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Projeto Latino-americano Relatório do Encontro Nacional dos Trabalhadores na Indústria Automobilística 28 a 30 de agosto de 2003 São Bernardo do Campo, SP TIE-Brasil 2003

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Projeto Latino-americano

Relatório do

Encontro Nacional dosTrabalhadores na

Indústria Automobilística28 a 30 de agosto de 2003

São Bernardo do Campo, SP

TIE-Brasil2003

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Projeto Latino-americano

Relatório do

Encontro Nacional dosTrabalhadores na

Indústria Automobilística28 a 30 de agosto de 2003

São Bernardo do Campo, SP

Esta publicação e o Encontro foram realizados com o apoio de

P.S.O.

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“Relatório do Encontro Nacional dos Trabalhadores na IndústriaAutomobilística” - Materiais dos debates e trabalhos em grupos ocorridosdurante o encontro realizado entre os dias 28 e 30 de agosto de 2003 nacidade de São Bernardo do Campo, SP, Brasil. Publicação destinada àdivulgação e multiplicação junto aos Trabalhadores de base dos debatesquetiveram lugar no encontro; TIE-Transnationals Information Exchange,Curitiba, 2003

TIE – é uma rede internacional de Trabalhadores e ativistas sindicais.Seu objetivo é proporcionar o intercâmbio de informações e experiênciasentre Trabalhadores, sindicatos, grupos operários e semelhantes, promovendoo debate sobre as ações e estratégias sindicais e reforçando a criação dealternativas que permitam a transformação socio-economica.

O conteúdo aqui publicado poderá ser reproduzido por sindicatos,comissões de fábrica e outras organizações operárias e sociais sem finslucrativos, desde que citada a fonte.

Cópia deste e de otros materiais pode ser solicitada através de fax,correio ou e-mail:

TIE-BrasilRua Padre Anchieta, 1691 – Conjunto 1208Curitiba/PRBrasilCEP 80730.000

Telefone/Fax: (55 41) 3339-5019Mail: [email protected]

Trasnationals Information Exchange,2003

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Índice

Introdução 07

Abertura 09

O que é TIE? 11TIE-Brasil 13Projeto Latino-americano 14

Salário, jornada e poder aquisitivo dos Trabalha-dores nas montadoras 15

Diagnóstico do Setor Metalúrgico 18

Apresentação dos resultados dos trabalhos em grupos 21

Grupo 1 21Grupo 2 22Grupo 3 22Grupo 4 23Grupo 5 23

Debate realizado pelos participantes 24

Leitura e Interpretação das tarjetas preenchidaspelos participantes 32

Apresentação dos trabalhos em grupos por em-presas e/ou segmentos 33

Montadoras 33Caminhões 36Encarroçadoras de ônibus 37Novas plantas 37

Finalizando 39

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Encontro Nacional dos Trabalhadoresna Indústria Automobilística

Introdução

A indústria Automobilística é um dos setores maisimportantes da economia brasileira e exerce forteinfluência tanto na economia do país como naorganização social e modo de vida de milhares debrasileiros.

Esta indústria foi literalmente o carro chefe dodesenvolvimento econômico nos anos de chumbo. Maistarde viria a ser o palco de greves que estão entre asmaiores que este país já viu.

Trabalhadores nesta indústria se organizariamcomo nunca e acabariam por criar o chamado novosindicalismo que, por sua vez, viria a gestar e parir umpartido político e pelo menos uma central sindical.

Nos anos 90 o setor passa por forte reestruturaçãoprodutiva e drástica redução do número deTrabalhadores nas plantas há muito instaladas no país.Ao mesmo tempo a política entreguista e liberal dogoverno FHC faz com que se inicie uma verdadeiraGuerra Fiscal entre as diversas unidades da federação nointuíto de atrair as novas plantas anunciadas pelastransnacionais do setor. Governos estaduais e municipaisparticipam dos mais variados “jogos”, aceitamchantagens mil, investem muito e se endividam para“ficar” com as novas fábricas.

As cidades que recebem as novas plantas inchamde migrantes em busca de postos de trabalho. Os jovens

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são atraídos por promessas de cursos profissionalizantese salários maiores que aqueles que percebiam oupoderiam vir a receber em outros empregos. Governos,mesmo endividados e sem poder de decisão nenhumsobre os rumos das empresas comemoram o feito.

Assim chegamos ao século 21. De um lado, com osTrabalhadores nas antigas plantas automobilísticas,cheios de experiência e muitas anos de luta, brigandopara manter seus empregos e as plantas funcionado. Deoutro com novas e modernas empresas instaladas emregiões com tradições de luta diferenciadas, salários maisbaixos, alto ritmo de produção e um sem-fim deTrabalhadores lesionados.

Buscando colocar os Trabalhadores e sindicalistasde base em contato para intercambiar informações eexperiências e começar a pensar como fazer parasuperar os problemas enfrentados no setor TIE-Brasilem conjunto com a CNM-CUT (Confederação Nacionaldos Metalúrgicos da CUT) e a CNTM-FS (ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores Metelúrigicos da ForçaSindica) e realizaram de 28 a 30 de agosto de 2003 aEncontro Nacional dos Trabalhadores na IndústriaAutomobilística.

Apresentamos aqui os debates ocorridos durante oencontro e as decisões tomadas pelos Trabalhadores nosentido de unificar as lutas e fortalecer o movimentosindical brasileiro.

Este relatório foi pensado como material de apoiocapaz de auxiliar aos Trabalhadores em suas atividadescotidianas na qualidade de multiplicadores dos debatesque tiveram lugar no encontro de forma que, através daautoformação e autocapacitação, se possa renovar aspráticas sindicais e realizar negociações conjuntas, deacordo com os novos tempos e sempre prontos aenfrentar novos desafios e experiências.

TIE-Brasil

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Abertura

Maurício Minolfi em nome de TIE saúda ospresentes e dá boas vindas a todos os participantes,apresenta o material constante da pasta de documentosque foi entregue a cada um deles e chama oscompanheiros que farão parte da mesa de abertura doEncontro:

- Nelson Souza – Vice-Presidente do Sindicatodos Metalúrgicos da Grande Curitiba

- Tarcisio Sécoli – Secretário-Geral Sindicato dosMetalúrgicos do ABC

- Luís de Oliveira Rodrigues- Presidente daCNTM/FS

- Fernando Augusto Moreira Lopes - Presidenteda CNM/CUT

- Sérgio Luís Bertoni - Coordenador Geral do TIEBrasil

Nelson Souza dá as boas vindas a todos einforma que está representando Sergio Butka, presidentedo Sindicatos dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, queestá em pleno processo eleitoral e não pode se ausentardo sindicato. Lembra que é muito importante esse tipode encontro para a troca de informações entre osTrabalhadores metalúrgicos do Brasil. Lembra tambémda esperança de um novo Brasil e espera que todas ascentrais se unam na construção de um novo país.

