resumos memorial do convento

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    RESUMOS MEMORIAL DO CONVENTO

    1 Captulo

    D. Joo Ve D. Maria Ana Josefa, quem da ustria, tentam ter filhos mas ainda

    no conseguiram. O rei est a construir a sua rlica da baslica de S. Pedro de Roma e o

    remate desta construo vai ser colocar a cpula de Miguel ngelo.

    Entretanto, surge D. Nuno da Cunha, o bispo inquisidor, acompanhado por um

    franciscano velho, chamado Frei Antnio de S. Jos, e que disse ao rei que se ele

    prometesse levantar um convento na vila de Mafra, Deus lhe daria sucesso. Contudo, o

    convento tem de ser franciscano. O rei prometeu ento que contruiria um convento de

    franciscanos na vila deMafra se a rainha lhe desse um filhonum prazo de um ano a

    contar desse dia. A rainha dorme sempre com o seu cobertor de penas que trouxe da

    ustria, e por causa deste cobertor que o rei no dorme com a rainha. A cama real foi

    feita na Holanda, mandada construir por el-rei e custou 75 mil cruzados. Aqui morampercevejos. Quando o rei se retira, a rainha sonha com o seu cunhado, o infante D.

    Francisco. O rei sonha com a construo do convento franciscano.

    2 Captulo (pg. 23)

    3 Captulo (pg. 35)

    Comea por retratar as diferenas sociais, o excesso de pobreza que contrasta

    com a extrema misria. Fala-se da altura da quaresma, e em quem pde empanturrar-se

    com comida. Crtica a Lisboa: (...) pocilga que Lisboa. ; Lisboa cheira mal, cheira

    a podrido, o incenso d sentido fetidez, o mal dos corpos, que a alma, essa, perfumada.

    No decorrer da procisso de penitncia, as mulheres estavam nas janelas,

    enquanto os penitentes prosseguiam na procisso. Quando os penitentes estavam diante

    da janela da sua amada, a procisso parava o tempo suficiente para que estes pudesssem

    realizar o acto. O bispo abenoou e santificou, e a mulher sente um relaxamento dos

    membros e o homem prossegue aliviado por j no ter de vergastar-se com tanta fora

    daqui para a frente.

    De tais desafogamentos se vem privadas as rainhas, sobretudo se j estogrvidas, e do seu legtimo senhor, que por nove meses no voltar a aproximar-se

    delas. A rainha sonha com o infante D. Francisco.

    4 Captulo (pg. 45)

    Surge Baltasar Mateus, o Sete-Sis. Foi mandado embora do exrcito por j no

    ter seventia nele, depoisde lhe cortarem a mo esquerda pelo n do pulso, estraalhada

    por uma bala. Passou por EspanhaOlivena e Bancarrota. Em vora pediu esmola,

    para juntar dinheiropara poder pr um gancho de ferro no coto. Passou ento o inverno a

    juntar dinheiro.

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    Era j primavera quando o seleiro lhe entegou o gancho e o espigo. Sete-Sis

    partiu rumo a Lisboa. Saiu ento de vora (alentejo), passou Montemor . Em Lisboa,

    ningum o espera, e em Mafra, donde partiu h uns anos atrs para assentar praa na

    infantaria, se o pai e a me se lembram dele, tanto podem consider-lo vivo como

    morto, por no terem recebido notcias. Baltasar leva os ferros guardados por 2 razes:para poder imaginar que ainda tem as duas mos e para que lhedem esmola caminha

    ainda com a espada cintura. Dois homens tentam roub-lo e ele mata um. Quando

    chegou a Aldegalega comeu umas sardinhas fritas, bebeu vinho e dormiu debaixo de

    uns carros, num telheiro. Entretanto apanhou o barco para Lisboa. Na viagem de barco a

    senhora que estava sentada ao lado dele ofereceu-lhe o almoo comeu po com

    conduto?. Baltasar tinha 26 anos.

    Quando chegou a Lisboa, passou o mercado do peixe e, porta de uma taberna,

    Baltasar comprou 3 sardinhas assadas sobre uma fatia de po. Caminhou rumo ao

    Terreiro do Passo. Depois, assistiu a uma missa na Igreja da Nossa Senhora da Oliveirae em seguida foi em direco ao Rossio. Andou pelos bairros e praas durante toda a

    tarde. Foi beber um caldo portaria do convento de S. Francisco da cidade. Faz amizade

    com um outro antigo soldado, mais velho, Joo Elvas. Dormem ento nuns telheiros

    abandonados, rentes com os muros do convento da Esperana. Antes de adormecer,

    falaram de crimes acontecidos. (No dos seus prprios mas dos de gente principal.)

    Captulo 5(p. 63)

    D. Maria Ana est de luto, pela morte do seu irmo Jos, imperador da ustria.

    Apesar de j estar no 5 ms de gravidez, ainda sofre de enjoos naturais. No ir aoauto-de-f, pois apesar de estar grvida, j trs vezes a sangraram, o que a levou a uma

    grande debilitao.

    No decorrer da procisso do auto-de-f, as mulheres esto nas janelas que do

    para a praa, vestidas e toucadas a primor, alemoa, por graa da rainha, com o seu

    vermelho nas faces e no colo, fazendo trejeitos com a boca em modo de a fazer

    pequena e espremida. Esta procisso em tudo se assemelhava da Quaresma, nos

    rituais, nos compotamentos de assistentes e participantes. Com o calor, os assistentes

    refrescavam-se com limonada, melancia talhada e gua, haviam tambm tremoos,

    pinhes, queijadas e tmaras. Ao jantar, na Inquisio, comeu-se caldo de galinha,

    perdiges, peitos de vitela, pasteles, pastis de carneiro com acar e canela, cozido

    castelhana, aafroado, manjar-branco, doces fritos e frutas do tempo. O rei no bebeu

    vinho assim como todos os outros, pois seguiram o seu exemplo.

    Suge Sebastiana Maria de Jesus, que tem vises e revelaes, mas foi acusada de

    fingimento, e qu uma condenada que procura a sua filha, Blimunda. Avista blimunda e

    ao seu lado est o padre Bartolomeu Loureno. Entretanto, Blimunda e Baltasar Mateus

    conhecem-se, e este deixa-se encantar pelos seus olhos claros de cinzento, ou de verde,

    ou azul. Quando regressa a casa Blimunda deixa a porta aberta para que Baltasarentrasse. Baltasar entrou e o padre fechou a porta. O corpo de Blimunda alto e delgado

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    como a inlgesa que acordadoBaltasar sonhou no dia em que chegou a Lisboa. Blimunda

    serve-lhes sopa e, em seguida, o padre saiu. Blimunda explica a Baltasar que poder

    ficar ali se no tem stio melhor onde viver e este explica-lhe que h-de ir para Mafra,

    onde tem famlia. Mas Baltasar explica a Blimunda que no consegue sair dali, que ela

    lhe lanou um encanto, conversam, e acabam por se deitar na mesma cama, ambos nus.Blimunda tinha 19 anos e era virgem.

