representaÇÃo de maria bonita na literatura de cordel ... · a literatura de cordel percorre todo...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA
FABIANA MACHADO DE ARAUJO
REPRESENTAÇÃO DE MARIA BONITA NA LITERATURA DE CORDEL:
―Mulher macho, sim senhor!‖.
CAMAÇARI-BA
NOVEMBRO DE 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA
FABIANA MACHADO DE ARAUJO
REPRESENTAÇÃO DE MARIA BONITA NA LITERATURA DE CORDEL:
―Mulher macho, sim senhor!‖.
Artigo apresentado ao Curso de Letras a Distância
da Universidade Federal da Paraíba, como requisito
para a obtenção do grau de Licenciado em Letras.
Orientadora: Odjane da Silva Lima Melo.
CAMAÇARI-BA
NOVEMBRO DE 2013
FABIANA MACHADO DE ARAUJO
REPRESENTAÇÃO DE MARIA BONITA NA LITERATURA DE CORDEL:
―Mulher macho, sim senhor!‖.
Artigo apresentado ao Curso de Letras a Distância da Universidade Federal da Paraíba,
como requisito para a obtenção do grau de Licenciado em Letras.
Data de aprovação: ____/____/____
Banca examinadora
_____________________________________________________________________
Orientadora: Odjane da Silva Lima Melo.
Examinador: Eveline Alvarez Dos Santos
_____________________________________________________________________
Examinador: Jefferson Cardoso Oliveira
DEDICATÓRIA
A minha família a base da minha vida, mãe,
irmão e irmã pela paciência e compreensão.
Ao meu pai que infelizmente não estar mais
entre nós. Meu namorado e amigos pela
preocupação e cuidado.
Adoro vocês!
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus, por ter me dado forças e coragem para
enfrentar todas as dificuldades que se fizeram presentes em todo decorrer desta
caminhada.
Agradeço a Ângela Tavares (tutora presencial), que esteve presente desde o
inicio do curso colaborando de forma significativa para minha melhor aprendizagem e
também a Ana Cristina, sendo está (tutora presencial) do primeiro semestre, que até
hoje contribui de forma indireta, para realização desse sonho.
As minhas colegas de turma que fizeram parte dessa jornada, em particular as
minhas amigas Ana Lucia Correia que compartilhou dos meus choros e sorrisos, me
incentivando e mostrando que tudo ficaria bem, Ana Glécia e Ana Alice pelo carinho e
afeto.
A todos os professores e tutores da UFPB, que me ensinaram e me guiaram ao
longo do curso, contribuindo para a minha formação e conhecimentos acadêmicos.
Um agradecimento muito especial a um ―anjo‖ e a uma excelente profissional
Odjane Melo (orientadora do TCC), pela sua extrema dedicação, sabedoria, inteligência
e paciência. Sendo por sua orientação, atenção e cuidados que se tornou possível à
realização desse artigo. Estando ela sempre disponível e disposta a me ajudar, até
mesmo quando eu entregava o trabalho em cima do prazo, me mandava às correções,
nas quais tinha maior alegria em refazer. Obrigada por tudo e pelas palavras sabias que
fizeram com que eu acreditasse que sou capaz.
RESUMO
O presente trabalho pretende analisar a literatura de cordel no Nordeste e a
representação da figura feminina nos folhetos. Optando por uma análise interpretativa
que possibilitará compreender o espaço vivido pela mulher nessa literatura, destacando
a figura de Maria Bonita, uma mulher que rompeu com os parâmetros impostos por uma
sociedade totalmente patriarcal, se tornando exemplo de coragem e determinação. A
literatura de cordel nos possibilita encontrar os mais variados temas acerca da cultura
popular, etnias, crenças e costumes, tendo uma bagagem extensa merecedora de
estudos, principalmente no contexto nordestino, pois é no Nordeste que se encontram os
maiores cordelistas e as maiores manifestações cultural. O artigo apresentado teve como
base uma pesquisa bibliográfica, metódica cautelosa na leitura de livros, artigos, revistas
e sites. Tomando como corpus a esta pesquisa o cordel ―ABC Maria Bonita, Lampião e
seus Cangaceiros‖ do autor Rodolfo Coelho Cavalcante, que melhor expressa quem foi
Maria Bonita e como se sentia na vida que escolheu. A literatura de cordel é de extrema
importância para história do Brasil, pois nessa literatura também perpetuam os
caminhos trilhado pela figura feminina, nos levando a conhecer um pouco da história
cultural e social acerca da mulher nordestina.
