relatorio5_cinamaldeido_destilacao_vapor pdf.pdf

Upload: giliandrofarias

Post on 21-Feb-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    1/16

    1

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    CENTRO DE CINCIAS FSICAS E MATEMTICAS

    DEPARTAMENTO DE QUMICA

    QMC 5230 - QUMICA ORGNICA EXPERIMENTAL I

    PROFESSOR: ANTNIO LUIZ BRAGA

    EXPERIMENTO 5 DESTILAO POR ARRASTE DE VAPOR:

    EXTRAO DO CINAMALDEDO DA CANELA

    Patrcia Sangaletti

    Florianpolis, 25 de setembro de 2014.

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    2/16

    2

    SUMRIO

    1. INTRODUO ............................................................................................... 3

    2. OBJETIVOS ................................................................................................... 4

    3. DESENVOLVIMENTO TERICO .................................................................. 53.1 Destilao por Arraste de Vapor .................................................................. 5

    3.2 Extrao ....................................................................................................... 6

    3.3 Recristalizao: Purificao de slidos ........................................................ 7

    3.4 ndice de refrao ......................................................................................... 7

    3.5 Determinao do ponto de fuso ................................................................. 8

    3.6 Cinamaldedo ............................................................................................... 8

    3.7 Semicarbazona .......................................................................................... 10

    4. MATERIAIS E REAGENTE UTILIZADOS .................................................... 114.1 Materiais .................................................................................................... 11

    4.2 Reagentes .................................................................................................. 11

    5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................... 12

    6. RESULTADOS E DISCUSSES ................................................................. 13

    7. CONCLUSO ............................................................................................... 15

    8. REFERNCIA BIBLIOGRFICAS ............................................................... 16

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    3/16

    3

    1. INTRODUO

    Separar compostos de uma mistura uma tcnica de extrema importncia e

    largamente utilizada. Quando temos uma mistura cujos componentes so

    imiscveis, a tcnica de destilao por arraste de vapor pode torna-se

    conveniente. Esta tcnica consiste basicamente no abaixamento do ponto de

    fuso da mistura, sendo o solvente a gua, onde pode-se separar compostos

    cujos pontos de fuso so muito prximos ao ponto de degradao.

    Neste experimento, destilou-se o cinamaldedo da canela, composto cujas

    propriedades fsicas so instveis e de difcil determinao, como percebeu-se

    na tentativa falha de determinar seu ndice de refrao. Deste modo,converteu-se o composto para seu derivado, a semicarbazona, e assim pode-

    se determinar o ponto de fuso, que aproximou-se muito do encontrado na

    literatura, dando indcios de que seria realmente o composto desejado. Os

    rendimentos baixos so comuns e esperados para este tipo de procedimento.

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    4/16

    4

    2. OBJETIVOS

    Extraiu-se um composto orgnico conhecido como leo essencial

    (cinamaldedo) da canela;

    Utilizou-se a tcnica de destilao por arraste de vapor, baseada no

    conceito de miscibilidade;

    Preparou-se um derivado do cinamaldedo, que de difcil

    caracterizao, a partir de reao com semicarbazida;

    Recristalizou-se a semicarbazona do cinemaldedo;

    Determinou-se o ponto de fuso da semicarbazona.

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    5/16

    5

    3. DESENVOLVIMENTO TERICO

    3.1 Destilao por Arraste de Vapor

    As destilaes simples, fracionada e a vcuo se aplicam somente a misturas

    completamente solveis (miscveis). Quando os lquidos so imiscveis, eles

    tambm podem ser destilados, mas o resultado um pouco diferente.

    (PAVIA,2009)

    Uma mistura de lquidos imiscvel ferve a uma temperatura menor que

    o ponto de ebulio dos componentes puros. Quando o vapor de

    gua, uma das fases imiscveis, temos a destilao com vapor. Avantagem desta tcnica que o material desejado destila a uma

    temperatura inferior 100C. Assim, se substncias instveis ou de

    alto ponto de ebulio tem de ser removidas de uma mistura, evita-se

    a decomposio. (PAVIA)

    Quando o destilado resfria, o componente desejado, que no miscvel, se

    separa da gua. A destilao por arraste de vapor largamente usada para

    isolar lquidos de fontes naturais. (PAVIA,2009)

