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Fundada em 21 de janeiro de 1883 Fundador: ISSN 1413-1749 Propriedade e orientação da FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Diretor: NESTOR JOÃO MASOTTI Editor: ALTIVO FERREIRA Redatores: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES,ANTONIO CESAR PERRI DE CARVALHO E EVANDRO NOLETO BEZERRA Secretário: PAULO DE TARSO DOS REIS LYRA Gerente: ILCIO BIANCHI Gerente de Produção: GILBERTO ANDRADE Equipe de Diagramação: SARAÍ AYRES TORRES,AGADYR TORRES PEREIRA E CLAUDIO CARVALHO Equipe de Revisão: MÔNICA DOS SANTOS E WAGNA CARVALHO REFORMADOR: Registro de publicação n o 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polí- cia Federal do Ministério da Justiça) CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503 Direção e Redação: Av. L-2 Norte • Q. 603 • Conj. F (SGAN) 70830-030 • Brasília (DF) Tel.: (61) 2101-6150 FAX: (61) 3322-0523 Home page: http://www.febnet.org.br E-mail: [email protected] Departamento Editorial e Gráfico: Rua Sousa Valente, 17 • 20941-040 Rio de Janeiro (RJ) • Brasil Tel.: (21) 2187-8282 • FAX: (21) 2187-8298 E-mails: [email protected] [email protected] Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA Capa: AGADYR TORRES PEREIRA Prática mediúnica e prática espírita Atividades destinadas aos que chegam ao Centro Espírita Retirou-se, Ele só – Irmão X Reparemos nossas mãos – Emmanuel Vinícius – Intérprete fiel da palavra do Mestre Yvonne do Amaral Pereira e seu amor pelo Esperanto – Eurípedes A. Barbosa 13 a Reunião Ordinária e Curso do CEI na Bélgica Reunião da Comissão Regional Sul Juvanir Borges de Souza Manoel Philomeno de Miranda Richard Simonetti Nadja do Couto Valle Evandro Noleto Bezerra Delauro de O. Baumgratz Marta Antunes Moura Haroldo Dutra Dias

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Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: ������� ��� �� ���

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ISSN 1413-1749Propriedade e orientação daFEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRADiretor: NESTOR JOÃO MASOTTI

Editor: ALTIVO FERREIRA

Redatores: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES, ANTONIO

CESAR PERRI DE CARVALHO E EVANDRO NOLETO

BEZERRA

Secretário: PAULO DE TARSO DOS REIS LYRA

Gerente: ILCIO BIANCHI

Gerente de Produção: GILBERTO ANDRADE

Equipe de Diagramação: SARAÍ AYRES TORRES, AGADYR

TORRES PEREIRA E CLAUDIO CARVALHO

Equipe de Revisão: MÔNICA DOS SANTOS E WAGNA

CARVALHO

REFORMADOR: Registro de publicação no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polí-cia Federal do Ministério da Justiça)CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503

Direção e Redação:Av. L-2 Norte • Q. 603 • Conj. F (SGAN) 70830-030 • Brasília (DF)Tel.: (61) 2101-6150FAX: (61) 3322-0523Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected]

Departamento Editorial e Gráfico:Rua Sousa Valente, 17 • 20941-040Rio de Janeiro (RJ) • BrasilTel.: (21) 2187-8282 • FAX: (21) 2187-8298E-mails: [email protected]

[email protected]

Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA

Capa: AGADYR TORRES PEREIRA

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Prática mediúnica e prática espírita

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Atividades destinadas aos que chegam ao Centro Espírita

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Retirou-se, Ele só – Irmão X

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Reparemos nossas mãos – Emmanuel

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Vinícius – Intérprete fiel da palavra do Mestre

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Yvonne do Amaral Pereira e seu amor pelo Esperanto –

Eurípedes A. Barbosa

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13a Reunião Ordinária e Curso do CEI na Bélgica

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Reunião da Comissão Regional Sul

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% �� �� ������� ���– Juvanir Borges de Souza

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Manoel Philomeno de Miranda

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o folheto “Conheça o Espiritismo”, difundido pela Federação EspíritaBrasileira e pelo Conselho Espírita Internacional de conformidade coma Campanha de Divulgação do Espiritismo, quando trata da “Prática

Espírita” consta:

“Toda prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho:‘Dai de graça o que de graça recebestes”’.

“A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, éuma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentementeda religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem”.

“Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípiosda Doutrina Espírita e dentro da moral cristã”.

A História do mundo nos demonstra que a mediunidade sempre se fez presentena vida do homem desde a Idade da Pedra, servindo de instrumento para o surgi-mento da religião, com o Totemismo, e o seu progresso, bem como para o desen-volvimento de outros setores da Humanidade.

A Doutrina Espírita surgiu em 1857, trazendo conceitos novos, aprofundando acompreensão sobre as Leis de Deus que regem o Universo e esclarecendo os meca-nismos da mediunidade até então desconhecidos. E demonstrou que o caminho aseguir por todos os homens, em seu próprio benefício, é a prática da caridade emsua plenitude: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dosoutros, perdão das ofensas”.1

Diante disto, Allan Kardec observa com sensatez: “A mediunidade é coisa santa,que deve ser praticada santamente, religiosamente. [...] Jesus e os apóstolos, ainda quepobres, nada cobravam pelas curas que operavam”.2

Vê-se, desta forma, que no mundo existem muitas práticas mediúnicas, comosempre existiram, realizadas sob as mais diversas inspirações, todas respeitáveis.Todavia, “prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos prin-cípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã”.

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1KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Q. 886. Ed. FEB.

2______. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. 26, item 10. Ed. FEB.

ão de alta significação to-dos os ensinos de Jesus, queos evangelistas registraram

em suas narrativas, ora obedecen-do a uma determinada ordem daocorrência dos fatos registrados,como se observa nos Evangelhosde Mateus, de Marcos e de Lucas,ora grupando as lições do Mestrepelas suas significações, indepen-dentemente da ocasião em queocorreram, como está evidentenas narrativas do evangelista João.

O que podemos observar noconjunto das lições, dos ensinosvariados e das exemplificações doMestre Incomparável, é a grandeimportância de tudo o que delepartiu, com o objetivo de facilitaraos homens a compreensão corre-ta das leis divinas que regem ocomportamento de todos os seresque estão subordinados a elas, pa-ra que optem sempre pelo cami-nho do bem e evitem o do mal.

A prática do mal é uma decor-rência do livre-arbítrio com o qualforam criados todos os Espíritos,opção que se interliga com a igno-

rância das disposições das leis di-vinas, inclusive no que se refere àresponsabilidade pelas ações pra-ticadas e por suas consequências.

Podemos constatar a supremasabedoria com que Deus conduztodas as coisas, ao designar Jesuscomo Governador espiritual daTerra, desde sua formação, antesmesmo que a Humanidade come-çasse a habitá-la, e que o Mestresempre enviou emissários ao nos-so mundo, desde os tempos primi-tivos, com o objetivo de esclarecerseus habitantes, naturalmente den-tro da capacidade de entendimen-to de cada grupo, povo ou raça.

Nos períodos históricos, temosconhecimento da presença dessesmissionários registrada por diver-sos povos e civilizações, auxiliando--os na compreensão da vida e dei-xando ensinamentos que se trans-formaram em religiões, filosofias,usos e costumes compatíveis como grau evolutivo dos beneficiários.

Há cerca de dois mil anos, opróprio Cristo veio conviver comos homens, para transmitir-lhes

ensinamentos e exemplos que fi-caram registrados em seus Evan-gelhos, escritos por dois de seusapóstolos (Mateus e João), e pordois discípulos e seguidores (Mar-cos e Lucas).

Todas as lições do Cristo consti-tuem-se em normas e padrões des-tinados a ser observados e viven-ciados pelos homens, para que pos-sam evoluir e se libertar das provase expiações a que estão sujeitos,por suas ignorâncias e atrasos.

Parte Ele do amor a Deus sobretodas as coisas.

É o amor o sentimento essencialdo qual derivam todas as demaisqualidades morais dos indivíduos.

Há nesse ensino uma coerên-cia facilmente perceptível, por serDeus o Criador supremo e únicode tudo o que existe.

Diante dessa verdade fundamen-tal, modificaram-se todas as cren-ças politeístas que subsistiram eimperaram por muitos milêniosentre os povos da Antiguidade.

O Deus único, revelação que vie-ra com os hebreus, só com o Cristo

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se tornou crença generalizada efundamental de todas as religiões.

Jesus sempre se referiu ao po-der, à inteligência suprema, à pa-ternidade de Deus e à submissão àsua vontade.

Ao lado do amor a Deus, comoo ápice dos sentimentos que ascriaturas devem cultivar, o Mestrecolocou o amor ao próximo comoa si mesmo, logo em seguida.

São os dois mandamentos es-senciais para que o Espírito des-perte da sua condição de inferio-ridade e consiga iluminar-se, per-doando todas as injúrias, ofensas,infamações e todas as afrontas co-muns nas relações entre criaturasmoralmente atrasadas.

Além disso, o ensino visa ocombate permanente ao egoísmo,ao orgulho, à avareza, à inveja e atodas as inferioridades própriasdas individualidades habitantesde um mundo com grandes ne-cessidades morais.

Por isso, a redenção de todosnós pela aceitação e prática do

amor a Deus e ao próximo, talcomo está explícito nos doismagnos ensinamentos do Cristo,é muito difícil para os habitantesda Terra.

A evolução moral é lenta e tra-balhosa, exigindo de cada criatu-ra, além da aceitação dos princí-pios norteadores, sem quaisquerrestrições, uma vontade firme econstante no combate às inferio-ridades, com o inabalável desejode substituí-las pela prática dobem e pelo sentimento do amor.

Essa transformação é diferenteem cada Espírito, de conformi-dade com as condições íntimasde cada um, da vontade indivi-dual de potencialidade variável etambém dependendo das suasvidas passadas.

Não devemos pois estranharque, passados dois mil anos dos en-sinos e exemplos do Cristo, emboraaceitos com certa facilidade, sejamde tão difícil execução e vivência.

É importante compreender a ne-cessidade de que nossa consciên-

cia esteja limpa e sem reservas in-feriores, já que o amor a Deus eaos nossos semelhantes precisa serpuro e sincero.

O caminho certo para se obteruma consciência pura e livre é orecomendado por Jesus em suasprédicas constantes e resumidasna síntese: “Eu sou o Caminho, aVerdade e a Vida”. (João, 14:6.)

É o entendimento e a aplicaçãode todas as leis morais, interpreta-das à luz do Consolador prometi-do e enviado pelo Mestre.

Seguir esse “caminho” implicaem despir-se a criatura de uma sé-rie de preconceitos, tradições en-ganosas, futilidades, egoísmos e in-compreensões, que a vida huma-na oferece, em contradição comas leis divinas e com os exemplosque Jesus dedicou aos que o ouvi-ram e a toda a posteridade.

Por isso, o Espiritismo adverteque os atos e cultos exteriores nãoproduzem os efeitos deles espera-dos e que somente as boas ações,praticadas com desprendimento e

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visando o bem, caracterizadas pe-lo amor e caridade, predispõemseus executores para a evolução ea caminhada para o progresso.

Segundo referência do próprioCristo, o Espírito de Verdade nãoera conhecido pelos homens.Mas agora já se encontra no nossomundo, portador de conhecimen-tos antes desconhecidos, e possibi-litando que a Humanidade perce-ba fatos novos e um mais vasto ho-rizonte, libertando-se dos dogmasimpróprios, das interpretações li-terais e dos formalismos ilusórios.

É sempre necessário extrair daletra o espírito que vivifica, sob pe-na de cairmos nos mesmos erros eenganos de nossos antepassados.

O Espiritismo, como revelaçãodos Espíritos superiores, auxilia-noso entendimento das realidadesnovas, antes desconhecidas. Daí anecessidade de estudá-lo, viven-ciá-lo e propagá-lo.

Jesus sentenciou: “Conhece-reis a verdade e ela vos fará livres”.(João, 8:32.)

A presença do Consolador, oEspiritismo, marca o início deuma Nova Era.

Os grandes desvios do Cristia-nismo primitivo deveram-se, emgrande parte, às interpretações li-terais dos Evangelhos.

Jesus utilizava-se das parábolas,das alegorias e comparações parafazer-se entender pelas massaspopulares e até por seus discípu-los, em uma sociedade atrasada e influenciada por crenças que oMestre procurou retificar.

Às explicações alegóricas, nãoentendidas nas suas verdadeiras

significações, somaram-se os di-versos interesses daqueles que secolocaram à frente do movimentorenovador, daí resultando o quehoje constitui as igrejas e organi-zações denominadas cristãs, pode-rosas e influentes, mas que se dis-tanciaram dos objetivos do Cris-to, dos seus ensinos e exemplos.

Em decorrência de sua previ-são do que viria acontecer, pro-meteu Ele pedir ao Pai a vinda deum outro Consolador, para ficarcom os homens, relembrar seusensinos e trazer o conhecimentode coisas novas.

A presença do Espiritismo nomundo, a partir dos meados do sé-culo XIX, tendo à frente o Espíritode Verdade com a colaboração deoutros Espíritos instrutores, tudocoordenado pelo Missionário AllanKardec, é a efetivação da vinda doConsolador prometido.

A nós, espíritas, compete reco-nhecer a orientação superior doCristo, estudar os fatos novos e di-vulgar a Doutrina Consoladora,na medida de nossas forças.

As ideias novas que chegam a um mundo atrasado, como onosso, mesmo que tenham o mé-rito de inovar para o bem de to-dos, encontram sempre a oposi-ção e a resistência daqueles quese sentem prejudicados pelaspropostas inovadoras.

Se a inovação se caracteriza porrepresentar a verdade, assentan-do-se em argumentação sólida, osopositores atiram-se contra ela econtra os seus seguidores.

