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Saúde Coletiva ISSN: 1806-3365 [email protected] Editorial Bolina Brasil Magela Salomé, Geraldo Diagnóstico de enfermagem dos pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva Saúde Coletiva, vol. 8, núm. 47, 2011, pp. 24-28 Editorial Bolina São Paulo, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=84217101006 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

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Page 1: Redalyc.Diagnóstico de enfermagem dos pacientes internados em

Saúde Coletiva

ISSN: 1806-3365

[email protected]

Editorial Bolina

Brasil

Magela Salomé, Geraldo

Diagnóstico de enfermagem dos pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva

Saúde Coletiva, vol. 8, núm. 47, 2011, pp. 24-28

Editorial Bolina

São Paulo, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=84217101006

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Salomé GM. Diagnóstico de enfermagem dos pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva

sistematização da assistência de enfermagemSalomé GM. Diagnóstico de enfermagem dos pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva

Diagnóstico de enfermagem dos pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva

Geraldo Magela Salomé Enfermeiro. Especialista em Unidade de Terapia Intensiva. Especialista em Estomaterapia. Mestre em Saúde Coletiva. Doutorando em Ciências da Saúde pelo Departamento de Enfermagem da UNIFESP. Supervisor de enfermagem da UTI adulto do Hospital Geral Vila Nova [email protected]

Recebido: 12/08/2009 Aprovado: 07/11/2010

O presente trabalho tem por objetivo identificar os diagnósticos de enfermagem, segundo a Taxonomia I da North American Nursing Diagnoses Association – NANDA e os padrões de resposta humana, apresentados por pacientes internados em uma Unidade de Terapia. A casuística constituiu-se das evoluções de enfermagem de 77 pacientes adultos, sendo identificadas 24 categorias diagnósticas e cinco padrões de resposta humana. Portanto, aplicar o Processo de Enfermagem e Taxonomia NANDA nos pacientes internados em uma UTI é tão viável como em qualquer outro tipo de paciente, desde que se disponha de tempo, conhecimento técnico e científico e recursos profissionais, e acima de tudo vontade da equipe para desenvolver o diagnóstico de enfermagem. Descritores: diagnóstico de enfermagem; Unidade de Terapia Intensiva; cuidado de enfermagem.

The objective of this study is to identify nursing diagnostic, according to Taxonomy I from North American Nursing Diagnoses Association – NANDA - and the human response patterns shown by patients treated at an Intensive Care Unit. The casuistic were the evolutions of nursing of 77 adults. 24 diagnostic categories were identified and five standards of human answer. Therefore, to apply a Nursing Taxonomy Process in patients who entered a UCI is as via-ble as any other kind of patient, if there is enough time, technical and scientific knowledge and professional resour-ces – and, above all, the staff’s will to develop the nursing diagnostics. Descriptors: nursing diagnosis; Intensive Care Unit; Nursing care.

El objetivo de este estudio es identificar los diagnósticos de enfermería segundo la Taxonomía I de la NANDA y los estándares de la respuesta humana presentados por los pacientes internados en la unidad de terapia intensiva. La casuística fueron las evoluciones de enfermería de 77 pacientes adultos, siendo identificados 24 categorías diagnos-ticas y cinco estándares de respuesta humana. Por lo tanto, aplicar el proceso de enfermería y la Taxonomía NANDA en personas internadas en UTI es viable, siendo necesario conocimiento, recursos profesionales y voluntad de la equipa para desarrollar el diagnóstico de enfermería. Descriptores: diagnóstico de enfermería, Unidad de Terapia Intensiva, cuidado de enfermería.

INTRODUÇÃO

A sistematização da assistência de enfermagem é o processo de ações planejadas pelos enfermeiros. Segundo Danzi e

Graziano1 tratam-se de fazer alguma coisa em etapa. Sistemati-zar a assistência implica lançar mão de uma teoria de enferma-gem como parâmetro para fundamentar o agir.

O planejamento da assistência de enfermagem é a determi-nação das ações de enfermagem, pelo emprego de um méto-do de trabalho, a fim de atender às necessidades da clientela, da assistência de enfermagem de forma global, coerente e res-ponsável. O enfermeiro deve deixar de ser simples executor de tarefa ou de normas ditadas por outros profissionais, para assumir a autodeterminação de suas funções e ajustar princí-pios e medidas administrativas a solução de problemas espe-cíficos de sua competência.

Nos hospitais ainda não se tem uma posição clara e definida da importância do cuidar e do cuidado para a classe da enfer-magem, ao usuário e, menos, a explicitação de seu significado, aos demais profissionais da área da saúde2.