Luís de Oliveira Rodrigues lembra de muitotempo atrás, época da fundação da CUT, que ocorreunesse mesmo local, mais especificamente nesse mesmoauditório, um encontro de Trabalhadores Metalúrgicos e

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lembra das dificuldades daquela época e dos avanços domovimento sindical no Brasil independentemente daCentral Sindical a que pertençam os seus dirigentes eTrabalhadores. Fala um pouco das dificuldades dosTrabalhadores no Brasil atualmente e afirma que é umprazer estar presente ao evento.

Tarcisio Secoli informa que está representandoJosé Lopes Feijó – presidente do Sindicato dosMetalúrgicos do ABC, que está na Alemanha negociandoas mudanças que estão ocorrendo dentro daVolkswagen. Lembra de todo o tempo que ossindicalistas do ABC vem desenvolvendo experiências deintercâmbio com TIE e os grandes avanços ocorridosdesde essa época. Fala sobre os Fóruns deCompetividade que estão acontecendo no Brasil e dasmudanças e esperanças que esses Fóruns trazem aosTrabalhadores brasileiros, lembra que essa é aoportunidade de propor as mudanças que sempreesperamos para os Trabalhadores.

Fernando Augusto Moreira Lopes dá as boasvindas a todos, agradece e ressalta a importância dotrabalho do TIE em promover esse encontro.

Menciona o momento importante em que estáacontecendo esse seminário quando completamos setemeses de um novo governo. Lembra também do Fórumde Competividade, recorda sobre a capacidade deprodução automotiva desse país e das possibilidadespara os Trabalhadores, das possibilidades de exportação.

Lembra ainda da importância da união de critériose ações políticas. Lembra de outros momentos em que asCentrais Sindicais trabalharam juntas e afirma que esseé o momento fundamental para que todos trabalhemosjuntos pelos direitos dos Trabalhadores e de toda apopulação brasileira. Acredita no sucesso de seminário

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entre outras coisas, pela participação de representaçõesde todo o País.

Sérgio Luís Bertoni dá boas vindas a todos eespera que o seminário seja produtivo e contribua para ademocratização e o fortalecimento do movimento sindicalbrasileiro.

Atendendo a pedidos faz um breve relato sobreTIE, já que muitos do presentes por primeira vezparticipa de uma atividade promovida por estaorganização.

O que é TIE?

O TIE foi fundado em 1978 em Amsterdam,Holanda, na qualidade de uma rede de troca deinformações e experiências entre Trabalhadores emempresas transnacionais. Em 1981, TIE se transformouem uma organização independente. Em 1986 abriu seuescritório no Brasil, o primeiro fora da Europa. Em 1990foram abertos os escritórios de Moscou (Rússia),Frankfurt (Alemanha), Bangkok (Ásia) e Detroit (EUA).Em 1995 juntamente com a BWFJ (Trabalhadores Negrospela Justiça) foi aberto o escritório de TIE-US-South (Suldos EUA), em Atlanta. Em 2001 foi a vez do escritório deTIE-Chile, na cidade de Santiago do Chile. Atualmente 20pessoas trabalham no TIE no mundo inteiro.

O TIE orienta o seu trabalho no sentido de criarlaços de comunicação e cooperação entre osTrabalhadores e as suas organizações sindicais,principalmente à nível de base. Impulsiona ademocratização dos sindicatos, os debates sobre asnovas estratégias sindicais e a construção de capacidadede ação nos locais de trabalho.

A idéia geral por trás do trabalho de TIE é decontribuir e formar parte dos movimentos sociais, que

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lutam por mudanças reais das relações sócio-econômicasinjustas, à nível nacional e mundial. A democracia, atransparência e o protagonismo do ativismo de base, sãoprincípios que o TIE defende, por considerá-los essenciaisno processo de mudanças estruturais tão almejados peloconjunto da sociedade.

TIE se propõe a participar na tarefa coletiva deconstrução de um conhecimento que parta dos própriosTrabalhadores, que seja guia e estímulo para a açãodiante da poderosa ofensiva promovida pelas empresas egovernos, que ameaça acabar com os direitos econquistas históricas dos Trabalhadores. TIE centra a suaatenção nas formas que essa ofensiva patronal assumenos locais de trabalho: as novas estratégias empresariaisde exploração e controle do trabalho, a flexibilizaçãolaboral, as novas tecnologias informatizadas, etc.

Para dar uma resposta adequada a essesproblemas e desafios, os Trabalhadores e as suasorganizações devem partir das suas próprias idéias eelaborar propostas alternativas de desenvolvimento. TIEse propõe a criar espaços de debate que possibilitem aconstrução de um conhecimento de Trabalhadores paraTrabalhadores.

Seus integrantes, há mais de 20 anos, em seutrabalho em TIE, ou através da sua inserção em outrasinstituições (sindicatos, comissões de fábrica, centros depesquisa, escolas de formação, universidade, etc.),realizaram atividades em conjunto com diversasorganizações sindicais e sociais.

O financiamento de atividades se realiza com oaporte dos seus integrantes, de companheiros eorganizações de Trabalhadores, que se identificam com otrabalho desenvolvido por TIE. Desde 2002, algumasatividades contam com o financiamento do PSO (PersonalServices Overseas, fundo holandês para fomentar o bemestar e a democracia no mundo) no marco do ProjetoLatino-americano.

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TIE se propõe a colaborar com toda organizaçãosindical e social disposta a defender os princípios depluralismo, internacionalismo, democracia, autonomia erespeito mútuo, como base, da defesa conseqüente dosdireitos e interesses dos Trabalhadores

TIE-Brasil

TIE trabalha no Brasil desde 1986, quando foiaberto o escritório de São Paulo. Durante os últimos 17anos, TIE desenvolveu o seu trabalho na área deformação sindical, organizando visitas de intercâmbio deinformações e experiências, seminários e conferênciasinternacionais nos quais discutiu-se as tendências dedesenvolvimento dos sindicatos, as novas estratégias deadministração e gerenciamento das empresas e o papeldos Trabalhadores nestes processos. Sempre atento àsmudanças que acontecem à nível internacional enacional, TIE concentrou o seu trabalho na indústriaautomobilística. Mais tarde, o trabalho foi levado tambéma outros setores, como por exemplo, o agrícola e o daalimentação e as novas categorias de Trabalhadores dasnovas regiões, tais como o Nordeste e o Sudeste doBrasil.

Em 1999, tendo em vista as importantesmudanças que ocorreram no caráter da indústria do país,TIE resolveu transferir seu escritório para Curitiba, novopólo automobilístico do Brasil, e começar uma novafrente de trabalho na região Sul.

