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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 21 de Outubro de 2010 | ed. 125 |0.50 euros PUB Gestalqueva pode ser extinta Criado Centro UNESCO CGTP prepara greve geral de dia 24 “Bronca” nos aumentos salariais Alentejo Montemor Alentejo Elvas 5 14 8 15 “…e haverá foguetes na Passagem de Ano?” Nos ultimos tempos têm-se multiplicado as queixas de munícipes atacados por cães no parque de estacionamento da Porta da Lagoa, em Évora. Depois de várias solicitações ao fim da tarde de ontem era, enfim, visível presença policial no local Presidente da Associação Comercial de Évora contra suspensão das iluminações de Natal Há perigo na Porta da Lagoa Todos os dias fecha uma empresa no Parque Industrial A saga dos mineiros alentejanos José Ernesto e Basílio Horta garantem: obras da EMBRAER começam dia 2 Com OE/2011 Câmara de Évora perde um milhão e trezentos mil euros 3 24 3/7 9 12 Cães vadios dentro da cidade Rui Espada, presidente do NERE Neves-Corvo Durante toda a semana Ba- dajoz tem sido palco de um conjunto de iniciativas que pretendem intensificar as re- lações luso-espanholas. Os temas escolhidos foram o dos nacionalismo, do humor e da banca. O REGISTO entrevistou o filósofo Eduardo Lourenço, sobre os sinais que eviden- ciam uma crise global, seja dentro ou fora da Europa, e assistiu a uma palestra bem hu- morada de Ricardo Araújo Perei- ra perante uma plateia rendida ao humor do “gato fedorento”. Pensar Portugal e Espanha Uma semana de Ágora, em Badajoz Juventude prossegue na Taça: à espera de um Grande! 23 10/11 16/17

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SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 21 de Outubro de 2010 | ed. 125 |0.50 euros

PUB

Gestalquevapode ser extinta

Criado Centro UNESCO

CGTP preparagreve geral de dia 24

“Bronca” nosaumentos salariais

Alentejo MontemorAlentejo Elvas

5 148 15

“…e haverá foguetes na Passagem de Ano?”

Nos ultimos tempos têm-se multiplicado as queixas de munícipes atacados por cães no parque de estacionamento da Porta da Lagoa, em Évora. Depois de várias solicitações ao fim da tarde de ontem era, enfim, visível presença policial no local

Presidente da Associação Comercial de Évora contra suspensão das iluminações de Natal Há perigo na Porta da Lagoa

Todos os dias fecha uma

empresa no Parque Industrial A saga dos mineiros alentejanos

José Ernesto e Basílio Horta garantem: obras da EMBRAER começam dia 2

Com OE/2011 Câmara de Évora perde um milhão e trezentos mil euros 3

243/7

9

12

Cães vadios dentro da cidade

Rui Espada, presidente do NERE

Neves-Corvo

Durante toda a semana Ba-dajoz tem sido palco de um conjunto de iniciativas que pretendem intensificar as re-lações luso-espanholas. Os temas escolhidos foram o dos nacionalismo, do humor e da banca. O REGISTO entrevistou

o filósofo Eduardo Lourenço, sobre os sinais que eviden-ciam uma crise global, seja dentro ou fora da Europa, e assistiu a uma palestra bem hu-morada de Ricardo Araújo Perei-ra perante uma plateia rendida ao humor do “gato fedorento”.

Pensar Portugal e Espanha

Uma semana de Ágora, em Badajoz

Juventude prossegue na Taça: à espera de um Grande! 23 10/11

16/17

2 21 Outubro ‘10

A abrir

Efeméride

A Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada oficialmente a 24 de Outubro de 1945 em São Fran-cisco, Califórnia por 51 países, logo após o fim da Se-gunda Guerra Mundial. A primeira Assembleia Geral celebrou-se a 10 de Janeiro de 1946 (em Westminster Central Hall, localizada em Londres). A sua sede actual é na cidade de Nova Iorque.A precursora das Nações Unidas foi a Sociedade de Nações (também conhecida como “Liga das Nações”), organização concebida em circunstâncias similares durante a Primeira Guerra Mundial e estabelecida em 1919, em conformidade com o Tratado de Versalhes, “para promover a cooperação internacional e conse-guir a paz e a segurança”.

A bomba Orçamento

Neste jornal alguns textos são escritos segundo o Novo Acordo Ortográfico e outros não. Durante algum tempo esta situação irá manter-se e as duas formas de escrita vão coexistir. Tudo faremos, no entanto, para que no mais curto espaço de tempo se tenda para uma harmonização das formas de escrever no Registo, respeitando as regras do Novo Acordo

A manchete da última edição do “REGISTO”, em que se noticiava que, devido à crise, Évora não vai ter iluminações de Natal causou natural impacto na cidade, com opiniões diversas, nomeadamente pelo facto da secretária-geral da As-sociação Comercial de Évora ter dito ao nosso jornal que “não era grave”. O assunto deu “sururu” na cidade e, em entrevista nesta edição, Luís Borges, presidente daquela Asso-ciação, vem pôr os “pontos nos ii”. Uma entrevista a ler, num mo-mento de crise generalizada, onde apesar de tudo indicar que o Orça-mento de Estado vai ser aprovado na próxima semana com a absten-ção do PSD, persiste um discurso negativista, de quase catástrofe. A isso não são estranhos os cortes anunciados. Por exemplo, os cortes nas transferências do Estado para as autarquias que, no caso da Câmara de Évora, de ano passado para este ano chega ao milhão e 300 mil eu-ros. A situação das empresas não é melhor, diz o presidente do Nú-cleo Empresarial da Região de Évo-ra, numa altura em que parecem existir garantias seguras de que no próximo dia 2 de Novembro vão, efectivamente, começar as obras das fábricas da EMBRAER em Évo-ra, prometidas há anos, mas sempre adiadas. Nesta edição do REGISTO, e ainda na sequência da saga dos mineiros

chilenos, fomos conhecer o dia-a-dia dos mineiros alentejanos de uma das maiores minas da Europa: a Mina de Neves-Corvo, em Castro Verde. É um quotidiano arriscado, com muitos acidentes, mas a que estes homens rijos sabem dar resposta, sobretudo através da formação profissional, que é uma das mais constantes reivindi-cações das estruturas sindicais. Para quem habita Évora, a presença de muitos cães nas ruas é uma ame-aça. Muitas são as queixas de ataques protagonizados por grupos de cães, sobretudo, à noite. O REGISTO foi in-vestigar e descobriu que é uma situa-ção grave que exige resposta por parte das autoridades. Fomos também além fronteiras, até Badajoz, participar no Ágora, um en-contro anual sobre as relações bila-terais luso-espanholas, organizado pela Junta de Extremadura. Este ano estiveram em Badajoz muitos por-tugueses, da política ao mundo da cultura. O REGISTO destacou duas presenças, distintas é certo, mas de alguma forma não tão distantes como à primeira vista se podia pensar: a do filósofo Eduardo Lourenço e a do humorista Ricardo Araújo Pereira. Entrevistámos Eduardo Lourenço, tentando perceber os contornos da crise, e com Araújo Pereira percebe-mos que o humor “vence” qualquer crise. Ou melhor: a inteligência é uma das poucas armas de que as comuni-dades dispõem em momentos de cri-se. E que é urgente usá-la contra a(s) mediocridade(s) reinante(s).

Crónica Editorial

Dia das Nações Unidas24 de Outubro

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40 graus à

“Não fui eu”

Na segunda-feira, José Ernesto Oliveira foi informar a Reunião Pública de Câmara daquilo que o REGISTO anunciara quatro dias antes: este ano não haverá as tradi-cionais iluminações de Natal no centro histórico de Évora.Os vereadores da oposição não gostaram de ser “os últimos a saber”, como os côn-jugues traídos. Eduardo Luciano manifes-tou a sua estranheza. É que, embora sen-do vereador, foi “por um jornalista” que tomou conhecimento dessa decisão do presidente da Câmara. Oliveira apressou-se a dizer que também foi apanhado de surpresa pela publicação

da notícia no REGISTO, e que se limitara a confirmá-la, posteriormente, a outros órgãos de informação. “Não fui eu que disse ao jornal”, repetiu o autarca.

“Contratem, mas paguem”

Ao anunciar que as iluminações, este ano, se limitarão à Praça do Giraldo, José Er-nesto Oliveira acrescentou que a Câmara vai concertar esforços com a Associação Comercial, com vista a encontrar alterna-tivas de animação para a quadra natalí-cia. Entre estas, referiu a contratação de agentes culturais locais para actuações de rua. O vereador António Dieb, do PSD, con-cordou com a ideia. Porém, sem perder a habitual fleuma, não deixou dizer: “Con-tratem, sim, mas desta vez paguem-lhes”.A observação do vereador social-demo-crata desagradou ao presidente da Câma-

ra. Assim que surgiu a ocasião, José Ernes-to Oliveira lamentou que o vereador Dieb, geralmente tão cortês e delicado, desta vez tenha “borrado a escrita”.

Números à moda do PC... Causou estranheza - e houve mesmo quem a confidenciasse aos 40 graus - a vo-tação obtida por Capoulas Santos há me-nos de duas semanas, quando foi eleito para a presidência da Federação Distrital do PS de Évora. Todos sabemos, é claro, que ao acto concorreu apenas uma lista, mas aqueles 98,9 por cento dos votos que obteve lembrou coisas antigas. Ou como dizia um militante comunista (embora com laivos de reformador) aos 40 graus: eu quando vi aquela percentagem só me lembrei das votações na antiga União So-viética... Será que Capoulas Santos e o PS, nesta era socrática, estarão a enveredar pelo centralismo unanista que fez as gló-

rias da antiga pátria de Staline?

A Ágora extremenha

Manuela Ferreira Leite, esta semana, em Badajoz, afirmou-se nacionalista e disse que a actual crise é grave porque pode levar à perda da independência nacional. Eduardo Lourenço considerou que todas as dependências se pagam. Pina Moura revelou que, ainda hoje, ouve a música FMI de José Mário Branco e Basílio Horta disse que, para o próximo ano, Portugal não vai entrar em recessão porque “con-fia” no aumento das exportações. Mas o mais aplaudido foi Ricardo Araújo Pereira quando disse que “nós continuamos na cauda da Europa e os espanhóis já nos ultrapassaram em tudo, mesmo descan-sando duas ou três horas todas as tardes. Nós trabalhamos e os espanhóis desen-volvem-se”. Será da sesta?

Carlos Júlio

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Cidade Breves

De um ano para o outro, a Câmara de Évora perde mais de um milhão e trezentos mil euros do Fundo de Equilíbrio Financeiro. As perdas já se tinham feito sentir com o PEC II, mas agrava-se com o novo Or-çamento. Isto obriga a uma reor-ganização das prioridades da au-tarquia. Sem mexer nas áreas de proteção social, assegura o presi-dente da Câmara de Évora. As dotações diretas do Estado para as autarquias, o chamado Fundo de Equilíbrio Financeiro, saem fortemente penalizadas com a proposta de Orçamento de Estado para 2011 que prevê uma redução total na ordem dos 130 milhões de euros, o que pro-voca graves problemas a muitas

autarquias, principalmente as mais pequenas do interior, que chegam a depender em mais de 60 por cento do FEF.Com esta redução, a Câmara de Évora, por exemplo, perde de um ano para o outro, mais de um milhão e 300 mil euros de transferências diretas. O volume do Fundo de Equilí-brio Financeiro previsto para o ano corrente, 2010, deveria ter sido de 15,213 milhões de euros, mas a aplicação do se-gundo Plano de Estabilidade e Crescimento levou a imediata redução a partir de julho. Com o PEC II a autarquia de Évora per-deu quase 576 mil euros no FEF, passando dos 15,213 para 14,637 milhões de euros.A proposta de Orçamento de Estado para 2011, ainda não

aprovada e cuja votação na generalidade está marcada para o próximo dia 29, prevê nova redução: a Câmara de Évora receberá apenas 13,905 milhões de euros, ou seja, menos um milhão e trezentos mil euros.

Proteção social mantém-se A acrescentar à perda de ver-bas das transferências diretas do Estado, José Ernesto Oliveira chama a atenção para o facto de o arrefecimento da atividade económica trazer mais proble-mas. “Parte das receitas próprias da Câmara também vão registar uma quebra expressiva”, aler-ta o autarca preocupado com os compromissos obrigatórios a que a autarquia tem de fazer

face com menos dinheiro.As reduções obrigam também a uma reorganização das prio-ridades da Câmara, já que a ca-pacidade de investimento fica, obviamente comprometida. “Temos de fazer opções e ser muito rigorosos nessa opções e procurar apenas os projetos estratégicos para o nosso desen-volvimento e bem estar das po-pulações”.José Ernesto Oliveira afirma que mesmo com estes cortes vai manter o desígnio de bai-xar a despesa do município em 10 milhões de euros, au-mentando também a recei-ta em 10 milhões, ainda que não aceite cortes nas despesas com a educação e “nas áreas de proteção aos mais desfavo-recidos. w

Autarquias fortemente penalizadas com Orçamento de Estado

Câmara de Évora perde 1.300.000 euros só num ano

José Ernesto Oliveira informou a Câmara que decidiu limitar as iluminações de Natal à Praça do Giraldo e a oposição concordou, mas não gostou de ser “a última a saber”. Havia uma inusitada afluência de público à Reunião Pública de Câmara, na segunda-feira, quando o presidente do muni-cípio, José Ernesto Oliveira, in-formou oficialmente que Évora não vai ter este ano as habituais iluminações natalícias.“É minha intenção reduzir as iluminações à Praça do Giral-do”, precisou o autarca, que manifestou ainda a intenção de “preparar com a Associação Co-mercial um conjunto de outras iniciativas”, incluindo a contra-tação de artistas locais para ani-mação de ruas, nomeadamente para o público infantil.José Ernesto Oliveira argumen-tou que se trata de “uma situa-ção que a crise nos impõe”. Para o autarca, o país e o município vivem um contexto muito difí-cil, e “não seria compreensível que a Câmara ignorasse essa si-tuação” e avançasse com o habi-tual dispositivo de iluminações, que custaria cerca 150 mil euros. José Ernesto Oliveira precisou ainda que a redução das ilumi-

nações se enquadra num con-junto de cortes orçamentais que a situação impõe, e que “outras medidas serão tomadas”.Quanto à oposição, António Dieb, do PSD, afirmou que con-corda “em princípio” com os cor-tes, mas ressalvou que “a crise não justifica tudo”. Dieb recor-dou que “havia expectativas” dos comerciantes que se vêem defraudadas, e apoiou a concer-tação com a Associação Comer-

cial, frisando que, apesar da cri-se, “tem que haver um ponto de equilíbrio”.Eduardo Luciano, da CDU, co-meçou por defender que “há que haver cuidado” quando se anunciam medidas destas. O vereador manifestou o seu de-sagrado por o presidente só ter anunciado a redução das ilumi-nações em Reunião de Câmara depois de a notícia ter saído na imprensa.

O vereador comunista concorda com os cortes, mas acha que, na ocorrência, “passar de oitenta para oito” é “demasiado drás-tico”. E não aceita que a CME venha “anunciar, a um mês e meio, que não há iluminações de Natal”. Luciano entende que a medida devia ter sido prepa-rada antecipadamente, para evitar que a Câmara tenha que “dizer agora que vai procurar al-ternativas”. w

Évora

Iluminações de Natal só na Praça do Giraldo Na reunião da Câmara de Évora

da passada segunda-feira, os ve-readores da CDU votaram contra o pagamento pela autarquia de duas refeições a participantes em encontros que se vão realizar na cidade. Em nota de imprensa, os eleitos da CDU referem que “por maioria, a Câmara decidiu oferecer um jantar aos participantes no VII Encontro do Conselho Superior de Magistratura (CSM), a realizar no Hotel do Espinheiro, no valor de 2000 euros. Esta proposta teve os votos contra dos vereadores da CDU e a abstenção do vereador do PSD. Os eleitos da CDU realçaram e sublinharam os argumentos do Presidente da Câmara acerca da necessidade de cortar nas despe-sas não essenciais. Com todo o respeito institucional que o CSM merece, entenderam os vereado-res da CDU que, num momento em que se anunciam cortes nos salários e que o município não consegue cumprir os seus com-promissos com agentes culturais, desportivos e sociais ou com as Freguesias, não pode o orçamento municipal suportar estas despe-sas, tanto mais que o CSM dispõe de orçamento próprio, a partir do orçamento geral do Estado”Pelas mesmas razões os eleitos da CDU votaram também contra o pagamento de um almoço aos participantes do I Encontro dos Museus do Alentejo, promovi-do pela Direcção Regional da Cultura.

“É preciso cortar nas despesas”

CDU contra pagamento de refeições

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José Pinto de Sá

José Ernesto de Oliveira confirmou à Câmara que este ano as iluminações se limitam na Praça do Giraldo.

O Município de Évora foi eleito por unanimidade para a Presi-dência da Rede AVEC - Aliança de Cidades Europeias para a Cultura, numa reunião do Conselho de Administração que teve lugar nos dias 15 e 16 de Outubro na cidade croata de Osijek.Este mandato tem a duração de dois anos, cabendo à cidade fran-cesa de Arles o Secretariado e à cidade francesa de Vienne o cargo de Tesoureiro.A eleição de Évora para esta insti-tuição europeia foi anunciada na mais recente reunião pública da Câmara de Évora pelo Presiden-te, José Ernesto d’ Oliveira, que esteve em Osijek, acompanhado do Director do Departamento de Comunicação e Relações Externas da autarquia, José Guerreiro. A AVEC é uma associação sem fins lucrativos, de cidades e territó-rios que partilham objectivos de desenvolvimento sustentável, global e local, baseados na valori-zação do seu património (material e imaterial).

