religioes comparadas

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Curso Livre de Graduação – Bacharelado Matérias: Religiões comparadas Faculdade de Educação Teológica Fama FACULDADE DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA FAMA CURSO LIVRE DE TEOLOGIA À DISTÂNCIA www.fatefama.com.br

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APOSTILA DE RELIGIOES

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RELIGIES COMPARADAS

Curso Livre de Graduao Bacharelado Matrias: Religies comparadas Faculdade de Educao Teolgica Fama

FACULDADE DE EDUCAO TEOLGICA FAMA

CURSO LIVRE DE TEOLOGIA DISTNCIAMATRIA = RELIGIES COMPARADAS

CONCEITO GERAL DE RELIGIOIntroduo

A religio to antiga quanto a existncia da humanidade. A narrativa histrica de todas as civilizaes com certeza inclui um relato sobre a sua religio (ou religies), juntamente com uma descrio do deus (ou deuses), rituais, cerimnias, mitos e smbolos. Sem dvida, voc perguntar por que as grandes religies do mundo esto ao lado dos tantos grupos e seitas menores. A razo bem simples: Muitos destes rituais receberam o impulso original das religies progenitoras do velho mundo. Cristianismo, Judasmo, Budismo, Hindusmo, Islamismo, Taosmo etc., tm gerado descendentes. Portanto, necessrio inclu-Ias como a parte vital da histria de um todo.

Existem milhares de grupos religiosos e seitas hoje no mundo, dos quais selecionamos apenas uma pequena quantidade para a incluso neste volume. Vrios fatores nos guiaram nesta seleo. Primeiro, escolhemos aqueles grupos que achamos serem mais acessveis em termos de disponibilidade de dados. Segundo, embora reconhecemos que existe um certo nvel de subjetivismo na tarefa de escolher alguns grupos em detrimento de outros, cremos que os que foram includos aqui esto entre os mais interessantes, populares e influentes na experincia religiosa brasileira. Finalmente, qualquer tentativa de fazer uma obra exaustiva ultrapassaria muito o escopo deste projeto, necessitando de um grande nmero de volumes. Mesmo assim, muitos grupos religiosos no seriam relacionados, simplesmente porque no possuem publicaes ou so por demais obscuros.

A teologia est relacionada com a religio, assim como a botnica com a vida das plantas. Sem a vida das plantas no poderia haver botnica. Sem os astros, seria impossvel a astronomia. De igual maneira, impossvel a existncia da teologia sem a religio: aquela uma conseqente desta. , portanto, necessrio que tenhamos uma idia clara da religio, pois dela depende a teologia. Sem o entendimento claro de uma, no se pode compreender bem a outra. Consideremos ento a religio.

A religio a vida do homem nas suas relaes sobre humanas, isto , a vida do homem em relao ao Poder que o criou, Autoridade Suprema acima dele, e ao Ser invisvel com Quem o homem capaz de ter comunho.

Religio vida em Deus; porque este Ser invisvel, esta Autoridade Suprema, este Poder com Quem o homem se relaciona, so um em Deus, e conhec-Io, na genuna expresso do termo, ter vida eterna.

A religio sempre a vida do homem como um ser dependente de um poder, responsvel para com uma autoridade e adaptvel a uma comunho ntima com uma realidade invisvel. Esta definio exclui a idia que prevalece, de que a religio um corpo de doutrinas. Quem assim define a religio confunde-a com a teologia, confuso que, se no justifica, no tem razo de ser: religio vida; teologia doutrina. E, como j dissemos, a religio precede a teologia.

Funda-se a religio na prpria constituio do homem. O ser humano essencialmente religioso. O salmista revelou bem claramente esta verdade quando escreveu: Assim como o cervo brama pelas correntes das guas, assim brama a minha alma por Ti, Deus (Sl 42.1).

A prova mais evidente de que o homem este ser por natureza religioso est em no haver, jamais, algum encontrado uma tribo, a mais selvagem embora, que fosse totalmente destituda de qualquer culto ou idia religiosa. A religio to natural no homem como a fome, a sede, a saudade etc. A histria universal no nos fala de um s povo sem religio. Nem ainda os mais atrasados fazem exceo a esta regra; pelo contrrio, os povos mais ignorantes, mais falhos em cultura, so, em geral, os mais religiosos. Este fato assaz notvel serve para demonstrar e provar que, quando o indivduo chega a sondar a alma, sempre encontra nela a necessidade de religio, de uma relao com o Ser Supremo - DEUS. Sem dvida nenhuma, o corao humano como um altar onde arde perene o fogo sagrado da religio.

O fato de ser a religio natural ao homem tem-na tornado, como j vimos, universal. Causa-nos comoo a lembrana do grande esforo que faziam os homens da antiguidade para se encontrarem com o Deus vivo e verdadeiro. As oraes mais tocantes e pungentes, em toda a literatura sagrada, so as que se fizeram ao Deus desconhecido. E ainda mais, h hoje em dia muitas almas famintas e sequiosas da verdade, porque uma relao ntima com o Deus verdadeiro to essencial ao bem-estar do homem como a gua o aos peixes e a luz aos olhos.

Jesus tornou bem saliente esta verdade quando disse: Eu sou o po da vida; aquele que vem a mim nunca ter fome, e quem cr em mim nunca ter sede (Jo 6.35 ARA). Na universalidade da religio tem o pregador ampla base para os seus trabalhos e para as suas pregaes.

Devemos tambm considerar que a religio funciona na parte invisvel e espiritual do homem, e no na visvel e material. Em outras palavras, a religio funciona no corao. Jesus enfatizou este ponto quando disse: Deus Esprito, e importa que os que o adoram o adorem em esprito e em verdade, ou, com o esprito e em verdade (Jo 4.24).

A religio no homem manifesta-se nos poderes de o mesmo pensar, sentir e querer. E, essencialmente, uma funo do corao, reforado este pela vontade e iluminado pelo raciocnio. Religio vida, e a vida tem a sua sede no corao, e no nas mos ou nos ps.

Pelas consideraes j estabelecidas, chegamos concluso de que a idia fundamental da religio a de uma vida em Deus, de uma vida em comunho ntima e contnua com o Criador, uma vida debaixo da direo e domnio do Esprito Santo. O apstolo Paulo esclareceu assaz esta verdade, dizendo: Porque nEle vivemos, e nos movemos, e existimos (At 17.28).

Visto que a religio tem a sua sede na parte invisvel e espiritual do homem, logo abrange todos os poderes humanos. Isto , a religio deve influenciar beneficamente todas as atividades do homem, dirigi-Io em tudo o que ele e em tudo o que faz. A religio verdadeira envolve a operao unida e coesa de todas as faculdades do homem. A religio consiste mais em ser do que em fazer. Quem cristo, sempre faz obras crists; porm, quem faz obras crists nem sempre cristo.

Pode algum contradizer-nos, alegando que enfatizamos demasiadamente a parte espiritual do homem, em menosprezo do corpo e de seus atos, em se tratando de religio. Porm, no assim. O corpo servo do esprito, e se o esprito for bom e reto, o corpo poder cumprir satisfatoriamente as suas funes religiosas; mas se, ao contrrio, o esprito no for bom e reto, os atos praticados em nome da religio no tm nenhum valor. Ainda que distribusse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e no tivesse amor, nada me aproveitaria (1Co 13.3).

Tudo o que o corpo faz no essencialmente religioso, pois a religio do esprito e no do corpo. Dissertando a este respeito disse o apstolo Paulo: Ainda que eu tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistrios e toda a cincia, e ainda que eu tivesse toda a f, de maneira tal que transportasse os montes, e no tivesse amor, nada me aproveitaria (1Co 13.2).

Qual , neste caso, o valor que se deve dar aos atos praticados pelo corpo? Nas passagens que acabamos de citar, temos a resposta: Quando haja harmonia perfeita entre o esprito reto e os atos exteriorizados pelo seu corpo, ento os atos tm valor religioso, mas valor relativo, no intrnseco.

Os atos religiosos so como a nota promissria, que s tem valor quando assinada e rubricada por pessoa idnea. Alm disso, podem comparar-se os atos religiosos ao papel moeda, cujo valor depende de haver, no tesouro, o seu equivalente em ouro. isto o que o apstolo Paulo ensinou nos trs primeiros versculos do captulo 13 de sua primeira Carta aos Corntios. No havendo amor depositado no corao, nenhum dos nossos atos, at o de entregar o corpo para ser queimado, tem o mnimo valor religioso.

Segue-se, da, que, como j se disse, os atos do corpo tm apenas valor relativo, e no intrnseco. Todos os seus merecimentos lhe so emprestados do corao. Os atos servem para exprimir a condio do esprito, pelo que o seu valor apenas declarativo, no intrnseco. O essencial em religio o estado da alma ou do corao, e todas as nossas aes, como j o dissemos, so os meios pelos quais se revelam as condies do homem interior.

Nunca ser demais acentuar esta verdade, devido sua importncia capital para os que desejam cumprir os seus deveres diante de Deus.

Mui grave o erro em que muitos laboram, de confundir a religio com as suas manifestaes, como aconteceu com os fariseus. E ento lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos de mim, vs que obrais a iniqidade (Mt 7.23). verdade que a religio envolve culto, sacrifcio prprio, orao, e, no raro, se manifesta em obras de beneficincia; estas coisas, porm, no formam a essncia da religio, pois so apenas manifestaes do esprito religioso. A glria da religio no se acha naquilo que podemos fazer e fazemos, seno na realidade de um Deus bondoso e misericordioso e numa comunho ntima entre Ele e o homem. Reiterando o que j dissemos, a religio vida em Deus, que se manifesta em obras vrias, para benefcio da humanidade e para honra e glria do Criador.

A religio verdadeira na proporo em que possui e realiza a idia da personalidade de Deus e as Suas relaes com o homem. Os povos em todos os tempos se compenetraram a importncia deste princpio, e da o grande esforo que fizeram por descobrirem a verdadeira idia da personalidade de Deus e das suas relaes com o mundo.

Todas as grandes religies do mundo assim, assim as de hoje como as da antiguidade, no so contos do vigrio, antes representam o esforo extraordinrio do homem para apossar-se da verdade. No h nenhuma religio que se apoderasse dum povo fundada simplesmente no embuste, originada dum simples impostor. Pode enganar-se todo um povo por algum tempo, uma parte do povo por todo o tempo, mas no se pode enganar todo um povo por todo o tempo, disse Lincoln.

H sempre algo de verdade em todas as religies. Tm todas elas alguma noo a respeito de Deus e das suas relaes com o mundo, se bem que no tenham alcanado a verdadeira idia da personalidade de Deus e das suas relaes com a criao. Neste sentido, todas as religies so imperfeitas e tem enganado os seus adeptos, ministrando-Ihes a verdade de mistura com o erro.

O cristianismo arroga-se o ttulo de verdadeira religio, porque ele prega a verdade acerca de Deus, e cultiva e promove as devidas relaes deste para com o homem. Nosso intuito atravs deste curso de apologtica mostrar que o cristianismo satisfaz s exigncias de uma religio verdadeira; e, visto que no pode haver mais do que uma religio verdadeira, segue-se que a nica verdadeira o cristianismo.

1 - O BAHASMO1.1. Histrico

O bahasmo foi oficialmente organizado em Acre, Palestina, por um nobre exilado persa, hoje conhecido pelo nome de Bah'u'llh (Glria de Deus) e institudo por seu filho, Sir 'A'bdul-Bah Bahai ou Servo da Glria de Deus. Declaram que possuem mais de um milho de adeptos no mundo.

