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Relatório de Avaliação Externa Fase piloto – terceiro ciclo Agrupamento de Escolas António Sérgio Vila Nova de Gaia Maio de 2018

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Relatório

de Avaliação Externa

Fase piloto – terceiro ciclo

Agrupamento de Escolas António Sérgio

Vila Nova de Gaia

Maio de 2018

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Avaliação Externa das Escolas – Fase piloto

Agrupamento de Escolas António Sérgio – Vila Nova de Gaia

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1 – Introdução

A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de

educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, no âmbito do qual se realizaram, até à data,

dois ciclos do programa de avaliação externa das escolas, o primeiro entre 2006 e 2011 e o segundo

entre 2012 e 2017.

Perspetivando-se, assim, o início do terceiro ciclo de avaliação, foi constituído um Grupo de Trabalho

pelo Senhor Ministro da Educação (Despacho n.º 13342/2016, de 9 de novembro), com a missão de

analisar os referenciais e metodologias em vigor, com vista a propor um modelo orientador, em

consonância com a evolução das sociedades, dos sistemas educativos e das próprias metodologias de

avaliação.

No decurso deste processo e à semelhança dos ciclos anteriores, considerou-se fundamental realizar,

com o apoio da Inspeção-Geral de Educação e Ciência, uma experiência-piloto em 9 unidades

orgânicas, com diferentes tipologias e localizadas em diferentes regiões do país, no sentido de aferir e

aperfeiçoar o modelo, com vista à sua posterior generalização. Esta fase-piloto foi realizada entre Abril

e Junho de 2018.

O presente relatório expressa os principais resultados da avaliação externa do Agrupamento de

Escolas António Sérgio, realizada pela equipa de avaliação designada para o efeito, na sequência

do recurso a uma metodologia que incluiu entrevistas a diversos elementos da comunidade educativa,

a visita às instalações e a observação direta da prática educativa e letiva, que decorreram entre 21 e

28 de maio de 2018, bem como a análise dos documentos estruturantes, das estatísticas oficiais e

das respostas aos questionários de satisfação da comunidade, que foram aplicados.

Espera-se, desta forma, que o processo de avaliação externa contribua para a valorização da escola e,

em particular, da qualidade do ensino e da aprendizagem que proporciona a todos as crianças e

alunos, constituindo um instrumento de apoio à sua autoavaliação, à reflexão da comunidade

educativa e à melhoria contínua das suas práticas.

A equipa regista a disponibilidade da escola para participar na fase-piloto deste novo ciclo de

avaliação externa, enquanto contributo relevante para a consolidação deste programa, bem como o

empenho e a colaboração demonstrados por toda a comunidade educativa com quem interagiu quer

na preparação quer no decurso da visita.

2 – Caracterização

O Agrupamento de Escolas António Sérgio, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, foi constituído em

julho de 2012, pela junção da escola secundária com 3.º ciclo do ensino básico António Sérgio com o

então existente Agrupamento de Escolas de Santa Marinha. O Agrupamento abrange as freguesias de

União de Freguesias de Mafamude e Vilar do Paraíso, União de Freguesias de Santa Marinha e São

Pedro da Afurada e freguesia de Oliveira do Douro. É constituído por cinco escolas básicas com 1.º

ciclo e educação pré-escolar, a Escola Básica com 2.º e 3.º ciclos de Santa Marinha e a Escola

Secundária António Sérgio (escola-sede). Aderiu à experiência piloto do Projeto de Autonomia e

Flexibilidade Curricular, no presente ano letivo, com sete turmas do primeiro ano de escolaridade.

No ano letivo de 2017-2018, o Agrupamento é frequentado por 2307 crianças e alunos: 241 (11

grupos) na educação pré-escolar; 679 (27 turmas) no 1.º ciclo; 163 (sete turmas) no 2.º ciclo; 406

(18 turmas) no 3.º ciclo; 500 no ensino secundário dos cursos científico-humanísticos (20 turmas);

217 nos cursos profissionais do ensino secundário (10 turmas); 101 no ensino secundário recorrente

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Avaliação Externa das Escolas – Fase piloto

Agrupamento de Escolas António Sérgio – Vila Nova de Gaia

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(três turmas). Frequentam ainda o Agrupamento 99 formandos dos cursos de educação e formação

de adultos (três turmas) e 81 dos cursos de Português para Falantes de Outras Línguas (três turmas).

