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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE MINISTÉRIO DAS CIDADES RELATÓRIO DE ANÁLISE CRÍTICA DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA, PRODUTO DA FASE 3 PROJETO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA A AGENDA DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL - TAL AMBIENTAL MUNICÍPIOS DA TIPOLOGIA DO BIOMA CERRADO: ANÁPOLIS, GOIÁS VERTRAG PLANEJAMENTO LTDA DEZEMBRO DE 2007

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE MINISTÉRIO DAS CIDADES

RELATÓRIO DE ANÁLISE CRÍTICA DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA,

PRODUTO DA FASE 3

PROJETO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA A AGENDA DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL - TAL AMBIENTAL MUNICÍPIOS DA TIPOLOGIA DO BIOMA CERRADO:

ANÁPOLIS, GOIÁS

VERTRAG PLANEJAMENTO LTDA DEZEMBRO DE 2007

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APRESENTAÇÃO

O presente documento, denominado Relatório de Análise Crítica da Aplicação

da Metodologia para o Município de Anápolis, em Goiás, é produto da Fase 3

do Projeto Tal Ambiental, em conformidade com o Contrato de Serviço n° 07/47-

3864, componente do projeto BRA/05/043 – Assistência Técnica para Agenda de

Sustentabilidade Ambiental, firmado em 07 de maio de 2007 entre PNUD –

Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento e a empresa consultora

Vertrag Planejamento Ltda. Esta etapa foi realizada no período de 01 de junho de

2007 a 05 de dezembro de 2007.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 7

2 METODOLOGIA DE TRABALHO – MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E

ORIENTAÇÃO DOS PROCESSOS DE ELABORAÇÃO DE PLANOS DIRETORES ...... 9

2.1 OBJETIVO GERAL DO TAL AMBIENTAL......................................................... 9

2.2 PRÉ-REQUISITOS BÁSICOS..........................................................................10

2.3 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS: A METODOLOGIA PROPOSTA E O

CASO DE ANÁPOLIS-GOIÁS......................................................................................11

2.3.1 OS EIXOS TEMÁTICOS...........................................................................11

2.3.2 A METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS DE

ELABORAÇÃO DE PLANOS DIRETORES: INDICADORES E VARIÁVEIS ............11

2.3.3 A METODOLOGIA DE AMEAÇAS E OPORTUNIDADES ........................12

2.3.4 MODELO DE ANÁLISE DA CAPACIDADE TÉCNICA E INSTITUCIONAL E

INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS............................................................12

3 ANALISE CRÍTICA SEGUNDO EIXOS TEMÁTICOS............................................. 18

3.1 CAPACIDADE TÉCNICA E INSTITUCIONAL DA PREFEITURA MUNICIPAL

DE ANÁPOLIS-GO ......................................................................................................18

3.1.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIAVEIS DE AVALIAÇÃO:

QUALIDADE E VIABILIDADE ..................................................................................19

3.1.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA DE CLIMA

MOTIVACIONAL: MOTIVAÇÃO...............................................................................31

3.1.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES................35

3.2 CONCEPÇÃO DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO...................................37

3.2.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIAVEIS DE AVALIAÇÃO ..............38

3.2.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES................47

3.3 ATENDIMENTO AO CONTEÚDO MÍNIMO......................................................49

3.3.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIAVEIS DE ANÁLISE ...................49

3.3.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES................60

3.4 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL .................................................................61

3.4.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIAVEIS DE AVALIAÇÃO ..............64

3.4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES................72

3.5 AUTO-APLICABILIDADE DO PLANO DIRETOR .............................................74

3.5.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIAVEIS DE AVALIAÇÃO ..............74

3.5.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES................76

3.6 ACOMPANHAMENTO E CONTROLE SOCIAL................................................77

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3.6.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIAVEIS .........................................77

3.6.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES................77

4 RECOMENDAÇÕES PRELIMINARES PARA ANÁPOLIS..................................... 78

5 SUGESTÕES PARA APERFEIÇOAMENTO DA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO

DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PDP .............................................................. 81

6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 82

ANEXOS ........................................................................................................................ 84

ANEXO I: INDICADORES DE AVALIAÇÃO FORNECIDOS PELO MINISTÉRIO

DAS CIDADES, EM 2007.........................................................................................84

ANEXO II: PESQUISA DE CLIMA MOTIVACIONAL....................................................88

ANEXO III: CORRELACIONAMENTOS DE VARIÁVEIS DA PESQUISA DE CLIMA

MOTIVACIONAL........................................................................................................103

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 Organograma do Projeto TAL Ambiental ..................................................10

FIGURA 2 Campos de Atuação e Parâmetros de Sustentabilidade Institucional........14

FIGURA 3 Capa do Plano Diretor de Anápolis...........................................................19

FIGURA 4 Organograma Pós Lei Complementar 118................................................22

FIGURA 5 Ações Institucionais em Desenvolvimento ................................................23

FIGURA 6 Foto do Centro Administrativo...................................................................24

FIGURA 7 Capa da Agenda 21 Local ........................................................................25

FIGURA 8 Logo do Sistema Municipal de Serviços Rápido .......................................26

FIGURA 9 Núcleo Gestor e Núcleos de Servidores ...................................................45

FIGURA 10 Fatores que ameaçam a continuidade da Participação Popular................48

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1 INTRODUÇÃO

O Governo Brasileiro, com o objetivo de gerar crescimento econômico atrelado

ao desenvolvimento social e à manutenção da qualidade ambiental no Brasil,

desenvolveu o Projeto de Assistência Técnica para a Agenda de Sustentabilidade

Ambiental – Projeto TAL Ambiental, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente. O

Projeto TAL Ambiental está inserido no Programa de Reforma Programática da

Sustentabilidade Ambiental - Programa SAL Ambiental, financiado pelo Banco Mundial.

Como forma de contribuir com os municípios na formulação e implementação da

política de desenvolvimento urbano integrada com a política ambiental, o Projeto TAL

Ambiental visa, entre outras ações, a assistir os municípios através do monitoramento,

análise crítica e orientação técnica da aplicação da metodologia de Planos Diretores

Participativos recomendada pelo Ministério das Cidades. A partir desta análise, devem

ser propostas recomendações de ações complementares para a consolidação e

implementação do Plano Diretor com ênfase na sustentabilidade ambiental.

No âmbito do Projeto TAL Ambiental, identificam-se tipologias de municípios

como objetos de distintos contratos, em respeito à diversidade tipológica de municípios

existentes no Brasil, atendendo a parâmetros como tamanho, perfil regional e sócio-

ambiental, localização, atividade econômica, entre outros.

O caso ora trabalhado, Anápolis, município localizado no estado de Goiás, é

pertencente à tipologia característica ao Bioma Cerrado, denominado Bloco III do Projeto

de Assistência Técnica para Agenda de Sustentabilidade Ambiental - TAL Ambiental

(BRA/05/043). Tem perfil sócio-econômico voltado à prestação de serviços e à produção

industrial, e está inserido em uma região com tendência à metropolização (entre Goiânia

e Brasília), apresentando situações características a tal fenômeno, tais como extensos

vazios urbanos, a formação de consórcios urbanos para compartilhamento de infra-

estrutura de transporte coletivo e saneamento ambiental, entre outras. Anápolis aprovou

na Câmara Municipal a legislação do Plano Diretor em outubro de 2006. Portanto, a

análise do processo de elaboração será uma avaliação a posteriori.

A avaliação dos processos de elaboração de Planos Diretores, especificamente

para os municípios do referido Bloco III, é objeto de contrato que apresenta três fases de

trabalho: a primeira (F1) diz respeito ao Plano de Trabalho, que além do conteúdo básico

apresenta a avaliação preliminar da situação municipal quanto à capacidade institucional

e técnica para elaboração e implementação do Plano Diretor; a segunda fase (F2)

corresponde à avaliação preliminar da aplicação da metodologia de Planos Diretores

Participativos, além de relatório das reuniões de análise e capacitação complementar; a

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terceira fase (F3) compreende a análise crítica da aplicação da metodologia e

recomendações para implementação do Plano Diretor do município em questão assim

como sugestões para aprimoramento da aplicação da metodologia de elaboração dos

Planos Diretores Participativos. As etapas de análise aproximarão os conceitos de

capacidade institucional e de participação popular ao de sustentabilidade ambiental,

visando a atender as expectativas dos Ministérios do Meio Ambiente e das Cidades.

Em ambas as fases serão apresentados à equipe técnica do governo municipal e

aos representantes da comunidade tanto os resultados das análises como os

encaminhamentos necessários para a solução de deficiências e desenvolvimento de

potencialidades verificadas.

Para execução do trabalho proposto será utilizada a metodologia de

planejamento estratégico consistente em identificar as principais ameaças e

oportunidades para cada temática. Esta metodologia geral será utilizada com abordagens

específicas para a situação particular do Município de Anápolis, possibilitando a

integração da leitura para o Bloco de Municípios do Bioma Cerrado. Deste modo, torna-

se possível estabelecer linhas gerais de assistência técnica neste grupo de municípios

brasileiros, visando à concretização das agendas de planejamento e sustentabilidade em

nível nacional.

O conteúdo deste documento, Relatório de Reuniões e Capacitação

Complementar, produto da Fase 2, para o município de Anápolis, Goiás, está estruturado

em sete partes. As duas primeiras, itens 1 e 2, referem-se a introdução e ao objetivo

deste produto. A terceira, item 3, apresenta a metodologia de trabalho; o item 4,

desenvolve a análise preliminar da aplicação da metodologia segundo os eixos temáticos,

que são: Capacidade Técnica e Institucional do Município, Concepção de Planejamento

Participativo, Atendimento ao Conteúdo mínimo, Sustentabilidade Ambiental, Auto-

aplicabilidade do Plano Diretor, Acompanhamento e Controle Social; a quinta parte

refere-se às recomendações - elaboradas pela Vertrag e corroboradas pelos técnicos e

pela sociedade local - para a implantação do Plano Diretor de Várzea Grande. O item 6

apresenta sugestões para aperfeiçoamento da metodologia de avaliação do processo de

elaboração de Planos Diretores Participativos. Finalmente, é parte integrante desse

volume um conjunto de anexos, que inclui a lista de indicadores que serviram de base

para essa análise, assim como os resultados e correlacionamentos da Pesquisa de Clima

Organizacional.

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2 OBJETIVOS

Este Relatório de Análise Crítica da Aplicação da Metodologia, último produto

contratual do Projeto TAL Ambiental para os Municípios do bioma Cerrado, tem o objetivo

de apresentar a Análise Crítica da Aplicação da metodologia dos Planos Diretores

Participativos. O conteúdo deste documento foi discutido no Município de Anápolis, com

os técnicos municipais e com representantes da sociedade civil organizada.

3 METODOLOGIA DE TRABALHO – MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E ORIENTAÇÃO DOS PROCESSOS DE ELABORAÇÃO DE PLANOS DIRETORES

3.1 OBJETIVO GERAL DO TAL AMBIENTAL

Como objetivos do Projeto TAL Ambiental - idealizado para dar sustentação ao

SAL Ambiental, acima citado - destacam-se (i) o apoio à realização de estudos, análises,

diagnósticos e capacitações com vistas ao fomento e consolidação das políticas públicas

que visam o desenvolvimento sustentável; (ii) a integração das ações dos ministérios

participantes do Projeto, coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente, entre eles:

Ministério das Cidades, Ministério de Desenvolvimento Agrário, Ministério da Fazenda,

Ministério da Integração Nacional, Ministério do Meio Ambiente, Ministério de Minas e

energia, Ministério do Turismo (ver FIGURA 1), além da (iii) promoção da

transversalidade na realização e implementação das políticas federais e

acompanhamento das atividades do Programa de origem, o SAL Ambiental.

O presente trabalho enquadra-se no objetivo (i), acima citado, e especificamente

trata da análise da aplicação da metodologia de Planos Diretores Participativos, dando

enfoque ao fomento da sustentabilidade ambiental dos municípios em questão.

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FIGURA 1 Organograma do Projeto TAL Ambiental (Fonte: <http://www.mma.gov.br> 2007)

3.2 PRÉ-REQUISITOS BÁSICOS1

Entre os pré-requisitos básicos para a efetividade deste trabalho destaca-se:

� A disponibilidade da administração municipal em adotar a metodologia

proposta;

� A mobilização de uma equipe técnica multidisciplinar para assumir o

processo nos municípios;

� O cumprimento de todas as etapas previstas na metodologia;

� O comprometimento da empresa contratada com a consolidação da

metodologia proposta.

O panorama em Anápolis é favorável à execução eficiente e eficaz do Projeto,

uma vez que se encontra uma equipe municipal multidisciplinar engajada e preocupada

com a implementação adequada do Plano Diretor, concluído em 2006 e agora com

algumas peças de legislação urbana sob revisão.

1 Os pré-requisitos básicos para sucesso do Projeto TAL Ambiental foram dados em reunião entre esta consultora, representantes dos Municípios do Bloco III e representantes dos Ministérios da Cidade e do Meio Ambiente em Brasília em 16 de maio de 2007.

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3.3 CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS: A METODOLOGIA PROPOSTA E O

CASO DE ANÁPOLIS-GOIÁS

A metodologia de trabalho resume-se a (i) aplicação da metodologia de

Ameaças e Oportunidades para avaliação do conteúdo do Plano Diretor e do processo de

elaboração do mesmo; (ii) a avaliação do conteúdo relativo ao processo de elaboração

dos Planos Diretores de acordo com Eixos Temáticos e Indicadores de Avaliação e

Monitoramento, ambos definidos pelo Ministério das Cidades e apresentados em tabela

no ANEXO III do Plano de Trabalho; (iii) ainda, para o Eixo de Capacidade Técnica e

Institucional, abaixo descrito, a avaliação se dará através de 4 variáveis, com utilização

de instrumentos de pesquisa desenvolvidos especificamente para o Projeto TAL

Ambiental, apresentados nos ANEXOS IV, VI e VIII do Plano de Trabalho.

3.3.1 OS EIXOS TEMÁTICOS

A metodologia de trabalho utilizada para Monitoramento, Avaliação e Orientação

dos processos de elaboração de Planos Diretores Participativos está estruturada em seis

eixos, a saber: (i) Capacidade Técnica e Institucional do Município, (ii) Concepção de

Planejamento Participativo, (iii) Atendimento ao Conteúdo mínimo, (iv) Sustentabilidade

Ambiental, (v) Auto-aplicabilidade do Plano Diretor, (vi) Acompanhamento e Controle

Social.

Para o Eixo Atendimento ao Conteúdo Mínimo, principalmente, constrói-se a

análise a partir dos requisitos e conteúdos mínimos dados pela Lei 10257/2001 – o

Estatuto das Cidades - e pelas Resoluções 25/2005 e 34/2005 do Conselho das Cidades.

3.3.2 A METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS DE ELABORAÇÃO DE

PLANOS DIRETORES: INDICADORES E VARIÁVEIS

O Município de Anápolis, Goiás, cujo Plano Diretor foi elaborado de acordo com o

Estatuto da Cidade e aprovado no ano de 2006, é beneficiado pelo projeto TAL Ambiental

especificamente na modalidade de avaliação do processo de elaboração do Plano

Diretor Participativo de Anápolis.

Para tal avaliação utilizam-se indicadores e variáveis de avaliação, sugeridos pela

equipe do Projeto Tal Ambiental, organizados a partir dos Eixos Temáticos em questão,

de acordo com tabela (ANEXO III do Plano de Trabalho).

Novos indicadores foram recomendados ao longo da análise, tendo em vista a

realidade ambiental do município de Anápolis e o contexto de elaboração do Plano

Diretor no referido município.

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3.3.3 A METODOLOGIA DE AMEAÇAS E OPORTUNIDADES

Para execução do trabalho proposto, com o objetivo de promover a análise

crítica do processo de elaboração do Plano Diretor Participativo e o aperfeiçoamento e

consolidação das ações previstas no PD, será utilizada a metodologia de planejamento

estratégico que consiste em identificar as principais ameaças e oportunidades para cada

eixo temático. Oportunidades são situações, condições ou tendências que podem

contribuir para o desenvolvimento, facilitando ou estimulando os processos. Ameaças são

situações, condições ou tendências que podem prejudicar, atrapalhar ou comprometer o

desenvolvimento, dificultando ou inibindo os processos.

3.3.4 MODELO DE ANÁLISE DA CAPACIDADE TÉCNICA E INSTITUCIONAL E

INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Apresenta-se aqui o Modelo de Análise do Eixo Temático Capacidade Técnica e

Institucional, por ser complementar às metodologias de desenvolvimento da análise,

acima descritas2.

O conceito de Capacidade Técnica e Institucional integra-se aos de participação

e sustentabilidade ambiental como ponto fundamental à sustentabilidade do próprio Plano

Diretor, assim como das diretrizes e ações por ele estabelecidas para o desenvolvimento

da cidade e no ordenamento das ações do governo municipal. Entende-se que a

capacidade institucional é dinâmica e construída a partir da inter-relação dos seguintes

indicadores, abaixo listados, considerados abordagens metodológicas, que são: (i)

parâmetros de Sustentabilidade Ambiental, aplicados à Instituição, (ii) campos de atuação

da Instituição, aplicados à Instituição Pública e (iii) itens de análise. O modelo está

baseado em quatro variáveis (itens) de análise, a saber: Qualidade, Viabilidade,

Motivação e Legitimidade.

(i) Parâmetros de Sustentabilidade Ambiental, aplicados à Instituição

- Direcionamento – foco, rumo da Prefeitura Municipal (instituição em questão).

Especificamente tratando-se do Plano Diretor o foco se dá na relação entre demandas,

estratégias adotadas e resultados alcançados.

- Capacidade – coerência das políticas para promover o desenvolvimento da

cidade.

2 O Modelo de Análise é apresentado no Anexo I do Plano de Trabalho do Município de Anápolis para o Projeto Tal Ambiental; nesse mesmo documento foram apresentados dados referentes à Capacidade Técnica e Institucional.

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(ii) Campos de atuação da Instituição, aplicados à Instituição Pública

- Sociedade – seu público-alvo, cujas necessidades devem ser atendidas;

- Serviços – o que é feito pela Prefeitura Municipal para o atendimento destas

necessidades (através de suas políticas públicas);

- Recursos – equipamentos e instrumentos materiais necessários à efetivação

das políticas públicas;

- Pessoas – capacidades, habilidades, talentos e relacionamentos necessários à

efetivação das políticas públicas;

- Instituição – centro dos campos anteriores, sobre a qual recai a

responsabilidade pela administração e pelo governo dos demais campos.

(iii) Itens de Análise

- Qualidade de seus serviços – A qualidade dos serviços prestados pelas

instituições deriva fundamentalmente da relação que se estabelece entre as pessoas e os

serviços. Isto quer dizer que não basta contar com pessoas qualificadas nem com

serviços bem organizados apenas, para que as coisas funcionem com qualidade é

preciso que pessoas qualificadas trabalhem em atividades bem organizadas. Identificar

estes pontos problemáticos e procurar a melhoria contínua – seja racionalizando os

fluxos de trabalho, seja colocando as pessoas "certas" nos lugares "certos", seja

buscando não desperdiçar recursos, ou de qualquer outra forma – é, sem dúvida, um

desafio para qualquer instituição que pretenda alcançar uma boa qualidade nos serviços

que presta.

- Motivação de seus colaboradores – A relação entre os campos pessoas e

sociedade resulta em comprometimento, em envolvimento e em motivação para o

trabalho que a instituição realiza. A instituição deve buscar proporcionar a possibilidade

de vinculação e de comprometimento com os resultados que se quer alcançar para cada

um de seus funcionários e parceiros, permitindo que eles encontrem o que buscam e, se

possível, oferecendo-lhes oportunidades de alargar seus horizontes, oportunidades de

desenvolvimento que os ajudem a sair de uma postura egoísta e os envolvam

gradativamente com os ideais sociais da instituição. Um bom diagnóstico deve identificar

também o poder das diferentes estratégias, políticas e posturas institucionais no sentido

de promover ou reprimir o engajamento de seus colaboradores.

- Viabilidade da Instituição – A relação entre os recursos e os serviços

determina a viabilidade de uma instituição. Encontrar o equilíbrio entre ambos é um

desafio. Não avaliar bem o que esta relação envolve pode ter efeitos ruins para a

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instituição; o que pode gerar dois fenômenos: (i) o comprometimento com muito mais

responsabilidades do que efetivamente podem em relação ao seu público; (ii) A

ineficiência, o mau uso ou o não aproveitamento dos recursos disponíveis e das

alternativas existentes.

- Legitimidade da Instituição – O último parâmetro que pode indicar a situação

de sustentabilidade de uma instituição é o seu grau de legitimidade. Para este trabalho, a

legitimidade da instituição será medida examinando-se a relação entre as diretrizes

estabelecidas no Plano Diretor, consideradas aqui como o direcionamento da Instituição,

e as orientações colocadas ao longo do processo de elaboração do Plano, pela própria

sociedade.

FIGURA 2 Campos de Atuação e Parâmetros de Sustentabilidade Institucional (Fonte: Adaptado de OLIVEIRA3, Instituto Fonte, data não informada)

3 Documento acessado no site do Instituto Fonte <http://www.fonte.org.br>, de autoria de Mariangela de Paiva Oliveira, sem indicação de data da publicação.

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Em síntese, entende-se que a capacidade institucional é construída a partir da

inter-relação dos indicadores dispostos na FIGURA 1 acima. Os serviços disponíveis

pela Instituição (Prefeitura Municipal) devem estar calcados no direcionamento dado

pela sociedade governada por ela (diretrizes do Plano Diretor Participativo). À medida

que isto ocorre, impõe legitimidade à direção dada à Instituição. Quando as pessoas

(recursos humanos) envolvidas na Instituição compartilhem deste direcionamento dado

pela sociedade às suas ações cotidianas do serviço municipal, há motivação para que

este serviço seja executado com qualidade e mediante parcerias entre governo e

sociedade. Da mesma forma, à medida que haja coerência nas aplicações dos recursos

disponíveis à Instituição, no sentido de eficiência e eficácia nos serviços prestados, há

viabilidade na ação Institucional; na medida em que as pessoas da Instituição

receberem condições de efetivarem suas atividades, elas contribuirão à qualidade dos

serviços prestados pela Prefeitura, na implantação das diretrizes do Plano Diretor.

Este conjunto, em pleno funcionamento, determina o grau de capacidade

institucional dado, determinando também a “sustentabilidade institucional” para

implantação do Plano Diretor Participativo.

Neste sentido, ao caracterizar os investimentos realizados ao longo do Plano

Diretor, pretendeu-se identificar a mobilização de Recursos (equipamentos, instrumentos,

materiais, capital), bem como Pessoas por meio da capacitação e de alterações na

ordem hierárquica vigente. Não obstante, por meio da caracterização dos investimentos,

buscou-se, ainda, identificar a alocação dos recursos em Serviços direcionados a

Sociedade (divulgação, mobilização, etc.). Os itens de análise ligados ao planejamento

buscaram identificar como a instituição se organizou internamente a curto, médio e longo

prazo para mobilizar Pessoas, Recursos, integrar a Sociedade e direcionar Serviços à

mesma. Com o item de análise estrutura administrativa e seus desdobramentos

buscou-se obter um panorama atual da instituição que possibilite, sobretudo, averiguar

possíveis resultados dos investimentos realizados e do planejamento em curso. Esses

tópicos de análise foram apresentados no Plano de Trabalho, produto da Fase 1 do

presente contrato, nos itens Contexto Institucional e Processo de Construção do Plano

Diretor de Anápolis, os quais apresentam a Análise Preliminar da Capacidade Técnica e

Institucional da Prefeitura de Anápolis.

Instrumentos de Coleta de Dados:

Entende-se que a consulta única e exclusivamente baseada no documento do

Plano Diretor e em seus registros de processo não permite que se chegue a uma análise

da Capacidade Técnica e Institucional satisfatória, portanto, fez-se necessária a utilização

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de distintos instrumentos de coleta de dados, entre eles: entrevistas, questionários,

observação direta, pesquisa documental e dinâmica de grupo. A seguir, apresentam-se

os instrumentos utilizados com base nos itens de análise.

1) Variável Qualidade e Viabilidade

� Tabela de Variáveis e Parâmetros para aplicação dos indicadores de

monitoramento e avaliação, da metodologia de Avaliação do processo de

elaboração de Planos Diretores fornecida pelo Ministério do Meio Ambiente,

ANEXO 1;

� O Instrumento de Coleta de Dados aplicado na primeira visita ao Município

em 10/05/07 (V1), sob forma de entrevista, apresentado no ANEXO IV do Plano

de Trabalho;

� Roteiro de entrevista aplicado nos dias 28 e 29/06/07 (V2) com: (i) o

Secretário de Desenvolvimento Urbano e Sustentável Sr. Fábio Mauricio Corrêa,

(ii) o atual Coordenador do Plano Diretor Sr. Daniel Silva Fortes e (iii) Sra. Sonia

Maria Barreto. A entrevista com o Secretário de Planejamento e Gestão

Administrativa Sr. Saulo Sartre Ubaldino não pôde ser realizada em função de

compromissos do Sr. Secretário.