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sistematização da assistência de enfermagem

Os significados do cuidar e de cuidado para a enferma-gem estão diretamente relacionados à realização de proce-dimentos assistenciais que impliquem contato direto com o cliente e contato físico na grande maioria das situações. Este significado tem tanto valor para a enfermagem, e ao enfer-meiro que, em geral, é por meio deles que estudantes de en-fermagem e enfermeiros justificam sua opção pela enferma-gem como profissão.

A realização do cuidado está de tal forma relacionada com o fazer da enfermagem, pois a Sistematização da Assistência de Enfermagem faz parte desse cuidado que é função e atribuição do enfermeiro, no qual ele irá planejar assistência individuali-zada para cada cliente, que terá como resultado um cuidado humanizado e com qualidade.

Para Gutierrez3, a função do enfermeiro é cuidar para que a assistência desenvolva-se da melhor maneira possível. Este conceito está mais próximo da interpretação, pois administrar a assistência é também uma forma de cuidar. Assim, o cuidar administrando é função exclusiva do enfermeiro.

Para Hudak4, a essência da enfermagem em cuidados in-tensivos não está nos ambientes especiais nem em meio de equipamentos especiais, mas, sim, em processos de tomada de decisão.

O processo de enfermagem é um instrumento metodológico que tem assegurado a aplicabilidade na prática profissional dos referenciais teóricos próprios de enfermagem, que guiam deci-sões específicas sobre o que questionar e diagnosticar, como intervir e o que avaliar.

Atualmente, o assunto tem sido objeto de discussão em vá-rios eventos, visando melhorar a compreensão e aplicação da TAXONOMIA I dos diagnósticos de enfermagem propostos pela NANDA.

Conforme cita Nóbrega5, o diagnóstico de enfermagem tem sua evolução histórica marcada por mudança em toda a forma de pensar e agir do enfermeiro e, atualmente, está caracterizado por ser um guia ao planejamento e avaliação da assistência de enfermagem. Um dos principais aspectos que tem contribuído para sua aplicação é o fato de ter se

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sistematização da assistência de enfermagemSalomé GM. Diagnóstico de enfermagem dos pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva

originado no bojo da prática de enfermagem e da necessi-dade de sistematizar a assistência prestada ao cliente, famí-lia ou comunidade.

Segundo Farias et al6, diagnósticos são códigos que se re-ferem a um conjunto de sinais e sintomas que ocorrem com uma entidade clínica. O diagnóstico de enfermagem “des-creve problemas de saúde nos quais a responsabilidade para as decisões terapêuticas poderá ser assumida por um enfer-meiro. Em geral, esses problemas envol-vem distúrbios potenciais ou atuais nos processos de vida, padrões, funções ou desenvolvimento, incluindo aqueles que ocorrem secundariamente à doença”.

Para Carpenito7, o termo diagnóstico de enfermagem tem sido utilizado em três principais contextos, como a segunda eta-pa do processo de enfermagem, como ró-tulo para uma lista de diagnóstico e como parte de uma afirmação sobre a resposta do indivíduo ao problema de saúde.

A definição do diagnóstico de enferma-gem pela NANDA “deve ser um julgamento clínico das respostas do indivíduo, família ou comunidade aos processos vitais ou aos problemas de saúde atuais ou potenciais, os quais fornecem a base para a seleção das intervenções de enfermagem, para atin-gir os resultados pelos quais o enfermeiro é responsável”8.

O diagnóstico de enfermagem é um ponto de apoio para a determinação de resultados e inter-venções do enfermeiro. Para atingí-lo necessita-se de um ponto de apoio que deriva do levantamento e análise dos dados clínicos do cliente. Portanto, o diagnóstico de enfer-magem só tem significado no contexto do processo de en-fermagem como um elo entre o levantamento de dados e a determinação de objetivos e intervenções9.

OBJETIVOIdentificar os diagnósticos de enfermagem, segundo a Taxo-nomia I da NORTH American Nursing Diagnoses Association – NANDA e os padrões de resposta humana, apresentadas por pacientes em uma Unidade de Terapia.