O que ocorreu com o Cristo,quando veio à Terra com suamensagem renovadora para todaa Humanidade, em que a verdadetransparecia em contraposição aentendimentos antigos e ultrapas-sados, é uma demonstração ine-quívoca da dificuldade de se im-plantar as inovações verdadeiras e retificadoras de erros aceitos edefendidos pelos homens.

O Mestre Jesus visava corrigirenganos e equívocos arraigados,substituindo-os por entendimen-tos novos, baseados nas leis divi-nas do amor a Deus e ao próximo.

O povo hebreu, que já haviasido beneficiado com os dez man-damentos recebidos por Moisés,não percebeu a grandeza e a supe-rioridade das novas revelaçõestrazidas pelo Cristo.

O Sinédrio, representando asclasses dominantes, rejeitou os en-sinamentos retificadores e foi além:perseguiu e prendeu o Mestre, con-denando-o à morte infamante.

Atualmente, o Espiritismo, querepresenta o Consolador prometi-do e enviado por Jesus, com o ad-vento do Espírito de Verdade en-tre os homens, é também comba-tido e incompreendido, por repre-sentar uma nova face da verdade eda vida.

Por isso, torna-se convenienterelembrar a responsabilidade dosespíritas sinceros, que precisamestar atentos aos novos tempos,para a realização da grandiosa ta-refa da regeneração deste mundo,com o aprimoramento moral daHumanidade, conforme previsãoda Espiritualidade Superior.

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llan Kardec afirmou comsabedoria que a mediuni-dade é “apenas uma apti-

dão para servir de instrumentomais ou menos dúctil aos Espíri-tos, em geral”.1

Por essa e outras razões, osmédiuns não se podem vanglo-riar de haverem sido eleitos co-mo missionários da Nova Era,deixando-se sucumbir aos tor-mentos da fascinação sutil ou ex-travagante.

A atividade mediúnica, por issomesmo, constitui oportunidadeabençoada para o aperfeiçoamen-to intelecto-moral do indivíduo,que se permitiu dislates em reen-carnações anteriores, comprome-tendo-se em lamentáveis situa-ções espirituais.

A mediunidade é, portanto, umensejo especial para a autorrecu-peração, devendo ser utilizada demaneira dignificante, em cujo mi-

nistério de amor e de caridade se-rá encontrada a diretriz de segu-rança para o reequilíbrio.

Quando se trata de mediunida-de ostensiva, com mais gravidadedevem ser assumidos os deveresque lhe dizem respeito, porquantomaior se apresenta a área de servi-ço a ser desenvolvido.

Em qualquer tipo de realizaçãonobilitante sempre se enfrentamdesafios e lutas, em face do estágioevolutivo em que se encontram osseres humanos e o planeta terres-tre. É natural que haja alguma in-diferença pelo que é bom e eleva-do, quando não se apresentamhostilidades em trabalho impedi-tivo da sua divulgação.

Sendo a mediunidade um re-curso que possibilita o intercâm-bio entre o mundo físico e o espi-ritual, as mentes desprevenidas ouainda arraigadas na perversidadetudo investem para impedir que ofenômeno ocorra de maneira sau-dável, proporcionando, assim, osmeios para restabelecer-se a or-dem moral e confirmar-se a imor-

talidade do ser, propondo-lheequilíbrio e venturas no porvir.

Não são poucos os obstáculos aserem transpostos por todo aque-le que se candidata ao relevante la-bor mediúnico. Os primeiros en-contram-se no seu mundo íntimo,nos hábitos doentios a que se acos-tumou no pretérito, quando perma-neceu distanciado dos deveres mo-rais, criando problemas para o pró-ximo, que resultaram em inquie-tações para si mesmo. A luta a sertravada, para a superação do desa-fio, ninguém vê, exceto aquele queestá empenhado no combate em fa-vor da autolibertação, impondo-se anecessidade de rigorosas disciplinasque possam proporcionar-lhe novascondutas saudáveis, capazes de faci-litar-lhe a execução das tarefas espi-rituais sob a responsabilidade e co-mando dos Mensageiros do Senhor.

O estudo consciente da faculdademediúnica e a vivência dos requisi-tos morais são, a seguir, outro gran-de desafio, por imporem condi-ções de humildade no desempenhodas tarefas, tomando sempre para

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1KARDEC, Allan. O evangelho segundo oEspiritismo. 127. ed. Rio de Janeiro: FEB,2007. Cap. 24, item 12, p. 401.

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si as informações e advertênciasque lhe chegam do Mais Além, aoinvés de transferi-las para os outros.

O médium sincero, mais do queoutro lidador laborioso em qual-quer área de ação, encontra-se emconstante perigo, necessitando apli-car a vigilância e a oração comfrequência, de modo a manter-seem paz ante o cerco das Entidadesociosas e vingadoras da erraticida-de inferior. Isto porque, compra-zendo-se na prática do mal, a que sededicam, as mesmas transformam--se em inimigos gratuitos de todosaqueles que lhes parecem ameaçara situação em que se encontram.

Por isso mesmo, a prática me-diúnica reveste-se de seriedade ede entrega pessoal, não dando es-paço para o estrelismo, as competi-ções doentias e as tirânicas atitudesde agressão a quem quer que seja...

Devendo ser passivo o médium,a fim de bem captar o pensamen-to que verte das Esferas superiores,o seu comportamento há de ca-racterizar-se pela jovialidade,pela compreensão das dificul-dades alheias, pela compai-xão em favor de tudo e detodos que encontrepelo caminho.

As rivalidades en-tre médiuns, quesempre existiram econtinuam, defluemda inferioridade moral dosmesmos, porque a condi-ção mais relevante a seradquirida é a de servidorincansável, convidadoao trabalho na Seara porAquele que é o Senhor.

Examinar com cuidado as co-municações de que se faz porta-dor, evitando a divulgação insen-sata de temas geradores de polê-mica, a pretexto de revelações re-tumbantes, e defendê-los, cons-titui inadvertência e presunção,por considerar-se como o vasoescolhido para as informações dealto coturno, que o mundo espi-ritual libera somente quando issose faz necessário. Jamais esque-cer, quando incluído nessa cate-goria, que o caráter da universali-dade do ensino, conforme estabe-leceu o mestre de Lyon, é funda-mental para demonstrar a quali-dade e a origem do ensinamen-to, se pertencente a um Espíritoou se, em chegando o momentoda sua divulgação entre as criaturashumanas, procede da Espirituali-dade superior.

Quando se sente inspirado aadotar comportamentos esdrúxu-los, informações fantasiosas e de

difícil confirmação, materializan-do o mundo espiritual como sefosse uma cópia do terrestre e nãoao contrário, certamente está a des-serviço do Bem e da divulgaçãodo Espiritismo.

O verdadeiro médium espíritaé discreto, como corresponde emrelação a todo cidadão digno, evi-tando, quanto possível, o empe-nho em impor as revelações deque se diz instrumento.

De igual maneira, quando omédium passa a defender-se, a cri-ticar os outros, a autopromover--se, a considerar-se melhor do queos demais, encontra-se enfermoespiritualmente, a caminho delamentável transtorno obsessivo ouemocional.

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A sua sensibilidade é conside-rada não apenas pelo fato de rece-ber os Espíritos superiores, maspela facilidade de comunicar-secom todos os Espíritos, conformeacentua o insigne Codificador.

Assim deve considerar, porquea mediunidade é, em si mesma,neutra, podendo ser encontradaem todos os tipos humanos, razãopela qual não se trata de uma fa-culdade espírita, porém, humana,que sempre existiu em todas as épo-cas da sociedade, desde os temposmais remotos até os atuais.

No trabalho silencioso e discretodo atendimento aos sofredores, se-ja no seu cotidiano em relação aoscompanheiros da romagem carnal,seja nas abençoadas reuniões deatendimento aos desencarnadosem agonia, assim como àqueles quese rebelaram contra as Leis da Vi-da, encontrará o medianeiro since-ro inspiração e apoio para a desin-cumbência da tarefa que abraça.

Dedicando-se ao labor da cari-dade sem jaça, granjeia o afetodos Espíritos elevados, que pas-sam a protegê-lo sem alarde e ainspirá-lo nos momentos de difi-culdades e de sofrimentos, conso-lando-o nos testemunhos e na so-lidão que, não raro, dominam-lheas paisagens íntimas.

Consciente da responsabilida-de que lhe diz respeito, não sepreocupa com as louvaminhas e osaplausos da leviandade, em agra-dar os poderosos e os insensatosque o buscam, por compreenderque está a serviço da Verdade, que,infelizmente, ainda, como no pas-sado, não existe lugar para a sua

instalação. Dessa forma, mantém--se fiel à sua implantação interna,vivendo-a de maneira jovial e enri-quecedora, dando mostras de queo Reino dos Céus instala-se a prin-cípio no coração, de onde se expan-de para o mundo transcendente.

Tem cuidado na maneira pelaqual exterioriza as informaçõesrecebidas, dando-lhes sempre otom de naturalidade e de equilí-brio, evitando o deslumbramentoque a ignorância em torno da suafaculdade sempre reveste com bri-lho falso os seus portadores.

Jamais se deve permitir a pre-sunção, acreditando-se irretocá-vel, herdeiro da memória e dosvalores dos missionários do pas-sado próximo ou remoto, tendoem Jesus Cristo, e não em pessoaalguma, o seu guia e modelo.

Despersonalizar-se para quenele se reflita a figura incompará-vel do Mestre de Nazaré, eis umadas metas a conquistar, recordan-do-se de João Batista, que infor-mou sobre a necessidade de di-minuir-se para que Ele crescesse,considerando-se indigno de ataras amarras das Suas sandálias...

A mediunidade é instrumentoque se pode transformar em vín-culo de luz entre a Terra e o Céu,ou furna de perturbação e sofri-mento onde se homiziam os invi-gilantes e desalmados, em confli-tos e pugnas contínuas.

A faculdade, em si mesma, éportadora de grande potencialida-de para proporcionar a felicidade,quando o indivíduo que a aplicano Bem procura servir com bon-dade e alegria, evitando a disputa

das glórias mentirosas do mundofísico, assim como os desvios deconduta responsáveis pelas quedasmorais da sua aplicação indevida.

As trombetas do mundo espiri-tual ressoam hoje, como em todosos tempos, nas consciências aler-tas, convocando os corações afe-tuosos para o grande empreendi-mento de iluminação de vidas ede sublimação de sentimentos,atenuando as dores expressivasdeste momento de transição demundo de provas e expiações paramundo de regeneração.

Aos médiuns dignos e sinceroscabe a grande tarefa de prepararo advento da Era Nova, conforme ofizeram aqueles que se tornaraminstrumento das mensagens liber-tadoras que foram catalogadaspor Allan Kardec, nos seus dias,elaborando a Codificação Espíri-ta, e que se mantêm atuais aindahoje, prosseguindo certamentepelos dias do futuro.

Que os médiuns, pois, se desin-cumbam do compromisso e nãoda missão, como alguns leviana-mente a interpretam, gerandosimpatia e solidariedade, unindoas pessoas numa grande família,que a constituem, e sustentando--lhes a sede e a fome de luz e depaz, de esperança e de amor, comosomente sabem fazer os Guias daHumanidade a serviço de Jesus.

Manoel Philomeno de Miranda

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:����'����� Qual foi a motivaçãopara o trabalho com o Atendimen-to Espiritual no Centro Espírita? ������ ���� Participando dasatividades de um Centro Espíri-

ta desde a infância fui, paulatinae naturalmente, integrando-me acada uma das tarefas do agru-pamento e, depois, às do pró-prio Movimento Espírita. Issome possibilitou conhecer as di-ferentes atividades dentro doCentro Espírita e identificar--me, prazerosamente, com to-

das elas. Ao assumir a coorde-nação do Atendimento Es-

piritual no Centro Espíri-ta, abriu-se para mim um

campo de trabalho muitoamplo, mas do qual eu játrazia alguma vivência.

:����'����� Essa propostaconstitui-se num conjunto deações?���������� O Atendimento Es-

piritual é um conjunto deatividades que visam

a atender a todoaquele que che-

ga à Casa Espí-rita para bus-car orienta-

ção, consolo, amparo ou simplesinformação. Através de açõesadequadas, fraternas e continua-das, recebe os que buscam a ins-tituição espírita para conhecer aDoutrina Espírita; ou para rece-ber apoio moral, espiritual oumaterial; ou ainda orientação econsolo para vencer as vicissitu-des – seja o que chega pela pri-meira vez, seja o frequentadorhabitual, ou seja o trabalhadordo próprio núcleo, em estado denecessidade.

:����'����� Em síntese, em quese fundamenta tal trabalho?������ ���� O Atendimentoabrange seis setores de trabalhoda Casa Espírita – Recepção: re-cebe fraternalmente os que che-gam às reuniões da Casa Espíri-ta, orientando-os, informandosobre as atividades e cursos, es-clarecendo dúvidas. Todas asreuniões devem ter esse tipo deatendimento; Atendimento fra-terno: atende, adequadamente,

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MA R I A EU N Y HE R R E R A MA S OT T I������ ��

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aquele que busca a Casa, desde aRecepção – recebe-o, identifican-do-lhe o motivo da vinda e ofe-recendo-lhe os recursos de que aCasa dispõe para atendê-lo na suanecessidade; Encaminhamento:acompanha-o até o local de suadestinação, direcionando-o sem-pre que necessário; Diálogo Fra-terno: recebe-o, dando-lhe a opor-tunidade de expor, livremente eem caráter privativo e sigiloso, assuas dificuldades. Orienta-o se-gundo os princípios evangélicose doutrinários. Se necessário, en-caminha-o para a reunião de Ex-planação Evangélica, para o Pas-se e Magnetização da Água, parao Evangelho no Lar ou para a Ir-radiação; Explanação do Evange-lho à luz da Doutrina Espírita:estuda O Evangelho segundo o Es-piritismo de maneira sistemati-zada e com uma sequência detrabalho previamente estabeleci-da; Passe e Magnetização daÁgua: oferece aos que os necessi-tam e desejam, os recursos mag-néticos dos colaboradores encar-nados e dos benfeitores espi-rituais, de maneira simples, or-ganizada e com um planejamen-to previamente estabelecido; Ir-radiação mental: é a oração emconjunto, na Casa Espírita, em diae hora determinados, visandoa amparar os carentes de aten-dimento espiritual e os traba-lhadores da Instituição, fortale-cendo a cobertura espiritual daprópria Casa e do Movimento Es-pírita, bem como a do próprioOrbe; Evangelho no Lar: reúne afamília, em dia e hora previa-

mente determinados, para o es-tudo do Evangelho e a oração emconjunto, procurando o fortale-cimento dos laços afetivos e a pre-servação da harmonia e do equi-líbrio do lar.