Palavras chave: Literatura de Cordel, Nordeste, Figura feminina, Maria Bonita.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 8
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 10
2.1Cultura e Literatura popular: uma íntima relação ..............................................................10
2.2 Literatura de cordel no Nordeste: breve histórico ............................................................11
2.3 Representação do ser mulher no nordeste dos folhetos ....................................................14
2.4 Maria Bonita: a história de uma mulher ..................................................................... 15
3 MARIA BONITA, LAMPIÃO E SEUS CANGACEIROS: ANÁLISE DO
CORPUS ........................................................................................................................... 17
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 22
REFÊRENCIAS ............................................................................................................... 23
8
1 INTRODUÇÃO
A literatura de cordel tem a sua mais legítima autenticação no contexto
nordestino, sendo este um cenário de múltiplas riquezas culturais e sociais. Os folhetos
trazem em sua abordagem os mais variados assuntos que expressam fatos presentes no
cotidiano de um povo, levando ao leitor uma escrita de fácil entendimento, permitindo
dessa forma, que não apenas um grupo, mas toda uma população compreenda o que
vem expressado naquelas folhas de papel impresso.
A literatura de cordel percorre todo o Brasil, despertando de maneira crescente o
interesse em uma gama de acadêmicos acerca dessa literatura que integra o cotidiano de
uma determinada população em torno das diferenças existentes entre contextos
socioculturais, econômicos, políticos, costumes e crenças. A temática feminina também
é marcada nos cordéis tendo um campo amplo, mas que pouco tem sido trabalhado.
Dentro da história do Nordeste, encontramos uma figura que merece destaque,
Maria Gomes de Oliveira, popularmente conhecida como Maria Bonita, passando a ser
chamada assim, pela admiração que Lampião tinha por sua beleza. Maria Bonita foi à
primeira mulher a entrar para o cangaço, vindo está a romper com a sociedade da época
que atribuía à mulher o dever de ser apenas uma boa esposa e mãe, mas ela ficou a
frente de seu tempo, sendo uma mulher corajosa que não se ateve aos padrões impostos
pela sociedade e rompeu paradigmas.
Maria Bonita além de decidida tinha uma personalidade bastante forte,
aventureira e destemida, sedo está uma das causas para seu reconhecimento e fama. A
partir dela outras mulheres adentraram para o cangaço. Assim, a cena configura-se
como sendo uma verdadeira conflagração feminista, uma vez que se desprenderam e
estabeleceram respeito.
O presente trabalho aborda alguns aspectos ligados ao gênero feminino no
âmbito nordestino deparado na literatura de cordel, levando em conta as características e
a representação da figura da mulher nos folhetos. Buscou-se também, interpretar a
maneira em que a mulher era inserida nessa sociedade, demonstrando isso através da
figura de ―Maria Bonita‖ e como a mesma era exposta.
A metodologia utilizada se ateve através de pesquisas em sites, artigos, livros,
entre outras, que vieram a contribuir acerca do tema abordado, a qual trouxe um
significado relevante na construção do desenvolvimento ao estudo em análise. Sendo
este um estudo de caráter teórico-interpretativo tomando como corpus de análise o
9
cordel ―ABC Maria Bonita, Lampião e seus Cangaceiros‖ do autor Rodolfo Coelho
Cavalcante, o qual trás em seu contexto, relato da cultura popular, deixando uma
relevância para a construção do conhecimento com intuito de provocar e aguçar a
curiosidade e entendimento no âmbito social e cultural vividos pela representação
feminina no Nordeste brasileiro, associando novos valores e sentidos a essa ação.
Fazendo com que o leitor conheça os desafios encontrados pela figura feminina em um
cenário machista, onde imperava a lei dos homens.
Para tanto esse estudo foi estruturado em quatro momentos, estando o primeiro
direcionado a esclarecer a ligação existente entre os termos: Cultura e Literatura
popular, já que ambos abordam as manifestações de um povo. Após, levantamos
informações sobre o surgimento da literatura de cordel no Nordeste, relatando a sua
importância para a sociedade em que através dos folhetos mostra a sua origem e
identidade.