Uma das prioridades no trabalho de TIE nas novasregiões (nos estados de Paraná e Rio Grande do Sul) éorganizar os Trabalhadores não sindicalizados e ointercâmbio de experiências entre estas e as demaisregiões brasileiras onde o movimento sindical tem maistradição, tanto no que diz respeito a organização sindical,quanto a experiência na área de formação. Outraprioridade do trabalho de TIE-Brasil consiste em

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colaborar com os países do Mercosul, através de relaçõesde parceria com as organizações similares na Argentina,Chile e Uruguai.

Através do seu trabalho nas diferentes regiões domundo, TIE conseguiu acumular uma rica experiência naárea de formação popular e sindical. TIE tambémpromove o intercâmbio de metodologias e introduz osmétodos de treinamento que eram praticamentedesconhecidos pela maioria da população dos paísesonde atua.

Projeto Latino-americano

O Projeto Latino-americano é uma iniciativaformulada e implementada por TIE-Brasil, em conjuntocom os escritórios de TIE no Chile, Estados Unidos eHolanda; com Taller de Estudios Laborales - TEL, daArgentina e com Red de Mujeres Sindicalistas, do México.

Os destinatários principais do projeto sãoTrabalhadores, ativistas e delegados sindicais de base,embora também participem dirigentes locais e nacionais.Também está dirigido a militantes e líderes deorganizações de Trabalhadores de bairros e dedesempregados.

As atividades do projeto são organizadas emconjunto com sindicatos, comissões de fábrica e outrasorganizações de Trabalhadores dos diferentes paísesonde o projeto está sendo desenvolvido (Argentina,Brasil, Chile, Estados Unidos, Holanda, México eUruguai). Estão envolvidos diferentes ramos da atividadeeconômica como agro-indústria, alimentação, automóvel,energia, finanças, telecomunicações, setor público emaquiladoras, assim como organizações de bairro esociais de Trabalhadores.

Através de encontros e visitas de intercâmbio deTrabalhadores, ativistas e dirigentes sindicais, assimcomo de especialistas, de diferentes países; da realização

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de seminários, oficinas e cursos de formação; e dadivulgação de informação sindical e de empresas, oprojeto garante que os Trabalhadores troqueminformações, construam laços de cooperação e aprendamda experiência dos outros, para construir umconhecimento próprio, à serviço de suas lutas.

A longo prazo, a proposta é a de contribuir para odesenvolvimento de um poderoso, progressista edemocrático movimento operário, nos países da AméricaLatina.

Salário, jornada e poder aquisitivo dosTrabalhadores nas montadoras

Osvaldo CavignattoSubseção DIEESE do Sindicato dos Metalúrgicos

do ABC

“Do Holerite às Compras” é um estudo sobreremuneração, preços e poder aquisitivo do tempo detrabalho em 17 municípios com produção automobilísticano Brasil.

Contendo 91 páginas, o estudo foi elaborado pelasSubseções DIEESE do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCe da Confederação Nacional dos Metalúrgicos(CNM/CUT).

Objetivos

a) Fornecer subsídios para o Contrato ColetivoNacional de Trabalho no Setor. Este instrumento poderácontribuir para reduzir a heterogeneidade das relações detrabalho no país, ampliada com a formação de uma novageografia da produção automobilística no Brasil nosúltimos anos. Em 1990, 12 marcas de fabricantes de

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veículos possuíam 17 fábricas, que se distribuíam entre 6Municípios do país; em 2002, os totais já eram bemdiferentes: 18 marcas, 27 fábricas e 18 Municípios. Istosignifica também a participação de novos atores einstituições sociais na cadeia automobilística, dentre osquais novos Estados, Municípios, empresas e sindicatos;

b) Gerar metodologia para a realização de futuraspesquisas neste e em outros setores da economia.

Duração e Abrangência

Fruto de 15 meses de pesquisa, o estudoapresenta a remuneração, a jornada e o poder aquisitivodo tempo de trabalho dos metalúrgicos em 17 Municípioscom plantas automobilísticas: São Bernardo do Campo,São Caetano do Sul, São José dos Campos, Taubaté,Sumaré, São Carlos e Indaiatuba (Estado de São Paulo);Betim, Juiz de Fora e Sete Lagoas (Estado de MinasGerais); Curitiba e São José dos Pinhais (Estado doParaná); Caxias do Sul e Gravataí (Estado do Rio Grandedo Sul); Resende e Porto Real (Estado do Rio deJaneiro); Camaçari (Estado da Bahia).

Fontes de Informações

Para obter as informações de remuneração ejornada por município, utilizou-se a RAIS, do Ministériodo Trabalho e Emprego. Para a captação dos preços,realizou-se pesquisa de campo, diretamente nos 17Municípios.

Pesquisa de Preços de 151 produtos eserviços

Para medir de maneira inédita o poder aquisitivodas remunerações, tanto em termos monetários quanto

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em tempo de trabalho necessário, a pesquisa de campolevantou, entre maio e julho de 2002, em cada um dosreferidos Municípios os preços de 151 produtos eserviços. A coleta de preços incluiu desde ítens dealimentação, aluguel, equipamentos domésticos,transporte, vestuário, educação, saúde, recreação edespesas pessoais, até os de maior valor agregado comoa compra de terrenos e veículos. Para cada um dos ítenspesquisados, houve duas tomadas de preços. Em cadaMunicípio, foram coletados cerca de 302 preços.Portanto, no conjunto dos 17 Municípios, houve olevantamento de mais de 5 mil preços.

Locais de Compra pesquisados

Hipermercados, lojas de eletrodomésticos, lojas deroupas, lojas de calçados, lojas de brinquedos,imobiliárias, lojas de material de construção, escolas,cursos de idiomas, farmácias, concessionárias deveículos, postos de gasolina, papelarias e padarias. Nototal foram visitados mais de 470 pontos comerciais.

Para maiores detalhes técnicos da pesquisa, ligarpara: Subseção DIEESE Fone: (11) 4128-4200 ramais:4257, 4220 ou 4201 e-mail: [email protected]

Cláudio Gramm , do Sindicato do Metalúrgicos deCuritiba, apresenta dados de 2001 e faz umaapresentação sobre montadoras do estado do Paraná,suas diferenças salariais, suas diferenças deescolaridade, lembra que a maior empregadora do setormetalúrgico do Paraná é a Bosch. As montadoras vêmcrescendo, mas são poucas e que a maioria daempresas, infelizmente, só vem diminuindo a suaquantidade de Trabalhadores.

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Confronta a quantidade de Trabalhadores e aremuneração média, além disso confronta as diferençasentre Trabalhadores homens e mulheres, e suas diversasnacionalidades.

