resumo sobre medidas

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  • Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

    Instituto de Cincias Exatas

    Departamento de Fsica

    Fsica Moderna Experimental

    Laboratrio de Fsica Moderna Experimental

    Resumo Sobre Procedimentos e Instrumentos

    de Medida

    15 de julho de 2014

    Alunos

    Dbora Moreira dos Santos (200918503-8)

    Wanderson Rosa (200618029-9)

    Jos Carlos de Moraes Silva (200918017-6)

    Orientador das Atividades

  • Professor Dr. Marcelo Azevedo Neves

    Objetivos

    Apresentaremos neste trabalho os equipamentos mais usados, e tambm

    discorreremos sobre sua forma de operao. Sero tambm abordados os

    procedimentos de medida mais comuns em laboratrios de fsica

    moderna, e como a utilizao de certos parmetros pode otimizar a

    aquisio de resultados ou mesmo levar a concluses errneas sobre o

    fenmeno abordado.

    O qu um Modelo?

    Define-se como modelo a representao pictrica (imaginativa) de um

    fenmeno, a fim de dar-lhe uma descrio matemtica.

    Por sua vez, a inteno de dar uma descrio matemtica a um modelo

    no parte do acaso ou do cio, mas da necessidade de se obter certos

    parmetros relacionados a um sistema fsico ou a um fenmeno, como

    sua temperatura, massa ou mesmo parmetros mais complexos.

    A esses parmetros, d-se o nome de grandezas fsicas.

    Medidas Diretas

    Medida toda ao que fazemos sobre um sistema fsico a fim de obter

    informao sobre uma grandeza fsica desejada, relacionada a ele.

    O ato de tocar a superfcie de um objeto a fim de saber se este est

    quente ou frio uma forma especfica, porm imprecisa, de se medir a

    temperatura deste, por meio da sensao trmica. Note que esta medida

    admite apenas dois resultados (quente ou frio) e, no obstante, uma

    medida subjetiva, variando de pessoa para pessoa.

    Uma impreciso desta natureza e o aspecto subjetivo so tirados de cena

    (ou minimizados) com o uso de aparelhos de medio (como a rgua, o

  • termmetro e o voltmetro) e unidades de medida (como o metro, o grau

    centgrado e o volt).

    A medida envolve tambm o conceito mtodo de medida e procedimento

    de medida. No exemplo dado no incio deste tpico, o mtodo de medida

    envolvido foi a sensao trmica (quente ou frio) e o procedimento foi o

    tocar na superfcie do objeto.

    Medidas Indiretas

    Nem sempre possvel obter a medida de uma grandeza, diretamente e

    de forma simples.

    Em muitos casos necessrio o emprego de algum modelo fsico

    relacionado grandeza que se quer medir e que envolve uma srie de

    medidas diretas, mais simples.

    s vezes, opta-se por fazer uma medida indireta, por motivos de

    preciso, que primeira vista poderia ser tomada de forma direta. Isto

    acontece, por exemplo, na medida de dimenses muito pequenos. Este

    o caso envolvido na Difrao Por Fenda Simples (Fsica IV e Fsica Moderna

    Experimental), onde possvel medir a largura de uma fenda, com alta

    preciso. Isto possvel medindo-se a distncia entre os picos (ou regies

    escuras) secundrios do padro de interferncia obtido, tendo-se

    conhecido o comprimento de onda do laser empregado. Um exemplo

    deste experimento mostrado na figura 1.

  • Figura 1.

    Com o mesmo mtodo possvel medir tambm espessura de objetos

    muito pequenos, visto que este efeito se d pela difrao e interferncia

    da luz.

    Resoluo e Incerteza em Medies Diretas

    A preciso de uma medida direta est relacionada s condies de

    operao e ao valor mnimo que se pode obter em uma medida.