Levando em consideração a questão da identidade, mais especificamente,
feminina, buscamos no terceiro momento, apresentar a submissão sofrida pelas
mulheres, e seu papel exercido na sociedade. Feito isto, nos atemos a falar da história de
uma mulher que quebra paradigmas, a popular Maria Bonita. Assim, chegamos à análise
do Cordel, este que nos apresenta a história cantada em versos desta que foi e será
sempre lembrada como ―muiê macho, sim sinhô‖.
10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Cultura e Literatura popular: uma íntima relação
O termo cultura pode ser associado à palavra literatura popular, pois a literatura
em questão é uma manifestação cultural. A cultura faz parte da sociedade, pois é a partir
dela que encontramos uma extensa diversidade na mitologia, se fazendo necessária para
construção do conhecimento do individuo.
Segundo Silva (2010) a cultura é o ―registro de um povo‖ concebido ao
comportamento humano em sua forma de raciocinar e atuar em torno da sociedade em
que vive. A adjacência cultural ainda é bastante discutida nos diferentes campos do
conhecimento. Brumes(2006) assim enxerga a cultura:
Nasce como o próprio aparecimento do homem [...] quando se utilizou das
cavernas para abriga-se das intempéries climáticas e ali realizou desenhos e
pinturas nas paredes desses abrigos: quando fabricou ferramentas primitivas [...] manifestou assim diversas formas e elementos da cultura. ( BRUMES , p.
64)
Já Chaui (1996) (apud, Assis, 2012), ver a cultura de maneira vasta ―é o campo
simbólico e material das atividades humanas, estudadas pela etnografia, etnologia e
antropologia, além da filosofia‖. A autora, no diz que existe uma abordagem fechada
para cultura e que é acolhida pela sociedade, sendo privilegiada por poucos:
Articulada à divisão social do trabalho, tende a identificar-se com a posse de conhecimentos, habilidades e gostos específicos, com privilégios de classe, e
leva à distinção entre cultos e incultos de onde partirá a diferença entre
cultura letrada erudita e cultura popular. (CHAUI, apud Assis, 2012).
A cultura pertence à vida de todos os seres humanos, na qual se faz uma troca de
conhecimento diariamente, através da interação. A cultura é a ação, raciocínio, modo de
vida, visão do mundo, participando diretamente na mudança da sociedade.
As diferentes culturas interagem ente si, havendo um diálogo entre as barreiras das
diversas culturas presente no nosso contexto (CAVALCANTI, 2002). Já Cavalcanti explica de
forma clara as barreiras existentes nas diferentes culturas:
Cultura não são comportamentos concretos, mas sim significados
permanentemente atribuídos pelos homens ao mundo. São fatos e processos
que atravessam as fronteiras entre a chamada cultura popular, erudita, ou de
massa, e mesmo os limites entre as diferentes camadas sociais. São veículos
de relações humanas, de valores e visões de mundo. (2001, p.14).
11
O termo literatura popular nos remete a algo do povo, que provém das massas
populares. A literatura popular constitui em uma literatura que revelar-se, de maneira
viva e natural, o íntimo de um povo, sendo exposta com características que abordam
crenças e o tradicionalismo da realidade vivida.
A literatura popular tem uma intensa ligação com a literatura oral, clássica e
romântica, em que a mesma é criada para o povo, existindo uma ligação com o evento
do cotidiano, abordando também personagens que fazem parte e retratam a história,
podendo ser também transmitida oralmente como na literatura de cordel. Silva (1988)
ainda nos diz que a literatura popular é aquela que vem de acordo com o desejo da
pessoa, escritor, cordelista ou poeta trazendo em sua temática o povo vindo ao encontro
de uma nova sociedade. Para Luyten (apud, Cardoso, 2010), a literatura de cordel, tem o
maior destaque inserido na literatura popular, vendo a mesma como ―cultura popular do
povo brasileiro‖.
À própria cultura popular e ao povo cabe reinventar, recriar e ressignificar o
seu saber e o seu saber-fazer. Revelar a todos que seu universo vai além da
conservação, preservação ou resgate, tampouco pré-moderna e atrasada.
Necessário se faz apreender a cultura popular como resultado de momentos
históricos específicos e consequentemente dinâmicos, aptos a apropriar-se
das práticas culturais mais diversas e adaptá-las ao seu cotidiano (Luyten,
apud Cardoso, 2005, p. 31).
A literatura popular traz na poesia algo bem maior e mais significante
comparado com a prosa. Luyten (apud Albuquerque, 2011). A firma que ―desde os
primórdios da Idade Média, temos notícias de trovadores e menestréis vagando de um
lugar para o outro, cantando a notícia e os fatos importantes‖. -Contudo, esta literatura
tem um lugar cativo no palco brasileiro.
