resumo putnam

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PUTNAM Nas negociações diplomáticas os chefes de governo só fecham acorods após dosarem pressões domésticas e internacionais. Preferências pessoais dos líderes: fator importante nas negociações. (crítica ao modelo de Allisson) Modelo de análise altamente politizado (diferentenmente do neorealismo e sua rigidez estrutural). Negociações internacionais se dão quando um equilibrio tipo de Nash entre preferências de 4 atores: líder A, base política do lider A, líder B, base política do lider B. Entre 2 lideres que precisam ser aceitos por suas respectivas bases políticas. Importância para a política de ratificação. O lider A pode tentar influenciar na base política do lider B (ex. Uso de diplomacia subnacional, concessão de benesses materiais em bases políticas para criação de clientela local), para esta pressionar o lider B a aceitar proposta do lider A. Pode haver contato direto entre as duas bases políticas e assim afetar o relacionamento entre os líderes. ANTECEDENTES À ANÁLISE DE DOIS NÍVEIS o James Rosenau: mas gerou pouca pesquisa acumulada o Karl Deutsch: integração regional, impacto dos partidos e grupos de intersse no processo da integração européia, e a noção de spillover o Nye e Keohane: interdependência e trasnacionalismo, mas deixa os fatores domésticos fora de foco o Graham Allisson: políticas burocráticas – jogos itner- nacionais, o overlap que constituio as relações internacionais. Mas a natureza do overlap indefinida. o Krasner: fatores estruturais, em especial a força do Estado – a importancia de fatores domésticos na política econômica externa, que serviria para tornar políticas domésticas compatíveis com a política econômica internacional. Aqui força de Estado se dá por oposição a fragmentação governamental – a identidade da coalizão do governo não importa. É um conceito

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Page 1: Resumo Putnam

PUTNAM

Nas negociações diplomáticas os chefes de governo só fecham acorods após dosarem pressões domésticas e internacionais.

Preferências pessoais dos líderes: fator importante nas negociações. (crítica ao modelo de Allisson) Modelo de análise altamente politizado (diferentenmente do neorealismo e sua rigidez estrutural). Negociações internacionais se dão quando um equilibrio tipo de Nash entre preferências de 4

atores: líder A, base política do lider A, líder B, base política do lider B. Entre 2 lideres que precisam ser aceitos por suas respectivas bases políticas.

Importância para a política de ratificação. O lider A pode tentar influenciar na base política do lider B (ex. Uso de diplomacia subnacional,

concessão de benesses materiais em bases políticas para criação de clientela local), para esta pressionar o lider B a aceitar proposta do lider A.

Pode haver contato direto entre as duas bases políticas e assim afetar o relacionamento entre os líderes.

ANTECEDENTES À ANÁLISE DE DOIS NÍVEIS

o James Rosenau: mas gerou pouca pesquisa acumuladao Karl Deutsch: integração regional, impacto dos partidos e grupos de intersse no processo

da integração européia, e a noção de spillovero Nye e Keohane: interdependência e trasnacionalismo, mas deixa os fatores domésticos fora

de foco o Graham Allisson: políticas burocráticas – jogos itner-nacionais, o overlap que constituio as

relações internacionais. Mas a natureza do overlap indefinida.o Krasner: fatores estruturais, em especial a força do Estado – a importancia de fatores

domésticos na política econômica externa, que serviria para tornar políticas domésticas compatíveis com a política econômica internacional. Aqui força de Estado se dá por oposição a fragmentação governamental – a identidade da coalizão do governo não importa. É um conceito muito apolítico. Deveria haver um stress nas políticas: partidos, classes, etc.

Papel importante do chefe do executivo – media as pressões internacionais e domésticas por estar exposto às duas esferas.

JOGO DE DOIS NÍVEIS:

Na maioria das negociações internacionais o governo nacional(the central decision maker) procura maximizar no nível internacional as suas próprias habilidades para satisfazer as pressões e demandas domésticas, enquanto minimiza as consequências adversas do desenvolvimento

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estrangeiro. Nenhum dos dois jogos pode ser negligenciado, dada a interdependência e a soberania.

WIN-SET

Decompõe-se o processo de negociação em 2:

Nível I: barganha entre os negociadores, o leva a tentativa de um acordo. Nível II: discussões separadas entre cada grupo de constituintes quanto a ratificação do acordo.

(Na prática há consultas prévias ao nível II para ter uma posição prévia no nível I)

Ratificação: qualquer processo de decisão no Nível II que é requirido para endorsar ou implementar o acordo de nível I. (pode ou não ser formal). Parece ser peculiar a democracias.