E impossvel compreender a f bahasta sem um conhecimento do Isl, como seria impossvel compreender o cristianismo sem um conhecimento do Velho Testamento. O bahasmo est saturado com as concepes islmicas. Em 570 AD nasceu em Meca, na Arbia, uma criana chamada Maom, destinada a mudar a religio, a poltica e a cultura de grande parte do mundo. Foi Maom seguido por aqueles que no adoravam imagens. Quando morreu, em 632 AD, a maioria de seus seguidores elegeu Abu Bakr como o vigrio ou sucessor. Este foi sucedido por outros lderes que propagaram a f islmica ou maometana.

Por volta de 1815 a civilizao do Isl, outrora brilhante, comeou a declinar. Pairava sobre o mundo a expectativa da volta de Cristo. O Isl estava dividido em duas correntes principais: sunitas e xiitas. Metade esperava Cristo. Atravs da devoo e do conhecimento profundo de dois homens eruditos, Shaykh Ahmad e Siyyid Kazim, um pequeno grupo de pessoas fora preparado para buscar e reconhecer o Prometido quando este se declarasse. Aps a morte de Kazim, um outro discpulo chamado Mulla Hussayn saiu procura do Prometido; sentiu-se impelido para a cidade de Shiraz, onde encontrou um jovem, s portas da cidade, de fisionomia radiosa, com turbante verde. Era vspera de 23 de maio de 1844.

O ano de 1844 fora afixado como o ano da volta de Cristo (ano 1260 da era muulmana). Daquele encontro acima mencionado com o jovem de 25 anos, descendente do profeta Maom, ele foi reconhecido como o Prometido. Adotou o nome de O Bab (A Porta) e foi precursor de Bah'u'llh, como o Batista foi o precursor de Jesus Cristo, sua principal mensagem (do Bab) era que, aps nove anos, surgiria um outro enviado de Deus para iniciar uma nova era, um novo ciclo proftico. Esse Bab foi reconhecido por dezoito crentes denominados por ele de Letras da Vida; estes deveriam propagar a f por todos os lugares. O clero muulmano perseguiu atrozmente aquele grupo, temendo perder a influncia sobre o povo e alegando ser aquela seita um perigo para a religio muulmana e para o prprio Estado.

O prprio Bab foi condenado e morto em Tabriz, no dia 9 de julho de 1850, com 30 anos de idade. Seu nome civil era Mirza 'Ali Mohamed. Pressentindo seu fim, transferiu o ttulo de Bab para um de seus discpulos; enviou seus sinetes e escritos a Mirza Husayn Ali, um de seus amigos e principais protetores. Os restos do Bab repousam num artstico mausolu erigido nas fraldas do Monte Carmelo, em frente Baa de Haifa (Israel).

Mirza Husaun Ali nasceu em Teer, em 12 de novembro de 1817. Seu pai era um nobre de grande opulncia, possuindo um importante cargo de ministro na corte do X. Com a morte do pai, Mirza renunciou ao cargo que lhe fora oferecido; sempre lutou em favor dos pobres e necessitados. Os outros seguidores ao Bab reconheceram nele o verdadeiro Prometido. Denominaram-no de Bah'u'llh; isto aconteceu em 1863.

Anteriormente ele havia sido encarcerado junto com os outros seguidores do Bab; havia sido desterrado para Bagd em 1852. Dali foi levado preso para a cidade de Akk (So Joo do Acre), onde ficou 20 anos. Durante todo esse tempo revelou seus ensinamentos; dirigiu-se aos reis e principais governantes, anunciando sua condio messinica; seu nico erro era desejar o bem do mundo e a felicidade das naes, que as guerras desaparecessem e reinasse a paz.

Enquanto esteve em Bagd, Bab escreveu trs de suas mais importantes obras: O Livro da Certeza uma explanao clara das escrituras do judasmo, do cristianismo e do islamismo; Os Sete Vales, foi escrito em resposta ao pedido de um eminente sufi, descrevendo a jornada do homem para Deus: As Palavras Ocultas, consideradas de uma beleza extraordinria mesmo entre a literatura da Prsia.

Depois do dia 21 de abril de 1863, quando Mirza declarou que era aquele a quem Deus tornaria manifesto e quando os seus seguidores o aceitaram como tal, a f do Bab seria a f bah'i e seus adeptos bah'is.

A partir de 1868, quando Bah'u'llh e seus companheiros foram mandados para Akk, na Terra Santa, ele foi viver em Bahj, a uma pequena distncia de Akk. Foi neste lugar que Edward Granville Browne, catedrtico da Faculdade de Pembroke, da Universidade de Cambridge, foi recebido por Bah'u'llh.

No dia 29 de maio de 1892 Bah'u'llh faleceu com a idade de 75 anos, havendo designado em seu testamento a seu filho mais velho, Abbas Effendi, como o Centro do Convnio, o modelo de seus ensinamentos. Os restos mortais de Bah'u'llh encontram-se na manso de Bahj, prximo a Akk (Israel).

Abbas Effendi adotou o ttulo de 'Abdu'-Bah (Servo de Deus). Ele, desde sua infncia, havia acompanhado as perseguies sofridas pelo pai, desde a masmorra em Teer. Jovem de 24 anos seguiu para Akk; depois de 40 anos foi posto em liberdade, depois da derrota das foras responsveis pelas perseguies a seu pai e outros bah'is. Assim, em 1908 viajou para o Ocidente, levando a mensagem para o Egito, Frana, Inglaterra e Estados Unidos. Foi duas vezes Inglaterra, em 1911 e em 1913; os jornais provam que suas visitas no passaram despercebidas.

Durante a guerra de 1914-18 Abbas Effendi alimentou o povo da Palestina, preservou os cereais da destruio pelos turcos e abasteceu o General Allenby de alimento para seu exrcito quando conquistou a Terra Santa.

Pelas jornadas no Ocidente discursava diante de toda espcie de sociedades, clubes, igrejas; no admitia distino de religio, cor, raa, nao ou classe. Associou-se com naturalidade a cientistas, economistas, negociantes, educadores.

Abbas Effendi explicou e ampliou os ensinamentos do pai. Seus discursos registrados e suas cartas escritas constituem uma grande parte da escritura bah'i.

Quando faleceu em 1921, em Haifa, Abbas Effendi nomeou Guardio da F a seu neto Shogji Effendi, que se achava estudando na Inglaterra. Este, durante trinta e seis anos, organizou a ordem administrativa Bah'i e realizou as tradies das sagradas escrituras da seita. Faleceu em 1957 e deixou uma comunidade mundial bem organizada. Desde 1963 a Casa Universal da Justia dirige a f, estabelecida em mais de 395 pases e territrios.

O Centro Mundial Bah'i est situado nas encostas do Monte Carmelo, onde se encontra a Casa Universal da Justia. O organismo composto de nove membros, eleitos a cada cinco anos, exercendo o poder legislativo.

Templo Bahi - Vista dos Terraos Superiores

Todos os centros bahastas so iguais e a administrao feita por organismos eleitos em trs nveis: local, nacional e internacional. A responsabilidade da propagao da f bahasta cabe aos adeptos, como voluntrios (chamados de pioneiros). O proselitismo proibido bem como pedidos de auxlio.

Cada comunidade bahasta formada de crentes maiores de 15 anos e regida pela Assemblia Espiritual Local, eleita anualmente no dia 21 de abril, entre os adeptos maiores de 21 anos. composta de nove pessoas que obtiveram maior nmero de votos. As Assemblias Locais de uma nao encontram-se sob a direo da Assemblia Espiritual Nacional eleita de maneira semelhante como uma Conveno Nacional. Formam a Assemblia Espiritual Nacional os nove mais votados, sem distino de sexo, com mandato de um ano.

Os componentes das Assemblias tm os mesmos direitos e deveres. As Assemblias nomeiam seus oficiais: presidente, vice-presidente, secretrio e tesoureiro, e outros, como bibliotecrio. As Assemblias Nacionais esto sob a direo da Casa Universal da Justia. Duas instituies auxiliam no ensino e proteo da f Bah'i: Mos da Causa, estabelecida pelo Bah'u'llh, e Corpo de Conselheiros Continentais.

Atualmente existem mais de 70 mil Centros Bah'is no mundo todo, formados de adeptos de todas as raas, classes sociais e procedentes de todas as religies. Na Espanha existe uma Editora Bah'i, com sede em Tarrasa; tambm existe um curso de informao gratuita. A literatura bahasta numerosssima, traduzida em pelo menos 60 lnguas e dialetos; h diversas editoras em todo o mundo, sendo a principal Editora Bah'i Indo-Latino-Americana, em Buenos Aires.

Templo do Bahaismo em Nova Delhi, ndia

Os dois principais templos encontram-se na Rssia (em Isqabad) e nos Estados Unidos (Wilmette, Illinois). A revista mensal World Order Magazine dos bah'is. O livro sagrado dos bah'is chama-se Qitb'Aqds.

A seita chegou ao Brasil no dia 1 de fevereiro de 1921, com a bahasta Leonora Stilling Armstrong, considerada como a me espiritual dos bah'is da Amrica do Sul. Foi implantado o bahasmo no Brasil, em Goinia, atravs do casal Heshmat Pezeshkzad e Zia Pezeshkzad, em 1969. Existem bah'is em Braslia, Aparecida de Goinia, Anpolis, Rio Verde. A seita j atingiu Recife e Belo Horizonte, bem como outras capitais brasileiras.

Em 1981, a Assemblia Espiritual de Recife distribuiu um documento esclarecendo que so falsas as acusaes do Ir dizendo que os bah'is so espies em favor de Israel. Os bah'is no esto ligados ao sionismo.

De acordo com claras disposies dos ensinamentos da F Bah'i, seus centros, espiritual e administrativo, devem sempre estar unidos em uma localidade. Desta forma, como um ato de f, os bah'is no podem remover da Terra Santa seu Centro Mundial Administrativo, separando-o do Centro Espiritual. E, portanto para aquela terra - uma terra tida como santa por seguidores de trs outras fs mundiais e para a qual os peregrinos bahastas viajam para visitar o Qiblih de sua religio, e outros locais estreitamente associados aos seus fundadores.

As contribuies enviadas pelos bahastas servem para manter os santurios sagrados e propriedades histricas, bem como para a administrao de sua f. No aceitam contribuies dos no bahastas, na Terra Santa. No aceitam ajuda do governo.

No Ir o bahasmo muito perseguido. Em 20 de julho de 1981, assemblias nacionais e locais de todo o mundo enviaram telex ao Secretrio Geral das Naes Unidas, Kurt Waldheim, pedindo a interveno da ONU no Ir em nome dos direitos humanos. A repercusso dessa medida foi ameaa feita pelo Mercado Comum Europeu de paralisar a venda de alimentos ao Ir, caso continuassem as perseguies.

1.2. Doutrinas e Refutao

A Unidade do Gnero Humano e das Religies - Bah'u'llh dizia aos homens: Sois folhas de uma mesma rvore e frutos de um mesmo pomar? Todos os seres humanos somos filhos de um s Deus, pelo que formamos uma s famlia. Deus ama a todos, sem importar-se com a raa ou a cor da pele. Por que nos consideramos estranhos uns aos outros? 'Abdu'l-Bah dizia: Deve-se considerar o mundo como um pas, todas as naes como uma s, todos os homens como pertencentes a uma s raa. A diviso feita pelo homem pura fantasia. A unidade da humanidade pode ser realizada na atualidade e isto uma maravilha desta poca surpreendente. Para os bahastas, segundo os ensinamentos de seu profeta, todas as religies esto fundamentadas sobre ensinamentos bsicos idnticos, pois procedem da mesma fonte, o nico Deus. As disputas so motivadas pelo apego s aparncias e rituais externos.

1.2.1. Chegar o Dia em Que Todas se Uniro

Religio oposta s inimizades e ao dio, tirania e injustia. O dio religioso como um fogo que devora o mundo. Os profetas ensinam a paz e o amor. Se todos seguissem os ensinamentos de sua religio, amar-se-iam uns aos outros, havendo harmonia e unio entre todos.