    Quando Baltasar acordou de manh, viu Blimunda deitada ao seu lado, a comer

    po, de olhos fechados. S os abriu, cinzentos quela hora, depois de ter acabado de

    comer, e disse Nunca te olharei por dentro.

    Captulo 6(pg. 75)

    Joo Elvas conta a Baltasar Sete-Sis que ao mesmo tempo que em terra

    tomavam posies de combate os teros e a cavalaria, porque correra a nova de que

    vinha uma armada francesa a conquistar-nos, e afinal a armada invasora transformou-senuma frota de bacalhau, que boa falta estava a fazer, o que deu origem a muitas

    gargalhadas.

    Entretanto surge o Padre Bartolomeu loureno que vinha do palcio onde fora

    por instncia de Sete-Sis, desejoso de que se apurasse se haveria uma penso de

    guerra, por causa da sua me esquerda. Joo Elvas diz a Baltasar que chamam o Pedre

    Bartolomeu Loureno de o Voador. O Padre chama Baltasar e diz-lhe que falou com os

    desembargadores, que lhe disseram que iam ponderar o seu caso O padre explica a

    Baltasar que lhe chamam voador porque ele voou; a primero fez um balo que ardeu,

    depois construiu outro que subiu at ao tecto de uma sala do paco, outro que saiu poruma janela da Casa da ndia. E que terem voado os bales o mesmo que ter voado ele.

    O rei acredita no padre, apesar da corte e os poetas no acreditarem nele, nomeadamete

    Toms Pinto Brando. Contudo, o rei acredita na sua mquina e consentiu que na quinta

    do duque de Aveiro, em S. Sebastio da Pedreira, o padre faa os seus experimentos.

    O padre conta a Baltasar que lhe disseram que a me de Blimunda tinha vises

    muito verdadeiras acerca das pessoas voarem, pelo que o padre um dia foi discretamente

    visit-la e depois acabaram por ficar amigos. Baltasar pergunta ao padre porque que

    Blimunda como sempre po antes de abrir os olhos, de manh. O padre diz que sedeviam casar, porque andarem a dormir juntos assim pecado. Baltasar refora a sua

    pergunta e o padre diz-lhe que se Baltasar vier um dia a saber, ser por Blimunda e no

    por ele, e diz-lhe que se trata de um grande mistrio e que voar uma simples coisa

    comparando com Blimunda.

    O padre aluga uma mula e convida Baltasar a ir a a S. Sebastio da Pedreira,

    para ir ver a sua mquina, a passarola, como lhe tm chamado por desprezo, explica o

    padre. O Padre foi de mula e o Baltasar a p. O palcio estava fechado, a quinta

    abandonada sem cultivo. Havia ainda um celeiro, ou abegoaria, onde estavam panos de

    vela, barrotes, rolos de arame, lamelas de ferro, feixes de vimes, tudo arrumado por

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    espcies, e, ao meio, havia o que parecia uma enorme concha. O padre mostrou a

    Baltasar um desenho de uma ave, que seria a passarola. Entretanto o padre prope a

    Baltasar que o v ajudar. Baltasar hesita mas depois de o padre dizer que deus maneta

    da mo esquerda Baltasar acaba por aceitar.

    Captulo 7(pg. 91)

    Baltasar comea a trabalhar no aougue do Terreiro do Pao. um ofcio sujo,

    contudo compensado com algumas sobras, que permitem a Baltasar e Blimunda

    alimentarem-se um pouco melhor que o normal.

    A barriga de D. Maria Ana no aguenta crescer mais por muito que a pele

    estique, um bojo enorme, uma nau da ndia, uma frota do Brasil.A rainha d

    ento luz uma menina. A princesa foi baptizada no dia de Nossa Senhora do , dia por

    excelncia contraditrio. Sete bispos a baptizaram e a menina ficou a chamar-se Maria

    Xavier Francisca Leonor Brbara, logo ali com o ttulode Dona adiante.

    Captulo 8(pg. 99)

    Blimunda e Baltasar mantm a sua relao e, certo dia, Blimunda acorda e

    estende a mo para o saquitel onde costuma guardar o po, pendurado cabeceira, mas

    no o encontra. ento que Baltasar diz que esta escusa de o procurar e diz que s lhe

    dar o po quando Blimunda lhe explicar porque come po todo os dias antes de abrir

    os olhos. Blimunda implora que lhe d o saquitel, Baltasar acaba por lho dar e ento

    que Blimunda, depois de comer o po, lhe explica que consegue olhar por dentro das

    pessoas, mas para isso tem que estar em jejum, da ela comer po todos os dias antes deabrir os olhos.

    Para demonstrar a Baltasar o seu dom, Blimunda no come nada, ficando em

    jejum, e, depois, sai com Baltasar rua. Este fica atrs dela, para que ela possa cumprir

    a sua promessa de nunca lhe olhar por dentro. ento que Blimunda diz que a mulher

    que est sentada no degrau de uma porta tem na barriga um filho varo, mas o menino

    leva duas voltas de cordo enroladas ao pescoo, tanto pode viver como morrer, isso ela

    no sabe. Faz ainda uma descrio da composio do cho que eles pisam e diz que o

    velho qu est a passar por eles est como ela, de estmago vazio, mas vai-se-lhe a vista.

    E o homem novoque lhe olhou tem o seu membro de homem apodrecido de venreo. Ediz, ainda, que a rainha est outra vez grvida.

    Entretanto, observam ambos o infante D. Francisco a espingardear, da janela do

    seu palcio, beira do Tejo, os marinheiros que esto nas vergas dos barcos, s para

    provar a sua boa pontaria.

    Chega o cardeal D. Nuno da Cunha, que vai receber o chapu das mos do rei.

    Nasce um segundo infante, D. Pedro, que por vir em segundo s teve quatro bispos a

    baptiz-lo. O rei vai at Mafra escolher o stio onde h-de ser construdo o convento.

    Ficar ento num alto a que chamam da Vela, de onde se v o mar, correm guasabundantes para o futuro pomar e horta.