2.2 Literatura de cordel no Nordeste: breve histórico
O cordel teve sua origem na Europa, na Idade Média, indo para Portugal,
encaminhado ao Brasil, especificamente para Nordeste no século XVI. A literatura de
cordel tem influência portuguesa, pois foram os lusitanos que começaram a vender os
cordéis pendurados em cordas ficando notório ao público. Esses folhetos eram vendidos
geralmente em feiras livres, podendo ser encontrados também em praças, romarias,
centros de mercados populares. Sua expansão no Brasil se favoreceu no Nordeste,
ficando conhecida como uma cultura pertencente aos nordestinos. Nos engenhos e
12
fazendas a presença de contadores de história se fazia muito presente. Diante disto,
Diégues informa:
No Nordeste [...], por condições sociais e culturais peculiares, foi possível o
surgimento da literatura de cordel, da maneira como se tornou hoje em dia
característica da própria fisionomia cultural da região. Fatores de formação social contribuíram para isso; a organização da sociedade patriarcal, o
surgimento de manifestações messiânicas, o aparecimento de bandos de
cangaceiros ou bandidos, as secas periódicas provocando desequilíbrios
econômicos e sociais, as lutas de família deram oportunidade, entre outros
fatores, para que se verificasse o surgimento de grupos de cantadores como
instrumentos do pensamento coletivo, das manifestações da memória popular
(1977, p.06).
Os aspectos trazidos pelo autor na citação acima são encontrados
constantemente nos folhetos, podendo ser destacado o patriarcalismo, pois as famílias se
reuniam para escutarem o que estava escrito nos cordéis, diante que, sua função não era
apenas a diversão, mas também a moralização, pois os chefes das famílias acreditavam
que daquelas leituras suas mulheres e filhos conseguiriam identifica a maneira correta
ou não para se comportarem. A literatura de cordel tem em sua temática assuntos
vinculados ao cotidiano da região, abordando a realidade do povo, se fazendo como
forma de comunicação. A retratação feita pelos poetas fez com que o Nordeste fosse o
berço desse estilo literário.
Meyer (1980) afirma que o nome mais importante da literatura de cordel no
Nordeste é o paraibano Leandro Gomes de Barros em que o mesmo produzia e
anunciava os folhetos, tendo sua iniciação em 1988 e sua impressão em 1893, porém foi
em 1909 que o poeta dedicou-se unicamente em criar e vender os seus cordéis.
A literatura de cordel tem uma bagagem muito significante não apenas para o
Nordeste, mas para o Brasil, pois foi fundada em 1988, a Academia Brasileira de
Literatura de Cordel, com a finalidade de cuidar e proliferar esta cultura que retrata o
universo popular.
Cascudo (1978) defende a literatura de cordel e sua permanência cultural, em que
esta se mantém apesar de toda dificuldade.
É uma força obscura e poderosa, fazendo a transmissão, pela oralidade, de
geração a geração. Ninguém defende essa virtude mnemônica. Nem há um
exercício para a sua perpetuação. Antes todos negam possuir o patrimônio da
historia e anedotas, mitos e fabulas (CASCUDO, 1978 p.168).
Para os nordestinos a literatura de cordel é mais que livretos retratando a cultura
popular, se fazendo também como um meio de comunicação, diante que seus autores.
Os mesmos abordavam e traziam notícias ocorridas nas localidades e região a respeito
de diversos assuntos, partindo do olhar crítico da perspectiva do poeta, pois literatura de
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cordel não é apenas fantasiada ela é a própria realidade. Curran (apud, Lima,
2006),aborda a forma em que um cordelista consegue atribuir a realidade nas suas
histórias.
O poeta cordelista nem pode nem poderá tratar o grande acontecido como um
fenômeno jornalista isolado. Ele vê o evento sob perspectiva de sua própria
cosmovisão, e igualmente importante, da sua tradição literária popular, isto é,
da sua tradição cordealina total. (CURRAN, apud Lima 2006).