No universo de crianças/alunos do Agrupamento, 104 estão identificados com necessidades

educativas especiais (4,5%), dos quais 13 frequentam as duas unidades de multideficiência

existentes.

O Agrupamento é frequentado por 210 crianças e alunos de outras nacionalidades (9,10%), oriundos

de 22 países. Relativamente à ação social escolar (ASE), verifica-se que 50% dos alunos beneficiam

de auxílios económicos.

A educação e o ensino são assegurados por 213 docentes, dos quais, 83,6% pertencem aos quadros

(Agrupamento/zona pedagógica). O pessoal não docente é constituído por 82 elementos: 11

assistentes técnicos, 67 assistentes operacionais, duas psicólogas e duas técnicas de reconhecimento,

validação e certificação de competências (RVCC).

3. Quadro resumo das classificações

Domínio Classificação

Autoavaliação Muito Bom

Liderança e gestão Muito Bom

Prestação do serviço educativo Bom

Resultados Bom

4. Evidências

4.1 – Autoavaliação

Desenvolvimento

O atual Agrupamento de Escolas António Sérgio foi constituído em 2012 e os primeiros tempos de

agregação foram algo conturbados, pelo que a equipa de autoavaliação apenas foi constituída no

início do ano letivo de 2015/2016, integrando um representante de cada estabelecimento de ensino.

A equipa não foi constituída de forma a ser representativa de toda a comunidade educativa,

integrando apenas docentes, não permitindo o confronto de diferentes perspetivas e o consequente

enriquecimento dos processos de autoavaliação.

O coordenador da equipa tem formação especializada nesta área, tendo dado formação a todos os

elementos da mesma, em contexto de trabalho, do género formação/ação.

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Agrupamento de Escolas António Sérgio – Vila Nova de Gaia

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A equipa analisou vários modelos teóricos – CAF (Common Assessment Framework), CIPP (Context

Input Process and Product), PAVE (Perfil de Autoavaliação de Escola) – tendo optado por construir um

modelo mais exequível e adaptado à realidade do Agrupamento, com base no referencial da

Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC), do segundo ciclo da avaliação externa das escolas.

O projeto foi apresentado a toda a comunidade educativa, numa sessão pública.

Antes da elaboração dos instrumentos, foi feita uma análise SWOT (Strenghts, Weaknesses,

Opportunities and Threats) por auscultação da comunidade educativa (docentes, alunos,

trabalhadores não docentes e encarregados de educação). Foram também tidos em consideração os

relatórios da avaliação externa da IGEC relativos ao então existente Agrupamento de Escolas de Santa

Marinha e à Escola Secundária António Sérgio.

Assim, durante o primeiro ano de atividade, a equipa desenvolveu um processo de

formação/autoformação em oficina de formação, dinamizada pelo coordenador, construindo e

aplicando instrumentos de trabalho e de recolha de dados que, depois de tratados, deram origem a

um relatório muito abrangente do funcionamento do Agrupamento.

Consistência e impacto

A partir do relatório produzido, foi elaborado um plano de melhoria, abrangendo as diversas áreas de

funcionamento, atualmente em fase de implementação. Este plano é regularmente acompanhado e

monitorizado, o que originou indicações úteis para a elaboração do atual plano de ação estratégica

(PAE) do Agrupamento.

São já evidentes alguns impactos decorrentes do trabalho desenvolvido pela equipa de autoavaliação,

como, por exemplo, ao nível das tutorias, salas de estudo, distribuição do serviço docente e

elaboração dos horários dos alunos. Também a formação dos docentes passou a ser mais direcionada

para as necessidades sentidas ao nível das diferentes medidas do PAE.

Os gabinetes disciplinares/de apoio aos alunos das escolas secundária e básica de Santa Marinha

harmonizaram procedimentos e todos os trabalhadores docentes e não docentes foram

consciencializados para a necessidade de atuação preventiva e vigilante.