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    Captulo 9(pg. 117)

    Baltasar passa agora a andar com outro ferro no alforge, a chave da quinta do

    duque de Aveiro, pois agora o padre j tem os manes e apesar de ainda no ter todos os

    materiais que vai precisar, pode-se ir adientando a construo da mquina de voar e pr-

    se em obra material o contrato que fazia de Baltasar mo direita do Voador. Uma vezque s. Sebastio da Pedreira era longe da Costa do Castelo, para Baltasar estar todos os

    dias a ir e vir, Blimunda decidiu que deixaria a casa para estar onde estivsse Baltasar.

    Uma viagem chegou para transportar, cabea de Blimunda e s costas de

    Baltasar, a trouxa e o atado a que se resumiu tudo. Alojaram-se ento num canto da

    abegoaria e ergueram uns panos de modo a obterem alguma privacidade. Os panos

    pendurados servem tambm ao acto de confisso, posto o confessor do lado de fora e os

    confidentes, um de cada vez, do lado de dentro. Para o dever da missa tm igrejas perto,

    como a dos agostinhos descalos. Arranjaram a terra, no intuito de que esta venha a dar

    alguma coisa; Blimunda cata os piolhos a Baltasar, este tenta ajud-la, contudo, no

    bem sucedido Blimunda acaba por nao ter ningum que lhos cate. Blimunda ajuda

    Baltasar a realizar algumas tarefas. De vez em quando Blimunda levanta-se mais cedo,

    em jejum, para ver a obra feita, descobrir a fraqueza escondida do entranado, a bolha

    de ar no interior do ferro e, acabada a vistoria, vai ento comer o seu po. Quando

    Baltasar disse ao padre que o ferro tinha um problema porque Blimunda viu, o padre

    disse que o Baltasar era Sete-Sis porque v s claras, e que Blimunda seria Sete-Luas

    porque v s escuras, e assim Blimunda adquiriu esta alcunha baptizada por um padre.

    Foi ali, na Abegoaria, que o Padre Bartolomeu Loureno praticou os seussermes e foi onde ensaiou o sermo que foi pregar a Salvaterra de Magos. Quando

    acaba o sermo, o padre s quer saber se gostaram do sermo dele, e dizem-lhe que

    gostaram mas que o corao no entendeu, pelo que no chega. O confessor da rainha

    chamava-se Antnio Stieff e era jesuta.

    O padre sente que nunca vai voar, v o seu projecto intil, e decide ento partir

    para a Holanda, terra dos sbios, para aprender a arte de fazer descer o ter do espao,

    de modo a introduzi-lo nas esferas. Baltazar e Blimunda ficam tristes com a partida do

    padre que nem o desenho deixa, pois leva-o com ela para a Holanda, para onde parte de

    barco. Na despedida, deixa-lhes a chave da quinta e pede-lhes que vejam como est a

    mquina que ele h-de voltar com o foi procurar.

    Portugal faz as pazes com Frana. Baltasar e Blimunda decidem ir trabalhar para

    as obras no Convento de Mafra, mas antes decidem ir s touradas, mas como no tm

    dinheiro para os quatro dias Baltasar diz para irem ao ltimo, que o fim da festa.

    Arranjaram bons lugares e no foi por chegarem cedo, foi porque o gancho que Baltasar

    tem no coto abre caminho facilmente. Haviam dezoito toureiros de Castela. Depois dos

    touros mortos trazem umas figuras de barro e libertam uns touros que depois de as

    destruirem vem emergir de umas imensos coelhos e de outras imensas pombas. Namadrugada seguinte Baltasar e Blimunda partem de Lisboa rumo a Mafra.

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    Captulo 10(pg. 137)

    Baltasar regressa a Mafra e quando empurra a porta e v a sua me, Marta

    Maria, que o abraa fortemente. O pai no estava em casa, andava no trabalho do

    campo, e a sua irm casou-se com lvaro Pedreiro e j tm dois filhos.Inicialmente a

    me s prestou ateno a Baltasar e ao que se sucedera com a sua mo. Depois, Baltasarfoi buscar Blimunda de Jesus e apresentou-a sua me. A me faz-lhe perguntas e

    entretanto chega o pai de Baltasar, Joo Francisco, filho de Manuel e Jacinta, nascido

    em Mafra. Moravam numa casa sombra da igreja de Santo Andr e do palcio de

    Viscondes. Blimunda diz no conheceu o pai, que j tinha morrido quando ela nasceu, e

    que a me foi degredada para Angola por oito anos. Entretanto Baltasar diz que eles vo

    viver ali e a me diz-lhes que podem viver com eles, porque a casa chega perfeitamente

    para os quatros. Depois de prometer que no era judia nem crist-nova, Blimunda passa

    a fazer parte da famlia dos Sete-Sis. Baltasar diz sua famlia que ela se chama Sete-

    Luas, nome atribuido por o padre que os casou. O pai diz que vendeu a terra quetinham na Vela, para o rei, assim como outros proprietrios, pois o rei comprou aqueles

    terrenos para mandar construir o convento. Comeram feijes e couves e depois Joo

    Francisc Sete-Sis foi buscar toucinho salgueira, o qual Blimunda comeu, eliminando

    as dvidas de ser judia.

    Baltasar diz que tem de arranjar emprego e o pai diz que est muito contente por

    este ter voltado. No dia seguinte chegou a irm de Baltasar, Ins Antnio, e o seu

    marido que afinal se chama lvaro Diogo. Trouxeram os filhos, um de quatro outro de

    dois anos. O de dois anos ir morrer por causa das bexigas. E quando chegar sua idadeo infante D. Pedro tambm morrer, e a causa ser o tirarem-lhe a mama, o que s

    acontece a infantes delicados. Quando o infante morreu foi num caixozinho que os

    conselheiros de Estado levavam, acompanhado de toda a nobreza e pelo rei.

    O infante levado para S. Vicente de Fora, pelo cardeal, acompanhado por

    outras pessoas. O mordomo-mor da rainha o duque de Cadaval velho e o estribeiro-

    mor o marqus das Minas. O menino morto est a ser levado para uma casa de

    mandicantes. A rainha volta a engravidar, de um infante que ser rei. Baltasar ajuda o

    pai a trabalhar no campo e depois vai obraonde o cunhaod est a trabalhar.

    O muro da quinta dos viscondes de Vila Nova da Cerqueira. Contudo, por no

    ter as duas mos no pode trabalhar l. Vai ao alto da Vela e ao observar Mafra e o mar

    lembra-se da espada que tem guardada na casa dos pais. Numa conversa com lvaro

    Diogo, este diz-lhe que o convento de Mafra vai servir para os fredes irem fornicar as

    mulheres, como costume deles, sobretudofranciscanos. Blimunda e me de Baltasar

    conversam muito. Como as ruas esto sujas, os mariolas colocam tbuas no cho para a

    rainha passar quando sai do coche.