A literatura de folhetos produzida no Nordeste brasileiro desde o final do século
XIX coloca homens e mulheres simples na posição de autores, leitores, editores e
críticos de composições poéticas. Em geral, associam-se esses papéis, a pessoas da elite
— se não financeira ao menos intelectual — mas, no caso dos folhetos, gente com
pouca ou nenhuma instrução formal faz parte deste cenário. Podemos perceber isto na
citação abaixo:
A literatura de folhetos produzida no Nordeste brasileiro desde o final do
século XIX coloca homens e mulheres pobres na posição de autores, leitores,
editores e críticos de composições poéticas. Em geral, associam-se esses papéis a pessoas da elite — se não financeira ao menos intelectual —, mas,
no caso dos folhetos, gente com pouca ou nenhuma instrução formal envolve-
se intensamente com o mundo das letras, seja produzindo e vendendo
folhetos, seja compondo e analisando versos, seja lendo e ouvindo narrativas.
O sucesso dos folhetos deve-se a um conjunto de fatores, entre os quais se
destaca a forte relação com a oralidade mantida por essas composições.
(ABREU, MARCIA,2004 online).
A literatura de cordel traz em seus temas, questões sociais e culturais do
Nordeste, tais como a seca, o Cangaço, as crenças, entre outros assuntos. Atribuindo ao
imaginário popular uma visão acerca do povo e de sua cultura. .
A literatura de cordel, segundo Trevi (apud, Vidotto,2012) é a representação da
vida de um povo padecido que traz no fantástico reino da fantasia, figuras verdadeiras
de cangaceiros, beatos, moças, burocratas, políticos, o catolicismo tradicional, figuras
de padres conhecidos, atribuindo nos folhetos notícia que inclui também, a seu público,
a verdade. Portanto, a literatura de cordel é a manifestação mais leal da civilização
popular nordestina, pois através dela conseguimos enxergar a essência e espalhar a
cultura e identidade do povo.
14
2.3 Representação do ser mulher no Nordeste dos folhetos
Sabendo que a literatura de Cordel representa as manifestações, crenças,
costumes, ideias culturais de um povo, em nosso caso, o povo Nordestino, encontramos
uma personagem que merece destaque: a mulher.
Durante muito tempo no decorrer da história a mulher foi deixada à margem da
sociedade. Uma sociedade patriarcal, onde imperava a lei, força e voz do homem. À
mulher cabia o ambiente fechado, os afazeres domésticos, o casamento, a educação dos
filhos, o cuidarem do lar e do marido com dedicação, meiguice e submissão. A
sociedade induzia desde muito cedo ao casamento, pois acreditavam que só assim essa
mulher teria honra e respeito, imperando não a sua vontade e escolha, mas sim uma
obrigação imposta pelo seu pai. Na qual esta sai de uma hierarquia e volta a viver
novamente sobre o comando de um homem quando se casa.
Eram treinadas para desempenhar o papel de mãe e as chamadas ―prendas
domésticas” – orientar os filhos, fazer ou mandar fazer a cozinha, costurar e
bordar. Outras, menos afortunadas, viúvas ou de uma elite empobrecida,
faziam doces por encomenda, arranjos de flores, bordados a crivo, davam
aulas de piano e solfejo, e assim puderam ajudar no sustento e na educação
da numerosa prole (FALCI, 2004, p. 249).
Às mulheres cabia o papel de ―cuidadora‖ do lar e da família, geralmente tinham
muitos filhos. Quando trabalhavam, assumiam tarefas direcionas às mesmas como
cozinhar, costurar, lavar. Ficava submetida ao perfil imaginado pela sociedade a qual
pertenciam. Albuquerque Jr. relata a maneira que a mulher nordestina é vista.
Lutadora, resistente, honesta, é a mulher sertaneja, seja abastada, seja pobre;
cheia de filhos; deles cuida com amor e carinho; provê as necessidades
domésticas, trabalha nas pequenas indústrias caseiras, e é poderosa auxiliar
nos serviços do marido, compatíveis com o sexo, substituindo-o em caso de
necessidade, na direção dos negócios e nos trabalhos reclamados. (2003, p.
247).
Mulheres lutadoras, destemidas que aos poucos vão conseguindo seu espaço em
uma sociedade que tinha sua predominância pelo homem e apesar de toda a dificuldade
encontrada na seca do Nordeste e a submissão sofrida não deixou abater-se. Vivemos
em uma sociedade que, infelizmente, ainda estabelece preconceito no que diz respeito à
mulher, enfatizando na Nordestina, onde o mesmo pode ser encontrado tanto em outros
estados como até mesmo no próprio estado do Nordeste, por meio daqueles que estão
em uma posição social mais elevada do que a classe sertaneja feminina pobre.
