relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

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revisão do plano diretor municipal de fafe divisão de planeamento e gestão urbanística mar' 2015 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA

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Page 1: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

revisão do plano diretor municipal de fafe divisão de planeamento e gestão urbanística

mar' 2015

RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA

Page 2: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

“Se se considera o estudo dos fenómenos físicos, o mais elevado e importante resultado desta investigação é o conhecimento da conexão que existe entre as forças da

Natureza e o sentimento íntimo da sua mútua dependência.”

(A. Humboldt in Rebelo F., 1996)

Page 3: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

3/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 9

II. CLIMA ................................................................................................................................................ 10

II.1. ESTAÇÕES CLIMATOLÓGICAS .............................................................................................................. 10

II.2. CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA ................................................................................................................ 13

II.3. TEMPERATURA DO AR ....................................................................................................................... 17

II.4. PRECIPITAÇÃO .................................................................................................................................... 21

II.5. HUMIDADE RELATIVA DO AR ............................................................................................................. 25

II.6. INSOLAÇÃO ........................................................................................................................................ 26

II.7. EVAPORAÇÃO ..................................................................................................................................... 29

II.8. NEBULOSIDADE .................................................................................................................................. 29

II.9. VENTO ................................................................................................................................................ 30

II.10. FENÓMENOS ADVERSOS .................................................................................................................. 31

III. QUADRO MORFOESTRUTURAL ......................................................................................................... 33

III.1. RELEVO E ALTITUDE .......................................................................................................................... 33

III.2. DECLIVE ............................................................................................................................................. 38

III.3. EXPOSIÇÃO DE VERTENTES ............................................................................................................... 40

III.4. GEOLOGIA ......................................................................................................................................... 42

Litologia ................................................................................................................................................ 42

III.5. HIDROGRAFIA ................................................................................................................................... 49

Rede Hidrográfica e Massas de Água ................................................................................................... 49

Qualidade da Água ............................................................................................................................... 55

III.6. SOLOS ................................................................................................................................................ 57

ÍNDICE

Page 4: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

4/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Pedologia ............................................................................................................................................. 57

Aptidão dos Solos ................................................................................................................................. 62

Aptidão florestal ................................................................................................................................... 65

III.7. FLORA ................................................................................................................................................ 67

III.8. FAUNA ............................................................................................................................................... 73

III.9. PAISAGEM ......................................................................................................................................... 90

III.10. OCUPAÇÃO ATUAL DO SOLO ........................................................................................................... 93

Page 5: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

5/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Gráfico 1. Temperaturas médias do ar (mensal, máxima e mínima) e média mensal em 2003 ................... 19

Gráfico 2. Números de dias com temperaturas <0 ºC, >20 ºC e >25 ºC ........................................................ 20

Gráfico 3. Valores extremos de temperatura do ar (ºC) ................................................................................ 20

Gráfico 4. Valores médios de temperatura do ar (ºC) às 9h e 18h ................................................................ 21

Gráfico 5. Precipitação anual nas estações meteorológicas do concelho (1980 e 2007) .............................. 23

Gráfico 6. Distribuição mensal da precipitação nas estações meteorológicas do concelho (1980 e 2001; 1980 2009) ........................................................................................................................................... 24

Gráfico 7. Número médio de dias com precipitação ≥ a 0,1, 1 e 10 mm ..................................................... 24

Gráfico 8. Gráfico termopluviométrico .......................................................................................................... 25

Gráfico 9. Humidade relativa média do ar (%) ............................................................................................... 26

Gráfico 10. Evaporação (mm) ........................................................................................................................ 29

Gráfico 11. Nebulosidade total média às 9h e 18h ........................................................................................ 30

Gráfico 12. Frequência anual do vento (%) ................................................................................................... 30

Gráfico 13. Velocidade média anual do vento (km/h) ................................................................................... 30

Gráfico 14. Frequência mensal do vento (%) ................................................................................................. 31

Gráfico 15. Velocidade média mensal do vento (km/h) ................................................................................ 31

Gráfico 16. Frequência de fenómenos adversos ........................................................................................... 32

Gráfico 17. Distribuição de áreas por classe hipsométrica (%) ...................................................................... 35

Gráfico 18. Distribuição de áreas por classe de declive (%) .......................................................................... 38

Gráfico 19. Distribuição de áreas por exposição das vertentes ..................................................................... 40

Gráfico 20. Classificação da água (2008) ....................................................................................................... 55

Gráfico 21. Classificação da qualidade da água nas estações de Golães ....................................................... 56

Gráfico 22. Distribuição de áreas por classe de solos .................................................................................... 60

Gráfico 23. Distribuição de áreas por classe de aptidão agrícola .................................................................. 62

Gráfico 24. Distribuição de áreas por classe de aptidão florestal .................................................................. 65

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Page 6: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

6/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Gráfico 25. Distribuição de áreas por classe de ocupação do solo (%) .......................................................... 94

Page 7: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

7/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 1. Estações climatológicas .................................................................................................................. 11

Tabela 2. Critérios de delimitação dos andares bioclimáticos segundo Rivaz Martinez ................................ 13

Tabela 3. Ambientes Térmicos Estivais em Portugal Continental .................................................................. 15

Tabela 4. Ambientes térmicos invernais em Portugal continental................................................................. 16

Tabela 5. Barragem da Queimadela ............................................................................................................... 51

Tabela 6. Classificação da qualidade das águas superficiais .......................................................................... 55

Tabela 7. Características das Subunidades dos Fluvissolos Dístricos ............................................................. 57

Tabela 8. Características das subunidades dos regossolos (dístricos e úmbricos) ......................................... 58

Tabela 9. Características das subunidades dos antrossolos cúmulicos .......................................................... 59

Tabela 10. Espécies de flora com Interesse endémico e de protecção segundo a Diretiva Habitats ............. 67

Tabela 11. Outras Espécies vegetais da Serra do Maroiço ............................................................................. 68

Tabela 12. Espécies de fauna com interesse endémico e de protecção segundo a Diretiva Habitats ........... 73

Tabela 13. Espécies de vertebrados terrestres (anfíbios) da serra do Maroiço ............................................. 74

Tabela 14. Espécies de vertebrados terrestres (répteis) da serra do Maroiço ............................................... 75

Tabela 15. Espécies de vertebrados terrestres (mamíferos) da serra do Maroiço ......................................... 76

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço.......................................................................................... 78

ÍNDICE DE TABELAS

Page 8: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

8/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

CMF Câmara Municipal de Fafe

DGT Direção-Geral do Território

DRAEDM Direção Regional de Agricultura de Entre o Douro e Minho

INETI Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação

SIGLAS

Page 9: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

9/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

I. INTRODUÇÃO

A análise do território engloba a dinâmica dos elementos naturais e a sua relação com a componente

humana e deve assumir posição privilegiada no contexto do ordenamento do território.

A localização da distribuição das atividades económicas, das redes de acessibilidades, das infra-estruturas,

dos equipamentos colectivos, do sistema urbano deve ser realizada com base no conhecimento da

realidade biofísica subjacente, condicionadora da atividade antrópica. Neste sentido é importante uma

análise profunda e criteriosa sobre a estrutura biofísica do território contemplando uma visão integradora

dos valores naturais a preservar com a componente humana.

A complexidade dos processos físicos, naturais, ambientais e ecológicos exige cada vez mais um

conhecimento das funções dos ciclos naturais e suas interdependências tendo em vista as melhores

opções no planeamento e ordenamento do território. Cabe, por isso, aos planeadores a análise das

componentes físicas, ecológicas e ambientais do espaço nos instrumentos de ordenamento,

nomeadamente no P.D.M.

A sustentação de uma proposta de ordenamento do território municipal segue fins específicos, de acordo

com a natureza da realidade territorial sendo de extrema relevância considerar as componentes biofísicas

do território no sentido de se prosseguirem objetivos de sustentabilidade e harmonia do desenvolvimento

ambiental e sócio-económico. É, pois, importante o conhecimento das condições naturais do meio para

compreender os modos de utilização dos recursos, de desenvolvimento de atividades e de organização dos

espaços (REBELO, F., 1996).

O presente relatório tem como objectivo contribuir para o estabelecimento de bases para estruturação do

modelo de desenvolvimento do território e para fundamentação da proposta de plano para o concelho de

Fafe no horizonte de 10 anos.

O estudo de caracterização biofísica do território concelhio é acompanhado de breve apresentação da

situação do clima, da ocupação atual do solo e da paisagem, e integra uma abordagem à morfologia do

terreno (relevo), aos declives, às exposições das vertentes, à geologia, aos solos (pedologia e aptidão) e à

hidrografia.

Page 10: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

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II. CLIMA

O clima, é definido por um conjunto de condições atmosféricas que sucedem em determinada área, de

forma continuada ao longo de dado período de tempo, e é condicionado pela altitude, a distância do

oceano, o relevo e a heterogeneidade da superfície terrestre. Ao nível local, o movimento e as

propriedades do ar são afectadas pela superfície da terra, a quantidade de radiação solar captada pela

superfície terrestre depende das condições de exposição proporcionadas pela topografia, o escoamento

do vento sofre modificações pelo efeito de obstáculo dos relevos e pela rugosidade da superfícies

atravessada (MEDEIROS, C. A., 2005).

O clima é, assim, um fator importante na formação das paisagens e do solo, determina comportamentos

dos rios e o tipo de vegetação e influência a distribuição das actividades humanas.

A região do Noroeste Português caracteriza-se pelos seus elevados quantitativos pluviométricos devido à

frequente passagem de superfícies frontais, conjugadas com o efeito das montanhas muito próximas do

litoral (efeito Föhn).

Pela posição geográfica que ocupa (proximidade do Atlântico e forma e disposição dos principais conjuntos

montanhosos), o concelho de Fafe enquadra-se numa região com afinidades mediterrâneas marcada por

forte influência atlântica, caracterizada por um clima de temperaturas amenas, pequenas amplitudes

térmicas e forte pluviosidade média.

Segundo MEDEIROS et al. (2005) a região do Minho insere-se no tipo de ambiente térmico estival

moderado, com temperaturas médias do mês mais quente compreendida entre 23 e 29ºC, e em ambiente

invernal fresco, com temperaturas médias mínimas entre 2 e 4ºC. Os Invernos são, portanto, frescos e os

Verões moderados a quentes.

II.1. ESTAÇÕES CLIMATOLÓGICAS

A estação climatológica mais próxima do concelho de Fafe localiza-se em Braga (Posto Agrário). Para os

meteoros disponíveis recorreu-se ainda às estações meteorológicas de Fafe, de Gontim e de Moreira do

Rei.

Os períodos de levantamento e os elementos do clima registados variam para as diferentes estações

consideradas: estação climatológica do Posto Agrário de Braga, o período de observação incide do ano de

1961 até 1990; na estação meteorológica de Fafe o período de análise é de 1931 a 2003, na de Gontim de

1980 a 2009 e na Moreira do Rei, de 1980 a 2009. Apesar de existirem dados para além do elemento

climático de precipitação, revelam um período de observação muito curto no tempo sem significado de

interpretação.

Page 11: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

11/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 1. Estações climatológicas

Designação Altitude

(m)

Entidade

responsável Localidade Variáveis Período

Posto

Agrário de

Braga

190 Instituto de

Meteorologia Braga

Temperatura do ar,

precipitação, humidade

relativa do ar, evaporação,

nebulosidade, vento,

trovoada, orvalho, geada e

nevoeiro

1961-1990

Fafe 259 INAG, I.P e CCDR-N Cepães Precipitação, 1931-2003

Temperatura 2003

Gontim 695 INAG, I.P e CCDR-N Gontim Precipitação 1980-2009

Moreira de

Rei 505 INAG, I.P e CCDR-N Moreira de Rei Precipitação 1980-2009

Fonte: Normais Climatológicas, INAG.

Page 12: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica
Page 13: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

13/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

II.2. CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA

De acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger, o clima é do tipo temperado húmido com Verão

seco e temperado.

De entre os sistemas bioclimáticos de caracterização, destaca-se pela sua precisão e uso generalizado na

Península Ibérica, o proposto por Rivaz Martinez (1981) citado por MOLINA et al. (1992) e por CASTRO et

al. (2001). Este sistema utiliza diferentes parâmetros termopluviométricos e estabelece andares

bioclimáticos que se relacionam com diferentes tipos de vegetação potencial.

O índice térmico de Rivaz Martinez foi proposto para separar os andares bioclimáticos da Península Ibérica

(CORREIA et al., 1999) e calcula-se da seguinte forma:

It = (t+m+M)*10

t temperatura média anual (ºC)

m média das temperaturas mínimas do mês

mais frio(ºC)

M média das temperaturas máximas do mês

mais frio (ºC)

Com base nos valores das normais climatológicas (1961-1990) da estação meteorológica de Braga

calculou-se o It, obtendo-se (14,2+4,3+13,2)*10 = 317

Tabela do Índice de Termicidade de Rivaz Martinez

350-450 Termomediterrânico

210-350 Mesomediterrânico

70-210 Supramediterrânico

Podemos ainda classificar a tipologia de clima obtido recorrendo ao ombroclima que depende da

precipitação média anual que é de 1.514,5 mm.

Segundo os critérios de delimitação dos andares bioclimáticos, trata-se de um clima que pertence a região

mediterrânica, andar mesomediterrânico, horizonte inferior e ombroclima húmido.

Tabela 2. Critérios de delimitação dos andares bioclimáticos segundo Rivaz Martinez

Divisão fitoclimática Termoclima Ombroclima

Região Andar Horizonte

Índice de

termicidade

(It)

Árido Semi

árido Seco

Sub

húmido

Húmid

o

Hiper

Húmid

o

Medit

errânic

a

-70>

Crioro

medit.

superior Inf. -70 Inferio

r a

200

mm

200 a

350

mm

350 a

600

mm

600 a

1000

mm

1000 a

1600

mm

Superi

or a

1600

mm

inferior -70 a -30

Oro

medit.

superior -29 a 0

inferior 1 a 60

Page 14: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

14/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 2. Critérios de delimitação dos andares bioclimáticos segundo Rivaz Martinez

Divisão fitoclimática Termoclima Ombroclima

Região Andar Horizonte

Índice de

termicidade

(It)

Árido Semi

árido Seco

Sub

húmido

Húmid

o

Hiper

Húmid

o

It> 510

200< P Supra

medit

superior 61 a 110

médio 111 a 160

inferior 161 a 210

Meso

medit

superior 211 a 260

Médio 261 a 300

inferior 301 a 350

Termo

medit

superior 351 a 410

inferior 411 a 470

Infra

Medit.

superior 471 a 510

inferior Sup. A 510

Fonte: Adaptado de Garcia (1996).