Fala das fusões entre as empresas e também dainstalação de plantas no Brasil para facilitar ou viabilizara importação de automóveis para o Brasil. Fala tambémdos incentivos fiscais que são oferecidos por estadosbrasileiros o que facilita a chegada de empresas ao Brasile dificulta e até inviabiliza e negociação por parte dosTrabalhadores. Lembra que precisamos lutar pelamanutenção do emprego do Trabalhador metalúrgicobrasileiro. Lembra do crescimento das empresas deequipamentos agrícolas. Lembra que em algumas cidadesestá sendo estudada a implementação do saláriovariável, o que não deve ser aceito por nósTrabalhadores pois, isso pode diminuir ainda mais osdireitos adquiridos pelos trabalhadores.

Diagnóstico do Setor Metalúrgico

Jefferson José da ConceiçãoSubseção DIEESE do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Para se fazer um diagnóstico do setor auto noBrasil é preciso antes fazer um diagnóstico do contextomundial.

A produção mundial de veículos no ano passado foide aproximadamente 50.000.000 de veículos e, acapacidade produtiva do setor em nível mundial estáestimada em torno de 70.000.000 de veículos, ou seja,se confrontarmos toda a capacidade mundial deprodução à real produção de veículos encontraremosuma diferença grande, a ociosidade de produção é deaproximadamente 30%. Assim, estamos falando de um

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setor que tem atualmente, uma capacidade ociosa e quenão tem possibilidades de ver crescer a sua produção.

Nos anos 90 tivemos o surgimento de outrospaíses como competidores na produção nesse setor, e,atualmente temos o surgimento de um novo grandeprodutor mundial de automóveis que é a China. Foraisso, um outro problema, é a diminuição da rentabilidadedessas empresas, um breve estudo feito no Brasilmostrou que o setor indústrial brasileiro tem umarentabilidade menor que a simples aplicação de dinheiroem títulos públicos. Uma das primeiras saídas para essasituação é buscar um novo modelo de crescimentoeconômico e indústrial para o Brasil.

Um rápido perfil do setor no Brasil de hoje : Osetor automotivo representa hoje, 14% do PIBbrasileiro, emprega aproximadamente 4 milhões deTrabalhadores, é um dos maiores arrecadadores detributos no país, um setor que gera um saldo na balançacomercial de 4 bilhões de dólares, somos o quintoprodutor mundial de tratores, o primeiro produtormundial em ônibus e o segundo produtor mundial emcolheitadeiras. O setor automobilístico brasileiro, emalguns casos, está no topo mundial do setor.

A década de 90 foi uma década de profundastransformações no setor automotivo brasileiro e issovem se estendendo até hoje. Além disso, tivemostambém mudanças organizacionais no chão das fábricas,e isso afetou os Trabalhadores, tivemos um brutalcrescimento da produtividade nas empresas e , no iníciodos anos 90 passamos pela abertura do setor àsexportações. 1992 e 1993 foram anos de extremaabertura política no setor automotivo brasileiro, ogoverno instalou as câmaras setoriais, o que representouum grande avanço para os Trabalhadores, além dissoaconteceram dois grandes acordos, porém em 1994tivemos o fim da câmara e da abertura dos mercados e,a partir daí, tivemos perdas salariais e a partir dessas

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perdas tivemos um momento onde foi possível discutir eestudar a fundo a situação.

Outro momento importante foi o da abertura dosincentivos fiscais e atualmente vivemos um novoparadoxo, se hoje temos uma ociosidade deaproximadamente 1 milhão de veículos estamos vendosurgir uma nova planta no Rio Grande do Sul, a GMGravataí, que possui capacidade para produzir 100.000veículos/ano. Um problema conjuntural na indústriaautomotiva brasileira é que, em 1990 havia no Brasil 12marcas de automóveis, com a guerra fiscal passaram aser 18 marcas montadoras. Tínhamos apenas 6municípios com plantas automobilísticas e passamos ater 18. Há o questionamento se a guerra fiscal foi boaporque gerou empregos, obviamente a resposta é não,pois não foi balizada com metas de contrapartida porparte das empresas.

Um outro ponto é o crescimento do setor detratores que se deu em virtude do Moderfrota, que foicriado há alguns anos e o que se questiona é qual foi acontrapartida que recebemos em virtude desseModerfrota, no entanto não temos um aumento deempregos tão grande quanto o crescimento gerado poresse acordo.

Temos hoje uma ociosidade de produção em mediade 40%, enquanto no restante do mundo é de 30%.Precisamos pensar em medidas imediatas, de curto prazoque substituam o acordo emergencial que se encerra emnovembro de 2003.

Um outro mercado, que teve uma grande baixanesse ano, foi o mercado de populares, carros simplesque representam 70% do mercado brasileiro, a crisenesse mercado é muito grande, uma das medidas dediscussão de política indústrial nos fóruns é excluir dasnegociações os carros 2.0, pois não houve uma quedatão significativa nesse segmento, o maior problema aindaestá nos carros 1.0. Uma saída é buscar políticas que

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estimulem a exportação de veículos e também repensara tributação desses veículos populares, queanteriormente girava em torno de 17% e hoje está emtorno de 26%, é preciso buscar também uma baixa datributação dos veículos populares. O crescimento dacarga tributária no Brasil vem se refletindo violentamentena indústria automotiva.

Apresentação dos resultados dostrabalhos em grupos

A mesa foi composta pelos companheiros Mancha,Moisés, Sérgio, Nelson, Marcelino e Assis.

Grupo 1Pauta Unificada

a) Redução da Jornada de Trabalho para 40 horassem redução de salários

b) Piso salarial unificado, fazer estudo político dodesenvolvimento de emprego e renda na região.Após fazer levantamento a nível nacional paraestabelecer esse mínimo

c) Plano de ação: mobilização nacional a favor doContrato coletivo Nacional

d) Política Nacional para o setore) Reforma tributária e fiscalf) Criação e incentivo na fabricação de veículos

popularesg) Diminuir através de financiamento bancário os

juros que hoje são cobrados

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Grupo 2Contrato coletivo Nacional de Trabalho

a) Agendar e promover próximo encontro dia 18 e19

b) Redução da jornada de trabalho sem redução desalário

c) Garantir piso salarial nacional de 1.300,00d) Garantia de organização no local de trabalho com

estabilidadee) Unificar a bata base em todo o setor automotivof) Garantir um acordo nacional relacionado à saúde e

segurança do Trabalhadorg) Todo acordo de renúncia fiscal deverá ter

participação tripartiteh) Uma política indústrial para o setori) Retomar as discussões com a câmara setorial

