relatorio ambiental

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Relatório Ambiental Elaborado em Junho de 2008 Revisto em Maio de 2009 Avaliação Ambiental Estratégica PDM Vila Franca de Xira

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Relatorio Ambiental

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  • Relatrio Ambiental

    Elaborado em Junho de 2008 Revisto em Maio de 2009

    Avaliao Ambiental Estratgica

    PDM Vila Franca de Xira

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 1-99

    Ficha tcnica

    Coordenao

    Maria do Rosrio Partidrio

    Equipa tcnica

    Gustavo Vicente

    Rita Bruno Soares

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 2-99

    Lista de acrnimos

    AAE Avaliao Ambiental Estratgica AC Administrao Central AIA Avaliao de Impacte Ambiental

    ACRRU reas Crticas de Recuperao e Reconverso Urbana AML rea Metropolitana de Lisboa

    ANPC Autoridade Nacional de Proteco Civil APA Agncia Portuguesa do Ambiente

    APREN Associao Portuguesa de Energias Renovveis ARH Administrao da Regio Hidrogrfica AUGI reas Urbanas de Gnese Ilegal

    CCDR-LVT Comisso de Coordenao e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo CESUR Centro de Sistemas Urbanos e Regionais CREL Circular Regional Exterior de Lisboa DGEG Direco-Geral de Energia e Geologia

    DGOTDU Direco Geral de Ordenamento do Territrio e Desenvolvimento Urbano EN Estrada Nacional

    ENCNB Estratgia Nacional de Conservao da Natureza e da Biodiversidade ENDS Estratgia Nacional para o Desenvolvimento Sustentvel ETAR Estao de Tratamento de guas Residuais EEU Estrutura Ecolgica Urbana FCD Factores Crticos para a Deciso GEE Gases com Efeito de Estufa ICNB Instituto de Conservao da Natureza e da Biodiversidade I&D Investigao & Desenvolvimento IEFP Instituto do Emprego e Formao Profissional

    IGESPAR Instituto de Gesto do Patrimnio Arquitectnico e Arqueolgico INAG Instituto Nacional da gua INE Instituto Nacional de Estatstica

    IPCC Painel Intergovernamental para as Alteraes Climticas IPSS Instituio Particular de Solidariedade Social LNEC Laboratrio Nacional de Engenharia Civil ONGA Organizao No-Governamental do Ambiente

    OT Ordenamento do Territrio PDM Plano Director Municipal

    PENDR Plano Estratgico Nacional do Desenvolvimento Rural PERSU Plano Estratgico para os Resduos Slidos Urbanos

    PNA Plano Nacional da gua PNAC Programa Nacional para as Alteraes Climticas

    PNACE Programa Nacional de Aco para o Crescimento e o Emprego PNAEE Plano Nacional de Aco para a Eficincia Energtica PNPOT Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio

    PO Programa Operacional PO-RNET Plano de Ordenamento da Reserva Natural do Esturio do Tejo

    PROF-AML Plano Regional de Ordenamento Florestal da rea Metropolitana de Lisboa PROTAML Plano Regional de Ordenamento do Territrio da rea Metropolitana de Lisboa

    QA Questes Ambientais QE Questes Estratgicas

    QRE Quadro de Referncia Estratgico QREN Quadro de Referncia Estratgico Nacional RAN Reserva Agrcola Nacional REN Reserva Ecolgica Nacional RSU Resduos Slidos Urbanos SGA Sistema de Gesto Ambiental

    SNIRH Sistema Nacional de Informao de Recursos Hdricos SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats

    TC Transporte Colectivo TER Turismo em Espao Rural TI Transporte Individual

    TIC Tecnologia da Informao e Comunicao TN Turismo de Natureza

    UOPG Unidade Operativa de Planeamento e Gesto VMA Valor Mximo Admissvel ZEP Zona Especial de Proteco [Patrimnio] ZPE Zona de Proteco Especial

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 3-99

    ndice temtico

    1. Introduo 6

    2. Objectivo e metodologia da AAE 7

    3. Objecto de avaliao estratgias do PDM 9

    4. Factores Crticos para a Deciso 11

    4.1 Elementos de base estratgica (QE, QA, QRE) 12 4.1.1 Questes Estratgicas (QE) 12

    4.1.2 Questes Ambientais (QA) 12 4.1.3 Quadro de Referncia Estratgico (QRE) 13

    4.2 Critrios de avaliao e indicadores 15

    5. Anlise de compatibilidades e conflitos 18

    5.1 Matriz de compatibilidades e conflitos 18

    6. Avaliao estratgica por FCD 20

    6.1 FCD#1: Estruturao e requalificao urbana 21 6.1.1 Anlise tendencial 21 6.1.2 Anlise SWOT 31

    6.1.3 Oportunidades e riscos 31 6.1.4 Directrizes para seguimento 35 6.1.5 Quadro de governana para a aco 37

    6.2 FCD#2: Valorizao ambiental e cultural 37 6.2.1 Anlise tendencial 37 6.2.2 Anlise SWOT 45

    6.2.3 Oportunidades e riscos 46

    6.2.4 Directrizes para seguimento 49 6.2.5 Quadro de governana para a aco 50

    6.3 FCD#3: Ruralidade 51 6.3.1 Anlise tendencial 51 6.3.2 Anlise SWOT 56

    6.3.3 Oportunidades e riscos 56 6.3.4 Directrizes para seguimento 59 6.3.5 Quadro de governana para a aco 60

    6.4 FCD#4: Emprego e qualificao humana 61

    6.4.1 Anlise tendencial 61

    6.4.2 Anlise SWOT 64

    6.4.3 Oportunidades e riscos 64 6.4.4 Directrizes para seguimento 66 6.4.5 Quadro de governana para a aco 66

    6.5 FCD#2: Ligao/interface com o Rio 67 6.5.1 Anlise tendencial 67 6.5.2 Anlise SWOT 71

    6.5.3 Oportunidades e riscos 71 6.5.4 Directrizes para seguimento 74

    6.5.5 Quadro de governana para a aco 75

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 4-99

    6.6 FCD#2: Energia e alteraes climticas 76 6.6.1 Anlise tendencial 76 6.6.2 Anlise SWOT 80

    6.6.3 Oportunidades e riscos 81 6.6.4 Directrizes para seguimento 84 6.6.5 Quadro de governana para a aco 84

    6.7 Sntese da avaliao estratgica 85 6.7.1 Anlise SWOT situao tendencial

    85 6.7.2 Oportunidades e riscos questes crticas 91

    6.7.3 Directrizes para seguimento 93

    6.7.4 Quadro de governana para a aco 96

    7. Concluses 98

    ndice de figuras

    Figura 1 Matriz de compatibilidades e conflitos entre objectivos estratgicos do PDM de Vila Franca de Xira 18 Figura 2 Variao da populao residente em lugares censitrios por escalo de dimenso populacional

    1991 / 2001 21

    Figura 3 - Variao da densidade populacional em Vila Franca de Xira 22

    Figura 4 reas Urbanas e Industriais existentes 23

    Figura 5 - Densidade populacional no concelho de Vila Franca de Xira em 2001 por Lugar 24

    Figura 6 Sobrelotao habitacional em percentagem do total de famlias, por freguesia (2001) 26

    Figura 7 - Repartio Modal nos movimentos pendulares dos residentes de Vila Franca de Xira 1991 2001 27

    Figura 8 Edifcios por estado de conservao, 2001 29

    Figura 9 Nmero de incndios florestais entre 200 e 2006 38

    Figura 10 Superfcie ardida mdia em hectares 38

    Figura 11 RAN em vigor 39

    Figura 12 REN em vigor e Rede Ecolgica Metropolitana prevista no PROTAML 40

    Figura 13 Qualidade da gua no sub-sistema dos aluvies do Tejo 41

    Figura 14 Percentagem de populao por nvel de escolaridade 62 Figura 15 Variao da qualidade da gua na estao de Valada segundo a classificao do INAG para cursos

    de gua (usos mltiplos) 69

    Figura 16 Repartio modal nos movimentos pendulares dos residentes de Vila Franca de Xira 79

    Figura 17 Repartio modal nos movimentos pendulares dos residentes de AML 79

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 5-99

    ndice de quadros

    Quadro 1 Descrio dos FCD 11 Quadro 2 Questes Ambientais (QA) relevantes por FCD 13 Quadro 3 Relevncia do QRE por FCD 14 Quadro 4 Indicadores por FCD

    15 Quadro 5 - Subcategorias de espao em Solo Urbano 22 Quadro 6 - Percentagem de populao servidas por ETAR em funcionamento e Taxa de tratamento de guas residuais 25 Quadro 7 Total de camas por 1000 habitantes 2004/2006 27 Quadro 8 - Taxa mdia de ocupao de veculos, por servio 28 Quadro 9 - Reconstrues concludas por 1000 construes novas concludas 29 Quadro 10 - Anlise SWOT da situao tendencial para o FCD Estruturao e requalificao urbana 31 Quadro 11 Matriz de oportunidades e riscos para o FCD Estruturao e requalificao urbana 32 Quadro 12 Directrizes para seguimento para o FCD Estruturao e requalificao urbana 36 Quadro 13 Quadro de governana para a aco para o FCD Estruturao e requalificao urbana 37 Quadro 14 Percentagem de anlises em violao das normas da qualidade da gua 41 Quadro 15 - Quantidade de RSU em % do total Produzido 42 Quadro 16 Principais fontes de poluio de Vila Franca de Xira 43 Quadro 17 - Despesa Total em Actividades Culturais por Habitante (/hab) 44 Quadro 18 - Anlise SWOT da situao tendencial para o FCD Valorizao ambiental e cultural 46 Quadro 19 Matriz de oportunidades e riscos para o FCD Valorizao ambiental e cultural 47 Quadro 20 Directrizes para seguimento para o FCD Valorizao ambiental e cultural 50 Quadro 21 Quadro de governana para a aco para o FCD Valorizao ambiental e cultural 51 Quadro 22 Freguesias predominantemente rurais 52 Quadro 23 ndices de dependncia e variao populacional nas freguesias rurais 54 Quadro 24 - Carncias Habitacionais em Cachoeiras e Calhandriz 2001 54 Quadro 25 Taxa de motorizao das famlias rurais 55 Quadro 26 - Anlise SWOT da situao tendencial para o FCD Ruralidade 56 Quadro 27 Matriz de oportunidades e riscos para o FCD Ruralidade 57 Quadro 28 Directrizes para seguimento para o FCD Ruralidade 60 Quadro 29 Quadro de governana para a aco para o FCD Ruralidade 61 Quadro 30 Taxa de ocupao dos estabelecimentos de ensino 62 Quadro 31 - Proporo de emprego total em actividades TIC (%) 63 Quadro 32 - Taxas de Constituio e Dissoluo de Empresas 63 Quadro 33 - Taxa de Desemprego (%) 63 Quadro 34 - Anlise SWOT da situao tendencial para o FCD Emprego e qualificao humana 64 Quadro 35 Matriz de oportunidades e riscos para o FCD Emprego e qualificao humana 65 Quadro 36 Directrizes para seguimento para o FCD Emprego e qualificao humana 66 Quadro 37 Quadro de governana para a aco para o FCD Emprego e qualificao humana 67 Quadro 38 Passagens de nvel de acesso ao Rio 70 Quadro 39 - Anlise SWOT da situao tendencial para o FCD Ligao/interface com o Rio 71 Quadro 40 Matriz de oportunidades e riscos para o FCD Ligao/interface com o Rio 72 Quadro 41 Directrizes para seguimento para o FCD Ligao/interface com o Rio 75 Quadro 42 Quadro de governana para a aco para o FCD Ligao/interface com o Rio 76 Quadro 43 - Variao do Consumo de energia elctrica por consumidor (%) 2003 - 2005 77 Quadro 44 - Consumo domstico de energia elctrica por habitante (x 1000 kWh / hab) 77 Quadro 45 - Anlise SWOT da situao tendencial para o FCD Energia e alteraes climticas 81 Quadro 46 Matriz de oportunidades e riscos para o FCD Energia e Alteraes climticas 82 Quadro 47 Directrizes para seguimento para o FCD Energia e alteraes climticas 84 Quadro 48 Quadro de governana para a aco para o FCD Energia e alteraes climticas 85 Quadro 49 - Anlise SWOT da situao tendencial 86 Quadro 50 Directrizes para seguimento - sntese 94 Quadro 51 Quadro de governana para a aco - sntese 96