O índice bioclimático de Emberger recebeu o nome do seu criador, o professor Louis Emberger de

Montpellier (1933). Este autor considera que o balanço hídrico deve ser tido como principal factor

condicionante para a vegetação de determinada região. Este modelo climático baseia-se num índice

termopluviométrico que resulta da combinação entre a pluviosidade e os valores de temperatura

extremos (máximo e mínimo). Com base no valor final deste cálculo é possível remeter a área em causa a

uma unidade bioclimática, caracterizada por determinados tipos de vegetação.

O quociente ou índice termopluviometrico de Emberger combina para além da precipitação anual, uma

estimativa da evaporação baseada na média das temperaturas máximas do mês mais quente e das

temperaturas mínimas do mês mais frio.

Este índice é particularmente útil nas regiões mediterrânicas mais húmidas, onde a higrometria

atmosférica atinge valores particularmente altos, mesmo na ausência de precipitação (Alcoforado et al.,

1993). O índice termopluviométrico traduz-se na seguinte equação:

Q = 100p

p - precipitação média anual (mm)

m – média das temperaturas mínimas do mês mais frio(ºC)

M – média das temperaturas máximas do mês mais quente (ºC)

(M+m)*(M-m)

Q =

100*1514,5

(27,1+4,3)*(27,1-

4,3)

Calculou-se o índice obtendo-se um Q = 211,15. Segundo Emberger, a área de estudo enquadra-se no

andar bioclimático “Mediterrânico húmido”, no limite da região Mediterrânica com a região Eurosiberiana,

podendo tratar-se de uma zona de transição (ver figura seguinte).

Page 15: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

15/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

O resultado obtido no cálculo de índice de mediterranidade encontra-se no limite abaixo do qual a região

já não é considerada mediterrânica. Pode afirmar-se que se trata de uma zona de transição entre a região

Mediterrânica e a Eurosiberiana, facto que se vai refletir na vegetação potencial.

Figura 1 – Unidades bioclimáticas mediterrânicas

segundo Emberger (1933). Distribuição

aproximada na Península Ibérica (in Castro et al.,

2001).

Segundo MEDEIROS C. A., et al. (2005) os ambientes térmicos estivais são marcados pela forte insolação e

intensidade do calor, estabelecendo-se gradientes térmicos extremamente fortes entre a orla litoral e o

interior, onde a continentalidade agrava o calor seco. A região do Minho insere-se no tipo de ambiente

térmico estival moderado, cuja temperatura média do mês mais quente é de 23 a 29 ºC (Tabela 3).

Tabela 3. Ambientes Térmicos Estivais em Portugal Continental

Tipo de

ambiente

TM média do

mês mais

quente

N.º dias com

TM> 25ºC

N.º dias com

TM> 30ºC Locais principais abrangidos

Muito

quente > 32ºC > 120 > 30

Alentejo interior, vale do Tejo a montante

de Vila Velha de Ródão, plataforma de

Castelo Branco, Alto Douro

Quente 20-32ºC 120-100 15-30

Barrocal Algarvio, Alentejo meridional, Alto

Alentejo, Ribatejo, Beira Baixa, depressão

periférica de Coimbra, corredor do

Tâmega, Trás-os-Montes

Moderado 23-29ºC 20-100 5-15

Algarve Litoral, Sudoeste alentejano,

Estremadura interior, Beira Litoral,

planaltos e montanhas da Beira, Minho

Fresco <23ºC <20 <5 Banda litoral no Minho, Beira Litoral e

Estremadura, serra de Sintra, cimos da

Page 16: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

16/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 3. Ambientes Térmicos Estivais em Portugal Continental

Tipo de

ambiente

TM média do

mês mais

quente

N.º dias com

TM> 25ºC

N.º dias com

TM> 30ºC Locais principais abrangidos

serra da Peneda e Geres, Marão,

Montezinho, Cordilheira Central.

Fonte: Medeiros C. A., et. al. (2005).

O ambiente invernal caracteriza-se no Minho por um clima fresco com temperatura média entre os 2 e os

4.ºC (Tabela 4). Sabe-se que a temperatura em Portugal continental é mais baixa em altitude, daí que no

Inverno essas temperaturas se relacionem com áreas de altitude mais elevada, ao contrário do que

acontece na época estival, as áreas de montanha são mais quentes.

Segundo o mesmo autor a repartição espacial da temperatura mínima média do mês mais frio depende

essencialmente do grau de continentalidade, da altitude e das características topográficas circundantes do

sítio de implantação da estação meteorológica. Assim, e atendendo à classificação elaborada por Suzanne

Daveau em 1985 (MEDEIROS C., et al., 2005), considera-se que o Minho insere-se num tipo de ambiente

“fresco”, cuja temperatura média do mês mais quente é de 23ºC e o número de dias com temperaturas

médias superiores a 30ºC é inferior a 5.

Tabela 4. Ambientes térmicos invernais em Portugal continental

Tipo de

ambiente TM média

N.º dias com

TM <0ºC

Comprimento da

estação (em dias)

com temperatura

média> 5ºC

Locais principais abrangidos

Tépido > 6ºC <2 0 Algarve Litoral, todo o litoral ocidental a sul

do Douro

Moderado 4-6ºC 2-15 <50

Barrocal algarvio; bacia do Sado; Ribatejo;

Estremadura; Beira Litoral a ocidente do

maciço marginal de Coimbra

Fresco 2-4ºC 15-30 50-100

Caldeirão, bacia do Guadiana; vales do

Ribatejo; Serra de S. Mamede; Beira Baixa;

plataforma do Mondego; Minho; vales do

Douro e Tâmega; bacia de Mirandela

Frio 1-2ºC 30-40 100-160

Cova da beira; Penamacor; plataforma do

Côa; montanhas do Norte da Beira; bacia

de Chaves; largos espaços em Trás-os-

Montes

Muito Frio <1ºC >40 >160

Cordilheira Central, serra da Malcata;

planalto de Nave-Leomil; Gerês; Larouco;

Marão-Pradela; serra de Montesinho-

Bornes; Trás-os-Montes oriental

Fonte: Medeiros C. A., et. al. (2005).

Page 17: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

17/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

II.3. TEMPERATURA DO AR

O concelho de Fafe caracteriza-se por um clima de temperaturas amenas e amplitudes térmicas pouco

acentuadas. A temperatura média diária varia entre o 10 e os 15ºC sendo os valores mais elevados (entre

os 12,5.ºC e os 15.ºC) registados a ocidente (mapa 2).

Page 18: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica
Page 19: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

19/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Os valores médios mensais da temperatura do ar variam entre os 8,7 ºC e 20,4 ºC em janeiro e julho,

respectivamente; a temperatura média mensal anual é de 14 ºC; a temperatura média mínima do mês

mais frio é de 4,3 ºC em janeiro e a média mínima do mês mais quente é de 13,7 ºC, em Julho; a

temperatura média mínima anual é cerca 9 ºC; a temperatura média máxima varia entre 13,2ºC em

janeiro e os 27,4 ºC em agosto e o valor médio máximo anual é de 20 ºC.

A amplitude térmica anual, isto é, a diferença de temperatura média do mês mais quente e do mês mais

frio do ano, apresenta um valor de 11,7 ºC. No que respeita a valores médios máximos e mínimos de

temperatura, observa-se que a maior amplitude ocorre nos meses de verão (pico em agosto com 14,6 ºC)

em oposição aos meses de inverno (janeiro com 8,9 ºC).

No ano de 2003, de acordo com os dados registados em Fafe para quatro meses do ano, confirma-se o

valor da temperatura média mensal, que se manteve próxima da registada na estação de Braga.

Gráfico 1. Temperaturas médias do ar (mensal, máxima e mínima) e média mensal em 2003

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990); SNIRH (2010).

Ao longo do ano o número de dias com temperatura do ar mínima superior a 20º C é residual (1,1 dias)

ocorrendo apenas nos meses de verão (junho, julho e agosto). A temperatura mínima inferior a 0º C,

regista o máximo de número de dias nos meses mais frios (4 dias em janeiro e 3,7 dias em dezembro). Nos

meses compreendidos entre junho e setembro o número de dias em que a temperatura do ar é superior a

25º C varia entre os 13,7 e os 22,3 dias, atingindo o máximo no mês de agosto. A temperatura máxima do

ar atinge valores superiores a 25 ºC em média 85 dias por ano, enquanto a temperatura mínima desce

abaixo dos 0ºC durante 12 dias por ano.

Page 20: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

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Gráfico 2. Números de dias com temperaturas <0 ºC, >20 ºC e >25 ºC

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990).

Os valores extremos de temperatura confirmam que a diferença menos acentuada entre o valor de

temperatura máximo e mínimo ocorre no mês de janeiro (27,7 ºC) e a mais acentuada ocorre em

setembro (35,9 ºC). O extremo mínimo registado nunca desce abaixo dos -5,3º C em janeiro e o extremo

máximo é registado em agosto com 39,3 ºC (Gráfico 3). As temperaturas mínimas extremas variam entre

os -5,4 º C e os 5,9 º C, enquanto as máximas oscilam, entre os 22,4º C e os 39,3º C.

Gráfico 3. Valores extremos de temperatura do ar (ºC)

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990).

As temperaturas registadas às 9h são sempre mais baixas do que as registadas às 18h em todos os meses

do ano. No período da manhã, o valor mínimo de temperatura é atingido no mês de dezembro (7,3 ºC) e o

Page 21: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

21/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

máximo no mês de julho (20,1 ºC). No período da tarde, os valores mínimo e máximo ocorrem também

nos meses de julho e dezembro, com 23,2 ºC e 9,5 ºC, respectivamente.

Gráfico 4. Valores médios de temperatura do ar (ºC) às 9h e 18h

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990).

II.4. PRECIPITAÇÃO

A precipitação constitui a causa de muitos riscos hidroclimáticos (secas e inundações) e está relacionada

também com os riscos geomorfológicos (instabilidade de vertentes e erosão dos solos).

O concelho de Fafe caracteriza-se por um clima de forte pluviosidade média relacionada com a passagem

de superfícies frontais e o efeito orográfico. Os quantitativos médios anuais rondam entre os 1.200 e os

2.000mm. Os máximos observados, entre os 1.600 mm e os 2.000 mm, ocorrem a ocidente do concelho, e

os mínimos, entre os 1.200 mm e os 1.400 mm registam-se mais a norte e nordeste do concelho (mapa 3).

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Registam-se 2.092mm, 1.638 mm e 1.628 mm de precipitação média para as estações de Gontim, Fafe e

Moreira do Rei, respectivamente. Na estação meteorológica de Gontim, os quantitativos pluviométricos

médios anuais são, na generalidade do período considerado, superiores aos observados nas outras duas

estações devido ao efeito orográfico.

A evolução da precipitação ao longo de 28 anos permite verificar que os valores anuais compreendem os

793 mm (no ano de 2004 na estação de Moreira do Rei) de valor mínimo e os 4.417 mm de valor máximo

anual (no ano de 2000 na estação de Gontim).

No que respeita a quantitativos de precipitação máximos, salientam-se os ano de 2000, 1984 e 1997, com

registos pluviométricos acima dos 2000 mm.

Na estação de Moreira do Rei não há registo de precipitação superior a 2.500mm; na estação de Fafe estes

valores são superados nos anos de 1997 e 2000; e na estação de Gontim, os valores médios de

precipitação anual superior a 2.500 observam-se em 1982, 1984 a 1985, 1987, 1993 a 2000, 2003 e 2006.

Gráfico 5. Precipitação anual nas estações meteorológicas do concelho (1980 e 2007)

Fontes: SNIRH (2010).

A distribuição mensal da precipitação permite verificar que em dezembro ocorrem os valores médios mais

elevados do ano (no posto de Gontim é de 318 mm, no de Moreira do Rei, 256 mm e no de Fafe 247 mm).

Os meses de verão registam os quantitativos médios mais baixos, mais precisamente em julho e agosto

onde os valores não ultrapassam os 50 mm.

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Gráfico 6. Distribuição mensal da precipitação nas estações meteorológicas do concelho (1980 e 2001;

1980 2009)

Fontes: SNIRH (2010)

No período de 1961-1990 registaram-se cerca de 118 dias com uma precipitação de intensidade igual ou

superior a 1 mm e 52 dias de chuva intensa (precipitação é igual ou superior a 10 mm). O número de dias

com precipitação superior ou igual a 0,1 mm é mais frequente (134 dias por ano) com maior concentração

nos meses de janeiro (16 dias), fevereiro (15 dias) e dezembro (14 dias).

Gráfico 7. Número médio de dias com precipitação ≥ a 0,1, 1 e 10 mm

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990).

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Em termos de quantitativos máximos diários os valores mais elevados registaram-se nos meses de

setembro (114,2 mm) e de dezembro (103,5 mm).

O ano pluviométrico está dividido em duas estações bem definidas. A primeira estação diz respeito ao

período de inverno, em que as temperaturas são baixas e a precipitação é abundante (outubro a março); a

segunda estação refere-se aos meses de verão (atingindo o seu máximo nos meses de julho e agosto),

período onde as temperaturas são elevadas e a precipitação é fraca.

Nos meses de julho e agosto verifica-se a relação inversamente proporcional entre a temperatura média

mensal e a precipitação total mensal, o que permite definir um período seco nesses meses do ano (P < 2T).

Gráfico 8. Gráfico termopluviométrico

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990)

II.5. HUMIDADE RELATIVA DO AR

Os valores médios anuais de humidade relativa do ar às 9 horas variam entre 75% e 85%. A noroeste do

concelho os valores médios registados compreendem os 75% e os 80%, enquanto a sudeste os valores

médios de humidade relativa compreende os 80% e os 85% (mapa 4).

A humidade relativa registada às 9h é sempre superior à registada às 18h, mantendo uma linha evolutiva

paralela ao longo de todo o ano e onde os picos máximos coincidem (meses de novembro e dezembro). Os

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valores médios anuais de humidade relativa do ar são de 81% às 9 horas e de 74% às 18 horas (Gráfico 9)..

O mínimo às 9h é registado no mês de junho (74%) enquanto às 18h o mínimo regista-se em julho (64%),

revelando-se os meses menos húmidos.