CME eleita para Rede Europeia

Cultura

Paulo Nobre

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Luís Pardal

4 21 Outubro ‘10

Opinião

CARLOS SEzõESGestor/Consultor

Para que serve um partido político?

Nos tempos que correm, à medida que a economia desce ao inferno e a coesão so-cial ameaça tornar-se um pesadelo neste País, a política, os partidos e os políticos afundam, ainda mais, o seu nível de cre-dibilidade e prestígio. Não é necessária uma sondagem assente numa amostra com validade estatística. É quase consensual a sensação de que a Politica se encontra com uma imagem extremamente negativa, fe-nómeno que não é apenas português, mas uma realidade na maioria das sociedades ocidentais. Nesta análise, podemos lançar uma per-

gunta (propositadamente) provocatória: afinal, para que serve hoje um partido po-lítico? Desde já, um devido esclarecimen-to: sou militante de um partido e, como é óbvio, nunca simpatizei com uma visão demagógica e simplista que vê os políticos como seres ambiciosos e sem escrúpulos, e os partidos como a fonte de todos os ma-les. A realidade, fria e objectiva, é outra: os partidos são essenciais a qualquer de-mocracia. Representam estruturas míni-mas de entendimento e compromisso, sem as quais era impossível construir projectos políticos consistentes e continuados no tempo. Mas, de facto, não podem acomo-dar-se a serem meras estruturas imóveis, desligadas da sociedade que os rodeia, em que conjuntos de pessoas (dirigentes e militantes) aguardam o desenrolar dos sucessivos ciclos eleitorais. Pelo contrá-rio, os partidos têm papéis importantes a desempenhar. Na minha opinião, existem 4 essenciais:1 - Assegurar a sintonia entre a agenda do poder político e a realidade vivida e sentida pelas pessoas.

Os problemas quotidianos, que afectam a felicidade e qualidade de vida dos cida-dãos passam frequentemente ao lado da agenda política. Os partidos devem estar centrados na realidade e nas Pessoas e não em jogos de curto prazo, de manutenção de poder – compete-lhes este exemplo e esta prática.2 - Gerar ideias e projectos políticos concretos Perante novos problemas e desafios, é pre-ciso definir princípios políticos e propos-tas de acção coerentes. Há sempre a sen-sação que é mais do mesmo e a coragem de clarificar não abunda. Manuel Maria Carrilho, pelo qual sou insuspeito de sim-patia, teve uma afirmação lúcida há umas semanas atrás: os partidos devem ser “la-boratórios de ideias”. De facto, só assim poderão gerar, no seio de debates internos, abertos e construtivos, as soluções mais inovadoras e eficazes para os problemas que continuamente vamos encontrando na evolução das nossas sociedades.3 - Pugnar pela coerência entre compro-missos assumidos e aquilo que é efecti-

vamente realizado. Os partidos devem falar verdade a priori, explicitar compromissos e, depois de elei-ções, democraticamente, controlar a acção política de quem está no poder. Tanto em contextos nacionais com em locais, fre-quentemente, nas oposições fica-se pela retórica vazia pela ausência de escrutínio e de propostas alternativas diferenciadoras. 4 - Atrair novas pessoas e novas compe-tências para a política. Hoje é essencial, para o sucesso e credi-bilidade dos Partidos, a abertura à socie-dade civil. Deverão, pois, criar condições favoráveis para a atracção de pessoas com reconhecidas qualificações profissionais, oriundas de meios diversos (empresa-riais, académicos, etc) que, mesmo não se enquadrando na disciplina partidária, possam colaborar e enriquecer as várias propostas eleitorais.Aqui assenta a missão de um partido. E só assim se pode garantir que a política tem credibilidade e impacto e que não é apenas um conjunto de rituais maçudos nos quais ninguém se revê.

CARLOS MOURAEngenheiro

E tu? Que fazes?

Anos entram e anos saem e continuamos a deixar-nos enganar pelos que são escolhi-dos maioritariamente para decidir do nos-so destino comum. Pagámos, continuamos a pagar e continuaremos a pagar enquanto não percebermos, enquanto povo, os en-godos e enganos que nos atiram porá nos levar a escolher aqueles que activamente trabalham em favor, não do nosso povo mas de uns quantos que vêem e continuam aumentando o seu pecúlio.Se alguém duvidava, ou descria, das in-formações que vinham sendo dadas, apeli-dando-as de perigoso esquerdismo, sobre a diferença de tratamento dadas a uns e a outros aquando do esforço do reequilí-brio das contas do estado, mesmo que as

responsabilidades destas não possa ser atribuído de igual modo a todos, não pode permanecer indiferente aquilo que vem expresso nas páginas do jornal Público.O que este jornal finalmente apresentou foi: As medidas de austeridade não afec-tam os méis ricos; As grandes fortunas continuam sem ser devidamente taxadas mesmo quando há sinais exteriores de ri-queza, tais como barcos e aviões que não são controlados pelas finanças; O sigilo bancário, cujo levantamento é exigido para a continuação dos subsídios do Esta-do, não é levantado às grandes fortunas; O imposto sucessório, que tinha de ser pago aquando das heranças, por força dos par-tidos que têm formado os sucessivos go-vernos, deixou de existir; A Banca pratica-mente não paga impostos e, se ameaçada afirma que os fará recair sobre o consu-midor. Acrescentar mais algum comentá-rio sobre estes factos é desnecessário pois eles falam por si.Não falam porém de quem aprovou, pro-moveu ou promulgou estas leis, e muito menos ainda falam para onde foi o dinhei-ro dos contribuintes que serviram para salvar os bancos e seguradoras privadas da bancarrota. Ninguém diz, em lado ne-

nhum, que as grandes empresas passaram anos a gozar de benefícios fiscais e quan-do estes acabaram se foram embora, nunca contribuindo para o crescimento efectivo da Economia do Estado. Ninguém diz que as políticas seguidas que fizeram recair sistematicamente sobre os trabalhadores os custos das sucessivas imposições es-trangeiras, fosse FMI, fosse União Euro-peia, protegeram sempre os lucros, por-que se disse e continua a dizer que são os capitalistas que promovem a geração de emprego, o que está mais do que demons-trado ser falso.A verdade é que vamos pagar mais IVA, mais IRS, ter os medicamentos mais caros, pagar mais de transportes, deixar de rece-ber abono de família e várias outras coisas que garantiam a uma população bastante pobre alguma fuga à miséria mais com-pleta, mas quem sempre beneficiou com isso, nada vai sentir. Quanto aos funcio-nários públicos, promovidos a alvo a aba-ter e apontados como malfeitores número um, vão perder de uma penada 5 a 10% do seu salário, quando durante anos os seus aumentos não ultrapassaram o 1,5%, e isto quando eram sequer aumentados. A inflação foi comendo os seus salários, mas

nada disto levou as pessoas a perceber que os verdadeiros culpados estavam noutro lado e eram, normalmente os primeiros a acicatar as hostes contra os desgraçados, jogando com sentimentos de frustração da população dos quais a função pública nun-ca teve possibilidade de se defender.Durante anos mentiu-se, manipulou-se, estimulou-se a inveja e o ressentimento, dividindo a população e garantindo as-sim as condições necessárias para levar a cabo uma politica de destruição dos sec-tores produtivos, dos serviços do Estado, da Educação, da Investigação Cientifica, e da Cultura e com isto de toda a economia nacional, para que algumas classes me-drassem na oferta de tudo quanto ia desa-parecendo quer pela importação, quer pela criação de iguais serviços no sistema pri-vado acessível apenas a alguns, ou então suportado pelo mesmo Estado, que tinha deles abdicado, a peso de ouro.Agora está à vista. Não é possível negar mais os resultados destas políticas, sobre as quais muitos teceram as maiores loas, mas que ameaçam lançar na miséria por muito tempo a nossa sociedade. Um pouco por todo o lado as lutas e as greves suce-dem-se. E tu? Que vais fazer?

EDUARDO LUCIANOAdvogado

Apesar…

Ontem começou o Festival Internacional de Curtas Metragens de Évora (FIKE). É a nona edição e aquela que se realiza com mais dificuldades.Na jornada de arranque deste importante festival, João Paulo Macedo, líder do pro-jecto, fez um discurso onde o entusiasmo

pelo cinema e pela intervenção cultural se cruzou com uma indisfarçável amargura.Foi um discurso de incompreensão peran-te a atitude do Município de não cumprir a tempo e horas as obrigações que assumiu de livre vontade, e com uma justa crítica ao abandono da cultura como imagem de mar-ca da cidade património da humanidade.Perante convidados e participantes e onde a ausência do Presidente da Câmara ou da responsável pelo pelouro foi nota de des-taque, o responsável pelo FIKE afirmou que esta edição se realiza apesar da Câma-ra Municipal.Esta parece ser mais uma marca que fica, no divórcio entre os agentes culturais e os responsáveis pela ausência de uma verda-deira política cultural para a Cidade.

Passado aquele momento de justa crítica, é altura de assistir ao festival de cinema, aplaudir ou patear os filmes a concurso, aproveitar esta semana em que há oferta cultural, ainda que reduzida ao mínimo pelas dificuldades financeiras, para usu-fruir da Cidade que a tudo parece resistir.Mérito seja dado aos agentes culturais que continuam a acreditar que vale a pena investir numa actividade que consideram essencial e diferencia Évora no panorama nacional.Soubemos esta semana que o “Trulé - In-vestigação de Formas Animadas” ganhou o prémio Golden Magnolia Arts Inno-vation, atribuído no âmbito 2nd Golden Magnolia Shanghai International Puppets Festival and Competition.

A distinção premeia Manuel Dias pelo seu trabalho inovador, que tem levado o nome de Évora por esse mundo fora, prestigiando-o.Há razões e motivos fortes para nos sen-tirmos confiantes e orgulhosos naquilo que se vai fazendo em Évora ao nível da intervenção cultural e que faz mais pela divulgação da cidade e da região que qual-quer plano de “marketing territorial” pago a peso de ouro. E as razões da confiança e de orgulho au-mentam, se imaginarmos que tudo isto é conseguido apesar das “incompreensões” de quem exerce o poder na Praça de Sertó-rio, perante a evidência que a cultura terá que ser um elemento estruturante na afir-mação deste território como espaço atrac-tivo para viver. Para viver bem.

5

Sociedade

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Com a paragem do cinema co-mercial no auditório Soror Maria-na, Évora ficará sem filmes pelo menos até 2012. Só nessa altura deverá abrir o centro comercial do Parque Industrial que terá salas de cinema.

No mínimo só em 2012 haverá novas salas de cinema em Évo-ra. Só nessa altura poderão estar concluídas as obras do novo cen-tro comercial que acompanhará o Retail Park cujas obras prosse-guem no Parque Industrial da cidade, mas que não incluem, para já, a construção do centro comercial.“As obras em curso são referentes apenas à componente de Retail Park e não ao conjunto comer-cial completo, onde se inclui o centro comercial (ainda por construir) e o stand alone ocu-pado pela marca IZI”, esclarece ao REGISTO fonte da Imoren-dimento, empresa responsável pelo empreendimento.

Ao REGISTO, a Imorendimento garante que o centro comercial só avançará no ano que vem. “Esperamos estar em condições de arrancar com os primeiros

trabalhos de construção no pri-meiro semestre de 2011”, revela ainda fonte da empresa, confir-mando também que este centro comercial, depois de construído,

“incluirá zona de cinemas”.Com a decisão da Câmara de Évo-ra de não continuar a sustentar a sala de cinema do auditório Soror Mariana, o mais provável

é o cinema acabar de vez em Évora,ficando o auditório apenas com a programação do Cineclube da Universidade de Évora.Por agora não é conhecida qual-quer outra intenção de investi-mento em Évora com aposta em salas de cinema, pelo que a pro-babilidade de exibição de filmes comerciais na cidade deve ficar condicionada até à abertura do centro comercial do Parque In-dustrial.

Retail Park quase ocupado

Entretanto, na mesma zona onde será construído o referido centro co-mercial, decorrem a bom ritmo as obras do Retail Park cuja conclusão está prevista para o final deste ano.De acordo com a Imorendimento, a abertura oficial deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2011, “es-tando a comercialização dos espa-ços incluídos nesta componente em 70%”, revela a empresa. Ou seja, apenas uma pequena parte, 30 por cento, no caso, falta comer-cializar no novo Retail Park. w

Só quando abrir novo centro comercial

Cinemas em Évora só em 2012Paulo Nobre

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Obras do Centro Comercial arrancam no primeiro semestre de 2011.

A Gestalqueva é um dos organis-mos que pode ser extinto caso seja aprovado o Orçamento de Estado. Para Norberto Patinho é hora de re-formular o seu funcionamento. Apresentado como “a porta do investimento” em Alqueva, a Gestalqueva pode ter o futuro comprometido caso seja aprova-do o orçamento de Estado pro-posto no final da semana passa-da pelo Governo. Formado pela Empresa de De-senvolvimento e Infraestruturas de Alqueva, com 51 por cento do capital e pelas seis Câmaras Municipais beneficiárias das al-bufeiras de Alqueva e Pedrógão - Alandroal, Moura, Mourão,

Portel, Monsaraz, Serpa e Vidi-gueira –, com 49 por cento, a Ges-talqueva pretendia acompanhar o desenvolvimento turístico na zona da grande barragem e pres-

tar ajuda direta aos potenciais investidores.Os atrasos no desenvolvimento turístico e o abrandamento da economia, junto às medidas de

austeridade impostas pelo Orça-mento de Estado levam com que este possa ser um dos organis-mos com capitais públicos a ser extinto.Por outro lado a maior aposta de Alqueva na vertente agrícola, este organismo ficou “um pouco ferido na sua ação” e sem “capa-cidade operacional”, reconhece Norberto Patinho, presidente da Câmara de Portel, uma das au-tarquias detentoras do capital da empresa.A criação do pólo turístico de Al-queva e a revitalização da Asso-ciação Transfronteiriça de Muni-cípios das Terras do grande Lago, “perdeu-se alguma identidade” na Gestalqueva, reconhece ain-da o autarca de Portel.

Embora entenda haver lugar para uma entidade com a missão da Gestalqueva, Norberto Pati-nho reconhece a necessidade de correções nos objetivos e na es-tratégia de funcionamento.“Há um espaço para uma empre-sa deste tipo, mas terá de haver uma reflexão, porque o turismo é uma nova realidade funda-mental para as expectativas que depositamos num futuro melhor para esta região e não podemos esperar muito mais tempo para fazer o acompanhamento da atividade empresarial, mas para isso é preciso uma empresa à al-tura com, capacidade operacio-nal”, o que já não estava a acon-tecer com a Gestalqueva, admite Norberto Patinho. w

Faz parte da proposta do Orçamento de Estado

Governo pode extinguir GestalquevaPaulo Nobre

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Empresa pode “cair” com contenção orçamental.

