relacionamento com investidores com uso do … · características das empresas, quais sejam:...
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RESUMO
Palavras-chave
A análise da governança corporativa, incluindo-se atransparência da administração, tem-se tornado umfator chave para conhecer as grandes empresas. Aomesmo tempo, vem sendo apontada como umindicador de confiança dos investidores nasdecisões tomadas pela administração dasempresas listadas em bolsas de valores. Porém, aInternet proporcionou às corporações um poderosocanal de relacionamento com investidores. Assim,este artigo tem como objetivo verificar a existênciade associações entre características das empresase a disseminação voluntária de informações deinteresse dos investidores: (a) informaçõesfinanceiras, e (b) práticas de governançacorporativa adotadas, por meio doscorporativos. O estudo consiste em umrealizado a partir de dados referentes a 282empresas não-financeiras listadas na Bovespa em2005. Os principais resultados sugerem que quantomaior a firma, e quanto maior o retorno anual dasações da empresa, maior é a soma de informaçõesdisseminadas no corporativo. Além disso,as empresas mais recentemente listadas são maispropensas a divulgar informações de interesse dosinvestidores. Observou-se ainda que, nos últimostrês anos, houve um aumento da disseminaçãovoluntária de informações financeiras noscorporativos.
: Disclosure, Governançacorporativa, Internet, Empresas brasileiras
Websites
cross section
Website
Websites
The corporate governance analysis, including it
transparency of the administration, has become a
factor key to know the great companies. At the same
time, it comes being pointed as a reliable pointer of
the investors in the decisions taken for the
administration of the companies listed in stock
exchange. However, the Internet provided to the
corporations a powerful channel of relationship with
investors. Thus, this article aims to verify
associations between company characteristics and
ABSTRACT
the voluntary disclosure of information of interest of
the investors: (a) financial information and (b)
corporate governance, by means of the corporate
Websites. The study is a cross section carried
through from referring data the 282 non-financial
listed companies in the São Paulo Stock Exchange
(Bovespa) in 2005. The main results suggest that
how much bigger the firm, and how much bigger the
annual return of the actions of the company, greater
is the addition of information spread in the
corporative Website. Moreover, the companies more
recently listed are more inclined to divulge
information of interest of the investors. Another
interesting result is: in last the three years, the
voluntary dissemination of financial information
increased in the corporate Websites.
: Disclosure, Corporate governance,
Internet, Brazilian companies
Web
disclosure
Keywords
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, ao redor do mundo,inclusive no âmbito nacional, a análise dagovernança corporativa tem-se tornado um fatorchave para o conhecimento das grandes empresas.Ao mesmo tempo vem sendo apontada como umindicador de confiança dos investidores nasdecisões tomadas pelos executivos e conselhos deadministração de empresas listadas em bolsas devalores. Adicionalmente, com o advento da Internet,as corporações passaram a ter um inovador epoderoso canal de relacionamento cominvestidores. Assim, em mercados maisdesenvolvidos que o brasileiro, cada vez mais, asgrandes companhias abertas estão utilizando apara uma aproximação maior com seus acionistas,analistas, e investidores. Ao democratizar o acessoa informações financeiras e relatórios úteis aomercado, a empresa está preservando um dosrequisitos basilares da boa governança corporativa,a transparência ( ), além de colaborar paraa eqüidade no tratamento dos proprietários.
Na opinião de autores como Zingales(2000), a influência da mídia deveria ser abordada
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RELACIONAMENTO COM INVESTIDORES COM USO DO
CORPORATIVO: ANÁLISE EMPÍRICA DAS EMPRESAS
BRASILEIRAS LISTADAS NA BOVESPA*
WEBSITE
Wesley Mendes da SilvaRoy Martelanc
1
2
* Artigo apresentado no 30º Encontro da ANPAD - Salvador / BA - Brasil - Setembro/2006.1
2
Doutorando pela FEA/USP, Mestre em Administração pelo PROPAD/UFPE, Professor Associado da Universidade PresbiterianaMackenzie e Pesquisador do Núcleo de Valoração de Empresas/UPM.Mestre e Doutor em Administração pela FEA/USP, Professor da FEA/USP.