� Observação direta e conversas in loco, durante a V2. A segunda visita

técnica ao município de Anápolis foi importante para o aprofundamento de

informações coletadas na primeira visita e que haviam ficado incompletas ou mal

esclarecidas. Assim, a qualidade dos serviços da instituição, sejam eles os

serviços internos prestados entre as secretarias, ou os serviços externos

prestados à população, tornaram-se mais evidentes a partir do contato direto por

meio das entrevistas, conversas e observação.

2) Variável Motivação

� Pesquisa de Clima Organizacional aplicada nos dias 28 e 29/06 junto aos

funcionários, apresentada no ANEXO II deste documento. A pesquisa foi

aplicada por meio de questionários autopreenchidos, contendo exclusivamente

perguntas fechadas. O método de amostragem foi o não-probabilístico por

conveniência. A razão para a escolha de tal procedimento de amostragem

decorre do desconhecimento do número total de servidores por secretaria de

governo. Neste sentido, o desconhecimento da totalidade de servidores tornou

inviável retirar desta uma amostra. Conforme dados coletados na primeira visita

técnica ao município, a prefeitura não possuía dados sobre a distribuição de

servidores nas secretarias de governo, não podendo informar precisamente a

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quantidade de funcionários lotados em cada órgão. Também, não foi informado

o número total de servidores ativos. Houvessem sido estes dados

disponibilizados, o procedimento de amostragem aplicado seria probabilístico

aleatório estratificado.

� Correlacionamento entre variáveis contidas no questionário da Pesquisa de

Clima Organizacional, apresentado no ANEXO III deste documento.

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4 ANALISE CRÍTICA SEGUNDO EIXOS TEMÁTICOS

Apresenta-se a seguir a análise da aplicação da metodologia realizada a partir dos

seis Eixos Temáticos.

4.1 CAPACIDADE TÉCNICA E INSTITUCIONAL DA PREFEITURA MUNICIPAL DE ANÁPOLIS-GO

A seguir apresentam-se as reflexões sobre as variáveis Qualidade, Viabilidade,

Motivação. Para as variáveis Qualidade e Viabilidade, analisadas em conjunto, a

metodologia aplicada foi a Metodologia de avaliação dos processos de elaboração de

Planos Diretores, baseada nos indicadores e variáveis propostos pelo Projeto TAL

Ambiental. A variável Motivação foi analisada com base nos resultados da Pesquisa de

Clima Organizacional (ANEXO II deste documento). No Eixo Concepção de Planejamento

Participativo, item 3.2 deste relatório, analisa-se a variável Legitimidade, parte do modelo

de análise apresentado no item 2.3.4 deste relatório.

A apresentação de cada uma destas variáveis de análise anteriormente descritas

está estruturada, no texto a seguir, da seguinte forma: Análise dos Indicadores e

Variáveis de Avaliação: Qualidade e Viabilidade, contendo a análise dos instrumentos e

variáveis; Análise da Pesquisa Motivacional: Motivação, incluída a análise dos resultados

da Pesquisa Motivacional e o correlacionamento de variáveis da pesquisa (ANEXOS II e

III); e Considerações Finais: Ameaças e Oportunidades, que contém os pontos positivos

e negativos do processo de elaboração do Plano Diretor de Anápolis com relação às

variáveis Qualidade, Viabilidade e Motivação.

Nos tópicos de análise das variáveis, itens 3.1.1 e 3.1.2, procura-se também

refletir como o documento do Plano Diretor, em suas diretrizes e ações propostas,

contribui para a especificidade de cada variável analisada (ver FIGURA 3).

No capítulo de Considerações Finais resgatam-se aspectos da análise preliminar

contidos no Plano de Trabalho com o intuito de congregar os dados coletados e

apresentar conclusões sobre a Capacidade Técnica e Institucional do município.

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FIGURA 3 Plano Diretor de Anápolis

4.1.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIAVEIS DE AVALIAÇÃO: QUALIDADE E VIABILIDADE

Os indicadores de Capacidade Institucional propostos pelo Ministério das

Cidades (ANEXO I) e aplicados ao município de Anápolis adotaram como parâmetro de

número de habitantes a coluna “acima de 200.000”, visto que, o município possuía, em

2000 (IBGE, 2001), 278.344 habitantes na região urbana e 5.051 habitantes na região

rural, totalizando 283.395 habitantes.

A seguir, é apresentada a análise dos Indicadores e Variáveis.

Indicador 1: Existência de profissionais destacados para participação no processo

de elaboração do Plano Diretor

Variável 1.1 – Coordenador com dedicação integral aos trabalhos

Foi informado que o Plano Diretor contou com uma coordenadora com dedicação

integral na pessoa da Sra. Isabella Maria Diniz Duarte. A Sra. Isabella manteve-se no

cargo até a entrega do Plano para o Executivo Municipal. A partir desta data, assumiu

sua função o Sr. Daniel Fortes, estando neste momento há 8 meses no cargo de

coordenador.

Variável 1.2 – Profissionais disponibilizados em tempo integral

Os profissionais disponibilizados em tempo integral, totalizando nove pessoas,

encontram-se citados a seguir:

- Sr. Luiz Henrique Fonseca Ribeiro – Biólogo;

- Sr. Carlos Roberto dos Santos – Arquiteto e Urbanista;

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- Sr. Mauro Rocha Carneiro – Técnico em Transportes;

- Sra. Sônia Maria Barreto – Advogada e Pedagoga;

- Sra. Myriam Marques – Letras e Licenciatura;

- Sra. Elisana Macedo Coelho – Advogada;

- Sra. Talita Caetano de Moraes – Estagiária em Arquitetura e Urbanismo;

- Sra. Juliana Bazan – Arquiteta e Urbanista; e,

- Sr. Tiago José Duarte Rézio – Designer Gráfico e Desenhista Técnico.

Variável 1.3 – Profissionais disponibilizados em tempo parcial

Os profissionais disponibilizados em tempo parcial eram dois, portanto, em

número inferior ao proposto pelo instrumento do Ministério. Destaca-se que ambos não

são servidores municipais.

Os profissionais disponibilizados em tempo parcial encontram-se citados a seguir:

- Sr. Ronnie Barbosa Vieira – Educador Popular;

- Sr. Antonio Gobbo – Engenheiro.

Variável 1.4 – Formalização da participação de servidores por Portaria instituída pelo

prefeito

Por fim, ocorreu a formalização da participação de servidores por Portaria

instituída pelo prefeito.

Indicador 2: Existência de multidisciplinaridade da equipe técnica

Variável 2.1 – Profissional da área de planejamento territorial e ambiental

Sobre a existência de multidisciplinaridade da equipe técnica, o Plano Diretor de

Anápolis contou com um profissional da área de planejamento territorial e ambiental, qual

seja, o Sr. Luiz Henrique Fonseca Ribeiro.

Variável 2.2 – Profissional da área de desenvolvimento sócio-econômico

Houve, ainda, a participação de uma profissional da área de desenvolvimento

sócio-econômico, qual seja, a Sra. Sônia Maria Barreto

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Variável 2.3 – Profissional da área de análises jurídicas e administrativas

Houve também a participação de duas profissionais da área de análises jurídicas

e administrativas, sendo a Sra. Elisana Macedo Coelho da área jurídica e a Sra. Isabella

Maria Diniz Duarte da área administrativa.

O Ministério propõe que a prefeitura disponibilize mais de um profissional da

área de planejamento territorial e ambiental. Para as demais variáveis, houve o

atendimento em número de profissionais.

Indicador 3: Qualificação do corpo técnico para a elaboração do Plano Diretor

Variável 3.1 – Capacitação dos servidores e dirigentes nas temáticas de planejamento

territorial, sustentabilidade ambiental, desenvolvimento sócio-econômico e a metodologia

de Planos Diretores Participativos

As entrevistas demonstraram a existência de, no mínimo, uma etapa de

capacitação. Foi relatada a realização de uma capacitação na Caixa Econômica Federal

em Goiânia, promovida pela Secretaria Estadual das Cidades, da qual participou todo o

Núcleo Gestor. Foi informada, ainda, a realização de reuniões semanais do Núcleo

Gestor durante todo o processo de elaboração do Plano Diretor, as quais tinham também

caráter formativo.

Indicador 4: Responsabilização de dirigentes com o processo de elaboração do

Plano Diretor

Variável 4.1 – Secretário Municipal responsável pelo processo

A prefeitura indicou o Sr. Haroldo Duarte, Secretário Municipal de Habitação como

responsável pelo processo.

Variável 4.2 – Participação no processo do Secretário Municipal de Planejamento

Territorial

Indicou o Sr. Fábio Maurício Corrêa, Secretário Municipal de Desenvolvimento

Urbano e Sustentável e o Sr. Haroldo Duarte, Secretário Municipal de Habitação,

responsáveis pelo planejamento territorial.

Variável 4.3 – Participação no processo do Secretário Municipal de Planejamento

Ambiental

Indicou o Sr. Luiz Henrique Fonseca Ribeiro, atual Diretor de Meio Ambiente e

Recursos Hídrico, responsável pelo planejamento ambiental.

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Variável 4.4 – Participação no processo do Secretário Municipal de Desenvolvimento

Social

Indicou a Sra. Rosana Guimarães Lobo Sahium, Secretária Municipal da

Integração e Desenvolvimento Social, responsável pela área de Desenvolvimento Social.

Variável 4.5 – Participação no processo do Secretário Municipal de Desenvolvimento

Econômico

Para a área de desenvolvimento econômico, foi indicado o Sr. Nassin Farah, atual

Diretor de Indústria e Comércio, responsável pela área de Desenvolvimento Econômico.

Vale ressaltar que alguns dos nomes acima citados assumiram cargos de diretoria

por ocasião da Lei Complementar 118 (ver FIGURA 4), a qual extinguiu 10 secretarias de

governo. Este é o caso do ex-secretaria de Indústria e Comércio, atual Diretoria de

Indústria e Comércio e da ex-secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, atual

Diretoria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

FIGURA 4 Organograma Pós Lei Complementar 118

Indicador 5: Existência de estudos e registros para planejamento e gestão

territorial

Foi identificada a existência de estudos e registros de planejamento e gestão

territorial, visto ter sido atualizada a base cartográfica do município entre 2005 e 2006 e a

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existência de cadastro imobiliário ou multifinalitário contendo um sistema de informações

urbanas e habitacionais, o qual não se encontra em meio digital. A prefeitura de Anápolis

possuía base cartográfica do ano de 2001 e entre os anos de 2005 e 2006, período este

de elaboração do Plano Diretor, esta base cartográfica foi atualizada.

Indicador 6: Estrutura física e administrativa disponibilizada para o processo de

elaboração do plano

Em relação ao último indicador, constatou-se que foi providenciada a estrutura

pela Prefeitura, contando com sala exclusiva, equipamentos e auxiliar administrativo. Por

fim, a estrutura física e administrativa disponibilizada para o processo de elaboração do

Plano contava com uma sala para uso exclusivo do Núcleo Gestor contendo dois

computadores e uma impressora. Conforme informações repassadas pela Sra. Sônia

Maria Barreto, o funcionário comissionado Antonio da Penha Borges desempenhou a

função de auxiliar administrativo no período de elaboração do Plano Diretor.

Indicador 7: Ações Institucionais em desenvolvimento

Além dos aspectos relacionados à estrutura de pessoal, física e administrativa

para a implantação do Plano Diretor, percebe-se a necessidade de compreender a

Capacidade Técnica e Institucional da prefeitura, na particularidade da sua qualidade e

viabilidade, sob uma ótica mais ampla visto que os indicadores propostos pelo Ministério

das Cidades, assim como as variáveis para monitoramento e avaliação demonstraram-se

limitadas para a compreensão de um cenário tão complexo e subjetivo como a

Capacidade Técnica e Institucional de uma prefeitura.

FIGURA 5 Ações Institucionais em Desenvolvimento

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Neste sentido, considerando a relação entre recursos e serviços ofertados, foi

possível identificar ações recentes que demonstram o incremento na qualidade dos

serviços da instituição e contribuem para a viabilidade da mesma (ver FIGURA 5). Os

dados a seguir representam uma síntese destas ações e foram coletados mediante

pesquisa documental.

- Reestruturação Física da Prefeitura:

O retorno do Gabinete Municipal e várias secretarias para as instalações do

Centro Administrativo (ver FIGURA 6). Também, foram realizadas reformas e ampliações

da área física; implantação de nova rede de informática; nova iluminação interna e

externa; adaptações dos espaços do edifício, impermeabilização de toda a área coberta

do Centro Administrativo e criação de nova logística para o atendimento aos contribuintes

em geral.

- Choque de Gestão:

O prefeito Pedro Sahium no decorrer de sua administração, já aplicou em dois

momentos a operação denominada Choque de Gestão (lei 118/2007), com o objetivo de

diminuir as despesas com a manutenção da máquina administrativa. Reduziu de 16 para

6 secretarias (ver FIGURA 6).

FIGURA 6 Foto do Centro Administrativo da Prefeitura

- Redução de Despesas:

O Choque de Gestão e os trabalhos de todas as pastas da Prefeitura

possibilitaram a redução de despesas do município. Corte no número de comissionados e

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nas gratificações, diminuição nos gastos de telefone e combustível, e implantação da

jornada única de trabalho em algumas secretarias.

- Reforma Econômica:

A Secretaria da Fazenda realizou ações que colaboraram para o aumento da

arrecadação para os cofres públicos. Com isso, realizou o REFIS, Programa de

Refinanciamento Fiscal, oportunizando os contribuintes inadimplentes de acertar os seus

débitos. Com a implantação do Novo Código Tributário, Lei 136 do dia 28/12/2006,

atualizou a taxa de ITU (Imposto Territorial Urbano) e IPTU (Imposto Predial e Territorial

Urbano) que estavam defasadas.

- Agenda 21:

A Agenda 21 é um instrumento de planejamento de políticas públicas que envolve

a sociedade civil e o governo em um processo amplo e participativo de consulta sobre os

problemas ambientais, sociais, econômicos, políticos e locais. Em Anápolis foi possível

construir uma Agenda 21 Local (ver FIGURA 7), no qual vários segmentos da sociedade

anapolina analisaram projetos viáveis para o município.

FIGURA 7 Capa da Agenda 21 Local

- Pregão Eletrônico:

Como uma modalidade de licitação, em sessão pública, cuja comunicação é feita

pela internet, o Pregão Eletrônico trabalha com transparência, agilidade e legitimidade

aos negócios efetuados pela administração municipal. Desde sua implantação, em março

de 2005, garantiu aos cofres públicos municipais uma economia de aproximadamente

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30% nas compras realizadas. O sistema ainda impulsionou o comércio local, já que 70%

dos negócios foram feitos com empresas de Anápolis.

- Ouvidoria:

A Prefeitura de Anápolis disponibilizou a toda a população um Ouvidor do

Município, que possibilitou uma aproximação da comunidade com o poder público

municipal. O órgão verifica "in loco" os problemas da cidade e garante providências

rápidas e eficazes.

- Rápido:

O Sistema Municipal de Serviços Rápido (ver FIGURA 8) surgiu com o objetivo de

otimizar e humanizar o atendimento público. Já contabilizou mais de 595 mil

atendimentos e as pesquisas de satisfação do usuário registram, em média, 99% de

aprovação. Devido aos bons resultados, a Prefeitura de Anápolis planeja entregar uma

nova unidade a Anápolis em fevereiro, que será instalada na Vila Jaiara.

FIGURA 8 Logo do Sistema Municipal de Serviços Rápido

- Otimização da Procuradoria:

A Procuradoria Geral do Município tem representado o interesse da

municipalidade através de ações. Portanto, efetivou o cumprimento dos precatórios

trabalhistas; renegociou a Dívida Ativa com contribuintes; recuperou áreas pertencentes

ao Município; encaminhou convênios com instituições federais, estaduais e não

governamentais; ofereceu suporte jurídico às iniciativas do Governo; colaborou na

aplicação do choque de gestão e elaboração dos projetos de lei encaminhados para a

apreciação da Câmara de Vereadores e outros serviços.

- Plano Diretor:

Anápolis foi o primeiro município do Estado de Goiás e um dos primeiros no Brasil

a entregar o Plano Diretor para a aprovação da Câmara Municipal, respeitado o prazo

regulamentar de outubro de 2006. O trabalho definiu alguns eixos estratégicos de

planejamento que buscam contribuir para o crescimento do capital humano e social e

insere a discussão do desenvolvimento sustentável.

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Considerando as diretrizes e propostas de gestão urbana contidas no documento

do Plano Diretor, destaca-se que as mesmas apontam para a melhoria da qualidade dos

serviços da prefeitura bem como a viabilidade da mesma. Neste sentido, serão

ressaltadas, a seguir, aquelas que de forma mais direta podem contribuir para a melhoria

das variáveis Qualidade e Viabilidade:

Referentes à diretriz 1 - Conceber um processo de Planejamento com o

objetivo de implantar, monitorar e avaliar o Plano Diretor Participativo do

Município.

- Reestruturar o órgão de Planejamento Municipal visando implantar, monitorar e

avaliar o Plano Diretor Participativo, considerando seu caráter de instrumento básico

indutor do processo de planejamento urbano e municipal, e também de regulador do

ordenamento territorial do Município (Proposta 1)

A reestruturação da estrutura administrativa da Prefeitura de Anápolis já é um

processo em andamento. O chamado Choque de Gestão, promovido pelo atual governo,

objetiva desburocratizar, descentralizar e desconcentrar os circuitos de decisão,

melhorando processos e a colaboração entre os serviços (Lei complementar 118 – Art

1o). No entanto, a Prefeitura deve efetivamente criar instrumentos capazes de

operacionalizar o disposto na referida lei. Portanto, o Plano Diretor pode e deve servir,

também, como instrumento de gestão pública mas necessita, por sua vez, tornar-se

efetivo. Ressalta-se, assim, que o momento é propício para a reestruturação do órgão de

Planejamento Municipal tendo em vista que as mudanças vêm ocorrendo de forma

constante na instituição, não se constituindo em nenhuma novidade ou surpresa para os

atuais servidores. Reduz-se, com isso, barreiras e resistências visto que estas já podem,

a esta altura, ser melhor reconhecidas e gerenciadas. Em suma, é necessário manter o

ritmo de mudança.

Não obstante, ressalta-se a importância do monitoramento e avaliação das

ações do plano visto que, conforme dados coletados na primeira visita técnica, a

prefeitura ainda não trabalha a contento o acompanhamento de suas ações por meio de

indicadores.

- Dotar o órgão de recursos humanos especializados nas áreas de planejamento,

urbanismo, gestão e fiscalização; aparelhar com equipamentos e programas de

informática específicos para gestão da cidade (Proposta 2)

Conforme Lei Complementar 118 (2006) – Art. 1o, é ainda objetivo da estrutura

organizacional o compartilhamento de conhecimentos. Percebe-se na Prefeitura de

Anápolis a preocupação com a melhoria da qualidade dos recursos humanos e, muito

embora se tenha identificado a existência de estrutura de pessoal, física e administrativa

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para a implantação do Plano Diretor esta deve ser mantida e incrementada. Muito

embora o ambiente de mudança possa trazer, por si só, a idéia de insegurança e

instabilidade, promove também uma desacomodação positiva do funcionário. As

mudanças de estrutura seguidas de investimentos no ambiente servem para ratificar a

proposta do poder público, na figura de seus gestores, de investir na melhoria dos

processos e na qualidade de vida no trabalho.

- Implantar um Sistema de Informações Municipais que disponibilize dados de

qualidade e confiabilidade para subsidiar a gestão do desenvolvimento urbano,

articulando produtores e usuários do setor público e privado (Proposta 3) e,

- Conceber e implantar um Cadastro Técnico Multifinalitário, que além de

incrementar as receitas municipais, será fonte alimentadora do Sistema de Informações

Municipais (Proposta 4)

Ainda, segundo a Lei Complementar 118 (2006) em seu Art.1o, é objetivo da

estrutura organizacional a correta gestão da informação. Observa-se na Prefeitura de

Anápolis a inexistência de um Sistema de Informações Gerenciais capaz de interligar os

diferentes órgãos de governo. Tal fator constitui-se não apenas como fragilidade para a

implantação do Plano Diretor como também para a própria gestão administrativa da

Prefeitura.

Referentes a diretriz 2 – Promover a integração dos órgãos da Administração

Local.

- Criar e implantar no Órgão de Planejamento programa de gerenciamento

visando a coordenação e articulação das políticas e ações da Administração Municipal

entre seus diversos órgãos, compatibilizando-as com o Plano Diretor Participativo

(Proposta 1) e,

- Articular com os órgãos setoriais a implantação no território de suas políticas,

projetos e ações (Proposta 2)

Conforme já comentado anteriormente, a integração da estrutura administrativa é

primordial para a melhoria da qualidade e a viabilidade das ações da Prefeitura Municipal.

O desenho administrativo da instituição já foi alterado significativamente também com

este propósito, mas percebe-se a necessidade de investimentos em um Sistema de

Informações Gerenciais capaz de promover agilidade, flexibilidade e acesso rápido às

informações; garantia de integridade e veracidade da informação e a garantia de

segurança de acesso à informação. Tal investimento contribuirá, por fim, na melhoria da

tomada de decisão na instituição.

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Além disso, percebe-se muita carência de informações qualitativas sobre os

servidores municipais, como registros sobre sua vida de trabalho na prefeitura, lotação

atual e dados de escolaridade.

Referentes a diretriz 3 – Instituir mecanismos para uma Gestão Democrática,

com maior participação da sociedade nas ações de governo.

- Promover a criação de mecanismos que ampliem os canais de comunicação

entre o executivo Municipal e a comunidade, através da participação dos Conselhos

Municipais, Entidades Profissionais, Sindicais e Empresariais, funcionalmente vinculadas

ao desenvolvimento urbano da cidade, e as Associações de Bairros, viabilizando a

prática de um governo mais democrático (Proposta 2)

Esta ação está em harmonia com o disposto no Art. 4o da Lei Complementar 118

(2006) o qual afirma que a cultura organizacional da Administração Pública Municipal

estará fundamentada em uma nova atitude do município perante o cidadão.

Os diversos registros do processo de elaboração do Plano Diretor apontam para

a preocupação e o reconhecimento por parte da prefeitura da importância da mobilização

e integração da sociedade às ações do Plano Diretor. O sistema de Ouvidoria é um

exemplo desta preocupação. Da mesma forma, o próprio Secretário Fábio Mauricio

Corrêa ressaltou a participação popular na elaboração do Plano Diretor como diferencial.

Mais uma vez percebe-se a importância de sedimentar esta interação com a sociedade,

bem como a oferta de serviços ao cidadão, que hoje já ocorre por meio do Sistema

Rápido.

Além disso, a oferta de serviços de qualidade ao cidadão e a disponibilização de

espaços de participação deve considerar a necessidade de preparação, por parte da

Prefeitura Municipal, para trabalhar as demandas complexas da sociedade, nem sempre

harmonizadas com as ações de governo, como bem relata a Sra. Sônia Maria Barreto em

sua entrevista ao referir-se sobre as reivindicações das igrejas locais.

Referentes a diretriz 4 – Otimizar a oferta dos serviços públicos.

- Criar programa de Qualificação Técnica do servidor público, nas diversas áreas

da Prefeitura Municipal de Anápolis, visando a maior eficiência e qualidade dos serviços

prestados à comunidade (Proposta 1)

A melhoria da qualidade dos serviços públicos passa, com certeza, pela melhoria

na qualificação do servidor municipal. Conforme Art. 4o da Lei Complementar 118 (2006)

a cultura organizacional da Administração Pública Municipal estará fundamentada no

princípio de que o servidor público existe para servir, ser útil e ser um facilitador da

sociedade, proporcionando condições para o pleno exercício das liberdades individuais e

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o desenvolvimento de talentos, criatividade, vocações, potencialidades e autonomia das

pessoas e da cidade.

O projeto de lei (abril/2007) que institui o Fundo de Capacitação e a Política de

Capacitação dos servidores públicos de Anápolis vem ao encontro de algumas das

muitas necessidades percebidas em ambas visitas técnicas realizadas no município. Não

existe política de Recursos Humanos formal, estrutura de plano de cargos e salários

única, instrumentos de avaliação de produtividade e/ou desempenho, entre outros

instrumentos de gestão humano-organizacionais. Desta forma, entende-se que para

desenvolver talentos, criatividade, vocações, potencialidades e autonomia das pessoas e

da cidade, faz-se necessário começar internamente, desenvolvendo tais competências e

habilidades junto aos servidores municipais.

O investimento na qualificação do servidor é também uma maneira de

demonstrar interesse no seu desenvolvimento pessoal. Não obstante, a capacitação pode

propiciar maior autonomia aos servidores, sentimento de realização pessoal e, até

mesmo, percepção de maior segurança para desenvolver seu trabalho com

reconhecimento da chefia e da própria instituição.