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 6-99

    1. Introduo

    O presente documento constitui o Relatrio Ambiental da Avaliao Ambiental Estratgica

    (AAE) do Plano Director Municipal (PDM) de Vila Franca de Xira, dando cumprimento ao

    estipulado no artigo 6 do Decreto-Lei n 232/2007 de 15 de Junho.

    O PDM encontrase sujeito a um processo de AAE de acordo com o DecretoLei n

    316/2007 de 19 de Setembro, e subsidiariamente com o Decreto-Lei n 232/2007 de 15

    de Junho anteriormente mencionado. Este enquadramento legal define como responsvel

    pela AAE o proponente do plano a avaliar, neste caso a Cmara Municipal de Vila Franca

    de Xira. Essa responsabilidade estende-se deciso de elaborar a AAE, determinao do

    mbito e alcance da AAE, consulta de entidades sobre o mbito e alcance da AAE,

    preparao do Relatrio Ambiental e respectivas consultas pblicas e institucionais, e

    apresentao da Declarao Ambiental Agncia Portuguesa do Ambiente (APA).

    A identificao dos Factores Crticos para a Deciso (FCD) foi objecto de um primeiro

    relatrio apresentado a 26 de Fevereiro de 20081, estabelecendo a estrutura fundamental

    da AAE do PDM de Vila Franca de Xira2 que se encontra desenvolvida no presente

    Relatrio Ambiental. Os resultados da AAE apresentados neste Relatrio Ambiental

    incorporam os contributos efectuados pelas entidades consultadas sobre o Relatrio dos

    FCD.

    Pretende-se que os resultados da AAE que agora se apresentam constituam um

    contributo para a integrao de preocupaes ambientais e de sustentabilidade na verso

    final do PDM de Vila Franca de Xira, e na discusso das opes e impactes territoriais que

    lhe esto subjacentes. A AAE tem sobretudo o papel de facilitador deste processo atravs

    do alerta para situaes de risco e de situaes de oportunidade ambiental e de

    sustentabilidade.

    Este Relatrio Ambiental destina-se a consulta pblica, nos termos do artigo 77 do

    Decreto-Lei 316/2007, de 19 de Setembro, e do artigo 7 do Decreto-Lei n 232/2007,

    de 15 de Junho. Aps os resultados da consulta pblica, os quais podem levar

    introduo de alteraes na Proposta de PDM, ser elaborada a verso definitiva do PDM

    de Vila Franca de Xira para apresentao nos termos legais Direco Geral de

    Ordenamento do Territrio e Desenvolvimento Urbano (DGOTDU).

    1 Tendo sido objecto de consulta s entidades que, em virtude das suas responsabilidades ambientais especficas, possam interessar os efeitos ambientais resultantes da aplicao do plano, conforme estipulado no artigo 3 do Decreto-Lei n 232/2007 de 15 de Junho.

    2 Conforme sintetizada no captulo 4.

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 7-99

    2. Objectivo e metodologia da AAE

    O objectivo da presente AAE consiste em incorporar valores ambientais e de

    sustentabilidade no processo de deciso associado elaborao do PDM de Vila Franca

    de Xira contribuindo, assim, para a adopo de solues inovadoras mais eficazes e

    sustentveis e de medidas de controlo que evitem ou reduzam efeitos negativos

    significativos no ambiente decorrentes da execuo do plano3. A metodologia

    desenvolvida assegura tambm o cumprimento do estipulado no DecretoLei n 232/07

    de 15 de Junho.

    No seguimento deste objectivo a presente AAE utiliza uma abordagem estratgica4 e

    possui trs funes fundamentais:

    Integrao com o processo de planeamento;

    Avaliao de impactes de natureza estratgica;

    Validao da avaliao e da qualidade do plano.

    Esta abordagem estratgica pressupe que a AAE seja complementar concepo do

    PDM, utilizando, sempre que possvel, os elementos de trabalho do plano, tendo em

    conta as estratgias preconizadas, bem como os resultados obtidos no mbito dos

    processos de consulta de entidades e do pblico que conferem a funo de validao da

    qualidade do plano.

    Neste contexto, a presente AAE desenvolve-se em 5 etapas fundamentais:

    1. Identificao e anlise de FCD;

    2. Avaliao de impactes de natureza estratgica e proposta de seguimento;

    3. Preparao do Relatrio Ambiental;

    4. Preparao da Declarao Ambiental aps aprovao do Plano;

    5. Seguimento para acompanhamento da implementao do PDM.

    Os FCD reflectem os temas que estruturam a avaliao e que correspondem aos factores

    fundamentais a serem considerados no processo de deciso, na concepo das opes

    estratgicas do plano e das aces que as implementam. A identificao dos FCD resulta

    da anlise integrada de um conjunto diverso de elementos:

    3 DecretoLei n 232/07 de 15 de Junho. 4 Metodologia de AAE de base estratgica baseada em Partidrio, MR, 2007, Guia de Boas Prticas para Avaliao Ambiental Estratgica orientaes metodolgicas, Agencia Portuguesa do Ambiente, Lisboa.

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 8-99

    - Quadro de Referncia Estratgico (QRE), que estabelece o enquadramento com outros

    planos e programas com os quais o PDM estabelece relaes, bem como documentos

    supra-municipais de poltica ambiental;

    - Questes Estratgicas do PDM (QE), que configuram a conjuntura estratgica e linhas

    de fora s quais o PDM tem que dar resposta;

    - Questes Ambientais (QA), nomeadamente as que so legalmente definidas no

    Decreto-Lei 232/2007 de 15 de Junho.

    A avaliao de impactes de natureza estratgica resulta da anlise, por FCD, das

    oportunidades e riscos potenciais das estratgias preconizadas no PDM, tendo em conta

    as seguintes etapas metodolgicas:

    1. Explicitao das estratgias do PDM e identificao da sua materializao na proposta

    de ordenamento;

    2. Anlise das tendncias actuais de desenvolvimento do concelho de Vila Franca de

    Xira;

    3. Identificao de conflitos e sinergias potenciais entre as estratgias do PDM (matriz

    de compatibilidades e conflitos);

    4. Interpretao de oportunidades e riscos (matriz de avaliao) das estratgias do PDM

    e respectiva descrio.

    A avaliao de impactes de natureza estratgica culmina na elaborao de directrizes e

    recomendaes para o processo de planeamento, que constituem medidas de

    monitorizao e seguimento do PDM.

    A concluir este processo de avaliao prvia da Proposta de PDM, e na sequncia da

    consulta do pblico, ser preparada uma Declarao Ambiental, dando cumprimento aos

    requisitos legais nesta matria.

    A AAE dever prosseguir no acompanhamento da implementao do PDM, assegurando a

    fase de seguimento que fica planeada neste Relatrio Ambiental.

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 9-99

    3. Objecto de avaliao estratgias do PDM

    O objecto de avaliao da presente AAE consiste no conjunto de estratgias definidas

    implicitamente no PDM, que constituem as linhas de fora fundamentais para o

    desenvolvimento de Vila Franca de Xira, tais como apresentadas de seguida:

    - Reestruturar e controlar a expanso urbanstica e industrial;

    - Aumentar e desenvolver as valncias tursticas;

    - Salvaguardar os valores naturais e patrimoniais sensveis;

    - Melhorar a mobilidade e a acessibilidade.

    Este conjunto de estratgias tem uma expresso concreta no PDM atravs do

    estabelecimento de objectivos de desenvolvimento territorial. Esses objectivos

    estratgicos podem ser sintetizados a partir da agregao entre as Linhas Mestras de

    Ordenamento definidas no Plano5 e as propostas sectoriais e de ordenamento

    correspondentes, tais como apresentados de seguida:

    1. Ajustar as reas urbanizadas e programar as urbanizveis em funo da ocupao

    efectiva ou comprometimento legal de ocupao, das necessidades infraestruturais, e

    das reas de risco edificao;

    2. Libertar a frente ribeirinha do excesso de reas urbanizveis constantes no PDM em

    vigor, atravs da implementao de alternativas no interior do concelho;

    3. Criar uma estrutura ecolgica urbana e municipal de forma coerente, adoptando as

    orientaes do PROTAML;

    4. Dinamizar a actividade turstica criando reas a urbanizar para turismo, e

    implementar um quadro normativo que viabilize o desenvolvimento deste sector;

    5. Limitar os espaos industriais de maior impacto aos existentes que constituem mais

    valias econmicas para o concelho, no criando novos espaos dessa natureza, e

    reconvertendo os espaos industriais obsoletos;

    6. Criar vastas reas multiusos estrategicamente localizadas como base impulsionadora

    para fixao de actividades logsticas e empresariais, cientficas, tecnolgicas e de

    investigao;

    5 Pgina 75 da Verso 3 (Novembro de 2007) do Relatrio (volume II) da 1 Reviso do PDM de Vila Franca de Xira.

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 10-99

    7. Ajustar as caractersticas do ordenamento rural realidade concelhia, articulando a

    salvaguarda das reas mais sensveis com o povoamento disperso caracterstico de

    algumas zonas do concelho e com a dimenso da propriedade, e criar reas

    habitacionais de baixa densidade e grande qualidade;

    8. Estabelecer uma rede viria estruturante e promover a melhoria da mobilidade

    integrada, apoiada no estudo de acessibilidades e adequada s propostas de

    ordenamento;

    9. Salvaguardar os valores patrimoniais definindo medidas de proteco e incentivo

    conservao.

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 11-99

    4. Factores Crticos para a Deciso sntese

    Conforme descrito na metodologia, a identificao dos FCD resultou de uma anlise

    integrada de questes expressas numa base estratgica (QE, QA e QRE), tal como

    aprofundadas preliminarmente no Relatrio de FCD apresentado em Fevereiro de 2008.