Gráfico 9. Humidade relativa média do ar (%)

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990)

II.6. INSOLAÇÃO

O concelho de Fafe recebe anualmente, em média, entre as 2.300 a 2.500 horas de sol, o que significa uma

média de 96 a 104 dias de sol por ano. A noroeste do concelho observam-se os valores mais elevados de

insolação (entre 2.400 e 2.500 horas de sol) (mapa 5).

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II.7. EVAPORAÇÃO

A evaporação depende de fatores como a temperatura, a cobertura vegetal e não vegetal, o vento, o

estado higrométrico do ar, a radiação do ar e o relevo.

A velocidade de evaporação depende principalmente da temperatura, por isso esta é mais expressiva no

verão sofrendo uma redução significativa com a aproximação do período de inverno. O período de maio a

agosto é o que apresenta maiores índices de evaporação, com valores superiores a 80 mm, enquanto no

período de novembro a janeiro os valores são mais reduzidos (inferiores a 50 mm).

O valor mais elevado de evaporação registou-se no mês de julho, com 98,7 mm, e o valor mínimo no mês

de janeiro, com 46,7 mm.

Gráfico 10. Evaporação (mm)

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990).

II.8. NEBULOSIDADE

Os valores médios da nebulosidade total às 9h e às 18h são muito semelhantes ao longo do ano, sendo

mesmo idênticos ao longo do primeiro semestre (janeiro a junho).

Os menores índices de nebulosidade ocorrem nos meses de julho e agosto enquanto o máximo de

nebulosidade é atingido nos meses de janeiro e fevereiro. A nebulosidade média anual é de 5, às 9h e 4, às

18h.

O céu muito nublado (N<8) verifica-se em média 122,9 dias por ano. O céu pouco nublado (N<2) ocorre

em média em cerca de 126 dias por ano e apresenta valores máximos nos meses de julho e agosto.

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Gráfico 11. Nebulosidade total média às 9h e 18h

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990).

II.9. VENTO

Os ventos provenientes de nordeste são mais frequentes (20,6%) seguindo-se os ventos de sudoeste

(8,6%). No entanto, são os ventos provenientes do quadrante sul, aqueles que apresentam uma maior

velocidade média do vento, com 9,1 km/h, seguindo-se os ventos de sudoeste, com 7,1 km/h.

A velocidade média anual do vento é de 3,5 km/h e a frequência média anual de situações de calmia

(velocidade do vento é inferior a 1 Km/h) é de 46,2.

Gráfico 12. Frequência anual do vento (%) Gráfico 13. Velocidade média anual do vento

(km/h)

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990).

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990).

Em termos da distribuição mensal da frequência do vento por rumo, os ventos do quadrante noroeste são

aqueles que se registam com maior frequência, sendo esta a orientação predominante do vento em todos

os meses do ano. Os ventos de oeste são os menos frequentes durante quase todos os meses do ano,

exceto em maio, junho, julho e agosto, registando-se uma menor frequência destes nos meses de outubro

(0,7%), novembro (0,7%).

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No que respeita à distribuição mensal da velocidade média por quadrante, verifica-se que os ventos de sul

registam os valores mais elevados em oito meses do ano, atingindo maior velocidade nos meses de janeiro

(11,3 km/h), março (10,4 km/h) e fevereiro (10,2 km/h). Nos restantes quatro meses (junho, julho, agosto

e setembro) os ventos que atingem maior velocidade são os do quadrante este, com 6,1 km/h, 5,5 km/h,

8,0 km/h e 6,2 km/h, respetivamente.

Gráfico 14. Frequência mensal do vento (%) Gráfico 15. Velocidade média mensal do

vento (km/h)

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990).

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990).

II.10. FENÓMENOS ADVERSOS

A frequência de fenómenos adversos manifesta-se principalmente com a ocorrência de trovoada,

nevoeiro, geada e orvalho.

O registo do número de dias com orvalho reveste-se de uma importância considerável na medida em que

em períodos de carência e/ou ausência de precipitação, o orvalho mantém um certo grau de humidade no

solo.

São nos meses que têm registo de temperaturas mais elevadas (julho e agosto) que ocorrem o maior

número de dias com orvalho (15,5 e 16,6, respectivamente). Nos meses de janeiro, fevereiro e dezembro,

o número de dias em que se regista orvalho é mínimo, ocorrendo entre 5 e 6 dias por mês. O orvalho é o

fenómeno adversos mais recorrente, registando-se em cerca de 133,7 dias ao longo do ano.

O aparecimento de geada, nas noites frias e com vento inexistente ou de fraca intensidade, encontra-se

principalmente relacionado com a proximidade às linhas de água em zonas de vale. Com efeito, os vales

favorecem a drenagem do ar frio e têm tendência para geadas mais severas, assim como para nevoeiros

mais espessos (CRUZ, 2000).

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A geada ocorre em 28,6 os dias no ano, sendo que destes 9 dias ocorrem em janeiro e 8,1 em dezembro.

No período compreendido entre maio e outubro não há registo de geada e em abril não chega a atingir 1

dia.

No que respeita às trovoadas a sua distribuição anual não apresenta grandes disparidades, podendo

apenas destacar-se os meses de abril, maio e junho como aqueles em que é mais frequente a sua

manifestação. As trovoadas ocorrem num total de 20, dias por ano.

O nevoeiro possui uma frequência de 17,2 dias por ano e ocorre principalmente nos meses de junho ,

julho, agosto e setembro, com 2,3, 3,1, 2,7 e 2,8, respectivamente..

A ocorrência de neve e granizo, apresentam uma frequência média anual inferior a 1 dia por ano.

Gráfico 16. Frequência de fenómenos adversos

Fontes: Normais climatológicas, Posto Agrário de Braga (1961-1990).

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III. QUADRO MORFOESTRUTURAL

A morfologia do terreno condiciona o comportamento de fenómenos ambientais, ecológicos e climáticos e

contribui para a delimitação de unidades territoriais indispensáveis no planeamento dos usos e funções do

espaço biofísco.

III.1. RELEVO E ALTITUDE

O relevo é um dos factores que determina situações ecológicas distintas (espessura de solos,

comportamento da água nos solos, os microclimas e a vegetação associadas) e, consequentemente,

reflete diversas aptidões para a instalação de atividades humanas.

O concelho de Fafe integra a unidade morfoestrutural mais antiga da Península Ibérica, o Maciço

Hespérico, onde domina um relevo acidentado, com montanhas e vales de entalhe profundo, resultantes

da acção tectónica do período hercínico, no qual se formaram os principais corpos granitóides que

ocorrem no território português.

Neste concelho podem encontrar-se duas zonas distintas: uma intermédia ou de meia encosta, com

altitudes compreendidas entre os 100 e os 400 metros, de transição entre o litoral e o interior

montanhoso e uma serrana ou de montanha, com altitudes médias superiores a 400 metros, onde as

terras altas e declivosas encontram-se sujeitas a forte erosão.

A zona intermédia ou de meia encosta apresenta-se como uma área onde predomina a agricultura

intensiva com as densidades populacionais mais elevadas. A zona serrana ou de montanha é constituída

por área de transição entre a agricultura intensiva e a silvo-pastorícia, e apresenta grandes manchas

florestais, começando já a sentir-se a dispersão do povoamento. Em áreas de relevo mais acentuado

(altitudes superiores a 600 metros) vislumbra-se uma ocupação de manchas florestais e zonas de incultos,

com reduzida densidade populacional com tendência para o despovoamento.

As Serras de Fafe, juntamente com a Serra da Cabreira, caracterizam as áreas de montanha do Alto Ave.

A morfologia de montanha no concelho de Fafe é alternada por áreas acidentadas bem demarcadas a

norte, nordeste, este e oeste, e áreas de relevo mais suave na parte central, a sudoeste e a noroeste

(mapas 6). Há um predomínio de orografia acentuada e encostas encaixadas por vales profundos e

vertentes abruptas de direção NE-SW e ENE-WSW, traços que se vão atenuando, de forma sensível e

progressiva, a jusante dos rios principais (rio Vizela e afluentes).

As áreas mais montanhosas predominam a nordeste do concelho, destacando-se a Serra de Morgair, onde

se localiza ponto mais elevado do concelho, com 894 metros de altitude, o Alto do Maroiço, com 847

metros, próximo do limite com o concelho de Vieira do Minho, o Alto da Lapela que se prolonga a partir

do concelho de Cabeceiras de Basto, com altitudes compreendidas entre os 760 e 810 metros, e que se

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liga à Serra de Morgair por uma diminuição suave de declive entre os vales recortados da Ribeira de

Abrunheiros e da Ribeira de Várzea e o vale de um afluente do Rio Ave. Nesta zona de vale desenvolve-se

uma pequena área aluvial que apresenta altitudes compreendidas entre 450 e 500 metros.

Na parte mais oriental do concelho, importa também referir a Serra do Marco, na área limite com o

concelho de Celorico de Basto, que se individualiza com uma altitude de 851 metros.

Numa área de transição dos relevos culminantes para um nível de aplanamento inferior, típico do relevo

do Minho, destacam-se a nordeste o Alto do Malhadouro (752 metros), o Alto da Toura (678 metros) e o

Alto Lobo (646 metros); a sudeste, o Alto do Santinho (706) e a sul, o Cabeço Alto (662).

Importa destacar ainda a ocidente o Monte de Santa Marinha, com 601 metros, e o Alto de Santo

Antoninho (522 metros).

A partir do centro em direcção a noroeste e sudoeste, observa-se uma área de relevo mais suave, com

cotas inferiores a 350 metros, onde percorrem em fundo de vale, os principais cursos de água da região.

Trata-se de vales marcados por alinhamentos rectilíneos que podem corresponder a fraturas hercínicas e

tardi-hercínicas.

O concelho de Fafe apresenta uma forte amplitude altimétrica, com 738 metros, compreendidos entres

156 metros de altitude junto do vale do rio Pequeno, afluente do rio Ave, e os 894 metros no ponto

culminante da Serra de Morgair.

Pela distribuição de áreas por classe hipsométrica predominam no concelho as altitudes intermédias entre

os 350 e 450 metros, com 22,7%, seguindo-se as classes dos 450-550 metros, com 19,1%, e a classe dos

550-650metros, com 18,4%. A classe com altitudes superiores a 850 metros ocupa uma área muito restrita

aos pontos culminantes da Serra de Morgair, representando apenas 0,3% da área concelhia. As altitudes

abaixo dos 250 metros representam apenas 4% do território.

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Gráfico 17. Distribuição de áreas por classe hipsométrica (%)

Fontes: CMF (2014).

Em síntese pode-se dizer que o concelho de Fafe encontra-se morfologicamente enquadrado pela Serra de

Morgair e o Alto do Maroiço a norte; a nortedeste e a este, pelo Alto da Lapela e Serra da Lameira,

respectivamente e pelos Altos de Santa Marta, Santo Antoninho, Montes das Penas e de Santa Marinha, a

ocidente. A tectónica assume uma importância particular na morfologia das bacias hidrográficas dos

afluentes e subafluentes do Rio Ave, importante na formação de vales com traçado rectilíneo revelando

um condicionamento da drenagem pela estrutura.

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III.2. DECLIVE

A análise dos declives revela-se importante pelas condicionantes positivas e negativas para usos e funções

existentes ou previstos no território (riscos de erosão, drenagem hídrica e atmosférica, implantação de

estruturas e infraestruturas, trabalho de maquinaria diversa, sistemas agrícolas e florestais, etc.) (CANCELA

D’ABREU, 1989). A título de exemplo, o declive inferior a 12% constitui o limite até ao qual é possível

edificar e o uso agrícola, desenvolvidos sem necessidade de terraceamento, e nas áreas de declives iguais

ou superiores a 25% de inclinação é desaconselhável qualquer uso que não seja o florestal (MAGALHÃES,

M. R., 2001).

No concelho de Fafe os declives mais elevados, superiores a 30%, localizam-se nas encostas das principais

áreas montanhosas. Estas correspondem a vales de entalhe profundo onde o principal uso é florestal e,

pontualmente, a áreas socalcadas para usos agrícolas. As classes menos declivosas correspondem ao

desenvolvimento da bacia hidrográfica do Ave, onde os cursos de água percorrem vales menos encaixados

e se identificam áreas aluvionares.

Os declives predominantes correspondem às classes dos declives inferiores a 20%, que ocupam mais de

metade do território (52%). A classe dos declives inferiores a 12% ocupa 26% do concelho e com o mesmo

valor percentual a classe entre 12% e 20% de declive.

De assinalar também os declives superiores a 25%, que correspondem a cerca 35% do território, sendo de

destacar a classe dos declives superiores a 35%, com uma área de 16% do concelho. A classe de declives

com menor expressão é a dos 30 a 35%, que ocupa 8% do território.

Gráfico 18. Distribuição de áreas por classe de declive (%)

Fontes: CMF (2014).

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III.3. EXPOSIÇÃO DE VERTENTES

As orientações do terreno originam diversas exposições ao sol gerando diferentes microclimas,

determinantes no conforto bioclimático e na natureza da vegetação espontânea ou nas culturas instaladas.

Se considerarmos a perspetiva de conforto bioclimático das encostas no hemisfério norte, as vertentes

voltadas a sul são as que recebem maior quantidade de radiação durante o ano, tanto mais quanto maior

for o declive, e, por isso, mais favoráveis à edificação e a práticas de certas culturas agrícolas. Pelo

contrário, as vertentes voltadas a norte praticamente não recebem radiação tornando-as áreas

desfavoráveis em conforto bioclimático.

Com níveis intermédios de exposição solar recebida encontram-se as áreas voltadas aos quadrantes este e

oeste. A oeste, os valores de temperatura são mais elevados pelo aquecimento durante o período do dia,

enquanto a este a radiação fornecida durante as primeiras horas matinais provoca a evaporação das

gotículas de orvalho.

Gráfico 19. Distribuição de áreas por exposição das vertentes

Fontes: CMF (2014).

Da análise do gráfico verifica-se que as vertentes orientadas a oeste predominam no concelho (16%),

seguindo-se as voltadas a noroeste (15%), e as voltadas a sul e sudoeste 28% (cada quadrante ocupa 14%).

As áreas com orientação a norte representam 10% assim como as voltadas a este (10%). As áreas planas

têm uma representação mais reduzida, inferior a 0,5% do território.