A partir destas considerações, entende-se que as diretrizes e propostas contidas

no Plano Diretor de Anápolis podem contribuir para o aspecto motivacional na medida em

que propõem a revisão do quadro de servidores, a capacitação dos mesmos e a

reorganização administrativa de algumas secretarias. No entanto, percebe-se a

necessidade do estabelecimento de objetivos e metas capazes de fortalecer a Política de

Recursos Humanos da instituição.

Ao referir-se ao funcionamento da administração pública municipal, a Lei

Complementar 118 em seu Art. 5o § 3o, define que o município estimulará a

profissionalização do servidor público, incentivando-o a participar de programas de

capacitação internos e externos que o habilitem a desenvolver várias competências

inerentes ao seu cargo e às novas demandas exigidas pela sociedade. O trabalho do

Secretário de Planejamento e Gestão Administrativa Saulo Sartre Ubaldino disponibilizou

cursos de aperfeiçoamento e formação de servidores (efetivos ou comissionados),

mediante convênio com o Centro de Educação Profissional de Anápolis (CEPA) e,

conforme informações coletadas, cerca de 250 servidores já foram diplomados por esta

iniciativa, chamada de Escola de Governo.

De qualquer forma, entende-se que o processo de capacitação de pessoal na

Prefeitura de Anápolis demanda maior sistematização e organização. Não foram

identificadas ações para levantamento das necessidades de treinamento, calendário de

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treinamentos, ações interinstitucionais para ações de capacitação e, tampouco,

instrumento de avaliação dos resultados dos treinamentos.

Percebe-se, assim, que as diretrizes e propostas contidas no Plano Diretor

Municipal apontam para a melhoria da qualidade dos serviços e a viabilidade da

instituição, mas ainda carecem de operacionalização em determinadas áreas.

4.1.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL: MOTIVAÇÃO

Para as considerações finais a respeito da Variável Motivação na Prefeitura

Municipal de Anápolis faz-se necessário retomar algumas informações da coleta de

dados a fim de procurar entender seu significado conjunto para a motivação dos

servidores da prefeitura.

No que diz respeito à autodeterminação, percebe-se na Prefeitura de Anápolis

uma tendência ou estímulo a maior autonomia dos funcionários, visto 30% afirmarem

tomar decisões sem consultar a chefia freqüentemente. Por outro lado, a reestruturação

administrativa ocorrida por meio da Lei Complementar 118 de 12 de abril de 2006

enxugou a estrutura - antes bastante fragmentada - em diversas secretarias mas, com

isso, também promoveu a centralização de decisões em alguns casos. Considera-se, por

exemplo, a situação de muitos secretários que, tendo suas secretarias modificadas ou

extintas, perderam a função de secretário de governo e passaram a reportar-se a uma

nova secretaria, a qual, por sua vez, acumulou a autoridade e poder de decisão das

antigas estruturas. Desta forma, o percentual de 38% de funcionários que nunca ou

raramente tomam decisões sem consultar a chefia permanece representativo. Agrega-se

a este índice os 62% de funcionários que afirmaram que suas tarefas são sempre ou

freqüentemente repetitivas, podendo-se inferir sobre o caráter pouco estimulante das

atividades realizadas. Em contrapartida, 48% dos funcionários informaram sempre ou

freqüentemente poderem modificar suas tarefas de acordo com a necessidade. Portanto,

por um lado percebe-se uma tendência a centralização das decisões mas, por outro, uma

busca pela autonomia na realização do trabalho. Este aparente paradoxo pode ser

resultado do processo de adaptação dos servidores ao novo modelo de gestão em vigor

desde 2006. De qualquer forma, cabe ressaltar que a autonomia, a possibilidade de

decidir por si mesmo e participar das decisões são importantes metas motivacionais a

serem trabalhadas.

Os resultados de uma maior autonomia ao corpo funcional podem, ainda, estar

refletidos no índice de 48% dos respondentes que afirmaram nunca ou raramente

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sentirem-se pressionados pela quantidade de trabalho que realizam. Por sua vez, este

índice pode estar relacionado aos 72% de respondentes que afirmaram realizar sempre

ou freqüentemente tarefas fáceis e de claro entendimento e aos 54% que afirmaram

nunca ou raramente necessitarem realizar horas extras. Pela mesma linha de raciocínio

74% dos respondentes afirmaram sempre ou freqüentemente conseguirem cumprir suas

tarefas dentro do horário normal de trabalho. Tais percentuais podem ser averiguados

pelos diversos correlacionamentos positivos moderados apresentados anteriormente, que

podem explicar sua expressividade: relação com colegas e chefia excelente ou muito

boa, satisfação com o trabalho e com a instituição, entre outros. Considerando que os

percentuais não estão correlacionados a nenhuma variável de identificação, pode-se

inferir sobre o impacto positivo do modelo de gestão sobre o desempenho dos servidores.

De qualquer forma, ressalta-se, aqui, a importância do estímulo no ambiente

organizacional, a existência de desafios no trabalho, a possibilidade de explorar, inovar e

aprender como metas motivacionais.

A busca por realização pessoal também é um aspecto motivacional importante.

Na Prefeitura de Anápolis 54% dos funcionários sentem-se sempre ou freqüentemente

reconhecidos por seu trabalho pela chefia mas, em contrapartida, 40% sentem-se sempre

ou freqüentemente ignorados pela prefeitura pelo bom desempenho de uma tarefa.

Reconhece-se, aqui, a importância do papel da chefia como mediadora entre o

funcionário e a Política Institucional. Neste caso, percebe-se que a Prefeitura de Anápolis

ainda se recente da ausência de ferramentas de gestão, muito embora muitos de seus

funcionários que estão em cargos de chefia percebam a importância do bom

relacionamento com os servidores e a necessidade do desenvolvimento de equipes de

trabalho. Ressalta-se, assim, a importância de reconhecer a competência, ser influente e

capaz de liderar também como papel do gestor, que deve demonstrar reconhecimento

pelo trabalho de seus funcionários.

O sentimento de satisfação também influencia o comportamento dos

funcionários. Na pesquisa de Clima Organizacional da Prefeitura de Anápolis foram

evidenciados os altos índices de satisfação em relação ao trabalho (66%) e em relação

ao trabalho na prefeitura (76%). Além disso, o correlacionamento entre estas duas

variáveis também apresentou correlação moderada e positiva (0,67), apontando para a

tendência de que quanto maior a satisfação com o trabalho, maior a satisfação com a

Prefeitura como instituição.

O sentimento de estabilidade no emprego identificado na pesquisa foi menos

representativo que a soma dos fatores que apontam insegurança no emprego (mais ou

menos seguro, pouco seguro e inseguro), os quais somaram 52% das respostas.

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33

Considerando os 4% de não respondentes, percebem-se seguros 38% e totalmente

seguros apenas 6%. Neste sentido, muito embora a estabilidade e segurança também

sejam fatores motivacionais, vale ressaltar a particularidade do setor público em que a

estabilidade pode ocasionar estagnação ou acomodação, os quais não colaboram para o

aspecto Capacidade Técnica e Institucional da Prefeitura. Não obstante, o importante

trabalho da Prefeitura de Anápolis de investigar os casos de funcionários “fantasmas”

demonstra o interesse do ente público em trabalhar com seriedade o aspecto da

estabilidade do emprego público.

Outro aspecto positivo encontrado foi a busca pela conformidade, que estimula o

indivíduo a controlar comportamentos nocivos à organização. Neste sentido, 62% dos

funcionários, ao verem alguém fazendo algo errado, aconselham a pessoa a corrigir o

erro.

Por outro lado, a ausência de regras e procedimentos claros possibilita desvios

de comportamento. Vinte e seis por cento dos funcionários raramente ou nunca tomaram

conhecimento de regras e procedimentos da prefeitura e 38% somente às vezes. Isto

pode indicar a ausência destas regras e procedimentos ou uma lacuna na comunicação

interna da instituição. Desta forma, a idéia de aceitar costumes e valores tradicionais de

uma organização também compõe o quadro de variáveis de caráter motivacional.

Por conseguinte, a ausência ou desconhecimento dos parâmetros de ação e

comportamento impossibilita a sua cobrança efetiva. Esta ausência de avaliação foi

evidenciada pelos 56% de funcionários que informaram nunca terem seu desempenho ou

produtividade avaliados. Além disso, a pouca cobrança sobre as tarefas mal realizadas

ou atitudes erradas foi evidenciada pelos 56% de funcionários que afirmaram nunca ou

raramente serem punidos ao fazer algo errado. Neste sentido, o propósito da avaliação

de desempenho adquire caráter motivacional na medida em que evidencia o trabalho

bem realizado e permite o sentimento de reconhecimento por parte do funcionário.

Entende-se, portanto, que a Prefeitura de Anápolis carece de melhorias em seu sistema

de avaliação de desempenho e produtividade de funcionários.

Não obstante, deve-se destacar o papel da chefia como referencial de

comportamentos. Observou-se pelas correlações que o bom relacionamento com chefes

aumenta o bom relacionamento com colegas, a abertura para conversar sobre assuntos

de trabalho e diminui o sentimento de ter seu trabalho ignorado pela Prefeitura.

Por fim, há que se ressaltar a importância e influência do ambiente na motivação

dos funcionários. Observou-se na prefeitura a necessidade de melhorias em algumas das

instalações físicas que, muito embora não tenham sido objeto da Pesquisa de Clima

Organizacional, ficaram evidentes na segunda visita técnica ao município. Em

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contrapartida, percebeu-se suficiente disponibilidade de material de trabalho,

investimento em estrutura física, particularmente para as atividades do Plano Diretor

Municipal, que certamente influenciaram o trabalho positivamente.

As diretrizes e propostas de gestão urbana contidas no documento do Plano

Diretor, muito embora não tenham abordado a especificidade do tema motivacional, são

capazes de conduzir a bons resultados também neste aspecto. Neste sentido, serão

ressaltadas, a seguir, aquelas que de forma mais direta podem contribuir para a melhoria

desta variável:

Referentes a diretriz 1 – Conceber um processo de Planejamento com o

objetivo de implantar, monitorar e avaliar o Plano Diretor Participativo do

Município.

- Reestruturar o órgão de Planejamento Municipal visando implantar, monitorar e

avaliar o Plano Diretor Participativo, considerando seu caráter de instrumento básico

indutor do processo de planejamento urbano e municipal, e também de regulador do

ordenamento territorial do Município (Proposta 1) e,

- Dotar o órgão de recursos humanos especializados nas áreas de planejamento,

urbanismo, gestão e fiscalização; aparelhar com equipamentos e programas de

informáticas específicos para gestão da cidade (Proposta 2)

Muito embora o ambiente de mudança possa trazer, por si só, a idéia de

insegurança e instabilidade, promove também uma desacomodação positiva do

funcionário. As mudanças de estrutura seguidas de investimentos no ambiente servem

para ratificar a proposta do poder público, na figura de seus gestores, de investir na

melhoria dos processos e na qualidade de vida no trabalho.

Referentes a diretriz 4 – Otimizar a oferta dos serviços públicos.

- Criar programa de Qualificação Técnica do servidor público, nas diversas áreas

da Prefeitura Municipal de Anápolis, visando a maior eficiência e qualidade dos serviços

prestados à comunidade (Proposta 1)

O investimento na qualificação do servidor é também uma maneira de

demonstrar interesse no seu desenvolvimento pessoal. Não obstante, a capacitação pode

propiciar maior autonomia aos servidores, sentimento de realização pessoal e, até

mesmo, percepção de maior segurança para desenvolver seu trabalho com

reconhecimento da chefia e da própria instituição.

A partir destas considerações, entende-se que as diretrizes e propostas contidas

no Plano Diretor de Anápolis podem contribuir para o aspecto motivacional na medida em

que propõem a revisão do quadro de servidores, a capacitação dos mesmos e a

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reorganização administrativa de algumas secretarias. No entanto, percebe-se a

necessidade do estabelecimento de objetivos e metas capazes de fortalecer a Política de

Recursos Humanos da instituição.

4.1.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES

Após análise das variáveis Qualidade, Viabilidade e Motivação4 que compõem a

Capacidade Técnica e Institucional do município de Anápolis/GO, é possível apontar

pontos fortes e fracos na sua estrutura que terão influência na sua capacidade de

implantar as ações previstas no documento do Plano Diretor Participativo.

São pontos fortes da Capacidade Técnica e Institucional:

- a nova estrutura administrativa originada do chamado Choque de Gestão (Lei

Complementar 118);

- as iniciativas de reestruturação física já em andamento;

- a busca pela redução de despesas da prefeitura;

- a elaboração do Plano Diretor por equipe própria, com a participação da

sociedade;

- a elaboração da Agenda 21 local;

- a criação do Sistema de Ouvidoria;

- o Sistema Rápido de atendimento a população, o qual reúne servidores de

diversas secretarias;

- a existência do projeto de lei que cria o Fundo de Capacitação e a Política de

Capacitação dos servidores municipais; e,

- o bom relacionamento entre funcionários e com a chefia como variável

motivacional importante e estratégica.

São pontos fracos da Capacidade Técnica e Institucional:

- a não utilização da ferramenta de planejamento estratégico na gestão municipal;

- a inexistência de objetivos, metas e indicadores claramente definidos para o

Plano Diretor;

- a inexistência de um sistema de informações gerenciais capaz de integrar os

órgãos e secretarias de governo;

- a insuficiente articulação entre os órgãos e secretarias de governo;

- a inexistência de informações qualitativas dos servidores municipais;

- a inexistência de uma Política de Recursos Humanos formal; 4 A variável Legitimidade será trabalhada no Eixo denominado Concepção de Planejamento Participativo

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- a inexistência de Plano de Cargos e Salários integrado;

- a inexistência de indicadores de desempenho e avaliação funcional;

- a inexistência de Política de Capacitação; e,

- os problemas de caráter motivacional: baixa auto-estima e deterioração das

relações de autoridade e confiança.

As entrevistas realizadas no município também buscaram identificar a percepção

dos envolvidos no processo de elaboração do plano sobre a viabilidade de implantação

do mesmo. Os relatos as seguir apontam as principais fragilidades e avanços deste

processo, seguem:

“Existem dificuldades na implantação principalmente com a legislação e os vereadores. Existem muitos lobbys na Câmara. O caso das Igrejas, por exemplo. Em função da tabela de incomodidade está é uma dificuldade na implantação do Plano Diretor, pois se criaram regras para a abertura de novas igrejas”. (Entrevista Sra. Sônia Maria Barreto, 29/06/07)

A Sra. Sônia aponta, ainda, outras fragilidades:

“Para ter articulação das secretarias o site da prefeitura deveria ser atualizado, comunicando as ações de cada secretaria. Há Necessidade de maior articulação entre secretarias. Uma secretaria não sabe o que a outra está fazendo”. (Entrevista Sra. Sônia Maria Barreto, 29/06/07)

O Secretário de Desenvolvimento Urbano e Sustentável acredita na viabilidade do

Plano Diretor, considerando a existência de ações que são fruto do plano:

“O plano diretor já está sendo construído. Algumas ações estão sendo revisadas. Existem avanços na estruturação do sistema viário. Outro avanço fundamental é a conscientização da população sobre a importância e a necessidade do Plano Diretor da cidade. Nos outros três planos anteriores nós não tivemos a investidura popular como tivemos desta vez”. (Entrevista Secretário Fábio Maurício Corrêa)

No entanto, o secretário também apontou dificuldades e fragilidades no processo:

“Existem dois dificultadores clássicos: o primeiro é o financeiro. O segundo é próprio grau de entendimento da população sobre as mudanças neste ordenamento social. Conseguiu-se avançar mas são os maiores entraves que nós temos. O terceiro é o fato de não termos absorvido que somos cidade grande, visto que muitas vezes a sociedade organizada blinda o desenvolvimento. Ex: as áreas disponíveis na cidade estão nas mãos de pouquíssimas famílias o que aumenta a especulação”. (Entrevista Secretário Fábio Maurício Corrêa)

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4.2 CONCEPÇÃO DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

O Plano Diretor Participativo deve ser o resultado do pacto firmado entre a

sociedade e os poderes legislativo e executivo. Ao longo do processo de elaboração do

Plano Diretor, deve ocorrer participação de todos os segmentos da sociedade, em todas

as suas etapas. Destaque-se que a etapa de elaboração de estratégias e propostas, e

posterior definição de instrumentos necessários à sua implementação, deve ser resultado

de um processo de pactuação com a população, de forma a garantir a implantação do

Plano, em consonância com as expectativas do conjunto da sociedade e da realidade

institucional do governo municipal.

O processo de construção participativa do Plano Diretor, portanto, deve

compreender a participação efetiva de todos os cidadãos, representados ou não, em

atividades coordenadas pelo poder executivo, contando, preferencialmente, com a

presença do poder legislativo. Para a coordenação dos trabalhos faz-se fundamental a

criação de um grupo multidisciplinar composto por técnicos de diferentes áreas: jurídica,

tributária, de mobilização, urbanística, ambiental e econômica, entre outros.

Uma vez que o processo deve ter a participação de todos os cidadãos, é de

suma importância que a estratégia de comunicação seja eficiente, usando-se de

diferentes meios capazes de comunicar: instituições com forte inserção na população

(escolas, igrejas); a rede social existente (ONG’s, associações); além da mídia disponível

(TV, rádio, jornal, internet). A informação sobre o Plano Diretor deve estar subsidiada em

dados coerentes e organizados, disponíveis na própria Prefeitura a todos que queiram

acessá-la.

A leitura participativa da cidade é também um dos aspectos da metodologia do

Plano Diretor Participativo. Através dela são aplicadas as técnicas adequadas a cada

cidade, respeitando-se os seus públicos específicos, que são diferentes tanto em

interesses como em forma de compreensão da realidade territorial. A leitura participativa

é a primeira fase da elaboração de um Plano Diretor e deve apresentar a situação do

Município através das diretrizes de desenvolvimento apresentadas pelos diferentes

segmentos sociais. Em uma fase seguinte será procurada a compreensão do que pode

promover ou dificultar esta forma de desenvolvimento definida coletivamente. Além das

análises feitas textualmente ou através de tabelas, a leitura deve conter mapas temáticos

que representem as condicionantes e potencialidades físico-ambientais, e também os

aspectos (i) da preservação cultural, (ii) da estrutura fundiária, (iii) da evolução histórica

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da cidade e do território, (iv) da inserção regional do Município e (v) da mobilidade e

circulação.

A elaboração do Plano Diretor deve incentivar os municípios a avaliar e implantar

todo o sistema de planejamento municipal. A construção do sistema deve garantir o

controle social sobre a gestão do Plano Diretor e seu formato deve estar intimamente

relacionado ao acordo estabelecido sobre a forma de desenvolvimento escolhida pelos

diferentes segmentos sociais.

4.2.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIÁVEIS DE AVALIAÇÃO

Este item analisa especificamente o Eixo Temático da Concepção do

Planejamento Participativo. Sua análise segue o apresentado no Anexo I do presente

documento, a ser aplicado para análise dos Planos Diretores de municípios constituintes

do bioma Cerrado.

A seguir, a referida análise deste eixo segundo os indicadores propostos, as

variáveis para monitoramento e a avaliação e parâmetros, explicitados na tabela do

Anexo I.

Indicador 1: Aplicação da metodologia de Planos Diretores Participativos

Variável 1.1 - Capacitação de dirigentes e servidores para aplicação da metodologia

Se analisada do ponto de vista formal, a capacitação dos servidores

relativamente à metodologia a ser aplicada e ao conceito de Plano Diretor Participativo

pode ser considerada satisfatória. Todavia, sua avaliação por um indicador é temeroso

devido ao fato de esse não revelar aspectos qualitativos dos trabalhos e, sobretudo, o

interesse e assimilação dos participantes. É importante também observar, e isso não

pode ser medido por indicadores, que a verdadeira capacitação dos envolvidos ocorre ao

longo da realização do Plano, seja em termos dos dirigentes, seja em termos da equipe

técnica.

A realização de um Plano permite aos dirigentes e servidores participar da

realização de um trabalho que obrigatoriamente envolve mais de uma compreensão

setorial da cidade. Isso indica que são inegáveis os resultados positivos em termos de

capacitação profissional dos envolvidos. O curto período de análise e mesmo o material

disponibilizado não permite confirmar esse fato em Anápolis. Todavia, a se considerar os

momentos de agremiação de profissionais e mesmo da diversidade de temas tratados de

modo interdisciplinar pelo Plano, pode-se arriscar dizer que o resultado aqui buscado é

satisfatório.

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A despeito de o Plano Diretor de Anápolis já estar em elaboração, a Secretaria

Estadual das Cidades do Estado de Goiás promoveu, por meio da assessoria de uma

instituição superior, três reuniões com vistas à capacitação sobre o tema. A metodologia

de trabalho apresentada nestas oportunidades diferenciava daquela proposta pela

consultora contratada pela prefeitura de Anápolis para realização do Plano. Além disso,

segundo relato de participantes do curso de capacitação ofertado pela Secretaria

Estadual, a metodologia utilizada era padronizada para todos os municípios ou

simplesmente diferenciada segundo grandes grupos de municípios, como por exemplo,

turístico e rural, dentre outros. Essa capacitação teve prosseguimento por meio da

disponibilização, também pela Secretaria Estadual, de um profissional para o

acompanhamento da realização do Plano nas cidades. No caso específico de Anápolis,

houve a contratação pelo município de um Arquiteto e Urbanista e um Educador Social,

este com a tarefa específica de desenvolver a técnica de participação e envolvimento das

comunidades na construção do Plano.

Do ponto de vista dos servidores, a capacitação oferecida pelo Estado de Goiás

não cumpriu seu papel por ocorrer em período concomitante à própria realização do

Plano e por apresentar outra metodologia que não a utilizada na realização do Plano. Do

ponto de vista desta avaliação, desconsiderados, portanto, os aspectos estratégicos de

uma política estadual de assistência técnica aos municípios, não se acredita que esse

fato tenha prejudicado a realização do Plano ou mesmo prejudicado a agregação de

conhecimento para dirigentes e servidores municipais envolvidos. Ao contrário, foi

ofertada aos servidores a possibilidade de conhecer metodologias diferenciadas e,

portanto, de exercitar uma necessária visão crítica.

A proposta de participação para o Plano Diretor foi elaborada por técnicos da

própria Prefeitura, concretizada posteriormente em 30 reuniões setorizadas com a

comunidade. Por último, vale lembrar que o processo de capacitação já havia sido

oportunizado também pela Conferência da Cidade de Anápolis, ocorrida anteriormente.

A partir desse cenário, ainda que desprovidos de indicadores capazes de

mensurar os aspectos qualitativos, pode-se dizer que os resultados foram positivos no

que diz respeito à capacitação dos servidores.

Variável 1.2 - Capacitação de lideranças sociais para aplicação da metodologia

Valem aqui as mesmas observações anteriormente feitas quanto ao uso de

indicador quantitativo para essa avaliação.

A formatação e a listagem das propostas apresentadas ao final do Plano,

todavia, parecem indicar que há problemas nesse sentido. Comum à maioria dos Planos

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realizados em situações similares, as propostas comunitárias não conseguem avançar,

na maioria das vezes, do imediatismo de suas realidades ou mesmo de simples

demandas pontuais. Tal limitação pode ser resultado, e isso vale como sugestão para

investigação futura, de quatro causas: (i) falha na metodologia, (ii) relação conflitante

entre prefeitura e setores organizados atuantes na elaboração do Plano, (iii) desconfiança

quanto aos resultados deste Plano devido ao fracasso de tentativas anteriores de

planejamento (o diagnóstico técnico reitera a não implantação de planos anteriores) e (iv)

crítica generalizada quanto aos serviços públicos, o que faz com que momentos de

debate do Plano se transformem em oportunidades de crítica dirigida, apenas.

Variável 1.3 - Percentual do cumprimento das etapas de trabalho definidas na

metodologia

Este indicador pode ser preenchido da maneira proposta e, no caso de Anápolis

corresponde a 100%. Todavia, vale notar que essa informação é importante muito mais

para uma análise de cumprimento contratual, não permitindo, porém, uma analise

qualitativa.

Quanto aos prazos que dependiam da Câmara de Vereadores, vale ressaltar

que as relações estabelecidas pelo Executivo Municipal contribuíram para o cumprimento

do cronograma anteriormente estabelecido.

Indicador 2: Comunicação, mobilização e envolvimento da população no processo

de elaboração do Plano Diretor

Variável 2.1 - Promoção pública do início dos trabalhos

Sugere-se a discussão desse indicador juntamente com o Ministério acreditando-

se que poderia ser avaliado conjuntamente com o item abaixo Utilização dos meios de

comunicação para publicação e divulgação dos resultados. O que a prática de

elaboração de Planos Diretores tem demonstrado é que o esforço municipal na

divulgação inicial do Plano é, em muito, superior ao esforço no debate de propostas,

sobretudo as mais polêmicas.

Considerando as exigências em termos de publicização das audiências e de

reuniões temáticas, do atendimento aos prazos para essas ações, e da distribuição de

material de apoio para os eventos, consideram-se os compromissos cumpridos. Vale

notar que a promoção pública do início dos trabalhos corresponde à resolução 25 do

CONCIDADES.

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Variável 2.2 - Percentual de participação de lideranças comunitárias, do movimento

social, do segmento econômico e de segmentos profissionais identificados

O indicado pelo anexo I como mínimo ideal de representação é de 70%.