    Esta identificao foi analisada conjuntamente com elementos da Comisso de

    Coordenao e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e da

    Cmara Municipal de Vila Franca de Xira, de modo a assegurar, desde o incio, a

    articulao das vises estratgicas de planeamento regional e municipal com a AAE. O

    quadro 1 apresenta os FCD identificados e respectiva descrio sumria.

    Para cada FCD foram definidos critrios de avaliao e indicadores respectivos, que

    pretenderam conferir uma dimenso analtica aos FCD, tal como apresentado no sub-

    captulo 4.2.

    Quadro 1 Descrio dos FCD Factores Crticos para a Deciso Descrio

    Estruturao e requalificao urbana

    Compreende a actuao sobre o territrio urbano, de forma a aumentar a sua qualidade atravs da estruturao e requalificao, tendo ainda em ateno aspectos de sade pblica

    Valorizao ambiental e cultural

    Atende aos aspectos de integridade da qualidade fsica do ambiente e forma como os recursos naturais e culturais contribuem para a valorizao do territrio

    Ruralidade Aborda a dimenso cultural e a forma como o potencial do espao rural promovido, concretizando a sua integridade

    Emprego e qualificao humana Dirige-se dimenso do capital humano do municpio, de que forma valorizada e requalificada, contribuindo para o fortalecimento social do municpio

    Ligao/interface com o rio

    Ex-libris do municpio, a ligao ao rio traduzida em inmeras actividades que tm que co-existir, eliminando os conflitos e assegurando a sua complementaridade

    Energia e alteraes climticas

    Aborda a dimenso energtica, a eficincia e a utilizao de fontes endgenas de recursos renovveis, de forma a dar resposta a um factor fundamental da poltica nacional e internacional

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 12-99

    4.1 Elementos de base estratgica (QE, QA, QRE)

    4.1.1 Questes Estratgicas (QE)

    Um dos objectivos regulamentares do PDM de Vila Franca de Xira compatibilizar o plano

    com estudos e outros planos de mbito estratgico do Concelho tais como o Plano

    Estratgico do Concelho de Vila Franca de Xira, o Plano de Desenvolvimento Turstico, o

    Plano Estratgico de Ambiente do Concelho de Vila Franca de Xira e o Estudo de

    Acessibilidades6. Foi com base nestes instrumentos de planeamento que se identificaram

    um conjunto de questes estratgicas (QE) estruturantes, s quais o PDM tem que dar

    resposta:

    Funo de espao canal na rea Metropolitana de Lisboa (AML);

    Prolongamento urbano da cidade de Lisboa;

    Expanso do Plo Industrial e Logstico.

    No contexto metropolitano, Vila Franca de Xira assume um papel de charneira, actuando

    como espao canal de ligao cidade de Lisboa. Este posicionamento tem uma

    importncia crescente nas dinmicas territoriais da AML e deve ser considerado

    estrategicamente.

    No contexto concelhio, Vila Franca de Xira apresenta caractersticas territoriais

    assimtricas, convergindo realidades bastante distintas, nomeadamente entre o eixo

    urbano-industrial que constitui a rea de prolongamento da cidade de Lisboa, e os

    espaos marcados por factores de ruralidade.

    Ao nvel sectorial, a dinamizao do sector industrial e a expanso da fileira de logstica,

    esta ltima suportada pela estratgia nacional7 nesta matria, tm influncias

    significativas ao nvel da dinmica territorial do Concelho, devendo a sua relevncia

    estratgica ser considerada no mbito do planeamento municipal.

    4.1.2 Questes Ambientais (QA)

    Os FCD identificados asseguram o tratamento das QA exigidas no Decreto-Lei 232/2007,

    de 15 de Junho, conforme representado no quadro 2.

    6 Verso 7 do Regulamento (vol. III, 1 Reviso do PDM de Vila Franca de Xira, 2007). 7 Portugal Logstico (2006).

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 13-99

    Quadro 2 Questes Ambientais (QA) relevantes por FCD

    Factores Crticos para a Deciso Questes Ambientais

    Estruturao e requalificao urbana

    Bens materiais Sade humana Paisagem

    Valorizao ambiental e cultural

    Biodiversidade Fauna Flora gua Atmosfera Solo Patrimnio cultural

    Ruralidade

    Biodiversidade Paisagem Populao Patrimnio cultural Solo

    Emprego e qualificao humana

    Populao Bens materiais

    Ligao/interface com o rio

    Biodiversidade Paisagem Fauna Flora gua Solo

    Energia e alteraes climticas Factores climticos Atmosfera

    4.1.3 Quadro de Referncia Estratgico (QRE)

    Para a definio do QRE foram analisadas as polticas, programas e/ou planos que

    enquadram estrategicamente o PDM de Vila Franca de Xira, e para o qual estabelecem

    objectivos e/ou metas de sustentabilidade relevantes.

    O quadro 3 apresenta a lista dos instrumentos de planeamento identificados, e sua relao

    de relevncia com os FCD preconizados. No se pretende aqui listar exaustivamente todos

    os Planos e/ou Programas que enquadram potencialmente o PDM de Vila Franca de Xira,

    mas apenas aqueles que efectivamente apresentam objectivos e/ou metas relevantes de

    sustentabilidade para o Concelho. A anlise da Proposta de PDM face ao QRE objecto de

    avaliao estratgica, sendo desenvolvida ao longo do captulo 6 do presente relatrio.

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 14-99

    Quadro 3 Relevncia do QRE por FCD

    Documentos Estratgicos Relevantes

    Factor Crtico de Deciso

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    Estruturao e requalificao urbana

    X X X X X X X

    X

    Valorizao ambiental e Cultural

    X X X X X X X X X X X X

    Ruralidade

    X X X X X X X X X X X X X

    Emprego e qualificao humana

    X X X X X X X X

    Ligao/interface com o rio

    X X X X X X X X

    Energia e alteraes climticas

    X X X X X X X X X X X

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 15-99

    4.2 Critrios de avaliao e indicadores

    Os critrios e indicadores que so considerados na presente AAE estabelecem o mbito

    da avaliao e o nvel de pormenor da informao analisada. O quadro 4 apresenta o

    conjunto de critrios e indicadores identificados por FCD.

    Os indicadores identificados passaram por um crivo de ajustamento final tendo em conta

    dois critrios fundamentais, nomeadamente a disponibilidade de informao e a sua

    relevncia potencial enquanto indicadores de monitorizao futura do plano, sendo que

    nem todos os que foram seleccionados, no contexto deste ltimo critrio, se possam

    configurar como tal.

    De notar que os FCD no pretendem descrever exaustivamente a situao existente e

    tendencial mas sobretudo apontar para aspectos crticos, relevantes e de destaque para

    a AAE das estratgias do PDM.

    Quadro 4 Indicadores por FCD

    FCD Critrios de Avaliao Indicadores

    Disperso urbana e uso do solo

    Variao do nmero de lugares censitrios por escalo de dimenso populacional

    Distribuio relativa das classes de uso do solo urbano Variao da densidade populacional no solo urbano

    Salubridade urbana Variao da percentagem da populao servidas por ETAR em funcionamento

    Variao do nmero de Camas por 1000 habitantes nos estabelecimentos de sade Nmero de famlias em alojamentos sobrelotados Transportes Tempo de deslocao por meio de transporte

    Relao oferta/procura de TC (rodovirio e ferrovirio) Repartio modal TI-TC no Concelho Paisagem e requalificao urbana

    Variao das reconstrues concludas por 1000 construes novas concludas

    Estado de conservao do edificado

    rea da estrutura ecolgica urbana

    Percentagem de uso industrial em solo urbano

    Estruturao e requalificao urbana

    Programas/medidas municipais previstas na rea da requalificao urbana

    Integrao da Estrutura Verde em corredores ecolgicos

    Ordenamento de reas Classificadas

    Variao dos incndios florestais (ocorrncias e reas ardidas) e bombeiros

    Estrutura verde e valorizao de reas naturais

    Variao da Reserva Ecolgica Nacional (REN)

    Valorizao

    ambiental e

    cultural

    Qualidade ambiental Variao da qualidade da gua (abastecimento, superficial e

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    RELATRIO AMBIENTAL 16-99

    Quadro 4 Indicadores por FCD

    FCD Critrios de Avaliao Indicadores subterrnea)

    Risco geotcnico Risco de eroso Tratamento e destino final de resduos urbanos Qualidade do Ar Fontes de poluio Rudo Identidade cultural Patrimnio classificado/reconhecido (ao nvel nacional e municipal) Variao das despesas municipais em actividades culturais

    Conflitos de uso do solo Distribuio relativa das classes de uso do solo rural Valorizao econmica do espao rural

    Variao do nmero de estabelecimentos, quartos e da capacidade de alojamento no turismo em espao rural

    Preservao da funo agrcola da Lezria e Mouches rea ocupada por exploraes do sector primrio Assimetrias territoriais e sociais

    Mobilidade em freguesias rurais

    Variao populacional e ndices de dependncia em freguesias rurais Carncias habitacionais em freguesias rurais

    Valorizao da paisagem rural

    Variao da percentagem de solos em risco de eroso

    Preservao da funo paisagstica da Lezria e Mouches Variao da rea de solo afecto Reserva Agrcola Nacional (RAN)

    Ruralidade

    Locais de interesse paisagstico e ncleos de quintas

    Acesso ao ensino e formao profissional

    Variao da taxa de ocupao dos equipamentos de ensino

    Variao do nvel de educao atingido pela populao

    Promoo de actividades ligadas ao desenvolvimento tecnolgico

    Variao da proporo de emprego total em actividades TIC

    Dinmica empresarial e integrao profissional

    Variao da taxa de constituio e dissoluo de sociedades

    Variao da taxa de desemprego

    Emprego e qualificao

    humana

    Gesto das reas inundveis Variao da percentagem de rea edificada e edificvel inundvel

    Vulnerabilidade ocorrncia de cheias Valorizao da paisagem ribeirinha

    Locais de interesse paisagstico

    Variao da qualidade da gua do rio

    Ligao/interfa

    ce com o Rio

    Espaos de recreio e lazer na frente ribeirinha

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 17-99

    Quadro 4 Indicadores por FCD

    FCD Critrios de Avaliao Indicadores

    Acesso ao Rio Pontos de atravessamento da linha-frrea de acesso ao rio e distncia mdia entre os mesmos

    Eficincia Energtica Variao do consumo de energia elctrica por sector de consumo e por habitante

    Programas/medidas municipais previstas na rea da eficincia energtica

    Emisses de CO2e Emisses de CO2e por sector de actividade emissora (transportes, resduos, habitao)

    Repartio modal das deslocaes no Concelho

    Emisses de CO2e por unidade de PIB

    Energia e alteraes

    clim

    ticas

    Aproveitamento dos recursos endgenos renovveis

    Potencial de aproveitamento de fontes endgenas de energia renovvel (MWh)

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    RELATRIO AMBIENTAL 18-99

    5. Anlise de compatibilidades e conflitos

    Apresenta-se de seguida uma anlise de compatibilidades e conflitos entre objectivos

    estratgicos, do PDM de Vila Franca de Xira, tais como identificadas no captulo 3. Esta

    anlise apenas indicativa e no tem suporte geogrfico especfico, ou seja, no se

    vincula a nenhuma soluo territorial em particular o seu carcter estratgico e no

    descritivo.

