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Maringá 2008 UEM Pesquisas Ecológicas de Longa Duração PELD Relatório Anual / PELD A Planície Alagável do Alto Rio Paraná Sítio 6

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Maringá 2008

U E M

Pesquisas Ecológicasde Longa Duração

PELD

Relatório Anual / PELDA Planície Alagável do Alto Rio Paraná

Sítio 6

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Pesquisas Ecológicasde Longa Duração

PELD

RRRRRelatório Anual / PELDelatório Anual / PELDelatório Anual / PELDelatório Anual / PELDelatório Anual / PELDA Planície Alagáveldo Alto Rio Paraná

Sítio 6

Maringá 2008

UEM

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Resumos .................................................................................................. v

Capítulo 1 ................................................................................................. 1Geologia e geomorfologiaDr Edvard E.Souza (coordenador); Dr. José C. Stevaux.

Capítulo 2 ............................................................................................... 87Limnologia física e químicaQuím.Maria do Carmo Roberto (coordenadora); Dr Sidinei Magela Thomaz; NataliaFernanda Santana (bolsista CNPq-AT); Michele Moura (Bolsista CNPq-AT); BeatrizSatomi Toyshima (bolsista Nupelia); Priscila Balestrin Mendes (bolsista Nupélia).

Capítulo 3 ............................................................................................... 95FitoplânctonDra. Sueli Train (coordenadora); Dra. Luzia Cleide Rodrigues; M.Sc. Susicley Jati;Vânia Mara Bovo-Scomparin (pós-graduanda); Evelise Marengoni (Bolsista CNPq-Pibic); Carla Cristiane de Jesus Borsalli (bolsista CNPQ-AT); Paula Aparecida FedericheBorges (pós-graduanda).

Capítulo 4 ............................................................................................. 127PerifitonDra. Liliana Rodrigues (Coordenadora); Eliza Akane Murakami, Jaques Everton Zanon,Vanessa Majewski Algarte, Natalia Silveira Siqueira.

Capítulo 5 ............................................................................................. 145Protozoários planctônicosDr. Luiz Felipe Machado Velho (Coordenador); Dr. Fábio Amodêo Lansac Tôha;Dra.Claudia Costa Bonecker; Gustavo Mayer Pauleto (Doutorando); Danielle GoeldnerPereira (Doutoranda); Janielly Carvalho Camargo (Mestranda); Arianne Francielle daSilva Brão (Bolsista-CNPq-Pibic); Paulo Roberto Bressan Buosi (Bolsista Nupélia);Bianca Trevisan Segóvia da Silva (Bolsista Nupélia); Poliana Maria Sachertt Mendes(Bolsista Nupélia).

Capítulo 6 ............................................................................................. 161ZooplânctonDr. Fábio Amodêo Lansac Tôha (coordenador); Dra.Cláudia Costa Bonecker; Dr. LuizFelipe Machado Velho; Ciro Yoshio Joko (doutorando); Erica Mayumi Takahashi(doutoranda); Geziele Múcio Alves (doutoranda); Nadson Ressye Simões da Silva(doutorando); Juliana Déo Dias (mestranda); Leandro Junio Fulone (mestrando); FláviaSicielli de Lima (bolsista CNPq-Pibic); Ana Paula Capelari Fernandes (bolsista CNPq-Pibic); Deise de Morais Costa (bolsista CNPq-Pibic); Renata Morais dos Santos (bolsistaNupélia); Marcia Marlize Pedroso (graduanda).

Sumário

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Capítulo 7 ............................................................................................. 193OstracodaDra.Janet Higuti (coordenadora); Dr. Luiz Felipe Machado Velho; Dr. Fábio AmodêoLansac-Tôha; Dr. Koen Martens (Royal Belgian Institute of Natural Sciences, Bruxelas-Bélgica); Aline Mariano de Souza (bolsista do Nupélia); Claudia Roberta Guidi(estagiária do Nupelia).

Capítulo 8 ............................................................................................. 203ZoobentosDr. Alice M.Takeda (coordenadora); Daniele Sayuri Fujita (doutoranda), Gisele CristinaRosin, Danielle Paula de Oliveira Mangarotti, Sue Ellen Prata Fernandes, Rômulo Diegode Lima Behrend, Aryane Rodrigues Agostinho, Gisele Daiane Pinha, Ana Lúcia AntunesSampaio, Adriana Félix dos Anjos, Renan Dias da Silva.

Capítulo 9 ............................................................................................. 223Comunidade de PeixesDr.Horácio Ferreira Julio Jr (coordenador); Biol. João Dirço Latini; Dr. Angelo AntonioAgostinho; Dr. Luiz Carlos Gomes; Dra. Harumi Irene Suzuki; Dayani Bailly(doutoranda); Michele de Faveri Gimenes; Pablo Davi Kirchheim; Alessandro GasparetoBifi; Héctor Samuel Vera Alcaraz.

Capítulo 10 ........................................................................................... 247IctioplânctonDra. Andréa Bialetzki (coordenadora); Dr. David A. Reynalte-Tataje (doutorando);Miriam Santin (doutorando); Renato Ziliani Borges (doutorando); Darlon Kipper(mestrando); Tátia Leika Taguti (bolsista AT-CNPq); Fernando Garcia de Oliveira(Bosista do Nupelia); Luciana Fugimoto Assakawa (Bosista do Nupelia); Marina MouraBaggio (Bosista do Nupelia); Regina Meneguetti Passos (Bosista do Nupelia); SimoniRamalho Ziober (Bosista do Nupelia); Taise Miranda Lopes (Bosista do Nupelia).

Capítulo 1 1 ........................................................................................... 263Ecologia EnergéticaEvanilde Benedito (coordenadora); Daniela Aparecida Garcia (mestranda).

Capítulo 12 ........................................................................................... 281GenéticaDr.Alberto José Prioli (coordenador); Dra.Sônia Maria Alves Pinto Prioli; Dra.LaudenirMaria Prioli; Dr. Horácio Ferreira Júlio Júnior; Leia Carolina Lúcio; Paula SilveiraPerioto; Rodrigo de Mello; Sílvia Machado; Talge Aiex Boni; Thaís Souto Bignotto;Thiago Cintra Maníglia; Vivian Amanda de Carlos; Vivian Nunes Gomes.

Capítulo 13 ........................................................................................... 287IctioparasitologiaDr. Gilberto Cezar Pavanelli; Dr. Ricardo Massato Takemoto; Dra. Maria de los AngelesPerez Lizama; Ana Carolina Figueiredo Lacerda; Fábio Hideki Yamada; Luis Henriquede Aquino Moreira; Tiago Lopes Ceschini; Sybelle Bellay; Eliane da Silva Fernandes;Luciana Yumi Sigaki Hino; Letícia Cucolo Karling; Filipe Mendonça Sella de Alvarenga;Ana Claudia Munhoz; Paula Gimenez Milani.