Luís Pardal

6 21 Outubro ‘10

Opinião

SóNIA RAMOS FERROJurista e Deputada Municipal

Orçamento em queda livreO Orçamento de Estado para 2011 é sem dúvida o tema central da discussão política por estes dias. E não é para menos. Trata-se apenas do pior Orçamento de Estado de que há memória, o mais penalizador para as famílias e para as empresas, em suma, para a economia em geral. Além de um brutal ataque aos salários dos funcioná-rios do Estado, sempre os mais penaliza-dos pela incompetência na gestão da coisa pública; além da subida generalizada de impostos, em todas as frentes; além do aumento do IVA em especial nos géneros alimentícios, de 6% para 23% (nomeada-mente nos néctares e refrigerantes e nos leites enriquecidos, que assumem um lugar de destaque no “cabaz infantil” e que con-sidero, pessoalmente, uma afronta para as famílias) ainda vamos ter de pagar o deficit da televisão pública, através do aumento da taxa de audiovisual, na ordem dos 30%.Uma vergonha sem tamanho. Que há vin-te anos atrás se considerasse essencial a existência de uma televisão pública, pos-so entender, hoje em dia não se justifica. Não distingo o serviço público prestado pela RTP do serviço prestado por qualquer

outra televisão privada. “Serviço público” só se prestar ao Governo, mas nesse caso não pode ser sustentada com o dinheiro dos contribuintes. Também não vejo ne-nhuma razão para o nosso dinheiro pagar 15 mil Euros por mês aos pivots da RTP e pagar de forma igualmente principesca aos restantes funcionários. Gastam indiscrimi-nadamente e no fim do ano endereçam a factura aos contribuintes. Privatização da RTP já!Que José Sócrates adora protagonismo e exposição pública todos sabemos, mas gastar 23 milhões de Euros em seminá-rios, exposições e publicidade, começa a ser uma verdadeira tara. Se a situação do país não fosse tão dramática, até dava para fazer umas graçolas. Nestas condições, não dá graça nenhuma. Exposições só se for sobre pobreza e miséria e seminários talvez fossem úteis, se versarem sobre o tema “Como não governar um país - case study”. Orçamento de Estado entregue em cima da meia-noite do dia 15 de Outubro começa também a fazer escola neste país. Des-ta vez a pen não estava vazia, mas cheia de incorrecções, esquecimentos e muitos números para justificar. Parece que as di-rectas do Ministro das Finanças não deram bom resultado. Lá diz o povo que o traves-seiro é bom conselheiro e neste caso não se enganou. Mas para recuperar das insónias, o Gover-no vai viajar quanto baste. Também nesta rubrica não houve cortes. Todo o Gover-no dispõe de uma verba de 2,6 milhões. E

para que não se sintam sozinhos e aban-donados, sempre podem fazer chamadas móveis para os amigos e familiares, já que a verba atribuída às comunicações móveis ascende à módica quantia de mais de 5,5 milhões de Euros. Ao nível dos transpor-tes, também o Governo prevê gastar mais 2 milhões do que em 2010, num total de 37 milhões.Além das trapalhadas ficámos a saber que o Estado não sabe a quem deve nem quan-to deve. Exercício interessante para um Estado que faz publicar listas de devedores ao fisco. Nada disto é inocente. Os erudi-tos chamam-lhe engenharia financeira. E como sabemos, Portugal é um país de dou-tores e engenheiros …Engano também, na verba a pagar à As-cendi (587.2 milhões de Euros) que afinal se destinava às entidades financiadoras das concessões Aenor e Scut interior Norte a título de reequilíbrio financeiro acordado entre 2006 e 2008.Quanto às transferências para as empresas públicas, também ninguém se entende. Pa-rece que o mapa constante do Orçamento se refere a anos anteriores. Um lapso de somenos importância.Pior do que isto só a declaração do Primei-ro-ministro em que afirma que este orça-mento protege o Estado Social, quando está previsto um corte na ordem dos 2500 milhões de Euros na Saúde, Educação, Se-gurança Social, Ensino Superior e Acção Social. Este Orçamento de Estado arrastará para a recessão a economia portuguesa. O nú-

mero de desempregados aumentará. As últimas multinacionais, com o aumento do IVA vão ponderar a sua permanência no país e acabarão por se deslocalizar, segu-ramente. Os gastos com prestações sociais aumentarão inevitavelmente. O consumo irá retrair-se fortemente. As autarquias vão entrar em colapso financeiro, muitas delas já estão falidas. O mesmo sucederá ao Estado: quanto mais aumenta a taxa de imposto, menor é a receita. A ser aprovado, o Orçamento apenas retardará em alguns meses a vinda do FMI. O país não aguentará este aumento de im-postos. Os encargos para as gerações fu-turas são grotescos, mas o que mais ater-roriza é não vislumbrar no Orçamento um rumo, um caminho, uma visão. Será que os nossos filhos não têm direito a herdar um país com futuro? Venha de lá a publicidade e os seminários. Pelo menos as empresas do ramo sobreviverão. Numa tentativa de minorar os danos, o PSD já fez saber quais são os seus pres-supostos para se abster na votação do OE: IVA a 22%; deduções no IRS reembolsa-das através de títulos de divida pública; suspensão das obras públicas e parcerias público-privadas; prestação de contas so-bre o PEC II e transformação da Unidade Técnica de Apoio Orçamental do Parla-mento numa agência independente, para supervisionar os gastos do Governo, já que este não sabe prestar contas.Com a habilidade que todos lhe conhece-mos para a negociação, é caso para pergun-tar: e agora, Senhor Primeiro-Ministro?

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Sociedade

A Câmara de Évora vai mesmo suspender as iluminações de Natal nas ruas da cidade, tal como o RE-GISTO avançara na última edição. A decisão foi comunicada pelo presidente José Ernesto Oliveira na reunião pública de Câmara de se-gunda feira.

Uma situação que desagrada profundamente ao presidente da Associação Comercial do Distri-to de Évora (ACDE). Luís Borges afirma em entrevista ao REGIS-TO que o presidente da Câmara, em reunião privada, apesar de admitir algumas restrições, lhe garantiu que apesar da crise ha-veria dinheiro para as ilumina-ções de Natal.Luís Borges não compreende a decisão, considera-a grave para o comércio tradicional da cida-de, não fica admirado com as promessas não cumpridas pelos políticos e aguarda por nova reu-nião com o presidente da Câma-ra de Évora.Por impossibilidade do presidente da Associação Comercial de Évora, esta entrevista foi feita através de mail. As perguntas foram envia-das a Luís Borges, que respondeu posteriormente por escrito.

O Presidente da Câmara de Évora informou a vereação, na reunião de Câmara desta semana, da de-cisão de não contratar iluminação de Natal este ano. É, por isso, cer-to que não vão haver iluminações este ano, tal como o Registo havia avançado na semana passada. Ti-nha alguma garantia do presidente da autarquia de que este ano have-ria iluminação?Na reunião que o senhor presi-dente da Câmara com o presi-dente da Associação Comercial de Évora, foi dito que apesar da atual crise e da normal conten-ção de custos, pelo menos, a par-te da iluminação de Natal estava

assegurada pela CME.Foi-me dito que seria natural uma eventual redução da “quan-tidade” de iluminação e foi, in-clusive, avançado pelo senhor presidente da Câmara alguns exemplos de redução: “A Rua X terá menos luzes... talvez a outra rua Y também..” Ficou admirado com a decisão de suspender as iluminações?Se fiquei admirado? Duvido que algum português, nos dias de hoje, fique admirado com o que é dito e feito pelos “funcionários dirigentes” (termo curioso) que elegemos em democracia para nos “Governar”. A falta de iluminações é preocu-pante? A que nível?Essa pergunta levar-me-ia a fa-zer uma analise muito extensa sobre quem pretende tomar me-didas dessa natureza, que obvia-mente não farei aqui e agora. Acho difícil entender que num

país desenvolvido, maioritaria-mente católico, por questões de contenção orçamental se possa sequer pensar em “cortar o Na-tal”. Porque não “corta” também o “Ano Novo”, ou os foguetes do “25 de Abril” que são o símbolo da revolução (e os cravos tam-bém, como é óbvio)?Se a estratégia da CME passa por acabar com as atividades comer-ciais no centro histórico, por fa-vor, digam-nos. Temos muitas famílias que dependem de nos. Acho irresponsável ignorar a importância dos empregos e do tecido empresarial da nossa ci-dade. Por mais que queira tenho dificuldade em entender uma cegueira deste género Portanto, a resposta à sua per-gunta é SIM. Acho imensamente preocupante. Mas numa altura em a que auste-ridade domina os discursos e os orçamentos, quando as autarquias sofrem um corte enorme nas dota-

ções diretas do Estado e se torna necessário eliminar as chamadas “despesas supérfluas”, quando as iluminações - segundo o presiden-te da Câmara - custam cerca de 140 mil euros ano, acha que deveria apostar-se na iluminação?Acho natural que o senhor pre-sidente da Câmara não goste de ter um custo anual de 140 mil euros em iluminação de Natal. Também acho curioso que se queira adotar a solução mais simples: não ter iluminação Mas será que não é possível, saben-do que há iluminação todos os anos, encontrar uma alternativa para que o custo não seja sempre de 140 mil euros ano? Não que-ro, nem devo, ensinar o senhor presidente a “gerir” o que é da sua competência Provavelmente, e repito, provavelmente, as “luzes” são alugadas. Não há alternativas? É fundamental apostar na “es-perança”, no “sonho”, na “ex-pectativa” de um futuro melhor. Nenhum empresário, investe se

não pensar que no futuro tem re-torno. Acabar com a iluminação é muito mais que acabar com um “adorno”. É acabar com as “expectativas” de um futuro me-lhor. É preciso medir muito bem as consequências de certas medi-das. A nossa economia precisa cres-cer. Tem mesmo que crescer. Se isso não acontecer, é certo que a preo-cupação futura não vai ser apenas a questão da iluminação Cuidado. Estes “adornos” são fundamentais para a atividade comercial no perí-odo natalício?Obviamente que sim. Costuma-se falar do “espírito de Natal”, do “ambiente Natalício”. Todos nos precisamos respirar Natal para que, mesmo com dificuldades financeiras tenhamos força para continuar a celebrar esta épocaSe estragarmos o ambiente Na-talício no centro histórico, na-turalmente vamos trazer ainda mais problemas ao comércio da cidade. Sendo já um dado adquirido, que medidas vai a Associação Comer-cial tomar?Não sei se é ou não um dado ad-quirido. O Sr. Presidente de Câ-mara ficou de reunir comigo na Segunda-Feira passada antes da reunião pública de Câmara Não o fez. Pedimos nova reunião, esta Terça-feira de manha, com caráter de urgência para discu-tirmos este assunto. Ainda não obtive resposta.Como compreende, não vou avançar com posições minhas, como presidente da Direção da Associação Comercial de Évora, ou dos meus colegas empresários, baseados em cenários possíveisEste assunto tem que ser decidi-do nos próximos dias porque o Natal esta a chegar.De acordo com as decisões toma-das a Associação Comercial, que representa cerca de 1500 empre-sas, reagirá em conformidade. w

Presidente da ACDE critica autarquia pela suspensão das iluminações de Natal

“Presidente da Câmara garantiu-me iluminações de Natal este ano”- afirma Luís Borges

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Paulo Nobre

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Luís Borges já não se admira com o que é dito e feito pelos politicos.

Luís Pardal

8 21 Outubro ‘10

Sociedade

Uma reforçada energia para enfrentar os futuros desafios políticos constitui uma das principais prioridades do eco-nomista António Costa da Silva ao anunciar, na quarta-feira, a sua candidatura à liderança da Comissão Política Distrital de Évora do PSD.António Costa da Silva conside-ra “urgente” haver “uma nova energia” no PSD de Évora para enfrentar os combates políticos que se avizinham no país e no distrito. Palavras do candidato à Agência Lusa, após a apresen-tação da candidatura à Distrial actualmente liderada por Antó-nio Dieb.Economista de profissão, Antó-nio Costa da Silva, de 41 anos, é vogal da atual comissão política distrital e é o único candidato conhecido, até agora, à liderança da Comissão Política Distrital de Évora do PSD, cujas eleições se realizam a 19 de novembro.O atual presidente e único vereador social democrata na Câmara de Évora, António Costa Dieb, que cumpre o terceiro mandato consecutivo, não vai recandidatar-se ao cargo, por es-tar impedido estatutariamente, mas é o primeiro da lista para a mesa da Assembleia Distrital.O candidato a líder do PSD de Évora pretende “unir o partido no distrito” e considera que “os militantes estão mobilizados para o projeto” que lidera.“No atual momento, o partido deve estar unido e forte, não só a nível nacional, mas também no distrito”, defende António Costa da Silva.Para isso “é determinante” que a distrital do PSD de Évora “passe a dar um maior apoio às conce-lhias, aumente o número de mi-litantes e solidifique o partido e o seu peso no distrito”.O prazo para a entrega de listas aos órgãos distritais do PSD de Évora termina dia 16 de

Economista é candidato à Distrital de Évora do PSD

Costa da Silva quer “unir o partido” para enfrentar futuros desafios

Num momento em que as estrutu-ras do PSD de Évora se preparam para eleições, a JSD elegeu a sua nova Comissão Politica. Luís Sea-tra, militante da secção de Monte-mor-o-Novo, é o actual presidente distrital.

Licenciado em Agronomia, o actual líder tem feito um per-curso de consolidação dentro da estrutura onde já exerceu vários

cargos. Nas últimas autárquicas foi candidato à Assembleia de Freguesia de Nossa Senhora da Vila pelo PSD.Com o novo líder foram ainda eleitos Nuno Gaibino, Isabel Ca-poulas, Luís Correia e Gonçalo Casmarrinhas, como vice-pre-sidentes, sendo secretário-geral Jorge Serrote.Luís Seatra teve um papel im-portante no distrito de Évora, desde 2008, nas estruturas de

apoio e candidatura do actual líder do partido Pedro Passos Coelho.

Segundo fonte local, próxima da nova liderança nacional, Se-atra é visto como “um militante empenhado que pode projectar o futuro da jsd no distrito, em sintonia com os objectivos de mudança e de credibilização dos políticos, particularmente junto dos jovens, numa altura em que os valores do país e a sua identidade se afundam no lodo do governo de Sócrates..”, referiu ainda. w

Évora

Jota laranja com novo presidente

Assumindo “a necessidade de garantirmos a ruptura com as políticas que têm imposto uma dualização gritante na sociedade portuguesa”, a Direcção Regio-nal da CGTP-IN anunciou que vai “preparar e cumprir” a greve geral marcada para 24 de Novembro.

Numa conferência de impren-sa que decorreu em Évora no dia 18, a Direcção Regional do Alentejo da CGTP-IN apoiou a decisão de greve geral tomada pela central sindical, acreditan-do que “só com a luta podemos atingir o que reivindicamos e merecemos”.Os sindicalistas apontam que, no Alentejo, há “vinte por cen-to de pobres, perda acelerada da população e destruição do tecido produtivo”. Segundo as contas da CGTP-IN, tudo isso se cifra em “mais de 30 mil desem-

pregados e 105.561 reformados e pensionistas (sem contar com os concelhos do litoral) com pen-sões médias escandalosamente baixas”, na ordem dos 360 euros.Entre os poucos que, no Alen-tejo, têm “acesso a rendimentos ostensivamente altos”, os sindi-catos destacam “150 famílias de agrários que mantêm as terras

ao abandono e, por isso, aufe-rem avultadas verbas que so-maram, no ano de 2008, mais de 37 milhões de euros.Os sindicalistas salientam ainda que é no Alentejo que se situa “a única capital de distrito que não é servida por auto-estrada”, e recordam que obras como a Barragem do Pisão e diferentes

rodovias e ferrovias “são siste-maticamente adiadas”. Diogo Serra, da União dos Sindi-catos do Norte Alentejano, prevê “uma grande adesão” à greve geral, embora ressalve que ainda é mui-to cedo para fazer prognósticos. Referindo-se a cidade como Évora, o sindicalista considera que a organização de “uma ma-nifestação formal não é prová-vel”. A acção dos sindicatos vai, em princípio, concentrar-se no “apoio aos piquetes”. “Nesta greve geral cabem to-dos”, incluindo imigrantes, trabalhadores a recibo verde e pequenos comerciantes, disse o dirigente sindical. Embora re-conheça que certas categorias profissionais podem levantar mais problemas de participação na greve, Diogo Serra garante que os sindicatos encontrarão “forma de não deixar ninguém de fora”. w

Prevendo “grande adesão”

Direcção Regional da CGTP prepara greve geral

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José Pinto de Sá

Sindicalistas alentejanos estão empenhados na preparação da greve geral.

Realiza-se este sábado, dia 23, o XIV Congresso da Fe-deração Distrital de Évora do Partido Socialista, no Ci-neteatro Vianense, em Via-na do Alentejo.A ordem de trabalhos é a seguinte: 09.30 H – Recepção e entre-ga de documentação aos delegados;10.30 H – Início dos Traba-lhos com a eleição dos ór-gãos do Congresso;11.00 H – Apresentação, dis-cussão e votação dos Rela-

tórios dos órgãos cessantes;12.00 H - Apresentação, dis-cussão das moções de orien-tação política apresentadas ao Congresso;13.00 H – Almoço;15.00 H – Continuação da discussão e votação das Mo-ções;16.15 H – Apresentação das listas candidatas aos Órgãos a eleger no Congresso;16.30 H – Eleição dos Órgãos Federativos;17.00 H – Sessão de Encerra-mento.

Este sábado

Évora, no domingo

PS/Évora em Congresso Distrital

Jerónimo de Sousa vai estar presente no encerramento da Assembleia do PCPRealiza-se este domingo, dia 24, a 7ª Assembleia da Orga-nização Distrital de Évora do PCP, no Évora Hotel. A sessão de encerramento está marcada para as 16,30 e deverá con-tar com a presença do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.

Luís Pardal

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O anúncio oficial das obras da Em-braer é uma boa notícia para a AI-CEP?Concerteza. Nós negociámos es-ses investimentos da Embraer, um em materiais compósitos, outro em estruturas metálicas. Trata-se de um excecional inves-timento, não tanto pelo montan-te do investimento – que mesmo assim é pesado, na ordem dos 300 milhões -, mas pela tecnolo-gia que traz para Portugal.O nosso cluster aeronáutico está a fazer-se em redor desse inves-timento. Ainda recentemente estivemos em Inglaterra, com 42 empresas e vamos estar no Salão Internacional de Aeronáutica e Espaço de Le Bourget. Quem ha-via de dizer há dois ou três anos que nós estávamos presentes nas maiores feiras do mundo de ae-ronáutica.Temos esperança que uma par-te das peças do novo avião, o KC390, já possa ser feita em Por-tugal na sequência deste inves-

timento e também com outras empresas fornecedoras. Chegou a ter receio de que o inves-timento não se concretizasse?Não, em relação à Embraer não tive receios. Nós temos hoje um

trabalho muito íntimo com a empresa brasileira. A AICEP até os formadores da mão de obra formou em conjunto com o Ins-tituto de Emprego, pelo que este é um caso exemplar, um bench-marking de como há bom inves-

timento estrangeiro e como pode ser bem preparado. Está seguro que desta vez é que vão avançar as duas fábricas de Évora? Já houve uma cerimónia oficial…É totalmente diferente, essa ceri-

mónia não tinha a nossa presen-ça, está a falar do investimento francês? Não, estou a falar de quando es-teve o primeiro-ministro e o presi-dente da Embraer.Ah, sim. Agora vai para a frente, claro que sim. Em novembro as máquinas vão entrar e vão co-meçar a ser feitas as obras. É um investimento que não tem ne-nhuma dúvida, é um bom inves-timento para Portugal. Houve atrasos.Houve algum atraso, mas por causa de Bruxelas. Este investi-mento teve incentivos financei-ros e fiscais e tivemos de de fazer notificação a Bruxelas. Houve uma série de perguntas que nos foram feitas e que nós tivemos de responder e isso atrasou li-geiramente o projeto que, aliás, até teve de sofrer uma pequena alteração em função daquilo que Bruxelas entendeu adequado. w

Basílio Horta, presidente da AICEP

Embraer é “um bom investimento” para Portugal

Está adjudicada a primeira emprei-tada de infraestruturas da unidade fabril que a Embraer vai construir em Évora. Os trabalhos começam dia 2 de novembro. “Uma agra-dável notícia”, diz o presidente da Câmara. A Embraer já havia anunciado no passado dia 15 que adjudi-cara a primeira empreitada de infraestruturas da construção da nova unidade industrial em Évora e agora chega a confirma-ção oficial através da autarquia e da Agência de Investimento e Comércio Externo de Portugal de que as obras se iniciam no dia 2 de novembro. Foi com regozijo que o presi-dente da Câmara de Évora fez o anúncio aos vereadores na reunião pública da autarquia, na segunda-feira, precisamente no dia em que o presidente da Agência de Investimento e Co-mércio Externo Portugal, Basílio Horta, confirmava aos jornalis-tas, em Badajoz, à margem da conferência Ágora, o arranque das obras para o segundo dia de novembro.Para José Ernesto Oliveira a con-firmação do arranque da obra trata-se de “uma agradável no-

tícia” numa altura em que tudo é dominado pelos anúncios de contenção e cortes orçamentais. “Isto vem demonstrar que quan-do há persistência, trabalho e op-ções claras o esforço compensa”, regozija-se o autarca esperando que um investimento interna-cional “desta importância seja um fator de ânimo, um sinal de que merece a pena acreditar no futuro, que esta situação de crise será ultrapassada e que tal como a Embraer outras empresas e ou-tros investimentos se façam em Évora”.José Ernesto considera que “só quem não quiser é que não re-conhecerá a importância deste investimento de uma multina-cional que é o quarto construtor mundial de aviões e o primeiro num setor específico”.