Como especificidade, a Áreado Atendimento Espiritual noCentro Espírita inclui: “Atendi-mento Espiritual à Criança e aoAdolescente” – Proporcionandoatendimento espiritual às crian-ças e aos adolescentes que apre-sentem problemas físicos, men-tais e espirituais/emocionais;“Atendimento ao Trabalhadorda Casa Espírita” – Proporcio-nando atendimento espiritualàquele que, mesmo colaborandonos serviços da Casa, apresenta,em determinado momento, ca-rência de forças para buscarseus recursos próprios.

:����'����� A rigor, seria umatarefa a ser mais valorizada noscentros espíritas?������ ���� Indubitavelmente.Sendo a Casa Espírita um lar,uma escola, um hospital, umtemplo de oração, uma oficinade trabalho onde a criança, o jo-vem, o adulto e o idoso encon-tram seu espaço de convivênciapara, juntos, exercitarem seuaprendizado rumo ao progressoespiritual, é justo que se lhe dêa atenção e o valor que merece.É preciso, então, organizá-la detal modo harmoniosa e eficiente,que todos que a procuram en-contrem nela o acolhimento, oestudo, o socorro, a informação,o amparo, o consolo que bus-

cam, dentro do espírito de fra-ternidade e simplicidade que aDoutrina Espírita pede.

:����'����� Como tem sido areceptividade dessa proposta nosencontros com os vários Estadosnas Reuniões das Comissões Re-gionais do CFN?���������� A princípio com ti-midez e alguma desconfiança,agora já com grande abertura e,mesmo, euforia, as Federativasestão procurando ajustar-se a es-sas necessidades. E mais, buscan-do imprimir qualidade a essetrabalho, estão se empenhandoem capacitar seus trabalhadores,dando-lhes ferramentas para rea-lizarem melhor e de maneiramais ampla a tarefa. E isto está serefletindo na qualidade do traba-lho da própria Federativa. Pontopara as Federativas!

:����'������ Qual a recomenda-ção que gostaria de transmitir aosdirigentes e colaboradores espíritas?�����������Se pudéssemos pediralgo, gostaríamos de lembrar nossocompromisso com o Cristo e coma Doutrina Espírita. Se dispomosde tantas informações e oportuni-dades que o Evangelho e o Espiritis-mo nos possibilitam, é preciso co-locá-las à disposição de todos. Otrabalho é grandioso, necessárioe urgente, e cabe-nos executá-losem detença, sem esmorecimen-to, sem medo ou hesitação, na cer-teza de que fazendo o melhor es-taremos resgatando nossa dívidapara com a Providência e paracom o nosso próximo.

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ertamente você conhece,amigo leitor, a história de Po-liana, a jovem orientada pe-

la filosofia do podia ser pior, em livrohomônimo de Eleanor H. Porter.

Quando menina, desejava ar-dentemente uma boneca. Sem re-cursos, o pai fez um pedido à ins-tituição beneficente.

Poliana aguardou com ansiedade.Quando chegou um pacote, às

vésperas do Natal, mal conteve aemoção. Ao ser aberto, grande foisua frustração, porquanto, por enga-no, remeteram-lhe um par de mu-letas em lugar da sonhada boneca.

Vendo-a desolada e chorosa, opai convidou:

– Minha querida, vamos fazer ojogo do contente.

– O que é isso, papai?– É uma brincadeira para você

animar-se sempre que algo aaborrecer.

– Como agora?– Sim. Você tem uma boa razão

para estar triste. Recebeu um parde muletas no lugar da boneca.Mas há uma razão ainda melhorpara ficar feliz.

– Com um par de muletas?!– Sim. A felicidade de não pre-

cisar usá-las.Interessante esse jogo, amigo

leitor.

Se estamos tristes por não tervários pares de calçados, lembre-mos dos que não têm pés…

Se nos incomoda o uso deóculos, recordemos os que nãoenxergam…

Se nos aborrece a falta de umautomóvel, é pensar em genteimobilizada no leito…

Se não ganhamos tão bemquanto desejaríamos, evoquemosos desempregados…

A Doutrina Espírita propõe umjogo mais consistente.

Não se trata de buscar conso-lo em males alheios, mas de com-preender que todos os males guar-dam justa origem.

Não houve engano dos poderesque nos governam ao remeter opacote de nosso destino. Nele estáum carnê para pagamento parce-lado de nossos débitos cármicosjunto à Justiça Divina.

No capítulo V, em O Evange-lho segundo o Espiritismo, item12, reportando-se à quarta bem--aventurança de O Sermão daMontanha (Mateus, 5:4), diz AllanKardec:

Por estas palavras: Bem-aventu-rados os aflitos, pois que serão

consolados, Jesus aponta a com-pensação que hão de ter os que so-frem e a resignação que leva o pa-decente a bendizer do sofrimento,como prelúdio da cura.

Também podem essas palavrasser traduzidas assim: Deveis consi-derar-vos felizes por sofrerdes, vistoque as dores deste mundo são o pa-gamento da dívida que as vossaspassadas faltas vos fizeram con-trair; suportadas pacientemente naTerra, essas dores vos poupam sécu-los de sofrimentos na vida futura.Deveis, pois, sentir-vos felizes porreduzir Deus a vossa dívida, permi-tindo que a saldeis agora, o que vosgarantirá a tranquilidade no porvir.

Beleza, meu caro leitor!Kardec explica que o carnê vem

com largos descontos!É só quitar compontualidade asprestações, ao lon-go da existência,sem birra e semfuga, e nos habili-taremos a um futu-ro de bênçãos.

Isso sem esquecerque o tempo para pa-gamento total do car-nê, ao longo da exis-tência, equivale a mera

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RI C H A R D SI M O N E T T I

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fração de segundo no relógio daeternidade.

O problema está nas complica-ções em que nos envolvemos.

Conheci um bancário, bom ra-paz, trabalhador, educado, mas,lamentavelmente, um perdulário.É o indivíduo que gasta compulsi-vamente, bem mais do que o fa-zem animadas senhoras em liqui-dação de shopping.

Como todo perdulário, con-traiu dívidas acima de suas dispo-nibilidades financeiras. Cansadosde suas desculpas, os credoresprocuraram o gerente do Banco

onde trabalhava. Homem debons princípios, condoeu-se eresolveu ajudar o subalternoem dificuldade.

Foi feita uma composiçãode dívidas. Com autorização do

devedor, seu salário foi bloquea-do, em parte, para pagamento men-sal dos credores. Em dois anos, oproblema estaria resolvido.

Tudo certo, não fosse por pe-queno detalhe: ignorando apelosde amigos e familiares, ele con-tinuou com a gastança. Contraiunovas dívidas, complicou aindamais sua situação e acabou de-mitido.

Algo semelhante ocorre em re-lação à jornada humana.

Perdulários do tempo, estamossempre a ampliar débitos na con-tabilidade do Destino.

Cada vez que reencarnamos, aJustiça Divina nos permite umacomposição da dívida, com os am-plos descontos concedidos peladivina misericórdia.

Fazem parte do carnê dores eproblemas que, de permeio, limi-tam nosso poder de compra, isto é,cerceiam nossos impulsos inferio-res, a fim de que não ampliemosnossos débitos.

Alguns exemplos:O alcoólatra inveterado que co-

zinhou o fígado e desencarnouprematuramente, como suicidainconsciente, reencarna com le-sões no fígado e problemas envol-vendo o aparelho digestivo.

O homem que fugiu de seuscompromissos, apelando para osuicídio, tenderá a retornar comgraves limitações físicas, a fim de

superar os desajustes que provo-cou em seu corpo espiritual.

O viciado em sexo virá comgraves problemas congênitos, en-volvendo os órgãos genitais, a fimde superar suas tendências.

O problema é que raros cum-prem integralmente o planejadoe, à maneira do perdulário, com-prometem-se em novos débitos:

O alcoólatra, contido pelas li-mitações físicas, mas ainda inspi-rado nas tendências que desenvol-veu, envolve-se com drogas.

O ex-suicida rebela-se com aatual situação e nutre o desejo denova fuga, com o que apenasagravará seus débitos.

O viciado do sexo, não obstan-te as limitações que lhe foram im-postas, deixa-se levar por suastendências e cai em novos desvios.

Com isso, de existência emexistência, o Espírito, ao invésde quitar seus débitos, aprovei-tando a composição misericor-diosa da Justiça Divina, vai secomplicando.

– Toma juízo, meu filho – diz opai ao filho rebelde, comprometi-do em erros e vícios.

É exatamente essa a mensagemque Deus nos passa através doEspiritismo.

– Toma juízo!O conhecimento espírita nos

convida à reflexão, habilitando-nosa quitar o carnê de forma cons-ciente e disciplinada, sem queixas esem arroubos perdulários que ape-nas aumentam nosso passivo, nacontabilidade do destino.

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uando Jesus se fazia acompanhar pela mul-tidão, na manhã rutilante, refletia, amoro-samente, consigo mesmo:

– Ensinara as lições básicas do Reino deDeus aos filhos da Galileia, que o seguiam naqueleinstante divino... Todos permaneciam agora cientesdo amor que devia espraiar-se sobre as noções dalei antiga! Que não poderia Ele fazer daqueles ho-mens e mulheres bem informados? Poderia, enfim,alongar-se em maiores considerações, relativas aocaminho de retorno da criatura aos braços do Pai.Dilataria os esclarecimentos do amor universal,conduziria a alma do povo para o grande entendi-mento. Decifraria para os filhos dos homens osenigmas dolorosos que constrangem o coração. Pa-ra isso, porém, era indispensável que compreendes-sem e amassem com o espírito... Quantas pequenaslutas em vão? Quantos atritos desnecessários? Amultidão, por vezes, assumia atitudes estranhas econtraditórias. Diante dos prepostos de Tibério,que a visitavam, aplaudia delirantemente; todavia,quando se afastavam os emissários de César, man-chava os lábios com palavras torpes e gastava tem-po na semeadura de ódios e divergências sem-fim...Se aparecia algum enviado do Sinédrio, nas cidadesque marginavam o lago, louvava o povo a lei anti-ga e abraçava o mensageiro das autoridades deJerusalém. Bastava, entretanto, que o visitante vol-tasse as costas para que a opinião geral ferisse a ho-norabilidade dos sacerdotes, perdendo-se nos des-

regramentos verbais de toda espécie... Oh! sim –pensava –, todo o problema do mundo era a neces-sidade de amor e realização fraternal!

Sorveu o ar puro e contemplou as árvores fron-dosas, onde as aves do céu situavam seus ninhos.Algo distante, o lago era um espelho imenso e cris-talino, refletindo a luz solar. Barcas rudes transpor-tavam pescadores felizes, embriagados de alegria,na manhã clara e suave. E, em derredor das águasdeslumbrantemente iluminadas, erguiam-se vozesde mulheres e crianças, que cantavam nas chácarasembalsamadas de inebriante perfume da Natureza.Agradecia ao Pai aquelas bênçãos maravilhosas deluz e vida, e continuava meditando:

– Por que tamanha cegueira espiritual nos sereshumanos? Não viam, porventura, a condição para-disíaca do mundo? Por que se furtavam ao concer-to de graças da manhã? Como não se uniam todosao hino da paz e da gratidão que se evolava de to-das as coisas? Ah! toda aquela multidão que o se-guia precisava de amor, a fim de que a vida se lhetornasse mais bela. Ensiná-la-ia a conferir a cadasituação o justo valor. Quem era César senão umtrabalhador da Providência, sujeito às vicissitudesterrestres, como outro homem qualquer? Não me-receria compreensão fraternal o imperador dos ro-manos, responsável por milhões de criaturas? Alge-mado às obrigações sociais e políticas, atento aosuperficialismo das coisas, não era razoável queerrasse muito, merecendo, por isso mesmo, mais

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compaixão? E os chefes do Sinédrio? Não estavamsufocados pelas orgulhosas tradições da raça? Po-deriam, acaso, raciocinar sensatamente, se perma-neciam fascinados pelo autoritarismo do mundo?Oh! – refletia o Mestre – como seria infeliz o domi-nador romano, a julgar-se efetivamente rei parasempre, distraído da lição dura da morte! Comoseria desventurado o sumo sacerdote, que supunhapoder substituir o próprio Deus!... Sim, Jesus ensi-naria aos seus seguidores a sublime sabedoria doentendimento fraternal!

Tomado de confiante expectativa, voltou-se oMessias para o povo, dando a entender que espera-va as manifestações verbais dos amigos, e a multi-dão aproximou-se dele, mais intensamente.

Alguns apóstolos caminhavam à frente dos po-pulares, em animada conversação.

– Rabi – exclamou o patriarca Matan, moradorem Cafarnaum –, estamos cansados de suportarinjustiças. É tempo de tomarmos o governo, a li-berdade e a autonomia. Os romanos são pecadoresdevassos, em trânsito para o monturo. Estamos far-tos! É preciso tomar o poder!

Jesus escutou em silêncio, e, antes que pudessedizer alguma coisa, Raquel, esposa de Jeconias, re-clamou asperamente:

– Rabi, não podemos tolerar os administradoressem consciência. Meu marido e meus filhos são mi-seravelmente remunerados nos serviços de cadadia. Muitas vezes, não temos o necessário para vi-ver como os outros vivem. Os filhos de Ana, nossavizinha, adulam os funcionários romanos e, poresse motivo, andam confortados e bem-dispostos!...