    No caso de lquidos miscveis: p total= pA*nA+ pB*nB

    Dois lquidos miscveis que no interagem, formam uma soluo ideal

    conforme a lei de Raoult. As presses de vapor dos lquidos puros so

    reduzidas pelas suas respectivas fraes molares. Logo, a presso de vapor

    total depende tanto das presses de vapor como das frao molar de cada um

    dos componentes. (PAVIA,2009)

    No caso de lquidos imiscveis: p total= pA* + pB*

    Mistura heterognea, cada um exerce a sua presso de vapor, independente

    do outro. Quando a presso total se iguala a 760mm, a mistura ferve. Ela

    depende somente das presses de cada componente. Esta mistura ferve a

    uma temperatura inferior a temperatura de ebulio de cada componente puro.

    Isso acontece porque a extrema incompatibilidade entre os dois lquidos leva a

    presses de vapor combinadas superiores ao que a Lei de Raoult prev, tendo

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    6/16

    6

    a mistura um menor ponto de ebulio. A composio do vapor permanece

    constante durante a destilao. (PAVIA,2009)

    Figura 01Esquema de destilao por araste de vapor.

    O sistema montado conforme a figura 01. Pode-se usar uma manta ou uma

    chapa de aquecimento, usando-se pedras de ebulio para evitar solavancos.

    O funil de separao permite a adio de gua durante a destilao. O

    destilado coletado enquanto estiver turvo ou branco ou leitoso. A turbidez

    indica que um lquido imiscvel est se separando. O destilado estar lmpido

    significa que s a gua est destilando. (PAVIA,2009)

    3.2 Extrao

    O procedimento de extrao torna-se necessrio com o intuito de promover aseparao do produto desejado e dos possveis subprodutos que a reao

    possa ter originado.

    A extrao o mtodo de transferncia de um soluto de um solvente para

    outro. Isto ocorre pois a solubilidade do soluto maior em algum dos solventes

    (figura 1). (PAVIA, 2009)

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    7/16

    7

    Muitas extraes envolvem uma fase aquosa e uma fase orgnica. Sendo

    assim, para extrair uma substncia dissolvida em gua, deve-se usar um

    solvente orgnico imiscvel com a mesma. A identificao das camadas

    separadas pode ser feita atravs da densidade. (PAVIA, 2009)

    Figura 02Processo de extrao.

    3.3 Recristalizao: Purificao de slidos

    Em muitas reaes, o produto isolado de forma impura. Se o produto

    slido, o mtodo mais comum a recristalizao. A tcnica geral envolve a

    dissoluo do material em um solvente quente e o resfriamento lento da

    soluo. O material dissolvido tem solubilidade menor em temperaturas mais

    baixas, e assim se separa lentamente da soluo. (PAVIA, 2009)

    A recristalizao produz material muito puro. Uma pequena semente de cristal

    se forma inicialmente, e cresce, camada por camada. O cristal seleciona as

    molculas corretas da soluo. J na precipitao, um procedimento mais

    rpido, a rede cristalina formada to rapidamente que carrega as impurezas

    com ela. (PAVIA, 2009)

    Por fim, a substncia purificada separada da soluo por filtrao.

    3.4 ndice de refrao

    O ndice de refrao de uma substncia a relao entre a velocidade da luz

    no vcuo e sua velocidade na substncia. Ele tambm pode ser definido como

    a relao entre o seno do ngulo de incidncia e o seno do ngulo de refrao.

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    8/16

    8

    O ndice de refrao depende da natureza qumica da substncia, do

    comprimento de onda da luz usada em sua medida e da temperatura. Se o

    segundo meio uma soluo, o ndice de refrao depende tambm da

    concentrao da mesma. (ARANTES,2009)

    3.5 Determinao do ponto de fuso

    Usa-se o ponto de fuso para identificar um composto e tambm para

    estabelecer sua pureza. Aquece-se uma pequena quantidade de material em

    um aparelho com termmetro, banho ou placa de aquecimento e tem-se uma

    lente de aumento para observar a amostra. So anotadas duas temperaturas (o

    ponto em que a primeira gota de liquido se forma e o ponto em que todos os

    cristais se transformam em lquido), originando uma faixa de fuso. (PAVIA,

    2009)

    Quanto mais puro o material:

    Maior o seu ponto de fuso;

    Menor a faixa de fuso.