    A rainha vai a muitos stios, mas aonde no se atreve a ir ao convento de

    Odivelas. Tem agora um motivo muito importante para rezar, pois o rei anda muitoachacado, sofre de flatos sbitos, debilidade que se tem vindpo a agravar, desmaios

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    prolongados. O rei vai para Azeito, no intuito de melhorar, estabdo a assiti-lo os

    franciscanos da Arrbida. A rainha fica em Lisboa a rezaer e depois vai para Belm. O

    infante D. Francisco fica sozinho em Lisboa e comea j a pensar que se o irmo morrer

    ele subir ao trono e poder casar com a rainha. Conversa com a rainha sobre como

    seria se casassem. Depois de Belm a rainha ir para Belas e depois voltar a Lisboaquando for regente. O infante j s fala rainha de que quer ser rei, ela sente que

    jnovale a pena sonhar com ele.

    Captulo 11(pg. 157)

    O padre Bartolomeu Loureno regressa da Holanda e decide voltar a Coimbra,

    pois um homem pode ser grande voador, mas se sair bacharel, licenciado e doutor

    aquilo que diz ou faz encarado com muita mais seriedade.

    Passaram 3 anos desde que partiu, e quando o padre voltou a S. Sebastio da

    Pedreira, abegoaria, esta estava em abandono,com os materiais dispersos pelo cho epardais a esvoaar. Parece-lhe que Baltasarno foi l como ele lhe tinha pedido, mas

    haviam marcas de pegadas, portanto Baltasar esteve l. Estva luma candeia que

    Blimunda l deixou.

    O padre parte para Coimbra, numa mula alquilada, mas antes decide passar por

    Mafra para ver Baltasar e Blimunda. Quando estava quase a chegar deparou-se com

    umas centenas de homens, que estavam a trabalhar numas obras. Quando chegou vila

    o padre perguntou ao vigrio por Sete-Sis, que lhe disseque eles moravam ali perto e

    queagora moravam com Baltasar e Blimunda. Foi Blimunda que lhe veio abrir a porta e

    apresentou-lhe a sua sogra, que estranhou a forma como aquela visita se estava a passar.Era j de noite quando Baltasar e o pai chegaram. O padre diz que vai jantar e dormir

    com o vigrio, que o convidou, porque no havia cmodos suficientes em casa dos Sete-

    Sis e porque Mafra podia estranhar. Combina com Baltasar e Blimunda que estes lhe

    devem levar a mula na manh seguinte para falarem. O padre dorme em casa do padre

    Francisco Gonalves e no dia seguinte diz para Blimunda no comer. O padre explica-

    lhes que o ter antes de subir aos ares vive dentro dos homens e das mulheres. Baltasar

    pensa que a alma e o padre incialmente tambm o pensou, mas depois explica que o

    ter se compe das vontades dos vivos, pois quando morremos a alma retira-se com a

    morte e a vontade que ou se separou do homem estando ele vivo ou a separa dele a

    morte, o ter. O papel de Blimunda seria o de ver a vontade dentro das pessoas, ela diz

    que nunca a viue o padre explica que a alma no se pode ver, e a vontade ela s no viu

    porque no a procurou, mas quando ela a vir ela vai reconhec-la. Ela encontra-se no

    padre, este d- -lhe um frasco com uma pastilha de mbar amarelo, que atrai o ter, e o

    papel de Blimunda guardar o ter ali, quando vir que este est a sair das pessoas. Fica

    combinado que o padre vai para Coimbra, quando ele der sinal vo os dois para Lisboa,

    Baltasar constri a mquina, Blimunda recolher as vontades, e no dia de voar

    encontrar-se-o os trs.

    Captulo 12(pg. 173)

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    lvaro Diogo j tem uma promessa de trabalhar nas obras do convento real.

    Blimunda dirige-se igreja, em jejum, para tentar ver Deus. Contudo, fica muito

    desiludida poeque no viu nada do que esperava . viu apenasuma nuvem fechada, afinal

    o que estavadentro da hstia o que est dentro do homem. Chega uma carta do padre a

    dizer que eles seguissem para Lisboa.Baltasar diz ento que partem para a semana, mas entretanto passam-se dois

    meses porque se comeou a dizer em Mafra que o rei iria l para colocar a primeira

    pedra do convento. Era para ser em Outubro, mas no se conseguiramconcluir as

    escavaes a tempo, depois em Novembro, mas como j seria como de inverno, tambm

    no podia ser. Baltasar decide ento que primeiro vero a festa e depois partiro. Uns

    dias antes deu-se um grande milagre em Mafra, que foi ter vindo do mar uma grande

    tempestade de vento e deu com a igreja de madeira em terra, mas em dois dias tudo foi

    reconstrudo e o rei, sabendo o sucedido, distribuiu moedas de ouro. Chegou o dia da

    inaugurao e o rei dormira no palcio do visconde. 17 de novembro de 1717, o reidesceu trinta degraus para o interior da terra, colocou-se a primeira pedra, a segunda e a

    urna de jaspe. Passaram seis anos desde que o rei fez a promessa aos franciscanos. Na

    inaugurao do convento de Mafra gastaram-se 200 mil cruzados.

    Passada uma semana baltasar e blimunda partiram para Lisboa. dezembro,

    Baltasar e Blimunda dormiram uma noite no caminho, num palheiro de Morelena, o

    caseiro emprestou-lhes uma manta por ver que eram boa gente. Blimunda deixa a manta

    dobrada por sinal de respeito e partem rumo a Lisboa. Baltasar pede a Blimunda que se

    morrer primeiro, para ela o ver. No choveu todo o caminho. Contudo, quando elesentraram na quinta, na abegoaria, comeou a chuva a cair.

    Captulo 13(pg. 191)

    Blimunda e Baltasar comeam a trabalhar na passarola. O Padre entretanto

    chega. Blimunda j recolheu no menos de trinta vontades at ento, de homens porque

    as das mulheres parecem mais persistentes. O padre deixa-lhes outro desenho com as

    indicaes dos tamanhos das diferentes peas e deixa-lhe dinheiro para comprar um

    burro, para poder transportar todos os materiais necessrios. O padre passa a chamar-se

    padre Bartolomeu Loureno de Gusmo, por via do apelido de um padre que o educou

    no Brasil. Passou a ter este nome pois a corte e as academias tero de cham-lo assim

    porque como vai ser doutor em cannes precisa de ter um nome com dignidade. A

    mquina foi ganhando forma, o padre prosseguiu os estudos. Este ano a procisso do

    Corpo de Deus sofre algumas alteraes. O rei pensa em quando estar pronto o

    convento de Mafra e nas suas noites com Madre Paula. O padre estima que pelo menos

    2000 vontades sero necessrias para a passarola voar.