Os relatórios de autoavaliação e de monitorização encontram-se disponíveis para os docentes na

intranet, embora o Agrupamento pudesse beneficiar da instituição de formas mais explícitas e

regulares de comunicação dos processos e dos resultados, como forma de reforçar a sua visibilidade,

bem como a participação e o envolvimento da comunidade.

4.2 –Liderança e gestão

Visão e estratégia

O projeto educativo e o regulamento interno estão em reconstrução para um novo período de

vigência. Os documentos ainda em vigor, elaborados para o período de 2014-2017, refletem a

necessidade de congregar diferentes perspetivas enraizadas em realidades com caraterísticas muito

próprias que antecederam o atual Agrupamento.

Transparece uma cultura de escola humanista, integradora e multicultural, salientando-se a

significativa percentagem de alunos estrangeiros, os quais revelam satisfação pela forma como são

acolhidos.

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Agrupamento de Escolas António Sérgio – Vila Nova de Gaia

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Considerando as condições socioeconómicas do meio local envolvente da Escola Básica de Santa

Marinha (2.º e 3.º ciclos), foram valorizadas as artes, como forma de motivar e atrair os alunos.

Atualmente, existe uma excessiva fragmentação de regulamentos, que se pretende integrar na

reformulação dos documentos orientadores.

Os documentos estruturantes estão publicados na página eletrónica do Agrupamento, embora não

sejam percecionados da mesma forma por toda a comunidade educativa. O regulamento interno é o

mais conhecido, sendo divulgado pelos diretores de turma, no início do ano letivo.

Os documentos orientadores em vigor foram muito trabalhados nas diferentes estruturas do

Agrupamento, até serem aprovados em definitivo.

Na elaboração do plano anual de atividades, são recolhidas as propostas dos diferentes

departamentos e grupos de recrutamento, tendo em conta a experiência anterior e o grau de adesão

dos alunos, embora não sejam priorizadas em função dos objetivos do projeto educativo.

Foi apresentado à equipa de autoavaliação um documento de trabalho da revisão do projeto

educativo para o quadriénio de 2017-2018 a 2020-2021. A estrutura é muito semelhante à do

documento anterior, mas há, de facto, alguns progressos. Já se fala explicitamente na “articulação

com o perfil do aluno para o século XXI”. Ao nível das finalidades, na continuidade do projeto

atualmente em vigor, é visível a idealização de uma comunidade orientada para a formação integral

da pessoa humana, com base nos valores da democracia e do ”humanismo”, procurando “desenvolver

um ambiente educativo seguro e solidário….Valorizar as diferentes culturas, religiões e géneros”.

Liderança

A liderança da diretora é partilhada com os restantes membros da direção e aposta na valorização e

reconhecimento das estruturas intermédias, com impactos ao nível de uma organização mais eficaz e

na procura de soluções para os constrangimentos encontrados (exemplo: as parcerias estabelecidas

com a autarquia para utilização da piscina e do pavilhão municipal, em virtude da Escola Básica de

Santa Marinha não ter pavilhão gimnodesportivo próprio).

Aliás, em conformidade com a visão estratégica e os objetivos definidos no projeto educativo, o

Agrupamento tem estabelecido diversas parcerias com instituições culturais, académicas e recreativas,

com vista a suprir necessidades, melhorar a qualidade educativa, o desenvolvimento integral dos

alunos e tornar o Agrupamento mais apelativo. Estas parcerias são periodicamente avaliadas,

podendo ser reformuladas.

O Agrupamento cede os pavilhões gimnodesportivos da escola-sede e do centro escolar Professor

Doutor Marques dos Santos a instituições e grupos organizados da comunidade envolvente e também

utiliza outros equipamentos da comunidade local, tais como o pavilhão do Futebol Clube de Gaia e o

salão de festas dos Bombeiros Voluntários de Coimbrões, entre outros.

Gestão

Para promover um clima de acolhimento e bem-estar, são implementadas algumas atividades

específicas (exemplos: receção de início de ano para alunos, professores e encarregados de educação,

festa de Natal, Dia do Patrono). Existe uma estratégia comum para a atuação na prevenção e

resolução de conflitos e a diretora tem uma relação de grande proximidade com toda a comunidade

educativa, procurando incentivar a participação e responsabilização de todos.