– À revolução! à revolução! – clamava Esdras,um judeu de quarenta anos presumíveis, que seacercou, desrespeitosamente, como adepto apaixo-nado, concitando o líder prudente a manifestar-se.

– Rabi – suplicava um ancião de barbas enca-necidas –, conheço os prepostos de César e osinfames servidores do Tetrarca. Se não modifi-carmos a direção do governo, passaremos fome eprivações...

Escutava o Senhor, profundamente condoído.Verificava, com infinita amargura, que ninguém

desejava o Reino de Deus de que se constituíraportador.

Durante longas horas, os membros da multidãorecriminaram o imperador romano, atacaram pa-trícios ilustres que nunca haviam visto de perto,condenaram os sacerdotes do Templo, caluniaramautoridades ausentes, feriram reputações, invadi-ram assuntos que não lhes pertenciam, acusaramcompanheiros e criticaram acerbamente as condi-ções da vida e os elementos atmosféricos...

Por fim, quando muito tempo se havia escoa-do, alguns discípulos vieram anunciar-lhe a fomeque castigava homens, mulheres e crianças. An-dré e Filipe comentaram calorosamente a situa-ção. Jesus fitou-os de modo significativo, e res-pondeu, melancólico:

– Pudera! Há muitas horas não fazem outra coi-sa senão murmurar inutilmente!

Em seguida, espraiou o olhar através das cen-tenas de pessoas que o acompanhavam, e faloucomovidamente:

– Tenho para todos o Pão do Céu, mas estão ex-cessivamente preocupados com o estômago paracompreender-me.

E, tomado de profunda piedade, ante a multidãoignorante, valeu-se dos pequenos pães de que dis-punha, abençoou-os e multiplicou-os, saciando afome dos populares aflitos.

Enquanto os discípulos recolhiam o sobejoabundante, muitos galileus batiam com a mão di-reita no ventre e afirmavam:

– Agora, sim! Estamos satisfeitos! Contemplou-os o Mestre, em silêncio, com an-

gustiada tristeza, e, depois de alguns minutos, en-tregou o povo aos discípulos e, segundo a narra-ção evangélica, “tornou a retirar-se, Ele só, para omonte”.

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Pelo Espírito "�'+���

elo menos duas comemora-ções marcam o ano de 2009:o bicentenário de nascimen-

to do biólogo e naturalista inglêsCharles Robert Darwin (1809--1882), cujas ideias em Biologia,Ciências Sociais e ideologias po-líticas têm um alcance e profun-didade comparáveis somente àsde Marx, Freud e Einstein, e os150 anos de sua obra Sobre a ori-gem das espécies por meio da se-leção natural (1859),* publicadadois anos depois de O Livro dosEspíritos, na qual Darwin apre-senta o corpo de sua doutrinatransformista, teoria biológicaque procura explicar os mecanismosda evolução e suas descrições filo-

genéticas. Antes da publicação, Dar-win apresentou um sumário no qualdeclara ter incorporado as ideias deHerbert Spencer (1820-1903),Alfred

Russell Wallace (1823-1913) e Tho-mas Robert Malthus (1766-1834).

O princípio fundamental da Teo-ria, a seleção natural, que, aliás, Dar-win extraiu de Malthus, é o de quea luta pela existência em um mun-

do orgânico, dentro de um ambien-te variável, gera alterações orgânicas,no decorrer das quais sobrevivemsomente os mais aptos, que transmi-

tem a seus descendentes as mo-dificações “vitoriosas”, e assimse produz a seleção natural, paracuja explicação Darwin insistiaem buscar o apoio empírico.

Sua obra suscitou ao mesmotempo grande oposição nosmeios teológicos, que a consi-deraram um ataque às crençascristãs fundadas em uma inter-pretação literal da Bíblia, e gran-de entusiasmo entre geólogos,zoólogos e outros autores que

viam no darwinismo um pensa-mento radical e revolucionário.

O próprio trabalho de Darwindeixa em aberto a questão da transi-ção “reino animal–reino hominal”,que ficou conhecida, na termino-

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*N. do R.: Somente na 6a edição (1872),o título foi abreviado para A origem dasespécies (The origin of species).

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logia dos especialistas, como “o eloperdido da cadeia de Darwin”, o qualnão afirmou que “o homem vemdo macaco”. É evidente que aí re-side uma questão de natureza e dequalidade: é a questão da consciên-cia, presente no homem, mas nãono animal. Depreendemos, à luz dosprincípios que regem a DoutrinaEspírita, que esse “elo perdido” nãoserá encontrado na Terra, pois es-tá radicado no plano espiritual, con-siderando-se que só a Deus competeinfundir essa faculdade à sua criatu-ra, providência, pelo menos por en-quanto, inabordável para o homem.

Os Espíritos superiores informa-ram a Kardec que o Espírito passaa primeira fase de seu desenvolvi-mento “numa série de existênciasque precedem o período a que[chamamos] Humanidade”.1 Escla-receram ainda que nos seres infe-riores da criação

[...] o princípio inteligente se

elabora, se individualiza pouco a

pouco e se ensaia para a vida [...]

É, de certo modo, um trabalho

preparatório, como o da germi-

nação, por efeito do qual o prin-

cípio inteligente sofre uma

transformação [grifo nosso] e se

torna Espírito. Entra então no

período da humanização, come-

çando a ter consciência do seu

futuro, capacidade de distinguir

o bem do mal e a responsabili-

dade dos seus atos. [...]1

Explicaram também que o Espíri-to do homem não tem, após amorte, consciência de suas existên-cias anteriores ao período de hu-

manidade, e, porque é difícil os Es-píritos lembrarem até mesmo desuas primeiras existências huma-nas, eles “dizem que não sabem co-mo começaram”.1 Mas afirmaram:

[...] Desde que o princípio inte-

ligente atinge o grau necessário

para ser Espírito e entrar no pe-

ríodo da humanização, já não

guarda relação com o seu esta-

do primitivo e já não é a alma

dos animais [...].1

Em mais uma de suas preciosasNotas, o próprio Kardec esclareceque não é possível à alma progre-dir de um estado inferior animal aoutro superior,

[...] onde adquirisse desenvol-

vimentos que lhe transformas-

sem a natureza. É, porém, falsa

no sentido de transmigração

direta da alma do animal para o

homem e reciprocamente, o que

implicaria a ideia de retrogra-

dação, ou de fusão. [...]1

Esta não pode “operar-se entreos seres corporais das duas espé-cies”1 porque “são de graus inassi-miláveis, devendo dar-se o mes-mo com relação aos Espíritos queas animam,posto que não há “iden-tidade de natureza”.1

Sobre os antepassados do ho-mem, o Espírito Emmanuel ensina:

Reportando-nos, todavia, aos

eminentes naturalistas dos últi-

mos tempos, que examinaram

meticulosamente os transcenden-

tes assuntos do evolucionismo,

somos compelidos a esclarecer

que não houve propriamente

uma “descida da árvore”, no iní-

cio da evolução humana.

As forças espirituais que diri-

gem os fenômenos terrestres,

sob a orientação do Cristo, es-

tabeleceram, na época da gran-

de maleabilidade dos elementos

materiais, uma linhagem defi-

nitiva para todas as espécies,

dentro das quais o princípio

espiritual encontraria o proces-

so de seu acrisolamento, em

marcha para a racionalidade.

[...] e o homem não escaparia a

essa regra geral.2 (Grifo nosso.)

O Espiritismo contempla, pois,esse princípio de transições não--bruscas entre os vários níveis evo-lutivos, tanto no plano materialquanto no espiritual, mantendotambém o princípio de “desenvol-vimento progressivo” e incessante,como, aliás, explicitou Kardec emvárias oportunidades nas obras daCodificação, na linha de “a Naturezanão dá saltos”, lembrando Leibniz.Particularmente em O Livro dos Es-píritos, Kardec indaga se no períodode humanidade o Espírito conservatraços do período a que se poderiachamar ante-humano, e eles respon-dem que isso se dá dependendo da

[...] distância que medeie entre

os dois períodos e o progresso

realizado. Durante algumas ge-

rações, pode ele conservar ves-

tígios mais ou menos pronun-

ciados do estado primitivo, por-

quanto nada se opera na Nature-

za por brusca transição. Há sem-

>= :����'���� 6� !" #$�� �&&'256

pre anéis que ligam as extremi-

dades da cadeia dos seres e dos

acontecimentos. Aqueles vestí-

gios, porém, se apagam com o

desenvolvimento do livre-arbí-

trio. Os primeiros progressos só

muito lentamente se efetuam,

porque ainda não têm a secun-

dá-los a vontade. Vão em pro-

gressão mais rápida, à medida

que o Espírito adquire mais per-

feita consciência de si mesmo.3

Aí estão implícitas as ideias deevolução e evolucionismo.A de evo-lução não é nova. Vários pré-socrá-ticos, por exemplo, como Anaxíme-nes e Anaximandro, já eram a favorda ideia de que plantas, animais e se-res humanos originaram-se, ou fo-ram se originando, a partir de prin-cípios e forças vitais básicas, contra-pondo-se a Platão e Aristóteles, comsua concepção “estática” e “fixista”do mundo e das espécies orgânicas.

Em alguns autores encontra-seo conceito de evolução em sentidometafísico, como desenvolvimentode uma realidade, ou da “realidade”,como em Hegel (1770-1831), queconcebe o real como “desenvolvi-mento”. Já em outros autores en-contra-se um sentido mais “concre-to”, predominantemente histórico,no sentido biológico das grandesteorias evolucionistas do séculoXIX, que ressurgiram através dosséculos XVI, XVII e XVIII, princi-palmente com as ideias de desen-volvimento do Universo e da evolu-ção do Sistema Solar, impregnandoas áreas da Astronomia, Geologiae Paleontologia, que contribuírampara a difusão das ideias evolucio-

nistas. Desse modo pode-se entãoconceber evolução no sentido me-tafísico, teológico, histórico, bioló-gico, ou meramente conceitual.

Herbert Spencer concebeu aideia de uma interpretação geralda realidade com base no princí-pio de evolução, antecipando-se àformulação da doutrina da sele-ção natural por Darwin. SegundoSpencer, a evolução é a lei univer-sal que rege todos os fenômenosenquanto manifestações do Incog-noscível, sendo lei não só da Na-tureza, mas também do Espírito, epor isso a moralidade é sempre, emúltima análise, uma aspiração e umesforço, a tentativa de servir à cole-tividade humana e a justificaçãodo indivíduo por esta tendênciaao aperfeiçoamento da sociedade.

A Doutrina Espírita considera oevolucionismo tanto no plano ma-terial, como o do Planeta, quantono metafísico, ou do Espírito, aoqual aquele se submete, com basenos princípios gerais de que a ma-téria serve ao Espírito; de que oprincípio inteligente evolui atravésdos reinos mineral, vegetal, animale hominal, até a angelitude; e de queo Espírito progride em ciência e mo-ral, através das várias encarnações.

O evolucionismo metafísico es-pírita concebe pois a evolução mo-ral também gradual, ordenada eprogressiva, assim como a material,orgânica. Este é um ponto comumque prova a coerência da Criação.Thomas Henry Huxley (1825--1895), conhecido defensor da teo-ria darwiniana contra os que a ela seopunham por motivos religiosos, de-clarou-se contrário a toda preten-

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são de conhecimento absoluto econsiderou que, na ética, o evolucio-nismo biológico, com sua insistênciana luta pela sobrevivência do maisapto, não pode dar conta da naturezados ideais morais. Ele admite que es-tes se sobrepõem ao curso da evoluçãobiológica,sem que se veja com clare-za se são baseados nela ou se consti-tuem um novo “reino”. Para ele, ca-so o homem queira ser moral, deveopor-se a tendências “evolucionistas”que podem tender ao imoral ou amo-ral. Este espaço deixado em abertopor T.H.Huxley é devidamente preen-chido pelo evolucionismo metafísi-co espírita, que dialeticamente con-tém e explica tanto este quanto oevolucionismo biológico, orgâni-co, quadro que propomos possaser abordado como se segue:

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1. A luta pela existência em ummundo orgânico,

2. dentro de um ambiente variável,3. gera alterações orgânicas no de-

correr das quais, prevalecendoapenas as variações que sãobenéficas para o ser em suascondições de vida,

4. sobrevivem somente os maisaptos,

5. que transmitem as modifica-ções vitoriosas a seus descen-dentes em suas espécies,

6. assim produzindo-se a sele-ção natural.

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1. A luta pela existência em ummundo orgânico, material,através da reencarnação,

2. em ambiente variável, segun-do o planejamento da reen-carnação, determinado pelasnecessidades do Espírito,

3. gera alterações psíquicas, de-correntes das experiências eaprendizagens colhidas atra-vés de provas e expiações, coma incorporação dos valoressuperiores do Espírito, os úni-cos que prevalecem por serembenéficos para o burilamento,equilíbrio e felicidade do ser,

4. e mediante tais alterações psí-quicas, pela Lei do Progresso,todos se tornarão aptos, postoque são Espíritos imortais,

5. e transmitem essas modifica-ções psíquicas vitoriosas aoscompanheiros de jornada, aolongo de várias encarnações,com os quais estejam ou ve-nham a estar em contato atra-vés da Lei de Sociedade, se-gundo o conceito de FamíliaUniversal, trazido por Jesus,

6. assim produzindo-se a sele-ção natural espiritual, no sen-tido em que se entende a pa-lavra de Jesus a respeito dos“escolhidos”, como sendo osque escolhem a si próprios,pelo livre-arbítrio, para o es-forço sagrado da evolução.

Por esse processo de seleção na-tural espiritual, através das reencar-nações, os Espíritos atingem o ex-tremo superior na Escala Espírita.4

A concepção do evolucionismometafísico no corpus doutrinário

do Espiritismo foi corroborada,no cenário intelectual do mundo,pelo evolucionismo na linhagembiológica darwiniana e filosóficade Spencer.