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menos discretamente nos estudos desenvolvidosem Economia e Finanças. De maneiracomplementar, outros como Dyck e Zingales (2002)argumentam que o processo de difusão dasinformações ainda possui pouca representatividadeem modelos econômicos. Por outro lado, umnúmero cada vez maior de pessoas buscainformações na mídia, especialmente a redemundial de computadores.
Diante disso, testemunha-se a necessidadede romper com o padrão anterior de comunicação,ou melhor, inovar o processo de relacionamentocom o mercado (Burlamaqui e Proença, 2003, p.83), dominado pela mídia impressa. No âmbitointernacional, algumas pesquisas já abordaram asassociações entre características corporativas, taiscomo: tamanho, alavancagem, e rentabilidade, coma sua voluntariedade em disponibilizar informaçõesfinanceiras ao mercado pela Internet, destacando-se Brennan e Hourigan (2000) e Ettredge,Richardson e Scholz (2002). Mas, no casobrasileiro, a falta de padronização do uso da Internetpara relacionamento com investidores (RI) tempossibilitado uma variedade de formas deexploração da rede para comunicação com omercado, conforme atesta recente estudo realizadopor Mendes-da-Silva e Magalhães Filho (2005a).
Nesse contexto, o objetivo deste artigo éverificar a existência de associações entrecaracterísticas das empresas, quais sejam:alavancagem, retorno anual das ações, tamanho,rentabilidade, e tempo de listagem em bolsa, com adisseminação voluntária de informações deinteresse do investidor: (a) informações financeiras,bem como (b) práticas de governança corporativaempregadas pelas empresas brasileiras, por meiode corporativo. O estudo desenvolve-secom base em todas as empresas não financeiraslistadas na Bovespa, no ano de 2005. Espera-se queos resultados deste trabalho auxiliem, orientem eestimulem a adoção de políticas de utilização daInternet como meio de difusão voluntária deinformações de interesse dos investidores noâmbito nacional.
Os principais resultados alcançadossugerem: i) a existência de associações positivas esignificativas entre o tamanho da empresa e asmedidas de disseminação voluntária deinformações de interesse do investidor; ii) empresasque exibiram maiores retornos anuais de suasações divulgaram uma soma maior de informaçõesde governança corporativa e financeiras; iii) asempresas que foram listadas mais recentemente naBovespa são mais propensas a disponibilizar
Website
voluntar iamente informações relat ivas àgovernança corporativa e ao desempenhofinanceiro; e iv) nos últimos três anos houve umaumento na soma de informações financeirasdisponíveis dos corporativos. Este artigoestá organizado em cinco partes. A seção 2apresenta a literatura relevante acerca da temática.Em seguida, na seção 3, é relatada a metodologiaadotada para a realização da pesquisa. Logo após,na seção 4, são apresentados e discutidos osresultados empíricos alcançados no estudo e, naseção 5, desenvolvem-se os argumentos daconclusão.
Na América Latina, parece ainda serincipiente a discussão e a elaboração de políticas degerenciamento com base em princípios degovernança corporativa, apesar de já existireminiciativas de diversos setores da sociedade comvistas às suas difusão e valorização no âmbito daseconomias emergentes, esse é o argumento centraldesenvolvido por La Porta . (1998). Naexperiência brasileira destacam-se as iniciativas doInstituto Brasileiro de Governança Corporativa(IBGC), e da Comissão de Valores Mobiliários(CVM). De maneira complementar, tanto naliteratura acadêmica, como naquela dirigida aospráticos, é possível constatar o crescente interessepela matéria focada neste artigo.Assim, Isenmann eLenz (2001, p. 169-178) defendem que a procurapelo aumento da acessibilidade à informação tornouinevitável o uso de novas tecnologias,destacadamente a Internet. A utilização detecnologias inovadoras tem um impacto significativona disponibilidade e na difusão de informações,introduzindo vantagens para as empresas como:redução do custo de comunicação, aumento davelocidade de troca de informações, redução doesforço administrativo, e versatilidade no manuseiode conteúdos interessantes ao mercado.