Porta de emprego Numa altura em que o encerra-mento de fábricas e o anúncio de novos números do desemprego em Portugal são uma constante, o arranque da Embraer é tam-bém uma lufada de ar fresco ou, como diz José Ernesto Oliveira, “uma porta aberta” ao emprego e à riqueza.“É uma oportunidade que se

abre para a produção de riqueza e para a criação de emprego de jovens licenciados e qualificados e que vai animar a economia, uma vez que vai gerar uma sé-rie de outros empregos em áreas convergentes com esta”.O projeto das obras da fábrica brasileira construtora de aero-naves está anunciado desde o verão de 2008 e o calendário dos investimentos nas duas fábricas revelado em julho de 2009.Quer o presidente da Câmara de Évora, quer o presidente da AICEP, garantem que o inves-timento nunca esteve em risco, mas os atrasos no anúncio de

construção das fábricas levanta-va já algumas suspeitas, até por-que em Évora havia já o exemplo de projetos anteriores como o Skylander.Afinal, os atrasos ficaram sim-plesmente a dever-se às dúvidas levantadas pela união Europeia relativamente aos incentivos fi-nanceiros e fiscais concedidos ao projeto da empresa brasileira.

Prazos cumpridos Ultrapassadas as dúvidas o projeto está pronto a avançar e apesar dos atrasos registados na aprovação do projeto, e a infor-

mação do início das obras vem confirmar os calendários revela-dos em julho de 2009 pelo presi-dente executivo da Embraer. Na altura, Frederico Fleury Curado anunciava à agência Lusa que a primeira fábrica da empresa em Évora deveria entrar em labo-ração no primeiro semestre de 2012. “A construção civil deverá de-morar 18 meses, depois segue-se toda a parte industrial”, expli-cava Fleury Curado. Segundo o presidente executivo da Embra-er, a fábrica, a primeira de duas a instalar em Évora, vai produzir componentes em fibras de carbo-no e de vidro para asas e fusela-gem dos aviões.Referindo-se à formação dos futuros trabalhadores, Fleury Curado adiantava então que em Setúbal já existia uma especiali-zação em aeronáutica e que, em Évora, seria criada uma escola ao nível do ensino técnico com dis-ciplinas voltadas para a tecnolo-gia aeronáutica.O investimento na primeira fase da Embraer, que começa a 2 de novembro, está estimado em 148 milhões de euros, prevê a criação de 570 postos de traba-lho diretos e mil empregos indi-retos. w

Indústria aeronáutica: AICEP e Câmara de Évora confirmam

Embraer arranca a 2 de novembroPaulo Nobre/José Pinto de Sá/Lusa

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Nestes terrenos, junto ao Aeródromo, vai ser construida a EMBRAER.

Basílio Horta: declarações à margem da Ágora, que o juntou em Badajoz com Manuela Ferreira Leite e Pina Moura.

Paulo Nobre

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Nuno Veiga

10 21 Outubro ‘10

Negócios

A situação económica do país pre-ocupa o setor empresarial de Évo-ra. Há empresas a fechar portas todos os dias e outras em grandes dificuldades. Em tempo de preo-cupação, Rui Espada, desde abril à frente do NERE, quer reformular por completo a estrutura de funcio-namento do núcleo de modo a que ele possa desempenhar um papel importante junto dos empresários, numa altura em que o anúncio da construção da Embraer pode ser uma lufada de ar fresco. Um pouco por todo o lado ouvi-mos falar do encerramento de empresas. Há dias o presidente do NERPOR falava da situação de-sesperada das empresas do norte alentejano e o presidente do NER-BE dizia que em Beja quase dia-riamente há uma nova empresa a pedir insolvência. Qual é a situação em Évora?Partilho dessas ideias. Ainda ontem [segunda-feira] tive co-nhecimento de que a Ferral vai fechar aqui, deixando no desem-prego entre 15 a 20 trabalhado-res. Eu sou vizinho da Jorvinhos, empresa com mais de 20 anos em Évora, e vi lá uma tabule-ta a dizer que está para venda. Não sei se para fechar ou apenas vender aquelas instalações por abrandamento do negócio. Isto assusta. Estamos a falar da Zona Industrial da Horta das Figuei-ras. No Parque Industrial, está à

vista de todos que as empresas não estão a conseguir fazer face à crise. Todos os dias fecha uma empresa aqui neste parque. A situação é dramática, neste mo-mento?É preocupante. Preocupante. Ou o empresário tem cautela ou a situação pode tornar-se muito complicada. É preciso, nesta al-

tura, que o empresário pense e se necessário dê um passo atrás. Dar um passo atrás não é recuar. É pa-rar, pensar para ver se consegue depois dar dois à frente. O que está o NERE a fazer para ten-tar combater esta situação?Alguns vêm-nos agora bater à porta… Nós tentámos atempa-damente dar algum apoio, mas a

recetividade das pessoas não foi a melhor. Que tipo de apoios?Estrategicamente tivemos os apoios da formação. Não temos empresas com dimensão para lay-off, por isso sugerimos pla-nos de formação. Estamos a falar de pequenas e médias empresas, com 20, 30 a 40 pessoas, a quem

a formação se adaptava perfei-tamente enquanto não surgisse trabalho. Uma forma de aguen-tar as pessoas durante algum tempo, seis, sete meses, até uma reestruturação da empresa. Diz-me que não houve recetividade por parte dos empresários… Falta de abertura, ou desconhecimento?Falta de conhecimento, sim. Isso

Rui Espada, presidente do Núcleo Empresarial de Évora

Situação económica preocupa porque há empresas a fechar todos os dias

O próximo ano será bastante pior para as empresas, acredita Rui Espada.

Drama é a falta de mão de obraEstá confirmado o arranque das obras de construção da EMBRA-ER para o próximo dia 2 de no-vembro. Este é um investimento considerado charneira, capaz de alterar por completo o cenário na região. Esta é uma boa notícia para os empresários de Évora?Acho que é bom. Como dizia anteriormente, também era bom que se pensasse que exis-tem pessoas e empresas daqui com capacidade não para fa-zer, mas para ajudar. Não te-mos empresas de construção civil, por exemplo, em condi-ções de construir uma fábri-ca daquelas. Noutras espe-cialidades há empresas com capacidade que poderiam

ser aproveitadas para ajudar desde logo na construção dessa fábrica.Por outro lado há uma questão que é muito importante e que assusta os nossos empresários. Todos têm medo de trabalhar para grandes empreiteiros, porque há um historial de grandes empresas que não pagam as sub-contratações. É preciso que, por exemplo, a empresa construtura da EM-BRAER seja credível, porque se uma das nossas pequenas em-presas se mete numa subem-preitada e depois não tem re-torno do trabalho, isso é muito complicado e tem acontecido.Na minha opinião há já outra

asneira em relação à EMBRA-ER.

Qual é?Pelo que ouvi falar já há forma-ção para a EMBRAER em Setú-bal, o que é outro tiro no pé. Creio que também em Évora o Centro de Formação Profissional tinha previsto o arranque de cur-sos vocacionados para este se-tor. Se é que não arrancaram já.Devia ter começado cá para que se acabe com outro drama aqui na região que é a falta de mão de obra. Há uma grande falta de trabalhadores no Alen-tejo e já não falamos de traba-lhadores qualificados. Em Évo-

ra as empresas convivem com esse problema e o Subsídio de Desemprego e o Rendimento de Inserção contribuem para isso. Aliás, se olharmos o Or-çamento de Estado percebe-mos que os trabalhadores são penalizados sendo-lhes retira-das regalias como o Abono de Família. Ao contrário, quem está no desemprego ou com os rendimentos de inserção, leva cortes mais pequenos. Só resta ao trabalhadores pedirem ao patrão para lhes baixar o salário e receberem o restante por fora. Neste momento há empresários a pensar no futuro a partir da EMBRAER?

Neste momento temos uma empresa que já produz protó-tipos de algumas peças. Agora, empresas com vontade de mu-dar o seu ramo a pensar no fu-turo não, não temos e esta não é uma altura muito boa para isso. Seria necessário iniciar de imedia-to formação, sensibilização dos empresários para o que aí vem?Acho que sim, quanto mais cedo melhor. Aliás, isto que está a acontecer com o Orça-mento de Estado deve-se ao facto de não precavermos as coisas, porque desde 2008 que sabíamos que isto podia acon-tecer. A antecipação é sempre positiva. w

Paulo Nobre

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Paulo Nobre

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Luís Pardal

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é uma realidade. É um dos trabalhos que nós temos tentado fazer, porque eles não procuram o NERE, e neste mo-mento até temos uma pessoa vocacio-nada para a parte comercial que todos os dias está em campo a batalhar com as pessoas, apresentando ideias e até solu-ções para os empresários darem a volta ao seus negócios.Infelizmente, as empresas mais antigas, as mentalidades… tudo é muito difícil. Continuamos a ter grande dificuldade em chegar até eles, porque eles não es-tão abertos a mostrar-se por dentro de forma a que os possamos aconselhá-los, até ajudá-los. Há algum conservadorismo por parte do empresário eborense.Muito. Muito. As pessoas pensam mui-to nelas, metem na cabeça que não pre-cisam de ninguém e acho que essa não é a melhor estratégia. Está tudo a pensar em fechar e eu acho que deviam estar a pensar em estabilizar para aguentar 2011 que eu acho que vai ser muito di-fícil. Não vamos bater no fundo, nós já estamos bem no fundo, mas o melhor será deixarmos andar à mercê dos acon-tecimentos.Temos alguns empresários, muito pou-cos nesta altura, a fazer investimentos mesmo em tempo de crise. Eu partilho dessa ideia, no entanto para se avançar e investir numa altura destas há que ter condições e só algumas empresas aqui o podem fazer. A maioria não tem dimen-são. Costuma dizer-se que os tempos de crise são os melhores para o investimento.Sim, isso é bom para os oportunistas, os empresários que têm muito e que apro-veitam o mal dos outros para fazer bons negócios. Também é costume ouvir-se falar da con-corrência das empresas que vêm de fora, de outras partes do país. Esse é um pro-blema?Neste momento o que está a acontecer é que há empresas em situação difícil, com processos de insolvência, que che-gam ao mercado com preços de arrasar simplesmente porque já não fazem ten-ções de pagar aos fornecedores. Conse-guem assim ganhar obras e concursos.

E não é só com empresas de fora, há em-presas da região que o estão a fazer co-locando muitas outras em dificuldade.Se as pessoas da região não se ajudarem umas às outras, se as instituições muni-cipais e públicas não derem um empur-rão, é tudo muito difícil. Não é dizer que uma obra por ser em Évora ter de ser fei-ta por uma empresa de Évora, não é isso. Mas podia haver alguma ajuda. Este Orçamento de crise que deverá ser aprovado preocupa o setor?O governo não tinha muito remédio. É preciso tomar esta posição, embora pen-se que nem tudo está certo e poderiam ter pensado em cortar a quem ganha mais ou, por exemplo, quem recebesse mais de cinco, dez mil euros mês já não teria direito a reforma.Depois acho que precisávamos de tra-balhadores a sério. Mesmo que recebam o mínimo nacional têm de trabalhar a sério durante as horas que ali estão. Isso não acontece em Portugal. Também isso cria dificuldades às empresas. w

O Núcleo Empresarial de Évora está neste momento num pe-ríodo de transformação. O que está a ser feito?O NERE tem 22 ou 23 anos de existência e tem uma ima-gem de mercado que não é a melhor, a mais positiva. Há três anos, quando o enge-nheiro Vítor Barbosa pegou no NERE porque ninguém queria vir para aqui, pensou-se em começar a criar formas de auto sustentar o núcleo. A formação foi a alavanca para essa auto sustentabili-dade. Depois era preciso que o NERE fosse à procura dos empresários e não esperasse que eles cá viessem. Isso hoje acontece.Necessário era também refor-

mular a imagem e já temos um novo design. Isso já está a acontecer, nome-adamente com transformações que vão ser feitas neste edi-fício. O que é que vai ser feito aqui?Estamos a começar a dese-nhar um projeto com o arqui-teto João Calvino para que estes 1200 metros quadrados, destinados a feiras que não devem ter chegado a uma dezena em 20 anos, serem transformados num Centro Empresarial. Como é que vai funcionar?Vai funcionar com um open space, com espaços modu-lares entre os 25 a 30 metros

quadrados que podem ser acrescentados à medida das necessidades da empresa. As empresas podem instalar-se aqui e desenvolver a sua ati-vidade. Qualquer empresário pode chegar a este espaço?Nem todo o tipo de em-presas. Recusámos um gi-násio, porque este não é o espaço adequado para isso nem para uma oficina. Por exemplo, vamos ter aqui um portal virtual com um call-center de turismo e uma empresa de teleco-municações e informática. Ainda hoje [terça-feira] as-sinámos o contrato com o call-center.

Isso significa que é para abrir de imediato?Contamos ter o licencia-mento do projeto até final do ano e começar as obras em janeiro.Vamos reformular todo o edi-fício. O primeiro andar, o pró-prio auditório e vamos voltar a ter um bar, que já existiu e depois fechou. Há uma enti-dade bancária que vai ficar ao lado do bar. Pode ser um apoio fundamental para o arranque de uma empresa.E não só isso, pode haver mes-mo entre-ajuda entre empre-sas, porque vão estar todas bem próximas umas das ou-tras. Será um parque novo de apoio às empresas. w

Nere vai ter Centro EmpresarialPaulo Nobre

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12 21 Outubro ‘10

Reportagem

Muitos imaginam que na era da tecnolo-gia e dos robots o trabalho no fundo das minas quase já não tem a mão humana. Não é verdade. Todos os dias entram na mina centenas de mineiros que descem até 700 metros de profundidade. Apesar do muito equipamento, sobretudo má-quinas, que já existe em Neves-Corvo o trabalho destes homens – é uma profis-são ainda cem por cento masculina – é essencial. São os mineiros dos tempos modernos que o REGISTO foi conhecer melhor. Em Castro Verde, no distrito de Beja. Esta é ainda uma das profissões mais perigosas em todo o mundo, embora a segurança das minas em Portugal nada tenha a ver com a (in)segurança das minas no Chile, na China ou nou-tras do mundo. Mas é sempre um tra-balho arriscado e mesmo nas minas mais seguras o perigo “está sempre à espreita”. No total são 140 quilóme-tros de túneis, rampas e galerias onde “tudo pode acontecer”.Paulo Cascalheira, 37 anos, 16 na mina, diz que “há muitas máquinas a trabalhar no fundo, mas quem opera essas máquinas são as pessoas. Para além disso há ainda muito trabalho que é feito manualmente, como o car-regamento de explosivos. Se formos falar de ventilação é o mesmo: são as pessoas que montam os ventiladores e as mangas de ventilação. Têm que montar tubos para as águas e para os esgotos. Têm que se montar cabos eléctricos, tudo aquilo que existe lá em baixo tem que ser montado por pessoas. Ainda hoje não há máquinas que façam este tipo de trabalho. Era bom, mas não há”.Paulo Cascalheira é um dos muitos mineiros que todos os dias desce, por turnos, os 3 quilómetros da rampa de Castro que o leva ao coração da mina. É um mundo de túneis, rampas e ga-lerias. Um mundo escuro, mas cheio de movimento e de actividade.”Tem ruas, tem avenidas, tem tudo isso, só que é debaixo do chão. É húmido, es-curo, barulhento, com muita máqui-na, muita carrinha… Costumo dizer que é como a Vila de Castro, mas sub-terrâneo, no fundo, debaixo do chão. Tem muita humidade e muito calor”, descreve Raul Candeias, de 51 anos, mais de metade passados na mina. Raul Candeias ainda se recorda da

imagem que trouxe da mina na pri-meira vez em que desceu ao fundo. “Foi arrepiante. Tanto que foi arre-piante que à hora da bucha pedi ao chefe para me trazer para a rua. Era muita humidade, muito calor, sentia-me mal.Mas continuei lá e comecei a gostar. Hoje um dos serviços que eu gosto de fazer é trabalhar na mina”.