    Um exemplo seria a rgua milimetrada. O menor valor preciso que se

    pode obter com ela o milmetro esta seria sua resoluo. Porm, um

    valor de comprimento que casse entre um milmetro e outro, por

    exemplo, 45mm e 46mm (figura 2), teria seu valor tomado de forma

    subjetiva, sendo aceito estar mais para 45,0mm ou mais para 46mm, no

    caso em que se poderia tom-lo como 45,5mm e aceitando a impreciso

    representada pelo dgito adicional. O ltimo dgito, portanto chamado

    de algarismo incerto.

    No que toca suas condies de uso, devemos lembrar que as dimenses

    dos corpos sofrem variao com a temperatura. Assim, o fabricante no

    poderia garantir que uma rgua de 300mm teria o mesmo comprimento

    sob todas as condies de temperatura. Isto leva a uma incerteza devido

    s condies de operao do instrumento.

  • Figura 2

    Valor Terico e Valor Experimental

    H casos em que se deseja avaliar a extenso da validade de um modelo,

    atravs da medida de uma grandeza fsica.

    A medida desta extenso chamada de desvio. Uma possvel medida

    deste seria

    Valor Mdio e Desvio Mdio Padro

    Sabe-se que em um experimento uma mesma medida pode levar a

    resultados diferentes quando medido vrias vezes, mesmo quando

    conduzido em condies iguais tidas como idnticas (e.g., medida da

    massa de uma amostra).

    Por esta razo, toma-se como valor mais provvel a mdia dos valores

    obtidos, como na seguinte frmula:

  • J o desvio mdio padro, mostra a faixa de confiana onde mais

    provvel que o valor esperado esteja e dado por

    Onde,

    =

    Em fsica experimental, o valor de uma grandeza medida dado por:

    - Equipamentos

    Nesta seo abordaremos os principais instrumentos de medida em

    laboratrios de fsica moderna.

    Multmetro Digital

    Multmetro um dispositivo de medio direta de grandezas eltricas

    como tenso, corrente e resistncia.

    Em contraposio variante analgica, que mostra as medidas em um

    painel, atravs de um ponteiro, o multmetro digital mostra o resultado

    diretamente em um visor, como mostra a figura 3.

  • Figura 3. Multmetro analgico e digital, respectivamente.

    Alm destas grandezas mais usuais, multmetros podem ter escalas para

    medida de temperatura (atravs de um termopar), capacitncia,

    frequncia, ganho de transistores e etc.

    No multmetro, o valor das escalas, selecionveis a partir da chave

    seletora, mostra o valor mximo da grandeza a ser medida.

    Estas por sua vez so geralmente divididas em dois grupos: corrente

    alternada AC, ou algo prximo do sinal grfico ~ , e corrente contnua DC,

    ou uma linha cheia sobre uma linha tracejada.

    Portanto, no tente utilizar a escala de 20V para medir uma tenso de 50V

    ou a escala de 20mA para medir uma corrente que pode ter valores de 1A,

    por exemplo.

    Ampermetro

    O ampermetro vem geralmente embutido nos multmetros modernos,

    bastando para seu uso apenas a seleo da escala desejada, podendo ela

    ser para corrente alternada ou corrente contnua.

  • Uso:

    O cabo preto, geralmente usado para baixa tenso, deve ser ligado ao

    boner COM e o cabo vermelho ao boner para corrente correspondente

    escala e ao tipo de sinal, se alternado ou contnuo. As escalas DCA

    apresentadas na maioria dos ampermetros digitais de 200A, 20mA,

    200mA e 10A.

    As pontas de prova devem ser ligadas em srie com o circuito cujo ramo

    se quer medir a corrente, como na figura 4.

    Isto se deve ao fato de em um circuito srie a corrente ser a mesma ao

    longo de todo o ramo, sendo por outro lado divida entre os ramos de um

    circuito paralelo.

    Uma medida de segurana para o prprio usurio a de no tocar as

    pontas de prova no ato da medio e se possvel, usar garras de jacar,

    para ligar o ampermetro ao circuito, com o circuito ainda desligado da

    fonte.

    Figura 4.