Embora já exista ao redor do mundo umaquantidade razoável de estudos relacionados aosfatores determinantes da disseminação voluntáriade informações de interesse do investidor pelaInternet, no âmbito nacional essa questão ainda épouco explorada. Porém, Litan e Wallison (2000, p.8) ressaltam que nos mercados mais desenvolvidosjá se nota preocupação com esse aspecto. Dessemodo, tanto pelo lado da demanda, quanto pelo ladodo fornecimento de informações, as implicações daInternet são profundas. Isto é, se as empresaspodem utilizar a rede para acessar informações e
Websites
et al
2 BASES TEÓRICAS DO ESTUDO
WESLEY MENDES DA SILVA • ROY MARTELANC
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mercados, de forma quase instantânea e constante;e tanto investidores, como analistas, são ávidos porinformações, o resultado óbvio é o aumento dadisponibilização de informações do interesse dosinvestidores pelo corporativo.
Por outro lado, há problemas associados aouso da Internet, já que a padronização quaseinexiste. Em alguns países já há algumas tentativasde inserir orientações para a disseminação deinformações para investidores pela , sendocontemplados essencialmente: (a) autenticidade ecredibilidade das informações financeiras e ainda osrelatórios divulgados pelos auditores (Debreceny eGray, 1999); (b) segurança e, coerência entrerelatórios financeiros estatutários e outrasinformações financeiras (Koreto, 1997) e; (c)o esmero dos auditores em relação aos relatórios
(Sheehy e Trites, 1997). Mas, as companhiaspossuem diferentes políticas e práticas no uso darede para atividades de RI. Então, em 1996, nosEstados Unidos, surgia o EDGAR (
), uma tentativade padronizar procedimentos. Enquanto no Canadáera criado o SEDAR (
).
Essa temática também tem despertado ointeresse da academia. Assim, Gray e Debreceny(1997) examinaram empresas norte-americanas econcluíram que mais de 60% delas utilizam apara disseminação de informações financeiras. NaFinlândia, Lymer e Tallberg (1997) encontraramresultados similares. Porém na Espanha,Gowthorpe e Amat (1999) identificaram somente19% das empresas adotantes dessa prática. Mastambém existem investigações que vão além dasimples disponibilização dos relatórios financeiros.
O relacionamento com investidores pelafoi objeto de pesquisa realizada por Heldin
(1999), o qual concluiu que, na Suécia, apesar de83% das empresas divulgarem informações no
, somente uma minoria delas o fazia deforma estruturada, oferecendo informaçõesjulgadas importantes, em tempo real. No ReinoUnido, Marston e Leow (1998), concluíram que otamanho da f i rma es tá pos i t i vamen tecorrelacionado à disponibilização de informaçõesfinanceiras no corporativo. Porém, essaassociação não foi uniforme entre os diversossetores industriais considerados nessa pesquisa,corroborada pelo trabalho de Craven e Marston(1999). Alguns estudos como os de Isenmann eLenz (2000); Kolk (1999); Jones, Alabaster eHetherington (1999) atestam que, na AméricaLatina, os relatórios disponíveis eram dominados
Website
Web
online
online
Electronic Data
Gathering, Analysis, and Retrieval
System for Electronic
DocumentAnalysis and Retrieval
Web
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Website
Website
por publicações em mídia impressa. Por outro lado,de maneira geral, tem sido observada umatendência crescente pelo uso da Internet.
Algumas experiências a esse respeitopodem ser destacadas. Mas, ainda é pífia aprodução científica a partir do mercado brasileiro,abordando a disseminação voluntária deinformações pela Internet. Mendes-da-Silva eMagalhães Filho (2005a), consideraram empresasnão financeiras listadas em 2002 na Bovespa eencontraram associação positiva entre tamanho daempresa e soma de informações financeiras no
; e também associação negativa do retornodas ações com a soma de informações financeirasno corporativo. Em um outro estudo,Mendes-da-Silva e Magalhães Filho (2005b)concluíram que as empresas manufatureiraslistadas na Bovespa, cujo presidente do conselho deadministração não exerce atividades simultâneasna diretoria executiva são mais propensas a divulgarinformações financeiras pela . Atualmente, nospaíses latino-americanos, especialmente em funçãoda percepção de risco no mercado de ações,generalizada entre investidores, muitas empresasnão conseguem obter uma valorização adequada. Aprincipal razão para isso seria a falta detransparência e de garantias aos investidores,assim como a própria ineficiência do mercado(incluindo-se a assimetria informacional).
