relatório - ensaio de dureza
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIENCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS
AUGUSTO ARAUJO VUITIK GUSTAVO LUIZ WALCHAKI
KAROLINA MAIA
ENSAIO DE DUREZA
PONTA GROSSA
JULHO/2014
AUGUSTO ARAUJO VUITIK GUSTAVO LUIZ WALCHAKI
KAROLINA MAIA
ENSAIO DE DUREZA
Relatório apresentado à disciplina de Ensaios e Caracterização de Materiais do Curso de Engenharia de Materiais, 3ª série, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG.
Prof. Dr. André Luís Moreira de Carvalho
PONTA GROSSA JULHO/2014
SUMÁRIO
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 3
1.1 ENSAIO DE DUREZA BRINELL ....................................................................... 4
1.2 ENSAIO DE DUREZA ROCKWELL.................................................................. 4
1.3 ENSAIO DE DUREZA VICKERS ...................................................................... 5
2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 6
3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 6
3.1 MATERIAIS ...................................................................................................... 6
3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................................ 7
3.2.1 Dureza Rockwell ............................................................................................... 7
3.2.2 Dureza Vickers ................................................................................................. 7
3.2.3 Dureza Brinell ................................................................................................... 7
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 8
4.1 DUREZA ROCKWELL ...................................................................................... 8
4.2 DUREZA VICKERS .......................................................................................... 9
4.3 DUREZA BRINELL ........................................................................................... 9
5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 10
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 11
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1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Uma propriedade mecânica importante é a dureza, a qual é a medida da
resistência do material a uma deformação localizada. Os primeiros ensaios de
dureza baseavam-se em minerais naturais e na capacidade que eles tinham de
riscar outro mineral menos duro. Essa propriedade era determinada pela escala de
Mohs, que variava de 1, para o talco; até 10, para o diamante [1].
Técnicas quantitativas de dureza foram desenvolvidas ao longo do tempo, nas
quais um pequeno penetrador é forçado na superfície do material que se deseja
testar. Para tanto, são utilizas condições controladas de carga e aplicação. A
profundidade e a forma da identação são medidas e relacionadas com um número
de dureza. As medidas de dureza são apenas relativas, e deve-se tomar cuidado ao
comparar valores obtidos por diferentes técnicas. [2]
O ensaio de dureza é utilizado com bastante frequência por serem simples e
baratos, necessitando apenas de um corpo de prova simples. O ensaio também
pode ser considerado não destrutivo; pois o corpo de prova não é fraturado ou
deformado em excesso. E finalmente, outras propriedades mecânicas podem ser
estimadas a partir da dureza. [1]
Os ensaios de dureza mais comuns são o Brinell, o Rockwell e o Vickers,
cujas impressões deixadas nos corpos de prova estão indicadas na figura abaixo. [2]
Figura 1 Comparação entre o tamanho das impressões deixadas por vários testes de dureza no copor de prova. Estão indicadas também duas escalas para a dureza Rockwell.
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1.1 ENSAIO DE DUREZA BRINELL
Dentre todos os ensaios de dureza, o Brinell é o responsável pela maior
impressão deixada no corpo de prova. Neste teste, uma esfera de aço é pressionada
contra a superfície do material por um período de 10 a 15 segundos, especificado
nas normas ASTM [3]. A carga utilizada (em kgf) é dividida pela área da superfície
curvada (em mm²), o que fornece o número de dureza HBW ou:
( √ )
Equação 1: Dureza Brinell, onde a carga P é dada em kgf, D representa o diâmetro da esfera utilizada e d o diâmetro da identação, ambos em mm.
Diferentes esferas produzem diferentes impressões no ensaio. Uma forma de
padronizar essas medidas para eventuais comparações se dá através de uma
relação entre a carga aplicada e o diâmetro da esfera, que deve ser constante de tal
forma que [2]:
Equação 2: Relação entre carga e diâmetro da esfera no ensaio Brinell.
Dessa forma, o número de dureza HBW deve sempre estar acompanhado da
carga aplicada e do diâmetro da esfera utilizada e do tempo de carregamento. Por
exemplo 600 HBW 1/30/20 indica uma dureza Brinell de 600 determinada com uma
esfera de 1 mm, onde foi aplicada uma carga de 30 kgf por 20 segundos [3]. Para
uma mesma esfera, este número costuma diminuir conforme a carga aumenta [2].
1.2 ENSAIO DE DUREZA ROCKWELL
É o tipo mais popular e mais conveniente de ensaio de dureza, uma vez que
não necessário medir a profundidade ou outras dimensões da identação [2]. Os
penetradores podem ser de diamante na forma de cone esférico, de esferas de
carbeto de tungstênio ou ainda de esferas de aço. Diferentes combinações entre
penetradores e cargas fornecem diferentes escalas de dureza Rockwell [4]. O ensaio
é constituído por três estágios de aplicação e retirada de força.