    Captulo 14(pg. 215)

    O padre j regressou de Coimbra e j doutor em cannes. O rei o fez fidalgo

    capelo da sua casa e acadmico da sua academia. O padre vive nas varandas do

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    Terreiro do Pao, em casa de uma viva h muitos anos, cujo marido foi porteira da

    maa. J passaram onze anos, o rei pergunta ao padre se ver a mquina voar um dia.

    A infanta D. Maria Brbara tem aulas de msica com Domenico Scarlatti, com

    35 anos, onde aprende a tocar cravo (um tipo de piano). A menina ainda no fez nove

    anos. O padre Bartolomeu Loureno de Gusmo e Scarlatti ficam sozinhos no salo eentre os dois estabelece-se uma relao de grande empatia: falam da msica, das

    palavras e do poder de argumentao da msica. O padre fica na varanda a proclamar a

    unidade de Deus s gaivotas do Tejo. Domenico e o padre voltam a encontrar-se e

    Domenico diz-lhe que o rei tem na sua tribuna uma cpia da baslica de S. Pedro de

    Roma. Depois aborda-o sobre o facto de lhe terem dito que graas a ee se evantou ao

    ar o engenho e voou. O padre diz-lhe que um segredo e combinam ir quinta. Cada

    um na sua mula dirigem-se ento at S. Sebastio da Pedreira. A quinta estava muito

    mais arranjada, os canteiros cultivados, as rvores limpas e podadas, o ptio varrido. O

    padre diz a Baltasar que sente uma grande confiana na pessoa que lhe vai apresentar.Quando o padre vai buscar Scarlatti este estava abrigado sombra fresca de um grande

    pltano e no parecia curioso do que o rodeava. O padre colocou-lhe uma venda, disse-

    lhe que ali vivia Baltasar e Blimunda, que estavam a ajud-lo a executar o plano e,

    depois, Scarlatti tirou calmamente a venda. Fez uma vnia da direco de baltasar e

    aproximou-se da mquina. Disse que com as asas fixas no iria voar, porque nenhuma

    ave voa sem bater as asas. Entretanto questionam-se de como vo tirar dali a mquina se

    no cabe na porta. Surge Blimunda com um cesto de cerejas na mo e com brincos de

    cereja nas orelhas, e diz que destruiro aquelas telhas para que a mquina possa voar.

    No seu pensamento Scarlatti Baltasar e Blimunda a Vnus e Vulcano. Chama-lhestrindade terrestre, o pai, o filho e o esprito santo. Baltasar e o padre tm 35 anos e

    blimunda 28. O padre no revela a Sacarlatti o que vai atrair o mbar, e este pensa que

    secalhar sua msica poderia atrai-lo. O padre dormiu na abegoaria nessa noite e

    jantaram, os trs, sardinhas salgadas e uma fritada de ovos, a infusa da gua, po

    grosseiro e duro. O padre fez duas afirmaoes contraditrias entre si Deus uno em

    essncia e trino em pessoa..O padre repete Et ego in illo.

    Captulo 15(pg. 237)

    Referncia s trs, se no quatro, vidas diferentes que tem o padre, e uma sapenas quando dorme: padre, acadmico, inventor da mquina, e a do homem que

    conjunga a oratria, a erudio, a vida cortes, o visionarismo e a cumplicidade com o

    povo. Scarlatti leva para a abegoaria um cravo, que o carregaram dois mariolas desde a

    Rua Nova dos Mercadores at S. Sebastio da Pedreira, e com eles veio Baltasar para

    indicar o caminho. Deixaram-no do lado de fora do porto e depois Blimunda e Baltasar

    levaram-no para dentro da abegoaria.

    Scarlatti esteve a tocar e depois, quando acabou, diz que se a passarola um dia

    voar, que ele gostaria de ir nela e tocar no cu. Muitas vezes voltou ela quinta do

    duque de Aveiro. O padre avisa Blimunda que Lisboa est atormentada de uma grande

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    doena, morrem pessoas em todas as casas, pelo que est uma optima altura para

    recolher vontades. Contudo, o padre no a obriga, porque ela correr grandes perigos.

    Dizem que um doena trazida por uma nau do Brasil e que primeiro se manifestou na

    Ericeira. Os sinais da doena so vmito negro ou febre-amarela. Blimunda decide ir a

    Lisboa mas Baltasar no a deixa ir sozinha e vai com ela. No dia seguinte, muito cedo,partem ento os dois. Entre S. Sebastio da Pedreira e a Ribeira, Blimunda entrou em 32

    casas, colheu 24 nuvens fechadas. Muita gente procura as lnguas de S. Paulo que so

    boas para combater as febres malignas ou chupar o veneno, neste ultimo caso chamam-

    lhes olhos-de-vbora. Referncia a alguns milagres, como o de Madre Teresa da

    Anunciao, que faltando-lhe o aucar para os seus confetos, recorre corda da cintura

    de Cristo que supera a carncia de aucar.

    Passado um ms, calcularam ter guardado no frasco um milheiro de vontades.

    As pessoas comearam a estranhar a presena de Blimunda e Baltasar pela cidade

    decorrendo a epidemia, e o Padre, para no levantar suspeitas, inventa que eles esto acumprir penitncia. Quando a epidemia acabou j haviam bem contadas duas mil

    vontades nos frascos. Blimunda caiu doente, estava extremamente magra, muito plida,

    e passava noite e dia de olhos fechados. Baltasar no saa de junto dela. Ao ver

    Blimunda doente o padre arrepende-se de a ter mandado a Lisboa. Muitas vezes desejou

    o padre que o matassem, para que acabasse tudo. Muitas vezes veio Scarlatti visitar

    Blimunda e conversava com Baltasar. Entretanto Scarlatti comea a tocar, e com a sua

    msica Blimunda comea a melhorar at que finalmente se recompe. Quem nunca

    mais aparece o padre, e Blimunda e Baltasar estranham a sua ausncia, e um dia

    descem cidade. O padre nao estava em casa mas entretanto encontraram-no e eleexplicou que se ausentou para saber o seu destino, que vem sempre ao nosso encontro, e

    neste o seu destino foi Blimunda no ter morrido.