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Para a distribuição e afetação dos recursos humanos, tem-se, essencialmente, em consideração o

perfil de cada elemento, o seu desempenho profissional e as preferências de cada um, sempre que

possível.

Os assistentes operacionais e os assistentes técnicos queixam-se de alguma falta de formação

disponibilizada pelo centro de formação em que se integram, no entanto, o Agrupamento tem

proporcionado formação interna, com recursos próprios, para toda a comunidade escolar, de acordo

com as necessidades sentidas, os projetos em desenvolvimento e os objetivos do projeto educativo.

Os espaços e equipamentos do Agrupamento têm uma distribuição desigual, salientando-se, pela sua

magnitude, o Centro Escolar Professor Doutor Marques dos Santos. No entanto, tem sido difícil

rentabilizar os espaços das diferentes escolas para as práticas pedagógicas, por alegadas dificuldades

de transporte dos alunos. Isto mesmo foi confirmado pelos responsáveis autárquicos, que se escudam

em falta de verbas.

A comunicação interna flui eficazmente, pelos circuitos tradicionais, acrescidos do recurso aos circuitos

eletrónicos, no entanto, o Agrupamento divulga pouco para o exterior as suas iniciativas, podendo o

portal eletrónico ser melhorado, tornando-o mais eficaz e apelativo.

4.3 – Prestação do serviço educativo

Desenvolvimento pessoal e bem-estar das crianças e alunos

O Agrupamento dinamiza alguns projetos e clubes com vista ao desenvolvimento da

responsabilização, autonomia, bem-estar e resiliência dos alunos, tais como: o Interact (grupo de

jovens rotários), o Clube de Xadrez e o Clube de Robótica, entre outros. Nas diversas escolas,

valorizam-se os trabalhos dos alunos com exposições em espaços públicos e a humanização dos

espaços escolares.

Foi eliminado o toque de tolerância e os diretores de turma sensibilizam os alunos e respetivos

encarregados de educação para o cumprimento da entrada imediata ao toque.

Todas as escolas oferecem boas condições de segurança e os encarregados de educação sentem-se

confiantes com a guarda de crianças e alunos, bem como com a qualidade do serviço educativo que é

prestado.

O Centro de Saúde, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Vila Nova de Gaia e os agentes

da Escola Segura têm uma intervenção proactiva de apoio, contribuindo também para o bem-estar

dos alunos.

A percentagem de alunos com necessidades educativas especiais é significativa (4,5%), o que se

poderá justificar pela centralidade do Agrupamento e pelo funcionamento de duas unidades de

multideficiência. Estes alunos estão bem integrados na comunidade escolar e participam em conjunto

com todos os colegas em muitas atividades.

O Agrupamento dispõe ainda de duas psicólogas para o apoio emocional e para a orientação

vocacional dos alunos, contribuindo também para o clima de bem-estar instituído.

Oferta educativa e inovação pedagógica

O Agrupamento canaliza grande parte do seu crédito horário para o apoio a alunos com dificuldades e

projetos estruturados e direcionados para o sucesso educativo. Neste contexto, dinamiza duas salas

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de estudo, implementou o Projeto Fénix, que envolve 75% dos alunos, e as tutorias, criou o PEX

(preparação para exames) e implementou a área curricular de Português Língua não Materna para

alunos estrangeiros, enquanto as respetivas famílias podem beneficiar do programa de Português

para Falantes de outras Línguas.

O currículo não foi organizado em função do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória,

mas a sua organização, em parte, enquadra-se na filosofia deste documento orientador.

O Agrupamento, como já foi referido na caraterização, aderiu ao Projeto de Autonomia e Flexibilidade

Curricular, procurando inovar na organização do seu currículo, adequando-o à população escolar.

Assim, foi introduzido o curso de Artes Visuais, nos cursos profissionais. No segundo ciclo, foram

introduzidas áreas artísticas de frequência obrigatória, que também contribuem para fomentar hábitos

de trabalho e melhorar a atitude dos alunos face à escola.

