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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
QMC 5230 - QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I
PROFESSOR: ANTÔNIO LUIZ BRAGA
EXPERIMENTO 9 – PREPARAÇÃO DO CLORETO DE t-BUTILA
Patrícia Sangaletti
Florianópolis, 13 de novembro de 2014.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 3
2. OBJETIVOS ................................................................................................... 6
3. MATERIAIS E REAGENTE UTILIZADOS ...................................................... 7
3.1 Materiais ...................................................................................................... 7
3.2 Reagentes .................................................................................................... 7
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................. 8
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 9
6. CONCLUSÃO ............................................................................................... 10
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 11
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1. INTRODUÇÃO
Haloalcanos ou haletos de alquila são compostos que possuem um ou mais
halogênios ligados a um carbono sp³, generalizando, um grupo alquila. Além da
importância em síntese orgânica, os haletos de alquila também têm grande
importância industrial e no cotidiano, utilizados como solventes,
desengraxantes para metais, anestésicos, inseticidas e medicamentos.
(BRUICE, 2012).
O Cloreto de t-Butila (figura 01) é um composto orgânico líquido e incolor à
temperatura ambiente, sendo moderadamente solúvel em água, com ponto de
ebulição entre 51 e 52ºC e índice de refração de 1,386. É aplicado na
preparação de agroquímicos e de outros compostos orgânicos, como alcoóis.
Por causa da polarização da ligação C-X, as moléculas de haleto de alquila,
principalmente as contendo cloro, bromo e iodo são reativas, sofrendo reações
de substituição nucleofílica e eliminação. (BRUICE, 2012).
Figura 01 – Estrutura de linhas do cloreto de terc-butila (C4H9Cl)
O cloreto de t-butila pode ser sintetizado a partir de uma reação de substituição
nucleofílica unimolecular, SN1, com o álcool terciário t-butanol, visto que álcoois
terciários podem ser facilmente transformados em cloretos de alquila pela
adição de ácido clorídrico concentrado. Neste tipo de reação um nucleófilo
(base de Lewis) substitui um grupo retirante (grupo abandonador) em uma
molécula que sofre substituição. Um bom grupo abandonador é um substituinte
que pode deixar o substrato como um íon ou molécula fracamente básica e
relativamente estável. (BRUICE, 2012)
O mecanismo desta reação ocorre inicialmente com a protonação do oxigênio
do álcool, dando origem à um bom grupo de saída (água), que então se elimina
da molécula formando um carbocátion terciário muito estável. Carbocátions
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terciários são estáveis devido a estabilização da carga positiva por efeito
indutivo positivo, fornecido pelos grupos alquílicos ligados. (BRUICE, 2012)
Figura 02 – Mecanismo de formação do cloreto de terc-butila
Esta é a etapa lenta da reação, pois requer a saída de um agrupamento, como
se pode ver no mecanismo da figura 02. Em seguida, ocorre ataque do
nucleófilo (Cl-) no carbocátion, formando o produto esperado, caracterizando
uma etapa rápida da reação. (BRUICE, 2012)
Porém, nem todas as reações ocorrem da forma perfeitamente esperada. No
meio reacional, existe a competição das reações de substituição nucleofílica
unimolecular e de eliminação unimolecular. Neste caso, a reação de eliminação
não é favorecida, porém há formação de uma pequena quantidade de seu
produto isobutileno (figura 03), que é eliminado diretamente no funil de
separação, já que à temperatura ambiente ele se encontra na forma gasosa.
(BRUICE, 2012)
Figura 03 – Estrutura do isobutileno.
A formação do isobutileno seria favorecida no caso de reações feitas sobre
aquecimento, já que reações de eliminações são favorecidas pelo aumento da
temperatura reacional. (BRUICE, 2012)
A lavagem da mistura reacional é feita com água e solução de bicarbonato de
sódio 5%, a fim de remover-se o excesso de ácido que possa ter restado. A
reação também converte o ácido em sal que se dissolve na fase aquosa,
eliminando-o da fase orgânica. O cloreto de t-butila é instável nestas soluções,
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pois pode haver a reação inversa convertendo o produto novamente à álcool, já
que estas soluções disponibilizam nucleófilos. Entretanto, como o processo de
lavagem é realizado de forma rápida não há conversão. (BRUICE, 2012)
É por este motivo que não se deve usar uma base muito forte, como NaOH
para lavagem, pois mesmo que o processo seja realizado de forma rápida,
pode haver hidrólise de grande parte do haleto. A remoção do excedente de
água é feita com sulfato de sódio anidro. (BRUICE, 2012)
A mistura reacional é purificada via destilação fracionada, que é utilizada para
separar dois ou mais líquidos de pontos de ebulição próximos, onde um leve
excesso de aquecimento é suficiente para evaporá-los juntos. É inserida uma
coluna de fracionamento, de modo a sujeitar a mistura continuamente a muitos
ciclos de vaporização-condensação, na medida em que o material sobe pela
coluna. (PAVIA, 2009)
O produto coletado na destilação fracionada deve ter alguma propriedade física
determinada, para confirmar correspondência ao esperado, como por exemplo,
determinação do índice de refração.
O índice de refração depende da natureza química da substância, do
comprimento de onda da luz usada em sua medida e da temperatura. Se o
segundo meio é uma solução, o índice de refração depende também da
concentração da mesma. (ARANTES,2009)
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2. OBJETIVOS
Preparou-se um haleto de alquila através de uma reação de substituição
nucleofílica unimolecular;
Extraiu-se da mistura reacional água e ácido remanescentes, através de
lavagem com solução de bicarbonato de sódio e sulfato de sódio anidro;
Purificou-se o produto obtido através de destilação fracionada;
Determinou-se o índice de refração do produto obtido para certificar-se da
presença do cloreto de t-butila.
