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Relação entre Flexibilidade e Alterações Posturais em Trabalhadores de um Núcleo de Telessaúde Bruna V. B. de Amorim 1 , Fernanda B. de Andrade 1 , Ana Patrícia B. Ferreira 2 , Renata S.C. da Costa 3 e Vanessa V. de Santana 1. 1. Acadêmicas da Universidade Salgado de Oliveira, Recife, PE, Brasil. 2. Preceptor(a) da Clinica Escola de Fisioterapia, Universidade Salgado de Oliveira, Recife, PE, Brasil. 3. Docente do Curso de Bacharel em Fisioterapia, Universidade Salgado de Oliveira, Recife, PE, Brasil. *e-mail: [email protected] Introdução. Flexibilidade pode ser definida como a amplitude máxima de uma ou mais articulações em um movi- mento, dentro dos limites fisiológicos e sem ocorrência de lesões. Essa condição pode estar ligada a hábitos posturais, elasticidade muscular e tecidual em geral, além da plasticidade ligamentar, tendínea e capsular. Perdas de flexibili- dade merecem uma atenção especial, pois podem determinar ou contribuir para o desencadeamento ou agravamento das alterações posturais. Objetivos. Comparar o nível de flexibilidade com as alterações posturais apresentadas por trabalhadores da área administrativa de um Hospital Universitário da cidade de Recife. Método. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de corte transversal e natureza quantitativa. Utilizou como instrumentos, um ques- tionário sócio demográfico estruturado, a avaliação da flexibilidade, com o banco de Wells, e a Avaliação Postural (IAP). O estudo foi realizado no Núcleo de Telessaúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernam- buco (NUTES/HC/UFPE). O projeto foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa do Hospital Agamenon Magalhães (CAAE 36252714.0.0000.5197). Os resultados foram analisados utilizando estatística descritiva e testes paramétricos e não paramétricos. Resultados. Participaram deste estudo, 22 colaboradores, de ambos os sexos, com média de idade de 28,2 ± 6,2 anos. A maior parte da amostra foi composta por mulheres (59,1%) e sedentárias (63,6%). O valor médio da flexibilidade foi de 25,3 ± 7,2cm. Os desvios posturais mais frequentes foram a elevação do ombro esquerdo (54,5%), a anteriorização da cabeça (63,6%), e a escoliose da coluna vertebral (72,7%). A flexibilidade da cadeia posterior interferiu significativamente na assimetria de Crista ilíaca (p=0,039) e retificação da cifose torácica (p=0,036). Conclusão. Acredita-se que o número reduzido da amostra, associado a limitações metodológicas, não permitiram encontrar uma correlação precisa e determinante entre os níveis de flexibilidade e um número maior de alterações posturais específicas. Recomenda-se a realização de mais pesquisas, que considerem a influencia as outras cadeias musculares, além da cadeia posterior, sobre as alterações posturais. Além disso, a utilização de meios de avaliação mais precisos, que possibilitem a minimização dos efeitos da subjetividade da avaliação postural visual. Descritores: Fisioterapia; Equilíbrio Postural; Limitação da Mobilidade. Anais do Congresso Brasileiro de Fisioterapia v.1 n.1, 2016

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Relação entre Flexibilidade e Alterações Posturais em Trabalhadores de um Núcleo de Telessaúde

Bruna V. B. de Amorim1, Fernanda B. de Andrade1, Ana Patrícia B. Ferreira2, Renata S.C. da Costa3 e Vanessa V. de Santana1.

1. Acadêmicas da Universidade Salgado de Oliveira, Recife, PE, Brasil.2. Preceptor(a) da Clinica Escola de Fisioterapia, Universidade Salgado de Oliveira, Recife, PE, Brasil.3. Docente do Curso de Bacharel em Fisioterapia, Universidade Salgado de Oliveira, Recife, PE, Brasil.*e-mail: [email protected]

Introdução. Flexibilidade pode ser definida como a amplitude máxima de uma ou mais articulações em um movi-mento, dentro dos limites fisiológicos e sem ocorrência de lesões. Essa condição pode estar ligada a hábitos posturais, elasticidade muscular e tecidual em geral, além da plasticidade ligamentar, tendínea e capsular. Perdas de flexibili-dade merecem uma atenção especial, pois podem determinar ou contribuir para o desencadeamento ou agravamento das alterações posturais. Objetivos. Comparar o nível de flexibilidade com as alterações posturais apresentadas por trabalhadores da área administrativa de um Hospital Universitário da cidade de Recife. Método. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de corte transversal e natureza quantitativa. Utilizou como instrumentos, um ques-tionário sócio demográfico estruturado, a avaliação da flexibilidade, com o banco de Wells, e a Avaliação Postural (IAP). O estudo foi realizado no Núcleo de Telessaúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernam-buco (NUTES/HC/UFPE). O projeto foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa do Hospital Agamenon Magalhães (CAAE 36252714.0.0000.5197). Os resultados foram analisados utilizando estatística descritiva e testes paramétricos e não paramétricos. Resultados. Participaram deste estudo, 22 colaboradores, de ambos os sexos, com média de idade de 28,2 ± 6,2 anos. A maior parte da amostra foi composta por mulheres (59,1%) e sedentárias (63,6%). O valor médio da flexibilidade foi de 25,3 ± 7,2cm. Os desvios posturais mais frequentes foram a elevação do ombro esquerdo (54,5%), a anteriorização da cabeça (63,6%), e a escoliose da coluna vertebral (72,7%). A flexibilidade da cadeia posterior interferiu significativamente na assimetria de Crista ilíaca (p=0,039) e retificação da cifose torácica (p=0,036). Conclusão. Acredita-se que o número reduzido da amostra, associado a limitações metodológicas, não permitiram encontrar uma correlação precisa e determinante entre os níveis de flexibilidade e um número maior de alterações posturais específicas. Recomenda-se a realização de mais pesquisas, que considerem a influencia as outras cadeias musculares, além da cadeia posterior, sobre as alterações posturais. Além disso, a utilização de meios de avaliação mais precisos, que possibilitem a minimização dos efeitos da subjetividade da avaliação postural visual.

Descritores: Fisioterapia; Equilíbrio Postural; Limitação da Mobilidade.

Anais do Congresso Brasileiro de Fisioterapia v.1 n.1, 2016