Em reuniões de conselho de ano/turma, são elaboradas as planificações, aferidos os critérios de

avaliação e de atuação estabelecidos, promovendo-se a interdisciplinaridade através da realização de

atividades comuns e projetos. Nos departamentos, são identificados os conteúdos onde os alunos

revelam mais dificuldades e planeadas as estratégias para a sua superação. A articulação horizontal e

vertical do currículo revela ainda alguma debilidade, necessitando de ser aprofundada, tendo em vista

a sequencialidade e integração das aprendizagens, tornando-as mais significativas.

Ensino, aprendizagem e avaliação

O Agrupamento promove a equidade e a inclusão dos alunos. As estratégias de apoio a alunos com

dificuldades de aprendizagem, a diversificação da oferta educativa, as parcerias com outras

instituições sociais e a atuação preventiva dos diretores de turma contribuem para prevenir a

desistência e o abandono escolares.

Os citérios gerais de avaliação, aprovados em sede de conselho pedagógico, são transmitidos aos

encarregados de educação, no início do ano letivo. Depois, os diretores de turma e todos os docentes

explicitam aos alunos os critérios mais específicos de cada disciplina, que estes revelaram conhecer.

São utilizados instrumentos de avaliação diversificados, embora prevaleçam os testes escritos com

maior peso na avaliação. São elaborados critérios de correção, embora não se verifique especial

cuidado na aferição dos mesmos.

Foram recolhidas evidências da realização frequente de atividades experimentais, embora no primeiro

ciclo e na educação pré-escolar se recorra muitas vezes à improvisação, para suprir a falta de

recursos.

Existem diversos recursos tecnológicos que a maioria dos docentes mobiliza para as suas aulas,

embora pudessem ser mais rentabilizados, se fosse garantida a permanente manutenção dos

mesmos.

Verificou-se que, com exceção da biblioteca da escola-sede, as restantes não estão a ser devidamente

rentabilizadas, a sua utilização é reduzida e carecem da implementação de uma estratégia de

dinamização. Esta situação assenta na alegada falta de recursos humanos.

Os diretores de turma/professores titulares de grupo e educadores procuram envolver as famílias no

processo educativo, facilitando os contactos pessoais e reunindo em horas mais propícias à

disponibilidade dos encarregados de educação, mas verifica-se uma diminuição progressiva da

participação dos pais/encarregados de educação, à medida que os seus educandos progridem na

escolaridade.

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O número médio de participação dos pais nas reuniões programadas ronda os 50%. Existem algumas

atividades abertas à participação dos pais, com pouca adesão, mas também se sente que não existe

uma estratégia global definida para aumentar o seu envolvimento.

O trabalho colaborativo é uma necessidade cada vez mais sentida pelos docentes, sendo mais visível

ao nível da planificação e execução de atividades e na implementação de projetos, com saliência para

o projeto Fénix. No entanto, o trabalho colaborativo poderá ser mais aprofundado e desenvolvido com

a criação de condições organizacionais propícias, nomeadamente, com a previsão de tempos comuns

nos horários dos docentes.

Acompanhamento e supervisão das práticas educativa e lectiva

Ainda não há práticas formais de autorregulação. Contudo, de um modo informal, os professores

refletem sobre as suas práticas, nomeadamente sobre os resultados da avaliação dos alunos. A

correção dos testes, de uma maneira geral, é alvo de análise por parte dos professores, permitindo-

lhes identificar questões nas quais há dificuldades generalizadas e refletir sobre formas alternativas de

abordar esses conteúdos. No entanto, não há evidências de que isto aconteça de forma sistemática.

Há uma tendência para a externalização das causas do insucesso, mas os professores têm consciência

e sentem que é necessário mudar de paradigma.

No presente ano letivo, um grupo de docentes está a fazer formação sobre observação de aulas entre

pares de áreas disciplinares diferentes.

Não está ainda instituída uma prática de monitorização ou supervisão pelas lideranças, como forma de

desenvolvimento profissional dos docentes. Os coordenadores de departamento afirmam fazer uma

regulação indireta, mediada através dos coordenadores dos grupos disciplinares, com os quais

reúnem uma vez por período e onde se afinam orientações. Esta regulação, contudo, é feita

essencialmente através de reuniões. Não há uma regulação direta da ação educativa.