METODOLOGIATrata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com abor-dagem quantitativa de análise de dados. A pesquisa foi rea-lizada no Hospital Geral Vila Nova Cachoeirinha (HGVNC), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Este é um hospital go-vernamental do estado de São Paulo. A UTI tem capacidade para dez leitos, sendo oito leitos para internações clínicas e cirúrgicas, um para cirurgia de emergência e outro para he-modiálise. O quadro de recursos humanos da enfermagem é composto para 24 horas de um enfermeiro supervisor, cinco enfermeiros assistenciais, sendo um pela manha, dois no pe-ríodo da tarde e um para cada plantão noturno, e trinta e sete auxiliares de enfermagem.

Para a realização desta pesquisa foram analisados os regis-

tros de evolução de enfermagem de 77 pacientes internados na UTI. A pesquisa foi iniciada após o cumprimento da Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, que trata da pesquisa com seres humanos.

A coleta de dados foi realizada no período de março de 2004 a outubro e 2005, utilizando-se um chek list, que listavam as cate-gorias diagnósticas de enfermagem e as categorias definidoras. O chek list foi elaborado pelos pesquisadores. Por meio do li-

vro de registro de internação dos pacientes internados na UTI, foi feita uma lista retros-pectiva dos pacientes admitidos na unida-de, os prontuários estavam localizados no Serviço de Arquivo Médico e Estatística, onde se localizava o impresso de evolução de enfermagem do primeiro dia de interna-ção.

Os dados foram tabulados, analisados em termos de frequência relativa e absoluta e apresentado em tabela e gráfico.

RESULTADOSA realização do diagnóstico de enfer-magem em uma UTI exige mudança de postura dos profissionais de enfer-magem, também, o uso de terminolo-gia própria da enfermagem e o registro das condições do cliente nos quais o profissional deverá elaborar o plano de cuidados de enfermagem. Assim, o pro-fissional precisa ficar constantemente

renovando seus conhecimentos por meio de treinamento, atualização e estudo de caso.

Pelos dados da tabela 1, constata-se que os enfermeiros ela-boraram 24 categorias diagnosticas e cinco padrões de respos-tas humanas em 77 pacientes.

Os padrões de resposta humana que mais apareceram fo-ram TROCAR 63,4% (15), MOVER 21% (5), SENTIR 8,30% (2),

“O PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

É A DETERMINAÇÃO DAS AÇÕES DE ENFERMAGEM, PELO

EMPREGO DE UM MÉTODO DE TRABALHO, A FIM DE

ATENDER ÀS NECESSIDADES DA CLIENTELA, DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DE FORMA

GLOBAL, COERENTE E RESPONSÁVEL.”

Grafi co 1- Percentagem dos pacientes, segundo os padrões de resposta humana identifi cados. HGVN. São Paulo, 2005

Trocar Comunicar

83%

4,2%

21%

63%

4,2%

Mover Sentir Perceber

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sistematização da assistência de enfermagem

conforme visualizado no gráfico 1.Este achado é semelhante ao que se está acostumado a

acompanhar na prática do ensino e na assistência em UTI, pois são nestes padrãos que a maior parte dos diagnósticos de enfermagem em pacientes críticos internados em uma UTI se caracterizam.

Estudo realizado por Cunha et al10 identificou em 197 pa-cientes o padrão de resposta humana, sendo 24% conhecer, 29% trocar e 27% mover.

Os dez diagnósticos mais frequentes serão comentados separadamente, considerando sua definição e correlação com as práticas.

Para Gordon11, o diagnóstico de enfermagem ou diagnósti-co clínico feito pelo enfermeiro descreve problemas de saúde reais ou potenciais, que os enfermeiros em razão de sua for-mação e experiência são capacitados e autorizados a dar trata-mento. O diagnóstico ainda no entender de Carmagnani12 pode ser abordado como um resultado, ou seja, a segunda etapa do processo de enfermagem, ou como um processo completo de decisões que exige um corpo de conhecimentos específicos e habilidades cognitivas.

Déficit do auto cuidado (higiene e alimentação)É definido como o estado no qual o indivíduo apresenta capaci-dade prejudicada para desempenhar ou completar as atividades

para se alimentar, vestir-se e arrumar-se13.Identificou-se que os pacientes estavam

sendo alimentados no leito, tinham sondas, cateteres, dificuldade na locomoção e dor.

Geralmente, os pacientes internados em uma UTI, são dependentes dos cuidados de enfermagem e hemodinamicamente instá-veis. É preciso que o profissional de enfer-magem esteja atento para suas necessidades básicas de higiene e alimentação.

Risco para infecçãoRisco para infecção é definido como “estar em risco aumentado de ser invadido por orga-nismos patogênicos”14.