Esse fenômeno verifica-se em um estudo daMcKinsey & Company (2000), no qual se afirma que83% dos investidores internacionais possuidores derecursos aplicados na América Latina estariamdispostos a pagar um prêmio por empresas quesejam visivelmente bem governadas. Se oconhecimento e a aplicação de boas práticas degovernança corporativa são aspectos críticos, aforma com a qual a empresa divulga suas práticasnão é menos importante. Desse modo, paraaumentar a credibilidade, além dos aspectospuramente financeiros, as empresas necessitamtornar as informações referentes à suaadministração rapidamente acessíveis, focandoseus esforços no fornecimento de uma mensagemclara e concisa, da maneira mais transparentepossível, conforme recomendado, por exemplo, no
(2002, p. 33-34). A seguir, sãoapresentados os procedimentos metodológicosempregados nesta pesquisa.
Conforme ilustra a tabela 1, as informaçõesverificadas foram agregadas em três Subgrupos, osquais proporcionaram a obtenção de três índicesparciais: i) informações financeiras, baseadas nas
Website
Website
Web
Report of the High Level Group of Company Law
Experts
RELACIONAMENTO COM INVESTIDORES COM USO DO CORPORATIVO:ANÁLISE EMPÍRICA DAS EMPRESAS BRASILEIRAS LISTADAS NA BOVESPA
WEBSITE
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utilizadas por Mendes-da-Silva e Magalhães Filho(2005a) (subdividido em: informações maisrequeridas pelo mercado – , e informações dedivulgação voluntária - ), e ii) práticas degovernança corporativa adotadas pela empresa( ). Para cada categoria que foi encontrada no
, a empresa recebeu valor = 1 no Subgrupo,nos casos em que a informação não esteve presenteno , recebeu valor = 0.
Req
Vol
I_Gov
Website
Website
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Variáveis, amostra e dados
Com respeito às variáveis dependentes,foram cinco as utilizadas neste artigo ( ,
, , , ). Desse modo, a partir davisitação e exploração de cada corporativo,foram verificadas 37 categorias de informações deinteresse do investidor, agrupadas em dois blocosprincipais, com 17 e 20 categorias, conforme ilustraa tabela 1.
I_Total
I_Gov Vol Req I_Tot
Website
Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados coletados. Nota: N = 282.
WESLEY MENDES DA SILVA • ROY MARTELANC
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Tabela 1 – Lista e freqüência das categorias de informações deinteresse do investidor nos corporativosWebsites
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Os dados necessários à obtenção dasvariáveis dependentes foram baseados na visitaçãode cada , durante o mês de Dezembro de2005, duas vezes por pesquisadores diferentes. Asduas informações para cada empresa foramcomparadas e as diferenças reconciliadas com umnovo acesso ao da empresa. Cada um dostrês índices parciais (pontuados de 0 a 10 cada um)foi calculado conforme a equação (1).
Website
Website
O conjunto final de empresas estudadas foi
composto de 282 firmas, distribuídas entre 19
setores de atividade, como ilustra a Tabela 2.
Tabela 2 – Conjunto de empresas estudadas (por setores da
economia)
Onde:
S = soma parcial de pontos obtidos no Subgrupo;
S = pontuação máxima possível no Subgrupo;
= pontuação obtida para o índice parcialbaseado no total do Subgrupo.