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3. MATERIAIS E REAGENTE UTILIZADOS
3.1 Materiais
Provetas;
Erlenmeyer 125mL;
Tigela de aço para aquecimento de água;
Termômetro;
Banho de gelo;
Espátulas;
Funil de extração;
Béquer;
Garras;
Mangueira;
Balão de fundo redondo;
Coluna de Vigreux;
Condensador;
Termômetro;
Chapa aquecedora;
Funil.
3.2 Reagentes
Alcóol t-butílico;
Ácido clorídrico concentrado;
Sulfato de sódio anidro;
Bicarbonato de sódio 5%;
Água destilada;
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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Primeiramente, misturou-se em um funil de separação 15 mL de álcool t-
butílico e 30 mL de ácido clorídrico concentrado. Não tampou-se o funil, e
cuidadosamente agitou-se a mistura durante um minuto; tampou-se o funil e
inverta-o cuidadosamente. Enquanto agitou-se o funil, abriu-se a torneira para
liberar a pressão. Fechou-se a torneira, tampou-se o funil e agitou-se várias
vezes, novamente liberando-se a pressão (durante dois ou três minutos, ou até
que todo o gás foi-se liberado).
Deixou-se o funil em repouso até completa separação das fases e então
separou-se as duas fases. A operação da etapa subsequente foi conduzida o
mais rapidamente possível, pois o cloreto de t-butila é instável em água e em
solução de bicarbonato de sódio.
Lavou-se a fase orgânica com 25 mL de água, separou-se as fases e descarte
a fase aquosa. Em seguida, lavou-se a fase orgânica com uma porção de 25
mL de bicarbonato de sódio a 5%. Agitou-se o funil (sem tampa) até completa
mistura do conteúdo; tampou-o e inverteu-o cuidadosamente, para escape de
pressão. Separou-se a fase orgânica do bicarbonato. Lavou-se a fase orgânica
com 25 mL de água e novamente retirou-se a fase aquosa.
Transferiu-se a fase orgânica para um erlenmeyer seco e adicionou-se sulfato
de sódio anidro. Agitou-se ocasionalmente o haleto de alquila com o agente
secante. Decantou-se o material límpido para um frasco seco. Adicionou-se
pedras de ebulição e destilou-se o cloreto de t-butila em aparelhagem de
destilação fracionada seca, usando banho-maria. Realizou-se eta parte do
procedimento em duplas, já que a quantidade de produto a ser destilada era
pouca. Colete o haleto em um recipiente com banho de gelo. Pese e calcule o
rendimento.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base no procedimento experimental, realizou-se a reação em funil de
extração com leve agitação, removendo-se o produto secundário de
eliminação, isobutileno, por abertura da torneira, já que apresentava-se na
forma gasosa.
Ao final da reação, lavou-se a mistura reacional com porções de água e
bicarbonato de sódio 5%, abrindo-se novamente a torneira para escape do
dióxido de carbono produzido na reação de conversão do ácido em sal, que
dissolveu-se na fase aquosa, eliminando-se esta posteriormente. Eliminou-se
os vestígios de água com sulfato de sódio anidro.
Realizou-se o processo de purificação do cloreto de t-butila produzido via
destilação fracionada, determinando-se também o índice de refração do
composto purificado, conforme têm-se os dados na tabela 01.
Tabela 01 – Dados experimentais
Massa (g) Índice de refração experimental
Cloreto de t-butila bruto 6,137 -
Cloreto de t-butila puro 4,087 1,383
6,137g ___ 100%
4,087g___x
X = 66% de cloreto de t-butila purificado
Com base na análise dos dados, pode-se perceber que o rendimento da
síntese diminuiu-se pela formação do produto de eliminação, isobutileno. O
índice de refração experimental aproximou-se muito do dado encontrado na
literatura, com pequena alteração apenas na terceira casa após a vírgula, cujo
erro deve-se a presença de água ou ácido que destilaram-se juntamente ao
haleto obtido.
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6. CONCLUSÃO
Haletos de alquila são compostos importantes tanto no ramo da indústria e da
síntese de compostos orgânicos, quanto no cotidiano pois são encontrados em
medicamentos, polímeros utilizados em panelas como teflon e entre outros
utilitários.
A síntese de um haleto de alquila terciário pode-se dar através de uma reação
de substituição nucleofílica unimolecular, através do correspondente álcool
terciário, sem esquivar-se da pequena porém relevante percentagem de
produto de eliminação que forma-se, já que as reações são competitivas.
O cloreto de t-butila produzido neste experimento foi obtido através do álcoo t-
butílico, em presença de meio ácido. O produto de eliminação produzido,
isobutileno, é um gás à temperatura ambiente e portanto foi facilmente
eliminado durante a reação de síntese. É devido à formação deste produto
secundário que tem-se uma redução do rendimento da reação, entre outros
fatores, alcançando-se um valor de 66%.
A determinação do índice de refração comprovou a síntese do produto
desejado devido a proximidade do dado experimental encontrado com a
literatura.
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7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
ARANTES, Eliane Candiani. Físico-Química. Ribeirão Preto; 2009. [Apostila
de aulas práticas do departamento de física e química – Universidade de São
Paulo.
BRUICE, Paula Yurkanis. Química Orgânica – Volume 1. 4ª ed. São Paulo:
Editora Pearson, 2012. 590p.
PAVIA, Donald L, LAMPMAN Gary M. et al. Química Orgânica Experimental:
técnicas de escala pequena. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman; 2009.
Química Orgânica Experimental. Santa Catarina. [Apostila de aulas praticas
do departamento de química - Universidade Federal de Santa Catarina –
UFSC].