Em suma as vertentes mais soalheiras (sul, sudoeste, sudeste e oeste) predominam no concelho, com uma

ocupação em 57% do território, enquanto as vertentes mais sombrias e húmidas (norte, nordeste,

noroeste e este) ocupam 43%.

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III.4. GEOLOGIA

Aspectos fundamentais da paisagem física e humana estão profundamente marcados pela litologia,

refletida nas formas do terreno, na natureza dos solos, no escoamento superficial, nas reservas

subterrâneas de água, na vegetação e na atividade agrícola.

O concelho de Fafe encontra-se distribuído em termos de levantamento geológico pelas cartas 5-D

(Braga), 6-C (Cabeceiras de Basto), 9-B (Guimarães) e 10-A (Celorico de Basto).

O concelho de Fafe situa-se na mais antiga unidade morfoestrutural da Península Ibérica, o Maciço

Hespérico ou Maciço Antigo, onde predominam as rochas graníticas e xistosas observando-se também

quartzitos e rochas metamórficas. Terá sido formada no Devónico Médio prolongando-se até ao

Carbonífero Superior e terá estado sujeita a ações de deformação, metamorfismo e magmatismo

orogénico. Nesta unidade existem numerosos vestígios da acção tectónica do ciclo hercínico, responsável

pela formação dos principais corpos granitóides que ocorrem no território português.

LITOLOGIA

A principal unidade geológica do concelho de Fafe é de natureza granítica e granodiorítica, a qual aflora

em cerca de 95% do território. Trata-se de granitóides sinorogénicos hercínicos com cronologia sin-

tectónicos e tardi a pós-tectónicos relativamente a F3.

As rochas metamórficas ocorrem a oeste, na freguesia de Fareja, formando uma pequena faixa

estruturada na direcção NW-SE.

Os depósitos sedimentares modernos de cobertura associam-se às principais linhas de água da região. A

análise geológica que se segue aborda quatro tipos de litologias: os depósitos de cobertura, os

metassedimentos do paleozóico, as rochas granitóides e filonianas.

DEPÓSITOS DE COBERTURA

Os depósitos de cobertura são constituídos por aluviões do holocénico. Os aluviões são solos mais

recentes que se encontram associados aos leitos de alguns troços dos principais cursos de água (rio Vizela,

rio Ferro, rio Pequeno, ribeiro de Moreira e ribeiro de Cabra) e são fundamentalmente constituídos por

depósitos areno-argilosos que originam várzeas de terrenos agrícolas férteis no fundo dos vales.

Consideram-se igualmente os depósitos de vertentes que devido à sua pequena expressão não possuem

representação cartográfica.

METASSEDIMENTOS DO PALEOZÓICO

As rochas metassedimentares são as mais antigas que afloram neste território sendo da idade Paleozóica,

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entre os períodos Silúrico e Devónico (sensivelmente à 400 milhões de anos).

Estes metassedimentos encontram-se representados numa faixa restrita, na freguesia de Fareja

constituída por xistos, grauvaques, com intercalações de quartzitos e rochas calcossilicatadas. Dobras

mesoscópicas anticlinais e sinclinais com planos axiais NW-SE caracterizam a estrutura dos

metassedimentos, que se incluem na Unidade Alóctone de Vila Nune. A intrusão dos maciços de

granidioritos porfiróides biotíticos (Granodiorito de Felgueiras) e do granito porfiróide biotítico (Granito de

Guimarães) determinam a formação de auréolas de metamorfismo de contacto com formação de

corneanas e alguma granitização dos metassedimentos (FARINHA RAMOS, J. M., et al., 2009).

Para além daquela área, existem pequenas áreas individualizadas desses metassedimentos a noroeste do

concelho, nas freguesias de Aboim e Várzea Cova. Tratam-se também de terrenos alóctones da Unidade de

Vila Nune enquadrados pelo maciço granítico porfiróide de grão grosseiro sin-tectónico. Este tipo de

afloramento é constituído essencialmente por quartzofilitos com intercalações de quartzitos. Os níveis

intermédios possuem intercalações de rochas vulcânicas. (NORONHA F., 2000).

ROCHAS GRANITÓIDES HERCÍNICAS

As rochas graníticas representam cerca de 95% do território concelhio distribuídas por vários tipos de

granitos cuja intrusão ocorreu durante ou a após a terceira fase de deformação hercínica. As rochas

graníticas compreendem os seguintes tipos litológicos:

GRANITÓIDES SIN-TECTÓNICOS

Granodiorito porfiróide biotítico com grandes megacristais de feldspato potássico – granito de Felgueiras

que ocorre apenas numa pequena mancha a oeste da freguesia de Fareja, no limite com o concelho de

Guimarães. Trata-se do granitóide mais antigo do concelho e apresenta deformação tectónica marcada por

uma foliação N40.ºW (FARINHA RAMOS, J. M., et al., 2009).

Granito porfiróide de grão grosseiro, de duas micas, essencialmente biotítico - é designado de granito de

Guimarães é a segunda unidade geológica mais relevante no concelho e localiza-se numa mancha extensa

a sul orientado na direcção NW-SE (freguesias de Regadas, Seidões, Ardegão, Arnozela, Quinchães, a este

de São Gens, sudeste de Moreira do Rei, Silvares São Martinho, Silvares São Clemente, Armil, Antíme, a

este de Fareja, sul de Cepães, e oeste de Arões Santa Cristina e Arões São Romão) e no extremo nordeste,

também orientado na direcção NW-SE (parte este das freguesias de Aboim e Várzea Cova). Estes granitos

denotam maior dimensão do grão matriz e presença de cristais automórficos de plagioclase e quartzo. A

forma rectilínea de alguns limites destes maciços graníticos denota o aproveitamento da fraturação

preexistente.

GRANITÓIDES TARDI-TECTÓNICOS

Granodioritos e raros quartzodioritos biotíticos – a sudeste do concelho identificam-se 4 pequenas

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manchas de granodioritos e raros quartzodioritos biotíticos que constituem a parte terminal do maciço de

Felgueiras. Trata-se de um granitóide melanocrata com matriz rica de biotite e megacristais de feldspato

potássico com faces muito desenvolvidas (PEREIRA E., 1989).

Vaugneritos e quartzonoritos - a ocorrência de rochas básicas, como os vaugneritos e quartzodioritos

associados a outros tipos de granitos, surgem nas freguesias de Antíme, Silvares (São Martinho), Silvares

(São Clemente) e Quinchães.

Monzogranito biotítico com rara moscovite, porfiróide de grão médio, com frequentes grãos de quartzo

globular – ocorre numa mancha na freguesia de Queimadela na transição para Monte.

Monzogranito de duas micas, com tendência porfiróide, de grão fino - ocorre na freguesia de Fafe

prolongando-se para sul, na freguesia de Antíme, Quinchães e Armil, para norte uma faixa estreita para a

freguesia de Fornelos, Golães e ainda pequena parte em Passos. Ocorre ainda um pequeno maciço na

freguesia de Freitas, próximo de Santa Marinha.

GRANITÓIDES TARDI A PÓS-TECTÓNICOS

Granito de grão fino com duas micas essencialmente biotítico – denominado Granito de Fafe, localiza-se

próximo da Pedreira. A este do concelho, individualizam-se pequenas manchas de granito de uma fácies

monzogranítica de duas micas, com predomínio de biotite e de textura mais fina que a do granito de

Moreira do Rei. Este tipo de granito ocorre ainda a sudeste, nas freguesias de Seidões, São Gens e

Quinchães. A oeste, nas freguesias Passos, Golães, Arões de São Romão, Arões Santa Cristina, Freitas,

Vinhos e a ocidente das freguesias Fornelos e Fafe. Relativamente à geocronologia, a presença frequente

de encraves microgranulares máficos parece sugerir uma origem resultante de um processo de

hibridização entre magma félsico e um magma máfico (MARTINS et al., 1999, citado por NORONHA F.,

2000).

Monzogranito porfiróide de grão médio, essencialmente biotítico – é o tipo de granito mais frequente no

concelho (ocupa cerca de 60% do território), Granito de Moreira de Rei e localiza-se a norte (Moreira de

Rei-Felgueiras-Serra do Maroiço- Agrela-Serafão-Passos-Vinhós-Estorãos) e enquadra a parte central, faz

parte de uma mancha que se estende até concelhos de Guimarães, Braga e Ponte de Lima. Apresenta uma

matriz de grão médio com megacristais de feldspato potássico e a mica dominante é a biotite. A moscovite

é rara e ocorre geralmente associada aos cristais de biotite e de feldspato potássitco, os quais originam

ocasionalmente intercrescimentos simplectíticos.

Este tipo de granito é classificado como monzogranito e caracteriza-se por uma textura hipidiomórfica

granular porfiróide, sendo constituído por quartzo, feldspato potássico pertítico, plagioclase e biotite

como minerais essenciais. A apatite, zircão, monazite, ilmenite, alanite e moscovite são fases acessórias.

(NORONHA F., 2000). Este tipo textural é muito semelhante ao que corre nas áreas de Vinhós; Revelhe,

Queimadela, Monte e Vila Cova e forma diversos afloramentos que sobressaem na paisagem em caos de

bloco, por vezes, de grandes dimensões. O granito de Vinhós é porfiróide de grão grosseiro, biotítico,

calco-alcalino.

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ROCHAS FILONIANAS

Existem diversas rochas filonianas intrusivas nos granitos hercínicos da região, encaixadas em fraturas

provocadas pelas últimas ações da orogenia hercínica. São mais frequentes a norte, onde as falhas são

mais abundantes, embora surjam também a sul, mais na parte oriental do limite do concelho. Identificam-

se filões de quartzo, de dolertito, de rochas básicas e de aplitos, pegmatitos e aplopegmatitos não

deformados.

Destas rochas importa destacar os filões de aplopegmatitos, aplítos e pegmatitos não deformados, os de

rochas básicas e ainda os de quarzto, preferencialmente, com orientação coincidente com o sistema de

fracuração NE-SW.

Os filões de aplítos e aplopegmatitos ocorrem maioritariamente na zona norte, frequentemente associado

ao granito porfiróide de grão grosseiro tardi a pós-tectónico relativamente a F3. Este tipo de filões

apresenta direções preferenciais NE-SW.

As rochas filonianas de pegmatitos ocorrem na freguesia de Quinchães no afloramento de granito

porfiróide de grão grosseiro, de duas micas, essencialmente biotítico, designado de granito de Guimarães.

Alguns pegmatitos foram explorados no passado para produção de quartzo e feldspatos de alta qualidade

com utilização na indústria cerâmica (FARINHA RAMOS, J. M., et al., 2009).

Os filões e massas de quartzo identificam-se a noroeste (freguesias de Aboim, de Várzea Cova, de

Felgueiras e de Queimadela) e correspondem geralmente a alinhamentos de fraturas regionais de

direcções preferenciais NE-SW embora ocorram alguns com orientações NW-SE e N-S. Surgem ainda a

sudeste, mais concretamente nas freguesias de Seidões, Arnozela e a Sul da freguesia de São Gens, nestas

predominam as direcções NE-SW. O preenchimento dos filões de quartzo corresponde a vários períodos

de deposição, apresentam habitualmente uma estrutura complexa e a sua espessura pode atingir 10

metros.

Os filões básicos, recortam os granitos de duas micas sintectónicos e biotíticos tardi– e tardi a

póstectónicos, nas freguesias a nordeste do concelho (Gotim, Monte e Aboim). Possuem orientação ENE-

WSW e normalmente encontram-se muito alterados.

TÉCTONICA

O concelho de Fafe é atravessado por inúmeras linhas de fratura com maior densidade a norte e oeste,

associadas às principais elevações montanhosas.

As mais importantes linhas de fratura recortam o concelho com direcções essencialmente NNW-SSE, com

vales de fractura Agrela-Serafão-Travassós-Passos-Fafe-Silvares, Aboim-Várzea Cova, Monte-Queimadela-

Revelhe; E-W evidenciadas pelos vales na área de Vila Cova-Queimadela-Felgueiras-Várzea Cova; NE-SW

representado em diversos vales de fratura, alguns de menor extensão relativamente a outros,

nomeadamente, Várzea Cova-São Gens-Quinchães, em Armil, Fafe, Silvares (São Clemente), Revelhe,

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Vinhos e Travassós.

Estas falhas determinam zonas de esmagamento que favoreceram a erosão e, consequentemente,

condicionam o traçado geral de alguns cursos de água principais. A interseção de fraturas determina em

certas situações a formação de depressões tectónicas como as de Fafe-Fornelos-Golães, Estorãos, etc.

geralmente preenchidas por depósitos sedimentares.

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III.5. HIDROGRAFIA

Os sistemas fluviais estão sujeitos a instabilidades associadas à modificação contínua das suas

características físicas (geometria, ação do escoamento), em resultado de fatores como a erosão, o

transporte e deposição dos sedimentos, resistência aos escoamentos fluviais e o condicionamento das

situações de cheias, secas e poluição a que estão frequentemente associados impatos económicos, sociais

e ambientais significativos devido à intensa acção do Homem no ecossistema.

Do ponto de vista do ordenamento do território, é importante que se conheçam as características do

recurso natural água, nomeadamente, sua distribuição no território, disponibilidade e qualidade.

REDE HIDROGRÁFICA E MASSAS DE ÁGUA

O concelho de Fafe caracteriza-se por elevada densidade da rede de drenagem natural, que resulta da

baixa permeabilidade do substrato rochoso subjacente, e compreende linhas de água das bacias

hidrográficas do rio Ave e do rio Tâmega.

O rio Ave tem uma extensão total de 100 km desde a sua nascente, na serra da Cabreira (concelho Vieira

do Minho), até à sua foz, em Vila do Conde. Os seus principais afluentes são, o rio Vizela, na margem

esquerda, e o rio Este, na margem direita.

O rio Tâmega é um dos principais afluentes da margem direita do rio Douro, em território português, e

tem um percurso de 165 Km desde a sua nascente, serra de San Mamede (Galiza - Espanha), até desaguar

no rio Douro, em Entre-os-Rios (concelho de Penafiel). Os seus principais afluentes são o rio Avelames

(Monteiros), a ribeira de Arcossó (Outeiro Seco), ribeiro da Curalha (Curalha), rio Bessa (Ribeira de Pena),

rio de Cavez (Cabeceiras de Basto), rio Louredo, ribeira de Moimenta (Cabeceiras de Basto), rio Cabril

(Mondim de Basto), rio Borba (Celorico de Basto) com continuação em ribeira de Santa Natália

(Amarante), rio Olo (Amarante), rio Odres (Marco de Canavezes), rio Ovelha (Marco de Canavezes) e

ribeiro de Perosinho (Penafiel).