Mas é sobretudo com a palavrae os ensinamentos de Jesus de quenenhuma de suas ovelhas, ou ir-mãos pela Paternidade Divina, fi-cará perdida na trilha da evolu-ção, que firmamos a convicção daEvolução como bênção de Deuspor sobre seus filhos.

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“... Mostrou-lhes as suas mãos...”(JOÃO, 20:20.)

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eaparecendo aos discípulos, depois da morte, eis que Jesus, ao se identificar,

lhes deixa ver o corpo ferido, mostrando-lhes destacadamente as mãos...

As mãos que haviam restituído a visão aos cegos, levantado paralíticos,

curado enfermos e abençoado velhinhos e crianças, traziam as marcas do sacrifício.

Traspassadas pelos cravos da cruz, lembravam-lhe a suprema renúncia.

As mãos do Divino Trabalhador não recolheram do mundo apenas calos do

esforço intensivo na charrua do bem. Receberam feridas sanguinolentas e dolorosas...

O ensinamento recorda-nos a atividade das mãos em todos os recantos do Globo.

O coração inspira.

O cérebro pensa.

As mãos realizam.

Em toda parte, agita-se a vida humana pelas mãos que comandam e obedecem.

Mãos que dirigem, que constroem, que semeiam, que afagam, que ajudam e que

ensinam... E mãos que matam, que ferem, que apedrejam, que batem, que incen-

deiam, que amaldiçoam...

Todos possuímos nas mãos antenas vivas por onde se nos exterioriza a vida

espiritual.

Reflete, pois, sobre o que fazes, cada dia.

Não olvides que, além da morte, nossas mãos exibem os sinais da nossa passagem

pela Terra. As do Cristo, o Eterno Benfeitor, revelavam as chagas obtidas na divina

lavoura do amor. As tuas, amanhã, igualmente falarão de ti, no mundo espiritual,

onde, interrompida a experiência terrestre, cada criatura arrecada as bênçãos ou as

lições da vida, de acordo com as próprias obras.

:

� ��� � � �� �����ais uma obra de AllanKardec comemora o seusesquicentenário: o opús-

culo O que é o Espiritismo,publicado pela primeira vezem Paris no mês de julho de1859. Tinha, então, 104 pá-ginas e era vendido a 60centavos.

Em 1865 vem a lume a 6a

edição da obra, revista e con-sideravelmente aumentadapelo autor. Tinha 182 pági-nas e se tornou a edição defi-nitiva do livro, o terceiro aser publicado por Allan Kar-dec, logo depois de O Livrodos Espíritos, em 1857, e deInstrução Prática sobre asManifestações Espíritas, em1858. Este último era umaespécie de introdução à me-diunidade, teve uma só edi-ção e foi substituído em 1861por O Livro dos Médiuns.

Qual teria sido a intenção deAllan Kardec ao publicar este eoutros opúsculos que sairiammais tarde, quase simultanea-

mente ao aparecimento dasobras fundamentais da Doutri-na Espírita? Basicamente contri-

buir para a vulgarização do Es-piritismo, que, então, dava seusprimeiros passos, numa épocadominada pelo materialismo e

pelos preconceitos de toda or-dem. Para alcançar esse objetivo,o Codificador apresentava os te-

mas em linguagem maissimples, resumia os assuntosmais interessantes, evitavalançar mão de metáforas evendia os opúsculos a preçode custo, quando não ossubsidiava do próprio bolso,visando à sua mais rápidapropagação.

Vejamos, contudo, naspróprias palavras de AllanKardec, o que ele diz no pri-meiro parágrafo do “Preâm-bulo” do livro:

As pessoas que não conhecem

o Espiritismo senão de modo

superficial são, naturalmente,

inclinadas a formular certas ques-

tões, cuja solução por certo en-

contrariam se o estudassem

com mais profundidade. Falta-

-lhes, porém, o tempo e, mui-

tas vezes, a vontade para se

entregarem a observações con-

tínuas. Antes de empreende-

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EVA N D RO NO L E TO BE Z E R R A

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rem essa tarefa, muitos dese-

jam saber, pelo menos, do que

se trata, e se vale a pena se

ocuparem com ela. Pareceu-nos,

pois, de real utilidade apre-

sentar resumidamente as res-

postas a algumas das princi-

pais perguntas que nos são

diariamente dirigidas; isto se-

rá, para o leitor, uma espécie

de iniciação, e, para nós, ga-

nho de tempo por nos dispen-

sar de repetir constantemente

a mesma coisa.

O livro é dividido em três capítulos:

O primeiro, sob a forma dediálogos, encerra respostas àsobjeções mais comumente feitaspor aqueles que desconhecemos princípios fundamentais daDoutrina, bem como a refuta-ção dos principais argumentosde seus contraditores. Tal mo-dalidade pareceu mais conve-niente a Kardec, por não apre-sentar a aridez da forma dog-mática.

O segundo capítulo é consa-grado à exposição sumária daspartes da ciência prática e expe-rimental, sobre as quais, na faltade uma instrução teórica com-pleta, o observador inexperientedeve fixar a sua atenção parapoder julgar com conhecimentode causa; é, de certa forma, umresumo de O Livro dos Médiuns.Ora, como na maioria das vezesas objeções nascem das ideiasfalsas feitas, a priori, sobre aqui-lo que não se conhece bem, reti-ficar essas ideias é prevenir as

objeções que se possam fazer àmediunidade.

O terceiro capítulo pode serconsiderado como o resumo de OLivro dos Espíritos. É a solução,pela Doutrina Espírita, de certonúmero de problemas do mais al-to interesse, de ordem psicológica,moral e filosófica que diariamentesão propostos, e aos quais nenhu-ma filosofia deu ainda respostasatisfatória. Procurem resolvê-lospor qualquer outra teoria, sem achave que nos fornece o Espiritis-mo, e verão quais são as respostasmais lógicas, quais as que melhorsatisfazem à razão.

E, arremata Allan Kardec:

Estes resumos não somente

são úteis aos principiantes,

que neles poderão, em pouco

tempo e com pouca despesa,

colher as noções mais essen-

ciais da Doutrina Espírita, co-

mo também aos adeptos, pois

lhes fornecem os meios para

responderem às primeiras ob-

jeções que não deixarão de

lhes apresentar, e, além disso,

por encontrarem reunidos, em

quadro restrito e sob um mes-

mo ponto de vista, os princí-

pios que devem estar sempre

presentes à sua memória.

Finalmente, no “Preâmbulo” daobra que o Codificador afirma:

O Espiritismo é, ao mesmo

tempo, uma ciência de observa-

ção e uma doutrina filosófica.

Como ciência prática, consiste

nas relações que se podem esta-

belecer entre nós e os Espíritos;

como filosofia, compreende to-

das as consequências morais

que decorrem de tais relações.

Podemos defini-lo assim:

O Espiritismo é uma ciência

que trata da natureza, da ori-

gem e do destino dos espíritos,

bem como de suas relações com

o mundo corpóreo.

Para que os leitores de Refor-mador façam ideia de alguns dosassuntos tratados no livro O que éo Espiritismo, transcrevemos par-cialmente, do seu sumário, os se-guintes tópicos, dentre tantos ou-tros de igual importância:

� Espiritismo e Espiritua-lismo

�Fenômenos espíritas simu-lados

� O maravilhoso e o sobre-natural

� Origem das ideias espíritasmodernas

�Utilidade prática das mani-festações

� Médiuns interesseiros� Loucura, suicídio e obsessão� Esquecimento do passado� Comunicação com o mun-

do invisível� Escolhos da mediunidade� Charlatanismo� Identidade dos Espíritos� Consequências do Espiri-

tismo� Pluralidade dos mundos� A alma� O homem durante a vida

terrena�O homem depois da morte.

7?!" #$�� �&&'� 6�:����'���� 261

início do uso da moedacomo meio de troca, no sé-culo VII antes da Era Cris-

tã, revolucionaria o intercâmbiocomercial entre as populações insu-lares e costeiras na Grécia continen-tal e no seu entorno. Esse signifi-cativo fato de natureza econômicaestimularia o intercâmbio de ideias,propiciando o surgimento de “umanova mentalidade, que passa asubstituir as antigas construçõesmitológicas pela aventura intelec-tual, expressa através de investiga-ções científicas e especulações fi-losóficas”.1 Tem-se aí a “passagementre a mentalidade mito-poética(‘fazedora de mitos’) e a mentali-dade teorizante”.2 (Grifo nosso.)

A partir desse turning point, pon-to de mutação, nos dois milênios emeio que daí medearam até ao sé-culo XIX, uma fieira de pensadoreseminentes abriram para o espíritohumano um filão cuja garimpagempermitiu o enriquecimento da co-gitação filosófica. Transbordaria es-ta página aprofundar – examinan-do sistemas filosóficos – e ampliar,indo até ao Oriente, o debate desteponto. Para ilustrá-lo, entretanto,

registraremos que Immanuel Kant(1724-1804) foi

[...] um cérebro que passou a

vida investigando o universo

espiritual do homem, à procura

de seus fundamentos últimos,

necessários e universais.3

Antes e depois dele, a buscapor resposta para o angustianteproblema do ser, do destino e dador produziu inúmeras e insti-gantes reflexões.

No século XIX conformou-semais um desses sistemas, em trí-plice aspecto: ciência, filosofia,com decorrência moral, e religião,nas palavras de seu próprio codi-ficador. Era a Doutrina dos Espí-ritos, que descerraria finalmenteas portas do Infinito e identifica-ria o nexo causal das ações huma-nas, iluminando o futuro...

Por sua relevância para a evolu-ção da Humanidade, prestemos,portanto, homenagem àquele quea codificou, Allan Kardec, no anoque assinala o 140o aniversárioem que ele, após cumprir sua mis-são, deixou as “Faixas Negras”, como

um dos augustos interlocutores doangelical Antênio denomina a re-gião da Terra,4 retornando às fai-xas luminosas de onde certamen-te procedeu.

De nossa parte, para esse tribu-to à sua memória, recorreremos aFarias Brito que, em ensaio lúci-do, projeta a importância destadoutrina. Considerado o maior fi-lósofo brasileiro, oferece ele a seusirmãos encarnados, pelo lápis deChico Xavier,5 reflexões espiri-tualizadoras, em síntese, cimenta-das em seus novos estudos na Es-piritualidade, de sua visão da vidae do Universo, na qual se insere aconvalidação, às vezes, de conceitosde pensadores que jornadearampelo nosso orbe.

Inicia suas notas recordandoa ponderação de Heráclito, quenão passa de ilusão o homemcontemplar as coisas como se fos-sem permanentes, e reconhece asua justeza. Esta ilusão se deve à limitação da consciência e, emsignificativa metáfora, diz que “aconsciência jungida à carne ter-rena é crisálida da Inteligênciainfinita”.5 Isto porque de um

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ponto de observação mais al-to, ele conclui que “aquele ‘tudoflui’ da filosofia grega paten-teia-se claramente aos nossosolhos”, pois “podemos observaro contínuo evolver de tudo quenos rodeia”.5

Em seguida, em contundente as-sertiva, que nos permitimos des-tacar, informa:

E o homem psíquico, dian-

te do porvir glorioso a

que se destina, é, ainda,

a larva mental no ven-

tre da Natureza.5 (Grifo

nosso.)

Vai daí porque “conhe-cermo-nos é o primeirodever imposto pela razãopura”.5 Para destacar essa ne-cessidade titula sua mensa-gem com o exortativo “Co-nheçamo-nos”.

Suas meditações, conceitual-mente convincentes, alcançamconclusão que elegemos comoprincipal objetivo deste comen-tário, pois queremos nos centrarno alcance e na atualidade daDoutrina Espírita.

Não há como deixar de trans-crever o ponto essencial:

Eis por que, se me fora possível,

proclamaria daqui, onde novos

problemas me assoberbam o an-

gusto raciocínio de aprendiz da

verdade, a lógica simples do Espi-

ritismo como a base da escola filo-

sófica mais imediata e mais acei-

tável à média intelectual do mun-

do.5 (Grifo nosso.)

E mais, em afirmativa enfatiza-da por nós:

[...] o Espiritismo, banhado pelas

claridades do Evangelho, é o me-

lhor caminho de elevação e a fór-

mula mais simples de auxiliar-

mos o pensamento popular e o

sentimento comum, no serviço

regenerativo, em função de aper-

feiçoamento.5 (Grifo nosso.)

Ao fim, o irmão Farias Brito,com a humildade dos que sabemque tudo que sabem é que nadasabem, permitindo-nos parafra-sear o grego inesquecível, que nema cicuta consumiu, proclama:

É por isto que, voltando a escre-

ver algumas palavras para os

companheiros de jornada [...],

não me praz o comentário clás-

sico dos doutrinadores mergu-

lhados na corrente profunda

das observações e das deduções,

para só repetir, de mim para co-

migo, as corriqueiras e sublimes

palavras do velho oráculo sempre

novo: “Homem, conhece-te a ti

mesmo”.5 (Grifo nosso.)

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O ministro-chefe da Secretariade Assuntos Estratégicos da Pre-sidência da República, RobertoMangabeira Unger, iniciou diálo-go com a sociedade civil e entida-des nacionais religiosas, com o ob-jetivo de se discutir um projeto deEstado de desenvolvimento nacio-nal. O presidente da Federação Es-pírita Brasileira (FEB), Nestor JoãoMasotti, foi convidado para umaaudiência, recebendo, posterior-mente, os estudos da Secretariasobre cinco eixos básicos. Este do-cumento foi encaminhado pelaFEB às 27 Entidades Federativasque integram seu Conselho Fede-rativo Nacional (CFN), e, após re-ceber sugestões, foi elaborado otexto “Contribuições para o Pro-jeto de Desenvolvimento Nacio-nal”, entregue ao ministro, emreunião pública, na sede da FEB, nodia 10 de junho. Esta, foidirigida pelo presidente

da FEB, contando coma presença do minis-tro, de sua equipe ede representantes deinstituições espí-ritas do DistritoFederal, EspíritoSanto, Rio de Ja-neiro e São Paulo.O ministro expôsseus projetos, e o pre-sidente da FEB apre-sentou e entregou aoministro o texto quecontém esclarecimen-tos sobre o trabalho espírita emnosso País, as contribuições paraos itens solicitados – oportunida-des econômicas, educativas, refor-ma da gestão pública, Amazônia,defesa, saúde, assistência e pro-moção social –, acrescentando--se vários textos de fundamenta-

ção como Anexos. O documen-to da FEB enfatiza a educação

como eixo central in-cluindo os aspectos

morais e espirituais,a valorização e orespeito à vidadesde a fecunda-ção, o fortaleci-mento dos laços

familiares, o incen-tivo à solidariedade,

o estímulo à culturada paz e o respeito aomeio ambiente.