Bah'u'llh dirigiu-se a reis e dirigentes religiosos de sua poca, exortando-os a estabelecerem a paz para proporcionar a felicidade de seus sditos e seguidores. A guerra deveria ser abolida dentre os homens, pois no constitui um smbolo de grandeza para os povos e os homens, antes significa que os homens no esto dispostos a estabelecer a paz. Para o seu profeta, um dos maiores avanos para a paz seria o estabelecimento de uma lngua universal auxiliar; havendo muitas lnguas e a impossibilidade de aprend-las, os homens no se entendem entre si. Este idioma seria ensinado em todas as escolas do mundo junto com a lngua materna.

Os bahastas professam a existncia de um s Deus, distinto do mundo. Abraam um credo monotesta, j que o islamismo aproveitou muitos temas do judasmo e do cristianismo. Conforme seus ensinamentos, Deus se d a conhecer por seus profetas: Moiss, Daniel, Cristo, Maom, e por ltimo Bah'u'llh, com quem as manifestaes da divindade chegaram consumao. Para a f bahasta devem convergir todos os credos da humanidade, para que haja unidade e unio dos seres humanos. A religio bahasta est fadada a ser a religio universal. Um novo perodo na terra est para ser inaugurado e a religio bah'i tem condies para tanto. Os cristos denominam este perodo de milnio ou instaurao do reino de Deus na terra, que significa o pleno conhecimento do Senhor.

Quando a religio bah'i tiver estabelecido sua Nova Ordem mundial, com a aquiescncia de todas as religies e todos os governos, ser iniciada a Nova Era para o mundo e levar a muitos desenvolvimentos em idades e eras futuras. Deve haver o estabelecimento de uma comunidade mundial em todas as naes, raas, credos e classes; essa comunidade mundial deve possuir uma legislatura mundial, cujos membros, representantes de todo o gnero humano, viro a controlar todos os recursos das respectivas naes e criar as leis necessrias para todos.

Em refutao a todos esses pensamentos que parecem e so na verdade muito bonitos e permeados dos mais nobres ideais, podemos afirmar que tais esquemas religiosos, relativistas e eclticos, no resistem a um srio exame da lgica. Abrao, Moiss, Cristo colocam-se numa mesma linha homognea, ascensional; so arautos progressivos da revelao divina, de sorte que as suas respectivas mensagens se concatenam entre si.

O Velho Testamento e o Novo esto intimamente relacionados entre si e apresentam ensinamentos progressivos, isto , de doutrinas mais rudimentares para doutrinas mais perfeitas. Entre o cristianismo e o islamismo no h tal continuidade. Maom misturou algumas proposies das Escrituras com crenas pags. Bab apresentou-se como o continuador de Maom. Bah'i'llh modificou vrios elementos caractersticos do islamismo.

O bahasmo, assim como inmera religio, pretende ser a religio de cpula, a resposta a toda procura do ser humano. Possui a tendncia de incentivar o menor esforo dos homens; reduz ao mnimo suas proposies doutrinrias e insiste na tica natural, de acordo com a conscincia de cada um; o subjetivo est acima do objetivo e isto lhe d comodidade: tira da pessoa o autntico senso religioso; a pessoa livre para fundar, fundir, refundir, desfazer, segundo o seu bom senso pessoal. Deus passa a ser considerado como uma projeo da mente humana.

Ser um bahasta significa ter amor a todos, amar a humanidade e procurar servi-la, trabalhar pela paz e pela fraternidade universal; uma pessoa dotada de todas as perfeies humanas em ao quase nada tem a dizer sobre Deus e os desgnios divinos ou sobre os temas teolgicos propriamente ditos.

Jesus, como observamos, considerado um profeta a mais na revelao progressiva de Deus. No reconhecido como o Filho de Deus, o Salvador da humanidade. Sabemos, entretanto que a f bblica no se baseia em filosofias humanas e sim na revelao suprema de Deus em Jesus Cristo; Jesus no prometeu uma paz mundial, de cunho poltico; prometeu-nos a paz individual, e a cidadania no seu reino (Joo 14.27; 16.33; 18.36; Cl 1.13).

Somente atravs dele que temos acesso ao Pai eterno (Joo 14.6; At. 4.12; Heb 10.19, 20). Joo Batista testificou da plenitude de Jesus e do fato de ser Filho de Deus (Joo 1.15-34). Cremos num tempo em que os princpios apregoados pelos bahastas ho de ser cumpridos para aqueles que professam Jesus Cristo como Senhor (Fl 2.9-11). No cremos que isso acontecer neste mundo, pois o reino de Jesus Cristo no deste mundo, espiritual e no temporal. Cumprir-se- a profecia de Isaas (Is 11.1-16). Haver um novo cu e uma nova terra; haver uma nova Jerusalm (Ap 21); entretanto tudo isso pode ser compreendido e aceito no plano espiritual e no no temporal.

1.3. Antropologia

A f bahasta admite a existncia, no homem, de um princpio espiritual ou de uma alma imortal. Esta vive uma s vez na terra; no se reencarna; contudo, aps a morte, separada do corpo, ainda pode evoluir-se, aperfeioar-se. Seria uma idia semelhante ao purgatrio.

As afirmaes sobre a vida aps a morte so vagas. A alma gozar de uma vida mais livre e mais completa. Os bahastas no recomendam a comunicao com as almas do alm. Apenas os profetas e santos tm suas faculdades sintonizadas com vibraes mais elevadas e, portanto, sua viso espiritual permite contatos com Deus e com outros mundos. O cu e o inferno so nveis de conscincia e percepo espirituais. O cu a proximidade com Deus e a capacidade de usufruir das graas do seu reino; o inferno o estado de imperfeio e a incapacidade de sentir alegria espiritual, devido ausncia de faculdades espirituais.

Ainda quanto antropologia, os bahastas apregoam a igualdade entre o homem e a mulher, igualdade de direitos, igualdade de educao. Mes bem-educadas tero filhos bem-ensinados. Se forem religiosas, ensinaro o temor de Deus aos filhos; a humanidade no alcanar seu mais alto nvel de civilizao enquanto a parte feminina permanecer em condies inferiores. Os bahastas defendem a necessidade de todo ser humano receber instruo e educao; cada pessoa deve estar capacitada para ganhar a vida e servir comunidade. Os ideais da educao so nobres, entretanto, atravs das prprias afirmaes dos bahastas, deduzimos que a educao vista como um meio para nos libertarmos das imperfeies. O mal a imperfeio. O pecado o estado do homem no mundo da natureza mais baixa... atravs da educao podemos nos libertar dessas imperfeies - 'Abdu'l-Baha. Sabemos que o mal somente pode ser tirado por Jesus Cristo (Rm 5.1-11; Hb 10.1-20).

1.3.1. A Mstica dos Nmeros, Nomes e Letras

Apesar da sobriedade na doutrina, os ensinamentos bahastas so explcitos e extravagantes quanto mstica dos nmeros, nomes e letras. O nmero sagrado 19, pois - em nome do Deus benigno e misericordioso - em rabe, tem 19 letras; so consideradas como a manifestao da divindade. E tambm smbolo da divindade: a palavra Wald (=Um) compe-se de quatro letras que representam respectivamente os algarismos 6, 1, 8 e 4, os quais somados do o nmero 19.

O atributo o Vivente (Hayy), caracterstico da divindade, escreve-se com as letras cuja soma 8+10=18; adicionando-se a isto a unidade (base de toda multiplicidade) chega-se mais uma vez ao total l9. Bab escolheu 18 discpulos que, com ele, formavam um grupo de pessoas denominado A Epstola Vivente ou Letras da Vida. O produto 19 X 19, isto , 361, tambm santo, pois representa o mundo inteiro; as palavras Kullu shay (todas as coisas) constam de letras rabes cujo valor numrico respectivamente 20, 30, 300 e 10; a estes nmeros, acrescentando-se a unidade, atinge-se o total de 361. O nmero 19 o smbolo de Deus; 19 ao quadrado o do universo. Assim, os bahastas tomam o nmero 19 como base de seus sistemas cronolgico e monetrio. O ano bah'i compreende 19 meses de 19 dias cada um; a esses 361 dias acrescentam-se mais quatro, para corresponder ao ano solar. Uma vez por ms o dia tem o mesmo nome do ms: ocasio festiva. Os nomes de alguns locais e cidades so adaptados segundo as letras que dem o nmero 19 como resultado da soma. Esta explicao e aplicao dos nmeros aos eventos e pessoas trazem ao bahasmo o descrdito de muitos, por causa de seu misticismo e falta de coerncia em alguns casos.

1.3.2. Consumao do Cristianismo

Para os bahastas a revelao de Cristo foi para sua prpria poca; atualmente no mais a orientao para o mundo; ficamos em trevas totais se rejeitamos a revelao da presente dispensao. Todos os ensinamentos do passado so coisas do passado Abdu'l-Bah est agora abastecendo o mundo - C. M. Remey.

Eles apelam para alguns textos do evangelho para mostrar que este no constitui seno uma etapa provisria na histria das revelaes divinas. Os trechos mais focalizados so: Joo 14.25 e 26 e 16.12 e 13, onde Jesus afirma que o Esprito Santo ensinaria aos apstolos todas as coisas e levaria verdade completa. Querem dizer os bahastas que Cristo no consumou a sua obra e que ainda havia muitas coisas a revelar. Bah'u'llh trouxe a revelao para os dias atuais.

Entretanto, observamos que em Joo 14.25 e 26 Jesus d por encerrada a sua misso doutrinria. Seu ouvinte o sabia, no haviam compreendido tudo. O Esprito Santo prosseguiria na misso de Jesus, preservando do esquecimento os ensinamentos do Mestre e ajudando a penetrar no sentido dos mesmos.

Esta promessa dizia respeito aos primeiros discpulos e tambm a todos quantos haveriam de crer atravs dos sculos. A misso do Esprito Santo, segundo o dito de Jesus, no seria ensinar novas verdades, mas fazer compreender as verdades ensinadas por Jesus. Em Joo 16.12 e 13, Jesus fala do Esprito Santo que no falaria de si mesmo, mas daquelas coisas que Jesus lhe desse a conhecer. O Esprito Santo estenderia os ensinamentos de Cristo para levar os discpulos plenitude dos conhecimentos da revelao crist. Depois do Pentecoste, os apstolos estavam aptos a discernir e entender a plenitude da mensagem do evangelho que o Esprito Santo lhes comunicou.

As novas comunicaes anunciadas por Jesus em Joo 16 eram para os apstolos e no para seus sucessores, que j compreenderiam as verdades, dada a inspirao e a obra do Esprito Santo. Esse ensinamento posterior do Esprito Santo, contudo, no seria estranho nem heterogneo em relao ao de Cristo; procederia da mesma fonte suprema, o Pai celeste.

Para ns, o bahasmo apenas uma pobre imitao do cristianismo. Bah'u'llh no passa de uma imitao de Jesus; as tabuinhas inspiradas dos bahastas so escrituras falsas, pois so obras de homens; o batismo espiritual, a terra santa, as beatitudes, A Festa da Unio (substituta da Ceia do Senhor), sua imitao do Pentecoste so toques aparentemente cristos para engan-los.

2 - O BUDSMO2.1. Histria

O Budsmo foi fundado por Gautama (563-483 a.C.). Relatos sobre sua vida esto repletos de fatos e fantasias. Com 29 anos de idade, renunciou o direito legtimo do poder poltico. Deixou sua esposa e filho para trs, tornou-se um mendigo, e vagueou de um lugar para outro, em busca da verdade. Experimentou por algum tempo o Bramanismo, mas ficou totalmente desiludido. Logo depois, dedicouse a um perodo de intensa meditao e recebeu a to esperada Iluminao, que lhe valeu o ttulo de Buda. Gautama passou o resto de sua vida viajando, ensinando sobre a religio, ou melhor, a filosofia que lhe daria multides de seguidores nos sculos vindouros.