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Capítulo 14 ........................................................................................... 295AvifaunaDr. Luiz dos Anjos (coordenador) Luciana Baza Mendonça, Edson Varga Lopes, CamilaCrispim de Oliveira Ramos.

Capítulo 15 ........................................................................................... 313Macrófitas aquáticasSidinei Magela Thomaz (coordenador); Wilson Treger Zydowicz de Sousa(doutorando); Solange de Fátima Lolis (doutorando); Priscilla de Carvalho(doutorando); Léia Carolina Lúcio (doutorando); André Andrian Padial (mestrando);Roger Mormul (mestrando); Solana Meneghel Boschilia (mestrando); Roberta BeckerRodrigues (mestranda); Giuliani Grazyella Marques Silva (mestrando); Josy Fraccarode Marins (mestrando); Heloísa Beatriz Antoniazi Evangelista (bolsista do CNPq-IC); Lincon Rodrigo Lúcio (bolsista CNPq-IC); Kely Karina Belato (estagiária).

Capítulo 16 ........................................................................................... 327Vegetação RipáriaDra. Maria Conceição de Souza (coordenadora); MSc. Kazue Kawakita Kita (doutoranda)PEA/UEM Simone Rodrigues Slusarski (doutoranda).

Capítulo 17 ........................................................................................... 354Trabalho e qualidade de vidaDr. Eduardo Augusto Tomanik (coordenador); Jorge Benjamín Martínez Fernández(doutorando).

Capítulo 18 ........................................................................................... 367Indicadores, hábitos e necessidades de saúdeDr. Eduardo Augusto Tomanik (coordenador); Doris Marli Petry Paulo da Silva(doutoranda).

Capítulo 19 ........................................................................................... 377Representações sociaisDr. Eduardo Augusto Tomanik (coordenador) Lucy Mara Paiola (doutoranda); JorgeBenjamín Martínez Fernández (doutorando), Vivian Madeira Farias, Juliana FerreiraModanês.

Capítulo 20 ........................................................................................... 387Programa de edução continuada em educação ambientalDra. Ana Tiyomi Obara (coordenadora); Msc. Maria Aparecida Gonçalves Dias da Silva;Dra. Harumi Irene Suzuki; Dr. Ricardo Takemoto.

Capítulo 21 ........................................................................................... 397Tecnologias de informação e educação ambientalMSc. Maria Aparecida Gonçalves Dias da Silva (coordenadora); Dra. Ana Tiyomi Obara;Bruno Rogério Ártico (bolsista do Nupelia); Antonio Gabriel M. Marcolli (bolsista doNupelia).

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ixResumos

Comunidade de peixes

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ResumosGeologia e Geomorfologia

Dr Edvard E.Souza (coordenador); Dr. José C. Stevaux; Dr. Manoel Luiz dos Santos; Dr. Jean-Paul Bravard(Universidade Lyon II, França); Dr Edgardo Manoel Latrubesse (UFG); Dr. Mário Lincoln Etchebehere

(UnG); Sâmia Aquino da Silva (doutorando); Victor da Assunção Borsato (doutorando); José Arenas Ibarra(doutorando); Ericson Hideki Hayakawa (doutorando); Débora Pinto Martins (doutorando); Maurício Meurer

(doutorando); Renato José Paes (doutorando); André Luiz Amâncio Franco (doutorando); Rafaela HarumiFujita (mestranda); Bruno Tiago Condessotto Rigon; Lorena Lucas Puerta; Vanessa Cristina dos Santos

O objetivo da pesquisa foi estudar as modificações impostas ao rio Paraná pela UHE SergioMotta (Porto Primavera), e a dinâmica do ajuste fluvial que o rio está passando. Os objetivosespecíficos foram: 1) verificar as alterações no regime de débito, na dinâmica das formas deleito, na distribuição das velocidades de fluxo, na erosão marginal; 2) verificar a velocidade depropagação do ajuste fluvial no que diz respeito á carga suspensa, carga de fundo e formas deleito; 3) verificar a contribuição dos tributários; 4) Estudar as conseqüências do ajuste e asmedidas necessárias para a minimização de seus efeitos. Para atingir tais objetivos foram utilizadasimagens orbitais, dados hidrológicos e metereológicos, e informações oriundas de levantamentode campo tais como perfis batimétricos, perfis de velocidade de fluxo, características desedimentos, taxas de erosão marginal, levantados em diversos locais a partir das proximidadesda barragem até as proximidades da foz do rio Ivaí. Os resultados demonstraram que: 1) adescarga fluvial está controlada, a velocidade média de fluxo aumentou, mas os valores junto ásmargens são mais baixos, e dessa forma as taxas erosivas diminuíram; 2) a carga suspensa encontra-se muito baixa e foi a variável com resposta mais rápida à interferência da barragem; a remoçãode areia fina do fundo tem avançado a uma taxa de 10,6 km/ano, a redução da altura das formasde leito vem avançando a uma velocidade de 7 km/ano, a remoção total dos sedimentos do leitoavança a cerca de 0,5 km/ano, e as barras fluviais remanescentes deslocam-se a 0,36 km/ano;3)A contribuição dos tributários é muito pequena, seja no que diz respeito à minimização docontrole da descarga, seja no que diz respeito ao aporte sedimentar. 4) o quadro obtido demonstraque o rio tende a tornar-se erosivo e abandonar a sua atividade na planície, e não há medidasmitigadoras a serem recomendadas.

Limnologia física e química

Quím.Maria do Carmo Roberto (coordenadora); Dr Sidinei Magela Thomaz; Natalia Fernanda Santana (bolsista CNPq-AT); MicheleMoura (Bolsista CNPq-AT); Beatriz Satomi Toyshima (bolsista Nupelia); Priscila Balestrin Mendes (bolsista Nupélia)

Os hábitats aquáticos do sistema rio-planície de inundação do alto rio Paraná apresentamcaracterísticas limnológicas distintas e os mesmos podem ser discriminados de acordo com osrios aos quais se encontram conectados. Por exemplo, o rio Paraná e as lagoas a ele conectadaspossuem elevadas concentrações de íons totais (refletidas pela condutividade elétrica) e detransparência da água e baixos valores de fósforo, comparativamente aos conectados ao rioIvinheima. Diferentemente, lagoas conectadas ao rio Baía possuem baixos valores de oxigêniodissolvido e pH. Esse padrão de variação espacial está associado com as características peculiaresde cada rio e o mesmo vem sendo mantido desde o início do Projeto PELD. Porém, essascaracterísticas limnológicas variam temporalmente em função das flutuações dos níveisfluviométricos do rio Paraná, Ivinheima e Baía e também em resposta a funções de força locais,

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PELD

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tais como precipitação pluviométrica, entrada de tributários que chegam de fora da planície emorfometria das lagoas. A despeito desse padrão geral, a presença de cadeias de represas amontante tem afetado as características limnológicas do rio Paraná, representando um outrofator que atua em macro escala espacial. Comparações com dados obtidos em períodos anterioresdemonstram uma elevação da profundidade do disco de Secchi no rio Paraná (1,03m entre 1986e 1988; 1,38 m entre 1992 e 1994; 2,80m entre 2000 e 2007). O mesmo é observado para osvalores do P-total, cujos valores médios (12,08 µg/L), obtidos entre 2000 e 2007, representamcerca de um terço dos valores obtidos entre 1986 e 1988. Em conjunto esses resultadosdemonstram que a despeito de os padrões de variação espacial das variáveis limnológicas ter semantido relativamente constantes nas últimas duas décadas, o mesmo está se alterando no rioParaná. Uma das causas para essas mudanças é a operação de barragens a montante da área deestudo, conforme largamente enfatizado em estudos anteriores. Neste contexto, merece destaqueo reservatório de Porto Primavera, fechado em 1998 e que provocou grande aumento datransparência da água e redução das concentrações de fósforo.