Em estudos anteriores, como no realizadopor Mendes-da-Silva e Magalhães Filho (2005a),apesar de ser reconhecida a importânciaassimétrica de cada tipo de informação dirigida aosinvestidores (Botosan, 1997), atribui-se o mesmopeso para todas as categorias de informação,considerando informações essencialmentefinanceiras. Diante disso, neste estudo, adotou-se o
Sub
Max
procedimento de atribuir maior importância para asinformações mais freqüentemente requeridas pelomercado, segundo a literatura afeta ao tema. Comisso, o fato de uma empresa deixar de oferecer, emseu , o relatório anual da administraçãoconstitui uma falta mais grave que omitir umcalendário de eventos. Por sua vez, assumindo queas informações financeiras da empresa ainda sãomais solicitadas que aquelas informaçõesdestinadas a ilustrar as práticas e estruturas degovernança por ela empregadas, atribuiu-se maisimportância ao Subgrupo das informaçõesfinanceiras (Subgrupos 1 e 2) que à divulgação dasinformações contidas no Subgrupo das categoriasrelativas à governança corporativa (Subgrupo 3).Para uma firma , o total acumulado ( ) com ostrês índices parciais ( , , e ) foi calculadoconforme equação (2).
Website
i I_Total
Req Vol I_Gov
Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da pesquisa. Nota: A classificação dos setores deu-se segundo critérios da Economatica .®
Das 484 empresas listadas na Bolsa deValores de São Paulo (Bovespa) em Dezembro de2005, foram consideradas as 434 empresas nãofinanceiras (as 50 empresas financeiras listadasforam excluídas, por trabalharem essencialmentealavancadas), das quais: 37 não mantinham
, ou esse não foi encontrado no banco dedados da Economatica , nem tampouco no debusca utilizado, o ; e 115empresas não possuíam informações no banco dedados da Economatica . Na literatura afeta à
Website
site®
®
http://www.google.com
temática abordada nesta pesquisa não foramencontrados estudos que considerassem adivulgação de informações relativas às práticas degovernança adotadas pelas empresas em seusrespectivos . Assim, neste artigo foramconsideradas, além das 17 categorias deinformação financeira, abordadas por Mendes-da-Silva e Magalhães Filho (2005a), mais 20 aspectosrelativos às práticas de governança corporativaadotadas pela empresa. O gráfico 1 ilustra aevolução da disseminação voluntária de
Websites
45RELACIONAMENTO COM INVESTIDORES COM USO DO CORPORATIVO:
ANÁLISE EMPÍRICA DAS EMPRESAS BRASILEIRAS LISTADAS NA BOVESPAWEBSITE
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informações financeiras entre 2002 e 2005. Épossível notar que, excetuando-se os dadosfinanceiros mensais mais recentes da empresa,
Fonte: Dados da pesquisa; N = 282. Nota:As categorias de informações de interesse do investidor que serviram de base para obtençãodas variáveis dependentes estão definidas na tabela 1.
todas as categorias foram mais freqüentementeencontradas nos corporativos.Websites
Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados coletados. Nota: N em 2005 = 282; N em 2002 = 291. Nota: as estatísticas do ano de 2002são baseadas no estudo desenvolvido por Mendes-da-Silva e Magalhães Filho (2005a).
A tabela 3 mostra que, dos trinta pontospossíveis, em média, o índice total de disseminaçãode informações pelo ( ) recebeu umvalor pouco acima de oito pontos, representando
Website I_Total
apenas 26,6% do total possível, 30 pontos (cadaíndice parcial pode somar 10). O melhordesempenho foi observado no Subgrupo 1, ,(41,4%) dos pontos possíveis.
Req
WESLEY MENDES DA SILVA • ROY MARTELANC
46
Gráfico 1 – Evolução da Disseminação Voluntária de InformaçõesFinanceiras no Corporativo das Empresas não Financeiras Listadas na BovespaWebsite
Tabela 3 – Estatísticas descritivas das variáveis dependentes
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A seguir, na tabela 4, podem serobservadas as definições adotadas para as
variáveis independentes utilizadas nesta pesquisa.
Fonte operacional: Banco de dados da Economatica . Boletim Diário de Informações (BDI)/Bovespa, Nº 243/2005, de 21 Dez.2005.