Em 245 a.C., um conclio de 500 monges budistas reuniu as tradies orais de mais de trs sculos e organizou-as em forma escrita, na lngua Palio. Esses textos foram chamados de Tripitaka.

O Budismo cresceu e espalhou-se rapidamente, sob a liderana de Aoka (274-236 a.C.), que enviou missionrios Sria, Egito, Macednia e Burma e Ceilo, no extremo oriente. Naquela poca, o Budismo era um movimento unificado. Entretanto, como acontece freqentemente, quando um poderoso lder militar morre, seus seguidores, anteriormente unidos sob sua liderana, separam-se em vrias faces. O imprio de Aoka no foi exceo. Uma diviso geogrfica e filosfica ocorreu logo depois de sua morte. Como resultado, surgiram dois sistemas de pensamento: Teravada, no Sul, que preservou a lngua pali; e o Budismo Maaiana, no Norte, onde a linguagem e a literatura foi o snscrito. Esses dois partidos principais dividiram-se em seitas mltiplas, que atualmente constituem o Budismo.

Num sentido bem estrito, o Budismo no realmente uma religio, se esta for definida como uma crena numa entidade divina ou sobrenatural; ou se orao, sacrifcios e conceitos de uma vida futura constituem componentes vitais. Gautama no negava a existncia das divindades, mas as consideravam inteis para a vida cotidiana. O Budismo, portanto, chamado de religio do atesmo prtico. Nancy Wilson Ross, entretanto, destaca corretamente que no certo classificar o Budismo como atesta, no sentido mais profundo do termo:

O ensino budista, em relao verdadeira natureza da alma, ou do ser, provavelmente justifica em parte a alegao de que uma forma de atesmo. De fato, o Budismo no mais atesta do que testa ou pantesta. A acusao, de atesmo dificilmente seria bem colocada na porta de um Mestre que era capaz de declarar sobre o Universo, ou cosmos, em sua totalidade: "Existe um no nascido, no originado, no feito, no composto. Onde no h, mendigos, no haveria escape do mundo dos nascidos, originados, feitos e compostos" (NANCY, p. 29,30, 1980).

O Budismo causou um grande efeito nos Estados Unidos, particularmente na Costa Oeste. O primeiro templo budista na Amrica foi construdo em 1898, em So Francisco. Em 1942, suas comunidades na Amrica foram incorporadas, com 100 mil membros. H uma estimativa de que existiam 270 mil budistas em 1990. Um movimento separado, conhecido como Nichiren Shoshu da Amrica, foi formado, o qual mostrou ser atraente para muitos americanos no asiticos. Outra modificao do Budismo, que teve uma considervel influncia na Amrica e possui o Nichiren Shoshu, como uma denominao separada, o Zen Budismo. Existem ramificaes de cada um desses movimentos nas maiores cidades, por todo o pas.

2.2. Ensinos

Como os Brmanes, Gautama abraava a idia da Reencarnao: A salvao o supremo escape do ciclo de renascimentos. Outros conceitos Hindus, entretanto, como o Sistema de Castas e a validade dos escritos dos Vedas eram rejeitados por Gautama.

Roda da Lei: Simboliza os ensinamentos de Buda, o qual se diz ter posto em movimento a roda do dharma (verdade), para demonstrar a lei natural das coisas aos cinco ascetas que ouviram o seu primeiro sermo.

Uma idia central no pensamento oriental a noo de que a Avidya (ignorncia) a raiz de todo o mal. O Budismo adota esse conceito. Gautama desenvolveu uma maneira de acabar com a ignorncia de uma forma diferente de todas as abordagens formuladas em sua poca. Ao considerar o rigor do Ascetismo de um lado e o Hedonismo descontrolado do outro, como meios funcionais de se adquirir autodisciplina e controle, rejeitou ambos como um fracasso, os quais destruam o que era fundamental na natureza humana, ou seja, a paixo e o desejo.

2.2.1. Sua Filosofia est Agregada nas Quatro Nobres Verdades:

(a) O sofrimento universal;

(b) o sofrimento causado pelo desejo;

(c) eliminar o sofrimento descartar o desejo;

(d) um caminho deve ser seguido, a fim de se alcanar isso (o renascimento final).

2.2.2. O Caminho Proposto por Gautama Composto por Oito Passos Conhecidos Popularmente como os Oito Nobres Caminhos:

(a) Crena correta;

(b) sentimentos corretos;

(c) fala correta;

(d) conduta correta;

(e) maneira de viver correta;

(f) esforo correto;

(g) memria correta; e

(h) meditao e concentrao correta.

Se um indivduo segue esses princpios, tornarse- um Arhat. Com a eliminao da ignorncia, o budista ento fica livre para entrar no Nirvana. O Carma "explodido" e termina o ciclo dos renascimentos.

2.2.3. O Budismo faz Distino entre Cinco Modos de Vida:

(a) Os "budas" ou os indivduos que se tornaram budas;

(b) Bodisatvas (futuros budas);

(c) ratyeka budas - ou seja, os que buscaram a iluminao pessoalmente, mas ainda precisam passar muito conhecimento aos outros;

(d) aryas (os que j esto na estrada para o Nirvana);

(e) e prithagjanas - a maioria dos discpulos, os quais no aspiram os elevados ideais do Arhat.

2.2.4. Alm de Cumprir os Requisitos dos Oito Nobres Aminhos, O Monge Budista, que Aspira ser um Seguidor Leal e Genuno de Gautama, Obedece a Dez Mandamentos que Probem:

(a) Assassinato;

(b) roubo;

(c) fornicao;

(d) mentira;

(e) ingesto de bebidas alcolicas;

(f) comer durante a abstinncia;

(g) danar; cantar e todas as formas de diverso mundana;

(h) usar perfumes e outros ornamentos;

(i) dormir em camas que no estejam armadas no cho; e

(j) aceitar ouro e prata como esmola.

2.3. Os Dados a Seguir Fazem uma Comparao entre O Budismo e O Cristianismo, com Relao a Deus, Pecado, Salvao e Moralidade:

2.3.1. Deus

Num agudo contraste com o Cristianismo, o Budismo no adota a noo de um Deus pessoal, Imanente e Transcendente. Ao invs de um Ser composto por uma personalidade tripla (Trindade), a noo budista de Deus mais um processo de transformao. Tradicionalmente, os budistas so classificados como atestas pela Igreja. Nos tempos modernos, a apologtica do Cristianismo clssico temperada por uma atitude mais tolerante e liberal. A mistura do Cristianismo, influenciado pelo Existencialismo e Idealismo especulativo, resultou no maior paradigma dos ltimos 150 anos. Uma cosmologia cientfica mais moderna levou os telogos, tanto catlicos como protestantes, a repensar toda a doutrina da existncia de Deus. Como resultado disso, temos uma atitude de tolerncia e abertura. Hans Kng articula claramente esta posio:

Hoje, a viso crist do Budismo enfatiza mais a informao e no a denncia; a complementao, ao invs do antagonismo; o dilogo e no o proselitismo; falar de Cristo a pessoas de diferentes crenas, ao invs de ganhar descrentes para Cristo (KUNG, p.309, 1986).

Embora os cristos mais conservadores rejeitem os paradigmas modernistas, mesmo assim eles tambm desejam estar em um dilogo ativo com os budistas e os membros de outras crenas. Entretanto, para as igrejas que adotam as antigas Confisses de F, a questo da existncia de Deus simplesmente no um problema.

2.3.2. Pecado

Para o budista, o pecado um conceito conhecido como Tanha. Este termo muitas vezes traduzido como luxria e significa toda a concupiscncia ou desejos lascivos que crescem na vida de um indivduo. O Cristianismo no ensina que todos os desejos sejam pecaminosos; somente os que descambam para a autogratificao violam as leis morais de Deus. O Cristianismo sustenta que o pecado "original" e "real", ou seja, est ligado natureza do indivduo e tambm s suas aes. A raa humana foi concebida no pecado e na rebelio ativa contra o Deus vivo.

Existe uma similaridade marcante entre quatro dos dez princpios do pensamento budista e quatro dos dez mandamentos do Judasmo e Cristianismo. Ambos probem o roubo, o assassinato, o adultrio e a mentira. Entretanto, quebrar jejuns compulsrios, dormir numa cama acima do solo no consistem violaes da lei moral de Deus, na Bblia; portanto, no so pecados. Para os budistas, todo e qualquer desejo resulta em pecado. No pensamento cristo, pecado no desejar o que correto (amar a Deus, ao prximo etc.).

2.3.3. Salvao

Para o Budismo, a salvao fundamentada em duas reas de nfase:

Primeira, a libertao do ciclo de renascimentos, ou o "cessar de existir". "Pela destruio da sede (tanha), a atrao destruda; com a destruio da atrao, a existncia destruda (Vinaya Pitaka).

Segunda, a salvao tambm considerada o cultivo do carter e da estatura tica na vida presente pelo cumprimento da lei e a obedincia diligente ao Caminho dos Oito Nobres Caminhos. A salvao deve ser obtida pelo prprio budista sem nenhuma ajuda de fontes externas. "O indivduo faz o mal por si mesmo; sofre por si mesmo; por si mesmo deixa de fazer o mal; purificado por si mesmo. Nenhum homem pode purificar o outro" (BYROM, 365, 1976).

O contraste aqui, entre o Budismo e o Cristianismo, claramente visvel. Em oposio idia budista da auto-obteno da salvao, o Cristianismo ensina que Deus enviou seu Filho Unignito, Jesus Cristo, ao mundo, para viver uma vida sem pecado, morrer na cruz e ressuscitar dentre os mortos, a fim de completar a obra expiatria e proclamar a vitria sobre a morte. O cristo no olha para dentro de si mesmo, em busca da salvao; mas, pelo contrrio, olha para fora, pela f, para Cristo. O apstolo Paulo resume a doutrina crist da salvao, de forma sucinta: "Pois pela graa que sois salvos, por meio da f - e isto no vem de vs, dom de Deus - no das obras, para que ningum se glorie" (Efsios 2.8, 9).

2.3.3.1. Esta Noo Danosa, em Vrios Aspectos, para A Doutrina Budista da Salvao:

(a) Primeiro, como observamos anteriormente, para o Cristianismo, a salvao reside na pessoa e na obra de Jesus Cristo. Para os budistas, o indivduo obtm a salvao por meio do esforo pessoal e da busca diligente pelos Oito Nobres Caminhos.

(b) Segundo, para o cristo a morte o preldio da trasladao imediata para a presena de Deus. No assim no pensamento budista, onde a morte uma parte num ciclo ou srie de mortes e renascimentos.

(c) Terceiro, a idia de uma ressurreio corprea, que parte integrante da doutrina crist, no tem lugar no sistema budista. O corpo visto como um vaso que simplesmente contm o que permanente, enquanto o indivduo cresce e aproxima-se do final do "Ciclo de Renascimentos".

Os budistas das Escolas Maaiana e Teravada divergem nas idias da salvao e da vida aps a morte. O primeiro grupo acredita que um Buda, chamado Bodisatva, est presentemente vivo numa esfera celestial e ainda se encarnar em forma humana. Esta pessoa objeto das oraes e da devoo. interessante notar que neste ponto o Budismo encontra muitos paralelos com o Cristianismo. Acredita-se que o Bodisatva acumulou um tesouro de mritos, que usado pelos que dirigem sua f a ele. Similarmente, o mrito e a justia de Cristo, os quais justificam o pecador, que se volta para ele pela f. O Bodisatva vem a Terra encarnado como Jesus. Finalmente, a crena em uma esfera celestial na religio do assim chamado atesmo prtico soa um tanto paradoxal; porm, um ponto para o qual ambos, Budismo e Cristianismo, convergem.