Grupo 3Unidade no setor Automotivo

a) Unidade do setor automotivo, CUT e ForçaSindical, reeditar o festival de greves comcontinuidade e calendário

b) Debate amplo e conscientização dos Trabalhadoresnos locais de trabalho

c) Em relação ao governo e aos patrões ter a visãode proposição e construir um movimento politizadopara mobilização

d) Pontos comuns ou eixos para campanhae) Piso mínimo nacionalf) Redução de jornada de trabalho sem redução

salarial 36/40g) Valorização do trabalho

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h) Organização no local de trabalho com respeito aorganização dos Trabalhadores – Comissão defábrica ou Comitê de dirigentes

i) Unificação das datas basej) Preocupação regionalk) Melhorar diagnóstico autopeçasl) Fazer intervenção nos Fóruns do Trabalhom) Aproveitar as campanhas salariais para divulgar e

unificar ações na mobilização

Grupo 4Contrato coletivo – Ações

a) Contrato coletivo é mais um instrumento na lutab) Elaboração de documentos comuns para o setorc) Movimento nacional de luta do setord) Envolvimento dos Trabalhadores terceirizadose) Direito de organização no local de trabalhof) Envolver judiciário , legislativo e executivo

Proposta de políticas indústriais para o setora) Maior participação dos Trabalhadores nos fóruns

de discussão no setorb) Criação de seminários para aprofundar discussão

Grupo 5a) Buscar pontos de consensob) Definir as metasc) Unificação das datas based) Diminuição da jornada de trabalhoe) Inclusão de cláusulas sociaisf) Massificação das informações para a sociedade

Política indústriala) Participação ativa nos fóruns

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b) Ações efetivas nas empresas que inviabilizarão oprocesso da política indústrial

Debate realizado pelos participantes:

Nelson - Lembra que no ano de 1995 reduzimosa jornada de trabalho para 40 horas, sem redução desalário, porém embora não se tenha baixado o salário,o que houve de lá pra cá foi a queda da faixa salarial. Faztempo que não há aumento real. Acredita que é precisomarcar uma data, para outro seminário para discutirpropostas para a política indústrial. Defendeu também aunificação de pisos salariais e também a luta pormelhores condições de trabalho e saúde.

Aurino (Bahia) – Fala da importância de sediscutir desenvolvimento do Brasil. Temos que tercompromisso forte das Centrais Sindicais e doscompanheiros aqui presentes. Temos que tirar daqui umdocumento final no qual constem os pontos comuns nosentido de começar a construir esse novo País. “Querofalar também sobre Política indústrial, a Guerra fiscaltem que acabar, temos que ajudar a desenvolver o paíscomo um todo. Empresários por exemplo, preferem osul do país e o nordeste fica de lado. Não podemospermitir concentração de renda e riquezas em uma únicaregião, pois , só assim desenvolveremos o país como umtodo.”

Lírio Rosa (Porto Alegre) - Elogiou os subsídiosfornecidos pela publicação do DIEESE para que possamosnegociar, a publicação demonstra que a exploração doTrabalhador e o custo de vida são altos, isso é produtoda falta de uma política indústrial. Relembra do absurdoda diferença salarial entre um Trabalhador na GM no Rio

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Grande do Sul e no ABC e independente disso, os lucroscontinuam altos nas duas plantas.

Marcelino (Betim) Inicia a exposição a partir doponto de ter ficado sabendo das dificuldades pelas quaispassa o Dieese atualmente e lembra que osTrabalhadores precisariam intervir para ajudar essainstituição que possui tanta credibilidade, tanto entre nóssindicalistas como entre o restante da sociedade. Falaque é necessário que se tenha uma pauta unificada, alémdisso é fundamental que busquemos o apoio dasociedade. Lembra que o Contrato coletivo Nacional é,de certa forma, uma barreira para dificultar a guerrafiscal, além disso ele possibilitará que os Trabalhadoresnão migrem de suas regiões para encontrar trabalho emoutros locais e se dispondo a ganhar menores salários.Lembra de que algumas cidades não aceitarão o ContratoColetivo Nacional e o piso salarial unificado, por que acidade não acredita ser possível pagar aquele salário.Precisamos primeiro convencer a sociedade de que asempresas montadoras podem pagar aquele salário, poisnão podemos deixar que se estabeleça uma polêmicaem torno disso, concorda que será necessário marcar umnovo seminário para que se afunilem as nossaspropostas e tenhamos propostas únicas e coerentes.

Luís Carlos Prates (São José dos Campos)lembra de duas polêmicas que precisamos pensar: umatrata da Guerra Fiscal e outra é a intervenção dentro doFórum de Competividade que apóia permitir que asempresas possam se deslocar entre os estadosbrasileiros sem problemas, isso acaba gerandocontradições entre nós mesmos, sindicalistas. Acha quedeveremos pensar de forma global com relação aoContrato Coletivo Nacional , lembra que anteriormente asempresas diziam que não poderiam pagar maioressalários devido as empresas que estariam em outros

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estados e não poderiam pagar esses salários lá, nãoacredita nesse argumento pois lembra que os bancáriosganham salário unificado, os funcionários da Petrobrástambém ganham salário que é unificado nacionalmente.Concorda que não há necessidade de ter saláriosdiferenciados se os Trabalhadores apresentam altosgastos com custo de vida em todos os lugares. Já sobrea jornada de trabalho, lembra que a nossa reivindicaçãotem que ser em nome do metalúrgico brasileiro, lembraque a maior jornada de trabalho no mundo é a do Brasil,a maioria dos nossos Trabalhadores metalúrgicostrabalha 40 horas semanais, diferentemente de outroslugares do mundo. Não podemos pedir uma jornada detrabalho que não nos deixe margem de negociação,então, acredita que pedir 40 horas de jornadaatrapalhará a negociação pois já temos maioriatrabalhando nessa jornada.

Jair (Campinas) Precisamos identificar os pontosde consenso para construirmos um Contrato ColetivoNacional, precisamos ver entre as duas Centrais Sindicaisquais são os pontos de consenso para que consigamosconstruir esse contrato, Em seguida, falando pela pautaunificada, precisamos lembrar das questões sociais,lembra de grande quantidade de doenças profissionais,pois elas representam um problema para o Trabalhador,ainda sobre o piso salarial unificado, afirma que seránecessário, de fato, dialogar com a sociedade, lembraque no processo de negociação qual o tempo quelevaremos para atingir o piso estipulado pela nossacampanha, ainda sobre política indústrial , precisamosdiscutir , seja nos fóruns ou sejam em outras instâncias,qual e o nosso real papel e quais as nossas intençõesfinais.