Fitoplâncton

Dra. Sueli Train (coordenadora); Dra. Luzia Cleide Rodrigues; M.Sc. Susicley Jati; Vânia Mara Bovo-Scomparin (pós-graduanda); Evelise Marengoni (Bolsista CNPq-Pibic); Carla Cristiane de Jesus Borsalli

(bolsista CNPQ-AT); Paula Aparecida Federiche Borges (pós-graduanda)

A comunidade fitoplanctônica dos diversos biótopos da planície de inundação do alto rio Paranácaracterizou-se por apresentar alta biodiversidade, com um total de 582 táxons identificados,referentes ao período de estudo compreendido entre os anos de 2000 a 2007. Neste último anoanalisado foram registrados 36 novos táxons para este sistema. Chlorophyceae foi o grupo maisespecioso, com 156 táxons, seguido de Zygnemaphyceae com 109 táxons. Os biótopos lênticosassociados ao rio Paraná apresentaram os maiores valores médios de riqueza de espécies. Ascheias acentuadas ocorridas no início dos anos de 2005 e 2007 estiveram associadas a uma reduçãoacentuada nos valores de riqueza de espécies. Os maiores valores médios de biomassa (biovolume)foram registrados no rio Baía e em biótopos lênticos a ele associados. Cyanobacteria eBacillariophyceae foram os grupos taxonômicos que apresentaram maior contribuição à biomassafitoplanctônica. No último ano, foram registradas florações de Anabaena spp. em diversosambientes lênticos e no rio Baía. Considerando-se os valores médios de biovolume fitoplanctônicoregistrados, o rio Paraná e o rio Ivinhema caracterizaram-se como oligotróficos e o rio Baíacomo eutrófico. A variabilidade interanual da comunidade fitoplanctônica observada nos oitoanos de estudo, indicam que a comunidade ainda é fortemente influenciada pelo regimehidrossedimentológico natural do rio Paraná e do rio Ivinhema, tendo sido afetada também,provavelmente, nos últimos anos, pela crescente influência antropogênica e pelas mudançasclimáticas ocorridas no período.

Perifiton

Dra. Liliana Rodrigues (Coordenadora); Eliza Akane Murakami, Jaques Everton Zanon, Vanessa Majewski Algarte, Natalia SilveiraSiqueira

Analisando os dados de clorofila-a por ambientes e os diferentes rios principais (Ivinheima,Baia e Paraná), verifica-se que os maiores teores foram registrados para o ano de 2005 e 2007 e,de forma geral, para os ambientes do rio Paraná. Entre os anos de 2001 e 2004 ocorreu umaqueda gradativa nos valores de biomassa perifítica. Novamente destacamos o importante papel

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do pulso de inundação sobre o incremento de biomassa perifítica nesses anos, além dos fenômenosclimáticos El Niño e La Niña, os quais provocam respectivamente em nossa região períodos dechuva e seca. No ano de 2007 ocorreu uma cheia característica, a qual atuou de forma contundentesobre a biomassa perifítica da planície de inundação do alto rio Paraná, propiciando o efeitohomogeneizador em fevereiro e o aumento de biomassa em ambientes não conectados nosmeses de junho e setembro. A análise da comunidade perifítica foi realizada reunindo os anos depesquisa PELD e sob os aspectos de riqueza e de composição. A classe Bacillariophyceae(diatomáceas), apresentou o maior número de espécies. Em seqüência, foram destaque a classeZygnemaphyceae e Cyanophyceae. O estudo comparativo entre a riqueza e composição específicade algas perifíticas na lagoa das Garças, planície de inundação do alto rio Paraná, entre os anosde 1994, antes da construção do reservatório de Porto Primavera, e em 2004, quando oreservatório já estava funcionando, demonstrou um aumento dos grupos metafíticos, o quedeve estar associado ao aumento das macrófitas submersas na planície. Também ficou evidenteque muitas espécies que ocorreram até 1994 não foram registradas em 2004. Sendo as algas abase da cadeia alimentar, é fundamental acompanhar a conseqüência da ausência dessas espéciese da ocorrência de novas espécies na cadeia trófica.

Protozoários planctônicos

Dr. Luiz Felipe Machado Velho (Coordenador); Dr. Fábio Amodêo Lansac Tôha; Dra.Claudia Costa Bonecker; Gustavo

Mayer Pauleto (Doutorando); Danielle Goeldner Pereira (Doutoranda); Janielly Carvalho Camargo (Mestranda); Arianne Francielle daSilva Brão (Bolsista-CNPq-Pibic); Paulo Roberto Bressan Buosi (Bolsista Nupélia); Bianca Trevisan Segóvia da Silva (Bolsista

Nupélia); Poliana Maria Sachertt Mendes (Bolsista Nupélia)

No presente relatório, são apresentados os resultados referentes à distribuição espacial etemporal da densidade e biomassa de protozoários flagelados e ciliados bem como os resultadosrelativos à composição, riqueza de espécies e diversidade de Shannon das comunidades deciliados, coletados no plâncton da planície de inundação do alto rio Paraná. As amostras foramcoletadas em 12 ambientes, incluindo lagoas abertas, lagoas fechadas, rios e canais, em doisperíodos hidrológicos distintos, período de cheia e período de seca. Para os flagelados, asanálises de densidade e biomassa foram realizadas em microscópio de epifluorescência,enquanto que os ciliados foram identificados e quantificados in vivo. Os resultados obtidospara os protozoários flagelados não evidenciaram, em geral, diferenças significativas entre osdiferentes tipos de ambientes estudados, com exceção da fração heterotrófica que apresentouvalores de biomassa significativamente maiores nos rios e lagoas fechadas. Em relação àcontribuição das diferentes frações, embora diferenças significativas não tenham sidoobservadas para a biomassa, os flagelados heterotróficos foram significativamente maisabundantes em todos os ambientes estudados, corroborando a hipótese do predomínio deuma fase heterotrófica no período de cheia em sistemas de planície de inundação. Para osciliados, os resultados revelaram a ocorrência de 61 espécies, sendo as ordens Prostamatida eHymenostomatida as mais especiosas, seguidas por Peri tr ichida, Oligotr ichida eGymnostomatida. Ainda em relação à composição de espécies, uma análise de agrupamentoevidenciou uma maior dissimilaridade da composição de ciliados entre os períodos hidrológicos(cheia e seca) do que entre os diferentes tipos de ambientes. Em relação à riqueza de espécie eabundância de ciliados, os resultados evidenciaram valores significativamente maiores nosambientes lênticos. No entanto estas diferenças são apenas evidenciadas durante o período deseca, enquanto que no período de chuvas os diferentes tipos de ambiente são, em geral, muitosemelhantes em relação aos diferentes atributos de comunidades de ciliados. Estes resultados,tanto de densidade como de riqueza de espécies de ciliados, sugerem fortemente o efeitohomogeinizador do pulso de inundação.