Da rede hidrográfica do concelho ressalta o rio Vizela, afluente do rio Ave, com a nascente na serra de

Morgair. O rio Vizela apresenta uma extensão de 40 km até desaguar no rio Ave e tem percurso inicial de

direcção E-W para seguir posteriormente na direcção NNE-SSW. Os vales do rio Vizela apresentam um

encaixe mais profundo na área nascente para declives mais suaves a jusante. No rio Vizela, desaguam dois

rios de igual ordem de importância ou imediatamente inferior: o rio Ferro (ordem 6) e o rio Bugio (ordem

5), que desaguam nos concelhos vizinhos de Guimarães e Felgueiras, respetivamente.

Importa assinalar ainda a existência de inúmeras linhas de água das quais se destacam a ribeira de Costas

Antas, a ribeira da Poça, a ribeira da Ova, o ribeiro de Pomarinhho, a ribeira de Calvelos, a ribeira de Arões

e o ribeiro de Cabra.

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O rio Pequeno é também um afluente do rio Ave que nasce no Monte de Santa Marinhas, cuja bacia

hidrográfica localiza-se a noroeste do concelho prolongando-se para os concelhos de Guimarães e Póvoa

de Lanhoso. O rio Pequeno tem percurso orientado de SSE-NWO e tem como afluente a ribeira de Reais na

margem direita.

A nordeste do concelho, assinala-se a área da bacia hidrográfica do rio Tâmega, com seus afluentes e

subafluentes: o rio de Ouro, a ribeira de Petimão, a ribeira de Abrunheiros, a ribeira de Várzea. No

extremo sul do concelho identifica-se ainda pequena área correspondente às cabeceiras de linhas de água

da ribeira de Santa Natália.

rio AVE

rio Vizela

rio Ferro

ribeira de Moreira

ribeira de Docim

ribeira das Ínsuas

ribeira da Veiga

ribeiro Esporão

rio Bugio

ribeira de Lamas

ribeira do Barral

ribeira de Regadas

ribeira de Cabanas

ribeira de Costas Antas

ribeira da Poça

ribeira da Ova

ribeiro de Pomarinho

ribeira de Calvelos

ribeira de Arões

ribeiro de Cabra

rio Pequeno ribeira de Reais

rio TÂMEGA

(afluente Rio

Douro)

ribeira de Petimão (subafluente do rio

Tâmega)

ribeira de Várzea

ribeiro de Laceiros

ribeira das Palas

ribeira de Bastelo

ribeira de Abrunheiros

ribeira de Linhares

ribeiro da Vala do Moinho

rio de Ouro

ribeira de Santa Natália

As águas da drenagem natural são frequentemente utilizadas para rega de campos agrícolas, e no passado

para movimentar azenhas e moinhos e, até mesmo, produção de energia eléctrica, como foi o caso dos

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aproveitamentos hidroelétricos do Ferro e do Bugio (COSTA, F. S., 2009).

O concelho de Fafe é então abrangido por duas bacias hidrográficas, a bacia do rio Ave, na maior parte do

território (91%), e a bacia do rio Tâmega (afluente do rio Douro), numa área mais restrita a nordeste (9%).

As principais sub-bacias são:

Bacia do rio Ave a norte, no limite com concelho de Vieira do Minho, e a noroeste e sudoeste no

limite com concelho de Guimarães.

Bacias dos rios Vizela, Pequeno, Bugio e Ferro, com as nascentes no concelho de Fafe e possuem a

maior expressão no território;

Bacia do rio Selho numa estreita faixa a oeste, no limite com concelho de Guimarães, onde se

desenvolve a sua principal rede hidrográfica;

Bacia hidrográfica da ribeira de Petimão, que integra as ribeiras de Abrunheiros e de Várzea, a

nordeste. A maior densidade da rede de drenagem ocorre no concelho vizinho de Cabeceiras de

Basto à semelhança da bacia do Rio do Ouro, no extremo nordeste;

Bacia hidrográfica darRibeira de Santa Natália ocupação residual a sul do concelho. Esta prolonga-se

para os concelhos de Celorico de Basto e Amarante.

De salientar a massa de água na bacia hidrográfica principal (rio Vizela), a Albufeira da Queimadela (do

Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e Saneamento do Noroeste, S.A.).

Tabela 5. Barragem da Queimadela

Características principais da barragem

Nome Queimadela Capacidade total 1100 dam³

Curso de água Rio Vizela Capacidade útil 870 dam³

Bacia hidrográfica Ave/Leça Volume morto 230 dam³

Ano de entrada de

funcionamento 1993 Cota do nível de pleno armazenamento NPA 386m

Tipo de Barragem Gravidade de betão Cota do nível de máxima cheia NMC 388,5m

Altura acima do terreno

natural 381m Superfície inundável ao NPA 11ha

Capacidade do descarregador 180 m³/s Regularização anual/ interanual (anos) 41.503.277

Localização da Barragem

Freguesias: Revelhe, Queimadela e Travassós

Coordenadas: M - 197.466 P - 503.771

Características Fisiográficas da Bacia Hidrográfica

Área da bacia hidrográfica

total 26,09Km2 Altitude mínima 379m

Área da bacia hidrográfica

própria 26,09Km2 Altitude média 656m

Precipitação média anual 2285 mm Altitude máxima 885m

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Tabela 5. Barragem da Queimadela

Características principais da barragem

Declive médio 16,20%

Características do Curso de Água Principal

Comprimento 10Km Declive 4,70%

Fonte: INAG (2010 ).

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QUALIDADE DA ÁGUA

A classificação da qualidade das águas superficiais é feita de acordo com cinco classes:

Tabela 6. Classificação da qualidade das águas superficiais

Classe A

Sem Poluição

Águas consideradas como isentas de poluição, aptas a

satisfazer potencialmente as utilizações mais exigentes em

termos de qualidade.

Classe B

Fracamente

Poluído

Águas com qualidade ligeiramente inferior à classe A, mas

podendo também satisfazer potencialmente todas as

utilizações.

Classe C

Poluído

Águas com qualidade "aceitável", suficiente para irrigação,

para usos industriais e produção de água potável após

tratamento rigoroso. Permite a existência de vida piscícola

(espécies menos exigentes) mas com reprodução aleatória;

apta para recreio sem contacto directo.

Classe D

Muito Poluído

Águas com qualidade "medíocre", apenas potencialmente

aptas para irrigação, arrefecimento e navegação. A vida

piscícola pode subsistir, mas de forma aleatória.

Classe E

Extremamente

Poluído

Águas ultrapassando o valor máximo da Classe D para um ou

mais parâmetros. São consideradas como inadequadas para a

maioria dos usos e podem ser uma ameaça para a saúde

pública e ambiental.

Fonte: SNIRH (2010)

Das quatro estações de monitorização consideradas na classificação desta bacia hidrográfica, duas estão

classificadas com a classe C (água poluída), uma delas com a classe D (água francamente poluída) e a outra

a classe E (água muito poluída), resultando na atribuição da classe C, para a globalidades das bacias

hidrográficas do Ave e Leça.

Gráfico 20. Classificação da água (2008)

Fonte: SNIRH (2010).

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Para a ponderação da qualidade da água superficial no concelho de Fafe, analisaram-se os dados

disponíveis da estação de Golães e da Estação de Ferro.

Globalmente, a qualidade da água no concelho estará entre as classes C e E, tendendo fortemente para a

Classe E, ou seja, água extremamente poluída. Embora, estas duas estações não representem o estado de

qualidade da água superficial de todo o concelho, permitem estabelecer um cenário aproximado da

qualidade da água, além de demonstrarem a necessidade de melhoria da qualidade da água superficial no

concelho de Fafe.

Gráfico 21. Classificação da qualidade da água nas estações de

Golães

Fonte: SNIRH (2010).

Segundo informações das Águas do Douro e Paiva (2009), o rio Vizela e o rio Ferro apresentam as

seguintes características no que respeita à qualidade da água:

Rio Vizela: a qualidade da água é aparentemente razoável nos troços médio e superior, no

entanto, nos troços inferiores são localmente observadas situações de degradação da qualidade

da água e a presença abundante de detritos sólidos nas margens do leito.

Rio Ferro: nos troços de cabeceira existe uma aparente boa qualidade da água, contudo, para

jusante de Fafe já não se configura o mesmo cenário, observando-se uma diminuição da

qualidade da água, acentuada para jusante de Armil. No troço final, em Ferro, a qualidade da água

é sofrível, existindo indicadores de poluição orgânica e química, que podem colocar em causa a

sua capacidade de suportar fauna piscícola.

A degradação da qualidade dos cursos de água deve-se fundamentalmente à elevada concentração

populacional nas freguesias mais urbanas, à forte industrialização do século XX (relacionadas com o têxtil e

o papel) e ao reduzido número de instalações de tratamento de águas residuais urbanas e industriais

(COSTA, F. , 2009).

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III.6. SOLOS

A importância dos solos, entendidos na aceção pedológica e de aptidão, advém essencialmente do

suporte às atividades produtivas e urbanas e, ainda, como componente importante na qualidade e

quantidade de água doce disponível.

A Carta Europeia dos Solos, publicada em 1972, declarou mesmo a proteção do solo arável como um

objectivo prioritário de planeamento a todos os níveis, desde o rural ao urbano (MAGALHÃES M. R., 2001).

As pressões a que se têm vindo a assistir devem merecer, por isso, especial atenção dos planeadores,

sobretudo, nos momentos de decisão no processo de ordenamento do território de forma a salvaguardar

as capacidades para a produção da biomassa e sustentação das funções ambientais e ecológicas.

PEDOLOGIA

Segundo a DRAEDM é possível identificar no concelho de Fafe três tipos de solos: os fluvissolos, os

regossolos e antrossolos.

Refira-se que cerca de 60,8% do concelho não consta do levantamento de informação pedológica, em

resultado da sua apetência para o uso florestal.

FLUVISSOLOS (FL)

Os Fluvissolos apresentam propriedades flúvicas, com formação a partir de depósitos aluvionares e com

um único horizonte A ócrico1 ou mólico2 e a presença de material sulfídrico até 125 cm da superfície. Na

área de estudo, este tipo de solos integra-se na unidade-solo Fluvissolos Dístricos (tipo Fd 2.2, Qa1, Fldm)

tendo por isso, um grau de saturação em bases inferior a 50%. A sua génese está ligada à existência de

aluviões, mas sem a presença de muito material grosseiro nem propriedades hidromórficas desde a

superfície até 50 e 100 cm de profundidade.

Tabela 7. Características das Subunidades dos Fluvissolos Dístricos

Sub-unidade Unidades

fisiográficas Unidade pedológica dominante

Fd2.1 La2 Fldm

Fd2.2 Qa1 Fldm

Fonte: DRAEDM (1999).

1 Horizonte pouco desenvolvido (Alonso, M. et al., 2004).

2 Horizonte orgânico, mole, com estrutura grumosa, saturado em bases (inferior a 50%), matéria orgânica superior a 1% (Alonso, M.

et al., 2004).

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Este tipo de solos localiza-se junto dos principais cursos de água existentes no concelho, o rio Pequeno, rio

Vizela e rio Ferro e a ribeira de Moreira. Trata-se de baixas aluvionares, planas ou de declives suaves, de

drenagem moderada sendo normalmente utilizadas para aproveitamento agrícola intensivo.

REGOSSOLOS (RG)

São solos oriundos de materiais pouco consolidados, onde se exclui os de textura grosseira e propriedades

flúvicas, não tendo outro horizonte de diagnóstico além do A. No concelho de Fafe encontra-se a presença

das duas unidades-solos existentes na região de Entre o Douro e Minho, os Regossolos Úmbricos (RGu) e

os Regossolos Dístricos (RGd).

Os regossolos dístricos têm um horizonte A ócrico e uma saturação em bases inferior a 50%. São

representados pela sub-unidade RGd. Os regossolos úmbricos têm como característica mais relevante a

presença de um horizonte A úmbrico sem camadas permanentemente congeladas até 200 cm, a partir da

superfície.

Os regossolos encontram-se sobre as áreas de granito podendo, no entanto, ocorrer em áreas de vale

estreitos encaixados, integrando coluviões de fundos de vale e de bases de encostas.

Tabela 8. Características das subunidades dos regossolos (dístricos e

úmbricos)

Subunidade Unidades

fisiográficas Unidade pedológica dominante

RGdo.g 2.1 Fcg3 RGdo.g3; FLdm2

RGdo.x 2.1 Qcx1 RGdo.x3; ATcd.x3

RGdo.g 3.2 Qcg1 RGdo.g3; ATcd.x3

RGdo.g 4.1 Qcg12 RGdo.g1; ATcd.g1; CMdp.g1

RGdo.g 5.1 Qgp1 RGdo.g1; RGuo.g1; ATcd.g1

RGul.g 1.2 Fgo2 RGul.g; RGuo.g1; LPu.g

RGul.x 1.2 Qxp2 RGul.x; CMup.x1

RGul.g 2.1 Qg02 RGuo.g1; RGdo.g1; LPu.g

RGul.g 4.2 Qgs2 RGuo.g1; CMup.g1; RGdo.g1

Fonte: DRAEDM (1999).

ANTROSSOLOS (AT)

São o tipo de solos que tem a sua génese na ação humana, isto é, sofreram uma modificação profunda

através de cortes ou escavações, regas contínuas, soterramento de horizontes, etc. Houve um

soterramento dos horizontes originais do solo ou através de remoção ou perfuração dos horizontes

superficiais.

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Esta unidade subdivide-se em Antrossolos cumúlicos e Antrossolos áricos. Na área de Fafe identifica-se

apenas os Antrossolos Cúmulicos (ATc) com17 subunidades diferentes. Correspondem à generalidade dos

terraços ou socalcos, embora também se encontrem em áreas não terraceadas e desenvolvem-se sobre

materiais de alteração da rocha (granito e afins) subjacente e em materiais coluvionares.