Os fatores de risco deste estudo, segundo NANDA são: procedimentos invasivos destrui-ção de tecidos e exposição ambiental aumen-tada, defesa secundária inadequada (hemoglo-bina diminuída), defesa primária inadequada (pele rompida) e estase de fluídos.

Segundo Santana, Garcia15, o risco para infecção é influenciado pelo número de profissionais que lida diretamente com o paciente, a quantidade e o tipo de proce-dimentos invasivos, a forma de assistência que é dispensada e o tempo de hospitaliza-ção do paciente.

Portanto, risco para infecção é considera-do um diagnóstico que descreve um estado que poderá comprometer a recuperação dos pacientes internado em uma UTI. Por isso,

é importante que o enfermeiro realize o diag-nóstico de enfermagem e elabore um plano de cuidado, assim, sua equipe estará prestando uma assistência de enfermagem com medidas eficazes no controle de infecção.

Nutrição alteradaAlteração do padrão dietético habitual, resultando em alteração do peso9. Os hábitos alimentares e o estado nutricional nos pa-cientes internados em uma UTI, sobretudo, os que fazem parte deste estudo são influenciados pelos fatores relacionados como: má absorção gastro-instetinal, desidratação e diarreia.

Risco para aspiraçãoÉ o estado no qual o indivíduo apresenta o risco de entrada de secreções gastrointestinais, secreções orofaríngeas, sólidas ou líquidas na via traqueobrônquica5.

A maioria dos pacientes que fez parte deste estudo, estava sedada, inconsciente, com escala de Glasgow de número 3, alimentando-se por sonda nasoenteral ou nasogástrica, entuba-do e mobilidade intestinal diminuída.

Troca de gases prejudicadaO conceito diagnóstico troca de gases é definido pela NANDA8, como “excesso ou déficit na oxigenação ou eliminação de dió-xido de carbono na membrana capilar”.

Na UTI, onde foi realizada a pesquisa existem pacientes pós-operatório de cirurgia geral, pneumonia, DPOC e outras

Tabela 1 - Pacientes internados no Hospital Geral Vila Nova Cachoeirinha, segundo os diagnósticos de enfermagem. São Paulo, 2005

Categoria DiagnosticaNutrição alterada

Risco para infecção

Perfusão tissular alterada

Troca de gases prejudicada

Excesso de volume líquido

Incapacidade de manter ventilação espontânea

Resposta disfuncional ao desmame ventilatório

Risco para aspiração

Integridade tissular prejudicada

Membrana mucosa oral alterada

Integridade da pele prejudicada

Dentição alterada

Comunicação verbal prejudicada

Mobilidade física prejudicada

Mobilidade no leito prejudicada

Intolerância à atividade

Distúrbio no padrão de sono

Déficit no auto cuidado

Distúrbio da autoestima

Ansiedade

Débito cardíaco diminuído

Risco para temperatura corporal alterado

Dor

Diarreia

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Salomé GM. Diagnóstico de enfermagem dos pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva

sistematização da assistência de enfermagem

1. Danzi NJ, Graziano KU. Como os enfermeiros coordenam os cuidados onde não há SAE. Cad Centro Univ São Camilo. 2001;7(1):79-90.2. Cianciarullo TI. Teoria e prática em auditoria de cuidado. São Paulo: Ícole; 1997. 3. Gutiérrez MGR. A intervenção do enfermeiro: uma análise a partir da práti-ca [tese]. São Paulo: Escola Enfermagem da USP; 1989.4. Hudak CM, Gallo BM, Benz JJ. Cuidado Intensivo de enfermagem: uma abordagem holística. São Paulo: Guanabara Koogan; 1999.5. Nóbrega MML. Uniformização da linguagem dos diagnósticos de enferma-gem da NANDA: sistematização da assistência de enfermagem proposta do IISNDE. João Pessoa: [s.n.]; 1992.6. Farias AB. Diagnóstico de enfermagem. Rev Bras Enferm. 1996;49(4):548-68.7. Carpenito LJ. Diagnóstico de enfermagem. 8ª ed. Porto Alegre: Artes Médi-ca; 2001.8. North American Nursing Diagnosis Association. Diagnóstico de enferma-gem da Nanda: definições e classificação. 1999-2000. Porto Alegre: Artes Mé-