®
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Tabela 4 - Definição das variáveis independentes utilizadas
RELACIONAMENTO COM INVESTIDORES COM USO DO CORPORATIVO:ANÁLISE EMPÍRICA DAS EMPRESAS BRASILEIRAS LISTADAS NA BOVESPA
WEBSITE
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Entre as variáveis independentes, o nível departicipação de capitais de terceiros foi calculado apartir da alavancagem financeira da empresa, .A da empresa foi medida pelo retornoanual das ações mais líquidas da empresa, . Otamanho da firma, ln , foi mensurado pelologaritmo natural do valor contábil do ativo total dafirma . A variável é indicada pela rentabilidadedo ativo total de uma empresa . A variável ln ,foi dada pelo logaritmo natural do tempo, em anos,que a empresa está listada na Bovespa.As variáveisde controle ( ) foram selecionadas com base napossível influência que exercem sobre as variáveisdependentes de divulgação voluntária deinformações de interesse do investidor na Internet( , , , ) e independentes ( ,
, ln , , e ln ). Caso as variáveis decontrole possuam forte correlação com algumasdessas variáveis e não sejam consideradas nomodelo, a relação entre as variáveis de interessepode não ser evidenciada de forma adequada.Assim, as seguintes variáveis de controle foramutilizadas: (a) liquidez em bolsa de valores ( ); (b)concentração do poder de voto ( ); (c) índicede Tobin ( ), de valor da empresa; e (d) nívelde governança corporativa na Bovespa ( ).
A literatura acerca da disseminaçãovoluntária de informações financeiras e degovernança corporativa, de forma geral e,particularmente na Internet, foi examinada paraidentificar quais características das empresas maisafetam a decisão de disseminar informações.Assim,as hipóteses desta pesquisa são formuladas combase em estudos anteriores, as quais sãodetalhadas a seguir.
Para Leftwich, Watts e Zimmerman (1981),a relação entre fornecedores externos de capital eos gerentes da firma é um exemplo de relação deagência, onde os primeiros representam oe os últimos, os . A teoria da agência, cujaorigem remonta a discussão do conflito deinteresses entre acionistas e gestores, discutido porJensen e Meckling (1976), sugere que os custos deagência do capital emprestado dependem dosobjetivos dos fornecedores externos de capital. Issoindica que os custos seriam mais altos para asfirmas com maior alavancagem. Adicionalmente,Jensen e Meckling (1976) concluem que adisseminação voluntária pode reduzir os custos de
Alav
performance
Retn
Tamf
i Roa
i Temp
VC
I_Total I_Gov Req Vol Alav
Retn Tamf Roa Temp
Liqb
Hpod Q
Q proxy
Ngc
principal
agentes
Hipóteses
agência por facilitar a avaliação da habilidade dafirma para contrair endividamento.
Enquanto alguns estudos revelaramrelação positiva entre disseminação voluntária e aalavancagem financeira da firma (Mitchell, Chia eLoh, 1995; Hossain, Berera e Rahman, 1995),outros não apóiam esses resultados. Assim,Mckinnon e Dalimunthe (1993), Aitken, Hooper ePickering (1997) e Brennan e Hourigan (2000), nãoencontraram relação positiva significativa entrealavancagem e o nível de disseminação deinformações financeiras, ou até mesmo sugeremque essa relação seja negativa e significativa (Meek,Roberts e Gray, 1995). Os resultados oferecidos poresses estudos são inconclusivos. Dessa forma,neste artigo testa-se a relação entre alavancagem ea disseminação voluntária de informações deinteresse do investidor na Internet, a primeirahipótese então é:
:
.
Todavia, investidores geralmente percebema ausência de disseminação voluntária deinformações como um indicador de “más notícias”sobre uma firma. Assim, empresas possuidoras de
superior teriam um incentivo adicionalpara disseminar informações voluntariamente (Leve Penman, 1990; Lang e Lundholm, 1993; Clarkson,Kao e Richardson, 1994). Desse modo, a segundahipótese deste estudo é:
:
Cox (1985), Waymire (1985), Lang eLundholm (1993), Clarkson, Kao e Richardson(1994), entre outros, encontraram uma associaçãopositiva entre tamanho da firma e a quantidade dedisseminação voluntária. A terceira hipóteseformulada então é:
:
Na ótica de Haniffa e Cooke (2002), ogerente poderia ser encorajado a divulgar mais
H1
H2
H3
Inexiste uma associação entre
alavancagem financeira da firma e a
quantidade de informações de interesse
do investidor disseminadas no Website
corporativo
performance
A quantidade de informações do
interesse do investidor disponíveis no
Website da firma é positivamente
relacionada à sua performance.