Tabela 9. Características das subunidades dos antrossolos cúmulicos

Sub-unidade Unidades

fisiográficas Unidade pedológica dominante

ATcd.x 1.1 Qxs12 ATcd.x1; RGdl.x; RGdo.x 2.1

ATcd.g 1.1 Qgs13 ATcd.g1; RGdo.g1

ATcd.x 1.2 Qx01 ATcd.x1; RGdl.x; RGdo.x 2.1

ATcd.g 1.3 Qx04 ATcd.g1; RGdo.g1

ATcd.x 2.1 Qx03 ATcd.x1; RGdl.x; RGdo.x2.1

ATcd.g 2.1 Qgs11 ATcd.g1; ATcd.g3; RGdo.g3

ATcd.g 3.1 Qgs3 ATcd.g1; RGdo.g1; RGdu.g1

ATcd.x 3.1 Qxs13 ATcd.x1; RGdo.x1,2; CMdx.x1,4

ATcd.g 3.1 Qgo 1 ATcd.g1; RGdo.g1; RGuo.g1

ATcd.g 3.3 Qgo3 ATcd.g1; RGdo.g1; RGuo.g1

ATcd.g 4.1 Qgm1 ATcd.g1; RGdo.g1; RGdl.g

ATcd.g 6.1 Fgs1 ATcd.g1; RGuo.g1

ATcd.g 6.2 Fgs3 ATcd.g1; RGuo.g1

ATcd.g 6.3 Fg01 ATcd.g1; RGuo.g1

ATcd.g 6.4 Fg03 ATcd.g1; RGuo.g1

ATcd.g 7.1 Qcg2 ATcd.g3; RGuo.g3

ATcd.x 7.1 Qxs11 ATcd.x1; CMdx.x1,3; CMdp.x 1,4

Fonte: DRAEDM (1999)

Segundo o gráfico, os antrossolos têm a maior representação no concelho, com 80,2% da área

cartografada (31% do concelho), seguindo-se os regossolos, com 17,5% (7% do concelho) e, por último, os

fluvissolos, com 2,3% (0,9% do concelho).

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Gráfico 22. Distribuição de áreas por classe de solos

Fonte: DRAEDM (1999).

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APTIDÃO DOS SOLOS

Os solos com capacidades para a produção são cada vez mais escassos em resultado de opções de

ordenamento do território menos eficazes. Nas opções de planeamento do território devem considerar-se

objetivos de conservação, protecção e gestão dos solos mais aptos para as atividades agrícola e florestal e

assim assegurar a qualidade e a manutenção do recurso solo e, em consequência, a biodiversidade e a

paisagem.

APTIDÃO AGRÍCOLA

As potencialidades agrícolas do solo resultam de fatores de qualidade e limitantes da aptidão como o

regime de temperatura, as condições de enraizamento, da fertilidade, das condições de arejamento, das

disponibilidades de água no solo, do risco de erosão e da presença de obstáculos como sejam os socalcos.

No concelho de Fafe existem quatro classificações que caracterizam as potencialidades dos solos para a

agricultura: aptidão elevada, aptidão moderada, aptidão marginal e sem aptidão. A esta classificação do

solo acrescenta uma classe com identificação de solos com aptidão moderada mas que por ocupação de

alguma densidade construtiva no seio de áreas agrícola com dimensão importante, apresentam-se como

solo de aptidão moderada/sem aptidão.

Gráfico 23. Distribuição de áreas por classe de aptidão agrícola

Fonte: DRAEDM (1999).

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Os solos com aptidão moderada são os mais representativos no concelho, correspondendo a 47,6% da

área cartografada (cerca 21% do concelho), seguindo-se os solos de aptidão elevada, com 34,9% (13% do

concelho) e os de aptidão marginal, com 8,8% (3% do concelho). Os solos de aptidão moderada/sem

aptidão e sem qualquer aptidão ocupam menor área, correspondendo a 1,4% (inferir a 1% do concelho) e

7,3% (3% do concelho), respetivamente.

Considerando que as áreas não cartografadas correspondem a áreas sem qualquer potencialidade

agrícola, a extensão dessa classe de aptidão ascende a 63% do território do concelhio. Esta classe

corresponde essencialmente a solos delgados de relevo mais acidentado e em áreas urbanas.

Os solos de aptidão elevada correspondem essencialmente aos vales aluvionares com excelentes

condições de produção agrícola.

Page 64: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica
Page 65: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

65/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

APTIDÃO FLORESTAL

O concelho de Fafe apresenta aptidão elevada e moderada para o uso florestal, com 20,7% e 69,5%,

respetivamente. A aptidão marginal representa 6,2% do território e sem aptidão 3,6%.

Gráfico 24. Distribuição de áreas por classe de aptidão florestal

Fonte: AFN (2010)

Page 66: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica
Page 67: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

67/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

III.7. FLORA

A riqueza florística da região aqui apresentada diz respeito a um estudo sobre a Serra da Cabreira

(concelho de Vieira do Minho) e a Serra do Maroiço (concelhos de Fafe e Vieira do Minho) desenvolvido a

uma escala supramunicipal.

A Serra do Maroiço assume particular importância pela sua extensão e estado de conservação associado

ao reduzido grau de humanização da paisagem.

Tendo em conta o Anexo I da Directiva 92/43/CEE, a Serra do Maroiço dispõe de um conjunto de habitats

de interesse, nomeadamente, os carvalhais galaico-portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica, os

troços de água com dinâmica natural e semi-natural em que não se verificam alterações significativas da

qualidade da água, as charnecas secas europeias (tipos silíceos) e charnecas húmidas atlânticas

meridionais de Erica tetralix e Erica ciliaris. Pela sua extensão e/ou importância no conjunto, mencionam-

se ainda outros habitats de interesse como os giestais, os campos de Pteridium aquilinum e os lameiros

ibéricos.

Relativamente ao inventário florístico ressaltam o número de endemismos ibéricos associados às áreas de

montanha e o número de táxones constantes nas listas de espécies com interesse particular de

conservação..

Tabela 10. Espécies de flora com Interesse endémico e de protecção segundo a Diretiva Habitats

Tipo de espécies Família Estatuto de protecção e endemicidade

Anthoxantum odoratum L. Gramineae Endemismo ibérico

Centaurea nigra L. Asteraceae Endemismo ibérico

Chamaespartium tridentatum (L.)

P. Gibbs Leguminosae Endemismo ibérico

Cytisus multiflorus (L`Her.) Sweet Leguminosae Endemismo ibérico

Cytisus striatus (Hill) Rothm Leguminosae Endemismo ibérico

Genista florida L. Leguminosae Endemismo ibérico

Linaria triornithophora (L.) Willd. Scrophulariaceae Endemismo ibérico

Paradisea lusitanica (P.Coutinho)

Samp. Liliaceae Endemismo ibérico

Sedum arenarium Brot. Crassulaceae Endemismo ibérico

Silene foetida Sprengel Caryophyllaceae Endemismo ibérico

Silene scabriflora Brot. Caryophyllaceae Endemismo ibérico

Spergularia capillacea (Kindb. &

Lange ) Willk Caryophyllaceae Endemismo ibérico

Thymus caespititius Brot. Labiatae Endemismo ibérico

Xolantha globularifolia (Lam.) Willk. Leguminosae Endemismo lusitanico estatuto de protecção Anexo II da

directiva Habitats 92/43/CEE

Page 68: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

68/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 10. Espécies de flora com Interesse endémico e de protecção segundo a Diretiva Habitats

Tipo de espécies Família Estatuto de protecção e endemicidade

Jasione crispa (Pourret) Samp. Campanulaceae Anexo II Directiva Habitats 92/43/CEE

Narcissus triandrus L. Amaryllidaceae Anexo II Directiva Habitats 92/43/CEE

Fonte: Gomes P. T., et al. (2001).

Tabela 11. Outras Espécies vegetais da Serra do Maroiço

Tipo de espécies vegetais superiores Família Estatuto de protecção e endemicidade

Acacia dealbata Link Leguminosae

Acacia melanoxylon R. Br. in Aiton Leguminosae

Acer pseudoplatanus L. Aceraceae

Achillea millefolium L. Asteraceae Aceraceae

Agrostis castellana Boiss. & Reuter Gramineae

Agrostis sp. Gramineae

Aira cupaniana Guss Gramineae

Ajuga pyramidalis L. Labiatae

Ajuga reptans L. Labiatae

Allium ericetorum Thore Liliaceae

Allium spaerocephalon L. Liliaceae

Alnus glutinosa (L.) Gaertner Betulaceae

Anarrhinum bellidifolium (L.) Willd Scrophulariaceae

Andryala integrifolia L. Asteraceae

Anemone trifolia L. Ranunculaceae

Angelica sylvestris L. Umbelliferae

Anthemis arvensis L. Asteraceae

Anthoxantum odoratum L. Gramineae Endemismo ibérico

Apium nodiflorum (L.) Lag. Umbelliferae

Aquilegia dichroa Freyn Ranunculaceae

Arenaria montana L. Caryophyllaceae

Asphodelus ramosus L. Liliaceae

Asplenium adiantum-nigrum Aspleniaceae

Asplenium trichomanes L. Aspleniaceae

Athyrium filix-femina (L.) Roth Athyriaceae

Avenula sulcata (Gay ex Delastre) Dumort. Gramineae

Bellis sylvestris Cyr. Asteraceae

Betula alba L. Betulaceae

Blechnum spicant (L.) Roth. Blechnaceae

Brachypodium pinnatum (L.) P.Beauv. Gramineae

Brassica barrelieri (L.) Janka Cruciferae

Page 69: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

69/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 11. Outras Espécies vegetais da Serra do Maroiço

Tipo de espécies vegetais superiores Família Estatuto de protecção e endemicidade

Brevipodium sylvaticum (Hudson) A.& D. Love Gramineae

Briza maxima L. Gramineae

Calluna vulgaris (L.) Hull Ericaceae

Carex sp. Cyperaceae

Castanea sativa Miller Fagaceae

Centaurea aristata Hoffmanns. & Link Asteraceae

Centaurea limbata Hoffmanns. & Link Asteraceae

Centaurea nigra L. Asteraceae Endemismo ibérico

Chamaemelum nobile (L.) All. Asteraceae

Chamaespartium tridentatum (L.) P. Gibbs Leguminosae Endemismo ibérico

Cirsium filipendulum Lange Asteraceae

Cistus psilosepalus Sweet Cistaceae

Conyza canadensis (L.) Cronq. Asteraceae

Corylus avellana L. Corylaceae

Crataegus monogyna L. Rosaceae

Crepis capillaris (L.) Wallr. Asteraceae

Crocus asturicus Herbert Iridaceae

Crocus carpetanus Bss. et Reut. Iridaceae

Cupressus lusitanica Miller Cupressaceae

Cuscuta epythymum (L.) L. Convolvulaceae Vulnerável

Cytinus hipocistis (L.) L. Leguminosae

Cytisus multiflorus (L`Her.) Sweet Leguminosae Endemismo ibérico

Cytisus striatus (Hill) Rothm Leguminosae Endemismo ibérico

Daboecia cantabrica (Hudson) C.Koch Ericaceae

Dactylis glomerata L. Gramineae

Dactylorhiza maculata (L.) Soó. Orchidaceae

Daphne gnidium L. Thymelaeaceae

Daucus carota L. Umbelliferae

Deschampsia sp. Gramineae

Digitalis purpurea L. Scrophulariaceae

Dryopteris affins (Lowe) Fraser-Jenkins Aspidiaceae

Echium vulgare L. Boraginaceae

Erica arborea L. Ericaceae

Erica ciliaris L. Ericaceae

Erica cinerea L. Ericaceae

Erica tetralix L. Ericaceae

Erigeron karvinskianus DC (?) Asteraceae

Eupatorium cannabinum L. Asteraceae

Euphorbia sp. Euphorbiaceae

Ferulago capllifolia (Link) Franco Umbelliferae

Page 70: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

70/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 11. Outras Espécies vegetais da Serra do Maroiço

Tipo de espécies vegetais superiores Família Estatuto de protecção e endemicidade

Festuca sp. Gramineae

Fragaria vesca L. Rosaceae

Frangula alnus Miller Rhamnaceae

Fraxinus angustifolia Vahl Oleaceae

Galisonga parviflora Cav. Asteraceae

Galium mollugo L. Rubiaceae

Galium rotundifolium L. Rubiaceae

Galium verum L. Rubiaceae

Genista florida L. Leguminosae Endemismo ibérico

Gladiollus illyricus Koch Iridaceae

Halimium alyssoides (Lam.) C.Koch. Cistaceae

Hedera helix L. Araliaceae

Heracleum sphondyllium L. Umbelliferae

Hieracium amplexicaule L. Asteraceae

Hieracium pilosella L. Asteraceae

Hieracium virescens Koch Asteraceae

Holcus lanatus L. Gramineae

Hyacinthoides italica (L.) Rothm. Liliaceae

Hypericum sp. Hypericacea

Hypochoeris radicata L. Asteraceae

Ilex aquifolium L. Aquifoliaceae Extinção

Ipomoea acuminata Convolvulaceae

Jasione crispa (Pourret) Samp. Campanulaceae Anexo II Directiva Habitats

asione montana L. Campanulaceae

Juncus effusus L. Juncaceae

Laserpitium nestleri Soyer-Willemet Umbelliferae

Laurus nobilis L. Lauraceae

Leontodon taraxacoides (Vill.) Mérat. Asteraceae

Linaria triornithophora (L.) Willd. Scrophulariaceae Endemismo ibérico

Lithodora prostata (Loisel) Griseb Boraginaceae

Lonicera periclymenum L. Caprifoliaceae

Lotus corniculatus L. Leguminosae

Luzula sp.. Juncaceae

Luzula sylvatica (Hudson) Gaudin Juncaceae

Malva tournefortiana L. Malvaceae

Melampyrum pratense L. Scrophulariaceae

Melittis melissophyllum L. Labiatae

Mentha suaveolens Ehrh. Labiatae

Merendera pyrenaica (Pourret) P. Fourn. Liliaceae

Myosotis laxa Lehm. Boraginaceae

Page 71: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

71/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 11. Outras Espécies vegetais da Serra do Maroiço

Tipo de espécies vegetais superiores Família Estatuto de protecção e endemicidade