4.4 Resultados

Resultados académicos

Analisados os resultados dos alunos com percursos diretos de sucesso, nos dois últimos anos letivos,

verifica-se que, no ano letivo de 2015-2016, no primeiro ciclo, 100% dos alunos concluíram o ciclo

dentro do espaço temporal expectável, enquanto, em 2016-2017, 95% dos alunos também

concluíram o ciclo em quatro anos.

No segundo ciclo, 81% dos alunos concluíram o ciclo dois anos após a entrada no 5.º ano, em 2015-

2016, e no ano letivo seguinte, 2016-2017, esta percentagem situou-se nos 74%.

No que se refere ao terceiro ciclo, o Agrupamento integra duas escolas que lecionam este nível de

ensino: Escola Secundária António Sérgio e Escola Básica de Santa Marinha. Estas duas escolas

apresentam resultados diferenciados, a que não está alheio o contexto socioeconómico dos alunos

que as frequentam, bastante desfavorável na Escola Básica de Santa Marinha.

Assim, na Escola Secundária António Sérgio, em 2015-2016, 37% dos alunos tiveram percursos

diretos de sucesso, neste ciclo, enquanto, em 2016-2017, 21% dos alunos também concluíram o ciclo

no mesmo número de anos. Na Escola Básica de Santa Marinha, para os mesmos anos letivos,

concluíram o terceiro ciclo dentro do número de anos expectável, apenas 14% e 15%,

respetivamente.

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Analisadas as taxas de retenção ou desistência relativas aos anos letivos de 2015-2016 e 2016-2017,

verifica-se que, no primeiro ciclo, as percentagens se situam em 4%, nos dois anos, enquanto no

segundo ciclo se registam valores de 14% e 18%, respetivamente. No terceiro ciclo, na Escola

Secundária António Sérgio, situam-se, respetivamente, em 16% e 20%, e, na Escola Básica de Santa

Marinha, verificam-se percentagens de 13% e 14%, respetivamente, para os mesmos anos.

Considerando os alunos do Agrupamento com sucesso pleno (maior ou igual a 3, a todas as

disciplinas), nos dois últimos anos letivos, verifica-se que, em 2015-2016, 42% concluíram o segundo

ciclo com sucesso pleno e, em 2016-2017, esta percentagem situou-se em 21%. No terceiro ciclo,

31% e 30% dos alunos concluíram o ciclo com sucesso pleno, respetivamente, para os mesmos anos

letivos.

Nos cursos científico-humanísticos do ensino secundário, nos dois últimos anos letivos, concluíram,

com percursos diretos de sucesso 24% dos alunos, em 2015-2016, enquanto no ano seguinte, 2016-

2017, esta percentagem aumentou para 34%.

As taxas de retenção ou desistência situam-se, em 2015-2016, em 25% e, em 2016-2017, registam o

valor de 28%.

No que respeita aos cursos profissionais ministrados, as taxas de conclusão dentro do espaço de

tempo esperado (três anos), no último ciclo de formação concluído, 2014-2015 a 2016-2017, para os

cursos de Técnico de Receção, Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos, Técnico de

Multimédia, Técnico de Mecatrónica e Técnico de Instalações Elétricas, foram, respetivamente, de

24%, 5%, 44.4%, 23,1%, e 16,7%. As taxas de desistência, para os mesmos cursos registaram,

respetivamente, os valores de 56%, 42,9%, 25,9%, 46,2% e 50%.

O Centro Qualifica, em funcionamento no Agrupamento, iniciou a sua atividade em 2016-2017, tendo

sido inscritos 181 formandos, dos quais 29 foram certificados em Reconhecimento, Validação e

Certificação de Competências (RVCC). No presente ano letivo, 2017-2018, foram inscritos 632

formandos e, até esta data, concluíram a formação certificada em RVCC 36 formandos. No ano letivo

em curso, frequentam os cursos de Educação e Formação de Adultos 99 formandos.