Os gazes são o pior Todos mineiros descrevem o ambien-te nas frentes de trabalho como mui-to duro, sobretudo devido aos gazes e ao fumo das máquinas. “O pior é o fumo. Existe muito fumo, as máqui-nas trabalham a diesel. Mas também existe muito calor e muita humidade. E depois é o risco de desabamentos de galerias, de pedras, pode acontecer muita coisa, desde ficarmos entalados com uma máquina a tudo. Eu penso que, relativamente a acidentes, des-de que a gente começa a baixar para a mina a qualquer momento pode acontecer qualquer coisa. Este é um trabalho muito arriscado”, diz Paulo Cascalheira.Daí que os acidentes façam parte do dia a dia dos mineiros, geralmente pequenos acidentes, mas de vez em quando há vidas que se perdem. Ain-da há pouco tempo aconteceu uma morte em Aljustrel (ver entrevista com Jacinto Anacleto).Mas se há memória que fica gravada em todos os mineiros é a primeira vez que desceram ao fundo. Rui Matos, de 47 anos e mais de 25 na Somincor, lembra-se desse dia “como se fosse hoje, porque é um dia que é difícil es-quecer para qualquer mineiro”.“A mina é um buraco grande, fundo, em que estamos sempre à espera de encontrarmos coisas estranhas que não conhecemos, pedras estranhas, pedras bonitas, feias, a caírem ou não, muita água, muitas coisas. Aí há vinte e tal anos atrás a mina era diferente do que é hoje”, diz Rui Matos.Nos últimos anos a segurança e a ma-quinaria têm evoluído muito, no en-tanto o perigo de desabamentos é uma constante. Na véspera de se encontrar comigo, Raul Candeias tinha tido um acidente. Teve sorte: escapou apenas com alguns ferimentos, mas o susto foi grande. “Começaram a cair pedras, alguns blocos já grandinhos, que me apanharam a cabeça e o ombro. Esta-va a trabalhar com uma máquina de

sustimento quando as pedras come-çaram a cair. O capacete também me caiu, com a luz, com tudo, e fiquei às escuras. O colega que estava comigo ficou apanhado também numa perna e num abraço e fugiu. Eu fiquei sozi-nho, às escuras, rodeado de pedras, que continuavam a cair e eu sem sa-ber onde caiam porque não tinha luz para ver. Na altura não consegui pen-sar em nada, só depois é que comecei a pensar, sobretudo depois de chegar a casa, já deitado, é que comecei a pen-sar e acho que vou tentar vir-me em-bora da mina mais cedo, antecipar a reforma”.Desta vez Raul Candeias teve sorte. Apenas uma grande dor de cabeça, devido à queda das pedras, e alguns ferimentos ligeiros e algumas nódoas negras. Estava também acompanha-do. Mas, muitas vezes, os mineiros tra-balham sozinhos.“Eu costumo dizer que temos uma santinha à entrada da mina, mesmo à entrada da rampa, e essa santinha que safa a gente. Eu, durante o ano, 99 por cento dos dias trabalho sozinho e se eu tiver que lá ficar só acham a minha falta quando chegarem à rua”., acres-centa Raul Candeias.

Mineiros alentejanos de Neves-Corvo

A mina é um buraco grande, fundo, escuro, quente e húmido

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Carlos Júlio

A recente odisseia dos 33 mineiros chilenos trouxe também para a praça pública as condições de trabalho e de vida dos mineiros portugueses. Portugal tem apenas quatro minas em funcionamento (Panasqueira, Loulé, Aljustrel e Neves-Corvo), estando estas duas últimas situadas no Alentejo, que é o centro da acti-vidade mineira nacional. As minas de Neves-Corvo são as maiores e as mais modernas em Portugal e também das maiores na Europa. Das entranhas da terra

extrai-se cobre e zinco, agora que as reservas de estanho estão esgotadas.

A mina de Sâo Domingos, no concelho de Mértola, marcou durante mais de um século o imaginário do Alentejo. Chegou a ter mais de 3 mil trabalhadores, uma imensa área industrial, um bairro operá-rio – em muitos casos ainda hoje preser-vado – e uma história de grande activismo social e sindical. Embora a exploração mineira na zona remonte ao império romano, foi sé-culo XIX, em 1858, que tem início a exploração recente da mina pela com-panhia Mason and Barry, tendo-se prolongado os trabalhos por mais de um século até 1965, ano de encerra-mento da mina, após esgotamento do minério.(Cobre, zinco e enxofre). Nos tempos modernos a lavra da mina foi feita a céu aberto até aos 120 metros de profundidade, tendo os trabalhos con-tinuado por meio de poços e galerias até aos 400 metros. O minério era leva-do de comboio até ao porto do Poma-rão e descia, de barco, o Guadiana até Vila Real de Santo António.Miguel Rego é arqueólogo e esteve ligado à musealização de alguns dos espaços relacionados com a actividade mineira, tendo estudado as condições de vida e de trabalho desses homens que, durante décadas, ali ganharam “o pão que o diabo amassou”.“Vamos imaginar um papo-seco, oito ou dez azeitonas, vamos imaginar um bocadinho de toucinho. Era isto que comiam normalmente a uma refeição. De vez em quando um peixe frito, um tomate, às vezes uma açordinha antes de descerem e, depois, meia dúzia de coisas lá em baixo. Era um meio mui-to pobre e, depois, para além disso,d as condições de segurança, relativa-mente a explosões, das questões da humidade, eles tinham que retirar uma determinada quantidade de mi-nério por turno. Era obrigatório. Cada turno tinha que atingir uma determi-nada quantidade de minério, senão recebiam menos. Tudo isso provoca um desgaste físico e psicológico muito grande”, diz Miguel Rego.Para este historiador, agora a exercer funções profissionais na Câmara Mu-nicipal de Castro Verde, um dos gran-des problemas, em termos de seguran-ça, tinha a ver com os incêndios.”Na mina de São Domingos nunca houve muitos acidentes grandes, mas havia muitos acidentes pequeninos. Por-quê? Por causa das condições de segu-rança, de ausência de visibilidade, há muitos problemas de visão, há muita

gente que perde a visão na mina, há incêndios. É muito comum acontece-rem incêndios na mina porque as ga-lerias acumulavam gazes, apesar de haver um sistema de ventilação im-portante. Inclusive, no início do sécu-lo XX, houve um incêndio que durou vários meses e durante o qual foram fechadas galerias que não voltam a ser reabertas.”Apesar de tudo, nunca houve grandes acidentes. “Nunca houve acidentes em que morresse muita gente. Há um aci-dente em que morreram três pessoas, há muitos acidentes com uma pessoa que morre ou fica com ferimentos gra-ves. Há muitos braços e cabeças par-tidos, muitos problemas de visão, isso sim, é quase diário”, diz Miguel Rego.Estas condições durissimas de trabalho e de vida conduziram a um movimen-to operário muito forte, sobretudo na I República, altura em que a mina este-ve a funcionar em pleno. “Há, de facto, um sindicato muito forte e um sindica-to ligado inclusive a outros sindicatos na Europa, nomeadamente à Bélgica, à Espanha, à Itália, e com uma relação muito forte com a mina de Aljustrel. Aliás, são estes dois pólos – Aljustrel e Mina de São Domingos – à volta dos quais funciona o Sindicato dos Minei-ros. Há mesmo uma grande greve no início do Estado Novo, logo nos anos 30, em que há um poder de violência muito grande na Mina de São Domin-gos que quase que mata aquilo que foi a luta mineira em São Domingos, diz Miguel Rego, acrescentando que “foi, então, criado um outro sindicato fan-toche, ligado ao Estado Novo e é criada uma cozinha para o mineiro em que os filhos podiam ir comer uma sopita e tal, e com isso conseguem calar um bocadinho a revolta dos trabalhado-res. Para além disso, os mineiros mais combativos são despedidos e quando vêm que outros começam a levantar a voz são postos na rua”. “Some-se a isto o facto de, na altura, a miséria ser tanta que era preferível viver misera-velmente a trabalhar na mina do que na agricultura, que ainda era pior. Um mineiro, apesar de tudo, ganhava qua-se o dobro do que ganhava um campo-nês, um seareiro. E esse cá fora tinha trabalho seis meses no ano, enquanto que na mina trabalhavam todo o ano. As pessoas calavam-se porque tinham que calar a fome que tinham em casa”, reforça Miguel Rego, referindo-se a uma realidade que foi a de milhares de trabalhadores ao longo das décadas na Mina de São Domingos.

Memórias da Mina de São Domingos

Uma mina que marcou o Alentejo

A entrada da mina de Neves-Corvo, em Castro Verde.

C.J.

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sustimento quando as pedras come-çaram a cair. O capacete também me caiu, com a luz, com tudo, e fiquei às escuras. O colega que estava comigo ficou apanhado também numa perna e num abraço e fugiu. Eu fiquei sozi-nho, às escuras, rodeado de pedras, que continuavam a cair e eu sem sa-ber onde caiam porque não tinha luz para ver. Na altura não consegui pen-sar em nada, só depois é que comecei a pensar, sobretudo depois de chegar a casa, já deitado, é que comecei a pen-sar e acho que vou tentar vir-me em-bora da mina mais cedo, antecipar a reforma”.Desta vez Raul Candeias teve sorte. Apenas uma grande dor de cabeça, devido à queda das pedras, e alguns ferimentos ligeiros e algumas nódoas negras. Estava também acompanha-do. Mas, muitas vezes, os mineiros tra-balham sozinhos.“Eu costumo dizer que temos uma santinha à entrada da mina, mesmo à entrada da rampa, e essa santinha que safa a gente. Eu, durante o ano, 99 por cento dos dias trabalho sozinho e se eu tiver que lá ficar só acham a minha falta quando chegarem à rua”., acres-centa Raul Candeias.

O medo das derrocadas

Mas as histórias de acidentes são como as cerejas. Raro é o mineiro que não tem uma para contar. Paulo Cas-calheira é mais um que confirma a regra. “Estava a operar um Jumbo e a dada altura tive que sair da máquina para substituir uma peça. Foi quando houve uma derrocada de duas pedras, que me atingiram e fracturaram uma perna. Tive fractura exposta da tíbia e do perónio. Estava sozinho e tive que me tentar desenlear daquilo tudo, consegui arrastar-me para um sítio que, em princípio, era mais seguro e a minha sorte foi ter o rádio transmis-sor no bolso e consegui pedir ajuda e foram-me lá socorrer”.Mas o grande medo é que aconteça uma derrocada a sério, mesmo gran-de daquelas “em que a gente queira vir para trás e não consiga. Daquelas muito grandes mesmo. Que eu tenha conhecimento, desse género nunca aconteceu aqui em Neves-Corvo, mas tem acontecido a queda de várias pe-dras, de asteais e coroas. Mas a sorte é que quando acontecem é, em geral, na hora de mudança dos turnos, talvez

derivado dos impactos dos disparos e com a onda de choque que provo-cam”, diz Paulo Cascalheira.Ao contrário do que acontecia na mina de São José, no Chile, em Portu-gal, as regras de segurança obrigam a que cada galeria tenha sempre duas saídas, para que no caso de uma ficar obstruída se possa sair pela outra”.São histórias de mineiros alentejanos numa semana marcada pela presen-ça constante das imagens do Chile nas televisões e jornais portugueses. Esperam os mineiros de Castro Verde que o drama dos seus companheiros chilenos sirva para alguma coisa. Para que, pelo menos, os considerem de outra forma e não apenas como “tou-peiras humanas” que andam debaixo da terra, à mercê de todos os perigos, para extrair as riquezas que enchem os bolsos de muitos por esse mundo fora. E que, por cá, apenas deixam “umas migalhas” da enorme riqueza que o subsolo do Alentejo ainda hoje esconde sob a forma de cobre e zinco, mas também de urânio, mais a norte, na zona de Montemor-o-Novo, mas cuja exploração comercial ainda não começou. w

A mina é um buraco grande, fundo, escuro, quente e húmido

A recente odisseia dos 33 mineiros chilenos trouxe também para a praça pública as condições de trabalho e de vida dos mineiros portugueses. Portugal tem apenas quatro minas em funcionamento (Panasqueira, Loulé, Aljustrel e Neves-Corvo), estando estas duas últimas situadas no Alentejo, que é o centro da acti-vidade mineira nacional. As minas de Neves-Corvo são as maiores e as mais modernas em Portugal e também das maiores na Europa. Das entranhas da terra

extrai-se cobre e zinco, agora que as reservas de estanho estão esgotadas.

Jacinto Anacleto é mineiro em Ne-ves-Corvo há mais de 20 anos e é o coordenador nacional do Sindicato da Indústria Mineira. Tem dado a cara pelo Sindicato e pela classe que representa nas últimas gre-ves e movimentos de contestação. É um mineiro respeitado entre os seus pares. Lembra-se da primeira vez que desceu ao fundo da mina?A primeira vez, à medida que descíamos, comecei a sentir o apertar dos ouvidos, depois há uma certa altura em que isso passa. Outra coisa muito fre-quente são os cheiros dos gazes, dos rebentamentos que se fazem. As temperaturas, água, lama, são tudo condicionantes que quan-do se entra a primeira vez numa mina se começa a pensar: mas que mundo é este?. Há muitos acidentes nas minas portuguesas?Na Somincor vamos com cerca de 45 acidentes desde o início do ano, o que é muito, e as es-tatísticas o que nos dizem é que quando há muitos acidentes pe-quenos vem um acidente fatal. Temos o exemplo de Aljustrel, onde recentemente faleceu um trabalhador, um jovem com 31 anos, o que veio confirmar mais uma vez a estatística: 44 aciden-tes, incluindo um acidente mor-tal. Estas questões de segurança, para além doutras, têm que an-dar sempre a frente de quaisquer interesses de exploração. Daí que a formação dos mineiros seja essencial.Claro. Se houver um bom in-vestimento em formação, desde logo, depois em formação con-tínua e investimento em segu-rança, tudo isso pode colmatar de alguma forma os acidentes. Se não se fizer nada ou se se fizer pouco os acidentes ocorrem na-

turalmente e, ainda mais, no sec-tor mineiro. Portanto, nós o que sempre reivindicámos é que as empresas mineiras não devem olhar a custos para investimen-tos na segurança porque a vida dum ser humano não tem preço. Há diferenças entre Neves-Corvo e Aljustrel relativamente à forma-ção?Aljustrel não tem um único mi-neiro. Chamam-lhe outra coisa qualquer, têm empresas que trabalham na mina de Aljustrel como a Somincor tem, mas a So-mincor tem os seus trabalhado-res qualificados como mineiros. Não são outra coisa qualquer. Em Aljustrel não se passa isso. Na Panasqueira são mineiros, em Loulé também são mineiros. Nós não percebemos porque é que esta situação existe assim em Aljustrel, mas vamos ter que questionar a administração acer-ca disso. Antigamente os mineiros tinham várias doenças específicas que, para além dos acidentes, causavam muitas mortes entre os trabalha-dores. Hoje essa situação continua a verificar-se?Apesar dos mineiros se poderem reformar a partir dos 50 anos e cada dois anos no fundo contar por três, quando se reformam, ao fim de pouco tempo, e temos provas concretas disso aí à vis-ta, são os melhores clientes da indústria farmacêutica. E são vários os problemas que come-çam a ter: silicose, agora hernias discais, que são mais modernas, mas que têm a ver com a posi-ção em que se trabalha, proble-mas de audição, já que o ruído no interior das minas é muito, problemas pulmonares, proble-mas psicológicos. São vários os problemas que muita gente nem imagina e que vão acontecendo naturalmente com o envelheci-mento das pessoas. w

Jacinto Anacleto, coordenador do Sindicato Mineiro

A vida de um ser humano não tem preço

C.J.

A entrada da mina de Neves-Corvo, em Castro Verde.

14 21 Outubro ‘10

Região

O quinto Centro UNESCO em Por-tugal está desde esta semana situ-ado nas Oficinas do Convento de Montemor-o-Novo. Está vocacio-nado para projetos artísticos foca-dos na valorização do património ambiental e cultural.