Sugere-se a discussão desse indicador devido ao fato de esse não agregar

aspectos qualitativos nem tampouco conseguir abranger a diversidade de situações

municipais. Como sugestão, poder-se-ia pensar na utilização de um indicador que

confirmasse ou não a participação de segmentos que representem o bioma em questão

(no caso de Anápolis, o Cerrado).

Do mesmo modo, sugere-se uma avaliação se os principais setores econômicos

e movimentos sociais estavam presentes e ativos.

Para o Plano Diretor de Anápolis, foram realizadas reuniões com representantes

agrupados da sociedade, cobrindo, minimamente em termos nominais a diversidade de

agentes da construção da cidade. Tais agentes participaram em reuniões conforme a

seguinte lista: Movimentos Comunitários, Comerciantes, ONGs e profissionais liberais,

Sindicato de trabalhadores, Universidades, Produtores rurais, Movimento de mulheres,

Empresários, Movimento de portadores de deficiências físicas, Movimentos de juventude,

Movimentos de Afro descendentes, Turismo e Esporte, Programa Saúde de Família,

Movimentos religiosos, Sindicato das indústrias da construção e do mobiliário, Sindicato

dos contabilistas.

Da leitura da lista acima é difícil concluir pela total “cobertura” de agentes

construtores e transformadores de uma cidade do porte de Anápolis (300 mil habitantes).

Chama atenção a baixa representatividade do setor econômico e de representantes

profissionais como arquitetos e engenheiros, usuários diretos de grande parte dos

produtos de um Plano Diretor; certamente, uma participação abaixo do desejado. A baixa

representatividade do setor econômico e principalmente do grupo patronal, é preocupante

principalmente se observada frente ao constatado no diagnóstico técnico, quando este

reitera a potencialidade econômica competitiva de Anápolis em termos regionais.

Para cada uma das reuniões temáticas com a comunidade são elaboradas

propostas consideradas importantes para o município. O que se observa é que tais

propostas não contêm uma priorização ou nem mesmo um enfoque que as qualifique

como viáveis ou não. A lista impressiona pelo tamanho, pela diversidade e pela falta de

vínculos que as agregue em grandes eixos. Esse é um problema que de fato pode

resultar de (i) um nível de carência muito grande da cidade, o que é improvável se

consideramos os indicadores sócioeconômicos apresentados no diagnóstico técnico

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(bons, se comparados com outros do estado de Goiás), ou (ii) de erros metodológicos na

discussão com a comunidade.

Variável 2.3 - Utilização de meios de comunicação de massa utilizados para mobilização

da população

Segundo informações da própria prefeitura, houve investimentos em divulgação

das ações do Plano Diretor, equipamentos (dois computadores), cartilha e materiais

utilizados nas audiências públicas da ordem entre R$ 50.000,00 e R$ 60.000,00 (para

todo o processo). Além disso, foi informado um valor, aproximado também, entre R$

60.000,00 e R$ 70.000,00 gastos com consultoria para elaboração do Plano Diretor, cuja

fonte são recursos próprios. A maioria das informações solicitadas sobre os

investimentos realizados não estava disponível a priori, o que pode demonstrar a

precariedade de acompanhamento em gastos nesse sentido. Do mesmo modo, não se

observou a divulgação para a população desses valores.

Variável 2.4 - Capacitação da população para participação no processo de elaboração do

Plano Diretor

Não se observou essa iniciativa de capacitar a população para melhor participar

da realização do Plano Diretor. Para um município com o volume demográfico de

Anápolis essa iniciativa é de fato difícil e financeiramente custosa. A realização da

Primeira Conferência Municipal da Cidade de Anápolis, em 02 de julho de 2005, e as

oportunidades de participação ofertadas pelo Plano certamente contribuíram nessa

capacitação.

Variável 2.5 - Prazo de antecedência adotado para a divulgação de cronogramas e locais

de reuniões, Seminários e Audiências Públicas

É sugerido, de acordo com o volume demográfico de Anápolis, o mínimo de 30

dias. Considera-se coerente a diferenciação de prazos mínimos para um e outro tamanho

de município considerando a maior ou menor facilidade de comunicação. Todavia, é

fundamental que se avalie o fato de municípios disponibilizarem ou não os produtos do

Plano Diretor previamente para a população interessada, seja em nível de metodologia,

de diagnostico, de proposta ou de resultados parciais de reuniões.

Servindo-se do indicador sugerido, Anápolis atende ao período mínimo e atende

também a disponibilidade de material para a população.

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Indicador 3: Estabelecimento de instâncias de decisão conjunta do poder público

com a sociedade

Variável 3.1 - Percentual de representação da sociedade civil no Núcleo Gestor

Não foi apresentada formalização do Grupo Externo de Acompanhamento do

PD. Em Anápolis denomina-se Núcleo Gestor o Grupo Técnico de Gestão do PD,

formado por técnicos municipais. Não existe formalização na participação da comissão de

acompanhamento.

Variável 3.2 - Audiências públicas deliberativas realizadas

O sugerido é o mínimo de duas. Anápolis realizou 2 (duas) audiências públicas,

sendo elas Primeira Audiência, para pactuação da leitura técnica e da leitura comunitária

e para formulação de eixos estratégicos, realizada em 16.09.05; audiência para análise e

votação de propostas, realizada em 07.04.06; portanto, cumpriu integralmente o

requerido. Não existe formalização da participação da comissão de acompanhamento.

Indicador 4: Divulgação dos resultados e propostas resultantes das etapas de

elaboração do Plano Diretor.

Variável 4.1 - Utilização dos meios de comunicação para publicação e divulgação dos

resultados.

Os graus de satisfação e de participação da população nas ações do Plano

Diretor não foram sistematicamente pesquisados. Entretanto é importante observar que a

Sala do Plano Diretor não foi desativada uma vez o Plano Diretor tendo sido aprovado na

Câmara. Na realidade, o local da sala do Plano mudou para outro espaço físico,

abrigando posteriormente o então criado Núcleo Gestor de Planejamento Urbano e

Controle do PD (NGPUCPD).

Sobre a participação da população na definição dos investimentos do Plano

Diretor, nada ficou evidenciado. No entanto, existe no Município o Orçamento

Participativo (5% dos recursos são levados a público), o qual é realizado em audiências

públicas na Câmara de Vereadores, SESC, e outros locais.

Não se observou na metodologia apresentada uma proposta a ser desenvolvida

pela prefeitura de um plano de divulgação dos resultados do Plano, de suas deliberações

e, o que se julga mais relevante, uma capacitação da população sobre legislação

urbanística. Tal iniciativa, infelizmente incomum na realização de Planos Diretores,

certamente constituiria um diferencial positivo para a implantação do Plano de Anápolis.

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Variável 4.2 - Prazo de antecedência adotado para a divulgação de estudos e propostas

do plano diretor

Para o caso de Anápolis (população superior a 200 mil habitantes), o prazo

sugerido é de 30 dias.

Considera-se que este indicador esteja diretamente relacionado com a

divulgação das audiências, ou seja, o anúncio dos eventos abertos à população

deveriam, além de atender o prazo mínimo recomendado, incluir informações sobre o

conteúdo dos debates. Não se observou essa prática no caso de Anápolis.

Em termos do indicador sugerido para avaliar esse quesito, sugere-se a inclusão

de uma pauta ou minimamente de uma temática detalhada quando da divulgação de

reuniões ou audiências.

Variável 4.3 - Espaço destinado à exposição pública permanente dos trabalhos realizados

e das propostas do Plano Diretor.

Quanto ao indicador, sugere-se conjugar esta pergunta com as anteriores sobre

a Sala do Plano: existência, condições do local e realização de informações com

disponibilidade de funcionários municipais para atender visitantes.

Indicador 5: Envolvimento dos dirigentes e servidores municipais em processo de

elaboração do Plano Diretor.

Variável 5.1 - Percentual de representação de servidores vinculados às secretarias direta

e indiretamente vinculadas ao ordenamento territorial.

O sugerido é que essa representação seja de 80%.

Acredita-se ser difícil adotar um indicador quantitativo para a análise desta

variável, uma vez que a participação formal de servidores, é sabido, não implica

necessariamente na sua participação. Problemas observados no diagnóstico quanto à

estrutura de funcionários (motivação, capacitação, problemas de ordem hierárquica e

falta de um plano de cargos e salários único) podem ter comprometido a qualidade na

elaboração do Plano de Anápolis e seu prosseguimento na aplicação, o que exige ainda

mais dedicação e preparo do corpo funcional.

A sugestão que se faz é a de buscar um indicador que confirme a existência de

iniciativas do executivo municipal em dar prosseguimento na capacitação dos servidores,

acreditando que isso contribua para a implantação do Plano.

No caso de Anápolis, tal indicativo pode ser confirmado, ou não, na implantação

da proposta de uma Escola de Governo que visa à capacitação profissional dos

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servidores e em esforços de se efetivar convênios com faculdades e universidades para o

mesmo fim (vide convênio já existente com a Universidade de Brasília / UnB).

Especificamente quanto à participação de servidores da área de ordenamento

territorial, de difícil mensuração, é importante notar que, a partir do Núcleo Gestor, e uma

vez aprovado o Plano, foram criados três núcleos de servidores com funções bastante

claras: 1. Núcleo de projeto urbano arquitetura e engenharia (com o objetivo de analisar

projetos de sua competência); 2. Núcleo Gestor de Planejamento Urbano e Controle do

Plano Diretor (acompanha as modificações decorrentes do plano diretor. É o núcleo

principal no aspecto de gestão); e 3. Comissão de Avaliação e Parcelamento do Solo (ver

FIGURA 9). A formação desses grupos, considerada positiva, revela a importância dada

para as questões físico-territoriais urbanas. A despeito de não contar com cronograma

claro para suas atuações, os Grupos já contam com uma definição de objetivos, na

maioria deles relativos à aplicação de leis urbanísticas.

FIGURA 9 Núcleo Gestor e Núcleos de Servidores

Variável 5.2 - Percentual de participação de secretários municipais e dirigentes de

empresas públicas.

O sugerido pelo Anexo I aqui utilizado é de 80%.

Em termos quantitativos, pode-se dizer que todas as secretarias municipais

participaram da elaboração do Plano por meio direto ou indireto do Secretário. Todavia,

arrisca-se dizer que a maioria delas entendeu o Plano como um projeto para o qual

deveriam apresentar o diagnóstico de seu setor e elaborar sugestões, apenas. A

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coordenação do Plano esteve vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano

Sustentável, a qual hoje abriga o NGPUCPD. Este fato, por si só garante sua maior

representatividade em termos quantitativos e qualitativos.

Variável 5.3 - Percentual de realização de reuniões por bairros e distritos urbanos e

Rurais.

O sugerido é de 80%. No caso do município de Anápolis, a população é

majoritariamente urbana, atingindo mais de 90%. Isso implica na dificuldade de se adotar

esse parâmetro. Sugere-se que, caso se utilize um parâmetro quantitativo para esse

quesito, que ele seja diretamente proporcional à taxa de urbanização municipal. Outro

fato que pode alterar a leitura do indicador proposto é a extensão do município. Naqueles

com grande extensão e, portanto, com distritos rurais distantes da sede e de acesso

dificultado, a proporção sugerida de 80% poderia ser adotada como indicador de análise.

O apoio em locomoção para habitantes rurais participarem de audiências em áreas

centrais pode igualmente alterar a validade desse indicador.

A realização do Plano Diretor de Anápolis, segundo material analisado e se

adotada a sugestão aqui feita, atende ao esperado.

Variável 5.4 - Percentual de realização de reuniões por segmentos sociais, por grupos

temáticos e de incorporação dos temas debatidos nas audiências públicas.

Para a avaliação dessas três variáveis o parâmetro mínimo sugerido é de 80%.

Se há limitações intrínsecas de um Plano Diretor para a efetivação das

propostas, o modelo de participação certamente foi capaz de arregimentar integrantes de

uma mesma categoria entorno de um objetivo que é a crença de transformação

tradicionalmente trazida por um plano diretor. Desconfia-se aqui da implantação das

propostas, porém acredita-se na importância dos debates.

Além das discussões por segmentos sociais, poderiam ser feitas também

reuniões com o intuito de ler e entender a cidade por meio de seus espaços homogêneos

(bairros ou setores). Não se observou a existência de tais reuniões. Se assim o fosse, o

Plano agregaria à leitura dos agentes agrupados pela similaridade de suas atividades, a

leitura da população agora agregada pelos espaços que ocupa. Esse é um aspecto

positivo que se acredita visualizar no Plano, por conter os interesses de grupos diversos

e seu rebatimento no espaço. A importância da leitura por segmentos e por espaços,

além de se complementarem, apresentam justificativas diferenciadas: para o caso de se

elaborar propostas de intervenção física, a leitura espacial é particularmente importante,

para o caso de propostas institucionais, a relevância estaria na leitura por segmentos

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sociais. Com isso estar-se-ia reduzindo as discrepâncias entre o interesse individual ou

de um grupo com os interesses maiores da cidade.

4.2.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES

Do cenário apresentado, as oportunidades se sobrepõem em muito às ameaças.

Ainda que o processo de participação popular tenha tido alguns problemas para o

processo de elaboração do Plano Diretor, o volume de momentos participativos garante

uma verdadeira capacitação da população em discutir fatos de seu interesse. O fato de

se ter quase que concomitantemente discussões promovidas pelo governo de Goiás,

discussões para o Plano Diretor organizadas pela Prefeitura de Anápolis e discussões

para a Conferência da Cidade incrementa as chances de se capacitar para o debate e

para instituir uma práxis de diálogo.

Todavia, não se observam iniciativas de se qualificar essa participação; fato

comum na grande maioria dos municípios brasileiros, mesmo aqueles que se distinguem

pelo esforço de debater com a comunidade. A continuidade daquilo que se adquiriu neste

processo pode estar ameaçada por quatro fatores (ver FIGURA 10): (i) a dificuldade de a

população discutir questões técnicas nas leis complementares; (ii) um eventual

desinteresse de a prefeitura reiterar o debate em questões que agora se mostrarão mais

polêmicas (vale lembrar que a despeito de Anápolis ter tido sucesso no caráter

participativo do Plano, não avançou em questões mais complexas relativas ao interesse

social da propriedade, por exemplo), (iii) um desapontamento por parte da população em

não ver atendidas, minimamente a médio prazo, as demandas por ela apresentadas, e,

por último (iv) o debate político-eleitoral na próxima eleição poderá desfocar a atenção

para questões novas trazidas pelos candidatos e não necessariamente de caráter

estruturador para Anápolis.

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FIGURA 10 Fatores que ameaçam a continuidade da Participação Popular

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4.3 ATENDIMENTO AO CONTEÚDO MÍNIMO

Este item analisa especificamente o atendimento ao Conteúdo Mínimo do Plano

Diretor. Sua estrutura segue o apresentado no Anexo I do presente documento a ser

aplicado para análise dos municípios do bioma Cerrado. A seguir, a análise deste eixo

segundo os indicadores propostos, as variáveis para monitoramento e avaliação e

parâmetros, explicitados na tabela do referido Anexo I. A referência inicial aqui adotada é

também a Resolução 34 do CONCIDADES.

De modo geral, as observações quanto ao indicador de avaliação proposto

precedem os comentários de atendimento.

Se, por um lado, indicadores quantitativos são mais fáceis de se obter, por outro

não revelam a totalidade de variáveis que uma análise como essa exige. Os indicadores

qualitativos são mais reveladores da realidade de elaboração, aprovação e

implementação do Plano Diretor, todavia, requerem um envolvimento mais de perto da

situação e mesmo a participação nessas fases. O fato de este questionário mesclar os

dois tipos de indicadores, para os itens aqui estudados, parece minimizar os problemas

de um e de outro.

4.3.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIAVEIS DE ANÁLISE Indicador 1: Destinação sócio-ambiental do território, estabelecendo o

cumprimento da função social da cidade e da propriedade urbana.

O parâmetro sugerido para análise desse item é de que o Plano Diretor deverá

contemplar as temáticas necessárias à realidade de cada município.

Variável 1.1 - Delimitação de áreas para equipamentos urbanos e comunitários

A confirmação da delimitação dessas áreas é encontrada na legislação de

parcelamento, com a reserva de parcelas quando de loteamento.

Variável 1.2 - Delimitação de áreas com o objetivo de garantir o atendimento das

necessidades de acessibilidade e mobilidade urbana sustentável.

Sugere-se a revisão desse indicador por acreditar que essa preocupação estaria

sempre garantida, minimamente de modo formal, quando do zoneamento e quando da

determinação de zonas Especiais de Interesse Social, tradicionalmente com baixa

acessibilidade.

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Entende-se, pois que essa delimitação seja o próprio zoneamento proposto

integrado ao sistema viário e, assim, considera-se essa variável atendida. Vale lembrar

que o zoneamento proposto para Anápolis adota o Monitoramento da Densificação e

Parâmetros de Incomodidade como instrumentos da política de uso do solo municipal.

Ambos os instrumentos contam com detalhamento que permitem seu uso imediato para

indicação de mudanças necessárias, aí incluindo aquelas relativas à acessibilidade e à

mobilidade.

Variável 1.3 - Delimitação de áreas para atendimento das necessidades de serviços

públicos

Sugere-se rever o uso de indicador conforme analisado no item acima.

Esta variável é considerada atendida se analisada pelo conteúdo da Lei de

Parcelamento proposta, a qual indica a reserva obrigatória de áreas quando da

submissão de projetos de loteamento no município.

Além da reserva de áreas segundo determinações da lei de parcelamento, o

atendimento das necessidades de serviços públicos do ponto de vista da prestação do

serviço, foi também contemplado. Para tal, na realização do Plano, foram feitas

discussões com a comunidade a respeito desse atendimento por bairros, indicando assim

uma possível priorização quando da implementação.

Variável 1.4 - Delimitação de áreas para proteção, preservação e recuperação do

patrimônio natural e cultural.

As leis urbanísticas básicas decorrentes do Plano Diretor de Anápolis delimitam

áreas de interesse ambiental sem considerar aquelas do patrimônio cultural. Tal fato não

indica necessariamente um descompromisso com essa questão, mas sim uma decisão

apoiada no diagnóstico. Ainda assim, foram criadas as Áreas Especiais de Interesse

Urbanístico, onde se observa a inclusão do setor histórico de Anápolis, sem contudo

indicar medidas de preservação.

Chamou a atenção na leitura do Plano a baixa ou nula integração de Anápolis

com seus municípios vizinhos, sobretudo com Goiânia. Esse fato se confirma pela

decisão estadual de se criar a APA do João Leite (manancial de abastecimento da cidade

de Goiânia) a qual submete 20% do território de Anápolis sob condições definidas

externamente. Do total da área de APA em Anápolis 60% corresponde à área urbana há

mais de 60 anos. Esse fato não pode ser culpabilizado pelo Plano Diretor, nem tampouco

pela administração municipal e sim por uma falta de articulação regional que deveria ser

promovida pelo governo do estado. Adicionalmente, é evidente, tal imposição deve

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também ser analisada do ponto de vista hídrico e de outras eventuais alternativas de

mananciais.

Variável 1.5 - Delimitação de áreas necessárias ao provimento de infra-estrutura urbana

de forma sustentável

Considera-se importante a norma urbanística que permite em todo o terreno,

igual ou superior a 360 metros quadrados, construir quatro economias (unidades

habitacionais autônomas). Em todos os terrenos com área inferior a 360 metros, será

aplicado o índice de aproveitamento básico, igual a uma vez a área do terreno. Esta

proposta tem o objetivo de tornar a cidade mais compacta, permitindo racionalidades no

provimento de infra-estruturas e ampliando as chances de acesso da população de

menor poder aquisitivo à habitação com qualidade. Além disso, a Lei de Parcelamento do

Solo Urbano, conforme visto em item acima, exige a reserva de áreas públicas quando da

aprovação de projetos de loteamento.

Variável 1.6 - Delimitação de áreas necessárias ao provimento de terra urbanizada para

todos os segmentos sociais, particularmente a população de baixa renda.

Considera-se essa preocupação atendida devido à proposta, delimitada em

mapa, das Áreas Especiais de Interesse Social, Ambiental, Econômico e Urbanístico.

Tais áreas são assim compostas:

1. Áreas Especiais de Interesse Social / AEIS: aquelas destinadas

primordialmente à produção e à manutenção de habitação de interesse social. Visa

atender à função social, utilizando as áreas ocupadas pela comunidade de baixa renda

para fins de habitação de interesse social. Tais áreas encontram-se definidas e

espacializadas no Plano Diretor.

2. Áreas Especiais de Interesse Ambiental: os ecossistemas aquáticos e

florestais, as reservas legais e aquelas de interesse paisagístico. O aspecto importante

do Plano Diretor foi considerar como elemento de estruturação do Modelo Espacial a

preservação dos ecossistemas florestais caracterizados pelas matas ciliares dos cursos

de água, matas e bosques. O Plano Diretor propõe a utilização do instrumento de política

urbana da transferência do direito de construir das Áreas de Preservação Permanente

localizadas no interior da macrozona urbana como forma de implantar os parques

lineares ao longo dos cursos de água urbanos de Anápolis.

3. Áreas Especiais de Interesse Econômico: áreas com tratamento especial

ainda a ser definido. Tais áreas são: DAIA, Plataforma Logística Multimodal de Goiás,

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áreas de instituições acadêmicas, Avenida Brasil e áreas de produção hortigranjeira

situadas na macrozona urbana e seu entorno.

4. Áreas Especiais de Interesse Urbanístico: o Centro Histórico de Anápolis, a

Estação Ferroviária Central, os armazéns e edificações vazias e o complexo institucional

formado pela Rodoviária, Ginásio Esportivo, Prefeitura Municipal e Fórum e todos os

espaços públicos da cidade, compreendendo ruas, praças e parques e de interesse

estratégico: Base Aérea, aterro sanitário, estação de tratamento de esgoto e a bacia do

Piancó.

Variável 1.7 - Delimitação de áreas não ocupadas, com infra-estrutura instalada

Não foi observada a delimitação dessas áreas, as quais poderiam ser

consideradas de vazios urbanos.

O Plano sugere, via Legislação Tributária Municipal, que a função social da

propriedade se efetive pela aplicação de alíquotas de imposto sobre propriedade predial

e territorial urbana de forma progressiva. Todavia, para aplicação legal do IPTU

progressivo no tempo será necessário elaborar cadastro técnico multi-finalitário das

unidades imobiliárias da macrozona urbana.

Foi observada também a sugestão de se criar um Consórcio Imobiliário, em

parceria com o setor privado, porém não detalhado nem espacializado. O consórcio

imobiliário viabilizaria um plano de urbanização no qual o proprietário da gleba entrega ao

Poder Executivo seu imóvel localizado em AEIS para que este realize as obras

necessárias. Uma vez realizadas as obras, o proprietário recebe o imóvel de volta,

devidamente urbanizado. O valor do imóvel será aquele correspondente ao valor original

do imóvel antes das obras realizadas com recursos públicos.

Variável 1.8 - Delimitação de áreas para promover a regularização fundiária

Tal preocupação é observada na criação das chamadas Áreas Especiais de

Interesse Social, as quais poderiam ser nomeadas de Zonas Especiais de Interesse

Social e, assim, com o claro objetivo de regularização fundiária.

Variável 1.9 - Delimitação de áreas para todas as atividades econômicas

Observa-se na descrição das zonas uma preocupação em mesclar os diferentes

usos urbanos, com o intuito de se reduzir percursos e ampliar as oportunidades

econômicas. Salvo conflitos que tal permissividade implique, o objetivo dessa mescla

funcional é positivo no Plano. Por esse motivo, a exceção par tal mescla é feita aos usos

geradores de incomodidades ou aqueles que afetam a segurança da vizinhança. Ao

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mesmo tempo, o Plano se propõe a simplificar as categorias e subcategorias de usos,

atualmente freqüentes na legislação pertinente, suprimindo as listagens de atividades,

dada a dificuldade de sua atualização devido à dinâmica urbana atual.

Variável 1.10 - Inclusão de critérios para identificação de imóveis não edificados,

subutilizados e não utilizados.

Não observados, constando, porém, das grandes diretrizes que nortearam a

elaboração do Plano.

Variável 1.11 - Inclusão de critérios para aplicação do instrumento Estudo de Impacto de

Vizinhança

Nas diretrizes é anunciada a importância de se considerar de forma especial os

empreendimentos que venham a sobrecarregar a infra-estrutura urbana ou, ainda que

tenham uma repercussão ambiental significativa provocando alterações nos padrões

funcionais e urbanísticos da vizinhança ou ao espaço circundante. A Lei do Plano Diretor

não utiliza o termo de Estudo de Impacto de Vizinhança, conforme sugerido pelo Estatuto

da Cidade, e sim Relatório de Impacto de Vizinhança, mas sem critérios de aplicação.

Indicador 2: Inclusão dos instrumentos da política urbana

Para a análise deste item, a metodologia do Ministério das Cidades lembra que

não é obrigatória a assimilação pelo Plano de todos os instrumentos disponibilizados no

Estatuto da Cidade. O Plano Diretor deverá tão-somente incluir os instrumentos que

correspondam aos objetivos e estratégias propostas para seu caso específico, porém

estabelecendo critérios e áreas de aplicação.