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xiiResumos

Comunidade de peixes

Pesquisas Ecológicasde Longa Duração

PELD

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Zooplâncton

Dr. Fábio Amodêo Lansac Tôha (coordenador); Dra.Cláudia Costa Bonecker; Dr. Luiz Felipe Machado Velho; CiroYoshio Joko (doutorando); Erica Mayumi Takahashi (doutoranda); Geziele Múcio Alves (doutoranda); Nadson Ressye Simões da

Silva (doutorando); Juliana Déo Dias (mestranda); Leandro Junio Fulone (mestrando); Flávia Sicielli de Lima (bolsista CNPq-Pibic);Ana Paula Capelari Fernandes (bolsista CNPq-Pibic); Deise de Morais Costa (bolsista CNPq-Pibic); Renata Morais dos Santos

(bolsista Nupélia); Marcia Marlize Pedroso (graduanda)

1. Estrutura e dinâmica da comunidade zooplanctônica em doze ambientes da planície de

inundação do alto rio Paraná

A comunidade zooplanctônica, estudada em doze ambientes da planície de inundação do altorio Paraná, nos meses de dezembro/2006, março, junho e setembro/2007, foi composta por247 táxons, sendo os rotíferos o grupo mais especioso (108 táxons), seguidos pelos protozoáriostestáceos (73 táxons), cladóceros (51 táxons) e copépodes (15 táxons). Em geral, a maiorriqueza média de táxons zooplanctônicos foi verificada nas lagoas abertas, no sistema Baía, eno período chuvoso. Entretanto, não foram verificadas diferenças significativas nas variaçõesespacial e temporal desse atributo da comunidade. As maiores densidades médiaszooplanctônicas foram observadas, em geral, nas lagoas fechadas, no sistema Ivinheima e noperíodo de seca. Variações espaciais significativas (p<0,05) da abundância zooplanctônica foramobservdas apenas entre os tipos de ambientes (H

(3,48) = 13,38; p = 0,004), e entre os meses de

amostragem (H(1,48)

= 6,86; p = 0,009). Ao compararmos os resultados de abundância dosgrupos obtidos nesse estudo com aqueles verificados desde 2000, foi possível constatar que opadrão de distribuição espacial dos organismos, em geral, foi mantido, tendo sido observada amaior densidade nas lagoas, em especial nas lagoas fechadas durante o período seco. Os táxonsmais representativos em todo estudo, em termos de freqüência de ocorrência e abundância,foram Difflugia pseudogramen, D. gramen, Centropyxis aculeata, Arcella discoides, A. gibbosa(protozoários testáceos), Lecane proiecta, Keratella cochlearis, K. americana, Brachionus dolabratus(rotíferos), Moina minuta (cladóceros), Thermocyclops decipiens e T. minutus (copépodes). Adiversidade específica da comunidade apresentou, em geral, maiores valores médios no canal,no sistema Ivinheima e no período chuvoso; no entanto, não foram encontradas diferençassignificativas (p<0,05) entre o tipo de ambiente e sistema, somente entre os meses deamostragem (H

(3,48) = 17,19; p = 0,0006). O grau de conectividade e a hidrodinâmica dos

ambientes influenciaram a estrutura da comunidade, tendo em vista que o maior número detáxons foi registrado, em geral, em ambientes conectados permanentemente (lagoas abertas),permitindo, assim, a intensa troca de fauna entre esses ambientes lênticos e os ambienteslóticos. Esse intercâmbio de fauna foi incrementado no período um maior intercâmbio defauna entre as regiões litorânea e pelágica das lagoas. Por outro lado, a ausência de fluxo decorrente propiciou o desenvolvimento das populações zooplanctônicas em ambientes lênticos,especialmente nas lagoas fechadas, evitando, assim, a perda de indivíduos. Esse fato foievidenciado, ainda, pelo maior número de indivíduos constatados no período seco.Comparando-se os resultados obtidos nesse estudo com os observados nos anos anteriores,sugere-se que as alterações climáticas observadas em 2001, com reduzidos valores do nívelfluviométrico do rio Paraná, bem como o fechamento do reservatório de Porto Primavera(Estado de São Paulo), localizado a montante da área de estudo, influenciaram a estrutura edinâmica da comunidade zooplanctônica, tendo em vista as diferenças encontradas entre ospadrões de variação espacial e temporal da riqueza de táxons e abundância da comunidade,obtidos ao longo dos seis anos de estudo consecutivos.

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Pesquisas Ecológicasde Longa Duração

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xiiiResumos

Comunidade de peixes

Relatório Anual / PELDA Planície Alagáveldo Alto RioParaná - Sítio 6

2.Composição de assembléias perifíticas em pecíolos de Eicchornia azurea em dois ambientes

da planície de inundação do alto rio Paraná

Os protozoários testáceos e os rotíferos das assembléias perifíticas (organismos aderidos/perifitone frouxamente aderidos/metafiton), amostradas nos pecíolos de E. azurea, em dois ambientes,em junho e agosto de 2007, foram representados por 110 táxons (31 e 79 táxons, respectivamente),sendo que destes, 25 táxons são novos registros de ocorrência para a planície de inundação.Espacialmente, observou-se uma nítida diferença na riqueza de táxons e, principalmente, nacomposição das assembléias do metafiton na lagoa e no ressaco, sendo 48 táxons identificadosno primeiro ambiente (19 táxons de protozoários testáceos e 29 de rotíferos) e 40 táxons nosegundo (13 táxons de protozoários testáceos e 27 de rotíferos). Somente 12 táxons foram comunsnos dois ambientes (8 de protozoários testáceos e 4 de rotíferos). Foi possível observar, ainda, agrande contribuição da família Notommatidae para a riqueza de táxons na lagoa (12 táxons), emcomparação com o ressaco (4 táxons), no qual a família mais especiosa foi Trichocercidae (12táxons). Em relação aos protozoários testáceos, Difflugidae (8 táxons) e Arcellidae (6 táxons)apresentaram uma relevante contribuição para a riqueza de táxons na lagoa, e Difflugidae (5táxons), no ressaco. Ao analisarmos as assembléias do metafiton e perifíton no ressaco, foiconstatada a ocorrência de 61 táxons (17 de protozoários testáceos e 44 de rotíferos). Alémdisso, foi observada a ocorrência de 23 táxons comuns (8 protozoários testáceos e 15 rotíferos)nas duas assembléias, e entre as assembléias foram constatados resultados similares, tendo sidoidentificados 41 táxons no metafiton (13 táxons de protozoários testáceos e 29 táxons de rotíferos)e 42 táxons no perifíton (12 protozoários testáceos e 30 de rotíferos). Temporalmente não foiconstatada diferença significativa entre os meses de amostragem no ressaco (42 táxons em junho,13 táxons de protozoários testáceos e 29 táxons de rotíferos, e 39 táxons em agosto, 13 táxonsde protozoários testáceos e 26 táxons de rotíferos). Esse estudo contribuiu para ampliação doconhecimento da diversidade desses organismos na planície de inundação. A maior riqueza detáxons constatada na assembléia do metafiton da lagoa, presente no sistema Baía, foi devidoprovavelmente às características limnológicas do ambiente/sistema. O fato das assembléias dosorganismos aderidos e frouxamente aderidos (perifíton e metafiton, respectivamente), no ressaconão apresentarem diferenças em sua composição pode estar relacionado a dificuldade de seamostrar separadamente estas assembléias. A ausência de diferença temporal do número detáxons das assembléias do metafiton no ressaco pode estar relacionada, ainda, ao fato de asamostragens terem sido realizadas no mesmo período hidrológico (período seco).