A temática da identidade feminina nos folhetos é um fato corriqueiro que aborda
a cultura local, porém pouco é observado.
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Dentre os vários aspectos abordados na literatura de cordel, destacam-se com
relevância os assuntos referentes à personagem feminina. Sabe-se que a
presença da mulher nos folhetos é constante e o seu campo de estudo é muito
vasto, porém pouco se tem feito a respeito deste tema (OLIVEIRA, 1993, p.
480).
Na literatura de cordel são vários os temas que trazem a figura feminina, entrem
quais estão ligados à submissão, cangaço, coragem, beleza... Porém alguns cordelistas
tratam o feminino com certo descaso visando favorecer apenas o universo masculino.
Na qual o homem ―diz‖ a respeito da mulher, querendo falar o que ela pensa e sente.
Imprimindo na realidade a alocução masculina a respeito do silêncio feminino. É
necessário que exista mais cuidado com a abordagem da figura feminina, pois a mesma
ao decorrer da história consegue conquistar seu espaço, merecendo um estudo mais
aprofundado.
2.4 Maria Bonita: a história de uma mulher
Maria Bonita, nome atribuído a moça pela polícia, foi e é uma referência
marcante no Nordeste brasileiro e de fato umas das figuras femininas mais citadas nos
cordéis, estando presente juntamente com seu companheiro Virgulino Ferreira da Silva,
conhecido popularmente como Lampião, o Rei do Cangaço, na memória popular em
massa, sendo estes apontados em diversas poesias brasileiras.
Maria Gomes de Oliveira, ou seja, Maria Bonita como era conhecida, filha de
Maria Joaquina Conceição Oliveira e José Gomes de Oliveira, foi à primeira mulher a
fazer parte de um grupo de cangaceiros. Nasceu, segundo arquivos documentados por
padre Celso Anunciação e Valdir Ribeiro, em 17 de janeiro de 1910, contrariando as
informações dadas oralmente pelas irmãs de Maria Bonita, que diz que esta nasceu no
dia 08 de março de 1911 (por não acaso Dia Internacional da Mulher). Na fazenda de
Caiçara, distrito de Santo Antônio da Glória do Curral dos Bois, terras pertencentes a
Paulo Afonso, Bahia.
Maria Bonita teve seu primeiro casamento aos 15 anos, com seu primo José
Miguel da Silva, um sapateiro conhecido como Zé Neném, desse casamento não existiu
nenhum filho, eles tinham uma união muito conturbada, cheia de muitas brigas e as
constantes desavenças levavam Maria Bonita a se refugiar na fazenda de seus pais e foi
16
justamente em uma das permanências que a moça conheceu Lampião, através de seu tio
Odilon.
Segundo o pesquisador e escritor João de Souza Lima, Maria Bonita e Lampião
conviveram durante oito anos, tiveram dois filhos, Expedita Ferreira Nunes, que foi
criada por um casal de vaqueiros e Ananias Gomes Oliveira que foi criado pela mãe de
Maria como sendo um dos seus filhos fruto de uma gravidez de gêmeos.
Mãe da Rainha do Cangaço estava grávida e por coincidência Maria Bonita
havia engravidado quase que na mesma época. Por questão de aproximadamente dois dias, as duas mulheres viram nascer seus rebentos.
Mãe e filha gerando vidas e fazendo crescer sua descendência. Pelas
dificuldades impostas pela luta travada nas caatingas, onde cangaceiro vivia
permanentemente em fuga, lutando contra as perseguições da polícia, filho
era um entrave (…). Maria Bonita dera a luz, Lampião arquitetou deixar o
filho com a sogra, para que ela criasse das crianças como se fossem gêmeas e
assim aconteceu. (LIMA 2010, online).
Maria Bonita revolucionou o cangaço, pois foi a partir dela que Lampião passou
a permitir mulher no seu bando. Ela foi um exemplo de mulher destemida, corajosa e
guerreira que não se abalava com as guerras e com a caatinga, revolucionando a sua
época contrariando toda sociedade, pois no Nordeste o machismo predominava. A
mulher era vista e tinha como papel, ser submissa ao homem. Mas Maria Bonita rompeu
as barreiras, quando seguiu seu coração. Ela conseguiu o respeito dos cangaceiros, não
por sua beleza e sedução feminina, mas sim, pelo fato de ser uma mulher de atitude,
valente, corajosa, qualidades antes atribuídas apenas ao universo masculino.