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No primeiro estágio, a amostra é submetida a uma leve carga inicial por certo
tempo. Em seguida, a carga total é aplicada por alguns instantes e retirada, restando
apenas a carga inicial. No terceiro e último estágio, a amostra encontra-se livre de
qualquer carga aplicada [4]. Tais estágios estão representados na figura abaixo [2]:
Figura 2: Procedimento adotado para o ensaio de dureza Rockwell.
O próprio equipamento no qual o ensaio é executado converte a medida de
profundidade em uma escala de dureza apropriada. Tal número de dureza deve ser
expresso indicando o tipo do penetrador e a escala utilizada – a qual se relaciona
com a carga. Por exemplo, 72 HRBW indica uma dureza Rockwell de 72
determinada com uma esfera de carbeto de tungstênio (W) com 1,588 mm de
diâmetro e 100 kgf aplicados (escala B) [4].
1.3 ENSAIO DE DUREZA VICKERS
Este ensaio utiliza uma pirâmide de base quadrada feita de diamante como
penetrador. O ângulo entre as faces é de 136º por este ser o formato mais próximo
do apresentado na maioria das identações esféricas [2]. Como pode ser observado
na Figura 1, é o tipo de ensaio que fornece a menor impressão, podendo ser
utilizado para estudar todas as classes de materiais. A dureza Vickers também é útil
por apresentar uma escala contínua que aumenta de acordo com o carregamento
[2].
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A dureza Vickers relaciona o carregamento e a área da impressão provocada
no material, de acordo com [5]:
⁄
Equação 3: Determinação da dureza Vickers, onde P é o carregamento em gf, α é o ângulo da face da pirâmide, assumido como 136° e d é a diagonal da base da pirâmide.
Os próprios equipamentos possuem dispositivos ópticos que auxiliam na
medida da diagonal. Existem tabelas que relacionam os carregamentos e o
comprimento das diagonais com a escala de dureza Vickers [5].
2 OBJETIVOS
Identificar as principais diferenças entre os ensaios de dureza e determinar as
propriedades em diferentes amostras metálicas.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
Durômetro Rockwell, Vickers e Brinell. Amostras metálicas de:
Aço 1045 recozido;
Aço 1020 trefilado;
Alumínio 7050 T7451
Alumínio resfriado ao forno
Aço ferramenta;
Ferro fundido;
Cobre eletrolítico
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3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.2.1 Dureza Rockwell
O ensaio de dureza Rockwell foi efetuado nas escalas A, B e C para as
seguintes amostras e especificações, de acordo com o procedimento especificado
na Figura 2 [2] e na norma ASTM E18-2014 [4]. Para todas as amostras foram
efetuadas três medidas da dureza.
Utilizou-se o penetrador do tipo cone esférico de diamante, com pré-carga de
10 kgf, carga total de 60 kgf aplicada por 15 segundos (Rockwell A) nas amostras de
aço 1020 e 1045.
A dureza Rockwell B lançou mão do penetrador de aço esférico com 1,588
mm de diâmetro. Novamente utilizou-se uma carga inicial de 10 kgf com carga total
de 40 kgf. Este ensaio analisou as amostras de alumínio resfriado ao forno e de
alumínio recozido.
Utilizou-se o mesmo penetrador de diamante com a mesma carga inicial,
porém com uma carga total de 150 kgf (Rockwell C) para as amostras de aço 1045 e
aço ferramenta.
3.2.2 Dureza Vickers
O ensaio de dureza Vickers foi realizado em conformidade com a norma
ASTM E384-2011 [5]. Foram tomadas três medidas de cada amostra utilizando 100
gf para os aços ferramenta e 1045, mas apenas 5 gf para o cobre
A impressão nas amostras foi medida utilizando-se o micrômetro acoplado ao
visor óptico do aparelho. As diagonais da impressão foram medidas duas vezes e
efetuada a média. Tal valor foi consultado na tabela de dureza para a respectiva
carga, fornecida pelo fabricante do equipamento.
3.2.3 Dureza Brinell
O ensaio de dureza Brinell foi realizado apenas na amostra de ferro fundido,
utilizando uma esfera de 2,5 mm de diâmetro e carga de 62,5 kgf. Também foram
feitas três medidas na amostra, e os procedimentos seguiram a norma ASTM E10-
2012 [3].
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 DUREZA ROCKWELL
Os dados obtidos para os diferentes ensaios de dureza estão especificados
na tabela abaixo:
Tabela 1: Números de dureza Rockwell obtidos para as diferentes amostras, os valores em negrito correspondem às médias de cada amostra.
ROCKWELL A ROCKWELL C ROCKWELL B
Aço 1020 Aço 1045 Aço 1045 Aço
ferramenta
Alumínio resfriado ao
forno
Alumínio recozido
45 HRA 49,5 HRA 45 HRC 67 HRC 51 HRB 70 HRB
51 HRA 54,5 HRA 47 HRC 69,5 HRC 59 HRB 80 HRB
49 HRA 53 HRA 48 HRC 69,5 HRC 56 HRB 81,5 HRB
48,33 HRA 52,33 HRA 46,67 HRC 68,67 HRC 55,33 HRB 77,17 HRB
É incorreto comparar diferentes escalas de dureza sem realizar as
conversões apropriadas. Dentro de cada escala, podemos afirmar que o aço 1045 é
ligeiramente mais duro que o aço 1020. Isso está relacionado com a quantidade de
carbono presente, que é maior no aço 1045. Entretanto, apesar de aumentar a
dureza, esse teor influencia mais substancialmente as propriedades mecânicas
como resistência à tração [2].