O secretário-geraldo CFN, Antonio Ce-

sar Perri de Carvalho, explicou asações do Movimento Espírita, quegeram melhoria e equilíbrio so-cial. Vários dos presentes usaramda palavra para dar sugestões deencaminhamento aos estudos. Oministro recebeu exemplares deO Livro dos Espíritos; Brasil, Cora-ção do Mundo, Pátria do Evange-lho; Nosso Lar; e de Reformador.

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llan Kardec analisa em AGênese, capítulo VIII, trêshipóteses sobre a forma-

ção da Terra: Teoria da projeção,Teoria da condensação e Teoria daincrustação.

A Teoria da projeção, elabora-da por Georges-Louis Leclerc,conde de Buffon (1707-1788),está totalmente superada, umavez que considera a formaçãodo Sol anterior e independenteà dos planetas, fato que contra-ria as evidências científicas dosúltimos cem anos, ou mais. ATeoria da condensação funda-menta-se na agregação (con-densação) da matéria cósmica,tendo como base os elementosconstitutivos do fluido cósmicouniversal. Neste sentido, é im-portante reler a mensagem me-diúnica de Galileu, médium Ca-mille Flammarion, que constituio capítulo VI da obra citada.Kardec considera essa Teoria, ada condensação, como a maisválida, argumentando que

[...] é a que prevalece na Ciência,

como sendo a que a observação

melhor justifica, a que resolve

maior número de dificuldades e

que se apoia, mais do que todas

as outras, no grande princípio

da unidade universal. [...]1

A Teoria da incrustação nãotem base científica, como bem as-

sinalou o Codificador, porquesupõe que

Deus, segundo a Bíblia, criou o

mundo em seis dias, 4.000 anos

antes da Era Cristã. Esta tese é

contestada pelos geólogos, fir-

mados no estudo dos fósseis e

dos milhares de caracteres in-

contestáveis de vetustez que fa-

zem remontar a origem da Ter-

ra a milhões de anos.[...].2

Outro problema que essa Teoriaapresenta é afirmar que a Terra(ou Gaia) possui uma alma,3 nãono sentido alegórico, mas literal dapalavra: uma alma dotada de ra-zão e vontade.2, 3, 4 Kardec perce-beu, já naquela época, a ingenuida-de e a inverossimilidade da Teoria,ainda que, surpreendentemente,seja ela advogada por adeptos domisticismo e de algumas correntesespiritualistas do século atual.

A Teoria da condensação foi re-batizada, no século XX, com o no-me de Hipótese Nebular. Conce-

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MA RTA AN T U N E S MO U R A

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bida,originalmente,pelo filósofo ale-mão Immanuel Kant (1724-1804),foi aperfeiçoada pelo matemáticoe astrônomo francês Pierre-Simon,marquês de Laplace (1749-1827).Em 1755, Kant afirma que o

[...] sistema solar ter-se-ia for-

mado a partir de uma nebula

[nebulosa] gasosa, da qual se

condensaram corpos que terão

originado o Sol e os planetas, gi-

rando todos na mesma direção.5

Era conhecimento comumdos cientistas, no final do séculoXVIII, que todos

[...] os planetas se encontram

num plano, todos circulam no

mesmo sentido à volta do Sol, os

satélites também circulam neste

sentido à volta dos planetas e to-

das as órbitas são quase circulares.

Estes aspectos levaram Laplace ao

conceito que este sistema surgiu

de uma primitiva nuvem com

rotação, a chamada nebulosa so-

lar (“solar nebula”). [...] A grande

vantagem do modelo de Laplace

(1796) para a formação do Sol e

dos planetas de uma nebulosa

solar é que anéis são ejeta-

dos sucessivamente du-

rante a contração da nebulosa.

Os anéis, por fim, se condensa-

ram para a sequência planetária.

Duas graves objeções aparece-

ram no fim do século XIX. Pri-

meiro, quando Maxwell (1831-

-1879) mostrou a dificuldade

deste modelo em explicar a

aglomeração dum planeta a par-

tir de um anel de planetoides.

A segunda objeção é o problema

do momento angular. [...] No

modelo de Laplace toda a massa

da nebulosa se encontra no Sol

e nos planetas. Logo o Sol, com

99,8% da massa, deveria ter a

maioria do momento angular.

O período de rotação do Sol no

equador é cerca de 26 dias, mas

se tivesse o momento angular de

todo o Sistema Solar uma volta

demoraria apenas meio dia.6

Outras dúvidas surgiram no sé-culo XX, como as expressas pelosestadunidenses Thomas ChrowderChamberlin (1843-1928) e ForestRay Moulton (1872-1952), que in-troduziram algumas correções nomodelo de Laplace. Constatamos,assim, que a origem do Sol, da Terrae dos demais planetas do SistemaSolar não é questão resolvida pelaCiência. Por outro lado, não pode-mos ignorar que os cientistas têmconduzido o assunto com bomsenso e prudência.

Em face do desenvolvimentotecnológico, em especial no campoda Astrofísica, e análises de imagenstransmitidas por satélites artificiaise por sondas espaciais, a teoria ne-bular de Kant–Laplace passou poruma série de aperfeiçoamentos,sendo, atualmente, denominadaHipótese Nebular Reformulada,que é aceita pela maioria dos mem-bros da comunidade científica, doPlaneta, mesmo que ainda persis-tam algumas questões em aberto,aguardando o desenvolvimentoda Ciência e da Tecnologia.

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7= :����'���� 6� !" #$�� �&&'266

De forma simplificada, a Teo-ria Nebular Reformulada parte doprincípio de que, antes de existiremo Sol e os planetas, havia no localuma nebulosa gasosa, constituídade gases e poeira cósmica. Os gasesseriam oxigênio, nitrogênio e, osmais abundantes, hidrogênio e hé-lio. A poeira conteria partículas deelementos químicos como ferro,carbono, ouro, urânio, entre outros.Em dado momento, há mais de 4,5bilhões de anos, as minúsculas par-tículas químicas e os gases sofreramprocesso de contração devido àforça gravitacional inerente, alémdo aumento da velocidade de rota-ção com intensa produção de ener-gia. Resultou, daí, a formação depequenos blocos de matéria con-densada, pelo sistema de acreção(acreção é a capacidade de aumentara massa de um corpo por acrésci-mo ou justaposição de matérias).Um desses blocos, posicionado nocentro da nebulosa, adquiriu a for-ma de disco achatado, transfor-mando-se no corpo conhecido co-mo protossol que, mais tarde, pas-saria a ser o Sol. Os blocos menores,dispersos na periferia da nebulosa,mas girando ao redor do protossol,constituiriam, por processo análo-go (acreção), os protoplanetas (ou

planitesimais), e, depois, os plane-tas, propriamente ditos.

O palenteologista Richard For-tey, membro da prestigiosa RealAcademia de Ciência do ReinoUnido, acrescenta:

A terra nasceu dos fragmentos

rochosos que circundavam o Sol

nascente. Foi um planeta tecido

com poeira e rocha, uma das

massas menores que ficaram pre-

sas sob o domínio da atração so-

lar. [...] Acreditou-se outrora que

o processo de acreção teria ocor-

rido de modo suave, a Terra cres-

cendo da poeira da maneira co-

mo uma barra de doce é trança-

da a partir do açúcar. Agora re-

conhecemos que a Terra foi con-

cebida e cresceu de modo violen-

to, num caos de impactos, frag-

mentações e recozimentos. Tudo

era instável. Meteoritos mergu-

lhavam constantemente na su-

perfície do planeta em cresci-

mento. E como eles colidiam

com grande força, sua energia era

gasta derretendo – e até mesmo

vaporizando – a superfície ro-

chosa. Eles próprios se fragmen-

tavam e derretiam, contribuindo

com sua substância para a Terra

em crescimento. Era como uma

escultura louca emboçada aos

pedaços. [...] E assim a bola gira-

tória da nossa jovem Terra foi

derretida e cauterizada pela fe-

bril sucessão de impactos. [...]7

A explicação científica da Teoriademonstra, de forma patente e cla-ra, que a organização física do Sole do sistema solar parte de uma in-tenção, admiravelmente direciona-da por uma inteligência perfeita. Éimpossível desconhecer a presençade Deus nos acontecimentos,“[...] ainteligência suprema, causa primei-ra de todas as coisas”.8 Neste contex-to, os Espíritos orientadores ensi-nam que pela hábil e sábia utiliza-ção do fluido cósmico ou elementoprimordial – também chamado deplasma divino, hausto do Criadorou força nervosa do Todo-Sábio –é que se constroem impérios este-lares, pelo processo denominadoCocriação em plano maior. O Espí-rito André Luiz esclarece a respeito:

Nessa substância original, ao

influxo do próprio Senhor Su-

premo, operam as Inteligências

Divinas a Ele agregadas, em pro-

cesso de comunhão indescrití-

vel, os grandes Devas da teologia

hindu ou os Arcanjos da inter-

79!" #$�� �&&'� 6�:����'���� 267

pretação de variados templos re-

ligiosos, extraindo desse hálito

espiritual os celeiros da energia

com que constroem os sistemas

da Imensidade, em serviço de

Cocriação em plano maior, de

conformidade com os desígnios

do Todo-Misericordioso, que faz

deles agentes da Criação Excelsa.

Essas Inteligências Gloriosas to-

mam o plasma divino e conver-

tem-no em habitações cósmicas,

de múltiplas expressões, radian-

tes ou obscuras, gaseificadas ou

sólidas, obedecendo a leis prede-

terminadas, quais moradias que

perduram por milênios e milê-

nios, mas que se desgastam e se

transformam, por fim, de vez

que o Espírito Criado pode for-

mar ou cocriar, mas só Deus é o

Criador de Toda a Eternidade.9

Devido à atuação desses Arquite-

tos Maiores, surgem nas galáxias

as organizações estelares como

vastos continentes do Universo

em evolução e as nebulosas in-

tragaláticas como imensos do-

mínios do Universo, encerrando

a evolução em estado potencial,

todas gravitando ao redor de

pontos atrativos, com admirável

uniformidade coordenadora.

É aí, no seio dessas formações

assombrosas, que se estrutu-

ram, inter-relacionados, a ma-

téria, o espaço e o tempo, a se

renovarem constantes, ofere-

cendo campos gigantescos ao

progresso do Espírito.

Cada galáxia quanto cada conste-

lação guardam no cerne a força

centrífuga própria, controlando

a força gravítica, com determi-

nado teor energético, apropria-

do a certos fins.

A Engenharia Celeste equilibra

rotação e massa, harmonizando

energia e movimento, e mantêm-

-se, desse modo, na vastidão side-

ral, magnificentes florestas de es-

trelas, cada qual transportando

consigo os planetas constituídos

e em formação, que se lhes vin-

culam magneticamente ao fulcro

central, como os eletrões [elé-

trons] se conjugam ao núcleo

atômico, em trajetos perfeita-

mente ordenados na órbita que

se lhes assinala de início.10

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A Federação Espírita Brasileira,através da sua Unidade de Indús-tria Gráfica, recebeu a Certificação

Selo Verde 2009, em reconhecimen-to pelos procedimentos ecologica-

mente corretos em suas operações dedestinação de Resíduos Industriais, assim como pelas normas queregem a Legislação Ambiental, além do desempenho em relaçãoàs diretrizes e objetivos desenvolvidos no Programa de Certifica-ção, realizado e acompanhado no ano de 2008.

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A Casa de Ismael decidiu in-cluir as obras de Vinícius no seuprograma de relançamentos, vi-sando sustentar a segura orienta-ção das lições e exemplos de Jesus,em espírito e verdade, na atual fa-se de divulgação da Doutrina Es-pírita. Elas reaparecem, portanto,em novo projeto gráfico, formato14x21cm e impressão em papelcreme, com fontes legíveis queproporcionam uma agradável lei-tura, formando a Coleção Viní-cius: O Mestre na Educação, Emtorno do Mestre, Na Seara do Mes-tre e Nas Pegadas do Mestre.

Novos métodos de difusão dasluzes do Espiritismo necessaria-mente vão nascendo das igual-mente novas ferramentas de tra-balho propostas pelas variadastecnologias de comunicação, o

que, às vezes, por seu brilho colo-rido e pela rapidez de sua eficiên-cia, induz o adepto distraído aosefeitos de superfície à consagraçãodos acessórios, à fixação nos deta-lhes menos relevantes, com fla-grante prejuízo do principal, daessência das coisas.

Os textos de Vinícius, por refleti-rem, em forma acessível a todos osníveis de compreensão, a simplici-dade dos ensinos de Jesus, com seuaclaramento à luz dos fundamen-tos da Doutrina Espírita, muitocontribuem para que não nos des-viemos, individual e coletivamente,daquilo que mais urgente se impõeante as necessidades da Humanida-de: viver, praticar a pura doutrinado Mestre, sem se perder nas velei-dades do intelectualismo preten-sioso e improdutivo.

Vinícius (1878-1966) era opseudônimo de Pedro de Camar-go que, na autorizada opinião deZêus Wantuil, em Grandes Espíri-tas do Brasil, foi “o maior educa-dor e evangelizador espírita dosnossos tempos”.