Tendo em consideração os dados disponibilizados, apenas relativos aos segundo e terceiro ciclos,

verifica-se que, no ano letivo de 2016-2017, 74% dos alunos do 2.º ciclo beneficiaram da Ação Social

Escolar e destes, 86% obtiveram sucesso escolar. No mesmo ano, no terceiro ciclo, cerca de 62% dos

alunos beneficiaram de ASE e destes, 79% obtiveram sucesso escolar.

No último ano letivo, frequentavam o Agrupamento 46 alunos com necessidades educativas especiais

(NEE), distribuídos da seguinte forma: cinco no primeiro ciclo; 14 no segundo ciclo; sete no terceiro

ciclo; seis no ensino secundário científico-humanístico e 14 nos cursos profissionais. Destes alunos,

80% (primeiro ciclo), 93% (segundo ciclo) e 86% (terceiro ciclo), foram aprovados. No ensino

secundário, incluindo os cursos profissionais, as taxas de sucesso estão próximas dos 100%, à

exceção do 11.º ano do ensino secundário científico-humanístico (50%), para um universo de apenas

dois alunos.

O Agrupamento não tem implementado um processo, devidamente organizado de diagnóstico, de

desenvolvimento e de valorização dos alunos de excelência, ainda que, pontualmente, se verifiquem

algumas iniciativas no sentido de potenciar e valorizar as capacidades manifestadas por alguns alunos.

Resultados sociais

Os alunos envolvem-se regularmente na vida do Agrupamento, através da sua participação e

colaboração nas atividades realizadas, no âmbito do plano anual de atividades.

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Promovem ainda diversas iniciativas, assumindo responsabilidades na sua organização e

concretização, entre as quais destacamos a dinamização da rádio escolar, o dia dedicado ao desporto,

santos populares, debates (exemplo: Portugal, um país com potencialidades para o futuro) e a

elaboração de vários projetos para candidatura ao “Orçamento Participativo da Escola”, com impacto

na dinâmica do Agrupamento.

A comunidade escolar, de uma maneira geral, conhece as regras de conduta que constam do

regulamento interno, que merecem, no início do ano letivo, um tratamento particular por parte dos

diretores de turma, junto dos alunos.

As ocorrências de natureza disciplinar têm vindo a diminuir nos últimos anos. No ano letivo de 2016-

2017, na Escola Básica de Santa Marinha, registaram-se 38 participações, que originaram a aplicação

de 26 medidas disciplinares sancionatórias, enquanto na Escola Secundária António Sérgio, se

registaram 29 participações, que resultaram na aplicação de 4 medidas disciplinares sancionatórias a

alunos do ensino básico e uma medida no ensino secundário. As situações de âmbito disciplinar são

tratadas de forma diferenciada, tendo como referência princípios de natureza pedagógica, as

circunstâncias em que ocorreram e o respeito pelos direitos dos alunos.

A educação para a cidadania e o desenvolvimento pessoal e social dos alunos são aspetos que

merecem atenção especial, estando fortemente implantados na atividade do Agrupamento. Os alunos

envolvem-se regularmente em campanhas de solidariedade, designadamente, através da sua

participação no “Banco Alimentar”, Liga Portuguesa contra o Cancro, Nariz Vermelho, Pirilampo

Mágico e visitas a lares de terceira idade, onde interagem com os idosos. Participam também em

campanhas de promoção do meio ambiente, envolvendo-se na limpeza de algumas praias da zona

costeira de Vila Nova de Gaia, entre outras iniciativas desta natureza.

Reconhecimento da comunidade

A comunidade educativa, de uma maneira geral, manifesta grande satisfação pela qualidade dos

serviços prestados e com a ação educativa desenvolvida, com realce para as vertentes da cidadania,

da solidariedade, da equidade e da inclusão, como foi evidenciado nas respostas aos questionários de

satisfação aplicados e na informação recolhida no decurso das entrevistas realizadas.

Analisadas os referidos questionários, verifica-se que as respostas positivas são significativamente

maioritárias e são transversais a todos os grupos que responderam às questões colocadas,

destacando-se a abertura ao exterior, a qualidade do ensino, a segurança e a disponibilidade dos

professores/diretores de turma, o que se traduz na recomendação do Agrupamento a todos os

potenciais interessados (alunos, pessoal docente e não docente).