O protocolo para a formalização do novo centro foi assinado en-tre as Oficinas do Convento e a Comissão Nacional da Organi-zação das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em cerimónia na ci-dade alentejana.“Na prática, as nossas linhas de atuação vão manter-se, mas a criação deste centro representa o reconhecimento da UNESCO em como o trabalho que desen-volvemos se enquadra nos seus princípios”, congratulou-se à Agência Lusa Sandra Coelho, daquela associação cultural e ar-

tística.Esta “chancela” da UNESCO vem ao encontro dos projetos artís-ticos da associação, criada em 1996, que centra atenções em iniciativas viradas para a prote-ção do património, quer ambien-tal, quer cultural.“Temos trabalhado muito as questões da proteção do ambien-te. O projeto ‘Rio’, que já termi-nou, talvez tenha sido o mais marcante e partiu da questão ambiental de Montemor-o-No-vo para, depois, criar trabalho artístico e realizar conferências”, exemplificou.Segundo Sandra Coelho, este tipo de preocupações enquadra-se com “os princípios defendidos pela UNESCO”.A associação Oficinas do Con-vento espera ainda que o Centro UNESCO proporcione, futura-mente, a oportunidade de parce-rias para o desenvolvimento de

outros projetos.“A UNESCO não financia dire-tamente os seus clubes ou cen-tros, mas pode agilizar e facilitar alguns processos burocráticos, para o desenvolvimento de ati-vidades em parceria, o que é uma vantagem. E, havendo ou-tros clubes e centros em Portu-

gal, até podemos criar projetos em conjunto”, admitiu.De acordo com dados fornecidos pela Oficinas do Convento, exis-tiam, em 2001, cerca de cinco mil Clubes UNESCO em mais de 120 países.O movimento dos Clubes UNES-CO iniciou-se, espontaneamen-

te, logo após a criação desta agência das Nações Unidas.Em Portugal, existem oito clu-bes, a que se juntam, com o de Montemor-o-Novo, mais cinco Centros UNESCO, que se distin-guem dos primeiros, por exem-plo, por terem pessoal especia-lizado e funcionarem de forma permanente, com atividades e num local aberto ao público.A partilha dos ideais da UNES-CO é o principal objetivo destas estruturas, que divulgam ainda as ações daquela agência das Nações Unidas.A Oficinas do Convento – As-sociação Cultural de Arte e Comunicação tem por missão promover e difundir a produ-ção, aprendizagem, reflexão e divulgação das artes plásticas, salvaguardando a diversidade cultural e fortalecendo os víncu-los entre arte, ciência, educação e desenvolvimento. w

Criado nas Oficinas do Convento

Montemor-o-Novo tem novo Centro UNESCO

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A Câmara Municipal de Évora convida a todas as mulheres que vão visitar o autocarro da campanha de prevenção do cancro da mama que estará em Évora, na Praça do Giraldo, dia 25 de Outubro, entre as 10 e as 17 horas para consciencializar a população sobre os cuidados a ter para evitar este flagelo.Esta campanha de sensibilização, da responsabilidade da Associa-ção de Mulheres Mastectomizadas (AMM), é promovida de norte a sul do País durante o mês de Outubro e pretende passar a mensagem “ Saiba o que lhe vai no Peito”, alertando para a importância do rastreio e da prática do auto-exame mamário. Nesta acção, que inclui um dia em cada capital de distrito, haverá distri-buição de folhetos e entrega de brindes, sendo o autocarro destinado ao ensino do auto-exame e acolhendo também informações sobre o cancro da mama em Portugal, mensagens de promoção da saúde mamária e pas-sagem do filme com testemunho “Nas tuas mãos”. Recentes estudos científicos provam que o cancro da mama é a forma de cancro mais comum nas mulheres dos países desenvolvidos, constituindo cerca de 18% de todos os cancros que afectam a mulher, sendo que em Portugal são diagnosticados anualmente cerca de 4500 novos casos. A prevenção apresenta-se como a maior “arma” de luta contra esta doen-ça, na medida em que o cancro da mama, quando diagnosticado preco-cemente, pode ser curado, daí o enorme interesse em termos de saúde pública que merecem as campanhas de sensibilização.

Dia 25, na Praça de Giraldo

Venha conhecer como prevenir o cancro da mama

Redação/Lusa

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Os trabalhadores da Câmara de Elvas aprovaram esta quarta-feira uma resolução e elaboraram um abaixo-assinado, em plená-rio, a contestar a anulação dos aumentos salariais efetuados no ano passado e dos concursos para novas contratações.

“Foi aprovada uma resolução com o objetivo de sensibilizar a câmara a revogar a decisão e elaborado um abaixo-assina-do”, disse à agência Lusa Fran-cisco Vieira, do Sindicato dos Trabalhadores da Administra-ção Local (STAL).De acordo com o sindicalista, o abaixo-assinado já recolheu “115 assinaturas”.Francisco Vieira explicou ain-da que os trabalhadores, reuni-dos em plenário, não descarta-ram a possibilidade de avançar com uma providência cautelar.“Se a câmara persistir no sen-tido de executar a deliberação avançamos para tribunal”, alertou, explicando ter ainda

ficado decidida a “defesa jurídi-ca do problema”.A Câmara de Elvas, liderada pelo socialista José Rondão Almeida, anulou os aumentos salariais efetuados no ano pas-sado, exigindo a devolução do dinheiro, e os concursos para novas contratações.No total, estas decisões afetam perto de 220 trabalhadores, a maioria deles, cerca de 160, abrangida pelos aumentos sala-riais, em 2009, e que têm agora

de devolver o dinheiro recebido.Quanto à anulação dos con-cursos que vinham decorren-do para novas contratações, abrange cerca de 60 trabalha-dores que, desta forma, já não são recrutados para o quadro da Câmara, permanecendo com contratos a prazo - muitos dos quais previstos terminarem no final do ano.Em declarações anteriores à Lusa, o vice-presidente do Mu-nicípio de Elvas, Nuno Moci-

nha, justificou as decisões com “irregularidades” cometidas aquando da elaboração do or-çamento municipal para 2010.“Existia uma irregularidade. A legislação prevê que, nos do-cumentos provisionais que são aprovados no final do ano para vigorarem no ano seguinte, de-vem estar previstas as verbas, tanto para os reposicionamen-tos salariais, como para novos recrutamentos”, disse.Neste caso concreto, sublinhou o autarca, “as verbas ou eram insuficientes ou não foram ca-bimentadas”.Nuno Mocinha refutou, no en-tanto, que seja feita qualquer leitura que se prenda com uma possível falta de verbas por par-te da câmara municipal.“Não é uma questão de falta de dinheiro. A Câmara de Elvas tem dinheiro, tanto assim é que pagou os aumentos sala-riais. Trata-se apenas de uma questão técnica associada à elaboração do orçamento”, ga-rantiu. w

Câmara de Elvas

Trabalhadores contra anulação dos aumentos salariais

O presidente da Câmara de Elvas, Rondão Almeida (PS), revelou on-tem, quarta-feira, estar a decorrer um inquérito interno aos serviços técnicos da autarquia para apurar responsabilidades sobre alegadas irregularidades cometidas na ela-boração do orçamento municipal para 2010.

“Foi levantado um inquérito aos serviços para apurar as responsa-bilidades dos técnicos”, afirmou Rondão Almeida (PS), em decla-rações aos jornalistas, após um plenário de funcionários da au-tarquia, que contestam a obriga-ção de repor dinheiro de aumen-tos salariais.O município de Elvas anulou os aumentos salariais efetuados no ano passado, exigindo aos traba-lhadores a devolução do dinhei-ro, e os concursos para novas contratações.No total, ambas as decisões afe-tam perto de 220 trabalhadores, a maioria deles, cerca de 160, abrangida pelos aumentos sala-riais, em 2009, e que têm agora de devolver o dinheiro recebido.Os trabalhadores da Câmara de Elvas aprovaram, ontem tam-bém, uma resolução e elabora-ram um abaixo-assinado, em plenário, a contestar as duas me-didas.“Foi aprovada uma resolução com o objetivo de sensibilizar a câmara a revogar a decisão e elaborado um abaixo-assinado”, disse à agência Lusa Francisco Vieira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).Francisco Vieira explicou ainda que os trabalhadores não des-cartam ainda a possibilidade de avançar com uma providência cautelar.“Se a câmara persistir no sentido de executar a deliberação, avan-çamos para tribunal”, alertou, explicando ter ainda ficado de-cidida a “defesa jurídica do pro-blema”.Quanto à anulação dos concur-sos para novas contratações, abrange cerca de 60 trabalhado-res que, desta forma, já não são recrutados para o quadro da Câ-mara, permanecendo com con-tratos a prazo - muitos dos quais previstos terminarem no final do ano.O vice-presidente do município de Elvas, Nuno Mocinha, justi-ficou as decisões com “irregula-ridades” cometidas aquando da elaboração do orçamento muni-cipal para 2010.“Existia uma irregularidade. A

legislação prevê que, nos do-cumentos provisionais que são aprovados no final do ano para vigorarem no ano seguinte, de-vem estar previstas as verbas, tanto para os reposicionamentos

salariais, como para novos recru-tamentos”, disse.Neste caso concreto, sublinhou o au-tarca, “as verbas ou eram insuficien-tes ou não foram cabimentadas”.Em declarações aos jornalistas,

o presidente do município apro-veitou hoje para acusar os sin-dicatos de “aproveitamento” da situação, criticando os sindicalis-tas por estarem “mais preocupa-dos com o barulho de rua”.

“Neste momento, aquilo que se nota é um aproveitamento, como é normal nestas questões, dos sindicatos. Não estão muito preocupados com a resolução do problema, estão mais preo-cupados com o barulho de rua, em agitar as pessoas e não são os parceiros para a resolução do problema”, disse.O autarca garantiu que está “em-penhado em esclarecer” a situ-ação, uma vez que “não é nada simpático mandar os trabalhado-res ter de repor aquilo que recebe-ram, indevidamente, ao longo de praticamente dois anos”.De acordo com Rondão Almeida, em causa está um “problema de legislação” e um problema que envolve os técnicos que elabo-ram o orçamento e ainda dos po-líticos que aprovam o orçamen-to, nomeadamente os eleitos para a Assembleia Municipal.“Quem aprova o orçamento é a Assembleia Municipal, onde afi-nal de contas se apresentam to-dos os partidos que tiveram o pla-no e orçamento durante 10 dias, ao abrigo da lei da oposição nas suas mãos, e não conseguiram chamar à atenção para o serviço que estava feito”, concluiu. w

Por causa dos “aumentos salariais ilegais”

Câmara de Elvas quer “apurar responsabilidades”

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Redação/Lusa

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Redação/Lusa

Rondão de Almeida quer saber o que se passou com os “aumentos ilegais”.

Trabalhadores contestam anulação dos aumentos.

Nuno Veiga

16 21 Outubro ‘10

Pensar a crise

Como está a acompanhar esta situ-ação da crise política em Portugal e da aprovação ou não do orçamen-to?Acompanho como toda a gente. Sou apenas um português, não um político nem sequer um po-litólogo, que está lá fora e que acompanha, na medida do possí-vel, aquilo que se passa em Por-tugal e o que possa ter interesse para o seu futuro. E toda a gente já se deu conta que estamos num momento de uma certa crise, talvez convenha não falarmos em termos muito apocalípticos, esperemos, mas de preocupação. E essa preocupação ressente-se hoje nos comentários que as pessoas autorizadas fazem acer-ca daquilo que se passa neste momento, aprovação ou não aprovação do orçamento. Penso que neste momento (terça-feira) o clima que se criou leva a que o PSD vá deixar passar o orça-mento, com o sentimento, que me parece a mim justo, de que se ele não fosse aprovado o país podia entrar numa crise e, desta vez, séria, em termos não só po-líticos, mas sociais. E eu penso que Portugal, que é muito - ou quase sempre – muito prudente na gestão das coisas vai resolver esse problema.Mas não quer dizer que as preo-cupações desapareçam só com a simples aprovação do orçamen-to. A preocupação é cumprir-se aquilo que o ministro das Fi-nanças pretende quando o apre-sentou que é impor uma certa estabilidade e dar confiança aos agentes económicos e a todos os portugueses que são os actores da nossa vida política e social e, sobretudo, as vítimas potenciais se as coisas não correrem como se espera. E se o orçamento não for aprova-do?Não vejo outra alternativa, se-não uma alternativa catastrófi-ca, ou seja, o triunfo dessa velha teoria do quanto pior melhor. Ninguém pode desejar isso e as pessoas que o desejam provavel-mente nem sabem o que estão a fazer.

O professor vive em França. Nos últimos dias houve várias greves

gerais em França, em Espanha, na Grécia. Há uma greve geral marca-da em Portugal. Este modelo euro-peu entrou em falência?Nós podíamos encolher os om-bros e dizer que os franceses estão habituados a este tipo de movimentos, de vez em quan-do, a se manifestarem, embora seja uma democracia e uma das mais consolidadas da Europa, e a protestarem nas ruas quando pensam que o comportamento

da sua classe dirigente não cor-responde àquilo que são os ide-ais igualitários e democráticos dessa mesma França. A Grécia é outro problema, tem mais difi-culdades, não é um grande país como a França, mas é um país europeu, e todos eles, sob este pano de fundo da crise, quer e França, quer em Espanha, quer o que nos pode acontecer aqui em Portugal, há uma crise mui-to mais profunda, que alimenta

todas as outras crises no planeta, que tem o seu epicentro nos Es-tados Unidos, que são os actores principais da realidade econó-mica mundial e há uma crise secundária, mas que é muito im-portante para nós, que é a crise da própria Europa, desta Europa na qual se depositaram tantas esperanças e que está suspensa, ou pelo menos paralisada em relação aos avanços que fez até ao Tratado de Maastricht. E essa

paralisia da Europa repercute-se quer nos países da antiga Europa dos 12, a que nós pertencemos, quer aos que entraram do Leste e que formam a Europa dos 27. E este é um problema que nos deve preocupar, tanto mais que parece que já há uma parte da opinião nalguns países que diz estar arrependida (entre aspas, claro) de ter entrado nessa Eu-ropa. Dizem que se enganaram, que não era esse bem o barco, o que é um pouco absurdo porque não tiveram essa reflexão quan-do nós aderimos à Europa e apro-veitámos os fundos sem os quais Portugal e Espanha não seriam o que são hoje.

Todas as dependências se pagam

Olhando para Portugal que saí-das existem neste quadro de cri-se mundial, europeia e nacional? Ou vai de depressão em depres-são?O problema é que nós quando tínhamos grandes crises havia pelo menos uma válvula de esca-pe. Antigamente havia o impé-rio, um pouco fictício, mas exis-tia, e para o qual uma parte dos portugueses podiam emigrar. Depois, foi para a própria Europa rica, numa fase ascendente, que se emigrou. Emigraram quase um milhão de portugueses nos anos 60. Neste momento essas portas estão fechadas, não há saídas desse tipo tradicional. A única saída é modificar o tipo de comportamento económico e de toda a gente, a começar por aqueles que são os mais respon-sáveis pelo facto de há uns anos a esta parte termos vivido acima das nossas posses. Temos que fa-zer como se fossemos uma famí-lia particular, já que o dinheiro não cai do céu.

Mas as responsabilidades não podem ser todas iguais ou po-dem?Não. As responsabilidades não são todas iguais. Primeiro, são daqueles que têm estado a fren-te dos nossos destinos. Esses são os principais responsáveis. Mas, como estamos em democracia, esperemos que esse tipo de difi-culdades não se resolvam como se resolveram noutros tempos,

Compreender a crise: Eduardo Lourenço ao REGISTO

Há uma crise mundial, mas a Europa ainda mantém a dinâmica

O filósofo Eduardo Lourenço esteve no início da semana em Badajoz onde fez uma conferência no âmbito do debate sobre “Os nacionalismos na Península Ibérica”, organizado pela Ágora, um espaço anual de debate, que pretende estabelecer contactos e relacionamentos entre os dois lados

da fronteira, organizado pela Junta de Extremadura. À margem desta conferência, o REGISTO falou com Eduardo Lourenço sobre a crise que se vive em Portugal e no mundo. O filósofo defendeu que a crise é mundial, mas que a Europa ainda é um centro de grande dinamismo, mais do que a China,

Índia ou Estados Unidos e que uma das vantagens de Portugal é estar na União Europeia.

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Carlos Júlio

17

em que houve intervenção quer do exterior, através de gente que veio ver se nós nos comportamos duma maneira mais racional e menos esbanjadora, que é o que costuma-mos fazer com a riqueza que produ-zimos ou que pedimos emprestada, ou, em desespero de causa, uma in-tervenção de outro tipo que nós não gostaríamos de ver repetida passa-dos 50 anos. E perante estes cenários de crise em que é que cada um pode contribuir para que se encontre uma solução?As pessoas podem fazer pelo seu país cumprindo as suas capacida-des e serem os melhores possíveis naquilo que fazem e com a educa-ção que receberam. E, no caso por-tuguês, lembrarem-se que este é um velho país, com muitos séculos, que já atravessou muitas crises, já atravessou coisas complicadas, mas que até hoje Portugal tem conser-vado a possibilidade de manter a sua autonomia e a sua soberania enquanto país independente. Essa é uma das coisas importantes. Penso também que seria muito diferente se não tivéssemos aderido à União Europeia, como muitos afirmam. Não é o meu caso. Eu sou muito europeísta, muito europeu como todos os portugueses são e foram antes dos outros serem, porque ape-sar da constatação de que a Europa neste momento não está com gran-de dinamismo no plano da política mundial, a verdade é que não te-mos outra alternativa e esta Europa representa um concentrado do que há de mais dinâmico no mundo, in-clusive, em meu entender, superior a qualquer outra região no mundo, seja a China, a Ìndia ou os Estados Unidos. Só que a Europa não é uma nação e isto é uma questão que se liga com o assunto deste debate aqui em Badajoz (“Os nacionalismos na Península Ibérica”). A Europa não é uma nação e não se encontrou até hoje nenhum modelo de actuação na história, sobretudo na história moderna, superior àquilo que é a nação, que significa um povo, uma sociedade, que se auto-governa, dentro do possível, e que não espera dos outros que sejam eles a tutelá-la ou a governá-la. Noutros tempos isso chamava-se a perda de inde-pendência ou de autonomia. Não estamos nessa fase, mas estamos todos numa barca, que é a barca mundial que atravessa uma crise de ordem genérica, embora haja países que estejam a emergir, so-bretudo países antigamente colo-nizados pela Europa.