dicas; 2000.9. Sparks SM. Diagnóstico de enfermagem. São Paulo: Reichamann e Affonso; 2000. 10. Cunha ICKO. Diagnóstico de enfermagem em pacientes com hipertensão arterial em acompanhamento ambulatorial. Rev Paul Enferm. 2002;21(3):269-79.11. Gordon M. Nursing diagnosis, process and application. 3º ed. New York: Mosby; 1994.12. Carmagnani MIS. Diagnósticos e intervenções de enfermagem em pacien-tes submetidos á laringectomia total e parcial [tese]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 1999. 13. Sales TCR. Sentimentos das mães de crianças submetidas à primeira ci-rurgia cardíaca, no período trans-operatório [monografia]. São Paulo: Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia; 1997.14. North American Nursing Diagnosis Association. Definições e classificacão- 2001-2002. Porto Alegre; Artmed; 2002. 15. Santana MS, Garcia TR. Diagnóstico de enfermagem em pacientes subme-tidos a prostatectomia. Nursing (São Paulo). 2005;90(8):528-33.

Referências

patologias respiratórias, geralmente, a maioria desses pacien-tes interna na UTI e apresenta dispneia ou taquipneia, entuba-dos, imobilidade no leito, agitação. Os exames de gasometria o PH anormal e os gases sanguíneos arteriais estão anormais.

Incapacidade para manter ventilação espontâneaÉ a incapacidade para manter a respiração espontânea. Segundo Carpenito7, é o estado em que o indivíduo é incapaz de manter a respiração adequada para sustentação da vida”.

Nos pacientes do estudo, foram identifi-cadas as características definidoras: Disp-neia, pCO2 diminuída, agitação, frequência cardíaca aumentada e saturação diminuída.

Resposta disfuncional ao desmame ven-tilatórioÉ o estado em que o indivíduo não consegue se ajustar a um nível diminuído de suporte ventilatório mecânico, o que interrompe e prolonga o processo de desmame.

Os participantes do estudo ao serem co-locados no desmame ventilatório, apresen-taram aumento do desconforto respiratório, diminuição da saturação, agitação, ruídos adventícios na respiração e respiração des-cordenada em relação ao respirador.

Comunicação verbal prejudicadaÉ o estado no qual o indivíduo experimenta uma habilidade diminuída, retardada ou ausente para receber, processar, transmitir e usar um sistema de símbolos, qualquer coisa que tenha significado, ou seja, transmita significado8.

A dificuldade na verbalização dos pacientes foi observa-da porque alguns estavam entubados, outros tinham de 1 a 6 horas de extubação e outros se apresentavam dispnéicos ou taquipnéicos.

Mobilidade física prejudicadaÉ definida como o estado no qual o indivíduo experimenta

uma limitação na habilidade para movimentos físicos inde-pendentes6.

O paciente internado em uma UTI está com a mobilidade física diminuída, muitas vezes por estar entubado, com dre-nos, sondas, repouso no leito e monitorizados, pelo motivo da vulnerabilidade hemodinâmica. Muitas vezes, esta categoria diagnóstica é identificada, porque o paciente apresenta dano ou disfunção da unidade neuromúsculo-esquelética e também

por necessidade de restringir o paciente pela agitação ou repouso no leito.

Mobilidade no leito prejudicadaÉ a limitação aos movimentos indepen-dente de uma posição no leito para outra. A maioria dos pacientes internados em uma UTI tem dificuldade em se virar de um lado para outro, capacidade prejudi-cada de mover-se de uma posição para outra e reposicionar-se na cama e cadeira. Isso porque alguns estão entubados, víti-mas de traumas, usam cateteres, drenos e sentem dores.

CONCLUSÃOOs resultados encontrados neste estudo possibilitaram a elaboração de 24 diag-nósticos de enfermagem com suas ca-tegorias definidoras e cinco padrões de resposta humana, nos pacientes interna-dos na UTI.

Para estes profissionais, é por meio desse procedimento que se pode fortalecer e desenvolver conhecimentos e como con-sequência prestar uma assistência de enfermagem com quali-dade e humanizada, acima de tudo tendo os preceitos éticos da profissão.

Portanto, aplicar o Processo de Enfermagem e Taxonomia NANDA em pacientes internados na UTI é tão viável como em qualquer outro tipo de paciente, desde que se disponha de tempo, conhecimento técnico e científico, de recursos profis-sionais e materiais e acima de tudo vontade da equipe para de-senvolver o diagnóstico de enfermagem.

“...É IMPORTANTE QUE O ENFERMEIRO REALIZE

O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM E ELABORE UM PLANO DE CUIDADO,

ASSIM, SUA EQUIPE ESTARÁ PRESTANDO

UMA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM COM

MEDIDAS EFICAZES NO CONTROLE DE INFECÇÃO”

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