Além de educador, teve parti-cipação nos trabalhos pela Uni-ficação do Movimento Espíritabrasileiro, os quais culminaramno Pacto Áureo, de que foi umdos signatários, em 5 de outubrode 1949, com a consequentecriação do Conselho FederativoNacional da Federação EspíritaBrasileira, instalado em 1o de ja-neiro de 1950.

Que a grande família espíritado Brasil responda positivamentea essa oportuna iniciativa edito-rial da Casa de Ismael!

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vonne nasceu no Rio de Janeiro, na cidadeRio das Flores, a 24 de dezembro de 1900, efaleceu em 9 de março de 1984. Revelou,

desde cedo, pendores literários, embora só tivessecursado o primário. Era autodidata. Escreveu textosque ganharam espaço em jornais da época. Yvonneproduziu dez obras psicografadas, trêscoletâneas de artigos escritos por elamesma e três contendo relatos au-tobiográficos, totalizando dezes-seis livros.

Quanto aos livros produzidospor Yvonne, psicografados ounão, podemos citar O Drama daBretanha, O Cavaleiro de Numiers,Nas Voragens do Pecado, A Tra-gédia de Santa Maria, Nas Telas doInfinito, Amor e Ódio, Sublimação,Devassando o Invisível, Recordações daMediunidade, Um Caso de Reencarnação– eu e Roberto Canallejas e Memórias deum Suicida. Este livro, ditado por voltade 1926 pelo escritor portu-guês Camilo Castelo Branco,desencarnado em razão dosuicídio, constitui-se, pelo con-teúdo sério e revelador, marcona literatura mediúnica mundial.

Yvonne apresentou vários tiposde mediunidade: vidência, audiên-cia, psicografia, desdobramento, psicofonia, oratória, re-ceituário, cura, efeitos físicos, premonição, psicome-

tria. Todos esses recursos mediúnicos foram colocadosa serviço do bem, durante mais ou menos setenta anos,pois ela começou a trabalhar, no campo da mediu-nidade, na adolescência. Foi uma trabalhadora incan-sável. Mesmo assim teve tempo, ainda que escasso, parase dedicar ao Esperanto. Em carta datada de 12/8/1965,

dirigida a Allan Kardec Afonso Costa, esperan-tista de Belo Horizonte, Yvonne confessa

seu amor ao Esperanto. Vejamos:

Alegra-me saber que o caro irmão

continua dedicado às lides esperan-

tistas. No momento também eu me

dedico a elas, pois estou estudando o

Esperanto com todo fervor, como

sempre foi meu desejo. Comecei com

o livro Esperanto em 20 Lições, mas já

passei para Esperanto sem Mestre, de

F. V. Lorenz, e estou indo bem, assimilo

bastante e estou encantada.

Que pena eu não ter feito isto antes! Mas foi

impossível mesmo, foi necessário eu ad-

quirir méritos primeiro, pois con-

sidero a aquisição do Esperanto

um mérito adquirido no passado

espiritual ou um grande ensejo do

presente, para estímulo ao progres-

so e à confraternização humana...

Destaco outra carta de Yvonne, datada de 15/1/1967, e endereçada a Virgílio Pedro de Almeida,dedicado espírita mineiro. Eis um trecho da carta:

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Ultimamente tenho me dedicado ao estudo do Espe-

ranto e já escrevo mais ou menos. Tenho um corres-

pondente em Varsóvia, um engenheiro, cuja amizade

me é tão grata que chega a ser um bálsamo às minhas

provações; e outro, na Tchecoslováquia, este, discípu-

lo do Espiritismo, encantado com a leitura de O Li-

vro dos Espíritos, a quem estou remetendo O Livro dos

Médiuns e O Evangelho segundo o Espiritismo. Tenho

gostado imensamente desse estudo. O Esperanto é tão

consolador como a própria Doutrina Espírita e sin-

to-me muito bem envolvendo-me nele. Lamento não

me ter sido possível tratar dele há mais tempo. Se

tivesse sido possível, hoje eu seria tradutora de alguns

dos nossos livros. Mas... não tinha que ser mesmo.

Yvonne foi autora do texto “Um caso de reencar-nação – eu e Roberto de Canallejas”, publicado pela re-vista Reformador, da FEB, entre os meses de setembro edezembro de 1979, depois transformado em livro e edi-tado pela Sociedade Editora Espírita F. V. Lorenz. A au-tora revela a troca de correspondência com o engenhei-ro polonês Zbigniew Plesink, nada menos que Robertode Canallejas reencarnado. Segundo Affonso Soares,

o texto tem significação especial para os esperantis-

tas, pelo fato de que foi graças à genial criação de

Lázaro Luís Zamenhof – o Esperanto – que as almas

protagonistas do belo episódio ali narrado, ligadas

pelos laços de um amor imortal, reaproximaram-se

no cenário da vida física, onde expiavam a sepa-

ração imposta por infração contra a Lei de Deus.

Vê-se, pois, que a notável médium foi entusiasma-da esperantista e, por meio da língua neutra interna-cional, tomou a iniciativa de divulgar o Espiritismo airmãos de outras terras, entendendo que a maior ca-ridade que podemos fazer em relação à Doutrina Es-pírita é a sua divulgação, como ensina Emmanuel.

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��������������No original em português do soneto “Pietà”,

Reformador de junho de 2009, p. 33, onde se lê,no 2o verso, “e cabeça pendida”, leia-se “a cabeçapendida”, e na versão em esperanto, na mesmapágina, onde se lê, no 3o verso, “amarajn larmojn/erpis el sia povra koro...”, leia-se “amarajn lar-mojn /erpis profunde el la koro...”.

aulo de Tarso, ao retor-nar pela primeira vez aJerusalém, após sua

conversão, é constrangido acolher os frutos da sementeirainfeliz, realizada anos antes,quando se arvorou em perse-guidor implacável dos primei-ros cristãos.

A Lei Divina, com suas dis-posições soberanamente justase misericordiosas, proporciona-ria ao Doutor da Lei o ensejoda renovação dos quadrosdolorosos de outrora, median-te o trabalho paciente e árduo.

Por esta razão, a primeiravisita a Jerusalém reveste-se designificado especial na vida doApóstolo dos Gentios. Não obs-tante a profunda transformaçãoespiritual, favorecida pela longa per-manência no deserto, ao contem-plar o panorama de lutas, trabalhos

e sacrifícios que o aguardavam, Pau-lo sente necessidade de retomar suavida no ambiente familiar de Tarso.

A cidade natal do tecelão ofereciaas condições favoráveis para que aplanta tenra do Evangelho pudessealcançar o crescimento e a robustezindispensáveis ao desempenho dos

compromissos assumidos na sea-ra do Cristo.

Por conseguinte, fixar a dataem que Paulo se instalou em Tar-so, bem como o tempo de suapermanência naquela cidade,equivale a lançar luz sobre os pri-meiros dias de sua atividade mis-sionária.

Novamente, combinando tex-tos, estabelecemos um quadrocronológico baseado nos infor-mes de Emmanuel:

[...] Saulo de Tarso, agora re-

sistente como um beduíno, de-

pois de agradecer a generosi-

dade do benfeitor e despedir-

-se dos amigos com lágrimas

nos olhos, tomou novamente

o rumo de Damasco, radical-

mente transformado pelas me-

ditações de três anos consecuti-

vos, passados no deserto.2 (Gri-

fo nosso.)

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1XAVIER, Francisco C. Paulo e Estêvão.Pelo Espírito Emmanuel. 44. ed. Rio deJaneiro: FEB, 2007. P. 2, cap. 3, p. 363.

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2Idem, ibidem. p. 320.

Em dois minutos achou-se no-

vamente na via pública. Era qua-

se meio-dia, um dia quente. Sen-

tiu sede e fome. Consultou a

bolsa, estava quase vazia. Um res-

to do que recebera das mãos ge-

nerosas do irmão de Gamaliel, ao

deixar Palmira definitivamen-

te.3 (Grifo nosso.)

– À vista do que ocorreu – prosse-

guiu o ex-pescador serenamente

–, importa que te vás logo que caia

a noite.A luta iniciada na Sinagoga

dos cilícios é muito mais importan-

te que os atritos de Damasco. [...]4

[...] A atitude paterna só lhe

agravara as desilusões. Repelin-

do-o, o genitor lançava-o num

abismo. Agora começava a com-

preender que, reencetar a exis-

tência, não era volver à ativida-

de no ninho antigo, mas princi-

piar, do fundo dalma, o esfor-

ço interior, alijar o passado nos

mínimos resquícios, ser outro

homem enfim.

[...]

Quando deu acordo de si, a noi-

te havia fechado de todo. O céu

oriental resplandecia de estre-

las. Ventos suaves sopravam de

longe, refrescando-lhe a fron-

te incandescida.[...]5

Mais tarde na II Epístola aos

Coríntios (12:2-4) Saulo afirma-

va: – “Conheço um homem em

Cristo que há 14 anos [...]”. Des-

sa gloriosa experiência o Após-

tolo dos gentios extraiu novas

conclusões sobre suas ideias no-

táveis, referentemente ao corpo

espiritual.6 (Grifo nosso.)

Assim, durante três anos, o soli-

tário tecelão das vizinhanças do

Tauro exemplificou a humildade

e o trabalho, esperando devota-

damente que Jesus o convocasse

ao testemunho.7 (Grifo nosso.)

Sabemos que a chegada de Pau-lo em Jerusalém se deu num diaquente de verão, três anos após suaconversão em Damasco, ou seja, noverão do ano 39 d.C. Sua perma-nência na Judeia foi extremamentecurta, pois se viu obrigado a fugirda perseguição dos membros da Si-

nagoga dos cilícios, após ter feitoardorosa pregação naquele local.

Confirmando a sequência crono-lógica,Emmanuel descreve mais umavez, aparentemente de forma des-pretensiosa, a situação climática deTarso. Não há dúvidas de que con-tinuamos no verão do ano 39 d.C.

Adormecendo naquele ambien-te agreste, Paulo foi transportadoespiritualmente à região de gran-de elevação, onde encontrou Estê-vão e Abigail. Em nota de pé depágina, Emmanuel esclarece queessa visão foi narrada na II Epís-tola aos Coríntios 12:2-4.

Nessa carta, diz o Apóstolo quea experiência se deu 14 anos atrás.Logo, a carta foi escrita no ano 53d.C. Essa data confere com as hi-póteses levantadas pelos estudio-sos que situam sua redação entreos anos 53 d.C. e 56 d.C.

O tecelão permaneceu em Tarsopor três anos, até que Barnabé oconvidasse para os trabalhos pro-missores na Igreja de Antioquia.

6Idem, ibidem. Nota de rodapé, n. 1,p. 376-377.7Idem, ibidem. p. 385.

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Desencarnou em São Paulo(SP), na madrugada de 29 demaio, aos 79 anos, o confradeAttílio Campanini, dedicado eincansável trabalhador da searaespírita desde a juventude, agin-do sempre com muito bom sen-so e equilíbrio em todas as açõesdoutrinárias e sociais de que par-ticipou. Foi presidente da União

das Sociedades Espíritas do Es-tado de São Paulo (USE) em vá-rias gestões, quando tambémmarcou, de forma significativa,sua presença nas reuniões doConselho Federativo Nacionalda FEB.

Ao irmão Attílio, em seu re-torno à Pátria Espiritual, roga-mos as bênçãos de Jesus!

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3XAVIER, Francisco C. Paulo e Estêvão.Pelo Espírito Emmanuel. 4. ed. Rio de Ja-neiro: FEB, 2007. P. 2, cap. 3, p. 340.4Idem, ibidem. p. 364.5Idem, ibidem. p. 375-376.

A União Espírita Belga foi aanfitriã da 13a Reunião Ordiná-ria do Conselho Espírita Inter-nacional (CEI), realizada na ci-dade de Liège, Bélgica, nos dias 4e 5 de junho, nas dependênciasdo Hotel Campanile. Compare-ceram representantes de 21 paí-ses: Alemanha, Bélgica, Bielo--Rússia, Brasil, Canadá, Colôm-bia, Cuba, Espanha, Estados Uni-dos, Finlândia, França, Guate-mala, Holanda, Itália, Luxem-burgo, Polônia, Portugal, ReinoUnido, Romênia, Suécia e Suíça.

A reunião foi presidida porEdwin Bravo Marroquin (Guate-mala), com assessoria do secretá-rio-geral do CEI, Nestor JoãoMasotti. Dentro dos temas trata-dos, ocorreram informes das ati-vidades executadas nos váriospaíses, desde a última ReuniãoOrdinária do CEI, realizada emoutubro de 2007. Pela FederaçãoEspírita Brasileira (FEB), o dire-tor Antonio Cesar Perri de Car-valho prestou informações sobreo “Projeto Centenário de Chico

Xavier”, o andamento do “Planode Trabalho para o MovimentoEspírita Brasileiro (2007-2012)” eas várias ações do Conselho Fede-rativo Nacional. Salvador Martín,presidente da Federação EspíritaEspanhola, esclareceu sobre ospreparativos do 6o Congresso Espí-rita Mundial (promoção do CEI),programado para os dias 10, 11 e12 de outubro de 2010, na cidade

de Valencia (Espanha). Foram tra-tados vários temas de interesse doMovimento Espírita, como a difu-são dos livros editados pelo CEIem vários idiomas, edições daRevista Espírita, utilização da In-ternet e TVCEI (www.tvcei.com).A próxima Reunião Ordinária doCEI está programada para Valen-cia (Espanha) em seguida aoCongresso.

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Nos dias 6 e 7 de junho, de-senvolveu-se o Curso “CentroEspírita: Base do Movimento,Finalidades e Atividades”, comapoio em documentos já discu-tidos e aprovados pelo CEI. Es-te se desenvolveu nas dependên-cias do Castelo de Wégimont,que também hospedou os parti-cipantes, nas proximidades deLiège, dirigido por Charles Kempf,

coordenador do CEI para aEuropa.

