonte pagadora: CAPES.

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Índice remissivo de palavras-chave aeromagnetometria 7, 27 aerossol 34 águas subterrâneas 45 amianto 34 análise de bacias 36 análise de imagens 14 análise e correlação de bacias 19 análise estrutural 14 análise fractal 36 anisotropia estrutural 40 Aquífero Parecis 45 Aqüífero Serra Geral 40 Bacia Bauru 2 Bacia de Curitiba 11, 21 Bacia do Amazonas 6 Bacia do Paraná 29 Bacia do Paraná iii 40 Bacia do Parnaíba 18, 27 Bacia Sedimentar de Curitiba. 19 Bambuí. 32 beachrock 57 calcretes 11, 23 carbonatos 32 cinturões paleoproterozóicos 4 classificação geomecânica 52 diabásio Penatecaua 9 Domo de Monte Alegre 14 elementos do grupo da platina (egp) 13 elipsóides de anisotropia 30 erosão 51 erosão costeira 49 Escudo Paranaense 7 evolução do relevo 54 evolução tectônica 29 Faixa Araguaia 25 Faixa Ribeira 16 fármacos 47 Formação Marília 23 Formação Pedra de Fogo 18 geologia estrutural 25, 36 geoquímica 9 geotecnia 52 geotectônica 25 gerenciamento costeiro 51 granitóides sin-tectônicos 4

gravimetria 27 Guabirotuba 11 hidroquímica 38, 45 Holoceno 42 Itapoá 51 Lineamento Transbrasiliano 29 magnetita 13 magnetometria 6 mapeamento probabilístico 44 medicamentos persistentes 47 MEV 34 microtomógrafo 52 modelagem de deposito 30 modelo geométrico 30 modelos sintéticos 6 monitoramento 47 morfodinâmica 55 morfoestruturas 54 ondas 55 paleoambiente. 18 paleossolos 23 Paraná 38, 42 pegmatitos básicos 13 planície costeira 42 praia 55 precipitação carbonática 57 proteção costeira 49 proveniência. 21 Província Transamazonas 4 quimioestratigrafia 32 reativação de falhas 16 recifes de arenito 57 recifes submersos 49 rifte cenozóico do sudeste 19 rocha básica 9 rotação de ondas 49 saúde humana 38 Serra do Mar paranaense 54 tafonomia 2 tipologia de zircão 21 unidades de paisagem 44 variáveis morfométricas 44 vertebrados 2 zona de cisalhamento 7, 16

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Índice remissivo de pesquisadores e pós-graduandos

Angulo, Rodolfo José 40, 48, 49, 55, 56 Apoitia, Lilian Fátima de Moura 45 Arioli, Edir Edemir 13 Atencio, Daniel 11 Athayde, Camila de V. Müller 37 Athayde, Gustavo Barbosa 39 Azevedo, Karine Lohmann 1 Barboza, Eduardo Guimarães 42 Barros, Carlos Eduardo de M. 3, 9 Becker, José Eduardo Gheno 40 Besser, Marcell Leonard 3 Bettú, Daniel Fabian 42 Biondi, João Carlos 30 Bittencourt, André Virmond Lima 46 Black, Kerry 49 Boggiani, Paulo César 23 Bongiolo, Alessandra de B. e S. 5 Camargo, Ricardo de 55 Campanha, Ginaldo 20 Castro, Luiz Gustavdo de 6 Cestari , Marta Margarete 47 Comelli, Cleciani 44 Cordeiro, Leonardo José 23 Costa, Juliana 8 Cunha, Paola Viana de Castro 10 Cury, Leonardo Fadel 6, 16, 25, 36 Erbe, Margarete C. Lass 46 Fernandes, Luiz Alberto 2, 10, 19, 20, 22 Ferreira, Carlos Henrique Nalin 11 Ferreira, Francisco José Fonseca 5, 6, 15, 26, 28 Ferreira, Valderez 11 Figueira, Isabella F. Rebutini 13 Figueiredo, Bonald Cavalcante 38 Filho, Ernani Francisco da Rosa 37, 39, 44 Fiori, Alberto Pio 8, 51, 54 Fiori, Chisato Oka 44 Góes, Ana Maria 21 Gomes, Marcia Elisa Boscato 13 Gonçalves, Fernanda Micheli 15 Hindi, Eduardo Chemas 40, 45 Juk, Kaluan Frederico Virmond 17 Licht, Otávio Augusto B. 38, 40

Lima, Fabio Macedo de 19 Lima, Marcos Gândor Porto 48 Lisniowski, Maria Aline 49 Machado, Denise Alessandra M. 20 Mantovani, Luiz Eduardo 33, 42 Maoski, Eloir 22 Marone, Eduardo 49, 54 Melo, Mário Sérgio de 20 Mesquita, Maria José Maluf de 11, 21, 24 Molina, Eder Cassola 27 Nagalli, André 51 Nascimento, Edenilson R. do 53 Pierin, André Ramiro Hillani 24 Pinto-Coelho, Cristina Valle 33 Quadros, Clécio José Lopes de 54 Reis Neto, José Manoel dos 31, 34 Romeiro, Marco Antonio Thoaldo 26 Rostirolla, Sidnei Pires 36 Salamuni, Eduardo 13, 15, 20, 35, 53 Santos, Carlos Eduardo dos 30 Santos, Talita Cristina 31 Santos, Thais Borba 28 Sayama, Celia 33 Scheytt, Traugott 47 Silva, Adalene Moreira 8 Simioni, Bruno Ivan 56 Soares, Paulo César 44 Souza, Jeferson de 6 Souza, Maria Cristina de 42, 51 Spisila, Andre Luis 35 Vasconcellos, Eleonora Maria G. 4, 8 Vega, Cristina Silveira 1, 17 Veiga, Fernando Alvim 57

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ANOTAÇÕES _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________

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ANOTAÇÕES _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________