Ostracoda

Dra.Janet Higuti (coordenadora); Dr. Luiz Felipe Machado Velho; Dr. Fábio Amodêo Lansac-Tôha; Dr. Koen Martens (Royal BelgianInstitute of Natural Sciences, Bruxelas-Bélgica); Aline Mariano de Souza (bolsista do Nupélia); Claudia Roberta Guidi (estagiária do

Nupelia)

Os resultados preliminares registraram a ocorrência de 16 espécies de ostrácodes associadas àEichhornia crassipes, representadas pelas famílias Cyprididae, Limnocytheridae e Darwinulidae. Afamília Cyprididae foi a mais especiosa, representada por 12 espécies. Diaphanocypris meridana,Cypricercus centrura, Cypretta sp. 1, Cytheridella ilosvayi, Alicenula serricaudata e Vestalenula paglioliiforam as espécies mais abundantes e freqüentes. Os diferentes padrões de riqueza, densidade,diversidade e equitabilidade observados entre os dois períodos de coleta (2004/2005 e 2007)devem ser analisados com cautela, tendo em vista que foram analisados somente três meses.Provavelmente, estas diferenças serão minimizadas ao analisar um ciclo anual completo (fevereiro/2007 a janeiro/2008) neste ambiente. No entanto, alterações nestes atributos também poderãoocorrer decorrentes das mudanças das características abióticas, incluindo a flutuação do nívelhidrológico.

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PELD

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Zoobentos

Dr. Alice M.Takeda (coordenadora); Daniele Sayuri Fujita (doutoranda), Gisele Cristina Rosin, Danielle Paula de Oliveira Mangarotti,Sue Ellen Prata Fernandes, Rômulo Diego de Lima Behrend, Aryane Rodrigues Agostinho, Gisele Daiane Pinha, Ana Lúcia Antunes

Sampaio, Adriana Félix dos Anjos, Renan Dias da Silva.

Analisou-se a variação espacial e temporal de grandes grupos para dar uma visão geral da comunidadezoobêntica da planície aluvial do alto rio Paraná. As amostras de zoobentos foram coletadas em 12

estações, trimestralmente de 2000 a 2007, com exceção do ano 2003, com apenas duas coletas.

Utilizou-se um pegador tipo Petersen modificado para amostragens bênticas. Em cada ponto de

amostragem, foram coletadas três amostras para o estudo biológico, totalizando 3024 amostras.

Durante os oito anos de coleta, na planície aluvial do alto rio Paraná, foram registrados Hydra,

Turbellaria, Nematoda, Nemertea, Rotifera, Bivalvia, Gastropoda, Oligochaeta, Narapa bonettoi,Hirudinea, Araneae, Acari, Conchostraca, Cladocera, Ostracoda, Calanoida, Harpacticoida,

Cyclopoida, Amphipoda, Decapoda, Collembola, Ephemeroptera, Odonata, Plecoptera, Hemiptera,

Coleoptera, Megaloptera, Trichoptera, Lepidoptera, Diptera, Ceratopogonidae, Chaoboridae,

Chironomidae e Culicidae. A maior densidade total foi registrada no sistema Ivinhema. Os resultados

dos oito anos de coletas não mostraram nenhum padrão a grandes grupos taxonômicos, porém as

larvas de Chironomidae e Nematoda relacionaram-se com a variação do nível hidrométrico do rioParaná. A planície aluvial do alto rio Paraná sofreu nesses últimos anos, intensa influência do

desenvolvimento sócio-econômico como o fechamento da barragem de Porto Primavera, causando

grandes oscilações diárias e não se sabe quais as espécies de zoobentos da região marginal irá

adaptar-se a essa situação. Além desse fator, é conhecida a invasão de mexilhão dourado no rio

Paraná, que aumenta a cada ano e, ainda não se conhece como essa flutuação hidrométrica

influenciará essa população em diferentes biótopos da planície aluvial. Necessitar-se-á ainda muitosanos de monitoramento com zoobentos para avaliar se as mudanças são naturais ou/e causados

pela população humana.

Comunidade de Peixes

Dr.Horácio Ferreira Julio Jr (coordenador); Biol. João Dirço Latini; Dr. Angelo Antonio Agostinho; Dr. Luiz Carlos Gomes;

Dra. Harumi Irene Suzuki; Dayani Bailly (doutoranda); Michele de Faveri Gimenes; Pablo Davi Kirchheim; Alessandro Gaspareto Bifi;Héctor Samuel Vera Alcaraz.

A ictiofauna da planície de inundação do alto rio Paraná é composta por cerca de 182 espécies. Olevantamento ictiofaunístico realizado trimestralmente entre dezembro de 2006 e setembro de2007 registrou 97 delas, as quais habitam os diferentes biótopos de acordo com suas necessidadese limitações. Durante esse período os padrões de dominância variaram entre os ambientes estudados.Nas lagoas abertas e nos rios prevalesceram nas amostragens com redes de espera S. marginatus, L.platymetopon e P. lineatus. Dentre as espécies capturadas nas várzeas dos rios durante o período decheias, A. altiparanae, P. lineatus e L. friderici se posicionaram como dominantes. Entre os biótopos,a maior dominância ocorreu nas lagoas fechadas com o predomínio de M. aff. intermedia, sendoesta espécie também a mais representativa nas amostragens com redes de arrasto. No geral, ospadrões de abundância em número de indivíduos seguiram os de dominância. Porém quanto àbiomassa, duas espécies migradoras, P. lineatus e P. corruscans, apresentaram valores bastanteexpressivos em 2007, sendo a primeira abundante também em número de indivíduos. É importante