A quantidade de informações de
interesse do investidor disseminadas no
Website é positivamente relacionada ao
tamanho da firma.
WESLEY MENDES DA SILVA • ROY MARTELANC
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informações de interesse do investidor quando astaxas de rentabilidade são altas, expressando a boaqualidade da administração. Porém, segundoevidenciam os resultados obtidos por Ashbaugh,Johnstone e Warfield (1999) a relação entrerentabilidade e a disseminação de informaçõesseria insignificante. Como os resultados daspesquisas nesse campo são inconclusivos, issomotiva testar a seguinte hipótese:
:
Já para Haniffa e Cooke (2002), umaempresa que foi somente recentemente listada nabolsa teria um incentivo adicional para oferecervoluntariamente mais informações, com o intuitoprincipal de combater o ceticismo em relação àempresa e angariar a confiança dos investidores.
H4 Inexiste uma associação entre a
r e n t a b i l i d a d e d a e m p r e s a e a
disseminação de informações de
interesse do investidor na Internet.
Então, propõe-se uma quinta e última hipótese:
:
Para testar as hipóteses propostas foramutilizadas quatro variáveis para medir a divulgaçãovoluntária de informações de interesse do investidor(dependentes): , , , e , conformeilustram as equações (3), (4), (5), e (6),respectivamente. Adicionalmente, para verificar asassociações entre características corporativas edisseminação voluntária de informações deinteresse do investidor foram empregadas cincovariáveis independentes, uma para cada hipóteseproposta: , , ln , , e ln , alémdas variáveis de controle consideradas.
H5 A soma de informações de interesse
do investidor divulgadas por uma firma em
seu Website está negativamente
associada ao tempo de listagem em bolsa.
I_Total I_Gov Vol Req
Alav Retn Tamf Roa Temp
Modelo empírico
Os sinais esperados para os coeficientesdas variáveis independentes são os argumentadosnas hipóteses propostas. Isto é, para todas asvariáveis dependentes: deve ser nãosignificativa; espera-se que seja significativa eobtenha sinal positivo, como também ln . Para avariável , espera-se um coeficiente nãosignificativo. Porém, a expectativa no caso deln , é que o coeficiente de correlação obtidoseja significativo e negativo.
Os principais resultados obtidos naregressão múltipla entre as características da firmae as variáveis dependentes, de disseminação deinformações de interesse do investidor na Internet,estão resumidas na Tabela 5. De acordo com Judge,
. (1988, 394–95), o teste da estatística Durbin-Watson ( ) ind ica a propab i l idade de
Alav
Retn
Tamf
Roa
Temp
et al
d
4 Resultados empíricos alcançados
autocorrelação. Assim, um valor de próximo de 0
indica autocorrelação positiva, um valor próximo de
4 indica autocorrelação negativa, enquanto um valor
próximo de 2 sugere a não existência de
autocorrelação.
A estatística Durbin-Watson ( ) revelou não
existir autocorrelação de primeira ordem entre os
resíduos das regressões para as variáveis
dependentes, segundo procedimento recomendado
por Granger e Newbold (1974), os quais defendem
que uma boa regra prática para suspeitar que a
regressão estimada sofre de regressão espúria
seria um coeficiente de determinação R > . Todos
os coeficientes de determinação R ficaram acima
de 0,33, enquanto Ettredge, Richardson e Scholz
(2002) obtiveram um máximo de apenas 0,175.
d
d
d2
2
49RELACIONAMENTO COM INVESTIDORES COM USO DO CORPORATIVO:
ANÁLISE EMPÍRICA DAS EMPRESAS BRASILEIRAS LISTADAS NA BOVESPAWEBSITE
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