    O objectivo desta anlise o de detectar potenciais razes de sinergias entre objectivos

    estratgicos que motivem oportunidades, bem como potenciais conflitos que constituam

    um risco ao desenvolvimento do Concelho.

    5.1 Matriz de compatibilidades e conflitos

    Para a identificao de compatibilidades e conflitos entre estratgias recorreu-se ao

    desenvolvimento de uma matriz, fazendo realar as sinergias e conflitos potenciais entre

    objectivos com base numa interpretao da potencial relao entre medidas e

    actividades que podero materializar esses mesmos objectivos. A figura 1 apresenta a

    matriz de compatibilidades e conflitos, apontando-se de seguida as razes que ponderam

    a identificao dos conflitos potenciais. Estes conflitos potenciais podero ser atendidos

    no desenvolvimento da Proposta de Ordenamento, atravs de opes de implementao,

    como sejam as localizaes territoriais, ou atravs de critrios definidos no mbito do

    modelo de desenvolvimento para o Concelho (relatrio).

    Legenda: X Compatibilidade/sinergia

    1 1 X 2 A 2

    Conflito potencial

    3 D 3 4 4

    Sem relao

    5 D 5 6 B 6 7 C D 7 8 8 9 D 9

    Figura 1 Matriz de compatibilidades e conflitos entre objectivos estratgicos do PDM de Vila Franca de Xira

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 19-99

    A Conflito potencial entre a programao de reas urbanizveis e a libertao da

    presso urbanstica na frente ribeirinha;

    B Conflito potencial entre a criao de reas multiusos e as reas de risco edificao

    (nomeadamente em leito de cheia);

    C Conflito potencial entre a transferncia da presso urbanstica para o interior do

    Concelho (em grande parte rural) e a conteno da disperso urbana e reduo da

    densidade habitacional em meio rural;

    D Sinergia potencial entre a salvaguarda das zonas de risco de inundao e zonas

    industriais obsoletas e a definio da Estrutura Ecolgica Urbana (EEU) e proteco de

    zonas sensveis e de valores patrimoniais.

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    RELATRIO AMBIENTAL 20-99

    6. Avaliao estratgica por FCD8

    Apresenta-se de seguida a avaliao ambiental e de sustentabilidade dos objectivos

    estratgicos do PDM de Vila Franca de Xira, tais como definidos no captulo 3. Esta

    avaliao comporta as seguintes dimenses analticas por FCD:

    1. Anlise das tendncias de desenvolvimento de Vila Franca de Xira;

    2. Interpretao de oportunidades e riscos dos objectivos estratgicos do PDM e

    respectiva descrio;

    3. Estabelecimento de um programa de seguimento para o PDM: directrizes de

    seguimento e quadro de governana para a aco.

    A definio das directrizes de seguimento decorreu, no s da avaliao de riscos e

    oportunidades, mas tambm dos contributos e recomendaes resultantes da consulta de

    entidades realizada no mbito do Relatrio dos FCD anterior, dividindo-se em duas

    categorias fundamentais:

    1. Directrizes de planeamento e gesto: recomendaes a serem integradas

    directamente na Proposta de PDM, ou a serem asseguradas no mbito de um sistema

    de gesto municipal;

    2. Directrizes de monitorizao: recomendaes a serem desenvolvidas no mbito de

    um sistema de monitorizao da implementao do PDM, tendo em conta questes

    crticas de sustentabilidade para o territrio concelhio.

    O quadro de governana destina-se a dar conta das condies institucionais e de

    responsabilidade para um melhor desempenho do PDM em relao s oportunidades e

    riscos de sustentabilidade identificados, bem como concretizao das directrizes

    propostas.

    8 Muitos dos dados utilizados para o desenvolvimento da presente avaliao estratgica basearam-se essencialmente em informao da autoria da Cmara Municipal de Vila Franca de Xira (Proposta de PDM; Plano Estratgico; Plano Estratgico de Ambiente; Carta Educativa; apresentaes; comunicaes; etc.), optando-se por assinalar, no decurso deste captulo, apenas os casos em que se recorreu a fontes de informao alternativas a estas.

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    RELATRIO AMBIENTAL 21-99

    6.1 FCD#1: Estruturao e requalificao urbana

    6.1.1 Anlise tendencial

    Disperso urbana e uso do solo

    O territrio concelhio apresenta duas zonas dspares: a margem esquerda do Rio Tejo

    onde se encontra a Lezria de Vila Franca de Xira, sem ocupao populacional

    significativa, e a margem direita. Nesta, a ocupao faz-se de uma forma concentrada e

    linear ao longo das principais vias de acesso e atravessamento do Concelho, tornando-se

    dispersa no interior (figura 5).

    Em 2001, 73% da populao do Concelho residia em lugares com mais de 10 000

    habitantes, observando-se uma tendncia particular de concentrao em lugares com

    mais de 20 000 habitantes, representando cerca de 22% da populao residente em

    1991, e 40% em 2001 (figura 2). No mesmo ano de 2001, existiam 44 lugares com

    menos de 500 habitantes, representando cerca de 9% da populao. Estes valores

    demonstram uma tendncia crescente de concentrao nos principais centros urbanos, e

    uma tendncia igualmente crescente de ocupao dispersa fora deles.

    Figura 2 Variao da populao residente em lugares censitrios por escalo de dimenso populacional

    1991/2001

    A densidade populacional concelhia observou uma variao positiva de 16% na dcada

    de 90 (figura 3), acompanhando o crescimento populacional de Vila Franca de Xira, que

    variou positivamente 18,7% no mesmo perodo de tempo. As maiores variaes de

    0 10 20 30 40 50 60

    Populao Isolada / Residual

    Menos de 100 hab.

    de 100 a 199 hab.

    de 200 a 499 hab.

    de 500 a 999 hab.

    de 1 000 a 1 999 hab.

    de 2 000 a 4 999 hab

    de 5 000 a 9 999 hab.

    de 10 000 a 19 999 hab.

    de 20 000 a 49 999 hab.

    % Populao Residente

    1991 2001

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 22-99

    densificao observaram-se nas freguesias de So Joo dos Montes (20%) e Pvoa de

    Santa Iria (41%), esta ltima sob o efeito do prolongamento urbano de Lisboa, uma vez

    que se encontra mais perto desta cidade. As nicas freguesias que apresentam o valor

    deste indicador abaixo do valor mdio concelhio (418 hab/km2) so Cachoeiras e

    Calhandriz, que so freguesias de cariz mais rural.

    Figura 3 Variao da densidade populacional em Vila Franca de Xira

    Analisando as classes de solo presentes no PDM em vigor (quadro 5), verifica-se que

    cerca de 68% do solo qualificado como Urbano compreende reas urbanas ou

    urbanizveis e cerca de 26% referem-se a reas Industriais ou destinadas a novas

    indstrias. Verifica-se tambm que a rea urbana se desenvolve prxima das reas

    industriais provocando inevitveis descontinuidades no tecido urbano (figura 4).

    rea Quadro 5 - Subcategorias de espao em Solo Urbano (PDM em vigor)

    rea total (ha) Solo Urbano (%)

    rea Urbana 2 030,8 55,4

    rea Industrial Existente 715,7 19,5

    rea Urbanizvel 461,2 12,6

    rea destinada a novas indstrias e actividades 248,4 6,8

    Grandes equipamentos e Infra-estruturas previstas 211,5 5,8

    1 000 2 000 3 000 4 000 5 000 6 000 7 000

    Cachoeiras

    Vila Franca de Xira

    Calhandriz

    S. Joo dos Montes

    Castanheira do Ribatejo

    Vialonga

    Sobralinho

    Alverca do Ribatejo

    Forte da Casa

    Alhandra

    Pvoa de Sta. Iria

    (hab / km2)1991 2001

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 23-99

    Figura 4 reas Urbanas e Industriais existentes

    A expanso no controlada do edificado est intimamente associada ao crescimento

    disperso da mancha urbana. No Concelho de Vila Franca de Xira existem 42 reas

    Urbanas de Gnese Ilegal (AUGI), que abrangem 1,5% da rea total concelhia, e para as

    quais existem 13 planos de Pormenor de Reconverso. Das 42 AUGI, 15 encontram-se

    na freguesia de Alverca, sendo que S. Joo dos Montes e Vialonga tambm contribuem

    amplamente para esta realidade. Denote-se ainda que Cachoeiras e Calhandriz

    (freguesias de carcter rural) e Castanheira, no englobam urbanizaes deste tipo.

    rea Industrializvel

    rea Urbana

    rea Urbanizvel

    rea Industrial

    rea Industrializvel

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 24-99

    Figura 5 - Densidade populacional no concelho de Vila Franca de Xira em 2001 por Lugar (Fonte: CESUR, 20069)

    9 CESUR (2006) Estudo de Acessibilidades do Concelho de Vila Franca de Xira Reviso, Lisboa.

    BENAVENTE

    LOURES

    VILA FRANCA

    DE XIRA

    ARRUDA DOS VINHOS

    Trancoso de Cima Trancoso do Meio

    Trancoso de Baixo

    PardieiroMato

    Adamaia

    A-de-Freire

    Cotovios

    BogalhoBisau

    PalmeiroRondulha

    So Joo dos Montes

    Casal do AlmoA-dos-Loucos

    Subserra Norte

    SubserraA-dos-Melros

    Loureiro

    CalhandrizMato

    da Cruz

    Alhandra

    Alhandra

    Vila Franca de XiraA-dos-Bispos

    Bairro da Mata

    CachoeirasLoja Nova

    Matos da Boia

    Casal da Coxa

    Badalinho

    Cardosinhas

    Castanheira do Ribatejo

    QuintasCasal de Santo EstvoCasal da Rocha Vala do Carregado

    Sobralinho

    Sobralinho

    Alverca do Ribatejo

    Casal BarrosoArcena

    A-dos-Potes

    Casal das Areias

    VerdelhaVerdelha de Baixo

    VialongaForte da Casa

    Verdelha do Ruivo

    Pvoa de Santa IriaBairro das

    Bragadas

    Casal dos Quintais

    AlpriateGranja

    Santa EulliaSanta Cruz

    Casal Fonte Santa

    Limite Concelho

    Nveis de densidade (Populao residente/ha)

    Via existenteVia prevista

    Linha Ferroviria

    0 - 2.52.5 - 5 5 - 10 10 - 20 20 - 4040 - 8080 - 120

  • AAE DO PDM VILA FRANCA DE XIRA

    RELATRIO AMBIENTAL 25-99

    Salubridade Urbana

    Apesar da cobertura da rede de infra-estruturas bsicas ser satisfatria

    (aproximadamente 100% dos alojamentos servidos), verifica-se um dfice no tratamento

    das guas residuais concelhias, particularmente quando comparado com os dados da

    Grande Lisboa, conforma se constata pela anlise do quadro 6. De notar que 7 das 9

    ETAR existentes no municpio no se encontram em funcionamento.