    A mquina est pronta e construda. Blimunda pensa que o padre est doente e

    quanto pede para que este os abenoe o padre diz que no pode, que no sabe em que

    nome de que deus a deitaria.

    Captulo 16(pg. 255)

    Referncia injustia da justia e crtica corrupo que permite que tarde perca

    quem deveria perder logo. D. Francisco e D. Miguel, irmos do rei, vinham de caar,

    um barco, e veio uma rajada de vento que virou-lhes a vela. D. Miguel morreu afogado

    e salvou-se D. Francisco, quando seria justo o contrrio.

    Blimunda e Baltasar esto preocupados com o rumo que ho-de dar sua vida.

    Contudo o padre diz-lhes que falar com o rei nestes dias para se fazer a prova da

    mquina e, se correr tudo bem, todos tero glria, proveito e fama e, como eles, vir a

    riqueza. O padre confessa que tem medo que o Santo Ofcio considere que h arte

    demonaca na sua mquina voadora. Um dia o padre chega quinta com a notcia de

    que o Santo Ofcio anda sua procura, querem prend-lo, pelo que eles tm que fugir.Pedido de ajuda ao Anjo Custdio, um aritmtico, que sabe as 13 palavras. Prepararam

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    a mquina, retiraram as telhas, estava tudo pronto. Baltasar segura a corda com que se

    fecharo as velas, Blimunda pe as suas duas mos por cima, e juntos puxam a corda.

    Finalmente esto no ar, a voar, e o padre apercia a paisagem e relembra Toms Pinto

    Brando que se riu dele em verso. Baltasar grita conseguimos e agarra-se a Blimunda

    a chorar. O padre abre a vela e a mquina comea a descer.Scarlatti estava a chegar quinta e viu levantar-se de repente a mquina. A

    melancolia que fica no ar f-lo sentar-se ao cravo e tocar um pouco. Depois, como sabe

    que perigoso deixar ali o cravo, arrasta-o para fora, sobre o cho irregular, e, muito lhe

    custou, mas manda o cravo ao poo. Olhando para cima torna a ver a passarola e acena

    com o chapu. O vento est muito fraco e, a cerca altura, quase que para. O padre diz a

    Baltasar para dar ao fole. A passarola comea a mover-se muito devagar e, apesar de

    no ter voado quase nada Baltasar j est cansado. O padre diz para ele nao dar mais aos

    foles, pois j estava exausto. O padre repara, atravs do fumo de uma queimada, que o

    vento em terra no deixou de superar. Manobra a vela e a mquina desce bruscamente, aqueda violenta e, de repente, o vento colhe a mquina e lana para a frente. Durante

    algum tempo voaram acompanhados por um milhafre.

    Passam por Mafra, passam as obras do Convento e desta vez h quem os veja;

    uns fogem, outros ajoelham-se, outros atiram pedras. O alvoroo instala-se, mas provas

    do que viram, ningum as tem e entretanto a mquina desaparece do seu campo de

    viso. Com o sol a pr-se a mquina desce precipitadamente e Blimunda

    impulsivamente cobre com o corpo uma das esferas que contm as nuvens fechadas. A

    passarola levanta a cabea mas depois volta a cair, mas desta vez mais devagar. Baltasarabraa-se a outra esfera, e ambos sustm a mquina que baixava agora muito devagar.

    Aterraram bem, sos e salvos, mas no sabem onde aterraram, apenas sabem que era um

    espao coberto de mato rasteiro e pelo que parecia nao havia sinais de gente nas

    proximidades. Blimunda diz que o padre est doente. Blimunda sonhou que viajava pelo

    ar num coche puxado por cavalos com asas, e Baltasar sonhou que viajava pelo ar

    cavalgando um touro que levava uma manta de fogo.

    O padre tenta pegar fogo passarola mas Blimunda e Baltasar impedem-no e,

    depois, o padre explica que se tem de morrer numa fogueira prefere morrer naquela. O

    padre desapareceu, Baltasar procurou-o mas no o encontrou. Blimunda e Baltasardecidem esconder a mquina, com ramos das moitas altas, de modo a que quem olhasse

    ao longe no a conseguisse ver. Decidiram depois sair dali. No encontraram sinais do

    padre. Entretanto um pastor disse-lhes que aquela era a serra do Barregudo e que um

    monte muito grande alm era o Monte Junto. Levaram dois dias a chegar a Mafra e

    fingiram que vinham de Lisboa, onde se festejava o milagre do Esprito Santo,

    sobrevoando o convento.

    Captulo 17(pg. 283)

    Baltasar e Blimunda voltam a viver em casa dos Sete-Sis. Ainda no dia emvoltaram, Baltasar pergunta a lvaro Diogo onde poder ele trabalhar. Ins Antnia

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    conta a passagem do Esprito Santo e lvaro Diogo confirma que testemunhou tal

    acontecimento. Depois diz a Baltasar que querendo h trabalho para todos e que ele

    pode ir de servente ou fazer carretos para amparar o varal. No dia seguinta de manh

    Baltasar e lvaro Diogo dirigiram-se obra, lvaro deu uma palavrinha para tentar

    ajudar Baltasar e este acabou por ser contratado, comeando a trabalhar na segunda evai para os carros de mo.

    Num dia de trabalho como os outros desatou a chover e deu-se ordem aos

    homens para largarem o trabalho, excepto os canteiros que continuaram a bater a pedra.

    A Mafra chega a notcia de que em Lisboa ocorreu um terramoto. Logo de seguida

    surge uma tempestade, um vento enorme que provoca imensa destruio. Passaram dois

    meses desde que Baltasar e Blimunda voltaram a Mafra. Num dia santo em que o

    trabalho na obra parou, Baltasar foi ao Monte Junto ver a mquina voadora; estava no

    mesmo stio, na mesma posio, debaixo da sua cobertura de ramagens secas. Baltasar

    cortou mais ramos das moitas, como da primeira vez, e voltou para Mafra, andara maisde 10 lguas.

    Certo dia, em meados de dezembro, Blimunda avisa Baltasar que o Scarlatti est

    em Mafra, na casa do visconde, e interroga-se do que estar l ele a fazer. O pai de

    Baltasar disse ter ouvido uma msica, Ins e lvaro no lhe ligam e Baltasar e

    Blimunda ficam com cimes por no terem ouvido. Scarlatti pedira licena ao rei para ir

    ver as obras do convento. O msica diz a Blimunda que lhe veio dizer a ela e a Baltasar

    que o padre Bartolomeu morreu em Toledo, que em Espanha, para onde tinha fugido,

    dizem que louco, e como Scarlatti no tinha tido notcias do casal decidiu vir a Mafrapara ver se estavam vivos. Diz-se que o padre morreu dia 19 de Novembro, data em que

    houve uma grande tempestade em Lisboa, e se o padre fosse um santo, ento seria um

    sinal do cu. Quando Scarlatti partiu, Blimunda e Baltasar esperaram-no fora da vila,

    aproximaram-se da sege como se fossem pedir esmola, o msico estendeu-lhes a mo.