Considera-se aqui o município de Anápolis como de porte médio. Todavia, sua

dinâmica urbana resultante da inserção em um aglomerado e próximo de Brasília e

Goiânia indica a necessidade de se avançar na adoção de instrumentos que possam

implicar numa apropriação mais social e racional da propriedade.

Na leitura da legislação urbanística básica, buscou-se a disponibilização dos

seguintes instrumentos:

• Concessão do Direito Real de Uso: não observado.

• Concessão de Uso Especial: não observado.

• Concessão do Direito de Construir: não observado.

• Consórcio Imobiliário; Contribuição de Melhoria: não observado.

• Direto de Preempção: não observado.

• Direito de Superfície: não observado.

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• Estudo Prévio de Impacto Ambiental: sim, com a nomenclatura de Relatório de

Impacto ambiental, avançando com a definição de critérios de tamanho de obra,

de uso e de localização.

• Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança: a lei do Plano exige o chamado

Relatório de Impacto de Vizinhança, além do Estudo de Impacto de Vizinhança,

sem critérios de aplicação, porém sujeito à análise do Conselho da Cidade.

• IPTU Progressivo no Tempo: sim e com critérios.

• Operações Urbanas Consorciadas: não observado.

• Outorga Onerosa do Direito de Construir e de Alteração de Uso: sim e com

parâmetros (nomeada na Lei do Plano como Solo Criado).

• Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios

• Transferência do Direito de Construir: sim e com parâmetros.

De qualquer maneira, a aplicação efetiva de muitos desses instrumentos só se

fará possível a partir de legislações específicas ou mesmo dos chamados planos

setoriais. A lei do Plano, aprovada pela Câmara de Vereadores, estabelece o prazo de

um ano para que esses planos iniciem e três anos para que sejam concluídos.

É importante lembrar também que nestes Planos Setoriais estariam figurados os

indicadores que mensurariam o avanço do setor e, em conjunto, do Plano Diretor

Municipal.

Indicador 3: Inclusão de políticas públicas

Variável 3.1 - Política para a área rural

Como aspecto positivo chama a atenção de cinco diretrizes para a área rural de

Anápolis: 1) controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas agrícolas

que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 2) controlar o

parcelamento do solo na Zona Rural, na forma de módulo rural mínimo, prevista por Lei

Federal, controlada pelo INCRA (todavia esse tipo de parcelamento não impede o

desmembramento em unidades autônomas condominiais, na forma de sítios de recreio,

que formam lotes com menor área); 3) garantir uma faixa mínima de domínio para

permitir a implantação de duas faixas de tráfegos e futuros alargamentos, garantindo

acessibilidade às áreas rurais; 4) restringir ou fixar condições para a instalação de usos

urbanos na Zona Rural; e 5) fomentar a produção agropecuária, de forma sustentável e

organizar o abastecimento alimentar.

Se positivas em termos de diretrizes gerais, como é também observado em

outros Planos Diretores, não se avança em critérios ou ações que poderiam implementá-

las.

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Variável 3.2 - Política de terras públicas

Não se observou.

Variável 3.3 - Política de habitação

Tal política é definida por meio de grandes diretrizes e sujeita a detalhamento

quando da elaboração do Plano Setorial de Habitação, conforme exigido pela lei do

Plano.

O Plano sugere (i) que se crie o Fundo de Urbanização para aplicação de

recursos financeiros no programa de áreas especiais de interesse social, urbanístico, e

ambiental; (ii) que o Fundo seja gerido por um conselho executivo representado pelo

poder público e pela sociedade civil nomeados pelo Governo Municipal; e (iii) que seus

recursos tenham como receita valores em dinheiros correspondentes à outorga onerosa e

da autorização de construção de forma a criar solo sobre o lote.

Variável 3.4 - Política de regularização fundiária

Observa-se a diretriz de se conceber e implantar um Programa Municipal de

Regularização Fundiária Sustentável (urbanística e jurídica) visando concomitantemente

a urbanização (quando se fizer necessária) e a regularização de áreas e ou loteamentos

irregulares. Todavia, não se estabelecem metas ou prazos.

Variável 3.5 - Política de Mobilidade Urbana

O Plano Diretor contém um diagnóstico detalhado sobre a temática da

mobilidade (sistema viário), sugere diretrizes gerais e estabelece propostas, algumas

delas em nível de detalhe de programa. No corpo da lei do Plano Diretor, é proposto uma

nova hierarquia de vias.

Variável 3.6 - Política de Saneamento e Infra-estrutura

Arrisca-se dizer que essa política está traduzida nos diversos indicativos

apresentados em forma de artigo de lei. O mapa 62, Estruturação Urbana parece ter sido

elaborado com esse intuito, indicando as áreas que deveriam ser urbanizadas devido à

disponibilidade dessas infra-estruturas e as áreas carentes de infra-estrutura. A Lei de

Parcelamento faz exigências claras a respeito de infra-estruturas de saneamento quando

de projetos de parcelamento. (critério densidade X distribuição de infra-estrutura)

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Variável 3.7 - Política de desenvolvimento econômico

O Plano, em suas diretrizes, e mesmo em algumas determinações específicas,

define a política de desenvolvimento econômico para Anápolis. Vide Área de Interesse

Econômico como indutora de tal atividade.

Variável 3.8 - Política de proteção do patrimônio natural e cultural

A questão ambiental está presente em praticamente todas as sugestões do

Plano, como por exemplo na definição das macrozonas. As de caráter cultural surgem de

modo mais setorial, mas é contemplada na legislação de uso do solo com a chamada

Área de interesse Cultural.

Indicador 4: Atendimento das disposições referenciadas no artigo 42, incisos I e II,

do Estatuto da Cidade.

O sugerido é que o município contemple as temáticas necessárias para a

compreensão do seu contexto.

Variável 4.1 - Delimitação das áreas onde poderá ser aplicado o parcelamento, edificação

ou utilização compulsórios e definição dos prazos para notificação dos proprietários.

Não se observou.

Variável 4.2 - Aplicação do Direito de Preempção

Não se observou.

Variável 4.3 - Alteração de uso do solo, mediante contrapartida a ser prestada pelo

beneficiário.

Esta variável pode ser encontrada no instrumento do Solo Criado proposto pelo

Plano. Proposto como áreas adensáveis na macrozona construída cujos índices

construtivos poderão ser aumentados em regime de outorga onerosa, permitindo assim, a

construção de área superior a aquela permitida pelo índice de aproveitamento básico

igual a uma vez a área do lote. Para obter a outorga em qualquer metragem, até atingir-

se a densidade construtiva máxima, regulada pelo regime volumétrico se pagam valores

correspondentes a 1% do valor do empreendimento. Ressalta-se a importância de se

estabelecer critérios claros para a aplicação de tal instrumento e sobretudo o fato de esse

ser calculado a partir do coeficiente de aproveitamento igual a um.

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Variável 4.4 - Operações Urbanas consorciadas

São chamados Projetos Especiais àqueles que envolvem grandes áreas

(podendo atingir toda a área de um bairro); os projetos de grande porte de uma única

empresa ou mesmo aqueles em áreas menores que tenham característica especial, seja

em função da atividade que quer se instalar, de uma paisagem, de uma árvore ou de um

prédio que queira se preservar. Os Projetos Especiais são discutidos entre a Prefeitura e

todos os envolvidos, para que se encontrem soluções criativas no sentido de solucionar

problemas identificados. Os Projetos especiais serão analisados segundo os impactos

que causam na cidade (na infra-estrutura, na paisagem e no ambiente, geração de

empregos, moradias e preservação do patrimônio ambiental e cultural). Todavia, não se

observou a definição de área onde isso poderá ocorrer, postergando para legislação

específica.

Variável 4.5 - Transferência do direito de construir

Proposta para a área central, a transferência do Potencial Construtivo poderá

ocorrer da seguinte forma: será adicionado 20% do total de pavimento tipo, da edificação

definida pela relação matemática de controle volumétrico; as áreas cujo potencial

construtivo é passível de transferência são: Áreas de Preservação Permanente, parques ,

praças, equipamentos municipais e equipamentos urbanos.

Indicador 5: Inclusão de instrumentos de acompanhamento e Gestão democrática,

incluindo finalidades, requisitos e procedimentos para aplicação (artigo 42, inciso

III, do Estatuto da Cidade)

Variável 5.1 - Conselho Municipal de Política Urbana

O Conselho Municipal da Cidade de Anápolis foi criado através da Lei Municipal

nº 3.078, de 29 de julho de 2004, que é reedição da Lei nº 2.855, de 29 de abril de 2002.

De acordo com documento repassado por técnicos municipais, está em trâmite uma

Minuta de Anteprojeto de Lei para alteração do Conselho, realizada com base em

propostas do PD.

Variável 5.2 - Conferência Municipal de Política Urbana

Não se observou.

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Variável 5.3 - Audiências Públicas

Não se observou, na legislação do Plano Diretor, a proposta de se adotar o

mecanismo de audiências públicas para o encaminhamento de questões estruturais ou

polêmicas.

Variável 5.4 - Consultas públicas

Não se observou.

Variável 5.5 - Iniciativa popular de projetos de lei, de planos, programas e projetos de

desenvolvimento urbano.

Não se observou.

Variável 5.6 - Plebiscito

Não se observou.

Variável 5.7 - Referendo

Não se observou.

Indicador 6: Destinação dos territórios do município compatível com os espaços

adjacentes

Variável 6.1 - Inclusão de ações integradas intermunicipais necessárias à gestão

ambiental

Não se observaram no Plano Diretor entendimentos com os municípios vizinhos,

sobretudo Goiânia e Brasília. Evidentemente, o interesse deve ser mútuo, indo além da

iniciativa de um município, porém a realização de um Plano deveria oportunizar esse

aspecto. A iniciativa municipal de realizar este Plano, e não estadual, constitui um

limitantes de difícil solução individual.

Indicador 7: Inclusão de zonas especiais em correspondência com os objetivos e

estratégias propostos pelo Plano: inclusão de instrumentos de participação das

comunidades na gestão das áreas especiais

Sugere-se para análise das cinco primeiras variáveis que seja avaliado se o

Plano Diretor incluiu as zonas que correspondam aos objetivos e estratégias propostos,

incluindo restrição legal, normas especiais de uso e ocupação do solo e instrumentos

para sua implementação. Para o caso da análise da última variável, é sugerido que se

confirme, obrigatoriamente, para as zonas estabelecidas no Plano Diretor.

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Variável 7.1 - Assentamentos e empreendimentos urbanos e rurais de interesse social.

Territórios ocupados por comunidades tradicionais (quilombolas, ribeirinhas, etc.)

Observou-se preocupação com assentamentos e empreendimentos de interesse

social, seja nas diretrizes, seja na criação de zonas e instrumentos urbanísticos. Não se

observou, talvez por não se aplicar, destaque para territórios ocupados por comunidades

tradicionais.

Variável 7.2 - Áreas sujeitas a inundações e deslizamentos ou outras situações de risco

Tais áreas foram apresentadas no diagnóstico e consideradas na legislação do

uso do solo. No diagnóstico, chama a atenção o mapa de risco geológico que espacializa

essa problemática. A presente análise acredita que tais informações foram utilizadas na

elaboração da lei de uso e ocupação do solo.

Variável 7.3 - Assentamentos irregulares ocupados por população de baixa renda com

vistas à regularização fundiária, incluindo normas especiais de uso e ocupação do solo e

instrumentos para sua implementação.

Variável atendida por meio da criação e espacialização (ou seja, delimitação

precisa) das chamadas Áreas de Interesse Especial Ambiental e Social (ver item 1.e)

deste documento).

Variável 7.4 - Áreas de proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e

cultural.

Da descrição das macrozonas, observa-se a prioridade dada na leitura do

município e nas decorrentes propostas encaminhadas em forma de lei. Tal fato, comum a

muitos municípios, não avança no sentido da fiscalização e de instrumentos de gestão

que garantam sua efetivação, mesmo porque, no caso das áreas rurais, o uso racional do

solo é buscado apenas por diretrizes municipais.

Variável 7.5 - Inclusão de Objetivos, Temas Prioritários e Estratégias para a integração

do território: fundamental a inclusão no Plano Diretor.

Sugere-se discutir a necessidade de se adotar instrumentos de participação da

comunidade na gestão das áreas especiais. Tais instrumentos podem no entanto já

estarem disponibilizados de forma geral em outras práticas de transparência da gestão e

de participação. Deve-se aprofundar melhor essa questão com a equipe municipal local.

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Indicador 8: Elaboração do Plano Diretor de Transporte e da Mobilidade

Disposições do artigo 41 do Estatuto da Cidade Obrigatório para municípios com

mais de 500 mil habitantes.

A despeito de não haver obrigatoriedade para elaboração de um plano setorial

de mobilidade para o caso de Anápolis, devido ao seu volume demográfico, o tema foi

abordado no âmbito do Plano de forma satisfatória (diagnóstico e propostas). Vale notar

que a participação de Anápolis de uma dinâmica urbana junto com cidades do porte de

Brasília e de Goiânia, a despeito da exigência legal, justificaria a elaboração de um

estudo de transporte e mobilidade mais aprofundado e de caráter regional.

4.3.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES

Chama a atenção o fato de o Plano Diretor de Anápolis ter contado com um bom

nível de participação em seu processo de construção. Todavia, é paradoxal o fato de

haver poucos avanços em diretrizes concretas a respeito de questões polêmicas, mas

que certamente garantiriam uma apropriação mais eqüitativa do solo urbano. Assim,

nesse caso, as ameaças podem se sobrepor às oportunidades. Muitos dos instrumentos

trazidos pelo Estatuto da Cidade, os quais, é possível acreditar, poderiam ser aplicados

numa cidade do porte e da dinâmica de Anápolis, ou não foram citados ou não foram

melhor definidos. Isso significa que, no mínimo, haverá a necessidade de se iniciar o

debate quando de leis complementares. Considerando que uma ocupação do solo

urbano influencia, também, diretamente na otimização e na sustentabilidade de serviços

e infra-estruturas urbanas, o fato de não se avançar em questões importantes para a

função social da propriedade urbana constitui-se em séria ameaça ao processo até então

construído pelo Plano Diretor.

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4.4 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

A sustentabilidade de uma sociedade, considerada uma situação ideal, é fruto de

uma relação onde se equilibram em importância o desenvolvimento econômico, justiça

social e uso racional dos recursos naturais. No contexto das cidades reais, porém, o viés

ambiental representa normalmente um elo mais fragilizado, por vezes sendo priorizadas

ações de cunho social e econômico, o que freqüentemente resulta no desenvolvimento

de impactos ambientais negativos.

Entende-se por sustentabilidade o uso racional dos recursos naturais

disponíveis, evitando desperdícios, a fim de garantir a perpetuação destes recursos

durante o tempo de existência não só da atual geração, mas também das futuras.

Além da conservação dos recursos naturais, para atingir a sustentabilidade

ambiental, a sociedade deve ter controle sobre os diversos resíduos produzidos em suas

atividades. Como controle sobre os resíduos entende-se a redução dos volumes

produzidos, a reutilização de materiais e a reciclagem, quando possível.

As duas condições descritas anteriormente para o alcance da sustentabilidade

ambiental são fortemente correlacionadas, pois alterações nas características naturais

dos ecossistemas são normalmente acompanhadas pela degradação dos recursos

naturais, principalmente da água, seja ela superficial ou subterrânea.

É importante entender que é nas cidades que se desenvolvem as atividades

econômicas necessárias à sociedade, envolvendo moradia das populações, atividades

agrícolas, minerárias, comerciais e industriais entre outras, e que estas inevitavelmente

interferem no grau de conservação dos recursos e dos ambientes naturais. Desta forma,

os planos diretores devem apresentar um zoneamento do uso do solo que permita a

conciliação entre o desenvolvimento destas atividades, a conservação dos recursos e a

preservação integral de áreas com especial interesse ou fragilidade.

Entre os itens que merecem destaque na concepção de sustentabilidade

ambiental, a necessidade de garantir a conservação dos mananciais, a integração de

áreas de mata em corredores migratórios e preservação de áreas frágeis ou com especial

interesse quanto a conservação de recursos naturais/espécies. Estes itens são coerentes

com o conceito de ‘sustentabilidade forte’, com foco ecocêntrica, ou seja, que todas as

atividades (incluindo as econômicas) fazem parte da biosfera e são limitadas por ela, e

não na visão antropocêntrica, já ultrapassada, que pregava que a conservação dos

ecossistemas seria necessária para a manutenção da qualidade de vida do homem.

Nesta visão ultrapassada os avanços tecnológicos seriam suficientes para encontrar

soluções para os problemas ambientais. Sendo assim o conceito atual (sustentabilidade

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forte) prega que a prevenção é mais vantajosa que a recuperação, sendo crucial a

manutenção dos ecossistemas.

A cidade de Anápolis (GO) tem atualmente dinâmica que não a qualifica como

sustentável, conforme caracterização apresentada anteriormente para o termo. O Plano

Diretor foi eficiente em identificar os principais processos em desenvolvimento no

Município e que interferem negativamente na sustentabilidade ambiental, ou seja, são

incompatíveis com a preservação de recursos naturais para as futuras gerações e/ou

consomem recursos naturais/geram resíduos em demasia ou de difícil disposição

adequada.

Considerando o prazo máximo de 10 anos para revisão do plano diretor, este

deveria apresentar propostas viáveis para implementação neste período, indicando ações

e agentes (responsáveis pela implementação das ações), contemplando as limitações a

qual a administração municipal está submetida, seja ela de cunho orçamentário, estrutura

física e equipamentos ou no quadro de servidores.

Anápolis mostra numerosos entraves à sustentabilidade ambiental, semelhante

ao que ocorre na maioria dos municípios brasileiros, condição verificada por meio de

leitura crítica do Plano Diretor. A qualidade das propostas apresentadas, que visam

adequar Anápolis a uma condição de sustentabilidade, foi avaliada por meio dos

indicadores presentes no Termo de Referência (Anexo I) e complementadas

posteriormente por novas variáveis específicas para o município.

Em geral as situações de degradação ambiental identificadas dizem respeito

principalmente à contaminação das águas superficiais decorrentes da ineficiência dos

sistemas de esgotamento sanitário e à ocupação e uso inadequado do solo, com

moradias em áreas de risco natural (inundações ou escorregamentos) e/ou Áreas de

Preservação Permanente (Código Florestal Brasileiro – Lei Nº 4.771, de 15 de Setembro

de 1965).

Outro item que interfere negativamente na sustentabilidade ambiental de

Anápolis é a estrutura e organização inadequada para a fiscalização das situações de

degradação do ambiente.

Sinteticamente foram identificados itens relevantes às fases de leitura da

realidade e de diretrizes e eixos estratégicos que merecem destaque, sendo descritos a

seguir.

Análise Crítica da Leitura da Realidade apresentada no Plano Diretor de Anápolis.

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A revisão do Plano Diretor de Anápolis apresenta, no geral, um diagnóstico

verossímil da situação atual do município, apresentando os principais entraves em

relação à sustentabilidade ambiental do território.

Entre os problemas encontrados no documento de Leitura da Realidade de

Anápolis, no contexto da sustentabilidade ambiental, destaca-se (i) a falta de controle dos

resíduos produzidos, especialmente do esgoto doméstico, (ii) a degradação das áreas de

vegetação nativa, inclusive no interior das Áreas de Preservação Permanente, (iii) a

deterioração das águas superficiais e (iv) a ocupação de áreas de risco natural, no

entorno dos rios que compõem o sistema hídrico que drena o município.

Determinados mapeamentos temáticos importantes, contudo, não foram

apresentados, entre eles: as principais áreas de ocorrência de erosão e assoreamento de

canais hídricos, eventos comuns dentro da área urbana de Anápolis. O plano apresenta

descrições das bacias hidrográficas bastante detalhadas, em especial na área urbana.

A questão da informalidade de determinadas atividades com potencial para

degradação do meio ambiente, como oficinas mecânicas e depósitos de venda de gás,

torna difícil a fiscalização/licenciamento ambiental; este tema não foi discutido na leitura

da realidade, assim como nas propostas de ações das diretrizes. Também não foram

abordados temas importantes ao contexto urbano, como limitações quanto às emissões

sonoras e de controle da poluição visual, identificados como temas recorrentes em

Anápolis, conforme afirmaram membros da Diretoria de Meio Ambiente.

Propostas do PD de Anápolis

As propostas apresentadas são coerentes com o diagnóstico da realidade

municipal apresentado e são suficientes para atingir a meta de sustentabilidade ambiental

no Município. A viabilidade de aplicação, entretanto, é reduzida, uma vez que não há

clara definição dos instrumentos e ações propostos nem dos agentes responsáveis por

sua implementação.

As propostas apresentadas normalmente sugerem a elaboração/implantação de

programas de governo, sem identificar quais os responsáveis por sua elaboração e os

meios de viabilizá-los. Esta condição resulta na necessidade de maior articulação do

Núcleo Gestor Municipal e dos técnicos da Prefeitura Municipal, a fim de realizar o

detalhamento necessário para aplicação das diretrizes, indicando as ações e os

responsáveis por executá-las. Há uma constante dificuldade na identificação dos agentes

envolvidos na execução das propostas.

Deve ser destacada, porém, a compatibilização das propostas apresentadas no

Plano com as intenções presentes na Agenda 21 Local, elaborada em período

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parcialmente simultâneo ao Plano Diretor. Há também uma boa descrição das áreas de

risco de inundações que merecem ser atendidas por ações de recuperação ambiental,

como por exemplo os trechos do rio das Antas e dos córregos dos Cezários, Góis e Água

Fria.

No contexto de auto-aplicação do plano avaliado, as propostas apresentadas

são necessárias e representam avanço em direção à sustentabilidade ambiental, porém

há risco de ações não serem adotadas por carência de detalhamento, falta de definição

dos prazos para implementação e ausência de indicadores de avaliação.

4.4.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIAVEIS DE AVALIAÇÃO

A análise critica realizada para o Eixo de Sustentabilidade Ambiental partiu da

avaliação dos indicadores e variáveis fornecidos pelo Ministério das Cidades (ANEXO I).

Também, a partir da análise das Ameaças e Oportunidades encontradas no volume do

Plano Diretor.

A partir dos indicadores propostos (1) Destinação sócioambiental do território

condicionada pela preservação e conservação dos ecossistemas locais, (2)

Compatibilização do planejamento territorial com o diagnóstico ambiental e (3)

Compatibilização no Plano Diretor da legislação urbanística com a legislação

ambiental estabelecida nas instâncias municipal, estadual e federal, foram criadas

novas variáveis relacionadas com a análise de aspectos qualitativos, que complementam

a análise das variáveis inicialmente propostas exclusivamente referentes à delimitação de

áreas e mapeamento de áreas de fundamental importância para a busca da

sustentabilidade ambiental do Município. Para o indicador Destinação sócio-ambiental do

território condicionada pela preservação e conservação dos ecossistemas locais, foi

criada a seguinte variável: (i) Manutenção da qualidade do meio ambiente por meio da

conservação dos ambientes naturais ainda preservados com riscos ou frágeis. As

variáveis (i) Controle dos resíduos produzidos pelas diversas atividades desenvolvidas

em seu território, (ii) Índice de saneamento ambiental (distribuição de água potável,

tratamento de esgotos e gestão de resíduos sólidos), (iii) Análise da ocupação em áreas

inadequadas do ponto de vista de riscos naturais, e (iv) Análise das atividades

rotineiramente desenvolvidas com potencial para degradação do meio ambiente

complementam a análise do indicador denominado Compatibilização do planejamento

territorial com o diagnóstico ambiental.

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Finalmente foram desenvolvidas variáveis em função das características

ambientais do Município de Anápolis. Entre as características principais que levaram a

criação das novas variáveis destaca-se a presença de moradias em áreas de risco

natural e o potencial para substituição da cobertura vegetal do Cerrado por cultura de

cana-de-açúcar. A partir do indicador 1 desenvolveu-se a variável Conservação dos

núcleos remanescentes de Cerrado; e como item de análise do indicador 2 criaram-se as

variáveis: Recuperação de áreas de risco ambiental ocupadas com moradias; Contenção

de processos erosivos (voçorocas); Disciplinamento da expansão da cultura de cana-de-

açúcar nas áreas de Cerrado.

Indicador 1: Destinação sócioambiental do território condicionada pela

preservação e conservação dos ecossistemas locais

A conservação dos ecossistemas locais no contexto de Anápolis diz respeito

principalmente a área da APA do João Leite e as Áreas de Preservação Permanente no

entorno dos rios. A ausência de Plano de Manejo da APA do João Leite não permite uma

definição do uso do solo permitido ou restringido no interior da Unidade de Conservação.

Também a existência de parcelamentos de solo anteriores ao Código Florestal Brasileiro

(1965) e que passaram por transferência de propriedade após a entrada em vigor do

Código colocam em risco a conservação das Áreas de Preservação Permanentes. Outro

problema levantado quanto à destinação sócio-ambiental do território foi a

impossibilidade legal para aprovação de aterramentos em áreas de risco, normalmente

dentro de APP’s, mesmo que a situação coloque em risco a estabilidade de residências.