E relativamente a Portugal?Temos que nos tentar salvar e uma das nossas saídas é aproveitar um pouco a vizinhança desta Espanha, que tem um dinamismo superior ao nosso, e quanto mais for o enten-dimento que nós tenhamos com as principais empresas que dominam a península talvez a coisa seja me-lhor, ainda que isso comporte um perigo que é o da subordinação política. Todas as dependências se pagam. w

A primeira pergunta feita a Ri-cardo Araújo Pereira tinha a ver com o pretexto para este debate: “de que se riem os vizinhos?”. O “gato fedorento” quis explicar antes, em português, porque fala “tão mal” castelhano.

“Em Portugal os filmes não são dobrados. As únicas lín-guas que ouvimos na televi-são são o português e o inglês. Com uma excepção: havia um canal de filmes eróticos do-brado em espanhol e todo o espanhol que eu sei foi apren-dido nesse canal. Por isso eu sei dizer “si, cariño”, “fuerte”, “ponete de rodillas”, mas du-vido que consiga fazer-me en-tender numa conversa sobre humor só com estes conceitos básicos”.E daqui partiu para a resposta à pergunta. Faltava era saber qual. “Entretanto, eu já me esqueci de qual era a pergun-ta. Mas antes de vir para aqui perguntaram-me se os portu-gueses se riam dos espanhóis. E isso posso garantir-vos que não. Nós não nos rimos dos espanhóis até porque não há nada para rir. Quando eu era pequeno nós éramos iguais. Às vezes o escudo, a nossa mo-eda, era um pouco mais forte do que a peseta. Eu vinha a Badajoz e enchia-me de cara-melos porque o escudo valia dinheiro. Entretanto, não sei o que vocês fizeram, mas desa-pareceram. Nós continuámos na cauda da Europa e vocês disseram adeus e são cam-peões do mundo de futebol, o melhor tenista do mundo também é espanhol… Vocês pensam que a vossa econo-mia está má porque não lêem jornais portugueses… Portu-gal ficou no sítio onde estava e os espanhóis desenvolveram-se e o mais ofensivo para nós é que vocês conseguem fazer isso dormindo duas ou três horas à tarde. Nós nessas ho-ras estamos a trabalhar e mes-

mo assim ficamos para trás. E isso é muito ofensivo para nós. Não nos rimos de vocês, tentamos fingir que vocês não existem”.A outra pergunta teve a ver com os tabus e as limitações que ainda existem ao humor. Em Espanha é difícil brincar com a Igreja e a monarquia. E em Portugal? Araújo Pereira respondeu assim:

“Em Portugal nós podemos falar à vontade da monarquia porque somos uma República, é muito mais fácil”.E o que é inspira um humo-rista?“Quando fazemos humor so-bre a actualidade olhamos para os jornais e para os tele-jornais para vermos o que é que o primeiro-ministro disse hoje e em que medida isso é

exactamente o oposto do que ele disse há seis meses e pôr as duas imagens juntas e as pes-soas riem-se. E aí temos muito material”.Foi uma conversa longa, com muitas perguntas e respos-tas, com a sala rendida, num debate que devia ser sobre o humor, mas que teve também uma grande piada. Como, ali-ás, se esperava. w

Ricardo Araújo Pereira deu “espectáculo” em Badajoz

“Espanha desenvolveu-se mesmo com os espanhóis a dormirem a sesta. Isso é que não podemos perdoar”

Para além de Eduardo Lourenço, Manuela Ferreira Leite, Basílio Horta, Pina Moura, Júlio Pereira e muitos outros, em Badajoz, a participarem na Àgora, organizada pela Junta da Extremadura, esteve

também esta semana Ricardo Araújo Pereira. Com o auditório do IFEBA cheio de muitos portugueses e espanhóis o tempo foi de debate entre humoristas portugueses e espanhóis.

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Carlos Júlio

18 21 Outubro ‘10

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SUDOKU

Nota: O objectivo do jogo é completar os espaços em branco com algarismos de 1 a 9, de modo que cada número apareça apenas uma vez na linha, grade e coluna.

Lazer

A Cidade

Sugestão de filme

Realização: Ben Affleck

Sinópse:

Existem mais de 300 assaltos a ban-cos por ano, em Boston. E um bairro chamado Charlestown tem produzi-do mais assaltantes do que qualquer outro sítio nos EUA. Um deles é Doug MacRay, que teve oportunidade de escolher outra vida, mas preferiu se-guir as pisadas do pai e tornou-se o líder de um perigoso gang. A única família que Doug tem são os seus parceiros do crime, especialmente Jem, que ele considera um irmão. Contudo tudo muda quando no úl-timo trabalho, Jem faz um refém: a gerente do banco Claire Keesey. Quando eles des-cobrem que ela vive em Charlestown, Jem fica nervoso e tenta descobrir se Claire se apercebeu de alguma coisa. É aí que Doug interfere e começa a desenvolver uma relação com a gerente. Doug quer sair da cidade mas tem o FBI, liderado pelo Agente Frawley, cada vez mais perto, e o amigo Jem a questionar a sua lealdade. Doug tem agora de decidir se vai trair os amigos ou per-der a mulher que ama.

Carta Dominante: O Dependurado, que significa Sacrifício.Amor: O amor poderá bater-lhe à porta, fique atento.Saúde: Procure fazer uma vida mais sau-dável. Dinheiro: Esta não é uma boa altura para investir nos negócios.Número da Sorte: 12Dia mais favorável: Quarta-feira

Carta Dominante: 6 de Ouros, que signifi-ca Generosidade.Amor: Esqueça um pouco o trabalho e dê mais atenção à sua família.Saúde: Poderá andar muito tenso.Dinheiro:Período positivo e atractivo, haverá uma subida do seu rendimento mensal.Número da Sorte: 70Dia mais favorável: Domingo

Carta Dominante: 5 de Copas, que significa Derrota.Amor: Seja sincero nas suas promessas se quer que a pessoa que tem a seu lado confie em si.Saúde: Liberte-se e a sua saúde irá melhorar.Dinheiro: Excelente período para tratar de assuntos de carácter profissional.Número da Sorte: 41Dia mais favorável: Sábado

Carta Dominante: A Imperatriz, que sig-nifica Realização.Amor: liberte-se do passado.Saúde: procure o seu médico se não se anda a sentir bem.Dinheiro: ajude os mais necessitados.Número da Sorte: 3Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: Ás de Paus, que significa Energia, IniciativaAmor: Momento favorável para jantares ro-mânticos. Saúde: O seu sistema imunitário está muito sensível, seja prudente. Dinheiro: Momento calmo e favorável.Número da Sorte: 23Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: 2 de Ouros, que signifi-ca Dificuldade/ Indolência.Amor: Vai apaixonar-se facilmente.Saúde: Faça caminhadas.Dinheiro: Não se exceda nos gastos.Número da Sorte: 66Dia mais favorável: Terça-feira

Carta Dominante: 8 de Copas, que significa Concretização, Felicidade.Amor: a sua vida amorosa dará uma grande volta brevemente.Saúde: Faça exames médicos.Dinheiro: Evite gastos supérfluos. Número da Sorte: 44Dia mais favorável: Quinta-feira

Carta Dominante: Valete de Copas, que significa Lealdade, Reflexão.Amor: Deixe o ciúme de lado e aproveite bem os momentos escaldantes.Saúde: Cuidado com os excessos alimen-tares.Dinheiro: Não peça um novo empréstimo, os tempos não estão para isso.Número da Sorte: 47Dia mais favorável: Quinta-feira

Carta Dominante: Rainha de Paus, que sig-nifica Poder Material e que pode ser Amorosa ou Fria.Amor: estará em plena harmonia na sua vida a este nível.Saúde: Faça um check-up.Dinheiro: Tente poupar um pouco mais, pois mais vale prevenir do que remediar.Número da Sorte: 35Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: O Mundo, que significa Fertilidade.Amor: Aproveite bem todos os momentos que tem para estar com a sua cara-metade.Saúde: Poderá sentir alguma fadiga física.Dinheiro: Conserve todos os seus bens materiais.Número da Sorte: 21Dia mais favorável: Sexta-feira

Carta Dominante: Rainha de Copas, que significa Amiga Sincera.Amor: Partilhe os seus sentimentos e decisões com a pessoa que ama. Saúde: Com disciplina e controlo melhorará de qualquer problema.Dinheiro: Uma pessoa amiga vai precisar da sua ajuda.Número da Sorte: 50Dia mais favorável: Quarta-feira

Carta Dominante: 8 de Paus, que significa Rapidez.Amor: Evite as discussões com o seu par. Saúde: Será uma época com tendência para enxaquecas. Dinheiro: Dê mais valor ao seu trabalho, e só terá a ganhar com isso.Número da Sorte: 30Dia mais favorável: Quarta-feira

Carneiro

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Sugestão de leitura

O bairro dos Canaviais, ini-cialmente designado bairro do Espinheiro, localiza-se na zona norte da cidade de Évora. O topónimo que lhe deu nome deriva da grande abundância de canas e foi utilizado como designação de propriedades localiza-das na área onde o bairro nasceu. O primeiro núcleo urbano cresceu, de forma es-pontânea, nas imediações da propriedade conhe-cida por Quartéis da Tapadinha, junto à azinhaga de Cinco Cepas, local onde foi construído o edifício sede da Sociedade Operária de Instrução e Recreio na Educação do Povo, instituição emblemática cria-da, oficialmente, por um grupo de trabalhadores ru-rais, em 1921. A comunidade desenvolveu se em es-treita ligação com esta associação que se assumiu, desde logo, como o espaço de sociabilidade por ex-celência dos moradores das quintas desta zona da cidade, apesar de, em 1942, ter sido transformada em Casa do Povo de Évora.

Autor: Maria Joaquina Fernandes

CanaviaisMemórias e Património de um Bairro Eborense

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Artes Breves

O edifício da antiga Escola Primária de Ferreira de Capelins, aldeia pertencente ao conce-lho de Alandroal, recebeu no passado dia 17 de Outubro um encontro de poetas populares, que muito animou as gentes da região. O encontro, promovido pela Câmara Municipal de Alandro-al, surgiu integrado nas come-morações do Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social e teve como objectivo sensibilizar a população, para referida problemática, através de uma vertente tão particular da cultura alentejana e local, como é a poesia popular.Ao longo de toda a tarde, do pas-sado dia 17 de Outubro, várias dezenas de pessoas passaram pela antiga Escola Primária de Ferreira de Capelins para assistir a apaixonadas declamações de versos alusivos a vários temas. Momentos mais emotivos alter-naram com momentos de boa disposição, e os poetas populares foram conquistando o público com as suas rimas. No final da sessão de poesia houve ainda lugar a um pequeno lanche convívio oferecido pela Junta de Freguesia local. Nada é mais importante para a população do que a sua identi-dade, a sua história, as suas raí-zes. Por isso, e porque a Câmara Municipal de Alandroal quer le-var a cultura a todas as localida-des do concelho, a antiga Escola Primária de Ferreira de Capelins foi o local escolhido para receber o encontro de poetas populares, iniciativa que a Autarquia quer continuar a promover. Além disso, esta iniciativa enquadra-se também no esforço do Muni-cípio para dinamizar os espaços das antigas Escolas Primárias.

Alandroal:

Encontro de Poetas Populares animou população de Ferreira de Capelins

Manuel Dias e as marionetas ebo-renses do Trulé foram à China e voltam do Festival Internacional de Xangai com mais um troféu, desta feita a “Magnólia Dourada de Inovação Artística”.

No 2º Festival Competição de Marionetas Magnólia Dourada, que se realizou em Xangai en-tre 11 e 15 de Outubro, o Trulé ganhou o prémio “Magnólia Dourada de Inovação Artística”. Trata-se de mais um importan-te galardão conquistado pelas marionetas eborenses manipu-ladas por Manuel Costa Dias, que levou ao festival chinês o espectáculo “Amores e Humo-res da Bonecada”.

Há cinco anos atrás, o Trulé já tinha sido distinguido, em Xangai, com o prémio “Desem-

penho de Excelência”, uma das numerosas distinções alcan-çadas na meia centena de fes-

tivais internacionais em que participou. Com sede em Évora, o Trulé foi criado há 35 anos por Manuel Dias, e dedica-se à “investiga-ção de formas animadas”. Des-de 1975, os espectáculos e as actividades de formação têm predominado na actividade do Trulé, que já realizou mais de mil espectáculos de Norte a Sul de Portugal e em numerosos países estrangeiros. O Trulé encontra-se presente-mente na China, para uma di-gressão que se estende até ao princípio de Novembro, e que inclui ainda uma paragem em Macau, para apresentar o espec-táculo “Variações de Marione-tas em redor da Música”. w

Festival de Marionetas de Xangai

Trulé conquistou o prémio Magnólia Dourada

O pintor Rui Macedo volta às raí-zes para apresentar no Museu de Évora uma exposição concebida especificamente para aquele espa-ço, onde estará patente em simul-tâneo com a colecção permanente.

Foi há três anos que o artista Rui Macedo expôs pela última vez na sua cidade natal, onde ago-ra regressa para uma mostra no Museu de Évora, que será inau-gurada no sábado, dia 23 de Ou-tubro, pelas 18h00. Rui Macedo nasceu em Évora em 1975. Formou-se na Faculda-de de Belas-Artes da Universida-de de Lisboa, cidade onde vive e trabalha. Ali realizou a primeira exposição individual em 2007, no Palácio Galveias. A sua mais recente mostra teve lugar em Março de 2009 na Li-vraria Ler Devagar, em Lisboa, onde Macedo apresentou duas “pinturas-instalação”, que eram duas vistas do interior da própria livraria.

Em Évora, Rui Macedo vai exibir cerca de 27 trabalhos, que com-põem uma exposição “comple-tamente diferente”, intitulada “Nimium ne credere colori”. O artista revelou ao REGISTO que a mostra foi concebida “especifica-mente para o espaço do museu”, onde estará patente “em simul-tâneo com a exposição perma-nente” da instituição até ao dia 1 de Março. “Lembro-me de visitar o Museu de Évora quando andava a estu-dar”, recorda Rui Macedo, reco-nhecendo que o facto de expor na cidade onde cresceu se reves-te, para si, de “um grande signi-ficado”.Para o crítico Alexandre Pomar, a obra de Rui Macedo “reflecte sobre o destino da pintura como objecto doméstico e dito de co-lecção”. Sobre o pintor, entende que “convirá considerá-lo um dos seus melhores representan-tes, sempre que se tente sinte-tizar os itinerários do início do milénio”. w

Pintura de Rui Macedo no Museu de Évora

O bom filho a casa tornaw

José Pinto de Sá

Uma das obras de Rui Macedo expostas no Museu de Évora.

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Manuel Dias (ao centro) na entrega do prémio “Magnólia Dourada de Inovação Artística”, conquistado em Xangai.

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José Pinto de Sá

20 21 Outubro ‘10

Roteiro Para divulgar as suas actividades no roteiroEmail [email protected]

Évora

CANTE ALENTEJANOÁs terças | 20h00 às 21h00 | Espaço Celeiros

O cante Alentejano às terças é um encontro descontraído de pessoas que gostam de cantar. Orientado pelo Mestre Soares dos Cantares de Évo-ra, todas as pessoas são bem vindas. Aqui relembram-se e aprendem-se modas alentejanas do Cancioneiro.Orientada por Mestre Soares | Entra-da Livre

DANçAS BRASILEIRAS E RODA DE CAPOEIRAÁs quintas |20h30 às 22h00| Espaço Celeiros

O grupo Alto Astral convida todas as pessoas a participar numa animada roda de capoeira e a aprender danças do Brasil, tais como Ciranda, Frevo e Forró.Inf: 914941043 | Entrada Livre

Redondo

ENTREGA DO XV PRÉMIO LITERÁ-RIO HERNâNI CIDADE23 de Outubro de 2010 | 16h00 | Au-ditório do Centro cultural de Redon-do.

O Prémio Literário Hernâni Cidade levou a concurso inúmeros trabalhos na modalidade de poesia. Para além de homenagear a memória do profes-sor e escritor redondense Dr. Hernâni Cidade, esta iniciativa pretende tam-bém incentivar a criatividade literária entre jovens e adultos.

Montemor

FESTA MUNDIAL DA ANIMAçãO 2010N VISUALIzAçãO DE CURTAS DE ANIMAçãO25 de Outubro de 2010 | Sala multiu-sos do Centro Juvenil

Estremoz

100 DESENHOSAté 28 de Outubro de 2010 | 17:30

Selecção de obras do acervo da ga-leria de desenho. Exposição que tem como ponto de partida uma selecção de 100 Desenhos do acervo de arte contemporânea do Museu Municipal de Estremoz, realizada pela Comissão de Artes Plásticas da Comissão da Fes-ta do “Avante!” e pelo comissário con-vidado, o estremocense José António Flores.

Évora

“MICHEL GIACOMETTI, 80 ANOS, 80 IMAGENS”27 de Outubro de 2010 | 10h00-12h00 /15h00-17h00 | Convento dos Remédios

80 imagens da colecção fotográfica deste etnólogo corso, que desenvol-veu um trabalho de investigação, re-colha e estudo da música tradicional em Portugal.

Évora

FESTIVAL INTERNACIONAL DE DANçA CONTEMPORâNEA22 Outubro de 2010 | 14Hh30 | 18H30 | Escola Gabriel Pereira | Black Box | Conversas e Oficina de Dança com Vera Mantero (PT)Momento educativo sobre a obra da criadora

PERFORMANCE PARA A INFâNCIA SEGUIDA DE OFICINA E CONVERSA25, 26, 27 Outubro| 10H00 | 14H00 | Associação a Creche | Penedo de Ouro | Cores em movimento | Pro-jecto de Rafael Leitão (PT)

Redondo

1º INTERCâMBIO DE BANDAS FILARMóNICAS 23 de Outubro de 2010 | 21h30m | Auditório do Centro Cultural de Re-dondo.