Não foram registadas respostas relevantes com impacto negativo. No entanto, pode-se referir, como

aspetos menos conseguidos, os relacionados com o serviço de refeitório, a utilização da biblioteca e o

recurso à utilização de computadores em sala de aula.

No sentido de estimular e valorizar o sucesso académico, o Agrupamento instituiu o Diploma de

Mérito, assim como a atribuição de prémios simbólicos, tais como “phones”, para distinguir os alunos

com melhores resultados, promovendo anualmente a realização de uma cerimónia pública, no decurso

da qual são entregues os respetivos diplomas de mérito.

Para promover e valorizar os resultados sociais dos alunos, são realizadas exposições internas e

externas dos trabalhos dos alunos, participação em concursos de âmbito local e/ou nacional e em

eventos implementados por entidades externas ao Agrupamento.

Page 11: Relatório de Avaliação Externa€¦ · início do ano letivo de 2015/2016, integrando um representante de cada estabelecimento de ensino. A equipa não foi constituída de forma

Avaliação Externa das Escolas – Fase piloto

Agrupamento de Escolas António Sérgio – Vila Nova de Gaia

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Os alunos envolvem-se com regularidade em iniciativas da comunidade local, como na cerimónia

comemorativa do 25 de abril e em outras vertentes de natureza cultural e desportiva. Destaca-se a

participação da Orquestra Juvenil de Gaia e do grupo de percussão “Marinhantes” (com sede na

Escola Básica de Santa Marinha), em diferentes realizações desenvolvidas pela comunidade local.

O Agrupamento, ainda que com menor visibilidade, também promove algumas atividades com a

participação da comunidade envolvente, nomeadamente exposições de artistas plásticos e

apresentação/divulgação de escritores.

5. Pontos fortes

Domínio Pontos fortes

Autoavaliação

A qualidade do referencial teórico e metodológico da autoavaliação,

com impactos nas dinâmicas de organização e gestão do Agrupamento.

A abrangência e o rigor de recolha de dados, com impacto na

consistência das práticas de autoavaliação.

Liderança e Gestão

O exercício de uma liderança partilhada, que aposta na valorização e

reconhecimento das estruturas intermédias, com impactos ao nível de

uma organização mais eficaz e na procura de soluções para os

constrangimentos encontrados.

A diversidade de projetos e parcerias em prol da melhoria da qualidade

educativa e do desenvolvimento integral dos alunos.

A gestão estratégica de recursos humanos, adequando perfis de

competências às necessidades do Agrupamento.

Prestação do Serviço Educativo

A organização do currículo na Escola Básica de Santa Marinha,

reforçando as áreas ligadas às artes, com reflexos na procura da Escola

e nos índices de motivação dos alunos.

A cultura escolar inclusiva com impactos no bem-estar dos alunos e nos

resultados sociais.

Resultados O reconhecimento da comunidade educativa do contributo dado pelo

Agrupamento para o desenvolvimento da comunidade local.

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Avaliação Externa das Escolas – Fase piloto

Agrupamento de Escolas António Sérgio – Vila Nova de Gaia

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6. Áreas de melhoria

Domínio Áreas de melhoria

Autoavaliação A reconfiguração da equipa de autoavaliação, tendo em vista a

representação de toda a comunidade educativa.

Liderança e Gestão

A divulgação para o exterior dos recursos materiais e humanos, das

iniciativas e boas práticas implementadas pelo Agrupamento, no sentido

de enriquecer a informação disponibilizada à comunidade educativa,

favorecendo a perceção exterior da imagem real do Agrupamento.

Prestação do Serviço Educativo

A monitorização direta do currículo pelas lideranças, como forma de

desenvolvimento profissional dos docentes.

O desenvolvimento e consolidação da articulação vertical e horizontal

do currículo, tendo em vista a sequencialidade e integração das

aprendizagens.

Resultados

A identificação dos fatores explicativos das baixas taxas de conclusão

do ensino secundário profissional, que conduzam à implementação de

estratégias de melhoria do desempenho dos alunos.

07-06-2018

A Equipa de Avaliação Externa: Ilídia Cabral, Jorge Silva, Luís Rodrigues e Ramiro Santos