2.3.4. Moralidade

A moralidade budista desenvolveu-se a partir de uma reao contra o Hindusmo. Ao protestar contra o Sistema de Castas e a classificao que ele faz da sociedade em classes superiores e inferiores, o Budismo props uma tica de igualitarismo. Ele no se preocupa tanto com os rituais e cerimnias externos, mas com uma nfase no estado interior das questes da alma. Como no Cristianismo, o amor torna-se o princpio supremo da tica e conduta moral para o budista. O que este perde de vista, entretanto, a tica de amor voltada para Deus. O amor o meio de vencer o dio e todas as outras formas do mal.

Outro contraste agudo entre o Budismo e o cristianismo, a mescla que o primeiro faz das leis morais com observncias cerimoniais. O ensino, de que errado cometer assassinato ou matar, est lado a lado com o mandamento de evitar dormir numa cama acima do cho ou jejuar durante perodos determinados de tempo Para o cristo, as leis cerimoniais do Antigo Testamento foram revogadas em Cristo (Cl 2.203). Para o Cristianismo, Cristo torna-se o pressuposto sobre o qual toda a moralidade edificada; quando os mandamentos so violados e um pecado cometido, o crente tem o recurso do arrependimento e pode receber a absolvio, atravs de Cristo, o qual fez a expiao pelos pecados (1Jo 1.9). No existe recurso algum desse tipo para o budista.

Os budistas Maaiana, conforme j foi declarado acima, acreditam na existncia de Bodisatva celestial, a quem as oraes so dirigidas, mas to existe um conceito de expiao com sangue pelos pecados. Para o budista, quem falha em obedecer lei moral e cerimonial, existem duas alternativas: primeira, o desejo de guardar as leis e seguir os Oito Nobres Caminhos. Isso se torna uma contradio, porque o desejo em si proibido; segunda, o que lhe resta entregar-se indiferena tica, o que para ele muito menos nobre.

2.4. Concluso

Existem muitas variantes no Budismo, assim como h muitas denominaes dentro da Cristandade. Os dois maiores grupos, Maaiana e Teravada, esto divididos geograficamente entre o Norte e o Sul da sia. O Budismo, diferentemente do Cristianismo, no uma religio missionria, o que significa que os esforos em prol do proselitismo so mnimos. Mesmo assim, est classificado como a quarta maior religio do mundo, atrs do Cristianismo, Islamismo e Hindusmo, pois afirma ter mais de 311 milhes de adeptos.

O Budismo experimentou uma grande popularidade nos ltimos anos. Por exemplo, em 1989 o governo do Camboja tornou o Budismo a religio oficial do Estado. Simultaneamente, budistas Teravada e Nichiren Shoshu espalharam ativamente seus ensinos em Cingapura. Em outros pases, contudo, os monges budistas no so bem recebidos. No Sri Lanka, houve perseguies contra monges budistas, por causa de suas manifestaes contra o governo. A China persegue intensamente o Budismo, a fim de fazer proliferar a Revoluo Cultural (BRINANICA, 315, 1990).

A falncia da Unio Sovitica e o subseqente relaxamento nas perseguies religiosas favoreceram o crescimento do Budismo e do Cristianismo. Templos budistas voltaram a ser construdos em Moscou, So Petesburgo e outras cidades da antiga URSS. Em julho de 1991, os budistas celebraram 250 anos como uma religio reconhecida na Rssia.

Em novembro de 1990, uma esttua de Buda, de dez metros de altura, foi inaugurada em Baltimore, Maryland (EUA), como um sinal de boa vontade por parte dos diplomatas e homens de negcios japoneses, para melhorar as relaes entre os dois pases. Em outubro de 1990, foi realizada a 17 Conferncia Geral da Comunho Mundial Budista em Seul, na Coria do Sul.

Esttua de Buda em Baltimore, Maryland (EUA)

A sede norte-americana do Budismo na Amrica localiza-se em: 1710, Octavia St., San Francisco, CA 94109.

3 - O HINDUSMO3.1. Introduo

Denominao do conjunto de princpios, doutrinas e prticas religiosas que surgiram na ndia, a partir de 2000 a.C. O termo ocidental e conhecido pelos seguidores como Sanatana Dharma, do snscrito (lngua original da ndia), que significa a ordem permanente. Est fundamentado nos quatro livros dos Vedas (conhecimento), um conjunto de textos sagrados compostos de hinos e ritos, no Sculo X, denominados de Rigveda, Samaveda, Yajurveda e Artharvaveda. Estes quatro volumes so divididos em duas partes: a poro do trabalho (rituais politestas) e a poro do conhecimento (especulaes filosficas), tambm chamada de Vedanta. A tradio vdica surgiu com os primeiros rias, povo de origem indo-europia (os mesmos que desenvolveram a cultura grega) que se estabeleceram nos vales dos rios Indo e Ganges, por volta de 1500 a.C.3.2. Histria do Hindusmo

Segundo ensina o hindusmo, os Vedas contm as verdades eternas reveladas pelos deuses e a ordem (dharma) que rege os seres e as coisas, organizando-os em castas. Cada casta possui seus prprios direitos e deveres espirituais e sociais. A posio do homem em determinada casta definida pelo seu carma (conjunto de suas aes em vidas anteriores). A casta qual pertence um indivduo indica o seu status espiritual. O objetivo superar o ciclo de reencarnaes (samsra), atingindo assim, o nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si mesmo e de todo o Universo. O caminho para o nirvana, segundo ensina o hindusmo, passa pelo ascetismo (doutrina que desvaloriza os aspectos corpreos e sensveis do homem), pelas prticas religiosas, pelas oraes e pela ioga. Assim a pessoa alcana a salvao, escapando dos ciclos da reencarnao.

3.3. Prtica de F do Hindusmo

Nos cultos vdicos, os pedidos mais solicitados aos deuses so vida longa, bens materiais e filhos homens.

So vrias as divindades. Agni o pai dos homens, deus do fogo e do lar. Indra rege a guerra. Varuna o deus supremo, rei do universo, dos deuses e dos homens. Ushas a deusa da aurora; Surya e Vishnu, regentes do sol; Rudra e Shiva, da tempestade. Animais como a vaca, rato, e serpentes, so adorados por serem possivelmente, a reencarnao de alguns dos familiares. Existem trs vezes mais ratos que a populao do pas, os quais destroem um quarto de toda a colheita da nao. O rio Ganges considerado sagrado, no qual, milhares de pessoas se banham diariamente, a fim de se purificar.

Muitas mes afogam seus filhos recm-nascidos, como sacrifcio aos deuses.

3.4. Sacerdcio do Hindusmo

Os brmanes (sacerdotes) criaram o sistema de castas, que se tornou a principal instituio da sociedade indiana. Sem abandonar as divindades registradas nos Vedas, estabeleceram Brahma como o deus principal e o princpio criador. Ele faz parte da Trimurti, a trade divina completada por Shiva e Vishnu. De acordo com a tradio, Brahma teve quatro filhos que formaram as quatro castas originais: brmanes (sados dos lbios de Brahma), so os sacerdotes considerados puros e privilegiados; os xtrias (originrios dos braos de Brahma), so os guerreiros; os vaicias (oriundos das pernas de Brahma), so os lavradores, comerciantes e artesos; e sudras (sados dos ps de Brahma), so os servos e escravos. Os prias so pessoas que no pertencem a nenhuma casta, por terem desobedecido s leis religiosas. Estes no podem viver nas cidades, ler os livros sagrados nem se banharem no Rio Ganges.

As caractersticas principais do hindusmo so o politesmo, ioga, meditao e a reencarnao. Estima-se que atualmente existam mais de 660 milhes de adeptos em todo o mundo, com um panteo de 33 milhes de deuses e 200 milhes de vacas sagradas. Todo gado existente na ndia alimentaria sua populao por cinco anos, entretanto, a fome devastadora no pas por causa da idolatria.

3.5. Ensinos

Muitos dos elementos que formam a teologia hindu j foram discutidos anteriormente nas pesquisas histricas. O que segue um breve resumo das principais facetas da doutrina hindu, acompanhadas das comparaes com o Cristianismo. Geralmente, o Hindusmo dividido em seis sistemas ou escolas de pensamento, chamados dharsana (Sankhya, Ioga, Nyaya, Vaisheshika, Purva Mimamsa e Uitara Mimamsa).

Todos esses sistemas esto preocupados com a explicao do mundo e com o objetivo mais elevado da humanidade - a salvao - e todos eles lutam para alcanar este objetivo por meio da cognio. A mimamsa mais antiga busca estabelecer um entendimento correto dos vedas e suas conotaes (...) como a base para um comportamento correto. Para todos os outros sistemas e para os estgios posteriores da purva mimamsa, o que vale o conhecimento como meio de salvao do ciclo de renascimentos, com o estado final concebido como o advento completo do descanso da alma individual (Nyaya/Vaishesshika e a Purva Mimamsa posterior) ou a superao da distncia entre a conscientizao individual e a absoluta (Samkhya, Ioga) e parte da vedanta (HANS KUNG, 154, 155, 1986).

3.5.1. Deus

O cerne do Hindusmo est em seu conceito de Deus e a relao e afinidade do homem com esta realidade. Seu conceito fundamental que Brahma o princpio de toda supremacia. uma fora de vida que reside em tudo o que existe. O Hindusmo adere tanto ao Monotesmo como ao monismo no sentido de que toda a realidade procede desta nica essncia. Mesmo assim, tambm politesta, pois defende a adorao de muitas divindades inferiores, cuja essncia se expressa de forma variada no Universo. Por esta razo, o Hindusmo adere tambm ao Pantesmo.

A expresso individual do Brahma em cada ser chamada de Atma. O objetivo supremo ou a principal busca de toda religio, de acordo com o Hindusmo, identificar o Atma com o Brahma.

O Hindusmo difere profundamente do Cristianismo, do Judasmo e Islamismo com respeito s suas doutrinas sobre Deus. A expresso indiana ekambrahman dvitiyanasti (Brahma o nico e no h um segundo) lembra o Shema hebraico, "Ouve, Israel: o Senhor nosso Deus o nico" (Dt 6.4). Aparentemente, parece que o Hindusmo defende um monotesmo semelhante ao das grandes religies do mundo. Entretanto, a similaridade desaparece rapidamente, quando descobrimos o que exatamente se quer dizer com a expresso "Brahma o nico". No o caso, como no Cristianismo, em que Deus concebido tanto em termos de Imanncia como de Transcendncia.

O hindu tem uma concepo de Brahma no como uma realidade metafsica separada; mas, pelo contrrio, como um princpio de vida que compe tudo o que existe. No importa que haja outras divindades inferiores (centenas ou milhares). Brahma um princpio neutro, atravs do qual e pelo qual toda a realidade uma parte.

Paradoxalmente, Brahma considerado impessoal, mas, ao mesmo tempo, indistinto da humanidade. Para o Cristianismo, Deus pessoal no sentido de que imanente. A natureza transcendente do Criador no o torna menos pessoal. Isso simplesmente faz distino entre Deus e sua criao. A prpria noo de Deus como um Ser distinto da criao, fundamental e essencial no pensamento cristo, inconcebvel no Hindusmo.