    Quadro 6 - Percentagem de populao servidas por ETAR em funcionamento e Taxa de tratamento de guas residuais 2004 2005

    Populao servida por ETAR (%) 6,0 7,0 Vila Franca de Xira Proporo de guas residuais tratadas (%) 12,6 12,7

    Populao servida por ETAR (%) 87,5 88,0

    Grande Lisboa Proporo de guas residuais tratadas (%) 86,9 86,1

    Fonte: INE (2005)10 e INE (2006a)11

    Com base em elementos fornecidos pela Cmara Municipal de Vila Franca de Xira, esta

    situao foi entretanto alterada, uma vez que a ETAR de Vila Franca de Xira entrou em

    funcionamento no final de 2007, muito embora o sistema ainda no esteja a trabalhar

    em pleno, pois ainda no esto construdos todos os emissrios e ligaes rede em

    baixa. Esta alterao permite elevar para cerca de 37% (51723 hab eq) a populao

    actual servida por sistemas de tratamento de guas residuais em funcionamento. A

    SIMTEJO, responsvel pelo projecto, no consegue fornecer uma estimativa correcta da

    populao real servida, pelo que s quando o sistema estiver em pleno se poder

    considerar verdadeiramente eficaz.

    Segundo a Proposta de PDM, prev-se que a entrada em pleno do funcionamento da

    ETAR de Vila Franca de Xira, e a construo prevista da ETAR de Alverca, garantam a

    cobertura de 98% da populao do Concelho em 2015.

    Relativamente aos efluentes industriais, estes no possuem um sistema de tratamento

    diferenciado encontrando-se, em muitos casos, ligados rede pblica, contaminando os

    efluentes domsticos e pondo em risco a capacidade das ETAR em funcionamento

    tratarem eficazmente esta mistura de guas residuais. Para as situaes de descarga

    10 INE (2005). Anurio Estatstico da Regio Lisboa - Statistical Yearbook of Lisboa Region, 2005, Instituto Nacional de Estatstica, Lisboa. 11 INE (2006a) Anurio Estatstico da Regio Lisboa - Statistical Yearbook of Lisboa Region, 2006, Instituto Nacional de Estatstica, Lisboa.

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    RELATRIO AMBIENTAL 26-99

    directa de guas residuais (industriais e domsticas) para os meios receptores (Ribeiras

    do Concelho e Rio Tejo), no existe um sistema de monitorizao sobre as condies em

    que estas descargas so realizadas.

    Ao nvel da sobrelotao dos alojamentos12, verifica-se que o Concelho no oferece

    condies de habitao a 18% das suas famlias, sendo que Forte da Casa a freguesia

    onde esta carncia mais de destaca, com 25% das suas famlias a residir em condies

    de sobrelotao (figura 6).

    Figura 6 Sobrelotao habitacional em percentagem do total de famlias, por freguesia, em 2001

    A variao do nmero de camas nos estabelecimentos de sade por 1000 habitantes na

    dcada de 90 foi negativa em Vila Franca de Xira (- 6%), apesar de este valor ser menos

    negativo do que para a Grande Lisboa (- 11%) quadro 7. Esta variao justifica-se, em

    parte, pela variao populacional de 3,5% observada no mesmo perodo.

    Denote-se que a DGOTDU (2002)13 recomenda que este valor seja de 2 camas por 1000

    habitantes, proporo no verificada no Concelho.

    12 Alojamentos com dfice de divises em relao s pessoas que nele residem, de acordo com o ndice de lotao (INE). 13 DGOTDU (2002) Normas para a Programao e Caracterizao de Equipamentos Colectivos, Coord. Diviso de Normas/Direco de Servios de Estudos e Planeamento Estratgico/DGOTDU 2002, ISBN: 972-8569-26-2.

    Concelho 18%

    10% 15% 20% 25% 30%

    Calhandriz

    Pvoa de Sta. Iria

    S. Joo dos Montes

    Alhandra

    Vila Franca de Xira

    Sobralinho

    Alverca do Ribatejo

    Castanheira do Ribatejo

    Vialonga

    Cachoeiras

    Forte da Casa

    (% total de famlias por freguesia)

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    RELATRIO AMBIENTAL 27-99

    Quadro 7 Total de camas por 1000 habitantes 2004/2006 2004 2006 Vila Franca de Xira 1,6 1,5 Grande Lisboa 5,6 5,0

    Fonte: INE (2005)14 e INE (2006a)15

    Esta situao tender a melhorar assim que o novo Hospital de Vila Franca de Xira16

    entre em funcionamento, prevendo-se que este equipamento venha a comportar cerca

    de 280 camas.

    Transportes

    Tal como na restante AML, Vila Franca de Xira apresenta uma tendncia crescente na

    opo pelo Transporte Individual (TI) para as deslocaes dirias casa-trabalho ou casa-

    escola (figura 7). De destacar que em ambos os casos, entre 1991 e 2001, o Transporte

    Colectivo (TC) e as deslocaes a p perderam adeso, representando no incio da

    presente dcada 36% e 16%, respectivamente, das opes modais concelhias.

    Figura 7 - Repartio Modal nos movimentos pendulares dos residentes de Vila Franca de Xira 1991

    2001 (Fonte: INE/GEP, 200317)

    14 INE (2005). Anurio Estatstico da Regio Lisboa - Statistical Yearbook of Lisboa Region, 2005, Instituto Nacional de Estatstica, Lisboa. 15 INE (2006a) Anurio Estatstico da Regio Lisboa - Statistical Yearbook of Lisboa Region, 2006, Instituto Nacional de Estatstica, Lisboa. 16 Em fase de concurso. 17 INE, GEP (2003), Movimentos Pendulares e Organizao do Territrio Metropolitano: rea Metropolitana de Lisboa e rea Metropolitana do Porto, 1991-2001, Instituto Nacional de Estatstica, Lisboa.

    27%16%

    28% 20%

    50%

    36%

    37%

    23%

    22%47%

    28%54%

    1991 2001 1991 2001

    Vila Franca de Xira AML

    A p Transporte Colectivo Transporte Individual

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    RELATRIO AMBIENTAL 28-99

    O tempo mdio em viagem por dia das pessoas mveis (75% dos vilafranquenses) de

    1,49 horas. Do total de deslocaes pendulares com origem em Vila Franca de Xira, 93%

    tm como destino a sub-regio da Grande Lisboa, sendo que 60% destes movimentos se

    referem a deslocaes intra-concelhias.

    A taxa mdia de ocupao dos transportes colectivos, muito abaixo dos 100% como se

    pode constatar pela anlise do quadro 8, demonstra a capacidade da oferta em acomodar

    eventuais flutuaes da procura, mas denota falta de competitividade face alternativa

    do TI. O transporte ferrovirio, em particular, apresenta uma taxa de ocupao muito

    baixa, sendo to mais significativo quanto se sabe que este tipo de TC fundamental nas

    deslocaes para fora do Concelho, dentro da sub-regio da Grande Lisboa.

    Fonte: CESUR (2006)18

    Estes valores podem ainda ser indiciadores de outro tipo de falhas de desempenho no

    sistema de transportes concelhios, nomeadamente um eventual mau funcionamento das

    interfaces rodo-ferrovirias, que se encontram localizadas apenas nas estaes de Pvoa

    de Santa Iria e de Alverca, estando uma terceira prevista para a futura estao da

    Castanheira.

    De uma maneira geral, o peso do TI, aliado s necessidades de deslocao dentro da

    sub-regio da Grande Lisboa, demonstrativo de uma inadequao potencial do TC

    procura existente, nomeadamente do transporte ferrovirio.

    Paisagem e Requalificao Urbana

    Cerca de 20% do edificado no Concelho data da dcada de 70. Em 2001, 53% dos

    edifcios apresentavam necessidades de reparao, sendo nfima a percentagem edificada

    que se encontrava em estado muito degradado (figura 8).

    18 CESUR (2006) Estudo de Acessibilidades do Concelho de Vila Franca de Xira Reviso, Lisboa.

    Quadro 8 - Taxa mdia de ocupao de veculos, por servio

    Rodovirio Regional 70% Rodovirio Local 53% Ferrovirio (Dirio) 24% Ferrovirio (Ponta da manh) 66%

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    RELATRIO AMBIENTAL 29-99

    Figura 8 Edifcios por estado de conservao (2001)

    A recuperao do edificado tem sofrido uma tendncia decrescente quando comparada

    com a nova edificao, tendncia que se observa em toda a Grande Lisboa. O nmero de

    reconstrues concludas por cada 1000 novas construes concludas sofreu uma

    variao negativa de 88% entre 1997 e 2006, correspondendo a cerca de menos 2

    edifcios reconstrudos por cada 1000 novos. Esta tendncia ainda mais acentuada na

    Grande Lisboa, no mesmo perodo (quadro 9).

    Quadro 9 - Reconstrues concludas por 1000 construes novas concludas

    1997 2001 2003 - 2005 2004 - 2006 Vila Franca de Xira 2,5 0,6 0,3 0,3 Grande Lisboa 3,9 2,8 0,6 0,2

    Fonte: INE (2006b)19

    A qualidade do espao pblico em meio urbano est muito associada qualidade e

    distribuio dos espaos verdes. Neste contexto, a inexistncia de dados referentes

    estrutura ecolgica urbana actual (capitao de espaos verdes por exemplo)

    impossibilita esta anlise.

    A paisagem urbana de Vila Franca de Xira visivelmente afectada pela forte ocupao

    industrial - 26% de solo urbano est actualmente afecto a rea industrial ou

    industrializvel -, nomeadamente pela forma como fragmenta a mancha urbana e pelo

    impacte visual que provoca, no s as unidades em funcionamento como tambm as

    inmeras unidades desactivadas.

    Existem vrias medidas em curso ou previstas no mbito da requalificao urbana (at

    presente data), designadamente:

    - Planos de Pormenor de Reconverso para as AUGIs (acima mencionados);

    19 INE (2006b) Estatsticas da Construo e Habitao 2005, Instituto Nacional de Estatstica, Lisboa.

    55%

    43%

    2% Sem necessidadede reparaoCom necessidadede reparaoMuito degradado

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    RELATRIO AMBIENTAL 30-99

    - Programa POLIS XXI, que visa revitalizar a zona ribeirinha entre a EN10 e o Rio Tejo

    entre Alhandra e a Ponte Marechal Carmona;

    - Programa PROQUAL, cuja zona de interveno se localiza no extremo Norte da

    Freguesia de Alverca;

    - 5 Planos de Salvaguarda (Cachoeiras, Alhandra, Pvoa, Alverca, e Cidade de Vila

    Franca de Xira);

    - 10 Planos de Pormenor.