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destacar que a cheia que ocorreu no início de 2007 beneficiou a reprodução e o desenvolvimentoinicial dessas espécies, pois suas capturas consistiram essencialmente em jovens do ano. A análisecomparativa com os anos anteriores de estudo revelou que o período de 2000 a 2006 foi marcadoprincipalmente pelo predomínio de L. platymetopom, S. marginatus e P. galeatus nos biótopos, espéciesestritamente sedentárias que se dispersaram do médio pra o alto Paraná. A ocorrência de umaespécie migradora entre as dominantes deu-se apenas em 2007, tendo o alagamento da planíciecontribuído de maneira decisiva para este quadro. Diante disso, fica evidente que a ocorrência decheias, em qualquer nível é essencial, pois promove condições favoráveis para o desenvolvimentoinicial de espécies migradoras, que desovam nas partes mais altas da bacia, sendo que a ausênciadestes eventos pode causar efeitos deletérios ao recrutamento, como também elevar as taxas demortalidade de peixes nos ambientes sem conexão com a calha principal dos rios da planície.

Ictioplâncton

Dra. Andréa Bialetzki (coordenadora); Dr. David A. Reynalte-Tataje (doutorando); Miriam Santin (doutorando); Renato Ziliani Borges(doutorando); Darlon Kipper (mestrando); Tátia Leika Taguti (bolsista AT-CNPq); Fernando Garcia de Oliveira (Bosista do Nupelia);Luciana Fugimoto Assakawa (Bosista do Nupelia); Marina Moura Baggio (Bosista do Nupelia); Regina Meneguetti Passos (Bosista do

Nupelia); Simoni Ramalho Ziober (Bosista do Nupelia); Taise Miranda Lopes (Bosista do Nupelia).

O objetivo deste trabalho foi avaliar e monitorar o ictioplâncton na planície do alto rio Paraná,bem como verificar a utilização da sub-bacia do rio Ivinheima (MS) como área de desova e criadouronatural de espécies de peixes da região. Foram realizadas amostragens (i) trimestrais em novembrode 2006 e março, junho e setembro de 2007, em nove estações distribuídas na planície e (ii) mensais,entre março de 2006 a outubro de 2007, em três estações distribuídas na sub-bacia do rio Ivinheima.A distribuição do ictioplâncton segue o padrão dos anos anteriores, com maior abundância deovos nos ambientes lóticos e de larvas nos lênticos, principalmente entre outubro e novembro, oqual coincidiu com a reprodução da maioria dos peixes da região. Na sub-bacia do rio Ivinheima,a desova ocorre nos canais dos rios, visto a elevada quantidade de ovos, e as larvas derivam rioabaixo e entram nas lagoas onde encontram um ambiente adequado ao seu desenvolvimento. Acomparação entre os períodos reprodutivos estudados (2002/2003, 2003/2004, 2004/2005, 2005/2006, 2006/2007) revelou uma redução na densidade do ictioplâncton, principalmente entre 2005/2006 e 2006/2007, influenciada por alterações ambientais que deverão ser investigadas. De acordocom os dados obtidos é possível sugerir que apesar da redução na densidade do ictioplâncton, asub-bacia do rio Ivinheima vem sendo utilizado como área de desova e transporte de larvas nosprimeiros estágios, enquanto as lagoas servem como berçários para várias espécies de peixes. Destamaneira, fica evidente a importância deste rio e de seu entorno na manutenção das populações dotrecho ainda livre do rio Paraná.

Ecologia Energética

Evanilde Benedito (coordenadora); Daniela Aparecida Garcia (mestranda)

O presente estudo objetivou avaliar o efeito do tamanho, sexo, estádio de maturação gonadal etipo de ambiente, sobre a densidade de energia presente em músculo esquelético estriado deLoricariichthys platymetopon. As amostragens abrangeram os seguintes períodos e locais deamostragem na bacia do alto rio Paraná: trecho da planície alagável do alto rio Paraná (PL),localizado a jusante da barragem de Porto Primavera e a montante do reservatório de Itaipu,onde foram amostrados seis pontos, dois rios (Baia: 4 e Ivinheima: 2) e três lagoas abertas (dos

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Patos: 1, do Guaraná: 3 e das Garças: 6) nos meses de novembro de 2002, março e setembro de2003 e, duas lagoas (lagoa Fechada:5 e lagoa do Guaraná:3) em junho, setembro e dezembro de2006 e fevereiro de 2007; em três pontos eqüidistantes (7, 8 e 9) dentro do ribeirão Diamante(RD), localizado no interior da Estação Ecológica do Caiuá, durante novembro de 2005 e fevereiro,maio e agosto de 2006; e no ponto lacustre (10) do reservatório de Rosana (RR) em junho edezembro de 2002. Foram amostrados 454 espécimes de Loricariichthys platymetopon cujocomprimento padrão diferiu significativamente entre local/sexo. Em relação ao sexo, não foramverificadas diferenças significativas, para os três locais amostrados, entretanto estas foramverificadas durante a maturação gonadal na planície alagável do alto rio Paraná e no reservatóriode Rosana. Observou-se diferença significativa entre as médias calóricas dos três locais deamostragem e a densidade calórica, em peso seco, para esta espécie variou de 4,17 a 5,54 Kcal/g, sendo que as médias (± erro padrâo) encontradas foram 5,14± 0,008 Kcal/g PS para oreservatório, 4,95±0,029 Kcal/g para o ribeirão e, 4,92 ±0,02 Kcal/g PS para a planície. Taisdiferenças não foram significativas entre os ambientes (lênticos e lóticos) da planície assim como,entre os ambientes lênticos Lagoa do Guaraná e Lagoa Fechada. Assim, conclui-se que as variaçõesna densidade calórica intra e interespecíficas devem ser consideradas na quantificação do balançoenergético e na modelagem bioenergética ecológica. Para tanto, estudos visando à determinaçãodessa densidade, necessitam ser intensificados e expandidos com o intuito de gerar informaçõesúteis ao monitoramento e ao estabelecimento de estratégias racionais para o manejo deecossistemas.

Genética

Dr.Alberto José Prioli (coordenador); Dra.Sônia Maria Alves Pinto Prioli; Dra.Laudenir Maria Prioli; Dr. Horácio Ferreira JúlioJúnior; Leia Carolina Lúcio; Paula Silveira Perioto; Rodrigo de Mello; Sílvia Machado; Talge Aiex Boni; Thaís Souto Bignotto;

Thiago Cintra Maníglia; Vivian Amanda de Carlos; Vivian Nunes Gomes

O gênero Hoplias é constituído por duas espécies formalmente descritas. Mas, atualmente, combase em evidências morfológicas, citogenéticas e genéticas está consolidado o consenso de queHoplias aff. malabaricus representa um complexo de espécies. Os citótipos A e D são nativos doalto rio Paraná. Por outro lado, é possível que o citótipo C tenha ocupado a planície de inundaçãosomente após a formação do reservatório de Itaipu. Em uma etapa anterior do projeto PELD,foram associados marcadores moleculares nucleares ISSR aos citótipos A, C e D. Na presenteetapa, três haplogrupos D-loop foram associados aos três citótipos. Entretanto, foi registrado umhaplótipo divergente que não em correspondência com nenhum dos citótipos, embora estejamais próximo do citótipo D. O mesmo haplótipo foi encontrado no rio Manso, no alto rioParaguai, sugerindo que pode ter alcançado a planície depois de Itaipu. Informações adicionaispoderão revelar se este haplótipo caracteriza uma outra espécie dentro do grupo malabaricus.