Freqentemente, so feitas comparaes entre as concepes hindus e crists de Deus, como uma Trindade divina. O Deus cristo, revelado como Pai, Filho e Esprito Santo, muitas vezes comparado com a doutrina hindu de Deus como Brahma, Vishnu e Shiva (Criador, Preservador e Destruidor). Novamente, porm, tal similaridade enganadora. O simples fato de que o Cristianismo abraa a doutrina de Deus como transcendente faz com que tal similaridade se torne nula. Para o Hindusmo, devido ao fato de Deus ser um princpio neutro de realidade, a trade de divindades apenas uma manifestao dessa realidade nica. O Cristianismo concebe Deus como um em essncia e trs em pessoas. O Pai o Criador Todo-poderoso. Deus Todo-poderoso, mas, mesmo assim, como "Pai", pessoal e amoroso. O Filho a Encarnao de Deus na pessoa de Cristo, cuja obra , em primeiro lugar e acima de tudo, a redeno da humanidade. O Esprito Santo o "Senhor e doador da vida" (Credo Niceno), Santificador, Consolador e Mestre.

No Hindusmo, Brahma concebido como um criador e Deus Pai no Cristianismo. Entretanto, a obra de Brahma na criao consiste em criar novas manifestaes da realidade, a qual continuamente revelada. Para o Cristianismo, Deus criou a Terra dentro de perodo determinado de tempo. De acordo com o livro de Gnesis, foi durante seis dias (Gn 1), depois dos quais Deus descansou no stimo, e concluiu que a criao era "muito boa' (Gn 1.31) e completa (Gn 2.1).

Vishnu referido como o Preservador. As criaes de Brahma so assim preservadas por ele. Vishnu adorado em dez encarnaes, as quais so mencionadas na literatura vdica. Quando dharma (ordem) ameaada, Vishnu deixa a esfera celestial e encarna em uma das dez formas para restaurar e preservar a ordem.

10 o nmero clssico dessas encarnaes, que ascende de manifestaes teriomrficas (forma animal) para antropomrficas (forma humana). Elas so: Peixe (Matsya), Tartaruga (Kurma), Javali (Varaha), Homem-leo (Narasimha), Ano (Vamana), Rama-com-oMachado (Parasurama), Rei Rama, Krishna, Buda e a encarnao futura, Kalkin (ENCICLOPDIA BRITNICA, 15 ed. Hindusmo).

3.5.2. Jesus Cristo

No Cristianismo, Jesus Cristo a encarnao singular de Deus. Como no Hindusmo, ela foi necessria para restaurar a ordem; mas esta era essencial para promover a reconciliao entre Deus e a criao, por um ato especfico de expiao. Portanto, Jesus no veio para "preservar" a ordem existente das coisas. Pelo contrrio, a obra da segunda pessoa da Trindade pode ser descrita como a da recriao e restaurao da criao alienada de Deus, por causa do pecado.3.5.3. Esprito Santo

Shiva, o terceiro deus da trade hindu chamado de destruidor. Ele a mais ambivalente de todas as divindades do Hindusmo. um deus que demonstra misericrdia, ou, numa frao de segundos, torna-se destruidor. Representa o capricho e imprevisibilidade. O elemento do erotismo introduzido na adorao de Shiva. Freqentemente ele adorado na forma da Linga ou smbolo da criao. Muitos estudiosos definem linga com um smbolo flico; mas isso um equvoco. Ele seduzido pela deusa Parvati, em que ela prpria personalizada em vrias divindades feminina (Devi, Kau) e constitui a fonte de poder de Shiva.

O Cristianismo no oferece um correspondente a Shiva em sua doutrina da terceira pessoa da Trindade. O Esprito Santo, longe de ser destruidor, o "Senhor e doador da vida". Novamente, cada uma das pessoas da Trindade crist procede de uma nica essncia. O Cristianismo permanece estritamente monotesta, pos oferece um agudo contraste com as idia pluralistas endmicas do pensamento hindu.

3.5.4. Criao

Outra importante diferena entre essas duas grandes religies do mundo que o Cristianismo ensina que Deus criou o mundo e: nihilo (a partir do nada). Um aforismo muito repetido do snscrito demonstra o contraste com o Hindusmo: navastuno vastusiddhih (a parti do nada, no pode vir nada). Uma ilustrao extremamente til de como o hindu v o envolvimento de Deus na criao proporcionada pelo missionrio cristo na ndia, S. H. Kellogg:

Se eu entro numa sala escura e vejo uma corda, e confundo-a com uma cobra, a corda ; causa da aparncia da cobra; da mesma maneira, quando vejo o mundo, o qual parece par, todas as pessoas ser diferente de Deus, na verdade Deus, devo dizer que Deus a causa de que parece para mim ser o mundo (KELLOGG,p.30, 1899).

Brahma - Principal deus hindu3.5.5. Carma, Reencarnao e Salvao

O tema centraI do pensamento hindu a doutrina do atma, brahma e carma. O carma a lei da justia retributiva onde as aes e obras de uma pessoa resulta em libertao (mocsa) de um nascimento anterior para um renascimento superior ou inferior no ciclo da reencarnao, dependendo das aes que foram praticadas numa existncia anterior. A alma (atma) apanhada neste processo de vagueao (samsara), cujo final resulta em que atma e Brahma identificam-se. Um carma continuamente mau resulta no renascimento em formas de vidas inferiores. Uma das razes por que a incrvel pobreza e problemas sociais existentes nas castas inferiores no suscita nenhum pesar e nenhuma simpatia dos mais bem-sucedidos, porque acredita-se que qualquer tentativa de interveno uma interrupo no processo csmico (Lila). Para o hindu, a realidade o esprito. Toda a matria uma iluso (Maya).

O hindu devoto luta para escapar dos renascimentos, atravs dos diferentes caminhos das seis escolas. O indivduo segue o trajeto Jnana Marga (caminho do conhecimento), o Carma Marga (caminho das obras), ou o Bhakti marga (caminho da devoo). Todos levam ao mesmo final. Esses trs passos compem o caminho hindu para a salvao. Ramakrishna e Vivekananda, filsofos do sculo 19, insistiram que todas as religies resumiam-se nesses trs caminhos. Movimentos dentro das vrias religies tm enfatizado um ou mais deles. Por exemplo, dentro do Catolicismo Romano, o movimento dos Jesutas enfatizou o conhecimento; os Beneditinos, as obras; os Franciscanos, o caminho da devoo.

A viso do Cristianismo desses assuntos difere profundamente do Hindusmo. Primeiro, a distino entre o bem e o mal negada pelo hindu, porque a realidade material ilusria. A iluso surge quando o Brahma Supremo, como incondicional (Nirgun), torna-se condicional (sagun) no mundo. Porque Brahma tudo (Pantesmo), o pecado torna-se uma total iluso. O carma no transgresso no sentido de rebelio contra Deus. Pelo contrrio, simplesmente uma parte determinada do destino de uma pessoa. Embora a literatura hindu fale com freqncia da confisso dos pecados, a responsabilidade com relao a Deus, por causa da transgresso, negada.

Portanto, no Hindusmo, a salvao no o perdo dos pecados cometidos contra Deus. Pelo contrrio, uma busca pelo final de todo o sofrimento terreno, uma fuga da iluso e o sucesso em alcanar o Mocsa.

4 - O ISLAMSMO4.1. Histria

"No h Deus alm de Al; Maom o profeta de Deus". Esta frase, muitas vezes repetida dentro dos crculos Muulmanos, o fundamento teolgico da mais jovem das grandes religies mundiais e, mesmo assim, a segunda maior do mundo, prxima do Cristianismo.

Maom conhecera o Judasmo e o Cristianismo na rota comercial e pelos quinze anos seguintes observou o estado de degenerao religiosa e moral entre seus prprios patrcios. Freqentemente, retirava-se para uma caverna no monte Rira, nos arredores de Meca, onde passava perodos em profunda meditao. Obviamente, isso era possvel porque no precisava mais trabalhar na conduo de camelos, devido riqueza da esposa. Durante um desses retiros, no ano de 610 d.C., Maom, ento com 40 anos de idade, relatou que teve a visita do anjo Gabriel, que lhe ordenou: "Recita em nome do teu Senhor que criou, criou o homem de sangue coagulado". A mensagem que ele recebeu depois tornou-se a essncia do Alcoro. Com a aprovao da esposa e dos amigos, admitiu que era um profeta de Deus, chamado para tirar seu povo da decadncia moral, da superstio e do Politesmo.

Maom comeou a pregar que havia um nico Deus e seu nome era Al, a divindade suprema j conhecida dos povos bedunos do norte da Arbia. Quando proclamou por toda a cidade de Meca que somente Al era Deus, com a excluso de todas as outras divindades, enfrentou grande oposio. Alguns de seus contemporneos acreditavam que ele estava possudo por um Djinn (esprito demonaco). O prprio Maom acreditou nisso, a princpio; mas depois tornou-se convicto de que realmente era o profeta escolhido de Al, ao concluir que a oposio, a qual enfrentava, no era diferente daquela que Moiss e Jesus suportaram.

Pouco tempo depois daquela primeira viso, Gabriel reapareceu a Maom e acrescentou mais revelaes. A oposio continuou, mas num nvel muito perigoso. Sua mensagem contradizia o politesmo em voga; porm, o que era mais importante, ia contra a hedonismo e a crena geral da poca, de que a aquisio de riquezas era a prioridade da vida. Maom, entretanto, no fracassou totalmente em sua pregao, pois conquistou em torno de setenta seguidores para sua causa.

interessante notar que o povo rabe, especialmente as tribos de bedunos, mantinha um estrito provincialismo. No tinham desejo de responder, se se sentissem obrigados ou interessados por qualquer pessoa fora de seu crculo tribal. Os seguidores iniciais de Maom foram classificados como "fracos", para significar que estavam fora da tribo particular dos coraixitas. Maom ofereceu uma identidade para esses desajustados sociais.

Os historiadores apresentam diferentes razes para a oposio que Maom encontrou. Alguns argumentam que a sua severa crtica contra a idolatria ameaou o lucro dos mercadores. A opinio mais comumente aceita que, porque muitos moradores de Meca comearam a, pelo menos, dar ateno s suas palavras, em profundo respeito ao seu carter e sabedoria, havia o temor de que Maom se levantasse como uma influncia poltica e ameaasse o sistema j estabelecido.

Khadija morreu em 619 d.C. A sbita retirada do cl que apoiava Maom colocou o profeta em perigo e obrigou-o a fugir de Meca, para a cidade vizinha de at-Taif. Por no encontrar muitos seguidores ali, garantiu a proteo de um outro cl e regressou a Meca, onde conheceu e casou-se com uma viva chamada Sauda. Imediatamente, aps seu casamento com ela, Maom uniu-se em matrimnio com Ayesha, filha de Abu Bakr, o qual um dia seria o sucessor dele como o principal Califa do Isl. Posteriormente, Maom casouse com mais sete mulheres.

Em 620 d.C., Maom entrou em contato e depois negociou com os cls da cidade de Medina, h cerca de 300 km ao norte de Meca. Dois anos mais tarde, no que conhecido pelos muulmanos como Hgira, Maom abandonou Meca devido crescente perseguio contra sua causa e estabeleceu residncia em Medina, ao lado dos novos cls, com os quais havia se associado.

A experincia do profeta em Medina gerou um novo perodo na histria muulmana. Depois de se estabelecer em seu novo lar, Maom organizou ataques de surpresa, chamados razzias, contra caravanas que viajavam para Meca. Os primeiros no deram bons resultados, mas, finalmente, fizeram sucesso. Com o apoio crescente dos maradores locais, ele agora representava uma ameaa significativa para a cidade de Meca. Judeus que viviam em Medina levantaram um clamor de oposio contra Maom, especialmente porque fizera a audaciosa alegao de ser o verdadeiro profeta de Al. Desapontado pela rejeio por parte dos judeus, instruiu seus seguidores para se dirigir a Meca, quando orassem, e no mais para Jerusalm, de acordo com a prtica tradicional. Desde aquele dia, os muulmanos se voltam para Meca em orao. No entanto, este ato em si permanece como um antigo smbolo da hostilidade entre judeus e rabes.