    Adeus, Adeus, e l partiu.

    Captulo 18(pg. 307)

    Comparao entre o infante D. Henrique, de que Fernando Pessoa falar na

    Mensagem, e o D. Joo V. Para o autor o infante faz fraca figura comparado com D.

    Joo V, que um rei muito rico, mas que, contudo, a sua riqueza no suficiente para

    que o reino portugus deixe de ser uma pobre terra de analfabetos, de rsticos, de toscos

    artfices. J passaram oito anos desde que se colocou a primeira pedra da baslica, em

    Mafra, vinda Pro Pinheiro. Celebra-se uma missa de aco de graas a que assitem 20

    mil trabalhadores. dia de descanso e de lazer. Ganham voz Francisco Marques, Jos

    Pequeno, Joaquim Rocha, Manuel Milho, Joo Anes e Julio Templo horas que vieram

    para Mafra trabalhar e partilham as suas histrias com Baltazar.

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    Captulo 19(pg. 325)

    Referncia reiterada aos trabalhos forados dos homens que participam na

    construo do convento de sua majestade. Baltasar promovido e passa a andar com

    uma junta de bois, das muitas que o rei tinha comprado. Quem o ajudou a ser

    promovido foi Jos Pequeno, que era meio corcunda e o abego lhe disse que a sua carafica altura do focinho dos animais. Jos no se sentiu ofendido, muito pelo contrrio,

    pela primeira vez ganhou conscincia do gosto que lhe dava ver os animais olhando a

    direito. Ajudou ento Baltasar a passar a boieiro, pois se j andava com os bis um

    aleijado, podiam andar dois. Nessa noite sonhou com os bis a sua mo esquerda, e at

    Blimunda entrava no sonho montada num dos animais. Baltasar e Jos, partem para

    Pro Pinheiro para irem buscar uma pedra muito grande que l est, destinada varanda

    que ficar sobre o prtico da igreja. Com eles, 600 homes, 400 bis, e 20 carros com

    material necessrio e mantimentos.

    No intuito de tornar imortais todos os homens que ali trabalharam, que tiveram

    uma vida atribulada, outros miservel, Saramago escreve vrios nomes, cada um

    comeado por uma letra diferente do abecedrio, e no final no lhe fica a faltar nenhuma

    letra por escrever, escrevendo assim 24 nomes.

    A viagem at Mafra dura oito dias completos e encerra variados episdios. A

    histria de Manuel Milho contada ao sero, durante seis noites, em que a rainha vivia

    com o rei no seu real palcio, mais os filhos, uma infanta e um infante. Dizia-se que o

    rei gostava muito de ser rei, mas a rainha no sabia se gostava ou no, porque nunca

    tinha experimentado outra coisa. Havia ento um ermito, j de idade avanada erobusto, que correra muitas aventuras e que vivia numa cova do monte. No era ermito

    desses de reza e penitncia, chamavam-lhe ermito porque vivia sozinho. Uma vez a

    rainha foi passear monte e quis falar com o ermito para lhe fazer uma pergunta; quando

    chegou ao stio onde ele morava, avanou trs passos e perguntou se uma mulher

    rainha, se um homem rei, que ho-de fazer para se sentirem mulher e homem, e no

    s rainha e rei? e o ermito respondeu com a pergunta se um homem ermito, que

    h de fazer para sentir-se homem e no s ermito, e a rainha disse deixar a rainha de

    ser rainha, o rei no ser rei, o ermito sair do ermitrio, isso o que tero de fazer.

    Depois de longa conversa, chega um dia em que a rainha se sumiu do palcio onde viviacom o rei e os filhos. Chegou aos ouvidos do rei que a rainha tinha falado com o

    ermito e o rei vai irritadssimo cova onde morava o ermito. Quando l chega no v

    nem a rainha nem o ermito e fica ainda mais irritado. No final, correu-se o reino de

    uma ponta outra e nem sinais se encontraram da rainha ou do ermito. Sabe-se que o

    ermito deixou de ser ermito, a rainha deixou de ser rainha, contudo, no se chegou a

    saber se o ermito chegou a fazer-se homem e se a rainha chegou a fazer-se mulher.

    Durante esta viagem ocorrem tambm acidentes que vitimam vrios homens; dois bois

    morrem e tornam-se num verdadeiro banquete para o povo esfomeado; h tambm a

    morte de Francisco Marques por esmagamento; a missa e o sermo de domingo deveistomar esta transportao como penitncia; as zaragatas entre homens.

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    A pedra chega finalmente a Mafra, para grande espanto de todos. Contudo, ao p

    da baslica parece pequena.

    Captulo 20(pg. 363)

    Desde que a mquina voadora tinha cado em Monte Junto, Baltasar tinha ido l

    seis ou sete vezes. Ia cuidando da mquina; quando viu ferrujem nas lminas de ferro

    levou uma panela de sebo e untou-as cuidadosamente, leva um molho de vimes que

    depois cortava para remendar as falhas e os rasges do entranado, nem sempre de

    causa natural, como quando encontrou uma toca com seis raposinhos dentro da

    passarola, que depois matou como se fossem coelhos. Os progenitores sentiram aquele

    cheiro da morte das crias e nunca mais se aproximaram dali.

    Baltasar ia sempre sozinho e, em 3 anos, pela primeira vez, Blimunda quer ir

    com ele, argumentando que se tiver de l ir sem ele, convm saber o caminho. Baltasar

    alugou um burro, para no a sujeitar quela caminhada enorme. Baltasar conta ao paique vai serra do Barregudo, ao monte Junto, ver a mquina em ele e Blimunda

    voaram, contando assim ao pai que no foi o Esprito Santo que passou nos ares mas

    sim eles com o padre. O pai acredita no filho. A me de Baltasar j morreu e o pai

    encaminha-se. Quando chegaram ao algadio Baltasar cortou o molho de vimes e

    Blimunda colheu lrios-de-gua, e com eles teceu uma capela que colocou nas orelhas

    do burro. Tudo tem um ar velho e degradado, menos as esferas, que brilham como no

    primeiro dia. O pai de Baltasar morre e fica-se a saber que o filho de lvaro e Ins

    Gabriel.