Ictiop arasitologia

Dr. Gilberto Cezar Pavanelli; Dr. Ricardo Massato Takemoto; Dra. Maria de los Angeles Perez Lizama; Ana Carolina FigueiredoLacerda; Fábio Hideki Yamada; Luis Henrique de Aquino Moreira; Tiago Lopes Ceschini; Sybelle Bellay; Eliane da Silva

Fernandes; Luciana Yumi Sigaki Hino; Letícia Cucolo Karling; Filipe Mendonça Sella de Alvarenga; Ana Claudia Munhoz; PaulaGimenez Milani

As informações contidas neste relatório foram obtidas de coletas realizadas no período dedezembro de 2006 a setembro de 2007. Neste período foram necropsiados 563 espécimes depeixes de 63 espécies diferentes. Do total de peixes examinados 189 (43%) estavam parasitados

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por pelo menos uma espécie de parasito. Foi observada a presença de espécies novas,principalmente monogenéticos. É registrada mais uma espécie de hospedeiro para Contracaecumsp. Apesar de ser uma espécie introduzida Geophagus cf. proximus apresenta um papel importanteno ciclo biológico dos parasitos, atuando como hospedeiro intermediário, já que 89% dospeixes analisados se encontravam parasitados pela metacercária de Ascocotyle sp. A análise sazonaldos níveis de prevalência demonstrou que em dezembro de 2006 a prevalência total foi poucomais elevada em relação aos outros meses. Em comparação com os estudos realizados emanos anteriores, foi observado que a prevalência total de parasitismo se manteve semelhanteem relação aos dois últimos anos.

Avifauna

Dr. Luiz dos Anjos (coordenador); Luciana Baza Mendonça; Edson Varga Lopes; Camila Crispim de Oliveira Ramos.

Macrófit as aquáticas

Sidinei Magela Thomaz (coordenador); Wilson Treger Zydowicz de Sousa (doutorando); Solange de Fátima Lolis (doutorando);Priscilla de Carvalho (doutorando); Léia Carolina Lúcio (doutorando); André Andrian Padial (mestrando); Roger Mormul

(mestrando); Solana Meneghel Boschilia (mestrando); Roberta Becker Rodrigues (mestranda); Giuliani Grazyella Marques Silva(mestrando); Josy Fraccaro de Marins (mestrando); Heloísa Beatriz Antoniazi Evangelista (bolsista do CNPq-IC); Lincon Rodrigo

Lúcio (bolsista CNPq-IC); Kely Karina Belato (estagiária).

Neste relatório são analisados os dados de longo prazo obtidos para a comunidade de macrófitasaquáticas. Os dados obtidos desde o início do PELD indicam que os rios aos quais as lagoasencontram-se conectadas são o principal fator determinante da estruturação das assembléiasde macrófitas da planície do alto rio Paraná. Este padrão já foi demonstrado anteriormente evem sendo mantido consistente ao longo dos anos, a despeito das inúmeras alteraçõesambientais às quais esse trecho do rio encontra-se submetido. A partir da análise decomponentes principais utilizando dados de presença-ausência de espécies, não se detectoualteração gerada pelos efeitos da cheia de 2007 nos ambientes da planície. Porém, na lagoa dasGarças foi verificada uma alteração na estrutura da comunidade após março/07, sendo asplantas submersas substituídas por plantas emergentes. No entanto, a grande cheia de 2007afetou de forma marcante o tamanho dos bancos de macrófitas, que reduziram de formasincronizada após esse evento. A manutenção das riquezas de espécies e a rápida recuperaçãodo tamanho dos bancos após esse distúrbio indicam que, no geral, as assembléias sofrerampouco efeito da inundação, provavelmente em função das características apresentadas poralgumas espécies (resistência e resiliência). Os efeitos de larga escala associados com osrepresamentos do rio Paraná e de seus principais tributários aparentemente apresentam efeitosmarcantes sobre as macrófitas. O aumento da abundância de plantas submersas nos hábitatsda planície, como resultado do aumento da transparência da água e da chuva de propágulostrazidos pelo rio Paraná, é um provável resultado dessas cascatas de reservatórios. Por outrolado, períodos de seca prolongados, que estão associados com a retenção de água pelosreservatórios também são preocupantes, pois afetam de forma significativa a decomposiçãodas macrófitas aquáticas e, por conseguinte, a ciclagem de nutrientes nos hábitats alagados daplanície. Por fim, chama-se a atenção para a ocorrência recente na planície de H. verticillata,uma espécie recentemente introduzida da Ásia. Resultados obtidos na planície do rio Paranádemonstram claramente que essa espécie possui maior capacidade de resiliência do que a espécienativa E. najas. Tendo em vista a elevada capacidade competitiva de H. verticillata, sua expansãoé preocupante para a diversidade de plantas aquáticas da planície.

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Vegetação Ripária

Dra. Maria Conceição de Souza (coordenadora); MSc. Kazue Kawakita Kita (doutoranda) PEA/UEM Simone Rodrigues Slusarski(doutoranda)

Dando continuidade aos estudos de vegetação ripária da área de estudo foram realizadoslevantamentos florísticos amplos e estudos taxonômicos com ênfase às famílias Leguminosae(Caesalpinioideae e Faboideae), Rubiaceae, Sapindaceae e Tiliaceae, bem como das espécies invasorase exóticas, tendo sido realizadas visitas a Herbários e consulta a especialistas do Brasil e da Argentina.Levantamentos estruturais foram realizados em remanescentes florestais, tanto para a vegetaçãoterrestre como para as epífitas vasculares. Com relação à regeneração natural, além da continuidadede estudos anteriores, deu-se ênfase à procura de áreas propícias para a demarcação de parcelaspermanentes, com especial interesse nos domínios florestais. No período de novembro de 2006 aoutubro de 2007, a que se refere este relatório, foram realizadas três expedições a campo, comduração média de 4 dias cada uma, nos meses de dezembro de 2006, março e maio de 2007. Foramdefendidos três trabalhos de conclusão, sendo um de doutorado, um de mestrado e outro debacharelado, e desenvolvidos três trabalhos de iniciação científica, além do andamento de uma tesede doutorado. A interação com a comunidade local foi realizada pelo estabelecimento de um convêniocom um Consórcio de municípios da região - COMAFEN – para a revegetação de uma área ripária.