O acordo precisa ser ratificado no ambito doméstico de ambos países, e qualquer emanda em II reabre as negociações no I.

Win-set: para um dado nível II constituinte é o conjunto de todos os acordos de Nível I possíveis que iriam “ganhar”, ganhar a maioria dentre os constituintes.

Win-sets maiores tornam o acordo em Nível I mais provávelo Qualquer acordo deve recair no win-set de nível II de ambas partes.

Defection voluntária: renegar por uma razão egoísta na ausência de contratos que possuam enforcement. A cooperação seria baixa em um ambiente de self-help (incentivo a trapacear), mas a probabilidade se reduz entre jogadores que se encontrarão de novo.

Defection involuntária: agente que é incapaz de cumprir a promessa pois falhou a ratificação. A credibilidade no nível I depende da capacidade do negociadore de “deliver” no nível II.

Tamanho relativo do win-sets de Nível II afeta a distribuição de ganhos conjuntos da barganha internacional.

o Um win-set menor pode ser uma vantagem na barganha (não poderia ter isso aceito em casa).

DETERMINANTES DO WIN-SET

1. Preferências e coalizões no nível II. Quanto menor o custo do “sem-acordo” para os constituintes – menor o win-set. Depende do tamanho relativo das forças isolacionnistas e internacionalistas

o Sociedade homogênea : avaliação somente no fator adoção ou não adoção. Problemas de negociação no nível I: administrar a discrepância entre as expectativas e o resultado negociável. Perigo de involuntary defection – pouca margem para cooperação internacional. Só um acordo é aceito.

o Sociedade heterogênea : qualquer acordo de Nível I recai desigualmente entre eles – uma ação vai encontrar resistência tanto de quem acha que foi mto leve, ou mto exagerada.

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Divisões internas possibilitam a cooperação internacional, pois tanto a alternativa A ou B são aceitas.

A composição dos constituintes do nível II depende da politização do tema por isso se defende o segredo das negociações internacionais, pois aumentariam o numero de grupos não preocupados com os custos de não-acordo (maior politização: aumenta o win-set – reduz a efetividade).

Mais de uma área : um grupo co um grande interesse em um assunto assume a posição mais extrema. O negociador central enfrenta trade off – curvas de indiferenças políticas domésticas – as deciões precisam estar na sobreposição – diminuição do win set com aumento das áreas de interesse.

Synergistic linkage : criar uma opção política que estava anteriormente ao acordo indisponível ao controle doméstico (por exemplo um aumento no crescimento de exportação) e altera os resultados possíveis. (o que é permitido pela interdependência econômica).

2. Instituições políticas no nível II

Procedimentos de ratificação: quanto mais rígidos, aumentam o poder de barganha do Estado A, mas reduz o escopo para cooperação internacional – aumenta a probabilidade de involuntary defection e deixa os parceiros receosos em negociar com A.

Quanto maior a autonomia dos decision-maker maior o win-set, e menor o poder de barganha internacional.

3. Estratégia usada no nível I

Uso de side-payments para atrair apoiadores marginais. Os side-payments podem vir de fontes domésticas não-relacionadas, ou ainda, podem ser recebidas como parte de negociação internacional (que deve ser calculada em termos da contribuição marginal para probabilidade de ratificação). O que conta no nível II é a incidencia relativa a coalizões dos custos e benefícios. Os negociadores procuram reinforçar a posição do outros em relação aos seus respectivos constituintes (maior popularidade maior o win-set)

INCERTEZA E TÁTICAS DE BARGANHA

Incerteza quanto ao tamanho do win-set é instrumento de barganha (melhor fazer um acordo comigo, pq a alternativa é ruim) e um obsetáculo à negociação (aumenta o medo de involuntary deffection por parte do outro)

RESTRUTURAÇÃO E REVERBERAÇÃO

Tentativa de reestruturar o ganho para alterar as percepções de ganhos e custos, flexibilizando os constrangimentos internos. Pressões internacionais para pesar na balança internacional – dada a incerteza internacional, as mensagens de fora podem mudar as mentes e opiniões. Reverberação (expande os win-sets) persuasiva forte em países com relações próximas, e mais frequente no ambito econômico.

Papel do Negociador Chefe

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As intenções do negociador podem divergir dos constituiontes: pode permitir o governo fazer algo que não conseguia antes domesticamente, aumentar sua posição doméstica. O negociador chefe tem poder de veto sobre os possíveis acordos internacionai. Assim a sobreposição pode ser ainda menor.