Moisés (ABC) Sobre a Guerra Fiscal, está claroque se for instalada uma montadora no Rio Grande do

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Norte, por exemplo, na cidade de Mossoró, a populaçãogostará muito pois acreditará que essa instalação traráempregos, porém com a guerra fiscal a diferença é que oestado está facilitando tanto isso que está atrapalhando anegociação com os Trabalhadores, o estado não estáexigindo contrapartida. Lembra que as montadoras nãogeram mais a quantidade de empregos que geravamantigamente, as coisas agora são diferentes, asempresas já vem enxutas e robotizadas. Sobre a reduçãode jornada, lembra do setor de autopeças, cuja situaçãoé diferente da situação das montadoras, lembra que napauta devemos negociar um piso salarial, e que será umlongo processo de negociação, porém não devemosestipular um valor para esse piso, pois isso geraráexpectativas na população e talvez acabe inviabilizando anegociação. Sugere que, como encaminhamento finaldeste seminário elaboremos um jornal único entre asduas Centrais Sindicais, que esclareça à população e osTrabalhadores em geral, colocando realidades nessejornal, para clarear todos os problemas enfrentados e asnossas dificuldades, que seja entregue em vários locais evárias cidades e montadoras em um único dia poisfaríamos disso uma pontapé inicial para a nossacampanha .

Sebastião (Curitiba) pensa no detalhe dadificuldade de reunir uma quantidade de sindicalistas,com uma base formada, com conhecimento de causa,lembra do compromisso de nós sindicalistas com osTrabalhadores em nossas bases, lembra que muitos denos vem aos seminários para simplesmente fazerturismo, lembra que deveremos levar nossasinformações aos Trabalhadores, que deveremos somar asinformações às informações deles, lembra quedeveremos lembrar aos Trabalhadores a necessidadedele se engajar nessa causa nossa, lembra das empresasque vem de outros países simplesmente para explorar

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nossa mão de obra. É preciso que haja uma diferençaentre empresas que vem com serviço robotizado, eempresas que trabalham com mão de obra direta, talvezpudéssemos propor uma alteração da tributação dessasempresas, uma tributação diferenciada entre empresasque gerem empregos e que empreguem robôs.

Assis (Caxias do Sul) fala sobre o ContratoColetivo Nacional , lembra que as principais questões jáforam colocadas, sobre pauta, jornada e o piso salarialunificado, lembra que não devemos olhar as questõesapenas sob o ponto de vista que estamos, é preciso olharsob o ponto de vista do trabalho de uma forma global.Lembra que desde 1998, época da instalação de umanova constituição a realidade dos Trabalhadores não étrabalhar menos de 44 horas., acha que esquecer isso, écolocar um ponto de pauta que inicialmente não daráacordo. Acredita que deveremos propor 40 horas pararedução imediata da jornada e uma redução gradual dajornada até 36 horas. O Brasil desenvolveu a indústriaque esta aí hoje com o aporte do dinheiro público, nãoexiste desenvolvimento econômico se não houver políticapara desenvolver economia, precisamos pensar é nisso,intervir é nisso. No existe hoje no país uma política decomo desenvolver certas regiões, como gerar empregosnesse país, é isso que devemos discutir e onde devemostentar intervir. Faz 20 anos que lutamos para perderpouco, mais e mais vezes, precisamos pensar querealmente existe um momento novo e quem não entendeisso não compreende o papel do governo LULA em nossoPaís. É a primeira vez que temos forças sociais nogoverno, precisamos pensar nisso. Precisamos pensarque os Trabalhadores não vão resolver todos os seusproblemas nesse governo ou ainda que o governo vairesolver o problema de todos os Trabalhadores.precisamos aproveitar esse novo momento para iniciaruma nova mudança.

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Marcelo (CNM-CUT) fala sobre a jornada detrabalho, lembra que é fato que existe a jornada detrabalho de 40 horas, mas é preciso pensar em horasextras e banco de horas, fala também que a CUT játrabalha com a meta de 36 horas semanais. Lembra quea parcela dos metalúrgicos e a parcela mais organizadadentro do movimento sindical parte do entendimento deque o Contrato Coletivo Nacional é um fator a mais paraconfrontar a ganância dos patrões, lembra da fragilidadeatual dos sindicatos, da questão do desemprego, doprojeto neo-liberal que continua a pleno vapor, e o setorautomotivo vem sofrendo reflexos grandes de toda essafragilidade porque é um setor de ponta da economia.Concorda que a saída das plantas de São Paulo pararegiões pequenas não contribui para o desenvolvimentodessas regiões. Concorda que em cidades menores o pisonacional unificado vai ajudar a desenvolver e alavancar aeconomia local.

Tonhão (Caxias do Sul) acha que se conseguirmoschegar a um consenso em torno das 40 horas semanais,poderemos trabalhar também pelas 36 horas, novamentefazer uma projeção de redução de jornada, em relação apolítica indústrial, lembra que não há contrapartida dasempresas que tiveram ajuda do BNDES. Essa é a hora detentarmos intervir nisso, precisamos pensar em buscaressa contrapartida. As empresas usam o dinheiro públicopara se modernizarem e obter mais lucros e acabamutilizando esse mesmo dinheiro público para demitirTrabalhadores, pois substituem os Trabalhadores porrobôs. “Proponho à mesa coordenadora do evento que seproduza um novo encontro e que seja específico para osetor de ônibus e caminhões, que tem característicaspróprias”.

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Ronaldo (São Carlos) concorda com oscompanheiros que mencionaram que estamos atrasadosno processo. Sobre a política indústrial fala quedeveremos atuar agora como parte fundamental nessajornada. Acredita que a construção de um jornal únicoserá fundamental para iniciarmos uma campanha parapodermos intervir nas políticas públicas. Quanto aomoderfrota acha que não poderemos perder aoportunidade de utilizar esse momento como ponto inicialde uma campanha forte e robusta.

Ceará (ABC) percebe que no dia de hoje já temosum afunilamento das idéias, lembra que nós sindicalistastemos que ter um mínimo de conhecimento do que épolítica pública, precisamos nos aprofundar nessaquestão e ter conhecimento de nossa causa, cada um denós deve levar a discussão do que é melhor para osnossos locais de trabalho e atuação. “Já passamos porisso aqui no ABC e foi uma fase muito difícil, masatualmente já superamos essa fase e hoje estamosenvolvidos com políticas e geração de renda e etc.. Jáestamos nos envolvendo na política do local. Creio que ese não tomarmos providências agora, corremos o riscode muito em breve não teremos mais sindicatosrepresentando Trabalhadores nesse País.”

Nelson pede a palavra para falar sobre o pisosalarial unificado. “É claro que sabemos das dificuldadesem todas as regiões, e é justamente por isso queestamos discutindo, é preciso que as empresasrespeitem as regras nacionais”. Fala sobre aterceirização, não podemos esquecer de discutir e terpropostas a respeito disso para que possamos discutir oContrato Coletivo Nacional. A terceirização acaba com aorganização no local de trabalho.

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Valter Sanches (CNM-CUT) finaliza com asseguintes propostas:

Atualizar a pauta nacional unificada produzida em1999 com os seguintes pontos:

§ direito de organização no local de trabalho comestabilidade

§ piso nacional unificado - o maior piso nacionalpago deverá ser a base de trabalho.

§ jornada de trabalho - de imediato 40 horassemanais , com redução para 36 horas.limitando horas extras.