    Captulo 21(pg. 379)

    O passatempo preferido do reu armar e desarmar a Baslica de S. Pedro, que D.

    Joo V j arma e desarma sem qualquer dificuldade. Os filhos do rei so D. Jos, com

    14 anos, e D. Maria Brbara, com 17 anos. O rei chama o arquitecto de Mafra, um tal

    Joo Frederico Ludovice, que alemo escrito portuguesa, e disse-lhe que era sua

    vontade que fosse construda na corte uma igreja como a de S. Pedro de Roma. Contudo

    o arquitecto mostra-lhe que a obra enorme e s estaria pronta daqui a centenas de

    anos, pelo que quando estivesse pronta j o rei e os infantes teriam morrido, pelo que o

    rei se deixa levar pelo cenrio melanclico e desiste da ideia. Contudo, sabemos que orei D. Joo V quis construir S. Pedro de Roma no parque Eduardo VII, graas a uma

    inconfidncia de Lovudice, que disse ao filho, e este a uma amiga freira, e esta ao

    confessor, que disse ao geral de ordem, que disse ao patriarca, que o foi perguntar ao

    rei, que respondeu que se algum voltasse a tocar no assunto incorreria na sua clera.

    Entretanto o rei sugere que se aumente para 200 frades o convento de mafra, e quem diz

    200 diz 500 ou 1000. Contudo, mais uma vez o bom senso de Lovudice actua e explica

    ao rei que no seria possvel, e acordam ento que se aumenta o convento de 80 frades

    para 300, e mesmo assim j so muitos frades.

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    Foi ento o doutor Leandro de Melo, o vedor, que levou as notcias at Mafra. O

    almoxarife, o guarda-livros, o tesoureiro, fala com o rei sobre as contas e os oramentos

    exacerbados do Estado. O rei escreve uma carta a Baltasar, perguntando pelo padre.

    Comeam as diligncias para aumentar o convento, nomeadamente o arrasamento do

    monte a nascente.Entretanto, decorridos onze anos desde o incio da construo do convento, D.

    Joo V toma conscincia da brevidade da vida e exige que o ritual da sagrao da

    baslica de Mafra ocorra a um domingo coincidente com o seu dia de aniversrio, 22 de

    Outubro de 1730, assim quer, ordena e determina, e tanto faz que o tempo sobre ou

    falte, faa chuva ou sol, caia neve ou sopre vento.

    Urge terminar as obras e recrutam-se mais homens, de forma forada e

    escravizante, por todo o pas, de Bragana a Faro.

    Captulo 22(pg. 409)

    Aps vrias diligncias diplomticas entre as famlias reais espanhola e

    portuguesa, casam-se filhos daquela com filhos desta: a infanta Maria Brbara com

    Fernando, e o infante Jos com Mariana Vitria. Estamos em Janeiro de 1729 e

    organizam-se as comitivas, os cortejos nupciais, as estruturas de apoio para os dois

    casamentos, nomeadamente o palcio em Vendas Novas e a casa onde se encontraro os

    reis e os prncipes, sobre a ponte de Pedra que atravessa o rio Caia. A comitiva do rei D.

    Joo V e da Rainha D. Maria Ana seguem separadamente, pois no tinham outro

    remdio, se partissem todos ao mesmo tempo, casavam-se os prncipes e ainda o ltimo

    convidado estaria a entrar em Vendas Novas.

    Reflexes de Maria Brbara junto de sua me sobre as implicaes que o seu

    nascimento teve na vida de milhares de pessoas, sintetizadas na mxima nascer

    morrer.

    Captulo 23(pg. 441)

    Referncia chegada das esttuas dos santos a Mafra, que Baltasar e Blimunda

    visitam, durante a noite devem ser infelizes os santos, como os fizeram, assim ficam,

    se isto santidade, que ser a condenao. So apenas esttuas.De regresso a casa Baltasar e Blimunda amam-se no curral da burra onde

    acabam por dormir, contra o costume. Baltasar decide ir a Monte Junto e despede-se de

    Blimunda fora da Vila. Chegando ao esconderijo da mquina Baltasar descansa um

    pouco, come duas sardinhas sobre um pedao de po e verifica os estragos da passarola.

    Inadvertidamente, para se amparar de uma queda, Baltasar enfia o gancho numa argola

    que servia para afastar as velas, fazendo accionar o processo de ascenso da mquina.

    Captulo 24(pg. 465)

    Blimunda aguarda Baltasar no dia seguinte, dia da sagrao da baslica, masBaltasar no regressa. Inquieta, no dorme toda a noite parte, primeira claridade, ao

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    encontro de Baltasar pelo caminho que conhecesse. Chegada ao esconderijo, grita por

    Baltasar, compreendendo que desde o princpio soubera que viria encontrar deserto este

    local. Blimunda inicia uma busca incansvel e dolorosa que tem como primeiro sinal a

    morte de um frade dominicano que a tenta violar. Regressa a Mafra e casa de Sete-

    Sis, mas no h sinais de Baltasar. 22 de Outubro de 1730, sagra-se a baslica eBlimunda parte de Mafra.

    Captulo 25(pg. 487)

    Blimunda peregrina durante nove anos, conhecendo todos os caminhos e sendo

    por todos conhecida, mostrando-se desassossegada e desassossegando, perdendo noo

    do tempo e do espao, imaginando o reencontro com Baltasar numa qualquer praa de

    vila. stima vez que passa por Lisboa cheira-lhe a carne queimada. dia de auto-de-

    f e so onze os suplicados pelo fogo. Um dos condenados um que fazia comdias de

    bonifrates e se chamava Antnio Jos da Silva, o outro no tem mo esquerda.

    Blimunda dirige-se a ele e diz-lhe vem, desprendendo a vontade de Baltasar que s a

    ela pertence. Esta ltima sequncia reveste-se de uma importante dimenso simblica.

    Por um lado, a peregrinao de Blimunda em busca de Baltasar constitui o clmax desse

    amor puro, desinteressado e absoluto que une os dois amantes, desde o incio da

    diegese. Por outro lado, o facto de Blimunda ter encontrado Baltasar, aps sete anos de

    buscas, tambm significativo, uma vez que o nmero sete representa a totalidade,

    fechando-se, ento, o ciclo de que a diegese narrativa nos d conta, com o reencontro

    dos dois, apesar da morte de Baltasar.

    O amor de Blimunda e Baltasar permanece para alm da morte, assumindo-secomo o smbolo mximo da fora da paixo que uniu uma mulher feiticeira e um pobre

    soldado maneta.