    Pela anlise deste FCD verifica-se que existe no Concelho uma disperso urbana

    significativa, em parte causada pela forte presena de AUGIs, com descontinuidades

    provocadas pelo tecido industrial rarefeito ao longo da margem direita. de esperar no

    entanto que a tendncia futura seja a de conteno da disperso urbana, nomeadamente

    tendo em conta as orientaes estratgicas nacionais neste sentido, que apontam para a

    promoo de um desenvolvimento urbano mais compacto, tal como definido no PNPOT.

    O crescimento populacional concelhio tem sido, no entanto, acompanhado por uma

    degradao ambiental do meio urbano, particularmente a decorrente do dfice de

    tratamento das guas residuais situao crtica no Concelho -, sendo no entanto de

    esperar que esta situao seja mitigada a mdio-longo prazo, uma vez que est prevista

    a entrada em funcionamento de duas novas ETAR at 2015.

    O sistema de transportes concelhio apresenta alguns desequilbrios, nomeadamente no

    aumento das deslocaes em TI em detrimento do TC, no havendo nenhuma indicao

    segura de que esta situao venha a alterar-se significativamente.

    Em relao ao edificado verifica-se um crescimento das novas construes em

    detrimento da recuperao do edificado existente, o que poder acentuar algumas

    assimetrias dentro da prpria estrutura urbana, reduzindo a atractividade dos centros

    urbanos em favor das periferias, contribuindo para uma maior disperso da malha

    urbana. Todavia, esta situao pode eventualmente ser atenuada assim que estiverem

    totalmente concretizados os projectos de requalificao urbana mencionados

    anteriormente.

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    RELATRIO AMBIENTAL 31-99

    6.1.2 Anlise SWOT

    O quadro 10 apresenta uma anlise SWOT da situao tendencial do Concelho para o

    FCD Estruturao e requalificao urbana, dando a indicao sobre oportunidades e

    ameaas externas ao territrio municipal.

    Quadro 10 - Anlise SWOT da situao tendencial para o FCD Estruturao e requalificao urbana

    FCD Pontos fortes Pontos fracos Oportunidades Ameaas

    Estruturao e

    requalificao

    urbana

    Crescimento populacional de 18,7% entre 1991 e 2001.

    Condies favorveis de acessibilidade proporcionadas pelas infra-estruturas rodovirias e ferrovirias existentes.

    Ocupao urbana demasiado concentrada ao longo das principais vias de atravessamento do Concelho (margem direita).

    Disperso urbana no interior do Concelho, nomeadamente devido s 42 AUGI existentes.

    Desenvolvimento das reas residenciais prximo das reas industriais.

    Dfice significativo de tratamento de guas residuais (apenas 7% de populao servida por ETAR em 2005) e efluentes industriais sem tratamento diferenciado.

    Elevados nveis de sobrelotao dos alojamentos.

    Nmero insuficiente de camas dos estabelecimentos de sade concelhios.

    Baixa utilizao de TC (especialmente o ferrovirio), em favor do TI.

    Baixos nveis de recuperao do edificado (cerca de 53% com necessidades de recuperao em 2001).

    O QREN, no mbito da sua estratgia de consolidao e reforo do sistema urbano, gera oportunidades para o desenvolvimento de projectos de requalificao urbana.

    A estratgia do PNPOT, de promoo de um desenvolvimento urbano mais compacto, funciona como suporte estratgico para medidas de conteno da disperso urbana.

    A expanso do sector logstico prevista para o Concelho configura uma oportunidade para fomentar uma adequada intermodalidade que tire partido da capacidade do transporte ferrovirio de mercadorias.

    Prolongamento urbano da cidade de Lisboa, configura uma oportunidade estratgica para o estabelecimento de reas urbanas de maior qualidade e melhores acessibilidades.

    A expanso do sector logstico pode resultar num aumento do trfego rodovirio, no desenvolvimento de situaes de conflito com o uso residencial e espaos de utilizao colectiva, e com o aumento dos nveis de artificializao do territrio urbano, contribuindo para reduzir a atractividade do territrio para fixao populacional.

    Conjuntura de crise ao nvel do preo dos combustveis uma ameaa para a capacidade de deslocao e mobilidade das pessoas, tendo em conta a dependncia que apresentam do TI, o que pode tambm comprometer a capacidade dos TC acolherem aumentos da procura decorrentes desta conjuntura.

    6.1.3 Oportunidades e riscos

    O quadro 11 apresenta a matriz de interpretao de oportunidades e riscos dos

    objectivos estratgicos do PDM de Vila Franca de Xira (tais como descritos no captulo 3)

    para o FCD Estruturao e requalificao urbana, ao que se segue a respectiva

    justificao analtica.

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    RELATRIO AMBIENTAL 32-99

    Quadro 11 Matriz de oportunidades e riscos para o FCD Estruturao e requalificao urbana Critrios de avaliao

    Objectivos estratgicos Disperso urbana e

    uso do solo Salubridade urbana

    Transportes Paisagem e

    requalificao urbana

    1 ++ - + +/-

    2 0 0 0 0

    3 + 0 + +

    4 0 0 0 +

    5 + + 0 +

    6 + 0 +/- +

    7 + +/- 0 0

    8 + 0 ++ 0

    9 0 0 0 ++

    Legenda: (+,++) oportunidades; (-,--) riscos; (+/-) relao neutra ou incerta; (0) sem relao

    Disperso urbana e uso do solo

    Os objectivos estratgicos da Proposta de PDM apontam, de uma maneira geral, para a

    conteno da disperso urbana e conflitos de uso do solo, nomeadamente aqueles que

    resultam da proximidade entre reas industriais e urbanas.

    A integrao das AUGI no tecido urbano e a nucleao dos espaos urbanos

    consolidados, introduzindo novas quebras nos contnuos urbanos dispersos, so as

    medidas mais visveis de conteno da disperso urbana.

    A conteno da rea industrial, reafectando os espaos industriais obsoletos EEU e a

    novos espaos multiusos, com uma tipologia de ocupao menos pesada, contribui para

    reduzir os conflitos de uso do solo decorrentes da proliferao industrial em solo urbano,

    particularmente ao nvel do rudo, contribuindo tambm para salvaguardar as reas mais

    sensveis.

    A rede viria proposta tambm contribui para a reduo dos conflitos de uso do solo, na

    medida em que privilegia o estabelecimento de alternativas perifricas ao

    atravessamento longitudinal dos centros urbanos, promovendo o descongestionamento

    das principais vias urbanas.

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    RELATRIO AMBIENTAL 33-99

    Salubridade urbana

    Os objectivos estratgicos da Proposta de PDM, ao nvel da dotao de infra-estruturas

    de tratamento de guas residuais, melhoram a situao a prazo, apontando-se a

    resoluo do problema, para um nvel de atendimento de 98%, no horizonte 2015, mas

    no do ainda uma resposta satisfatria s carncias a curto prazo nesta matria.

    Identifica-se portanto a questo do saneamento como um risco a curto prazo com

    consequncias ao nvel da poluio das linhas de gua do municpio e da sade pblica

    das populaes, contribuindo ainda para a desvalorizao paisagstica e econmica das

    guas contaminadas, incluindo o Rio Tejo.

    A entrada em funcionamento parcial da ETAR de Vila Franca de Xira (desde finais de

    2007), eleva actualmente a populao servida por sistemas de tratamento em

    funcionamento de 7% para 37%. Apesar da ETAR de Vila Franca de Xira ainda no estar

    a funcionar em pleno, a SIMTEJO prev que em 2010 sejam capazes de servir

    (teoricamente) a totalidade da populao concelhia (antecipando os prazos previstos

    anteriormente). Se tudo funcionar como projectado, a situao dever ficar controlada

    pelo menos ao nvel da populao residente em aglomerados urbanos, contribuindo para

    a resoluo dos problemas de contaminao dos solos e linhas de gua do Concelho, em

    linha com as metas de desenvolvimento regional estabelecidas para este sector, que

    prevem que o tratamento de guas residuais sirva, at 2013, um mnimo de 90% da

    populao (CCDR-LVT, 2007)20.

    Subsisitir ainda o problema da ocupao dispersa que permanece como risco, muito

    embora j com uma menor magnitude relativamente situao presente. A longo prazo,

    a conteno da disperso urbana, e consequentemente uma maior concentrao

    populacional, configura uma oportunidade para optimizar todos os sistemas de

    saneamento bsico do municpio.

    Transportes

    Os objectivos estratgicos da Proposta de PDM em relao aos transportes,

    particularmente ao nvel da estruturao viria, apontam para uma maior capilaridade e

    densidade da rede viria principal e secundria, contribuindo para o

    descongestionamento das vias mais sobrecarregadas e para o estabelecimento de novas

    alternativas de mobilidade interna (deslocaes intra-concelhias).

    20 CCDR-LVT (2007). Lisboa 2020: Uma estratgia de Lisboa para a Regio de Lisboa. CCDR-LVT.

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    RELATRIO AMBIENTAL 34-99

    A criao da EEU, e consequentemente, a consolidao de corredores verdes, um factor

    potencial de dinamizao de meios de deslocao alternativos aos transportes

    motorizados, como a bicicleta ou andar a p, podendo tambm vir a contribuir para uma

    mobilidade interna mais sustentvel.

    A opo pela criao de vastas reas multiusos, nomeadamente as referentes

    dinamizao de actividades de logstica, proporciona um aumento expectvel do trfego

    rodovirio pesado, configurando um risco de congestionamento e segurana rodoviria

    que no deve ser negligenciado, principalmente na A1, EN10 e n da CREL, embora este

    risco possa ser minorado caso o transporte ferrovirio de mercadorias se apresente

    competitivo. Neste contexto, a implantao da plataforma logstica de Lisboa Norte

    contribui para a revitalizao do transporte ferrovirio de mercadorias, oportunidade essa

    confirmada num cenrio de concretizao da alternativa estratgica criada pela Rede

    Ferroviria de Alta Velocidade que abre espao na rede ferroviria convencional ao

    transporte de mercadorias. Esta oportunidade, no entanto, pode contribuir para acentuar

    o risco de degradao do transporte ferrovirio de passageiros, sobretudo num cenrio

    de escalada dos preos dos combustveis e da necessidade da procura crescente de

    transportes energeticamente sustentveis. Este risco pode vir a ser atenuado pela citada

    alternativa estratgica criada pela Rede Ferroviria de Alta Velocidade se a mesma tiver

    solues previstas para a satisfao dos transportes de passageiros residentes, ou que

    tenham como destino aglomerados urbanos no municpio de Vila Franca de Xira, e que

    tenham necessidade de deslocaes em transporte ferrovirio hoje satisfeitas com a linha

    convencional.

    A rede prevista de transportes colectivos, apoiada na proposta de construo e ampliao

    de 3 interfaces modais e no desenvolvimento de Planos de Mobilidade, tem potencial

    para contribuir para melhorar a articulao entre o TI e o TC, estimulando a utilizao

    preferencial do TC, principalmente o ferrovirio, para deslocaes pendulares.