Maria Bonita era uma mulher corajosa, decidida, acima de tudo apaixonada
pelo homem que ela decidiu seguir. Foi menina, criança, amiga,
companheira e mãe. Tomou banho de chuva, se molhou em biqueiras e
barreiros, fez bonecas de pano e de milho, correu, caiu levantou, amou,
sofreu, sorriu, chorou, colheu flores, sentiu o calor causticante do sertão, divisou o verde em certos momentos, foi amada, ferida, feliz e sofrida, foi
mulher sertaneja, de brio, forte, serena, severa, amamentou, partiu, voltou,
tombou crivada de balas, uma mulher comum, porém com uma história
diferenciada de todas as outras de sua época e de seu convívio. (LIMA 2010,
online).
Assim, a menina tornou-se mulher. Uma mulher comum, porém diferente e única. Que
costurou sua história, quebrando regras, e amando acima de tudo, pois amou seu
esposo, sua família, seu Sertão.
17
3 MARIA BONITA, LAMPIÃO E SEUS CANGACEIROS ANÁLISE DO
CORPUS
Debruçando-nos sobre o Cordel ABC de Maria Bonita, Lampião e seus
Cangaceiros, do autor Rodolfo Coelho Cavalcanti. Vamos encontrar a história de uma
mulher corajosa, leal, disposta, forte que ficou conhecida por ter se tornado uma
―cangaceira‖ e esposa de do Rei do Cangaço, Lampião.
_______B______
Bandido nas unhas dela
Tinha que anda direito
E na hora da brigada
Lutava de todo jeito.
Cada tiro era uma queda...
―Macaco tu te arreda
Senão atiro no peito!‖
______E_______
Em combates mais ferrenhos
Quando Lampião lutava
Cinco, seis, sete soldados.
Ela sozinha matava...
Em frente de sua mira
Por detrás da macambira
Só cadáver ficava.
Uma mulher valente, forte e às vezes até cruel, trazendo característica do
masculino, tendo ela a mesma desenvoltura de matar como qualquer outra figura do
bando, pois lutava da mesma forma que os cangaceiros, surpreendendo aqueles que a
conhecia.
Maria Bonita não foi feliz em seu casamento, na qual se casou apenas por
obediência ao seu pai, fato comum na sociedade da época, cumprindo o que lhe era
ordenado, submetendo-se à submissão vivida pelas mulheres, sendo ela uma pessoa
18
infeliz na sua realidade de vida, mas sua vida e destino mudam após conhecer e se
apaixonar perdidamente por Lampião o rei do Cangaço.
_____A______
A amante de Lampião
Foi mulher de um sapateiro,
Esta vendo Virgulino-
O terrível cangaceiro
Resolveu mudar de vida
Para tornar-se homicida
No Nordeste brasileiro.
O autor, também nos apresenta uma mulher que era feliz dentro da realidade
vivida no Cangaço, pois quando era casada e atendia aos padrões impostos pela
sociedade, onde as mulheres em muitos casos eram de origens pobres, viviam sem
expectativas e encontravam no casamento uma esperança de uma vida melhor, Maria
Bonita novamente foge aos padrões sociais e só vem a se sentir realizada quando inicia
sua vida no cangaço.
_______H_______
―Homem honrado tem lar...‖
Virgulino assim dizia.
Que nada!...-dizia ela-
Isso e pura fantasia.
Eu já fui mulher casada,
Vivia decente e honrada,
De fome quase morria!
______I_______
Ainda que me dê um trono
Não abandono o cangaço...
Pois no dia que não brigo
Eu sinto maior cansaço.
Sou mulher, é verdade,
Porém a minha vontade
19
É sangra gente no aço!
E mesmo fazendo parte do cangaço Maria Bonita, não deixou de lado normas
pertencentes à mulher, como cuidar do lar, do marido, esses tipos de tarefas eram
também realizadas pra ela, ocorrendo em meio a uma realidade em que não existiam
mulher ou homem, mas sim, ―cangaceiros‖ com o mesmo objetivo de vida, essa figura
fazia atividades ditas, pertencentes às mulheres, na qual podemos perceber quando no
cordel encontramos:
______C_______
Cozinhava, muitas vezes,
Com seu rifle na mão.
De manhazinha o café
Fazia para Lampião,
Mas logo tinha a noticia
Que a VOLANTE da policia
Vinha essa sua direção.