As propostas apresentadas são necessárias, porém não foram detalhadas e

hierarquizadas quanto à prioridade, nem apresentam claramente quais agentes devem se

envolver para a efetiva aplicação das ações necessárias.

Variável 1.1 - Delimitação de áreas de restrição ambiental

No conteúdo de propostas foi apresentada a necessidade de recuperar e

preservar as APP's e áreas degradadas, assim como foi dado estímulo à criação de

RPPN's, alternativa interessante, pois resulta na isenção do Imposto Territorial Rural

(ITR) da área preservada para o proprietário.

Variável 1.2 - Delimitação de áreas de utilização e conservação dos recursos naturais

Apresenta-se no PD a necessidade de mapear as áreas ainda preservadas. Sem

o devido mapeamento, em escala adequada, torna-se difícil delimitar áreas voltadas à

estes fins.

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Variável 1.3 - Delimitação de áreas de preservação permanente em função de situações

críticas existentes

No documento, não são delimitadas áreas de preservação em função de

situações críticas.

Variável 1.4 - Delimitação de áreas a serem revitalizadas

Encontra-se a descrição dos trechos de rios comprometidos ambientalmente e

que devem, consequentemente, se tornar alvo de projetos de revitalização.

Variável 1.5 - Delimitação de áreas a serem recuperadas ambientalmente

Existe proposta de criação de programa de recuperação da vegetação natural,

porém carece de detalhamento que indique os locais e ações necessárias. Com esta

mesma deficiência é previsto que haja recuperação de pontos dos corpos hídricos

sujeitos à inundações/assoreamento.

Variável 1.6 - Delimitação de unidades de conservação

O Plano apresenta proposta para criação de novas UC's, porém sem especificar

áreas prioritárias ou setores da cidade com maior potencial.

Variável 1.7 - Delimitação de zonas de transição entre as áreas a serem preservadas,

conservadas e ocupadas

No documento não é apresentada nenhuma delimitação de zonas de transição

entre estas áreas.

Variável 1.8 - Delimitação de áreas de recuperação e proteção da Fauna e Flora

Proposta para a integração de áreas de reserva legal e APP's para compor

corredores migratórios. Apresentado mapa das áreas com cobertura vegetal preservada

e a serem recuperadas.

Variável 1.9 - Delimitação de áreas de recuperação e proteção de Recursos Hídricos

De maneira geral, as propostas estão focadas na recomposição das APP's

relacionadas com recursos hídricos. Especificamente, o Plano Diretor prevê medidas

como o desenvolvimento de um “Programa de Valorização dos Recursos Hídricos”,

recuperação das APP's e recuperação de área de risco geológico entre outras, porém

sem delimitar áreas específicas para os fins previstos.

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Variável 1.10 - Manutenção da qualidade do meio ambiente por meio da

conservação dos ambientes naturais ainda preservados com riscos ou frágeis

A conservação dos ambientes naturais foi abordada no documento do Plano

Diretor de forma disseminada em temas vinculados, como nas propostas de programas

para recuperação de áreas degradas, criação de novas Unidades de Conservação e

preservação das APP’s.

Variável 1.11 - Conservação e integração dos núcleos de Cerrado ainda

preservados

As propostas que visam conservar os núcleos de cerrado do município, do qual

restam atualmente pequenos núcleos sem conectividade entre si e com as áreas de

mata-galeria, estão presentes, porém de maneira muito genérica, não estando presentes

instrumentos e os agentes que devem participar das ações.

Indicador 2: Compatibilização do planejamento territorial com o diagnóstico

ambiental

Foi apresentado como proposta no Plano Diretor de Anápolis um

Macrozoneamento municipal com base nos limites físicos das bacias hidrográficas, sendo

que hoje o uso do solo é condicionado pela Legislação Municipal, embasada em análises

de impacto na vizinhança, para cada atividade. Isto se deve porque as zonas delimitadas

não apresentam atividades permitidas, permissíveis ou proibidas, dependendo

exclusivamente a aprovação de licenciamento ambiental do Estudo de Impacto. Entende-

se que a longo prazo esta situação poderá resultar em conflitos de ocupação do território,

pois a dificuldade de fiscalização quanto à construção irregular de moradias nos

arredores de atividades pré-existentes pode resultar em conflitos de uso do solo. Como

exemplo hipotético uma comunidade instalada posteriormente nos arredores de alguma

indústria pode passar a reclamar de odores/ruídos produzidos. A fim de evitar esta

situação há a necessidade de impedir novas ocupações em áreas inadequadas, como no

entorno de indústrias, onde há potencial para o desencadeamento de conflitos.

Variável 2.1 - Delimitação de áreas de Risco de Inundação

Áreas com potencial para inundações na área urbana são descritas com detalhe

e presentes em mapa.

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Variável 2.2 - Delimitação de áreas de risco geológico

São apresentados mapas indicando a presença de áreas de risco para

ocorrência de processos de assoreamento, erosão e enchentes.

Variável 2.3 - Mapeamento da geomorfologia dos solos e aptidões

Apresentados os mapas de solos e geomorfologia associada, porém não mostra

aptidão dos tipos pedológicos presentes.

Variável 2.4 - Mapeamento de declividades

Presente, porém os intervalos de classes apresentados estão inadequados ao

planejamento territorial por apresentar intervalos muito espaçados.

Variável 2.5 - Delimitação de áreas com restrição de impermeabilização dos solos

Não há no documento delimitação de áreas com restrição à impermeabilização.

Variável 2.6 - Delimitação de áreas de ocupação e de expansão urbana considerando as

condições dos ecossistemas locais e a capacidade de suporte da infra-estrutura

Apresentada a delimitação de áreas destinadas à ocupação e expansão urbana,

porém sem relacioná-la aos ecossistemas locais, apenas aos condicionantes de infra-

estrutura.

Variável 2.7 - Delimitação de áreas de risco à ocupação humana

O risco para a ocupação humana é apresentado na forma de áreas de risco de

inundação e risco geológico.

Variável 2.8 - Delimitação de áreas de atividades agrícolas

Apresentada área destinada a atividades agrícolas na forma de mapa municipal.

Variável 2.9 - Delimitação de áreas de atividades de exploração

Apresentada área destinada a atividades de exploração na forma de mapa

municipal.

Variável 2.10 - Localização preferencial de comércio indústria e serviços

De acordo com o zoneamento apresentado no Plano, a localização destas

atividades é regulada por estudo de incômodo na vizinhança.

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Variável 2.11 - Áreas especiais instituídas em correspondência com as atividades

econômicas geradoras de impacto nos ecossistemas locais

Não são apresentadas áreas especiais relativas às atividades geradoras de

impacto nos ecossistemas.

Variável 2.12 - Áreas especiais instituídas em correspondência com as atividades de

infra-estrutura urbana geradora de impacto nos ecossistemas locais

Não são apresentadas áreas especiais relativas às atividades de infra-estrutura

geradora de impacto nos ecossistemas.

Variável 2.13 - Controle dos resíduos produzidos pelas diversas atividades

desenvolvidas em seu território

Atualmente a maior parte dos resíduos está sendo destinada de maneira

adequada em Anápolis, uma vez que na cidade já existe em vigor o Plano de

Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos. A coleta é realizada na

totalidade dos bairros da Sede Municipal e disposição dos resíduos em aterro sanitário

controlado. Em 14 bairros é realizada a coleta seletiva para reciclagem do lixo.

Entretanto, se considerarmos o esgoto doméstico dentro da classe de resíduos, o

controle sustentável sobre os resíduos produzidos em Anápolis se reduz bastante, visto

que somente cerca de 53% das residências são atendidos por rede de esgotamento

sanitário, com tratamento em Estações de Tratamento de Efluentes até níveis seguros,

antes de ser lançado ao ambiente.

Não foram abordados temas como a necessidade de reuso da água e de

alternativas para aplicação de determinados resíduos, como do uso do lodo proveniente

do tratamento do esgoto doméstico para melhoria do solo.

As medidas propostas para alterações no contexto dos resíduos municipais são

adequadas, porém há falta de detalhamento das ações previstas, assim como da

identificação dos agentes responsáveis pela implementação. Entre as propostas do Plano

Diretor está a criação de um Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos,

envolvendo questões como limpeza urbana, coleta seletiva, redução de volumes de

resíduos, materiais provenientes da indústria e triagem de material.

Variável 2.14 - Índice de saneamento ambiental (distribuição de água potável,

tratamento de esgotos e gestão de resíduos sólidos).

As propostas relacionadas ao saneamento ambiental destacam a exigência do

cumprimento de planos antigos (Plano Diretor de Água e Esgoto) e a cobrança de ações

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que já deveriam ter sido efetuadas, mas efetivamente não o foram. As propostas

apresentadas são importantes, porém não são priorizadas e não foram detalhadas

quanto aos agentes envolvidos e instrumentos necessários.

Variável 2.15 - Análise da ocupação em áreas inadequadas do ponto de vista de

riscos naturais

A análise realizada no Plano Diretor de Anápolis está compatível com a

realidade municipal, descrevendo quais trechos dos principais corpos hídricos têm

ocupação nas áreas de risco. Entretanto as propostas apresentadas para regularização

são apenas apontadas, sugerindo Plano de Recuperação de Áreas de Risco e de

Remoção de Moradias, sem priorização das ações e indicações de agentes/instrumentos

envolvidos.

Variável 2.16 - Análise das atividades rotineiramente desenvolvidas com potencial

para degradação do meio ambiente

As atividades com potencial para degradação do meio ambiente que ocorrem em

Anápolis são parcialmente descritas no Plano Diretor, porém a análise parte de atividades

genéricas, como a existência do DAIA (Distrito Agroindustrial de Anápolis), agricultura e

exploração de argila. Atividades menores, porém com risco potencial para degradação do

meio ambiente, como oficinas automotivas e postos de gasolina, não foram analisadas.

No que diz respeito às propostas apresentadas para os próximos 10 anos,

destaca-se a necessidade de um Plano de Gerenciamento de Resíduos, incluindo os

industriais, sendo este um grande avanço em direção a sustentabilidade ambiental.

Entretanto, controle e critérios para atividades como postos de combustíveis e oficinas

mecânicas, muito comuns ao meio urbano, não foram abordadas.

Variável 2.17 - Planejamento de ações que visem à recuperação de áreas de risco

natural ou Áreas de Proteção Permanente com ocupação urbana

São apresentadas descrições coerentes da situação dos rios e córregos que

cortam o Município, especialmente na Área Urbana, onde são identificados trechos com

problemas de assoreamento/erosão e inundações. Dentre as diretrizes apresentadas,

não existe nenhuma proposta específica que aborde este tema, porém durante uma

leitura integral das diretrizes, é possível perceber que determinadas ações, adotadas em

conjunto, conduziriam a melhorias das condições de vida das populações destas áreas.

Entendendo que a ocupação destas áreas representa grave problema em Anápolis, a

adoção de diretriz específica, com indicação de instrumentos e agentes necessários a

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sua implantação, ampliaria a viabilidade de melhorias efetivas nas condições de moradia,

reduzindo os riscos e a degradação dos córregos que cortam a área urbana. Entre as

propostas apresentadas, com relação à áreas inadequadas com ocupação estão

previstas recuperação das áreas de risco, remoção de moradias (transferência de

moradores), recuperação das áreas degradas e Programa de Drenagem Urbana.

Variável 2.18 - Abordagem dos processos de voçorocas que ameaçam as

cabeceiras dos rios

Apesar de haver uma descrição da existência destas feições de erosão do solo,

não há diretriz que destaque a necessidade de atenção a esta questão. Entre os itens

que revelam esta necessidade de atenção especial estão as dimensão das voçorocas

(cerca de 30 metros de altura) e o conseqüente assoreamento dos canais a jusante, que

intensifica os eventos de inundação em áreas ocupadas.

Variável 2.19 - Prevenção a possíveis impactos relacionados a expansão da cultura

de cana-de-açúcar em áreas de Cerrado

A suscetibilidade de substituição da vegetação do cerrado por plantações de

cana de açúcar resulta na preocupação quanto à forma como será conduzida a

implantação das plantações, e dos impactos que esta nova cultura irá gerar no cerrado.

Dentro deste contexto seria coerente a abordagem do tema no conteúdo do Plano

Diretor. Entretanto o tema não foi abordado, tanto no contexto do diagnóstico ambiental,

como na proposição de diretrizes. Entende-se que deveriam ser criados instrumentos que

assegurassem a rotação de culturas nos terrenos agrícolas e monitoramento das

condições das áreas de reserva legal das propriedades.

Indicador 3: Compatibilização no Plano Diretor da legislação urbanística com a

legislação ambiental estabelecida nas instâncias Municipal, Estadual e Federal

A revisão atual do Plano Diretor de Anápolis atende à legislação ambiental,

inclusive sendo alvo de elogios por parte da Procuradora Municipal de Meio Ambiente

Luciana Muniz, pois resolveu divergências presentes no plano antecessor, como

questões que envolviam larguras das Áreas de Preservação Permanente na área urbana

diferentes do que rege o Código Florestal Brasileiro.

Foi destacada também no Plano a necessidade de criação de novas Unidades

de Conservação no Município, muito embora a única UC em Anápolis, a APA do João

Leite, carece de um Plano de Manejo. Há avanços significativos também no atendimento

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às exigências legais na questão da necessidade de mapeamento georreferenciado de

áreas de reserva legal e dos imóveis rurais, embora a diretriz apresentada não indique

agentes e instrumentos para sua execução.

4.4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES

Do ponto de vista das oportunidades relacionadas às propostas presentes no

Plano Diretor destaca-se a abordagem bastante completa frente aos itens que servem de

base para a sustentabilidade ambiental do município. Foram abordados temas

fundamentais para o alcance da condição de sustentabilidade ambiental, como as águas

superficiais e drenagem urbana, preservação e recuperação de núcleos vegetacionais,

desenvolvimento de práticas agrícolas sustentáveis, educação ambiental e saneamento

básico, incluindo os resíduos sólidos. Entende-se que a eficiência no trato destes temas é

fundamental para a condução de Anápolis a uma condição de sustentabilidade ambiental,

e que o fato destes temas haverem sido abordados é uma virtude do documento

avaliado. Outra virtude do Plano Diretor de Anápolis é o fato de este estar compatibilizado

em grande parte com as sugestões contidas na Agenda 21 local, apesar da

simultaneidade entre os processos de elaboração dos dois documentos. Este fato reflete

a sintonia entre as carências do município quanto à sustentabilidade ambiental e as

propostas apresentadas no Plano Diretor, embora a implementação destas medidas

dependa de maior detalhamento quanto às ações e agentes responsáveis, por parte do

Núcleo Gestor Municipal.

Avanços foram identificados no que diz respeito à proposição de mapeamentos

temáticos importantes à gestão municipal, como das micro-bacias hidrográficas, cadastro

das propriedades rurais, identificação de pontos no Município com riscos naturais. A

identificação destas variáveis deverá nortear a tomada de decisões no Município,

entendendo-se que estes mapeamentos são fundamentais quando vislumbrada a

sustentabilidade ambiental de qualquer município. Como ponto final, mas não menos

importante, são propostas ações que visam o desenvolvimento da consciência ambiental

dos moradores, através de medidas de educação ambiental a serem aplicadas a

diferentes público-alvo. Esta medida tem um objetivo estratégico que deve ser adotado

nos demais municípios brasileiros, no que conduz à esclarecer à população quanto à

realidade ambiental do local onde vivem e tornar os moradores aliados na preservação

do ambiente natural.

Entre as ameaças quanto ao processo de elaboração do plano diretor, entende-

se que há, via de regra, a necessidade de detalhamento das ações necessárias à

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implementação das diretrizes. Esta condição apresenta-se como uma deficiência do

Plano avaliado, pois a definição de agentes e instrumentos de implementação das

propostas deveria ser apresentada como parte do plano, ampliando assim a viabilidade

de sua aplicação.

Uma condição que diminui a aplicabilidade do Plano Diretor de Anápolis é o fato

de que as propostas apresentadas, muitas vezes, estão além da capacidade de

articulação da Prefeitura Municipal, devido à falta de estrutura física adequada, inclusive

equipamentos, e a falta de sincronismo entre as secretarias. Como parte do processo de

construção do Plano Diretor deveriam ser compatibilizadas a capacidade de articulação

(e conseqüente implementação) da Prefeitura Municipal com as propostas apresentadas.

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4.5 AUTO-APLICABILIDADE DO PLANO DIRETOR

Este item avalia a imediata aplicação das determinações trazidas pelo Plano

Diretor. De modo geral, esses indicadores são bem avaliados, muito mais por

determinações legais de ordem geral que propriamente de características do Plano

Diretor. A sugestão relativa aos indicadores de avaliação é que seja revista a

necessidade de comporem um item específico e mesmo se algumas das avaliações são

necessariamente necessárias.

4.5.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIAVEIS DE AVALIAÇÃO

Indicador 1: Compatibilização no Plano Diretor da legislação urbanística

estabelecida nas instâncias municipal, estadual e federal

Variável 1.1 - Legislação de Uso e Ocupação do Solo

Esse instrumento é auto-aplicável, não necessariamente por proposta do Plano

Diretor, mas sim por características legais. Salvo, outro entendimento, sugere-se eliminar

esse indicador de avaliação.

Variável 1.2 - Delimitação do Perímetro Urbano

Idem item anterior.

Variável 1.3 - Legislação Edilícia

Idem item anterior.

Variável 1.4 - Legislação Patrimonial

Variável 1.5 - Legislação Ambiental

De modo geral, muitas das preocupações ambientais estão contempladas na

legislação de uso e ocupação do solo, assim como do parcelamento. Conforme visto

anteriormente, a lei do Plano Diretor não utiliza o termo de Estudo de Impacto de

Vizinhança, conforme sugerido pelo Estatuto da Cidade, e sim Relatório de Impacto de

Vizinhança, mas sem critérios de aplicação. Isso significa que não há auto-aplicabilidade

quanto à totalidade da legislação ambiental

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Indicador 2: Delimitação e normatização de áreas específicas para implementação

das políticas públicas.

O indicador sugerido é que a já se tenha procedido a delimitação de áreas

respectivas às políticas incluídas no Plano, e estabelecendo elementos de controle.

Variável 2.1 - Áreas necessárias à implementação da política para a área rural

Este item fica atendido com a definição das macrozonas. Para aquilo que está

explicitado em termos de políticas e diretrizes para essas macrozonas, o município tem

apoio legal para a auto-aplicabilidade que lhe interessar. A espacialização de algumas

das propostas para a área rural também avançam nesse sentido.

Variável 2.2 - Áreas necessárias à implementação da política de terras públicas

Não se observou explicitamente uma política de terras públicas no Plano Diretor

de Anápolis.

Variável 2.3 - Áreas necessárias à implementação da política de habitação

Além das práticas tradicionais de uma política habitacional (compra de terras e

disponibilização para programas de habitação popular), Anápolis conta também com a

possibilidade de criação das ZEIS (aqui chamadas de Áreas Especiais de Interesse

Social). Todavia, essa criação não é auto-aplicável e sim necessita de lei complementar

para cada um dos casos. O Plano ainda explicita a necessidade de se instituir o Plano

Setorial de Habitação. Avança no entanto quanto ao Fundo de Habitação, mas em

nenhum dos casos, observa-se a auto-aplicabilidade.

Variável 2.4 - Áreas necessárias à implementação da política de regularização fundiária

O Plano explicita a necessidade de um Programa Municipal de Regularização

Fundiária Sustentável, sem todavia apresentar detalhamentos ou avançar em aspectos

que poderiam facilitar sua aplicabilidade de fato.

Variável 2.5 - Áreas necessárias à implementação da política de Mobilidade Urbana

Não observado da maneira como enunciada a questão.

Variável 2.6 - Áreas necessárias à implementação da política de desenvolvimento

econômico

Vale as normas de uso e ocupação do solo e essas contam com auto-

aplicabilidade.

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Variável 2.7 - Áreas necessárias à implementação da política de proteção do patrimônio

natural e Cultural

São delimitadas áreas de interesse ambiental e cultural, sem todavia se avançar

em regras que as preservem ou conservem. São exceções as determinações contidas na

legislação de uso e ocupação do solo, de caráter auto-aplicável.

4.5.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES

As observações aqui feitas sobre as ameaças e oportunidades da auto-

aplicabilidade do Plano Diretor de Anápolis são as mesmas que as apresentadas para a

análise de seu conteúdo mínimo. De fato, as ameaças são maiores que as oportunidades

devido à quase total falta de detalhamento de princípios básicos quanto à apropriação e

uso democrático do solo urbano. Para que tal situação seja minimizada, sugere-se que se

defina uma agenda junto ao Conselho Gestor ou Conselho da Cidade para se debater

questões como a aplicação de instrumentos do Estatuto da Cidade em Anápolis.

Para que se garanta a qualidade dos debates sobre questões que não são do

conhecimento público, é importante que se proceda a uma capacitação sobre os

instrumentos do Estatuto da Cidade, custos de infra-estruturas e serviços e formas de

expansão das cidades.

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4.6 ACOMPANHAMENTO E CONTROLE SOCIAL

Este item se preocupa com as estruturas formais já disponíveis ou as que

poderão ser criadas para o monitoramento da implantação do Plano Diretor.

Suas variáveis de análise são quantitativas. A pouca perspectiva que se tem

para poder avaliar tais estruturas impede, de fato, uma análise mais qualitativa. Trabalha-

se com duas variáveis: a inclusão no Plano de instrumentos e instâncias de planejamento

e gestão participativa e a constituição do Conselho da Cidade.

4.6.1 ANÁLISE DOS INDICADORES E VARIAVEIS

Indicador 1: Inclusão no Plano Diretor de instrumentos e instâncias de

Planejamento e Gestão Participativa

O indicador sugerido é que se respeite o estabelecido para o conteúdo mínimo

do Plano Diretor.

Indicador 2: Conselho Municipal de Política Urbana instalado

Variável 2.1 - Percentual participação de órgãos e representações governamentais

Variável 2.2 - Percentual de participação de entidades sociais

4.6.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS: AMEAÇAS E OPORTUNIDADES

Se analisados de maneira formal, as oportunidades se sobressaem em relação

às ameaças, uma vez que as estruturas de gestão e planejamento estão garantidas em

lei. Todavia, é difícil analisar o real funcionamento de tais instrumentos e estruturas. Tal

situação dependerá do apoio de diferentes gestores do executivo e, sobretudo, de se ter

uma agenda clara com compromissos de debater questões importantes, ainda que

polêmicas. Assim, reitera-se aqui a proposta apresentada no item 3.3.

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5 RECOMENDAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DO PDP DE ANÁPOLIS

A partir da análise acima, procede-se algumas sugestões, ainda em caráter

preliminar e que deverão ser apreciadas pela equipe local em conjunto com a consultora.

1. Observar as sugestões - acréscimos ou exclusões - em termos de indicadores de

avaliação e monitoramento do Plano contidas na análise acima apresentada.

2. O diagnóstico elaborado para o presente Plano Diretor indica o fracasso de Planos

anteriores. Sugere-se o aprofundamento dessa questão em momentos futuros de

planejamento. Sugere-se também a adoção da prática de se discutir esses fatores como

etapa metodológica nas tarefas do sistema de planejamento a ser implantado no

município. Isso implica, por exemplo, a prática de, quando da proposição de mudanças

na lei de zoneamento, ou similar, que se justifiquem os erros, os fracassos e as

inviabilidades de aplicação da norma a ser substituída; ou seja, deve-se adotar a prática

de discutir o passado como instrumento para propostas futuras.

3. Ficou evidente o cumprimento, durante a elaboração do Plano, da exigência de se

propiciar a participação popular. Sugere-se uma discussão sobre a qualidade das

reuniões, representatividade, temas abordados e encaminhamentos gerais.

Concretamente, sugere-se que a prefeitura, por meio do Conselho Gestor do Plano (ou

seu substituto pós aprovação do Plano) organize uma reunião com líderes comunitários e

civis para se discutir novas formas de participação. Vale notar que o objetivo desta

reunião não deve ser o de discutir o município (fato já ocorrido na elaboração do Plano),

mas sim práticas metodológicas de como otimizar e qualificar os instrumentos de

participação pública.

4. Considerando a já aprovação do Plano na Câmara Municipal, sugere-se uma análise

a ser desenvolvida pela equipe de técnicos municipais da relação com o que fora

previamente proposto. Dessa análise deverá resultar um parecer contendo,

minimamente: (i) uma apresentação crítica sobre o que fora proposto no Plano e o que

fora aprovado pela Câmara; (ii) relato dos principais impactos a partir do que foi aprovado

(em termos legais, operacionais e urbanísticos) e (iii) redefinição dos indicadores de

acompanhamento (monitoramento e avaliação) do Plano Diretor e suas legislações

decorrentes (iv) redefinição das ações propostas no PD, visando a auto-aplicabilidade do

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mesmo e (v) a definição de agentes responsáveis pela implementação das ações

propostas.