    Paisagem e requalificao urbana

    Os objectivos estratgicos da Proposta de PDM constituem, de uma maneira geral, um

    estmulo recuperao do edificado existente, principalmente devido aposta na

    revitalizao dos ncleos urbanos consolidados, embora a Proposta no aborde

    directamente a requalificao urbana enquanto sector de desenvolvimento estratgico

    prioritrio.

    A identificao das ACRRU e o desenvolvimento de vrias UOPG sobre projectos de

    requalificao urbana e industrial constituem a face visvel da aposta neste sector,

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    RELATRIO AMBIENTAL 35-99

    contribuindo para contrariar as assimetrias paisagsticas do tecido urbano e para

    melhorar a atractividade dos centros urbanos em detrimento das reas de expanso

    perifricas.

    A integrao das AUGI no tecido urbano contribui para a qualificao destas reas,

    nomeadamente ao nvel da qualidade dos espaos de utilizao colectiva e

    infraestruturas bsicas.

    A criao da EEU e a reconverso dos espaos industriais obsoletos (para EEU ou espaos

    multiusos) tambm do um contributo positivo para a paisagem e requalificao urbana,

    na medida em que promovem a integrao de espaos verdes, potenciando o conforto

    bioclimtico das zonas urbanas envolventes, e a criao de novos espaos colectivos de

    recreio e lazer.

    6.1.4 Directrizes para seguimento

    De seguida apresentam-se as directrizes para seguimento (quadro 12) correspondentes

    ao FCD Estruturao e requalificao urbana, destacando aquelas que se consideram

    prioritrias.

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    RELATRIO AMBIENTAL 36-99

    Quadro 12 Directrizes para seguimento para o FCD Estruturao e requalificao urbana

    Planeamento e gesto

    Identificar e planear as medidas de gesto necessrias para minimizar as carncias de tratamento

    de efluentes a curto prazo

    Adoptar medidas conducentes resoluo do problema de salubridade, e contaminao, em zonas

    de ocupao dispersa

    Fazer depender o licenciamento de projectos industriais da construo de um sistema de drenagem

    e tratamento de efluentes autnomo e/ou compatvel com a rede pblica

    Promover a implementao de Sistemas de Gesto Ambiental (SGA) nas actividades industriais,

    nomeadamente atravs do desenvolvimento e implementao de um programa municipal de

    certificao ambiental

    Fazer depender o licenciamento urbanstico da capacidade do sistema de drenagem e tratamento

    de efluentes, e do sistema de recolha e tratamento de RSU, para acolher na totalidade as

    necessidades associadas a novas construes

    Dinamizar e promover a utilizao do transporte ferrovirio enquanto alternativa ao transporte

    individual, nomeadamente para deslocaes dentro da sub-regio da Grande Lisboa

    Assegurar que as necessidades de transporte ferrovirio de passageiros so satisfeitas atendendo a

    prioridades de transportes energeticamente sustentveis.

    Desenvolver um plano de gesto de trfego orientado para a mobilidade sustentvel do Concelho,

    considerando, por exemplo, a introduo de taxas de circulao a veculos pesados nas rodovias

    mais crticas do ponto de vista da qualidade do ar e do rudo

    Desenvolver e implementar uma Carta de Conforto Higrotrmico orientada para identificar as zonas

    urbanas mais vulnerveis e as zonas mais propcias expanso urbana em termos de conforto

    humano e sade pblica

    Monitorizao

    Proceder a uma monitorizao rigorosa do faseamento da ampliao da rede de drenagem e

    tratamento de efluentes at 2015, atravs do estabelecimento de um cronograma de execuo e

    da responsabilizao da SIMTEJO pelos atrasos que se venham a verificar

    Monitorizar a evoluo de cobertura prevista e as necessidades de expanso futura em funo do

    crescimento do concelho

    Desenvolver e implementar um sistema de monitorizao colectiva dos focos de poluio de

    efluentes industriais e domsticos, designadamente os que estejam associados a ocupao

    dispersa e exteriores aos sistemas formais de saneamento

    Monitorizar a compatibilidade da localizao de novas reas urbanas, incluindo a reconverso de

    espaos industriais obsoletos, com os estabelecimentos existentes abrangidos pelo DL 254/2007,

    de 12 de Julho, relativo preveno de riscos de acidentes graves que envolvam substncias

    perigosas

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    RELATRIO AMBIENTAL 37-99

    6.1.5 Quadro de governana para a aco

    De seguida apresenta-se o quadro de governana para o PDM de Vila Franca de Xira, no

    mbito do FCD Estruturao e Requalificao Urbana.

    Quadro 13 Quadro de governana para a aco para o FCD Estruturao e requalificao urbana Entidades Condies de desempenho Cmara Municipal de Vila Franca de Xira

    Controlar a disperso urbana fora dos permetros urbanos e as tendncias de expanso em zonas de risco e/ou em zonas de conflito potencial de uso do solo

    Controlar os dfices infraestruturais existentes, nomeadamente ao nvel do saneamento bsico

    Manter actualizadas as perspectivas de desenvolvimento da rede viria municipal, tendo em conta critrios de mobilidade e proximidade funcional

    CCDR-LVT Manter actualizadas as perspectivas de desenvolvimento urbano do territrio regional, assegurando o cumprimento das condicionantes regionais nesta matria

    DGOTDU Manter actualizadas as perspectivas de desenvolvimento urbano do territrio nacional, tendo em conta as especificidades territoriais regionais e sub-regionais

    Produzir indicadores de benchmarking e monitorizao da expanso e disperso urbanas

    SIMTEJO Resolver de modo clere todas as infra-estruturas que asseguram a entrada em pleno funcionamento das ETAR do concelho, em particular as que podem dar resposta significativa a curto prazo

    Manter actualizadas as perspectivas de cobertura do sistema de recolha e tratamento de efluentes, incluindo os cronogramas de execuo e viabilidade financeira das expanses previstas a curto, mdio e longo prazo

    REFER Adequar a gesto infraestrutural da rede ferroviria s tipologias de procura existentes, mantendo actualizadas as perspectivas de construo e modernizao da ferrovia

    Populao em geral Participar em inquritos de percepo e satisfao pblicas em relao vivncia urbana

    6.2 FCD#2: Valorizao ambiental e cultural

    6.2.1 Anlise tendencial

    Estrutura verde e valorizao de reas naturais

    Segundo o Plano Estratgico do Ambiente para Vila Franca de Xira (PEA - 2Fase),

    predomina no Concelho a ausncia de um contnuo natural e a carncia de espaos

    verdes urbanos. O mesmo PEA salienta que, tanto as reas totais de espaos verdes

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    urbanos como as reas totais de espaos naturais no cumprem os valores mnimos

    indicados pela DGOTDU: 10m2/hab e 30 m2/hab respectivamente.

    Ao nvel dos incndios florestais, verifica-se uma tendncia decrescente do nmero de

    ocorrncias e rea ardida no Concelho, particularmente entre 2003 e 2006 ver figuras

    9 e 10. Este decrscimo acompanha a tendncia da Grande Lisboa para os mesmos

    indicadores, o que demonstra que Vila Franca de Xira no apresenta um comportamento

    marginal em relao escala sub-regional.

    Figura 9 Nmero de incndios florestais entre 200 e 2006 (Fonte: INE, 2006a)21

    Figura 10 Superfcie ardida mdia em hectares (Fonte: INE, 2006a)22

    21 INE (2006a) Anurio Estatstico da Regio Lisboa - Statistical Yearbook of Lisboa Region, 2006, Instituto Nacional de Estatstica, Lisboa.

    Nmero de ocorrncias (incndios florestais) 2000 - 2006

    193

    131

    151

    163

    195

    180

    140

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

    Superfcie ardida mdia (hectares) 2000 - 2005

    69

    86

    44

    54

    129

    69

    2000 2001 2002 2003 2004 2005

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    Ao nvel das reas classificadas o Concelho apresenta, segundo o PDM em vigor, para a

    Reserva Ecolgica Nacional (REN) uma rea que abrange 57,6% do territrio concelhio, e

    para a Reserva Agrcola Nacional (RAN) uma rea que abrange 50,5% do mesmo

    territrio. A expressividade destes valores deve-se essencialmente rea condicionada

    Lezria, como se pode constatar pelas figuras 11 e 12. Na figura 12 apresenta-se ainda

    os corredores ecolgicos definidos para a Rede Ecolgica Metropolitana (CCDR-LVT,

    2002)23, que estabelecem as dinmicas de desenvolvimento das reas naturais em Vila

    Franca de Xira.

    O Esturio do Tejo a maior zona hmida nacional e uma das mais importantes da

    Europa. Esta relevncia reconhecida ao nvel de diversos instrumentos de proteco e

    valorizao natural, entre os quais a Reserva Natural do Esturio do Tejo e a ZPE

    definida no mbito da Rede Natura 2000. O Concelho de Vila Franca de Xira abrange

    parte destas reas classificadas, que se encontram ordenadas segundo planos de gesto

    regulamentar, designadamente:

    - Plano Sectorial da Rede Natura 2000 para a ZPE do Esturio do Tejo;

    - Plano de Ordenamento da RNET.

    Figura 11 RAN em vigor

    22 INE (2006a) Anurio Estatstico da Regio Lisboa - Statistical Yearbook of Lisboa Region, 2006, Instituto Nacional de Estatstica, Lisboa. 23 CCDR-LVT (2002). Plano Regional de Ordenamento da rea Metropolitana de Lisboa. CCDR-LVT.

    Lezria

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    Figura 12 REN em vigor e Rede Ecolgica Metropolitana prevista no PROTAML

    Qualidade ambiental

    Vila Franca de Xira est assente sobre a unidade hidrogeolgica Bacia do Tejo-Sado. A

    qualidade das guas subterrneas desta unidade so caracterizadas por valores de

    condutividade, cloretos e sdio que, quase sempre, excedem os valores mximos

    recomendveis definidos na legislao (INAG, 2000)24, especialmente no sistema

    aluvionar, como se pode verificar pela anlise da figura 13. Este sistema apresenta uma

    baixa qualidade da gua, como se percebe pela percentagem de ocorrncias (quase

    sempre acima das 60%) na categoria >A3 (nvel de contaminao da gua acima dos

    valores mximos admissveis para consumo humano), o que indicia uma vulnerabilidade

    significativa contaminao das suas guas subterrneas.

    24 INAG (2000) Sistemas aquferos de Portugal Continental, Almeida C., Mendona J.J.L., Jesus M.R., Gomes A.J. (AA), Centro de Geologia e INAG.

    Corredores estruturantes primrios

    reas estruturantes secundrias

    Corredores secundrios

    reas vitais

    Corredores vitais

    Locais tampo

    Intruso

    REN

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    Figura 13 Qualidade da gua no sub-sistema dos aluvies do Tejo (Fonte: SNIRH25)

    As prprias linhas de gua do Concelho apresentam-se bastante poludas, situao que

    se agrava no sentido jusante da rea da faixa urbano-industrial, entre a A1 e a margem

    ribeirinha, zona onde se concentra a maior produo de guas residuais, tal como

    identificado na prpria Proposta de PDM.