Trabalho e qualidade de vida

Dr. Eduardo Augusto Tomanik (coordenador); Jorge Benjamín Martínez Fernández (doutorando)

Na cidade de Porto Rico, Estado do Paraná, Brasil, as atividades profissionais vêm enfrentandoum quadro complexo, no qual se interligam as baixas remunerações e as precárias condições deexecução das atividades informais, a escassez e a diminuição dos empregos formais, os impactosambientais e, com eles, a diminuição das possibilidades de atividades tradicionais que garantiam ageração de renda para boa parte da população local. Diante destas condições, foi executado umestudo que visou de elaborar, num primeiro momento, uma análise das condições de vida dapopulação e das atividades produtivas existentes naquela cidade. Num segundo momento, buscou-se verificar como os trabalhadores locais de baixa renda percebem o trabalho realizado e se estelhes proporciona satisfação ou não e, finalmente, quais as suas motivações e aspirações profissionais.Foram realizadas, com base em um questionário-formulário a 174 pessoas aleatoriamenteselecionadas. Os resultados mostram que os trabalhadores de baixa renda de Porto Rico atuamvisando atender primordialmente ao conjunto de necessidades higiênicas, sem condições de buscaroutros níveis de satisfação. Ao final, são sugeridos direcionamentos para projetos que visem asuperação das condições atuais.

Indicadores, hábitos e necessidades de saúde

Dr. Eduardo Augusto Tomanik (coordenador); Doris Marli Petry Paulo da Silva (doutoranda)

O presente trabalho visa relatar algumas atividades de pesquisa, relacionadas à área da saúde,desenvolvidas e em desenvolvimento junto à população da cidade de Porto Rico (PR). Parte destapesquisa está investigando as condições sócio-econômicas, a morbidade referida e a percepçãosobre a sua qualidade de vida, dos moradores dos dois Conjuntos Habitacionais do município, afim de conhecer e compreender melhor as condições de vida e saúde desta população e elaborar

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propostas de melhoria da qualidade de vida e saúde e preservação do seu entorno. A amostra foiconstituída por um adulto de cada moradia dos dois conjuntos. O levantamento de informaçõesocorreu em julho/2005 e janeiro/2006, através de inquérito domiciliar, composto por doisinstrumentos de informações, uma Ficha de Informações do Respondente e dos Familiares e oInstrumento Abreviado de Avaliação da Qualidade de Vida (WHOQOL-bref) (FLECK et al., 2000).O estudo encontra-se na fase de avaliação dos resultados e análise frente à literatura. Mesmo àpartir de análises preliminares, pode-se perceber que os dados refletem as desigualdades sociais (derenda e instrução) e de saúde entre os dois conjuntos habitacionais. Estes indicadores podem tercontribuído para o maior número de problemas de saúde referidos pelos moradores de um dosConjuntos.

Represent ações sociais

Dr. Eduardo Augusto Tomanik (coordenador) Lucy Mara Paiola (doutoranda); Jorge Benjamín Martínez Fernández (doutorando),Vivian Madeira Farias, Juliana Ferreira Modanês

A pesca profissional, praticada de forma artesanal na região da planície de inundação do alto rioParaná, significa não apenas uma ocupação econômica, mas também uma forma de sustentação deconjuntos peculiares de relações sociais, familiares e com o ambiente. A eliminação desta formaespecífica de atividade provavelmente provocaria, a curto prazo, o desaparecimento de todo umsistema de construções culturais associadas, elaboradas, transformadas e ou mantidas graças à ela.Um projeto anterior de pesquisa (Paiola, 2000, Paiola e Tomanik 2002), buscou compreender asRepresentações dos pescadores jovens e também dos filhos de pescadores sobre esta forma deatuação profissional e a interferência dessas Representações na perspectiva de continuidade dapesca como atividade profissional naquela localidade. Como uma forma de monitoramento desteselementos, um novo estudo, semelhante ao primeiro, foi realizado no ano de 2007. Foramentrevistados todos os participantes do estudo anterior que ainda residiam ou se encontravam nacidade de Porto Rico. Os resultados mostram, além do abandono gradativo da pesca, avaliaçõescada vez mais negativas sobre as perspectivas de continuidade destas práticas profissionais, o quevem produzindo efeitos negativos inclusive na auto-imagem dos pescadores.

Programa de edução continuada em educação ambient al

Dra. Ana Tiyomi Obara (coordenadora); Msc. Maria Aparecida Gonçalves Dias da Silva; Dra. Harumi Irene Suzuki; Dr. RicardoTakemoto

No ano de 2007, o Programa de Educação Continuada em Educação Ambiental, desenvolvido noPrograma de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD) – Sítio 6: A planície alagável do rioParaná - deu continuidade às diferentes metas estabelecidas ao longo do seu desenvolvimento.Foram desenvolvidos seminários, palestra, projeto e oficinas, envolvendo alunos e professores docolégio Manoel Romão Netto (Porto Rico – PR), e docentes, pesquisadores, pós-graduandos egraduandos da Universidade Estadual de Maringá, visando aprimorar a formação em educaçãoambiental dos profissionais envolvidos. A elaboração de material de apoio, com informações sobrea área de estudo, iniciada no ano de 2006, com o intuito de subsidiar a prática pedagógica dosprofessores do colégio em questão e de outros da região de abrangência do PELD, também, tevealgumas de suas etapas concluídas no presente ano. A metodologia de trabalho adotada foi a pesquisa-ação-colaborativa, que emergiu como uma proposta de um trabalho integrado, entre os profissionaisda UEM e os professores do colégio, com o objetivo de identificar e analisar os problemas edificuldades na prática pedagógica em educação ambiental dos professores do ensino fundamental

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e médio, na perspectiva de superá-los e/ou transformá-los. Os resultados obtidos até o presenteindicam que o processo de educação ambiental continuada no colégio está se consolidando aospoucos, criando momentos e espaços de discussões e reflexões, ampliando a visão crítica dosprofessores, com relação à sua pratica pedagógica em educação ambiental.

Tecnologias de informação e educação ambient al

MSc. Maria Aparecida Gonçalves Dias da Silva (coordenadora); Dra. Ana Tiyomi Obara; Bruno Rogério Ártico (bolsista do

Nupelia); Antonio Gabriel M. Marcolli (bolsista do Nupelia)

O impacto das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na sociedade e na educação temgerado uma verdadeira revolução que afeta tanto os setores ligados à produção e ao trabalho,quanto à educação, transformando nossas concepções acerca dos processos de ensinar e aprender.O projeto TEdAm está integrado ao projeto de Educação Ambiental do Colégio Estadual ManoelRomão Netto - Porto Rico-PR, com a possibilidade de desenvolver novas formas de construção,cooperação e circulação de conhecimentos e informações. Pretende oportunizar aos professores ealunos a desenvolverem habilidades técnicas de criação de hipertextos, e a criação e a manutençãoum Website temático de Educação Ambiental, que vai servir de suporte pedagógico aodesenvolvimento de trabalhos de Educação Ambiental na referida escola.