Narcissus bulbocodium L. Amaryllidaceae

Narcissus triandrus L. Amaryllidaceae Anexo II Directiva Habitats

Narthecium ossifragum (L.) Hudson Liliaceae

Ornithogalum sp. Liliaceae

Orobanche rapum-genistae Thuill. Orobanchaceae

Osmunda regalis L. Osmundaceae

Paradisea lusitanica (P.Coutinho) Samp. Liliaceae

Endemismo ibérico e estatuto

vulnerável

Peucedanum gallicum Latourr. Umbelliferae

Peucedanum lancifolium Lange Umbelliferae

Physospermum cornubiense (L.) DC. Umbelliferae

Picris hieracioides L. Asteraceae

Pinus pinaster Aiton Pinaceae

Plantago lanceolata L. Plantaginaceae

Poa trivialis L. Gramineae

Polygala serpyllifolia J.A.C. Hose Polygalaceae

Polygala vulgaris L. Polygalaceae

Polygonatum odoratum (Miller) Druce Liliaceae

Polypodium vulgare L. Polypodiaceae

Potentilla erecta (L.) Rauschel Rosaceae

Primula vulgaris Hudson Primulaceae

Prunella grandiflora (L.) Scholler Labiatae

Prunella vulgaris L. Labiatae

Prunus avium L. Rosaceae

Pseudoarrhenatherum longifolium (Thore) Rouy Gramineae

Pteridium aquilinum (L.) Kuhn Hypolepidaceae

Pyrus pyraster Burgsd. Rosaceae

Quercus pyrenaica Willd. Fagaceae

Quercus robur L. Fagaceae

Ranunculus repens L. Ranunculaceae

Rhinanthus minor L. Scrophulariaceae

Rubia peregrina L. Rubiaceae

Rubus sp. Rosaceae

Rumex sp. Polygonaceae

Ruscus aculeatus L. Liliaceae

Salix repens L. Salicaceae

Salix atrocinera Salicaceae

Sambucus nigra L. Caprifoliaceae

Sanicula europaea L. Umbelliferae

Saxifraga spathularis Brot. Saxifragaceae Vulnerável

Page 72: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

72/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 11. Outras Espécies vegetais da Serra do Maroiço

Tipo de espécies vegetais superiores Família Estatuto de protecção e endemicidade

Scabiosa atropurpurea L. Dipsacaceae

Scabiosa columbaria L. Dipsacaceae

Scilla monophyllos Link Liliaceae

Scirpus sp. Cyperaceae

Sedum anglicum Hudson Crassulaceae

Sedum arenarium Brot. Crassulaceae Endemismo ibérico

Sedum forsteranum Sm. in Sowerby Crassulaceae

Sedum hirsutum All. Crassulaceae

Selinum carvifolia (L.) L. Umbelliferae

Senecio syvaticus L. Asteraceae

Serapias cordigera L. Orchidaceae

Serapias lingua L. Orchidaceae

Serratula tinctoria L. Asteraceae

Sesamoides canescens (L.) O. Kuntze Resedaceae

Silene foetida Sprengel Caryophyllaceae Endemismo ibérico e em extinção

Silene nutans L. Caryophyllaceae

Silene scabriflora Brot. Caryophyllaceae Endemismo ibérico

Silene vulgaris (Moench) Garcke Caryophyllaceae

Simethis sp. Liliaceae

Solidago virgaurea L. Asteraceae

Sonchus sp. Asteraceae

Spergularia capillacea (Kindb. & Lange ) Willk Caryophyllaceae Endemismo ibérico

Stellaria holostea L. Scrophulariaceae

Tamus communis L. Dioscoreaceae

Taraxacum sp. Asteraceae

Teucrium scorodonia L. Labiatae

Thymus caespititius Brot. Labiatae

Endemismo ibérico e estatuto

vulnerável

Trifolium pratense L. Leguminosae

Trifolium repens L. Leguminosae

Xolantha globularifolia (Lam.) Willk. Leguminosae

Endemismo lusitanico estatuto de

protecção Anexo II da directiva Habitats

e em Extinção

Ulex europaeus L. Leguminosae

Ulex minor Roth Crassulaceae

Umbilicus rupestris (Salisb.) Dandy Scrophulariaceae

Verbascum thapsus L. Scrophulariaceae Vulnerável

Veronica serpyllifolia L. Leguminosae

Vicia sativa L. Violaceae

Viola palustris L. Violaceae

Page 73: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

73/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 11. Outras Espécies vegetais da Serra do Maroiço

Tipo de espécies vegetais superiores Família Estatuto de protecção e endemicidade

Viola riviniana Reichenb. Campanulaceae

Wahlenbergia hederacea (L.) Reichenb. Cistaceae

Fonte: Gomes P. T., et al. (2001).

III.8. FAUNA

A fauna apresentada diz respeito ao mesmo estudo sobre a serra da Cabreira (concelho de Vieira do

Minho) e a serra do Maroiço (concelhos de Fafe e Vieira do Minho) desenvolvido a uma escala

supramunicipal.

Tabela 12. Espécies de fauna com interesse endémico e de protecção segundo a Diretiva Habitats

Tipo de espécies Família Estatuto de protecção e endemicidade

Triturus marmoratus Salamandridae Anexo IV Directiva Habitats 92/43/CEE

Alytes obstetricans Discoglossidae Anexo IV Directiva Habitats 92/43/CEE

Discoglossus galganoi Discoglossidae Anexo IV Directiva Habitats 92/43/CEE

Bufo calamita Bufonidae Anexo IV Directiva Habitats 92/43/CEE

Rana iberica Ranidae Anexo IV Directiva Habitats 92/43/CEE

Lacerta schreiberi Lacertidae Endemismo ibérico e estatuto de protecção Anexo II e IV da

directiva Habitats 92/43/CEE

Galemys pyrenaicus Talpidae Anexo II e IV da directiva Habitats 92/43/CEE

Canis lupus signatus Canidae Anexo II, IV e V da directiva Habitats 92/43/CEE

Felis silvestris Felidae Anexo IV da directiva Habitats 92/43/CEE

Chioglossa lusitanica Salamandridae Endemismo ibérico

Lacerta schreiberi Lacertidae Endemismo ibérico

Fonte: Gomes P. T., et al. (2001).

Page 74: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

74/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 13. Espécies de vertebrados terrestres (anfíbios) da serra do Maroiço

Tipo de espécies Livro Vermelho dos

vertebrados de

Portugal (1990)

Convenção de Berna

(1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

Salamandridae

Chioglossa lusitanica Salamandra-lusitanica Insuficientemente

conhecido Estritamente protegida

Espécie de interesse comunitário cuja conservação requer designação de

zonas especiais de conservação e exigem uma protecção rigorosa

Salamandra salamandra Salamandra de pintas amarelas Não ameaçado Protegida

Triturus boscai Tritão de ventre laranja Não ameaçado Protegida

Triturus helveticus Tritão palmado Insuficientemente

conhecido Protegida

Triturus marmoratus Tritão marmorado Não ameaçado Protegida Espécie de interesse comunitário que exigem uma protecção rigorosa

Discoglossidae

Alytes obstetricans Sapo parteiro Não ameaçado Estritamente protegida Espécie de interesse comunitário que exigem uma protecção rigorosa

Discoglossus galgonoi Rã de focinho pontiagudo Não ameaçado Estritamente protegida Espécie de interesse comunitário que exigem uma protecção rigorosa

Bufonidae

Bufo bufo Sapo Não ameaçado Protegida

Bufo calamita Sapo corredor Não ameaçado Estritamente protegida

Hylidae

Hyla arborea Rela Não ameaçado Estritamente protegida Espécie de interesse comunitário que exigem uma protecção rigorosa

Ranidae

Rana iberica Rã ibérica Não ameaçado Estritamente protegida Espécie de interesse comunitário que exigem uma protecção rigorosa

Rana perezi Rã verde Não ameaçado Protegida Espécie de interesse comunitário cuja captura pode ser objecto de

medidas de gestão

Fonte: Gomes P. T., et al. (2001).

Page 75: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

75/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 14. Espécies de vertebrados terrestres (répteis) da serra do Maroiço

Tipo de espécies Livro Vermelho dos

vertebrados de

Portugal (1990)

Convenção de Berna

(1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

Anguidae

Anguis fragilis Licranço Não ameaçado Protegida

Lacertidae

Lacerta schreiberi Lagarto-d’água Não ameaçado Estritamente protegida Espécie de interesse comunitário cuja conservação requer designação de

zonas especiais de conservação e exigem uma protecção rigorosa

Lacerta lepida Sardão Não ameaçado Estritamente protegida

Podarcis bocagei Lagartixa-de-bocage Não ameaçado Protegida

Podarcis hispanica Lagartixa-ibérica Não ameaçado Protegida

Psammodromus algirus Lagartixa-do-mato Não ameaçado Protegida

Scincidae

Chalcides chalcides

Cobra-de-pernas-de-três-

dedos Não ameaçado Protegida

Colubridae

Coronella girondica Cobra-lisa-bordalesa Não ameaçado Protegida

Elaphe scalaris Cobra-de-escada Não ameaçado Protegida

Malpolon monspessulanus Cobra-rateira Não ameaçado Protegida

Natrix maura Cobra-d’água-viperina Não ameaçado Protegida

Natrix natrix Cobra-d’água-de-colar Não ameaçado Protegida

Viperidae

Vipera latastei Vibora-cornuda Indeterminado Estritamente protegida

Fonte: Gomes P. T., et al. (2001).

Page 76: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

76/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 15. Espécies de vertebrados terrestres (mamíferos) da serra do Maroiço

Tipo de espécies Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Berna

(1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

Erinaceidae

Erinaceus europaeus Ouriço-cacheiro Não ameaçado Protegida

Soricidae

Sorex minutus Musaranho-anão Insuficientemente

conhecido Protegida

Sorex granarius Musaranho-de-dentes

vermelho Não ameaçado Protegida

Neomys anomalus Musaranho-de-água Não ameaçado Protegida

Crocidura russula Musaranho-de-dentes brancos Não ameaçado Protegida

Talpidae

Galemys pyrenaicus Toupeira de água Vulnerável Estritamente protegida

Talpa caeca Toupeira Não ameaçado

Leporidae

Lepus capensis Lebre Não ameaçado Protegida

Oryctolagus cuniculus Coelho Não ameaçado

Arvicolidae

Arvicola sapidus Rata-de-água Não ameaçado

Microtus agrestis Rato-do-campo-de-rabo-curto Não ameaçado

Microtus lusitanicus Rato-cego Não ameaçado

Muridae

Apodemus sylvaticus Rato-do-campo Não ameaçado

Rattus rattus Ratazana Não ameaçado

Rattus norvegicus Ratazana-de-água Não ameaçado

Page 77: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

77/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 15. Espécies de vertebrados terrestres (mamíferos) da serra do Maroiço

Tipo de espécies Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Berna

(1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

Mus musculus Rato-caseiro Não ameaçado

Mus spretus Rato-das-hortas Não ameaçado

Gliridae

Eliomys quercinus Rato-dos-pomares Não ameaçado Protegida

Canidae

Canis lupus signatus Lobo-Ibérico Em perigo Estritamente protegida

Espécie de interesse comunitário cuja conservação requer designação de

zonas especiais de conservação, exigem uma protecção rigorosa e cuja

captura ou colheita podem ser objecto de medidas de gestão

Vulpes vulpes Raposa Não ameaçado

Mustelidae

Mustela nivalis Doninha Não ameaçado Protegida

Mustela putorius Toirão Insuficientemente

conhecido Protegida

Espécie de interesse comunitário cuja captura ou colheita podem ser objecto

de medidas de gestão

Martes foina Fuinha Não ameaçado Protegida

Meles meles Texugo Não ameaçado Protegida

Viverridae

Genetta genetta Geneta Não ameaçado Protegida Espécie de interesse comunitário cuja captura ou colheita podem ser objecto

de medidas de gestão

Felidae

Felis silvestris Gato bravo Indeterminado Protegida Espécie de interesse comunitário que exige uma protecção rigorosa

Suidae

Sus scrofa Javali Não ameaçado

Fonte: Gomes P. T., et al. (2001)

Page 78: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

78/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

Ardeidae

Ardea cinerea Garça-real

Accipitridae

Aquila chrysaetus Águia-real Espécie residente

todo o ano Em perigo

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida

Estritamente protegida e que

exigem medidas de protecção

especial do seu habitat

Hieratus fasciatus Águia-de-Bonelli Espécie residente

todo o ano Raro

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida

Estritamente protegida e que

exigem medidas de protecção

especial do seu habitat

Buteo buteo Águia-de-asa-redonda Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida

Circaetus galicus Águia-cobreira Espécie estival Insuficientemente

conhecido

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida

Estritamente protegida e que

exigem medidas de protecção

especial do seu habitat

Pernis apivorus Falcão-abelheiro Espécie estival Insuficientemente

conhecido

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida

Estritamente protegida e que

exigem medidas de protecção

especial do seu habitat

Accipiter gentilis Açor Espécie residente

todo o ano Indeterminado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida

Page 79: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

79/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

Accipiter nisus Gavião Espécie residente

todo o ano Indeterminado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida

Milvus migrans Milhafre-preto Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida

Estritamente protegida e que

exigem medidas de protecção

especial do seu habitat

Circus pygargus Tartaranhão cinzento Espécie estival Vulnerável

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida

Estritamente protegida e que

exigem medidas de protecção

especial do seu habitat

Falconidae

Falco tinnunculus Penereiro-vulgar Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Falco subbuteo Ógea Espécie estival Insuficientemente

conhecido

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Phasianidae

Alectoris rufa Perdiz-vermelha Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estritamente

protegida

Podem ser caçados de acordo

com legislação nacional e sujeita

a restrições quanto ao seu abate

e comércio

Coturnix coturnix Codorniz Espécie estival Não ameaçado Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

Estritamente

protegida

Podem ser caçados de acordo

com legislação nacional

Page 80: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

80/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

de acordos internacionais

Charadriidae

Vanellus vanellus Abibe Espécie de

Outuno/Inverno Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Estritamente

protegida …

Scolopacidae

Gallinago gallinago Galinhola Espécie de

Outuno/Inverno … … … …

Columbidae

Columba oenas Pombo-bravo Desconhecido Insuficientemente

conhecido …

Estritamente

protegida

Podem ser caçados de acordo

com legislação nacional/2

Columba palumbus Pombo-torcaz Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … …

Podem ser caçados de acordo

com legislação nacional/1

Streptopelia turtur Rola-comum Espécie estival Vulnerável … Estritamente

protegida

Podem ser caçados de acordo

com legislação nacional/2

Cuculidae

Cuculus canorus Cuco Espécie estival Não ameaçado … Estritamente

protegida …

Tytonidae

Tyto alba Coruja-das-Torres Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Strigidae