    A adio sucessiva de impurezas geralmente causa uma diminuio do ponto

    de fuso.

    3.6 Cinamaldedo

    A canela uma especiaria muito famosa, tanto nos livros de histria quanto em

    nossa cozinha. Ela a casca seca retirada da rvore Cinnamomum

    zeylanicum, que cresce no Sri Lanka (antigo Ceilo) e sul da India. A canela

    bastante utilizada pela medicina popular. Ela empregada como calmante,

    para tratar diarreia, artrite e aliviar os sintomas do resfriado.

    A canela tambm empregada na culinria devido ao seu sabor e aroma

    intensos.

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    9/16

    9

    O cinamaldedo (C9H8O) uma molcula orgnica presente no leo essencial

    da canela e responsvel pelo seu sabor e aroma. um lquido viscoso e de cor

    amarelo plida. O leo essencial das cascas da canela possui cerca de 70% de

    cinamaldedo. Apesar de existirem diferentes mtodos para sintetizar o

    cinamaldedo em laboratrio, o processo mais econmico a destilao das

    cascas da canela por arraste a vapor.

    Na molcula de cinamaldedo, salienta-se:

    Carbonila de aldedo;

    Ligao dupla com configurao trans;

    Grupo fenila.

    Figura 03 -Estrutura do Cinamaldedo.

    O cinamaldedo um composto cuja determinao de suas propriedades

    fsicas muito difcil, portanto, converte-se o composto em um de seusderivados, a semicarbazona, atravs de reao com a semicarbazida. Usa-se

    um sal para que ele retire o prton do cloridrato de semicarbazida e deixe o par

    de eltrons livre para o ataque nucleoflico.

    Figura 04Mecanismo de reao do cinamaldedo com cloridrato de semicarbazida.

    Semicarbazona

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    10/16

    10

    3.7 Semicarbazona

    Uma classe de drogas com atividade antiepilptica, mas que no se encontra

    em uso clnico, as semicarbazonas, tambm apresenta perfil de frmacos

    potencialmente analgsicos. (VIEIRA, 2010)

    Isso tudo em razo de sua capacidade quelante e do papel da coordenao no

    seu mecanismo bioqumico de ao. Apesar da ampla versatilidade

    farmacolgica desses compostos como uma classe, especificidades estruturais

    podem levar manifestao de atividades especficas. (VIEIRA, 2010)

    O ponto de fuso da semicarbazona do cinamaldedo 217C. (VIEIRA, 2010)

    Figura 05Estrutura semicarbazona.

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    11/16

    11

    4. MATERIAIS E REAGENTE UTILIZADOS

    4.1 Materiais

    Balo de 125mL; Erlenmeyer 100mL;

    Tela de arame;

    Funil de separao;

    Balo de trs bocas;

    Esptula;

    Papel filtro;

    Funil de filtrao; Funil de Buchner;

    Bquer;

    Vidro de relgio;

    Suporte universal;

    Garras;

    Mangueira de entrada e sada de gua;

    4.2 Reagentes

    Canela;

    gua destilada;

    Cloreto de metileno;

    Sulfato de sdio anidro;

    Semicarbazida;

    Acetato de sdio anidro;

    Etanol absoluto.

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    12/16

    12

    5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

    Montou-se a aparelhagem para destilao conforme descrito anteriormente

    (figura 06), usando-se um balo de 250mL. Utilizou-se como frasco coletor um

    erlenmeyer de 100mL, e como fonte de calor uma manta trmica.

    Pesou-se cerca de 10g de pedaos de canela em balo de trs bocas e

    adicionou-se 150mL de gua. Iniciou-se o aquecimento de modo a ter-se uma

    velocidade lenta e constante de destilao. Adicionou-se gua afim de manter

    o nvel original. Coletou-se aproximadamente 50mL do destilado. Transferiu-se

    o mesmo para o funil de separao, onde extraiu-se o destilado com quatro

    pores de 10mL de CH2Cl2, desprezando-se a fase aquosa.

    Filtrou-se a mistura em papel pregueado, diretamente em balo de fundo

    redondo, lavou-se com pequena quantidade de CH2Cl2e retirou-se o solvente

    no evaporador rotativo.