5. Sugere-se definir uma agenda semestral de acompanhamento da implantação do

Plano com a devida elaboração de relatório final crítico. Tal relatório deverá ser

estruturado segundo os setoriais discutidos no diagnóstico, nas propostas e diretrizes

apresentadas e nos instrumentos urbanísticos e de gestão que constaram das leis

urbanísticas básicas aprovadas juntamente com a Lei do Plano. De imediato, sugere-se a

construção de indicadores de avanço no detalhamento de legislações complementares

(como por exemplo, aquelas necessárias para concretização dos instrumentos do

Estatuto da Cidade) e dos de uso e ocupação do solo (densidades desejadas, problemas

enfrentados na aplicação de determinados índices, redução dos vazios urbanos, dentre

outros).

6. Definir estratégias de maior integração com municípios e cidades vizinhas, sobretudo

Goiânia e Anápolis, para o monitoramento da aplicação do Plano Diretor. Sugere-se que

essa estratégia seja iniciada com a coordenação do governo de Goiás, a partir de

estruturas representativas e de agremiação de municípios já existentes. Sugere-se que a

prefeitura de Anápolis proceda, anteriormente aos esforços de agremiação, uma

discussão interna quanto aos aspectos regionais impeditivos para seu desenvolvimento

econômico e social local.

7. Sugere-se a determinação de plano de difusão e capacitação junto à população sobre

as regras urbanísticas e diretrizes gerais e setoriais aprovadas no plano, com definição

de agenda de ações e recursos para os eventos de aprendizado. Tal proposta poderá ser

discutida juntamente com a rede de ensino local, a fim de se estabelecer um conteúdo

programático e uma agenda anual de momentos de capacitação a ser executado por

membros das secretarias responsáveis pela aplicação da referida legislação. Tal

iniciativa, certamente, se constituiria em ação inovadora dentre os municípios brasileiros.

8. Identificou-se a incipiente integração entre as diversas secretarias e diretorias da

Prefeitura Municipal de Anápolis, e, portanto, sugere-se como ação imediata, a fim de

aprimorar esse relacionamento gerencial, a criação de um sistema de informações

integrado.

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9. Propõe-se a realização, em curto prazo, de um censo funcional na Prefeitura de

Anápolis, para dimensionar concretamente a capacidade técnica e institucional do órgão

municipal de administração pública.

10. Ainda com relação a capacidade técnica e institucional sugere-se, em médio e longo

prazo, a implementação de Política de Capacitação dos Servidores Municipais de

Anápolis, assim como a criação de indicadores de desempenho e avaliação institucional.

11. Sugere-se capacitação técnica dos membros do Núcleo Gestor Municipal e de

funcionários da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável, com vistas

à definição de prioridade das ações, dos agentes responsáveis, das estratégias para

implementação e dos indicadores para avaliação dos resultados. A capacitação parte da

leitura do plano diretor, referente aos temas correlatos ao meio ambiente e, com base

neste documento, a definição das áreas prioritárias a serem abordadas, que servirão de

guia para o planejamento de ações efetivas, como, por exemplo, a criação de programas

de governo, com orçamento, prazo e responsabilidades definidas. O grupo deverá então

fazer a definição dos agentes responsáveis e colaboradores para a implementação

destas medidas, assim como dos instrumentos de avaliação.

12. Recomenda-se a capacitação técnica dos membros do Departamento de Meio

Ambiente, subordinado a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, nos

conteúdos relacionados ao meio ambiente, como geologia, pedologia (solos),

geomorfologia (relevo), ciclo das águas, alternativas de reciclagem/reuso de resíduos e

da água, entre outros.

13. Como ação imediata da área ambiental, excepcionalmente pelo caráter de risco

eminente, sugere-se a definição do Plano de Manejo da APA do João Leite e delimitação

de Zonas de Especial Interesse Social, onde poderá ser permitido o aterramento das

margens de córregos, mesmo dentro de APP’s, a fim de impedir o desmoronamento de

moradias em risco.

14. Capacitação da comunidade sobre os instrumentos do estatuto da cidade, custos de

infra-estrutura e serviços e formas de expansão das cidades.

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6 SUGESTÕES PARA APERFEIÇOAMENTO DA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PDP

Sugestões quanto ao questionário sugerido pelo Ministério das Cidades para

análise de Planos Diretores.

• Sugere-se a sua redução em números gerais, sobretudo no que diz respeito à

elaboração participativo do Plano.

• Sugere-se que na utilização de indicadores para avaliar a inclusão de

instrumentos legais no Plano, essa seja respondido de forma analítica, apontando-se

para as dificuldades de sua implantação pelo executivo municipal, assim como sua

adoção e respeitabilidade pelo setor privado.

• Sugere-se a revisão de muitos dos indicadores quantitativos adotados na análise

acima. As observações de sugestão fazem parte do texto acima, seguindo a itemização

sugerida.

• Quanto ao item 4.4.1 (Compatibilização no Plano Diretor da legislação

urbanística), sugere-se que esta seja revisto em termos de redução das questões e

refinamento daquelas que são implícitas quando da aprovação das leis urbanas básicas.

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7 REFERÊNCIAS

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Relatório de Ações Administrativas. Anápolis, GO: Assessoria Municipal de

Comunicação Social, 2007.

ANAPOLIS, Prefeitura Municipal – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano

Sustentável (2007) Construção da Agenda 21 Local de Anápolis. Anápolis, GO:

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável, 2007.

BRASIL, Ministério das Cidades e Ministério do Meio Ambiente (2007) Termo de

Referência 16-A (TR16-A). Brasília: MMA; MC, 2007.

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente (2002) Agenda 21 Brasileira – Ações

Prioritárias. Brasília: Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da

Agenda 21 Nacional, 2002.

BRASIL, IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis. Disponível em /http://www.ibama.gov.br/ Site acessado em 21 de junho de

2007.

BRASIL, Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão. IBGE – Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/.

Câmara Municipal de Anápolis (2006) Lei Complementar Nº 118, de 12 de Abril de 2006.

Câmara Municipal de Anápolis (2006) Decreto Nº 22.487, de 01 de Novembro de 2006.

COMDEMA (2006) Lei Nº 3.219, de 29 de Dezembro de 2006.

COMCIDADE - Conselho Municipal da Cidade de Anápolis. Projeto de Alteração do

Comcidade - Conselho Municipal da Cidade de Anápolis.

CONCIDADES (2005) Resolução no 25/2005.

CONCIDADES (2005) Resolução no 34/2005.

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83

COUTINHO, Leopoldo M. Aspectos do Cerrado. Disponível em:

http://eco.ib.usp.br/cerrado/aspectos_bioma.htm

Estatuto da Cidade, Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001.

LEVINE, David M. et al. Estatística: teoria e aplicações. Rio de Janeiro. LTC, 2000.

Prefeitura Municipal de Anápolis. Cronograma Administrativo.

Prefeitura Municipal de Anápolis. Código Municipal Ambiental.

Revista Ciência Hoje, n. 227, junho de 2006, disponível em:

http://ich.unito.com.br/51506

SMA-SP, 1992. CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E

DESENVOLVIMENTO, 1, Rio de Janeiro, 1992. AUTORIA: SMA (São Paulo) TÍTULO:

Agenda 21

SPCP – Sistema de Protocolo e Controle de Processos. Relatório de Comprovante de

Encaminhamento. SPCP – Sistema de Protocolo e Controle de Processos.

WIKIPÉDIA. Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel&oldid=65

56824>. Acesso em: 29 Jun 2007

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anas

con

sorc

iad

asTr

ansf

erên

cia

do

dire

ito d

e co

nstru

ir

CO

NC

EPÇ

ÃO

DE

PLA

NEJ

AM

ENTO

PA

RTIC

IPA

TIVO

Envo

lvim

ento

dos

diri

gent

es e

serv

ido

res m

unic

ipai

s no

p

roce

sso

de

ela

bora

ção

do P

lano

Dire

tor

% d

e re

pre

sent

ação

de

serv

idor

es v

incu

lad

os à

s se

cret

aria

s dire

ta e

ind

ireta

men

te

vinc

ulad

as a

o or

den

amen

to te

rrito

rial

ATE

NDI

MEN

TO A

O

CO

NTE

ÚDO

MÍN

IMO

Des

tinaç

ão

sóci

o-a

mbi

enta

l do

terri

tório

, est

abel

ecen

do

o cu

mp

rimen

to d

a fu

nçã

o so

cial

da

cid

ad

e e

da

pro

prie

dad

e ur

ban

a

O P

lano

Dire

tor d

ever

á co

ntem

pla

r as

tem

átic

as n

eces

sária

s à re

alid

ad

e d

e ca

da

mun

icíp

io

Del

imita

ção

de á

reas

com

o o

bje

tivo

de

gara

ntir

o at

end

imen

to d

as n

eces

sidad

es d

e ac

essib

ilida

de

e m

obilid

ade

urb

ana

sust

entá

vel

Del

imita

ção

de á

reas

par

a pr

oteç

ão, p

rese

rva

ção

e re

cup

eraç

ão d

o p

atrim

ônio

na

tura

l e c

ultu

ral

Del

imita

ção

de á

reas

nec

essá

rias a

o p

rovi

men

to d

e in

fra-e

stru

tura

urb

ana

de

form

a su

sten

táve

lD

elim

itaçã

o de

áre

as n

eces

sária

s ao

pro

vim

ento

de

terra

urb

aniza

da

par

a to

dos

os

segm

ento

s soc

iais,

par

ticul

arm

ente

a p

opul

açã

o de

bai

xa re

nda

Incl

usão

de

crité

rios p

ara

iden

tific

ação

de

imó

veis

não

edifi

cad

os, s

ubut

ilizad

os e

não

ut

ilizad

os

Con

cess

ão d

o D

ireito

Rea

l de

Uso;

Con

cess

ão d

e Us

o Es

peci

al; C

once

ssão

do

Dire

ito

de C

onst

ruir;

Con

sórc

io Im

obiliá

rio; C

ontri

bui

ção

de

Mel

horia

; Dire

to d

e Pr

eem

pçã

o;

Dire

ito d

e Su

per

fície

; Est

udo

Prév

io d

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pac

to A

mb

ient

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stud

o Pr

évio

de

Imp

acto

de

Vizi

nhan

ça; I

PTU

Prog

ress

ivo

no T

emp

o; O

pera

ções

Urb

anas

Con

sorc

iad

as;

Out

orga

O

nero

sa d

o D

ireito

de

Con

stru

ir e

de

Alte

raçã

o d

e Us

o; P

arce

lam

ento

, Ed

ifica

ção

e

Utiliz

ação

Com

pulsó

rios;

Tran

sfer

ênci

a d

o D

ireito

de

Con

stru

ir.

Não

são

obrig

atór

ios t

odos

os

inst

rum

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s. O

Pla

no D

ireto

r dev

erá

incl

uir o

s ins

trum

ento

s que

co

rresp

ond

am a

os o

bje

tivos

e

estra

tégi

as p

rop

osto

s, es

tabe

lece

ndo

crité

rios e

áre

as d

e ap

licaç

ão.

O P

lano

Dire

tor d

ever

á co

ntem

pla

r as

pol

ítica

s ad

equa

da

s às e

spec

ific

ida

des

d

e ca

da

mun

icíp

io, d

e ac

ord

o co

m se

us

obje

tivos

e e

stra

tégi

as

Ate

ndim

ento

das

disp

osiç

ões r

efer

enci

ada

s no

artig

o 4

2,

inci

sos I

e II

, do

Est

atut

o d

a C

ida

de

Del

imita

ção

das á

reas

ond

e p

oder

á se

r apl

icad

o o

par

cela

men

to, e

difi

caçã

o o

u ut

ilizaç

ão c

omp

ulsó

rios e

def

iniç

ão d

os p

razo

s par

a no

tific

ação

dos

pro

prie

tário

sO

Pla

no D

ireto

r dev

erá

cont

emp

lar a

s te

mát

icas

nec

essá

rias a

o co

ntex

to d

e ca

da

mun

icíp

io

Page 86: RELATÓRIO DE ANÁLISE CRÍTICA DA APLICAÇÃO DA … · 3 analise crÍtica segundo eixos temÁticos..... 18 3.1 capacidade tÉcnica e institucional da prefeitura municipal de anÁpolis-go

Eixo

s Te

mát

icos

Indi

cado

res

Prop

osto

s Va

riáve

is pa

ra M

onito

ram

ento

e A

valia

ção

< 50

.000

>200

.000

entre

50.

000

e 10

0.00

0en

tre 1

00.0

00

e 20

0.00

0

Con

selh

o M

unic

ipal

de

Polít

ica

Urba

naFu

ndam

enta

l a in

clus

ão n

o Pl

ano

Dire

tor

Con

ferê

ncia

Mun

icip

al d

e Po

lític

a Ur

bana

Aud

iênc

ias P

úblic

as

Con

sulta

s púb

licas

Pleb

iscito

Refe

rend

oIn

clus

ão d

e aç

ões i

nteg

rad

as in

term

unic

ipai

s nec

essá

rias à

ges

tão

ambi

enta

lFu

ndam

enta

l a in

clus

ão n

o Pl

ano

Dire

tor

Incl

usão

de

obje

tivos

, Tem

as P

riorit

ário

s e E

stra

tégi

as p

ara

a in

tegr

ação

do

terri

tório

Ass

enta

men

tos e

em

pree

ndim

ento

s urb

anos

e ru

rais

de

inte

ress

e so

cial

Terri

tório

s ocu

pad

os p

or c

omun

idad

es tr

adic

iona

is (q

uilo

mbo

las,

ribei

rinha

s, et

c.)

Áre

as su

jeita

s a in

und

açõe

s e d

esliz

amen

tos o

u ou

tras s

ituaç

ões d

e ris

co

Áre

as d

e pr

oteç

ão, p

rese

rvaç

ão e

recu

pera

ção

do

mei

o am

bien

te n

atur

al e

cul

tura

l

Elab

oraç

ão d

o Pl

ano

Dire

tor d

e Tr

ans

porte

e d

a M

obilid

ade

Disp

osiç

ões d

o ar

tigo

41 d

o Es

tatu

to d

a C

idad

e

Del

imita

ção

de

área

s de

rest

rição

am

bien

tal

Del

imita

ção

de

área

s de

utiliz

ação

e c

onse

rva

ção

dos

recu

rsos

nat

urai

s

Del

imita

ção

de

área

s a se

rem

revi

taliz

adas

Del

imita

ção

de

área

s a se

rem

recu

pera

das

am

bien

talm

ente

Del

imita

ção

de

unid

ades

de

cons

erva

ção

Del

imita

ção

de

área

s de

recu

pera

ção

e pr

oteç

ão d

a Fa

una

e Fl

ora

Del

imita

ção

de

área

s de

recu

pera

ção

e pr

oteç

ão d

e Re

curs

os H

ídric

os

Del

imita

ção

de

área

s de

Risc

o d

e In

und

ação

Del

imita

ção

de

área

s de

Risc

o G

eoló

gico

Map

eam

ento

da

geom

orfo

logi

a d

os so

los e

apt

idõe

sM

apea

men

to d

e d

ecliv

idad

esD

elim

itaçã

o d

e ár

eas c

om re

striç

ão d

e im

perm

eabi

lizaç

ão d

os so

los

Del

imita

ção

de

área

s de

risco

à o

cupa

ção

hum

ana

Del

imita

ção

de

área

s de

ativ

idad

es a

gríc

olas

Del

imita

ção

de

área

s de

ativ

idad

es d

e ex

plor

ação

ATE

NDI

MEN

TO A

O

CO

NTE

ÚDO

MÍN

IMO

Incl

usão

de

inst

rum

ento

s de

acom

pan

ham

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e g

estã

o

dem

ocrá

tica,

incl

uind

o fin

alid

ad

es, r

equi

sito

s e

pro

cedi

men

tos p

ara

aplic

ação

(arti

go

42, i

nciso

III,

do

Esta

tuto

da

Cid

ade)

Incl

usão

vin

cula

da

a n

egoc

iaçã

o p

olíti

caIn

icia

tiva

pop

ular

de

proj

etos

de

lei,

de p

lano

s, p

rogr

amas

e p

roje

tos d

e de

senv

olvi

men

to u

rban

o

Des

tinaç

ão

dos

terri

tório

s do

mun

icíp

io c

ompa

tível

com

os

esp

aços

ad

jace

ntes

Incl

usão

de

zona

s esp

ecia

is em

cor

resp

ond

ênci

a c

om o

s ob

jetiv

os e

est

raté

gias

pro

pos

tos p

elo

Plan

o

O P

lano

Dire

tor d

ever

á in

clui

r as z

onas

qu

e co

rresp

onda

m a

os o

bje

tivos

e

estra

tégi

as p

rop

osto

s, in

clui

ndo

rest

rição

le

gal,

norm

as e

spec

iais

de

uso

e oc

upaç

ão d

o so

lo e

inst

rum

ento

s par

a su

a im

plem

enta

ção

Ass

enta

men

tos i

rregu

lare

s ocu

pad

os p

or p

opul

ação

de

bai

xa re

nda

com

vist

as à

re

gula

rizaç

ão

fund

iária

, inc

luin

do

nor

mas

esp

ecia

is d

e us

o e

ocup

ação

do

solo

e

inst

rum

ento

s par

a su

a im

plem

enta

ção

Incl

usão

de

inst

rum

ento

s de

parti

cip

ação

da

s com

unid

ades

na

gest

ão d

as á

reas

es

pec

iais

Ob

rigat

ório

par

a as

zon

as e

stab

elec

idas

no

Pla

no D

ireto

r

Ob

rigat

ório

par

a m

unic

ípio

s com

mai

s d

e 50

0 m

il ha

bita

ntes

SUST

ENTA

BILI

DAD

E A

MBI

ENTA

L

Des

tinaç

ão só

cio

-am

bie

ntal

do

terri

tório

con

dici

ona

da

pel

a p

rese

rvaç

ão e

con

serv

ação

dos

eco

ssist

ema

s lo

cais

O P

lano

Dire

tor d

ever

á co

ntem

pla

r as

esp

ecifi

cida

des

nec

essá

rias

à re

alid

ad

e d

e ca

da

mun

icíp

io, e

stab

elec

end

o a

dest

inaç

ão a

deq

uad

a, c

ritér

ios d

e ut

ilizaç

ão e

exig

ênc

ias d

e lic

enc

iam

ento

p

ara

as á

reas

est

abel

ecid

as.

Del

imita

ção

de á

reas

de

pre

serv

ação

per

man

ente

em

funç

ão d

e sit

uaçõ

es c

rític

as

exist

ente

s

Del

imita

ção

de z

onas

de

trans

ição

ent

re a

s áre

as a

sere

m p

rese

rvad

as, c

onse

rvad

as e

oc

upad

as

Com

pat

ibiliz

açã

o do

pla

neja

men

to te

rrito

rial c

om o

d

iagn

óst

ico

amb

ient

al

Real

izaçã

o ne

cess

ária

par

a as

re

spec

tivas

situ

açõe

s id

entif

icad

as n

os

mun

icíp

ios

Del

imita

ção

de á

reas

de

ocup

ação

e d

e ex

pans

ão u

rban

a co

nsid

eran

do

as

cond

içõ

es d

os e

coss

istem

as lo

cais

e a

cap

acid

ade

de

sup

orte

da

infra

-est

rutu

ra

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Eixo

s Te

mát

icos

Indi

cado

res

Prop

osto

s Va

riáve

is pa

ra M

onito

ram

ento

e A

valia

ção

< 50

.000

>200

.000

entre

50.

000

e 10

0.00

0en

tre 1

00.0

00

e 20

0.00

0

Loca

lizaç

ão p

refe

renc

ial d

e co

mér

cio,

ind

ústri

a e

serv

iços

Cód

igo

Flor

esta

l e re

spec

tivas

reso

luçõ

es

Obr

igat

ório

a to

dos

os m

unic

ípio

s

Sist

ema

Nac

iona

l de

Unid

ades

de

Con

serv

ação

- SN

UC

Polít

ica

Nac

iona

l do

Mei

o A

mbi

ente

Plan

o N

acio

nal d

e Re

curs

os H

ídric

osZo

neam

ento

eco

lógi

co-e

conô

mic

oLe

gisla

ção

de

Uso

e O

cupa

ção

do

Solo

Obr

igat

ório

a to

dos

os m

unic

ípio

sD

elim

itaçã

o d

o Pe

rímet

ro U

rban

o

Legi

slaçã

o Pa

trim

onia

lLe

gisla

ção

Am

bien

tal

Áre

as n

eces

sária

s à im

plem

enta

ção

da

polít

ica

par

a a

área

rura

l

Áre

as n

eces

sária

s à im

plem

enta

ção

da

polít

ica

de

terra

s púb

licas

Áre

as n

eces

sária

s à im

plem

enta

ção

da

polít

ica

de

habi

taçã

reas

nec

essá

rias à

impl

emen

taçã

o d

a po

lític

a d

e re

gula

rizaç

ão fu

ndiá

riaÁ

reas

nec

essá

rias à

impl

emen

taçã

o d

a po

lític

a d

e M

obilid

ade

Urba

naÁ

reas

nec

essá

rias à

impl

emen

taçã

o d

a po

lític

a d

e d

esen

volv

imen

to e

conô

mic

o

Con

form

e es

tabe

leci

do

para

o c

onte

údo

mín

imo

do

Plan

o D

ireto

r

Con

selh

o M

unic

ipal

de

Polít

ica

Urb

ana

inst

ala

do

50%

50%

50%

50%

50%

50%

50%

50%

SUST

ENTA

BILI

DAD

E A

MBI

ENTA

L

Com

pat

ibiliz

ação

do

plan

ejam

ento

terri

toria

l com

o

dia

gnó

stic

o am

bien

tal (

cont

.)

Real

izaçã

o ne

cess

ária

par

a as

re

spec

tivas

situ

açõe

s id

entif

icad

as n

os

mun

icíp

ios

Áre

as e

spec

iais

inst

ituíd

as e

m c

orre

spon

dên

cia

com

as a

tivid

ades

eco

nôm

icas

ge

rad

oras

de

imp

acto

nos

eco

ssist

emas

loca

isÁ

reas

esp

ecia

is in

stitu

ída

s em

cor

resp

ond

ênci

a c

om a

s ativ

idad

es d

e in

fra-e

stru

tura

ur

bana

ger

ador

as d

e im

pac

to n

os e

coss

istem

as

loca

is

Com

pat

ibiliz

ação

no

Plan

o D

ireto

r da

legi

slaçã

o u

rban

ístic

a co

m a

legi

slaçã

o am

bien

tal e

sta

bel

ecid

a na

s ins

tânc

ias

mun

icip

al, e

stad

ual e

fede

ral

Reso

luçã

o C

ON

AM

A n

. 264

AUT

O-A

PLIC

ABI

LIDA

DE D

O

PLA

NO

DIR

ETO

R

Com

pa

tibiliz

ação

no

Plan

o D

ireto

r da

legi

slaçã

o u

rban

ístic

a es

tab

elec

ida

nas

inst

ânci

as m

unic

ipal

, est

adua

l e fe

der

alLe

gisla

ção

Ed

ilícia

Del

imita

ção

e n

orm

atiza

ção

de

áre

as e

spec

ífica

s p

ara

a

impl

emen

taçã

o d

as p

olíti

cas

púb

licas

Del

imita

ção

de

áre

as re

spec

tivas

às

pol

ítica

s inc

luíd

as n

o Pl

ano,

es

tab

elec

end

o el

emen

tos d

e co

ntro

le

Áre

as n

eces

sária

s à im

ple

men

taçã

o d

a p

olíti

ca d

e p

rote

ção

do p

atrim

ôni

o na

tura

l e

cultu

ral

AC

OM

PAN

HAM

ENTO

E

CO

NTR

OLE

SO

CIA

L

Incl

usão

no

Plan

o D

ireto

r de

inst

rum

ento

s e in

stân

cias

de

Plan

eja

men

to e

Ges

tão

Parti

cipa

tiva

Con

form

e es

tab

elec

ido

par

a o

cont

eúd

o m

ínim

o d

o Pl

ano

Dire

tor

% d

e pa

rtici

apaç

ão

de

órgã

os e

rep

rese

ntaç

ões g

over

nam

enta

is%

de

parti

ciap

açã

o d

e en

tidad

es so

ciai

s

Page 88: RELATÓRIO DE ANÁLISE CRÍTICA DA APLICAÇÃO DA … · 3 analise crÍtica segundo eixos temÁticos..... 18 3.1 capacidade tÉcnica e institucional da prefeitura municipal de anÁpolis-go

88

ANEXO II: PESQUISA DE CLIMA MOTIVACIONAL

A seguir serão apresentados os gráficos contendo as respostas dos 50

funcionários coletadas em amostragem não-probabilística por conveniência. Na Prefeitura

de Anápolis não foi possível identificar os respondentes por secretaria, muito embora

tenha se tentando homogeneizar a amostra.

GRÁFICO 1 Idade dos respondentes.