Temas desenvolvidos no curso:Doutrina, Movimento Espírita,Centro Espírita: Conceito e Basedo Movimento Espírita (NestorJoão Masotti, Brasil); Finalidadese Atividades do Centro Espírita(Maria Isabel Saraiva, Portu-gal); Obras de Allan Kardec ePsicográficas de Chico Xavier co-mo Base para o Funcionamentodo Centro Espírita (AntonioCesar Perri de Carvalho, Brasil);O Centro Espírita: a) Interaçãocom a Sociedade (Vanessa Anselo-ni, EUA); b) Trabalho Federativo

e de Unificação (Jean-Paul Évrard,Bélgica); c) CEI-Europa (CharlesKempf, França); TVCEI e EDICEIcomo Instrumentos de Divulgaçãodo Espiritismo (Antonio CesarPerri de Carvalho, Brasil); Trabalhocom Imigrantes, Estudo e Divul-gação (Vanessa Anseloni, EUA);O Trabalhador Espírita (DivaldoPereira Franco, Brasil). As apresen-tações foram realizadas em fran-cês ou com tradução concomitan-te para o francês. Entre adultos ecrianças, compareceram cerca de150 pessoas. Houve um trabalho si-multâneo com as crianças. Infor-mações: <[email protected]>.

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No dia 24, às 20 horas, ocor-reu a Sessão de Abertura, inicia-da pelo coordenador das Comis-sões Regionais, Antonio CesarPerri de Carvalho, que fez a sau-dação aos componentes das Fede-rativas visitantes e passou a pa-lavra ao vice-presidente da FEBAltivo Ferreira, representando opresidente, Nestor João Masotti,que se encontrava na Feira do Li-vro de Buenos Aires, e ao secre-tário da Comissão Regional Sul,Francisco Ferraz Batista, tambémpresidente da Federação Espírita

do Paraná. Além dos dirigentes dasEntidades Federativas da Regiãoe dos coordenadores de Áreasdas Comissões Regionais, esta-vam presentes à mesa os convi-dados Odette Lettelier Azócar,do Chile, e Eduardo Dos Santos, doUruguai. Em seguida, houve aapresentação do “Projeto Cente-nário de Chico Xavier” realizadapelo secretário Francisco FerrazBatista e por Antonio Cesar Per-ri de Carvalho, coordenador doreferido Projeto. Ocorreu lança-mento do opúsculo da Campa-nha O Evangelho no Lar e noCoração.

O coordenador da reuniãoconvidou os presidentes das Fe-derativas a apresentarem suasequipes, apresentando, por suavez, os visitantes e as equipes dasÁreas do Conselho FederativoNacional da FEB. A reunião con-tou com a participação das cincoEntidades Federativas Estaduaisda Região: Francisco Ferraz Ba-tista (Federação Espírita do Pa-raná), Humberto Portugal (Con-selho Espírita do Estado do Riode Janeiro), Gladis Pedersen deOliveira (Federação Espírita doRio Grande do Sul), Olenyr Tei-xeira (Federação Espírita Catari-

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nense) e José Antônio Luiz Ba-lieiro (União das Sociedades Es-píritas do Estado de São Paulo).

Encerrada a cerimônia deabertura, houve apresentaçãoartística de Plínio Roberto Soa-res de Oliveira e orquestra decordas.

Na manhã do sábado prestou--se homenagem a José VirgílioGoes, com a inauguração de seuretrato na galeria de ex-presi-dentes da Federação Espírita doParaná. O homenageado foi o pri-meiro secretário da Comissão Re-gional Sul.

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Ocorreu durante o sábado. Adireção dos trabalhos coube aocoordenador das Comissões Re-gionais, e ao secretário da Co-missão Regional Sul. Tambématuaram o vice-presidente Alti-vo Ferreira e Célia Maria Rey deCarvalho, integrante da equipeda Secretaria-Geral do CFN.

O assunto da reunião – “Basespara melhor orientação sobre aLiteratura Espírita” – foi ampla-mente discutido, originando pro-posta a ser apresentada ao CFN.Os dirigentes das Federativas

realizaram análise conjunta dassugestões para o aprimoramentodo documento “Diretrizes da Di-namização das Atividades Espí-ritas” (aprovado pelo CFN em1983), com o objetivo de se ori-ginar o documento “Orientaçãoaos Órgãos de Unificação”, e pa-ra o “Curso de Capacitação paraDirigentes e Trabalhadores pa-ra as Atividades dos Órgãos Fe-derativos e de Unificação do Mo-vimento Espírita”, com base emminuta elaborada pela Secreta-ria-Geral do CFN, já incorpo-rando sugestões recebidas deEntidades Federativas Estaduais.Em seguida, foram trocadas in-formações sobre os itens da Pau-ta: “Projeto Centenário de ChicoXavier”, distribuindo-se mate-rial de divulgação às Federati-vas; comemorações dos 60 anosdo Pacto Áureo; preparativos pa-ra a Reunião Conjunta das Co-missões Regionais, que ocorreráno dia 15 de abril de 2010, emBrasília. Foram transmitidas in-formações sobre o Conselho Es-pírita Internacional, tendo emvista que estavam presentes comoconvidados representantes doChile e do Uruguai, este últimocom uma equipe.

Foi definido que a Reunião daComissão Regional Sul, em 2011,será realizada no Estado do Riode Janeiro, tendo como tema paraa reunião dos dirigentes: “Análiseda aplicação do Plano de Tra-balho e sugestões para sua ade-quação e implantação”.

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Simultaneamente, realizaram--se as reuniões das Áreas espe-cializadas, todas elas com a par-ticipação de trabalhadores dosEstados da Região: AtendimentoEspiritual no Centro Espírita, Ati-vidade Mediúnica, ComunicaçãoSocial Espírita, Estudo Sistema-tizado da Doutrina Espírita, In-fância e Juventude, e Serviço deAssistência e Promoção SocialEspírita.

Ao final da reunião dos diri-gentes, ainda no sábado, houveuma reunião destes com oscoordenadores das Áreas dasComissões Regionais, oportu-nidade em que foram realiza-das salutares trocas de infor-mações e apresentados os te-mas em análise nesta reunião epara a próxima:

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Reunião da Área do Atendi-mento Espiritual no Centro Espí-rita, coordenada por Maria Eu-ny Herrera Masotti, com asses-soria de Virgínia Roriz. Assun-to da reunião: “Liderança e Re-lacionamento entre os Colabo-radores do Atendimento Espi-ritual no Centro Espírita”. Te-ma para a próxima reunião: “OAtendimento Espiritual na Ca-sa Espírita nas diretrizes doPlano de Trabalho para o Mo-vimento Espírita Brasileiro(2007-2012)”.

Reunião da Área da AtividadeMediúnica, coordenada por Marta

Antunes de Oliveira Moura, comassessoria de Aldenice Coussei-ro. Assunto da reunião: “Resul-tados da divulgação e aplica-ção do documento Organiza-ção e Funcionamento da Reu-nião Mediúnica”. Tema para apróxima reunião: “Correlacio-nar à prática mediúnica as se-te diretrizes definidas no Pla-no de Trabalho para o Movi-mento Espírita Brasileiro (2007--2012)”.

Reunião da Área da Comuni-cação Social Espírita, coordena-

da por Merhy Seba, com asses-soria de Ivana Leal S. Raisky. As-sunto da reunião: “Capacitaçãodo trabalhador no segmento dolivro: seleção, exposição, atendi-

mento, co-mercializa-ção e pro-m o ç ã o ”.Tema paraa próximar e u n i ã o :“Avaliaçãoe desenvol-vimento denovas es-t r a t é g i a s

para a Comunicação Social Es-pírita em função do Plano deTrabalho para o Movimento Es-pírita Brasileiro (2007-2012)”.

Reunião da Área do Estudo Sis-tematizado da Doutrina Espíri-ta, coordenada por Sônia MariaArruda Fonseca, com assessoriade Tossie Yamashita. Assunto dareunião: “Censo e Avaliação dotrabalho pelas Federativas e Re-sultado do III Encontro Nacio-nal de Coordenadores do ESDE”.Tema para a próxima reunião:“Apresentação de ações e ativi-dades que contemplem as se-guintes diretrizes do ‘Plano deAção’: difusão, unidade de prin-cípios e capacitação de traba-lhadores”.

Reunião da Área da Infância eJuventude, coordenada por RuteRibeiro, com assessoria de CirneFerreira. Assunto da reunião:“Juventude Espírita”. Tema para

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a próxima reunião: “Apresenta-ção de um plano de ação e dosresultados, com base nos pro-blemas detectados no Censo daJuventude ou na constatação darealidade de cada Estado”.

Reunião da Área do Serviçode Assistência e Promoção SocialEspírita, coordenada por JoséCarlos da Silva Silveira, com as-sessoria de Maria de LourdesPereira de Oliveira, e participa-ção de Clodoaldo de Lima Lei-te, como convidado. Assunto dareunião: “Apresentação de re-sultados, na área do SAPSE, doPlano de Trabalho para o Mo-vimento Espírita Brasileiro.Realização de diagnóstico doSAPSE em cada Estado, a partirde dois pontos básicos: 1) o ní-

vel de divulgação e aplicaçãodo Manual de Apoio; 2) a parti-cipação das instituições espíri-tas nos Conselhos de Assis-tência Social”. Tema para a próxi-ma reunião:“O SAPSE eo Plano deTrabalho pa-ra o Movi-mento Espí-rita Brasi-leiro (2007--2012)”.

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Na manhã de domingo, entre8h30 e 10h30, foi desenvolvido,

com a presença de todos osparticipantes da Reunião, o se-minário “Atendimento Espiri-tual no Centro Espírita – UmaAbordagem Psicológica Espí-rita”, desenvolvido por Mariada Graça Rosetti e MarlonReikdal.

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Ao final, ocorreu a sessão deencerramento, presidida pelocoordenador das Comissões Re-gionais, com a participação emanifestações de despedida dopresidente da FEB, Nestor João

Masotti (que retornara da via-gem à Argentina), do vice-presi-dente da FEB Altivo Ferreira, dosecretário da Comissão Regio-nal Sul, Francisco Ferraz Batis-ta, dos presidentes das Entida-des Federativas Estaduais, do re-presentante do Uruguai, falandotambém pela representante doChile, e de José Carlos da SilvaSilveira, representando os Coor-denadores de Áreas das Comis-sões Regionais. A prece de en-cerramento foi proferida porAltivo Ferreira.

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O presidente da FEB, Nestor João Masotti, compare-ceu, acompanhado dos diretores Antonio Cesar Perride Carvalho e João Pinto Rabelo, em cerimônia noPalácio do Itamaraty, em Brasília, onde foi assinadoo projeto de lei de direito a acesso a informaçõespúblicas, sendo assinados, também, convêniosrelacionados com o projeto “Memórias Reveladas”.O evento, realizado no dia 13 de maio, foi dirigidopelo Presidente da República, com participaçãodos governadores de São Paulo e Distrito Federal, e de vários ministros; contou, ainda, com a presença deparlamentares e representantes da sociedade civil.Informações: <[email protected]>.

:����'�� ��;���������E����@���.��;�Com promoção da Federação Espírita Roraimense,ocorreu no dia 23 de maio o 1o Encontro Estadual daÁrea Mediúnica – Organização e Funcionamentoda Reunião Mediúnica. O Centro Espírita Lírio dosVales recebeu trabalhadores de grupos mediúnicosdo Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, a par-tir do 3o Módulo.Informações: <www.fer-roraima.org>.

��"� ?���������������������O Conselho Espírita Internacional manteve estandena Feira de Livros BookExpo America em Nova York,de 28 a 31 de maio. O CEI edita livros de Allan Kardece obras psicográficas de Chico Xavier em inglês, es-panhol, francês, alemão e russo. Informações: (61)3404-5700; e-mail: <[email protected]>.

:1�H1����$�� ��:�;������������"�#�����De 8 a 13 de junho, no Salão de Atos e CampusCentral da Universidade Federal do Rio Grande doSul, ocorreu a 1a Semana Ciência e Espiritualidade,uma parceria entre a UFRGS e a Associação Médico--Espírita do Brasil (AME-BRASIL), por meio da As-sociação Médico-Espírita do Rio Grande do Sul(AME-RS). Como parte da Semana houve o Fórum

Universidade e Espiritualidade 2009: “Saberes Trans-disciplinares em Construção” e o VII MEDNESP –Congresso Nacional da Associação Médico-Espíritado Brasil –, com o tema central “Consciência, Espiri-tualidade e Saúde: Desafios na Prática Profissional”.

$������������ ��;������@�;�����9����#Realizou-se em 16 de maio o Encontro Macrorregio-nal Sudeste, em Santa Catarina, coordenado porSandra Della Pola, com o tema “Estudando O Livrodos Médiuns”. O evento ocorreu na cidade de Tuba-rão, área do Conselho Regional Espírita 15.

��!���� �"������8�������������F����O Conselho Espírita Internacional promoveu, a con-vite da Federação Espírita da Bolívia, o Curso “Cen-tro Espírita: Base do Movimento Espírita, Finalida-des e Atividades”, nos dias 22 a 24 de maio, em SantaCruz de La Sierra, e, nos dias 23 e 24 de maio, em LaPaz. O referido curso foi desenvolvido por FabioVillarraga, da Colômbia, João Pinto Rabelo (diretorda FEB) e Roberto Fuina Versiani, os dois últimos daequipe do CEI, localizada no Brasil.

$���� �� ?H�"�������������F����O 6o Fórum Nacional de Arte Espírita aconteceu nosdias 11 a 13 de junho, em Aracaju (SE). O Fórum,promovido pela Associação Brasileira de Artistas Es-píritas (Abrarte), reuniu associados e lideranças domovimento artístico espírita nacional.

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No dia 12 de maio, a Embaixada brasileira em Lisboapromoveu a avant-première do filme Bezerra de Menezes,o Diário de um Espírito. Em seguida, coube à cidadedo Porto promover semelhante evento. O embaixadorbrasileiro em Portugal, Celso Marcos Vieira de Souza,deu apoio às manifestações, que contaram com a pre-sença do embaixador da Bélgica, em Portugal, RudyHuygelen. Informações: <www.estacaoluz.org.br>.

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