    Pesou-se 0,2g de semicarbazida e 0,3 de acetato de sdio anidro, onde

    adicionou-se 4mL de gua e 6mL de etanol absoluto. Juntou-se esta soluoao cinamaldedo e aqueceu-se em banho-maria por cinco minutos. Resfriou-se

    permitindo a recristalizao da semicarbazona (colocado tambm em banho de

    gelo), filtrou-se e aps secagem, determinou-se o ponto de fuso.

    Figura 06 Montagem de sistema de destilao.

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    13/16

    13

    6. RESULTADOS E DISCUSSES

    Primeiramente, pesou-se uma massa de canela de 10,369g. A destilao

    manteve-se a uma temperatura abaixo de 100C, conforme esperado. Aps,

    lavou-se o destilado com dicloro metano e secou-se o solvente, obtendo-se

    apenas algumas gotas do composto cinamaldedo, de aspecto oleoso.

    Tentou-se medir o ndice de refrao do composto, porm no foi possvel

    realizar a leitura, devido volatilidade do mesmo. A determinao de

    propriedades fsicas do cinamaldedo difcil de ser executada. Partiu-se,

    ento, para a reao de formao do derivado semicarbazona. Aps

    recristalizao, obtiveram-se os seguintes dados:

    Tabela 01 Dados experimentais

    Massa (g) Ponto de Fuso (C) Faixa de fuso (C)

    Canela 10,369 - -

    Cinamaldedo 0,461 - -

    Semicarbazona 0,064 209,6 a 213,6 4

    Com base nos dados da tabela 01, pode-se calcular o rendimento da destilaodo cinamaldedo:

    10,369g ___ 100%

    0,461g ___x%

    X= 4%

    E rendimento da reao de semicarbazona:

    0,461g ___100%

    0,064g ___x%

    X= 13%

    O rendimento baixo natural para estes tipos de procedimento. Ele tambm

    pode ter sido diminudo devido a perdas durante o procedimento, bem como

    retirada de uma quantidade de cinamaldedo para teste de ndice de refrao.

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    14/16

    14

    Em relao a determinao do ponto de fuso, sabe-se que compostos puros

    apresentam uma faixa de fuso de at 2C. Neste caso, o composto

    apresentou certa quantidade de impureza, visto que encontrou-se uma faixa de

    fuso de 4C. Isso pode-se dever a falhas na recristalizao, como colocao

    muito rpida no banho de gelo, o que leva as partculas a carregarem

    impurezas juntamente consigo.

    Porm, o valor do ponto de fuso encontra-se prximo ao valor encontrado na

    literatura, de 217C, para a semicarbazona, o que d um bom indcio de que

    ela realmente tenha sido sintetizada na reao.

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    15/16

    15

    7. CONCLUSO

    Com base no que foi desenvolvido experimental e teoricamente, percebe-se

    que o procedimento de destilao por arraste a vapor uma tcnica que podeser utilizada na separao do cinamaldedo, princpio ativo da canela.

    Atravs do experimento, observou-se que o cinamaldedo possui propriedades

    fsicas pouco estveis, tornando sua caracterizao difcil, fato observado

    quando tentou-se determinar o ndice de refrao, etapa mal sucedida. Por

    este motivo, converteu-se o composto a seu respectivo derivado, a

    semicarbazona. Para comprovar efetividade da reao, determinou-se o pontode fuso da mesma, que apresentou-se prximo ao valor terico, sendo que a

    faixa de fuso de 4C indicou que o composto no estaria puro.

    Por fim, os rendimentos obtidos foram baixos, mas so totalmente esperados

    para este tipo de procedimento.

  • 7/24/2019 Relatorio5_Cinamaldeido_Destilacao_Vapor pdf.pdf

    16/16

    16

    8. REFERNCIA BIBLIOGRFICAS

    ARANTES, Eliane Candiani. Fsico-Qumica. Ribeiro Preto; 2009. [Apostila

    de aulas prticas do departamento de fsica e qumica Universidade de So

    Paulo.

    PAVIA, Donald L, LAMPMAN Gary M. et al. Qumica Orgnica Experimental:

    tcnicas de escala pequena. 2 ed. Porto Alegre: Bookman; 2009.

    VIEIRA, R. P.; ROCHA, L.T.S. Benzaldedo semicarbazona: um candidato a

    frmaco que alia simplicidade estrutural a um amplo perfil de atividades.

    Revista Virtual Qumica. 2010; 2(1): 2-9.