_____L______
Levava ela um bornal
De utensílios de cusinha
E quando a cangaceirada
Descansava após da rinha
Ela e outras companheiras
Faziam grandes fogueiras
Para aprontarem galinha.
Maria Gomes de Oliveira, apesar de toda sua valentia, trazia em meio à seca do
sertão e do cangaço traços pertencente ao universo feminino como lealdade,
companheirismo, fidelidade, vaidade e é claro a beleza, sendo este um dos fatores que
levou Lampião a admirá-la ainda mais, não sendo à toa que ficou como conhecida como
―Maria Bonita‖.
_____D______
20
Dizem que Maria Bonita
A amante de Virgulino
Era bastante bonita
Mas de coração ferido.
Quando Lampião dormia
Ela servia de guia
Velando por seu destino.
Maria Bonita, segundo o historiador João de Souza Lima, no ano de 1938, dia
27 de julho, foi assassinada juntamente com seu esposo Lampião e seu bando em uma
emboscada muito covarde, pois os cangaceiros que ali estavam não tiveram como se
defender, sendo decolados Maria Bonita e Lampião tendo suas cabeças colocada a
exposição como troféu, sendo também colocado no cordel ABC.
____S______
Segundo o noticiário
Que toda imprensa nos deu
Na ―FAZENDA ANGICO‖
Lampião ali morreu.
Denunciou-lhe um coiteiro
A BEZERRA-o verdadeiro
Caçador do grupo seu,
_____V______
Varrendo de ponta a ponta
A gruta dos cangaceiros
Morreram sem piedade
Ali todos os bandoleiros...
Ao depois de fulminados
Foram todos degolados,
Não houve prisioneiros
Maria Bonita é descrita em todo o decorrer do cordel como uma mulher de garra e
decidida que enfrentou sua sociedade, se tornando uma mulher guerreira tanto nas suas
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lutas físicas como em torno da sociedade e ficou até o final ao lado do homem que
amou. Maria Bonita deixou suas marcas para sempre no Cangaço, e em uma população
chamada Nordeste. Sendo sempre lembrada não por uma heroína ou bandida, mas sim,
por uma mulher batalhadora e corajosa que foi atrás dos seus ideais lutando pela sua
sobrevivência.
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4 CONCLUSÃO
Ao realizar a análise em torno da figura de Maria Bonita, apresentada no cordel
ABC de Maria Bonita, Lampião e seus Cangaceiros, concluímos que essa foi uma
mulher que deixou marcas na cultura e história do Nordeste brasileiro. Indo contra os
princípios que a sociedade da sua época ditava como corretos, Maria Bonita, através de
sua história, ajudou outras mulheres a se libertarem da ditadura que possuía o homem,
visto pela sociedade como um ditador de regras.
Diante dos estudos expostos, foi possível compreender, de maneira clara, quais
foram os caminhos percorridos e qual a origem da literatura de cordel no Nordeste
brasileiro, sendo esta a responsável por levar informação, cultura e história ao povo. Na
qual a literatura de cordel ficou marcada como um gênero literário pertencentes aos
nordestinos, se tornando assim um orgulho e uma grande satisfação para nação
Nordeste.
Através das concepções acerca da mulher e sua abordagem nos cordéis,
podemos também notar que, essa figura rompe barreiras com a sociedade, se tornando
cada vez mais independente, deixando de lado a submissão na qual viviam, sendo elas
encontradas nos folhetos não apenas como ―cuidadora‖ do lar e da família, mas também
como mulheres destemidas, corajosas e até com traços masculinos, porém não deixando
de ser mulher, esposa e mãe.
Maria Bonita fez e faz parte da nossa historia, pois ela foi uma grande mulher
que rompeu paradigmas, quebrou barreiras, fez o que queria, defendendo a sua vida
acerca do que acreditava não se limitando, indo além do que se poderia imaginar com
toda sua coragem e determinação. Depois da sua entrada ao cangaço o nordeste e a
figura feminina nunca mais seriam a mesma, vindo ela a se tornar um exemplo para
muitas mulheres que viviam sobre ordens e total submissão.
Através da figura que sempre será um marco para nossa historia Maria Bonita,
nós possibilita conhecer e entender a representação do feminino no contexto nordestino.
Maria Bonita sempre será lembrada por aqueles que podem e devem conhecer sua
história como uma mulher batalhadora que lutou até o fim pelos seus ideais e
sobrevivência.
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