  • Voltmetro

    O voltmetro, diferentemente do ampermetro, deve ser ligado em

    paralelo com os componentes do circuito cujas tenses deseja-se medir.

    Isto se deve ao fato de as tenses em ramos paralelos de um circuito

    serem as mesmas.

    Na figura 5, por exemplo, esto sendo medidas as tenses total (em

    paralelo com o voltmetro da esquerda) e a tenso parcial do terceiro

    resistor (em paralelo com o voltmetro da direita).

    Figura 5.

    Uso:

    Liga-se o cabo preto no boner COM, que dar a tenso de referncia, o

    cabo vermelho ao boner V ~ ou V=, representando tenso alternada e

    tenso contnua. As pontas de prova devem ser ligadas em paralelo com o

    elemento de circuito cuja tenso se deseja medir. possvel escolher para

    DCV 200m, 2000m, 20, 200 e at 1000V, sendo para ACV 200 e 750V,

    como mostra a figura 6.

  • Figura 6.

    Osciloscpio

    O osciloscpio um aparelho de medidas que permite visualizar sinais eltricos graficamente. Na maioria das aplicaes, o osciloscpio mostra como um sinal eltrico varia no tempo. Neste caso, o eixo vertical Y representa a amplitude do sinal (tenso) e o eixo horizontal X representa o tempo. A intensidade (ou brilho) do visor tambm chamada de eixo dos Z (figura 7).

    Figura 7

    Seu princpio de funcionamento mostrado no esquemtico da figura 8.

  • Figura 8

    Eltrons trmicos, acelerados contra uma diferena de potencial entre o

    catodo e o anodo, passam por dois pares de placas condutoras,

    perpendiculares entre si. Estas placas, quando carregadas, mantm entre

    si a tenso eltrica do sinal qu se quer medir, defletindo verticalmente e

    horizontalmente a trajetria do feixe de eltrons. Estes se chocam com o

    visor fosforescente do osciloscpio, gerando um sinal luminoso.

    Uso:

    O osciloscpio possui dois canais, que por meio de cabos coaxiais, se

    conectam ao circuito cujo sinal quer medir.

    Caso apenas um canal seja usado, uma curva de tenso vs tempo ser

    exibida na tela. Caso os dois sinais sejam usados, uma curva de tenso vs

    tenso que ser mostrada. A imagem de cabos coaxiais pode ser vista na

    figura 9.

  • Figura 9

    A ponta ligada ao fio mais fino deve-se ligar ao nvel de tenso mais baixo

    (referncia) e a ponta do eixo maior deve ser ligada ao nvel de tenso

    mais alto (entrada).

    Por meio de um transdutor possvel converter uma grandeza em sinal de

    tenso, podendo-se exibir sua evoluo no tempo ou sua relao com

    outra grandeza, por intermdio de um osciloscpio.

    Circuitos

    Divisor de Tenso

    O circuito divisor de tenso bastante til quando se quer fornecer na

    sada apenas uma parcela do potencial de entrada.

    Segundo a Lei de Ohm e o clculo da resistncia equivalente em um

    circuito srie, a tenso no seguindo resistor dada por:

  • Figura 10

    Este tipo de circuito tambm chamado de vlvula, pois,

    se um potencimetro no lugar de R1, possvel fazer

    tenso em R2 se elevar ou diminuir e em consequncia,

    Vout.

    Passa Alta Passa Baixa

    O filtro passa alta mais simples possvel consiste em um capacitor em

    srie com um resistor, como na figura 11.

    Quando ligado a uma fonte de corrente alternada, o capacitor se carrega

    totalmente caso o perodo de oscilao do sinal de entrada seja baixo em

    relao constante de tempo do circuito, que o tempo que o capacitor

    leva para se carregar.

    Quando o capacitor est totalmente carregado, no caso em que no fica

    tenso algum no resistor.

    J quando a frequncia de entrada alta, o capacitor no tem tempo de

    se carregar, sendo a tenso de pico entre as placas muito baixas, ficando a

    tenso de entrada quase toda com o resistor.