A dureza Rockwell C é utilizada para metais mais duros, sendo apropriada
para avaliar o aço ferramenta. Esses aços possuem reforços de óxidos e cermetos
que conferem elevada dureza. Por conta disso, os aços ferramenta apresentam um
desempenho melhor em relação ao aço 1045 [1].
Para efeito comparativo, foi utilizada a Tabela 1 para aços não-austeníticos da
norma ASTM E140-2012 [6], para converter a dureza HRC do aço ferramenta para
HRA e compará-la com a do aço 1020. Tal valor é de aproximadamente 95,6 HRA
para o aço ferramenta, quase o dobro do valor de dureza atribuído ao aço 1020.
A amostra de alumínio submetida a tratamento térmico de recozimento
apresentou um maior número de dureza Rockwell. Taxas de resfriamento mais
lentas, no forno, aumentam a granulometria e diminuem a dureza [2].
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4.2 DUREZA VICKERS
Tabela 2: Números de dureza Vickers obtidos para as diferentes amostras, os valores em negrito correspondem às médias de cada amostra.
DUREZA VICKERS
Aço ferramenta
Aço 1045 Cobre
1585 HV100 884 HV100 40,6 HV5
1576 HV 100 604 HV100 31,6 HV5
1392 HV 100 876 HV100 41,8 HV5
1518 HV100 788 HV100 38 HV5
Pode-se afirmar mais uma vez que o aço ferramenta é mais duro do que o
aço 1045. Quanto à amostra de cobre, não é possível compará-la com as outras
amostras devido à disparidade nas escalas. Consultou-se a Tabela 7 “Conversão de
Dureza Aproximada para o Cobre” e o Apêndice A7 da norma ASTM E140-2012 [6]
e não foi possível realizar conversão da escala HV5 para HV100. Os dados
disponíveis relacionavam apenas HV1 e HV100.
Portanto, para realizar essa conversão, seria necessário ensaiar o corpo de
prova de cobre utilizando uma carga de 1 kgf
4.3 DUREZA BRINELL
O único corpo de prova ensaiado com essa técnica foi a amostra de ferro
fundido, a qual apresentou uma dureza de 164 HB62,5. Novamente, a Tabela 8
“Conversão de Dureza Aproximada para Ferros Fundidos” disponível na norma
ASTM E140-2012 [6], não nos fornece a conversão para o carregamento utilizado.
Portanto, não é possível comparar esse valor com nenhum dos testes anteriores. A
tabela compara apenas HB10/3000 com HV50 e HRC.
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5 CONCLUSÃO
Para realizar um ensaio de dureza, assim como qualquer outro ensaio de
caracterização de materiais, é imprescindível ter conhecimento prévio da norma
utilizada. No caso dos ensaios de dureza, isso possibilita utilizar os penetradores e
cargas apropriados, para que os resultados possam ser comparados entre diversos
materiais e escalas diferentes.
De todos os ensaios apresentados, o Rockwell é o mais utilizado pela sua
facilidade de aplicação e obtenção direta de resultados. Entretanto, é a dureza
Vickers que cobre uma gama maior de materiais.
Interferentes como resíduos na superfície da amostra e defeitos de
perpendicularidade do corpo de prova podem tornar os resultados menos confiáveis.
Outro ponto importante é a distância entre os pontos de aplicação da carga, quando
uma mesma amostra é ensaiada várias vezes.
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REFERÊNCIAS
1. CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Materials Science and Engineering an
Introduction. 8ª. ed. Hoboken: Wiley & Sons, Inc, 2010.
2. CHAWLA, K. K.; MEYERS, M. A. Mechanical Behavior of Materials. 2ª. ed.
Cambridge: Cambridge University Press, 2009.
3. ASTM STANDARD. E10,2012, "Standard Test Method for Brinell Hardness of
Metallic Materials", ASTM International, West Conshohocken, PA, 2012, DOI:
10.1520/E0010-12, www.astm.org.
4. ASTM STANDARD. E18,2014, "Standard Test Method for Rockwell Hardness
of Metallic Materials", ASTM International, West Conshohocken, PA, 2014, DOI:
10.1520/E0018-14, www.astm.org.
5. ASTM STANDARD. E384,2011, "Standard Test Method for Knoop and Vickers
Hardness of Materials", ASTM International, West Conshohocken, PA, 2011,
DOI: 10.1520/E0384-11E01, www.astm.org.
6. ASTM STANDARD. E140,2012, "Standard Hardness Conversion Tables for
Metals Relationship", ASTM International, West Conshohocken, PA, 2012, DOI:
10.1520/E0140-12B, www.astm.org.