Otus scops Mocho-de-orelhas Espécie estival Não ameaçado … Protegida …

Page 81: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

81/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

Strix aluco Coruja-do-mato Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Athene noctua Mocho-galego Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Caprimulgidae

Caprimulgus europaeus Noitibó-da-Europa Espécie estival Insuficientemente

conhecido … Protegida

Estritamente protegida e que

exigem medidas de protecção

especial do seu habitat

Apodidae

Apus apus Andorinhão Espécie estival Não ameaçado … Protegida

Estritamente protegida e que

exigem medidas de protecção

especial do seu habitat

Alcedinidae

Alcedo atthis Pica-peixe Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida

Estritamente protegida e que

exigem medidas de protecção

especial do seu habitat

Upupidae

Upupa epops Poupa Espécie estival Não ameaçado … Protegida …

Picidae

Dendrocopus major Pica-pau-malhado-grande Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Picus viridis Pica-pau-verde Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Page 82: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

82/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

Jinx torquilla Torcicolo Espécie estival Insuficientemente

conhecido … Protegida …

Alaudidae

Galerida cristata Cotovia-de-poupa Espécie residente

todo o ano Não ameaçado …

Estritamente

protegida …

Lulula arborea Cotovia-pequena Espécie residente

todo o ano Não ameaçado …

Estritamente

protegida …

Alauda arvensis Laverca Espécie residente

todo o ano

Insuficientemente

conhecido …

Estritamente

protegida …

Hirundinidae

Riparia riparia Andorinha-das-barreiras Espécie estival Não ameaçado … Protegida …

Pytonoprogue rupestris Andorinha-das-rochas Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Hirundo rustica Andorinha-das-chaminés Espécie estival Não ameaçado … … …

Delichon urbica Andorinha-dos-beirais Espécie estival Não ameaçado … Protegida …

Motacillidae

Anthus spinoleta Petinha-ribeirinha Espécie estival Raro … Protegida …

Anthus campestris Petinha-dos-campos Espécie estival Não ameaçado … Protegida …

Motacilla alba Alvéola-branca Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Motacilla cinerea Alvéola-cinzenta Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Motacilla flava Alvéola-amarela Espécie estival Não ameaçado … Protegida …

Page 83: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

83/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

Sturnidae

Sturnus vulgaris Estorninho-malhado Espécie de

Outuno/Inverno Não ameaçado … … …

Sturnus unicolor Estorninho Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Oriolidae

Oriolus oriolus Papa-figos Espécie estival Não ameaçado … Protegida …

Laniidae

Lanius excubitor Picanço-real Espécie residente

todo o ano

Corvidae

Garrulus glandarius Gaio Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … … …

Pica pica Pega Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … … …

Corvus corax Corvo Espécie residente

todo o ano Vulnerável …

Estritamente

protegida …

Cinclidae

Cinclus cinclus Melro-d'água Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … … …

Troglodytidae

Troglodytes troglodytes Carriça Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … … …

Page 84: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

84/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

Prunellidae

Prunella modularis Ferreirinha Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Sylvidae

Cettia cetti Rouxinol-bravo Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Hippolais polyglotta Felosa-poliglota Espécie estival Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Sylvia undata Felosa-do-mato Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Sylvia melanocephala Toutinegra-de-cabeça-preta Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Sylvia cantilans Toutinegra-carrasqueira Espécie estival Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Sylvia communis Papa-amoras-comum Espécie estival Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Sylvia borin Felosa-das-figueiras Espécie estival Não ameaçado Estado de conservação Protegida …

Page 85: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

85/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Sylvia atricapilla Toutinegra Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Phylloscopus collybita Felosa-comum Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Phylloscopus bonelli Felosa-de-Bonelli Espécie estival Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Regulus ignicapilus Estrelinha-real Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Regulus regulus Estrelinha-de-poupa Espécie de

Outuno/Inverno Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Turdidae

Oenanthe oenanthe Chasco-cinzento Espécie estival Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Saxicola torquata Cartaxo-comum Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização Protegida …

Page 86: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

86/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

de acordos internacionais

Monticola saxatilis Melro-das-rochas Espécie estival Indeterminado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Phoenicurus ochruros Rabirruivo-preto Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Erithacus rubecula Pisco-de-peito-ruivo Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Luscinia megarhynchos Rouxinol Espécie estival Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Protegida …

Turdus merula Melro Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Estritamente

protegida

Podem ser caçados de acordo

com legislação nacional/2

Turdus viscivoros Tordoveia Espécie residente

todo o ano Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Estritamente

protegida

Podem ser caçados de acordo

com legislação nacional/2

Turdus iliacus Tordo-ruivo-comum Espécie de

Outuno/Inverno Não ameaçado

Estado de conservação

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

Estritamente

protegida

Podem ser caçados de acordo

com legislação nacional/3

Turdus philomelos Tordo-comum Desconhecido Não ameaçado Estado de conservação Estritamente Podem ser caçados de acordo

Page 87: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

87/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

desfavorável e exigem realização

de acordos internacionais

protegida com legislação nacional/4

Paridae

Parus ater Chapim-preto Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Parus caeruleus Chapim-azul Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Parus cristatus Chapim-de-crista Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Parus major Chapim-real Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Aegithalidae

Aegithalos caudatus Chapim-rabilongo Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Sittidae

Sitta europaea Trepadeira-azul Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Certhiidae

Certhia brachydactyla Trepadeira-comum Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Passeridae

Passer domesticus Pardal Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Page 88: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

88/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

Passer montanus Pardal-montês Espécie residente

todo o ano Não ameaçado …

Estritamente

protegida …

Fringillidae

Fringilla coelebs Tentilhão Espécie residente

todo o ano Não ameaçado …

Estritamente

protegida …

Pyrrhula pyrrhula Dom-fafe Desconhecido Raro … Estritamente

protegida …

Coccothraustes

coccothraustes Bico-grossudo

Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Serinus serinus Serino Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Carduelis carduelis Pintassilgo Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Carduelis chloris Verdelhão Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Carduelis cannabina Pintarrôxo Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Loxia curvirostra Cruza-bico-comum Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Emberizidae

Miliaria calandra Trigueirão Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Emberiza cia Cia Espécie residente Não ameaçado … Protegida …

Page 89: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

89/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Tabela 16. Espécies de aves da Serra do Maroiço

Tipo de espécies

Estatuto na área

Livro Vermelho dos

vertebrados de Portugal

(1990)

Convenção de Bona sobre

espécies migratórias (1981)

Convenção de

Berna (1981) Diretiva habitats (1992)

Nome científico Nome comum

todo o ano

Emberiza cirlus Escrevedeira-de-garganta-

preta

Espécie residente

todo o ano Não ameaçado … Protegida …

Emberiza hortulana Sombria Espécie estival Indeterminado … Estritamente

protegida …

Fonte: Gomes P. T., et al. (2001).

Page 90: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

90/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

III.9. PAISAGEM

A paisagem revela o resultado da relação Homem-Ambiente e constitui o palco de atuação antrópica.

Destaca-se pelo interesse cultural, ecológico, social e económico e pela importância na coesão, na

identidade e qualidade de vida da população de um território.

A diversidade paisagística no concelho de Fafe traduz o reflexo das múltiplas combinações de utilização do

meio natural. A morfologia apresenta grandes contrastes, alternando as zonas mais baixas das veigas

férteis, devidamente compartimentada por sebes e plantação em ramada ou bem ocupadas pela atividade

agrícola socalcada, que mostra o esforço do Homem na ocupação do território, com os relevos

montanhosos de vertentes mais ou menos suaves, onde se instalaram povoações e pequenos núcleos

rurais (aldeias de Aboim, Figueiró do Monte, Barbeita de Baixo, Barbeita de Cima, Mós, Lagoa, Gontim,

Bastelo, Luilhas, Casal de Estime, Argande, Santa Cruz, Vila Pouco, Povoação, Burgueiros), que refletem a

capacidade de sobrevivência de uma enraizada cultura agro-silvo-pastoril.

A definição de unidades de paisagem permite determinar áreas com características mais ou menos

homogéneas facilitando a análise e interpretação do meio. Dada a indefinição dos próprios limites,

procedeu-se à delimitação tendo por base a morfologia do território tendo-se distinguido três unidades as

Terras Altas, as Áreas do Vale do Ave e as Terras de Transição, adotadas de estudo sobre património natural

da bacia do Ave elaborado pela Universidade do Minho.

As Terras Altas correspondem a áreas de morfologia acidentada e altitudes acima dos 650 metros. Os vales

são geralmente encaixados e as vertentes abruptas. O povoamento caracteriza-se por baixa densidade e

concentração em pequenos núcleos de limites físicos bem demarcados. A paisagem é estruturada a partir

das pequenas aldeias circundados pelos solos mais férteis dos campos agrícolas e pelas pastagens

permanentes. Os campos são “abertos”, sem arvoredos e destinam-se ao cultivo de cereais.

As atividades agrícolas e pecuária, definem a economia rural destas áreas montanhosas. A floresta

dominante é constituída por povoamento semi-espontâneos de carvalho (Quercus robur e Quercus

pyrenaica), embebidas numa matriz de matos de urzes (Erica sp), carqueja (Genista sp) e tojo (Ulex sp)

(Gomes P. T., et al, 2001). Ocorrem também espaços florestais degradados pelo fogo.

Os maciços montanhosos de Morgair, do Maroiço, da Lapela, da Pedreira, do Malhadouro, do Lobo, do

Santinho e do Cabeço Alto integram esta unidade de paisagem.

As áreas do Vale do Ave correspondem à área mais aplanada, associada aos afluentes do rio Ave,

encontrando-se delimitada por vertentes mais suaves, com pendor para sudoeste, no rio Vizela e, para

noroeste, do rio Pequeno. A superfície de relevo pouco acentuado é interrompida com algum entalhe mais

a jusante dos rios Vizela, Ferro e Pequeno.

As altitudes encontram-se abaixo dos 350 metros e constituem locais preferenciais para a implantação

urbanística e industrial. As densidades populacionais atingem os valores mais elevados incluindo a cidade

e os principais núcleos urbanos.

Page 91: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

91/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

A floresta dominante é constituída maioritariamente por povoamentos contínuos de pinheiro bravo (Pinus

pinaster) e eucalipto , onde é possível encontrar florestas de caducifólias, representadas principalmente

pela ocupação de zonas ribeirinhas de carvalhos, amieiros (Alnus glutinosa) e salgueiros (Salix atrocinera),

entre outras. Os sistemas agrícolas são compostos por culturas parcelares de regadio e também sequeiro e

sistemas agro-florestais.

As Terras de Transição correspondem à mudança gradual entre as unidades de paisagem das Terras Altas e

das áreas do Vale do Ave com altitudes compreendidas entre os 350 e 650 metros. As Terras de transição

são assim compostas por áreas de encosta de superfícies expressivamente onduladas, por vezes,

acidentadas, que se desenvolvem entre a baixa de aplanação, associadas aos principais cursos de água da

região, e as Terras altas que integram os relevos mais acidentados.

O povoamento do tipo disperso caracteriza esta unidade e situa-se, geralmente, em meia encosta, em

rechãs, entre fundos de vale e as áreas de maior altitude circundado por áreas florestas e matos.

Na envolvente ao edificado disseminado, aparecem os campos de culturas arbóreas e arbustivas, culturas

anuais como o milho associado ao feijão, e culturas estivais, como as forragens e os cereais e culturas

invernais. A atividade agrícola é explorada nas áreas de várzea e encostas de relevos adjacentes,

observando-se ainda em interfluvios. Nesta unidade, a paisagem é indefinida e caracterizada por

interpenetração de usos.

A ocupação mais representativa é a florestal com domínio dos matos e povoamentos de resinosas, em que

“o pinheiro cede o lugar ao carvalho-alvarinho (Quercus robur L.) e ao vidoeiro (Bétula alba L.) e a encostas

de mato rasteiro (Ribeiro, 1991 in Gomes P. T., et al., 2001).

Page 92: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica
Page 93: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

93/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

III.10. OCUPAÇÃO ATUAL DO SOLO

A ocupação atual do solo consiste na representação cartográfica, num dado momento, das atividades do

Homem que usa e modifica o solo em função de fatores de ordem física.

Conhecer a evolução das atividades antrópicas e sua relação com meio natural ao longo do tempo permite

uma avaliação mais rigorosa da dinâmica do território e sua perspetiva futura em termos de ocupação.

A ocupação atual do solo (2012) do concelho denota o claro predomínio de áreas de espaços florestais

(65,71%), com destaque para as florestas (31,94%), seguindo-se as florestas abertas e vegetação arbustiva

e herbácea (29,12%) e, por último, as zonas descobertas e com pouca vegetação (4,57%).

Quanto à floresta semi-natural podemos encontrar espécies florestais de Carvalho (Quercus Robur),

Carvalho negral (Quercus Pyrenaica) e o Azevinho (Ilex aquifolium); das espécies introduzidas destaque

para o Pinheiro bravo e o Eucalipto.

De destacar a presença de extensos povoamentos de carvalhais com alto valor estrutural que confere ao

concelho uma singularidade ecológica e paisagística ímpares. A condução dos povoamentos de carvalhal

espontâneo desempenha um papel importante na proteção das partes mais altas das linhas de água de

regime torrencial.

As áreas de improdutivos correspondem sobretudo às zonas de maior cota estão frequentemente

associadas a afloramentos rochosos.

As áreas agrícolas surgem como segundo uso dominante com ocupação de 15,83% do concelho, onde

sobressaem as culturas temporárias (14,43%), seguindo-se as áreas agrícolas heterogéneas (7,98%) e as

culturas permanentes (1,18%). As áreas de pastagem permanente representam apenas 0,01% do

território.

Os territórios artificializados representam 10,61% da ocupação do solo, correspondendo em grande parte

a tecido urbano contínuo e descontínuo (6,40%) e a indústria e transportes (3,82%). Os restantes usos de

índole social têm menor expressão: os espaços verdes urbanos, equipamentos desportivos, culturais e de

lazer, com 0,21%, e as áreas de extração de itertes, áreas de deposição de resíduos e áreas de construção,

com 0,18%.

Por último, as águas interiores possuem uma área total de 0,16% do concelho, correspondendo

essencialmente às principais superfícies aquáticas: a barragem de Queimadela e cursos de água.

Page 94: Relatório diagnóstico e de caracterização biofísica

94/96 RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA página

Gráfico 25. Distribuição de áreas por classe de ocupação do solo (%)

Fontes: CMF (2012).

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