  • O que na verdade ocorre nestes dois casos extremos, que a baixas

    frequncias a amplitude do sinal de entrada atenuada no resistor e a

    altas frequncias passa quase sem atenuao para o resistor, como

    mostra a figura 12.

    A constante de tempo do circuito dada pela expresso abaixo:

    Sendo C o tempo de carregamento do capacitor, R a resistncia e C a

    capacitncia do circuito; esta constante de tempo que define a frequncia

    de corte do circuito, atravs da relao:

    Figura 11

  • Figura 12

    O filtro passa baixas, por sua vez, idntico ao filtro passa altas, com a

    nica diferena de que o final de entrada estar aplicado diretamente no

    resistor.

    Mais uma vez a frequncia de corte ser dada por:

    Com a diferena que desta vez sero as baixas frequncias que passam se

    dificuldades e as altas frequncias sofrem atenuao. Vide grfico da

    figura 13.

  • Figura 13

    Aquisio de Dados

    Sistemas de aquisio de dados so aparelhos que servem para coletar

    dados para documentao e anlise de forma automatizada e mais precisa

    que os processos manuais. Com estes possvel medir temperaturas,

    sinais eltricos e etc., no curso do tempo, por exemplo, com alta preciso

    e confiabilidade.

    Dois parmetros muito importantes se destacam na aquisio de dados: a

    taxa de amostragem e largura de banda.

    Largura de Banda:

    Determina a frequncia mxima dos sinais que pretendemos analisar. O

    que de fato ocorre que, quanto maior a frequncia dos sinais analisados,

    menor se torna o tempo de resposta do dispositivo.

  • Resoluo

    Medida da quantidade de nveis de tenso que um dispositivo reconhece

    e transfere para o computador.

    Por exemplo, um dispositivo com 8bits de banda reconhece, de pico a

    pico, 28 nveis de tenso (256) e os transfere para o computador. No caso

    de um dispositivo que trabalhe com um sinal de entrada de 5V, 10V de

    pico a pico, este teria uma resoluo de 10/256, ou, 0.0390625V. Um

    exemplo mostrado na figura 14.

    Figura 14.

  • Taxa de amostragem:

    Nmero de vezes por segundo que um dispositivo faz a aquisio dos

    dados.

    Para um sinal de baixa frequncia, no h dificuldade para o dispositivo

    em adquirir dados suficientes para gerar um grfico de qualidade.

    No entanto, quando a frequncia do sinal relativamente alta, por

    exemplo, aproximadamente 10 vezes mais baixa que a taxa de

    amostragem do dispositivo, devemos desconfiar da qualidade dos dados

    adquiridos.

    Efeitos ainda mais drsticos podem ocorrer quando o sinal da ordem de

    grandeza da taxa de amostragem, ocorrendo at mesmo que pode-se

    obter um sinal de frequncia mais baixa para uma onda senoidal de uma

    dada frequncia, como pode-se ver na figura 15.

    Figura 15

  • Nmero de canais

    o nmero de medidas que podem ser tomadas simultaneamente pelo

    dispositivo.

    Concluso

    imprescindvel em um laboratrio o uso de instrumentos de medio.

    No entanto, to necessrio quanto a necessidade de se conhecer bem

    seus limites e

    Bibliografia

    Introduo Teoria dos Erros

    . Acessado

    dia 15 de julho de 2014.

    RUSSMAN GALLAS, Mrcia. IF-UFRGS. Incerteza de Medio

    Texto baseado no Guia Para a Expresso da Incerteza de Medio,

    2 edio, ABNT, INMETRO, 1998, e no Manual de Laboratrio de ptica

    Experimental, B. Buchweitz e P. H. Dionsio, IF-UFRGS, 1994.

    < http://www.if.ufrgs.br/~marcia/medidas.pdf>. Acessado dia 15 de julho.

    O VOLTMETRO

    Acessado dia 15 de julho.