§ envolvimento dos Trabalhadores: cada um iráas suas bases e discutirá isso com osTrabalhadores e também com a sociedade.

§ Dieese estará à disposição para ir até ascidades mais diversas fazendo umaapresentação do holerite as compras paramostrar a comunidade.

§ Unificação das datas base – Só na CNM são 12datas base diferentes, talvez pensarmos emutilizar a data base de setembro, fazendo isso apartir de 2004. e em setembro de 2004independente da concordância ou não dospatrões a gente fazer uma campanha deaumento ou reajuste de salários.

Sobre a Participação no Fórum de Competividade,mesmo não havendo consenso da participação, sugereformar um coletivo para poder refazer a pauta unificadae trocar informações sobre as pautas e sobre asConvenções Coletivas e ainda conversar sobre a hipótesede fazer um outro encontro incluindo inclusive o pessoalde autopeças

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Neste momento o plenário elegeu um ColetivoNacional responsável pela contiuidade dos contatos ecoordenação das ações conjuntas:

Nelson (Curitiba) [email protected] (Campinas) [email protected] (Betim) [email protected]ão ou Lírio (Caxias do Sul)

[email protected] (Resende)

(24) 9998-6811 / (24) 3360-9895Mancha (Sao José dos Campos)

[email protected] (CNM-CUT) [email protected] Sanches (CNM-CUT)Rosalino (São Carlos) [email protected]

Leitura e Interpretação das tarjetaspreenchidas pelos participantes

Os problemas comuns são os que tratam decláusulas sociais, saúde, segurança e meio ambiente,falta política industrial, problemas internos dentro dossindicatos, intransigência patronal, comunicação, poucocontato com o trabalhador, falta de vontade política,desigualdades regionais, correlação de força, melhoriadas condições financeiras do sindicato, individualismo dosTrabalhadores, terceirização, representação dosTrabalhadores terceirizados, exclusão social, falta decrescimento econômico, problemas com a políticaeconômica, conscientização dos Trabalhadores, falta deconscientização e organização no local de trabalho, umoutro grande problema apresentado várias vezes,corporativismo excessivo, divergência entre as centrais esindicatos, falta de unidade de unidade de ação entre as

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centrais, os dois maiores problemas são organização nabase e unidade na ação das centrais.

Principais pontos para uma Pauta deReivindicações Unificada:

– Redução da jornada de trabalho para 40 horassemanais;

– Data base unificada em 01 de setembro;– Aumento real;– Piso salarial nacional unificado de R$ 1200,00.

Apresentação dos Trabalhos emgrupos por empresas e/ou segmento

Montadoras

Ford

As maiores dificuldades que encontram estão emCamaçari. Tem dificuldade de representação no local detrabalho, dificuldade de estrutura interna, jornada equestão salarial. A realidade de São Bernardo e Taubatéé muito diferente, as OLTs são eleitas por Trabalhadorese tem uma estrutura para trabalhar. A realidade de SãoBernardo e Taubaté é mais ou menos parecida, temtempo para trabalhar a base, tem qualificação. EmCamaçari acham que o que falta é conscientizar osTrabalhadores, ainda não conseguiram implantarComissão de fábrica.

GM e FIAT

Tem problemas com relação ao ritmo de trabalho,com a reestruturação da produção tem ocorrido doenças

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profissionais. Um outro problema é a questão de postosde trabalho, tem afastamento (lay-off) de Trabalhadorese uma parte de setores sendo terceirizado. Apossibilidade cada vez mais presente de fusão entre FIATe GM, o que pode significar fechamento de plantas edemissões.

Na relação com a empresa o principal problema éa repressão à organização no local de trabalho que semostra mais forte em algumas plantas (Gravataí). Aorganização em várias plantas é feita via CIPA e todosenfrentam repressão .

Com relação a FIAT a repressão é muito maior,existe um certo clima de terrorismo, com câmerasinclusive. Apenas 2% dos Trabalhadores são associadosao sindicato. É preciso denunciar e fazer campanha deorganização sindical dentro dessas empresas, inclusiveFIAT. Tem proposta de organizar encontro desindicalistas dessas duas empresas para sintetizar aofensiva às empresas. Mesmo ocorrendo em grausdiferenciados, a repressão existe e é bastante grande.

Volks

O maior problema hoje é a Autovisão. Temnecessidade conhecer a fundo o que é esse projeto, Naplanta da Via Anchieta estão vivendo um problemaestrutural, a capacidade da planta e maior que aprodução atual e já tem excedente de veículos. Comrelação a Resende - RJ, eles afirmam que é uma fábricaque já nasceu terceirizada, mas está no gargalo, avelocidade de produção das linhas é absurda, não temcomo produzir além do que já se produz. Tem muitadificuldade, falta de apoio e falta de contato comSindicato dos Metalúrgicos do ABC, estão pedindo apoiodas Centrais para promover uma ofensiva à fábrica deResende. Ainda sobre Resende é preciso ampliar ocontato para facilitar o trabalho do sindicato e da

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Comissão de Fábrica, não conseguem facilitar o contatona negociação com a diretoria da empresa. A central nãoatua como deveria, eles já pediram ação imediata e nãotem resposta, pedem também um boletim informativoque qualquer ação por parte deles é repreendidaimediatamente.

Quanto a Volks - São Carlos, tem problemaestrutural, é preciso instalar o Comitê pois acreditam serfundamental para a organização no local de trabalho.Taubaté, está perdendo, por conta do Autovisão, temmedo inclusive de perder um turno, Curitiba é a fabricamais produtiva, mais robotizada, estão sobrecarregados,trabalhando 5 sábados seguidos, tem grande número desequelados, no momento estão produzindo 420carros/dia mas a capacidade da planta e para 700 carros.Começa agora o lançamento do projeto FOX e existe umPDV dentro da empresa. Já tiveram redução de salários,demissões na área de logística e terceiros. Existefechamento de banheiros inclusive, já fizeram denúnciana DRT. O grupo conclui que é fundamental um contatoentre membros de todas as plantas partindo do ComitêMundial Volks. Estão propondo a ampliação dos ComitêsMundiais.

DaimlerChrysler

Não se pode comparar Juiz de Fora com São Paulo,a unidade de São Paulo tem 47 anos de luta e Juiz defora apenas 4 anos de luta. Parece que a Daimler – SãoPaulo é modelo em termos de CIPA, Comissão deFábrica, Comissão de Conciliação Prévia, etc. São Paulotem problemas com Trabalhadores terceirizados. Já emJuiz de Fora tem problemas com a filiação a sindicatos deterceiros, alguns inclusive sindicalizados a sindicatos daConstrução Civil.

Falta Comissão de Fábrica em Juiz de Fora, estãoainda em negociação, tem problemas de ociosidade na

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planta, está muito difícil negociar por causa dessaociosidade. Tem também problemas com emissão deCAT’s.