Integrado nas comemorações do mês da música, o 1º Intercâmbio de Ban-das Filarmónicas reúne no mesmo palco elementos da banda da Socie-dade Filarmónica Municipal Redon-dense e da Banda Filarmónica do Cen-tro Cultural de Borba num concerto único.

Vila Viçosa

FRIED CHICkEN & GASOLINE23 de Outubro de 2010 | 21h30m |

“Numa combinação perfeita de rock e blues, a voz possante e as guitarras com muita personalidade” garantem uma noite diferente.

MÚSICA DANçAEXPOSIçãO OUTROS PALCOS

Em Montemor-o-Novo:Teatro e Grupos de Cantares no Ciclo de Outono

O Ciclo de Outono prossegue em Montemor-o-Novo, na próxima sexta-feira, dia 22 de Outubro, pelas 21h30, no Salão da Sociedade Carlista, com os Bonecos Bailarinos de S. Bento do Cortiço (Títeres Tradicionais do Alentejo). Títeres Tradi-cionais do Alentejo, os Bonecos Bailarinos de São Bento do Cortiço (Estremoz), são a sobrevivência de uma arte que existe em Portugal desde, pelo menos, o fim do Séc. XVI. Continuam a divertir quem os vê e quem os trabalha.No sábado, 23 de Outubro, às 14h00, no Cine-Teatro Curvo Semedo, integrado igualmente no Ciclo de Outuno, realiza-se o 2.º Encontro de Gru-po de Cantares de Idosos e Reformados do Distri-to de Évora, numa organização da Federação das Associações e Organizações de Reformados, Pen-sionistas e Idosos do Distrito de Évora e da ARPI de Montemor-o-Novo. Sob o lema “Envelhecer com Dignidade”, pelo palco do Curvo Semedo vão passar o Grupo de Cantares de Cabeção (AS-DIC), o Grupo Coral (AHRIE Évora), o Grupo Coral Amigos do Cante (ARPIHF Évora), Grupo Coral (ARIFM Évora), Grupo Instrumental Os Amigos da Malagueira (ARIFM Évora), o Grupo Coral da 3.º Idade (Foros de Vale de Figueira), o Grupo de Cantares (ARPI de

Montemor-o-Novo), o Grupo de Danças (ARPI Montemor-o-Novo) e o Grupo de Cantares as Cantadeiras (ARPIFSS Évora).Relembramos que o Ciclo de Outono decorre em Montemor-o-Novo, de Outubro a Dezembro, e que, em 2010, conjuga na sua programação músi-ca, dança e teatro.

A próxima iniciativa do Ciclo de Outono é o Espec-táculo de Teatro “A Neve”, pelo Teatro das Beiras, dia 30 de Outubro, pelas 21h30, no Cine-Teatro Curvo Semedo, numa organização do Projecto Ruínas.

Junte-se ao Ciclo de Outono…E tenha uma estação cheia de vida!

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Artes

Na segunda-feira, dia 25, José Luís Peixoto vai calcorrear o Alentejo apresentando a sua última obra, intitulada “Livro”. O autor estará presente na Biblioteca de Alcáçovas pelas 14h00, rumando depois à Biblioteca Municipal de Évora, onde estará a partir das 16h00, e terminando o dia na Biblioteca Municipal de Beja, pelas 21h30. Em 264 páginas, “Livro” retrata a saga da emigra-ção portuguesa para França. Nascido em Ponte de Sor há 36 anos, José Luís Peixoto é considerado um dos principais romancistas portugueses. Está traduzido em 16 línguas, e foi destacado com importantes galardões, como o Prémio Literário José Saramago.

O sociólogo André Freire vai estar hoje, dia 21, às 21h00 na Biblioteca Pública de Évora, para falar de dez livros essenciais para quem se interesse por Ciência Política. Continuam assim as sessões bimestrais das “Leituras das Ciências, Artes e Sociedade”, um programa que contou já com a partici-pação de personalidades como o psiquiatra Daniel Sampaio, a jornalista Diana Andrin-ga e o arqueólogo Cláudio Torres. André Freire é professor no ISCTE e co-autor do livro “Para uma Melhoria daRepresentação Política: a Reforma do Siste-ma Eleitoral”, publicado em 2008.

Integrado nas “Conversas na Praça”, a Sociedade Harmonia Eborense promove, no sábado, dia 23, pelas 16h00, o colóquio “A República Cem Anos Depois”. Durante o mês de Outubro, assinalando o centenário da proclamação da República, este espaço de reflexão e debate abre-se a intervenien-tes convidados a partilhar a leitura que fazem do processo de implantação, bom como do percurso do regime republicano ao longo do século. Os convidados são o economista Silvério da Rocha e Cunha, a historiadora Maria Ana Bernardo, e o arqui-tecto Fernando Pinto.

Peixoto apresenta “Livro”

Leituras recomendadas

Cem anos de República

Prematuramente falecido, o fo-tojornalista Luís d’Orey deixou um valioso espólio que é agora possível descobrir graças a uma fascinante exposição organi-zada pela Estação Imagem, no âmbito da programação do FIKE 2010.

A galeria do Grupo Pro-Évora foi pequena para acolher, na terça-feira, o numeroso pú-blico que afluiu à inaugura-ção da exposição “Luís d’Orey – Fotojornalista”. O evento assinalava a aber-tura da nona edição do FIKE, o Festival Internacional de Curtas-Metragens que está a decorrer até ao dia 23 em Évora e no Alandroal, com uma vasta e variada progra-mação. Produzida pela Estação Ima-gem, a exposição reúne 25 fo-tografias de Luís d’Orey, que construiu uma brilhante car-reira profissional nos Estados Unidos e em Portugal, onde integrou a equipa fundadora do jornal Público. D’Orey faleceu prematura-mente aos 47 anos de idade, e a viúva confiou o seu espó-lio à Estação Imagem, que, a partir desse material organi-zou a presente mostra, com curadoria de Luís Vasconce-los.

Entre os visitantes conta-vam-se numerosos familia-res do fotógrafo, bem como fotojornalistas que se des-locaram a Évora para ho-menagear Luís d’Orey, que

recordam como um grande profissional e um excelente colega.As 25 fotografias expostas ilustram o carácter marca-damente fotojornalístico do

trabalho de d’Orey, consti-tuindo-se como outras tan-tas notícias, em áreas tão diversas como a política, o desporto e o acontecimento social. w

FIKE 2010

Fotografia de Luís d’Orey exposta no Pro-Évora

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José Pinto de Sá

Os Reis de Espanha e Mário Soares divertidos com a aparatosa queda do Chefe de Protocolo, numa expressiva foto de Luis d´Orey.

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Desporto Breves

Évora e Montemor saíram vito-riosos dos encontros do fim-de-semana a contar para o Campe-onato Nacional de Râguebi da I Divisão.

Nesta quarta jornada o Clu-be Rugby Évora deslocou-se a Vila Real para defrontar o «quinze» da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e venceu, confortavelmente, por 5-46.Já o Rugby Clube de Montemor (RCM), de visita a Setúbal, per-

mitiu que o Vitória se adian-tasse no marcador, mas o RCM conseguiu chegar ao ensaio e

marcar sete pontos, levando vantagem para o descanso.Na segunda parte a história foi

diferente com a equipa alen-tejana a instalar-se no meio campo adversário, somando pontos resultantes da marca-ção de quatro penalidades por João Maria, mas sem concreti-zar ensaios. Mesmo assim che-garam a 3-19, permitindo no final do encontro que o Vitória convertesse mais um ensaio, reduzindo para 10-19, fazendo resultado final.Na próxima jornada ambas as equipas jogam em casa, o CRE recebe o Vitória de Setúbal e o Montemor o Lousã. w

Râguebi

Alentejanos vitoriosos

Depois da vitória sobre o Santa Clara dos Açores, o Juventude de Évora é a única equipa do Alente-jo na Taça de Portugal. O Estrela de Vendas Novas, apesar das críticas dizerem que o resultado não fez justiça ao seu futebol, foi eliminado pelo Beira-Mar (4-1). Miguel Ângelo, treinador do Ju-ventude, deseja na próxima eli-minatória, um «grande» em casa, para trazer a festa do futebol a Évora.

«Aconteceu Taça», foi assim que Miguel Ângelo explicou ao REGISTO o que se passou, domingo, no Sanches Miranda, onde o Juventude atirou «bor-da fora» da Taça de Portugal o Santa Clara, dos Açores, uma equipa da Liga de Honra e que ainda há poucos anos disputa-va o campeonato maior de Por-tugal.Não admira que nestas ocasi-ões «as equipas pequenas con-sigam ganhar às dos escalões superiores» diz o treinador, ad-mitindo que os alentejanos «fo-ram felizes» durante o jogo. No entanto, lembra que tinham a lição bem preparada: «sabí-amos que eram muito fortes na frente e, por isso, recuámos em bloco para jogar em contra-ataque».Apesar das incidências do jogo e dos protestos dos açorianos no que respeita ao golo anula-do, Miguel Ângelo argumenta que também o Juventude teve hipóteses de matar o jogo, no-meadamente, quando o guar-da-redes insular conseguiu

deter um remate de Nuno Gaio que lhe apareceu à frente isola-do e numa outra bola que acer-tou no «barrote».Para além disso, o Juventude ainda teve de jogar os últimos minutos da partida com menos um, devido à expulsão de Tiago Pires que viu dois amarelos…Com este arranque vitorioso é natural «ver muita gente a puxar pelo clube», diz o trei-nador, mas lembra que apesar destes resultados «o Juventude não tem pretensões a ganhar a Taça» ou a ser campeão. Ali-ás, em relação ao campeona-to, Miguel Ângelo afirma que

existem meia dúzia de candi-datos e, um deles, é o adversá-rio do próximo fim-de-semana, o Operário, também dos Açores, com quem os eborenses parti-lham a liderança.«O Juventude vai entrar em campo a recusar a derrota, mas sabemos que, um dia, mais tar-de ou mais cedo vamos perder», afirma o mister garantindo, no entanto que «vai ser difícil ga-nharem ao Juventude».Quanto às notícias da última semana que dão conta do in-teresse de clubes da I Liga em Sebastien, diz que é natural. «Houve clubes que enviaram

observadores e não só por cau-sa do Sebastien», Cissé e Tiago Martins também estão na mira de empresários e dirigentes. «O Sebastien começou a marcar e há muita gente a telefonar. Ainda por cima é português…», explica Miguel Ângelo.Quanto à Taça que terá a próxi-ma eliminatória disputada a 21 de Novembro, o treinador dos alentejanos gostava de jogar em casa e apanhar «um dos gran-des, ou um clube da zona Sul, por exemplo, o Vitória de Setú-bal, para trazer a festa do futebol a Évora» e ter o estádio cheio.Também fazemos figas por isso. w

Juventude eliminou Santa Clara e segue em frente na Taça de Portugal

Miguel Ângelo quer um «grande» em Évora

Treinador do Juventude não quer ganhar a Taça mas quer receber um grande em Évora.

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Aníbal Fernandes

Escouralense e Redondense seguem na frente da Divisão de Honra do distrtal de Évora em fute-bol. Os dois conjuntos contam por vitórias os jogos efectuados, mas, na próxima jornada, a quarta, vão jogar fora de casa, respectivamente com o Oriolenses e o Sporting de Viana.Quem está à espreita são os dois candidatos assumidos – Monte Trigo e Lusitano – que após se terem empatado mutuamente, regressaram às vitórias e estão, logo a seguir, a apenas dois pontos dos líderes.Na próxima jornada o Monte Trigo recebe o Canaviais e o Lusitano de Évora vai à casa do Perolivense.Resultados da 3ª jornada: Bencate-lense, 3 – Oriolenses, 2; Redonden-se, 4 – Portel, 1; Canaviais, 1 – Sp. Viana, 0; Santiago Maior, 0 – Monte Trigo, 1; Lusitano, 6 – Giesteira, 0; Borbense, 4 – Perolivense, 1; Escou-ralense, 3 – Calipolense, 0.

Em Portalegre já se jogou a sétima jornada e, na série B, o Campomaio-rense e O Elvas só sabem ganhar. Somam cada um 21 pontos, mas no próximo fim-de-semana, um, pelo menos, vai perder pontos, visto irem defrontar-se em Elvas.Na série A, lidera o Fronteirense com 15 pontos (7 jogos / 4 vitórias / 3 empates), seguido de perto pelo Gavionenses e Castelo de Vide com 11 pontos, mas menos um jogo (3V/3E/1D).Na jornada 8 o líder vai a Alpalhão, enquanto o Gavionenses joga em Portalegre com o Portus Alacer e o Castelo de Vide recebe o Gafetense.Resultados da jornada 7: Série A – Gafetense, 1 – Monfortense, 1; Gavionenses, 4 – Castelo de Vide, 2; Santo Amaro, 1 – Portus Alacer, 1; Fronteirense, 1 – Mntargilense, 0. Série B – Portalegrense, 1 – Es-perança, 2; Santa Eulália, 2 – Mos-teirense, 4; Campomaiorense, 3 – Degoladense, 0; Arronches, 1 – O Elvas, 4, Alegrete, 0 – Estrela de Portalegre, 1.

Distritais de futebol

Escoural e Redondo lideram em Évora

Campomaiorense e Elvas só com vitórias

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Aníbal Fernandes

Já começaram as aulas de remo promovidas pelo Município de Avis destinadas a toda a população do Concelho com idade superior a 11 anos. As aulas são gratuitas e reali-zam-se na albufeira do Maranhão aos domingos de quinze em quinze dias, nas imediações do Complexo do Clube Náutico de Avis. As aulas são acompanhadas por monitores experientes da secção de remo da Associação Naval de Lisboa.

Remo em Avis

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ÉvoraQuinta-feira Sábado

Sexta-feira Domingo

Max. 23 Max. 19

Max. 22 Max. 19

Min. 10 Min. 8

Min. 12 Min. 10

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À noite andam cães à solta no parque de estacionamento da Porta da Lagoa, em Évora, e pelo menos duas pessoas já fo-ram mordidas, mas ninguém assume a responsabilidade de pôr cobro à situação.

O parque de estacionamento da Porta da Lagoa tornou-se um lugar pouco re-comendado. São muitas as pessoas que se queixam de terem sido atacadas pe-los cães que por lá vagueiam, sobretudo à noite. Muitos desses relatos incluem referências a carros ali estacionados, cujos condutores alimentam os ani-mais. Uma utente do parque, que, há poucos dias, foi ameaçada por uma matilha de cães furiosos, afirma que comunicou a ocorrência à Polícia, mas que esta, em resposta, remeteu a responsabilidade ao Canil Municipal. Por sua vez, Joaquim Costa, responsá-vel pelo Canil Municipal, reconhece a gravidade da situação, e confirma que os cães já morderam “pelo menos duas pessoas”. Na sua opinião, os canídeos afluem àquele local porque “há pessoas que teimosamente os alimentam”. Tra-tar-se-á de cães perdidos ou abandona-dos, e quem os alimenta agirá talvez por caridade, mas o resultado é desastroso.

Segundo aquele responsável, o pessoal do Canil Municipal já se deslocou “três ou quatro vezes” ao local, tendo captura-do, ao todo, “oito ou nove cães”. Os fun-cionários municipais também têm retira-do a comida ali deixada, na tentativa de afastar os bichos. Devido a estas medidas, afirma Joaquim Costa, as pessoas que alimentam os animais “transferiram-se para uma zona mais afastada”. Segunda uma vítima dos ataques, essas medidas pouco efeito surtem, já que os empregados do Canil Municipal ape-nas se deslocam ao local durante o dia, enquanto a afluência de animais se regista sobretudo à noite, a partir das 21h00.Com vista a resolver em definitivo o

problema, Joaquim Costa diz os servi-ços municipais enviaram um ofício à Polícia “no sentido de verificar quem lá vai dar comida aos cães” e de pôr fim a essa actividade. “Não chegou cá nada”, afirmou no en-tanto um porta-voz da PSP, abordado ontem pelo REGISTO. A mesma fonte acrescentou que a Polícia não tem conhe-cimento da existência de problemas com cães na Porta da Lagoa. Esta afirmação contraria as versões de vários munícipes, que garantem ter comunicado a ocorrên-cia. No entanto, ontem, pouco antes do fecho desta edição, era visível a presença da Polícia no local, indiciando a tomada de medidas para pôr termo ao problema. w

Perante a passividade das autoridades

Há cães perigosos na Porta da Lagoa

Conforme o REGISTO noticiou na se-mana passada, Manuel Alegre está hoje (quinta-feira, dia 21) em Évora, pela primeira vez durante a actual pré-campanha. O candidato presiden-cial chega a Évora pelas 16 horas (jun-to ao Templo de Diana) seguindo-se uma visita ao Museu de Évora. Pelas 17 horas passeia a pé pelo centro da cidade (descida Sé, Rua 5 de Outu-bro, Praça do Giraldo, Praça Luís de Camões,Teatro Garcia de Resende), até à sede de campanha, que será inaugurada às 17h30 e às19h30 Ma-nuel Alegre janta com as Estruturas Distrital e Concelhia da Campanha em Évora - Restaurante “Cozinha do Cardeal” (Universidade de Évora).

Hoje em Évora

Manuel Alegre inaugura sede de campanha

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José Pinto de Sá

A presença de cães vadios na Porta da Lagoa tem sido um constante incómodo.

Luís Pardal