22%

22%32%

16%2% 6% até 25

de 26 a 35

de 36 a 45

de 46 a 55

acima 56

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Conforme Gráfico 1, 32% dos funcionários encontram-se entre os 36 e os 45

anos de idade. Com 22%, encontram-se os grupos de servidores entre os 26 e os 35

anos e até 25 anos. Como terceiro grupo representativo está o dos funcionários entre os

46 e os 55 anos de idade, com 16%. Na seqüência, com 2%, encontram-se os

funcionários acima de 56 anos de idade. Ainda, 6% dos pesquisados não responderam a

pergunta.

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89

GRÁFICO 2 Escolaridade dos respondentes.

24%

20%

56%

fundamental incompleto

fundamental completo

médio incompleto

médio completo

superior incompleto

superior completo

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

O gráfico 2 apresenta a escolaridade dos servidores da Prefeitura de Anápolis.

Os funcionários com ensino superior completo são o grupo mais representativo da

amostra, com 56%. Na seqüência, encontra-se o grupo com ensino médio completo, com

24% e o grupo com ensino superior incompleto, com 20%. Os demais níveis de

escolaridade não foram representados na amostra.

GRÁFICO 3 Tempo de trabalho na Prefeitura.

2%

60%

16%

22%

menos de 1 ano

entre 1 e 5 anos

entre 6 e 10 anos

entre 11 e 15 anos

mais de 16 anos

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

O Gráfico 3 apresenta o tempo de trabalho dos servidores na prefeitura. Mais da

metade dos respondentes, 60%, trabalham na prefeitura há mais de um ano e menos de

cinco. O segundo maior grupo, com 22%, trabalha há mais de 16 anos. Dezesseis por

cento dos funcionários trabalham há mais de 6 e menos de 10 anos na instituição. Com

2%, encontra-se o grupo de funcionário que trabalha há menos de 1 ano. Não foram

representados na amostra funcionários que trabalham há mais de 11 e menos de 15 anos

na prefeitura.

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90

GRÁFICO 4 Regime de trabalho.

52%

26%

16%6%

cargo de confiança

funcionário de carreira

funcionário de carreiraexercendo cargo de confiança

contrato

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Sobre o regime de trabalho dos funcionários, 52% dos servidores da Prefeitura

de Anápolis respondentes desta pesquisa estão em cargos de confiança. Com menor

número de respondentes, 26%, está o grupo de funcionários de carreira. Destes, 16%

estão exercendo cargo de confiança. Ainda, 6% não responderam a questão.

GRÁFICO 5 Relacionamento com colegas de trabalho.

42%

42%

14%2%

excelente

muito bom

bom

regular

ruim

péssimo

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Perguntados sobre seu relacionamento com colegas de trabalho, 42% dos

respondentes afirmaram possuir muito bom ou excelente relacionamento com colegas e

14% afirmaram possuir bom relacionamento. Dois por cento não responderam a questão.

Nenhum funcionário apontou relacionamento péssimo, ruim ou regular.

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91

GRÁFICO 6 Referente à estabilidade no emprego.

6%

38%

30%

4% 10%12%

totalmente seguro

seguro

mais ou menos seguro

pouco seguro

inseguro

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Sobre a estabilidade no emprego, 38% dos funcionários da prefeitura afirmaram

sentir-se seguros, 30% mais ou menos seguros, 12% estão inseguros com seus

empregos, 10% estão pouco seguros e apenas 6% sentem-se totalmente seguros. Ainda,

4% não responderam a questão.

GRÁFICO 7 Relacionamento com a chefia.

56%

24%

16%2%2%

excelente

muito bom

bom

regular

ruim

péssimo

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Perguntados sobre como consideravam seu relacionamento com a chefia, 56%

dos funcionários afirmaram possuir excelente relacionamento, 24% muito bom

relacionamento e 16% bom relacionamento. Apenas 2% informaram possuir

relacionamento de qualidade regular. Nenhum funcionário classificou o relacionamento

com a chefia como ruim ou péssimo. Ainda, 2% dos pesquisados não responderam a

questão.

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92

GRÁFICO 8 Ação tomada ao ver alguém agindo incorretamente.

4%

62%

18%4%2%10%

finge que não viu nada

aconselha a pessoa acorrigir o erro

aconselha a pessoa e contaao seu chefe o que houve

conta somente aos colegas

não sabe o que fazer

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Na pergunta número 10 do questionário de pesquisa perguntava-se ao

funcionário qual sua ação ao ver alguém fazendo algo de errado. A maioria dos

respondentes, 62%, afirmou que aconselha a pessoa a corrigir o erro. Outros 18%

afirmaram aconselhar a pessoa e contar ao seu chefe o que houve e 10% dos

respondentes afirmaram não saber o que fazer. Em menor proporção, 4% dos

funcionários relatam fingir que não viram nada e 2% contam somente aos colegas. Ainda,

4% não responderam a questão.

GRÁFICO 9 Satisfação em relação ao trabalho.

20%

66%

4%2%

4%4%

muito satisfeito

satisfeito

indiferente

pouco satisfeito

insatisfeito

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Perguntados sobre a satisfação em relação ao trabalho que realizam, 66% dos

funcionários afirmaram estar satisfeitos, 20% muito satisfeitos, 2% insatisfeitos, 4% pouco

satisfeitos e indiferentes. Ainda, 4% dos pesquisados não responderam a questão.

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93

GRÁFICO 10 Satisfação com trabalho na Prefeitura.

12%

76%

2%2%

6%2%

muito satisfeito

satisfeito

indiferente

pouco satisfeito

insatisfeito

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Na pergunta 12, perguntava-se aos funcionários sobre sua satisfação em

trabalhar na Prefeitura Municipal de Anápolis. A maioria dos respondentes, 76%,

informou estar satisfeito em trabalhar na prefeitura, 12% estão muito satisfeitos, 6% estão

pouco satisfeitos e 2% encontram-se indiferentes ou insatisfeitos. Ainda, 2% não

responderam a questão.

GRÁFICO 11 Realização de horas extras.

4%

34%

6%2%

22%

32%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

O gráfico 11 informa a freqüência com que os funcionários costumam fazer hora

extra. Trinta e quatro por cento relatam realizar horas extras às vezes, 32% nunca

realizam, 22% raramente, 6% sempre e 4% freqüentemente. Ainda, 2% dos

respondentes não responderam a questão.

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94

GRÁFICO 12 Informação sobre regras e procedimentos da Prefeitura.

12%

18% 38%

10%16%6%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Perguntados se eram informados sobre as regras e procedimentos da prefeitura,

38% dos respondentes afirmaram que às vezes são informados, 18% relataram que

freqüentemente, 16% apontaram que raramente são informados, 12% afirmaram que

sempre são informados e apenas 10% informaram que nunca são informados sobre

regras e procedimentos da prefeitura. Ainda, 6% não responderam a questão.

GRÁFICO 13 Liberdade para alterar tarefas.

24%

24%

32%

4%

10%6%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

O Gráfico 13 apresenta a freqüência com que os funcionários têm liberdade para

alterar suas tarefas conforme a necessidade do trabalho. Novamente com maior

representatividade, 32% dos respondentes informaram ter liberdade para fazê-lo às

vezes, 24% relataram possuir liberdade sempre ou freqüentemente. Dez por cento

informaram raramente terem liberdade para alterar suas tarefas e 6% afirmaram que

nunca tem liberdade para fazê-lo. Ainda, 4% não responderam a questão.

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95

GRÁFICO 14 Cumprimento das tarefas no horário normal.

38%36%

14%2% 4%6%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

O Gráfico 14 apresenta a freqüência com que os funcionários da Prefeitura

Municipal de Anápolis conseguem cumprir com suas tarefas dentro do horário normal.

Dos respondentes, 38% afirmaram que sempre conseguem cumprir suas tarefas dentro

do horário normal, 36% afirmaram que freqüentemente e 14% afirmaram que às vezes

conseguem. Raramente foi a resposta dada por 4% dos funcionários e, por fim, 2%

apontaram nunca conseguir cumprir suas tarefas no horário normal. Ainda, 6% não

responderam a pergunta.

GRÁFICO 15 Pressão pela quantidade de trabalho.

8%

8%

32%

4%

28%

20%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

A pergunta 17 indagava aos funcionários sobre o sentimento de pressão em

relação à quantidade de trabalho que realizam. Trinta e dois por cento afirmaram se

sentirem pressionados às vezes, 28% informaram sentirem-se pressionados raramente e

20% afirmaram nunca se sentir pressionados. Com menor representatividade, 8% dos

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96

funcionários afirmaram sentirem-se sempre ou freqüentemente pressionados. Ainda, 4%

não responderam a questão.

GRÁFICO 16 Decisões sem consulta da chefia.

2%

30%

28%

20%

18%2%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

O Gráfico 16 apresenta a freqüência com que os funcionários tomam decisões

sem consultar a chefia. Dos respondentes, 30% afirmaram tomar decisões sem consultar

a chefia freqüentemente, 28% o fazem às vezes e 20% nunca o fazem. Dezoito por cento

dos respondentes afirmaram raramente fazê-lo e apenas 2% afirmaram sempre tomar

decisões sem consultar a chefia. Ainda, 2% não responderam a questão.

GRÁFICO 17 Realização de tarefas repetidas.

28%

34%

32%2%

2%2%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Sobre a realização de tarefas repetidas no trabalho, 34% dos funcionários

afirmaram freqüentemente realizarem tarefas repetidas, 326% às vezes e 28% sempre o

fazem. Apenas 2% afirmaram realizarem tarefas repetidas raramente ou nunca. Ainda,

2% não responderam a questão.

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97

GRÁFICO 18 Avaliação do desempenho ou produtividade.

8%

12%

6%

56%

12%

6%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

A questão 20 perguntava se a prefeitura costuma avaliar o desempenho ou

produtividade dos funcionários. A maioria dos respondentes, 56%, afirmou nunca ser

avaliado por desempenho ou produtividade. Doze por cento afirmaram ser avaliados

freqüentemente ou raramente. Com pouca representatividade, 8% afirmaram serem

avaliados sempre e 6% relataram que são avaliados às vezes. Ainda, 6% não

responderam à questão.

GRÁFICO 19 Resultados da avaliação de desempenho discutidos?

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Na seqüência da questão anterior, perguntou-se aos funcionários se, quando da

ocorrência da avaliação de desempenho, os resultados eram repassados ou discutidos

com a chefia. Neste caso, a metade dos respondentes, 50%, afirmou nunca tomar

conhecimento dos resultados das avaliações de desempenho ou produtividade realizadas

na prefeitura. Dezesseis por cento afirmaram tomar conhecimento destes resultados

16%

8%

16%

10%

50%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

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98

freqüentemente e 10% raramente. Com menor representatividade, 8% afirmaram discutir

ou tomar conhecimento dos resultados às vezes. Nenhum funcionário afirmou tomar

conhecimento dos resultados de avaliações sempre. Ainda, 16% não responderam à

questão.

GRÁFICO 20 Sente-se avaliado de forma justa pela chefia?

20%

24%

24%

12%8%

12%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

De forma bastante dividida posicionaram-se os funcionários quando indagados

sobre a justiça na forma de avaliação realizada pela chefia. Vinte e quatro por cento

entendem que às vezes ou freqüentemente são avaliados de forma justa, 20% afirmaram

que sempre o são e 12% entendem que nunca são avaliados justamente. Oito por cento

afirmaram que raramente são avaliados de forma justa. Ainda, 12% não responderam a

questão.

GRÁFICO 21 Punição em caso de erro.

4%

24%

8%8%

18%

38%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

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99

O Gráfico 21 apresenta a freqüência com que os funcionários são punidos por

cometerem erros no trabalho. Com maior representatividade, 38% afirmaram nunca

serem punidos quando cometem erros, 24% são punidos às vezes e 18% raramente.

Com menor representatividade, 8% dos funcionários afirmaram serem punidos sempre e

4% freqüentemente. Ainda, 8% não responderam a questão.

GRÁFICO 22 Desempenho ignorado pela Prefeitura.

20%

20%

26%

8% 20%6%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

O Gráfico 22 apresenta a freqüência com que o desempenho dos funcionários,

em sua opinião, é ignorado pela prefeitura. Vinte e seis por cento dos funcionários

afirmaram que às vezes têm seu desempenho ignorado pela prefeitura. De forma

dividida, 20% dos funcionários informaram serem ignorados sempre, freqüentemente ou

raramente em seu trabalho. Com menor representatividade, 8% afirmaram que nunca

têm seu desempenho. Ainda, 6% não responderam a questão.

GRÁFICO 23 Reconhecimento por parte da chefia.

24%

30%

14%

4%22%6%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

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100

Perguntados se, ao realizaram bem uma tarefa, são reconhecidos pela chefia,

30% afirmaram que freqüentemente o são. Vinte e quatro por cento afirmaram que

sempre são reconhecidos nestes casos e 14% às vezes. Vinte e dois por cento

informaram ser reconhecidos raramente e 6% nunca o são. Ainda, 4% não responderam

a questão.

GRÁFICO 24 As tarefas exigidas são de fácil entendimento?

38% 34%

20%4%4%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Sobre a facilidade de entendimento das tarefas exigidas, 38% dos funcionários

afirmaram que sempre são de fácil entendimento, 34% apontaram que freqüentemente e

20% entendem que às vezes. Apenas 4% afirmaram que raramente as tarefas exigidas

são de fácil entendimento e nenhum respondente afirmou que elas nunca o são. Ainda,

4% não responderam a questão.

GRÁFICO 25 Conhecimento das expectativas da chefia.

42%

30%

16%4%

6%2%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

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101

O Gráfico 25 apresenta a freqüência com que os funcionários possuem idéia

exata daquilo que a chefia espera do seu trabalho. Quarenta e dois por cento dos

funcionários afirmaram que sempre têm conhecimento das expectativas da chefia sobre o

seu trabalho, 30% freqüentemente têm conhecimento e 16% às vezes o têm. Por fim, 6%

informaram raramente saber as expectativas da chefia sobre seu trabalho e 2% nunca o

sabem. Ainda, 4% não responderam a questão.

GRÁFICO 26 Convence colegas sobre a forma de realizar o trabalho?

10%

30%

44%

2% 10%4%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Quase a metade dos funcionários, 44%, convence seus colegas sobre a forma

de realizar determinado trabalho às vezes. Trinta por cento convencem freqüentemente e

10% raramente ou sempre convencem. Com menor representatividade, 2% afirmaram

nunca convencer seus colegas sobre a forma de realizar uma tarefa. Ainda, 4% não

responderam a questão.

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102

GRÁFICO 27 Abertura para conversar com chefia sobre trabalho.

58%

20%

14%2%

2%4%

sempre

freqüentemente

às vezes

raramente

nunca

não respondeu

Fonte: Pesquisa Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Neste último gráfico, apresenta-se a freqüência com que, segundo os

funcionários, existe abertura para se conversar sobre trabalho com a chefia. Mais da

metade dos respondentes, 58%, afirmaram sempre possuir abertura para conversar, 20%

afirmaram que freqüentemente possuem abertura e 14% entendem que às vezes.

Quatro por cento afirmaram que nunca possuem abertura e 2% raramente. Ainda, 2%

não responderam a questão.

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103

ANEXO III: CORRELACIONAMENTOS DE VARIÁVEIS DA PESQUISA DE CLIMA MOTIVACIONAL

Em estatística descritiva, o coeficiente de correlação de Pearson, também

chamado de "coeficiente de correlação produto-momento" ou simplesmente de "r de

Pearson" mede o grau da correlação (e a direção dessa correlação - se positiva ou

negativa) entre duas variáveis de escala métrica. Este coeficiente, normalmente

representado pela letra "r", assume apenas valores entre -1 e 1. Assim:

- r varia entre -1 e +1;

- r = 0 corresponde a não associação;

- quanto maior o valor de r, mais forte a associação;

- r > 0 corresponde a ambas variáveis crescendo juntas; e,

- r < 0 corresponde a uma variável ficando menor à medida que a outra fica maior.

Considerando:

QUADRO 1 Interpretação dos valores de r Valores de r (+ ou -) Interpretação

0,00 a 0,19 Correlação bem fraca 0,20 a 0,39 Correlação fraca 0,40 a 0,69 Correlação moderada 0,70 a 0,89 Correlação forte 0,90 a 1,00 Correlação bem forte

Fonte: Levine et al, 1998.

Os primeiros dados correlacionados na Pesquisa de Clima Organizacional de

Anápolis foram:

QUADRO 2 Variáveis para correlação Varáveis de Identificação Variáveis Ligadas à Motivação

Relacionamento com colegas Estabilidade no emprego Relacionamento com chefe Satisfação com trabalho Satisfação em trabalhar na prefeitura Realização de hora extra Informação sobre regras e procedimentos Liberdade para modificar tarefas Capacidade de cumprir tarefas diárias Pressão pela quantidade de trabalho Tomada de decisão sem chefia Realização de tarefas repetitivas Avaliação de desempenho ou produtividade Divulgação dos resultados de avaliação

Idade Escolaridade

Tempo de Trabalho Regime de Trabalho

Avaliação justa

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104

Punição em caso de erro Desempenho ignorado Reconhecimento da chefia Tarefas fáceis e de claro entendimento Expectativa da chefia sobre o trabalho Poder de convencimento de colegas Abertura para conversar sobre trabalho com chefia

Fonte: Pesquisa de Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Desta forma, as variáveis de identificação foram correlacionadas igualmente com

todas as variáveis ligadas à motivação, conforme ilustra o Quadro 2. De todas os

correlacionamentos realizados, os índices mais significativas ocorreram entre:

- as variáveis escolaridade e expectativa da chefia sobre o trabalho apresentaram

correlação fraca (0,31) indicando que quanto maior a escolaridade, com menos

freqüência o funcionário sabe a expectativa que possui sobre seu trabalho;

- as variáveis tempo de trabalho e liberdade para modificar tarefas apresentaram

correlação fraca (0,37) indicando que quanto maior o tempo de trabalho na prefeitura

menor a liberdade modificar tarefas conforme a necessidade de trabalho. As demais

correlações apresentaram correlação bem fraca.

Também, foram realizados alguns correlacionamentos entres as variáveis

ligadas à motivação entre si. Apesar de não ter se encontrado nenhuma correlação forte

ou bem forte, os índices com maior significância podem apontar para algumas tendências

comportamentais. A primeira variável ligada à motivação correlacionada foi

relacionamento com colegas. De todos os correlacionamentos realizados, a seguir são

apresentados os doze mais significativos:

QUADRO 3 Correlacionamentos da variável relacionamento com colegas Variável 1 Variável

Relacionada r Interpretação

Relacionamento com chefe

0,69

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com colegas, melhor o relacionamento com a chefia.

Satisfação com trabalho

0,44

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com colegas, maior a satisfação com o trabalho.

Satisfação em trabalhar na prefeitura

0,37

Correlação fraca: quanto melhor o relacionamento com colegas, maior a satisfação em trabalhar na prefeitura.

Informação sobre regras e

procedimentos

0,38

Correlação fraca: quanto melhor o relacionamento com colegas, maior a informação sobre regras e procedimentos da prefeitura.

Relacionamento com colegas

Capacidade de cumprir tarefas

0,31

Correlação fraca: quanto melhor o relacionamento com colegas, maior

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105

Variável 1 Variável Relacionada r Interpretação

diárias capacidade de cumprir as tarefas diárias.

Realização de tarefas repetitivas

0,37

Correlação fraca: quanto melhor o relacionamento com colegas, maior a realização de tarefas repetitivas.

Avaliação justa 0,31

Correlação fraca: quanto melhor o relacionamento com colegas, maior a sensação de ser avaliado de forma justa pela chefia.

Reconhecimento da chefia

0,44

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com colegas, maior a sensação de ser reconhecido pela chefia.

Tarefas fáceis e de claro entendimento

0,45

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com colegas, maior a percepção de que as tarefas são fáceis e de claro entendimento.

Expectativa da chefia sobre o

trabalho

0,52

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com colegas, maior o entendimento da expectativa da chefia sobre o trabalho.

Poder de convencimento de

colegas

0,36

Correlação fraca: quanto melhor o relacionamento com colegas, maior o poder de convencimento de colegas.

Abertura para falar sobre trabalho com

a chefia

0,41

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com colegas, maior a abertura para conversar com a chefia sobre trabalho.

Fonte: Pesquisa de Clima Organizacional Anápolis, 2007.

A segunda variável ligada à motivação correlacionada foi relacionamento com

chefe. De todos os correlacionamentos realizados, a seguir são apresentados os nove

mais significativos:

QUADRO 4 Correlacionamentos da variável relacionamento com chefe Variável 1 Variável

Relacionada r Interpretação

Satisfação com trabalho

0,34

Correlação fraca: quanto melhor o relacionamento com chefe, maior a satisfação com o trabalho.

Satisfação em trabalhar na prefeitura

0,43

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com chefe, maior a satisfação em trabalhar na prefeitura.

Informação sobre regras e

procedimentos

0,42

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com chefe, maior a informação sobre regras e procedimentos da prefeitura.

Relacionamento com chefe

Liberdade para 0,4 Correlação moderada: quanto melhor o

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106

Variável 1 Variável Relacionada r Interpretação

modificar tarefas 1 relacionamento com chefe, maior a liberdade para modificar as tarefas conforme necessidade.

Capacidade de cumprir tarefas

diárias

0,47

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com chefe, maior capacidade de cumprir as tarefas diárias.

Avaliação justa 0,53

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com chefe, maior a sensação de ser avaliado de forma justa pela chefia.

Reconhecimento da chefia

0,46

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com chefe, maior a sensação de ser reconhecido pela chefia.

Tarefas fáceis e de claro entendimento

0,44

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com chefe, maior a percepção de que as tarefas são fáceis e de claro entendimento.

Abertura para falar sobre trabalho com

a chefia

0,43

Correlação moderada: quanto melhor o relacionamento com chefe, maior a abertura para conversar com a chefia sobre trabalho.

Fonte: Pesquisa de Clima Organizacional Anápolis, 2007.

A terceira variável ligada à motivação correlacionada foi satisfação no trabalho.

De todos os correlacionamentos realizados, a seguir são apresentados os cinco mais

significativos:

QUADRO 5 Correlacionamentos da variável satisfação no trabalho Variável 1 Variável

Relacionada r Interpretação

Satisfação em trabalhar na prefeitura

0,67

Correlação moderada: quanto maior a satisfação no trabalho, maior a satisfação em trabalhar na prefeitura.

Liberdade para modificar tarefas

0,44

Correlação moderada: quanto maior a satisfação no trabalho, maior a liberdade para modificar as tarefas conforme necessidade.

Avaliação justa 0,38

Correlação fraca: quanto maior a satisfação no trabalho, maior a sensação de ser avaliado de forma justa pela chefia.

Satisfação no trabalho

Reconhecimento da chefia

0,37

Correlação fraca: quanto maior a satisfação no trabalho, maior a sensação de ser reconhecido pela chefia.

Page 107: RELATÓRIO DE ANÁLISE CRÍTICA DA APLICAÇÃO DA … · 3 analise crÍtica segundo eixos temÁticos..... 18 3.1 capacidade tÉcnica e institucional da prefeitura municipal de anÁpolis-go

107

Abertura para falar sobre trabalho com

a chefia

0,37

Correlação fraca: quanto maior a satisfação no trabalho, maior a abertura para conversar com a chefia sobre trabalho.

Fonte: Pesquisa de Clima Organizacional Anápolis, 2007.

A quarta variável ligada à motivação correlacionada foi satisfação em trabalhar

na prefeitura. De todos os correlacionamentos realizados, a seguir são apresentados os

sete mais significativos:

QUADRO 6 Correlacionamentos da variável satisfação em trabalhar na prefeitura Variável 1 Variável

Relacionada r Interpretação

Realização de hora extra

0,33

Correlação fraca: quanto maior a satisfação em trabalhar na prefeitura, menor a disponibilidade de realização de horas extras.

Informação sobre regras e

procedimentos

0,33

Correlação fraca: quanto maior a satisfação em trabalhar na prefeitura, maior a informação sobre regras e procedimentos da prefeitura.

Liberdade para modificar tarefas

0,47

Correlação moderada: quanto maior a satisfação em trabalhar na prefeitura, maior Liberdade para modificar tarefas.

Tomada de decisão sem chefia

0,42

Correlação moderada: quanto maior a satisfação em trabalhar na prefeitura, maior a tomada de decisão sem chefia.

Avaliação justa 0,41

Correlação moderada: quanto maior a satisfação em trabalhar na prefeitura, maior a sensação de ser avaliado de forma justa pela chefia.

Reconhecimento da chefia

0,38

Correlação fraca: quanto maior a satisfação em trabalhar na prefeitura, maior a sensação de ser reconhecido pela chefia.

Satisfação em trabalhar na prefeitura

Abertura para falar sobre trabalho com

a chefia

0,62

Correlação moderada: quanto maior a satisfação em trabalhar na prefeitura, maior a abertura para conversar com a chefia sobre trabalho.

Fonte: Pesquisa de Clima Organizacional Anápolis, 2007.

Vale ressaltar que as correlações apresentadas devem ser compreendidas como

possíveis tendências e não como certezas, visto que tal afirmação poderia ser realizada

apenas mediante a realização de um processo de coleta de dados a partir de

procedimento de amostragem probabilística.