Ações propostas: relação interplantas, aprender ausar a prerrogativa do Comitê de Conciliação Previa.

Caminhões

Agrale: dificuldades: salários baixos, carga detrabalho forçada com redução do numero deTrabalhadores e aumento da produção.

As categorias diferenciadas e a terceirizaçãorepresentam um grande problema.

A relação com a empresa é satisfatória.

Scânia – A saúde ocupacional é a grandedificuldade interna, houve redução do convênio médico(a empresa está limitando consultas), tem problemascom as categorias diferenciadas, com a terceirização eproblemas de relacionamento. O maior problema é o fatode a empresa não reconhecer o CSE – Comitê Sindical deEmpresa. O CSE tem atualmente 8 companheiros, mas aempresa reconhece apenas 1.

Volvo – tem problemas com as categoriasdiferenciadas, com demissões, tem vários problemas dedoença ocupacional e também estão com problemaspara resolver essa questão. Sobre a questão da saúdeocupacional, estão pedindo intervenção nacional dasCentrais Sindicais para ajudar a resolver isso. Além dissohá diferenças na grade salarial que esta há quatro anosparada.

A empresa tem terceirizado muitos departamentosdentro da planta., o relacionamento que sempre foimuito bom, nos últimos dois anos mudou muito, estamuito difícil.

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Encarroçadoras de Ônibus:

Comil - tem dificuldade com problemas dedemissão com Trabalhadores com doenças profissionais eno momento o sindicato tenta reintegrar umcompanheiro. Tem tido muita dificuldade na relação entreo sindicato e a empresa, já tem denuncia na DRT e estajá notificou a empresa duas vezes, já interditou algunssetores e a empresa, em represália a isso conseguiu umaLiminar na justiça para liberar o setor e a partir daíhouve uma campanha para os Trabalhadores sedissociarem do sindicato. A relação com o sindicato emuito ruim,

Marcopolo - tem uma realidade exclusiva, temmuitos membros da Direção na Marcopolo, a empresatem respeitado os dirigentes após muita luta, acham queainda falta representação e ação do sindicato para comos Trabalhadores.

Maxibus – É a que apresentas menoresproblemas nas relações com o sindicato. A organizaçãodos Trabalhadores na base ainda é débil e será precisotrabalhar melhor a base para conseguir a intervenção naempresa.

Busscar - desde 2001 tem bastante dificuldadefinanceiras, estão prevendo demissão de 30% dosTrabalhadores, pedem que a CNM intevenha nessasdemissões pois sabe-se que haverá ajuda do BNDES parasanar as dificuldades da empresa

Novas Plantas

Toyota - tem ritmo acelerado de trabalho, aempresa trabalha com jovens e tem muitos já doentes,

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devido ao ritmo de trabalho. Como não há comissão defábrica, organizam a empresa através da CIPA. Existetambém um outro grupo que é clandestino que não temcomparecido às reuniões e não tem feito muitostrabalhos.

Conseguiram já uma redução de jornada naToyota e Honda.

Honda - a empresa não reconhece a organizaçãodos Trabalhadores, dificulta a ação sindical, dizem quenão é possível fazer greve pois entre outras coisas, aempresa não autoriza a entrada de caminhão de som.

Como proposta - esperam reunir o pessoalTrabalhador de empresas japonesas e então tirar umapauta e definir uma estratégia de luta unificada.

Renault - falta de respeito ao movimento sindicalou toda forma representativa dos Trabalhadores, issonão vem só da direção francesa tem pessoas na direçãoexecutiva que também dificultam a organização sindical.

Proposta: fazer uma ação conjunta entre ascentrais sindicais, uma ação mobilizadora que facilite aorganização na empresa.

É importante que se façam novos eventos paratratar do assunto.

Cross Lander - a empresa é nova no mercado,além de todos os problemas da Honda, tem problemassalariais, ela negocia com o Sindicato mas não põe oacertado em prática, já pararam a empresa uma vez,buscaram acordo e a empresa não cumpriu, estãoentrando com uma denúncia na DRT e após isso vãoprocurar o Ministério Público.

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Finalizando

Saudação à Ashaki Binta, companheira de TIE-US-South e do movimento sindical negro do Sul dos EstadosUnidos

Marcelo Toledo, em nome de todos osparticipantes, fala da importância da presença de Ashakiem nosso evento: “Queremos lhe dizer que para nós,Trabalhadores aqui presentes, a causa dos Trabalhadoresdos EUA é a nossa causa e em particular a causa dosnegros e negras do seu país.

A repressão aos Trabalhadores americanos épraticamente a mesma vivida por TrabalhadoresBrasileiros há séculos. A luta dos Trabalhadores não tempátria e nem bandeira nacional, a luta dos brasileiros é aluta dos EUA e os caminhos que nós trilhamos são oscaminhos que os americanos trilharão. O governoamericano não é o dos Trabalhadores que vocêrepresenta, os Trabalhadores negros, as mulheres ehomens negros. Leve em nosso nome a solidariedadedos Trabalhadores brasileiros aos Trabalhadoresamericanos, para juntos construirmos um novo mundo.

Valter Sanches saúda a todos e lembra agrandeza desse nosso encontro, da organização sindicalfeita em todas as novas empresas instaladas nesseperíodo novo, o que representa, sem sombra de dúvidas,um avanço. Informa que tão logo estejam prontas asresoluções do encontro vamos passar a todos e que comcerteza nos encontraremos num breve futuro.

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Sérgio Luís Bertoni em nome de TIE, agradece aparticipação de todos e afirma que o resultado desteencontro foi mais que satisfatório, bem acima dasexpectativas de seus organizadores. Lembra que“inicialmente contávamos com 45 participantes e de fatocontamos coma a presença de 87 Trabalhadoresrepresentando 14 sindicatos, 2 Centrais Sindicais, 18empresas e 28 plantas”. Agradece a colaboração detodos que ajudaram no apoio a esta atividade:secretárias, intépretes, assessores e o pessoal da infraestrutura.

Agradece mais uma vez a participação de todos ospresentes e lembra que os últimos encontros deTrabalhadores na Indústria Automobilística promovidospor TIE aconteceram em 1988 e 1989, mas naquelaépoca o número de participantes não era tão significativocomo é agora. Destaca que TIE-Brasil continuará aconversar com a Confederações de metalúrgicos nosentido de organizar novos eventos conforme foiproposto durante os debates deste encontro –Caminhões e Ônibus, Autopeças e também com outrasConfederações para juntos discutir Auto e uma políticanacional de transportes. “TIE-Brasil não medirá esforçospara garantir a continuidade deste evento, pois juntosdemos um grande passo na luta pelos direitos dosTrabalhadores no Brasil” - encerrou o encontrodespedindo-se de todos os participantes.

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