    Quanto gua de abastecimento para consumo humano, os dados registados entre 1993

    e 2001, apresentaram elevados nveis de conformidade com as normas da qualidade da

    gua (quadro 14), no indiciando riscos significativos para a sade pblica.

    Quadro 14 Percentagem de anlises em violao das normas da qualidade da gua

    N anlises realizadas N anlises em violao ao VMA Percentagem de anlises em violao ao VMA

    5103 16 0,3%

    Ao nvel do tratamento de resduos verifica-se no Concelho uma tendncia crescente no

    encaminhamento de RSU para reciclagem, tendo atingido os 5,7% de RSU totais em

    2005 (quadro 15). Esta tendncia no entanto ainda incipiente em termos absolutos,

    uma vez que a mdia nacional de recolha selectiva chegou aos 8,2% no mesmo

    perodo26. A deposio em aterro no Concelho aumentou desde 2003, o que significa que

    cerca de 30% dos resduos produzidos no so valorizados.

    25 http://snirh.pt 26 Dados da Agncia Portuguesa do Ambiente - disponveis online (www.iambiente.pt).

    Legenda: A1 tratamento fsico e desinfeco A2 tratamento fsico e qumico e desinfeco A3 tratamento fsico, qumico de afinao e desinfeco

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    Quadro 15 - Quantidade de RSU em % do total Produzido

    Destino Final Tipo de RSU 2003 2004 2005

    Indiferenciado Deposio em Aterro

    Reciclvel 25,2% 37,6% 29,4%

    Central de Tratamento de RSU

    Indiferenciado 71,3% 58,5% 64,8%

    Central de Triagem e Ecocentro Reciclvel 3,5% 4,0% 5,7%

    Fonte: CMVFX (2007)27 e Valorsul28

    Considerando as deficientes caractersticas geotcnicas de Vila Franca de Xira, o

    Concelho apresenta vrias situaes de instabilidade de vertentes que, quando

    coexistentes com reas edificadas, podem configurar zonas de risco iminente. Estas

    zonas encontram-se inventariadas e delimitadas espacialmente, utilizando como base a

    Carta Geotcnica de Risco do Concelho, desenvolvida pela Cmara Municipal de Vila

    Franca de Xira. No contexto das zonas declivosas, esto tambm associadas vastas reas

    com risco de eroso, nomeadamente na margem direita do Rio Tejo, como se pode

    constatar pela anlise da Planta de Condicionantes dos Recursos Ecolgicos29 presente na

    Proposta de PDM.

    Relativamente poluio do ar de Vila Franca de Xira, esta encontra-se dependente de

    dois factores fundamentais: trfego rodovirio e indstria. Segundo o Plano Estratgico

    do Ambiente, os resultados levantados pelas 3 redes de monitorizao inseridas no

    Concelho ao longo dos ltimos anos, destacam as seguintes tendncias negativas:

    - As concentraes mais elevadas de partculas em suspenso tm sido registadas na

    zona urbana de Alhandra (na proximidade CIMPOR);

    - Emisso significativa de partculas em suspenso e SO2 na Pvoa de Santa Iria,

    associada presena da SOLVAY;

    - Poluio significativa (NOx; CO; CO2; COV; HC) em toda a faixa entre a A1 e a margem

    ribeirinha, resultado do trfego rodovirio intenso nessa zona.

    Quanto ao rudo, a Cmara Municipal de Vila Franca de Xira desenvolveu um estudo

    denominado Caracterizao do Rudo Ambiente no concelho de Vila Franca de Xira, cuja

    27 CMVFX (2007). Plano Estratgico do Ambiente 2 Fase. Elaborao da Hidroprojecto, SA. 28 www.valorsul.pt 29 Planta de Condicionantes: Recursos Ecolgicos (desenhos 06.1 e 06.2) - 1 Reviso do PDM de Vila Franca de Xira, Volume III.

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    anlise apresenta as seguintes concluses principais, de acordo com a Proposta de

    PDM30:

    - Foram obtidos muitos resultados crticos em zonas residenciais j consolidadas;

    - As reas envolventes aos eixos rodovirios A1 e EN10 e ao eixo ferrovirio, so as

    reas onde os nveis sonoros ultrapassam os 65 dB(A) - limite mximo imposto por lei

    para a definio de zonas mistas.

    As fontes de poluio do ar, rudo, gua e solo mais significativas do Concelho de Vila

    Franca de Xira encontram-se sintetizadas no quadro 1631.

    Quadro 16 Principais fontes de poluio de Vila Franca de Xira

    Tipos de poluio Fontes de poluio

    Ar Indstria - CIMPOR, Adubos de Portugal, Central Trmica do Carregado, CT RSU VALORSUL, SOLVAY)

    Trfego rodovirio - Eixos Urbanos

    Trfego rodovirio - A1 e EN10

    Trfego rodovirio - Terminal de TIR em Alverca

    Trfego rodovirio - Unidades de Logstica

    Pedreiras (Sta. Eullia SOLVAY e Torre CIMPOR so crticas)

    Rudo Trfego rodovirio - Eixos Urbanos; A1; Ns de acesso A1; EN10 e CREL

    Eixo Ferrovirio

    Indstria e Oficinas em reas urbanas

    Pedreiras - Sta. Eullia e Torre so crticas

    gua AR Industriais da Castanheira e Alhandra, e com origem no afluente Rib Alfarrobeira

    Oficinas, entreposto e adega na Vala do Carregado

    Agricultura intensiva na Lezria e em Vila Franca de Xira

    Circulao e estacionamento de veculos (guas pluviais) Deposio "selvagem" de resduos slidos (monstros) nas margens e galerias ripcolas de

    algumas linhas de gua (especialmente nas zonas rurais)

    Solo Indstrias agro-precurias

    Agricultura na Lezria (utilizao intensiva de adubos e pesticidas) Depsitos de Sucata - A-dos-Potes; Casal da Areias; Mato da Cruz

    Ocupao industrial na frente ribeirinha - C. Ribatejo; Alhandra-Sobralinho; ex-Arbibay; Faixa entre A1 e Tejo no Forte da Casa; ex-Mague

    30 Anlise e Diagnstico, Caderno III Caracterizao Biofsica, Volume I, pg.70. 31 A localizao destas fontes de poluio encontra-se cartografada na Planta de Caracterizao Biofsica das Disfunes Ambientais (desenhos 07.1 e 07.2 - 1 Reviso do PDM de Vila Franca de Xira, Volume I) constante da Proposta de PDM.

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    Associado s pedreiras, a definio, ao nvel da Administrao Central, da Reserva de

    Margas e Calcrios Margosos32 para explorao de recursos geolgicos, que cobrem

    vastas reas do territrio concelhio, configuram um risco acrescido integridade dos

    valores naturais e culturais presentes nessas mesmas reas, constituindo uma ameaa

    ambiental sobre a qual o municpio no possui qualquer capacidade legal de controlo. As

    encostas de Calhandriz, caracterizadas pelos seus matos mediterrneos e espcies

    diversificadas de fauna (como sejam o carrasco, o pilriteiro, ou a gilbardeira), so um

    caso paradigmtico do tipo de patrimnio natural em risco, uma vez que se inserem

    dentro da Reserva mencionada.

    Identidade cultural

    Vila Franca Xira apresenta um nmero muito aprecivel de elementos de patrimnio

    cultural edificado, incluindo alguns do princpio do sculo 20.

    Muitos dos imveis descritos foram classificados em anos recentes, especialmente a

    partir da dcada de 90, o que indicia uma preocupao municipal em salvaguardar o

    patrimnio edificado existente.

    A despesa municipal em actividades culturais por habitante apresentou um decrscimo

    acentuado (-14%) entre 2004 e 2005 (quadro 17), em oposio clara mdia da Grande

    Lisboa, que aumentou em 29% durante o mesmo perodo de tempo.

    Quadro 17 - Despesa Total em Actividades Culturais por Habitante (/hab)

    2004 2005 variao

    Vila Franca de Xira 64,6 55,4 -14%

    Grande Lisboa 44,0 56,8 29%

    Fonte: INE (2006a)33

    Estes indicadores so fundamentais para a promoo de uma identidade cultural

    concelhia forte, na medida em que reflectem a identidade cultural existente e a sua

    valorizao.

    32 reas definidas mediante portaria conjunta entre os Ministrios da Economia e Ambiente e Ordenamento do Territrio - Decreto-Lei n. 270/2001 de 6 de Outubro. 33 INE (2006a) Anurio Estatstico da Regio Lisboa - Statistical Yearbook of Lisboa Region, 2006, Instituto Nacional de Estatstica, Lisboa.

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    No mbito deste FCD verificam-se algumas tendncias crticas actuais do ponto de vista

    da integridade biofsica do Concelho, nomeadamente:

    - Uma insuficiente estrutura verde em espaos urbanos;

    - Uma vulnerabilidade significativa s principais fontes de poluio, particularmente s

    unidades industriais, ao trfego rodovirio e efluentes (domsticos e industriais), bem

    como explorao de recursos geolgicos controlada pela Administrao Central (AC).

    Em relao estrutura verde prev-se, no entanto, que, com a definio de uma EEU, a

    tendncia seja a de aumentar as reas naturais do Concelho e, nesse contexto, gerar

    mais oportunidades de valorizao do patrimnio natural.

    Relativamente aos focos de poluio, particularmente os associados s descargas de

    efluentes, a tendncia futura (embora a prazo incerto) aponta no sentido da diminuio

    da vulnerabilidade ambiental, uma vez entrando em funcionamento as ETAR previstas. J

    para a poluio do ar e do solo, e do prprio rudo, no claro que a situao evolua de

    forma positiva, mantendo-se o risco de poluio actual, ou pior, caso no se controle de

    forma sustentvel o aumento expectvel do trfego rodovirio e a consolidao da

    agricultura intensiva tradicional.

    A valorizao do patrimnio cultural apresenta alguns indicadores positivos que reforam

    a identidade cultural de Vila Franca de Xira, a qual pode todavia ser ainda mais

    potenciada por uma aposta clara nas actividades culturais do Concelho.

    6.2.2 Anlise SWOT

    O quadro 18 apresenta uma anlise SWOT da situao tendencial do Concelho para o

    FCD Valorizao ambiental e cultural, dando a indicao sobre oportunidades e ameaas

    externas ao territrio municipal.

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    Quadro 18 - Anlise SWOT da situao tendencial para o FCD Valorizao ambiental e cultural

    FCD Pontos fortes Pontos fracos Oportunidades Ameaas

    Valorizao

    ambiental e

    cultural

    Grandes reas afectas REN e RAN, essencialmente devido rea condicionada Lezria.

    Abrangncia de parte do Esturio do Tejo maior zona hmida nacional e uma das mais importantes da Europa e respectivos instrumentos de proteco (RNET e ZPE no mbito da Rede Natura 2000).

    Crescimento do patrimnio classificado (especialmente na dcada de 90).

    Ausncia de um contnuo natural e carncia de espaos verdes urbanos.

    Proliferao de situaes de descarga directa de guas residuais para as linhas de gua receptoras (guas subterrneas e linh