Oito anos em Medina provaram ser tempo suficiente para Maom reunir foras substanciais ao redor de sua causa. De 624 a 630 d.C. seus seguidores atacaram e conquistaram as vilas na regio ao redor de Medina. Em 628, tentou fazer uma peregrinao a Meca com 1.600 seguidores. Os cls de Meca estavam determinados a impedir que ele entrasse na cidade. Maom e seus homens foram interceptados em Hudaybiyah. Depois de alguns dias, as tenses cessaram e foi assinado um tratado de paz entre Maom e os cidados de Meca. Parte do acordo estabelecia que os muulmanos tinham a permisso para fazer a peregrinao no ano seguinte, ou seja, 629. O poder de Maom crescia mais a cada dia e o estado moral, econmico e social em Meca estava em franco declnio. No ano de 629, o tratado de AI Hudaybiyah foi quebrado, devido a complexas guerras entre os cls. Finalmente, em janeiro de 630, Maom, seguido por dez mil homens, marchou contra Meca. Alguns dos lderes da cidade foram ao seu encontro e renderam-se com pouca resistncia. Maom concedeu uma anistia geral e posteriormente perdoou generosamente seus antigos inimigos, de modo que diversos moradores de Meca foram conquistados para sua causa e muitos passaram a segui-Io em outras campanhas.

Embora nem toda a cidade de Meca estivesse convertida ao Islamismo, Maom expurgou a cidade de centenas de seus deuses pagos, a fim de estabelecer uma religio monotesta. Suas razzias finalmente levaram-no a se tornar a figura religiosa/poltica mais poderosa de toda a Arbia. Conseguiu formar uma federao de tribos rabes, que posteriormente conquistaria os imprios bizantino e persa, at o norte da frica e de Bizncio.

Maom morreu em 632, apenas dois anos aps conquistar a cidade de Meca. Sua morte imediatamente suscitou a questo sobre quem seria seu sucessor como Califa. Abu Bakr, sogro do profeta, assumiu a posio por dois anos, at sua morte em 634. Ornar, outro dos sogros de Maom, tornou-se o terceiro mandatrio. Isso preparou o cenrio para a longa sucesso de califas durante a histria do Islamismo.

Por volta de 750, o Islamismo encontrava-se na China e estendia-se para o Ocidente, onde chegou no Marrocos e na Pennsula Ibrica. Nos oito sculos seguintes, ultrapassou as fronteiras de seu j enorme imprio. Na poca da Reforma na Europa, os turcos otomanos muulmanos, liderados pelo famoso SULTO Suleiman, o Magnfico, chegaram s portas do Santo Imprio Romano, a fim de pressionar a prpria capital, a cidade de Viena. Os cristos viam a expanso do Islamismo com grande temor. Algum observou o fenmeno como "uma chama que cresce a cada dia, a qual consume tudo o que est ao redor e ainda segue em frente" (STAVRIANOS, p. 513, 1975). Carlos V, imperador do Santo Imprio Romano, insistiu com os Luteranos, para que se unissem aos catlicos contra o inimigo comum, os turcos. Um sculo antes, os portugueses e espanhis conseguiram expulsar o Islamismo da Pennsula Ibrica, e estabeleceram o Catolicismo Romano como a religio suprema. Numa era de fanatismo religioso, um fato bem conhecido, apesar de lamentvel, que ambos, cristos e muulmanos, derramaram muito sangue entre si e conduziram ataques contnuos contra as comunidades judaicas.

Durante o sculo 16 e incio do 17, o Islamismo sofreu um declnio em sua influncia e carter tico. Isso ocorreu parcialmente, devido elevao de sultes corruptos, dedicados no propagao da liderana teolgica muulmana, mas ao hedonismo e aos interesses pessoais. Outra razo para o declnio foi a teimosa recusa do Islamismo de aprender com o Ocidente. Com um ar de arrogncia e superioridade, os muulmanos afastaram-se da Europa, e ignoraram a grande riqueza que os europeus adquiriam atravs do estabelecimento de rotas comerciais e desprezaram tambm os grandes avanos culturais e cientficos feitos durante o Renascimento. As relaes comerciais dos muulmanos com os demais povos eram feitas principalmente por "vias terrestres". Os europeus, especialmente os portugueses e espanhis, usavam as rotas martimas, para estabelecer elos comerciais e culturais que posteriormente favoreceram a descoberta e a colonizao das Amricas.

A pennsula arbica, bero do islamismo

A expanso do Islamismo durante os primeiros mil anos sofreu uma diviso em trs imprios distintos. O primeiro foi o atomano, formado principalmente pelos turcos. Como j mencionamos acima, foram eles que foraram o caminho para a Europa, em direo ao Ocidente, no sculo 16. O segundo foi o Imprio Mogul, que se estabeleceu na ndia e era formado principalmente por rabes muulmanos, os quais foram para a ndia liderados por Akbar, em 1500. Ele tinha intenso interesse pelas religies. Depois de construir o famoso Salo de Adorao, fez uma mistura ecltica de facetas do pensamento hindu e islmico. Os interesses dele, entretanto, provaram ser intelectuais demais para o povo da ndia e sua "F Divina', como ele chamava, nunca chegou a se desenvolver. O terceiro imprio muulmano distinto foi o Safavid, da Prsia, ou os modernos Ir e Iraque. A dinastia Safavid, assim como a Mogul, tambm foi estabelecida em 1500. Sob a liderana de Abbas I, que reinou de 1587 a 1629, o Imprio Persa cresceu em poder e proeminncia.

4.1.1. Muulmanos Xiitas

Uma das duas maiores Seitas do Islamismo. Surgiu uma disputa depois da morte de Maom, sobre quem seria o sucessor legtimo do profeta. Os xiitas, ou "guerrilheiros", acreditavam que o genro dele, Ali, fosse seu legtimo herdeiro. Esta seita, extremamente pequena, foi popularizada por Safavid, na Prsia. Atualmente, constitui aproximadamente 10% da populao do mundo muulmano, mas certamente compe a mais expressiva de todas as faces islmicas. Os lderes xiitas so chamados Ims, os quais possuem extrema autoridade espiritual sobre seus sditos, e buscam manter uma interpretao do Alcoro estritamente severa e autoritria. Um exemplo bvio disso nos tempos modernos foi a liderana do Aiatol Khomeini (1900-1989) nos anos 80. Ele chegou ao poder em 1979, atravs de um golpe contra o X Mohammad Reza Shah Pahlevi. Numa maneira semelhante ao que acontecia no Santo Imprio Romano da Europa Medieval, onde os papas catlicos exerciam o controle poltico e eclesistico absoluto sobre a maior parte da Europa, o Aiatol tornou-se o lder espiritual e poltico absoluto do Ir, ao reunir os xiitas em torno de uma obedincia estrita s leis islmicas. O incio de sua permanncia no poder, que durou uma dcada, foi marcado pelo seqestro de um grupo de norte-americanos por 444 dias e, pouco antes de sua morte, apareceu novamente no cenrio internacional, a fim de decretar a sentena de morte contra Salman Rushdie, autor do livro Versos Satnicos, considerado por Khomeini e pelos xiitas uma blasfmia contra o Alcoro.

4.1.2. Muulmanos Sunitas

A maioria dos muulmanos (90%) composta de sunitas. Diferentemente dos xiitas, esse grupo considerado a principal corrente tradicionalista do Islamismo. Eles aceitaram os quatro primeiros califas - Abu Bakr, Ornar, Othman e Ali - como os legtimos sucessores de Maom. Do ponto de vista poltico, os sunitas so radicalmente diferentes dos xiitas. Enquanto estes consideram o governo como uma instituio de Al, a fim de estabelecer uma teonomia na Terra, aqueles acreditam que a f islmica para ser vivida dentro do contexto dos governos terrenos existentes. De modo geral, os sunitas so mais tolerantes para com a diversidade; portanto, mais aptos adaptao das culturas divergentes do mundo.

Os sunitas e xiitas lutam entre si atravs dos sculos. O dio no diferente das amargas guerras religiosas que assolaram a Cristandade, principalmente depois da Reforma, quando os catlicos e os protestantes tentaram resolver muitas de suas divergncias atravs da espada.

4.2. Ensinos, Crenas e Prticas

Apesar da grande diversidade tnica e cultural entre os muulmanos, os principais dogmas so compartilhados pelos dois grupos, e servem como ponto de unio entre eles.

Todo o pensamento islmico resume-se na Shahadah: "No h Deus alm de Deus; Maom o profeta de Deus". Este lema utilizado em todos os aspectos da vida muulmana.

4.2.1. O Livro Sagrado - Alcoro

O livro sagrado do Islamismo o Alcoro (grafado Quran em muitos textos). Os muulmanos acreditam que ele seja a Revelao de Al para Maom, o qual transmitiu os conhecimentos divinos nos escritos. Embora no haja textos comprovadamente escritos pelo prprio profeta, seus primeiros seguidores reuniram seus ensinamentos em forma de tradio oral.

4.2.1.1. O Alcoro Formado por 114 Captulos chamados Suratas. Cada um Deles Dividido em Quatro Sees:

(1) Ttulo;

(2) a bismillah, ou a orao "em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso";

(3) uma meno do local onde a surata foi revelado, se em Meca ou em Medina; e

(4) cartas fawatih, as quais acredita-se que tenham um significado oculto. A teologia bsica do Alcoro ser discutida mais adiante. Os muulmanos olham para este livro como o mais importante princpio de autoridade em questes de f. Onde o Alcoro mantm silncio, a Sunna, ou tradio geralmente aceita, a autoridade. Onde os costumes aceitos pela maioria mantm silncio, os costumes individuais, ou Adet, tomam a precedncia.

4.2.1.2. Cinco Exigncias Bsicas, Conhecidas como Os Cinco Pilares, so Requeridas de Todos os Adeptos do Islamismo. So Elas:

(1) Recitao diria da Shahadah. Todos os muulmanos tm que pronunciar este credo corretamente pela menos uma vez na vida. Na verdade, um bom nmero de adeptos recita-o muitas vezes por dia.

(2) As oraes prescritas, chamadas Salat, devem ser proferidas cinco vezes por dia, com o indivduo voltado para Meca. Os perodos do dia so pela manh, na hora do almoo; tarde, depois do pr do sol; e antes de dormir. Para o devoto, essas oraes servem como um lembrete de que a shahadah verdadeira.

(3) Doao de esmolas, chamadas Zakat. Enquanto o Antigo Testamento exigia que os judeus dessem a dcima parte (dzimo) de todos os bens acumulados, o muulmano oferta um quarto de seu salrio, ou aproximadamente 2,5% anualmente. As esmolas so dadas espontaneamente para os pobres, os desabrigados ou qualquer um que esteja em grande necessidade.

(4) Um perodo de jejum, conhecido como Siyam. Observado durante o Ramad (junho/julho), ou o nono ms lunar no calendrio muulmano, perodo em que, conforme se acredita, foi a poca em que Maom recebeu a revelao do Alcoro. Ele jejuou no decorrer desta data; por isso, os muulmanos acreditam que seus seguidores devem fazer o mesmo.

(5) A Haji, ou peregrinao a Meca. Cada muulmano deve faz-Ia pelo menos uma vez na vida. A hajj aumenta grandemente as chances da salvao e lembra o indivduo da grande devoo que deve ter para com Al.

Alm dos Cinco Pilares, outros aspectos importantes da vida muulmana incluem a total absteno de bebidas alcolicas e de todas as formas de jogo. Os homens so circuncidados e considerados superiores s mulheres. De acordo com um versculo bem conhecido do Alcoro, "os homens tm autoridade sobre as mulheres pelo que Deus os fez superiores a elas (...)" (Surata 4.34). Como acontece atualmente em muitos crculos cristos, o papel da mulher relevante. Tradicionalmente, as muulmanas so obrigadas a cobrir o rosto com um vu, chamado purdah. Embora o seu uso tenha sido abandonado em muitas partes do mundo islmico, foi restabelecido no Ir quando o Aiatol Khomeini subiu ao poder. O Alcoro permite a poligamia, ao autorizar o homem a ter at quatro esposas. Entretanto, muitos deles optam pelos relacionamentos monogmicos, embora a estrutura patriarcal seja mantida.

Basicamente, os muulmanos so igualitrios. O Monotesmo simples do Isl foi aceito mais facilmente nos pases africanos, do que, por exemplo, o Cristianismo. O racismo nunca foi caracterstica do Islamismo, devido ao zelo muulmano de conquistar toda a humanidade para a causa de Al. Entretanto, a discriminao no escapou totalmente de todas as expresses do Islamismo. Histrica e culturalmente, uma forma intensa de racismo desenvolveu-se entre os muulmanos negros na Amrica, como reao severa discriminao racial que eles sofriam por parte dos brancos. Esses ficaram conhecidos como muulmanos negros ou comunidade mundial do islamismo ali no ocidente. Esses segmentos, entretanto, desenvolveram-se sob circunstncias histricas especficas e no algo generalizado no carter do Islamismo.

4.2.2. Fundamentos Doutrinrios Ensinados pelo Alcoro

4.2.2.1. Deus

Muitos grupos religiosos no so claros sobre seu entendimento da doutrina de Deus. Isso no acontece com o Islamismo, que mantm um monotesmo estrito. Os muulmanos atacam a doutrina crist da Trindade com grande intensidade, e acusam a Cristandade de adorar trs deuses. O Alcoro afirma, Acreditai, pois, em Deus e em Seus Mensageiros e no digais: "Trindade". Abstende-vos disso. melhor para vs. Deus um Deus nico (...) (Surata 4.171).

O Alcoro prossegue e afirma que o prprio Jesus considera uma blasfmia dizer que ele foi elevado ao nvel da divindade. Os cristos tm dificuldades para articular claramente a doutrina da Trindade para os muulmanos, porque o Alcoro, considerado como divinamente inspirado, declara que o Cristianismo politesta e nenhuma quantidade de provas contrrias pode convenc-los do contrrio. Para um muulmano, o simples fato de tentar entender os mistrios da doutrina crist de Deus mostrar desprezo pelo Alcoro sagrado. Josef van Ess aborda a questo:

Comparado com o Deus trino dos cristos, o dos muulmanos realmente um Deus sem mistrios; ou melhor, seu mistrio no est em sua natureza, mas sim em suas aes, na maneira impenetrvel como dirige a humanidade ou como tornou certas coisas obrigatrias atravs de suas leis.

O Cristianismo tambm afirma adotar o Monotesmo.

(a) O Shema hebraico: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus o nico" (Dt 6.4), um versculo muito citado nos plpitos cristos.

(b) O Credo Niceno afirma claramente:

Creio em um s Deus, o Pai onipotente, criador dos cus e da terra, de todas as coisas, visveis e invisveis.

E em um s Senhor Jesus Cristo, Filho unignito de Deus e nascido do Pai antes de todos os sculos, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, no feito, consubstancial ao Pai, por quem foram feitas todas as coisas; o qual, por amor de ns homens e por nossa salvao, desceu dos cus, e encarnou, pelo Esprito Santo, na Virgem Maria, e se fez homem; foi tambm crucificado em nosso favor sob Pncio Pilatos; padeceu e foi sepultado; e ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras; e subiu aos cus, est sentado destra do Pai; e vir pela segunda vez, em glria, para julgar os vivos e os mortos; e seu reino no ter fim.

E no Esprito Santo, Senhor e vivificador, o qual procede do Pai e do Filho; que juntamente com o Pai e o Filho adorado e glorificado; que falou pelos profetas...

(c)O Credo Atanasiano vai mais alm:

Todo aquele que quer ser salvo, antes de tudo deve manter a f crist. Quem quer que no a conservar ntegra e inviolada, sem dvida perecer eternamente.

E a f crist consiste em venerar um s Deus na Trindade e Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substncia.

Pois uma a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Esprito Santo; mas uma s a divindade do Pai e do Filho e do Esprito Santo, igual a glria, coeterna a majestade.

Qual o Pai, tal o Filho, tal tambm o Esprito Santo. Incriado o Pai, incriado o Filho, incriado o Esprito Santo.

Imenso o Pai, imenso o Filho, imenso o Esprito Santo.

Eterno o Pai, eterno o Filho, eterno o Esprito Santo; contudo, no so trs eternos, mas um nico eterno; como no h trs incriados, nem trs imensos, porm um s incriado e um s imenso.

Da mesma forma, o Pai onipotente, o Filho onipotente, o Esprito Santo onipotente; contudo, no h trs onipotentes, mas um s onipotente.

Assim, o Pai Deus, o Filho Deus, o Esprito Santo Deus; e todavia no h trs Deuses, porm um nico Deus.

Como o Pai Senhor, assim o Filho Senhor, o Esprito Santo Senhor; entretanto, no so trs Senhores, porm um s Senhor.

Porque, assim como pela verdade crist somos obrigados a confessar que cada pessoa, tomada em separado, Deus e Senhor, assim tambm estamos proibidos pela religio crist de dizer que so trs Deuses ou trs Senhores.

O Pai por ningum foi feito, nem criado, nem gerado. O Filho s do Pai; no feito, nem criado, mas gerado.

O Esprito Santo do Pai e do Filho; no feito, nem criado, nem gerado, mas procedente.

H, portanto, um nico Pai, no trs Pais; um nico Filho, no trs Filhos; um nico Esprito Santo, no trs Espritos Santos.

E a f crist consiste em venerar um s Deus na Trindade e Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substncia. Pois uma a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Esprito Santo; mas uma s a divindade do Pai e do Filho e do Esprito Santo. E nesta Trindade nada anterior ou posterior, nada maior ou menor; porm todas as trs pessoas so coeternas e iguais entre si; de modo que em tudo, conforme j ficou dito acima, deve ser venerada a Trindade na unidade e a unidade na Trindade.

Portanto, quem quer salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade.

Mas para a salvao eterna tambm necessrio crer fielmente na encarnao de nosso Senhor Jesus Cristo.

A f verdadeira, por conseguinte, crermos e confessarmos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, Deus e homem.

Deus, gerado da substncia do Pai antes dos sculos, e homem, nascido, no mundo, da substncia da me.

Deus perfeito, homem perfeito, subsistindo de alma racional e carne humana.

Igual ao Pai segundo a divindade, menor que o Pai segundo a humanidade.

Ainda que Deus e homem, todavia no h dois, porm um s Cristo.

Um s, entretanto, no por converso da divindade em carne, mas pela assuno da humanidade em Deus.

De todo um s, no por confuso de substncia, mas por unidade de Pessoa.

Pois, assim como a alma racional e a carne um s homem, assim Deus e homem um s Cristo; o qual padeceu pela nossa salvao, desceu aos infernos, ressuscitou dos mortos, subiu aos cus, est assentado destra do Pai, donde h de vir para julgar os vivos e os mortos.

sua chegada todos os homens devem ressuscitar com os seus corpos e vo prestar contas de seus prprios atos; e aqueles que tiverem praticado o bem iro para a vida eterna; aqueles que tiverem praticado o mal iro para o fogo eterno.

Esta a f crist. Quem no a crer com fidelidade e firmeza, no poder salvar-se.

(d)A Definio Calcedoniana afirma:

Portanto, conforme os santos pais, todos ns, de comum acordo, ensinamos os homens a reconhecer um e o mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, totalmente completo na divindade e completo em humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, que consiste tambm de uma alma racional e um corpo; da mesma substncia (homoousios) com o Pai no que concerne sua divindade e ao mesmo tempo de uma substncia conosco, concernente sua humanidade; semelhante a ns em todos os aspectos, exceto no pecado; concernente sua divindade, gerado do Pai antes das eras, ainda que tambm gerado como homem, por ns e por nossa salvao, da virgem Maria; um e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unignito, reconhecido em DUAS NATUREZAS, SEM CONFUSO, SEM MUDANA, SEM DIVISO, SEM SEPARAO; a distino das naturezas de maneira alguma anula-se pela unio; mas, pelo contrrio, as caractersticas de cada natureza so preservadas e reunidas, para formar uma pessoa e substncia [hypostasis], no partidas ou separadas em duas pessoas, mas um e o mesmo Filho e Deus Unignito, o Verbo, Senhor Jesus Cristo; assim como os profetas dos tempos antigos falaram dele e o prprio Senhor Jesus Cristo nos ensinou e o credo dos pais foi transmitido para ns.

(e)Credo Apostlico:

Creio em Deus, o Pai onipotente, criador dos cus e da terra.

E em Jesus Cristo, seu Filho nico, nosso Senhor, o qual foi concebido do Esprito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu aos infernos, no terceiro dia ressuscitou dos mortos, subiu aos cus; est sentado destra de Deus, o Pai onipotente, donde h de vir para julgar os vivos e os mortos.

Creio no Esprito Santo, na santa igreja crist; na comunho dos santos, na remisso dos pecados, na ressurreio da carne e na vida eterna. Amm.

O grande mistrio da f crist, que as formulaes dos Credos tentam esclarecer, reside na unidade essencial de Deus dentro da economia divina das trs pessoas separadas, Pai, Filho e Esprito Santo. Para o Islamismo, Deus no participa de alguma associao divina. Ainda assim, (Novo Testamento, embora no mencione a palavra Trindade, tem consciente e fortemente implicada tal doutrina em muitas passagens Mt 28.18-20; Mc 1.9-11; Jo 1.1; 2Co 13.14 etc).

E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazar, da Galilia, foi batizado por Joo, no rio Jordo. E, logo que saiu da gua, viu os cus abertos e o Esprito, que, como pomba, descia sobre ele. E ouviu-se uma voz dos cus, que dizia: Tu s o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mc 1.9-11).

As trs divinas pessoas da Trindade esto presentes no batismo de Jesus. Deus revelado nas Escrituras como um s Deus, existente como Pai, Filho e Esprito Santo (cf. Mt 3.16, 17; 28.19; Mc 1.9-11; 2Co 13.14; Ef 4.4-6; 1Pe 1.2; Jd 20, 21). Esta a doutrina da Trindade, expressando a verdade de que dentro da essncia una de Deus, subsistem trs Pessoas distintas, compartilhando uma s natureza divina comum. Assim, segundo as Escrituras, Deus singular (i.e., uma unidade) num sentido, e plural (isto, , trina), noutro.

(a) As Escrituras declaram que Deus um s uma unio perfeita de uma s natureza, substncia e essncia (Dt 6.4; Mc 12.29; Gl 3.20). Das pessoas da deidade, nenhuma Deus sem as outras, e cada uma, juntamente com as outras, Deus.

(b) O Deus nico existe numa pluralidade de trs pessoas identificveis, distintas; mas no separadas. As trs no so trs deuses, nem trs partes ou expresses de Deus, mas so trs pessoas to perfeitamente unidas que constituem o nico Deus verdadeiro e eterno. O Filho e tambm o Esprito Santo possuem atributos que somente Deus possui (Jo 20.28; 1.1,14; 5.18; 14.16; 16.8,13; Gn 1.2; Is 61.1; At 5.3,4; 1Co 2.10,11; Rm 8.2, 26, 27; 2Ts 2.13; Hb 9.14). Nem o Pai, nem o Filho, nem o Esprito Santo, foram feitos ou criados em tempo algum, mas cada um igual ao outro em essncia